The Rocket Club

Última atualização: 27/12/2020

Capítulo Único

poderia ser descrito de muitas formas: magnífico, lindo, perfeito, talentoso e mais uma infinidade de adjetivos que representasse coisas boas. Os olhos, sempre rodeados por lápis de olho preto, eram felinos e mudavam de acordo com o momento; fora dos palco esbanjavam doçura, carinho e atenção; em cima dos palcos, com uma música sensual tocando ao fundo, seus olhos queimavam, ardiam em luxúria e tesão, cativavam e prendiam quem quer que tivesse a coragem de fitá-los. Era incrível presenciar suas mudanças e trejeitos. Suas orbes sempre escuras combinavam com o resto de seu rosto simétrico, que também possuía um par de lábios carnudos e chamativos, sempre com algum tipo de gloss para que eles continuassem brilhando e sendo o centro das atenções para aqueles que não conseguiam olhá-lo nos olhos. Seu sorriso, porém, apesar de maldoso na maioria das vezes, contrastava com seu rosto angelical e era isso: a nuance de bondade misturada à malícia, que atraía cada ser humano que adentrava aquela boate todas as noites de sábado apenas para vê-lo sobre o palco.
Suas performances eram carregadas de uma sensualidade indescritível. Às vezes, quando queria ser mais ousado — e sabia que era capaz de tudo quando estava sob codinome Baby J, como era conhecido na boate —, utilizava o poste de pole dance que estava sempre à sua disposição. Seu sorriso malicioso ainda adornava seus lábios enquanto rodopiava e encarava o público sedento à sua frente e os olhos ainda brilhavam em chamas, hipnotizando a atraindo cada vez mais os homens que assistiam-no com vigor.
Ao contrário de seus colegas de profissão, não se envergonhava de precisar subir em um palco de tamanho mediano em uma boate gay nos confins de Itaewon. Ali era seu mundo, o lugar que podia chamar de lar e expressar sua arte. Ele era um homem com uma bagagem extensa de dificuldades, medos e inseguranças, porém, aquele lugar, a The Rocket Club, tornou-se seu lar nos últimos cinco anos. Sendo administrada por , um grande empresário que saía nos noticiários sul coreanos sempre que possível, dada à sua genialidade no meio econômico, a The Rocket Club era o maior point da comunidade gay da cidade de Seul. sabia disso quando, em uma manhã chuvosa de Janeiro de 2015, aterrissou em Seul, vindo de Busan em uma viagem única de trem — só havia comprado o bilhete ida, fugindo de casa sem ao menos se importar com sua família e toda a merda que carregavam dentro daquela casa ao mesmo tempo em que fingiam ser felizes e educados; eram apenas um bando de preconceituosos ardilosos que haviam-no apedrejado ao saberem sua orientação sexual e seu sonho de ser artista. Naquela manhã, mesmo que não nevasse como normalmente acontecia naquele mês, encarou-o dos pés à cabeça, ignorou seu corpo trêmulo de frio e lhe deu um sorriso gengival adorável, acolhendo-o de imediato. Depois daquilo, entendeu que família poderia ser quem ele escolhesse, desde que fosse amado e cuidado como fora pelas pessoas que faziam parte daquela boate. Na mesma noite, aceitou o emprego de dançarino que lhe ofereceu após assistir uma de suas performances simples de balé, junto a um quarto minúsculo nos fundos da boate em que ainda teria de dividir com um dos outros funcionários do local. Desde então, não havia saído dali. A boate tornou-se seu refúgio e seu lar, assim como todos que trabalhavam ao seu lado tornaram-se sua família, seus amigos, seus maiores amores.
Agora, em pleno ano de 2020, era o maior dançarino e a atração mais lucrativa da The Rocket Club — e não, ele não se envergonhava de nada disso; estava realizando seu sonho de dançar e, eventualmente, cantar, portanto, não precisava, não queria e tampouco iria envergonhar-se de trabalhar com amor, carinho e vontade. Ao contrário do que muitos pensavam, ali não havia sequer o mínimo de prostituição, era um ambiente amigável, educado e, principalmente, respeitador. Era apenas um lugar para que a comunidade gay pudesse aproveitar sem medo, sem preconceito e sem agressão. Podiam beber entre amigos, conversar, dançar e assistir as apresentações que aconteciam o tempo inteiro, de hora em hora, tendo os principais dançarinos no último horário de show, por volta das onze da noite. Depois, era o momento apenas do público, onde podiam pular e dançar até suar em bicas ao som de pop, rock, emo, o que estivesse no auge da música no momento.
Aquele sábado em específico, estava quente — parecia que era um aviso a todos os que estariam na The Rocket Club à noite. O verão se aproximava e, com ele, a época mais lucrativa do ano também. As pessoas gostavam de se aglomerar, sentir o calor umas das outras, o suor escorrendo pelas peles, o ar rarefeito… Parecia um convite explícito para um drinque gelado e repleto de álcool, fazendo com que todo mundo se permitisse transbordar e ser quem de fato era. incluía-se neste grupo. Gostava do verão, do calor do sol em sua pele durante as manhãs e tardes de ensaio, gostava de suar no palco e poder arrancar sua camisa para exibir suas tatuagens minimalistas — com exceção do “Nevermind” em letras tortas e garrafais em sua costela, que era bem grande comparada às outras. Gostava de sentir a euforia do público, a excitação de ser admirado e, sobretudo, a satisfação em fitar um par de olhos específico que sempre, sempre ficava mais presente nas noites quentes.
