Sete Minutos no Céu

Finalizada em: 21/05/2018

Capítulo Único

- Alex! - Era a quinta vez no dia que Jack berrava meu nome. - Vem logo, daqui a pouco a galera chega e você ainda tá aí ajeitando seu cabelo ridículo. 
Suspirei de novo e olhei minhas roupas. Eram da campanha nova da Glamour Kills, eram legais afinal eu que desenhei, mas não sei se vão ficar apresentáveis, afinal ela sempre parece estonteante demais para mim. Será que ela vem? 
BAM BAM BAM 
- Agora é sério Alex se você não sair eu juro que vou contar para todo mundo que eu te comi ontem à noite e todo mundo vai acreditar. - Jack como sempre começou a apelar. - Seu jeito de boiola não engana ninguém. 
- Olha quem tá falando. - Disse abrindo a porta e dando de cara com meus lindíssimos amigos de banda. Jack como sempre com aquela cara de idiota, Rian com a merda do hamster no seu ombro que ele carinhosamente apelidou de Alex por se parecer comigo, e Zack que precisa mais do que um espelho para extrapolar seu ego. Realmente somos perfeitos. 
- Você demora mais que uma noiva se arrumando cara. - Zack reclamou enquanto me puxava pelo braço escada abaixo. - Daqui a pouco vamos encontrar a galera toda da época do colégio e adivinha? Jack esqueceu de comprar as cervejas. 
- Ei não me culpa se eu estou com minha carteira caçada. - Ele se defendeu, levantando os braços. 
- De novo Jack? - Eu e os caras fizemos um coro. 
Ele nos olhou, abaixou os olhos e contorceu os braços. 
- Excesso de velocidade. - Ele quase sussurrou a frase. 
- Ah, porra Jack. - Rian reclamou botando o hamster na gaiola. - Quantas vezes vamos ter que pagar por isso? 
- Ah foi mal, mas é que ninguém se lembrou de ligar para a , ninguém tinha o telefone dela e tive que correr até o outro lado da cidade para poder avisá-la. 
Eu olhei para os outros dois e pensei como ninguém tinha avisado a . Revirei os olhos e me voltei a Jack. 
- Então ... ela disse se vinha? 
- Ela disse que não podia por que tinha que trabalhar. Os caras do Forever The Sickest Kids estão em turnê. - Jack respondeu meio chateado. - Tô puto por que  não vem e ainda por cima perdi a carteira de motorista. Sacanagem. 
- Er, que pena. - Tentei fingir que não me incomodava o fato dela não estar hoje à noite. - Rian vamos comprar cervejas. 
Entrei no carro e nem toquei no assunto "-não-vem". Mas Rian fez questão de tocar.  - Que bad  não vir né. 
- Olha Rian se não se importa, o assunto pode ser evitado. A gente vai ver a galera do colégio huhul. - Disse mexendo o bracinho demonstrando uma falsa felicidade, afinal era para ela ir hoje. – Então não há por que ficarmos chateados se ela não vir. Não pode, não pode.
Paciência. – Eu disse isso desejando que não precisasse. 
- Ok, vamos fingir que você não liga. – Rian emburrou. – Mas eu ligo pra caramba, por que fazem quatro anos que não vemos ela ok? 
- Rian, deixa isso para lá? Teremos outras oportunidades. 
- Aham, as mesmas do últimos quatro anos. 
Não discuti porque era verdade.  era nossa melhor amiga, estávamos sempre juntos dela, mas no baile da formatura tudo deu errado e depois dali nunca mais a vimos, o máximo foi falar pelo facebook, algumas vezes no telefone, mas depois disso nunca mais. E a culpa dela estar longe era minha, mas eu não ia ficar chorando. Deixei para lá e fiz o que eu tinha que fazer, comprar cervejas. Rian entrou mudo no carro e não fiz questão de falar nada, mas eu soltei um puta palavrão quando cheguei no quarteirão de nossa casa. 
- PUTA QUE PARIU. – Berrei quando parei o carro. 
Um som alto vinha da sala, pessoas entravam e saiam da casa e Zack pegava uma loira na entrada da casa. 
- Zack. – Bati no ombro dele. – ZACK! – Gritei no seu ouvido enquanto a loira perdia a língua na sua boca. – Quer parar de ser pirigueti e me explicar o que tá acontecendo aqui? 
Can you say: Hey! Can you say: Oh! That’s right, what do you want from me. - Os caras do Forever The Sickest Kids vieram! – Jack pulou no meu ombro. 
- Mentira?! – Rian comemorou junto com Jack. 
Os caras do Forever eram nossos melhores amigos do colegial e eles tinham avisado que talvez não viessem porque estariam de turnê. E Caleb Turman e ninguém menos que o irmão de ana Turman. 
- Opa opa. Se os caras estão aqui, isso significa... – comecei a dizer mas Jack fez o favor de completar. 
