Único
Milão, três de abril de 2017.
Tudo à minha volta girava e eu não sabia para onde ir, ouço buzinas, barulho de lojas abertas e pessoas em seus assuntos alheios e entendo que devo estar na rua. Flashes da noite passada tomam minha cabeça com lembranças do meu fatídico ex terminando um relacionamento de dois anos e minha melhor amiga aparecendo no meu apartamento logo ao anoitecer para irmos ao clube para uma festa de “despedida de namoro”.
O cheiro familiar de pretzel com açúcar e canela me deixa ciente que estou no parque perto de minha casa o qual frequentava com o...vamos chamá-lo de Aquele-que-Não-Deve-ser-Nomeado. Avisto um banco perto de uma sombra de árvore, sento-me e sinto meu corpo relaxando lentamente até que apago.
— Você está bem? — Pergunta uma voz masculina em inglês acima de mim.
— Quê? Onde estou? — Minha cabeça dói com a claridade e não consigo abrir meus olhos.
— Desculpe, estava correndo por aqui e te vi caída na grama. Só quis verificar que estava tudo certo.
— Tudo sim, só uma ressaca forte de uma noite que acabou virando dia — abri meus olhos e encontrei o homem que ultimamente estava nos holofotes — Ah, Harry Styles. — Sou eu. É uma fã? — Falou estendendo a mão com um sorriso no rosto e me puxando para ficar em pé.
— Não, fã é uma palavra muito forte. Eu gosto das suas músicas, inclusive meu ex me pediu em namoro com uma delas.
— Entendi, sinto muito que seja seu ex que traga lembranças minhas — mexeu no cabelo de um jeito muito sexy por sinal, parecia um pouco intrigado.
— Ele me trará lembranças de qualquer jeito, pelo menos que sejam suas — sorri para o cantor.
— É por causa desse ex que você está aqui...hm...deitada?
— Uma das razões, terminamos ontem. A outra razão é o Tanqueray — disse o fazendo rir levemente.
— Nossa, me desculpe, não quis ser intrometido.
— Bobagem, está tudo bem. Anh, você teria o horário? — Já sentia a luz solar queimar minha pele pela falta de tecido nos meus braços e pernas.
— São oito e treze.
— Puta merda, obrigada. Tenho que ir, mas obrigada por...me acordar, boa corrida! — Não há de que. Vou indo, se cuida, e nada de namorar caras que te deixam nesse estado! — Ajeitou os óculos escuros novamente no rosto e acenou brevemente antes de voltar a sua corrida.
Cheguei na porta do apartamento e as chaves não estavam comigo, maldita bêbada. Desci novamente ao saguão e pedi para que o porteiro a abrisse para mim. O ambiente da minha sala de estar exalava Dior e gin, descobri o porquê após entrar na cozinha que estava cheia de latas de energético, uma garrafa de gin vazia no chão e outra pela metade derramando no balcão de mármore. O cheiro me deixou tão enjoada que corri até o banheiro e vomitei tudo no vaso sanitário, entrando no chuveiro em seguida.
O banho morno deixou-me desperta, mas ainda não o suficiente, me enrolei na toalha e fui preparar um café, lidava com a bagunça mais tarde, talvez até poderia ligar para alguma faxineira da empresa, pedindo que passasse lá à tarde. Tomei uma caneca cheia, escovei os dentes e entrei em meu closet escolhendo uma calça social preta e jogando um blazer carmim fechado por cima. Enchi uma garrafa com o resto do café e desci para a garagem com meus saltos na mão, saindo em direção à construtora no lado leste de Milão.
— Está atrasada.
— Sei disso, me desculpe. A planta da ponte nova já está na minha sala?
— Está sim, senhora .
— Obrigada, se Vicenzo chegar com o novo projeto já pode mandá-lo entrar.
A Construtora , e também empreiteira, lidava com obras do estado e outras obras grandes. O sobrenome em comum é em razão do meu amado tio que é dono e só por isso consegui meu trabalho aqui, ok talvez em conta da minha capacidade também. Sentei à mesa e comecei a trabalhar no esboço da ponte parando apenas quando Vicenzo entra em meu escritório, sem bater, como sempre.
— Primeiramente, sua secretária, que eu sempre esqueço o nome, acabou de pedir seu almoço porque já são duas da tarde e você ainda não pediu nada. Segundo, aqui está o projeto do novo shopping e terceiro você está um regaço — me olha de cima a baixo com uma expressão incomodada.
— Obrigada, algo mais?
Suspiro olhando finalmente em seus olhos.
— Nossa, vejo que acordou de bom humor. Acabou o hidratante da Victoria’s Secret, princesa?
— Não enche, fui largada ontem e saí com Bella à noite. Acordei no parque no quarteirão de casa, acredita? — Aumentei o ar condicionado na sala que começara a ficar abafada.
— Uau, isso vindo de , quem diria? É, eu diria.
— Cale a boca e me ajude logo nessa merda.
— Só porque tenho amor à vida. Vamos lá, princesa — falou e veio em minha direção abrindo o enorme papel do shopping. Almocei depois de meia hora, pedi que minha secretária providenciasse alguma funcionária para limpar minha casa hoje e fiquei o restante da tarde trabalhando com Vicenzo no mesmo projeto.
— E então, os planos para hoje? — Começou quando entramos no elevador indo até o estacionamento.
— Banho e cama. Estou um caco.
— Depois de uma noite agitada dessa eu imaginaria. Alcatraz amanhã? — Sorriu e arqueando as sobrancelhas fez uma dança esquisita.
— Com certeza.
— Não sei o que fazer, Lena queria ir ao show do Harry Styles, acho que é hoje.
— Deve ser, topei com ele no parque — abri meu carro de longe.
— Quê? Como assim?
— Ele me acordou, estava largada na grama — soltei uma gargalhada me dando conta apenas agora do que aconteceu.
— Você é impagável, . Conhece um famoso e nos meios .
Meios são todas as situações que somente eu consigo entrar, segundo Vicenzo. Como uma vez quando fui numa exposição de carros e haveria um sorteio da nova Mercedes, em três horas que ficamos lá, quem ganhou a Mercedes? . Às vezes ele se queixava que eu deveria beijá-lo para ver se trocávamos a sorte que nem aquele filme da Lindsay Lohan. Entrei em meu carro e me despedi de meu amigo, só queria minha casa.
