Capítulo Único
Há um ditado que ouvi alguns anos atrás da minha avó: "Quem procura acha, quem pede é atendido, então saiba onde procurar e selecione bem seus pedidos.".
Eu não levei muito a sério o que ela havia me dito, pessoas mais velhas geralmente eram muito supersticiosas, e como havia perdido contato com ela, levei minha vida adiante me esquecendo de suas palavras. O que foi um erro! Porque a imprudência do meu pedido poderia me custar a vida…
A noite de Natal fora comemorada num salão alugado no alto de uma colina. O céu estava límpido nos permitindo enxergar as estrelas. O calor do verão era amenizado pela brisa fria da noite. Amigos e familiares estavam dentro do local, com ar condicionado para refrescar as pessoas - não me sentia muito festiva, por conta disto resolvi observar o céu noturno. Haviam cadeiras espalhadas pelo terraço, então me sentei numa área mais afastada, me permitindo admirar as estrelas.
— Eu só queria que por um dia eu pudesse ser feliz todas as 24 horas.
O sussurro fora quase inaudível enquanto via o vislumbre de uma estrela cadente. A brisa fria tocou meus braços desnudos, livrando-me da sensação de calor.
— , correto?! — A figura do bom velhinho estava diante meus olhos, e ele riu do meu espanto. — Deixe-me ver: você não está na lista dos levados e parece que teve um excelente comportamento esse ano. — Ele entregou a prancheta aos seus ajudantes, os quais eu não fazia ideia de como surgiram. — Seu pedido será concedido, mas lembre-se: a magia natalina durará apenas 24 horas.
Tão rápido e inexplicavelmente surgiu, o bom velhinho desapareceu, assim como o local em que estávamos. A escuridão me tragou bruscamente, deixando-me ainda mais confusa.
— Cadete, é hora de levantar! — Uma voz mal humorada me despertou.
Beliches espalhados por todo lado, roupas em um design pouco comum, pessoas levemente familiares... Onde é que eu estava?!
— , levanta! Vamos nos atrasar! — Uma voz vagamente familiar me chamou.
Figuras como Mikasa, Sasha, Ymir etc foram preenchendo meu campo de visão enquanto o choque tomava meus sentidos. De alguma forma, eu havia conseguido me vestir e seguir as garotas em direção ao refeitório. Eu não sabia se estava dormindo ou se o que estava acontecendo ali era real, mas, fosse lá a explicação, eu estava aterrorizada! Havia um alto risco de vida! Peguei meu prato, me sentando num canto afastada. Eu não entendia o que estava ocorrendo, havia tremores por todo o meu corpo. Fechei os olhos, apoiando minha cabeça sobre a palma de minhas mãos, e respirei fundo algumas vezes, porém um grito estridente escapou de meus lábios assim que senti um toque em meu ombro.
As conversas se silenciaram, ergui meu olhar encontrando a figura... Não! Jean Kirstein me observava sem entender. Ele se sentou ao meu lado, mantendo uma distância.
— Ouvi que você não estava bem, , vim apenas checar seu estado. — Jean me contou pacientemente.
— Como isso é possível?! — Minha mão se elevou até a face de Jean, minha voz mal havia passado de um sussurro abismado.
— O treinamento de ontem realmente sugou suas forças, deveria pedir uma dispensa das atividades de hoje. — Ele abaixou minha mão com gentileza, seus lábios haviam deixado um breve e cálido beijo sobre as costas de minha mão esquerda.
Jean se levantou, seguindo para fora do recinto. De alguma forma desconfiava que aquele Papai Noel suspeito estava por trás disso! Sem qualquer apetite, me forcei a engolir os alimentos; poderia estar ficando louca, mas não desperdiçaria comida!
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Com a finalização da refeição, todos os cadetes foram convocados ao treinamento, para o qual, claro, eu não estava apta. De algum modo, Jean conseguiu que eu me livrasse disso. O fato mais estranho era que todos ali de repente haviam criado vida, ou então eu havia enlouquecido!
"Quem procura acha, quem pede é atendido, então saiba onde procurar e selecione bem seus pedidos.".
A frase de minha avó surgiu em minha cabeça como um estalo. Aquele Papai Noel havia realizado um dos meus mais profundos desejos!
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Passei o dia extremamente consciente da figura de Jean, todos ali me chamavam pelo nome. Era quase como se todos me conhecessem há meses... então meu pedido havia sido Jean. Sorri tristemente, antes de me aventurar entre os alunos menos habilidosos.
A risada escapou conforme fui abaixando a guarda; interagia mais e eu podia sentir que estava animada outra vez, toda a falta de disposição e medo haviam me abandonado. O dia foi passando e quando realmente ousei olhar para Jean, as orbes dele já estavam sobre mim. Confusa, o segui após ver a expressão de frustração que ele carregava. Quando estava a poucos metros dele, Jean resolveu erguer sua face.
— O que houve com você, ? Qual o motivo de estar me evitando tanto?! — Havia mágoa em suas palavras.
Sem saber o que fazer, apenas o abracei, procurando o confortar com doces palavras. Os braços de Jean me envolveram firmemente.
— Não voltarei a fazer isso outra vez. — O respondi calmamente, com isso os lábios de Jean alcançaram os meus.
Uma doce sensação percorreu meu corpo em apreciação, sentimentos por personagens 2D haviam se intensificado nesse mundo alternativo. Eu sabia que pouco tempo me restava ao lado dele, então procurei desfrutar disso o máximo que podia. Retornamos juntos ao restante dos cadetes na hora do jantar. Um dos braços de Jean permaneceu em volta de mim. Seus olhos possuíam sempre um brilho inegável quando encontravam os meus.
— Te vejo amanhã.
Estávamos em frente à estrutura onde ficava o dormitório feminino, Jean pousou seus lábios sobre minha fronte enquanto seus braços me mantinham próxima a ele.
— Claro.
O respondi com um sorriso, embora estivesse triste, e antes que ele pudesse me responder tudo mudou ao meu redor. Estava outra vez no mesmo local de onde parti, o tempo não havia passado ali. A noite ainda permanecia tão entediante quanto antes, quando a havia deixado.
— Você está bem? — Uma voz me tirou dos meus devaneios.
Ergui meu olhar encontrando a figura... Não, era completamente impossível! Não havia como ser verdade.
— Jean? — Minha voz saiu baixa embora estivesse surpresa.
— Desculpe, mas já fomos apresentados em algum lugar? — Ele me indagou, sentando-se na cadeira ao meu lado.
Acabei rindo para quebrar o clima desconfortável. Aquele que estava em minha frente era o equivalente ao Jean Kirstein do mangá.
— Não, mas não é mais interessante dessa forma?! — O provoquei, vendo-o sorrir.
Ao longe, poderia ter ouvido o som da risada do Papai Noel. Fosse lá o que havia ocorrido meu Natal havia ficado muito mais interessante!
Eu não levei muito a sério o que ela havia me dito, pessoas mais velhas geralmente eram muito supersticiosas, e como havia perdido contato com ela, levei minha vida adiante me esquecendo de suas palavras. O que foi um erro! Porque a imprudência do meu pedido poderia me custar a vida…
A noite de Natal fora comemorada num salão alugado no alto de uma colina. O céu estava límpido nos permitindo enxergar as estrelas. O calor do verão era amenizado pela brisa fria da noite. Amigos e familiares estavam dentro do local, com ar condicionado para refrescar as pessoas - não me sentia muito festiva, por conta disto resolvi observar o céu noturno. Haviam cadeiras espalhadas pelo terraço, então me sentei numa área mais afastada, me permitindo admirar as estrelas.
— Eu só queria que por um dia eu pudesse ser feliz todas as 24 horas.
O sussurro fora quase inaudível enquanto via o vislumbre de uma estrela cadente. A brisa fria tocou meus braços desnudos, livrando-me da sensação de calor.
— , correto?! — A figura do bom velhinho estava diante meus olhos, e ele riu do meu espanto. — Deixe-me ver: você não está na lista dos levados e parece que teve um excelente comportamento esse ano. — Ele entregou a prancheta aos seus ajudantes, os quais eu não fazia ideia de como surgiram. — Seu pedido será concedido, mas lembre-se: a magia natalina durará apenas 24 horas.
Tão rápido e inexplicavelmente surgiu, o bom velhinho desapareceu, assim como o local em que estávamos. A escuridão me tragou bruscamente, deixando-me ainda mais confusa.
— Cadete, é hora de levantar! — Uma voz mal humorada me despertou.
Beliches espalhados por todo lado, roupas em um design pouco comum, pessoas levemente familiares... Onde é que eu estava?!
— , levanta! Vamos nos atrasar! — Uma voz vagamente familiar me chamou.
Figuras como Mikasa, Sasha, Ymir etc foram preenchendo meu campo de visão enquanto o choque tomava meus sentidos. De alguma forma, eu havia conseguido me vestir e seguir as garotas em direção ao refeitório. Eu não sabia se estava dormindo ou se o que estava acontecendo ali era real, mas, fosse lá a explicação, eu estava aterrorizada! Havia um alto risco de vida! Peguei meu prato, me sentando num canto afastada. Eu não entendia o que estava ocorrendo, havia tremores por todo o meu corpo. Fechei os olhos, apoiando minha cabeça sobre a palma de minhas mãos, e respirei fundo algumas vezes, porém um grito estridente escapou de meus lábios assim que senti um toque em meu ombro.
