Capítulo Único
O Nordeste Brasileiro possui praias paradisíacas e no Rio Grande do Norte não poderia ser diferente. e moram na Cidade do Natal, capital do estado, mas, nos meses de verão, frequentam uma casa de veraneio no Bairro de Cotovelo em Parnamirim, cidade vizinha, 30 minutos dali. É sabido que podem se encontrar a qualquer momento, pois moram na mesma cidade, mas a vida cotidiana dos dois não permitia isso, além de ter esses três meses como o momento de viver a liberdade ao lado do amigo/amiga, era a mágica que fazia tudo ser melhor ainda. Todos os anos eles se viam e passavam grande parte do tempo juntos como grandes amigos, até que nesse ano algo diferente vai acontecer entre eles.
Último dia de verão...
Ela estava aproveitando a festa quando um rapaz se aproximou com outras intenções.
— Oi, aceita uma bebida? – O homem a interrogou.
— Oie, não. Eu tô bem, não quero beber hoje! – A menina recusou.
— Ah, entendi! E companhia, você quer?
— Hum, também vou recusar, já estou acompanhada.
— Não estou vendo ninguém aqui além de mim. – Replicou.
— Ele já está chegando... – Ela olhou para o horizonte a fim de encontrar o amigo e pedir socorro.
— Ok, então ficarei por aqui enquanto ele não chega! – ele insistiu.
— Não precisa, eu posso aguardar sozinha – Ela o avistou e ele entendeu seu olhar.
— Ah, que isso gatinha, vai dizer que não quer mesmo minha companhia? Eu posso te fazer muito feliz essa noite – O homem se atreveu e sussurrou em seu ouvido, para espanto e enojamento dela.
— Estou interrompendo? – O amigo perguntou sério e com um pouco de ciúmes.
— Então, amor, eu já disse a esse rapaz que estava acompanhada e apenas lhe aguardando. Mas ele insistiu em fazer companhia. – Virou-se para o rapaz que a incomodava. – Moço, esse é o meu namorado, , a companhia por quem esperava. – Ela o apresentou e olhou para com ar de súplica para que entrasse na brincadeira.
— Eu não acredito nisso, estou de olho em você a noite toda e não vi esse cara encostar em você um minuto sequer.
— Você quer uma prova? – O amigo indagou com raiva, que homem atrevido e insistente!
então segurou pela cintura e beijou-lhe a boca. Surpresa, ela demorou a corresponder, não esperar por essa atitude do amigo. Surpresa maior foi perceber que estava gostando do beijo.
O homem que a incomodava finalmente se sentiu sobrando e saiu em busca de outra conquista, sem acreditar no viu. Mas a tática de deu certo e o beijo já podia se encerrar, mas algo os impediam.
Por mais que tivessem sentido algo, depois que o beijo finalmente cessou, os dois se olharam com estranheza e despistou dizendo que ia dar uma volta e que ela já estava salva. Deu um beijo em sua testa e disse que se falariam depois, mas isso nunca mais aconteceu.
Dez anos depois...
deixava seu trabalho mais um dia satisfeita, apesar dos perrengues que sua profissão tinha, todo fim do dia sentia-se feliz e contente pelo que fazia, estava na profissão certa. Ser Guia de Turismo para ela era encantador, pois mostrar cada canto da sua cidade e deixar os turistas encantados, como ela também ficou quando chegou aqui, era o grande objetivo dela. Chamou um carro para chegar em casa com mais rapidez e descansar como merecia, pois no dia seguinte iria mais uma vez mostrar os encantos de seu lindo estado a mais um grupo de turistas. Era a alta temporada e nessa época era quando mais trabalhava e com prazer. O carro chegou e, ao abrir a porta, foi invadida com o perfume que lhe trazia alguém à memoria, alguém que ela não via há anos. Sentou-se no banco de trás olhando seu telefone, distraída, cumprimentou o motorista sem nem se dar conta da resposta. Quando finalmente olhou o retrovisor, ela viu quem era o homem que a levaria para casa.
— ? É você?
— Oi! Sim sou eu. – Ele a olhou com calma ao perceber o espanto na voz da moça ao falar com ele. – ?
— Sim! Quanto tempo? Por onde você andou? – Ela abriu o sorriso. Eram amigos de veraneio, moravam no centro da cidade, mas cada família mantinham uma casa de verão e eram vizinhos nesses meses de sol. Mas a vida os separou normalmente quando chegou a hora da faculdade para cada um.
— Eu fui morar em outro estado por causa da faculdade, se lembra? Morei lá até ano passado, trabalhei muito até que decidi estudar para concurso publico e surgiu uma oportunidade aqui, a prova é na próxima semana. Como estou sem trabalhar, me inscrevi nesse aplicativo de carros, para ter um dinheiro extra. E você? – O rapaz finalmente deu partida na corrida quando a voz computadorizada do aplicativo o avisou que ele ainda estava no destino de origem.