Ele era o típico homem engravatado e de cabelos bem penteados, repartidos para o lado ou jogados para trás, pintados num tom bonito de castanho. Também era alto, bem mais alto do que , aliás; e tinha o corpo forte e atlético — suas coxas marcavam sob as calças de linho fino, assim como o peitoral empinado sobressaia sob a camisa social branca, quase transparente. Ainda assim, seus olhos eram o local mais atrativo e perigoso em seu corpo. Eram escuros, nublados em um desejo explícito que fingia ser contido, brilhavam a cada movimento que observava — fosse de um dançarino ou qualquer pessoa ao redor. Era como cair em um abismo, ou ser sugado por um buraco negro. Sufocava, causava alarde e palpitações, excitava e hipnotizava. arriscaria dizer que aquele par de olhos era ainda mais perigoso que os seus. O sorriso, porém, era de uma meiguice que jamais poderia ser explicada. Os dentes bem alinhados, os lábios carnudos e um par de covinhas afundando nas bochechas bonitas completavam o combo do sorriso perfeito. Para fechar, embaixo do lábio inferior, quase no queixo, havia uma pintinha — e isso era o que derretia por completo, até que ele tivesse coragem de subir o olhar para os olhos e perder o ar outra vez.
Seu nome, porém, pesava e, ainda assim, escapava da garganta de com um prazer descomunal e sensualmente: . gostava de dizê-lo pausadamente, deixando as letras brincarem em sua boca, passeando pela língua afiada e escapando baixo e rouco — … Nam… Joon. Quase como um gemido. Uma provocação. Algo que pudesse fazer aquele homem sério e bonito perder o controle — ele não costumava cair em suas provocações, pelo contrário, fazia com que elas se tornassem suas próprias, levando à loucura e deixando-o zonzo; o homem sabia como provocar, como se conter perante às outras pessoas e deixar quem quer que fosse de queixo caído com sua esperteza e sagacidade. Não que não fosse capaz ou não fizesse o mesmo — ele sabia bem como deixar alguém na palma de sua mão, sabia como provocar e levar qualquer um ao extremo —, contudo, era diferente. Era o homem que ele provocava, provocava e, no fim, acabava na mão, sozinho, trancado no banheiro sob uma rajada de água fria.
Eles tinham uma história, porém. Não gostavam de assumir, preferiam brincar, jogar e fazer com que algum deles acabasse com uma ereção marcada entre as pernas. Mas, ainda assim, tinham uma história — repleta de flertes inacabados, vontades incubadas e comentários secretos nos ouvidos de , o amigo em comum.
Quando o relógio do camarim marcou 22 horas e 59 minutos, se levantou e saiu, encaminhando-se a passos largos até a parte do corredor que dava para o palco. No caminho, encontrou com , seu melhor amigo e barman da boate, que lhe sorriu quadrado, como sempre, e lhe desejou boa sorte. Na lateral do palco, encontrou , seu veterano naquela profissão. Ele estava banhado em suor e sem camisa, mostrando o tronco magro, porém definido que possuía, os cabelos de tamanho médio grudavam no rosto e nuca, fazendo com que mordesse o lábio inferior e suspirasse, lembrando-se dos meses anteriores em que pôde beijar e mordiscar todo aquele monumento — incluindo sua boca de lábios finos e bem desenhados, onde possuía uma pintinha pequena e sutil no canto do lábio superior; lembrava-se claramente do gemido rouco e gostoso que lhe permitira ouvir. Recebeu uma piscadela ao ser flagrado observando o amigo com tanto afinco e, por fim, deu-se conta que já havia passado seu único minuto até o horário da apresentação. Pontualmente às 23 horas, uma introdução calma e sensual ecoou por toda a boate, causando gritos do público e um arrepio forte e quente em , mostrando-o que era seu momento e todos aqueles homens estavam ali para vê-lo e endeusá-lo, como sabia que merecia.
Logo que subiu no palco, sentiu a energia mudar. Era a chegada de Baby J, sua outra persona, que conseguia ser ainda mais artística e hipnótica. Ajustou o microfone acoplado em suas roupas e soltou um suspiro alto, sabendo que ecoaria pelas caixas de som. Os gritos aumentaram. Ele sorriu, fechou os olhos e as cortinas à sua frente caíram, revelando-o majestoso em um conjunto de roupas pretas e transparentes nos lugares certos.
Quando a voz de cortou a boate em um afinadíssimo “Let me sit this… Ass...”* e o público percebeu que, sim, ele apresentaria ‘Rocket’ da (rainha) Beyoncé, a boate pareceu tremer. sentiu, no palco, o descontrole dos homens à sua frente, desde os mais sérios aos mais performáticos como ele. Quando as duas últimas palavras de sua introdução estavam prestes a escaparem lenta e sensualmente de seus lábios, encarou o fundo da boate, onde sabia que encontraria o homem que atormentava seus sonhos. . Ele estava lá, apoiado no balcão do bar, com um copo redondo e pequeno de uísque entre os dedos longos; balançava-o de um lado para o outro, chacoalhando o gelo de coco que havia no interior. o encarava com devoção e a boca entreaberta, quase podia sentir sua respiração quente mesmo de longe, podia imaginar o quão curioso e hipnotizado ele estava, mesmo que a performance mal tivesse começado. “...On you”* foi o momento em que percebeu o outro engolir a seco e prender a respiração disfarçadamente, ainda sem desviar o olhar. dar um único gole no uísque logo após perceber que o trecho fora cantado para si, foi o suficiente para sorrir maliciosamente sobre o palco; O dançarino, então, voltou a atenção para o público que lhe gritava intensamente — seus pensamentos, porém, estavam presos ao empresário isolado no fundo da boate.
