Capítulo Único
Domingo a tarde, tudo que eu preciso é um pagodinho pra animar. Olho o telefone e vejo o nome de alguns amigos que eu sei que vão topar fazer um pagodinho. Disquei o número de dois deles, que atenderam de primeira, topando o convite. O terceiro já tinha um compromisso e o quarto, não respondeu minha ligação; normal, ele é daqueles que não gosta muito da tecnologia e prefere que as coisas aconteçam naturalmente.
Saí de casa para encontrar com meus amigos e no elevador dei de cara com a amiga de uma vizinha. Já nos esbarramos em alguns pagodes por aí. A primeira vez que a vi, foi aqui no prédio mesmo, pedi a amiga dela que a convidasse para o pagode, ingressos por minha conta e desde então ela tem ido em alguns quando eu vou tocar. Nunca me atrevi a falar com ela, mas tenho certeza que já rolou umas trocas de olhares. Hoje é dia! Respirei fundo e pensei em algo legal pra falar com ela.
- Esse solzinho pede uma cerveja gelada, né não? - Joguei a frase. Quem resiste uma cerveja?
- Ô se tá! - Ela respondeu se abanando, concordando com o calor.
- Eu tô indo tocar um pagode na casa de um amigo. Você topa ir?
- Hum, hoje não vai dar pra mim, mas o próximo eu topo, sim. - Ela estendeu a mão e não entendi exatamente o que queria, então franzi a testa pra ela. - Seu telefone pra eu salvar meu número e a gente marcar esse pagode. - Entreguei meu aparelho a ela e um minuto depois já estava com seu número salvo com o nome Morena.
“Ei, Morena. Quando vamos naquele pagodinho legal, hein?”
Mandei a mensagem para ela quando cheguei em casa a noite. Não sei o que deu em mim pra criar coragem e chamá-la pra sair; eu sempre quis um encontro com ela, mas eu achara areia demais pro meu caminhão. Nos pagodes que a vejo, meu coração perde o ritmo, e hoje foi diferente, ele disparou mais que o normal, me assustando, porém me deu coragem para chamá-la pra sair. E agora eu coloquei o plano em prática.
Que tal o próximo domingo? ;)
Recebi a resposta logo em seguida e meu coração, coitado, mais um vez disparou, e queria saltar pela boca. Meu Deus, como uma mulher pode mexer tanto assim comigo? Um sorriso largo invadiu meu rosto e já entrei em contato com meus parceiros de música, marcando o próximo pagode.
Na semana seguinte, lá estava eu nervoso parecendo a primeira vez que toquei com meus amigos. É que dessa vez ela estaria lá pra me encontrar e me ver tocar, especificamente. Não que ela já não tivesse visto antes, só que hoje está claro, ela disse que iria só porque seria eu quem ia tocar. Meus amigos todos riam e me diziam que eu estava caído por ela, sem nem mesmo ter beijado a morena. Ela, tem nome, claro: , ou como a chamam no pagode, . Eu? Me chamo , mas pode me chamar de .
A apresentação começou e eu, pra ganhar mais pontos com ela, me atrevi a dedicar uma canção pra ela. Cerveja de Garrafa do Atitude 67, era a cara dela. Deixei pro final da playlist pra que eu ficasse tranquilo toda a apresentação, eu não ia sossegar até saber o que ela achou; além de gerar uma surpresa, né?
- A canção que vou tocar agora é a saideira, mas vai com dedicação pra uma pessoa muito especial. ! Obrigado por te vindo. - Percebi que ela ficou envergonhada, mas o sorriso que ela me dava dizia que tinha adorado a dedicatória. Comecei a cantar e em toda a canção eu fixava meu olhar ao dela, que cantava a letra com vontade. Eu queria sair dali correndo pra beijar aquela mulher.
Não deu certo realizar meu desejo, pois era bem requisitada no pagode. Uma morena linda, cheia de amizades, que alegrava a todos por onde fosse. Decidi relaxar e sentar numa mesa pra descansar, quando ia pedir minha cerveja, vi caminhando em minha direção.
