Um assédio em miniatura




Meu nome é Harry Judd, pode me chamar de Harry, mas, por favor, não adquira o péssimo hábito que tem a minha querida mãezinha de me chamar de Harryzito, pelo amor que você tem por sua vida. Mas, deixaremos esse "caso" de lado, pois o que tenho para compartilhar com quem estiver lendo o que escrevo é algo engraçado, porém, há momentos de pura tensão e insuportavelmente irritantes.
A confusão tomou início quando terminamos um show em Manchester e, junto com Tom, Danny e Dougie (formamos a Banda McFLY), resolvi dar uma atenção para as fãs. Pra quê, hein?! Isso me causou um arrependimento dos grandes.
EPA!
Calma aí, que não é nada disso não! Não é que eu não curta as fãs. Óbvio que eu curto pacas toda a atenção que elas nos dedicam e todo o carinho que elas têm por nós. Sem elas não estaríamos aqui, fazendo esse sucesso todo. Não é só ter talento... É algo mais e isso vai além de apenas amar o que faz... É servir de exemplo para alguém; é aconselhar através da letra de uma música; é consolar por meio de uma mera melodia... É algo mágico, dude!
O que eu quero dizer é que existem algumas fãs que se tornam obcecadas... Cometem cada loucura que, às vezes, eu não concordo. Para mim, ser fã é você ficar feliz ao ver seu ídolo feliz também. Mas há controvérsias, não é mesmo? Tem aquelas que pegam no pé e grudam feito chiclete sabor “não largo nunca mais”; e quando resolvem largar, sempre sobra um resquício por menor que seja... A libertação nunca é eterna! Há as que ameaçam nossas namoradas e amigas e por aí vai.
Sim, isso tem um lado bom... Afinal, tudo na vida tem o seu lado bom. Temos a certeza de que estas estarão do nosso lado sempre, cheias de amor e dedicação, por vezes, de forma exagerada, devo dizer.
Vou aproveitar o espaço para agradecer a todas as nossas fãs por tudo! De coração, muito obrigado!
"Tudo o que é bom, dura o tempo necessário para se tornar algo inesquecível". Essa frase deveria ser usada para descrever a minha situação antes da reviravolta acontecer...
Alguém se aproximou de mim, como quem não quer nada, e puxou delicadamente a minha mão. Virei-me e vi uma garotinha e quando sorri, ela disse descaradamente, retribuindo o meu gesto:
- Harry, me dá um beijo na boca!
Aquilo não era um singelo "pedido", para ser sincero, estava mais para uma ordem. Petrifiquei, dude. Eu fiquei tipo aqueles mangás com os olhos estufados, sabe? Jesus segura a cruz que a trovoada que vem por aí vai derrubar o que vier pela frente!
- Hã?! O quê? Como? O que é que foi que você pediu?
Caraca! Eu simplesmente fiquei sem chão. Sim, eu tenho plena consciência de que isso pode ser exagero meu, mas... Só que não é. Precisava confirmar o que tinha ouvido. Eu devia ter ouvido errado. É isso, o cansaço do show pode ter afetado o meu raciocínio, que já não é lá um dos melhores, e confundido a minha noção de entendimento.
Nunca que eu imaginei isso acontecendo comigo. Tá, não com garotinhas que aparentam ter 10 anos, pelo menos, né? Não sou pedófilo, caramba.
- Aff... Que exagero, garoto! Tô te pedindo um beijo - ela me olhou fixamente nos olhos e repetiu sem preocupação alguma - Sabe o que é não? Quer que eu explique? - perguntou como quem está prestes a lançar uma explicação daquelas (equivalente a cerca de 2 horas e um pouco mais de pura conversa mole).
Se todas as mulheres do mundo fossem tão diretas assim, nós homens não teríamos tanta dificuldade para conquistá-las e viveríamos no "Wonderland". Sim, a arte da conquista é ótima, mas você entendeu o que eu quis dizer.
- Não devo... - eu fui bastante claro e convicto, porém, não muito convincente - Que Mané explicação o quê, garota?! Eu sei muito bem o que é, tá legal?
- Ora essa, e por que então? - ela fez bico e tentou me convencer através de "telepatia temperamental".
- Porque você é uma criança e ainda precisa crescer para só depois pensar em sair por aí beijando na boca, viu?
- Iiiiih... Mas é cada uma. Meu primeiro beijo foi com cinco anos, tá?
GOD! Que mundo é esse, hein? Tá perdido. E eu e minha querida inocência achando que só o Tom era um tarado-mirim com cinco anos. Sim, eu posso ser ingênuo demais às vezes.
- Pelo visto, você está muito por fora do que rola no mundo, baby - ela iniciou um minidiscurso, notando a minha surpresa - Hoje em dia, têm garotas de 10 anos com um bucho desse tamanho, ó - e estufou a barriga dando uma de expert no assunto - E posso garantir que não é porque estão acima do peso.
- Eu também sei disso. E continuo com a mesma linha de raciocínio de antes... Você ainda é criança pra mim e espero que tenha mais juízo do que essas garotas de 10 anos.
Enquanto eu quase implorava mentalmente para que aquela linda garotinha entendesse tudo e me deixasse em paz, ela tratou logo de fazer o contrário e se revoltou, retomando a sessão "Perturbação particular e gratuita ao coitado do Harry Judd". Tadinho de mim. Eu não mereço isso!
- Que saco! - a outra bufou. Ela estava com a macaca, revoltada ao extremo - E quanto tempo falta pra eu virar logo adulta e poder beijar quem e quantos eu quiser? - mais direta do que flecha certeira, ela me fitou com ambas as mãos na cintura.
Meu cupido está precisando ter umas aulas particulares com esse serzinho de raciocínio super evoluído à minha frente... Vai que dá certo e ele aprende a flechar a pessoa certa, né?
- Muito tempo... Muito tempo mesmo. Portanto, trate de aproveitar bem a idade que você está, pois quando ela passar você vai começar a ficar de cabelos em pé e cheia de preocupações. Não é esse o meu caso, mas é que um dia sempre acontece.
- Mas eu tô tentando aproveitar, caso não tenha percebido. Você é que não está cooperando em prol da minha felicidade - engole essa, patrão!
Dude, que tal convidar essa peste em corpo de criança pra ir ao fim do mundo, pra onde o vento faz a curva, onde a coragem do cão covarde mora, onde a galinha dá coice... Pra lugar nenhum, no meio do nada... Que tal?
- Coméquié?! Eu?... Eu é que não estou cooperando? - eu estava mais do que indignado - Ah, mas essa era só o que me faltava.
Manja aquele olhar de psicopata-neurótica digno daquelas crianças dos filmes de terror? Se a sua imaginação é fértil, você vai imaginá-la tostando uma bonequinha de plástico no forno de brinquedo. Tô recebendo um olhar "abençoado" desses agora. Ela vai aprontar... Filha da mãe sem coração.
Surtos à parte e a até então "inocente" criança a minha frente, se é que se pode chamar aquele "ser desprezível de mente fértil" de criança, começou a soltar a voz as oitavas, cantando uma música nada agradável. Primeiro, porque tinha o meu lindo nome no meio da letra; e segundo, porque se referia negativamente a uma qualidade da qual eu me considero um expert nacional e internacional e, por que não, universal... Não sou convencido, apenas realista. Coisas totalmente distintas.
- O Harry beija mal, o Harry beija mal, larará, larará, o Harry beija mal, larararará!!!
EPA, EPA, EPA! Agora ela pegou pesado, pô! Tá vendo só a fuleragem da música? Nada legal isso, nada legal.
- Para já com isso, criatura! - fiz um pedido em vão, querendo mesmo é que aquele projeto de ET enviado para infernizar a minha vida fosse pro... Espaço - Que larará o quê, garota? Que raio de música ridícula é essa, hein? Cala essa boca! - disse entre os dentes, morto de vergonha. Não duvido nada que eu estava roxo de raiva.
É pra se lascar um troço desses.

