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Capítulo 01



Wherever you go, just always remember; you never alone
We’re birds of a feather. And we’ll never change,
No matter the weather. This is my oath to you.



Sábado, Santo Amaro, 6h47 PM.

Olá meninas, sou nova no canal. Qual é o nome completo, idade e nome dos namorados de vocês?

- Bem vinda ao canal, amor! – sorriu – Meu nome completo é da Cunha Fernandes. Tenho 19 anos e não pego nem gripe.
- Olá, olá! Sou da Cunha Fernandes. Tenho 22 anos e meu namorado é o Pedro do canal Master Killers.
- Hey, nem! Quem vos fala é da Cunha Fernandes. Tenho 17 aninhos e to sozinha. Boys, podem vir.

Com quantos anos vocês perderam a virgindade?

- Assim, honey, que tipo de pergunta é essa? – riu, antes de ficar séria e responder. – Foi há um ano...
- A minha foi quando? Hm... Deixe-me pensar. – Cocei o queixo. – Qua... Há cinco anos.
- E você, ? – olhou-a curiosa.
- Like a virgin – deu um pulo da cadeira, cantando. – Touch for the very first time... I’m a virgin. – Ela mudou a letra, ainda no ritmo.
- Até parece. – Rolei os olhos, desacreditando, enquanto ela voltava rindo para sua cadeira.

Como integrar no Fernandexx?

- Impossível.
- Se torne parte da família.
- Espere uma de nós três morrer.

Entreolhamos-nos, dando de ombros.
- Enfim, galera, por hoje é só. Obrigada por assistirem o vídeo até aqui. Juro que tentamos fazer o vídeo com menos de meia hora, mas foi... Impossível. – deu um sorriso amarelo.
- Se você gostou do vídeo, deixa seu joinha. Se você não é inscrito, se inscreve aqui em baixo para nos acompanhar.
- E é só... Beijo. – Empurrei a câmera para o colchão que estava em baixo da mesa e fingi um gritinho de surpresa. – Desculpa manas. Foi sem querer.
Nós rimos e se abaixou, desligando a câmera.
- Jesus, eu to morrendo de fome. – murmurou, já se sentando em frente ao computador para editar o vídeo.
- Lasanha? – me encarou com os olhos brilhando.
- Lasanha. – Respondi de prontidão, saindo do estúdio, em direção à cozinha.
No caminho, pude escutar a pirralha murmurando algo sobre “Talvez lasanha seja nosso Okay” e acabei rindo sozinha.
Entrei no cômodo de destino e logo peguei meu celular sob a mesa.

“Não nos falamos desde janeiro SUA PUTAAAAAA. Você esqueceu os amigos pobres só porque foi chamada para o Passa ou Repassa. Mas vou te contar uma coisa: EU VOU ESTAR LÁ MUAHAHAHAHAH.”

Era o que dizia a última mensagem enviada para o meu WhatsApp.

“Eu não acredito que ainda tem meu número. Sério isso? Achei que tinha me esquecido definitivamente.

Respondi. Meio estática. Meio surpresa. Meio – Muito – feliz.
Antes que pudesse colocar o celular no lugar em que estava antes, o mesmo vibrou.

Duas mensagens de CocieLOVE.
“Claro que não, na verdade eu tinha cansado de correr atrás de você mesmo.”
“Mas trouxas sempre serão trouxas.”

Sorri, tentando não cair na cozinha enquanto andava de um lado para o outro respondendo ao Júlio e fazendo lasanha.

“Você não me chamou, eu fiquei um pouco acanhada. Só isso. Mas de qualquer forma, vamos nos ver na quinta. Ainda somos melhores amigos, né?”

Recebi somente uma resposta meio seca.

“Vou pensar no seu caso. Até quinta!”

Foi dessa forma que nossa conversa tinha ido para a caixa prego novamente.

