Who Are You?

Finalizada em: 04/09/2019

1

Eu corria o mais rápido possível em direção a Dante, ele não duraria por muito tempo com todos aqueles monstros. Saltei o mais alto que pude na intenção de que o impacto da queda pudesse desestabilizar todos próximos a ele.
Eu já podia sentir meu braço formigar, como se o poder me desse um breve prazer antes que tudo brilhasse como se estivéssemos próximos ao sol, alcancei meu punho no chão fazendo todos voarem para longe inclusive Dante, que sangrava muito.

— Dante. — Agachei tentando levantar o homem, o mesmo se negava a me dar qualquer ajuda.
— Não! Apenas me deixe aqui, não irá muito longe se tiver que me carregar. — Ele sorriu mostrando seus poucos dentes que restaram, cobertos de um vermelho vivo. Meu coração apertou e meus olhos lutaram para que nem uma gota de lágrima fosse derramada naquele momento.
— Eu nem sequer saberei para onde ir sem você. — Sorri fraco tentando o levantar mais uma vez e desta vez ele deu impulso para me ajudar. — Temos que ir o mais longe possível, talvez consigamos pegar uma daquelas naves da ult…
— Eles nos pegariam antes mesmo de sair da superfície. — Ele me interrompeu enquanto tentávamos nos esconder. — Eles estão vindo.

Virei minha cabeça para tentar vê-los e de fato vários soldados estavam vindo em nossa direção, suspirei fundo sentindo todo o meu corpo formigar.

— Tente ir o mais longe que puder. — Disse vendo de soslaio que meus braços brilhavam, antes de formas pontiagudas saírem das minhas mãos. — Eu vou distraí-los.
— Desta vez não minha grande amiga. — Congelei no meio do caminho, pois já sabia o que estava por vir. Os soldados ficavam cada vez mais perto de nós e eu, eu não conseguia sair do lugar. — Você já fez muito por mim e por muito tempo te deixei sofrendo naquele lugar imundo, agora é hora de você fazer seu próprio destino e descobri o seu verdadeiro significado nesse vasto universo.

Olhei uma última vez para exército que se aproximava já apontando armas para nós, então voltei meu olhar para Dante que se apoiava em uma parede tentando se manter de pé.

— Que significado eu posso ter? Se não consigo nem te salvar.
— É o que você vai descobrir. — Ele sorriu. Como ele pode sorrir numa situação daquelas, sabendo que iriamos morrer. — Espero que sua mãe ainda se lembre da linda garota que você é.

O homem ficou em minha frente e com muito esforço começou a fazer movimentos estranhos. Vi um dos soldados acertar Dante no estômago e antes que eu pudesse fazer algo senti minha visão embaçar, era como se eu estivesse no início de tudo, e no início era só escuridão e de repente havia luz, luz e muito barulho, as estrelas estavam distantes, meus olhos ardiam então me lembrei de Dante.
O que tinha acontecido? Ele realmente estava morto?

— Nãaaaaaooooo! — Gritei sentindo meu corpo despencar. Tentei olhar para baixo e apenas via pequenos pontos de luz.

Oh! deus isso não era possível, eu estava novamente na Terra.
Antes que eu pudesse associar qualquer coisa, a falta de ar tomou conta de mim e como no início literal de toda história, mais uma vez tudo se tornou escuro enquanto eu apenas me deixava sentir a queda ao ar livre.
— Dante. — A última coisa que eu consegui sussurrar.


2

Eu ainda era o amigão da vizinhança, concordei com tia May que depois de tudo o que passamos eu devia ser um garoto normal que se preocupa com a escola, mas é claro que era inevitável não vestir o traje. Então lá estava eu, sentado em cima de um dos prédios do meu bairro esperando uma simples oportunidade de ajudar qualquer pessoa que fosse.
Vi que uma senhora não conseguia atravessar a rua, coloquei minha máscara e desci até lá para ajudá-la mas assim que ofereci minha ajuda o chão inteiro tremeu e por um segundo a noite se transformou em dia.
Olhei para a senhora que agora tremia e percebi que todos nas ruas acompanharam o olhar para um só lugar, aonde um verde clarão se diminuía até sumir, era como se o tempo tivesse parado só para ver aquele fenômeno.

— Aaah! — Uma mulher gritou chamando minha atenção.

Alguns carros haviam batido um no outro, provavelmente por causa do clarão. Disse para a senhora procurar um lugar seguro e tentei assimilar todo aquele caos.
Lancei algumas teias para ajudar as pessoas que ficaram presas dentro do carro, mas eu não conseguia me concentrar, pois uma luz parecia ainda cair do céu me distraindo de toda aquela bagunça. Vendo que as pessoas se desesperaram resolvi ir atrás do que causava tudo isso.

— Karen, o que é aquilo?
— Parece uma forma de vida extraterrestre Peter.
— Acha que consigo chegar a tempo antes de cair na terra?
— Podemos tentar, estou ativando um novo modo para que você consiga saltar mais rápido. Devo avisar o senhor Stark?
— Por enquanto não Karen, obrigado.

Saltei tentando chegar o mais rápido possível no local da "queda do alienígena". A luz caia depressa e quando eu consegui ficar mais próximo, a luz se apagou, dei um forte impulso para o alto tentando alcançar o que quer que fosse aquilo.
Quando finalmente consegui, vi que se tratava de uma pessoa, abracei o corpo tentando amortecer a queda e então um enorme impacto atingiu o chão. O pequeno beco escuro onde caímos abriu-se um buraco criando rachaduras até a avenida. Meu corpo pareceu se anestesiar e eu mal conseguia respirar, por alguns segundos apenas preferi fechar meus olhos.
Depois de algum tempo criando forças para me levantar, percebi o estrago que aquela queda fez. Olhei para baixo e vi que se tratava de uma garota, suas roupas de aparência incomum estavam sujas e rasgadas. De longe o barulho de sirene parecia procurar aonde o "meteoro" havia caído. Sem tempo e sem saber o que fazer peguei a garota no colo para tirá-la dali.
Eu com certeza iria ficar muito encrencado com o senhor Stark.


3

Senti meu corpo pesar como se algo me pressionasse, abri os olhos com dificuldade e nada vi além de um teto amarelado. A luz do sol bateu em meu rosto, e como um filme me lembrei de tudo.

— Dante! — Sentei rapidamente, fazendo meus olhos se encheram d'água.
— An… O que disse? — Ouvi uma voz masculina e pulei da cama vendo que um garoto me encarava sentado numa cadeira.
— Quem é você? — Perguntei tentando disfarçadamente pegar minha faca presa na parte traseira da minha calça.
— Bem eu sou o Peter Parker, eu meio que sal.. — Antes que ele terminasse coloquei uma faca em seu pescoço. — Eu salvei a sua vida, você… Estava caindo do céu e… E eu salvei você. — Ele disse tentando afastar a faca de seu pescoço.
— Eu poderia ter caído de uma altura dez vezes maior e ainda sim estaria viva. Me dê uma desculpa melhor para não te matar. — Olhei desconfiada para ele, que parecia nervoso comigo. Aproximei a faca novamente em seu pescoço.
— Eu sou o homem aranha e eu sou um vingador. — Ele disparou em dizer e eu apenas arqueei a sobrancelha o encarando.
— O que é um vingador?
— Você não conhece os vingadores? — Ele perguntou baixo como se não acreditasse no que eu dizia.
— Não, não conheço. — Continuei olhando ele para procurar a característica de aranha do qual ele disse.
— Como não? Tem o Homem de ferro, o Thor o Capitão América e também temos o Hul…
— Homem de Ferro. — Fazia muito tempo que havia ido embora da Terra, mas me lembrava de certas coisas principalmente de um homem com uma armadura de ferro. — Acho que o conheço.
— Bom, eu sou amigo dele e ele é…
— A minha mãe, acho que ela o conhece também.
Tirei a adaga do pescoço do rapaz em minha frente tentando racionar o que eu iria fazer a partir de agora. Eu estava em um lugar do qual eu não conhecia mais, estava sozinha sem saber para onde ir ou o que fazer, nem sabia se minha mãe se lembrava de mim ou se me reconheceria.

— Sua Mãe? — O garoto interrompeu meus pensamentos disparando em falar. — Ela é humana? Achei q você fosse uma alienígena.

Encarei o garoto enquanto guardava minha faca e o mesmo se calou.

— Ela se chama Miranda e da última vez que a vi eu tinha nove anos.
— Eu sinto muito, talvez a gente possa encontrá-la. — Ele disse e pela primeira vez uma enorme esperança preencheu meu coração.
— Acha mesmo que podemos? — O garoto apenas assentiu me fazendo abrir um sorriso de lado ao pensar na possibilidade de realmente a encontrá-la.
— Qual o sobrenome dela?
, Miranda .


4

P.O.V Parker
Alguns anos antes

"O FBI ainda está investigando o sumiço da pequena , a garota de apenas nove anos pediu a professora para ir ao banheiro e misteriosamente desapareceu do Status High School. Já faz três dias que ninguém a vê, e a renomada diretora da revista AWERE até agora não quis se pronunciar, mas de acordo com alguns agentes administrativos da própria escola, Miranda quer apelar e culpar a instituição pelo desaparecimento da garota.
Voltamos com mais informações sobre o caso amanhã..."

— Por Deus o mundo hoje anda tão difícil, cuidar de Peter se torna uma preocupação a mais com tanta violência. — Tia May conversava com uma amiga enquanto eu brincava na porta do meu quarto, ela desligou a TV e logo veio ver se eu estava bem, ela sempre fora protetora.

...

