Weasleys Siblings

Finalizada em: 21/04/2018

Capítulo Único

Bill
Bill era o mais velho e ele se lembrava de cada gravidez da mãe. Bom, quase toda a diferença dele para Carlinhos era pequena, então essa lembrança era um tanto nublada. De todas as outras, no entanto, ele lembrava o suficiente para ter certeza que a gravidez dos gêmeos tinha sido a mais difícil, ele lembrava da mãe reclamando que eles não paravam de se mexer e do pai dizer que eles provavelmente seriam os que mais fariam travessuras. Ah, como ele estava certo.
Fred e George conseguiram aprontar mais que qualquer outro na opinião de Bill, eles viviam correndo quando pequenos e conforme foram crescendo o barulho de explosões vindo do quarto deles se tornou algo comum, rotineiro. Mal sabiam eles o que aqueles dois estavam aprontando.
Bill se preocupava com os irmãos mais novos, não tanto com Carlinhos e Percy, esses dois estavam encaminhados (mesmo que cuidar de dragões não fosse uma das profissões mais seguras, mas ele sabia que o irmão se sairia bem e Percy acabou se mostrando um grande idiota na verdade, mas ainda era seu irmão).
Ele se preocupava com os gêmeos por estarem sempre aprontando e por nunca demonstrarem responsabilidade nem interesse em alguma profissão.
Se preocupava com Rony por saber que ele provavelmente se sentia negligenciado e por saber que ele talvez achasse que tinha que ser tão bom quantos os irmãos mais velhos.
Se preocupava com Gina por ela ser sua irmãzinha (ele sabia que de todos os irmãos ela era a que menos precisava de proteção, mas isso não o impediria de tentar).
Quando você-sabe-quem voltou e a guerra começou Bill se preocupou ainda mais, ele escolheu voltar à Inglaterra para ajudar a Ordem da Fênix e também para ficar de olho na família. Se dependesse de Bill sua família estaria escondida e bem protegida, mas ele sabia que não podia trancá-los enquanto a guerra acontecia, pois sabia que todos iriam querer participar para poder ajudar, para fazer alguma coisa.
Bill já tinha sofrido algumas vezes, fosse por um fora ou por alguma maldição que não previra quando trabalhava no Egito. Definitivamente o ataque que sofrera de Greyback fora de longe a pior coisa que lhe acontecera, pelo menos até a batalha de Hogwarts.
Bill lutou como nunca e correu sempre atento, esperando encontrar a esposa, os pais e os irmãos, esperando qualquer sinal de que estavam bem, que estavam vivos.
Quando você-sabe-quem ordenou a retirada dos comensais Bill voltou a correr, correu o mais rápido que pôde até o salão principal, até sua família.
Bill entrou com tudo no salão e olhou quase em pânico ao redor procurando por cabelos ruivos como os seus, avistou Fleur e os pais. O alívio o invadiu e começou a ir na direção deles. Porém, só entendeu as expressões em seus rostos até ver as lágrimas. Ele parou a menos de 5 metros e foi quando finalmente viu o corpo, um dos gêmeos, deitado imóvel. Fred estava morto, ele sabia quem era pois depois que George perdera uma das orelhas tinha ficado mais fácil reconhecê-los. Fred estava morto. Um dos gêmeos estava morto, seu irmão estava morto.
Fleur se aproximou e o abraçou chorando, ele retribuiu o abraço ainda em choque, não conseguindo tirar os olhos do irmão.

