A história gira em torno da ginasta prodígio, menina bonita do colégio que engravida do reizinho da cidade, herdeiro de um dos maiores bancos dos Estados Unidos. O que era perfeito antes, acaba virando um pesadelo, uma guerra. O romance vira drama e ela percebe que nao tem vida mais, só está viva. Quando tudo parece estar bem, uma notícia muda o rumo de suas vidas.
Uma bosta. Se fosse para eu resumir minha vida em uma palavra seria assim: lixo. Com 17 anos eu engravidei do menino que eu estava ficando na universidade. Ele era mais velho, mais bonito, mais rico, o reizinho da cidade... quando contei aos meus pais, eles me jogaram no carro e rumaram até a casa do pai da criança. Quando contaram aos pais de que eu estava grávida, ele não estava em casa, pelo que eu me lembre era dia de treino de basquete. Quando ele chegou, se assustou com a minha presença e a de meus pais.
Depois que ficou sabendo a novidade, ele ficou pasmo, não falava nada, estava até tremendo. O pai dele nos forçou a casar, o que para mim foi até bom porque eu era tão apaixonada por ele que doía, mas para ele eu era apenas uma menina mais nova que ele podia comer a hora que quisesse.
Anos depois, nós continuamos casados, nossa filha, Alice, estava com 5 anos. Não nos falávamos, não nos tocávamos, era péssimo. Ele chegava de madrugada, cheirando a mulher, se deitava ao meu lado e dormia. Não notava o quanto isso me magoava.
Além disso, era muito explosivo e era como se a bebida acionasse a bomba. Não que ele não explodisse sóbrio, mas bêbado era praticamente uma certeza de que ele iria surtar. Não sei se era estresse no trabalho, afinal ele era herdeiro de um banco muito bem conhecido nos Estados Unidos inteiro e trabalhar com o pai nunca é fácil, mas sei que sobrava pra mim.
- ?! - disse assim que ele atendeu a chamada.
- Ah é você. O que quer? - respondeu grosso.
- Pode pegar a Ally na escola? Eu não conseguirei sair daqui a tempo.
- Tá, tudo bem.
- Onde... onde você está?
- Em casa.
- Você não foi ao banco? Quem está ai com você? – perguntei, ouvindo uns barulhos.
- Ninguém. Estou sozinho.
- Sei. Não esquece a Ally, tá?
- Tá. - disse e então desligou o telefone na minha cara.
- Beijos, amo você, até mais tarde, tchau. - eu disse, jogando o celular dentro da bolsa.
- Problemas, ? - , meu chefe e melhor amigo de , perguntou rindo um pouco. Ele já sabia a resposta.
- Imagina! - respondi irônica. - e eu temos eu casamento de novelas, é tão perfeito que chega até a doer. Só que não.
- Quer que eu busque a Ally? Posso trazê -la aqui e...
- Não. Quero duas coisas de você nesse momento: ligue para e descubra quem está em casa com ele, sei que tem alguém. Segunda coisa, casa comigo.
- Ok para as duas coisas, noiva. - ele deu uma piscada para mim e eu ri.
- Eu amo você, idiota. Obrigada.
- Não tem de que, linda. Eu também te amo. - ele foi caminhando até sua sala mexendo no iphone que tirara do bolso segundos antes.
- Quando descobrir quem está em casa com meu marido, me avisa tá, noivo?
- Você quem manda, amorzão.
trabalhava na empresa de advocacia do pai dele, que por sinal era um pai tão maravilhoso que eu tenho vontade de abraçar. Quando engravidei, larguei a faculdade de moda para não ter que aparecer enorme de gorda e ter que encarar todo mundo e nunca mais voltei. Depois que Ally fez um ano e meio, eu a coloquei em uma escolinha e ele me ofereceu para trabalhar lá, como secretaria dele. Se não fosse por ele, eu trabalharia no McDonald’s ou numa esquina qualquer...
- , vem aqui. - gritou e eu fui até seu escritório, entrando sem bater.
- Descobriu algo?
- Não. Faz massagem em mim?! - pediu sorrindo.
- Ai , o que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando?
- O ditado é ao contrário.
- Para mim não. Ele... ele não disse nada?
- Não, garantiu que estava sozinho e mandou eu dizer a você que não se intrometa na vida dele.
- Eu sou a esposa dele, me intrometo onde eu bem entender.
- Pode ir para casa, já deu o horário.
- Não quero ir, posso ficar aqui com você só mais um pouquinho? - fiz bico e sentei em cima da mesa.
- Claro. Ah! E também pode sentar em cima de papéis importantes.
- Obrigada. - sorri fraco. Se é que posso chamar aquilo de sorriso.
- Não está feliz né?
- Claro que não. , faz quase 6 anos que não nos beijamos. Faz 6 anos que não toco nele, 6 anos casados. - meu olho lacrimejou e eu impedi que as lágrimas corressem olhando para cima.
- Não chora. Eu amo você. Amo só um pouquinho, mas deve servir para alguma coisa né?
- Melhor do que amor nenhum.
- Vamos sair amanhã? Jantamos em algum lugar chique fingindo que somos elegantes e depois vamos a algum pub encher a cara.
- Adorei a ideia, só preciso arrumar alguém para ficar com a Ally.
- Que tal... seu marido?! - disse como se fosse obvio.
- Ele sai todas as noites, volta de madrugada.
- Deixa com a minha mãe, ela vai amar cuidar da Alice. Pra ela, Ally é como uma neta!
- Tudo bem, obrigada. Vou para casa agora, daqui a pouco sai e deixa a Alice sozinha se duvidar.
Sai de cima da mesa, fui dar um beijo em e acabei derrubando alguns papeis. Recebi aplausos por causa disso, o que me fez rir. Peguei minhas coisas e fui embora. Quer dizer, fiquei mais uns 10 minutos sentada no carro olhando para o volante. “Não há melhor lugar do que nossa casa.” Você acha Dorothy? Pois bem, vá lá em casa qualquer dia desses e decidirá mudar esse seu bordãozinho.
Estacionei na garagem e fiquei parada dentro do carro mais uma vez, talvez criando coragem para entrar naquele inferno. Teria ficado mais tempo lá dentro, se não tivesse ouvido Alice chamar pelo pai umas 10 vezes. Logo que abri a porta, ela veio correndo me abraçar, me fazendo sorrir. Peguei ela no colo e fomos para a sala juntas, era lá que estava.
- Obrigada por pegar ela na escola. - agradeci, colocando a menina no chão.
- Ela é minha filha também, caso não se lembre. Minha mãe nos convidou para jantar na casa dela amanhã, faz muito tempo que você não leva a Alice para ver meus pais.
- Ela é sua filha também, caso não se lembre, pode fazer isso quando quiser. E a respeito de ir jantar amanhã, eu não vou poder.
- Imagino, você faz tanta coisa a noite que até me assusta.
- Caso queira saber eu vou sair amanhã. Ally, você... - ela não estava mais lá, dei de ombros e sentei no sofá.
- E pensou em deixar sua filha com quem?
- Com a mãe do .
- Vai sair com o ?! - pela primeira vez naquela conversa ele me olhou. Isso escorrendo pela boca dele é ciúmes?
- Não te interessa.
- Só quero alertá -la que tem marido.
- Ah, , faz -me rir! - forcei uma risada. - Você sai todo santo dia, alguma vez já pensou em me chamar para te acompanhar?
- Quer ir segurar vela? - falou se endireitando no sofá. - Brincadeira.
- Ok. Cansei disso. - levantei do sofá e rumei a porta.
- Onde vai?
- Tomar banho. Posso?
- Deve.
Saí de lá quase que levantando voo, mais um segundinho e eu ia chorar. Tirei a roupa e entrei no chuveiro. Fechei os olhos deixando minhas lágrimas se misturarem com a água que caía. A conversa anterior pairava em minha cabeça, cada mísera palavrinha, se refazia a cada um segundo. Eu só queria que eu não tivesse escutado nada disso. Quer dizer, não que eu não desconfiasse que eu tinha chifres de adorno na minha cabeça, mas é que ouvir ele falando daquele jeito doía muito. Nós éramos “casados” a 6 anos, só no civil, mas não tínhamos alianças e nem nada para provar.
Saí do banho, coloquei um conjunto de lingerie preta com renda e me joguei na cama de barriga para baixo, olhando para a janela. Por algum motivo eu não me sentia bem, só queria deitar e quem sabe nunca mais acordar?! Meu celular caiu no chão, coloquei a cabeça embaixo da cama para pegar e vi um par de sapatos de salto ridículos e baratos, não eram meus. Ouvi entrando pela porta e senti ele sentando na beirada da cama. Ligou a televisão e colocou no jogo de basquete.
- . - o chamei, sentando direito na cama. Ele apenas resmungou. - Quero divórcio. - disse e ele me olhou com os olhos assustados, depois caiu na risada. - é sério, quero me separar de você, qualquer vínculo que tiver entre nós quero que seja cortado.
- Endoidou? Meu pai atira no meu coração se nos divorciarmos.
- É?! Pois diga a ele que providencie uma arma. Sua esposa eu não serei mais.
- O que deu em você?
- O que deu em mim? Hm, ok, por onde começar? Você nem queria essa bosta de casamento, nunca me amou, você pensa que eu não sei que me trai todo dia? Você trouxe a sua amante, ou uma das suas amantes, para de baixo do meu teto! Trouxe-a para minha cama! Faz 6 anos que nos “casamos” e não nos beijamos, não nos tocamos, não conversamos, nem olhamos um para a cara do outro direito. Minha vida está uma bosta! O ponto alto do dia de hoje foi chegar em casa e ver a Ally, a única coisa que ainda me mantem nessa casa com você, porque se não fosse por ela... Vamos... só assinar a porra do divórcio e acabamos com essa palhaçada, que tal?
- Diz como se fosse a minha culpa. Você arruinou a minha vida! Fez eu ser pai de uma criança que eu nem queria! Sabe porque não te toco, não te beijo, não te olho... porque desde quando descobriu que estava gravida, eu tenho certeza que não me ama, que você me trai com o e francamente, vou beijar, tocar em uma mulher que está comigo por bosta alguma sendo que gosta do MEU melhor amigo?
- Só pode estar de brincadeira! Eu não gosto do ! Quer dizer, eu o amo, mas como amigo, eu te amava como além disso. Nunca pedi que fosse pai, se não queria, era só dizer e eu daria voltas ao mundo para convencer nossos pais a não nos forçar a casar e nunca mais precisaríamos nos ver, que tal!? - só então percebi que gritávamos.
- Ah claro, como se fosse possível. Eu... só para ficar claro, eu não te trai.
- Ah não, claro que não. Esse salto que está embaixo da nossa cama, barato, horrível e super acabado é meu, com certeza! Só que não. Você só... devia ter me dito, sabe chegar para mim e dizer que estava com outra e que só não nos divorciávamos por causa do seu pai.
- Como se adiantasse. Como se você fosse dizer: “ah, tudo bem, eu AMO ser corna, continue o que está fazendo, querido.”
- Eu... canalha, imbecil!
- Vai me dizer que não me trai com o ? Por favor, né, ! Acha que eu sou tonto ou o que em acreditar que são só amiguinhos?!
- Eu posso jurar que nunca te trai. Eu nem se quer pensei nisso. Acho uma falta de respeito e consideração. Nosso casamento foi o maior erro do século.
- Eu sei disso! Eu sei disso!
- Mas, - eu parei de gritar e apenas falei com minha voz normal, até mais baixa - eu mentiria se dissesse que não repetiria tudo, desde quando começamos. Nosso erro me deu o melhor acerto da minha vida, ele me deu minha filha. - sentei na cama e algumas lagrimas começaram a escorrer. - por que tudo não pode voltar a ser como era quando éramos adolescentes, como nossos primeiros meses de “namoro”? É pedir demais?
- Porque se a vida fosse simples, - ele começou a falar com a voz normal e sentou do meu lado na cama. - não teria a mesma graça.
- A vida está difícil e, sinceramente, não estou vendo graça nela.
- Porque estamos vivendo errado, não era para ser assim, apenas não era. - olhei para a porta e vi Alice espiando com os olhinhos vermelhos de chorar.
- Ally?! - eu chamei e ela saiu correndo. - Melhor conversarmos depois, .
Eu corri em busca de Alice mas não a achava em lugar nenhum, foi então que eu olhei pela janela e vi os pés dela balançando de cima da casinha da árvore. Fui para o jardim e subi na casinha, sentei ao lado dela e ela me abraçou forte. Ouvia seus soluços e isso acabou comigo.
- Eu sinto muito, pequena. - eu disse antes de dar um beijo no topo da cabeça dela.
- Pelo que, mamãe? - ela se soltou de mim e passou a me olhar.
- Por tudo, pela gritaria, por fazer você ouvir aquilo, por te obrigar a viver nesse lugar...
- Mamãe, - ela chamou depois de um tempo em silêncio. - o papai disse que você obrigou ele a ser pai de uma criança que ele nem queria, ele quis dizer que ele não queria que eu existisse?
- Não, meu amor. - talvez sim. - Ele não quis dizer isso. É coisa que só adulto entende, ok?
- Mamãe, você me desculpa?
- Te desculpar pelo que, princesa?
- Você só aguentou tudo isso por minha causa.
- Eu tenho que te agradecer por isso, lindinha.
- Você... você vai trocar mesmo o papai pelo tio ? Sabe, eu amo o tio , mas o papai é meu pai e você é minha mãe, então tinham que ficar juntos.
- O seu tio e eu somos só amigos, eu não vou trocar seu pai por ele, mas... papai e eu talvez não fiquemos tão juntos. Só que isso conversaremos mais para frente.
- Se você quiser, a gente sai daqui de casa, mamãe. Se for te chatear menos.
- Ally... você não quer passar essa noite na casa da tia ? Garanto que vão brincar muito e comer um monte de doces, do jeito que a te estraga...
- Eu vou, mamãe. Mas promete uma coisa para mim?
- Diga, meu bebezinho.
- Se você estiver triste e chorando você liga pra tia pra ela me trazer de volta?
- Eu prometo. – respondi, rindo.
- De dedinho?
- De dedinho. Agora sobe, vai arrumar suas coisas que vou ligar pra tia vir aqui te buscar, ok?
- Tá! Ah, mamãe, como você sabia que eu estava aqui?
- É nosso covil de princesas secreto, não é?
- É mesmo!
Ela desceu correndo e sorrindo. Entrei em casa e pedi para vir buscar Alice, expliquei para ele o que estava acontecendo meio por cima e a resposta que tive foi: “estava demorando para isso acontecer...” e ela tinha total razão. Depois que a buscou, subi para o quarto, estava sentado na cama com os olhos um pouco vermelhos.
Eu entrei no closet, coloquei uma camisola de seda preta, fui ao banheiro, lavei bem meu rosto e fiquei lá por um tempo respirando fundo. Quando tomei coragem, saí do banheiro, parei a 2 passos da cama e fiquei olhando para o chão. Ok, não tinha tomando tanta coragem assim. Sentei no meu lado da cama, do lado do que estava sentado olhando fixamente para o chão.
- , - chamei pelo apelido que a bilhões de anos eu não usava.
- Há quanto tempo não me chama assim, ... - disse sorrindo fraco.
- Mesma quantidade de tempo que você não me chama de .
- Eu sou um monstro. Eu não queria dizer que eu não queria ser o pai da Ally, ela deve ter pensado que não a amo... eu não te ajudei com um nada desde que Alice nasceu, você fez tudo sozinha...
- Eu estraguei sua vida. - repeti o que ele tinha dito mais cedo. - Não esperava que fizesse diferente depois de eu ter arruinado com tudo.
- Você mudou minha vida. - ele se corrigiu e corrigiu a mim. - Me desculpa por trazer outra mulher para a cama que dormimos.
- Tá tranquilo, é só marcarmos para assinar alguns papéis e você fazer o que quiser da vida, não precisa nem me ver nunca mais se quiser.
- NÃO! Eu não quero me separar de vocês...
- Você pode continuar vendo a Alice se quiser...
- Eu quero continuar com vocês, vocês duas. Olha, , eu vou mudar, eu prometo, eu juro pra você que eu vou. Vou ser o marido que você sempre mereceu ter, o pai que a Alice quer.
- Não se sinta obrigado a isso, pelo amor de Deus.
- Não, eu estou fazendo isso porque eu sei que eu amo vocês duas. Sabe, eu olho pela janela, olho a casinha que vocês construíram e penso o pai horrível que fui. Isso é uma atividade para pai e filha e porque eu sou um idiota, você foi pai e mãe durante 5 anos.
- ... ainda acho que devemos nos divorciar.
- Eu prometo, juro por tudo nessa vida, que eu vou recompensar vocês por esses 6 anos, e não vai se arrepender de deixar essa história de divórcio pra lá. olha, - ele levantou, pegou duas caixinhas de uma caixa preta que estava no closet e voltou a sentar. - que tal começarmos por isso?
Abri a caixinha e vi uma aliança de ouro branco com um fio de ouro amarelo e uma pedrinha. Dentro estava o nome dele e a data: 27/04/2007.
- Foi o dia em que ficamos pela primeira vez. Nos só casamos no civil e, eu sei que está muito em cima da hora, mas você quer ter uma cerimônia de casamento comigo no dia 27 de abril?
- , você está brincando comigo? - eu estava meio chocada, meio séria até pela situação.
- Eu não estava brincando, mas se você disser que não eu vou fingir que é brincadeira.
- Babaca! Não é joguinho seu para deixar seu pai feliz né?
- Não, eu juro. E ai, você quer ser minha player 2?
- Não sei se eu devo...
- Ela aceitou! Vamos nos casar! - ele me puxou pela nuca e me beijou. ME BEIJOU?!
- Eu vou pensar a respeito, ok? - peguei meu travesseiro e levantei. - Boa noite.
- Ei, aonde você vai?
- Dormir na sala, quero assistir The Vampire Diaries.
- Você é muito adolescente ainda.
- Quando você for o Ian Somerhalder nós voltamos a conversar, pode ser?
- Você tem 21 anos, . - ele disse quando eu estava no corredor.
- “Quer ser minha Player 2?” - imitei ele fazendo uma voz extremamente idiota.
