The Power Of Love

Finalizada em: 14/02/2021

Capítulo 16

Tom acordou no dia seguinte antes de . Cada um dormia em um canto da cama, mas um detalhe chamou a atenção do rapaz: assim como na vez anterior, seus dedos estavam entrelaçados. O motivo era que nenhuma outra menina que ele namorou, ou pelo menos dormiu junto, já tinha feito aquilo.
Ele a puxou para perto, sem soltar a mão dela, e ficaram de conchinha. O cantor afundou seu rosto no pescoço da menina, sentindo o cheiro do perfume que ela usava e percebeu quando a mesma sorriu. apertou mais ainda a mão do rapaz, puxando-o para ainda mais perto.
- Bom dia, Tom. - A voz da menina saiu rouca, normal para quem tinha acabado de acordar, mas aquilo fez o menino sorrir.
- Bom dia, . - Ela se virou de frente para ele - Como foi a sua noite?
- Maravilhosa. - Ela sorriu - E a sua?
- Uma das melhores da minha vida. - Ele assumiu, fazendo o sorriso da menina se alargar.
Eles ficaram se encarando por mais alguns segundos, sem falar nada, até que a atriz começou a se aproximar da boca do rapaz. Tom abriu um sorriso de lado, que deixava sua covinha aparecendo, e levou a mão até a lateral do rosto da menina.
- Você não imagina o quão especial é o seu beijo. - Ela roçou seus lábios no dele, antes de dar-lhe um selinho demorado.
- Pode ter certeza… - Ele foi se virando enquanto falava - … você que não imagina.
Uma vez totalmente deitado em cima da menina, o beijo do cantor se tornou mais urgente. sorriu no meio do beijo, aprovando a atitude dele, mas sua barriga reclamou de fome alta o suficiente para ambos escutarem.
- Eu acho que tem alguém com fome aqui. - Ele disse, tocando a barriga da menina, que não conteve a risada.
- A noite de ontem foi muito agitada, não sei se você lembra. - Ela provocou, fazendo-o sorrir de um jeito safado.
- E como lembro. - O rapaz deu um beijo no pescoço da menina que a arrepiou toda - E queria muito uma segunda dose, mas uma certa barriga não está ajudando.
- Fica tranquilo. - Ela envolveu o rosto dele com as mãos, forçando-o a encará-la - Nós vamos ter o final de semana inteiro para quantas doses você quiser.
- Quer dizer que você fica? - Ela concordou, sorrindo - Então eu faço o nosso café.
Eles se beijaram e logo o rapaz pulou da cama, catando a sua calça pelo caminho e indo na direção da cozinha. ainda ficou deitada mais alguns segundos, tentando assimilar aquilo tudo. Para a menina, aquilo era praticamente tudo o que ela sempre quis desde que virou fã do McFLY e, por isso, ela se sentia uma adolescente de novo.
sabia exatamente o que sentia por Tom e como todo aquele sentimento dentro dela não tinha mais nada a ver com o fato de ser fã do rapaz e de suas músicas. Desde que os dois começaram a se conhecer realmente, naquelas tardes que passavam juntos, o amor que começou a surgir dentro da menina foi pela pessoa e não pelo cantor.
A única coisa que a impedia de assumir esse sentimento e se relacionar, de uma vez por todas, com o rapaz de uma maneira mais séria era o trauma que ainda carregava de seu namoro com Phill. Era como se algo a impedisse de confiar o seu coração a qualquer pessoa que fosse.
A atriz ainda ficou um tempo deitada na cama, pensando em tudo aquilo. Quando ela finalmente desistiu de pensar, se levantou da cama, catando a blusa que o rapaz vestia na noite anterior e a vestiu. Antes de abotoá-la, levou a gola até o seu nariz para sentir o perfume do menino que exalava dali. suspirou, relembrando da noite anterior e, com um sorriso no rosto, seguiu na mesma direção que Tom.

Era domingo à noite quando a atriz voltou da casa de Tom. Eles decidiram que, além de passar aqueles dias juntos, desligariam os celulares para aproveitarem o máximo a companhia um do outro. E, por isso, quando a menina religou o seu telefone, as notificações sobre ligações perdidas, mensagens e emails não paravam de chegar.
A atriz estava entretida respondendo uma mensagem que sua mãe lhe enviara quando ligou. respirou fundo, pronta para ouvir um sermão gigante da amiga e ainda esperou alguns segundos para, enfim, atender a amiga.
- Onde você se enfiou o final de semana inteiro? - reclamou, assim que atendeu o seu telefone.
- Eu estava com o Tom. - Ela deitou no sofá, deixando seu sorriso aumentar conforme ia lembrando do final de semana.
- Mas isso não é novidade. - A voz de saiu monótona - Achei que o seu sumiço era algum tipo de marketing para a peça, estou decepcionada.
- Você quer uma novidade? - Ela sentou no sofá, se preparando para contar o que tinha acontecido para a amiga.
- Por favor.
- A gente transou. - Ela afastou o celular do ouvido para que o grito histérico de ficasse mais baixo - Foi o melhor sexo da minha vida.
- Como você me conta isso nessa naturalidade? - A atriz riu - Eu quero detalhes.
Enquanto discorria sobre o seu final de semana, mais precisamente sobre sexta-feira à noite, Tom girava a chave do carro em seu dedo. Ele e os meninos do McFLY tinham uma tradição onde quase todos os domingos eles se juntavam na casa de um membro da banda para comerem pizza.
O cantor chegou na casa de Dougie junto com o entregador. Eles esperaram alguns segundos, onde deu para ouvir a voz de Danny gritar pelo anfitrião, que logo abriu a porta. Eles se cumprimentaram com um rápido abraço e o baixista notou uma mancha estranha na curva do pescoço do rapaz.
Tom logo andou na direção de Danny e Harry, que acabavam de arrumar a mesa de jantar. Enquanto o cantor cumprimentava os amigos, assim como fez com Dougie, o rapaz pagava a pizza. Harry encarou o pescoço do amigo com o cenho franzido e, assim que ouviu a porta fechando, apontou para a mancha.
- Isso é um chupão, dude? - O baterista perguntou, fazendo o menino levar a mão até o próprio pescoço.
- O que? - Ele abriu o seu celular na câmera e o usou como espelho - Talvez.
- Thomas Fletcher, você anda transando por aí? - Danny perguntou, fazendo os amigos rirem - A não vai gostar nada de ouvir isso.
Enquanto os meninos riam, Tom abriu um sorriso. Foi impossível não lembrar dos dias que ele tinha passado com a atriz e o único que pareceu perceber aquilo foi Dougie. O baixista encarou o amigo de cenho franzido por alguns segundos e, quando entendeu o que significava a expressão no rosto do cantor, abriu um sorriso.
- Foi com ela, não foi? - O cantor se limitou a respondê-lo com um aceno positivo.
- Você transou com a ? - Danny era o que estava mais surpreso - E como foi?
- O melhor sexo da minha vida, sem dúvidas. - Ele se sentou em uma das cadeiras, sendo acompanhado pelos amigos.
Dougie depositou a caixa da pizza no meio da mesa e eles se serviram. Enquanto comiam, Tom contava como tinha sido seu final de semana com a menina. Os meninos prestavam atenção nele, mas não conseguiam conter alguns comentários durante a narrativa, principalmente nas partes mais picantes.
- Então vocês estão juntos? - Dougie perguntou, depois que o menino acabou o seu relato.
- Na verdade, não. - Ele bebeu um gole da sua cerveja - Ela pediu pra gente ir devagar, ela ainda tem medo de se relacionar sério com outra pessoa.
- E não dá para julgá-la, não é? - os meninos concordaram com Harry - O que ela passou não foi nada fácil.
- Eu não consigo nem imaginar. - Danny assumiu - mate, você apanhar de uma pessoa que ama? Isso é demais para mim.
- E, não satisfeito, ele ainda destruiu tudo dela. - Dougie tentou controlar a raiva em sua voz, completamente em vão - Eu só espero que ele nunca mais cruze o meu caminho.
- Aquele dia foi horrível. - Danny suspirou - Eu só queria saber o que era aquilo que ela tanto abraçava.
- As baquetas do Harry. - Tom apontou na direção do baterista - Vocês lembram dessa história, não é?
- Sim. - Eles responderam juntos.
- Mas não é possível que ela se importe tanto assim com uma baqueta, Tom. - Ele encarou o cantor, duvidando daquilo - Eu sei que ela é muito nossa fã, mas mesmo assim.
- Acredite, dude, era meio que um amuleto da sorte para a . - O menino suspirou - E o Phill fez questão de quebrá-las só porque sabia o quanto elas significavam.
- E por que você não me contou isso antes? - O menino viu o cantor dar de ombros.
- Acho que porque nunca surgiu uma oportunidade. - Ele suspirou - E a gente não tem o que fazer, de qualquer jeito.
Um silêncio se apoderou dos rapazes. Harry se sentia estranho, sem saber ao certo o que estava sentindo depois daquela declaração. Cada um deles digeria aquelas lembranças do seu próprio jeito e, quando o clima pesou mais do que deveria, Danny deu um jeito de contornar a situação.
Não demorou muito e eles já conversavam sobre outras coisas, mas o baterista continuava incomodado. Eles ficaram mais um tempo juntos até que cada um voltou para a sua casa. Harry encontrou deitada na cama, lendo um livro, ainda alheia a chegada do namorado.
- Oi amor. - Ele a cumprimentou com um beijo rápido e se sentou na cama, do lado dela.
- Oi amor. - Ela fechou o livro, encarando-o com o cenho franzido - Aconteceu alguma coisa? Você está estranho.
- Você lembra daquela história que eu te contei sobre a ter pego a minha baqueta em um show, certo? - A menina concordou com a cabeça - Eu acabei de descobrir que o Phill quebrou ela ao meio só para machucá-la.
- Então era isso. - Ela pensou alto, fazendo o namorado olha-lá confuso - A me contou que queria descobrir o que era que ela tanto abraçava naquele dia, mas não teve coragem de perguntar.
- Foi a curiosidade do Danny que fez o Tom contar. - O menino suspirou - Não sei, só queria que ele tivesse me dito antes.
- Você sabe que ele não fez por mal. - Ela se aproximou dele - Não tenta culpar o Tom pelo que você está sentindo, amor.
- O problema é justamente esse. - Ele voltou a olhá-la - Eu não sei o que estou sentindo.
Eles ficaram em silêncio, se encarando por alguns minutos. Quando finalmente entendeu que tudo se resumia ao fato de que o menino, agora, entendia verdadeiramente o que os fãs do McFLY sentiam quando algum deles mostrava um defeito ou uma fragilidade, ela sorriu.
- Sabe, a minha mãe sempre me falou uma coisa que hoje eu super concordo. - Ela começou a fazer um carinho gostoso no cabelo do rapaz - Nunca conheça os seus heróis, eles são pessoas comuns que só vão te decepcionar.
- Mas eu não estou decepcionado. - Ele negou com a cabeça - Ela não fez nada que pudesse me desapontar.
- Não foi uma atitude da , amor. - Ela sorriu - Foi o fato dela não ser esse ser perfeito e sem problemas que te decepcionou.
Harry não teve como rebater a esposa. Como fã, o rapaz sempre pensou que a vida de fosse perfeita, que ela própria não tinha defeitos, mas, depois de conhecê-la, percebeu que não era aquilo. Ele riu ao se lembrar da quantidade de vezes em que esteve na posição da atriz, rodeado de pessoas que o viam como intocável só por causa da fama.
- Você está certa. - Ele se deu por vencido - Logo eu, que sempre reprovei esse tipo de pensamento, fazendo igual.
- Agora você sentiu na pele o que os seus fãs sentem. - Ele concordou com a menina - É normal a gente ter esse tipo de sentimento pelos nossos ídolos, amor.
- É, pelo jeito sim. - Ele envolveu o rosto da esposa com as duas mãos - Obrigado por me fazer enxergar isso.
- O que seria de você sem mim, não? - Eles riram e se beijaram.
Harry levantou da cama e foi tomar banho antes de dormir. Nem a água quente, ou a presença de ao seu lado, coisas que sempre o acalmavam, foram o suficiente para que o menino pegasse no sono. Sua cabeça ainda dava um milhão de voltas e tudo o que ele mais queria era poder tocar qualquer coisa que fosse em sua bateria.


Capítulo 17

Algumas semanas se passaram desde que Tom e começaram a se envolver. Durante esses dias, os dois se encontraram com ainda mais frequência e, quando estavam com os amigos, pareciam um casal com vários anos de namoro. A atriz estava muito feliz do lado do rapaz e às vezes, aquilo a assustava.
tentava fazê-la perceber que não tinha motivos para ela temer, que, mais cedo ou mais tarde, ela teria que enfrentar aquele medo e se relacionar novamente, com o Tom ou com qualquer outra pessoa. Aquelas conversas sempre mexiam com a menina, já que ela sabia que a amiga tinha razão.
Era uma quinta feira, véspera da grande estreia de no teatro e, para tentar se distrair, ela foi para a casa de Tom. O rapaz fazia o jantar deles com a menina sentada no balcão da pia, com as mãos entre as pernas, que balançavam.
- Ei, se acalma. - O cantor tocou a coxa dela, com um sorriso no rosto - Se você continuar assim, não vai sobreviver até a comida ficar pronta.
- Você tem razão. - Ela suspirou, levantando num pulo e o abraçando por trás - É que eu estou muito ansiosa.
- Eu sei disso, ruivinha. - Ele sorriu, colocando a mão que não mexia o molho do macarrão que fazia sobre a dela - Por que você não se arruma? Estava pensando da gente comer fora.
- Sério? - Ela fez manha - Eu quero comer o seu carbonara, não outra comida qualquer em um restaurante.
- Você não entendeu. - Ele gargalhou - Fora que eu digo é do lado de fora, na varanda.
- Até que é uma boa ideia. - Ela se empolgou - Vou tomar banho então.
Ela deu um selinho rápido no rapaz e saiu correndo na direção do banheiro. Assim que ouviu o chuveiro ligando, o rapaz abaixou o fogo e foi arrumar a mesa de dois lugares que tinha na varanda de seu apartamento. Ele colocou algumas velas, que esperou para acender quando eles fossem comer para não apagarem e separou um dos melhores vinhos que tinha.
Para , aquela noite era uma como qualquer outra, mas não para Tom. O rapaz pretendia pedi-la em namoro e, por isso, queria que a noite fosse perfeita. Ele estava arrumado desde que ela chegou, mas apenas o suficiente para que a menina não desconfiasse. Além disso, ele preparava a comida favorita dela e guardava, no bolso da calça, um anel de compromisso.
Não demorou muito e ela apareceu na varanda. Seus cabelos estavam soltos, a única maquiagem que ela usava era máscara de cílios e um protetor labial por causa do frio e vestia uma calça jeans clara, com alguns rasgos, e uma blusa de lã rosa. Ela encostou no batente da porta, de braços cruzados, observando-o colocar a comida na mesa, com um sorriso no rosto.
- Como estou? - Ela chamou a atenção do menino, que sorriu assim que a viu.
- Linda, como sempre. - O rapaz se aproximou, abraçando-a pela cintura - Como você consegue?
- O que? - A atriz passou os braços envolta do pescoço do cantor, com o cenho franzido.
- Me fazer ficar cada dia mais apaixonado. - Ela ficou corada com a declaração do menino.
Já não era a primeira vez que ele falava coisas daquele tipo para ela e, em todas, a menina ficava vermelha. não sabia se aquele efeito que as palavras de Tom tinham sobre ela era realmente vergonha, já que gostava da sensação boa que sentia toda vez que as ouvia.
- Você precisa parar com isso. - Ela voltou a encará-lo - Eu estou começando a acreditar.
- Que bom. - Ele sorriu - Essa é a intenção.
Eles se beijaram. As palavras do cantor ficaram ecoando pela mente da atriz durante todo o beijo e, quando ele o partiu, alguns minutos depois, ela continuou de olhos fechados, puxando a cabeça dele, com a mão em sua nuca, e juntando suas testas.
- Eu sou completamente apaixonada por você. - Ela assumiu, com a voz num sussurro.
Era a primeira vez que ela se declarava, realmente, para ele e, por isso, Tom ficou paralisado. O sorriso aumentou, gradativamente, em seus lábios e o rapaz levou a sua mão até o rosto da menina, forçando-a a se separar dele. Ela abriu os olhos e, quando os dois se encararam novamente, era como se só houvesse a noite entre eles e Tom tinha um pressentimento cheio de esperança que aquele momento seria perfeito para propor.
- Eu não sabia se daria certo o que eu estou prestes a fazer. - Ele se afastou dela, levando uma mão até o bolso da calça - Mas agora, depois do que você acabou de falar, eu não tenho mais dúvidas.
No momento que Tom puxou a caixa de veludo de dentro da calça, congelou. Um vento começou a soprar de leve, fazendo os cabelos da menina se moverem. Assim que o rapaz abriu a caixa e deixou a aliança cheia de pequenas pedras vermelhas amostra, a menina levou as duas mãos até a boca.
- Quer namorar comigo?
Para o cantor, a reação da menina levou um eternidade. Para a atriz, alguns milésimos de segundos. Nem ela acreditou quando ouviu a sua própria voz dizer “sim”, seguida com um aceno afirmativo. O sorriso no rosto dos dois era enorme e Tom não conseguiu conter a sua felicidade, abraçando-a forte e rodando-a no ar.
- Por que as pedras vermelhas? - Ela perguntou, analisando o anel em seu dedo, já sentada em sua cadeira.
- Porque você é a minha ruivinha. - Ele tocou a bochecha dela, fazendo-a sorrir - E tudo o que eu vejo vermelho eu lembro de você.
- Como você consegue ser tão maravilhoso? - Ela se aproximou dele, roçando seus lábios.
- É você que me deixa assim. - Ele a beijou.
Assim que o vento soprou novamente, eles pararam de se beijar e voltaram a sua atenção para o jantar, aproveitando enquanto o tempo não esfriava completamente a comida para comer. Eles conversavam e riam durante todo o jantar e, assim que o vinho acabou, eles recolheram toda a louça e levaram até a cozinha. Enquanto Tom lavava as coisas que eles tinham sujado, as secava.
- Pronto, esse foi o último. - Ela disse, guardando o copo que acabara de secar no armário.
- Que bom, porque eu estou morrendo de saudades do seu beijo. - Ele se aproximou dela, prendendo o corpo da menina contra o seu e a bancada da cozinha.
- Que estranho. - Ela envolveu o pescoço do rapaz com os braços e se aproximou do ouvido dele - Eu também estou.
Tom sorriu ao ouvir a voz dela carregada de segundas intenções e a beijou. , apoiada nos ombros do rapaz, deu um impulso e se sentou na bancada atrás de si, envolvendo a cintura do cantor com suas pernas. Não demorou muito e as mãos deles exploravam cada centímetro do corpo um do outro.
O rapaz a pegou no colo, depois de alguns minutos daquele beijo intenso e, sem parti-lo por um segundo sequer, caminhou com ela até o seu quarto. A menina sentiu a superfície macia da cama assim que o rapaz a depositou na mesma e o puxou para perto pela gola da camisa, não querendo ficar separada dele por mais tempo.
O beijo foi interrompido apenas para que os dois se livrassem de suas blusas. Uma vez apenas de sutiã, o cantor foi descendo os seus beijos pela barriga da menina e se livrou da calça que ela usava com uma rapidez invejável. Quando ele voltou a se deitar em cima dela, inverteu as posições e repetiu o ato do menino.
Mesmo sendo preta, a boxer do rapaz não escondia o quão excitado ele estava. Um sorriso safado surgiu nos lábios da menina assim que ela tirou a última peça de roupa que ele usava e, sem aviso prévio, o envolveu com a boca. Tom soltou o ar rudemente, fechando os olhos e levando, automaticamente, a mão na direção da cabeça da garota, segurando seus cabelos.
Assim que ele notou que não conseguiria se segurar por muito mais tempo, puxou-a em direção a sua boca, selando seus lábios com rapidez e invertendo suas posições novamente. A menina partiu o beijo com a respiração ofegante, à procura de ar, dando a Tom a chance de agradá-la assim como ela estava fazendo a pouco tempo.
Ele desceu seus beijos novamente pelo colo da menina, desabotoando o seu sutiã e voltando a sua atenção para o seio despido da menina. respirava com cada vez mais dificuldade e, assim que a língua dele começou os movimentos circulares que ela já era conhecida, um gemido alto escapou pelos seus lábios.
Antes de atingir seu ponto máximo de prazer, a menina repetiu o ato do rapaz de um tempo atrás. Tom a obedeceu, meio a contragosto, mas acabou sorrindo quando a menina inverteu as posições dos dois, encaixando-se nele.
- Eu quero gozar junto com você. - Ela sussurrou no ouvido do rapaz, começando um movimento lento de vai e vem.
- Eu não sei se consigo segurar por muito tempo. - A voz dele saiu arrastada - Você fez um trabalho bom demais.
- Você também, então não se preocupe.
Ele concordou com a cabeça e, com um último selinho rápido, ela voltou a se sentar. Os movimentos dela foram aumentando conforme ambos iam gemendo e, não demorou muito, Tom a puxou pela cintura, numa última investida profunda. largou o seu corpo sobre o do rapaz, finalmente conseguindo respirar direito e relaxou com o carinho que ele lhe fazia.
Ela ficou naquela posição apenas o tempo necessário para normalizar a sua respiração, se levantando logo em seguida para tirar a camisinha feminina que usava no banheiro. Quando a menina voltou para o quarto, encontrou o rapaz coberto, provavelmente já com a sua boxer vestida e catou sua lingerie que estava jogada pelo chão do quarto.
- Eu estou tão feliz que você aceitou o meu pedido. - Ele sussurrou no ouvido dela, assim que a menina deitou na cama.
Eles estavam virados de frente um para o outro e, enquanto as mãos que estavam apoiadas na cama se entrelaçaram, as que estavam livres faziam carinho no corpo do outro. A mão de fazia um cafuné gostoso no cabelo do rapaz, enquanto a de Tom repousava sobre a cintura da menina.
- Agradece a por todo “deixa de bobeira, o Tom é ótimo e você não vai se arrepender". - Ela falou, fazendo o garoto rir da imitação que ela fez da amiga - Eu não sei se teria coragem de aceitar se não fossem todas as conversas que tivemos.
- Eu sei que você ainda está traumatizada por tudo o que aconteceu. - Ele tocou o rosto dela, fazendo carinho em sua bochecha - Mas eu prometo não te decepcionar.
Ela não o respondeu, apenas se aproximou e uniu seus lábios nos dele. O beijo era calmo e demonstrava muito mais do que a menina era capaz de dizer. Eles se abraçaram, logo depois que pararam de se beijar e pegaram no sono sem muito esforço.
Como todas as outras vezes em que eles dormiram juntos, Tom acordou, na manhã seguinte, antes da menina e, como ele sabia que ela acordaria ansiosa para a estreia da noite, decidiu acordá-la com um café da manhã na cama. O rapaz levantou, fazendo de tudo para não acordá-la, e se encaminhou até a cozinha para preparar as coisas.
Enquanto esperava a água que faria o café ferver, sua campainha tocou. Ele estranhou aquilo, já que não lembrava de ter marcado alguma coisa, mas, assim que ouviu a voz dos amigos, abriu a porta. e passaram por ele rapidamente, numa conversa animada sobre a estreia da peça, enquanto os namorados e Dougie, que carregava um buquê de rosas, cumprimentaram o rapaz.
- O que vocês estão fazendo aqui? - Ele perguntou, de cenho franzido, enquanto eles se acomodavam pela sala de seu apartamento.
- Eu não acredito que você esqueceu. - O tom de voz de era quase acusador - A gente marcou de fazer uma surpresa para a , lembra?
- Vai logo vestir uma roupa, nós já estamos atrasados. - reclamou, fazendo um gesto para que o garoto fosse para o quarto.
- Por que a pressa? - Danny fez uma voz afeminada, apontando para o amigo - Ele está tão gostoso assim.
Enquanto eles riam, Tom reparou que estava só com a calça de seu pijama. Quando lembrou que, provavelmente, apareceria só de lingerie na sala, já que ela costumava fazer isso sempre que dormia na casa do rapaz, fez menção de ir para o quarto, acordá-la e falar o que estava acontecendo, mas não teve tempo.
- Amor, volta para a cama. - A voz melosa de fez ser ouvida da sala e todos os presentes se assustaram - Depois eu te ajudo com o …
A frase da menina morreu no ar assim que ela saiu do corredor. O rapaz suspirou ao vê-la vestida com a blusa que ele usava na noite anterior e, ao ver o quanto ela estava com vergonha, a abraçou de lado, passando o seu braço por cima de um ombro dela e repousando sua mão na cintura da menina.
- Eu ouvi você chamar o Tom de “amor”, amiga? - sorriu para a menina, que corou ainda mais - Quer dizer que agora vocês estão assumidos?
- É, pode-se dizer que sim. - O menino desviou o olhar da modelo para encarar , que fez o mesmo - Ontem eu pedi ela em namoro.
- E eu aceitei. - A atriz completou a frase do cantor, beijando-o logo em seguida, fazendo os amigos comemorarem.
- Finalmente! - Dougie abraçou o casal, assim que eles pararam de se beijar - E isso é para você.
- Obrigada, Doug. - Ela o abraçou novamente, já com o buquê nas mãos - Elas são lindas.
- Presente de estreia de todos nós. - Ele sorriu, beijando a testa da menina - Cada um comprou uma rosa, por isso ele é colorido desse jeito.
- É, mas eu decidi trazer um só meu. - Harry disse, alarmando todos, menos .
O baterista se aproximou da menina, com um sorriso no rosto, e assim que parou na sua frente, levou uma de suas mão até o bolso de trás da sua calça, que, até então, estava coberto pelo casaco que o rapaz vestia. Quando ele mostrou, finalmente, qual era o seu presente, levou as duas mãos até a boca.
- O Tom me disse o que aconteceu com as suas. - O rapaz estendeu duas baquetas para ela, exatamente iguais às que ela tinha.
- Harry, eu…
- Aceita. - Ele as virou, mostrando o seu autógrafo - Eu sei que não é a mesma coisa do que pegá-las em um show, mas eu fiz questão de torná-las especiais mesmo assim.
A menina ainda ficou encarando as baquetas por alguns segundos, até que algumas lágrimas começaram a rolar pelos seus olhos. Antes que qualquer um tivesse qualquer reação que fosse, ela abraçou Harry pelo pescoço, afundando o rosto em seu ombro e sendo correspondida no ato. Tanto Tom quanto sorriram da situação, já que ambos sabiam o quanto os dois estavam mexidos com a quebra das primeiras.
- Obrigada. - Ela sussurrou o agradecimento próximo do ouvido do rapaz, que a abraçou ainda mais forte.
- Não precisa agradecer. - Ele se separou dela, secou as lágrimas que ainda rolavam pelo rosto da menina e sorriu - Eu só espero que você seja feliz, .
- Eu vou. - Ela olhou para Tom, sorrindo - Eu já estou.
O rapaz se aproximou dela, dando-lhe um beijo rápido. A ideia do café da manhã foi aceita pela menina, que foi trocar de roupa, acompanhada por Tom. Assim que eles voltaram, a mesa da sala do rapaz já estava pronta, com o café que ele tinha preparado mais algumas outras coisas que Danny correu na padaria para comprar, além das famosas panquecas de .
- Isso está maravilhoso. - A menina falou, após se deliciar com algumas panquecas com cobertura de chocolate - Bem que o Tom falou que elas eram gostosas.
- Obrigada, . - agradeceu, satisfeita pela aprovação da menina - Eu fui proibida de fazê-las quando eles começaram a treinar.
- Lógico, como eu ia emagrecer comendo isso? - Tom reclamou, com o apoio dos meninos, fazendo as meninas rirem.
O café da manhã deles foi todo naquele clima descontraído e, como tinha conseguido se distrair o bastante para não pensar na estreia, eles decidiram passar o resto do dia juntos. A tarde começava a cair quando a menina levantou do sofá, se espreguiçando.
- Eu tenho que ir. - Ela comunicou, enquanto os amigos resmungaram que ainda era cedo demais - Vocês esqueceram que eu ainda tenho que tomar banho, me arrumar, fazer cabelo e maquiagem e ainda passar mais uma vez o texto?
- Já fiquei com preguiça só de ouvir. - Danny se aconchegou ainda mais no sofá do amigo, que agora era habitado por ele, , Tom e Dougie.
- Você não vai mesmo contar para mim qual é a sua roupa? - perguntou, fazendo a menina rir.
- Quantas vezes eu vou ter que te falar que não sei? - Ela devolveu a pergunta, fazendo a amiga bufar - Eu só sei que é um vestido.
- Então manda foto quando a produção entregar? - , que estava aconchegada no colo de Harry, pediu, fazendo cara de cachorro abandonado, sendo acompanhada por .
- Eu não vou estragar a surpresa. - Ela negou com a cabeça - Vocês conseguem se segurar até a gente se encontrar.
- E você realmente não vai com a gente?
- Não, Doug. - Tom respondeu pela namorada, dando uns tapinhas de leve no ombro do amigo - Ela não quer ser vista com a gente.
- Que drama, Fletcher. - O rapaz riu - É que o diretor acha que vai dar mais impacto se eu chegar com o Aaron, mas é lógico que a gente ainda se encontra antes da peça.
- Seus pais e seu irmão vêm? - A modelo perguntou e simplesmente negou com a cabeça - Por quê? Eles nunca perderam uma estreia sua.
- É, mas dessa vez o filho favorito está na África tem alguns meses e minha mãe estava tão desesperada de saudades que nem percebeu que a viagem coincidiu com a estreia.
- Deixa só ela te ouvir falar isso. - As duas riram - Ela ama vocês dois iguais.
- Eu sei. - A menina pegou a sua bolsa e Tom se levantou, indo na sua direção - Mas é sempre engraçado ver a cara que ela faz quando eu falo que o Peter é o favorito.
- Engraçada foi a cara de alívio que o Tom fez quando você respondeu que eles não vinham. - Harry zoou o amigo, fazendo a menina rir.
- Não tem nem motivo para ter medo. - Ela sorriu para ele, abraçando-o pela cintura - Eles vão te amar.
Eles deram um beijo rápido e a menina foi se despedir dos amigos. O cantor a levou até a entrada do apartamento, dando mais um beijo nela, agora um mais demorado e ficou parado ali até as portas do elevador se fecharem e ele a perder de vista. O rapaz voltou para a companhia dos amigos, mas não demorou muito e cada um voltou para a sua casa para se arrumarem.
Eles iam sozinhos, mas marcaram uma hora para chegarem todos juntos e antes da menina. Assim como qualquer outra estreia, vários fotógrafos dos mais variados jornais e revistas, além dos influenciadores sociais que reportavam notícias, se amontoavam em frente aonde os convidados, quase todos famosos, e o próprio elenco passariam para entrar no teatro.
Tudo estava arrumado para parecer a entrada de um cabaré e, olhando em direção ao teatro, dava realmente a impressão de estar entrando no Moulin Rouge. Tom se impressionou ao ver que até o famoso moinho vermelho tinha sido replicado, mas não teve a chance de prestar muito mais atenção nos detalhes.
Assim que ele, os outros integrantes do McFLY e suas namoradas foram avistadas, os flashes se voltaram para eles. Já fazia um tempo que os quatro não eram vistos juntos em um evento como aquele e, combinado com as fofocas de que o rapaz estava tendo um caso com e de que teria sido o pivô da separação da atriz, atraíram mais atenção do que esperavam.
Mas assim que o primeiro carro contendo os atores do elenco parou em frente ao teatro, eles conseguiram escapar daquela sessão de fotos, mas ficaram ali, mais para perto da porta, esperando chegar. Como todos já esperavam, os protagonistas foram os últimos a aparecer. Depois dos boêmios, seguidos por Zidler e o duque, só faltavam a Satin e o Christian.
O último carro parou e logo Aaron saltou. Ele deu a volta no carro, se afastou para posar para algumas fotos sozinho, mas não demorou muito. Todos os movimentos do rapaz eram milimetrados e isso aumentava a expectativa de todos os presentes para ver a menina.
Assim que ele abriu a porta do carro, Tom se sentiu como um menino novamente, sentado entre os pais, esperando o filme da menina começar no cinema. O primeiro vislumbre que ele teve dela, foi a sandália de salto que a atriz usava, que brilhava diante dos flashes por causa das pedras que o compunham. Outra coisa que brilhou, foi o pulso da menina quando ela aceitou a ajuda do ator para sair do carro, por causa da pulseira que ela usava.
Quando apareceu por inteira, os quatro rapazes engoliram em seco, enquanto e soltaram um gemido. O vestido dela era vermelho sangue, longo, com uma fenda que ia até quase a virilha da menina. Ele era um tomara que caia que, com a ajuda de um espartilho, deixava os seios da menina ainda mais volumosos. De seu pescoço reluzia um colar de rubis e seu cabelo, completamente liso, caia imponente pelas suas costas.
Ela posou primeiro para as fotos sozinha, depois com Aaron e, por último, com ele, os boêmios, Zidler e o duque. Conforme a menina ia andando na direção da entrada do teatro, ainda na mira dos fotógrafos, seu sorriso ia aumentando a cada passo que dava em direção a Tom.
O menino observava-a se aproximar ainda com a respiração falha. Ela primeiro falou com os amigos e parecia que ele não conseguia ouvir as palavras que eram ditas tanto por ela quanto pelos outros. Quando a menina, finalmente, parou na sua frente, e ele olhou nos olhos dela, o rapaz podia jurar que a cor deles, naquela noite, era vermelho.
- O que você me diz de acabar, de uma vez, com todas as fofocas? - Ela perguntou para o rapaz, com um sorriso no rosto que foi impossível não acompanhar.
- Vamos. - Ele a puxou pela mão, andando com ela até o meio do caminho que ela tinha acabado de percorrer.
Quando os dois pararam, de frente um para o outro, todos pararam para observar. Os atores do elenco, principalmente Aaron, sabiam o que tinha acontecido, mas apenas o par da menina estava ciente do romance dela com o cantor. Ele parou do lado dos integrantes do McFLY e de suas namoradas, os seis tensos, esperando o que eles fariam.
Com um sorriso ainda maior, diminuiu a distância entre os dois. Tom envolveu a cintura dela com um braço enquanto levava a sua outra mão até o lado do pescoço da menina. Habituada à aquelas fotos de beijo, a menina se limitou a tocar o peito do rapaz, para que nenhuma mão atrapalhasse a visão.
Quando o rapaz, finalmente, a beijou, a comoção foi geral. Os fãs da atriz, que tinham ido prestigiá-la, começaram a gritar, os amigos comemoraram e os fotógrafos quase se pisotearam para conseguirem a melhor foto. A menina riu da situação, assim que eles se afastaram um pouco, sendo acompanhada pelo cantor.
- Vermelho nunca tinha sido tão lindo. - Ele sussurrou no ouvido dela, fazendo-a sorrir ainda mais abertamente.


