Fanfic Finalizada: 29/04/2018

Capítulo único

- ! Será que dá pra me explicar por que a gente tá na casa do ? Você não vai me fazer segurar vela no meu aniversário, vai? - Perguntei, minha melhor amiga resolveu que seria uma excelente ideia me arrastar pro apartamento do namorado dela justamente no meu aniversário de 18 anos, mesmo sabendo que eu ODEIO segurar vela pros dois.
- Cala a boca e vamos logo! - Respondeu , delicada como sempre.
- Eu podia estar em casa, comendo pizza e vendo meus filmes favoritos com meu pai. - Resmunguei cruzando os braços, ela riu e nós paramos na frente da porta do apartamento.
- Maaaas você está aqui, e é por um bom motivo. - Disse, colocando a mão na maçaneta e me lançando um sorrisinho suspeito.
- ... - Chamei devagar, ela riu e abrir a porta de uma vez.
- Surpresa! - Gritou um coro de vozes vindas de dentro do apartamento, quando entrei, vi todos os meus amigos na sala enquanto segurava um bolo com algumas velinhas.
- Parabéns pra você! - Começou e o resto a seguiu continuando o famoso momento vergonha dos aniversariantes, o parabéns, enquanto todo mundo cantava foi chegando perto de mim com o bolo, no final ele me estendeu o mesmo pra que eu soprasse as velinhas, assim eu fiz.
- Não acredito que vocês planejaram tudo isso pelas minhas costas! - -Falei fingindo estar brava.
- Se não fosse pelas suas costas não seria surpresa! Agora vai continuar resmungando ou vai me dar um abraço? - Perguntou abrindo os braços, eu ri e a abracei.
- Menos sentimentalismo gente, eu quero bolo! - Ouvi gritando, ele é o irmão mais velho da , o famoso fominha da turma.
- Mal educado! - Exclamou .
- Menos gente! Quero mesmo é saber pra quem é o primeiro pedaço! - Disse .
- Pra mim! Lógico né, ? - Perguntou , nós éramos um grupo pequeno, mas muito unido, todos nós, , , e , nos conhecemos desde pequenos, entrou pro grupo depois, quando começou a namorar a , mas mesmo assim parecia que era do grupo desde sempre.
- Deixa a menina decidir! - Disse rindo enquanto ia pra cozinha, eu e o resto fomos atrás, ele colocou o bolo na bancada e me entregou uma faca e um prato - Pra quem vai ser? Não se esqueça que fui eu que cedi meu apartamento pra festinha.
- A ideia foi minha! - Rebateu .
- Eu fiz o bolo! - Disse .
- E eu só trouxe o estômago mesmo. - Disse , eu ri e cortei o bolo, colocando o pedaço no prato.
- E o primeiro pedaço vai... Pra mim! - Falei, pegando um garfo e começando a comer, todo mundo me olhou indignado.
- Você não presta. - Disse ofendida, eu ri.
- Nem vocês, parece que nem ligam que é meu aniversário, só ligam pro bolo! - Falei fingindo estar chateada.
- O bolo é feito de chocolate, portanto é sim mais interessante que você. - Disse como se fosse o comentário mais inteligente do mundo, todo mundo caiu na gargalhada, não sou só eu que não presto, ninguém aqui presta!

...

-Ah, oi filha, você demorou. - Disse meu pai da cozinha quando cheguei em casa.
- armou uma festa pra mim no apartamento do . - Expliquei, jogando minha bolsa no sofá e indo até a cozinha.
- Espero que tenha sobrado espaço pro jantar que fiz pra você. - Disse enquanto mexia em uma tigela grande com salada, eu me encostei na bancada e fechei os olhos, respirando fundo.
- Lasanha, meu prato favorito, você é tipo o melhor pai do mundo! - Falei animada, ele sempre faz lasanha no meu aniversário, ele é de fato o melhor pai do mundo.
- A da sua mãe era muito melhor que a minha, mas acho que essa vai dar pro gasto. - Disse, verificando a lasanha no forno, mamãe morreu há três anos, era função dela fazer minha lasanha de aniversário, depois que ela se foi meu pai assumiu a função, me lembro que no meu primeiro aniversário depois da morte dela, ele passou uma semana enfiado em livros de receita tentando encontrar a melhor receita, eu disse, ele é o melhor pai do mundo.
- Adoro sua lasanha pai, é diferente, mas tem um ingrediente especial, amor! - Falei o abraçando quando ele saiu de perto do forno, ele riu e me deu um beijo na testa.
- Muito, muito amor, e uma pitadinha de mimo também. - Disse, eu ri e me afastei dele.
- Tem alguma coisa pra mim fazer? - Perguntei, roubando um pouquinho da salada com a mão, estava ótima.
- Tem sim, colocar a sua bunda no sofá e parar de roubar comida antes do jantar. - Disse me dando um tapinha na mão, eu ri e fui pra sala, liguei a televisão e comecei a passear pelos canais atrás de alguma coisa pra assistir, acabei parando no Comedy Central, um canal da tv a cabo, estava passando um programa chamado Batalha de Lip Sync, é um programa onde uma dupla de pessoas famosas vai pra competir pra ver quem faz o melhor dublê de músicas, costuma ser bem engraçado, nem dei muita importância pra quem estava competindo e peguei meu celular, o grupo que eu tinha com meus amigos no whatsapp estava bombando, ainda estavam falando sobre a minha festa, estava indignada por eu não ter dado o primeiro pedaço de bolo pra ela, ela achava que eu tinha a obrigação de dar pra ela depois de ela organizar a festinha, eu não conseguia parar de rir das justificativas dela, realmente é uma piada, nem vi o tempo passando e só me dei conta que meu pai tinha terminado o jantar quando ele chegou na sala com um prato pra mim e outro pra ele, se sentando do meu lado.
- Esse não é aquele garoto que fez o filme que você quer ir ver no cinema? - Perguntou meu pai, dando uma garfada na lasanha.
- Quem? - Perguntei enquanto respondia uma mensagem.
- No programa, , se você prestasse mais atenção na TV e menos nesse treco, saberia do que eu estou falando! - Disse ele em tom de brincadeira, eu me virei pra TV e vi que a dupla que estava competindo hoje eram o Tom Holland e a Zendaya, eu tinha desenvolvido um certo crush pelo Tom depois de assistir ele como o Homem Aranha em Capitão América Guerra Civil, eu sou um pouquinho fã do Homem Aranha, ok, muito fã, e ele tinha feito no filme, mesmo que em poucos minutos, o que eu tinha esperado pra ver nos cinemas desde o primeiro filme do Homem Aranha, fiquei tão empolgada com o novo personagem que comecei a me interessar pelo Tom, e olha onde estou agora, mais um crush pra vida, vida de fã não é nada fácil - ? Viajou? - Chamou meu pai, eu balancei a cabeça de leve, acordando dos pensamentos e olhei pra ele.
- Foi mal pai, é ele sim. - Falei, respondendo a primeira pergunta dele e comendo um pouco de lasanha - Isso aqui tá ótimo pai, mesmo. - Falei, estava maravilhosa, nessa hora o apresentador chamou o Tom pro palco, era a última parte da competição, na onde os competidores recriavam um clipe musical com direito a dançarinos e tudo, o Tom entrou e começou a tocar o tema de Cantando na Chuva, até que tava bonitinho, mas aí começou a tocar Umbrella da Rihanna e ele apareceu de novo com um macacãozinho que definitivamente ficava melhor na Rihanna e começou a dançar, meu queixo simplesmente caiu, ele arrasou, muito, foi meio engraçado ver ele vestido daquele jeito, mas foi definitivamente a melhor apresentação que eu já tinha visto naquele programa, quando a apresentação terminou meu pai estava rindo descontroladamente enquanto eu ainda estava boquiaberta.
- Entendi por que você gosta dele, o garoto é bom. - Disse se recuperando da crise de riso.
- Uou! Você viu aquilo?! Ele arrasou! - Falei, colocando o prato no colo e batendo palmas.
- Foi engraçado. - Disse ele limpando as lágrimas de riso.
- E incrível, aposto que você nunca faria aquilo! - Falei, ele riu de novo e voltou a comer.
- Não, não mesmo, garoto corajoso, nem todo mundo se vestiria de Rihanna em rede internacional. - Disse, eu ri, isso era verdade, eu peguei mais um pedaço de lasanha e coloquei na boca.
- Mas ainda foi a apresentação mais incrível que eu já vi nesse programa. - Falei, colocando a mão na frente da boca pra não cuspir enquanto falo.
- Se você diz. - Disse e continuou comendo, uau, isso foi incrível!

...

"Eu tô dizendo, ! Foi tipo, sei lá, coisa de doido! Foi muito bom!"

Eu estava deitada conversando com a no whatsapp enquanto não dava sono.

