Cap�tulo 1
T�, t�, professor, eu j� sei disso � Quem n�o sabe? -. Que aula chata! Algu�m me tira daqui?
Olho para o rel�gio, rabisco o caderno e olho para tr�s... Para null que est� anotando algumas coisas. Ele est� com a jaqueta do time em que joga, com o cabelo levemente bagun�ado... Como sempre, muito lindo.
- Eu acho que minha aula � muito chata para alguns de voc�s, n�o � mesmo, senhorita null?
Ops.
- Desculpa, Sr. Smith. � Ser� que ele me fez alguma pergunta?
- Sim, senhorita null, eu te fiz uma pergunta, � n�o acredito que eu pensei alto, parab�ns null, idiota. - Poderia responder, por favor?
- Claro, professor...
- Estou esperando. � Disse ele, claramente impaciente.
- Qual... Era a pergunta? � Dei um sorriso discreto, enquanto ele revira os olhos, mais impaciente ainda e faz a pergunta de novo.
- Por que Julieta bebeu a po��o?
- Ah sim! Ela bebeu a po��o porque assim ela n�o iria se casar com Conde Paris e poderia ficar com seu amor, Romeu.
- �timo. Agora, eu... - N�o continuei prestando aten��o na aula. Olho para tr�s novamente e vejo null olhando para mim com um sorrisinho de lado e a sobrancelha arqueada, mostrando-me que sabia que eu estava olhando ele antes da bronca do Sr. Smith.
Filho da p.
OK, agora ficou bem embara�oso. E eu, provavelmente, estou com todos os tons de vermelho na cara.
Finalmente a aula acabou e eu s� queria sair correndo dali para ele n�o falar comigo.
O que n�o aconteceu... null surgiu na minha frente com aquele sorriso rid�culo de lindo.
- Ei, voc� estava totalmente viajando na aula de Literatura, hein!? Estava se imaginando onde? - Ele disse rindo e com aquele tom de voz de que sabia que eu estava encarando-o.
"Estava imaginando sua boca na minha e.... T� bom, null! Pare antes que voc� pense alto de novo. E responde ele logo que ele t� te encarando."
- Ahm... Estava pensando em um poema que estou escrevendo e me distra�. � Sorri sem gra�a e, provavelmente, vermelha, de novo.
- Melhor prestar aten��o da pr�xima vez, sen�o ir� para a deten��o. E quando terminar esse poema � para me mostrar, ok? Eu adoraria ler o que voc� escreve. � null d� uma piscadinha ao final da frase.
EU N�O AGUENTO ESSE CARA, ELE QUER ME MATAR!
- Pode deixar, mostro sim. Ahm... Eu... Tenho que ir, t�? � Melhor ir r�pido antes que a rainha do desastre aqui fale ou fa�a algo. Fui dar um tchauzinho com a m�o e deixei meus livros ca�rem, n�o disse que algo assim poderia acontecer? Prazer, o desastre em pessoa, mas costumam me chamar de null.
- Opa. Deixa eu pegar isso. � Ele ri discretamente e pega meus livros.
- Obrigada. �... Voc� vai jogar na sexta, certo?
- Sim, sim. Os Black Knights s�o bons pra caramba, vai ser um jogo dif�cil, mas temos chances.
- Ent�o, eu acho que devo ir para dar boa sorte pra voc�, hein? � Disse, fazendo um pouco de gra�a.
- � para aparecer mesmo, se voc� n�o ir e a gente perder, a culpa � toda sua.
- Eu n�o vou deixar de ir, relaxa. � Disse rindo. � E a�... Como vai com a Melanie? N�o tenho visto voc�s dois juntos ultimamente.
Ele ficou um pouco sem gra�a, bagun�ou o cabelo e disse:
- Bom... Terminamos semana passada.
O qu�? Chocada.
- Nossa, null! Que pena. � Falsa. � Por que terminaram?
- A gente queria coisas diferentes. Estou procurando algu�m n�o t�o... rude e controladora.
- Entendi... Fa�a o que faz voc� feliz. � o que importa.
- Esse � o plano. � Ele sorriu e olhou nos meus olhos. Gente, como faz para respirar? � Voc� vai estar monitorando semana que vem? Estou precisando da sua ajuda num exerc�cio.
- Sim, sim. Vou estar l� �s 15h. Chegue um pouco antes pra eu te ajudar mais cedo, porque enche de gente querendo monitoria.
- N�o preocupa, eu vou ser o primeiro.
- Bom, eu t� indo l� na lanchonete, quer vir?
- Queria, mas marquei de encontrar os caras para treinar. Pode ser depois?
- Claro! At� mais, null.
Conhe�o null desde quando n�s �ramos crian�as, morava na casa em frente a que ele morava, e � medida que crescemos, n�s fomos nos separando e conversando menos. Ele come�ou a jogar futebol e ficar popular e eu prefiro ficar com meus livros e escrever em algum canto. Sempre fui apaixonada por ele, e eu acho que ele nem imagina isso. Tamb�m, ele sempre com namoradas maravilhosas e eu sempre... Sozinha. Pois �, nunca tive um relacionamento s�rio. E minha meta esse ano al�m de me sair bem aqui, � ter meu primeiro namoro s�rio. N�o � t�o dif�cil, n�?
Cap�tulo 2
Ai, tomara que n�o seja minha m�e, ela ficou super protetora depois que passei a morar aqui no campus.
null: �null? Diz que �t� vindo pra lanchonete agora! �T� morrendo de fome e a Zoe t� aqui... ME SALVA, POR FAVOR!�
Come�o a rir e respondo.
"HAHAHA...! J� �t� indo, calma! Ah, compra um sandu�che pra mim e me encontra do lado de fora. Voc� me deve essa t�?�
null: ��T�, �t�... Sem problemas! VEM R�PIDO! Ela t� falando do gato dela de novo.�
Conheci null numa cafeteria tempos atr�s. Parei l� para tomar algo e estudar longe da minha melhor amiga louca e colega de quarto, null. Naquele dia, era open mic e ele estava apresentando, cantando uma m�sica rom�ntica e quando ouvi a voz dele, n�o pude n�o olhar pro palco. E, que fique entre n�s, imaginei que ele estava cantando isso para mim. N�o estava nem um pouco preparada quando estava indo embora de l� e nos trombamos. Ele puxou assunto, n�o preciso nem dizer que eu morri de vergonha, n�? N�s ficamos amigos desde ent�o, mas, cara... Eu queria que fosse mais.
Chegou na entrada da lanchonete e vejo um null impaciente, segurando os lanches.
Ele veio at� mim e entregou meu lanche.
- Demorou demais null! Estava quase escutando o que o Senhor Wisker aprontou pela terceira vez na semana. � Soltei uma gargalhada.
- E como voc� saiu de l�?
- Disse que tinha esquecido de levar lanche para voc� que estava estudando na biblioteca. Acho que a gente pode manter assim, quando eu quiser sair de perto da Zoe falo que voc� precisa de mim.
- Ah, n�o! N�o come�a me usando como suas desculpinhas n�o, null null. Se n�o vai virar uma bagun�a e o senhor sabe disso. N�o pode fazer isso poxa, voc� � o crush dela, ela s� quer ficar perto de voc�.
- Bom, � isso que acontece quando as garotas me conhecem. � Ele disse cheio de gra�a � S� tem uma que mal fica comigo no dia...
Coro e come�o a andar rumo a biblioteca. Bom, fazer o qu�? Sou t�mida. Se ele soubesse...
- Mal fica comigo no dia, ent�o o m�nimo que posso fazer � us�-la como �desculpinha�. - Continua fazendo isso pra voc� ver.... Voc� n�o teria ningu�m para falar o qu�o sua m�sica � ruim, se n�o fosse por mim. � Sim, parti para a provoca��o. Apelo mesmo.
- Fatality! Isso doeu. N�o precisava disso tudo. � Ele come�ou a fingir que estava com dor.
- Idiota. � Mostro a l�ngua pra ele. � por isso que ele � s� seu amigo sua louca, olha a maturidade.
- Mas fazer o que, n�? N�o preciso disso, �t�? Tem in�meras outras garotas que amam minha m�sica.
- Isso n�o � verdade! Elas est�o encantadas porque voc� � bonito, n�o pela sua m�sica. Voc� poderia cantar can��es de ninar que nem iam ligar. � Quem estou enganando, eu faria parte disso.
- Ent�o, quer dizer que eu sou bonito, huh? � null arqueou a sobrancelha e deu um sorriso malicioso.
- Fica quieto e s� agradece, null! Isso far� voc� ser um m�sico melhor, um dia.
- N�o! O que me far� melhorar � ter uma �tima pessoa que escreva as m�sicas pra mim. Se ao menos eu soubesse quem poderia ser....
Ele d� uma piscadinha pra mim. Eu reviro os olhos.
- Minha proposta ainda �t� de p�. N�s podemos escrever juntos, trabalhar juntos. Mas, n�o vou fazer isso sozinha pra voc�.
- Ent�o, acho que minha m�sica vai ser ruim at� voc� se cansar disso e aceitar essa maravilhosa oferta de trabalho que tenho pra ti.
- Vai sonhando. Bom, voc� terminou a m�sica que vai apresentar no open mic daqui duas semanas?
- Acho que voc� vai ter que descobrir, huh? Bom, tenho que ir pra aula agora. Voc� vai � cafeteria hoje � noite?
- Tenho que estudar pra uma prova que tenho amanh�, ent�o dessa vez n�o vai dar para ir.
- Ah sim, boa sorte amanh�. A gente se v�. � Nos abra�amos e ele vai embora.
Sento em um canto para comer meu lanche e come�o a pensar em algumas coisas sobre o null que venho percebendo.
Tenho a leve impress�o de que ele est� evitando escrever comigo... Ser� que ele n�o gosta da minha escrita? Sinceramente, n�o sei de mais nada.
Um outro fato sobre mim: sempre que falo algo ruim, me arrependo. E estou arrependida de ter falado que as m�sicas do null s�o ruins. Tudo bem que falei brincando. Tudo bem que ele entendeu que estava brincando (ao menos, espero que sim). Mas, mesmo assim.... A m�sica dele � muito boa e tenho que parar de falar que ela � ruim, e elogiar ele. Pego meu celular e mando para ele �eu menti, sua m�sica � muito boa.�. Logo, recebo a resposta �eu sei�. Sorrio.
Babaca! Agora, estou arrependida de mandar isso pra ele ou n�o. N�o tenho jeito, socorro. N�o desistam de mim, ok?
Depois de mais algumas aulas, volto pro dormit�rio. Quando entro, vejo um envelope. Algu�m deve ter jogado debaixo da porta. Abro, tem dois ingressos pro jogo amanh� e um bilhete com a letra de null.
�Aproveite o jogo amanh� � noite. Espero que a gente saia depois que n�s ganharmos. - null� � Abro um sorriso que vai de orelha a orelha. Tecnicamente ele me chamou para um encontro.
Olho para frente e vejo uma cara confusa com um toque de deboche.
- Por que est� sorrindo desse jeito igual uma idiota?
Cap�tulo 3
- �T�, �t�... Tanto faz! Me responde: O que � isso a�?
- Ah! O null deixou dois ingressos pro jogo de amanh�. Quer ir comigo?
- Para voc� n�o tirar os olhos do quarterback e falar dele toda hora pra mim? Claro!
Bom, essa desmiolada a� � null null, minha melhor amiga, colega de quarto, psic�loga/conselheira particular e idiota de carteirinha.
- S� vou falar dele porque ele vai estar l� jogando, n�? Se n�o fosse por isso...
- Com certeza, null. Voc� nem fala muito nele, n�o pensa muito nele, nem nada disso. Aquela foto dele ali na mesa � s� para lembrar que ele existe, n�? Por que se n�o fosse isso...
Olho para a foto que null mencionou. Ela foi tirada em um dos primeiros anos da escola. null e eu t�nhamos mais contato que de uns tr�s anos pra c�. - O que voc� quer? A gente � amigo desde quando �ramos crian�as.
- E pra isso voc� precisa guardar todos os bilhetes que ele te mandou naquela caixa debaixo da sua cama? E quase enfartar quando ele te manda uma mensagem?
- Idiota. � Pego um travesseiro e jogo na cara da null. � Voc� n�o pode falar nada. Voc� d� em cima do null sempre que pode.
Pois �! Minha melhor amiga e eu temos uma quedinha ("inha") pelo mesmo cara. Ela diz que se tivesse oportunidade dava uns pegas e s�, que n�o � nada mais que isso. J� eu... Acho que sinto bem mais que isso.
- U�, por que n�o? S� que nunca d� certo porque n�o � de mim que ele gosta e sim de voc�. E al�m disso, nem t� t�o a fim mais. null me chamou para sair e me chamou tamb�m pro baile no final do ano e voc� acha que eu, null null, n�o iria aceitar?
Joguei outro travesseiro nela.
- Por que voc� n�o me contou? Isso � maravilhoso! E o null n�o gosta de mim desse jeito, ent�o... Para.
- Voc� est� louca, garota! Ele e o null s�o caidinhos por voc� e s� voc� n�o v� isso. Enfim, o s� me perguntou hoje mais cedo...
- Ah, ok. Claro.
- Do que voc� est� falando agora? Bebeu?
- N�o... Estou falando que os dois n�o gostam e n�o v�o gostar de mim desse jeito. E eu estou feliz por voc� e pelo null, ele � um gato.
- Amiga, quem voc� acha que comenta em an�nimo quando voc� publica no blog seus poemas? Quem voc� acha que te mandou rosas no dia dos namorados?
- Certamente, nenhum deles. � null rolou os olhos e voltou para os estudos.
- Cansei de argumentar com voc�. Senta e espera pra voc� ver.
Sentei-me e abri meus livros de matem�tica para tentar estudar.
Tentar.
Ela poderia estar certa?
N�o, ela est� louca! N�o sou o tipo de nenhum dos dois.
Mas, isso n�o significa que n�o possa querer ser de um dos dois...
Ok, null, foco.
Depois de algumas horas estudando, preparo-me para dormir.
Quando estou pegando no sono, meu celular vibra.
null: "Comecei hoje... Espero que voc� goste."
Logo, recebo um �udio e nele consigo ouvir alguns acordes de viol�o, formando uma melodia rom�ntica.
null: "Chama-se 'Shy Beauty'. Letras em andamento. ?Boa noite, null! Bons sonhos."
Coloquei para tocar infinitas vezes.
Ser� que a null poderia estar certa?
"Linda, como sempre! Obrigada por estar mostrando pra mim. Boa noite, null!"
Dormi com aquela melodia repetindo v�rias vezes na minha cabe�a. Agora, mais confusa do que nunca.
Cap�tulo 4
Ah! Quem estou enganando?
N�o era por causa do jogo, era o que iria acontecer depois dele.
N�o entendo muita coisa de futebol, ent�o n�o posso falar do jogo em si.
Durante o jogo, null caiu no campo e ficou parado por alguns minutos. Desesperei-me achando que ele tinha se machucado s�rio, pensei em correr l� para ajudar, mas null segurou meu bra�o e falou: �Para de ser rid�cula, amiga! Isso acontece.". S� que ele n�o se mexia, quando resolvi ir ele levantou com a ajuda de um dos colegas do time.
L� ia null pagar mico, nada de novo sob o sol.
Tirando isso, o jogo foi bem tranquilo. Nosso time ganhou, obviamente.
Os Black Knights s�o muito bons, mas os Pacific-11 s�o melhores sem d�vidas. Se o null n�o estivesse no time tamb�m, null iria falar que acho os Pac-11 melhores por causa do null. E claro que eu enchi ela por isso, n�o iria perder a oportunidade.
Ah! null apareceu durante o jogo.
Alguns minutos atr�s:
"Ei, gatinhas! Vejo que estamos ganhando.".
- N�o gra�as a voc�, n�, null? Onde voc� estava? O jogo est� quase acabando! � Disse o encarando.
Ele sorriu pra mim, daquele jeito fofo que eu me derreto toda, e me ofereceu pipoca.
