Última atualização: 10/01/2021

Capítulo Único

null apoiou ambos os braços no balcão do bar para chamar pelo garçom. Tentou uma ou duas vezes, mas não conseguiu se fazer ser ouvido. Provavelmente a culpa era da música alta. Quer dizer, a música estava boa quando eles chegaram à casa de shows, mas, por algum motivo, de uma hora para outra, o volume pareceu aumentar demais. As luzes também passaram a incomodar seus olhos, de modo que ele sentisse dificuldade em caminhar pelo ambiente. Além disso, ficar muito tempo em um lugar fechado como aquele não era o tipo de programa favorito de Junmeyon, e prova disso era que o rapaz já estava começando a ficar tonto.
Seu amigo riu.
— Não são as luzes e nem a falta de janelas que estão te deixando tonto, Junmeyon. — Ele ouviu uma voz comentar ao seu lado. — Você só está muito bêbado.
null olhou para quem falava com ele.
null, um dos seus melhores amigos, estava sentado do seu lado, segurando uma garrafa de cerveja enquanto ria dele.
Olhou para o copo vazio na sua mão e se perguntou quantos copos, iguais àquele, ele já havia esvaziado naquela noite. Muitos, com certeza. O problema, contudo, era que null não era do tipo que bebia muito. Ou pouco. Na verdade, null não costumava beber nada, nunca. E era por esta razão que alguns goles de álcool já eram o bastante para deixá-lo levemente alterado.
Hyung, você está muito engraçado — null comentou rindo.
Se null costumava ficar com os pensamentos confusos e a visão embaçada com apenas um copo de álcool, ele nem imaginava a situação em que estaria quando chegasse em casa.
— Moço, me vê mais uma dose dessa, por favor? — ele pediu apontando para o copo que segurava. — E uma cerveja igual a dele. — Apontou para a mão do amigo.
O garçom olhou estranho para ele, o que fez com que o rapaz se perguntasse se tinha falado alguma coisa errada. Bem, provavelmente o garçom apenas teve dificuldades em entender o que ele pediu devido à maldita música alta.
— Obrigado — agradeceu no momento em que o copo e a garrafa foram colocados à sua frente. Brindou com null e pensou ter levado o copo à boca, mas o que sentiu foi o gosto da cerveja. null olhou atentamente para ambas as bebidas e percebeu que havia se enganado na hora de beber.
Aquilo era engraçado. Ele começou a rir do seu erro e null começou a rir dele, divertindo-se com o estado do amigo.
Foi naquele momento que mais uma risada se juntou a eles.
— Se divertindo?
null virou a cabeça rápido demais e aquilo fez com que a sua visão ficasse completamente embaçada. O estômago revirou por um instante, mas logo passou quando ele ouviu novamente o som da risada daquela garota.
Ele perdeu o ar.
Precisou piscar os olhos várias vezes para ter certeza de que não estava tendo uma miragem logo à sua frente e, mesmo assim, sabia que devia estar parecendo um idiota a olhando com a boca aberta.
Por um momento, o rapaz pensou que nunca, em toda a sua vida, havia conhecido uma mulher tão linda como aquela, mas era óbvio que aquele pensamento era resultado da quantidade de bebida ingerida.
Balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos, e então disse:
— Hm… Desculpe, mas este lugar está ocupado.
De onde null havia tirado aquela frase, ele não fazia ideia. Até porque era uma completa mentira. Mas foi a primeira coisa que lhe passou pela cabeça, afinal, por algum motivo, o rapaz pensou que o mais seguro, naquele momento, seria tentar afastá-la dele, especialmente quando null estava com as ideias tão embaralhadas e o juízo meio afetado.
Mas a mulher apenas riu de novo.
— Ah, é? E eu posso saber por quem?
Ele foi pego na mentira, droga.
null mordeu o lábio inferior e levou a garrafa de cerveja — dessa vez certificando-se de que estaria com a bebida certa — à boca. O que era aquele friozinho na barriga que estava sentindo, afinal de contas? Deu uma rápida olhada para a garota ao seu lado, a qual carregava um sorriso de lado e um olhar esperto, e precisou apertar os olhos.
Puta merda, que mulher linda! Só de olhar para ela, null já sentia o coração disparar. Aquilo não era um bom sinal, definitivamente.
Mas como aquela garota não parecia que iria sair dali tão cedo, ele, então, resolveu ser sincero com ela.
— Na verdade este lugar não está ocupado.
A garota ergueu as sobrancelhas.
— Não me diga.
— Pois é… Eu menti, desculpe — ele disse curvando-se levemente. — Eu apenas disse isso porque não queria que você se sentasse perto de mim.
Foi a vez da garota ficar surpresa e deixar o queixo cair.
— E eu posso saber por quê?
null não era um bom mentiroso, aquilo era óbvio. Mas, ainda assim, se ele estivesse em um dia normal, sem estar com a sua capacidade de raciocínio completamente afetada, tinha certeza de que não seria tão sincero, nem diria em voz alta todos os pensamentos que a sua mente embriagada estava formando.
— Porque você é linda — disse como se estivesse confessando um pecado. — Realmente linda. Uma das mulheres mais lindas que eu já vi na vida. Só não é mais linda que a minha namorada, porque ela sim é a mulher mais linda que eu já conheci.
A garota jogou a cabeça para trás e começou a rir. null sentiu a boca ficar seca com o som daquela risada, mas, ao final, acabou-se deixando levar por ela, afinal de contas, ele também estava achando aquela situação engraçada.
— Então está me dizendo que a sua namorada…