Capítulo 18

Uma semana se passou, desde a estreia, e tudo estava na mais perfeita ordem na vida de . Todas as críticas acerca da peça e da atuação da atriz eram ótimas e o musical era um êxito de vendas. Os ingressos para o primeiro mês já estavam esgotados e eram poucos os que restavam para os outros finais de semanas.
O sucesso era tanto que, no final daquele domingo, após o término da peça, todos os que participavam iriam sair para comemorar. e Aaron combinaram de ir juntos, já que eles eram sempre os últimos a saírem pelo fato de ainda darem uma atenção especial para o público remanescente.
Desde o primeiro final de semana isso acontecia. Algumas pessoas da plateia esperavam, do lado de fora do teatro, os dois saírem e os enchiam de elogios e pediam fotos e autógrafos. A atriz sempre adorou o carinho de seus fãs e poder interagir com eles sempre foi uma das coisas que ela mais gostava na fama.
Naquela noite, em especial, a menina saiu do teatro antes de Aaron. Ela foi rodeada pelos seus fãs assim que pisou na calçada e, com um sorriso no rosto, começou a dar atenção a cada um deles. estava distraída, ouvindo o final da história de uma mulher que tinha, mais ou menos, a sua idade.
Ela lhe contava sobre como os filmes que a menina fazia eram uma parte importante de sua vida, quando uma mão tocou o seu ombro. A atriz virou para ver quem era, engolindo em seco. Nem em seus piores sonhos ela imaginou ver Phillip ali, tão perto dela, com um sorriso no rosto, fingindo que nada tinha acontecido.
- Desculpa, agora eu não posso falar. - Ela foi cordial, virando novamente para a mulher na sua frente - Pode continuar.
- Eu já acabei. - Ela lhe respondeu, com um sorriso no rosto - Eu só queria mesmo era agradecer por você ser essa pessoa maravilhosa.
sorriu para a mulher e elas se abraçaram. A menina adorava ouvir aquelas coisas de seus fãs e, naquele momento, nem mesmo a presença de Phill a incomodou. Elas se soltaram e, como a atriz já esperava, a mulher pediu para que tirassem uma foto juntas.
- Ela tem razão, sabe? - Ele falou baixo, apenas para a menina ouvir, conforme ela acenava para a mulher que se afastava - Você é mesmo maravilhosa.
- O que você quer? - praticamente rosnou, virando séria na direção do ex namorado.
- Te elogiar pela peça. - Ele sorriu - Você está perfeita no papel da Satin.
- Pronto, já elogiou. - Ela olhou na direção da entrada do teatro à procura de Aaron - Você já pode ir embora agora.
- Nós nunca tivemos a chance de conversar.
Naquele momento ela voltou a encará-lo. não podia acreditar no que estava ouvindo, como se, depois de tudo o que aconteceu, ainda tivesse algo para ser dito. A menina voltou a procurar pelo ator e suspirou aliviada ao vê-lo sair pela porta, acenando para ela.
- Nós não temos nada para falar um com o outro. - Ela o encarou pela última vez - Se você me der licença, eu preciso ir.
Assim que fez menção de se afastar, ele a segurou pelo braço, impedindo-a. Um calafrio percorreu todo o corpo da menina ao lembrar da última vez em que eles ficaram daquele jeito, mas agradeceu por estarem em público. Ela olhou na direção da mão dele em seu braço e, juntando toda a sua coragem, voltou a encará-lo.
- Me larga. - Ela rosnou - Agora.
- Desculpa. - Ele a soltou - Eu preciso de você de volta, .
- Deixa eu adivinhar. - Ela usava um tom sarcástico - Você não consegue viver sem mim?
- É exatamente isso. - Ele deu um passo na direção da menina, que recuou - Eu te amo.
- Não, não ama. - Ela desviou o seu olhar do dele, se segurando para não chorar.
- Deixa eu te provar que sim. - Ele tocou o rosto dela, forçando-a a olhá-lo - Quando se trata de amar você, não existe outro homem além de mim.
- Existe. - Ela sorriu ao pensar em Tom - E eu estou muito melhor com ele.
O olhar de Phillip começou a se tornar sombrio com a menção do cantor, exatamente igual à noite em que eles brigaram, mas não deixou se abalar. A atriz estava com tanta raiva por ter que estar ouvindo tudo aquilo que nem o semblante doentio do rapaz a assustava.
- Vai embora. - A menina falou com uma determinação que fez Phill franzir o cenho - E não ouse voltar e tentar fazer as coisas ficarem bem, porque eu vou estar preparada para uma briga.
O rapaz ficou sem fala. Satisfeita com o efeito de suas palavras, saiu andando, decidida, na direção de Aaron. Para a sua sorte, o ator estava tão entretido conversando com os próprios fãs que nem tinha notado o momento de tensão entre a amiga e o ex namorado. Tudo poderia ter saído do controle caso ele tentasse interferir.
e Aaron se encontraram já no carro do ator, que estava estacionado na frente do teatro. A atriz viu, pelo retrovisor, que Phillip continuou imóvel, olhando na direção que ela tinha tomado. Ao mesmo tempo que sentia uma sensação boa de, finalmente, ter dado um basta naquela história de um vez por todas, um arrepio percorreu a sua espinha ao vê-lo sair dali transtornado.
Eles foram os últimos a chegar no pub onde o elenco festejava. agradeceu internamente por estarem todos já bêbados o suficiente para não notarem a presença (ou ausência) dos dois. Ela foi direto até o bar, pedir uma bebida, e ficou ali durante o pouco tempo em que permaneceu na comemoração.
Por causa da sua conversa com Phillip, a menina não conseguia se entreter com nada. Mesmo depois de chegar em casa e tomar um banho quente, a atriz não conseguia relaxar. Ela rolou muito até conseguir pegar no sono e, mesmo assim, os pesadelos não a deixaram dormir direito.
acordou, na manhã seguinte, com o seu celular tocando em cima do seu criado mudo. O mau humor da noite mal dormida a fez pensar duas vezes antes de pegar o telefone, mas um sorriso nasceu em seu rosto ao ver quem era que ligava.
- Oi pai.
- Como está a minha princesa?
- Com saudades. - assumiu, abraçando uma almofada que estava jogada ao seu lado.
- Nós também, querida. - A voz do homem, acolhedora como sempre, a fez sorrir ainda mais - Mas falta pouco para a gente se ver agora.
- Vocês chegam quando? - Ela se levantou, sentindo uma animação enorme crescer.
Como ele e a mãe da menina estavam viajando no dia da estreia da peça e os ingressos estavam vendendo muito mais depressa do que eles imaginavam, o casal só conseguiu lugar para ver a filha na sexta do terceiro final de semana. estava ansiosa para rever os pais, eles não se viam desde antes dela terminar o namoro com Phill.
Eles sabiam, por alto, que os dois tinham se desentendido e terminado, mas a menina não teve coragem de contar, por telefone, toda a verdade. E agora, que eles finalmente iriam se encontrar, ela queria, além de apresentar Tom, explicar tudo o que aconteceu.
- Na sexta mesmo. - A menina riu ao ouvir a voz da mãe no fundo, falando alguma coisa - E sua mãe está ansiosa para conhecer o genro novo.
- Ela vai acabar assustando ele assim. - Os dois riram - Fala para ela ficar tranquila que eu vou falar com ele para a gente jantar todos juntos.
- Eu falo. - A voz da mulher foi ficando cada vez mais longe, indicando que o homem estava se afastando - Mas na sexta eu quero mimar a minha filhinha.
- Eu também preciso de um momento só com vocês, pai. - Ela sorriu.
Eles ainda ficaram conversando por mais um tempo sobre diversos assuntos, inclusive sobre o irmão de , Peter, e o seu trabalho voluntário. Ele era médico e vivia viajando para os lugares mais remotos para cuidar dos mais necessitados.
Assim que eles terminaram de se falar, a menina ligou para Tom. A voz de sono do menino a fez rir, mas todas as suas tentativas de desligar e deixá-lo voltar a dormir foram em vão. Ele estava mais que feliz em ouvir a voz da namorada e não se importou de ter sido acordado pela mesma, assim como não se opôs ao pedido deles jantarem no sábado com os pais dela.
- Você vai contar o que aconteceu para eles na sexta? - Tom perguntou, percebendo pela voz da menina a sua ansiedade.
- Sim. - Ela suspirou - Por isso que preciso desse tempo sozinha com eles.
- Não tem problema, ruivinha. - Eles ficaram alguns segundos em silêncio - Você acha que eles vão gostar de mim?
- Eu tenho certeza que sim. - A menina sorriu - Mas se vale de alguma coisa, a filha gosta.
- É isso que me importa. - Ela sabia que ele sorria do outro lado da linha - E como foi ontem?
cogitou, naquele momento, contar para ele sobre o encontro que teve com Phillip na noite anterior, mas decidiu não tocar mais naquele assunto. Ela tinha, finalmente, conseguido tirar aqueles minutos tensos de sua cabeça e não queria que eles voltassem a atormentá-la.
- Foi tudo bem. - Ela se limitou a dizer, mas sabia que aquilo não bastaria para o rapaz - Eu não fiquei muito tempo, estava cansada.
- Pelo menos hoje você teve a manhã para descansar. - Ela concordou com a cabeça, mesmo sabendo que ele não veria.
Eles ainda ficaram conversando mais um pouco até que a barriga da menina começou a reclamar de fome. desligou para ir preparar um café da manhã e, enquanto comia, revia a sua agenda, tentando gravar os seus afazeres, mas desistindo.
A semana da menina estava lotada de ensaios e de diversas entrevistas por causa da peça, o que a fez passar bem rápido. Quando a atriz deu por si, já estava agradecendo o aplauso do público de cima do palco. Seu sorriso naquela noite era ainda maior já que sabia que veria seus pais, George e Emma, assim que saísse do teatro.
Porém, assim como em qualquer outro dia de performance, foi a menina aparecer na calçada para ser parada por diversas pessoas que queriam demonstrar o seu carinho. Ela podia ver, através do grupo que a rodeava, o casal parado mais distante, observando a filha com um semblante super orgulhoso.
Assim que acabou de falar com todos e conseguiu se aproximar dos pais, ela foi recebida com um abraço carinhoso e cheio de saudades. Não demorou muito e os três já estavam no carro, a caminho do restaurante italiano que ficava próximo do apartamento da menina.
- E como está o Peter? - Ela perguntou, assim que o garçom anotou os pedidos de cada.
- Ótimo. - George a respondeu, tomando um gole de seu vinho - A África juntou as duas paixões dele: a natureza e a necessidade de ajuda.
- Cada dia ele está em um país diferente. - Emma sorriu, se lembrando do filho - Você precisa ver o quanto ele está feliz, filha.
- Eu imagino. - também sorriu - Só fico com saudades nesses tempos intermináveis que ele passa no exterior.
- Nós também. - A mãe dela confessou, assumindo um ar triste que logo fez passar - Mas nós não viemos aqui para falar do Peter, nós queremos saber como você está.
- Não foram meses fáceis, isso vocês podem ter certeza. - A menina os encarou, deixando um sorriso fraco sorrir em seus lábios - Mas agora está tudo bem.
- Você vai nos contar o que aconteceu de tão sério para você e o Phillip terminarem?
- É, filha, nós não entendemos nada. - Emma era cautelosa - Você parecia sempre tão apaixonada ao falar dele, foi uma surpresa.
- E eu era mesmo. - Ela suspirou - Mas eu também não enxergava o quanto ele me fazia mal.
Diante dos olhares preocupados dos pais, contou tudo o que tinha acontecido, sem poupá-los de nenhum detalhe, por mais perverso que possa ter sido. E, também, de como Tom a ajudou em todo o processo, sempre muito paciente e sem pressioná-la ou apressá-la com nada.
- Por que você não nos contou isso antes, filha? - Emma, que se controlava para não chorar, segurou a mão da menina - Nós podíamos ter vindo para Londres e ajudá-la com tudo isso.
- Não me parecia uma história para ser contada pelo telefone, mãe. - Ela olhou da mulher até o homem à sua frente, que tentava controlar a sua raiva - E eu não queria que vocês ficassem desse jeito.
- É impossível não ficar assim, . - George falou meio ríspido, a fazendo abaixar a cabeça, mas logo voltou com a sua postura gentil e acolhedora de sempre - Me desculpe, querida, é que eu não consigo ouvir isso tudo e não ficar com ódio desse moleque.
- Afinal, quem ele acha que é? - Foi a vez de Emma se exaltar - Ele não tinha o direito de encostar nem um dedo em você.
- E você tem certeza que pode confiar nesse Tom?
- Depois de tudo o que eu vivi, pai, eu não tenho mais certeza de nada. - Ela assumiu - Mas a gente se ama e se for para confiar o meu coração a alguém, que seja ao Tom.
Os pais dela se entreolharam e a atriz conseguiu perceber um leve sorriso se formando nos lábios de seu pai. Pelo resto da noite, os três conversaram sobre outras coisas, principalmente sobre a peça e como a menina estava, na mera opinião deles, perfeita no papel.


Capítulo 19

acordou no dia seguinte muito ansiosa pelo jantar que, por conveniência, seria no hotel em que os pais da atriz estavam hospedados. Ela e Tom tinham combinado que ele a buscaria em casa, já que a menina queria tomar banho e trocar de roupa depois da peça.
Para adiantar as coisas, a menina resolveu que iria escolher logo que roupa usaria. Ela parou na frente do seu armário e bebeu um gole do café que estava em sua xícara. encarou as suas roupas, sem ter noção nem de por onde começar e, no meio de seus devaneios sobre aquele jantar, decidiu ligar para .
- Oi amiga! - A menina a atendeu animada, fazendo-a sorrir - Já até sei, você quer que eu te ajude com a sua roupa de hoje.
- Isso. - se sentou na cama, ainda com o olhar fixo em seu armário - Afinal, como você faz isso?
- O que, exatamente? - A atriz revirou os olhos - Saber o motivo que você precisa de mim ou conseguir escolher uma roupa?
- Saber o motivo que eu preciso de você. - Ela ouviu a modelo rir.
- Se você conseguisse ouvir a sua própria voz, entenderia.
- Está tão óbvio assim?
- Sim. - suspirou - Mas compreensível, devo admitir.
- Afinal, você vai ou não me ajudar? - A menina levantou, puxando um vestido que tinha lhe chamado a atenção.
- Lógico! - Ela sorriu - Eu tenho um compromisso à noite próximo do teatro, te encontro na saída e vou ai te ajudar, ok?
- Combinado. - fechou as portas do armário e andou na direção de sua sala - Te vejo mais tarde, então.
- Até, amiga.
Elas desligaram e a atriz se jogou no sofá, ligando a televisão e colocando a primeira série interessante que passava. A menina ainda tinha algumas horas até ter que ir para o teatro e preferiu passar esse tempo tentando relaxar.
O dia passou relativamente rápido, dado o quão ansiosa ela estava para o jantar e, quando deu por si, já dirigia o seu carro, com ao seu lado. As meninas cantavam animadas as músicas que tocavam no rádio do carro e aumentou ainda mais o volume quando a voz de Tom soou pelo aparelho.
- Desde quando tem McFLY na playlist do seu celular? - A menina perguntou a amiga, completamente surpresa, e viu de relance um sorriso apaixonado nascer no rosto da modelo.
- Desde que eu comecei a namorar o Danny. - apontou para o rádio na hora que o menino começou a cantar - Me diz se não é a voz mais gostosa que existe no mundo.
- Desculpa, amiga, mas não. - gargalhou da cara de incrédula que ela fez - Concordo que a voz do Danny é maravilhosa, mas nada se compara a do Tom.
- Essa é uma discussão que é melhor a gente nem começar. - A atriz concordou com a amiga - Nós nunca seremos imparciais.
- Não mesmo.
Foi durante o refrão da música, onde as duas cantaram ainda mais alto que os próprios meninos, que um carro avançou o sinal e bateu no de . Devido a velocidade dos dois e o ângulo da batida, o veículo com as duas meninas capotou algumas vezes. ficou presa pelo cinto e, por isso, não se machucou muito, mas a atriz não teve a mesma sorte.
Quando a modelo, ainda tonta, olhou para o lado, viu a amiga deitada no chão, com a parte de cima do corpo para fora da janela quebrada do carro, extremamente ensanguentada e desacordada. Ela queria gritar, mas a sua voz simplesmente não saia. A única coisa que ela conseguia fazer era chorar.
Parecia que tudo estava acontecendo em câmera lenta ao seu redor. A menina ouviu o barulho de pneus no asfalto, indicando a fuga do infrator, além da voz de várias pessoas que, de relance, ela viu se aproximar. Tudo o que a modelo conseguia prestar atenção era na atriz ao seu lado.
Não demorou muito e o barulho das sirenes preencheram o ambiente. , que era a menos atingida, foi tirada primeiro de dentro do carro. Ela foi atendida rapidamente ali, nas portas da ambulância, para então ser levada ao hospital.
- Nós precisamos avisar para alguém do acidente, senhorita.
ouviu um dos socorristas falar. A menina, então, desviou seu olhar do corpo da amiga, que agora estava sendo, cuidadosamente, tirado de dentro do carro e, automaticamente, deu o primeiro número que veio a sua mente: o de Danny. A modelo voltou a encarar até que as portas da ambulância se fecharam e, só então, descansou a cabeça, deixando as lágrimas inundarem seus olhos.
Danny estava em seu apartamento, vendo televisão, quando recebeu a notícia do acidente. O rapaz se desesperou e, enquanto corria em direção ao seu carro, só conseguiu pensar em ligar para Tom. O cantor tinha acabado de sair do banho, vestia uma calça preta e se olhava no espelho com duas blusas na mão. Ele as trocava, tentando escolher qual ficaria melhor quando seu celular tocou.
- Fala Danny. - ele atendeu o amigo, jogando a camisa azul na cama e vestindo a verde.
- A e a sofreram um acidente. - O guitarrista cuspiu as palavras - Eu não sei direito o que aconteceu, só sei que elas estão sendo levadas para o hospital.
- Qual deles, mate? - Tom já corria na direção da porta de seu apartamento, catando o casaco e as chaves do carro pelo caminho - Me manda por mensagem, estou saindo de casa.
O rapaz desligou sem dar a chance do amigo falar qualquer coisa a mais. A mensagem não demorou para chegar e o menino dirigiu o mais depressa possível. Assim que ele entrou no hospital, viu Danny debruçado na mesa da recepção, visivelmente nervoso, com as bochechas mais rosadas que o normal.
Assim que Tom fez menção de andar até o seu encontro, as portas se abriram novamente, chamando a atenção do cantor. estava com o pescoço protegido pelo colar cervical e vários fios presos pelo seu corpo. O rapaz não conseguiu conter as lágrimas ao vê-la daquele jeito, coberta de sangue e com a mão caída para fora da maca, parecendo sem vida.
Danny, que olhou na mesma direção do amigo assim que ouviu a correria atrás de si, engoliu em seco. Ele, que agora já sabia em que quarto estava a namorada, andou até o cantor, apoiando a mão em seu ombro, tentando lhe passar algum tipo de força.
- Onde a está? - Tom tirou Danny de seus devaneios, encarando-o com os olhos molhados.
- No quarto. - O rapaz se limitou a responder.
- Então vamos.
Os dois seguiram, lado a lado, em direção ao elevador do hospital. Não demorou muito e eles já estavam parados na porta do quarto onde estava e Danny entrou correndo quando ouviu a voz embargada da namorada soar mais alto do que o habitual.
- Eu preciso saber como está a minha amiga! - A modelo se debatia na cama, enquanto uma enfermeira ministrava a medicação.
O rapaz fez menção de ir na direção dela, nervoso por vê-la daquele jeito, mas franziu o cenho quando ela, do nada, ficou mais calma. A enfermeira, que estava do lado da menina, andou na direção dos dois e parou na frente de Danny.
- Você deve ser o namorado, certo? - O menino apenas concordou com a cabeça - Ela veio o caminho todo quieta, mas quando chegou aqui parece que a ficha tinha, finalmente, caído.
- E por que ela ficou tão quieta? - Tom perguntou, ainda encarando a amiga.
- Ela precisa descansar, então nós lhe demos um calmante. - A enfermeira também olhou na direção da menina, que agora chorava silenciosamente - Isso não vai fazê-la dormir, só ficar mais tranquila.
Danny não esperou a enfermeira falar mais nada, apenas andou na direção da namorada e sentou do lado dela na maca. Tom, que ficou distante, agradeceu a profissional e ficou observando os amigos por alguns segundos. O guitarrista passou um braço ao redor do ombro da modelo, trazendo-a para mais perto, enquanto a mesma apoiou sua cabeça no ombro do rapaz.
- Tom. - A voz dela saiu suave e sua mão se estendeu na direção do amigo, que andou até conseguir segurá-la e sentou na ponta da cama, do lado da menina - Eu estou com tanto medo.
- A é forte, . - Ele deu um sorriso tristonho - Você melhor do que ninguém sabe disso.
- Foi tudo tão rápido. - Ela voltou a chorar mais intensamente, sendo acompanhada pelo cantor - Em um minuto nós estávamos cantando “Lies” e no outro…
A frase da menina morreu no ar. Tom conseguiu montar a cena nitidamente em sua mente, até ouvir a voz da namorada cantando ele pôde. O rapaz levantou em um rompante, torturado demais. Ele queria dar forças para a amiga, mas nem isso se sentia capaz de fazer. Ao invés disso, andou até a janela do quarto, sacou o celular do bolso e colocou os fones de ouvido.
A direção do pub onde tinha sido o seu aniversário gravou todas as músicas que foram cantadas no karaokê daquele dia, inclusive a dele com . O rapaz tinha aquela, em especial, salva em seu celular e, sem pensar duas vezes, colocou-a para tocar, aumentando o volume até o máximo que pôde.
O casal, que não esperava essa reação do amigo, ficou observando-o até que a porta do quarto foi aberta novamente. franziu o cenho ao ver quem estava ali, mas não conseguiu falar nada. A senhora de cabelos ruivos e olhos verdes como os da filha, correu na direção da modelo, abraçando-a fortemente, enquanto o senhor, apenas beijou o topo da cabeça da menina.
- Tia Emma? Tio George? - A voz dela saiu quase que num sussurro - O que vocês estão fazendo aqui?
- Nós não íamos conseguir esperar notícias da nossa menina. - A senhora respondeu, fazendo carinho no rosto da modelo - De nenhuma das duas.
- Principalmente elas vindo desses canais de fofoca. - O senhor deu um sorriso paternal - Como você está, querida?
- Bem. - Ela suspirou - Eu fiz alguns exames mas, aparentemente, não tenho nada.
- E a ? - A menina começou a chorar, sendo acompanhada pelos pais da atriz.
- Eu não sei.
- Ela chegou junto com a gente. - Danny se pronunciou, chamando a atenção do casal - Mas nós não temos notícias.
- Oh meu querido. - A senhora, finalmente, percebeu a presença do rapaz - Desculpe não ter te cumprimentado, é que estamos tão preocupados.
- Não tem problema. - O menino abriu um sorriso acolhedor - Eu entendo.
- Eu sou a mãe da , Emma. - Ela apontou dela para o senhor ao seu lado - E esse é o meu marido, George.
- Prazer. - Ele apertou a mão dos dois - Eu sou o Danny, namorado da .
- Vê se cuida bem dessa menina. - George falou, sério, fazendo a esposa revirar os olhos.
- Acho que o senhor está falando isso para a pessoa errada, tio. - sorriu, apontando para Tom.
O casal se entreolhou. Eles entenderam o que a menina tinha falado e, por isso, Emma levantou da cama e foi na direção do rapaz, que continuava virado na direção da janela. Tom chorava conforme a música ia tocando, completamente alheio à movimentação do quarto até que uma mão tocou o seu ombro.
Assim que o cantor tirou os fones e virou, o ar lhe faltou. A senhora na sua frente era, sem sombras de dúvidas, quem ele deveria conhecer naquela noite. O rapaz desviou seu olhar dela para o homem mais a fundo, que ainda estava parado em pé ao lado de e pode ver ali, a perfeita mistura dos dois.
- Tom, certo? - Emma perguntou, com um sorriso no rosto, fazendo-o concordar com a cabeça - Acho que você já sabe quem nós somos.
- Os pais da . - Ele segurou a mão dela, abaixando o seu olhar - Me desculpa por não ter conseguido protegê-la.
- Não se culpe, querido. - A senhora tocou a bochecha do rapaz, fazendo-lhe carinho - Você não podia prever que isso aconteceria, ninguém podia.
As lágrimas voltaram a rolar de seus olhos e Emma logo o abraçou. George andou na direção dos dois e tentou reconfortar o menino, falando algumas palavras de consolo, com a mão apoiada em seu ombro. Eles ficaram daquele jeito até a porta ser aberta novamente e um médico entrar no quarto.
- Sr. e Sra. ? - Ele perguntou ao casal mais velho, que concordou - Eu sou o Dr. Townsed.
- O senhor tem alguma notícia da minha filha?
- Sim. - Ele desviou seu olhar dos papéis em sua mão para encará-los - A Srta. foi submetida a uma cirurgia de emergência, mas já se encontra descansando no quarto ao lado.
- Cirurgia? - A voz de soou fraca, ainda por causa do calmante - Por quê?
- O cinto de segurança rompeu no acidente, gerando uma lesão na coluna.
Todos engoliram em seco. Emma, que agora estava do lado de George, abraçou o marido com força, imaginando no pior. e Tom continuaram atentos no médico, enquanto Danny encarava o amigo, com medo de sua reação.
- Nós precisamos esperá-la acordar para fazer alguns testes. - O doutor continuou a explicação - Mas não nos parece que ela vai ter qualquer sequela.
- Eu posso vê-la? - Tom pediu, em um tom de súplica que fez o médico suspirar.
- Assim que ela acordar. - O rapaz concordou, um pouco contrariado - Agora vamos deixá-la descansar.
O médico saiu do quarto, depois de pedir licença, e os remanescentes se empenharam em manter uma conversa que os mantivesse distraídos enquanto não acordava. Não demorou muito e dormiu, por causa do calmante mas, principalmente, por todas as emoções que tinha vivido naquele dia.
- Com licença. - Uma voz feminina soou da porta, chamando a atenção de todos - A Srta. acordou, os senhores já podem vê-la.
A enfermeira fechou a porta no momento em que Tom levantou em um pulo. Assim como Danny, os pais da menina não se mexeram, apenas se entreolharam. O cantor saiu do quarto sem se dar conta daquele fato, devido a sua felicidade e foi o guitarrista que olhou para o casal com o cenho franzido.
- Os senhores não vão? - Ele perguntou, apontando para a porta, e recebeu um sorriso dos dois.
- Ainda não. - Emma respondeu, olhando na direção da porta.
- Deixa eles terem um momento juntos, primeiro. - George completou, fazendo o menino concordar.
- Ele a ama, muito. - O rapaz disse, recebendo a atenção dos mais velhos - Desde o primeiro momento que ele pôs os olhos nela.
- Nós conseguimos perceber isso. - A senhora olhou para o marido - De um jeito que eu nunca percebi no Phillip.
- É. - George concordou, perdido nos próprios pensamentos.
Aquilo fez o guitarrista se sentir mais aliviado. Ele sabia o quanto o amigo estava nervoso para impressionar e fazer com que os pais dela não só gostassem dele, mas também confiassem. Tanto Tom quanto Dany sabia o quanto seria difícil isso, dado todos os problemas do relacionamento anterior da menina e ouvi-los falar aquilo o fez ficar feliz pelo cantor.