- Acredite, se quiser, mas estive aqui o tempo todo.
- Ah, claro... � Come�o a rir desacreditada. � Mentiroso! Eu sei que voc� nem liga pro futebol.
- Est� bom! Voc� est� certa.... Eu n�o ligo. Mas, quem voc� acha que tocou aquele solo de guitarra com a banda do time minutos atr�s no half-time show?
- Olha, eu n�o conhe�o, mas posso dizer que n�o foi voc� porque eles estavam no meio do campo, tocando.
- Cansei de tentar te impressionar... N�o deu nem um pouco certo. Voc� precisa acreditar mais nos outros. � Arqueei uma sobrancelha que significou �acreditar no qu�?� - Ou pelo menos fingir que acredita.
Houve gritaria por toda arquibancada, o que significava que o jogo havia acabado e que os Pac-11 ganharam.
- Finalmente! N�o sei se aguentaria mais voc� encarando o null. � Disse null.
Meu deus, ela n�o disse isso.
Na frente do null.
Eu quero mat�-la.
Dou um cutuc�o nela com o cotovelo e ela me olha com cara de t�dio.
Tomara que ele n�o tenha escutado. Ele j� acha que n�o gosto dele, imagina se ouvir isso... E por sorte ele n�o ouviu.
- Ent�o, eu e uns amigos vamos no Cliff�s, querem vir? � Ele disse apontando para alguns amigos mais atr�s de n�s.
- Desculpa a�, null, mas vou comemorar com null a vit�ria. � null disse dando uma piscadinha, deixando no ar o que faria. N�o que null ou eu quisesse saber o que eles v�o fazer. Ele d� de ombros e olha para mim.
- Eu adoraria, mas j� tinha combinado com o null de sair para comer l� depois que ganhassem. � O sorriso do null desapareceu ao ouvir o nome do null. � Acho que a gente se v� l� mais tarde, certo? � Ele sorri de novo.
- Tudo bem. A gente se v� l�, gatinha. � E vai em encontro dos amigos.
- Amiga? null me mandou uma mensagem, ele est� me esperando. Voc� vai encontrar o null?
- Vou sim. Vai encontrar com o null, n�? Pelo visto est� mais s�rio do que imaginei... � Ela fica sem gra�a. � Ai meu Deus! Fica assim, deixa eu tirar foto dessa sua cara, que � um momento raro e �nico.
- null, vai tomar naquele lugar e n�o me enche, vaca.
- Voc� sabe que te amo, amiga. Vamos encontrar os garotos ent�o.
Fomos juntas at� certo ponto e ent�o nos despedimos. Fui para a porta do vesti�rio encontrar o null, pensando na cara que null fez quando disse quem ia encontrar. Espero que ele n�o tenha achado ruim.
Na verdade, ele n�o tentou nada at� agora, ent�o n�o tem como ele achar ruim, certo?
Certo.
Ele n�o quer nem escrever uma m�sica comigo... De que maneira ele se importa?
Chegando na porta do vesti�rio, vejo um null todo sorridente. Me aproximo dele e ele diz:
- Eu disse que voc� seria boa sorte pro time, anjo. � E me abra�a forte. Ainda bem que ele t� me segurando porque n�o tenho condi��es de ficar em p� sozinha com esse abra�o, com esse sorriso, com o �anjo� e com esse charme todo.
Eu dou um sorriso toda t�mida e me lembro que ele caiu no jogo.
- Voc� t� bem? Quase tive um enfarte vendo voc� ca�do no campo!
- Ah, que gracinha ela toda preocupada comigo. � Disse rindo - Mas, estou bem sim, anjo. N�o precisa ficar assim por mim... Ahm, para falar a verdade �t� faminto! Voc� est� pronta para ir no Cliff�s pra gente comer?
- Faria alguma diferen�a se eu n�o estivesse?
Ele solta uma gargalhada e d� uma mexida no meu cabelo.
- Claro que sim.
- Claro que sim, n�? Iria me esperar ficar pronta, mas iria me encher de minuto a minuto. � Ele volta a rir e solta uma piscadinha. Eu n�o aguento esse charme todo, sinceramente.
- Voc� me conhece t�o bem, anjo.
- Ah, que isso... S� desde quando voc� tinha medo de p�ssaros. � Ele me olha feio. � Relaxa! N�o contei isso para ningu�m, esse segredo de inf�ncia est� guardado a sete chaves. Mas, ent�o... Vamos?
N�s chegamos no Cliff�s e sentamos perto da porta mesmo, ele sentou na minha frente.
null pegou o card�pio e ficou um tempo vendo o que tinha para assim poder pedir.
Vi null algumas mesas depois com uns amigos. Melhor n�o falar nada.
- Ent�o, null, voc� sabe o que vai pedir? N�o consigo me decidir.
- Provavelmente, o de sempre. � Ele ri e balan�a a cabe�a negativamente.
- Eu deveria saber... Voc� s� comeria bacon, se pudesse. J� consigo imaginar: donuts de bacon, tacos de bacon, sushi de bacon... � Continua rindo de mim. Idiota.
- Ha-ha. N�o posso fazer nada se voc� n�o tem bom gosto. Quem n�o gosta de bacon?
Esquisito. Voc� deveria ter vergonha. � Disse o acusando, de brincadeira. Ele mostra a l�ngua para mim.
- Pelo menos, n�o como a mesma carne em toda refei��o. Isso � loucura.
- Aaaata, disse o cara que come maionese em tudo que pode. Isso � nojento pra caramba, sabia? � Disse rindo, mas meu sorriso dispersou logo quando percebi que fiquei sem resposta e que ele estava olhando para a porta com uma cara nada boa. Olhei na mesma dire��o que null e vi Melanie, sua ex-namorada.
Merda!
Cap�tulo 5
Melanie Christina Evans � popular, cheerleader, inspira��o no quesito moda e maravilhosa. N�o posso nem competir. Eu n�o me acho feia, mas sem compara��es. E... Bom, quer hist�ria de romance mais clich� que o quarterback e a cheerleader juntos?
S� que ela s� � maravilhosa por fora, por dentro Melanie � podre e m�. Gosta de praticar bullying com v�rias pessoas. Ela gosta de humilhar e ofender s� porque a maioria n�o � popular e nem rica igual ela. Se n�o fosse esse �pequeno detalhe�, eu n�o teria nenhum problema com ela, s� por ela ser ex de quem eu gosto, acho rid�culo essa rivalidade s� por esse motivo. Mas, enfim... Infelizmente, ela � assim e eu n�o consigo nem imaginar que null namorou ela por tanto tempo.
null agora s� olha o card�pio para evitar o olhar dela. Ou�o o barulho do salto batendo no ch�o da lanchonete cada vez mais perto. Ela est� andando na dire��o da nossa mesa. Eu s� quero levantar da mesa, gritar pra ela sair de perto do meu null, deixar ele em paz. Ou sair correndo dali e levar ele junto.
- Olha quem resolveu aparecer... N�o tenho visto voc� desde quando terminamos semana passada.
- Por que voc� iria me ver? N�s n�o estamos mais juntos.
- Estou s� esperando quanto tempo voc� vai aguentar ficar sem correr de volta pra mim. � What a bitch. Estou olhando pra ambos, principalmente, para ele e me controlando muito para n�o entrar no meio disso.
null volta a olhar o card�pio, ele est� vermelho e com os l�bios espremidos. Provavelmente, com muita raiva e incomodado com tudo isso.
- Ah, estou certa porque seu rosto vermelho confirma isso. Meu amor, voc� sabe que isso tudo aqui � bobeira. Tudo que voc� tem que fazer � implorar e eu vou estar feliz em te aceitar de volta.
Eu n�o aguento mais ver essa... garota falar essas coisas pra ele. Quero entrar no meio. Mas, sei que se eu fizer isso, ela vai fazer minha vida um inferno.
Ah, que se foda.
N�o posso ficar vendo o null assim enquanto ela diz essas babaquices. Olho para ele e a cara dele me faz ter certeza do que quero falar e fazer.
- Quer saber? J� chega! Voc� precisa sair daqui.
Ela olha pra mim, come�a a rir e olha pra tr�s, para seus amigos e arqueia uma sobrancelha.
- Fofa, n�o perca seu tempo entrando no meio disso aqui, �t� bom? Isso � entre null e eu.
- Eu conhe�o ele h� muito mais tempo e voc� interrompeu nosso lanche, ent�o isso agora � da minha conta tamb�m. � null est� olhando pra mim surpreso. E diz baixinho:
- Voc� n�o precisa fazer isso, anjo. Eu...
Estou com muita raiva, n�o aguento mais tudo isso. Corto o que ele estava falando.
- N�o, null, eu preciso sim. Vi essa garota te tratar mal durante dois anos. Voc� n�o merece isso!
- Quem voc� acha que � me chamando de essa garota? Bom, � engra�ado vindo de algu�m... � Ela d� uma pausa e me olha de cima a baixo. - Como voc�, que nem chega perto do que sou.
- CHEGA! � null bateu as m�os na mesa e se levantou, encarando Melanie de um jeito n�o muito agrad�vel. � � por isso que voc� est� totalmente errada, Melanie. Eu disse que a gente n�o pode ficar juntos mais por causa dessa sua atitude. E agora isso?
- O que voc� esperava quando come�ou a sair comigo? E agora �t� saindo com.... isso? � E aponta para mim com cara de nojo. Eu me levanto e fico cara a cara com ela, a encarando.
- Voc� � um p�ssimo exemplo de ser humano, Melanie. Se tinha algu�m que n�o sabia disso, agora sabe o qu�o horrorosa voc� � por dentro. � Olhei ao redor da lanchonete e todos estavam nos olhando e comentando entre si. � Voc� est� certa, n�o posso nem chegar aos seus p�s porque eu sou muito melhor que voc�.
A cara dela fica toda vermelha, de raiva. Nunca vi ela com tanto �dio assim. Os amigos dela tentam acalma-la. Ela olha para null. �Voc� vai se arrepender disso tudo um dia, null.�
- Continue pensando assim se isso te faz melhor, Melanie. � Ela volta o olhar para mim.
- E voc�... Fica esperta. N�o vou deixar isso assim.
De repente algu�m toca o ombro dela e limpa a garganta.
Ai meu Deus.
� o null.
E ele n�o parece nem um pouco feliz.
- Voc�s dois precisam sair daqui ou se acalmarem. As outras pessoas est�o tentando ter uma noite agrad�vel.
Melanie tira a m�o dele do ombro com cara de nojo e diz: �Volte para sua mesa. Isso n�o envolve voc�, ent�o n�o se meta.�. null que continua em p� vai para perto de null e Melanie.
- Ele tem raz�o. N�s temos que conversar em algum outro lugar. Isso � entre a gente. Vamos.
- �timo. � Ela o acompanha at� a cal�ada e os dois v�o para algum lugar que ningu�m l� dentro possa os ver.
Eu me sento, respirando fundo, tentando ficar mais calma. null senta na minha frente, onde null estava, e me encara com uma cara de impressionado.
- Eu n�o sabia que existia essa parte em voc�. Nunca tinha visto voc� falar com algu�m assim. Voc� �t� bem?
- Um pouco abalada e super envergonhada. Voc� sabe, n�o � algo que eu fa�a. E todo mundo olhou pra mim. S� espero que ela n�o repita isso.
- Ela vai fazer isso de novo, mas n�o com voc�. Estou impressionado e surpreso que voc� esqueceu essa timidez e defendeu seu... Amigo.
- Amanh� vai ser um saco, todos v�o estar comentando sobre o que aconteceu.
- Eu n�o ficaria preocupado em rela��o a isso. Posso lhe contar que todos que estavam aqui estavam do seu lado, torcendo por voc�. � Fico vermelha e olho para outro lado. Vejo a gar�onete vindo em nossa dire��o.
- Ol�, posso lhe trazer algo para beber? Voc�, provavelmente, precisa depois disso tudo.
- Eu gostaria de apenas �gua, por favor. Obrigada. � Ela sorri e faz seu caminho de volta.
Volto meu olhar pra null que ainda est� me encarando.
- null, qual � a daquela garota? Quem � ela?
- Melanie? Ela � s� a ex namorada do null.
- Melanie, huh? Isso n�o � interessante? Eu conhe�o ela de um evento que fui algumas noites atr�s. Vi ela com um cara.
- N�o acredito! Ela estava tentando voltar com ele agora a pouco! Vou contar isso para o null depois.
- Por que "depois"? Conheci ela depois do show e acontece que o novo namoradinho dela � um conhecido meu. Ficarei feliz em espalhar essa not�cia.
- Por que voc� faria isso?
- Porque ela � uma idiota... - Ele olha nos meus olhos e sorri - E porque null � importante para voc�.
Olho para outro lugar, envergonhada e penso sobre a oferta dele.
- N�o quero que voc� se meta em confus�o por causa disso. � melhor eu falar pra ele depois. Ele n�o parece cair no charme dela novamente, de qualquer jeito.
- Fa�a ele souber o mais r�pido pelo menos. Ele merece isso. E eu posso ajudar ele, se ele quiser pegar ela no "ato".
- Obrigada, null! � muito gentil da sua parte.
- Ah, que isso. Fa�o qualquer coisa por voc�. - Solta uma piscadinha.
Meu Deus, ele disse isso mesmo? Ai meu cora��ozinho.
- Voc� quer que eu fique aqui com voc� fazendo companhia enquanto ele n�o volta?
Eu sempre quero sua companhia, null.
- N�o precisa, eu estou bem. Vai l� com seus amigos. null n�o deve demorar muito.
- Tem certeza, null? � Balan�o positivamente a cabe�a.
- Vai logo, se eu precisar de voc�, sei onde te encontrar. � Ele pega minha m�o, a aperta e levanta para voltar a sua mesa.
A gar�onete volta com um copo cheio d��gua.
�Aqui est�, querida. Voc� sabe o que ele quer comer ou quer esperar?� - N�o precisa, eu voltei. � null aparece de repente, sorrindo. Senta-se e n�s fazemos nossos pedidos.
- Me desculpe por tudo aquilo, anjo. � Ele me olha um pouco nervoso e triste. Nossas m�os quase se encontram na mesa.
- Tudo bem. De verdade. Sei como ela �. S� n�o queria que voc� deixasse ela falar contigo como ela faz.
- Algumas vezes, � mais f�cil deixar ela falando do que argumentar. J� estou acostumado. � N�o consigo nem ficar pensando no que ele passou com Melanie. Pelo menos ele est� livre dela agora.
- Sem querer me meter mais, mas j� me metendo. Como foi?
- Foi muito bom, na verdade. Eu pensei que ela estava com outro cara e ela, finalmente, admitiu antes de ir embora.
- E como voc� se sente sobre isso?
- Normal... N�o me afeta como pensei que poderia afetar.
Antes mesmo de eu poder responder, ele muda de assunto e o resto da noite � muito agrad�vel. Quando terminamos, ele me leva de volta ao campus.
- Obrigada pelos ingressos do jogo dessa noite... Tinha um tempo que eu n�o ia.
- Eu sei, null! Quase n�o te vejo nisso. � Ele repara se eu vou ou n�o?
- Fazer o que? null n�o � muito f� de esportes e n�o � muito agrad�vel ir sozinha. �T� devendo uma a ela depois de hoje. � Solto uma risada discreta.
- Ent�o, isso significa que �t� te devendo uma tamb�m. Como poderei te recompensar, senhorita? � Ele fala usando o m�ximo do seu charme. Come�o a rir, mas � s� para n�o fazer ou falar alguma bobeira.
- N�o se preocupe. Pensarei em algo.
- � melhor eu ir, acredite se quiser, mas tenho uma reuni�o do time amanh� cedo. Obrigado pela noite, anjo.
- De nada, eu que agrade�o. Apesar daquilo mais cedo, tivemos uma noite agrad�vel. � muito bom sair com voc� de novo.
- Sim, a gente tem que sair mais vezes, como costum�vamos fazer.
- Claro, depois marcamos. Boa noite, null. � Nos abra�amos e volto para o dormit�rio.