— … é a pessoa mais incrível do mundo — ele completou a frase dela. — E eu a amo tanto que me sinto até culpado por estar bebendo assim. — Apontou para o copo na sua mão que, surpreendentemente, já estava vazio de novo. — Porque quando eu chegar em casa ela mal vai me reconhecer.
A garota começou a rir de novo, dessa vez levando a mão à boca, como se estivesse tentando se conter, em respeito a ele.
— Pode rir, eu sei que você quer. — Ele riu também. — É sério, pode rir. Até porque você fica linda rindo, mas não tão linda quanto a minha namorada. Porque ela é a mulher mais linda do mundo. Já falei isso?
— Já.
— Ah, desculpe. — Ele deu de ombros, não se importando realmente. — null é a mulher mais perfeita do mundo todinho, sabe? Ah, eu tenho sorte de ter ela comigo.
A garota ainda ria de forma contida, diferentemente de null, que gargalhava ao lado do amigo. Bateu no ombro de null, divertindo-se muitíssimo com a humilhação que o mais velho estava passando na frente de uma estranha e não mexeu um só dedo para o parar de fazer passar aquela vergonha.
null tinha que começar a rever suas amizades.
— Não me entenda mal, moça, você é muito, muito bonita. Mas não chega aos pés da null. Ninguém chega. — Ele deu de ombros. — Mas não é só por isso que eu estou com ela, sabe? Eu a amo de verdade. Amo a minha garota, amo desde o primeiro dia que a vi, eu acho. Não sei, é complicado dizer, até porque, quando nos conhecemos, mal trocamos algumas palavras porque eu fiquei nervoso demais perto dela.
Ele deixou a cabeça cair, rindo alto, como se o que tivesse dito fosse a mais engraçada das piadas.
— Mas hoje eu consigo conversar com ela. A gente conversa muito, sabe?
— E sobre o que vocês conversam?
— Hm… — Ele pensou um pouco, aproveitando para molhar a boca com a cerveja que ainda segurava nas mãos. — Sobre tudo? Sobre tudo, eu acho. Sobre qualquer coisa. Eu amo ouvir a voz dela, amo ouvir ela falar sobre qualquer coisa, na verdade.
A garota apoiou o rosto em uma das mãos, o cotovelo em cima do balcão.
— Você parece ser realmente apaixonado por ela.
null suspirou.
— Eu sou. Sou mesmo. E é por isso que eu quero passar o resto da minha vida com ela, sabe? Mas null acha que é muito cedo para falarmos de casamento. Eu não acho, moça. Acho que nunca é cedo para falarmos de casamento. O que você acha?
A garota, no entanto, já não tinha mais a cabeça apoiada na mão. Estava com o corpo reto, um sorriso enorme e, dessa vez, não fazia esforço para conter a risada.
— Acho que você já bebeu demais e está na hora de ir para casa.
null fez uma careta. Do que ela estava falando?
— Ah, não, null, deixa ele ficar mais! null bêbado é muito engraçado — null falou rindo atrás do amigo.
Ele, então, virou-se lentamente até ficar de cara com o mais novo.
— Eu não estou bêbado — falou pausadamente ou, pelo menos, foi o que acreditou ter falado. Mas aquilo apenas fez com que null se divertisse ainda mais.
— Meu amor, você bebeu tanto que não está nem reconhecendo mais a sua namorada. Acho que devemos ir embora.
null voltou a ficar de frente com a moça. Surpreendeu-se com o sorriso mais lindo que já havia visto em toda a sua vida, as batidas do seu coração anunciando que não era a primeira vez que ele se deparava com aquele sorriso.
— Você é minha namorada?
— Ah, pelo amor de deus, null! — null gritou atrás dele, debruçando-se no balcão do bar, quase chorando de tanto rir.
null, por outro lado, estava com a testa franzida e os olhos apertados, tentando focar a atenção na mulher à sua frente. Seus pensamentos estavam tão anuviados que mal conseguia formar uma frase coerente para falar em voz alta.
A risada conhecida, a voz que lhe acalmava os ânimos, o perfume inconfundível e o sorriso… O sorriso que acelerava as batidas do seu coração.
null!
Ele se levantou e, com os braços abertos, foi até à namorada. Abraçou-a como se não a visse há dias, semanas, meses. Como era possível ter sentido tantas saudades de null em tão pouco tempo que ficaram afastados? Mas, afinal de contas, onde ela estava mesmo? null se lembrava vagamente da mulher comentar alguma coisa sobre ir ao banheiro… Mas não era como se ele conseguisse pensar em muita coisa naquele momento.
— Oi, meu amor.
— Quando chegou aqui?
null começou a rir.
— Como é?
Mas null estava feliz demais por, finalmente, estar frente a frente com a amada de novo. Ele nem se importou com a pergunta dela, tampouco em saber quando ela havia chegado. O que importava mesmo era que null estava ali.
— Senti sua falta — disse encostando a testa na dela.
null soltou outra risadinha.
— Eu sei.
— E como você sabe?
A garota deu de ombros.
— Um passarinho me contou o quão apaixonado você é por mim, então eu acabei deduzindo.
null não entendeu o que ela quis dizer com aquilo, mas não se importou. Apenas começou a rir junto dela, também não fazendo ideia do motivo do riso, ele apenas não conseguia se controlar. Tudo parecia mais leve, seu corpo, sua mente… null o deixava assim, leve.
Ou, talvez, fosse apenas o álcool correndo nas suas veias.
— Vamos para casa? — ela perguntou baixinho perto do ouvido dele.
— Vamos — ele respondeu.
Até porque, por mais divertido que estivesse ali no bar, bebendo com seu melhor amigo e conversando sobre a sua vida amorosa com mulheres desconhecidas, nada lhe agradava mais do que a ideia de ir embora com null, de voltar para a casa que dividia com ela e de poder, então, deitar-se ao seu lado e passar a noite sentindo o corpo da mulher junto ao seu.