- ? - Tom a chamou, ainda perto da porta do quarto e, quando viu a cabeça da menina se mexer, andou a passos largos até a sua cama.
- Tom. - A voz dela saiu fraca, mas o sorriso que nasceu em seu rosto ao ver o namorado foi forte o bastante para fazê-lo sorrir junto.
- Como é bom te ver bem, ruivinha. - Enquanto uma mão sua segurava a dela, a outra fez um carinho em seu cabelo - Eu tive tanto medo de te perder.
- Eu não lembro de nada. - Ela suspirou - A enfermeira me disse que eu e a sofremos um acidente e que ela está bem. Isso é verdade?
- Sim.
Assim que o rapaz viu as lágrimas escorrerem pelo rosto da menina, ele fez o mesmo que Danny: se sentou do lado da namorada, passou um braço ao redor do seu ombro e a puxou para perto. afundou seu rosto no peito do menino e só se afastou quando já estava mais calma.
- A falou que foi tudo muito rápido, acho que nem ela própria lembra direito o que aconteceu. - Ele explicou - Ela só falou que vocês estavam cantando “Lies" quando tudo aconteceu.
- Disso eu lembro. - Ela deu um riso fraco - Nós estávamos discutindo quem tinha a voz mais bonita, você ou o Danny, mas chegamos a conclusão que estamos envolvidas demais para escolher.
- Eu nunca vou me acostumar com isso, sabia? - Ele próprio riu, puxando-a para perto novamente.
- Isso o que?
- O fato de você ser fã do McFLY. - Ele sorriu.
- É melhor se acostumar. - Ela o olhou de baixo, com as sobrancelhas erguidas - E rápido, porque eu nunca vou deixar de ser uma galaxy defender.
O sorriso do rapaz ficou ainda maior e, depois de encará-la por mais alguns segundos, a beijou. O beijo foi rompido pelo barulho da porta sendo aberta e Tom se levantou, deixando com que os pais de a abraçassem.
- Eu vou deixar vocês a sós. - Ele disse, sorrindo para a cena - Daqui a pouco eu volto.
e os pais ficaram juntos por algum tempo, onde a maior parte dele a menina teve que responder várias e várias vezes como estava se sentindo. Quando a porta se abriu novamente, Danny entrou com , sentada em uma cadeira de rodas, com o saco de soro pendurado e um suporte e com Tom em seu encalço.
- A sua amiga não ia sossegar enquanto não viesse ver com os próprios olhos que você está bem. - Danny falou, tentando parecer sério e aborrecido, o que fez a atriz rir - É bom te ver bem, .
- Obrigada, Danny. - Ela agradeceu, com um sorriso no rosto, mas logo voltou a sua atenção para - E como você está, amiga?
- Duas costelas quebradas, nada demais. - Ela se levantou da cadeira com dificuldades, sendo ajudada pelo namorado, e deitou do lado da amiga na cama - E você?
- Vejamos… - ela fez uma cara de pensativa - …alguns pontos, secura na garganta por causa da intubação, sono por causa da anestesia e uma dormência na perna que me disseram ser normal por causa da lesão que eu tive.
- Nada para eu me preocupar, então? - perguntou, estendendo a mão encima da perna da menina.
- Não. - Ela entrelaçou seus dedos nos da amiga e apoiou a cabeça em seu ombro - Quer dizer, sim.
- O que? - O modelo se afastou o suficiente para encará-la.
- Com o fato que o meu namorado tem a voz mais bonita que o seu. - brincou, fazendo a menina e Tom gargalharem e Danny olha-las com o cenho franzido
- Eu só não vou discutir isso porque você está, claramente, sob efeito da anestesia e não está pensando direito. - riu.
- Afinal, o que eu perdi? - Danny perguntou, olhando das meninas até Tom, que tocou o ombro do amigo.
- Coisa de fã, mate. - O cantor deu de ombros - Melhor nem perguntar.
- Bem que eu estava reconhecendo vocês de algum lugar. - Emma cruzou os braços, olhando para a filha - Quando você ia contar que o Tom é o cantor daquela sua banda favorita?
- Nossa, como eu não percebi antes? - George olhou para os meninos - Eu não sei quantas revistas com vocês na capa eu comprei pra essa menina.
- Pai! - ficou vermelha, visivelmente envergonhada, fazendo os rapazes rirem.
- Mas vocês eram quatro, não? - Ele franziu o cenho - Eu lembro que tinha um gordinho, um com uma franja que tampava o olho, um que era uma criança e um que usava uma costeleta ridícula.
e não se aguentaram e começaram a gargalhar. Tom e Danny estavam, visivelmente, envergonhados e tudo o que a atriz mais queria era que Dougie e Harry estivessem ali para ouvirem aquela definição perfeita de como era a banda no início da carreira.
- Eu era o da franja, senhor. - Danny disse, não conseguindo controlar a risada.
- E eu, o gordinho. - Tom começou a rir assim que o homem o encarou novamente.
- Ainda bem que o tempo passa, não é garoto? - Ele tocou o ombro do cantor, que concordou com a cabeça.
- Tio George, você é o melhor. - , que finalmente tinha conseguido controlar o seu riso, falou, fazendo a amiga concordar.
- Eu só queria que o Harry ouvisse sobre a costeleta dele. - assumiu, fazendo Tom e Danny concordarem.
Eles ficaram todos juntos, conversando, até uma enfermeira aparecer e, além de avisar que a hora da visita tinha acabado, brigou com por ela não estar no próprio quarto, descansando. Quando Tom pediu para ficar no hospital, dormindo com a menina, os pais dela não pensaram duas vezes antes de aceitarem a ideia.


Capítulo 20

Alguns poucos dias se passaram com ainda no hospital. Ela fazia fisioterapia para voltar com a força nas pernas, recebia suas visitas e, todas as noites, dormia na companhia de Tom. O rapaz saía de manhã, assim que os pais dela chegavam e voltava no final da tarde, quando o horário de visitas chegava ao fim.
Além de Dougie, Harry e , que foram vê-la logo no dia seguinte do acidente, a atriz também recebeu a visita de todo o elenco da peça. Durante a passagem de Aaron pelo quarto da menina, na quarta-feira, o ator assumiu o quanto ela já fazia falta.
Naquele dia, Tom demorou para voltar. A menina tinha certeza que ele tinha perdido a hora escrevendo o seu livro, que já estava no final, o que só foi comprovado pela cara de culpado que ele fez assim que chegou no quarto, pouco tempo depois do horário de visita ter acabado.
- Desculpa o atraso, ruivinha. - Ele falou, dando um selinho rápido na menina - Você ficou muito tempo sozinha?
- Não, amor. - Ela o seguiu com o olhar, enquanto ele se livrava de sua mochila - Escrevendo?
- Sim. - Ele passou a mão pelos cabelos, tentando disfarçar a vergonha - É que eu parei lá na Starbucks e você sabe o quanto aquele lugar me inspira.
- Eu sei, fica tranquilo. - Ela sorriu, estendendo a mão para ele, que logo a segurou - E como foi o seu dia?
- Até que eu consegui fazer muita coisa. - Ele assumiu, sentando do lado dela na cama - Mas teve uma coisa bem estranha.
- O que?
- Eu acho que o Phillip estava me seguindo. - Ele cuspiu as palavras, fazendo-a arregalar os olhos.
- Como assim você acha? - Ela falou mais rápido que o normal, deixando visível o seu nervosismo.
- Porque pode ter sido só coincidência, amor. - O cantor deu de ombros - Ele estava dentro do carro, do outro lado da calçada.
- Ele não estava lá por nada, pode ter certeza. - Ela suspirou - Só toma cuidado, ok?
- Fica tranquila que eu sei me cuidar. - Ele sorriu para a menina e lhe deu um beijo na testa - E o seu dia? Como foi?
relatou, brevemente, sobre as visitas que tinha recebido, a sessão de fisioterapia e os exames que tinha feito. Nem ela teve consciência do quanto ficou nervosa com o que Tom tinha lhe dito sobre Phill até pegar no sono. Durante toda a noite, a menina não conseguiu dormir direito, sempre muito agitada e com pesadelos.
- Desculpa pela noite, amor. - Ela pediu, assim que Tom se aproximou da cama dela pela manhã.
O rapaz estava com enormes olheiras debaixo dos olhos e visivelmente cansado. Ele não dormiu nada por causa dos gritos que a menina dava toda vez que acordava de um pesadelo e nada do que o cantor tentava a fazia dormir melhor.
- Não se preocupe. - Ele abriu um sorriso cansado - Eu não me incomodo nem um pouco de cuidar de você.
Ela teve que engolir em seco para não começar a chorar na frente dele. Ao invés disso, um sorriso fraco se abriu no rosto da menina que agradeceu o fato do namorado estar com tanto sono que nem percebeu o quão forçado ele era.
Assim que eles acabaram de tomar o café da manhã que o hospital disponibilizava, os pais de entraram no quarto. Tom, que estava realmente morto e queria, mais que tudo, a sua cama, não demorou muito mais tempo ali. Ele deu um selinho demorado na namorada, se despediu dos pais dela e foi em direção a saída.
relaxou assim que ouviu a porta do quarto se fechar, deixando com que as lágrimas inundassem o seu rosto sem o menor pudor. Emma logo a abraçou, tentando confortar a filha, mesmo não entendendo o motivo do choro, e George sentou do lado dela na cama, fazendo um cafuné em seu cabelo na expectativa de que ela se acalmasse.
- O que aconteceu, querida? - Emma perguntou, assim que a filha respirou fundo e conseguiu conter as lágrimas.
- Eu estou com medo. - A menina assumiu, olhando do pai até a mãe - Por mim e pelo Tom.
- Como assim, filha? - George a olhou com o cenho franzido - O que aconteceu?
A atriz respirou fundo e contou para os pais tanto o encontro dela com Phill naquela noite de domingo, quanto o que Tom lhe contara na noite anterior. O medo era visível nos olhos da menina que, a cada palavra, deixava cair algumas lágrimas.
- E você contou sobre esse encontro para o Tom? - A mãe dela perguntou, no final da narrativa da filha, que apenas negou com a cabeça - Por quê?
- Eu ia contar. - Ela suspirou - Mas aquilo mexeu tanto comigo que, quando eu consegui ficar bem, não queria mais tocar no assunto.
Assim que Emma fez menção de falar mais alguma coisa, a porta do quarto se abriu novamente. O Dr. Townsed apareceu, olhando para os papéis que preenchiam a sua prancheta e, assim que parou na ponta da cama da menina, abriu um sorriso.
- Bom dia. - Ele desejou - Trago boas notícias.
- Eu vou poder sair daqui, doutor? - A menina perguntou, animada pela primeira vez naquele dia.
- A princípio, sim. - Ela suspirou aliviada - Seus exames estão ótimos, mas hoje a senhorita dorme aqui para eu ter certeza que está bem o suficiente para receber alta.
- Tudo bem.
- Agora eu preciso examiná-la.
O médico ficou mais alguns minutos dentro do quarto, fazendo alguns exames na menina. Assim que ele saiu e viu a sua mãe se aproximar e sentar do seu lado na cama, pronta para retomar da onde tinha parado alguns minutos atrás, mas a atriz foi mais rápida.
- Eu vou voltar com vocês para Malton. - Ela falou, sem nem pensar, pegando os pais de surpresa.
- O que? Não. - Emma negou com a cabeça - Eu não te criei para você fugir na primeira dificuldade, .
- Eu não estou fugindo.
- É lógico que está. - A mãe dela se levantou - Nem conversar com o menino você quer, filha.
- Eu só quero um pouco de paz. - A voz da menina demonstrava toda a sua frustração - E se isso significa que eu preciso sair dessa cidade, que seja.
Emma, simplesmente, não respondeu. Ela andou na direção da janela do quarto da filha e ficou ali, observando a aglomeração de jornalistas na porta do hospital. A mulher não conseguiu pensar em outra coisa a não ser no cantor.
Todos os dias, quando ela e o marido chegavam para ver a filha, era uma dificuldade enorme passar por todas aquelas pessoas e, para Tom, era ainda pior. Ser um dos membros do McFLY e, ainda, namorado da atriz, fazia dele um alvo. E nenhuma das vezes ele reclamava, pelo contrário, fazia piada da situação apenas para ver rir.
No pouco tempo de convivência que tinham tido, a senhora já tinha conseguido perceber o quão apaixonado ele era pela menina e sabia o quão chateado ele ficaria por ser privado de vê-la. E, o pior, sabia o quanto a filha ficaria triste longe do cantor.
- De qualquer jeito, é melhor mesmo você ir para Malton com a gente. - George se pronunciou, atraindo a atenção tanto da filha quanto da esposa - Você ainda vai precisar de ajuda e não tem como o Tom parar de fazer as coisas dele.
- Você está certo. - Emma suspirou, concordando com o marido - Mas eu só aceito isso porque, realmente, você precisa de cuidados que fica complicado receber aqui.
apenas concordou com a cabeça. Ela não queria voltar a discutir com a mãe e, uma parte sua, até concordava que a senhora estava certa e que ela queria, sim, fugir de Londres. Não por querer se afastar de Tom e sim dos momentos ruins que aquela cidade parecia fazer questão de lembrar a menina o tempo inteiro.
Aquele foi o dia mais complicado para a atriz. Por causa da noite mal dormida, ela estava tão cansada que toda a força que ela já tinha recuperado nas pernas parecia ter desaparecido. A menina não conseguiu ficar o tempo que normalmente ficava em pé e caiu algumas vezes durante a fisioterapia.
O rapaz apareceu, naquele dia, mais cedo do que de costume. Ele trazia consigo um saco de papel e estava muito mais animado do que quando saiu pela manhã. Tom cumprimentou os pais da menina, que aproveitaram para irem embora e, assim que se aproximou dela, estendeu o embrulho que carregava.
- Para adoçar seu dia, meu amor. - Ele falou, com um sorriso no rosto.
Assim que pegou o saco, Tom caminhou na direção do sofá para largar a sua mochila. Dentro daquela bolsa de papel pardo, viu um pote de sorvete com duas colheres e acabou sorrindo. Ela analisou o recipiente, lendo o rótulo e se surpreendeu ao ver que era o seu sabor favorito.
- Eu não lembro de ter te falado que esse é o meu sorvete favorito. - Ela falou, chamando a atenção do rapaz, que riu.
- E não falou mesmo. - Ele se aproximou - Eu trouxe porque é o meu.
- Sério? - Ela se surpreendeu ao vê-lo concordar.
- Juro.
Tom se sentou do lado dela na cama, passando um braço ao redor do seu pescoço e pegando uma colher com a outra mão. Eles começaram a comer o sorvete, vendo um filme qualquer que passava na televisão e, pela primeira vez naquele dia, a menina se sentiu tranquila.
Eles ficaram daquele jeito, em silêncio, apenas curtindo a companhia um do outro enquanto comiam todo o conteúdo do pote. O rapaz levantou somente para jogar o recipiente fora e acabou alongando a coluna antes de voltar a se aproximar da menina.
- Dor? - Ela enrugou o nariz, fazendo cara de pena assim que o menino concordou.
- Esse sofá está acabando com as minhas costas. - Ele reclamou, sentando novamente do lado dela.
- Você não vai mais precisar dormir nele, amor. - Ela sorriu - Ao que tudo indica, amanhã eu vou ter alta.
- Que notícia maravilhosa, ruivinha. - Ele se animou, virando de frente para ela - Nem acredito que eu vou poder dormir em uma cama de novo, seja ela a sua ou a minha.
- Sobre isso. - Ela engoliu em seco - Eu vou para Malton com os meus pais.
- O que? - Ele franziu o cenho - Por quê?
- Porque alguém precisa ficar comigo o dia inteiro, amor, eu ainda não consigo fazer nada sozinha. - Ela suspirou - E eu não posso te pedir para parar tudo o que você faz por minha causa.
- Você sabe que eu não me incomodo nem um pouco de cuidar de você, ruivinha. - Ele a encarou - Mas se você acha que vai ser melhor assim, tudo bem.
- Vai ser sim. - Ela tocou o rosto do rapaz, acariciando-o com o polegar - E não vai ser por muito tempo.
- Eu vou poder te visitar? - Ela concordou com a cabeça - Então tudo bem.
- De qualquer jeito, esse final de semana eu ainda fico com você.
- Ótimo. - Ele sorriu - Assim eu ainda vou poder te mimar muito.
Ela sorriu e o puxou para um beijo. soube, ali, o quanto ia ser difícil ficar longe do cantor, mas ela realmente precisava daquele tempo. Eles ainda ficaram vendo televisão por mais um tempo, até que a menina pegou no sono apoiada no peito do rapaz.
Eles acordaram no dia seguinte e Tom decidiu que ficaria com ela, aproveitando cada segundo que ainda tinha na companhia da namorada e, por isso, mesmo com a chegada dos pais dela, ele não foi embora. Não demorou muito e o Dr. Townsed chegou com os papéis para a alta da menina.
- Últimos detalhes. - Ele disse, atraindo a atenção de todos - A senhorita precisa voltar para tirar os pontos no domingo da semana que vem e é crucial a continuação da fisioterapia.
- Tudo bem, doutor. - Ela sorriu - Obrigada.
- Que isso. - O médico sorriu e foi em direção à porta, na companhia do pai da menina, que agradecia ao homem.
- Vamos? - Tom sussurrou no ouvido dela, fazendo-a sorrir ainda mais.
- Vamos.
O rapaz a ajudou a se levantar no momento em que Emma apareceu no quarto empurrando uma cadeira de rodas. suspirou, mas não tinha outro jeito, ela ainda não tinha força o suficiente na perna para sair do hospital andando. Porém, o que mais a incomodava era o fato de ter que encarar a horda de jornalistas que estava à sua espera.
- Só me tira o mais depressa que você conseguir, ok? - Ela pediu para o namorado, que era quem a empurrava, e o rapaz concordou com um aceno de cabeça.
Os seguranças do local já estavam esperando a saída da atriz e, por isso, foi tudo muito mais rápido. Ela não estava preparada nem queria dar qualquer tipo de testemunho para a imprensa e, por isso, agradeceu o fato deles terem aberto caminho para que Tom pudesse chegar rapidamente no carro com ela.
Eles foram direto para a casa do cantor e, em todo o cruzamento que o carro passava, sentia o ar lhe faltar. Ela suspirou assim que o carro entrou na garagem e encarou o rapaz do seu lado por alguns instantes.
- Como a gente vai fazer agora?
Ele a olhou, com um sorriso nos lábios e não a respondeu, simplesmente saiu do carro e fechou a porta. A menina o viu contornar o automóvel e, no segundo seguinte, ele já estava parado ao seu lado, com a porta do carona aberta.
- Assim.
Ele a pegou no colo, sem muito esforço, e a menina se agarrou no pescoço dele, depois de deixar escapar um grito baixo. Ele fechou a porta do carro com o pé, mas contou com a ajuda da menina para abrir a porta do elevador, tocar o botão correspondente ao andar do seu apartamento e abrir a porta do mesmo.
- É tão fácil assim me carregar para cima e para baixo? - Ela perguntou, assim que ele a depositou em sua cama.
- É bem mais fácil quando você está acordada, devo admitir. - Ela riu, lembrando do dia da festa em que ele fez a mesma coisa, mas com ela dormindo em seu colo.
Eles aproveitaram aqueles dois dias juntos do melhor jeito que encontraram. Quando a tarde começou a cair no domingo e o interfone do rapaz tocou, indicando que os pais da menina estavam esperando-a, a vontade que ele tinha era de poder voltar no tempo. não estava muito diferente do namorado, mas uma parte dela estava ansiosa para sair daquela cidade que estava se tornando um compilado dos piores momentos de sua vida.


Capítulo 21

A semana passou mais rápido do que imaginou. Quando a menina percebeu, já era noite de quinta feira e sua mala estava aberta em cima da cama do seu quarto de infância, esperando para receber as suas roupas. A atriz, que encarava a bolsa de pé, sentou na poltrona que tinha ali com um suspiro.
Ela sabia que tinha que voltar, principalmente pelo fato de que precisava tirar os pontos, mas uma parte sua implorava para que ela ficasse. A paz que a menina encontrou ao voltar para a sua cidade natal só não era maior do que a saudade que sentia de Tom.
Eles conversavam todos os dias por mensagem e chamada de vídeo, mas não era a mesma coisa. sentia falta de tudo do rapaz, o seu cheiro, seu carinho e, principalmente, seu beijo. Mas toda vez que pensava em voltar para Londres, um arrepio percorria toda a sua espinha.
Quando ela se levantou novamente, pronta para pegar suas roupas e guardá-las, ouviu o seu telefone tocar. Ela correu até o seu criado mudo, na expectativa de poder ouvir a voz de Tom e tomar ainda mais coragem para arrumar a sua mala, mas não era ele quem ligava.
- Oi amiga. - atendeu , tentando não demonstrar a sua frustração, totalmente em vão.
- Nossa, eu sei que não sou o Tom, mas você costumava gostar das minhas ligações. - A modelo reclamou.
- Para de drama. - podia afirmar, mesmo não vendo a amiga, que ela tinha revirado os olhos - Eu só queria ouvir a voz dele.
- Achei que vocês se falassem todos os dias.
- A gente se fala. - A modelo ouviu um suspiro - Mas eu estou precisando ouvi-la agora.
- O que está acontecendo, amiga?
- Estou com saudades. - assumiu, mas a menina sabia que tinha mais coisa.
- Só isso? - Ela a pressionou, mas a atriz apenas murmurou um “sim" como resposta - Fica tranquila, amiga, amanhã vocês vão estar juntos.
- É.
Elas ainda conversaram mais um tempo, até que desligou para ir arrumar as suas coisas. ficou um tempo repassando a conversa que tinha acabado de ter com a amiga até ser tirada de seus devaneios pela chegada de Danny.
- O que foi, amor? - O rapaz perguntou, assim que se sentou do lado da namorada - Você está com uma cara estranha.
- Eu acho que a não vai voltar amanhã. - Ela falou, olhando para o namorado, que franziu o cenho.
- Por quê?
- Não sei explicar. - A menina suspirou, se aconchegando no namorado - Eu acabei de falar com ela no telefone e ela falou que precisava ouvir a voz do Tom.
- Ela só está com saudades.
- Eu sei, mas pareceu que tinha alguma coisa a mais que ela não queria me contar. - Ela encarou o rapaz - Parecia que ela precisava sentir ainda mais falta dele para ter coragem de voltar.
Danny não disse nada, apenas a puxou para perto. Ele não conhecia a atriz como a namorada e, por isso, preferiu não dar a sua opinião, por mais que achasse que a menina estava errada. Mas a modelo estava certa e era exatamente aquilo que pretendia com uma ligação de Tom.
Mas, naquela noite, o rapaz estava tão atarefado que só conseguiu mandar algumas mensagens para a namorada. Ele estava preparando o seu apartamento para a festa surpresa que faria para a menina, no dia seguinte, comemorando tanto o seu retorno quanto a sua melhora.
acabou pegando no sono com a mala ainda vazia, jogada no chão do quarto, mas os pesadelos envolvendo Phillip e o seu acidente não a deixaram dormir mais do que algumas poucas horas. Assim que o dia amanheceu, a menina sentou na bancada que tinha embaixo da sua janela, com uma xícara de café, observando o quase inexistente movimento da rua.
Pelo resto da manhã, ela tentou se concentrar em arrumar as suas coisas. Quando deu a hora que era para ela sair de casa, a sua mala ainda se encontrava vazia. Ela sentou na cadeira, com o celular nas mãos, e telefonou para Tom, mas a ligação caiu direto na caixa postal. A menina tentou mais algumas vezes, na expectativa de mudar de ideia assim que ele atendesse, mas não conseguiu falar com o menino.
O rapaz tinha acordado cedo e saído para ver os últimos preparativos da festa e seu celular estava sem bateria. A primeira coisa que ele fez ao entrar em casa, ao invés de colocá-lo para carregar, foi tomar banho, já que tanto os amigos, quanto a menina, já deveriam estar chegando. Ele só o fez quando abriu a porta para Dougie, que reclamou do sumiço do amigo.
- A já não devia estar aqui, Tom? - perguntou, depois que o anfitrião, finalmente, sentou.
Quando ela e Danny chegaram, todos os outros amigos já estavam na casa do cantor, mas ele ainda acabava de arrumar os petiscos que tinha comprado. A modelo, que já imaginava que a atriz não voltaria, não se surpreendeu com a demora da mesma, mas parecia ter sido a única que notou aquele detalhe.
- Nossa, verdade. - O rapaz olhou a hora em seu relógio de pulso - Eu estava tão focado em arrumar tudo que nem reparei na hora.
- Nem na falta de bateria do celular. - Dougie reclamou.
- Eu já pedi desculpas. - Tom falou, indo na direção do quarto.
Assim que o rapaz entrou no cômodo, viu que o celular tinha, finalmente, ligado. Se assustou ao ver, na sua tela de início, além de uma ligação perdida de Dougie, algumas da namorada e uma mensagem da mesma. Ele voltou para a sala, segurando o telefone e sem acreditar no que estava lendo.
- Ela não vem. - A voz dele saiu num sussurro.
O silêncio tomou conta da sala. Enquanto o rapaz continuou com o olhar fixo no telefone, olhou para Danny, que estava assustado com a previsão da namorada e se levantou do sofá, indo na direção do amigo e tocando-lhe o ombro.
- Eu já esperava por isso, Tom. - Ela assumiu - A gente conversou ontem e parecia que ela precisava de um incentivo seu para voltar.
- Como assim?
- Ela falou que precisava ouvir a sua voz.
- É sério? - A menina apenas concordou com a cabeça - Eu tinha que ter ligado para ela, merda.
- Não tem como você se culpar agora, mate.
- Você tem razão. - O rapaz concordou com Harry, guardando o celular no bolso - Eu vou buscá-la, quem vai querer ir junto?
- Só se eu puder dirigir. - Dougie o encarou - São quatro horas até lá e, se você dirigir, a gente só chega amanhã.
- Mas pelo menos nós vamos chegar vivos. - Tom implicou, fazendo o baixista revirar os olhos - Mas eu preciso chegar o mais rápido possível lá mesmo.
- Então eu levo o seu carro. - Harry levantou, se alongando - Eu sei que você vai querer voltar dirigindo e só eu consigo acompanhar o Dougie.
- Eu nem tento mais. - Danny fez uma careta - Da última vez eu quase entrei em um poste.
- Eu não perco isso por nada. - disse, animada, indo na direção do marido e o abraçando pela cintura - ?
- Bom, vocês não vão conseguir chegar sem mim, não é? - Ela sorriu, fazendo os outros se animarem.
- Vamos? - Dougie perguntou para Tom, já girando as chaves do carro em seu dedo.
- Vamos. - O rapaz sorriu - Mas antes eu preciso da opinião de vocês.
- Ela vai amar ouvir você cantar "All About You” para ela. - falou, sem deixar o rapaz continuar - Eu só preciso pegar o meu violino.
- Como você sabia o que eu ia perguntar? - O cantor falou, surpreso, fazendo os amigos rirem.
- Porque você é um clichê ambulante, Tom. - sorriu - Você realmente acha que a gente já não imaginava que você ia querer fazer uma serenata para a ?
- Eu preciso parar de ser tão previsível assim. - O menino riu - Vou buscar meu violão.
Antes de pegarem a estrada, eles ainda passaram na casa de Danny e Dougie para cada um pegar o seu próprio violão, e na de Harry e , para a menina pegar o seu violino. Tom respondeu a namorada sem transparecer o que estava planejando e, durante toda a viagem, foi conversando com a menina por mensagem.
estava sentada em sua cama, encarando o anel que o cantor tinha lhe dado. Ela estava perdida em seus pensamentos quando o som de um violino invadiu o seu quarto. Num primeiro momento, a menina achou que fosse a televisão da sala, mas assim que reconheceu os acordes de “All About You”, correu até a sua janela.
Ela não acreditou no que viu. No jardim de sua casa estavam todos os meninos do McFLY, mais e . Tirando a modelo e Harry, todos os outros davam a sua contribuição para a serenata. Os olhos dela brilharam assim que Tom começou a cantar, olhando fixamente para ela, com um sorriso no rosto.
Pelo meio da música, sumiu da janela. O rapaz olhou de Danny para os pais da menina, que estavam parados na porta da casa, mas seu sorriso aumentou mais ainda quando a viu aparecer atrás do casal. A atriz, que estava com uma camisola de seda roxa e um casaco, abraçou o próprio corpo quando sentiu a brisa gelada da noite.
- O que você está fazendo aqui? - Ela perguntou para o menino, assim que chegou perto dele.
- Eu vim te buscar. - Ele falou, enquanto Danny continuava a música sozinho.
- Tom, eu…
- Você não precisa encarar nada sozinha, ruivinha. - Ele a interrompeu - Eu sempre vou estar do seu lado para te ajudar, com qualquer coisa.
O rapaz empurrou o violão para as suas costas e acabou com a distância que ainda existia entre os dois. Ao som dos últimos acordes da música, eles se beijaram. Nenhum deles tinha reparado ainda, mas alguns vizinhos tinham saído para a calçada para observar a cena.
Enquanto as mulheres suspiravam com o ato do cantor, alguns pais impediam as suas filhas, fãs do McFLY, de irem estragar o momento do casal. A menina cortou o beijo, ainda incrédula com o que estava acontecendo, e sorriu para o menino.
- Eu te amo, Tom.
O sorriso do cantor se tornou ainda maior ao ouvir aquilo. Eles nunca tinham falado aquelas palavras um para o outro, por mais que aquilo fosse algo explícito neles, e, por isso, o rapaz a abraçou forte, levantando-a do chão.
- Eu te amo, .
Eles se beijaram novamente, mas, dessa vez, não durou muito. Assim que eles se separaram, além de perceberem todos aqueles olhares em cima deles, a menina andou na direção dos amigos, abraçando um por um, extremamente feliz por vê-los.
- , eu preciso te falar uma coisa, por experiência própria. - Dougie disse, assim que eles se separaram - Você não precisa ter vergonha nenhuma em procurar ajuda, ok?
- Como assim? - A menina franziu o cenho, sem entender o que o amigo queria dizer.
- Você passou por muita coisa. - Ele a encarou, com um sorriso no rosto - As vezes ter alguém para falar sobre é muito bom.
- Pode ficar tranquilo. - A menina sorriu de volta, entendendo o que o baixista queria dizer - Se eu precisar, eu vou pedir ajuda.
Ele a abraçou novamente. O rapaz teve vontade de dizer mais, de mostrar que ela já precisava e não percebia, mas não achou que ali era momento. Ela estava tão feliz por estar novamente com Tom que o baixista não quis estragar aquilo.
- Eu acho que a gente precisa dar atenção para algumas fãs. - Harry falou, apontando com a cabeça para as meninas que os encarava da porta de suas casas.
- Vamos, meninas. - chamou, se soltando de Dougie e andando em direção das amigas - Estou morrendo de frio para esperar eles aqui fora.
e concordaram, andando com a atriz para dentro da casa da mesma. Elas cumprimentaram os pais da atriz, que as acompanharam para o interior da casa, enquanto os rapazes davam autógrafos e tiravam fotos com as meninas. Mesmo depois de alguns anos de hiato, os meninos sempre encontravam fãs aonde quer que iam.

