Capítulo 1
Tá, tá, professor, eu já sei disso – Quem não sabe? -. Que aula chata! Alguém me tira daqui?
Olho para o relógio, rabisco o caderno e olho para trás... Para que está anotando algumas coisas. Ele está com a jaqueta do time em que joga, com o cabelo levemente bagunçado... Como sempre, muito lindo.
- Eu acho que minha aula é muito chata para alguns de vocês, não é mesmo, senhorita ?
Ops.
- Desculpa, Sr. Smith. – Será que ele me fez alguma pergunta?
- Sim, senhorita , eu te fiz uma pergunta, – não acredito que eu pensei alto, parabéns , idiota. - Poderia responder, por favor?
- Claro, professor...
- Estou esperando. – Disse ele, claramente impaciente.
- Qual... Era a pergunta? – Dei um sorriso discreto, enquanto ele revira os olhos, mais impaciente ainda e faz a pergunta de novo.
- Por que Julieta bebeu a poção?
- Ah sim! Ela bebeu a poção porque assim ela não iria se casar com Conde Paris e poderia ficar com seu amor, Romeu.
- Ótimo. Agora, eu... - Não continuei prestando atenção na aula. Olho para trás novamente e vejo olhando para mim com um sorrisinho de lado e a sobrancelha arqueada, mostrando-me que sabia que eu estava olhando ele antes da bronca do Sr. Smith.
Filho da p.
OK, agora ficou bem embaraçoso. E eu, provavelmente, estou com todos os tons de vermelho na cara.
Finalmente a aula acabou e eu só queria sair correndo dali para ele não falar comigo.
O que não aconteceu... surgiu na minha frente com aquele sorriso ridículo de lindo.
- Ei, você estava totalmente viajando na aula de Literatura, hein!? Estava se imaginando onde? - Ele disse rindo e com aquele tom de voz de que sabia que eu estava encarando-o.
"Estava imaginando sua boca na minha e.... Tá bom, ! Pare antes que você pense alto de novo. E responde ele logo que ele tá te encarando."
- Ahm... Estava pensando em um poema que estou escrevendo e me distraí. – Sorri sem graça e, provavelmente, vermelha, de novo.
- Melhor prestar atenção da próxima vez, senão irá para a detenção. E quando terminar esse poema é para me mostrar, ok? Eu adoraria ler o que você escreve. – dá uma piscadinha ao final da frase.
EU NÃO AGUENTO ESSE CARA, ELE QUER ME MATAR!
- Pode deixar, mostro sim. Ahm... Eu... Tenho que ir, tá? – Melhor ir rápido antes que a rainha do desastre aqui fale ou faça algo. Fui dar um tchauzinho com a mão e deixei meus livros caírem, não disse que algo assim poderia acontecer? Prazer, o desastre em pessoa, mas costumam me chamar de .
- Opa. Deixa eu pegar isso. – Ele ri discretamente e pega meus livros.
- Obrigada. É... Você vai jogar na sexta, certo?
- Sim, sim. Os Black Knights são bons pra caramba, vai ser um jogo difícil, mas temos chances.
- Então, eu acho que devo ir para dar boa sorte pra você, hein? – Disse, fazendo um pouco de graça.
- É para aparecer mesmo, se você não ir e a gente perder, a culpa é toda sua.
- Eu não vou deixar de ir, relaxa. – Disse rindo. – E aí... Como vai com a Melanie? Não tenho visto vocês dois juntos ultimamente.
Ele ficou um pouco sem graça, bagunçou o cabelo e disse:
- Bom... Terminamos semana passada.
O quê? Chocada.
- Nossa, ! Que pena. – Falsa. – Por que terminaram?
- A gente queria coisas diferentes. Estou procurando alguém não tão... rude e controladora.
- Entendi... Faça o que faz você feliz. É o que importa.
- Esse é o plano. – Ele sorriu e olhou nos meus olhos. Gente, como faz para respirar? – Você vai estar monitorando semana que vem? Estou precisando da sua ajuda num exercício.
- Sim, sim. Vou estar lá às 15h. Chegue um pouco antes pra eu te ajudar mais cedo, porque enche de gente querendo monitoria.
- Não preocupa, eu vou ser o primeiro.
- Bom, eu tô indo lá na lanchonete, quer vir?
- Queria, mas marquei de encontrar os caras para treinar. Pode ser depois?
- Claro! Até mais, .
Conheço desde quando nós éramos crianças, morava na casa em frente a que ele morava, e à medida que crescemos, nós fomos nos separando e conversando menos. Ele começou a jogar futebol e ficar popular e eu prefiro ficar com meus livros e escrever em algum canto. Sempre fui apaixonada por ele, e eu acho que ele nem imagina isso. Também, ele sempre com namoradas maravilhosas e eu sempre... Sozinha. Pois é, nunca tive um relacionamento sério. E minha meta esse ano além de me sair bem aqui, é ter meu primeiro namoro sério. Não é tão difícil, né?
Capítulo 2
Ai, tomara que não seja minha mãe, ela ficou super protetora depois que passei a morar aqui no campus.
: “? Diz que ‘tá vindo pra lanchonete agora! ‘Tô morrendo de fome e a Zoe tá aqui... ME SALVA, POR FAVOR!”
Começo a rir e respondo.
"HAHAHA...! Já ‘tô indo, calma! Ah, compra um sanduíche pra mim e me encontra do lado de fora. Você me deve essa tá?”
: “‘Tá, ‘tá... Sem problemas! VEM RÁPIDO! Ela tá falando do gato dela de novo.”
Conheci numa cafeteria tempos atrás. Parei lá para tomar algo e estudar longe da minha melhor amiga louca e colega de quarto, . Naquele dia, era open mic e ele estava apresentando, cantando uma música romântica e quando ouvi a voz dele, não pude não olhar pro palco. E, que fique entre nós, imaginei que ele estava cantando isso para mim. Não estava nem um pouco preparada quando estava indo embora de lá e nos trombamos. Ele puxou assunto, não preciso nem dizer que eu morri de vergonha, né? Nós ficamos amigos desde então, mas, cara... Eu queria que fosse mais.
Chegou na entrada da lanchonete e vejo um impaciente, segurando os lanches.
Ele veio até mim e entregou meu lanche.
- Demorou demais ! Estava quase escutando o que o Senhor Wisker aprontou pela terceira vez na semana. – Soltei uma gargalhada.
- E como você saiu de lá?
- Disse que tinha esquecido de levar lanche para você que estava estudando na biblioteca. Acho que a gente pode manter assim, quando eu quiser sair de perto da Zoe falo que você precisa de mim.
- Ah, não! Não começa me usando como suas desculpinhas não, . Se não vai virar uma bagunça e o senhor sabe disso. Não pode fazer isso poxa, você é o crush dela, ela só quer ficar perto de você.
- Bom, é isso que acontece quando as garotas me conhecem. – Ele disse cheio de graça – Só tem uma que mal fica comigo no dia...
Coro e começo a andar rumo a biblioteca. Bom, fazer o quê? Sou tímida. Se ele soubesse...
- Mal fica comigo no dia, então o mínimo que posso fazer é usá-la como “desculpinha”. - Continua fazendo isso pra você ver.... Você não teria ninguém para falar o quão sua música é ruim, se não fosse por mim. – Sim, parti para a provocação. Apelo mesmo.
- Fatality! Isso doeu. Não precisava disso tudo. – Ele começou a fingir que estava com dor.
- Idiota. – Mostro a língua pra ele. É por isso que ele é só seu amigo sua louca, olha a maturidade.
- Mas fazer o que, né? Não preciso disso, ‘tá? Tem inúmeras outras garotas que amam minha música.
- Isso não é verdade! Elas estão encantadas porque você é bonito, não pela sua música. Você poderia cantar canções de ninar que nem iam ligar. – Quem estou enganando, eu faria parte disso.
- Então, quer dizer que eu sou bonito, huh? – arqueou a sobrancelha e deu um sorriso malicioso.
- Fica quieto e só agradece, ! Isso fará você ser um músico melhor, um dia.
- Não! O que me fará melhorar é ter uma ótima pessoa que escreva as músicas pra mim. Se ao menos eu soubesse quem poderia ser....
Ele dá uma piscadinha pra mim. Eu reviro os olhos.
- Minha proposta ainda ‘tá de pé. Nós podemos escrever juntos, trabalhar juntos. Mas, não vou fazer isso sozinha pra você.
- Então, acho que minha música vai ser ruim até você se cansar disso e aceitar essa maravilhosa oferta de trabalho que tenho pra ti.
- Vai sonhando. Bom, você terminou a música que vai apresentar no open mic daqui duas semanas?
- Acho que você vai ter que descobrir, huh? Bom, tenho que ir pra aula agora. Você vai à cafeteria hoje à noite?
- Tenho que estudar pra uma prova que tenho amanhã, então dessa vez não vai dar para ir.
- Ah sim, boa sorte amanhã. A gente se vê. – Nos abraçamos e ele vai embora.
Sento em um canto para comer meu lanche e começo a pensar em algumas coisas sobre o que venho percebendo.
Tenho a leve impressão de que ele está evitando escrever comigo... Será que ele não gosta da minha escrita? Sinceramente, não sei de mais nada.
Um outro fato sobre mim: sempre que falo algo ruim, me arrependo. E estou arrependida de ter falado que as músicas do são ruins. Tudo bem que falei brincando. Tudo bem que ele entendeu que estava brincando (ao menos, espero que sim). Mas, mesmo assim.... A música dele é muito boa e tenho que parar de falar que ela é ruim, e elogiar ele. Pego meu celular e mando para ele “eu menti, sua música é muito boa.”. Logo, recebo a resposta “eu sei”. Sorrio.
Babaca! Agora, estou arrependida de mandar isso pra ele ou não. Não tenho jeito, socorro. Não desistam de mim, ok?
Depois de mais algumas aulas, volto pro dormitório. Quando entro, vejo um envelope. Alguém deve ter jogado debaixo da porta. Abro, tem dois ingressos pro jogo amanhã e um bilhete com a letra de .
“Aproveite o jogo amanhã à noite. Espero que a gente saia depois que nós ganharmos. - ” – Abro um sorriso que vai de orelha a orelha. Tecnicamente ele me chamou para um encontro.
Olho para frente e vejo uma cara confusa com um toque de deboche.
- Por que está sorrindo desse jeito igual uma idiota?
Capítulo 3
- ‘Tá, ‘tá... Tanto faz! Me responde: O que é isso aí?
- Ah! O deixou dois ingressos pro jogo de amanhã. Quer ir comigo?
- Para você não tirar os olhos do quarterback e falar dele toda hora pra mim? Claro!
Bom, essa desmiolada aí é , minha melhor amiga, colega de quarto, psicóloga/conselheira particular e idiota de carteirinha.
- Só vou falar dele porque ele vai estar lá jogando, né? Se não fosse por isso...
- Com certeza, . Você nem fala muito nele, não pensa muito nele, nem nada disso. Aquela foto dele ali na mesa é só para lembrar que ele existe, né? Por que se não fosse isso...
Olho para a foto que mencionou. Ela foi tirada em um dos primeiros anos da escola. e eu tínhamos mais contato que de uns três anos pra cá. - O que você quer? A gente é amigo desde quando éramos crianças.
- E pra isso você precisa guardar todos os bilhetes que ele te mandou naquela caixa debaixo da sua cama? E quase enfartar quando ele te manda uma mensagem?
- Idiota. – Pego um travesseiro e jogo na cara da . – Você não pode falar nada. Você dá em cima do sempre que pode.
Pois é! Minha melhor amiga e eu temos uma quedinha ("inha") pelo mesmo cara. Ela diz que se tivesse oportunidade dava uns pegas e só, que não é nada mais que isso. Já eu... Acho que sinto bem mais que isso.
- Ué, por que não? Só que nunca dá certo porque não é de mim que ele gosta e sim de você. E além disso, nem tô tão a fim mais. me chamou para sair e me chamou também pro baile no final do ano e você acha que eu, , não iria aceitar?
Joguei outro travesseiro nela.
- Por que você não me contou? Isso é maravilhoso! E o não gosta de mim desse jeito, então... Para.
- Você está louca, garota! Ele e o são caidinhos por você e só você não vê isso. Enfim, o só me perguntou hoje mais cedo...
- Ah, ok. Claro.
- Do que você está falando agora? Bebeu?
- Não... Estou falando que os dois não gostam e não vão gostar de mim desse jeito. E eu estou feliz por você e pelo , ele é um gato.
- Amiga, quem você acha que comenta em anônimo quando você publica no blog seus poemas? Quem você acha que te mandou rosas no dia dos namorados?
- Certamente, nenhum deles. – rolou os olhos e voltou para os estudos.
- Cansei de argumentar com você. Senta e espera pra você ver.
Sentei-me e abri meus livros de matemática para tentar estudar.
Tentar.
Ela poderia estar certa?
Não, ela está louca! Não sou o tipo de nenhum dos dois.
Mas, isso não significa que não possa querer ser de um dos dois...
Ok, , foco.
Depois de algumas horas estudando, preparo-me para dormir.
Quando estou pegando no sono, meu celular vibra.
: "Comecei hoje... Espero que você goste."
Logo, recebo um áudio e nele consigo ouvir alguns acordes de violão, formando uma melodia romântica.
: "Chama-se 'Shy Beauty'. Letras em andamento. ?Boa noite, ! Bons sonhos."
Coloquei para tocar infinitas vezes.
Será que a poderia estar certa?
"Linda, como sempre! Obrigada por estar mostrando pra mim. Boa noite, !"
Dormi com aquela melodia repetindo várias vezes na minha cabeça. Agora, mais confusa do que nunca.
Capítulo 4
Ah! Quem estou enganando?
Não era por causa do jogo, era o que iria acontecer depois dele.
Não entendo muita coisa de futebol, então não posso falar do jogo em si.
Durante o jogo, caiu no campo e ficou parado por alguns minutos. Desesperei-me achando que ele tinha se machucado sério, pensei em correr lá para ajudar, mas segurou meu braço e falou: “Para de ser ridícula, amiga! Isso acontece.". Só que ele não se mexia, quando resolvi ir ele levantou com a ajuda de um dos colegas do time.
Lá ia pagar mico, nada de novo sob o sol.
Tirando isso, o jogo foi bem tranquilo. Nosso time ganhou, obviamente.
Os Black Knights são muito bons, mas os Pacific-11 são melhores sem dúvidas. Se o não estivesse no time também, iria falar que acho os Pac-11 melhores por causa do . E claro que eu enchi ela por isso, não iria perder a oportunidade.
Ah! apareceu durante o jogo.
Alguns minutos atrás:
"Ei, gatinhas! Vejo que estamos ganhando.".
- Não graças a você, né, ? Onde você estava? O jogo está quase acabando! – Disse o encarando.
Ele sorriu pra mim, daquele jeito fofo que eu me derreto toda, e me ofereceu pipoca.