"Ok, olha, admito que ele é uma graça, mas você não tá exagerando? Nenhum cara conseguiria fazer uma apresentação mítica vestido de Rihanna, sério, a roupa da Rihanna só fica bem na Rihanna, simples assim."

Digitou ela, eu revirei os olhos e respondi.

", se você assistisse à apresentação não diria isso, sério, pode ter ficado meio engraçado, mas ele arrasou"

"Meio engraçado? , minha linda, eu tenho certeza de que se eu visse um cara com aquele macacãozinho da Rihanna dançando Umbrella eu ia ter um ataque de riso mortal"

"! Será que dá pra prestar atenção no lado artístico da coisa? A apresentação não foi só ele com aquela roupa, ele dançou muito!"

"Não duvido de você, mas você desenvolveu um super crush nele nos últimos meses, talvez sua percepção dos feitos dele esteja alterada"

"Se a apresentação fosse com o Chris Hemsworth, você provavelmente estaria muito mais alterada que eu"

"Garota, o Chris é um Deus, ele fica bem em qualquer roupa, até no macacãozinho da Rihanna"

"Com aqueles braços? Nop, isso nunca daria certo"

"Aaah aqueles braços..."

"Alerta de pensamento pervertido, vou nessa, boa noite!"

"Preciso mesmo dormir, estou com urgência de sonhar com o Chris hoje, boa noite gata"

Eu bloqueei a tela do celular rindo, espero que o nunca leia essa conversa, ele vai ficar arrasado se souber que a namorada dele quer sonhar com Chris Hemsworth, não com ele, tadinho!
- Ainda acordada? - Perguntou meu pai abrindo um pouquinho a porta do meu quarto.
- Eu nunca durmo cedo né pai. - Falei me sentando na cama, ele entrou no quarto, estava com um braço atrás do corpo, provavelmente escondendo alguma coisa.
- Que bom, ainda não te entreguei seu presente. - Disse, me mostrando uma caixa, eu sorri.
- Pai! Você sabe que a lasanha de aniversário já estava de bom tamanho! - Falei pegando a caixa, não era tão pesada, mas também não era leve, tô louca pra descobrir o que é.
- Você sabe, nos últimos anos não tenho conseguido comprar presentes, a empresa não estava em um bom momento, mas as coisas estão melhorando, e é seu aniversário de 18 anos, você merece. - Disse, eu sorri, meu pai tem uma pequena empresa que trabalha com criação e decoração de ambientes, ele é arquiteto e minha mãe era decoradora, ela era a alma do negócio, depois que ela morreu as coisas começaram a ir mal, meu pai não leva jeito nenhum pra decoração, agora ele já está se recuperando, contratou uma assistente, mas as coisas foram bem difíceis no começo.
- O que é? - Falei, começando a rasgar o embrulho.
- Abra e descubra. - Disse, eu fiz o que ele disse e quase tive um ataque de felicidade, era um notebook.
- Eu não acredito! - Falei o tirando da caixa, o meu tinha quebrado uns meses atrás e aí eu tive que parar com o hobbie que eu mais gosto, escrever fanfics, nunca tive paciência de escrever pelo celular, mas agora eu posso voltar a escrever.
- Eu sei que você gosta de escrever aqueles trecos, e agora que os negócios estão melhores eu achei que podia te mimar um pouquinho. - Disse ele, eu deixei o notebook de lado e o abracei.
- Obrigado pai, te amo.
- Também te amo, bonequinha. - Disse me apertando nos braços - Mas agora vou deixar você escrever, já sei que você não vai dormir mesmo. - Disse e se levantou, indo em direção a porta do quarto - Vai me deixar ler quando ficar pronto?
- Nunquinha. - Falei rindo, eu não precisava que meu pai lesse meus delírios de fã.
- Não custa tentar. - Disse dando de ombros e saindo do quarto, eu comecei a pensar em alguma história, com certeza ia ser com o Tom, não consigo tirar ele da cabeça, mas que história? Liguei o notebook, configurei o que precisava e então abri o Google Chrome, qual vai ser a primeira coisa que vou fazer? Talvez um filme, geralmente me ajudam a ter criatividade pra criar histórias, quero alguma coisa bem fantasiosa, hoje estou no pique de magia, talvez algum filme original Disney, entrei em um site de filmes qualquer e comecei a olhar alguns filmes da Disney, passei direto pelas princesas, amo as princesas, mas isso é mágico demais, não vou conseguir tirar nenhuma história desses filmes, ok, vamos ver, Descendentes não... Como Criar o Namorado Perfeito definitivamente não, esse filme não tem magia, não exatamente, hum... Tudo o Que Ela Desejar, esse parece legal, completamente irreal ao mesmo tempo que se passa no mundo comum, sem magia pra todo lado, vai ser esse mesmo, coloquei o filme e acabei me empolgando com a história, não é tipo o melhor filme que eu já assisti na vida, mas até que é bonzinho, e daria uma boa fanfic, no filme a personagem principal ganha um carro de aniversário da avó, o carro é mágico, concede desejos aos donos, ela não sabe disso, é claro, que graça teria se ela soubesse logo de cara? Mas enfim, ela acaba desejando estar com um ator famoso e o cara acaba indo parar no porta malas do carro dela, é bem bizarro e meio fantasioso, a minha história pode ser parecida, mas eu não quero um carro mágico na minha história, talvez, sei lá, um... Notebook! Isso, a personagem pode ser como eu, uma escritora de fanfics, e escreve um fanfic com o Tom Holland, e do nada o notebook mágico dela faz a fanfic acontecer, sou um gênio ou não sou? Agora qual vai ser o nome da minha personagem... Maya? Não, já uso muito esse nome, Annie é comum, Mary também não, argh! Sou péssima com nomes, horrível! Ah, quem sabe eu possa colocar meu nome? Ah, eu posso muito bem ser a personagem principal, hoje é meu aniversário, eu tenho o direito de sonhar um pouco, seria ótimo se minha vida fosse uma fanfic, maravilhoso mesmo, no final tudo ia dar certo, esse é o ponto fraco da vida real, nunca se sabe se as coisas vão ou não dar certo, mas nas fanfics não, podemos colocar algumas reviravoltas pra dar um bom plot twist, mas no fim tudo sempre vai dar certo, ok, vamos começar a história, talvez o primeiro capítulo possa ser o aniversário da personagem principal, na onde ela ganha um notebook novo do pai e resolve escrever uma fanfic, ok, isso foi totalmente auto biográfico, mas a pp sou eu não é? Bom, então ela escreve a história e no dia seguinte descobre sobre a entrevista que o Tom vai dar no programa do Danilo Gentili, é claro que a personagem tem a sorte de ir, não que eu tenha a mesma sorte, bem que eu tentei, mas não consegui arrumar um jeito de ir no programa nesse dia, eu queria tanto... Mas bom, a personagem vai, é o que importa, bom, agora eu posso fazer um daqueles clichês clássicos, ele vai esbarrar nela nos bastidores, claro, e depois, durante a gravação do programa vai ficar olhando pra ela o tempo todo, meio que se perguntando como ela pode ser tão incrível, mesmo que ele nem a conheça, por que é assim que as coisas acontecem em fanfics clichês, que é exatamente o caso da minha, depois do primeiro capítulo eu já estava morta de sono, resolvi desligar o notebook e dormir, amanhã é quarta feira, e é claro, como a minha vida não é nenhum pouco perfeita eu tenho aula, escola é um saco!

...