Agora

— Você é aquela garotinha que sumiu não é!? O país inteiro chocou com seu desaparecimento. — Disse lamentando o que aconteceu. A garota em minha frente suspirou triste e logo eu ouvi um barulho vindo da sala, provavelmente a May tinha chegado.
— Peter! Está em casa? — Ela gritou e eu respondi que estava no meu quarto. Pedi para que a garota se escondesse e a mesma não o fez, May entrou no quarto com os olhos arregalados.
— Você está bem, eu soube o que aconteceu aqui perto ontem, como você está? — Respondi que estava bem e então ela direcionou o olhar para a garota, que sorria docemente para a May. — Oii! Eu sou a May, não sabia que Peter tinha uma amiga. — May sorriu maliciosa e eu arregalei os olhos assustado com a suposição dela.
— Fico feliz em ser a primeira a estar no quarto dele. — A garota disse irônica entrando no clima da tia May.

Eu fiquei ainda mais assustado e tentei protestar, mas May foi mais rápida.

— Quer comer algo... — May deu espaço para que a garota se apresentasse e a mesma o fez docemente.
— Nome, mas pode me chamar apenas de . — May sorriu apertando a mão da menina e logo saiu dizendo que faria algo para comermos, nos deixando a sós de novo.
— O que foi isso!? — Disse ainda sem entender o que aconteceu.
— Sua tia acha que sou sua namorada, um grande privilégio... pra você é claro. Deveria me agradecer Porshe. — Nome sorriu de lado olhando para a janela, parecendo pensar em algo.
— É Parker e você parece ser insuportável, eu não quero que a May ache que estou namorando você. — Olhei ela de cima a baixo e apesar de seu atual estado lamentável nem um louco ousaria dizer que ela é feia, muito ao contrário é a garota mais linda que já vi. Ela se levantou vindo em direção a mim.
— Me poupe dessa conversa ridícula, olhe pelo lado bom ela vai achar que finalmente o nerdzinho da escola perdeu a virgindade. — Arregalei os olhos assustado por como ela me descreveu.
— Você não me conhece. — Disse.
— A sua pacata vida está refletida no seu rosto, a única coisa não óbvia sobre você é o fato de você não ser realmente você, pequeno vingador.
Ela disse mais perto então finalmente saiu do quarto, talvez eu não devesse tê-la trazido para cá, eu com certeza não devia tê-la trazido aqui.



P.O.V Nome

Depois da longa e constrangedora conversa com a tia do Parker na sala, estávamos novamente sentados em seu quarto, eu não podia sair de lá ainda, era muito arriscado já que Parker disse que policiais estavam possivelmente me procurando.

— Eu preciso encontrar minha mãe, ela é a única que pode me ajudar.
— Eu posso ligar para o senhor Stark, ele vai te ajudar.
— Não sei se consigo confiar nele. — Eu olhava para o chão tentando pensar em algo.
— Deveria, ele é um dos maiores vingadores, além do mais ele pode achar sua mãe muito rápido. — Suspirei fundo sabendo que essa seria a melhor solução por hora.
— Acho que essa é minha única saída no momento. — O garoto concordou pegando um objeto pequeno em sua mesa.

Olhei pela janela onde barulhos insuportáveis surgiam e mais uma vez os flashes de Dante veio à mente. Ele colocando um pequeno objeto em seu dedo, suas mãos movimentando levemente enquanto o mesmo sorria, o tempo todo ele sempre teve uma forma de fugir, mas apenas naquele momento, e só para mim ele a usou.


5

A medida que o tempo passava o constrangimento aumentava por permanecer ali, sozinha com um estranho. Ele parecia estar tão nervoso quanto eu, mas ainda assim precisávamos ficar ali, esperando por um homem que não sabíamos quando iria aparecer.
Sua tia havia deixado alguns lanches para a gente, o que é claro, eu já tinha comido tudo. Parker estava quieto do lado de fora da janela, vigiando ou talvez apenas observando o movimento da cidade, o mesmo pulou para dentro do quarto quando um barulho extremamente irritante veio do lado da sala.

— Deve ser o senhor Stark. — Parker disse enquanto corria em direção a porta, mas não demorou muito para que sua cara de decepção aparecesse novamente no quarto, junto com a de outro garoto.
— Você é o senhor Stark? — Perguntei me levantando, o mesmo garoto sorriu impressionado para mim e naquele momento eu soube que ele não deveria ser o tão falado homem de ferro.
— Não, eu sou o Ned. — O rapaz baixo estendeu a mão para mim e eu apenas o olhei de cima a baixo, encarando Parker em seguida.
— Não se preocupe ele é apenas um amigo, não fará mal a ninguém. — Parker deu de ombros e agora foi a minha vez de querer ir ao que garoto chamou de sacada, deixando os dois rapazes a sós no quarto.

Estar naquele pequeno canto no alto de um prédio era mágico, já que de lá eu pude ter uma visão incrível do lugar. O sol se punha e aqueles enormes edifícios acendiam as luzes por dentro, sorri maravilhada sentindo uma brisa bater e fazer todo meu corpo estremecer.
Me apoiei na beira da sacada com uma enorme vontade de gritar, aquela visão e aquele lugar me dera uma imensa vontade de fazer tudo o que eu não tinha feito em anos. Mas antes que eu pudesse abrir a boca para algo, a brisa leve foi ficando mais forte que o normal e um barulho cortante se aproximou, olhei para o céu e vi uma aeronave passando depressa em direção ao sol, chamei os garotos que ainda estavam lá dentro, os mesmos começaram a rir, e, tranquilos me explicaram que se tratava de um avião, algo comum na Terra.

— Mas aquilo? É um avião também? — Levei meu dedo a mesma direção para onde o avião voava.

Uma luz azul brilhava no céu e assim que o avião se aproximou dela, o mesmo explodiu, como se houvesse uma barreira de proteção ou uma arma — tão veloz que fora impossível de identificar o que aconteceu com o avião.
Assim que a fumaça da explosão foi sumindo, consegui ver melhor o que era. Dei um passo para trás já reconhecendo aquela "nave".

— Eles vieram atrás de mim, precisamos sair daqui agora! — Disse alto devido o barulho, que agora soavam como gritos e tumulto.
— Alienígenas na terra, mais uma vez, ALIENÍGENAS NA TERRA. — O amigo de Peter corria em direção a sala desesperado segurando firme seus cabelos.
Peguei meu casaco que estava jogado na cama de Parker e o olhei enquanto ele colocava uma espécie de pulseiras.
— Não podemos mais esperar seu amigo Stark, preciso achar minha mãe agora, ou eles a pegarão.

Eu e Ned descemos rapidamente as escadas enquanto Parker havia ficado no apartamento, dizendo que nos encontraríamos do lado de fora. Assim que saímos do prédio uma tontura me atingiu, nunca tinha visto tantas pessoas, elas estavam por todos os lados, gritando, chorando e correndo.

— Precisamos ir agora. — O garoto agora me ajudava a andar por aquela multidão, mas logo ouvi um barulho familiar me fazendo parar no meio do caminho. Olhei para cima vendo pequenas naves voando por todo lado, uma delas foi puxada por uma espécie de teia e então pude ver um rapaz todo de vermelho, que no alto de um comércio puxava com força a pequena aeronave.
— Parker!? — Sorri ao finalmente achar o motivo dele ser o "Homem-Aranha".
Ned me puxou na direção contrária apenas me dando tempo de ver a nave se chocar contra o chão enquanto a mesma explodia.

Depois de algum tempo fugindo daquele caos, nos sentamos em um chão molhado de um beco qualquer. A tontura ainda me afetava, mas agora, já longe do tumulto eu me sentia melhor, porém, sem saber se eu podia ou conseguiria lutar. Permaneci ali, respirando o mais fundo que pude enquanto Ned tentava ligar para Parker para provavelmente saber o que fazer, já que nenhum de nós sabíamos.


6

P.O.V Parker
Eram muitos deles e eu jamais conseguiria sozinho, eu tentava ligar para o senhor Stark mas ele não me respondia. O uniforme já tinha sido danificado em 30%, pessoas eram atacadas na minha frente sem que eu pudesse salvá-las. Eram muitos, em todas as direções.
Uma espécie de máquina robótica veio pra cima de mim e mesmo Karen me mostrando os melhores lugares para se desviar dos ataques, eu não consegui me defender. Ele me acertou tão forte que arremessou meu corpo para longe.
Deitado e sem fôlego algum, apenas vi de relance a enorme máquina apontando uma arma para mim, fechei os olhos tentando reunir o máximo de força para se levantar, mas era tarde demais, ouvi a arma disparar e somente esperei que ele me acertasse, porém nada aconteceu.

— Vai ficar deitado aí no chão o dia inteiro pirralho. — Abri os olhos vendo o Homem de ferro na minha frente, estendendo sua mão para me levantar.
— Senhor Stark!? — Perguntei me levantando com dificuldade. — O senhor ouviu minhas mensagens.
— Sim ouvi, apenas estava ocupado demais para responder. — Apontou a mão a um alienígena que vinha logo atrás de mim e atirou, sem que ao menos eu tivesse chance de me defender. — Me escute com atenção garoto! Você precisa pegar a menina e dar o fora daqui, há um lugar, Rua Bleecker nº 177ª, precisa levá-la para lá entendeu?

Apenas assenti, laçando uma teia para longe vendo o senhor Stark lutar contra os alienígenas, queria poder ficar e ajudar, mas aparentemente ajudar era algo tão importante quanto ficar ali.
A garota se encontrava sentada em um chão molhado enquanto Ned vinha para cima de mim não parando de falar um só segundo sobre o que havia acontecido, não foi difícil achá-los já que Ned estava me ligando de cinco em cinco minutos, expliquei para eles tudo o que aconteceu e apenas permanecia sentada, respirando fundo como se tivesse em choque, eu não sabia o que fazer, mas sabia para onde levá-la.