Espera um segundo, nós estávamos fazendo brincadeiras um com o outro? Ele me pediu em casamento? Nós acabamos de gritar um com o outro e ele me pede em casamento?! Eu pedi o divórcio e 10 minutos depois ele me pediu em casamento? Ele tem ciúmes do ? ALGUÉM POR FAVOR ME EXPLICA OQUE ACONTECEU?!
Só sei que eu acordei na cama. Tipo, eu dormi no sofá e acordei no andar de cima, deitadinha na minha caminha. Mágica? Acho que não. Desci as escadas procurando por , ele estava na sala, mexendo no celular e nem notou quando eu sentei no sofá, próxima a ele.
- Estamos num mundo paralelo ou o que? - ele disse ainda focado no celular. MAS O QUÊ...?
- O que quer dizer?
- Você sempre senta no outro sofá, longe de mim.
- É algum tipo de brincadeira com a minha cara?
- Claro que não. - ele encostou no sofá e pude ver algumas garrafas de bebida “escondidas”.
- Você tomou tudo isso nessa manhã?
- O quê? - seguiu meu olhar até as garrafas. - Ah, não, estão todas pela metade e eu bebi um pouco ontem.
- Estava bêbado ontem?
- Um pouco, por que o interrogatório?
- Você... não se lembra de nada.
- Eu lembro da gente discutindo muito, tipo, muito mesmo.
- Se lembra o porquê?
- Não. Só lembro que a Alice chorou e você despachou ela pra .
- Não se lembra de nada depois disso?
- Eu lembro que depois da discussão...
- Depois da discussão... - sabia que ele lembrava!
- Você dormiu no sofá e eu fiquei com remorso por isso. E também, você acordaria com dor nas costas e me culparia até morrer, ai eu te trouxe pra cama.
- Você não se lembra nada sobre... player 2?
- Jogamos vídeo game?
- Não, não. Esquece.
- Vem cá, por que está me perguntando até a cueca que eu estava usando ontem? Te xinguei tanto assim?
- Não se lembra de mais nada?
- PORRA, JÁ DISSE QUE NÃO!
- Nos beijamos. - eu soltei fazendo com que ele me olhasse e risse.
- Eu não estava tão bêbado, tá? Não apela.
- , eu juro.
- OW! ? Faz séculos que não me chama pelo apelido.
- Seu bêbado desgraçado!
- O quê?! Tá louca?
- Não fala mais nada! Vou busca nossa filha.
- Nossa filha? Quanto tempo eu dormi? - ele disse. Rolei os olhos e rumei para o quarto.
- Posso garantir que não a fiz com um vibrador, . - eu falei no meio do caminho.
CRETINO! Ele estava bêbado? Eu fui tão ingênua a ponto de acreditar naquele bêbado imbecil?! Eu quase fiquei noiva de um cara e ele não se lembraria no dia seguinte. Que burra! Ele estava com os olhos vermelhos pela bebida e não por estar chorando ou sei lá.
Parei o carro na frente da casa de , peguei minha bolsa e sai do carro marchando. Praticamente soquei a porta e ela atendeu com uma cara de assustada. Eu entrei na casa, me joguei no sofá e gritei, abafando o grito com uma almofada.
- Cadê minha filha, ?
- Ela saiu com a minha mãe, devem estar no parquinho da praça. Me conta porque está com essa cara, vai ser uma mulher divorciada?
- Não. Nós brigamos igual loucos, isso eu contei para você quando te liguei ontem, ai quando a Alice foi para sua casa, nós conversamos normalmente, ele pediu desculpas por ser um marido péssimo, ridículo e tapado. Ok, até ai tudo bem. Ele disse que mudaria e que prometeria isso, que seria o melhor marido e o melhor pai. , agora vem a melhor parte, senta aqui por favor se não você vai desmaiar. Ele me pediu em casamento, eu disse, que achava que era mais um joguinho para o pai dele ficar feliz. jurou que não, que era o que ele queria mesmo. , ele disse: “Quer ser minha player 2?” Você acredita em uma barbaridade dessa? Eu, claro, falei que iria pensar. Hoje, meu amor, você não vai acreditar no que aconteceu! Eu acordei, sentei ao lado dele e... O CRETINO NÃO SE LEMBRA DE NADINHA DE NADA! ELE ESTAVA BEBADO!
- ELE O QUÊ? - ela berrou.
- Bom, ele lembra que brigamos. Ai eu contei que tínhamos nos beijado e ele gargalhou na minha cara, falou que era mentira e que ele nem estava tão bêbado assim.
- Opa! Espera, pausa e rebobina a fita por favor. Vocês se beijaram?!
- Depois de 6 anos, nós nos beijamos! - iniciamos uma dancinha de adolescentes.
- Mamãe! - Alice chegou e correu me abraçar. - Você está bem? Você e o papai voltaram?
- Estamos ótimos, meu amor. Vamos para casa?
- Tá, eu vou pegar minha bolsa. - 2 minutos depois ela voltou. - Tchau tia!
- Tchau, pequena, você vai voltar para a gente brincar de novo né? - perguntou a abraçando.
Estacionei o carro na garagem, tinha algumas crianças brincando no parquinho perto de casa, Alice pediu para eu deixar ela ir brincar, fui até lá com ela e pedi para que uma vizinha minha, que estava lá com a filha, cuidasse de Ally. Voltei para casa, abri a porta e ouvi gargalhando. Andei sem fazer barulho até a sala e parei encostada na parede para saber com quem ele falava.
- , eu prometo que vamos nos encontrar hoje, tá? Vou fazer não sair com e ai nós ficamos ai na sua casa. Não inventa tá? A última vez que veio aqui, esqueceu seu sapato e o encontrou. Ah você não sabe o porquê que eu ainda não chutei da minha vida? Vou falar para você: primeiro, ela é mãe da minha filha. Segundo, meu pai me mataria se eu me separasse dela. Terceiro, ela correria para o meu melhor amigo, o que faria eu me distanciar do . Quarto, você é só uma vadia e sabemos que eu não poderia aparecer por ai como quem trocou uma mulher de verdade por uma biscatinha. Se ela fosse perfeita eu não estaria traindo ela com você. Ela é chata, tipo, não sabe curtir, ela é mãezona e... sei lá, ela já foi mais legal.
- Mas então, Nathan, - fingi que estava falando no telefone. - disse que eu sairia com o para podermos sair em paz. É, eu já combinei com o e tal. Não, eu vou até a sua casa dessa vez. vai ficar com a minha filha e... Nath, pode ficar tranquilo, ele nem desconfia, porque na cabeça dele eu sou a santa que não sabe curtir. Bom, eu vou desligar, deve estar dormindo. Tudo bem, até a noite. Ah, comprei uma surpresa nova pra você, vai ter que esperar para ver. Beijos. - entrei na sala com o celular na mão e fingiu que estava dormindo. - , estou indo trabalhar.
- O quê? Ah tá. - fingiu estar acordando. - Alice está na escola?
- Não, preferi que ela fosse só a tarde hoje. Você leva ela uma e meia?
- Levo. Tchau.
- Vou só trocar de roupa e já vou.
- Ah, você tem o número do Nathan, aquele cara que era da minha universidade?
- Não sei, devo ter. Por que o interesse?
- Não, nada. Só preciso acertar umas coisas com ele...
- Trabalho?
- É, quase isso. Você tem ou não?
- Eu te passo por mensagem tá? Eu estou muito atrasada!
Então sai da sala segurando a risada. Tomei banho, coloquei uma roupa que já estava separada e fui para o escritório. Antes de sair passei no parquinho e mandei Ally ir pra casa. Cheguei no trabalho, entrei no escritório de sem pedir, sentei na cadeira e comecei a contar para ele sobre a noite de ontem. Ele ria sem parar.
- Escuta , você tem o número do Nathan que jogava na NYU com vocês?
- Tenho. Vai ligar pra ele?
- Lógico! Podemos deixar nosso jantar pra amanhã?
- Tudo bem. - deu um sorriso meio triste de lado.
- Desculpa.
- Vai querer o número do Nath ou não?
- Quero, quero sim. Você acha que consegue levar para o local onde irei encontrar Nathan hoje?
- Claro! - ele ainda estava meio abalado.
- Anima, meu bebê!
- Só estou cansado. - meu celular apitou. - Pronto, você tem o número do Nathan. Agora eu tenho que te fazer uma pergunta...
- Claro, diga.
- Por que você se sujeita a isso, sabendo que pode ter o homem que bem quiser?
- Eu... vou voltar para minha mesa, quer café?
- Responde minha pergunta, . - ele disse num suspiro derrotado.
- Eu só quero que minha filha tenha uma família. - respondi.
- Você é a melhor família que ela poderia ter. - disse sincero.
- Você é tão lindo, sabia? - ele corou, abaixando a cabeça. - E muito fofo. Eu te amo.
- Também te amo, minha noiva linda!
- . - escutei a voz de atrás de nós. - A gente pode conversar, cara?
- Claro, entra ai. , nos dá licença?! - eu me levantei e sai de cabeça abaixada.
’s POV Gelei na hora que vi parado na minha porta. Ele esperou sair para fechar a porta. Eu estava meio estático, com um olhar assustado. Ele se sentou na cadeira e eu tentei relaxar.
- Vai, conta. - eu disse, me esparramando na cadeira.
- Ela não sai com você, não é? Me passa o número do Nathan, !
- Calma ai, do que está falando?
- Sua mãe vai cuidar da Alice hoje?
- Sim, eu e vamos jantar fora, se não se importar.
- Eu sei que ela sai com o Nathan e não com você. Anda, , me passa o número dele!
- O que você vai falar para ele, ?
- Sei lá, só quero saber se ele vai sair com a minha esposa hoje.
- Toma, liga ai. - estendi meu celular para ele, essa ia ser boa.
- Nathan! aqui, escuta, e eu estamos querendo nos reunir hoje a noite, você topa sair para tomar umas? Tem compromisso? Ok então, deixa para a próxima.
- Calma, , ele tem compromisso, mas pode não ser com a .
- Ele vai sair com a minha esposa! - levantou gritando. devia estar se divertindo ouvindo tudo. - de novo ele vai tentar roubar ela de mim.
- Quer falar baixo? Ela está logo ali... olha, fazemos assim, vamos sair nós dois, encher a cara...
- Claro. Me manda uma mensagem com o lugar? Tenho que ir trabalhar agora, até a noite.
Ele saiu passando direto por , que levantou correndo e veio até meu escritório rindo. Ia ser um longo dia....
Ela me disse em qual bar ia com Nathan e eu mandei uma mensagem para me encontrar no mesmo lugar. Avisei minha mãe que ela ficaria com Alice a noite e ela explodiu de alegria, ela adorava a menininha e a tratava como neta. Não vi muito durante o dia, tive algumas reuniões e adiantei muita papelada.
Quando estava indo para casa chamei e fomos juntos. Peguei Alice e já levei para minha mãe. Voltei para casa e fui me arrumar. me metia em cada coisa...
’s POV. Quando cheguei em casa, estava no banho. Deitei na cama e fiquei a esperando sair. Ela saiu com uma toalha rosa enrolada no corpo e usava uma branca para secar os cabelos. Entrou no closet e alguns minutos depois saiu com algumas roupas no braço.
- Aconteceu uma coisa engraçada, . - eu comecei.
- Tá falando comigo? - ela perguntou pouco se importando.
- Sim, você disse que ia sair com o , mas o engraçado é que eu vou sair com ele...
- Ah é? Nunca disse que ia sair com o ! Vou sair com a , vamos jantar.
- Ok, vou tomar banho. Tem um sapato seu embaixo da cama. – provoquei, indo tomar banho.
- Obrigada por avisar, mas pode jogar no LIXO! - ela berrou e eu ri baixo.
Tomei um banho rápido e quando sai, estava com um conjunto de lingerie preta secando o cabelo. A vi tirar a etiqueta do sutiã e jogar no lixo. POR QUE ELA ESTAVA COM UM CONJUNTO NOVO PARA SAIR COM A AMIGUINHA DELA? Eu entrei no closet, peguei uma camisa azul e uma calça jeans e vesti tudo. estava colocando o vestido e pediu para que eu fechasse a pulseira. Ouvi uma buzina e ela apenas saiu do quarto sem dizer uma palavra. Olhei pela janela e a vi entrando em uma BMW preta. Aquele. Não. Era. O carro. Da. .
Peguei meu carro e fui ao bar me encontrar com .
Estávamos sentados em uma mesa conversando e bebendo quando a vejo entrar de mãos dadas com Nathan. Meus olhos quase pularam para fora e ela nem me viu. ainda não tinha visto, ele estava pedindo mais cerveja para nós. Quando ela entrou foi como se todos os homens tivessem parado para olhá-la. Eu, não sei porque, mas levantei da cadeira. E então ela me viu. Tentou puxar Nathan para fora do bar, mas acabou que ele quem a puxou para dentro. Ela andava com cabeça abaixada, tentando se esconder. Quando a viu arregalou os olhos e abriu a boca.
falou algo no ouvido do imbecil e ele levantou mais rápido do que sentou. Os dois foram embora. A cerveja chegou e eu bebi tudo de uma vez só. Quando vi eu já estava mais do que bêbado e com uma mulher que eu mal conseguia ver no meu colo.
Quando cheguei em casa, abri a porta bem devagar, mesmo sabendo da possibilidade de não estar em casa. E ela não estava. Entrei na cozinha e enchi um copo de vodca pura e virei tudo goela a baixo. Ela ia me pagar por isso. Encostei na bancada da cozinha e bebi mais uns dois copos até que ouvi a porta abrir. Sai da cozinha e dei de cara com com uma cara de acabada. Ela não estava feliz, eu menos ainda.
- fez uma cirurgia de troca de sexo? – questionei, andando e fazendo ela se afastar.
- Desculpa. - ela sussurrou, com medo.
- Nunca mais faça isso! - perdi o controle e acertei um tapa em sua cara, o que fez ela cair e bater a bochecha na mesinha.
- Para! – disse, chorando sem forças com a mão no rosto.
- Você vai me pagar por isso! - eu me aproximei.
- Fica longe de mim, por favor. - ela encolheu a perna e foi ai que eu notei uma marca avermelhada se tornando roxa em sua coxa e uma em seu braço.
- O que é isso? - me referi as marcas e ela chorou mais. - RESPONDE.
- Foi o Nathan.
- Você transou com ele? - bati mais uma vez nela.
- Não! Quando ele tentou me beijar e eu disse que era só para te fazer ciúmes, ele me bateu.
E então de repente um surto de realidade me atingiu. Eu acabara de bater na minha esposa! Na mãe da minha filha! Ela apanhou de um outro cara! Meu Deus, o que eu fiz!? Por um segundo pareceu que todo o álcool do meu corpo sumiu e eu cai na real. Ela estava no chão com uma marca no rosto feita por mim e mais duas marcas feita por outro cara com quem ela nem queria estar. Foi quando um flashback tomou conta de meus pensamentos. passou a ter medo de mim enquanto estava no colégio porque quando eu bebia muito, eu acabava perdendo o controle e batendo nela.
Flashback (Mode On)
7 anos antes... A gente estava em uma festa de aniversário de uma das meninas da equipe de torcida na qual participava, ela era a capitã na verdade, ela era uma ginasta incrivelmente talentosa. Estávamos juntos há alguns meses, era legal para mim saber que eu namorava uma menina gostosa do colégio perto da NYU, minha universidade, mas não era nada legal os caras olhando para ela, MINHA garota.
Ela quis ir para a pista de dança com e eu fui com beber. E bebemos. Bebemos muito. Quando se é jovem, você se sente foda enquanto bebe álcool, se sente adulto, maduro. Mas na realidade é quando percebemos o quão imaturo somos.
Lá estava minha garota, dançando com a amiga dela, dançando inocentemente, porem sendo desejada por todos os que tinham olhos e um pinto. Foi quando Nathan se aproximou dela, nunca saberei o que ele disse, só sei que ela gargalhou. Minha visão já estava falhando, eu não via as coisas nítidas, mas o fato daquele imbecil estar perto dela me deixava puto. Levantei do banco deixando falando sozinho, fui até a pista, peguei pela cintura e a fiz abandonar a festa.
Ela era bem amiga da aniversariante, mas para mim aquela festa já tinha dado o que tinha que dar. Eu praticamente a joguei no banco do carro e entrei de cara fechada. Não tínhamos trocado uma palavra ainda, mas percebi que ela estava assustada pelo jeito que me olhava.
- , o que foi isso? A festa estava muito boa!
- Percebi... – respondi, acendendo um cigarro.
- O que quer dizer? - ela pegou meu cigarro e jogou pela janela.
- Não se faz de sonsa, eu vi você e o Nathan!
- Já que viu sabe que não nada demais, ele veio me falar que...
- Não quero saber! - eu disse sério.
- Me deixa dirigir! Cuidado com o carro! - ela berrou, me fazendo desviar e parar o carro.
- Você não tem vergonha de si mesma?
- Por que eu teria?
- Deixa eu ver, você é uma putinha líder de torcida, não respeita a si própria, quem dirá seu namorado.
- , eu já disse que ele não me disse nada desrespeitoso.
- Vai se foder!
- Cala a boca! - ela berrou comigo e foi quando eu lhe dei uma tapa na cara.
- Nunca mais grita comigo, merda de menina, entendeu?
Ela assentiu abaixando a cabeça com uma mão onde eu tinha batido. Eu fiquei com remorso por ter feito aquilo, o que me deixou mais nervoso. Sem querer, acabei descontando nela novamente e dei um murro na sua coxa.
- Agora vai ter que usar roupas longas para esconder essa marca. Ou não, mostre a todos quem é o seu dono! - eu disse, estralando os dedos.
- Idiota. - ela sussurrou.
- Como é? Você gosta de apanhar? Gosta? - dei mais um tapa em seu rosto molhado de lagrimas.
- Não... - seu sussurro saiu mais baixo ainda.
- Então você me respeita, vadia. Se não aprender por bem, vai aprender na porrada.
Não sei como ela não me deixou naquele momento. Ela me amava. Ela estava disposta a viver de um jeito que não merecia se pudesse viver comigo.