Acordei com o alarme do celular, o desliguei e dei uma olhadinha na data, dia 5 de julho de 2017, a gravação da entrevista do Tom no programa do Danilo Gentili é hoje, e é claro que eu não vou, resmunguei e deixei o celular na mesinha de cabeceira, me escondendo embaixo dos lençóis.
- É impressão minha ou certa preguiçosa ignorou o despertador? - Perguntou meu pai entrando no meu quarto.
- Eu tô com sono! - Reclamei, ele riu.
- Se você tivesse dormido ao invés de escrever ontem, você não estaria com sono agora. - Disse se sentando na minha cama.
- Posso ficar em casa hoje? Se eu for pra escola vão jogar ovo em mim! - Falei, o que não era exatamente uma mentira, meu pai riu.
- , seu aniversário foi ontem, e você não foi pra escola com o mesmo pretexto. - Disse, eu soltei um muxoxo, preciso convencer ele a me deixar em casa, não tô no pique de ir pra aula hoje.
- Exatamente pai! Eu não fui ontem, eles vão descontar hoje! É regra, se o aniversariante não vai no aniversário eles jogam ovo no dia seguinte. - Falei.
- Você viu seus amigos ontem e ninguém jogou ovo em você. - Rebateu ele.
- Eu não tô falando do pessoal pai, acontece que o restante da escola, tirando nós, não presta, são todos uns ogros! - Fiz drama, ele riu, eu o olhei desconfiada, sempre que meu pai ficava desse jeito, todo risadinha, dando risada de tudo o que eu falo, ele está me escondendo alguma coisa.
- Tudo bem, fica aí dorminhoca, mas esteja de pé até às dez pelo menos, a vai passar aqui com uma surpresa pra você. - Disse, eu levei um choque, meu pai nunca me deixava faltar a escola, por mais que eu implorasse.
- aqui às dez da manhã? Esse horário ela deveria estar na escola. - Falei sem entender, ele riu de novo, suspeito.
- A não vai pra escola. - Disse, meu queixo caiu, se meu pai não me deixa faltar na escola nem doente, os da então não deixam ela faltar nem morta!
- Tem alguma coisa acontecendo aqui? Você combinou alguma coisa com ela? - Perguntei.
- Pode-se dizer que sim. - Disse se levantando da cama.
- Isso quer dizer que você ia me deixar faltar de qualquer jeito? - Perguntei, ele assentiu, eu o olhei indignada - Poxa pai! E você me deixou usar minhas melhores desculpas? O que eu vou inventar no meu aniversário do ano que vem? - Perguntei, ele riu de novo.
- Vai pensando, você tem um ano pra inventar novos pretextos. - Disse antes de sair do quarto, eu só não dei nenhuma resposta inteligente e muitíssimo bem pensada por que meu cérebro só conseguia pensar que eu ia ganhar mais quatro horas de sono, o que era incrivelmente maravilhoso, cama é uma coisa tão boa... Deviam colocar camas na escola, e no trabalho, e nos ônibus...

...

- Acorda! - Ouvi falando, ou melhor, gritando, ela abriu a cortina do meu quarto, praticamente me cegando, e se jogou na cama depois - Anda! Levanta essa bunda da cama, a gente precisa se arrumar. - Disse, puxando meus lençóis.
- Se arrumar pra que ? Ficou doida menina? - Falei, tentando puxar meu lençol de volta.
- Ué, pensei que você quisesse ir naquela entrevista do Tom Holland no Danilo Gentili. - Disse, eu paralisei na hora.
- O que você disse? - Perguntei, ela sorriu.
- Ué boba, a gente vai. - Respondeu como se não fosse nada, eu me levantei da cama num pulo.
- O que?! Como assim ?! Eu tentei me cadastrar na caravana pra hoje por um mês inteiro! Desde que eu soube que essa entrevista ia rolar! Como você conseguiu isso?! Se nem eu, que sou fã do Tom, consegui?! - Perguntei tudo de uma vez, estava se divertindo com o meu estado de choque.
- Ué, eu sou mais sortuda que você, infinitamente. - Disse, eu me joguei em cima dela, a abraçando - Ai ! Eu não vou a lugar nenhum com ossos quebrados! - Disse me abraçando de volta.
- Você é a melhor amiga do mundo inteiro! - Falei, ela riu.
- Considere isso o meu presente de aniversário. - Disse satisfeita quando eu a soltei - Tenho certeza de que o meu foi o melhor presente!
- Deixa de se gabar e me fala logo, desde quando você tá me escondendo que conseguiu entrar na caravana? - Perguntei.
- Umas duas semanas, eu contei pro seu pai e fiz ele jurar segredo sobre um projeto de arquitetura, sabia que ele não ia dizer uma palavra. - Disse, eu comecei a rir, meu pai levava arquitetura muito a sério.
- Não acredito que vocês dois sabiam e mentiram pra mim por duas semanas! - Falei.
- Para de resmungar e se arruma, precisamos estar prontas até às onze, comer alguma coisa e pegar uma carona com o seu pai até o ponto de encontro do pessoal da caravana, o programa começa a ser gravado às três da tarde, mas precisamos estar lá até às duas. - Disse ela, eu a abracei de novo e fui direto pro banheiro, nunca fui uma fã do tipo maluca, não vou tentar sair da plateia pra pular em cima do Tom, mas é claro que vê-lo pessoalmente vai ser incrível, ainda mais falando do novo filme do Homem Aranha, sou uma grande fã do Homem Aranha, tenho todos os comics sobre ele que já encontrei em lojas e bancas de jornal, eu sou uma baita nerd, admito e com muito orgulho, vou ver a entrevista sobre o filme do meu super herói favorito com o meu crush famoso, dá pra ficar melhor?

...

- Aí meu Deus , eu já disse que te amo hoje? - Perguntei, nós estávamos no banheiro do estúdio, faltava meia hora pra começar a gravação, já estavam mandando a gente ir pra plateia.
- Já, e eu já te disse que se você tiver alguma atitude de fã descontrolada eu vou fingir que não te conheço? - Perguntou enquanto retocava o batom, eu ri.
- Já sim, e não se preocupa, você sabe que eu sou uma fã bem normal, não vou tentar pular em cima dele nem nada assim, prometo. - Falei ajeitando o cabelo.
- Ótimo, agora vamos logo, se você não quiser ficar no fundo a gente precisa ir procurar um lugar logo. - Disse ela guardando o batom na bolsa, eu assenti e a gente saiu do banheiro, e claro que a gente se perdeu, não fazíamos a menor ideia de onde estávamos indo.
- , acho melhor a gente voltar, acho que é pro outro lado. - Falei.
- Essa porcaria é toda igual, quem mandou pintar todos os corredores de preto? Que saco. - Disse brava - Deve ter alguém da equipe por aqui, é só a gente dizer pra essa pessoa que estamos perdidas e vão levar a gente pro nosso lugar, sem pânico. - Mas eu estava entrando em pânico, tô com medo de algum segurança achar que a gente quer invadir o camarim de alguém e colocar a gente pra fora.
- , eu tenho certeza de que é pra lá. - Falei parando de andar e apontando pra trás da gente, eu estava ouvindo vozes vindas de lá.
- A gente veio de lá, eu acho que é pra cá e... - Ela se interrompeu quando alguém esbarrou na gente.
- Desculpa. - Eu praticamente paralisei quando ouvi uma voz masculina se desculpando em inglês.
- Opa... - Disse , quando olhei em quem esbarrou na gente vi que era o Tom, meu Deus, ataque de fã, algumas ficam histéricas, outras abraçam e não largam mais, eu fico paralisada.
- Ah, vocês devem ser da plateia né? É pro outro lado. - Disse ele em inglês com um sorriso simpático.
- Isso mesmo, vamos . - Disse também em inglês, me puxando, provavelmente ela estava morrendo de medo de eu fazer ela pagar algum mico, eu queria pedir uma foto ou um autógrafo antes de ser arrastada pro outro lado, mas como eu disse eu estava paralisada.
- Vamos, ãhn... Obrigada. - Falei em inglês enquanto me puxava, Tom sorriu e então eu e viramos o corredor.
- Isso foi estranho, sei lá, não é muito comum esbarrar com atores por aí, isso aqui até pareceu um filme clichê. - Disse .
- Eu não acredito que encontrei o Tom Holland e não pedi uma foto! - Falei quando o choque finalmente passou.
- Que ótimo! Sem ataque de fangirl, tô te devendo uma, . - Disse ela, nós finalmente achamos o lugar certo e fomos nos sentar na plateia, conseguimos um lugar no canto direito da segunda fileira, não era no fundo, mas também não era muito na cara do palco, assim tava de bom tamanho - ? Você tá bem? Tá calada, você nunca fica calada. - Disse chamando minha atenção.
- Tô tentando me acostumar com o fato de que eu encontrei Tom Holland e agi igual a uma retardada mental. - Falei, riu.
- Você não agiu igual a uma retardada mental, só ficou calada enquanto encarava ele, ele já deve estar acostumado com isso. - Disse ela dando de ombros.
- E eu não acredito que você me arrastou sem me dar a chance de pedir uma foto! - Falei indignada.
- Não era o momento de pedir foto , ele provavelmente devia estar se preparando pra entrar no programa, e eu tava com medo de você pular em cima dele ou sei lá e um segurança aparecer, aliás, você foi muito bem, sem ataques, está de parabéns! - Disse batendo palminhas.
- Eu paralisei! - Falei.
- O que é melhor do que chorar e gritar histericamente e agarrar ele, se você fizesse isso ele ia te achar maluca, e eu ia sair correndo e fingir que não te conhecia. - Disse, eu ri, de fato pular em cima dele e começar a chorar e gritar ia ser estranho, o programa começou a ser gravado e chamaram o Tom pro palco, ele analisou um pouco a plateia e depois olhou direto pra mim, me lançando um sorriso, eu sorri de volta, ele deve ter se lembrado do incidente do corredor, a entrevista seguiu, o Danilo e a equipe dele fizeram as palhaçadas de sempre e eles falaram um pouco do filme, tinha uma outra atriz com o Tom, o nome dela era Laura, pelo que eu entendi ela é par romântico dele no filme, fizeram umas piadas com isso também, eu estava tentando prestar atenção em cada detalhe da entrevista, mas estava ficando difícil, toda vez que eu olhava pro Tom, eu notava que ele estava olhando pra mim, claro que eu estava adorando isso, mas ao mesmo tempo isso me deixa curiosa, o que diabos tá passando pela cabeça dele pra ele ficar me olhando assim?

