Capítulo Único
Era outono, mas Londres estava excepcionalmente calorosa naquela noite. The Lanesborough, um dos mais luxuosos hotéis do centro da capital inglesa, estava com seu salão repleto dos nomes mais queridos da Burberry, que comemoravam o antecipado sucesso de sua coleção de inverno apresentada na Semana de Moda Londrina. O burburinho contido dos convidados deixava a música de fundo se sobressair ligeiramente e apesar de estar envolvido em uma conversa sobre o seu paletó em xadrez tartan, um design exclusivo de Christopher Bailey – diretor executivo da grife e alguém cujo apreço que possuía pela beleza de não era segredo para ninguém –, o homem não parecia se afeiçoar pela discussão sobre como as lapelas chanfradas de sua peça continham a textura perfeita para a estação. Ele não queria parecer indelicado ou mesquinho, mas discutir moda com destreza não era seu forte, especialmente porque a passarela era para si como uma ocupação de meio período. A equação era muito simples: ele recebia o convite, vestia as peças e pisava na passarela como pisava no palco. Não existia mistério e muito menos paixão, apenas trabalho. A vantagem formidável que o mundo da moda possuía sobre ele não estava nos cortes únicos ou nas peças luxuosas, mas na figura elegante que entraria pelo salão em breve e que atrairia olhares de quase todos os presentes. .
– La muse est arrivée¹.
Ao seu lado, a parisiense Léa Demoustier anunciou a chegada da outra modelo em seu francês charmoso e que aos ouvidos de poderia ter soado extremamente sensual, caso o rapaz ao menos tivesse tido tempo de prestar atenção no chiado característico entre uma palavra e outra. No instante em que girou o corpo e se centralizou em sua visão, todos ao redor se tornaram coadjuvantes. Um sorriso curto ornou seus lábios antes que ele tomasse mais um gole de sua champanhe assim que ela parou o maïtre para fazer algum pedido, inclinando-se em sua direção. O homem parecia desconcertado pela proximidade e apesar de achar divertido, não podia julgá-lo. ainda pegou um resquício de seu sorriso e arqueou uma sobrancelha em um questionamento mudo ao pousar seus olhos sempre espertos e blasés no homem que a observava por cima de sua taça, mas não recebeu nada de volta além de um típico olhar desafiador de .
Ela adorava aquele olhar.
Se não precisasse, ignoraria toda a etiqueta e as formalidades e o convidaria para subir imediatamente.
– Mademoiselle²... – o sorriso pequeno se apresentou para ela fazendo um delicioso par ao tom de seus olhos, fazendo-a rir pela forma tola como seu interior esquentou com tão pouco.
tomou sua mão direita entre a sua esquerda e a beijou delicadamente, sem tirar os olhos dos seus. A simples lembrança da potencialidade de seus lábios a fez segurar um suspiro. Para sua sorte, ela certamente teria aqueles mesmos lábios onde quisesse até o final da noite.
– Muito me agrada essa sua persona elegante e cavalheira – ela sorriu ao se aproximar mais, passando os dedos pela lapela que há minutos atrás era assunto –, mas seu francês é péssimo.
O sopro perto de sua boca fez o homem segurar a vontade de beijá-la. Como sabia que ela não aprovaria, apenas riu.
– É a forma de agradecer sua chegada, . – Léa começou após cumprimentá-la – Seu músico se entedia de nossas conversas.
O riso dos outros três modelos que lhe acompanhavam o intimidou um pouco, mas em fração de segundos ele reverteu a situação, como de praxe.
– Você sabe que não quis ser indelicado, Léa. – o tom um pouco abaixo do normal ao se aproximar era como um trunfo e assistiu rindo a amiga retesar a postura e desviar o olhar, notadamente incomodada pelo o que o charme do chinês a fazia sentir.
– Definitivamente entendo você! – o indicador da francesa balançou em direção a outra, que não segurou a gargalhada – , meu caro, não saia fazendo isso – ela gesticulou, fazendo o sorriso do homem se alargar e rir mais ainda – livremente por aí. Se testar seus dotes com uma italiana você terá dois pares enormes de pernas o prendendo a uma cama pelo resto da noite. Imagino que você prefira uma conterrânea... – o olhar de Léa agora era sugestivo e correu de para em alguns segundos.
– Vou levar sua sugestão em extrema consideração.
Sua resposta no mesmo tom fez a modelo negra rolar os olhos, mas antes que ela pudesse mudar um pouco sua compostura e lhe dar uma resposta mal educada, uma voz extremamente conhecida e carregada em um típico sotaque britânico se fez presente entre eles.
– , sempre estonteante sem o menor esforço! – Bailey, seu diretor executivo e grande entusiasta, se aproximou para cumprimentá-la, descendo seus olhos para o que ela vestia como se visse o modelo pela primeira vez – Se eu fosse qualquer mulher neste salão, já estaria na flagship³ da Regent Street para comprar um igual ao seu.
O modelo em tecido brocado, de fundo azul e em detalhes pretos, era uma das peças-chave da nova coleção e Christopher Bailey havia escolhido especialmente para vesti-lo. Soube que havia acertado na decisão assim que pôs seus olhos nela na passarela mais cedo naquela noite.
– Todos os méritos são seus, Mr. Bailey. – ela sorriu amistosa e agraciada pelo elogio.
– Minha querida, se não houvesse mulheres como você para vestir, jamais haveria inspiração para homens como eu.
Ao olhar para quem a acompanhava, Christopher alargou o sorriso e completou seu raciocínio.
– Tenho certeza que o homem ao seu lado, dentro de sua própria perspectiva, concorda.
– Absolutamente. – assentiu, sabendo que não havia um pingo de exagero na fala do estilista. definitivamente poderia ser a musa inspiradora de qualquer um que fizesse arte e certamente era a sua.
– Vocês dois juntos sempre deixam a minha visão tão agraciada! – a exclamação fez os dois mais jovens gargalharem e Bailey parou um garçom para pegar uma taça e entregar à modelo, que sorriu em agradecimento – Moët & Chandon Rosé Imperial⁴, o seu preferido, certo?
– Você é o melhor, Christopher.
Ele abanou uma mão para ela como se não fosse nada demais e sorriu para os dois novamente.
– Aproveitem a noite e, por favor – aproximou-se com um olhar divertido e sugestivo –, não deixem de fazer nada que Simon e eu não faríamos a noite toda. – com a menção ao seu esposo, Bailey se despediu do grupo, deixando os modelos rindo para trás.
