Capítulo Único
Santa Monica, CA.
4 de Julho de 2019
Antes
4 de Julho de 2019
Antes
estava feliz.
Não sabia ao certo se era porque tinha dado a sorte de pegar férias logo no começo do verão ou se era porque estava gastando suas férias na sua cidade preferida de todo o estado da Califórnia. Claro, ela também amava Los Angeles. Mas nada nunca iria se comparar ao sentimento de estar andando pelo píer de Santa Monica, com o sol balançando seus cabelos enquanto ela escutava um bom e velho rock em seus fones.
Tirou os fones de ouvido pela primeira vez naquela manhã, só então percebendo o quão alto eles estavam quando escutou a voz de Joshua em Highway Tune escapar através dos seus fones. Não que ela realmente se importasse, não. tinha um mantra que carregava sempre que alguém ameaçava levantar a voz para ela: Somente Joshua e Chester Bennington eram autorizados a gritar com ela, ninguém mais.
Respirou fundo e levou uma de suas mãos até a mochila que havia levado consigo, retirando a caixinha de seus óculos de dentro dela, trocando os óculos escuros por seus óculos de grau, encostando-se na cadeira de praia enquanto pegava seu exemplar de Salem’s Lot e voltava sua plena atenção para o livro, sentindo-se em perfeita paz consigo mesma.
Todavia, a mulher ao menos sabia que paz de espirito seria a última coisa que ela conseguiria naquela praia e muito menos nas horas que se passariam a seguir, principalmente quando sentiu seu relógio reluziu, mostrando que alguém estava disposto a tirar o seu momento consigo mesma logo pela manhã.
— É bom que você tenha um ótimo motivo para estar me ligando nesse horário quando estou em período de férias, Skyler – a latina deixou seu livro ao lado logo após atender a ligação.
— Você já foi mais educada comigo, sabia? – balançou a cabeça negativamente, escutando a risada da inglesa ao outro lado da linha.
— Seja direta, Sky. Eu estou de férias e eu desejo do fundo do meu coração aproveitar o quatro de julho como uma boa estadunidense da Califórnia.
— Ok, ok! – Roman bufou ao outro lado da linha. - Eu preciso de uma fotógrafa e você é a melhor que conheço, o que acha de fazer uma viagem para Irish Lake em dezembro?
— Me parece interessante, mas qual seria temática do ensaio? Preciso preparar o material pra saber como trabalhar – murmurou, procurando pelo caderno de anotações dentro da bolsa que carregava.
— É um ensaio de casamento.
— Legal! Quem vai se casar? Chelsea? – pegou uma caneta, começando a anotar os detalhes que a amiga havia dito.
— EuVouMeCasar – Skyler atropelou as palavras.
— Eu acho que a ligação cortou, pode falar mais devagar?
— Eu vou me casar – parou por alguns segundos, tentando se lembrar de algum detalhe que ela havia perdido. Lembrou-se de que Skyler estava namorando Luke por algum tempo considerável e apenas juntou as peças.
— Sério? Isso é incrível! – a latina não pôde deixar de sorrir. Estava feliz pela amiga finalmente estar bem. – Vocês já tem uma data?
— Algo entre a primeira e segunda semana de dezembro, estamos decidindo o dia. Mas já quero que deixe sua agenda livre para esses dias.
— Considere feito – a fotógrafa sorriu, marcando os dias na agenda em seu colo. - Sky? Eu estou realmente feliz por você.
— Obrigada, – Sky murmurou, gritando algo que a mulher não conseguiu entender. - O horóscopo disse para você ficar esperta, alguém importante pode cruzar seu caminho hoje.
— Diga para Chelsea que eu sinto saudades também. Agora, voltarei para o meu descanso, sim? Bom falar contigo.
— Same – a inglesa desligou, fazendo com que tirasse seus fones e guardasse seu celular dentro da mochila.
suspirou mais uma vez naquele dia, levantando-se da cadeira de praia que havia trago consigo para a praia assim que sentiu seu estômago reclamar de fome. Fez uma careta e começou a fazer seu caminho em direção ao estacionamento do píer. Não havia andado muitos metros quando sentiu algo empurrá-la diretamente em direção à areia da praia, consequentemente a fazendo cair de cara e derrubar todos os seus pertences. Estava a ponto de xingar até a décima geração do indivíduo que havia feito a pachorra de passar em cima dela, quando notou a pelugem negra e sentiu uma língua molhada passar por seu rosto.
— Você não pode sair pulando em desconhecidos assim, sabia? – apoiou-se em seus próprios cotovelos, acariciando o São Bernardo enquanto ele a lambia e cheirava. - As pessoas podem não receber isso muito bem – sorriu fraco, passando a mão pelo pescoço do cachorro, procurando por uma coleira de identificação. Quando a encontrou, apenas virou para conseguir identificar seu nome.
— Benjamin, seu fujão! – escutou uma voz ofegante gritando pelo cachorro. Procurou pelo dono dela, balançando a cabeça ao ver um homem se apoiando em seus próprios joelhos, visivelmente cansado por correr atrás do cachorro. – Deus, eu não sei mais o que fazer com você – ele andou lentamente em direção à mulher, que agora havia se levantado e limpado os grãos de areia que haviam grudado em sua roupa.
— Ele é bem animado, huh? – ela sorriu, segurando a guia antes de entregá-la na mão do desconhecido.
— Eu realmente peço desculpas por ele. Benjamin fica animado demais e frequentemente sai fugindo de mim – o desconhecido coçou a cabeça, visivelmente desconfortável com a situação. - Eu sou Dylan, aliás – ele estendeu a mão em direção a mulher, que agora pegava seus pertences no chão.
— Eu sei bem como é isso, Tommy faz o mesmo as vezes – estendeu a mão para o rapaz, cumprimentando-o. – Eu sou . Bom, eu tenho que ir agora, mas foi bom conhecê-los, principalmente você, Ben – acariciou a cabeça do cachorro, que latiu em protesto quando ela parou o afago.
— Posso ao menos me redimir pela falta de educação do meu cachorro antes?
— Tá tudo bem, de verdade.
— Não, eu insisto – o homem sorriu. Sorriso esse que a fotógrafa não pode deixar de achar fofo. - Você tem um papel e uma caneta? – ele se aproximou quando ela assentiu com a cabeça e procurou por ambos dentro de sua bolsa, entregando-os a seguir. - Se você mudar de ideia... – ele anotou algo no papel. – Você pode me enviar uma mensagem, sim? – ele devolveu o bloquinho com a caneta, sorrindo de canto.
— Eu vou pensar na possibilidade.
Ela sorriu, guardando o bloquinho antes de refazer seu caminho em direção ao seu carro. Quando chegou até ele, apenas jogou a cadeira de praia na caçamba da caminhonete e começou a procurar pela chave do carro dentro de sua bolsa, rezando para que não tivesse deixado cair em algum lugar durante o caminho. Procura essa que foi totalmente inútil quando, pela segunda vez no dia, algo simplesmente a fez ir em contato direto com o chão e seus pertences voarem pelos ares.
— O universo só pode estar de sacanagem com a porra da minha cara hoje, não é possível! – a morena bufou, empurrando o corpo do rapaz que havia trombado nela com força, o fazendo bater a cabeça na porta do carro.
— Ouch! – ele reclamou, olhando para a mulher que agora se abaixava no chão para recolher seus pertences pela segunda vez em menos de dez minutos.
— Isso é o que você ganha quando não olha por onde anda – ela rolou os olhos, jogando todas as suas coisas desajeitadamente dentro da bolsa antes de se levantar.
— Eu estava correndo e esbarrei em você, me desculpe – o segundo desconhecido do dia murmurou, com os cabelos cobrindo boa parte de seu rosto.
— Não tem problema, ok? Aliás, sinto muito pelo empurrão – pegou as chaves do carro, desativando o alarme. – Você vai ficar sentado aí? Eu não quero ser grossa, mas eu preciso almoçar e você tá impossibilitando minha entrada no carro.
Ela se virou em direção ao rapaz, finalmente encarando o rosto do desconhecido. Ela reconheceria os cabelos e o perfil do garoto em qualquer lugar que estivesse, mesmo que fosse à metros de distância. O desconhecido que havia a derrubado no chão era somente o baixista da banda que, por acaso, não saía da sua playlist pelos últimos cinco anos. E a história conseguiria piorar se ela considerasse que havia construído uma péssima primeira impressão, para dizer o mínimo, tratando o garoto com a grosseria digna do Shrek.
— Puta que pariu – ela o encarou, tão embasbacada pelo rapaz que ao menos se lembrou de toda a ética que foi ensinada no trabalho quanto à tietar pessoas famosas.
— Por favor, não grita. Eu estava correndo de um grupo de pessoas e eu tô cansado demais pra fazer isso de novo.
jogou a cabeça para trás, respirando fundo antes de voltar a encará-la. Notou que a expressão embasbacada que ela carregava alguns segundos antes havia sido substituída por uma expressão que ele não conseguia decifrar se era curiosidade ou dúvida. Começou a calcular todas as possíveis variantes das perguntas que viriam a seguir, mas nenhuma delas foi realmente condizente com as palavras que saíram pelos lábios da mulher nos segundos seguintes.
— Eu realmente sinto falta de quando vocês eram uma banda pequena – ela sorriu divertida, engolindo totalmente o seu lado fangirl em respeito ao pedido do rapaz.
— Algumas vezes eu também sinto – murmurou. - Então você é uma fã de longa data?
— Você tá me zoando? Eu estou aqui desde que tudo isso... – apontou ao redor, antes de voltar sua atenção ao baixista. - Era mato. Você pode fingir que não, mas eu vi sua fase emo acontecer.
— Eu não tenho nem como me defender diante de uma coisa dessas – balançou a cabeça negativamente. - Ei, você pode me fazer um favor?
— Depende.
— Eu meio que preciso de uma carona e eu acho que não vou conseguir dar cinco passos pra fora desse lugar sem uma multidão de pessoas virem pra cima de mim – ele suspirou, passando a mão por seu rosto. – Você poderia me dar uma carona até meu hotel? Eu prometo te recompensar.
deu um sorriso um tanto quanto convincente, o que fez com que quase ficasse da cor de um pimentão. Afinal, quais eram as chances de trombar com um dos seus ídolos e ele ainda te pedir uma carona? Tão nulas que, se tivesse seus dezesseis anos, estaria rezando para que sua vida fosse como a das personagens de fanfics com McFly, onde Tom Fletcher se apaixonava por ela.
— Pelo seu bem, é melhor que seja uma ótima recompensa – ela sorriu de canto, estendendo a mão para que o rapaz se levantasse.
— Eu estou me sentindo como se tivesse falando com uma caçadora de recompensas – ele riu. – Você venderia minha cabeça para os paparazzi também?
— Talvez, pagando bem... – ela sorriu de canto, abrindo a porta traseira do carro para que o baixista entrasse. Quando ele o fez, apenas seguiu seu caminho em direção ao banco do motorista.
— Você sabe que não é um problema pra mim estar no banco da frente, né?
— Sim, mas eu sou apenas uma anônima e adoraria continuar desse jeito – sorriu, jogando a bolsa no banco do carona para pegar um óculos de sol no porta-luvas. - Portanto, coloca isso.
— Às ordens, Capitã – sorriu, colocando os óculos escuros antes de se jogar contra o banco traseiro.
— Então, onde você está hospedado?
— Hotel Fairmont, se eu não estou enganado.
— Fancy, mas como você conseguiu chegar até Venice? – deu partida no carro, manobrando-o para fora do estacionamento. – Quero dizer, são bons quarenta minutos andando de um distrito à outro – virou o carro, entrando pela Pacific Ave e dirigindo pela grande avenida.
— Eu acho que acabei me perdendo e aí me perdi mais – ele balançou a cabeça, olhando a paisagem borrada através da janela do carro.
— É algo comum.
Levou a mão até o rádio para ligá-lo e quando o fez, apenas voltou sua atenção para a rua enquanto batucava incessantemente seus dedos no volante conforme o ritmo de alguma música de reggaeton que tocava das estações. não era um fã assíduo do gênero musical, mas admirava a forma como a estranha gentil cantava a letra da música com um espanhol perfeito.
— Você não me disse seu nome – ele tentou puxar assunto com a mulher, que dobrava a Wilshire Boulevard e estacionava próximo ao hotel Fairmont.
— , meu nome é – desligou o carro, virando-se para o baixista e estendendo a mão para ele.
— Eu te devo uma, – apertou a mão da garota. - Sobe comigo, assim você conhece os meninos e ficamos quites.
— O quê? Não, você realmente não precisa se preocupar – sentiu as bochechas queimarem e não foi necessário o riso do homem no banco traseiro para que ela soubesse que estava parecendo um pimentão.
— Pare com isso, vamos logo.
saiu de dentro do carro, abrindo a porta do motorista para a moça que pulou de dentro do carro e apertou o alarme após ele fechar a porta atrás de si. O homem levou sua mão até a base das costas de guiando-a pela entrada do hotel até o lobby, onde apenas confirmou o número de seu quarto antes de se dirigirem até um dos elevadores do hotel. Apertou o botão e esperou até que o elevador chegasse em seu andar
— Sabe, eu me senti assim quando tocamos com Elton John – ele provocou, recebendo uma revirada de olho da mulher como resposta. - Fica calma, eles não vão te morder.
— Essa é a última coisa que me preocupa – ela tamborilava os dedos nervosamente no bolso do shorts que usava, entrando no elevador assim que este se abriu no lobby.
— O que te preocupa, então? – franziu a sobrancelhas, encarando-a após apertar o botão do andar do quarto de seus irmãos.
— Eles não irem com a minha cara, isso é algo traumatizante pra um fã.
— Você deveria se preocupar comigo, foi por sua causa que eu bati a cabeça numa porta de carro – ele a encarou sério, soltando uma gargalhada quando ela o olhou com uma carinha triste. - É brincadeira, .
