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Wiseman






Capítulo 1


A grande pergunta era: por que essas pessoas estavam tão felizes?
Não que fosse uma pessoa tão infeliz que não aguentasse outras pessoas estarem bem. Mas, sério, não devia ser normal esse tipo de coisa.
espiou no meio dos arbustos, ajoelhada na grama. Seus joelhos já protestavam depois de uma noite inteira na mesma posição. Boa parte da população da cidade estava presente nessa festa. Desde aquelas pessoas populares àqueles meio antissociais. Até aquela que você vê na rua e não consegue imaginá-la dançando, todos estavam incrivelmente empolgados.
A morena se inclinou para a trás observando a entrada da mansão colossal se elevando até onde a vista chegava. As cores predominantes da decoração da festa combinavam perfeitamente com a da estrutura da casa. Havia vermelho e dourado em todos os lugares, descendo nas espirais da serpentina colada no teto ao uniforme dos garçons que circulavam pelo salão desviando dos convidados dançando. Uma garota, Vickye Collins, esbarrou em um deles quase atingindo a bandeja que o moço equilibrava. Um grupo de jovens a seguiu, eles agora corriam extasiados pelo jardim bailando fora do ritmo da musica como naqueles videoclipes hipsters. Manifestações como essa faziam pensar que a bebida da festa era batizada. Explicaria muita coisa.
A caçadora desabou no chão em um timing perfeito. Os donos da propriedade apareceram na entrada de sua mansão. Os três McGuiness pararam no degrau mais alto da escada e olharam para o horizonte. Nenhum convidado chegava perto, pois alguns seguranças os seguiam de lado a outro sem deixar ninguém se aproximar o suficiente. A irmã do meio, Rebecca oxigenada, passeava o olhar enquanto Cole e Nicholas trocavam algumas palavras em uma velocidade sobre-humana. A família McGuines havia se mudado para a cidade não fazia nem dois meses, então as festas vieram.Com vestidos caros e agrados tentando impressionar, os habitantes os amaram instantaneamente, porém aos poucos o índice criminal aumentou consideravelmente em uma velocidade incrível. O que chamou atenção de . Estranhamente, poucas pessoas ligaram os dois fatos, e todos continuaram a frequentar as festas. continuou abaixada, esperando que eles derem o fora, ela não queria ser vista por eles. A propósito, era por isso que se escondia, havia tentado cortar a cabeça do McGuines mais velho a poucos dias. Agora não fazia ideia o que eles eram, ela tinha tanta certeza...
parou de espiar enquanto se limpava - varias graminhas estavam sujando seu cabelo e roupas -, sabendo que levaria algum tempo para que os irmãos albinos se escondessem novamente em suas torres vermelho e dourado.
Eles já haviam ido embora há muito quando um carro encostou juntos aos outros no estacionamento improvisado na lateral da casa. Ele era preto, antigo e muito bonito - não saberia dizer o modelo, já que ela própria não conhecia muito sobre. Desceram do veículo dois caras, o que chamou a atenção foi a atitude suspeita deles. Eles obviamente não estavam num clima festivo, tinham a cara amarrada e analisavam as pessoas em volta. Talvez fizesse parte da segurança McGuines. Sim, eles faziam o estilo dos guarda-costas: grandes, emburrados e algo neles gritava "Perigo". Valia a pena xeretar.
Ela acompanhou os movimentos dos caras que sumiram de vista, porém em poucos os viu voltando para seu carro depois de andarem por toda a propriedade. não tinha tirado os olhos dos acontecimentos na festa, mas não deixou de segui-los com os olhos, depois de circularem pela festa os dois foram para um bosque nos fundos da casa onde leva a um píer. Não sei, mas cada vez mais seu sexto sentido de caçadora a incomodava. Então fez algo bem ao seu estilo: confrontar.

