Fanfic finalizada: 26/12/2017

1. 99 Problems

Os brasileiros eram... Intensos. Foi exatamente dessa forma que Evans havia explicado para Jeremy e Sebastian o que esperar dos fãs brasileiros que iriam vê-los naquela convenção. O problema, pelo menos para Jeremy, era que Evans havia mentido. Intenso sequer chegava perto de descrever a loucura que era aquele evento, e muito menos a forma como aquele mar de gente gritava e chorava por estar diante dos ídolos. Era loucura, na visão de Jeremy, e pura diversão para Sebastian, que amava mais do que o considerado normal aquela atenção toda – algo que poucos pensariam do mais quieto e reservado do trio. Quieto e reservado em público, porque quando estavam apenas eles na sala de espera para seus painéis, os comentários do romeno eram tudo menos reservados.
Os três haviam sido extremamente requisitados na convenção brasileira, e aceitaram com a maior disposição, impressionados com a insistência dos fãs. Não teriam muito tempo para conhecer a cidade ou demais estados, mas já consideravam uma boa experiência ter o contato com as meninas e os meninos que haviam pagado um ingresso consideravelmente caro apenas para vê-los. Eles haviam feito uma lista de quem gostariam que viessem e, no final, Chris, Jeremy e Sebastian eram os que possuíam a agenda mais livre para fazer a viagem, participar dos dias do evento e ainda realizar algumas entrevistas com outros meios midiáticos.
Jeremy encontrava-se tonto, levemente surdo. Ele havia aparecido por cinco segundos apenas para dar um "oi" antes do grande evento daquele que era o último dia. Chris e Sebastian esperavam por ele na sala de espera e sorriam de lado ao vê-lo chegar assustado com a intensidade dos gritos que não haviam diminuído durante os dias da convenção.
- Nós precisamos voltar – comentou o ator, fechando a porta que fazia um trabalho bem pobre em abafar o ruído. – Junto com os outros.
- Eu acho que eles – Sebastian apontou para a porta, indicando que se referia aos fãs – não aguentariam o resto do elenco.

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Quando parasse para pensar, Chris consideraria que estava tudo muito bom para ser verdade. Em sua experiência, eram raros os eventos que permitiam uma mesma atração durante todos os dias. E eram ainda mais raras as vezes em que os fãs não se acumulavam do lado de fora do local onde a convenção ocorrera para tentar uma última foto, um último autógrafo, um último qualquer mínimo sinal de atenção. As barreiras metálicas faziam seu trabalho em conter a multidão, mas o ator já havia visto as fraquezas, e sabia que não demoraria muito para os fãs também perceberem. E Chris tinha certeza que aquele grupo de seguranças que os cercavam, por mais fortes que fossem, não conseguiriam conter aqueles fãs enlouquecidos. Jeremy e Sebastian possuíam a mesma convicção.
Os três atores se olharam rapidamente, instintivamente traçando a rota mais rápida até o carro que os levaria para fora dali, provavelmente tendo que se virarem sem os seguranças que estariam ocupados demais para conter a horda. O que havia sido diversão durante todo o fim de semana, agora se tornava um leve pânico nos olhos de Sebastian, que encarou o céu nublado e as nuvens pesadas que pareciam que iam desabar a qualquer momento. Durante o fim de semana, eles haviam aprendido que aquela era conhecida no Brasil como a terra da garoa, mas aquilo parecia ser algo bem mais forte que um chuvisco. Será que eles possuíam uma definição diferente de garoa? Perguntou-se Sebastian rapidamente, antes que seus ouvidos fossem tomados pelos gritos estridentes.
Os seguranças formaram uma barreira firme ao redor dos três atores, os olhos atentos a qualquer brecha que fosse aberta nas grades de segurança. Chris, Jeremy e Sebastian pararam no alto da escada rapidamente para acenar para os fãs, o que pareceu ter sido um erro, antes de começarem a traçar o caminho em direção ao carro preto que havia sido alugado para transportá-los a qualquer lugar durante aqueles dias que estariam nas terras paulistas.
E então, aconteceu. Foi rápido demais e ninguém soube o exato momento em que as barreiras metálicas falharam ou o grande bloqueio de segurança ao redor deles foi desfeito, mas quando viram, os três atores estavam parados no meio da confusão de fãs e seguranças que tentavam em vão controlar as pessoas nas mais diversas idades. Ninguém sabia, mas talvez tivesse sido Chris que gritou para eles correrem em direção ao carro, aproveitando o corredor que alguns dos seguranças conseguiram ir formando para liberar o caminho para eles, Sebastian agarrando os braços dos dois colegas, com medo deles se perderem no meio daquela confusão. Os três não se lembravam de alguma vez terem corrido tanto na vida deles, nem durante as cenas dos filmes que gravavam eles se esforçaram tanto. Antes de tudo, o carro parecia estar a uma distância segura, mas enquanto o inferno se instalava, parecia que a cada passo que davam, o carro se afastava cada vez mais.
- Puta merda! – gritou Sebastian assim que alcançaram o carro e conseguiram entrar, conseguindo receber ordens do chefe de segurança para que eles arrancassem logo com o veículo e saíssem dali o mais rápido possível.
Jeremy ocupava o espaço atrás do volante, enquanto Evans estava ao seu lado no banco passageiro, e Sebastian ia atrás, com os olhos atentos para qualquer fã que surgisse na traseira do carro e pudesse ser atropelado enquanto o ator mais velho saía de marcha ré pelo caminho mais livre e menos perigoso. Os três tremiam diante a correria e o susto que haviam acabado de tomar. Enquanto Jeremy manobrava para fora do local, Chris tentava ligar o GPS, se perdendo com a linguagem estranha da qual ele conhecia poucas palavras.
- Nos tire logo daqui! – disse Sebastian no banco de trás, impaciente com a complicação do colega.
- Eu sei tanto português quanto você! – devolveu Chris, tentando encontrar um lugar onde conseguisse pelo menos mudar a linguagem do aparelho. Jeremy agora conseguindo sair do local e começando a dirigir pelas ruas da cidade paulista.
- Para onde nós vamos? – perguntou o motorista.
- Deveríamos voltar ao hotel, não? – perguntou Sebastian, olhando ao redor e reconhecendo pouquíssimos pontos pelos quais haviam passado durante aqueles três dias.
- Você sabe o caminho? – perguntou Jeremy.
- Evans, se resolva logo com esse GPS! – exclamou o moreno no banco de trás.
- Para de gritar comigo! – disse o outro, quase socando o aparelho eletrônico que não parava de falar coisas que ele não entendia.
- Nós precisamos ir a um lugar seguro – disse Jeremy no exato momento em que Chris conseguiu alterar a configuração para inglês e a mulher que geralmente narrava o caminho se pronunciou na língua deles.
- Calculando rota para Somewhere Safe.
Os três se olharam em um misto de surpresa e ansiedade, observando enquanto a rota aparecia no aparelho. Jeremy olhou para os colegas, querendo ter alguma ajuda sobre o que deveria fazer. Eles já não faziam ideia de onde estavam, conseguiam reconhecer apenas que estavam em uma larga via expressa, o movimento lento típico do fim de tarde de domingo. Chris e Sebastian se olharam enquanto Jeremy mantinha os olhos na estrada.
- O que eu faço? – Por fim o motorista perguntou. – Esse claramente não é o caminho para o hotel.
- Segue o GPS – disse Chris, tendo Sebastian o apoiando.
Já estavam perdidos mesmo, o que mudaria se perderem mais um pouco?

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- Algum sinal? – perguntou para , que estava em frente ao computador. A outra suspirou frustrada, servindo como resposta para a recém-chegada. – Nem no telefone?
- Zero – disse , apagando o monitor do computador que usava. – Talvez o apocalipse zumbi tenha começado e nós seremos as últimas a saber.
- Engraçadinha. Já tentou ligar para assistência técnica? Se a gente não consegue resolver isso, alguém tem que. Não dá pra ficar nessa situação – reclamou , sabendo que não estava ajudando a amiga bancando a chata, mas não conseguia pensar em nada para solucionar o problema delas.
- Sim, mas disseram que não dependem deles, e sim da operadora. que estava conversando com eles – a mais velha informou, bufando enquanto terminava de desligar o computador. Sua vontade era de chutar tal máquina, tamanha era a frustração. Nenhuma delas era viciada em internet, mas precisavam por causa da pousada. No momento não estavam com hóspedes, os últimos saindo naquela manhã devido o apagão da noite passada, mas precisavam checar reservas, caixas, informações essenciais para o gerenciamento da empresa. Só que do que adiantava se não conseguiam acessar o programa? – , e aí? Alguma previsão?
- Infelizmente, não. Disseram que com a tempestade de ontem, muitas árvores caíram e cortaram os fios. Vai levar alguns dias para reestabelecer a conexão de telefone e internet. Por enquanto, só o 3g e celular. Bom, quase. O sinal está tão ruim e caindo tanto que até parece que não os temos também. A ligação caiu quatro vezes até eu ser atendida – informou , o tom desesperançoso e chateado se igualando ao estado de espírito das três empresárias.
O que iriam fazer agora? Havia caído o céu no dia interior em Campos do Jordão, a chuva forte e os ventos fazendo estragos na cidade inteira. Elas sabiam que não eram as únicas prejudicadas pela tempestade, o apagão que a mesma trouxe durou quase o dia inteiro, mas não podia evitar de pensar no prejuízo que iriam ter. Por ser baixa temporada, estavam com poucos hóspedes até aquele momento, mas após quase um dia inteiro sem luz, o par que restou resolveu terminar a viagem mais cedo, com medo de ter que repetir a dose da noite anterior.
As três, então, após alguns minutos de reclamação e choramingo, resolveram ser proativas e retomar as rédeas da situação. Como nenhuma das amigas eram da cidade, moravam na pousada mesmo, em uma ala destinada apenas a elas. Portanto, como estariam sem comunicação e com a possibilidade de ficarem sem luz novamente, começaram a tomar providências. Pegaram lenhas para caso houvesse outra queda de energia, não ficassem sem calefação, estocaram a cozinha principal com comidas para o resto do dia e a noite que não fossem perecíveis, buscaram mais cobertas, entre mil e outras coisas. Duas horas depois, exaustas, elas sentaram no lounge da recepção, recuperando o fôlego um pouco e certificando que estavam preparadas para outra noite tempestuosa. Estavam repassando a lista que afazeres imediatos que elaboraram para não se esquecerem de nada, quando ouviram barulho de rodas do lado de fora do edifício. Se entreolharam confusas, se indagando se haviam esquecido de alguma reserva. Porém, não havia tempo para aquilo. Hóspedes ou não, alguém havia chegado, e tinham que recebê-lo. e foram para atrás do balcão, organizando rapidamente a bagunça que estava aquilo, devido ao "embate" que tiveram com o computador mais cedo. se prontificou a ser a anfitriã, logo se dirigindo para entrada da pousada, para recepcionar quem quer que fosse que havia chegado.
A mulher se surpreendeu ao ver a Land Rover que havia estacionado na entrada, e ainda mais quando três figuras familiares desceram do veículo. Desconfiada e duvidando de seus olhos, ela se perguntou se não estava imaginando aquilo. Talvez fossem sósias? Não podia se tratar de quem imaginava que era. Como se para ter certeza, ela perguntou para as três figuras que se colocaram à sua frente.
- Boa tarde! No que nós da Somewhere Safe poderemos ajudá-los hoje? – indagou, o rosto com a expressão solícita e o sorriso amigável disfarçando o seu choque, ainda mais quando os óculos de sol – sério, quem usava óculos de sol quando o tempo estava mais escuro que a madrugada às 15hrs da tarde? – foram retirados dos olhos.
Eram três homens. Dois praticamente da mesma altura, entre os 1,80m, um loiro e o outro moreno, ambos com olhos azuis que tiraram seu fôlego. Porém, foi o terceiro, levemente mais baixo, que capturou sua atenção. Não que os outros dois não fossem bonitos (Deus, devia ser ilegal ter tanta beleza reunida em um único metro quadrado), mas apesar de também ser loiro com os olhos claros, igual ao primeiro homem, esse a cativou mais. O olhar intenso, o rosto maduro, a postura relaxada a atraiu mais do que queria admitir. Sabia que estava os encarando, principalmente o último homem, de uma maneira quase que inapropriada e se controlando para não morder os lábios em apreciação, quando notou a troca de olhares confusos entre o trio. Sensações inadequadas à parte, ela também ficou confusa com a cena. O que havia dito?
- Desculpe, há algum problema?
- Er... sorry ma'am, we don't speak... portuguese? Yeah, we don't speak portuguese. – disse o homem que havia lhe destacado tanto a atenção. quis suspirar ao ouvir o sotaque e a voz dele, mas não era a atitude que uma empresária séria teria (sem falar que já era adulta demais para ficar aos suspiros por qualquer rosto bonito que via, mesmo que fosse muito bonito), então acenou com a cabeça invés, demonstrando que havia entendido. Sendo do ramo hoteleiro e tendo negócio em uma cidade turística, era inadmissível que não soubesse falar inglês. Então, mudou para o idioma sem problema algum, mas estranhando ainda mais a situação. O que faziam três gringos ali, praticamente no meio de uma tempestade? Ainda mais se fossem quem ela imaginava.
- Ah, sim, desculpe. Enfim, bem-vindos à Somewhere Safe. Como podemos ajudá-los?
- Bem, você já deve ter percebido que não somos da área. – disse o primeiro homem, o loiro musculoso. Ele tinha um sorriso doce e sem graça, o que parecia ser refletido pelo moreno. O terceiro homem estava com o rosto sereno, livre de expressão, mas seus olhos a observavam com atenção... e, seria aquilo interesse? – Estávamos em um evento, nos envolvemos em uma confusão e tentando escapar ficamos perdidos. O GPS que nos trouxe até aqui, na verdade.
Agora sim a situação estava começando a fazer sentido. tinha quase certeza em que evento eles estavam, e se estivesse realmente certa, deve ter sido uma confusão das grandes para eles acabarem ali, perdidos.
- E, como nos perdemos e não conhecemos nada, não fazemos ideia de onde estamos. Sei que ficamos um bom tempo rodando as estradas, mas não entendemos nada de português, e o GPS não foi de muita ajuda. Você poderia nos dizer onde estamos? – perguntou o moreno.
- Vocês estão em Campos do Jordão – respondeu a mulher, adotando um tom simpatizante. Coitados. Se perder em um país desconhecido, em que você não conhece a língua e não fazer ideia de onde esteja devia ser uma experiência terrível. – Suponho que vocês estavam em São Paulo? Bem, isso é um pouco longe. Estamos no interior do estado, 180 quilômetros da capital. Deve dar umas 110 milhas, acho – completou, para ajudá-los a terem pelo menos uma noção de quanto andaram. Pelas caras de desagrado, soube que eles entendiam o quão longe tinham ido.