★★★


- Nossa... , isso tá horrível! – murmurou com uma careta.
Assim que terminou de dizer isso, , que tinha acabado de dar uma garfada na lasanha, a devolveu para o prato.
- Mas tá com gosto de quê? – Perguntei, levando uma garfada da comida à boca, sendo impedida por .
- Gosto de comida vencida. – tossiu.
- Mas não é possível. – Suspirei frustrada. – Eu prestei tanta atenção e cuidado na hora de fazer.
- Não é o que a gente tá percebendo. – rolou os olhos.
- Eu vou pedir uma comida japonesa. – respirou fundo, se levantando e saindo da cozinha.
- O que aconteceu contigo, Nega do Borel? Tu nunca erraste uma simples lasanha.
- Não aconteceu nada. Eu só tava distraída.
- Aí que tu se perde na própria mentira, garota. Falou que tava prestando mó atenção e ali chega ali você chega na minha cara e diz que tava distraída? Vai tentar fazer o Pedro de otário, porra. – Ela bufou.
Ta aí um fato sobre a , ela é muito tolerante para quase todo tipo de coisa, mas se ela descobre que você mentiu; sai de baixo.
- A comida chega em menos de quinze minutos, gente. – se apoiou no batente da porta por alguns segundos, até sumir novamente.
- Eu não vou pedir pra você me contar o que aconteceu, porque uma hora você vai precisar contar pra mim e pra . E quando você fizer isso... A gente te ouve. – cruzou os braços, se levantando e indo até a porta. – Agora joga esse lixo que você chama de lasanha fora, por favor. – Ela sorriu irônica, saindo do recinto.
Peguei o pirex cheio de lasanha e joguei toda a comida no lixo, com certa dor no coração. Lavei as louças sujas e depois de uns dez minutos eu cheguei à sala, onde minhas irmãs estavam.
- O que você pediu, ? – Perguntei, me jogando na poltrona.
- Número um, cinco e dezesseis. – Ela respondeu, parando de passar os canais da TV, deixando na Fox.
- Queridonda, quem grava números para jogos aqui é você. Quero nomes.
Ela suspirou, ouvindo a campainha tocar, para o que prontamente se levantou para atender.
- Frango agridoce, Yakissoba e Macarrão Thai. – disse, pagou o entregador e voltou para perto de nós. – Pra você, pra você e para mim. – Ela nos entregou as respectivas caixinhas de comida e se sentou novamente no sofá.
Sentei com pernas de índio e olhei para a televisão.
- Que filme é esse?
- O senhor dos anéis... O primeiro. – respondeu.
- Eu não aguento mais assistir isso... Sério, põe na Disney.
- Não. – Ela respondeu, e obviamente não mudou de canal.
, ao seu lado bufou, pegando o controle, mudando o canal para MTV.
- Quem discutir comigo vai ganhar um controle no meio da testa, ouviram? – Ela perguntou retoricamente, colocando o controle na mesa de centro.


Quarta-Feira, Santo Amaro, 11h23 PM.
- Poxa, , me empresta seu headphone, você sabe que o meu quebrou.
- Exatamente! Não vou te emprestar o meu pra você quebrar também. Agora saí do meu quarto, Pivete. – abanou as mãos, para que eu saísse de lá.
- Mas , não vai te custar nada. Se eu quebrar, eu compro outro...
- Não, , que merda! Some daqui.
- Gente, não grita. – não demorou a chegar para apartar a briga. – , vai dormir que amanhã todo mundo aqui vai levantar cedo, e eu te empresto meu headphone. – Assenti, me dirigindo ao meu quarto e escutando ela ainda falar com . – Para de ser egoísta. Quando precisa de alguma coisa dela nem pedir você pede.
Abri a porta, não demorando a fechá-la. No escuro mesmo decidi tentar me guiar até a cama, falhando ao tropeçar em algo que surpreendentemente estava jogado no meio do quarto.
Eu sou um lixo.
Acendi a tela do celular e mirei-a para o que havia me feito cair, encontrando meu par de all star cano alto ali.
- Nossa, , você é tão imprevisível. – Rolei os olhos, pensando na minha própria idiotice e me levantei, desta vez usando o celular para iluminar o caminho.
Deitei-me na cama devagar, assimilando o dia corrido que tinha passado.
* Eu tive que ir à puta que pariu só para pegar um fio do meu Xbox que o pessoal do conserto esqueceu-se de mandar ontem, junto com o console.
* Tinha gravado a primeira live de Layers of fear.
* De bônus eu quebrei meu headphone.
* E amanhã ainda iria acordar cedo para ir para a BGS.
Meus três anos de canal com minhas irmãs foram, sem dúvida, os melhores anos da minha vida. Mas que coisinha desgastante, né não?!
Desbloqueei o celular que já estava na minha mão e primeiramente abri o WhatsApp que – Graças a Deus – não tinha muito movimento, somente algumas mensagens do Mauro, que eu certamente não responderia agora e uma da Malena.
“Burra master, vc disse que ia vir pra minha casa, mas não disse a hora. Vou sair daqui 15:00”

Ela tinha me mandado aquela mensagem quatro e pouca da tarde, o que significa que ela já estava querendo me matar, a essa altura do campeonato.