- Eu não consigo acreditar que estou na casa onde você cresceu, tomando chocolate quente. - falou para , fazendo a menina rir.
Elas duas, juntamente com e os pais da atriz, estavam todos na cozinha. Emma estava no fogão, fazendo chocolate quente para os meninos, enquanto George separava mais xícaras e os dois riram do jeito da menina.
- Você nunca vai se acostumar com o fato de que agora nós somos amigas, não é? - apenas negou com a cabeça, fazendo a atriz rir ainda mais - Bom, eu ainda não me acostumei a conviver com o McFLY, então te entendo.
- O que vocês estão falando da gente, posso saber? - Danny entrou na cozinha, acompanhado dos outros meninos.
- A que é uma fã incurável da . - respondeu, tomando um gole de seu chocolate quente - E a que é uma fã incurável de vocês.
- E você acha que eu estou como dentro da casa onde a passou a infância? - Dougie disse, tirando uma risada da atriz - Parece até um sonho.
- Vocês estão vendo como eu não sou a única?
- Uma coisa é certa. - George se intrometeu na conversa, olhando para os quatro garotos parados em sua cozinha conforme distribuía as xícaras - Eu que nunca imaginei ter vocês na minha casa.
- Vocês estão vendo como eu não sou a única. - repetiu a frase de , fazendo todos gargalharem.
- Por que vocês não sobem? - Emma perguntou, com um sorriso nos lábios - Tenho certeza que vão gostar da McBox.
- Nossa, como eu não lembrei disso antes? - se levantou em um pulo, enquanto escondia o rosto nas mãos - Vocês precisam ver a McBox.
- O que seria a McBox? - Harry perguntou, com o cenho franzido, fazendo a atriz suspirar.
- É uma caixa que eu guardo tudo relacionado ao McFLY. - Ela assumiu - Só que eu não imaginava que a minha própria mãe fosse me fazer pagar esse mico.
- Esse é o meu dever, querida. - Emma sorriu - Agora, vão.
saiu puxando Danny pela mão na direção da escada que dava para o segundo andar da casa. respirou fundo e apontou a direção para os amigos, que foram seguindo a modelo, enquanto ela e Tom iam de mãos dadas, um pouco mais afastados.
Quando o casal entrou no quarto, os amigos já estavam sentados na cama da menina. Ela fez um sinal para o namorado também sentar e tirou, do meio de suas roupas, uma caixa roxa, grande, e a colocou no meio da cama, também se sentando ali. , que estava sentada na poltrona, puxou-a até ficar próxima da caixa, enquanto a abria.
Os meninos se assustaram com a quantidade de coisas que tinham sobre a banda ali dentro. Além de todos os cds e dvds, sem exceção, várias revistas e posters também faziam parte da coleção da menina. Porém, o que mais chamou a atenção deles, foi um livro de capa dura por cima de tudo aquilo.
- O que é isso?
- É o meu livro de recordações. - Ela sorriu, pegando-o - Todos os momentos que eu tive relacionados ao McFLY estão aqui.
A menina colocou a caixa no chão e abriu o livro no meio da cama, de modo que todos vissem o seu conteúdo. A primeira página tinha uma fotos dos quatro meninos, trechos de algumas músicas, alguns corações e colagens que remetiam aos cinco álbuns dos meninos, como o coelho de Wonderland e o símbolo de Radio:ACTIVE.
- Essas fotos foram no primeiro show que eu fui de vocês. - ela apontou para a página - Eu sempre tirava uma foto antes e uma depois, com o disfarce.
Ela foi passando as páginas devagar, dando o tempo que eles precisavam para ver cada uma delas. Vez ou outra eles relembravam algum momento com mais carinho, ou riam de alguma foto que a menina tinha tirado deles em um show.
- Nossa, eu não acredito que você já viu a gente pelado. - Danny disse, apontando para a foto que ela tinha tirado deles em cima do palco, usando somente os instrumentos para se cobrirem.
- Ela tem a revista gay que vocês fizeram aqueles ensaios. - entregou a amiga, que ficou roxa de vergonha.
- Me lembra, por que eu sou sua amiga mesmo? - A atriz perguntou, fazendo os meninos e a rirem.
- Porque eu sou perfeita. - Ela sorriu, fazendo a menina revirar os olhos - E eu posso provar.
apontou para a página onde elas estavam juntas no show dos meninos. Eles já tinham visto aquela foto, no dia em que conheceram , mas ficou encarando-a por um tempo. Ela levou as mãos até a boca, chocada com alguma coisa.
- O que foi, amor? - Harry perguntou, com o cenho franzido.
- Eu não acredito que era você. - A menina disse, apontando para a foto - Eu te encontrei no banheiro daquele show.
- É verdade. - A atriz se lembrou daquele momento - Eu estava segurando a porta para a e você me pediu para fazer o mesmo pra você.
- Sim! - estava muito surpresa - Nossa, se eu soubesse que era você, nem sei o que eu faria.
sorriu para a amiga. Eles ainda levaram um tempo para terminar de ver todas aquelas lembranças. Tinha uma página dedicada para cada um deles, onde na de Harry tinha a foto da menina com as baquetas e, na de Tom, vários corações.
- , querida, você vai dormir aqui? - Emma apareceu na porta do quarto da filha, assim que ela fechou o livro.
- Não, tia, nós vamos para a minha casa. - A menina respondeu, apontando dela para o namorado - Você sabe como a minha mãe é, ela nunca vai me perdoar de ter vindo para cá e ficado aqui.
- Tudo bem. - Emma sorriu - Eu vou arrumar o quarto do Peter pro Harry e pra e o de hóspede para o Dougie, então.
- Me fala que a sua irmã vai estar lá. - Danny pediu, ficando visivelmente nervoso, assim que a mãe de saiu da porta.
- Ela está em Londres. - respondeu, fazendo o menino respirar fundo - Mas meus pais são super tranquilos.
- Super. - disse, em tom de ironia, fazendo os outros rirem - Brincadeira, eles são ótimos.
- Você ainda me mata, . - Danny disse, respirando um pouco mais aliviado, fazendo a atriz rir.
Eles ficaram mais um tempo juntos, até que George apareceu para avisar que já estava tudo pronto para eles dormirem. e Danny foram embora e, enquanto separava uma roupa para dormir, sua mãe catava alguma coisa de Peter para os meninos.
- Eu consegui isso, queridos. - ela apareceu no quarto da filha, com algumas roupas em mãos - Espero que caiba.
Eles agradeceram e cada um foi para o respectivo quarto se preparar para dormir. , que deitou na cama, riu ao ver o namorado sair do banheiro que tinha ali, parecendo uma versão estranha de seu irmão. O rapaz abriu os braços, olhando para o próprio corpo.
- Está muito ruim?
- Não, amor. - Ela se levantou e andou na direção do cantor - Só é estranho te ver vestido com a roupa do Peter.
- Eu posso dormir sem, se você preferir. - Ele sussurrou no ouvido da namorada, deixando-a arrepiada.
- Para com isso. - Ela pediu, toda derretida nos braços dele - Eu ainda estou com os pontos.
- Verdade. - Ele suspirou - É que eu estou morrendo de saudades de você.
- E eu de você. - Ela assumiu, beijando-o.
Por mais intenso e apaixonado que ele fosse, não passou de um simples beijo. Eles deitaram na cama, com a menina deitada em cima do peito do rapaz e ficaram em silêncio tempo o suficiente para Tom achar que tinha pego no sono.
- Você já dormiu? - Ele perguntou, baixo para não acordá-la, se fosse o caso.
- Não. - Ela olhou para ele - E nem você, pelo jeito.
- Não. - Ele sorriu, tocando o rosto da menina - Por que você não voltou?
- Porque eu estou me sentindo tão bem aqui. - Ela assumiu, desviando o seu olhar do dele - Tirando a saudade que eu sinto de você, esses foram, de longe, os dias que eu mais me senti em paz.
- Você prefere ficar, então? - O rapaz perguntou, com um certo receio da resposta, mas se acalmou ao vê-la negar com a cabeça.
- Eu preciso voltar. - A menina voltou a encará-lo - Não só por você e pelo teatro, mas eu preciso encarar os meus medos.
- E do que você está com medo?
Aquela pergunta pegou de surpresa. Ali, parando para pensar, ela temia por tanta coisa que nem sabia por onde começar. Mas escolheu contar para o namorado sobre o dia que encontrou com Phill na saída do teatro, explicando o motivo por não ter contado antes para ele.
- E quando você me falou que ele apareceu do nada na Starbucks, parecia que eu tinha voltado para alguns meses atrás.
- Não pensa mais nisso, meu amor. - Ele a abraçou forte - Eu não vou mais deixar ele fazer nada com você, nunca mais.
- É que, no fundo, eu não consigo superar esse trauma. - Ela assumiu em um sussurro.
Tom não falou mais nada, apenas ficou fazendo cafuné na namorada. Ela pegou no sono rápido diante daquele carinho, mas o rapaz ainda ficou mais um tempo acordado. Ele queria poder curá-la de uma vez daquilo, mas não sabia como, e aquilo o frustrava. O que o confortava era que ela sabia que podia contar com ele para tudo.


Capítulo 22

acordou, na manhã seguinte, com o peso do braço de Tom na sua cintura. Um sorriso involuntário cresceu em seu rosto e a menina se virou na direção do rapaz. Ele ainda dormia profundamente, demonstrando o quão cansado estava e a atriz se limitou a fazer um cafuné em seus cabelos, que estavam bagunçados pelo travesseiro.
- Bom dia, pequena. - Ela ouviu a voz do cantor soar, fazendo com que seu sorriso aumentasse.
- Bom dia, meu amor. - Ela desejou, colando seus lábios nos dele, num selinho rápido.
- Como é bom acordar do seu lado. - Ele assumiu, fazendo ela rir.
- Amor, você mal consegue abrir os olhos. - Ela constatou, fazendo-o suspirar profundamente - Você está muito cansado, dorme mais um pouco enquanto eu vou fazer um café.
Tom se limitou a concordar com a cabeça. Ele não podia negar que estava exausto e que algum tempo a mais de sono o faria bem. levantou da cama, vestindo seu robe de seda roxo, assim como a sua camisola e saiu do quarto. Ela desceu as escadas, cuidadosamente, tentando não acordar ninguém, já que sabia que Harry, e Dougie deviam estar tão cansados quanto o namorado.
A menina chegou no primeiro andar da casa e o encontrou vazio. Ela olhou a hora no relógio de pulso que usava e lembrou que os pais costumavam caminhar pelo parque, que ficava perto da casa onde moravam, naquele horário.
Se vendo completamente sozinha, a atriz rumou até a cozinha e colocou uma boa quantidade de água para ferver. Ela recostou no balcão da pia, sacou seu celular do bolso do robe e começou a ler as notícias daquela manhã.
- Não consegui dormir mais.
foi tirada de seus devaneios por Tom, que agora se encontrava encostado no batente da porta, olhando fixamente para a namorada. Ele começou a andar na direção da menina que guardou o seu celular no bolso e sorriu para o menino.
- Mas você parece tão cansado. - Ela tocou o rosto do rapaz - Eu nunca te vi com olheira, amor.
- Eu estou mesmo. - Ele se aproximou ainda mais da namorada, levando seu rosto na direção do pescoço dela - Mas estou mais com saudades de você.
Ouvir a voz dele, rouca de quem acabou de acordar, tão perto de seu ouvido, naquele sussurro, fez a menina se arrepiar inteira. Tom sorriu, satisfeito com o feito, e começou a traçar uma rota de beijos pelo pescoço dela até chegar em sua boca.
A saudade que sentia era tanta ou até maior que a do namorado. Sem pensar duas vezes, ela aprofundou o beijo, tornando-o cada vez mais intenso. Quando os dois perceberam, o rapaz já a pressionava contra o balcão da cozinha, na intenção de mostrá-la o quão excitado já estava, mas, ao invés disso, ela acabou sentindo uma fisgada na cicatriz.
- Meu amor, me desculpe. - Tom quase implorou, cortando o beijo assim que a menina soltou um gemido de dor.
- Está tudo bem. - Ela passou a mão pelo curativo, fazendo um carinho de leve - Já passou.
- Eu não posso ficar perto de você sozinho até amanhã. - Ele confessou, fazendo a menina gargalhar.
- E nem eu de você.
- Desculpa atrapalhar os pombinhos. - Eles ouviram a voz de Dougie soar - Mas eu estou louco por um café.
- A água! - exclamou, correndo na direção do fogão e desligando o fogo - Ainda bem que sobrou o bastante.
Enquanto a menina coava o café, Tom e Dougie colocavam a mesa que tinha na cozinha da menina. Não demorou muito e os pais dela chegaram, trazendo algumas coisas da padaria para o desjejum. e Harry não demoraram a aparecer e se juntaram aos outros na mesa.
- , você está parecendo uma versão morena minha. - disse, tomando um gole de seu café, assim que a menina entrou na cozinha.
- Eu falei a mesma coisa para ela. - Harry concordou com a atriz, fazendo a namorada corar - Só que, com todo respeito, , mais bonita.
- Sem dúvidas. - A atriz disse, fazendo a amiga ficar ainda mais vermelha.
- Vocês dois, parem. - Ela pediu, tirando um riso de todos que estavam sentados - Não é para tanto.
- Vocês dormiram bem? - Emma perguntou, se referindo a todos, que concordaram com um aceno - Que ótimo!
- E vocês ficam para o almoço, certo? - George perguntou, fazendo os meninos se entreolharem - Nós encontramos os pais da no parque e combinamos de fazer um churrasco.
- Eu gosto da ideia. - sorriu para Tom - Nós podemos pegar a estrada de noite.
- Eu topo! - Dougie se animou, fazendo a atriz sorrir.
- Eu também. - olhou para o namorado - Vai ser como ir nos seus pais, amor.
- Sim! - O menino concordou - E eu amo churrasco.
Todos os olhares se voltaram, então, para Tom. Ele era o único que ainda não tinha respondido nada, mas pelo simples fato de estar vidrado na namorada. Ele sorria enquanto olhava para ela, completamente apaixonado, perdido na aura alegre que rodeava a menina.
- Amor? - chamou a sua atenção, acordando-o - Se incomoda?
- Claro que não! - O rapaz sorriu, fazendo-a abraçá-lo forte.
Enquanto Harry, Tom e Dougie ficaram encarregados de comprar as carnes e bebidas com George, ficou em casa fazendo o resto da comida e , junto com Emma, foram organizar o jardim da casa. Não demorou muito e estava tudo pronto para receber , Danny e os pais da modelo.
O dia estava muito bonito, mas nem o sol conseguia espantar o frio, apenas amenizá-lo. Enquanto os pais de e os de estavam entretidos perto da churrasqueira, fazendo as carnes, os meninos do McFLY e suas namoradas estavam sentados na mesa que tinha no jardim.
- E aí, Danny? - Dougie chamou o amigo - Como foi conhecer os sogros ontem?
- Foi normal, dude. - O garoto assumiu uma posição relaxada na cadeira - Como se eu fosse me preocupar com uma coisa tranquila assim.
- Se eu me lembro bem, você estava tremendo quando a gente entrou na minha casa ontem, mush. - o entregou, fazendo todos gargalharem.
- Nossa, obrigado amor. - O rapaz a olhou de um jeito que a fez rir ainda mais.
- Não fica assim, vai. - Ela o abraçou.
- É, mate. - Tom concordou com a modelo - Até porque nós não iríamos acreditar mesmo se a te acobertasse.
A gargalhada devido a cara que o guitarrista fez de contrariado foi geral e, não demorou muito, o próprio já estava rindo. Eles continuaram ali, juntos, por mais um tempo, até que se dispersaram. As meninas continuaram sentadas, conversando, enquanto Harry e Danny engataram em uma conversa sobre futebol com George e Dougie foi para a churrasqueira ajudar o pai de .
- Eu acho melhor você salvar o Tom, amiga. - A modelo apontou na direção do cantor, fazendo e olharem.
Ele estava abraçado em Emma, com as bochechas extremamente vermelhas. Visto que a senhora falava super animada com a mãe de , gesticulando e apontando do cantor até onde estava sentada, ficava claro que ela devia estar elogiando ele o bastante para deixá-lo cheio de vergonha.
- Que nada, ele deve estar se divertindo. - A atriz prendeu a risada recebendo um olhar sério de - Ok, eu vou.
A menina levantou rápido e quase se desequilibrou. Ela estava um pouco mais alterada que os demais e isso não a incomodava já que queria passar a viagem dormindo e nada a deixava com mais sono do que álcool. andou na direção do namorado, tentando não rir durante todo o caminho, mas foi só Tom olha-lá, praticamente pedindo por socorro, que a fez cair na gargalhada.
- Você está bem, filha? - Emma perguntou, olhando para a menina com o cenho franzido, que se limitou a concordar com a cabeça - Tem certeza?
- Claro, mãe. - A menina respirou fundo, limpando algumas lágrimas que escorreram na sua crise de riso - É que eu lembrei de uma coisa engraçada, foi isso.
A senhora ficou encarando a filha, sem saber se acreditava ou não na versão dela. e Tom, no entanto, ficaram olhando um para o outro e o rapaz só não foi na direção da namorada porque Emma ainda o abraçava.
- Oh, querido, desculpa. - Ela soltou o rapaz, assim que olhou da filha até ele - Vai lá.
Emma deu um leve empurrão em Tom, que não pensou duas vezes antes de andar na direção da namorada. Assim que ele parou na frente de , a menina prendeu novamente o riso, fazendo-o revirar os olhos. Ele envolveu o rosto dela com as mãos e lhe deu um selinho rápido.
- Acho que a minha mãe ainda está encarando a gente. - Ela sussurrou, fazendo-o rir.
- Eu tenho certeza. - Eles riram - Ela me elogiou tanto que até me fez acreditar que eu era tudo isso.
- Mas você é tudo isso e muito mais. - Ela sorriu para ele, fazendo carinho no seu rosto - Você é maravilhoso, Tom, e eu tenho muito orgulho de te ter como namorado.
- Eu te amo. - Ele roçou seus lábios nos dela, tentando disfarçar sua vergonha.
- Eu te amo. - Ela o beijou rapidamente.
Assim que eles se separaram, viu seu pai a chamando. Ela foi na direção dele, que ainda conversava com Danny e Harry, levando o namorado junto. A atriz se camuflou nos braços do pai, deixando Tom do lado dos amigos e recebendo um beijo no topo da cabeça.
- O que aconteceu ali? - George perguntou, apontando na direção que o casal estava.
- A mamãe estava deixando o Tom envergonhado com a qualidade de elogios que estava falando e eu não consegui conter a risada. - assumiu, fazendo o rapaz corar novamente - Desculpa, amor.
- Fica tranquilo, Tom. - O senhor tocou o ombro do rapaz - Eu não sei o que a Emma falou, mas ela não costuma fazer elogios sem achar que a pessoa os merece.
- Isso é verdade.
- A gente pode trocar de assunto? - O rapaz pediu, ficando cada vez mais vermelho, fazendo os outros concordarem.
Conforme o tempo foi passando, foi ficando cada vez mais bêbada e com sono. Não demorou muito e Tom a viu dormindo, encolhida por causa do frio de início de noite em uma das espreguiçadeiras que tinha no jardim da casa.
Tinha ficado combinado que Dougie e Harry iriam dirigir já que o baixista já não bebia de qualquer jeito e o baterista era o único que conseguia o acompanhar na estrada. O cantor, então, andou na direção do amigo, que agora conversava com .
- Acho que já está na hora da gente ir. - Ele apontou para a namorada, que era coberta pela mãe.
- Sem problemas, mate.
- Eu vou falar com o Harry. - se afastou, enquanto os dois continuavam no mesmo lugar.
- Eu to muito feliz por vocês. - O baixista falou, fazendo Tom desviar seu olhar da namorada para encará-lo.
- Acho que eu nunca me senti tão feliz em toda a minha vida. - o cantor sorriu.
Dougie sorriu para o amigo e logo eles começaram a se despedir das pessoas. Como ninguém teve coragem de acordar a atriz, os pais dela apenas lhe deram beijos na testa enquanto Tom a levou no colo até o carro. Ele a deitou no banco de traz, ainda coberta, e se sentou no banco do carona do próprio carro que, como na ida, era dirigido pelo baixista.
acordou assim que o rapaz parou o carro na frente de seu prédio, já em Londres. Ela saiu do carro junto com os dois, se despediu do amigo e tomou o lugar que antes era do namorado. Não demorou muito e o cantor já estacionava seu carro no prédio da atriz.
- Agora que eu percebi o quanto eu senti falta daqui. - assumiu, assim que entrou no apartamento.
Tom, que estava atrás da namorada, fechando a porta com a mala dela na mão, largou-a no chão e a virou de frente para ele. A atriz sorriu, esperando que o namorado a beijasse, mas o rapaz apenas a encarou com um sorriso nos lábios.
- Me promete que você não vai mais deixar seus medos te dominarem? - Ela suspirou - Eu entendo que tudo isso é muito difícil, mas eu estou aqui para te ajudar.
- Você não existe, sabia? - Ele riu.
- Você sempre fala isso, mas eu existo sim. - Ele a puxou para um abraço - E tudo o que eu mais quero é ver aquela independente e determinada que eu conheci e me apaixonei.
- Eu te prometo tentar.
Eles ficaram abraçados por mais um tempo, até que foram para o quarto. Não demorou muito e os dois já estavam dormindo, depois de tomarem um bom banho quente, já que, no dia seguinte, teriam que acordar cedo para irem ao hospital.
Tom acordou na manhã seguinte com a cabeça de apoiada em seu ombro. Ele percebeu que ela já estava acordada, já que a menina dedilhava a sua tatuagem de estrela, perdida em pensamentos. O cantor lhe deu um longo beijo no topo da cabeça, abraçando-a com mais força.
- Bom dia, amor. - A atriz desejou, levantando a cabeça para encará-lo.
- Bom dia, ruivinha. - Ele lhe deu um selinho rápido - Preparada para se livrar desses pontos?
- Ansiosa. - Ela riu - Não vejo a hora de me livrar disso.
- Então vem, vamos comer alguma coisa para irmos logo. - Ele fez menção de se levantar, mas a menina o impediu.
- Só mais um beijo. - Ela sussurrou, roçando os lábios nos dele, fazendo-o rir.
Em um movimento rápido, Tom a puxou para o seu colo, fazendo-a rir. se deitou em cima do cantor, apoiando uma de suas mãos na cama e bagunçando ainda mais os cabelos loiros dele com a outra. Eles ficaram se encarando por alguns segundos, até que o menino a puxou pela nuca, selando seus lábios.
O beijo não se prolongou muito e, assim que ela o partiu, eles se levantaram para tomar café. Não demorou muito e os dois já estavam de volta no quarto, trocando de roupa para irem para o hospital. Durante todo o caminho e os poucos minutos que eles tiveram que esperar, a atriz não conseguia conter a sua ansiedade.
Assim que eles entraram no carro, depois de saírem da consulta, se sentiu renovada. Ela estava liberada para voltar a sua vida normal e, para sua surpresa, agora a sua ansiedade era para voltar para os ensaios e retomar a peça.
- Agora você precisa se acalmar, amor. - Tom falou, tocando a perna da menina, que não parava de balançar.
Eles estavam dentro do carro, parados em um sinal vermelho, indo para o restaurante italiano favorito da menina. No momento em que sentiu o toque do namorado, olhou na sua direção, sorrindo.
- Eu sei, mas não consigo evitar.
- Pode ficar tranquila que eu vou te ajudar. - O rapaz a beijou e nem percebeu que o sinal já tinha aberto até que os carros atrás do seu começaram a buzinar.
O tempo, a partir dali, passou muito rápido. Quando percebeu, eles já estavam novamente em seu apartamento, ela deitada em sua cama e Tom no banho. Com um sorriso no rosto, cheia de segundas intenções, a atriz começou a se despir e entrou no chuveiro, abraçando o namorado por trás.
- Se incomoda se eu te acompanhar? - Ela sussurrou no ouvido do rapaz, que se virou de frente para ela.
- Lógico que não. - Ele sorriu, afastando o cabelo dela molhado de seu rosto - Eu estava mesmo pensando em te chamar.
não pensou duas vezes antes de ficar na ponta dos pés para beijá-lo. Tom a segurou pela cintura, puxando-a para cima, trazendo-a para o seu colo. Ele a pressionou contra o porcelanato do banheiro, fazendo-a abraçá-lo mais forte, já que a parede estava gelada em oposição ao seu corpo quente.
Enquanto o cantor descia os seus beijos para o pescoço e colo da menina, ela percorria suas mãos pelos ombros e costas dele, arranhando-o vez ou outra e gemendo baixo no pé de seu ouvido. Não demorou muito e Tom começou as suas investidas, fazendo com que os gemidos da atriz se tornassem mais altos.
- A camisinha. - Ele a encarou, cessando os seus movimentos.
Assim que o rapaz fez menção em colocá-la no chão para que ela pudesse sair e buscar o preservativo, se segurou em seus ombros, impedindo-o. Ela passou as mãos pelo cabelo do rapaz, que agora estava colado em sua testa, afastando-os dali com um sorriso no rosto.
- Eu não me importo.
- Você tem certeza?
- Absoluta.
Tom recomeçou os seus movimentos, segurando ao máximo para que a namorada conseguisse gozar junto com ele. Assim que os dois relaxaram, finalmente desceu de seu colo e se enfiou de baixo do chuveiro, tomando o seu banho junto com o rapaz.
- Eu não entendi uma coisa. - Tom confessou, já deitado na cama ao lado da atriz - Você sempre está protegida, por que não hoje?
- Toda essa história de eu sempre usar camisinha feminina começou com o Phillip. - Ela assumiu, ainda sem encará-lo - Acho que eu só me senti segura de estar com você e acabei esquecendo de colocá-la.
- Eu sempre achei isso muito legal em você. - Ele se virou de frente para ela, acariciando o seu rosto.
- Eu não. - Ela suspirou - A verdade é que eu comecei a fazer isso porque ele furava as camisinhas masculinas antes da gente transar.
- O que? - Ele a encarou, extremamente chocado com aquela confirmação da namorada - Ele é maluco? Isso não se faz, nunca.
- É, eu sei. - Ela abaixou o seu olhar do dele - Mas ele era louco para ser pai.
- Isso não é motivo, meu amor. - Tom a abraçou forte - Eu também sou louco pra ser pai, mas isso não vai acontecer até você se sentir pronta para isso.
- Quer dizer que você quer que eu seja a mãe dos seus filhos? - Ela o encarou novamente, ainda envolta nos seus braços, sorrindo de um jeito encantado.
- É o que eu mais quero. - O cantor a beijou.
Eles ficaram juntos, sem falar nada, apenas curtindo a presença um do outro por um bom tempo. Só se separaram quando a barriga da menina começou a reclamar de fome e eles levantaram para pedirem uma pizza.
Naquela noite, Tom demorou para pegar no sono. Ali, deitado com a menina, sentindo o perfume que emanava de sua pele, o rapaz parou para pensar em tudo o que sabia sobre o relacionamento passado da namorada. Era como se, a cada detalhe que ele descobria, a raiva que sentia de Phill aumentava, assim como a vontade de proteger .


Capítulo 23

acordou naquela segunda-feira mais animada do que achava que ficaria para voltar aos ensaios. Tom se dispôs a levá-la e buscá-la todos os dias até que a menina se sentisse segura para voltar a dirigir. O carro dela já tinha voltado da oficina, mas a atriz sequer chegava perto dele.
- Você já pensou em trocar de carro, amor? - O rapaz perguntou, assim que saiu da garagem em direção ao teatro.
- Ainda não parei para cogitar essa questão. - Ela assumiu - Mas, para ser bem sincera, não quero pensar nisso agora, muito menos tomar uma decisão.
- Sem problemas. - Ele sorriu - Eu não me importo de virar seu motorista, de qualquer jeito.
Ela soltou uma risada que o contagiou. Tom a olhou discretamente e suspirou aliviado ao perceber que ela estava mais entretida em seu celular do que no caminho que eles estavam fazendo. O rapaz tinha acabado de passar pelo cruzamento do acidente e sabia que, se a menina tivesse notado aquele detalhe, teria ficado nervosa.
Os dias foram se passando e, conforme a primeira noite da peça ia se aproximando, mais ansiosa ia ficando. Na quinta, assim que o ensaio acabou, o detetive encarregado de investigar o seu acidente apareceu no teatro e pediu para que a menina o acompanhasse em um café.
Ela ligou para Tom, explicando rapidamente o que estava acontecendo e pedindo para que ele a buscasse um pouco mais tarde em uma cafeteria que tinha próxima do teatro. A atriz e o investigador foram andando até o local e se sentaram em uma das mesas.
- Eu preferi conversar com a senhorita fora da delegacia para não chamar atenção dos jornalistas. - O homem se explicou, assim que os cafés foram servidos.
- Sem problemas, Sr. Gordon. - Ela forçou um sorriso, tentando disfarçar seu nervosismo - O que ficou concluído?
- Que seu acidente, na verdade, foi premeditado.
se engasgou com o café assim que o homem na sua frente terminou de falar. Suas mãos, que já tremiam, quase deixaram a xícara cair e o senhor lhe entregou um copo com água, no intuito de fazê-la melhorar.
- Premeditado? - Ela franziu o cenho - Mas como?
- Pelas câmeras de trânsito ficou claro que o carro que bateu no da senhorita estava parado por muito tempo e só acelerou quando viu o seu cruzando a rua.
- E não deu para ver quem estava dirigindo?
- Não, o vidro era escuro e a placa, clonada. - O senhor explicou - Eu gostaria de saber se a senhorita tem algum desafeto ou sabe de alguém que teria a intenção de machucá-la.
Um frio percorreu toda a sua espinha, fazendo a atriz engolir em seco. Depois de tudo o que aconteceu entre ela e Phillip, a atriz esperava qualquer coisa do empresário.
- Meu ex namorado, Phillip Host. - Ela desviou seu olhar do investigador para o seu café - Ele não aceita o fim do nosso relacionamento.
- Além dele, mais alguém?
- Não. - A menina negou com a cabeça e viu o senhor anotar o nome do rapaz em um bloco.
- Bom, as investigações continuam e qualquer novidade eu aviso a senhorita. - Ele tomou o resto do café em um só gole - Tenha uma boa noite, Srta. .
- O senhor também.
Eles se despediram com um aperto de mão e se sentou novamente em sua cadeira, soltando um longo suspiro. Ela sacou o seu celular da bolsa e mandou uma mensagem para Tom, pedindo para ir buscá-la o mais rápido que conseguisse.
Não demorou muito e ela viu o carro do rapaz parando na porta da cafeteria. Ela já havia pago o café, mas continuava sentada à mesa, engolindo o choro a cada segundo e, assim que o viu ali, levantou em um pulo, andando rapidamente até o carro.
Assim que ela entrou, o cantor não conseguiu lhe perguntar nada. o abraçou rapidamente, deixando com que o choro finalmente viesse e as lágrimas escorressem pelo seu rosto. O menino apenas a correspondeu, fazendo cafuné em seu cabelo e murmurando algumas palavras de consolo para a namorada.
- O que ele falou, pequena? - Tom perguntou, assim que a menina parou de chorar.
- O acidente. - Ela soluçou, apoiando a cabeça no encosto do banco e fechando os olhos - Foi proposital.
- E ele sabe quem foi? - O rapaz engoliu em seco ao ver a namorada negar com a cabeça.
- Eles não sabem, mas a gente sim. - Ela o encarou, fazendo-o suspirar - Foi o Phill, Tom. Eu tenho certeza.
- Calma, amor. - O rapaz a abraçou novamente - Vamos esperar o fim das investigações, às vezes foi um hater maluco.
- É. - A menina respondeu em um sussurro, se separando dele - Só me leva para casa, por favor.
O rapaz concordou com a cabeça e deu partida no carro. Durante todo o caminho, eles permaneceram em silêncio, imersos cada um em seus pensamentos. Por mais que Tom quisesse fazê-la acreditar no contrário, até ele tinha certeza que aquilo era coisa do Phillip.
Ele tentou de tudo naquela noite para fazê-la ficar melhor, mas nada parecia surtir efeito. não queria comer, muito menos conversar e vê-la daquele jeito, encolhida na cama, com os olhos levemente inchados pelo choro constante, partia o coração do rapaz.
- Eu posso fazer alguma coisa para te deixar melhor? - Ele sussurrou no ouvido da menina assim que se deitou atrás dela.
- Só fica aqui comigo. - A voz dela saiu fraca e o rapaz apenas concordou.
Ele a abraçou por trás e ficaram daquele jeito por um longo tempo. Quando o rapaz percebeu que ela já dormia, levantou para apagar a luz e voltou a se aconchegar perto do corpo da namorada, que se remexeu para ficar confortável dentro daquele abraço.
acordou um pouco melhor na manhã seguinte e, como só precisava chegar no teatro perto da hora da peça, não se incomodou de passar o dia inteiro deitada, vendo televisão. Tom estava mimando-a de todas as maneiras que conhecia, mas o dia cinza não ajudava em nada a prostração da menina.
Eles estavam deitados na cama, vendo um filme. O cantor estava recostado na parede atrás da cama e seus braços envolviam o corpo da atriz que estava sentada entre as suas pernas. A menina estava mais entretida em brincar com os dedos do rapaz do que com o que passava na televisão.
- Já está quase na hora da gente ir, ruivinha. - Tom falou, assim que o celular ao seu lado acendeu por causa de uma notificação, o que o fez ver a hora.
- Eu queria não precisar levantar. - Ela assumiu, agarrando-se nos braços do namorado.
- Você precisa ir, amor. - Ele beijou o topo de sua cabeça - Lembra do quanto você sempre quis esse papel.
- É, você está certo. - Ela se afastou do menino para se espreguiçar - Vou tomar um banho.
deu um selinho rápido no cantor, que permaneceu sentado. Ele suspirou assim que a menina saiu de seu campo de visão e sacou o seu celular. Quem tinha mandado mensagem era , preocupada com a amiga, já que a mesma não estava respondendo-a desde a noite anterior.
- Oi Tom. - A modelo o atendeu - O que está acontecendo com a ?
- Ontem ela descobriu que o acidente que vocês tiveram foi proposital. - Ele se afundou na cama - E ela tem certeza que foi…
- O Phillip. - A menina o interrompeu - Mas ele não seria capaz, será?
- Depois de tudo o que eu descobri sobre o relacionamento deles, eu acho que sim. - O rapaz suspirou - E eu estou com medo que ela acabe tendo algum problema por conta disso.
- Como assim?
- Ela mal está comendo. - Ele prestou atenção para ver se ela ainda não podia escutá-lo e continuou - Nem a peça ela queria fazer hoje.
- Eu vou conversar com ela.
- Ela precisa de ajuda, . - Ele ouviu a menina suspirar - Especializada.
- Mas ela precisa querer, Tom. - O menino concordou com a cabeça, mesmo sabendo que ela não veria - Você sabe muito bem disso.
- É, eu sei. - Ele ouviu a água do chuveiro cessar - Ela acabou do banho, eu vou te dando noticias.
- Tudo bem, obrigada.
- Tchau, .
Tom desligou sem ouvir a despedida da amiga, já que começou a ouvir os passos de se aproximarem. A atriz pareceu não ter ouvido nem o fim da conversa, já que não perguntou nada sobre. Ela voltou para o quarto falando sobre o quanto ele tinha razão e que era no palco que ela conseguia esquecer todos os seus problemas.
O rapaz se sentiu aliviado ao ouvir aquelas declarações e acabou sorrindo da pequena animação que a namorada se encontrava enquanto vestia a sua roupa. Naquela noite, em especial, ele a veria novamente atuando. Depois de muita procura, ela conseguiu arranjar um ingresso para ele e, por isso, o cantor também se arrumava.
Ele conseguiu mantê-la distraída por todo o percurso e ela parecia outra pessoa quando chegou na porta do teatro. A atriz respirou fundo, como se quisesse decorar os cheiros daquele local, e abriu um sorriso lindo para o cantor.
- Obrigada por me tirar daquela cama. - Ela envolveu o pescoço dele com os braços, fazendo-o sorrir.
- Quando você vai entender que o meu dever é te fazer bem? - Ele colocou uma mexa do cabelo dela para trás de sua orelha - Esse seu sorriso é a minha melhor recompensa.
- Eu te amo. - Ela sussurrou contra os lábios dele.
- Eu te amo, ruivinha.
Eles se beijaram ali e só pararam quando as primeiras gotas de chuva começaram a cair. Enquanto foi para o camarim se arrumar, Tom ficou do lado de fora, mexendo no celular, esperando a hora em que poderia entrar e se sentar.
Ele se impressionou no quanto o palco a fazia bem, algo em comum que eles tinham. O rapaz se perdeu em pensamentos, lembrando dos shows que fazia e da sensação maravilhosa que era se apresentar do lado dos amigos que só foi tirado de seus devaneios por causa da homenagem que todo o elenco fez à atriz, no final do espetáculo.
O teatro estava lotado e quase que a maioria da plateia ficou esperando por na calçada. Além dos fãs, alguns jornalistas também se aglomeravam ali, na intenção de conseguir uma foto da menina em sua noite de reestreia.
Assim que a menina saiu, ao lado de Aaron e com as flores que tinha ganho em mãos, recebeu novamente uma chuva de aplausos, incluindo do ator ao seu lado e de Tom, que estava recostado em seu carro, observando-a de longe. Os flashes começaram a ser disparados e a atriz tinha o maior dos sorrisos nos lábios.
Ela era simpática com todos, dando atenção e carinho, como sempre fizera. Aquilo estava fazendo um bem tão grande que, por alguns longos minutos, a menina se esqueceu de tudo o que a afligia. Porém, quando estava falando com as últimas pessoas que compunham o grupo que a esperava, se sentiu observada.
A atriz se virou rapidamente para trás e, próximo de um poste, viu Phillip a encarando. Ela engoliu em seco, sentindo o seu coração disparar e tudo o que conseguiu fazer foi agradecer aos elogios e correr na direção de Tom, que a abraçou prontamente assim que ela se jogou em seus braços.
- O que aconteceu, amor? - Ele perguntou, tentando tirá-los da mira dos fotógrafos, mas era tarde demais.
- O Phillip. - Ela tremia - Eu o vi, ele tava me encarando.
- Onde? - O rapaz esticou o pescoço, mas só conseguiu ver Aaron falando com seus fãs.
- Ali. - Ela se virou, apontando na direção do poste, que se encontrava vazio - Ele estava ali, eu tenho certeza.
- Tudo bem, amor. - Ele envolveu o rosto da menina com as mãos - Eu acredito em você.
- Me leva embora, amor. - Ela implorou - Eu preciso ir para casa.
- Claro.
Ele abriu a porta do passageiro, dando espaço para que ela entrasse no carro, e o contornou rapidamente, indo para o lado do motorista. Ela estava pálida, suava frio e suas mãos não paravam de tremer, assim como os seus lábios, mesmo estando toda agasalhada. Tom tirou o seu casaco, depositando-o em cima dela antes de dar partida no carro.
Naquela vez, prestava atenção no caminho, já que não conseguia desviar seus olhos do parabrisa. Assim que Tom teve que passar pelo cruzamento do acidente, a menina se sentou ereta, tirando o casaco do rapaz e abrindo o seu. O cantor a olhou de relance e viu o quão rápido o peito da menina subia e descia.
- Eu estou sem ar, amor. - Ela falou com dificuldade, alarmando-o - Eu não consigo respirar.
- Vê se assim melhora. - Ele abriu os dois vidros, deixando com que o ar gelado de fora adentrasse o veículo.
- Não. - Ela puxou o cachecol para baixo, deixando-o ainda mais preocupado.
- Eu vou te levar para o hospital.
Ela não o respondeu, apenas concordou com a cabeça. O rapaz dirigiu o mais rápido que pode e, em alguns minutos, ele estava entrando com a menina no colo no mesmo hospital que ela tinha ficado internada. estava cada vez mais sem cor, com a respiração ainda falha e com a mesma sensação de que estava sendo observada.
Enquanto o rapaz falava com a moça que estava na recepção, dando os dados da namorada e implorando por um atendimento urgente, a atriz olhou por cima do ombro dele. As lágrimas rolaram pelos seus olhos sem o menor pudor assim que viu o sorriso sínico no rosto de Phillip, que estava parado perto da porta de entrada e, sem mais forças, desmaiou no colo do cantor.