Não era segredo para ninguém dos bastidores da Burberry que os dois tinham um caso fervoroso e o quanto eles se alinhavam um ao outro, formando um casal intensamente elegante, era uma unanimidade. era a sofisticação e obtinha o poder da graciosidade altiva que fazia qualquer pessoa parecer estar diante de uma fascinante rainha dos filmes épicos, que apesar da beleza sublime, poderia muito facilmente matar qualquer um no tempo de um estalar de dedos. A caberia o papel do encanto perigoso, com o tipo de olhar que não se encontra mais de duas vezes na vida, e cuja beleza se assemelhava muito ao que se podia apreender das literaturas marginais, o poder da audácia e do indefinido. Juntos eram como arte em movimento e para quem quer que pudesse vê-los lado a lado, era como o mais intenso furto de fôlego.
O olhar que trocaram após a saída de Christopher era a prova viva dessa argumentação.
– Não tive tempo de dizer isso depois do desfile – tomou a mão livre dela com a sua e enroscou seus dedos de forma discreta ao lado de seus corpos –, mas você esteve espetacular na passarela.
– Você conseguiu ver? – o fato de seu sorriso especial, aquele que ela não oferecia a muitas pessoas, ter brotado em seus lábios, foi sua forma de agradecer ao elogio – Você foi maravilhoso. Está cada vez melhor nisso.
– Eu aprendo com a melhor. Depois de tantas vezes, já não sou mais um intruso no seu mundo.
– Você nunca foi. Além do mais – ela riu, aproximando-se mais do homem e sentindo seu perfume delicioso de mais perto –, passa a ser um tanto entediante pra mim quando você não está.
Diante da declaração inesperada, riu abertamente, fazendo-a alargar seu sorriso. Ele levantou a mão que gentilmente segurava e levou até seus lábios, beijando-a mais uma vez antes de responder.
– Não é segredo que para mim só é inteiramente divertido quando você está, certo?
– Até quando a modelo em questão é Kendall Jenner? – ela arqueou uma sobrancelha para ele, mantendo a expressão divertida ao citar o último trabalho de como modelo fotográfico para a última edição da Vogue chinesa ao lado da norte-americana.
– Ela não é muito divertida, acredite.
– E você acha que eu não sei? – sua risada fez sorrir e começar um carinho com um polegar na mão dela que ele ainda segurava.
– Senti sua falta, .
Seu olhar intenso e contendo centelhas de carinho caiu sobre ela. A última vez que estiveram juntos havia sido há dois meses, antes de viajar para Los Angeles para gravar seu próximo single. Durante aquela semana, em meio à correria da agenda lotada com os compromissos do evento de moda, eles sequer tiveram mais de uma hora juntos. Ainda que não tivessem um relacionamento bem delimitado, eles se viam com frequência quando ambos estavam em Pequim, onde moravam, e quando posavam para Burberry juntos em países estrangeiros era sempre um no outro que encontravam uma forma de estarem em casa e à vontade.
– Eu sei. – ela cantarolou próximo ao seu ouvido, segurando-se para não levar seus lábios pintados de vermelho até seu lóbulo – Senti a sua também.
Ela sorriu ao voltar seu olhar para o rosto lindo dele, levantando a taça em sua direção, esperando que ele fizesse o mesmo até ouvirem o tilintar dos cristais ao se tocarem levemente. bebeu e fechou os olhos ao sentir a sedutora mistura de vinho e champanhe, uma combinação um tanto afrodisíaca em sua opinião.
– Então você concorda que podemos subir.
Seu olhar cheio de intenções que não eram segredo nenhum para si mesma, fez seu colo formigar. Definitivamente sentia falta dele.
– , eu acabei de chegar.
– No entanto, quer me levar para seu quarto desde que entrou aqui.
riu da constatação completamente verdadeira dele.
– Eu sequer cumprimentei algumas pessoas ainda. – ela tentou contra-argumentar, mas a vontade de tocá-lo a fez soar nada convincente até para si mesma.
– Assumo a responsabilidade de macular seus bons modos, princesa. – ele escorregou a mão para suas costas, pousando-a gentilmente sobre sua lombar.
A modelo rolou os olhos, abaixando os ombros em um suspiro não assumidamente derrotado.
– Infelizmente eu amo quando você me faz pisar fora da linha.
riu, tomando a taça dela em sua mão para deixar no balcão atrás deles, junto da sua, antes de lentamente começar a conduzi-la para fora.
– Sempre quis fazer o papel de bad boy ao menos uma vez na vida. – ele sussurrou em seu ouvido enquanto ela acenava para uma das designers de bolsas da coleção, fazendo-a limpar a garganta para espantar sua crescente excitação.
– Eu, pelo contrário, detesto esses clichês. – ela segurou em seu braço ao cumprimentarem os seguranças na porta do salão e ele riu brevemente, deixando um beijo leve na parte descoberta de seu ombro.
– Você sabe que não precisa verdadeiramente se preocupar, afinal – ambos pararam em frente ao elevador e voltou a sussurrar em seu ouvido, dessa vez fazendo-a se arrepiar por completo –, tudo que eu sempre fiz foi ser extremamente bom para você.
O riso que se desprendeu dos lábios da modelo tinha um caráter nervoso, mas apesar disso, não havia nenhuma sombra de embaraço em sua postura ou em seu olhar, e era isso que mais encantava . sabia ser uma belíssima caixinha de surpresas.
– Estou ansiosa para saber o quanto você será bom comigo hoje. Já faz algum tempo desde a última vez...
As portas de metal se abriram e eles entraram de braços dados, cumprimentando o empregado do hotel antes de dizerem o andar. O fato de terem a companhia do senhor de meia idade no pequeno cubículo não intimidava nenhum dos dois na tarefa divertida de instigarem um ao outro enquanto ainda precisavam manter a compostura.
– Eu vou cuidar bem de você, . – ele aproximou os lábios de sua orelha, roçando-os levemente em sua pele – Não vou deixar você dormir antes de ter beijado cada pedacinho seu.
O meio de suas pernas vibrou e ela elegantemente as cruzou, fazendo soltar um risinho convencido.
– É bom cumprir sua palavra, babe. Estou começando a ficar embebida em expectativa.
A palavra a qual ela deu ênfase ao falar o fez imaginar se ela já estaria molhada por ele e sua boca salivava só com o simples pensamento. Antes que pudesse perguntar, no entanto, as portas se abriram no andar dela e eles lentamente saíram depois de se despedirem do ascensorista. Logo estavam de frente para o quarto da modelo e se colocou atrás dela, envolvendo sua cintura com seus braços, enquanto a mesma digitava a senha no painel, sabendo que com o corredor vazio ela não o impediria de lhe tocar um pouco mais. detestava trocas de carinho íntimas em público. O músico se inclinou para inspirar por entre os cabelos dela, descendo para seu pescoço, onde ele deixou alguns beijinhos, feliz por ela não detê-lo.
O clique da porta sendo destrancada não o impediu de continuar a beijá-la, o rapaz apenas acompanhou seus passos para dentro, colando ainda mais seus corpos e ouvindo-a suspirar alto, como que em alívio por finalmente estarem a sós no momento em que voltou a fechar a porta. largou a pequena bolsa de mão no chão da entrada e agarrou os braços de com firmeza, ao que ele começava a usar a língua para agradá-la.