Depois do banho liguei para pedir uma pizza na esquina de casa, e enquanto esperava coloquei em um canal qualquer sobre compra e venda de imóveis. A distração foi tanta que viajando em meus pensamentos encontrei Você-Sabe-Quem, meu ex. Nossa relação nunca foi aquela coisa de romance, eu nem gostaria que fosse, mas o jeito que tudo acabou me deixou confusa e incomodada, não de um jeito ruim, mas de um jeito curioso que me mostrava a minha falta de sentimentos por ele. Ele por sua vez, me contou que estava cansado e a rotina o pegou desprevenido, e que não queria mais. A noite de festa e bebedeira ontem foi só um choque e talvez até uma comemoração, mas nada que eu não fazia quando ainda estava com ele. Tendo servido para que eu percebesse que nunca havia nutrido sentimentos amorosos por alguém, e me questionei o porquê daquilo.
Nunca ouvi histórias desse tipo, de não conseguir ter sentimentos por alguém por muito tempo. Talvez porque eu veja filmes de comédia romântica e more na Itália, onde os casais são apaixonados até a idade de deixarem o outro para sempre.
Mas a sensação de falso preenchimento me aterrorizava, será que nunca conseguiria me apaixonar por alguém?
. . .
Acordei com o barulho incessante do despertador, fiz toda a higiene matinal pós-banho e escolhi um outro conjunto com blazer, mas dessa vez a parte de baixo era uma saia plissada xadrez.
Saí de casa mais cedo que o habitual e passei numa conveniência no quarteirão do prédio, estava com vontade de comer frozen iogurte logo pela manhã. A construtora estava mais vazia por conta do horário e aproveitei para organizar minha sala antes de começar a trabalhar.
Fui até a janela e acendi um cigarro, ainda me sentia intrigada por não sofrer por Você-Sabe-Quem, porra foram dois anos de relacionamento e eu não sentia nenhum remorso com o término. Apaguei o mesmo e me sentei para retomar o projeto da ponte, nove em ponto minha secretária bateu na porta e entrou com a papelada do dia.
— Bom dia, senhorita .
— Ótimo dia, hoje estou sem ressaca e temos Alcatraz à noite — espreguicei na cadeira sorrindo para a mulher à minha frente.
— Maravilha, os Fiori ligaram, querem o projeto até dia vinte — me entregou um post-it com as letras puxadas “Fiori - 20/04/2017”.
— Certo, pode me trazer um cappuccino? Na verdade, dois, Vicenzo deve estar para chegar.
— Claro. Volto em quinze minutos.
Ao mesmo tempo que a porta foi fechada ela foi aberta e meu amigo entrou com uma cara animada. Usava um suéter Giorgio Armani e exalava seu Burberry de sempre.
— Buongiorno, principessa.
— Que humor! Você se deu bem ontem, não é? — O provoquei enquanto checava meu celular.
— Lena e eu não conseguimos ir ao show, mas coloquei as músicas para tocar e ela parece ter adorado!
— Imagino. Estou precisando de um show particular também, parece que a última vez foi há séculos.
— Eu duvido que tenha passado de duas semanas — arqueou a sobrancelha para mim.
— Bom, não, mas de qualquer jeito é diferente quando você gosta da pessoa e quando você não liga, se não fosse aquela pessoa, não faria diferença — batidinhas na porta interromperam nossa conversa e Laura entra com duas xícaras grandes.
— Os cappuccinos, tomei cuidado de colocar chantilly no seu, senhorita.
— Você é um anjo.
— Ah...eu gosto de chantilly também — Vicenzo enunciou afetado.
— Posso retornar e colocar no seu, senhor Berelli.
— Não há necessidade, você toma com chantilly na próxima, anda, temos trabalho para fazer — recebi um olhar fulminante de meu amigo, mas eu não ligava — Obrigada, Laura.
O restante do dia passou corrido e cheio de compromissos, após mexer na planta baixa do projeto dos Fiori, Vicenzo foi até o departamento de obras estaduais, no andar de cima, para ajudar estagiários com a execução de um viaduto. Eu segui até Triennale di Milano onde teria uma reunião com arquitetos da Alemanha, depois de algumas horas mostrando argumentos e talvez um pouco a mais de simpatia, consegui fechar uma parecia para um projeto em Berlim daqui alguns meses. Quando retornei já estávamos quase no horário de encerramento então apenas fui até meu escritório deixar a papelada da empresa alemã, no batente da porta de entrada ouço meu nome ser enunciado, ou melhor, gritado exageradamente.
— !
— Que é?
— Não ia me esperar? — Fez um biquinho apoiando sua mão direita em meu ombro.
— Vicenzo, eu nem sabia que você ainda estava aqui e outra, você é necessitado de atenção?
— Sinto muito se minha amizade interfere em seus sentimentos, ah esqueci, você não tem.
— Sim, sou uma mulher de gelo, seu canceriano. Agora vamos.
O puxei pelo braço até nossos carros estacionados um ao lado do outro.
— Que horas vamos para o Alcatraz?
— Onze? — arrisquei imaginando que seria o horário certo para chegar.
— Muito tarde, vamos às dez e meia.
— Meia hora não faz muita diferença, mas tudo bem. Da próxima vez, não pergunte se já tem a resposta.
Às dez, Bella entrava em meu apartamento com uma garrafa de tequila em mãos. Vestia uma calça wide branca e um cropped sem mangas todo em pedras brilhantes e seus famosos saltos vermelhos em cor de fogo.
— AY, TEQUILA MAMÍ!
— Bella, você é tão mexicana quanto o Ed Sheeran — ria da tentativa frustrada de minha amiga de parecer nativa do México.
— Me deixa ser feliz! Vicenzo vem para cá ou vamos direto?
— Acredito que vai com Lena direto para o Alcatraz. Vou confirmar.
Após mandar mensagem confirmando minhas suspeitas, fui até meu quarto passar o perfume.
— Me dá um gole disso aí.
— É assim que se diz — me passou um copo com um shot da bebida.
— Hoje eu preciso dormir com alguém. Ainda não acredito que fui largada.
— Você fala como se gostasse dele, .
— Exatamente, será que eu nunca vou gostar de ninguém?
— Calma, não é assim também. Você só precisa encontrar alguém que te atrai fisicamente, mentalmente e sexualmente. Sete bilhões de pessoas no mundo, , você não tem como nunca gostar de ninguém, só não era o seu momento!
— Por dois anos?
— Cada pessoa tem seu tempo, não cobre muito de você, qualquer coisa vamos para Londres e você procura um inglês e se não der certo vamos para a Espanha. Eu não reclamaria de viajar com você numa missão de encontrar seu par.
— Certo, faremos isso. Te levo comigo para a Alemanha, mas hoje só quero beber e esquecer disso por uma noite. De preferência na cama.
— ! Hoje você tá demais! — Minha melhor amiga me encarava com brilho nos olhos e entusiasmo na voz, me passando mais um shot de tequila.