- Tom. - sussurrou assim que abriu os olhos novamente.
- Eu estou aqui, minha ruivinha. - Ele entrou em seu campo de visão, fazendo a menina dar um sorriso fraco.
Ela estava em um dos quartos do hospital recebendo soro. A porta se abriu assim que o rapaz começou a fazer cafuné em seu cabelo, chamando a atenção dos dois para o médico que entrava. Para a surpresa da atriz, era o Dr. Townsed com sua prancheta cheia de papéis.
- Não imaginei rever a senhorita tão cedo assim. - Ele deu um sorriso, tentando amenizar a tensão que estava no ambiente - Pelo menos hoje não teve nenhum acidente.
- O senhor já sabe o que aconteceu? - Tom estava aflito - É alguma coisa grave?
- Não se for cuidado a tempo. - O médico os encarou - A senhorita teve uma crise de pânico.
- Não pode ser. - A menina franziu o cenho, sem querer acreditar.
- Mas foi. - Ele apontou para o cantor - Dado tudo que o Sr. Fletcher me contou e o fato dos seus exames terem voltado sem nenhum distúrbio, eu não tenho dúvidas.
- Então ela não vai precisar ficar internada? - Tom perguntou, segurando a mão da menina com um pouco mais de força.
- Não. - Eles suspiraram juntos - Mas a senhorita precisa ir em um psiquiatra e se cuidar.
Ela concordou com a cabeça, ainda um pouco desnorteada com tudo aquilo. O médico prescreveu um calmante, apenas como paliativo, até ela começar um tratamento de verdade e assinou a sua alta. Não demorou muito e o casal estava de volta no carro do rapaz, indo para casa.
Eles ficaram em silêncio por todo o caminho, perdido nos próprios pensamentos. Tom já tinha enfrentado a reabilitação de Dougie e a sua própria depressão por anos e sabia o quanto a menina precisava dele naquele momento. Ele estava determinado em ajudá-la com tudo e qualquer coisa, mas ela também precisava querer.
Assim que eles entraram no apartamento da atriz, que o cantor fechou a porta, se sentou no sofá e o encarou, em um pedido mudo para que ele a acompanhasse. O rapaz se sentou do seu lado e, antes que ela pudesse falar qualquer coisa, segurou a sua mão.
- Eu estou aqui, ok? - Ele falou, encarando-a - Você não precisa nem tem que encarar isso tudo sozinha.
- Eu não posso te pedir para ficar, Tom. - Ela sussurrou, com as lágrimas inundando seus olhos - Não com mais esse problema.
- Ei, eu estava lá quando tudo aconteceu, quando você caiu, pronto para recolher todos os pedaços e te ajudar a se reerguer. - Ele tocou o rosto da menina tentando demonstrar todo o seu carinho - Agora não vai ser diferente.
- O Dougie tinha razão, eu preciso de ajuda. - Ela confessou - Parece que eu estou vivendo à sombra de quem eu costumava ser e isso não está me fazendo bem.
- Você não sabe o quanto eu fico aliviado de te ouvir falar isso. - Ele a abraçou apertado.
- Obrigada por tudo. - Ela se camuflou ainda mais nos braços do namorado, que beijou o topo de sua cabeça.
- Obrigado por me deixar te ajudar. - Ele sussurrou contra os cabelos dela.
Eles ficaram mais um tempo no sofá, onde a menina tentava colocar todos os seus pensamentos em ordem. Assim que deitaram, os dois estavam cansados demais para fazer qualquer outra coisa que não fosse dormir e, por isso, não demorou muito e eles já tinham pego no sono.


Capítulo 24

começou a se tratar poucos dias depois da sua ida ao hospital. Ela foi em alguns médicos até escolher com qual faria o tratamento e optou por aquele que só entraria com remédio caso a terapia não funcionasse. A menina odiava ter que tomar qualquer tipo de medicação e achou que aquela seria a saída mais viável.
E ela estava, sim, melhorando. Desde aquela noite, a atriz nunca mais tinha tido uma crise e, aos poucos, ela estava conseguindo voltar a passar em lugares que a lembravam do seu antigo relacionamento e do acidente, até o seu próprio carro ela tinha voltado a dirigir.
Era um domingo frio no início de dezembro, Tom estava com os meninos do McFLY na casa de Danny e estava saindo de mais uma noite de peça. Ela ia se encontrar com e , na casa da modelo, para combinarem sobre o final de ano. Harry tinha tido a ideia deles passarem a virada juntos e incumbido as meninas de programarem tudo.
- E então? - perguntou, se sentando no sofá da sala da amiga com uma taça de vinho nas mãos - Já decidiram alguma coisa?
- Eu acho um pouco perigoso a gente sair do Reino Unido. - disse, desviando a sua atenção do laptop na sua frente para encarar a menina - A previsão é de nevasca até depois do primeiro dia do ano que vem.
- Então é mais fácil a gente ficar em Londres mesmo. - A atriz se aproximou da menina para olhar a previsão do tempo na tela do computador - Do jeito que está falando aqui, nós vamos acabar ficando todos presos em casa.
- Mas eu queria tanto um lugar de praia. - reclamou, se afundando em sua poltrona - Vocês tem certeza que não querem arriscar?
- Eu tenho uma amiga que tem uma casa maravilhosa em Bali. - disse, sacando o celular do bolso - Eu posso perguntar se ela pode alugar pra gente, o que vocês acham?
- Perfeito! - As duas responderam juntas.
- Mas, de qualquer jeito, ainda tem as passagens.
- Eu dou um jeito nisso. - A modelo sacou o telefone do bolso - Eu tenho um tio piloto, posso ver se ele consegue as passagens de graça.
- Sendo assim, eu topo. - fechou o laptop.
- Vou falar com ela. - A atriz se levantou e foi na direção da varanda do apartamento
Enquanto falava no telefone, conversava com o seu tio. Assim como as passagens, a atriz conseguiu a casa de graça, emprestada pela amiga, já que a mesma tinha outros planos.
Elas ficaram juntas, fazendo mil e um planos para a viagem até que Tom e Harry avisaram que estavam indo pra casa, o que fez e também irem. As meninas chegaram animadas, contando que já tinham conseguido planejar tudo, o que fez com que o cantor ligasse para Dougie para avisá-lo.
A partir dali, o clima ia esfriando rapidamente e, na primeira noite em que a neve caiu, estava no apartamento de Tom, com ele, ambos tomando chocolate quente feito pela atriz.
- Acho que já está na hora da gente enfeitar a casa para o natal, o que você me diz? - O rapaz perguntou, abraçando-a por trás, observando a neve que caia junto com a menina.
- Eu acho uma ótima ideia. - Ela se virou de frente para ele, dando-lhe um beijo rápido.
A felicidade estampada no rosto do menino foi o bastante para deixá-la ainda mais apaixonada. Eles foram dormir cedo e, na manhã seguinte, acordaram com a missão de arrumar as duas casas para o natal. O casal saiu por Londres à procura de um pinheiro para o apartamento de Tom e dos demais enfeites para o de .
Eles passaram o dia interno envolvidos naquele clima natalino que o cantor tanto gostava, com direito a suéteres combinando e músicas que remetiam àquela época. No final do dia, os dois se jogaram no sofá da sala da atriz, exaustos do dia de arrumação.
- Sabe do que eu preciso? - A menina se deitou no colo dele - Um banho, uma pizza e algumas taças de vinho.
- Eu te arrumo os dois últimos se você me deixar te acompanhar no primeiro. - Ele a olhou com um sorriso safado no rosto - O que você me diz?
- Perfeito.
Ela se levantou, sentou do lado dele e o puxou para um beijo. No segundo seguinte, o rapaz já estava deitado por cima dela no sofá, tirando o próprio suéter enquanto ela desabotoava a sua calça.
- Achei que a gente ia tomar banho primeiro. - Ela sussurrou contra o ouvido do rapaz.
- A gente toma depois. - Ele a respondeu, voltando a sua atenção para os lábios da menina.
Não demorou muito e eles já estavam transando no sofá da sala. não conseguiu conter a risada, depois do acontecido, ao perceber que nem no quarto eles tinham conseguido chegar daquele vez. Ela empurrou Tom para fora do sofá, caindo por cima dele no chão, já que o menino não a soltou.
- Vamos. - Ela lhe deu um selinho rápido e, uma vez desvencilhada do abraço do namorado, foi andando em direção ao banheiro.
O menino ainda ficou um tempo deitado no chão, apenas olhando-a se afastar e, assim que ela saiu de seu campo de visão, apoiou a cabeça no chão, com um sorriso no rosto. Ele se levantou assim que ouviu o chuveiro sendo aberto, a encontrando já dentro do box e o banho foi repleto de risadas, já que ela não parava de implicar com ele nem por um segundo sequer.
Enquanto a menina colocava uma roupa, Tom fazia o pedido da pizza. Eles comeram assistindo Star Wars, enrolados em uma manta, sentados no tapete felpudo da sala da atriz. O rapaz, que estava recostado no sofá, sorriu ao perceber que dormia em seus braços e, sem querer acordá-la, levou-a no colo para a cama.
Alguns dias se passaram e o Natal estava cada vez mais perto. Naquele ano, por causa tanto da peça quanto do aniversário de Harry, só viajaria para a casa de seus pais no sábado, dia 24, e, por isso, tinha preferido sair para comprar os presentes em Londres. Ela estava saindo da última loja que precisava ir quando seu celular tocou.
- Doug! - Ela atendeu o amigo, com um sorriso no rosto - Que surpresa.
- Oi . - O baixista a respondeu no meio de um riso - Ocupada?
- Não mais, por quê? - A atriz vasculhava a sua bolsa com uma certa dificuldade, tentando encontrar a chave do carro.
- Queria te dar seu presente de Natal, você pode me encontrar? - Ela parou de procurar assim que o ouviu perguntar, franzindo o cenho.
- Hoje? - A menina olhou em seu celular - Mas ainda é dia 20, Doug.
- Eu sei, mas não é um presente convencional. - Ela ficou um tempo cogitando o que o amigo dizia - E então? O que me diz?
- Sem problemas. - Ela deu de ombro - Me passa o endereço então.
- Vou te mandar por mensagem. - A menina concordou, mesmo ele não a vendo - Beijos.
- Beijos.
Ela desligou o telefone, mas ainda ficou encarando-o por alguns segundos. A menina tinha achado tão estranha aquela ligação que achou, por alguns segundos, que poderia ter sido algum tipo de pegadinha, mas não. Enquanto a atriz encarava seu celular, a mensagem do baixista chegou e, como conhecia a rua, ela não precisou colocar no gps.
guardou suas bolsas dentro da mala do carro e, não demorou muito, já estava indo em direção ao endereço que Dougie mandara. Ela sorriu ao ver o baixista parado na calçada, esperando-a, e parou o carro do outro lado da rua. Eles se abraçaram, assim que a menina chegou perto dele e foi aí que ela notou onde ambos estavam parados.
- Acho que você já entendeu qual é o meu presente, não? - Ele perguntou, coçando a nuca, enquanto a menina encarava o letreiro luminoso do estúdio de tatuagem.
- Sim. - Ela concordou com a cabeça, desviando seu olhar até encontrar com o do rapaz - Vamos?
- Claro. - Dougie sorriu satisfeito.
Eles andaram lado a lado em direção à loja. Assim que entraram, o baixista foi parado pelo tatuador, enquanto andou na direção de uma parede cheia de fotos, aonde muitas delas eram de tatuagens feitas ali ou em feiras, mas algumas retratavam os clientes que por ali passaram.
A atriz sorriu ao achar o amigo, alguns anos mais novo, posando para foto junto com o mesmo homem que agora conversava, deixando amostra sua tatuagem que cobria tanto seu braço quanto parte do seu peito. Do lado, alguns anos mais jovens também, tinha umas fotos de Tom exibindo a sua estrela e algumas de Danny.
- . - A menina se virou na direção do rapaz, que estava parado atrás dela - Esse é Edward Flin, o tatuador.
- Prazer, Sr. Flin. - Ela sorriu, apertando a mão do homem que já estava estendida em sua direção.
- Me chame de Ed, por favor. - Ele pediu - Me sinto um velho sendo chamado de senhor.
- Sem problemas, Ed. - Ela reforçou o apelido do homem, fazendo-o sorrir - Eu também prefiro ser chamada de .
- Acho que você já reparou que eu e os meninos fizemos nossas tatuagens aqui. - Ele apontou para as fotos atrás dela, que concordou.
- Até hoje eu não sei como o Tom não se arrependeu daquela estrela. - Ed se perdeu em pensamentos, olhando fixamente para a foto do cantor.
- Eu talvez tenha uma certa culpa nisso. - A atriz ficou corada - Acho ela extremamente sexy.
- Pior que você não é a primeira pessoa que fala isso. - Dougie assumiu, fazendo tanto a amiga quanto o tatuador rirem - Mas você já sabe o que vai querer, ?
- Tenho algumas ideias.
- Então vamos colocá-las no papel. - Ed fez um gesto para que os dois o acompanhasse.
Os três entraram em uma sala onde tudo era perfeitamente planejado e arrumado para se fazer uma tatuagem. Enquanto e Dougie se sentaram no sofá de couro preto que tinha ali, Ed puxou uma mesa, colocando-a na frente dos dois, e uma cadeira, onde se sentou. Conforme a atriz ia falando e o tatuador ia desenhando, o baixista ficava mais entusiasmado.
Ele sabia o quanto aquilo era um desejo suprimido da atriz desde a primeira vez que a viu e, sentado ali, vendo o que estava se tornando o seu presente, não pôde esconder o seu sorriso. Uma vez o desenho pronto, e Ed se levantaram e foram na direção da maca.
- Onde você vai querer? - Ele perguntou, enquanto a menina se olhava no espelho que tinha ali perto.
- Na costela.
Ela voltou para perto dele, que agora já tinha passado o desenho para o papel manteiga e levantou a blusa até a barra de seu sutiã. O tatuador a colocou de um jeito que pudesse passar o decalque para o seu corpo sem deixá-lo distorcido e, uma vez feito, ela se olhou novamente no espelho.
- Perfeito. - Ela sorriu, voltando em direção a maca e deitando.
prendeu a própria blusa por debaixo do sutiã, para que ela não atrapalhasse na hora e Ed a ajeitou na maca com o mesmo intuito de antes: fazer com que a atriz ficasse numa posição confortável e que não comprometesse a tatuagem. Assim que o barulho da máquina soou pela sala, a menina fechou fortemente os olhos, fazendo o amigo rir.
- Fica calma, . - Ele se aproximou da maca, parando atrás de Ed, que agora estava sentado em um banco alto, com a mão a alguns centímetros do corpo da menina.
- Eu estou nervosa. - Ela assumiu.
- Deu para ver. - Ele sorriu - Mas fica tranquila.
- Posso?
- Pode.
Assim que aquele zumbido recomeçou, prendeu seus lábios entre seus dentes, na espera da agulha tocar a sua pele. Assim que isso aconteceu, a menina franziu o cenho, fazendo com que Dougie levantasse as sobrancelhas.
- E aí?
- É só isso? - Ela perguntou, fazendo-os rir.
- É só isso.

- Vocês tinham que ver a cara de espanto dela quando o Ed começou a tatuar.
Estavam todos na casa de Harry, sentados na mesa de jantar do baterista. Conforme Dougie contava sobre o seu presente de natal para , os amigos e suas respectivas namoradas riam enquanto bebiam vinho. A atriz estava corada, parte por causa do álcool, parte por estar com um pouco de vergonha.
- Em minha defesa, todo mundo sempre falou que dói muito fazer uma tatuagem na costela.
- E dói mesmo. - , que tinha um pequeno coração tatuado naquela mesma parte do corpo, disse.
- Então como você explica que ela dormiu? - O baixista perguntou, deixando a modelo perplexa.
- Você dormiu? - A atriz concordou - Como?
- Era como uma cócega gostosa, não sei explicar.
- Ela não se encolheu nem pediu para ele parar em momento algum. - Dougie olhou para Tom - Ela é incrível, mate.
- É, eu sei. - O cantor olhou para a namorada, transbordando paixão - Ela é boa demais para ser verdade.
- Para. - Ela pediu, agora sim corada somente pela vergonha.
- Afinal, cadê essa tatuagem? - perguntou, ansiosa para ver o resultado daquele presente.
A menina se levantou da mesa e levantou a lateral de sua blusa. Era um pássaro, pintado em uma aquarela azul que parecia ressaltar da pele da atriz. Todos ficaram impressionados com o quão bonita era a tatuagem e não se conformava com o fato dela não ter sentido dor fazendo-a.
Pouco tempo depois, Tom e já voltavam para casa e como a menina sairia cedo na manhã seguinte, eles decidiram ir para o apartamento dela. Como a atriz tinha ido direto da peça para o aniversário de Harry, ela quis ir direto para o banho e o cantor não se incomodou em acompanhá-la.
- Você fica tão sexy coberta de shampoo. - Ele sussurrou no ouvido dela, aproximando seus corpos.
- Fico? - Ela perguntou, já completamente entregue, e fechou os olhos assim que começou a receber os beijos que o namorado depositava em seu pescoço.
- Sim.
As mãos de Tom viajavam pelo corpo da namorada sem o menor pudor. Quando os dedos do rapaz dedilharam, levemente, a tatuagem da menina, um sorriso se abriu no rosto dela, assim como um arrepio percorreu toda a sua espinha.
- Você ficou ainda mais bonita, sabia? - Ele falou no pé de seu ouvido - Como se isso fosse possível.
Ela não o respondeu, apenas se virou de frente para ele e selou os seus lábios. O beijo foi se tornando cada vez mais urgente e quando o rapaz fez menção de pegá-la no colo, a luz do banheiro apagou, fazendo-os se separarem.
- O que aconteceu? - Ela se assustou - Eu não estou enxergando nada.
- Calma. - Ele abriu a porta do chuveiro e pegou o seu celular, que estava encima da pia, ligando a lanterna - Melhor assim?
- Muito. - Ela sorriu.
Não demorou muito e eles já estavam de banho tomado e vestidos com uma roupa quente. A neve caía pesada do lado de fora e não precisava de muito para saber que o motivo da falta de luz era aquele. Sem energia, a cada minuto que passava, o apartamento ia ficando mais frio e eles não tinham outra escolha a não ser deitar e se cobrir com a manta térmica da menina.
Apesar do frio, eles pegaram no sono rapidamente. Na manhã seguinte, a eletricidade já tinha sido reestabelecida mas não tinha nem como Tom voltar para casa nem como pegar a estrada, já que estava tudo bloqueado. A nevasca, que continuava a cair, já tinha fechado aeroportos e estações de trem por todo o Reino Unido.
- É, eu acho que nós vamos passar o Natal juntos. - disse, se sentando do lado do namorado no sofá - Minha mãe me fez prometer que não vou sair de casa.
- É, a minha também. - o rapaz riu - E isso porque eles moram a alguns minutos de distância.
- Tem muita neve lá fora, amor.
- Eu sei, ruivinha. - Ele a abraçou - Essa foi a desculpa perfeita para eu poder ficar dois dias inteiros agarrado em você.
- Gostei. - Ela sorriu, dando-lhe um beijo.
E foi exatamente assim que eles passaram aquele Natal. Eles conseguiram montar uma ceia boa, já que a atriz era quem iria levar o peru e já o tinha comprado. Quando deu meia noite e eles trocaram seus presentes, ficou encantada com o colar que o rapaz lhe deu e Tom parecia uma criança quando recebeu a caixa grande de LEGO que, depois de montada, virava a Milenium Falcon.


