Capítulo único
Birmingham – Reino Unido
Harry estava sentado sobre um equipamento de som, enquanto aguardava Mitch ajustar sua guitarra. Eu podia senti-lo me observar enquanto eu rolava a tela do celular distraída, me sentindo extremamente feliz por estar ali, mesmo com tantos compromissos a cumprir. Eu também estou no meio de uma turnê internacional, mas por ter o dia de folga hoje, larguei tudo para estar aqui com Harry. Entretanto, como nada é perfeito nesse mundo em que vivemos, tenho que retornar amanhã ao Canadá para dar continuidade aos shows. É sempre assim desde que começamos a namorar, dois anos e meio atrás, eu indo até Harry e Harry vindo até mim. e Jeff nossos respectivos agentes, já estavam acostumados com as viagens fora do planejamento, trocando informações sobre nossas agendas a todo momento, só para que nos encontrássemos no meio da correria do dia a dia.
Harry começou a cantar a primeira música do setlist e observou de longe se aproximar de mim. Ela sentou ao meu lado bem no meio da getting arena e cantarolou junto com meu namorado.
Ele gargalhou da voz esganiçada da minha agente que ecoou pela arena, quase confundindo-se com a sua.
- Ei, ! – ele disse ao microfone, atraindo a atenção de nós duas para si. – Sobe aqui! - ele a desafiou lançando-lhe um olhar zombeteiro.
- Não me faça ir aí e acabar com você Styles, todo mundo sabe que o meu agudo é bem melhor que o seu! – ela gritou arrancando risadas de Harry, que retribuiu com um gesto obsceno e eu o fuzilei com o olhar. Eram esses pequenos momentos que me faziam perceber o quanto eu era feliz.
Enquanto Harry e sua banda seguiam o ensaio do setlist, checava algumas informações em seu tablet, me deixando um pouco entediada. Ela não largava nunca aquele aparelho e me parecia que nossas vidas dependiam daquilo. E de certa forma dependiam mesmo.
- Quantos dias até que eu possa ver meu namorado de novo? – perguntei, na esperança de que Harry tivesse algum dia de folga entre um show e outro, já que eu não tinha nenhuma brecha pelos próximos quinze dias.
- Harry fará uma pequena pausa no dia dezesseis antes de ir para a Austrália, posso ver com Jeff se não há nenhum compromisso extra nesses três dias e aí poderemos ver com seu namorado a chance dele ir até você, tudo bem? – eu assenti e abracei de lado. O nosso relacionamento ia muito além do profissional, éramos amigas confidentes e estava sempre disposta a me ajudar no que fosse necessário, tanto na parte profissional, quanto na pessoal. Quando me mudei para Los Angeles para facilitar o meu trabalho, acabei me sentindo muito sozinha longe da minha família e dos meus amigos em Sacramento. Pior ainda, era não poder ir para casa nos dias de folga por estar brigada com meu pai, mas pelo menos eu mantinha contato com minha mãe e minha irmã. Entretanto, não ter o colo deles quando eu mais precisava era o que mais doía. e Harry acabaram se tornando minha família e meu porto seguro. E era por isso que eu não media esforços para usar minha folga para vê-lo, mesmo que na maioria das vezes o cansaço me consumisse.
- O que seria de mim sem você, hein? – piscou maroto pra mim, me fazendo sorrir.
- Se você não se importa, eu vou voltar pro hotel, tenho alguns e-mails importantes pra verificar e fechar algumas entrevistas pra você. Aproveitem o tempo juntos, não gosto de ser estraga prazeres, mas nosso voo pro Canadá sairá amanhã bem cedo! – eu concordei em silêncio e observei refazer o caminho de volta até sumir da minha vista. Peguei o celular novamente, abri o Instagram, onde estava logada a minha conta e postei uma foto de Harry com seu violão.
“@: uma namorada orgulhosa ❤”
Logo, milhares de comentários foram sendo adicionados em minha postagem e eu me divertia a cada um que eu lia. Eles adoravam quando nós estávamos juntos e eu já havia perdido as contas de quantos perfis dedicados a nós dois existiam nas redes sociais. Mas, se por um lado haviam pessoas que gostavam do nosso relacionamento e nos apoiavam, por outro haviam pessoas que me odiavam por achar que eu havia me aproveitado da fama de Harry e do One Direction, que ainda estava na ativa na época em que nos conhecemos, e isso me chateava às vezes. Eu não era tão conhecida quando fui contratada pela mesma gravadora dos garotos, mas eu não me aproveitei disso para estar no topo. Eu me apaixonei por Harry no instante em que o vi e relutei um pouco quando descobri que ele também estava apaixonado por mim. As coisas demoraram um pouco a acontecer, por justamente eu imaginar que as pessoas ligariam o meu crescimento a Harry, e eu queria ser reconhecida apenas pela minha música. Mas, com o tempo, eu percebi que era inútil lutar contra o sentimento que vinha crescendo em mim e quando eu me senti segura para finalmente viver uma história com ele, acabei cedendo.
- Posso saber o que está tomando sua atenção aí? – eu estava tão distraída olhando para a tela do celular, perdida em meus devaneios, que nem percebi quando Harry se aproximou e sentou ao meu lado.
- Todas essas teorias engraçadas criadas por algumas pessoas sobre como nosso namoro, na verdade, é puro marketing e eu preciso disso para estar sempre na mídia. Engraçado, né? - Harry riu do jeito dramático que eu falei e balançou a cabeça em negativa. Ele sabia que isso me chateava, mas meu namorado sempre dizia que não importava, desde que nós tivéssemos a certeza de que o que havia entre nós dois era real.
Harry era o responsável por me manter o mais sã possível diante dos comentários negativos, já que eu nunca soube lidar muito bem com isso. Eu tinha sempre que me policiar para não retribuir o que as pessoas falavam, porque na maioria das vezes elas só queriam atenção.
- Eu amo você e isso é real.– Harry tomou o celular de mim, enfiando em seu bolso de qualquer jeito e eu quase protestei, mas Harry foi mais rápido e me deu um selinho.
- Jura? – fiz bico, arrancando risadas dele. Harry balançou a cabeça positivamente e colou nossas lábios, pedindo passagem para aprofundar o beijo.
- Fica aqui, ok? – Harry pediu. Levantou em seguida, bebericando um pouco de água da garrafa que trouxera consigo e refez o caminho de volta.
Observei meu namorado subir novamente no palco, agora sem a banda presente, somente os instrumentos predispostos e alguns técnicos de som fazendo os últimos ajustes. Harry pegou seu violão e fez sinal para que lhe trouxessem um microfone. Assim que trouxeram, quase todas as luzes da arena se apagaram e apenas um holofote caiu sobre Harry. Eu sorri. Senti meu coração bater descompassado dentro do peito e observei Harry dedilhar as primeiras notas no violão.
- It's hard for me to say the things, I want to say sometimes... – Harry cantou a primeira frase de Thank You For Loving Me, minha música preferida. A voz rouca dele ecoou pela arena de forma que me fez suspirar, sem conseguir conter a euforia que crescia dentro de mim, como se a qualquer momento eu fosse explodir de alegria.
- There's no one here but you and me and that broken old street light... – fechei os olhos deixando a voz rouca de Harry penetrar em meus ouvidos de forma suave e por algum motivo aquele momento fez com que eu lembrasse da primeira vez em que o vi.
Flashback
Eu desci do carro e fez o mesmo. Eram apenas dez horas da manhã e eu havia feito um pequeno show na noite anterior, estava exausta, mas precisava participar de uma reunião na gravadora.
- Vou pegar um café pra gente, se importa de me esperar lá em cima? - eu neguei e entrei no prédio sozinha.
Após minha identificação na recepção, senti meu celular vibrar no bolso e resolvi checar, mas era apenas uma mensagem que poderia ser respondida mais tarde. Andei até o elevador e apertei o botão. Aguardei até que chegasse no primeiro andar.
- Ei, segura pra mim! - ouvi alguém gritar quando eu estava prestes a entrar. Me posicionei em frente ao sensor para que a porta não se fechasse.
Estava tão perdida em meus próprios pensamentos e com sono, que mantive o olhar baixo quando a pessoa passou por mim e me cumprimentou.
- Obrigado. - a voz masculina agradeceu, recebendo apenas um balançar de cabeça meu em resposta. Mas talvez ele tenha me reconhecido de algum lugar, já que insistiu em puxar assunto. - Ei, acho que conheço você.
Finalmente ergui o olhar em direção a ele e tomei um pequeno susto ao constatar de quem se tratava. Harry Styles, um dos integrantes do One Direction, contratados da gravadora.
- Sou , me desculpa pela falta de educação. Eu não funciono muito bem pela manhã, ainda mais depois de uma noite mal dormida. - eu estendi a mão para ele que retribuiu o gesto e sorriu, mostrando suas famosas covinhas.
- Harry Styles. - ele respondeu. Mas isso eu sabia, já que os garotos eram rostos conhecidos na mídia desde que se juntaram no X-Factor. Eu só não imaginava que Harry Styles era muito mais bonito pessoalmente e que seus olhos verdes pareciam mais expressivos e brilhantes vistos de perto. Eu agradeci mentalmente por estar de óculos escuros e Harry não perceber que eu não conseguia parar de encará-lo. Chegava a ser patético da minha parte. Logo, chegamos ao andar em que ficaríamos e ele sorriu me dando passagem para sair primeiro.
