"O acaso só favorece a mente preparada" — Louis Pasteur.
"Não há um dia sequer que eu não pense em você, não há um dia em que eu não passe horas esperando que você volte"
Ela me olhou por uma última vez antes que entrasse para a sala de embarque com os olhinhos brilhantes pelas teimosas lágrimas presentes, me olhou diretamente nos olhos e sorriu triste, havíamos prometido que não seria uma despedida então não choraríamos. Mas a única coisa que eu consegui pensar naquele momento foi que eu precisava dela tanto quanto respirar era necessário, eu precisava abraçá-la, eu precisava que ela não machucasse meu jovem coração, eu precisava dela porque fui feito para amá-la.
Flashback On: Seis meses antes
"A woman dangerous plan, just this time
A stranger's hand clutched in mine
I'll take this chance, so call me blind
I've been waiting all my life..."
Um dia ensolarado e mais quente que o normal, era essa a definição da tão desejada primeira sexta-feira de dezembro que sendo quente ou não nada estragava esse dia.
- Você tem certeza que pegou a sua escova? - a voz vinda da cozinha soou forte pela casa acompanhada de sons de passos apressados da mesma pela casa.
- Sim, senhora! - a outra voz vinda diretamente do quarto soou suavemente.
- Eu não acredito que finalmente meu bebe cresceu! - a voz agora mais perto identificando ser a mãe disse em tom de orgulho - Mas é bom você voltar ou eu te busco a força!
- Isso, vai me buscar que a senhora fica lá também, eu sei! - a garota riu brincalhona.
- Mas essa menina está muito abusada mesmo - a mãe disse rindo junto com a mais nova, ambas tinham uma relação extremamente boa e confortável, era de se admirar como as duas sabiam ser mãe e filha, mas também sabiam ser amigas.
Por ser filha única e ter sido criada apenas pela mãe ela soube valorizar a falta de muitas coisas, como por exemplo cada coisinha ou gesto que a mãe fazia por ela, a mais velha estava sempre dando duro para dar de melhor para filha e ainda ser presente, coisas difícil hoje em dia, não é? Mas a mulher soube conciliar isso de forma admirável e era isso que mais amava na mãe, a força de vontade sempre a motivou e sempre a fez admirar cada vez mais.
Algum tempo depois...
- Você, senhorita , trate de me ligar assim que pisar os pés no aeroporto! - a mãe avisou a garota.
- Sim, senhora, eu ligo avisando se encontrei o meu oppa ou se encontrei meu novo pai perdido na Coréia - a menina riu de forma engraçada semicerrando os olhos e sorrindo para a mãe de forma suspeita , fazendo com que a mesma ficasse boquiaberta deferindo em seguida um tapa leve no braço da garota.
- Me respeita, menina! – ela disse, mas ainda sim não aguentou e riu fazendo com que a garota gargalhasse em seguida. - Eu sei que você está feliz e animada e que provavelmente vai demorar uma semana para você começar a sentir minha falta, mas, por favor, me ligue e me avise se está tudo bem, quero que tome cuidado, ok? - a mais velha não estava preocupada com a filha em outro país ou viajando sozinha, ela sabia que a garota se virava, mas, ainda sim, alguma coisa a incomodava sobre essa viagem.
- É só um intercâmbio, mãe, eu volto! - a garota riu fraco pra mãe, mas sabia que ela estava preocupada.
Flashback off
Eu continuei parado no mesmo lugar por todo o tempo possível, eu queria que ela viesse de encontro a mim, mesmo que estivesse chorando, eu queria que ela viesse por aquela porta da sala de embarque e dissesse "não se preocupe, eu estou aqui, estou com você" e sorrisse da forma que só ela sabia fazer. Eu queria ela comigo.
Flashback On: Seis meses antes
"Please don't scar this young heart
Just take my hand..."
"Senhoras e Senhores passageiros, peço a compreensão de todos, o avião fará uma escala de uma hora em Tóquio. Obrigado!"
- ? - a garota ao lado dela que se encontrava dormindo disse a chacoalhando.
- Só mais cinco minutinhos, mãe - a garota se virou para reencontrar confortavelmente a janela voltando a dormir.
- - ela balançou a menina mais uma vez tentando despertá-la – Acorda, menina!
