Always Forgotten

Última atualização: 09/11/2011

Capítulo Único

- Você mal conseguiu, . - ria , acompanhada de .
- Mal consegui? ... deixa eu te lembrar que eu sou o foda.
A garota rolou os olhos.
- Não é de admirar que você e a se dêem tão bem. Os dois se acham demais.
- ? - assutou-se , pegando o celular no bolso e notando que havia 30 chamadas não atendidas dela. - Merda.
Ele saiu correndo até o estacionamento. Enquanto entrava em seu carro, tentava ligar para ela.
"Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens e est..." desligou antes que a mulher terminasse de falar.
Como pudera esquecer de buscar a namorada no aeroporto?

Uma hora antes.
"Finalmente! No meu lindo e frio solo inglês." pensou , indo até a esteira pegar suas malas. Assim que as localizou colocou-as no carrinho foi se encaminhando para a saída da área de desembarque. Chegara 15 minutos antes do previsto, mas já devia estar à caminho. Ligou o celular, e enquanto esperava, postou em seu facebook que já havia chegado e que estava apenas esperando o namorado. Tentou ligar para para avisar que já chegara, mas ninguém atendia.

30 minutos. 30 minutos que estava ligando para e ele, deliberadamente, não atendia. Estava começando a ficar seriamente irritada com isso. Se ele não fosse buscá-la, era só falar que ela ia de táxi. Mas não! Ele se prontificou à isso e agora, ele não estava lá NEM atendia ao telefone.

Era isso. Ia de táxi. Estava esperando por 50 minutos ali... Não adiantava esperar mais. Viu um táxi se aproximando e logo fez sinal. O motorista colocou as malas dela e ela falou o nome da universidade. Enquanto o motorista manobrava e começava a ir na direção da faculdade, seu celular começou a tocar.
- Oi mãe.
- Oi querida! Já chegou em casa?
- Estou indo para lá agora.
- O avião demorou?
- Não. Pousamos tem quase uma hora...
- Então por que você só tá indo agora? O demorou?
- Mãe... ele me esqueceu aqui.
- Oh não. - a senhora sabia dos traumas que a filha carregava por ser esquecida.
Voltando no tempo, essa não era a primeira vez que era esquecida em algum lugar.
Na época do pré o pai dela a esqueceu na escola, só lembrou dela no final da tarde. A aula dela acabava ao meio-dia.
Na terceira série, a professora esqueceu de contar quantas pessoas tinham no ônibus de excursão. Ela ficou para trás no museu. Só se lembraram dela no meio do caminho, quando a amiga notou que ela não estava conversando com as outras amigas no fundo do ônibus.
Na formatura da oitava série, na hora da entrega dos diplomas simbólicos, o mestre-de-cerimônias chamou o nome de sua colega, que era o mesmo que o dela, e quando começou a ler o dela, achou que fosse a mesma garota e pulou para o nome seguinte. Só notaram que ele pulou uma pessoa no final, quando ela ficou para trás.
No segundo ano do ensino médio ela foi, mais uma vez, esquecida pelo pai na escola. Sua sorte foi que uma de suas amigas morava perto de sua casa e lhe deu carona até lá. Quando entrou em casa e viu a família inteira almoçando, ficou pasma de não terem notado que ela não estava lá. Os pais ficaram assustados, porque eles, mais uma vez, haviam esquecido a filha. E os professores só não esqueceram de fazer as cartas de indicação dela para as universidades do exterior, porque ela ficou no pé deles durante todo o terceiro ano do ensino médio.
Sem contar todas as vezes que foi esquecida no shopping, teve que dormir na casa de uma amiga porque esqueceram de buscá-la depois da festa ou a esqueceram trancada dentro de casa, porque acharam que ela já havia saído.
Então a senhora sabia como a filha odiava ser esquecida.
- Querida, deve ter surgido um imprevisto... não vá ficar muito brava com ele.
- Mãe, eu não estou muito brava com ele. Estou possessa de raiva.
- Respira fundo... Eu tenho que desligar. Converso com você mais tarde, está bem?
- Claro, mãe. Claro.
Assim que desligou a ligação da mãe, o celular de começou a vibrar em sua mão. Olhou para a tela e viu a foto do namorado. Ignorou a ligação.
Durante todo o caminho até a universidade, ela foi ignorando a ligação. Assim que chegou, pagou o taxista, pegou suas malas e entrou em seu dormitório. Foi subindo as escadas com esforço, puxando e empurrando as malas. maldito último andar. Por que ela não ficou no primeiro? Assim que alcançou seu andar, voltou a arrastar as malas pelos corredores até alcançar seu quarto. Pegou a chave e destrancou a porta. devia estar com .
Colocou as malas em frente à sua cama, jogou as chaves na mesa de cabeceira, a bolsa em cima do colchão, com o celular que não parava de tocar, ao lado. Olhou à sua volta e disse para o vazio:
- Voltei.