Flashback (Mode Off)
Sentei no chão com a mão no rosto, aquela vez, 7 anos atrás, não havia sido a única, mas ela ainda assim se sujeitava a continuar comigo. Não sei se era pela Alice, mas ela continuava ali. Ela não conseguia me olhar, nem se quer se mexia. Só a vi levantar apoiada na parede olhando para o chão, totalmente indefesa, totalmente assustada e subir as escadas. Eu nem me atrevi a subir, eu estava com vergonha de mim, arrependido. Ela nem se quer beijou o cara, apanhou dele e quando chegou onde se sentia segura, apanhou de mim.
Senti uma claridade me incomodando, eu havia dormido no sofá da sala de estar e a janela estava aberta. Sentei com dificuldade e abri o olho devagar. Olhei para janela e me assustei quando vi Alice parada ali com uma xicara na mão.
- Você me assustou. - eu disse, seco.
- Minha mãe mandou eu te trazer café. - ela me entregou a xicara e sentou ao meu lado.
- Tá.
- De nada, papai. Você e a mamãe brigaram de novo, não foi?
- Por que diz isso? O que a sua mãe te falou?
- Nada, mas você dormiu aqui e ela disse “” e não “papai” como costuma dizer.
- Toma, leva a xicara de volta. Diga a ela que estava horrível.
- Por que você não é legal com ela, papai? Ela gosta de você, sabia? E a mamãe é legal.
- Você não sabe de nada, Alice, sai daqui.
- Eu também gosto de você. E eu também sou legal. - ela disse baixo, voltando para a cozinha.
- Me traz algo para comer, Alice.
Um tempão se passou e nada dela voltar. Levantei do sofá e fui até a cozinha. estava lá lavando a louça e cantarolando alguma música. Encostei em seu braço e ela assustou, se encolhendo logo em seguida.
- Olha, eu queria lhe pedir... - eu gelei assim que vi um roxo no seu olho.
- Licença. - pediu para se retirar, deixando o resto da louça na pia.
- Toda. - respondi derrotado vendo-a sair.
Pela primeira vez, ela não tinha feito nada para eu comer. Abri um pacote de bolacha e subi comendo. Quando entrei no quarto, estava na frente do espelho cobrindo o roxo com maquiagem e Alice estava sentada em nossa cama com um Mickey na mão contando animada para a mãe como tinha sido passar a noite com a mãe do .
- E ai, mamãe, a vovó me deu bolo, foi muito legal. Eu dormi na cama que era do tio, ela me contou uma história e também mostrou fotos de quando vocês eram menores.
- É, filha? Que legal!
- Você parecia ser feliz, mamãe.
- Eu sou feliz ainda, meu amor!
- Você só não está feliz hoje?
- Eu estou com dor de cabeça só, princesa. Vai se vestir para irmos pegar a tia , mamãe deixou sua roupa separada, tá? - Alice passou por mim e eu a segui até seu quarto.
- Alice, você sabe o que sua mãe fez no rosto? - perguntei.
- Sei, ela achou que a porta da varanda estava aberta e deu de cara no vidro.
- Sei... - virei as costas para sair.
- De nada, . - ela me chamou pelo nome e eu estranhei, mas voltei para o meu quarto.
- Eu queria te pedir desculpa. - disparei rápido, sem olhar para ela.
- Ah, ok. - disse sem se importar.
- , eu lhe pedi desculpas.
- Eu ouvi. - ela saiu pelo quarto já pronta para sair e eu fiquei lá estático, sem saber o que fazer. Um tempinho depois ouvi o barulho da Range Rover branca dela sair pela garagem. Eu precisava da . Tomei banho, coloquei uma blusa e uma bermuda qualquer e fui até a casa dela.
- Vindo fazer uma visita surpresa, meu amor? - ela me questionou assim que passei pela porta.
- Achei que você ia gostar. - eu disse, jogando as chaves na estante.
- Adorei. Cansou da sua “ mulher de verdade”?
- Já faz muito tempo que eu cansei dela. Vamos para o quarto, vai, vamos pensar só em coisa boa.
O quarto de tinha uma janela de vidro bem grande, naquele dia as cortinas estavam abertas. Fui andando até lá, ainda a beijando para fechar a cortina. Paramos na frente da janela e ela se ajoelhou na minha frente para fazer você sabe muito bem o que. Olhei para baixo e vi o que eu nunca esperaria ver no Brooklin. . Sim, parada bem debaixo dos meus olhos, me olhando incrédula. Tentei parecer que não estava dando a mínima ou que não a conhecia, sei lá, apenas dei um sorrisinho de lado e uma piscada e fechei a cortina. Ali eu havia reassinado o tratado de guerra. Sabia que ela não deixaria barato.
’s POV Estávamos indo com o meu carro para a casa da mãe da . Ela morava no Brooklin então era meio que uma viagem ir de Nova York até lá. Alice estava no banco de trás com seu Mickey me contando algo que tinha acontecido na escolinha um dia desses, confesso que eu não estava prestando atenção. Do jeito que eu estacionei o carro e a soltei da cadeirinha, ela saiu correndo até , que nos esperava lá fora, e as duas entraram conversando. Eu voltei para o carro para pegar minha bolsa.
Estava entrando na casa quando lembrei que não travei o carro e diga-se de passagem, era algo super necessário para uma Range Rover no Brooklin, não que eu seja preconceituosa. Olhei para a frente e vi um Porche, um preto, estacionado na casa da frente, olhei analisando a casa, desculpa, mas eu queria saber como aquela pessoa tinha comprado um Porche!
Foi quando eu vi um casal se beijando loucamente. A mulher foi descendo lentamente até parar na direção do cinto do rapaz. Se a curiosidade matou o gato eu não sei, mas quase me matou. O tal rapaz que estava a ponto de receber uma bela de uma chupada era meu marido. Claro, , o tal Porche era igualzinho ao dele! Eu estava horrorizada, paralisada, boquiaberta. O desgraçado olhou para mim, deu uma merda de um sorriso e ainda piscou. Logo em seguida, fechou a cortina e se entregou para a biscate dona dos saltos baratos que estavam de baixo da minha cama. Eu fiquei parada ali, até vir ver se eu precisava de ajuda.
- Amiga, olha o carro da frente. - eu disse perplexa.
- Olha, a arrasando de Porche, que isso! - ela comentou com a mão na cintura.
- É o carro do .
- Não, minha mãe disse que vire e mexe tem um carrão preto parado aqui... ai caraca!
- Pois é.
- Caralho, , eu sinto muito! Mas... pode ser que não seja ele!
- Eu o vi. Ainda o vi recebendo um boquete dessa ai.
- Eu estou sem ter o que falar. Vem, vamos entrar, alimentar essa merda dessa gata da minha mãe e vamos embora daqui.
- Vou ficar aqui fora, odeio gato.
- , você sabe que a Ally vai enrolar para brincar mais com os filhotes...
- Eu vou esperar aqui fora, preciso ficar sozinha.
Na realidade eu só queria ter a chance de me encontrar com . Fiquei ali olhando para a janela por uma meia hora, até que ouvi a porta se abrir. A tal era bonita, loira... Olhei para baixo encontrando minha barriga ainda lisinha, mas minhas pernas já não estavam como eram antes... merda, fui trocada por uma loira! Ela era o oposto de mim, era loira, branca, olhos castanhos, um pouco baixa, o corpo era mais curvilínea... isso me irritava tanto! Era como se ele odiasse tudo que eu sou!
deu um beijo de despedida nela. Um beijo. Ele nunca me dá beijos. Muito menos de despedida. Ele nem se despede. Ela segurou ele, fazendo o beijo se aprofundar e eu quase berrei de ciúmes. fingiu que nem me viu, entrou no carro e foi embora. olhou para mim, em seguida olhou mais a fundo, e Alice estavam vindo.
- Boa tarde, ! - cumprimentou. - queria que tivesse conhecido meu namorado!
- Deixa para a próxima... - ela respondeu meio sem jeito. - Vamos Alice.
- Que menina linda! Quando você vier novamente, bate aqui para você brincar com o meu irmão, vocês parecem ter a mesma idade, princesa.
- Ally, vem com a mamãe, vamos embora, filha. - eu disse finalmente.
- Sua filha é linda. - a filha da puta é simpática ainda!
- Obrigada, são seus olhos. - que eu vou arrancar com um garfo logo...
- Tchau, meninas. - e então ela entrou.
- Que vadia! - eu disse.
- Eu sei, ela é legal... - comentou pegando Alice no colo.
- Até demais... eu a odeio.
- Vamos te arrumar um namorado! Eu te contei que eu conheci um cara MARAVILHOSO que gosta muito de morenas?
- A gente pode conversar sobre isso longe da minha filha?
- Para onde vamos agora?
- Para a minha casa.
- vai estar lá? - perguntou aflita.
- Não sei, , não esquenta.
Estacionei o carro, o Porche de estava parado ali também. Entramos em casa, Alice arrastou a tia até seu quarto para mostrar seus brinquedos pela enésima vez. Eu entrei no meu quarto para colocar uma roupa confortável, estava dormindo, como se não tivesse transado 20 minutos atrás. Eu tirei minha roupa e me olhei no espelho arrumando o cabelo, lembrei do cabelo loiro da . Peguei uma camisa de que estava jogada no quarto e a vesti, ele não ia gostar, porem...
Fui no banheiro, lavei o rosto sem me olhar no espelho e voltei para o quarto, tinha acordado. Ele me olhou com os olhos azuis arregalados e eu não entendi o porquê, mas não queria conversa com aquele traste asqueroso. Entrei no quarto de Alice e , quando me olhou, arregalou os olhos também.
- Ok, teve a mesma reação, o que tem de errado comigo? - perguntei.
- Seu olho...
- Mamãe bateu o rosto no vidro, tia. - Alice disse o que eu a contei e pareceu não engolir.
- Ally, vai lá com o papai, vai. – pedi, sorrindo.
Ela saiu do quarto e foi até o meu, e eu descemos até a sala de estar. me olhava com uma cara muito desconfiada e eu apenas abaixei a cabeça.
- me bateu e eu bati o rosto na mesa. - disse simplesmente.
- De novo? - o olhar dela era de dó.
- Não tenha dó de mim. Enfim, eu sai com Nathan, como eu tinha te dito que faria e ai, a hora que ele tentou me beijar, eu recuei e disse que eu havia o chamado para sair para fazer ciúmes no . E então ele surtou. Me xingou enquanto segurava meu braço super forte e deu um soco na minha coxa. E, para o eu disse que tinha saído com você, mas fiz o levar no bar, então ele me viu com Nathan, eu amarelei na hora que o vi, ai eu disse ao Nath para irmos embora fazer sexo. Eu cheguei em casa acabada, me xingou por eu ter dito que ia sair com você e bateu no meu rosto, quando ele viu a marca que Nathan tinha feito em mim, achou que tínhamos transado, então me bateu de novo.
- Por que você continua com ele? Não lembra do aniversário da...
- Eu lembro, , eu só quero que a Alice tenha uma família. Bom, deixa eu ir dar uma olhada nela.
Subi as escadas sem ouvir nenhum barulho, cheguei no meu quarto e vi Ally e dormindo lado a lado. Entrei no banheiro, tirei minhas lentes e fui em busca dos meus óculos. Minha visão estava embaçada, estava difícil de ver. POR QUE EU NÃO APRENDO A PEGAR O OCULOS ANTES DE TIRAR A LENTE?
- Procurando seu óculos? - apareceu na porta do banheiro.
- Sim. - tentei falar o menos possível com ele.
- Toma. - ele me entregou o óculos e pude ver ele com o tal sapato da tal na mão.
- Valeu.
- Eu já volto.
- Foda -se. – sussurrei, prendendo meu cabelo.
saiu com os sapatos na mão, ele queria guerra, ele teria guerra. Isso significa guerra, meu bem. Desci as escadas procurando , ela estava na cozinha bebendo agua.
- Viu saindo? - perguntei.
- Vi, ele parecia feliz.
- Ele saiu para voltar para a biscate! Ele declarou guerra, , eu aceito essa guerra e vou ganhar custe o que custar.
- Isso vai custar seu casamento, .
- Eu não tenho nada a perder, não tenho casamento há um bom tempo. Me arruma um jantar com o tal cara que gosta de morenas.
- Agora está falando a minha língua! Amanhã?
- Não, marca para nos encontrarmos na boate no sábado.
- Eu estou tão feliz por isso!
- Você não tem um encontro hoje, não?
- Tenho! Vou indo, qualquer coisa me liga. Boa noite, amiguinha, te ligo depois que falar com o cara que gosta de morenas.
- Cara que gosta de morenas? - apareceu na cozinha enquanto saia de fininho.
- Você não pode passar nem uma hora fora de casa transando com a ? Ela não aguenta mais que meia hora? - eu disse bufando.
- Como é?
- É isso que você ouviu. - eu falei, cortando cenouras. - “She got a body like an hourglass but I can give to you all the time. She got a booty like a Cadillac but I can send you into Overdrive...” - cantarolei de costas para ele e o senti grudado a mim.
- All the time? - ele sussurrou no meu ouvido. OI?
- Fica longe de mim, .
- Não fala assim com o seu marido, . - ele me virou e me beijou.
ME BEIJOU? E o pior é que ele nem estava bêbado! Ele me pegou no colo, me sentou no balcão fazendo a fruteira cair no chão, mas mesmo assim não paramos. colocou uma de suas mãos dentro da minha blusa enquanto a outra puxava meu cabelo para dar espaço para ele dar um chupão no meu pescoço. Alguém me explica o que estava acontecendo ali? Era o fim de uma guerra que eu nem cheguei a entrar direito?
Enfiei minha mão por baixo da blusa dele e arranhei, fazendo-o suspirar. Ele me pegou no colo novamente e, sem desgrudar sua boca da minha, rumou até nosso quarto. Paramos assim que vimos Alice dormindo na cama. Dei um jeito de descer de seu colo e me recompor. Dei meia volta e sai do quarto para voltar para a cozinha. me puxou pelo braço e novamente nos beijamos, ele nos guiou até o quarto de hospedes e... bom... nós transamos. Estávamos deitados um do lado do outro, nus, cobertos pelo lençol branco, sem dizer nada porem com muito a ser dito.
- É, foi bom. - ele disse sentando na cama. - Mas já tive melhores.
- Você nunca consegue me dizer uma coisa legal? - questionei deitada, virando de costas para ele.
- Quando você merecer, eu direi. - ele se levantou, vestiu sua cueca e saiu do quarto.
- , - eu o chamei. - Você terá a guerra que você tanto quer.
- Não imagina o medo que tenho de você...
- Pois devia. - ele saiu rindo. - Eu te odeio, !
- Guarda isso para o seu diário.
E ele me deixou deitada nua na cama como se eu fosse uma puta que ele comia e ia embora. Faça isso com a , , faça com a sua Amante, não com a sua esposa, imbecil! Vesti minha roupa e fui para o meu quarto. Entrei no banheiro, liguei para e contei o ocorrido. Depois, voltei para o quarto e deitei com Alice. Deu a hora de eu ir para a academia, falei para Alice ir ficar com o na sala de TV e fui me arrumar. Depois de pronta, parei na porta da sala e os dois me olharam.
- Eu estou indo na yoga, pode ficar com a minha filha por 2 horas?
- Yoga? Que merda você está falando?
- Pode ficar com ela ou não?
- A Yoga dura 2 horas? É muita coisa não acha?
- Acho que não lhe diz respeito quanto tempo dura minha aula.
Depois de uma puta de uma aula, fui até a Starbucks e pedi um frapuccino de caramelo. Enquanto eu bebia, fui pensando a respeito do que faria com , mas a única coisa que eu conseguia pensar era a respeito do que aconteceu no quarto de hospedes, fazia tanto tempo que eu não fazia sexo... ai, chega de papo de tia velha.
Peguei o carro e fui para casa. Parei na garagem e o carro de ainda estava parado lá, do jeito que ele era, o meu medo era que ele deixasse Alice sozinha para ir se encontrar com a Vagaba. Entrei em casa e Ally veio correndo me abraçar. Calma, por que ela não estava de pijama como da última vez que a vi?
- Mamãe, papai me levou para conhecer a Tia ! Ela é muito legal! Eu amei ela! - Alice contava animada e eu queria dar um murro na cara de .
- Ela é legal? Que bom, filha. - eu respondi entre dentes. apenas levantou uma sobrancelha, eu vou matar ele!
- É, e o papai disse que vai trazer ela aqui um dia!
- Seu pai é o máximo não é mesmo? Com licença. - eu disse indo direto para o quarto.
tinha indo longe demais, apresentar a amante dele para a MINHA filha?! Quem ele pensava que era para fazer algo assim? Quem ele pensava que era para fazer minha filha amar a merda da amante biscate dele? Por que eu estava chorando? Não há motivos para chorar, , ela é só a vadia, você é a mãe e a esposa, relaxa. Sentada na cama chorando sem algum motivo, nem percebi quando entrou no quarto. Ele sentou do outro lado da cama e não disse mais nada.
- escuta, - ele começou - eu não sabia que isso ia te de deixar tão chateada.
- Você fez de proposito, . Eu quero o divorcio.
- Você quer, mas não vai ter. - ele se levantou e se ajoelhou na minha frente. - olha, eu já te disse que não pode fazer isso. - beijou minha mão e continuou - por favor, eu já tenho 26 anos, mas meu pai me mata se a gente se separar! Eu imploro, eu nunca mais levo sua filha para ver a , me desculpa.
- Tudo bem, . É o seguinte - disse levantando - você pediu guerra, eu entrei nessa guerra, mas não coloquei a minha filha no meio, não se meta com ela , eu juro que sou capaz de não só pedir divorcio como ter uma bela de uma conversa com o seu papai a respeito desses 6 anos e de também. Eu te deixo sem família, sem dinheiro, sem herança, sem casa, eu vou foder com a sua vida se você usar minha filha novamente, !
- Eu entendi, não vou mais meter a Alice em nada, eu prometo. Eu vou deixar a sua filha em paz
A semana passou voando e, antes que eu me desse conta, lá estava eu em uma boate com cara que gostava de morenas. Ele era MARAVILHOSO. Pensa no ser humano mais bonito que você já viu na sua vida, multiplique por ele mesmo e adicione um Zac Efron, um David Beckham e um Ian Somerhalder. Este era o cara.
Havia deixado Alice com o , já que estava junto conosco acompanhada de um “amigo” dela, Josh algum sobrenome que eu não me dei ao trabalho de decorar. Ele era um amor também, pelo que sei eles saíram algumas vezes, mas ainda não era serio.
Estávamos na varanda da área vip, como o DJ era muito bom, a maioria estava na pista de dança, sobrava eu, o cara, cujo nome era Sean, e mais uns 2 casais lá fora. Lá era mais tranquilo de conversar e querendo ou não eu tinha que contar a ele que eu tinha uma filha e um marido. Se isso ia espanta -lo eu já não fazia ideia, mas Alice era uma parte muito importante da minha vida e se ele não a aceitasse, eu mesma o espantaria.
- então... você está maravilhosa! - ele iniciou a conversa sorrindo. Que sorriso lindo.
- Obrigada, você também. Sean, eu tenho que te dizer uma coisa.
- Diga, tudo que quiser. - me respondeu se sentando em um banco que tinha lá.
- Eu... tenho uma filha. E sou “casada” - fiz aspas com o dedo.
- Como? - ele saltou do banco. - você disse que tinha 23! E eu não fazia ideia que você tinha um marido, me desculpe.
- Não, deixe eu explicar. Eu tive Alice com 17, ela tem 5 agora. E ai o pai do , meu marido e pai dela, nos obrigou a casar pelo menos no papel. E tem uma amante, é o nome dela. Esses dias mesmo eu peguei ela chupando ele, mas isso não vem ao caso. Bom, na época do colégio eu o amava MUITO, ele era mais velho e era o fodinha da cidade ter um banco. Começamos a namorar e eis que surge Alice, não posso dizer que é o pai dela, ele só contribuiu para que ela fosse gerada, mas de resto é só um encosto. Enfim, nós somos casados, mas não temos uma relação, e também não temos uma aliança, porque ele é um infeliz que... desculpa, eu tenho uma síndrome de achar que todos são psicólogos e eu desembesto a falar.
- Posso não ser psicólogo, mas pode falar comigo! - eu sorri e ele me deu um selinho que tomou profundidade. - e então, quando eu conhecerei Alice?
- Quer mesmo conhece -la? - perguntei estranhando.
- Claro, claro que sim! Se ela puxou a linda mãe que tem, deve ser uma princesa.
- ? - ouvi uma voz atrás de mim e me virei. Oi?
- ! O que faz aqui? Onde está ? E o mais importante, onde é que você deixou a minha filha? - eu devia estar com um olhar de louca, com razão!
- A Alice está com a minha mãe, relaxa.
- Você veio com quem? Não me diga que veio com o ?
- Bom...
- Olha só! - ouvi uma voz enjoada se aproximar. ! - olá, esposa traída!
- Oi, seja lá o que você for. - respondi rolando os olhos.
- Ah, quase esqueci! Eu acho que te vi na Macy’s! Foi lá que comprou essa roupinha?
- Oi? - cai na gargalhada - você compra na Macy’s? E respondendo sua pergunta, a menos que lá venda Christian Louboutin e Balmain, não, eu não comprei lá. É uma pena que não posso afirmar o mesmo a respeito desse seu “traje”.
- Quem é o cara, ? - questionou chegando mais perto e pegando no meu braço.
- Ciúmes agora, querido marido? Quem ele é e o que é para mim não lhe diz respeito, amorzinho.
- Você é casada!
- E você também, mesmo assim anda com essa putinha ai enrolada no seu pescoço como se fosse um adereço, que é o que ela realmente é.
- Podemos conversar em particular por um segundo?
- Claro! Claro que não, querido marido. Se me dão licença, Sean e eu vamos dançar. Vem , junte -se a nós. - eu dei a mão para Sean e e os puxei até a pista.
De onde estávamos eu podia ver tentando beijar e ele se esquivando para poder nos observar. Era uma sensação tão maravilhosa vê -lo daquele jeito olhando para a gente, eu tinha até pena e era por isso que era tão maravilhoso. se arranjou com uma ruiva linda que passou por nós e agora se atracava com ela perto do bar.
Sean me beijou e eu deixei que acontecesse. Abri os olhos o mínimo que consegui para dar uma checada em e lá estava ele engolindo a sirigaita. Nojo. Cortei o beijo e pedi para que ele trouxesse uma bebida para mim, ele apenas assentiu sorrindo e foi até o bar. Nem deu tempo de eu piscar direito e surgiu na minha frente.
- desde quando você tem permissão para frequentar esse tipo de lugar? - ele sussurrou no meu ouvido.
- Bom... desde que eu atingi a maioridade. - respondi seca o empurrando para um pouco mais longe de mim.
- Você nem imagina o quanto isso vai lhe custar...
- , você pediu guerra! No amor e na guerra vale tudo. Aceite isso. E também se eu não posso sair com um amigo, você não pode sair com a boqueteira! E por falar nisso, onde está a sua prostituta particular? Chupando alguém?
- Não te interessa onde ela está.
- Escuta, quero fazer uma pergunta. O que ela tem que eu não tenho?
- Eu até te responderia, mas não tenho a eternidade. - ele saiu rindo. QUE ODIO!
Ódio nada, porque também que eu fui fazer uma pergunta dessas? Perguntinha típica da traída! BURRA! E bom, eu precisava fazer uma coisa: ou manter longe de bebida, ou mante -lo longe de mim, porque se não isso me custaria caro mesmo. A julgar pela cerveja que ele tinha nas mãos naquele momento, era mais fácil EU ficar longe dele.
Sean voltou com as bebidas e ficamos um bom tempo dançando. Até voltarmos para a varanda. Lá dentro estava abafado demais!
- você e seu marido não parecer se dar nada bem - ele comentou.
- e eu? Magina! Somos ótimos amigos! - tentei parecer verdadeira. - não colou nadinha, não é mesmo? A gente vive em pé de guerra. Mas eu costumava a ser café com leite nas guerrinhas dele. Ele fazia o que bem entendesse e eu apenas abaixava a cabeça e concordava.
- Por que não se separam?
- Eu não me separo pela minha filha, ele não se separa pelo pai dele.
- Você é tão bonita para viver assim.. - ele ficou envergonhado - enfim, você trabalha?
- Sim, eu... sou... secretaria. E aquele louco ali que tá pegando uma ruiva, é meu chefe e meu melhor amigo.
- E o ? Ele faz oque?
- Ele é MUITO bom no basquete, já recebeu inúmeras propostas para jogar fora, mas o papaizinho dele não deixa ele sair de perto da amada família. Na verdade, é bom em tudo que ele faz, o pai dele é dono do Banco , ele trabalha lá. “Trabalha”. Ele fique em casa e vai pro trabalho quando ele bem entende.
- Você gosta dele, né? - ele sorriu de lado para mim.
- O que? Eu o odeio!
- Sei sim... - ele riu. - me da um beijo vai. - me puxou pelo braço e nos beijamos.
A noite passou muito bem. Sean me deixou em casa. Destranquei a porta com um pouquinho de dificuldade, afinal eu estava um pouquinho bêbada, subi as escadas e percebi que não estava em casa. Mandei uma mensagem para perguntando se estava tudo bem com ele e ele apenas me respondeu rindo e dizendo que estava com ele, vomitando, mas ficaria bem. Ele disse também para eu ir buscar Alice na mãe dele quando eu acordasse.
Já passava das 5 horas da manhã. Lembrei que fazia 4 anos que meus pais haviam morrido em um acidente de carro. Além disso, fazia 6 que eu nem ao menos os via. Depois que eles descobriram que eu estava gravida, me jogaram para a família de e me mandaram pastar. Surpreendentemente, eu fiquei com metade de todo o dinheiro que eles tinham e meu irmão mais velho com outra metade. Graças a esse puta dinheiro, eu não sou uma mendiga. Graças a herança e a família de , mas isso não conta. Nick, meu irmão, era outro que eu não via a 6 anos, quando meus pais me jogaram para fora, eu e ele tivemos uma briga por ele não ficar do meu lado e concordar com nossos pais, ai combinamos de não nos falarmos mais.
Deitei na cama pensando em meus pais e adormeci deste mesmo jeito. Logo que acordei, fiz café e comi algumas torradas com manteiga. Subi para tomar banho. Fiquei uns 40 minutos enrolando em baixo do chuveiro, depois me sequei, sequei meu cabelo ainda enrolada na toalha. Me arrumei, peguei a mochila de escola da Alice e fui busca -la na casa da mãe de . Já deixei ela na escolinha e fui para o cemitério depois de comprar flores.
No caminho, liguei para avisando que eu ia me atrasar e ele apenas resmungou e desligou o telefone. Alguém tinha acabado de acordar... já era de se esperar, quem sai de domingo e vai trabalhar na segunda? Cheguei no cemitério e fui caminhando lentamente até o tumulo dos meus pais.
Deixei as flores entre as duas fotos e fui trabalhar. estava deitado no sofá dormindo. Deitei em cima dele e ele pulou de susto, fazendo eu cair no chão. Nós dois caímos na gargalhada.
- , você tem um reunião em 20 minutos. Acorda e da um jeito nessa cara.
- Café. - ele resmungou.
- Eu trago um café, enquanto isso, vai lavar o rosto e dar um nó decente na gravata.
Desci até a copinha, preparei um café bem forte para ele, peguei um cupcake que tinha lá e subi para o andar do . Olhei para ver se ele estava vindo, como não, abri meu armário, revelando um frigobar vermelho. Peguei um energético e fui esperar ele na sala dele. Não demorou muito para ele chegar mais apresentável. Ele tomou um gole do café e fez uma careta. Esqueci de por açúcar! Estendi a lata de energético para ele, que levantou a sobrancelha estranhando.
- temos Red Bull na copinha? - ele questionou antes de tomar um gole.
- Sim... - tentei parecer verdadeira.
- Não temos não! Onde arrumou isso?
- Eu trouxe de casa.
- Mas continua gelada!
- Ok, não posso mais esconder isso de você. Já escondi por 5 anos. Eu tenho um frigobar no meu armário.
- Yes! Fiz você confessar! Faz um tempão que eu percebi. Sua agua sempre está geladinha!
- Vai, termina logo isso. O cara logo vai chegar.
- Certo... o cara. Quem é?
- Hm... Bill Anderson. Da Anderson Interprices.
- Ok. vou espera -lo no lado de fora da sala, conversando com você.
- Então vamos.
Ficamos uns 10 minutos conversando, quis ver meu frigobar, ele amou. Um senhor já de idade, acho que tinhas uns 60 anos, saiu do elevador e veio até nós de braços dados com uma mulher de já uns 40 anos, mesmo assim era linda. Eu abaixei a cabeça para terminar de responder um email quando ouço a tal mulher dar um “suspiro” surpreso. Me assustei e olhei para ela.
- é a mulher mais linda que eu já vi em anos! Por favor não me diga que esse olho azul maravilhoso é lente! - disse chegando perto de mim com os olhos arregalados.
- Eu? Obrigada, eu acho. E não, não é lente. - respondi sem saber o que responder. Além do mais ela estava segurando meu rosto com as duas mãos.
- Meu Deus, Bill, olha! Menina, quantos anos você tem?
- 21.
- Maior de idade, ótimo! Sem filhos, sem marido, se interessa em ser miss Estados Unidos?
- Bom... na verdade eu tenho uma filha e eu sou casada.
- Merda! Já trabalhou de modelo? Quanto tem de altura? Parece ser alta.
- Na verdade já sim. Eu tenho 1 e 75 de altura.
- Ótima altura! Perfeito! Suficiente!
O tal Bill e assistiam toda nossa conversa, até indicar a entrada da sala ao senhor e eles sumirem atrás da porta preta.
- bom, eu não posso sair de Nova York, não agora.
- Estamos na cidade onde tudo pode acontecer! Vou arrumar ensaios fotográficos para você.
- Mas...
- Mas nada! Alias, meu nome é Lilian, pode me chamar de Lily e você é...
- Ah, sim. . . Ou .
- Vem , vamos aproveitar a reunião deles dois e sair para tirar umas fotos para eu poder mostrar a algumas pessoas e te arranjar emprego.
- Tenho que ver se está tudo bem para o Senhor . - levantei sendo medida de cima a baixo e fui bater na porta, mandou entrar, então abri a porta - Senhor , Lilian e eu podemos dar uma volta enquanto os senhores estão em reunião?
- O que? Ah, claro, pode ir. Qualquer coisa me avisa.
E então sai com aquela mulher doida. Ela me levou até um fotografo que fez uma espécie de foto 3x4 só que sorrindo e impressa em uma folha maior. Fomos até a agencia de modelos que ela era dona, ela fez uma ficha para mim, mediu com uma fita medrica minha coxa, minha bunda, meu peito, minha cintura, enfim, tudo.
Voltamos para o escritório e como se fosse combinado, e Bill saíram da sala e deram um aperto de mão. Assim que Lily e o marido saíram, contei ao tudo o que tinha acontecido e ele pareceu animado, porem cansado. Ficamos jogados do sofá cochilando até dar a hora de ir embora. tinha zilhões de coisas para fazer, mas ele estava sem condição nem de desenhar um sol.
Peguei minhas coisas, fui buscar Alice na escola e voltamos para casa. O carro de estava parado na garagem como de costume. Parei na porta procurando a chave e ouvi o barulho de algo sendo quebrado. Assim como eu, Ally se assustou. Ouvi outra coisa quebrando. Peguei meu celular, liguei para e pedi para ela vir pegar Alice. Em 5 minutos ela estava ali na frente, pedi para ela levar minha filha para jantar e me avisar quando tiver voltando.
Eu estava com medo de ter algum ladrão em casa ou algo pior, liguei para e mesmo desmaiando de sono ele foi me socorrer. Ele saiu do carro com uma arma na mão, o que me deixou mais assustada ainda. destranquei a porta e olhei para ele.
- vamos acabar com esse merdinha! - ele disse girando a arma no dedo.
Do andar de baixo vi um porta retrato sendo jogado para fora do meu quarto e se estraçalhando na parede do corredor. Subi as escadas atrás de , que apontava a arma para frente. Paramos na porta do meu quarto, eu estava atrás dele, então não via nada. Mas se abaixou para desviar de algo, algo que atingiu minha cara. Graças a deus era meu travesseiro. Eu o ouvi gargalhar e se jogar na minha cama. estava surtando!
- ela. Tem. Um. Amante. - ele gritava jogando coisas no chão.
- ! Sean é um amigo, não meu amante. E eu nem quero mais vê -lo - eu expliquei com medo indo me proteger perto do .
- Cala a merda da boca, .
- Ei! Não fala assim com ela, cara, você tem a . - me defendeu.
- A ! Ela tem um amante!
- Opa! - eu exclamei sorrindo - sua amante tem um amante! - me joguei na cama rindo.
- Mandei calar a bosta da boca!
- Ok. WOW! O que é isso no seu rosto?
- O amante dela, que na verdade é o namorado, talvez seja mais forte que eu...
- Ele bateu em você? - arregalei os olhos.
- Bateu.
- Vem, senta aqui na minha frente, deixe -me ajudar você.
- Ok. - ele sentou virado para mim - parece que o dormiu.
- Hoje... eu recebi uma proposta de trabalho. Ela chama Lily e me convidou para ser modelo.
- Uau, amor, isso é ótimo... . - amor?
- É, é ótimo. Bom... não foi nada, só deu uma cortada internamente. Vai sarar. - dei batidinhas do rosto dele. - quer uma taça de champanhe?
- Champanhe é para comemorar.
- Exatamente.
- Não estou comemorando nada.
- Tequila?
- Agora falou minha língua. Vamos para a cozinha.
Viramos uns 8 shots de tequila com limão e sal. Já estávamos tontinhos.
- você é linda sabia? - ele disse se aproximando.
- O que você quer? - questionei desconfiada.
- Só dizer o quão linda é minha esposa.
- Para, . - falei o afastando de mim - eu duvido que você aguenta mais 5 shots!
- Vou tomar e vou tomar seguidos. - e foi o que ele fez. - agora eu duvido que você beba mais 5 também.
- Veremos... - tomei as 5 sentindo uma queimação.
- Deixa eu tirar uma coisinha do seu rosto.
Eu não tive tempo nem de pensar e me beijou. Ele me encostou na parede segurando meus braços em cima da minha cabeça ainda me beijando. Quando dei por mim, já estava sem blusa desabotoando a calça de . Já estávamos nus quando ele se sentou no balcão e me colocou sentada em cima dele.
- CARALHO! - berrou com Alice dormindo nos braços dela. - que porra é essa?
- Que porra você está fazendo aqui, Barbie? - questionou me apertando contra ele, talvez para se esconder de .
- Essa é sua filha, mauricinho, vim traze -la para casa.
- O que está... PUTA MERDA! - apareceu na cozinha e jogou o pano de prato sobre meu corpo.
- Tia, já estamos em casa? - Alice acordou e saiu da cozinha com ela antes que ela visse os pais nus.
- E então... noite quente né? - brincou encostando na parede. - achei meio rude vocês encherem a cara e transarem sem nem me chamar para participar!
- Para de graça vai... - sai do colo de me cobrindo com o pano.
- Nossa, que isso, ein? - brincou me dando passagem. Sai da cozinha parando encostada na parede.
- Não tem graça. - o repreendia.
- Eu achei que tem... vou para a minha casa, já vi o suficiente. Porem agora que eu estraguei o clima e cortei seu tesão, me vejo na obrigação de te deixar de pau duro de novo...
- Que nojo...
- Apenas imagine sua esposa gostosa vestida de líder de torcida, assim como na escola, eu lembro como aquilo te excitava.
- Que nojo...
- Ah, qual é, você curtia.
- Vai embora vai.
Subi as escadas correndo e coloquei meu pijama. Me joguei na cama e fiquei esperando . Ele apareceu apenas de cueca e com as roupas na mão. Jogou tudo no canto do quarto e deitou do meu lado visivelmente envergonhado.
- Então... foi estranho... - ele iniciou.
- Se comam no quarto, ok? tchau. - disse no corredor, indo embora.
- Ok. - ele sussurrou no meu ouvido passando a mão em mim.
- Tira a mão, . Não sou tapa buraco. Não é porque perdeu sua amante que eu vou sair dando para você.
- Você não é tapa buraco, você é minha esposa, . Sabe, depois você fica se perguntando porque eu arrumo outra, porque você não é o suficiente, você é entediante, você não da conta.
- Boa noite.
Eu ignorei tudo o que ele disse para não acertar um tapa no meio daquela cara idiota! Acordei com o despertador berrando. Sentei na cama olhando ainda dormindo. Como alguém continua consegue continuar dormindo com esse barulho infernal? Coloquei o despertador, ainda tocando, do lado da orelha dele e, quando ele resmungou cobrindo o ouvido com o meu travesseiro, eu ri.
Fui ao banheiro, fiz toda minha higiene matinal e fui acordar Alice. Peguei ela no colo e fomos para o banheiro do quarto dela. Ela ainda dormia de fralda por fazer xixi na cama. Retirei a fralda dela e descemos para tomar café. Fiz algumas panquecas e comemos em silencio. Digamos que bom humor matinal não está no meu DNA, muito menos no de .
Depois de terminar de comer, Alice entrou no banho enquanto eu separava o uniforme dela. Fui para o meu quarto e continuava do mesmo jeito, deitado no travesseiro dele com o meu cobrindo a orelha. Acendi a luz e abri as cortinas ouvindo ele mandar eu me foder. Escovei os dentes, troquei de roupa, fui ver se Alice precisava de ajuda e depois de tudo pronto voltei para o meu quarto.
- . - chamei sem obter resposta. - moleque! - joguei um almofada nele e ele me olhou ainda com sono.
- Que porra! O que você quer? - resmungou se levantando.
- Você não vai trabalhar não? - o segui até o banheiro, vendo ele sentar no sanitário para fazer xixi. Eu ri baixo.
- Ereção matinal, , vê se cresce. Que horas são?
- Quase 7.
- Madrugada ainda. deixou alguma coisa para eu comer?
- Claro que não! - menti.
- O que está esperando para descer e fazer algo então?
- Claro que eu deixei, sempre deixo.
- Tchau. Vai se atrasar.
Sai sem dizer nada. Deixei Alice na escola tento que suportar todas aquelas mães 10 anos mais velhas que eu me olhando como se eu fosse uma aberração. Uma delas me chamou, parando na minha frente e me medindo dos pés a cabeça. Ela me avisou que hoje era a reunião e eu simplesmente a agradeci por lembrar. Lembrar não porque eu nem sabia.
Liguei para o avisando que eu ia me atrasar mais do que o normal, ele riu me respondendo “quando não?”. desliguei na cara dele e entrei na sala lotada de mães. A professora falava, explicava o porque de cada misera atividade e as mães estavam mais ocupadas em fofocar e olhar para mim como se eu tivesse cometido um crime ou coisa pior.
Depois que a tortura acabou, eu desfilei até minha BMW parando antes de abrir a porta e olhando para toda aquela platéia que eu estava tendo. As trouxas daquelas fofoqueiras entrando todas em carros comerciais. Eu ri com isso. entrei no carro a tempo de ouvir as mais filhas da puta comentarem:
- ela é esperta! Casou com homem rico, aplicou o golpe da barriga e ainda saiu com uma BMW e um guarda-roupa com as melhores grifes. Quisera eu ter todo esse mal caráter para dar um golpe desse...
liguei o carro e parei do lado delas, abaixando o vidro para dizer:
- oi meninas, estão sem carro? Querem carona? - dei meu melhor sorriso
antes de negarem, se entreolharam desconfiadas. Sai de lá rindo. Vagabundas. Eu quem aplicou golpe e aquelas duas megeras que não trabalham. Parei o carro na garagem, quando parei no andar da copinha para pegar café, recebi olhares negativos por eu estar chegando 1 hora e pouco atrasada e receber mais que todos eles.
Peguei dois copos de café com chantilly e canela e subi para o andar do . Ele estava em sua sala organizando a papelada em cima da mesa dele. Entreguei o café para ele e sentei no sofá. Perguntei se ele queria ajuda, recebendo apenas um gesto mandando eu sair como respostas. Levantei as mãos para cima me rendendo e sai. Sentei na minha cadeira, li alguns email, terminei 50 tons de liberdade, marquei umas reuniões... coisa de sempre. Ouvi me chamar, levantei, peguei minha agenda para repassar tudo para ele, peguei duas latinhas de cerveja no meu frigobar e fui até lá.
- achei que você precisava relaxar. - lhe entreguei uma das latas.
- Você é a melhor secretaria de todas! Anota as reuniões para mim no meu computador por favor.
- Ok. - sentei no colo dele e passei tudo para o IMac. - Vamos ver um Under The Dome ou você tem mais alguma coisa importante pra fazer?
- Só preciso terminar um relatório aqui é eu já te chamo para a gente assistir.
Saí da sala dele ainda tomando a cerveja e sentei no meu lugar de novo. Liguei meu computador e comecei a assistir a um filme qualquer no Netflix. Sim, era assim meu trabalho. Relaxar durante horas, transcrever relatórios, marcar reuniões e relaxar mais um pouco. Eu sei, era quase perfeito, se não fosse pela parte de trabalhar propriamente dita.
me mandou uma mensagem dizendo que seu irmão gêmeo, o Tyler, iria jantar conosco. Isso me deixou muito nervosa. Chamei e para jantar lá também. Pelo menos eu não ficaria tão nervosa. Fiquei mais um tempo vendo o filme e depois passei para o computador um dos relatórios de uma reunião. Deu a hora de ir embora, quase ajoelhei no chão para agradecer, eu estava ficando com tédio.
Peguei minha bolsa e fui para o elevador. Ty e eu meio que não somos os melhores cunhados do mundo desde... sempre. Bom, para começar, quando éramos mais novos, eu SEMPRE confundia ele com e por conta disso, eu já beijei ele algumas milhares de vezes. E o pior é que ele se aproveitava dessa semelhança. É uma coisa bizarra o quão parecidos são. Droga de gêmeos!
E ai, um dia, em que eu quase fui para cama com ele, eu já estava farta de ficar confundindo os dois e depois quando o verdadeiro nos pegava, eu acabava tomando. Enfim, eu o xinguei de tudo quando é nome e mandei ele nunca mais aparecer na minha frente.
Cheguei em casa e fui até o quarto conversar com o meu maridinho querido.
- , por favor não me trate mal na frente do seu irmão e não faça gracinha para me deixar sem graça, ok?
- Não te tratar mal... por quê?
- Porque eu não quero que mais uma pessoa fique com pena de mim, pode ser?
- O que eu ganho com isso? - questionou se aproximando DEMAIS. Virei as costas e entrei no banheiro sendo seguida por ele.
- O que você ganha?! - disse enquanto tirava a roupa e jogava no cesto de roupa suja.
- Uma vez. - suplicou fazendo numero 1 com o dedo. - só uma... - se aproximou e me puxou pela cintura.
- Ok. - me soltei dele - mas isso dependerá da sua atuação.
- Tá. - suspirou derrotado. - vou dar uns telefonemas, linda esposa. E não confunda nós dois!
Coloquei uma camisa de e desci para fazer as comidas. Comecei pelo bolo de baunilha com cobertura de chocolate, depois fiz os cookies e para terminar, fiz um risoto de palmito com salmão grelhado. Peguei um copo de agua e abaixei para ver o bolo no forno. Ouvi o barulho da porta e, sem olhar, gritei para me esperar na sala. Me levantei para lavar a louça e senti um corpo contra o meu. Essa não é a não, Senhor!
- , deixa eu terminar de lavar a louça. Você só vai ganhar seu premio se fizer com o combinado! - eu disse, ensaboando os copos.
- Premio? - ele sussurrou mordendo minha orelha.
- Vai se foder. Me deixa fazer minhas coisas.
- , eu disse para você não confundir a gente! - virei me deparando com um “” me abraçando por trás e um, o verdadeiro, encostado na porta.
- Oi cunhadinha! Você nunca acerta né? - Tyler disse antes de ir cumprimentar o irmão.
- Tyler, seu merda! Que ódio de vocês dois! Sumam daqui! - eu surtei jogando agua nos dois.
- Você está ótima, fez algo no cabelo? Ou perdeu peso?
- Idiota.
Terminei de arrumar a cozinha e subi para me arrumar. Passei pela sala e o 1 e o 2 estavam lá, conversando e vendo algum jogo idiota de basquete. Entrei no chuveiro rezando para tudo que é santo me ajudar nesse jantar, para santo, para Deuses, para tudo!
Fiquei no banho por cerca de uma hora, como sempre. Depois, saí, escovei os dentes, lavei o rosto e enrolei uma toalha no meu corpo para sair do banheiro. Me deparei com um dos deitado na cama. Fiquei encarando tentando descobrir se era o verdadeiro ou o falso. Ele me olhou e riu.
- sou o .
- Como posso ter certeza?
- Ty! - gritou ainda me olhando - onde você está?
- Na sala! - recebemos em troca.
- Ok. - eu disse, retirando a toalha e vestindo um conjunto de lingerie.
entrou no banheiro e eu fui secar meu cabelo. Odeio isso. Me arrumei, vesti a roupa que eu separei, como nossa casa era inteiramente climatizada, peguei um casaquinho e desci checar as comidas. Andei lentamente até a sala e encontrei Tyler sentado hipnotizado pelo jogo.
- Vou ganhar premio também, ou isso é privilegio só do ? - brincou sorrindo.
- Escuta, eu também queria me desculpar com você sobre o dia em que eu surtei mandando você sumir da minha vida.
- Tudo bem, eu te provoquei por longos anos...
- Longos... - reforcei rindo.
- ah, nem foi tão ruim assim vai... o cheiro do jantar está bom! E você... está linda, como sempre.
- Jura? Quero estar maravilhosa!
- E está. - Alice entrou na sala e se jogou no colo do tio. Como ela sabia que não era o pai dela?
- Olá! - entrou na sala - sabe, vocês estão muito estranhos, transam na cozinha, ficam felizinhos conversando...
- Sai da frente, loira. - mandou empurrando ela para frente.
- MEU DEUS! São dois demônios!
- , você se lembra do Tyler? - esclareci rindo.
- Que gatinho...
- Ele tem a mesma cara que eu! - disse apontando para o rosto dele.
- Tá, mas sua arrogância e idiotice te deixam horroroso.
e se alfinetam desde que nos conhecemos. É SEMPRE assim e sempre será. chegou e ficamos na sala conversando. Era isso mesmo? Minha melhor amiga está praticamente se jogando para cima do irmão gêmeo idêntico do meu marido? E se eles ficassem e ela confundisse os dois e beijasse o e eu visse e... que bosta.
A comida tinha ficado pronta. Fui até a cozinha para pegar as coisas e colocar na sala de jantar. Depois de tudo arrumado, chamei os folgados que não me ajudaram em nada e fomos nos sentar. Coloquei Alice sentada do meu lado e a servi com o risoto e o salmão. Cortei tudo e lhe entreguei uma colher. Eu olhava discretamente para minha melhor amiga e meu cunhado que tinha a cara do meu marido, eles estavam FLERTANDO! e conversavam sobre basquete, pareciam que estavam falando sobre as ações da bolsa de tão serio que falavam. Eu ajudava Ally a comer e ao mesmo tempo tentava comer.
- você devia abrir um restaurante. - Tyler disse para mim, sorrindo. - está MUITO bom!
- Obrigada. - respondi sem graça vendo tomar a atenção dele de novo
Então é isso? iríamos brigar pela atenção do irmão de ? Bom, para mim, Tyler era meu sonho de consumo. Nós tínhamos nossas diferenças, mas ele era tudo o que eu desejava. Ele era a cara do homem pelo qual me apaixonei, entretanto ele era doce, simpático, educado, mais controlado... ele era perfeito para mim, porem não era o pai da minha filha. E por falar nela, eu podia ver o quão feliz ela ficava com Tyler. Não sei como, mas ela sabia que ele não era , então se sentia a vontade com ele.
Depois de jantarmos, peguei o bolo que tinha feito e coloquei na mesa com alguns pratos de sobremesa. Era o bolo preferido de Alice, a massa era de baunilha com alguns confetes coloridos no meio, ela amava porque chamava de bolo de fada. Todos comeram e fomos para sala.
Alice começava a dormir no colo de Tyler. Ele se ofereceu para me ajudar a coloca -la na cama e aceitei sorrindo. Não estava acostumada a receber ajuda, minha melhor amiga era preguiçosa, meu amigo era um folgado e meu marido mais ainda.
Ele colocou a sobrinha na cama e depositou um beijo na testa dela. Ela logo dormiu, abraçada com o Mickey que não largava nunca. Ficamos nós dois a olhando por um tempo, até olharmos um para o outro e rir da cena. Saímos do quarto e fechamos a porta.
- e então... faz muito tempo que a gente não se via... - ele comentou encostado na parede.
- É... - disse apenas, olhando para baixo. - ela gosta muito de você, todas nós gostamos.
- Alice é uma princesa, ela merecia ter um pai que não fosse tão merda quanto o que ela tem, ela é tão linda... parece com você.
- Ah, para, ela tem a cara do seu irmão, o cabelo do seu irmão, o olho do seu irmão!
- Mas dentro dela, é totalmente .
- Acho que eu merecia uma filhinha moreninha, com o cabelo preto...
- Por que não tenta ter outro filho?
- Com quem? Com o Espírito Santo?
- Se quiser podemos entrar neste quarto agora e...
- Tyler, - ouvi a voz de . - você pode levar a para casa?
- Claro, eu já estava indo mesmo. - Ty me deu um beijo na bochecha e desceu.
- Vamos descer para nos despedir. - disse passando o braço pela minha cintura.
Depois de todos terem ido embora, subimos para nosso quarto. Hora do premio…
Por Deus, sábado chegou. Como não pediu para eu ir até o escritório, pude dormir até a hora que eu bem entendesse. Quer dizer, mais ou menos. Quando Alice acorda, a casa inteira acorda junto.
Senti um peso em cima de mim, um peso subindo e descendo, um peso pulando sem parar. Continuei com o olho fechado esperando que tudo voltasse ao completo silencio e eu pudesse dormir até mais tarde. Duas mãozinhas pararam nos meus ombros me chacoalhando, depois dois dedos tentando abrir meu olhos.
- mamãe! Acorda, mamãe! - Alice me chamava. - anda, mamãe, o vai levar a gente para passear!
- ?! - não sei o que me assustou, ela ter chamado ele de ou ele falar que vai nos levar para sair.
- Acorda, ! Vamos sair! - ouvi a voz dele e abri os olhos. ?! Sair?! Oi?!
- Aonde vamos? - perguntei sentando na cama e colocando meus óculos.
- Vamos aonde a Alice quis ir. Conta para a mamãe para onde vamos!
- Vamos para a Disney! - ela gritou animada pulando na cama.
- Fala serio , onde você vai levar a gente?
- É serio. - ele disse mostrando as passagens de avião. - temos 3 horas para estar no aeroporto, será que da para você levantar e arrumar a mala?
- Você tá brincando? - questionei sorrindo igual uma criança e ele negou. - ah, droga, mas eu tenho que trabalhar!
- Não se seu chefe estiver junto!
- AH MEU DEUS!
- Não se preocupe, as aulas da Alice acabaram agora. E eu só queria fazer algo legal no seu aniversario...
- O que vocês estão esperando? Saiam da minha frente, preciso fazer as nossas malas!
Eu estava pirando mais que a Alice se duvidar. Eu amo a Disney! E passar 10 dias de ferias era tudo o que eu estava precisando. E com fazendo de tudo para agradar a família, o cartão infiny dele seria pequeno quando eu estivesse a solta em algum outlet, ou em alguma loja de bicho de pelúcia!
Os dois estavam na sala, esperando a escrava fazer as malas de todos. Ouvi chegar e senti um cheiro de frapuccino de caramelo e muffin de chocolate. Em alguns minutos, ele estava no quarto de Alice comigo me vendo comer igual uma esfomeada enquanto eu terminava de dobrar as roupas de Ally e arrumar tudo dentro de uma mala pretas de bolinhas brancas com um laço enorme vermelho.
Depois que eu arrumei as coisas dela, fui fazer a mala do folgado mor chamado . Arrumei tudo sem reclamar, porque ele quem estava bancando a viagem e consequentemente era ele que pagaria tudo que eu estava pensando em comprar. Por fim, arrumei a minha mala, confesso que não levei muita coisa pensando em comprar milhões de coisas lá.
Depois de todas as malas prontas, tomei um banho rápido e dei um banho em Alice enquanto usava o banheiro. Saímos de casa em cima da hora. Não deu tempo de fazer nada quando chegamos no aeroporto, fizemos o check -in e já deu a hora de embarcarmos. No avião, tentei fazer Alice dormir, mas ela não conseguia parar por nem um segundo. Posso dizer que ela puxou a mãe no quesito vicio em Disney e era a primeira vez que ela iria para lá.
Eu achava tão lindo o brilho nos olhos dela, achando que tudo seria real, que veria as princesas de verdade, o Mickey de verdade... estava dormindo, lia um jornal qualquer, talvez o New York Times e eu ouvia minha princesinha contar tudo o que faria.
Quando o avião pousou, Alice me olhou sorrindo e bateu palmas. Primeira classe era uma beleza, saímos primeiro, pegamos as malas, sem nenhum transtorno. Ao sairmos do aeroporto, um homem de terno e gravata segurando uma placa escrito “” se aproximou de e logo o cumprimentou. Era o motorista. Entramos no carro e ele nos levou para o hotel. Ally insistia em irmos para o Magic Kingdom, ela chorava e fazia o maior escândalo dentro do quarto. Claro que conseguiu o que queria. Só deu tempo de trocar de roupa e saímos para fazer a vontade da mimadinha.
usava uma bermuda preta e uma polo azul, estava de bermuda bege e uma blusa com alguns desenhos, coloquei a roupa da Alice no pais das maravilhas em Ally e vesti algo confortável. Em 15 minutos estávamos na frente do castelo da Cinderela. Sentei em um banco, acompanhada de e ficamos assistindo bancar o tio preferido e levar Alice no brinquedo do Dumbo.
Ele amava usar a Alice para arrumar mulheres. Enquanto ele a segurava no colo na fila, pelo menos uma meia dúzia de mulheres tentavam uma troca de olhares com ele. Eu e comentávamos a respeito e riamos.
- a próxima vez você bem que podia me avisar antes né? - eu iniciei um assunto.
- Era uma surpresa de aniversario! - ele respondeu passando o braço pelo meu ombro.
- E quando vamos para um Shopping? Vai me emprestar seu Cartão?
- Tudo que você quiser. - ele disse colocando o óculos de sol e me dando um selinho.