— Você é horrível e “”? – fez aspas com os dedos. - Que intimidade é essa?
— Você pode me chamar de , se isso torna as coisas melhores. Qual é! Estou tentando te deixar menos tensa – ele a empurrou levemente com o cotovelo, a fazendo rir fraco. - Preparada? – ele sorriu, saindo do elevador com a mocinha ao seu lado e parando em frente a porta dos irmãos.
— Nem um pouco – ela apertou o tecido da camiseta que usava, tentando enxugar a mão suada.
— Não repara na bagunça, sim?
Ele sorriu, abrindo a porta com a chave que estava no bolso de sua calça. sentia seu coração bater mais rápido que tudo, a ansiedade estava a fazendo respirar fundo para manter sua calma diante dos seus ídolos. Claro, ela já havia conhecido uma quantidade considerável de artistas e bandas, mas nunca através de coincidências. Sempre os conhecia em seu ambiente de trabalho, onde nunca podia tietar de forma direta. Trabalhar em uma revista influente tinha suas vantagens, mas eram raras as chances de tirar cinco minutos para conversar com algum de seus ídolos. Por esse motivo seu coração quase saiu pela boca quando abriu a porta do quarto e a empurrou porta a dentro, a fazendo ter uma visão completa de roupas jogadas pelo quarto e instrumentos musicais em cima de uma das camas.
— Eu acho que eles devem ter saído ou algo do tipo.
murmurou, fechando a porta atrás de si e andando até o criado mudo de uma das camas onde um bilhete repousava. Pegou o bilhete em mãos e tentou decifrar o que a caligrafia horrível de Jake dizia.
— Yup, eles saíram para conhecer a cidade e vão assistir à queima de fogos no píer de Santa Mônica – o baixista deixou o bilhete no lugar onde havia encontrado, sentando-se na cama para observar uma analisando com atenção o quarto onde estavam. - Me desculpe por isso.
— Tá tudo bem – ela sorriu em resposta. - Você vai ficar por aqui?
— Provavelmente – ele se jogou contra a cama. – E no fim do dia quem sabe eu não os encontre no píer.
— Isso pode soar estranho e eu juro que não estou tentando te sequestrar ou algo do tipo – ela se aproximou, sentando-se ao lado do rapaz. – Mas qual foi a última vez que você se divertiu, fora dos palcos, como uma pessoa normal?
— Quando voltamos pra Frankenmuth.
— Ok... o que acha de fazermos um tour pela cidade? Os garotos fizeram o mesmo e você pelo menos tem uma guia e fica sem riscos de se perder de novo.
— Eu sei que você tem a melhor das intenções, mas eu acho que não seria uma boa ideia – bufou, encarando o teto. - Paparazzi podem estar em todos os lugares e eu não quero fazer com que você seja o novo alvo das fofocas.
— Não se transformarmos você em alguém irreconhecível – ela sorriu levemente, tentando encorajar o rapaz a entrar na onda. – Você se diverte e eu me divirto como a fã que sou.
— Vamos supor que talvez, mas só talvez, eu realmente esteja considerando essa sua ideia maluca – ele levantou o dedo em riste.- Onde iríamos?
— Vamos apenas dizer que eu sou quase uma californiana e por isso conheço alguns lugares que ninguém te reconheceria – ela se levantou, encarando o jovem jogado na cama. – Você só vive uma vez, .
— Você parece o diabo no meu ombro, sabe disso né? – o baixista balançou a cabeça, levantando da cama para seguir a garota até a porta. – É melhor eu não me arrepender disso.
— Você não vai.
— Chegamos.
retirou o cinto de segurança e pegou a bolsa que repousava ao seu lado no banco do carona, procurando algo dentro dela antes de retirar as chaves da ignição e sair do carro com ao seu lado. Entraram no prédio, subindo a pequena escadaria até uma porta branca.
— Ele não morde.
franziu o cenho entrando no apartamento atrás da garota e fechando a porta atrás de si, escutando barulhos de patas batendo no chão e um borrão amarelado vindo em sua direção. Virou-se para frente no momento em que o cachorro pulou em cima dele, fazendo com que ele desse dois passos para trás com o peso do bichinho. Sorriu de canto e curvou-se para frente, acariciando-o.
— Traidor - rolou os olhos, colocando sua bolsa em cima da mesa de centro da sala. - Tommy Lee, pare de pular na visita agora - disse um tanto autoritária, fazendo com que o cão apenas parasse de pular no rapaz e fosse em sua direção, sentando-se na sua frente. - Cachorro safado - rolou os olhos, abaixando-se para abraçar o cachorro e acariciar suas orelhas.
— Tommy Lee? Como o do Mötley Crüe? - ele franziu o cenho tirando o boné e os óculos, colocando-os ao lado da bolsa da mulher.
— Yup - ela se levantou. - Gosto de bandas e de filmes antigos, absolutamente igual a boa parte da população alternativa - deu de ombros.- Tá com fome? Acho que Carrie fez algo antes de sair pra correr.
— Faminto.
murmurou ao escutar seu estômago reclamar, seguindo a garota a medida em que ela ia andando pelo apartamento. Só então ele foi capaz de reparar o quanto ele era exageradamente grande e arrumado, com móveis oscilando entre o branco e o preto, junto com um mapa-múndi com diversas fotos que ele reconheceu como sendo algumas fotos de photoshoots da Rolling Stone que nunca foram publicados.
— Então... você não me disse exatamente com o que você trabalha - ele se virou em direção à ela, franzindo o cenho enquanto a via preparar algo no balcão da cozinha.
— Eu trabalho como fotógrafa - ela sorriu de canto, misturando o molho verde com algumas ervas que ele não conseguiu muito bem identificar. - Gostou? - apontou em direção ao mural que ele observava anteriormente
— Bastante. Como conseguiu essas fotos? - o moreno sentou-se na banqueta que se encontrava na frente do balcão.
— Foi eu quem fotografei - ela sorriu, colocando a tigela ao lado do rapaz antes de ir procurar algo dentro do armário. - Eu trabalho como fotógrafa da Rolling Stone vai fazer quatro anos, mas somente na sede de LA.
— Rolling Stone? Você deve conhecer bastante gente famosa, então - ele murmurou, observando a morena abrir um pacote de doritos e jogar dentro de uma outra tigela.
— Algumas - deu de ombros, pegando a tigela com doritos e colocando ao lado da outra. - Mas tenho que dizer que os mais divertidos de se fotografar foram os garotos da 5 Seconds Of Summer, aqueles australianos são malucos - soltou um riso nasalado.
— Isso é porque você não nos fotografou ainda - ele mandou uma piscadela para a morena, que soltou uma risadinha antes de sentar-se ao lado dele e pegar um doritos da tigela e passar na guacamole.
— Vocês todos são convencidos assim ou isso é algo exclusivo seu? - arqueou uma das sobrancelhas, observando amarrar os longos cabelos antes de fazer o mesmo que ela e pegar um pouco de guacamole.
— Josh é um pouco pior, mal de vocalista – ele soltou um riso divertido.
— Droga, só porque ele era meu favorito! - ela mexeu o braço em falsa frustração, deixando o baixista com uma cara de tacho. - O quê? Josh é um pedaço de mal caminho, ok?
— Joshua parece um hobbit, - ele rolou os olhos, tirando uma gargalhada gostosa da morena. - Isso tá muito bom, aliás - ele disse com a boca cheia.
— Você tá zoando seu irmão sem ele estar aqui pra se defender, você é péssimo - ela balançou a cabeça negativamente, pegando mais um pouco da guacamole - Claro que está, minha mãe é mexicana.
— Depois eu quem sou o convencido, huh? - rolou os olhos, tirando o celular do bolso quando o sentiu vibrar.
— O que foi?
— Josh. Ele está passeando pela praia e aproveitando pra mandar milhares de fotos – ele estendeu o aparelho para a morena.
— “Josh O Hobbit”? – ela encarou o garoto, explodindo em risadas. – Você realmente é terrível.
— Ainda assim é melhor que Tweedledee e Tweedledum.
— Você é péssimo – ela riu, balançando a cabeça.
— Você faz isso com frequência?
— O que?
— Levar pessoas conhecidas em lugares underground?
— Pode se sentir especial, você é o primeiro que eu levo neles e provavelmente vai ser o último - ela se levantou. - Vamos fazer uma quantidade considerável de coisas hoje, então sugiro que coloque seu celular pra carregar.
Ela sorriu, apontando para o carregador que se encontrava na entrada usb do X-Box. assentiu foi até o local, conectando o cabo em seu celular e o deixando repousar em cima do console. Foi atrás da mulher e se sentou na poltrona ao lado dela, notando uma quantidade considerável de potinhos com tinta guache e tecido em uma caixinha de palha ao lado de um copo com vários pincéis.
— Carrie, minha roommate, faz customização de roupas, então ela meio que pinta as coisas em folha de papel e depois reproduz em uma escala maior nos tecidos. Foi ela quem fez a arte da minha camiseta, inclusive.
— É um trabalho bem maneiro - ele murmurou, um tanto embasbacado com a semelhança da estampa na camiseta de com a capa do From the Fires. - Muito maneiro.
— Daqui a pouco ela vai chegar junto com a namorada, podemos sair juntos se você topar - sorriu em direção ao rapaz e ponderou por alguns segundos antes de assentir positivamente.
— Então, ...
— - ela corrigiu, apoiando as pernas na mesa de centro.
— - ele repetiu, ajeitando-se na poltrona antes de encará-la. - Você é fotógrafa da Rolling Stone, tem uma quantidade considerável de amigos famosos e sua mãe é mexicana, o que mais pode me contar? - sorriu em direção à fotografa, que respirou fundo enquanto pensava em algo interessante para contar sobre si mesma.
— Eu não tenho muitos amigos famosos - franziu o cenho. - Okay, talvez eu tenha amizade com algumas atrizes e dois ou três músicos - rolou os olhos quando percebeu que não acreditava naquilo. - Posso contar nas duas mãos a quantidade de famosos que conheço o suficiente pra chamar de amigos.
— Eu trabalho com nomes.
— Selena Gomez, Jesse Rutherford, Harry Styles e Ashton Irwin. Oh, faltou a Rihanna também - gargalhou quando ele a olhou com uma cara de tacho. - Em minha defesa, eu tenho uma amizade profissional com boa parte deles. O encarte do álbum mais recente da Selena e o do Harry fui eu quem fiz - deu de ombros como se aquilo não fosse nada demais.
— Você só faz isso pra pessoas que cantam pop? - o baixista franziu o cenho, fazendo com que ela rolasse os olhos. - É uma pergunta séria, juro.
— Na realidade eu faço fotos pra qualquer um no ramo musical - ela acertou sua postura. - Mas minha especialidade é ensaio fotográfico, tanto que os ensaios da Fenty Beauty foram feitos pelas minhas lentes - ela sorriu de canto. - Sempre conheço pessoas pela profissão então manter a pose é obrigatório.
— Isso chega a ser triste - ele disse com certa seriedade. - Quero dizer, eu nem saberia como reagir se o Nikki Sixx aparecesse na minha frente.
— Ele é meio maluco e eu não digo isso pelo vício em drogas de décadas atrás - ela suspirou, coçando a nuca com o olhar de em cima de si. - O quê?
— Nikki Sixx? Sério?
— Eles lançaram uma biografia pela Netflix! - ela disse, como se fosse óbvio. - Eles foram uma das bandas mais influentes nos anos oitenta e fizeram o último show em 2015, é óbvio que com novo material e filme saindo a Rolling ia fazer uma parte especial deles.
— Joga na cara mesmo, . Pode jogar - ele rolou os olhos.
— Você quem pediu, lembre-se disso - ela murmurou, pegando o celular e entrando em sua página do instagram e descendo as fotos do feed até uma em especial. - Essa aqui foi quando eles fizeram o ensaio.
Entregou o celular para v, que teve que dar zoom na foto umas cinco vezes antes de finalmente acreditar no que estava vendo. Na foto, tinha os cabelos um pouco maiores e usava uma camiseta do batman por baixo de uma camisa xadrez vermelha e estava sendo levantada na horizontal pelos membros da Mötley Crüe na seguinte ordem: Vince Neil, Nikki Sixx, Tommy Lee e Mick Mars. A fotografa ainda contava com um belo sorriso no rosto que deixava claro o quanto estava se divertindo.
— A foto foi ideia deles - soltou um riso baixo, cruzando as pernas. - Nikki é maluco, mas Tommy é um amorzinho.
— , você não vai acreditar no que aconteceu... - a fotografa escutou a melhor amiga gritar à alguns metros de distância. - Eu fui até o Charlie’s e o bastardo queria me cobrar cinquenta dólares por uma camiseta branca lisa!
— E ele disse que era porque era uma camisa de “qualidade superior”. Qualidade superior my ass! - ela escutou Carrie reclamar, parando na frente da mocinha. - Você não disse que ia trazer companhia, senão eu não teria vindo com Veronica.
— essa é Veronica, namorada da Carrie - apontou em direção à loira e depois para ele. - Carrie, esse é .
— É um prazer conhecê-lo, - a loira sorriu, andando até ambos e cumprimentando o rapaz com um aperto de mão. - Você é um dos amigos famosos dela, né?
— Eu não colocaria assim... Quero dizer, nosso encontro foi meio estranho - o baixista murmurou.
— Quando as coisas que acontecem com não são estranhas? - a outra mulher apareceu no campo de visão dos rapazes. Essa tinha os cabelos com luzes acinzentadas presos em um rabo de cavalo. - Veronica Morrison, mas pode chamar de Vee.
— Prazer em conhecê-las - o moreno sorriu de canto.
— Então, quer nos contar como o baixista da Greta Van Fleet parou na nossa sala de estar ou é algo para outro dia? - Vee se jogou no sofá. - Já digo de antemão que a imprensa está maluca tentando saber quem é a garota misteriosa que fugiu com o talento teen da banda que salvou o rock.