Depois de procurar por todo o saguão, correu até o balcão de informação e perguntou pelo vôo da namorada.
- Esse Vôo chegou tem uma hora e meia, senhor. - informou a atendente, olhando o sistema.
- Você está certa disso?
- Claro. Ele chegou até com 15 minutos de antecedência.
- Droga! Obrigado. - Deu meia-volta e voltou a procurar pela namorada. Não a encontrava em lugar algum. E ela não atendia a merda do celular.
Tentou ligar de novo.

foi colocar a chave no quarto e encontrou a porta destrancada. "Pensei que a e o fossem passar mais tempo juntos!" entrou no quarto e viu as malas da amiga na frente da cama. Sorriu. A porta do banheiro estava fechada e podia ouvir o barulho da água correndo ali. Água correndo e... soluços? Em cima da cama, o celular de tocava alucinadamente. Era .
- Alô?
- Finalme... ?
- É.
- Eu liguei no cel da .
- E eu atendi.
- Ela... ela está no dormitório?
- Como assim? Nâo foi você quem a... ah não!
- , me deixa falar com ela!
olhou para a porta do banheiro e saiu do quarto.
- Você ESQUECEU ela? Você tá louco? Por isso que ela tá trancada no banheiro chorando.
- Ela tá chorando?
- Claro, seu imbecil! Esqueceu que ela odeia ser esquecida?
- Eu sei que ser esquecido é um saco, mas não é para tanto.
- Ela nunca te disse? Ela é TRAUMATIZADA com isso.
- Merda...
- Merda mesmo! Volta para cá agora com presentes e um belo pedido de desculpas na ponta da língua.
- Tá... tô indo.
desligou o telefone, indignada, e tornou a entrar no quarto. A amiga ainda não havia saído do banho.
Alguns minutos depois, aparecia vestida de moleton, blusa de frio comprida, cabelo amarrado e olhos vermelhos e inchados.
só olhou para ela e correu para abraçá-la.
- Ele é um idiota. - falou para a amiga. - Ele me esqueceu lá. Eu esperei por UMA HORA.