Chego no quarto e null est� lendo alguma coisa e assim que entro ela joga o livro num canto e me olha com aquela cara de �quero saber de tudo�.
- Ent�o, como foi a noite?
- Tirando a parte que a Melanie estragou nosso lanche e depois te conto sobre isso, passamos bons momentos. E posso dizer o mesmo do null.
- Ohhhh, entendi o que voc� t� fazendo, danada. O que o null pensa disso?
- Provavelmente, nada. Ainda mais que ele terminou com a namora a pouco tempo.
- Ah, mas n�o se preocupe, minha cara amiga. null passou aqui para ver se voc� estava. � null passou aqui? Ai que fofo! - E o tri�ngulo amoroso continua!
- Ai, null, fica quieta e vai dormir que t� tarde.
Antes de me arrumar para dormir meu celular vibra.
null: �Melanie ficou com ci�mes e com inveja da gente hoje."
�N�o sei o porqu�"
null: �Ela deveria. Porque ela n�o se compara a voc�."
��... Voc� lembra que combinamos da monitoria amanh�, n�?"
null: �Claro!"
N�o respondi. Minutos depois, recebo outra mensagem.
>
null: �S� passando para falar que voc� � linda por dentro e por fora, ao contr�rio dela. Obrigado por sair comigo hoje. Boa noite, anjo!"
O que falar? Como agir? Como respirar? N�o sei fazer mais nada.
>
�Obrigada por dizer isso e pela noite. Voc� n�o � t�o mau tamb�m ;)"
J� deitada na cama pronta para dormir, meu celular vibra.
>
null: �Voc� fica muito fofa quando t� com raiva."
�...�
null: �Isso te faz ficar com raiva? lol"
�Muito. Voc� deve me temer a partir de agora."
null: �S�rio, fiquei muito orgulhoso de voc� hoje. Me lembre de nunca te deixar com raiva"
��C� t� brincando n�? Voc� sempre me deixa com raiva!"
null: �hahaha"
Deixo o celular num canto e volto a tentar dormir. Quando estou quase conseguindo, meu celular vibra.
null, meu deus, vai dormir. E me deixa dormir tamb�m.
>
null: �Nunca pare de ser como voc� �. Voc� � linda. Fico muito feliz de ter conhecido voc�."
Abro um sorriso enorme e respondo.
�� rec�proco ;)"
Levou horas pra eu poder conseguir dormir, minha mente ia de um lado para o outro. Um lado sendo null e o outro, null. Cada vez mais confusa, n�o sabendo o que pensar ou pior ainda, fazer.
Cap�tulo 6
- null null! LEVANTA ESSE CORPINHO DA� AGORA! VOC� T� PERDENDO O BAF�O, SUA LOUCA. VOC� N�O VAI ACREDITAR NISSO!
- null, pelo amor! Deixa eu acordar pelo menos. Pare de gritar. � Sento de mau jeito na cama e dou uma arrumada r�pida no cabelo. � � bom ser uma fofoca �tima pra voc� me acordar desse jeito. Se n�o, vou te acordar com um balde de �gua fria amanh�.
- Para de ser rid�cula, null. Enfim, a Melanie foi no quarto do null e eles tiveram uma discuss�o bem, ahm, �p�blica�. � Meu Deus! O que ser� que aconteceu? � Ele ficou s� tirando ela, sendo seco com ela. Mas, a� ela falou de voc�...
- Ai, socorro! O que? E...?
- O que n�o estou sabendo direito, mas ele ficou possesso de raiva. Disse que pra ela chegar aos seus p�s, ela tem que melhorar e muito porque ela � linda, mas � podre por dentro e que se ela fizer algo contigo, ele vai espalhar para todo mundo que ela pagou para entrar nas cheerleaders.
Chocada.
- Eu estou chocada! N�o acredito que ela pagou para entrar l�.
- Garota! Voc� fez cursinho pra ser lerda assim? T� preocupada com isso? Hello gal. Ele gosta de voc�, e n�o � pouco. � Dou um sorriso enorme.
- �... Talvez, voc� esteja certa.
- Ih, estou vendo um �mas� vindo a�. Mas o que, hein?
- O que �t� rolando � que n�o consigo me decidir de quem eu gosto, amiga. Gosto dos dois, ambos s�o fofos e gentis comigo. Ambos s�o maravilhosos e t�o diferentes. Eu n�o sei. Estou muito confusa.
- E o tri�ngulo amoroso ainda continua... Amiga, a �nica coisa que posso te falar �: saia com os dois. A� voc� v� de quem gosta mais. E quem gosta mais de voc�, talvez?
- Eu estou fazendo isso, null, e sinto que eles est�o com um pouco de ci�mes do outro! Me sinto mal por isso.
- null, n�o sinta. Eles n�o fizeram nada, n�o chegaram em voc�, nem nada disso. Ent�o, voc� n�o tem que se sentir mal por isso. Minha dica �: saia e se divirta. Com o tempo, vai acontecer o que tiver que acontecer.
- Sim, amiga, com o tempo n�s veremos. Obrigada.
Melhor mudar de assunto antes que ela me encha o saco.
- Voc� vai pra sua casa hoje?
- Sim, mam�e disse que minha av� t� aqui no fim de semana e ela quer me ver. E voc�?
- Nah. Vou ficar aqui, estudando. Provavelmente, vai ser mais produtivo sem minha colega de quarto barulhenta, ent�o vou aproveitar.
null me joga um travesseiro.
� Rid�cula! N�o vai chorar por sentir minha falta, t�? Logo, logo �t� aqui.
Mais tarde, null j� n�o estava no dormit�rio, resolveu dormir no null para amanh� ver sua fam�lia. Resolvi estudar um pouco e escrever meus poemas para atualizar o blog.
Algumas horas depois, consegui terminar um poema que estava escrevendo e ainda come�ar outro, al�m de dar uma boa revisada na mat�ria. Ainda achei um bilhete de um admirador secreto que veio junto com umas flores que recebi no dia dos namorados. No bilhete dizia �Feliz dia dos namorados para a garota que faz meu mundo ficar melhor.� Depois de achar esse bilhete n�o consegui me concentrar em mais nada, comecei a pensar nos garotos. Eles de vez em quando d�o �dicas� de que gostam de mim, mas nenhum ainda demonstrou isso claramente ou falou algo. Eu deveria fazer algo? Falar com um deles que estou apaixonada? Mas, por quem? Quem eu escolho? E se eu escolher um, me declarar e for rejeitada? Me parece muito bobo se depois eu for no outro para falar que gosto dele. Eu nem sei pra quem eu falaria primeiro!
Enquanto eu estou nesse eterno dilema da minha "vidinha", meu celular vibra.
null: �Para de estudar, hoje � S�BADO�
Dou uma gargalhada e reviro os olhos.
�Nop... Pelo menos algu�m de n�s quer tirar notas boas! Rs ;D�
null: �EU SABIA!!! Voc� PRECISA aprender a aproveitar seus finais de semana.�
�Vou aproveitar quando estiver aprovada. E voc� enquanto isso vai estar tentando passar na mat�ria�
null: �KKKK exagerada�
Ok. Realmente preciso voltar a estudar e.... Celular vibra novamente.
null: �Vou tocar na cafeteria hoje � noite, vem me ver ;)�
�Desculpa, amigo, estudando. Boa sorte <3�
null: �Espero n�o precisar de sorte LOL. Ent�o... Vamos nos encontrar para tomar caf� amanh�? Eu pago ;)�
null: �Ei, amanh� vou na casa da minha m�e, sua m�e tamb�m vai estar l�. Vamos? � pela manh�.�
Merda.
N�o acredito que os dois me convidaram para tomar caf�. O que eu fa�o? Ser� que d� para ir nos dois?
Mando uma mensagem para o null.
.
�Eu quero, mas s� se for bem de manh�zinha, minha m�e quer me encontrar para tomar caf� tamb�m.�
N�o menti. Apenas omiti. N�o quero contar que vou com null.
.
null: �Chama ela tamb�m, u�! Bom que eu confirmo de onde veio toda sua beleza. HAHAH�
�Idiota. N�o-vai-rolar.�
null: �N�o custa nada tentar ;), passo a� �s 8?�
�Combinado!�
Mando mensagem para o null.
.
�Claro que sim, se eu n�o for mam�e vai fazer drama por uns 6 anos HAHAH. Mas eu tenho um compromisso `as 8h. ent�o pode ser l� pelas 10?�
null: �HAHAH e minha m�e ajuda no drama pro seu lado e ainda me d� uma bronca por n�o levar voc�. Pode ser �s 10h sim.�
�Combinado!�
No outro dia, pela manh� encontro null �s 8h no The Buzz, a cafeteria de sempre, nossa favorita. Ele pede meu caf� favorito. Ele lembrou, n�o precisou me perguntar... Ponto pra ele.
- Obrigada... Como foi sua apresenta��o ontem?
- Foi muito boa, tinha uma plateia bacana. S� odiei pelo fato de que voc� n�o estava aqui.
- Desculpa, a mat�ria � bem complicada, prova chegando e eu preciso de pontos. Mas, veja pelo lado bom. Pelo menos n�s estamos aqui nessa manh� juntos tomando caf�!
- Sim, tem raz�o. Eu n�o posso reclamar, afinal voc� fez meu domingo estar completo, isso porque nem come�ou.
Oh, olha eu corando de novo. Solto uma risada para n�o ficar um clima diferente.
- � s�rio. A gente n�o costuma sair muito e nem todo mundo compreende minha paix�o pela m�sica, ent�o...
- Ah, fala s�rio, null... Voc� tem uma banda! N�o precisa de mim para falar isso.
- Aqueles caras? Pfff. Voc� j� ouviu as letras que eles escrevem? � um motivo para eu n�o animar mais tocar com eles.
- Qual �?! Eles n�o podem ser t�o ruins assim. Sua banda � popular por aqui.
- Espere e veja. Venha na pr�xima apresenta��o com eles e morra de vergonha.
- Quer apostar? Voc� nem acabou a m�sica que voc� estava escrevendo, ent�o n�o pode falar muita coisa.
- Ah, eu posso sim.
- Certo ent�o, se eu estiver certa voc� vai ter que tocar a m�sica que est� fazendo. Ela terminada ou n�o.
- Legal. � Ele disse rindo. � E se eu estiver certo, voc� vai ter que vir em todas as minhas apresenta��es durante dois meses e mesmo sem me apresentar vai ter que vir comigo pelo menos uma vez na semana durante um m�s.
- O qu�?
- Voc� me escutou muito bem. Estou cansado de sair com os caras. Ent�o, voc� vai vir comigo e vai me ver.
Mal sabe ele que estou totalmente ok com isso...
- T� ok, trato feito. � Apertamos a m�o do outro como se firm�ssemos um contrato. Que eu perca, que eu perca...
null olha para uma certa mesa atr�s de mim e comenta: �null e null resolveram tomar caf� tamb�m, quer que eu os chame?�.
- Nah, melhor n�o. Eles est�o se curtindo, a null vai para casa da m�e dela daqui a pouco.
- Ah sim, entendo. Melhor ent�o. Eu estou aproveitando ficar aqui s� com voc�. � Ele solta um sorriso maravilhoso e as borboletas na minha barriga fazem a festa.
- Eu tamb�m. � Sorrio t�mida. Ele pega minha m�o e a segura. At� eu ficar 50 tons de vermelho e soltar nossas m�os.
- �T� ficando tarde e voc� precisa ir, n�? Vamos, eu te acompanho at� o campus.
Sa�mos de l� e fomos caminhando, e conversando sobre tudo, m�sica, estudo... At� chegar na porta do dormit�rio.
- Obrigada pelo �timo caf� e pela �tima companhia, null.
- Eu que agrade�o, gatinha. Precisamos fazer mais vezes. Te vejo amanh� na monitoria?
- Claro, estarei l�. � Ele me abra�a, deposita um beijo na bochecha e vai embora.
N�o consigo tirar o sorriso do meu rosto. Ele � t�o fofo! E meu Deus, preciso terminar de me arrumar para ir com o null. N�o sei se vou aguentar mais hoje.
Alguns minutos depois, null me buscou e fomos para casa da sua m�e. Assim que chego na casa, minha m�e me d� um abra�o digno daqueles �de urso�.
- Eu senti sua falta, null. Por que n�o tem respondido minhas mensagens?
- M�e, eu s� n�o respondi ontem porque estava tentando estudar. N�o seja t�o dram�tica.
- Voc� sabe que sou assim porque me importo com voc�, filha.
null v� a cena, achando gra�a e descansa seu bra�o no meu ombro assim que minha m�e me solta.
- N�o precisa se preocupar, tia Am�lia. Eu �t� de olho nessa garota.
- Eu sei, querido, e � bom estar mesmo, sen�o voc� sabe que sua m�e e eu n�o vamos te deixar em paz.
A m�e de null entra na sala: �Ah! Ele sabe mesmo, falo pra ele toda vez que aparece aqui.�. E o abra�a.
- Voc�s falam como se eu fosse incapaz de cuidar de mim mesma. Eu cresci, ok? Sou respons�vel por mim.
- A gente s� preocupa, querida. � Tia Evie me abra�a tamb�m. � E n�o fique com vergonha ou algo assim, tamb�m ligo pro null todos os dias assim como sua m�e faz com voc�. � Ela aperta a bochecha dele.
null fica mais vermelho que eu costumo ficar, que gracinha.
- Bom, j� que minha m�e acabou com sua cota de me envergonhar na frente da senhorita null por hoje, vamos comer?
- Ainda n�o t� pronto, filho, assim que tiver Am�lia ou eu lhe avisaremos. � E as duas v�o para a cozinha, me deixando sozinha com null.
- Sempre acontece. Um de n�s dois fica com a imagem mais destru�da sempre que aparecemos aqui juntos. � Ele diz rindo. Eu lhe acompanho.
- Sempre. � tradi��o. � De repente algumas lembran�as da nossa inf�ncia me veem a cabe�a. E come�o a rir mais um pouco.
- O que � t�o engra�ado?
- Ah, voc� lembra quando tentei cortar meu cabelo sozinha? � Ele gargalhou.
- Claro que lembro desse desastre. Sua m�e tentou concertar e s� piorou mais. � Ele j� estava chorando de rir.
- Meu cabelo estava t�o curto que a gente parecia g�meos quando est�vamos juntos.
- Eu acho que tenho uma foto disso, s� um minuto. - null foi correndo ao seu quarto e voltou com um �lbum de fotografias de quando n�s dois �ramos pequenos.
- Olha essa aqui, foi no primeiro dia de aula. Na aula da Senhora Johnsons. Ela achou que voc� era um garoto com nome de garota.
- Assim como todo mundo! Acho que nunca vou passar por tanto momento estranho igual a�. � Sentamos juntos no sof�, rindo igual dois idiotas, lembrando de nossa inf�ncia.
- N�s tivemos bons tempos...
- Sem brincadeira, acho que daria para escrever um livro sobre tudo que a gente fez.
Ele ficou em silencio por um tempo e depois suspirou.
- � uma pena que n�s nos afastamos tanto quando crescemos.
- Bom... Voc� tinha a Melanie, n�o h� mal algum em querer passar mais tempo com sua namorada.
- E voc� teve o Matt.
Espera ai! O qu�?
- Espera. Matt e eu nunca namoramos.
- Mas voc�s estavam juntos o tempo todo e at� foram juntos quando teve o �ltimo baile.
- Como amigos.
- Eu n�o tinha percebido isso at� ver ele beijando sua prima numa outra festa, logo depois.
- Voc� s� tinha que ter me perguntado sobre isso.
- Ahm... Eu n�o me sentia muito confort�vel, ainda mais que n�s n�o convers�vamos mais. E tamb�m, voc� me trocou pro baile.
- S� porque eu j� tinha aceitado em ir com o Matt. Eu teria amado ir ao baile contigo.
- Pois �, teria me salvado de muita coisa durante um bom tempo. Eu nunca teria namorado a Melanie.
- Nunca diga nunca. Ela era louca por voc� antes.
