True Blood

Última atualização: 23/04/2018

Prólogo - Remembering The Old Times

Mikaelson Point Of View

09 de Março de 1450.
Mamãe não gostava que eu ficasse muito tempo fora de casa, mas que culpa tenho se adoro dar longas caminhadas? Acho que ficarei de castigo. Já está quase escurecendo. Subo em Lou, meu amado cavalo branco, e vou quase que correndo em direção ao pequeno vilarejo que moramos. Estranho... por que todos estão na praça? Tem muito sangue aqui. Eu não gosto nada disso. Vou para algum lado que dê para ver tudo isso e tento descobrir o que está acontecendo. Minhas mamães estão aqui. Tem muito sangue... Carly está chorando. O que aconteceu? Algo me diz para não descer do meu cavalo. Algo me diz para eu fugir.
— Vocês mataram meus pais! Todos sabiam que vocês queriam ser as líderes do clã.
Ela gritou para minhas mães. Não, elas não mataram! levitou, também. Não, não! Pare com isso, Carly. Antes que algo acontecesse, eu a joguei no canto. Todos naquele lugar tinham medo de mim, pois eu não tinha controle dos meus poderes; eram fortes demais para alguém da minha idade. Então, me senti sufocada. Meu ar estava se esvaindo, entretanto, sentia a fraqueza da magia de Carly, mesmo com todo o ódio que ela emanava. Isso costumava dar mais poderes as bruxas, porém não a ela. Ela era fraca. Ela jogou para longe. Ah, meu bem... você não deveria ter feito isso. Todos os vidros das janelas dos pequenos casebres se quebraram; o fogo da grande fogueira montada no meio da praça subiu, fazendo todos que estavam em volta se assustarem e correrem.
— Brigue comigo, Sonenclar. Ou você é fraca demais para isso?
Duas mãos fortes me pegaram por trás e prenderam meus braços. Algemas anti-magia. Malditos! Pegaram minhas mães, e fizeram o mesmo comigo.
Eu vi as pegarem e amarrarem no meio da praça. Eu vi as queimarem vivas. Eu as vi implorando por piedade. Me obrigaram a ver o show de horror que fizeram com elas.
Me senti fraca, não era capaz de fazer nada. Aquela voz que eu ouvia desde que nasci me disse para ficar calma, que ia me ajudar a fugir. Senti algo diferente, como se minha magia fosse mais forte do que o normal. Me soltei e matei todos que participaram da morte de minhas mães, menos Carly. Eu gostaria de fazer a morte dela ser lenta e dolorosa, como havia sido a de minhas mães.
Não a mate. Fuja. Aquela voz disse. Montei em Lou, que permanecia parado no mesmo lugar, e o fiz correr tão rápido que senti que suas forças estavam quase se esvaindo. Quando cheguei no mesmo lugar que estava a horas atrás, resolvi parar alguns minutos. Escutei um barulho vindo das árvores.
Não use sua magia.
Uma mulher branca como a neve, de cabelos castanhos e olhos verdes se aproximou de mim. Ela emanava algo diferente, não era bruxa, claramente. Era algo que eu não conhecia.
— Está perdida, querida?
Balancei minha cabeça positivamente, me encolhendo no fino casaco. Era uma noite muito fria. A mulher percebeu e tirou seu sobretudo vermelho, colocando em meus ombros. Automaticamente, senti meu corpo se aquecer.
— Venha comigo. Está muito frio para uma garotinha como você ficar aqui.
Vá. Ela não irá lhe fazer mal.
Subi em Lou e a moça foi até seu cavalo; ele era tão bonito quanto Lou, mas eu ainda preferia meu garotão. Sentia o vento por meus cabelos, fazendo o frio aumentar cada vez mais. Céus, eu estava congelando! Algum tempo depois, paramos na frente de uma bela casa, que era no estilo dos meus sonhos, onde eu dizia a mamãe que queria viver com elas e com minhas irmãs. Ah, meninas... eu não fui capaz de salvá-las.
