Capítulo Único
Jimin tem o copo parado a meio caminho da boca enquanto observa, de longe, Yoongi entre duas garotas, numa situação totalmente desconfortável e que claramente não acabará bem. O ar da festa tornou-se pesado e os membros tem a respiração suspensa temendo que tudo saia do controle e acabe em escândalo. Ele olha a redor identificando a posição dos outros cinco, pensando em como tirar Yoongi de forma discreta, mas nenhuma alternativa vem à mente e ele apoia-se na mesa a sua frente enquanto aguarda o desenrolar, corpo totalmente tenso.
Então sente a mão deslizar suavemente em sua nuca e sua dona parar ao seu lado, apoiando a cabeça sobre seu ombro e suspirar pesadamente, enquanto seu corpo sente um tremor percorrê-lo da zona tocada até a ponta dos pés:
- Meu Deus, quanto drama.
Jimin cerra o cenho incrédulo quanto a insensibilidade da garota.
- Lisa, como você é tão... – Ele interrompe a frase sem nem saber o adjetivo para qualificar a garota de ar doce e língua afiada como sempre.
Ela afasta o corpo dele e o encara curiosa.
- Realista? Ela completa. - Me desculpe, mas alguém que se envolve com gente como nós deve saber que não pode esperar nada de bom. Não preciso entender o idioma que estão falando para saber o tamanho da encrenca que Yoongi-ssi se meteu. – Ela bebe a cerveja em seu copo e volta os olhos disfarçadamente para a cena, atenta a cada detalhe das duas garotas. - Quem diria, Yoongi, sempre tão sério e discreto... – O riso jocoso nos lábios dela faz Jimin revirar os olhos, mas ela não se intimida. – Vamos lá, você sabe que só estou falando a verdade. O segredo é saber quando parar, então a diversão de ninguém é estragada. – Ela se vira para eles e sentencia – Claramente aqueles três ali não souberam fazer isso.
Ela inclina a cabeça e pisca languidamente para ele e sua franja azulada se move sobre a testa levemente suada e a visão causa um turbilhão de memórias em Jimin, que rapidamente toma mais um gole da cerveja em suas mãos enquanto foge do olhar da garota em sua frente. Ela é encrenca em cada centímetro do corpo esguio ali parado, ela consegue ser encrenca em movimento até mesmo apenas respirando assim tão próximo.
Quando se trata de Lisa, manter a distância significa manter a sanidade e sabendo disso ele começa a se afastar, mas ela salta em sua frente, impedindo a fuga.
- Eu queria te pedir uma coisa, Chimmie – O apelido faz suas orelhas arderem e as pernas fraquejarem e assim que sente a mão invadir o bolso frontal de sua calça ele sabe que ela o tem em suas mãos, e que dificilmente poderá fugir.
Ela o traz junto ao corpo fazendo-o olhar rapidamente ao redor, temendo que alguém os observe.
– Eu deixei algo no carro, pode me acompanhar até o estacionamento? Está escuro, sabe?
- Lisa, por favor ... – Ele tenta argumentar enquanto observa a língua que passar lentamente pelo lábio inferior e sente a mão que inicialmente passava pela beirada do bolso da calça agora adentrar e se aproximar perigosamente do volume que se forma ali próximo, denunciando sua fraqueza.
- Ok, Chimmie. – Ela o larga e levemente o empurra, sorrindo apenas com o canto da boca. – Não precisa ir até o carro comigo. – Ela se vira, passando lentamente por ele e assim que chega a proximidade de seu ombro sussurra:
- Estou esperando na escada de incêndio em cinco minutos.
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- Eu poderia não vir, Lisa. – Ele olha para os próprios pés enquanto a garota solta a fumaça do cigarro lentamente através da fresta do basculante no corredor.
Ela se volta para ele e muda o peso do corpo de perna, enquanto apoia a mão esquerda no quadril. O olhar sarcástico que lança não necessita que ela emita em voz alta aquilo que é nítido entre eles.
Não, ele não poderia não vir.
