Um Quarto em Roma

Última atualização: 20/10/2018

Capítulo Único

Estávamos caminhando pelas ruas sem movimento algum naquela bela noite em Roma. Eu estava adorando ouvir a sua risada alta, que ecoava por aquelas paredes. Nossas mãos estavam juntas, e eu fazia questão balançar nossos braços o mais alto que podia, fazendo-a sentir-se mais à vontade e rir mais ainda.
- Então, quando você viaja? - perguntei sem cessar o movimento de nossas mãos.
- Amanhã volto para Moscou.
- Que coincidência, eu também.
- Como assim? - disse ela. - Vai pra Moscou?
- Vou para Espanha. - eu ri, e ela também. - Este é o meu hotel. - falei quando estávamos chegando próximo dele.
- O meu está por aí. À esquerda. - ela apontou.
- Então está mais perto. - falei encarando-a.
- Pra você sim.
- Pra você também. - aquilo era um convite para que ela subisse comigo até meu quarto.
- Não.
- Por favor, só uma paradinha. Para tomarmos a última. - insisti.
- Já bebemos demais no bar.
- Sim, mas só falamos sobre a Rússia e a Espanha. E nada sobre a gente.
- Prefiro não falar nada sobre nós.
- Tanto faz...
Nós paramos literalmente no meio da rua, e eu olhei para cima, encarando o hotel que eu estava hospedado e suspirei, soltando a mão dela. Era a minha última noite em Roma, não entendo porque só conheci essa mulher hoje. Acho que devo visitar bares mais vezes.
Haviam duas bandeiras penduradas em uma das sacadas do hotel, uma em cada extremidade, e no meio, havia um espaço específico para mais outra, mas este estava vazio, apenas com aquele mastro de alumínio projetado para frente.
- O quê? - ela perguntou sem entender.
- Não falaremos, podemos ficar sem falar, entende? - sorri malicioso. - Será ainda melhor.
Ela segurou sua pequena bolsa com as duas mãos parecendo envergonhada, e me dando um sorriso tímido. Era uma mulher russa, estava em Roma a passeio. Pra minha sorte ela falava Espanhol perfeitamente bem, e o seu sotaque russo só melhorava tudo.
- Veja! - olhei para cima. - Aquele é o meu quarto. O que tem duas bandeiras. - olhei para ela.
- Representa algo não é? Uma é da Espanha, e outra da Itália. - ela sorriu.
- É. Mas me refiro a que está no meio. - voltei a olha para cima.
- Não tem bandeira no meio. - ela afirmou.
- Exato! É pra você! - ela me olhou estranho. Continuei a falar. - Sobe até o meu quarto e pendura alguma coisa sua.
- E o que quer que eu ponha? - ela me olhou torto, com um sorriso de canto.
- Não sei, sua roupa por exemplo. Já que é tão comprida. - eu a encarei de cima a baixo. E ela fez o mesmo olhando para seu vestido, que ia até um pouco abaixo do joelho, enquanto mordia os lábios. - Vamos. - eu segurei sua mão, conduzindo-a para a entrada do hotel.
- Nunca subi a um quarto de um estranho. - ela disse recuando, mas sem soltar a minha mão.
- É só um quarto de hotel em Roma. - eu a tranquilizei, puxando-a de volta. E ela fez o mesmo comigo, mas me levando na direção contrária do hotel. Ficamos alguns segundos usando puxando a mão um do outro e rindo.
- Se insistir em puxar, vai ganhar. - eu falei. - E acabaremos em seu hotel. O que acha disso? - mordi meu lábio.
Ela riu, e acabou cedendo, me deixando guiá-la até a entrada.
O meu quarto era repleto de obras da época Renascentista, eram pinturas nas paredes, no teto e até no chão. Ela olhava tudo ao redor, admirada.
Eu andei até o lado da cama, e acendi o abajur.
- Uma bebida? - perguntei. Ela tirou os olhos do teto e me encarou.
- Vinho. - respondeu. E voltou a olhar para o teto maravilhada. - Vinho. - confirmou mais baixo dessa vez. Eu sorri com aquilo, e me abaixei na frente do frigobar. Os vinhos da Itália eram diferentes do que eu estava acostumado a ver. Eles eram colocados em uma garrafa menor, mas ainda de vidro, como se fosse qualquer outra bebida comum, como um refrigerante. Mas o gosto era inigualável.
Eu caminhei até a sacada e ela me seguiu, passando as mãos pelas flores que haviam ali. Chegamos à sacada e encaramos a maravilhosa Roma. Lhe entreguei a bebida.
- Perdão... Como você se chama? - perguntei a ela. Era um nome um tanto incomum para mim. Não me lembrava mais.
- Já te disse duas vezes. - ela levou a garrafa até a boca, tomando um gole de seu vinho.
- Vai ver na terceira eu entendo. - dei de ombros.
- . - ela falou e tomou mais um gole de vinho.
- ? Foi o nome que me disse antes? - franzi o cenho, não parecia familiar para mim.
- É porque não está pronunciando certo. - ela sorriu. - É . Sha. Sha.
- Sha. - eu tentei pronunciar.
- Sha. - ela me corrigiu.
- Sha. - demorei mais um pouco na primeira letra, para depois falar o resto. Ela balançou a cabeça em concordância.
- E você é Aanbreek que significa amanhecer.
- Sim. É africano. - concordei. - É o meu melhor momento. Você verá. Mas as pessoas costumam me chamar pelo segundo nome, , caso você prefira.
Ela bebeu mais um gole de vinho, concordando.
- Essa é primeira noite de verão. - eu comentei.
- Sim. É verdade... Na Europa. - ela balançou levemente a cabeça. - Na Russia o verão já passou. É em junho.
- É sério? - perguntei. - Tem verão na Rússia?
- Claro... Bom, é um verão russo. E... essa é minha última noite em Roma.
- E a minha. - suspirei.
Eu segurei sua mão, e ela me encarou nos olhos.
- Não está sozinha, rosita. - me aproximei do ouvido dela. - E hoje também é a noite mais curta do ano. Aqui, e na Rússia. Por isso, vamos aproveitá-la.
Levei uma de minhas mãos até a nuca dela, e aproximei nossas bocas. O beijo começou calmo, somente com um roçar de lábios, barulhento e delicioso. Eu coloquei uma de minhas mãos na barra de seu vestido, o trazendo para cima lentamente. Quando meus dedos roçaram na sua coxa, ela me empurrou de súbito, separando nossos corpos.
- É... Que eu sou... É que eu sou... - ela suspirou e olhou para baixo.
- O quê? - ela passou alguns segundos sem responder. - Você é uma mulher. E eu sou um homem. Estávamos bebendo sozinhos num bar. Nos olhamos e nos sentimos atraídos um pelo outro. - ela sorriu, envergonhada. - Não foi isso?
- É a primeira vez na minha vida que eu entro no quarto de uma pessoa que eu acabei de conhecer. - ela disse ainda sorrindo. - E nunca antes um homem estranho me chamou para ir ao quarto dele. - eu sorri de canto. - Não é a primeira vez que você chama uma mulher para o seu quarto!
Ela afirmou.
- Sim. E também não é a primeira vez que uma mulher aceita entrar no meu quarto. - eu complementei. - Mas cada mulher é diferente.
Ela sorriu. Eu passei a encarar a bandeira da Itália, que balançava atrás de , bem próximo de nós. Depois mudei a direção do meu olhar para o mastro vazio que ficava entre as duas bandeiras. Ela fez o mesmo que eu, encarou o mastro. Depois eu olhei para o vestido azul dela. E para o mastro de novo. E ela fez o mesmo. Nos encaramos e rimos de leve.
Ela olhou para baixo.
- Você... Gostaria de me ver nua? - ela falou baixo, quase inaudível, e só depois de terminar a frase, me encarou nos olhos. Eu levantei as sobrancelhas.
- Sim. Eu adoraria. - falei quase no mesmo tom que ela. deixou a garrafa de lado, passou a mão pelos cabelos, sem tirar os olhos de mim. Olhou para a lateral do seu vestido, onde a sua pequena bolsa estava pendurada no ombro, e pela abertura da correia da bolsa, ela foi abaixando o zíper devagar. Eu observava cada movimento atentamente, cada barulho que o zíper fazia, e me aproximava mais a cada vez que aparecia mais partes do seu corpo. Ela segurou na barra do vestido e começou a levantá-lo, mas parou, me deixando confuso.
- Aqui? - ela perguntou, referindo-se ao local onde estávamos.
- Aonde você quer? Prefere lá dentro? - apontei para o quarto.
- Sim.
- Então, vamos para dentro. - eu andei para perto das cortinas que separavam o quarto da sacada. Ela pegou a garrafa de vinho, tomou um gole, e me seguiu.
Caminhamos até próximo da cama, eu tirei a garrafa de vinho das mãos dela, tomando um gole, acabando por deixá-la quase vazia. Coloquei-a no criado mudo ao lado da cama. E me sentei na mesma para assistir o que viria a seguir.
olhou novamente para o seu vestido, e deixou sua bolsa cair no chão em um baque seco. Ela segurou na barra do seu vestido, mas desistiu de levantá-lo mais uma vez. Eu abaixei a cabeça frustrado, ela riu.
- Acho que seria melhor, se você viesse aqui tirar a minha roupa. - ela sorriu. Me levantei da cama rapidamente, tirando fora a minha camisa enquanto caminhava até ela. Lentamente tirei o seu vestido, revelando sua lingerie preta. Coloquei minhas mãos em suas costas, desafivelando o sutiã, deixando seus maravilhosos seios a amostra. Passei a minha mão em sua barriga, deslizando até chegar a sua calcinha. Enganchei meus dedos indicadores nas laterais e puxei-a para baixo me ajoelhando a medida que a calcinha se aproximava do chão. Quando tinha caído totalmente, eu levantei o pé direito dela gentilmente, deixando a calcinha passar por ele, fiz o mesmo com o esquerdo e joguei aquele pedaço de pano pra longe. Ergui a minha cabeça e vi que observava meus movimentos com atenção. Eu aproximei meu rosto da sua intimidade e passei minha língua por ali rapidamente, fazendo-a suspirar e segurar meus ombros com as duas mãos. Eu sorri e me levantei, para me livrar do resto das minhas roupas. Tirei meus tênis e meias o mais rápido que consegui, e logo em seguida a calça jeans junto com a cueca. Eu segurei na mão dela, conduzindo-a até a cama, e nos deitamos nela. Eu coloquei uma mão apoiada na cama ao lado da cabeça dela, e outra na sua nuca. Encostei meus lábios nos seus, mas ela se afastou, e iria falar alguma coisa, mas eu a impedi.
- Shhhh... Calma. Calma. - eu disse. - Você não é virgem, é?
- Não. - ela respondeu prontamente. - Não, é só que eu... Bom... É complicado.
Eu queria perguntar o que estava acontecendo, mas eu tinha medo de o que ela dissesse me fizesse desistir.
- Vai ficar tudo bem. - eu assegurei me sentando na cama e pegando os lençóis na beira da mesma, nos enrolando. - Calma. - voltei a me deitar e acariciei seu rosto. - Agora ficaremos assim... Juntos, mas sem nos tocar. Enquanto você relaxa, tudo bem? - eu beijei sua testa.
Ela balançou a cabeça em concordância. Nossos rostos estavam bem próximos, nos encarávamos nos olhos. Eu estava mexendo em seu cabelo e ela desenhando meu rosto com o dedo indicador. Eu fechei meus olhos para sentir melhor aquele carinho, que desceu até os meus ombros, e subiu de novo para o meu rosto. Ela desenhava minha boca com tanto cuidado e admiração, era bom, mas estava começando a me dar sono...