sentia-se sufocar a cada palavra que proferia. O dançarino o encarava com afinco, mostrando-o que, dali, do palco, ele estava no comando. O corpo esguio e definido movimentava-se ao redor do palco com maestria e devoção, a voz saía sensual e murmurada, tal qual um gemido íntimo, sobretudo em um trecho específico que conhecia muito bem. Foi inevitável a vontade de cantarolar baixinho, apenas movendo os lábios no mesmo ritmo que , como se cantassem juntos, lado a lado, sobre uma cama, por debaixo dos lençóis e com os corpos colados e suados. “Hard, rock, steady, rock, hard, rock, steady”*, sorriu e fechou os olhos, passando a língua sobre os lábios a cada pausa; como se pudesse sentir o que quer que estivesse imaginando naquele momento — e, céus, se fosse a mesma coisa que pensava naquele momento, enquanto sussurrava as mesmas palavras, talvez fosse um problema que precisavam resolver urgentemente.
não percebeu, mas continuou cantarolando a música, sentindo-se queimar a cada segundo que passava. “I can't help but love the way we make love… Daddy, daddy… Ooh child, ooh now! Yes, Lord, damn baby! You driving me cray, cray, yeah!”* exclamava encarando-o de longe, olhos nos olhos, deixando claro seu desejo, sua tensão — as chamas queimavam em seu corpo e podia deixá-las à mostra através de seus olhos; sabia que as enxergaria e as sentiria muito mais do que seu público eufórico, que também berrava a plenos pulmões as palavras que simulavam uma transa gostosa. Dadas às circunstâncias, realmente sentia-se em meio à uma foda deliciosa, na qual estava próximo ao ápice mais intenso de sua vida — tinha a impressão de que quando finalmente tivesse a chance de transar com (ele sabia que teria, sim), seria daquele jeito, como uma performance explícita de Rocket.
O copo ficou vazio no exato momento em que a camisa preta — e transparente — de fora aberta por ele, mostrando para todos o tronco bonito e com gotículas de suor escorrendo pela pele acobreada, fazendo-o brilhar sob as luzes coloridas dos holofotes. precisou morder o lábio inferior para não gemer, claramente sedento por aquele dançarino de apenas 25 anos, o qual tentara resistir até o último segundo por pura besteira de sua própria consciência — sentia-se inseguro demais, embora se mostrasse o homem mais firme e seguro do universo, e pensava que não teria condições de lidar com um cara tão incrível quanto ; por fora, era um homenzarrão forte, firme, rico e carrancudo, que jamais gostaria de alguém; por dentro, no entanto, era encantador, fácil de conversar, apaixonava-se facilmente e evitava quaisquer tipos de relacionamentos para não se machucar outra vez. No auge dos seus 30 anos, jamais sentira tamanha intensidade e vontade de alguém como estava sentindo de , o belo dançarino da boate de seu melhor amigo, o garoto alegre, talentoso e sorridente que lhe lançava cantadas atrás de cantadas, mostrando-se tão interessado que jamais entenderia como ou por quê. A tensão que os cercava era palpável, o tesão estava ali, pairando no ar, mesmo que tivesse diante de dezenas de outros homens interessados e que admiravam-no. Mas o queria, investia e mostrava-o o tempo inteiro. Seu medo, porém, o fazia recuar. Entretanto, observá-lo sobre o palco, com as tatuagens à mostra, o abdômen marcado por quadrados perfeitos e o suor escorrendo-lhe, agora, pelo corpo inteiro, indo do pescoço ao cós de sua calça, fazia com que perdesse a cabeça.
“You look so comfortable in my skin”* sussurrou ofegante contra o microfone, olhando para sem ao menos piscar, instigando-o a manter aquela troca que ia além de meros olhares sedentos. sustentou; observou-o, mordeu o lábio inferior, sorriu ladino, piscou um dos olhos e prendeu a respiração ao receber mesmíssimas reações do artista. passou as mãos pelos cabelos dourados recém pintados, ajoelhou-se no chão sensualmente, engatinhou para a beira do palco e deixou que as palavras escapassem do fundo de sua garganta, rouco e suave; num tom baixo e provocante, gostoso de ouvir: “Rockets and waterfalls”*.
virou-se para , que estava atrás do balcão, e sinalizou seu copo vazio, pedindo por outra dose dupla de uísque escocês — ao menos fornecia bebidas de qualidade naquela boate, era tudo o que precisava para se recuperar. O barman não demorou muito para voltar com outro copo de cristal, entregando-o nas mãos do mais velho com um sorriso de escárnio no rosto bonito. não entendeu imediatamente o motivo daquele sorriso seguido de um olhar diferente e que transbordava maldade — ele sabia muito bem como reconhecer um brilho maldoso, principalmente nos homens que frequentavam a The Rocket Club.
No entanto, alguns minutos depois, antes que pudesse perguntar alguma coisa para o barman, sentiu uma presença ao seu lado, próximo demais para que não notasse.
Taetae, quero um Dry Martini — a voz melódica de invadiu seus ouvidos, sobressaindo a música que começava a estourar nas caixas de som da boate. — , você por aqui… Que surpresa.
— Espero que seja uma surpresa boa, respondeu baixo, próximo ao dançarino para que ele o escutasse. Tentou não demonstrar nervosismo ou excitação, o combo que sempre o atormentava quando estava ao seu lado, mas sabia que, no fundo, tinha falhado miseravelmente. Não conseguia esconder tudo o que sentia quando ele estava por perto.
— Ver você é sempre bom, embora não acredite em mim — respondeu e sorriu, pegando a taça que lhe era estendida por . Agradeceu ao amigo com um aceno básico e virou-se para encarar o homem ao seu lado. — Senti falta de lhe encarar durante as performances… Você não veio muito nos últimos meses.
— Andou me procurando pela platéia? — sorriu galanteador, tentando manter a segurança que começava a exalar. Estava feliz por saber que o dançarino o procurava dentre tantos outros homens.
