Capítulo Único
Quando passa das duas da manhã, apenas vá dormir, porque as decisões que você toma depois das duas da manhã são as decisões erradas.
Eu já tinha assistido How I Met Your Mother algumas milhares de vezes, mas nunca me identifiquei com essa frase. Porque geralmente, às duas da manhã, eu já estava dormindo. Hoje, no entanto, eu tinha saído com minhas amigas e depois de três drinks, eu estava naquele limbo entre estar sóbria e bêbada. Estava sóbria o suficiente para saber o que estava fazendo, mas bêbada o suficiente para ignorar as consequências do que eu estava fazendo. Eu não era do tipo de beber demais, nem nunca tive muitas chances de festejar demais antes de vir para a universidade. Eu nem era muito boa nisso, para ser sincera. Fui a adolescente sem jeito que teve o primeiro beijo aos dezesseis anos, evoluí para a jovem insegura que não conseguia manter uma conversa por mais de 10 minutos e, que quando conseguia, acabava fazendo um amigo e não um possível interesse amoroso.
Mas quando viajei para cursar universidade bem longe da minha família e onde ninguém me conhecia, eu decidi que era hora de me reinventar. Com muito trabalho, algumas vergonhas e um belo trabalho em grupo com Kylie, e Rebecca, eu estava me tornando cada dia mais confiante.
A confiança tinha ido por água abaixo após uma desilusão amorosa ter resultado em minha primeira experiência sexual sendo com um cara que mentiu para mim e fingiu ser uma pessoa totalmente diferente. Eu achei estar apaixonada e realmente estava me apaixonando, mas ele se revelou antes que fosse tarde demais e o arrependimento de ter dormido com ele veio antes mesmo de saber a verdade.
Mas eu estava me recuperando, estava acreditando novamente que eu conseguia, sim, ser mais como Kylie e Rebecca: Sexy, desinibida e flertar sem parecer um dicionário ambulante.
E a festa de hoje foi a prova de que eu estava evoluindo nesse quesito.
Eu tinha conseguido conversar com 3 caras diferentes, eu flertei, me diverti e apesar de todos serem incrivelmente lindos e estarem realmente interessados em mim, eu não consegui dar mais um passo. Me esquivei quando tentaram me beijar, passei meu número de telefone por pura educação e passei a festa inteira procurando uma pessoa específica que estava com minhas amigas observando meu progresso de longe.
Era irritante e confuso, especialmente porque eu sabia que conseguiria beijar outra pessoa. O problema não era beijar, mas querer beijar outra pessoa.
- Você está calada demais para quem passou o caminho inteiro cantando all too well e toda a playlist da Taylor Swift no Uber – me provocou, olhando para mim através do espelho do elevador.
- E o que você quer que eu cante agora? – perguntei. – Posso me arriscar na ópera. O que acha?
imediatamente fez uma careta.
- Não, por favor – ele fez questão de frisar o “por favor”. – Só estou muito acostumado com a tagarela, sua versão normal. Você estar quieta por 30 segundos é aterrorizante.
Eu adoraria retrucar, mas ele estava muito certo. Eu não sabia a hora de me calar e geralmente quando ficava quieta demais, minha mente estava barulhenta com coisas que eu não devia estar pensando.
- Só estou pensando na noite de hoje – dei de ombros, escolhendo a resposta segura. – Recapitulando.
As portas do elevador se abriram no vigésimo andar e acompanhei pelo corredor vazio enquanto as luzes automáticas se acendiam com nossa presença.
- E qual é a sua conclusão sobre a noite de hoje? – perguntou, parando diante da porta do apartamento dele.
Seus olhos procuraram os meus enquanto eu pensava na resposta para a pergunta. Era tão simples quanto complexa e apesar de eu nem ter bebido tanto hoje, meus pensamentos estavam embaralhados demais e a resposta provavelmente não era a que ele queria ouvir.
- Que eu estou melhorando em diversos quesitos – deixei escapas um suspiro. – Mas que tenho questões mal resolvidas que precisam de respostas. - Quais questões? – inquiriu.
Arqueei as sobrancelhas, surpresa pela pergunta.
não costumava cobrar por mais respostas do que as que eu estava disposta a dar, então em um cenário normal ele teria deixado passar com um simples “entendi”.
- Você precisa saber? – retruquei. Em um cenário normal eu também não teria dificuldade em admitir.
- Não – ele hesitou em responder. – Mas sim.
Acabei deixando um riso escapar com a resposta. Eu era a confusa, não ele.
- Não ou sim, Blackford? – impliquei.
Antes que ele respondesse, as luzes do corredor se apagaram e fomos deixados no escuro, o que me fez perceber que ainda estávamos esperando ele abrir a porta.
- Acho que essa é a nossa deixa para entrar – riu, e eu ri junto.
Dei uma corridinha até a luz mais próxima e ela voltou a acender com minha presença. aproveitou para abrir a porta e entramos no apartamento dele que estava igualmente escuro.
- Alexa, acenda as luzes – ele pediu.
- Tudo bem – Alexa respondeu.
Eu pretendia ter voltado para o alojamento da faculdade depois da festa, mas quando o Uber me olhou demais pelo retrovisor durante o caminho, cancelou a 2ª parada e falou que seria melhor que eu dormisse aqui, o que não parecia uma boa ideia depois de hoje. E uma ideia pior ainda quando eu decidi que precisava fazer o que meu instinto estava me falando para fazer.
- Então, vamos dormir ou você ainda quer ver filme? – perguntou.
Não respondi imediatamente, apenas esperei, no meio da sala como uma tonta, enquanto ele tirava a jaqueta. franziu o cenho, confuso por minha falta de resposta.
- Na verdade, preciso testar uma coisa – minhas mãos tremeram um pouco, mas minha voz soou firme. – Senta no sofá, por favor.
Ele pareceu curioso, mas não disse nada quando sentou no sofá. Minha ideia rapidamente pareceu uma grande estupidez, mas o meu coração acelerado não me deixou voltar atrás.
- Eu percebi hoje que não sei mais lidar com alguém realmente se interessando por mim – mordisquei o canto da boca, me esforçando para não rir. – O Denver fez um belo estrago, sabia? Ele fingiu muito bem que gostava de mim por quem eu era, mas ele mentiu em tudo. Ele foi a primeira pessoa que me fez sentir desejada, mas agora eu não consigo acreditar que alguém possa realmente sentir isso por mim.
O olhar de suavizou instantaneamente, meu estômago revirou com a possibilidade de ele estar sentindo pena de mim.
- E eu sei que eu sou linda. Sei que é o que você vai me dizer. Isso pode ter soado completamente convencido, mas eu tenho uma beleza considerada padrão, meu cabelo é brilhoso e macio, e apesar de eu não ter tanto peito, eu tenho um corpo bonito. Eu sei que sou agradável aos olhos masculinos, sei que sou atraente. Mas eu sou desejável?
Minhas bochechas queimaram como se eu tivesse encostado uma panela quente em cada uma delas, mas ignorei o calor que se espalhou pelo meu corpo e mantive o olhar no de , que agora parecia estupefato pela pergunta. Eu não conseguia chocá-lo muitas vezes, então gostei muita de ter causado essa reação.
- É uma pergunta simples, – suspirei, apertando as mãos contra minhas coxas. – Me conhecendo como você conhece... Ou simplesmente ignorando que eu sou sua amiga. Você me deseja?
- ... – ele começou, mas eu balancei a cabeça, pedindo para ele não continuar.
- Essa é uma das questões que rondou a minha mente hoje – acrescentei. – E um dos motivos pelos quais eu não quis beijar nenhum daqueles caras na festa.
Respirei fundo, não me sentindo mais tão segura para confessar o que estava prestes a sair da minha boca.
- Eu preciso saber se você me deseja, – sussurrei. – Porque eu preciso me sentir desejada hoje e precisa ser por você.
Admitir isso era um passo gigantesco para mim mesma, ainda mais em voz alta e para ele. Mas se eu estivesse sendo sincera, desde o início, era ele quem eu queria. Denver foi meu estepe, a pessoa que eu usei para me enganar e negar o que eu realmente sentia e por quem eu realmente sentia.
Mas depois de me enganar diversas vezes, eu estava cansada de negar o que eu realmente queria. E apesar de estar dando um tiro no escuro aqui, arriscando não só o meu orgulho, mas principalmente nossa amizade, eu precisava tentar.