- ! Abre essa porta. - reclamou, batendo na porta do quarto dela. - Eu sei que você está aí.
Finalmente abriu.
- Conversa com ela. Com calma! Se você se descontrolar, vai dar merda. - foi a única coisa que ela disse antes de sair e abrir passagem para ele.
- O que você tá fazendo aqui ? - ela perguntou, da sua cadeira na janela.
- Vim me desculpar, .
- Você prometeu que não ia me esquecer lá.
- Eu sei, amor! Me desculpa por isso. Eu tava tão empolgado porque você ia chegar que o tempo parecia andar devagar. Então sai com a e com o para me distrair. Só que eu não vi que o tempo passou rápido demais.
- Eu não gosto que me esqueçam, . - ela disse baixinho. Ele reparou que ela o chamou pelo nome, já era um bom sinal.
- Me desculpe. Eu não sabia que você ficaria tão mal. Eu imaginei que ia te encontrar sentada em suas malas, irritada com a minha demora e brigando comigo. Não que você fosse sumir e ignorar minhas ligações e quando eu te encontrasse, eu fosse te ver aqui, tão... frágil.
Ele finalmente chegou até ela e a abraçou.
- Eu não sou forte, . A última coisa que eu sou, é forte. - ela virou-se para ele e chorou baixinho. - Eu posso brincar, fazer piadinhas e tirar sarro com todo mundo. Posso ser forte quando o assunto são minhas amigas e aqueles que eu amo, mas quando é sobre mim, eu não sou nem um pouco forte. Eu sou insegura, boba e chorona. E você nunca me viu assim. - empurrou ele um pouco. - Sai daqui .
- Não. Porque quando você está assim é quando você é verdadeiramente você. E é assim que você mais precisa de mim aqui... mesmo que esteja assim por minha causa. Meu maior medo, quando a gente começou a namorar, era que você fosse forte demais e nunca precisaria do meu apoio, que eu era apenas conveniente.
- Eu tenho mesmo um namorado perfeito. Você não é conveniente... você é necessário. Como eu poderia ser forte sem você ao meu lado?
Doug a carregou até a cama. Sentou-se e a colocou em seu colo.
- Me desculpe por ter te esquecido. Isso não vai acontecer nunca mais. - Ela apenas concordou com a cabeça, abraçada ao pescoço dele e respirando fundo o cheiro que era apenas de . - Agora me conte. Por que o trauma?
suspirou fundo.
- Um dia eu ia ter que te contar mesmo. Na minha época de pré, meu pai me esqueceu na escola. Ele passou anos afirmando que não tinha, que apenas teve um problema e por isso não foi me buscar, mas eu consegui fazer ele confessar. Minha aula acabava na hora do almoço. Eu era uma das primeiras a ir embora, mas até aquela hora, meu pai não tinha chegado. A diretora da escola veio me falando que devia ter acontecido alguma coisa e por isso não tinha chegado ainda. Ela serviu um almoço para mim, dos que a escola oferecia aos funcionários, e me deixou brincar com os alunos da tarde enquanto o meu pai não chegava. Quando deu o horário do fim da aula da tarde, meu pai não tinha ido me buscar ainda. A diretora me levou até em casa e conversou com os meus pais. Minha mãe tava brigando com meu pai quando eu cheguei.
- Isso é péssimo, amor.
- Não foi a única vez. Na terceira série nossa escola fez uma excursão ao Museu de História Natural. No final, eu pedi para a professora me deixar ir ao banheiro. Quando eu sai de lá e fui para a frente do museu, o ônibus da escola já tinha ido. Eles voltaram vinte minutos depois. A professora desesperada, me procurando por todo o museu enquanto eu estava sentada ao lado do guarda, brincando com as algemas dele.
- Pelo menos você brincou com as algemas dele. Aliás... você as pegou? - ele perguntou, com uma cara maliciosa, fazendo assim com que ela desse uma pequena risada.
- Não. Eu era uma criança! Não era pervertida.
- Não era. Quer dizer que agora é.
- Graças à você.
- Você já era pervertida quando eu te conheci.
- Na oitava série tem uma formatura simbólica, com entrega de diplomas simbólicos.
- Tudo simbólico.
- E simbolicamente eles me esqueceram. Havia duas na minha turma. A outra era chamada antes de mim. Então o nome dela foi chamado. E quando ele ia me chamar. Viu que o nome era o mesmo. Mas não pensou em olhar o sobrenome, então ele já pulou para o nome seguinte na chamada. Só foram reparar que eu tava lá, plantada no corredor de acesso, no finalzinho, quando meu último colega estava para ser chamado e a cerimonial ia fechar a porta. Eles deram um jeito de contornar isso, claro. Porque incrivelmente eu era a oradora da turma, então eles anunciaram "E a oradora da turma, ".
- Então eles não te esqueceram.
- Teve 5 ensaios antes disso, . E em todos eles eu entrava logo depois da minha amiga. Sim, eles me esqueceram.
- Mas você teve uma entrada triunfal em comparação com seus colegas.
deu um sorriso para o namorado. Ele queria mesmo animá-la.
- E finalmente, a última das maiores histórias de me esquecerem...
- Tem mais?
- Tem um monte de pequenas histórias, . Eu contei só as mais significativas. E da próxima vez que eu contá-las, vou acrescentar do meu namorado me esquecendo no aeroporto.
- A última das maiores histórias!
- Segundo ano do Ensino Médio... Mais uma vez meu pai me esqueceu na escola. E ele não atendia minhas chamadas no celular nem nada do gênero. Em casa só dava ocupado e eu estava começando a ficar irritada. Minha melhor amiga morava mais longe da escola que eu. Uns 4 quilômetros longe da minha casa. Como ela passava perto de casa para ir para a casa dela, e o pai dela só vinha buscá-la quase uma da tarde, ela me ofereceu carona. Então fui com ela até minha casa. Quando abri a porta e entrei, toda a minha família estava sentada à mesa, almoçando. E eles nem repararam que eu não estava lá. Só foram notar minha ausência quando eu cheguei.
- Na verdade, eles sabiam que você ia com a sua amiga. Por isso.
- Não , eles não sabiam. Então, como que pode? Eles me esqueceram tantas vezes por quê? Por não me amarem?
- Claro que não, . Deixa de besteira. Eu não te esqueci porque não te amo. Pelo contrário. Te amo sim, e muito. Mas às vezes nós perdemos o horário e quando notamos, já é tarde demais. Aí nos desesperamos e ficamos pensando onde você está. Porque se alguma coisa acontecer com você, eu não sei o que vai acontecer comigo. - parou para respirar e notou que o encarava com lágrimas aos olhos e um sorriso bobo no rosto. - O que foi?
- Você disse que me ama.
ficou incrivelmente vermelho.
- Disse? Nem notei.
- É a primeira vez que você diz que me ama.
Ele ficou mais vermelho ainda.
- Eu te amo. - ele repetiu.
- Eu também te amo. E sim, eu te desculpo por ter me esquecido. - Ela disse com um sorriso, beijando o namorado apaixonadamente.
Minutos mais tarde entrou no quarto para pegar seu material e deparou com os dois se agarrando na cama da amiga.
- Ew! Por favor, esse é um quarto de respeito. Dá para fazerem meus afilhados mais tarde e em outro lugar?
Os dois pararam de se beijar, rindo da amiga.

Anos mais tarde.
fechava a porta de casa afobado. Entrou no carro e deu a partida. Foi então que ouviu um grito vindo de dentro de casa. Shit! Como pudera esquecer a esposa que estava dando à luz naquele instante? Saiu correndo. Era até uma cena engraçada de se ver. O incrível do McFLY apanhando da esposa grávida enquanto a ajudava a entrar no carro.
- VOCÊ PROMETEU QUE NÃO IA MAIS ME ESQUECER, SEU IDIOTA! - ela gritava a plenos pulmões para quem quisesse ouvir.


FIM...?



Nota da autora: Olááá xuxus. Então? O que acharam dessa short? Inicialmente era para ela ser uma cena da minha fic com a Rê Oliveira, College Times (McFly - Em Andamento)... Então, quando eu estava escrevendo-a eu simplesmente NÃO RESISTI a escrever um pouco além do necessário. Então, o que era para ser uma cena futura de uma long fic, se transformou numa fluffy short-fic.
Me digam meeeeeeeesmo o que acharam, tá???






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