— Sempre — bebericou o Martini, passando a língua pelos lábios em seguida. — É uma pena que você não percebe e fica desviando o olhar sempre que tem a chance. Hoje, porém, você me observou a performance inteira. Quase dez minutos e você não tirou os olhos de mim. É disso que eu gosto, ; ter sua atenção.
— O que eu tenho de tão importante que os outros não têm, ?
O meu tesão sussurrou ao pé do ouvido de , deslizando os dedos pequenos sobre braço coberto pelo tecido da camisa social do mais velho. — Mas, como sempre, você vai tentar fugir de mim. Eu gostaria que não fugisse… Ao menos uma vez, .

— Pelo seu olhar hoje — o cortou, encarando-o nos olhos. — Eu pensei que o momento havia chegado. Pensei que finalmente me beijaria e me levaria para a cama.
— O que…
Shh sorriu e fitou os lábios grossos do mais velho, deixando-o, pela primeira vez em todos os meses de flerte, desnorteado. — Pare de fugir de mim, , pelo menos hoje. Nós não precisamos fingir que não sentimos nada um pelo outro. Vem comigo — aproximou-se novamente, colando ambos os peitorais e levando os lábios à orelha de novamente. — Deixe-me lhe fazer gozar esta noite.
— Há coisas que você não precisa pedir duas vezes, murmurou de volta, levando uma das mãos até à nuca do dançarino e enchendo-a com os fios macios. — Eu espero que você não desista na hora ‘H’.
— Não sou um homem de desistir do que quero, — respondeu baixo, suspirando ao sentir o carinho firme em sua nuca. Nunca haviam chegado àquele nível; finalmente conseguira descontrolar aquele homem sempre tão sério. — Ainda mais quando se trata de você.
Olhando-se nos olhos, ambos viraram em um único gole o restante de suas bebidas. afastou-se de com pesar, descobriu que gostava do toque firme em seus cabelos. Com pressa, pôs-se a andar pela boate, sabendo exatamente por onde passar para evitar ser reconhecido e a aglomeração; sabendo que era seguido de perto, conseguia sentir a presença de atrás de si. Não demoraram a chegar ao corredor cujo acesso era apenas para funcionários. Os seguranças não questionaram passar acompanhado por — ele também era conhecido, afinal, era um dos grandes acionistas e investidores da boate. Nos fundos da boate, onde haviam os quartos dos funcionários que não tinham onde morar, seguiu até à última porta do corredor. Nela, era exibido um enorme desenho colorido, deixando claro que pertencia a e — o garoto era um artista e tanto, todos sabiam; ele trabalhava na boate para custear sua faculdade de Artes Plásticas.
abriu a porta com cuidado, deixando um espaço para que entrasse. O quarto era pequeno, só suportava um guarda-roupas, as duas camas de solteiro e uma cômoda de tamanho médio entre elas. Espalhadas pelas paredes haviam prateleiras repletas de livros sobre Artes, além de vários quadros pintados por . Era um “cafofo” aconchegante, bonito e fez com que se sentisse em casa — seu apartamento de luxo e enorme o fazia sentir-se solitário.
— Sinta-se à vontade, sussurrou enquanto acendia a luz e trancava a porta. — De preferência, sem roupas.
riu e jogou-se sobre a cama de , após ser apontada pelo rapaz. Largou o blazer que vestia por cima da camisa social mais cedo na cama de e abriu os três primeiros botões da camisa, mesmo que a gravata ainda estivesse pendurada frouxamente em seu pescoço. o fitava com intensidade, reparando todos seu movimentos. Os braços fortes marcados sob o tecido, as mãos com as veias saltadas, o pulso sendo adornado por um relógio caro e grande que contrastava com sua pele acobreada, o sorriso malicioso no canto dos lábios e o olhar felino. estava tão bonito que sentiu-se borbulhar.
— Venha tirar minhas roupas, . Você pediu para deixá-lo me fazer gozar… Não o farei vestido desta forma.
soltou uma risada sem vergonha e caminhou em direção a com passos lentos. Chutou levemente os pés alheios, fazendo-o abrir as pernas e encaixou-se ali, ainda de pé. Ao fundo, pôde ouvir a introdução de “Partition”, também da Beyoncé, começar a tocar na boate. Mesmo o quarto sendo no fundo, era capaz de ouvir os sons que saíam das caixas de som no último volume. sentiu-se ferver intensamente; era, de fato, o seu momento. Contudo, antes que pudesse dizer qualquer coisa, ou até mesmo começar agir, a voz rouca de ecoou pelo quarto outra vez — mais firme, mais segura, mais forte:
Hey, Mr. ! — exclamou com um sorriso bonito na boca, deixando suas covinhas à mostra e, lentamente, passeando a língua nas pontas dos dentes. estremeceu e sentiu o corpo arrepiar; teve certeza, também, que seus olhos nublaram. havia modificado a introdução da música, onde a cantora gritava “Let me hear you say: ‘hey, Mrs. Carter!’”** e deixava que os fãs respondessem, quase um mantra controlador-submisso e sensual.
sentiu-se poderoso ao ouvir um homem como lhe clamar daquela forma. Seu sobrenome soando com respeito, tesão e submissão. estava rendido; submetendo-se a toda e qualquer coisa que quisesse e ditasse naquele momento. Seu rosto, seu olhar, suas feições e seu sorriso deixavam claro. O controle era de Mr. .
— O que disse, bebê? Acho que não ouvi — sorriu e puxou pela gravata lentamente, apertando-a aos poucos. — “Let me hear you say: hey, Mr. ”.