Os irmãos Winchester seguiam de volta para o Impala, na próxima noite, iriam investigar com calma o que estava acontecendo. Daqui a pouco o céu iria começar a clarear. Até que Dean parou no meio do caminho e Sam demorou um instante para perceber.
- O que foi?
Então Sam virou para frente quando percebeu que o irmão encarava algo.
Uma mulher estava encostada no Impala, tinha os braços cruzados e um meio sorriso. Não se vestia luxuosamente como as outras convidadas, somente um short, casaco longo e botas que cobria boa parte das pernas. Dean encarava a morena como se ela estivesse arranhando seu carro.
- . - ele disse em um tom raivoso. Em outra ocasião, a moça realmente havia arranhado o Impala.
- Winchesters?
levantou uma sobrancelha e sentou no capô do carro, provocando. Sam cumprimentou com simpatia, em outro caso que haviam se encontrado, os dois em poucos dias se tornaram como melhores amigos, mesmo que Sam soubesse que era muito fechada. Porém, esperava que e Dean não começassem a discutir, Sam não estava com paciência de apartar o irmão e a amiga. Em resposta ao seu pensamento, Dean só pediu, sem nenhuma educação, que a garota saísse do seu carro, ele daria 30 segundos antes de começar o barraco.
- O que vocês fazem aqui? - saltou do capô.
- Muito bom. - Dean disse sobre ela estar se afastando do Impala. - Bobby disse que alguém precisa de ajuda.
- Bobby maldito, se ele não podia vir me ajudar poderia ter dado um telefonema.
havia superado sua raiva dos Winchesters, mas sinceramente nunca mais queria vê-los novamente. Só o sobrenome já trazia muitas lembranças.
- Então, vocês descobriram alguma coisa? - perguntou - Algo que eu não saiba, claro.
- Não temos certeza, parece um lance de seita maluca. Mas não encontramos saquinhos de bruxa, nem nada.
Depois de tanto tempo em alerta, esperando para ser atacada, o corpo de involuntariamente relaxou. Não que os Winchester fossem confiáveis, ela sabia isso por experiência própria, mas era mais seguro não ser atacada sozinha. sentiu os olhos pesarem.
- Podemos cuidar disso amanhã? Passei a noite inteira observando, duvido que vá acontecer algo agora.
contava que a família albina fossem vampiros, ela não conseguia se conformar.
- Ok, nós vamos continuar aqui.
- Então nos encontramos no Dinner's?
coçou os olhos. Ela sabia que esse caso ainda iria deixá-la sobrecarregada, então foi dormir enquanto podia.