e não conseguiam entender o que estava acontecendo para causar a demora de . A mais velha costumava ser tão rápida na recepção dos hóspedes, sempre os fazendo se sentir bem-vindos e confortáveis desde a porta de entrada até o momento do check-out, e agora já demorava uns dez minutos para voltar. Será que ela estava espantando quem quer que fosse devido à situação em que se encontravam? Afinal, se fossem completamente honestas, por mais que precisassem do dinheiro por ser baixa temporada, precisavam ser realistas e reconhecer que não havia condição alguma de receber alguém. As duas se encaravam e começavam a levantar suas dúvidas quando ouviram vozes entrando no local, falando algo que a princípio elas não conseguiam compreender. Só quando os quatro – e mais três homens – estavam em frente ao balcão, que elas compreenderam o que acontecia.
Diferente da mais velha, as duas tiveram um pouco mais dificuldade em processar o que viam à frente delas. Não fazia nem uma semana que elas aproveitaram um fim de semana tranquilo para fazer uma maratona com os filmes dos três que estavam a sua frente. A franquia dos heróis era famosa e havia chegado até Campos do Jordão, e todo seu elenco havia chegado até o coração fanático das três. se atrapalhou um pouco, derrubando o porta-canetas e espalhando o conteúdo pelo balcão e pelo chão, enquanto apenas os encarava com olhos arregalados. suspirou, não conseguindo acreditar que as duas não conseguiam se controlar por cinco míseros segundos, mas ao mesmo tempo entendendo a situação. Ela não sabia como estava conseguindo se comportar tão bem, principalmente com os olhares nada discretos e sutis do mais baixo.
- Desculpe – disse ela, olhando para os três. – Tem sido um fim de semana difícil para nós.
Eles não responderam, olhando divertido para as duas do outro lado do balcão, respirou fundo e contornou o mesmo, aproveitando para beliscar o braço das duas, que pareceram acordar, apesar de olharem feio para a mulher já que não havia sido nada leve.
- Finjam, pelo menos – disse , voltando ao português.
- Você tem noção de quem eles são? – perguntou , apontando para os três.
- Além disso, o que eles estão fazendo aqui? – perguntou , se levantando após recolher as canetas.
- Eles se perderam e precisam de um lugar para ficar – explicou , sorrindo como se pedisse desculpas aos três pela conversa que elas tinham. Não estavam sendo nada educadas, mas se tinham a oportunidade de aproveitar e abusar da ignorância deles com seu idioma, o fariam para recuperar a mínima ordem.
- , não podemos receber ninguém! – disse , passando a mão no cabelo preso em um alto rabo de cavalo. – Mal temos condição de nos manter aqui.
- Você vai querer perder essa oportunidade? – perguntou , parecendo traduzir o que a mais velha pensava.
- Você ao menos disse que estamos com problemas? – perguntou a outra, ignorando a mais nova.
- Você tem noção do frio que está lá fora? – perguntou , pegando os cadernos que usavam quando precisavam fazer algo à mão. – Só os trouxe para dentro, ia explicar tudo isso quando vocês duas resolveram discutir comigo.
- Desculpe – elas foram interrompidas por uma voz, as três olharam para o trio a sua frente, o moreno que havia se pronunciado – estamos atrapalhando algo?
- Não, não – garantiu , pisando o pé de quando a mulher abriu a boca para falar. – Estamos apenas discutindo o que fazer.
- Como assim? – perguntou o loiro.
- Nós, hm, estamos com alguns problemas técnicos – disse , finalmente se dirigindo ao trio e logo ganhando toda a atenção. – Uma grande tempestade ocorreu ontem e estamos sem alguns recursos.
- Sem muitos recursos – disse , ainda em português.
- Não sabemos se somos a melhor opção para vocês – concluiu a mais nova.
- Olhe, nós só queremos um lugar para dormir...
- Talvez algo para comer – o loiro complementou o mais baixo. – Não precisamos de luxo.
- Sempre soube que eles eram tranquilos – comentou , recebendo um olhar reprovador de .
- Vocês têm certeza? Podemos recomendar outro hotel – disse .
- Acho que todos estão na mesma situação que vocês – disse o mais baixo. – Além disso, não gosto muito de fugir de um pedido atendido.
As três mulheres se olharam em confusão e depois para o trio, o loiro e o moreno pareciam tão confusos quanto as mulheres, mas o mais baixo apenas deu de ombros e abriu um sorriso como quem dissesse que sabia o que estava falando e não era tão loucura como eles todos pensavam que era. Por fim, decididos a deixar aquilo para trás, e convencidas a admitirem os rapazes, as meninas se apresentaram e começaram o processo de registrar os hóspedes. Por mais que fosse uma situação incomum, ainda tinham um protocolo para seguir.
Afinal, elas confirmaram suas suspeitas – não que e duvidassem que eles não fossem quem pareciam, quais eram as chances de serem sósias? Extremamente baixas. que precisava da confirmação, sendo um pouco mais cética, afinal nunca tivera aquela sorte toda. Mas os passaportes não mentiam, a sua frente estavam Chris Evans, Jeremy Renner e Sebastian Stan. Não bastasse isso, eles ainda ficariam hospedados sob o mesmo teto que elas.
Aquela noite prometia.