- Acredite, se quiser, mas estive aqui o tempo todo.
- Ah, claro... – Começo a rir desacreditada. – Mentiroso! Eu sei que você nem liga pro futebol.
- Está bom! Você está certa.... Eu não ligo. Mas, quem você acha que tocou aquele solo de guitarra com a banda do time minutos atrás no half-time show?
- Olha, eu não conheço, mas posso dizer que não foi você porque eles estavam no meio do campo, tocando.
- Cansei de tentar te impressionar... Não deu nem um pouco certo. Você precisa acreditar mais nos outros. – Arqueei uma sobrancelha que significou “acreditar no quê?” - Ou pelo menos fingir que acredita.
Houve gritaria por toda arquibancada, o que significava que o jogo havia acabado e que os Pac-11 ganharam.
- Finalmente! Não sei se aguentaria mais você encarando o . – Disse .
Meu deus, ela não disse isso.
Na frente do .
Eu quero matá-la.
Dou um cutucão nela com o cotovelo e ela me olha com cara de tédio.
Tomara que ele não tenha escutado. Ele já acha que não gosto dele, imagina se ouvir isso... E por sorte ele não ouviu.
- Então, eu e uns amigos vamos no Cliff’s, querem vir? – Ele disse apontando para alguns amigos mais atrás de nós.
- Desculpa aí, , mas vou comemorar com a vitória. – disse dando uma piscadinha, deixando no ar o que faria. Não que ou eu quisesse saber o que eles vão fazer. Ele dá de ombros e olha para mim.
- Eu adoraria, mas já tinha combinado com o de sair para comer lá depois que ganhassem. – O sorriso do desapareceu ao ouvir o nome do . – Acho que a gente se vê lá mais tarde, certo? – Ele sorri de novo.
- Tudo bem. A gente se vê lá, gatinha. – E vai em encontro dos amigos.
- Amiga? me mandou uma mensagem, ele está me esperando. Você vai encontrar o ?
- Vou sim. Vai encontrar com o , né? Pelo visto está mais sério do que imaginei... – Ela fica sem graça. – Ai meu Deus! Fica assim, deixa eu tirar foto dessa sua cara, que é um momento raro e único.
- , vai tomar naquele lugar e não me enche, vaca.
- Você sabe que te amo, amiga. Vamos encontrar os garotos então.
Fomos juntas até certo ponto e então nos despedimos. Fui para a porta do vestiário encontrar o , pensando na cara que fez quando disse quem ia encontrar. Espero que ele não tenha achado ruim.
Na verdade, ele não tentou nada até agora, então não tem como ele achar ruim, certo?
Certo.
Ele não quer nem escrever uma música comigo... De que maneira ele se importa?
Chegando na porta do vestiário, vejo um todo sorridente. Me aproximo dele e ele diz:
- Eu disse que você seria boa sorte pro time, anjo. – E me abraça forte. Ainda bem que ele tá me segurando porque não tenho condições de ficar em pé sozinha com esse abraço, com esse sorriso, com o “anjo” e com esse charme todo.
Eu dou um sorriso toda tímida e me lembro que ele caiu no jogo.
- Você tá bem? Quase tive um enfarte vendo você caído no campo!
- Ah, que gracinha ela toda preocupada comigo. – Disse rindo - Mas, estou bem sim, anjo. Não precisa ficar assim por mim... Ahm, para falar a verdade ‘tô faminto! Você está pronta para ir no Cliff’s pra gente comer?
- Faria alguma diferença se eu não estivesse?
Ele solta uma gargalhada e dá uma mexida no meu cabelo.
- Claro que sim.
- Claro que sim, né? Iria me esperar ficar pronta, mas iria me encher de minuto a minuto. – Ele volta a rir e solta uma piscadinha. Eu não aguento esse charme todo, sinceramente.
- Você me conhece tão bem, anjo.
- Ah, que isso... Só desde quando você tinha medo de pássaros. – Ele me olha feio. – Relaxa! Não contei isso para ninguém, esse segredo de infância está guardado a sete chaves. Mas, então... Vamos?
Nós chegamos no Cliff’s e sentamos perto da porta mesmo, ele sentou na minha frente.
pegou o cardápio e ficou um tempo vendo o que tinha para assim poder pedir.
Vi algumas mesas depois com uns amigos. Melhor não falar nada.
- Então, , você sabe o que vai pedir? Não consigo me decidir.
- Provavelmente, o de sempre. – Ele ri e balança a cabeça negativamente.
- Eu deveria saber... Você só comeria bacon, se pudesse. Já consigo imaginar: donuts de bacon, tacos de bacon, sushi de bacon... – Continua rindo de mim. Idiota.
- Ha-ha. Não posso fazer nada se você não tem bom gosto. Quem não gosta de bacon?
Esquisito. Você deveria ter vergonha. – Disse o acusando, de brincadeira. Ele mostra a língua para mim.
- Pelo menos, não como a mesma carne em toda refeição. Isso é loucura.
- Aaaata, disse o cara que come maionese em tudo que pode. Isso é nojento pra caramba, sabia? – Disse rindo, mas meu sorriso dispersou logo quando percebi que fiquei sem resposta e que ele estava olhando para a porta com uma cara nada boa. Olhei na mesma direção que e vi Melanie, sua ex-namorada.
Merda!
Capítulo 5
Melanie Christina Evans é popular, cheerleader, inspiração no quesito moda e maravilhosa. Não posso nem competir. Eu não me acho feia, mas sem comparações. E... Bom, quer história de romance mais clichê que o quarterback e a cheerleader juntos?
Só que ela só é maravilhosa por fora, por dentro Melanie é podre e má. Gosta de praticar bullying com várias pessoas. Ela gosta de humilhar e ofender só porque a maioria não é popular e nem rica igual ela. Se não fosse esse “pequeno detalhe”, eu não teria nenhum problema com ela, só por ela ser ex de quem eu gosto, acho ridículo essa rivalidade só por esse motivo. Mas, enfim... Infelizmente, ela é assim e eu não consigo nem imaginar que namorou ela por tanto tempo.
agora só olha o cardápio para evitar o olhar dela. Ouço o barulho do salto batendo no chão da lanchonete cada vez mais perto. Ela está andando na direção da nossa mesa. Eu só quero levantar da mesa, gritar pra ela sair de perto do meu , deixar ele em paz. Ou sair correndo dali e levar ele junto.
- Olha quem resolveu aparecer... Não tenho visto você desde quando terminamos semana passada.
- Por que você iria me ver? Nós não estamos mais juntos.
- Estou só esperando quanto tempo você vai aguentar ficar sem correr de volta pra mim. – What a bitch. Estou olhando pra ambos, principalmente, para ele e me controlando muito para não entrar no meio disso.
volta a olhar o cardápio, ele está vermelho e com os lábios espremidos. Provavelmente, com muita raiva e incomodado com tudo isso.
- Ah, estou certa porque seu rosto vermelho confirma isso. Meu amor, você sabe que isso tudo aqui é bobeira. Tudo que você tem que fazer é implorar e eu vou estar feliz em te aceitar de volta.
Eu não aguento mais ver essa... garota falar essas coisas pra ele. Quero entrar no meio. Mas, sei que se eu fizer isso, ela vai fazer minha vida um inferno.
Ah, que se foda.
Não posso ficar vendo o assim enquanto ela diz essas babaquices. Olho para ele e a cara dele me faz ter certeza do que quero falar e fazer.
- Quer saber? Já chega! Você precisa sair daqui.
Ela olha pra mim, começa a rir e olha pra trás, para seus amigos e arqueia uma sobrancelha.
- Fofa, não perca seu tempo entrando no meio disso aqui, ‘tá bom? Isso é entre e eu.
- Eu conheço ele há muito mais tempo e você interrompeu nosso lanche, então isso agora é da minha conta também. – está olhando pra mim surpreso. E diz baixinho:
- Você não precisa fazer isso, anjo. Eu...
Estou com muita raiva, não aguento mais tudo isso. Corto o que ele estava falando.
- Não, , eu preciso sim. Vi essa garota te tratar mal durante dois anos. Você não merece isso!
- Quem você acha que é me chamando de essa garota? Bom, é engraçado vindo de alguém... – Ela dá uma pausa e me olha de cima a baixo. - Como você, que nem chega perto do que sou.
- CHEGA! – bateu as mãos na mesa e se levantou, encarando Melanie de um jeito não muito agradável. – É por isso que você está totalmente errada, Melanie. Eu disse que a gente não pode ficar juntos mais por causa dessa sua atitude. E agora isso?
- O que você esperava quando começou a sair comigo? E agora ‘tá saindo com.... isso? – E aponta para mim com cara de nojo. Eu me levanto e fico cara a cara com ela, a encarando.
- Você é um péssimo exemplo de ser humano, Melanie. Se tinha alguém que não sabia disso, agora sabe o quão horrorosa você é por dentro. – Olhei ao redor da lanchonete e todos estavam nos olhando e comentando entre si. – Você está certa, não posso nem chegar aos seus pés porque eu sou muito melhor que você.
A cara dela fica toda vermelha, de raiva. Nunca vi ela com tanto ódio assim. Os amigos dela tentam acalma-la. Ela olha para . “Você vai se arrepender disso tudo um dia, .”
- Continue pensando assim se isso te faz melhor, Melanie. – Ela volta o olhar para mim.
- E você... Fica esperta. Não vou deixar isso assim.
De repente alguém toca o ombro dela e limpa a garganta.
Ai meu Deus.
É o .
E ele não parece nem um pouco feliz.
- Vocês dois precisam sair daqui ou se acalmarem. As outras pessoas estão tentando ter uma noite agradável.
Melanie tira a mão dele do ombro com cara de nojo e diz: “Volte para sua mesa. Isso não envolve você, então não se meta.”. que continua em pé vai para perto de e Melanie.
- Ele tem razão. Nós temos que conversar em algum outro lugar. Isso é entre a gente. Vamos.
- Ótimo. – Ela o acompanha até a calçada e os dois vão para algum lugar que ninguém lá dentro possa os ver.
Eu me sento, respirando fundo, tentando ficar mais calma. senta na minha frente, onde estava, e me encara com uma cara de impressionado.
- Eu não sabia que existia essa parte em você. Nunca tinha visto você falar com alguém assim. Você ‘tá bem?
- Um pouco abalada e super envergonhada. Você sabe, não é algo que eu faça. E todo mundo olhou pra mim. Só espero que ela não repita isso.
- Ela vai fazer isso de novo, mas não com você. Estou impressionado e surpreso que você esqueceu essa timidez e defendeu seu... Amigo.
- Amanhã vai ser um saco, todos vão estar comentando sobre o que aconteceu.
- Eu não ficaria preocupado em relação a isso. Posso lhe contar que todos que estavam aqui estavam do seu lado, torcendo por você. – Fico vermelha e olho para outro lado. Vejo a garçonete vindo em nossa direção.
- Olá, posso lhe trazer algo para beber? Você, provavelmente, precisa depois disso tudo.
- Eu gostaria de apenas água, por favor. Obrigada. – Ela sorri e faz seu caminho de volta.
Volto meu olhar pra que ainda está me encarando.
- , qual é a daquela garota? Quem é ela?
- Melanie? Ela é só a ex namorada do .
- Melanie, huh? Isso não é interessante? Eu conheço ela de um evento que fui algumas noites atrás. Vi ela com um cara.
- Não acredito! Ela estava tentando voltar com ele agora a pouco! Vou contar isso para o depois.
- Por que "depois"? Conheci ela depois do show e acontece que o novo namoradinho dela é um conhecido meu. Ficarei feliz em espalhar essa notícia.
- Por que você faria isso?
- Porque ela é uma idiota... - Ele olha nos meus olhos e sorri - E porque é importante para você.
Olho para outro lugar, envergonhada e penso sobre a oferta dele.
- Não quero que você se meta em confusão por causa disso. É melhor eu falar pra ele depois. Ele não parece cair no charme dela novamente, de qualquer jeito.
- Faça ele souber o mais rápido pelo menos. Ele merece isso. E eu posso ajudar ele, se ele quiser pegar ela no "ato".
- Obrigada, ! É muito gentil da sua parte.
- Ah, que isso. Faço qualquer coisa por você. - Solta uma piscadinha.
Meu Deus, ele disse isso mesmo? Ai meu coraçãozinho.
- Você quer que eu fique aqui com você fazendo companhia enquanto ele não volta?
Eu sempre quero sua companhia, .
- Não precisa, eu estou bem. Vai lá com seus amigos. não deve demorar muito.
- Tem certeza, ? – Balanço positivamente a cabeça.
- Vai logo, se eu precisar de você, sei onde te encontrar. – Ele pega minha mão, a aperta e levanta para voltar a sua mesa.
A garçonete volta com um copo cheio d’água.
“Aqui está, querida. Você sabe o que ele quer comer ou quer esperar?” - Não precisa, eu voltei. – aparece de repente, sorrindo. Senta-se e nós fazemos nossos pedidos.
- Me desculpe por tudo aquilo, anjo. – Ele me olha um pouco nervoso e triste. Nossas mãos quase se encontram na mesa.
- Tudo bem. De verdade. Sei como ela é. Só não queria que você deixasse ela falar contigo como ela faz.
- Algumas vezes, é mais fácil deixar ela falando do que argumentar. Já estou acostumado. – Não consigo nem ficar pensando no que ele passou com Melanie. Pelo menos ele está livre dela agora.
- Sem querer me meter mais, mas já me metendo. Como foi?
- Foi muito bom, na verdade. Eu pensei que ela estava com outro cara e ela, finalmente, admitiu antes de ir embora.
- E como você se sente sobre isso?
- Normal... Não me afeta como pensei que poderia afetar.
Antes mesmo de eu poder responder, ele muda de assunto e o resto da noite é muito agradável. Quando terminamos, ele me leva de volta ao campus.
- Obrigada pelos ingressos do jogo dessa noite... Tinha um tempo que eu não ia.
- Eu sei, ! Quase não te vejo nisso. – Ele repara se eu vou ou não?
- Fazer o que? não é muito fã de esportes e não é muito agradável ir sozinha. ‘Tô devendo uma a ela depois de hoje. – Solto uma risada discreta.
- Então, isso significa que ‘tô te devendo uma também. Como poderei te recompensar, senhorita? – Ele fala usando o máximo do seu charme. Começo a rir, mas é só para não fazer ou falar alguma bobeira.
- Não se preocupe. Pensarei em algo.
- É melhor eu ir, acredite se quiser, mas tenho uma reunião do time amanhã cedo. Obrigado pela noite, anjo.
- De nada, eu que agradeço. Apesar daquilo mais cedo, tivemos uma noite agradável. É muito bom sair com você de novo.
- Sim, a gente tem que sair mais vezes, como costumávamos fazer.
- Claro, depois marcamos. Boa noite, . – Nos abraçamos e volto para o dormitório.