- Uma cerveja pra refrescar nesse calorão, ! - Ela riu com a rima e eu só pude acompanhar.
- Obrigado, minha linda. Não vai entrar na piscina? - O clube onde tocamos possui piscina aberta ao público.
- Hoje não, hoje eu quero ficar com o meu pagodeiro favorito. Eu adorei a dedicatória; sendo tratada assim virei mais vezes.
- Você merece muito mais, venha e sempre haverá uma música para você. Mas não é sua primeira vez nesse pagode, né? - Pisquei pra ela e tomei minha cerveja.
- Mas dessa vez foi especial! E eu vim por você. - Coloquei minha cerveja na mesa e encarei , que me deixou sem palavras, mas ela continuava a sorrir pra mim. Era hora de beijá-la? Mas como eu faria isso?
Não precisei me preocupar, levantou de seu lugar, sentou em meu colo e me beijou no meio da galera do pagode! Não que eu ligasse pra isso, queria mesmo que todos vissem que eu finalmente estava beijando a minha morena. Por alguns segundos eu não soube o que fazer e fiquei paralisado, até entender o que estava ocorrendo. Sua língua tentava entrar em minha boca quando caí na real e retribuí o beijo quente daquela mulher. É... eu estava beijando a menina que eu sempre admirei enquanto cantava aos domingos no pagode. Essa era a única coisa que se passava na minha mente àquela hora.
O beijo tomou a devida profundidade e apoiei minhas mãos em suas costas. Eu não sabia que era possível, mas aquele beijo se encaixou de tal maneira que eu não queria parar de beijá-la. Eu queria mais daquele beijo quantas vezes fosse possível. Aquele encontro nem tinha acabado e já queria o próximo.
***
Depois daquele encontro vieram outros e outros, e já estamos há alguns meses nos vendo praticamente todos os dias. Tem sido uma delícia viver essa experiência e estar com é maravilhoso! Nos entendemos muito bem, não temos vergonha um do outro pra nada. Compartilhamos tudo o que temos vontade. Hoje é dia de pagode e estou terminando de ajeitar umas coisas na casa e me preparando pra pagar as contas que, olha, não estão fáceis. Ser pagodeiro não é só alegrias, temos os perrengues também. Eu vendo minhas missangas por aí pra completar a renda... brincadeira, nesse início não dá pra viver só do pagode. Mas essa é a minha maior alegria, então não largo nem pau.
Ouço a campainha tocar. Deve ser o Pericão que veio buscar uma roupa dele e daqui vamos pro pagode.
- Ei, cara! Entra aí! - Péricles entrou em meu apartamento com seu violão no ombro e sorriso no rosto, como sempre. Tá aí outro que ama o que faz.
- E aí, Bro. Tá pronto pra mais um pagode? O dono do local de hoje disse que os ingressos esgotaram. Sente só a responsa. - Mais um sorriso do meu amigo, ele estava ansioso pra esse show.
- Agora fiquei mais nervoso ainda Péricles. Brigadão. - Dei um tapa amigo nas costas dele.
- Relaxa!!! Você manja do que faz, vai ser tranquilo. - Convidei meu amigo pra sentar, enquanto pagava algumas contas.
- Ei. Esse mês a conta de luz veio um valor muito mais alto. - Resmunguei com meu amigo.
- Deve ser porque você vive em casa com agora. Não desgrudam. Aliás, cadê ela? Achei que estaria aqui. - Péricles olhou em volta, procurando-a.
- Ela tá em casa, foi se arrumar lá. Disse que aqui não tem uma roupa decente pra um pagode como o de hoje. Sabia que perdi um espaço do guarda roupa pra ela? Um dia desse quando vi, puff, uma coluna só pra ela. - Contei as novidades pra ele.
- Você realmente tá apaixonado por ela, não é? - Pericão perguntou sério.
- Tô, cara, de verdade. E tá sendo tão bom! Eu não quero outra vida, ao menos que a outra vida seja com ela. Um dia desse no mercado me peguei comprando uma toalha e escova de dentes pra ela. E deixei lá, no lado dela do guarda roupas. - Gargalhei pra meu amigo, me recordando da cena. Eu quero tanto na minha vida que aos poucos vou fazendo com que ela fique mais e mais.