Ele olhou nos meus olhos, mais s�rio. �E eu, por voc�.�.
Ai meu Deus, ai meu Deus, ai-meu-Deus. Socorro. N�o �t� passando muito bem. Eu ouvi direito? Meu Deus!
Ele continuou.
- Eu n�o falei nada porque estava muito nervoso para isso. N�o achava que voc� gostasse de mim de outra forma e tamb�m achava que voc� estava namorando o Matt.
- Bom, eu n�o achava que era rec�proco porque a gente n�o conversava mais.
- N�s somos amigos desde sempre. Isso nunca vai mudar.
- E isso � o que realmente importa.
- Sim...
Ele me olhava como se quisesse dizer algo a mais e quando iria falar, sua m�e apareceu na sala falando que o caf� estava pronto.
- Vamos?
O resto da manh� foi muito agrad�vel de muitas risadas e lembran�as. Na volta, eu esperava que null falasse o que ele queria falar. Mas, ele continuou calado o caminho todo e quando chegamos nos dormit�rios, a despedida foi r�pida. Logo ele seguiu seu caminho.
Ele iria falar o que eu estou pensando?
O resto do dia foi sem mais nada acontecendo, exceto por uma mensagem no fim da noite.
.
null: �Boa noite, minha linda.�
Cap�tulo 7
- Ei gatinha, deixa eu te ajudar a� antes que voc� comece o desastre. � Ele solta uma risada gostosa.
- EI! N�o sou t�o desastrada assim. E, ahm, voc� estava me esperando ou algo assim? � Disse fazendo gra�a e arqueando uma sobrancelha.
null me ajuda a tirar a capa de chuva e a guarda para mim.
- Voc� acha que eu iria come�ar a monitoria sozinho? Vamos logo! J� tem tr�s pessoas nos esperando e logo, logo chega mais.
- Nem brinca! Jura? Semana passada n�o tinha ningu�m! De onde t� saindo essa galera?
- Deve ser porque as provas est�o chegando, a� todo mundo se desespera porque deixam para o �ltimo minuto. � Ele diz rindo. � Vamos?
Concordo com a cabe�a, sorrindo de lado enquanto vou em dire��o as mesas, vejo tr�s alunos esperando, um deles � null. Sorri surpresa para ele.
- Ei, eu pensei que voc� n�o viria!
- Por que n�o? Preciso de uma opini�o sua nesse texto que tenho que entregar amanh�. Tenho a impress�o que est� uma bosta, tudo errado. � Ele faz uma cara de cachorro pid�o. Dram�tico.
E lindo. Balan�o a cabe�a desacreditada rindo da situa��o.
� O que voc� faria sem mim, senhor null?
- Provavelmente, reprovaria em Ingl�s.
- Sinceramente, duvido muito... � Percebo pela vis�o perif�rica que null j� come�ou a monitoria para outro aluno.
Vejo Olivia me esperando para a monitoria, vou at� a garota e falo para ela esperar s� um pouco para que eu possa ler o texto de null, j� que � coisa r�pida.
Volto para null e ele me entrega o papel com seu texto, se sentando na cadeira ao lado da minha. �Por favor, n�o fale que est� muito ruim.�.
Fico alguns minutos lendo o texto dele e sorrio no final, surpresa com o qu�o bom est�.
- Na verdade, est� muito bom null. Voc� n�o precisa de mim.
- Ei ei ei, para. N�o bagun�a. � Tento arrumar meu cabelo. � Preciso ajudar a Olivia. � Aponto para a menina de cabelo azul na outra mesa. - Quando voc� sair tome cuidado, t� chovendo pra caramba.
- Vou tomar cuidado sim. Obrigado, anjo. � Ele sai da sala e eu vou para a mesa em que a Liv est� sentada para poder ajuda-la.
- Oi amiga, vamos come�ar? Cad� a sua �ltima prova?
Alguns minutos depois ou�o uma sirene come�a a tocar.
Definitivamente � coisa ruim. Muito ruim.
Todo mundo para o que est� fazendo, e se encaram assustados e confusos. Sem saber o que fazer.
- T� tendo uma tempestade l� fora. O mundo vai acabar, socorro!! A gente tem que ir para um local mais seguro. � Olivia diz, desesperada.
- Vamos para a sala de estudo individual!
null se posiciona ao meu lado e olha para mim: �L� tamb�m tem muitas janelas, igual aqui. N�o vai adiantar muito. Elas podem quebrar e algu�m se machucar. Vamos para a sala de �udio, � mais seguro.�.
Assim que todos est�o saindo da sala, lembro que null saiu a pouco tempo e meu cora��o aperta. Ah n�o. Ele pode se machucar!
N�o poderia deixa-lo sozinho l� fora nessa tempestade. Tenho que traz�-lo para c�. Dou meia volta em dire��o � porta e null percebe isso.
- null, onde voc� t� indo? A sala n�o � para esse lado.
- Preciso buscar o null. Ele est� nessa tempestade e... � Ele me interrompe.
- Voc� est� maluca? T� insano l� fora. Voc� pode se machucar. Tenho certeza que ele ficar� bem.
- null, eu ficarei bem! S� se certifique que todo mundo a� esteja bem. Vou voltar logo. � Me viro e continuo o caminho que estava fazendo, correndo dessa vez.
Ele corre atr�s de mim.
� Espera! Eu vou com voc� ent�o.
Paro de repente e null quase tromba em mim.
- N�o, fica aqui. Vai ser r�pido se eu for sozinha! � Argumento olhando fundo em seus olhos. Ele me fitava completamente contrariado. � Se eu n�o o ver por aqui, eu volto, prometo!
- Se voc� der um passo depois dessa porta, vou com voc� null. - Suspiro frustrada, sentindo o desespero tomar conta de mim. Se ele queria se arriscar, que seja.
- null, n�o tenho tempo para isso ok? Faz o que voc� quiser, mas eu estou indo.
- �timo. � Eu pego minha capa de chuva e vou rapidamente em dire��o � porta.
Quando fui abrir a porta, o vendo come�ou a bater muito forte na mesma, balan�ando-a.
� null, acho melhor a gente...
- � s� um chuvisco, null. � O cortei e ele me olha com a boca aberta em descren�a. Abro a porta e com dificuldade saio da biblioteca, olhando para qual lado irei.
Decido ir para o lado direito e assim que come�o andar, uma �rvore cai quebrando uma janela da biblioteca que est� no meu rumo, fazendo os vidros ca�rem em minha dire��o.
Por sorte, null rapidamente me puxa de volta para a biblioteca e me mant�m em seus bra�os. Depois coloca suas m�os no meu rosto e me for�a a olhar nos olhos dele.
- Chega null. Isso � est�pido! Eu n�o me importo se voc� vai ficar com raiva de mim. Mas, eu n�o vou permitir que voc� saia nesse inferno que t� tendo a� de fora. Eu me importo demais com voc� para deixar voc� ir.
Suas palavras me desestabilizam, e ele aproveita o momento de vulnerabilidade para me levar para a sala de �udio, me abra�ando forte.
� Me solta , vendo minha cara de p�nico vai at� mim, senta ao meu lado e me abra�a forte, tentando me acalmar.
Algu�m entra na sala, encharcado. null... null! Ele para na porta e olha para todo mundo na sala e assim que v� null me abra�ando, fecha a cara. Depois vira o rosto e se senta num lugar qualquer.
Parte de mim quer ficar com null, parte de mim quer ir abra�ar ele.
- Ahm... null, pode me soltar j�, estou melhor. Obrigada. � Disse baixinho, ele sorri.
- Tem certeza? � Eu balan�o a cabe�a positivamente. � T� bom ent�o. � Ele desfaz o abra�o, apertando suavemente meus ombros antes de se afastar completamente. � Se precisar de mim, estou aqui.
- Eu sei. � Lhe dirijo um sorriso enquanto o vejo levantar, estendendo a m�o logo em seguida para me ajuda a levantar.
Vou at� onde null est� sentado. �Eu estava preocupada com voc�, null. Voc� t� bem? Eu, ahm...�.
- Estou bem sim, anjo. E voc�? Quando cheguei te vi com uma cara assustada...
- Ahm, foram os...
- Os rel�mpagos, n�!? Voc� ainda tem medo. � Ele levantou e colocou uma das m�os do meu rosto, fazendo um carinho com o polegar. � T� mais calma agora? � Balancei a cabe�a positivamente.
- Que bom que voc� est� bem, null� Fiquei preocupada. � O abracei.
- Relaxa, anjo. Mas, l� fora t� um inferno.
Escuto uma voz atr�s de mim. �N�s sabemos. Algu�m tentou ir para aquele inferno te procurar�.
- O qu�? � null me soltou. � Voc� foi l� fora para me procurar? Voc� ficou louca, null?
- Ahm, eu fiquei preocupada com voc� e... � Te odeio, null! Por que voc� teve que abrir a boca? Babaca. Olhei para ele com raiva.
- Anjo, n�o... � null olha para cima sem saber para onde olhar, meio desesperado. � Mas voc� t� bem, n�? N�o se machucou? � Ele passa as m�os no cabelo sem saber o que fazer. Eu olho para baixo sem gra�a e me abra�o.
- Ela n�o se machucou por pouco. Os peda�os da janela e da �rvore iam cair nela, mas eu a puxei antes. � Senti o olhar de ambos em mim. Levanto o rosto, com vergonha, obviamente. Desde quando eles se uniam para me julgar assim?
- A� t�, t�. Desculpa t� bom? Ah, tanto faz. Eu iria procurar qualquer um dos dois se acontecesse de novo, ok?
- Voc� n�o tem no��o de nada, n� null? � O tom de voz de null sai triste.
Ah, n�o.
Ambos me olham desapontados. Saio de perto dos dois tentando entender o que eu fiz para estragar tudo, e sento perto da Olivia. Os dois est�o com raiva de mim e est�o me evitando. Oh deus, isso n�o...
null olha para null e fala mais baixo, talvez para que eu n�o possa ouvir, o que n�o adiantou muito.
- Obrigado cara, por salv�-la e por ficar do lado dela agora a pouco.
- N�o fiz por voc�. Eu sempre vou estar do lado dela. � null responde no mesmo volume com o tom de voz s�rio. Vejo os dois se encarando seriamente. Ih...
Olivia estava no celular, vendo nos sites de not�cias sobre esse temporal. Parece que est� chegando ao fim. Ainda bem. S� quero sair daqui logo e ir para meu quarto. Pouco tempo depois, passo o olhar pela sala e descubro null me encarando, mas ele logo percebe que foi pego no ato e desvia o olhar. Talvez eu n�o devesse estar com raiva dele, ele s� queria me manter salva. Eu... N�o estava pensando muito bem naquela hora.
Meus pensamentos s�o interrompidos quando Olivia coloca uma de suas m�os no meu ombro direito.
- Ei null, a tempestade parece estar no fim. Eu vou aproveitar e ir embora, vai que resolve voltar, n�? Recomendo fazer isso tamb�m. A gente remarca a monitoria para a pr�xima semana, t� bom?
- Claro Liv, combinado. E desculpa, voc� sabe... por esse drama todo. � sorrio sem gra�a, com vergonha.
- Amiga, relaxa. N�o se preocupe! S�rio. Voc� � sortuda, tem dois gatos que gostam demais de voc�.
- Mas do que adianta, Liv? Eles n�o fazem nada para demonstrar isso, n�o chegam em mim.
- Garota, em que s�culo a gente est�? 15? N�o tem problema nenhum voc� agir. Inclusive tem � que fazer isso mesmo, se voc� quer algum deles. Bom, agora eu vou t�!? Se eu fosse voc� tamb�m iria. Tchau e at� depois gata. � Ela segue caminho para o dormit�rio e os outros fazem o mesmo.
Vejo null indo em dire��o � porta para ir embora tamb�m, sem nem olhar para o meu lado e, de repente, eu e null estamos sozinhos na sala. O que eu falo para ele?
Ele n�o manda em mim, obviamente. Mas, n�o posso brigar com null, ele s� estava preocupado comigo e queria me proteger
- Uhm, me desculpa por ser uma babaca, pirralha e teimosa �quela hora. N�o deveria ter surtado perto de voc�. Eu... S� estava preocupada. � Ele deu um sorriso de lado.
- Sem problemas, gatinha. Provavelmente, faria o mesmo que voc�, se voc� estivesse l� de fora. � Fico vermelha e tento tampar uma parte do meu rosto com o cabelo.
- Bom... �... Acho melhor a gente ir, vai que a tempestade volta. Te vejo depois, t�!?
- Tenha cuidado, linda. � Sorrio e saio o mais r�pido poss�vel.
Nesse mesmo dia mais a noite, ou�o algu�m batendo na porta do quarto. Abro a porta e n�o tem ningu�m, na verdade no ch�o tinha um copo de chocolate quente e um bilhete �Um chocolate quente para uma garota esquentada num dia frio e chuvoso. Beijos, null.� Me fala, como posso ficar com raiva de um ser desses?
Sorrio e mando uma mensagem para ele, respondendo o bilhete.
�Obrigada ;)�
Cap�tulo 8
�Voc� escreve melhor do que eu pensei... Estou surpreso. �
Tenho a impress�o que � algu�m que conhe�o.
�Lindo poema de uma linda garota! �
- Quem ser� que comenta essas coisas? � Suspiro. Sinto null atr�s de mim.
- O que voc� est� lamentando a�, amiga? Algu�m falou mal de sua escrita?
- N�o! Pelo contr�rio. Esses coment�rios falam muito bem. L� a�. � Ela l� os coment�rios e solta um riso.
- Ent�o quer dizer que o an�nimo atacou novamente.... Ou ser� mais um admirador secreto?
- N�o sei por que compartilho essas coisas com voc� ainda... � Ela me mostra a l�ngua e volta a olhar os coment�rios.
- Eu tenho uma ideia.... Mas n�o sei se voc� vai gostar.
- Se a ideia � sua, claro que n�o vou gostar, n�. Mas fala a�.
- Por que voc� n�o faz um post para seu admirador secreto?
- Mas voc� t� louca? N�o, n�o e n�o.
- Deixa eu terminar, null. Faz um post marcando um encontro com ele no The Buzz hoje �s 20h. Voc� n�o vai perder nada, amiga.
- Vai que � algum man�aco, null!
- Eu vou com voc�, duh. Vamos, voc� n�o tem nada a perder.
Por que n�o? Pode ser o null ou o null... Seria �timo se fosse, inclusive.
Ou pode ser um estranho, stalker. N�o pode ser na cafeteria, tem que ser em outro lugar... Vai que...
- T� bom. Vamos. Mas ser� em outro lugar. Porque se for algu�m estranho, n�o ir� me encontrar mais. � null ri e coloca as m�os nos meus ombros.
- Ok ent�o. Voc� tem um encontro, amiga, faz o post e se arruma para a gente ir.
Olho para o meu notebook e come�o um novo post chamando o meu �admirador secreto�.
Vamos parar de brincar de gato e rato.
Eu, voc�, Rose�s Bar, hoje, 21h.
� sua �nica chance.
Estou ansiosa para te conhecer.�
Mostro para a null, posto e come�o a me arrumar para encontrar esse an�nimo.
Mais tarde, n�s estamos no local combinado j� esperando.
- Esse � o plano! Sossega um pouco, null. A gente vai em um lugar melhor na volta.
- Mas eu �t� com vontade de beber algo.
- Fique quieta, null.
- Voc� me paga, null.
- U�, mas por que? A ideia foi sua, lembra?
- Nem me lembre, j� estou arrependida.
null come�a a mexer no celular e eu fico encarando a porta, ansiosa, esperando. Depois de uns 10 minutos, um cara vestindo uma camisa azul entra no bar, e ao que parece, procurando algu�m.
Ser�...?
- null, voc� acha que � ele?
Ele senta num lugar n�o t�o pr�ximo de n�s. null o observa.
- Nah. Definitivamente n�o. Olha o tipo dele. Esse a� deve �t� esperando a namorada.
- E como voc� pode confirmar que n�o �?
- Porque ele s� sentou, pediu algo para ele, falou no celular e pediu uma segunda coisa? Definitivamente namorada.