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P.O.V Narrador

levantou-se da cama quando viu que o rapaz havia dormido. Ela saiu devagar, temendo que ele acordasse. Procurou suas roupas pelo chão, achando primeiro o sutiã, vestiu-o, e em seguida, o vestido.
- Prefiro que continue dormindo. - disse ela, olhando para . - Assim não haverá palavras de despedida.
Ela pegou a calcinha, e desequilibrou na hora de vesti-la, pisando na mesma, e automaticamente rasgando-a na lateral. Ela riu, olhando o estrago, e moveu-se na cama, assustando-a, mas ele continuou a dormir. Ela olhou em volta, e viu a cueca de jogada perto da cama, caminhou até ela, jogou sua calcinha rasgada no chão e vestiu a cueca dele. Pegou a garrafa de vinho no criado mudo, e estendeu-a na direção do homem como se estivessem brindando, e tomou o último gole, observando uma das pinturas do século tal, logo devolvendo a garrafa pro seu lugar de origem. Pegou sua bolsa no chão e chegou mais perto de .
- . Sha. - ela sussurrou próximo ao ouvido dele. Caminhou até a porta, abrindo-a pronta pra sair dali, mas antes, ela virou-se na direção da cama. - Tem razão. - ela falou olhando . - Direi algumas palavras... - ela segurou na porta, quase abraçando-a. - Adeus, ... - ela riu pelo nariz ao mesmo tempo que revirava os olhos. - Nem consigo pensar no que teria acontecido. Esse segredo deixo aqui, dormindo com você... Obrigada, . Adeus. - ela falou fechando a porta, e partiu dali, sabendo que não voltaria mais a vê-lo, nunca mais.

[•••]