- Daqui uns dias tá casando com ela. - O homem sentado no sofá me deu a ideia.
- Não seria má ideia. Você não acha muito rápido?
- Se você realmente a ama. O tempo não quer dizer nada. Faça o que o seu coração mandar, amigão, vai fundo! Agora larga esse computador aí mesmo e corra pro banho, ou vamos nos atrasar.
Péricles me ajudou a recolher a bagunça da sala, mas mal sabia ele que tinha plantado um uma semente em meu pensamento e eu estava mesmo idealizando como seria estar casado com .
***
Acordei mais cedo hoje pra preparar um belo café da manhã pra minha nega. Mesa posta e eu já preparava o café, quando o cheiro do café coado acordou minha linda.
- Bom dia, minha linda! Dormiu bem? - deu um beijo em minhas costas, que estava nua, arrepiando-me. Concentrei em minha atividade de cuidar do café.
- Muito bem, meu bem. Tive uma ótima noite de sono. - Ganhei outro selinho nas costas.
- Tem uma surpresa pra você na mesa. Dá uma olhadinha. - Apontei com a cabeça para a mesa pra ela olhar a caixa que lá estava.
- O que é isso? - mexia na caixa curiosa. Parecia uma menina quando ganha seu presente de Natal, minha menina.
- Veja aí. É pra você. Um presentinho pra não precisar ficar indo em casa quando for aos pagodes comigo. - Quando ela abriu a caixa seu rosto brilhou. Eu comprei um kit manicure e uma chapinha de cabelo.
- , não precisava! Eu tenho essas coisas.
- Não é sacrifício, meu amor! É pra ficar aqui mesmo. E você não precisar se preocupar em ir pra casa se arrumar. Eu quero você sempre aqui comigo, . Você não entende?
- Não, eu não entendo. - Minha linda sentou na cadeira enquanto eu levava o restante das coisas do café da manhã à mesa pra comermos.
- Eu explico: desde o dia que lhe vi aqui no prédio eu soube que você é o amor da minha vida. Eu quero você comigo pra sempre, . Eu quero te dar meu sobrenome e em troca ter uns filhos com a sua cara. - Me sentei ao seu lado.
- Filhos? , você tá bêbado? - Ela riu tentando aliviar a tensão.
- Calma. Não é pra agora, . Eu tô te contando meus planos e você está neles. Você quer estar nos meus planos? - Os olhos de se encheram de lágrimas, o sorriso no rosto tomou outra forma e eu queria sorrir daquela forma também.
- , eu preciso que seja mais claro nessa conversa. - Ela pegou uma xícara e serviu o café e depois pegou o pão e preencheu com os frios dispostos à mesa.
- , não sou tão bom com as palavras, mas vou tentar. Eu quero convidá-la a morar comigo. E depois com o tempo podemos casar e ter filhos, porque não? São planos para o futuro. Vamos nos conhecendo, mas morando juntos. Você passa grande parte do seu tempo aqui, não será difícil pra você, e muito menos pra mim, que sinto saudade antes mesmo de você ir. - respirou fundo e não disse mais nada, fazendo meu corpo gelar por um momento. E se ela não estiver na mesma vibe que eu? E se eu confundi tudo? ameaçou abrir a boca e meu coração disparou.
- Eu acho que acho que a gente se apaixonou, né? E, assim, o beijo da gente me viciou. Parece que a gente já tá dependente um do outro. Isso é amor? - Minha nega cantou a última frase e eu reconheci a música. Dependente, do Sorriso Maroto. Depois de cantarolar a parte da música, sorriu pra mim, colocou seus braços ao redor do meu pescoço, aproximando mais o rosto a mim.
- Se isso não for amor eu não sei o que é, , a única coisa que eu posso dizer a você é: sim!
- Então você me dá sua mão em casamento? No futuro, é claro!! – Descontraí, para ela entender que não precisa ser nada correndo.