Quando deu 21:30, meia hora depois do combinado, eu j� tinha perdido as esperan�as. E tamb�m j� � hora de alimentar o ser humano que me acompanha antes que ela me deixe louca.
- Ei, amiga, vamos para outro lugar para comer e beber algo. Eu estou faminta e sei que voc� t� mais ainda.
- Essa foi a melhor coisa que eu ouvi hoje, vamos logo.
N�s sa�mos do bar e fomos a uma lanchonete que fica perto do campus. Comemos rapidamente e fomos embora. Assim que n�s chegamos no quarto, tinha um post it na porta escrito:
�Me desculpe. �
- Essa pessoa est� de brincadeira com minha cara, s� pode. � Descolei o post it, entramos no quarto e joguei fora.
- Ai meu Deus, como essa pessoa sabe onde voc� dorme?
- Porque essa pessoa me conhece muito bem! S� pode ser o null ou o null, s� eles e voc� leem meu blog e sabem onde eu durmo.
- Esses garotos... Qual dos dois voc� acha que �?
- N�o fa�o a m�nima ideia. Mas eu vou descobrir e vai ser agora.
- Ei, antes de voc� mandar mensagem para eles igual uma louca, vamos esperar um pouco, respirar fundo e acalmar.
- � f�cil para voc� n�, null. Voc� n�o tem dois caras brincando com suas emo��es.
- Olha, talvez eles est�o com vergonha. Ou voc� tem algum stalker. N�o tire conclus�es precipitadas.
- Voc� est� certa...
E se n�o for eles? Eu preciso mesmo perguntar? Ser� t�o embara�oso se n�o for!
N�o, n�o. Quer saber? Os dois vem flertando comigo de uns dias para c�. S� vou perguntar se eles comentaram no meu blog. N�o vou perguntar se eles gostam de mim.
Vou mandar s� para um. � passar vergonha demais se o outro n�o for tamb�m.
Provavelmente � null, pelo fato de ele ser m�sico e gostar da minha escrita e querer que eu escreva para ele. Mas null vem lendo meus textos desde sempre, apesar que ultimamente ele n�o anda fazendo isso... eu acho. Meu Deus, quem ser�?
Eu respiro fundo, v�rias vezes, tentando me acalmar. Pego meu celular e mando mensagem para o null.
�Ei, tudo bem? Compondo muito? ;)�
null: �Tudo bem comigo gatinha. E voc�? �T� com umas m�sicas prontas pra pr�xima apresenta��o no The Buzz. Como foi sua noite? �
�Frustrante! �
null: �???�
�Perdi minha noite no Rose�s Bar. �
null: �Nossa, que saco hein. Por que? �
�Eu fiz um post chamando meu comentador/admirador secreto para me encontrar l�. E n�o apareceu. Saco. �
null: �S�rio? Mas... voc� tem certeza que a pessoa viu o post? Talvez n�o tenha ido porque n�o viu. �
�Eu n�o sei� Mas tinha um post it pedindo desculpas na minha porta quando eu cheguei�
null: �Oh. Talvez a pessoa s� seja t�mida. �
�Queria que n�o fosse. Voc� l� meu blog, n�? �
null: �Claro. � por isso que eu n�o mostro minhas letras para voc�. Eu sei que eu sou um bosta em compara��o a voc�. ;)�
�LOL. Ahm... vou ser bem direta. N�o � voc�, n�? � null: �Eu o que? �
�O an�nimo no meu blog. �
null: �N�o...�
Ah merda... s� porque eu tinha quase certeza.
�Ok. S� para ter certeza mesmo. Vou ter que investigar mais ent�o! HAHAH�
null: �LOL boa sorte. Voc� sabe... pode ser qualquer um. �
�� disso que eu tenho medo :/�
null: �N�o se preocupe. Me conta quem � que eu corro com ele. ;)�
�Haha, com certeza farei isso. Boa noite, null! �
null: �Boa noite, gatinha�
O que eu fa�o agora? Ser� que eu mando para o null? Eu duvido muito que seja ele. Ah, vou mandar sim, o que pode acontecer?
�Oi ;) voc� ficou sabendo da sua nota j�? �
null: �N�o... Mas tenho certeza que tirei nota m�xima. Minha monitora maravilhosa me ajudou ;)�
�Olha pode ficar tranquilo que eu vou comentar isso com ela! �
null: �Hahahah! Ela merece saber. �
�Ela disse que voc� tem bom gosto para escolher quem vai te ajudar, por isso n�o est� surpresa da sua nota. �
null: �Ela me conhece bem ;) Por isso sabe do meu bom gosto. �
�Ela te conhece MUITO bem. T�o bem que �s vezes assusta..., mas n�o tem mal algum nisso Hahah! �
null: �HAHA! Voc� � hil�ria, null.�
�Eu sei, � por isso que voc� me ama! �
null: �Um dos muitos motivos ;)�
Pausa para um r�pido coment�rio: �Um dos motivos? � Eu-estou-surtando!
null: �Como foi seu dia?�
�Um saco. Mas est� melhor agora. �
null: �Eita. Por qu�? �
�Longa hist�ria. Admirador secreto. Blog. Post o chamando. Encontro com ele. N�o apareceu. �
null: �Voc� n�o foi sozinha, n�? �
�null foi comigo�
null: ��timo. Me leva da pr�xima vez. Nunca se sabe quem voc� ir� encontrar. �
�Vou lembrar disso. �
null: �Anjo, vou dormir. Eu estou acabado. Treino hoje foi longo e vai ter mais amanh�. Boa noite, null.�
�Boa noite, null. (: �
Coloco meu celular para carregar e olho desanimada para a null.
- E a�, qual dos dois �?
- Nenhum.
Mostrei as conversas para ela e n�s duas fofocamos o resto da noite sobre ambos e sobre null.
Pensei que seria uma noite horr�vel, mas n�o. Eu tenho a melhor amiga do mundo. Obrigada, null.
Cap�tulo 9
Passei o resto da semana estudando para uma prova importante que tenho semana que vem. E me sinto preparada para faz�-la, agora s� quero relaxar um pouco, porque � semana estressante.
Estou aqui no gramado do campus, debaixo de uma �rvore grande lendo um dos livros que o Sr. Smith indicou. T� tudo calmo por aqui, � um dia ensolarado e eu estava lendo tranquilamente at� meu celular tocar. Ser� que eu n�o consigo ter um dia de paz? Sozinha, relaxando? Come on, guys.
Pego o celular na minha mochila e vejo que � papai me ligando.
Estranho.
Normalmente � mam�e quem me liga.
- Oi, pai!
- Ei, gafanhotinha! � Meu pai me chama de gafanhoto desde quando era crian�a, porque eu comia tudo que via pela frente. � Como a senhorita t�? Como vai os estudos?
- Calma, papai, uma de cada vez. �T� bem, s� um pouco cansada por estudar demais essa semana. Tenho uma prova importante, voc� sabe n�. Mas a�, como t� o senhor e a mam�e?
- � para estudar mesmo viu, gafanhotinha? N�s estamos bem sim, estou ligando s� para te perguntar algo.
- O que �?
- Eu e sua m�e t�nhamos planos para esse fim de semana, mas tivemos que cancelar...
- Ok.... � Meu Deus, meu pai gosta de me enrolar viu.
- N�s �amos ao jogo de basquete que vai ter. N�o vamos mais, mas ainda temos os ingressos. Voc� quer eles?
Eu n�o sou t�o f� de basquete, mas... Eu poderia chamar um dos caras para ir comigo...
- Claro que eu quero, papai. Vai ser �timo.
- Sabia que voc� ia gostar. Vou mandar entregar para voc� hoje.
- Obrigada, pai.
- Por nada, gafanhotinha. Como eu n�o vou te ver antes do jogo. Cuidado e ju�zo. Te amo, filha.
- Tamb�m te amo, papai.
Desligo e fico encarando meu celular pensando em quem eu convido para ver o jogo.
N�o sei se os dois gostam de basquete, mas o null � mais ligado em esportes que o null.
null gosta (muito) mais de m�sica, mas eu n�o sei se ele gosta de basquete. N�s nunca conversamos sobre isso.
null ama futebol americano e esse sempre foi o esporte favorito dele, n�o sei se ele gosta de basquete.
Mas, � mais f�cil dele gostar mais, j� que ele gosta de esportes. Certo?
Talvez ele ame ir.
Aaaaa, preciso de ajuda. Vou falar com a null. Talvez ela saiba o que fazer.
�Amiga, ME AJUDA!! Meu pai me deu dois ingressos para o jogo de basquete nesse fim de semana. Quem eu devo chamar? �
null: �Claro que...�
�Que quem? �
null: �EU. Duh! �
�Hahaha muito engra�adinha. � S�RIO, ME AJUDA! �
null: �Vamos ver.... Desculpa! Mas eu n�o vou me intrometer dessa vez. �
�OMG! Voc� � m�. �
null: �Eu sei? Mas ahm... Depende de quem voc� gosta mais, amiga. Eu n�o posso decidir isso para voc�. �
�Ok n�... Obrigada de qualquer jeito. �
Eu realmente n�o sei quem chamar. N�o quero magoar um chamando o outro. Se eu chamar o null, o null pode ficar magoado por eu n�o chamar ele, j� que ele gosta de esportes. Se eu chamar o null, o null pode ficar magoado por eu n�o chamar ele, se ele gostar de esportes.... Olha, por que eu n�o fui gostar s� de um garoto? A vida deve ser t�o mais f�cil...
Depois de alguns minutos pensando... Eu decido em chamar o null. A probabilidade dele gostar de basquete � maior. E provavelmente ele iria gostar de ir.
E outra, se ele disser n�o... Eu ainda posso chamar o null para ir comigo.
�Ei, o que voc� vai fazer amanh� � noite? �
null: �Que eu saiba? Nada. Por qu�? �
�Eu �t� com dois ingressos pro jogo de basquete. Quer ir comigo? �
null: �Que tipo de pergunta � essa null? � claro que eu quero ir�
YESSS!
��timo! N�o seria legal desperdi�ar os dois ingressos que papai me deu. LOL! �
null: �Haha! Sorte a minha! ;) Que horas que �? �
�Come�a �s 19h. N�s podemos sair do campus �s 18h? �
null: �Ok anjo, te busco a�. �
Com um sorriso que vai de uma orelha a outra, eu guardo minhas coisas e volto para o dormit�rio para contar pessoalmente as boas novas pra null.
Na noite de s�bado, null veio me buscar de carro e fomos para o local do jogo.
- Obrigado por me chamar, anjo. Eu nunca tive a oportunidade de ir � arena antes. E voc�?
- J� fui algumas vezes com meu pai. Tenho certeza que voc� ir� amar.
- Eu s� pensei nisso desde ontem.
Olhei discretamente null e notei que ele estava s�rio. Estranho.
- Enfim, quais lugares s�o?
- Ah, � no meio, eu acho. Papai disse que n�o � bem perto da quadra, mas n�o � muito em cima tamb�m.
- Entendi. Legal.... Tenho que agradecer ele quando o ver.
Olhei distra�da os pr�dios e casas que n�s pass�vamos e escutei null ligando o r�dio. Estava tocando uma m�sica rom�ntica. Ser� que era a inten��o dele ou...?
- Por que voc� est� escutando m�sicas rom�nticas? N�o me lembro de voc� gostar desse tipo de m�sica.
- Ahm, s� liguei o r�dio e estava passando essa m�sica. Pensei que voc� poderia gostar e deixei.
- Obrigada. Eu gosto sim.
- Voc� acha que eu virei uma pessoa super sentimental? � Ele me olha divertido.
- N�o... S� achei estranho.
Chegamos no local, null estaciona no estacionamento da arena, que j� estava cheio. Pegamos um pouco de fila e assim que chegamos a fila cresceu mais.
- � maior do que eu imaginava. Que foda.
- Voc� n�o viu nada, espere s� at� a gente entrar. � E ele vira para o meu lado com um sorriso enorme.
Entramos e procuramos por nossos lugares, null com os olhos at� brilhando de t�o maravilhado que ficou.
- Voc� quer algo para comer antes da gente sentar?
- N�o, n�o agora. S� estou muito preparado para esse jogo.
Eu decidi mais que certo ao escolher ele para vir. Eu nunca o vi t�o empolgado!
N�s achamos nossos lugares e sentamos, vi null olhar cada detalhe poss�vel da arena.
- Isso � muito incr�vel. Eu te devo uma por me trazer aqui, � s�rio.
- N�o preocupa, se eu precisar de voc� para algo eu te chamo.
- � s�rio. Muito obrigado.
- Por nada, null.
Tem algumas apresenta��es antes do jogo come�ar e algo me chama aten��o.
- Ei, eu vou ali e j� volto.
Ele faz um barulho qualquer, provavelmente nem prestando muita aten��o e eu me levanto e vou at� o merchan do jogo.
Ser� legal se ele levar algo de lembran�a daqui. Vou comprar uma camisa, vai ser mais �til e ele vai usar mais do que se eu comprasse alguma outra coisa. Pe�o o tamanho que acho que ele veste e azul, a cor preferida dele. Volto para o meu lugar e vejo null olhando atentamente a quadra, no qual o jogo acaba de come�ar. Vou esperar acabar e entrego para ele.
O jogo � intenso e null empolgado, me faz tamb�m ficar empolgada, mesmo n�o gostando muito de basquete. Poderia vir com ele nesses jogos v�rias e v�rias vezes.
O jogo acaba e ele n�o para de sorrir, do momento em que a gente sai da arena, o caminho durante at� chegar no campus. Ele n�o parou de falar sobre o jogo.
- T� bom, ok, ok. Eu entendi. O jogo foi �timo mesmo. Tive uma �tima noite tamb�m.
- Desculpa, eu s� n�o imaginaria que eu fosse a um jogo desses.
- Eu fico honrada de ter te convidado. E ah, aqui, tenho algo para voc�. � Pego a camisa e entrego para ele. � Eu imaginei que voc� iria gostar de algo que lembrasse hoje.
- Uou. N�o precisava ter comprado anjo.... Eu... Eu amei. Muito obrigado, mesmo.
- �timo! Bom que agora voc� tem algo para lembrar do primeiro jogo que voc� foi.
De repente, null me abra�a forte. Eu n�o estava preparada.
- Muito obrigada, null! Voc� � a melhor.
- Eu sei, eu sei. N�o precisa me lembrar disso.
Ele sai do carro, vai para o meu lado e abre a porta para mim. Tamb�m saio do carro.
- Eu tive uma noite maravilhosa anjo. Estou muito feliz de ter ido ao jogo com voc�. E, n�o � s� por causa do jogo. � Eu sorrio, um pouco com vergonha.
- A gente tem que fazer isso mais vezes.
- Definitivamente temos.
- Boa noite, null.
Ele se aproxima de mim, olhando nos meus olhos e sorrindo. O olhar dele vai para meus l�bios.
Ele vai me beijar?
Cap�tulo 9 - Alternativo
Eu passei o resto da semana estudando para uma prova importante que tenho semana que vem. E me sinto preparada para faz�-la, agora s� quero relaxar um pouco, porque � semana estressante. Estou aqui no gramado do campus, debaixo de uma �rvore grande lendo um dos livros que o Sr. Smith indicou. Est� tudo calmo por aqui, � um dia ensolarado e eu estava lendo tranquilamente at� meu celular tocar. Ser� que eu n�o consigo ter um dia de paz? Sozinha, relaxando? Come on, guys.
Pego o celular na minha mochila e vejo que � papai me ligando.
Estranho.
Normalmente � mam�e que me liga.
- Oi, pai!
- Ei, gafanhotinha � meu pai me chama de gafanhoto desde quando era crian�a, porque eu comia tudo que via pela frente � Como a senhorita est�? Como v�o os estudos?
- Calma, papai, uma de cada vez. Estou bem, s� um pouco cansada por estudar demais essa semana. Tenho uma prova importante, voc� sabe n�. Mas a�, como t� o senhor e a mam�e?