— Vou chamar um carro no Uber.
— Certo, vou falar para o Vicenzo que já pode ir.
Corpos suados e som alto, com o grave batendo forte junto das batidas do meu coração, era disso que eu gostava. Uma música da Beyoncé preenchia o ambiente lotado da casa noturna de Milão, Bella dançava junto de mim e o nosso casal de amigos se beijavam ferozmente com o ritmo da música.
— Vai , twerk for me babe — minha amiga loira rebolava atrás de mim e batendo em minha bunda.
Vicenzo saiu por alguns minutos e voltou com quatro garrafinhas de uma bebida azul-piscina. Um gole abaixo e soube que era aquilo que eu ia beber hoje, não sabia o que era, mas sabia que era o escolhido da noite. O outro escolhido da noite estava perto do balcão a alguns metros de onde estávamos. Alto com uma camisa social, além de muito gato, pareceu ter me achado interessante igualmente.
— Garota, o que você está esperando? Ele está quase te desidratando! — Lena seguiu meu olhar aprovando com um aceno de cabeça.
— QUEM? — Bella surgiu com a cabeça no meio da minha e de Lena.
Apontei o alvo com a cabeça e o mesmo virou em nossa direção, os três olhares eram direcionados a ele, que pareceu gostar e sorriu, engolindo um pouco de sua bebida.
— Vou lá.
— Isso, essa é a minha ! — Lena disse e Vicenzo só ria da nossa conversa, pisquei para eles e saí em direção ao homem misterioso.
O local estava tão lotado e a tarefa de chegar até o cara bonito pareceu um pouco complicada depois de alguns shots de tequila e uma garrafa de bebida desconhecida. Duas pessoas antes de chegar ao meu destino, sinto uma mão tocando meu ombro com um pouco de desespero.
Coloque para tocar!
— DRUNK GIRL! — Um grito num sotaque britânico preencheu meus ouvidos me fazendo virar, encarando um par de olhos verdes.
— Harry Styles! — sorri para o homem à minha frente — Não acredito que se lembrou.
— Quando que eu vou esquecer o dia que eu tive que tirar uma bêbada do meu caminho? A real é que pensei que tinha partido desse mundo — caiu na risada após tal revelação.
— Me tirar do caminho? Acho que aí já está exagerando — ri junto dele.
— Então, ma cherrie, que faz aqui?
— Estamos na Itália, não na França, você sabe disso, né?
— Confundi! Ma..?
— , ou . Esse é meu nome — estendi minha mão que foi recebida de bom grado.
— Harry Styles, ou salvador de garotas bonitas e bêbadas — então ele estava flertando comigo?
— Certo, senhor Styles. Já bebeu alguma coisa?
— Bebi, sete...nove...algumas garrafas — tentou contar com os dedos mas acabou se atrapalhando com os números, mas minha atenção foi para suas mãos, que mãos!
— Vamos beber mais algumas garrafas, vem.
Se despediu de alguns amigos me seguindo até o balcão. O garoto de social me olhou interessado, apenas dei de ombros e pedi duas das mesmas garrafinhas que Vicenzo tinha providenciado ao barman.
— Essa música é muito boa!
— Devo concordar com você, temos muitos músicos talentosíssimos, ultimamente.
— Você é um deles, eu gosto daquela que toca na rádio.
— Sign of the Times? Confesso que gosto também — sorriu para mim.
— Vai embora que dia, senhor Styles? — perguntei em seu ouvido para ser ouvida sem gritar.
— Amanhã mesmo, estou em turnê — contribuiu a proximidade vindo para mais perto.
— Ah, entendo. Que pena, poderia te levar para conhecer alguns lugares em Milão — passei meus braços em volta do pescoço sem desviar o olhar.
— Isso é perigoso, — apertou minha cintura com a mão livre — Essa distância, esse olhar.
— Eu estou adorando ouvir meu nome no seu sotaque, será que ficaria bom com você gemendo ele, também? — Olhei para sua boca por questão de segundos antes de senti-la na minha.
Seu beijo era lento e delicioso, a língua, gelada e com gosto de bebida azul desconhecida, passeava junto a minha numa dança gostosa. Não sei quantos minutos ficamos assim, mas fomos interrompidos por gritos em volta. Sua boca desencaixou da minha, e eu já a ansiava novamente.
— ! Você é minha fã!
— Sua ídola, Bella — Lena a corrigiu.
— Olá, sou a Bella, e você é? — Virou-se para o homem à sua frente que ainda não tinha sido notado — HARRY STYLES!
— Acho que sou ele mesmo, prazer — estendeu a mão para minha amiga boquiaberta que o encarava.
— Parece que você está bem então, vamos te deixar em paz — Vicenzo começou, mas logo foi cortado pelo cantor.
— Sem problemas, fiquem com a gente.
Perdi a noção do tempo depois que Vicenzo e Lena foram para o bar e buscaram mais garrafas para todos. Dançamos noite adentro, Harry era uma pessoa muito divertida e animada, me roubava beijos vez ou outra. Quando a batida da próxima música começou, ele juntou seu corpo ao meu por trás, eu rebolava e sua mão era constante em minha cintura. Em um certo ponto, começou a beijar meu pescoço me causando arrepios e minha mão, inconscientemente, foi para sua nuca acariciando seus cabelos. Me virou para si e beijou minha boca com uma intensidade e precisão, sua mão desceu para a minha bunda deixando um aperto por lá. Suspirei e puxei seu cabelo de leve, que pareceu ter efeito imediato no meio de suas pernas. Comecei a beijar seu pescoço, inalando o maravilhoso aroma de perfume caro, álcool e chiclete de menta.
— Você é tão cheiroso… — deixei mais um beijo em sua área sensível.
— E você vai me deixar louco — olhou em meus olhos e baixando até minha boca em milésimos, sorriu maliciosamente antes de voltar a me beijar.
— ? — Disse após deixar uma mordida em meu lábio inferior.
— Sim?
— E se você fizesse o tour por Milão, digamos...hoje?
— Hoje? — ri com seu comentário, ele só poderia estar muito bêbado — E por onde quer começar?
— Sua casa — olhou em meus olhos, deixando minhas pernas bambas.
O puxei pela mão por todo o mar de gente não antes de avisar meus amigos que estava indo. Chamei um motorista pelo aplicativo e enquanto esperávamos no corredor que dava para a saída do estabelecimento, Harry me empurrou pela parede, grudando seu corpo ao meu. Beijava meu pescoço com vontade, o que resultaria em roxos no dia seguinte, mas no momento eu não ligava.