Hey… começou, permitindo-se aproximar-se de , deixando o rosto rente ao abdômen bonito. — Mr. .
suspirou e soltou a gravata de , mas mantendo-se no mesmo lugar entre as pernas do mais velho. Devagar, quando a música de fato começou a tocar e ele pôde sentir a batida dominar seu corpo — conhecia a letra e o ritmo de cor e salteado —, começou a movimentar o quadril lentamente, bem diante do rosto de , ao mesmo tempo em que desabotoava sua camisa transparente mais uma vez. Não fez-se de recatado, logo arrancando a peça de seu corpo, jogando-a longe. O olhar de lhe queimava a pele tamanha a excitação; estava amando senti-lo tão entregue e encantado consigo. Curvou-se um bocado e deixou ambos os rostos próximos, não tardando em roçar seus lábios contra os dele. Suspiraram juntos e os olhos se fecharam automaticamente ao sentirem a textura da boca um do outro, mesmo que através de um leve resvalar.
— Você não sabe o quanto esperei por esse momento — sussurrou enquanto deixava as bocas encaixadas. — Tenho certeza que terei o melhor beijo da minha vida.
não respondeu; também havia esperado muito por aquele momento e sabia que era a melhor coisa que surgira em sua vida, como um todo e não apenas seu beijo ou seu sexo. Acabou com a distância entre os rostos, beijando o mais novo com vigor e intensidade. Fora retribuído imediatamente da mesma forma. As línguas se encontraram, brincaram, dançaram e se entrelaçaram; fazendo-os descobrir que tinham um encaixe perfeito, que haviam nascido para aquilo; era o beijo mais intenso e completo da vida de ambos.
não resistiu a vontade de sentar-se sobre as coxas grossas de . Sem desgrudar suas bocas, jogou-se sobre o corpo alheio e suspirou ao sentir-se ser apertado e puxado contra o mesmo, encaixando-se melhor e deixando que o corpo agisse sozinho, movendo-se lentamente, dando reboladas e sentindo reagir positivamente às ações. O quarto parecia abafado e ainda menor, como se estivessem trancados em uma caixa de fósforos em chamas. Os gemidos começaram a escapar; baixos, entre suspiros e sussurros nos intervalos dos beijos intensos, quando deixavam as bocas passearem pelo pescoço e ombros um do outro. Ali, percebeu que não aguentava mais e precisava, de fato, arrancar cada mínima peça de roupa que vestia — ou, pelo menos, suas calças, já que o volume abaixo de si, grudado em suas nádegas, deixava-o ainda mais excitado e curioso; queria explorar o corpo de , tê-lo na boca, engasgar-se com ele. Ergueu-se devagar, afastando os lábios com carinho e deixou-se cair de joelhos entre as pernas abertas do empresário.
Com uma calma e controle que não possuía, abriu o zíper da calça de e puxou-a para baixo, deixando-a em suas canelas. Sem cerimônias, fez o mesmo com a cueca e deixou-a parar junto à calça. Ao fitar o pênis à sua frente, sentiu a boca salivar e o próprio pulsar dolorosamente. era lindo, dos pés à cabeça, não tinha como negar. O membro ereto brilhava, as veias saltavam ao seu redor, deixando-o tão, tão apetitoso que não pôde evitar levar uma das mãos até ele, acariciando-o com firmeza. A glande estava encharcada, com uma camada de pré-gozo pingando ali, escorrendo entre seus dedos e indo em direção à base bonita, realçando as veias grossas.
suspirou, mas não se permitiu jogar a cabeça para trás e perder a visão esplendorosa que era segurando seu pênis com firmeza, carinho e tesão, ao mesmo tempo em que o fitava quase babando, sedento por senti-lo além da palma.
“Est-ce que tu aimes le sexe?”** recitou baixinho em um francês perfeito o trecho de Partition, que ainda ecoava do lado de fora. o encarou com os olhos transbordando tesão; não tinha como ficar mais incrível aos seus olhos; ele falava francês perfeitamente. — “Le sexe, je veux dire: l'activité physique” — murmurou outra vez, levando uma das mãos até os cabelos de , empurrando-o levemente para baixo. — “Le coït. Tu aimes ça? Tu ne t'intéresses pas au sexe?”**
não entendia perfeitamente o que falava, mas, era claro que conhecia a letra da música e sabia que o trecho em francês falava claramente de sexo. Seu corpo estava em brasa e tudo o que pensava era o quão apetitoso ficava enquanto murmurava frases em francês — o quão apetitoso ele era por inteiro. Sem perder mais tempo, levou a boca ao pênis de , abocanhando devagar, parte a parte, até que o engolisse por completo. Sentiu a glande inchada raspar levemente em sua garganta e deixou que um gemido satisfeito calasse ali. , porém, jogou a cabeça para trás e deixou um gemido longo e rouco ecoar pelo quarto, segurando a nuca alheia com mais vontade, mesmo que seus dedos estivessem trêmulos. o encarava com malícia, estreitando os olhos já naturalmente pequeninos, deixando-o com uma imagem diabolicamente perfeita; os cabelos caindo sobre o rosto, adornando-o com perfeição, os lábios macios ao redor do pênis, subindo e descendo, cobrindo-o por completo; vez ou outra, num movimento de descida, o nariz batia contra o ventre de , mostrando-o o quão fundo conseguia levá-lo.
tremia a cada sugada, a cada chupada, sem saber para onde olhar, o que dizer ou fazer; sentia-se zonzo, prestes a desmaiar de tanto prazer. Perguntava-se, no entanto, por que se privou por tanto tempo de uma sensação daquelas. era perfeito e encaixava-se tão bem ao seu corpo, não sabia explicar o que estava acontecendo e muito menos o que estava sentindo. Poderia gozar a qualquer momento apenas por observar e toda a devoção que ele tinha em… Chupá-lo. sentiu-se desejado, gostoso e, principalmente, nas nuvens.
tirou o pênis de da boca com um estalo molhado. Seus lábios estavam vermelhos e inchados, mas, ainda assim, a língua grande e bonita zapeava fora da boca, esbarrando na glande encharcada e deixando ainda mais fora de órbita.