- Parece que chegamos. - Harry comentou quando saiu logo atrás de mim. O jeito que ele me encarava parecia denunciar que queria continuar aquela conversa, mesmo que não tivéssemos intimidade nenhuma naquele momento. Poderia até parecer pretensão da minha parte ou coisa da minha cabeça. Então, eu apenas resolvi ignorar as vozes ridículas em minha mente e passei a me concentrar apenas no que eu precisava fazer naquele prédio. E não tinha nada a ver com trocar flertes com Harry Styles, por mais tentador que fosse.
- , que bom que chegou. Marcus e Tyler a esperam na sala de reuniões! - Megan, secretária de Marcus, quebrou o gelo, fazendo com que nós dois olhássemos diretamente para ela. - Harry, bom ver você. Os garotos já estão esperando no escritório.
- Obrigado Megan, bom ver você também. - ele sorriu fraco e me encarou novamente - E foi um prazer conhecer você, .
Ele deu ênfase no meu apelido.
- Digo o mesmo Harry. - eu estendi a mão novamente para ele, mas Harry fez menção de dar um passo a frente para beijar meu rosto, o que acabou resultando em um pequeno esbarrão entre nossos corpos. Harry sorriu.
Aquele maldito sorriso e aquelas malditas covinhas.
E eu, embalada pelo calor do momento, acabei por me erguer na ponta dos pés para beijar sua bochecha. Pude sentir meu rosto queimar de tanta vergonha e não me atrevi a olhar para trás quando me despedi de Harry.
Segui rapidamente para a direção contrária e entrei no banheiro o mais rápido que pude.
Tirei o óculos e encarei meu reflexo no espelho. Dei um passo para trás ao pensar ter visto o rosto de Harry refletido nele também. Mas que droga era aquela?
Precisava urgente de uma dose de café!
Abri a torneira e juntei as mãos, acumulando uma grande quantidade de água fria para jogar no rosto, a fim de afastar aqueles pensamentos que eu mesma julguei serem ridículos. Era só Harry Styles, o garoto bonitinho da tv e que eu teria que me acostumar a encontrar por aí.
Balancei a cabeça, tentando afastar aquela sensação de euforia que parecia querer dominar o meu corpo. Estava tudo bem, afinal de contas.
Ajeitei o vestido um pouco justo no corpo e andei até a porta, certificando-me de que não havia mais ninguém no corredor, além de Megan, que estava distraída olhando para a tela do computador. Então tratei de seguir para a sala de reuniões, onde teria muitas horas de trabalho pela frente.
End of flashback
- Thank you for loving me, when I couldn´t fly, oh, you gave me wings, you parted my lips, when I couldn´t breathe, thank you for loving me, thank you for loving me, thank you for loving me, oh, for loving me... - eu abri os olhos quando Harry cantou o último verso da música e não contive um sorriso enorme que se formou em meu rosto. Era impossível não amar Harry Styles. Aquele cara brincalhão e gentil, que eu conheci três anos atrás, continuava ali, bem na minha frente cantando minha música favorita de amor, porque, no fundo, ele também sabia que nos encaixávamos perfeitamente naquela composição.
Percorri o pequeno caminho até onde Harry estava, ainda sentado no banco e com o violão no colo.
- Você fez valer a minha vinda até aqui, Styles. - eu falei e pelo jeito como ele me encarou, pude ter a certeza que estava orgulhoso de si mesmo.
- Mereço um beijo, ao menos? - perguntou.
- Todos que você quiser. - respondi. Colei meus lábios nos dele repetidas vezes até Harry posicionar o instrumento ao seu lado, no chão e me puxar pela cintura, fazendo com que eu caísse propositalmente em seu colo - E muito mais...
Eu sussurrei no ouvido de meu namorado e senti um sorriso malicioso brincar em seus lábios, apertando ainda mais minha cintura.
- Assim você vai fazer com que eu te tranque naquele quarto de hotel e te faça perder o voo pro Canadá amanhã cedo!
Eu gargalhei, arranhando de leve a nuca do meu namorado enquanto ele cheirava meu pescoço.
- Não seria uma má ideia, Styles. - o olhar dele era sugestivo e carregado de malícia. Mas no fundo sabíamos que, aquela ideia maluca era apenas uma ideia maluca e que apesar da enorme vontade de estarmos juntos por mais tempo, precisávamos seguir com nossos compromissos.
- Vamos aproveitar o pouco tempo que temos juntos, então. Tá com fome? - eu assenti e balancei a cabeça positivamente.
- Vem, vamos pro hotel pedir serviço de quarto e ficar juntinhos até a hora de voltarmos pra arena. - ele sugeriu e eu concordei, o puxando para sairmos o mais rápido dali para não perder o pouco tempo que tínhamos até que tudo voltasse ao normal.
-... Então, ela agarrou minha blusa e não queria mais soltar, foi engraçado! - Harry contou e eu gargalhei.
- E você fez o que? - perguntei curiosa.
- Eu tive que acalmar a garota, mas ela parecia que ia desmaiar, bem ali na minha frente. Eu fiquei um pouco desesperado! - gargalhei ainda mais alto. Era bem a cara do meu namorado ficar aflito em situações como essa.
- Você é muito fofinho amor, por isso eu amo você.
, que estava sentada ao meu lado, revirou os olhos diante daquela declaração só para me zoar.
- Eu também amo você!
- Preciso ir Hazza, está aqui do meu lado me ameaçando de morte caso eu me atrase, mas eu te ligo assim que der, tudo bem?
- Claro. Mande um beijo pra e diga que eu a amo também!
Encerrei a chamada e fiz bico. Fazia apenas três dias que Harry e eu estávamos longe, entretanto parecia uma eternidade e eu mal podia esperar para vê-lo na próxima folga dele.
- Petter está vindo até aqui pra te arrumar como você pediu. Já escolheu a roupa que irá começar o show? - rolava a tela do seu tablet incansavelmente e eu não sabia como ela conseguia ser tão eficiente a ponto de cuidar de cada detalhe com tanta destreza. Não era à toa que possuía um currículo de dar inveja e eu me sentia orgulhosa por tê-la como minha agente e melhor amiga.
- Já escolhi. Preciso agradecer Tess depois, por cuidar de tudo como eu pedi, anota aí no seu tablet precioso. - falei de forma irônica, recebendo um travesseiro na cara. - Ai, idiota! - reclamei, mas caí no riso no instante seguinte por causa da cara de espanto que fez. A nossa brincadeira foi interrompida por três batidas na porta. levantou para atender e eu imaginei que pudesse ser o serviço de quarto que havíamos pedido, mas ao vê-la abrir a porta, tomei um susto com o grande buquê de girassóis que um funcionário do hotel carregava. Era tão grande que eu mal conseguia ver o seu rosto.
- Obrigada. - ouvi agradecer ao rapaz.
Ela empurrou a porta com o pé por estar segurando o buquê com as duas mãos e eu mal conseguia enxergar seu rosto também.
Eu estava surpresa com aquele gesto, já que na maioria das vezes eu recebia rosas brancas por serem as minhas preferidas.
- Quem mandou? - perguntei curiosa e procurei por um cartão quando colocou o buquê em cima do criado mudo.
- Deve ser do hotel, você sempre recebe flores, mas eu informei que você gosta de rosas brancas, estranho. - ela respondeu.
Achei o pequeno cartão e abri.
Espero que os girassóis ainda te deixem tão feliz como quando estávamos juntos, você merece todo esse sucesso!
Com carinho, Alex.
Quase engasguei com o nó que se formou em minha garganta após ler o conteúdo do cartão. Fazia tanto tempo que não tinha contato com Alex, que chegava a ser impossível que ele realmente tivesse mandado aquilo.
- De quem é? - perguntou ao ver minha reação.
- Alex, meu ex-namorado de Sacramento. - respondi e ela arregalou os olhos.
- Aquele que te fez mal? - assenti.
Fiquei alguns bons minutos sentada na beirada da cama e encarando aqueles girassóis. Eu não conseguia chegar à uma conclusão plausível para que Alex aparecesse na minha vida novamente dessa forma. O nosso término foi, de longe, algo amigável e eu não poderia esquecer o que ele havia feito comigo. Era injusto que eu tivesse que reviver aquelas memórias por puro capricho de um idiota feito meu ex-namorado, mas eu não poderia me deixar levar. Tinha que ser apenas uma brincadeira de muito mal gosto.
- Você pode se livrar disso pra mim? - pedi a que fingiu estar prestando atenção em seu tablet. Era o jeito dela de não me encher com perguntas sobre um assunto que eu não gostava de falar.
- Claro. Vou aproveitar e perguntar porque nosso serviço de quarto está demorando tanto, volto já. - tomou o buquê em seus braços novamente e saiu o mais depressa que pôde do quarto, me deixando melancólica com meus pensamentos.
Flashback
Eu estava ansiosa para contar a novidade ao meu namorado. Havia sido chamada para uma audição em Nova York na próxima semana e eu mal conseguia digerir aquela informação que acabara de chegar por e-mail. Há meses eu ansiava por uma chance de mostrar o meu talento a alguém importante e que pudesse me ajudar a realizar meu sonho de me tornar uma grande cantora reconhecida mundialmente.
Andei de um lado a outro, com medo de que a qualquer momento fosse abrir um buraco no chão, mas ao ouvir a campainha tocar, corri até o andar debaixo e abri a porta, ofegante.
- Alex! - pulei em meu namorado, que me olhou sem entender o motivo de tanta euforia.
Ele deu uma espiada para dentro de casa e notou que não havia ninguém.
- Seus pais saíram? - perguntou e eu assenti. - E eles vão demorar?