Carlinhos
Carlinhos era o segundo irmão, despreocupado e confiante, sempre atrás de ação e aventura tanto que escolheu o ramo de criaturas mágicas, especificamente dragões. Os dragões o fascinavam, e modéstia à parte, ele sabia tudo o que tinha para saber sobre eles.
Quando pequeno, divagava sobre eles e uma vez chegou a compará-los com a família, a mãe seria um Barriga de Ferro Ucraniano perigosa e furiosa quando necessário, o pai seria um Olho de Opala um tipo mais calmo, o irmão, Bill, seria outro dragão calmo um Verde Galês Comum feroz a sua maneira, mas mais calmo que a maioria. Percy seria um Meteoro Chinês elegante e um tanto pomposo na opinião de Carlinhos, Rony seria um Negro das Ilhas Hébridas um tanto agressivo e ciumento, a pequena Gina seria um Dente de Víbora Peruano pequena e veloz (principalmente enquanto jogava Quadribol). Os gêmeos Carlinhos nunca conseguiu achar uma espécie com a qual comparar, sempre aprontando e deixando a mãe deles maluca.
Quando se mudou para a Romênia, Carlinhos sentiu muito a falta da família, das conversas com o pai e Bill, das broncas da mãe, não tanto da pomposidade de Percy, das brincadeiras de Fred e George, de ensinar quadribol para Rony e provocar Gina. Ele não se preocupava tanto já que a família sempre que podia ia visitá-lo e porque sabia que eles sempre estariam lá por ele, sempre que ele precisasse eles estariam lá.
Com o retorno de você-sabe-quem, Carlinhos entrou para a Ordem da Fênix e permaneceu na Romênia para conseguir aliados para a guerra que estava por vir, porque ela viria e se eles não estivessem preparados poderiam perder tudo.
E ele se preparou e permaneceu forte, quando soube o que estava acontecendo em Hogwarts o medo o atingiu verdadeiramente pela primeira vez por sua família estar em perigo, estavam lutando e ele estava longe, em outro país.
Carlinhos voou o mais rápido que pôde com os aliados que conseguiu, ao chegar em Hogsmeade reuniram os aldeões que ainda restavam e foram para a batalha.
Carlinhos chegou no fim da luta, no momento que os comensais voltavam a atacar e depois que tudo terminou todos disseram que sem os reforços eles não teriam conseguido, mas o que realmente importava para Carlinhos era chegar a tempo de manter a família salva e nisso ele tinha fracassado.
Ele tinha chegado tarde demais e não conseguira fazer a única coisa que realmente importava salvar: seu irmão.

Percy
Crescer com tantos irmãos não foi exatamente fácil, mas o que mais irritava Percy era sua falta de perspectiva e ambição. O pai não fazia questão de crescer dentro do ministério, Bill e Carlinhos eram aventureiros e sonhadores demais, desfazer feitiços e cuidar de dragões? Percy preferia uma coisa com mais objetivo, respeitável e que lhe desse destaque.
Sua esperança era que seus irmãos mais novos seguissem seus passos, mas para a sua tristeza os gêmeos estavam além de qualquer coisa com todas as brincadeiras e piadas, Rony era preguiçoso demais e Gina acabou por ser rebelde.
Percy amava a família, mas sentia ressentimento por eles se recusarem a ver o lado dele e por criticarem tanto suas escolhas. Conseguir o cargo de assistente do ministro da magia foi uma das melhores coisas que poderiam lhe acontecer e a briga que teve com o pai foi uma das piores.
Quando recebeu a proposta Percy ficou mais do que feliz, para sua decepção a única coisa que sua família tinha a dizer sobre isso era que estava sendo usado, que o queriam apenas para espiar a família e o velho caduco Dumbledore. Para piorar a situação, os irmãos saíram em defesa do pai e nem sequer compreendiam se achavam os mais inteligentes e sábios do mundo não podiam nem ficar felizes por ele, gritou para todos como sentia vergonha deles e de como eles eram estúpidos. Percy pegou todas as suas coisas e saiu de casa o mais rápido que pôde, pois não aguentaria mais comentários negativos e maldosos.
Mais tarde quando percebeu o erro que cometeu se sentiu tão horrível e mesquinho, com tudo que dissera sobre o pai e os irmãos. O arrependimento o torturava dia e noite, sempre lhe fazendo lembrar das coisas horríveis que dissera e fizera.
Ao descobrir do sucesso da loja dos gêmeos, Percy sentiu tanto orgulho dos irmãos que quase saiu dizendo a todos que aqueles eram dois dos seus irmãos mostrando o que os Weasleys podem fazer, chegou a parar próximo a loja e apenas observar, Percy não teve coragem de entrar para pedir desculpas, implorar o perdão deles. Sabia que de todos, além é claro da mãe e do pai, os gêmeos eram os que mais estavam furiosos e magoados com ele. Por isso Percy apenas se virou e foi embora perdendo outra oportunidade.
Percy chegou antes que a batalha começa-se e encontrou a família reunida logo na saída da passagem secreta, ele parou, respirou fundo tentando manter a calma e foi nesse momento que se deu conta de quanto tinha sentido falta deles, das broncas dos pais, da implicância com Bill e Carlinhos, de jogar xadrez com Rony, de ver Gina jogar quadribol, e principalmente, das brincadeiras e piadas dos gêmeos.
Conversou com eles rapidamente e lhes implorou perdão, o pai disse que não tinha nada a ser perdoado, que o importante é que estávamos juntos novamente.
Se pudesse, voltaria no tempo e tiraria todos antes da batalha começar.
Quando aquela explosão os atingiu a única coisa na mente de Percy era a surpresa de ser atingido pelos escombros e depois o choque ao olhar para o lado e ver Fred caído, Percy sentiu como se o chão tivesse sumido ao levantar aos tropeços e ir até o irmão, ao sacudi-lo implorando para que estivesse vivo, que fizesse mais uma piada ou que apenas desse um sorriso, para que não o deixasse.