Há imã sobre sua a pele atraindo-o, forçando-o a cair no vórtice de sua presença. Ele é como um cão que atende ao assobio de seu amo e apenas aguarda a próxima ordem para cumpri-la com prazer. E é isto o que torna tudo mais excitante para ela e mais aterrador para ele.
Lisa caminha até Jimin e a visão das pernas descobertas que se movem lentamente, de forma felina e ciente do efeito que causa, fazem sua pele arder, a respiração é dificultada e o coração começa a acelerar. Ele coloca as mãos nos bolsos tentando disfarçar o efeito que a mulher lhe causa, mas assim que ela para a centímetros de sua boca, a respiração suspensa escapa por seus lábios em um único sopro, acompanhado pelo arrepio que percorre o corpo ao sussurro confiante que reverbera em seus ouvidos:
- Essa mentira é para convencer a mim ou a você mesmo?
Ele sente a língua dela percorre o lóbulo de sua orelha no segundo posterior a frase, fazendo com que instintivamente ele prenda os dedos em sua cintura com força, sendo correspondido com um leve gemido.
As pupilas dilatadas de Lisa em meio aos fios azuis, o tom rouco e lascivo na voz, o cheiro de nicotina e menta, tudo nela o rende tudo o torna tão dela, tão humilhantemente dela e a excitação que isso lhe causa faz seu membro doer sob o tecido da calça.
Jimin a puxa com força para mais próximo de si, e depois empurra-a contra a parede e há apenas um fio de dignidade o suspendendo sobre o abismo de submissão à desgraçada que ri às suas custas mesmo depois que a cabeça se choca contra a parede e ele apoia-se na ilusão de controle que tenta construir para pateticamente despencar no segundo seguinte a cada sílaba proferida pela boca rosada:
- Esse, esse Jimin que eu quero. O que ninguém conhece, só eu. – Ela morde o lábio inferior dele, rindo contra sua boca. – O meu Jimin.
- Lisa, eu... – A pretensa hesitação é interrompida por um tapa que ecoa pelo corredor. Ele mantém o rosto na direção que a força da mão da garota o conduziu por um segundo e o riso que brota em seus lábios do homem é a confirmação que ela nunca precisou sobre o quanto ele não tem poder contra ela. Ele pertence a ela.
- Meu. – Ela reafirma e toma o rosto dele com uma das mãos, segurando-o pelo queixo, beija suavemente sobre o vergão deixado e sussurrando ordena:
– Repete para mim, Jimin.
Ele assente com a cabeça enquanto uma das mãos ergue a saia da garota enquanto a outra puxa com força a pequena peça de renda por baixo, rasgando-a.
- Seu. – Ele rosna em seu ouvido.
Ela balança a cabeça enquanto prende o lábio dele entre os dentes até que sente a mão cálida sobre sua intimidade e, afastando ainda mais as pernas em um convite, joga a cabeça para trás enquanto sente a respiração ofegante sobre a curva de seu pescoço e precisa estancar o gemido no ombro dele assim que sente seus dedos invadi-la, sem pudor.
Ele retira os dedos e leva a própria boca e a beija a seguir, fazendo-a provar o próprio gosto, enquanto ela puxa sem piedade os cabelos dele que geme baixinho em sua boca, fazendo-a rir.
No segundo seguinte ele move a calça de moletom centímetros suficientes para que sua ereção salte e segurando sobre a base brinca com a garota que arqueia as costas em resposta, e satisfeito em saber que não é o único prestes a sucumbir, sente a pulsação úmida dela contra pele do membro.
Ela toma nas próprias mãos e o desliza suavemente para dentro de si.
Os dois ficam imóveis alguns segundos, testas apoiadas um contra o outro, peitos arfando de forma ritmada, até que ela leva a boca até a sua orelha e ordena:
- Agora me fode.
E ele obedece.
Ali, somente os dois, em pé num canto escuto da saída de incêndio com a possibilidade de serem pegos a qualquer momento, Jimin enterra-se na carne de Lisa, enquanto apoia a cabeça em seu decote mantendo os olhos onde os corpos se conectam. Não há beleza. Há só força, desejo e raiva.
Raiva por não poder se conter, por saber o quanto é indefeso e servil diante de qualquer pedido dela.