Capítulo 25

Conforme os dias iam se passando, mais os meninos tinham certeza que não conseguiriam viajar para o ano novo em Bali. A neve continuava a cair, um pouco mais fraca, mas ainda o bastante para que os voos continuassem sendo cancelados. Todos já se davam por vencidos, menos , que tinha certeza que conseguiriam viajar.
- Amiga, aceita de uma vez que não vai ter como a gente sair de Londres. - praticamente implorava, falando no telefone com a modelo.
- Vocês são muito pessimistas. - A modelo respondeu, fazendo a menina revirar os olhos - Hoje mesmo já teve avião conseguindo decolar.
- Não vai adiantar eu tentar de fazer enxergar a realidade, não é? - A atriz se deu por vencida, sob o olhar atento do namorado, que começou a negar com a cabeça.
- Não. - suspirou - Nós ainda temos o dia de amanhã e eu não vou perder as minhas esperanças.
- Tudo bem, amiga. - Ela deu de ombros - Você é quem sabe.
- Deixa eu ir lá, preciso passar em uma farmácia.
- Beijos. - A menina desligou o telefone e encarou o namorado, que estava sentado no sofá com o laptop no colo - Eu falei que não ia conseguir mudar a cabeça dela.
- Eu não entendo, como ela pode ter tanta certeza que de hoje para amanhã tudo vai melhorar? - O rapaz franziu o cenho enquanto a namorada suspirava.
- Não sei, amor. - Ela sentou do lado dele - A tem esse dom de sempre achar que as coisas vão melhorar.
- Eu conheço outra pessoa assim. - Ele sorriu - Que sempre vê o lado bom do mundo.
- Pode até ser. - Ela riu - Mas não ao ponto de achar que essa neve vai passar.
Tom concordou com a menina e voltou a sua atenção para a tela na sua frente. Enquanto ele trabalhava, ligou a televisão com o intuito de ver as notícias e parou em um canal que falava sobre a previsão do tempo.
- E sobre a nevasca, Andrew? - A menina aumentou um pouco mais o volume, enquanto o cantor fechou o laptop para prestar atenção - Temos alguma previsão de melhora?
- Por incrível que pareça, sim. - Os dois se entreolharam - As últimas informações que recebemos do instituto de meteorologia é de que, amanhã, não teremos mais nenhuma probabilidade de neve.
- Não é possível. - Tom falou, chamando a atenção da namorada, ambos deixando de dar atenção à explicação - Como ela sabia disso?
- Eu não sei, amor. - riu, tão chocada quanto ele - Mas se isso, realmente, acontecer, eu nunca mais duvido de nada que ela falar.
Os dois voltaram a prestar atenção no jornal, mas já tinha passado para outra notícia. Não demorou muito e recebeu uma foto da mão de , segurando um protetor solar, com a mensagem “Comprei pra você e para a ”. Ela riu e mostrou a mensagem para Tom, que continuava perplexo.
E, por mais improvável que aquilo pudesse parecer, no dia seguinte Londres amanheceu sem uma nuvem, com direito a sol e céu azul. estava radiante, enquanto o resto tentava entender como aquilo era possível. Tom não parava de resmungar, enquanto fazia a sua mala, sobre o quanto aquilo era estranho, o que fazia rir.
No dia seguinte, já no aeroporto, todos esperavam ansiosos pela chegada de Danny e . O rapaz sempre se atrasava e, por isso, só faltavam eles para o grupo estar completo. Assim que o casal apareceu, deu pra ver o quanto a modelo estava radiante.
- Que tipo de bruxaria você fez? - perguntou, assim que abraçou a menina, fazendo-a gargalhar.
- Eu só penso positivo, é isso. - Ela respondeu, indo cumprimentar os outros amigos.
- Não, , não é possível.
- Ele não aceita essa mudança repentina no tempo. - riu, abraçando o namorado pela cintura.
- Não é que eu não aceito. - Ele se defendeu - É que foi muito rápido.
- Exatamente. - concordou com o amigo.
- Vocês precisam aceitar logo isso para a gente encerrar esse assunto. - Harry disse, abraçando a namorada por trás - O que eu quero agora é aproveitar esses dias na praia, não pensar no que quer que a tenha feito para a neve parar.
- Até você, Judd? - Dougie perguntou, desviando sua atenção do celular para encarar o baterista, que riu - Vocês são muito supersticiosos.
- Muito obrigada, Doug. - agradeceu, se sentando do lado do baixista para esperar o embarque.
Não demorou muito e eles já estavam embarcando. Todos conversavam animados, fazendo planos para os dias que ficariam na casa, menos . Tom, que estava extremamente feliz pelo simples fato de poder voar, algo que ele morria de saudades de fazer, só percebeu o quanto ela estava tensa quando a mesma pediu um copo de água para a aeromoça.
- Está tudo bem, amor? - Ele perguntou, se sentando do lado da menina.
- Não muito. - Ela o respondeu, agradecendo a água - Eu nunca gostei de voar e, com esse meu problema de pânico, estou mais nervosa que o normal.
- Você trouxe o seu calmante? - Ela mostrou o comprimido para ele, tomando-o logo em seguida - Mas fica tranquila, amor, eu estou aqui, ok?
- Eu sei. - Ela sorriu, deitando a cabeça no ombro do rapaz, abraçando fortemente o seu braço - E isso já me acalma muito.
O remédio fez efeito mais rápido do que poderia esperar e, antes mesmo do avião decolar, a menina já estava dormindo. Foram 17h de viagem das quais mais da metade a menina passou desacordada e, para a sua sorte, as horas que estava acordada presenciou um vôo tranquilo.
Eles chegaram no aeroporto de Bali no fim da tarde do dia seguinte. O clima estava bem quente, o sol estava se pondo e eles resolveram que trocariam de roupa ali mesmo, já que estavam todos agasalhados por causa do frio de Londres.
- Como a gente vai dividir os carros? - perguntou, com duas chaves em mãos - Meninas e meninos?
- Gostei da ideia. - sorriu, pegando uma chave para si - Mas eu dirijo, já que sei o caminho.
- Então eu estou fora. - Tom levantou os braços - A dirige igual o Dougie, não consigo acompanhar.
- Você que dirige muito devagar, amor. - Ele riu - E então?
- Eu vou. - O baixista pegou a outra chave - Vamos ver do que você é capaz, .
- Alguém tem seguro de vida? - perguntou, fazendo a amiga rir - Não se desafia a , Doug.
- Deixa ele. - A atriz o provocou, fazendo-o rir.
Eles foram até onde os carros alugados estavam estacionados, guardaram as malas e saiu na frente, já que guiaria Dougie. Como a casa ficava mais afastada, na beira de uma praia particular, eles teriam ainda que pegar um pouco de estrada.
Eles foram obrigados a parar em um sinal, logo na saída do aeroporto, e os dois carros pararam lado a lado. abriu o seu vidro, assim como Harry abriu o dele, já que era ele quem estava do lado de Dougie no carona e os dois motoristas se olharam.
- Preparado? - A atriz perguntou, com um sorriso nada santo no rosto.
- Sempre. - Ele a respondeu, com o mesmo ar de desafio de antes.
- Tom… - Danny olhou para o amigo, que estava sentado no banco de traz ao seu lado - … acho que isso não foi uma boa ideia.
O menino não respondeu nada. Assim que o sinal abriu, o carro das meninas disparou pela rua, reduzindo apenas em uma curva que dava na estrada. Os meninos as seguiam de perto, mas nem o baixista estava preparado para a direção da atriz.
e riam todas as vezes que olhavam para trás e viam as caras de perplexo que os meninos faziam, menos Tom. Ele era o único dali que sabia o quanto a namorada era viciada em corridas de carro e que chegou a pilotar um kart por muito tempo, um segredo que o próprio pai da menina lhe contara.
Eles chegaram na casa tão rápido que nem parecia que a mesma era isolada. As meninas, que chegaram alguns poucos minutos antes, já estavam fora do carro quando os meninos se aproximaram.
- E então? - se desencostou do carro - Te surpreendi?
- O que foi aquilo? - Dougie devolveu a pergunta, fazendo a menina gargalhar.
- É, mate, eu tinha que ter te avisado que ela pilotava kart. - Tom tocou o ombro do amigo - Foi mal.
- Você o que? - Harry, Danny e Dougie perguntaram, juntos, extremamente surpresos.
- Achei que só o Doug não sabia. - encarou as meninas, que riam.
- A gente achou que ia ser mais legal se eles também não soubessem. - assumiu - Foi hilário ver a cara de vocês.
- Quer dizer que foi tudo planejado? - Harry cruzou os braços, fazendo concordar com a cabeça - Mas eu ou o Danny poderíamos ter pego a chave.
- Tinha essa chance, realmente. - concordou, parando do lado de - Mas a gente sabia que o Dougie não ia perder a oportunidade de dirigir rápido, ainda mais com vocês “apoiando”.
- Vocês são muito más. - Danny disse, pagando a sua mala - Eu que não ajudo vocês.
Elas riram, tirando cada uma a sua mala de dentro do carro. , que era quem estava com a chave, abriu a porta da casa e deu espaço para os amigos entrarem. Eles tinham visto algumas fotos que a atriz tinha mostrado, mas a realidade era muito melhor.
A casa era gigante, com dois andares, toda em tons claros e muito bem mobiliada. Na área externa tinha uma piscina enorme de borda infinita e um caminho de pedras que dava direto na areia da praia. Eles subiram as escadas e se acomodaram nas suítes, todas com vista para o mar.
- Eu fiquei tão feliz de te ver pilotar hoje. - Tom falou, sentado na cama do quarto, assim que a namorada saiu do banheiro enrolada em uma toalha.
- Mesmo? - Ele concordou com a cabeça - Na hora que a deu a ideia parecia que você não tinha gostado muito.
- Eu fiquei preocupado, não vou negar. - Ele assumiu - Mas foi tão bom ver que você está melhor.
- É, depois do acidente, eu não me imaginava mais fazendo uma coisa dessas. - Ela se sentou do lado dele - E tinha tanto tempo que eu não sentia o que senti hoje.
- Então valeu a pena. - Ele sorriu.
- Valeu.
A menina envolveu os cabelos dele entre seus dedos e o puxou ao encontro da sua boca. O beijo foi ganhando proporção e só não continuou porque Danny bateu na porta do quarto para avisar que o jantar estava pronto. colocou uma roupa fresca e os dois desceram.
Eles jantaram a comida que Harry tinha preparado na mesa que tinha do lado de fora da casa. A brisa que vinha do oceano fazia o cabelo das meninas voarem e a luz fraca do ambiente deixava tudo ainda mais leve. Eles riam de histórias passadas, muitas delas contadas pelos meninos do McFLY e , sobre a banda.
- A gente era expulso dos pubs. - Danny disse, fazendo as meninas rirem - Eles queriam fechar e a gente não saia.
- Isso quando a gente conseguia entrar. - Harry lembrou, apontando para o baixista - Não era sempre que a gente conseguia infiltrar o Doug.
- Como se o fato de eu não ter idade suficiente me impedia de beber.
- Pois é. - Tom concordou - A gente só trocava de lugar mesmo.
- Mas que nós éramos um bando de bêbados todo mundo sabe. - Harry disse, fazendo todos rirem.
Eles ainda ficaram um bom tempo conversando, mas as muitas horas de viagem estavam, finalmente, fazendo-os ficarem com sono. Cada um foi para o seu respectivo quarto e dormiram assim que deitaram na cama.
O sol inundou os quartos na manhã seguinte. Eles acordaram cedo para aproveitar o último dia do ano e, quando se encontraram na cozinha para o desjejum, já estavam todos com roupa de piscina. Harry conseguiu convencer os meninos a treinarem com ele e as meninas se abateram com a desculpa que precisavam cuidar da louça.
- Que visão, não? - perguntou, parada do lado de , que estava encostada no batente da porta.
- Nem fala.
As duas babavam os meninos que estavam sem camisa e suados, fazendo exercício. A atriz bebericava a sua água, enquanto a violinista apenas observava o namorado andar entre os amigos, vendo se eles estavam na posição correta.
- Parece que aquela gota de suor na barriga do Danny está caindo em câmera lenta. - A voz de soou do lado de , fazendo a menina rir.
- Não sei a do Danny, mas a do Harry eu tenho certeza. - Elas riram e ficaram admirando-os até que o cronômetro do baterista apitou, avisando que já tinha acabado o tempo que ele tinha programado.
- Finalmente. - Dougie suspirou, sentando em um banco - Mas eu acho que vocês deviam continuar treinando.
O rapaz fez um movimento leve com a cabeça, apontando para as meninas, fazendo os outros rirem. Com o seu melhor jeito sensual, Harry secou o seu suor com uma toalha, o que fez suspirar. Quando Danny fez o mesmo, entendeu que eles tinham reparado nelas ali e entrou na casa, empurrando as meninas para dentro.
- O que foi? - perguntou, ainda tentando olhar sobre os ombros da amiga.
- Vocês não repararam que eles só estão fazendo isso por que nos viram ali, babando por eles? - Ela indagou, fazendo as duas caírem em si - É a nossa vez de fazer o mesmo.
O sorriso que nasceu no rosto da atriz foi espelhado no das amigas. As três tiraram as roupas, ficando apenas de biquíni, e saíram de casa conversando, como se nada tivesse acontecido. Cada uma tinha algo em mente para provocar o respectivo namorado e elas não viam a hora de começar aquela “vingança”.
Enquanto fez questão de estender a sua toalha em uma espreguiçadeira que ficava na direção de Harry, empinando o máximo que conseguia a sua bunda, rebolava mais do que o normal. , ao contrário das outras que se afastaram, foi na direção de Tom, com o protetor nas mãos.
- Passa em mim? - Ela perguntou, se aproximando sensualmente do rapaz.
Tom não conseguiu respondê-la, apenas concordou lentamente com a cabeça. Ela se afastou, indo na direção das meninas e se deitou na última espreguiçadeira vaga, do lado de , de barriga para baixo. O cantor engoliu em seco, assim como Harry e Danny, o que fez com que Dougie caísse na gargalhada, contagiando as meninas.
- Vocês não prestam não. - Harry falou, fazendo-as rir ainda mais.
- Por que aquela passada de toalha não teve nenhuma segunda intenção, não é amor? - perguntou, fazendo o namorado se render a uma risada.
- A gente só pagou na mesma moeda. - deu de ombros.
- Mas eu não fiz nada. - Tom se defendeu, sendo encarado por todos os presentes - Ok, foi porque não deu tempo.
Eles riram ainda mais da confissão do cantor, que agora ia em direção à namorada para passar o protetor nela. O restante do dia foi exatamente igual, todos na piscina, aproveitando o sol, tirando fotos e fazendo palhaçadas. Eles só entraram novamente na casa para tomarem banho e se arrumarem para a virada do ano.
- Nossa. - Tom suspirou assim que viu sair do banheiro.
A menina estava com um vestido de alça prateado que ia até metade de sua coxa. Seus cabelos, por causa do dia no sol, estavam mais claros e ondulados que o normal e ela não usava nenhuma maquiagem sem ser a máscara de cílios. Ela sorriu para o rapaz e foi na sua direção, parando de frente para ele e envolvendo seu pescoço com os braços.
- Você também está lindo. - Ela sussurrou contra os lábios dele.
Tom estava com uma bermuda azul piscina e uma blusa branca de botão um pouco transparente e aberta o suficiente para que uma ponta de sua estrela estivesse aparente. Ele agradeceu o elogio da namorada com um beijo rápido, mas logo voltou a encará-la.
- Você sabe que te amar nunca foi uma escolha, certo? - Ele sussurrou no pé do ouvido dela, fazendo-a se arrepiar.
- Eu sei. - Ela concordou - E toda vez que eu ouço a sua voz, ainda mais assim, tão de perto, é como se o resto fosse apenas um ruído de fundo.
- Eu só quero ser o melhor para você. - Ele a encarou com um sorriso no rosto.
- E você é. - Ela levou a sua mão até o rosto do rapaz, acariciando-o - Para mim, você é tudo o que eu sempre quis.
Tom a beijou novamente apenas por alguns minutos. Eles desceram, de mão dadas e com sorrisos nos rostos e encontraram os amigos na sala, tirando fotos para registrar aquele momento. Eles bebiam mais do que outra coisa e Dougie se limitava a filmá-los, bêbados, para poder rir no dia seguinte mais do que estava naquele momento.
- Vamos fazer a contagem na praia? - deu a ideia, pulando nas costas do namorado, que a segurou.
- Vamos!
Eles pegaram o champanhe e as taças e desceram para a areia. não se aguentou e foi molhar os pés no mar, acompanhada de Danny, o que logo virou uma guerra de água que resultou no rapaz pegando-a no colo e mergulhando com ela. Os outros riam de longe e, quando eles voltaram, fizeram questão de molhar todos com a água de seus cabelos.
Assim que terminaram a contagem, uma festa de fogos começou no céu escuro, fazendo-os comemorar. Eles não sabiam da onde aquilo vinha, mas ficaram satisfeitos com o espetáculo. Dougie estourou o champanhe, jogando-o em cima dos casais, que agora se cumprimentavam com um beijo.
- Chega de agarramento. - ele gritava, jogando o líquido nos amigos, que se separavam e riam.
Alguns foram dormir bem tarde naquele dia, outros, como , Danny e , nem chegaram a dormir. Eles viram o nascer do sol na praia, cada um acompanhado de uma bebida.
- Vamos acordá-los? - deu a ideia quando os três entraram na casa, depois de terem voltado da praia.
- , suas ideias são as melhores. - Danny largou o copo encima do balcão da cozinha americana - Vamos!
- ? - a menina olhou da amiga para o seu relógio de pulso.
- É, aqui diz que já está na hora deles acordarem.
e Danny sorriram e os três subiram, sorrateiramente, até o segundo andar. Como todos estavam devidamente vestidos, eles abriram as portas de todos os quartos, pegaram uma caixa de som e a colocaram no máximo.
- Vocês tão de sacanagem, não é? - Harry resmungou, saindo do quarto com a mão massageando a testa.
- Por favor, . - Tom também apareceu, do mesmo jeito que o amigo - Vamos ficar na cama.
- Nada disso, amor. - Ela se jogou no colo dele, que quase caiu para trás - O dia está lindo lá fora, vamos aproveitar.
- Ok, você venceu. - Ela o abraçou forte, saindo de seu colo - Mas eu preciso de um café.
- Eu também. - Harry falou, fazendo se animar ainda mais pelo fato do namorado ter aceitado ficar acordado.
- Eu quero é que vocês vejam os vídeos de ontem. - Dougie riu, parado no batente da porta, observando os amigos.
- Acho que você ainda vai ter muito o que gravar desses três hoje, Doug. - Harry tocou o ombro do amigo, que concordou rindo.
- Eu sabia que a não ia acordar. - Danny reclamou, olhando para dentro do quarto que dividia com a namorada.
- Deixa comigo. - passou por ele, com e a caixa de som aos berros em seu encalço.
A atriz subiu na cama, do lado da amiga, e começou a pular. largou a caixa de som no chão e se juntou a atriz, rindo. Não demorou muito e a modelo começou a tatear tanto a cama quanto a mesa de cabeceira, como quem quer desligar o despertador.
- São vocês. - Ela suspirou, assim que abriu o olho e viu as amigas ali - Eu devia saber que isso era coisa sua, .
- Minha nada. - A menina riu, sentando na cama - Foi tudo ideia da .
- Mas você e o Danny concordaram. - lançou um olhar fatal para o namorado, que via tudo, acompanhado pelos amigos, da porta do quarto.
- Você sabe correr, Jones? - Ela rosnou, fazendo o menino engolir em seco - É melhor você começar agora, porque se eu te pegar…
Ela deixou a frase morrer no ar, se levantando da cama e correndo atrás do namorado, que, naquele momento, já tinha fugido dali. Toda aquela perseguição, mas diversas coisas hilárias que os três aprontaram naquele dia foi gravado pelos outros.
Eles não demoraram para dormir naquele dia, já que estavam todos cansados, principalmente , e Danny. Na manhã seguinte, até a claridade que entrava no quarto pela janela fazia a cabeça da atriz latejar que mal conseguia abrir os olhos.
- Vamos levantar, ruivinha? - Tom sussurrou depois de dar um beijo no topo da cabeça da menina.
- Por que a gente não passa o dia assim? - Ela perguntou, abraçando-o fortemente - Minha cabeça dói só de lembrar do dia de ontem.
- Nada disso, amor. - O cantor a imitou - O dia está lindo lá fora.
Sem conseguir se conter, a menina deixou uma gargalhada escapar que contagiou o namorado. Depois de enrolar mais alguns minutos, o casal levantou e a primeira pessoa que encontraram foi Harry carregando uma xícara e um comprimido de dor de cabeça para a namorada.
Eles aproveitaram o máximo que conseguiram da praia e da piscina, tanto naquele dia quanto nos que se seguiram, entrando em casa somente para comer e dormir. Aquela viagem serviu para, além de descansar, mostrar para os meninos o quanto eles sentiam falta da convivência, praticamente diária, que sempre tiveram como banda e que agora não tinham mais.


Capítulo 26

De volta para Londres, os meninos faziam de tudo para passarem ainda mais tempo juntos. Estava se tornando normal aparecer no apartamento de Danny e dar de cara com Tom sentado no sofá com seu violão no colo, ou Dougie com o seu baixo, ou até Harry, quase que como um apoio moral ao rapaz e sua guitarra.
Em uma noite, porém, foi a vez de chegar em casa e não conseguir entrar com o carro na garagem porque eles estavam tocando. Aquilo aqueceu o coração da menina, que ligou na mesma hora para por chamada de vídeo.
- Oi amiga. - A atriz, que estava acabando de se maquiar para subir no palco, atendeu o celular, posicionando-o encostado no espelho.
- Olha o que eu encontrei quando cheguei em casa.
, que até então não olhava diretamente para o celular, fixou seu olhar na tela assim que ouviu a voz de Tom cantar “Saturday Night”. filmava os meninos, que ainda não tinham se dado conta da sua presença ali, e a menina gritou de emoção, chamando a atenção tanto de Aaron, que dividia o camarim com ela, quanto de Dougie, que olhou na direção da porta.
O baixista fez um sinal para os outros, que só aí viram a menina parada no batente da porta e, sem esperar ser questionada, colocou o celular em modo selfie e mostrou para eles que era com que estava falando. Todos eles começaram a tocar ainda mais animados, principalmente Tom.
Aaron, que a essa hora já estava atrás da atriz, tentando entender o que era todo aquele som, riu ao ver o que estava acontecendo. Eles ouviram alguém os chamando, avisando que faltavam apenas 5 minutos para entrarem no palco e suspirou, ainda encarando o namorado pela tela do celular.
- Eu preciso ir, amiga. - Ela fez bico, completamente contrariada por ter que parar de assisti-los.
- Vem para cá depois. - A menina reapareceu na tela - Eu vou chamar a também.
- Claro! - A atriz sorriu - Principalmente se eles ainda estiverem tocando.
- Vou tentar dar um jeito nisso. - piscou, fazendo a amiga rir - Agora vai lá, beijos.
- Beijos. - A menina desligou e se juntou à Aaron, que estava parado na porta do camarim - Eu não acredito que logo hoje eles inventam um revival.
- Para de reclamar, vai. - Ele a encarou - Você pode ouvir o Tom cantar quando você bem entender.
- Verdade. - Eles riram e foram, juntos, para a coxia.
fez uma de suas melhores apresentações naquela noite. Ela não sabia explicar, mas aqueles poucos minutos vendo os meninos tocando a deixou extremamente inspirada. Quando a atriz voltou para o camarim, no final da peça, um sorriso enorme estava estampado em seu rosto.
- Acho que vou combinar com o Tom para eles sempre cantarem para você antes da gente entrar em cena.
Aaron parou atrás da cadeira da menina, já com a sua mochila nas costas, enquanto ainda tirava a sua maquiagem. Ela gargalhou do comentário dele e só percebeu que o mesmo já estava de saída, quando recebeu um beijo no topo de sua cabeça.
- Já vai? - Ela franziu o cenho, virando-se para o ator, que já tinha ido na direção da porta.
- Tenho um compromisso inadiável hoje. - Ele deu um sorriso safado para a menina, que riu - Até amanhã, parceira.
- Até, parceiro. - Ela lhe lançou um beijo - Se cuida.
- Pode deixar.
Antes de fechar a porta, o rapaz tirou o suficiente de um pacote de camisinha de sua mochila apenas para a menina ver. não conseguiu conter a risada e se virou novamente de frente para o espelho, acabando de tirar a sua maquiagem.
Pela primeira vez, a atriz foi a última a sair do teatro sozinha. Normalmente o intérprete de Christian a fazia companhia, mas, naquela noite, era apenas ela. O grupo de fãs que a aguardava do lado de fora também não era grande, o que fez com que a menina não demorasse muito para falar com todos.
Uma vez completamente sozinha, tirando o pouco movimento de pedestres, a atriz se encaminhou até o seu carro, mexendo no celular. Assim que parou para pegar as chaves dentro de sua bolsa, uma mão a puxou pelo braço, fazendo-a se virar rapidamente na direção da pessoa que se aproximou. Sua respiração falhou assim que encarou os olhos azuis de Phillip tão de perto.
- Eu soube do seu acidente de carro. - A voz dele saiu mais grossa que o normal, fazendo-a se arrepiar - Que bom que você está bem.
- Se era só isso que você queria me dizer, está dito. - Ela conseguiu controlar a sua voz para não sair trêmula - Agora, me solta, por favor.
- Não era só isso. - Ele a puxou para ainda mais perto - Eu quero te dar um aviso.
Phill aproximou seu rosto do dela, levando a sua boca em direção ao ouvido da menina. tentou recuar, mas a pressão que o rapaz fazia, agora em seus dois braços, não a deixava se mover nem um centímetro que fosse.
- Se você tentar prejudicar a minha vida, eu não vou pensar duas vezes antes de acabar com a sua. - Ele sussurrou.
- Você veio aqui para me ameaçar, é isso? - A voz dela saiu decidida, chamando a atenção dele.
- Ameaçar? - Ele sorriu, negando com a cabeça - Não, conversar.
- Eu não tenho mais nada para falar. - Ela o encarou - Então, por favor, me solta para eu poder ir embora.
- Que pressa, o príncipe encantado está te esperando? - Ela não respondeu - Me diz, até quando você vai continuar com essa baboseira de achar que ele é melhor do que eu?
- Eu não acho. - Ela sorriu, fazendo-o acompanhá-la - Eu tenho certeza.
O sorriso de Phillip murchou na hora que a menina completou a frase. se sentia poderosa com a vitória sobre o ex namorado e, por isso, repetiu o ato do mesmo, aproximando seu rosto do dele, parando próxima a sua orelha.
- Ele é tudo que você sempre sonhou em ser e não conseguiu. - Ela sussurrou - O Tom é tudo aquilo que eu sempre quis.
se afastou dele para encará-lo uma última vez, já que sentiu os dedos do empresário afrouxarem o aperto em seus braços. O olhar que ele a lançou, fez com que toda a sua bravura se esvaísse e, no segundo seguinte, a mão do rapaz voou em seu rosto.
Sem que ela pudesse se recompor, ele segurou seu maxilar, e a trouxe para perto. Assim que a menina percebeu que eles estavam próximos o bastante para um beijo se tornar inevitável, um nojo do rapaz começou a se apossar do seu corpo e a sua reação foi cuspir no rosto dele.
Nem ela tinha se dado conta do que tinha feito até vê-lo secar o cuspe com a sua outra mão. O sorriso que ele tinha foi morrendo aos poucos, dando lugar à uma expressão quase que psicopata. engoliu em seco, tentando não demonstrar seu medo e Phill se limitou a passar a língua sobre os lábios.
- Você ainda me paga, sua vadia.
A atriz cambaleou para o lado, devido a força do empurrão que o menino lhe deu e, o observou se afastar. Pela primeira vez, ela se sentia aliviada e orgulhosa por ter conseguido encará-lo e não chorar e, com um suspiro, entrou no carro e começou a dirigir.
estacionou na porta da delegacia que investigava o seu acidente, respirou fundo e correu para dentro do prédio, na tentativa de não ser vista nem reconhecida por ninguém. A menina foi na direção do balcão da recepção, onde um senhor estava sentado, digitando alguma coisa no computador que tinha ali.
- Boa noite, com o que posso ajudá-la?
- Eu preciso falar com o Sr. Gordon. - Ela pediu, tentando se manter calma - Com urgência.
- Me acompanhe.
O senhor levantou e ergueu uma parte do balcão para que a menina pudesse passar. Ela o seguiu até o interior do prédio, onde ficavam algumas salas e pediu para que o esperasse ali, enquanto ele via se o investigador poderia atendê-la. Não demorou muito e a atriz estava entrando na sala onde o Sr. Gordon já a esperava de pé.
- Srta. . - Ele estendeu a mão para a menina, que a apertou - A que devo a visita?
- Eu acabei de ser ameaçada e agredida… - Ela o respondeu, assim que a porta se fechou novamente - … pelo Phillip.
- Sente-se. - O senhor apontou a cadeira na sua frente - Agora me conta exatamente como foi isso.
- Não foi a primeira vez que ele me bateu. - Ela engoliu em seco e começou a contar sobre tudo o que já tinha passado com o ex namorado.
- Eu não vou mentir, Srta. , eu já desconfiava que tinha muito mais coisa do que você me contou naquele dia em que tomamos café. - Ele assumiu - Mas eu não posso levar nada para frente sem provas.
- O vermelho no meu rosto e nos meus braços não contam? - Ela franziu o cenho.
- Contam, lógico. - Ele concordou com a cabeça - Mas para a agressão de hoje.
o encarou ainda sem entender. O senhor se levantou e foi sentar na cadeira vazia do lado da atriz, que observava cada um de seus movimentos. Ele cruzou os dedos, apoiando-os em cima da perna e a encarou.
- Tudo o que você me contou hoje é o suficiente para eu pedir uma medida protetiva e fazer um boletim de ocorrência, só. - Ele suspirou - Sobre o seu acidente, eu não consegui nada que comprove que era ele no carro, por mais que agora eu tenha praticamente certeza de que era.
- Ele não pode se safar de tudo isso. - Ela sussurrou.
- Se a senhorita me permite um conselho. - a menina concordou com a cabeça - Entra em contato com um advogado e abre um processo contra ele.
- O senhor acha que vai dar certo?
- Vai ser difícil, já que a maioria das coisas vai ser a sua palavra contra a dele. - Ela suspirou - Mas não impossível.
- Obrigada, Sr. Gordon.
- Não precisa agradecer. - Ele sorriu - É o meu trabalho.
O senhor se levantou e voltou a se sentar em sua cadeira para fazer o pedido da medida protetiva e, com a ajuda do escrivão da delegacia, o boletim de ocorrência. Com tudo pronto, a menina saiu do prédio analisando os papéis em sua mão, sem se importar se estava sendo vista ou não.
Não demorou muito e a menina já estava estacionando em frente a casa de Harry e . Ela se olhou no retrovisor e viu que a vermelhidão em sua bochecha ainda não tinha passado. Com um suspiro, a atriz saiu do carro e se encaminhou na direção da entrada da casa.
- Finalmente! - a abraçou tão rápido que nem percebeu a marca no rosto da amiga - Achei que tinha desistido.
- Lógico que não. - A atriz sorriu e se separou da menina, que a olhou assustada - É que eu tive um problema no meio do caminho.
- Não vai me dizer que…
não deixou a menina terminar a frase, concordando assim que começou a falar. A violinista a encarou por alguns segundos, tentando processar aquela informação e abraçou novamente a amiga.
- Você está bem? - Ela sussurrou no ouvido da menina, sem soltá-la.
- Por incrível que pareça, sim. - A atriz se separou da amiga, encarando-a - Aconteceu muita coisa essa noite, mas prefiro contar tudo de uma vez.
- Então, vem.
As duas entraram e se encaminharam para a sala, onde os outros às esperavam. Tom, Danny e Dougie estavam espalhados pelo tapete, cada um com o seu instrumento, enquanto Harry estava sentado em cima da sua caixa de percussão. , que estava voltando da cozinha, foi a primeira que percebeu a chegada das meninas.
- , o que foi isso? - A modelo perguntou logo de cara, alarmando, principalmente Tom, que olhou rapidamente para a namorada.
- Amor! - O rapaz exclamou, levantando depressa e acabando com a distância entre eles rapidamente.
- É, eu sei. - Ela deu um sorriso assim que ele tocou a mancha vermelha em sua bochecha - Eu acho que você sabe o que aconteceu, não é?
- Sei. - Ele suspirou, tentando conter toda a sua raiva - Mas, como?
A menina não respondeu. Ela, simplesmente, deu um selinho rápido nele e se afastou, indo cumprimentar os outros meninos. se sentou no sofá, sob o olhar atento de todos, e estendeu a mão para o namorado, que continuava parado no mesmo lugar. Assim que ele, e se aproximaram e tomaram seus lugares, ela começou a contar sobre o seu encontro com Phillip.
- Me fala que você fez alguma coisa, por favor. - pediu, inconformada com o que a amiga relatava.
- Eu queria ter conseguido me mexer, mas o máximo que consegui foi cuspir nele. - A menina deu de ombros - Mas ainda foi melhor do que nada.
- Foi perfeito. - Dougie se intrometeu - Assim você conseguiu revidar e ainda não ficou nenhuma prova caso ele queira falar alguma coisa.
- É, não tinha pensado por esse lado. - Ela sorriu - Acho que valeu a pena então.
continuou contando sobre a sua ida à delegacia, o que fez vibrar, já que a menina, desde a separação, a aconselhou fazer aquilo. A atriz explicou que ia seguir o conselho do investigador e contactar uma advogada para entrar com um processo contra o empresário e foi apoiada por todos.
- Você não precisa ficar assim, amor. - A atriz sussurrou no ouvido do namorado enquanto os amigos decidiam o sabor de pizza que iriam pedir.
- Daqui a pouco passa, ruivinha. - Tom, que estava um pouco inclinado para a frente, com os braços apoiados nos joelhos, deu um meio sorriso - Eu só estou com muita raiva dele ter feito isso com você de novo.
- Agora ele não vai mais poder se aproximar de mim. - Ela passou os dedos pelos cabelos do menino, que fechou os olhos diante o ato.
- É, eu sei. - Ele a encarou - Eu te amo.
- Eu te amo, amor.
Eles se beijaram e ficariam mais um bom tempo ali se não fosse por Danny que, assim que os viu, começou a gritar igual uma adolescente, fazendo os amigos rirem e o casal se separar. estava com a bochecha ainda mais vermelha de vergonha e Tom conseguiu se descontrair o bastante para soltar uma risada.
- Agora vamos falar de um assunto mais importante. - Ela encarou os meninos - Que belo dia para vocês resolverem tocar, logo quando eu não posso assistir.
- Você está com saudades do nosso show? - Harry perguntou em um tom sarcástico que a fez rir.
- Impressionante, não?
- A gente nem sabia que você curtia o nosso som. - Danny falou do mesmo jeito que o baterista - Fiquei chocado agora.
- Do som nem tanto. - Ela enrugou o nariz, fingindo estar enojada e olhou para o namorado - Mas de um dos vocalistas…
A menina deixou a frase morrer no ar, fazendo todos rirem, inclusive Tom. suspirou aliviada ao ver que o namorado já estava normal e se levantou, junto com ele, para ajudar os outros a arrumar a mesa enquanto esperavam as pizzas.