Elas estão bem. Você ainda vai encontrá-las.
A bela moça desceu de seu cavalo e me deu a mão para que eu descesse do meu. Me guiou até a entrada da casa, e um cheiro de carne assada preencheu a sala.
— Você se supera a cada dia, meu bem.
Ela disse a uma outra mulher, que estava colocando pratos na mesa.
— Quem é essa, Lo?
— A encontrei enquanto voltava para casa. Você sabe, às vezes tenho pena de humanos.
Ambas riram. Me concentrei em sentir o que elas eram. O fio de magia que vinha da latina a minha frente me fez sorrir.
— Você é bruxa — murmurei sem perceber.
— Como você sabe?
Não diga o que és.
— Talvez tenha sido um golpe de sorte.
Ela sorriu para mim, me puxando pela mão e me colocando sentada na mesa. Será que ela tinha adivinhado que eu estava cheia de fome? Depois de comer mais dois pratos da comida que parecia ter se multiplicado, ajudei a bruxa a tirar a mesa e a lavar a louça, mesmo que ela tenha dito mil vezes que não precisava de ajuda. Sentamos no enorme sofá que havia na sala, procurei sentar mais afastada das duas; mesmo que estivesse tranquila, não sabia o que aquela mulher de olhos verdes era.
— Pois bem. Conte-nos o que aconteceu com você.
A latina disse, com uma voz estranhamente confortante e manipuladora. Ela estava usando magia para me fazer relaxar?
Não conte a verdade. Não deixe a magia dela manipular você. Lembre-se: você é mais forte.
— Eu morava em um pequeno vilarejo bem longe daqui. Alguns fazendeiros bem influentes queriam aquela terra para criar gado. Mandaram que todos saíssem, ou iriam atear fogo em todas as casas na próxima semana. Ninguém ali tinha para onde ir, então resolveram ficar. Eles, no entanto, novamente voltaram. Mas, dessa vez, mataram algumas pessoas, para mostrarem que não iriam hesitar. E, bom, deram mais uma semana para os moradores. Alguns saíram, bem poucos. Então, atearam fogo nas casas. Minhas mães não quiseram sair. Na hora, eu brincava com minhas irmãs num lago perto, estávamos voltando quando vimos que todas as casas estavam pegando fogo. Não havia sobrado nada. — Pausei, tentando respirar para continuar com a mentira. — Nos abrigamos numa caverna por um tempo. Mas certo dia acordei, e elas não estavam mais lá. Estava procurando elas por aqui, e então a senhora me encontrou — disse, apontando para a moça de olhos verdes.
— Nos diga seu nome. Eu sou Lola Estrabao, e ela se chama Mikaelson — a latina disse. Acenei positivamente com a cabeça
, senhora. Mas prefiro que me chamem de .
Elas se entreolharam, como se uma lesse o pensamento da outra.
— Você gostaria de viver conosco, ? Terá tudo. Comida, estudos, uma casa, carinho e tudo que desejar. Inclusive, vingança pelos que mataram sua família — sugeriu, se aproximando de mim.
Ela vai tentar compulsão com você, mantenha sua mente limpa e não deixe.
— Qual é o seu nome? O que aconteceu com a sua família?
Aquilo era tentador demais, como se a verdade fosse sair de minha língua a força. Tentei manter minha mente limpa para afastar aquela sensação. Murmurei algum feitiço antigo, quase imperceptivelmente. Lembrava da voz de mamãe dizendo que esse feitiço mantinha qualquer tipo de coisa longe de sua mente, desde a alguma magia que quisesse te fazer alucinar até coisas piores.