– Sua pele é tão doce, princesa. – ele soprou sobre seus ombros, arrepiando-a – Só que eu estou especialmente saudoso de sua boca.
Ele a girou em seus braços e a colocou de frente para si, encarando seus olhos e depois sua boca pintada em um vermelho vibrante. A forma como ela colocou a pontinha da língua para fora, umedecendo seu lábio inferior, o fez apertá-la ainda mais contra si, aproximando seus rostos e roçando suas bochechas.
Foi quem encerrou a espera, levando suas mãos até o rosto dele e guiando os lábios do homem para os seus. O contato tão esperado de suas línguas a fez suspirar novamente e sorriu antes de intensificar o beijo, começando a mover suas mãos pelo corpo da mulher e começando a matar as saudades de cada pequena curva da mesma. Sem pressa, ela separou suas bocas devagar e admirou o rosto bonito do músico manchado com seu batom. Levou o polegar até os lábios dele, contornando-os, para depois levar suas mãos até seus ombros, retirando o paletó que ele vestia. Os sapatos foram deixados por ali antes que ela se voltasse para ele e unisse seus lábios novamente, sendo erguida por seus braços e carregada por ele, com as pernas entrelaçadas em sua cintura, até a enorme cama da suíte.
Assim que seus joelhos tocaram o colchão macio, a mulher virou de costas para ele, que imediatamente afastou seus cabelos para beijar sua nuca. sorriu quando ele alcançou o zíper embutido do vestido e começou a descê-lo, arrastando seus dedos quentes por cada centímetro de pele exposta. Logo seus lábios seguiram pelo mesmo caminho, parando em sua lombar para subirem de novo. se empenharia para que ela se sentisse da mesma forma que ele a via: a mulher mais linda do mundo inteiro.
Sua musa.
Christopher tinha toda a razão no que falara mais cedo. escreveria mil versos sobre cada polegada de pele dela, sobre a forma como suas costas se curvavam sob seu toque e sobre como seus suspiros e gemidos quase inaudíveis eram como a melhor melodia já composta um dia. Ele a venerava e não iria perder a chance de provar que era seu mais devoto servo.
Enquanto voltavam a se beijar, novamente um de frente para o outro, ele se arrepiava pela forma como os mamilos dela roçavam em seu tronco já desnudo e ela se deliciava com as mãos que percorriam a lateral do seu corpo, apertando-a exatamente nos lugares mais sensíveis. sabia onde tocá-la e como tocá-la e era principalmente por sua primazia em agradá-la que nunca nenhum outro homem poderia ser comparado a ele.
– Como estou na missão de agradar você? – ele soprou sobre sua boca quando pararam o beijo e desceu os lábios para seu colo, ao que ela descia as mãos por seu tronco para desafivelar seu cinto e livrá-lo da calça.
– Sinta você mesmo a resposta.
Com um sorriso furtivo nos lábios, tomou uma das mãos que tocava seu seio e a guiou para a barra de sua lingerie inferior, deixando que ele percorresse a pequena fenda que já se encontrava absurdamente molhada, fazendo os dois gemerem juntos ao sentirem o contato tão íntimo.
– Puta merda, ... – seu dedo ainda ia e vinha entre suas pernas, espalhando o líquido por entre os seus lábios e fazendo-a começar a se mover em busca de mais contato – Alguém mais deixa você tão encharcada assim?
colou os lábios na orelha dele, mordendo-a vagarosamente antes de responder.
– Você sabe que não, babe. Ainda que eu esteja sozinha, só posso ficar assim se penso em você.
– Então me deixa cuidar de você, princesa. – ele finalmente subiu na cama com ela, sem deixar de tocá-la, fazendo-a retroceder no colchão até estarem os dois no centro.
se deitou com ela sobre si, beijando seu colo novamente enquanto a livrava da peça de renda que restava. continuava a mover seu quadril para ele, mas o que o homem falaria a seguir a faria parar para estremecer em antecipação pelo prazer que viria.
– Vem aqui... – ele a puxou pela cintura, erguendo seu corpo para ele – Senta na minha cara.
não achou que pudesse ficar mais molhada.
– Com prazer.
O formigamento em seu corpo só parecia aumentar conforme ela engatinhava sobre ele. Os lábios de não saíram de sua pele por um segundo e quando ela finalmente se encaixou em seu rosto, ele beijou e chupou lentamente suas coxas antes de levar os lábios para onde ela mais o queria.
– Vou beijar você até gozar na minha boca.
Com a promessa dita, deslizou seus dedos para abrir caminho entre seus lábios, deixando que sua língua dançasse sobre ela por inteiro antes de dar total atenção ao ponto inchado no centro, o que a fez começar a se remexer sobre ele enquanto se apoiava na cabeceira enorme da cama e com a outra mão apertava o próprio seio. A forma como ele a devorava, deixando que os sons de seus lábios fossem tão facilmente ouvidos, a colocava em estado êxtase. Para ele nada poderia ser melhor do que ouvir , sempre tão silenciosa no sexo, perder a compostura ao não reprimir nenhum de seus gemidos. Os deliciosos sons que saíam de sua boca só o deixavam mais empenhado na tarefa de fazê-la se desmanchar em prazer muito em breve. Porque a forma como ele levava seu clitóris para a boca e o golpeava fortemente com a língua de uma forma magistral, a levaria para o mais alto orgasmo mais rápido que o costume.
– ... Babe, não pare. Eu estou quase ch-
A forma como ela dançava sobre seu rosto se tornou irregular e ele soube que ela estava chegando ao seu ápice. Com mais algumas raspadas de sua língua, estava chamando seu nome repetidas vezes enquanto tremia suas pernas ao redor de sua cabeça. não reprimiu o sorriso antes de chupá-la até que tudo estivesse terminado.
Os resmungos inaudíveis dela continuaram por mais alguns segundos até que ela descesse sobre ele, imediatamente tomando seus lábios em um beijo sedento, enquanto alinhava seu quadril ao dele e voltava a se mover, esfregando sua intimidade ao pau completamente duro de . Ela suspirou em sua boca, arrepiada pela hipersensibilidade do local.
– Ei – ele a chamou, soando carinhoso apesar de ter a expressão quase dolorosa –, está tudo bem. Posso esperar você se recuperar e-
– Anda logo, . – seu tom sem paciência era completamente desejoso – Eu sei que você não está aguentando, então mete de uma vez.