— Vee é jornalista, mas ela atua na área de esportes - explicou, assim que o rapaz franziu o cenho.
— Mais especificamente soccer - a loira mandou uma piscadela, levantando as pernas para a namorada sentar-se embaixo delas.
— Como vocês se conheceram, mesmo? - ele questionou, tirando risadinhas das três garotas.
— Ensino fundamental - sorriu balançando a cabeça. - Mas ele veio parar na nossa sala de estar porque o bonitinho se perdeu em Venice e eu passei a manhã na praia, quando estava indo embora, ele acabou pedindo ajuda porque estava correndo de fãs malucas.
— E ele foi lá e pediu ajuda para outra fã maluca, olha só! - Carrie gargalhou, recebendo um empurrão de Vee como resposta. - Ouch.
— Ela até que está se comportando, sabia? - entrou na brincadeira, recebendo uma revirada de olhos da mulher em resposta.
— É porque eu prefiro o seu irmão - respondeu um tanto sarcástica, tirando gargalhadas das duas outras moças.
— Meu orgulho está sendo muito ferido por você, .
— Se acostume, ela faz isso com a gente tem mais de dez anos - Carrie sorriu, fazendo carinho nas pernas da namorada.
— Então, eu estava pensando...
— Lá vem - Vee murmurou.
— Que nós podíamos levar o pra sair e depois ir até o píer para a queima de fogos - sorriu de canto, esperando pela resposta das duas amigas.
— É uma boa - Veronica se levantou. - Nós podíamos tirar as araras da van e usar ela, assim ninguém ia ver o bonitinho e nem saber quem é a mocinha desconhecida.
— Eu amo o quanto você é esperta, me faz pensar que você é a mulher certa pra minha vida - Carrie sorriu, levando suas mãos até o rosto da loira.
— Arrumem um quarto - a fotografa rolou os olhos, levantando-se. - Vou pegar a polaroid e podemos sair, ok?
— Eu vou tirar as araras do Furby e deixar tudo pront - Veronica sorriu, pegando o molho de chaves de cima da mesa de centro.
— E eu, vou deixar esse princeso irreconhecível - Carrie sorriu, pegando a mão do rapaz e o arrastando até o seu ateliê.
— Pronto?
sorriu, olhando para o baixista com um sorriso no rosto. Depois de algum tempo esperando por Carrie, a fotógrafa tinha plena certeza de que o rapaz estava levemente diferente do que estava algumas horas atrás. Agora ele usava uma camiseta preta simples com uma das estampas feitas por Carol, um boné vermelho, óculos e bermuda escuras, estava mais parecido com um skatista da Costa Leste que um garoto de Michigan. E ele, de certa forma, gostava disso.
— Eu acho que sim.
Ele sorriu, saindo de dentro da van com , Vee e Carrie ao seu encalço. Ele não sabia ao certo onde as garotas haviam o levado, mas tinha certeza que era um dos lugares desconhecidos que havia mencionado mais cedo. Quando passaram pela porta do recinto é que ele conseguiu identificar do que se tratava aquele lugar. Observou com atenção a loja de usados e sorriu quando achou o que procurava: um corredor com uma quantidade considerável de discos de vinil.
— Gostou de algo? - escutou murmurar do outro lado do corredor.
— De muitas coisas, na verdade - ele deixou um sorriso brincar em seus lábios ao pegar um vinil do Led Zeppelin extremamente conservado.
— Johnny tem várias relíquias aqui - ela murmurou, folheando um exemplar do livro dos recordes um tanto quanto antigo. - Deveria ver a parte de instrumentos musicais, ele pegou uma Les Paul uma vez e quando começou a retirar a pintura que tinha sido feita por cima, viu que era aquela edição limitada com a caveira, sabe? Ele conseguiu tirar uma bela grana de mim por ela.
— Você comprou? - ele a olhou, embasbacado. Aquela garota conseguia ficar melhor a cada vez que abria a boca.
— Claro! - ela disse, como se fosse óbvio. - Meu pai era músico, ele meio que me ensinou tudo o que ele sabia antes de falecer - pegou um exemplar de Hamlet, folheando-o com cuidado.
— Eu sinto muito. - ele sorriu de canto, visivelmente constrangido.
— Relaxa, ele morreu vai fazer oito anos - ela deu de ombros, mantendo o livro em mãos enquanto procurava por algum outro.
— Mesmo assim - ele levou seu olhar até a fotógrafa que observava com atenção os livros à sua frente e não deixou de notar o quão bonita ela era. - Viu algo que gostou?
— Só um exemplar de Hamlet até o momento - a garota deixou o livro descansar na mesa a sua frente e tirou a câmera polaroid do pescoço, ligando-a e posicionando na frente de seu rosto assim que voltou sua atenção para os discos. Tirou a foto e esperou a foto sair, pegando-a e chacoalhando até que ela se revelasse.
— Vou pedir direitos autorais por isso - ele murmurou, andando até ela e parando em sua frente.
— Não seja chato - ela rolou os olhos, mostrando a foto para o baixista. - O que achou?
— Agora entendo o porquê de ter escolhido fotografia - ele sorriu. - Você é bem boa com isso
— Eu tento meu melhor - sorriu, desligando a câmera e guardando a foto no meio de um caderninho dentro da bolsa. - Vou dar uma olhada no outro lado.
Ela murmurou, dando as costas para e correndo até uma mesa onde ele conseguiu identificar algumas câmeras analógicas. Pegou seu próprio celular e entrou no aplicativo da câmera, batendo algumas fotos da mocinha observando as relíquias.
— Ela é incrível, né? - escutou Carrie parar ao seu lado junto de Vee.
— Bastante - ele sorriu para a platinada.
— Você deveria pegar o número dela - Vee cruzou os braços. - Ela é solteira.
— Ela sabe que vocês estão fazendo isso? - encarou as garotas, franzindo o cenho.
— Nope - Carrie sorriu um tanto sacana.
— E nem vai - Vee deu uma piscadela em direção ao rapaz, puxando a namorada para longe de ambos.
balançou a cabeça negativamente, dando passos lentos em direção à garota, que tinha uma das primeiras polaroides em mãos e avaliava lentamente a peça, procurando por qualquer defeito mínimo que pudesse atrapalhar o uso do objeto. Ele observou tudo aquilo em silêncio e quando notou que a análise da mulher havia acabado, pigarreou antes de falar.
— Bem... você gostou? - ele apontou para a polaroid.
— Bastante - ela sorriu de canto. - Essa belezinha tá em perfeito estado.
— Okay, vamos levar - ele sorriu, pegando a câmera das mãos da mulher e andando em direção ao caixa.
— ! - ralhou, tirando um riso divertido do rapaz. - Você não pode fazer isso.
— Me dê um motivo para não fazer e talvez eu considere - colocou a câmera em cima do balcão junto com o disco que havia gostado, virando-se para encarar a jovem.
— Você não pode gastar dinheiro com alguém que mal conhece - ela bufou.
— Não me convenceu - ele sorriu para ela, tirando a carteira de dentro do bolso da calça e pegando o cartão de crédito sem-limites. - Passa no cartão, sim?
— , para com isso - ela murmurou, o observando digitar a senha do cartão na maquininha e confirmar a compra. - Você é extremamente teimoso - ela rolou os olhos, colocando o livro no balcão e tirando duas notas de dez dólares da carteira.
— Semana que vem vão chegar algumas novidades, não esquece de dar uma passada, sim?
— Claro, J ohnny - sorriu, pegando a sacola com o livro. - Eu ainda não tô crendo que você fez isso. Sério, você é maluco?
— Para de reclamar e só aceita o presente - ele sorriu, estendendo a sacola com a polaroid para a mocinha.
— Só porque essa é uma raridade - pegou o embrulho. - Carrie, vamos pro Woods?
— Você quem manda, princesa.
Os quatro saíram da loja de antiguidades e entraram dentro da van. Carrie ligou o carro e tomou a Ocean Ave, avisando os outros três passageiros quanto seus planos de passarem pelo drive do McDonalds antes de irem até o barzinho. retirou os óculos redondos do rosto e colocou-os no topo de sua cabeça, dançando nos primeiras frases de uma música do Fall Out Boy.
a observou com atenção. Ela sorria e se mexia de acordo com os acordes da música e cantava animadamente a letra como se conhecesse cada uma das palavras que a compunham. De alguma forma, ele percebeu que até gostava da voz de Patrick Stump, contanto que ela estivesse sendo acompanhada pela voz angelical da fotógrafa à sua frente.
dançava animadamente a música de uma de suas bandas preferidas enquanto aguardava Carrie passar em um dos McDonald's de Santa Monica. Pegou o celular em seu bolso e abriu o Instagram, gravando a paisagem em um boomerang em seu story. Amava a vista do céu da cidade durante a tarde. Apoiou-se no banco das meninas e sorriu quando viu o enorme “M” do McDonald's à sua frente.
— O que vai querer, ? - Vee virou-se pro rapaz. - Aproveita que é por conta da casa hoje.
— Um BigMac e uma Coca.
— Okay - Carrie colocou a cabeça para falar com a atendente. - Quatro BigMacs, Quatro Cheddar Macmelt, três cocas e uma pepsi. Ah, e duas batatas grandes. Cartão. Eu quem agradeço - Carrie sorriu, dirigindo até o local de pagamento do drive.
— Qual das 3 é a ovelha negra?
— Eu - sorriu.
— Você é um monstro - o rapaz colocou a mão no peito, como se tivesse chocado com a garota.
— Você nem imagina o lado negro dela. Não ainda - Vee sorriu, passando os BigMacs para o banco de trás, junto com os dois copos de refrigerante.
— Devo ficar com medo?
— Nem um pouco - o casal respondeu em uníssono, parando no estacionamento do Wood's que estava quase vazio.
— Parem de me expor desse jeito! - gargalhou, dando uma mordida em seu lanche. - Elas só estão dizendo isso porque nunca me bateram no karaokê.
— Ninguém consegue ganhar dela, isso é um fato - Vee murmurou, devido a boca cheia.
— Então se prepare pra perder seu trono, - ele mandou uma piscadela para a morena, que apenas deu de ombros.
— Vença-me se puder - a morena bebeu um pouco de seu refrigerante.
— Não só posso como vou.
— Que autoestima da porra! - Carrie gargalhou, balançando a cabeça negativamente.
— Tenham um pouco mais de fé no famoso.
— Nós temos - Vee limpou a boca. - Mas você realmente nunca viu essa garota num karaokê. Ela realmente é boa nisso.
— Eu estou ficando com meu ego lá em cima - sorriu, dando a última mordida em seu lanche. - Vamos tirar uma foto antes de entrarmos, sim?
Os três concordaram, saindo do carro assim que o fez. A fotógrafa ligou a câmera e a posicionou na caçamba do carro que estava estacionado em frente ao deles. Ajustou o temporizador e o ativou, voltando a ficar entre Vee e Carrie no momento em que a foto foi tirada. Correu até a câmera e retirou a foto, chacoalhando-a. Observou com cuidado a foto quando ela se revelou. Vee sorria discretamente ao seu lado, tinha uma de suas mãos erguidas enquanto Carrie tomava refrigerante de dois copos e posava desajeitado com um lanche aos pedaços e um copo de refrigerante em sua mão.
— Eu gostei muito dessa - Carrie sorriu. - Bem natural.
— Tô com a Carrie - sorriu, limpando a boca assim que terminou seu lanche.
— Falta algo - murmurou, pegando uma caneta permanente da bolsa após guardar a câmera. - , vira.
— Yes, miss - ele assentiu, sentindo quando ela apoiou a foto em suas costas e escreveu algo.
— Prontinho - ela sorriu, mostrando a polaroid. No pequeno espaço estava escrito “Woods July/04”.
— Vamos? - Vee sorriu. - Você tem que derrotar o bonitinho aí.
— Vai se arrepender dessas palavras.
Apontou para a loira, esperando Carrie trancar a van. Assim que ela o fez, os quatro começaram a andar até o barzinho. Quando chegaram dentro do lugar a primeira coisa que reparou foi que realmente o lugar era pouco conhecido, visto que somente três pessoas estavam no lugar e todas elas tinham mais que quarenta anos. Observou cuidadosamente os detalhes do bar e reparou no pequeno palco que havia ali, assim como a tevê que estava no descanso de tela.
— Hey, - Thomaz Woods cumprimentou sua cliente mais fiel, abraçando-a com força. - Vejo que trouxe um amigo novo.
— esse é o Woods e Woods, esse é o - ela sorriu, apresentando o senhor para o mais novo amigo.
— É um prazer conhecê-lo, - sorriu. - O mesmo de sempre, ?
— O novato quer me enfrentar nessa.
— O garoto não tem amor à vida - o homem soltou uma gargalhada, balançando a cabeça negativamente. - Vou escolher algo especial pra vocês, sim?
— Claro, Tom.
A garota sorriu, puxando o homem até o palco do bar. Estendeu um dos microfones na direção do rapaz e quando ele o pegou, ela apenas se virou de costas para o público. notou que suas mãos tremiam e ele não sabia se eram por nervosismo ou ansiedade quanto os próximos minutos. E foi no momento seguinte, quando as primeiras notas de piano começaram a soar no recinto que ele notou o quão ferrado ele estava com aquela garota.
— At first I was afraid... - a voz angelical que ele tinha escutado minutos antes havia se transformado em uma voz poderosa e ele ao menos sabia de onde havia saído aquilo. - I was petrified - ela o encarou nos olhos, cantando cada palavra como se fossem feitas para ele. - Kept thinking that I could never live without you by my side - ela apontou para ele e depois para ela. - But then I spent too many nights thinking how you did me wrong... - ela sorriu. - And I grew strong and I learned how to get along...