— Preciso levá-la até Greenwich Village, e você precisa voltar para meu prédio, é mais seguro do que aqui em baixo. — Olhei para o garoto que concordou, expliquei para ele ir direto, pois Tony Stark estava lutando com alguns dos alienígenas.
Olhei para a garota que parecia estar mais calma e dei a mão para que ela se levantasse, a mesma o fez sem olhar para mim.
— Eu não sei se consigo lutar. — Ela disse baixo quando Ned já havia saído dali.
— Não precisa lutar, pelo menos não agora. Só preciso que... que me abrace. — Ela me encarou por alguns segundos, mas logo me apertou contra si.
— Karen me mostre o trajeto mais seguro para Greenwich. — E assim lancei minhas teias, saltando com em meu colo.


7

Estar atravessando a cidade pendurada por uma teia não era muito confortável, mas Parker me segurava tão forte que ali, de alguma forma, eu me sentia segura.
Já distante da multidão e dos alienígenas eu me sentia mais tranquila então Peter me colocou finalmente no chão, ficando de frente para um prédio escuro. A rua estava deserta e estranhando todo aquele silêncio, nos encaramos antes de olhar novamente para o prédio. Sem saber direito o que fazer apenas caminhamos em direção a porta, que na mesma hora se abriu sozinha. O garoto tirou a máscara com um olhar de assustado parando no meio do caminho e então eu fui a primeira a entrar, vendo de relance que Parker entrou logo em seguida.

— O que será esse lugar? — Parker perguntou assim que ficou do meu lado.
— Você me trouxe aqui, deveria saber. — Olhei para o garoto que parecia confuso também, não havia ninguém ali e não parecia ser tão seguro quanto os outros prédios.
— Eu só fiz o que o senhor Stark pediu. — Peter caminhou próximo a escada olhando algumas coisas por ali até que se interessou por um objeto qualquer quase o derrubando. Eu apenas olhei para o lado oposto rindo baixo, ele sem dúvidas era um idiota.
— Não toque em nada! — Uma voz grossa chamou nossa atenção, nos deixando em alerta.
Um homem descia as escadas enquanto colocava uma espécie de capa, que parecia conter vida, pois se mexia mesmo não tendo vento no lugar.
— Oh! Eu te conheço, é o senhor Strange eu ajudei a te salva... — Peter dizia empolgado se aproximando do homem que o interrompeu.
— É Doutor Stephen Strange e você deve ser a . — O homem se aproximou de mim, estendendo a mão.
— Como sabe quem eu sou? — Continuei encarando o homem.
— É mais famosa do que pensa.

O homem recolheu a mão e antes que ele pudesse virar as costas para mim, vi de relance um anel em seu dedo, que parecia brilhar para mim, talvez porque me era familiar. Por um segundo senti minhas pernas estremecerem, era o mesmo anel que Dante usou na última vez.

— Aonde… Onde conseguiu esse anel? — Minha voz não saiu tão firme quanto eu esperava e então o homem voltou a me olhar.
— Porque a pergunta? — Ele se aproximou de mim.
— Por nada, só achei que tivesse visto ele antes.

Meu corpo parecia implorar por algo naquele homem, algo que eu não sabia dizer. Minha respiração começou a falhar e antes que o homem em minha frente pudesse perceber caminhei até Peter que prestava atenção em tudo.

— Bem o Tony Stark nos mandou aqui. — Parker disse assim que percebeu o meu desconforto ao ter Strange por perto.
— Eu sei, quero que vocês vejam uma coisa. — Antes mesmo que o homem terminasse de falar uma tontura tomou conta e a julgar pela aparência tínhamos nos tele transportado para outro cômodo do prédio.

Era lindo havia várias janelas e cada uma delas continha uma paisagem, como pequenos portais para paraísos diferentes, olhei para Parker que parecia tão encantado quanto eu. Doutor Strange caminhou na nossa frente falando algo que por alguns segundos não prestei atenção, pois, analisar Peter parecia mais interessante.

! É importante que você se contenha. — O homem falou e eu rapidamente parei de olhar para Peter, será que era tão óbvio o fato de estar o analisando. — Achamos sua mãe, mas é melhor que não entre em contato com ela ainda.

Sem me dar tempo de responder um dos portais passou de uma linda paisagem verde a uma casa clara, com janelas enormes de vidro e em uma delas era possível ver uma mulher sentada em um sofá, ela lia uma revista e tomava algo que eu não sabia o que era. Meus olhos se encheram de água, ela estava diferente, mas não tanto que eu não pudesse reconhecer. Me aproximei do portal desejando apenas correr para os braços da mulher, mas assim que aproximei minha mão para tocar o portal, o mesmo mudou para um lugar aonde não havia nada além de areias e mais areias. Recolhi minha mão encarando o homem ao meu lado, que apenas lamentava o fato de eu não poder falar com minha própria mãe.

— Eu preciso ir até lá, se não eles vão achá-la e pegá-la. — Disse firme na tentativa de convencer ele do contrário.
— Não, não vão. — Antes que eu pudesse contestar a tontura novamente tomou conta de meu corpo e me segurei na primeira coisa que havia para me apoiar, que por acaso era o braço de Peter, que não parecia tão zonzo como eu. — Mandei Wong vigiar ela e ele está lá nesse exato momento.
— Quem é Wong? — Perguntei procurando outra coisa para me apoiar, já que estávamos em outro cômodo da casa.
— Um mago como eu. — Doutor Strange procurava algum livro no meio daquelas enormes prateleiras cheias de livros. Então ele era um mago, será capaz que Dante também fosse um!? — Não se preocupe, o ataque está concentrado no Queens, é onde você caiu não é!?
— Exatamente onde ela caiu. — Peter disse olhando para o nada, parecendo pensar em algo. E mais uma vez eu me peguei observando ele, tentando ignorar a sensação ruim que eu sentia toda vez que me aproximava do homem em nossa frente.

Me encostei na parede encarando o anel que Stephen tinha em seu dedo, mas por alguns segundos aquilo era o que menos me importava, algo me chamava mais atenção, algo implorava por mim e pelo meu olhar. Fiquei hipnotizada quando finalmente vi aquela luz esverdeada que Strange carregava em seu pescoço, por alguns segundos desejei ter aquilo pra mim, como se fosse meu, como se fosse parte de mim.


8

P.V.O Parker
dormia numa cama ao lado da minha, Strange disse que estaríamos seguros ali, mas que eu precisava manter os olhos nela o tempo todo. Tia May sabia onde eu estava e apenas disse para que eu tomasse muito cuidado. Apesar de estar com muito sono preferi ficar acordado vigiando a garota ao meu lado. Já fazia uma semana que eu estava com ela, mas não sabia nada sobre sua vida, a não ser que ela era extremamente imprevisível, uma hora ela era legal, outra ela era extremamente babaca, porém o mais estranho nela era que desde que chegamos ao chamado Sanctum Sanctorum ela carregava um olhar diferente, era como se não fosse a mesma garota, ela evitava olhar para o doutor Strange e quando olhava parecia não conseguir parar ou se controlar. Não era possível que ela estava tentando flertar com ele, ele é bem mais velho que a gente e também ele nem é tão bonito, talvez só um pouco.
Mais uma vez se remexia na cama fazendo meus pensamentos se desviarem, era a décima vez que ela fazia aquilo, como se não conseguisse dormir direito. Preferi não chegar mais perto para não ter que ouvi-la gemendo o nome do tal de Dante que ela nunca quis falar a respeito, voltei minha atenção para a Tv que estava ligada e não tinha um só canal que não falava sobre a invasão ao Queens, eles já tinham ido embora fazia uns dois dias, ou pelo menos é o que todos acham. Doutor Strange estava em algum lugar daquele enorme prédio conversando com o senhor Stark e mais alguns dos vingadores, e o assunto com toda certeza era , todos pareciam preocupados quando chegaram aqui, mas nenhum deles quiseram falar o porquê, talvez pela garota estar perto de mim quando eu perguntei.
Cansado de ouvir as teorias um tanto idiotas na televisão sobre o que havia acontecido, desliguei o aparelho e resolvi andar um pouco por aquele enorme lugar. Por algum tempo me senti completamente perdido até que de longe ouvi vozes, tentei apenas segui-las e quanto mais eu chegava perto, percebia que o assunto era a garota, que parecia inocentemente dormir no outro quarto. Me aproximei da porta vendo que Stephen estava exaltado, falando alto com ninguém mais ninguém menos que o Thor, era estranho, boa parte dos vingadores estava ali discutindo, talvez sobre a invasão, mas, porque alienígenas viriam até à Terra só por uma fugitiva? Não fazia o menor sentido, assim como aquela reunião.

— Eu já disse que o meu dever é proteger a joia do tempo, já passamos por coisas piores e não a destruí antes e não vai ser agora que vou quebrar meu juramento! — Strange insistia em dizer isso pela terceira vez.
— A questão aqui mágico é que o seu juramento não vai valer de nada quando o universo acabar. — Era vez de Tony Stark falar enquanto estava sentado com as pernas apoiadas em cima de uma grande mesa.
— Tenho que concordar com ele, dessa vez não envolve a morte da metade do universo, mas sim de todo ele. — Viúva negra em pessoa dizia enquanto caminhava até Tony.
— Não sabemos a intenção dela, talvez ela não queira nos destruir. — Uma voz feminina disse, mas não pude ver quem era.
— Não podemos arriscar, ela é uma grande ameaça para à Terra e se ela não a destruir outras invasões vai acontecer até que não aguentaremos mais proteger o nosso próprio planeta. — Dessa vez foi uma voz masculina a falar, e essa eu reconhecia em qualquer lugar, era o próprio Nick Fury.
— Puta merda!! — Eu não consegui me conter e acabei falando alto, percebendo que todos ali ficaram em silêncio. Não demorou muito para que Strange aparecesse na minha frente me encarando sério. — Eu… eu só estava procurando o banheiro e… e acabei tropeçando.

Tentei me explicar, mas ele pareceu não acreditar já que me arrastou para dentro da sala, então eu pude ver que havia mais gente ali do que imaginava e eu só havia visto tantos heróis assim quando Thanos nos ameaçou. Por que todos estavam ali novamente? Tão sérios, falando sobre a doce e grosseira menina que caiu do céu, o que ela tinha de tão especial? Ou pior, o que ela tinha de tão ruim que poderia nos destruir? Afinal quem realmente é ?


9

Já era de manhã, como eu sabia disso? Bem, a luz do sol na janela era bem visível, contudo ela não era a única culpada de ter me acordado, eu estava toda suada e talvez por isso acordei tão incomodada. Meus pesadelos têm se tornado constante, não só com a morte de Dante, mas também com outras coisas, coisas que eu jamais tinha visto, pequenos objetos brilhantes, que toda vez que aparecia em meus sonhos me dava uma sensação de prazer, uma sensação de estar completa.
Me sentei na cama vendo que Peter não estava ali, desde que passamos a ficar no Sanctum todas às vezes em que eu conseguia dormir era porque tinha Parker ao meu lado e estranhamente sabia que ele não deixaria nada me acontecer. Minha ligação com ele se tornou mais forte em uma semana, quanto minha ligação de Dante que foi construída por anos. Levantei e fui ao banheiro, precisava urgente de um banho, costume esse que também aprendi com Parker já que no planeta onde eu estava, banhar, não era tão comum quanto aqui.
Desci até a cozinha onde julguei que Peter estaria e ele estava, porém, diferente das outras manhãs ele não levantou animado dizendo o que de novo ele descobriu naquele enorme prédio, e normalmente era isso que ele teria feito.

— Bom dia. — Disse tentando ser educada e antes que ele pudesse responder Happy chegou. Eu gostava dele, o homem desde que me conheceu me ajudou com coisas pequenas, como roupas, comidas e sempre foi muito atencioso, isso pra mim era uma ação nobre da parte dele.- Oi! Happy.
— Como esta essa manhã ? — O homem de terno que carregava uma sacola nas mãos perguntou, enquanto Parker apenas continuava olhando para sua comida.
— Como todas as outras manhãs... — Fingi pensar por alguns segundos. — Viva.
— Bem eu tenho que ir à escola hoje, até semana que vem. — Peter disse sem me olhar. Porque ele tinha que ir à escola, isso é só para crianças, não?

— Talvez eu vá com você. — Disse animada, mas eu sabia que o único motivo de querer ir com ele era não ter que ficar possivelmente sozinha com o senhor Strange. Eu ainda me sentia desconfortável quando ficava próxima dele.
— É uma ótima ideia, o senhor Stark quer que vocês fiquem juntos. — Happy dizia calmamente enquanto me entregava a sacola. — Por isso trouxe roupas para você, vai ser bom você se mistu…
— NÃO! ELA NÃO PODE IR. — Eu e o homem a minha frente apenas encarava Peter que estava vermelho, não havia motivos para ele agir daquela forma. — Você não pode ir, aquilo é uma escola com alunos normais que não podem se defender e… e você traz perigo aonde quer que vá, meu bairro foi destruído por aliens porque de alguma forma eles acharam que você estava lá. Se você for para minha escola o que vai acontecer? Os alunos vão ter que morrer para proteger uma menina que nem sequer sabe quem é?

Não era possível o que ele estava falando. Era verdade sim, eu não era uma pessoa que trazia paz, porém, Peter era uma das últimas pessoas que eu achei que me julgaria dessa forma, como se eu fosse uma aberração, ele, justo ele que nem normal é.
Respirei fundo entregando a sacola de volta a Happy que me lançou um olhar desesperado, talvez com medo de que eu fizesse algo ruim. Caminhei devagar em direção a Parker que ainda permanecia no mesmo lugar, parei tão próximo a ele que pude sentir sua respiração descompassada, olhei em seus olhos, pareciam mais escuros que o normal, e então pude sentir o medo em seu olhar, no entanto, não era um medo de dor, mas sim um medo de perda, como se alguém tivesse prestes a decepcioná-lo.

— Você tem razão Parker, eu não sei quem sou, mas sei que sou perigosa. O fato de ir para sua escola de pessoas normais pode causar caos, porém não achei que tivesse algum problema, já que temos um grande herói estudando lá não é mesmo!? — Inclinei a cabeça para o lado tentando olhar mais a fundo em seus olhos, o garoto em minha frente estava paralisado. — Você também não é normal Peter, mas achei que pudesse ser melhor, já vi que eu estava errada, eu estava errada sobre todos vocês e eu cansei de receber ordens e continuar nessa mesma merda de sempre. — Virei as costas vendo que Doutor Strange estava lá presenciando tudo junto a Wong, que alguns dias passou o cargo de vigiar minha mãe para "policiais".
! Não pode ir embora. — O homem que estava com uma capa vermelha disse enquanto eu passava por ele.
— Então tenta me impedir. — Caminhei até a porta, era a primeira vez que eu iria sair do prédio e todos ali apenas ficaram olhando, me olhando partir e ninguém ousou fazer nada, nem mesmo Peter.

Eu obedeci muitas ordens ao longo do tempo e acredito que Dante não tenha morrido para que eu viesse cumprir mais ordens na Terra, era injusto eles me manterem ali sem ao menos me dizer o que sabiam. Estava claro que eles me mantinham por perto porque tinham medo, medo de algo que pudesse fazer, mas eu não tinha motivos nenhum para machucá-los, ou tinha!?
No meio da rua o barulho me incomodava, mas eu já havia aprendido a lidar, pessoas andavam de um lado para o outro e esbarravam em mim como se não me enxergassem, como se eu não fosse nada e isso parecia normal por aqui.
Um carro amarelo estava parado próximo a calçada e eu sabia que ele era um meio de transporte porque todos esses dias que fiquei no prédio sempre passava o tempo assistindo filmes com Parker, ele dizia que eu aprenderia muita coisa da Terra fazendo isso e eu realmente aprendi algumas coisas, como pegar um táxi. Entrei dentro do carro dando o endereço onde minha mãe morava, algo que gravei da primeira vez que a vi por aqueles enormes portais do Sanctum e graças a isso eu finalmente iria vê-la.


10

"Há apenas um que é todo-poderoso e sua maior arma é o amor."

— Muito obrigado senhor. — Agradeci ao homem de cabelos brancos e feições simpáticas que sentava no banco da frente do carro. — Eu não tenho dinheiro agora, mas tenho certeza que se você esperar alguns minutos eu posso pedir a minha mãe… eu acho. — Disse a última frase baixo, pois não sabia se ela realmente me reconheceria, ou me daria dinheiro.
— Está tudo bem mocinha, tenho certeza que fiz um favor a humanidade te trazendo aqui. — O senhor sorriu simpático.
— Muito obrigado mesmo! O senhor foi muito gentil, mas tenho certeza que se esperar por alguns minutos eu consigo lhe trazer o dinheiro. — Desci do carro rapidamente sentindo o frio tomar conta do meu corpo, ali era tão frio que minhas roupas não conseguiam suportar.

Me aproximei da porta com certo receio, mas não podia desistir, não ali, não agora. Estiquei minha mão batendo forte na porta por várias e várias vezes e depois de algum tempo uma mulher apareceu. Por segundos ela nada falou, mas percebi que seus olhos se encheram d'água e suas mãos seguravam tão firme na grande porta de madeira que pareceu que ela iria cair a qualquer momento, então a mulher me abraçou, um abraço tão forte que eu poderia sentir meus ossos se aquecerem com aquele conforto.

— Eu pensei que estivesse… Por deus, como eu sonhei com isso, está tão grande, tão linda. — Ela disparou a falar se afastando do abraço para encarar meu rosto que já estava molhado com tantas lágrimas. — Eu te amo, te amo tanto minha filha.

Ela voltou a me abraçar forte chorando ainda mais alto dessa vez e então eu me lembrei do homem que esperava no carro, ele precisava do dinheiro.

— Mãe! Eu... Sinto muito por tudo e principalmente pelo que eu vou te pedir agora, mas é que… Bem o homem do táxi está esperando eu pagar ele. — Disse meio sem graça e ela abriu um enorme sorriso, eu apenas tentei sorrir também, mas só consegui me encolher mais por causa do frio.

Ela entrou imediatamente na casa voltando em seguida com um bolo de dinheiro, eu não sabia o quanto aquilo significava, mas deveria pagar a minha viagem até aqui. Peguei o dinheiro delicadamente de sua mão e caminhei até o táxi, o senhor esperava com a janela aberta e ainda sorria simpático e paciente, então eu percebi que das duas horas de conversa que tive naquele carro com ele eu não perguntei seu nome.

— Aqui está o dinheiro, espero que seja o suficiente senhor. — Abaixei até ficar a altura da janela, o entregando o dinheiro.
— É mais que o suficiente mocinha, aliás, nada como um lindo encontro familiar pra pagar essa corrida — Sorri por ele ter visto a cena com minha mãe.
— Sim nada como a família não é!? A propósito pode de me chamar de caso um dia nos encontremos de novo, gentil senhor. — Sorri me afastando do carro.
— Talvez um dia , até lá pode me chamar Stan, Stan Lee. — Acenei para ele enquanto caminhava em direção a minha mãe que esperava em frente a porta. E antes que o carro fosse embora o senhor de cabelos grisalhos me chamou mais uma vez dizendo em alto e bom som. — Não se esqueça mocinha, o amor pode salvar o mundo.