As conversas se silenciaram, ergui meu olhar encontrando a figura... Não! Jean Kirstein me observava sem entender. Ele se sentou ao meu lado, mantendo uma distância.
— Ouvi que você não estava bem, , vim apenas checar seu estado. — Jean me contou pacientemente.
— Como isso é possível?! — Minha mão se elevou até a face de Jean, minha voz mal havia passado de um sussurro abismado.
— O treinamento de ontem realmente sugou suas forças, deveria pedir uma dispensa das atividades de hoje. — Ele abaixou minha mão com gentileza, seus lábios haviam deixado um breve e cálido beijo sobre as costas de minha mão esquerda.
Jean se levantou, seguindo para fora do recinto. De alguma forma desconfiava que aquele Papai Noel suspeito estava por trás disso! Sem qualquer apetite, me forcei a engolir os alimentos; poderia estar ficando louca, mas não desperdiçaria comida!
Com a finalização da refeição, todos os cadetes foram convocados ao treinamento, para o qual, claro, eu não estava apta. De algum modo, Jean conseguiu que eu me livrasse disso. O fato mais estranho era que todos ali de repente haviam criado vida, ou então eu havia enlouquecido!
"Quem procura acha, quem pede é atendido, então saiba onde procurar e selecione bem seus pedidos.".
A frase de minha avó surgiu em minha cabeça como um estalo. Aquele Papai Noel havia realizado um dos meus mais profundos desejos!
Passei o dia extremamente consciente da figura de Jean, todos ali me chamavam pelo nome. Era quase como se todos me conhecessem há meses... então meu pedido havia sido Jean. Sorri tristemente, antes de me aventurar entre os alunos menos habilidosos.
A risada escapou conforme fui abaixando a guarda; interagia mais e eu podia sentir que estava animada outra vez, toda a falta de disposição e medo haviam me abandonado. O dia foi passando e quando realmente ousei olhar para Jean, as orbes dele já estavam sobre mim. Confusa, o segui após ver a expressão de frustração que ele carregava. Quando estava a poucos metros dele, Jean resolveu erguer sua face.
— O que houve com você, ? Qual o motivo de estar me evitando tanto?! — Havia mágoa em suas palavras.
Sem saber o que fazer, apenas o abracei, procurando o confortar com doces palavras. Os braços de Jean me envolveram firmemente.
— Não voltarei a fazer isso outra vez. — O respondi calmamente, com isso os lábios de Jean alcançaram os meus.
Uma doce sensação percorreu meu corpo em apreciação, sentimentos por personagens 2D haviam se intensificado nesse mundo alternativo. Eu sabia que pouco tempo me restava ao lado dele, então procurei desfrutar disso o máximo que podia. Retornamos juntos ao restante dos cadetes na hora do jantar. Um dos braços de Jean permaneceu em volta de mim. Seus olhos possuíam sempre um brilho inegável quando encontravam os meus.
— Te vejo amanhã.
Estávamos em frente à estrutura onde ficava o dormitório feminino, Jean pousou seus lábios sobre minha fronte enquanto seus braços me mantinham próxima a ele.
— Claro.
O respondi com um sorriso, embora estivesse triste, e antes que ele pudesse me responder tudo mudou ao meu redor. Estava outra vez no mesmo local de onde parti, o tempo não havia passado ali. A noite ainda permanecia tão entediante quanto antes, quando a havia deixado.
— Você está bem? — Uma voz me tirou dos meus devaneios.
Ergui meu olhar encontrando a figura... Não, era completamente impossível! Não havia como ser verdade.
— Jean? — Minha voz saiu baixa embora estivesse surpresa.
— Desculpe, mas já fomos apresentados em algum lugar? — Ele me indagou, sentando-se na cadeira ao meu lado.
Acabei rindo para quebrar o clima desconfortável. Aquele que estava em minha frente era o equivalente ao Jean Kirstein do mangá.
— Não, mas não é mais interessante dessa forma?! — O provoquei, vendo-o sorrir.
Ao longe, poderia ter ouvido o som da risada do Papai Noel. Fosse lá o que havia ocorrido meu Natal havia ficado muito mais interessante!
FIM
Nota da autora: Obrigada a todos que chegaram até aqui, escrever com o Jean não foi a tarefa mais fácil por ser um personagem que eu não gosto kkk. Boas festas e um ótimo Natal 💕🎄💕.
Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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