Capítulo 2


O Dinner's era o único lugar da cidade que servia café da manhã até uma hora da tarde. Por isso esse era o preferido da . Ela comia ovos, bacon e tomava um café por costume, pois não estava com muita fome. O fato é que não conseguia relaxar, sua mente não parecia funcionar direito por causa de seu envolvimento pessoal com tudo nesse caso.
- Sem fome? - Dean perguntou a ela.
estava tão concentrada remexendo a sua comida que nem percebeu eles se sentando à mesa. Ah, Deus a minha carreira como caçadora está acabada.
A morena deu aos dois o melhor olhar de "quem deu liberdade?".
- Bom dia. - Sam cumprimentou simpático.
Sam não notou o olhar, a considerava uma grande amiga, consequentemente achava que era muito bem vindo. Como poderia discordar dessa pessoa? Deu de ombros. Mas Dean não era bem vindo e ele sabia disso. Não que ele ligasse. Ao contrário, fez questão de parecer bem à vontade.
Os talheres de ficaram mais barulhentos, demonstrou muita concentração na comida.
- Eu pesquisei sobre esses desaparecimentos.
"Hm", ela comentou com interesse. Verdade seja dita, pesquisa não era sua especialidade.
- Não notei nenhum padrão entre os mortos.
Sam tentou chamar uma garçonete, estava morto de fome. A que passou perto ou não viu ou ignorou o caçador. Dean, que também sentia o buraco no estômago, disse para deixar com ele.
- Elas nunca passam direto. - disse convencido.
Sam o ignorou, acostumado, voltando ao assunto do caso. tinha a atenção nos dois irmãos, assistindo quando o mais velho foi habilmente driblado pela garçonete. Sua cara de surpreso foi a melhor.
- Então... - disfarçando o vácuo - O que mais temos?
- Corpos destroçados, provavelmente órgãos faltando... Uma grande bagunça, talvez alguém novato para ser tão descontrolado.
- Ou alguém que não se importa em ser visto. - completou pensativa - Ninho de vampiros?
Sam levou a pergunta a sério, Dean questionou se ela ainda tinha um fetiche com vampiros. Qual o seu problema, cara? Você não pode esquecer isso?
Sam se admirou com a lembrança antiga, mas quando falou, seu tom de voz era divertido:
- Nossa, cara... Nem eu lembrava.
entrou no clima.
- Quem diria que Dean era na relação o que se lembra.
A dupla trocou um olhar cúmplice, em outras épocas se juntavam para tirar uma com a cara do loiro. Involuntariamente todos ali foram invadidos por varias lembranças. Após contemplarem o nada por algum tempo, Sam resolveu dar atenção aos protestos da sua barriga vazia e ir ele mesmo até o balcão.
, quando volta sua atenção à mesa, Dean a encarava seriamente.
- O Sammy foi pegar a comida pra gente. Agora posso falar sozinho com você.
tentou desviar o assunto. Já imaginava o que o loiro queria falar com ela, mas torceu para que estivesse errada.
- Sabe, Dean, quando eu disse a gente se vê no Dinner’s não queria dizer que eu estava convidando vocês para tomar café da manha comigo. É só inevitável.
- Qual é o lance desse caso?
- Muito cedo para enigmas, não acha?
Dean sempre tinha as resposta na ponta da língua, mas ninguém soube o que ele diria porque ele soltou algo muito mais maldoso.
- Você sabe do que eu to falando. Todo mundo sabe que você não consegue terminar um caso sem se envolver.
sentia vergonha de si mesma. Estranhamente, Dean Winchester a deixava nervosa, talvez fosse o peso do sobrenome. Ela não sabia como agir com eles, mesmo que os detestasse, o fundo de sua consciência dizia que sempre estaria em débito com essa família. Porém o sentimento de apatia era recíproco.
O olhar de reprovação dele fazia querer batê-lo, ela nunca conseguiria esquecer o que fez porque Dean não iria deixar. era mais nova quando teve uma quedinha por Jonh. Era uma época estranha. Além do mais, vai dizer que você nunca teve uma queda pelo aquele homem?
- Não. Eu vim porque nenhum outro caçador idiota se dignou a aparecer para resolver essa sujeirada. Aqueles malditos estão se banhando em sangue. - falou entredentes.
Sam, que havia voltado, encontrou a morena e Dean fuzilando um ao outro com os olhos.
- Pessoal? - Sam chamou.
o olhou e Sam se sentou ao lado do irmão. Pouco tempo depois uma garçonete trouxe a comida dos dois. engoliu seu café da manhã para não ter que falar. Um silêncio se prolongou até suspirar alto, cansada de imaginar teorias.
- Sam... Por que vocês vieram até aqui?
O Winchester mais novo queria fugir do assunto, contar a verdade talvez fosse distanciá-la ainda mais.
- Bobby estava ocupado.
- Só isso? - estreitou os olhos, analisando.
Sam estava pronto para mentir e ela esperava com isso. Mas no fundo - bem no fundo - ela esperava que uma resposta sincera dele, por isso a pergunta havia sido direcionada. A mulher gostava do jeito dele, não era presunçoso - como os outros Winchesters que conhecia - e nem acusador quando a olhava. Talvez Dean não houvesse dito o que sabia dela, e quando soubesse sua gentileza mudaria. Provavelmente, mas preferia imaginar que não.
- O interrogatório acabou. - Dean disse ao sinal que Sam iria entregar o jogo.
havia plantado dúvidas na cabeça do irmão dele, Bobby não estava ocupado e aparentemente não havia motivo para vir até aqui. Dean sabia bem que iria ser questionado sobre o motivo da mentira mais tarde.



