Sábado, 24 de Setembro de 2016

"Nem pense que eu vou ter um DJ no nosso casamento". Colin dirigira seu olhar para a mulher que brigava aparentemente com seu noivo no café.
"Meu amor, é melhor termos um DJ do que uma banda em nosso casamento". Ele falou se aproximando e tocou o rosto da sua noiva que soltou um grunhido de desaprovação. Colin não queria, mas acabou por encarar o casal na fila para fazer o pedido. Ambos eram jovens como ele e então ele ficou analisando a mulher na casa dos vinte, era morena e seus cabelos lisos e curtos faziam sobressair mais o seu rosto, Colin não conseguira ver de que cor seus olhos eram. Talvez castanhos escuros ou mesmo pretos, ela era baixinha e parecia bastante delicada. E então Mellie dera um tapa nas mãos do seu noivo o fazendo rir, mas isso não parou o loiro que se aproximou roubando um selinho da noiva.
"Eu ainda estou brava com você". Ela disparou se afastando dele e direcionou seu olhar para Colin, sentando bebericando seu café e mexia no seu celular bastante distraído. Quando ele sentira que estava sendo observado procurou por todo o café até que a viu bastante distraída o observando. Quando os olhares se encontraram, Mellie conseguiu observar bem o seu rosto, seus cachos castanhos caíam sobre o seu rosto, seus lábios eram rosados e bem desenhados e seus olhos eram verdes. Colin abriu um sorriso para ela e Mellie imediatamente redirecionou o seu olhar para outro canto do café. Aqueles segundos o encarando pareciam minutos, não poderia ficar encarando estranhos durante tanto tempo e muito menos deixar ser apanhada tão na lata. Imagina se Matt a visse? Ele faria um escândalo e ela sairia do café bastante envergonhada.
"Quero que cancele o DJ. Só assim perdoo você". Mellie falara chamando a atenção do noivo que a encarou incrédulo.
"O quê? Mas, meu amor..." Matt começara em vão e então Mellie o encarou brava.
"Por quê? Matt, uma banda é muito mais romântico em um casamento. Por que não podemos ter uma banda tocando? Nós havíamos combinado que sua mãe escolheria meu vestido e eu poderia escolher a banda para o casamento. Ou sua mãe também obrigou você a escolher um DJ?"
Mellie perguntou irritada, colocando seus braços em frente ao busto. Matt a olhou ofendido, sabia que a noiva estava irritada por deixar sua mãe cuidar do casamento dos dois, mas pensara que era apenas mais uma birra da noiva que depois passaria. Mellie era organizadora de casamentos, seu casamento seria em poucos meses e ela não poderia nem escolher a cor da gravata do seu noivo porque sua sogra era exigente demais e queria tudo saindo do seu jeito. Isso causava várias brigas entre as duas e a pedido de Matt, Mellie acabava cedendo. Estava bastante obvio que era o casamento da família de Matt e não o seu. Ela estava se casando com toda a sua família não só com Matt e isso a deixava assustada.
"Eu entendo que esteja irritada comigo". Ele passou as mãos na cintura da morena e a puxou para mais perto dele. "Mas eu já assinei o contrato e já paguei o DJ, não tenho como voltar atrás". Colin agora voltara sua atenção para o casal. Eles estavam brigando, mas diferente dos outros casais, pareciam apenas ter uma conversa. O que os denunciava de fato eram os gestos e as feições faciais. A mulher do outro lado parecia realmente irritada, mas por incrível que pareça ela não estava gritando, ela parecia relaxada.
"Matt, me faz um favor e se casa com o DJ". Mellie falara alto demais pela primeira vez e arrancou risadas de Colin. Sim, ele estava rindo e não fazia questão de o esconder. "Então o que vai ser: eu, ou a porcaria do DJ?" E mais risadas desta vez não só de Colin.
"Você está metido em um grande rolo, meu filho". Um senhor na casa dos quarenta se dirigira para Matt.
"Mulheres".
"Eu vou resolver isso, meu amor''. Mellie o olhara com uma expressão de "é mesmo?" e se aproximara para fazer seu pedido no caixa. ''Eu já disse que você está linda hoje?".
Matt pousara as mãos novamente na cintura da sua noiva e aproximou os seus lábios no dela. "Aqui não". Mellie detestava demostração de afeto ao público, por mais que ela e Matt se conhecessem há demasiado tempo, ela não era capaz de o beijar em um lugar repleto de pessoas. O que poderia ser um problema no dia do casamento. Mas ele ignorara o que a noiva dissera e aprofundara o beijo até que foram interrompidos por Matt vibrando. Mellie o olhara com uma expressão de "você não vai atender esse celular", mas quanto mais vibrava, mais Matt ficava aflito, não fora surpresa nenhuma que ele atendera o celular logo a seguir.
Sem o noivo por perto, Mellie olhara mais uma vez para o cara-gato-de-olhos-verdes-intensos, e aí estava ele, parado lendo uma revista bastante descontraído e calmo. Como alguém consegue ser assim tão bonito? Ela se perguntara e deu uma risada interna. Ela iria se casar com Matt Harrison, seu melhor amigo que também não era de se jogar fora. O que mais ela poderia querer? Então Mellie olhara para suas mãos bonitas mas o que chamara atenção era a revista em suas mãos "Como ter o casamento dos sonhos" e seus olhos se arregalaram. Ele era gay?
Ah céus! Ele não parecia nem um pouco gay. É claro que ele era gay, que homem em pleno século XXI lê revistas sobre casamentos? Rá rá.
Mellie não se dera conta de quando Colin se levantara e andava em sua direção. Sim, sua direção, ela queria olhar para ele mais uma vez mas quando viu uma figura loira do seu lado e com um barrigão, ela não teve escolha, se não prestar atenção na mulher.
"Melissa Corwel, aí meu Deus, é você mesmo." E antes mesmo que Mellie respondesse a mulher a abraçara. "Sou Linda Smith, você organizou o meu casamento três primaveras atrás".
Mellie a olhou e de repente se lembrara do casamento da loira, fora um dos casamentos mais bonitos que já organizara em toda a sua vida, ainda assim um dos mais estressantes. Mellie se lembrou das vezes em que quase arrancou a cabeça de Linda por ser demasiada exigente. Mas depois de ver Linda e o noivo, agora marido, Conrad, chorando no meio da cerimônia ela soube que Linda queria que tudo fosse perfeito, era o seu casamento e ela tinha todo o direito que fosse perfeito. A cerimônia fora tão linda que todos os convidados a parabenizaram por seu ótimo trabalho. No final do dia, o que importava era que a noiva estava feliz. Se a noiva quer alguma coisa, ou você dá o que ela quer ou a convence de que ela pode ter algo melhor ainda.
"Nunca cheguei a agradecer pelo meu casamento. Você fez um ótimo trabalho".
"Ah, que isso. Foi prazer trabalhar com você". E por mais que Linda fora uma megera na época do seu casamento ela havia ensinando a Mellie como lidar bem com noivas e a tornara numa das melhores casamenteiras de toda Londres, e por isso ela estava grata. "Parabéns pelo bebé. Conrad deve estar uma pilha".
Mellie rira se lembrando o quão sensível Conrad era, das poucas vezes que ela conviveu com o casal, parecia que Conrad era a mulher da relação e Linda o homem por ser mais firme que o seu parceiro.
"Ele não parece o mesmo, você acredita que ele construiu o berço sozinho?". Mellie negara com a cabeça e viu os olhos de Linda brilharem de tanta empolgação. "Preciso ir, foi bom rever você, Melissa. Eu estava apenas passando e quando vi você pensei "Por que não agradecer pelo casamento de sonho?". Ah, Flora me disse que vai se casar com Matt, não esqueça de me convidar para o casamento. Espero que seja de sonho, você merece".
Linda a abraçou e no meio do abraço Mellie agradecera. Casamento de sonho? Isso ela não teria. Mas esperava ser tão feliz quanto Linda aparentava ser. Ela sorriu quando entregaram o seu chá e o descafeinado de Matt e se sentara em uma das mesas relembrando o casamento de Linda, ela vestida de noiva borrando sua maquiagem porque as flores de seu buquê não eram loureiro, e sim, lilases. A loira quase desistiu do casamento porque seu buquê era horrendo. E na verdade era um dos mais bonitos que ela já vira. Sentada em sua mesa, Mellie vira Matt a acenando ainda falando no celular. Ela tinha certeza que era Hilary, sua sogra enchendo a cabeça do noivo com bobagens, mas apenas levantou o copo do noivo e o viu fazer uma careta e ela riu.
"Então você é a famosa Melissa Corwel". Seus olhos levantaram-se e encararam o homem parado na sua frente. Sua voz era rouca e sexy, céus ele era bem alto trajava umas jeans pretos e uma camisa da mesma cor. Se sentindo incomodada com aquela posição se levantara mas mesmo assim ele era bem mais alto que ela, deu um sorriso amarelo e o encarou de novo.
"Da última vez que eu chequei, não era tão famosa assim". Falou rindo e ele a seguiu e depois se instalou aquele silencio constrangedor.
"Sou Colin White e a minha irmã é uma fã do seu trabalho". Colin falou e olhara para os olhos de Mellie, eles eram castanhos escuros, pareciam cafés. E conseguia ver o quão sem graça ela estava com toda a situação.
"Eu não queria atrapalhar você, mas não poderia deixar de dizer que minha irmã queria você fosse a organizadora do seu casamento, é o sonho de qualquer noiva, pelo visto. Ela vai se casar daqui a duas semanas e temos observado bastante o seu trabalho. É genial o que você consegue fazer. Você transforma o sonho de qualquer noiva em realidade. Emma não vai acreditar que eu conheci você, me sinto bastante honrado como madrinha”.
Mellie apenas riu, gostara tanto de ouvir Colin a elogiando, mas o fato de que ele seria madrinha no casamento da irmã era hilariante. Mellie não fez questão esconder que ria da situação e bem Colin não se importava. Era sua irmã, sua única irmã. Se ela pedisse que ele usasse um vestido no dia do seu casamento era o que ele faria. Emma era a sua princesa e ele só queria que a irmã mais velha fosse feliz.
"Pode rir a vontade". Colin dissera sem se importar e deu um sorriso para Mellie, e ela suspirara decidindo parar já com isso. Mas não poderia deixar de dizer que a atitude dele a deixou encantada. Quantos homens eram capazes de aceitar algo do tipo? Matt jamais aceitaria, ela o conhecia bem o bastante para saber que ele se recusaria milhares de vezes.
"Isso parece Made of Honor" Ela disse se lembrando do filme, um dos seus favoritos. "Obrigado pelos elogios, mas eu apenas tento fazer as noivas felizes. É o dia delas, é o mínimo que posso fazer, toda mulher merece o seu casamento de sonho".
"Você também merece um casamento de sonho". Fora o que Colin dissera e ela o olhou incrédula, ele riu e repetiu o último trecho da sua frase. Mas isso não apagou a sensação estranha que Mellie sentira quando ele dissera que ela merecia um casamento de sonho, Colin a olhando profundamente não ajudava muito.
"Como tem sido essa experiência como madrinha?".
"Uma loucura, principalmente por ser um homem. Eu não entendo muito sobre casamento mas tenho aprendido muita coisa dia após dia. Meu trabalho é apoiar a minha irmã e isso não é tão difícil assim". Eles riram.
"Por que você escolheu essa profissão?" Nunca haviam a perguntando tal coisa, anos trabalhando e nunca ninguém a tinha perguntado porque ela realizava casamentos de outras mulheres. Ninguém até o Colin.
"Eu já tinha pensando na ideia, mas nunca havia realmente ligado. Em um verão antes da minha irmã se mudar para Bath nós assistíamos Rich Bride Poor Bride e pode parecer loucura, mas eu só me encantei mais ainda. Os olhos brilhantes, a alegria e a felicidade daquelas mulheres ao ver o casamento de sonho delas se realizando era incrível. Eu fiquei pensando "Por que não?". No princípio eu não tinha experiência nenhuma, era apenas uma garota tentando ser bem sucedida em algo que queria fazer. Mas depois eu comecei a me focar em fazer todas as mulheres felizes, passei noites em claro assistindo filmes, lendo livros e, bem, invadi muitos casamentos até eu ficar com um conhecimento sólido sobre o assunto. Me lembro do primeiro casamento que organizei a noiva me agradeceu pelo meu trabalho incrível. Mas eu fui tão ruim e pedi desculpas por isso ela me olhou e disse que eu era o casamento de sonho porque estava se casando com o homem que ela amava e todo mundo estava feliz. Com tempo passando, eu comecei a achar tudo mais fácil e decidi criar a minha própria empresa com a minha melhor amiga, Flora. Juntamos o melhor uma ao da outra e bom, deu certo".
Mellie soltou um grito quando notara que estava falando demasiado, fale sobre casamento e ela não fecha a matraca.
"Me desculpa. Eu sempre me empolgo falando sobre isso".
"Tudo bem, eu perguntei e você estava tão empolgada que acabei me empolgando também". Colin dera um sorriso e Mellie sorrira de volta. "Foi um prazer conhecer você, Melissa". Aquilo fora um adeus e a medida que Colin ia se afastando Mellie se perguntava se deveria ou não dar o seu número a ele. Era apenas o seu número, não tinha mal nenhum. Ou tinha? Talvez ele fosse precisar de ajuda e, bem, ela é uma das melhores do ramo e ela gostara dele. Nem Matt a aturava quando ela começava a falar sobre o seu trabalho mas Colin parecia encantado. Então ela tirou o cartão branco com os seus dados no bolso traseiro, esse era diferente dos outros pois tinha o seu número pessoal.
"Colin, esse é o meu cartão. Sabe, caso você precisar de ajuda sendo madrinha". Ela riu e estendeu a sua mão com o cartão para Colin pega-lo, as mãos dos dois se tocarem e Mellie o encarou visivelmente envergonhada e com medo de que Matt visse a cena. Colin pegara o cartão e o guardara no bolso na sua jeans escura.
"O último número é o meu número pessoal".
"Caso eu estiver muito desesperado a ponto de vestir um vestido de madrinha eu ligo para você". Colin acenou e saiu do café a deixando sozinha em sua mesa, Mellie bebeu o seu chá e fez uma careta pelo mesmo já estar frio. Matt foi se aproximando e não estava com um semblante muito feliz. Ele era ciumento até com a própria sombra.
"Quem era aquele cara?" Ele perguntou e Mellie revirou os olhos se levantando irritada.
"Um admirador do meu trabalho". Ela falou dando de ombros e se lembrou que não havia perguntado o que Colin fazia. Que indelicadeza da sua parte.
"Você acredita que ele é madrinha no casamento da irmã?!" Matt rira fazendo com que ela fizesse o mesmo.
"Mentira". Fora tudo o que o loiro dissera a fazendo rir mais ainda. "Eu alguma vez menti para você? Ainda mais um assunto sério como esse". Mellie fingiu estar brava e Matt deu um beijo em sua bochecha.
"Não". Ele respondera calmo e sorrira.