— Eu fiz minha faculdade por aqui, sou turismóloga além de Guia de Turismo, na alta temporada me dedico mais ao trabalho, mas, graças aos deuses, trabalho o ano todo com isso.
— Nosso estado é lindo, né? Sempre tem gente vindo para cá. – Ele sorriu olhando-a pelo retrovisor. — Eu senti muita saudade daqui.
— Eu imagino. Você pretende ficar por aqui? Tipo morar?
— Bem, se eu passar no concurso, eu terei que morar aqui, o que não será um sacrifício, mas, caso não passe, vou continuar tentando outras oportunidades, eu tô morando na casa de minha avó, que ficou pra mim, quando ela faleceu.
— Sua avó faleceu? – perguntou assustada ao saber da notícia, adorava dona Nena. – Meus sentimentos, depois daquele verão eu não fui lá, meus pais venderam e não quiseram mais outra casa, me deram um apartamento com esse valor.
— Sim, já faz alguns anos que ela se foi, eu nem consegui vir me despedir, pois estava no início em um novo trabalho, foi bem difícil para mim.
— Imagino, meus sentimentos, , ela está em paz agora. Mas vamos mudar de assunto, né? Tô torcendo para você passar nesse concurso e voltar a morar aqui. - quis mudar o clima da conversa.
— Sim, vou poder reviver bons momentos e rever pessoas que eu tanto gosto, como você! – Mais uma vez ele olhou para ela através do retrovisor do carro, mas, dessa vez, tensão entre os dois se instalou. Desde o beijo dado por ele para salvá-la de um homem inconveniente, e não se falaram mais. Todos seguiram suas vidas depois do verão e tornariam se ver novamente no outro. O que não aconteceu com eles.
O carro chegou ao destino e a moça do aplicativo mais uma vez desandou a falar. A corrida foi finalizada e não conseguia sair do carro. Ficaram se olhando sem dizer uma palavra e permaneceram assim por alguns segundos, ela se sentiu desconfortável com aquilo e desviou o olhar, para então se virar em direção a porta.
— Foi ótimo te rever, , que você passe no concurso que deseja e seja muito feliz em sua nova carreira. – Quando ela sairia do carro, ele, enfim, criou coragem e lhe passou o seu cartão.
— Aqui, caso precise de uma viagem particular ou de urgência, pode contar comigo. – Apontou o cartão para a moça que pegou com agrado, pois sempre precisava de carros em dias que o trabalho se estendia, e ter a opção de algo particular a animava, além de ser ele o motorista.
— Beleza, eu preciso ir agora, tenha uma boa noite, . – Ela tentou fugir daquilo que sentia.
— Boa noite e bons sonhos, . – Ele ficou esperançoso em vê-la outra vez.
***
Mais um dia ensolarado em Natal e estava a trabalho de uma agência de turismo. Seu dia, hoje, seria levando os turistas a conhecer o Maior Cajueiro do Mundo e a um mergulho nos Parrachos de Pirangi em um delicioso passeio de barco. Sua missão era passar de hotel em hotel conforme a reserva, buscar os passageiros e levar até a cidade vizinha para apresentar as belezas naturais, almoçarem e retornar ao ponto de partida.
Na terceira parada do passeio, teve uma surpresa. é um dos passageiros, estava com um grupo de amigos, ele ao vê-la, abriu um sorriso que a menina lembrou dos seus dias de verão e seu coração acelerou. Inconscientemente, respirou fundo antes de conferir os documentos dos passageiros e acomodá-los no ônibus, seguiu em frente. Naquele momento, ele era mais um dos muitos passageiros que teria no dia, não tinha o porquê de ficar nervosa daquele jeito.
— Bem, pessoal, agora estamos no Cajueiro, o Maior Cajueiro do Mundo e consta no Livro dos Recordes, ele ocupa uma área de aproximadamente nove mil metros quadrados sendo uma única arvore! Acreditem... E, para não dizer que estou mentindo, há uma pequena arvore de caju na lateral, mas que não tem ligação com a arvore principal. E mais, ele ainda produz caju!! Vamos descer para conhecê-lo por dentro, vocês têm 30 minutos para isso, levarei todos a bilheteria, a entrada não é obrigatória, caso não queiram visitar, vocês podem conhecer as lojas de artesanato que fica ao lado. Aos que forem visitá-lo, não deixem de ir ao mirante, tudo bem? Encontro vocês aqui, nesse ponto, em 30 minutos. Vamos lá? - desceu do ônibus com os passageiros, levando-os a entrada do Cajueiro. ficou por último de propósito.
— Que bela Guia Turistica temos hoje! Para onde mais você nos levará? Aos céus? – Ele riu para ela tocando levemente em sua cintura.
— Em primeiro lugar, é Guia de Turismo. Em segundo, eu posso levar aos céus, mas também ao inferno!