11

P.V.O Parker
A professora explicava alguma coisa enquanto eu rabiscava o caderno, porque essa era a única coisa que eu conseguia fazer, pelo menos era melhor que escrever o nome de , então sim! Rabiscar na aula me parecia melhor coisa a se fazer. Durante duas semanas inteiras eu não tive notícias dela e toda vez que tentava entrar no Sanctum, Doutor Strange dizia para eu me afastar dela, porque claramente ele sabia onde ela estava, mas não queria me contar.

— Pinto Parker está chorando. — Pude ouvir a voz de Flash logo atrás de mim, acompanhada de risadas de todos os lados da sala. Óbvio que eu não estava chorando, mas Flash sempre adorou zoar com a minha cara.

Assim que a professora parou a explicação para pedir silêncio, o sinal tocou e eu rapidamente recolhi meus materiais sem ao menos esperar por Ned.
O refeitório já estava cheio, havia gente por todos os lados, então continuei andando até que meus olhos se encontraram com os da MJ. E ela me lembrava muito de , as duas sempre tão duronas, tão forte quanto as pessoas da nossa idade. Depois de Liz Allen, MJ foi a garota que eu mais gostei, porém neste momento nada fazia sentido pra mim, nem as garotas, nem a escola e nem mesmo o traje. É como se tudo dependesse do dia em que eu veria novamente, dia esse que eu não sabia quando iria chegar ou se iria chegar.
Me sentei em frente de MJ que continuou lendo seu livro, e eu sem dizer nada só procurei pelo lanche em minha mochila, depois de alguns minutos em silêncio Ned se sentou ao meu lado quebrando o constrangimento daquela mesa. Então todos começamos a conversar como adolescentes normais, ou não tão normais assim, Michelle vez ou outra me encarava e eu apenas desviava o olhar, ela ainda me deixava nervoso. Tudo ia normal na medida do possível até que a própria MJ entrou no assunto das minhas faltas esse mês e nesse exato momento o suco entrou pelo lugar errado me fazendo engasgar.

— É que… estágio na Stark. — Eu disse tentando convencê-la e ela apenas ficou quieta, provavelmente porque sabia que era mentira, aliás, todo mundo já estava sabendo que eu não estagiava mais na indústria Stark.

Ned apenas comia o sanduíche se segurando para não contar a MJ sobre , e a garota em minha frente agora fixava seu olhar em mim, desconfiando que havia algo errado. Ned nunca soube disfarçar muito bem, muito menos guardar segredos.
Cocei a cabeça tentando pensar em uma desculpa melhor para dar a ela, mas senti meus pelos se arrepiarem, como se o perigo corresse em todo meu corpo. Levantei assustado olhando para os lados, e logo todos os alunos me encaravam por causa do barulho que a cadeira fez ao cair.

— Atenção isso não é um teste. Todos os alunos devem se abrigar em um local seguro dentro da escola, repito todos para dentro da escola. — Uma voz trêmula soou nas pequenas caixas de som do refeitório e provavelmente da escola inteira.
— Mas que droga está acontecendo? — MJ disse e logo eu olhei para Ned que tinha o mesmo olhar curioso que o meu.
— Eu não sei, mas precisam ir para um lugar seguro agora! Vejo vocês depois. — Peguei minhas coisas e MJ já de pé me encarava discordando. — Eu prometo que eu encontro com vocês daqui a pouco.
— Tome cuidado. — A garota me abraçou forte e logo saiu com Ned em meio à multidão.

Vendo eles sumirem de vista, corri em direção ao meu armário, eu teria que usar o traje e encarar qualquer perigo que estivesse lá fora.


12

Se passaram duas semanas e com toda a certeza eu diria que foram as melhores semanas da minha vida, eu e minha mãe vivemos coisas incríveis, coisas que eu não imaginava que era possível. Ela estava lá para me mostrar novamente qual é o sabor do chocolate e me mostrar como é ter alguém em que você confia cegamente, alguém que você vive imensamente feliz todos os dias da sua vida por mais que você não saiba disso. Quanto a Peter, bem, eu nunca mais o vi, sentia falta dele tanto quanto de qualquer outra pessoa, tanto quanto de Dante.
Por algum tempo eu achei que essa seria minha vida e eu poderia me acostumar, acostumar a ser uma garota normal, com uma vida normal e apaixonada... Sim! Apaixonada, porque esse foi o sentimento que minha mãe descreveu ser o que eu sentia por Parker. Paixão nada mais é o desejo por outra pessoa e eu o desejava tanto, que meus pesadelos desconhecidos passaram a ser sonhos, sonhos aonde ele estava junto a mim, em um lugar qualquer, um lugar aonde ele não teria medo de mim e nem me julgaria pelo que eu sou, seríamos felizes. Mas nada dura para sempre, minha vida é um poço de escuridão aonde ninguém sabe o que tem dentro, ou não sabia até ontem quando senhor Strange apareceu na minha casa.
Eu tentava digerir tudo enquanto estava trancada no quarto, parte de mim, queria sumir porque isso parecia ser o certo, mas a outra parte queria o que era meu por direito e essa parte, essa parte me assusta, me assusta tanto quanto a própria morte.

Flashback On

Miranda estava na sala junto com Doutor Strange, senhor Stark e Nick Fury. Assim que desci as escadas todos me olharam com um olhar cabisbaixo, minha mãe tinha os olhos vermelhos, como de alguém que acabara de chorar.

— Precisamos conversar mocinha. — Tony foi o primeiro a se pronunciar então continuei andando até ficar próximo a eles.
— Sabe quem você é ? — Senhor Fury perguntou se sentando na poltrona no centro da sala.
— Todos sabem que não, e eu achava que vocês não tinham respostas mas pelo visto eu também estava errada sobre isso. — Me sentei no sofá encarando Strange que permaneceu em pé enquanto minha mãe e Stark se sentavam por ali.
— Foi para o bem de todos, não nos julgue. — Tony se relaxava no sofá enquanto também encarava Stephen.
— No começo do universo, antes mesmo da Terra ser criada, havia um ser cósmico... — Doutor Strange falava e eu como todos os outros presentes na sala prestava atenção. — Esse ser cósmico se intitulava de Nemesis e era um ser completamente solitário, pois não havia nenhuma forma de vida em todos os outros universos, apenas ela. Nemesis continuou só, vagando pelo vasto espaço tempo por milhões e milhões de anos até que um dia se cansou de sua única companhia, a solidão. Nemesis com todo o seu poder se esforçou para destruir a si mesma e acabar com toda a dor que havia nela, e ela conseguiu, se destruiu causando uma explosão tão grande, mas tão grande que sua morte deu vida para todo o universo, gerando variadas espécies. Acontece que o ser cósmico era tão poderoso que não podia simplesmente desaparecer, então sua explosão criou pequenos fragmentos e cada um deles continha um poder da grande Nemesis. Esses fragmentos foram descobertos e logo foram chamados de joias do infinito, sendo a joia da realidade, espaço, alma, poder, mente e tempo. — Doutor Strange mostrava uma espécie de jóia verde que carregava em seu colar.

— Eu já ouvi falar das joias, mas não sabia que você portava uma delas. — Tentei desviar o olhar da jóia para voltar a atenção ao que Strange falava.
— Eu sou guardião da joia do tempo, muitos sabem sobre elas, mas não o suficiente, e até então só tínhamos conhecimento de seis joias. Dante Erwin sempre avisou a todos sobre uma sétima joia e avisou esse perigo até mesmo para o titã Thanos que o ignorou, assim como todos os magos. Erwin era um mago muito poderoso e antigo, quando todos o chamaram de louco por acreditar em uma sétima joia, ele se foi, sumiu para sempre. — Eu estava paralisada, Dante era mesmo um mago, um mago sábio e que sempre estivera ao meu lado.
— Ele sempre me protegeu…
— Eu sei e se ele estivesse vivo estaria te protegendo agora, coisa que todos nós devemos fazer. E é por isso que estamos aqui. — Doutor Strange se aproximou me olhando nos olhos.
— Você é nossa responsabilidade e não podemos te condenar, é apenas uma menina. — O homem com um tapa olho no rosto dizia também me olhando.
— É você , é em você que o mago maluco acreditava. — Foi a vez do Stark falar enquanto eu apenas tentava entender o que estava acontecendo ali, minha mãe olhava para mim com os olhos cheio d'água.
— Dante deixou um manuscrito para trás aonde ele explicava sobre seu pequeno entendimento sobre a sétima joia, a joia do Ego. E em suas poucas palavras o universo seria destruído caso todas as sete joias fossem colocadas juntas, pois, assim a joia do Ego, onde se guarda a verdadeira essência e consciência de Nemesis iria se despertar, voltando a sua primeira e verdadeira forma. — Doutor Strange continuava a falar e eu continuava sem entender o porquê Dante acreditava em mim ou o que eu poderia fazer para ajudá-lo.
— Podemos encontrar e destruir a jóia do Ego, caso contrário se ela viver podemos destruí-la primeiro, talvez no manuscrito de Dante tenha dito aonde essa joia está. Assim poderemos impedir que o universo seja destruído, certo!? — Eu disparei a falar me levantando do sofá, talvez Dante tenha me mandado aqui para ajudar encontrar a jóia.
— Nemesis é condenada a solidão , se ela viver o universo morre sem ao menos nos dar a chance de lutar, isso está bem claro no manuscrito. — Por um segundo achei que Strange carregava um olhar de grande tristeza, como se algo o incomodasse. — Outra coisa clara que Erwin deixou no manuscrito foi onde a joia estava...

Strange me encarou mais uma vez e nessa hora minha perna estremeceu, minha mãe não conseguia mais segurar o choro, Stark e Fury apenas evitava me olhar nos olhos, algo que todos já sabiam e que nunca decidiram me contar.