— Você é delicioso, hyung — sussurrou ostentando um olhar falsamente inocente, que, na verdade, esbanjava malícia e desejo. A ereção entre suas pernas doía e incomodava, mas ele gostava da sensação. ainda mais sabendo que quem lhe causava aquilo tudo era , o homem que mais desejou desde o momento em que pisou em Seul. A primeira vez que o viu, sentiu-se hipnotizado pelo olhar marcante, o rosto másculo e bem desenhado, o corpo escultural e, sobretudo, sua inteligência e fala limpa e direta. Agora, tendo-o em seus braços pela primeira vez, sentia-se da mesma forma — e pensou que nunca conseguiria sentir uma mesma coisa por alguém por tanto tempo.
o puxou com cuidado e carinho, segurando-o pelo rosto e aproximando suas bocas novamente. Um beijo lento e sensual se iniciou, e se preparou para sentar-se sobre o colo de novamente, mas fora interrompido pelo mesmo e continuou curvado. , então, desceu os lábios para o rosto, queixo e pescoço de , beijando-o, lambendo-o e mordendo-o levemente, ao mesmo tempo em que fazia com que a blusa aberta escorregasse por seus braços fortes e fosse de encontro ao chão. Afastou-se um pouco, apenas o suficiente para enxergar o zíper da calça alheia e sorriu em antecipação, sabendo que finalmente ficaria nu para o homem dos sonhos. não perdeu tempo, tampouco fez cerimônias, logo abaixando a calça de e ajudando-o a tirá-la de uma vez por todas, junto da cueca. Em seguida, chutou os próprios sapatos e as roupas emboladas em seus pés, deixando-se tão nu quanto o mais novo.
era lindo, de fato. O corpo repleto de tatuagens pequenas, frases e palavras soltas, as marcas de treinos em excesso, os músculos bem marcados, as coxas torneadas e o pênis grosso apontando para cima, pingando pré-gozo lentamente, derretendo-se por .
— Nunca vi alguém tão bonito como você, murmurou, puxando-o para mais perto pela cintura fina.
parou rente ao rosto de , que apenas arrastou-se devagar até à beira da cama para ficar ainda mais perto do mais novo. Devagar, levou a boca até as coxas fartas de , passeando os lábios ali com vontade, distribuindo beijos e alternando de uma para a outra. Adornou o pênis e beijou-lhe o baixo ventre com carinho, aproveitando para passar a língua levemente, trilhando um caminho imaginário por entre os pelos ralos. Em seguida, deixou mordidas leves nos quadrados que tinham na barriga alheia, voltando a descer a boca com um zelo incomum para o momento. Ao chegar próximo ao pênis novamente, permitiu-se beijá-lo com carinho e malícia, aproveitando para passear a língua por toda a base em seguida. suspirou e segurou a nuca de , fazendo-lhe carinhos trêmulos, mostrando-o que estava tão excitado que sequer conseguia raciocinar e fazer algo além.
sorriu, o fitou nos olhos e desceu uma das mãos para seu pênis, segurando-o firmemente e levando-o até a boca. Um suspiro de satisfação escapou de ao mesmo tempo em que suas pernas falharam em mantê-lo de pé, tremendo e ficando e bambas. o engoliu com cuidado e maestria, levando-o até onde aguentava. Seus olhos estavam fechados e sua boca ostentava um sorriso malicioso sempre que subia até à glande, perdendo alguns segundos a mais no local, passando a língua por toda a circunferência e sugando-a com mais vontade.
Automaticamente, forçou o quadril para frente, estocando contra a boca aberta de . O mais velho riu e ajustou-se melhor em frente ao dançarino, mantendo a boca escancarada e puxando-o levemente para mostrá-lo que, sim, poderia estocar em sua boca o quanto quisesse — e ele o fez.
Após algum tempo, afastou-se de devagar, deixando um filete de saliva lhe escorrer dos lábios até o queixo, deixando-o tão, tão provocante que só conseguiu suspirar em resposta.
— Não sei se consigo aguentar muito mais que isso, sussurrou ao mesmo tempo em que passeava ambas as mãos por onde alcançasse no corpo do artista.
— Você não vai esperar muito mais do que isso, hyung — o mais novo murmurou em resposta, afastando-se mesmo a contra gosto. Caminhou até a pequena cômoda que ficava entre as camas, sob o olhar atento de , e abriu a primeira gaveta. De dentro dela, retirou um tubo de lubrificante e um pacote de camisinhas, jogando em direção a que, risonho, pegou os produtos no ar com habilidade.
— Vem cá — murmurou, chamando o dançarino com a mão livre.
caminhou majestosamente em sua direção, sem envergonhar-se de sua nudez — vergonha era uma sensação que não fazia parte de sua vida, ao menos, não mais; tinha confiança o suficiente em si mesmo para não sofrer à toa, e, além do mais, o olhar que o lançava o fazia sentir que era único e perfeito, como se o mais velho não tivesse coragem de olhar para ninguém que não fosse ele; era explícito e sincero demais para aquela sensação não ser real. Ao parar na frente do empresário, virou-se de costas e curvou o corpo para frente, mostrando-se extremamente flexível e firme sobre as próprias pernas. O suspiro pesado de fora audível. estava totalmente à mostra em sua frente, deixando o corpo à mercê de seus cuidados e desejos sem ao menos pensar duas vezes.