— Vamos, ele chegou — peguei sua mão e fomos até o lado de fora, sendo cegados por flashes de todos os lados.
No carro, Styles posicionou sua mão em minha coxa, a acariciando. Subiu até minha calcinha, travando minha respiração, sorriu com o efeito produzido e afastou a peça de roupa me tocando com seus dedos longos. Mordi minha boca e fechei meus olhos aproveitando a sensação de êxtase que aquele homem causava em mim, senti seu dedo entrando em mim e o olhei, pelas luzes da cidade agitada ainda, via desejo e luxúria em seus olhos que estavam mais escuros agora. Me aproximei de seu rosto como se fosse beijá-lo apenas para chegar centímetros perto e dizer:
— Você terá as consequências de seus atos, espere.
— Estou contando com isso, — provocou me dando um beijo quente e necessitado.
O elevador parecia menor que nunca quando Harry entrou nele já me beijando, puxou-me para si e num impulso minhas pernas estavam em volta de sua cintura o trazendo para mais perto, como se isso fosse possível.
— Que andar?
— Hm? — Me encontrava bêbada de álcool e tesão.
— Seu andar, preciso apertar algum botão — riu da minha reação perdida.
— Dezenove.
— Certo — apertou o botão e encarou-me com suas pupilas dilatadas — Sabe, a tensão do elevador é tão sexual, né?
— Os dois sabem onde vão e o que vão fazer, mas ainda não estão lá — Voltou a me beijar de um jeito necessitado e excitante.
Subi minhas mãos até seu cabelo o puxando de leve, e ele direcionou seus beijos até o meu pescoço, deixando mordidinhas por lá. Desceu sua mão para a minha bunda e a colocou por dentro da saia, apertando-a.
— , quero te foder aqui.
— Mas de jeito nenhum, está maluco? — Styles deu uma risada e ponderou a cabeça. Mas então as portas metálicas se abriram nos deixando à mercê de todos, sai de cima dele e arrumei minha saia. Harry ajeitou o cabelo e me seguiu até o número mil novecentos e dois, me abraçando por trás enquanto eu abria a porta.
Na minha sala de estar, Harry começou a me beijar novamente, dessa vez o senti mais urgente. Encostou minhas costas na parte de trás do sofá branco disposto no cômodo enquanto tirava minha blusa preta de alcinhas lentamente e a jogava pelo tapete. Abri sua camisa botão por botão olhando em seus olhos, quando terminei, analisei seu abdome definido e tatuado e umedeci os lábios embargada de tesão. Talvez tenha ficado olhando por muito tempo pois o homem à minha frente riu me chamando a atenção.
— Que foi?
— Puta merda, Harry. Você é muito gostoso — nos encaramos com uma tensão sexual de tirar o fôlego — Vem, vamos para o quarto.
— O que você quiser, ma cherrie — respondeu com um sorriso mostrando seu divertimento em me criar um novo apelido.
Ao entrarmos no quarto o empurrei até a cama, fazendo-o deitar e então apoiar-se em seus cotovelos para me olhar. Comecei tirando meu sutiã e o jogando nele, que recebeu com diversão no olhar, abri o zíper da minha saia e a deixei escorregar pelo meu corpo. Caminhei até a cama e fui engatinhando até ele, que me olhava atentamente em cada movimento, passei uma perna de cada lado do seu corpo e sentei em seu colo. Passei minhas mãos por seus braços e abaixei meu tronco até encostar meus lábios no dele, passei a língua por eles e depois o beijei com vontade, transferindo os beijos para seu pescoço o senti sobre o tecido de sua calça.
— Hoje você vai levar belas lembranças do sexo italiano.
— Assim espero. E quero deixar boas memórias de uma foda inglesa — disse me afastando e me olhando sem pudor algum.
Começou o trabalho com os dedos em meus seios enquanto eu me encarregava de despi-lo novamente. Seus movimentos eram lentos e torturantes, mas satisfatórios por completo. Retirei sua calça e juntamente sua boxer-briefs, desci até a altura de seus joelhos e o encarei com desejo antes de beijá-lo intimamente. Minha língua o percorreu por inteiro, e finalmente, com a ajuda de minha mão, o estimulei por completo.
Sentia um formigamento crescente na minha calcinha e o gemido alto do homem em minha cama me deixou atenta.
— Vem aqui — ele me chamou rouco.
Obedecendo-o cheguei até seu rosto e o beijei, sua boca macia e avermelhada encaixava em sincronia com a minha, sua língua deixava-me com falta de ar. Ele me deitou e subiu em cima se apoiando em seus braços, me beijou uma última vez antes de me virar de costas e me deixar de quatro.
Retirou minha calcinha e beijou meu íntimo com vontade, antes de introduzir um dedo e movimentá-lo em um ritmo gostoso e equilibrado. Me sentia cada minuto mais quente e sedenta por mais contato.
— Harry, por favor — pedi em um gemido longo.
— Meu nome sendo gemido na sua voz com o seu sotaque é dos deuses, — retirando seu dedo, deixou um último beijo antes de me pedir outra camisinha.
Voltei à minha posição após entregá-lo o pequeno embrulho e o senti dentro de mim, gemi tão alto, que temia que os vizinhos escutassem, mas aquilo não ia me parar agora. Harry segurava em meu quadril com uma mão e a outra foi levada até meu ponto mais sensível, o estimulando. Meus braços se esticaram para a frente e grudei meu rosto na cama, senti-o cada vez mais forte e que já estava quase na minha hora.
Arrepiei inteira e minhas pernas fraquejaram, revirei meus olhos enquanto gemia e sentia meu ventre se contraindo. Harry gemeu e estocou mais uma vez antes de se jogar ao meu lado. Me olhava com curiosidade e a respiração descompassada, sorriu abertamente deixando à mostra suas covinhas.
— Quem diria que hoje eu dormiria na cama da bêbada do parque.
— Você nunca vai esquecer isso, né? — perguntei com humor.
— Nunca — fez um X sobre o coração e beijou o dedão.
— Então, mais uma?
— Dessa vez eu vou por cima.
— Fique à vontade.
Sign of the Times tocava na rádio e eu ria incrédula, fazia uma semana desde o dia da Alcatraz. Harry foi embora no dia seguinte, como disse que iria, não sem antes comprar café e donnut e me deixar um bilhete.
“Obrigada pela noite e pela companhia, se cuida. Não durma mais em parques públicos, por favor, não estarei lá para te salvar haha.
Ps: escolha muito bem alguém antes de namorar!