Capítulo 27

A semana tinha acabado de começar e estava sentada na sala de espera do escritório de uma renomada advogada criminalista. Ela estava rolando o seu Instagram, vendo as fotos de seus amigos e ignorando as notificações do Twitter enquanto esperava para ser atendida.
- Srta. ? - A secretária a chamou - A Sra. Fox vai atendê-la agora.
A menina concordou com um sorriso, jogou o celular bloqueado e no mudo dentro de sua bolsa e se encaminhou na direção da senhora. As duas andaram, lado a lado, o pequeno corredor que separava a sala de espera do escritório da advogada.
- Obrigada. - A atriz agradeceu, assim que a secretária abriu a porta e lhe deu passagem.
- Srta. . - A advogada se levantou e estendeu a mão na direção da menina - É um prazer enorme conhecê-la, só gostaria que as circunstâncias fossem outras.
- O prazer é todo meu, Sra. Fox. - Ela sorriu, apertando-lhe a mão - Pode me chamar de , por favor.
- Sendo assim, Felicia. - A mulher indicou a cadeira - Sente-se, por favor, e me conte exatamente tudo o que aconteceu.
A atriz obedeceu. Por alguns longos minutos, narrou tudo o que tinha passado com Phillip, sem esconder nenhum detalhe, falando até o que achava que não era assim tão significante. Durante todo aquele tempo, a advogada fazia algumas anotações em seu computador, murmurando vez ou outra para a menina saber que estava prestando atenção.
- Bom, nós podemos entrar com um processo contra eles alegando algumas coisas. - Felícia desviou a sua atenção de para o seu computador - Agressão física, psicológica, sexual.
- Sexual? - A menina franziu o cenho - Mas ele nunca me forçou a nada.
- Só a ficar grávida. - Elas se encararam - O que você me contou sobre ele furar as camisinhas, é um tipo de violência sexual.
- Eu não sabia.
- Mas é. - engoliu em seco - Isso é uma escolha sua e você ser privada disso é uma violência.
A atriz concordou com a cabeça, parando finalmente para pensar no assunto. O silêncio tomou conta da sala por alguns segundos enquanto tentava processar aquela informação. Depois de tudo, não imaginava que poderia ficar com ainda mais nojo de Phillip, mas era exatamente aquilo que estava sentindo.
Elas ainda ficaram grande parte da manhã juntas, organizando todas as informações para começarem o processo. A advogada explicou como tudo ia acontecer, explicou que precisavam de testemunhas e ainda a alertou sobre os problemas que ela poderia enfrentar, principalmente por ser uma pessoa pública.
Foi a primeira vez que a menina não se importou com o que poderiam dizer ou achar sobre ela. A única coisa que queria era ver o ex namorado pagar por tudo o que lhe tinha feito sofrer e se, para isso, precisasse enfrentar uma horda de jornalistas, faria feliz.
- Eu vou entrar com toda a papelada ainda hoje. - A advogada falou enquanto caminhava com a atriz até a porta - Qualquer coisa que você precise, me ligue.
- Obrigada, Felícia.
Elas se despediram e foi em direção ao elevador. Já tinha algum tempo que alguma coisa não a deixava tão aliviada quanto estava naquele momento. Ela sacou o celular da bolsa e, sem se importar com as várias notificações que tinha ali, ligou para Tom.
- Oi amor. - O cantor sorriu ao ouvir a voz animada da namorada - Está ocupado?
- Para você? Nunca. - Ele a ouviu rir - O que foi?
- Queria te contar como foi aqui, mas durante um almoço, que tal?
O rapaz olhou para o lado e encarou Danny, que estava com o violão no colo. Ele ainda não tinha contado nada para a namorada, mas já fazia alguns dias que eles dois, mais Dougie e Harry, estavam trabalhando juntos em uma música nova. Quase que entendendo o dilema do amigo, o guitarrista sorriu, concordando com a cabeça.
- Claro, meu amor. - Ele sorriu - Me manda o endereço por mensagem que daqui a pouco eu chego.
- Sem problemas.
- Até daqui a pouco. - Tom abaixou um pouco a voz, fazendo os amigos rirem - Eu te amo.
- Eu te amo, lindo.
- Por que mesmo você ainda não contou nada para ela? - Dougie perguntou, fazendo o amigo suspirar.
- A gente nem sabe se isso vai para frente. - Ele deu de ombros - Não quero que ela crie expectativas que depois podem ser frustradas.
- O Fletch está cuidando de tudo. - O cantor encarou Harry - Não tem como dar errado, mate.
- É, você está certo. - Ele se levantou - Eu vou contar para ela.
- Finalmente! - Danny comemorou - Está cada vez mais difícil conter a ansiedade da em falar sobre isso com a .
Tom riu do guitarrista e se pôs de pé, pronto para sair do pequeno estúdio que tinha na casa do mesmo. Ele se despediu dos amigos e, no meio do caminho até o seu carro, recebeu uma mensagem de com o endereço do restaurante. Não demorou muito e o rapaz estava estacionando na frente do local.
- Posso te fazer companhia? - Ele perguntou, apoiando as mãos nas costas da cadeira vazia, fazendo com que a namorada notasse a sua presença.
- Isso depende. - Ela deu um sorriso - Eu vou ser cumprimentada com um beijo?
- Não tenha dúvidas.
Tom se aproximou de , sorrindo assim como ela. Eles deram um selinho que só não demorou mais porque estavam em um lugar público. O rapaz se sentou de frente para ela e pediu uma água com gás para o garçom que se aproximou da mesa deles.
- E então? - Ele perguntou, assim que se viu sozinho novamente com a namorada - Como foi?
A menina começou a contar detalhe por detalhe a conversa que tinha tido com a advogada. Explicou para ele como aconteceria o processo, suas respectivas acusações e o motivo de cada uma. O rapaz prestava atenção em cada palavra e se sentia aliviado ao ver o quanto ela parecia estar lidando bem com tudo aquilo.
- Foi a primeira vez que eu consegui relembrar de tudo e não chorar. - Ela assumiu - Eu estou me sentindo tão forte para enfrentar isso tudo.
- Que ótimo, meu amor. - Ele tocou a mão dela por cima da mesa - Mas lembra, qualquer coisa eu vou estar aqui para te ajudar.
- Eu sei disso. - Ela sorriu - E você? Estava fazendo o que?
- Então… - O cantor respirou fundo - … eu tenho uma coisa para te contar, mas é segredo.
- Não me deixa ansiosa, vai. - Eles riram - O que é?
- Tem enormes chances do McFLY voltar esse ano. - Ele contou em voz baixa para que ninguém além dela ouvisse mas o grito que a menina soltou chamou a atenção de quase todo o restaurante - Amor, por favor.
- Desculpa. - Ela cobriu a boca, contendo outro grito histérico - Eu só não consigo acreditar.
- Mas acredite. - Ele sorriu - O Fletch já está cuidando de tudo e eu e os meninos estamos trabalhando em algumas músicas novas.
A atriz continuou encarando o namorado com a mão tampando a boca. A sensação que ela tinha era de que não conseguiria parar de gritar se tentasse falar qualquer coisa e, quando percebeu, uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Tom a secou rapidamente com o polegar e levou a sua mão ao encontro da dela, abaixando-a.
- Eu deixo você gritar mais uma vez.
- Não vou. - Ela segurou com força a mão dele - Mas não posso negar que estou eufórica com essa notícia.
- Sabia que isso ia acontecer. - Ele beijou o dorso da mão dela - Mas me promete guardar segredo.
- Eu prometo, se…
- Lá vem. - ela riu.
- Eu puder ouvir, pelo menos, uma música nova.
- Sim, senhora. - Ele bateu continência, fazendo-a rir mais - Nós já temos algumas antigas que ninguém nunca ouviu e que estamos regravando, tudo bem?
- Perfeito.
Eles comeram ainda conversando, mais sobre a volta da banda do que com o processo. Como uma fã incurável dos meninos, pareceu se esquecer completamente sobre a ida na advogada. Seus olhos brilhavam só de pensar em poder vê-los tocando juntos e sentir toda aquela vibração da plateia de novo.
- Você sabe que, se acontecer mesmo um show, eu vou no meio dos fãs, certo? - Ela perguntou, de braço dado com o namorado, enquanto saiam juntos do restaurante.
- Eu imaginava que você iria querer isso. - Eles pararam encostados no carro dela - Mas eu vou poder saber qual é o seu disfarce?
- Se você cantar para mim, claro. - Ela envolveu o pescoço do rapaz com os braços enquanto ele a segurava pela cintura.
- É só escolher a música.
- Fácil assim?
- Fácil assim.
Ele a beijou e, diferente do de dentro do restaurante, esse foi um pouco mais demorado, já que o movimento da rua era quase nulo. Ainda estava muito frio e isso fazia com que as pessoas preferissem não ficar andando pelas calçadas, o que deu ao casal uma certa privacidade.
- E o que você vai fazer agora? - Ela perguntou, com a testa ainda unida à do namorado.
- Vou voltar para a casa do Danny, só vim almoçar mesmo. - Ele a encarou - E você?
- Vou para casa.
- Mais tarde a gente se vê?
- Com certeza.
Com um beijo de despedida, a atriz entrou no seu carro e seguiu na direção de seu apartamento, enquanto o cantor voltava para a casa do amigo. , que não tinha nada para fazer, assim que chegou em casa foi direto tomar um banho para colocar uma roupa quente e confortável.
A atriz se jogou em seu sofá, se cobriu com uma manta e passou boa parte da tarde vendo série. Em um dado momento, ela começou a rolar suas redes sociais e as incessantes notificações do Twitter a fizeram migrar para aquela rede.
Desde a fake news envolvendo ela e Tom no dia do seu término com Phillip, a menina não tinha mais entrado na rede social do passarinho, até aquele dia. No momento em que fez, se arrependeu. As diversas notificações eram várias menções ao seu nome devido a uma foto que vazou dela saindo da delegacia.
Conforme ia rolando os tweets, mais se arrependia de ter aberto aquele aplicativo. Ela se viu no meio de um furacão de teorias sobre os motivos dela estar saindo de tal lugar onde algumas até eram inofensivas, mas outras, nem tanto. A que mais lhe chamou atenção foi a que envolvia Tom.
Desde que eles assumiram o relacionamento, uma boa parte dos fãs da menina ficaram do lado de Phillip e queriam, a qualquer custo, que eles voltassem a ficar juntos. Essas pessoas, então, não perdiam uma oportunidade de atacar o cantor, mas nem ele, nem a atriz ligavam para os comentários ácidos que recebiam quando postavam fotos juntos, por exemplo.
O problema foi que, naquela situação, eles estavam invertendo toda a história e colocando Tom como o abusador. não podia deixar aquilo acontecer, mas, antes de tomar qualquer decisão, ligou para Felícia. A atriz contou tudo o que estava acontecendo, assim que ela lhe atendeu.
- Eu acho que você deveria se posicionar, .
- Era o que eu estava pensando mesmo em fazer. - Ela assumiu - Mas isso não vai prejudicar o processo?
- Claro que não. - A menina suspirou aliviada - Mas seria melhor você deixar de fora essa parte, pelo menos por enquanto.
- Eu não estava mesmo pretendendo contar isso.
- Qualquer coisa, me liga.
- Tudo bem. - Ela sorriu - Obrigada, Felícia.
- Que isso, , é o meu trabalho.
Elas se despediram e a menina respirou fundo, tentando juntar toda a sua coragem para fazer aquilo. A realidade era que a atriz odiava ter que expor a sua vida e, principalmente, o seu relacionamento daquele jeito. Na percepção dela, postar uma foto era completamente diferente de fazer uma publicação explicando algo particular do seu dia a dia.
Em qualquer entrevista que fazia, tentava ser o mais sucinta possível quando perguntavam sobre a sua vida, mas naquele dia ela precisava fazer diferente. Ela se levantou e se olhou no espelho. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto, estava sem nenhuma maquiagem e seu conjunto cinza de moletom não era nada arrumado.
- Quer saber, se for pra fazer isso, vai ser do meu jeito. - Ela falou para o seu reflexo e voltou na direção do sofá.
Uma vez confortável no meio de suas almofadas e sua manta, a menina começou a gravar um vídeo, onde contava, muito superficialmente, o que tinha passado com Phillip e eximindo a culpa de Tom. Ela postou em seu Instagram e desativou as notificações dos aplicativos das redes sociais. queria um pouco de paz depois de passar por aquela situação e sabia que não a teria sem tomar aquela precaução.

- Mate, você viu isso? - Danny perguntou para Tom que, até então, estava escrevendo alguns acordes com Dougie.
Eles ainda estavam no estúdio da casa do guitarrista quando postou o vídeo. Não demorou muito e só se falava naquilo por toda a internet. Como a atriz não tinha falado para nenhum dos amigos sobre, assim que o rapaz entrou no celular e viu várias pessoas comentando sobre a menina decidiu ver o que estava acontecendo.
- O que é isso? - O cantor franziu o cenho ao ver a namorada na tela do celular do amigo.
- Parece que a fez um vídeo contando tudo o que aconteceu entre ela e o Phill. - Harry, que naquela altura também já estava com o celular na mão, respondeu.
Tom, rapidamente, pegou o próprio celular e entrou no perfil da namorada. Os três amigos se juntaram atrás do rapaz assim que o mesmo deu play no vídeo e o assistiram em silêncio.
Ao contrário do que eles esperavam, a menina permaneceu serena durante toda a filmagem, sem chorar nem transparecer raiva em nenhum momento. A única coisa que estava nítida ali era o seu desconforto tanto por ter que lembrar de toda aquela história quanto por ter que estar se expondo ali.
- Eu preciso ir. - Tom se levantou rapidamente, catando as suas coisas que estavam jogadas pelo estúdio - Amanhã a gente acaba esse acorde, Doug.
Sem esperar que os amigos se despedissem dele, o rapaz saiu correndo do estúdio e da casa de Danny. Ele dirigiu o mais rápido que conseguiu até a casa de e, como praticamente morava ali, subiu sem ser avisado. Assim como ela, ele tinha a chave do apartamento da menina e não pensou duas vezes antes de abrir a porta.
- Amor… - Ele chamou a atenção da menina, que, até então, estava deitada no sofá com o olhar perdido na televisão.
- Oi. - Ela deu um sorriso fraco, se sentando - Você já viu, não é?
- Sim. - Ele se sentou do lado dela - Por que você fez isso? Eu sei o quanto você não gosta de se expor assim.
- Porque eu não podia deixar você levar a culpa. - Ela o encarou com os olhos já marejados - Principalmente depois de tudo o que você já fez para me ajudar.
Ele não a respondeu, apenas a puxou para perto, envolvendo-a em um abraço apertado. Eles ficaram naquela posição até o celular da menina começar a tocar. Com um suspiro, se separou do namorado e, para a sua surpresa, não era nenhum jornalista.
- Oi amiga.
- O que foi esse vídeo, ? - perguntou, fazendo-a suspirar - Você está bem?
- Estou sim. - Ela encarou o namorado - Eu tenho um ótimo cuidador.
- O Tom está aí? - A atriz concordou com a cabeça, mesmo sabendo que a modelo não veria - Que pergunta, lógico que está.
- Ele também ficou surpreso. - Ela suspirou - Na verdade, todo mundo.
- É, eu nunca esperaria isso. - assumiu - Mas, tirando o seu desconforto, te achei bem melhor.
- Eu me sinto melhor sim.
Elas continuaram conversando por mais alguns minutos, até que a modelo desligou alegando não querer atrapalhar o casal. deitou no colo de Tom, que prontamente começou a lhe fazer cafuné e ficaram daquele jeito até os olhos da menina começarem a se fechar e o rapaz a levar para cama.


Capítulo 28

As semanas foram se passando e não tinha um dia em que não ouvia algum comentário relacionado ao seu vídeo. Além de muito apoio e carinho que recebeu dos fãs, muitas pessoas ainda esperavam uma nova posição da atriz, principalmente depois de Phillip ter feito a mesma coisa que a ex-namorada, mas contando a história se fazendo de vítima.
Com toda a repercussão, foi extremamente difícil esconder o fato de que teria um julgamento e quanto mais perto chegava do dia, mais os jornalistas se amontoavam nos locais frequentados pela menina, principalmente no portão de seu prédio e no de Tom. O casal começou a fazer rotas alternativas, entrar pelos fundos e, até mesmo, alugar um carro para poderem entrar em casa sem serem descobertos.
- Eu não aguento mais isso. - reclamou, sentada no sofá do apartamento de , com ao seu lado.
Faltavam poucos dias para o julgamento e a modelo tinha feito um jantar. Eles já tinham acabado de comer e estavam espalhados pela espaçosa sala, cada um conversando sobre assuntos diferentes e o das meninas era sobre toda a situação em que o casal se encontrava.
- Pelo menos já está perto de acabar. - tocou a mão da atriz, que sorriu.
- É, eu sei. - Ela se aproximou mais da violinista, abaixando o tom de voz - Mas mudando de assunto, você não está achando estranho esse jantar?
- Primeiro eu achei que fosse para te acalmar. - A menina assumiu, fazendo a amiga rir - Mas ela e o Danny estão a noite toda cheios de segredos.
- Exatamente! - exclamou - Eu acho que…
A atriz não completou a sua frase porque foi interrompida pelo tilintar de uma taça. As conversas foram morrendo e todos os presentes se viraram na direção da anfitriã e de seu namorado, que estavam parados lado a lado. e se levantaram do sofá e, enquanto a atriz foi abraçada por trás pelo namorado, a violinista segurou no braço do marido e apoiou a sua cabeça em seu ombro.
- Nós temos novidades. - Danny sorriu.
Ele e estavam com os dedos entrelaçados e dava para ver que, além de muito empolgada, a modelo estava bem envergonhada. O rapaz a encarou, como quem pergunta se pode continuar falando e a menina apenas deu um leve aceno de cabeça, concordando. Ele beijou o dorso da mão dela e, ainda a encarando, falou:
- Nós vamos casar.
Enquanto os rapazes e foram em direção ao casal para abraçá-los, permaneceu estática. Parecia que um filme passava pela sua cabeça, onde ela e eram as protagonistas. Todos os momentos em que passaram juntas, todas as brincadeiras quando crianças, todas aquelas lembranças tomaram de uma só vez a atriz, que ficou sem reação.
Ela observava os amigos do mesmo lugar em que Tom a abraçava a alguns minutos atrás, com a mão tampando a sua boca. Assim que todos já tinham cumprimentado o casal, eles se viraram na direção da menina. sorriu, deixando algumas lágrimas escaparem de seus olhos enquanto andava na direção da amiga, que fazia o mesmo.
Assim que elas se encontraram, a primeira reação de foi abraçar a modelo. Quando elas se separaram, a atriz ainda a encarou por alguns segundos, esperando que a ficha realmente caísse e, antes de poder falar alguma coisa, Danny chegou por trás da noiva, segurando uma caixa.
- Isso é para você. - falou, pegando a caixa da mão do menino e a entregando para a amiga.
não disse nada, apenas segurou a caixa e a apoiou na parte de trás do sofá. No momento em que a menina a abriu, levou uma mão até a sua boca enquanto a outra dedilhava o conteúdo. Além do convite, tinha uma foto das meninas quando crianças, ambas vestidas de noiva, de braço dado uma com a outra e um pequeno envelope.
- Eu não acredito nisso. - A voz da menina saiu como um sussurro.
- Abre. - A modelo, que estava atrás da amiga, apontou para o segundo envelope.
A atriz o pegou, fechou a caixa e a colocou em segurança no sofá. Todos encaravam a cena, esperando o que podia ter de tão importante ali dentro e, assim que a menina o abriu, uma palheta de guitarra, preta, com o símbolo de Radio:ACTIVE em rosa caiu em sua mão.
- Ficou com ciúmes que ela tem as minhas baquetas, Danny? - Harry brincou, fazendo todos rirem, inclusive a atriz.
- Um pouco, mas não é isso.
O rapaz se aproximou da amiga e virou a palheta. Do outro lado, em branco, estava escrito: “Quer ser nossa madrinha?”. levou, novamente, a mão até a boca, tentando conter seu grito e, com lágrimas nos olhos, concordou com a cabeça.
- Sim! - Ela abraçou o rapaz, que agora era o que estava mais perto dela, e voou na direção da amiga, repetindo o ato - É claro que sim.
- Perdeu, dude. - Dougie cutucou Tom, fazendo o rapaz rir.
- Não é nada disso. - Ela riu, se aproximou dos amigos e mostrou o que estava escrito ali.
Enquanto eles viam o interior da caixa de , se afastou. Quando a modelo voltou, com mais quatro caixas iguais a de , eles já estavam sentados no sofá e em suas poltronas. Ela entregou uma para Tom, uma para Dougie, uma para Harry e, por último, uma para , que se surpreendeu.
- Para mim? - A menina sorriu.
- Claro. - a modelo foi se sentar no colo do noivo - Cada um vai ter um papel importante nesse casamento.
Nas caixas dos meninos, além do convite e de uma foto, vinha a mesma pergunta que na de , já na de , vinha um pequeno violino de brinquedo. A menina o pegou na mão e, com um sorriso no rosto, o virou.
- Vai ser uma honra tocar para vocês. - Ela se emocionou ao ver o casal sorrindo em agradecimento.
Depois daquela noite, eles se encontraram novamente em frente ao prédio que seria o julgamento. e Harry foram os últimos a chegarem e se encontraram tanto com quanto com os outros amigos ainda do lado de fora. A atriz estava nervosa e andava de um lado para o outro, sempre à procura da advogada.
- Felícia! - ela suspirou assim que a viu vindo em sua direção - E então?
- Se acalma, . - A mulher lhe tocou no ombro - Está tudo na mais perfeita ordem.
- Eu ainda não o vi.
- Estão mantendo ele no andar de baixo para que vocês só se encontrem lá dentro. - A menina suspirou aliviada - Agora eu preciso falar com vocês.
Uma roda contendo os meninos do McFLY, , , o taxista e os pais da menina se formou ao redor de Felicia. Assim como o Sr. Johnson, Tom, e Danny também eram testemunhas do que tinha acontecido com a atriz.
- Daqui a pouco vai vir um guarda levar vocês para uma sala onde todas as testemunhas vão ficar. - Ela explicou - Vocês vão ser chamados um a um para depor e vão poder assistir o resto lá dentro.
- Muito obrigada por estarem fazendo isso. - A menina agradeceu e se virou para o taxista - Principalmente ao senhor.
- Eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ajudá-la. - O Sr. Johnson respondeu, fazendo a atriz sorrir.
Não demorou muito e eles foram chamados. Antes de se afastar, Tom deu um longo beijo na namorada, que tremia de nervoso. Os que sobraram, aos poucos, foram entrando, deixando a menina com a advogada do lado de fora. Felicia explicava alguns últimos detalhes para quando esta viu Phillip sair do elevador.
Ele passou direto por ela, mas sem antes encará-la. A menina engoliu em seco e, depois de ser acalmada pela advogada, entrou com ela em seu encalço. As duas se sentaram na mesa que ficava de frente para onde o juiz se sentaria e as testemunhas iriam depor. Felicia abriu a sua bolsa e tirou de dentro dela uma pasta com vários papéis, que empilhou na sua frente.
- , você reconhece algum desses nomes? - Ela sussurrou para a menina, apontando para uma folha A4 partida ao meio.
- Todos. - A atriz foi apontando para cada um deles - O porteiro do prédio, o amigo dele que mora no apartamento embaixo e a secretária dele.
Antes que Felícia pudesse explicar que aquelas eram as testemunhas que Phillip tinha reunido, um dos policiais do tribunal pediu para que todos se levantassem e apresentou o juiz, David Foster, que entrou logo em seguida. Ele era um senhor e, por mais sério que aparentava ser, tinha um olhar apaziguador.
- Declaro aberta a sessão de julgamento do processo de agressão sofrido pela senhorita pelo senhor Phillip Host. - ele bateu o seu martelo, fazendo todos sentarem - Senhores advogados, existe alguma evidência, prova ou algum pedido que gostariam de apresentar?
- Sim, excelência. - O advogado de Phillip se levantou, sendo seguido por Felícia - Gostaria que fossem declarados contraditos os testemunhos do senhor Thomas Michael Fletcher e da senhorita , por serem o atual namorado e a amiga de infância da Srta. .
- Deferido - O juiz se virou para Felícia - Sra. Fox, alguma objeção?
- Não, excelência. - Ela respondeu com um leve sorriso - Porém, também gostaria de pedir a contradita do senhor Gordon Mark Sander por ser amigo de infância do Sr. Host.
- Deferido - O juiz se virou para o advogado de Phill - Sr. Lerman, alguma objeção?
- Não, excelência.
- Sendo assim, peço a liberação das testemunhas.
Enquanto um policial ia na direção da sala onde as testemunhas ficavam, tanto Felicia quanto o Sr. Lerman se sentaram novamente. A mulher não parecia surpresa com o que tinha acabado de acontecer e a observava, com atenção, escrever em seu bloco.
A menina desviou seu olhar da advogada quando ouviu passos se aproximando. Tom e estavam com expressões confusas, mas percorreram todo o caminho até se sentarem no banco atrás da atriz, com os amigos e os pais dela, em silêncio.
- Eu já imaginava que isso fosse acontecer. - Felícia se pronunciou, um pouco mais alto para que eles também pudessem ouvir - Mas isso não interfere em nada.
- Gostaria, então, de começar pelo testemunho do Sr. Johnson. - Ficaram todos em silêncio enquanto o policial trazia o taxista até o banco que ficava à esquerda do púlpito do juiz.
Além de fazer a declaração de que não mentiria, sob pena de reclusão, o taxista ainda teve que responder algumas perguntas como o seu nome, a sua profissão e o seu endereço. Depois de tudo respondido, o juiz deu o direito de fala para Felícia, que agradeceu a ida do senhor ali.
- Sr. Johnson, é verdade que o senhor pegou a Srta. em uma noite de chuva no início de agosto do ano passado?
- Sim.
- Como o senhor a encontrou?
- A Srta. estava chorando muito, com um olhar assustado e com vários hematomas pelo rosto. - O senhor respondeu, encarando a menina - A bochecha dela estava inchada e vermelha e tinha um leve corte no canto do lábio inferior.
- O senhor voltou a encontrá-la depois disso?
- Sim. - O taxista desviou seu olhar até a advogada - No dia seguinte eu a levei para buscar suas coisas no seu antigo apartamento.
- E como ela estava?
- Assustada. - Ele suspirou - Eu cheguei a perguntá-la se era seguro e ela não sabia responder, dava para sentir o medo em seu tom de voz.
- Muito obrigada, Sr. Johnson. - Felícia se virou para o juiz - Sem mais perguntas, meritíssimo.
- Sr. Lerman. - O juiz chamou a atenção do advogado de Phill, que se levantou no momento que Felícia se sentou - Alguma pergunta para a testemunha?
- Sim, excelência. - O homem se aproximou do taxista - Sr. Johnson, a poucos minutos o senhor respondeu sobre o dia em que aceitou fazer a corrida da Srta. , correto?
- Sim.
- E nesse dia, o senhor a encontrou em frente ao prédio no qual a deixou no dia seguinte?
- Não. - O senhor negou com a cabeça - Ela estava a uma ou duas quadras de distância.
- Então o senhor não pode comprovar que ela, anteriormente, estava naquele prédio, correto? - O advogado lançou um olhar vitorioso na direção de Felícia, que franziu o cenho - Ela poderia estar em qualquer outro lugar, certo?
- Poderia.
O taxista, naquele momento, olhou na direção das duas mulheres sentadas na mesa a sua frente. Felicia parecia um animal selvagem, pronta para avançar no advogado de Phillip na primeira oportunidade que aparecesse. , por sua vez, tinha o olhar amedrontado, já que sabia exatamente o que viria a seguir.
- E nesse mesmo dia, quando o senhor a deixou no destino, tinha alguém a esperando?
- Sim. - engoliu em seco.
- O senhor poderia nos dizer quem?
- O Sr. Fletcher a esperava na calçada. - Ele apontou para o cantor, que estava sentado atrás da namorada.
- Mesmo com a chuva que caía naquela noite, o Sr. Fletcher estava esperando-a na rua? - O advogado repetiu, fazendo o taxista apenas concordar com a cabeça - Sem mais perguntas, excelência.
Enquanto o juiz liberava o Sr. Johnson, que saiu de cabeça baixa, encarou o Sr. Lerman. O homem tinha uma expressão vencedora no rosto e aquilo arrepiou todo o corpo da atriz. Ela logo desviou o seu olhar para encarar Felícia, que apontou para um papel que dizia: “Eles vão querer inverter tudo e dizer que você o traia”.
A menina engoliu em seco e só não ficou mais tempo encarando aquele papel porque o porteiro do prédio, Sr. Kelerman, tinha acabado de entrar e fazia o mesmo juramento e respondia as mesmas perguntas que o Sr. Johnson. Quando a palavra foi passada para o Sr. Lerman, que agradeceu a presença do senhor, ambas ficaram ainda mais atentas.
- Sr. Kelerman, era normal que a Srta. saísse à noite quando o meu cliente, Sr. Host, estava viajando?
- Não. - O porteiro negou - Somente uma vez isso aconteceu.
- E nessa vez, em particular, o senhor viu quem a levou em casa? - O senhor concordou com a cabeça - Quem?
- Ele. - O porteiro apontou para Tom.
- Que fique claro nos autos desse julgamento que a testemunha apontou para o Sr. Fletcher. - O advogado falou para o escrivão - E o senhor viu algum tipo de demonstração de afeto entre os dois?
- Não, mas o carro ficou um bom tempo parado antes que os dois saíssem.
- Entendo, muito obrigado Sr. Kerlerman. - O advogado agradeceu e se virou para o juiz - Sem mais perguntas.
- Sra. Fox. - Felícia levantou - Alguma pergunta para a testemunha?
- Sim, excelência. - Ela se aproximou - Sr. Kelerman, desde que a Srta. e o Sr. Host foram morar juntos, o senhor já trabalhava no prédio?
- Sim.
- E durante esse tempo, já houve alguma reclamação sobre o apartamento que eles moravam? - O senhor concordou com a cabeça - Que tipo de reclamação?
- De gritaria e briga.
- O senhor poderia ser mais específico sobre a questão da briga?
- Muitos vizinhos se preocupavam porque, quando eles brigavam, podia ser ouvido o som de coisas quebrando.
- Muito obrigada, Sr. Kelerman. - Felícia sorriu - Sem mais perguntas.
suspirou aliviada ao ver a felicidade estampada no rosto da advogada quando o porteiro deixou o tribunal. Ela olhou, discretamente, para Phillip e percebeu o quanto ele estava tenso e irritado. O rapaz cochichava alguma coisa com o seu advogado e era visível que ele estava prestes a perder a cabeça.
A atriz desviou a sua atenção dele quando ouviu os passos de Danny se aproximando. O olhar do guitarrista entregava o quão nervoso ele estava e a sua voz, sempre muito leve e cheia de carisma, respondia as perguntas do juiz em um tom mais baixo que o normal. Felicia se levantou, quando a palavra foi passada a ela e agradeceu a presença do rapaz.
- Sr. Jones, qual foi a primeira vez que o senhor viu a Srta. e o Sr. Host juntos?
- No aniversário da minha noiva, . - O rapaz apontou para a menina, que estava sentada do lado de Tom.
- E na ocasião, aconteceu alguma coisa que mostrou o lado abusador do Sr. Host?
- Sim. - O rapaz encarou, com raiva, Phill - Eu fui mostrar uma tatuagem que eu tenho em homenagem a um filme da e, além dele não a deixar levantar para vê-la, ele me encarou com ódio por ter aberto a minha blusa na frente dela.
- Protesto! - O Sr. Lerman levantou, chamando a atenção de todos - O Sr. Jones não é versado em linguagem corporal ao ponto de poder afirmar o que o meu cliente estava sentindo apenas por um olhar.
- Meritíssimo… - Felícia chamou a atenção do juiz - … não é necessário ser um estudioso nesse tipo de linguagem para saber quando uma pessoa te olha com raiva.
- Indeferido. - O juiz voltou a sua atenção para a advogada - Prossiga, Sra. Fox.
- Obrigada. - Ela se virou para o guitarrista - Além desse dia, em quais outros momentos o senhor viu um comportamento agressivo ou dominador do Sr. Host para com a minha cliente?
- No aniversário do Tom, quando ele a obrigou ir embora, e quando a foi buscar as suas coisas no seu antigo apartamento, que ele não queria deixar ela ir embora com a gente.
- O senhor pode explicar melhor o que aconteceu naquele dia?
Conforme Danny começou a relatar o que levou ele, Tom e a ir até o apartamento e o que presenciou no mesmo, respirou fundo ao ter que lembrar de tudo aquilo. Ela podia sentir que sua mãe chorava e, mesmo não podendo se virar para encarar a cena, sabia que seu pai a abraçava, enquanto lágrimas silenciosas rolavam pelo seu rosto, em um misto de tristeza e raiva.
- Muito obrigada, Sr. Jones. - Felícia agradeceu assim que o menino acabou de falar - Sem mais perguntas, excelência.
- Sr. Lerman. - O advogado se levantou - Alguma pergunta para a testemunha?
- Sim, meritíssimo. - Ele se aproximou - Acredito que o senhor omitiu uma parte desta história, Sr. Jones. É verdade que, antes de saírem, o senhor deu um soco no meu cliente?
- Sim. - Danny suspirou - Mas eu não faria se não achasse que seria o único jeito de tirá-la de lá.
- Mas e o motivo para o senhor não ter contado essa parte? - O advogado apontou para - Seria uma tentativa de exonerar a Srta. de seus erros e culpar apenas o Sr. Host?
- Não, eu não…
- E por que eu teria que acreditar no que o senhor está falando agora? - O advogado o interrompeu, falando mais alto e de um jeito ameaçador.
- Protesto! - Felícia se levantou - Meritíssimo, o Sr. Jones não mentiu, apenas omitiu um fato, isso não dá o direito ao Sr. Lerman de tratá-lo como um criminoso.
- Deferido. - O juiz se virou para o advogado mais sério do que antes - Melhore o seu jeito de falar, Sr. Lerman.
- Eu não tenho mais perguntas, excelência.
Mesmo com essa tensão no final, o advogado tinha, mais uma vez, uma expressão de vitória que deixava a atriz enjoada. Todos ali sabiam que o fato de Danny ter batido em Phill lhe tirava a razão e que aquilo não era bom para a menina, mesmo com tudo o que o rapaz tinha contado.
- Desculpa. - A menina o ouviu sussurrar, quando este lhe tocou o ombro, assim que se juntou com os outros no banco atrás dela.
não o respondeu, apenas tocou a sua mão e a segurou com força. A atriz não precisava dizer nada para o guitarrista entender que ela não estava chateada, pelo contrário. Ele puxou a sua mão de volta quando viram Meredith entrar e a menina se sentou ereta, encarando a secretária.
O sorriso no rosto de Phill comprovava para que o rapaz tinha tudo sob controle, e aquilo a apavorava. Conforme a secretária respondia as perguntas do juiz, depois do juramento, a atriz ia ficando cada vez mais tensa. A palavra foi, então, passada para o advogado, que agradeceu a ida de Meredith.
- Srta. Cooper, desde quando a senhorita trabalha para o Sr. Host?
- Já tem mais de três anos.
- Então a senhorita viu quando o meu cliente começou a se envolver com a Srta. ?
- Sim.
- Como foi no início?
- O Sr. Host sempre falava dela cheio de paixão, o seu olhar brilhava só de ouvir o nome dela sendo mencionado.
- E do que você presenciou, como era a relação dos dois?
- Normal, como a de qualquer outra pessoa. - Ela tentava parecer calma, mas sabia que era tudo fingimento - Do pouco que eu vi, eles pareciam querer estar sempre juntos, o Sr. Host a enchia de presentes e, sim, eu cheguei a ouvi-los brigar, mas todo casal briga.
- Então, em nenhum momento, você o viu tratá-la mal?
Naquele momento, a secretária engoliu em seco. Ver o patrão maltratar a ex namorada, ela realmente nunca tinha visto, mas ela sabia que ele não a tratava bem, muito menos a respeitava. , que estava atenta em cada movimento de Meredith, ao perceber a hesitação da jovem, pensou em uma coisa.
- Não.
Enquanto o advogado agradecia e voltava para o seu lugar, depois de declarar que não tinha mais perguntas, a atriz pegou um papel do bloco que a advogada fazia anotações e escreveu rapidamente. Antes de Felicia se afastar para começar as suas perguntas, a menina lhe entregou o papel.
- Você tem certeza disso? - A advogada sussurrou, de cenho franzido.
- Confia em mim. - A mulher apenas concordou com a cabeça e se aproximou de Meredith.
- Srta. Cooper, na relação entre um casal, traição é um desrespeito? - Felícia a encarou com suavidade - Na sua opinião, claro.
- Sim.
- Então, levando em consideração esta definição, a senhorita pode afirmar que o Sr. Host desrespeitou a minha cliente? - Meredith engoliu em seco - Não se esqueça que a senhorita está sob juramento.
- Sim.
- E a senhorita pode afirmar isso por quê?
- Porque ele a traiu comigo.
Naquele momento, o silêncio tomou conta de todo o tribunal. Cada um dos presentes estava de um jeito diferente: Felícia se sentia vitoriosa por poder desmascarar Phillip que, por sua vez, estava roxo de raiva.
- Quem você pensa que é para me acusar de adultério? - O rapaz gritou ao se levantar.
- Sr. Lerman, acalme o seu cliente.
O juiz falou ríspido, batendo o seu martelo na mesa, mas nada que o advogado tentasse fazia Phillip parar de gritar coisas contra a secretária. Quando o empresário, finalmente, se sentou e ficou quieto, depois do Sr. Foster ameaçar prendê-lo, Felicia agradeceu o testemunho de Meredith.
- Sem mais perguntas, excelência. - A advogada parou perto do púlpito onde estava o juiz - Porém, eu gostaria de chamar mais uma testemunha, se o senhor me permite.
- Quem?
- A Srta. .
Todos, sem exceção, se surpreenderam. O juiz perguntou ao Sr. Lerman se ele tinha algo contra aquela decisão, que negou. Após considerar um pouco, ele decidiu acatar ao pedido da advogada.
- Sra. Fox, acompanhe a sua cliente até o banco das testemunhas, por favor. - a advogada concordou.
- Por que você está fazendo isso? - sussurrou assim que se aproximou de Felícia.
- É a sua vez de confiar em mim.
A atriz a encarou por alguns segundos e, sem falar mais nada, apenas se sentou no banco ao lado do juiz. Enquanto Felícia voltava para a mesa e o Sr. Lerman se levantava, esperando o fim do juramento para se aproximar, o olhar da menina se encontrou com o de Tom. Ela não sabia explicar, mas a calma que aquele par de olhos castanhos lhe transmitiu foi tanta que ela teve certeza que tudo daria certo.
- Srta. , é verdade que a senhorita se encontrava todas as tardes com o Sr. Fletcher e omitia esse fato do Sr. Host?
- Sim.
- E que, no aniversário do mesmo, a senhorita cantou uma canção romântica com o Sr. Fletcher mesmo sabendo que o meu cliente tinha ciúmes dos dois juntos?
- Sim.
- Por que a senhorita fazia tais coisas?
- Porque eu me sentia bem na presença do Tom e eu não queria que o Phillip me privasse de algo que eu gostava tanto.
- E em qual momento a senhorita percebeu que esse gostar, na verdade, era amor?
- No dia em que o Tom me levou em casa.
- O mesmo dia relatado, anteriormente, pelo Sr. Kelerman?
- Sim.
- Então nos esclareça… - Ela engoliu em seco, sabendo exatamente o que seria perguntado - … por quê a senhorita demorou para sair do carro naquela noite?
- Nós estávamos conversando e… - Ela olhou na direção da advogada que apenas concordou com a cabeça - … nós quase nos beijamos.
- Eu sabia, sua cachorra! - Phillip gritou, fazendo um sorriso se abrir no rosto de Felicia - Eu sabia que você tinha me traído com ele.
- Sr. Lerman, controle o seu cliente.
- Phillip, por favor. - O advogado pediu, se aproximando do rapaz, mas já era tarde.
- Quer saber, é tudo verdade, eu bati nela sim e fiz foi pouco.
Enquanto um murmurinho começou entre as poucas pessoas que assistiam o julgamento, o juiz pedia ordem, tanto para o empresário quanto para os outros presentes. As lágrimas agora rolavam sem o menor pudor pelos olhos da menina que se encolheu ao ver o ex namorado indo em sua direção.
- O seu acidente? Fui eu! - ele assumiu - Eu queria ter matado você e esse cantorzinho de merda, mas teria ficado satisfeito se só você tivesse morrido.
Naquele momento, dois guardas chegaram e o puxaram, cada um por um braço, em direção a saída do tribunal. Enquanto o juiz o sentenciava por agressão e tentativa de assassinato e de cárcere privado, ele fazia todo o trajeto gritando e xingando e Tom.
A atriz estava aterrorizada, encolhida próximo ao púlpito do juiz. O senhor, que percebeu como a menina estava, liberou a entrada de Tom, que correu em direção a namorada e a abraçou. Ele conseguiu tirá-la de lá, depois de acalmá-la o suficiente para que ela conseguisse se mexer e a menina recebeu o carinho de todos.
- Acabou, meu amor. - George sussurrou no ouvido da filha, assim que a abraçou - Ele nunca mais vai se aproximar de você.