— Inferno, só se for para a gente pegar fogo juntos, minha querida! - deu um beijo no rosto da menina, que ficou vermelha. Estava em seu local de trabalho e não queria misturar as coisas, mas gostou do toque dos lábios do rapaz, mesmo que fosse no rosto. De repente, se viu com vontade de beijá-lo novamente e até se atrever a passar disso. Ele estava tão bonito, despojado, sorridente, aquele menino de sempre, mas num corpo muito melhor.
Depois do Cajueiro, o grupo seguiu até o passeio de barco que os levaria até os Parrachos do Pirangi para mergulharem nos corais e verem peixinhos. Além de se refrescarem um pouquinho.
— Vem, Guia! Mergulha com a gente! – um dos passageiros chamou .
— Nada! Eu vou ali cuidar do almoço de vocês! – brincou e o passageiro riu com ela e seguiu para o passeio de barco.
— Você não vai? – questionou.
— Vou precisar ficar, tenho algumas burocracias para resolver. – Ela deu graças aos céus, pois não saberia se conseguiria resistir as investidas do homem a sua frente. – Te vejo em duas horas.
— Ah, que pena, queria tanto te ver molhada... – sussurrou ao ouvido da garota que o olhou assustada com o que ouviu, ele ria da reação dela, sabendo que ela sempre fica vermelha quando ele dizia essas coisas. Na adolescência era comum o tipo de brincadeira.
— É uma pena, mesmo, pois, mesmo eu indo, você não veria, eu não entro na água, seu safadinho! – apertou-lhe a bochecha. - Agora vai, que seus amigos estão te chamando.
O passeio seguiu sem muitos perrengues, sendo um grupo muito tranquilo e atento as informações. adorava quando era assim, tudo fluía, todos riam, sabiam que no fim do dia, uma chuva de agradecimentos viria.
— Bom, pessoal, eu quero agradecê-los por um dia incrível que tivemos, espero que tenha sido muito bom para vocês também, dei o meu melhor. Vou passar agora com uma lembrancinha da cidade para vocês lembrarem de mim e desse passeio, tá bom? Antes, alguns avisos...
***
Era fim de tarde e como esperava, todos agradeceram o dia maravilhoso que tiveram e que estavam loucos para contar aos amigos para fazer esse passeio também. Dessa vez, não foi o último a descer, mas deu-lhe um abraço apertado agradecendo o dia, realmente tinha sido um dia muito bom para ele.
— Me liga! – Ele colocou o cartão de contato no meio dos papeis dela, na esperança de que eles se falassem fora do campo de trabalho deles. Ela pegou o cartão e colocou no bolso.
seguiu seu roteiro e, quando finalmente seu dia terminou, tudo o que queria era um lanche quentinho, um banho e dormir.
***
Os dias se passam e sempre se pega pensando no amigo da adolescência, mas preferiu esperar e ver se o destino os queria juntos ou não. Já se encontraram duas vezes sem programarem nada, mal de cidade pequena, mas não queria apressar nada, nem criar expectativas. Estava focada em seu trabalho e sua vida de solteira, e sabia que, se fosse para ser, seria.
Mas, certo dia, quando solicita um carro para voltar para casa e o nome que aparece no aplicativo é , seu coração acelerou no mesmo instante na esperança de ser o seu amigo, apesar da possibilidade de não ser ele, deixava-a nervosa.
— Hey! Olha se não é a moça para quem eu passei meu número, mas nunca me ligou, seu nível de maldade já foi menor, viu! – não perdeu a chance de alfinetar a amiga e se referir ao fora que deu naquele rapaz do festival de verão.
— Me desculpe, . Eu estou numa correria só com o trabalho, eu até pensei em te ligar e conversar, mas estou me sentido tão cansada que tive medo de dormir no meio da conversa... - Ela tentou se explicar.
— Eu tenho certeza de que te deixaria acordada a noite inteira se necessário! – seu sorriso sarcástico fez com que sentisse seu coração acelerar. Ela sorriu e mudou de assunto, ou aquilo pararia em outro lugar.
— Pronto, chegamos! – Ele finalizou a corrida no aplicativo e o desativou. - Eu vou tirar a noite de folga, você que fazer algo? – Ele a convidou. Aquela era a chance.
— Como o quê? – Ela se animou. Aquela era a chance, pensou.
— Um vinho, uma pizza... o que acha? – Ele deu a ideia e parece que acertou em cheio, sua expressão de agrado ainda era a mesma...
— Gostei da proposta! Tenho um vinho excelente em casa e conheço uma ótima pizzaria aqui perto.
— Ótimo! A gente passa lá ou pedimos por delivery?
— Delivery, deixa eu abrir o aplicativo – empolgou-se com a ideia de ter a companhia de seu amigo em casa após anos de distância, além, claro, de ter a chance de esclarecer se aquilo que ela sente quando está perto dele é real. – Eu já estou fazendo o pedido aqui, qual seu sabor favorito, mesmo?