Raiva por saber que mais uma vez ele pateticamente quebrou a promessa de nunca mais ceder.
A ínfima possibilidade de se ver mastigado por, ainda que tendo a plena certeza que será cuspido em seguida, o faz aceitar obedientemente o que quer que ela ordene. Por que nesta relação não há pedido, avisos ou consensos.
Ele a serve.
A hora que bem lhe agrade.
Quando e como lhe agrade.
Mas ali, em meio ao seu quadril, inalando o perfume de seus cabelos, sentindo o suor que desce em fio pelas costas da mulher enquanto ela geme seu nome, nada disso importa.
- Faz doer, Jimin - Ela ordena, e ele a ergue apoiando-a sobre o próprio quadril, abrindo totalmente suas pernas, forçando o frágil corpo dela contra a parede gelada e mete o mais fundo que pode, o mais voraz que pode, incontáveis vezes.
O gemido dolorido que acompanha cada estocada o deixa perto do limite e ele precisa fazer um esforço sobre-humano para se conter, aguardando a permissão que vem acompanhada das unhas que são cravadas em suas costas ao mesmo tempo que ela morde seu queixo, anunciando o ápice:
- Agora, goza para mim. Goza em mim. Agora.
Ele joga a cabeça para trás e poucos movimentos a preenche, a derrama, a completa.
Permanecem assim por um instante, arfando. Até que ela a pousa no chão delicadamente, puxando a saia da garota.
Ele a abraça e ela deixa ser envolvida, num raro momento de carinho entre os dois. Ele embrenha o rosto em seus cabelos enquanto ela pousa a cabeça sobre o ombro dele, permitindo-se inspirar o perfume amadeirado que o homem exala, misturado ao suor, enquanto aguarda a respiração voltar ao ritmo.
- Vamos sair daqui, Lisa. Vem. - Ele sorri afastando o rosto para vê-la e os olhos quase se fecham e novamente a doçura e gentileza estão ali, na pequena mão que desce pelo braço dela, delicadamente buscando seus dedos. O coração da mulher sente uma pontada, descompassa e instantaneamente ela franze o cenho irritada, deixando a mão suspensa, longe do toque dele.
- Não estraga tudo, tá? - Ela o empurra levemente, ajeitando a saia no corpo e se afasta.
- Ninguém vai nos ver se sairmos agora. – Ele engole a saliva. - A gente vai para algum lugar e ... - Ciente de te quebrado a fina película que o protege o equilíbrio entre os dois, ele tenta voltar uma casa atrás no jogo, mas hesita na escolha das palavras.
Ele pode ser só a diversão que ela procura.
Ele pode ser o que quer que a maldita mulher queira dele desde que ele possa permanecer mais algum momento, por mísero que seja, perto de seu corpo.
Ela passa a mão pelos cabelos azuis e revira os olhos para ele.
- Só dessa vez. - Ele apoia-se na parede atrás dela e a encara. - Só uma noite como pessoas normais - a mão desce pelo rosto dela e o olhar de súplica que involuntariamente ele lança acaba por dar fim a tudo, em segundos.
Ela passa por baixo do braço estendido dele rindo.
- Nós não somos pessoas normais. Gente como nós não tem esses pequenos direitos. E se você ainda tem dúvida, pergunte a qualquer uma daquelas idiotas que estão naquela sala prestando-se ao papel de "namoradas" - Ela ergue os dedos no ar em aspas. - Mas não hoje. Hoje aquelas imbecis acreditam no amor deles. Pergunte daqui uns meses - Ela ergue uma oitava - Não! Daqui uns dias!
Ela gira o corpo e caminha em direção à porta até sentir a mão de Jimin puxá-la, trazendo-a contra o próprio corpo.
- Nós somos iguais, Lisa. Seria diferente.
Ela só pode revirar os olhos diante a ingenuidade do garoto. - Por favor. Ouça o que está dizendo. - Empurra ele, dessa vez sem cuidado algum. - Seria muito pior. Imprensa, as empresas, os integrantes, as fãs ... seria um inferno.
Ela retoma o caminho em direção a porta e então, volta-se novamente a ele.
