Prólogo - O Começo

O loiro olhava a pequena garotinha dormindo na sua cama da Cinderela, os cabelos loiros espalhados para todos os lados enquanto ela agarrava com suas pequenas mãozinhas fortemente o seu gatinho de pelúcia.
Ele ouviu os passos da mãe da pequenina se aproximar e se afastou dali rapidamente.
Enquanto ele voava, sua mente estava tão longe quanto estava do chão. Ele sabia que os outros eram contra sua ideia de juntar as meninas, na verdade até mesmo o seu chefe era contra. Mas não era a toa que ele era conhecido como o menos responsável.

A janela de um quarto daquele apartamento quase do outro lado da cidade de onde ele estava, encontrava-se aberta como imaginava, ele entrou suavemente e o garoto sentando numa poltrona - perto da cama toda rosa com desenhos de princesas na parede onde uma menininha de cabelos pretos abraçando uma boneca da Minnie dormia tranquilamente – olhou feio para ele.
- O que faz aqui, Caspian? – questionou o moreno.
- Não acorde a menina, Liam – o repreendeu indo até a garota na intenção de tocar em seus cabelos, ele sorriu quando fez mais do que apenas isso – Só vim dar um oi.
- Cas... – começou Liam claramente prevendo algo.
- Tenho que ir, nos vemos amanhã – e sem dizer mais nada ele saiu do quarto.
Uma já foi, faltavam duas.

O próximo quarto era em tons de vermelho bem clarinho, a menininha desse quarto tinha uma personalidade bem forte. Mas ele não entrou no quarto, deixou um bilhete debaixo da porta “Festa no parque central amanhã. Venham todos.”
E por último a mais velha, ele sabia que André estaria esperando por ele e exatamente por isso que foi direto à fonte. A mãe.
A mãe da mais velha estava entrando no prédio quando Caspian mais do que rapidamente apareceu na sua frente como se esbarrasse nela sem querer.
- Wow, desculpa – ele falou sorrindo a mulher olhou para ele e sorriu simpática.
- Tudo bem querido – ela disse procurando a chave na sua bolsa.
- Sabe o que é? Eu estou preparando uma festa para meu sobrinho no parque amanhã. Está uma confusão – ele revirou os olhos teatralmente e tocou na maçaneta do portão que se abriu sozinho, ele virou para a mulher que ainda procurava as chaves e sorriu para ela – Portão aberto.
- Ah! Obrigada – disse a mulher aliviada – Boa sorte com a festa do seu sobrinho, minha filha adora festinhas.
- Quantos anos ela tem? – Caspian que já estava como de saída parou olhando para ela.
- Cinco anos – a mulher sorriu.
- Olha, perfeito. Meu sobrinho tem essa idade, leve ela amanhã no parque central – os olhos do garoto pareceram penetrar os olhos da mulher que apenas assentiu.
- Nos vemos amanhã.