Dentro do elevador, não tirava os olhos da moça a sua frente! Ela, destemida, manteve o olhar junto com o dele. Podia sentir a tensão e, por que não, o tesão entre eles naquele cubículo, mas ao mesmo tempo, a desconfiança de ser coisa da cabeça deles seguravam suas atitudes, sem saber ao certo o que era, finalmente desviou o olhar e os dois caíram na gargalhada. Aquilo já estava ficando nítido para os dois.
— Uau, dona , que apartamento grande! – observava a sala ao entrar no apartamento e seguiu até a cozinha junto com a amiga que já havia lhe oferecido a bebida. abria o armário para pegar as taças.
— Sim, um apartamento mais antigo, né? Tem mais espaço mesmo, precisei fazer algumas reformas, pois ficou alguns anos alugado, me gerando renda, o que me ajudou com a faculdade. – pegou o vinho na adega e o abriu, a olhava, admirado, como aquela menina que ele conheceu anos atrás estava diferente, mais segura, confiante e independente. Com certeza, essa não precisaria da ajuda dele para se livrar de um cara que ela não estava a fim. Ela os serviu enquanto falava, mas não prestava mais atenção, seus olhos estavam mirando os lábios da mulher a sua frente, como seria beijá-la novamente? Com certeza muito melhor que aquele dia. A garota se encostou no balcão da cozinha e o homem se aproximou institivamente e não parava de encará-la.
— O que foi? Falei algo errado? – não estava entendendo o que acontecia naquela hora, mas estava sentindo suas pernas ficarem bambas, sem saber se era o vinho ou rapaz se aproximando.
— Eu não sei, mas senti uma vontade louca de chegar perto de você. – Ele sorriu e teve certeza de que o motivo das suas pernas tremerem era ele se aproximar. O sorriso se manteve no rosto da moça, até que ele ficou poucos centímetros perto dela.
— Acho melhor não fazermos isso, da outra vez não nos falamos mais e só nos vimos novamente dez anos depois. – Ela sussurrou olhando nos olhos dele.
— Eu não vou deixar isso acontecer novamente, eu prometo! Eu sou um homem maduro agora, não irei te deixar só. Você não quer me beijar, é isso? – Ele encostou na cintura da moça como fez dez anos antes e sorriu.
— Quero, mas não quero te ver fugir novamente. – Ela respondeu. — Já disse que não vou te deixar! Se depender de mim, nunca mais eu saio daqui, você está me entendendo, ? – ela pôde sentir a intenção na voz do homem e sua respiração já tocava seus lábios, aquela era a hora. De provar, tudo!
- Eu tô entendendo, sim. – A mão livre de tocou na nuca do homem. Nesse momento a campainha tocou, interrompendo os dois. Era o delivery.
— Não acredito! – riu da situação.
— Eles são famosos por terem entrega rápida. – Ela riu e se soltaram.
O homem foi buscar a comida. Por um instante tentaram esquecer o que quase aconteceu ali, mas não queria mais negar o que sentia, ela queria beijá-lo e ele estava ali, não podia deixar para depois.
— Então, moço, gostando da comida? – perguntou e mordeu sua fatia.
— Nossa, muito bom! – mordia sua fatia também e desastrosamente deixou molho cair na camisa, riu e correu para buscar um pano para limpá-lo, mas ele, em um reflexo, tirou a camisa e correu para cozinha lavar a parte suja. ao ver o abdômen do homem ficou sem palavras. Ver aquele corpo atlético em sua frente fez com que a moça tivesse desejos que mal lembrava como eram.
— Eu sou muito desajeitado, me desculpe, vou lavar aqui rapidinho e deixo secando na janela, você não tem uma camisa masculina aí sobrando?
— Infelizmente não tenho, não tenho recebido visitas masculinas nos últimos tempos. – lamentou, mas estava tranquila com isso!
— Hum – arqueou as sobrancelhas. - Fico feliz que tenha me recebido, eu tenho sentido muito sua falta e, ao saber que viria a cidade fazer a prova do concurso, você não saiu mais da minha cabeça.
— E falando em concurso como foi a prova, já passou, não é? – A menina tentou desviar do assunto.
— Sim, estou aguardando o resultado, mas não fuja do assunto, não, você sabe onde estávamos uns minutos atrás não sabe...? – O rapaz se aproximou dela outra vez na tentativa de continuar o que fariam antes.
Não precisou falar mais nada, aqueles dois já sabiam o que queriam, render-se àquele beijo, mais dia ou menos dia, aconteceria. Naquele momento, render-se ao desejo era entregar-se ao amor que sentiam tempos atrás, quando mal sabiam o que era amor, mas já o viviam, o que era uma bela amizade na verdade era um sentimento puro que nutriam um pelo outro. Beijar-se dez anos atrás fez a flor do amor desabrochar e não saber lidar com aquilo, o afastou dela. Mas hoje não! Não mais, hoje ele a queria e a queria para sempre e tudo o que ela viveu até ali a preparou para aquele momento, entregar-se de vez ao seu grande amor de verão.