Chego no quarto e está lendo alguma coisa e assim que entro ela joga o livro num canto e me olha com aquela cara de “quero saber de tudo”.
- Então, como foi a noite?
- Tirando a parte que a Melanie estragou nosso lanche e depois te conto sobre isso, passamos bons momentos. E posso dizer o mesmo do .
- Ohhhh, entendi o que você tá fazendo, danada. O que o pensa disso?
- Provavelmente, nada. Ainda mais que ele terminou com a namora a pouco tempo.
- Ah, mas não se preocupe, minha cara amiga. passou aqui para ver se você estava. – passou aqui? Ai que fofo! - E o triângulo amoroso continua!
- Ai, , fica quieta e vai dormir que tá tarde.
Antes de me arrumar para dormir meu celular vibra.
: “Melanie ficou com ciúmes e com inveja da gente hoje."
“Não sei o porquê…"
: “Ela deveria. Porque ela não se compara a você."
“É... Você lembra que combinamos da monitoria amanhã, né?"
: “Claro!"
Não respondi. Minutos depois, recebo outra mensagem.
>
: “Só passando para falar que você é linda por dentro e por fora, ao contrário dela. Obrigado por sair comigo hoje. Boa noite, anjo!"
O que falar? Como agir? Como respirar? Não sei fazer mais nada.
>
“Obrigada por dizer isso e pela noite. Você não é tão mau também ;)"
Já deitada na cama pronta para dormir, meu celular vibra.
>
: “Você fica muito fofa quando tá com raiva."
“...”
: “Isso te faz ficar com raiva? lol"
“Muito. Você deve me temer a partir de agora."
: “Sério, fiquei muito orgulhoso de você hoje. Me lembre de nunca te deixar com raiva"
“‘Cê tá brincando né? Você sempre me deixa com raiva!"
: “hahaha"
Deixo o celular num canto e volto a tentar dormir. Quando estou quase conseguindo, meu celular vibra.
, meu deus, vai dormir. E me deixa dormir também.
>
: “Nunca pare de ser como você é. Você é linda. Fico muito feliz de ter conhecido você."
Abro um sorriso enorme e respondo.
“É recíproco ;)"
Levou horas pra eu poder conseguir dormir, minha mente ia de um lado para o outro. Um lado sendo e o outro, . Cada vez mais confusa, não sabendo o que pensar ou pior ainda, fazer.
Capítulo 6
- ! LEVANTA ESSE CORPINHO DAÍ AGORA! VOCÊ TÁ PERDENDO O BAFÃO, SUA LOUCA. VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR NISSO!
- , pelo amor! Deixa eu acordar pelo menos. Pare de gritar. – Sento de mau jeito na cama e dou uma arrumada rápida no cabelo. – É bom ser uma fofoca ótima pra você me acordar desse jeito. Se não, vou te acordar com um balde de água fria amanhã.
- Para de ser ridícula, . Enfim, a Melanie foi no quarto do e eles tiveram uma discussão bem, ahm, “pública”. – Meu Deus! O que será que aconteceu? – Ele ficou só tirando ela, sendo seco com ela. Mas, aí ela falou de você...
- Ai, socorro! O que? E...?
- O que não estou sabendo direito, mas ele ficou possesso de raiva. Disse que pra ela chegar aos seus pés, ela tem que melhorar e muito porque ela é linda, mas é podre por dentro e que se ela fizer algo contigo, ele vai espalhar para todo mundo que ela pagou para entrar nas cheerleaders.
Chocada.
- Eu estou chocada! Não acredito que ela pagou para entrar lá.
- Garota! Você fez cursinho pra ser lerda assim? Tá preocupada com isso? Hello gal. Ele gosta de você, e não é pouco. – Dou um sorriso enorme.
- É... Talvez, você esteja certa.
- Ih, estou vendo um “mas” vindo aí. Mas o que, hein?
- O que ‘tá rolando é que não consigo me decidir de quem eu gosto, amiga. Gosto dos dois, ambos são fofos e gentis comigo. Ambos são maravilhosos e tão diferentes. Eu não sei. Estou muito confusa.
- E o triângulo amoroso ainda continua... Amiga, a única coisa que posso te falar é: saia com os dois. Aí você vê de quem gosta mais. E quem gosta mais de você, talvez?
- Eu estou fazendo isso, , e sinto que eles estão com um pouco de ciúmes do outro! Me sinto mal por isso.
- , não sinta. Eles não fizeram nada, não chegaram em você, nem nada disso. Então, você não tem que se sentir mal por isso. Minha dica é: saia e se divirta. Com o tempo, vai acontecer o que tiver que acontecer.
- Sim, amiga, com o tempo nós veremos. Obrigada.
Melhor mudar de assunto antes que ela me encha o saco.
- Você vai pra sua casa hoje?
- Sim, mamãe disse que minha avó tá aqui no fim de semana e ela quer me ver. E você?
- Nah. Vou ficar aqui, estudando. Provavelmente, vai ser mais produtivo sem minha colega de quarto barulhenta, então vou aproveitar.
me joga um travesseiro.
– Ridícula! Não vai chorar por sentir minha falta, tá? Logo, logo ‘tô aqui.
Mais tarde, já não estava no dormitório, resolveu dormir no para amanhã ver sua família. Resolvi estudar um pouco e escrever meus poemas para atualizar o blog.
Algumas horas depois, consegui terminar um poema que estava escrevendo e ainda começar outro, além de dar uma boa revisada na matéria. Ainda achei um bilhete de um admirador secreto que veio junto com umas flores que recebi no dia dos namorados. No bilhete dizia “Feliz dia dos namorados para a garota que faz meu mundo ficar melhor.” Depois de achar esse bilhete não consegui me concentrar em mais nada, comecei a pensar nos garotos. Eles de vez em quando dão ‘dicas’ de que gostam de mim, mas nenhum ainda demonstrou isso claramente ou falou algo. Eu deveria fazer algo? Falar com um deles que estou apaixonada? Mas, por quem? Quem eu escolho? E se eu escolher um, me declarar e for rejeitada? Me parece muito bobo se depois eu for no outro para falar que gosto dele. Eu nem sei pra quem eu falaria primeiro!
Enquanto eu estou nesse eterno dilema da minha "vidinha", meu celular vibra.
: “Para de estudar, hoje é SÁBADO”
Dou uma gargalhada e reviro os olhos.
“Nop... Pelo menos alguém de nós quer tirar notas boas! Rs ;D”
: “EU SABIA!!! Você PRECISA aprender a aproveitar seus finais de semana.”
“Vou aproveitar quando estiver aprovada. E você enquanto isso vai estar tentando passar na matéria”
: “KKKK exagerada”
Ok. Realmente preciso voltar a estudar e.... Celular vibra novamente.
: “Vou tocar na cafeteria hoje à noite, vem me ver ;)”
“Desculpa, amigo, estudando. Boa sorte <3”
: “Espero não precisar de sorte LOL. Então... Vamos nos encontrar para tomar café amanhã? Eu pago ;)”
: “Ei, amanhã vou na casa da minha mãe, sua mãe também vai estar lá. Vamos? É pela manhã.”
Merda.
Não acredito que os dois me convidaram para tomar café. O que eu faço? Será que dá para ir nos dois?
Mando uma mensagem para o .
.
“Eu quero, mas só se for bem de manhãzinha, minha mãe quer me encontrar para tomar café também.”
Não menti. Apenas omiti. Não quero contar que vou com .
.
: “Chama ela também, ué! Bom que eu confirmo de onde veio toda sua beleza. HAHAH”
“Idiota. Não-vai-rolar.”
: “Não custa nada tentar ;), passo aí às 8?”
“Combinado!”
Mando mensagem para o .
.
“Claro que sim, se eu não for mamãe vai fazer drama por uns 6 anos HAHAH. Mas eu tenho um compromisso `as 8h. então pode ser lá pelas 10?”
: “HAHAH e minha mãe ajuda no drama pro seu lado e ainda me dá uma bronca por não levar você. Pode ser às 10h sim.”
“Combinado!”
No outro dia, pela manhã encontro às 8h no The Buzz, a cafeteria de sempre, nossa favorita. Ele pede meu café favorito. Ele lembrou, não precisou me perguntar... Ponto pra ele.
- Obrigada... Como foi sua apresentação ontem?
- Foi muito boa, tinha uma plateia bacana. Só odiei pelo fato de que você não estava aqui.
- Desculpa, a matéria é bem complicada, prova chegando e eu preciso de pontos. Mas, veja pelo lado bom. Pelo menos nós estamos aqui nessa manhã juntos tomando café!
- Sim, tem razão. Eu não posso reclamar, afinal você fez meu domingo estar completo, isso porque nem começou.
Oh, olha eu corando de novo. Solto uma risada para não ficar um clima diferente.
- É sério. A gente não costuma sair muito e nem todo mundo compreende minha paixão pela música, então...
- Ah, fala sério, ... Você tem uma banda! Não precisa de mim para falar isso.
- Aqueles caras? Pfff. Você já ouviu as letras que eles escrevem? É um motivo para eu não animar mais tocar com eles.
- Qual é?! Eles não podem ser tão ruins assim. Sua banda é popular por aqui.
- Espere e veja. Venha na próxima apresentação com eles e morra de vergonha.
- Quer apostar? Você nem acabou a música que você estava escrevendo, então não pode falar muita coisa.
- Ah, eu posso sim.
- Certo então, se eu estiver certa você vai ter que tocar a música que está fazendo. Ela terminada ou não.
- Legal. – Ele disse rindo. – E se eu estiver certo, você vai ter que vir em todas as minhas apresentações durante dois meses e mesmo sem me apresentar vai ter que vir comigo pelo menos uma vez na semana durante um mês.
- O quê?
- Você me escutou muito bem. Estou cansado de sair com os caras. Então, você vai vir comigo e vai me ver.
Mal sabe ele que estou totalmente ok com isso...
- Tá ok, trato feito. – Apertamos a mão do outro como se firmássemos um contrato. Que eu perca, que eu perca...
olha para uma certa mesa atrás de mim e comenta: “ e resolveram tomar café também, quer que eu os chame?”.
- Nah, melhor não. Eles estão se curtindo, a vai para casa da mãe dela daqui a pouco.
- Ah sim, entendo. Melhor então. Eu estou aproveitando ficar aqui só com você. – Ele solta um sorriso maravilhoso e as borboletas na minha barriga fazem a festa.
- Eu também. – Sorrio tímida. Ele pega minha mão e a segura. Até eu ficar 50 tons de vermelho e soltar nossas mãos.
- ‘Tá ficando tarde e você precisa ir, né? Vamos, eu te acompanho até o campus.
Saímos de lá e fomos caminhando, e conversando sobre tudo, música, estudo... Até chegar na porta do dormitório.
- Obrigada pelo ótimo café e pela ótima companhia, .
- Eu que agradeço, gatinha. Precisamos fazer mais vezes. Te vejo amanhã na monitoria?
- Claro, estarei lá. – Ele me abraça, deposita um beijo na bochecha e vai embora.
Não consigo tirar o sorriso do meu rosto. Ele é tão fofo! E meu Deus, preciso terminar de me arrumar para ir com o . Não sei se vou aguentar mais hoje.
Alguns minutos depois, me buscou e fomos para casa da sua mãe. Assim que chego na casa, minha mãe me dá um abraço digno daqueles ‘de urso’.
- Eu senti sua falta, . Por que não tem respondido minhas mensagens?
- Mãe, eu só não respondi ontem porque estava tentando estudar. Não seja tão dramática.
- Você sabe que sou assim porque me importo com você, filha.
vê a cena, achando graça e descansa seu braço no meu ombro assim que minha mãe me solta.
- Não precisa se preocupar, tia Amélia. Eu ‘tô de olho nessa garota.
- Eu sei, querido, e é bom estar mesmo, senão você sabe que sua mãe e eu não vamos te deixar em paz.
A mãe de entra na sala: “Ah! Ele sabe mesmo, falo pra ele toda vez que aparece aqui.”. E o abraça.
- Vocês falam como se eu fosse incapaz de cuidar de mim mesma. Eu cresci, ok? Sou responsável por mim.
- A gente só preocupa, querida. – Tia Evie me abraça também. – E não fique com vergonha ou algo assim, também ligo pro todos os dias assim como sua mãe faz com você. – Ela aperta a bochecha dele.
fica mais vermelho que eu costumo ficar, que gracinha.
- Bom, já que minha mãe acabou com sua cota de me envergonhar na frente da senhorita por hoje, vamos comer?
- Ainda não tá pronto, filho, assim que tiver Amélia ou eu lhe avisaremos. – E as duas vão para a cozinha, me deixando sozinha com .
- Sempre acontece. Um de nós dois fica com a imagem mais destruída sempre que aparecemos aqui juntos. – Ele diz rindo. Eu lhe acompanho.
- Sempre. É tradição. – De repente algumas lembranças da nossa infância me veem a cabeça. E começo a rir mais um pouco.
- O que é tão engraçado?
- Ah, você lembra quando tentei cortar meu cabelo sozinha? – Ele gargalhou.
- Claro que lembro desse desastre. Sua mãe tentou concertar e só piorou mais. – Ele já estava chorando de rir.
- Meu cabelo estava tão curto que a gente parecia gêmeos quando estávamos juntos.
- Eu acho que tenho uma foto disso, só um minuto. - foi correndo ao seu quarto e voltou com um álbum de fotografias de quando nós dois éramos pequenos.
- Olha essa aqui, foi no primeiro dia de aula. Na aula da Senhora Johnsons. Ela achou que você era um garoto com nome de garota.
- Assim como todo mundo! Acho que nunca vou passar por tanto momento estranho igual aí. – Sentamos juntos no sofá, rindo igual dois idiotas, lembrando de nossa infância.
- Nós tivemos bons tempos...
- Sem brincadeira, acho que daria para escrever um livro sobre tudo que a gente fez.
Ele ficou em silencio por um tempo e depois suspirou.
- É uma pena que nós nos afastamos tanto quando crescemos.
- Bom... Você tinha a Melanie, não há mal algum em querer passar mais tempo com sua namorada.
- E você teve o Matt.
Espera ai! O quê?
- Espera. Matt e eu nunca namoramos.
- Mas vocês estavam juntos o tempo todo e até foram juntos quando teve o último baile.
- Como amigos.
- Eu não tinha percebido isso até ver ele beijando sua prima numa outra festa, logo depois.
- Você só tinha que ter me perguntado sobre isso.
- Ahm... Eu não me sentia muito confortável, ainda mais que nós não conversávamos mais. E também, você me trocou pro baile.
- Só porque eu já tinha aceitado em ir com o Matt. Eu teria amado ir ao baile contigo.
- Pois é, teria me salvado de muita coisa durante um bom tempo. Eu nunca teria namorado a Melanie.
- Nunca diga nunca. Ela era louca por você antes.
Ele olhou nos meus olhos, mais sério. “E eu, por você.”.