Nem um pouco cínica, a peste ignorou completamente a minha bronca e, achando que eu tenho a paciência de Jó, repetiu a tal musiquinha campenga "mata o Harry de vergonha" num tom cada vez mais alto, mais rápido, louquinha pra me fazer perder o juízo.
Eu, um pobre ser humano ingênuo, rezando de mãos e pés juntos para que aquilo fosse um sonho e que ninguém tivesse ouvido a cantoria da pequena travessa (algo meio, senão totalmente, improvável de acordo com as circunstâncias) e que aquela pirralha chatinha me deixasse em plena paz (não, eu não quero morrer) por tempo indeterminado. Analisando as possibilidades cá com as minhas baquetas, não seria uma má ideia se ela fosse abduzida por marcianos para estudo psico-mental.
- Já disse, só paro se você me beijar - ela lançou a chantagem desnecessária com um belo sorriso cara de pau – Qual é o grilo? É algo tão simples o que te peço. Não sei por que você ainda resiste e dificulta a situação.
Ela fumou maconha? Tô ferrado!
- Não e ponto final, garotinha! Que papo mais chato, dude!
- E você, será que dá pra fazer o favor de não me chamar de garotinha? Isso sim já está me enchendo o saco - a atrevida me encarou e disse em alto e bom som, para que até os mortos levantassem de seus túmulos - Meu nome é , entendeu?
- Tá OK, - frisei bem o nome dela - Eu não vou te dar beijo algum. Quer que eu soletre?
- Não é necessário. E não está nada ok, honey! Eu te obrigo! - a pingo de gente ameaçou, tentando a todo custo me provocar o bastante para que eu fizesse um escândalo ali mesmo.
- O quê? - depois dessa eu tive que rir - E desde quando a senhorita tem autoridade para realizar tal feito?
Ela foi esperta o suficiente para notar a minha surpresa e aproveitar a oportunidade única para debochar ainda mais da minha cara de "pombo leso".
- Desde agora, ué. Tenho as minhas táticas judiciais, meu camarada. Eu quero e você vai ter que me dar. Simples assim. Nem que seja à força e você perca a chance de aproveitar o momento, além do mais, tudo o que é roubado é mais gostoso.
Ha-ha. Nunca na vida alguém me obrigou a beijar e não vai ser agora que isso irá acontecer... E muito menos por uma garotinha com menos de um metro e meio de altura... Acho que é isso, não sou bom em medir pessoas só de olhar.
- É a treva, só pode! É o fim! - dramatizei.
- Nanina, baby! É o céu e eu sou a anjinha que tem como missão na Terra, te tirar da solidão com beijinhos de mel - zoou a "Son of the bitch", rindo - E estás meramente enganado, pois isso é só o começo. Ah, e tem mais... Se não der, eu choro. E se eu chorar vai atrair mais atenção. E se eu chamar atenção, você paga mico e se dá mal - a praga lançou nova chantagem fresquinha... Chega arrepiou... Ui - E aí, Harry Judd hot? O que vai ser? É pegar ou... Ser obrigado! - ah, tá de sacanagem, porra! Ela me mandou beijinho no ar... Como diria Dean Winchester... Eu repito: "Son Of The Bitch!"
Ok... Ok... Já deu, né? Tá na hora de aparecerem as câmeras.. É pegadinha, só pode. Nada? Calma, muita calma nessa hora, Harry. Nesses momentos, não é nada legal deixar na cara que você está absolutamente chocado com o nível do diálogo, que já está passando dos limites.
- Já disse que não posso. Por favor, entenda o meu lado - tentei explicar o óbvio, com toda calma e paciência que ainda restava em mim - Você ainda é muito novinha e...
Fui assustadoramente interrompido por um colapso nervoso que deu na pirralha "possuída"... Baixou o santo nela, povo!
- Aff... É só um beijo, não tô te pedindo pra casarmos e procriarmos. O que é que tem demais nisso, hein? - e ela danou-se a gritar para quem quisesse ouvir e é claro que todos que passavam por perto me lançavam olhares acusadores, como se eu fosse um serial killer em ação... Sensação nada boa. E a comparação foi pior ainda. Peço desculpas pela minha falta de criatividade
– Isso é uó, Harry, uó! Depois, eu é que tenho que crescer. Incrível a sua lógica de maturidade!
Dramática? Ela? Nem um pouco. Hollywood está perdendo uma ótima atriz-mirim.
Agora sim é que deu a boba cipó do jumento doido! Os olhares se voltaram novamente para a minha humilde e inocente pessoa, como se eu fosse o culpado por aquela "criaturinha irritante", que além de não sair do meu encalço, havia decidido de uma hora para outra gritar aos ventos que "eu beijo mal". É mole ou ainda está querendo mais? Sinto muito, mas por hoje é só!
Sério, eu adoro crianças, mas essa conseguiu ultrapassar todos os limites da minha paciência, o que a essa altura do campeonato eu questiono o fato de que ainda possuo alguma no momento.
Resolvi, então, partir para outra tática, Plano B, torcendo para que esta não me deixasse na mão. Ou, caso isso acontecesse, sabe-se lá quando eu me livraria dessa praguinha.
- Você... Você ama a sua mãe?
Podem dizer que eu pirei na batatinha, mas essa foi a única ideia mirabolantemente ridícula que me surgiu no "cocuruto".
- Dâââ! Claro, né Harry. Adulto faz cada pergunta sem noção. Eu, hein?!
Olha, não é que a tática estava cumprindo com os seus deveres... Pelo menos, por enquanto. NÃO, para já com isso, Harry Judd. Seja otimista, garoto! Pensamento positivo, please!
Erm... Desculpem-me pelo surto anterior, mas já estou impaciente o suficiente para bater um longo papo com uma simples e branca folha de papel, então, não vejo nada de mais em ter um privado com a minha consciência. Cada doido com as suas doidices, não é mesmo?
- Então, o que a sua mãezinha iria pensar se soubesse que sua filhinha predileta anda tentando roubar beijos de garotos com o dobro de sua idade, hein? - tentei despistar a ideia maluca daquela cabecinha-oca, que estava a ponto de me deixar completamente louco.
- Primeiro, para de falar do diminutivo que já tá ridículo - Ui. Essa foi lasca! - Segundo, tenho dois irmãos mais novos... Ou seja, não sou a predileta da mamãe - ela entregou com desdém.
- Hum!... É bom saber disso. Vou armar um complô com eles pra te azucrinarem para o resto da vida.

Não venham me perguntar por que eu falei isso. Não estou em total capacidade mental consciente. Se é que algum dia eu já tive plena consciência das coisas. Nesse momento, chego a duvidar da minha própria existência, afinal, isso que estou vivendo agora pode muito bem ser um pesadelo cômico, não é mesmo?
A bonitinha da fanta fingiu não me ouvir e, do nada, a surtada resolve vibrar, alegre e saltitante, semelhante a uma pipoca ambulante sabor "gamei e não te largo mais".
- Sabia que eu beijo bem?! - ela perguntou se achando a última garrafa d'água do deserto - Você não vai resistir por muito tempo e quando chegar a hora, não vai querer mais largar de mim - falou a "irresistível" - Ficará eternamente viciado. Acredite!
Mas a ousadia dá na cara mesmo. Ela não se acha nem um pouco a última esfera do dragão. Coitada! Iludiram a bichinha, gente!!!
- Acredito sim. Você é mesmo uma caixinha de surpresas, .
Ela me olhou, indignada com a minha resposta inesperada. Pior, eu também estava chocado com o que havia dito. Vai entender, né? Não é à toa que não há explicações exatas para o comportamento humano.
- Como?! Como é que você pode saber se ainda nem provou? - ela apoiou o cotovelo na palma de uma das mãos e pôs o indicador no queixo, pensativa.
Oh, céus! O que foi que eu fiz pra merecer isso, hein? O quê?! Me fala para que eu não o faça mais. Joguei chiclete de morango na cruz? Desfilei pelado na via sacra, enquanto estava sonâmbulo? Fiz xixi na água benta, enquanto o Padre rezava a Santa Missa? O quê, o quê, o quêêê?!
Sim, sou dramático... Me erra, tá?

