Última atualização: 01/09/2020

Capítulo Único

Era a quarta vez em menos de duas semanas que Ronald Weasley encontrava-se sozinho e frustrado olhando para os adornos vermelhos e dourados de sua sala comunal, todos ali pareciam ter companhia ou estarem muito ocupados, menos ele, é claro. Harry finalmente tomara coragem e chamara Cho para sair, deveriam estar em um piquenique pelos jardins, e Hermione estava na biblioteca escrevendo mais uma carta para Vítor Krum, só ele que não tinha ninguém. "Até nisso eu fico na sombra de todo mundo, legal". Sem pensar muito, apenas saiu da sala e fechou com força o retrato.

— Ei! Não desconte sua raiva em mim! — A Mulher Gorda gritou em reclamação mas o ruivo estava avoado demais para prestar atenção.

Seguiu pelos corredores sem ter noção de onde realmente chegaria, apenas queria ficar sozinho. Desviou de um grupo de primeiranistas da Sonserina em um corredor e de Luna em outro mais a frente, seria grosso com a loira, sabia disso e não queria realizar esse ato; por mais diferente que a garota fosse, era uma boa pessoa. De todo jeito, virou por mais alguns corredores até chegar aos pés da enorme escada da torre de Astronomia. Quem subiria lá em uma sexta gelada do fim de Novembro? Ninguém. Perfeito.
Subiu os degraus olhando para o chão e resmungando, sua batata da perna formigava e seus pés doíam por causa do sapato apertado, eles cresceram muito durante o último verão e ganhara um par antigo de George. Nossa, como ele odiava ser pobre. Quando pensou já estar perto do fim da escadaria, praticamente jogou-se em um dos degraus, só não contava que sua capa fosse rasgar com o atrito.

Que ÓTIMO! Mamãe vai me matar!

— Tendo um dia ruim, Weasley?

Os grandes olhos verdes de Lewis encaravam-no por cima de um livro azul, Rony levantou a sobrancelha e murmurou algo sobre como o castelo era gigante e, mesmo assim, ele não conseguia ficar sozinho; revirou os olhos e encostou o livro em suas pernas. O que diabos Ronald Wesley estava fazendo ali? Aquela era a escada dela e ele ainda estava sendo grosso! Não era por que ele fazia parte do trio de ouro que ele poderia trata-la desse jeito, não mesmo.

— Sabe, você não precisa ser grosso. Se você quer mesmo sentar na minha escada...

Sua escada? Desde quando essa escada é sua? — Cortou-a em tom de deboche.

— Exatamente, minha escada. É minha escada desde que eu me sento aqui para ler aos finais de semana e em meu tempo livre desde o primeiro ano! Mas como eu ia dizendo antes de você me interromper... Essa escada é bem grande e larga, então se quiser ficar por aí, tudo bem, fique à vontade, apenas não atrapalhe a minha leitura, tá certo? — Então, antes que Rony conseguisse pensar em uma resposta à altura, voltou a se encostar na parede e ler seu livro.

"E o grosseiro sou eu", pensou. era da mesma turma que ele e dividia o quarto com Hermione, mas essa foi a primeira vez que realmente se falaram. Sabia que o sobrenome Lewis era muito conhecido no mundo bruxo, tinham dinheiro, uma linhagem de antigos guerreiros ou algo assim. Pensou em se levantar e, quem sabe, procurar outro lugar, contudo, isso seria realmente grosso e não deixaria a razão com ela, não mesmo. Depois de uns minutos olhando para os pés e acalmando a respiração, ousou olhar para trás e observar Lewis, seus cabelos, compridos e castanhos, estavam soltos e seus olhos corriam de um lado para o outro acompanhando as palavras do livro. Era uma garota bonita, de fato, como nunca reparou nela? Gostaria falar alguma coisa, mas o que? Não tinha assunto nenhum, fora um fracasso no último jogo de quadribol então não comentaria sobre o mesmo, mas eles eram da mesma casa, ok, era um começo, certo? Como Rony, ela ainda usava o uniforme, estava impecável, e, só por isso, o ruivo já começara a se convencer que provavelmente os dois eram muito diferentes... “Hermione também se veste assim e é sua amiga!", sua mente lembrou e começou a funcionar a mil, nunca foi bom com garotas, não havia dado nem seu primeiro beijo! Realmente era melhor ir embora...