Último dia de verão...
Ela estava aproveitando a festa quando um rapaz se aproximou com outras intenções.
— Oi, aceita uma bebida? – O homem a interrogou.
— Oie, não. Eu tô bem, não quero beber hoje! – A menina recusou.
— Ah, entendi! E companhia, você quer?
— Hum, também vou recusar, já estou acompanhada.
— Não estou vendo ninguém aqui além de mim. – Replicou.
— Ele já está chegando... – Ela olhou para o horizonte a fim de encontrar o amigo e pedir socorro.
— Ok, então ficarei por aqui enquanto ele não chega! – ele insistiu.
— Não precisa, eu posso aguardar sozinha – Ela o avistou e ele entendeu seu olhar.
— Ah, que isso gatinha, vai dizer que não quer mesmo minha companhia? Eu posso te fazer muito feliz essa noite – O homem se atreveu e sussurrou em seu ouvido, para espanto e enojamento dela.
— Estou interrompendo? – O amigo perguntou sério e com um pouco de ciúmes.
— Então, amor, eu já disse a esse rapaz que estava acompanhada e apenas lhe aguardando. Mas ele insistiu em fazer companhia. – Virou-se para o rapaz que a incomodava. – Moço, esse é o meu namorado, , a companhia por quem esperava. – Ela o apresentou e olhou para com ar de súplica para que entrasse na brincadeira.
— Eu não acredito nisso, estou de olho em você a noite toda e não vi esse cara encostar em você um minuto sequer.
— Você quer uma prova? – O amigo indagou com raiva, que homem atrevido e insistente!
então segurou pela cintura e beijou-lhe a boca. Surpresa, ela demorou a corresponder, não esperar por essa atitude do amigo. Surpresa maior foi perceber que estava gostando do beijo.
O homem que a incomodava finalmente se sentiu sobrando e saiu em busca de outra conquista, sem acreditar no viu. Mas a tática de deu certo e o beijo já podia se encerrar, mas algo os impediam.
Por mais que tivessem sentido algo, depois que o beijo finalmente cessou, os dois se olharam com estranheza e despistou dizendo que ia dar uma volta e que ela já estava salva. Deu um beijo em sua testa e disse que se falariam depois, mas isso nunca mais aconteceu.
Dez anos depois...
deixava seu trabalho mais um dia satisfeita, apesar dos perrengues que sua profissão tinha, todo fim do dia sentia-se feliz e contente pelo que fazia, estava na profissão certa. Ser Guia de Turismo para ela era encantador, pois mostrar cada canto da sua cidade e deixar os turistas encantados, como ela também ficou quando chegou aqui, era o grande objetivo dela. Chamou um carro para chegar em casa com mais rapidez e descansar como merecia, pois no dia seguinte iria mais uma vez mostrar os encantos de seu lindo estado a mais um grupo de turistas. Era a alta temporada e nessa época era quando mais trabalhava e com prazer. O carro chegou e, ao abrir a porta, foi invadida com o perfume que lhe trazia alguém à memoria, alguém que ela não via há anos. Sentou-se no banco de trás olhando seu telefone, distraída, cumprimentou o motorista sem nem se dar conta da resposta. Quando finalmente olhou o retrovisor, ela viu quem era o homem que a levaria para casa.
— ? É você?
— Oi! Sim sou eu. – Ele a olhou com calma ao perceber o espanto na voz da moça ao falar com ele. – ?
— Sim! Quanto tempo? Por onde você andou? – Ela abriu o sorriso. Eram amigos de veraneio, moravam no centro da cidade, mas cada família mantinham uma casa de verão e eram vizinhos nesses meses de sol. Mas a vida os separou normalmente quando chegou a hora da faculdade para cada um.
— Eu fui morar em outro estado por causa da faculdade, se lembra? Morei lá até ano passado, trabalhei muito até que decidi estudar para concurso publico e surgiu uma oportunidade aqui, a prova é na próxima semana. Como estou sem trabalhar, me inscrevi nesse aplicativo de carros, para ter um dinheiro extra. E você? – O rapaz finalmente deu partida na corrida quando a voz computadorizada do aplicativo o avisou que ele ainda estava no destino de origem.
— Eu fiz minha faculdade por aqui, sou turismóloga além de Guia de Turismo, na alta temporada me dedico mais ao trabalho, mas, graças aos deuses, trabalho o ano todo com isso.
— Nosso estado é lindo, né? Sempre tem gente vindo para cá. – Ele sorriu olhando-a pelo retrovisor. — Eu senti muita saudade daqui.
— Eu imagino. Você pretende ficar por aqui? Tipo morar?
