Capítulo Único
O casal estava sentado à mesa de um restaurante que eles costumavam frequentar bastante.
Ela o olhava enquanto comiam e tentava criar coragem para fazer o que tinha se proposto mais cedo.
a chamou pra almoçar, por conta dela, é claro, tendo em vista que ele mal tinha condições de se sustentar, imagine bancá-la. Além de sempre ter sido psicologicamente abusivo, ainda a fazia bancá-lo todas as vezes que podia. Ele dava-lhe apenas migalhas e ainda a dizia que a moça tinha que agradecer por ele estar com ela, pois ninguém além dele a queria.
Quem iria querer uma mulher como ela?
Ela engoliu o choro ao lembrar das palavras cruéis dele, mas, ao finalmente perceber que ele não a amava e só queria aproveitar-se dela, ela tomou uma decisão e hoje ela iria colocar um fim àquele sofrimento.
− , eu preciso falar com você. — Ela respirou fundo e começou seu discurso.
− Essa carne não está deliciosa? Come um pedaço dessa aqui. – Espetou um pedaço de sua carne e colocou na boca de – Podemos voltar com mais frequência aqui.
− Não vai haver mais vezes, . É sobre isso que quero falar com você. Eu quero terminar esse relacionamento. — falou e prendeu a respiração, aguardando a reação do homem a sua frente.
− Você o quê, ? — Ele arregalou os olhos e quase se engasgou com o alimento que estava em sua boca.
− Isso que você ouviu. Estou terminando com você e não iremos mais nos ver, não irei mais obedecer a suas ordens, cansei de só fazer o que quer e ainda ouvir que não fiz mais que minha obrigação. Cansei...
− Que mané cansei, você só pode estar com outro, eu não aceito isso, . Como você pode terminar comigo? Quem é o cara que tá pegando você?
− Não tem ninguém e não exalte sua voz, você não tem esse direito. — olhava para os lados, a voz alta de já chamava a atenção de alguns clientes do estabelecimento.
− Você vai ficar sozinha pra sempre. Se não sou eu, você não teria ninguém. Quem quer uma pessoa como você…?!?! — já estava perdendo o controle e não conseguia entender o que realmente estava acontecendo ali, estava se libertando de suas amarras. Isso não podia estar acontecendo.
− O que você diz não me ofende mais, eu sei que sou uma mulher maravilhosa, e suas palavras não me ferem mais. Deus me livre ficar com alguém parecido com você, ser for pra eu ficar sozinha pra sempre, que assim seja, eu não quero ninguém me colocando pra baixo pra se sentir melhor. Eu não quero te ver nunca mais, , nunca mais!!! — A menina levantou-se da mesa, pegou suas coisas e saiu do restaurante sem falar mais nada.
− , a conta!!! — Foram as últimas palavras que a menina ouviu seu ex namorado falar.
****
10 anos depois...
As amigas ao redor, nem todas entendiam o real motivo de estar comemorando dez anos de solteira.
Sim, ela não havia namorado seriamente com mais ninguém desde o término com . Não que ela não tenha ficado com outras pessoas, mas quando sentia que ia se apegar, ela simplesmente saia do jogo. Corria. E partia pra próxima conquista.
Colocou em sua cabeça que não deixaria mais ninguém a tratar como aquele cara a tratou e antes de se envolver deixava a relação onde ela estava e seguia em frente.
já não era aquela jovem do seu último relacionamento sério. Mas estava feliz em ser solteira, ter um crush aqui outro ali, mas nada além disso. A mulher decidira comemorar dez anos do livramento do embuste, ela nunca mais a encontrou e evitou todos os lugares que pudesse o encontrar. Ao perceber que pensara na criatura, voltou sua atenção as pessoas que ali estavam, amigas e amigos que fizera nesses anos. Alguns solteiros e outros namorando, o que ela pensava ser um desperdício.
− Vai, !!! Assopre as velinhas, eu quero comer esse bolo. — ouviu uma voz a incentivar enquanto alguém acendia as velas espalhadas pelo bolo decorado com o tema solteirice. se abaixou pra enfim apagar as velinhas e fez um pedido “que essa noite continue sendo incrível” e soprou.
Ao se levantar topou seu olhar ao de um rapaz novo naquele bar, ela o frequentava há tempos e numa tinha o visto ali. Ele a olhava com estranheza, pois nunca na vida conheceu alguém que comemorava 10 anos de solteirice. Quando seus olhares se cruzaram, o menino riu sem graça. gostou daquele olhar e pensou em ir até ele logo após o corte do bolo e convidá-lo pra se ajuntar a sua festa. O primeiro pedaço foi pra ela mesma, para mostrar que a pessoa mais importante para ela, era ela mesmo.
− Trouxe um pedaço pra você, quero todos comemorando comigo o melhor dia da minha vida. — Ela entregou um pedaço de bolo.