Sexta-Feira, 7 de Outubro de 2016

Os primeiros raios de sol adentravam no quarto de Mellie a fazendo puxar a sua almofada e esconder o seu rosto na mesma, ela murmurou palavras desconexas e se xingou mentalmente por não ter posto cortinas em seu quarto.
O cheiro de café e torradas queimadas inundaram o seu quarto e estômago revirara a lembrando que ela não comera nada de jeito no dia anterior. A noiva se levantara e tomara um banho quente e rápido, escovou os dentes e vestira as primeiras peças que encontrou no seu quarda-roupa. Sem pentear o cabelo se dirigiu a cozinha encontrando Matt e India, sua cunhada, conversando animadamente. Ela deu um bom dia entre dentes e pegou uma xícara e se serviu com café.
“Alguém caiu da cama hoje”. India falou e Mellie a lançou um olhar mortal arrancando risadas de Matt. “Ainda chateada por ontem? Mellie você sabe que foi apenas uma brincadeira”. India tentou em vão e a cunhada a ignorou ligando a TV e colocando desenho animado, estava dando Stoked um dos seus preferidos.
“Mellie, olha para mim”. Mellie suspirou irritada se lembrando da noite passada, em que os irmãos Harrison a fizeram passar uma grande vergonha em frente a família toda. Hilary organizara um jantar em sua homenagem talvez apenas para mostrar a família toda que Mellie não era a mulher ideal para Matt. Os dois irmãos a garantiram que era uma festa a fantasia e Mellie se vestira de pirata sexy, mas na verdade era um baile de máscaras e existe uma diferença grande entre os dois eventos. Um jantar cheio de gente importante e ela vestida de pirata sexy. Hilary ficara verde assim que pusera os olhos nela.
“Não tínhamos como saber que você iria de pirata sexy”. Mellie atirou a almofada em India a fazendo rir. “Minha mãe ficou verde quando viu você”. India falou ficando empolgada com a situação e fora hilária e Mellie por um segundo cogitou que Hilary a expulsaria de sua casa.
“Não dê corda, India”. Matt olhou para a noiva jogada no sofá da sala e riu. Eles realmente iriam se casar? Ele se casaria com sua melhor amiga. Ele se sentia sortudo por isso, Mellie era fantástica. Já o era na época em que conheceram na faculdade mas a garota conseguiu lhe surpreender. “Meu amor, minha mãe te adora”.
Matt falara com tanta convicção o que fizera com que Mellie cuspisse o café em sua boca. Hilary a odiava e ela sabia bem disso. Por mais que Matt tentasse pensar o contrário, ela o sabia e não havia nada a fazer. Talvez com o casamento a sogra começasse a gostar mais dela.
“Temos aula de dança com Sheila”. Mellie falara se lembrando do fato de que ela andava semanas ensaiando a coreografia com Matt e o loiro não acertava nenhum passo, acabava sempre pisando o pé da parceira.
“Hoje é dia de sair com os caras”. Matt odiava as aulas de dança mais do que tudo, aquela era a parte mais chata de todo o casamento. Mellie resmungou alguma coisa e India riu.
“Você pode sair depois do ensaio”. Mellie decidiu prestar atenção no desenho animado que ainda passava na TV. “Agora está na hora do meu desenho”. Matt a observou e disse que ia sair, deu um beijo na testa da irmã e um tapa na coxa da noiva que o mandou sair da frente da TV. Matt ultimamente estava a tirando do sério, desde que os preparativos do casamento começaram ele se tornara uma pessoa diferente, já não era o Matty com quem ela aceitou se casar.
“Está tudo bem com vocês?”. India perguntou se atirando no sofá ao lado de Mellie, a morena apenas a olhou e deu de ombros e voltou sua atenção para a TV.