- Acho que sim, eles foram visitar meus tios que acabaram de ter um bebê, você sabe como minha mãe é louca por crianças, não sabe? - Alex riu e me puxou pela cintura, colando nossos corpos.
- Você sabe que temos a casa só pra nós dois, não sabe? - perguntou malicioso, apertando ainda mais minha cintura...
- Sei. E sei também no que você está pensando, pequeno Alex. - respondi, fazendo ele sorrir.
- Ah, sabe mesmo? - puxou a alça do meu vestido, que escorregou pelo meu ombro e depositou um beijo ali, fazendo os pelos do meu corpo se arrepiarem.
- Uhum...- balbuciei ofegante contra os lábios de Alex e puxei a barra da camiseta dele para cima. Alex segurou a minha cintura, distribuindo beijos pelo meu colo e fazendo com que eu atracasse as duas pernas em volta de sua cintura. – Quarto! Ele entendeu o recado e com muito cuidado caminhou até a escada, subiu degrau por degrau e percorreu o corredor até entrar no meu quarto.
- O que você queria me contar? - perguntou sorrindo.
Eu estava tão envolvida, que mal conseguia me lembrar do e-mail que tinha recebido horas atrás e que precisava contar a ele.
- Sabe aquela audição em Nova York? - Alex assentiu, me colocou de volta ao chão e prestou atenção no que eu iria dizer.
- Eu fui chamada! Não é maravilhoso? - Alex fechou a cara no mesmo momento, me deixando confusa com a sua reação.
- Me diz que você não vai, . - mudei minha expressão rapidamente e olhei para ele incrédula. Alex sabia o quanto aquilo era importante para mim e que eu não me recusaria a ir.
- Alex, é claro que eu vou, é meu sonho e você sabe disso, como pode me dizer pra não ir? - ele riu descrente e passou a mão pelo rosto demonstrando nervosismo.
- Eu disse que te apoiaria porque eu tinha certeza que você não passaria nesse maldito teste, esse seu sonho é ridículo! - massageei a têmpora e quase não acreditei que aquelas palavras haviam sido proferidas pela boca do meu namorado.
- Sai daqui. - pedi e tentei manter a calma para preservar o resquício de sanidade que ainda me restava.
Era bem inacreditável que Alex estivesse agindo daquela maneira, feito um completo idiota e indo de contra a tudo que eu disse que nunca aceitaria em um relacionamento.
- , eu não acredito que você vai preferir ir atrás de um sonho bobo adolescente! - É sério? - segurei o choro e apenas empurrei Alex para fora, sem dizer uma palavra sequer. Eu estava extremamente magoada.
- Você vai se arrepender disso! - ele ameaçou, virando as costas para mim.
Foi impossível evitar o choro que veio a seguir, carregado de raiva e mágoa por uma das pessoas que eu mais amava no mundo.
End of flashback
Vislumbrei a multidão que gritava por meu nome dentro da arena Canadian Tire Center, que por sinal estava lotada. Me posicionei atrás do piano predisposto no meio do palco e fitei meus próprios dedos. Eu precisava dizer algumas palavras antes de cantar a próxima música, mesmo que parecesse muito estranho pela perspectiva do público, pois eu estava me sentindo melancólica naquele momento. Tantos pensamentos haviam passado pela minha cabeça ao longo do dia que eu mal podia controlar meus próprios sentimentos.
Poderia parecer drama para quem visse do lado de fora da situação, mas Alex havia me causado muito mais feridas do que qualquer um que soubesse da nossa história poderia imaginar. E especialmente por isso, lembrei de meus pais e em como eu queria que eles estivessem ali para me consolar e dizer que tudo ficaria bem.
- Às vezes, em nossos caminhos, aparecem pessoas que sentem a necessidade de nos fazer acreditar que não somos capazes e que nossos sonhos são insignificantes. E na maioria das vezes isso vem de pessoas que mais amamos na vida, mas hoje, eu digo a vocês: nunca desistam daquilo que acreditam. Lutem e nunca percam sua essência! - o público foi à loucura com as minhas palavras. As luzes da arena se apagaram e apenas deixaram-me em evidência, enquanto o público erguia seus celulares, iluminando toda a arena. Era lindo ver aqui de cima e eu tive que controlar a vontade súbita de chorar.
Provavelmente minha expressão emocionada era exibida no telão, já que eu podia ouvir o público gritar por meu nome a plenos pulmões.
Introduzi a melodia no piano da música que escrevi para Alex quatro anos atrás. Era a música mais intimista do meu show e fazia tempo que ela não me causava um turbilhão de sensações.
Sinto que estou deixando de ser aquela que você conheceu
Sinto que preciso fazer isso antes que eu me perca pelo caminho
Você estava mentindo quando disse que lutaria por mim?
E se eu acreditasse que você estava certo, não estaria aqui
Mas eu optei por seguir em frente, amor
E você fez com que meu coração sangrasse
Me diga agora, isso te fez mais feliz?
Porque eu estou em pedaços
E eu nunca mais serei a mesma
Porque isso me fez mais forte
E apesar das suas tentativas de voltar atrás
Eu me sinto livre, agora
Oh amor, me deixe seguir
Não vou olhar pra trás nem dizer que superei
Mas estou aonde eu deveria estar
E um dia você irá lembrar
Que eu te amei mais do que você merecia
E eu nunca mais serei a mesma
Porque isso me fez mais forte
E apesar das suas tentativas de voltar atrás
Eu me sinto livre, agora
Oh amor, me deixe seguir
- Obrigada Ottawa, eu amo vocês! - acenei para o público quando a música terminou. Não consegui conter a emoção e algumas lágrimas rolaram livres pelo meu rosto.
Eu não queria mais me sentir daquela forma, então decidi naquele momento, em frente ao meu grande público, que eu tentaria consertar as coisas com meu pai.
Saí do palco, encontrando e Petter à minha espera para retocar a maquiagem.
- Você está bem? - ela perguntou preocupada e eu rapidamente me livrei daquele semblante triste, dando lugar a um grande sorriso.
- É só uma música e isso já nem importa mais. Vai ficar tudo bem, não vai?
- Claro que vai, . - ela me abraçou rapidamente para que Petter pudesse me ajudar a recompor.
Seja como o girassol: volte-se sempre na direção do sol, deixando as sombras atrás de você.
A cantora se apresentou na noite de ontem (15) na arena Canadian Tire Center para um grande público, que foi ao delírio com um show repleto de cores. Mas o ponto alto da noite foi quando apresentou-se ao piano com a canção “Me Deixe Ir”, muito emocionada. A cantora deixou uma mensagem aos fãs para que nunca desistissem de seus sonhos e perdessem a sua essência, dando a entender que alguém tentou a fazer desistir de sua carreira. No fim da apresentação, chorou e agradeceu aos fãs, dizendo que os amava. Logo surgiram rumores de que a cantora havia terminado seu relacionamento com Harry Styles e por este motivo estava tão emotiva ao cantar esta música. Será que o casal mais querido do momento está passando por uma crise? Aguardamos os próximos capítulos dessa história! Hoje a cantora se apresenta em Cleveland, nos Estados Unidos, na Quicken Loans Arena e os ingressos estão esgotados.
Leia mais:
Os 10 melhores looks de
faz aparição em show de Harry Styles no Reino Unido
Segredos dos bastidores da turnê de
Cleveland - Estados Unidos
Uma pequena multidão gritava pelo nome de na entrada do hotel onde ela estava hospedada e eu imaginei que seria difícil passar por ali sem ser reconhecido e causar tumulto. Um dos seguranças dela pediu para que eu esperasse até que ele conseguisse abrir passagem, para que eu pudesse chegar até a entrada do hotel sem ter alguma parte do corpo arrancada.
Fitei o buquê de rosas brancas que eu havia comprado no caminho e sorri. Senti um frio na barriga gostoso, típico de alguém que está apaixonado e prestes a encontrar o grande amor da sua vida. era o grande amor da minha vida e eu nunca tive dúvidas disso. Dividir essa loucura que era a minha vida com ela, tornava os fatos mais leves e a estrada mais fácil de percorrer. E eu sabia que ela se sentia assim em relação a mim. Não era nenhum sacrifício usar meus dias de folga para estar com ela, mesmo que isso custasse boas horas de descanso.
- Senhor Styles, eu preciso que seja rápido. Há muitas pessoas e não podemos causar um tumulto, ok? - Chris, o segurança de , apareceu minutos depois na janela do carro e eu me preparei para sair correndo.
- Tudo bem, Chris. Vamos? - ele assentiu e no segundo entre sair do carro e chegar até a entrada do hotel, pareceu uma grande eternidade.
Parei para cumprimentar alguns fãs e tirar algumas fotos, mesmo com Chris me pedindo para que fosse rápido. Só que era difícil ignorar pessoas que te recebiam com tanto amor e carinho. e eu adorávamos aquele contato e era mais legal ainda fazer isso quando estávamos juntos.
Cheguei a recepção com Chris em meu encalço e fui direto ao balcão fazer o check-in.
- Bom dia, em que posso ajudá-lo senhor? - uma moça muito simpática perguntou.
- Reserva em nome de Harry Styles. - respondi e lancei um sorriso para ela.
Deixei o buquê em cima do balcão para pegar meu celular e mandar uma mensagem para avisando que eu já estava no hotel. Mas foi o tempo de eu avistar vindo até mim com seu tablet em mãos. Era engraçado o jeito que ela não desgrudava daquele treco de jeito nenhum.
- Oi Harry! - ela sorriu ao chegar perto e me deu um abraço.
- Oi ! Como você está?