Sua fala explícita o deixou ainda mais duro, se é que fosse possível, mas a forma como ela se levantou sobre ele e se ajoelhou no colchão, abrindo as pernas e empinando, foi a gota d’água. Fora o tempo de perguntar onde ela guardava os preservativos, se livrar da cueca e voltar à cama para que ele estivesse completamente dentro dela, indo e vindo sobre seu corpo com uma intensidade que faziam seus seios pularem e suas nádegas baterem no quadril dele fazendo sua própria música.
se arqueou ainda mais para ele, fechando suas mãos em punho e sentindo suas unhas machucarem sua palma conforme ela sentia o segundo orgasmo chegar, se apertando ao redor dele e o fazendo chamar por ela da forma mais incrível que ela já ouvira. Os palavrões repetidos que saiam da boca de pareciam poesia naquele contexto e quando sua palma foi de encontro ao seu traseiro, apertando-o quando ele se derramou dentro dela, levou sua mão ao clitóris para esfregá-lo apressadamente, logo sentindo os dedos dele sobre os seus, fazendo-a chegar ao prazer maior quase que junto a ele.
Seus corpos desabaram na cama logo em seguida e seus sorrisos cansados aqueceram os corações um do outro antes de compartilharem um beijo terno e preguiçoso.
– Você é a melhor, princesa.
riu fracamente, levando uma de suas mãos para os cabelos suados dele, tirando-os de sua testa.
– A melhor para o melhor. Parece justo, não?
– Se a modéstia for mesmo inexistente aqui, posso dizer que sim.
Ele riu, mas ela rolou os olhos ao se aconchegar nele.
– Não somos modestos, .
Com o som da risada dele ressoando em seus ouvidos, mal percebeu quando pegou no sono. Só acordou cerca de uma hora depois, com seus sentidos captando o aroma de tabaco cafeinado que ela conhecia muito bem. Moveu seu corpo sobre o colchão macio, por debaixo do edredom quentinho e se alongou, finalmente vendo a figura de sentado na poltrona da varanda, usando o roupão do hotel e fumando um charuto enquanto se concentrava em algo no celular. O sorriso ao ver a cena familiar foi involuntário, mas dizia muito sobre a relação deles.
A modelo se sentou sobre a cama, levantando-se em seguida e percebendo que ele havia lhe limpado e vestido uma nova peça íntima confortável. O arrastar de seus chinelos, que ela imediatamente calçou para evitar contato com o chão frio, chamou a atenção do homem para seu despertar.
– Ei – ele a chamou, carinhoso –, acordei você com o cheiro? – perguntou ao vê-la vestir seu robe de seda e caminhar em sua direção.
negou com a cabeça e sentou em seu colo, envolvendo seu pescoço com os braços. não demorou em unir seus lábios em um beijo curto.
– Desculpe – ele apontou o charuto em seus dedos –, vi sobre sua mesa e não resisti.
Seu sorriso franco a fez sorrir também.
– São seus. – ela olhou para a caixa decorada de Cohiba Behike, o clássico e mais caro charuto cubano – Comprei pra você ontem.
– Jura? – seu sorriso ficou ainda maior pela surpresa e ela assentiu em um murmúrio, deitando a cabeça em seu ombro.
– Sei que são seus preferidos.
– Estamos comemorando alguma coisa? – perguntou risonho, abraçando-a pela cintura – Porque se for isso, eu vou me sentir mal por não ter comprado nada pra você.
– Não estamos e você não precisa me comprar nada também.
– Por que sou seu maior presente?
A risada de saiu engasgada, surpresa pela cafonice súbita.
– Não seja idiota, . – ele encerrou o assunto com uma risada e ela o espiou tragando o charuto e soltando a fumaça espessa lentamente – O que você estava fazendo? Está sem sono?
O homem negou com a cabeça e voltou os olhos para o celular sobre a mesa em frente a eles.
– Tive uma ideia pra letra enquanto você dormia e estava anotando para poder trabalhar nela depois.
– Música nova? – ela ergueu novamente os olhos para o rosto dele, que também a encarou, assentindo – Sobre o quê?
– Vai me chamar de idiota se eu disser que é sobre você? – ele riu, mas falava sério.
A mulher abriu levemente a boca em espanto. Esperou que ele continuasse a rir e dissesse que estava brincando, mas continuava a lhe encarar como se esperasse sua reação verbal.
A verdade é que ele não sabia como ainda não a tinha transformado em música, porque aquela era uma forma sublime de eternizá-la em sua vida e de traduzir em versos tudo o que ele sentia por ela e que por vezes não verbalizava. Ele lhe daria o que ela quisesse e lhe daria uma música porque era o que merecia.
– , eu... Uau.
Seu riso desconcertado era como uma pintura rara.
– Não precisa dizer nada sobre isso. – ele beijou seu rosto, não querendo que ela se sentisse forçada a falar sobre sentimentos só porque ele havia decidido ser abertamente sentimental sobre ela.
– É algum tipo de declaração de amor? Vai me pedir em namoro cantando ela pra mim? – ela sorriu, tentando implicar com ele para deixá-lo à vontade, mas algo se remexeu em seu estômago com a expectativa.
– Por que namoro? Você quer que eu a peça em namoro? – ergueu uma sobrancelha para ela, também implicando. deu de ombros.
– Se eu responder vou induzir você.
Foi a vez de ficar boquiaberto. Aquilo era o que ele achava que era?
– Espere a música ficar pronta então. – disse finalmente, desafiando-a com o olhar e sorrindo ao vê-la fazer o mesmo.
– Não me decepcione, . Eu mereço um hit.
A gargalhada gostosa dele fez o peito da mulher formigar e ela soube para qual caminho estavam seguindo.
– Você o terá, princesa. Você merece.
– Gosto desse papel... – ela sorriu ao olhar o céu acinzentado de Londres – La muse.
– Ma muse.
– Gosto ainda mais disso – voltou seu olhar para ele, beijando seus lábios levemente antes de continuar –, de ser a sua musa.
O rapaz sorriu, sentindo o coração adiantar algumas batidas.
– Quer ser a minha musa particular? Só minha?
perguntou enquanto deslizava a pontinha de seu nariz pelo rosto dela, fazendo-a sorrir e se arrepiar levemente.
– Por que isso soa como um pedido de compromisso? – ela sorriu contra sua pele, apertando ainda mais os braços ao redor de seu pescoço.
– Porque o é, princesa.
– Sendo assim... – ela se afastou para olhá-lo nos olhos, checando a sinceridade em suas íris escuras e ficando genuinamente feliz por encontrá-la – Eu aceito.
era impaciente demais para que esperasse ele terminar a música e, na prática, ela já era dele. O resto, como no mundo da moda, era mera formalidade.
¹Em português quer dizer “A musa chegou.”
²Forma de tratamento, em francês, para se dirigir de forma cortês a uma mulher solteira. Como “senhorita” em português.
³Flagship no universo da moda se refere às lojas de referência de determinada marca, onde suas principais novidades chegam primeiro e são parâmetros para aos demais estabelecimentos. A Burberry é pioneira neste conceito usando o “See-now-buy-now”, por colocar à venda em sua flagship todas as peças de suas coleções logo após o desfile de apresentação.