Ai meu Deus, ai meu Deus, ai-meu-Deus. Socorro. Não ‘tô passando muito bem. Eu ouvi direito? Meu Deus!
Ele continuou.
- Eu não falei nada porque estava muito nervoso para isso. Não achava que você gostasse de mim de outra forma e também achava que você estava namorando o Matt.
- Bom, eu não achava que era recíproco porque a gente não conversava mais.
- Nós somos amigos desde sempre. Isso nunca vai mudar.
- E isso é o que realmente importa.
- Sim...
Ele me olhava como se quisesse dizer algo a mais e quando iria falar, sua mãe apareceu na sala falando que o café estava pronto.
- Vamos?
O resto da manhã foi muito agradável de muitas risadas e lembranças. Na volta, eu esperava que falasse o que ele queria falar. Mas, ele continuou calado o caminho todo e quando chegamos nos dormitórios, a despedida foi rápida. Logo ele seguiu seu caminho.
Ele iria falar o que eu estou pensando?
O resto do dia foi sem mais nada acontecendo, exceto por uma mensagem no fim da noite.
.
: “Boa noite, minha linda.”
Capítulo 7
- Ei gatinha, deixa eu te ajudar aí antes que você comece o desastre. – Ele solta uma risada gostosa.
- EI! Não sou tão desastrada assim. E, ahm, você estava me esperando ou algo assim? – Disse fazendo graça e arqueando uma sobrancelha.
me ajuda a tirar a capa de chuva e a guarda para mim.
- Você acha que eu iria começar a monitoria sozinho? Vamos logo! Já tem três pessoas nos esperando e logo, logo chega mais.
- Nem brinca! Jura? Semana passada não tinha ninguém! De onde tá saindo essa galera?
- Deve ser porque as provas estão chegando, aí todo mundo se desespera porque deixam para o último minuto. – Ele diz rindo. – Vamos?
Concordo com a cabeça, sorrindo de lado enquanto vou em direção as mesas, vejo três alunos esperando, um deles é . Sorri surpresa para ele.
- Ei, eu pensei que você não viria!
- Por que não? Preciso de uma opinião sua nesse texto que tenho que entregar amanhã. Tenho a impressão que está uma bosta, tudo errado. – Ele faz uma cara de cachorro pidão. Dramático.
E lindo. Balanço a cabeça desacreditada rindo da situação.
– O que você faria sem mim, senhor ?
- Provavelmente, reprovaria em Inglês.
- Sinceramente, duvido muito... – Percebo pela visão periférica que já começou a monitoria para outro aluno.
Vejo Olivia me esperando para a monitoria, vou até a garota e falo para ela esperar só um pouco para que eu possa ler o texto de , já que é coisa rápida.
Volto para e ele me entrega o papel com seu texto, se sentando na cadeira ao lado da minha. “Por favor, não fale que está muito ruim.”.
Fico alguns minutos lendo o texto dele e sorrio no final, surpresa com o quão bom está.
- Na verdade, está muito bom . Você não precisa de mim.
- Ei ei ei, para. Não bagunça. – Tento arrumar meu cabelo. – Preciso ajudar a Olivia. – Aponto para a menina de cabelo azul na outra mesa. - Quando você sair tome cuidado, tá chovendo pra caramba.
- Vou tomar cuidado sim. Obrigado, anjo. – Ele sai da sala e eu vou para a mesa em que a Liv está sentada para poder ajuda-la.
- Oi amiga, vamos começar? Cadê a sua última prova?
Alguns minutos depois ouço uma sirene começa a tocar.
Definitivamente é coisa ruim. Muito ruim.
Todo mundo para o que está fazendo, e se encaram assustados e confusos. Sem saber o que fazer.
- Tá tendo uma tempestade lá fora. O mundo vai acabar, socorro!! A gente tem que ir para um local mais seguro. – Olivia diz, desesperada.
- Vamos para a sala de estudo individual!
se posiciona ao meu lado e olha para mim: “Lá também tem muitas janelas, igual aqui. Não vai adiantar muito. Elas podem quebrar e alguém se machucar. Vamos para a sala de áudio, é mais seguro.”.
Assim que todos estão saindo da sala, lembro que saiu a pouco tempo e meu coração aperta. Ah não. Ele pode se machucar!
Não poderia deixa-lo sozinho lá fora nessa tempestade. Tenho que trazê-lo para cá. Dou meia volta em direção à porta e percebe isso.
- , onde você tá indo? A sala não é para esse lado.
- Preciso buscar o . Ele está nessa tempestade e... – Ele me interrompe.
- Você está maluca? Tá insano lá fora. Você pode se machucar. Tenho certeza que ele ficará bem.
- , eu ficarei bem! Só se certifique que todo mundo aí esteja bem. Vou voltar logo. – Me viro e continuo o caminho que estava fazendo, correndo dessa vez.
Ele corre atrás de mim.
– Espera! Eu vou com você então.
Paro de repente e quase tromba em mim.
- Não, fica aqui. Vai ser rápido se eu for sozinha! – Argumento olhando fundo em seus olhos. Ele me fitava completamente contrariado. – Se eu não o ver por aqui, eu volto, prometo!
- Se você der um passo depois dessa porta, vou com você . - Suspiro frustrada, sentindo o desespero tomar conta de mim. Se ele queria se arriscar, que seja.
- , não tenho tempo para isso ok? Faz o que você quiser, mas eu estou indo.
- Ótimo. – Eu pego minha capa de chuva e vou rapidamente em direção à porta.
Quando fui abrir a porta, o vendo começou a bater muito forte na mesma, balançando-a.
– , acho melhor a gente...
- É só um chuvisco, . – O cortei e ele me olha com a boca aberta em descrença. Abro a porta e com dificuldade saio da biblioteca, olhando para qual lado irei.
Decido ir para o lado direito e assim que começo andar, uma árvore cai quebrando uma janela da biblioteca que está no meu rumo, fazendo os vidros caírem em minha direção.
Por sorte, rapidamente me puxa de volta para a biblioteca e me mantém em seus braços. Depois coloca suas mãos no meu rosto e me força a olhar nos olhos dele.
- Chega . Isso é estúpido! Eu não me importo se você vai ficar com raiva de mim. Mas, eu não vou permitir que você saia nesse inferno que tá tendo aí de fora. Eu me importo demais com você para deixar você ir.
Suas palavras me desestabilizam, e ele aproveita o momento de vulnerabilidade para me levar para a sala de áudio, me abraçando forte.
– Me solta , vendo minha cara de pânico vai até mim, senta ao meu lado e me abraça forte, tentando me acalmar.
Alguém entra na sala, encharcado. ... ! Ele para na porta e olha para todo mundo na sala e assim que vê me abraçando, fecha a cara. Depois vira o rosto e se senta num lugar qualquer.
Parte de mim quer ficar com , parte de mim quer ir abraçar ele.
- Ahm... , pode me soltar já, estou melhor. Obrigada. – Disse baixinho, ele sorri.
- Tem certeza? – Eu balanço a cabeça positivamente. – Tá bom então. – Ele desfaz o abraço, apertando suavemente meus ombros antes de se afastar completamente. – Se precisar de mim, estou aqui.
- Eu sei. – Lhe dirijo um sorriso enquanto o vejo levantar, estendendo a mão logo em seguida para me ajuda a levantar.
Vou até onde está sentado. “Eu estava preocupada com você, . Você tá bem? Eu, ahm...”.
- Estou bem sim, anjo. E você? Quando cheguei te vi com uma cara assustada...
- Ahm, foram os...
- Os relâmpagos, né!? Você ainda tem medo. – Ele levantou e colocou uma das mãos do meu rosto, fazendo um carinho com o polegar. – Tá mais calma agora? – Balancei a cabeça positivamente.
- Que bom que você está bem, … Fiquei preocupada. – O abracei.
- Relaxa, anjo. Mas, lá fora tá um inferno.
Escuto uma voz atrás de mim. “Nós sabemos. Alguém tentou ir para aquele inferno te procurar”.
- O quê? – me soltou. – Você foi lá fora para me procurar? Você ficou louca, ?
- Ahm, eu fiquei preocupada com você e... – Te odeio, ! Por que você teve que abrir a boca? Babaca. Olhei para ele com raiva.
- Anjo, não... – olha para cima sem saber para onde olhar, meio desesperado. – Mas você tá bem, né? Não se machucou? – Ele passa as mãos no cabelo sem saber o que fazer. Eu olho para baixo sem graça e me abraço.
- Ela não se machucou por pouco. Os pedaços da janela e da árvore iam cair nela, mas eu a puxei antes. – Senti o olhar de ambos em mim. Levanto o rosto, com vergonha, obviamente. Desde quando eles se uniam para me julgar assim?
- Aí tá, tá. Desculpa tá bom? Ah, tanto faz. Eu iria procurar qualquer um dos dois se acontecesse de novo, ok?
- Você não tem noção de nada, né ? – O tom de voz de sai triste.
Ah, não.
Ambos me olham desapontados. Saio de perto dos dois tentando entender o que eu fiz para estragar tudo, e sento perto da Olivia. Os dois estão com raiva de mim e estão me evitando. Oh deus, isso não...
olha para e fala mais baixo, talvez para que eu não possa ouvir, o que não adiantou muito.
- Obrigado cara, por salvá-la e por ficar do lado dela agora a pouco.
- Não fiz por você. Eu sempre vou estar do lado dela. – responde no mesmo volume com o tom de voz sério. Vejo os dois se encarando seriamente. Ih...
Olivia estava no celular, vendo nos sites de notícias sobre esse temporal. Parece que está chegando ao fim. Ainda bem. Só quero sair daqui logo e ir para meu quarto. Pouco tempo depois, passo o olhar pela sala e descubro me encarando, mas ele logo percebe que foi pego no ato e desvia o olhar. Talvez eu não devesse estar com raiva dele, ele só queria me manter salva. Eu... Não estava pensando muito bem naquela hora.
Meus pensamentos são interrompidos quando Olivia coloca uma de suas mãos no meu ombro direito.
- Ei , a tempestade parece estar no fim. Eu vou aproveitar e ir embora, vai que resolve voltar, né? Recomendo fazer isso também. A gente remarca a monitoria para a próxima semana, tá bom?
- Claro Liv, combinado. E desculpa, você sabe... por esse drama todo. – sorrio sem graça, com vergonha.
- Amiga, relaxa. Não se preocupe! Sério. Você é sortuda, tem dois gatos que gostam demais de você.
- Mas do que adianta, Liv? Eles não fazem nada para demonstrar isso, não chegam em mim.
- Garota, em que século a gente está? 15? Não tem problema nenhum você agir. Inclusive tem é que fazer isso mesmo, se você quer algum deles. Bom, agora eu vou tá!? Se eu fosse você também iria. Tchau e até depois gata. – Ela segue caminho para o dormitório e os outros fazem o mesmo.
Vejo indo em direção à porta para ir embora também, sem nem olhar para o meu lado e, de repente, eu e estamos sozinhos na sala. O que eu falo para ele?
Ele não manda em mim, obviamente. Mas, não posso brigar com , ele só estava preocupado comigo e queria me proteger
- Uhm, me desculpa por ser uma babaca, pirralha e teimosa àquela hora. Não deveria ter surtado perto de você. Eu... Só estava preocupada. – Ele deu um sorriso de lado.
- Sem problemas, gatinha. Provavelmente, faria o mesmo que você, se você estivesse lá de fora. – Fico vermelha e tento tampar uma parte do meu rosto com o cabelo.
- Bom... é... Acho melhor a gente ir, vai que a tempestade volta. Te vejo depois, tá!?
- Tenha cuidado, linda. – Sorrio e saio o mais rápido possível.
Nesse mesmo dia mais a noite, ouço alguém batendo na porta do quarto. Abro a porta e não tem ninguém, na verdade no chão tinha um copo de chocolate quente e um bilhete “Um chocolate quente para uma garota esquentada num dia frio e chuvoso. Beijos, .” Me fala, como posso ficar com raiva de um ser desses?
Sorrio e mando uma mensagem para ele, respondendo o bilhete.
“Obrigada ;)”
Capítulo 8
“Você escreve melhor do que eu pensei... Estou surpreso. ”
Tenho a impressão que é alguém que conheço.
“Lindo poema de uma linda garota! ”
- Quem será que comenta essas coisas? – Suspiro. Sinto atrás de mim.
- O que você está lamentando aí, amiga? Alguém falou mal de sua escrita?
- Não! Pelo contrário. Esses comentários falam muito bem. Lê aí. – Ela lê os comentários e solta um riso.
- Então quer dizer que o anônimo atacou novamente.... Ou será mais um admirador secreto?
- Não sei por que compartilho essas coisas com você ainda... – Ela me mostra a língua e volta a olhar os comentários.
- Eu tenho uma ideia.... Mas não sei se você vai gostar.
- Se a ideia é sua, claro que não vou gostar, né. Mas fala aí.
- Por que você não faz um post para seu admirador secreto?
- Mas você tá louca? Não, não e não.
- Deixa eu terminar, . Faz um post marcando um encontro com ele no The Buzz hoje às 20h. Você não vai perder nada, amiga.
- Vai que é algum maníaco, !
- Eu vou com você, duh. Vamos, você não tem nada a perder.
Por que não? Pode ser o ou o ... Seria ótimo se fosse, inclusive.
Ou pode ser um estranho, stalker. Não pode ser na cafeteria, tem que ser em outro lugar... Vai que...
- Tá bom. Vamos. Mas será em outro lugar. Porque se for alguém estranho, não irá me encontrar mais. – ri e coloca as mãos nos meus ombros.
- Ok então. Você tem um encontro, amiga, faz o post e se arruma para a gente ir.
Olho para o meu notebook e começo um novo post chamando o meu “admirador secreto”.
Vamos parar de brincar de gato e rato.
Eu, você, Rose’s Bar, hoje, 21h.
É sua única chance.
Estou ansiosa para te conhecer.”
Mostro para a , posto e começo a me arrumar para encontrar esse anônimo.
Mais tarde, nós estamos no local combinado já esperando.
- Esse é o plano! Sossega um pouco, . A gente vai em um lugar melhor na volta.
- Mas eu ‘tô com vontade de beber algo.
- Fique quieta, .
- Você me paga, .
- Ué, mas por que? A ideia foi sua, lembra?
- Nem me lembre, já estou arrependida.
começa a mexer no celular e eu fico encarando a porta, ansiosa, esperando. Depois de uns 10 minutos, um cara vestindo uma camisa azul entra no bar, e ao que parece, procurando alguém.
Será...?
- , você acha que é ele?
Ele senta num lugar não tão próximo de nós. o observa.
- Nah. Definitivamente não. Olha o tipo dele. Esse aí deve ‘tá esperando a namorada.
- E como você pode confirmar que não é?
- Porque ele só sentou, pediu algo para ele, falou no celular e pediu uma segunda coisa? Definitivamente namorada.