George
Ter tantos irmãos sempre teve seus lados positivos e negativos na opinião de George, um lado positivo era que dificilmente estava sozinho e o lado negativo era que dificilmente conseguia ficar sozinho. Todos os irmãos eram distintos a sua maneira, fisicamente eles se pareciam bastante, mas a altura era a única que mudava de um para o outro. As personalidades eram tão diferentes quanto as estações do ano, por isso nem sempre George sentia que os irmãos conseguiam compreendê-lo. O único que sabia exatamente o que ele estava pensando era Fred.
Bill e Carlinhos quase poderiam ser gêmeos falando de personalidade se não fosse a diferença física, Bill era magro e alto enquanto Carlinhos era mais baixo e musculoso. Os dois eram aventureiros a sua maneira, descolados e geralmente sempre alegres.
Percy, bom, Percy era muito Percy, sempre perfeito demais, mas de longe era o que mais se diferenciava dos irmãos. Fred era sua cara, e normalmente é assim com gêmeos (apesar de saber que todos o achavam mais bonito que ele), Rony sempre foi alto e desengonçado e Gina obviamente tinha pego todas as melhores qualidades deles (afinal ela tem a quem puxar toda a beleza e inteligência.)
Mas ter um irmão gêmeo, na opinião de George, era uma das melhores coisas que alguém poderia ter (mesmo tendo outros cinco irmãos para competir), além de irmão, Fred era seu melhor amigo, faziam praticamente tudo juntos e sabiam tudo um sobre o outro.
Quando a guerra estourou e precisaram se esconder, George sempre se manteve atento e cuidadoso porque faria de tudo para manter a família segura. Faria qualquer coisa para conseguir isso, lutaria e daria a própria vida para salvá-los, porém nunca passou pela cabeça que perderia um de seus irmãos, principalmente o irmão gêmeo.
Ver o corpo do irmão imóvel destruiu seu coração de muitas formas, e enquanto as lágrimas escorriam, sentiu sua mente entrar em um estupor e parar de processar o que acontecia ao seu redor. Com quem ia conversar sobre banalidades, sobre garotas ou o que quer que fosse? Com quem ia planejar o futuro das gemialidades Weasleys? Quem estaria ali por ele sempre? Quem seria ele sem seu gêmeo? George permaneceu ajoelhado ao lado do corpo do irmão, olhando para seu rosto.
Fred não podia estar morto, não podia, ele não podia perder o irmão. Só que ele estava morto, ele perdera o irmão, Fred o deixara.

Rony
Quando se tem uma família grande normalmente tudo é bem bagunçado, Rony poderia pensar em muitas palavras para descrever a sua, mas bagunçado era uma palavra que definia muito bem a família Weasley, principalmente quando se tem seis irmãos para compartilhar (no caso roubar) a atenção. Rony queria ser tão bom quantos todos os irmãos mais velhos, mas temia fracassar em tudo. Sempre que parava para pensar nos irmãos sentia um peso maior por saber que nunca seria tão descolado e bom no quadribol quanto Bill e Carlinhos, ou inteligente como Percy (mesmo estúpido e idiota, Rony tinha que admitir que Percy era inteligente, talvez não tanto quanto Hermione, é claro, mas poucos eram tão inteligentes quanto a amiga, então tudo bem), ele até tentava ser divertido como os gêmeos (pela cara dos amigos sabia que não se saía tão bem), mesmo Gina conseguia ser melhor que ele nas coisas que escolhia fazer.
Apesar de amar os irmãos a única coisa que Rony queria era um pouquinho de atenção e reconhecimento, os irmãos sempre tendo toda a atenção incomodava mais do que ele gostaria de admitir e só se deu conta de quanto isso era desnecessário quando você-sabe-quem retornou e ele saiu à caça das horcruxes com Harry e Hermione, além da preocupação com os amigos, a única outra coisa que não saía de sua mente era a família e quando os veria de novo.
Rony sempre se arrependeria da pontada de ressentimento que tinha dos irmãos, de não ter aproveitado tanto quanto podia e de ter percebido tarde demais o quanto eles fariam falta se os deixassem.
Ao entrar no salão principal Rony se sentia um tanto cansado, exausto na verdade, cansado de toda a luta e de todas as mortes, mas o sentimento que o dominava era a dor que sentia pela perda de Fred, uma dor que triplicou ao ver os pais e os outros irmãos em choque chorando pelo irmão e filho perdido.
Apesar das discussões bobas e da implicância, Rony sabia que sempre se poderia contar com o irmão.
Ficou abraçado à Hermione sentindo as lágrimas escorrerem e se perguntando como podia doer tanto, como sobreviveria a essa perda.