— And so you're back from outer space - dançava ao redor da morena, apontando o indicador na direção dela. - I just walked in to find you here with that sad look upon your face - ele rolou os olhos, pegando a mão da mocinha e a girando. - I should have changed that stupid lock, I should have made you leave your key If I'd known for just one second you'd be back to bother me...
— Go on now, walk out the door, just turn around now... - empurrou o peito do rapaz levemente, enquanto ele tinha um sorriso brincalhão nos lábios. - 'Cause you're not welcome anymore! Weren't you the one who tried to hurt me with goodbye? Did you think I'd crumble? Did you think I'd lay down and die?
— Oh no, not I, I will survive! Oh as long as I know how to love me, I know I'll stay alive - ele puxou ela próximo de seu corpo, olhando nos olhos dela. - I've got all my life to libe and I've got só much love to give! I will survive, I will survive! Hey hey! - cantaram a última estrofe em uníssono, tirando gritos dos clientes do bar quando a música acabou. Ambos estavam ofegantes e com algumas gotículas de suor no rosto, graças a coreografia.
— Acho que achou um adversário à altura, - Tom sorriu, sentando-se em uma banqueta.
— Tô bem longe ainda - ele sorriu em direção ao homem. - é realmente boa nisso.
— Obrigada - sorriu tímida, colocando os microfones no suporte da tevê antes de pular de cima do palco. - O que vai fazer hoje, Tom?
— Vou fechar daqui a pouco e ir pra Venice pra ver a queima de fogos. E quanto a você?
— Eu estava pensando em ir ver a queima de fogos no píer – ela se sentou em frente ao balcão, recebendo uma garrafa de cerveja como brinde. - Você pode dar uma coca pro garoto, ele ainda é menor – ela recebeu uma careta do rapaz em resposta.
— Eu estou começando a repensar minhas escolhas – ele sentou ao lado dela, dando um gole do refrigerante em seu copo.
— Se algum dia nos vermos de novo e você for maior de idade, eu posso providenciar uma cerveja – piscou para o rapaz.
— Você está me obrigando a tomar medidas desesperadas – ele riu, tirando o celular do bolso e digitando algo antes de entregá-lo para a mocinha. - Salva seu número.
— Você está indo para um ponto onde não existe retorno – Carrie parou atrás de , abraçando a amiga de um lado. – Uma vez que se torna uma constante, ela vira um pé no saco.
— Você realmente está empenhada em acabar com a minha imagem, não? – a fotógrafa murmurou, anotando o número no celular antes de devolvê-lo.
— Você bateu minha cabeça na porta do seu carro, nada pode acabar com sua imagem depois disso – soltou uma gargalhada quando as amigas da fotógrafa gritaram, um tanto ultrajadas.
— Eu gosto desse garoto – Carrie sorriu.
— Parece que vocês estão falando de uma criança assim – ele murmurou, terminando sua coca-cola.
— Considerando que você é o mais novo da roda... – murmurou, tomando um gole de sua cerveja disfarçadamente.
— Sério? E quantos anos as velhinhas tem?
— Eu e Carrie temos vinte e três, Vee tem vinte e quatro.
— Agora eu entendi a sua preferência estranha pelo Josh, você gosta de pessoas na sua faixa de idade – arqueou a sobrancelha, arrancando uma gargalhada das três mulheres.
— Ok, ok – respirou fundo .- Eu não tenho problema com idade se for em um espaço de no mínimo três anos de diferença e maior de vinte anos. Esse último requisito é o mais importante – ela se levantou da cadeira, colocando algumas notas em cima do balcão, deslizando-as até Tom. – Nos vemos, Tom.
— Nos vemos.
Ela sorriu, abraçando o proprietário do bar com força antes de puxar pelo braço e arrastá-lo para fora do bar. Olhou o céu e só então percebeu que o dia havia passado extremamente rápido, uma vez que o céu já assumia as cores avermelhadas do pôr do sol.
Andaram calmamente até a van e entraram todos rapidamente, com Carrie ligando o rádio em uma estação aleatória onde estavam tocando grandes sucessos do verão dos últimos anos. As moças jogavam os cabelos e arriscava cantar as músicas que tocavam na rádio desajeitadamente, uma vez que o próprio costumava abominar o estilo musical que tocava naquele momento.
— Flores azules y quilates y se é mentira que me matem – dançava sentada na frente de , mexendo em seus cabelos conforme as batidas da música.
— Eu amo o espanhol dessa garota! Você definitivamente deveria falar mais, – Vee sorriu, virando-se para a amiga para encará-la. - Eu gosto taaanto de você falando.
— Dime, corazón, qué quieres de mi? – a fotógrafa sorriu, encarando que a olhava um tanto quanto embasbacado. – O que foi?
— Você fala espanhol – ele constatou, como se aquilo não fosse óbvio o suficiente. - Eu definitivamente vou te obrigar a me ensinar isso.
— Boa sorte, estamos na fila desde que a conhecemos e isso nunca aconteceu – Vee voltou sua atenção para a rua, já conseguindo ver a roda gigante do píer de Santa Mônica.
— Os garotos já estão no píer – murmurou, voltando a guardar o celular no bolso da bermuda para encarar . - Você vai conhecer a banda toda de uma vez.
— Eu não sou o foco do dia, esqueceu? – ela sorriu, acariciando o ombro do baixista levemente. – Você se divertiu?
— Ainda é cedo pra dizer – ele deu de ombros, encarando a fotógrafa por mais tempo do que gostaria. raramente tinha um dia verdadeiramente comum desde que a carreira da banda tinha começado a decolar e o gesto gentil da garota ao seu lado havia mexido com eles de formas que ele ao menos sabia explicar.
— Bem, chegamos – Carrie anunciou, tirando as chaves da ignição antes de virar-se para trás. – Nós vamos em todos os brinquedos e nos encontramos perto da roda gigante faltando dez minutos para os fogos, sim?
— Yes, Sir – bateu em continência, arrancando uma risada gostosa de como resposta.
Os quatro saíram de dentro da van, certificando-se de que nada que poderia ser quebrado no meio de algum dos brinquedos fosse levado. observava com atenção o amontoado de pessoas que passavam por ele ao menos o reconheciam e isso o fez se sentir um tanto quanto aliviado. Voltou sua atenção à morena ao seu lado e observou com atenção a forma como ela se atentava em cada aspecto mínimo do caminho que eles estavam fazendo até chegar no famoso píer de Santa Monica. sentiu seu celular vibrar em seu bolso e o retirou dele, desbloqueando a tela para ver uma mensagem do irmão.
— Josh está perto da montanha russa, você quer ir até lá? – ele murmurou, voltando a encarar os olhos castanhos que o observavam.
— Podemos pegar um algodão doce antes?
Ele assentiu, sendo puxado por sua mão enquanto a mulher à sua frente abria o caminho para ambos. Serpentearam por um aglomerado de pessoas por pouco mais que cinco minutos, aguardando mais alguns na fila para o algodão doce.
pediu dois algodões e pagou logo em seguida, dando uma bronca no rapaz quando ele sequer pensou em tirar a carteira do bolso para pagar os doces. Estendeu um algodão para o rapaz, que a agradeceu e pegou em seguida.
— Sabe, eu acho que ter me perdido foi um dos pontos altos do dia – ele pegou um pedaço do algodão doce, colocando em sua boca em seguida.
— Por quê? – arqueou a sobrancelha.
— Eu tinha esquecido como era fazer coisas simples sem seguranças – ele sorriu de canto, encarando a roda gigante.
— Eu estou sempre à disposição para ser o diabinho no seu ombro – ela sorriu, empurrando-o levemente. – Além do mais, eu estou sempre em LA, podemos sair se um dia você estiver por lá.
— Eu estou seriamente considerando – não pode evitar sorrir quando ela balançou a cabeça negativamente. Ela é realmente muito bonita, ele pensou ao encarar os cabelos escuros balançarem graças ao vento da costa. - Vem, vamos conhecer os outros membros da sua banda preferida.
— Falando assim até parece que você não é um membro dela – o encarou quando ele repousou o braço ao redor de seus ombros.
— Justo – ele deu de ombros, andando até a montanha-russa com a maior calma do mundo. – Lá estão eles. - apontou em direção aos três garotos.
— Você vai mesmo fazer isso? – ela o encarou e ele quase pôde ver um reluzir de pânico nos olhos da garota.
— Claro, eles têm que conhecer a pessoa que vai fazer os encartes do próximo álbum – deu de ombros, cumprimentando os irmãos quando eles chegaram perto o suficiente.
— Onde foi hoje mais cedo? Você demorou pra chegar e acabamos saindo – Josh o encarou.
— Eu meio que me perdi e aí eu encontrei uma pessoa que me ajudou, estávamos saindo pela cidade – sorriu, parando ao lado da mais nova conhecida. – Essa é , ela é uma fotógrafa incrível.
— Eu acho que eu vou desmaiar, muita informação – soltou um riso em sinal de nervosismo, tirando uma risada gostosa dos rapazes.
— É um prazer conhecê-la, – Josh sorriu, apertando a mão da mocinha.
— Obrigado por ter tomado conta do cabeça de vento do – Jake sorriu genuinamente em direção a mocinha, que àquela altura já estava tendo dúvidas se estava realmente acordada.
— É um prazer – Danny sorriu, parando ao lado dos rapazes.
— O prazer é todo meu, completamente – ela sorriu, batendo na própria testa quando escutou soltar um riso contido ao seu lado. – Bom, acho que ele já está entregue então é minha hora de ir.
— Ela quer se livrar de você, , percebeu? – Josh sorriu.
— Ela não vai conseguir tão fácil – balançou a cabeça negativamente, voltando a encarar a mulher ao seu lado. – Vamos andar pelo parque, temos algum tempo antes dos fogos começarem.
— Certeza que não quer ficar com seus irmãos? Eu posso encontrar Carrie e Vee.
— Claro que não, odeio esses caras – ele rolou os olhos, tirando uma risadinha da garota.
— Vê como o garoto trata os membros da família? Ficaríamos magoados se não fôssemos acostumados com isso – Jake balançou a cabeça negativamente. – Vocês vão estar onde quando os fogos começarem? Podemos encontrá-los.
— Vamos estar perto da roda gigante – virou de costas para os rapazes, levando a morena ao seu lado. – Tá tudo bem?
— Meio que não consigo acreditar que isso realmente aconteceu – murmurou, fitando com uma expressão confusa. - E Josh realmente é muito pequeno.
— Eu te avisei, você quem não quis escutar – ele levantou os braços em rendição, levando uma cotovelada de leve nas costelas. – Ouch, não fui eu quem mentiu a altura esse tempo todo.
— Ele não mentiu a altura, ok? – ela o encarou. – Na realidade, vocês quatro são bem pequenos pessoalmente.
— Eu ainda sou mais alto que você, respeito por favor – balançou os cabelos da mocinha, tirando uma risada divertida dela em resposta.
— Ok, ok! – levantou as mãos em rendição. – O que vamos fazer?
— O que acha de tiro ao alvo?
— Eu sou bem ruim com esse tipo de coisa, mas podemos ir – ela deu de ombros, segurando a mão do rapaz antes de sair arrastando-o novamente, abrindo caminho através das pessoas.
(Coloque a música Fourth of July do Fall Out Boy pra carregar e dê play quando a letra começar a aparecer, sim?)
— , você é terrível nisso – gargalhava descaradamente da mocinha que tentava a todo o custo acertar uma argola em uma das garrafas de uma das barracas que eles haviam ido. - Okay, me dá isso – ele rolou os olhos, pegando a argola da mão da mocinha. – Veja e aprenda, sim?
— Espero que você erre pra deixar de ser um pé no saco – ela sorriu, recebendo um revirar de olhos do rapaz.
— Não leva pro coração – ele deu uma piscadela para ela, jogando a argolinha e acertando em uma das garrafas. – Viu? Eu sou lealmente bom nisso – ele passou a mão pelos ombros, levando uma cotovelada da garota.
— Você pode escolher seu prêmio, garoto – o homem que trabalhava na barraca apontou para uma parede com diversos prêmios, com um específico chamando sua atenção.
— Pode me dar aquele ursinho – apontou para o urso polar de pelúcia que estava na parede.
— Aqui – o homem entregou a pelúcia para o garoto.
— Obrigado – ele sorriu, abraçando com um dos braços antes de estender o urso para a garota. – Pra você.
— Você é terrível, sabia? – ela sorriu, pegando o ursinho. – Obrigada por isso – parou rapidamente para depositar um beijo na bochecha do rapaz.
— Não foi nada - sentiu suas bochechas queimarem com o ato repentino, sorrindo um tanto quanto sem graça para a mulher ao seu lado. – O que acha de irmos para a roda-gigante?
— Acho que é um pouco cedo ainda – ela o encarou.
— Eu quero ir no brinquedo – ele fez uma careta.
— Ok, então vamos.
(Você e eu éramos, você e eu éramos)
You and I were, you and I were fire
(Você e eu éramos, éramos fogo)
observava cada um dos pequenos detalges de . A forma em que seus cabelos se mexiam quando a brisa de verão batia contra eles, o sorriso que ela carregava em seu rosto enquanto observava as luzes do parque piscarem a cada vez que passavam por uma barraca diferente.
(Era o 4 de julho)
You and I were, you and I were fire, fire, fireworks
(Você e eu éramos, você e eu éramos fogos, fogos, fogos de artifício)
That went off too soon
(Saindo cedo demais)
And I miss you in the June gloom, too
(E eu sinto sua falta na melancolia de junho, também)
It was the Fourth of July
(Era um quatro de julho)
Pararam na fila do caixa para comprar os tickets para andarem na roda-gigante, discutindo por alguns segundos quando decidiu que pagaria por eles. Aguardaram por mais alguns consideráveis minutos antes que a fila finalmente andasse. Entraram na pequena cabine cor de rosa, erguendo os braços para fechar a trava de segurança na frente de seus corpos.
— Pronta? – ele a encarou, sorrindo quando balançou a cabeça.