- � para estudar mesmo viu, gafanhotinha. N�s estamos bem sim, estou ligando s� para te perguntar algo.
- O que �?
- Sua m�e e eu t�nhamos planos para esse fim de semana, mas tivemos que cancelar...
- Ok.... � Meu Deus, meu pai gosta de me enrolar viu.
- N�s �amos ao jogo de basquete que vai ter. N�o vamos mais, mas ainda temos os ingressos. Voc� quer eles?
Eu n�o sou t�o f� de basquete, mas... Eu poderia chamar um dos caras para ir comigo...
- Claro que eu quero, papai. Vai ser �timo.
- Sabia que voc� ia gostar. Vou mandar entregar para voc� hoje.
- Obrigada, pai.
- Por nada, gafanhotinha. Como eu n�o vou te ver antes do jogo. Cuidado e ju�zo. Te amo, filha.
- Tamb�m te amo, papai.
Desligo e fico encarando meu celular pensando em quem eu convido para ver o jogo.
N�o sei se os dois gostam de basquete... Mas o null � mais ligado em esportes que o null...
null gosta (muito) mais de m�sica, mas eu n�o sei se ele gosta de basquete. N�s nunca conversamos sobre isso.
null ama futebol americano e esse sempre foi o esporte favorito dele, n�o sei se ele gosta de basquete.
Mas, � mais f�cil dele gostar mais, j� que ele gosta de esportes. Certo?
Aaaaa, preciso de ajuda. Vou falar com a null. Talvez ela saiba o que fazer.
�Amiga, ME AJUDA!! Meu pai me deu dois ingressos para o jogo de basquete nesse fim de semana. Quem eu devo chamar? � �
null: �Claro que...�
�Que quem? �
null: �EU. Duh! �
�Hahaha muito engra�adinha. � S�RIO, ME AJUDA! �
null: �Vamos ver.... Desculpa! Mas eu n�o vou me intrometer dessa vez. �
�OMG! Voc� � m�. �
null: �Eu sei?????? Mas ahm... Depende de quem voc� gosta mais, amiga. Eu n�o posso decidir isso pra voc�. �
�Ok n�... obrigada de qualquer jeito. �
Eu realmente n�o sei quem chamar. N�o quero magoar um chamando o outro. Se eu chamar o null, o null pode ficar magoado por eu n�o chamar ele, j� que ele gosta de esportes. Se eu chamar o null, o null pode ficar magoado por eu n�o chamar ele, se ele gostar de esportes.... Olha, por que eu n�o fui gostar s� de um garoto? A vida deve ser t�o mais f�cil...
Depois de alguns minutos pensando decidi chamar null. Se ele n�o for um grande f� de basquete, pelo menos n�s dois podemos curtir o jogo juntos.
E outra, se ele disser n�o... Eu ainda posso chamar o null para ir comigo.
�Ei! O que voc� vai fazer amanh� � noite? �
null: �N�o tenho planos ainda. Por qu�? �
��T� com dois ingressos para o jogo de basquete. Quer ir comigo? �
null: �Ah... n�o sei. Voc� t� me chamando para um encontro? hahah�
Ai meu Deus, eu n�o imaginei que ele fosse ver essa forma! Nah... N�o surta, null, ele est� de brincadeira com sua cara. E quer saber? Eu tamb�m sei brincar.
�E se eu tiver? ;)"
null: �N�o vou achar ruim lol j� estava na hora de voc� reconhecer que esse corpinho aqui te seduz ;)�
�LOL continua sonhando. Eu n�o sou uma das suas groupies. �
null: �Que pena... ia ser um upgrade comparando as garotas que me querem ultimamente hahaha�
�Voc� n�o presta lol hum... voc� pelo menos gosta de basquete? �
null: �N�o sei nada sobre. Mas � algo interessante para ir/fazer amanh�. Sendo um encontro ou n�o :p
Esperai a�, por que voc� tem ingressos de um jogo de basquete? lol�
�Meu pai ia mas teve que cancelar e n�o queria �perder� os ingressos. �
null: �Ah sim hahah e voc� como uma �tima filha n�o ia recusar n� ;) enfim, que horas n�s vamos? �
�Come�a �s 19h, � melhor sair daqui �s 18h.�
null: �Ok gatinha, eu te busco ent�o ;)�
Sorrindo igual uma idiota, eu volto ao dormit�rio para contar para null as boas novas.
No outro dia, � noite, null foi me buscar de carro.
- Carro legal! � estranho tamb�m porque eu sempre te vejo andando. N�o sabia que voc� tinha um carro.
- Ahm... Eu s� dirijo quando eu realmente tenho que dirigir. Prefiro gastar dinheiro com outra coisa do que com gasolina.
- Entendi. � Olho para o local onde n�s estamos passando.
- Ent�o... Eu estou muito feliz de voc� ter me convidado. Honestamente, eu nunca vi um jogo de basquete. Ent�o estou um pouco empolgado.
- S�rio? Eu achei que voc� n�o gostasse de esportes.
- Eu n�o sou de assistir nem nada disso. Meu interesse � praticamente todo na m�sica, ent�o eu nunca dei chance para outras coisas.
- Bom, considere-se sortudo. Eu sei um pouco sobre. Papai sempre assistia quando eu era menor.
- N�o sei se eu vou gostar, mas pelo menos voc� vai poder me ajudar a entender.
- Eu vou dar o meu melhor, porque eu estou longe de ser expert.
- Voc� vai me explicar muito bem, e eu sei que voc� vai dar o seu melhor para fazer eu entender. � Ele sorri e aperta fraco meu joelho.
Depois de poucos minutos, chegamos � arena. Enquanto n�s estamos na fila para entrar percebemos o tanto que o p�blico � grande.
Enquanto n�s estamos entrando na arena em dire��o aos nossos lugares, passamos pelo pequeno stand de merchandising.
- Voc� quer algo? Para voc� sempre lembrar dessa �tima noite que estamos passando juntos.
- Por qu�? Voc� vai comprar para mim?
- Em agradecimento por passar essa noite comigo. � Ele d� um sorriso t�o lindo que meu cora��o acelera.
- Eu quero aquela camisa ali. � E aponto para a camisa do time que estou torcendo.
- N�o consigo te imaginar numa camisa daquela, mas ok.
- Ei, voc� s� me v� quando eu estou toda arrumada. � Ele arqueia uma sobrancelha e solta um riso.
- Voc� arrumada � geralmente camisas e cal�a jeans. Camisas engra�adas ou fofas. N�o de times.
- T�, t�. Uma camisa � uma camisa e fim de papo. � Ele solta uma risada e compra a camisa que escolhi. Ele me entrega e eu o abra�o em agradecimento. Percebo que ele fica com vergonha porque o rosto dele ficou levemente vermelho.
- Ent�o... O jogo vai come�ar, n�?
Ai meu deus, ele com vergonha � t�o fofo que d� vontade de guard�-lo em um potinho e nunca mais deixar ir.
N�s fomos at� nossos lugares e nos sentamos.
Durante o jogo, null fez algumas perguntas e n�s ficamos entretidos no jogo. Se eu n�o estivesse aqui, com ele, eu provavelmente acharia o jogo super chato e n�o iria nem prestar aten��o.
Eu deveria sair mais vezes com o null... Que noite �tima.
Assim que o jogo acabou, n�s voltamos para o campus.
- Bom... Encontro ou n�o... � null me olhou seriamente antes de segurar o riso � eu achei essa noite maravilhosa. Obrigado por ter me convidado.
- Eu estou feliz que voc� tenha aceitado. Fez o jogo n�o parecer t�o chato.
- Puta merda, voc� acabou de me elogiar.
- Guarde bem essas palavras. Porque n�o vai ser sempre que eu vou te elogiar. � Eu sorrio e mexo meio nervosa com a bolsa.
Ser� que ele vai tentar me beijar essa noite?
Ele parece meio desligado por uns segundos e depois volta o olhar para mim, sorrindo.
- N�o estou preocupado, n�o. Agora voc� tem algo para lembrar de mim todas as noites. � Ele pisca para mim, maroto.
- Ah, ent�o foi por isso que quis comprar a blusa.
- Eu acho que voc� nunca vai descobrir... � ele sai do carro e vai para o outro lado abrir a porta para mim, eu saio do carro e fico em frente a ele. � Tenha uma boa noite, gatinha.
- Voc� tamb�m, null. � E vou para o dormit�rio, um pouco frustrada por ele n�o ter tentado me beijar, mas feliz pela noite que tive com ele.
Cap�tulo 10
- Boa noite, anjo. � Ele sorri, se afasta e vai embora.
Eu-n�o-acredito.
Ele quase me beijou!
Por que ele n�o me beijou?
Fui � frustrada, confesso � para o dormit�rio. Chegando l�, null j� me olha com aquela cara de fofoqueira, que quer saber de tudo.
x
Quase uma semana se passa e eu estou muito aliviada, minhas provas acabaram. E eu fechei todas, tem sensa��o melhor? Resolvi tirar o dia para ficar com minhas amigas na lanchonete fofocando.
- Eu nem acredito que me sa� bem em F�sica. Quase n�o estudei porque estava mais preocupada com Hist�ria e Qu�mica.
- Nem me fale. Eu fiquei at� duas da manh� todos os dias estudando para essas provas. � Olivia, a menina do cabelo azul estava comentando comigo.
- Mas agora finalmente acabou. Nem acredito. N�o aguentava mais.
- E quem aguentava, amiga? � N�s duas rimos.
null chegou e sentou na mesma mesa, com uma cara de vel�rio.
- O que h� de errado com voc�?
- Todo esse trabalho e n�o tirei nota m�xima em Biologia.
- Mas, amiga, sua nota foi �tima. Por que voc� est� reclamando?
- Minha m�e disse que se eu tirasse nota m�xima em Biologia, que � a mat�ria que mais me ferrei, ela iria me dar um carro. Quase, quase consegui.
- Amiga, n�o � o fim do mundo, meu Deus.
- Claro que �. O carro estava num pre�o muito bom, que minha m�e tinha condi��es de comprar, a gente iria antes da promo��o acabar.
- Quem sabe da pr�xima vez voc� estude mais e passe menos tempo com null.
Ela me olha feio.
� Eu vou me lembrar disso quando eu tiver um carro e voc� queira ir a algum lugar.
- Claro que voc� vai me dar carona. Duvido muito que voc� d� conta de ignorar essa carinha aqui.
Ela come�a a me ignorar. Olivia muda de assunto.
- Ei, amigas, quase esqueci. Amanh� � noite tem um open mic no The Buzz. Voc�s veem?
- Estou pensando ainda, n�o tenho certeza. E voc�?
- Vou sim, na verdade eu estou no mood de �me chama que eu vou� contanto que eu n�o fique acordada estudando dia e noite.
- Te entendo, acho que vejo voc� l� ent�o, Liv.
- �timo! Eu n�o quero ficar s� no meio dos caras, porque n�o vou falar sobre os poss�veis crushs de l� com nenhum deles. � Ela solta uma risada.
- Pode deixar, amiga, eu vou sim. Bom... quero escrever um pouco para publicar no blog, ent�o vou indo. At� depois.
Dou tchau e mando beijos pra Olivia e pra null � que me ignorou o tempo todo, ela � MUITO dram�tica.
Assim que estou perto da porta, esbarro com null.
- Ei! Eu estava te procurando, anjo. Tirei nota m�xima naquele trabalho e ele ainda me ajudou a passar na prova de ingl�s. E... Eu queria te agradecer por me ajudar.
- Que �timo, null! Voc� sabe que n�o tem problema nenhum em pedir ajuda, sempre que precisar eu estou aqui. � Para qualquer coisa.
- Sim, mas eu queria te retribuir isso, porque me ajudou demais. Aqui. � Ele tira um pacote pequeno da mochila e me entrega.
Abro o pequeno pacote e vejo um monte de doces, os meus favoritos. Ai que fofo.
- Oh, eu poderia ter comido um desses antes das provas. Mas...
- �... Eu sei que atrasei um pouco para te entregar, mas o que conta � a inten��o. � Ele d� uma piscadinha para mim com um sorriso de lado maravilhoso, como sempre.
- Claro, eu estava brincando antes... � Fa�o gra�a. - E muito obrigada, null. � Dou um abra�o nele e guardo o pacote na mochila. � Eu vou para o dormit�rio escrever um pouco para relaxar depois dessa semana pesada. Te vejo depois?
- Com certeza ver�. � Ele sorri e d� outra piscadinha.
Continuo meu caminho para o dormit�rio, esse calmo e sem ningu�m me parando.
Mais tarde, eu estava vendo pela mil�sima vez meu filme favorito O Clube dos Cinco, e meu celular vibra.
null: �Ent������o... Como foram as notas, �milady�? �
��timas, passei em tudo com notas maravilhosas. E voc�? �
null: �Estamos no mesmo barco, gatinha. Voc� duvidou que eu poderia passar assim? �
�Claro que n�o! Eu te conhe�o, null. �
null: �Que bom ent�o. LOL! O que voc� vai fazer essa noite? �
�Vou fazer v�rios nadas, quero ficar quieta aqui. E voc�? �
null: �Eu tamb�m. Quer companhia? �
�Hahah! Eu nunca ficaria quieta e calma com voc� aqui. �
null: �Pelo menos voc� sabe ;)�
Bateu uma vontade de comer algum salgado, ent�o sa� do quarto e fui na snack machine mais pr�xima, comprei e voltei j� comendo o mesmo. Quando cheguei no quarto, vi no celular uma liga��o perdida de null. O que ser� que ele quer agora?
Espera, � o null, ele � imprevis�vel, por que eu �t� me perguntando o que ele quer!?? Ao inv�s de retornar � liga��o, eu mando uma mensagem.
�Eu n�o consigo relaxar e acalmar com voc� me ligando, null. O que voc� quer? �
null: �Calma gatinha, t� arisca por que? ;) Eu te liguei para voc� ouvir minha m�sica nova. Mas agora pode deixar...�
�Aaaaaaaaaaaaaah n�o. Eu quero ouvir. �
null: �Tarde demais ;)�
�Por favor, null. N�o me fa�a implorar. �
null: �Oh, eu vou te mandar a foto com o t�tulo pelo menos� S� para voc� ficar mais curiosa. ;D�
Estou ansiosa, n�o vou negar, ele n�o costuma me mandar essas coisas. De vez em quando ele espera at� a gente se ver e me mostra, ou s� espera eu ver a apresenta��o dele no The Buzz. Por que ele est� fazendo isso comigo?
Ele me manda uma foto de uma parte do papel em que ele escreveu a m�sica, mostrando s� o t�tulo. A m�sica se chama �Secret (Love) �. Os admiradores secretos... do blog... do dia dos namorados.... Ser�?
Ok, null, para de pensar essas coisas antecipadamente. Talvez n�o �... Talvez �...
Espere, acalme e veja.
�O t�tulo t� legal. Quando eu vou poder ver o resto? � null:�Em breve�
�Promete? �
null: �Yep! ;D�
Desde quando null come�ou a namorar null, eu tenho tido um tempo a mais para mim. E com toda essa confus�o que minha cabe�a (e cora��o) est�, eu tenho escrito mais. E vim trabalhando um poema j� tem uns meses e o terminei hoje. E sinceramente, foi o melhor que j� escrevi at� hoje, e eu quero mostra-lo para todos. Quero apresenta-lo no The Buzz no open mic.
Eu vou estar nervosa pra caramba, mas acho que esse poema est� muito bom. E se est� muito bom, por que eu tenho que ficar nervosa? Dilema do dia.
Se est� bom do jeito que eu acho que est�, eu tenho que ter orgulho em compartilhar com o p�blico de l�. Para de nervo, null. � bobeira.
Eu tenho que encarar meus medos um dia e se eu continuar adiando isso, eu nunca vou fazer.
Sim. Eu vou apresentar esse poema amanh� no open mic. N�o importa o que acontecer. Eu tenho que apresentar. E vou.
Mandei uma mensagem para a null, falando do meu surto de coragem e a chamando para ir amanh� com null me ver.