- Tô bem e você? Fez uma boa viagem? - perguntou e eu assenti.
- Senhor Styles, aqui está seu cartão. Tenha uma boa estadia em nosso hotel, qualquer coisa que precisar estaremos prontos para atendê-lo. - peguei o cartão e estendi a mão para agradecê-la. - Será que o senhor pode me dar um autógrafo? Minhas filhas lhe adoram.
- Claro, mas me chama só de Harry, tudo bem? - ela assentiu e me entregou um pequeno papel junto de uma caneta.
Assinei e entreguei de volta para ela, que agradeceu.
- Eu peço pra deixar suas coisas no quarto, mas está te esperando pra tomar café no quarto dela. Aproveitem! - ela disse a última palavra num sussurro e de uma forma engraçada, que me deixou um pouco envergonhado.
Pisquei para em agradecimento e peguei o buquê, indo em direção à área dos elevadores.
Os minutos que levei até chegar no andar do quarto de pareceram uma eternidade quando a minha ansiedade para vê-la já estava tomando conta de mim. Estava com tanta saudade que nem eu sabia como era possível morrer de amor e ainda continuar vivo. Bastante contraditório, eu sei. Mas era esse sentimento que crescia dentro de mim a cada dia.
Parei em frente a porta do quarto onde ela estava e dei duas batidas, sentindo meu coração bater com tanta força que por um segundo achei que iria rasgar meu peito.
Levaram só alguns segundos para que uma sorridente abrisse a porta. Ela estava vestida apenas com um roupão que deixava uma parte de sua lingerie preta à mostra.
Estava linda.
- Senti saudade, . - sussurrei. Encarei seus olhos cheios de luxúria, que me invadiam de uma forma única. De uma forma que só ela sabia e de uma forma que eu desejava que só ela me olhasse.
Quantas palavras bonitas cabiam ali naquele espaço entre e eu, mas que estavam implícitas em nossos olhares e no jeito como nossos corpos se desejavam? Inúmeras. Mas eu não queria falar. Eu só queria sentir.
Ela pegou o buquê de minhas mãos e com a outra entrelaçou nossos dedos, fazendo com que eu a seguisse até o interior do quarto.
O café da manhã em cima da mesa não me pareceu tão convidativo quanto o corpo da minha namorada, que ainda permanecia em silêncio, mas com o olhar sobre mim.
- Senti saudade... - ela sussurrou.
colocou o buquê dentro de um pequeno vaso que parecia já estar ali propositalmente, mas isso era só um mero detalhe.
Eu não consegui evitar o grande sorriso que se formou em meu rosto e também sorriu. Ela passou suas mãos delicadas em minhas covinhas e me fez fechar os olhos.
- Eu amo esse detalhe no seu rosto, elas são sexys demais, você sabe, não sabe? - balancei a cabeça positivamente. Abri os olhos e encarei os de , que brilhavam. Expressivos e instigantes.
- E eu amo você, você sabe, não sabe? - a puxei para mais perto, quase colando nossos lábios e vi sorrir.
- É muito bom ter você aqui, Hazza. - esfregou a ponta de seu nariz de leve no meu e eu pude sentir seu hálito fresco contra minha boca. Eu queria beijá-la, arrancar sua roupa e ter só pra mim, sem pensar no tempo que passaríamos separados até que pudéssemos estar juntos de novo.
Mas eu não deveria pensar naquilo agora, pois nós estávamos juntos e isso era tudo o que importava para nós dois.
- Está tudo bem? Você me parece meio triste... - falei ao notar sua expressão um pouco abatida.
- Uhum. Só preciso sentir você, aqui, bem pertinho de mim e tudo vai ficar bem. Tá? - sorri fraco e a envolvi com meus braços, nos mantendo ali por longos segundos até levantar a cabeça para me olhar.
- Eu amo você Harry Styles, mais do que eu poderia imaginar que amaria alguém um dia e você se tornou minha família, tudo o que eu tenho. - segurei seu queixo com delicadeza e beijei seus lábios rapidamente.
- Eu sei, amor. - respondi.
havia se tornado muito importante para mim e para minha família também. Anne e Gemma a amavam como parte de nós e eu sabia que isso também era muito importante para . Ela nunca voltava pra sua casa em Sacramento e tudo o que eu sabia era que ela estava brigada com o pai. Ela não gostava de tocar no assunto e eu nunca insisti. Sei que um dia quando ela estivesse pronta, me contaria tudo. Eu sabia que ela sofria com a ausência deles e isso me cortava o coração, então eu fazia de tudo para que ela se sentisse bem e acolhida.
- Me deixa ser sua, mais do que eu já sou? - ela perguntou divertida e eu não pude evitar um sorriso malicioso se formar em meus lábios.
- Só minha... - apertei a cintura de contra mim e a beijei, pedindo passagem para aprofundar o beijo e dando mordiscadas em seu lábio inferior.
Senti a mão de passear entre o cós da minha boxer e a minha pele, causando a minha ereção imediata.
Puxei o fio que prendia o seu roupão, revelando sua lingerie por inteiro e controlei minha vontade de arrancar aquelas peças ali mesmo.
me empurrou até que eu sentisse minhas costas bater contra o colchão e montou em mim, se livrando do roupão.
- Adoro essa vista. - falei.
Passei minhas mãos por suas coxas fartas, enquanto ela me ajudava a me livrar da camisa, jogando-a a longe.
- Você é um pervertido, Styles. - ela falou e mordeu os lábios delicadamente, enquanto abria o cós da minha calça.
levantou e me puxou junto, fazendo com que eu me livrasse da calça que já estava sendo incômoda demais naquele momento. Então, ela virou de costas para mim para que eu abrisse o fecho de seu sutiã e eu trilhei um caminho de beijos em sua costa nua.
Ela se virou novamente de frente para mim e me encarou, deslizando seus dedos até chegar na barra da minha boxer e puxando para baixo.
Puxei para a cama, caindo por cima dela desajeitado, e nossas respirações ofegantes denunciavam o quanto nossos corpos estavam explodindo de desejo.
- Eu amo você tanto, tanto, tanto... – disse e eu senti meu coração pulsar de tanta alegria que eu estava sentindo em tê-la comigo. Podia ser piegas, clichê, ridículo e todas essas coisas aí que fazemos quando estamos apaixonados, mas era verdade. Eu a amava com todo meu coração.
- Eu também, . – respondi e a beijei calorosamente, para que sentisse o tanto que eu a queria. Não era apenas naquele momento, mas para a vida inteira.
- Vocês acham que por seguirem a mesma profissão, torna tudo mais fácil em um relacionamento a dois? - ouvi a pergunta da entrevistadora, negando prontamente com a cabeça.
- Sim e não. Bom, há os prós e contras, como em qualquer relacionamento, eu acho, mas no geral é bem difícil manter um relacionamento quando ambos fazem parte desse meio artístico e precisam estar sempre viajando para lados opostos. Requer paciência, dedicação e todo cuidado, mas no fim das contas, tudo vale a pena. - senti a mão de apertar nossas mãos entrelaçadas e sorri para ela.
Um pequeno coro de "awn" pôde ser ouvido por algumas pessoas que nos acompanhavam naquela pequena entrevista no lobby do hotel.
- É fácil por estarmos do mesmo lado da moeda, vamos dizer assim, e entendermos sobre os compromissos que nós temos, sem precisar ficar cobrando coisas um do outro e sentir ciúmes, por exemplo. E difícil porque passamos mais tempo longe do que juntos, mas são consequências de quem somos e do que estamos nos propondo a fazer. - respondi sob o olhar atento da entrevistadora, que por sinal eu não lembrava o nome por ser um tanto esquisito, mas eu prestaria mais atenção quando o pronunciasse novamente.
Eu estava morrendo de sono e não via a hora de poder descansar mais alguns minutos no quarto.
- Quem é o mais ciumento? - ela perguntou.
- !
- Harry! - respondemos juntos, arrancando gargalhadas de todos ali presentes. retribuiu com um soquinho em meu braço e eu fiz uma careta de dor, só para zoar com a cara dela.
- Parece que temos uma pequena divergência entre o casal, não é mesmo? - eu ergui os braços em resposta para indicar que eu não poderia fazer nada a respeito e ela riu.
- Eu te odeio, Hazza! - resmungou emburrada, mas logo desfez a cara feia dando lugar a um sorriso largo e eu fiquei feliz por ganhar um beijo na bochecha da minha namorada.
De longe vi nos observar com um grande sorriso no rosto. Meus olhos rolaram por suas mãos, me surpreendendo por ela não estar com seu tablet em mãos.
- Cinco minutos! - ela falou olhando em seu relógio de pulso e informou o tempo que ainda restava para a entrevista. Eu agradeci mentalmente por depois estar livre para tomar um bom café da manhã e aproveitar um pouco mais.
- , há poucos dias você esteve em Cleveland e surgiram boatos sobre para quem você havia dedicado a música "Me Deixe Ir", que você toca no piano. Você estava bastante emocionada... - vi a expressão de mudar rapidamente ao ouvir aquela pergunta e arregalar os olhos, um pouco nervosa com a situação. Havia algo implícito que eu não sabia o que era e que estava deixando um pouco abalada. Mas me mantive em silêncio e apertei sua mão entrelaçada na minha para mostrar que eu estava ali pro que ela precisasse.
- Dediquei pros meus fãs. Eu quis passar uma mensagem de apoio, pois sei o quanto é difícil correr atrás de nossos sonhos quando não temos quem apoiá-los e dizer que tudo vai dar certo... - ela fez uma pequena pausa e eu percebi que ela estava prestes a chorar.