— Ei, Lewis! — As palavras saíram de sua boca involuntariamente e ele gelou. O que diabos falaria? o olhou quase no mesmo instante e, depois de segundos de silêncio, franziu o cenho.

— Sim...? Tudo bem?

— Tudo sim! Eu só... só... hã... — Cale a boca, Ronald! CALE A BOCA! — ia perguntar que livro você está lendo?! — O que?

— Hã... Os Contos de Beedle, o Bardo... – Um Weasley interessado no meu livro? — Conhece?

— Sim! Conheço! — Ao menos ela não acharia que ele é um idiota, que bom. Sentou-se no mesmo degrau que ela. — O meu favorito é 'O Bruxo e o Caldeirão Saltitante', minha mãe lia para Gina e eu quase todas as noites! Qual é o seu?

A morena fechou o livro rapidamente quando Rony tentou espiar em que página ela estava. O mais alto sentiu seu ânimo vacilar, por que ela tinha fechado daquele jeito? O que tinha feito de errado?

— Olha, se você rir eu te empurro aqui de cima... Mas o meu favorito é 'Babbitty, a Coelha, e seu Toco Gargalhante' — Respondeu bem baixinho, tão baixinho que Rony duvidou se tinha entendido.

— Qual?

— 'Babbitty, a Coelha, e seu Toco Gargalhante' — Quando entendeu, rapidamente tentou disfarçar sua risada com uma tosse. — Eu disse pra você não rir! — empurrou o ombro dele, o ato não teve muito efeito.

— Sabe, Babbitty me lembra ... — Pensou alto até demais e arrependeu-se no mesmo instante. O sorriso da garota desapareceu e ela o encarava com uma das sobrancelhas levantadas. "Ok, agora eu estraguei tudo, talvez Hermione tenha razão, vou morrer sem beijar uma garota sequer".

Colocou as mãos nos joelhos, estava pronto para levantar quando soltou uma alta gargalhada. Rony sorriu verdadeiramente pela primeira vez no dia e os dois Grifinórios engataram um assunto atrás do outro, tanto quanto o livro de quanto o mal humor de Rony ficaram de lado, parecia realmente que eles se conheciam desde sempre. Ronald Weasley sentiu como se nada mais importasse além daquela conversa, daquela garota, como se, por algum momento, todas as condições e confusões presentes em sua vida não importassem mais, eram quase inexistentes; finalmente tinha algo que nem Harry, Hermione ou seus irmãos tinham. Queria que aquele momento durasse para sempre. Lewis, que não gostava de ser incomodada enquanto lia, tinha adorado ser interrompida pelo Weasley naquela tarde gelada; estava lendo um livro de contos infantis por que sentia falta de seu avô; ela não era uma pessoa popular, mas tinha seus amigos de infância entre as quatro casas de Hogwarts. Havia algumas desvantagens ao pertencer aos Sagrados 29.
Quando a barriga de começou a doer de tanto rir e a voz de Argo Filch, carregada de um falso carinho, ecoou por todo o castelo avisando do toque de recolher, Rony levantou em um pulo e estendeu a mão para Betty levantar também, ela quase batia no ombro dele e teve que olhar para cima para agradecer, Rony achou graça e fingiu dor quando a mesma deu um soquinho em seu ombro no momento que sua altura entrou em pauta. Lewis entrou na sala comunal primeiro e assim que Weasley fechou o retrato, sentiu não só os olhares dos melhores amigos mas os de seus irmãos também queimarem sobre si, sabia que suas orelhas estariam vermelhas.

— Então... eu vou para o meu quarto, me diverti muito hoje! Até amanhã, Weasley. — pegou seu livro das mãos de Rony e subiu as escadas quase correndo. Penny estava sozinha no quarto! "Ou você só não quer que os Weasley e o trio de ouro prestem atenção em você?", sua consciência alfinetou.