P.O.V

Acordei ouvindo uma música. Era um rock, eu nunca tinha ouvido na vida. Mas parecia vir do meu celular, devo ter mudado o toque. Me sentei na cama, procurando-o, me debrucei deixando meu tronco pra fora e vi o meu celular no chão, mas ele estava desligado, e a música continuava a tocar. Olhei mais embaixo da cama e vi outro celular, este sim, estava tocando aquela música irritante. Olhei a tela que dizia "Irmã". Não atendi. Ali, no chão, havia uma calcinha rasgada.
- Por Deus, o que aconteceu aqui? - eu não me lembrava. Me cobri com o lençol, estava com muito sono. Que se dane a "Irmã". Ouvi alguém bater na porta. Mas o quê?
- Quem é? - eu perguntei, alto.
- . - ouvi a resposta. Me sentei na cama e acendi o abajur.
- , é claro. - falei baixo, me levantando para atendê-la. Abri a porta e ela encarou meu corpo nu, desviando o olhar rapidamente, desconfortável.
- Acho que deixei meu celular no seu quarto. Ele não tocou?
- Sim. - respondi. - Ele me acordou. - disse erguendo as sobrancelhas.
Ela riu baixo.
- Me desculpe. Deve ter caído da minha bolsa. - ela ergueu a pequena bolsa e balançou-a rapidamente. - Estou cansada e quero ir para o meu hotel.
- Entre para buscá-lo. - eu disse. - Está te esperando debaixo da cama. - eu indiquei o caminho com o braço. Ela olhou o quarto por cima do meu ombro, ficando na ponta dos pés.
- Prefiro não entrar novamente...
- Porque? O que aconteceu?
- Nada. Na verdade, nada para que possamos nos arrepender. - ela deu de ombros, encarando o chão.
- É mesmo? - me aproximei dela. - E porque rasgou sua calcinha e deixou-a debaixo da minha cama? - eu provoquei, queria saber o que aconteceu depois que dormi.
- Eu não rasguei porque quis! Foi um acidente!
- Entre e veja como a deixou. Quer que eu guarde isso de lembrança de você?
Ela riu. Antes que pudéssemos falar mais algo, ouvimos uma voz masculina cantando uma música em italiano. se afastou encostando-se na parede do corredor, de frente pra mim. O homem apareceu empurrando uma mesa cheia de comida. Parou de cantar quando olhou para .
- Olá. - disse ele. - Boa noite, está perdida?
Ele seguiu o olhar de que me encarava, e me olhou também.
- Boa noite. - ele fingiu indiferença ao me ver nu. Ele tinha os cabelos na altura do pescoço, eram brancos, mas ele não parecia ser velho.
Eu sorri pra ele, em cumprimento. Ele seguiu com a mesa um pouco mais pra frente.
- Que novidade, . - disse eu. - Por essa eu não esperava.
Ele me olhou, confusa.
- Entre e deixe no terraço. - eu disse para o homem, e apontei para o meu quarto.
- Lamento senhor, mas essa comida é para este quarto. - ele apontou outra porta. - Se quiser, posso passar no seu quarto e fazer o pedido.
- Está com fome? - perguntei a .
- Não, não. - ela não tirava os olhos do homem. Fala sério! Eu estou totalmente sem roupa e é ele que ela olha?
- Você ouviu. Como se chama? - perguntei ao homem.
- É... Max. - ele respondeu.
- Max, estamos sem fome agora. Mas daqui algumas horas, acredito que sim.
- Me chame. - ele disse, eu concordei. - Tenho a noite inteira livre. Melhor dizer, trabalho a noite inteira.
Acenei com a cabeça e segurei pela mão, puxando-a para dentro do quarto e fechando a porta.
- Está ali. - apontei para o celular no chão. Ela se abaixou pra pegar, levantou-se colocando-o na bolsa. Eu acendi mais um abajur, e peguei um mapa da Itália.
- Onde está o seu hotel? - perguntei. Ela se aproximou e ficando ao meu lado.
- Esse é o Tiber. - ela apontou. - E o meu hotel segue por aqui. - foi passando o dedo pelo mapa e movendo seu corpo junto, até ficar na minha frente. Ela levantou a cabeça, olhando para trás para me encarar.
- É a Roma dos Césares. - ela falou maravilhada.
- Sim, é um mapa feito para se perder... Onde nos perdemos? Elige? - apontei para o mapa. - Temos os jardins. O Templo da Fortuna. O Templo das Ninfas... - ia mostrando tudo a ela no mapa.
- Meu hotel se chama Ninfa. - ela comentou, eu sorri. -E o seu?
- Pompeu. Veja, é por aqui. - passei meus braços ao redor do corpo dela, apoiando-os na mesa e peguei seu dedo indicador, fazendo-o atravessar o mapa junto com a minha mão. - Atravessamos os jardins, e aqui estamos nós. - apontei um prédio, fazendo com que nosso contato ficasse mais próximo. - Estamos em cima do teatro. Não, estamos... Estamos dentro do teatro de Pompeu. - afastei seu dedo do papel.
- É maravilhoso. - disse ela olhando novamente as pinturas do meu quarto. - A História nos contempla.
- Estamos rodeados. - eu também passei a admirar as pinturas. - Você não sente?
- Claro que sim. - ela falou convicta e sorriu.
- Acho que gosta de história. - comentei.
- Sim. - disse ela.
- Isso é bom. - eu sorri. Ela passou a me encarar, só o rosto virado para trás. Encontro meu tronco nas costas dela, e ela deitou a cabeça em meu ombro. Ela me deu um beijo suave no pescoço, enquanto eu fazia o mesmo na sua bochecha. Ela arfou. Segurei o seu rosto e iniciamos um beijo. Era só um roçar de lábios violento, com muitos suspiros no meio, pedi passagem com a minha língua e ela cedeu prontamente. Passei a explorar cada canto daquela boca. Queria guardar o máximo de lembranças possível. Ainda entre o beijo eu abaixei o ziper lateral do vestido dela. Nos afastamos para pegar ar, e a vi levantando o vestido rapidamente. Peguei em sua cintura e a joguei na cama, fui engatinhando até ela, que se afastava até chegar a cabeceira. Ela se apoiou nos cotovelos e eu desafivelei o sutiã dela, tirando-o rapidamente com sua ajuda. Ela se deitou na cama e eu segurei os seus braços atrás da sua cabeça, enquanto roçava meus lábios no seio esquerdo dela, ouvindo-a suspirar. Fiz uma trilha com os meus lábios até o seu pescoço, depois o queixo, e finalmente a boca, lhe dei um beijo rápido e me afastei, descendo até próximo de suas pernas, mas sem tocar nela. Ela ergueu o quadril para que eu pudesse tirar a sua calcinha e assim eu fiz, bem lentamente.
Eu segurei uma de suas pernas e fui beijando-a, desde a canela até as coxas, e pulei para a sua barriga e seus seios, novamente. Me concentrando naquela parte. Alternava entre um seio e outro, e entre dar beijos e mordidas. Subi mais um pouco para lhe beijar de novo, mas só rocei nossos narizes, e os lábios bem rapidamente, levando meus beijos para o seu pescoço. Meu pênis estava encostando na barriga dela, eu desci mais um pouco para ele ficasse mais próximo a sua intimidade e, ainda beijando seu pescoço, comecei a me movimentar como se estivesse penetrando-a. Ela gemia baixo. Coloquei dois dedos meus em sua intimidade movendo-os rapidamente, brincando com o seu clitóris. Os gemidos começaram a aumentar. Ela passou os braços ao redor de minhas costas, arranhando-a. Com minha mão livre eu afastei uma de suas pernas, e apertei a sua coxa com força. A boca dela estava aberta, porém não saia nem um som. Era um pedido mudo para que eu continuasse. Ela esticou a mão até o meu pênis e começou a acariciá-lo. De olhos fechados, ela lambia os lábios, se satisfazendo. Comecei a gemer junto com ela. Os gemidos ficavam mais altos a cada toque, a cada carícia. Nos contorcíamos na cama, aproveitando o prazer que um proporcionava ao outro. Ela gemeu mais alto, com a sua mão livre bateu na cabeceira da cama, fazendo um baque surdo. Quase gritando, chegou ao seu ponto máximo. Eu me deitei ao seu lado, quebrando o contado da sua mão com o meu pênis. Ela pegou em minha mão, e lambeu meus dedos que estava dentro dela, os mordendo levemente em seguida. Eu passei um tempo observando o seu corpo, enquanto ela olhava para o outro lado.
- . - ela disse ainda sem me olhar. Resmunguei um "hum?" e ela prosseguiu. - Isso fica aqui, nesse quarto.
- Em Roma. - eu completei.
- Entre essas quatro paredes. - ela me encarou séria.
- Sim, mas já que estamos aqui... - eu me apoiei no meu cotovelo. - Vamos aproveitar mais um pouco, certo?
- Só peço que isso não afete a minha vida. - ela continuava séria.
- E como se faz isso?
- Estando de acordo. - eu voltei a me deitar corretamente na cama, enquanto a ouvia falar. - Você também tem uma vida fora daqui que quer proteger. Não é verdade?
Eu sentia que ela estava preocupada com alguma coisa, mas não queria nem pensar o que poderia ser.
- Sim, muito longe da sua. - respondi encarando o teto. - E amanhã, Roma, jogará cada um de nós para um extremo da Europa.
Ela riu baixo.
- E se eu não for russa? - ela perguntou.
- Tem que ser russa, eu gosto. - a encarei.
- Tudo bem, eu sou. - ela olhou para cima. - A melhor coisa é que não sabemos nossos nomes.
- Já não sabemos?
- Não me diga que falou o seu nome verdadeiro?
Eu a olhei. Essa não!
- Então, não se chama . - eu me sentei na cama. - Eu sabia. - sussurrei em um tom brincalhão.
Ela riu.
- Aanbreek é o nome que colocaria no meu filho. , o nome do meu pai, que também iria pro meu filho...
- O que aconteceu? - ela perguntou.
- Aanbreek nunca viu o amanhecer.
- Eu sinto muito. - ela disse se sentando na cama.
- Foi a pior época da minha vida. Quando o meu bebê morreu dentro da minha esposa.
- Você é casado?
- Eu era. - eu a olhei, ela fixou seus olhos nos meus. Me levantei da cama, e peguei um roupão do hotel, que estava pendurado na parede. Vesti-o e sentei em um sofá que ficava do outro lado do quarto, a encarei sentada na cama e comecei a falar.
- A mãe da minha esposa a levou para Marbella quando ela tinha 16 anos. Estava com a vida arruinada. E gastou o pouco dinheiro que tinha buscando fortuna. E teve sorte. Um Shake Árabe, Hamir Osemim, as conheceu num dia que estavam fazendo compras. Passaram o resto do verão no iate dele. Naquele inverno convidou-as para passar uma temporada na Arábia Saudita. Tem um palácio. - eu vi ela deitando-se mais confortável na cama, me arrumando uma ótima vista. - Onde eu trabalhava. Mesmo que o descreva, é impossível imaginar tanto luxo. Eu cuidava dos cavalos de Hamir, minha esposa, que naquele tempo ainda era futura esposa, sempre estava por perto, conversado comigo, me conhecendo. Enquanto a mãe dela saía por aí, comprava de tudo. Ela foi embora com pulseiras, colares e anéis caríssimos.
- Foi embora? - perguntou. - E o que aconteceu com sua esposa? Ou ex...
- Ela ficou. Hamir conseguiu que a mãe dela a deixasse ficar, em troca de lhe mandar dinheiro, todos os meses por quatro anos. Esse foi o trato. Para Hamir, só ela interessava.
- E ela aceitou? - se sentou na cama, parecendo mais interessada.
- Não imagina como foi fácil pra ela. Se deixar levar poe aquela vida. Ela tinha tudo que queria. Hamir comprou um Puro Sangue Árabe que só ela montava. E todos a sua volta eram tão amáveis... - se levantou da cama e veio caminhando até mim. - As outras mulheres de Hamir a tratavam como uma princesa. E eu... A tratava como uma legítima rainha. Eu e ela namorávamos escondidos de todos.
- E você a engravidou. - disse ao sentar ao meu lado.
- Não, não. Isso foi no final. Hamir começou a ficar irritado, porque ela não engravidava. Foi quando ela quis ir embora, mas não podia. Havia se casado como ele. Era sua propriedade, assim como os cavalos dele. E ele vendeu o dela, para castigá-la. Depois de um tempo, Hamir conseguiu o que queria, pois logo ela ficou grávida. Ele ficou muito feliz e voltou a tratá-la muito bem. Dessa vez como uma rainha, como eu fazia. Então ela percebeu, que quando o bebê nascesse, ele a deixaria excluída com o resto do seu harém.
No dia que o médico disse que seria um menino, uma enfermeira egípcia, a quem ela contou sua história, ajudou-a escapar num barco grego. E eu fui junto com ela, claro. Eu a amava. Chegamos a Atenas ao amanhecer, foi assim que decidimos que se chamaria Aanbreek.
- E como o perderam?
- Descobri que Hamir havia me denunciado. Havia uma ordem de busca e prisão contra mim na Arábia Saudita. Se minha esposa tivesse tido o Aanbreek, Hamir nunca pararia até encontrá-la. E quando a encontrasse, encontraria também a mim. E eu morreria. Ela tinha apenas 18 anos, então, abortou. Nós nunca soubemos de fato se o filho era meu, mas gosto de pensar que sim. Eu vendi um colar que trazia comigo e conseguimos fazer nossa vida na Espanha.
- O que aconteceu com a mãe dela? - perguntou, a tristeza era visível no seu olhar.
- Nunca mais voltamos a vê-la.
- E depois disso tudo, vocês se separaram?
- É... Passamos alguns anos juntos, não nego, foi a melhor época da minha vida, até que a peguei com outro, na nossa cama, no nosso quarto, na nossa casa que eu dei duro pra conseguir.
- Que horrível. Eu sinto muito. - ela pôs a mão no meu ombro. - Por causa disso você se tornou assim... Triste, misterioso, um livro fechado.
- Por causa disso tudo, me tornei homem. - corrigi. - E você? - fiz um carinho na lateral de seu rosto. - Como se tornou mulher?
- Não tenho que te falar sobre a minha vida. - ela respondeu fria.
- Você me deve. - cheguei mais perto dela.
- O que eu te devo? Uma verdade ou uma mentira? - ela falou irônica.
- O que preferir. - respondi levantando e encarando a sacada de longe. - Acha que menti pra você? - continuei sem olhar pra ela. Encarei as flores a minha frente, e sorri. Olhei para a parede atrás de , mas especificamente a pintura. Ela percebeu o meu olhar, pois se levantou de onde estava caminhando até mim e olhando pra trás.
- É a Ágora de Atenas. - ela se referiu a pintura. - Mas já sabia, não era? O que veio primeiro, o quadro ou a sua história? Quem inspirou quem?
- Boa pergunta. - eu disse olhando novamente para as flores.
- Esse quadro estava aqui, mesmo antes de você nascer. - ela disse próximo ao meu ouvido.
- Bem antes. - eu me virei. - Estava me esperando todo esse tempo.
Caminhei pra perto do computador.
- Quero te propor algo, não me diga nada. Só me diga onde mora e o nome do seu bairro. -me sentei numa cadeira, e coloquei no google maps. - Para que eu tenha uma ideia do ambiente que rodeia você.
Ela se aproximou, ficando em pé ao meu lado, com um braço apoiado na mesinha.
Ela encarou a tela.
- Primeiro ache Moscou. - disse ela. E eu digitei o nome da cidade na busca. - Agora ache Volga, mais para o leste.
- Volga... Mais para o leste. - eu repeti, mais uma vez digitando na busca, deixando que programa fizesse seu trabalho.
- Daí você vai para Ostrov Nekrasov.
Eu ri.
- Pra onde? - perguntei ainda rindo.
- Ostrov Nekrasov. - ela me encarou também rindo.
- Escreva você, por favor. - eu disse a indicando o teclado e ela começou a digitar. - O que é isso?
- Ostrov significa ilha. - ela traduziu pra mim. A imagem no google maps ficou mais nítida, e eu pude ver uma pequena ilha, com apenas uma grande casa, com uma piscina natural próxima a ela. Haviam várias árvores ao redor, e uma lancha no mar, também próximo a casa.
- Se me disser que essa é a sua casa, vou ter que dar uma surra. - eu falei ainda encarando a tela maravilhado. Senti-a pegando meu pulso e guiando minha mão para trás de seu corpo, me fazendo dar um tapa na sua bunda.
- Por Deus! - eu falei tirando os olhos do computador e pousando na sua bunda. - É como uma pedra. - falei acariciando-a enquanto ela sorria. - Me diga, o que está fazendo aqui em Roma?
Voltei a encará-la. Ela mudou de posição e se encostou na mesa.
- Um casting, sou atriz. - ela mexeu no cabelo.
- Atriz de filme e russa... - eu balancei a cabeça. - É uma das boas, uma das famosas? Ou está casada com um mafioso?
Eu sorri.
- Estou solteira. - ela disse.
- Deve ser mais do que boa, parabéns.
- Mostre-me o seu palácio árabe. - ela pediu me encarando, e mudando totalmente de assunto.
Eu olhei pra tela do computador.
- Não é meu. - respondi. Estiquei meus braços para trás da cabeça flexionando meus músculos.
- Não vai me mostrar?
- Se Hamir descobrir que estamos bisbilhotando a sua casa...
- O que? - ela perguntou divertida.
- É capaz de... Pode nos acontecer de tudo.
Ela riu e eu a encarei com um meio sorriso.
- Se você não me mostrar seu palácio, acharei que é você quem me deve uma história... Verdadeira. Quero saber onde mora. - ela disse enquanto eu a encarava. Ela desceu da mesa e voltou para posição de antes, encarando o computador e os braços apoiados na mesa.
- Veja. - eu disse enquanto digitava. O programa saiu da sua ilha e nos mostrou o outro lado do mundo. - Gostou?
- É o seu povoado?
- É uma cidade chamada São Sebastião.
- Parece um pouco pequena. - ela comentou.
- Bem, depende com o que você compara.
- Roma? - ela sugeriu.
- Seria cerca de... vinte vezes menor. - falei pensativo.
Ela riu.
- Moscou é três vezes maior que Roma. - ela encarou a tela. - Eu gosto. Você parece muito a sua cidade, bonito e fechado.
Eu sorri.
- Essa não é a minha cidade. Eu sou de Valladolid, que é três vezes maior.
- Mostre a sua casa. - ela pediu.
- É aqui. - falei clicando e vendo a tela se aproximar. Fiquei observando a imagem da casa que apareceu e franzi a testa. - Deixaram as cadeiras no terraço.
- E daí? - ela disse.
- Eu não esperava isso.
- Um menino? - ela perguntou apontando para a tela onde havia um menino, sentado em uma cadeira, na área da minha casa.