— Sinto muito, mas todo esse tempo foi você, sempre foi você, Ego, Nemesis ou . O universo é ameaçado por você, por isso Dante te levou embora, te levou pra um lugar bem distante de todas as outras jóias, porque sabia que você hora ou outra iria se revelar e mudar, assim como mudou no dia que viu o colar em meu pescoço. — Me sentei no sofá encarando todos ali.

Flashback Off

Três nomes, uma só pessoa, uma ameaça mortal a todo universo, condenada a solidão por toda a eternidade, eu tinha duas escolhas, morrer tentando salvá-los ou tentando destruí-los. Eu sabia o que era o certo a se fazer, mas eu já não era realmente quem eu pensava.
Agora que sei, minha sede por tê-las aumentou, minha sede pelas joias se tornou maior do que qualquer outra coisa, maior que meus desejos, meus sentimentos e maior que a vontade de viver minha vida, que nas últimas semanas tinha se tornado um sonho. Eu teria de escolher o que eu realmente queria.
Acordei com um barulho na porta que só aumentava. Um dia e uma noite inteira trancada ali, sem querer ver ou escutar ninguém. Minha mãe me chamava implorando para que eu a ouvisse, mas a vergonha por tudo que causei era maior. Eu era pôr fim um monstro que poderia destruir a humanidade em alguns segundos, inclusive ela, minha própria mãe.

— Apenas ligue a Tv meu bem, só veja, que... O mundo precisa de você, não é o monstro que pensa, você é uma doce menina e eu vou te amar apesar de tudo. — O barulho cessou e então pude escutar seus passos que pareciam ir embora.

Descobri meu rosto, que eu tampara com o travesseiro e olhei para tela quadrada na parede do meu quarto.
Passei os canais na televisão e não foi difícil entender o que Miranda dizia sobre "o mundo precisar de mim". Havia uma nova invasão a New York, não me surpreendi, aliás todos sabiam que enquanto eu estivesse aqui na Terra uma hora isso iria acontecer, mas algo me dizia que era diferente.
As naves que os humanos estavam filmando me eram familiares. Porém, isso não me importa, existem vários heróis para ajudar este planeta, heróis que me matariam no primeiro segundo que soubesse que eu era uma ameaça.
Voltei a me deitar e antes que eu desligasse o aparelho em minha frente uma voz feminina me chamou atenção.

— ... O ataque está concentrado em Midtown High School, alunos estão encurralados dentro da instituição, as autoridades estão tentando ajudá-los a sair, mas até agora suas tentativas foram falhas. — A mulher falava muito alto e em tom de desespero, voltei a olhar a tela e de relance pude ver alguém já bem conhecido por mim e provável que por todos daquela escola.

— Peter. — Disse baixo enquanto voltava a me sentar na cama.

Sem acreditar no que via, continuei a assistir a matéria vendo que pessoas eram gravemente machucadas, por minha culpa, eles eram atacados enquanto eu estava a quilômetros de distância de New York. Eu estava completamente segura ali, porém, pessoas inocentes morriam sem ao menos saber o porquê.
"Você não pode ir, aquilo é uma escola com alunos normais que não podem se defender e… e você traz perigo aonde quer que vá." — A voz de Peter soava na minha cabeça, me lembrando da última vez que nos vimos, ele tinha toda razão, eu levava caos aonde eu ia. O mínimo que poderia fazer era limpar a bagunça que eu mesma fiz.

— Vai voltar para NY? — Minha mãe perguntava enquanto estava sentada em uma das poltronas da sala.
— Eu não posso ficar, não quando tudo o que está acontecendo é por minha culpa. — Continuei andando em direção a porta.

— Não irei impedir, mas quero que saiba que isso não é sua culpa, você tem uma escolha sempre temos e independente da sua eu a amarei sempre.
Ela se levantou e me abraçou forte, tão forte, que por um segundo achei que ela nunca mais fosse me soltar.
Sem responder apenas a encarei uma última vez saindo daquela casa que por mais que eu tenha ficado por pouco tempo, me trouxe uma felicidade imensa.


13

P.O.V Parker

Duas naves pairaram ao nosso redor deixando o vento tão forte que fez alguns galhos voarem por ali, alunos tentavam correr para fora da instituição, porém, poucos conseguiam, eu apenas os ajudava a entrar novamente para a escola enquanto policiais e soldados atacavam as naves. As pessoas gritavam e corriam, de longe era possível ver helicópteros voarem bem próximos a nós, alguns eram militares, outros de mídias, mas dois deles não tiveram muita sorte, pois, foram derrubados por raios de cor roxa que eram disparados pelas enormes aeronaves.
Alguns dos soldados alienígenas caminhavam para dentro de Midtown, com armaduras totalmente incomuns, Karen havia dito que o senhor Stark estava a caminho junto com outros vingadores, no entanto, não conseguiam penetrar a barreira de exército que os alienígenas fixaram em boa parte de Forest Hill. O tumulto era grande, mas a maioria dos alunos já estava se protegendo dentro da escola, apenas algumas líderes de torcida e atletas que estavam mais distantes da entrada, permaneciam do lado de fora. Eu tentava ajudar quando um barulho irritante soou fazendo todos tamparem os ouvidos, olhei para trás vendo que na frente das tropas alienígenas havia uma mulher, alta e forte, porém, com a mesma armadura dos outros.
Ela carregava uma enorme espada enquanto caminhava em nossa direção, lancei algumas teias para atrasá-los enquanto os alunos ainda entravam para dentro da escola, mas foi em vão porque eles conseguiam deter e desviar de quase todas.

— Tem que achar outra entrada, eles não vão deixar que vocês escapem. — Disse alto para algumas meninas que me olhavam amedrontadas e logo elas correram para longe dali como o resto dos alunos.

Segui em direção a mulher que caminhava sorrindo malevolamente para mim, seus cabelos encaracolados e extremamente negros chocalhavam com toda aquela ventania enquanto um acessório brilhoso pendia sobre sua cabeça como uma coroa simples e fina. Ela se preparou para o ataque ordenando que os outros aliens se dispersassem a vasculhar a escola, já sabendo o que eles procuravam apenas lancei teias puxando alguns deles para o lado oposto, porém, antes que eu pudesse repetir o ato a mulher em minha frente me chutou fazendo meu corpo voar para longe, mas não sem antes arrastá-la comigo, puxando-a pela minha teia.
Me levantei com dificuldade vendo que a mulher também se levantava; mas diferente de mim ela sorria como que se agradecesse por finalmente ter uma boa briga. Enquanto eu pedia para Karen preparar uma estratégia rápida de ataque um outro barulho me chamou a atenção, como um estrondo no chão.
No meio espaço entre mim e a mulher, uma garota estava agachada como se tivesse amortecido o impacto de uma queda. Seus braços brilhavam de um (rosa) avermelhado e enquanto a garota se levantava formas pontiagudas saiam de suas mãos como grandes adagas se formando, seus cabelos balançavam de um lado para o outro com todo aquele vento, então pude perceber de quem se tratava.

! — Sorri abertamente enquanto observava cada movimento dela.
— Peter precisa tirar os alunos daqui. — Ela disse alto ainda encarando a mulher em minha frente.
— Não vou te deixar sozinha, não dessa vez. — Corri em direção a garota ficando a seu lado. A encarei mais uma vez notando que ela estava ainda mais séria. — Gostei da sua entrada, você parece uma Jedi com essas... bem essas espadas fluorescentes. — Voltei meu olhar a mulher a nossa frente que caminhava lentamente em nossa direção.
— Como em Star Wars? — A garota perguntou me fazendo rir, enquanto as tropas alienígenas se reunia atrás da grande mulher.
— Exatamente como Star Wars. — Ela sorriu e eu apenas me preparei para atacar os aliens em nossa frente.
— Acho que estou mais para uma Lord Sith. — Ela disse séria sem me encarar e correu em direção às tropas, os atacando.
era tão rápida e habilidosa que por alguns segundos me perdi a observando, a garota saltava de um em um e sem eles ao menos perceberem ela os golpeava, rasgando-os e os decepando-os. Era complemente insano e medonho, mas a única coisa que eu poderia fazer era ajudá-la.
Com menos agressividade eu apenas arremessava e prendia os aliens em minha teia, era de grande ajuda tê-la por ali, pois, eu jamais daria conta de todos eles principalmente da mulher do qual lutava agora.


Aproveitando da queda de , a mulher a chutou violentamente fazendo seu corpo voar até meus pés. Desesperado agachei para ver se ela estava bem, mas a garota mal abria os olhos, estávamos a pouco mais de duas horas naquela batalha sem fim, sem ajuda ou esperança de alguém fosse conseguir chegar a tempo.
segurou minha mão forte enquanto eu tentava limpar seu rosto que tinha sangue, tanto dela quanto dos alienígenas, sua mão apesar de trêmula estava quente e estranhamente me fez ficar tranquilo mesmo com toda aquela situação.

— No começo eu duvidei. — A mulher que também estava ferida caminhava em nossa direção mais uma vez. — Não achei que eles pudessem estar certos, mas olha você aqui, cometendo o mesmo erro pela segunda vez. Eles disseram achem o garoto e vão achar a rebelde e impulsiva Ego, e não é que aconteceu mesmo!?
— Peter eu... Eu peço desculpas. — dizia com dificuldade enquanto a mulher gritava no meio do campo. — Você... Estava certo, preciso limpar minha bagunça agora.

Eu segurava seus cabelos, enquanto meus olhos se enchiam d'água, a mulher se aproximava mais e tentava se levantar.