Isso a�. Mais press�o, assim eu n�o desisto na hora.
Na verdade, isso est� mais para apoio, n�!? � o que eu preciso. � melhor ter pessoas que eu conhe�o l� do que estranhos.
A null ir vai ser �timo, sim. Mas n�o vai me ajudar muito, ainda mais estando perto de null. Preciso de algu�m para me ajudar a acalmar antes de apresentar. E minhas melhores op��es s�o null e null. Eu sei que os dois v�o me apoiar porque eles sempre o fizeram antes.
Mas tem uma grande interroga��o nisso.
Qual dos dois eu levo?
Cap�tulo 11
E ele seria a melhor op��o, caso eu surte ou algo do tipo no palco.
E para finalizar, eu acho que ele gosta mais da minha poesia que null, j� que ele gosta mais dessas coisas.
Sem nem pensar que est� muito tarde, eu mando uma mensagem para ele.
�Eu vou enfrentar meus medos amanh� � noite. �
null: �???�
�Quero ler minha poesia no open mic amanh� Voc� pode ir comigo?�
null: �Eu iria amar. Voc� sabe que voc� pode fazer isso. �
�Mais f�cil falar do que fazer n�!!�
null: �E outra, eu vou estar do seu lado para qualquer coisa. �
�Obrigada <3�
null: �De nada, gatinha. �T� muito orgulhoso de voc� ;)�
Coloco meu celular para carregar e fico encarando a poesia que terminei mais cedo.
Aonde eu fui me meter?
Cap�tulo 12
Estou nervosa como nunca fiquei e tenho a impress�o que quando eu subir no palco ou eu saio correndo ou desmaio.
- Ei, null, olha para mim!
Encaro o null e tento sorrir quando ele pega e segura minhas m�os.
- Vou te contar um segredo, de quando eu fiz minhas primeiras apresenta��es, eu estava mais nervoso que voc�.
- Voc�? null null? Nervoso? Conta outra!
- N�o estou brincando, gatinha. O que me fazia ficar mais calmo, e � algo que uso at� hoje, � pensar nas pessoas que me fazem bem e que me apoiam. Se voc� se sente preparada para apresentar, vai com tudo. Se n�o, voc� tenta de novo depois, eu vou te apoiar e estar do seu lado do mesmo jeito. N�o s� eu, mas todos que gostam de voc�. null, Olivia, null... Pensa neles quando voc� for apresentar. Pensa no apoio, no carinho que eles t�m por voc�. Tamb�m pense no que lhe inspirou para fazer essa poesia. E n�o vai haver nervosismo que vai lhe impedir de apresentar. Vai por mim.
N�o disse que seria a melhor op��o trazer ele? Ele sempre est� do meu lado e sempre sabe o que falar. O encaro um pouco pensando no que ele disse, respiro fundo e o respondo.
- Eu... ahm... acho que posso fazer isso. Minha poesia ficou muito boa para eu ter que ficar nervosa para apresentar.
Ele sorriu e apertou minhas m�os.
- Eu n�o tenho d�vidas em rela��o a isso. Ah, eu trouxe uma coisa para te mostrar. � Ele tirou da mochila alguns pap�is e me entregou.
Pego, olho a primeira folha e vejo que s�o as letras em que ele est� trabalhando.
- S�o as...?
Ele balan�a a cabe�a positivamente e faz men��o para que eu continue lendo. Passei mais algumas p�ginas.
- Pensei que voc� nunca mostrasse suas letras assim para algu�m.
- N�o mostro. Mas hoje voc� vai mostrar um pedacinho de voc� aqui. E eu pensei em fazer o mesmo.
Meu nervosismo amea�a voltar e eu falho em tentar parecer que est� tudo bem. null me olha inicialmente e rapidamente severo e depois com ternura.
- N�o tem nada de errado em mostrar uma parte de voc�, null.
- N�o parece ser assim t�o simples.
- Eu n�o disse que � f�cil. S� que n�o a nada a temer. Voc� vai ver.
Fiquei uma hora olhando as letras do null e jogando conversa fora, tentando assim me acalmar mais e mais.
Finalmente chegou minha vez e null me acompanha at� perto do pequeno palco. Chegando l�, ele segura minhas m�os.
- Vai dar tudo certo, gatinha. Voc� consegue. � Ele volta para a mesa na qual est�vamos sentados.
Subo as poucas escadas para ir ao palco e me coloco em frente ao microfone. Vejo o p�blico me encarando e no meio de todas aquelas pessoas, vejo null. O encaro por poucos segundos, respiro fundo e vejo ele mexer com a cabe�a, me incentivando a come�ar. Olho para o papel no qual tem minha poesia escrita e ent�o a recito.
Antes que eu perceba, eu estou em sil�ncio e o p�blico est� me aplaudindo. Vejo null em p�, me aplaudindo tamb�m.
Enquanto saio do palco, percebo que null est� em um canto sorrindo para mim.
Como ele sabia que eu iria apresentar hoje?
null vem ao meu encontro.
� Voc� foi incr�vel, null. Mesmo. Eu estou t�o orgulhoso de voc�.
- Obrigada. N�o foi t�o ruim quanto eu imaginava que seria.
- Viu? Eu te disse. � Ele me deu um abra�o r�pido.
null se aproxima.
- Uau! Quem diria que voc� faria isso? � Ele sorriu.
- Se algu�m me falasse isso antes, eu n�o acreditaria. � Retribui o sorriso.
- Voc� foi demais! Eu amei. � Ele me deu um beijo na testa e bagun�ou um pouco meu cabelo.
Agradeci a null e vi ele voltar para os amigos dele, sentados mais ao canto. null ainda estava me esperando, sem gra�a (por null ter aparecido, provavelmente?!), n�s dois fizemos o caminho de volta para nossa mesa.
- Voc� foi maravilhosa l� na frente. Como se sente?
- Muito bem, sinceramente. E obrigada.
- Para de me agradecer, gatinha. Voc� merece todos esses elogios. � Ele pega minha m�o.
Olhei para m�o de null, a apertei levemente e soltei r�pido.
J� na mesa, eu olho para o palco. Eu n�o acredito que subi ali e li minha poesia para todo mundo. Eu estava nervosa, mas at� que n�o foi t�o ruim.
null me dispersa dos meus pensamentos antes da pr�xima apresenta��o.
- Ei, null, voc� quer um machiado?
- Voc� ainda pergunta se eu quero meu caf� preferido? � Disse rindo e arqueando uma sobrancelha.
Eu olho para o palco para ver a apresenta��o da pr�xima pessoa. Ainda feliz comigo mesma por enfrentar meus medos e tamb�m feliz por estar perto de null.
Cap�tulo 13
Eu estou t�o mergulhada nos meus pensamentos sobre o que eu fiz hoje, que n�o percebi que eu estou sozinha na mesa h� algum tempo.
null e null passaram na mesa rapidamente para me parabenizar. Mas sem sinal de null ou null por perto.
Olho para perto do palco, onde ficam as pessoas que est�o esperando para apresentar.
Tanto null quanto null est�o l�.
Ai meu Deus.
Eu sei que null costuma e gosta de apresentar, mas eu achei que ele n�o iria hoje.
E eu n�o tenho a menor ideia do que null vai fazer. Ele nunca foi de fazer essas coisas.
O que est� acontecendo aqui...?
Umas duas pessoas se apresentaram, e logo em seguida null sobe no palco para apresentar.
Ele come�a tocando uma melodia no viol�o e eu a reconhe�o. Era aquela que ele tinha mandando por �udio umas noites atr�s.
Minhas m�os come�aram a suar e tremer assim que ou�o sua suave e profunda voz cantar as letras.
Letras que eu sei que s�o sobre mim quanto mais eu as ou�o.
Eu n�o acredito que ele t� fazendo isso agora.
E na frente do null. Meu Senhor, eu j� estou t�o confusa...
Quando a m�sica vai acabando, eu percebo que ele n�o parou de olhar pra mim durante toda apresenta��o. Eu sorrio e aceno para ele. Meu cora��o est� mais que acelerado. Ele vem at� mim depois de se apresentar.
- � nessa m�sica que voc� tem trabalhado a algum tempo?
- Aham. O que voc� achou?
- Maravilhosa! Voc� est� proibido de dizer que n�o � um �timo compositor e escritor depois de hoje. Voc� me superou essa noite.
- Disso eu duvido.
null se senta ao meu lado enquanto a pr�xima apresenta��o acontece, eu estou bem alheia a tudo pelo o que aconteceu agora a pouco. Ele fez essa m�sica para mim, ser� que o que eu sinto � rec�proco? Ele me entrega um pedacinho de papel:
�Eu sei o que est� passando pela sua cabe�a. E sim, voc� est� certa. �
Cap�tulo 14
Ele acabou de confirmar o que eu acho que ele fez? Foi realmente sobre e para mim a m�sica?
Vai ser uma noite interessante quando o open mic acabar...
Eu dei um sorriso t�mido para ele e voltei minha aten��o para o palco, com a mente confusa por n�o saber o que falar e agir num momento desses.
O que ficou pior, quando percebi null j� no palco se preparando para apresentar.
- Boa noite, vou apresentar um poema que escrevi para uma garota muito especial na minha vida.
Ah... O qu�? Santinho de todos os crushs, n�o me abandona agora.
Ou�o null soltar o ar impaciente, olho para ele discretamente e o corpo dele est� todo tenso e o rosto, vermelho e claramente, com raiva.
null recita um poema simples de 4 estrofes, falando sobre nossa inf�ncia juntos e revelando sua atra��o/paix�o por mim agora. Ele n�o citou meu nome, mas obviamente era para mim. Eu imaginava que ele gostasse de mim, mas n�o desse jeito. Eu... N�o sei o que pensar.
O p�blico aplaude assim que ele agradece. E eu come�o a suar e ficar tensa quando ele vem direto para onde eu estou.
-Ent�o... O que voc� achou?
- Foi incr�vel. Quem diria que voc� gostasse de escrever poemas assim? � Tentei brincar para esconder qu�o tensa estou.
- Eu comecei a escrever tem mais ou menos um ano. N�o fui t�o ruim assim, n�o �?
- Claro que n�o. Foi muito bom.
- Obrigado. � muito importante, vindo de voc�. - null d� uma olhada para null, que est� tenso e claramente com raiva e incomodado, olhando para o palco. E pigarreia. - Ent�o... Ahm... Eu queria te perguntar.... � Meu cora��o come�a a acelerar. Ai, n�o. Agora n�o. N�o aqui. � Se.� Voc� quer ir ao baile comigo.
Cap�tulo 15
E para piorar... null me perguntou, uns meses atr�s, se eu queria ir com ele, como amigos. E agora parece que ele realmente gosta de mim. Ai, o que eu fa�o?
Sinto como se fosse desmaiar a qualquer momento, minha respira��o acelera e meu cora��o j� nem comento mais. Eu preciso de um tempo.
- Hum.... Desculpa. Eu j� volto. Preciso de um minuto... � me levanto e vou em dire��o a porta, deixando ambos olhando para mim surpresos, perplexos.
Como isso poderia ficar pior?
Por que ele achou que essa era a hora perfeita para falar isso? T�, talvez era. Mas n�o com o null ali.
Eu n�o tenho a m�nima ideia do que eu vou fazer e responder.
Preciso conversar com algu�m sobre isso, algu�m para me ajudar. Mas quem?
Poderia ser null, mas ela t� ali curtindo com null, e eu n�o quero atrapalhar os pombinhos.
J� sei, vou ligar pra minha m�e. Ela saber� o que fazer. Ela sempre sabe.
Meu nervosismo piora (tem como piorar mais?) assim que o telefone chama.
Por favor, atende. Por favor, atende.
- Oi, querida. Voc� t� bem? Aconteceu algo? Voc� nunca liga a essas horas.
- Oi, mam�e. Eu pensei que a noite ia muito bem. Mas... Agora t� uma bagun�a, uma grande bagun�a. Eu n�o sei o que fazer.
- O que houve, minha flor?
Explico tudo pra minha m�e, toda essa confus�o, indecis�o. Os garotos aos poucos mostrando que gostam de mim. Tudo.
Ela escuta tudinho e, quando termino, ela suspira.
- Filha, voc� s� tem que fazer uma escolha. Pense um pouco e v� de quem voc� gosta mais. Seja honesta, primeiro com voc� mesma, e depois com eles.
- Ser honesta? M�e, eu vou quebrar o cora��o de algu�m!
- Sim, isso vai acontecer minha flor, infelizmente vai. Voc� precisa ser honesta com eles, se voc� precisa de mais tempo para pensar, fale isso com eles. Mas n�o minta, ok? E n�o confirme nada com ningu�m se voc� n�o estiver certa do que quer. � dif�cil, meu amor, eu sei que �.
Eu suspiro. Sei que mam�e est� certa. Vai ser uma decis�o muito dif�cil.
- Obrigada, mam�e. Eu vou dar um jeito, ok? Depois te conto o que houve. Te amo.
- T� bom, filha, te amo tamb�m. E, por favor, n�o se machuque com isso tudo.
Depois de desligar, fico alguns minutos pensando em tudo isso.
Ambos os garotos s�o uns fofos. E agora eu sei que os dois gostam de mim, do jeito que eu gosto deles.
Como eu posso fazer essa decis�o em cima desses dois garotos maravilhosos?
� t�o dif�cil, meu Deus. Eu nunca passei por isso. Espero nunca mais passar. E n�o recomendo pra ningu�m isso que eu estou sentindo.
Respiro fundo, fecho os olhos e foco nos dois. Um de cada vez.
Penso muito nesses �ltimos meses, nessas �ltimas semanas. Tudo que aconteceu. Todos os detalhes.
De repente algo vem na minha como se fosse com um monte de tijolos caindo em cima de mim. � inesperado, mas incontest�vel, indiscut�vel.
Eu sei o que tenho que fazer.
Volto para dentro da cafeteria, rumo a mesa que estava sentada e onde ambos ainda est�o me esperando, calados. Quando chego, os dois me olham, esperando a resposta.
� agora...
FIM
Eu odeio ter que quebrar o cora��o do null, mas o null j� tem o meu.
Dou uma olhada nos dois rapidamente e encaro null, null arqueia uma sobrancelha.
- null, voc� � uma pessoa maravilhosa. Aquele poema me deu arrepios, eu... Amei. Fui apaixonada por voc� desde quando a gente era mais novo. � ele olhou para baixo, triste, j� sabendo o que estava por vir � Mas voc� me conhece a tanto tempo e nunca me disse nada. Desde sempre eu pensei que voc� n�o tinha nenhum interesse, e quando voc� come�ou a dar pistas que gostava de mim, eu percebi que eu gosto mesmo do null. � minha voz come�a a ficar tr�mula � Voc� esperou demais. Eu vou com o null para o baile, eu escolho ele. Me desculpa, mesmo.
null esfrega suas m�os no rosto e suspira. Ele leva um minuto antes de me responder.
- Sendo bem sincero, eu n�o gostei disso, mas... Eu entendo. Eu fui muito covarde para te chamar para sair antes. Percebi meu erro tarde demais. Mas a gente vai continuar amigos n�?
- Voc� t� brincando? Nada no mundo pode mudar nossa amizade. Leve o tempo que precisar, null, e quando voc� estiver pronto n�s podemos sair juntos, como os melhores amigos que sempre fomos.
null se levanta e estende os bra�os querendo me abra�ar. Eu me levanto tamb�m e o abra�o forte.
- Me desculpa, anjo, eu fui um idiota, mas eu s� quero ver voc� feliz. Estando comigo ou n�o.
- Voc� � maravilhoso, null. Ainda vai achar algu�m t�o maravilhoso como voc�. - Ele beija minha testa, acena para null e vai embora.
Meu cora��o d�i ao ver ele indo embora triste, e a� eu olho para null e vejo o seu sorriso e os olhos brilhando.
- Pra ser sincero, eu pensei que seria ao contr�rio, gra�as aos deuses que n�o aconteceu!
- Para com isso, null. Voc� sabe que estava me cortejando desde quando nos conhecemos. - Ele cora e sorri.