2. We solemnly swear that we are up to no good

Com a chegada dos hóspedes, a tarde passara extremamente rápida e, quando menos perceberam, já era noite, e todos estavam com fome. As três empresárias fizeram uma pequena reunião atrás do balcão da recepção enquanto os hóspedes aproveitavam para conhecer as vantagens que a pousada oferecia em um dia normal. Se elas estavam com fome, só podiam imaginar que os homens também estivessem. Afinal, vieram direto de uma convenção, elas só conseguiam imaginar que aquilo não havia muitos intervalos para comerem algo.
- Então, quais são nossas opções? – perguntou , olhando para as duas amigas.
- Eu acho que temos uns pães e frios – disse , passando a mão no cabelo e fazendo uma expressão de dúvida.
- Você quer servir pão com presunto e queijo? – perguntou . – Você já viu o tamanho deles?
- Tem como não ver? – brincou , que olhava os três ao longe. – Acho que temos umas pizzas congeladas, e o gás não foi cortado, então temos como assá-las.
- E de bebida? – perguntou .
- Tem umas cervejas, refrigerante, suco... – disse a mais nova.
- Ótimo – disse , parecendo extremamente aliviada com aquilo. Odiava ficar naquela situação em que se encontravam, e nada ajudava os relâmpagos que cortavam o céu, seguidos dos trovões que ameaçavam uma nova tempestade. – Eu vou coloca-las para assar, então, vocês cuidam do entretenimento.
As duas mulheres se encararam e abriram um sorriso de lado, e por um breve segundo, se arrependeu de deixa-las sozinha e sem supervisão, mas alguém precisava cuidar do jantar e ela agradeceria os breves momentos em que sua única preocupação seria o horário que teria que retirar as pizzas do forno. Apesar dos três hóspedes estarem levando tudo no melhor espírito possível, elas não conseguiam deixar de lado a preocupação constante em satisfazê-los e dar a eles uma boa estadia.
- Muito bem, senhores – disse , quando ela e se juntaram aos homens – foi cuidar do nosso jantar, podemos servir alguma bebida para vocês nesse meio tempo?
- Qual será o cardápio da noite? – perguntou Chris, e abriu a boca, mas foi mais rápida.
- Pizza.
- A noite do fondue foi ontem, desculpe – acrescentou a mais nova, não conseguindo segurar a língua e sorrindo vitoriosa quando o ator entendeu a referência e ruborizou levemente.
- Acho que eu vou beber algo – murmurou , em português, se aproximando de onde ficava o bar.
- E quando terá outra? – perguntou Evans, chamando a atenção de , que tentava memorizar os pedidos de Jeremy e Sebastian, apesar de suspeitar que a amiga conseguiria ouvir de onde estava. A mulher o encarou, surpresa pela pergunta ousada que não esperava receber tão cedo. sorriu de lado, olhando rapidamente para , que tinha os olhos levemente arregalados e o copo com sua bebida parado a meio caminho de sua boca.
- Acho que os espíritos estão começando a ficar agitados – respondeu a mulher, sem querer causando uma reação inesperada de um dos hóspedes.
- Espíritos? – perguntou Sebastian, se levantando e olhando para as empresárias. mordeu o lábio inferior, ela estava mais distante do grupo e sabia do que falava, Sebastian estava ao lado deles e mais perdido que cego em tiroteio, como se ela precisasse de mais um motivo para acha-lo ainda mais adorável. – Que espíritos?
e se encararam de longe, as duas com sorrisos em seus lábios que podiam dizer algo para os hóspedes, mas ambas sabiam que significavam muito mais. As marotas presas dentro das duas – e de , posteriormente – finalmente encontravam a brecha que precisavam para sair de seu esconderijo. Tinham que ser tão profissionais e adultas constantemente desde que entraram na faculdade, que sentiram a necessidade de colocar em coma a personalidade brincalhona e arteira que tinham dentro de si. Até aquele momento. Elas planejavam uma noite tranquila, cada um em seu quarto, descansando após o dia cansativo que tiveram, mas Sebastian acabava de dar o combustível necessário para elas garantirem uma noite ainda mais memorável do que já teriam com os hóspedes que tinham sob o teto da pousada.
Com cuidado, serviu as bebidas que Jeremy e Sebastian haviam pedido, e ela ouvira de seu posto, e se aproximou do grupo, estendendo um copo para Chris também. Ela e ficaram lado a lado, trocando olhares conspiratórios que, para os hóspedes, pareciam apenas preocupados pelo bem-estar deles. Por fim, as mulheres se sentaram, mentalmente torcendo para que não as xingasse quando se juntasse ao grupo. Mas ela havia deixado as duas a cargo do entretenimento, não? Elas iniciaram uma discussão baixa, em português, tentando mostrar certo desespero por terem deixado um detalhe escapar, e aquilo alarmou os três atores, que trocaram olhares nervosos, principalmente Sebastian, que já havia virado a dose servida em seu copo e voltara a se sentar.
- O que está acontecendo? – Jeremy cortou a discussão das duas, o cenho franzido em curiosidade e preocupação.
- Desculpe – disse , dando uma cotovelada em para que ela controlasse o riso – é que nós, hm... Não há uma forma fácil de dizer isso.
- Não é algo que faz muito bem para os negócios, às vezes.
- Bem... Faz e não faz, depende do público – disse . – Mas vocês são novos e chegaram aqui ao acaso, não sabíamos o que falar.
- Mas precisávamos, ou vocês seriam pegos desprevenidos – disse .
- Do que vocês estão falando? – perguntou Chris, notando como Sebastian parecia cada vez mais assustado.
- A pousada é assombrada – disse uma voz na entrada da sala, todos se viraram para encontrar com um sorriso escondido em seus lábios, perceptível apenas para e . Há quanto tempo a mulher estava ali, ouvindo tudo?
- Nós iriamos descobrir o perfil de vocês durante o jantar – explicou , voltando a chamar a atenção para si. – Mas a deixou escapar e, bem, Sebastian percebeu.
As três eram ótimas atrizes naquelas situações, era a única explicação que justificava a expressão extremamente séria, que não deixavam passar qualquer possibilidade de que aquilo fosse mentira. Elas não podiam dizer o mesmo dos três hóspedes, que se dividiam entre o que sentir sobre aquilo. Sebastian era o único que estava visivelmente e oficialmente assustado, enquanto Chris e Jeremy pareciam mais duvidosos, o mais velho mais que o loiro. Chris encarava as duas mulheres sentadas, esperando que qualquer uma se rendesse e começasse a rir, dizendo ser mentira, enquanto Jeremy encarava a mais velha, sabendo que se aquela informação viesse, seria dali. Mas nenhuma das três desmentiu a história, ao contrário, suspirou e entrou na sala, pedindo novamente desculpas pelo deslize cometido.
- É uma grande atração da pousada, nosso diferencial – explicou ela. – Não tínhamos ideia de que havíamos visitado um estabelecimento assombrado quando compramos aqui, só viemos descobrir a história quando estávamos reformando e um dos locais nos contou. Sabe, não somos daqui também.
- A princípio, pensamos em desistir e comprar outro terreno, mas rapidamente a notícia se espalhou e vimos vários fóruns de pessoas interessadas em prédios nesse estilo que já queriam conhecer o local. – completou, dando de ombros como quem dissesse que não havia muito o que pudessem fazer. Se aquela era a vontade das pessoas, quem seriam elas para irem contra?
- Nós largamos tudo em nossa cidade natal, São Paulo, para virmos para cá e construir nosso canto – complementou – não iríamos largar tudo assim como um pequeno detalhe.
- Pequeno detalhe? – exclamou Sebastian, parecendo se encolher mais em seu local no sofá.
- Vocês não podem estar falando sério – disse Chris, que parecia mais convencido de que aquilo fosse verdade do que o contrário.
- Nós não brincamos com um assunto sério, Chris – disse . – Não queremos irritar os espíritos.
- Já irritamos o suficiente quando recebemos um casal em lua de mel – comentou , quase rindo diante as expressões confusas de sua audiência.
- De acordo com a história, nossos espíritos são celibatos.
- Como é? – perguntou Jeremy, que definitivamente não estava comprando aquela história.
- A história que nos contaram – começou – diz que antes, nessa casa, morava uma família extremamente rígida e grande, não apenas pai, mãe e filhos, mas alguns primos e tios também.
- E eles fizeram um voto, os irmãos e os primos – disse , percebendo que a amiga começava a se complicar um pouco. – Eles viviam uma vida muito boêmia e todos passaram por situações complicadas, e decidiram abandonar essa vida por um tempo – contou a mais nova, logo depois olhando para , um sinal claro para a mulher continuar.
- Eles prometeram ser celibatários por um ano – contou a mulher. – Eles fizeram um voto, de sangue, que por um ano eles não se relacionariam com ninguém. Não sairiam mais para festas. Não viveriam mais uma vida que seus tios extremamente religiosos consideravam pecaminosa. – agradeceu seu fanatismo pelo seriado Supernatural, e outros livros que seguiam o gênero, facilitando a tarefa de criar algo como aquilo. – Por um ano eles se comportaram, não saíram da linha um dia que fosse. Não beberam, não conheceram outras pessoas, e não foram a uma única festa, apenas a de aniversário de seis anos de uma prima distante.
- Foi o ano mais longo da vida deles – comentou , apenas para comprar um tempo para , preferindo deixar para ela finalizar aquela história.
- Eu me arrepio só de pensar em passar por isso – disse , fingindo tremer.
- Foi difícil, sim – disse – mas eles não desistiram e, enfim, um ano chegou ao fim. Na véspera do fim daquela promessa, eles ficaram sozinhos na casa. Seus pais haviam ido viajar para visitar uma tia que havia ficado doente, a mãe da criança do aniversário – comentou ela, percebendo que estava surgindo muita gente do nada e elas precisavam se conectar. – Eles estavam cozinhando um jantar digno de comemoração, como se fosse uma celebração de fim de ano, quando o fogo começou e eles não perceberam.
- Eles estavam distraídos assistindo um filme e começando a compartilhar o que fariam quando enfim estivessem livres da promessa – disse , livrando a amiga da pressão. Ela sabia que aquilo estava difícil. – Era tarde demais já quando perceberam o fogo, a fumaça já tomava conta de toda a casa e começava a invadir a sala pelo vão da porta, foi quando eles perceberam o que acontecia.
- Quando saíram da sala, a casa inteira estava em chamas e eles não tinham por onde fugir. – contou , após fingir estar triste com aquele desfecho. – A inalação da fumaça fez com que eles desmaiassem, e as chamas fizeram o resto do trabalho.
- Mas seus espíritos ficaram para sempre presos nesse terreno – disse . – Muitas casas já foram construídas e demolidas aqui desde então, mas seus espíritos nunca encontraram descanso. No dia a dia, eles ficam quietos, mas eles estavam prestes a aliviar toda a tensão sexual que reprimiram por um ano e morreram. Então, quando recebemos um casal em lua de mel, ou um casal que está ainda naquela fase da paixão extrema, ou alguém que resolve se aventurar um pouco mais… Eles aparecem.
- Não há nada que podemos fazer – disse – muitos casais vêm para cá exatamente por isso, outros amigos vêm aqui e fazem de propósito para provocá-los.
- Nós tínhamos um casal aqui ontem – contou – eles não estavam por dentro da história e foram embora no momento em que os barulhos começaram.
- Barulhos? – perguntou Sebastian.
- Eles gemem – contou . – Se arrastam pelos corredores, fazem barulhos nas paredes como se estivessem grudados ali, escutando toda a comoção.
Ninguém falou nada por um longo tempo, as meninas se controlavam para não rir, enquanto os atores tentavam ponderar se acreditavam ou não naquela história que, tinham que admitir, era muito boa. Sebastian estava vendido já desde a primeira menção dos espíritos, Chris parecia ter se convencido com a história, e Jeremy ainda não parecia acreditar – não era exatamente uma surpresa, já que o ator deixara claro em diversos momentos que não acreditava em coisas como aquela. As mulheres não se desanimaram por aquilo, tinham a maioria da audiência, era uma vitória. se pronunciou rapidamente, anunciando que ia conferir as pizzas. e se olharam rapidamente e se levantaram, anunciando que preparariam a mesa de jantar.
O silêncio se estendeu até todos estarem acomodados na grande mesa de jantar, que estava servida para todos. Os homens sentaram de um lado, as mulheres de outro. e haviam ajudado a trazer as pizzas e as bebidas, deixando que os homens continuassem a processar a história.
- Eu ainda não acredito – Jeremy se pronunciou, sua voz abafando o som dos garfos e facas, que até então era o único barulho no local. – É uma ótima história, mas parece muito fantasiosa.
- Outros já duvidaram dela também – comentou , pegando sua taça de vinho para dar um gole na bebida. – Eles não tiveram uma boa noite.
Como se precisassem de mais um motivo para corroborar aquela história, as luzes do local se apagaram e eles ouviram um alto estalo vindo do lado de fora. Rapidamente todos se olharam, o cômodo iluminado pelas luzes de emergência enquanto se levantava para pegar algumas velas que ficavam sobre a lareira e uma caixinha de fósforos. deu um chute leve na canela de , sinalizando para ela falar algo. A mulher sorriu e deu de ombros, sabendo que eles podiam enxergar precariamente algumas formas.
- Viu? Não quis acreditar, irritou os espíritos – disse ela, seu sorriso parecendo ainda mais assustador quando acendeu a vela que ficava a sua frente.

O silêncio permaneceu até que eles terminassem de jantar. A luz não havia voltado e a pousada começava a ficar mais fria, sinal de que o sistema de aquecimento havia morrido junto com a energia. As empresárias começaram uma breve discussão em português, e mesmo sem conhecerem a língua, os atores sabiam que elas discutiam como iriam organizar a estadia deles.
- Vocês se importam em dividir um quarto? – perguntou , de repente.
- Eu não me importaria – comentou , olhando para Chris.
- Estamos sem energia – explicou – e estamos pensando no melhor conforto de vocês. Não podemos acender a lareira nos quartos por medo de incêndios, e a quantidade de cobertores que temos é reduzida. Normalmente nos basta o sistema de aquecimento, mas ele está indisponível.
- E vocês? – perguntou Sebastian, claramente feliz por mudarem de assunto para algo mais leve.
- A gente se vira depois – disse , claramente querendo dizer o oposto.
- Não queremos vocês passando frio à noite – disse Jeremy, fazendo sorrir minimamente.
- Talvez possamos pensar em alguma forma de todos ficarem bem aquecidos? – sugeriu Chris.
- Bem, acho que isso é um não para eles dividirem um quarto – comentou . – Eu falei que eles não iriam gostar.
- Eu disse que podíamos nos dividir em duplas – comentou . As duas fazendo a parte delas em fingir que estavam contra a ideia absurda de . Elas simplesmente não conseguiam parar com a brincadeira.
- Não depende de nós – comentou a mais velha. As três mulheres encararam ao mesmo tempo os atores.
Chris, Jeremy e Sebastian estavam em desvantagem. Eles não podiam discutir aquilo entre eles, afinal as mulheres entenderiam tudo. Diferente delas, que tinham a língua própria para resolver seus problemas internos. Eles tentaram, entretanto, e as empresárias fizeram um ótimo trabalho fingindo que não tentavam pescar algumas palavras aqui ou ali. A situação parecia a favor delas, Sebastian sendo o mais do contra pelo medo de despertar os espíritos celibatos. , e não conseguiram evitar o sorriso por ver que a história ainda pairava sobre eles.
- Se não quer acordá-los, Stan, basta se comportar – disse Jeremy em determinado momento. Arrancando risadas das mulheres.
Demorou, mas, por fim, eles chegaram a um acordo. Os três concordando que duplas seria uma divisão melhor do que trios. A divisão dos quartos foi completamente imparcial, claro, sendo apenas um acaso do destino ficarem divididos nas duplas: e Chris; e Jeremy; e Sebastian. Nenhuma das partes havia influenciado em nada, claro. Fora um sorteio justo e honesto.
Eles organizaram a bagunça do jantar, e depois as meninas mostraram onde eram os quartos que ficariam. Enquanto eles mudavam suas bagagens de quarto, se lembrou de algo que possuía em uma das gavetas da recepção e entregou a , que ficaria com o mais assustado do grupo. Elas podiam perder a clientela, mas não perderiam a piada – ou a diversão da noite. A mulher sorriu ao reconhecer o aparelho e apertar um dos botões, ouvindo os primeiros sons de algo que parecia com um fantasma. explicou rapidamente o que havia naquele gravador e sorriu ainda mais, já imaginando a noite que teria. Ela o escondeu assim que ouviu os atores se aproximando de onde elas estavam.
- Bem – disse , se voltando para os hóspedes. – Foi um longo dia, para todos nós, deveríamos ir descansar.
Ninguém se opôs, todos ansiosos para um banho quente e o conforto de uma cama sob uma pilha de cobertores para manter o frio, que parecia se intensificar a cada movimento dos ponteiros do relógio, longe. foi a única a ficar para trás, afinal alguém precisava fechar tudo e fazer algumas anotações sobre aquele dia. Ela também queria dar privacidade a seu companheiro, sabendo que o ambiente seria estranho com a presença dos dois ali. Todos sabiam o que poderia rolar aquela noite, ninguém era inocente, mas preferia manter certa incerteza sobre aquilo, não queria se animar para algo que poderia nem rolar. Claro que as demais duplas não compartilhavam daquele pensamento, e nem a sua dupla.


