CAPÍTULOS: [1]









CAPÍTULO UM


O lugar estava repleto de bagagens espalhadas pelo chão, no andar inferior. tinha as mãos pousadas na cabeça, encarando as malas fixamente, como se aquele ato a fizesse lembrar do que estava esquecendo. Deixou um dos braços cair para o lado do corpo, seguindo até a bagagem à sua frente, para fechá-la, se dando por vencida. Não iria conseguir se lembrar do que estava faltando.
Os aparelhos estavam cuidadosamente guardados em sua mala, ao pé da escada, apenas esperando que os amigos terminassem de guardar os outros na van, mas não se preocupou, já que a maior parte já estava guardada. Ouviu as vozes no segundo piso e resolveu sentar em um dos degraus, até que os amigos descessem.
Colocou uma das mãos embaixo do queixo, apoiando o rosto e deixando a mente vagar para quando resolveram embarcar em mais uma jornada da qual conheciam bem. Tudo fora ideia de , o mais velho e também irmão da garota. Os dois sempre tiveram um grande fascínio por sobrenatural e a coragem foi desencadeada quando , a prima de segundo grau, insistiu para que fossem em uma palestra que iria ter em Cheltenham, cidade em que moravam. Palestra de Jason Hawes, investigador e fundador da TAP, equipe a qual eles admiravam desde a adolescência. E foi nessa palestra que conheceram e , os irmãos. E, também, a namorada de , . Hoje as três garotas são inseparáveis, assim como os rapazes. Realmente haviam criado um grande laço e tudo por causa da grande obsessão do grupo: Fenômenos Paranormais. Logo não queriam saber de outra coisa e, inicialmente, começaram os estudos por conta própria.
Ouviu passos rápidos em sua direção e virou o rosto, podendo ver descendo as escadas com mais uma mala em mãos. E em seguida, também descia com o caderno de anotações em mãos, provavelmente checando a rota do dia.
- Qual a distância até Wychwood? – o moreno perguntou, parando ao lado da menina que ainda lia algo em seu caderno.
- Quarenta e nove quilômetros. São cinquenta minutos de viagem. – olhou para ele antes de apontar as anotações. balançou a cabeça veemente, seguindo até sua mala e tirou de lá o GPS, logo colocando as informações no mesmo.
desceu em seguida, sendo seguido por , que estava focada em seus gráficos, e por sua expressão algo estava errado.
- O que foi? – olhou receosa para a garota.
balançou a cabeça, levantando uma das mãos para que a garota esperasse.
- Temos a umidade em noventa e cinco por centro em Wychwood, com ventos a onze quilômetros por hora. Começou uma pequena garoa pela manha e está contínua. Impossível começar os testes por hoje. – olhou para todos nós, parando o olhar em , que havia terminado o trabalho com o GPS.
- Droga. – resmungou. – Não podemos adiar mais um dia.
- Concordo, . – caminhou até o centro da sala, com a enorme mala preta onde seus equipamentos estavam guardados. O tripé estava dobrado em sua mão. – O clima não melhorou desde o começo da semana e é provável que continue assim por muito tempo. Não podemos evitar.
- Podemos começar o processo na van. Na estiada colocamos a câmera ligada ao lado de fora e, talvez, conseguiremos captar algo. – opinou, cruzando os braços. olhou para a irmã, realmente pensando na hipótese. Era melhor do que todos ficarem parados, esperando que o tempo abrisse.
- Você está sugerindo passar a noite dentro do carro? – perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.
- Você tem ideia melhor? É o único jeito de começarmos logo. – retrucou encarando o rapaz. respirou fundo, massageando as têmporas.
- Ela tem razão, . É a única opção.
O rapaz balançou a cabeça, concordando com o mais velho. olhou para todos do grupo, esperando uma última resposta para que pudesse colocar suas coisas no carro.