O silêncio pairou entre nós carregado de tensão e eu me senti extremamente exposta com seu olhar no meu. Ele não desviou, nem piscou, apenas manteve aqueles olhos escuros me escrutinando como se ele estivesse tentando me entender. Meu estômago revirou de ansiedade e minha coragem caiu alguns pontos com a demora na resposta.
Era simples. Sim ou não. Não devia demorar tanto e se estava demorando, ele com certeza estava tentando pensar na maneira mais gentil de me dizer que não sente desejo por mim.
- Quer saber de uma coisa? Esquece – mordi o lábio inferior, já me virando para correr até a porta do apartamento. – Eu claramente bebi demais!
Desculpa por ter falado tanta besteira, você sabe como eu fico quando bebo, não é? Ai, ai, a Kylie bem que me avisou para pegar leve na cerveja, mas eu achei mesmo que estava bem o suficiente para aguentar a terceira long neck... Eu vou embora, quero meu pijama.
Comecei a falar desesperadamente, como já fazia quando estava nervosa.
- Vou chamar o Uber e antes de entrar aviso que já precisei fazer cirurgia de fígado e digo que tenho uma tatuagem caso ele queira me sequestrar para tráfico humano. Sabia que traficantes não costumam levar pessoas com tatuagem? É porque são mais fáceis de reconhecer e em algumas culturas a tatuagem não é bem vista. Enfim, boa noite. Obrigada pela carona, desculpa por ter sido tão inconveniente.
Mas antes que minha mão alcançasse a maçaneta, espalmou a mão na porta para me impedir de sair. Tomei um susto com a rapidez que ele se prostou na minha frente e meu olhar provavelmente denunciou a surpresa porque abriu um sorriso torto.
- Alguém já te disse que você fala demais quando está nervosa? – ele riu.
- Você disse – murmurei.
- E é bonitinho na maior parte das vezes, mas não quando eu estou tentando formular uma resposta para uma pergunta daquelas – acrescentou, dando um passo mais para perto de mim.
Precisei recuar um passo, ficando de costas para a porta e cara a cara com . Sua mão bem ao lado da minha cabeça não ajudava a amenizar o nervoso que estava me remoendo e muito menos a proximidade entre nós.
- Não é uma pergunta difícil – me defendi. – É sim ou não.
O sorriso torto fez com que uma covinha afundasse sua bochecha esquerda.
- Não é uma pergunta fácil também, – ele retrucou. – Porque é você.
- E o que muda? – perguntei.
- O que muda é que tudo que eu vim ignorando há meses vai se tornar real – umedeceu os lábios. – E eu não vou mais poder fingir que não te vejo como você realmente é, .
Com mais um passo para frente, as pontas dos pés dele encostaram nos meus. Ergui o queixo para encará-lo melhor e quase pude ver a luta por trás de seus olhos.
- Porque nem você se vê como realmente é – ele continuou. – Porque você é muito mais do que se enxerga. Você nem nota como você monopoliza a atenção de uma festa inteira com sua risada, nem que sua inocência é fascinante. Nem que sua boca fica muito tentadora quando você a morde quando está nervosa, exatamente como está fazendo agora... Não faz ideia do poder que você tem sobre mim e do que desperta em mim mesmo quando eu finjo que não sinto.
Baixei meu olhar para a minha boca, só assim notando que eu estava mordendo meu lábio. soltou um riso rouco e com o polegar da mão esquerda, escovou meus lábios, puxando o suficiente para desprender dos meus dentes. O ar ficou preso nos meus pulmões não só com o que ele tinha acabado de falar, mas porque ele era uma figura intimidante estando tão perto.
- Então a resposta simples é sim. Eu te desejo, – murmurou, deslizando o polegar até meu queixo. – Mas essa também é a resposta complicada.
Meu coração errou uma batida, mas apesar dos batimentos acelerados e dos pensamentos caóticos que me faziam não conseguir pensar direito, pela primeira vez na vida eu não estava pensando demais.
- Não precisa ser complicado – sussurrei, deixando a adrenalina tomar conta de mim. – Eu não preciso ser eu e você não precisa ser você.
Ele arqueou as sobrancelhas, esperando que eu continuasse.
- Eu posso ser alguém que você conheceu na festa, e você pode ser apenas um cara que eu conheci na festa – expliquei. – Não , não .
Ele respirou fundo e dessa vez eu tive certeza que ele estava em uma luta interna sobre isso ser sensato. era legal demais para dormir comigo sabendo que eu não sou do tipo que tem transas casuais.
- Se fizermos isso, vai significar coisas diferentes para nós dois, – ele me alertou.
E eu sabia disso, mas estava disposta a arriscar.
Ele podia até se sentir atraído por mim, mas eu não fazia seu tipo. Só que eu o queria há tempo demais e mesmo que por uma noite, eu precisava tê-lo, saber exatamente o que eu nunca teria novamente.
Se fosse para ser atormentada por sonhos impossíveis com meu amigo, eu podia muito bem saber de verdade o que eu estava perdendo.
- Não vai – retruquei, decidida. – Porque eu não sou a hoje.
Espalmei as mãos em seu peito e o empurrei de leve só para ver se ele iria resistir. não falou nada, mas deixou que eu o empurrasse até o sofá. Ele sentou e eu recuei alguns passos até o centro da sala.
- Alexa, toque a musica Ruin The Friendship de Demi Lovato – pedi. - Tocando Ruin The Friendship de Demi Lovato no Spotify – Alexa respondeu.
Em poucos segundos a música começou a tocar e eu deixei que a adrenalina que me fez chegar até aqui, me dominasse por completo. Virei de costas para ele e meus dedos estavam tremendo quando dei um passo para trás e me desfiz de um salto, depois do outro.
Olhei para trás por cima do ombro, subindo lentamente as minhas mãos por meu corpo, deixando um rastro de arrepios pela minha pele até alcançar a jaqueta, que eu também joguei para trás junto com os saltos.
Eu estava com medo de virar para ele e encontrar arrependimento em seu olhar, mas quando finalmente fiquei de frente para ele, seus olhos estavam vidrados em mim. Alcancei o zíper do vestido para juntá-lo a pilha de roupas, mas antes que eu pudesse tirá-lo, falou.
- Ainda não – ele pediu. – Vem até aqui, por favor.
Senti a fagulha dentro de mim se tornar um incêndio com o pedido, mas minhas mãos abandoaram o zíper e minhas pernas me guiaram até perto dele. Não desgrudei o olhar do dele no caminho, nem ele quebrou o contato. Parei bem em sua frente, entre suas pernas. Encará-lo de cima me dava uma falsa sensação de poder e controle, mesmo que eu nunca estivesse mais perto de perder o controle como estava agora.
- Você não faz ideia do poder que tem, não é? – balançou a cabeça como se ele mesmo estivesse atordoado.
Meus lábios se ergueram em um meio sorriso.
- Mas isso é uma coisa boa, não é? – perguntei.
não respondeu, mas o meio sorriso dele me confirmou que, sim, era uma coisa boa. Ele se inclinou para perto de mim, ficando com o rosto na altura da minha barriga. Um arquejo escapou de mim quando suas mãos envolveram meus tornozelos. Era um toque suave, que em outras circunstâncias podiam ser fraternal, mas não agora.
Seus dedos se arrastaram lentamente, me provocando, me testando, até que suas mãos pararam bem atrás dos meus joelhos e sem aviso algum, me puxou para seu colo, montada nele. Apoiei as mãos em cada ombro dele para me acomodar em seu colo, uma perna em cada lado do quadril e a saia do meu vestido subiu junto, ficando bem mais curta do que já era.
Uma de suas mãos foi até minha cintura, me segurando firme, me puxando contra ele enquanto a outra subiu até meu braço e meu olhar acompanhou o movimento até que seus dedos enroscaram nas mechas bagunçadas do meu cabelo.
Voltei a encarar os olhos escuros dele, me dando conta agora do quão próximo estávamos e de quão íntimo isso era. Se a luz fosse mais forte, eu conseguiria ver a mescla de pontinhos escuros e claros na íris de , formando uma pequena constelação em seus olhos.
Entreabri os lábios, deixando um suspiro escapar quando aproximou a boca da minha e beijou meu queixo. Minha cabeça zuniu, mas meu sangue ferveu de um jeito que eu nunca tinha experimentado antes. Essa seria a hora do “fale agora ou cale-se para sempre”, para salvar nossa amizade de cruzar um limite que não dava para voltar atrás, mas nenhum de nós falou.