Mais tarde…

Emma ficara feliz quando Colin ligara e contara que havia conhecido Melissa Corwel, agora a mulher com o cabelo tingido de azul queria conhecê-la a todo custo.
“Preciso tê-la no meu casamento”. Emma pegou duas cervejas na geladeira da casa de Colin e deu um gole na sua. Colin agradeceu a sua cerveja e viu a irmã se sentar no sofá completamente eufórica. “Como ela é? Você viu o noivo dela, Matt? Dizem que ele é um sonho. Ela é bonita?” Emma despejara tantas perguntas sobre Colin e ele apenas riu se lembrando do seu encontro com a morena.
“Ela é bonita, inteligente, engraçada, delicada e parece ser meiga. Vi, ele é normal. Acho que já disse que ela é bonita”. Colin deu de ombros e fez uma careta para a irmã. “Ela vai se casar daqui a uns meses, não sei quando”.
“Isso não importa. Céus ela vai se casar. Sabe o quão importante isso é?” Colin queria dizer que não sabia, mas achou melhor não cortar a irmã. Afinal ele era a madrinha, era a sua obrigação ouvir o que ela tinha para dizer.
“Londres toda, sem falar Inglaterra, está de olho nesse casamento.” E Matt é um Harrison, descendente de um duque. Aquele casamento tinha muito mais peso do que parecia. Para Colin aquilo não tinha muita importância. Eram apenas duas pessoas se casando.
O fato de Melissa estar se casando com Matt o incomodara um pouco. O cara deixava sua mãe planejar o casamento deles, quando era o sonho e trabalho da sua parceira, ele não a deixou ficar com a banda que ela tanto queria para o casamento e sequer se esforçara para mudar a situação. Será que Matt realmente amava Melissa quanto ela merecia?
“Como andam os preparativos para o meu chá de panela?”. Emma perguntou meia-hora depois de dizer o quanto Melissa era incrível. Colin ficou verde e teve que respirar várias vezes e olhar para a irmã mais velha completamente animada.
“Bem”. Colin deu um sorriso amarelo e deu um gole em sua cerveja. Chá de panela? Ele pensara que isso seria organizado pela sua mãe, e mais ele nem sabia que como organizá-lo. Becky, sua prima completamente irritante e melhor amiga de Emma estava a espera que Colin falhasse. Emma olhou para o irmão de relance lutando contra ela mesma se o dizia ou não.
“Você é tão péssimo mentiroso”. Colin bebeu a sua cerveja e riu. Ela o conhecia tão bem que chegava a ser irritante. “Sempre posso pedir a Becky, sei que ela não vai se importar”.
“Eu me importo. Eu sou madrinha e se você pedisse para eu vestir um vestido, Emma, eu o faria sem piscar os olhos. Acho que consigo organizar o seu chá de panela”. Deixar a Becky ganhar o dava naúseas.
“Você de vestido me parece uma boa ideia”. Emma cantarolou e Colin largou a sua cerveja na mesa do centro a fazendo levantar a sua sobrancelha.
“Emma, acho melhor você correr”. E antes que a garota de cabelos azuis dissesse alguma coisa, Colin se levantara e Emma começou a correr pelo apartamento rezando para não ser apanhada. Minutos depois Emma acabou por tropeçar no tapete felpudo de Colin.
“Eu me rendo”. Emma gritou e Colin gargalhou e estendeu as suas mãos e a ajudou a levantar-se. “O tema vai ser Halloween, para ver o quanto eu amo você, irmãozinho”. Ela estava suando e teria um encontro com Sam, não podia conter um sorriso quando pensava em seu noivo. Haviam se conhecido por intermédio de uma amiga em comum e ficaram amigos. Ela apenas o via como o Sam, o cara que quando um relacionamento corria mal ela corria atrás e desabafava com ele e acabava dando risadas por ouvir o quanto o encontros de Sam corriam mal. Ele era o único cara além de Colin que ela conseguia chorar na frente dele sem se importar se a sua maquiagem estava borrada. Sam era seu melhor amigo, e que homem simplesmente passa a vida limpando suas lágrimas se não por amor?
Colin revirou na cama pela décima vez e saiu do quarto para não acordar a garota que dormia na sua cama. Qual era mesmo o nome dela? Denise? Não, era qualquer coisa com K. Talvez fosse Kara. Isso realmente importava? Era a segunda noite em que ele não conseguia pregar os olhos. Estava pensando nela, no sorriso dela. Para ser mais exato, no quanto os seus olhos brilharam enquanto ela falava sobre o seu trabalho. Ele não poderia se dar o luxo de se sentir atraído por ela. Céus, Melissa era proibida para ele. Como um doce. E Melissa cheira a baunilha.
Merda. Com tantas mulheres no planeta, você foi logo se interessar pela intocável Melissa Corwell.

Owen entrou no apartamento de Colin como um furação. Abriu a geladeira e tirou o pote de leite bebendo no pacote. Viu uma loira sair de relance no quarto de Colin, ela estava fugindo. Sua vontade de rir foi imensa, a garota saindo pelos dedos dos pés para não fazer nenhum barulho e com seus saltos na mão esquerda. Walk of shame sempre era divertido, muito melhor do que ouvir Tiffany, sua mulher, reclamando que ele não fazia nada. Ele era o homem da casa, já era muito trabalho! Um trabalho nada fácil.
“Owen, estou a começar a pensar que estás apaixonado por mim”. Colin surgiu com seus cabelos molhados e apenas de short. Owen deitado no sofá apenas mandou o dedo do meio para o amigo, que gargalhou.
“Você não faz o meu tipo”. Owen fez uma voz afeminada e ele riu, preparando ovos mexidos e bacon.
“Eu faço mais o tipo da Tiffany. Cadê ela?”.
“Fale mais isso sobre a minha mulher e eu quebro a sua cara”. Ele disse e Colin deu um sorriso, gostava de ver o quão protetor Owen virava quando se tratava da mulher. “Ela está ótima”
“Preciso que ela me ajude com o chá de panela da Emma”.
“E o prêmio para madrinha do ano vai para; tcha tcha tcham: Colin White”. Colin revirou os olhos, detestava quando os amigos riam do fato de que era madrinha de Emma.
“Por que você não pede ajuda para uma das amigas da Emma?”. Será que ele deveria ligar para Melissa? Não, não era boa ideia.
Melissa Corwell andava roubando suas noites. Ela estava o deixando doido. Ele não precisava da ajuda dela, ele era capaz de fazer sozinho e caso precisasse tinha a sua mãe e tinha os seus amigos, quatro caras que não entendem patavina sobre casamentos. Além de revistas, blogs e alguns vídeos. Colin estava ficando cansado de ler tanto sobre casamento. Parecia que ele era que iria se casar, parecia que ele era uma noiva. Em uma de suas sessões fotográficas, Miriam, sua assistente, escolhera jasmim como buquê da noiva que não combinava com o vestido sereia da noiva e muito menos com o seu penteado, tudo parecia tão sem vida. A modelo parecia tão sem vida. Seu rosto gritava: não quero me casar. Seria melhor para ele se deixasse de ler tantas revistas.
“Não consigo parar de pensar na Melissa”. Colin se jogara no sofá, Owen franziu as sobrancelhas e o encarou.
“Melissa, a organizadora de casamentos? Que vai se casar?!”
“Okay, estou me sentindo um idiota”. Disse e bebeu a sua cerveja que estava largada na mesa de centro. “Melissa é diferente”.
“Colin, ela vai se casar”. Owen deu um tapa nas costas do amigo que o olhou furioso.
“Impossível me esquecer, visto que você me lembra de cinco em cinco minutos”.
“É um casamento, Colin. São vidas de outras pessoas, você não pode simplesmente chegar e brincar com isso. Ela pode ser mais um dos seus caprichos”.
“Melissa é diferente, quando ela sorri seus olhos brilham, a risada dela é bonita, o sorriso dela é bonito sem ser exagerado. Sei lá, cara”.
“Você tá fodido”. Owen riu e bebeu sua cerveja enquanto Colin massageava suas pálpebras cuidadosamente. “Voce só a viu uma vez no café e já está todo bobo. Parece apaixonado”.
“Não estou apaixonado por ela”. Colin disse bravo e se lembrou da primeira vez que a viu, seus cabelos curtos voavam sobre o vento, ela parecia tão distraída. Colin ficou a encarando boquiaberto enquanto ela caminhava na sua direção sorrindo, ele sorriu de volta, um sorriso bobo pela beleza da mulher. E então ela passara por ele e Colin a seguiu pelo olhar e a viu beijar o homem a sua atrás. Ela estava fora do mercado.

Sábado, 8 de Outubro de 2016
“Josh, mexe esse bumbum” Sheila gritou a todos pulmões fazendo o moreno tentar mover o seu quadril, uma tentativa falhada. “Você é o homem e deve conduzir essa bela dama”. Esse é o seu trabalho. Pensou Sheila ao ver o moreno pisar os pés na sua parceira, Claire, prima de segundo grau de Matt.
A latina foi andando pela sala e observou Mellie revirar os olhos pela décima vez. Provavelmente Matt a pisara de novo. Sentiu o suor cair da sua testa e se aproximou.
“Matt, eu vou ficar cheia de calos”. Mellie se queixara e ouviu o noivo resmungar algo de volta. Sheila se aproximou e os separou de modo que ficassem cada um do seu lado. “Matt não está seguindo bem os passos”. Sheila revirou os olhos dada a reclamação da noiva.
“É a primeira dança de vocês, as pessoas esperam algo mágico, esperam ver a paixão que um sente pelo outro, esperam ver o quanto se amam nessa dança”. Sheila fez com que Mellie e Matt ficassem um de frente para o outro. “Eles querem ver o quanto se desejam, o quanto lutaram para ficarem juntos. Matt, pode ser apenas uma dança para você, mas é a vossa história, a demonstração do quanto se amam”. Sheila dera tapas nas costas de Matt que pegara Mellie pela cintura e a puxara mais para si.
“Obrigado, Sheila”. Então Matt a rodara e começaram a fazer a coreografia de novo. Sheila não parecia nem um pouco feliz, Matt parecia um rôbo. Seus passos eram tão mecânicos que a faziam ficar com enxaqueca.
“A puxe mais perto de si”. O casal ficara com os corpos mais colados que Mellie podia sentir a respiração de Matt no seu rosto. Matt a girara e quase que ela cairia. “Vocês não estão em sintonia”.
Sheila revirou os olhos em reprovação. Eles iriam se casar e se comportavam como melhores amigos. Matt a tocava como se ela fosse proibida para ele. Não seria um problema se eles não fossem um casal e se estavam prestes a se casar.
“Quanto tempo que vocês estão juntos?”. Mellie a olhou se questionando o porquê daquela pergunta. Respirou fundo e se deixou ser levada pelo noivo.
“Fez três anos dia 29 de Julho”. Mellie respondera e Matt deu um cutucão que não passou despercebido por Sheila. Ela sabia a data, lógico que sim, era o aniversário deles. Era impossível ela não saber a data.
“Isso foi meu aniversário”. Matt dissera irritado, fazendo a noiva arregalar os olhos e tossir descontroladamente. “Acho que é em 24 de Setembro”. Ele dera de ombros tentando se lembrar da data em vão.
“Era o seu aniversário com Leah”. Mellie estava zangada, ele não se lembrava da data de aniversário deles, mas dele e da ex, se lembrava. Aquilo fora no mínimo humilhante.
“Tudo bem, isso acontece muitas vezes”. Sheila falara para quebrar o gelo e Matt riu por estar se safando. Havia cometido um grande deslize e sabia o quanto Mellie estava zangada.
“Sério?”. Ele perguntara contente e Mellie o olhou atônita demais para o responder.
“Sr. Harrison, o fato de que você se lembra do aniversário de namoro com a sua ex-namorada demostra o quão empenhado está na relação”. Matt se encontrava boquiaberto, quem ela era para falar assim do seu relacionamento?