3. You make me quiver

Havia sido fácil demais, pensou , sentada no sofá, terminando de fazer algumas anotações para o que precisariam pedir uma vez que a ordem estivesse reestabelecida. , , Chris e Sebastian já havia se retirado e era bem provável que Jeremy estivesse terminando sua vez no banho, acabando com o que restava da água quente da pousada. Bem, a mulher dizia estar trabalhando, mas ela estava mesmo encarando o nada e se lembrando dos acontecimentos mais recentes, quando os três atores compraram a história delas de fantasmas. Se tudo desse errado, as três com certeza poderiam tentar uma carreira como atrizes. Será que a Globo as contrataria?
Sebastian havia sido o mais enganado, era claro nos olhos dele. Chris e Jeremy pareciam ter acreditado, mas também pareciam mais céticos, sem ter muita certeza se deviam ou não levar aquilo a sério. Independente da seriedade, ninguém se opôs à divisão dos quartos, acreditando que aquilo renderia alguma proteção, mas secretamente (ou não) desejando conseguir algo a mais com as três empresárias, que não haviam conseguido ou tentado esconder a noite toda o claro interesse nas três presenças. Eles eram bonitos, o que elas podiam fazer?
E não era exatamente culpa dos três atores que as mulheres eram lindas, engraçadas e extremamente responsáveis, tudo o que eles gostavam e procuravam. Além disso, elas estavam ali, indefesas, com tudo desmoronando ao redor, eles precisavam apresentar algum consolo, não era? Era o que todos fingiam acreditar para tentar disfarçar a atração e tensão sexual. Afinal, quanto tempo fazia que os seis não tinham alguma diversão naquele quesito? E as meninas se divertiriam, aquilo era certeza.
Elas não haviam combinado nada, mas se conheciam há um bom tempo, já conseguiam se comunicar por meros olhares ou discretos sinais – precisavam daquilo para o andar tranquilo dos negócios – e elas se davam tão bem porque o santo batia e as personalidades marotas também. Bastava uma puxar a fila e as outras duas seguiriam, como naquela noite. E quando envolvia o bem e a satisfação de todas as partes então... Bem, elas eram mulheres afinal, tinham suas necessidades. Quem poderia culpá-las?
O relógio em seu pulso apitou a meia-noite e piscou, percebendo que havia passado muitos minutos encarando o tapete da área de descanso e desprezando o caderno de anotações. Ela sabia que não conseguiria fazer nada produtivo àquela hora, então se resignou apenas a fechar o caderno e guardá-lo, e então se levantar, pretendendo ir ao seu quarto e ter sua boa noite de sono, parando apenas para fazer sua parada de sempre para buscar um copo de leite com achocolatado.
O corredor que levava à cozinha passava pelo quarto em que Chris e estavam, e a mulher ouviu os sussurros, provavelmente seguia sua história que havia começado quando os dois começaram a se retirar para o quarto e, bem que amiga seria ela se não corroborasse aquela história? Ela andou em silêncio até a porta da cozinha, encostando no batente e colocando uma mão sobre a boca para fazer o primeiro som. Depois ela se lembrou que as dobradiças daquela porta precisavam de um pouco de óleo, pois vinham rangendo há um bom tempo, então moveu a porta, sorrindo ao ouvir o rangido alto, que se propagou pelo corredor, sem dúvidas chegando até o quarto da amiga. Ela ficou um tempo em silêncio, depois usou as unhas longas e bem-feitas para batucar na parede de madeira, imitando o som de passos, mordendo o lábio inferior para controlar o riso.
- O que você está fazendo? – colocou a mão na boca para abafar o grito que subiu por sua garganta, a outra mão indo ao coração que havia começado a bater acelerado devido ao susto. Ela se inclinou para frente, apoiando a testa no batente a sua frente e respirando fundo, antes de se virar para encarar o hóspede estrangeiro que sorria divertido com a reação que a mulher tivera com sua chegada repentina. Confirmando que ela aprontava algo.
- Cacete – exclamou ela, ainda em português, antes de finalmente se dirigir a ele. – Você não faz barulho quando anda?
- Não se eu não quiser ser pego – ele sorriu de lado, e agradeceu por já estar apoiada em algo sólido, ou seus joelhos teriam cedido no ato. Jeremy tinha um brilho no olhar que, ela apostava, espelhava o dela: aquele de quem havia aprontado algo ou planejava fazê-lo. – Fantasmas, né?
sorriu, lembrando-se de como ele fora o mais cético na brincadeira, mas acabou participando, pra não levar a fama de estraga-prazer. Ela não tinha muita certeza de como aquela brincadeira havia surgido, mas quando surgiu e deu certo, já era tarde demais para voltarem atrás. Não ajudou muito o fato de Sebastian ter se mostrado aterrorizado apenas pela sugestão de que a pousada poderia ser assombrada.
- O que mais é mentira? – perguntou Jeremy, inconscientemente, ou não, aproximando-se mais da mulher, que se encolheu um pouco mais em direção ao batente.
- Só porque você me pegou em um momento que talvez seja suspeito, não significa que estávamos mentindo – tentou se defender, mesmo sabendo que ele não acreditaria. Ao contrário dele, ela era uma péssima atriz quando sob pressão, e uma mentirosa ainda pior naquelas situações – principalmente se estivesse longe das amigas. Com ele se aproximando ainda mais dela. prendeu a respiração, o ar ao redor dela já intoxicado com o perfume dele.
- Quer tentar de novo? – Jeremy brincou, apoiando a mão no espaço acima da cabeça dela.
O coração dela estava acelerado, quase saindo do próprio peito. Em sua mente, ela tentava se lembrar de tudo o que ela e as meninas haviam contado para os homens, algumas verdades, outras nem tanto, e outras definitivamente mentirosas, mas ela estava tendo uma grande dificuldade em lembrar o que era o que. Afinal, nunca em sua vida ela imaginou que estaria tão próxima a Jeremy Renner, conseguindo ver cada detalhe, cada marquinha do rosto dele, cada mínima nuance de cor dos olhos azuis do ator. Estava frio, e ela até estava um pouco gelada enquanto tentava produzir mais algum som que fosse assustar Chris, mas agora parecia que Jeremy emanava ondas de calor, porque ela se sentia quente em todos os lugares possíveis e imagináveis. De dentro para fora. Como era possível sentir algo assim tão intenso por alguém que havia acabado de acontecer?
Ele havia feito uma pergunta e ela não tinha ideia de como responder àquilo. Tudo era a proximidade dele, seus corpos estavam separados por míseros centímetros, mas ela sentia tudo em relação a ele. Seu calor, sua respiração, a forma como seu corpo se mexia de acordo com a entrada e saída do ar. O braço dele tão próximo ao dela, com a mão apoiada acima de sua cabeça. só conseguiu engolir em seco, tentando encontrar uma forma de sair daquela situação, mas ao mesmo tempo não queria. Os olhos dele eram hipnotizantes, parecendo ler e absorver cada detalhe do rosto dela, de seus próprios olhos claros, como se quisesse ir além do que elas estavam oferecendo para aquela noite. Bem, não o culpava, dada a oportunidade, ela também queria mais. Queria tudo aquilo que aqueles azuis calorosos lhe ofereciam.
- Eu acho que – começou ela, sua voz um mero sussurro, tentando parecer o mais casual possível – mesmo que eu tentasse e contasse a maior verdade de todas, você não iria acreditar. Então por que tentar? – Ela deu de ombros, quase sorrindo de orgulho por ter conseguido escapar tão bem.
- Estou apenas curioso – disse Jeremy, o tom de sua voz imitando o dela. – Afinal, esses... Fantasmas que vocês têm aqui são interessantes.
- São?
- Você não acha? – perguntou ele, inclinando-se para frente um pouco, eliminando mais um pouco da distância entre os rostos deles. – Afinal, quantas vezes na vida você já ouviu falar de fantasmas celibatos?
- Provavelmente tem muito nas igrejas – ela deu de ombros, tentando parecer desinteressada.
- Não estamos em uma igreja – observou Jeremy, finalmente criando coragem para erguer a mão livre para afastar uma fina mecha de cabelo dela que estava em seu rosto.
A mulher parecia não se importar, ele já notara que aquela mecha caia muito no rosto dela, ficando bem na lateral do nariz dela, e ela raramente a afastava, com certeza já acostumada e resignada a ter uma mecha rebelde. Mas Jeremy se importava, porque aquilo o impedia de absorver cada mínimo do rosto dela, mesmo que ele já estivesse bem prejudicado pela iluminação precária que vinha da cozinha. Com calma, ele colocou a mecha rebelde atrás da orelha dela.
O movimento fez com que soltasse toda a respiração que vinha segurando sem perceber, e devido ao frio, a respiração saiu em uma lufada branca, típica de quando as temperaturas estavam extremamente baixas. Jeremy acompanhou a fumacinha, esperando ela sumir para sorrir de lado. A pousada estava extremamente gelada, e ele já havia visto se abraçando durante a noite para se aquecer, provavelmente a mais friorenta das três, mas agora ela se mantinha ereta, sem qualquer sinal de estar sentindo a temperatura fria. Igual a ele.
Os olhos claros o encaravam, esperando o próximo movimento que o ator faria, analisando e absorvendo cada detalhe do rosto dele e mais vezes que o considerado saudável, se fixando em seus lábios finos, mas extremamente sensuais e convidativos, principalmente quando estavam desenhados naquele sorriso de lado. Ele também olhava os dela, imaginando como eles deveriam ser macios e delicados, extremamente deliciosos de se morder. Ela ainda ajudava ao usar um batom vermelho sangue, e era extremamente tentador para Jeremy, que passara a noite imaginando como seria borrar aquela pintura perfeita que ela havia feito. E ali estava ele, frente a frente com a mulher, os lábios mais convidativos que nunca, os olhos e toda a sua linguagem corporal praticamente implorando pelo próximo movimento dele. E Jeremy não era louco de deixar aquela mulher esperando muito mais tempo. Ele já a havia pego na mentira, mas seus amigos ainda acreditavam, não custava nada ajudá-la a sustentar a mentira. Porque, claro, aquele era seu único motivo para o que veio a seguir.
Foi extremamente rápido. mal havia piscado e os lábios de Jeremy estavam sobre os seus, sua mão que havia prendido a mecha atrás da orelha, agora segurava seu pescoço, mantendo o rosto dela levemente erguido para que eles conseguissem realizar o que vinham desejando desde que se viram na entrada da pousada mais cedo. Suas mãos agiram por instinto, uma no rosto de Jeremy e a outra no braço do ator, querendo se certificar de que ele não sairia dali. Ele a prensou mais contra o batente, unindo de vez seus corpos, eliminando toda e qualquer distância entre seus corpos.
Aquela sensação era além do que já havia imaginado. Ela já havia assistido todos os filmes e séries com o ator, deixando apenas para sua imaginação ele fazendo com ela o que fazia nos trabalhos. E, meu deus, ela nunca concordou tanto com o fato da realidade ser mil vezes melhor que a imaginação. O toque dele tinha a precisão de alguém extremamente experiente, que sabia o que estava fazendo e o que pretendia fazer além. Seus dedos eram firmes e decididos ao traçar padrões por sua pele, e seus lábios e língua se moviam em uma dança extremamente sensual e pecaminosa. Se aqueles fantasmas existissem de verdade, com certeza estariam causando o maior caos de todos na pousada. E não daria a mínima para eles.
Quando o ar faltou, eles se afastaram, mas Jeremy não a abandonou, descendo seus beijos pelo maxilar dela e pescoço, fazendo-a fechar os olhos e manter uma mão na nuca do ator, sentindo sua pele se arrepiar a cada beijo e mordida depositada. Aos poucos, ele começou a empurrá-la para longe daquele batente, os dois entrando na cozinha e batendo a porta da mesma, sem querer fazer os quatro outros residentes do local pularem em suas camas pelo estrondo inesperado. Jeremy a apoiou na bancada do cômodo, ambos afastando alguns utensílios para que o ator a impulsionasse para cima e a fizesse se sentar na superfície. Eles estavam causando ainda mais estragos do que planejavam e do que já havia no hotel, mas era extremamente irrelevante quando as bocas voltavam a se encaixar e as línguas se entrelaçavam, as mãos inicialmente tímidas, criando mais coragem e conquistando mais liberdade para explorar o corpo um do outro.
A camiseta de Jeremy foi a primeira peça a ser descartada, batendo em algumas colheres penduradas no utensílio posicionado no centro da cozinha e causando um tilintar como se alguém estivesse brincando com elas. Eles não tinham noção do estrago que estavam fazendo não apenas ali, mas nos outros quartos, concentrados demais no que sentiam e faziam com o outro para se importar. Talvez, no dia seguinte, levaria uma bronca das amigas pelo susto que estava causando nas duas, que começavam a cair na própria brincadeira, mas no momento ela apenas se importava com os dedos ágeis de Jeremy que haviam soltado o encaixe de seu sutiã, após retirar a jaqueta e blusa que ela usava, e em seus lábios sobre um de seus seios, fazendo-a fechar os olhos e soltar um gemido, forçando suas unhas no ombro do ator e arrancando um grunhido dele.
Eles estariam em uma grande encrenca no dia seguinte, mas naquela noite, nada daquilo importava. Não quando o frio não era o suficiente para acalmar o que eles sentiam, não quando os arrepios tomavam conta de todo o corpo a cada toque ou ato que o outro fazia. Não quando o encaixe perfeito deles não se limitava apenas a seus lábios, mas a todo seu corpo.