Sua boca roçou na minha suavemente, seus olhos ainda fixos nos meus. Apertei os ombros de , afundando um pouco mais os joelhos no sofá para me aproximar ainda mais dele. O aperto na minha cintura se tornou quase doloroso quando movi meu quadril contra o dele, mas era um lembrete bem-vindo de que eu estava provocando isso. Movi meu quadril em movimentos circulares, pressionando tanto quanto dava a minha virilha na dele, mas o ar ficou preso nos meus pulmões quando senti o volume duro contra o jeans dele roçar diretamente na minha calcinha fina, uma das que ele mesmo havia me feito comprar alguns dias antes.
grunhiu, impulsionando o quadril contra o meu ao mesmo tempo que rebolei mais uma vez. Minha boceta pulsou e um gemido fraco me escapou sem que eu pudesse pensar em conter, mas o som pareceu apenas atiçá-lo.
Segurei o rosto dele entre as mãos e o ergui apenas o suficiente para que ficasse na minha altura. Pisquei lentamente, absorvendo cada centímetro daquela visão. Dos olhos escuros de desejo, dos lábios entreabertos e da respiração descompassada que acompanhava o ritmo da minha. Ele me tinha por completo e nem se quer havia me beijado ainda.
- Você está repensando? – perguntou, envolvendo minha nuca com sua mão.
Neguei com a cabeça.
- Não – respondi. – Você está?
- Porra, de jeito nenhum.
A boca dele se chocou contra a minha com força, mas me beijou com suavidade. De todas as vezes que eu imaginei esse momento, nenhum chegou perto de descrever o quão certo parecia.
Enfiei uma das mãos no cabelo dele, entrelaçando as mechas nos meus dedos e puxando de leve o cabelo bagunçado e macio. Tentei não gostar demais de como pareceu tão certo beijá-lo, nem de como nossos lábios se encaixaram como deviam. Mordi de leve o lábio inferior dele, apoiando uma mão no seu peito, sentindo o coração dele acelerado contra minha palma.
O sangue corria quente, pulsante nas minhas veias e apesar de entender que tudo acontecendo entre nós era tudo controlado por processo neuroquímico que bagunçava os hormônios, eu não podia me importar menos porque o desejo corria como fogo líquido nas minhas veias.
Eu sabia que desejo era um processo bioquímico, conhecia as fases, os neurotransmissores e os sintomas.
Eu sabia que a acetilcolina tinha sido liberada durante a troca de olhares. A noradrelina chegou depois, quando eu sentei no colo dele e senti na pele os efeitos que a acetilcolina provocaram em quando rebolei em seu colo. Dopamina era o que estava me causando euforia, aumentando a vontade de fazer mais que isso.
O efeito da adrenalina era bem perceptível nos meus batimentos acelerados, nos arrepios que o toque dele causavam pelo meu corpo. Esses eram os neurotransmissores responsáveis pelo tesão, a dor incomoda no meio das minhas pernas e a total falta de bom senso que tinha me inundado no momento que passei por a porta deste apartamento.
Entender a bioquímica da coisa permitia que o resquício de autocontrole permanecesse no meu corpo, mas eu sabia que não seria por muito tempo. arfou e prendeu meu lábio inferior entre seus dentes, sorrindo para mim como um verdadeiro predador.
- Você não sabe o quanto eu já quis fazer isso – ofegou contra a minha boca. – Mas eu vou te mostrar o quanto.
escorregou uma mão até minha coxa e meu corpo inteiro respondeu ao toque. Abri mais as pernas, me erguendo o suficiente para que ele tivesse mais acesso. Seus dedos escorregaram mais para dentro da minha coxa, erguendo o vestido junto. Prendi o ar quando o senti contra a minha calcinha, amenizando um pouquinho do latejar.
- Eu posso te tocar? – a pergunta saiu rouca.
Ele desenhou círculos preguiçosos no interior da minha coxa, enquanto seus lábios se ocuparam em beijar meu pescoço. Por um momento muito breve eu fiquei tonta demais para responder, perdida demais nas sensações que aquilo estava me provocando.
- Por favor – praticamente implorei.
Imediatamente me segurou firme e levantou, me fazendo envolver as pernas ao redor dele. Em 3 passos chegamos até o quarto dele, mas ao invés de me colocar na cama, paramos de frente para ela. Minhas pernas não pareciam muito firmes quando ele me colocou no chão, mas me mantive firme.
- Vira de costas, por favor – ele pediu.
Fiz o que ele pediu e dei as costas, sentindo meu estômago revirar com antecipação. afastou meu cabelo para um lado só, liberando minhas costas. Sua boca pressionou meu pescoço no momento que seus dedos trabalharam para descer o zíper do vestido. Centímetro por centímetro, o zíper abriu enquanto a boca dele me torturava, sugando e mordiscando minha pele.
Gemi, pressionando minha bunda para trás quase institivamente. ofegou, se apressando em tirar o vestido. Ele enrolou os dedos nas alças finas do vestido e o puxou para baixo com delicadeza, revelando centímetro por centímetro de pele. Agora, a única peça que me cobria era a calcinha fina que também não escondia muita coisa. Eu devia me sentir exposta, mas ele sempre foi uma das pessoas que mais me passava segurança, então não me senti vulnerável sob seu olhar. E quando o vestido caiu aos meus pés, eu só quis ainda mais.
me puxou de frente para ele novamente e antes que ele pudesse me beijar, segurei a barra da camisa dele e fiz questão de me livrar dela também. Seu olhar caiu no meu corpo, provocando outra onda de excitação que tornou ainda mais gritante a necessidade por mais.
Ele me beijou com mais força dessa vez, seu peito nu pressionando meus seios da forma mais deliciosa. Meus dedos trêmulos encontraram o zíper da calça e gemeu quando desci empurrei o jeans para baixo, mas a calça acabou presa nos tênis e ele xingou baixinho, me fazendo rir.
- Eu vou queimar esses tênis – ele resmungou, se livrando de tudo o mais rápido possível.
Mas assim que os sapatos saíram e o jeans se juntou ao meu vestido, eu consegui apreciar o momento. fazia parte do time de natação da universidade, então eu já tinha o visto assim muitas vezes nas competições, mas tinha uma grande diferença vê-lo de longe e de finalmente conseguir tocá-lo.
Meus dedos traçaram a pele dele, desde os ombros largos até os bíceps fortes e o abdômen definido. Ele era como uma escultura idealizada por um artista metódico, perfeitamente moldado. A respiração de acelerou quando cheguei no V do quadril e enganchei o indicador no elástico da boxer.
Eu não era a pessoa mais experiente do mundo, mas continuei o que eu queria fazer e abaixei a boxer dele também. A peça caiu em seus pés e deu um passo para frente para se livrar dela, colando o corpo ao meu. Não quebrei o contato visual quando envolvi minha mão em seu pênis.
Ele estava duro e pulsante contra meu toque, e eu fui inundada com um prazer que ia além do físico só por saber que eu tinha causado aquilo. deixou um gemido escapar quando comecei a movimentar minha mão em um vai e vem lento, apertando só o suficiente para provocá-lo.
Massageei todo seu pênis, me concentrando um pouco mais na cabeça que eu sabia que era a parte mais sensível. Seus olhos ainda estavam fixos nos meus e me beijou novamente, abafando seus gemidos contra minha boca.
Minha boceta estava latejando, tão dolorida que eu precisei lutar contra a vontade de esfregar minhas coxas para amenizar. me empurrou em direção a cama até que meus joelhos encontraram resistência no colchão.
- Por mais que você me tocando seja o paraíso na terra, eu tenho outros planos em mente.
segurou meus pulsos e me empurrou na cama até que eu estivesse de costas, totalmente exposta. Ele parou acima de mim, com um joelho entre as minhas pernas e me olhou centímetro por centímetro como se, assim como eu, estivesse absorvendo cada detalhe.
Era incrível como um olhar podia provocar tantas emoções diferentes em mim, mas meu corpo estava sobrecarregado com a carga de sentimentos que tinham tomado conta de mim.
- Você é maravilhosa – ele murmurou, piscando lentamente. – É a coisa mais linda que eu já vi.
Meu coração acelerou com as palavras, mas me forcei a lembrar do que ele tinha dito antes. Isso vai significar coisas diferentes para nós dois.
- Eu preciso de você – sussurrei.