- , você pode tentar me chantagear, mas não recebera nada em troca, entendeu? Quer dizer, se você quiser um autógrafo, eu dou sem problemas. Tirar foto comigo? Eu tiro com o maior prazer. Mas se você quer continuar insistindo no beijo, tire o cavalo da chuva, ok? Se manca logo que essa sua insistência não terá futuro.
Ela me lançou um olhar de desprezo, perversamente feliz. Manja aquele tipo de criança que mata insetos e depois se acha a médica especialista em necropsia, logo em seguida realizando enterros decentes para as tais criaturas? Pois bem. Tenho uma amostra aqui... Quer de presente? Aproveita que a oferta gratuita é só hoje.
Santo Benedito! Eu já havia me segurado desde o princípio, mas agora eu me revoltei. O pior de tudo é que a é uma garota linda, parece uma bonequinha de porcelana. Se ela fosse mais velha... Bem mais velha, pô. Mas não, ela é apenas uma criança. Inocente, porém, com mais atitude do que muito adulto por ai.
- Já chega. Eu não aguento mais. Vou achar a sua mãe nem que seja a última coisa que eu faça... - "e eu espero que não seja", completei mentalmente.
- Óóóh! E agora? O que faremos? Pobre, Harry! - debochou a miniatura.
- Hahaha... Que gozação é essa com a minha cara agora, hein? Coisa mais sem graça. Aff.
- Aiai... - ela suspirou se achando uma daquelas belas damas protagonistas de contos de fadas - Tão lindo, porém, tão ingênuo. Agora me diga Mrs. Sherlock Holmes Judd... Como você encontraria uma agulha no palheiro?
- Quê?! E eu é que sei? Que pergunta mais fora de hora - dei de ombros, questionando o fato de ainda achá-la mais inteligente do que eu.
- No problems, Harry. As pessoas costumam ficar nesta "situação" mental deplorável, após certo número de lâmpadas deixarem de prestar seus serviços - ela me "consolou", séria.
- Não debocha, . Olha que eu...
- Ah, mas agora essa?! Ainda me ameaça? Que mundo injusto! Crueldade para com seres humanos de baixa estatura e inocentes como EU... Injustiça em alta e...
- Ei! - chamei a atenção dela, gesticulando - Menos, , bem menos, tá? Olha o drama sem necessidade.
- Ok - sorri ao reparar nas bochechas dela ficarem ainda mais vermelhinhas - Mas, retomando o assunto... Como encontrará a minha mãe no meio de toda essa gente? Sem contar com o fato de que ela nem deve ter chego aqui ainda e... - ela me encarou, assustada e se auto interrompeu, mudando o foco e voltando a aparentar bastante confiança em sua teoria - Se você nem consegue encontrar uma simples agulha no palheiro?
- Pois bem, eu acharei. Quero nem saber! Tenho que encontrar! – eu refleti um pouco – Então, se a sua mãe ainda não chegou... Com quem você veio?
- Com a minha prima - ela deu de ombros, brincando com o pingente do colar que usava no pescoço ao que eu só vim reparar agora que é um par de baquetas. Lindo!
Ri oceanos quando ela me pegou no flagra "namorando" o tal pingente e prontamente o escondeu por dentro da blusa, com uma carinha de sapeca muito da fofa.
- E cadê essa santa criatura? – perguntei, olhando ao meu redor.
- Ela disse para que eu a esperasse aqui, enquanto ela ia resolver umas coisas com as amigas dela.
- Nossa, que ser responsável ela, viu.
- Mas... Isso é algo meramente irrelevante a meu ver e...
- Sua prima não me interessa... Vou encontrar a sua mãe! – dei de ombros para a análise dela do momento.
Meu sossego eterno depende desse milagre e, se Deus quiser, ele me será concedido... Se não, adeus sanidade!
Ela deu de ombros, fazendo cara de bunda só pra me contrariar. E eu, já puto da vida, com os nervos além da flor da pele, com uma fedelha irritante no meu encalço... E Danny, Dougie e Tom decidem evaporar. Onde bodega será que eles se meteram? É terrivelmente incrível que quando eu mais preciso daquelas três peças raras, elas resolvem sumir do mapa feito fugitivos mundiais.
Sinceramente, eu não mereço isso. Não mereço MESMO!
Enquanto eu mergulhava nos meus devaneios, virou-se para mim e me lançou um olhar semelhante ao de um cachorro quando está a assistir e apreciar uma Tv de galeto na galeteria mais próxima, quase implorando para que lhe deem nem que seja apenas uma coxinha da asa. Sim, ela havia percebido que eu não estava para brincadeira e que estava disposto a ir até a baixa da égua apenas para encontrar a mãe dela.
- Não, Harry... Eu estava brincando... Eu te imploro. A minha mãe não... Faço tudo o que você me pedir, mas a minha mãe não!
Olha só, não é que a criança tem sentimentos... Ela quase, mas só QUASE, se ajoelhou aos meus pés, implorando para eu não falar com a santa mãe dela.
- Jura?!

Eu fui dar uma de "Mané-bonzinho" e recebi em troca "o maior tapa na cara, murro no coração e chute na bunda". Era bom demais pra ser verdade. E, sim, eu posso ser a pessoa mais idiota do mundo... Basta conviver algum tempo com Danny Jones e você também passará a ser. Acredite, depois de... Hum... Uns dois dias (senão, apenas um dia), acho, com o Jones, se você nunca soube o que é ser um autêntico idiota... Aprenderá com o MESTRE.
- Ha-ha... Mas é claro que não. Só se você me der o meu beijo. Tá achando o quê, que eu sou burra é? Você não se livrará de mim com tanta facilidade assim, tá legal?
Cara, ela está merecendo uns bons tapas, de verdade. A guria é lobo em pele de cordeiro, meu pai!
Por Deus, eu tô custando a acreditar que isso está mesmo acontecendo comigo. Por que justo comigo, hein? Por que não com o Danny ou com o Dougie, sem esquecer jamais do Tom? Mas, não. ESSA PORRA TA ACONTECENDO COMIGO, ESSE CACETE! Ops! Desculpem, mas é que eu estou MUITO CALMO, se é que dá pra você entender a situação inusitada pela qual eu estou passando. Estou a ponto de meter numa boba do Iraque nos pés da menina, sério!
interrompeu meus terríveis pensamentos e me alertou com mais uma de suas propostas diretas e indecentes. Meio que esfregando na minha cara que tínhamos algo pendente. Como se eu tivesse chance de esquecer tal coisa.
- E aí, como é que vai ser? Você vai me beijar de uma vez por todas ou prefere que eu ligue pra Mainha e comunique a ela que euzinha aqui sofri um assédio por parte de Harry Judd, baterista hot do McFLY?
- Chantagista sem coração!
- Gostosão sem atitude!
PQP! Lá vem ela pegar pesado de novo. Essa foi a gota d'água que faltava pra fazer transbordar o meu copo de paciência. Sem ATITUDE?! Eu?! Quando?! Tudo bem que eu não sou um coroa cheio de pelanca, mas, porra, ela é uma CRIANÇA! Como é que eu vou me prestar a assediar (no entender dela, "ter atitude") uma menininha de 10 anos?! Vai, me fala. Se tiver uma resposta decente, me mande um e-mail: simsouidiota@vaipastar.porra.morri
Sim, eu ainda estou calmo! Caso eu não estivesse, já teria cometido alguma loucura.
Respira bem fundo e manda ver... Ah, e nada de estresse!
- , pelo amor de Deus! Eu estou todo quebrado aqui, só o bagaço da cana. Há meia hora que acabei de tocar bateria por cerca de 1h e 30min no show. Sem contar com o fato de que as minhas mãos estão dilaceradas, literalmente falando. - eu lhe mostrei as mãos, que estavam em um estado deplorável, devido à tendinite somada a mais uma hora e meia de show (sem contar com a passagem de som de mais cedo). Ela as segurou nas dela, fazendo carinho - Que tal continuarmos esse papo outro dia?
Acreditam que ela teve a cara de pau de beijar cada uma das minhas mãos?! Cada nozinho dos dedos? Pois bem, a... Criança realizou tal gesto tão... Nobre.
- De maneira alguma. Se quiser, eu te conserto todinho - ela se ofereceu, lançando-me um olhar masoquista com triplo grau de perversidade telepática - Ah, me amarrei no apelido. . Já o adotei. Thank you, guy!
É picuinha, né? Só pode.
Logo hoje? Tanto dia que eu tô de folga querendo alguma "aventura" pra minha vida e nada acontece... Por que justo hoje? Por quê?
- Nada, pô, precisando... Não estou aqui! - gesticulei, desenhando as três últimas palavras no ar - Como você vai me acusar de assédio se eu nem sequer trisquei em você? - eu recapitulei o assunto. Ah, eu ainda custava a acreditar que ela chegaria a tal ponto de injustiça.
Pqp! Sim, eu posso ser muito mais idiota do que o Jones... Surpreendentemente, MUITO mais! E, sim, é óbvio que eu já previa o que aquele ser ia fazer. Shit!
- Ah, não seja por isso! - respondeu a pest... Ops... Criança, lentamente levando seu pequeno dedo indicador até o meu rosto, eu estava um pouco curvado para frente, apoiando as mãos nos joelhos (Tá, eu estava prestes a descer na boquinha da garrafa, satisfeito?) e como era de se esperar, o tocou.
- Caramba! Você é chata pra caramba, sabia? - eu afastei o dedinho dela.
- Aff, garoto! Para logo com esse "nhenhenhem". Não tô a fim de ficar surda.
- Ah, mas vai te catar. Você é chata mesmo, fazer o quê?! - repeti, rindo da expressão dela - Não tenho o costume de mentir para as pessoas. Prezo pela sinceridade.
Vejo-me na obrigação de descrever a carinha dela: biquinho fofo, sobrancelhas arqueadas e os braços cruzados um pouco abaixo dos seios inexistentes, completando com o pezinho batendo insistentemente no chão.
Eu até poderia dizer que ela é uma gracinha, caso não fosse uma peste. Perdão, mas é verdade.
- UAU! - ela festejou irônica até umas horas - Aplausos, mais aplausos - Sim, ela começou a bater palmas no meio do lugar - Eu nem tinha percebido. Parabéns, você acaba de descobrir a minha melhor qualidade, Harry Mark Christopher Judd. Congratulations!
- Se essa é a melhor, caramba, a pior eu não quero ver nem a sombra.
E além de chata é incrivelmente debochada. Ô inferno!
Pior, por mais que eu tentasse, ainda estava chocado com a suposta acusação anterior...
- Cara... Assediar!
- Não... Chorar... - a danada implicou novamente, o sarcasmo tomando conta do tom de sua voz - Ah, vê se dá um tempo. Lerdeza mental tem limite, né. Aff.
Óóóóh... Deus é Pai!
Graças aos céus, ela finalmente chegou ao ponto da conversa que eu tanto esperava. Agora, é só cruzar os dedos e partir pra luta, moral! Eu vou conseguir! TAKAPESTE que não!