. Minha família morreu num incêndio.
pareceu se convencer e rompeu seu contato com meus olhos. Respirei aliviada. Tudo por causa daquela maldita voz. Mamãe dizia que nossa família tinha um segredo, e que essa voz tinha relação com isso. O que quer que isto significasse, eu odiava, mesmo que me aconselhasse e me ensinasse coisas que nem as bruxas mais experientes do vilarejo sabiam. Por isso que todos me temiam, minhas mães diziam que as pessoas costumavam temer tudo que não compreendiam.
— Eu aceito a sua proposta, senhora .
— Uma coisa que terá que aprender é que não nos deve chamar de senhora. e Lola já é suficiente. Vamos ensinar a você como se portar diante da sociedade, como se vestir, como falar, como comer. E, futuramente, você irá ser como eu.
— Tão bonita e fina como a senhora? — Ela me olhou feio, me obrigando a concertar a fala. — Tudo bem, como você.
— Você ainda não entendeu, não é? Ser como eu não significa ter todos os meus atributos. Ser como eu significa ser transformada, ser uma vampira.
Óbvio que eu já havia ouvido falar sobre vampiros. Em meu vilarejo, as pessoas comentavam sobre uma família bruxa que, por sua imensa vontade de poder e força, fizeram um feitiço para se transformarem em criaturas imortais, incapazes de serem mortas por maneiras convencionais, como os humanos e bruxos. Mas eles não sabiam que aquilo os fariam se alimentar de humanos, de sangue. Eles aterrorizavam vários vilarejos em Mystic Falls, dizimando milhões de famílias, até que alguns se separaram. Contudo, eles transformaram muitos pela América. Nunca tinha estado perto de um, era por isso não havia reconhecido a energia. Todos os seres místicos emanavam uma energia diferente, já havia conhecido alguns lobisomens, por isso sabia disso. Eu sabia quando eles eram mais fortes e mais experientes. Novamente, todos tinham medo de mim por ter poderes estranhos e incompreendidos.
— Então vocês existem — afirmei, com um sorrisinho de canto. Me olharam surpresas. — Tudo bem, eu aceito. — se aproximou de mim, tirando os fios teimosos de meus cabelos, que caíam nos olhos.
— Primeiro eu te transformarei em uma dama, . Quando você atingir a maturidade, te farei uma de nós. Você será maravilhosa, minha criança. Eu sei.


Capítulo 1 — Gather Up the Killers

Escuridão. Respirações. Gargalhadas. Sussurros. caminhava pelo beco escuro. Um casal se beijando; sentia a pulsação acelerada e a excitação vindo deles. Tinha o dom de aparecer atrás das pessoas sem ser notada. Seus caninos na jugular da mulher, acabou com seu sangue em menos de um minuto.
Pescoço do homem quebrado. Sangue escorrendo. Sangue por seus lábios. Era tão delicioso.
Não se dava ao trabalho de se livrar dos corpos. Apenas saía, e os deixava, partindo para outra cidade e fazendo a mesma coisa. a acompanhava, apesar de detestar seu comportamento, acabava cedendo. Muitos séculos a seu lado... a garota era como sua filha. Estavam indo para New Orleans, uma cidade grande, então não poderia fazer muitos estragos. Estava quase desistindo de ir para lá, mas um sentimento estranho, a fazia querer ir. Contudo, sabia que deveria ir. Ela havia dito.
O pôr do sol compunha o céu quando colocaram os pés na cidade.
— Por que não viemos para cá antes? É muito mais divertido que os vilarejos de Londres.
comentava, ainda com seu espírito de uma adolescente. Fora transformada quando atingiu sua maturidade, lembrava de como havia a encontrado: uma garotinha doce, perdida na floresta após se perder de suas irmãs e sua família num incêndio. Todos a conheciam. Era da linhagem original dos vampiros. Havia feito tantos estragos naquele pequeno vilarejo junto de seus irmãos. Ah, lembrar de todos a faziam ter uma certa sessão de nostalgia. Então, ela a perguntou se gostaria de viver em sua casa consigo e Lola, ouvindo-a dizer que aceitaria, já que estava só. Quando atingiu sua maturidade, a transformou. Esteve presente a seu lado em todas as etapas, lhe proporcionando as maiores riquezas e todo o conhecimento possível. Ela se aproveitou disso e, em troca, a deu sua companhia pelo resto da vida. Amor... um sentimento estranho. Mas era algo perto disso o que sentia, tinham uma ligação forte, se importavam uma com a outra. mantinha parte da sua humanidade e, consequentemente, a dela também.
Pararam em alguma cafeteria. Ela insistiu tanto, que não teve como negar. A garota tinha um poder de persuasão tão forte que ela não era capaz de compreender. Olhou a sua volta, algumas pessoas sentadas, mas uma em especial a chamou atenção; reconheceria em qualquer lugar.
— Rebekah? — chamou por sua querida irmã, havia séculos que não se viam. Ela resolveu ficar na cola de Niklaus, e preferiu viver sua vida; eram poucas as vezes que permanecia ao lado da família. Bekah a olhou. Sorriu tão profundamente, e foi capaz de sentir o impacto.
— É você mesmo?
A abraçou. Não era muito fã de demonstrações de afeto, porém faziam no mínimo dois séculos que não a via. havia se juntado a elas.
— É arriscado eu estar aqui. Precisamos ser rápidas. Não acredito que você ainda está com , está cada dia mais linda.
Não precisava olhar para saber que estava corada.
— Me diga exatamente o que aconteceu.
— Acho melhor vir comigo, Nik te explicará tudo direito.
Seguiram Rebekah para fora da cafeteria, tentando ser as mais discretas possíveis. Entraram no carro de , Rebekah ensinou o caminho da casa onde todos estavam e viu uma garotinha ruiva brincando no jardim. Olhou curiosa: ela emanava tanto poder.
— Tia Bek, quem é essa menina?
— Minha sobrinha, filha de Klaus.
tossiu. Como um vampiro poderia ser pai? Resolveu não contestar, perguntaria ao irmão. Saíram do carro e entraram na casa, que estava praticamente vazia. Ouvia-se voz de Elijah ao longe, discutindo com Niklaus.
— Pelo visto não mudaram, continuam discutindo por besteiras — comentou, com escárnio. Viram os dois irmãos na cozinha. conhecia todos, exceto Klaus, por isso, olhava para o híbrido encantada. Ele era realmente bonito, como costumava dizer, e tinha os olhos do demônio. Ambos se surpreenderam quando viram a irmã. correu para abraçar Elijah, seu tio favorito. Que Kol e Finn não a escutassem.
— Senti sua falta, tio Elijah — disse . Klaus se perguntava quem ela era.
— Não vão me dar as boas-vindas? — perguntou, debochando. Klaus se aproximou e sorriu, a abraçando; sentia falta de sua irmã rebelde.
— Senti sua falta, Gaia. A propósito, quem é essa menina?
— Também senti sua falta, Nik. Essa é , minha...
— Filha, Lo. É difícil falar isso? Prazer, senhor. Me chamo , vivo com há muitos anos. És o único Mikaelson que não conhecia.
— Ela chamou o Nik de senhor — Rebekah disse e riu. Adorava zombar do irmão. Klaus a olhou raivosamente, o que fez tudo ficar mais engraçado. Chamou para fora da casa, que tratou de carregar junto a ela.
— Você chegou em uma boa hora, irmã. Estamos precisando de toda ajuda possível.
— Você precisa de ajuda para proteger sua filha?
— Sim... e não. Nos anos que estive em New Orleans, fiz muitos inimigos e irritei um antigo amigo, Marcel Gerard. Meu atual inimigo, na verdade.
— Seu filho Marcellus? O que fez a ele, Niklaus? — O tom de voz de era áspero. Ela sempre gostara do menino; nas poucas vezes que o viu, ele sempre havia a tratado muito bem.
— Ele roubou minha cidade, irmã, e eu a queria de volta.
— Niklaus, não acredito! Você continua o mesmo... — Ele deu um sorriso de canto. A irmã sorriu. observava a relação dos dois com certa inveja, já teve algo assim com suas irmãs.
— Te ajudaremos no que precisar, irmão. — Niklaus a olhou confusa. — também é parte da família e sempre quis estar entre nós. Não iria se negar a ajudar.
— Pode contar comigo. Ainda mais se for pela segurança de sua filha, eu me responsabilizo por ela.
amava crianças e sabia disso, convenceria o irmão que ela era confiável. E capaz, muito capaz. Ele olhou para a garota, fixamente, como se ela fosse algo difícil de desvendar. Balançou a cabeça positivamente, arrancando um sorriso de , que saiu de lá para achar a garotinha, a encontrando sentada numa mesa, pintando.
— Oi. Me chamo , e você?
A menina a olhava, com uma expressão doce.
— Me chamo Hope. Quem é você?
— Eu sou filha de sua tia . Imagino que não a conheça. — Ela balançou a cabeça positivamente. — Tecnicamente, sou sua prima.
— Você gosta de pintar?
— Eu costumava pintar quando tinha a sua idade. Geralmente, pintava meus familiares ou coisas que costumava sonhar — contei, olhando os desenhos da garotinha. Ela era boa, dado seu tamanho.
— Você é como meu tio Elijah?
— Sim.
— Como meus pais?
— Imagino que não... — Ela concordou com a cabeça. Estendeu um papel para que a prima pintasse, e foi isso que ela fez, fazendo que suas flores crescessem com sua magia. No fundo desse jardim, desenhou um banco onde estava sentada, observando tudo com um sorriso.
— Veja se gostou.
Hope tinha uma empolgação em seus olhos.
— Eu amei! Você pinta muito bem. — Pulou em seu colo, dando um abraço apertado. Não sabia o quão bem esse abraço havia feito bem a .
— Posso ver que vocês já estão se dando bem. — A menina pulou de susto ao ouvir a voz de Rebekah. — Hope, venha comigo. Sua mãe está doida atrás de você.
Rebekah colocou a garotinha no colo. Antes de as acompanhar, notou uma estranha luz azul que vinha em direção as duas. Murmurou algum feitiço antigo de proteção, para que se afastasse, sabia que aquilo não era bom. Olhou para Hope, e percebeu que ela também tinha visto. Olhe os desenhos dela, ela falou. Entrou rapidamente na casa, vendo que Klaus conversava com uma mulher que não conhecia.
— Ahn... Tio Klaus, será que o senhor pode me mostrar os desenhos de Hope? Ela me disse algo e fiquei curiosa para vê-los. — A mulher riu quando ela o chamou de tio. Ele não esboçou uma reação negativa, parecia que tinha gostado do apelido carinhoso.
— Tio... Hayley, leve até o quarto de Hope e mostre seus desenhos.
A mulher concordou. Era híbrida, emanava uma energia diferente. Subiram as escadas, indo até o primeiro quarto do corredor. Abriu uma gaveta da cômoda que ficava em frente da cama e deu os papéis a .
— Obrigada. Você é a mãe da Hope, suponho.
— Sim. E você é?
— Sou filha de , irmã de Klaus.
— Tenho que ir atrás de Hope. Essa garotinha está fugindo do banho desde cedo.
riu. Crianças. Hayley deixou o quarto e ela olhou os desenhos, nada anormal, por enquanto. Então ela viu vários desenhos repetidos, algo que se parecia com uma cobra mordendo o próprio rabo. Isso não era bom, era estranho demais uma criança desenhar esse tipo de coisa. Magia antiga, , ela falou em sua mente.
— Eu não conheço nada como isso — murmurou baixinho. Aquilo era magia negra, claramente. Algo que envolvia muitos sacrifícios. A cobra era um dos seres mais comuns para sacrifício na magia negra, sabia disso. Mas uma cobra como aquela era estranho. Observaria o comportamento da menina pelos próximos dias.