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Rony observou Lewis subir as escadas e jogou-se em uma das poltronas na frente da lareira. Sentiu que todos pararam momentaneamente para o encarar, "lembraram que eu existo, é?", estava bem de mais com tudo para iniciar uma possível discussão. Hermione parara de tricotar aqueles gorros horríveis e o encarava, Fred e Jorge levantaram os narizes de um pergaminho das Gemialidades, Gina estava perto de Harry no tapete, cada um com um livro diferente, mas todos o olhavam como se esperassem algo. Ele fingiu não notar.

— Desde quando você fica até tarde fora com Lewis? — Fred deu voz a dúvida de todos.

— Desde hoje, vocês nunca falaram com ela?

— Já, mas ela é bem quieta, não acham? — Jorge completou e todos os outros concordaram, algo em Rony não gostou disso.

— Pois eu acho ela bem legal! E antes que vocês estraguem a ótima tarde que eu tive, vou deitar, deveriam fazer o mesmo — Terminou a frase perto dos degraus que levavam aos dormitórios. — Boa noite!

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A manhã seguinte amanheceu tão cinzenta e gelada quanto a anterior, Harry acordou Rony por causa de mais um sonho daqueles e o mesmo sentiu como se tivesse tomado um tapa da realidade. Os dois desceram as escadas e encontraram Hermione e Gina, que pararam a conversa bruscamente quando perceberam a presença deles, "estamos conversando sobre coisas de meninas". O café da manhã estava farto e delicioso como sempre, porém, pela primeira vez em muito tempo, Rony não concentrou-se totalmente em seu prato, entre uma garfada e outra, olhava para os lados procurando um certo par de olhos verdes. Depois de algum tempo, sentiu sua mente fazer um grande nó quando viu entrar no grande salão acompanhada de Pansy Parkinson, elas estavam de braços dados e riam de algo, como alguém tão legal pode andar com Pansy Parkinson? Provavelmente sua expressão de confusão o denunciou, pois Hermione parou de falar sobre a F.A.L.E é deu um risinho e abaixou o tom para falar com ele.

— Elas são primas, você não sabia?

Não, ele não sabia. sentou-se junto de Neville, teve um sorriso retribuído e começou a tomar seu café da manhã enquanto o menino de rosto gorducho falava sobre a última carta q sua avó o enviara. Quanto mais Rony tentava raciocinar, mais confuso ficava. O melhor que poderia fazer era comer mais algumas salsichas e tentar focar as aulas, afinal as provas estavam chegando e ele não poderia se dar o luxo de ganhar um T em tudo.
Depois de três aulas e um almoço reforçado, a mente do Weasley estava cheia de mais para uma aula de Poções e, quando percebeu, estava sentado no alto da escada da torre de astronomia. Ouviu passos apressados escada a cima e pode ver subindo as escadas com alguns livros, seu rosto estava vermelho e um pouco inchado.

— Está tudo bem, Lewis? — A morena tomou um susto ao perceber que Weasley estava ali e deixou um dos livros cair. Sorriu ao ver quem estava ali, apanhou o livro e sentou-se ao lado do ruivo.

— Mais ou menos, porque?

— Você está xoxa... — ela riu baixinho da expressão, o estômago dele estremeceu.

— Ah, não precisa se preocupar, Pansy implica com Neville por que quer impressionar Malfoy... E eu só... Eu fico chateada, sabe? A família dela, quer dizer, nossa família, não é assim...! Nós éramos todos amigos! Neville é um bom garoto, e Pansy também! Nossa, eu odeio essa versão do Draco, as coisas eram mais fáceis quando éramos crianças e.... e você não merece ouvir isso, é um drama sem solução... — levantou o rosto e sorriu tristemente, Rony apenas a abraçou.