- Gente como nós não tem direito a amar, Jimin. Somos fadados a receber o amor subjetivo de desconhecidos que comandam nossas vidas, que determinam nossos passos. Nós pertencemos a uma multidão que ao mesmo tempo não aceita nos compartilhar. Foi uma escolha que fizemos e eu não tenho que te lembrar disso. De certa forma nós não somos nem mesmo pessoas, quanto mais normais.
Ele passa a mão pelos fios e engole o amargor em sua boca.
- Lisa, essa foi ...
- A última vez? - Ela ri interrompendo. - Sempre é a última vez. Já perdi as contas de todas as últimas vezes que tivemos. - Ela suspira. - Nenhum de nós dois acredita nisso. Só ... - ela balança a mão em direção a qualquer coisa que sua mente projeta no espaço diante de seus olhos - deixe as coisas assim, Chimmie. A gente dá certo assim, e só assim.
Ela olha pela janela enquanto decide o que fazer e quando se volta, Jimin desvia o olhar tentando esconder os olhos que marejam ainda que tente resistir.
- Vou para casa. Avisa a Jennie, por favor.
E sai em direção as escadas, deixando-o no corredor escuro, sozinho, com a peça de lingerie rasgada em suas mãos, que ele enfia com ódio dentro do próprio bolso, enquanto inspira profundamente pensando nos convidados que tomam sua casa e que precisarão de atenção e gentileza que não dispõe no momento.
Ele permanece alguns minutos ali, odiando-se, fazendo as mil promessas costumeiras que se seguem a cada vez que isso acontece. Desejando substituí-la por qualquer garota naquela sala aquela noite enquanto limpa o rosto.
Essa realmente foi a última vez.
Raiva. Ele sente raiva mais de si mesmo do que dela. Mais uma vez ele se propôs ao papel que tantas vezes prometeu não mais se prestar e mais uma vez viu tudo se repetir sem variação alguma.
Então o celular vibra em seu bolso anunciando uma mensagem e seu coração pula uma batida.
"DESCE."
Ele vai em direção a janela, avistando o carro parado no canto mais afastado do estacionamento, com a mão dela do lado de fora da janela.
Uma nova vibração e ele prende a respiração para lê-la.
"SÓ DESSA VEZ."
Ele desce as escadas saltando os degraus em direção ao estacionamento, correndo em direção à próxima última vez.
Então sente a mão deslizar suavemente em sua nuca e sua dona parar ao seu lado, apoiando a cabeça sobre seu ombro e suspirar pesadamente, enquanto seu corpo sente um tremor percorrê-lo da zona tocada até a ponta dos pés:
- Meu Deus, quanto drama.
Jimin cerra o cenho incrédulo quanto a insensibilidade da garota.
- Lisa, como você é tão... – Ele interrompe a frase sem nem saber o adjetivo para qualificar a garota de ar doce e língua afiada como sempre.
Ela afasta o corpo dele e o encara curiosa.
- Realista? Ela completa. - Me desculpe, mas alguém que se envolve com gente como nós deve saber que não pode esperar nada de bom. Não preciso entender o idioma que estão falando para saber o tamanho da encrenca que Yoongi-ssi se meteu. – Ela bebe a cerveja em seu copo e volta os olhos disfarçadamente para a cena, atenta a cada detalhe das duas garotas. - Quem diria, Yoongi, sempre tão sério e discreto... – O riso jocoso nos lábios dela faz Jimin revirar os olhos, mas ela não se intimida. – Vamos lá, você sabe que só estou falando a verdade. O segredo é saber quando parar, então a diversão de ninguém é estragada. – Ela se vira para eles e sentencia – Claramente aqueles três ali não souberam fazer isso.
Ela inclina a cabeça e pisca languidamente para ele e sua franja azulada se move sobre a testa levemente suada e a visão causa um turbilhão de memórias em Jimin, que rapidamente toma mais um gole da cerveja em suas mãos enquanto foge do olhar da garota em sua frente. Ela é encrenca em cada centímetro do corpo esguio ali parado, ela consegue ser encrenca em movimento até mesmo apenas respirando assim tão próximo.