Desceu, procurando um lugar afastado para pensar. Entrou em uma espécie de galpão; uma mulher estava sentada em uma cadeira, amarrada. Outra mulher colocava uma espécie de máscara em seu rosto. Quando notou minha presença, começou a gritar por socorro. A outra mulher virou para trás, outra bruxa Mikaelson.
— Desculpe. Não tinha atenção de acabar com o sexo pervertido de vocês.
A bruxa ficou visivelmente com vergonha.
— Quem é você? — perguntou. Seu tom de voz era rude, e quase estremeceu. Quase.
— Sou , filha de . Você é?
— Freya Mikaelson. Quem diabos é ?
— Presumo que seja sua irmã. Michelle Mikaelson.
— Não tenho nenhuma irmã chamada .
— Como não? A não ser que você não tenha passado a infância com seus irmãos.
— Não passei...
se arrependeu no mesmo momento. A mulher permanecia gritando; tentou se aproximar, mas Freya a impediu.
— Nem pense nisso.
— Você quer correr o risco de Hope entrar aqui? Ela é uma menina inteligente...
— Hayley ficará de olho nela.
— Ah, não garanto. Mais cedo ela estava doida atrás dela, para que tomasse banho.
— Não importa. Ela não sairá daqui — disse com raiva, apontando para a mulher na cadeira.
— Veremos. Nunca me subestime, bruxinha.
deixou o galpão, visivelmente com raiva. Entrou novamente na casa, a mesma luz azul a seguia.
— O que você quer comigo? — gritou. Preciso de uma hospedeira segura, pôde ouvir uma voz da luz azul, sussurrando. Murmurou uma antiga maldição que sua mãe havia a ensinado. Vai pro inferno, pensou.
Um grito estridente. A luz desapareceu. Respirou aliviada, isso ainda iria causar muitos problemas. Abriu a geladeira e pegou uma cerveja, não poderia sair para caçar agora, apesar de sua fome ser imensa. Sentou num banco alto e bebeu calada, pensando em algumas coisas. O que seria aquela luz azul? Em um momento de distração, não percebeu que estava atrás dela. A vampira observava ela, pensando. Sempre soube que a menina era uma incógnita, não fazia ideia do que poderia passar por sua cabeça.
— Que feio, bebendo escondida.
A cerveja caiu no chão com o susto que ela havia tomado.
— Maldita! Olha o que você me fez fazer. — gargalhou e bagunçou o cabelo da menina. Puxou um banco e sentou a seu lado.
— Você está preocupada, posso sentir. O que aconteceu?
— Não é nada, só estou faminta. Mas imagino que não possamos sair para secar algum humano.
— O que aconteceu com a politicamente correta?
— Ficou em Londres. — Riram. a abraçou, sendo retribuida. Se sentia estranhamente segura ao lado dela, mesmo que soubesse que era mais forte. Ouviram alguns passos descendo as escadas. Hope. Ela se aproximou das duas com uma face assustada.
— Aconteceu alguma coisa, meu amor? — perguntou, acariciando o rosto da garota.
— Tive um sonho ruim.
— Me conte esse sonho.
— Sonhei com uma mulher, ela vinha atrás de nós. Matava minha mãe e me matava também, mas antes disso ela matou todas as crianças bruxas de New Orleans. Não quero que nada aconteça com minha família, prima.
a pegou no colo, deitou a cabeça em seu ombro.
— Vamos deitar. Sua prima promete que não vai ter mais nenhum sonho ruim.
Subiu as escadas com a menina. Pediu a Deus, se ele realmente existisse, que não deixasse nada acontecer com a garotinha. Ela era tão doce para sofrer, apenas uma criança. Não queria que sofresse como ela. Colocou ela em sua cama, e deitou a seu lado. A abraçou forte até sentir que havia adormecido.
— Por favor, não deixe que nada aconteça com ela.


Continua...



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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