⁴Marca de champanhe francesa.
– La muse est arrivée¹.
Ao seu lado, a parisiense Léa Demoustier anunciou a chegada da outra modelo em seu francês charmoso e que aos ouvidos de poderia ter soado extremamente sensual, caso o rapaz ao menos tivesse tido tempo de prestar atenção no chiado característico entre uma palavra e outra. No instante em que girou o corpo e se centralizou em sua visão, todos ao redor se tornaram coadjuvantes. Um sorriso curto ornou seus lábios antes que ele tomasse mais um gole de sua champanhe assim que ela parou o maïtre para fazer algum pedido, inclinando-se em sua direção. O homem parecia desconcertado pela proximidade e apesar de achar divertido, não podia julgá-lo. ainda pegou um resquício de seu sorriso e arqueou uma sobrancelha em um questionamento mudo ao pousar seus olhos sempre espertos e blasés no homem que a observava por cima de sua taça, mas não recebeu nada de volta além de um típico olhar desafiador de .
Ela adorava aquele olhar.
Se não precisasse, ignoraria toda a etiqueta e as formalidades e o convidaria para subir imediatamente.
– Mademoiselle²... – o sorriso pequeno se apresentou para ela fazendo um delicioso par ao tom de seus olhos, fazendo-a rir pela forma tola como seu interior esquentou com tão pouco.
tomou sua mão direita entre a sua esquerda e a beijou delicadamente, sem tirar os olhos dos seus. A simples lembrança da potencialidade de seus lábios a fez segurar um suspiro. Para sua sorte, ela certamente teria aqueles mesmos lábios onde quisesse até o final da noite.
– Muito me agrada essa sua persona elegante e cavalheira – ela sorriu ao se aproximar mais, passando os dedos pela lapela que há minutos atrás era assunto –, mas seu francês é péssimo.
O sopro perto de sua boca fez o homem segurar a vontade de beijá-la. Como sabia que ela não aprovaria, apenas riu.
– É a forma de agradecer sua chegada, . – Léa começou após cumprimentá-la – Seu músico se entedia de nossas conversas.
O riso dos outros três modelos que lhe acompanhavam o intimidou um pouco, mas em fração de segundos ele reverteu a situação, como de praxe.
– Você sabe que não quis ser indelicado, Léa. – o tom um pouco abaixo do normal ao se aproximar era como um trunfo e assistiu rindo a amiga retesar a postura e desviar o olhar, notadamente incomodada pelo o que o charme do chinês a fazia sentir.
– Definitivamente entendo você! – o indicador da francesa balançou em direção a outra, que não segurou a gargalhada – , meu caro, não saia fazendo isso – ela gesticulou, fazendo o sorriso do homem se alargar e rir mais ainda – livremente por aí. Se testar seus dotes com uma italiana você terá dois pares enormes de pernas o prendendo a uma cama pelo resto da noite. Imagino que você prefira uma conterrânea... – o olhar de Léa agora era sugestivo e correu de para em alguns segundos.
– Vou levar sua sugestão em extrema consideração.
Sua resposta no mesmo tom fez a modelo negra rolar os olhos, mas antes que ela pudesse mudar um pouco sua compostura e lhe dar uma resposta mal educada, uma voz extremamente conhecida e carregada em um típico sotaque britânico se fez presente entre eles.
– , sempre estonteante sem o menor esforço! – Bailey, seu diretor executivo e grande entusiasta, se aproximou para cumprimentá-la, descendo seus olhos para o que ela vestia como se visse o modelo pela primeira vez – Se eu fosse qualquer mulher neste salão, já estaria na flagship³ da Regent Street para comprar um igual ao seu.
O modelo em tecido brocado, de fundo azul e em detalhes pretos, era uma das peças-chave da nova coleção e Christopher Bailey havia escolhido especialmente para vesti-lo. Soube que havia acertado na decisão assim que pôs seus olhos nela na passarela mais cedo naquela noite.
– Todos os méritos são seus, Mr. Bailey. – ela sorriu amistosa e agraciada pelo elogio.
– Minha querida, se não houvesse mulheres como você para vestir, jamais haveria inspiração para homens como eu.
Ao olhar para quem a acompanhava, Christopher alargou o sorriso e completou seu raciocínio.
– Tenho certeza que o homem ao seu lado, dentro de sua própria perspectiva, concorda.
– Absolutamente. – assentiu, sabendo que não havia um pingo de exagero na fala do estilista. definitivamente poderia ser a musa inspiradora de qualquer um que fizesse arte e certamente era a sua.
– Vocês dois juntos sempre deixam a minha visão tão agraciada! – a exclamação fez os dois mais jovens gargalharem e Bailey parou um garçom para pegar uma taça e entregar à modelo, que sorriu em agradecimento – Moët & Chandon Rosé Imperial⁴, o seu preferido, certo?
– Você é o melhor, Christopher.
Ele abanou uma mão para ela como se não fosse nada demais e sorriu para os dois novamente.
– Aproveitem a noite e, por favor – aproximou-se com um olhar divertido e sugestivo –, não deixem de fazer nada que Simon e eu não faríamos a noite toda. – com a menção ao seu esposo, Bailey se despediu do grupo, deixando os modelos rindo para trás.
Não era segredo para ninguém dos bastidores da Burberry que os dois tinham um caso fervoroso e o quanto eles se alinhavam um ao outro, formando um casal intensamente elegante, era uma unanimidade. era a sofisticação e obtinha o poder da graciosidade altiva que fazia qualquer pessoa parecer estar diante de uma fascinante rainha dos filmes épicos, que apesar da beleza sublime, poderia muito facilmente matar qualquer um no tempo de um estalar de dedos. A caberia o papel do encanto perigoso, com o tipo de olhar que não se encontra mais de duas vezes na vida, e cuja beleza se assemelhava muito ao que se podia apreender das literaturas marginais, o poder da audácia e do indefinido. Juntos eram como arte em movimento e para quem quer que pudesse vê-los lado a lado, era como o mais intenso furto de fôlego.
O olhar que trocaram após a saída de Christopher era a prova viva dessa argumentação.
– Não tive tempo de dizer isso depois do desfile – tomou a mão livre dela com a sua e enroscou seus dedos de forma discreta ao lado de seus corpos –, mas você esteve espetacular na passarela.
– Você conseguiu ver? – o fato de seu sorriso especial, aquele que ela não oferecia a muitas pessoas, ter brotado em seus lábios, foi sua forma de agradecer ao elogio – Você foi maravilhoso. Está cada vez melhor nisso.
– Eu aprendo com a melhor. Depois de tantas vezes, já não sou mais um intruso no seu mundo.
– Você nunca foi. Além do mais – ela riu, aproximando-se mais do homem e sentindo seu perfume delicioso de mais perto –, passa a ser um tanto entediante pra mim quando você não está.