FIM



Nota da autora: Eu amo um casal apaixonado, especialmente quando o homem é caidinho pela namorada. Não consigo, eu não me contenho, haha. Espero que tenham gostado! Deixem um comentário no final e indiquem a fanfic para as amigas <3
Beijos de luz
Angel.



Outras Fanfics:
Finalizada:
Ainda Lembro de Você

Em andamento:
It’s Always Been You

Shortfics:
21 MonthsAccidentally in Love IAccidentally in Love IIAinda Lembro de NósAnother SpellmanBabá TemporáriaBecause of the WarCafé com ChocolateCall for YouCompletely in LoveElementalGive Love a TryLittle SecretMessage to YouMidnight WindMy Co-StarO Amor da Minha VidaO Conto da SereiaO Garoto do MetrôReencontro de NatalRefrigerante de CerejaRumorShe Was PrettySorry SorrySuddenly Love ISuddenly Love IIWelcome to a new wordWhen We Met

Série 7 First Dates:
Terrace NightMovie NightShow TimeSurprise DateHot Chocolate

Ficstapes:
01. Lullaby 02. Cool 03. Adore You 05. The Man Who Never Lied 06. Every Road 06. Love Somebody 07. Corner of My Mind 07. Face 09. Those Were The Days 09. Who’d Have Known 10. Sol Que Faltava 10. What If I 11. Woke Up in Japan 12. Epilogue: Young Forever 15. Afterglow15. Does Your Mother Know

MVs:
MV: Change MV: Run & Run MV: Hola Hola

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Para saber quando essa fanfic vai atualizar, acompanhe aqui.


comments powered by Disqus