“Nosso aniversário é dia 24 de Agosto”. A voz de Mellie sai embargada e Matt ficou sem graça.
“Mellie, me perdoe”. Ele começara inutilmente e a mulher quase que chorava, seu rosto estava vermelho e seus olhos marejados. Ela se afastara dele brutalmente sem ninguém perceber e Matt entendera tudo. “ Isso não significada nada, vou me casar com você”.
“Conversamos quando chegarmos em casa”.
Matt se afundara ainda mais no barco em que estava. Sheila olhou para o jovem casal em desaprovação. Ela estava sendo paga para os ajudar com a coreografia, não separá-los. Puxou Matt e começara a conduzi-lo da maneira que ele deveria conduzir sua noiva. Ele a olhou pela primeira vez reparando no rosto da mulher pela primeira vez. E olhou sua melhor amiga com uma feição de desapontada no rosto.
“Quero que trabalhem nessa parte da coreografia”. Ela girou Matt e ele seguiu os seus movimentos. Mellie reparara o quanto suas madrinhas dançavam perfeitamente com seus parceiros. E ela e Matt pareciam duas baratas tontas dançando.
“Acho que posso fazer isso”. Matt estendera sua mão para Mellie. A morena se levantou e pôs as mãos no ombro do parceiro ignorando as suas mãos estendidas.
Matt guiava Mellie com uma destreza impressionante. A morena ainda se encontrava furiosa, logo não se deixou abalar pelos esforços do parceiro. Ela era organizadora de casamentos, sabia o quanto pequenos detalhes como ele se lembrar do seu aniversário com a ex-namorada podiam significar.
E se ela e o Matt não estavam destinados a ficarem juntos? E se tudo fosse um erro? E se ela se casasse com o homem errado? Ela amava Matt, mas será que o amava tanto a pouco de se casar com ele e passar o resto de suas vidas juntos?
Perguntas como essas a atormentavam mais do que deveriam. Ela e Matt gostavam um do outro e iriam se casar. Aquilo definitivamente não era um sinal e ela não deveria se preocupar.
“Que tal uma pausa?” Sheila falou assim que os joelhos de Mellie fraquejaram. “Podem ir beber uma água”. Ela gritou para que todos na sala ouvissem, os casais se separavam enquanto Mellie se afastava até os cacifos. India saltou nas costas do irmão o fazendo rir.
“Você tem cinco mensagens na caixa postal”
Mellie arregalara os olhos e ligara para a sua caixa postal e ouviu uma voz desconhecida.
“Melissa, aqui é o Colin White. Nos conhecemos semana passada no café”. Ele deu uma pausa e ela mordeu os lábios nervosamente. “Se lembra que eu poderia ligar para você caso precisasse de ajuda? Minha irmã me avisou que eu iria organizar o seu chá de panela. Não seria um problema se eu soubesse organizar um, (Risos) me ligue quando ouvir essa mensagem. Tenho menos de 12 horas e não sei o que fazer”.
O que ela faria? Colin parecia bastante desesperado e ele era um homem que não entendia nada de casamentos, ela precisava ajuda-lo. Ficar no ensaio e encarar Matt sem se lembrar o quão furiosa estava, seria bastante difícil. Ela precisava de um tempo longe e nada melhor do que fazendo algo que ama.
Mesmo que isso implicava ficar perto de Colin White. O cara que a intrigava.
Sem pensar mais ela discara o número de Colin e falou a todos pulmões. “Aceito”
“Aonde você está?”. Ela perguntou vestindo o seu casaco e Matt a olhou intrigado.
“Em casa, eu envio o meu endereço por sms”. Sua voz era rouca e isso a fazia derreter por dentro, porque era uma das mais bonitas que ela já ouvira. “Não quer que eu pegue você? Olha, é o minimo que posso fazer”. Ela negou e se aproximou do noivo que conversava com Sheila.
“Ligo quando estiver chegando”. E desligou encarando-o. Sua vontade era de estapea-lo mas se controlou. “Matt, surgiu uma situação de trabalho e preciso sair mais cedo do ensaio. Você pode ir sair com os seus amigos, se quiser”. Matt a olhou e o grupo que pessoas que se encontravam na sala festejaram pelo ensaio acabar mais cedo.
“Mellie, podemos conversar?”. Ela parou e o encarou, Matt ficara frente a frente com a noiva e deu tapinhas no seu ombro. “Está tudo bem com a gente?”.
“Claro, por que não estaria?” Respondeu irritada e saiu apressada o deixando confuso no studio com Sheila.