Capítulo 29

estava, finalmente, vivendo a sua vida em paz. A temporada da peça acabou alguns dias depois do julgamento e a atriz tinha conseguido tirar suas férias. Ela estava investindo o seu tempo fazendo algumas fotos para marcas famosas, tanto de roupa quanto de maquiagem, e ajudando com os preparativos do casamento.
A modelo e Danny iriam se casar naquele mesmo ano, em novembro, e tudo se tornou ainda mais corrido com o anúncio do show de volta do McFLY para duas semanas depois do casamento. A menina fazia de tudo para não depender do noivo, que ensaiava com os outros meninos quase todos os dias.
Aqueles meses foram corridos, os dias tanto de quanto de Tom eram cheios e eles só conseguiam se ver à noite, quando os dois chegavam em casa. Eles tinham decidido morar juntos no apartamento da atriz, mas sem se desfazer do do cantor e, com isso, eles acabavam fazendo um certo rodízio.
- Afinal, vocês já decidiram sobre a lua de mel? - perguntou, sentada em uma poltrona observando a amiga em seu vestido de noiva.
Era a última prova do vestido e a costureira teria que diminuí-lo ainda mais. Com o nervosismo e a ansiedade pelo casamento e pela volta da banda, estava emagrecendo mais do que o previsto e era, agora, uma missão da atriz fazer com que a amiga se alimentasse o suficiente para, pelo menos, se manter no peso.
- Nós vamos voltar uma semana antes do show. - Ela se encarou no espelho, alisando a saia do vestido com as mãos - Quem diria que as nossas vidas estariam assim.
observou a modelo e abriu um sorriso enorme. A menina, que ainda estava com o seu vestido de madrinha rosa claro, se levantou e se posicionou do lado da amiga, encarando o reflexo das duas.
- Você se casando com ninguém menos que Danny Jones. - a atriz brincou, fazendo a amiga rir.
- E você grávida de Tom Fletcher.
- Você pode falar baixo, por favor? - A menina olhou para os lados para ter certeza de que estavam sozinhas - Eu já te pedi segredo.
- Você e essas suas manias. - revirou os olhos - O que custa você contar logo para ele?
- Custa que eu quero que seja especial e eu já até sei como. - Ela foi até a sua bolsa e tirou a foto da sua primeira ultrassom com um sapatinho de crochê bege - Vai ser durante a festa, depois da cerimônia.
Enquanto explicava para a amiga qual era o seu plano, Tom e Danny, que era agora quem produziria o novo álbum da banda, tinham saído do estúdio de gravação para almoçarem. O cantor estava ajudando o amigo com a canção que este tinha escrito para a noiva, e, por isso, só estavam os dois.
- Por que você fez questão de vir ao shopping, Tom? - O guitarrista perguntou assim que eles acabaram de falar com alguns fãs - Você sabe que a nossa vida voltou a ser aquela loucura de antes.
- Eu sei, mas eu preciso comprar uma coisa.
- Você não pode comprar na volta da despedida de solteiro? - O rapaz reclamou enquanto andava ao lado do amigo - Era para a gente almoçar rápido e ir encontrar o Dougie e o Harry.
- Não, não posso. - O cantor parou na frente de uma joalheria.
- Isso é o que eu estou pensando? - Danny o encarou, com o cenho franzido.
- Sim. - Tom devolveu o seu olhar - E eu gostaria que seus deveres de padrinho começassem agora.
Danny concordou com a cabeça e os dois entraram na loja. O cantor passou mais tempo do que o esperado procurando o anel de noivado perfeito e, assim que conseguiu, eles já estavam atrasados. Os quatro meninos passariam três dias em Amsterdã e só voltariam na manhã do casamento, cuja cerimônia seria na parte da tarde.

- , a minha irmã está desesperada. - Lauren se aproximou da atriz, que tinha acabado de sair do banheiro - Onde está o Danny?
- Eu não faço a menor ideia. - A menina olhou novamente para o celular, esperando receber uma mensagem de Tom - Eu não consigo falar com nenhum deles.
- Você não acha que…
- Não. - Ela a interrompeu - O Danny é louco pela , deve ter acontecido alguma coisa.
- Eu vou voltar para tentar acalmá-la, qualquer notícia me avisa.
A irmã mais velha de seguiu na direção do quarto onde a menina se arrumava. O casamento seria em um salão dentro de um hotel famoso por esses eventos e os meninos do McFLY estavam mais atrasados do que poderiam. Os convidados já estavam onde ocorreria a cerimônia, que estava enfeitado com arranjos de flores.
, que estava nervosa com o sumiço dos amigos e do namorado, já tinha passado mal mais vezes do que o recomendado. Ela tentava ligar para Tom pelo que parecia ser a milésima vez quando viu se aproximar dela quase correndo.
- Consegui falar com o Harry. - A menina falou, respirando fundo para se acalmar.
- E o que ele falou?
- O carro do Danny deu pane no meio da estrada e eles estão sem ter como chegar. - levou a mão até a boca tentando controlar sua vontade de vomitar - Se eles forem esperar um reboque, não vão conseguir chegar a tempo.
- Você sabe exatamente onde eles estão?
- Sim.
- Então eu vou buscá-los. - A menina saiu andando com a amiga em seu encalço - Me manda por mensagem a localização e não deixa a saber disso de jeito nenhum.
concordou e correu na direção de seu celular, que estava carregando. , por sua vez, andava apressada até a saída do hotel em direção ao seu carro. A única outra pessoa que sabia que ela estava indo buscá-los era Lauren.
- É hoje que eu mato o Danny. - Ela resmungou assim que entrou no carro e recebeu a mensagem de com a localização deles.
Desde a viagem do final de ano que a menina não dirigia tão rápido. Ela agradeceu o fato de não estar nevando e do trânsito, pelo menos para ir até onde eles estavam, estar livre. A atriz conseguiu chegar na metade do tempo previsto e suspirou aliviada ao ver que eles estavam, pelo menos, prontos.
- Alguém quer uma carona? - Ela perguntou, assim que abaixou o vidro.
- Ainda bem! - Harry comemorou, entrando rapidamente no carro, acompanhado pelos amigos
- Você é um anjo, sabia? - Danny a abraçou de lado, assim que se sentou no banco do carona.
- Da próxima vez que você resolver dar uma de “Se Beber, Não Case" que não seja com a minha amiga. - Ela o ameaçou, fazendo-o concordar com a cabeça.
- Ele precisava de algumas histórias para contar, . - Dougie defendeu o amigo - Daquelas que nos fazem parecer incríveis, sabe?
- Você fala isso porque não foi você que a quase enlouqueceu. - A menina o olhou pelo retrovisor - Eu já passei mal mais vezes do que posso contar de tão nervosa que ela me deixou.
- Você está bem, ruivinha? - Tom se preocupou - Não é melhor um de nós dirigir?
- Vocês querem chegar a tempo do casamento? - Eles apenas concordaram com a cabeça - Então apertem os cintos.
A menina disparou com o carro sem nem dar a chance dos meninos processarem a sua frase. O movimento da estrada na volta para o hotel estava maior, o que obrigava a atriz a reduzir ou ficar passando entre os carros. Toda a tranquilidade da ida tinha se tornado uma irritação na volta e, sem nem se tocar de com quem estava, ligou o rádio e colocou “The Last Song”.
- Você podia ter pedido pra gente cantar. - Danny comentou, fazendo a menina rir pela primeira vez.
- Eu nem me lembrei que vocês estavam comigo. - Ela assumiu - Só preciso me desestressar.
- Eu amo o fato que você faz isso me ouvindo cantar. - Tom falou, fazendo os amigos e a namorada rirem.
Todos eles, incluindo Harry, cantaram junto com a música quando o refrão começou. O baterista fingia estar tocando no encosto do banco onde Danny estava sentado, enquanto Dougie fazia o mesmo em seu baixo imaginário. O clima no carro estava extremamente leve quando eles chegaram no hotel.
ainda levou alguns segundos para sair do carro, já que ainda precisava calçar sua sandália de salto que tirou para dirigir. Os cinco entraram apressados no hotel, encontrando logo na recepção, que suspirou de alívio.
- Afinal, o que aconteceu?
- Preferi nem perguntar, amiga. - A atriz respondeu enquanto tirava o casaco - Dado que o Tom é, praticamente, o Stuart, eu estou com medo dele me falar que casou com uma stripper.
- Pelo menos ele está com todos os dentes. - comentou, fazendo eles rirem ainda mais pela comparação das duas.
- Ainda bem que vocês chegaram. - Lauren se aproximou do grupo - Eu não aguento mais a sua noiva.
- Está na hora dela se tornar a minha esposa. - Danny respondeu a cunhada, fazendo-a concordar - Vamos?
- Vamos. - Eles seguiram, lado a lado, para o interior do hotel com Harry, e Dougie logo atras.
- Finalmente, sós. - Tom sussurrou no ouvido da namorada assim que a abraçou por trás - Você está linda, sabia?
A menina fechou os olhos assim que o sentiu beijar o seu pescoço. O cabelo dela estava preso em um rabo de cavalo baixo que começava com uma trança embutida e tinha alguns fios soltos na frente. Seu vestido longo, rosa claro, era todo justo e tinha as alças caídas, o que deixava os ombros da menina de fora e seus seios ressaltados.
- Estava cheio de saudades.
- Eu também. - Ela se virou de frente para ele - Nunca mais me mata de preocupação desse jeito.
- Não vou, prometo. - Ele a beijou - E eu vou te contar o que aconteceu, mas acho que a gente precisa ir agora.
- Só mais um beijo. - Eles se beijaram, dessa vez com mais intensidade e só não foi tão demorado porque ouviram seus nomes serem chamados.
Finalmente estavam todos reunidos para começar a cerimônia. Danny e os meninos já estavam no altar, juntamente com os pais do rapaz e a mãe de . Assim que começou a tocar, a primeira madrinha entrou no salão. Tom quase chorou ao ver a namorada entrando, com a sua versão pequena do mesmo buquê da modelo.
Assim que a atriz tomou o seu lugar no altar, a marcha nupcial soou por todo o salão. A menina olhou de relance para Danny, que na hora engoliu em seco e quando seus olhos voltaram a encarar a entrada do salão, uma lágrima escorreu pelo seu rosto ao ver entrando de braço dado com o pai.
Tanto a cerimônia quanto os discursos depois do jantar foram lindos. chorou ao fazer o seu, que era o último, principalmente na hora de pedir um brinde aos noivos. Porém, nada foi mais emocionante do que ouvir Danny cantando para ela, deixando transparecer na sua voz todo o amor que sentia pela modelo.
A pista de dança foi aberta após a primeira dança do casal. Eles se divertiram muito, principalmente quando os meninos subiram em um palco improvisado e tocaram as músicas mais famosas do McFLY. Danny e saíram para a lua de mel pouco tempo depois, deixando os convidados aproveitando o final da festa.
- Peter? - Tom tocou-lhe o ombro - Posso?
- Claro. - O rapaz que, até então, dançava com a irmã, entregou a mão da menina para ele - Cuida bem dela.
O cantor apenas concordou com a cabeça. Ele se aproximou da namorada, segurou-lhe pela cintura e começou a dançar a música lenta que o DJ tocava que, por coincidência, era uma das favoritas da atriz.
- Achei que você ia salvar a última dança para mim. - Ele sussurrou no ouvido dela.
- E quem disse que essa é a última? - Ela sorriu - Quando a música acabar nós pedimos para o DJ tocá-la mais uma vez e depois outra.
- E depois outra. - Ele repetiu, fazendo-a concordar.
- Eu não pretendo ter uma última dança com você tão cedo. - Ela o encarou - Eu te amo.
- Eu te amo. - Ele a beijou - Vem comigo.
Tom a puxou pela mão até o gramado que ficava do lado de fora. A noite estava fria, o que fez a menina se abraçar no segundo em que saiu do salão. Ele logo tirou o seu terno e colocou sobre os ombros da namorada, que agradeceu.
- Lembra, lá em Bali, quando nós escrevemos os nossos nomes na areia e você disse que me amava?
- Lógico. - Ela sorriu - Foi o pôr do sol mais bonito que eu já vi.
- Foi ali que eu tive certeza que não podia mais viver sem você.
Ele parou na frente da menina e se ajoelhou. esperava tudo, menos aquilo. A menina tampou a boca, na tentativa de conter um grito, assim que o rapaz sacou uma caixa de veludo do bolso da calça social e a abriu, deixando um anel amostra.
- Você enche os meus dias com cor e tem sido um eterno verão desde que nos encontramos. - Uma lágrima rolou pelo olho da menina - Você quer casar comigo?
- Sim! - Ele se levantou num pulo e a abraçou - Mil vezes sim.
Tom a soltou apenas para colocar o anel em seu dedo e beijá-la, abraçando-a novamente em seguida. Eles foram para a suíte que estavam hospedados sem se incomodarem em se despedir dos conhecidos. Tudo o que os dois queriam era curtir a companhia um do outro e matar a saudade que acumulou nos dias em que ficaram sem se ver.


Capítulo 30

Uma semana se passou desde o casamento e todos se reuniram no apartamento de . Danny e tinham acabado de voltar da lua de mel e aproveitaram a situação para distribuir os presentes que tinham comprado na viagem.
Naquela altura, eles já sabiam sobre o pedido de casamento, mas somente sabia da gravidez. Todos reparavam uma sutil mudança no corpo da atriz, mas ninguém sabia dizer o que era. O que mais preocupava Tom era o fato da namorada estar sempre passando mal e ele sem saber o que fazer.
- Amiga, não dá mais para você esconder isso dele. - cochichava com enquanto ajudava a menina com as bebidas - Além de preocupado, ele não consegue entender como você consegue ficar mais linda a cada dia que passa.
- Ele te falou isso? - A atriz perguntou, com um sorriso no rosto - Eu não me acho diferente.
- Então troca de espelho, porque não é possível que você não está vendo esse peito todo que cresceu em você da noite pro dia. - Elas riram.
- Estão grandes mesmo, não é?
- Gigantes, amiga. - se afastou, levando as taças para a sala - Gigantes.
- Que tanto vocês fofocavam, posso saber? - Tom parou a noiva no meio do caminho, abraçando-a.
- Que você acha que eu fico mais linda a cada dia que passa. - Ela sorriu - É verdade isso?
- Sem dúvidas. - Ele a beijou.
- Eu quero o meu vinho. - cantarolou, assim que passou pelo casal, que cortou o beijo - Obrigada.
riu assim que a menina tirou a garrafa de sua mão e puxou o noivo até a sala, se sentando no sofá com ele. A taça da atriz já estava cheia de suco de uva desde a cozinha, tudo para não levantar suspeitas do motivo de não estar bebendo. Eles começaram uma conversa animada sobre o show, que aconteceria dali a uma semana.
- Eu ainda não estou acreditando que esse show vai acontecer. - A atriz assumiu.
- Ela passa o dia inteiro encarando o ingresso. - O cantor falou, fazendo os amigos rirem - Não sei como ele não está trancafiado em um cofre ou coisa assim.
- Eu ainda não acredito que você não vai estar com a gente. - reclamou, fazendo concordar.
- Falando nisso, você já sabe como vai se disfarçar?
- Chegou hoje a peruca. - A menina comemorou.
- Ela vai ser a loira dando em cima de mim. - Tom brincou, fazendo rir.
- Eu só espero que você dê em cima da loira certa. - Harry falou, fazendo a amiga concordar.
- Pois é, até parece que só vou ter eu de loira na plateia.
- Mas você é a única que importa. - ele falou, fazendo os amigos e a noiva rirem.
- Que cantada mais barata, mate. - Danny reclamou - Eu te ensinei umas melhores do que essa.
- Tipo? - o provocou.
- Agora eu sou um homem casado, essa vida não é mais para mim. - ele respondeu, fazendo todos rirem.
- Quem diria que um dia eu iria estar ouvindo Danny Jones falar isso. - Dougie comentou, fazendo Tom e Harry concordarem - A criança na loja de doces.
- É que eu agora tenho um doce para chamar só de meu. - Ele piscou para , que gargalhou.
- Realmente, muito melhor que a minha mesmo. - O cantor ironizou, rindo da cara que o amigo fez.
Eles ainda ficaram mais um bom tempo conversando e rindo. Depois daquela noite eles só estariam os sete juntos novamente no dia do show. Durante aquela semana, fez uma nova ultrassom e, com a ajuda de Fletch, montou uma surpresa para Tom.
- A gente se vê mais tarde. - A atriz disse, se despedindo do cantor na porta de casa.
- Até mais tarde, loirinha. - Ela riu com a adaptação do apelido e, com um beijo de despedida, deixou o menino sair.
Tom já estava indo para o local do show para passar o som e só iria mais tarde, porém bem antes da hora da abertura dos portões. O rapaz sabia exatamente como a noiva estaria vestida e maquiada para tentar identificá-la no meio de todas as suas fãs.
A menina já tinha tudo esquematizado para conseguir entrar e ficar na grade, bem na frente do palco e do cantor. Assim que conseguiu entrar, mandou uma mensagem para ele com a foto do palco. Ela não conseguia conter a sua emoção e, no momento em que eles surgiram no palco, se sentiu como uma adolescente.
A atriz cantou todas as músicas, gritou todas as vezes que Tom falava alguma coisa e até chorou quando tocou “All About You”, lembrando do dia da serenata. Ela estava tão feliz que, pelo meio da música, sem nem perceber, começou a acariciar a sua barriga enquanto olhava o noivo cantando. O show acabou com “The Heart Never Lies" e esperou a arena ficar vazia para colocar seu plano em ação.

- Vocês foram maravilhosos! - gritou, se jogando no colo do marido.
- Obrigado, meu amor. - Danny a beijou enquanto fazia a mesma coisa com Harry.
- Como eu senti falta disso. - A violinista assumiu - Ver vocês tocando é uma coisa de outro mundo.
- A gente também sentiu falta. - Dougie falou, passando um braço ao redor dos ombros de Tom, que concordava com o amigo.
- Mas agora a gente voltou e nada vai mudar. - Harry disse, abraçando a esposa por trás.
Estavam todos no camarim dos meninos, bebendo e conversando. Tom não desgrudava o seu olhar da porta, ansioso para ver a noiva e ganhar o mesmo carinho que Danny e Harry tinham recebido. Mas estava demorando e aquilo estava chateando o rapaz.
- Afinal, cadê a ? - perguntou, fazendo Tom dar de ombros.
- Ótima pergunta. - O rapaz respondeu, visivelmente frustrado.
- Daqui a pouco ela chega. - a encobriu, já que sabia que a amiga iria fazer uma surpresa - Ela me disse que ia trocar de roupa antes de encontrar com a gente.
- Eu já estava achando que tinham barrado ela justamente por causa do disfarce. - Dougie comentou.
- Era justamente isso que ela não queria.
Assim que acabou de falar, um som parecido com o soar de um bumbo preencheu o ambiente. Eles se entreolharam, estranhando aquele som que parecia vir do palco.
- O Harry decidiu voltar a tocar bateria agora? - Assim que Dougie perguntou, o baterista saiu do banheiro.
- Se tiver alguém mexendo na minha bateria, eu mato. - O rapaz caminhou, apressado, em direção a saída do camarim.
Todos sabiam o quanto Harry tinha zelo pelo seu instrumento e que, se alguém tivesse tocando-o seu a sua permissão, o baterista sairia do sério. Eles o seguiram até onde a plateia ficava e encararam o palco vazio. O barulho agora estava muito mais alto e foi ali que eles perceberam que o som não tinha nada a ver com nenhuma peça que compunha a bateria.
Cada um olhou para um lado diferente, tentando entender de onde e o que era aquele som, mas foi somente quando Tom se aproximou do palco que o barulho acabou. Eles se entreolharam, sem entender o que estava acontecendo e, no momento seguinte, uma tela desceu na parte de trás do palco.
Ali foi projetado o vídeo do ultrassom de . Somente entendeu o que aquilo significava e, por isso, a menina já estava chorando. Não demorou muito e o vídeo se transformou em uma foto do feto e, embaixo, vinha escrito na caligrafia da atriz: “Papai, você pode esperar nove meses para casar com a mamãe?”.
Assim que Tom acabou de ler, uma lágrima rolou pelo seu olho. entrou pela lateral de onde o rapaz estava e seguiu na sua direção. Os amigos apenas observavam a cena de longe, sem querer atrapalhar o momento do casal. A menina tocou o ombro do rapaz, que se virou de frente para ela.
- É por isso que você anda tão enjoada?
- Sim. - Ela sorriu - Eu ia te contar no dia do casamento, mas…
Ele a interrompeu com um beijo. Suas duas mãos envolviam o rosto da atriz que, naquele momento, já tinha voltado a chorar. Tom a encarou, limpando as lágrimas que ainda escorriam pelo rosto da noiva com o seu polegar e sorriu.
- É lógico que eu espero. - Ele tocou a barriga da atriz - Eu só espero estar pronto.
- É um longo caminho, amor. - Ela acariciou a sua bochecha - Mas eu tenho certeza que, quando chegar a hora, você vai estar.
- Você faz a minha vida valer a pena, sabia? - Ele se abaixou, para ficar de frente para a barriga dela, e sussurrou - Vocês dois.
não conseguiu conter a sua emoção e correu na direção da amiga. Tom levantou assim que a modelo parou perto deles e sorriu ao vê-la abraçar a atriz. Danny foi o próximo, seguido de Harry, e Dougie, que levantou a menina do chão e a girou no ar. Não teve um que deixou de falar com a barriga de , que não parava de sorrir. Eles voltaram para o camarim e ficaram lá até serem expulsos por Fletch.
- Afinal, o que era aquele som? - Tom perguntou, assim que se sentou no sofá ao lado da noiva.
O casal tinha chegado em casa e foram direto tomar um banho juntos. Eles não demoraram no chuveiro porque a menina começou a reclamar de fome e, como o seu primeiro ato de pai coruja, o rapaz não pensou duas vezes antes de fazer a comida favorita dela.
- É o coração dele. - sorriu.
- Tão rápido daquele jeito? - O rapaz se assustou.
- Sim.
- A gente achou que alguém estava tocando a bateria do Harry. - A menina riu - Ele estava a ponto de matar um quando saímos do camarim.
- O Fletch falou que isso ia acontecer. - Ela riu - Você gostou da surpresa?
- Eu amei, ruivinha. - Ele colocou uma mecha do cabelo dela para trás da orelha - Eu estou tão feliz.
- Eu também. - Ela largou o prato encima da mesa de centro e o abraçou - Eu te amo.
- Eu te amo mais.
Eles se encararam rapidamente. O beijo que se seguiu foi calmo e repleto de amor e carinho. O rapaz a deitou no sofá e se colocou por cima dela, sem partir o beijo nem um segundo sequer. A mão dele, que normalmente percorreria todo o corpo dela, parou assim que atingiu a barriga da menina.
- Não tem nenhum problema a gente…
- Não. - Ela o interrompeu, rindo - Inclusive já fizemos algumas vezes depois que eu descobri.
- Verdade. - Foi a vez dele rir - Não tinha pensado nisso.
Eles voltaram a se beijar e Tom logo a pegou no colo, saindo do sofá com abraçada em seu pescoço e com as pernas entrelaçando a sua cintura. A menina sorriu ao sentir uma superfície macia sob as suas costas e sabia, mesmo de olhos fechados, que estavam no quarto.
Se o cantor já era cuidadoso normalmente, naquela noite ele foi ainda mais. Para a menina, não foi o melhor sexo deles, mas foi, sem dúvidas, um dos mais especiais. Ela deitou no ombro dele, assim que terminou e recebeu um carinho gostoso que ia desde a sua cintura até a lateral do seu seio. Não demorou muito e eles pegaram no sono. O casal sorria levemente enquanto sonhavam com o que o futuro reservava para os dois.


Epílogo

Era um dia bonito de sol e andava pelas ruas de Londres e a brisa que batia fazia a caminhada ser ainda mais prazerosa. A atriz, que estava quase chegando em casa quando sentiu uma vontade louca de comer um donut, decidiu desviar o seu caminho e seguir na direção da Starbucks que tinha ali perto. Seu celular tocou assim que ela parou no sinal.
- Oi . - Ela sorriu assim que atendeu a modelo.
- ! - A menina atravessou a rua - Como você está?
- Com desejo. - A atriz assumiu, abrindo a porta da cafeteria.
- Eu quero uma novidade. - modelo riu - Donut?
- Como você sabe?
- Porque é sempre o mesmo desejo, amiga. - parou no final da diminuta fila - Nem tem mais graça.
- Verdade. - Ela riu e cerrou os olhos, encarando uma mesa ali perto - Eu preciso ir, amiga.
- O que aconteceu?
- Nada demais. - Ela chegou no caixa - Mais tarde eu te ligo.
- Beijos.
Ela desligou o celular e fez o seu pedido no balcão que, por conta do pouco movimento, foi entregue ali mesmo. A menina se aproximou da mesa, por trás do rapaz que estava sentado ali e sorriu.
- Será que eu posso te acompanhar? - Tom virou assim que ouviu a voz da noiva soar perto o bastante para que ela não precisasse falar alto.
- Depende. - Ele a encarou - Eu vou poder dar um beijo nesse seu barrigão?
Ele tocou a barriga de 42 semanas da atriz. já estava no fim da sua gestação e o bebê, que eles não quiseram descobrir o sexo, poderia nascer a qualquer momento.
- Sempre. - Ela sorriu e, no segundo seguinte, sentiu os lábios do rapaz tocarem a sua barriga - Mas agora eu quero o meu.
- Sem problemas.
Tom se levantou e, com as duas mãos envolvendo o rosto da menina, a beijou. interrompeu o beijo, juntando a sua testa na dele e fechando os olhos com força. Ela tocou a barriga, tentando conter um grito e o cantor a olhou assustado.
- O que foi, amor? - Ele perguntou, sentindo-a apertar seu braço.
- Vai nascer. - ela respondeu, simplesmente.
- Tem certeza? - Ele a encarou de cenho franzido - Tem dois dias que…
- Tom, a bolsa estourou.
Foi ali que ele viu o líquido escorrer pela perna da noiva. Ela respirou fundo, tentando conter outro grito, enquanto o rapaz a guiava, lentamente, na direção da saída da Starbucks.
- A bolsa. - Ela o encarou - Nós precisamos da bolsa da maternidade.
- Não dá tempo, amor. - O rapaz apontou na direção do prédio em que moravam - E você também não ia aguentar andar isso tudo.
Ela o apertou de novo conforme sentia mais uma contração. Tom fez sinal para um táxi que passava e, para a surpresa do casal, era o do Sr. Johnson. O senhor saiu para ajudar a menina entrar no carro e deu partida no mesmo assim que o rapaz lhe falou qual era o hospital.
- O senhor é mesmo meu anjo da guarda. - disse, apoiando a cabeça no ombro do noivo, com uma mão segurando a barriga.
- Prefiro salvar a senhorita de um parto na rua do que de um namorado abusador. - O taxista comentou, fazendo o casal rir - Fique calma que vai dar tudo certo.
- Eu estou com medo de não dar tempo. - Ela assumiu, encarando o noivo que limpou a lágrima que escorreu pelo seu rosto.
- Vai dar sim, ruivinha. - Ele beijou-lhe a testa.
A atriz foi sentindo as contrações durante todo o caminho e, ao chegarem no hospital, enquanto o taxista a ajudava, Tom corria para acelerar todo o processo burocrático. já entrou em uma cadeira de rodas, fazendo alguns trabalhos de respiração que conhecia para amenizar a dor.
Ela logo foi colocada em uma maca e, seguida de perto pelo noivo, foi levada direto para a sala de parto. Não demorou muito e a atriz relaxava na cama ao ouvir o choro do bebê. O cantor, que não saiu do seu lado um segundo sequer, acariciou o seu rosto, afastando os cabelos presos em sua testa por causa do suor.
- É um menino. - A médica disse, entregando-o para Tom que, naquela altura, já chorava.
- Ele é perfeito. - O rapaz sussurrou próximo da noiva que, em meio às lágrimas, sorriu.
O cantor entregou o bebê para segurar. A atriz, que não conseguia conter a sua felicidade, levou a testa do filho na direção de sua boca e depositou, ali, um beijo. Tom, que encarava a cena, beijou a testa da noiva enquanto acariciava a bochecha do filho.
- Obrigada por me mostrar o quão boa minha vida pode ser. - Ela o encarou - E por me proporcionar esse momento.
- Foi tudo você, meu amor. - Ele sorriu - Eu que tenho que te agradecer por ser quem você é e pela família que você me deu.
- Eu te amo, Tom.
- Eu te amo, .


Fim



Nota da autora: Oi bebês, como vocês estão? Então, a ideia dessa fic veio com a estreia de TiTN, inclusive a história toda foi pensada vendo o clipe. Acho que todas nós, galaxy defenders, voltamos no tempo com a volta da banda e todo esse sentimento nostálgico está explicito em alguns capítulos em especial. Eu espero, de verdade, que vocês se apaixonem como eu enquanto escrevia. Um super beijo!

Obs: Tem 26 músicas do McFLY espalhadas pela fic, comentem as que vocês perceberem :)

Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus