Finalizada em 05/01/2021

Prólogo

estava mais uma vez fazendo aquilo que ele mais amava: observar dormir. Era seu passatempo favorito, admirar a beleza de seu amor e lembrar do que passaram até ali. A rotina nas manhãs dele era sempre a mesma: admirar sua musa, levantar, tomar banho, ir até o quarto da pequena Haru e acordá-la para que a menina, de mais ou menos seis anos, se arrumasse para a escolinha.

Sim, teve uma filha com . Eles escolheram o nome da pequena depois de contemplarem o nascer do Sol. , que conhecia todas as línguas do mundo, disse para como se chamava o amanhecer em cada língua que ele conhecia e a jovem se encantou pelo nome em coreano, afinal, o anjo parecia com um.

- Haru? – chamou pela pequena, fazendo leves carícias no cabelo lisinho e castanho. – Hora de acordar, meu pequeno raio de Sol!
A menina fez uma careta, mas logo que abriu os olhos e viu seu pai ali, abriu um enorme sorriso.

- Bom dia, meu anjo! – devolveu o mesmo sorriso para a menina e lhe deu um beijo no topo da cabeça. – Hora de levantar, se arrumar e ir para a escola!

- Mas eu já fui ontem, papai! – A pequena preguiçosa fez um biquinho triste, tinha preguiça de acordar, mas ia para a escola e fazia suas atividades sempre.

- Mas hoje ainda tem aula, Haru! – riu quando Haru fez uma careta engraçada e se sentou na cama, passando as mãos pequenas no cabelo comprido e embaraçado. – Porém, hoje é sexta-feira e amanhã você pode dormir bastante! O que acha?

- Amanhã eu posso brincar com a Minhee? – A menina logo se animou ao descobrir que poderia passar todo o dia brincando com sua melhor amiga, filha de Doyoung, o agente de .

- Sim, meu bem! Doyoung já me prometeu trazê-la amanhã quando ele vier trabalhar. – Depois da fala do pai, Haru levantou correndo e olhou para o canto do quarto, vendo que sua mãe já havia separado tudo o que ela precisava. Antes de dormir, sempre verificava a mochila e separava as roupas da filha.

Haru correu para o pequeno banheiro que havia em seu quarto e se pôs a se arrumar, era uma menina independente, o orgulho dos pais.

Enquanto Haru se arrumava, seguiu para a cozinha. Fazer o café da manhã da família era mais um dos passatempos do anjo caído. Ele estava tão imerso em seus afazeres que nem notou a presença de sua amada. o observava da porta da cozinha, ele tinha talento e paciência para ser dono de casa, mas a vida do anjo não se resumia só a isso.

Enquanto trabalhava como curadora do museu, o anjo dividia seu tempo entre ajudar em casa e pintar. Doyoung, outro anjo caído que procurou assim que descobriu que havia mais um como ele na Terra, fez amizade com ele e o incentivou a descobrir seu talento terreno. Assim, começou a pintar, tendo Doyoung como seu agente e assessor. era quem organizava as vendas e exposições do marido talentoso.

- Bom dia! – disse ao abraçar a cintura do anjo. – Levantou cedo ou eu que dormi demais?

- Eu que levantei cedo. – desligou o fogo e se virou para retribuir o abraço de sua amada. – Haru já está se arrumando, temos alguns minutos antes que ela passe por aquela porta gritando que está pronta e quer panquecas.

riu, pois todos os dias eram assim. Eles davam alguns amassos na cozinha, igual a adolescentes no auge dos hormônios, e a pequena vinha gritando que queria comer suas panquecas. apertou a cintura de , seu desejo e amor pela humana nunca diminuíram, só aumentavam. Ele se considerava o ser mais sortudo do mundo, mesmo tendo abdicado da vida no plano divino. era feliz na Terra, ao lado de sua esposa e filha, conquistou seu próprio espaço entre os humanos e fez amigos no decorrer de sua jornada.

Ele encostou seu nariz no pescoço de e inalou a fragrância de seu sabonete. Ela havia tomado seu banho, ele poderia reconhecer aquele perfume entre uma multidão. se arrepiou com o contato do nariz de em sua pele, mas tudo que ela conseguiu fazer foi rir e suspirar pelo desejo de ir mais além. O anjo agarrou-a e, num impulso rápido, a colocou sobre a ilha no meio da cozinha, se posicionando entre as pernas de sua humana. não demorou muito, mesmo não tendo tempo para muita coisa, ele queria aproveitar aqueles minutos com sua amada. Delicadamente ele abriu um pouco do roupão que sua esposa usava e distribuiu beijos leves e rápidos por todo o colo exposto pela camisola dela, suas mãos apalpando e desenhando cada pedaço de . A humana arfava e sabia que era perigoso o que pretendia com aquilo.

O anjo então voltou à consciência e direcionou sua boca até a de , provando devagar e apaixonadamente de sua amada. O sabor mais doce e prefeito. Ele estava quase perdendo a razão novamente quando ouviu passos vindos da escada, sinalizando que Haru estava descendo. Rapidamente ele desceu da ilha, ajustou o roupão dela e depositou um beijo em sua testa.

- Mais tarde terminamos isso! – Ele decretou. apenas riu sem jeito e arrumou os cabelos bagunçados do marido e os próprios.

- Minhas panquecas já estão prontas, papai? – Haru chegou perguntando, colocando sua mochila de rodinhas ao lado da mesa e esperando o beijo de sua mãe e, principalmente, seu tão amado café da manhã.

- Bom dia, meu anjo! – beijou o rosto da pequena e lhe entregou um prato com as tão sonhadas panquecas e um copo de suco. – Dormiu bem? Está pronta para se divertir na piscina comigo e Minhee amanhã?

- Dormi sim, mamãe! – A menina deu uma mordida em sua panqueca e de boca cheia respondeu. – Sim! Não vejo a hora de mostrar para Minhee meu jogo novo das princesas e também a boneca nova que papai me deu. Vamos nadar e brincar e fazer tudo que eu quiser.

e riram da empolgação da pequena, e enquanto Haru comia e conversava empolgada sobre seus planos para o final de semana com a amiga, comia ao seu lado e dava ideias para as brincadeiras da filha. observava o quanto os três se davam bem, uma família pequena e amorosa, era o que ela pensava enquanto via sua vida inteira passar como um filme em sua mente.

Ao final do café, foi se arrumar, Haru colocou seu lanche da escola na lancheira e trocou de roupa para deixar tanto a pequena na escola, como no museu. Essa era a rotina da família Kim.

...

Já era um pouco mais de nove da noite quando chegou e procurou por e Haru. O estúdio de estava vazio, a sala uma verdadeira zona, parecia que o furacão das bonecas e ursos de pelúcia tinha passado por ali. A última alternativa era o quarto de Haru, e estava certa, quanto mais próxima do quarto, mais nitidamente ela podia ouvir as vozes de seu anjo e sua filha.

- Pronto, pequena! Cabelo escovado, pijama colocado, urso favorito no lugar. – fazia a lista de atividades antes de a menina dormir. – O que falta para que você vá dormir?

- Beijo e história! – Haru falou com toda a felicidade do mundo estampada naquela informação.

- Qual história você quer ouvir hoje? – perguntou enquanto depositava um beijo no topo da cabeça da menina.

Antes que Haru pudesse responder, ela viu a mãe sorrindo na porta, observando os dois.

- MAMÃE! – A pequena correu até ela e a abraçou forte. – Chegou faz tempo?

- Não, meu bebê, acabei de chegar e quero ouvir a história de hoje! – pegou a menina nos braços e a levou até a cama, também depositando um beijo no topo da cabeça da pequena. – Qual história você quer que seu pai conte hoje?

- A história favorita! – Haru bateu as mãos em sinal de felicidade. – A história do papai e da mamãe!

- Okay! Okay! – esperou que a pequena deitasse na cama e que sentasse ao lado dela e começou a história. – Era uma vez um anjo da guarda...

...

Quando enfim terminou a história, viu que suas duas garotas dormiam serenamente. Ele beijou novamente a cabeça de Haru e sussurrou um “eu te amo” para a pequena, colocou no colo e a levou para o quarto do casal. Com a esposa ainda sonolenta, ele a ajudou a se trocar, se abraçou a ela e mais uma vez velou pelo sono tranquilo daquela que era o primeiro amor da sua vida, o motivo de sua queda e de sua felicidade.