- Que sua musa inspiradora está lá dentro. Sim. – Ele disse empolgado mas murchou depois. – Mas ela tá com o John Ohh, você sabe né. 
- Do The Maine. – Falei entre os dentes. – Ele sempre se mete onde não é chamado.  - Ah, que o The Maine tá em uma turnê junto com os caras. Como hoje eles tiveram uma folga John resolveu vir junto com . Caleb me disse que eles estão bem amigos. – Zack falou entre goles de sua Stella Artois. 
- Realmente me ajudou muito saber disso. – Reclamei pegando uma Stella no gelo. 
- Hey, Alex. – Uma voz doce e conhecida falou comigo. 
. – Cocei a cabeça sem graça. – Nem te vi chegar. 
- É, você estava revoltado com alguma coisa e achei melhor não fazer alarde. 
- Como você tá 
Aos poucos os caras foram se afastando e eu fiquei sozinho com . Ela estava linda, como sempre foi. O sorriso acompanhando o movimento do cabelo, igual aquelas cenas de filmes colegiais. Um puro sonho. 
- Tô bem. Ainda mais agora que fui elevada à categoria de empresária da banda do meu irmão. Não poderia ficar melhor. 
Eu estava super sem graça e sem saber o que falar e a única coisa que me vinha em mente era ir ao banheiro. 
, ao banheiro vou fala depois a gente. – Falei embolado parecendo um idiota.  - Quê? Pode repetir Alex, você falou estranho. 
Respirei fundo. Agora vai. 
- Eu quero ir ao banheiro, depois a gente se fala lá dentro. – Sorri tentando parecer calmo. Que droga por que eu sempre fico assim? 
- Ok, então eu vou lá e aproveito para procurar o John. – Opa, falou em John Ohh chegou minha chance de saber o que rola entre eles. 
- Ah  – a chamei como quem não quer nada. – e você e o John? Qual é a do rolo?  - Depois a gente se fala Alex, se não você se mija, haha. – E ela soltou a maravilhosa gargalhada de fim de show, dos filmes de comédia, das aulas de história. A mesma risada que me impedia de beijar alguma garota quando ela estava perto e a mesma risada que me intimidava ao querer beijá-la. 
Ela entrou na casa e eu fiquei igual um pateta. Balancei a cabeça e fui para a cozinha atrás dos caras. 
- JACK, RIAN, ZACK. – Berrei e os três olharam para mim. – Preciso de ajuda. 
- Já sei, tá com dor de barriga de novo e quer que alguém coloque o supositório em você? – Jack falou com os olhos brilhando. Sério, ele é muito estranho. 
- Não Jack, que nojo. Não acredito que o Alex queira isso. – Rian retrucou e Jack murchou.  - Obrigada Rian. – Respondi mais calmo. – Eu preciso de ajuda com a 
- Essa história de novo hamster? – Zack soltou a loira e a Stella em cima da mesa e olhou para mim. – Toda vez que encontramos a  é a mesma história, e na hora você sempre amarela. Parece uma gazela quando tá perto dela. Não vou me meter nisso de novo, não mesmo. 
- Tô com o Zack. – Rian falou. Ótimos amigos eu tenho. 
- Ok, obrigada pela ajuda “irmãos”. – Saí e fui falar com os caras do Forever The Sickest Kids.
Mais precisamente com o meu futuro cunhado e velho amigo. 
- E aí Caleb, firmeza? 
- Fala grande hamster. – Não acredito que esse puto também vai me chamar assim. 
- Parece que o Rian já te disse com quem eu pareço. 
- Com certeza. – Austin chegou me abraçando, mais precisamente pulando na minha corcunda. – E aí Alex! 
- Tudo bem Austin. Tô sabendo da grande turnê de vocês. U-A-U. 
- É meu amigo Alex, e tudo isso graças a nossa maior empresária do mundo. – Kyle falou e me deu um grande abraço. –  tá arrasando nesse lance de ser empresária. Ela simplesmente cuida de tudo, até cuidou que o Caleb pegasse a Jess do The Summer Set. 
- NÃO! – Eu berrei é óbvio, ela é gata. Bem gata, só não é mais gata que a , isso nunca.
– Não a Jess DO The Summer Set.  - A própria. – Os caras berraram em coro. 
- Ela é perfeita Alex você tem que ver. – Caleb falou e seus olhos encheram d’água. Boiola, esse cara só me envergonha. 
- Imagino. – Disse sem tanta emoção, por que eu vi uma cena grotesca do John Ohh abraçando a MINHA 
- Ixiii. – Austin olhou para mim e viu para onde eu estava olhando. – Sério Alex, acho melhor desistir por que ali tá rolan... AI! – Caleb deu uma porrada no braço do Austin. 
- Hey Alex, que tal uma volta? – Kyle me segurou pelo braço junto com o Caleb. 
- Ei que porra é essa? – Perguntei sem entender. 
- Hora de resolver uma merda que já tá fedendo a muito tempo. – Marc disse delicado como sempre. 
- Suas poesias me inspiram Marc. – Kyle riu. 
- Obrigada. – Ele agradeceu como sempre fazia na época da escola. 