— Bem, se eu passar no concurso, eu terei que morar aqui, o que não será um sacrifício, mas, caso não passe, vou continuar tentando outras oportunidades, eu tô morando na casa de minha avó, que ficou pra mim, quando ela faleceu.
— Sua avó faleceu? – perguntou assustada ao saber da notícia, adorava dona Nena. – Meus sentimentos, depois daquele verão eu não fui lá, meus pais venderam e não quiseram mais outra casa, me deram um apartamento com esse valor.
— Sim, já faz alguns anos que ela se foi, eu nem consegui vir me despedir, pois estava no início em um novo trabalho, foi bem difícil para mim.
— Imagino, meus sentimentos, , ela está em paz agora. Mas vamos mudar de assunto, né? Tô torcendo para você passar nesse concurso e voltar a morar aqui. - quis mudar o clima da conversa.
— Sim, vou poder reviver bons momentos e rever pessoas que eu tanto gosto, como você! – Mais uma vez ele olhou para ela através do retrovisor do carro, mas, dessa vez, tensão entre os dois se instalou. Desde o beijo dado por ele para salvá-la de um homem inconveniente, e não se falaram mais. Todos seguiram suas vidas depois do verão e tornariam se ver novamente no outro. O que não aconteceu com eles.
O carro chegou ao destino e a moça do aplicativo mais uma vez desandou a falar. A corrida foi finalizada e não conseguia sair do carro. Ficaram se olhando sem dizer uma palavra e permaneceram assim por alguns segundos, ela se sentiu desconfortável com aquilo e desviou o olhar, para então se virar em direção a porta.
— Foi ótimo te rever, , que você passe no concurso que deseja e seja muito feliz em sua nova carreira. – Quando ela sairia do carro, ele, enfim, criou coragem e lhe passou o seu cartão.
— Aqui, caso precise de uma viagem particular ou de urgência, pode contar comigo. – Apontou o cartão para a moça que pegou com agrado, pois sempre precisava de carros em dias que o trabalho se estendia, e ter a opção de algo particular a animava, além de ser ele o motorista.
— Beleza, eu preciso ir agora, tenha uma boa noite, . – Ela tentou fugir daquilo que sentia.
— Boa noite e bons sonhos, . – Ele ficou esperançoso em vê-la outra vez.
Mais um dia ensolarado em Natal e estava a trabalho de uma agência de turismo. Seu dia, hoje, seria levando os turistas a conhecer o Maior Cajueiro do Mundo e a um mergulho nos Parrachos de Pirangi em um delicioso passeio de barco. Sua missão era passar de hotel em hotel conforme a reserva, buscar os passageiros e levar até a cidade vizinha para apresentar as belezas naturais, almoçarem e retornar ao ponto de partida.
Na terceira parada do passeio, teve uma surpresa. é um dos passageiros, estava com um grupo de amigos, ele ao vê-la, abriu um sorriso que a menina lembrou dos seus dias de verão e seu coração acelerou. Inconscientemente, respirou fundo antes de conferir os documentos dos passageiros e acomodá-los no ônibus, seguiu em frente. Naquele momento, ele era mais um dos muitos passageiros que teria no dia, não tinha o porquê de ficar nervosa daquele jeito.
— Bem, pessoal, agora estamos no Cajueiro, o Maior Cajueiro do Mundo e consta no Livro dos Recordes, ele ocupa uma área de aproximadamente nove mil metros quadrados sendo uma única arvore! Acreditem... E, para não dizer que estou mentindo, há uma pequena arvore de caju na lateral, mas que não tem ligação com a arvore principal. E mais, ele ainda produz caju!! Vamos descer para conhecê-lo por dentro, vocês têm 30 minutos para isso, levarei todos a bilheteria, a entrada não é obrigatória, caso não queiram visitar, vocês podem conhecer as lojas de artesanato que fica ao lado. Aos que forem visitá-lo, não deixem de ir ao mirante, tudo bem? Encontro vocês aqui, nesse ponto, em 30 minutos. Vamos lá? - desceu do ônibus com os passageiros, levando-os a entrada do Cajueiro. ficou por último de propósito.
— Que bela Guia Turistica temos hoje! Para onde mais você nos levará? Aos céus? – Ele riu para ela tocando levemente em sua cintura.
— Em primeiro lugar, é Guia de Turismo. Em segundo, eu posso levar aos céus, mas também ao inferno!
— Inferno, só se for para a gente pegar fogo juntos, minha querida! - deu um beijo no rosto da menina, que ficou vermelha. Estava em seu local de trabalho e não queria misturar as coisas, mas gostou do toque dos lábios do rapaz, mesmo que fosse no rosto. De repente, se viu com vontade de beijá-lo novamente e até se atrever a passar disso. Ele estava tão bonito, despojado, sorridente, aquele menino de sempre, mas num corpo muito melhor.