- Certo. Podemos ir, então? – perguntou. acenou assentindo e se agachou, pegando as malas junto às meninas. fez o mesmo, seguindo em direção ao lado de fora da casa, mas algo estalou em sua cabeça e logo a garota havia se lembrado o que é que estava faltando. Deu meia volta, deixando a mala ao lado da porta e seguiu até a pequena sala onde os equipamentos eram guardados. Precisava achar o aparelho, era essencial.
Olhou para os lados, precisamente para a mesa que agora estava vazia. Bufou e se virou, mas assim que o fez encontrou parado na porta, olhando a garota.
- O que está procurando? Estamos esperando você. – cruzou os braços, como se analisasse a garota atentamente. O fato era que ele sempre a analisara. E adorava fazer isso.
- Você viu o EVP*? Procurei mais cedo, mas não consegui encontrar e eu tenho certeza que deixei por aqui desde a última vez. – desviou o olhar, voltando a procurar ao redor da sala. O rapaz observou o desespero da menina, logo se pôs a ajudá-la.
- Droga. Eu preciso achar esse aparelho. – resmungou para si mesma, mesmo sabendo que não estava sozinha ali. olhou de relance para a garota agachada perto da pequena prateleira e embaixo da mesa viu o pequeno aparelho cinza. Andou até , abaixando em sua direção e a menina, por sua vez, arregalou os olhos com a proximidade do rapaz. Estava perto de mais para ela.
Ele esticou uma das mãos, retirando o EVP do chão e entregando para ela, no mesmo instante em que o barulho de passos começou a ficar mais evidente e a pequena figura de aparecesse na porta, um tanto agitada.
- Não querendo atrapalhar, mas não para de dizer que vamos nos atrasar por culpa de vocês dois. , achou o que estava procurando?
respirou fundo e se levantou, caminhando até a porta. estava sentada no chão e ergueu o aparelho, mostrando-o para a amiga, que sorriu minimamente, fingindo não saber o que tinha acontecido ali. Ela sabia bem o quanto sentia uma grande atração por , mas nunca admitira.
- Falta mais alguma coisa? – perguntou à .
- Não, era o único que faltava.
Seguiram até a van preta da equipe e adentraram a mesma, se ajeitando no banco. estava no banco do motorista, colocando o cinto, assim como ao seu lado, que acabava de entregar um pequeno papel à namorada que terminava as anotações no caderno. se sentou ao lado de e se praguejou mentalmente por isso, pois havia sentado ao lado de .
Aos seus pés estava à mala com os pequenos aparelhos e assim que o carro se movimentou, abaixou para começar seu trabalho. Retirou um por um, ligando-os e ajustando-os como sempre fazia, apenas para checar se funcionavam corretamente.
O caminho foi tranquilo de primeira, mas vinte minutos depois havia começado a chover. O tempo nublado era o que mais preocupava , pois não poderiam ter uma visão melhor do local e qualquer coisa que aparecesse seria imperceptível aos olhos do grupo. A floresta ficaria mais escura não só pelo tempo, mas sim pela hora que eles chegariam lá. Haviam saído de casa mais tarde do que o planejado.
Passaram por uma estrada repleta de árvores dos dois lados. Eram os únicos ali, nenhum carro vinha atrás e muito menos havia algum seguindo na frente. Era intrigante.
- Parece que vamos ter chuva pelo resto da noite. Que divertido! – disse irônico. soltou uma pequena risada pelo o que o amigo dissera.
- . – chamou a garota, que tirou sua atenção do caderno para o garoto. – O que nos diz sobre o lugar?
- Novamente. – disse baixo, ouvindo a risadinha de .
folheou algumas folhas do caderno marrom, antes de parar na página exata sobre o lugar.
- Wychwood, também conhecida como Wychwood Forest é uma pequena área rural de Oxfordshire. O nome é derivado do inglês, Huiccewudu. – a olhou de relance, sorrindo minimamente. Adorava a inteligência da garota. – O lugar sempre foi deserto, porém antigamente era mais frequentado por moradores.