O tubo de lubrificante fora aberto em questão de segundos, e logo o líquido pegajoso fora espalhado entre as nádegas de , fazendo-o arrepiar-se por inteiro e forçar o corpo para trás, em busca do contato direto com os dedos longos e gelados de . Os movimentos foram automáticos, tanto das mãos de quanto dos quadris de , fazendo com que a penetração fosse ainda mais rápida e fácil — não era nenhum homem recatado e metido a virgem, afinal; gostava de sexo e não se importava em ficar por baixo ou por cima, sendo assim, não tinha problemas com o momento de “preparação”; passara por aquilo mais vezes do que poderia contar, e sabia que também tinha a mesma dose de experiência que ele.
Quando o penetrou dois dedos, o gemido fora inevitável. Soou alto, firme e satisfeito, resultando em uma rebolada simples que fez com que o empresário fosse à loucura — estava curvado em sua frente, diante de seus olhos, e rebolava contra seus dedos como se aquele fosse seu último momento na terra. Senti-lo escorregadio em seus dígitos, vê-lo tão entregue, ouvir seus gemidos e notá-lo tão arrepiado fazia com que quase perdesse o ar totalmente, fazendo-o viajar para uma dimensão que sequer imaginou existir. Esqueceu-se do próprio nome, de onde estava, o que fazia, tudo, apenas por observar daquele jeito — os músculos da parte posterior das coxas firmes e contraídos, o quadril em movimentos circulares e para frente e para trás, como se estivesse dançando em uma de suas milhares de performances; tudo contribuía para que se perdesse no meio do caminho, estava completamente nas mãos de , embora tentasse mostrar-se no controle.
cessou os movimentos de repente, sem aguentar mais. suspirou e manteve-se de costas após erguer o corpo novamente, olhando o empresário por cima do ombro esquerdo. A imagem que encontrou, porém, deixou-o tonto e ainda mais excitado. abriu o pacote de uma das camisinhas com habilidade e não demorou para vesti-la, mas, para , a cena havia desenrolado diante de seus olhos em câmera lenta; conseguiu perceber a expressão de prazer passear pelos olhos de assim que precisou tocar o próprio pênis para colocar o preservativo, notou seu olhar nublar e erguer-se em sua direção, sentiu o tesão exalando pelos poros e, no fim das contas, não conseguiu controlar-se o suficiente. Virou-se de frente para e, com apenas um passo, aproximou-se novamente e não perdeu tempo em jogar-se sobre o colo do e ficar bem próximo à ereção alheia.
— Esta noite será inesquecível para nós, sussurrou contra os lábios entreabertos do mais velho, encaixando-se como podia sobre o pênis de .
— Tenho certeza que sim — o empresário respondeu num fiapo de voz, sem ter noção do que estava de fato acontecendo; sequer parecia estar ali, de tão absorto em sensações que estava.
sentou-se lentamente sobre o pênis de , permitindo-se ser invadido centímetro a centímetro. O gemido fora involuntário, assim como o apertar de em sua cintura, visando colocar para fora de alguma outra forma o prazer que era estar finalmente se entrelaçando a ele.
Naquele momento, estavam alheios a tudo que acontecia ao redor. A música, do lado de fora, não parecia mais ecoar dentro do quarto, o calor não era incômodo, as peles roçando fazia-os sentir em brasa. Os sons dos corpos se chocando misturados aos gemidos altos era tudo o que importava. segurava-se firmemente nos ombros de enquanto subia e descia, sentindo-o empurrar-se forte o suficiente para que o atingisse o mais fundo possível, causando sensações indescritíveis em ambos.
Em um movimento desesperado, puxou pelo rosto e juntou suas bocas, tentando cessar os movimentos por alguns segundos e apenas rebolando com o pênis de dentro de si, atingindo-o cada vez mais fundo. As bocas desencaixaram para que os gemidos saíssem mais altos daquela vez, ambos jogando as cabeças para trás enquanto movimentavam os quadris em perfeita sincronia.
deixou o olhar cair sobre e sentiu-se salivar. O homem entre seus braços tinha os olhos fechados com força, a boca entreaberta e os gemidos saindo altos, sem timidez e sem freio algum. Suas bochechas estavam coradas e o suor escorria lentamente por sua testa, passeando pelas têmporas e morrendo em seu pomo de Adão que subia e descia numa tentativa falha de controlar a respiração e engolir saliva ao mesmo tempo. E só então notou que ainda vestia a camisa social branca, que pendia meio aberta e meio fechada em seu ombro, deixando partes de seu peitoral à mostra, e a gravata, preta e tradicional, também estava amarrada ao seu pescoço, frouxa. Ao perceber isso, não freou a vontade que tinha de puxar a camisa para os lados e estourar os botões, jogando-a longe. A gravata permaneceu no corpo alheio e sorriu ao imaginar algo que mexia com seu íntimo. Ergueu o quadril de supetão, ainda sentindo a glande de presa à sua entrada, e sorriu enquanto grudava a boca contra a orelha do mais velho, sussurrando sacanagens para ele ao mesmo tempo em que agarrava a gravata entre os dedos, apertando o nó novamente e deixando-a presa ao pescoço de .
puxou-o para baixo, fazendo-o sentar-se novamente em seu pênis e suspirou enquanto ainda havia tempo. Sabia que faria bom uso da gravata ao redor de seu pescoço, e estava pronto para aquilo — era um maldito fetichista, sim, e só de imaginar sufocando-o com aquele mísero pedaço de pano era o suficiente para quase fazê-lo gozar.
“Don't take your eyes, don't take your eyes off it. Watch it, babe”* cantarolou um trecho de Rocket entre gemidos assim que notou fechar os olhos. — Olhe para mim enquanto quico em você, bebê.