— A vista é incrível de cima, eu juro – sorriu, aguardando pelo momento em que a roda finalmente começaria a girar.
i>
(Eu disse que nunca sentiria sua falta)
But I guess you'll never know
(Mas eu acho que você nunca vai saber)
May the bridges I have burned light my way back home
(Que as pontes que queimei iluminem meu caminho de volta pra casa)
On the fourth of July
(No quatro de Julho)
— Eu confio em você.
Ele murmurou, um tanto quanto animado para quando a roda-gigante começasse a girar. Assim que ela começou a fazê-lo, ele levou suas mãos até o apoio da cabine, segurando-o a medida que eles ficavam mais alto no brinquedo. , por outro lado, se encontrava totalmente hipnotizada pela vista da praia e as luzes da cidade naquele momento. Sentia-se plenamente feliz e temia que isso fosse apenas um sentimento repentino. E temia mais ainda aquilo ser um sonho da qual ela poderia acordar a qualquer momento.
A mocinha mudou o foco de sua atenção, encarando o baixista ao seu lado afundado em pensamentos que ela ao menos sabia do que se tratavam. Naquele momento, percebeu que talvez, apenas talvez, estivesse um tanto quanto errada quanto ao seu membro preferido da Greta Van Fleet. Talvez ela tivesse preferência pelo baixista sentado ao seu lado, com seus cabelos longos caindo em ondas até pouco abaixo de seus ombros.
(Eu serei tão honesto quanto você me deixar)
I miss your early morning company
(Eu sinto falta da sua companhia pela manhã)
If you get me
(Se você me entende)
You're my favorite “What if”
(Você é o meu “E se” favorito)
You're my best “I'll never know”
(Você é o meu melhor “Eu nunca saberei)
— O que foi? – a encarou, atento aos detalhes do rosto dela.
— Você tem um cabelo realmente muito bonito – levou uma das mãos até sua nunca, um tanto quanto constrangida por ter sido pega o observando.
— Você é muito bonita, também – ele sorriu, deslizando sua mão pela trava de segurança até a mão dela, segurando-a.
— O que está fazendo? – ela o olhou nos olhos a medida em que ele aos poucos, se aproximava dela, parando quando a distância entre seus rostos era de menos de um palmo.
— Algo que eu quero fazer desde o karaokê – ele murmurou, levando sua destra até a bochecha da mulher, acariciando-a levemente antes de adentrar os cabelos da nuca dela com seus dedos. – Eu posso te beijar?
(Estou começando a esquecer)
Just what summer ever meant to you
(Apenas o que o verão significou para você)
What did it ever meant to you?
(O que ele significou para você?)
— Sim.
sussurrou, sentindo a respiração de batendo contra seu rosto a medida em que ele se aproximava mais. Seu estômago estava se revirando por conta da ansiedade de ter seus lábios colados nos do baixista à sua frente, por isso não se surpreendeu quando ele puxou os cabelos de sua nuca com certa leveza antes de finalmente encostar seus lábios nos dela.
A sensação que inundou o peito de quando ele finalmente a beijou, não poderia ser descrita em palavras, mesmo que ele tentasse. Subiu a mão que estava na trava de segurança até a bochecha de , acariciando o local enquanto a beijava, o contato de suas línguas o fazendo sentir-se quente mesmo diante da brisa que era vinda do mar naquela noite, mesmo no topo da roda gigante. Separou seus lábios dos da mulher, apenas fitando as orbes castanhas dela enquanto ofegava.
— Você é terrível – encostou sua testa no peito do baixista, balançando a cabeça negativamente.
— Aprendi com o diabo no meu ombro – ele sorriu, acariciando os cabelos dela levemente.
— Idiota – rolou os olhos, olhando para o próprio relógio. - Acho que já está na hora de nos encontrarmos com o pessoal.
— Pontuais.
Ele sorriu, aguardando a trava de segurança ser destravada assim que a cabine de ambos voltou ao chão. Saíram pela passarela que indicava a saída do brinquedo, procurando pelos amigos e colegas de banda. Quando os acharam, apenas se juntaram e andaram até o fim do píer, aguardando pelas explosões de fogos de artifício que ocorreriam em alguns minutos.
— Ei... – a chamou de canto, tendo a atenção dela para si. – Acho que esse foi um dos melhores feriados da minha vida.
— Como eu já disse antes, você pode me chamar sempre que precisar.
— Eu prestarei visitas em Los Angeles, espero que saiba – ele sorriu, olhando ao redor para ter certeza que nenhum dos irmãos estava olhando, agradecendo mentalmente quando as explosões de cores começaram a preencher o céu noturno. – Faço questão disso – ele juntou seus lábios aos dela novamente.
Los Angeles, CA.
31 de Julho de 2019
Depois.
31 de Julho de 2019
Depois.
assoprou um fio de cabelo que caia seus olhos pela décima vez naquele dia. Pegou uma caneta marca-texto e pintou um “x” gigantesco na folha do calendário que marcava o mês de julho, arrancando a folha para em seguida amassá-la e jogá-la no balde de lixo que repousava ao lado da escrivaninha de seu escritório. Passou feito um raio pelo cômodo e se sentou na cadeira em frente ao seu computador, conectando o cabo de transferência em sua câmera para começar a tratar as imagens do ensaio que havia feito.
Aproveitou o momento de calmaria antes de Carrie voltar para casa e entrou em sua conta no twitter, procrastinando o máximo que podia do seu trabalho na timeline da rede social. Franziu o cenho quando seu celular vibrou, anunciando uma mensagem. Desbloqueou a tela e abriu o aplicativo de mensagens de texto.
Mal posso esperar para te ver.
Xx.
sorriu de canto, encarando a mensagem do baixista na tela de seu celular. Se tivessem dito à ela que estaria se envolvendo com um de seus ídolos alguns meses atrás ela provavelmente não acreditaria, principalmente sendo quem era. Todavia, mesmo tendo passado pouco menos de um mês depois do encontro de ambos em Venice, ela ao menos acreditava que estava apaixonada pelo mais novo dos irmãos.
Mas isso não impedia os outros membros da banda de mandarem mensagens brincando e fazendo piadinhas com a fotógrafa, o que se mostrava um tanto vantajoso se ela considerasse a quantidade de fotos de distraído enviadas por Josh e Jake.
Vem logo. (:
Xx.
Respondeu ao rapaz, voltando sua atenção para a timeline do twitter. Brincava com um grampeador que estava jogado ao lado do computador, rindo de alguns memes que as pessoas que ela seguia davam retweet, aproveitando para fazer o mesmo. Rolou distraidamente a página sem nem notar o tweet feito por um dos fã clubes da Greta Van Fleet quanto ao possível status de relacionamento do mais novo dos irmãos .
Voltou a abrir a aplicação que fazia a importação das fotos, bufando quando notou que ainda demoraria cerca de 15 minutos para finalmente estar com as fotos para tratamento. Levantou-se da cadeira e acariciou Tommy antes de sair do escritório e se jogar no sofá, ligando a TV e seu videogame para jogar uma partida de Call Of Duty antes de voltar para seu trabalho. Ficou cerca de vinte minutos em uma partida, até que o barulho da porta se abrindo e fechando em seguida chamou sua atenção.
— Você realmente não vai acreditar na besteira que Vee me contou hoje – Carrie retirou os coturnos, jogando-se no sofá ao lado de .
— Ela disse que o Capitão América era da Hydra? – continuou prestando atenção no jogo.
— Isso não pode ser real, Capitão América é a pessoa mais pura que já existiu – Carol colocou a mão no peito, virando-se para a amiga. - Mas não, não é isso.
— Então o que seria? – franziu o cenho, saindo da tela do jogo quando ganhou a partida mais uma vez.
— O pessoal da redação estava comentando sobre rumores de que um certo membro da Greta Van Fleet estaria namorando – Carrie soltou distraidamente enquanto olhava as unhas.
— Pensei que já estivéssemos passado dessa fase, Carrie – suspirou, massageando as têmporas. - A foto em que estávamos nos beijando no píer estampou revistas de fofoca por um tempo considerável, nós nem interagimos diretamente nas redes e...
— Eu não estou falando que você é a namorada, amiga – Carrie encarou a amiga, que parou abruptamente de falar. – Os rumores da redação dizem que eles estão juntos desde pouco antes de vocês dois se encontrarem.
— É um rumor, não uma história confirmada – tentou sorrir, ficando levemente paranoica com o que a amiga havia dito. – Você sabe como esses rumores acontecem, as vezes era só uma amiga de época e a mídia aumenta tudo. me diria se algo do tipo acontecesse.
— Em todo o caso, fique atenta, ok? – Carrie sorriu quando a morena se levantou. – Estarei aqui caso precise de mim.
— Obrigada, Carrie – sorriu de canto, refazendo seu caminho para o escritório.
parou por algum tempo para assimilar as informações que Carol havia lhe dito, logo após fechar a porta do seu escritório com o pé. Andou de um lado para o outro do cômodo tentando tirar a pulga de sua orelha enquanto seu cachorro a observava, preguiçosamente deitado ao lado de uma das estantes de livros. Mordeu o próprio lábio traçando seu caminho até a cadeira onde se jogou, voltando a abrir a página do twitter para procurar qualquer coisa que fizesse sentido com o que Carrie havia lhe contado. Não precisou de muito para que segundos depois, várias fotos de com uma garota preenchessem a tela. Algumas fãs surtavam, outras perguntavam o que havia acontecido com a garota de Santa Monica e algumas diziam para manter a calma, uma vez que não havia nenhuma imagem mostrando algum envolvimento que não fosse uma mera amizade. não pode deixar de suspirar um tanto aliviada, fechando a página do twitter e voltando para o processo de tratamento dos ensaios que havia feito.
— Se você gosta mesmo dela, você deveria falar e não apenas esperar explodir em todas as revistas – Josh disse, jogando uma bolinha de papel para cima e pegando em seguida.
— É melhor ela saber por você, assim você consegue explicar a história toda de uma vez ao invés dela tirar conclusões precipitadas quanto as notícias que vão aparecer por aí – dessa vez, Jacob se pronunciou, testando alguns arranjos para a letra de .
— Eu não se como explicar pra ela que eu tenho que “namorar” – ele fez aspas com as mãos. - Alguém que o nossa gestão escolheu.
— Você não precisa, é só admitir que está apaixonadinho pela fotógrafa e assumir publicamente, não é como se vocês tivessem se preocupado com público em Santa Monica mesmo – Danny deu de ombros, girando uma das baquetas.
— Ela me disse que gostaria de permanecer anônima quando nos conhecemos – massageou as têmporas, encarando o teto.
— E isso foi faz quanto tempo? Um mês? – Jake voltou sua atenção ao irmão. - Qual é, ! A garota tinha acabado de te conhecer, vocês estão esse rolo faz um mês e é mais que óbvio que a gosta de você.
— E não estamos dizendo isso porque conversamos com ela – Josh jogou a bolinha de papel em direção ao irmão. – Se uma garota como ela aparece na sua vida, você tem que fazer o máximo pra não perder ela.
— A energia dela é incrível, isso por si só já faz com que seja sua obrigação moral você não deixar ela escapar pelos seus dedos – Jake apontou para o baixista com o indicador. – Além do mais, eu gosto dela e se eu não tiver o nosso próximo álbum fotografado por ela, eu serei obrigado a te bater até você voltar ao seu normal.
— Que fique avisado que eu estou com Jake – Josh disse, pegando a bolinha quando a atirou de volta em sua direção.
— E eu também – o baterista levantou uma das mãos.
— Todos contra , entendi – o garoto levantou os braços em rendição. – Eu vou falar com ela amanhã, ela deve estar editando as fotos do ensaio de hoje.
— É melhor que fale mesmo – Josh voltou a jogar as bolinhas para cima.
estava destruída.
Talvez fosse pelo trabalho, talvez pela enxurrada de ligações que havia recebido das melhores conforme o passar do dia ou quem sabe pelo verão, que despertava o seu pior lado: o procrastinador. Não era à toa que naquele exato momento, ela havia deixado seu celular no silencioso e se jogado em sua própria cama, sendo seguida pelo seu cachorro que ajeitou sua cama ao lado da mulher. Não soube ao certo quando aconteceu, mas quando finalmente se levantou, já se passavam das oito da noite segundo o relógio de seu quarto.
Sentou-se na cama e espreguiçou-se, deixando o celular no criado mudo antes de se levantar e desenhar seu caminho até a cozinha silenciosamente, sentindo o cheiro de comida invadir suas narinas. Não deixou de estranhar, afinal o dia de Carrie cozinhar era durante os fins de semana, não durante uma quinta-feira.
— Ela vai ficar destruída quando ficar sabendo disso, isso se ela já não tiver visto – escutou Vee, estranhando ainda mais o que estava acontecendo. Veronica raramente estava em casa durante quintas-feiras justamente por não querer perder horário do trabalho na sexta de manhã.
— Quando cheguei ela estava dormindo, provavelmente dormiu logo que chegou do trabalho e nem olhou nada – dessa vez escutou Carrie.
— O que aconteceu? – prendeu os cabelos desajeitadamente, sentando em um dos banquinhos em frente ao balcão.
— ... nós temos que conversar – Vee desligou fogão, fazendo seu caminho até a melhor amiga.
— O que está acontecendo? – a fotógrafa franziu o cenho.
— Lembra-se do que eu te disse ontem? Dos rumores? – Carrie suspirou, encarando a melhor amiga.
— Sim, tá tudo bem – sorriu, estranhando a seriedade das amigas. – Foram só algumas fotos deles andando na rua, nada demais.
— Na verdade, não foi só isso...
Veronica murmurou, desbloqueando o celular e entregando nas mãos da melhor amiga, um tanto triste por ser a mensageira de uma notícia que iria destruir o coração de sua amiga.