- Sim, eu é que estou precisando que você me dê um tempo, sacas?
- Opa! É ruim, hein? Só no dia do "Seu nunca". Vai sonhando, bebê. Sonhar é bom e além do mais, não paga nada, é 0800. Então, aproveita! Você não vai gastar pra se iludir! Inteiramente gratuito - a chantagista fez questão de ressaltar - Só te darei um tempo depois que eu ganhar o meu beijinho, e olhe lá. Ainda estou a pensar nesta possibilidade – a praguinha disse, fazendo beicinho – Não sou fácil de se livrar, Harry. Confio no meu taco.
- É, estou percebendo. Hum... E tem mesmo é que confiar, afinal, se você não confiar, quem é que vai?
- Obviamente.
Silêncio.
- Hum... Pensando bem, acho que apenas cederei a ti um tempo de ar entre os vários beijos que você irá me dar e...
- CHEGA! - me exaltei.
- Ok, você é quem pediu - ela avisou, demonstrando não estar nem um pouco abalada com o meu surto, tirando do bolso de trás da calça um celular com capa rosa-choquei repleto de estrelinhas azul-bebê - Eu vou ligar agora mesmo pra mainha e contar que você me assediou, me bateu, me xingou... Blábláblá... E vou pedir pra ela dar queixa na polícia - ela manteve o olhar fixo no meu, como a me desafiar - Sua carreira não passará de hoje, Harry Judd!
QUÊ?! Puta que pariu! Essa peste é o quê, hein? A reencarnação do Hitler ou a filha perdida do Chucky? Será que Freddy Krueger era gay e se "uniu" ao Jason e geraram essa preciosidade do terror? Cacete!
- Ô garota, quem você acha que é, hein? Você não pode me assustar dessa maneira, vou ter um ataque cardíaco e...
- Tá chamando, viu? - ela balançou o aparelho na minha frente, debochada.
- NÃO! Agora já chega! Você acaba de ultrapassar todos os limites e esgotar com o que ainda restava da minha sagrada paciência, sua pirralhinha insistente - berrei, logo após tomar dela o celular - Céus, você é louca ou o quê, ? É capaz de acabar com a minha carreira porque eu te recusei um beijo? - balancei a cabeça - Cheguei a pensar que você fosse mais... Humana!
- Ei, devolve! - ela disse, trincando os dentes numa espécie de raiva incontida, pulando para tentar recuperar o aparelho, algo improvável, devido a diferença de altura - Você que é o culpado. Não deu o beijo, então, agora aguente as consequências de seus atos...
Cara, ela estava em meio a um faniquito generalizado. Eu estava gostando daquilo. Ah... Se ela fosse mais velha.
- Mas, nem que a vaca aprenda a ler e a perereca saia voando, garota! - dei por encerrada aquela "pequena" discussão - E chega de baderna, né?
ERRADO! Alívio temporário.

Não é um à toa que comemorar vitória antecipadamente é o fim da picada, pois a pestinha resolveu dar uma de "Madame Oxalá" e rogar macumba, praga, azar... O que quer que diabos fosse aquilo... Pra cima de mim. É mole ou quer mais?
- Tá ok, Harry. Você ganhou o que queria, mas eu quero só ver você beijar mais alguém, ou melhor, eu quero só imaginar... Aí sim, Mrs. Judd. O bicho vai pegar pro seu lado, e pode ir se preparando porque você não perde por esperar.
Aguenta mais essa, garoto! É tapa na cara gratuito.
- Agora é que deu a gota. Vai lançar os teus "odoiá mamãe" pra lá, garota! Posso saber o por quê? - perguntei de queixo caído com o grau da ameaça - Você é minha fã ou minha inimiga?
Bem que eu podia ter dormido sem essa.
- Ora essa, simplesmente, porque euzinha aqui farei um "pequeno" escândalo e aposto que você não vai gostar nadinha se pagar pra ver - ela esperou um pouco, tempo suficiente para que eu respirasse fundo e lançou mais uma "granada" - Acredite ou não, eu não gostaria de estar no seu lugar quando isso acontecer.
Iiiiih... O campo de batalha está pra começar.
- Ah, e é claro que eu sou sua fã n•1 e dos mcguys também - acrescentou toda sorridente.
- Sério?! Estou começando a duvidar dessa sua "devoção".
Essa criatura só pode ser louca, dude. Não é possível! Eu estou a ponto de estrangular essa praga disfarçada de gente, caramba!
"Ô vida cruel! Ô vida bandida!", como diria Zé Grilo.
- Ô garota, eu vou acabar te mandando numa viagem sem volta pro outro mundo mais cedo.
- Hahaha... Aiai, não me faça rir com suas ameaças, Harry. Elas não servem nem pra fazer cócegas.
Pqp! Agora é que eu fui para o fundo do poço. Pra rua da amargura. Pra baixa da égua. Para o universo dos rebaixados. Ela acaba de esculachar as minhas ameaças... E isso NÃO É UM SONHO! Infelizmente, nem um sonho deturpado da minha mente é. Deplorável! Aff!
- Deixa de ser debochada e cresce, garota! Você se acha melhor do que qualquer um aqui, mas é apenas uma criança que tem uma vida toda pra aprender que nem tudo se consegue com chantagem, tá legal?
- Au, essa doeu mesmo! Há-há... Será que só você ainda não percebeu que não mete medo em ninguém, Judd?
Cacetada de jegue manco no cabrito no cio! Agora sim é que ela mandou pra pqp a minha autoridade (e de jatinho). Não posso acreditar numa coisa dessas. Não quero acreditar no que está acontecendo.
- Tenho 6 anos e pra mim eu já estou grande o bastante, tá legal?
CALMA! Respira fundo. Essa revelação foi quase... FATAL! Devia haver uma lei que proibisse as pessoas de dar notícias desse nível de um jeito tão... Tranquilo. E quem ousar sequer pensar na possibilidade de imaginar dizer que eu sou gay, vai levar cacetada de cabo de vassoura na cabeça, essa porra! Sou dramático, não gay! Há um abismo de diferença entre ambos.
- Quantos?! - eu quase me tele transformo num trio elétrico ambulante, quão alto era o tom que a minha voz assumiu - Você tem quantos anos, ?
- Seis, por quê? - ela me encarou como a dizer "Ah, qualé, eu tô na idade certa, viu?".
CACILDA! As pessoas estão realmente conseguindo levar o mundo até o seu fim. Ele está incrivelmente PERDIDO! Um autêntico antro da perdição. Eu, Harry Judd, estou sendo assediado... Sim, ASSEDIADO, por uma garotinha (com mente sacana super evoluída) de seis anos. SEIS ANOS, CARAMBA!
- Armaria! Só seis? - eu estava abismado.
- Dâââ! - chiou ela, mostrando que não estava pra brincadeira - Éééh... Pensou que eu tivesse quantos, hein?
- Sei lá, dude. Tipo, eu te daria uns... Uns dez anos, no mínimo.
- COMÉQUIÉ?! - ela soltou as feras e rodou a baiana toda invocada - Você tá me chamando de velha é? Marminino. Te enxerga, ô estrupício desengonçado e anoréxico!!
- Ah, mas não me venha com essa agora. Também não vem esculhambar, pô. Não posso relutar contra o fato de que a sua mentalidade é avançada o suficiente para o corpo inteiro.
- Quê?! Você só pode estar de brincadeira, né?
- Não. Eu não estou para brincadeiras hoje, caso você ainda não tenha notado.
Iiiiih... Acho que neste exato momento, daremos início ao Round 2. A está numa revolta só. Gostei!
- Ah, mais essa era só o que estava mesmo me faltando acontecer - ela começou a remoer suas lamentações - Lutei pra caramba pra convencer a mainha a me liberar pra vir a esse show com a minha prima... Quase espanco uma guria que não me dava passagem até a frente do palco... Chego perto o bastante do meu ídolo hot e esse grandalhão gostoso tá querendo dar uma de "mestre da inteligência" pra cima de mim. É ruim, hein sabichão!
- Ok, mas considere o fato de que a sua prima te abandonou, princesinha do mal.
- Engano seu, príncipe deli-deli. Ela está bem ali - disse, indicando uma morena dos cabelos estilo "pocahontas", magérrima, a poucos metros de nós.
- Então, vamos lá que eu vou te entregar a ela - dei um passo a frente e segurou minha mão - Quê?
- Não vai não senhor. Deixa ela lá com as amigas... Ela já sabe que estou aqui...
- Meu Deus, dai-me paciência como empréstimo! A situação carece, não acha? - eu bati um breve papo com o "Todo Poderoso Deus" - E chega de ser desaforada, valeu.
- Ah, se manca. Sou mesmo e, para o seu governo, com muito orgulho. Algum problema?
- Todos os possíveis e se der para incluir os impossíveis, é justo. Sem exceção alguma.
- Ah, vai pastar, garoto! - ela cruzou os bracinhos sobre o peito e amarrou a cara, fazendo bico e me dando as costas. Eu mereço!
- Não, que eu não sou vaca!
- Nããão?! - ela virou só a cabeça para olhar pra mim, fitando-me dos pés a cabeça, parando seu olhar no meu - Mas bem que parece, sabia? Uma vaca bem anoréxica.
Ah, mas eu vou estrangular essa fedelha... Ah, se vou...
- ESGOTOU! JÁ CHEGA! NÃO AGUENTO MAIS! VOCÊ VAI PRA SUA MÃE E VAI SER NESSE EXATO MOMENTO! QUERO NEM SABER DE PRIMA... É PRA SUA MÃE MESMO!
- Ha-ha... Essa eu tô pagando pra ver - ela tirou sarro da minha cara novamente, pondo ambas as mãos na cintura e um novo sorriso de puro desdém no rosto.
- Ah, é assim é? Você não perde por esperar - e dizendo isso, a peguei no colo, segurando-a feito saco de batatas logo em seguida.
- EIIIIII, ME LARGA! ME PÕE NO CHÃO AGORA MESMO! - ela esperneava tanto que foi por muito pouco eu não tê-la derrubado no chão, e direto de cara ainda mais - EU TÔ MANDANDO, HARRY! ME PÕE JÁ NO CHÃO!
- Eu já te disse que não é você quem dá as ordens por aqui. Você não manda em mim, tá legal.
Ela parou de se remexer toda e emburrou a cara mais uma vez.