...

- Eu juro ! Ele tava olhando pra mim! - Falei quando chegamos a minha casa, ela se jogou no sofá e eu fui até a cozinha pegar água, estava morta de sede.
- Claro , e eu sou no país das maravilhas, é o Chapeleiro Maluco, e ah, não se esqueça, você é a Rainha de Copas, cortem-lhe a cabeça! - Disse brincando, eu a olhei brava, ela não estava me levando a sério.
- ! - Repreendi, ela começou a rir e veio até a cozinha, eu abri a geladeira e peguei uma garrafa de água, a abrindo e colocando um pouco em dois copos, depois peguei um e entreguei o outro pra .
- Ok, eu notei ele olhando uma ou duas vezes, deve ter lembrado da gente do corredor, mas isso não é motivo pra pirar ! - Disse, se sentando na bancada e começando a beber a água.
- Uma ou duas vezes? ! Toda vez que eu olhava pra ele, ele estava olhando pra mim. - Falei, ela riu.
- Chiarelli, acho que essa coisa toda de fã tá deixando você maluca! - Disse, pulando da bancada e voltando pra sala, eu comecei a rir.
- Você falou meu sobrenome errado de novo. - Falei, meu sobrenome é meio complicado mesmo, se escreve Chiarelli, mas se fala Quiarelli, nunca acerta a pronúncia.
- Não tenho culpa se você tem o sobrenome mais estranho do mundo! - Ela se defendeu.
- É italiano. - Rebati, nós duas nos sentamos no sofá.
- Não vejo a hora de você se casar, aí você vai ter um sobrenome normal e eu não vou precisar me enrolar toda pra falar. - Disse, eu comecei a rir.
- O sobrenome do meu futuro marido pode ser pior. - Falei.
- Eu sempre achei Holland um sobrenome bem fácil de pronunciar. - Disse ela pensativa.
- !
- Que foi? Não vai me dizer que você nunca fantasiou isso? - Perguntou rindo, eu ri também, na verdade eu nunca tinha fantasiado isso, mas Holland parece ótimo pra mim.

...

"Você tá me dizendo que ontem escreveu uma fanfic na onde o que aconteceu hoje acontecia?"

Perguntou pelo whatsapp, eu já estava me preparando pra dormir de novo, infelizmente amanhã tem aula.

"Tô falando ! Eu escrevi! Aconteceu tudo igualzinho!"

"Ok, você é esquisita, essa coisa de fanfic é esquisita e o fato de você achar que ficção se torna realidade é mais esquisito ainda"

"Eu não disse que ficção se torna realidade! Só falei que isso foi estranho"

"Eu já disse, você é estranha, nada vindo de você pode ser normal, agora por que você não vai escrever e me deixa dormir? Já são 23h , amanhã tem aula!"

"Tá! Sua chata! Boa noite"

"Boa noite esquisita"

Eu bloqueei a tela do celular e fiquei deitei na cama, isso foi coincidência pra caramba! Ontem eu escrevi o dia de hoje e tudo simplesmente aconteceu, se eu não fosse uma pessoa racional e não soubesse que magia e mundo real não se misturam eu ia achar que a fanfic está acontecendo, bizarro, aliás, por falar em fanfic eu poderia escrever mais um pouquinho... Ok, capítulo dois, eles podem ter um reencontro fofo, mas onde? Sei lá, talvez na praia, morar em Santos tem suas vantagens, mas acho que provavelmente se o Tom fosse em alguma praia no Brasil ia preferir alguma que fosse ponto turístico, como as de Fortaleza ou do Rio de Janeiro, mas enfim, a fanfic é minha e acontece o que eu quiser! Mas qual pode ser o pretexto pra ele estar aqui e não em uma dessas praias maravilhosas? Hum... É menos previsível, é, com certeza ia ter mais gente procurando ele nessas praias do que nas outras, e além do mais ele está em São Paulo né? Pra que viajar só pra ir na praia? Ok, um reencontro fofo, tipo eles se esbarrando, de novo, clichê demais? Talvez, mas não tô pra pensar em muita coisa agora, escrevi tudo e depois desliguei o notebook, como eu já disse, amanhã tem aula e escola é um saco!

...

- Bom dia zumbi. - Disse meu pai assim que eu cheguei na cozinha pro café.
- Céreeeebro! - Falei lenta e arrastadamente enquanto me sentava a mesa.
- Tenho torradas com geleia, serve? - Perguntou colocando um prato com as torradas na minha frente.
- Deve ser mais gostoso que cérebro. - Falei mordendo a torrada.
- Pela sua cara você passou a noite escrevendo de novo. - Disse ele se sentando a minha frente.
- Notebook novo + criatividade = a noites mal dormidas. - Falei pegando meu celular pra checar as horas, e o vão passar aqui daqui a exatos dez minutos, eles nunca se atrasam.
- E eu que pensei de essa coisa de você virar zumbi de manhã tinha acabado quando o outro notebook quebrou. - Disse ele negando com a cabeça, eu ri.
- E depois eu que sou dramática! - Falei, comendo a última torrada - Tenho que escovar os dentes, a e o chegam daqui a pouco. - Falei, me levantando e correndo pro banheiro, escovei os dentes rapidinho e escutei a buzina, peguei minhas coisas e corri pra porta.
- Boa aula! - Meu pai gritou da cozinha.
- Valeu! Te vejo mais tarde! - Gritei enquanto fechava a porta atrás de mim, então fui até o carro e entrei no banco de trás.
- Só fico me perguntando quando você vai arranjar seu próprio carro e eu não vou mais precisar dar carona para as duas princesas. - Disse quando eu entrei no quarto, deu um tapa nele.
- Babaca! Sua escola é caminho pra sua faculdade, não te custa nada dar carona! - Resmungou ela, ele riu.
- Claro que custa! Tenho que ficar escutando papo de mulher o caminho todo! - Disse ele, eu comecei a rir.
- Admite que você adora, , somos a alegria do seu dia. - Falei, ele me olhou pelo retrovisor e sorriu.
- Talvez. - Disse.
- Aí, menos gente, vocês estão mais melosos que eu e o . - Disse fazendo cara de nojo, eu fiquei sem graça, já faz uns meses que ela disse que o gosta de mim, desde então, quando rola o "clima", que na minha opinião só ela vê, ela sempre cria essas situações desagradáveis.
- Eu estou pensando seriamente em te jogar do carro maninha. - Disse ele, ela riu.
- Faz isso e eu faço o papai e a mamãe te expulsarem de casa! - Disse ela mostrando a língua.
- Mimada. - Disse bagunçando o cabelo dela.
- Ridículo! - Disse ela arrumando.
- Vocês são impagáveis. - Falei rindo.
- Falando em impagável o dia hoje tá lindo né? Que tal praia depois da escola? - Perguntou .
- Tô dentro. - Disse .
- Praia? Por que não né? - E por coincidência, de novo, o meu dia está sendo bem parecido com o da pp da minha fanfic, mas é claro que eu não vou esbarrar com Tom Holland né? Isso é tecnicamente impossível, não vai acontecer de novo.

...