- Alguém pode me explicar o que tá acontecendo? Será que eu sou o único que sempre é o último a saber? 
- Nós vamos te dar uma mãozinha. – Caleb riu. Isso não é bom, isso não é nada bom. Quando fui dar por mim estava trancado na dispensa. Isso me lembra quando brincávamos de sete minutos no céu com o pessoal da escola e ... 
AI MEU DEUS? SERÁ QUE É ISSO? EU NÃO ESTOU PREPARADO. NEM SEI O QUE VOU DIZER A ELA. 
- HEY CALEB! QUAL O SEU PROBLEMA RETARDADO? –  berrando com o irmão dela. Nada bom, isso não é nada bom. O pirigueti é o Zack, eu não sei ser o estilo “ sou gostoso”. Eu sou magro, pareço uma lombriga e toda vez que eu falo com alguma garota eu a conquisto por causa das minhas retardadices. 
E a porta abriu. Eu vi uma luz, uma luz branca. Será que eu morri? Acho que posso ouvir vozes de um anjo. 
Aleex... 
Aleex... 
Que bela a voz. Eu acho que morri, mas morri feliz. Com essa voz no meu pensamento eu posso ficar assim pra sempre. 
- Alex seu mongol me escuta. – E a luz se apagou. A porta fechou e a única luz que acendeu foi a luz da dispensa que era amarelada cor de hepatite. Eu fiquei com cara de doente e cheio de comida em volta. – Alex, você está bem? Você está meio amarelo. – E eu reconheci a voz da 
Eu me desesperei. Não sabia se a agarrava, se enfiava toda a comida da dispensa na boca, se eu gritava ou fingia que havia morrido. Acho a última opção tentadora porque depois dessa merda só morrendo para poder não passar vergonha mais. 
- Er, eu estou bem 
Ela me olhou de cima a baixo e me encarou. 
- Você sabe o que está acontecendo? 
PAN PAN PAN
  - Você tem sete minutos Alex. – E ficou reconhecida a voz do meu grande amigo Jack. – Como nos tempos da escola. 
A menina mais perfeita do mundo me encarou de novo e eu fiquei abobalhado como sempre.  - Olha Alex, não faço ideia do que está acontecendo, mas por favor me explique. 
Eu sabia o que eu tinha que fazer. Aquela era minha chance e se não fosse daquele jeito não seria de jeito nenhum. 
E eu comecei de um jeito perfeito. 
- Tá namorando né? Com aquele tal de John? – Ótimo Alex, você acabou de empurrar ela para outro cara. 
- Eu e o John? Não mesmo. Ele está super afim, mas não. Eu quero ficar com uma outra pessoa a bastante tempo. – Droga, eu sabia que tinha alguém. – Mas essa pessoa não se toca. 
- Poxa  que droga – Ela me olhou e eu fiquei nervoso, mas tive que continuar. – Afinal você é linda. Como alguém não pode te querer? 
- Realmente Alex – ela arregalou os olhos e se fixou em mim – Como alguém não pode me querer. – ela veio para cima de mim. – Você não acha que precisava de um empurrãozinho?  Opa, será que é isso mesmo o que eu estou pensando? 
- Ô , você quer que eu te ajude a ficar com o cara? 
Ela revirou os olhos. Será que eu falei besteira? 
- Alex, pense que isso aqui é uma brincadeira de sete minutos no céu e que eu tenha que fazer isso contigo. - Ela segurou meu rosto e encostou os lábios dela nos meus. O beijo começou, meio assustado, eu não esperava mesmo isso, mas depois eu relaxei, afinal era a  que eu estava beijando. Como eu pude ser tão lerdo a minha vida toda? Era eu que ela queria beijar. As mãos dela se depositaram na minha nuca e eu segurei o cabelo dela com carinho com uma mão, e apoiei a outra em sua cintura. O beijo acompanhava nossa vontade e parecia que ele nunca ia acabar, e eu não queria que acabasse. Mas uma hora o nosso ar acaba. 
Quando meus lábios se desgrudaram dos dela eu a olhei e esbocei um sorriso, ela também esboçou um sorriso mas falou sussurrado no meu ouvido. 
- Finalmente. 
- Você quer isso a muito tempo? – Perguntei confuso, nunca achei que tivesse chance com ela. 
- Desde o dia em que eu te vi passando por mim pela primeira vez. 
- E por que você nunca me disse? 
Ela ficou rosada e olhou para os pés. 
- Achei que nunca teria chance contigo. 
- Ficamos na mesma. Nunca falei com você, apesar de querer mais que tudo te beijar, por que achei que nunca teria chance contigo. 
- Então agora estamos acertados? – Ela sorriu e se aproximou. 
- Com certeza, de sete minutos no céu para sempre com você. – dei um selinho nos seus lábios antes de iniciar nosso segundo beijo, de muitos que viriam pela frente




Fim.



Nota do Autor: Sem nota.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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