A mais nova abriu os olhos lentamente e tentou entender a situação, seu sono era realmente pesado.
- Vamos descer por uma hora no Japão - a amiga avisou - acho que seria legal se você mandasse uma mensagem para sua mãe quando chegarmos.
- Tudo bem! - a garota coçou os olhos tentando fazer com que ficassem abertos.
Flashback off
Eu me pergunto se não podia ter feito algo por ela, se eu a queria tanto perto de mim eu deveria ter feito mais. Eu poderia ter evitado nossas brigas sem necessidades, e eu tenho comigo a plena certeza de que ela pensa o mesmo em relação a nós e posso até mesmo colocar minha mão no fogo e dizer que ela foi embora com uma certa tristeza não só por estar indo embora, mas por conta de todas nossas situações que poderiam ser evitadas, tristeza sim, mas magoa nunca, ela não era esse tipo de pessoa, era boa demais para sentir qualquer rancor naquele coraçãozinho. Eu posso não ter chegado a tempo de impedir que ela entrasse naquela tão odiosa sala de espera, mas eu ao menos queria poder ter dito que a queria em meus braços o mais urgente possível, que deveríamos deixar tudo aquilo de lado, queria ter dito que eu faria o que fosse preciso para que ela ficasse, queria poder sentir a maciez de sua pele, ver seus olhos sorrirem e seu sorriso iluminar o dia.
Flashback On: Seis meses antes
“I was made for loving you
Even though we may be hopeless hearts
Just passing through
Every bone screaming I don't know what we should do
All I know is, darling, I was made for loving you…”
- Se eu dissesse que estou podre você acreditaria? - fez sua face mais cansativa o possível e então respirou fundo - Eu preciso de um café e um brownie, - ela choramingou - Por acaso se eu pedisse para você buscar para mim seria muita folga ? - ela soltou seu melhor sorrisinho para a garota e então viu que a amiga pelo olhar já não iria aceitar.
- Não me peça o que você não faria por mim! - a amiga sorriu de lado malignamente - Você mesma disse isso.
- , eu iria por você! - fechou a cara - Sua ingrata.
- Você não iria coisa nenhuma, te conheço bem, sua personalidade é bem fácil de saber nessas situações, preguiçosa - a amiga respondeu rindo da situação, pegou sua bolsa e levantou batendo-nos pés feito criança birrenta.
- Você que me aguarde! - disse vingativa e sorriu maligna.
caminhou até o café mais próximo dentro daquele aeroporto enorme, das janelas observava lá fora Tóquio que em plena 4 da manhã estava iluminada pelas luzes das casas e estabelecimentos.
- Um Americano, por favor - ela e mais uma pessoa pediram ao mesmo tempo sorrindo à atendente.
- Estão juntos? Podemos providenciar o especial para casais, se preferirem. - a atendente sorriu para eles simpática.
- Oh, não! Não somos um casal - a garota disse ficando envergonhada e nem mesmo se virou para analisar a pessoa ao lado.
Assim que a atendente deixou os pedidos para serem feitos, o de ambos, saiu e se acomodou perto da enorme janela que admirava quando passara.
- É tão bonito e grande que chega dar um aperto no peito, não é? - uma voz surgiu ao lado da mesma que se encontrava observando as luzes a fora.
A garota nem se quer olhou para o lado, apenas respirou fundo e assentiu.
- SanClare? - assim que decidiu dizer algo seu nome foi chamado, pois seu pedido havia ficado pronto, fazendo com que a garota apenas acenasse para o garoto ao seu lado, e a mesma por ver que ele estava com um chapéu que quase cobria seus olhos e uma máscara que não deixava ser identificado nenhum traço do restante de seu rosto apenas sorriu e saiu.
Flashback Off
"A primeira coisa que eu fiz foi pedir para que você me deixasse te amar, você se lembra?"
Eu me pergunto todos os dias como foi que o destino quis tanto que estivéssemos perto um do outro, nos vimos a primeira vez por acidente, nos vimos na segunda vez por acidente, mas na terceira eu já sabia que não era um acidente.
Flashback On: Cinco meses antes
“Hold me close through the night
Don't let me go, we'll be alright
Touch my soul and hold it tight
I've been waiting all my life…”
- - a garota chamou a garotinha que corria pelo prédio desenfreadamente.