Ele não hesitou. Sua boca se chocou contra a minha em um beijo ainda mais faminto que os outros. As mãos dele escorregaram por meu corpo, explorando tudo. Arqueei as costas contra seu toque e o polegar roçou no meu mamilo antes que ele fechasse a mão ao redor do meu seio e o apertasse suavemente. Mas não parou por aí. Ele continuou me beijando no queixo, desceu até o pescoço e deixou uma trilha de chupões até meus seios. Eu esqueci o que era respirar no exato momento que sua boca fechou ao redor de um dos meus seios. Grunhi, ofegante e desesperada por mais.
chupou o mamilo entre os lábios, me olhando enquanto fazia isso. Mordi o lábio para reprimir mais um gemido, o que se mostrou completamente ineficiente no momento que a mão dele ultrapassou a barreira da calcinha e mergulhou bem onde eu queria.
Gritei, sem pudor algum, quando seu polegar circulou meu clitóris. Eu estava tão molhada que era vergonhoso, mas gemeu de aprovação quando seus dedos deslizaram com facilidade por minha boceta.
- Erga o quadril, – sua voz grave pediu. caiu de joelhos entre as minhas coxas e eu ergui o quadril o suficiente para ele escorregar minha calcinha por minhas pernas. O último resquício de sanidade foi embora assim que ele beijou o interior da minha coxa e o último resquício de dúvidas se foi no momento que a boca dele fechou ao redor do clitóris.
Me contorci, mas segurou meu quadril contra a cama e deslizou a língua por minha boceta, tão devagar que era uma tortura. Cravei as unhas no colchão, deixando o prazer tomar conta de cada partícula do meu ser. E ele continuou a me provocar, sabendo exatamente o que estava fazendo.
Nada nunca tinha chegado perto do que eu estava sentindo no momento. Nada foi tão bom.
E quando a língua dele circulou meu clitóris mais uma vez, meu corpo estremeceu de prazer e o nome dele ficou na ponta da minha língua em um grito silencioso enquanto o orgasmo me consumia. Quando me acalmei o suficiente para voltar a respirar, abri os olhos só para encontrar pairando sobre mim.
Ele encostou a testa na minha, beijando minha boca tão suavemente que parecia um pedaço de algodão doce dissolvendo na minha língua.
- Você tem certeza que quer isso? – ele perguntou.
A essa altura, eu não tinha certeza de quase nada. No entanto, nunca tive tanta certeza de querer algo, como sabia que queria isto.
- Eu quero isso – afirmei, mais firme do que eu realmente me sentia. – Quero você.
Preciso de você, quase acrescentei.
se inclinou até a mesa de cabeceira e tirou uma camisinha. Minha respiração voltou a acelerar no momento em que ele voltou para cima de mim, mas não era por medo, muito menos incerteza. Ele tocou minha bochecha, contornando meu queixo com delicadeza até seus dedos roçarem na minha boca. O jeito que ele me olhou acendeu todos os sinais de alerta do meu corpo, fazendo as borboletas saírem de trás do muro que eu tinha construído para protegê-las.
me beijou novamente, mas o beijo foi diferente. Ele não teve pressa, mergulhou a língua na minha boca e aprofundou o beijo com calma, como se tivéssemos todo tempo do mundo mesmo que o combinado subentendido no trato fosse uma noite.
Seu pênis pressionou a minha entrada e, lentamente, ele me penetrou até estar totalmente dentro de mim, me preenchendo de uma forma deliciosa. Arfei, precisando interromper o beijo em busca de ar.
continuou a se mover devagar, aproveitando para beijar meus seios enquanto eu recuperava o fôlego. Arrastei as unhas por seus braços, cravando em seus ombros como um ponto de foco para o doce desespero que estava me consumindo.
Gemi, arqueando o quadril para cima, buscando ainda mais contato, e os olhos de arderam ao encontrar os meus. Ele aumentou a intensidade das estocadas, me penetrando com mais força, só que sem pressa alguma. Seu peito roçava nos meus mamilos a cada estocada, causando uma fricção dolorosa de tão gostosa.
Enganchei as pernas ao redor do quadril dele, o puxando ainda mais contra mim. grunhiu, se apoiando nos cotovelos para não deixar o peso cair em cima de mim. A posição permitiu que ele atingisse um ponto ainda mais sensível e eu gritei, feliz que a boca dele abafasse o suficiente para que os vizinhos não me ouvissem.
- Puta merda – ele gemeu, se abaixando para envolver meu seio com a boca. segurou minhas mãos acima da minha cabeça, entrelaçando seus dedos nos meus, e me prendendo ainda mais contra o colchão. Meus seios ficaram ainda mais empinados com a posição, e lambeu, mordiscou e chupou até que eu estivesse quase chorando.
Minha boceta latejou ao redor dele e o formigamento familiar começou a se intensificar. sentou na cama, me puxando com ele. Seus braços me seguraram firme enquanto eu rebolava em seu colo, de frente para ele.
Nossas testas se encostaram, nossos lábios roçando e os gemidos se misturando junto com as respirações completamente ofegantes enquanto as estocadas me preenchiam completamente e o barulho das nossas peles se chocando ecoava junto com nossos gemidos.
- – ele ofegou, agarrando meu cabelo entre os dedos.
Vi o brilho no olhar dele no exato momento que perdeu o controle. Ele segurou minha bunda, me guiando nos movimentos e impulsionando o quadril com força contra o meu. Gemi ainda mais alto, me deixando ser consumida pelo momento e estremeci, jogando o pescoço para trás, sentindo meu orgasmo cada vez mais perto.
- Olha para mim – ele praticamente implorou, puxando meu cabelo o suficiente para que eu o encarasse. – Preciso te ver, .
Colei minha testa na dele novamente, olhando no fundo dos olhos escuros que iriam me perseguir pelo resto da minha vida. Aquela deliciosa onda de prazer varreu meu corpo e eu gemi o nome dele, me agarrando a como se minha vida dependesse disso.
- ... – arquejei, segurando a nuca dele com força.
Ele gemeu, impulsionando o quadril no meu uma última vez. Senti ele pulsar dentro de mim e estremecer sob meu toque.
me segurou com força pela cintura, mantendo nossos corpos colados enquanto os nossos orgasmos provocavam espasmos em nós dois.
Fechei os olhos, acalmando o coração desenfreado que batia no meu peito. Encostei a testa no ombro dele, abraçando suas costas suadas. suspirou contra meu pescoço, depositando um beijo suave na minha pele úmida.
Ficamos assim por alguns minutos, apenas esperando as nossas respirações voltarem ao normal. Em algum momento ele começou a traçar desenhos aleatórios nas minhas costas, quase de forma inconsciente.
Eu não queria deixá-lo ainda, não estava pronta para me despedir da sensação de estar em seus braços.
- ? – ele me chamou. Ergui o rosto para encará-lo. abriu um sorriso preguiçoso e afastou uma mexa suada que grudou na minha bochecha.
- Somos você e eu esta noite – murmurou, roçando o polegar na minha bochecha. – Você não é só mais uma garota em uma festa, não dá para fingir. Meu peito apertou mais um pouco.
- Somos você e eu esta noite – concordei.
abriu um sorriso pequeno e beijou minha testa antes de sair da cama para se livrar da camisinha.
Me enrosquei no canto da cama com o edredom grosso me cobrindo, sem saber o que fazer agora. Ir para o quarto de hóspedes? Pegar minhas coisas e fugir atrás de um Uber? Fingir que nada aconteceu?
- Eu posso ver as engrenagens do seu cérebro rodando, – riu, voltando para a cama.
Ele estava vestindo uma boxer e vinha trazendo uma camisa branca para mim. Abri um sorriso torto e imediatamente vesti a camisa para me sentir um pouco menos vulnerável, como se um tecido de algodão fosse servir de escudo.
- Eu não sei o que fazer – admiti, me sentindo um pouquinho patética. – Você prefere que eu vá para o quarto de hóspedes ou para casa? Tenho certeza que seu porteiro vai me ajudar a encontrar um bom táxi.
suspirou e puxou minha mão, me fazendo deitar na cama de frente para ele.
- Eu prefiro você aqui – disse, entrelaçando os dedos nos meus. – Eu quero você aqui.
Se eu achei que podia fingir que essa noite não significou nada mais que uma noite, eu estava completamente enganada. As borboletas no meu estômago alçaram voo no momento que me virou de costas para ele e envolveu o braço ao redor da minha cintura.
- A realidade fica para amanhã – ele murmurou.
E mesmo sabendo que a decisão mais sensata seria correr para longe, escolhi continuar fingindo que a manhã não chegaria.