Quando se trata de Lisa, manter a distância significa manter a sanidade e sabendo disso ele começa a se afastar, mas ela salta em sua frente, impedindo a fuga.
- Eu queria te pedir uma coisa, Chimmie – O apelido faz suas orelhas arderem e as pernas fraquejarem e assim que sente a mão invadir o bolso frontal de sua calça ele sabe que ela o tem em suas mãos, e que dificilmente poderá fugir.
Ela o traz junto ao corpo fazendo-o olhar rapidamente ao redor, temendo que alguém os observe.
– Eu deixei algo no carro, pode me acompanhar até o estacionamento? Está escuro, sabe?
- Lisa, por favor ... – Ele tenta argumentar enquanto observa a língua que passar lentamente pelo lábio inferior e sente a mão que inicialmente passava pela beirada do bolso da calça agora adentrar e se aproximar perigosamente do volume que se forma ali próximo, denunciando sua fraqueza.
- Ok, Chimmie. – Ela o larga e levemente o empurra, sorrindo apenas com o canto da boca. – Não precisa ir até o carro comigo. – Ela se vira, passando lentamente por ele e assim que chega a proximidade de seu ombro sussurra:
- Estou esperando na escada de incêndio em cinco minutos.
- Eu poderia não vir, Lisa. – Ele olha para os próprios pés enquanto a garota solta a fumaça do cigarro lentamente através da fresta do basculante no corredor.
Ela se volta para ele e muda o peso do corpo de perna, enquanto apoia a mão esquerda no quadril. O olhar sarcástico que lança não necessita que ela emita em voz alta aquilo que é nítido entre eles.
Não, ele não poderia não vir.
Há imã sobre sua a pele atraindo-o, forçando-o a cair no vórtice de sua presença. Ele é como um cão que atende ao assobio de seu amo e apenas aguarda a próxima ordem para cumpri-la com prazer. E é isto o que torna tudo mais excitante para ela e mais aterrador para ele.
Lisa caminha até Jimin e a visão das pernas descobertas que se movem lentamente, de forma felina e ciente do efeito que causa, fazem sua pele arder, a respiração é dificultada e o coração começa a acelerar. Ele coloca as mãos nos bolsos tentando disfarçar o efeito que a mulher lhe causa, mas assim que ela para a centímetros de sua boca, a respiração suspensa escapa por seus lábios em um único sopro, acompanhado pelo arrepio que percorre o corpo ao sussurro confiante que reverbera em seus ouvidos:
- Essa mentira é para convencer a mim ou a você mesmo?
Ele sente a língua dela percorre o lóbulo de sua orelha no segundo posterior a frase, fazendo com que instintivamente ele prenda os dedos em sua cintura com força, sendo correspondido com um leve gemido.
As pupilas dilatadas de Lisa em meio aos fios azuis, o tom rouco e lascivo na voz, o cheiro de nicotina e menta, tudo nela o rende tudo o torna tão dela, tão humilhantemente dela e a excitação que isso lhe causa faz seu membro doer sob o tecido da calça.
Jimin a puxa com força para mais próximo de si, e depois empurra-a contra a parede e há apenas um fio de dignidade o suspendendo sobre o abismo de submissão à desgraçada que ri às suas custas mesmo depois que a cabeça se choca contra a parede e ele apoia-se na ilusão de controle que tenta construir para pateticamente despencar no segundo seguinte a cada sílaba proferida pela boca rosada:
- Esse, esse Jimin que eu quero. O que ninguém conhece, só eu. – Ela morde o lábio inferior dele, rindo contra sua boca. – O meu Jimin.
- Lisa, eu... – A pretensa hesitação é interrompida por um tapa que ecoa pelo corredor. Ele mantém o rosto na direção que a força da mão da garota o conduziu por um segundo e o riso que brota em seus lábios do homem é a confirmação que ela nunca precisou sobre o quanto ele não tem poder contra ela. Ele pertence a ela.
- Meu. – Ela reafirma e toma o rosto dele com uma das mãos, segurando-o pelo queixo, beija suavemente sobre o vergão deixado e sussurrando ordena:
– Repete para mim, Jimin.