Capítulo Único

estava mais uma vez observando o ir e vir daqueles seres humanos e se perguntando como eles conseguiam ser tão patéticos. Uma vida tão curta e às vezes tão monótona. Aqueles seres eram tão frágeis e ainda assim seguiam suas vidas, amando e fazendo coisas extraordinárias, na visão deles, não na de . Para ele, eles não faziam mais do que a obrigação deles, afinal, cuidar do próximo e do seu planeta era algo indispensável, não precisava de prêmios para aqueles que o faziam corretamente.

Ele se achava hipócrita, pois mesmo pensando isso dos humanos, ainda admirava um, uma na verdade. Sua queda tinha sido, em parte, por culpa própria, mas também por culpa daquele ser que ele tanto observava e por fim desejava com todas as suas forças. era seu nome, e ela nem imaginava que ele existia. Ele fora designado para cuidar de ainda em sua adolescência, ela havia sofrido um acidente e perdido os pais quando mais jovem. velava seu sono, seus passos e cuidava para que ela não entrasse no caminho errado e tudo ia bem, veja bem, ia.

cresceu e se tornou uma adulta forte e determinada. Seus pais haviam deixado uma herança bastante generosa para a filha, que ficou na responsabilidade de uma tia que administrou perfeitamente os estudos de e suas finanças. Ela estudou em uma das mais renomadas universidades de Londres e agora trabalhava como curadora de imagens sacras. Para , aquilo era intrigante. Ela cuidava daquelas imagens com tanto amor e dedicação... E o anjo, agora com asas negras em vez das brancas – sim, seu castigo era ter asas negras e viver longe do Divino –, não lembrava de quando começou a amar e desejar , porque sim, ele a amava e algo dentro dele fervia sempre que a via. Ainda que agora ela tivesse um novo protetor, ele ainda a observava, mesmo recebendo broncas do amigo .

- Está aqui de novo, ? - O anjo de asas brancas e feições perfeitas o perguntava enquanto fazia sua presença ser notada pelo outro ser de essência angelical. - Sabe que agora ela é minha responsabilidade, né?

- Sei sim, , porém não consigo me afastar, nunca conseguirei. - Disse óbvio. Ela era o motivo pelo qual ele não poderia mais voltar aos céus, mas aquilo não o incomodava, não mais.

- Deveria ir atrás dela de uma vez por todas. Te ver aqui, olhando por entre essa janela cada vez que ela está em casa ou no museu, me deixa triste. Sei que você a ama, vai logo atrás dela, antes que seja tarde. - O amigo o aconselhou. - Faça antes que seja tarde para ela, afinal, você é imortal.

- Pensarei nisso, , pensarei nisso… - Levantou do terraço, abriu suas asas negras e se jogou do prédio, o vento batendo em seu rosto, e, quando próximo ao chão, enfim bateu as asas e subiu novamente. Mesmo que tenha tentado, sua vida não seria tirada de si, não daquele jeito.

Pela posição do Sol no céu àquela hora, ele sabia que estava perto de terminar seus afazeres no museu e logo iria para casa, ele queria estar ao lado, mesmo que ela não o visse ou mesmo sentisse.

Não muito longe dali, estava terminando de fazer suas anotações. Seu dia havia sido repleto de agitação, a nova exposição do museu estava quase pronta, precisava acertar só mais alguns detalhes. As imagens vindas do Louvre para passar uma pequena temporada haviam chegado àquela tarde e os funcionários do museu e ela própria estavam eufóricos, era uma das maiores exposições que fariam desde que assumira a posição de curadora.

havia se dedicado durante toda sua adolescência até seus exatos 28 anos a fazer seu sonho se tornar real. Queria pintar, porém não tinha talento, então resolveu entrar para a vida interessante e repleta de história e magia que era cuidar de um museu.

Ninguém sabia o motivo para ter seguido para aquele ramo, nenhuma das poucas amigas ou amigos sabiam o real motivo de a moça gostar de viver rodeada de imagens angelicais, mas para a jovem, aquilo era um calmante, principalmente depois dos últimos anos.

sempre sentiu que alguém cuidava dela, podia jurar que depois que saiu do hospital após o fatídico acidente que resultou na morte de seus pais alguém estava sempre por perto, ela sentia aquela sensação dentro de seu coração.