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Durante as semanas seguintes, Rony e se encontraram repetidas vezes na escada da torre de Astronomia, “acho que já está virando a nossa escada, não acha?” o ruivo comentou em um dos dias, e cumprimentavam-se discretamente quando estavam em público; Weasley não queria “dividir” com mais ninguém, por que pela primeira vez em muito tempo tinha alguma coisa (ou alguém) só para si. Lewis, por outro lado, gostou da sensação de ter algo para ocupar a cabeça (e o coração?) além dos exames, família e as briguinhas entre seus amigos, Rony era diferente de todos que ela já conhecera, tratava ela de um jeito que pouco importava se ela estivesse entre os Sagrados 29 ou não. As coisas fluíam fáceis entre os dois, o silêncio era um convidado bem-vindo, apesar de conversarem um pouco até depois do horário permitido as vezes.

— Sabe, eu acho que você estuda muito! – o olhou confusa, ele já tinha comentado que gostava de vê-la estudar, e ela gostava de ser observada por ele. – Presta atenção no que eu andei pensando, tá? Durante a semana a gente pode estudar como já fazemos... está bem, você pode estudar... Mas durante os finais de semana nós poderíamos conversar ou qualquer outra coisa assim... o que acha?

— Sinceramente? Acho que é uma boa ideia. – riu – Mas só se você me prometer que vai estudar comigo durante a semana também!

— É, posso pensar nisso, mas então você tem que me prometer também que vamos ao próximo passeio em Hogsmead juntos! – Estendeu o mindinho – Promete?

— Prometo! – Os dois entrelaçaram os dedinhos e sorriram.

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sempre notou que a vida de Rony era um tanto quanto agitada, afinal, ele pertencia ao trio de ouro, não? Ela ria sozinha sempre que se lembrava disso. O ano de 1996 foi sombrio, as coisas não iam bem em Hogwarts, não mesmo. Lewis fazia parte do “Clube do Slugue”, e, por isso, começou uma leve e descontraída amizade com Hermione Granger, as duas tinham várias coisas em comum, e Hermione descobriu que sim, mesmo que prima de Pansy Parkinson, Lewis era uma pessoa adorável e entendeu por que Rony sempre arranjava uma desculpa para sumir e se encontrar com ela achando que ninguém perceberia.
Em Novembro, depois de uma vitória esmagadora contra a Sonserina, teve seus cinco segundos de coragem e beijou Rony na frente de todos durante a festa de comemoração no salão comunal; não era assim que ela havia imaginado o primeiro beijo deles, mas não mudaria nada. O beijo cheio de sentimentos e vontades reprimidas foi aplaudido e recebeu vários gritos dos Grifinórios presentes, “Krum não vai acreditar, nem eu acredito! Uau!” Granger soltou de uma vez após uns minutos do ocorrido, como se estivesse segurando para não fazer. Weasley e Krum tinham uma certa “amizade” por intermédio da garota, algumas roupas ainda precisavam ser lavadas, mas os dois, principalmente Rony, se esforçavam para deixa-la feliz.
No natal, enviou para Rony um tabuleiro novinho de Xadrez Bruxo, vários doces e um ‘vale’ de 15 galeões da Dedos de Mel, e recebeu um colar dourado com um pingente de ‘L’ bem trabalhado e um bolo, fora o presente mais simples que ganhara na data, contudo, foi o que mais gostou, a simplicidade e delicadeza do mesmo a ganharam. Já, a manha e a tarde do aniversário de Rony foi completamente feliz, recebeu vários presentes, comeu seus pratos favoritos no almoço e matou o último tempo para ficar deitado perto do lago com . Os dois comentaram sobre alguns planos para o futuro, aulas, quadribol, que, depois de muita insistência, Weasley começou a ensiná-la algumas coisas sobre, e vários outros assuntos. Lewis era, definitivamente, a válvula de escape de Ronald Weasley. Quando ela recebeu a notícia que, naquela mesma noite, ele havia sido envenenado, foi como se tirassem o chão de seus pés. Ficou na enfermaria todos os dias até o garoto recuperar-se completamente.
Os dois nunca realmente assumiram que namoravam, nem tocavam no assunto, mas todos sabiam que estavam juntos. teve uma briga imensa com Pansy e Draco por causa disso durante um jantar no começo de Abril; Neville estava mais próximo dela do que nunca, tanto que, ela passou o feriado de páscoa na casa do mesmo. Aos poucos, a vida de Lewis ia mudando e ela começou a realmente sentir-se uma Grifinória de verdade. Maio chegou e trouxe consigo dias quentes e ensolarados, o que fez e Rony abandonarem sua escada e procurarem outros lugares para estudar ou se beijar. O jeito que dois mundos completamente diferente se encontraram e se encaixaram foi surpreendente, abria-se com Rony sobre muitas coisas que nunca havia contado a ninguém, desmentia vários boatos e amava ouvir sobre a vida dele, as coisas ali eram mais fáceis, ele contava sobre seus irmãos, as peripécias que aprontavam durante o verão e, o mais importante, enchia-se de felicidade e calma por não precisar falar sobre o retorno de Você-Sabe-Quem ou sobre as estranhas suspeitas de Harry sobre Malfoy ser um Comensal. Os dois queriam que suas vidas fossem tão simples e fluídas quando aquelas conversas.