Diante da declaração inesperada, riu abertamente, fazendo-a alargar seu sorriso. Ele levantou a mão que gentilmente segurava e levou até seus lábios, beijando-a mais uma vez antes de responder.
– Não é segredo que para mim só é inteiramente divertido quando você está, certo?
– Até quando a modelo em questão é Kendall Jenner? – ela arqueou uma sobrancelha para ele, mantendo a expressão divertida ao citar o último trabalho de como modelo fotográfico para a última edição da Vogue chinesa ao lado da norte-americana.
– Ela não é muito divertida, acredite.
– E você acha que eu não sei? – sua risada fez sorrir e começar um carinho com um polegar na mão dela que ele ainda segurava.
– Senti sua falta, .
Seu olhar intenso e contendo centelhas de carinho caiu sobre ela. A última vez que estiveram juntos havia sido há dois meses, antes de viajar para Los Angeles para gravar seu próximo single. Durante aquela semana, em meio à correria da agenda lotada com os compromissos do evento de moda, eles sequer tiveram mais de uma hora juntos. Ainda que não tivessem um relacionamento bem delimitado, eles se viam com frequência quando ambos estavam em Pequim, onde moravam, e quando posavam para Burberry juntos em países estrangeiros era sempre um no outro que encontravam uma forma de estarem em casa e à vontade.
– Eu sei. – ela cantarolou próximo ao seu ouvido, segurando-se para não levar seus lábios pintados de vermelho até seu lóbulo – Senti a sua também.
Ela sorriu ao voltar seu olhar para o rosto lindo dele, levantando a taça em sua direção, esperando que ele fizesse o mesmo até ouvirem o tilintar dos cristais ao se tocarem levemente. bebeu e fechou os olhos ao sentir a sedutora mistura de vinho e champanhe, uma combinação um tanto afrodisíaca em sua opinião.
– Então você concorda que podemos subir.
Seu olhar cheio de intenções que não eram segredo nenhum para si mesma, fez seu colo formigar. Definitivamente sentia falta dele.
– , eu acabei de chegar.
– No entanto, quer me levar para seu quarto desde que entrou aqui.
riu da constatação completamente verdadeira dele.
– Eu sequer cumprimentei algumas pessoas ainda. – ela tentou contra-argumentar, mas a vontade de tocá-lo a fez soar nada convincente até para si mesma.
– Assumo a responsabilidade de macular seus bons modos, princesa. – ele escorregou a mão para suas costas, pousando-a gentilmente sobre sua lombar.
A modelo rolou os olhos, abaixando os ombros em um suspiro não assumidamente derrotado.
– Infelizmente eu amo quando você me faz pisar fora da linha.
riu, tomando a taça dela em sua mão para deixar no balcão atrás deles, junto da sua, antes de lentamente começar a conduzi-la para fora.
– Sempre quis fazer o papel de bad boy ao menos uma vez na vida. – ele sussurrou em seu ouvido enquanto ela acenava para uma das designers de bolsas da coleção, fazendo-a limpar a garganta para espantar sua crescente excitação.
– Eu, pelo contrário, detesto esses clichês. – ela segurou em seu braço ao cumprimentarem os seguranças na porta do salão e ele riu brevemente, deixando um beijo leve na parte descoberta de seu ombro.
– Você sabe que não precisa verdadeiramente se preocupar, afinal – ambos pararam em frente ao elevador e voltou a sussurrar em seu ouvido, dessa vez fazendo-a se arrepiar por completo –, tudo que eu sempre fiz foi ser extremamente bom para você.
O riso que se desprendeu dos lábios da modelo tinha um caráter nervoso, mas apesar disso, não havia nenhuma sombra de embaraço em sua postura ou em seu olhar, e era isso que mais encantava . sabia ser uma belíssima caixinha de surpresas.
– Estou ansiosa para saber o quanto você será bom comigo hoje. Já faz algum tempo desde a última vez...
As portas de metal se abriram e eles entraram de braços dados, cumprimentando o empregado do hotel antes de dizerem o andar. O fato de terem a companhia do senhor de meia idade no pequeno cubículo não intimidava nenhum dos dois na tarefa divertida de instigarem um ao outro enquanto ainda precisavam manter a compostura.
– Eu vou cuidar bem de você, . – ele aproximou os lábios de sua orelha, roçando-os levemente em sua pele – Não vou deixar você dormir antes de ter beijado cada pedacinho seu.
O meio de suas pernas vibrou e ela elegantemente as cruzou, fazendo soltar um risinho convencido.
– É bom cumprir sua palavra, babe. Estou começando a ficar embebida em expectativa.
A palavra a qual ela deu ênfase ao falar o fez imaginar se ela já estaria molhada por ele e sua boca salivava só com o simples pensamento. Antes que pudesse perguntar, no entanto, as portas se abriram no andar dela e eles lentamente saíram depois de se despedirem do ascensorista. Logo estavam de frente para o quarto da modelo e se colocou atrás dela, envolvendo sua cintura com seus braços, enquanto a mesma digitava a senha no painel, sabendo que com o corredor vazio ela não o impediria de lhe tocar um pouco mais. detestava trocas de carinho íntimas em público. O músico se inclinou para inspirar por entre os cabelos dela, descendo para seu pescoço, onde ele deixou alguns beijinhos, feliz por ela não detê-lo.
O clique da porta sendo destrancada não o impediu de continuar a beijá-la, o rapaz apenas acompanhou seus passos para dentro, colando ainda mais seus corpos e ouvindo-a suspirar alto, como que em alívio por finalmente estarem a sós no momento em que voltou a fechar a porta. largou a pequena bolsa de mão no chão da entrada e agarrou os braços de com firmeza, ao que ele começava a usar a língua para agradá-la.
– Sua pele é tão doce, princesa. – ele soprou sobre seus ombros, arrepiando-a – Só que eu estou especialmente saudoso de sua boca.
Ele a girou em seus braços e a colocou de frente para si, encarando seus olhos e depois sua boca pintada em um vermelho vibrante. A forma como ela colocou a pontinha da língua para fora, umedecendo seu lábio inferior, o fez apertá-la ainda mais contra si, aproximando seus rostos e roçando suas bochechas.
Foi quem encerrou a espera, levando suas mãos até o rosto dele e guiando os lábios do homem para os seus. O contato tão esperado de suas línguas a fez suspirar novamente e sorriu antes de intensificar o beijo, começando a mover suas mãos pelo corpo da mulher e começando a matar as saudades de cada pequena curva da mesma. Sem pressa, ela separou suas bocas devagar e admirou o rosto bonito do músico manchado com seu batom. Levou o polegar até os lábios dele, contornando-os, para depois levar suas mãos até seus ombros, retirando o paletó que ele vestia. Os sapatos foram deixados por ali antes que ela se voltasse para ele e unisse seus lábios novamente, sendo erguida por seus braços e carregada por ele, com as pernas entrelaçadas em sua cintura, até a enorme cama da suíte.