- Praia! - Gritou assim que descemos do carro do .
- Não sei vocês, mas eu preciso ir pro mar, urgentemente, o carro estava um forno. - Disse se abanando depois de descer.
- Pra mim tava normal. - Disse prendendo o cabelo.
- Claro, a boneca foi no banco da frente com a janela aberta enquanto a gente se espremeu no banco de trás! - Disse , eu, ele, o e a tínhamos ido no banco de trás enquanto a ia na frente com o , não foi muito confortável.
- Aí gente, menos, vamos , quero ir pro mar. - Disse arrastando o , eu fui pro porta malas pegar minha bolsa, já estava lá pegando os guarda sóis de praia.
- Você veio pra praia pra ficar vestida assim? - Perguntou ele, eu olhei pra minha própria roupa, eu estava com uma blusa de crochê tipo saída de praia e um short jeans por cima do biquíni.
- A gente acabou de chegar, depois eu tiro. - Falei dando de ombros e pegando minha bolsa.
- Tô ansioso. - Disse ele, eu puxei minha bolsa e sai de perto, tem uns motivos pra eu fingir que não sei que o gosta de mim, um deles é porque ele é o irmão da minha melhor amiga, caso tudo dê errado eu não vou conseguir evitar ele, a menos que eu também evite a , isso tá fora de cogitação, outro motivo é que ele é meu amigo, faz parte do meu grupo de amigos, não quero estragar nossa amizade, e bom, o motivo principal é que eu não gosto dele, nunca o enxerguei desse jeito, ele é bonitinho e tal, e é um amor, é engraçado, mas eu não me imagino namorando com ele, então eu simplesmente me finjo de cega e finjo não notar todas as indiretas totalmente diretas que ele me manda.
- , me ajuda aqui? - Disse ele tirando os dois guarda sóis do porta malas todo desajeitado.
- O te ajuda, quero ir pro mar, vem . - Falei a puxando.
- E como sempre sobrou pra mim. - Reclamou , eu e rimos e corremos pra areia, escolhemos um canto mais quieto, a praia não estava cheia, era dia de semana e não é época de férias, assim que encontramos um bom lugar eu tirei tirei a toalha da bolsa e estendi na areia, tirei as roupas e coloquei na bolsa e corri pra água, fez o mesmo.
- Isso aí! Curtam a praia enquanto a gente fica com o trabalho pesado! - Gritou enquanto armava um guarda sol, eu e rimos.
- A gente podia ajudar eles né? Eles são um desastre. - Disse , olhei pros meninos e vi que eles estavam literalmente se matando tentando armar os guarda sóis.
- Vamos antes que eles se matem. - Falei, nós saímos da água e corremos pra ajudar.
- Aleluia! Ajuda aqui, . - Pediu , eu o ajudei a segurar o guarda sol e firmá-lo na areia enquanto a ajudava o .
- Pronto, resolvido. - Falei, batendo as mãos pra me livrar da areia, quando olhei pro ele estava me olhando com um sorriso suspeito - ... - Chamei devagar, nessa hora ele pegou minha bolsa e saiu correndo - ! Volta aqui! Quantos anos você tem?! - Gritei começando a correr atrás dele, ele gargalhou e começou a fazer ziguezague, ele sabe que sou péssima de corrida.
- Precisa melhorar heim, ? Eu poderia fugir de você o dia todo sem nem cansar. - Disse me zoando, eu parei pra pegar um ar.
- Tom! Cuidado! - Ouvi uma voz masculina gritando em inglês, logo depois alguém me atingiu com a maior força e nós dois fomos pro chão, ele por cima de mim, eu nem precisei abrir os olhos pra saber quem era, tá de brincadeira?
- Aí meu Deus, desculpa! Eu tava correndo de costas pra pegar a bola, a culpa é minha. - Disse Tom em inglês se levantando rapidamente - Você tá bem? - Perguntou me estendendo a mão pra me ajudar a levantar, tô começando a achar que isso é coincidência demais pra ser verdade, fala sério! Eu escrevi isso ontem!
- ! Você tá legal? - Perguntou parando do meu lado, ele também me estendeu a mão, eu peguei a mão dele e a do Tom e me levantei.
- Eu tô bem. - Falei, tirando a areia do corpo.
- Eu tava jogando bola com meu amigo, foi mal, eu realmente não vi você. - Disse ele sem graça.
- Igual da primeira vez? - Perguntei brincando, só então me dando conta que foi exatamente isso que minha pp disse quando eles esbarraram na fanfic, ai meu Deus...
- É, eu ando distraído, eu ia dizer que me chamo Tom, mas acho que você já sabe. - Disse ele rindo.
- Sou , ela é a . - Disse em inglês se metendo no assunto, eu quase dei risada, não é muito bom com inglês, aquela provavelmente era uma das únicas frases que ele conseguia falar sem errar nada.
- Aí meu Deus. - Ouvi a voz da - , vem comigo um instante? - Perguntou ela, puxando o pelo braço.
- O que? Por que? - Perguntou ele sem entender nada.
- Só vem! - Disse ela dando um puxão nele, ele foi, aparentemente não muito feliz por me deixar sozinha com o Tom, ai meu Deus, eu tô sozinha com o Tom!
- Então... Que situação chata, é a segunda vez que eu esbarro em você em dois dias. - Disse Tom.
- Tudo bem, eu também sou muito desastrada. - Falei rindo, ele riu comigo.
- Ãhn, isso vai soar muito estranho, mas quer tomar um sorvete comigo, eu tô com o Harrisson, meu amigo. - Disse, apontando pra um garoto do outro lado, ele sorriu e acenou pra mim, provavelmente foi ele que gritou pro Tom tomar cuidado - Você podia chamar seus amigos. - Disse.
- Pra tomar sorvete? - Perguntei, eu não fazia a menor ideia do por que eu tô falando com ele como se eu não fosse uma fã, eu devia estar pirando ou pedindo fotos, mas por algum motivo estou agindo igual a personagem da minha fanfic, que é um estereótipo, gente famosa gosta de gente que trata eles normalmente, então minha pp o tratava normalmente, e por algum motivo eu não estou paralisada e nem pirando, ai meu Deus...
- Você tem razão, eu ãhn... Ah, deixa pra lá, me dá seu telefone? Assim eu posso te chamar pra fazer alguma coisa depois, sabe, pra compensar por ter te derrubado hoje, e esbarrado com você ontem. - Disse ele simpático, caraca, isso não tá acontecendo.
- Por que não? - O que eu tô fazendo mesmo? Ele me entregou o celular e eu coloquei meu número.
- A gente se vê. - Disse, antes de voltar pra perto do amigo, quando eu me virei, ainda sem acreditar no que tava acontecendo, eu vi a vindo na minha direção.
- O que foi que aconteceu? - Perguntou ela.
- Eu não faço ideia.

...

- Então você tá querendo me dizer que você simplesmente escreveu tudo o que aconteceu hoje ontem a noite? De novo? - Perguntou , nós tínhamos acabado de voltar da praia e estávamos sentadas no chão do meu quarto enquanto a gente comia sorvete.
- Eu tô dizendo , é sério! Quer ver? Olha aqui. - Falei, me levantando e pegando meu notebook, eu abri no arquivo da fanfic e entreguei pra ela, ela ficou quieto por um momento enquanto lia, mas logo depois arregalou os olhos.
- Isso não pode ser sério. - Disse, me entregando o notebook, eu revirei os olhos.
- Você chegou junto comigo! Viu que eu não tive tempo de editar nada! - Falei, ela abriu a boca em formato de "o".
- Aí meu Deus garota, o que diabo tá acontecendo? - Perguntou, eu dei de ombros.
- Também quero saber! - Falei.
- Olha, isso tem que ter alguma explicação, a sua fanfic é ficção, , não existem notebooks mágicos e nem ficção virando realidade!
- E você acha que eu não sei ? Mas isso é muito estranho! Parece um filme adolescente estranho, tipo o filme que eu usei como inspiração pra história. - Falei comendo uma colher enorme de sorvete, eu sempre como mais quando fico nervosa.
- Ok, nós precisamos fazer um teste. - Disse ela, eu a olhei curiosa - É, um teste , escreve alguma coisa bem específica, que seria difícil acontecer em circunstâncias normais, e vamos ver se acontece também.
- Ah, e é claro que esbarrar com um cara famoso por dois dias seguidos é uma circunstância normal né ? - Perguntei óbvia.
- Você me entendeu! Já sei, amanhã a tarde vamos naquela sorveteria perto da escola, escreve que vocês dois vão se encontrar lá e que ele vai fazer amizade comigo e com o pessoal, isso sim é uma circunstância anormal, não acontece normalmente, se isso acontecer nós vamos saber que seu pai te deu o notebook da fada azul por engano. - Disse.
- Fada azul? - Perguntei rindo.
- É, a fada do Pinocchio sua boba, pelo jeito seu notebook também concede desejos, se a gente confirmar que ele é mágico mesmo quero que você me faça um favor.
- Qual?
- Pelo amor de Deus, escreve uma fanfic pra mim com o Chris Hemsworth, preciso daquele homem na minha vida. - Disse ela, eu comecei a rir.
- ! E o ? - Perguntei, ela suspirou.
- Ôh meu Deus, por que eu tinha que ter um namorado fofo e extremamente adorável mesmo? Esquece a fanfic, não me imagino traindo meu zinho. - Disse manhosa.
- Então por que você vive falando do Chris Hemsworth? - Perguntei, ela mordeu o lábio.
- Por que ele é um Deus, olhar não é proibido. - Disse, eu ri.
- E desejar? Pode?
- Ah, cala a boca ! - Disse, jogando sorvete em mim - Preste menos atenção nisso e foque no que importa, vai escrever o que eu falei! - Disse, eu suspirei e peguei o notebook, é agora que a gente descobre se tudo é realmente coincidência.
- Só me promete uma coisa? - Pedi.
- E o que seria?
- Pelo amor de Deus, nenhuma palavra sobre isso com o pessoal.
- E por que não? - Perguntou ela sem entender.
- Eles vão me achar maluca!
- , minha linda, todo mundo já te acha maluca desde sempre.
- Cala a boca, ! - Falei rindo, ela riu comigo, essa garota não presta!

...