Eu já tinha assistido How I Met Your Mother algumas milhares de vezes, mas nunca me identifiquei com essa frase. Porque geralmente, às duas da manhã, eu já estava dormindo. Hoje, no entanto, eu tinha saído com minhas amigas e depois de três drinks, eu estava naquele limbo entre estar sóbria e bêbada. Estava sóbria o suficiente para saber o que estava fazendo, mas bêbada o suficiente para ignorar as consequências do que eu estava fazendo. Eu não era do tipo de beber demais, nem nunca tive muitas chances de festejar demais antes de vir para a universidade. Eu nem era muito boa nisso, para ser sincera. Fui a adolescente sem jeito que teve o primeiro beijo aos dezesseis anos, evoluí para a jovem insegura que não conseguia manter uma conversa por mais de 10 minutos e, que quando conseguia, acabava fazendo um amigo e não um possível interesse amoroso.
Mas quando viajei para cursar universidade bem longe da minha família e onde ninguém me conhecia, eu decidi que era hora de me reinventar. Com muito trabalho, algumas vergonhas e um belo trabalho em grupo com Kylie, e Rebecca, eu estava me tornando cada dia mais confiante.
A confiança tinha ido por água abaixo após uma desilusão amorosa ter resultado em minha primeira experiência sexual sendo com um cara que mentiu para mim e fingiu ser uma pessoa totalmente diferente. Eu achei estar apaixonada e realmente estava me apaixonando, mas ele se revelou antes que fosse tarde demais e o arrependimento de ter dormido com ele veio antes mesmo de saber a verdade.
Mas eu estava me recuperando, estava acreditando novamente que eu conseguia, sim, ser mais como Kylie e Rebecca: Sexy, desinibida e flertar sem parecer um dicionário ambulante.
E a festa de hoje foi a prova de que eu estava evoluindo nesse quesito.
Eu tinha conseguido conversar com 3 caras diferentes, eu flertei, me diverti e apesar de todos serem incrivelmente lindos e estarem realmente interessados em mim, eu não consegui dar mais um passo. Me esquivei quando tentaram me beijar, passei meu número de telefone por pura educação e passei a festa inteira procurando uma pessoa específica que estava com minhas amigas observando meu progresso de longe.
Era irritante e confuso, especialmente porque eu sabia que conseguiria beijar outra pessoa. O problema não era beijar, mas querer beijar outra pessoa.
- Você está calada demais para quem passou o caminho inteiro cantando all too well e toda a playlist da Taylor Swift no Uber – me provocou, olhando para mim através do espelho do elevador.
- E o que você quer que eu cante agora? – perguntei. – Posso me arriscar na ópera. O que acha?
imediatamente fez uma careta.
- Não, por favor – ele fez questão de frisar o “por favor”. – Só estou muito acostumado com a tagarela, sua versão normal. Você estar quieta por 30 segundos é aterrorizante.
Eu adoraria retrucar, mas ele estava muito certo. Eu não sabia a hora de me calar e geralmente quando ficava quieta demais, minha mente estava barulhenta com coisas que eu não devia estar pensando.
- Só estou pensando na noite de hoje – dei de ombros, escolhendo a resposta segura. – Recapitulando.
As portas do elevador se abriram no vigésimo andar e acompanhei pelo corredor vazio enquanto as luzes automáticas se acendiam com nossa presença.
- E qual é a sua conclusão sobre a noite de hoje? – perguntou, parando diante da porta do apartamento dele.
Seus olhos procuraram os meus enquanto eu pensava na resposta para a pergunta. Era tão simples quanto complexa e apesar de eu nem ter bebido tanto hoje, meus pensamentos estavam embaralhados demais e a resposta provavelmente não era a que ele queria ouvir.
- Que eu estou melhorando em diversos quesitos – deixei escapas um suspiro. – Mas que tenho questões mal resolvidas que precisam de respostas. - Quais questões? – inquiriu.
Arqueei as sobrancelhas, surpresa pela pergunta.
não costumava cobrar por mais respostas do que as que eu estava disposta a dar, então em um cenário normal ele teria deixado passar com um simples “entendi”.
- Você precisa saber? – retruquei. Em um cenário normal eu também não teria dificuldade em admitir.
- Não – ele hesitou em responder. – Mas sim.
Acabei deixando um riso escapar com a resposta. Eu era a confusa, não ele.
- Não ou sim, Blackford? – impliquei.
Antes que ele respondesse, as luzes do corredor se apagaram e fomos deixados no escuro, o que me fez perceber que ainda estávamos esperando ele abrir a porta.
- Acho que essa é a nossa deixa para entrar – riu, e eu ri junto.
Dei uma corridinha até a luz mais próxima e ela voltou a acender com minha presença. aproveitou para abrir a porta e entramos no apartamento dele que estava igualmente escuro.
- Alexa, acenda as luzes – ele pediu.
- Tudo bem – Alexa respondeu.
Eu pretendia ter voltado para o alojamento da faculdade depois da festa, mas quando o Uber me olhou demais pelo retrovisor durante o caminho, cancelou a 2ª parada e falou que seria melhor que eu dormisse aqui, o que não parecia uma boa ideia depois de hoje. E uma ideia pior ainda quando eu decidi que precisava fazer o que meu instinto estava me falando para fazer.
- Então, vamos dormir ou você ainda quer ver filme? – perguntou.
Não respondi imediatamente, apenas esperei, no meio da sala como uma tonta, enquanto ele tirava a jaqueta. franziu o cenho, confuso por minha falta de resposta.
- Na verdade, preciso testar uma coisa – minhas mãos tremeram um pouco, mas minha voz soou firme. – Senta no sofá, por favor.
Ele pareceu curioso, mas não disse nada quando sentou no sofá. Minha ideia rapidamente pareceu uma grande estupidez, mas o meu coração acelerado não me deixou voltar atrás.
- Eu percebi hoje que não sei mais lidar com alguém realmente se interessando por mim – mordisquei o canto da boca, me esforçando para não rir. – O Denver fez um belo estrago, sabia? Ele fingiu muito bem que gostava de mim por quem eu era, mas ele mentiu em tudo. Ele foi a primeira pessoa que me fez sentir desejada, mas agora eu não consigo acreditar que alguém possa realmente sentir isso por mim.
O olhar de suavizou instantaneamente, meu estômago revirou com a possibilidade de ele estar sentindo pena de mim.
- E eu sei que eu sou linda. Sei que é o que você vai me dizer. Isso pode ter soado completamente convencido, mas eu tenho uma beleza considerada padrão, meu cabelo é brilhoso e macio, e apesar de eu não ter tanto peito, eu tenho um corpo bonito. Eu sei que sou agradável aos olhos masculinos, sei que sou atraente. Mas eu sou desejável?
Minhas bochechas queimaram como se eu tivesse encostado uma panela quente em cada uma delas, mas ignorei o calor que se espalhou pelo meu corpo e mantive o olhar no de , que agora parecia estupefato pela pergunta. Eu não conseguia chocá-lo muitas vezes, então gostei muita de ter causado essa reação.
- É uma pergunta simples, – suspirei, apertando as mãos contra minhas coxas. – Me conhecendo como você conhece... Ou simplesmente ignorando que eu sou sua amiga. Você me deseja?
- ... – ele começou, mas eu balancei a cabeça, pedindo para ele não continuar.
- Essa é uma das questões que rondou a minha mente hoje – acrescentei. – E um dos motivos pelos quais eu não quis beijar nenhum daqueles caras na festa.
Respirei fundo, não me sentindo mais tão segura para confessar o que estava prestes a sair da minha boca.
- Eu preciso saber se você me deseja, – sussurrei. – Porque eu preciso me sentir desejada hoje e precisa ser por você.
Admitir isso era um passo gigantesco para mim mesma, ainda mais em voz alta e para ele. Mas se eu estivesse sendo sincera, desde o início, era ele quem eu queria. Denver foi meu estepe, a pessoa que eu usei para me enganar e negar o que eu realmente sentia e por quem eu realmente sentia.
Mas depois de me enganar diversas vezes, eu estava cansada de negar o que eu realmente queria. E apesar de estar dando um tiro no escuro aqui, arriscando não só o meu orgulho, mas principalmente nossa amizade, eu precisava tentar.
O silêncio pairou entre nós carregado de tensão e eu me senti extremamente exposta com seu olhar no meu. Ele não desviou, nem piscou, apenas manteve aqueles olhos escuros me escrutinando como se ele estivesse tentando me entender. Meu estômago revirou de ansiedade e minha coragem caiu alguns pontos com a demora na resposta.