“Fala, nem. Então, vou pegar um táxi aqui perto de casa duas e vinte. Chego aí dez pras três, no máximo.”

Não demorou mais que cinco minutos para que Malena me respondesse:

“Pega um mais cedo, porque se você pegar trânsito a gente vai ter que se encontrar lá, blz?”

Eu disse que não tinha problema, então ela me desejou uma boa noite e, provavelmente foi dormir. Coisa que eu não demorei a tentar fazer.

❤❤❤


Quinta-Feira, Jabaquara, 14h59 PM.
- , onde você tá, mano?
- To quase chegando. To passando aqui pela Dr. Luís Rocha Miranda.
- Tu tá brincando? Eu te falei pra sair de casa mais cedo porque você ia pegar trânsito e você me diz que três horas da tarde você tá passando pela Luís Miranda? Não pode ser verdade.
- Me desculpa Malena, não vai acontecer de novo. Só não vai sem mim, por favor. – Pedi, com certo receio de que ela não me esperasse.
Ontem à noite eu estava tranquila com a possibilidade de ir sozinha, mas eu NÃO ESTOU MAIS.
Qual foi? Eu sou um desastre ambulante.
- Só vou anotando os vacilos, . Só vou anotando os vacilos. – Dito isso ela desligou na minha cara.
Suspirei, guardando o celular. Assim que olhei para frente, passei o olho pelo retrovisor, onde reparei que o motorista me encarava. Ele pareceu um pouco constrangido ao ver que eu o olhava de volta, mas surpreendentemente, virou para trás, para me olhar nos olhos.
- Você é aquela garota que faz vídeos com outras duas garotas para a internet, não é? – Ele perguntou meio enrolado e eu tentei não rir.
- Sim, sou eu.
- Poxa, minha sobrinha gosta muito de vocês, você não pode tirar uma foto comigo para eu mostrar pra ela?
- Claro que sim! – Sorri de forma quase angelical para o homem que abriu um sorrisão Colgate pra mim.
Ele puxou um celular mais simples do bolso, conferiu se tudo ainda estava engarrafado e virou “as costas” do celular para bater nossa foto.
- Obrigado querida. Deus abençoe sua simpatia. – Ele se virou para frente e quase como em um passe de mágica ele pode voltar a andar com o carro.
DEUS É PAI, NÃO É PADRASTO.
- Nada, moço. Obrigada ao senhor. – Me recostei no banco, só esperando que nada desse errado.

Não mais que uns três minutos depois, paramos em frente ao prédio de Malena. Eu paguei a corrida ao tiozinho – literalmente – e desci do carro, vendo minha amiga parada em frente à portaria com cara de alguém que estava vivenciando o regime militar e não estava gostando nem um pouco.
- Alguém podia escutar mais conselhos. – Ela puxou a mochila que estava na minha mão, pedindo ao porteiro que guardasse e já foi em direção à São Paulo Expo que não ficava muito longe da casa dela.
Sim, nós iríamos a pé.
Não, eu não queria andar.
Sim, eu já estou reclamando.
- E alguém podia ser menos rabugenta. – Ela me encarou. – Qual foi? Acabou de dar três e sete. – Encarei o visor do celular e arqueei as sobrancelhas enquanto ela simplesmente me ignorou.


Quinta-Feira, Santo Amaro, 06h10 AM.