Talvez tivesse a ver com seus pais e ela não quisesse tocar naquele assunto com a mídia. Eles poderiam distorcer algumas coisas e nós sabíamos bem como isso funciona. Antes que pudesse continuar, ouvi algumas vozes vindas detrás das pessoas que estavam ao nosso redor, mas não consegui ver o que estava acontecendo. correu até lá, pedindo para que esperássemos ali e continuasse a entrevista, mas era difícil se concentrar quando as vozes aumentavam a cada segundo.
- Ela está aí, não está? - ouvi uma voz masculina gritar e se enrijecer ao meu lado. Ela parecia assustada e eu levantei para ver quem estava causando aquele tumulto.
- O senhor não pode passar. - Chris, o segurança de se colocou à frente do cara que estava tentando chegar até minha namorada e eu pensei se tratar de algum fã. Mas pelo olhar que lançou a ele, parecia que já o conhecia de algum lugar.
- , diz pra ele que eu posso passar, eu preciso falar com você! - ele gritou ainda mais alto e eu não conseguia entender o que de fato estava acontecendo. estava paralisada em seu lugar e correu até ela, lançando-lhe um olhar expressivo. balançou a cabeça positivamente como se respondesse algo a sua agente.
- Vocês precisam sair daqui, Harry. Eu e Chris podemos controlar isso, mas eu preciso que você leve a pro quarto e fiquem lá até segunda ordem. - pediu calmamente e eu estava prestes a puxar para que saíssemos pelo outro lado, quando o tal que estava causando aquela confusão, olhou para mim e eu pude perceber que ele estava um pouco alterado por conta do álcool.
- Você não vai levar a de mim de novo seu babaca, não vai! - ele apontou para mim e fez menção de dar mais um passo à frente quando Chris e mais um segurança o segurou pelos braços.
- Mas que merda tá acontecendo aqui, alguém pode me explicar? - perguntei, um pouco nervoso pela situação que se instalou ali no lobby e não abria a boca para proferir uma palavra sequer.
- , nós precisamos conversar, eu não fiz nada, eu juro! Não fui eu quem divulgou aquelas fotos, me escuta por favor... - vi dar um passo à frente em direção ao desconhecido que choramingava e desferir um tapa em seu rosto, que acabou assustando quem estava por ali.
Eu nunca a tinha visto daquele jeito, seu olhar transparecendo raiva e mágoa e usar de violência contra alguém. Eu estava meio incrédulo por não saber de quem se tratava e do que ele estava falando pra deixar tão nervosa e agressiva.
- Você acabou comigo, Alex, da pior forma que alguém poderia destruir uma outra pessoa e eu não acredito que você está revivendo isso de novo. Eu te proíbo de chegar perto de mim e de me mandar aqueles malditos girassóis, entendeu? - ela esbravejou e o tal Alex se debatia ainda mais com os seguranças segurando seus braços.
- Eu sempre te amei, ... Volta pra mim, por favor. - dessa vez era eu quem estava perdendo a paciência com as coisas que aquele cara estava falando, mas antes que eu pudesse chegar mais perto, segurou em meu braço para que eu não fizesse nenhuma besteira. Ele já havia causado tumulto demais ali e talvez, amanhã, estaríamos estampados nos principais sites de fofoca do mundo.
- Harry, calma. vai te explicar tudo, mas fica calmo, por favor, não piora as coisas. - ela pediu num sussurro e eu respirei fundo.
saiu andando por entre as pessoas meio desnorteada, enquanto o chefe de seguranças do hotel tentava dispersar o grupo de funcionários e hóspedes que circulavam por ali, curiosos com o que estava acontecendo.
Passei pelo tal Alex e o encarei feio, ele estava recebendo uma bronca de Chris, que mandou ele sumir dali antes que chamassem a polícia por ele estar bêbado e perseguindo . Caminhei a passos largos procurando por , mas eu a havia perdido de vista e imaginei que ela poderia ter ido para o quarto.
Ao chegar na área de elevadores, a encontrei encostada na parede aguardando e com as mãos cobrindo o rosto.
- ! - ela voltou sua atenção pra mim, mas ao contrário do que eu esperava, ela tornou a apertar o botão na parede com força e sem nem me encarar.
- Ei, eu tô aqui... - toquei seu ombro com delicadeza, mas se afastou, ainda sem olhar para mim. O suficiente pra me deixar puto com sua atitude, já que eu não havia feito nada e parecia ser o único a não saber quem era o tal Alex.
- Me deixa, Harry, eu preciso ficar sozinha... - ela disse e sua voz quase inaudível, denunciando que estava prestes a começar a chorar. Mas eu não queria deixá-la sozinha, eu queria que ela me explicasse tudo e que não me afastasse naquele momento. Eu precisava entender o que estava acontecendo com a minha namorada.
Assim que o elevador se abriu, eu agradeci mentalmente por estar vazio. entrou e eu a segui, mas permanecemos em silêncio até chegarmos no décimo sexto andar. caminhou a passos largos até chegar na porta do quarto e bufou ao perceber que o cartão estava comigo. Contrariada, ela me deu passagem para que eu destrancasse a porta e passou como um furacão quando eu a abri.
- Podemos conversar agora? - perguntei, um pouco mais tranquilo e sem vontade nenhuma de começar uma briga desnecessária.
sentou na beirada da cama e encarou os próprios pés. Ela fungou repetidas vezes por conta do choro e eu apenas esperei que ela se acalmasse. Não fiz menção de me aproximar e encostei-me na porta, com as mãos no bolso da calça. Era a primeira vez que eu não sabia agir diante de uma situação esquisita entre nós dois. Talvez por não saber exatamente o que havia acontecido entre e o tal Alex, eu me sentia incapacitado de opinar. Algo me dizia que aquele cara fazia parte da história de que ela nunca gostava de contar. Era vergonhoso demais, segundo ela. Mas eu queria entender e ela não poderia me negar uma explicação.
- Alex é meu ex-namorado. - ela falou quando o choro cessou. Eu abri a boca para falar algo que eu nem sabia o que era, mas me lançou um olhar e eu entendi que ela queria continuar a falar. - Ele me mandou flores dias atrás, mas eu não imaginei que ele pudesse estar aqui...
- Foi por causa dele que você chorou no show em Cleveland? - perguntei e engoli em seco, esperando por uma resposta de . Ela pareceu pensar um pouco nas palavras, mas acabou por balançar a cabeça positivamente. - Que fotos são essas que ele mencionou?
- Ah Harry... - baixou a cabeça e fitou o chão. Eu suspirei pesadamente e tentei controlar a raiva que surgia em mim. Eu queria voltar lá e socar a cara daquele imbecil pelo o que quer que ele tenha feito para a minha namorada estar naquele estado. Mas piorar as coisas não deixariam melhor, então, apenas tentei manter um diálogo saudável com ela, para que eu pudesse entender melhor a situação.
- Aquela música... Você escreveu pra ele, ? - perguntei e meu coração parecia querer vir na mão.
Ela assentiu e me encarou.
- Não, não, não. - ela levantou e veio até mim, segurando meu rosto entre suas mãos, que estavam frias e trêmulas. E era eu quem estava prestes a chorar agora. - Em nenhum momento duvidei do que sinto por você, Harry. É só que o Alex cutucou uma ferida que ainda está aberta em mim e eu...
- Eu quero te ouvir, e quero entender o que aconteceu de tão grave pra esse cara te deixar assim. Tem a ver com seu pai te odiar, não tem? - ela confirmou e eu enxuguei uma parte de seu rosto que ainda estava molhado por conta do choro.
- O que esse cara fez com você? - a minha voz saiu mais como um sussurro e encostou sua cabeça em meu peito. Ela deu um longo suspiro e eu me senti derrotado.
- Eu não consigo Harry, ainda não, e-eu preciso de um tempo sozinha pra digerir tudo isso e...
- Você não confia em mim, é isso? - alterei um pouco a voz e vi se afastar num impulso por eu tê-la assustado. Ela me olhou incrédula e eu passei a mão pelo cabelo, nervoso e me sentindo um idiota por levantar a voz pra ela.
- Você está sendo infantil, Hazza. Desde quando você age assim, feito um babaca? - ela esbravejou e apontou o dedo em meu peito, o que me fez bufar de raiva. Como, de repente aquilo virou uma briga sobre quem estava sendo mais idiota, quando na verdade o tal Alex quem era o culpado?
- Eu só queria entender o que aconteceu e você acha que estou sendo babaca? Ótimo! Vai atrás dele então, ! Aquele filho de uma puta que fez sei lá o quê pra acabar com você, como você mesma disse. Vai lá, pode ir. - acabei perdendo as estribeiras e sendo realmente um babaca com . Mas eu estava tão puto que nem me daria ao trabalho de dar meu braço a torcer, afinal eu estava no meu direito por estar sendo excluído da vida de minha namorada.
- Vai embora Harry, por favor, eu não quero olhar pra você agora... - ela pediu, fazendo meu coração doer ao ouvir aquelas palavras saindo de sua boca.
Eu não consegui responder, apenas juntei meus pertences e guardei de qualquer jeito na mala. soluçava cada segundo mais alto. Eu quase ignorei o pedido dela e corri para abraçá-la. Ela estava tão frágil e desprotegida. Mas isso poderia piorar as coisas, pois odiava que a contrariassem.
Então apenas dei uma última olhada nela, que ainda mantinha a cabeça baixa e as mãos cobrindo o rosto.
- Adeus, .