— Dessa vez você não vai escapar , dessa vez você terá o mesmo fim de Dante. — A mulher sorriu friamente enquanto eu ajudava a se levantar.
— Você é um herói Peter, mas precisa ir agora. — A garota caminhou para perto da mulher que carregava um olhar de ódio.
— Não, por favor eu... eu gosto de você. — Pude ver a garota me olhar de soslaio enquanto seu rosto fazia uma fina linha de lágrimas no meio de todo o sangue.
— Que bonitinho, mais um pra sua coleção de namorados mortos. — A mulher falava alto e percebi que não mudaria de ideia então corri em direção aos últimos alunos que restavam ali, os ajudando a entrar na escola.


14

— Ah! Topázio você continua a mesma de sempre. — Eu andava com dificuldade em direção a ela. — Como pode achar que me destruiria apenas com esse bando de ignorantes.
— Olhe para você garota, está morrendo aos poucos e logo terminará como o louco do Erwin. — A mulher estava parada enquanto sua tropa de guerreiros me cercava.

Eu só precisava esperar, esperar até que todos ali estivem a salvo, inclusive Peter, que de mesmo longe ainda era possível ver seu pequeno rosto coberto com sua famosa máscara vermelha.

— Você irá ter um fim hoje Ego e como seu destino é triste, você terminará sozinha. — Sorri uma última vez para Parker que fechou a porta do colégio colocando por fim todos para dentro.
— Eu terei um fim Topázio. — Fechei meus punhos com toda minha força, sentindo meu corpo formigar e emanar o resto de poder que tinha em meu sangue. — Mas não será hoje e com certeza não será você a me derrotar.

Toda a tropa correu em minha direção para me atacar, apenas fechei os olhos colocando minha mão direita no chão conseguindo sentir cada um deles pisando firme em terra. Me concentrei mesmo estando muito ferida, e em alguns segundos consegui fazer várias formas pontiagudas, como enormes lanças, saírem do chão empalando cada um dos guerreiros que estavam na superfície. Abri os olhos vendo o gramado verde se transformando num poço de um sangue escuro. Enquanto Topázio me olhava assustada o resto dos guerreiros se arrastavam em direção contrária, tentando alcançar as naves.
Me levantei apontando minha mão em direção mulher que carregava no olhar uma mistura de surpresa, mas também de ódio e antes que Topázio pudesse reagir, senti uma enorme adaga sair da minha mão, lancei ela tão forte que atravessou a mulher em minha frente.
Vendo que a barreira formada ao redor de Midtown estava abalada com os ataques meu e de Peter, apenas me ajoelhei sentindo a fraqueza me tomar conta aos poucos. Era possível ver o homem de ferro voando próximo as naves enquanto as atacava, logo em seguida um grandalhão verde apareceu o ajudando, mas eu não tinha mais forças para lutar mesmo sabendo que tudo aquilo era por minha culpa.

- !? — Uma voz grossa soou próximo a mim, olhei para o lado apenas conseguindo ver a capa vermelha já tão conhecida por mim. — Precisamos sair daqui.
— Não! Não preciso. — O cabelo em meu rosto atrapalhava minha visão e isso era bom, pois, eu evitava olhar para o colar no pescoço do homem.

O olho de Agamoto implorava por mim, subitamente senti uma enorme vontade de lutar, porém, não era para salvar as pessoas.

— Saia daqui. — Disse fraco apertando o gramado do campo tão forte que podia sentir minhas unhas cravando na terra.

Doutor Strange ignorou tudo o que eu falava enquanto tentava me levantar dali, porém, meu corpo implorava e dessa vez eu sabia o porquê de tanta relutância ao senhor Strange.

— SAI! — Empurrei o homem o afastando de mim. — Eu não consigo mais. EU NÃO AGUENTO MAIS.

Gritei por fim encarando o gramado vendo de soslaio as botas vermelhas do traje de Peter, não era para estar ali, ele não devia.


P.O.V Doutor Strange
A garota gemia enquanto quase arrancava o gramado sujo que havia ali, Peter abaixou a abraçando, mas eu sabia que aquela batalha era só o começo. Nosso inimigo nunca foi a ultraforce mas sim , era da sua natureza e ela não podia se controlar.
Peter levantou o rosto da menina que alcançou o olhar ao dele, me fazendo perceber que seus olhos haviam mudado de cor. Um amarelo vívido carregado de um olhar de superioridade. Peter assustado apenas continuou onde estava enquanto se levantou o ignorando, logo vindo em minha direção, parecendo não sentir tanta dor como alguns minutos atrás.

— Nemesis? — Perguntei ignorando todo o caos da batalha a nossa volta.
— Isso me pertence. — A garota que agora, tinha um olhar de mulher, apontou para meu colar aonde a joia estava protegida.
— Não! Não pertence e essa não é você. você tem que assumir o controle. — Disse firme tentando fazer com que a consciência de voltasse, mas só consegui arrancar uma gargalhada da garota.
— Não existe , não existe Ego, somos uma só e eu sou o ser original. — A garota tentou pegar meu colar fazendo sua mão queimar logo em seguida.
— Feitiço de proteção. — Eu sorri enquanto me preparava para atacá-la, jogando-a para longe.
— Pode ter jurado protegê-la, mas ela é parte de mim. — A garota se levantou encarando o olho de Agamoto e assim que sua mão apontou em direção ao colar o mesmo começou a se abrir sozinho, tentei fechá-lo, porém desta vez foi minha mão que queimou.
- NÃO! — Parker tentou impedir a garota, que quando percebeu sua presença lançou uma adaga em sua barriga.


Tudo correu muito rápido, Parker sangrava no chão enquanto a joia do tempo flutuava para as mãos da garota, a mesma deixava lágrimas escaparem de seus olhos então pude ver que elas não eram uma só e nunca vão ser. Stark desesperado voou em direção do garoto o abraçando, as naves ainda sobrevoavam atacando o resto dos Vingadores, e assim que a garota pôs a mão na joia a mesma se fundiu em seu corpo fazendo uma espécie de raio verde, surgir da garota até o céu.
Era o início do fim e brevemente não haveria mais nada, nada além Nemesis e sua solidão.


15

Peter sangrava no chão dando seus últimos e esforçados suspiros, todos me olhavam com medo e desconfiança. Stark tentava conter as lágrimas enquanto os outros vingadores se preparavam para me atacar, meu coração apertou com toda a cena. Eu queria ficar, eu queria chorar e abraçar Peter, porém meu corpo não respondia a mim e ao invés de encarar as consequências e ver Parker morrer por minhas mãos eu apenas corri, corri o mais rápido que pude vendo uma expressão derrotada do senhor Strange enquanto eu pulava em cima de uma das naves alienígenas para fugir.

“Você traz perigo aonde quer que vá.”

Escutei a voz de Peter como um sussurro em minha cabeça e acordei assustada, meu corpo estava suado e minha respiração ofegante, novamente eu tive um pesadelo. Já faziam sete meses que eu fui embora da terra, porém, não havia um dia sequer que eu não sonhasse com Peter, com a morte dele ou com os vários ocorridos horríveis que o fiz passar.
Depois da joia do tempo eu havia conseguido mais duas joias, sendo elas espaço e poder, agora era a vez da joia da realidade, que certamente estava mais protegida que as outras. Vários planetas haviam sido avisados sobre mim e sobre o perigo que eu poderia causar e apesar de antes eu não entender o motivo pela qual eu quisesse as joias, agora eu tinha um. Com todas elas eu poderia criar um novo universo, um universo aonde Peter estaria vivo, um universo aonde não existirá mal e conflito, um universo de paz e sem fome, um no qual minha mãe não me olharia com receio de que eu fosse machucar alguém, seria um universo perfeito. No final de tudo eu só queria acabar com a dor que eu mesma me causei, me livrar da culpa, e das lembranças, lembranças essas que sumiam aos poucos a cada joia que eu conquistava.
Escutei batidas fortes na porta e imaginei que estivessem descoberto minha presença por ali. Eu estava em Heven, o décimo reino povoado por anjos, e era exatamente ali em que a gema da realidade se encontrava. Caminhei até a porta tranquilamente e a abri, vendo alguns “soldados” por ali.
— A senhora pode nos acompanhar. — Um dos homens disse de forma autoritária mostrando que eu não tinha muita escolha.
— Acredito que eu não possa recusar. — Sorri de lado me retirando do pequeno cômodo em que ficara por alguns dias.

Depois de uma caminhada pela cidade acompanhada de vários guerreiros ao meu lado, chegamos finalmente ao que interessa, eu estava mais próxima da jóia do que imaginava e eu podia sentir isso.
Entrei em uma sala com uma decoração extravagante, porém, encantadora e logo fui deixada sozinha, ou melhor, a sós com um grandalhão de azul e amarelo, ele era diferente dos homens que me levaram até ali, dava para notar. Seu uniforme tinha alguns detalhes diferentes e ele tinha um capacete chamativo que demorei alguns segundos a reconhecer.