Assim que seus joelhos tocaram o colchão macio, a mulher virou de costas para ele, que imediatamente afastou seus cabelos para beijar sua nuca. sorriu quando ele alcançou o zíper embutido do vestido e começou a descê-lo, arrastando seus dedos quentes por cada centímetro de pele exposta. Logo seus lábios seguiram pelo mesmo caminho, parando em sua lombar para subirem de novo. se empenharia para que ela se sentisse da mesma forma que ele a via: a mulher mais linda do mundo inteiro.
Sua musa.
Christopher tinha toda a razão no que falara mais cedo. escreveria mil versos sobre cada polegada de pele dela, sobre a forma como suas costas se curvavam sob seu toque e sobre como seus suspiros e gemidos quase inaudíveis eram como a melhor melodia já composta um dia. Ele a venerava e não iria perder a chance de provar que era seu mais devoto servo.
Enquanto voltavam a se beijar, novamente um de frente para o outro, ele se arrepiava pela forma como os mamilos dela roçavam em seu tronco já desnudo e ela se deliciava com as mãos que percorriam a lateral do seu corpo, apertando-a exatamente nos lugares mais sensíveis. sabia onde tocá-la e como tocá-la e era principalmente por sua primazia em agradá-la que nunca nenhum outro homem poderia ser comparado a ele.
– Como estou na missão de agradar você? – ele soprou sobre sua boca quando pararam o beijo e desceu os lábios para seu colo, ao que ela descia as mãos por seu tronco para desafivelar seu cinto e livrá-lo da calça.
– Sinta você mesmo a resposta.
Com um sorriso furtivo nos lábios, tomou uma das mãos que tocava seu seio e a guiou para a barra de sua lingerie inferior, deixando que ele percorresse a pequena fenda que já se encontrava absurdamente molhada, fazendo os dois gemerem juntos ao sentirem o contato tão íntimo.
– Puta merda, ... – seu dedo ainda ia e vinha entre suas pernas, espalhando o líquido por entre os seus lábios e fazendo-a começar a se mover em busca de mais contato – Alguém mais deixa você tão encharcada assim?
colou os lábios na orelha dele, mordendo-a vagarosamente antes de responder.
– Você sabe que não, babe. Ainda que eu esteja sozinha, só posso ficar assim se penso em você.
– Então me deixa cuidar de você, princesa. – ele finalmente subiu na cama com ela, sem deixar de tocá-la, fazendo-a retroceder no colchão até estarem os dois no centro.
se deitou com ela sobre si, beijando seu colo novamente enquanto a livrava da peça de renda que restava. continuava a mover seu quadril para ele, mas o que o homem falaria a seguir a faria parar para estremecer em antecipação pelo prazer que viria.
– Vem aqui... – ele a puxou pela cintura, erguendo seu corpo para ele – Senta na minha cara.
não achou que pudesse ficar mais molhada.
– Com prazer.
O formigamento em seu corpo só parecia aumentar conforme ela engatinhava sobre ele. Os lábios de não saíram de sua pele por um segundo e quando ela finalmente se encaixou em seu rosto, ele beijou e chupou lentamente suas coxas antes de levar os lábios para onde ela mais o queria.
– Vou beijar você até gozar na minha boca.
Com a promessa dita, deslizou seus dedos para abrir caminho entre seus lábios, deixando que sua língua dançasse sobre ela por inteiro antes de dar total atenção ao ponto inchado no centro, o que a fez começar a se remexer sobre ele enquanto se apoiava na cabeceira enorme da cama e com a outra mão apertava o próprio seio. A forma como ele a devorava, deixando que os sons de seus lábios fossem tão facilmente ouvidos, a colocava em estado êxtase. Para ele nada poderia ser melhor do que ouvir , sempre tão silenciosa no sexo, perder a compostura ao não reprimir nenhum de seus gemidos. Os deliciosos sons que saíam de sua boca só o deixavam mais empenhado na tarefa de fazê-la se desmanchar em prazer muito em breve. Porque a forma como ele levava seu clitóris para a boca e o golpeava fortemente com a língua de uma forma magistral, a levaria para o mais alto orgasmo mais rápido que o costume.
– ... Babe, não pare. Eu estou quase ch-
A forma como ela dançava sobre seu rosto se tornou irregular e ele soube que ela estava chegando ao seu ápice. Com mais algumas raspadas de sua língua, estava chamando seu nome repetidas vezes enquanto tremia suas pernas ao redor de sua cabeça. não reprimiu o sorriso antes de chupá-la até que tudo estivesse terminado.
Os resmungos inaudíveis dela continuaram por mais alguns segundos até que ela descesse sobre ele, imediatamente tomando seus lábios em um beijo sedento, enquanto alinhava seu quadril ao dele e voltava a se mover, esfregando sua intimidade ao pau completamente duro de . Ela suspirou em sua boca, arrepiada pela hipersensibilidade do local.
– Ei – ele a chamou, soando carinhoso apesar de ter a expressão quase dolorosa –, está tudo bem. Posso esperar você se recuperar e-
– Anda logo, . – seu tom sem paciência era completamente desejoso – Eu sei que você não está aguentando, então mete de uma vez.
Sua fala explícita o deixou ainda mais duro, se é que fosse possível, mas a forma como ela se levantou sobre ele e se ajoelhou no colchão, abrindo as pernas e empinando, foi a gota d’água. Fora o tempo de perguntar onde ela guardava os preservativos, se livrar da cueca e voltar à cama para que ele estivesse completamente dentro dela, indo e vindo sobre seu corpo com uma intensidade que faziam seus seios pularem e suas nádegas baterem no quadril dele fazendo sua própria música.
se arqueou ainda mais para ele, fechando suas mãos em punho e sentindo suas unhas machucarem sua palma conforme ela sentia o segundo orgasmo chegar, se apertando ao redor dele e o fazendo chamar por ela da forma mais incrível que ela já ouvira. Os palavrões repetidos que saiam da boca de pareciam poesia naquele contexto e quando sua palma foi de encontro ao seu traseiro, apertando-o quando ele se derramou dentro dela, levou sua mão ao clitóris para esfregá-lo apressadamente, logo sentindo os dedos dele sobre os seus, fazendo-a chegar ao prazer maior quase que junto a ele.
Seus corpos desabaram na cama logo em seguida e seus sorrisos cansados aqueceram os corações um do outro antes de compartilharem um beijo terno e preguiçoso.
– Você é a melhor, princesa.
riu fracamente, levando uma de suas mãos para os cabelos suados dele, tirando-os de sua testa.
– A melhor para o melhor. Parece justo, não?
– Se a modéstia for mesmo inexistente aqui, posso dizer que sim.