4. Loose the dignity but don't loose the oportunity

Após a divisão dos quartos, tanto ela como Sebastian se retiraram cedo para o aposento deles. Não que fosse com más intenções como sugeriram os olhares e comentários na língua nativa das meninas por e (bom, talvez com algumas intenções duvidosas, porém queria se manter realista e não criar expectativa), mas sim porque tanto o homem quanto a mulher estavam exaustos.
Convenções eram, por mais que gratificantes e divertidas, muito cansativas. Amavam seus fãs, mas era uma quantidade enorme deles para atender em um espaço de tempo tão pequeno. Juntando com a excitação de estar em um país novo, a confusão na saída e o tempo que passaram perdidos na estrada, Sebastian estava exaurido.
Com , não era diferente. Não havia dormido na noite anterior por causa da tempestade, ela e as duas amigas se revezando para deixar os hóspedes confortáveis naquela situação desagradável e se certificando a cada hora que nenhum dano estava sendo feito no edifício. Conseguiu dormir no final da madrugada, quando a tormenta passou e apenas uma fina chuva caía, mas logo teve que acordar para gerenciar a pousada. Passou o dia lidando com as consequências da noite anterior e tomando providências junto com as amigas para caso acontecesse novamente naquela noite.
Agora, a única coisa que queria era uma cama, e se fosse com um moreno romeno de 1,80m de puro músculo, ela não estava reclamando. Com certeza era sua recompensa pelo o esforço todo.
Ao adentrarem no quarto ela ofereceu o banheiro primeiro para o hóspede, pois sabia que não era a única cansada, e apesar dele discutir – damas primeiro, -, além de ser o seu papel de anfitriã, tinha a noção do que o que ele havia passado havia sido pior que elas. Ele merecia tomar um banho primeiro (não que estivesse fedendo, porque por Deus, que homem cheiroso. Ela estava pensando em nunca mais lavar os lençóis que usariam, para guardar o cheiro dele), relaxar e se acomodar no quarto.
Enquanto ele estava no banho, ela aproveitou para ajeitar o cômodo, pegar cobertas e travesseiros extras, se assegurar que tinham velas e lanternas no quarto e, é claro, instalar o gravador que havia dado à ela para assustar o romeno. Ela colocou atrás da cabeceira da cama, sabendo que com a escuridão do quarto não haveria perigo do homem descobrir.
Estava sentada na cama jogando no celular quando a porta do banheiro abriu, e ela levantou a cabeça para encarar o ator.
Só não estava preparada para o que encontrou. O cabelo e barba molhados ficando ainda mais evidentes, com gotas de água escorrendo por seu corpo, por cada linha, cada monte de seu maravilhoso corpo, as gotículas de água ressaltando ainda mais seus músculos, a deixando confusa pois não sabia para onde olhar. Contudo, o que torturava a mulher era que aquela escultura em forma de homem estava coberta por apenas uma mísera toalha amarrada em sua cintura. Frouxamente, mostrando as entradas para sua pélvis e roubando a respiração de do outro lado do quarto pois, por Deus, como ela queria ser aquela toalha. Ou melhor, como ela queria que aquela toalha caísse.
A mulher com certeza o encarou por mais tempo que o apropriado (havia quantidade apropriada em tal situação?), porque quando a voz dele soou no ambiente e chamou a atenção dela de volta para seu rosto, a expressão do homem estava dividida entre satisfeita e sem graça.
- Er, desculpe aparecer assim. Esqueci a roupa limpa na mala. – disse Sebastian, lhe lançando um último olhar carregado de significado antes de ir até sua mala, pegar a muda de roupa e voltar para o banheiro.
só conseguiu fechar a boca para não babar o tempo inteiro, toda e qualquer capacidade de fala perdida em algum lugar de seu cérebro, apenas o seguindo com o olhar. Ao fechar a porta, ela pegou o celular que havia caído em seu colo quando o moreno saiu do banheiro e mandou uma mensagem no grupo das três antes de desligá-lo e colocá-lo no criado-mudo. Boa noite para vocês, porque eu acabei de ter a confirmação que eu vou ter uma muito boa”.
Os minutos entre o homem entrar novamente e sair do banheiro foram preenchidos pela mulher tentando se manter em controle e voltar a respiração ao normal. Friagem ou não, eu definitivamente vou precisar de um banho frio. Como eu vou conseguir dormir com isso ao meu lado?
Logo que vagou o banheiro, o romeno lhe deu um sorriso de canto, ao vê-la com o rosto todo rubro. Ela apenas mordeu o lábio inferior e se dirigiu o mais rápido possível para o outro cômodo, para não correr o risco de passar mais vergonha. Se certificou de pegar seu pijama antes de se trancar no banheiro. Passou o banho inteiro com os pensamentos no homem no quarto ao lado, que mal percebeu que já havia lavado os cabelos pela terceira vez. Não querendo dar motivos para Sebastian se indagar porque ela estava demorando tanto, logo saiu e se vestiu. Ela era chata para roupas para dormir, detestando qualquer coisa que ficasse lhe apertando ou agarrando seu corpo. Porém, como teria companhia, não poderia dormir apenas com seu blusão (que havia roubado de seu irmão, e, ironicamente, continha o símbolo dos Avengers na parte da frente), então teve que acompanhar com um shorts de malha. Ela detestava pijamas de frio, preferindo mil cobertas para protegê-la das baixas temperaturas, e não era como se tivesse que se preocupar com aquilo em tal noite. Com certeza não iria passar frio.
Secou o cabelo rapidamente, já que não queria nem pegar uma pneumonia nem encharcar a cama, e logo voltou para o quarto.
O ambiente estava parcialmente iluminado, devido às lamparinas no canto do quarto. Era um saco estar sem energia, mas tinha que admitir que gostava como as sombras dançavam pelo rosto do homem. Ela acendeu algumas velas antes de apagar as lamparinas, sendo muito claras para dormir com as mesmas acessas, e se juntou ao homem na cama. Ambos estavam tensos, a situação era constrangedora. Juntando com a proximidade e clima intimista e sensual que as velas criavam, nenhum dos dois tinha certeza do que dizer. A estranheza e o silêncio foram cortados quando de repente o barulho de trovão soou pelo ambiente, sobressaltado os dois e logo arrancando risadas deles.
- Desculpa. Não quis deixar as coisas constrangedoras. Eu só sou esquecido, e bom, nem me passou pela cabeça pegar o pijama. Não é meu costume, sabe? – disse o romeno, sorrindo para ela. , tentando se livrar da hipnose que o sorriso dele causava nela, acenou e retribuiu com um sorriso próprio. Interessante era que o “pijama” dele também consistia de um shorts (que custou toda força de vontade dela para não focar no par de coxas de matar do ator) e uma camiseta.
- Acontece. Se você não tivesse feito isso provavelmente teria sido eu. – respondeu a mulher, ainda sorrindo. Mal sabia ela que Sebastian estava desejando que aquele tivesse sido o cenário. – Pelo que eu vejo, não sou a única que não gosta de roupas de frio para dormir.
- Apesar de ter sido surpreendido, pois achei que estaria bem mais calor, não chega perto de alguns invernos que peguei na Europa e na América. Fora que com os aquecedores dos países mais frios, a gente acostuma a dormir em ambientes quentes, não precisando da roupa de frio.
- É, imaginei que fosse isso. Mas, agora que você mencionou, o que está achando do Brasil? Você disse que o clima te surpreendeu, o que mais achou?
Logo, a hesitação e o clima pesado de constrangimento passou, o casal conversando na cama sobre diversos assuntos, desde o que ele estava achando da visita às terras tupiniquins até sua carreira de ator e algumas histórias da Romênia. Sebastian também insistiu em saber mais sobre , com a brasileira contando o que a levou ter uma pousada e como havia conhecido e . De repente, o cansaço dos dois sumiu, envolvidos um no outro durante a conversa, cativando-se a cada palavra, a cada história. Com a quantidade de cobertores que havia pego, ambos poderiam ter algumas para cada um e não passar frio, mas tanto ela quanto o homem se fizeram de desentendidos e julgaram ser melhor dividirem as cobertas, para terem certeza que não iriam passar frio. Mal percebiam, mas a cada assunto novo, iam se aproximando, ficando cada vez mais perto. Estavam virados um para o outro, com as pernas se tocando, quase se entrelaçando quando aconteceu.
Durante a conversa inteira barulhos eram ouvidos no quarto, arranhões no chão, palavras sussurradas, passos. A brasileira via o olhar do ator se semicerrar ao ouvir tais sons, e custava tudo nela para que não começasse a rir, mas tentava se controlar. Não achava que ele fosse medroso, apenas um pouco ingênuo por estar considerando a história dos espíritos. Ela achava fofo, e, sendo sincera, o deixava ainda mais atraente em seus olhos.
Porém, foi quando um gemido alto soou no ambiente, não sexual e sim assombrado, sobressaltando os dois novamente e, infelizmente, os afastando, que o ator mencionou tudo aquilo.
- Vocês estavam brincando, não é? Quando disseram que a pousada é assombrada. – perguntou Sebastian, tentando manter uma máscara de calma, mas ela pode notar seu tom preocupado. Tentando não rir, a mulher respirou fundo antes de responder, torcendo para que conseguisse manter o tom sério e a expressão inocente.