- Quais as atividades relatadas na floresta? – O loiro continuou a perguntar, fazendo com todos escutassem atentos.
- Bom, de acordo com os depoimentos que li muitas das pessoas dizem que há uma entidade muito ruim dentre a floresta. Vozes murmurando, não vozes comuns, é como se estivessem sofrendo.
- São mais de um? – perguntou, olhando para .
- Pelo que vejo, sim. – a garota respondeu, olhando rapidamente para as árvores que passavam como um borrão. Olhou para o livro, virando a página. – A floresta foi lar de cultos e assassinatos satânicos na década de setenta e oitenta. Poucos dos lenhadores do local dizem sentir uma sensação estranha na atmosfera e constatam aparições de uma espécie de “fantasma” – fez ênfase com os dedos. – com uma enorme capa preta. Dizem também que os membros inferiores desse fantasma não são perceptíveis.
- Com essa escuridão, vai ser impossível encontrar algo por lá. – disse, olhando pela janela.
- Temos a infravermelha* e tocha*. – , que estava sentado ao lado de , se virou rapidamente apontando para a mala em frente à . – Nós acabamos não usando da última vez. Estão novas.
- E essa. – se pronunciou, mexendo no objeto em mãos. Era uma espécie de cabo preso à cabeça, onde continha uma lanterna e uma pequena câmera. – instalou a câmera e eu estou dando uns ajustes.
olhou o objeto nas mãos no irmão e balançou a cabeça, como se o que o irmão fazia estivesse correto.
- Poucos quilômetros e já chegaremos. – disse, esticando um pouco o pescoço para que pudesse enxergar a floresta um pouco mais à frente, apesar da fina chuva que caía.
cruzou os dedos em cima do colo ao perceber que estavam se aproximando do local. Pressionou os lábios, contendo um pouco do nervosismo. Não queria mentir, mas aquele lugar nunca lhe dera boas recordações. E sensações.
O céu estava escuro e pouco estrelado, denunciando que provavelmente ainda choveria. O local estava tomado por árvores ao redor e pouca iluminação na estrada, como de se esperar. Não era a primeira vez que o grupo estava visitando a floresta. Tempos atrás haviam investigado por alto, através de boatos e depoimentos, e agora decidiram realmente encarar o fato de que aquele lugar era tudo, menos normal.
sentiu o carro dar uma leve freada, anunciando que haviam chegado ao local. Observou em volta, não conseguindo enxergar nada além de árvores enormes e uma estrada vazia, o mesmo que os amigos. havia pegado seu tablet para conferir as últimas coisas junto com , que ao contrário do rapaz anotava coisas em seu caderno.
Ao lado de , estava atento em conferir e testar todas as lanternas e câmeras. Era sua função constatar se estavam ou não funcionando devidamente. Enquanto as ligava, olhou de soslaio para a garota, reparando na sua apreensão. Percebeu as pequenas mãos inquietas pegando rapidamente o medidor, o regulando. Sabia claramente o porquê dessa reação. , apesar de adorar coisas relacionadas ao sobrenatural, sentia um leve receio ao estar tão próxima de fatos que eles validavam como sendo verdadeiros.

Por um instante focaram toda a atenção em seus afazeres, nos aparelhos e anotações que acabaram por não perceber a anomalia crescendo dentre a floresta. Por detrás dos troncos próximos ao carro, a sombra escura se formava tão rápido quanto o vento que passava pelo local. Ninguém havia percebido, ninguém além de .

Continua...



Nota da autora (17-07-16):
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Nota da Beta: E lá vem Isabelly com mais uma fic diferentona vinda dessa cabecinha doida dela. Eu tenho um pouquinho de medo dessas coisas assim, sabe, mas... quero só ver o que nossa autora vai aprontar com esses garotos. Comentem o que acham que vai rolar na fic e pode mandar mais, Isybida! Xx-A




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