— Não foi tão difícil te encontrar Ego. — O homem se sentou em uma cadeira me convidando para fazer o mesmo em uma cadeira em sua frente.
— É claro que não, eu não estava me escondendo. — Me sentei na cadeira em sua frente e sorri. — Aliás, meu nome não é Ego, e sim Nemesis.
— Achei que se chamasse . — Uma voz grossa, mas já conhecida disse logo atrás de mim.
— Achei que você não pudesse vir tão longe... Senhor Strange. — Continuei a encarar o NOVA em minha frente.
— Doutor Strange! E eu sou um mago supremo, há poucos lugares aonde não posso ir. — O homem agora disse mais perto e logo apareceu em meu campo de visão.
— Creio que saiba porque está aqui. — O homem de Azul disse.
— Mas é claro, nós iremos brincar. Vocês dois vão tentar me impedir de pegar a quarta joia e então irão falhar mais uma vez, porque posso tortura-los repetidamente até me dizerem aonde realmente está a joia da realidade. — Disse calmamente.
— Não! Sam Alexander achou uma saída pra você. — Stephen Strange se aproximou.
— Senhor Alexander acomunado com um mago, essa é nova mesmo. — Ri sozinha do meu próprio trocadilho. — Só há duas saídas, vocês sabem quais são, e principalmente sabe qual delas eu escolhi. — Me levantei da cadeira indo em direção a porta prestes a sair.
— Na verdade, não foi você que escolheu, a de verdade não faria isso, não escolheria destruir o universo e muito menos escolheria machucar Peter. — Parei sentindo um enorme embrulho revirar meu estômago ao escutar o nome do garoto.
— Somos uma só, ainda não foi capaz de entender isso? — Disse baixo, tentando mais a me convencer do que convencer o homem com uma capa vermelha.
— Não, não é, eu vi você chorar quando Peter foi atingido, eu vi seus olhos mudarem de cor, vocês não são e nunca vão ser um só . Nemesis quer destruir o universo, mas quer te destruir também.
— Talvez ela esteja fazendo um favor a todos, eu matei muitas pessoas inclusive Peter, não mereço estar aqui e talvez nenhum de vocês mereça também. — Abri a porta com a intenção de sair dali, a propósito se Doutor Strange está aqui, eles provavelmente arrumaram um jeito de tirar a joia da realidade desse planeta.
— Mas Parker não está morto. — A voz do homem soou mais firme do que o normal e minhas pernas tremeram, continuei parada desejando que ninguém visse meu estado, eu mal conseguia andar, falar ou pensar.
— Desculpe senhora, mas não pode sair daqui. — Vários soldados que já me aguardava do lado de fora apontavam a arma para mim, eu sem forças para nada apenas deixei que eles me prendessem.

Eu não matei Peter, por todo esse tempo eu me culpei, me deixei levar por Nemesis achando que eu era ela, que eu o desejava morto, e que eu o matei. No final das contas eu também a odiava, e também era inimiga dela, Nemesis era cruel, e desejava que tudo fosse destruído para que ela pudesse criar algo melhor, espécies e planetas melhores, porém, às custas do caos e dor do resto do universo, não era justo. Eu tinha que pará-la, e sabia como, não éramos a mesma pessoa, mas estávamos em um só corpo, que podia e devia ser destruído.

— Eu me rendo. — Disse baixo enquanto guerreiros de Heven me levavam algemada para algum lugar, Sam Alexander que estava um pouco mais a frente parou imediatamente ao me ouvir. — Vocês têm poder o suficiente para me matar e isso vai parar ela.
Doutor Strange me encarava enquanto Sam concordou dando a ordem para me lavarem dali, provavelmente para o local da execução.

— Espere! — Strange disse fazendo eles pararem então ele se aproximou de mim, dizendo baixo. — Não houve um dia sequer que ele não fosse ao Sanctum perguntando sobre você, mesmo depois de quase morrer ele ainda se preocupava com você, e ainda insistia que a morte não era a solução, não para você.
— Ele estava errado, a solução pra mim sempre foi essa, ele só não queria acreditar. — Meus olhos teimavam em me desobedecer e deixava várias e várias lágrimas caírem me deixando totalmente desarmada.
— Nova pode tentar te ajudar, antes de te destruir eles precisam te desmembrar para ter certeza que a consciência de Nemesis será extinta e as jóias conservadas. — Ele disse mais baixo ainda.
— Uma terceira solução reconfortante. — Tentei sorrir ironicamente enquanto as lágrimas ainda caiam.
— Pode demorar e ser bem doloroso , mas acho que isso pode te dar mais forças para aguentar. — Stephen se aproximou de mim, colocando as mãos próximas aos meus olhos, fazendo com que eu pudesse ver claramente imagens, lembranças, Peter e Miranda em minha vida, passando como um filme. Eu sorria por finalmente consegui ver com clareza seus rostos, mas um dos soldados interrompeu me puxando novamente para o corredor.
Em todo o caminho eu só tentava manter as pequenas imagens que Stephen me deu e pensar no verdadeiro motivo de estar ali.
Me deitei em uma espécie de maca enquanto observava eles me prenderem para começar o processo de desmembramento, vi de relance uma mulher alta de cabelos grandes e avermelhados, eu podia sentir ela, como se ela fosse a portadora já joia da realidade. A joia estava próxima e eu sabia que de certa forma ela iria me ajudar.
— Podemos começar Angela. — Nova disse a mulher e logo meu corpo estremeceu.
Tudo naquele lugar era tudo muito claro, mas me trazia uma sensação ruim, de medo, como se eu soubesse que ali eu teria um último momento, e que seria como no meu destino, sozinha.


Epílogo

Um ano depois…

— Oi Peter. — Uma menina com o uniforme de líder de torcida disse e eu a olhei surpreso, porém, a respondi.

Muita coisa aconteceu em um ano, nossa escola ganhou mais um campeonato nacional e com isso fizemos uma viagem por toda a Europa o que fez as garotas prestarem mais atenção em mim, talvez por eu responder a última questão que fez a gente ganhar a viagem. A tragédia em Midtown não foi esquecida, mas não é tratada com tanta frequência, eu e MJ estamos bem, concordamos em ser apenas amigos, Ned arranjou uma namorada e já não passa tanto tempo assim comigo. Sobre ... Bem era impossível esquecê-la, principalmente porque ela quase me matou, mas enfim, eu ainda gosto dela, ou gostava, já que da última vez que vi Stephen Strange ele me disse que provavelmente eu nunca mais a veria. Eu tive certeza disso porque ele carregava o colar em seu pescoço novamente com a joia do tempo. Eu fiquei muito triste por meses, mas a May disse que a vida tem que seguir, e no final das contas tenho certeza de que foi a verdadeira heroína de todo o universo.
Quanto ao senhor Stark, bem ele estava de férias aproveitando a senhorita Potts grávida, ou agora, senhora Stark. Eu não tive mais tanto contato com os outros vingadores, pois, até hoje não houve mais nenhum problema tão grande que precisasse da gente e então, eu, mais uma vez virei o amigão da vizinhança, sem grandes vilões e sem garotas misteriosas que caem do céu, apenas eu, May e meus amigos.

O sinal já havia soado e eu precisava ir para aula de espanhol, passei por Flash que me cumprimentou junto com alguns caras, aliás, ele também parou de me zoar depois da viagem à Europa, ou pelo menos um pouco...

— Você fez a atividade passada Peter? — Harry, um amigo que fiz a pouco tempo me perguntou assim que sentei ao seu lado.
— Na verdade, não tive muito tempo... estava estagiando na Stark. — Brinquei com ele, mesmo tendo a atividade já pronta.
— Sei... — Entreguei o caderno a ele para revisar, enquanto arrumava meu material. — Você ficou sabendo que a Midtown ganhou uma nova aluna?
— Estamos no meio do ano, achei que não pudesse entrar mais alunos. — Disse sem dar muita importância.
— Deve ser uma dessas riquinhas mimadas que conseguem tudo o que querem. — Ele disse e eu apenas ri, alguns alunos entravam ali apenas por terem dinheiro mesmo. — Pelo menos soube que ela é uma gata, tipo muito linda mesmo.
— Imagino que você já tenha ido mostrar à escola a ela. — Disse lembrando o quanto Harry encanta as meninas. Nós começamos a rir, mas logo o professor chegou fazendo a gente ficar quietos.
— Buen día jóvenes. — Voltei a prestar atenção no meu caderno enquanto o professor dizia alguma coisa. — En primer lugar vamos a presentar a la nueva alumna, quédese a gusto para hablar.
— Obrigado senhor. — Ouvi uma voz doce porém firme dizer à frente da sala, mas eu ainda preferia prestar atenção em alguma anotação qualquer no meu livro. — Bem eu estou muito feliz de poder estudar aqui e lamento não falar tão bem espanhol, mas já que as circunstâncias pedem...

A sala soltou algumas risadas com a fala da garota e então finalmente criei coragem de olhá-la, seus cabelos estavam curtos e um pouco mais claros, suas roupas estavam na moda e ela conseguiu ficar ainda mais linda do que achei que era possível. Meu corpo todo estremeceu quando meus olhos se encontram com os dela, a menina abriu um sorriso doce, mas me olhava de um jeito malicioso e eu tive toda certeza era ela.

— Mi nombre es , . — Enquanto o professor a agradecia e os alunos davam boas-vindas a ela, eu só queria correr dali e arrastá-la comigo, porém, fiz a única coisa que deveria ter feito a um ano atrás.

As minhas pernas estavam trêmulas, mas ainda assim eu me levantei e fui até ela, que permanecia parada. O professor e os alunos não entendiam o que estava acontecendo, mas ela sabia e certamente esperou muito tempo por aquilo.

— Você demorou. — Disse baixo porque estava perto demais dela.
— Eu sei! Estava tentando achar as roupas certas pra um primeiro dia de aula. — Ela disse irônica e eu a beijei. Sem dar importância para as pessoas ali eu só aproveitei o momento com ela, um beijo calmo e intenso que logo foi interrompido por várias palmas e assovios dos alunos.
Assim que nos separamos o professor estava imóvel e os alunos alvoraçados, provavelmente eu teria alguma punição por aquilo, porém, isso não me importava, não mais. Ela estava do meu lado agora e, não se pode deixar uma garota como ela ir embora, não uma terceira vez.




Fim



Nota da autora: Estou completamente apaixonada nesse casal amadas????
Eu agradeço muitooo a todos que leram até o final, espero que vocês tenham aproveitado bastante cada momento com os personagens e o Peter S2
Quem sabe um dia eles voltem :))
Vou deixar meu tt e insta aqui, sintam-se a vontade para conversar sobre tudo inclusive a fic.
Bjs de luz e até uma próxima.




Qualquer erro no layout dessa fanfic, notifique-me somente por e-mail.


comments powered by Disqus