- Claro que não. É uma das atrações principais nossas. Por que você acha que conseguimos manter a empresa, com tantos hotéis luxuosos na cidade?
- Mas tipo, não é de verdade, né? Vocês só fingem essas assombrações, não? – inquiriu o ator, buscando asseguração dela, ainda lutando para que não soasse preocupado.
- Vai me dizer que tem medo de espíritos, Stan? – perguntou, o olhando meio cética, com um traço de riso se fazendo presente em seu rosto e voz.
- Não chamaria muito de medo. Tá mais para trauma – respondeu o romeno, as feições sérias e solenes, o que aumentou ainda mais a vontade de rir da mulher.
- Trauma de espíritos? – pelo que ela sabia, só se pode ter trauma de algo que havia presenciado. Não que ela acreditasse que espíritos eram reais, mas também não conseguia afirmar que eles não existiam, o medo dos filmes de terror era a única base que ela tinha no assunto. Talvez o fato dela saber que tudo aquilo não passava de uma pegadinha dela e das amigas ajudasse com o seu ceticismo.
- Aham. Quando era pequeno, alguns primos tentaram me assustar em uma casa supostamente mal-assombrada na Romênia. Acho que evocamos demais a lenda do Drácula e tudo mais. O problema é que depois que eles assumiram a brincadeira, alguma coisa assustou eles. Como nós quatro éramos os únicos na casa e eles não eram tão bons atores nem ardilosos para fazer todo aquele barulho... Bem, até hoje não sabemos o que aconteceu lá. E, até admito que nem quero saber. Também tem o fato que algumas coisas aconteceram em no set de um filme de terror que fiz, no início da carreira. Não era de espírito, mas as coisas sempre ficam estranhas em todo set se filme de terror. Coisas sumindo e reaparecendo em lugares estranhos, equipamentos ligando e desligando sem motivo, luzes piscando, barulhos de passos constantes... suficiente dizer que eu aprendi a respeitar quando coisas assim acontecem.
Ela olha para ele incrédula e começa a rir.
- Está tentando me convencer que não está com medo, e tentando me deixar com medo?
- Funcionou? – indagou Sebastian, com uma sobrancelha arqueada e um sorriso de lado. Ela meio que ficou hipnotizada com tal movimento dos lábios do homem, sua boca instantaneamente desejando a dele. Caso ela não estivesse o olhando fixamente, talvez tivesse perdido o pequeno sobressalto que ele deu ao ouvir um assobio – ou do vento ou do gravador com os sons tenebrosos que ela havia deixado no quarto, ela não sabia – soar pelo ambiente.
Mas, pensando na pergunta dele e se fosse sincera com ela mesmo, teria ficado pelo menos um pouco impressionada com a situação caso não soubesse que aquilo era uma pegadinha das três. Que e não descobrissem, ou ela não iria ouvir o final disso. Adorava histórias e filme de terror justamente porque a sensação de medo num ambiente controlado era gostosa. Mas colocar situações reais no meio? Ah, ela pegava a pipoca dela e saía correndo na direção contrária.
- Olha minha cara de assustada, gringo. Eu me garanto – disse, exagerando um pouco na feição e tom arrogantes. Queria demonstrar que estava zombando, mas provar (pra ele? pra si mesma?) que o que tinha lhe dito não havia deixado uma impressão nela.
- Bom, é uma pena. – diz Sebastian, com um tom exageradamente desolado, que aumentou ainda mais a vontade dela de rir. Porém, felizmente a mulher conseguiu se controlar e manter a charada, perguntando de forma fingidamente preocupada o porquê. – É que se você estivesse assustada, eu poderia te consolar sabe, te trazia pra perto de mim pra poder te proteger. Contato traz mais sensação de segurança, dizem. E dependendo de quanta segurança você quisesse, bom, iríamos precisar de muito contato. Ouvi até dizer que o medo deixa uma sensação de frio em nós, e como as temperaturas já estão baixas e não há mais cobertores, poderíamos fazer o aquecimento à moda antiga… Mas, já que você está bem, não há motivos para isso, não?
ficou quieta, atônita por um segundo. Desde que havia chegado na pousada, o ator havia se comportado de forma tímida, não se excluindo totalmente, mas não tinha a personalidade extravagante dos outros dois. Sempre falava com a voz calma e o sorriso sereno, por isso estava surpreendida com a abordagem direta do ator e o modo como seus lábios se curvavam em um sorriso sugestivo, bem malicioso. Era como diziam, os quietinhos são os piores.
Sem saber como responder a proposta e manter sua dignidade (ela não poderia do nada, de repente, fingir que estava assustada), ela concordou, dizendo que sim, realmente era uma pena.
Os dois ficaram em silêncio por segundos, a mente de ambos projetando imagens do que poderiam estar fazendo, mas sem saber muito como chegar lá. A necessidade de interagirem se fez maior em um ponto, e voltaram a conversar. Era claro e evidente a química entre os dois, sem falar no clima que dominava o ambiente, mas ambos não queriam dar o primeiro passo e ir logo para a ação, estavam gostando daquela conversa, das entrelinhas sugestivas que ela continha e das nem tão disfarçadas cantadas que davam.
Parecia que só iriam ficar nas palavras, no entanto, já que conversaram por horas sem que ninguém desse o primeiro passo. Estavam começando a ficar sonolentos, mais ajeitados e confortáveis na cama, quando, pela segunda vez na noite, um barulho os surpreenderam. Os corpos estavam alinhados, as pernas e braços se tocando levemente, provocando e desafiando um ao outro a irem pegar o que queriam, quando se sobressaltaram com um ruído alto, parecendo não vir do quarto.
Sebastian tremeu um pouco com o susto, mas ficou em silêncio. A mulher, por sua vez, foi a que ficou mais surpresa. Não reconheceu como um dos sons nos gravadores, e já era tarde demais para alguma das meninas estarem de pé, julgava ela. Foi por isso, que em um gesto impensado e sem nenhuma conexão com a proposta do romeno – ah, tá -, ela agarrou o braço forte e musculoso do ator, seu corpo se tensionando ao não reconhecer o ruído que ouvia. Quando nada mais seguiu, ela até pensou em voltar para sua posição, mas ali estava a oportunidade que estava esperando.
- Você ouviu isso? – perguntou a brasileira, esperando que tivesse soado preocupada o suficiente para convencer o ator. Ah, se os jurados do Oscar a vissem agora… provavelmente ririam dela. Mas o homem fingiu acreditar, lhe respondendo com a mesma seriedade.
- Sim. Mas esse não foi como os outros.
O barulho que tinha ouvido era real, mas mal sabia ela que era apenas derrubando as coisas na cozinha enquanto Jeremy a colocava na sentada bancada para ter um melhor acesso à sua boca. Por hora, estava contente em acreditar que até o palhaço de It de repente apareceu na pousada. Burra por cair na própria pegadinha? Nem um pouco. Ela era mesmo esperta, e, se custasse ter que fingir estar com medo para ter o corpo maravilhoso dele perto do seu, ela repetiria até o grito ensurdecedor que deu quando assistiu o Exorcismo de Emily Rose. Normalmente julgaria esse tipo de garota que faz papel ridículo para ganhar a atenção de um cara, mas quem podia a condenar numa situação daquelas? Um cosplay de Adônis, que por acaso era uma estrela do cinema mundialmente famoso, que tinha um abdômen e par de coxas com a capacidade de arrancar mais rezas de joelhos do que os fiéis em Aparecida, se oferecendo para segurá-la e a “proteger dos espíritos“? Burra seria se não aceitasse. Era aquele famoso ditado, perca a dignidade, mas não perca a oportunidade. E sim, talvez ela acreditasse que haviam conseguido assustá-lo, mas pelo amor de Deus, o cara tinha 35 anos, não era trouxa. Susto ou não, ele havia percebido o que estava acontecendo ali e talvez nem se a freira maldita de Invocação do Mal aparecesse no quarto iria conseguir desfazer as intenções do casal com aquele teatrinho meio realidade.
Então, como se fosse o próprio Hércules resgatando a donzela em perigo, Sebastian passou o braço ao redor da cintura de , a puxando para próximo de seu corpo em um movimento rápido e ágil. Segurou a mão dela ao sentir o calor que emanava da mulher para seu corpo, dando um beijo no dorso de sua mão enquanto olhava profundamente nos olhos, dela e sussurrou:
- Parece que funcionou, afinal, não é mesmo?
A mulher não deu a oportunidade do homem sorrir convencido, não hesitando em colar seus lábios com o dele, em um beijo esperado por ambos desde que se viram na recepção naquela tarde. Ávido, faminto e implacável, as bocas se devoravam no desejo que as consumiam horas. Oxigênio não era necessário ali, de repente, muito menos o decoro, quando as mãos do casal começaram a passear e a acariciar cada milímetro do corpo do outro.
Foi quando as roupas começaram a ser retiradas, uma por uma, até estarem todas enfeitando o chão do quarto, que os dois finalmente ficaram satisfeitos. O objetivo da noite havia sido atingido, e não precisavam de espíritos ou do gravador mais, já que os gemidos, ruídos, e rangidos de móveis que saíram daquele quarto eram o suficiente para assombrar qualquer um. Bem, qualquer um puritano.