Quando deu 21:30, meia hora depois do combinado, eu já tinha perdido as esperanças. E também já é hora de alimentar o ser humano que me acompanha antes que ela me deixe louca.
- Ei, amiga, vamos para outro lugar para comer e beber algo. Eu estou faminta e sei que você tá mais ainda.
- Essa foi a melhor coisa que eu ouvi hoje, vamos logo.
Nós saímos do bar e fomos a uma lanchonete que fica perto do campus. Comemos rapidamente e fomos embora. Assim que nós chegamos no quarto, tinha um post it na porta escrito:
“Me desculpe. ”
- Essa pessoa está de brincadeira com minha cara, só pode. – Descolei o post it, entramos no quarto e joguei fora.
- Ai meu Deus, como essa pessoa sabe onde você dorme?
- Porque essa pessoa me conhece muito bem! Só pode ser o ou o , só eles e você leem meu blog e sabem onde eu durmo.
- Esses garotos... Qual dos dois você acha que é?
- Não faço a mínima ideia. Mas eu vou descobrir e vai ser agora.
- Ei, antes de você mandar mensagem para eles igual uma louca, vamos esperar um pouco, respirar fundo e acalmar.
- É fácil para você né, . Você não tem dois caras brincando com suas emoções.
- Olha, talvez eles estão com vergonha. Ou você tem algum stalker. Não tire conclusões precipitadas.
- Você está certa...
E se não for eles? Eu preciso mesmo perguntar? Será tão embaraçoso se não for!
Não, não. Quer saber? Os dois vem flertando comigo de uns dias para cá. Só vou perguntar se eles comentaram no meu blog. Não vou perguntar se eles gostam de mim.
Vou mandar só para um. É passar vergonha demais se o outro não for também.
Provavelmente é , pelo fato de ele ser músico e gostar da minha escrita e querer que eu escreva para ele. Mas vem lendo meus textos desde sempre, apesar que ultimamente ele não anda fazendo isso... eu acho. Meu Deus, quem será?
Eu respiro fundo, várias vezes, tentando me acalmar. Pego meu celular e mando mensagem para o .
“Ei, tudo bem? Compondo muito? ;)”
: “Tudo bem comigo gatinha. E você? ‘Tô com umas músicas prontas pra próxima apresentação no The Buzz. Como foi sua noite? ”
“Frustrante! ”
: “???”
“Perdi minha noite no Rose’s Bar. ”
: “Nossa, que saco hein. Por que? ”
“Eu fiz um post chamando meu comentador/admirador secreto para me encontrar lá. E não apareceu. Saco. ”
: “Sério? Mas... você tem certeza que a pessoa viu o post? Talvez não tenha ido porque não viu. ”
“Eu não sei… Mas tinha um post it pedindo desculpas na minha porta quando eu cheguei”
: “Oh. Talvez a pessoa só seja tímida. ”
“Queria que não fosse. Você lê meu blog, né? ”
: “Claro. É por isso que eu não mostro minhas letras para você. Eu sei que eu sou um bosta em comparação a você. ;)”
“LOL. Ahm... vou ser bem direta. Não é você, né? ” : “Eu o que? ”
“O anônimo no meu blog. ”
: “Não...”
Ah merda... só porque eu tinha quase certeza.
“Ok. Só para ter certeza mesmo. Vou ter que investigar mais então! HAHAH”
: “LOL boa sorte. Você sabe... pode ser qualquer um. ”
“É disso que eu tenho medo :/”
: “Não se preocupe. Me conta quem é que eu corro com ele. ;)”
“Haha, com certeza farei isso. Boa noite, ! ”
: “Boa noite, gatinha”
O que eu faço agora? Será que eu mando para o ? Eu duvido muito que seja ele. Ah, vou mandar sim, o que pode acontecer?
“Oi ;) você ficou sabendo da sua nota já? ”
: “Não... Mas tenho certeza que tirei nota máxima. Minha monitora maravilhosa me ajudou ;)”
“Olha pode ficar tranquilo que eu vou comentar isso com ela! ”
: “Hahahah! Ela merece saber. ”
“Ela disse que você tem bom gosto para escolher quem vai te ajudar, por isso não está surpresa da sua nota. ”
: “Ela me conhece bem ;) Por isso sabe do meu bom gosto. ”
“Ela te conhece MUITO bem. Tão bem que às vezes assusta..., mas não tem mal algum nisso Hahah! ”
: “HAHA! Você é hilária, .”
“Eu sei, é por isso que você me ama! ”
: “Um dos muitos motivos ;)”
Pausa para um rápido comentário: “Um dos motivos? ” Eu-estou-surtando!
: “Como foi seu dia?”
“Um saco. Mas está melhor agora. ”
: “Eita. Por quê? ”
“Longa história. Admirador secreto. Blog. Post o chamando. Encontro com ele. Não apareceu. ”
: “Você não foi sozinha, né? ”
“ foi comigo”
: “Ótimo. Me leva da próxima vez. Nunca se sabe quem você irá encontrar. ”
“Vou lembrar disso. ”
: “Anjo, vou dormir. Eu estou acabado. Treino hoje foi longo e vai ter mais amanhã. Boa noite, .”
“Boa noite, . (: ”
Coloco meu celular para carregar e olho desanimada para a .
- E aí, qual dos dois é?
- Nenhum.
Mostrei as conversas para ela e nós duas fofocamos o resto da noite sobre ambos e sobre .
Pensei que seria uma noite horrível, mas não. Eu tenho a melhor amiga do mundo. Obrigada, .
Capítulo 9
Passei o resto da semana estudando para uma prova importante que tenho semana que vem. E me sinto preparada para fazê-la, agora só quero relaxar um pouco, porque ô semana estressante.
Estou aqui no gramado do campus, debaixo de uma árvore grande lendo um dos livros que o Sr. Smith indicou. Tá tudo calmo por aqui, é um dia ensolarado e eu estava lendo tranquilamente até meu celular tocar. Será que eu não consigo ter um dia de paz? Sozinha, relaxando? Come on, guys.
Pego o celular na minha mochila e vejo que é papai me ligando.
Estranho.
Normalmente é mamãe quem me liga.
- Oi, pai!
- Ei, gafanhotinha! – Meu pai me chama de gafanhoto desde quando era criança, porque eu comia tudo que via pela frente. – Como a senhorita tá? Como vai os estudos?
- Calma, papai, uma de cada vez. ‘Tô bem, só um pouco cansada por estudar demais essa semana. Tenho uma prova importante, você sabe né. Mas aí, como tá o senhor e a mamãe?
- É para estudar mesmo viu, gafanhotinha? Nós estamos bem sim, estou ligando só para te perguntar algo.
- O que é?
- Eu e sua mãe tínhamos planos para esse fim de semana, mas tivemos que cancelar...
- Ok.... – Meu Deus, meu pai gosta de me enrolar viu.
- Nós íamos ao jogo de basquete que vai ter. Não vamos mais, mas ainda temos os ingressos. Você quer eles?
Eu não sou tão fã de basquete, mas... Eu poderia chamar um dos caras para ir comigo...
- Claro que eu quero, papai. Vai ser ótimo.
- Sabia que você ia gostar. Vou mandar entregar para você hoje.
- Obrigada, pai.
- Por nada, gafanhotinha. Como eu não vou te ver antes do jogo. Cuidado e juízo. Te amo, filha.
- Também te amo, papai.
Desligo e fico encarando meu celular pensando em quem eu convido para ver o jogo.
Não sei se os dois gostam de basquete, mas o é mais ligado em esportes que o .
gosta (muito) mais de música, mas eu não sei se ele gosta de basquete. Nós nunca conversamos sobre isso.
ama futebol americano e esse sempre foi o esporte favorito dele, não sei se ele gosta de basquete.
Mas, é mais fácil dele gostar mais, já que ele gosta de esportes. Certo?
Talvez ele ame ir.
Aaaaa, preciso de ajuda. Vou falar com a . Talvez ela saiba o que fazer.
“Amiga, ME AJUDA!! Meu pai me deu dois ingressos para o jogo de basquete nesse fim de semana. Quem eu devo chamar? ”
: “Claro que...”
“Que quem? ”
: “EU. Duh! ”
“Hahaha muito engraçadinha. É SÉRIO, ME AJUDA! ”
: “Vamos ver.... Desculpa! Mas eu não vou me intrometer dessa vez. ”
“OMG! Você é má. ”
: “Eu sei? Mas ahm... Depende de quem você gosta mais, amiga. Eu não posso decidir isso para você. ”
“Ok né... Obrigada de qualquer jeito. ”
Eu realmente não sei quem chamar. Não quero magoar um chamando o outro. Se eu chamar o , o pode ficar magoado por eu não chamar ele, já que ele gosta de esportes. Se eu chamar o , o pode ficar magoado por eu não chamar ele, se ele gostar de esportes.... Olha, por que eu não fui gostar só de um garoto? A vida deve ser tão mais fácil...
Depois de alguns minutos pensando... Eu decido em chamar o . A probabilidade dele gostar de basquete é maior. E provavelmente ele iria gostar de ir.
E outra, se ele disser não... Eu ainda posso chamar o para ir comigo.
“Ei, o que você vai fazer amanhã à noite? ”
: “Que eu saiba? Nada. Por quê? ”
“Eu ‘tô com dois ingressos pro jogo de basquete. Quer ir comigo? ”
: “Que tipo de pergunta é essa ? É claro que eu quero ir”
YESSS!
“Ótimo! Não seria legal desperdiçar os dois ingressos que papai me deu. LOL! ”
: “Haha! Sorte a minha! ;) Que horas que é? ”
“Começa às 19h. Nós podemos sair do campus às 18h? ”
: “Ok anjo, te busco aí. ”
Com um sorriso que vai de uma orelha a outra, eu guardo minhas coisas e volto para o dormitório para contar pessoalmente as boas novas pra .
Na noite de sábado, veio me buscar de carro e fomos para o local do jogo.
- Obrigado por me chamar, anjo. Eu nunca tive a oportunidade de ir à arena antes. E você?
- Já fui algumas vezes com meu pai. Tenho certeza que você irá amar.
- Eu só pensei nisso desde ontem.
Olhei discretamente e notei que ele estava sério. Estranho.
- Enfim, quais lugares são?
- Ah, é no meio, eu acho. Papai disse que não é bem perto da quadra, mas não é muito em cima também.
- Entendi. Legal.... Tenho que agradecer ele quando o ver.
Olhei distraída os prédios e casas que nós passávamos e escutei ligando o rádio. Estava tocando uma música romântica. Será que era a intenção dele ou...?
- Por que você está escutando músicas românticas? Não me lembro de você gostar desse tipo de música.
- Ahm, só liguei o rádio e estava passando essa música. Pensei que você poderia gostar e deixei.
- Obrigada. Eu gosto sim.
- Você acha que eu virei uma pessoa super sentimental? – Ele me olha divertido.
- Não... Só achei estranho.
Chegamos no local, estaciona no estacionamento da arena, que já estava cheio. Pegamos um pouco de fila e assim que chegamos a fila cresceu mais.
- É maior do que eu imaginava. Que foda.
- Você não viu nada, espere só até a gente entrar. – E ele vira para o meu lado com um sorriso enorme.
Entramos e procuramos por nossos lugares, com os olhos até brilhando de tão maravilhado que ficou.
- Você quer algo para comer antes da gente sentar?
- Não, não agora. Só estou muito preparado para esse jogo.
Eu decidi mais que certo ao escolher ele para vir. Eu nunca o vi tão empolgado!
Nós achamos nossos lugares e sentamos, vi olhar cada detalhe possível da arena.
- Isso é muito incrível. Eu te devo uma por me trazer aqui, é sério.
- Não preocupa, se eu precisar de você para algo eu te chamo.
- É sério. Muito obrigado.
- Por nada, .
Tem algumas apresentações antes do jogo começar e algo me chama atenção.
- Ei, eu vou ali e já volto.
Ele faz um barulho qualquer, provavelmente nem prestando muita atenção e eu me levanto e vou até o merchan do jogo.
Será legal se ele levar algo de lembrança daqui. Vou comprar uma camisa, vai ser mais útil e ele vai usar mais do que se eu comprasse alguma outra coisa. Peço o tamanho que acho que ele veste e azul, a cor preferida dele. Volto para o meu lugar e vejo olhando atentamente a quadra, no qual o jogo acaba de começar. Vou esperar acabar e entrego para ele.
O jogo é intenso e empolgado, me faz também ficar empolgada, mesmo não gostando muito de basquete. Poderia vir com ele nesses jogos várias e várias vezes.
O jogo acaba e ele não para de sorrir, do momento em que a gente sai da arena, o caminho durante até chegar no campus. Ele não parou de falar sobre o jogo.
- Tá bom, ok, ok. Eu entendi. O jogo foi ótimo mesmo. Tive uma ótima noite também.
- Desculpa, eu só não imaginaria que eu fosse a um jogo desses.
- Eu fico honrada de ter te convidado. E ah, aqui, tenho algo para você. – Pego a camisa e entrego para ele. – Eu imaginei que você iria gostar de algo que lembrasse hoje.
- Uou. Não precisava ter comprado anjo.... Eu... Eu amei. Muito obrigado, mesmo.
- Ótimo! Bom que agora você tem algo para lembrar do primeiro jogo que você foi.
De repente, me abraça forte. Eu não estava preparada.
- Muito obrigada, ! Você é a melhor.
- Eu sei, eu sei. Não precisa me lembrar disso.
Ele sai do carro, vai para o meu lado e abre a porta para mim. Também saio do carro.
- Eu tive uma noite maravilhosa anjo. Estou muito feliz de ter ido ao jogo com você. E, não é só por causa do jogo. – Eu sorrio, um pouco com vergonha.
- A gente tem que fazer isso mais vezes.
- Definitivamente temos.
- Boa noite, .
Ele se aproxima de mim, olhando nos meus olhos e sorrindo. O olhar dele vai para meus lábios.
Ele vai me beijar?
Capítulo 9 - Alternativo
Eu passei o resto da semana estudando para uma prova importante que tenho semana que vem. E me sinto preparada para fazê-la, agora só quero relaxar um pouco, porque ô semana estressante. Estou aqui no gramado do campus, debaixo de uma árvore grande lendo um dos livros que o Sr. Smith indicou. Está tudo calmo por aqui, é um dia ensolarado e eu estava lendo tranquilamente até meu celular tocar. Será que eu não consigo ter um dia de paz? Sozinha, relaxando? Come on, guys.
Pego o celular na minha mochila e vejo que é papai me ligando.
Estranho.
Normalmente é mamãe que me liga.
- Oi, pai!
- Ei, gafanhotinha – meu pai me chama de gafanhoto desde quando era criança, porque eu comia tudo que via pela frente – Como a senhorita está? Como vão os estudos?
- Calma, papai, uma de cada vez. Estou bem, só um pouco cansada por estudar demais essa semana. Tenho uma prova importante, você sabe né. Mas aí, como tá o senhor e a mamãe?
