Ressurrection


autora: Rebeca Baldi (Becca) || beta: Paah Souza




CAPÍTULOS: [1]



Capítulo 1


POV

Deveria ser umas 17:00 horas quando eu desci do avião. O céu estava escurecendo, tinha poucas nuvens.
Procurei na multidão e avistei ela parada em pé olhando para todo mundo procurando alguém. Então caminhei na direção dela. Chegando perto, percebi que uma lágrima caia de seu rosto e ela me olhava com ternura. Dei um sorriso enorme e corri para seus braços; ela estava soluçando.
- Você está tão grande - Ela disse.
- Oi Mãe! - Esbanjei um sorriso.
- Senti tanto a sua falta! Ainda não acredito que você está aqui! Parece um sonho! - Ela me abraçou mais forte.
- Pois acredite, mãe! Pretendo ficar um tempo. Agora podemos ir? - Esperei uma resposta, ela me olhou ainda sorrindo e começamos a caminha em direção as malas.

Depois de eu pegar minha mala, fomos para o carro. Agora ela tinha um Zafira preto, automático. Lembro que meu pai sempre mandou ela trocar de carro, pegar um melhor, e finalmente ela deu ouvidos a ele.
Entrei no carro, pus o cinto e esperei enquanto ela guardava minha mala.
- Está com fome? - Ela perguntou, entrando no carro e batendo a porta.
- Para falar a verdade, eu estou faminta. - Respondi.

Quando ela deu a partida e saimos do aeroporto, ela foi em direção Centro-Oeste da cidade. Eu sabia exatamente onde estávamos indo, meu restaurante favorito; bem, não era exatamente um restaurante, era um lugar onde podia-se comer e ler ao mesmo tempo. Lugar onde havia Karaokês nos fins de semanas, e lidas de poesias todas as segundas-feiras (Mark lia as poesias, e eram horríveis!). Eu adorava esse lugar, sabia que poderia ter mais um flashaback quando voltasse lá, mas não queria, não queria chorar como fazia todos os dias, não na frente dela.
Observei a cidade pelo vidro, estava tudo tão diferente. Só haviam se passado três anos, mas tudo estava, quase, irreconhecível.
- Todos estão ansiosos para te ver! - Minha mãe puxou assunto - A Ash e Kate não puderam vir, hoje era o primeiro dia de aula, mas convidei elas para irem lá em casa hoje a noite, sei que está morrendo de saudades delas.
-Na verdade, mãe, estou muito cansada, poderia ligar para elas e desmarcar? - Eu disse ainda observando pelo vidro.
Minha mãe olhou para mim um pouco confusa. - Tá bom, se você diz. - E parou o carro.
Pela janela pude ver a frente, “continuava o mesmo lugar”, a placa que nós pintamos que dizia - Bem-Vindos a GrayGrill - ainda estava lá, tudo estava do mesmo jeito. Eu estava impressionada, pensei que também teria "Evoluído" como o resto da cidade, ou até mesmo que talvez nem existisse mais. Mas estava exatamente igual.

- Você não vem? - Perguntou minha mãe já do lado de fora do carro. Eu abri a porta e pulei para fora. Ual, aquele lugar me dava calafrios na barriga agora. Me trazia muita lembraça que eu queria que continuasse esquecida. Caminhei devagar até a porta, minha mãe foi na frente e a abriu por mim. Olhando dentro fiquei de olhos arregalados. Nada tinha mudado, continuava aconchegante, aquela sensação de não querer maisa sair dali voltou, como nos velhos tempos. A diferença, é que dessa vez, ele não estava comigo.
Afastei o pensamento da minha cabeça, deixaria para chorar em casa, não aqui. Olhei para o sofá no canto onde sempre ficávamos, mas estava ocupado, aquele sofá era reservado para nós, não acredito que alguém o estava usando agora, um grupo de jovens estavam sentados lá, eles conversavam e riam muito alto. Então caminhei até uma mesa vazia no lado oposto, e me sentei. Minha mãe me segui.
- Como se sente aqui? - Ela se sentou de frente para mim.
- Eu não sei, estou feliz, me sinto em casa; mas me traz muitas lembranças e sinto que em meio a essas pessoas sou uma estranha. - Soltei um suspiro.
Ela tocou meu ombro.
- Não se preocupe querida, você vai se adaptar - Brrrrr, Brrrrr, O telefone dela tocou - Desculpa, preciso atender, volto logo.
- Tudo Bem! - Ela se levantou da mesa e caminhou para fora.
Passei os olhos pelo lugar e vi uma mesa mais afastada, onde um garoto estava sentado. Reparei o quanto ele era bonito, tinha uma pele morena clara, os cabelos pretos formavam um topete que o deixava parecendo um BadBoy, o deixava sexy. Seus olhos... eram lindos, um castanho mel, poderia ficar horas parada apenas olhando em seus olhos e não me cansaria, foi então que eu percebi que esses lindos olhos me encaravam, deve ter percebido que eu o estava analisando, senti a vergonha em meu rosto e desviei o olhar.
Vi que uma das meninas que estava em "meu" sofá revesava os olhos de mim até o garoto, e me olhava com ódio, deveria ser a namorada dele e deve ter percebido que eu o olhava. Fiquei sem graça, para o meu alívio minha mãe chegou.
- Ainda não pediu nada? - Ela falou sentando-se.
- Estava te esperando. - Falei.

Ela levantou a mão chamando alguém, uma garota atendeu. Ela era morena, tinha os cabelos longos, lisos e castanhos preso em um rabo de cavalo e tinha uma caderneta na mão. Quando ela me viu paralisou, me olhando surpresa. Depois de alguns segundos se recuperou do choque e caminhou lentamente em minha direção.
- O que de... Desejam? - Falou gaguejando. Minha mãe olhou para mim esperando que eu pedisse a comida.
- Ainda vendem hambúrguer vegetariano? - Perguntei olhando a garota.
- Sim. - Ela respondeu ainda pasma.
- Eu quero um por favor! E um suco de graviola- Pedi.
- Eu quero um torta de chocolate, só!- Minha mãe voltou a olhar o telefone.
A garota anotou e saiu ainda assustada.
***


Depois de comermos perguntei a minha mãe se poderiamos ir para casa. Eu estava muito cansada. Ela concordou.
Me levantei e fui em direção a porta, não pude deixar de olhar para a mesa do menino, mas ele não estava lá.
Então fomos embora.



Continua...





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