- Da próxima vez, podíamos ir para a Tailândia, ou pra Bahamas.
- Pode ser. - deu de ombros mexendo no celular.
- Ou para o caribe!
- Você é quem sabe.
- , você não vai conversar comigo direito por quê? Vai só concordar com tudo que eu disser?
- O que? - ele acordou dos pensamentos. - eu estou conversando direito. Só quero te agradar!
- Vem, vamos. Eles já saíram do brinquedo. Topa Space Mountain comigo?
- Tudo que você quiser. - ele me respondeu ainda mexendo no celular. Que ódio.
Alice pegou o pai para cristo e começou a contar para ele a história de todas as princesas, ele fingia que ouvia e as vezes falava algo como “é mesmo?” ou “e ai?”. Eu e andávamos um pouco atrás deles.
- , por que ele fez isso? oque está acontecendo? Oque ele está aprontando?
- Eu não sei de nada, , era só uma surpresa de aniversario. - ele tentou parecer convincente.
- Anda, fala logo porque é que ele está tentando me agradar tanto! Alguma coisa tem...
- Já perguntou para ele? As vezes aconteceu alguma coisa.
- Me diz, por favor. - uma lagrima desceu pelo meu olho e antes que eu pudesse fazer alguma coisa, me deu um abraço forte. - por favor, .
- Desculpa, princesa, eu não sei. Eu sinto muito, muito mesmo. - ele sabia de alguma coisa!
- Vamos comer alguma coisa? - apareceu em nossa frente e eu enxuguei minhas lagrimas discretamente. - aconteceu alguma coisa? - ele me abraçou de lado como não fazia a anos.
- Não, nada. Está tudo bem. - me soltei e fui andando na frente com Alice.
As vezes eu olhava discretamente para trás e podia ver os dois conversando de algo serio. parecia dar uma bronca em e ele apenas assentia e passava a mão nos cabelos, parecia algo bem serio. Tentei deixar de lado, mas o pensamento de que poderia ser algo comigo ou algo que me afetasse não saia da minha cabeça.
Alice estava hipnotizada por tudo que tinha. A cada princesa que a gente via, tínhamos que parar para ela tirar foto. Era lindo de ver, mas confesso que cansava. A biblioteca de fotos do meu celular já tinha um monte de fotos dela. Ainda segurando minha mão, ela apontou para a loja que tinha lá e eu apenas assenti sorrindo. Parei aonde estávamos e esperei até que e chegassem até nós.
- , me da seu cartão. Alice quer ir naquela loja. - eu pedia, pegando Alice no colo.
- A Alice quer, né? sei que é a Alice... - ele disse pegando o cartão na carteira.
- Obrigada. Vamos filha, vamos testar o cartão do papai.
- , estaremos no restaurante, não demorem.
Saímos em direção a loja e posso afirmar que nunca vi Alice tão feliz quanto naquele momento. Não compramos muita coisa porque teríamos mais 9 dias para comprar tudo que tinha naquela loja. Comprei uma orelhinha da Minnie de paetês, uma Minnie líder de torcida, um Pluto enrolado em um cobertinha que era muito fofinho e milhões de canetas. Ah, a Alice comprou uma coroa, logo vi o quão impossível seria tirar aquilo da cabeça dela.
Saímos da loja, ela com a coroa e eu com a orelha brilhante e fomos até o restaurante. Eu estava morta de fome, e Alice também. Quando sentamos, e pararam de falar e apenas se olharam.
- sua cara essa orelha, toda brilhante. - quebrou o silencio.
- Tio! Você viu a minha coroa? - Alice perguntou sorrindo.
- Claro que sim! Agora sim é oficialmente uma princesa.
continuava calado mexendo no celular. Pedimos a comida, comemos como se nunca tivéssemos comido antes. Todo esse tempo, não pronunciou nem uma se quer palavra, continuava com aquele maldito celular. Se eu quisesse descobrir oque estava acontecendo, teria que pegar esse celular e ver oque tanto ele faz, ou melhor, com quem tanto ele fala.
Já estava quase na hora do show de fogos e Alice estava desmaiada no colo de . Ela não tinha parado um segundo, quando parou, capotou. Eu e estávamos conversando quando os fogos começaram. Era tão lindo que parecia mentira. Eu olhava encantada para o céu vendo a explosão de cores e então fui surpreendida por um beijo de . Foi magico. Ele segurou meu rosto e olhou no fundo dos meus olhos.
- Me desculpe por tudo. - disse antes de me abraçar. - eu não quero te perder.
- Você não vai me perder. - eu o abracei mais forte. - Eu te amo, .
E o que obtive de resposta foi... nada. Ele apenas se soltou do abraço e continuou a ver os fogos. BURRA! Não se diz eu te amo para alguém que não te ama! Ele devia estar rindo da minha cara, me achando a maior retardada iludida do universo. Parabéns. Idiota.
Depois de acabado o show, fomos para o hotel, sem trocar nenhuma palavra. peguei Alice dos braços de e a acordei para tomar banho. Ela continuava sonolenta sentada na banheira, enquanto eu fazia todo o trabalho de banhá-la sozinha. Depois, vesti seu pijama e a coloquei para dormir. Sim, ela não quis tirar a coroa.
Depois de uma meia hora que ela estava dormindo, com cuidado eu tirei a coroa e a coloquei no criado mudo. tomei um banho longo e fui deitar. Disney acaba com a gente. Logo que eu deitei eu cai no sono, cansa demais andar tanto assim! Acordei com Alice pulando na cama. Olhei para o lado e parecia acordar também. Em um dia de parque eu já estava morta.
- escuta aqui! - agarrei Alice fazendo ela sentar - a mamãe teve uma ideia! Vai lá chamar o tio .
Ela saiu correndo porta a fora e 10 minutos depois, apareceu nas costas de .
- se eu, que sou nova, já estou morta, imagina vocês! - eu disse me levantando.
- Não sei o que quis dizer... - levantou e me seguiu até o banheiro - mas então, você pode contar sua ideia ou já esqueceu?
- Bom, vovôs, eu sei que já estão mortos, então...
- Eu estou bem de boa e você, ? - me cortou.
- Eu também, acho que não somos nós que somos vovôs... - respondeu e eu ouvi um barulho de cama.
- É vovô sim, não consegue nem fazer xixi em pé mais. - alfinetei escovando os dentes.
- Ereção matinal, , já cansei de explicar.
- Enfim. Hoje, nós vamos para o parque aquático e depois vamos para o shopping!
- Você trouxe maiô, vovó? - brincou assim que eu sai do banheiro. - Só estou brincando, linda, estou ansioso para te ver de biquíni, noiva.
- Da um segurada ai, vai. - disse jogando uma toalha nele.
- Mamãe, pega meu biquíni! - Alice pediu se jogando na cama com o tio.
- Já vou pegar, meu amor. Anda Thomas, vai se arrumar.
saiu do quarto e eu fui atrás do biquíni de Ally. Era tão fofo e pequeno! Era vermelho de bolinhas brancas e a parte de baixo era de babados. Peguei um vestido branco para ela e uma sandália da mesma cor. A essa altura ela já estava com a coroa na cabeça. Vesti meu biquíni, coloquei minha roupa e fui pegar uma roupa para o senhor folgado que estava deitado na cama mexendo naquela porcaria de celular.
vestiu a bermuda e a blusa que eu peguei e voltou a deitar para mexer no celular. Peguei o celular da mão dele e ele gelou.
- Devolve. - mandou se levantando devagar. - , devolve AGORA. - meio involuntariamente, levantou sua mão.
- Abaixa essa mão, , sua filha tá logo ali. Eu só quero descobrir o que está acontecendo, depois te devolvo.
- Não. me dá agora. Não está acontecendo nada.
- Então por que essa droga de viagem? Por que está estranho? Por que vive nessa droga de celular e nem conversa direito?
- Essa DROGA de viagem era para ser um presente de aniversario legal. Eu não estou estranho, VOCÊ que não está acostumada a receber atenção. E eu vivo nessa droga de celular e não converso direito porque você está ocupada mimando a princesinha ali ou dando total atenção ao meu melhor amigo e esquece do seu marido, esquece de quem tornou essa DROGA de viagem possível. - ele passou do meu lado e retirou o celular da minha mão com uma cara muito brava - só não digo para voltarmos para casa neste minuto porque eu sei que a Alice está amando e eu não quero tirar essa alegria da minha filha, mas se você não está gostando, ao menos finja que sim por ela. Vem, Ally, vamos até o quarto do tio , deixa a mamãe terminar de se arrumar. Estaremos lá quando se acalmar e estiver pronta.
Os dois saíram do quarto. Deitei na cama e parei para pensar por um minuto. Eu devia ter dado um voto de confiança para ele? Depois desses 6 anos sendo corna?
Terminei de me arrumar e fui encontra -los no quarto de . O mesmo abriu a porta para mim, estava mexendo no celular e Alice contava alguma coisa para ele. Ela nunca esteve tão feliz e talvez isso seja por ver os pais se dando bem. não vou tirar essa alegria dela. Não posso fazer isso.
Assim que me viram na porta, os dois se levantaram e fomos até a frente do hotel. Não tínhamos alugado carro ainda, mas essa ideia já tinha sido cogitada. Pegamos o ônibus que levava até o parque aquático, sentei com Ally e os dois homens sentaram juntos logo atrás de nós. O veiculo parou e nós quatro descemos. Alice era a única que falava.
A medida que andávamos no parque, eu analisava todos os cantos do local, até que fitei um moço BEM bonito. CARALHO! Por sorte, Deus atendeu minhas preces bem rápido e tinha um guarda sol e mesa com uma vista perfeita para esse homem. Deixei as coisas na mesa e tirei a blusa e o shorts. O bonitinho assistia tudo. E os outros dois bonitinhos, e , também. Retirei o vestido de Alice e ela sentou para procurar o protetor na minha bolsa.
- Spring Breakers? - “questionou” com a minha blusa nas mãos. - se fazendo de universitária?
- Foi um presente de Nathan. - menti. Ele ficou serio na hora e jogou a blusa na mesa.
Passei protetor na garotinha branquela e no pai branquelo que ela tinha. Por que minha filha não puxou para mim e nasceu com a pele mais morena? Puxei pelo braço e passei protetor nele também, esse povo “albino”... peguei o bronzeador e passei no meu corpo todo. Detalhe: o moço bonito ainda assistia a cena. Passei protetor no rosto e coloquei meu óculos de sol. A essa altura, Alice já me puxava para a piscina de ondas e os dois patetas já tinha ido para algum brinquedo correndo feito crianças.
Paramos na frente da piscina e uma menininha ruivinha veio fazer amizade com Alice. As duas ficaram brincando no raso enquanto eu as observava. O tal moço bonito sentou ao meu lado no banco e sorriu. Sim, ele podia ser MAIS bonito ainda.
- oi, aquela com a Sophie é sua irmã? - ele apontou para as duas ainda sorrindo.
- Ela... - travei por um minuto - ela é minha sobrinha, mas me chama de mãe. - menti e nem sei porque.
- Imaginei que não fosse sua filha. Te vi chegar com uma blusa de Spring Breakers...
- É, ela é filha do meu irmão, afinal não tem nada a ver comigo.
- Então... qual dos dois loiros que vieram com você é seu namorado e qual é seu irmão?
- Bom... - não minta mais! - os dois são meus irmãos - desculpa, ele era muito lindo.
- Que bom... para mim. - disse sorrindo. Sua puta!
- Sophie é sua irmã?
- Não, ela... é minha filha.
- Não brinca!?
- Juro. - respondeu envergonhado.
- Posso te contar uma coisa?
- Claro, linda.
- Minha “sobrinha” - fiz aspas com o dedo - é minha filha. Eu menti porque isso sempre afasta as pessoas!
- Eu te entendo. Mas... o pai não é seu irmão né?
- Não. - respondi sentindo meu rosto pegar fogo e não era pelo sol - é o de bermuda preta.
- Ah! Desculpe por ter me atirado em cima de você! Eu não sabia que estava acompanhada.
- E não estou. - sorri para ele. - alias, . Ou melhor, .
- Cameron, ou Cam. Desculpe perguntar, mas quantos anos você tem?
- 21 e você?
- 25. - ficamos em silencio por um tempo, até que ele colocou o braço ao redor da minha cintura e me olhou sorrindo - você é linda, sabia?
- Obrigada. - respondi desconfortável olhando as crianças brincarem.
- , pode vir comigo um instante? - apareceu com os olhos arregalados.
- Pode ir, eu fico olhando as meninas, , relaxa.
Me distanciei um pouco ainda com medo de deixar Alice sozinha. segurou com força os meus braços e olhou nos meus olhos.
- se ele te bater depois não é minha culpa! Você pede para morrer né? - disse de uma forma brava.
- Não entendi...
- viu você e o seu amiguinho ali. Ele já estava puto com você, agora então... pegue a Alice e vá para longe desse tarado.
- Sim, papai. - brinquei antes de dar um beijo em sua bochecha.
- Ah, você está muito gostosa, vá dar uma volta para aumentar ainda mais seu ego.
Peguei Alice no colo que relutou um pouco querendo brincar mais, expliquei que depois a gente voltava e por fim ela cedeu. Me despedi de Cameron e fui até o guarda -sol. pegou Alice pela mão e a levou até um brinquedo de criança que tinha. Deitei na espreguiçadeira, abaixou um pouco os óculos de sol e deu um sorrisinho de canto de boca enquanto me media dos pés a cabeça.
- , - chamei e ele voltou o óculos ao normal - me desculpa por hoje mais cedo. É que você e esse celular estavam me irritando de verdade.
- Tudo bem, eu vou parar de mexer tanto nele. Agora... quem era o cara que estava te agarrando?
- Ciúmes?
- Não brinca com a morte não, ...
- Era pai da menininha que estava brincando com a Alice. Apenas isso.
- Se você diz... Quando voltar com a Alice, quer ir naquele tobogã comigo?
- Então se prepara, eles estão vindo. Só não se caga de medo ok?
- Mamãe! Eu quero comer! - Alice resmungou pedindo colo.
- Ok filha, só espera 10 minutinhos.
- Fome, mamãe! - mimada...
- , leva ela para comer... - pediu meio sem jeito.
- O pai dela é você, cara, não sei se você sabe. - respondeu sentando na espreguiçadeira.
- Por favor, eu estou um pouco ocupado no momento.
- , mas eu já vou ter que...
- ! - o cortou - por favor!
- Vem Ally, vamos nos encher de comida porque eu peguei o cartão do seu pai.
E então nós fomos. E foi muito bom. Voltamos para a mesa e Alice e já tinha comido e brincavam de guerra de dedões. deitou na espreguiçadeira, eu sentei no canto dela, mas ele me puxou pelo ombro e me fez deitar entre suas pernas. olhou para nós e sorriu. Eu puxei minha bolsa para o meu lado, enfiei a mão nela e retirei de lá, sem olhar, um celular. Era o Iphone preto de .
Ele logo percebeu e arrancou -o da minha mão. Não retirou, ele arrancou mesmo. E ainda por cima bufou depois! Olhei para dentro da bolsa e peguei o meu celular. Uma chamada perdida. Era a Lilian. Levantei, coloquei meu shorts e sai para retornar a ligação.
- Oi Lily, desculpa, eu não estava perto do celular. - disse logo que ela atendeu.
- Venha para o meu escritório agora! - respondeu animada.
- Não tem como. Estou na Florida.
- Levou sua filha para Disney?
- Sim. - falei sorrindo. - pode me adiantar algo?
- Não! ah, ok, sim! Londres, , Londres.
- Amo lá, mas e dai?
- Você vai se mudar para Londres. Viviane Westwood e Diane Von Furstenberg te querem para uma campanha.
- E não posso continuar morando em New York?
- Não! pelo menos não por 1 ano ou 2.
- Eu não posso, não posso de verdade. Não tem algo aqui em NY?
- Você tem mãos bonitas?
- Não.
- Então não.
- Tudo bem, mas Londres não vai rolar. Bom, tenho que ir, qualquer coisa você me liga, pode ser assim?
- Tá, ok. curta a viagem, prepararei seu primeiro trabalho enquanto isso, modelo revelação.
- Ok, Lily. - dei risada. - tenha uma boa semana. Beijos.
Desliguei o celular e voltei para a mesa. Avistei Alice e o pai brincando na piscina e revezava entre mexer no celular e olhar para a mesa de meninas que estavam próximas a nós.
- Que nojo ! - comentei jogando uma toalha nele.
- O que? - ele respondeu assustado arrumando o cabelo.
- Elas devem ter 15 anos!
- Olhar não é crime, linda.
- Mas pedofilia é, vovô.
- Estou olhando, não transando com elas. E elas parecem estar amando. Além do mais, chega de ciúmes, linda noiva, eu amo você. - disse mandando um beijinho no ar.
- Escuta, você pode me contar o que está acontecendo entre e aquele celular.
- Sei lá - murmurou arrumando o óculos de sol.
- Você sabe a senha do celular dele?
- Sei, mas não vou te falar.
- Fala logo, eu faço o que você quiser. A quanto tempo você não recebe uma chupada boa?
- Não quero falar sobre isso com você.
- Você é um merda, sabia disso?
- Você é gostosa, sabia disso?
- Que nojo de você. Vamos, arruma as coisas, quero voltar para o hotel, tomar banho e ir para o shopping jantar e falir os .
- Chama sua linda família.
- Você vai me falar a senha dele?
- Uma dica: fale com ele!
Chamei e Alice, ela fez uma puta de uma cena falando que não queria ir embora e que eu era chata e blablabla, mas no fim aceitou ir embora em troca de um pirulito. Fomos para o hotel, Alice já veio dormindo desde que entramos no ônibus. Chegamos no hotel, eu segurava Alice no colo enquanto os dois homens conversavam muito serio sobre alguma coisa. Eu me matava para abrir a porta com a criança no colo e eles conversando nem ai.
Com dificuldade, eu consegui entrar no quarto, coloquei Alice na cama, joguei minha bolsa na mesa e sentei na cama. e estavam no corredor conversando, de repente, entra os dois sorrindo. Que porra eles estão aprontando? se jogou na cama e me puxou para deitar com ele, eu me perguntava o porquê dele estar tão amoroso, mas em cavalo dado não se olha os dentes.