− E o que comemora hoje? — o menino fingiu não saber o motivo, apenas pra manter o assunto.
− Exatamente nessa data eu me livrava de um embuste, ele não me merecia.
− Hum, um bom motivo pra se comemorar mesmo, eu mesmo estou me sentindo honrado pelo convite. — deu uma piscada para a mulher a sua frente e provou o bolo ainda a encarando. sentiu a tensão no ar e o tesão tomar conta do seu corpo, sorriu maliciosa.
− Estamos ali naquela mesa – apontou pra onde estavam os amigos — É só aparecer. — Piscou para o menino. — Aliás, me chamo . — se apresentou.
− O meu é . É um prazer , eu prefiro que fique aqui comigo e conversemos mais, o que acha? Dez anos solteira, é sério mesmo?? — perguntou desconfiado...
− Solteeeeira, solteeeeira não é bem a palavra, não namoro desde então, mas fico com outras pessoas, né? É solteirice e não um celibato. — riu brincando com o menino.
− Faz sentido – balbucia. E alguém grita "", chamando atenção dela, pois a pessoa quer se despedir.
− Eu preciso ir, se quiser, tem bolo pra todo mundo, pode ir lá repetir. — a garota saiu de perto meio chateada por não ter conseguido o contato do desconhecido, ops, de .
No final da festa, quando foi recolher as coisas para guardar ou ir ao lixo, percebeu um bilhete debaixo do bolo: continha o número de telefone do menino, o endereço e um convite tentador: passar o restante da noite com ele, comemorando da melhor forma sua solteirice.
não pensou duas vezes antes de ligar para , negou o convite de encontrá-lo alegando estar cansada, foi quando ouviu a contraproposta de apenas conversarem e tomarem uma cerveja juntos, ele até prometeu uma massagem em seus pés. Lhe pareceu tentador e decidiu aceitar. Por que não?
Desde o dia em que ela havia cedido para o convite dele, e não deixaram mais de se ver. Sempre que podiam se viam, iam comer juntos, bater papo, rir, sem o compromisso sexual.
É claro que a tensão entre os dois era visível, mas os momentos entre os dois sempre era tão bons, que não queriam quebrar essa alegria de estarem juntos.
− Vamos subir? — perguntou a .
− Se eu subir não vou querer ir embora, vou querer ficar pra sempre. — Deu uma piscadela a moça e se aproximou para um beijo caloroso. começou a perder o fôlego.
− Vem comigo. — A menina segurou em sua mão o levando para seu apartamento.
Não era a primeira vez que ele entrava na casa dela, mas dessa vez seria diferente, ela não se conteria e não bloquearia as investidas sexuais do homem. Era estranho pra ela ter o evitado a tanto tempo, ela não era assim, mas com ele era tão bom só conversar, trocar beijos e carícias, que ela conseguia adiar esse encontro casual, mas hoje ela o queria.
Ao acordar, sem pressa por estar de folga, sentiu o corpo do homem nu ao seu lado e assustou-se, mas segundos depois sorriu, ficou feliz por tê-lo ali com ela. Não era comum que os homens com quem saia passassem a noite em sua casa, mas o fato disso ter acontecido com ele a fez sentir uma sensação deliciosa e ela pensou que podia ter mais daquilo. Será que estava apta a namorar novamente? Sentiu seu coração acelerar e começou a se assustar.
− Tá tudo bem, ? Seu coração tá acelerado. — a indagou ainda sonolento, mas sentindo o coração dela bater mais rápido que o normal.
− Sim, estou bem, só um pouco assustada. — Ela se virou de frente ao rapaz e sorriu.
− Não parece que tá tudo bem, quer que eu vá embora?
− Não!!! — ela ficou mais assustada com a ideia dele ir embora do que estar com ela pra sempre. — Fique. — E o beijou.
− Tem certeza? — a perguntou entre os beijos.
− Sim... Eu quero que você... Céus, isso é mais difícil do que eu imaginei. — Ela suspirou -Mas eu quero que você fique! Tenho medo de me machucar, mas acredito que vou me machucar muito mais se não der uma chance a nós dois. Então, você quer namorar comigo??
− , você é a mulher mais incrível que eu já conheci. Pode ter certeza de que eu nunca farei nada para te machucar, estou aqui pra ajudar... É claro que eu aceito, minha doidinha.
− Não me chame de doidinha, eu nem sou isso – disse aos risos, mas no fundo gostou do apelido. No fundo ela era mesmo um pouco doida. Quem não é?
− Quem comemora 10 anos de solteira? — a encheu de beijo e começaram a rir juntos.
E desde aquele dia não saiu mais da casa de . Eles passaram a morar juntos e a relação fluía cada vez mais. Quem os via de longe sabiam que tinham nascido um para o outro. Hoje, estão juntos e comemoram dez anos de casados.