- Um menino e uma menina. - respondi encarando a tela.
- Você tem filhos? - ela perguntou sorrindo.
- O que? Não posso ser pai? - a encarei.
- Claro que sim.
Voltei a encarar a tela, e reduzi a imagem, não aguentava olhar aquilo.
- O que foi, ? - ela perguntou, vendo minha expressão triste. - A mãe dos seus filhos é aquela que te traiu? Se lembrou dela?
- Não, não é isso. - respondi. - É a foto... Não é recente. Veja a praia, está cheia de pessoas. - falei fazendo o mapa se movimentar para a direita. - Tenho certeza que estávamos ali. Ou na ilha. - fiz o mapa ir um pouco mais pra longe. - Adorávamos passar o domingo na ilha. Essa foto é do verão de quando comecei a viver em São Sebastião. Tem dois anos. - uma lágrima desceu pelo meu olho.
- O que foi? - ela perguntou colocando a mão no meu ombro. Ela se aproximou me dando alguns beijos na bochecha. - ? Quer me contar alguma coisa?
Eu sai da cadeira e me joguei na cama, virando para o lado que ela não pudesse ver meu rosto. Senti que ela se deitou ao meu lado. E me abraçou levemente.
- Pobrezinho. - ela disse fazendo um carinho nos meus braços, beijou o meu ombro e eu me virei o suficiente para que pudesse beijá-la. Ela pôs as duas mãos no meu rosto e iniciamos um beijo leve. Que se transformou em alguns selinhos. Ela fez um carinho no meu rosto.
- De onde você saiu? - eu sussurrei. - Como chega assim, sem avisar?
Ela nada me respondeu apenas voltou a me beijar.
- Não acredito no que eu estou fazendo. - ela sussurrou e beijou novamente.
- O que está acontecendo com você? - perguntei ainda no mesmo tom. - Que medo você me dá, rosita.
Ela começou a sussurrar algumas coisas em russo, que eu não entendia.
- Essa sou eu? **- ela perguntou, seus lábios roçavam no meu a cada palavra. - Pois não me reconheço. **
- Que bonito você falando russo, por Deus. - eu sussurrei. Ela continuou a falar.
- Parece justo pra você... ** Também estou tremendo de medo.** - ela acariciou o meu rosto. E iniciamos mais um beijo. Eu fiquei por cima dela, cortei nosso beijo e comecei a passar minha língua por toda extensão de seu corpo, enquanto ela suspirava e se mexia inquieta, continuei no mesmo ritmo até chegar perto de sua intimidade.
- Vou te dar o melhor orgasmo da sua vida. - eu falei. - Está preparada?
- Sim. - ela sorriu de olhos fechados. Eu posicionei minha cabeça entre suas pernas e lhe beijei as coxas levemente. - Sabe do que eu gostaria?
- Me diz, o que você quer?
- Você tem um... vibrador? - ela sorriu safada, se sentando na cama. Eu parei de beijá-la, encarando-a perplexo. - É que seria melhor se você colocasse algo dentro de mim, enquanto esta dentro de mim.
- Tenho cara de quem usa vibrador? - perguntei, ainda com a cabeça entre as suas pernas, mas sem tocá-las. - Porque eu não uso, e você não sentirá nenhuma falta.
Me aproximei mais de seu tronco, passando por entre as suas pernas, lambendo um de seus seios.
- Eu me conheço. - ela sorriu puxando meu cabelo para trás fazendo-me encará-la.
Ela olhou para o criado mudo, e pegou a garrafa que eu havia posto ali mais cedo. - Que tal uma garrafa de vinho? - ela sorriu e bebeu o último gole que havia ali.
- Não me agrada a ideia de ter algo masculino entre nós além de mim. - me afastei um pouco dela que se endireitou na cama.
- É da Toscana. - ela falou olhando a garrafa. - Soa muito feminino. - eu acariciei suas pernas.
- Não queria te introduzir nada, . Bem, não na parte de trás. Quero dizer, não ao mesmo tempo.
Ela riu.
- Estou mais acostumada com objetos. - ela deu de ombros. Eu fiz uma cara estranha. - Eu gosto de homens, não duvide. - ela sorriu.
- Então você também gosta de mim. - afirmei.
- Sim. - ela concordou. - Porém gostaria se mais se você me obedecesse. Como os outros homens.
- Conheci muitas mulheres, que depois de mim, nunca mais quiseram se envolver com outro homem. Tive que fugir de todas elas.
Ela riu.
- Você é bem convencido. Pois não deixarei que faça isso comigo. - eu sorri. - Na verdade, prefiro que me faça o contrário.
Ela se afastou de mim.
- Espera que depois de mim goste mais de outros homens? - perguntei.
- Isso seria fantástico. - ela afirmou sem um pingo de humor. Eu ri.
- Pois é muito feio que só me diga agora. - eu falei. Me levantei da cama e coloquei as mãos na cabeça suspirando. - Não gosto que a gente discuta, ainda mais por uma garrafa de vinho.
- Ainda mais vazia. - ela complementou. Eu sorri e mordi meus lábios em seguida. Olhei para o telefone em cima do criado mudo.
- Vou pedir algo pra você. - esfreguei minhas mãos indo pegar o telefone. Disquei o número do hotel.
- O que está fazendo? - ela perguntou rindo.
- Quero ver como o Max vai ficar depois que eu pedir uma coisa.
- Boa noite. - Max falou pelo telefone, em italiano.
- Com certeza. Uma boa noite. - falei olhando .
- Deseja algo?
- Minha amiga precisa de um vibrador. - eu disse e vi cobrir o rosto de vergonha enquanto ria.
- Bem, eu não tenho, lamento. Mas... tenho certeza que pode usar outra coisa, tenho frutas. - ele disse e eu queria muito rir.
- Não. Isso é tudo. - eu disse.
- Outra coisa que possa servir...
- Não, pode deixar. Obrigado Max. - desliguei.
- Você é louco, sabia? - comentou.
- Fiz por você. - falei caminhando de joelhos sobre a cama.
- E se o Max entender que isso foi um convite? - ela perguntou. - E subir agora?
- Então você poderá escolher entre o Max e a garrafa de vinho. - eu tirei o meu roupão antes de me sentar na cama de frente pra ela. Peguei a faixa do roupão e envolvi com ela puxando-a mais pra perto. Eu beijei seu pescoço.
- Bem... Max vem de Máximo. - ela comentou. Eu peguei uma de suas pernas e coloquei em volta de mim, a fazendo deitar e ficando por cima dela.
- Mas também é o diminutivo de Máximo. - eu falei. Peguei a garrafa em cima do criado mudo, ia fazer o que ela queria. Como não fazer algo por ela?
Saí deslizando a garrafa por sua barriga, e coxas enquanto a ouvia suspirar.
Ouvimos uma batida na porta, se assustou e levantou o tronco rapidamente, enquanto eu somente olhei para trás.
- Máximo! - ela disse se referindo ao homem que provavelmente estava na porta. Eu coloquei a garrafa na cama e olhei para .
- Max. - falei. Me levantei da cama num pulo e fui até a porta. se cobriu com os lençóis, mas permaneceu sentada.
Peguei meu roupão e o vesti, não fechando como deveria. Abri a porta. E realmente era Max que estava ali. Aliás, quem mais poderia ser?
- Estamos bem, Max. - eu disse. - Não nos falta nada, obrigado.
Eu falei apressado pronto para fechar a porta e voltar o que estava fazendo.
- Trouxe um pepino quente. - ele disse. Idiota.
- O que? - perguntei. Eu não entendia italiano muito bem, posso ter escutado errado.
- Pepino. - repetiu. - Fervi por dois minutos. Estéril. Limpo.
- Olha, é que a minha amiga prefere a garrafa de vinho. - falei um pouco mais baixo. - É da Toscana.
Me referi ao vinho.
- Hum. E você? - ele perguntou provavelmente perguntando o que eu preferia. Mas não deixei barato.
- Eu? Eu sou da Espanha. - respondi encostando o ombro na porta e sorrindo.
Ele riu.
- Então parabéns. - disse ele. - Esta noite a Espanha ganhou da Itália, merecidamente.
- Do que está falando? - perguntei.
- Da Eurocopa. Futebol.
- É que eu não gosto de futebol. - falei.
- E a sua amiga?
- Ela também. Ela é uma tenista russa. - eu menti. começou a rir, chamando nossa atenção, olhamos os dois para ela. Estava rindo sobre a cama.
- O que foi? - perguntei. - Eu adoro as tenistas russas.
Ela riu mais, se jogando no chão com os cobertores.
- Não diga que você é tenista. - eu disse.
Ela riu mais deitando-se no chão.
- Olhe o braço. - Max disse.
- O que? - perguntei o olhando.
- O braço. - ele repetiu. - Um tem que ser mais musculoso, mais forte que o outro.
Concordei, indo para perto e , que ainda se contorcia no chão. Eu segurei em um de seus braços, enquanto ela ria e fazia força contrária para que eu não pudesse analisá-lo.
- Sim, você é tenista! - eu disse. - Olhe o seu braço direito.
- Sou canhota! - ela falou e eu já estava rindo com ela.
- Me enganei, quis dizer o esquerdo. - peguei seu outro braço e olhei a sua mão. - E ainda tem calos! Essa é a prova.
Ela riu alto.
Max bateu na porta.
- Shhh... - ele disse. Olhamos para ele preocupados. Ele caminhou até onde estávamos e se agachou para ficar na nossa altura. - Querem fazer um trio? An?
Eu o olhei incrédulo. Sai fora irmão, vi ela primeiro.
- An-an. - neguei rapidamente. Ele não tirava os olhos de . Voltou a ficar em pé e levou as mãos para o zíper da calça.
- Querem ver primeiro? - ele perguntou. Ai, nojo. Eu e nos levantamos também.
- Não, Max. - ela disse. - Te agradecemos muito, mas não queremos.
Ela falou a última frase em italiano.
- Você fala italiano? - perguntei.
- Uma língua belíssima. - ela falou olhando para mim. - Por favor, saia. - ela voltou-se para Max. - Nos deixe sozinhos.
Ela caminhou para a porta.
- Eu criei uma fantasia. - ele disse quando eu também caminhei para segui-la. abriu mais a porta, esperando que ele passasse por ela. - Eu achava que era isso que vocês queriam.
- Com certeza, ouve um mal-entendido. Não deveríamos ter te chamado. - ela disse. Max olhou para o chão.
Eu apontei a porta, indicando que ele saísse logo.
Ele sorriu e começou a cantar uma música em italiano enquanto passava pela porta.
Quando estava prestes a fechá-la, ele falou.
- Boa noite. O pepino... Foi uma piada.
Eu somente balancei a cabeça e fechei a porta.
- Bom, graças ao Max, conheci uma tenista russa que fala italiano. - eu disse esperando explicações, já que ela mentiu sobre sua profissão.
- Também gosto de futebol. - ela disse.
- Eu menti. - falei, caminhei até o banheiro e acendi a luz. - Essa mansão na ilha não é sua. - falei lá de dentro. - Não tem quadra de tênis. - fui até a porta do banheiro, para encará-la.
Ela nada disse apenas sorriu e se virou mexendo em algumas coisas minhas em cima da mesa. Voltei para o banheiro. Não me importando em fechar a porta, só ia mijar, afinal. Quando estava lavando minhas mãos, a encarei pelo espelho que a refletia um pouco longe, ela também olhava para mim. Desviou o olhar e começou a andar pelo quarto, lentamente.
- Se lembra do que disse antes? - perguntei, saindo do banheiro.
- Quando? - ela me olhou.
- Quando falei sobre medo. - disse.
- Sim. - ela sorriu. - E eu adorei.
- Adorou? - perguntei. Ela tirou o cobertor que a cobria, jogando-o no chão. E deitando nua na cama. - Ouvir que você me dá medo?
- Sim. - ela disse. - Vem aqui. - me chamou com a mão. Eu sorri e me aproximei, tirando meu roupão. Sentei na beira da cama, também não usando roupa alguma.
- Comecei a perceber que tudo em você me dá medo. - falei. Ela deu uma risadinha. - Seus olhos... Sua boca... - toquei bem devagar em ambas as partes. - Seu sorriso... Sua maneira de falar, o timbre da sua voz. Seu cheiro... - me aproximei dela ainda mais. - Seu perfume... Sua respiração... Esse corpão... - falei acariciando suas pernas. - Sua pele... - ela se moveu na cama, ficando de bruços. - Tem uma pele incrível.
Acariciei suas costas.
- Para mim, o que me dá mais medo é a cor da sua. - ela disse.
- Sua pele é como a estepe russa. - falei passando os dedos lentamente por suas costas. - Isso sim dá medo.
Continuei acariciando-a, passando as pontas dos dedos pelo seu pescoço, costas, bunda e coxas.
- Uma pergunta. - ela disse. - Se eu tivesse uma irmã gêmea completamente idêntica a mim, com os mesmos olhos, a mesma boca, voz...
- E a mesma pele? - perguntei.
Ela se virou para me olhar.
- Sim. - respondeu. - Principalmente a mesma pele. Sentiria o mesmo medo?
- Tem uma irmã gêmea? - eu perguntei ignorando sua pergunta.
- É só uma suposição. - ela riu.
- Não sei. - respondi. - Pode ser que sim, pode ser que não. O que ia preferir?
- Me sinto muito feliz, de estar aqui... no lugar da minha irmã gêmea. - ela disse olhando para frente.
- Certo, me explica isso. - me deitei ao lado dela na cama. Apoiando o corpo em dos braços, virado de lado para olhá-la.
- Tenho uma irmã gêmea. - ela começou. - Licenciada em História da Arte. Acaba de terminar sua tese sobre o Renascimento Italiano. Eu vim com ela.
- Como ela se chama? - perguntei.
- .
- Como você? E porque me disse que não se chama ? - perguntei, já que ela falou que havia inventado aquele nome, porém era muito parecido com o da sua irmã.
- Nem sei o seu nome. - ela argumentou.
- Agora faz sentido, você falar tão bem italiano.
- Eu também estudei História da Arte. - ela disse. - Mas no terceiro semestre nós duas fizemos um casting para um filme, e me escolheram. E desde então, estamos separadas.
- Pode provar? - me referi a sua suposta irmã.
- Provar? - concordei. Ela riu e levantou-se da cama, indo até a mesa onde estava o notebook. Sentou na cadeira abrindo o mesmo, e indo para a barra de pesquisas.
Digitou algo, e algumas imagens de uma mulher apareceram. Me aproximei.
- O que digitou aí?
- Tchebricov. - ela disse.
- ? - perguntei. - Primeiro , , e agora . São trigêmeas?
Ela riu negando.
- E o que acontece com o tênis? - perguntei enquanto ela passava algumas fotos da mulher que realmente era idêntica a ela. Se não fosse a própria. Eu já estava bastante confuso.
- Minha irmã e eu jogamos desde crianças. Porém, ela sempre jogou melhor.
- E quando você joga tênis? Não tem tempo. Com tantas gravações, estreias e festas. - concluí. Ela riu. Digitando outra coisa na barra de pesquisa e logo estávamos de volta ao mapa, que passava na ilha dos sonhos onde ela morava. Foi aproximando até mostrar uma quadra de tênis um pouco mais longe da sua mansão. Ela me olhou, só encarei a tela incrédulo. A mulher realmente era a dona da ilha.
- Pode me mostrar sua irmã? - pedi. Ela digitou outro nome.
- é a décima melhor jogadora de tênis da Rússia. - ela disse enquanto observávamos o resultado da pesquisa.
- Ela é canhota como você? - falei olhando uma foto.
- Sim. Eu também sou canhota.
- Não há motivos para que gêmeas sejam ambas canhotas. - falei. - Mesmo que sejam idênticas em tudo.
- Nós somos. - Ela disse.
- E não existe nenhuma diferença entre vocês?
Ela pensou um pouco. Me olhou e levantou-se da cadeira, caminhando para perto da sacada, mas não entrou lá de fato.
- Me tornei mulher antes dela. - ela disse, de costas para mim. Encarando algumas flores que haviam ali. - Não da mesma forma que você se tornou homem. - me olhou rapidamente.
- O que quer dizer?
- Minha mãe morreu quando tínhamos 13 anos. - ela começou. - E desde então, meu pai começou a me tratar como uma mulher. Só tocava em mim. - eu me aproximei, ficando atrás dela e fazendo um carinho nas suas costas.
- E sua irmã? - perguntei.
- Não. Somente eu.
- Porque? - perguntei novamente.
- Não sei. - ela disse. - Senti que devia guardar segredo e não contar para ela. Até que uma noite... nos viu.
- E como ela reagiu? - perguntei, curioso.
- Mal. - respondeu. Se sentiu rejeitada. E... dessa forma começou o seu complexo de inferioridade.
- Complexo de inferioridade, porque o seu pai não a tocava? - falei não acreditando no que acabara de ouvir. - Deveria se sentir com sorte.
- Aquilo não durou muito. - ela falou caminhando de volta até a cama. - Menos de um ano.
Ela se sentou na cama, de costas para mim.
- Está chorando? - perguntei preocupado. Caminhei até ela, sentando me logo atrás de onde ela estava. - Pode chorar se quiser.
Acariciei seus ombros.
- A verdade é que eu não choro. - ela disse olhando para cima.
- Não? - perguntei.
- Bom, não choro desde aquela época.
- Chorar é muito bom. - eu disse.
- Não sei mais. - ela afirmou.
Me levantei, dando a volta na cama e parando na sua frente.
- Chora como atriz. - a encarei nos olhos. - Vamos, por favor, atue para mim.
- É o que estou fazendo.
- Adoraria te ver chorar, assim poderia te consolar. Vamos. Chora, chora. - sussurrei a última parte. Ela fez suspirou e um lágrima escorreu de um dos olhos.
- Desculpa, . - ela disse, olhando para baixo. - Não sou uma boa atriz.
Ela se virou para o outro lado. Parecia ter ficado realmente triste. Novamente dei a volta na cama, sentando no meu lugar de antes, porém de frente para a tv, como ela estava. Peguei o controle remoto.
- Canta bem? - perguntei, ligando a tv. Estava sendo exibido um show de uma banda italiana qualquer. Me levantei e comecei a dançar na frente dela. Ela começou a rir e logo estávamos os dois pulando em cima da cama. Depois de um tempo ela pegou o controle, foi para o chão e começou a cantar e dançar fingindo que o controle era o seu microfone. Eu me deitei na cama e fiquei somente assistindo. Em uma parte da música, a cantora dava um grito estridente e acompanhou-a, fazendo muito barulho, enquanto eu ria. Alguém que estava hospedado no quarto ao lado reclamou algo em italiano e me olhou com a mão na boca querendo rir. Ela desligou a tv e começamos a rir controladamente.
- Shhh... - eu disse pra ela, colocando meu dedo indicador sobre a boca. E fazendo um sinal "espere" com a mão, logo depois.