- , está meio tarde para ir no shopping, não acha? - comentou sentando na cadeira.
- É, porque olha, agora são 18horas, até você se arrumar, arrumar a Alice e tal, já vai ser 20 ou 21 horas, então... - continuou. - e a Ally está cansada.
- Mas a gente vai ficar aqui sem fazer nada? - perguntei fazendo bico.
- Bom... e... eu vou... - primeira vez em que vejo gaguejar. - eu vou te levar para jantar, sabe, pra comemorar seu aniversario.
- Serio? Vamos sair só nós dois? - questionei meio surpresa.
- Sim, o vai ficar com a Alice. Então tá, 20:30 a gente sai daqui, não se atrase, o carro estará nos esperando.
- Sim, senhor. E eu posso saber aonde você vai me levar?
- Não. veste o que você quiser. - ele disse pegando o maço de cigarro e saindo do quarto.
- Vai, , pode me falar onde ele vai me levar.
- Eu não sei. - ele tentou parecer convincente. Só tentou mesmo.
- Você sabe que eu odeio surpresas. E se ele me levar a um lugar que eu não goste? Preciso estar preparada.
- Você vai gostar.
- Fala onde é!
- Não, vai se arrumar.
- Ok, vai me ajudar a escolher minha roupa?
- Não.
- Por que não?
- Eu sou hetero. Vou levar a sua filha ok? Estarei com o lá embaixo. Leva sua boneca, Alice.
- Ok. Não fumem muito próximo a ela, faz mal. Obedeça, filha, não seja mal criada.
Os dois saíram do quarto e eu entrei no banho. Alguma coisa quer ganhar com essa viagem... para começar ele nos trouxe até aqui, está comprando tudo que eu e Alice queremos sem nem reclamar e agora vai me levar para jantar? Das duas, uma: ou ele está querendo alguma coisa depois dessa viagem, ou ele aprontou alguma coisa antes. E a julgar pelo tempo que ele está no celular, ele aprontou e eu vou descobrir o que é.
Quando terminei o banho, lá estava o dito cujo, deitado na cama fazendo carinho em Ally e mexendo no celular. Ele levantou, pegou a merda do Iphone e rumou ao banheiro. Ajoelhei no chão próxima a minha mala, ainda com a toalha enrolada no corpo, separei uma calcinha e um sutiã e peguei meu secador. Vesti a lingerie, comecei a secar meu cabelo enquanto observava pelo espelho Alice brincar com o Mickey, ela falava com ele e fazia uma pausa para ele responder.
saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura e o celular na mão. Ele colocou a cueca preta e uma calça jeans escura. Espera ai, eu tenho que me vestir muito bem enquanto ele vai de calça jeans?
- Papai, eu sei porque você é menino. - Alice quebrou o silencio.
- Por que eu sou um menino então? - ele perguntou enquanto escolhia a camisa.
- Porque você usa cueca.
- É mesmo. E você e a mamãe usam calcinha. – respondeu colocando a camisa azul sobre a cama.
- Essa não, . Coloca a branca. - eu disse ainda secando o cabelo. - escuta, você vai de calça jeans?
- Algum problema?
- Sim, claro! Eu vou me produzir toda e você vai de jeans e camisa?
- Eu não trouxe calça social. E estarei bem vestido de jeans, é Armani.
- Sendo assim qualquer vestido que eu colocar eu estarei muito bem vestida.
- Coloca a roupa que você quiser, não vai importar.
- Ok. - dei uma pausa. - vem, deixa eu secar seu cabelo.
- Nem a pau. - respondeu colocando o sapato. - quanto terminar, eu estarei no quarto do .
- Vou demorar muito ainda...
- 20:30. Vem Alice. Joga meu cigarro, .
- Vai me levar para jantar fedendo a cigarro? - joguei a caixa para ele.
- Vou. - fechou a porta antes que pudesse falar algo.
Coloquei meu celular para tocar musica enquanto fazia maquiagem e pensava na minha roupa. Eu pensava em me arrumar bem, mas ele está com uma roupa normal. Podia acontecer de eu colocar uma roupa muito chique e ele me levar no McDonald’s ou eu colocar uma roupa normalzinha e ele me levar para jantar com astros de cinema. Ser chique nunca é demais...
Eu não tinha levado muita opção de roupa social, afinal era a Disney! Levei dois vestidos apenas, o que facilitou e muito minha escolha. Depois que escolhi um, coloquei acessórios e o sapato, me olhei no espelho e sorri. Eu ia jantar com o meu marido!
Ouvi um barulho de toque de celular, mas o meu não parou de tocar a musica, então... olhei para a cama e lá estava o sagrado. Numero desconhecido, porem de NY. Peguei meu celular, joguei na bolsa e fui até o quarto do , o sagrado ainda tocava.
Logo que abriu a porta já entreguei o aparelho para ele e fui dar um beijo de despedida em Alice. Ele atendeu a ligação, mas logo desligou. O encontrei no corredor e ficamos no olhando por algum tempo.
- E então, é muito ou pouco para a ocasião? - perguntei referindo -me a roupa.
- Tá linda, perfeito. Como uma princesa...
O que a Disney fez com esse homem? Andamos até o elevador sem dizer uma palavra, seria uma longa noite... o carro já estava nos aguardando, entrei no banco de trás sendo seguida por . Ele tirou uma gravata do bolso de trás da calça e a sacodiu. Engano meu ou ele vai colocar essa gravata toda amaçada?
Engano meu. Ele me puxou pela cintura e me vendou com a mesma. Não suporto surpresas. Ainda sem trocar uma se quer palavra, o carro parou e ele me guiou para fora. Fomos andando, eu sem ver nada, subimos uma escada e depois pegamos um elevador. Ouvi o barulho de uma porta se abrindo, me guiou até um pouco a diante e depois tirou a gravata dos meus olhos. Estávamos em uma sacada, onde eu via um milhão de pessoas na “rua” e... opa! É o magic kingdom?
- Você já se tocou aonde está? - questionou me olhando.
- Não é possível. - disse olhando para baixo, para a multidão.
- Essa é a suíte secreta no castelo da Cinderela.
- C -como é que...
- Eu tenho alguns contatos por aqui... olha, a parada está no fim, vai começar os fogos.
Era surreal aquilo tudo. Os fogos de artificio emolduravam aquele mar de gente. Era lindo, o lugar mais maravilhoso que já estive. me tirou dos pensamentos puxando meu braço e me beijando. Era magica sim, não era possível ser algo além disso.
- Feliz aniversario, princesa. - sussurrou entre um beijo e outro.
O show de fogos acabou e pouco a pouco as pessoas iam embora. entramos no quarto e ai sim pude admira -lo. Parecia um verdadeiro quarto de princesa em um castelo luxuosíssimo. Tinha sim um quê de século 19, mas a modernidade estava presente nas televisões de tela plana. Sobre a cama, haviam duas sacolas, uma da Chanel e uma da Agent Provacateur.
- Abre. - mandou com as mãos para trás.
Abri primeiro a da Chanel, era uma bolsa bem bonita. Olhei meio suspeita a sacola da famosa marca de lingerie. Ele apenas riu. Me arrastei em cima da cama para perto do presente. Peguei a sacola na mão e a abri. Era um kimono preto e rosa e uma camisola de seda das mesmas cores.
- É que... eu não estou com segundas intensões, é que a gente vai dormir aqui e...
- Tudo bem, eu gostei. Obrigada.
- E tem mais uma coisa... - ele tirou a mão de trás, mostrando a caixinha azul da Tiffany que todas as meninas sonham. - Feliz aniversario.
Abri a caixinha meio iludida achando que ele ia se ajoelhar e me pedir em casamento como uma pessoa normal faz. Mas não. era só um presente mesmo. Mas era um presente maravilhoso. Um anel com um diamante. Sorri e o agradeci sem graça colocando o anel no dedo. Ele foi até a sala e voltou com uma pizza.
- Então.. - passou a mão pelo cabelo - esse é nosso jantar. Não é nada fabuloso, mas eu sei que você ama.
- Você me fez fazer toda essa produção para comer pizza? - brinquei.
- Pode estrear seu presente se quiser.
- É o que farei. - peguei a sacola e fui para o banheiro - não comece a comer sem mim!
Voltei alguns minutos depois vestindo a camisola e o kimono. mexia no celular com uma cara séria, mas depois que me viu sorriu. Ele deixou o celular sobre a cama e foi até o frigobar pegar uma garrafa de vinho tinto. Sentamos a mesa e comemos em silencio.
Conversamos por um tempo, até o celular dele tocou e o mesmo saiu para atender. Peguei o meu celular e vi uma mensagem do dizendo que estava tudo bem e uma de me lembrando que faltava 5 minutos para o meu aniversario. Sorri com as mensagens. ficou um bom tempo falando no celular, já passava da meia noite. me ligou, então fui até a sacada atender.
- FELIZ ANIVERSARIO, AMIGA! - ela berrou me fazendo rir. - Como está a Disney?
- Está ótimo. Adivinha onde eu estou!
- Jantando em algum lugar divo?!
- Não, melhor. conseguiu que passássemos a noite no castelo da Cinderela!
- TA BRINCANDO!? Me conta tudo, vocês estão apaixonadinhos?
- Nós... estamos bem. mas ele anda estranho, não sai do celular... sem contar que eu ainda não entendi o proposito dessa viagem.
- Ah , desencana amor. Seu marido é estranho, aprende isso.
- Eu já aprendi.
- Vai comemorar, amanhã, ou hoje no caso, você me pega no aeroporto as 14hrs?
- JURA?
- Sim! Quero curtir com você também. Eu vou dormir, boa noite.
- Boa noite, te espero amanha. - desliguei o celular e dei de cara com - Você sabia?
- Claro, eu que paguei. É um presente para você, para mim não, mas... alias, eu mereço uma recompensa, eu ando me comportando.
- Quem sabe depois de muito vinho.
- Trouxe 3 garrafas, vamos beber. - meu celular tocou novamente, era minha sogra.
- Oi sogra!
- Oi, princesa! Feliz aniversario, meu amor. Muita luz... - pegou o celular da minha mão.
- Mãe, agora a gente está ocupado. Estamos prestes a encher a cara e te dar mais um neto.
- ! - o repreendi. Aquele não era meu marido não...
- Tá sim. Ok, liga no almoço, ou depois. Tchau. - ele me devolveu o celular - Vamos beber.
E então nós bebemos as 3 garrafas. E talvez eu tenha dormido com ele. Acordei com o café da manhã na cama. Comemos juntos, com direito a beijinhos e tudo e depois voltamos para o hotel.
Logo que eu cheguei, fui recebida por mais presentes e abraços.
- mamãe, o Mickey ligou aqui hoje! - Alice pulava na cama - ele falou parabéns, mas você não estava aqui!
- É? Depois a gente encontra ele né? - falei pegando ela no colo.
- E o Mickey deixou um presente para a aniversariante. - disse me entregando uma sacola.
Sentei na cama e abri a sacola, tinha uma faixa escrito B -Day Girl, uma coroa e um broche. Deixei tudo sobre a mesa e fui tomar banho, mas antes, pude ver e comentando alguma coisa e fazendo um toque escroto depois. Passei um bom tempo tomando banho, já aproveitei para escovar os dentes e secar o cabelo. coloquei uma roupa e deitei na cama.
foi para o banho e deitou ao meu lado.
- Foi boa a noite então? - deu um sorriso malicioso.
- Babaca.
- te disse alguma coisa?
- Sobre?
- Vou reformular a pergunta, está tudo bem entre vocês?
- Melhor que a muito tempo.
- Fico feliz. - me abraçou de “conchinha” - eu te amo tanto, não suportaria ver meu melhor amigo te machucando, noiva.
- Ele já me machucou tanto... -uma lagrima escorreu dos meus olhos.
- Eu amo tanto ele como você, mas... sei lá, você merece ser feliz.
- E eu sou. Tenho uma filha maravilhosa, amigos lindos, um chefe ótimo, tenho uma vida boa.
- Mas o ...
- O está melhorando, devagar a gente chega lá.
- Deus te ouça.
- Só me abraça.
Senti me abraçando mais forte e sorri com isso. Aquele momento era um daqueles que você deseja voltar no tempo e refazer tudo, mas ao mesmo tempo, não queria que nada mudasse. Eu poderia ter ficado com o , namorado ele, casado e estaria sendo amada incondicionalmente. Por outro lado, eu tenho uma filha linda, amigos maravilhosos e o homem por quem eu sempre fui apaixonada.
Flashback (mode on)
Estavam só as lideres de torcida do colégio naquela festa da faculdade, era uma festa de final de ano letivo organizada pelo pessoal do ultimo ano. Eu e éramos do último no colégio e lideres de torcida então ser notada pelos veteranos era mais fácil do que parecia, pelo menos para nós. Para os mais velhos, ficar com menininhas do ensino médio era uma maneira fácil de arrumar alguém pra comer.
Logo que chegamos ao local, meus olhos corriam em busca de uma única coisa: . não suportava essa obsessão que eu tinha por ele, na verdade, ela não suportava ELE e eu não sabia o porquê. Mal chegamos a festa e ela sumiu com um menino da faculdade. As meninas novatas que queriam ser lideres de torcida já começavam a fazer rodinha em volta de mim, achando que se puxassem meu saco iam entrar na minha equipe.
De longe vi , com alguns amigos e garotas que eu nunca tinha visto. Ele era o único que não ligava para mim e para quem eu era, talvez por isso eu era obcecada por ele. costumava ser meu amigo quando éramos menores, então ele cresceu e nunca mais conversamos. Ele olhou para mim, sorri e dei um tchau discreto o qual ele retribuiu com um sorriso e uma piscada. Ele era bonito, muito bonito, mas para mim, ninguém era tão bonito quanto .
Passou um tempo, a rodinha a meu redor foi se desfazendo até conseguir despistar todas as meninas. Eu estava sozinha esperando a boa vontade da linda da minha amiga para irmos embora, até que sentou ao meu lado. O cheiro de bebida e cigarro estavam escondidos atrás do perfume que ele usava. Merda, esse cara é bonito!
- Oi. - ele disse sorrindo. - você esta linda. Não usa mais óculos?
- Estou de lente.
- Você fica bem assim. - passou a mão pelos meus cabelos e se aproximou me dando um selinho.
- Obrigada. - me afastei olhando discretamente para .
- Ele não viu. - falou tentando me beijar de novo - manda a gente ficar longe de você, ele disse que vocês tem um lance.
- Temos? - questionei sorrindo.
- Acho que não, você já ficou com amigos nossos, então...
- Se temos um lance, por que é que ele fica longe de mim?
- Não sei, mas eu sei que eu gosto de você. - ele tentou me beijar novamente.
- , vamos embora. - o chamou meio perto de nós.
- Então quer dizer que temos um lance, mauricinho? - provoquei com a mão no pescoço de .
- Temos? Não sei disso não! - olhou para . - ah, claro, lembrei. Mantenha esse boato, as menininhas do colégio sempre querem o que é seu, então elas sempre correm para mim. E os meninos ficam com você por acharem que é minha. Genial, eu sei.
- E iria me contar isso quanto?
- Tenho mais a te contar. Posso te dizer tudo amanhã, em um jantar. Te pego as 20h.
- Acha que é tão fácil assim?
- Acho. - disse por fim puxando para a porta e indo embora.
Flashback (Mode Off) saiu do banheiro de cueca, colocou uma roupa e sentou na cama mexendo no celular. Parou por alguns instantes e olhou para e eu deitados juntos.
- vamos . - ele disse se levantando.
- Opa, onde é que vocês pensam que vão sem a gente? - perguntei sentando na cama.
- Para o Bush Garden.
- E eu e a sua filha?
- O carro passa aqui as 13:30 para levá-las ao aeroporto buscar a Barbie. Se quiserem, depois podem ir nos encontrar. Onde está o meu cigarro?
- Aqui. - levantei para pegar sendo seguida pelos olhos dele.
- Valeu. Tchau.
- , espera! - berrei e ele voltou. - me da dinheiro.
- Quanto você quer? - perguntou abrindo a carteira.
- Seu cartão infinity deve dar para passar o dia.
- Você tá me... - respirou fundo e sorriu de lado. - Ok. - deu o cartão na minha mão e beijou a minha testa.
- A Barbie vai dividir o quarto com o , ou leva minhas coisas para o quarto dele e ela fica com você, caso queira se livrar de mim. - disse piscando e saindo do quarto.
Alice e eu saímos para almoçar e depois já fomos para o aeroporto esperar a . Ela ia encher tanto por dividir o quarto com o , mas tanto... eu não podia, e nem queria, mudar de quarto. Não agora que ele estava tão bonzinho, confiando a mim o cartão que tem o poder de falir uma família inteira.
Sentamos em uma mesa da Starbucks do aeroporto, Alice pegou um muffin de chocolate e intercalava entre comer e reclamar da demora. O painel anunciou a chegada do voo de , mas nada da dita cuja aparecer. Depois da Ally terminar de comer, peguei um frapuccino e fomos esperar no portão de desembarque. Eis que, 5 minutos mais tarde, surge um loira de óculos escuros mexendo no celular, puxando uma mala enorme e uma sacola do Duty Free.
Depois de me dar um abraço mais do que apertado, me desejar feliz aniversario e mil outras coisas, ela roubou me frapuccino e começou a me contar que pagou primeira classe para ela e que lá conheceu um homem rico que deu em cima dela. Chegamos no hotel e, como eu havia dito, a linda da minha melhor amiga reclamou e xingou até a minha vigésima geração por ter que dividir o quarto com . Ela não gosta dele, mas é por puro ciúmes. Foi só eu mostrar o ingresso para a felicidade, ou o cartão do , chame como quiser, que ela esqueceu o drama do quarto e já correu trocar de roupa para ir as compras.
Fizemos todo um roteiro de lojas para seguir e conseguirmos comprar tudo que queríamos. Ao chegarmos no Outlet, seguimos o combinado e, quando dei por mim, estávamos lotadas de sacolas, Alice se mostrou uma compradora compulsiva igual a mãe e comprou um trilhão de coisas na loja da Disney e na loja do M&M’s. Já era pouco mais de 21:00 quando terminamos de jantar e notei mil ligações de .