Holmes Chapel – Inglaterra
Estar em casa era de longe a melhor coisa que eu conseguiria fazer em alguns dias de folga. Poder estar com Anne e Gemma, passar horas a fio assistindo comédias românticas na Netflix e comer a pipoca feita por minha adorável mãe, era o programa mais gostoso de todos. Eu não poderia negar. costumava vir comigo na maioria das vezes, mas dessa vez era diferente. Algumas semanas que eu não tinha nenhuma notícia sua e o nosso primeiro contato após a briga em Rosemont não foi dos mais amigáveis. Era difícil ser paciente quando carregava um segredo consigo que eu não tinha a mínima ideia do que se tratava. E na real eu já não aguentava mais tantas especulações que apareciam na mídia sobre nosso término aparente. Por sorte, conseguira abafar a confusão no hotel com Alex e apenas fragmentos dessa história foram contados por uma pessoa aqui, outra ali, mas isso já nem importava mais. Eu não tinha mais e isso era tudo o que eu tinha certeza agora.
Ouvi passos se aproximarem da porta de entrada e a chave ser girada na fechadura, mas não me mexi para ver de quem se tratava. Continuei a olhar para a tv, onde um programa qualquer passava diante dos meus olhos, sem que eu de fato prestasse atenção.
- Cheguei, filho. – ouvir a voz de minha mãe era reconfortante. Fazia eu me sentir menos solitário.
- Oi mãe. – respondi. Ela chegou mais perto e me deu um beijo na testa, como costumava fazer sempre. Notei seu semblante preocupado e franzi a testa. – O que houve?
- Estou preocupada com você, Harry. Desde que chegou aqui não levanta desse sofá e é notável a sua tristeza, filho. Gemma disse que não está suportando a sua falta de paciência com as coisas. Eu sei que é difícil não ter resolvido a situação com a , mas você precisa ser mais maduro, não acha? – revirei os olhos diante do que minha mãe tinha acabado de dizer. Eu não estava sendo imaturo, eu acho. Mas ela deveria se colocar em meu lugar e aí sim poderia tentar entender o quão era difícil lidar com tudo aquilo.
- me chamou de babaca por eu pensar que ela não confiava em mim e, em partes, sei que ela estava certa. Mas você me chamar de imaturo, aí já é demais, mãe! – resmunguei, fazendo bico e ela apenas me encarou com um sorriso vitorioso no rosto. Não pude evitar rir daquela situação. – Tá. Talvez eu esteja sendo um pouco imaturo. Mas eu não sei como consertar as coisas. Foi quem me mandou embora naquele dia e eu juro que tentei conversar com ela alguns dias depois, você sabe...
- deve estar passando por um momento difícil e ela precisa que não a julguem por não querer falar sobre algo que a machuca. E ela esperou que você pudesse entendê-la, como sempre fez. Só que você e a sua falta de paciência naquele momento, fizeram com que ela resolvesse se afastar. As coisas nem sempre serão da maneira que a gente quer, Harry. Elas precisam acontecer em seu próprio tempo. – ouvi atentamente o que Anne estava dizendo e entendi que em partes eu tinha culpa por ter sumido de mim e por não querer falar comigo. Eu realmente estava sendo imaturo demais e admitir isso para mim mesmo era como morrer da pior forma possível. Eu estava sendo orgulhoso e um tanto quanto egocêntrico, mas ainda havia chance de eu tentar chegar até e resolver tudo. Eu só não deveria, nem queria, enfiar os pés pelas mãos.
- Você tem razão, mãe. Mas eu preciso pensar em uma forma de ir até , ela ainda deve estar chateada comigo e eu não posso jogar fora a única chance que me resta. – falei e ela assentiu.
- Estou aqui pro que você precisar, filho. Você e Gemma são as coisas mais preciosas que eu tenho na vida e eu não suporto ver um de vocês sofrendo. – sorri fraco e mandei um beijo para ela. Antes de levantar e seguir para o seu quarto, Anne afagou meu cabelo e sorriu.
Fiquei mais alguns bons minutos pensando em ligar para , mas eu não consegui reunir coragem suficiente para fazer isso. Eu parecia um adolescente idiota prestes a convidar a garota que gosta para o baile, como nas comédias românticas que eu costumava assistir. Gemma com certeza iria rir da minha cara se me visse agora.
Peguei meu violão que eu havia deixado ao lado do sofá, procurei por um papel e uma caneta para anotar alguns versos que vinham em minha mente.
Flashback
Eu estava nervoso, sentindo meu corpo trêmulo. As gotículas de suor escorrendo pelo meu rosto, quando a temperatura ambiente estava ótima, denunciavam isso. me deixava assim.
Ela havia aceitado meu convite para jantar e eu não poderia agir feito um idiota na frente dela. Andei de um lado a outro, enumerando em minha cabeça todo o passo a passo para que nada fugisse dos meus planos.
Abri a porta. Pedir para que ela entrasse. Cumprimentá-la. Presenteá-la com a rosa branca. Oferecer uma bebida. Acomodá-la no sofá. E claro, o último e não menos importante: não falar nenhuma besteira que pudesse fazer com que ela saísse correndo. Era tudo ou nada.
Dei a última checada na cozinha para ver se estava tudo em ordem e voltei para a sala. Alguns segundos depois a campainha foi tocada e eu respirei fundo antes de abrir.
estava linda em um vestido azul que marcava bem as curvas de seu corpo. Ela sorriu e eu deduzi que minha expressão estava a mais besta possível.
- Oi, Styles. – ela disse e eu a cumprimentei com um beijo em cada lado de seu rosto.
- Oi, , entre. – abri espaço para que ela entrasse em meu apartamento.
Fechei a porta e perguntei se ela queria beber alguma coisa, mas apenas balançou a cabeça em negativa. Ela caminhou pela sala e observou cada ponto do cômodo, parando para olhar alguns porta-retratos que estavam na prateleira.
- Sua mãe? – apontou para uma foto onde eu estava ao lado de Anne.
- Uhum. E aquela ali, na outra foto, é Gemma, minha irmã. – ela assentiu e deixou de lado as fotos para prestar atenção em mim.
- Bonito seu apartamento, Harry. E bastante organizado, até! – eu sorri, orgulhoso de mim mesmo por ter arrumado tudo por ali para quando ela chegasse. Eu queria impressioná-la.
- Estou feliz que você veio, . – eu disse sincero e ela me fitou, um pouco envergonhada.
- Eu também, Harry.
***
Três meses haviam se passado desde o jantar em meu apartamento e do nosso primeiro beijo. Eu estava de quatro por e estava decidido a pedi-la em namoro. Eu queria assumir pro mundo inteiro que eu queria pertencer à e convenci os garotos a me ajudarem com uma surpresa no show em Manchester.
A arena estava lotada e estava assistindo o show na área vip colada ao palco junto com Anne, Gemma e . Todos sabiam o que eu estava prestes a fazer.
Ao final da música You and I, eu cheguei o mais próximo dela que pude e sentei-me na beirada do palco, olhando para ela. Ray olhou para os lados sem entender o que estava acontecendo e se perguntou porque sua imagem estava aparecendo no telão. Louis, Niall, Liam e Zayn retornaram ao palco, cada um com uma rosa branca em mãos e sorriram cúmplices para mim.
- Você deve estar sem entender nada, não é? – ela abriu os braços indicando que não sabia do que eu estava falando. Olhei diretamente para ela, sentindo meu coração bater mais forte e os gritos do público ecoaram ainda mais fortes por toda a arena.
E sem pensar mais uma ou duas vezes, fiz a pergunta que eu havia ensaiado a dias na frente do espelho.
- , aceita namorar comigo?
***
Eu não acredito que você vai me fazer assistir esse filme pela milésima vez, Harry Styles! – esbravejou ao ver que eu havia colocado Simplesmente Amor para assistirmos. Estávamos em seu apartamento, comemorando nosso sexto mês de namoro. Haviam caixas de pizza e embalagens de chocolate espalhados por todo lado.
- Ah amor, eu gosto, vai. – resmunguei e ela mostrou o dedo do meio.
- E você fala pra todo mundo que seu filme preferido é Clube da Luta. Eu ganharia milhões com essa informação, Harry! – gargalhei.
- Você me ama e, além do mais, o que tem eu gostar desse filme? Ele é legal, admita!
- Desde que você não faça a sua namorada assistir ele umas vinte vezes, tudo bem. – ela deu de ombros e começou a mexer no celular.
- Ah não, . Vamos assistir, deixa isso de lado e me dá atenção! – falei manhoso, arrancando um sorriso fofo dela. largou o celular de qualquer jeito no sofá e bateu a mão em sua coxa para que eu deitasse ali. E assim eu fiz, sentindo os dedos leves de percorrerem pelos meus cabelos.
- Eu amo você! – ela disse antes de dar o play para que o filme começasse. Entrelacei minha mão na mão livre de e dei um beijo em sua coxa nua.
- Eu também amo você, !
End of flashbacks
As lembranças dos momentos que tive com insistiam em passar pela minha mente como um filme. Eu precisava dela e estava disposto a consertar as coisas. Deixei o violão e o rascunho de lado e digitei uma mensagem para perguntando onde estava naquele exato momento.
A resposta estava demorando a vir e antes que eu discasse os números para ligar, Gemma entrou em casa e praticamente se jogou em cima de mim no sofá.
- Oi maninho, quando você vai decidir ir atrás da ? Estou com saudades dela e eu sei que só ela pode dar um jeito nesse seu mal humor. – mostrei o dedo do meio para ela e balancei o celular no ar.