Se todos ao redor da gente já olhavam pra mim como se eu fosse o culpado... Agora, me censuravam com os olhos. Aposto que acreditavam que eu era um sequestrador de crianças (inevitável não se lembrar do homem do saco) e que em suas mentes dominadas pelo "medo" contavam ações como, "chamar a polícia já".
Detalhe: A prima da boneca de porcelana aqui sumiu mais uma vez naquele santo dia em que eu estava pagando por todos os meus pecados. Dedicada ela, né?
Nota mental: Comentar esse detalhe quando ficar cara a cara com a mãe da . A dedicação da prima dela me comove.
- ME LARGAAA! - digo nada se ela danificar as cordas vocais gritando desse jeito.
- De jeito nenhum! Só te ponho no chão quando você resolver se comportar como uma garota "quase" normal, enquanto eu tento encontrar a "santa" da tua mãe. Em falar nisso... Como ela é, hein?
Caí na asneira de perguntar. Sou ingênuo o bastante pra achar que ela poderia ter dó de mim e me dar a descrição da mãe. Tapado, aff!
- Não te interessa!
- Está bem. Você não vai colaborar mesmo, então, descobrirei sozinho.
- Quero só ver - a praguinha debochou na maior cara de pau.
- Você é muito ousada, sabia? Cara de pau até umas horas.
- Ora essa, veja pelo lado bom da coisa, se quiser me presentear, compre algo bem em conta, como um frasco de óleo de peroba. Além de economizar, você ainda me fará manter a pele de porcelana - ela fez pose, estilo aquela moças de comercial de produtos de rejuvenescimento da pele, fazendo biquinho.
Com essa eu tive que rir, e ainda assino embaixo.

Bem... Mas qual era mesmo o papo que eu estava levando?
Ah! Já sei... Era o negócio de que não deve ser tão difícil assim achar uma mulher que eu nunca vi na vida. Mas sempre há um porém, não é mesmo? Vai que eu tenha a sorte e a mãe da pareça com ela. Deve ser uma gata, dude! Imagina cá comigo: loira de olhos azuis. Ai, xuxu beleza!
Desculpa aê, mas é que eu sou homem com "H" maiúsculo... Não resisto!
Para! Claro que é! É como procurar uma agulha no palheiro. Tão provável quanto um coelhinho da páscoa aparece vestido de papai Noel num show da banda. Tão provável quanto vocês me veem catando formigas em Marte.
Dude, eu tô tentando encontrar piolho em ovo! Mil vezes merda!
Parabéns, Harry Judd! Você acaba de assinar sua sentença de morte... De cavar sua própria cova, que em vez de ter uma cruz sobre seu túmulo, terá uma pirralhinha fazendo macumba para te ressuscitar e ganhar o beijo pelo qual ela tanto "lutou".
Eu tô feito na vida, num tô não?
- Ei! - ela me despertou de meus pensamentos, estalando os dedinhos em frente aos meus olhos após se contorcer toda para realizar esse feito - Alôôu! Essa sua "busca implacável" vai começar ainda hoje? Ou será que você prefere me pôr no chão, desistir de uma vez por todas e me dar logo esse beijo que eu já estou é com água na boca, hein?
- Fica "sussu" que eu vou à procura, tá legal? - a coloquei no chão, dei o recado e rezei pra ela concordar - Pelo amor de tudo o que é mais sagrado, você fica sentadinha e quietinha aí, está bem?
- Claro, papai! Essa eu não perco por nada, e ainda verei de camarote vip - eita fia do cranco da mulesta braba debochada, vum? - Good luck! Vamos lá, surpreenda-me! - ela já sentada na cadeira, cruzou as perninhas, fez bico e piscou o olhinho direito para mim.
Beleza! E lá vou eu na minha "busca implacável", como declarou a .
Procura.... Procura... Procura...

Cerca de uma hora depois. Sim, UMA HORA, e eu continuava com a minha cara de jumento, tentando achar a bendita mãe daquele "ser desprezível" ao qual vocês têm o costume de chamar de "criança". Sem querer, eu acabo esbarrando em cheio em alguém. Cara, quando eu olho diretamente para o rosto da pessoa, a fim de pedir desculpas, reparo que é uma mulher e para a minha humilde felicidade... É a cópia da .
- Ai, mil desculpas... Ei, você é o Harry... Judd, não é? - ela engasgou ao falar meu sobrenome, devido à tamanha emoção.
Não, eu não me acho... Ela é quem estava emocionada em encontrar a minha pessoa, ok. Se manque e deixe de ser invejoso.
- Que é isso? Eu é que lhe devo desculpas. A culpa foi toda minha, ando meio distraído, sabe.
Ela sorriu. E eu, além de ter as pernas vacilantes em seus movimentos mais simples, dentre eles, andar, ainda comecei a ficar encabulado com o jeito que ela me olhava. Sei lá, parecia até que ela ia simplesmente me engolir com os olhos. Pra não ser vulgar e dizer logo que ela queria me comer com aqueles belos olhos azul-piscina.
Sinistro, dude!
- Você é mesmo Harry Judd do McFLY, não é? - questionou ela novamente, sorrindo.
Ai, dude. E que sorriso... Hipnotizante?! Volta a si, Harry!
- Eu mesmo. À suas ordens - eu depositei um beijo nas costas da mão que ela me estendera.
Sou cavalheiro, pô. Desengonçado, mas sou.
- É um prazer enorme conhecê-lo! - ela disse, dando ênfase exagerada ao falar "enorme" - Sou , mas me chame de , sim?
- O prazer é todo meu, .
- Será que você poderia me ajudar, Harry?
- Claro. Em que posso lhe ser útil?
- Você não viu por aí uma garotinha aparentando ter 6 anos, de olhos azuis e loirinha? É minha filha. Ficou combinado que eu viesse buscá-la nesse horário, mas já rodei isso aqui de cima a baixo e não a encontro. Ela está com a prima.
- Hum!... - fingi pensar. Sim, eu penso! - Por acaso, o nome dela não seria ... Ou seria? - perguntei como quem não quer nada.
- É sim. Você a conhece?
Aiai... Quem me dera se não a conhecesse. Teria sido poupado de um encosto chato e uma hora dessas estaria descansando confortavelmente, deitado numa cama super aconchegante, após um bom e merecido banho e com as minhas mãos dentro de um balde com bastante gelo, idolatrando uma boa noite de sono e...
ACORDA, HARRY!
Se bem que, foi através do simples fato de ter conhecido a que eu agora estou cara a cara com esta beldade chamada . Há males que veem para o bem, não é mesmo?!
- Conheço sim. E eu também estava à sua procura.
- Que coincidência maravilhosa! - agora sim que eu devo ter ficado da cor de um tomate maduro - Será que você poderia me levar até ela?
- Com certeza.
Ouve-se o soar dos sinos dos céus e os anjos a cantar: "ALELUIA, ALELUIA!".
- Me acompanhe, sim.
Fomos conversando todo o caminho até eu entrar em pane geral ao reparar que a pirralha... Ops... Criança, não estava onde eu a havia deixado.
- Oh Deus do céu! Pelo amor de tudo o que é mais sagrado. NÃO! - levei as mãos ao cabelo e o baguncei um pouco. Eu não gritei, apenas murmurei.
Petrifiquei.