XX - H”
Tudo à minha volta girava e eu não sabia para onde ir, ouço buzinas, barulho de lojas abertas e pessoas em seus assuntos alheios e entendo que devo estar na rua. Flashes da noite passada tomam minha cabeça com lembranças do meu fatídico ex terminando um relacionamento de dois anos e minha melhor amiga aparecendo no meu apartamento logo ao anoitecer para irmos ao clube para uma festa de “despedida de namoro”.
O cheiro familiar de pretzel com açúcar e canela me deixa ciente que estou no parque perto de minha casa o qual frequentava com o...vamos chamá-lo de Aquele-que-Não-Deve-ser-Nomeado. Avisto um banco perto de uma sombra de árvore, sento-me e sinto meu corpo relaxando lentamente até que apago.
— Você está bem? — Pergunta uma voz masculina em inglês acima de mim.
— Quê? Onde estou? — Minha cabeça dói com a claridade e não consigo abrir meus olhos.
— Desculpe, estava correndo por aqui e te vi caída na grama. Só quis verificar que estava tudo certo.
— Tudo sim, só uma ressaca forte de uma noite que acabou virando dia — abri meus olhos e encontrei o homem que ultimamente estava nos holofotes — Ah, Harry Styles. — Sou eu. É uma fã? — Falou estendendo a mão com um sorriso no rosto e me puxando para ficar em pé.
— Não, fã é uma palavra muito forte. Eu gosto das suas músicas, inclusive meu ex me pediu em namoro com uma delas.
— Entendi, sinto muito que seja seu ex que traga lembranças minhas — mexeu no cabelo de um jeito muito sexy por sinal, parecia um pouco intrigado.
— Ele me trará lembranças de qualquer jeito, pelo menos que sejam suas — sorri para o cantor.
— É por causa desse ex que você está aqui...hm...deitada?
— Uma das razões, terminamos ontem. A outra razão é o Tanqueray — disse o fazendo rir levemente.
— Nossa, me desculpe, não quis ser intrometido.
— Bobagem, está tudo bem. Anh, você teria o horário? — Já sentia a luz solar queimar minha pele pela falta de tecido nos meus braços e pernas.
— São oito e treze.
— Puta merda, obrigada. Tenho que ir, mas obrigada por...me acordar, boa corrida! — Não há de que. Vou indo, se cuida, e nada de namorar caras que te deixam nesse estado! — Ajeitou os óculos escuros novamente no rosto e acenou brevemente antes de voltar a sua corrida.
Cheguei na porta do apartamento e as chaves não estavam comigo, maldita bêbada. Desci novamente ao saguão e pedi para que o porteiro a abrisse para mim. O ambiente da minha sala de estar exalava Dior e gin, descobri o porquê após entrar na cozinha que estava cheia de latas de energético, uma garrafa de gin vazia no chão e outra pela metade derramando no balcão de mármore. O cheiro me deixou tão enjoada que corri até o banheiro e vomitei tudo no vaso sanitário, entrando no chuveiro em seguida.
O banho morno deixou-me desperta, mas ainda não o suficiente, me enrolei na toalha e fui preparar um café, lidava com a bagunça mais tarde, talvez até poderia ligar para alguma faxineira da empresa, pedindo que passasse lá à tarde. Tomei uma caneca cheia, escovei os dentes e entrei em meu closet escolhendo uma calça social preta e jogando um blazer carmim fechado por cima. Enchi uma garrafa com o resto do café e desci para a garagem com meus saltos na mão, saindo em direção à construtora no lado leste de Milão.
— Está atrasada.
— Sei disso, me desculpe. A planta da ponte nova já está na minha sala?
— Está sim, senhora .
— Obrigada, se Vicenzo chegar com o novo projeto já pode mandá-lo entrar.
A Construtora , e também empreiteira, lidava com obras do estado e outras obras grandes. O sobrenome em comum é em razão do meu amado tio que é dono e só por isso consegui meu trabalho aqui, ok talvez em conta da minha capacidade também. Sentei à mesa e comecei a trabalhar no esboço da ponte parando apenas quando Vicenzo entra em meu escritório, sem bater, como sempre.
— Primeiramente, sua secretária, que eu sempre esqueço o nome, acabou de pedir seu almoço porque já são duas da tarde e você ainda não pediu nada. Segundo, aqui está o projeto do novo shopping e terceiro você está um regaço — me olha de cima a baixo com uma expressão incomodada.
— Obrigada, algo mais?
Suspiro olhando finalmente em seus olhos.
— Nossa, vejo que acordou de bom humor. Acabou o hidratante da Victoria’s Secret, princesa?
— Não enche, fui largada ontem e saí com Bella à noite. Acordei no parque no quarteirão de casa, acredita? — Aumentei o ar condicionado na sala que começara a ficar abafada.
— Uau, isso vindo de , quem diria? É, eu diria.
— Cale a boca e me ajude logo nessa merda.
— Só porque tenho amor à vida. Vamos lá, princesa — falou e veio em minha direção abrindo o enorme papel do shopping. Almocei depois de meia hora, pedi que minha secretária providenciasse alguma funcionária para limpar minha casa hoje e fiquei o restante da tarde trabalhando com Vicenzo no mesmo projeto.
— E então, os planos para hoje? — Começou quando entramos no elevador indo até o estacionamento.
— Banho e cama. Estou um caco.
— Depois de uma noite agitada dessa eu imaginaria. Alcatraz amanhã? — Sorriu e arqueando as sobrancelhas fez uma dança esquisita.
— Com certeza.
— Não sei o que fazer, Lena queria ir ao show do Harry Styles, acho que é hoje.
— Deve ser, topei com ele no parque — abri meu carro de longe.
— Quê? Como assim?
— Ele me acordou, estava largada na grama — soltei uma gargalhada me dando conta apenas agora do que aconteceu.
— Você é impagável, . Conhece um famoso e nos meios .
Meios são todas as situações que somente eu consigo entrar, segundo Vicenzo. Como uma vez quando fui numa exposição de carros e haveria um sorteio da nova Mercedes, em três horas que ficamos lá, quem ganhou a Mercedes? . Às vezes ele se queixava que eu deveria beijá-lo para ver se trocávamos a sorte que nem aquele filme da Lindsay Lohan. Entrei em meu carro e me despedi de meu amigo, só queria minha casa.
Depois do banho liguei para pedir uma pizza na esquina de casa, e enquanto esperava coloquei em um canal qualquer sobre compra e venda de imóveis. A distração foi tanta que viajando em meus pensamentos encontrei Você-Sabe-Quem, meu ex. Nossa relação nunca foi aquela coisa de romance, eu nem gostaria que fosse, mas o jeito que tudo acabou me deixou confusa e incomodada, não de um jeito ruim, mas de um jeito curioso que me mostrava a minha falta de sentimentos por ele. Ele por sua vez, me contou que estava cansado e a rotina o pegou desprevenido, e que não queria mais. A noite de festa e bebedeira ontem foi só um choque e talvez até uma comemoração, mas nada que eu não fazia quando ainda estava com ele. Tendo servido para que eu percebesse que nunca havia nutrido sentimentos amorosos por alguém, e me questionei o porquê daquilo.