- Mandei mensagem pra . – respondi.
- E ela respondeu?
Eu ia fazer menção que não, mas no mesmo instante o celular tocou indicando que uma mensagem havia acabado de chegar. Gemma e eu nos entreolhamos e ela me cutucou para que eu abrisse de uma vez para ler o conteúdo. E as palavras que eu li fizeram meu coração comprimir por imaginar sozinha tendo que enfrentar seus próprios medos.
“ está indo para Sacramento amanhã, Harry...”
Sacramento – Califórnia
Estar de volta ao lugar onde nasci e me criei depois de tanto tempo era surreal. Ainda mais depois de ter sido praticamente escorraçada pelo meu pai por, segundo ele, destruir a boa reputação que minha família mantinha na cidade.
Meus pais sempre foram muito religiosos e, desde muito cedo, minha irmã e eu começamos a frequentar a igreja, onde eu cheguei até a cantar. Mas parece que as coisas não saíram como o planejado para meu pai, já que minha irmã engravidou aos dezoito de um cara que nem conhecíamos. Kathe teve que sair de casa contra a vontade de minha mãe, pois meu pai gritou aos quatro ventos que jamais sustentaria minha irmã e seu filho. Ela não trabalhava e não tinha as mínimas condições de arcar com suas despesas e as do bebê. Eu sofri, pois era muito apegada a Kathe e não tê-la por perto seria muito doloroso. Além de que, ela carregava meu sobrinho em seu ventre. Minha mãe e eu já amávamos aquela criança mais do que tudo. Então, nós duas passamos a ajudar Kathe sem que meu pai soubesse. Dei todas as economias que eu tinha para que ela pudesse se manter até que tudo se ajeitasse e minha mãe conseguiu que uma tia nossa a abrigasse. Então, meu pai apostou todas as suas fichas em mim e já havia traçado um plano de vida para que eu me tornasse o orgulho da família. Ir pra universidade, me formar, casar, ter filhos e continuar frequentando a igreja aos domingos. Eu escondi dele o meu sonho de seguir carreira como cantora, mas minha mãe sabia de tudo e me dava forças. Quando a carta de aceitação da universidade chegou e eu disse que não iria, papai surtou e quase me bateu, se não fosse por minha mãe segurá-lo e dizer que ele não poderia passar por cima das minhas vontades daquela maneira. Eu trabalhava e poderia muito bem arcar com minha própria vida. Só que era difícil quando seu pai possuía um pensamento altamente conservador e autoritário. Sair de casa para trilhar um caminho com meus próprios pés era uma ideia muito à frente do tempo de meu pai.
Eu comecei a gravar vídeos com a ajuda de um amigo, gravei algumas músicas em estúdio e comecei a enviar meu trabalho para diversos produtores espalhados pelo mundo. Alex sempre esteve comigo e me fez acreditar que meu sonho era importante para ele também. Mas isso só até eu receber aquele e-mail que mudou a minha vida para sempre.
- ? - despertou-me de meus pensamentos. Percebi que já estávamos paradas em frente à minha antiga casa há alguns minutos e a minha coragem parecia ter sumido. - Você tem certeza que quer fazer isso?
Eu assenti em silêncio e fiz menção de sair do carro. fez o mesmo e esperou até que eu estivesse do lado de fora.
Não sei se era minha mente tentando me pregar uma peça ou se Harry estava mesmo encostado em um carro atrás do nosso. acenou para ele e eu ainda estava estática no mesmo lugar, entretanto ver ele ali fez com que o nervoso que eu estava sentindo minutos atrás, sumir.
- Foi você, não foi? - cochichei para que me lançou um olhar cúmplice.
Quando Harry se aproximou, ainda sem jeito, sorri para ele e o abracei com toda a saudade que estava acumulada em mim.
- Hazza, eu... - ele colocou o indicador em minha boca para que eu não falasse mais nada.
- Eu quero estar com você nesse momento e vou esperar até que você consiga me contar tudo, ok? - eu assenti e tornei a abraçá-lo. Nem eu mesma conseguia entender como havia conseguido ficar sem ele todo esse tempo. Harry e eram minha família também e se eu não os tivesse perto de mim, nada estava bem.
- Vocês vem comigo? - perguntei e os dois balançaram a cabeça afirmando. Estendi a mão para Harry que rapidamente entrelaçou nossos dedos e segurou a outra. Caminhamos em silêncio até chegar à porta da casa dos meus pais. Fitei a campainha alguns longos segundos até ter coragem de apertar.
Harry apertou minha mão me passando coragem e sorriu.
Foi uma longa e torturante espera até que ouvi passos se aproximarem do outro lado e para minha surpresa, era Kathe.
- Oh meu Deus, ! É você mesmo? - ela praticamente me derrubou no chão ao abraçar-me e logo atrás dele pude ver Teddy, meu sobrinho. Ele me olhava envergonhado por detrás dos óculos que o deixavam com um ar de intelectual.
- Você é a minha tia ? - ele perguntou e eu me aproximei, tocando seu rosto angelical.
- Sim, meu amor, sou sua tia . Olhe só pra você, como cresceu! - ele sorriu e me deu um beijo na bochecha quando me abaixei para ficar a sua altura.
- Você é Harry Styles, aquele da tv? - ele voltou sua atenção para Hazza que olhava emocionado para aquela cena.
- Sou sim, Teddy. Prazer em conhecer você, campeão. - eles apertaram as mãos num cumprimento.
- Kathe essa aqui é minha agente e amiga, .
- falou muito de você nas vezes que nos falamos por telefone, é um prazer conhecê-la, !
- Eu digo o mesmo, Kathe. - respondeu.
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ouvi a voz do meu pai perguntar quem estava na porta e alguns segundos depois ele me olhou quase sem acreditar que era eu quem estava ali. Em carne, osso e saudade.
- Filha, eu não acredito... - vi seus olhos encherem de lágrimas e ele me puxar para um abraço meio desajeitado. Há tempos que almejava por aquele momento.
Minha mente rapidamente viajou até o dia em que tudo aconteceu.
Flashback
- , desça já aqui! - ouvi meu pai gritar do andar debaixo e notei que havia algo de errado pelo seu tom de voz.
Deixei de lado o que eu estava fazendo e desci, encontrando meu pai nervoso com o celular em mãos e minha mãe tentando acalmá-lo.- Como você pôde fazer isso conosco?
- Do que você tá falando, pai? - perguntei trêmula sem entender a que ele se referia. Mas a última vez que vi meu pai transtornado daquele jeito, foi quando Kathe contou que estava grávida. Então, pude supor que a situação era bem mais séria dessa vez.
- Dessas fotos aqui! Veja com seus próprios olhos! - ele esperneou.
Peguei o celular de suas mãos e mal pude acreditar no que via. Era eu, quase nua e deitada ao lado de Alex no dia da sua festa de aniversário. Eu mal conseguia me lembrar dos acontecimentos desse dia. Eu não havia ingerido uma gota de álcool, mas apaguei e acordei no outro dia no quarto dele. Alex disse que eu havia bebido demais e passado mal, mas o estranho era que apenas flashes vinham na minha cabeça e em nenhum deles eu aparecia ingerindo alguma bebida alcoólica. Entretanto eu confiava demais em meu namorado para supor que ele queria me fazer algum mal.
- Pai, eu não lembro de nada, eu juro... Alex talvez tenha me dado alguma coisa pra que eu apagasse e ele tirasse essas fotos. - falei tentando lembrar de algo que pudesse explicar aquilo - Mas espera, como essas fotos chegaram até você?
- Eu recebi por e-mail hoje de manhã e suponho que a algumas pessoas tenham recebido também já que eu e sua mãe fomos motivo de chacota no mercado hoje. Você tem noção do mal que está nos causando, ? - ele apontou o dedo em meu rosto, me fazendo dar um passo para trás de medo do que a fúria do meu pai poderia causar.
- Isso não é sobre você pai! - gritei em meio ao desespero que tomava conta de mim. - É sobre mim, entende? Sou eu quem aparece nessas malditas fotos e é sobre MIM que as pessoas estão falando. Como VOCÊ pode não se colocar no meu lugar agora? Eu não fiz nada...
A última frase saiu quase inaudível da minha boca. Eu não tinha mais forças para explicar a ele que tudo aquilo poderia ser armação de Alex por causa do teste.
- Cala a boca, não me responda dessa forma, ! - ele gritou ainda mais alto e minha mãe chorava. - Você e sua irmã me decepcionaram e essa pouca vergonha eu não posso aceitar.
- Pai, você precisa me ouvir, eu não sou isso, não sou... - tentei me aproximar, mas ele me impediu.
- Não foram esses valores que ensinei a vocês duas. Desde quando você usa drogas e bebe feito uma descontrolada qualquer? - baixei a cabeça sem conseguir responder. – Me responde, ...
- Eu não sou isso pai, eu juro... - senti as mãos de minha mãe me segurarem pelos ombros e eu a encarei com a visão turva por conta das lágrimas. - Mãe, você sabe, não sabe?
Ela assentiu em silêncio e me deu um beijo na testa.
- Eu quero que você arrume suas coisas e vá embora. Você vai fazer aquele maldito teste, não vai? Pois não volte nunca mais! - ele disse antes de subir as escadas em direção ao seu quarto e minha mãe chorou mais ainda abraçada comigo.
E eu não tinha escolha a não ser fazer aquilo que meu pai havia dito.