5. I've been frozen for many years, could you warm me up?

sinalizou para que Chris entrasse no quarto primeiro, dividida entre rir da falta de jeito do ator ou aproveitar a visão privilegiada que estava tendo. Era difícil dizer se ele estava desconfortável pela situação em si ou pelas histórias que ouvira junto com os amigos, ou se era uma mistura muito boa dos dois – contava com isso, queria ver até quando o homem manteria sua pose de cético e corajoso.
- Tem mais algumas cobertas no armário – avisou ela, enquanto fechava a porta depois de entrar. Por pura sorte, seu quarto estava até que apresentável no momento, algo que duvidava se repetir em seu banheiro, ambiente para qual ela logo se direcionou – Você pega, por favor?
Chris assentiu de prontidão, deixando sua mala próxima a uma parede e partindo para o armário. Não havia ali muita informação sobre a mulher, a porta que abrira abrigava apenas conjuntos de cama, nada que entregasse hábitos ou preferências de sua colega de quarto da noite, por isso o ator apenas suspirou e começou a puxar as peças que manteriam ambos aquecidos pela noite.
- Você estoca toda as cobertas da pousada? – o comentário de Chris saíra distante, mas foi o suficiente para que ela risse de leve enquanto jogava as roupas jogadas no chão do banheiro no cesto devido. Que mal fazia ter uma coberta ou duas a mais?
- Primeiro: aqui costuma fazer bastante frio. Segundo: gosto de dormir com bastante coberta, é costume.
- Tem certeza que tudo bem fazer isso? – Chris estava tão entretido na logística de levar as cobertas até a cama que não reparou na mulher voltando do banheiro, rapidamente estando à sua frente para se encarregar do resto da tarefa.
- Melhor do que congelar a madrugada toda – respondeu ela, sem pensar duas vezes – Se não estivessem aqui, provavelmente teria que ter me juntado às meninas para não morrer de frio.
- Para um país que não neva, aqui faz um frio do cacete. E estamos no verão!
- Vocês pegaram um dia ruim. Tipo, um dia bem ruim. Inclusive parece que fizeram de propósito – brincou ela, começando a esticar as cobertas com o auxílio do ator – Vieram atrás de uma aventura? Conseguiram.
- Pelo menos a companhia não é de todo ruim.
- “Não é de todo”... – repetiu a mulher, parando com as mãos na cintura e uma sobrancelha erguida – Eu devia te deixar dormir no chão depois dessa.
Chris riu sem graça.
- Se importa se eu usar o chuveiro primeiro ou ele não está incluso no pacote “dormir no chão”?
- Fique à vontade.
- Não precisa de ajuda com mais nada?
- Não, o ninho de coberta já está quase pronto – garantiu ela – Enquanto você toma seu banho, eu separo minhas coisas.
Chris assentiu e foi buscar suas coisas na mala, gastando o que deveria ter sido um tempo mínimo no chuveiro. O ator dera sorte e trouxera uma camiseta mais larga que agora lhe serviria de pijama, assim como uma calça fina de moletom que no fundo não pretendia usar quando se organizara para a viagem. Quando foi usar sua vez no banheiro, o ator não soube muito bem o que fazer no quarto que não era dele.
Quando ela voltou, já com traje adequado para as próximas horas, encontrou Chris sentado no meio de sua cama, com todas as cobertas ao seu redor, quase impedindo que se pudesse ver seu rosto.
- E ainda teve a audácia de implicar com a quantidade de coberta que eu deixo no quarto.
- Ei, não podemos brigar, ok? – pediu ele rindo, passando a ocupar apenas um lado da cama e torcendo para não ter ido para o qual a mulher preferia dormir – Juntos temos menos chance de morrer de frio, não dá para deixar o frio ganhar da gente.
- Eu deveria deixar você se esquentar com os fantasmas, isso sim – retrucou ela, engatinhando no colchão para chegar ao seu lado, agradecendo silenciosamente quando Chris soltou uma das pontas da coberta para que ela também se protegesse. Diante daquela brincadeira, o ator revirou os olhos, só depois pensando em algo para devolver.
- Não que eu tenha i>acreditado nessa história, mas seria uma mão na roda se desse para usar esses fantasmas no sistema de aquecimento daqui, não acha?
Mesmo com o pouco tempo de convivência com a mulher, Chris esperava alguma reação mais alta, como uma risada descrente ou ela simplesmente retrucando a brincadeira, por isso ele acabou indo buscar respostas em seu rosto, ficando confuso com a careta concentrada que ela mantinha. Os cabelos caindo todos para o mesmo lado, lhe dando uma visão melhor do rosto de fez com que o ator perdesse momentaneamente o foco, principalmente quando ela aconchegou mais o rosto contra o travesseiro, suspirando satisfeita.
- Quem de vocês dirigiu até aqui?
- Jeremy, por quê?
- Ele bebeu a mesma coisa que você? Isso dá multa alta aqui, sabia?
A risada de Chris só não durou mais tempo pelo som de portas rangendo terem ecoado pelo quarto, pegando a dupla de surpresa. Quando se iniciou o som de algo arranhando contra madeira, o ator ficou tenso, apoiando o corpo nos cotovelos e se elevando minimamente, os olhos tentando espiar por cima das cobertas.
- O que foi isso? – perguntou ele em um sussurro, a mulher que ria nervosa ao seu lado apenas revirando os olhos. Não era só porque ela entrara naquela de assustar os hóspedes que isso impedia ela de se assustar com barulhos repentinos também.
- O que foi? Tem medo de fantasmas também? – ela tentou soar desafiadora, o que apareceu surtir efeito, já que Chris pareceu mais empenhado em negar o recente medo – Não era só o Sebastian?
- Desde quando fantasmas gemem?
- Eles são fantasmas, não santos.
- E por que um dos fantasmas soa demais como o Renner? – insistiu ele, ganhando a curiosidade da colega de quarto.
- Como você sabe como é seu amigo gemendo?
- Prefiro deixar essa para a sua imaginação.
- Péssima escolha, tenho uma imaginação bastante fértil.
- Ah é? Então me diz a história dos fantasmas.
- Eles eram dois amantes… Que não podiam ficar juntos por causa dos destinos que suas famílias escolheram para eles. Por isso eles nunca saiam da segunda base. E no meio da noite podemos ouvir seus gemidos sôfregos até hoje.
Não era a mesma história que elas tinham contado antes, Chris tinha certeza, mas acabou deixando de lado. Ainda mais por ouvir mais um gemido distante e abafado.
- Certo, isso que é uma imaginação fértil.
- É verdade! Não vai acreditar?
- É a pior história de fantasma que eu já ouvi na vida!
- Vá em frente então, vá na cozinha pegar um copo d’água – também se apoiou nos cotovelos, seu olhar maroto passando rapidamente pela porta do quarto antes de se focar mais uma vez no ator – Se tiver sorte, consegue ver um pouco de pornô do além.
- Primeiro – começou Chris, tendo mais dificuldades do que esperava para se manter sério, o riso alto querendo lhe subir pela garganta – tenho certeza que qualquer gota de água que sair de uma torneira daqui, congela. E segundo: essa é uma imagem muito estranha que você colocou na minha cabeça, obrigado.
jogou a cabeça para trás, seu riso saindo abafado por ter levado as mãos a boca. Ela teria continuado por mais tempo se não tivesse tombado sem querer um pouco mais para o lado do ator, que deixou o próprio riso morrer enquanto voltava ficar tenso pela proximidade.
- Como que você continua travado? – Antes que a mulher pudesse controlar, já havia feito a pergunta, se apoiando em apenas um cotovelo para não diminuir um centímetro que fosse a distância entre eles – Já estamos praticamente colados aqui, na mesma cama, e você continua desse jeito. Essa é sua jogada? Bancar o tímido?
- Como que chegamos nesse assunto? – ele imitou a postura da mulher, com a diferença de seu rosto um pouco mais quente, assim como o sorriso que mostrava que estava mais para o nervoso, enquanto o de era travesso. Ele até que estava se divertindo, mas deixaria sua colega apreciar um pouco mais seu momento.
- Estou sem sono e não tinha mais nada para falar.
- Não é uma jogada, ok? – retrucou ele logo – É uma situação inusitada e tenho o direito de não saber como agir. Quando for uma jogada, você vai saber.
- Vou saber porque você acha que eu sei reconhecer essas coisas ou vou saber porque vai ser óbvio porque você é péssimo nisso?
Chris se virou para a mulher com o queixo caído, parecendo tão ofendido como se tivesse xingado um de seus parentes. Aquilo tinha sido baixo, muito baixo. E ela parecia extremamente satisfeita com a reação que tivera.
- Se esse fosse meu quarto, você iria dormir no chão depois dessa – resmungou o ator, relembrando a ameaça que sofrera mais cedo, para só então iniciar a sua defesa – Querida, eu sou O Rei da Paquera, ok? Eu não fiz nenhuma jogada até agora porq...
- O Rei da Paquera? – repetiu o título, o nome lhe soando bastante familiar – Quase certeza que esse é o Robert Downey Jr.
- Que? – soltou ele de surpresa, demorando um pouco mais para entender a referência da mulher – Ah, o filme. Nossa, você tem uma memória boa.
- Se envolve RDJ sendo galante, definitivamente tenho boa memória.
- Isso tem na Netflix? – mal fizera a pergunta, Chris já se esticara para a mesa de cabeceira em que deixara seu celular mais cedo, se arrependendo no mesmo instante pelo ar gelado que deixara adentrar no meio das cobertas, o que fez tanto ele como se encolherem – Faz tempo que não vejo esse filme.
- Sem energia, Evans – lembrou ela, surpresa quando o ator voltou à posição original e se alinhou mais contra ela, querendo compensar o pouco de calor que perdera – E o sinal também está horrível.
- Droga, eu não estou com sono ainda…
- Nas palavras de toda mãe do mundo: fica quieto que o sono vem.
Depois disso, se deitou mais de bruços, o rosto ainda virado para o ator, mas o braços bem próximos do próprio corpo. Chris tentou imitá-la, se ajeitando melhor no colchão e até chegando a deixar uma mão descansar na lombar da mulher, um toque tímido que com o tempo foi ganhando mais firmeza, até chegar a parecer que o homem tinha adormecido, tanto pela forma que seu corpo relaxara como por sua respiração mais lenta e bem ritmada.
E ela acreditou nisso por algo como cinco minutos, até sentir Chris sacudindo de leve seu ombro.
- , acorda.
- O que você ouviu agora? – suspirou ela, abrindo apenas um olho para fitar a silhueta bem próxima do ator. Mesmo com a pouca luz do quarto, notou que ele tinha um sorriso diferente nos lábios.
- Você é francesa? – exatamente como imaginava, o que obteve de resposta da mulher foi um olhar confuso, fazendo com que seu sorriso se alargasse, chegando bem perto de rir – Porque madamn.
- Você me acordou pra isso? – tentara soar, brava, e até conseguira um pouco, mas seu riso mal controlado não ajudava em nada na tarefa de repreender o homem, e ele sabia disso.
- Eu estava pensando em alguma muito boa, ok?
- É por isso que você é solteiro?
- Ei! Isso foi cruel – reclamou ele, empurrando o braço da mulher de leve, que seguia sorrindo divertida – E não tem nada a ver. Você que é mal-humorada.
- Eu estava começando a pegar no sono mesmo com esse frio, e você me acordou para uma cantada fajuta.
- Vem mais para cá então – fora um gesto nem um pouco pensando, completamente no automático. Quando se dera conta, Chris já matinha a mulher contra seu corpo, um braço bem travado por trás de suas costas na altura da cintura, o rosto de apoiado em seu peito. No pouco tempo que durou a movimentação, ela não chegou a produzir nenhuma reação sonora, mas chegou a suspirar satisfeita enquanto se ajeitava contra o ator, que não conseguiu deixar a oportunidade passar – Ei, não fica fazendo esses barulhos, não… Vai que os fantasmas te confundem com um deles.
- Posso fazer uma pergunta aleatória, mas nem tanto? – pediu ela em um sussurro, apoiando ambas as mãos nos largos ombros do ator, mesmo que tivesse apenas erguido um pouco o queixo para não comprometer o contato visual. Quando sentiu o nariz da mulher tocar seu queixo, Chris também ergueu um pouco o rosto, seus olhos assim ficando um pouco mais alinhados. Depois de um tempo estudando os traços de , ele assentiu, e só então ela continuou – Você tem o costume de dormir sem roupa?
- Por quê? – ele estranhou a pergunta, um riso sem jeito lhe escapando – Quer dizer que está incomodada com algo?
- Não, só para saber se você vai continuar com esse costume com os fantasmas por perto.
- Eu odeio você – ofegou o ator, deixando a cabeça voltar para o travesseiro enquanto deixava as duas mãos no meio de seu peito, onde ela veio apoiar o queixo em seguida enquanto sorria inocente.
- Tá com medo de fazer um showzinho pros fantasmas, Evans?
- Você nunca fica quieta mesmo ou é tratamento especial? – mesmo ainda estando claramente brincando, o tom do ator mudou para um pouco impaciente, erguendo consideravelmente a parte de cima do seu corpo, o que obrigou que fizesse o mesmo, tendo que tirar uma de suas mãos do peito do homem para usar de apoio, impedindo assim que escorregasse para o lado. Ele não estava irritado de verdade, o timbre em sua voz entregava sua diversão com a cena, assim como o brilho em seus olhos semicerrados.
- Qual é, eu… – foi pega desprevenida, sua defesa ficando rapidamente esquecida quando a mente da mulher parou de funcionar. Chris sacrificara um de seus apoios, seus dedos com agilidade adentrando nos cabelos da mulher até se posicionarem em sua nuca, puxando-a para mais perto até poder capturar seus lábios entreabertos entre os dele. Não demorou para que voltasse com a outra mão ao ombro do ator, deixando que ele se encarregasse de mantê-la no lugar mesmo quando ele afastou o rosto, buscando alguma reação de sua parte.
- É uma maneira muito boa de me fazer calar a boca – ofegou ela sem pensar duas vezes, os vestígios de surpresa ainda muito presentes em seu semblante, mas nada que impediu de escorregar ambos os braços pelos ombros do ator, até estar abraçando seu pescoço. Com os lábios dela mais uma vez sobre os seus, Chris voltou a se deitar, engatando uma mão atrás do joelho de e puxando sem muita pressa, mas logo ela estava melhor posicionada com ambas as pernas aos lados do ator. Um arrepio ainda maior percorreu o corpo da mulher quando ela sentiu Chris amontoar uma quantidade considerável de seu cabelo em uma mão, aproveitando assim para virar um pouco seu rosto para ter melhor acesso ao seu pescoço.
- Acho que vou ter uma noite atarefada então – murmurou ele contra seu ouvido, sua voz rouca fazendo com que ela apertasse seus ombros com um pouco mais de força. Definitivamente ele teria dificuldades em mantê-la quieta a noite toda, mas valia a pena tentar.