- Agora nós vamos descobrir se o que tá acontecendo é coincidência ou não. - Disse assim que chegamos a sorveteria.
- Do que vocês estão falando? - Perguntou .
- Nada não. - Respondeu rapidamente, olhou pra nós duas desconfiada, mas logo deu de ombros e deixou pra lá.
- Vão querer sorvete de que pirralhada? - Perguntou quando nos sentamos em uma mesa.
- Eu vou só fingir que você não é só um ano mais velho que a gente , e você já sabe o meu, o de sempre. - Disse .
- O meu também, morango e chocolate. - Falei.
- Só chocolate pra mim. - Disse , os meninos foram pegar os sorvetes enquanto nós ficávamos conversando na mesa, o papo tava até animado, quando a , que estava sentada na minha frente, olhou pra trás de mim com os olhos arregalados.
- O que foi? - Perguntei me virando, nessa hora eu vi o Tom e o Harrison, o amigo que estava com ele ontem, entrando na sorveteria, eu me virei pra frente de novo assustada.
- Por que vocês duas estão tão estranhas? Eu hein! - Disse , então ela, que estava sentada ao meu lado, se virou pra trás e depois pra frente outra vez, com um sorriso malicioso - O mesmo gatinho de ontem? Quem é ele? - Perguntou.
- , você presta atenção em alguma coisa que a gente diz? - Perguntou , a olhou confusa.
- Do que você tá falando? - Perguntou sem entender.
- Não sei, a passou o último ano inteiro falando desse garoto e você não sabe quem é. - Disse , arregalou os olhos e olhou pra trás de novo, depois se virando pra mim.
- Meu Deus, aquele é o Tom Holland? O seu novo crush? - Perguntou.
- É, agora fala baixo por favor! - Pedi entredentes.
- Aí meu Deus, você esbarrou com ele ontem e ele tá aqui hoje, eu vou pedir um autógrafo pra ele. - Disse ela empolgada já se levantando.
- Você não vai fazer porcaria nenhuma, fica sentada aí e age como uma pessoa normal. - Disse a segurando.
- Ouch, não precisa ser tão grossa! - Disse .
- ? - Ouvi a voz do Tom atrás de mim, meu nome fica tão lindo na voz dele...
- Ãhn, oi Tom. - Falei, me virando pra ele e sorrindo sem graça.
- Olha que coincidência, eu ia te ligar pra te chamar pra sair comigo hoje a noite, e então encontro você aqui. - Disse ele rindo, eu ri também, de nervoso.
- É, que coincidência. - Falei.
- Lembra dele de ontem? Esse aqui é o Harrison. - Disse, apontando pro amigo atrás dele.
- Oi. - Disse Harrison com um sorriso simpático, me deu um chute por baixo da mesa, olhei pra ela e ela fez um sinal na direção do Tom, me esqueci completamente que eu não tinha apresentado eles.
- Ãhn, essas são as minhas amigas, e . - Falei, apontando pra elas respectivamente.
- A eu já conheço. - Disse Tom rindo.
- É, mais ou menos, quer sentar com a gente? Vocês já estão aqui pra tomar sorvete mesmo né? - Perguntou .
- Ah, claro, vai lá pegar o sorvete Harrison. - Pediu Tom, se sentando ao lado da .
- Claro, já volto. - Disse Harrison indo pro balcão.
- Valeu meninas, assim eu me misturo melhor, as pessoas andam me reconhecendo bastante por aí, mas acho que vai ficar pior quando Homem Aranha sair. - Disse ele.
- Imagino, tá com cara de filme que vai fazer sucesso, sabia que a é super fã do Homem Aranha? - Perguntou .
- É super verdade, ela tem um monte de quadrinhos espalhados pelo quarto, é estranho. - Disse , eu dei um chute nela por baixo da mesa, eu não precisava que ele soubesse dessa minha fissuração pelo personagem dele - Aí! É verdade, não é? - Resmungou ela.
- Oi, o que tá rolando aqui? - Perguntou , colocando meu potinho de sorvete na minha frente e se sentando na cadeira livre do meu outro lado.
- Tom, esse é meu irmão, . - Apresentou , falando em inglês, olhou pra ela confuso, ele nunca foi muito bom com inglês.
- Ele é o cara do filme que a quer assistir. - Sussurrou pra ele em português, então ele finalmente pareceu entender.
- Cara, não acredito, você por algum acaso é o cara que fez meu super herói favorito no cinema? - Perguntou em inglês chegando na mesa, ele se sentou do lado livre da .
- Acho que sou eu. - Disse Tom sem graça.
- Sou , namorado dela. - Disse ele dando um beijo na bochecha da e estendendo a mão pro Tom.
- Prazer em te conhecer. - Disse Tom apertando a mão dele.
- Cheguei! - Disse Harrison entregando um potinho de sorvete pro Tom e sentando do lado dele, por mais estranho que isso possa parecer o papo rolou normal na mesa, como se todo mundo já se conhecesse a um tempão, é oficial, tem algo de errado com meu notebook, ou de certo, depende do ponto de vista, o único que não pareceu muito feliz foi o , ele tinha ficado de dar carona pra mim, já que a vai sair com o e a estava esperando o pai.
- Não acredito que vocês fizeram isso comigo. - Disse ele nervoso destrancado o carro, eu entrei do lado do carona, ele entrou em seguida do lado do motorista.
- Fizemos o que, ? - Perguntei sem entender, ele deu partida no carro e eu coloquei o cinto.
- Vocês sabiam que eu era o único que não entendia quase nada de inglês na mesa, e mesmo assim me ignoraram e falaram em inglês por uma hora inteira! - Disse, eu olhei pra ele surpresa.
- Não sei por que você tá tão nervoso, isso já aconteceu antes, quando eu e a estávamos treinando nosso inglês na sua casa, nós passamos um dia inteiro com você falando só em inglês e você não achou ruim. - Falei.
- Aquilo foi diferente.
- Por que foi diferente?
- Por que daquela vez não tinha dois caras desconhecidos com a gente! - Praticamente gritou ele, eu me assustei, nunca vi o tão nervoso, pelo menos não comigo, ele respirou fundo - , ele passou o tempo todo te cantando, olhando pra você, se eu fosse você tomaria cuidado. - Disse, aproveitando que tínhamos parado em um sinal e olhando pra mim.
- E por que, ?
- Ele é ator, não é? - Perguntou, eu assenti - Gente assim nunca quer nada sério, mas você quer , eu te conheço, você sonha com príncipe encantado, se eu fosse você ficava longe dele, vocês não vão viver um romance de filme, você precisa entender isso. - Disse, voltando a acelerar depois que o sinal abriu, mal sabia ele que eu estava controlando o que acontecia ou deixava de acontecer.

...

Já fazia uma semana que eu tinha descoberto do que meu notebook era capaz, no começo eu tinha ficado em dúvida sobre o que queria fazer com isso, mas então decidi que ia usá-lo pra construir um relacionamento pra mim e pro Tom, ele voltava pros Estados unidos hoje à noite, eu ia passar o dia com ele, e como escrevi ontem à noite, hoje seria nosso primeiro beijo, ele ia vir aqui em casa, meu pai está viajando pra concluir um projeto, o que quer dizer que tínhamos a casa só pra nós, eu estava ansiosa, nós não íamos passar dos beijos, eu não tinha escrito sobre nada além disso, mas mesmo assim eu estava meio nervosa, eu estava prestes a beijar o cara por quem eu tive um crush por meses, tipo, meu Deus! Ele é Tom Holland, não tem como não ficar nervosa! Só espero que dê tudo certo.

...