End of flashback
-...Então eu fui até a casa de Alex e soquei a cara daquele babaca quando descobri o que ele havia feito. Ele jurou que tinha desistido do plano dele de expor você por estar com raiva, mas eu não quis ouvi-lo. - Kathe dizia orgulhosa e eu a olhei um pouco espantada, pois ela nunca havia sido tão corajosa a esse ponto. Era sempre eu quem a defendia quando as meninas maiores da escola queriam bater nela e eu sempre ia parar na diretoria por isso. - E ainda falei que se ele não desse um jeito de tirar aquelas fotos de circulação, eu mesma fazia questão de acabar com a vida dele. E você sabe o quanto o pai de Alex prezava pela sua boa reputação.
Eu assenti. Harry ouvia a tudo com atenção e vez ou outra passava a mão pelo cabelo um pouco nervoso.
- Você deveria ter denunciado esse cara, , assim evitaria que ele pudesse fazer isso com outras meninas também. - disse séria e eu concordei.
- A culpa foi minha. Eu estava tão cego que não quis ouvir minha própria filha e eu não deveria nunca ter duvidado do caráter de . Fiz com que ela saísse de casa sem nem mesmo ter a chance de fazer a coisa certa, que era denunciar esse mal caráter. - segurei as mãos de meu pai contra mim e apertei na tentativa de fazer com que ele entendesse que eu já o havia perdoado e que tudo estava bem agora.
- Eu deveria ter quebrado a cara desse Alex quando ele foi atrás de você em Rosemont. Não acredito que ele fez você passar por tudo isso, . - Harry afagou meu rosto me fazendo fechar os olhos e agradecer por ele estar ali comigo.
- Alex enlouqueceu quando você foi embora. Ele chegou a tentar falar com seu pai, mas nós o colocamos pra fora em respeito a você. Não tínhamos nada pra ouvir da boca dele. - minha mãe falou entrando na sala, nos servindo chocolate quente e biscoitos recém saídos do forno. - Depois do que aconteceu com e ela precisar ter ido embora da cidade de vez, Alex começou a descontar sua raiva na bebida e nas drogas. Elizabeth e Clark não sabiam mais o que fazer vendo o único filho deles chegar ao fundo do poço. Não sabíamos que ele tinha ido atrás de você, filha.
- E não que isso diminua a culpa dele, mas não foi Alex quem divulgou as fotos, . - quase engasguei com o chocolate quente quando ouvi o que Kathe tinha acabado de dizer.
- Jamie, aquele garoto que andava com ele, sabe? Ele roubou as fotos do celular de Alex e divulgou. E deu a maior confusão, soube que Alex quase o matou por isso. Demorou algum tempo até que a poeira abaixasse e meu pai conseguisse limpar a sua imagem, , mas ele conseguiu.
- Eu lutei dia e noite pra que as pessoas soubessem o quanto você é incrível e que não merecia nada daquilo. Você e Kathe sempre foram filhas maravilhosas e eu não queria aceitar que um dia vocês teriam que seguir a própria vida. E eu nem sei se mereço o perdão de vocês... - Kathe veio até nós, puxando mamãe para um abraço. Deus, como eu sentia falta daquilo! Parecia até um sonho estar em casa novamente e com a família toda reunida.
- , você está chorando? - Harry perguntou ao ver minha amiga fungar e limpar o rosto. Eu ri diante daquela cena, mas sabia que minha história era digna de muitas emoções.
- Eu não queria dar o braço a torcer, vocês sabem que esse velho aqui que vos fala sempre foi muito orgulhoso, não é? Mas estou feliz de ter minhas filhas aqui novamente. Estou orgulhoso por Kathe ter construído uma família linda e por ter conseguido a carreira que tanto almejou. Sua mãe e eu sempre lemos notícias sobre você e assistimos a todos os vídeos no Youtube de seus shows. Aquele danadinho do meu neto me ensinou a ser um vovô tecnológico, acredita? - sorri com as palavras bonitas de meu pai.
- Teddy quebrou a camada de gelo que existia em volta do coração de nosso pai, , você precisa ver como eles vivem juntos desde que eu voltei a frequentar essa casa! – nós sorrimos, observando Teddy um pouco mais afastado brincando com sua gata de estimação.
Eu estava quase explodindo de alegria por tudo o que eu estava vivendo. Eu poderia ter uma carreira incrível, um namorado maravilhoso e uma melhor amiga e agente que havia se tornado uma irmã também. Mas poder estar em paz e resolvida com a minha família era a cereja do bolo. Agora sim eu poderia dar por encerrado esse ciclo e recomeçar.
Eu tinha tudo o que eu precisava em minhas mãos e não trocaria por nada nesse mundo.
- Obrigada por serem a minha base, eu não seria nada sem cada um de vocês que está aqui. E eu prometo que nunca mais vamos nos separar de novo, ouviram? Eu juro!
(Se quiserem imaginar essa cena de um jeito mais real, assistam esse vídeo)
Era o penúltimo show da minha turnê antes de entrar de férias e, por coincidência ou sorte, era em Sacramento, na cidade da , onde ela estava aproveitando o início de suas pequenas férias antes de retornar a Los Angeles para dar início a um novo trabalho de estúdio. estava passando um tempo na casa de seus pais, tentando retomar o tempo que haviam passado longe e eu sabia que ela estava muito feliz.
Eu a havia convidado para uma participação especial em meu show, mas na verdade seria muito mais do que apenas uma música que cantaríamos juntos. Eu queria que sentisse através daquela letra que ela era a única pra mim e que nós havíamos conseguido apesar de todos os obstáculos.
Chegada a hora do nosso dueto, eu anunciei que subiria ao palco e o público foi a loucura. Nós nunca havíamos feito nenhum tipo de parceria musical e o fato de podermos cantar juntos pela primeira vez na cidade natal dela, tornavam as coisas muito mais especiais. E para minha completa felicidade, Anne, Gemma, , os pais da , Kathe e Teddy, estavam na plateia.
- É um prazer estar aqui hoje com você, Hazza! - ela disse quando subiu ao palco, linda, trajada com um vestido longo na cor preta e seus cabelos longos caindo em perfeitas ondas. Eu estava maravilhado!
- Essa música é muito especial para nós dois e eu gostaria que vocês cantassem conosco. E se tiver alguém apaixonado aqui hoje, dediquem essa música para a pessoa amada. - falei no microfone antes da minha banda introduzir You're Still The One da Shania Twain.
(Parece que nós conseguimos)
Look how far we've come my baby
(Olhe como chegamos longe, meu querido)
We might took the long way
(Nós devemos ter seguido o caminho longo)
We knew we'd get there someday
(Nós sabíamos que chegaríamos lá algum dia)
They said, "I bet they'll never make it"
(Eles diziam, "Eu aposto que eles nunca conseguirão")
But just look at us holding on
(Mas somente olhe para nós aqui)
We're still together still going strong
(Nós ainda estamos juntos e forte)
You're still the one I run to
(Você ainda é aquele para quem eu corro)
The one that I belong to
(Aquele a quem eu pertenço)
You're still the one I want for life
(Você é aquele que eu quero na vida)
You're still the one that I love
(Você ainda é aquele que eu amo)
The only one I dream of
(Aquele com quem eu sonho)
You're still the one I kiss good night
(Você ainda é aquele que eu dou um beijo de boa noite)
Ain't nothing better
(Não existe nada melhor)
We beat the odds together
(Nós derrotamos o improvável juntos)
I'm glad we didn't listen
(Eu estou feliz por não termos escutado)
Look at what we would be missin'
(Olhe para o que nós poderíamos estar perdendo)
Terminamos de cantar sendo ovacionados pelo público ali presente e eu não poderia estar mais feliz. Minha história com estava longe de acabar e eu me sentia orgulhoso por tudo o que havíamos construindo juntos. Ela era a única para mim e sempre seria. Eu queria construir uma família ao lado de e estar junto dela até o fim de nossas vidas. E eu não estava sendo pretensioso, pois sabia que queria o mesmo. Não haviam espaços para ciúmes e brigas desnecessárias, eu havia aprendido com meu erro e jurei que eu seria mais paciente pela nossa felicidade.
- Eu amo você, ! - falei ao me despedir dela por um breve momento, até que o show acabasse e nos pudéssemos desfrutar de nossas pequenas férias juntos.
Ela se despediu do público e me abraçou. Quando nos afastamos, pude ler em seus lábios o que ela disse apenas para que eu soubesse:
- Você é ainda é o único, Harry, pra sempre. Eu amo você!
Fim!
Nota da autora: Olá, se você chegou até aqui agradeço pela chance que deram a minha fic. Fico muito feliz! Essa fic surgiu depois que assisti um cover maravilhoso do Harry da música You're Still The One da Shania Twain (que eu coloquei na última cena, inclusive) e fiquei com muita vontade de escrever algo assim e porque ultimamente ando tão fissurada no nosso querido Hazza que acabou me dando inspiração! É uma fic bem clichê, do jeito que eu gosto e espero que vocês tenha gostado também! Obrigada Yuli por aceitar ser minha beta e por ter sido tão atenciosa desde o começo! E MUITO OBRIGADA Lari por ter lido e dado sua opinião, você sempre vai ser a minha inspiração e pra quem eu vou correr pra contar meus devaneios sobre fanfic! E obrigada você leitora que é parte importante disso tudo, vocês são incríveis! ❤
Quer saber mais sobre minhas fanfics? Entra no meu grupo no facebook: Fanfics da Ray :)
Vou amar saber sobre o que acharam da fic aqui nos comentários! Um super beijo!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Vou amar saber sobre o que acharam da fic aqui nos comentários! Um super beijo!