Depois do Cajueiro, o grupo seguiu até o passeio de barco que os levaria até os Parrachos do Pirangi para mergulharem nos corais e verem peixinhos. Além de se refrescarem um pouquinho.
— Vem, Guia! Mergulha com a gente! – um dos passageiros chamou .
— Nada! Eu vou ali cuidar do almoço de vocês! – brincou e o passageiro riu com ela e seguiu para o passeio de barco.
— Você não vai? – questionou.
— Vou precisar ficar, tenho algumas burocracias para resolver. – Ela deu graças aos céus, pois não saberia se conseguiria resistir as investidas do homem a sua frente. – Te vejo em duas horas.
— Ah, que pena, queria tanto te ver molhada... – sussurrou ao ouvido da garota que o olhou assustada com o que ouviu, ele ria da reação dela, sabendo que ela sempre fica vermelha quando ele dizia essas coisas. Na adolescência era comum o tipo de brincadeira.
— É uma pena, mesmo, pois, mesmo eu indo, você não veria, eu não entro na água, seu safadinho! – apertou-lhe a bochecha. - Agora vai, que seus amigos estão te chamando.
O passeio seguiu sem muitos perrengues, sendo um grupo muito tranquilo e atento as informações. adorava quando era assim, tudo fluía, todos riam, sabiam que no fim do dia, uma chuva de agradecimentos viria.
— Bom, pessoal, eu quero agradecê-los por um dia incrível que tivemos, espero que tenha sido muito bom para vocês também, dei o meu melhor. Vou passar agora com uma lembrancinha da cidade para vocês lembrarem de mim e desse passeio, tá bom? Antes, alguns avisos...
Era fim de tarde e como esperava, todos agradeceram o dia maravilhoso que tiveram e que estavam loucos para contar aos amigos para fazer esse passeio também. Dessa vez, não foi o último a descer, mas deu-lhe um abraço apertado agradecendo o dia, realmente tinha sido um dia muito bom para ele.
— Me liga! – Ele colocou o cartão de contato no meio dos papeis dela, na esperança de que eles se falassem fora do campo de trabalho deles. Ela pegou o cartão e colocou no bolso.
seguiu seu roteiro e, quando finalmente seu dia terminou, tudo o que queria era um lanche quentinho, um banho e dormir.
Os dias se passam e sempre se pega pensando no amigo da adolescência, mas preferiu esperar e ver se o destino os queria juntos ou não. Já se encontraram duas vezes sem programarem nada, mal de cidade pequena, mas não queria apressar nada, nem criar expectativas. Estava focada em seu trabalho e sua vida de solteira, e sabia que, se fosse para ser, seria.
Mas, certo dia, quando solicita um carro para voltar para casa e o nome que aparece no aplicativo é , seu coração acelerou no mesmo instante na esperança de ser o seu amigo, apesar da possibilidade de não ser ele, deixava-a nervosa.
— Hey! Olha se não é a moça para quem eu passei meu número, mas nunca me ligou, seu nível de maldade já foi menor, viu! – não perdeu a chance de alfinetar a amiga e se referir ao fora que deu naquele rapaz do festival de verão.
— Me desculpe, . Eu estou numa correria só com o trabalho, eu até pensei em te ligar e conversar, mas estou me sentido tão cansada que tive medo de dormir no meio da conversa... - Ela tentou se explicar.
— Eu tenho certeza de que te deixaria acordada a noite inteira se necessário! – seu sorriso sarcástico fez com que sentisse seu coração acelerar. Ela sorriu e mudou de assunto, ou aquilo pararia em outro lugar.
— Pronto, chegamos! – Ele finalizou a corrida no aplicativo e o desativou. - Eu vou tirar a noite de folga, você que fazer algo? – Ele a convidou. Aquela era a chance.
— Como o quê? – Ela se animou. Aquela era a chance, pensou.
— Um vinho, uma pizza... o que acha? – Ele deu a ideia e parece que acertou em cheio, sua expressão de agrado ainda era a mesma...
— Gostei da proposta! Tenho um vinho excelente em casa e conheço uma ótima pizzaria aqui perto.
— Ótimo! A gente passa lá ou pedimos por delivery?
— Delivery, deixa eu abrir o aplicativo – empolgou-se com a ideia de ter a companhia de seu amigo em casa após anos de distância, além, claro, de ter a chance de esclarecer se aquilo que ela sente quando está perto dele é real. – Eu já estou fazendo o pedido aqui, qual seu sabor favorito, mesmo?
Dentro do elevador, não tirava os olhos da moça a sua frente! Ela, destemida, manteve o olhar junto com o dele. Podia sentir a tensão e, por que não, o tesão entre eles naquele cubículo, mas ao mesmo tempo, a desconfiança de ser coisa da cabeça deles seguravam suas atitudes, sem saber ao certo o que era, finalmente desviou o olhar e os dois caíram na gargalhada. Aquilo já estava ficando nítido para os dois.
