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Um Natal Muito Louco






Última atualização: 03/02/2017

Capítulo 1


— Licença, licença! Por favor, saia da frente!

resmungava ao tentar passar pela multidão. Precisava chegar a tempo para a ceia de Natal ou sua mãe iria ficar muito, muito chateada. Cá entre nós, ele não curtia muito festas de família e havia situações lá que ele achava muito stressantes, como, por exemplo, agradecer a Deus pelo alimento que estava na mesa. Todo ano era a mesma coisa: crianças correndo pela casa, mulheres fofocando na cozinha e os homens lá fora bebendo cerveja... E havia ele. Ele ficava na sala, quietinho e rezando a Deus — pela primeira e última vez no ano, afinal, no Natal do ano que vem teria que repetir isto — para que aquilo acabasse logo.
finalmente chegara ao prédio do apartamento de seus pais e corria rapidamente para o elevador, que estava fechando. Por sorte, havia uma alma bondosa lá que segurou a porta para o mesmo. Deu um suspiro de alívio e soltou um riso de nervosismo, entrando no elevador. Apertou o botão que marcava o quinto andar.

— Obrigado, de verdade. Eu estava realmente...
— Atrasado. — A garota completou, fazendo-o o olhar surpreso. — Eu sei como é, festa de família, certo? — Ela soltou um riso baixo e tímido.
— Exato. — Sorriu, se ajeitando ao lado da garota.

E ali o silêncio reinou. Os dois olhavam para o teto, entediados. pensava em como seria recebido ao chegar em casa: com certeza com sua mãe o chamando de bebêzinho e falando para todos o quão ele estava amadurecido desde a última vez que o vira. Bufou e revirou os olhos, fazendo a garota o olhar com um olhar curioso. Ele olhou para ela e deu um sorriso sem graça, corando.

— Estava apenas... — Riu — Pensando.

A garota riu também e, de repente, se percebeu em uma crise de riso. Ótimo, uma crise de riso. Dentro de um elevador. Com uma desconhecida. Totalmente normal, não é? A garota também ria, até que os dois soltaram um “ai, ai” em conjunto e se olharam admirados, dando uma pequena risada.

— Já era para termos chegado... — A garota murmurou o olhando assustada, ele retribuiu o olhar.

pensou um pouco e percebeu que já haviam se passado cinco minutos que estavam ali, olhou ao relógio que marcava nove horas da noite e assustou-se, pensando no quão chateada sua mãe estava por ele ainda não ter chegado... Imagina quando ela descobrisse que ele estava ali. Bem ali. No prédio do apartamento dela. Despertou de seu transe, checando a porta do elevador e percebendo então que estavam presos.

— Droga. Estamos presos. — Falou, encostando-se na lateral do elevador e deslizando dramaticamente até o chão com as mãos na cabeça.
— Hm. — A garota resmungou, desinteressada. a fitou, admirado.
— Não está com raiva? Hoje é natal...
— Fala sério, natal é uma merda. Além disso, esse é mais um dia normal para mim, sempre passo sozinha. Mas hoje vai ser diferente, vou passá-lo com você.

ficou com uma expressão confusa. Mas que abobrinhas ela estava falando? Como passava a data sozinha se disse que sabia como era a situação das festas de família? A garota riu da face de , e então ele percebeu como os olhos dela ficavam enrugadinhos quando ria, e em como seu sorriso era lindo. Balançou a cabeça, tentando espantar esses pensamentos de si. Agora sentia um embrulho no estômago, seriam as famosas borboletas? De repente, viu um vulto passar por seu rosto e quando voltou à realidade, percebeu que era apenas a mão da garota tentando chamar a atenção do mesmo. Ela soltou uma gargalhada, o que fez perceber que ele deveria estar com uma cara de tacho.

— Sua cara é engraçada.
— Seu nariz é engraçado. — falou rindo, fazendo a garota rir também.

De repente, os dois entraram em um mundo paralelo e quando perceberam, havia se passado uma hora e meia. A porta do elevador se abriu e os dois pularam assustados, rindo. A garota olhou para , o beijando rapidamente. Ele definitivamente ficou sem palavras. Como pode uma garota ter mais atitude que ele? Estava com a cara de tacho de novo. Voltou seu olhar para a garota, que agora saía do elevador.

— Espere! — Gritou, ela o olhou — Qual seu nome?

Ela sorriu.

— Um dia nos veremos novamente, não se preocupe.

E não se preocupou. De repente, percebeu que a magia do Natal em que sua mãe tanto falava, finalmente havia aparecido para ele.


2 meses depois...


se sentia frustrado. Decepcionado. Abandonado. Não havia um dia sequer em que não pensava na tal garota misteriosa. Sim, ele havia criado esperanças. No natal, ele havia chegado um pouco depois de meia-noite no apartamento de sua mãe e por algum motivo - a garota misteriosa - estava alegre, o que, na verdade, todos até estranharam. Agora, ele estava na fila do café esperando impacientemente sua hora de ser atendido - estava louco para tomar um cappuccino de chocolate.
Olhou para frente, era sua vez. Deu um passo à frente, baixando o olhar e puxando a carteira do bolso da frente. Voltou o olhar para a atendente que agora tentava chamar sua atenção com barulhos estranhos. sorriu alegre.

— Eu acho que me esqueci de te dizer meu nome. Prazer, eu sou . — Sorriu, estendendo a mão.

FIM



Nota da autora: (03/02/2017) Sem nota.




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