Já no parque central, Caspian se acomodou em um dos bancos e observou a garotinha de cachos loiros brincar na balança, ele sorria a vendo rir e pedir à mãe que a empurrasse mais alto.
Um gritinho animado lhe chamou atenção, ele virou na direção que o grito veio e sorriu ainda mais quando reconheceu a menina e sua mãe, ele foi rapidamente para perto delas.
- Ah, olá. Não era para ter uma festa acontecendo aqui? - a mulher indagou erguendo uma sobrancelha, e segurando firme no ombro de sua filha, que estava ansiosa para ir brincar.
- Não tem nenhuma festa. Você veio apenas trazer a filha que você ama, para brincar – ele falou sério e olhando nos olhos da mulher, que assentiu roboticamente. Ele saiu de perto dela como se não a conhecesse e voltou ao seu lugar, vendo a mulher soltar a menina.
- , tome cuidado querida - alertou, quando a pequena tropeçou e quase caiu.
- Pode deixar mamãe – ela falou indo para a balança ao lado da loirinha.
Logo, as outras duas meninas que ele visitara na noite anterior chegaram, e correram para brincar com as outras crianças ali.
E ele observou o quão rápido elas fizeram amizade. Aconteceu de repente. estava se equilibrando em um dos brinquedos e acabou caindo, o que atraiu a atenção das outras três, que estavam brincando perto dela. chorava pois tinha ralado o joelho, as meninas foram até ela e a acalmaram, depois ajudaram ela a se levantar, e logo foram brincar juntas.
Caspian estava orgulhoso e sorridente. Ele ia descansar, assim como seus amigos fizeram mais cedo, mas quando estava na calçada, pronto para sumir dali e ir para sua verdadeira casa, ele viu seus três amigos vindo furiosos em sua direção.
Liam pareceu ainda mais irritado depois do que aconteceu e em segundos estava na frente de Caspian segurando ele pela blusa.
- Você pirou? – falou entre dentes.
- Eu posso explicar – sussurrou Caspian rapidamente vendo as mães das meninas mais distantes parecendo também fazer amizade. Isso não estava nos planos.
- Não, não pode – falou Daniel sério olhando para as meninas brincando juntas na casinha de bonecas que tinha ali, ele virou para Caspian – Elas. Estão. Juntas.
- E felizes, isso não é o mais importante? – ele tentou se livrar da bronca.
- Quando o... – André suspirou profundamente afastando Liam de Caspian e olhando sério para ele – Você percebe o perigo no qual as meteu?
- Elas estão juntas, não acham que vai ficar muito mais fácil protegê-las agora? – Caspian tinha pensado em tudo, por isso tinha as respostas na ponta da língua.
- Eu quero tanto arrancar sua cabeça agora, Caspian – começou Liam e por um segundo ele parecia mesmo prestes a fazer isso, então quatro garotinhas pequenas correram até eles e pararam exatamente na sua frente. Liam engasgou.
- Pergunta – a loirinha mais nova cruzou os bracinhos olhando séria para a mais velha.
A menininha de cinco anos levantou seus olhos azuis curiosos para os meninos que olhavam elas sem saber o que fazer.
Então Caspian sorriu e olhou para os meninos como se dizia “Façam exatamente o que eu fizer”.
- Olá crianças, algum problema? – ele perguntou sorrindo docemente.
As mães das meninas viram o movimento e se aproximaram para olhar as filhas, mas pararam perto ao ver que os rapazes apenas conversavam com elas.
- A acha que vocês são famoooosos – disse document.write(Penny) disse que vocês são palhaços, não gosta de palhaços – ela balançou a cabeça de um lado para o outro.
Liam riu parecendo esquecer sua raiva.
- Não somos famosos e nem palhaços – ele tocou no narizinho da menina rindo.
- Eu disse – cantarolou a pequena tropeçando nos seus próprios pezinhos, Daniel em segundos a segurou – Yeah! Você me pegou.
- O moço pegou a – cantarolaram as outras três juntas.
que até então pulava, parou fazendo bico e virou para mãe.
- Eu machuquei o joelho, mamãe, ta doendo – choramingou a menina.
Sua mãe riu e se aproximou pegando-a no colo.
- Já vai passar filha – disse sua mãe sorrindo.
Liam sorriu para ela e esticou os braços num pedido.
- Posso segurar? – pediu.
Stephanie, a mãe de olhou para ele por longos segundos, o garoto olhava de um jeito para sua filha como se quisesse cuidar dela a todo custo até mesmo esse machucado passar, não só ele como os outros meninos. Era bonito de se olhar, devia ser como um irmão mais velho olhava para sua irmã mais nova.
Mas ela não os conhecia. Por isso apertou mais a filha mesmo que a menina se esticasse para ele.
- Conhecemos vocês? – quem perguntou foi à mãe da pequena puxando ela do colo de Daniel.
- Duvido muito, só viemos aqui hoje porque minha irmã ia trazer meu sobrinho. Mas parece que ela não chegou ainda – André falou rapidamente.
As mulheres pareceram relaxar depois disso, e cansada de tentar segurar a filha, Stephanie entregou a Liam.
- Mamãe podemos brincar com os moços? – pediu dando pulinhos animados, concordou parando de tentar tirar a chiquinha do seu cabelo.
- Só um pouco – concordou a mãe de olhando para as outras mães e vendo-as concordar.
- Vamos nos sentar ali, fiquem por perto – falou Pérola, mãe de olhando para os meninos que concordaram, as mães se afastaram indo sentar num banco perto de onde eles estavam.
- Do que vocês querem brincar? – perguntou Caspian puxando agilmente para seus ombros. Ela riu e bateu na sua cabeça.
- Castelo de areia – as meninas gritaram juntas apontando impiedosamente para a caixinha de areia ali perto.
Os quatro riram e foram com elas até lá as colocando na caixa de areia enquanto eles se abaixavam ao redor.
- Não é agora que vocês me agradecem? – perguntou Caspian gabando-se enquanto via as meninas rirem e começarem a brincar com a areia.
- Só vamos te agradecer quando isso não colocar elas em perigo – disse Daniel, correu até ele mostrando alguns formatos para colocar no castelo de areia, ele sorriu para ela e apontou para o com formato de estrela. A menina sorriu brilhantemente para ele e voltou para perto das novas amigas.
- Elas são espertas – murmurou Liam vendo rir juntando a areia, ela olhou para ele e acenou, ele sorriu em resposta. Liam virou para Caspian – Talvez seja mais fácil cuidar delas agora.
Caspian não olhou para ele ao sorrir, seu olhar estava preso em que finalmente tinha conseguido soltar os cabelos, ela riu aliviada e ele sorriu junto.
tinha revirado os olhos quando e derrubaram o castelo que não gostaram, André sorriu vendo como ela parecia uma mocinha.
Então eles pensaram, talvez não fosse tão mal elas estarem juntas.
Elas mereciam isso.