Uma hora depois…
Mellie bateu a porta da casa de Colin. Colin abriu a porta trajando apenas uma jeans e uma t-shirt velha do Hard Rock e estava descalço. Seus cabelos molhados deixavam seus cachos ainda mais definidos, seus olhos agora estavam cinzentos. Mellie observava a decoração do seu apartamento. Era moderna, mas ainda assim bastante elegante e demasiado arrumada para um homem.
“Ah, cara. Ela é ainda mais bonita do que você falara”. A voz chamara atenção de Mellie e ela deu um sorriso amarelo. O loiro irlandês de olhos azuis como o mar rira da reação da mulher a sua frente. “Sou Owen, o namorado do Colin”. Owen fez uma voz afinada e pôs as mãos na cintura a fazendo rir. Colin atirou uma almofada em Owen fazendo Mellie rir mais ainda.
“Infelizmente ele não gosta de assumir o nosso caso para mulheres bonitas”. Hiran piscara os olhos para Mellie e Colin deu um tapa na sua cabeça. “Viu só, Melissa? Colin, sou todo teu”.
“Tiffany te mata se te ouve falar isso”.
“Há Owen para todo mundo” Owen olhara para Mellie que negava e ria.
“Emma disse qual vai ser o tema?”.
“Emma quer que seja sobre Halloween”. Colin deu de ombros e riu. Halloween era um tema diferente mas nada que ela não conseguisse fazer. Daria um trabalho danado, Halloween não inspira romance. Mellie já conseguia visualizar que flores usaria, como a mesa ficaria. Tudo parecia claro em sua mente.
“Você quer beber alguma coisa?”. Mellie tirou o seu casaco e pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha. Colin ficou seguindo cada movimento seu até Owen estalar os dedos no seu rosto. Era impressão sua ou estava quente ali? Colin apareceu na sala com duas garrafas de água e estendeu uma na sua direção, ela pegou e a abriu bebendo o conteúdo da mesma logo a seguir.
“Você parece um idiota. Feche a boca, não aguento ver tanta baba”. Owen falou rindo e Colin revirou os olhos em reprovação.
“Babaca”. Ele murmurou baixinho e a olhou outra vez. Melissa agora estava mexendo em seu celular distraidamente. Faltavam poucas horas para o chá de panela de Emma e ela precisava fazer um milagre. Ligou para Flora, sua melhor amiga e sócia pedindo ajuda. Não fora nenhuma surpresa que a loira reclamou demasiado no outro lado da linha. Era seu dia de descanso e ela teria que sair do seu lindo apartamento ajudar um desconhecido. Depois de Melissa implorar tanto Flora aceitara com a promessa de que teria duas semanas de férias depois do casamento de Monique Filerman e Kevin Schwarz.
“Podemos começar por tratar da mesa? Eu encomendei alguns doces com a minha confeiteira Lucy, Flora está tratando dos arranjos e abóbora personalizada. Owen, você pode ir pegar a Flora na florista? Colin e eu vamos tratar da decoração das mesas.
“Claro. Vou indo, me manda o endereço por sms?” Melissa respondeu que sim e antes de sair Owen sussurrou um “Vê se não apronta nada”, para o amigo que revirou os olhos. Melissa e Colin começaram a arrumar as mesas na varanda enorme da pent house de Colin. Melissa abriu as caixas de decoração que Emma havia separado e mordeu o seu lábio inferior, coisa que não passou despercebida por Colin.
Melissa pegou a toalha branca com detalhes de flores laranjas bordadas a mão e pôs na mesa enquanto Colin montava a outra mesa. Ela conseguia notar os olhares dele sobre ela como se ele a estivesse estudando. E isso a deixava desconcentrada.
“Colin, o que você faz da vida?” Melissa revirou os olhos pela sua própria pergunta, mas precisava que o cara parasse de olhar tanto para ela. Havia algo no olhar dele, como se estivesse lendo a alma dela. E isso a incomodava e ainda mais a assustava.
“Você quer saber com o que eu trabalho? Melissa fez um joia e Colin riu, ele estava a deixando sem graça? Isso era algo bom.
“Sou fotográfo, a versão mais nova e masculina de Annie Leibovitz”. Ele falou galanteador e Mellie riu. “Tenho um pequeno studio a umas quadras daqui. Meu trabalho tem sido bastante elogiado pelos críticos”.
“Você é muito convencido”. Ela fez uma careta e começou a deixar os enfeites mais românticos que achou na mesa.
“Fotografia é a minha paixão. Me lembro da minha primeira máquina fotográfica, a Kat. Foi amor a primeira vista e trabalhei durante dois verão inteiros para conseguir. Não foi fácil, mas valeu a pena. Atualmente tenho trabalhado em algumas revistas, mas o meu sonho é fotojornalismo, sou grande fã de Henri Cartier-Bresson.”
“Achei que voce fosse fã do Richard Avedon”. Colin arregalou os olhos e Mellie gargalhou. “O que foi? Eu investigo todo mundo com quem trabalho”.
“Eu não trabalho com você. Richard é ótimo, mas Henri é fantástico, suas fotos falam por si”. Ele arqueou as sobrancelhas e a encarou com um sorriso. “Gostou tanto de me conhecer? Se você se deu ao trabalho é porque ficou interessada”. Colin falou convencido e com um sorriso maroto nos lábios que a deixou irritada. Ela o havia achado interessante? Será que ela também não tirava ele da cabeça? Essas perguntas voavam pela sua mente.
“Okay. Talvez eu tenha ficado curiosa sobre você, mas foi apenas isso”. Mellie falou se afastando de Colin. Como ele havia ficado tão perto dela? Seu perfume a deixava tonta, que homem era aquele? Ela respirou calmamente se lembrando do noivo, Matty. “Não significa que estou interessada em você”. Colin apenas a olhou com a sua típica cara de “sei” e ela bufou. Ele deu um sorriso e a olhou intensamente.
“Você é sempre assim?”. Mellie perguntou emburrada e ele olhou com cara de interrogação. “Flerta com todo mundo?”
“Só com mulheres bonitas”. Colin se aproximou ficando frente a frente com a garota que o olhou assustada.
“Idiota”. Mellie disse o empurrando e Colin sentiu uma vontade enorme de agarra-la e tê-la em seus braços, mas apenas ignorou.
“Você fica mais bonita quando está irritada”. Colin falou sem pensar e riu sem humor.
“Colin, porque você não vai tratar das lembrancinhas?”. Mellie o empurrou até a sala enquanto ele gargalhava. Irritada, a morena continuou a seu trabalho até Owen e Flora chegarem. Com a ajuda da amiga, Mellie começou a tratar da decoração da mesa, haviam doces e cupcakes personalizados para o Halloween e biscoitos de monstros. Mellie e Flora puseram arranjos de flores pela mesa e algumas molduras com fotos fofas do casal tiradas por Colin. As fotos eram de tirar o fôlego, eram preto e branco. Mellie tinha que admitir, Colin era talentoso.
Owen ajudou o amigo a guardar as lembrancinhas, macarons de pêssego em mini-caixas transparentes com laço laranja e preto. Mellie pousou a abóbora personalizada, tinha detalhes de pintada de branco e com detalhes de flores laranjas e vermelhas nela, dando um toque romântico. Haviam alguns utensílios de cozinha pendurados em um pequeno mural com trechos de músicas e fotos do casal.
“Acho que acabamos a tempo”. Mellie abraçou a amiga que fugiu dos seus braços para tirar uma foto do trabalho das duas.
“Owen, para de comer os biscoitos”. Colin gritou para o amigo que o ignorou e roubou mais um. “A empresa de catering chegou. Obrigado meninas, vocês foram um espetáculo”.
“O prazer foi meu”. Flora respondeu e deu de ombros. “Graças a você, ganhei umas férias”. Ela piscou e olhou para amiga que conversava animada com Owen. Tratando da iluminação do mural usando luzes de natal. Quando os dois ligaram Mellie rira porque Owen havia enrolado um dos fios nela. Colin ficou olhando para ela petrificado e Flora riu da sua cara.
“O que foi?”. Ele perguntou mesmo já sabendo do que se tratava.
“Pare de olhar para ela com esse olhar apaixonado, pelo amor de Deus!- Colin riu sem humor. “Ela é linda, eu sei, e blá blá blá…” Flora falou rindo. “Mas ela vai se casar com outro cara e ele é o Matt dela, você não tem chances”. Flora deu tapas em suas costas e foi buscar o bolo que estava na cozinha antes que Owen decidisse ataca-lo. Colin se aproximou de Mellie lentamente com um sorriso nos lábios sem desviar o seu olhar dela. Ele passou a sua mão pelas pernas garota agora brilhando pelas luzes desenrolando o fio. Flora e Owen estavam parados olhando para a cena. Nem Melissa nem o Colin desgrudavam o olhar um no outro. Era como se estivessem conectados. Colin tocou o rosto dela, a fazendo fechar os olhos, Owen e Flora estavam sem jeito pela cena que se seguia e saíram da varanda sem serem notados. Colin fez um carinho na bochecha de Mellie e foi-se aproximando dela acabando com qualquer distância entre os dois.
“Melissa, eu preciso…”. Os rostos dos dois estavam tão próximos que era possível sentirem a respiração um do outro. Antes que Melissa respondesse, o seu celular começou a vibrar. “Por favor, não atenda”. Colin pediu suplicante mas Mellie conhecia aquele toque, era o seu noivo ela não podia simplesmente ignorar a sua ligação.
“Sinto muito, Colin. Mas preciso atender”. Mellie saiu correndo e se trancou no banheiro ignorando as perguntas de Owen e de Flora.
“Seu amigo não tem chance”. Owen ignorou a loira e voltou a beber a sua cerveja descontraidamente. “Ele até é bonitinho. O que é uma pena”.
“Melissa deixou na cara que ela também está afim do Colin”. Flora gargalhou alto demais, Colin estava no parapeito olhando para a cidade. Owen tinha razão, ele estava apaixonado por ela! E a angústia de saber que Melissa estava falando com o noivo com quem se ia casar e que ele não era esse cara, era demasiado para ele.
“Seu amigo é um dos maiores pegadores de Londres, inteira!” Flora gritou chamando a atenção de Colin. “Sendo a maior parte modelos com quem ele já trabalhou. O que foi? Pensa que eu não sei disso? Londres toda sabe que Colin White é um grande pegador. Conheço a Mellie o suficiente para saber que ela não merece alguém como ele. E sim como o Matt”.
“Como você sabe que Matt é o melhor para Melissa?”. Colin já não aguentava mais a conversa dos dois. “Colin é uma pessoas mais fantásticas que já conheci em toda a minha vida. Se a sua amiga não vê isso, então ela é uma idiota”.
“Ela não é uma idiota”. Flora retrucou e Colin entrou na sala os fuzilando.
“Os convidados chegaram, podem se comportar como dois adultos?”. Owen disse coisas desconexas e Flora quase que o batia, ela estava mais vermelha que um tomate. Colin foi abrir a porta e Emma e suas adoráveis amigas, umas nem tanto, entraram em seu apartamento rindo. Meia hora depois de ficar no celular discutindo com Matt, seu noivo irritante, Mellie saiu do banheiro pronta para ir para casa. Não tinha vontade nenhuma de estar perto de Colin ou de lembrar das sensações que ele causava nela.
Colin estava de braços dados com uma garota de cabelos entre o violeta e azul, ela era bonita e era evidente as semelhanças entre os dois. Colin beijou a testa da irmã que fez uma careta se queixando, ela riu com a cena e não podia negar o jeito como ele tratava a irmã a encantava. Ele estava fazendo o papel de irmão mais velho, ele estava a protegendo-o. Emma lançou um olhar em direção de Mellie e acenou.
“Eu sei o que está pensando”. Owen falou com um copo de champanhe. “Como um cara como Colin, consegue ser tão adorável com a irmã?”
“Estou começando a ficar com medo de você, Owen”. Ela falou rindo e ela olhou para Colin e Emma rodeados de tantas mulheres, Colin estava entretendo as mulheres, isso era bem visível.
“Ele é um bom cara. Você vai acabar por descobrir isso”. Mellie mordeu os seus lábios involuntariamente e viu Emma puxar Colin em sua direção. “E está louco por você”. Os olhos de Mellie se arregalaram e sua expressão era hilária. Quando o garçom passou com uma bandeja, ela pegou uma taça de champanhe e bebeu tudo de uma vez. Como agir depois de ouvir que Colin White estava gostando dela? O que ela faria? Isso era de doidos, por que ele mexia tanto com ela? Tudo bem que ele era lindo, mas céus, ela estava noiva!
“Ai, meu Deus! Você é ainda mais bonita pessoalmente”. Emma falou rindo. “ É um prazer conhecer você, sou uma grande fã!”. Emma a deu um abraço tão apertado que Mellie quase ficou sem ar.
“O prazer é todo meu. Devo dizer que sinto muito por não poder organizar o seu casamento”. Ela falou e Emma riu, Colin estava aí a olhando com um sorriso nos lábios. Ele não se cansava de sorrir o tempo todo? Deve ser exaustante. Olhando bem ele não parecia se importar. Ele estava olhando para Mellie de novo e Emma ficou olhando para os dois e deu um tapa no irmão.
“Ah, sem problemas. Ter você aqui já é um sonho”. Uma das amigas de Emma puxou Mellie e ela se desculpou deixando os irmãos sozinhos. “Não acredito. ELA? Você só pode estar brincando”.
“Eu não mando no meu coração”. Colin passou as mãos sobre os seu rosto suspirando e Emma o abraçou. “Eu queria sentir isso por outra pessoa, outra mulher. Mas desde a primeira vez que a vi algo dentro de mim mudou, Emma. Você não escolhe quem você gosta, se sim, qual seria a graça disso? Nenhuma”.
“Você vai encontra-la um dia”. Mellie conversava animadamente com as amigas de Emma e Flora, ela sabia que estava sendo observada, mas mesmo assim não conseguir evitar a troca de olhares com Colin. Ele a olhou com ternura e Mellie sentiu o seu coração começar a bater mais forte. E foi quando ela viu que precisava ficar longe de Colin White mais do que tudo nesse mundo.