Diversas vezes, depois de adulta, sonhara com um anjo de cabelos castanhos e olhar doce. Em seus sonhos, o anjo a beijava e a amava, sempre de maneiras diferentes, carinhoso e selvagem. A jovem se sentia uma pecadora por sentir e sonhar com tais detalhes tão específicos com um ser angelical.

Quando finalmente terminou todas suas tarefas e verificou que as pinturas estavam em seu devido lugar, pegou sua bolsa e as chaves de seu apartamento, que não era muito distante do museu, e saiu. Adorava caminhar apreciando o pôr do Sol, as cores em tons alaranjados lhe encantavam. Estava tão distraída com seus pensamentos e ideias que não notou um pequeno buraco no chão e, quando se deu conta, apenas fechou os olhos esperando o impacto, mas ele não veio. Quando abriu os olhos, estava sendo amparada pelo seu anjo.

estava andando ao lado de sua humana, não perdia a mania de observá-la, tudo nela era fascinante para ele. No momento em que a viu tropeçar no buraco e fechar os olhos, não pensou duas vezes e a segurou. Um erro gigante. Ela agora podia vê-lo e, melhor que isso, ele estava sentindo seu corpo próximo ao dela.

não estava acreditando que ele realmente existia e não era somente fruto de sua imaginação. Ficaram se olhando por segundos que pareceram horas.

- Obrigada! - finalmente quebrou o silêncio entre eles. - Se não fosse por você, eu teria me machucado.

achava a voz de a mais doce e delicada que ele já ouvira e sendo direcionada a ele era ainda mais gostosa de ouvir.

- Não foi nada, tenha cuidado, eles estão arrumando essas calçadas, está perigoso para quem anda distraído por aí. - disse sorrindo para a jovem.

A jovem podia jurar que ele era o anjo de seus sonhos. O viu virar as costas e fazer menção de sair sem ao menos lhe dizer seu nome para ela.

- Espere! - disse segurando em seu braço. - Me diga pelo menos seu nome, preciso saber o nome do meu anjo da guarda. - não sabia de onde tinha tirado aquela ideia e ficou espantado com o adjetivo utilizado por ela para ele.

- . - Ele estendeu uma mão para a jovem enquanto coçava a nuca por puro nervosismo.

- Prazer, ! - Ela sorriu para ele e o anjo jurou que seu coração havia parado, era perfeita aos seus olhos. - Me chamo , que tal tomar um café comigo? Como agradecimento.

estava relutante, não só por estar ao lado de sua paixão e motivo de sua queda, mas também por não precisar de alimentos humanos. Como agiria normalmente na frente de ? Não entendia muito dos comportamentos e costumes humanos, nunca quis aprender. Na verdade, nunca precisou de tal hábitos.

Mesmo com alguns segundos de discussão interna, o anjo aceitou o convite de sua humana. Ela sorria para ele como se ele estivesse lhe dando o melhor presente do mundo, mas, na verdade, estava encantada e curiosa sobre aquele homem à sua frente.

Seguiram para a cafeteria preferida da jovem, ela o perguntou o que ele gostaria de tomar e deixou que ela escolhesse, não sabia ao certo o que escolher e não iria beber mesmo, não importava muito qual seria o pedido, no final das contas.

pediu dois americanos com leite e mel e indicou uma das mesas ao fundo da cafeteira para que os dois sentassem. percebeu que o rapaz não era muito de conversar, respondia às perguntas feitas pela jovem com poucas sílabas, já ela falava bastante sobre si, sobre seu trabalho e sobre a nova exposição do museu.

Quando se despediram, pediu o número do rapaz, porém ele disse que não possuía um, mas que com certeza os dois se veriam por aí. sorriu com tal afirmação, se despediu e rumou para casa com o coração batendo mais rápido e com a convicção que ele era seu anjo, tinha de ser.

estava feliz. Mesmo tendo falado bem pouco, ele estava contente de ter trocado aquelas poucas palavras com o amor de sua vida.