- Não só a mão, como o coração também, mas ele já é seu faz um tempo. - Ela piscou pra mim e finalmente me beijou selando a nossa promessa de sermos um do outro pra sempre.
Saí de casa para encontrar com meus amigos e no elevador dei de cara com a amiga de uma vizinha. Já nos esbarramos em alguns pagodes por aí. A primeira vez que a vi, foi aqui no prédio mesmo, pedi a amiga dela que a convidasse para o pagode, ingressos por minha conta e desde então ela tem ido em alguns quando eu vou tocar. Nunca me atrevi a falar com ela, mas tenho certeza que já rolou umas trocas de olhares. Hoje é dia! Respirei fundo e pensei em algo legal pra falar com ela.
- Esse solzinho pede uma cerveja gelada, né não? - Joguei a frase. Quem resiste uma cerveja?
- Ô se tá! - Ela respondeu se abanando, concordando com o calor.
- Eu tô indo tocar um pagode na casa de um amigo. Você topa ir?
- Hum, hoje não vai dar pra mim, mas o próximo eu topo, sim. - Ela estendeu a mão e não entendi exatamente o que queria, então franzi a testa pra ela. - Seu telefone pra eu salvar meu número e a gente marcar esse pagode. - Entreguei meu aparelho a ela e um minuto depois já estava com seu número salvo com o nome Morena.
Mandei a mensagem para ela quando cheguei em casa a noite. Não sei o que deu em mim pra criar coragem e chamá-la pra sair; eu sempre quis um encontro com ela, mas eu achara areia demais pro meu caminhão. Nos pagodes que a vejo, meu coração perde o ritmo, e hoje foi diferente, ele disparou mais que o normal, me assustando, porém me deu coragem para chamá-la pra sair. E agora eu coloquei o plano em prática.
Recebi a resposta logo em seguida e meu coração, coitado, mais um vez disparou, e queria saltar pela boca. Meu Deus, como uma mulher pode mexer tanto assim comigo? Um sorriso largo invadiu meu rosto e já entrei em contato com meus parceiros de música, marcando o próximo pagode.
Na semana seguinte, lá estava eu nervoso parecendo a primeira vez que toquei com meus amigos. É que dessa vez ela estaria lá pra me encontrar e me ver tocar, especificamente. Não que ela já não tivesse visto antes, só que hoje está claro, ela disse que iria só porque seria eu quem ia tocar. Meus amigos todos riam e me diziam que eu estava caído por ela, sem nem mesmo ter beijado a morena. Ela, tem nome, claro: , ou como a chamam no pagode, . Eu? Me chamo , mas pode me chamar de .
A apresentação começou e eu, pra ganhar mais pontos com ela, me atrevi a dedicar uma canção pra ela. Cerveja de Garrafa do Atitude 67, era a cara dela. Deixei pro final da playlist pra que eu ficasse tranquilo toda a apresentação, eu não ia sossegar até saber o que ela achou; além de gerar uma surpresa, né?
- A canção que vou tocar agora é a saideira, mas vai com dedicação pra uma pessoa muito especial. ! Obrigado por te vindo. - Percebi que ela ficou envergonhada, mas o sorriso que ela me dava dizia que tinha adorado a dedicatória. Comecei a cantar e em toda a canção eu fixava meu olhar ao dela, que cantava a letra com vontade. Eu queria sair dali correndo pra beijar aquela mulher.
Não deu certo realizar meu desejo, pois era bem requisitada no pagode. Uma morena linda, cheia de amizades, que alegrava a todos por onde fosse. Decidi relaxar e sentar numa mesa pra descansar, quando ia pedir minha cerveja, vi caminhando em minha direção.
- Uma cerveja pra refrescar nesse calorão, ! - Ela riu com a rima e eu só pude acompanhar.
- Obrigado, minha linda. Não vai entrar na piscina? - O clube onde tocamos possui piscina aberta ao público.
- Hoje não, hoje eu quero ficar com o meu pagodeiro favorito. Eu adorei a dedicatória; sendo tratada assim virei mais vezes.