- Sua casa é linda. - Disse ele assim que entramos na sala.
- Obrigada, meu pai é arquiteto e minha mãe era decoradora, a casa é um projeto deles. - Falei, o puxando sentar comigo no sofá.
- Por que você disse que sua mãe era decoradora? - Perguntou, eu suspirei.
- Ela morreu há três anos. - Falei.
- Eu sinto muito, eu não...
- Tudo bem. - O interrompi - Não quero falar disso agora. - Falei, eu não queria que o clima ficasse mórbido.
- Então que tal você me mostrar aquela sua coleção de gibis que sua amiga falou naquele dia? - Perguntou, eu sorri, sabia que ele ia perguntar sobre isso.
- Vem cá. - Falei, pegando a mão dele e o guiando até meu quarto.
- Uau. - Disse olhando em volta assim que entramos.
- Eu sei, é meio princesinha, né? Meus pais decoraram quando eu era criança e até hoje eu não mudei. - Falei sem graça.
- É fofo, a sua cara. - Disse, soltando minha mão e andando pelo quarto, ele logo parou do lado da minha estante - Sua amiga tinha razão, é uma coleção bem grande. - Disse apontando pros meus comics.
- Sou meio nerd, admito. - Falei rindo e chegando mais perto dele.
- Não, é bem legal. - Disse, pegando um comic e passando as folhas, eu me sentei na cama, ele veio e se sentou ao meu lado.
- Eu tô ansiosa pra assistir o filme novo, sabe, o Guerra Civil foi a aparição do Homem Aranha mais próxima aos quadrinhos, minha versão preferida. - Falei, ele riu e colocou o gibi no canto da cama.
- E você não está dizendo isso só por que eu fiz essa versão do Homem Aranha? - Perguntou ele sem graça, eu ri.
- Juro que não é só por isso, tenho certeza de que um montão de fãs do Homem Aranha concorda comigo. - Falei, ele riu.
- Gosto de estar com você. - Disse ele, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha - Gosto de como você me trata como alguém normal, a maioria das pessoas me trata como um alienígena.
- Mas você é uma pessoa normal. - Falei, ele sorriu e se aproximou de mim, me beijando, eu esperei pelas borboletas no estômago e os fogos de artifício, mas não rolou nada disso, ele se afastou de mim e eu continuei parada, com os olhos fechados, esperando sentir alguma coisa.
- O que foi? - Perguntou ele, eu abri os olhos e balancei a cabeça de leve.
- Nada. - Falei, e era verdade, não tinha nada, eu não senti nada, eu não conseguia entender o porquê, eu o adorava e ele estava bem ali na minha frente, tinha acabado de me beijar! Por que eu não senti nada? E de repente a resposta veio como um estalo na minha cabeça, não era real, eu não senti nada por que nada daquilo era real, eu tinha criado aquela situação.

...

Depois que o Tom foi embora eu voltei pro meu quarto e peguei meu notebook, essa geralmente era a hora na onde eu planejava nosso próximo encontro, mas dessa vez eu queria fazer algo que eu provavelmente poderia me arrepender, eu ia terminar tudo, eu sei perfeitamente o quanto terminar com isso, depois de sonhar tanto, é loucura, mas nada foi real, nenhuma das atividades do Tom, desde que nos conhecemos foi realmente ele, foi eu, o tempo todo, eu manipulei as coisas pra acontecerem do meu jeito, em nenhum momento eu dei espaço pro Tom ser espontânea, ser ele mesmo, isso está errado, ele é uma pessoa incrível, merece mais que um namoro de mentirinha, e eu também, não quero ficar com ele se ele realmente não quiser ficar comigo também, então liguei o notebook, abri o arquivo da fanfic e comecei a escrever, ele ia voltar pra casa e nosso romance terminava assim, nenhum reencontro fofo ou reviravolta mirabolante, é assim que termina.

...

- Não acredito que você fez isso. - Disse , nós estávamos no quarto dela e eu tinha acabado de contar que acabei com tudo.
- Não tava certo , nada era de verdade, era só eu inventando tudo. - Falei me sentando na cama dela, ela se sentou do meu lado.
- Caramba, mas justo agora que vocês tinham se beijado?
- Eu sei, mas isso não foi real também, ele merece alguma coisa real de verdade, e eu também. - Falei, e então respirei fundo - O me chamou pra ir assistir ao filme do Tom na estreia com ele, eu sei que isso é tipo um encontro na cabeça dele, eu tô pensando em aceitar.
- Você tá de brincadeira? Você nunca aceitou as investidas do , por que isso agora? - Perguntou ela sem acreditar.
- Ele é legal comigo, gosta de mim, a gente poderia dar certo. - Falei dando de ombros.
- , o é apaixonado por você, mas você não gosta dele, por que tá se metendo nessa? - Perguntou.
- Não sei , talvez eu precise de algo real na minha vida, se você não quiser que eu saia com o seu irmão é só falar!
- Não é isso, , eu ficaria feliz em ter você como minha cunhada, mas é que eu sou sua melhor amiga, quero você feliz, você não gosta do , não tem como você ficar sem por cento com ele, e bom, também tem ele, eu sou a irmã dele, não posso deixar ele entrar em um relacionamento pra se machucar, me entende? - Perguntou, eu suspirei.
- Eu sei , eu nunca magoaria ninguém, você sabe, e além do mais eu não tenho ninguém em vista, tentar não custa nada, é só deixar claro pra ele como estão as coisas, se ele quiser tentar mesmo assim por mim tudo bem. - Falei dando de ombros, foi a vez da de suspirar.
- Você é quem sabe. - Disse, na verdade eu não sabia bem o que estava fazendo, só queria sair com alguém que não precisasse de uma fanfic pra gostar de mim.

...

Eu estava sentada na minha cama olhando pra tela do notebook, na onde o arquivo da fanfic estava aberto, eu não conseguia acreditar que eu realmente tinha acabado com tudo ontem, mas foi melhor assim, pelo menos eu acho.
- Oi. - Dei um pulo na cama ao escutar a voz do Tom.
- Ah, oi, caramba, você não ia embora ontem à noite? - Perguntei assustada, ele deu risada e entrou no quarto.
- Ia, mas pedi pra mudarem o horário do meu voo pra hoje à noite, assim eu ia poder me despedir de você direito. - Explicou.
- Como você entrou?
- Eu bati na porta e não tinha ninguém, eu estava com medo de ser reconhecido na rua então entrei logo, espero que não tenha problema. - Disse visivelmente sem graça, eu respirei fundo, eu não tinha escrito isso, ao contrário, de acordo com a minha fanfic era pra ele estar nos Estados Unidos agora, bem longe de mim.
- Não tem problema, é que você me assustou. - Falei sorrindo sem graça, ele suspirou aliviado e se sentou ao meu lado na cama.
- O que é isso? - Perguntou olhando a tela do meu notebook, eu paralisei, tinha me esquecido completamente que estava olhando a fanfic.
- Não é nada, só umas coisas que eu escrevo. - Falei tentando fechar o notebook, mas Tom me impediu, o pegando da minha mão.
- Então deixa eu ver. - Disse.
- Tá em português, você não vai entender nada. - Falei tentando pegar de volta.
- Talvez eu entenda uma palavra ou outra. - Disse, afastando minhas mãos e prestando atenção na tela, eu estava rezando pra ele realmente não entender nada de português - Por que tem o meu nome tantas vezes aqui? É alguma coisa sobre mim? Magia? Notebook mágico? Posso não entender de português, mas essas palavras são bem parecidas com isso em inglês também, do que isso aqui tá falando? - Perguntou ele sem entender nada, eu abaixei a cabeça e respirei fundo, isso não pode estar acontecendo - , o que tá acontecendo? O que é isso? - Perguntou.
- Uma fanfic. - Respondi, é claro que ele não sacou o que realmente é, é magia, ele não acreditaria nisso.
- Você escreveu uma fanfic comigo? - Perguntou - E com você? - Disse depois de olhar a tela de novo.
- Tom, é complicado. - Falei.
- Então me explica. - Disse, fechando o notebook e me entregando.
- , eu andei pensando, talvez não seja tudo falso sabe? Pode ter a fanfic no meio, mas... Opa! - Disse entrando no meu quarto, será que ninguém mais usa a campainha? - Tom? Você não ia embora ontem? - Perguntou, agora em inglês.
- Ia, mas decidi ficar mais um pouco, e bom, talvez você possa ajudar a a explicar que história é essa de fanfic. - Disse ele, se levantando e cruzando os braços.
- Aí caramba, Tom, a intenção dela não era controlar você, eu juro, mas é que ela ganhou um notebook mágico e ela é sua fã e...
- Espera, do que você tá falando? - Disse ele interrompendo ela sem entender nada, ela arregalou os olhos e olhou pra mim, eu neguei com a cabeça, merda, se ele não tinha sacado tudo agora com certeza sacou - Notebook mágico? Me controlar? Do que ela tá falando ?
- Tom, eu...
- A verdade, por favor. - Pediu ele, eu suspirei.
- Tem alguma coisa estranha com o notebook, ele é mágico, eu escrevi uma fanfic com nós dois nele e ela aconteceu, tudo o que aconteceu entre a gente, fui eu que escrevi. - Falei tudo de uma vez, ele deu um passo pra trás, olhando de mim pra assustado.
- Escreveu? Você escreveu tudo o que aconteceu com a gente? Magia? - Perguntou ele, eu assenti - Quer saber? Vocês são doidas, as duas, duas malucas! - Disse antes de sair do quarto.
- Tom! Espera! - Gritei, mas logo escutei o barulho da porta batendo.
- Deixa ele amiga, ele tem razão, isso é coisa de louco. - Disse , eu comecei a chorar - Meu Deus, desculpa , eu falei demais. - Disse ela se sentando do meu lado e me abraçando.
- Eu estraguei tudo não foi? - Perguntei abraçando ela de volta.
- É claro que não, quer saber? Você já aceitou sair com o ? Agora eu acho isso uma ótima ideia.

...