Ela me olhou estranho. Desci da cama e me aproximei dela, passei uma das mãos por suas costas e deslizei até sua coxa, fiz força para puxá-la para cima, e logo ela estava no meu colo. Nos encaramos por alguns segundos antes de nos beijarmos. Nossas línguas brigavam por espaço e chocavam fortemente uma com a outra. Nós soltávamos gemidos e lufadas de ar no meio do beijo. Nos separamos apenas para pegar ar, mas eu me distraí com a pintura que havia no teto. Era um cupido, apontando uma flecha na minha direção. Irônico. também olhou para cima. Sorriu. Eu caminhei com ela em meu colo, e a joguei na cama. Acariciei suas pernas, beijei lentamente o interior de suas coxas. Ouvi ela arfar quando cheguei perto de sua intimidade. Soprei a carne quente, vendo ela se contorcer. Quando ela levantou o quadril do colchão, foi a minha deixa. Eu segurei com as duas mãos em cada lado da sua bunda e suguei com força o máximo de carte que consegui. Ela gemeu, empurrando minha cabeça em sua direção. Eu comecei a lamber rapidamente, vez ou outra dando um chupada com força. Depois de alguns minutos, ela puxou minha cabeça para cima e me beijou ferozmente. Nós separamos rápido e ela me empurrou para o lado. Me deitei e ela se levantou, colocou uma perna em cada lado do meu corpo e foi andando de joelhos mesmo até chegar com a intimidade próximo ao meu rosto. Suas pernas estavam abertas bem diante dos meus olhos, não pude evitar de lamber os lábios. Ela se sentou sobre o meu rosto, e comecei a chupá-la como eu podia. Ela gemia e jogava o tronco para trás. As mãos uma enfiada no meio dos seus cabelos, a outra apoiada na minha barriga. Esta última vez outra se mexendo, até que encontrou meu pênis e começou a masturbá-lo lentamente. Ela começou a mover seu quadril gemendo mais alto e de alguma forma sentindo mais prazer e chegando ao orgasmo se movimentando ainda mais rápido durante o processo. Quando os espasmos acabaram ela saiu de cima de mim, sorrindo safada. Eu também fiquei de joelhos e a empurrei fazendo-a soltar um gritinho e cair de costas na cama. Obriguei-a a virar de bruços e depois a fiz ficar de quatro, me posicionei atrás dela e lambi minha mão, passando-a pelo meu pau. O coloquei na sua entrada e me forcei para dentro dela com dificuldades. Ela era apertada demais. Nós gememos.
- Ai porra. - eu falei, ainda sem me mexer. - Tão apertada.
Disse e comecei a me mover lentamente, ouvindo-a gemer e vendo-a rebolar. Segurei com as duas mãos em sua cintura, a puxando para o meu encontro e acelerei os movimentos, ouvindo o barulho delicioso de nossos quadris se chocando se misturando com nossos gemidos. Ela passou a se apoiar somente com uma mão no colchão e levou a outra até o seio, apertando-o. Eu coloquei minha mão por cima da dela e também apertei. Ela olhou para trás e sorriu para mim, dando uma rebolada. Tirou a mão do seio, e colocou sobre a minha, para sentir meu toque. Ela apertava seu peito junto comigo, e depois de me ensinar como gostava ela desceu a mão para sua intimidade e começou a se tocar, gemendo mais alto em seguida. Eu olhei para o lado e achei a porra da garrafa de vinho ali. Peguei-a usando a mão que antes estava no seio dela. Observei bem sua outra entrada e cuspi ali, ouvindo um gemido assustado dela e vendo o meu cuspe escorregar pelo meio de uma bunda e acabar se misturando com o suco dela que já tinha melado todo o meu pau. Eu passei a garrafa próximo de onde o meu pau entrava e saía, melando o gargalo para que ele deslizasse mais fácil. Posicionei a garrafa na entrada do seu ânus e empurrei sem dó. Ela gemeu alto.
- Você pediu a garrafa não foi? - falei e me movimentei mais rápido, deixando a garrafa parada por um tempo. Logo depois movi meu pau mais lentamente e comecei a dar atenção a garrafa. Movimenta ela rapidamente, entrando e saindo. gemia enlouquecida. Eu forcei a garrafa mais fundo, fazendo com que não só o gargalo entrasse lá, mas a parte de trás também. Era um pouco grossa, mas com um pouco de esforço caberia. gemeu. Um misto de dor e prazer. Cuspi mais uma vez ali para lubrificar e consegui empurrar um pouco mais da garrafa. gritou jogando a cabeça para trás e depois pendendo-a para frente. Puxei a garrafa toda para fora, jogando-a na cama novamente. Segurei com as duas mãos em cada lado da bunda dela, não deixando-a se fechar. Vi que seu orifício estava bem mais relaxado e maior, também um pouco vermelho. Novamente cuspi ali e tirei meu pau de dentro dela, só para meter novamente, mas na sua outra entrada. gritou quando sentiu eu me enfiar ali, seu corpo foi para frente com o impacto. A comi do jeito que eu queria, me movimentando como eu queria, até gozar dentro dela. Tirei meu pau dali, vendo meu líquido escorrer pela sua entrada, até chegar na outra. Onde eu voltei a me enterrar, mesmo já tendo gozado. Ela gemeu de susto, e começou a rebolar para o meu pau, só para chegar no seu orgasmo mais rápido, que não tardou a chegar.
Cansados, nos jogamos na cama, ela para um lado, e eu para o outro.
- Imagino que naquele harém árabe você teve todo tipo de relações com mulheres. - ela disse, encarando o teto. Eu sorri. - Ou era proibido?
- Nunca vivi na Arábia Saudita. - confessei. Ela se sentou para me olhar
. - Que pena. - ela cruzou as pernas. - Eu gostava dessa história.
- Eu também. - eu disse. - Quem fugiu da Arábia Saudita em um barco grego foi a minha mãe. Grávida de mim e fugiu do meu pai, com o homem que realmente amava, que é o homem que eu de fato chamo de pai. Sou filho de Hamir. E nasci em Atenas.
- Fico feliz que esse bebê tenha vindo ao mundo. - ela sorriu e eu também.
- Obrigado.
- Você é grego e não espanhol. - ela comentou
. - É, mas alguns meses depois de nascer minha mãe me levou para a Espanha.
- Sua mãe também traiu o seu pai? Como na sua história?
- Não. A minha mãe teve muitos homens, e muitos problemas. Mas ela sempre cuidou bem de nós dois
. Ela sorriu e se levantou.
- Veja, , eu muito menos, fui totalmente sincera com você. - franzi a testa. - Me caso domingo que vêm.
- Quem? - perguntei rápido me sentando na cama. - A atriz ou a tenista?
Eu ainda estava bem confuso com essa história.
- A tenista. - respondeu.
- ? - eu disse. - Não é a atriz. É a gêmea?
- Minha irmã também é gêmea.
- Então você é a renascentista? É a do Renascimento. - ela concordou. Também me levantei caminhando até ela.
- Por um lado, eu gosto. - sentei no sofá que havia ali próximo. - Mas não me agrada a ideia de se casar assim tão rápido.
Ela riu.
- Estamos planejando a quase um ano.
- Com quem? - perguntei.
- Com o Dr. da minha tese sobre Renascimento.
- É italiano?
- Não, é de Moscou. - ela respondeu. - Compramos um apartamento, nos mudaremos depois da lua de mel.
- É uma dessas colmeias russas. - falei.
- Sim, muito diferente da minha irmã.
- Fico feliz que seja da classe média. - eu disse. Ela riu. - Acima de tudo, fico feliz que seu pai não tenha te tocado. Então, é você quem tem complexo de inferioridade. - ela olhou para baixo. - Não entendo.
Ela virou de costas e caminhou para a pequena mesa de jantar que ficava próximo a sacada, sentou-se em uma das cadeiras. As pernas cruzadas, o rosto encarando a noite.
- Um dia acordei e não vi minha irmã na cama. Levantei e fui para o quarto do meu pai. Lembro das suas mãos enormes, com seus dedos fortes e grandes, acariciando o corpo nu da . Idêntico ao meu. - ela não havia movido um músculo desde que começou a falar. - Fiquei ali escondida, olhando. Foi a primeira vez na minha vida que senti... prazer sexual. Toda vez que eu acordava e não via a minha irmã... eu me despia e me tocava.
- Eu te entendo, rosita. - eu disse, ela me olhou, mas voltou a encarar a paisagem a sua frente.
- Isso nos separou muito, a e eu. - continuou. - Mas agora gosto mais da minha vida que a da minha irmã.
- Fico feliz. - eu praticamente sussurrei. - E além disso, terá a sua própria família.
Eu me sentei em uma poltrona que ficava próxima da cama, e pus os pés sobre a mesma.
Do lugar onde eu estava, conseguia ver perfeitamente. Chamei-a com a mão e ela suspirou, se levantando e indo em minha direção. Ela se sentou no braço da poltrona. Peguei meu celular, pondo em vídeo para que ela assistisse. No vídeo mostrava eu e minha ex namorada, com os dois filhos dela. Que eram como se fossem meus também.
"Por favor fiquem parados" eu dizia no vídeo, enquanto corria atrás das crianças.
" não sabe falar" o menino continuava correndo e rindo do meu sotaque que soava diferente dos deles.
"Então, me ensina! Quero aprender." Eu dizia e mudava a direção da câmera para minha ex namorado, que sorria.
"Iremos parar de correr, quando você aprender a falar" dizia a menina e os dois começaram a correr ao redor da mãe, e eu filmava tudo. Estávamos todos em lugar cheio de neve, usamos roupas quentes e toucas.
- Em que idioma falam? - perguntou.
- Em Euskera. - respondi. - É uma língua muito antiga. É muito difícil. Tento aprender. Mas toda vez que erro os meninos começam a rir de mim.
- Também quero ter filhos. - ela disse. Eu a olhei.
- São os filhos da Edurne. - eu falei, vendo que a mesma aparecia na tela, sorrindo.
- Quanto tempo ficou com ela? - ela perguntou, ainda olhando o vídeo, que dessa vez mostrava meu rosto, ao lado de Edurne. Falando alguma besteira.
- Dois anos. - falei. - Ela estava recém separada e eu tinha acabado de sair de uma relação muito problemática. Ficou um fim de semana em Madri, nos conhecemos em uma noite e um mês depois fui para São Sebastião morar com ela.
"Mamãe" o garoto falou no vídeo. Mordi meu lábio. Edurne o pegou no colo.
"Me dá um beijo" ela falou e eles deram um selinho. Não me aguentei e pausei o vídeo, começando a chorar.
- O que aconteceu? - perguntou me olhando. Eu não respondi, apenas tentei conter as lágrimas. - Vamos, , por favor me diga.
Voltei a dar play no vídeo.
- O menino morreu no verão passado. - eu disse. - Foi um acidente doméstico estúpido. É a primeira vez que volto a ver essas imagens. Edurne não conseguiu superar. Eu me levantei e deitei na cama, ela rapidamente deitou-se ao meu lado, ficando de frente comigo. - O menino morreu enquanto eu estava em casa. Estávamos sozinhos. Edurne não me culpa, mas... quisera ela estar com ele aquela tarde. E não eu. Quem sabe? O acidente poderia não ter acontecido. - não disse nada, apenas me abraçou, e passou sua perna por cima do meu quadril. Eu fiz um carinho nela. - Como é correr com essas pernas? - ela apenas sorriu e passou a movimentar a perna, como se estivesse correndo. - Que sensação de velocidade maravilhosa. Tenho certeza que corre como uma gazela.
Ela riu.
- Há quanto tempo você está com ele? - perguntei.
- Com Vadim? Quatro anos... intensos.
- E o ama?
- Eu o amo muito. - ela disse. - Profundamente. E aprendo muito com ele. É muito culto. E sempre sabe o que fazer.
Eu me sentei na cama, e ela permaneceu deitada, fazendo um carinho nas minhas costas.
- Já havia sido infiel antes? - perguntei.
- Não. - ela respondeu. - E você com Edurne.
- Nunca. - eu disse. - Mas eu não estou mais com ela. Resolvi me afastar, depois do que causei.
- Isso machuca nós dois, não é verdade? - ela perguntou.
Me joguei na cama suspirando. Fiquei acariciando seu rosto. O tempo foi passando, nem sei quantas horas ficamos ali somente abraçados. Olhando as inúmeras pinturas que haviam no quarto. Ela se levantou e foi até o notebook.
- Quer me dar um presente de casamento? - ela perguntou abrindo o notebook e indo para um site qualquer.
Me levantei um pouco atordoado e fui até ela. Mas me sentei na poltrona ali próximo.
- Claro. - respondi. Dali eu conseguia ver a lista de presentes que ela queria.
- Estes são os que faltam. - ela disse.
- Eu não sei. - eu disse. - O que você prefere?
- O que você escolher.
- E o que eu coloco? "De , o espanhol de Roma"?
- Se for um homem pode parecer suspeito. - ela disse. - Ponha o nome da sua ex. Direi que a conheci em Roma, uma mulher espanhola muito simpática.
- E linda? - perguntei.
- Lindíssima. - ela riu.
- Tudo bem. - eu disse. - O que veio fazer em Roma?
- É um presente de casamento da minha irmã. Uma semana na Itália. Na intenção de se nos unir. Mas brigamos essa noite e saí por minha conta. - ela explicou.
- Te conheci graças à uma briga... - Sua irmã é uma boa atriz?
- Sim, muito boa. E sabe chorar perfeitamente bem. E também é verdade que é amante de um...
- Mafioso? - perguntei. Ela não disse nada apenas movia seus olhos de um lado para o outro, concordando.
- E você o que está fazendo aqui em Roma?
- Vim para uma feira de locomoção e sustentabilidade. - respondi. - Ideias de transportes para o futuro. Ecológicos, limpos e com baixo consumo. - expliquei.
- Ahã. - ela disse debochada. - Fantástico. Eu sorri, ela não tinha acreditado em mim.
Puxei o notebook para mais perto e comecei a digitar. Coloquei em um site com fotos dos transportes os quais eu havia mencionado. Apontei para ela o transporte que eu havia criado, cliquei e fui lhe mostrando várias fotos de ângulos diferentes. - O que é isso?
- Se chama Aspásia. - eu disse. Era uma espécie de moto, um pouco menor. - Perfeito para andar pela cidade. Velocidade máxima, 70km por hora, 40 milhas. É como uma bicicleta. Você pedala, mas se precisar de ajuda para subir uma ladeira, pode conectar um motor silencioso de ar comprimido. E se chover, não vai se molhar.
- Quem inventou essa coisa? - ela riu.
- Eu. - disse. Ela me olhou, e começou a rir, tapando a boca logo em seguida. - O que? Não tenho cara de inventor?
- Na verdade, não.
- Sou engenheiro mecânico. - falei, ela riu mais. - O melhor da minha turma.
Ela parou de rir subitamente, me encarando.
- Faz sentido. - ela disse.
- Por quê?
- É o melhor homem que já conheci.
- Obrigado, amor. - eu disse.
- Não me chame de amor.
- Porque? - perguntei.
- O amor é outra coisa.
- Pra mim também. - eu disse me aproximando dela. - Mas o que sinto agora se parece muito com amor. - vi eles negar com a cabeça. - É quase idêntico.
- O amor que possa existir aqui, nesse instante, é pura fantasia.
- Como em qualquer lugar.
Alguns segundos de silêncio depois, ela voltou a falar.
- Já sei o que quero de presente. - disse olhando para a tela do notebook.
- Não está na sua lista de casamento. - eu disse.
- Coloco agora mesmo. - ela sorriu. - E se você não quiser me dar de presente, outro dará.
- Tudo bem, vou deixar aqui. - eu disse. - Está na feira. Para quem quiser comprar.
- E gostaram? - ela perguntou.
- Muito. - eu sorri.
- Eu adorei. - ela olhou para a tela sorrindo, e depois para mim novamente. - Tenho certeza que não falta muito para banirem os carros das cidades e colocarem as suas Aspásias.
- Por enquanto, só existe esse protótipo.
- Só um é suficiente para Moscou. - ela disse.
- Tem que saber que se quiser a minha Aspásia como presente, eu vou junto. - disse e ela riu. - Somos inseparáveis.
Cheguei ainda mais perto dela.
- Melhor ainda. - ela sussurrou. - Eu também sei quem foi Aspásia. - eu a olhei, ela sorriu e olhou para trás, para uma das pinturas que haviam na parede. - Vivia ali, naquele quadro.
Eu sorri concordando.
- Faz uma semana que entrei nesse quarto e vi essa pintura, achei que era um bom sinal para a minha Aspásia. Mas hoje me disseram que não podem fabricá-la.
- Por isso saiu para beber? - ela perguntou.
- A verdade é que... - eu comecei. - depois do último inverno, depois do que aconteceu com o menino, não houve sequer uma noite sem alguns copos do lado. Me ajuda a dormir. A não ser essa noite, que você me deixou acordada.
Ela mordeu o lábio. Olhou para o chão, nossas roupas jogadas.