Quinta-Feira,24 de Novembro de 2016
Monique Filerman e Kevin Schwarz. Um dos casamentos mais esperados do ano. A ruiva sorriu para Colin que fotografava ela e Kevin, seu noivo e um dos seus melhores amigos dele. Seus saltos estavam dando cabo dos seus pés, ela tirou os seus Jimmy Choo se equilibrando no noivo e flash. Colin tirou uma foto e a ruiva o lançou um olhar mortal.
“Acho melhor você apagar isso”. Disse reparando em seus pés, o verniz vermelho já começava a descascar.
“Todos os momentos são importantes”. Colin disse e Monique revirou os seus olhos discordando.
“Quero parecer perfeita nessas fotos, Colin. Estou a começar uma nova era das noivas!”. Colin sentiu uma vontade de rir mas reprimiu. Se havia alguém que poderia revolucionar alguma coisa, essa pessoa era Monique Filerman.
“Você é linda de qualquer jeito, amor”. Kevin passou os braços pela cintura da noiva e a puxou para um beijo apaixonado.
“Quanto melaço”. Colin reclamou olhando para o casal.
“Pare de ser invejoso e vê-se arranja uma namorada”. Colin mandou o dedo do meio para o amigo que apenas gargalhou. “Quem sabe não conhece alguém”. Colin White era um dos maiores pegadores da Inglaterra, mas nem sempre fora assim. O moreno de cabelos cacheados já tentara encontrar o amor tantas vezes que perdera a conta. Colin era um cara legal, um namorado em potencial, mas seus relacionamentos nunca duravam mais do três meses. Colin White, o falhado no amor.
“Apenas fique longe das minhas madrinhas ou qualquer convidada que tenha um par de seios”. Colin se sentou no puff vermelho do seu estúdio cansado.
“Suas convidadas precisam parar de jogar charme pra cima de mim”. Colin falou irritado sem entender porque a culpa precisava ser dele. Olhou para Kevin que deu de ombros.
“Preciso ligar para a empresa de catering e mudar o menu”. Monique se sentou no colo do noivo e mexeu em seu celular.
“Melissa pode tratar disso”. Kevin falou despreocupadamente tirando o celular das mãos da noiva e massageando as mesmas. “Na verdade, eu acho que você precisa de um tempo”.
“Melissa Corwell?”. Parecia bastante óbvio que seria Melissa quem organizaria o casamento de Monique, que era obcecada por perfeição, o casamento perfeito, a festa perfeita, o marido perfeito. Monique era bastante exigente.
A ruiva o encarou perdida, seus olhos o encarando profundamente. Monique tinha a mania de ler as pessoas.
“Você a conhece?”. Era uma simples questão mas para Colin pareceu uma questão matreira.
“Ela organizou o chá de panela de Emma”.

Melissa olhou-se ao espelho, o vestido branco de sereia com detalhes de pérola e com mangas rendadas de Hilary, caía-lhe na perfeição. Mas Melissa sabia que não era o seu vestido. Fora o vestido da família Harrison durante três gerações e ela não seria a primeira a quebrar a tradição. Não agora que Hilary a deixara organizar o seu casamento de sonho.
“Você está linda”. Disse Marie, sua mãe, com lágrimas nos olhos.
“Matt vai ter um ataque no altar”. Hilary falou com os olhos brilhando. “Meu bebê vai se casar”. Mellie riu e encarou-se mais uma vez no espelho, apesar de faltar uns pequenos retoques ela estava linda. Conseguia ver-se a andar para o altar de véu e grinalda. Céus, ela iria se casar com Matt. Com Matt.
Parecia insano.
Seu coração apertou e ela se lembrou do olhar penetrante de Colin. Fechou os olhos se xingando mentalmente por isso. Ela precisava respirar, acalmar seus ânimos. O casamento estava perto e era normal a noiva ficar nervosa. Certo?
“Preciso de ar”. Mellie falou e logo a senhora que a ajudava alargou o vestido. Marie e Hilary a olharam e antes de falarem qualquer coisa, Mellie sussurrou uma desculpa e sentiu aquela maldita agonia que vinha preenchendo o seu coração nos últimos dias. Quando o vento bateu em seu rosto, Mellie sentiu o alívio percorrer por todo o seu corpo.
Parada no meio da rua usando um vestido e olhando para as pessoas que passavam apressadas pela rua, seu olhos procuravam por algo que nem ela mesma sabia o que era. Apertou o seu celular nas mãos e discou o número que conhecia de cor. Depois de dois toques Matt atendeu. Mas a aflição não passara.
“Alô, Mellie. Está tudo bem?”. O loiro perguntou ouvindo a respiração da noiva do outro lado da linha. “Minha mãe tem sido legal?”
“Está Matt. Eu é que fiquei extasiada com o vestido de noiva”. Mellie fechou os olhos sentindo a brisa bagunçar os seus cabelos.
“Aposto que está linda”. Matt falou e Mellie riu. “Não vejo a hora de ver-te no altar”.
“Matty…”. Sua voz falhou. A pergunta se encontrava presa na sua garganta e pedia para sair. “Você acha que estamos fazendo a coisa certa? Você não acha que estamos nos precipitando? Talvez seja melhor nós adiarmos mais um tempo ou eu não sei.
“Fomos feito um para o outro”.
“Então por que estou sentindo tudo isso? Por que me sinto tão nervosa?”. Mellie se sentiu mais leve. Matt suspirou do outro lado da linha.
“Vamos nos casar. É bastante normal que você esteja nervosa”. Sua voz soava tão calma, tão serena. Como ele conseguia? Ela estava se passando e ele continuava calmo. “Eu também estou nervoso. Mellie, vai correr tudo bem e em poucos dias você será a senhora Harrison”.
Mellie caminhava distraída até a loja que nem deu por si quando o seu corpo caiu sobre o chão da rua. Seu celular acabou por quebrar e tinha alguém pesado sobre ela.
“Está bem?”. Perguntou a voz masculina enquanto a ajudava a levantar. Mellie enxergou uma grande mancha de café no vestido que a deixou nervosa.
“Tu é cego ou quê? Não vê por onde passa? Este é o meu vestido de noiva, seu idiota!”. Ele soltou uma risada fazendo com que Mellie levantasse o olhar até o dele.
“Você fica bonitinha nervosa”. Seus olhos se arregalaram.
“Eu gostaria de dizer que sinto muito pelo seu vestido. Mas sejamos honestos, eu fiz um favor para você”. Colin deu uma piscadela segundos depois Melissa deu vários tapas em Colin fazendo com que o mesmo se assustasse.
“Merda! Você ficou doida?”. Colin gritou
“Fique sabendo que esse vestido está há gerações na família Harrison. Este vestido não é um vestido qualquer, foi feito à mão pela melhor costureira da época, sou sortuda por estar a vesti-lo. E era o meu VESTIDO DE NOIVA”. Disse entre dentes.
Como era possível ele deixa-la tão desnorteada?
Colin riu.
E se aproximou de Mellie a encuralando-a. Os olhares dos dois encontraram-se,sua cabeça gritava para ela se afastar, sua cabeça gritava que Colin era perigoso. E antes que Colin acabasse com a distancia dos dois Mellie afastou-se e o corpo de Colin bateu na parede. Por que ela queria que ele a beijasse? Porque ela estava tão desesperada pelo seu toque. Céus! Chegava a ser insano e muito errado. Ela vai se casar com Matt, o que mais ela poderia querer?
Colin White? O cara que comeu Londres inteira? Ela e Matty foram feitos um para o outro.
“O que você quer, Colin?”. Mellie perguntou cansada
“Melissa”. Antes mesmo que Colin respondesse uma voz chamou por Mellie fazendo com que ela se virasse. Hilary soltou um grito de desgosto quando viu vestido manchado com café. Mellie poderia jurar que a sogra estava prestes a chorar. “O que você fez com o meu vestido?”. Perguntou a Colin.
“Meu vestido”. Mellie corrigiu irritada. Sua mãe saiu da loja com India e as duas olharam para o vestido abismadas. Mellie por dentro quis dar um sorriso.
“Eu sinto muito mas eu não a vi”. Seu olhar foi para Mellie que era levada loja a dentro pela sua mãe. “Eu posso pagar pelo estrago”.
“Isso custa uma fortuna”. Hilary replicou vermelha de raiva. “Aposto que não tem onde cair morto”. Lançou um olhar de desdém a Colin que não se intimidou nem um pouco.
“Dinheiro não é tudo”. Respondeu e tirou o seu cartão entregando-o a India que encontrava-se calada. “Com Licença”.
“Está bem? Sinto muito pelo vestido”. Marie disse tocando as bochechas da filha.