Capítulo 3


O celular ainda brilhava com a localização recebida, Sam fitou da janela do carro, a casa e o jardim descuidado. Parecia mais uma casa abandonada, todas as janelas empoeiradas e fechadas, além de escuras - cobertas pela cortina. Com uma única evidência de movimento recente, um cortador de grama abandonado no meio do jardim, como se alguém tivesse esquecido da atividade antes de terminar. Estranho, mas não muito suspeito. Ao seu lado, Dean brigava mais uma vez com a gravata de seu disfarce do FBI. Como ele odeia essa coisa. Alheio disso, seu irmão pensava sobre os motivos da mensagem de texto. ter compartilhado a pista para o caso talvez fosse um bom sinal, não é? Talvez. Mas era só o que Sam precisava para acreditar que nada havia mudado entre os três. Imerso em suas teorias, não percebeu alguém se aproximar e bater com os nós dos dedos no vidro da sua janela.
- Não esperava que vocês viessem. - a voz feminina atravessou.
Os Winchesters saíram do carro, esperou alisando sua saia formal de disfarce, ela estava tão confortável com essas roupas quanto Dean. Em seguida dividiram as folhas com insígnias da policia no topo listando os vários nomes e endereços.
- Quem são todas essas pessoas?
- Uma lista de desaparecidos mortos e desaparecidos sem nenhum motivo aparente, achei que valia a pena investigar o que tinham em comum além do aparente.
Eles caminharam seguindo para a porta de entrada da casa. O cortador de grama continuava no centro do jardim, dividindo o carpete verde dos fios altos, o aparelho ainda zunindo baixo.
Ao chegarem ao capacho da porta, Dean disse com mais certeza do que realmente tinha:
- Quando descobrirmos que eles foram escolhidos aleatoriamente, vamos perceber o desperdício de tempo procurando ligações imaginarias entre eles.
Sua vontade de discordar de era algo involuntário, mas ninguém podia negar que havia uma possibilidade dele estar certo.
Os três trocaram um longo olhar uns com os outros. Sam tocou a campainha.
- Já que estamos aqui.
Assim que a porta foi aberta, os Winchesters muito confortáveis com a situação puxaram seus distintivos falsos e se apresentaram como agentes que concidentemente tinham nomes de estrelas do rock. Até hoje me pergunto como eles nunca (!) foram desmascarados.
A mulher que atendeu parecia tão descuidada quanto a casa, fios de cabelo flutuando em volta do rosto e com olhos mais pesados que os de , que não dormia há dias. Ela olhou para os três confusa, acordando do seu transe e cumprimentando desconfiada.
- Estamos investigando o desaparecimento de Nick Williams.
Os olhos da mulher se tornaram interessados.
- Sim, entrem, por favor.
O loiro olhou em volta para a aparência cara do interior, procurando nas coisas também presença de outros moradores. seguia a frente dele se equilibrando em seus saltos chiques. A preocupação em não tropeçar era tanta que se apressou a chegar logo no sofá, mas no caminho esbarrou em algo. O vaso decorativo com empurrão balançou perigosamente na ponta do móvel. soltou um som baixo de pânico, a cena parecendo mais lenta, ela era um desastre de pessoa. Naturalmente o objeto se desequilibrou e caiu em direção ao chão, o momento acelerou agora - que ótimo. No momento de espatifar, o vaso pousou em sua posição correta. Sem entender nada olhou em volta e viu Sam olhando de volta pra ela.
- O que...? Você viu isso!? - sua voz baixou na segunda parte com medo de ser escutada. - Isso é coisa de telecinético. Será que...
Sam estava parado encarando o vaso sem nenhuma expressão, mas quando Dean se aproximava ele piscou várias vezes e pediu com urgência a morena:
- Não conte pra ele, deixa que eu faço isso.
O irmão mais velho sorriu sem perceber a tensão dos dois a sua frente.
- Quem olha de fora aquele lixo nem imagina.
Como sempre empático Sam olhou feio para ele, porque ele estaria do mesmo jeito se seu irmão tivesse permanecido no coma de meses atrás.
Os três se apertaram em um sofá pequeno, a Sra. Williams sentada a sua frente esclareceu que Nick era seu filho. E que graças a Deus alguém tinha feito alguma coisa.