Nunca ouvi histórias desse tipo, de não conseguir ter sentimentos por alguém por muito tempo. Talvez porque eu veja filmes de comédia romântica e more na Itália, onde os casais são apaixonados até a idade de deixarem o outro para sempre.
Mas a sensação de falso preenchimento me aterrorizava, será que nunca conseguiria me apaixonar por alguém?
. . .
Acordei com o barulho incessante do despertador, fiz toda a higiene matinal pós-banho e escolhi um outro conjunto com blazer, mas dessa vez a parte de baixo era uma saia plissada xadrez.
Saí de casa mais cedo que o habitual e passei numa conveniência no quarteirão do prédio, estava com vontade de comer frozen iogurte logo pela manhã. A construtora estava mais vazia por conta do horário e aproveitei para organizar minha sala antes de começar a trabalhar.
Fui até a janela e acendi um cigarro, ainda me sentia intrigada por não sofrer por Você-Sabe-Quem, porra foram dois anos de relacionamento e eu não sentia nenhum remorso com o término. Apaguei o mesmo e me sentei para retomar o projeto da ponte, nove em ponto minha secretária bateu na porta e entrou com a papelada do dia.
— Bom dia, senhorita .
— Ótimo dia, hoje estou sem ressaca e temos Alcatraz à noite — espreguicei na cadeira sorrindo para a mulher à minha frente.
— Maravilha, os Fiori ligaram, querem o projeto até dia vinte — me entregou um post-it com as letras puxadas “Fiori - 20/04/2017”.
— Certo, pode me trazer um cappuccino? Na verdade, dois, Vicenzo deve estar para chegar.
— Claro. Volto em quinze minutos.
Ao mesmo tempo que a porta foi fechada ela foi aberta e meu amigo entrou com uma cara animada. Usava um suéter Giorgio Armani e exalava seu Burberry de sempre.
— Buongiorno, principessa.
— Que humor! Você se deu bem ontem, não é? — O provoquei enquanto checava meu celular.
— Lena e eu não conseguimos ir ao show, mas coloquei as músicas para tocar e ela parece ter adorado!
— Imagino. Estou precisando de um show particular também, parece que a última vez foi há séculos.
— Eu duvido que tenha passado de duas semanas — arqueou a sobrancelha para mim.
— Bom, não, mas de qualquer jeito é diferente quando você gosta da pessoa e quando você não liga, se não fosse aquela pessoa, não faria diferença — batidinhas na porta interromperam nossa conversa e Laura entra com duas xícaras grandes.
— Os cappuccinos, tomei cuidado de colocar chantilly no seu, senhorita.
— Você é um anjo.
— Ah...eu gosto de chantilly também — Vicenzo enunciou afetado.
— Posso retornar e colocar no seu, senhor Berelli.
— Não há necessidade, você toma com chantilly na próxima, anda, temos trabalho para fazer — recebi um olhar fulminante de meu amigo, mas eu não ligava — Obrigada, Laura.
O restante do dia passou corrido e cheio de compromissos, após mexer na planta baixa do projeto dos Fiori, Vicenzo foi até o departamento de obras estaduais, no andar de cima, para ajudar estagiários com a execução de um viaduto. Eu segui até Triennale di Milano onde teria uma reunião com arquitetos da Alemanha, depois de algumas horas mostrando argumentos e talvez um pouco a mais de simpatia, consegui fechar uma parecia para um projeto em Berlim daqui alguns meses. Quando retornei já estávamos quase no horário de encerramento então apenas fui até meu escritório deixar a papelada da empresa alemã, no batente da porta de entrada ouço meu nome ser enunciado, ou melhor, gritado exageradamente.
— !
— Que é?
— Não ia me esperar? — Fez um biquinho apoiando sua mão direita em meu ombro.
— Vicenzo, eu nem sabia que você ainda estava aqui e outra, você é necessitado de atenção?
— Sinto muito se minha amizade interfere em seus sentimentos, ah esqueci, você não tem.
— Sim, sou uma mulher de gelo, seu canceriano. Agora vamos.
O puxei pelo braço até nossos carros estacionados um ao lado do outro.
— Que horas vamos para o Alcatraz?
— Onze? — arrisquei imaginando que seria o horário certo para chegar.
— Muito tarde, vamos às dez e meia.
— Meia hora não faz muita diferença, mas tudo bem. Da próxima vez, não pergunte se já tem a resposta.
Às dez, Bella entrava em meu apartamento com uma garrafa de tequila em mãos. Vestia uma calça wide branca e um cropped sem mangas todo em pedras brilhantes e seus famosos saltos vermelhos em cor de fogo.
— AY, TEQUILA MAMÍ!
— Bella, você é tão mexicana quanto o Ed Sheeran — ria da tentativa frustrada de minha amiga de parecer nativa do México.
— Me deixa ser feliz! Vicenzo vem para cá ou vamos direto?
— Acredito que vai com Lena direto para o Alcatraz. Vou confirmar.
Após mandar mensagem confirmando minhas suspeitas, fui até meu quarto passar o perfume.
— Me dá um gole disso aí.
— É assim que se diz — me passou um copo com um shot da bebida.
— Hoje eu preciso dormir com alguém. Ainda não acredito que fui largada.
— Você fala como se gostasse dele, .
— Exatamente, será que eu nunca vou gostar de ninguém?
— Calma, não é assim também. Você só precisa encontrar alguém que te atrai fisicamente, mentalmente e sexualmente. Sete bilhões de pessoas no mundo, , você não tem como nunca gostar de ninguém, só não era o seu momento!
— Por dois anos?
— Cada pessoa tem seu tempo, não cobre muito de você, qualquer coisa vamos para Londres e você procura um inglês e se não der certo vamos para a Espanha. Eu não reclamaria de viajar com você numa missão de encontrar seu par.
— Certo, faremos isso. Te levo comigo para a Alemanha, mas hoje só quero beber e esquecer disso por uma noite. De preferência na cama.
— ! Hoje você tá demais! — Minha melhor amiga me encarava com brilho nos olhos e entusiasmo na voz, me passando mais um shot de tequila.
— Vou chamar um carro no Uber.
— Certo, vou falar para o Vicenzo que já pode ir.