Naquela noite, enquanto dormia e fantasiava com seu anjo, velava seu sono e admirava a jovem. Só não contava com a cena que presenciou. parecia envolvida em um de seus sonhos libidinosos e gemeu o nome do anjo. Aquilo o tirou o juízo, mas ele se controlou e saiu de perto da jovem antes que fizesse alguma besteira e a assustasse.


Finalmente havia chegado o dia de sua exposição. estava totalmente imersa nas suas atividades, o museu estava mais movimentado e algumas excursões de fiéis vieram para apreciar as obras, a deixando orgulhosa de seu trabalho. Não tinha mais visto o rapaz bonito que a salvou, não pessoalmente, mas o via nos sonhos. Cada vez que fechava os olhos, aparecia para ela em seus sonhos, principalmente nos mais pervertidos, e ela se xingou por ter aquele tipo de pensamento, ainda mais com ele ostentando asas brancas em suas costas.

Naquela noite, acordou ofegante. Podia jurar que tudo que sentira naquele sonho tinha sido mais realista. trajava somente uma calça de moletom e suas asas estavam abertas em suas costas, e quando tocou as penas, sentindo a maciez das plumas, o anjo fechou os olhos e depois a abraçou. Os dois acabaram na cama, com sendo envolvida pelas asas do seu anjo e com ele entre suas pernas, mas aquilo tudo não passava de um sonho.

por sua vez estava na varanda, a observando mais uma vez. A jovem havia acordado ofegante e mais uma vez tinha gemido seu nome enquanto dormia e sonhava com ele. acompanhou com os olhos ir até a cozinha e beber um copo de água e ficar fitando o nada, provavelmente estava repassando o sonho em sua cabeça.

Ele queria poder realizar os sonhos dela, tê-la em seus braços e amá-la da maneira que ela merecia. foi até a porta da varanda e a abriu para tomar um pouco de ar fresco e tirar aqueles pensamentos pervertidos de sua cabeça, e então voltar a dormir de novo, mas ela sentiu aquela presença próximo a si novamente, sempre teve aquela sensação.

- Apareça! - Ordenou, mas se xingava, estava louca, durante a madrugada falando sozinha com as paredes da casa.

, não aguentando mais, apareceu imediatamente na frente de , ele estava com suas asas negras ainda expostas. A jovem tomou um leve susto, mas estava em êxtase, ela sempre esteve certa, ele era seu anjo, porém suas asas eram diferentes das asas em seus sonhos.

- Você existe mesmo? - Ela falou dando um passo na direção do anjo. - Eu não estou sonhando novamente?

- Não, . - lhe respondeu. - Eu estou mesmo aqui.

- Suas asas… - ergueu a mão para tocá-las. - Elas estão negras.

- Eu pequei. - O rapaz disse fechando os olhos, sentindo as mãos delicadas tocarem a plumagem em suas costas. - Desejei algo que não poderia ter.

- Elas são lindas. - disse fazendo carinho em um dos pontos atrás das costas do anjo. - O que você desejou?

realmente estava curiosa, sempre teve aquele ser por perto e em seus sonhos, queria saber mais dele.

- Você. - disse simplista.

- Ah. - Foi a única coisa que conseguiu dizer.

- Eu era encarregado de você desde o acidente com seus pais, mas acabei desenvolvendo um sentimento maior e um desejo incontrolável por você. Como punição, o ser divino me expulsou dos céus.

- Isso é tão triste. - disse observando a olhar de um jeito diferente. Ela o viu morder o lábio enquanto analisava as vestes pequenas no corpo da jovem.

- Não lamente, eu escolhi assim.

não aguentava mais. Puxou para próximo de si e a beijou, seu gosto era melhor do que havia imaginado e suas curvas encaixavam perfeitamente ao corpo dele. o abraçou, não eram necessárias muitas palavras, ela sentia que era o certo, seus corpos ansiavam um pelo outro sem cerimônia.