- O que foi? Você está bem, Harry? - ela perguntou, fitando-me com ambas as mãos em meus ombros - Algum problema? - dude, ela estava de frente pra mim, o rosto bem perto do meu. Quase que eu a b... ACORDA, CAFAGESTE!
Judiação, dude, Judiação!
- Todos... Ops... Não. Nenhum. - disse, quase deixando escapar algo que não ia querer ouvir - Poderia me dar licença um minuto, sim?
- Fique à vontade. - ela sorriu, estava sentando justo na cadeira onde deveria estar.
- Prometo que voltarei logo - e espero que com a sua filha, completei mentalmente.
Enquanto ia me afastando, não pude deixar de notar que a mãe da se abanava com as mãos, ri disfarçadamente da cena.
"Meu Deus! Minha filha nem teve a consideração de compartilhar comigo o fato de que os garotos dessa banda eram tão lindos... E olha que eu só conheci um até agora", suspirou .
Em algum lugar não muito longe dali...
- Iiih... Acho que o Harry deve estar fulo da vida à minha procura - falava baixinho ao sair do banheiro - Mas eu já não aguentava mais segurar. Já estava fazendo xixi nas calças.
Bem próximo...
- Onde praga de lugar aquela fedelha foi se enfiar, hein?
Perguntas como esta ocuparam a minha mente de imediato. Eu mais do que nunca queria estrangular aquela pirralha de uma figa.
5 minutos depois...
- MAINHA! Você chegou. Que bom! - corria na direção da mãe, esta levantou da cadeira de um pulo.
- Filha! - ela sorriu, mas o sorriso se esvaiu um pouco quando procurou o belo garoto de olhos azuis - O Harry não veio com você, querida?
- Não, mainha. E por que deveria?
- Bem, é só que ele me deixou aqui todo preocupado e eu desconfiei que foi te procurar já que me disse que te conhecia - respondeu , dando de ombros.
- Ai, meu São Cristin das pernas tortas! - levou as mãos uma a cada lado da cabeça, arregalando os olhos e abrindo a boca em um perfeito "O" - Ele vai me matar!
A mãe, de queixo caído, fitava a filha com pavor nos olhos.
- COMÉQUIÉ?! Só se for por cima do meu cadáver e olhe lá.
- Não, mainha! Fica calma que a senhora não entendeu o sentido da frase - ela segurou a mãe pela cintura.
- Então explica, menina - voltou a sentar-se, forçada, na cadeira. sentou em seu colo.
- Aiai! Deixa essa história pra lá, mainha. Esquece que já passou...
- Não senhora - a outra interrompeu - Me...
- ALELUIA! - gritei a todo som, assustando a mãe da , que quase derruba a filha no chão ao levantar-se de supetão da cadeira - Até que enfim te encontrei, criança.
levantou e me olhou, indignada e assustada. Eu me encontrava com os braços abertos no maior estilo "Cristo Redentor" em sua direção.
"Não faço a menor ideia do porquê de eu estar tão feliz e aliviado por ter encontrado a ", refletia sentindo-me estranho naquele momento.
"Ele é louco ou o quê?! Gente, quase que eu tenho um infarto aqui e agora!", possuía as mãos sobre o peito, pressionando o local, respirando fundo.
"Ai, será que ele está preocupado comigo ou há segundos para eu fugir daqui?", a dúvida reinava na cabecinha de .
Ela não resistiu e correu para os meus braços.
- Você não está chateado comigo? - ela sussurrou em meu ouvido, dependurada sobre mim com os braços envoltos em meu pescoço.
- Um pouco - respondi, olhando-a nos olhos após esta afastar-se um pouco - Onde é que você estava, hein criatura?
- Bem... Você me deixou aqui. Eu esperei, esperei, esperei e... Esperei. De repente, eu quis ir ao banheiro - ela piscou os olhinhos e fez uma carinha super fofa - Eu não aguentava, Harry. Eu tava muito apertada e...
Eu a interrompi.
- Que é isso, princesa. Agora que eu sei o que realmente aconteceu, não estou mais chateado.
- Que bom - ela voltou a se lançar sobre mim em um novo abraço.
- Hen-hen - fez .
- Er... Sei que você já conhece a... A minha mãe, - apresentou , cautelosamente, aguardando o ataque de faniquito que ela achava que eu ia ter.
Sou doido, não psicopata! Tá, às vezes bem que eu sou, viu... Hahaha.
- Aham... Conheço sim - concordei, sorrindo.
encontrava-se a minha frente e eu com os braços em seus ombros.
- Como o prometido, aqui está a sua filha, - eu lhe "ofereci" a garota.
- Obrigada, Harry! - ela agradeceu me lançando uma piscadela.
Uh-lá-lá!
- O carro está estacionado ali, ó querida - indicou um "eclipse" prata estacionado a poucos metros de onde estávamos - Por que você não vai indo pra lá que eu vou logo logo.
- Ah, mainha! Por quê?
-É que eu quero dar uma palavrinha a sós com o Harry, filha. Faz esse favor pra mamãe faz - sufoquei o impulso de cair na risada, devido à carinha de bebê pidão que a fazia pra , com direito a biquinho e tudo mais.
- Tá, né. Fazer o quê! - pediu para que eu me abaixasse um pouco - Até mais, Mrs. Judd - e depositou um longo beijo em cada uma das minhas bochechas.
- Até, ! - lhe retribui os beijinhos e o mega abraço que ela me deu.
Ela sorriu e seguiu (de má vontade, devo dizer), até o carro.
- Vamos nos sentar ali - sugeri, já prevendo que o papo ia durar.
- Claro - ela me seguiu e, quando inventei de dar uma olhada para trás, não é que a mulher estava com o olhar vidrado na minha bunda. Já vi que vou ser vítima de outro assédio, mas nesse caso, ela só é alguns anos mais velha do que eu, e não a menos, né. Então, reconsidera-se a situação em que me encontro neste instante.
Papo vai... Papo vem...
- Er... Foi muito bom conversar contigo, Harry - se aproximou mais de mim, ficando com o rosto a poucos centímetros do meu - Espero que possamos nos rever logo.
- Também foi bom conversar com você, - eu dei um passo curto para trás e ela me abraçou - Er... E eu também espero que possamos nos ver logo logo.
E, do nada, a mulher surta e me beija. Não consegui conter o impulso de dar uma espiada no carro e não estava mais lá. Decidi retribuir o beijo, afinal, aquilo estava mesmo bom demais da conta.
- Ô, mainha! - chamou, em alto e bom som, ao nosso lado.
Nos separamos com uma agilidade tão impactante que tombamos quase caindo para trás. Pense numa cena linda, menino.
- Deus é mais, filha! Você quer matar a sua mãe, é? - perguntou , quase perdendo o fôlego, que já estava pra lá de Bagdá depois do beijo, devo ressaltar.
- Não adianta vocês disfarçarem, eu vi tudo... Tudinho mesmo - a criança tirou sarro da cara da gente - E agradeçam por eu ter gostado, viu - ela nos mostrou um sorriso de apoio, piscando pra mim.
- Quê?! Hã? - gaguejei.
Quié? Porra, eu não sabia o que dizer, cacete!
- Ah, e não me venha com essa de "Quê e hã", Harry Judd - Dude, ela sabia realmente como me deixar completamente encabulado. Pense naqueles momentos em que você percebe como crianças podem ser inconvenientes quando querem e até mesmo sem querer - Vocês dois estavam no maior dos amassos aí que eu vi muito bem, com esses olhinhos que a terra há de comer um dia - ela filosofou, séria.
- Er... , minha filhota querida - se recuperava do flagra aos poucos - Que eu me lembre, tinha pedido pra senhorita ficar no carro.
- Aham - a pequena assentiu - Mas, é só que a cena de filme romântico "a la Hollywood" que vocês protagonizavam estava muito boa pra eu ficar assistindo de longe. Afinal, sou sua filha e tenho direito a prioridade e assento especial na área vip, não concordam? - ela soltou uma gargalhada gostosa com uma pitada de ironia e uma gota de travessura.
- ! - censurou, cerrando os dentes. Enquanto eu tentava sufocar o impulso de acompanhar o riso da pequena - Já pro carro! - ela ordenou, mas senti que ela também queria rir. era mesmo uma figura, dude.
- Ok, ok... Já tô indo... Tranquiliza os nervos, mama - ela concordou, levantando as mãos como a se render e sorrindo para a mãe e para mim em seguida, acrescentando uma piscadela maliciosa para a minha humilde pessoa - Mas, eu sugiro que vocês procurem um lugar mais aconchegante para fazer o que pretendem, aqui não é nada apropriado e...
De repente, a garota some das nossas vistas. Primeiro, ela estava nos dando uma lição e depois já estava nos braços de um Danny sorridente (Não consigo deixar de comparar o sorriso dele ao de um crocodilo... São muitos dentes juntos, moral), dando mil beijinhos ininterruptos num Tom vermelhinho feito tomate maduro e em Dougie, alternando de um lado para o outro já que estes ladeavam o Jones, deixando-o meio zonzo, enquanto eles caminhavam em nossa direção.
- Hello, Judd! - os três disseram, estendendo-me as mãos fechadas em punho ao que eu choquei meu punho com o deles.
Danny estava de mãos dadas com a pequena e feliz , logo após colocá-la de volta no chão, esta também estava com a mão entrelaçada a de Tom.