Corpos suados e som alto, com o grave batendo forte junto das batidas do meu coração, era disso que eu gostava. Uma música da Beyoncé preenchia o ambiente lotado da casa noturna de Milão, Bella dançava junto de mim e o nosso casal de amigos se beijavam ferozmente com o ritmo da música.
— Vai , twerk for me babe — minha amiga loira rebolava atrás de mim e batendo em minha bunda.
Vicenzo saiu por alguns minutos e voltou com quatro garrafinhas de uma bebida azul-piscina. Um gole abaixo e soube que era aquilo que eu ia beber hoje, não sabia o que era, mas sabia que era o escolhido da noite. O outro escolhido da noite estava perto do balcão a alguns metros de onde estávamos. Alto com uma camisa social, além de muito gato, pareceu ter me achado interessante igualmente.
— Garota, o que você está esperando? Ele está quase te desidratando! — Lena seguiu meu olhar aprovando com um aceno de cabeça.
— QUEM? — Bella surgiu com a cabeça no meio da minha e de Lena.
Apontei o alvo com a cabeça e o mesmo virou em nossa direção, os três olhares eram direcionados a ele, que pareceu gostar e sorriu, engolindo um pouco de sua bebida.
— Vou lá.
— Isso, essa é a minha ! — Lena disse e Vicenzo só ria da nossa conversa, pisquei para eles e saí em direção ao homem misterioso.
O local estava tão lotado e a tarefa de chegar até o cara bonito pareceu um pouco complicada depois de alguns shots de tequila e uma garrafa de bebida desconhecida. Duas pessoas antes de chegar ao meu destino, sinto uma mão tocando meu ombro com um pouco de desespero.
Coloque para tocar!
— DRUNK GIRL! — Um grito num sotaque britânico preencheu meus ouvidos me fazendo virar, encarando um par de olhos verdes.
— Harry Styles! — sorri para o homem à minha frente — Não acredito que se lembrou.
— Quando que eu vou esquecer o dia que eu tive que tirar uma bêbada do meu caminho? A real é que pensei que tinha partido desse mundo — caiu na risada após tal revelação.
— Me tirar do caminho? Acho que aí já está exagerando — ri junto dele.
— Então, ma cherrie, que faz aqui?
— Estamos na Itália, não na França, você sabe disso, né?
— Confundi! Ma..?
— , ou . Esse é meu nome — estendi minha mão que foi recebida de bom grado.
— Harry Styles, ou salvador de garotas bonitas e bêbadas — então ele estava flertando comigo?
— Certo, senhor Styles. Já bebeu alguma coisa?
— Bebi, sete...nove...algumas garrafas — tentou contar com os dedos mas acabou se atrapalhando com os números, mas minha atenção foi para suas mãos, que mãos!
— Vamos beber mais algumas garrafas, vem.
Se despediu de alguns amigos me seguindo até o balcão. O garoto de social me olhou interessado, apenas dei de ombros e pedi duas das mesmas garrafinhas que Vicenzo tinha providenciado ao barman.
— Essa música é muito boa!
— Devo concordar com você, temos muitos músicos talentosíssimos, ultimamente.
— Você é um deles, eu gosto daquela que toca na rádio.
— Sign of the Times? Confesso que gosto também — sorriu para mim.
— Vai embora que dia, senhor Styles? — perguntei em seu ouvido para ser ouvida sem gritar.
— Amanhã mesmo, estou em turnê — contribuiu a proximidade vindo para mais perto.
— Ah, entendo. Que pena, poderia te levar para conhecer alguns lugares em Milão — passei meus braços em volta do pescoço sem desviar o olhar.
— Isso é perigoso, — apertou minha cintura com a mão livre — Essa distância, esse olhar.
— Eu estou adorando ouvir meu nome no seu sotaque, será que ficaria bom com você gemendo ele, também? — Olhei para sua boca por questão de segundos antes de senti-la na minha.
Seu beijo era lento e delicioso, a língua, gelada e com gosto de bebida azul desconhecida, passeava junto a minha numa dança gostosa. Não sei quantos minutos ficamos assim, mas fomos interrompidos por gritos em volta. Sua boca desencaixou da minha, e eu já a ansiava novamente.
— ! Você é minha fã!
— Sua ídola, Bella — Lena a corrigiu.
— Olá, sou a Bella, e você é? — Virou-se para o homem à sua frente que ainda não tinha sido notado — HARRY STYLES!
— Acho que sou ele mesmo, prazer — estendeu a mão para minha amiga boquiaberta que o encarava.
— Parece que você está bem então, vamos te deixar em paz — Vicenzo começou, mas logo foi cortado pelo cantor.
— Sem problemas, fiquem com a gente.
Perdi a noção do tempo depois que Vicenzo e Lena foram para o bar e buscaram mais garrafas para todos. Dançamos noite adentro, Harry era uma pessoa muito divertida e animada, me roubava beijos vez ou outra. Quando a batida da próxima música começou, ele juntou seu corpo ao meu por trás, eu rebolava e sua mão era constante em minha cintura. Em um certo ponto, começou a beijar meu pescoço me causando arrepios e minha mão, inconscientemente, foi para sua nuca acariciando seus cabelos. Me virou para si e beijou minha boca com uma intensidade e precisão, sua mão desceu para a minha bunda deixando um aperto por lá. Suspirei e puxei seu cabelo de leve, que pareceu ter efeito imediato no meio de suas pernas. Comecei a beijar seu pescoço, inalando o maravilhoso aroma de perfume caro, álcool e chiclete de menta.
— Você é tão cheiroso… — deixei mais um beijo em sua área sensível.
— E você vai me deixar louco — olhou em meus olhos e baixando até minha boca em milésimos, sorriu maliciosamente antes de voltar a me beijar.
— ? — Disse após deixar uma mordida em meu lábio inferior.
— Sim?
— E se você fizesse o tour por Milão, digamos...hoje?
— Hoje? — ri com seu comentário, ele só poderia estar muito bêbado — E por onde quer começar?
— Sua casa — olhou em meus olhos, deixando minhas pernas bambas.
O puxei pela mão por todo o mar de gente não antes de avisar meus amigos que estava indo. Chamei um motorista pelo aplicativo e enquanto esperávamos no corredor que dava para a saída do estabelecimento, Harry me empurrou pela parede, grudando seu corpo ao meu. Beijava meu pescoço com vontade, o que resultaria em roxos no dia seguinte, mas no momento eu não ligava.
— Vamos, ele chegou — peguei sua mão e fomos até o lado de fora, sendo cegados por flashes de todos os lados.