O título da manchete estava em letras maiúsculas, causando um revirar no estômago da fotógrafa. No texto abaixo, mostrava uma foto do mais recente casal. Na foto, a garota estava mostrando a língua enquanto a abraçava e a olhava apaixonadamente. engoliu em seco tendo a certeza de escutar seu coração quebrar em milhares de pedacinhos. Pedacinhos esses que ela não fazia ideia se conseguiria colar novamente algum dia.
— Pelo menos ele não estava com ela antes de mim – tentou sorrir, sentindo os olhos queimarem com as lágrimas se acumulando.
— Hey, hey... – Vee se levantou, abraçando a melhor amiga.
— Eu... eu... – a voz de estava totalmente embargada, tornando cada vez mais difícil segurar as lágrimas. – Eu acho que preciso de um tempo sozinha – passou as mãos pelo rosto, tentando limpar as lágrimas que caiam por sua bochecha. – Eu já volto.
Dito isso, apenas saiu correndo em direção ao banheiro e se trancou ali, deslizando as costas pela porta de madeira até estar sentada no chão. Abraçou as própria pernas e se curvou para frente, encostando sua testa nos joelhos antes de deixar que as lágrimas caíssem por seu rosto incessantemente. Seu peito doía, ela sentia como se estivesse levado uma facada a cada vez que se lembrava da foto de com a garota em seu colo. Se ele gostava dela tanto quanto dizia em todas as oportunidades possíveis, por qual motivo ele esconderia algo assim? Por que mentiria sobre algo tão importante? se questionava, se sentindo ingênua por ter acreditado que o jovenzinho rockstar realmente teria outras intenções além de um one-night-stand com ela. Levantou-se do chão e encarou seu reflexo no espelho e limpou as lágrimas na base do mais puro e genuíno ódio. Ela não ficaria triste, não iria chorar por e muito menos se preocuparia em dar um troco no garoto. Se ele queria que ela fosse um caso de verão, ela também o faria. Destrancou a porta do banheiro, saindo com a velocidade de um jato do cômodo, voltando para a cozinha.
— Eu preciso beber algo - sentou-se ao lado de Vee, balançando a cabeça quando Carrie levantou-se da banqueta para procurar algo. – E uma mudança de cor de cabelo – olhou os fios, tirando uma risadinha de Vee.
— Vai ficar tudo bem, ok? – segurou a mão da morena. – Um loiro, talvez?
— Eu tenho pena dos homens desse planeta se esse mulherão que você é ficar ainda mais perfeita – Carrie gritou, colocando cubos de gelo dentro dos copos antes de despejar whisky por cima.
— Exagerada – rolou olhos. – Acho que não comentei sobre o acidente da praia no dia que conheci , né?
— Um mês depois e só aí você resolve contar isso? – Vee balançou a cabeça, pegando um dos copos que a namorada estendeu em sua direção.
— Amada, eu estava louca – pegou o copo com Carrie, tomando um gole longo da bebida. – Mas eu vou contar.
se sentou com as melhores amigas no sofá, contando cada detalhe do rápido encontro que ela teve com o estranho do cachorro fujão. As melhores amigas quase a espancaram por não mandar mensagem de imediato pro rapaz, a fazendo prometer que o faria no dia seguinte, no mais tardar. Ficaram conversando por mais um tempo, até a latina resolver ir para seu quarto para resolver as coisas com o baixista e botar um final naquela história.
Entrou em seu quarto e a primeira coisa que reparou quando pegou seu celular foi a quantidade de mensagens de em seu celular. Começou a rolar as mensagens, sentindo seu coração partir-se novamente a cada palavra.
Me manda mensagem quando puder.
Xx.
[01/08 18h37] : Por favor, não me ignora, eu realmente gostaria de esclarecer tudo antes.
Xx.
[01/08 19h22] : Existe algo que eu possa fazer pra você me dar uma chance de explicar? Eu juro que não é o que você tá pensando.
Xx.
[01/08 20h58] : Por favor, me atende. Eu realmente posso explicar tudo.
Xx.
suspirou, passando pelas últimas mensagens antes de finalmente abrir o discador de chamada e cogitar se deveria ou não ligar para o baixista. Respirou fundo e retirou uma coragem que ela mesma não sabia tinha, finalmente discando o número e aguardando atendê-la, o que ocorreu pouco depois do terceiro toque.
— Puta merda, eu achei que você estivesse me ignorando esse tempo todo – ele soava aliviado, fazendo que soltasse um riso seco. – Por favor, me deixa explicar... – ele foi interrompido antes mesmo de começar.
— ...
— Só me deixa explicar antes de qualquer conclusão... – ele foi interrompido novamente pela mocinha, que agora segurava as lágrimas.
— , eu não quero ouvir suas explicações – foi dura, engolindo em seco quando sentiu sua voz vacilar. – Eu quero que você me esqueça e não me procure mais. Esqueça o quatro de julho, esqueça de tudo.
— Eu não posso, ... eu... – ela escutou a voz embargada do rapaz, respirando fundo para que ela mesma não sucumbisse.
— Adeus, .
Ela desligou a ligação, jogando o celular em cima da cama quando ele começou a se encher de mensagens de . Limpou suas lágrimas pelo o que pareceu ser décima vez nas últimas cinco horas, procurando pelo bloquinho de notas que havia levado para Santa Mônica. Pegou seu celular e bloqueou o número de , bem como fez em absolutamente todas as redes sociais que ela o tinha. Procurou pelo número de Dylan na agenda e sorriu quando finalmente o encontrou. Salvou o número do garoto da praia e enviou uma mensagem de texto.
Não sei se você se lembra de mim, sou a garota que o Ben pulou em cima durante a fuga.
Espero que a proposta de compensar a educação do cachorro ainda esteja de pé, mesmo depois de quase um mês.
Xx, .
🎵🎵🎵
Nova York, NY.
2 meses depois.
Depois.
2 meses depois.
Depois.
Era oficialmente novembro e estava se sentindo radiante, para dizer o mínimo. Não sabia dizer se era pelo clima de outono ou pela proximidade com sua época preferida: o halloween. Ela amava a temporada de halloween mais do qualquer outro feriado, por isso levantou-se mais rápido que o normal quando seu despertador finalmente tocou.
Tomou um belo banho e escovou os cabelos, agora loiros, em frente ao espelho de certificando que não estivesse com os cabelos úmidos quando saísse pra fora do prédio. Havia se mudado para Nova York há pouco mais de um mês e meio graças a uma proposta de emprego para trabalhar na sede da Rolling Stone, virando sua vida de cabeça para baixo. Todavia, estava extremamente feliz, por mais que sentisse falta de ver Carrie e Vee todos os dias, bem como sentia de Dylan.
Dylan, por mais incrível que fosse, entendia as necessidades de de estar sozinha durante aquela etapa de sua vida. Ela estava tentando fazer seu nome como fotógrafa e dedicava boa parte do seu tempo à isso, tendo alguns raros intervalos para praticar música. Por esse motivo, resolveram manter uma amizade colorida sem nenhum compromisso. Se pegavam sempre que se viam, transavam quando possível e eram amigos extremamente saudáveis, visto que Dylan havia a ajudado a superar durante aquele tempo.
Terminou de fazer sua maquiagem após passar um batom vermelho, vestindo a jaqueta de couro que descansava no apoio de casacos ao lado da porta. Certificou-se de deixar comida e água para Tommy, acariciando a cabeça do cachorro antes de pegar sua bolsa de trabalho e sair do loft, trancando a porta atrás de si. Chamou o elevador e entrou nele assim que as portas abriram em seu andar, desejando bom dia aos moradores que ali estavam.
Saiu para fora do prédio assim que o elevador parou no térreo, chamando por um taxi e agradecendo mentalmente a deus quando um deles parou na sua frente, entrando dentro do carro.
— Pra onde vamos? – o senhor sorriu, ajeitando o retrovisor.
— Para o prédio da Rolling Stone na Quinta Avenida – ela sorriu quando o homem assentiu.
O caminho todo levou cerca de 15 minutos, considerando que o loft que morava era apenas a algumas quadras de distância da quinta avenida. Quando o homem parou em frente ao prédio, retirou o dinheiro da carteira e pagou pela corrida, deixando uma gorjeta considerável para o motorista antes de sair do carro e entrar no prédio. Mostrou o crachá na recepção e subiu para o andar onde as fotos eram tiradas, já preparando-se para montar todo o sistema de iluminação. A banda que faria o ensaio só chegaria as onze e seu relógio marcava 9h30min da manhã, o que fazia com que sobrasse um tempo considerável para que ela ficasse sem fazer absolutamente nada. Saiu do elevador quando chegou no sexto andar, entrando na sala de ensaio.
— Hora de deixar isso aqui prontinho.
Murmurou, sentando-se na mesa tirando as coisas de dentro da mochila. Posicionou o notebook em cima da mesa, plugando os fios de carregador e transferência de dados no mesmo. Tirou a câmera e as diversas lentes de dentro, deixando-as minunciosamente separadas por tipo em cima da mesa, de modo que não pudessem cair dali com um esbarrão. Após terminar, voltou sua atenção para o aspecto de iluminação da sala, ajustando os softbox e as strip box em posição, ligando-as logo em seguida ao acertar a posição de cada uma delas.
Ligou as caixas de som conectando-as com o computador, sentou-se na cadeira novamente e começou a procurar por uma playlist que estivesse refletindo seu estado de espirito naquele dia e optou por uma playlist de gêneros mistos, apoiando seus pés na mesa enquanto trabalhava na edição das últimas fotos de um outro photoshoot que havia feito naquela semana. Balançava os pés de forma distraída conforme as batidas de bateria de alguma música do álbum mais recente do Machine Gun Kelly, editando a última foto que faltava do ensaio que havia com o cantor para sua mais recente merch.
Brincadeira.
Aliás, Hotel Diablo é um puta álbum. Xx.
Apenas enviou a mensagem, deixando seu celular descansando ao lado do seu computador. Escutou a porta abrir, apenas erguendo a cabeça o suficiente para identificar Bart com a cabeça dentro da sala.
— Tenho uma notícia boa e uma ruim, qual você prefere escutar primeiro?
— A ruim – virou sua atenção para o garoto, escutando seu celular vibrar contra a mesa de ferro.
— A banda está levemente atrasada, disseram que chegam em dez minutos – o estagiário deu de ombros.
— Eu achei que você fosse portador de notícias ruins – sorriu. – Eu tô com uma quantidade ok de fotos pra editar, isso acabou de deixar meu dia mais feliz – espreguiçou-se.
— E a notícia boa é que eu já sabia que você estaria morta de sono, te trouxe um café – ele sorriu, entrando dentro da sala com um copo grande de café gelado.
— Bartholomew, eu juro que se eu não tivesse idade pra ser sua irmã, eu casaria com você agora – ela sorriu, pegando o copo de café dando uma grande golada. – Jesus Cristo, eu não sei o que seria da minha vida sem você.
— Provavelmente seria uma desvairada por falta de cafeína no sistema – ele sorriu, corando pelo comentário. – Nos vemos no almoço?
— Yup – ela deu mais uma golada generosa no copo de café. – Te mando mensagem.
— Ok, fico esperando – Bart bateu no ombro da mulher levemente antes de sair da sala.
deixou o copo de café ao lado para legar seu celular, vendo que alguém havia respondido sua mensagem um tanto quanto rápido. Desbloqueou a tela do celular apenas para encontrar uma resposta típica de Colson Baker.
Dei meu sangue, suor e lágrimas por ele, fico feliz que gostou.
Podemos nos ver logo, dou um jeito de ir à NY só pra resolvermos o esquema da merch.
Xx
balançou a cabeça negativamente, resolvendo responder o amigo quando terminasse seu trabalho. Escutou a porta abrir e se virou novamente em direção à ela, sorrindo ao encontrar Emily.
— Eles já chegaram, posso pedir pra subir? – a mocinha perguntou, encostando-se no batente.
— Claro, já tá tudo pronto.
viu Emily assentir, pegando sua câmera e colocando o difusor no suporte. Se levantou e terminou de montar os tripés, apenas caso fosse extremamente necessário usá-los. Esperou até que Bartholomew voltasse para a sala com a banda que iria ser fotografada, agradecendo a si mesma por ter deixado a câmera em cima da mesa no momento em que Bart entrou na sala com os quatro homens em seu encalço.
— E essa é a nossa fotógrafa, ela é realmente muito boa então não precisam se preocupar ângulos – Bart sorriu, pronto para apresentar a amiga quando um dos membros da banda o cortou.
— ? – Josh franziu o cenho, reconhecendo a garota mesmo com os fios loiros. Ela estava realmente ferrada. – Puta merda, nós achávamos que você ainda estava em LA. Como está? – ele correu para abraçá-la, sendo retribuído imediatamente.
poderia não ter perdoado pelas coisas que aconteceram entre os dois meses antes, mas isso não se estendia aos colegas de banda dele. Josh, Jake e Danny eram legais demais para que ela simplesmente ignorasse a banda toda. Levou seu olhar até Danny, arqueando a sobrancelha para o rapaz. Ele já tinha uma ideia do que aconteceria partir daquele momento. O baterista era único com quem manteve contato depois de todo o acontecido, consequentemente o único dos quatro que sabia da mudança da fotógrafa. Ela ia muito matá-lo.
— Vocês já se conhecem? – Bart os encarou, um tanto confuso.
— Você nem imagina o quanto – soltou um riso nervoso, dando mais um gole no copo de café que repousava na mesa. – Vocês poderiam me dar licença por um segundo? – sorriu, passando pelos rapazes e apenas ignorando a encarada monstruosa de .
Correu em direção ao banheiro no fim do corredor, trancando-se ali por algum tempo enquanto se encarava no espelho e se certificava de que ainda estava em suas plenas faculdades mentais, com profissionalismo suficiente para não deixar seus sentimentos passados afetarem na forma como faria seu trabalho. Saiu do banheiro em seguida, voltando para a sala como se nada tivesse acontecido.