***


Melissa Cowel parecia mais perdida que um peixe fora de água. Era a sua festa de despedida, era suposto ela estar a divertir-se mas na realidade encontrava-se bastante irriquieta. Seus pés não paravam quietos e já começava a praguejar mentalmente quem tivera a ideia de dar a despedida de solteiro.
Na casa de Flora encontravam-se as suas amigas mais íntimas. E tudo o que ela queria fazer era ir embora. Suspirando fundo ela roubou a taça de champanhe de India que a olhou torto. Bebeu todo o conteúdo sem se importar com o olhar de India.
“Mellie!”. Reclamou a garota lançando-a um olhar zangado.
“Eu precisava de algo forte, vá lá, não se chateie”.
“Só te perdoo porque amanhã é o teu casamento”. Gritou entusiasmada e Mellie deu um sorriso amarelo. Sentiu aquela maldita sensação de novo e voltou a ignorar.
“Eu sei”. Seus olhos procuravam por algo que nem ela mesma sabia o que era. O que raios ela estava a fazer afinal de contas? Ela vai casar-se na manhã seguinte e tudo o que ela conseguia pensar era na forma como Colin olhava para ela. Pegou outra taça de champanhe bebendo rapidamente.
“Vamos com calma”. Flora recebeu a terceira taça lançando seu olhar reprovador, Mellie encolheu-se e chutou um palavrão. “Está bem?”
Mellie paralisou com tal pergunta, o que ela deveria responder? Estou, mas, sabe... não consigo parar de pensar em quem tu conhece bem e vou casar-me com outro homem? Sua mente estava uma confusão que chegava a dar dó.
“Estou ansiosa, tu sabe como é”. Deu de ombros e Flora deu um olhar que a compreendia. “Vou dar uma volta”. Mellie procurou pelo seu casaco e saiu da casa de Flora sem que ninguém notasse.
Ela deveria quebrar Colin aos pedaços por cada maldita sensação que ele a fazia sentir. India apagou o seu cigarro com a sola dos seus saltos vermelhos e avistou Mellie. Seu olhar estava perdido nas estrelas.
“Hey, noiva do ano”. Mellie virou-se e abriu um sorriso. “O que faz aqui, sozinha?”
“Odeio festas”. Fez uma careta e a mais nova apenas riu.
“Vou sair com Dylan e uns amigos. Pode vir, se quiser”. Mellie abriu um sorriso, agradecendo a cunhada. India deu um beijo na morena quando o carro amarelo escuro parou na direção delas . Dylan pôs a cabeça fora cumprimentando as duas.
“Divirta-se”. Gritou Mellie quando India entrou no carro.
“É sempre assim, tão careta?”. Melissa virou-se assustada encarando–o. Colin sorriu quando viu os lábios entreabertos da morena. Ele mexia com ela do mesmo jeito que ela mexia com ele.
“O que faz aqui?”. Levantou-se olhando para os olhos esverdeados de Colin. Por mais que ela quisesse, sempre seria mais baixa que ele.
“Vim sequestrá-la”. Disse-lhe como se fosse a coisa mais normal do mundo. Os olhos de Mellie arregalaram-se e ele riu.”Fora apenas uma brincadeira”. Olhou para Mellie que abanava a cabeça negativamente.
Olhando-a Colin teve uma das piores ideias da sua vida.
“Eu tenho um presente de casamento para ti”. Mellie o olhou incrédula.
“Por esta eu não esperava. Isto é a sério?”. Algo em sua mente gritava para não cair nos braços de Colin.
“Mas preciso que confie em mim”. Balançando as chaves do seu Impala bem na frente do pequeno rosto de Melissa, ela mordeu os seus lábios nervosamente. Que mal faria se ela fugisse um bocado da sua festa de despedida? Não era como se o seu mundo fosse desabar.
Ele era apenas Colin.
Colin White, o maior pegador de Londres.

***


“Graças a ti estamos presos nesse lugar”. Mellie falou exaltada olhando para suas roupas molhadas.
“É um bar”. Ele gritou perto do ouvido da garota.
“Não importa. Argh!” - Ele riu e foi para o bar, precisava descontrair ou daria em doido.
“Pode fingir que está se divertindo?”. Colin deu um gole na sua bebida e sentiu Melissa se virar para encará-lo.
“Qual é a graça de fingir?”
“Eu espero que se solte um pouco, Melissa. Ninguém é certinho o tempo todo”. Ele falou. “Na verdade, é irritante”.
“Por que você se importa tanto com que eu faço ou deixo de fazer Colin?”
"Não me importo". Ele falou e a deixou sozinha. Colin conversava animado com uma garota que parecia ter metade da sua idade. Céus, ela não passava de uma adolescente. O que essas adolescentes andam comendo que parecem modelos saídas de uma propaganda de perfumes? Melissa não tinha um corpo de modelo ela era normal. Colin lançou um olhar para ela e ela revirou os olhos irritada.
“Ele está comigo”. Disse fazendo uma cara de poucos amigos para a garota. Ela queria matar Colin por tira-la do sério.
“Demorou hein!”
“Colin, tu é um cretino, idiota, insuportável”.
“Já acabou?”
“Argh, eu te odeio.” Ele riu. “Tem piada que eu achei que fosse um cara decente, louco pela família, engraçado. Como tu consegue? Ser tão sensível e insensível ao mesmo tempo?”
(Colin a beija)
E tudo a sua volta se torna um borrão.
Mellie se afasta assustada e quase caí no chão. Mas Colin segura firme sua cintura. Ela olha para os seus olhos verdes e sente seu coração bater rápido demais, sua respiração está descompassada. Seus lábios formigam e ela sente uma vontade beijá-lo mais uma vez. Colin duela entre olhar para os olhos ou para a boca entreaberta de Melissa. Ele cola os seus lábios nos dela e faz um carinho em sua bochecha. Ao contrário do primeiro beijo, fora mais íntimo. As mãos de Mellie brincavam com os cachos de Colin. Ela mordeu os lábios de Colin e passou a língua em seus lábios e Colin entreabriu a sua boca dando passagem para a mulher.
Era tão bom. Melissa gemeu em aprovação e Colin decidiu parar o beijo. Ela iria se casar com outro cara e ele estava a beijando. O que havia de errado com ele? Mas ele não Poderia negar havia sido o melhor beijo de toda a sua vida. Melissa ainda estava com os olhos fechados, abriu-os lentamente encontrado um par de olhos verdes a olhando com um sorriso no canto dos lábios. Sua bochecha ardeu e tudo o que ela queria era se esconder.
Queria fugir de Colin a todos os pés. Sua mente gritava por isso, mas seu corpo estava paralisado. Ela não conseguiria fugir nem que quisesse. Primeiro porque estava a chover tanto e segundo porque ela queria ficar perto de Colin.
“Eu não sei porque fiz isso”.
“Vamos fingir que nunca aconteceu”.
“E se eu não quiser?”
“Eu vou me casar, Colin, com o homem que eu amo. Preciso de uma bebida”.
Colin se levantou e começou a ir embora.
“Aonde tu vai?”
“Não consigo ficar perto de ti Melissa. Não quando cada pedaço teu é uma tentação”.
“Colin, tu não pode me deixar em um bar cheio de estranhos”.
“Se eu ficar perto de ti, eu não respondo por mim”. Melissa respirou fundo e o encarou. A expressão no rosto de Colin era dolorida.
E por minutos olhando para os seus olhos. Ela estava partilhando da mesma dor. Seu coração começou a bater muito forte. Os dois parados no meio do bar. Seus olhares fixados um no outro, ela sentiu pela primeira vez desolada.
“Vem comigo”. Seu pedido saiu como um sussurro, tão suplicante.
“Eu sinto muito, mas não posso”.
“Não case com esse cara”.
“Esse cara é o Matty”.
“Ele é um idiota, Melissa”.Ele gritou.
“É com esse idiota que vou me casar”.Ela gritou de volta. “Isso foi uma loucura. Eu amo Matty e tu chega com esse jeito, suas palavras, olhares e me bagunça. É a minha vida, Colin. É a vida de outras pessoas”.
“Você não o ama”.
“O que te faz ter tanta certeza?”. Mellie estava tão irritada que quase deu um belo soco no rosto de Colin.
“Porque. Você está. Aqui”.
E sem mais sem menos Melissa saiu do bar, enquanto uma chuva forte caía deixando traços de que ela passou por aí. Colin se sentia despedaçado, em toda a sua vida aquela fora a primeira vez em que abriu o seu coração e não foi um final feliz. Pelo menos não desta vez.
Desta vez o que restou foi um coração despedaçado.
Alguma vez pararia de doer? Perguntou-se enquanto olhava a porta do bar, agora vazia, sem quaisquer sinais de que Melissa estivera aí. Agora ele entendia bem o que era ser magoado. Lágrimas caíram sobre o seu rosto e Colin precisava afogar suas mágoas. Mas, desta vez, ele faria diferente, não afogaria suas mágoas em mulheres, e sim, na bebida. Caminhou entre as pessoas e foi até ao bar, sentou-se e pediu a garrafa da bebida mais cara da casa. Melissa merecia o melhor do seu pior. Algo que só fazia sentido em sua mente.

Sexta-Feira,25 de Novembro de 2016
Melissa olhou novamente para o seu reflexo no espelho, a maquiagem conseguiu esconder os traços da sua noite, seus olhares estavam aí a recordando da noite passada. Ela deu um suspiro e agradeceu Libby por seu ótimo trabalho. Em poucas horas ela seria a mulher mais feliz do mundo. Contudo, ela não se sentia a mulher mais feliz do mundo. Nervos. São apenas nervos. É bastante normal nessa altura do casamento, respire, Melissa.
“Melissa, está linda”. Sua mãe disse com lágrimas nos olhos despertando totalmente a sua atenção.
“Ainda não estou completamente vestida, mãe”.
“Tu é a noiva mais bonita que já vi”. Melissa deu um sorriso e olhou-se ao espelho. Ela havia escolhido o seu próprio caminho, ela havia escolhido Matty, ela o amava e mais nada importava. Ela e Matty seriam felizes e Colin seria uma lembrança de que ela fez a escolha certa. “Querida, estou tão orgulhosa da mulher de que se tornou”.
Lágrimas caíram do rosto de Melissa, ela abraçou a sua mãe. O melhor abraço de toda a sua vida, os braços que Mellie correu e sempre correrá quando tudo desse errado. Sua mãe, seu porto seguro.
Sua prima Judy de terceiro grau e Flora, ajudaram Mellie a acabar de vestir e nos retoques finais. Desta vez Melissa usava o seu vestido de sonho ou algo aproximado a ele, era rendado e justo a sua cintura e valorizava as suas ancas, o caimento era perfeito e sua calda longa com detalhes de borboletas. Seu cabelo se encontrava preso em um apanhado simples que combinava com sua maquiagem, nada muito exagerado. Sua coisa azul eram os brincos que sua mãe usou em seu casamento.