- Eu tenho que ir. - ela disse. Eu não falei nada, apenas desviei meu olhar do dela. - Posso tomar banho antes?
Voltei a olhá-la.
- Sim. - respondi.
Ela se levantou caminhando até o banheiro. Suspirei. De onde eu estava conseguia ver o que ela fazia pelo espelho.
- Perdão Vadim. Mas nunca te contarei isso. - ela falou se olhando no espelho. - Agora, eu também tenho um segredo. - ela continuou. - Mas está mais distante que o seu.
- Eu confundi a mensagem desse quadro. - sussurrei para mim mesmo. - É você, minha Rosita, o sinal que eu precisava.
- Você sempre vai ser assim, o meu reflexo. - ela falou sussurrando e apontando para si própria no espelho. - Essa... - ela tocou no peito. - Sempre será eu.
Ela saiu da frente do espelho, e não pude mais vê-la. Logo ouvi o barulho do chuveiro. E ela começou a cantar. Caminhei até lá e me encostei na porta assistindo a cena. Comecei a cantar com ela, e entrei debaixo do chuveiro abraçando-a e ela riu. Lhe dei um beijo no ombro, fui fazendo uma trilha de beijos até encontrar sua boca, ela recuou um pouco quando tentei beijá-la, mas não resistiu e se entregou. Eu levei minha mão até a sua intimidade, mexendo meus dedos ali, fazendo-a arfar. Ela me abraçou forte quando enfiei dois dedos dentro dela. Comecei a movimentá-los juntamente com o polegar em seu clitóris. Ela começou a gemer e fazer movimentos involuntários com o quadril na minha mão.
Ela segurou em meu pescoço, o empurrando na direção do seu seio, que eu abocanhei sem nem pensar. Tirei meus dedos de dentro dela ao mesmo tempo que mordia o seu mamilo, sem tirar a minha boca do local, eu segurei em suas pernas fazendo com que ela entrelaçasse as mesmas ao redor do meu tronco. A sustentei com uma mão e com a outra segurei em meu pau, o posicionando em sua entrada, passei a segurá-la com as duas mãos, e forcei seu quadril para baixo, entrando totalmente nela. Gememos alto. Ela começou a se mexer para cima e pra baixo, pulando como podia, e eu segurava nas laterais de seu corpo, ajudando-a nos movimentos.
Ela desceu do meu colo, me deixando sem entender nada. Me empurrou até que eu estivesse sentado na lateral da banheira, desligou o chuveiro e se ajoelhou na minha frente.
Tirou meus cabelos dos olhos e fez um carinho no meu rosto, me beijando em seguida. Se levantou, me deixando ali e sentou na outra lateral da banheira, com os pés para fora, olhando para baixo. Parecia triste. Arrependida, talvez. Eu suspirei, encostando minha cabeça na parede.
Olhei para os dois roupões do hotel que estavam ali pendurados e logo em seguida para as pantufas, que estavam no chão. Ela fez o mesmo, e sorriu para mim. Me levantei e ela também. Ela pegou um roupão e levou até mim, me ajudando a vesti-lo. Segurou em minhas mãos e me fez sair de dentro da banheira, ela deu um nó na faixa do meu roupão e empurrou levemente para sentar no lugar onde ela estava sentada antes. Ela se agachou pegando um par de pantufas, e colocou uma em cada pé meu. Eu assistia tudo calado. Quando ela terminou, eu fiz o mesmo que ela. Peguei o outro roupão e vesti-a. Enquanto ela sorria. A fiz sentar no seu lugar de origem e peguei as pantufas, calçando-a. Mas antes de pôr em seus pés, e deixei um beijo em ambos. Ela apenas sorria. Peguei uma toalha menor e comecei a enxugar seus cabelos.
- Quero te dizer uma coisa. - ela falou, mexendo nos meus cabelos.
- O que você quiser.
- Essa noite, antes de eu te conhecer, minha irmã disse algo no jantar que... no fundo já imaginava, mas não tinha coragem de perguntar. - ela começou, caminhando para frente do espelho, pegou um pente e começou a pentear os cabelos. - Bebemos muito vinho e estávamos muito bem. Até que ela me contou que... Vadim esteve com ela antes de mim. Também foi professor da minha irmã, mas éramos de turmas diferentes. Quando lhe ofereceram o casting, ela parou de ir para a faculdade e ele a chamou. Sairam juntos por um tempo. Foi ela quem o deixou. Acho que os dois combinaram em não me contar nada. Até que essa noite, minha irmã deixou escapar.
- Não diga nada para ninguém - eu falei. -, mas eu gosto mais de você que da sua irmã. - ela riu. - E branco lhe cai melhor que nela.
Entrelacei nossas mãos e ela virou-se para mim, juntando nossos lábios levemente. Eu a abracei forte e aprofundei o beijo, segurei em uma de suas pernas e mal deixei que ela viesse para o meu colo pois já deitei com ela no chão. Soltei o nó de seu roupão e ela fez o mesmo com o meu, me puxando para perto pela faixa. Eu segurei o meu pau o deixando na sua entrada e entrelacei nossas mãos acima da cabeça, penetrando-a forte, enquanto gemíamos com as bocas coladas. Me movimentava dentro dela sem pressa, vez ou outra meu pau escorregava para fora dela, e eu acabava forçando na sua coxa, pois não queria parar de me mover, mas também não queria soltar minhas mãos das dela. Em um desses acontecimentos eu tive que soltar nossas mãos e posicionar meu pau de volta para sua entrada, ouvindo seu gemidinho. Voltei a segurar em sua mão e ela me beijou, passando as pernas ao redor do meu quadril. Eu gozei logo em seguida, sem sair de dentro dela, levei meus dedos até o seu clitóris e os movi ali até que ela também chegasse no seu limite.
Me levantei em seguida, oferecendo minha mão para que ela segurasse, e assim ela fez, levantando-se também. Fechei o roupão dela e fiz o mesmo com o meu. Ficamos encarando nossos reflexos no espelho, de mãos entrelaçadas.
- Os convidados estão chegando. - eu disse, fazendo uma brincadeira, como se estivéssemos em seu casamento.
- Minha irmã queria convidar alguns amigos do seu noivo. - ela voltou a falar sobre seu casamento. - Gente perigosa. Na verdade, esse foi o motivo pelo qual briguei com ela.
- Fez bem. Não queremos mafiosos aqui. - falei, ainda na brincadeira. - Se alguém tem algo para dizer - eu dei as costas a ela, como se estivesse falando com uma plateia -, que fale agora ou se cale para sempre.
- Eu! - disse, eu voltei a olhá-la.
- Vamos ouvir a noiva. - eu disse.
- O mais curioso é que agora sinto medo por Vadim. Por descobrir que o noivo da minha irmã é um monstro.
- E você, o que você sente?
- Eu? - concordei com a cabeça. - Sei que Vadim está apaixonado por mim.
- Adoro como você é. - eu disse. - É uma pessoa boa. Melhor que todos os outros. Certeza que tem razão. Vadim te ama. Acima de tudo.
- Outra coisa curiosa. Vadim sempre me lembrava de um personagem do Renascimento. Um em particular.
- Quem? - perguntei.
- Esse homem que fala em cima da sua cama. - ela disse e de lá dava para ver, um quadro na parede e acima da cabeceira. - É Leon Batista Alberti um dos meus humanistas preferido. Dizia que não se pode tencionar o arco sem ter um destino para apontar.
- O que significa? - perguntei.
- Que um artista deve saber a todo instante o que ele está representando. - ela andou até a porta do banheiro e passou a encarar o quadro. Eu a segui, fazendo o mesmo. - Retrata um simpósio no palácio dos Medici. Certeza que falava sobre os gregos. Ele ficou fascinado. Esse quadro - ela apontou - fala sobre o outro. - apontou novamente, para outro quadro. - O que existiu entre esses quadros tem mais de 20 séculos.
- E para nós, isso é só um quarto. - eu falei. Ficamos alternando o olhar entre um quadro e outro. - Parece que estamos numa partida de tênis.
Ela riu e meu selinho, entrando novamente no banheiro. Continuei ali, encostado na parede, novamente meu olhar caiu na pintura do cupido que havia no teto. Parecia que não importava o ângulo que eu o visse, estava sempre com a flecha apontada para mim. Irônico?
Me sentei no sofá e fiquei vendo que o dia estava para amanhecer. Esperei ali até que saísse do banheiro, com os cabelos já secos, por ter usado o secador do hotel.
- Conclusão... - falei para ela. - aqui, debaixo da minha cidade natal... Você me quer?
Ela riu.
- Bom... Não sei porque, mas agora... - ela apagou a luz do banheiro, deixando o ambiente um pouco mais escuro. - Sim. Eu te quero.
- Com ou sem fantasias? - perguntei.
- Com as duas coisas. - ela sentou ao meu lado.
- O branco também fica bem em mim, não é? - perguntei. Ela riu. Olhamos para a sacada, vendo o sol nascer.
- Nasce um novo dia. - ela disse.
- O 'Aanbreek' é o meu momento.
- Quero ver o amanhecer com você, e então, diremos adeus.
Eu me levantei e comecei a arrumar as cadeiras da mesa que ficava na sacada. Coloquei-as de frente para a grade de proteção, e sentei-me em uma delas. me acompanhou sentando-se ao meu lado. Ficamos olhando o sol surgir de trás dos prédios. Ela colocou a cabeça no meu ombro, e eu juntei nossas mãos. Logo o sol começou a aparecer, clareando o quarto. Ela se levantou da cadeira, soltando minha mão. Também me levantei.
Ela caminhou para dentro quarto, eu fui atrás dela. Ela começou a desfazer o nó de seu roupão enquanto encarava suas roupas no chão.
- Vou pedir um café da manhã para nós. - eu disse e andei até o telefone.
- Vou ligar para minha irmã. - ela disse, fechando o roupão novamente.
- Muito bem, rosita. - eu disse.
- Deseja alguma coisa? - ouvi a voz de Max no telefone.
- Sim. - eu disse. - Queremos ser os primeiros a tomar o café da manhã.
- Fico feliz. - ele disse. - E como vão querer o café, simples, ou...?
- O mais completo que tiver. - eu disse.
- Como quiser.
- Obrigado, Max.
Desliguei o telefone.
Ouvi falar algo em russo pelo telefone. Cheguei perto dela.
- Posso ouvir a voz da sua irmã? - perguntei. Ela aproximou o celular de mim, pondo no viva voz. Eu não entendia o que ela falava, já que era tudo em russo.
- Parece que estão imitando a sua voz. - eu disse.
colocou o celular na orelha novamente, provavelmente inventando uma desculpa para irmã que ouviu minha voz. Logo depois desligou o telefone.
- Nunca vai contar nada para ela? - perguntei. - Então qual é o plano? Passar por aqui sem deixar rastros? Sem poder contar nada para ninguém?
- Isso depende de cada um. - ela disse.
- Mas tem que haver algo nosso. Algo de nós dois. Algo que nos lembre essa noite.
- Como o quê? - ela perguntou.
Eu fui até a cama e puxei o forro da mesma e saí o carregando até a sacada onde havia os mastros com as bandeiras e o do meio estava vazio. Amarrei o lençol lá, com a ajuda de .
- Ainda não tem vento, é muito cedo. - falei.
- Quando soprar - ela falou olhando para o céu -, vão tirar uma foto, você vai ver. Devem isso para nós dois.
Ela se referiu a uma foto do google maps, já que passamos a noite inteira nele.
- Foi bonito o que acabou de dizer, rosita.
- A sua ideia foi mais bonita. - ela sorriu.
- Formamos uma bela equipe. - eu disse.
Ela sorriu e voltou a olhar o céu.
- Mas só podem nos ver por causa de um satélite. - ela falou.
- Está inspirada, não é? - perguntei.
- Por você. - ela me olhou.
- Isso merece um beijo. - eu falei. Segurei com as duas mãos cada lado do seu rosto, e juntei nossos lábios. Foi um beijo bem leve, só um encostar de lábios. Mas eu logo aprofundei, empurrando minha língua para dentro da sua boca. A puxei para mais perto de mim com um dos braços. Mas fomos interrompidos por batidas na porta.
- Max! - eu disse.
- Máximo! - ela falou e riu.
- Nosso café. - eu falei e fui até a porta.
- Bom dia. - disse Max entrando com o carrinho com as comidas.
- Sim é um bom dia. - falei. - Estamos ali no terraço.
Apontei e ele continuou empurrando o carrinho.
- Hoje começa o verão. - disse ele. Eu me sentei em uma cadeira na frente de . Ele colocou a bandeja na mesa entre nós. - Aqui está. Dessa vez foi mais fácil. Queria um café completo, então, trouxe um café mais que completo.
- Obrigado, Max. - eu falei.
- Obrigada. - disse . E alternou o olhar entre nós dois, e depois olhou para o lençol pendurado no mastro.
- E o que é isso? - ele perguntou. Ele nós olhou novamente e rimos. Ele começou a cantar em italiano e logo estava fora do quarto. Esse cara era muito brisado.
- Bom, já temos um padrinho. - eu disse e ela riu.
- O melhor.
Comecei a servi-la. Bebemos café em silêncio, eu olhei para um construção na frente do hotel, enquanto levava minha xícara a boca.
- A luz do dia nos faz bem. - ela disse.
- Certeza, eu faço isso. - eu disse.
- Ei... Como o sol deixa o seu rosto mais bonito - ela se aproximou -, os seus olhos, os seus lábios.
- Olhe para sua pele. - eu disse. - O estepe ficou ainda mais dourado. - toquei seu nariz. - Que medo.
- Eu sei que sinto medo. - ela disse.
- Por quê?
- Porque sei o que eu vejo. - ela recuou. - E o que sinto.
- Vamos ser corajosos. - eu disse. - Se fôssemos um casal, o que faríamos? Você e eu.
- Não sei, tudo isso é novo para mim.
- Viveríamos em Roma? - perguntei.
- Estou apaixonada por Roma. - ela disse.
- Então, vamos viver em Roma.
- Você faria isso? - ela voltou a se aproximar.
- Isso é real. , não é uma fantasia. Eu sinto com toda certeza. - sorri. - As portas se abrem, não consegue ouvir? - ela olhou para o lado. - Feche os olhos. - ela fez o que eu disse. Também fechei os meus. - Se nossas mãos se encontrarem no centro da mesa, ficaremos juntos. Aceita?
- Aceito. - ela disse. Levantei minha mão direita e a deslizei pelo lado direito da mesa bem devagar, mas não encontrei a mão dela. Abri meus olhos vendo que sua mão estava do outro lado da mesa, fui com minha mão esquerda próximo da dela e entrelacei-as. Ela se assustou, soltando um grito.
Eu ri.
- Levei um choque! - ela disse.
- E eu também, acredita nisso? - ela concordou, rindo. - Isso, é porque temos certeza de algo, não é?
Olhei para nossas mãos, juntas.
- Não sei. Mas agora, é o que mais desejo nesse mundo. - ela sorriu, e eu também.
- E como quer que eu te chame? ou ?
- . - ela disse.
- Como? - perguntei, fingindo que não entendia.
- . - ela forçou a última sílaba.
- Sssha. - eu a imitei.
- É o nome que inventei pra você. - eu sorri. Fiquei de pé, apenas para conseguir me aproximar dela e beijar-lhe. Voltei a me sentar e passei a mão em suas pernas.
- E eu irei te ver correr? - perguntei, ela riu. - Quero sair na rua e te ver correr com essas pernas longas.
- Prometo que verá. - ela disse. Continuamos a comer, ficamos encarando lençol pendurado. Viver com ela em Roma, mas que ideia louca. Me levantei da cadeira, indo para dentro do quarto novamente. Fui até o banheiro e comecei a encher a banheira. Estava escovando os dentes quando chegou. Pegou uma escova e começou a pentear os seus cabelos. Terminei de escovar meus dentes e larguei a escova em cima da pia. pegou-a e colocou mais pasta escovando os próprios dentes.
- Tome banho comigo, por favor. - pedi. Ela cuspiu na pia, lavando a boca e a escova em seguida, deixando-a sobre a pia.
- Não. - ela disse, decidida.
- Só um banho juntos, abraçados. Sem fazer nada.
- Iríamos sofrer mais e seria mais difícil dizer adeus.
- Mais? - frisei. - . Eu nunca em toda a minha vida havia sentido esse tipo de amor. Não desse jeito. E não pode ser em vão. Tem certeza que quer que nos separemos, para sempre?
- Sim. - ela falou do mesmo jeito de antes. Eu fui para perto dela, mas ela se afastou de mim. Eu tirei o meu roupão, pronto para entrar na banheira, sozinho.
- Não se rebaixe assim! Luta! - ela disse.
- É isso o que estou fazendo. - falei. - Lutando por você.
Dei um passo em sua direção.
- O que você acha, que não sinto a mesma coisa? - ela falou chorosa.
- Então, vamos nos abraçar. - eu sussurrei.
- Não!- ela gritou. Eu me afastei, dando alguns passos para trás.
- Desculpa. - eu disse, desligando a torneira que enchia a banheira. - Perdão, não sei o que aconteceu comigo. - entrei na banheira. - Desculpa, você tem razão. - me sentei, sentindo a água preencher meu corpo. - Eu ficarei aqui, eu prefiro assim.
- Não sofra assim, por favor. - ela se ajoelhou ao lado da banheira.