- Hi, guys! - eu sorri - Bem, vocês já conheceram a pequena . Esta aqui é a . , esses são Tom, Danny e Dougie, os outros integrantes do McFLY. Ela é a mãe da - apresentei-os.
me lançou um sorriso dando uma olhada de esguelha para as mãos entrelaçadas dela com Danny. Eu apenas retribui o sorriso. Logo notei que havia acabado de perder meu posto de favorito para Danny Jones.
- É um prazer conhecê-la, - eles disseram, apertando a mão dela que lhes era estendida.
- O prazer é todo meu.
- A gente tem que ir, Judd - Tom disse, bocejando.
- É, eu tô um caco, literalmente - Dougie concordou, apoiando a cabeça no ombro do Fletcher.
Danny sorriu como se captasse algo em meu olhar.
- Você ainda precisa resolver umas coisas, não é Harry? - ele perguntou mais afirmando do que outra coisa, lançando uma piscadela, disfarçadamente, para mim.
Cara, eu AMO esse garoto! E eu NÃO sou gay! Povo depravado, eu hein.
- Er... Sim - respondi.
- Então, vamos indo na frente - Tom concordou, também me lançando um olhar de certa compreensão - Só faz um favor...
Ele olhou pra Dougie, este sorriu.
- Quando chegar em casa, não assusta a gente, valeu? - ele completou, rindo.
- Hahaha... Okok. Juro que pensei que era outra coisa.
Dude, não se acha amigos assim hoje em dia. Quem disser que encontra sim, pode estar enganado. Tipo, às vezes, só faltamos nos matar, mas no fim tudo dá certo e volta à tranquilidade rotineira. Não domingo imaginar minha vida sem eles e sei que o sentimento é recíproco.
- Byebye - eles disseram.
- Byebye - repetiu, dando um "abraço de urso" em cada um deles, e mais beijinhos foram distribuídos.
apenas acenou. Ela possuía o braço envolto na minha cintura e eu sorri quando me olhou.
Pouco depois, os meus meninos buzinaram e eu acenei. Detalhe: Danny estava quase matando o motorista da nossa van ao buzinar, juro que já estava vendo a hora de ele saltar para o colo do pobre John.
- Vamos? - ela chamou.
- E sigam-me os maus porque a única boa aqui sou eu! - disse, fazendo uma dancinha engraçada, rindo e correndo rumo ao carro da mãe.
- Tem certeza de quer que eu vá? - realmente, estava difícil acreditar no que estava acontecendo, pô.
- Absoluta! - ela abaixou a cabeça, apoiando-a na curva do meu pescoço - Mas, se você não quiser ir, eu vou entender.
- Não, que é isso. Eu vou sim! - decidi e selei nossos lábios.
sorria feliz da vida quando eu e entramos no carro.
- Eita, que hoje ela está só sorrisos, né, minha bebê! - comentou, girando a chave na ignição e tirando o carro do estacionamento.
- E tem coisa melhor do que sorrir, mainha?! - ela gargalhou, dando um tapinha de leve em meu ombro - Ri, Harry! Que sem graça! - ela disse após eu fazer uma careta bem feia - Parece até que eu tô rindo por todo mundo e...
- O que não é mentira! - eu disse, rindo da careta que ela fez.
- Palhaço! - ela mostrou a língua. Eu ri junto a .
Minha implicação com a durou metade do caminho pra casa delas. apenas fazia um breve comentário vez ou outra e se divertia com a gente. Eu e cantávamos uma música qualquer que tocava no rádio.

Finalmente, chegamos na casa e... Porra, que casa linda era aquela, dude. Era branca com uns detalhes em amarelo vivo e portas de madeira envernizada Primeiro andar. Possuía um belo jardim na entrada, repleto de duendes espalhados por quase todo ele. Era, literalmente, um paraíso. Sem contar com uma bela fonte onde duas estátuas de anjos ladeavam uma "bacia" de onde a água transparente transbordava. Lindo mesmo.
- Er... Eu vou terminar de arrumar a minha mala, tá mãe? - a pequena avisou, subindo as escadas, mas antes, ela depositou um longo selinho na minha boca e quando se afastou, sussurrou: - Viu só como foi fácil? - e ela subiu as escadas saltitando. É, SALTITANDO degrau por degrau. E rindo, é claro! Me deixou completamente encabulado, petrificado ao pé da escada.
- O que aconteceu, Harry? Você está bem? - aproximou-se de mim e me deu um selinho. Ela estava fechando o portão, enquanto já havia me puxado para dentro da residência, deste modo, não presenciou o selinho que a pequena me deu.
- Hã?! - voltei a mim - Nada não. Sim, eu estou bem.
- Que bom! - ela assentiu, mostrando um sorriso lindo.
- Desculpa eu me intrometer, mas a vai viajar é?
- Não é bem uma viagem, sabe - ela me guiou até o sofá da sala e se sentou ao meu lado - Eu e o pai dela nos separamos há um ano e combinamos que ela passaria uma semana e feriados com ele.
- Entendo.
Conversamos mais e, de repente, ouvi o som de buzina de carro, cerca de meia hora depois.
- ! - chamou do pé da escada - Seu pai já chegou, filha.
- TÔ DESCENDO, MAINHA! - a pequena berrou, já descendo as escadas com uma mochila tamanho família cor de rosa nas costas. Ela usava uma blusa polo amarela com o nome McFLY estampada em branco dentro de uma guitarra roxa na frente, uma calça jeans escura com mais bolsos que a mochila e allstar preto estampado com estrelinhas. Eu diria que ela estava um arraso! - Gostou? - automaticamente, eu me lembrei do Tom, o starboy. perguntou, reparando o meu olhar fixo na blusa dela.
- Sim. É muito maneira, ! - respondi, fazendo joinha pra ela.
- Que bom que você gostou. É a minha favorita - ela virou de costas e lá estava um "I Love You, Mrs. Judd" estampado em roxo.
- UAU! - foi a única "coisa" que a minha boca deixou escapar.
sorriu ao meu lado, entrelaçando nossas mãos e levantando do sofá junto comigo.
- Vamos, querida. Seu pai não é muito fã de espera - ela alertou, guiando a filha porta afora, e ainda de mãos dadas comigo seguiu rumo a um corolla prata estacionado no meio-fio.
- Olá, - cumprimentou um cara de cabelos negros, que aparentava ter uns 40 anos ou pouco mais, era quase da minha altura, recebendo um abraço bem forte acompanhado de um beijo demorado no rosto, ambas ações da - Oi, minha princesinha linda! Tudo bem? - ele perguntou as duas.
Por incrível que pareça, ele ainda não havia reparado em mim... Ou será que estava fingindo não me ver?
- Oeoeoe, painho! Tudo às mil maravilhas maravilhosamente maravilhosas! - a menina exclamou, sentando no banco de trás do carro e abrindo a janela para me observar.
- Tudo bem, Stevan - respondeu, sorrindo - E com você?
- Bem também - ele, finalmente, voltou o olhar para a minha "invisível" presença - Olá!
- Opa! - eu disse automaticamente, estendendo-lhe a mão que ele apertou.
- Este é o Harry. Harry, este é Stevan, o pai da - falou.
- Satisfação - dissemos juntos.
- Bem, eu tenho que ir. Até logo - ele acenou pra gente e entrou no carro, arrancando logo em seguida.
- Vamos entrar que aqui fora já está ficando muito frio - ela me puxou para dentro da casa.
Mal acabara de fechar a porta e já me empurrou contra a parede e disse, corando.
- Desculpa, mas é que... Faz tempo que eu não faço isso, sabe.
- Sem problemas - toquei de lugar com ela, desta vez era eu quem a pressionava contra a parede, e a beijei intensa e calorosamente. Nossas bocas se encaixavam perfeitamente, como se tivessem sido moldadas na mesma forma, e nossas línguas brincavam excitantemente uma com a outra repletas de pura malícia e desejo.
- Lá em cima - ela disse, quando separamos o beijo, ainda sem fôlego assim como eu, e indicou o 1º andar da casa.