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Em Junho de 1997 o pior aconteceu, Dumbledore fora assassinado e a escola fechou antes do fim do ano letivo. As coisas estavam caóticas na escola e mal teve a chance de despedir-se decentemente de Rony. Em casa, passava seus dias com Wipsky, a elfa doméstica da família, lia todos os livros que conseguia imaginar e, em segredo, estudava alguns feitiços de defesa e azarações quando seus pais não estavam; em um dia desses, uma coruja pequenina e feliz até demais pousou no batente de sua janela: Pichitinho.

“Querida , como vai?

Espero que esteja bem, não conseguimos nos falar direito depois do que aconteceu, enfim, estou escrevendo essa carta para convidá-la para o casamento do meu irmão Gui com Fleur, será dia primeiro de Agosto, seria realmente muito legal se você aparecesse por aqui! É tudo bem simples, como você já sabe, mas você pode ficar aqui em casa mesmo, Gina e Hermione falaram que você pode ficar no quarto com elas sem problemas, mamãe está doida para te conhecer depois que a minha vida foi a pauta no jantar um dia desses.

Rony.”

jogou-se na cama com a carta em mãos e um sorriso bobo no rosto, eles falaram dela por causa da vida de Rony, então ela era mais do que um caso, certo? Chamou Wipsky e, quando começou a pensar em qual vestido usaria ou como realmente seria a casa de Rony, a elfa manifestou-se.

— Mas, senhorita, não que Wipsky não queira ver a senhorita feliz e com o Bony, mas Wipsky tem que lembrar a senhorita que no dia primeiro de Agosto será o jantar anual da família da senhorita e...

— E eu não vou poder ir... – Completou tristemente e olhou Pichitinho voar feliz pelo quarto lilás. – Wipsky, você poderia fazer um suco de laranja para mim? Obrigada. – Antes mesmo que a elfa saísse do quarto, puxou um pergaminho em branco, sua pena e começou a escrever...

“Oi, Rony, estou bem, e você?

Como andam as coisas por ai? Gostaria que tivéssemos nos despedido direito. Infelizmente não poderei ir ao casamento, é no mesmo dia do jantar anual da família Lewis-Parkinson, duvido que mamãe me deixe ir, queria muito ver você! E todos que estão aí também, naturalmente. Diga para sua mãe que assim que puder, e vocês não se importarem, e me quiserem, podemos marcar um almoço ou algo assim! Também quero conhece-la! Sinto muito por não poder ir, transmita os meus votos de felicidade para Gui e Fleur e mande um abraço para seus irmãos, Hermione e Harry! Falando na Mione, o Krum vai? Espero que sim! Gostaria de ver o seu rosto quando isso acontecer!
Sinto sua falta, cuide-se, está bem? Me escreva mais vezes!
.”

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Dois de Maio de 1998. Hogwarts.