- É para estudar mesmo viu, gafanhotinha. Nós estamos bem sim, estou ligando só para te perguntar algo.
- O que é?
- Sua mãe e eu tínhamos planos para esse fim de semana, mas tivemos que cancelar...
- Ok.... – Meu Deus, meu pai gosta de me enrolar viu.
- Nós íamos ao jogo de basquete que vai ter. Não vamos mais, mas ainda temos os ingressos. Você quer eles?
Eu não sou tão fã de basquete, mas... Eu poderia chamar um dos caras para ir comigo...
- Claro que eu quero, papai. Vai ser ótimo.
- Sabia que você ia gostar. Vou mandar entregar para você hoje.
- Obrigada, pai.
- Por nada, gafanhotinha. Como eu não vou te ver antes do jogo. Cuidado e juízo. Te amo, filha.
- Também te amo, papai.
Desligo e fico encarando meu celular pensando em quem eu convido para ver o jogo.
Não sei se os dois gostam de basquete... Mas o é mais ligado em esportes que o ...
gosta (muito) mais de música, mas eu não sei se ele gosta de basquete. Nós nunca conversamos sobre isso.
ama futebol americano e esse sempre foi o esporte favorito dele, não sei se ele gosta de basquete.
Mas, é mais fácil dele gostar mais, já que ele gosta de esportes. Certo?
Aaaaa, preciso de ajuda. Vou falar com a . Talvez ela saiba o que fazer.
“Amiga, ME AJUDA!! Meu pai me deu dois ingressos para o jogo de basquete nesse fim de semana. Quem eu devo chamar? ” ´
: “Claro que...”
“Que quem? ”
: “EU. Duh! ”
“Hahaha muito engraçadinha. É SÉRIO, ME AJUDA! ”
: “Vamos ver.... Desculpa! Mas eu não vou me intrometer dessa vez. ”
“OMG! Você é má. ”
: “Eu sei?????? Mas ahm... Depende de quem você gosta mais, amiga. Eu não posso decidir isso pra você. ”
“Ok né... obrigada de qualquer jeito. ”
Eu realmente não sei quem chamar. Não quero magoar um chamando o outro. Se eu chamar o , o pode ficar magoado por eu não chamar ele, já que ele gosta de esportes. Se eu chamar o , o pode ficar magoado por eu não chamar ele, se ele gostar de esportes.... Olha, por que eu não fui gostar só de um garoto? A vida deve ser tão mais fácil...
Depois de alguns minutos pensando decidi chamar . Se ele não for um grande fã de basquete, pelo menos nós dois podemos curtir o jogo juntos.
E outra, se ele disser não... Eu ainda posso chamar o para ir comigo.
“Ei! O que você vai fazer amanhã à noite? ”
: “Não tenho planos ainda. Por quê? ”
“‘Tô com dois ingressos para o jogo de basquete. Quer ir comigo? ”
: “Ah... não sei. Você tá me chamando para um encontro? hahah”
Ai meu Deus, eu não imaginei que ele fosse ver essa forma! Nah... Não surta, , ele está de brincadeira com sua cara. E quer saber? Eu também sei brincar.
“E se eu tiver? ;)"
: “Não vou achar ruim lol já estava na hora de você reconhecer que esse corpinho aqui te seduz ;)”
“LOL continua sonhando. Eu não sou uma das suas groupies. ”
: “Que pena... ia ser um upgrade comparando as garotas que me querem ultimamente hahaha”
“Você não presta lol hum... você pelo menos gosta de basquete? ”
: “Não sei nada sobre. Mas é algo interessante para ir/fazer amanhã. Sendo um encontro ou não :p
Esperai aí, por que você tem ingressos de um jogo de basquete? lol”
“Meu pai ia mas teve que cancelar e não queria ‘perder’ os ingressos. ”
: “Ah sim hahah e você como uma ótima filha não ia recusar né ;) enfim, que horas nós vamos? ”
“Começa às 19h, é melhor sair daqui às 18h.”
: “Ok gatinha, eu te busco então ;)”
Sorrindo igual uma idiota, eu volto ao dormitório para contar para as boas novas.
No outro dia, à noite, foi me buscar de carro.
- Carro legal! É estranho também porque eu sempre te vejo andando. Não sabia que você tinha um carro.
- Ahm... Eu só dirijo quando eu realmente tenho que dirigir. Prefiro gastar dinheiro com outra coisa do que com gasolina.
- Entendi. – Olho para o local onde nós estamos passando.
- Então... Eu estou muito feliz de você ter me convidado. Honestamente, eu nunca vi um jogo de basquete. Então estou um pouco empolgado.
- Sério? Eu achei que você não gostasse de esportes.
- Eu não sou de assistir nem nada disso. Meu interesse é praticamente todo na música, então eu nunca dei chance para outras coisas.
- Bom, considere-se sortudo. Eu sei um pouco sobre. Papai sempre assistia quando eu era menor.
- Não sei se eu vou gostar, mas pelo menos você vai poder me ajudar a entender.
- Eu vou dar o meu melhor, porque eu estou longe de ser expert.
- Você vai me explicar muito bem, e eu sei que você vai dar o seu melhor para fazer eu entender. – Ele sorri e aperta fraco meu joelho.
Depois de poucos minutos, chegamos à arena. Enquanto nós estamos na fila para entrar percebemos o tanto que o público é grande.
Enquanto nós estamos entrando na arena em direção aos nossos lugares, passamos pelo pequeno stand de merchandising.
- Você quer algo? Para você sempre lembrar dessa ótima noite que estamos passando juntos.
- Por quê? Você vai comprar para mim?
- Em agradecimento por passar essa noite comigo. – Ele dá um sorriso tão lindo que meu coração acelera.
- Eu quero aquela camisa ali. – E aponto para a camisa do time que estou torcendo.
- Não consigo te imaginar numa camisa daquela, mas ok.
- Ei, você só me vê quando eu estou toda arrumada. – Ele arqueia uma sobrancelha e solta um riso.
- Você arrumada é geralmente camisas e calça jeans. Camisas engraçadas ou fofas. Não de times.
- Tá, tá. Uma camisa é uma camisa e fim de papo. – Ele solta uma risada e compra a camisa que escolhi. Ele me entrega e eu o abraço em agradecimento. Percebo que ele fica com vergonha porque o rosto dele ficou levemente vermelho.
- Então... O jogo vai começar, né?
Ai meu deus, ele com vergonha é tão fofo que dá vontade de guardá-lo em um potinho e nunca mais deixar ir.
Nós fomos até nossos lugares e nos sentamos.
Durante o jogo, fez algumas perguntas e nós ficamos entretidos no jogo. Se eu não estivesse aqui, com ele, eu provavelmente acharia o jogo super chato e não iria nem prestar atenção.
Eu deveria sair mais vezes com o ... Que noite ótima.
Assim que o jogo acabou, nós voltamos para o campus.
- Bom... Encontro ou não... – me olhou seriamente antes de segurar o riso – eu achei essa noite maravilhosa. Obrigado por ter me convidado.
- Eu estou feliz que você tenha aceitado. Fez o jogo não parecer tão chato.
- Puta merda, você acabou de me elogiar.
- Guarde bem essas palavras. Porque não vai ser sempre que eu vou te elogiar. – Eu sorrio e mexo meio nervosa com a bolsa.
Será que ele vai tentar me beijar essa noite?
Ele parece meio desligado por uns segundos e depois volta o olhar para mim, sorrindo.
- Não estou preocupado, não. Agora você tem algo para lembrar de mim todas as noites. – Ele pisca para mim, maroto.
- Ah, então foi por isso que quis comprar a blusa.
- Eu acho que você nunca vai descobrir... – ele sai do carro e vai para o outro lado abrir a porta para mim, eu saio do carro e fico em frente a ele. – Tenha uma boa noite, gatinha.
- Você também, . – E vou para o dormitório, um pouco frustrada por ele não ter tentado me beijar, mas feliz pela noite que tive com ele.
Capítulo 10
- Boa noite, anjo. – Ele sorri, se afasta e vai embora.
Eu-não-acredito.
Ele quase me beijou!
Por que ele não me beijou?
Fui – frustrada, confesso – para o dormitório. Chegando lá, já me olha com aquela cara de fofoqueira, que quer saber de tudo.
x
Quase uma semana se passa e eu estou muito aliviada, minhas provas acabaram. E eu fechei todas, tem sensação melhor? Resolvi tirar o dia para ficar com minhas amigas na lanchonete fofocando.
- Eu nem acredito que me saí bem em Física. Quase não estudei porque estava mais preocupada com História e Química.
- Nem me fale. Eu fiquei até duas da manhã todos os dias estudando para essas provas. – Olivia, a menina do cabelo azul estava comentando comigo.
- Mas agora finalmente acabou. Nem acredito. Não aguentava mais.
- E quem aguentava, amiga? – Nós duas rimos.
chegou e sentou na mesma mesa, com uma cara de velório.
- O que há de errado com você?
- Todo esse trabalho e não tirei nota máxima em Biologia.
- Mas, amiga, sua nota foi ótima. Por que você está reclamando?
- Minha mãe disse que se eu tirasse nota máxima em Biologia, que é a matéria que mais me ferrei, ela iria me dar um carro. Quase, quase consegui.
- Amiga, não é o fim do mundo, meu Deus.
- Claro que é. O carro estava num preço muito bom, que minha mãe tinha condições de comprar, a gente iria antes da promoção acabar.
- Quem sabe da próxima vez você estude mais e passe menos tempo com .
Ela me olha feio.
– Eu vou me lembrar disso quando eu tiver um carro e você queira ir a algum lugar.
- Claro que você vai me dar carona. Duvido muito que você dê conta de ignorar essa carinha aqui.
Ela começa a me ignorar. Olivia muda de assunto.
- Ei, amigas, quase esqueci. Amanhã à noite tem um open mic no The Buzz. Vocês veem?
- Estou pensando ainda, não tenho certeza. E você?
- Vou sim, na verdade eu estou no mood de “me chama que eu vou” contanto que eu não fique acordada estudando dia e noite.
- Te entendo, acho que vejo você lá então, Liv.
- Ótimo! Eu não quero ficar só no meio dos caras, porque não vou falar sobre os possíveis crushs de lá com nenhum deles. – Ela solta uma risada.
- Pode deixar, amiga, eu vou sim. Bom... quero escrever um pouco para publicar no blog, então vou indo. Até depois.
Dou tchau e mando beijos pra Olivia e pra – que me ignorou o tempo todo, ela é MUITO dramática.
Assim que estou perto da porta, esbarro com .
- Ei! Eu estava te procurando, anjo. Tirei nota máxima naquele trabalho e ele ainda me ajudou a passar na prova de inglês. E... Eu queria te agradecer por me ajudar.
- Que ótimo, ! Você sabe que não tem problema nenhum em pedir ajuda, sempre que precisar eu estou aqui. – Para qualquer coisa.
- Sim, mas eu queria te retribuir isso, porque me ajudou demais. Aqui. – Ele tira um pacote pequeno da mochila e me entrega.
Abro o pequeno pacote e vejo um monte de doces, os meus favoritos. Ai que fofo.
- Oh, eu poderia ter comido um desses antes das provas. Mas...
- É... Eu sei que atrasei um pouco para te entregar, mas o que conta é a intenção. – Ele dá uma piscadinha para mim com um sorriso de lado maravilhoso, como sempre.
- Claro, eu estava brincando antes... – Faço graça. - E muito obrigada, . – Dou um abraço nele e guardo o pacote na mochila. – Eu vou para o dormitório escrever um pouco para relaxar depois dessa semana pesada. Te vejo depois?
- Com certeza verá. – Ele sorri e dá outra piscadinha.
Continuo meu caminho para o dormitório, esse calmo e sem ninguém me parando.
Mais tarde, eu estava vendo pela milésima vez meu filme favorito O Clube dos Cinco, e meu celular vibra.
: “Entãããããão... Como foram as notas, ‘milady’? ”
“Ótimas, passei em tudo com notas maravilhosas. E você? ”
: “Estamos no mesmo barco, gatinha. Você duvidou que eu poderia passar assim? ”
“Claro que não! Eu te conheço, . ”
: “Que bom então. LOL! O que você vai fazer essa noite? ”
“Vou fazer vários nadas, quero ficar quieta aqui. E você? ”
: “Eu também. Quer companhia? ”
“Hahah! Eu nunca ficaria quieta e calma com você aqui. ”
: “Pelo menos você sabe ;)”
Bateu uma vontade de comer algum salgado, então saí do quarto e fui na snack machine mais próxima, comprei e voltei já comendo o mesmo. Quando cheguei no quarto, vi no celular uma ligação perdida de . O que será que ele quer agora?
Espera, é o , ele é imprevisível, por que eu ‘tô me perguntando o que ele quer!?? Ao invés de retornar à ligação, eu mando uma mensagem.
“Eu não consigo relaxar e acalmar com você me ligando, . O que você quer? ”
: “Calma gatinha, tá arisca por que? ;) Eu te liguei para você ouvir minha música nova. Mas agora pode deixar...”
“Aaaaaaaaaaaaaah não. Eu quero ouvir. ”
: “Tarde demais ;)”
“Por favor, . Não me faça implorar. ”
: “Oh, eu vou te mandar a foto com o título pelo menos… Só para você ficar mais curiosa. ;D”
Estou ansiosa, não vou negar, ele não costuma me mandar essas coisas. De vez em quando ele espera até a gente se ver e me mostra, ou só espera eu ver a apresentação dele no The Buzz. Por que ele está fazendo isso comigo?
Ele me manda uma foto de uma parte do papel em que ele escreveu a música, mostrando só o título. A música se chama “Secret (Love) ”. Os admiradores secretos... do blog... do dia dos namorados.... Será?
Ok, , para de pensar essas coisas antecipadamente. Talvez não é... Talvez é...
Espere, acalme e veja.
“O título tá legal. Quando eu vou poder ver o resto? ” :“Em breve”
“Promete? ”
: “Yep! ;D”
Desde quando começou a namorar , eu tenho tido um tempo a mais para mim. E com toda essa confusão que minha cabeça (e coração) está, eu tenho escrito mais. E vim trabalhando um poema já tem uns meses e o terminei hoje. E sinceramente, foi o melhor que já escrevi até hoje, e eu quero mostra-lo para todos. Quero apresenta-lo no The Buzz no open mic.
Eu vou estar nervosa pra caramba, mas acho que esse poema está muito bom. E se está muito bom, por que eu tenho que ficar nervosa? Dilema do dia.
Se está bom do jeito que eu acho que está, eu tenho que ter orgulho em compartilhar com o público de lá. Para de nervo, . É bobeira.
Eu tenho que encarar meus medos um dia e se eu continuar adiando isso, eu nunca vou fazer.