- Eu quero seu diário e você não vai me impedir - a menininha disse malcriada mostrando a língua para a mais velha.
- Não é um diário, é um caderno de músicas, se você ficar paradinha nos podemos ler juntas - a garota implorou, ambas ainda corriam pelo prédio ficava em um lugar bem centralizado na cidade de Seul.
- Eu vou é falar para o meu Oppa que você está mentindo para mim - a menininha que cuidava por meio período disparou a correr para a porta de saída do prédio e entrou discretamente no prédio ao lado onde se localizava uma produtora.
- Mas é uma peste mesmo - resmungou irritada e entrou discretamente no prédio e viu conversando com um garoto que reconheceu de imediato.
Assim que a garotinha direcionou seus dedinhos gordinhos e pequenos para a garota, ela em seguida sorriu diabolicamente fingindo seu olhar de filhotinho, o garoto que olhava curioso para a garotinha, agachado na mesma altura que ela, levantou seu olhar e fixou na garota para que a pequena apontava.
- O que eu faço com ela? - resmungou novamente.
- Oppa, é ela, ela fica tentando me manipular - sim, a garotinha era tão espertinha que falava diversas palavras difíceis deixando muitos de boca aberta.
- Vamos, ? - a chamou e a pegou levemente pelo braço para que fosse para seu colo.
- Mas eu quero ficar com o Oppa - ela choramingou.
- Mas, olha só, você viu que horas são? Não é hora do pororo? - ela chantageou a pequena e disse baixinho no ouvido dela as palavras mágicas - Eu deixo você comer doces quando chegarmos e se formos embora agora.
A garotinha levantou a cabeça em um pulo e olhou para o garoto que até então não havia dado uma palavra, só havia continuado observando a garota.
- Sabe, Oppa, eu tô cansada! - ela tentou enrolar ele, colocou a mão na boca e ainda fingiu um bocejo - Vou embora, outro dia a gente se fala, tá?
- Tudo bem, baixinha, Oppa vai ficar esperando você vir me visitar de novo, ok? - ele finalmente se pronunciou e jogou uma piscadela para a menor - Mas da próxima, obedeça a e a traga junto.
- Espera, você sabe o nome da Unnie? - ela olhou incrédula - Não importa, vamos, .
Flashback Off
"Não tivemos muito tempo, mas nosso tempo foi como se nos conhecêssemos a vida inteira"
Se eu pudesse te prender comigo para sempre, seria a primeira coisa que eu faria. Eu olharia profundamente em seus olhos e diria as mesmas palavras que te disse há um tempo.
Flashback On: Quatro meses antes
“I won't scar your young heart
Just take my hand…”
- Vai, Oppa, não enrola, fala logo - a criancinha dizia agitada puxando a blusa de frio do mais velho.
- É que eu queria saber, é... - ele coçou a cabeça, nervoso e se calou, mas assim que sentiu pequenos dedinhos beliscando seu braços, que podiam ser pequenos e gordinho como o de jimin, mas eram doloridos sim. - eu queria saber se você não quer tomar sorvete comigo e com a .
- E agora é só você aceitar, Unnie, eu sei que quando você fala dormindo de noite é porque está sonhando com o... - tapou a boca da menininha o mais rápido possível.
- Ok já entendi que você quer que eu vá, . Ah, tudo bem, eu aceito! - respondeu sorrindo fraco para os dois que logo em seguida juntaram os dedinhos em forma de toque, algo relacionado a "temos um complô".
Flashback off
Por mais que fosse estranho a forma com que nos envolvemos eu sempre lidei como se fosse algum tipo de acaso, quando você me tocava, quando você sorria, quando simplesmente mexia em seus cabelos os alinhando de uma forma perfeitamente desarrumada e linda, é de se entender porque meu coração batia forte toda vez em que meus olhos se encontravam com os seus, desde o aeroporto.
Flashback On: Três meses antes
“I was made for loving you
Even though we may be hopeless hearts
Just passing through
Every bone screaming I don't know what we should do
All I know is, darling, I was made for loving you…”
- Você volta quando? - a garota perguntou meio triste ainda pelo amigo ter que ir por um tempo longe.
- Em uma semana! - ele acariciou o rosto dela - Prometo que te trago um presente da América.