A merda do cupido e sua flecha filha da puta me encaravam dali. Eu já entendi que você me pegou, não precisa jogar na minha cara o tempo inteiro.
Eu apontei para o cupido no teto e ela o olhou, eu sorria para a pintura. Ela se aproximou me beijando calmamente. Naquele momento eu realmente senti a flechada no meu coração, era como se água da banheira que me cercava fosse meu sangue perdido por causa do ferimento.
- . - ela disse. - Tem razão. Te entendo perfeitamente. Nunca senti o amor tão intensamente como nessa noite com você.
- Verdade? - perguntei. Ela sorriu.
- A partir de hoje, podemos ter certeza que uma vez na nossa vida, nós, o sentimos. Mas é melhor deixá-lo aqui guardado para sempre conosco. Para que nunca desapareça.
- Na banheira? - pedi.
- Claro. - ela sorriu. - Aonde mais?
Levantou-se e tirou o roupão.
Entrou e deitou-se ao meu lado, me abraçando.
- Uma última vez? - pedi.
- Onde? - ela perguntou.
- Na nossa banheira. - eu disse como se fosse óbvio.
- Para deixar tudo aqui. - prendi minha respiração e me deitei sobre ela, afundando minha cabeça na água. Começamos a girar, um ficando por cima do outro, respirando quando tínhamos oportunidades. Estávamos rindo, e nossos movimentos faziam muita água cair fora da banheira. Paramos de girar, ficando ainda abraçados, ela estava com uma das pernas ao redor do meu quadril. Eu aproveitei para entrar nela uma última vez. Ela gemeu, olhando nos meus olhos. Eu comecei a me mover como podia, hora ela olhava para mim, me beijava, hora ela olhava para baixo para ver nossos quadris se chocando. Eu novamente parei o olhar no cupido do teto.
Filho da puta.