Era simples. Sim ou não. Não devia demorar tanto e se estava demorando, ele com certeza estava tentando pensar na maneira mais gentil de me dizer que não sente desejo por mim.
- Quer saber de uma coisa? Esquece – mordi o lábio inferior, já me virando para correr até a porta do apartamento. – Eu claramente bebi demais!
Desculpa por ter falado tanta besteira, você sabe como eu fico quando bebo, não é? Ai, ai, a Kylie bem que me avisou para pegar leve na cerveja, mas eu achei mesmo que estava bem o suficiente para aguentar a terceira long neck... Eu vou embora, quero meu pijama.
Comecei a falar desesperadamente, como já fazia quando estava nervosa.
- Vou chamar o Uber e antes de entrar aviso que já precisei fazer cirurgia de fígado e digo que tenho uma tatuagem caso ele queira me sequestrar para tráfico humano. Sabia que traficantes não costumam levar pessoas com tatuagem? É porque são mais fáceis de reconhecer e em algumas culturas a tatuagem não é bem vista. Enfim, boa noite. Obrigada pela carona, desculpa por ter sido tão inconveniente.
Mas antes que minha mão alcançasse a maçaneta, espalmou a mão na porta para me impedir de sair. Tomei um susto com a rapidez que ele se prostou na minha frente e meu olhar provavelmente denunciou a surpresa porque abriu um sorriso torto.
- Alguém já te disse que você fala demais quando está nervosa? – ele riu.
- Você disse – murmurei.
- E é bonitinho na maior parte das vezes, mas não quando eu estou tentando formular uma resposta para uma pergunta daquelas – acrescentou, dando um passo mais para perto de mim.
Precisei recuar um passo, ficando de costas para a porta e cara a cara com . Sua mão bem ao lado da minha cabeça não ajudava a amenizar o nervoso que estava me remoendo e muito menos a proximidade entre nós.
- Não é uma pergunta difícil – me defendi. – É sim ou não.
O sorriso torto fez com que uma covinha afundasse sua bochecha esquerda.
- Não é uma pergunta fácil também, – ele retrucou. – Porque é você.
- E o que muda? – perguntei.
- O que muda é que tudo que eu vim ignorando há meses vai se tornar real – umedeceu os lábios. – E eu não vou mais poder fingir que não te vejo como você realmente é, .
Com mais um passo para frente, as pontas dos pés dele encostaram nos meus. Ergui o queixo para encará-lo melhor e quase pude ver a luta por trás de seus olhos.
- Porque nem você se vê como realmente é – ele continuou. – Porque você é muito mais do que se enxerga. Você nem nota como você monopoliza a atenção de uma festa inteira com sua risada, nem que sua inocência é fascinante. Nem que sua boca fica muito tentadora quando você a morde quando está nervosa, exatamente como está fazendo agora... Não faz ideia do poder que você tem sobre mim e do que desperta em mim mesmo quando eu finjo que não sinto.
Baixei meu olhar para a minha boca, só assim notando que eu estava mordendo meu lábio. soltou um riso rouco e com o polegar da mão esquerda, escovou meus lábios, puxando o suficiente para desprender dos meus dentes. O ar ficou preso nos meus pulmões não só com o que ele tinha acabado de falar, mas porque ele era uma figura intimidante estando tão perto.
- Então a resposta simples é sim. Eu te desejo, – murmurou, deslizando o polegar até meu queixo. – Mas essa também é a resposta complicada.
Meu coração errou uma batida, mas apesar dos batimentos acelerados e dos pensamentos caóticos que me faziam não conseguir pensar direito, pela primeira vez na vida eu não estava pensando demais.
- Não precisa ser complicado – sussurrei, deixando a adrenalina tomar conta de mim. – Eu não preciso ser eu e você não precisa ser você.
Ele arqueou as sobrancelhas, esperando que eu continuasse.
- Eu posso ser alguém que você conheceu na festa, e você pode ser apenas um cara que eu conheci na festa – expliquei. – Não , não .
Ele respirou fundo e dessa vez eu tive certeza que ele estava em uma luta interna sobre isso ser sensato. era legal demais para dormir comigo sabendo que eu não sou do tipo que tem transas casuais.
- Se fizermos isso, vai significar coisas diferentes para nós dois, – ele me alertou.
E eu sabia disso, mas estava disposta a arriscar.
Ele podia até se sentir atraído por mim, mas eu não fazia seu tipo. Só que eu o queria há tempo demais e mesmo que por uma noite, eu precisava tê-lo, saber exatamente o que eu nunca teria novamente.
Se fosse para ser atormentada por sonhos impossíveis com meu amigo, eu podia muito bem saber de verdade o que eu estava perdendo.
- Não vai – retruquei, decidida. – Porque eu não sou a hoje.
Espalmei as mãos em seu peito e o empurrei de leve só para ver se ele iria resistir. não falou nada, mas deixou que eu o empurrasse até o sofá. Ele sentou e eu recuei alguns passos até o centro da sala.
- Alexa, toque a musica Ruin The Friendship de Demi Lovato – pedi. - Tocando Ruin The Friendship de Demi Lovato no Spotify – Alexa respondeu.
Em poucos segundos a música começou a tocar e eu deixei que a adrenalina que me fez chegar até aqui, me dominasse por completo. Virei de costas para ele e meus dedos estavam tremendo quando dei um passo para trás e me desfiz de um salto, depois do outro.
Olhei para trás por cima do ombro, subindo lentamente as minhas mãos por meu corpo, deixando um rastro de arrepios pela minha pele até alcançar a jaqueta, que eu também joguei para trás junto com os saltos.
Eu estava com medo de virar para ele e encontrar arrependimento em seu olhar, mas quando finalmente fiquei de frente para ele, seus olhos estavam vidrados em mim. Alcancei o zíper do vestido para juntá-lo a pilha de roupas, mas antes que eu pudesse tirá-lo, falou.
- Ainda não – ele pediu. – Vem até aqui, por favor.
Senti a fagulha dentro de mim se tornar um incêndio com o pedido, mas minhas mãos abandoaram o zíper e minhas pernas me guiaram até perto dele. Não desgrudei o olhar do dele no caminho, nem ele quebrou o contato. Parei bem em sua frente, entre suas pernas. Encará-lo de cima me dava uma falsa sensação de poder e controle, mesmo que eu nunca estivesse mais perto de perder o controle como estava agora.
- Você não faz ideia do poder que tem, não é? – balançou a cabeça como se ele mesmo estivesse atordoado.
Meus lábios se ergueram em um meio sorriso.
- Mas isso é uma coisa boa, não é? – perguntei.
não respondeu, mas o meio sorriso dele me confirmou que, sim, era uma coisa boa. Ele se inclinou para perto de mim, ficando com o rosto na altura da minha barriga. Um arquejo escapou de mim quando suas mãos envolveram meus tornozelos. Era um toque suave, que em outras circunstâncias podiam ser fraternal, mas não agora.
Seus dedos se arrastaram lentamente, me provocando, me testando, até que suas mãos pararam bem atrás dos meus joelhos e sem aviso algum, me puxou para seu colo, montada nele. Apoiei as mãos em cada ombro dele para me acomodar em seu colo, uma perna em cada lado do quadril e a saia do meu vestido subiu junto, ficando bem mais curta do que já era.
Uma de suas mãos foi até minha cintura, me segurando firme, me puxando contra ele enquanto a outra subiu até meu braço e meu olhar acompanhou o movimento até que seus dedos enroscaram nas mechas bagunçadas do meu cabelo.
Voltei a encarar os olhos escuros dele, me dando conta agora do quão próximo estávamos e de quão íntimo isso era. Se a luz fosse mais forte, eu conseguiria ver a mescla de pontinhos escuros e claros na íris de , formando uma pequena constelação em seus olhos.
Entreabri os lábios, deixando um suspiro escapar quando aproximou a boca da minha e beijou meu queixo. Minha cabeça zuniu, mas meu sangue ferveu de um jeito que eu nunca tinha experimentado antes. Essa seria a hora do “fale agora ou cale-se para sempre”, para salvar nossa amizade de cruzar um limite que não dava para voltar atrás, mas nenhum de nós falou.