6. Mischief managed

Naquela manhã, todos haviam acordado com o som da energia sendo reestabelecida na pousada. Alguns aparelhos elétricos estalaram, e o sistema de aquecimento rugiu ao ser ligado, logo depois diminuindo o som inicial para um baixo ronronar, como se fosse um gato sendo acariciado. Os quartos começaram a aquecer e seus ocupantes começavam a se incomodar com a quantidade absurda de cobertas que cobria os corpos, alguns nus, outros com apenas uma ou duas peças a mais. Eles tomaram café da manhã, deixando de lado todo e qualquer assunto que fosse levar à noite anterior, deixando aquele momento para mais tarde, quando estivessem sozinhos, sem ter que ficarem embaraçados de narrarem certos eventos a partes que ainda não eram próximas o suficiente para tanta intimidade.
Eles enrolaram o máximo que podiam, mas o sinal das operadoras de celular havia melhorado e os rapazes rapidamente começaram a receber mensagens e alertas que os deixaram ansiosos para retornar logo. A realidade muitas vezes demorava para chegar, mas quando vinha, era como um soco na boca do estômago, os arrancando daquilo que parecia ser uma bolha. A manhã passou rapidamente, com os atores fazendo as ligações necessárias para tranquilizar todos e cancelar as ideias de chamar a polícia. As meninas se ocupavam com suas próprias tarefas, todas frustradas pelo sinal da internet ainda não ter voltado.
Quando deram por si, as bagagens dos homens já estavam na porta de entrada, e eles esperavam terminar de preencher o recibo, já que eles fizeram questão de pagar pelos serviços oferecidos na noite anterior. Ninguém estava feliz, mas havia uma ponta de profissionalismo nas três empresárias que permitiam manter aquilo escondido um pouco mais.
- Novamente, sentimos muito pelos inconvenientes, normalmente não é assim – disse , enquanto terminava de anotar as informações do recibo que deveria entregar a Chris. – Esperamos que tenham tido uma boa noite – acrescentou, ao voltar a encarar o trio a sua frente e sorrindo o mais amigável e inocente possível.
- Garanto que não há qualquer reclamação – disse o ator, sorrindo para um ponto ao lado dela. Nem ela ou precisaram se virar para ver quem era o alvo do mais jovem dos três.
- E quanto a vocês? Alguma reclamação, sugestão? – perguntou , resolvendo ignorar a troca de olhares nada discreta entre os dois que pareciam se comer com os olhos.
- Acho que vocês precisam de um padre – disse Sebastian, claramente dividido entre pensar na parte assustadora da noite, ou no que acontecera com a mulher.
- Ou talvez uma reforma na cozinha – acrescentou Jeremy, fazendo derrubar o porta-canetas diante o comentário do ator. prensou um lábio contra o outro, enquanto tossia para tentar disfarçar uma tosse.
- Algo mais?
- Quando vocês abrirão uma filial em Los Angeles? – perguntou Chris, voltando a chamar a atenção da mulher a sua frente.
- So desperate – murmurou Sebastian, recebendo apoio de Jeremy, e fazendo as meninas rirem. – Enfim, muito obrigado pela noite, garotas...
- Apesar de tudo – disse , percebendo certa hesitação na fala do ator. – Prometemos dar atenção à sua sugestão sobre o padre.
- Obrigado – disse o romeno, parecendo genuinamente aliviado. e mal podiam esperar pelo momento em que fosse contar a versão dela da noite.
- E a sua, Jeremy, sobre nossa cozinha – disse , não deixando a amiga pensar que escaparia daquela situação. – Apesar de não estar de acordo com suas exigências, esperamos que o que lhe foi oferecido tenha sido satisfatório.
estava quase roxa, notando o sorriso debochado nos lábios do ator e a forma como os olhos dele brilhavam, provavelmente relembrando a noite anterior. Ela não tinha do que reclamar também, talvez só pelo fato de ter sido algo de uma única noite, e nunca mais iria se repetir, mas preferia que as garotas pudessem poupá-la um pouco. Porém, ao mesmo tempo, ela não se mantinha esperançosa, ela própria não pouparia as outras duas também.
- Pode acreditar, foi extremamente satisfatório – disse o ator, logo depois conferindo o relógio em seu pulso para conferir o tempo que eles tinham e esconder o sorriso que se espalhara por seus lábios.
- Nós temos que ir – disse Chris, notando a mesma coisa que o colega de elenco.
- Ah, sim, claro – disse , as três não parecendo nem um pouco satisfeitas com a partida tão prematura dos atores. – arrumou o GPS de vocês, agora vocês chegarão em segurança ao hotel.
- E aqui está o nosso cartão, com todos os nossos contatos, tanto do hotel, quanto individual – acrescentou a mulher, entregando três retângulos para os atores. – Caso queiram recomendar para mais alguém.
- A gente ganha algum tratamento especial se recomendar? Como naquelas promoções? – perguntou Sebastian, sorrindo para as meninas.
- Podemos pensar no caso de vocês – disse , sorrindo para o ator.
- Talvez um programa fidelidade – disse Jeremy.
- Uma noite e já quer fidelidade? – perguntou .
- Não, ele quer outra coisa – respondeu , em português, fazendo dar um chute em sua canela.
Os três atores se olharam, não precisavam ser fluentes no idioma para entender que alguma provocação relacionada ao casal mais velho estava rolando. Eles podiam ser homens e não levarem a fama de fofoqueiro, mas os três estavam extremamente ansiosos para fazer a viagem para São Paulo discutindo a noite que tiveram. Porém, para que isso acontecesse, as provocações precisavam terminar e eles tinham que sair dali, por mais que fosse a última coisa que eles quisessem fazer. Talvez Evans não estivesse tão errado assim em sugerir uma filial em Los Angeles – ou Nova Iorque.
- We should go – disse Sebastian, interrompendo a pequena discussão que havia desenrolado entre as meninas.
- Ah, sim... – disse , não sendo bem-sucedida em esconder o desapontamento.
- Nós os acompanharemos até a saída – disse , sendo seguida pelas meninas para saírem de trás do balcão da recepção.
O dia estava claro, completamente diferente do dia anterior, apesar de ainda frio. Os rapazes usavam apenas uma jaqueta ou uma blusa de agasalho, claramente acostumados a climas mais frios, enquanto as meninas se encolhiam dentro de suas camadas de roupas – claramente ainda não acostumadas àquele tempo. Ou apenas extremamente friorentas. O carro estava parado um pouco depois da escada que levava à entrada de carros, e o grupo seguiu até lá, com as meninas acompanhando enquanto os rapazes colocavam as mochilas no porta-malas e logo depois alguma piadinha desenrolando, fazendo Sebastian ser empurrado de leve pelos dois. As três se olharam, um único pensamento: elas poderiam estar indo junto com eles.
- Mais uma vez, obrigado – disse Sebastian, se aproximando para se despedir. Ele abraçou as três meninas, sem surpresa alguma se demorando mais em , e Chris e Jeremy fizeram o mesmo, apenas Jeremy conseguindo se controlar um pouco mais, apesar de não haver nada controlado na troca de olhares entre ele e .
- Voltem sempre – disse , claramente por puro reflexo, já que logo depois arregalou os olhos, levemente alarmada, fazendo as amigas rirem.
- Sim, por favor – disse , para livrar a amiga do embaraço um pouco.
- E vocês estão mais que convidadas a visitarem Los Angeles.
- E Nova Iorque – acrescentou Sebastian.
- Até mais – disse Jeremy, percebendo que alguém tinha que encerrar aquela conversa, ou eles nunca sairiam dali. E, sendo bem honesto, não fossem os compromissos, suas famílias e sua própria filha, ele não se oporia a permanecer ali por mais alguns dias.
As meninas se afastaram para o carro passar, acenando incansavelmente até que o veículo sumisse das vistas delas. Em silêncio, elas subiram as escadas e voltaram para o interior aquecido da pousada, cada uma fazendo algo para fechar o local e impedir a chegada de mais hóspedes, algo que elas duvidavam que fosse acontecer, mas era melhor garantir e colocar em uso a plaquinha que tinham avisando que o local estava fechado.
Os rapazes também ficaram um tempo em silêncio, seguindo as ordens do GPS para fora da pequena cidade e longe daquela pousada e suas donas que, certamente, ficariam na memória deles por muito tempo. Enquanto o carro saía da cidade e ganhava a estrada, os dois grupos suspiraram, cada um relaxando em seu lugar e encarando os amigos e amigas.
- Então... Quem começa?




Fim?



NOTA DAS AUTORAS:

Moony: QUEM DEIXOU NÓS TRÊS ESCREVER JUNTAS? Meu Deus do céu, como isso não deu ruim, eu não sei. Mas vamos ficar felizes por finalmente essa preciosidade cômica ter saído, e todos os surtos, gritos e discussões terem valido a pena. Pads e Prongs, obrigada pelas risadas que desenvolver essa história proporcionou, e obrigada por não desistirem de mim. Já estou esperando uma sequel dessa parceria (e, talvez, dessa fic? Preciso de mais noites com o Stan. Pena que só Merlin sabe. *insira risada da Belatrix*). Não vai ter declaraçãozinha aqui pois pretendo fazer vocês chorarem no whatsapp no dia 31, mas que fique claro que aqui é up to no good until the end of the line. Amo vocês, marotas. Mal feito, feito!

Outras Fanfics:
02. Something In The Way You Move - Ficstape Dellirium: Ellie Goulding
06. I'm Not In Love - Ficstape Guardiões da Galáxia: Awesome Mix Vol.1
07. Must Get Out - Ficstape Songs About Jane: Maroon 5


Padfoot: Depois de vários berros no wpp, várias ameaças de ir na casa da outra pra forçar a escrever, saiu a bonita da fic! E modéstia à parte, uma das minhas favoritas até então, pORQUE OLHA O QUE TEM/ROLA/ESCREVEU ESSA FIC, não dá pra lidar com isso sem ligar o caps. Marotas, obrigada pela paciência comigo e perdão por ter empacado em algumas partes e ter deixado na mão em outras. Escrever com vocês foi loucura porém esperando pelas próximas.


Prongs: Dos criadores de "Quem deixou a Bruna e a Jessica escreverem juntas?" apresentamos agora: "Quem deixou a Bruna, a Jessica e a Gabriela escreverem juntas?"
Eu não sei que brisa muito louca foi essa que atingiu a gente, mas confesso que queria mais. Foi trabalhoso e pareceu que não iríamos conseguir chegar aqui, mas felizmente deu certo E SENTE SÓ A MARAVILHA QUE É ESSA FIC! Se não é a melhor Comédia Romântica que cês já leram, não sei o que será, honestamente.
Meninas, obrigada pela experiência desesperadora mas extremamente divertida, e bora começar a trabalhar nessa continuação porque quero ver esses espíritos assombrando esse povo pelo mundo inteiro!
Amo vocês, minhas marotas, till the end of the line. Obrigada pela brisa e por todo o resto <3



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