Ele assente com a cabeça enquanto uma das mãos ergue a saia da garota enquanto a outra puxa com força a pequena peça de renda por baixo, rasgando-a.
- Seu. – Ele rosna em seu ouvido.
Ela balança a cabeça enquanto prende o lábio dele entre os dentes até que sente a mão cálida sobre sua intimidade e, afastando ainda mais as pernas em um convite, joga a cabeça para trás enquanto sente a respiração ofegante sobre a curva de seu pescoço e precisa estancar o gemido no ombro dele assim que sente seus dedos invadi-la, sem pudor.
Ele retira os dedos e leva a própria boca e a beija a seguir, fazendo-a provar o próprio gosto, enquanto ela puxa sem piedade os cabelos dele que geme baixinho em sua boca, fazendo-a rir.
No segundo seguinte ele move a calça de moletom centímetros suficientes para que sua ereção salte e segurando sobre a base brinca com a garota que arqueia as costas em resposta, e satisfeito em saber que não é o único prestes a sucumbir, sente a pulsação úmida dela contra pele do membro.
Ela toma nas próprias mãos e o desliza suavemente para dentro de si.
Os dois ficam imóveis alguns segundos, testas apoiadas um contra o outro, peitos arfando de forma ritmada, até que ela leva a boca até a sua orelha e ordena:
- Agora me fode.
E ele obedece.
Ali, somente os dois, em pé num canto escuto da saída de incêndio com a possibilidade de serem pegos a qualquer momento, Jimin enterra-se na carne de Lisa, enquanto apoia a cabeça em seu decote mantendo os olhos onde os corpos se conectam. Não há beleza. Há só força, desejo e raiva.
Raiva por não poder se conter, por saber o quanto é indefeso e servil diante de qualquer pedido dela.
Raiva por saber que mais uma vez ele pateticamente quebrou a promessa de nunca mais ceder.
A ínfima possibilidade de se ver mastigado por, ainda que tendo a plena certeza que será cuspido em seguida, o faz aceitar obedientemente o que quer que ela ordene. Por que nesta relação não há pedido, avisos ou consensos.
Ele a serve.
A hora que bem lhe agrade.
Quando e como lhe agrade.
Mas ali, em meio ao seu quadril, inalando o perfume de seus cabelos, sentindo o suor que desce em fio pelas costas da mulher enquanto ela geme seu nome, nada disso importa.
- Faz doer, Jimin - Ela ordena, e ele a ergue apoiando-a sobre o próprio quadril, abrindo totalmente suas pernas, forçando o frágil corpo dela contra a parede gelada e mete o mais fundo que pode, o mais voraz que pode, incontáveis vezes.
O gemido dolorido que acompanha cada estocada o deixa perto do limite e ele precisa fazer um esforço sobre-humano para se conter, aguardando a permissão que vem acompanhada das unhas que são cravadas em suas costas ao mesmo tempo que ela morde seu queixo, anunciando o ápice:
- Agora, goza para mim. Goza em mim. Agora.
Ele joga a cabeça para trás e poucos movimentos a preenche, a derrama, a completa.
Permanecem assim por um instante, arfando. Até que ela a pousa no chão delicadamente, puxando a saia da garota.
Ele a abraça e ela deixa ser envolvida, num raro momento de carinho entre os dois. Ele embrenha o rosto em seus cabelos enquanto ela pousa a cabeça sobre o ombro dele, permitindo-se inspirar o perfume amadeirado que o homem exala, misturado ao suor, enquanto aguarda a respiração voltar ao ritmo.
- Vamos sair daqui, Lisa. Vem. - Ele sorri afastando o rosto para vê-la e os olhos quase se fecham e novamente a doçura e gentileza estão ali, na pequena mão que desce pelo braço dela, delicadamente buscando seus dedos. O coração da mulher sente uma pontada, descompassa e instantaneamente ela franze o cenho irritada, deixando a mão suspensa, longe do toque dele.
- Não estraga tudo, tá? - Ela o empurra levemente, ajeitando a saia no corpo e se afasta.