Nem me dei ao trabalho de atende -lo, pegamos um taxi e rumamos ate o hotel. Ao chegarmos lá, do corredor eu já ouvia reclamar sobre o quarto e só sussurrou um “ninguém está feliz”. Entramos no meu quarto e jogamos todas as sacolas no chão. Os dois olharam para a gente sem acreditar, não pronunciou nem uma palavra, apenas passou as mãos no cabelo e se jogou na cama.
- Meu Deus, estamos falidos! - resmungou tentando não olhar para a gente.
- Não é para tanto, trouxemos coisas para vocês. - eu disse animada procurando uma sacolinha que continha dois Rolex.
- Você entra com 36 sacolas e uma pequena é para nós dois?
- Não tem 36, tem... - contei quantas sacolas tinha - 17. E sua mini consumista ajudou...
- Eu sabia que não era uma boa ideia trazer a Barbie pra cá.
- Obrigada pelos presentes, fracassado, se soubesse nem teria trazido mala! - provocou olhando as sacolas.
- Vocês já jantaram?
- Já. - respondi guardando tudo que compramos. - você não?
- Já também. O que faremos amanhã já que vocês três faliram meu banco?
- Ué, o banco é seu, seu dinheiro é infinito! - disse sentando na mesa.
- É, é infinito sim.
- Olha , você sempre foi esperta né? eu devia casar com o Tyler.
- Faça isso e eu dou um jeito do meu pai deserdá -lo.
- Vamos no Animal Kingdom amanhã. - cortei o assunto não gostando do rumo da conversa.
Entre alguns tapas e empurrões, e foram para o quarto. Eles iriam se matar, droga. Alice dormiu logo depois de tomar banho, o que permitiu que e eu pudéssemos curtir um pouco. Não sei o que estava acontecendo com ele, mas eu tinha que aproveitar enquanto durasse.
No dia seguinte, logo após o café fomos para o parque. Foi legal, confesso, mas foi melhor ainda a noite depois de eu colocar a Alice para dormir. E seguiu assim a viagem toda até o dia de irmos embora. ao chegarmos de volta a Nova York, desfiz as milhões de malas que voltamos e... bom, digamos que a Disney me deu de brinde o casamento que eu achava que nunca iria ter. Até que…
Três meses depois... - , vai logo com isso, o cheiro de açougue está me dando uma ânsia... - resmunguei sentindo meu estômago dar cambalhotas.
- Obrigada. - ela agradeceu o moço e fomos embora. - você anda reclamando muito de ânsia...
- É, acho que estou doente... - ela estacionou o carro na farmácia - eu tenho remédio em casa, obrigada.
- Ok, mas não tem teste de gravidez.
- Não tenho porque não preciso.
- Vamos ver se não...
- Lily me ligou, ela quer que eu me mude para Londres de qualquer jeito.
- Não muda de assunto, qual teste você quer?
- Eu não quero.
- Então vou levar todos. está na sua casa?
- Não, ele está trabalhando.
- Então vamos.
Fomos para a minha casa, relutei por um tempo, mas acabou me obrigando a fazer os 5 que ela comprou. Foram os 5 minutos mais longos da minha vida. Entramos as duas no banheiro para ver o resultado. Eu tremia até o ultimo fio de cabelo. sorriu, GRAÇAS A DEUS, eu não estou gravida.
- parabéns mamãe! - ela disse sorrindo e me abraçando. - mais de três semanas! Como alguém não percebe que não está menstruando a mais de três semanas! Meu Deus, !
- Não brinca com isso. - a empurrei e vi os 5 testes dando positivo. - merda! vai me matar, ele vai matar a mim e a esse bebê! - comecei a chorar.
- ama crianças, ele vai ficar feliz, você vai ver!
- Já sei, eu vou fugir para Londres!
- Para! Ele vai gostar, você tem que contar hoje! - ouvimos o barulho da porta - agora! Tchau.
- Oi Barbie burra. - falou entrando no quarto. Peguei todos os testes, joguei na bolsa da e saímos do banheiro.
- Vou leva -la até a porta. - descemos em silencio. - joga isso fora. Longe daqui.
- Fica com um, para contar para o papai! - ela me deu um e foi embora.
Subi para o quarto, entrei no banheiro e guardei o teste na minha gaveta de maquiagem. estava muito serio e muito tenso. Sai do banheiro meio nervosa encostei na parede o olhando enquanto o mesmo mexia no celular. Ele respirou fundo e me olhou.
- Preciso te contar uma coisa. - dissemos juntos. - você primeiro! Não, você. Pode falar.
- Fale você antes, . Parece ser serio. - eu disse e ele se levantou vindo até mim.
- Ok. - acariciou meu rosto - você é linda. , escuta, eu... droga, não sei como eu posso te falar isso.
- Falar o que? eu estou ficando nervosa.
- Tá, vou ser rápido. Um band -aid, tem que puxar bem rápido.
- O que está acontecendo?
- , você se lembra da ?
- Voltou a ver essa biscate?
- Não, já faz meses que não. só que... ela está gravida.
- Ah ela está?! - essa vadia tem que engravidar na mesma época que eu?
- E... eu sou o pai. - DO MESMO HOMEM QUE EU?
- Para de graça. Você está mentindo, né? é mentira, né? - eu já chorava.
- , eu sei que... - ele tentou tocar no meu braço.
- Não me toca. - sussurrei chorando.
- Me escuta, cassete! - ele alterou a voz e senti o hálito de álcool.
- Não, me escuta você. Eu já ouvi tanta bosta de você, agora é a sua vez de ouvir. Eu passei 6 anos da minha vida aceitando TUDO que você fazia. Todas as traições, todos os gritos, todos os tapas, socos, xingamentos, mas um filho? É demais para mim, é demais para qualquer um. Você não tem um pingo de respeito por mim? Eu pensei que nesses 3 meses, tudo ia se resolver, e você ia me respeitar e gostar pelo menos um pouquinho de mim, mas...
- Já acabou? - disse entredentes apertando meu braço - já da para calar a boca?
- Ela está de quantos meses?
- 5.
- Foi esse o motivo da Disney? Era isso que você tanto mexia no celular? Responde!
- Sim.
- Filho da puta! - perdi o controle e acertei um tapa na cara dele. - meu Deus, perdão!
- Perdão? Perdão? - me jogou no chão e eu rastejei até o corredor - você perdeu o juízo né, ?
- Eu... sinto muito.
- Sente? Ora, mas vai sentir muito mais. - um tapa ardido atingiu minha cara. - onde está a Alice?
- Na sua mãe. , vamos conversar.
- Agora você quer conversar, mas quando eu queria, você preferiu bater na minha cara.
- Eu me arrependi.
- Tarde demais.
A única coisa que eu lembro depois disso sou eu me levantando e sentindo uma dor forte na barriga e depois de um tapa no rosto, perdi o equilíbrio e cai da escada. Passei a mão na cabeça e vi um pouco de sangue. Então tudo ficou preto e eu apaguei.
's POV Estava dentro do meu closet, me preparando para sair quando ouvi meu celular tocando. Era . Ele não tem um pingo de paciência! Eu estava terminando de me arrumar, estava meio atrasado, mas estava indo! Peguei o celular, me joguei na cama e atendi.
- me da cinco minutos! - eu disse olhando para o relógio.
- Eu matei a . - ele chorava e soluçava.
- Como assim? , você bebeu? Me passa o telefone para a , ou para a Alice.
- , ela não pode atender, ela morreu. Vem aqui, por favor. Tem sangue nela.
- , você se drogou? Joga uma agua no rosto.
- Não! eu contei sobre a e o bebê, nós brigamos e eu a joguei da escada.
- Eu estou indo.
Mesmo achando que ele estava bêbado ou drogado, corri o máximo que meu carro permitiu. Peguei a chave da casa deles no porta luvas e quando entrei vi esticada no chão, próxima a escada e sentado no degrau a olhando e chorando. Eu nunca o vi chorar daquele jeito. Ele literalmente gritava de tanto chorar.
Fiquei um tempo parado olhando minha melhor amiga e eterna paixão morta no chão. Havia sim sangue, mas pouco. Eu nem piscar conseguia, esqueci como respirava, o mundo parou, por um segundo eu não ouvi mais chorar, não havia mais barulho algum, parecia que era só eu e ela ali. Me ajoelhei ao seu lado sentindo lagrimas rolarem no meu rosto. uma mão dela estava com sangue encostada no chão e a outra na barriga. Mesmo depois de tudo que aconteceu, ela parecia tão calma e serena. Peguei uma das mãos dela e apertei firme. Eu estava tremendo.
- Não toca nela! Nós vamos ser presos! Eu matei minha esposa! - soluçava entre as palavras.
- Espera, - segurei seu pulso e consegui sentir sua pulsação. - ela está viva, liga para a ambulância!
- Não! não! eles vão me prender!
- Não vão, se acalma! - peguei meu celular e liguei para a ambulância. - falamos que ela caiu da escada sem nem a gente ver, ok?
- Tá.
A ambulância chegou e fomos para o hospital. não parava de chorar um se quer minuto. Levaram para dentro e nós ficamos na sala de espera. Eu estava tremendo mais do que antes e já se acalmava um pouco. O medico disse que estava bem e já podíamos entrar para vê -la, ficou com medo dela acordar, olha para ele e morrer de desgosto, então entrei sozinho. Ela estava dormindo enquanto o medico falava comigo.
- ela bateu a cabeça, mas está bem. Enfim, ela está ótima, foi só um susto. Ah, o bebê também está bem. Você é o pai? - o medico disse lendo a ficha.
- Pai? Bebê? Que bebê? - eu estava mais do que surpreso.
- Acho que estraguei a surpresa! Já que acabei com tudo, aqui está o ultrassom. - ele me mostrou uma foto na ficha. acordou. - olha só quem acordou! Vou deixar vocês a sós.
- Então... tem algo que eu devo saber? Algo tipo... não sei, um bebê que você está gerando?
- Você não contou ao né?
- Não, acabei de saber.
- Eu soube hoje também. E... estou me mudando para Londres. Eu, Alice e meu bebê.
- Você não faria isso...
- Fugir para a Europa e não deixar o pai do meu filho saber da existência dele? Sim, eu farei.
- Você é louca, eu vou falar para o neste minuto! - eu ameacei a sair, mas desisti ao olhar para ela.
- Você tem que entender o meu lado, meu marido vai ser pai de um filho que não é meu e de um que é ao mesmo tempo.
- Só que não é certo você...
- Quer saber? Esquece, não sei porque pensei que ficaria do meu lado, sempre preferiu o e sempre soube do filho da .
- Eu não sabia! - sabia sim - ele me contou agora. E ele está lá fora chorando muito, achando que te matou.
- Quase me matou mesmo. Queria que ele morresse.
- Não deseja isso! escuta, eu vou mandar entrar, vocês precisam conversar.
- Manda sim, caso queira sua amiga, seu amigo e seu sobrinho mortos, porque é isso que farei caso eu veja a cara desse safado imbecil. É serio , eu mato ele e depois me mato.
- Quantos meses? - perguntei sentando na poltrona.
- Três, sim, foi na Disney.
- Não, me refiro ao tempo que vai se refugiar na Europa.
- Ah, para sempre.
- Vai cagar! Sem brincadeiras, quanto tempo?
- Eu juro. E se você contar ao aonde eu estarei, serão apenas 2 mortos. Você e ele.
- Vai dizer o que para ele?
- Nada. Não vamos conversar.
- Larga a mão de ser criança.
- Eu vou falar com ele, por respeito a você, mas não agora, lá em casa. Você pode ficar lá com a gente caso... você sabe, caso ele queria me bater?
- Tudo bem.
O médico deu alta para ela, receitou um remédio por causa do bebê e fomos embora. Na realidade, eu e ela fomos embora de taxi e teve que ir em outro, porque deu chilique que se entrasse no mesmo carro que ele seria para leva -lo até a cadeia. Chegamos até a casa deles antes que e ficamos no quarto. Ela já fazia a mala tentando levar o máximo de coisas que conseguia. demorou a chegar, o que significava uma passada no bar antes.
Quando ouvi o barulho da porta da frente se abrindo, olhei para , que mordia a boca e fazia mimicas para eu não falar nada sobre o bebê. Antes de entrar no quarto, eu sai e fui até o quarto de Alice, eu ia sentir muita falta delas.
’s POV entrou no quarto e nem me olhou. Ligou a tv e deitou na cama para ver o jogo de futebol que passava. Continuei a fazer minha mala em silencio. Meu sogros entraram em casa e sorri ao ouvir a voz de Alice. Ouvi os três subindo as escadas e suspirei fundo. Elas entraram no quarto e se assustaram ao ver a mala sobre a cama.
- onde vão? - a mais velha perguntou.
- Que bom que chegaram, eu tenho algo a dizer, mas tenho que esperar a chegar para eu contar uma vez só.
Eu tinha mandado mensagem para vir para casa rápido, ela sabia lidar com a Alice melhor que eu as vezes e naquele momento eu precisaria de ajuda. A mãe de tentava fazer com que ele falasse o que estava acontecendo, mas ele dizia não saber. Nisso, já estava no quarto conosco aguardando a chegada da minha amiga. chegou, parou na porta meio assustada com o momento, olhou para todos nós, demorando um pouco mais em e .
- bom, já que estão aqui, eu quero contar uma coisinha. - eu disse parando de fazer a mala.
- Estou nervosa, há motivos? - minha sogra questionou com a mão no coração.
- Na verdade, há sim. - eu estava muito calma - eu e Alice estamos nos mudando. Para a Europa.
- Ela não ousaria... - debochou ainda vendo a tv.
- Sim, eu ouso. Caso estejam se perguntando o porque da minha decisão surpreendente e repentina, eu esclarecerei. - olhou quase suplicando para que eu não contasse sobre a linda traição e o novo neto - Recebi uma proposta de trabalho muito boa em algo que me identifico muito, moda, e não posso recusar.
- Fico feliz por arrumar um emprego que goste, mas... não pode deixar o banco assim, principalmente indo para a Europa. - meu sogro comentou meio sem jeito.
- Eu sei, e é por isso que ele vai ficar. Ah, e claro, ele tem um novo filho para cuidar, você contou aos seus pais que sua amante está gravida, querido?
- Sua o que, ? - eu via a raiva nos olhos de quase todos do cômodo.
- Seu grande idiota! - saltou em cima dele, mas a segurou. - vem Alice, vamos brincar no parquinho com a tia.
- o que você pensa que está fazendo, seu merda? Você tem uma família! Uma filha ainda pequena e uma esposa que é uma mulher maravilhosa! você tem noção do que fez?
- Pai, eu posso explicar! - levantou da cama passando as mãos pelos cabelos.
- Não, não pode. Nem Deus pode explicar o quão imbecil e irresponsável você é! Olha para tudo ao seu redor, olha para o rosto da sua esposa, olha pela janela, veja sua filha, veja tudo que você jogou fora!
- Eu nem lembro de ter transado com a no dia em que fui pegar minhas coisas na casa dela, mas eu estava muito bêbado e...
- E essa mulher com quem vai ter um filho, você acha que ela te ama?
- Você acha que ELA me ama? - questionou apontando para mim e rindo.
- Se sim, ela já deixou de amar. A quanto tempo vem tento relações com essa mulher, essa sua tal ?
- Algum tempo.
- Quanto, ? Me responda!
- 3 anos, talvez mais, não sei. - doeu. Doeu muito em mim. Era mais do que eu esperava.
- Vai deixar sua esposa ir embora com a sua filha assim? Não vai nem lhe pedir desculpas, se bem que nada que fizer será suficiente para reparar esse erro.
- Quer saber de uma coisa? Eu deveria chorar, gritar, ficar de joelhos e dizer que eu preciso de você aqui. - disse olhando nos meus olhos - mas eu tenho um compromisso agora e, bom, honestamente eu não me importo com o que faça.
Ele passou por nós e saiu da casa. Era horrível ver todos com aquela cara de dó para mim. Eu não chorei, nem uma lagrima se quer consegui derramar, eu queria, mas não consegui. Acho que parte de mim achava que aquilo não era real, então não valia a pena chorar e a outra parte só não queria fazer todos sentirem mais pena ainda.
Esperei que todos fossem embora e me deixassem sozinha com Alice. Pedi a que fosse comprar alguma coisa para comermos e voltasse depois. Sentei -me com Ally na casa da árvore e ficamos um tempo em silencio. Era difícil explicar tudo aquilo para uma criança de 5 anos, para o meu bebê.
- nunca mais veremos o... ? - ela perguntou olhando para mim.
- Claro que veremos - se Deus quiser não - mas vai demorar um pouco. O papai fez coisas ruins e como castigo vai ficar sem a gente.
- Ele vai ter um filho? Vai deixar se ser meu pai porque a mãe do novo filho dele não é a minha mãe?
- Ele vai ter um filho, sim, mas sempre vai ser o seu pai. E a gente vai morar num lugar bem legal, que tem uma roda gigante bem grandona.
- Eu queria um irmão, ou uma irmã. Queria um monte de irmãos, mamãe, para eu ter com quem brincar quando você cansar.
- Posso contar um segredo para você? Promete que não vai falar para ninguém? - ela assentiu sorrindo.
- A mamãe tá segurando seu irmãozinho aqui ó. - coloquei minha mão sobre minha barriga e ela colocou também. - vai demorar um pouquinho, mas ele vai nascer e vocês vão brincar um montão.
- Serio? Eu vou te ajudar tá, mamãe? Posso ajudar você a escolher o nome?
- Claro! Como você queria que chamasse se fosse menino?
Ficamos brincando até chegar com uma pizza. Comemos na casa da árvore mesmo e depois conversamos sobre o bebê, sobre Londres e sobre outras coisas que tentamos para distrair Alice um pouco. Aproveitei a ajuda de e terminamos de fazer a mala. Falei com Lilian sobre ir para Londres e ela correu atrás de um jatinho particular que saísse logo cedo no dia seguinte, pude levar mais mala do que poderia em um avião normal, mas mesmo assim algumas coisas ficaram para trás, como por exemplo o amor da minha vida.
Fim?
Nota da autora: Fim? Ela foi embora? Será? Caso gostem, comentem e que posto a segunda temporada. Enquanto isso, fiquem com o teaser para deixar um gostinho de quero mais…
Qualquer erro nessa atualização são apenas meus, portanto para avisos e reclamações somente no e-mail.
Para saber quando essa linda fic vai atualizar, acompanhe aqui.
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