- , para de fazer barulho, garota! Se você acordar a Pirralha, a casa vai virar um inferno de gente reclamando.
- Até parece que você não tá reclamando. – Rolei os olhos, ligando novamente o mixer para terminar de bater minha vitamina de abacate.
- Enfim. – se sentou à mesa de “jantar” e eu logo fiz o mesmo, começando a comer. – Ao que parece, a competição não vai ser tão difícil assim.
- Hã? – Questionei, sem entender.
- Tipo, o T3ddy sempre faz burrada; sabemos que o Júlio não é a pessoa mais inteligente do mundo; já ouvi o Christian Figueiredo dizer em algum lugar que nunca tirou notas muito boas na escola e o Castanhari... Bom, o Castanhari merece certa preocupação. – Ela riu e eu acompanhei. – Em compensação, nós duas não somos burras nem nada, a Kéfera também não e a Nina também não deve ser. Pronto, nem precisamos de plano pra acabar com os meninos. – Ela fez uma cara metida, rindo em seguida.
- Mas você sabe que eles vão mandar muito melhor no percurso, né? – Arqueei as sobrancelhas já conseguindo imaginar como aquilo seria uma cena ridícula.
- Claro que sim! A gente vai literalmente quebrar a cara... Ou na melhor das hipóteses, só os dentes mesmo. – deu de ombros e eu assenti.
Depois de alguns minutos em silêncio, me lembrei de algo que valia a pena comentar.
- Aquele dia, você fez a maior merda na lasanha porque o Júlio falou contigo, não foi?
- Hã? – Ela se fez de desentendida.
SONSA.
- Eu sei que no sábado o Júlio te mandou uma mensagem. – A olhei nos olhos, que por acaso estavam um pouquinho arregalados.
- Como você sabe disso? – Ela franziu a testa como se fosse algo de difícil compreensão.
- Eu olhei seu WhatsApp. – Dei de ombros.
- E toda aquela história de que você ia esperar eu te contar porque eu precisaria disso uma hora, coisa e tal?
- Eu menti. – Era tão difícil pra ela entender, Deus? – Eu sou humana, e quando humanos querem muito alguma coisa, nós mentimos.
suspirou e balançou a cabeça. Não parecia sequer surpresa, como se já esperasse por aquilo.
- Como você olhou meu WhatsApp?
- Foi um pouco de sorte e colaboração da . Na segunda, quando a chegou com as compras, ela pediu pra você ajudar. Você desceu, eu peguei seu celular, vi as marcas de dedo nele, fiz a senha, abri seu Whats, tirei print da conversa, mandei pra mim, os apaguei da galeria e botei o celular no lugar de volta.
- A é foda! Pra que ela foi te ajudar?
- Por mais incrível que pareça ela não é um ET. Ela também é humana. – Brinquei, mas não era de tudo mentira – ri.
- Eu tenho duas perguntas. – Assenti para que as fizesse. – Um, como vocês sabiam que tinham que olhar direto no WhatsApp?
- Essa é a história por trás da história, querida. Eu olhei várias coisas.
- Tudo bem. Dois, por que vocês não usam suas mentes para o bem?
- Por que você não se separa do Pedro? Por que eu sou morena? Por que a terra é oval? Por que a lua parece queijo? São perguntas que nunca serão respondidas, amor da minha vida. – Dei um sorriso amarelo, jogando as poucas louças usadas dentro da pia.
Subi para meu quarto, escolhendo uma roupa mais apresentável que o normal. Eu já tinha aparecido em rede nacional, mas televisão é televisão. Tomei um banho bem relaxante, porque parecia que um caminhão tinha me atropelado durante a noite. Acho que nunca tinha acordado com tanta dor nas costas, o que – obviamente – é horrível. Ninguém gosta de sair com dor, muito menos para fazer algo que vai aparecer para o Brasil todo. Tinha escolhido um short cós alto com um cropped de mangas compridas para usar hoje.
Nem um pouco contraditório.
Entrei silenciosamente no quarto de , que ainda dormia, liguei a lanterna do celular e fui procurando pelo chão o que queria. Peguei o par de all star cano alto no meio do quarto e saí de lá assim que o fiz.

♣♣♣


Quinta-Feira, Osasco, 08h30 AM.
Ouvi meu celular tocar na bolsa e pedi um minuto de licença para a moça que me maquiava. Atendi à no terceiro toque.
- Onde estão meus tênis de cano alto?
- Bom dia pra você também, ! Se eu estou bem? Sim, estou ótima, e você?
me olhou de canto de olho e eu gesticulei que estava tudo beleza.
- Para de ser irônica, . Cadê meus sapatos? – Ela bufou começando a elevar a voz.
- Devem ser os que estão nos meus pés – Cantarolei logo a ouvindo gritar uma chuva de palavrões. – Beijo Pivete, até amanhã. – Ri, desligando.
- Os tênis são dela, não são? – encarou o par de sapatos brancos que eu calçava.
- Você tinha alguma dúvida?


I know I drive you crazy sometimes. I know I call you laze,
And that’s most times, but you complete me, and that’s not lie.

Oath – Cher Lloyd



Continua...



Nota da autora: (05/09/2016) Olá gostosas! Esperamos que gostem da fic. Tentamos deixá-la com uma pegada bem levinha, e talvez tenhamos conseguido Hahah. Tentaremos mandar a atualização uma vez ao mês (Ou até mais). Qualquer coisa podem nos chamar: Nanda: Twitter - @Langeruim, Tumblr – abigsillygirl.tumblr.com Juubs: Twitter - @CondadoHood Beijoos




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