Sua boca roçou na minha suavemente, seus olhos ainda fixos nos meus. Apertei os ombros de , afundando um pouco mais os joelhos no sofá para me aproximar ainda mais dele. O aperto na minha cintura se tornou quase doloroso quando movi meu quadril contra o dele, mas era um lembrete bem-vindo de que eu estava provocando isso. Movi meu quadril em movimentos circulares, pressionando tanto quanto dava a minha virilha na dele, mas o ar ficou preso nos meus pulmões quando senti o volume duro contra o jeans dele roçar diretamente na minha calcinha fina, uma das que ele mesmo havia me feito comprar alguns dias antes.
grunhiu, impulsionando o quadril contra o meu ao mesmo tempo que rebolei mais uma vez. Minha boceta pulsou e um gemido fraco me escapou sem que eu pudesse pensar em conter, mas o som pareceu apenas atiçá-lo.
Segurei o rosto dele entre as mãos e o ergui apenas o suficiente para que ficasse na minha altura. Pisquei lentamente, absorvendo cada centímetro daquela visão. Dos olhos escuros de desejo, dos lábios entreabertos e da respiração descompassada que acompanhava o ritmo da minha. Ele me tinha por completo e nem se quer havia me beijado ainda.
- Você está repensando? – perguntou, envolvendo minha nuca com sua mão.
Neguei com a cabeça.
- Não – respondi. – Você está?
- Porra, de jeito nenhum.
A boca dele se chocou contra a minha com força, mas me beijou com suavidade. De todas as vezes que eu imaginei esse momento, nenhum chegou perto de descrever o quão certo parecia.
Enfiei uma das mãos no cabelo dele, entrelaçando as mechas nos meus dedos e puxando de leve o cabelo bagunçado e macio. Tentei não gostar demais de como pareceu tão certo beijá-lo, nem de como nossos lábios se encaixaram como deviam. Mordi de leve o lábio inferior dele, apoiando uma mão no seu peito, sentindo o coração dele acelerado contra minha palma.
O sangue corria quente, pulsante nas minhas veias e apesar de entender que tudo acontecendo entre nós era tudo controlado por processo neuroquímico que bagunçava os hormônios, eu não podia me importar menos porque o desejo corria como fogo líquido nas minhas veias.
Eu sabia que desejo era um processo bioquímico, conhecia as fases, os neurotransmissores e os sintomas.
Eu sabia que a acetilcolina tinha sido liberada durante a troca de olhares. A noradrelina chegou depois, quando eu sentei no colo dele e senti na pele os efeitos que a acetilcolina provocaram em quando rebolei em seu colo. Dopamina era o que estava me causando euforia, aumentando a vontade de fazer mais que isso.
O efeito da adrenalina era bem perceptível nos meus batimentos acelerados, nos arrepios que o toque dele causavam pelo meu corpo. Esses eram os neurotransmissores responsáveis pelo tesão, a dor incomoda no meio das minhas pernas e a total falta de bom senso que tinha me inundado no momento que passei por a porta deste apartamento.
Entender a bioquímica da coisa permitia que o resquício de autocontrole permanecesse no meu corpo, mas eu sabia que não seria por muito tempo. arfou e prendeu meu lábio inferior entre seus dentes, sorrindo para mim como um verdadeiro predador.
- Você não sabe o quanto eu já quis fazer isso – ofegou contra a minha boca. – Mas eu vou te mostrar o quanto.
escorregou uma mão até minha coxa e meu corpo inteiro respondeu ao toque. Abri mais as pernas, me erguendo o suficiente para que ele tivesse mais acesso. Seus dedos escorregaram mais para dentro da minha coxa, erguendo o vestido junto. Prendi o ar quando o senti contra a minha calcinha, amenizando um pouquinho do latejar.
- Eu posso te tocar? – a pergunta saiu rouca.
Ele desenhou círculos preguiçosos no interior da minha coxa, enquanto seus lábios se ocuparam em beijar meu pescoço. Por um momento muito breve eu fiquei tonta demais para responder, perdida demais nas sensações que aquilo estava me provocando.
- Por favor – praticamente implorei.
Imediatamente me segurou firme e levantou, me fazendo envolver as pernas ao redor dele. Em 3 passos chegamos até o quarto dele, mas ao invés de me colocar na cama, paramos de frente para ela. Minhas pernas não pareciam muito firmes quando ele me colocou no chão, mas me mantive firme.
- Vira de costas, por favor – ele pediu.
Fiz o que ele pediu e dei as costas, sentindo meu estômago revirar com antecipação. afastou meu cabelo para um lado só, liberando minhas costas. Sua boca pressionou meu pescoço no momento que seus dedos trabalharam para descer o zíper do vestido. Centímetro por centímetro, o zíper abriu enquanto a boca dele me torturava, sugando e mordiscando minha pele.
Gemi, pressionando minha bunda para trás quase institivamente. ofegou, se apressando em tirar o vestido. Ele enrolou os dedos nas alças finas do vestido e o puxou para baixo com delicadeza, revelando centímetro por centímetro de pele. Agora, a única peça que me cobria era a calcinha fina que também não escondia muita coisa. Eu devia me sentir exposta, mas ele sempre foi uma das pessoas que mais me passava segurança, então não me senti vulnerável sob seu olhar. E quando o vestido caiu aos meus pés, eu só quis ainda mais.
me puxou de frente para ele novamente e antes que ele pudesse me beijar, segurei a barra da camisa dele e fiz questão de me livrar dela também. Seu olhar caiu no meu corpo, provocando outra onda de excitação que tornou ainda mais gritante a necessidade por mais.
Ele me beijou com mais força dessa vez, seu peito nu pressionando meus seios da forma mais deliciosa. Meus dedos trêmulos encontraram o zíper da calça e gemeu quando desci empurrei o jeans para baixo, mas a calça acabou presa nos tênis e ele xingou baixinho, me fazendo rir.
- Eu vou queimar esses tênis – ele resmungou, se livrando de tudo o mais rápido possível.
Mas assim que os sapatos saíram e o jeans se juntou ao meu vestido, eu consegui apreciar o momento. fazia parte do time de natação da universidade, então eu já tinha o visto assim muitas vezes nas competições, mas tinha uma grande diferença vê-lo de longe e de finalmente conseguir tocá-lo.
Meus dedos traçaram a pele dele, desde os ombros largos até os bíceps fortes e o abdômen definido. Ele era como uma escultura idealizada por um artista metódico, perfeitamente moldado. A respiração de acelerou quando cheguei no V do quadril e enganchei o indicador no elástico da boxer.
Eu não era a pessoa mais experiente do mundo, mas continuei o que eu queria fazer e abaixei a boxer dele também. A peça caiu em seus pés e deu um passo para frente para se livrar dela, colando o corpo ao meu. Não quebrei o contato visual quando envolvi minha mão em seu pênis.
Ele estava duro e pulsante contra meu toque, e eu fui inundada com um prazer que ia além do físico só por saber que eu tinha causado aquilo. deixou um gemido escapar quando comecei a movimentar minha mão em um vai e vem lento, apertando só o suficiente para provocá-lo.
Massageei todo seu pênis, me concentrando um pouco mais na cabeça que eu sabia que era a parte mais sensível. Seus olhos ainda estavam fixos nos meus e me beijou novamente, abafando seus gemidos contra minha boca.
Minha boceta estava latejando, tão dolorida que eu precisei lutar contra a vontade de esfregar minhas coxas para amenizar. me empurrou em direção a cama até que meus joelhos encontraram resistência no colchão.
- Por mais que você me tocando seja o paraíso na terra, eu tenho outros planos em mente.
segurou meus pulsos e me empurrou na cama até que eu estivesse de costas, totalmente exposta. Ele parou acima de mim, com um joelho entre as minhas pernas e me olhou centímetro por centímetro como se, assim como eu, estivesse absorvendo cada detalhe.
Era incrível como um olhar podia provocar tantas emoções diferentes em mim, mas meu corpo estava sobrecarregado com a carga de sentimentos que tinham tomado conta de mim.
- Você é maravilhosa – ele murmurou, piscando lentamente. – É a coisa mais linda que eu já vi.
Meu coração acelerou com as palavras, mas me forcei a lembrar do que ele tinha dito antes. Isso vai significar coisas diferentes para nós dois.
- Eu preciso de você – sussurrei.
Ele não hesitou. Sua boca se chocou contra a minha em um beijo ainda mais faminto que os outros. As mãos dele escorregaram por meu corpo, explorando tudo. Arqueei as costas contra seu toque e o polegar roçou no meu mamilo antes que ele fechasse a mão ao redor do meu seio e o apertasse suavemente. Mas não parou por aí. Ele continuou me beijando no queixo, desceu até o pescoço e deixou uma trilha de chupões até meus seios. Eu esqueci o que era respirar no exato momento que sua boca fechou ao redor de um dos meus seios. Grunhi, ofegante e desesperada por mais.
chupou o mamilo entre os lábios, me olhando enquanto fazia isso. Mordi o lábio para reprimir mais um gemido, o que se mostrou completamente ineficiente no momento que a mão dele ultrapassou a barreira da calcinha e mergulhou bem onde eu queria.