- Se você for trazer, tudo bem, se chegar de mãos vazias, já sabe - ela ameaçou bater nele e ele nem se quer contestou, ele sabia que ela não tinha coragem de nem mesmo matar um mosquito, quem diria bater nele, independente disso ele gostava da personalidade dela, isso atraia tanto ele que ela simplesmente parecia ser a única para no mundo.
- Eu vou sentir sua falta! - disse sem nem mesmo perceber.
- É apenas uma semana, você nem foi ainda e já está com saudades? - a menina perguntou brincalhona enquanto ajeitava suas coisas na bolsa.
- Sim! - ele apenas reafirmou - Eu não tenho culpa se a gente passa tanto tempo junto, até mesmo nos ensaios você vai, isso é me acostumar mal, você me viciou com a sua presença.
virou em direção a ela e sorriu de forma também brincalhona, mas da mesma forma continuou intacta tentando demonstrar que não ficou abalada com aquelas palavras.
- Chega de brincadeiras, eu tenho que buscar na escola e você tem ensaio - ela sorriu - diga que eu e mandamos um oi aos meninos, e que mais tarde levo ela para ver eles.
- É bom você ter doces para domar a ferinha - ele brincou, enquanto arrumava o resto de suas coisas e guardava algumas outras, aproveitou para arrumar seus cabelos que estavam soltos e prendê-los de uma vez, assim que a Jeon se virou novamente em direção a garota ele podia ter uma visão completa de cada traço da garota, cada linha, cada expressão.
- O que foi? - ela o encarou e sorriu amigável.
- Não sorria assim! - ele respondeu mais para si mesmo do que para ela.
- Por quê? Tem algo no meu dente? - ela perguntou ingenuamente olhando seus dentes no espelho ao lado da cabeceira.
- Porque só me dá mais vontade de te pedir para me deixar te amar e te prender em mim para sempre - ele suspirou e deixou o lugar com suas coisas assim mesmo, sem nem mesmo dar alguma explicação ou se despedir da garota.
Flashback Off
Eu me sentia perdido antes de você, eu tinha um caminho, eu só não sabia por onde começar e então, eu finalmente tomei a coragem necessária.
Flashback On: Três meses antes
“Please don't go, I've been waiting so long
Oh, you don't even know me at all
But I was made for loving you…”
O dia havia acabado de fechar, o sol antes presente havia sumido deixando com que a chuva e os trovões tomassem conta do céu, andava chateada e quando se encontra assim ela desiste de uma vida social, já que a chuva não deixava com que ela saísse do prédio depois de ter uma briga extremamente decepcionante para ela com , ela resolveu aproveitar e tirar todo o peso que ela vinha carregando de pouco a pouco.
Já não havia quase ninguém no prédio, a chuva havia alertado a todos para que não voltassem tarde para a casa, mas como ela não havia escutado, acabou por ficar. A mesma se direcionou a uma sala ali perto de onde estava, para não chamar a atenção de ninguém nem sequer acendeu as luzes do local, apenas se direcionou ao piano branco ali presente e se sentou próxima a ele começando então a suave melodia que passava por seus sentimentos soou das teclas frias juntamente com o barulho da chuva e dos trovões ao fundo.
"I modeun geon uyeoni anya
(Tudo isso não é coincidência)
Geunyang geunyang naui neukkimeuro
(Apenas - apenas eu podia sentir isso)
On sesangi eojewan dalla
(O mundo inteiro é diferente de ontem)
Geunyang geunyang neoui gippeumeuro
(Apenas - apenas com sua alegria)"
Por mais que sentisse desconforto em estar ali sozinha, que sentisse que já deveria ter ido para casa, ela queria continuar, já fazia um bom tempo que não ficava sozinha para colocar os pensamentos no lugar.
"Nega nal bulleosseul ttaen
(Quando você me chamou)
Naneun neoui kkocheuro
(Eu me tornei sua flor)
Gidaryeossdeon geot cheoreom
(Como se estivéssemos esperando)
Uri siridorok pyeo
(Nós florescemos até que nós soframos)"
A melodia? Não era dela. A letra? Muito menos, queria ela que fossem, mas não eram, porém cada frase, cada letra e cada sentimento ali, agora, eram dela. A garota respirou fundo antes de começar o próximo verso e sorriu de forma involuntária.