- ? Tá tudo bem? Você tá meio estranha desde que o filme começou. - Sussurrou pra mim, nós estávamos na sessão de estreia do filme do Homem Aranha, eu tinha decidido que ia sair com o e que ia me divertir, mas ver o Tom, mesmo que só no filme, me fez me sentir uma mentirosa manipuladora de novo, não gostei da sensação, talvez eu devesse ter me tocado que uma sessão do filme do Tom não seria o melhor lugar pro meu primeiro encontro com o .
- Tudo bem, , eu só tô me concentrando no filme. - Falei, dando um sorriso pra disfarçar, ele sorriu de volta e passou o braço por cima dos meus ombros, eu suspirei, eu podia repelir o gesto, mas eu aceitei sair com ele, não foi? Eu já sabia que ia rolar isso, não vou fugir agora.
- Sabe , tô feliz de você ter aceitado sair comigo, pensei que eu nunca fosse conseguir te convencer. - Disse ele baixinho só pra mim ouvir.
- Também tô feliz de ter vindo. - Falei, o que não era uma completa mentira, era um cara muito legal, e com ou sem o Tom eu ainda sou fã do Homem Aranha, e tô curtindo bastante o filme, me puxou pra mais perto dele e eu deitei minha cabeça no ombro dele, ele começou a brincar com os meus cabelos, e o filme seguiu assim, uma coisa eu tinha que admitir, era muito direto, ele deixou bem claro o que queria desde o momento que chegamos ao shopping, ele pegou minha mão quando entramos, me abraçou na fila do ingresso, e eu sabia muito bem o que ia rolar quando ele parasse o carro na frente da minha casa na hora de me levar embora, só não sabia se eu queria que aquilo rolasse.
- ? - Chamou ele assim que parou o carro.
- Hum?
- Você tá distante o dia todo, o único motivo pra eu acreditar que você quer estar aqui é você não ter repelido nenhuma das minhas atitudes. - Disse eu me virei pra ele e suspirei.
- Me desculpa, é que...
- Tem a ver com aquele cara não tem? O Tom? , eu avisei você que ele não queria nada sério. - Disse, tirando o cinto de segurança e se virando de frente pra mim.
- Eu sei que avisou. - Falei.
- Mas eu quero , poxa, tô tentando te fazer enxergar isso já faz um tempo, mas parece que não tem dado muito certo, mas olha, se você ainda estiver enrolada com esse garoto eu...
- , eu não sei o que tá rolando agora, mas poxa, você é um cara tão legal, gosta de mim, e o mais importante, você tá aqui, de verdade, você quer estar comigo. - Falei, ele se inclinou um pouco na minha direção.
- Mais do que você imagina. - Disse.
- Então acho que vale a pena dar uma chance pra gente. - Falei ele sorriu.
- Que bom. - Disse antes de me beijar, foi estranho, mas estranho de um jeito bom, com ele eu senti alguma coisa, eu senti meu corpo arrepiar quando ele colocou a mão na minha nuca, me ajudando a aprofundar o beijo, era real, e era isso que importava.

...

- ? ? Eu tô falando com você. - Disse , eu balancei a cabeça de leve e voltei a prestar atenção nele, nós estávamos na sorveteria, ele me trouxe aqui depois da escola.
- Desculpa, , o que você tava falando? - Perguntei dando um gole no meu milk shake, ele riu.
- Olha , você deu uma chance pra mim e eu agradeço por isso, por ter tentado, sério, mas parece que não tá dando certo. - Disse ele.
- O que? Mas por que?
- Eu preciso mesmo responder? Sempre que a gente tá junto você fica distante, quando eu te beijo você corresponde, mas parece que não está lá de verdade, tem alguma coisa acontecendo que eu não sei? - Perguntou me olhando nos olhos, eu desviei o olhar e suspirei.
- Ôh , tem tanta coisa...
- Olha, esquece isso, esquece tudo, não tá rolando, eu pensei que com o tempo as coisas fosse ir melhorando, mas a gente já está saindo há uma semana, eu sei que é pouco tempo, mas você não mostrou nenhum sinal de gostar de mim desse jeito, nenhum mesmo.
- Me desculpa por isso, não sei por que te meti nessa, você não merece isso. - Falei, abaixando a cabeça.
- Você me deu uma chance, não deu certo, tudo bem, eu supero. - Disse, pegando a minha mão.
- Tudo bem mesmo?
- Eu juro que vou ficar bem, não é a primeira vez que eu levo um fora. - Disse piscando pra mim, eu ri.
- Eu não te dei um fora! - Me defendi, ele riu.
- Não um fora literal, mas isso foi um pseudofora. - Disse brincando.
- Então a gente pode ser amigo? - Perguntei meio receosa, eu não queria que esse quase namoro fizesse alguma diferença na nossa amizade.
- É claro que pode. - Disse ele me dando um beijo na testa, eu sorri, não acredito na sorte que eu tenho por ter esse menino na minha vida, isso poderia ter sido infinitamente pior.

...

- ! Pra onde você tá me levando? - Perguntei, eu estava sendo praticamente arrastada por ela.
- A gente tá na praia, não tá vendo? - Perguntou gesticulando ao redor.
- Isso eu sei, só quero saber por que a gente tá aqui! - Falei.
- Tem alguém que quer falar com você. - Disse ela ainda me arrastando, nós passamos por trás de umas pedras e a praia começou a ficar mais vazia, e eu mais ansiosa, o que ela tava aprontando?
- Alguém quem ?
- Ele. - Disse ela parando de andar, quando olhei pra frente eu vi o Tom, na hora eu perdi a fala, o que ele estava fazendo ali? - Eu vou nessa. - Disse saindo correndo, não acredito! Amiga da onça!
- Oi. - Disse ele sorrindo.
- O que você tá fazendo aqui? - Resolvi fazer a primeira pergunta que me veio na cabeça.
- Eu precisava ver você. - Disse dando um passo na minha direção.
- Já faz um mês.
- Eu sei, precisei de um tempo pra entender tudo, colocar as ideias no lugar, mas agora eu já cheguei a uma conclusão. - Disse ele andando até ficar na minha frente.
- Que conclusão?
- Que eu não sei o que diabos aquele seu notebook fez, mas o que eu sinto por você não tem nada a ver com aquela fanfic. - Disse, eu suspirei.
- Tom...
- Pode ter começado assim, o que aconteceu aqui pode ter sido por causa disso, mas como você me explica eu não ter conseguido te tirar da cabeça depois de voltar pra casa? E eu ter vindo até aqui só pra te dizer isso? Você escreveu outra fanfic por acaso? - Disse em tom brincalhão, eu ri.
- Não, eu não escrevi mais nenhuma fanfic, não desde aquele dia.
- E então?
- E então que isso aqui não é conto de fadas Tom, as coisas não deveriam se resolver magicamente. - Falei, ele estendeu uma mão e acariciou de leve o meu rosto.
- As coisas não dão certo só em contos de fadas, tudo depende do ponto de vista.
- E qual é seu ponto de vista sobre tudo isso? - Perguntei, ele riu.
- Que a gente começou tudo de um jeito muito louco e estranho, mas que eu não quero que termine. - Disse, eu sorri.
- Não? - Perguntei, só pra ter certeza.
- Não. - Disse e então me beijou, dessa vez foi o extremo oposto do nosso primeiro beijo, antes eu não tinha sentido nada, agora eu senti tudo, borboletas no estômago, fogos de artifício, arrepios, exatamente como eu sempre achei que um beijo deveria ser.
- Me reponde uma coisa? - Perguntei assim que a gente se separou.
- O que?
- Como você combinou isso tudo com a ? Não lembro de vocês terem trocado telefones. - Falei, ele riu.
- Tenho meus contatos. - Respondeu.
- Contatos é?
- Na verdade o Harrison achou ela no twitter pra mim. - Disse, eu ri - Que bom que deu tudo certo. - Disse, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
- Tudo o que?
- Eu beijei a garota no final, isso é um bom final pra sua fanfic não é? - Perguntou, eu ri.
- Não vou querer saber de fanfics por um tempo. - Falei ainda rindo, ele riu comigo.
- Que bom, por que nem eu. - Disse antes de me beijar de novo, e assim acabou o minha confusa e estranha fanfic, e quer saber? É o melhor final de todos.





Fim



Nota da autora: Olá pessoas! Vamos começar dizendo o óbvio, obrigado por terem dedicado um tempinho pra ler minha história, ela ficou um clichêzão né? Eu assisti esse filme e na hora soube que tinha que fazer algo a respeito, adoro magia e tudo do gênero, mas eu não queria algo simplesmente magico, queria algo que se encaixasse no nosso mundo, por mais estranho e fictício que fosse, eu consegui? Espero que sim! Essa fic estava parada no meu PC desde que eu assisti a Homem Aranha. De Volta ao Lar, admito que desde então tenho um Crush no Tom Holland, mas quem não tem, não é mesmo? Esse projeto foi a desculpa perfeita pra postar essa fic, espero que tenham gostado, até a próxima!




Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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