☆☆☆


Saímos da banheira e vestimos os roupões novamente. E ela ficou secando o cabelo enquanto eu fui para o quarto arrumar minha mala. Depois de um tempo ela saiu de lá. Vestimos nossas roupas, e logo estava na hora de partir. Ela saiu do quarto, eu ainda dei uma última olhada, antes de passar pela porta. Ao chegarmos na rua, eu falei:
- Vou pegar um taxi até o aeroporto. É por ali. - apontei.
- O hotel Ninfa fica para o outro lado. - ela disse. - Bom, adeus. Sem beijos.
- Tem certeza?
- Absoluta. - afirmou.
- Tudo bem. - falei. - Mas não esqueça que eu beijei seus pés.
- E eu os seus, não? - perguntou.
- Não. - eu disse.
- Posso beijar agora?
- Não. - respondi. - Iríamos sofrer mais na despedida.
Falei o mesmo que ela havia dito alguns minutos atrás.
Comecei a andar para um lado, e ela para outro, conseguia ouvir perfeitamente o barulho dos seus saltos.
- ! - ela falou depois de uma certa distância.
- O quê? - olhei para trás.
- Veja! - ela disse e começou a correr em minha direção, realizando minha vontade de vê-la fazer tal ato. Eu ri.


Fim.



Nota da autora: Gostaram?:D Comente e me faça feliz, ok? S2
Eu sei que em alguns momentos a fic ficou confusa, mas ela foi baseada no filme, e eu tive que assistir ele pelo menos umas 5 vezes para entender todas as mensagens.
Sobre esse final, cabe a vocês decidirem se eles ficaram juntos ou não.
Obrigada por ler e acompanhe minhas outras fics, listadas abaixo.



Outras Fanfics:
O Diário de Uma Trouxa - [outros/em andamento]
Para Todos os Caras que já Transei - [outros/restritas/em andamento]

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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