"Eojjeomyeon ujuui seobli
(Talvez seja a providência do universo)
Geunyang geuraessdeon geoya
(Tinha que ser isso)
You know, I know
(Você sabe, eu sei)
Neoneun na, naneun neo
(Você sou eu, eu sou você)"
Perto dali, próximo à porta, alguém a observava, com pesar, mas a observava. Foi então que ele se sentindo derrotado sentou-se ao fundo da sala com as costas na parede, sem fazer nenhum barulho para que não a atrapalhasse e se dedicou a escutá-la, verso por verso, de nota em nota.
"Seolleneun mankeum manhi duryeowo
(Tanto quanto meu coração voa, estou preocupado)
Unmyeongi uril jakku jiltuhaese
(O destino está com inveja de nós)
Neomankeum nado manhi museowo
(Assim como você, estou tão assustado)
When you see me
(Quando você me vê)
When you touch me
(Quando você me toca)"
"Ujuga uril wihae umjigyeosseo
(O universo se mudou para nós)
Jogeumui eogeusnam jocha eobseosseo
(Não havia nem uma pequena falta)
Neowa nae haengbogeun
(Nossa felicidade)
Yejeongdwaessdeon geol
(Deveria ser)
Cause you love me and I love you
(Porque você me ama e eu te amo)"
Já farto e não podendo mais se segurar, andou em direção a ela silenciosamente para que ela não parasse e apenas se sentou no mesmo lugar que ela de costas para o piano, olhando para seus pés e completando o próximo verso.
"Neon nae pureun gompangi
(Você é minha penicilina)
Nal guwonhaejun
(Me salvando)
Naui cheonsa
(Meu anjo meu mundo)
Naui sesang
(Meu mundo)
Nan ni samsaek goyangi
(Eu sou seu gato de chita
Neol mannareo on
(Aqui para te ver)
Love me now
(Me ame agora)
Touch me now
(Toque-me agora)
Just let me love you...
(Apenas deixe-me te amar...)"
Ele há muito tempo pensava em dar um passo à frente, mas ela sempre dava dois para trás quando ele tentava algo, dessa vez, ela não recuou, apenas esperou que ele viesse até ela. Ela o olhou diretamente nos olhos e explicou o que sentia apenas com o seu silêncio, eles tinham tanta conexão que ele a entendia bem, ele a entendia por completo, então aproximou com cuidado seus lábios nos dela, depositando ali um beijo significativo e suave, ele queria mostrar como ele realmente se sentia e que se arrependia de tudo de ruim que ela poderia ter sentido em relação a ele.
Flashback off
Por um momento passamos tudo achando que sempre seriamos perfeitos, foi então que descobrimos que ser algo normal é melhor do que tentar ser perfeito.
Flashback On: Dois meses antes
“I was made for loving you
Even though we may be hopeless hearts…”
- E então, resolveu o que vamos ver hoje? - a garota perguntou para que estava sentado ao seu lado prestando mais a atenção em seu celular do que nela.
- Hoje? - ele perguntou desentendido.
- Sim, , havíamos combinado de que assistiríamos um filme com . Ah, quando ela chegasse, você disse que estaria livre - ela explicou achando que o mesmo havia esquecido.
- Eu não vou poder hoje, terei uma festa da empresa e é muito importante que eu vá - ele disse sem nem mesmo olhar para a garota, estava concentrado demais com seu celular.
- Mas você prometeu para ela, - a garota insistiu não por ela, mas pela garotinha que certamente ficará decepcionada.
- Eu não posso cumprir tudo que eu falo sempre - ele apenas disse e se levantou do sofá em que estavam - Eu vou primeiro.
Ele saiu pela porta e nem se quer um adeus ele deu, como já previsto diz que entende o fato dele ser ocupado e que estava tudo bem, mas ela havia ficado chateada, ela pela semana inteira, todos os dias perguntava a reafirmando se realmente iam estar juntos e veriam ao filme.
Depois disso a garota apenas fugiu dele por duas semanas inteirinhas, faltando apenas algumas semanas para que fosse embora, achava que assim seria melhor.
Flashback off
- O que foi que você fez comigo? - perguntei a mim mesmo em tom baixo - O que foi que eu fiz com você ?