Sim. Eu vou apresentar esse poema amanhã no open mic. Não importa o que acontecer. Eu tenho que apresentar. E vou.
Mandei uma mensagem para a , falando do meu surto de coragem e a chamando para ir amanhã com me ver.
Isso aí. Mais pressão, assim eu não desisto na hora.
Na verdade, isso está mais para apoio, né!? É o que eu preciso. É melhor ter pessoas que eu conheço lá do que estranhos.
A ir vai ser ótimo, sim. Mas não vai me ajudar muito, ainda mais estando perto de . Preciso de alguém para me ajudar a acalmar antes de apresentar. E minhas melhores opções são e . Eu sei que os dois vão me apoiar porque eles sempre o fizeram antes.
Mas tem uma grande interrogação nisso.
Qual dos dois eu levo?
Capítulo 11
E ele seria a melhor opção, caso eu surte ou algo do tipo no palco.
E para finalizar, eu acho que ele gosta mais da minha poesia que , já que ele gosta mais dessas coisas.
Sem nem pensar que está muito tarde, eu mando uma mensagem para ele.
“Eu vou enfrentar meus medos amanhã à noite. ”
: “???”
“Quero ler minha poesia no open mic amanhã Você pode ir comigo?”
: “Eu iria amar. Você sabe que você pode fazer isso. ”
“Mais fácil falar do que fazer né!!”
: “E outra, eu vou estar do seu lado para qualquer coisa. ”
“Obrigada <3”
: “De nada, gatinha. ‘Tô muito orgulhoso de você ;)”
Coloco meu celular para carregar e fico encarando a poesia que terminei mais cedo.
Aonde eu fui me meter?
Capítulo 12
Estou nervosa como nunca fiquei e tenho a impressão que quando eu subir no palco ou eu saio correndo ou desmaio.
- Ei, , olha para mim!
Encaro o e tento sorrir quando ele pega e segura minhas mãos.
- Vou te contar um segredo, de quando eu fiz minhas primeiras apresentações, eu estava mais nervoso que você.
- Você? ? Nervoso? Conta outra!
- Não estou brincando, gatinha. O que me fazia ficar mais calmo, e é algo que uso até hoje, é pensar nas pessoas que me fazem bem e que me apoiam. Se você se sente preparada para apresentar, vai com tudo. Se não, você tenta de novo depois, eu vou te apoiar e estar do seu lado do mesmo jeito. Não só eu, mas todos que gostam de você. , Olivia, ... Pensa neles quando você for apresentar. Pensa no apoio, no carinho que eles têm por você. Também pense no que lhe inspirou para fazer essa poesia. E não vai haver nervosismo que vai lhe impedir de apresentar. Vai por mim.
Não disse que seria a melhor opção trazer ele? Ele sempre está do meu lado e sempre sabe o que falar. O encaro um pouco pensando no que ele disse, respiro fundo e o respondo.
- Eu... ahm... acho que posso fazer isso. Minha poesia ficou muito boa para eu ter que ficar nervosa para apresentar.
Ele sorriu e apertou minhas mãos.
- Eu não tenho dúvidas em relação a isso. Ah, eu trouxe uma coisa para te mostrar. – Ele tirou da mochila alguns papéis e me entregou.
Pego, olho a primeira folha e vejo que são as letras em que ele está trabalhando.
- São as...?
Ele balança a cabeça positivamente e faz menção para que eu continue lendo. Passei mais algumas páginas.
- Pensei que você nunca mostrasse suas letras assim para alguém.
- Não mostro. Mas hoje você vai mostrar um pedacinho de você aqui. E eu pensei em fazer o mesmo.
Meu nervosismo ameaça voltar e eu falho em tentar parecer que está tudo bem. me olha inicialmente e rapidamente severo e depois com ternura.
- Não tem nada de errado em mostrar uma parte de você, .
- Não parece ser assim tão simples.
- Eu não disse que é fácil. Só que não a nada a temer. Você vai ver.
Fiquei uma hora olhando as letras do e jogando conversa fora, tentando assim me acalmar mais e mais.
Finalmente chegou minha vez e me acompanha até perto do pequeno palco. Chegando lá, ele segura minhas mãos.
- Vai dar tudo certo, gatinha. Você consegue. – Ele volta para a mesa na qual estávamos sentados.
Subo as poucas escadas para ir ao palco e me coloco em frente ao microfone. Vejo o público me encarando e no meio de todas aquelas pessoas, vejo . O encaro por poucos segundos, respiro fundo e vejo ele mexer com a cabeça, me incentivando a começar. Olho para o papel no qual tem minha poesia escrita e então a recito.
Antes que eu perceba, eu estou em silêncio e o público está me aplaudindo. Vejo em pé, me aplaudindo também.
Enquanto saio do palco, percebo que está em um canto sorrindo para mim.
Como ele sabia que eu iria apresentar hoje?
vem ao meu encontro.
– Você foi incrível, . Mesmo. Eu estou tão orgulhoso de você.
- Obrigada. Não foi tão ruim quanto eu imaginava que seria.
- Viu? Eu te disse. – Ele me deu um abraço rápido.
se aproxima.
- Uau! Quem diria que você faria isso? – Ele sorriu.
- Se alguém me falasse isso antes, eu não acreditaria. – Retribui o sorriso.
- Você foi demais! Eu amei. – Ele me deu um beijo na testa e bagunçou um pouco meu cabelo.
Agradeci a e vi ele voltar para os amigos dele, sentados mais ao canto. ainda estava me esperando, sem graça (por ter aparecido, provavelmente?!), nós dois fizemos o caminho de volta para nossa mesa.
- Você foi maravilhosa lá na frente. Como se sente?
- Muito bem, sinceramente. E obrigada.
- Para de me agradecer, gatinha. Você merece todos esses elogios. – Ele pega minha mão.
Olhei para mão de , a apertei levemente e soltei rápido.
Já na mesa, eu olho para o palco. Eu não acredito que subi ali e li minha poesia para todo mundo. Eu estava nervosa, mas até que não foi tão ruim.
me dispersa dos meus pensamentos antes da próxima apresentação.
- Ei, , você quer um machiado?
- Você ainda pergunta se eu quero meu café preferido? – Disse rindo e arqueando uma sobrancelha.
Eu olho para o palco para ver a apresentação da próxima pessoa. Ainda feliz comigo mesma por enfrentar meus medos e também feliz por estar perto de .
Capítulo 13
Eu estou tão mergulhada nos meus pensamentos sobre o que eu fiz hoje, que não percebi que eu estou sozinha na mesa há algum tempo.
e passaram na mesa rapidamente para me parabenizar. Mas sem sinal de ou por perto.
Olho para perto do palco, onde ficam as pessoas que estão esperando para apresentar.
Tanto quanto estão lá.
Ai meu Deus.
Eu sei que costuma e gosta de apresentar, mas eu achei que ele não iria hoje.
E eu não tenho a menor ideia do que vai fazer. Ele nunca foi de fazer essas coisas.
O que está acontecendo aqui...?
Umas duas pessoas se apresentaram, e logo em seguida sobe no palco para apresentar.
Ele começa tocando uma melodia no violão e eu a reconheço. Era aquela que ele tinha mandando por áudio umas noites atrás.
Minhas mãos começaram a suar e tremer assim que ouço sua suave e profunda voz cantar as letras.
Letras que eu sei que são sobre mim quanto mais eu as ouço.
Eu não acredito que ele tá fazendo isso agora.
E na frente do . Meu Senhor, eu já estou tão confusa...
Quando a música vai acabando, eu percebo que ele não parou de olhar pra mim durante toda apresentação. Eu sorrio e aceno para ele. Meu coração está mais que acelerado. Ele vem até mim depois de se apresentar.
- É nessa música que você tem trabalhado a algum tempo?
- Aham. O que você achou?
- Maravilhosa! Você está proibido de dizer que não é um ótimo compositor e escritor depois de hoje. Você me superou essa noite.
- Disso eu duvido.
se senta ao meu lado enquanto a próxima apresentação acontece, eu estou bem alheia a tudo pelo o que aconteceu agora a pouco. Ele fez essa música para mim, será que o que eu sinto é recíproco? Ele me entrega um pedacinho de papel:
“Eu sei o que está passando pela sua cabeça. E sim, você está certa. ”
Capítulo 14
Ele acabou de confirmar o que eu acho que ele fez? Foi realmente sobre e para mim a música?
Vai ser uma noite interessante quando o open mic acabar...
Eu dei um sorriso tímido para ele e voltei minha atenção para o palco, com a mente confusa por não saber o que falar e agir num momento desses.
O que ficou pior, quando percebi já no palco se preparando para apresentar.
- Boa noite, vou apresentar um poema que escrevi para uma garota muito especial na minha vida.
Ah... O quê? Santinho de todos os crushs, não me abandona agora.
Ouço soltar o ar impaciente, olho para ele discretamente e o corpo dele está todo tenso e o rosto, vermelho e claramente, com raiva.
recita um poema simples de 4 estrofes, falando sobre nossa infância juntos e revelando sua atração/paixão por mim agora. Ele não citou meu nome, mas obviamente era para mim. Eu imaginava que ele gostasse de mim, mas não desse jeito. Eu... Não sei o que pensar.
O público aplaude assim que ele agradece. E eu começo a suar e ficar tensa quando ele vem direto para onde eu estou.
-Então... O que você achou?
- Foi incrível. Quem diria que você gostasse de escrever poemas assim? – Tentei brincar para esconder quão tensa estou.
- Eu comecei a escrever tem mais ou menos um ano. Não fui tão ruim assim, não é?
- Claro que não. Foi muito bom.
- Obrigado. É muito importante, vindo de você. - dá uma olhada para , que está tenso e claramente com raiva e incomodado, olhando para o palco. E pigarreia. - Então... Ahm... Eu queria te perguntar.... – Meu coração começa a acelerar. Ai, não. Agora não. Não aqui. – Se.… Você quer ir ao baile comigo.
Capítulo 15
E para piorar... me perguntou, uns meses atrás, se eu queria ir com ele, como amigos. E agora parece que ele realmente gosta de mim. Ai, o que eu faço?
Sinto como se fosse desmaiar a qualquer momento, minha respiração acelera e meu coração já nem comento mais. Eu preciso de um tempo.
- Hum.... Desculpa. Eu já volto. Preciso de um minuto... – me levanto e vou em direção a porta, deixando ambos olhando para mim surpresos, perplexos.
Como isso poderia ficar pior?
Por que ele achou que essa era a hora perfeita para falar isso? Tá, talvez era. Mas não com o ali.
Eu não tenho a mínima ideia do que eu vou fazer e responder.
Preciso conversar com alguém sobre isso, alguém para me ajudar. Mas quem?
Poderia ser , mas ela tá ali curtindo com , e eu não quero atrapalhar os pombinhos.
Já sei, vou ligar pra minha mãe. Ela saberá o que fazer. Ela sempre sabe.
Meu nervosismo piora (tem como piorar mais?) assim que o telefone chama.
Por favor, atende. Por favor, atende.
- Oi, querida. Você tá bem? Aconteceu algo? Você nunca liga a essas horas.
- Oi, mamãe. Eu pensei que a noite ia muito bem. Mas... Agora tá uma bagunça, uma grande bagunça. Eu não sei o que fazer.
- O que houve, minha flor?
Explico tudo pra minha mãe, toda essa confusão, indecisão. Os garotos aos poucos mostrando que gostam de mim. Tudo.
Ela escuta tudinho e, quando termino, ela suspira.
- Filha, você só tem que fazer uma escolha. Pense um pouco e vê de quem você gosta mais. Seja honesta, primeiro com você mesma, e depois com eles.
- Ser honesta? Mãe, eu vou quebrar o coração de alguém!
- Sim, isso vai acontecer minha flor, infelizmente vai. Você precisa ser honesta com eles, se você precisa de mais tempo para pensar, fale isso com eles. Mas não minta, ok? E não confirme nada com ninguém se você não estiver certa do que quer. É difícil, meu amor, eu sei que é.
Eu suspiro. Sei que mamãe está certa. Vai ser uma decisão muito difícil.
- Obrigada, mamãe. Eu vou dar um jeito, ok? Depois te conto o que houve. Te amo.
- Tá bom, filha, te amo também. E, por favor, não se machuque com isso tudo.
Depois de desligar, fico alguns minutos pensando em tudo isso.
Ambos os garotos são uns fofos. E agora eu sei que os dois gostam de mim, do jeito que eu gosto deles.
Como eu posso fazer essa decisão em cima desses dois garotos maravilhosos?
É tão difícil, meu Deus. Eu nunca passei por isso. Espero nunca mais passar. E não recomendo pra ninguém isso que eu estou sentindo.
Respiro fundo, fecho os olhos e foco nos dois. Um de cada vez.
Penso muito nesses últimos meses, nessas últimas semanas. Tudo que aconteceu. Todos os detalhes.
De repente algo vem na minha como se fosse com um monte de tijolos caindo em cima de mim. É inesperado, mas incontestável, indiscutível.
Eu sei o que tenho que fazer.
Volto para dentro da cafeteria, rumo a mesa que estava sentada e onde ambos ainda estão me esperando, calados. Quando chego, os dois me olham, esperando a resposta.
É agora...
FIM
Eu odeio ter que quebrar o coração do , mas o já tem o meu.
Dou uma olhada nos dois rapidamente e encaro , arqueia uma sobrancelha.
- , você é uma pessoa maravilhosa. Aquele poema me deu arrepios, eu... Amei. Fui apaixonada por você desde quando a gente era mais novo. – ele olhou para baixo, triste, já sabendo o que estava por vir – Mas você me conhece a tanto tempo e nunca me disse nada. Desde sempre eu pensei que você não tinha nenhum interesse, e quando você começou a dar pistas que gostava de mim, eu percebi que eu gosto mesmo do . – minha voz começa a ficar trêmula – Você esperou demais. Eu vou com o para o baile, eu escolho ele. Me desculpa, mesmo.
esfrega suas mãos no rosto e suspira. Ele leva um minuto antes de me responder.
- Sendo bem sincero, eu não gostei disso, mas... Eu entendo. Eu fui muito covarde para te chamar para sair antes. Percebi meu erro tarde demais. Mas a gente vai continuar amigos né?
- Você tá brincando? Nada no mundo pode mudar nossa amizade. Leve o tempo que precisar, , e quando você estiver pronto nós podemos sair juntos, como os melhores amigos que sempre fomos.
se levanta e estende os braços querendo me abraçar. Eu me levanto também e o abraço forte.
- Me desculpa, anjo, eu fui um idiota, mas eu só quero ver você feliz. Estando comigo ou não.
- Você é maravilhoso, . Ainda vai achar alguém tão maravilhoso como você. - Ele beija minha testa, acena para e vai embora.
Meu coração dói ao ver ele indo embora triste, e aí eu olho para e vejo o seu sorriso e os olhos brilhando.
- Pra ser sincero, eu pensei que seria ao contrário, graças aos deuses que não aconteceu!