Gritei, sem pudor algum, quando seu polegar circulou meu clitóris. Eu estava tão molhada que era vergonhoso, mas gemeu de aprovação quando seus dedos deslizaram com facilidade por minha boceta.
- Erga o quadril, – sua voz grave pediu. caiu de joelhos entre as minhas coxas e eu ergui o quadril o suficiente para ele escorregar minha calcinha por minhas pernas. O último resquício de sanidade foi embora assim que ele beijou o interior da minha coxa e o último resquício de dúvidas se foi no momento que a boca dele fechou ao redor do clitóris.
Me contorci, mas segurou meu quadril contra a cama e deslizou a língua por minha boceta, tão devagar que era uma tortura. Cravei as unhas no colchão, deixando o prazer tomar conta de cada partícula do meu ser. E ele continuou a me provocar, sabendo exatamente o que estava fazendo.
Nada nunca tinha chegado perto do que eu estava sentindo no momento. Nada foi tão bom.
E quando a língua dele circulou meu clitóris mais uma vez, meu corpo estremeceu de prazer e o nome dele ficou na ponta da minha língua em um grito silencioso enquanto o orgasmo me consumia. Quando me acalmei o suficiente para voltar a respirar, abri os olhos só para encontrar pairando sobre mim.
Ele encostou a testa na minha, beijando minha boca tão suavemente que parecia um pedaço de algodão doce dissolvendo na minha língua.
- Você tem certeza que quer isso? – ele perguntou.
A essa altura, eu não tinha certeza de quase nada. No entanto, nunca tive tanta certeza de querer algo, como sabia que queria isto.
- Eu quero isso – afirmei, mais firme do que eu realmente me sentia. – Quero você.
Preciso de você, quase acrescentei.
se inclinou até a mesa de cabeceira e tirou uma camisinha. Minha respiração voltou a acelerar no momento em que ele voltou para cima de mim, mas não era por medo, muito menos incerteza. Ele tocou minha bochecha, contornando meu queixo com delicadeza até seus dedos roçarem na minha boca. O jeito que ele me olhou acendeu todos os sinais de alerta do meu corpo, fazendo as borboletas saírem de trás do muro que eu tinha construído para protegê-las.
me beijou novamente, mas o beijo foi diferente. Ele não teve pressa, mergulhou a língua na minha boca e aprofundou o beijo com calma, como se tivéssemos todo tempo do mundo mesmo que o combinado subentendido no trato fosse uma noite.
Seu pênis pressionou a minha entrada e, lentamente, ele me penetrou até estar totalmente dentro de mim, me preenchendo de uma forma deliciosa. Arfei, precisando interromper o beijo em busca de ar.
continuou a se mover devagar, aproveitando para beijar meus seios enquanto eu recuperava o fôlego. Arrastei as unhas por seus braços, cravando em seus ombros como um ponto de foco para o doce desespero que estava me consumindo.
Gemi, arqueando o quadril para cima, buscando ainda mais contato, e os olhos de arderam ao encontrar os meus. Ele aumentou a intensidade das estocadas, me penetrando com mais força, só que sem pressa alguma. Seu peito roçava nos meus mamilos a cada estocada, causando uma fricção dolorosa de tão gostosa.
Enganchei as pernas ao redor do quadril dele, o puxando ainda mais contra mim. grunhiu, se apoiando nos cotovelos para não deixar o peso cair em cima de mim. A posição permitiu que ele atingisse um ponto ainda mais sensível e eu gritei, feliz que a boca dele abafasse o suficiente para que os vizinhos não me ouvissem.
- Puta merda – ele gemeu, se abaixando para envolver meu seio com a boca. segurou minhas mãos acima da minha cabeça, entrelaçando seus dedos nos meus, e me prendendo ainda mais contra o colchão. Meus seios ficaram ainda mais empinados com a posição, e lambeu, mordiscou e chupou até que eu estivesse quase chorando.
Minha boceta latejou ao redor dele e o formigamento familiar começou a se intensificar. sentou na cama, me puxando com ele. Seus braços me seguraram firme enquanto eu rebolava em seu colo, de frente para ele.
Nossas testas se encostaram, nossos lábios roçando e os gemidos se misturando junto com as respirações completamente ofegantes enquanto as estocadas me preenchiam completamente e o barulho das nossas peles se chocando ecoava junto com nossos gemidos.
- – ele ofegou, agarrando meu cabelo entre os dedos.
Vi o brilho no olhar dele no exato momento que perdeu o controle. Ele segurou minha bunda, me guiando nos movimentos e impulsionando o quadril com força contra o meu. Gemi ainda mais alto, me deixando ser consumida pelo momento e estremeci, jogando o pescoço para trás, sentindo meu orgasmo cada vez mais perto.
- Olha para mim – ele praticamente implorou, puxando meu cabelo o suficiente para que eu o encarasse. – Preciso te ver, .
Colei minha testa na dele novamente, olhando no fundo dos olhos escuros que iriam me perseguir pelo resto da minha vida. Aquela deliciosa onda de prazer varreu meu corpo e eu gemi o nome dele, me agarrando a como se minha vida dependesse disso.
- ... – arquejei, segurando a nuca dele com força.
Ele gemeu, impulsionando o quadril no meu uma última vez. Senti ele pulsar dentro de mim e estremecer sob meu toque.
me segurou com força pela cintura, mantendo nossos corpos colados enquanto os nossos orgasmos provocavam espasmos em nós dois.
Fechei os olhos, acalmando o coração desenfreado que batia no meu peito. Encostei a testa no ombro dele, abraçando suas costas suadas. suspirou contra meu pescoço, depositando um beijo suave na minha pele úmida.
Ficamos assim por alguns minutos, apenas esperando as nossas respirações voltarem ao normal. Em algum momento ele começou a traçar desenhos aleatórios nas minhas costas, quase de forma inconsciente.
Eu não queria deixá-lo ainda, não estava pronta para me despedir da sensação de estar em seus braços.
- ? – ele me chamou. Ergui o rosto para encará-lo. abriu um sorriso preguiçoso e afastou uma mexa suada que grudou na minha bochecha.
- Somos você e eu esta noite – murmurou, roçando o polegar na minha bochecha. – Você não é só mais uma garota em uma festa, não dá para fingir. Meu peito apertou mais um pouco.
- Somos você e eu esta noite – concordei.
abriu um sorriso pequeno e beijou minha testa antes de sair da cama para se livrar da camisinha.
Me enrosquei no canto da cama com o edredom grosso me cobrindo, sem saber o que fazer agora. Ir para o quarto de hóspedes? Pegar minhas coisas e fugir atrás de um Uber? Fingir que nada aconteceu?
- Eu posso ver as engrenagens do seu cérebro rodando, – riu, voltando para a cama.
Ele estava vestindo uma boxer e vinha trazendo uma camisa branca para mim. Abri um sorriso torto e imediatamente vesti a camisa para me sentir um pouco menos vulnerável, como se um tecido de algodão fosse servir de escudo.
- Eu não sei o que fazer – admiti, me sentindo um pouquinho patética. – Você prefere que eu vá para o quarto de hóspedes ou para casa? Tenho certeza que seu porteiro vai me ajudar a encontrar um bom táxi.
suspirou e puxou minha mão, me fazendo deitar na cama de frente para ele.
- Eu prefiro você aqui – disse, entrelaçando os dedos nos meus. – Eu quero você aqui.
Se eu achei que podia fingir que essa noite não significou nada mais que uma noite, eu estava completamente enganada. As borboletas no meu estômago alçaram voo no momento que me virou de costas para ele e envolveu o braço ao redor da minha cintura.
- A realidade fica para amanhã – ele murmurou.
E mesmo sabendo que a decisão mais sensata seria correr para longe, escolhi continuar fingindo que a manhã não chegaria.
Fim.
Nota da autora: Terminei essa história às 23:02 do último dia do prazo porque, como a boa procrastinadora que sou, só consegui a inspiração e coragem para terminar de escrever na base da pressão. Mas espero que tenham gostado da história tanto quanto eu. A fic é inspirada em um (não) casal que eu amo, então aproveitei para dar a eles pelo menos um momento. Digam o que acharam! Beijos.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.