— Uau, dona , que apartamento grande! – observava a sala ao entrar no apartamento e seguiu até a cozinha junto com a amiga que já havia lhe oferecido a bebida. abria o armário para pegar as taças.
— Sim, um apartamento mais antigo, né? Tem mais espaço mesmo, precisei fazer algumas reformas, pois ficou alguns anos alugado, me gerando renda, o que me ajudou com a faculdade. – pegou o vinho na adega e o abriu, a olhava, admirado, como aquela menina que ele conheceu anos atrás estava diferente, mais segura, confiante e independente. Com certeza, essa não precisaria da ajuda dele para se livrar de um cara que ela não estava a fim. Ela os serviu enquanto falava, mas não prestava mais atenção, seus olhos estavam mirando os lábios da mulher a sua frente, como seria beijá-la novamente? Com certeza muito melhor que aquele dia. A garota se encostou no balcão da cozinha e o homem se aproximou institivamente e não parava de encará-la.
— O que foi? Falei algo errado? – não estava entendendo o que acontecia naquela hora, mas estava sentindo suas pernas ficarem bambas, sem saber se era o vinho ou rapaz se aproximando.
— Eu não sei, mas senti uma vontade louca de chegar perto de você. – Ele sorriu e teve certeza de que o motivo das suas pernas tremerem era ele se aproximar. O sorriso se manteve no rosto da moça, até que ele ficou poucos centímetros perto dela.
— Acho melhor não fazermos isso, da outra vez não nos falamos mais e só nos vimos novamente dez anos depois. – Ela sussurrou olhando nos olhos dele.
— Eu não vou deixar isso acontecer novamente, eu prometo! Eu sou um homem maduro agora, não irei te deixar só. Você não quer me beijar, é isso? – Ele encostou na cintura da moça como fez dez anos antes e sorriu.
— Quero, mas não quero te ver fugir novamente. – Ela respondeu. — Já disse que não vou te deixar! Se depender de mim, nunca mais eu saio daqui, você está me entendendo, ? – ela pôde sentir a intenção na voz do homem e sua respiração já tocava seus lábios, aquela era a hora. De provar, tudo!
- Eu tô entendendo, sim. – A mão livre de tocou na nuca do homem. Nesse momento a campainha tocou, interrompendo os dois. Era o delivery.
— Não acredito! – riu da situação.
— Eles são famosos por terem entrega rápida. – Ela riu e se soltaram.
O homem foi buscar a comida. Por um instante tentaram esquecer o que quase aconteceu ali, mas não queria mais negar o que sentia, ela queria beijá-lo e ele estava ali, não podia deixar para depois.
— Então, moço, gostando da comida? – perguntou e mordeu sua fatia.
— Nossa, muito bom! – mordia sua fatia também e desastrosamente deixou molho cair na camisa, riu e correu para buscar um pano para limpá-lo, mas ele, em um reflexo, tirou a camisa e correu para cozinha lavar a parte suja. ao ver o abdômen do homem ficou sem palavras. Ver aquele corpo atlético em sua frente fez com que a moça tivesse desejos que mal lembrava como eram.
— Eu sou muito desajeitado, me desculpe, vou lavar aqui rapidinho e deixo secando na janela, você não tem uma camisa masculina aí sobrando?
— Infelizmente não tenho, não tenho recebido visitas masculinas nos últimos tempos. – lamentou, mas estava tranquila com isso!
— Hum – arqueou as sobrancelhas. - Fico feliz que tenha me recebido, eu tenho sentido muito sua falta e, ao saber que viria a cidade fazer a prova do concurso, você não saiu mais da minha cabeça.
— E falando em concurso como foi a prova, já passou, não é? – A menina tentou desviar do assunto.
— Sim, estou aguardando o resultado, mas não fuja do assunto, não, você sabe onde estávamos uns minutos atrás não sabe...? – O rapaz se aproximou dela outra vez na tentativa de continuar o que fariam antes.
Não precisou falar mais nada, aqueles dois já sabiam o que queriam, render-se àquele beijo, mais dia ou menos dia, aconteceria. Naquele momento, render-se ao desejo era entregar-se ao amor que sentiam tempos atrás, quando mal sabiam o que era amor, mas já o viviam, o que era uma bela amizade na verdade era um sentimento puro que nutriam um pelo outro. Beijar-se dez anos atrás fez a flor do amor desabrochar e não saber lidar com aquilo, o afastou dela. Mas hoje não! Não mais, hoje ele a queria e a queria para sempre e tudo o que ela viveu até ali a preparou para aquele momento, entregar-se de vez ao seu grande amor de verão.
FIM
Nota da autora: Querida amiga oculta, espero que tenha gostado, a fic foi feita com todo carinho. Espero que você, leitora(o), também tenha gostado. Deixe seu comentário! Até a próxima.
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