- Ninguém vai nos ver se sairmos agora. – Ele engole a saliva. - A gente vai para algum lugar e ... - Ciente de te quebrado a fina película que o protege o equilíbrio entre os dois, ele tenta voltar uma casa atrás no jogo, mas hesita na escolha das palavras.
Ele pode ser só a diversão que ela procura.
Ele pode ser o que quer que a maldita mulher queira dele desde que ele possa permanecer mais algum momento, por mísero que seja, perto de seu corpo.
Ela passa a mão pelos cabelos azuis e revira os olhos para ele.
- Só dessa vez. - Ele apoia-se na parede atrás dela e a encara. - Só uma noite como pessoas normais - a mão desce pelo rosto dela e o olhar de súplica que involuntariamente ele lança acaba por dar fim a tudo, em segundos.
Ela passa por baixo do braço estendido dele rindo.
- Nós não somos pessoas normais. Gente como nós não tem esses pequenos direitos. E se você ainda tem dúvida, pergunte a qualquer uma daquelas idiotas que estão naquela sala prestando-se ao papel de "namoradas" - Ela ergue os dedos no ar em aspas. - Mas não hoje. Hoje aquelas imbecis acreditam no amor deles. Pergunte daqui uns meses - Ela ergue uma oitava - Não! Daqui uns dias!
Ela gira o corpo e caminha em direção à porta até sentir a mão de Jimin puxá-la, trazendo-a contra o próprio corpo.
- Nós somos iguais, Lisa. Seria diferente.
Ela só pode revirar os olhos diante a ingenuidade do garoto. - Por favor. Ouça o que está dizendo. - Empurra ele, dessa vez sem cuidado algum. - Seria muito pior. Imprensa, as empresas, os integrantes, as fãs ... seria um inferno.
Ela retoma o caminho em direção a porta e então, volta-se novamente a ele.
- Gente como nós não tem direito a amar, Jimin. Somos fadados a receber o amor subjetivo de desconhecidos que comandam nossas vidas, que determinam nossos passos. Nós pertencemos a uma multidão que ao mesmo tempo não aceita nos compartilhar. Foi uma escolha que fizemos e eu não tenho que te lembrar disso. De certa forma nós não somos nem mesmo pessoas, quanto mais normais.
Ele passa a mão pelos fios e engole o amargor em sua boca.
- Lisa, essa foi ...
- A última vez? - Ela ri interrompendo. - Sempre é a última vez. Já perdi as contas de todas as últimas vezes que tivemos. - Ela suspira. - Nenhum de nós dois acredita nisso. Só ... - ela balança a mão em direção a qualquer coisa que sua mente projeta no espaço diante de seus olhos - deixe as coisas assim, Chimmie. A gente dá certo assim, e só assim.
Ela olha pela janela enquanto decide o que fazer e quando se volta, Jimin desvia o olhar tentando esconder os olhos que marejam ainda que tente resistir.
- Vou para casa. Avisa a Jennie, por favor.
E sai em direção as escadas, deixando-o no corredor escuro, sozinho, com a peça de lingerie rasgada em suas mãos, que ele enfia com ódio dentro do próprio bolso, enquanto inspira profundamente pensando nos convidados que tomam sua casa e que precisarão de atenção e gentileza que não dispõe no momento.
Ele permanece alguns minutos ali, odiando-se, fazendo as mil promessas costumeiras que se seguem a cada vez que isso acontece. Desejando substituí-la por qualquer garota naquela sala aquela noite enquanto limpa o rosto.
Essa realmente foi a última vez.
Raiva. Ele sente raiva mais de si mesmo do que dela. Mais uma vez ele se propôs ao papel que tantas vezes prometeu não mais se prestar e mais uma vez viu tudo se repetir sem variação alguma.
Então o celular vibra em seu bolso anunciando uma mensagem e seu coração pula uma batida.
"DESCE."
Ele vai em direção a janela, avistando o carro parado no canto mais afastado do estacionamento, com a mão dela do lado de fora da janela.
Uma nova vibração e ele prende a respiração para lê-la.
"SÓ DESSA VEZ."
Ele desce as escadas saltando os degraus em direção ao estacionamento, correndo em direção à próxima última vez.