No carro, Styles posicionou sua mão em minha coxa, a acariciando. Subiu até minha calcinha, travando minha respiração, sorriu com o efeito produzido e afastou a peça de roupa me tocando com seus dedos longos. Mordi minha boca e fechei meus olhos aproveitando a sensação de êxtase que aquele homem causava em mim, senti seu dedo entrando em mim e o olhei, pelas luzes da cidade agitada ainda, via desejo e luxúria em seus olhos que estavam mais escuros agora. Me aproximei de seu rosto como se fosse beijá-lo apenas para chegar centímetros perto e dizer:
— Você terá as consequências de seus atos, espere.
— Estou contando com isso, — provocou me dando um beijo quente e necessitado.
O elevador parecia menor que nunca quando Harry entrou nele já me beijando, puxou-me para si e num impulso minhas pernas estavam em volta de sua cintura o trazendo para mais perto, como se isso fosse possível.
— Que andar?
— Hm? — Me encontrava bêbada de álcool e tesão.
— Seu andar, preciso apertar algum botão — riu da minha reação perdida.
— Dezenove.
— Certo — apertou o botão e encarou-me com suas pupilas dilatadas — Sabe, a tensão do elevador é tão sexual, né?
— Os dois sabem onde vão e o que vão fazer, mas ainda não estão lá — Voltou a me beijar de um jeito necessitado e excitante.
Subi minhas mãos até seu cabelo o puxando de leve, e ele direcionou seus beijos até o meu pescoço, deixando mordidinhas por lá. Desceu sua mão para a minha bunda e a colocou por dentro da saia, apertando-a.
— , quero te foder aqui.
— Mas de jeito nenhum, está maluco? — Styles deu uma risada e ponderou a cabeça. Mas então as portas metálicas se abriram nos deixando à mercê de todos, sai de cima dele e arrumei minha saia. Harry ajeitou o cabelo e me seguiu até o número mil novecentos e dois, me abraçando por trás enquanto eu abria a porta.
Na minha sala de estar, Harry começou a me beijar novamente, dessa vez o senti mais urgente. Encostou minhas costas na parte de trás do sofá branco disposto no cômodo enquanto tirava minha blusa preta de alcinhas lentamente e a jogava pelo tapete. Abri sua camisa botão por botão olhando em seus olhos, quando terminei, analisei seu abdome definido e tatuado e umedeci os lábios embargada de tesão. Talvez tenha ficado olhando por muito tempo pois o homem à minha frente riu me chamando a atenção.
— Que foi?
— Puta merda, Harry. Você é muito gostoso — nos encaramos com uma tensão sexual de tirar o fôlego — Vem, vamos para o quarto.
— O que você quiser, ma cherrie — respondeu com um sorriso mostrando seu divertimento em me criar um novo apelido.
Ao entrarmos no quarto o empurrei até a cama, fazendo-o deitar e então apoiar-se em seus cotovelos para me olhar. Comecei tirando meu sutiã e o jogando nele, que recebeu com diversão no olhar, abri o zíper da minha saia e a deixei escorregar pelo meu corpo. Caminhei até a cama e fui engatinhando até ele, que me olhava atentamente em cada movimento, passei uma perna de cada lado do seu corpo e sentei em seu colo. Passei minhas mãos por seus braços e abaixei meu tronco até encostar meus lábios no dele, passei a língua por eles e depois o beijei com vontade, transferindo os beijos para seu pescoço o senti sobre o tecido de sua calça.
— Hoje você vai levar belas lembranças do sexo italiano.
— Assim espero. E quero deixar boas memórias de uma foda inglesa — disse me afastando e me olhando sem pudor algum.
Começou o trabalho com os dedos em meus seios enquanto eu me encarregava de despi-lo novamente. Seus movimentos eram lentos e torturantes, mas satisfatórios por completo. Retirei sua calça e juntamente sua boxer-briefs, desci até a altura de seus joelhos e o encarei com desejo antes de beijá-lo intimamente. Minha língua o percorreu por inteiro, e finalmente, com a ajuda de minha mão, o estimulei por completo.
Sentia um formigamento crescente na minha calcinha e o gemido alto do homem em minha cama me deixou atenta.
— Vem aqui — ele me chamou rouco.
Obedecendo-o cheguei até seu rosto e o beijei, sua boca macia e avermelhada encaixava em sincronia com a minha, sua língua deixava-me com falta de ar. Ele me deitou e subiu em cima se apoiando em seus braços, me beijou uma última vez antes de me virar de costas e me deixar de quatro.
Retirou minha calcinha e beijou meu íntimo com vontade, antes de introduzir um dedo e movimentá-lo em um ritmo gostoso e equilibrado. Me sentia cada minuto mais quente e sedenta por mais contato.
— Harry, por favor — pedi em um gemido longo.
— Meu nome sendo gemido na sua voz com o seu sotaque é dos deuses, — retirando seu dedo, deixou um último beijo antes de me pedir outra camisinha.
Voltei à minha posição após entregá-lo o pequeno embrulho e o senti dentro de mim, gemi tão alto, que temia que os vizinhos escutassem, mas aquilo não ia me parar agora. Harry segurava em meu quadril com uma mão e a outra foi levada até meu ponto mais sensível, o estimulando. Meus braços se esticaram para a frente e grudei meu rosto na cama, senti-o cada vez mais forte e que já estava quase na minha hora.
Arrepiei inteira e minhas pernas fraquejaram, revirei meus olhos enquanto gemia e sentia meu ventre se contraindo. Harry gemeu e estocou mais uma vez antes de se jogar ao meu lado. Me olhava com curiosidade e a respiração descompassada, sorriu abertamente deixando à mostra suas covinhas.
— Quem diria que hoje eu dormiria na cama da bêbada do parque.
— Você nunca vai esquecer isso, né? — perguntei com humor.
— Nunca — fez um X sobre o coração e beijou o dedão.
— Então, mais uma?
— Dessa vez eu vou por cima.
— Fique à vontade.
Sign of the Times tocava na rádio e eu ria incrédula, fazia uma semana desde o dia da Alcatraz. Harry foi embora no dia seguinte, como disse que iria, não sem antes comprar café e donnut e me deixar um bilhete.
Ps: escolha muito bem alguém antes de namorar!
XX - H”
FIM.
Nota da autora: : Oi gente, como estão? Hoje vim trazer uma short com o Harry que é o amor da minha vida desde 2011. Sempre tive vontade de escrever com ele e gostei muito de fazer essa história bem rapidinha e gostosa de ler, espero que gostem. Me sigam no insta de fic!
Tenho uma longfic de Harry Potter rolando pelo site também.
Um beijo.
Nota da Scripter:
Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Tenho uma longfic de Harry Potter rolando pelo site também.
Um beijo.
Nota da Scripter:
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