- Você merece muito mais, venha e sempre haverá uma música para você. Mas não é sua primeira vez nesse pagode, né? - Pisquei pra ela e tomei minha cerveja.
- Mas dessa vez foi especial! E eu vim por você. - Coloquei minha cerveja na mesa e encarei , que me deixou sem palavras, mas ela continuava a sorrir pra mim. Era hora de beijá-la? Mas como eu faria isso?
Não precisei me preocupar, levantou de seu lugar, sentou em meu colo e me beijou no meio da galera do pagode! Não que eu ligasse pra isso, queria mesmo que todos vissem que eu finalmente estava beijando a minha morena. Por alguns segundos eu não soube o que fazer e fiquei paralisado, até entender o que estava ocorrendo. Sua língua tentava entrar em minha boca quando caí na real e retribuí o beijo quente daquela mulher. É... eu estava beijando a menina que eu sempre admirei enquanto cantava aos domingos no pagode. Essa era a única coisa que se passava na minha mente àquela hora.
O beijo tomou a devida profundidade e apoiei minhas mãos em suas costas. Eu não sabia que era possível, mas aquele beijo se encaixou de tal maneira que eu não queria parar de beijá-la. Eu queria mais daquele beijo quantas vezes fosse possível. Aquele encontro nem tinha acabado e já queria o próximo.
Depois daquele encontro vieram outros e outros, e já estamos há alguns meses nos vendo praticamente todos os dias. Tem sido uma delícia viver essa experiência e estar com é maravilhoso! Nos entendemos muito bem, não temos vergonha um do outro pra nada. Compartilhamos tudo o que temos vontade. Hoje é dia de pagode e estou terminando de ajeitar umas coisas na casa e me preparando pra pagar as contas que, olha, não estão fáceis. Ser pagodeiro não é só alegrias, temos os perrengues também. Eu vendo minhas missangas por aí pra completar a renda... brincadeira, nesse início não dá pra viver só do pagode. Mas essa é a minha maior alegria, então não largo nem pau.
Ouço a campainha tocar. Deve ser o Pericão que veio buscar uma roupa dele e daqui vamos pro pagode.
- Ei, cara! Entra aí! - Péricles entrou em meu apartamento com seu violão no ombro e sorriso no rosto, como sempre. Tá aí outro que ama o que faz.
- E aí, Bro. Tá pronto pra mais um pagode? O dono do local de hoje disse que os ingressos esgotaram. Sente só a responsa. - Mais um sorriso do meu amigo, ele estava ansioso pra esse show.
- Agora fiquei mais nervoso ainda Péricles. Brigadão. - Dei um tapa amigo nas costas dele.
- Relaxa!!! Você manja do que faz, vai ser tranquilo. - Convidei meu amigo pra sentar, enquanto pagava algumas contas.
- Ei. Esse mês a conta de luz veio um valor muito mais alto. - Resmunguei com meu amigo.
- Deve ser porque você vive em casa com agora. Não desgrudam. Aliás, cadê ela? Achei que estaria aqui. - Péricles olhou em volta, procurando-a.
- Ela tá em casa, foi se arrumar lá. Disse que aqui não tem uma roupa decente pra um pagode como o de hoje. Sabia que perdi um espaço do guarda roupa pra ela? Um dia desse quando vi, puff, uma coluna só pra ela. - Contei as novidades pra ele.
- Você realmente tá apaixonado por ela, não é? - Pericão perguntou sério.
- Tô, cara, de verdade. E tá sendo tão bom! Eu não quero outra vida, ao menos que a outra vida seja com ela. Um dia desse no mercado me peguei comprando uma toalha e escova de dentes pra ela. E deixei lá, no lado dela do guarda roupas. - Gargalhei pra meu amigo, me recordando da cena. Eu quero tanto na minha vida que aos poucos vou fazendo com que ela fique mais e mais.
- Daqui uns dias tá casando com ela. - O homem sentado no sofá me deu a ideia.
- Não seria má ideia. Você não acha muito rápido?