Obediente como era, abriu os olhos e o encarou seriamente, com o rosto contorcido em prazer e sem parar de movimentar o quadril para cima, a fim de sentir ao máximo. O dançarino sorriu ao ser observado e levou as mãos pequenas e ágeis até à gravata novamente, enrolando-a na mão direita e girando-a para que a parte enrolada ficasse atrás de . Puxou-a com um bocado mais de força, fazendo-a apertar o pescoço do empresário e sorriu ao notá-lo de boca entreaberta e com um sorriso malicioso na mesma.
aproximou-se de sem soltar a gravata, rebolando mais lentamente, e deixou que sua língua passeasse de seu pescoço à sua boca, dando-lhe um beijo de tirar o fôlego. Afrouxou o aperto do tecido e suspirou satisfeito, sentindo o coração palpitar e o pênis latejar — estava quase lá.
— Goza para mim, bebê — sussurrou provocantemente, voltando a acelerar os próprios movimentos. — “Got me screaming to the lord, boy, kiss me”* — cantarolou entre gemidos longos e altos, mostrando-se satisfeito tanto quanto , que já não sabia mais onde deixar as mãos ou sequer como controlar o próprio corpo, que movia-se desembestado, sem um ritmo ou uma forma fixa. — “Baby I know you can feel it pulse”* — sussurrou, por fim, deixando os lábios contra os de .
— Porra, porra, porra… — murmurou contra a boca de , segurando-o fortemente pelo quadril e empurrando-se para cima com velocidade. Ambos gemiam alto, sentindo que estavam próximos.
…! gemeu alto, levando uma das mãos para o próprio pênis, fazendo movimentos rápidos para cima e para baixo, tentando manter o equilíbrio e coordenação sobre .
Ouvir seu nome escapar da boca de de forma tão instigante fora o suficiente para naquela noite. O empresário explodiu em um orgasmo forte e que o fez tremer dos pés à cabeça. Seu gemido fora alto, grotesco e satisfeito, um urro tão delicioso que encantou-se com o som, querendo mais e mais daquilo, o que o fez continuar os movimentos até atingir seu orgasmo também. Ambos estavam trêmulos, os dedos das mãos cravados nas peles escorregadias de suor, as costas arqueadas e as bocas próximas — ainda encaixados, sentindo os resquícios do orgasmo passando por cada ponto de si.
O beijo que veio em seguida foi automático e molhado. Os quadris ainda se movimentavam um de encontro ao outro devagar, apenas sentindo a maciez dos íntimos e os efeitos de uma transa tão intensa. Ficaram daquela forma por alguns segundos, aproveitando a presença um do outro, até sentirem os corpos doloridos pela posição em que se encontravam.
foi o primeiro a se mexer, jogando-se para o lado e caindo sobre a própria cama, no canto da parede. Encolheu-se ali com um sorriso grande no rosto, suspirando e ainda sentindo-se quente, apesar de extremamente satisfeito. não demorou muito a cair deitado ao seu lado de olhos fechados e também sorrindo — ele parecia desacreditado em tudo que havia acabado de acontecer e o quão forte fora o orgasmo que atingira.
— Valeu a pena? — sussurrou enquanto fitava o teto.
— Eu sempre soube que valeria, respondeu tranquilo, finalmente abrindo os olhos e fitando o homem lindo ao seu lado.
— Por isso fugiu tanto?
— Eu acho que sim. Nunca soube lidar bem com sua intensidade e tudo o que você me faz sentir.
não disse nada, apenas sorriu e fechou os olhos, permitindo que a tranquilidade tomasse conta de seu corpo. o encarou por alguns segundos e suspirou ao perceber que não queria sair dali, não queria deixar de tocar , não queria deixar de sentir seu cheiro, não queria levantar de sua cama e aquilo não se tratava apenas de preguiça e carência pós-sexo. Ele não queria deixar . Queria continuar sentindo-o e ouvindo sua voz. Queria vê-lo sorrir e desvendar cada um de seus milhares de tipos de sorrisos. Queria abraçá-lo sempre que desse vontade. Queria tê-lo.
É recíproco, hyung
A fala do dançarino foi o suficiente para acalmar o coração e todas as paranoias que começavam a surgir nos pensamentos do empresário.
Era recíproco, sim, e isso bastava.




FIM



Nota da autora: * Trechos da música Rocket, da Beyoncé: https://www.youtube.com/watch?v=sAz2bRy8-L8
Tradução: “Let me sit this… Ass... On you”: "Deixe eu sentar esta bunda em você";
“Hard, rock, steady, rock, hard, rock, steady”: Firme como uma rocha, firme como uma rocha;
“I can't help but love the way we make love… Daddy, daddy… Ooh child, ooh now! Yes, Lord, damn baby! You driving me cray, cray, yeah": "E eu não posso evitar, mas amo o jeito que fazemos amor. Papai, papai. Ooh criança, ooh agora. Sim, senhor. Caramba, querido, está me deixando louca, louca";
“You look so comfortable in my skin”: "Você parece tão confortável na minha pele";
“Rockets and waterfalls”: "Foguetes e cachoeiras";
“Don't take your eyes, don't take your eyes off it. Watch it, babe”: "Não tire os olhos... Não tire os olhos disso, cuidado, querido";
“Got me screaming to the lord, boy, kiss me”: "Me faz gritar para o Senhor, garoto, me beija";
“Baby I know you can feel it pulse”: "Querido, eu sei que você pode sentir pulsar".

** Trechos de Partition, da Beyoncé: https://www.youtube.com/watch?v=_VeYAH9DswA
Tradução: “Let me hear you say: ‘hey, Mrs. Carter!’”: "Me deixe ouvir vocês dizerem: hey, senhora Carter!";
"Est-ce que tu aimes le sexe?Le sexe, je veux dire l'activité physique, le coït. Tu aimes ça? Tu ne t'intéresses pas au sexe?": "Você gosta de sexo? Sexo, quero dizer, atividade física, o coito. Você gosta? Você não está interessada em sexo?".



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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