— Bart, vou precisar que você fique aqui para me ajudar com os rebatedores, sim? – o garoto assentiu. – Ok, antes da gente começar eu preciso saber o que vocês tem em mente para esse photoshoot, gosto de trabalhar com as preferências dos artistas.
— Acho que você conhece bem a gente, sabe o tipo de conceito que seguimos – suspirou, encarando-a.
— Estou dando uma chance de vocês se intrometerem no trabalho antes dele começar, porque uma vez que eu começo, eu não paro – ela encostou na mesa, passando a correia da câmera ao redor do pescoço, escolhendo as lentes coloridas que estavam na mesa a medida em que ajustava seu foco.
— Eu confio em você – tentou uma aproximação sutil, recebendo um olhar gelado da fotógrafa quando ela terminou de ajustar a lente na câmera.
— Decisão terrível – deixou a câmera na mesa. – Façam seu mojo, eu tive uma ideia e vou pegar algumas coisas pra complementar.
saiu correndo até o fim do corredor, pegando oito rosas brancas do arranjo de flores que ficava ao lado do banheiro, antes de voltar para o estúdio e procurar uma das luzes coloridas que sempre carregava em sua mochila. a observava com atenção, um tanto quanto hipnotizado pelo profissionalismo da mulher a sua frente, principalmente quando se tratava de trabalhar com alguém que havia vacilado feio com ela. A seguiu com os olhos quando ela retirou a jaqueta de couro, jogando em cima da cadeira enquanto trocava uma das luzes brancas por uma vermelha. Reajustou a posição das luzes e pegou quatro das flores.
— Você estão prontos? – os quatro assentiram. - Ok, preciso que cada um pegue uma rosa – ela sorriu, entregando uma flor para cada um dos rapazes.
— Você está tão romântica hoje, – Danny suspirou, recebendo um dedo do meio como resposta da mulher. – Retiro o que disse, totalmente grosseira hoje – arqueou uma das sobrancelhas, visivelmente confuso quanto a intimidade do baterista com a fotógrafa.
— Eu me acerto com você depois – apontou com o indicador em direção ao garoto. - Bart, preciso que você pegue o rebatedor prata – sorriu para o estagiário, que assentiu antes de sair pela porta. – Bom, vou arrumar vocês em ordem, sim?
— Sim, Capitã – Jake bateu em continência, tirando um riso da fotógrafa.
— Gêmeos, vocês ficam na frente por serem mais baixinhos, ok?
— Isso foi tão ofensivo, em tantas formas... – Josh gargalhou em seguida, recebendo um balançar de cabeça da mocinha antes de assumir sua posição.
— Bom. e Danny, vocês ficam ao lado dos gêmeos em formato de “v”, ok? Assim vocês tem destaque por serem ponta e eles também, por serem a frente – os mais altos assentiram, parando no lugar em que a garota pediu.
Pelo tempo em que eles se arrumaram em suas devidas posições, Bartholomew já havia chego com ambos os rebatedores, sabendo que em algum momento a fotógrafa resolveria usá-los.
— Ok. Bart, você vai ter um trabalho duplo hoje – ela disse, tirando as pétalas de uma das rosas que sobraram na mesa e colocando-as na mão do estagiário. - Você vai ficar do lado do segundo mais alto com o refletor e quando eu avisar, você vai jogar as pétalas em cima deles.
— Ok, - ele ajustou o rebatedor com o máximo de cuidado possível.
— Agora eu quero que você segurem as rosas do jeito que acharem melhor, não tem regras.
Esperou que os garotos o fizessem e começou a fotografar, achando inacreditável o quanto os garotos eram fáceis de serem fotografados. Tirou mais alguns clicks e fez o sinal para que Bart jogasse as pétalas. Contou silenciosamente com dedos, tirando mais alguns clicks a medida em que as rosas caíam por cima dos rapazes, um tanto quanto orgulhosa de seu trabalho. Trocou os rapazes de posição uma quantidade considerável de vezes a medida em que pensava melhor no seu objetivo para o ensaio.
Pelo tempo que terminaram de fazer o ensaio, o relógio já marcava pouco mais de duas da tarde e já sentia seu estômago reclamar de fome. Tirou a correia do pescoço e colocou a câmera em cima da mesa, dando uma olhada rápida nas fotos antes de começar a transferência delas para o computador.
— Já terminamos aqui, a redação entra em contato quando eu tiver todo o material pronto – sorriu, repousando as mãos na própria cintura. – Danny, se importa se eu falar com você?
— De maneira alguma – o baterista sorriu.
— Ótimo – segurou o rapaz pelo braço, arrastando-o porta a fora até o fim do corredor. – Agora você pode me explicar que droga vocês estão fazendo aqui? – cruzou os braços, encarando Danny.
— Vamos lançar um álbum logo e estamos fazendo entrevistas de promoção – ele suspirou. - Os meninos decidiram não ir para LA porque achavam que você estaria lá.
— E aí vocês aparecem aqui, onde eu trabalho, misteriosamente depois de eu te dizer que havia me mudado – levantou os braços, ainda sussurrando para que ninguém escutasse o que estavam falando.
— Por incrível que pareça, sim – Danny balançou a cabeça. – Já se passaram dois meses, , não acha que já está na hora de você pelo menos escutar o que tem a dizer?
— Fácil falar quando não foi você quem teve o coração quebrado por ele – passou a mão pelo próprio rosto. – Ou você esqueceu que eu tive que descobrir sobre o namoro dele através de uma droga de site de fofocas?
— Se você tivesse dado uma chance pra ele se explicar, estaria tudo bem. Ele não está nem namorando mais – Danny rolou os olhos. – Você não é a única que está sofrendo com isso, dê uma chance pra ele – ele a segurou pelos ombros. – Confie em mim.
— Meio difícil quando tudo está contra ele – balançou a cabeça, empurrando Danny de volta para o estúdio.
— ... podemos conversar? – parou atrás da fotógrafa assim que ela retornou ao estúdio para organizar seus materiais dentro da bolsa.
— O que quer, ? – ela suspirou, virando-se para o baixista apenas para notar que todas as outras pessoas da sala haviam saído, deixando ambos sozinhos. – Ótimo – murmurou.
— Eu quero resolver as coisas – coçou a própria nuca, visivelmente desconfortável.
— Já se passaram dois meses, – suspirou, encostando-se na mesa com os braços cruzados. – Apenas esquece o verão, vai ser mais fácil pra nós dois.
— Esse é o problema, eu não quero esquecer – ele levou uma de suas mãos até o braço da fotógrafa, acariciando levemente a medida em ela o encarava. – Eu juro que tudo tem uma explicação.
— Me desculpa, , eu não posso.
Ela pegou a mochila, saindo do estúdio o mais rápido que podia sem ao menos olhar para trás. Chamou o elevador e entrou nele assim que as portas se abriram, já chamando o uber para voltar para casa. Mal havia passado pela recepção para Emily que estava indo para casa quando a chuva começou a cair pelo lado de fora do prédio. Apenas ignorou a chuva, certificando-se de não deixar que a água atingisse o interior de sua bolsa quando entrasse no carro.
, por outro lado, encarava a fotógrafa entrando em um carro com a velocidade de uma flecha. Grunhiu, verdadeiramente frustrado ao sentar-se em uma das poltronas de couro da recepção. Ele havia sido um idiota de achar que consertar as coisas com seria tão fácil, principalmente considerando o motivo que havia feito com que ela se afastasse em primeiro lugar.
— O que aconteceu entre vocês? correu feito o diabo fugindo da cru. – a garota que ele reconheceu como sendo a recepcionista de horas mais cedo perguntou.
— Vamos dizer que tínhamos algo, um mal-entendido aconteceu e agora ela não suporta olhar na minha cara – passou as mãos pelo rosto, suspirando. – Eu ao menos consegui explicar as coisa.
— Me parece exagero uma reação por algo tão simples – a recepcionista franziu o cenho. - Principalmente sendo .
— Não se você soubesse o tipo de mal-entendido.
— Você deveria ir até a casa dela – Emily sorriu.
— Como se eu soubesse onde é – bufou. – Fazia um tempo que não conversávamos, eu nem sabia que ela tinha se mudado até entrar no estúdio.
— Aqui, o endereço dela – Emily estendeu um papel para o baixista. – parecia triste então é bom que você esteja sendo sincero quanto à arrumar as coisas.
— Eu estou – ele se levantou, pegando o papel da mão da recepcionista. – Muito obrigado por isso.
pegou o próprio celular, avisando aos empresários e aos irmãos que iria fazer uma visita para uma amiga antiga antes mesmo de se lançar para a chuva ao lado de fora do prédio, entrando no primeiro taxi que parou em sua frente já entregando o endereço no papel para o motorista.
andava de um lado para o outro na sala do seu loft, sendo encarada por seu cachorro a cada vez que ia e voltava de um lado para o outro. Cidade diferente, estado diferente e mesmo assim as lembranças da Califórnia conseguiam voltar para assombrá-la a todo o momento. Naquele momento ela não queria nada menos que uma passagem para outra galáxia onde não existisse, livrando-a do peso de se sentir uma babaca completa por ter corrido para longe do baixista. Ouviu o interfone tocar, franzindo o cenho antes correr até o aparelho para atendê-lo.
— Alô?
— ? Tem um garoto pedindo permissão pra subir, ele disse que o nome dele é – o porteiro, disse a fazendo respirar fundo. Ela definitivamente mataria Daniel Wagner.
— Roger, fala pra ele ir embora e não o deixe subir, por favor.
— Claro, senhorita – Roger desligou.
voltou o telefone no gancho, andando em direção ao sofá e se jogando ali, desbloqueando a tela do próprio celular para finalmente responder a mensagem que Colson havia mandando horas antes. Aproveitou que já estava com o aplicativo aberto, digitando uma mensagem pouco educada para o baterista. Todavia, quando estava prestes a enviar a mensagem, escutou um grito no lado de fora.
— , EU NÃO VOU SAIR DAQUI ATÉ RESOLVER TUDO! – a fotógrafa abriu a janela, colocando a cabeça para fora apenas para ver o baixista ficar ensopado devido à chuva que caia do lado de fora. – PUTA MERDA, EU REALMENTE FICO FELIZ DISSO TER FUNCIONADO – ele passou a mão pelo rosto, tentando tirar a água do rosto.
— , VOLTA PRA SUA VIDA E ME ESQUECE – gritou de volta, fechando a janela para voltar a deitar no próprio sofá.
— VOCÊ PODE ESCOLHER NUNCA MAIS OLHAR NA MINHA CARA, SÓ ME DEIXA EXPLICAR PRIMEIRO! – gritou, apenas continuou imóvel no sofá. Ele não ficaria ali por muito tempo, certo? – EU NÃO VOU SAIR DAQUI ATÉ CONSEGUIR FALAR COM VOCÊ.
passou a mão por seu rosto, olhando para a janela ao lado de fora conforme a chuva aumentava cada vez mais. Grunhiu em frustração por ter um coração tão mole e apenas fez seu caminho até a porta, saindo para fora do loft e chamando o elevador. Entrou no mesmo assim que as portas se abriram, apertando o botão que indicava o andar da portaria. Quando atravessou o corredor, a primeira coisa que ouviu foi o porteiro.
— Eu disse para ele ir embora e essa foi a reação dele, me desculpe senhorita – Roger abaixou a cabeça, um tanto constrangido.
— Ele é um pé no saco mesmo, relaxa – saiu para o lado de fora.
— , TA COMEÇANDO A FICAR FRIO AQUI! – notou que a voz dele começava a falhar por conta dos gritos.
— Ei! – chamou a atenção do baixista, que a olhou com o sorriso. – Vem, seus irmãos vão me matar se você adoecer por minha causa – ela mexeu a cabeça, virando de costas para ir em direção ao elevador quando parou ao seu lado.
— Eu juro que consigo explicar tudo – ele a encarou logo que entraram no elevador.
— É melhor mesmo – cruzou os braços. – Meus vizinhos vão comer meu fígado pelo show que você deu. – suspirou, saindo do elevador assim que as portas abriram.
— Era o único jeito de conseguir falar com você – suspirou, entrando no loft da fotógrafa logo atrás dela.
— Não falar teria sido bem mais eficiente – se virou para o rapaz, apenas para vê-lo brincando com Tommy. Sentiu seu coração se aquecer com as lembranças ao mesmo tempo que sentia a dor que as acompanhava.
— Já fiz isso por dois meses, tá mais que na hora de esclarecer tudo – ele suspirou. – Eu não sei nem por onde começar.
— Tirar a roupa molhada me parece ser um bom começo – ela suspirou, andando em direção ao seu quarto para procurar alguma peça masculina que servisse no garoto. Coisa que não seria muito difícil considerando o quão magro ele era.
— Eu não estava namorando com aquela garota – ele a seguiu, encostando no batente da porta a medida em que ela procurava algo no guarda-roupas.
— Sério? Me conte mais – murmurou, um tanto irônica, pegando uma camiseta preta e uma samba-canção que costumava usar com frequência.
— Eu estou falando sério – suspirou. – Você não achou estranho eu não ter nenhuma foto com ela nos meus perfis ou terminar com ela uma semana depois? – ele a encarou no momento em que parou à sua frente, estendendo as peças de roupas para ele. – Obrigado – ele pegou as peças.
— Não, eu não vejo atualizações da banda desde que conversamos pela última vez.
— Oh... – ele mordeu o lábio, parando ao lado de .
— Aqui é o banheiro, tira essa roupa molhada para não adoecer, sim? – ela sorriu de canto, dando as costas para o baixista no momento seguinte.
respirou fundo e entrou no banheiro. Fechou a porta e começou a tirar as peças molhadas, jogando-as no chão do banheiro. Colocou a camiseta e a samba-canção, rindo consigo mesmo quando reparou que a camisa que havia emprestado a ele era a mesma que ela estava usando quando ambos se conheceram alguns meses antes. Saiu do quarto e refez seu caminho até a sala da fotógrafa, sentando-se ao lado dela.