- Mas é normal o FBI investigar desaparecimentos de adolescentes? - ela perguntou inocentemente se dirigindo a e Sam.
Ela riu desconfortável, não era muito boa com esse disfarce, preferia ser sorrateira. Seu estilo era se aproximar de modo amigável. Podia estar errada, mas achava que as pessoas liberavam mais informações numa simples conversa.
Dean quase revirou os olhos. Por que ele era o único do trio que parecia ter um aviso na testa escrito "Não confiável"? era uma trapaceira! Só porque era uma mulher conseguia fazer os desconhecidos confiar instantaneamente nela.
- Estamos investigando um padrão para os desaparecimentos desta cidade no período dos últimos meses. - Dean disse firme, soando profissional. respirou grata pela atenção desviada, mais alguns segundos a falta de prática com isso ficaria evidente.
- Queríamos saber se seu filho conhecia alguma dessas pessoas. - Sam entregou o papel em suas mãos. A Sra. Willians leu brevemente e devolveu a folha.
- Meu Eric não era próximo de nenhum deles.
Então os irmãos fizeram mais algumas perguntas sobre a rotina dele e foram informados que estava sempre ocupado dividindo o tempo entre as atividades do colégio e o emprego. Além de não ter muitos amigos, somente seu hamster e um garoto da sua classe de biologia, Leo.
Quase durante todo o processo de pisar na grama na volta aos seus carros, Dean fazia comentários sobre o grande desperdício de tempo que havia sido essa visita. revirou os olhos, lembrando os falsos agentes do FBI à época de adolescente.
Uma melodia escapou do bolso dela e o celular foi rapidamente atendido antes que a música irritante continuasse. Sam virou quando a morena ficou para trás, ela apontou para o aparelho na mão e falou um pouco mais alto para que ouvissem. Dean que já estava longe voltou para saber o que acontecia.
- Como é, Xerife? Se eu podia checar Jane Willians? Tem cert...Tudo bem.
A mulher tinha um olhar assombrado e desligou na cara do tal xerife enquanto ele tagarelava recomendações.
- A Sra. Willians está desaparecida!
- Então quem era...?
- Não faço ideia!
Seja qual fosse a criatura que havia substituído a Sra. Willians, os três nem precisaram trocar olhares para decidir que iriam arrancar isso daquela estranha agora. tomou a dianteira no caminho de volta a casa, os dois atrás empunharam suas armas. Quando chegaram perto o suficiente notaram que a porta ainda estava entreaberta. espiou entre o espaço e entrou em um movimento imprudente. Não havia ninguém na sala. Os dois Winchester baixaram as armas. Um deles disse que iria olhar o quintal, além de vigiar a saída dos fundos. Um rápido plano foi formado e começou a chamar alto o nome da Sra. Willians, enquanto Sam entrava pela casa a procurando. Depois de nenhuma resposta e nenhuma tentativa de fuga pelas duas saídas bloqueadas, subiu as escadas levando a busca ao primeiro andar.
O corredor era pouco iluminado apesar de ser dia, o principal motivo vinha dos quartos fechados. Depois de testar as portas uma a uma, a penúltima se mostrou trancada. apurou os ouvidos para tentar escutar algum tipo de movimento e não parecia haver uma alma viva junto a ela. O vento uivando pelos espaços do andar fazia o silêncio soar mais alto do que era. As cortinas dentro do cômodo trancado batiam furiosamente contra a janela. A Jane iria fugir! não se deu o luxo de espiar a fechadura, tomou distância e chutou com força a porta. A violência da cortina contra a parede aumentava, dando evidências que a janela agora estava escancarada. Chutou outra vez e outra vez. soltou um grito de frustração e descontou a raiva acumulada uma última vez.
BANG, a porta abriu.
correu para dentro sem parar para enxergar alguma coisa. Barulho de passos apressados surgiu a suas costas. Os dois ficaram cara a cara e ele olhava sobre os ombros dela para dentro do quarto.
- Não acredito, Sam. Chegamos atrasados.
Os dois guardaram as armas encarando os claros sinais de luta a volta. Os móveis fora do lugar, o papel de parede descascado em um ponto qualquer, um pano pendurado no peitoril, tudo levou ao centro dessa bagunça: o corpo lívido de Jane Willians.