Gina
Ter irmãos mais velhos era chato na maior parte do tempo, principalmente quando todos eram homens e não tinha nenhuma outra garota para brincar ou conversar, (teria sido legal ter uma irmã, mas se tivesse talvez seu relacionamento com os irmãos não fosse tão bom) os irmãos sempre tentavam protegê-la de tudo, fosse de um joelho ralado ou de um coração quebrado. Gina sabia que podia sempre contar com todos eles, Bill e Carlinhos mesmo morando longe nunca se esqueceram dela, sempre estavam mandando cartas contando como as coisas estavam e querendo saber como ela estava (Ela estava tirando boas notas? Tinha feito amigas? Tinha caído em si e resolvido ir para a área de criaturas mágicas? E, principalmente, estava se mantendo bem longe dos garotos aproveitadores?), Percy era sempre mandão e sem noção, mas ela sabia que ele faria qualquer coisa pelos irmãos tanto quanto ela, os gêmeos eram de longe os seus irmãos favoritos sempre aprontando e lhe ensinando que tudo era possível desde que se acreditasse nisso e tinha Rony, mesmo desengonçado e ciumento, ela sabia que mal precisaria falar para que o irmão oferecesse ajuda.
Gina sabia praticamente tudo sobre os irmãos, ela não era cega, entendia os riscos que seus irmãos estavam correndo, Bill ao voltar à Inglaterra para ajudar a Ordem, Carlinhos permanecendo na Romênia, Percy sendo ainda mais estúpido e se afastando da família, os gêmeos... bom, sendo os gêmeos, e Rony se arriscando com Harry e Hermione.
Durante o quinto ano Gina chegou a criar alguma esperança que tudo ficaria bem, uma esperança vã, ela admitia, mas ainda sim esperança. Ela não estava preparada para sentir tanto medo (mesmo tendo entrado em pânico no primeiro ano quando foi controlada pelo diário de Tom Riddle), sentia medo por Harry, Hermione e Rony que estavam desaparecidos há meses e pela família se forçou a sufocar esse medo durante tanto tempo que praticamente se esqueceu dele durante a batalha de Hogwarts, sua única preocupação era em lutar e salvar tantos quanto pudesse e em se manter viva.
Desobedecer os pais e ir para à batalha tinha sido a decisão certa, ela sabia o que estava fazendo, tinha participado da Armada de Dumbledore e sabia se defender e não era nada justo ela ficar em um lugar seguro enquanto todos corriam risco lutando.
Quando você-sabe-quem ordenou a retirada dos comensais Gina ajudou aqueles que estavam próximos a ela a irem até o salão principal, obviamente montariam um posto de enfermagem improvisado lá.
Gina não estava preparada para se sentir tão perdida quando viu o corpo de Fred estendido, a família próxima chorando, ela sabia dos riscos, temia por eles, mas nunca pensou que poderia perder alguém, para ela mesmo que tivesse essa possibilidade isso nunca aconteceria porque seus irmãos sempre estariam ali por ela, todos eles. Mal conseguiu conter as lágrimas ao se aproximar e se abaixar próximo ao corpo de Fred.
Era como se uma das partes do seu coração tivesse sido arrancada com o feitiço mais doloroso possível, a parte de seu coração onde seus irmãos estavam tinha sido partida e agora só restavam cinco peças, nunca mais poderia ver o irmão brincando, rindo e lhe dando conselhos que ela fingiria ignorar. Nunca mais veria Fred.




Fim.



Nota da autora: Sem nota.



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