— A gestão queria alguém para impedir que você fosse reconhecida, foi um pedido meu – ele murmurou, levantando seu olhar para ela. - Por isso ninguém suspeitou que a pessoa que eu estava beijando no quatro de julho era uma pessoa desconhecida.
— E você espera que eu acredite nisso? – ela arqueou a sobrancelha.
— Eu não espero – suspirou. – Eu mesmo não acreditaria, mas eu não sairia no meio da chuva em Nova York, entrando no primeiro taxi que aparecesse, muito menos ficaria gritando até quase perder a voz embaixo da sua janela para que você me escutasse – ele se aproximou, levando sua mão até o braço da fotógrafa. – Não teria ficado olhando sua foto no meu celular o tempo todo para me martirizar por ter sido idiota o suficiente para não te perguntar se gostaria de ir a público com nosso relacionamento – subiu sua mão até a bochecha da mocinha, acariciando-a.
— ... – o olhou nos olhos, sentindo-se como se fosse uma adolescente sendo convidada para o baile pelo garoto que gostava.
— Me desculpe por ter sido um idiota e por ter te machucado – ele se aproximou um pouco mais, quase encostando suas testas. – Eu prometo te compensar se você me der uma chance de te provar isso.
— Eu te odeio... – ela fechou os olhos, sentindo arrepios em suas espinhas quando encaixou seus dedos entre os fios de cabelo de sua nuca.
— Eu também amo você – ele murmurou, roçando seu nariz no dela. – Posso?
— Sim.
finalmente encostou seus lábios nos dela, sentindo as malditas borboletas se revirarem em seu estômago. Pediu permissão para aprofundá-lo um pouco mais com sua língua, satisfeito quando cedeu. Puxou um pouco mais os cabelos da mocinha, tirando um gemido baixo dela como resposta. tomou certa distância apenas para sentar-se no colo de e encaixar seus dedos entre seus longos cabelos, puxando-os com delicadeza antes de desenhar uma trilha de beijos que iam de seu maxilar marcado até a base de seu pescoço.
— Me diz pra parar – murmurou, descendo as mãos até as coxas dela para apertá-las.
— Eu não quero que pare – ela sorriu, levando suas mãos até a base da camisa que usava.
— Merda.
O baixista grunhiu, pegando a fotógrafa no colo e se levantando desajeitadamente enquanto refazia o caminho em direção ao quarto dela. A colocou em cima da cama com o máximo de delicadeza que conseguiu diante da situação, subindo em cima dela por alguns segundos até que retomasse as rédeas as situação e sentasse em seu colo, rebolando enquanto segurava suas mãos contra o colchão. mordeu o próprio lábio, deixando um gemido rouco escapar por seus lábios quando a mocinha se esfregou contra seu pau.
— Roupas demais.
Ele grunhiu, se arrependendo da reclamação quando o encarou, com um sorriso que poderia ser considerado demoníaco, antes de soltar as mãos dele e tirar sua camiseta, jogando-a pelos ares. A mocinha levou suas mãos até a bainha da camiseta do rapaz, puxando-a até que a peça se juntasse à sua camiseta ao chão.
Encarou os olhos do baixista por um breve momento, deixando que um sorriso bobo tomasse conta de seus lábios quando ele sorriu para ela em resposta.
— Você é perfeita – ele se levantou, acariciando a bochecha de . – Me deixa cuidar de você.
depositou um selinho nos lábios de , invertendo as posições mais uma vez a medida em que a tocava com delicadeza, quase como se ela tivesse a fragilidade da mais fina peça de porcelana. Depositou alguns beijos molhados pelo pescoço dela, traçando um caminho até seus seios. Levou sua destra até o fecho do sutiã, tirando-o com certa facilidade antes de repetir o mesmo processo que havia feito com as peças anteriores, abocanhando os seios da fotógrafa.
gemeu com o contato da língua do baixista, jogando a cabeça para trás a medida que ele lambia seu mamilo e, com a mão livre, acariciava o outro seio. Sentia seu corpo esquentar a cada toque delicado do rapaz, deixando um gemido escapar pelos próprios lábios quando ele depositou um chupão em seu pescoço.
sorriu, encarando a fotógrafa e a idolatrando mentalmente conforme conseguia ver mais e mais de seu corpo. Mordeu seu lábio inferior encarando-a com tamanha luxúria que conseguia senti-la no ar, misturando-se com a tensão sexual e o tesão acumulado entre os dois durante aquele maldito ensaio. Se ela soubesse que ao fim do dia eles terminariam em sua cama, todo o estresse poderia ter sido evitado.
O baixista levou ambas as mãos até o cós da calça da mocinha abaixo de si, acariciando sua cintura rapidamente antes de movê-las em direção às abotoaduras, abrindo-as com certo desespero. Voltou em sua posição inicial, beijando a fotógrafa a medida em que adentrava suas calças com uma das mãos.
— Fuck... – sussurrou ele, sentindo a calcinha ensopada da fotógrafa a medida em que esfregava sua boceta por cima da calcinha. – Se eu soubesse que você estava assim, teria resolvido antes. – murmurou próximo ao ouvido de , fazendo com que seu corpo arrepiasse por completo quando sua respiração bateu contra seu pescoço.
— Você pode fazer isso agora – sussurrou, abrindo mais as pernas.
— Eu vou.
sussurrou, com sua voz um tanto rouca a medida em que voltava sua atenção para outras partes do corpo da moça abaixo dele. Depositou beijos por toda a barriga da fotógrafa, puxando suas calças para baixo até que estivessem sendo arremessadas pelos ares. Encarou a mocinha rapidamente, sorrindo quando a viu apoiada em seus próprios cotovelos a medida em que ele chegava mais próximo de seu local sensível. Segurou as pernas de , alternando entre beijos e leves mordidas pela parte interna de suas coxas e virilha. Depositou um beijo por cima da calcinha preta que ela usava, puxando-a para o lado para enfim deslizar um de seus dedos lentamente pelo sexo da mulher.
— Puta merda!
gemeu assim que finalmente sentiu passar os dedos por sua boceta, jogando a própria cabeça para trás e fechando seus olhos. Agarrou os lençóis ao lado de sua cama, como se o ato fosse milagrosamente ajudar a acabar com incômodo no meio de suas pernas. definitivamente estava querendo torturá-la.
— ... – gemeu, começando a rebolar contra os longos dedos do baixista à procura de mais.
— Shhh...
depositou um beijo rápido nos lábios da fotógrafa, retirando a última peça de roupa que faltava para que ele pudesse contemplar com máximo aproveitamento a deusa grega da qual ele gostaria, em algum futuro próximo, de chamar se namorada. Voltou a ficar entre as pernas da fotógrafa, esfregando seu polegar contra o clitóris da fotógrafa cuidadosamente a medida em que ela o encarava. Deu-se por satisfeito quando ela soltou um gemido alto, vendo a oportunidade perfeita para que ele fizesse o que estava querendo há tempos. Levou sua boca até a boceta de , passando sua língua por toda a extensão da mocinha antes de voltar sua atenção para seu clitóris e introduzir um dedo em sua entrada.
— Puta merda!
arqueou as costas no momento em que sentiu a língua quente de entrar em contato com sua boceta. Ela estava excitada, definitivamente muito excitada, e sentia sua sanidade se esvair de seu corpo a medida em que o baixista passeava a língua por seu clitóris e movimentava seus dedos dentro dela. Segurou os lençóis com força, rebolando contra a boca do rapaz a medida em que sentia o formigamento em seu ventre aumentar junto com sua excitação. Soltou os lençóis e emaranhou seus dedos nos cabelos de , puxando-os como forma de incentivo a continuar a fazer o que estava fazendo.
— ... – tentou o encarar, sentindo seu corpo ficar trêmulo a medida em que seu orgasmo chegava.
— Goza pra mim, minha linda - a encarou a medida em que continuava a chupá-la, segurando em uma de suas coxas.
fechou seus olhos com força, sentindo seu corpo tremer enquanto a chupava. Sentindo seus sentidos ficarem inebriados, ela apenas jogou sua cabeça para trás quando o orgasmo a atingiu violentamente de modo a fazê-la tremer e quase dar uma chave de perna no baixista, se ele não estivesse segurando uma delas.
— Você é linda quando fica assim, sabia?
deitou-se ao lado da mocinha, que tentava a todo o custo normalizar a sua respiração entrecortada enquanto encarava o teto. Assim que o fez voltou sua atenção para , descendo seu olhar até a samba-canção que marcava a ereção do rapaz.
— Encarar é falta de educação.
Ele sorriu de canto, certamente desconfortável e somente naquele momento se tocou. Eles tinham três anos de diferença, dizia abertamente que não teve muitas experiências com garotas durante o ensino médio e nos seus últimos anos havia começado a fazer turnês pelo país. Claro que ele ficaria desconfortável, principalmente se não tivesse tanta experiência.
— ... – ela engatinhou até que estivesse em cima dele. – Me responde, honestamente, você é virgem? - ela sussurrou próximo à orelha dele, se esforçando ao máximo para que aquele momento não se tornasse tenso ao beijar seu pescoço.
— Eu... – ele fechou os olhos, sentindo seu pau latejar devido a tamanha excitação quando a fotógrafa começou a rebolar em seu colo. – Quase – ele mordeu os lábios, segurando a cintura de e apertando.
— Ok... – mordeu o lábio, esticando-se em direção à gaveta do criado-mudo para pegar um preservativo. – Você quer isso? – ela o encarou, acariciando seu rosto com tamanha ternura que ao menos sabia dizer se estava nos céus ou olhando para o próprio diabo.
— Porra, sim.
Ele arfou quando se moveu em seu colo, puxando a samba-canção para baixo junto com a boxer azul-escura. Abriu o preservativo com os dentes, ato que achou extremamente sexy vindo da mocinha, tirando a camisinha de dentro do pacotinho. deu seu melhor sorriso tranquilizador para o garoto, colocando o preservativo antes de voltar a ficar em cima dele. Posicionou o pau do baixista em sua entrada, o olhando nos olhos enquanto deslizava-o para dentro de si lentamente, mordendo seu lábio inferior e jogando sua cabeça para trás.
— Merda, isso é ótimo – murmurou , apertando a cintura da mocinha.
— Espera até eu começar.
sorriu travessa, tirando as mãos de de sua cintura e as segurando contra o colchão. Começou a se movimentar, rebolando lentamente contra o sexo do baixista a medida que ele fechava os olhos e mordia seus próprios lábios afim de tentar segurar os grunhidos e gemidos que tanto insistiam em tentar sair. estava absorto no misto de sensações que sentia, a medida em que seu pau deslizava para dentro da boceta da fotógrafa lentamente ele apenas conseguia pensar no quanto gostaria de estar por cima dela para fazê-la gemer alto a cada vez que o choque de temperatura entre o interior da mocinha e o quarto ocorria. Soltou um gemido um tanto quanto rouco quando foi surpreendido por quicando com rapidez em seu pau, destruindo o último fio de autocontrole que lhe restava quando ela soltou suas mãos e as levou até seus seios, apertando-os.
— ... – ela gemeu, quicando com força contra o baixista a medida em que sentia o formigamento subir pela ponta de seus dedos.
— Amor...
Ele se sentou, segurando a cintura da fotógrafa afim de auxiliá-la com seus movimentos. Desceu suas mãos para a bunda dela e depositou um tapa ardido em uma de suas nádegas, o que fez com que ela o apertasse ao comprimir sua bunda com o tapa inesperado. sorriu, arfando quando emaranhou os dedos nos cabelos de sua nuca, puxando com força antes de juntar seus lábios no do baixista novamente.
inverteu as posições, ajoelhando-se contra o colchão e segurando uma das pernas de abertas, estocando com força contra a fotógrafa a medida que ela pedia por mais. Sentiu suas costas arderem devido aos arranhões causados pelas unhas da mocinha e grunhiu, levando seus lábios ao pescoço dela quando sentiu seu ápice chegando, soltando seu peso contra o corpo de .
— Isso foi... – ela ofegou, encarando o teto.
— Bom? – murmurou, jogando-se ao lado da garota enquanto retirava o preservativo e se esticava para jogá-lo no lixo ao lado da cama.
— Melhor do que eu esperava – o encarou. - Você me chamou de amor.
— Yep – voltou a encará-la ao mesmo tempo que levava sua destra até o rosto dela, acariciando-o.
— Eu gostei disso – murmurou, rolando na cama até estar com a cabeça contra o peito do baixista, que subiu sua mão para os fios loiros da fotógrafa.
— Podíamos ser oficiais, sabe? – murmurou, encarando o teto como se aquilo fosse tornar as coisas menos constrangedoras.
— Nós acabamos de nos acertar – ela o encarou, abraçando-o. – Você não acha que isso é se apressar demais?
— Talvez – ele deu de ombros. – Mas eu não quero esperar pra finalmente ter você pra mim, sabe? Os dois meses que passei longe de você foram ruins o suficiente.
— Okay – sorriu, sentindo um quentinho em seu coração.
— Então... – ele levantou, tirando o fino colar que usava em seu pescoço, encarando a fotógrafa. – , você aceita namorar comigo?
— Aceito, – ela sorriu, depositando um selinho nos lábios do baixista.
colocou o colar ao redor do pescoço da fotógrafa, voltando a se deitar com ela em seu peito. Seu coração estava alegre e ele não conseguia parar de sorrir por um segundo que fosse, não que estivesse muito diferente. Ela estava tão alegre quanto no dia em que se trombaram, uma felicidade tão genuína que poderia ser apalpado através dos sorrisos apaixonados e das risadas que eles soltavam um para o outro.
Todas essas pequenas coisas haviam sido fruto de um acidente da qual a própria não acreditaria se tivessem contado à ela meses antes. Um belo e talentoso acidente.
E tudo isso se entrelaçando sob o sol da Califórnia.