Verus Heres

Atualizada em: 06 de janeiro de 2025

Prólogo


Alaric sempre fora um menino comum, criado nos arredores do vilarejo no reino de Eryndor. Ele fora encontrado por seus pais adotivos, Alden e Seraphina, ainda recém-nascido, em uma cesta boiando no lago perto de sua casa. Alden, um ferreiro forte e dedicado, passava a maioria dos seus dias em sua pequena loja, forjando espadas e ferramentas com grande habilidade. Ele tinha o talento de mexer com qualquer material, já havia feito até algumas joias. Já Seraphina, uma curandeira sábia, usava seu conhecimento de plantas e remédios naturais para ajudar os doentes e apoiar a comunidade. Alaric, embora ainda sem uma profissão definida, também ajudava os aldeões do vilarejo do jeito que podia: consertava utensílios de madeira, transportava remédios e, sempre que necessário, oferecia sua força para as tarefas mais pesadas. Sua bondade e disposição fizeram dele um jovem conhecido e respeitado, alguém em quem todos podiam confiar.
Entretanto, algo em Alaric sempre o fazia sentir-se deslocado, como se fosse um estranho naquele lugar. Ele possuía um senso de justiça inabalável, que frequentemente o colocava em situações difíceis — problemas que seu pai, com paciência e firmeza, sempre ajudava a resolver. Ainda assim, Alaric nunca desistia de lutar para que as coisas fossem justas e corretas, guiado por uma determinação que parecia maior do que ele mesmo. Muitas noites, Alaric acordava de sonhos estranhos, com imagens de um castelo magnânimo nas montanhas, uma coroa de ouro e uma sensação de algo faltando, algo que ele não conseguia entender.
Em uma tarde quente de verão quando, após um dia de trabalho no vilarejo, ele resolveu se refrescar no lago. Após se refrescar, ele se deitou para descansar. Quando sua mão roçou o peito, Alaric sentiu algo estranho que o fez sobressaltar e erguer-se do chão. Havia uma leve pressão sob sua pele, algo que ele jamais havia notado ou sentido antes. Confuso, ele passou os dedos pela região e percebeu uma pequena marca, uma inscrição, quase como um símbolo, que parecia pulsar suavemente igual as batidas do seu coração. Tomado pela curiosidade, correu até o lago para ver seu reflexo. Ali, encontrou a imagem de uma pequena coroa dourada gravada em sua pele. Suas linhas eram compostas por traços finos e delicados, como se tivessem sido esculpidas de forma natural, mais parecendo uma cicatriz sutil do que um desenho evidente.
O topo da coroa exibia três pontas discretas, com a do centro ligeiramente mais alta, enquanto a base era formada por uma linha curva que transmitia fluidez e harmonia. Pequenos detalhes internos, quase imperceptíveis, traziam minúsculos traços que sugeriam um brilho ou uma energia contida, visíveis apenas sob um olhar mais atento.
Alaric caiu sentado e foi se afastando do lago enquanto respirava de forma descompassada e olhando ao redor para se garantir de estar sozinho ou se estava ficando louco. Respirou fundo algumas vezes e lavou o rosto na água. Assim que ergueu sua cabeça, um homem dentro do meio do rio, com vestes de trapos e enigmático, o olhou com um respeito que até então ele desconhecia, pois tinha certeza que não sabia quem era aquele homem.

— Eu conheço o senhor? – disse calmamente enquanto botava uma das mãos atrás de si, segurando o cabo de uma adaga.
— Não precisa se assustar, Alaric. Essa é sua marca, ela só aparece quando você está conectado com Eryndor. Você é o verus heres. O destino do reino está entre suas mãos.
E do mesmo jeito que ele apareceu, ele sumiu. Deixando Alaric confuso e perturbado.
Assim que Alaric pegou sua camisa para vesti-la e voltar para casa, percebeu que a marca havia sumido.
— Foi só um sonho ruim, Alaric. – disse para si, caminhando de volta para casa.


Continua...



Nota da autora: Sem nota.



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