Capítulo 4


Sam pouco tempo atrás chegou ao quarto 912 com o jantar. Um hambúrguer para o irmão e uma salada para ele. O motel onde estavam ajudava a fama de que "o mais barato" não era um bom motivo para se hospedar. Pessoas como nós já éramos acostumados a lugares assim. Mas sinceramente, eu preferia dormir no Impala. A possibilidade de que alguma parte do carro soterrasse/matasse alguém de alguma forma era quase nula, ao contrário do 912. Os dois sentados à mesa, um de frente para o outro, pareciam muito interessados no que faziam. Pelo menos Dean estava. Sam tinha algumas dúvidas em sua cabeça o incomodando que não deixava distrair. Por que se deram o trabalho de vir para cá? Por que Dean não confiava em ? Aliás, o que Dean estava escondendo dele? Era hora de saber o que estava acontecendo.
Sam fechou o notebook e encarou Dean devorando sua comida.
- Que foi, Sammy? - Dean perguntou de boca cheia.
Sam continuou encarando o irmão, estreitou os olhos:
- Vai me contar o que está escondendo?
O loiro abaixou o hambúrguer e olhou divertido para o irmão, querendo que ele ficasse irritado e não continuasse com o assunto. Sam continuava focado, não iria esperar mais nenhum momento.
- Se você vai continuar não me dizendo nada, aí sim vou começar a imaginar que...
- O que quer saber? - Dean disse, já sem muita paciência de enrolar.
Por onde ele começava? Seu irmão mais velho agia muito estranho desde decidiu vir até essa cidade. Ele tinha um objetivo para tudo isso, mas guardou segredo. E por coincidência eles encontraram uma velha conhecida assim que chegaram. Sam tinha ligado esses dois fatos e muitos outros, mas não conseguia acreditar que , queridinha de John, tinha a ver com alguma coisa.
- Por que estamos aqui? Não venha dizer que é pelo caso, que não é.
- Não Sammy, não é pelo caso. Nós viemos por causa de .
O caçula riu, ficando mais leve. O suspense todo era por conta dela. Essa implicância toda já estava fazendo Sam achar que Dean nunca havia superado os ciúmes que ele tinha da garota. Quando mais novos ele ficava disputando a atenção do pai com . Deveria pensar que fosse roubar seu lugar ou algo do tipo. Dean junto a ela só faltava puxá-la pelo rabo de cavalo, como uma criança de 7 anos.
- Isso era para ser romântico ou obsessivo? - replicou irônico.
O loiro rolou os olhos e ignorou o irmão.
- Ela tem algo que é nosso por direito, nossa única lembrança do pai.
Logo os dois ficaram bem sérios.
- Foi depois da morte dele, quando a vimos da última vez. – lembrou - Na hora achei estranho, mas não dei importância. Eu estava com a guarda baixa, e imaginei que ela tinha amadurecido. Então quando reparei sumiu, junto com o diário do pai. Como sempre atrapalhando nossa vida, quantas vezes podíamos ter usado quando precisava.
Sam balançou a cabeça, negando a acreditar.
- Por isso que não contei, Sammy. Você acha que é uma santa.
- Uma santa, não. Mas como nós.
Como Sam era uma criança pura, sempre procurava o lado bom de todo mundo.
- Ela não é como nós. é uma grande mentirosa. Do nível CIA, provavelmente nem lembra mais diferenciar o que diz da verdade. Tá escondendo alguma coisa de todo mundo, quem se importa. Só sei que a única coisa que ela faz no nosso caminho é nos atrapalhar.
Dean ficou bem exaltado enquanto contava. Seu rosto mostrava a raiva que tinha desse tipo de pessoas. Quem saia enganando e fazendo que a vida de outros mais complicada só por diversão. Sam, bem... tinha muito no que pensar sobre alguém que ele considerava uma amiga. O irmão vendo a reação dele, não quis dar um de "Eu te avisei várias vezes", então só disse:
- Amanhã vamos pegar o que nos pertence e dar o fora dessa cidade.

Continua...



Nota da autora: (11/02/2017) Sem nota.




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