Fui puxado pela mão escada acima numa velocidade incalculável. Quando chegamos ao quarto, ela me fitou com uma carinha fofa de criança que não sabe o que nem como fazer. Eu sorri. Ela realmente é linda. Eu a abracei e a fitei atentamente por um curto espaço de tempo e a beijei novamente. tirou a minha camisa e a jogou não sei onde, e eu a ajudei a se desfazer da blusa que ela usava. Minha calça e a saia dela se juntaram as demais peças espalhadas pelo quarto. Minutos depois estávamos deitados na cama, ela por cima. Aquele clima rolou por pouco mais de uma hora até que chegamos ao ponto de onde não se tem mais volta juntos, sentindo os espasmos brincarem com todos os músculos de nossos corpos nus e suados. Foi então, que ela saiu de cima de mim, jogou-se ao meu lado na cama e... Caraca, ela é muito boa mesmo. se aproximou novamente de mim e deleitou a cabeça sobre meu peito após selar nossos lábios e mostrar um sorriso inocente e eu acariciei seus cabelos.
- Você tem mesmo certeza de que não faz isso há muito tempo, pequena? - perguntei, rindo enquanto o rosto dela ganhava um rubor extra de vergonha. Ela escondeu o rosto na curva do meu pescoço e eu ri mais ainda.
- Claro, Harry! - recebi um tapa no peito - Por quê? Não acredita? - ela lançou, já recuperada do rosa que antes ocupava a cor de suas bochechas, me encarando.
- Acreditar, eu acredito, minha linda. Afinal, não há motivos para você mentir - sorri, pois senti que estava deixando desconfortável - Mas tá difícil... - eu ri, piscando pra ela - Você é incrível!
mostrou o sorriso tímido que eu aprendi a amar em meio dia.
- Nossa, obrigada! - ela continuou sorrindo - Você também é maravilhoso!
Permanecemos abraçados por um bom tempo, conversando. Até que veio aquela moleza e se apossou de nossos corpos cansados, nos sequestrando para o paraíso dos sonhos. Dormimos tranquila e pesadamente.
Acordei primeiro e passei a observá-la dormir profundamente. Sorri comigo mesmo e senti que aquela não seria a última vez que ficaríamos juntos. Depositei um longo beijo na bochecha de e ela mostrou um sorriso, parecia estar sonhando com algo muito bom ou quem sabe, revivendo através do sonho a noite passada que tivemos. Levantei e segui para o banheiro, fechando o box e ligando o chuveiro. Já havia separado uma toalha e sabonete que encontrei no armário abaixo da pia. Permaneci por tempo suficiente debaixo da água corrente para refletir sobre tudo o que havia acontecido comigo nas últimas 16hs.
Acabei o banho, me envolvi na toalha da cintura para baixo e saí do banheiro, assumindo o trabalho de catar as minhas roupas. ainda dormia como uma princesa e não dava sinal algum de que acordaria naquele momento. Então, eu vesti apenas a boxer e desci as escadas em direção à cozinha da casa. Preparei um café da manhã decente pra com direito a torradas, suco de laranja e uma salada de frutas fresquinha. Não sou tão bom quando o quesito é "cozinhar", mas sou esforçado.
Assim que voltei para o quarto, meu sorriso se alargou ao reparar em sentada na cama, recostada na cabeceira e abraçada aos joelhos com um sorriso lindo e tímido no rosto.
- Bom dia, princesa! - lhe dei um selinho depois que ajeitei a bandeja sobre suas pernas após ela se acomodar na cama - Dormiu bem?
- Bom dia, meu lindo! Dormi sim, obrigada. E você? - ela perguntou, comendo uma torrada e bebericando o suco.
- Perfeitamente bem, como há tempos não dormia - sorri, abrindo a boca assim que ela encaminhou a colher com salada de fruta para que eu comesse.
E assim se seguiu o nosso café da manhã, onde eu imaginava e implorava aos céus para que aquele fosse apenas o primeiro de muitos dias da minha vida com ao meu lado.

Epílogo

Seis meses depois...


- HARRY! HARRYYYYYY?! - berrou olhando para o topo da escada.
A pequena usava um vestido branco com os ombros expostos, finas alças caídas por estes e a saia rodada; nos pés, um belo par de sapatos estilo bonequinha davam o ar de sua graça. Parecia uma mini princesa
- HARRY e... Nossa! - ela interrompeu o chamado quando o viu parar no topo da escada.
- Fala... Tô bonito? - ele ia descendo degrau por degrau enquanto a boca da pequena ia fechando conforme a proximidade dele era reduzida.
- Você está excepcionalmente lindo, Mrs. Judd! - sorriu e beijou a bochecha de Harry quando este se curvou um pouco para que ela o fizesse - E eu, como estou? - perguntou, rodopiando, fazendo a saia do vestido flutuar no ar parecendo aqueles de conto de fadas.
- Sempre impecável, Mademoisele! - Harry fez uma reverência e a garotinha começou a rir, retribuindo o gesto - Agora vamos lá que quem tem passe livre para atraso é só a dama de branco que caminhará até você no altar.
- Então, o que estamos esperando? - ele fez sinal para que o acompanhasse até chegarem ao eclipse prata estacionado na garagem.
Harry abriu a porta do carona e a pequena entrou e se acomodou no banco, enquanto ele assumiu a direção após dar a volta no veículo.
Menos de 10 minutos após o arrancar do carro, os dois chegavam à igreja.
- Harry, por Deus homem, relaxa! - ria ao mesmo tempo em que enxugava a testa do rapaz com uma toalha que estava no porta-treco do carro, após ele estacionar.
- Mais relaxado do que eu já estou... Impossível! - ele rebateu, mostrando um sorriso amarelo - Eu estou super calmo, tá?
- Por acaso, na minha testa está escrito "Fácil de enganar"? - a pequena levou o indicador de uma têmpora à outra, fazendo cara de tacho.
- Vish.... Também não precisa exagerar - falou, tirando o cinto de segurança e fazendo careta.
- É, estou sabendo! Agora vamos lá, garanhão top... Daqui a pouco a dama de branco dá o ar da graça e do véu - alertou enquanto o noivo tirava a chave da ignição e fechava a porta ao sair do carro, rodeando-o a fim de abrir a porta para que a criança saísse do veículo.
Harry ativou o alarme. E, como ele não dera passo algum rumo à igreja, segurou sua mão e o guiou para dentro, já sob o olhar atento dos convidados. A caminho do altar, Harry ia cumprimentado as pessoas de braços dados com a mãe, enquanto a pequena despediu-se dele com um beijo no rosto, seguindo para a área da sacristia.
Cerca de 1 hora depois, era anunciada a chegada da noiva. As portas de entrada da igreja encontravam-se fechadas, enquanto Harry parecia que a qualquer instante iria desmaiar tamanho era seu nervosismo.
A marcha nupcial ecoou por todo o ambiente, embelezando ainda mais o caminhar de cada padrinho e madrinha até o altar. Até que surgiu agarrada ao braço do pai. Estava exuberante, com seu vestido branco tomara que caia revestido por zilhares de pedrinhas brilhantes na parte superior. A saia longa do vestido era de uma seda delicada. O sapato era digno de princesa, estilo bonequinha de cor branca, assim como o da daminha de honra. O cabelo possuía um penteado simples, porém, elegante, estava em um trança de raiz com a tiara do véu no topo da cabeça. No decorrer da trança podiam-se notar várias pedrinhas estilo cristais a enfeitá-la.
Harry já não piscava mais, o olhar mantido fixo na bela moça que caminhava até ele. Para ele, só havia os dois dentro da igreja.
- Cuide bem da minha princesa, rapaz - o sogro falou, após abraçar o genro, que assentiu e murmurou um "sempre cuidarei", entregando a mão de a Harry.
O rapaz depositou um longo beijo na testa da noiva e ambos ficaram de frente para o padre que seguiu com a cerimônia.
Passado todo o ritual, a entrega das alianças foi regada ao choro dos pais da noiva e do noivo, além da pequena , que assim que entregou a pequena almofadinha que acomodava as alianças ao padre, não segurou o impulso e jogou-se nos braços da mãe e depois nos do padrasto, depositando beijos nas bochechas de ambos e seguindo para seu lugar ao lado do pai.
E o "sim" foi declarado em alto e bom som, abençoando aquela união. O primeiro beijo de casados selou o compromisso do "e sejam felizes para sempre".
Na saída, teve a famosa chuva de arroz e a despedida entre mãe, padrasto e filha. Até que o casal seguiu de limusine até o aeroporto, onde embarcariam no jatinho particular de Harry para as ilhas caribenhas a fim de comemorar a tão sonhada lua de mel.



The End



Nota da autora: (01/12/16)
Hello, Pimpolhinhas e Pimpolhinhos do meu core!
Após séculos a fio enrolando, cá está mais uma das minhas histórias. Costumo chamar de "mais um dos meus surtos". Imagina só, Harry Judd sofrendo assédio por parte de uma miniatura de gente. Algo meramente, e porque não declarar, totalmente impossível de acontecer.
Bom, espero que vocês gostem do que leram e saibam que estou disposta a receber elogios, críticas, dicas e novas ideias através dos comentários.
Agradecendo de coração a Caah (beta mais do que paciente) por ter esperado com a paciência de Jó o envio desta fic que eu já nem pensava mais em postar. Brigadinha, flor de HP!





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Gente linda, um prazer ter feito essa amiga linda e ela sempre conta comigo para essas maluquices hahah são histórias divertidas e com muito charme dos nossos Mcguys <3!!! Qualquer problema com a fic -> kaah.jones. beijos beijos



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