- Foi t�o �bvio assim?
- Eu levei um tempo para perceber, mas, sim, foi bem �bvio. � ri discretamente � null fazia quest�o de sempre comentar isso pra mim.
- Me lembre de comprar legal pra ela. Eu preciso muito agradec�-la por ajudar eu conseguir minha garota. � eu coro � enfim, vamos?
Eu balan�o a cabe�a positivamente, ele pega uma das minhas m�os e me guia at� a porta da cafeteria. Paga a conta e n�s dois voltamos para o campus, conversando sobre os planos para o baile.
Chegou o dia do baile, algumas semanas depois de ter feito minha escolha. Falta poucas horas para o mesmo. null queria me buscar no dormit�rio, mas eu falei pra gente se encontrar l�, porque j� tinha combinado com null para irmos juntas. Ela tamb�m vai encontrar o namorado l�. Enquanto nos arrumamos para o baile, fofocamos e conversamos sobre minha escolha e o que a gente esperava desse baile.
Mais tarde, encontro null, que est� vestindo um terno todo preto e com o cabelo para tr�s, muito diferente do que eu sou acostumada a ver, mas ainda assim, maravilhoso como sempre.
- Acho que ainda n�o lhe disse que est� perfeita. � eu sorrio sem gra�a, corada, e encaixo um de meus bra�os no bra�o dele.
Passou-se alguns minutos, j� t�nhamos dan�ado, encontramos e conversamos com Noah e null, vimos Olivia louqu�ssima na pista de dan�a, bebemos um pouco, e resolvemos ficar num canto, conversando. null me olha ternamente.
- J� te disse que voc� t� perfeita? � eu rio discretamente e coro novamente.
- S� umas 50 vezes hoje.
- Legal, ent�o mais uma vez n�o vai machucar ningu�m.
Come�ou a tocar uma m�sica rom�ntica e vimos os casais indo direto para a pista.
- Voc� poderia me conceder a essa dan�a, linda? � null se inclina e olha para mim com um sorriso.
Eu coro, e solto uma risadinha.
� Claro que sim. Esperei por esse momento por meses.
null pega minha m�o e me guia para o meio da pista de dan�a. Ele coloca uma de suas m�os no final das minhas costas e segura uma de minhas m�os com a outra.
Eu fico um pouco tensa e preocupada, com medo de trope�ar nos meus pr�prios p�s � j� falei que sou o desastre em pessoa.
- N�o precisa ficar com medo. � bem simples. S� me acompanha. � ele faz um gesto para eu olhar em seus olhos castanhos. E assim come�a a dan�ar.
Acompanho os passos dele sem nenhum problema e fico mais calma.
- Viu? � f�cil. � sorrio e curto a m�sica me perdendo nos olhos de null.
Assim que a primeira m�sica acaba, ele me puxa mais perto e cochicha no meu ouvido.
- Tenho uma confiss�o a fazer.
Sinto meu cora��o parar de bater por um momento, pensando no que pode ser.
- Oi? O que...?
- Assim que eu te vi naquela noite em que nos conhecemos, eu sabia que tinha que fazer voc� ser minha. E depois, quando nos vimos pela segunda vez na aula de matem�tica, eu estava determinado em ganhar voc� pra mim. N�o foi f�cil. Eu n�o tinha nem no��o se voc� gostava de mim ou n�o. Ent�o eu te mandei flores no dia dos namorados. � um sorriso imenso se abriu no meu rosto. O mist�rio do dia dos namorados est� resolvido e foi melhor do que eu pensei que seria.
- Desde quando recebi aquelas flores eu n�o parei de pensar em quem teria me mandado elas. Por que voc� n�o colocou seu nome?
- Eu tinha medo de voc� n�o gostar e n�o querer nem olhar pra mim mais. A gente mal se conhecia e...
- Eu provavelmente teria gostado e ainda concordado em ir � um encontro.
- Ah... Bom... Eu estava muito nervoso, com medo de voc� n�o aceitar. Sabe, voc� n�o � como as outras garotas...
- E...?
[n/a: Coloca a m�sica ;)
- E isso n�o � ruim, voc� ser diferente. Eu te amo do jeito que voc� �.
Eu sorrio e encosto minha cabe�a contra o peitoral dele, enquanto uma outra m�sica come�a a tocar. Ele me ama? Ele me ama! Eu... Nem sei o que pensar. To t�o feliz que n�o consigo nem surtar. Eu sinto ele me dando um beijo na minha cabe�a. Eu desencosto minha cabe�a e fico o olhando, reparando na m�sica que estava tocando, as letras enchem meu cora��o com alegria e faz esse momento que estou tendo com null parecer um sonho.
Isso � real? Ou eu estou sonhando? Se eu estiver sonhando, por favor, n�o me acorde nunca.
Percebo que null pode estar pensando a mesma coisa, quando ele me puxa mais perto ainda (como se houvesse mais espa�o entre n�s) e aperta minha cintura.
Eu sorrio e meus pensamentos voltam no dia em que nos conhecemos.
- Eu tenho uma confiss�o a fazer tamb�m.
- Oh! S�rio?
- Eu n�o o ignorei no primeiro momento em que nos vimos. Eu s� n�o podia ficar olhando para o palco porque ouvir sua voz fez meu cora��o bater mais forte. � ele ri e suspira dramaticamente.
- Pois �, parece mesmo que eu causo esse efeito nas garotas � eu dou um tapa de leve no peitoral dele e o acompanho no riso.
Ele para de rir e me encara apaixonadamente, e depois de um tempo me olhando nos olhos ele passa seu olhar para minha boca, de repente sua boca me pareceu muito mais interessante para olhar. Sentindo seu olhar na minha boca, e desejando a boca dele na minha, sem perceber mordo meu l�bio inferior. Ele coloca suas m�os no meu rosto, automaticamente, fecho meus olhos e ele se aproxima cada vez mais at� colar seus l�bios nos meus. O beijo no in�cio � desesperado, como se ele quisesse isso a muito tempo, como se dependesse do beijo para viver. Depois o beijo ficou mais calmo e apaixonado. Ele termina o beijo com um selinho, eu continuo com os olhos fechados. Sinto o olhar dele e assim que eu olho para ele, ele abre o sorriso mais lindo que eu j� vi, os olhos brilhando... Parecendo um bobo apaixonado. Ah, n�o precisa nem falar que devo estar do mesmo jeito, porque provavelmente eu estou pior.
Passei a noite toda o beijando e dan�ando lentamente com null, at� mesmo nas m�sicas mais r�pidas. Eu s� n�o queria soltar ele e deixar ele ficar longe de mim.
N�o tinha nenhum outro lugar em que eu queria estar, e essa � uma noite que eu nunca vou esquecer.
Final Alternativo
Enquanto saio do palco, vejo null em um canto sorrindo para mim.
Como ele sabia que eu iria apresentar hoje?
Des�o do palco e vejo null vindo ao meu encontro.
- null me disse que voc� iria apresentar hoje. Ent�o eu pensei em vir aqui te ver antes de sair com os caras.
- Normalmente eu ficaria com raiva dela, mas eu t� feliz que ela tenha te contado. Obrigada por vir.
- Por nada, anjo. Ainda bem que eu vim. � ele me deu um abra�o. Vejo null vir tamb�m.
- Viu? Te disse que voc� iria se sair bem.
- T�, t�. Obrigada. S�rio, eu n�o iria conseguir fazer sem voc� aqui.
- Voc� conseguiria sim, mas obrigado. E voc� foi �tima.
[...]
Eu sei o que tenho que fazer.
Volto para dentro da cafeteria, rumo a mesa que estava sentada e onde ambos ainda est�o me esperando, calados. Quando chego, os dois me olham, esperando a resposta.
� agora...
Eu odeio ter que quebrar o cora��o do null, mas o null sempre teve o meu.
Dou uma olhada nos dois rapidamente e encaro null.
- null, voc� � incr�vel. Essa m�sica que voc� apresentou fez meu cora��o bater muito mais forte. A gente tem tanto em comum e nos damos muito bem. � o rosto dele fica vermelho e ele se d� conta do que eu irei falar � Mas eu n�o te conhe�o muito bem al�m da m�sica e da escola. A gente se conhece tem poucos meses. Eu percebi que voc� nunca gostaria de mim, depois de ter visto as garotas que estavam assistindo voc� quando nos conhecemos... E quando voc� come�ou a demonstrar que gostava de mim. Eu j� sabia que meu cora��o pertencia a outro algu�m. � minha voz fica tr�mula � Voc� tem um peda�o do meu cora��o, sim. Mas null tem a maior parte. Eu vou ao baile com ele, eu escolho ele. Me desculpe.
null esfrega suas m�os no rosto e suspira. Ele leva um minuto antes de me responder.
- Claro que eu queria que fosse diferente, mas eu entendo. Voc� conhece ele a mais tempo... Eu... S� quero que voc� seja feliz. E isso n�o significa que n�o podemos sair mais juntos, n�? Eu preciso de algu�m para criticar minha m�sica e meu trabalho.
- Duh... Quem mais al�m de mim poderia fazer isso? Quando voc� puder sair de novo � s� me ligar ou me mandar uma mensagem.
null se levanta, segura minhas m�os e me abra�a amigavelmente.
- Embora eu odeie ver como isso se resolveu, ao menos eu sei que ele lhe tratar� bem.
- E alguma garota vai fazer isso por voc� tamb�m. Voc� � incr�vel, null. N�o se deixe abalar por essas coisas.
Ele aperta minha m�o, acena para o null e vai em dire��o a porta para poder ir embora.
Meu cora��o d�i ao ver ele indo embora triste e a� eu olho para null e vejo o seu sorriso, os olhos brilhando.
- Eu achei mesmo que voc� ia falar pra mim que eu cheguei tarde demais. Eu esperei muito tempo para te perguntar...
- Sim, voc� demorou e quase foi tarde demais. Mas voc� � sortudo de eu ser apaixonada por voc� desde quando �ramos pequenos. � ele pegou minha m�o e a beijou.
- E eu, por voc�.
- null vai surtar. Ela vivia dizendo que dev�amos ficar juntos a muito tempo atr�s.
- Pois �, minha m�e tamb�m vai. Ela vivia me enchendo sobre quando n�s dois �amos ficar juntos.
Depois de poucos minutos, n�s dois voltamos para o campus, conversando sobre os planos para o baile.
Chegou o dia do baile, algumas semanas depois de ter feito minha escolha. Falta poucas horas para o mesmo. null queria me buscar no dormit�rio, mas eu falei pra gente se encontrar l�, porque j� tinha combinado com null para irmos juntas. Ela tamb�m vai encontrar o namorado l�. Enquanto nos arrumamos para o baile, fofocamos e conversamos sobre minha escolha e o que a gente esperava desse baile.
Mais tarde, encontro null, que est� vestindo um terno preto e branco, com o cabelo para tr�s, muito diferente do que eu sou acostumada a ver, mas ainda sim, maravilhoso como sempre.
- Eu ainda n�o acredito que voc� est� aqui comigo. � eu sorrio sem gra�a, corada, e encaixo um de meus bra�os no bra�o dele.
- Eu tamb�m ainda n�o acredito, est� tudo t�o perfeito.
- Concordo. E voc� est� maravilhosa.
Come�ou a tocar uma m�sica rom�ntica e vimos os casais indo direto para a pista.
- Dan�a comigo? � null olha nos meus olhos e segura minha m�o.
- Sim, vamos.
null pega minha m�o e me guia para o meio da pista de dan�a. Coloco minhas m�os envolta do pesco�o dele e ele coloca as m�os na minha cintura.
- Voc� me deixaria sozinho, aqui na pista de dan�a, se eu te disse que tenho uma confiss�o para fazer?
- Isso depende no que voc� vai falar, ent�o, cuidado. � ele ri e arqueia uma sobrancelha.
- Ent����o... Eu leio o seu blog. E eu sou o an�nimo que comenta sempre por l�.
- Voc� t� brincando! Por que n�o me disse quando te perguntei?
- Eu fiquei envergonhado. Tive um treino na hora que voc� marcou o encontro e eu n�o quis que voc� pensasse que eu era um babaca.
- E agora voc� acha que eu penso diferente por que...? � eu pisco para ele para lhe mostrar que eu estou brincando. Ele solta uma gargalhada. � N�o importa agora, obviamente, mas eu teria gostado se voc� tivesse me contado. Me teria salvo de muita encrenca.
- Eu sei. Quem diria que eu fosse ficar t�mido com as garotas, n�? � solto um riso discreto e dou um tapinha no peitoral dele.
- Voc� nunca vai mudar n�?
- Voc� quer que eu mude?
- N�o.
- Problema resolvido ent�o. � ele me puxa para mais perto e eu olho nos olhos azuis dele, reparando na m�sica que estava tocando, as letras enchem meu cora��o com alegria e faz esse momento que estou tendo com null parecer um sonho.
Isso � real? Ou eu estou sonhando? Se eu estiver sonhando, por favor, n�o me acorde nunca.
Percebo que null pode estar pensando a mesma coisa, quando ele me puxa mais perto ainda (como se houvesse mais espa�o entre n�s) e aperta minha cintura. Me afasto s� um pouco (muito pouco, quase nada) para poder fazer uma pergunta.
- Voc� realmente gostou de mim de uns anos pra c�?
- Desde quando n�s �ramos crian�as, na verdade.
- Queria que voc� tivesse dito antes. Voc� se meteu em um monte de problemas nesse tempo.
- O que importa � que eu gosto de voc� e que estamos juntos agora, n�? � eu balan�o a cabe�a positivamente.
- Sabe o que � melhor? � que sua m�e pode envergonhar voc� na frente de qualquer garota. Ent�o voc� � s� meu agora. � eu digo um pouco envergonhada e dou uma risada t�mida.
N�s rimos um pouco lembrando da nossa inf�ncia juntos, de todas as coisas malucas que j� fizemos.
De repente come�a uma m�sica mais r�pida e ele come�a a dan�ar horrivelmente p�ssimo.
- Ei, pode parar a�. Voc� est� envergonhando voc� e eu. Principalmente eu. - O que? Mas eu sou o mestre da dan�a. Eu sei de passos que ningu�m mais conhece. � ele continua dan�ando igual um idiota e eu rindo, morrendo de vergonha.
Quando a m�sica acaba eu agrade�o aos c�us por ele poder sossegar agora. E a m�sica volta para algo mais calmo e rom�ntico.
Ele pode ser um doido. Mas ele � meu doido.
Ele se aproxima de mim novamente e voltamos a posi��o que est�vamos. Mais pr�ximos. Eu n�o parava de olhar para os olhos dele e ele tamb�m me olhava fixamente, depois de um tempo me olhando nos olhos ele passa seu olhar para minha boca, de repente sua boca me pareceu muito mais interessante para olhar. Sentindo seu olhar na minha boca, e desejando a boca dele na minha, sem perceber mordo meu l�bio inferior. Ele coloca suas m�os no meu rosto, automaticamente fecho meus olhos e ele se aproxima cada vez mais, at� colar seus l�bios nos meus. O beijo no in�cio � desesperado, como se ele quisesse isso a muito tempo, como se dependesse do beijo para viver. Depois o beijo ficou mais calmo e apaixonado. Ele termina o beijo com um selinho e um beijo na testa, eu continuo com os olhos fechados. Sinto o olhar dele e assim que eu olho para ele, ele abre o sorriso mais lindo que eu j� vi, os olhos brilhando... Parecendo um bobo apaixonado. Ah, n�o precisa nem falar que devo estar do mesmo jeito, porque provavelmente eu estou pior.
Passei a noite toda o beijando e dan�ando lentamente com null, at� mesmo nas m�sicas mais r�pidas. Eu s� n�o queria soltar ele e deixar ele ficar longe de mim.
Quase parece um conto de fadas, e eu n�o quero que a noite acabe t�o cedo. Nem no meu maior sonho, poderia estar t�o perfeito quanto est� agora.
N�o tinha nenhum outro lugar em que eu queria estar e essa � uma noite que eu nunca vou esquecer.