Eu estava cansado, estava sentindo falta dela por mais de um mês, mas ela me evitou tanto que sim, parecia que eu havia desistido. Ela estava sempre me dizendo que não queria atrapalhar e que andava ocupada com e as coisas da faculdade, então eu simplesmente a deixei, não recordando de que ela não era minha para sempre.
Flashback On: Um mês antes
“Just passing through
Every bone screaming I don't know what we should do
All I know is, darling, I was made for loving you…”
- Temos que conversar! - respirou fundo e olhou para ele - Você está livre ? Podemos ir tomar um café?
- Eu sempre tenho tempo para você - ele respondeu manhoso e com as mãos segurando o rosto dela.
- Não é o que parece ultimamente - ela disse baixinho e então forçou um sorriso, a garota com tão pouco tempo sabia o tamanho do amor dela por ele, ela só não sabia distinguir se realmente era da forma que ele se sentia em relação a ela.
Ela resolveu chamá-lo para andar com ela, mesmo que fossem escondidos por conta de querer se lembrar dele para sempre, ela sabia que ele seria uma de suas melhores e mais nostálgicas memórias, ela queria se lembrar de qualquer forma.
- O que está fazendo? - ele perguntou curioso a ela.
- Me lembrando! – ela disse apenas, andou em direção a ele e respirou fundo sorrindo de forma meiga, aquilo derreteu o coração dele por um momento o fazendo lembrar o quão havia sentido falta dela, foi como uma loucura ficar tanto tempo sem a presença dela.
- Você não precisa se lembrar, esse momento... é um momento nosso e ninguém vai nos tirar isso, você se lembra ? “Você sabe, eu sei, você sou eu, eu sou você” – ele sorriu a ela que fez com que a mesma involuntariamente sorrisse também.
- Não é isso, eu só quero me lembrar! – ela completou o olhando, o mesmo em um ato sem nem mesmo pensar duas vezes agarrou a mão da garota e sorriu para ela.
- Então se você quer se lembrar, você se lembrará para sempre! – ele sorriu mais uma vez que fez com que toda aquela tristeza que ela sentia em relação a eles se derretesse, não, eles não haviam brigado de forma séria, não eles não haviam se afastado feito pessoas desconhecidas, não haviam guardado magoa um do outro e nem mesmo haviam deixado de olhar um para o outro, foram apenas circunstâncias de aprenderem a ser um casal normal.
Flashback off
Ela realmente queria se lembrar sobre nós, eu não soube sequer como a ida dela estava próxima, afinal, nos havíamos ficado de conversar sobre isso apenas dias antes de ela realmente partir, ela havia me dito que não iríamos nos despedir, porque não seria uma despedida.
Mentirosa, até nisso ela foi fiel em sua promessa sobre não nos despedirmos, ela realmente não se despediu, ela apenas deixou uma carta que certamente me deixou mais arrasado do que se ela houvesse se despedido.
Nela havia as palavras mais dolorosas que eu já poderia ter lido em toda minha vida.
“Eu queria me despedir, eu queria te olhar novamente por um último minuto, mas eu me limitei a apenas a te escrever, se eu olhasse em seus olhos mais uma vez, provavelmente eu teria ficado de uma vez, deixando minha mãe tolamente louca. Eu queria poder ter te abraçado mais uma vez, mas eu me limitei a nossas fotos, se eu sentisse seu cheiro mais uma vez, provavelmente eu teria ficado de uma vez, deixando minha mãe mais louca ainda. Eu queria poder estar perto de você por mais algum tempo, parece patético, parece fácil “ele pode te visitar” “você pode visitar ele” “não fique triste” “é algo passageiro”, mas é tão difícil quanto ficar sem chocolate, você me entende, certo? Você sabe como eu sou com chocolate, não me julgue pela comparação. Já que não pude me despedir da forma que eu gostaria por uma simples promessa, eu vim agradecer, você foi um presente que a vida me deu, você é sem duvidas a minha memória favorita, e você sabe que eu acredito nessa parte do acaso se tornar destino, se já nos juntaram por acaso, por que não aconteceria de novo?
Eu tive que ir para longe de corpo, mas minha alma e meu coração ficarão de qualquer forma aí, com , com os meninos e por fim, com você. Quando a gente se encontrar por aí, você me devolve, ok?