- Para com isso, . Você sabe que estava me cortejando desde quando nos conhecemos. - Ele cora e sorri.
- Foi tão óbvio assim?
- Eu levei um tempo para perceber, mas, sim, foi bem óbvio. – ri discretamente – fazia questão de sempre comentar isso pra mim.
- Me lembre de comprar legal pra ela. Eu preciso muito agradecê-la por ajudar eu conseguir minha garota. – eu coro – enfim, vamos?
Eu balanço a cabeça positivamente, ele pega uma das minhas mãos e me guia até a porta da cafeteria. Paga a conta e nós dois voltamos para o campus, conversando sobre os planos para o baile.
Chegou o dia do baile, algumas semanas depois de ter feito minha escolha. Falta poucas horas para o mesmo. queria me buscar no dormitório, mas eu falei pra gente se encontrar lá, porque já tinha combinado com para irmos juntas. Ela também vai encontrar o namorado lá. Enquanto nos arrumamos para o baile, fofocamos e conversamos sobre minha escolha e o que a gente esperava desse baile.
Mais tarde, encontro , que está vestindo um terno todo preto e com o cabelo para trás, muito diferente do que eu sou acostumada a ver, mas ainda assim, maravilhoso como sempre.
- Acho que ainda não lhe disse que está perfeita. – eu sorrio sem graça, corada, e encaixo um de meus braços no braço dele.
Passou-se alguns minutos, já tínhamos dançado, encontramos e conversamos com Noah e , vimos Olivia louquíssima na pista de dança, bebemos um pouco, e resolvemos ficar num canto, conversando. me olha ternamente.
- Já te disse que você tá perfeita? – eu rio discretamente e coro novamente.
- Só umas 50 vezes hoje.
- Legal, então mais uma vez não vai machucar ninguém.
Começou a tocar uma música romântica e vimos os casais indo direto para a pista.
- Você poderia me conceder a essa dança, linda? – se inclina e olha para mim com um sorriso.
Eu coro, e solto uma risadinha.
– Claro que sim. Esperei por esse momento por meses.
pega minha mão e me guia para o meio da pista de dança. Ele coloca uma de suas mãos no final das minhas costas e segura uma de minhas mãos com a outra.
Eu fico um pouco tensa e preocupada, com medo de tropeçar nos meus próprios pés – já falei que sou o desastre em pessoa.
- Não precisa ficar com medo. É bem simples. Só me acompanha. – ele faz um gesto para eu olhar em seus olhos castanhos. E assim começa a dançar.
Acompanho os passos dele sem nenhum problema e fico mais calma.
- Viu? É fácil. – sorrio e curto a música me perdendo nos olhos de .
Assim que a primeira música acaba, ele me puxa mais perto e cochicha no meu ouvido.
- Tenho uma confissão a fazer.
Sinto meu coração parar de bater por um momento, pensando no que pode ser.
- Oi? O que...?
- Assim que eu te vi naquela noite em que nos conhecemos, eu sabia que tinha que fazer você ser minha. E depois, quando nos vimos pela segunda vez na aula de matemática, eu estava determinado em ganhar você pra mim. Não foi fácil. Eu não tinha nem noção se você gostava de mim ou não. Então eu te mandei flores no dia dos namorados. – um sorriso imenso se abriu no meu rosto. O mistério do dia dos namorados está resolvido e foi melhor do que eu pensei que seria.
- Desde quando recebi aquelas flores eu não parei de pensar em quem teria me mandado elas. Por que você não colocou seu nome?
- Eu tinha medo de você não gostar e não querer nem olhar pra mim mais. A gente mal se conhecia e...
- Eu provavelmente teria gostado e ainda concordado em ir à um encontro.
- Ah... Bom... Eu estava muito nervoso, com medo de você não aceitar. Sabe, você não é como as outras garotas...
- E...?
[n/a: Coloca a música ;)
- E isso não é ruim, você ser diferente. Eu te amo do jeito que você é.
Eu sorrio e encosto minha cabeça contra o peitoral dele, enquanto uma outra música começa a tocar. Ele me ama? Ele me ama! Eu... Nem sei o que pensar. To tão feliz que não consigo nem surtar. Eu sinto ele me dando um beijo na minha cabeça. Eu desencosto minha cabeça e fico o olhando, reparando na música que estava tocando, as letras enchem meu coração com alegria e faz esse momento que estou tendo com parecer um sonho.
Isso é real? Ou eu estou sonhando? Se eu estiver sonhando, por favor, não me acorde nunca.
Percebo que pode estar pensando a mesma coisa, quando ele me puxa mais perto ainda (como se houvesse mais espaço entre nós) e aperta minha cintura.
Eu sorrio e meus pensamentos voltam no dia em que nos conhecemos.
- Eu tenho uma confissão a fazer também.
- Oh! Sério?
- Eu não o ignorei no primeiro momento em que nos vimos. Eu só não podia ficar olhando para o palco porque ouvir sua voz fez meu coração bater mais forte. – ele ri e suspira dramaticamente.
- Pois é, parece mesmo que eu causo esse efeito nas garotas – eu dou um tapa de leve no peitoral dele e o acompanho no riso.
Ele para de rir e me encara apaixonadamente, e depois de um tempo me olhando nos olhos ele passa seu olhar para minha boca, de repente sua boca me pareceu muito mais interessante para olhar. Sentindo seu olhar na minha boca, e desejando a boca dele na minha, sem perceber mordo meu lábio inferior. Ele coloca suas mãos no meu rosto, automaticamente, fecho meus olhos e ele se aproxima cada vez mais até colar seus lábios nos meus. O beijo no início é desesperado, como se ele quisesse isso a muito tempo, como se dependesse do beijo para viver. Depois o beijo ficou mais calmo e apaixonado. Ele termina o beijo com um selinho, eu continuo com os olhos fechados. Sinto o olhar dele e assim que eu olho para ele, ele abre o sorriso mais lindo que eu já vi, os olhos brilhando... Parecendo um bobo apaixonado. Ah, não precisa nem falar que devo estar do mesmo jeito, porque provavelmente eu estou pior.
Passei a noite toda o beijando e dançando lentamente com , até mesmo nas músicas mais rápidas. Eu só não queria soltar ele e deixar ele ficar longe de mim.
Não tinha nenhum outro lugar em que eu queria estar, e essa é uma noite que eu nunca vou esquecer.
Final Alternativo
Enquanto saio do palco, vejo em um canto sorrindo para mim.
Como ele sabia que eu iria apresentar hoje?
Desço do palco e vejo vindo ao meu encontro.
- me disse que você iria apresentar hoje. Então eu pensei em vir aqui te ver antes de sair com os caras.
- Normalmente eu ficaria com raiva dela, mas eu tô feliz que ela tenha te contado. Obrigada por vir.
- Por nada, anjo. Ainda bem que eu vim. – ele me deu um abraço. Vejo vir também.
- Viu? Te disse que você iria se sair bem.
- Tá, tá. Obrigada. Sério, eu não iria conseguir fazer sem você aqui.
- Você conseguiria sim, mas obrigado. E você foi ótima.
[...]
Eu sei o que tenho que fazer.
Volto para dentro da cafeteria, rumo a mesa que estava sentada e onde ambos ainda estão me esperando, calados. Quando chego, os dois me olham, esperando a resposta.
É agora...
Eu odeio ter que quebrar o coração do , mas o sempre teve o meu.
Dou uma olhada nos dois rapidamente e encaro .
- , você é incrível. Essa música que você apresentou fez meu coração bater muito mais forte. A gente tem tanto em comum e nos damos muito bem. – o rosto dele fica vermelho e ele se dá conta do que eu irei falar – Mas eu não te conheço muito bem além da música e da escola. A gente se conhece tem poucos meses. Eu percebi que você nunca gostaria de mim, depois de ter visto as garotas que estavam assistindo você quando nos conhecemos... E quando você começou a demonstrar que gostava de mim. Eu já sabia que meu coração pertencia a outro alguém. – minha voz fica trêmula – Você tem um pedaço do meu coração, sim. Mas tem a maior parte. Eu vou ao baile com ele, eu escolho ele. Me desculpe.
esfrega suas mãos no rosto e suspira. Ele leva um minuto antes de me responder.
- Claro que eu queria que fosse diferente, mas eu entendo. Você conhece ele a mais tempo... Eu... Só quero que você seja feliz. E isso não significa que não podemos sair mais juntos, né? Eu preciso de alguém para criticar minha música e meu trabalho.
- Duh... Quem mais além de mim poderia fazer isso? Quando você puder sair de novo é só me ligar ou me mandar uma mensagem.
se levanta, segura minhas mãos e me abraça amigavelmente.
- Embora eu odeie ver como isso se resolveu, ao menos eu sei que ele lhe tratará bem.
- E alguma garota vai fazer isso por você também. Você é incrível, . Não se deixe abalar por essas coisas.
Ele aperta minha mão, acena para o e vai em direção a porta para poder ir embora.
Meu coração dói ao ver ele indo embora triste e aí eu olho para e vejo o seu sorriso, os olhos brilhando.
- Eu achei mesmo que você ia falar pra mim que eu cheguei tarde demais. Eu esperei muito tempo para te perguntar...
- Sim, você demorou e quase foi tarde demais. Mas você é sortudo de eu ser apaixonada por você desde quando éramos pequenos. – ele pegou minha mão e a beijou.
- E eu, por você.
- vai surtar. Ela vivia dizendo que devíamos ficar juntos a muito tempo atrás.
- Pois é, minha mãe também vai. Ela vivia me enchendo sobre quando nós dois íamos ficar juntos.
Depois de poucos minutos, nós dois voltamos para o campus, conversando sobre os planos para o baile.
Chegou o dia do baile, algumas semanas depois de ter feito minha escolha. Falta poucas horas para o mesmo. queria me buscar no dormitório, mas eu falei pra gente se encontrar lá, porque já tinha combinado com para irmos juntas. Ela também vai encontrar o namorado lá. Enquanto nos arrumamos para o baile, fofocamos e conversamos sobre minha escolha e o que a gente esperava desse baile.
Mais tarde, encontro , que está vestindo um terno preto e branco, com o cabelo para trás, muito diferente do que eu sou acostumada a ver, mas ainda sim, maravilhoso como sempre.
- Eu ainda não acredito que você está aqui comigo. – eu sorrio sem graça, corada, e encaixo um de meus braços no braço dele.
- Eu também ainda não acredito, está tudo tão perfeito.
- Concordo. E você está maravilhosa.
Começou a tocar uma música romântica e vimos os casais indo direto para a pista.
- Dança comigo? – olha nos meus olhos e segura minha mão.
- Sim, vamos.
pega minha mão e me guia para o meio da pista de dança. Coloco minhas mãos envolta do pescoço dele e ele coloca as mãos na minha cintura.
- Você me deixaria sozinho, aqui na pista de dança, se eu te disse que tenho uma confissão para fazer?
- Isso depende no que você vai falar, então, cuidado. – ele ri e arqueia uma sobrancelha.
- Entãããão... Eu leio o seu blog. E eu sou o anônimo que comenta sempre por lá.
- Você tá brincando! Por que não me disse quando te perguntei?
- Eu fiquei envergonhado. Tive um treino na hora que você marcou o encontro e eu não quis que você pensasse que eu era um babaca.
- E agora você acha que eu penso diferente por que...? – eu pisco para ele para lhe mostrar que eu estou brincando. Ele solta uma gargalhada. – Não importa agora, obviamente, mas eu teria gostado se você tivesse me contado. Me teria salvo de muita encrenca.
- Eu sei. Quem diria que eu fosse ficar tímido com as garotas, né? – solto um riso discreto e dou um tapinha no peitoral dele.
- Você nunca vai mudar né?
- Você quer que eu mude?
- Não.
- Problema resolvido então. – ele me puxa para mais perto e eu olho nos olhos azuis dele, reparando na música que estava tocando, as letras enchem meu coração com alegria e faz esse momento que estou tendo com parecer um sonho.
Isso é real? Ou eu estou sonhando? Se eu estiver sonhando, por favor, não me acorde nunca.
Percebo que pode estar pensando a mesma coisa, quando ele me puxa mais perto ainda (como se houvesse mais espaço entre nós) e aperta minha cintura. Me afasto só um pouco (muito pouco, quase nada) para poder fazer uma pergunta.
- Você realmente gostou de mim de uns anos pra cá?
- Desde quando nós éramos crianças, na verdade.
- Queria que você tivesse dito antes. Você se meteu em um monte de problemas nesse tempo.
- O que importa é que eu gosto de você e que estamos juntos agora, né? – eu balanço a cabeça positivamente.
- Sabe o que é melhor? É que sua mãe pode envergonhar você na frente de qualquer garota. Então você é só meu agora. – eu digo um pouco envergonhada e dou uma risada tímida.
Nós rimos um pouco lembrando da nossa infância juntos, de todas as coisas malucas que já fizemos.
De repente começa uma música mais rápida e ele começa a dançar horrivelmente péssimo.
- Ei, pode parar aí. Você está envergonhando você e eu. Principalmente eu. - O que? Mas eu sou o mestre da dança. Eu sei de passos que ninguém mais conhece. – ele continua dançando igual um idiota e eu rindo, morrendo de vergonha.
Quando a música acaba eu agradeço aos céus por ele poder sossegar agora. E a música volta para algo mais calmo e romântico.
Ele pode ser um doido. Mas ele é meu doido.
Ele se aproxima de mim novamente e voltamos a posição que estávamos. Mais próximos. Eu não parava de olhar para os olhos dele e ele também me olhava fixamente, depois de um tempo me olhando nos olhos ele passa seu olhar para minha boca, de repente sua boca me pareceu muito mais interessante para olhar. Sentindo seu olhar na minha boca, e desejando a boca dele na minha, sem perceber mordo meu lábio inferior. Ele coloca suas mãos no meu rosto, automaticamente fecho meus olhos e ele se aproxima cada vez mais, até colar seus lábios nos meus. O beijo no início é desesperado, como se ele quisesse isso a muito tempo, como se dependesse do beijo para viver. Depois o beijo ficou mais calmo e apaixonado. Ele termina o beijo com um selinho e um beijo na testa, eu continuo com os olhos fechados. Sinto o olhar dele e assim que eu olho para ele, ele abre o sorriso mais lindo que eu já vi, os olhos brilhando... Parecendo um bobo apaixonado. Ah, não precisa nem falar que devo estar do mesmo jeito, porque provavelmente eu estou pior.
Passei a noite toda o beijando e dançando lentamente com , até mesmo nas músicas mais rápidas. Eu só não queria soltar ele e deixar ele ficar longe de mim.
Quase parece um conto de fadas, e eu não quero que a noite acabe tão cedo. Nem no meu maior sonho, poderia estar tão perfeito quanto está agora.
Não tinha nenhum outro lugar em que eu queria estar e essa é uma noite que eu nunca vou esquecer.