O anjo suspendeu a jovem e a levou até a cama, deitando-se sobre ela, suas mãos sabiam o que fazer. Mesmo ele tendo sido um ser celestial até algum tempo atrás, seu corpo respondia perfeitamente ao dela. Quando se separaram, estavam ofegantes, mas aquilo era somente o começo. recolheu suas asas e removeu sua camisa, depois removeu a camisola pequena de enquanto sua mão percorria cada centímetro dela, queria marcá-la como sua, reivindicar o que era seu.

era uma mistura de luxúria e ansiedade, queria as mãos do anjo em sua pele, sua boca na dela e seu membro dentro dela. O anjo a beijou novamente, sua boca trilhando beijos até seu colo e depois até sua barriga, tendo abaixo de si uma arfando a cada mínimo toque. A experiência era nova para os dois, mas ainda assim era como se soubessem cada detalhe, cada gesto, cada toque.

não prolongou muito seus atos, desceu sua boca até a coxa de e a mordiscou levemente. A jovem gemeu baixinho o nome do anjo e ele entendeu como um sinal para seguir adiante. Deu um beijo na intimidade de ainda por cima da calcinha, fazendo-a gemer mais manhosa, afastou a calcinha dela e lambeu a carne entre as pernas de sua amada, dessa vez, recebendo um gemido mais alto. passou seu polegar sobre o ponto sensível de e introduziu dois dedos, a penetrando, seus movimentos eram delicados, porém rápidos. Ele usou a língua para dar mais prazer a sua humana e o gosto dela em sua boca era puro mel, sua boca beijava e sugava a intimidade de como se sua vida dependesse daquilo. A jovem abaixo dele se agarrava aos lençóis e aos cabelos do anjo, ele estava levando-a ao limite, não aguentaria muitos estímulos, seu corpo já dava indícios de que estava no limite.

Então ela se derramou na boca do anjo e ele, por sua vez, sugou tudo. O sabor de o deixava nublado de desejo, então removeu de vez a peça que a cobria e as suas próprias, se posicionou na entrada da jovem e simulou algumas penetrações, arrancando gemidos dos dois.

enlaçou suas pernas na cintura do anjo, o trazendo para dentro de si aos poucos e devagar. Ela não era virgem, mas sabia pouco de como um homem gostava de fazer amor, e gemia rouco a cada centímetro seu que membro deslizava para dentro de . A jovem tinha os cabelos grudados na testa e a boca entreaberta, a visão divina para .

Aos poucos, o anjo se movia, alternando entre rápido sem muita força e devagar e forte. arranhava as costas dele com suas unhas vermelhas a cada estocada e os dois gemiam praticamente juntos. Ela, mesmo nublada pelo desejo, trocou suas posições, deixando deitado com as costas nos travesseiros e com a mão deslizou o membro do anjo para dentro de si novamente, passando a se movimentar sobre ele. jogou a cabeça para trás, gemendo alto o nome de , ele nunca imaginou que o ato carnal seria deveras tão prazeroso quanto estava sendo.

O anjo aumentou o ritmo de segurando em sua cintura, ele não aguentaria segurar seu êxtase por muito tempo. Em segundos, ele a deitou de novo, sem nunca perder o contato, e estocou forte, fazendo praticamente gritar por mais e seu nome diversas vezes. Ele sorriu vitorioso, não ligava mais para nada, apenas dar e receber prazer.

Afundou a cabeça na curva do pescoço de , sua mão indo até a intimidade dela, estimulando-a para que ela viesse uma segunda vez, gemendo seu nome bem próximo de seu ouvido e apertando seu membro enquanto atingia seu orgasmo. Mais alguns movimentos de e ele chegou ao seu limite, se derramando dentro da jovem.

Os dois respiravam com dificuldade. , ainda sobre o corpo de , mas sem deixar seu peso sobre ela, distribuía beijos por todo seu rosto enquanto se retirava de dentro dela, e deitou ao lado da humana, a abraçando.

Ficou observando se entregar ao sono, admirando-a. Para ele, ela era como uma das pinturas que cuidava no museu, linda e cheia de vida. Se permitiu, então, fechar os olhos e imaginar um futuro ao lado de seu amor.


FIM



Nota da autora: Espero que você tenha gostado de mais uma das minhas loucuras e aproveitado cada linha dessa oneshot! Não esqueça de deixar um comentário e até a próxima!

Qualquer erro no layout dessa fanfic, notifique-me somente por e-mail.


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