- Se você realmente a ama. O tempo não quer dizer nada. Faça o que o seu coração mandar, amigão, vai fundo! Agora larga esse computador aí mesmo e corra pro banho, ou vamos nos atrasar.
Péricles me ajudou a recolher a bagunça da sala, mas mal sabia ele que tinha plantado um uma semente em meu pensamento e eu estava mesmo idealizando como seria estar casado com .
Acordei mais cedo hoje pra preparar um belo café da manhã pra minha nega. Mesa posta e eu já preparava o café, quando o cheiro do café coado acordou minha linda.
- Bom dia, minha linda! Dormiu bem? - deu um beijo em minhas costas, que estava nua, arrepiando-me. Concentrei em minha atividade de cuidar do café.
- Muito bem, meu bem. Tive uma ótima noite de sono. - Ganhei outro selinho nas costas.
- Tem uma surpresa pra você na mesa. Dá uma olhadinha. - Apontei com a cabeça para a mesa pra ela olhar a caixa que lá estava.
- O que é isso? - mexia na caixa curiosa. Parecia uma menina quando ganha seu presente de Natal, minha menina.
- Veja aí. É pra você. Um presentinho pra não precisar ficar indo em casa quando for aos pagodes comigo. - Quando ela abriu a caixa seu rosto brilhou. Eu comprei um kit manicure e uma chapinha de cabelo.
- , não precisava! Eu tenho essas coisas.
- Não é sacrifício, meu amor! É pra ficar aqui mesmo. E você não precisar se preocupar em ir pra casa se arrumar. Eu quero você sempre aqui comigo, . Você não entende?
- Não, eu não entendo. - Minha linda sentou na cadeira enquanto eu levava o restante das coisas do café da manhã à mesa pra comermos.
- Eu explico: desde o dia que lhe vi aqui no prédio eu soube que você é o amor da minha vida. Eu quero você comigo pra sempre, . Eu quero te dar meu sobrenome e em troca ter uns filhos com a sua cara. - Me sentei ao seu lado.
- Filhos? , você tá bêbado? - Ela riu tentando aliviar a tensão.
- Calma. Não é pra agora, . Eu tô te contando meus planos e você está neles. Você quer estar nos meus planos? - Os olhos de se encheram de lágrimas, o sorriso no rosto tomou outra forma e eu queria sorrir daquela forma também.
- , eu preciso que seja mais claro nessa conversa. - Ela pegou uma xícara e serviu o café e depois pegou o pão e preencheu com os frios dispostos à mesa.
- , não sou tão bom com as palavras, mas vou tentar. Eu quero convidá-la a morar comigo. E depois com o tempo podemos casar e ter filhos, porque não? São planos para o futuro. Vamos nos conhecendo, mas morando juntos. Você passa grande parte do seu tempo aqui, não será difícil pra você, e muito menos pra mim, que sinto saudade antes mesmo de você ir. - respirou fundo e não disse mais nada, fazendo meu corpo gelar por um momento. E se ela não estiver na mesma vibe que eu? E se eu confundi tudo? ameaçou abrir a boca e meu coração disparou.
- Eu acho que acho que a gente se apaixonou, né? E, assim, o beijo da gente me viciou. Parece que a gente já tá dependente um do outro. Isso é amor? - Minha nega cantou a última frase e eu reconheci a música. Dependente, do Sorriso Maroto. Depois de cantarolar a parte da música, sorriu pra mim, colocou seus braços ao redor do meu pescoço, aproximando mais o rosto a mim.
- Se isso não for amor eu não sei o que é, , a única coisa que eu posso dizer a você é: sim!
- Então você me dá sua mão em casamento? No futuro, é claro!! – Descontraí, para ela entender que não precisa ser nada correndo.
- Não só a mão, como o coração também, mas ele já é seu faz um tempo. - Ela piscou pra mim e finalmente me beijou selando a nossa promessa de sermos um do outro pra sempre.
Fim
Nota da autora: Sem nota.
Outras Fanfics:
» Depois de Você [Especial de Pagode]
» Eu já te quis um dia [Especial de Pagode]
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