Ele riu, mas ela rolou os olhos ao se aconchegar nele.
– Não somos modestos, .
Com o som da risada dele ressoando em seus ouvidos, mal percebeu quando pegou no sono. Só acordou cerca de uma hora depois, com seus sentidos captando o aroma de tabaco cafeinado que ela conhecia muito bem. Moveu seu corpo sobre o colchão macio, por debaixo do edredom quentinho e se alongou, finalmente vendo a figura de sentado na poltrona da varanda, usando o roupão do hotel e fumando um charuto enquanto se concentrava em algo no celular. O sorriso ao ver a cena familiar foi involuntário, mas dizia muito sobre a relação deles.
A modelo se sentou sobre a cama, levantando-se em seguida e percebendo que ele havia lhe limpado e vestido uma nova peça íntima confortável. O arrastar de seus chinelos, que ela imediatamente calçou para evitar contato com o chão frio, chamou a atenção do homem para seu despertar.
– Ei – ele a chamou, carinhoso –, acordei você com o cheiro? – perguntou ao vê-la vestir seu robe de seda e caminhar em sua direção.
negou com a cabeça e sentou em seu colo, envolvendo seu pescoço com os braços. não demorou em unir seus lábios em um beijo curto.
– Desculpe – ele apontou o charuto em seus dedos –, vi sobre sua mesa e não resisti.
Seu sorriso franco a fez sorrir também.
– São seus. – ela olhou para a caixa decorada de Cohiba Behike, o clássico e mais caro charuto cubano – Comprei pra você ontem.
– Jura? – seu sorriso ficou ainda maior pela surpresa e ela assentiu em um murmúrio, deitando a cabeça em seu ombro.
– Sei que são seus preferidos.
– Estamos comemorando alguma coisa? – perguntou risonho, abraçando-a pela cintura – Porque se for isso, eu vou me sentir mal por não ter comprado nada pra você.
– Não estamos e você não precisa me comprar nada também.
– Por que sou seu maior presente?
A risada de saiu engasgada, surpresa pela cafonice súbita.
– Não seja idiota, . – ele encerrou o assunto com uma risada e ela o espiou tragando o charuto e soltando a fumaça espessa lentamente – O que você estava fazendo? Está sem sono?
O homem negou com a cabeça e voltou os olhos para o celular sobre a mesa em frente a eles.
– Tive uma ideia pra letra enquanto você dormia e estava anotando para poder trabalhar nela depois.
– Música nova? – ela ergueu novamente os olhos para o rosto dele, que também a encarou, assentindo – Sobre o quê?
– Vai me chamar de idiota se eu disser que é sobre você? – ele riu, mas falava sério.
A mulher abriu levemente a boca em espanto. Esperou que ele continuasse a rir e dissesse que estava brincando, mas continuava a lhe encarar como se esperasse sua reação verbal.
A verdade é que ele não sabia como ainda não a tinha transformado em música, porque aquela era uma forma sublime de eternizá-la em sua vida e de traduzir em versos tudo o que ele sentia por ela e que por vezes não verbalizava. Ele lhe daria o que ela quisesse e lhe daria uma música porque era o que merecia.
– , eu... Uau.
Seu riso desconcertado era como uma pintura rara.
– Não precisa dizer nada sobre isso. – ele beijou seu rosto, não querendo que ela se sentisse forçada a falar sobre sentimentos só porque ele havia decidido ser abertamente sentimental sobre ela.
– É algum tipo de declaração de amor? Vai me pedir em namoro cantando ela pra mim? – ela sorriu, tentando implicar com ele para deixá-lo à vontade, mas algo se remexeu em seu estômago com a expectativa.
– Por que namoro? Você quer que eu a peça em namoro? – ergueu uma sobrancelha para ela, também implicando. deu de ombros.
– Se eu responder vou induzir você.
Foi a vez de ficar boquiaberto. Aquilo era o que ele achava que era?
– Espere a música ficar pronta então. – disse finalmente, desafiando-a com o olhar e sorrindo ao vê-la fazer o mesmo.
– Não me decepcione, . Eu mereço um hit.
A gargalhada gostosa dele fez o peito da mulher formigar e ela soube para qual caminho estavam seguindo.
– Você o terá, princesa. Você merece.
– Gosto desse papel... – ela sorriu ao olhar o céu acinzentado de Londres – La muse.
– Ma muse.
– Gosto ainda mais disso – voltou seu olhar para ele, beijando seus lábios levemente antes de continuar –, de ser a sua musa.
O rapaz sorriu, sentindo o coração adiantar algumas batidas.
– Quer ser a minha musa particular? Só minha?
perguntou enquanto deslizava a pontinha de seu nariz pelo rosto dela, fazendo-a sorrir e se arrepiar levemente.
– Por que isso soa como um pedido de compromisso? – ela sorriu contra sua pele, apertando ainda mais os braços ao redor de seu pescoço.
– Porque o é, princesa.
– Sendo assim... – ela se afastou para olhá-lo nos olhos, checando a sinceridade em suas íris escuras e ficando genuinamente feliz por encontrá-la – Eu aceito.
era impaciente demais para que esperasse ele terminar a música e, na prática, ela já era dele. O resto, como no mundo da moda, era mera formalidade.
¹Em português quer dizer “A musa chegou.”
²Forma de tratamento, em francês, para se dirigir de forma cortês a uma mulher solteira. Como “senhorita” em português.
³Flagship no universo da moda se refere às lojas de referência de determinada marca, onde suas principais novidades chegam primeiro e são parâmetros para aos demais estabelecimentos. A Burberry é pioneira neste conceito usando o “See-now-buy-now”, por colocar à venda em sua flagship todas as peças de suas coleções logo após o desfile de apresentação.
⁴Marca de champanhe francesa.
Fim.
Nota da autora: Yifan, babe, você merecia uma fic e eu estou aqui só para isso mesmo.
Essa estória foi parcialmente baseada na música Deserve do meu multi-faceted chinês – se você não conhece, clique aí e se apaixone –, e eu espero que vocês gostem. Foi bem divertido escrever! Já tô aqui fingindo que a música que ele escreve pra protagonista é Like That, a última que ele lançou, porque sim e porque combina. Dêem amor a esse homi lindo!
Não esqueçam de dizer o que acharam, ok?
Para terem acesso às minhas outras fics, basta clicar em minha página de autora aqui abaixo e no ícone do Facebook vocês podem ter acesso ao meu grupo de fics.
Obrigada por lerem e até a próxima!
xx
Thainá M.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Essa estória foi parcialmente baseada na música Deserve do meu multi-faceted chinês – se você não conhece, clique aí e se apaixone –, e eu espero que vocês gostem. Foi bem divertido escrever! Já tô aqui fingindo que a música que ele escreve pra protagonista é Like That, a última que ele lançou, porque sim e porque combina. Dêem amor a esse homi lindo!
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Thainá M.