Ela o olhava enquanto comiam e tentava criar coragem para fazer o que tinha se proposto mais cedo.
a chamou pra almoçar, por conta dela, é claro, tendo em vista que ele mal tinha condições de se sustentar, imagine bancá-la. Além de sempre ter sido psicologicamente abusivo, ainda a fazia bancá-lo todas as vezes que podia. Ele dava-lhe apenas migalhas e ainda a dizia que a moça tinha que agradecer por ele estar com ela, pois ninguém além dele a queria.
Quem iria querer uma mulher como ela?
Ela engoliu o choro ao lembrar das palavras cruéis dele, mas, ao finalmente perceber que ele não a amava e só queria aproveitar-se dela, ela tomou uma decisão e hoje ela iria colocar um fim àquele sofrimento.
− , eu preciso falar com você. — Ela respirou fundo e começou seu discurso.
− Essa carne não está deliciosa? Come um pedaço dessa aqui. – Espetou um pedaço de sua carne e colocou na boca de – Podemos voltar com mais frequência aqui.
− Não vai haver mais vezes, . É sobre isso que quero falar com você. Eu quero terminar esse relacionamento. — falou e prendeu a respiração, aguardando a reação do homem a sua frente.
− Você o quê, ? — Ele arregalou os olhos e quase se engasgou com o alimento que estava em sua boca.
− Isso que você ouviu. Estou terminando com você e não iremos mais nos ver, não irei mais obedecer a suas ordens, cansei de só fazer o que quer e ainda ouvir que não fiz mais que minha obrigação. Cansei...
− Que mané cansei, você só pode estar com outro, eu não aceito isso, . Como você pode terminar comigo? Quem é o cara que tá pegando você?
− Não tem ninguém e não exalte sua voz, você não tem esse direito. — olhava para os lados, a voz alta de já chamava a atenção de alguns clientes do estabelecimento.
− Você vai ficar sozinha pra sempre. Se não sou eu, você não teria ninguém. Quem quer uma pessoa como você…?!?! — já estava perdendo o controle e não conseguia entender o que realmente estava acontecendo ali, estava se libertando de suas amarras. Isso não podia estar acontecendo.
− O que você diz não me ofende mais, eu sei que sou uma mulher maravilhosa, e suas palavras não me ferem mais. Deus me livre ficar com alguém parecido com você, ser for pra eu ficar sozinha pra sempre, que assim seja, eu não quero ninguém me colocando pra baixo pra se sentir melhor. Eu não quero te ver nunca mais, , nunca mais!!! — A menina levantou-se da mesa, pegou suas coisas e saiu do restaurante sem falar mais nada.
− , a conta!!! — Foram as últimas palavras que a menina ouviu seu ex namorado falar.
10 anos depois...
As amigas ao redor, nem todas entendiam o real motivo de estar comemorando dez anos de solteira.
Sim, ela não havia namorado seriamente com mais ninguém desde o término com . Não que ela não tenha ficado com outras pessoas, mas quando sentia que ia se apegar, ela simplesmente saia do jogo. Corria. E partia pra próxima conquista.
Colocou em sua cabeça que não deixaria mais ninguém a tratar como aquele cara a tratou e antes de se envolver deixava a relação onde ela estava e seguia em frente.
já não era aquela jovem do seu último relacionamento sério. Mas estava feliz em ser solteira, ter um crush aqui outro ali, mas nada além disso. A mulher decidira comemorar dez anos do livramento do embuste, ela nunca mais a encontrou e evitou todos os lugares que pudesse o encontrar. Ao perceber que pensara na criatura, voltou sua atenção as pessoas que ali estavam, amigas e amigos que fizera nesses anos. Alguns solteiros e outros namorando, o que ela pensava ser um desperdício.
− Vai, !!! Assopre as velinhas, eu quero comer esse bolo. — ouviu uma voz a incentivar enquanto alguém acendia as velas espalhadas pelo bolo decorado com o tema solteirice. se abaixou pra enfim apagar as velinhas e fez um pedido “que essa noite continue sendo incrível” e soprou.
Ao se levantar topou seu olhar ao de um rapaz novo naquele bar, ela o frequentava há tempos e numa tinha o visto ali. Ele a olhava com estranheza, pois nunca na vida conheceu alguém que comemorava 10 anos de solteirice. Quando seus olhares se cruzaram, o menino riu sem graça. gostou daquele olhar e pensou em ir até ele logo após o corte do bolo e convidá-lo pra se ajuntar a sua festa. O primeiro pedaço foi pra ela mesma, para mostrar que a pessoa mais importante para ela, era ela mesmo.
− Trouxe um pedaço pra você, quero todos comemorando comigo o melhor dia da minha vida. — Ela entregou um pedaço de bolo.