“Uau, está mesmo linda”. India disse arrancando risos da mais velha. “Meu irmão vai derreter-se quando te ver’’.
“Eu espero que sim”. Dito isso Mellie deu um abraço em India. “Como está tudo?”
“Lindo, tal como tu sonhava”.
“India, querida, todos já estão nas suas posições”. Hilary disse e quando viu Melissa parada e vestida de noiva não conseguiu segurar um sorriso. “ Tu estás muito bonita, Melissa”.
“Obrigada, Hilary”.
Flora entrou no quarto e já vestia o vestido azul ciano que Hilary escolhera, ela olhou para Hilary e evitou olhar na direção de Melissa. Não seria bom se ela soubesse, não, isso iria deixá-la despedaçada.
Sussurrou algumas frases à Hilary enquanto Melissa brincava distraída com uma das anjinhas e entregou-lhe um envelope branco com o nome de Melissa assinado nele. Hilary mandou todas saírem do quarto e ficaram apenas as duas no quarto.
“O que foi isso?”. Melissa perguntou levemente ansiosa.
“Eu sinto muito, querida. Não queria que as coisas terminassem desse jeito”. Hilary entregou o envelope à Mellie deixando-a sozinha no quarto. Ela sabia o que iria acontecer e sabia que Mellie precisava de privacidade.
Querida Melissa,
Eu sinto muito por estar a fazer isto. Mas a verdade é que sou um covarde.
Sou um covarde porque não consegui olhar em seus olhos e dizer-lhe que não posso me casar contigo. Os últimos anos em que passamos juntos foram maravilhosos e eu tive a honra de ter minha melhor amiga do meu lado. Eu te amo, nunca duvide disso.
Eu apenas não sei se te amo pela razões certas. Essas últimas semanas foram decisivas e eu tomei uma das piores decisões da minha vida e fui atrás de Leah. Por favor, me perdoe por isso.
E eu vi que nunca parei de amá-la. Quero que saiba que sempre será minha melhor amiga e eu espero que um dia tu possa me perdoar. Mas não posso me casar contigo.
-Matt Harrison
Lágrimas caíram no rosto de Melissa estragando toda a sua maquiagem. Matt a largou no altar. Seu coração se despedaçou naquele instante. Marie entrou no quarto e encontrou sua filha sentada do chão chorando litros, a abraçou enquanto tentava acalmá-la. Ela havia entregado o seu coração à Matty e ele havia o quebrado em pedaçinhos.

Domingo, 17 de setembro de 2017
Emma correu quando viu que o trem que deveria apanhar estava prestes a sair. Correu com todas as suas forças a fim de apanhá-lo. Bateu na porta do mesmo quando a porta estava prestes a fechar-se mas alguém pôs as mãos nas portas impedindo que as mesmas se fechassem.
“Obrigada”. Ela agradeceu o senhor e começou a andar pelo trem cheio de pessoas. Sentou-se num dos bancos enquanto ouvia Florence and The Machine, os seus olhos correram pelas pessoas e foi quando ela viu-a . Parada lendo o jornal bastante distraída, talvez ela devesse ir falar com ela ou simplesmente deixa-la seguir com a sua vida. Quando Emma saiu do trem agradeceu aos anjos por Melissa não tê- la visto, e lembrou-se de quando tentou fazer Colin deixar os pijamas de lado e largar o sofá. Fora uma surpresa quando leu no jornal que Melissa Corwell não havia se casado com Matt Harrison, ele havia a deixado plantada no altar e fugiu com a ex-namorada Leah deixando uma Melissa destroçada. Emma ainda leu que Melissa decidiu festejar o sucedido com os seus convidados e dançou a noite toda. Isso para ela foi um grande ato de coragem.
“Está atrasada”. Colin disse do outro lado da linha.
“Eu sei, mas eu preciso de cafeína ou eu morro se ouvir mais um grito da mamãe”. Disse aos risos enquanto abria a porta do café. “Compro o habitual?
“Latte de vanilla e não demore”.
“Okay, estou a caminho”.

Ela não mudou nem um pouco. Continuava a mesma Melissa de um ano atrás. Exceto pelo seu corte de cabelo até a nuca. Emma observou-a durante o tempo todo em que ela estava no café, mas quando os olhos castanhos de Mellie encontraram-se com os seus desviou-os rapidamente. Emma casualmente tivera ouvido por alto que Melissa tinha ido a Oslo, lugar onde seria sua lua-de-mel, e abandonara tudo por tempo indeterminado. Flora organizara o casamento de Monique sozinha.
Algumas histórias não passam apenas de pequenas suposições.

Algumas horas depois…
Quando Melissa disse a mãe que estava saindo com uns amigos, o rosto de Marie se iluminou de felicidade. Desde que Mellie voltara de Oslo, estava a viver consigo e ela já não aguentava as mudanças constantes da filha. Parecia que queria dar todo o trabalho dobrado que não deu na adolescência. Melissa havia cortado quase todo o seu cabelo e usava calças rasgadas o tempo todo e roupas pretas, se aquilo não era uma fase, então ela não sabia o que era.
“O que foi, mãe?”. Mellie perguntou quando viu a mãe parada no batente da porta do seu antigo-novo quarto. Se Flora não a tivesse ameaçado, ela estaria comendo sorvete e assistindo Food Network.
“Divirta-se, querida”. Marie reparou que ela trajava um vestido preto e umas sandálias rasas a condizer. Seu cabelo curto estava mais arrumado que o normal e apenas usava batom preto em seus lábios. O que para Marie era arrojado demais.
O Ford vermelho de Flora estava estacionado na porta da casa de Marie, acenou freneticamente quando viu a delicada e pequena Melissa descer as escadas com um sorriso nos lábios.
“Achei que estivesse morta”. Disse abraçando a amiga.
“É sempre um prazer provar o contrário”. Entraram no carro e Mellie sentiu o cheiro de pinheiro invadir as suas narinas. “Vamos?”. Como resposta Flora ligou o carro e a casa de Marie foi ficando cada vez mais distante.
Flora estacionou o seu carro em uma vaga livre que encontrou depois de andar as voltas em dois quarterões. A medida que ela e Melissa se aproximavam da galeria, mais nervosa ficavam. A galeria estava enfestada por pessoas em todos os lados tanto Melissa quanto Flora estavam a divertir-se. Riam das fotos e riam dos quadros, a comida era péssima mas o champanhe fazia valer a pena. Tudo o que desejaram foi um bom copo de vinho tinto, mas nem tudo na vida é dado. Enquanto Flora socializava com alguns amigos do tempo da universidade, Mellie ficou a observar um retrato de Londres, era a preto e branco como todos os outros mas ainda assim tinha algo que prendia a sua total atenção nele.
“Este é o meu favorito”. Uma voz masculina e conhecida disse chamando a sua atenção, Mellie virou-se e viu Colin parado com as mãos no bolso, seus cabelos estavam mais curtos o dando um ar de mais novo e sexy, seus trajes eram pretos e o deixavam mais charmoso.
“É de tirar o fôlego”. Deu de ombros e pela primeira vez em meses sentiu-se nervosa. “Eu acho que o fotógrafo captou a essência de Londres”.
“Eu tentei o meu melhor”. Colin disse orgulhoso de si mesmo, pela primeira vez estava a expor ao mundo todo a maneira como o via. Mellie arregalou os seus olhos castanhos escuros e Colin riu-se com a sua reação.
“Isto merece uma comemoração”. Quando um garçom passou com um tabuleiro cheio de taças ela pegou duas taças de champanhe e ofereceu uma à Colin. “Brindemos aos sonhos realizados e aos sonhos que ainda se vão realizar. Bebamos”. Sem desgrudar os olhos um do outro, beberam as suas bebidas, Colin notou que havia algo de diferente em Melissa, fosse o que quer que fosse, ele gostou de vê-la. Havia algo nela, como se ela tivesse se tornado mais livre.
"Com tantos lugares em Londres, veio logo parar na minha galeria, que coincidência!''
“Não acredito em coincidências, acredito apenas no destino”.
“Se fosse destino teria uma música a tocar no fundo”. Colin diz a fazendo rir, segundos depois uma música começa a tocar e os dois riram.
“Isso foi bastante clichê. Não estamos em uma comédia romântica.”
“Devo cancelar os balões e o fogo-de-artifício?”. Mellie gargalhou tão alto que chamou a atenção das pessoas a sua volta. Escondeu-se em suas mãos enquanto Colin pedia desculpas pela sua atitude com um sorriso em seus lábios.
“Precisas cancelar os balões, e não cancele a reserva no restaurante mais badalado de Londres”.
“Droga! Fui apanhado, estragou os planos todos, um gajo já não pode tentar bancar um romântico irresistível. Há algo de errado com as Melissas de agora".
“O quê? Em defesa de milhares de Melissas do mundo inteiro, nós gostamos de coisas práticas e simples.”
“Como?” Colin perguntou aproximando-se mais de Melissa acabando com toda a distância existente entre os dois.
“Deixa-me levar-te ao jogo Liverpool vs Manchester e eu vou provar-te do quanto as coisas mais simples são mais divertidas.”
“Isto é um encontro?”. Colin perguntou e Mellie sentiu suas bochechas ficarem vermelhas. Aonde estava o saco de papel para ela esconder o seu rosto vermelho como um tomate?
"Não encontro".
"É um encontro-não-encontro, espero que esteja preparada para os meus berros". Colin sorriu com o rumo em que as coisas estavam a tomar, se aproximou de Melissa e tocou o seu rosto lentamente.
"O que está fazendo?". Mellie sentiu um arrepio por todo o seu corpo, tentou dar um sorriso em vão pois acabou por sair uma careta, o que levou Colin pensar que estava a ir na direção certa.
"Já, agora... Liverpool vai ganhar e Manchester vai se massacrado". Sussurrou-lhe ao pé do ouvido fazendo com que Melissa ficasse arrepiada.
"Isto é o que tu pensa. Mas é bom que mantenhamos as faíscas altas".
“Falando em faíscas…’’ Antes que Colin terminasse a sua frase Mellie colou os seus lábios nos de Colin, um beijo calmo e suave, os dois estavam nas nuvens e de repente foi como se não existisse nada a volta deles a não ser uma grande bolha. Ambos deixaram o momento fluir como um rio. E como um rio, a água desagua em algum lugar e esta água foi o amor e desaguou em seus corações, como esperado.


Fim.



Nota da autora (13/04/16): SEM NOTA




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