Os últimos dias em Hogwarts não foram nada agradáveis, a escola havia sido tomada por comensais, Severus Snape era o diretor e não havia nem uma faísca de alegria pelos corredores, todos comiam de cabeça baixa, andavam em filas e tinham medo até de respirar errado. não falava mais com Pansy, Draco ou qualquer antigo amigo que demonstrava estar minimamente feliz com a situação atual do castelo. Neville, Gina e Luna sofriam constantes detenções, ou melhor, punições, por não abaixarem à cabeça para o novo regime; a garota de olhos verdes perdeu a conta de quantas noites passara acordada cuidando de Neville no salão comunal e, mais tarde, na Sala Precisa. Lembra-se claramente do arrepio e medo que sentiu quando fora puxada para trás de uma armadura após o jantar, quando o grupo de Grifinórios que estava acompanhada virou o corredor, a voz de Gina fez-se presente em seus ouvidos e finalmente seu coração voltou ao ritmo normal; a ruiva contou-lhe sobre a resistência e Lewis não hesitou em momento algum. Fazia um papel duplo: durante o dia, fingia aversão a eles e aproximava-se dos “novos professores”, haviam muitas vantagens em ser dos Sagrados 29 e ter muito dinheiro e, a noite, encontrava-se na Sala Precisa cuidando dos ferimentos dos recém castigados e era o braço direito de Gina Weasley.
Quando Harry, Rony e Hermione entraram pela passagem do Javali, estava seguindo o seu papel e ajudando “na inspeção” da sala de Transfiguração quando o carrasco de cabelos negros que observava a mesma e Minerva saiu correndo, soube naquele instante que algo sério estava acontecendo. Quando viu Potter no Salão Principal sentiu um sentimento incomum dos últimos meses a preencher: esperança. Perdeu o folego quando viu a Ordem entrar. Descobrir que Rony estava vivo, estava bem, mesmo quase após um ano sem contato algum fez o sorriso de quase rasgar-lhe as bochechas. A batalha que ocorreu naquela noite no castelo foi, definitivamente, o pior momento de sua vida.
Quando Voldemort foi derrotado, cada centímetro do corpo de doía. Estava suja, algumas gotas de sangue ainda escorriam de sua testa, sua cabeça estava a mil. Alguns de seus amigos tinham morrido, pessoas inocentes, pessoas boas com um futuro brilhante haviam morrido. Duelou contra Malfoy, Pansy e Bellatrix Lestrange. Algumas pessoas andavam pelo castelo ajudando outras. Neville e Luna a ajudaram a levantar e a sentar na parte firme de uma escada quase destruída. Olhou em volta, ver o melhor lugar do mundo, onde criou a maioria das suas lembranças, onde viveu momentos inesquecíveis, em ruínas fez com que as batidas do coração de vacilassem e grossas lágrimas saíssem de seus olhos. Ela sabia que estava tudo bem, que o bem finalmente havia vencido, mas aquele sentimento de perda e tristeza ainda estava presente. Apoiou a cabeça nos joelhos e chorou, chorou como nunca antes. E, depois de horas, ou talvez minutos? Não tinha mais a plena noção do tempo, ouviu uma voz que a fez paralisar, ouviu aquela voz.

— Tendo um dia ruim, Lewis?





Fim!



Nota da autora: Oi migassss, o que acharam??? Eu nunca li uma com o Rony (porque ele é perfeito com a Mione, não é mesmo? Kkkkk) então pensei em escrever! Tive a ideia antes de dormir, então escrevi um esboço correndo e fui aperfeiçoando com os dias. Fiquei bem insegura de mandar, mas aqui estamos nós, né? Saber a opinião de vocês é muito importante pra mim! Penso em fazer um “especial” com algumas cenas que aconteceram (que eu coloquei no roteiro para fazer sentido) e não escrevi e um “depois”, o que acham? Qualquer coisa me chamem lá no twitter, é @diggoryrules, vou amar conversar com vocês! Beijinhosss





Outras Fanfics:
Cartas de Amor Para a Lua
O Esconderijo de Newt Scamander


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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