− E o que comemora hoje? — o menino fingiu não saber o motivo, apenas pra manter o assunto.
− Exatamente nessa data eu me livrava de um embuste, ele não me merecia.
− Hum, um bom motivo pra se comemorar mesmo, eu mesmo estou me sentindo honrado pelo convite. — deu uma piscada para a mulher a sua frente e provou o bolo ainda a encarando. sentiu a tensão no ar e o tesão tomar conta do seu corpo, sorriu maliciosa.
− Estamos ali naquela mesa – apontou pra onde estavam os amigos — É só aparecer. — Piscou para o menino. — Aliás, me chamo . — se apresentou.
− O meu é . É um prazer , eu prefiro que fique aqui comigo e conversemos mais, o que acha? Dez anos solteira, é sério mesmo?? — perguntou desconfiado...
− Solteeeeira, solteeeeira não é bem a palavra, não namoro desde então, mas fico com outras pessoas, né? É solteirice e não um celibato. — riu brincando com o menino.
− Faz sentido – balbucia. E alguém grita "", chamando atenção dela, pois a pessoa quer se despedir.
− Eu preciso ir, se quiser, tem bolo pra todo mundo, pode ir lá repetir. — a garota saiu de perto meio chateada por não ter conseguido o contato do desconhecido, ops, de .
No final da festa, quando foi recolher as coisas para guardar ou ir ao lixo, percebeu um bilhete debaixo do bolo: continha o número de telefone do menino, o endereço e um convite tentador: passar o restante da noite com ele, comemorando da melhor forma sua solteirice.
não pensou duas vezes antes de ligar para , negou o convite de encontrá-lo alegando estar cansada, foi quando ouviu a contraproposta de apenas conversarem e tomarem uma cerveja juntos, ele até prometeu uma massagem em seus pés. Lhe pareceu tentador e decidiu aceitar. Por que não?
Desde o dia em que ela havia cedido para o convite dele, e não deixaram mais de se ver. Sempre que podiam se viam, iam comer juntos, bater papo, rir, sem o compromisso sexual.
É claro que a tensão entre os dois era visível, mas os momentos entre os dois sempre era tão bons, que não queriam quebrar essa alegria de estarem juntos.
− Vamos subir? — perguntou a .
− Se eu subir não vou querer ir embora, vou querer ficar pra sempre. — Deu uma piscadela a moça e se aproximou para um beijo caloroso. começou a perder o fôlego.
− Vem comigo. — A menina segurou em sua mão o levando para seu apartamento.
Não era a primeira vez que ele entrava na casa dela, mas dessa vez seria diferente, ela não se conteria e não bloquearia as investidas sexuais do homem. Era estranho pra ela ter o evitado a tanto tempo, ela não era assim, mas com ele era tão bom só conversar, trocar beijos e carícias, que ela conseguia adiar esse encontro casual, mas hoje ela o queria.
Ao acordar, sem pressa por estar de folga, sentiu o corpo do homem nu ao seu lado e assustou-se, mas segundos depois sorriu, ficou feliz por tê-lo ali com ela. Não era comum que os homens com quem saia passassem a noite em sua casa, mas o fato disso ter acontecido com ele a fez sentir uma sensação deliciosa e ela pensou que podia ter mais daquilo. Será que estava apta a namorar novamente? Sentiu seu coração acelerar e começou a se assustar.
− Tá tudo bem, ? Seu coração tá acelerado. — a indagou ainda sonolento, mas sentindo o coração dela bater mais rápido que o normal.
− Sim, estou bem, só um pouco assustada. — Ela se virou de frente ao rapaz e sorriu.
− Não parece que tá tudo bem, quer que eu vá embora?
− Não!!! — ela ficou mais assustada com a ideia dele ir embora do que estar com ela pra sempre. — Fique. — E o beijou.
− Tem certeza? — a perguntou entre os beijos.
− Sim... Eu quero que você... Céus, isso é mais difícil do que eu imaginei. — Ela suspirou -Mas eu quero que você fique! Tenho medo de me machucar, mas acredito que vou me machucar muito mais se não der uma chance a nós dois. Então, você quer namorar comigo??
− , você é a mulher mais incrível que eu já conheci. Pode ter certeza de que eu nunca farei nada para te machucar, estou aqui pra ajudar... É claro que eu aceito, minha doidinha.
− Não me chame de doidinha, eu nem sou isso – disse aos risos, mas no fundo gostou do apelido. No fundo ela era mesmo um pouco doida. Quem não é?
− Quem comemora 10 anos de solteira? — a encheu de beijo e começaram a rir juntos.
E desde aquele dia não saiu mais da casa de . Eles passaram a morar juntos e a relação fluía cada vez mais. Quem os via de longe sabiam que tinham nascido um para o outro. Hoje, estão juntos e comemoram dez anos de casados.