I - Mudanças

All About Us – t.A.T.u


Uma semana atrás


They say
(Eles dizem)
They don’t trust
(Que não confiam)
You, me, we, us
(Em você, em mim, em nós, em nós)

So we’ll fall
(Então nós caímos)
If we must
(Se nós pudermos)
Cause it’s you, me
(Porque é você, eu)
And it’s all about
(E é tudo sobre)
It’s all about
(É tudo sobre)


se jogou contra o sofá, virou o rosto e gemeu ao perceber que a bagunça da sua festa tinha ficado para ela arrumar sozinha. Maravilha. Ela falou que preferia um tempo num barzinho do que uma pequena reunião em seu apartamento. Ela diz pequena, mas só até o momento que sua amiga, , se empolgou e mandou mensagem para todos seus amigos da escola.
Se colocando de pé porque sabia que o apartamento não se arrumaria sozinho, ela pegou um saco grande de lixo numa mão, e saiu catando os guardanapos e copos. Ao acabar, um sorriso apareceu nos seus lábios quando pôde achar sua mesinha de centro novamente. Ela tinha orgulho do apartamento, onde com um grande sacrifício convenceu a sua família que tinha responsabilidade o suficiente para morar sozinha.
Arrancado as meias, agora sujas, dos pés e jogando sua blusa num canto deu uma espiada no relógio percebendo que passava das sete da manhã. Por sorte havia pedido demissão no fim de semana passada graças às aulas que começariam em breve.
Seu corpo começava a pesar e o cansaço de uma madrugada de festa se mostrava presente, então com um muxoxo se encaminhou para o banheiro em busca de um alívio antes de se jogar contra sua cama macia. Deve ter demorado pouco mais de uma hora na banheira, porque apenas quando seus dedos enrugaram que ela saiu enrolada numa toalha se encaminhando para em frente ao armário querendo escovar seus longos cabelos negros.
Passando a mão contra o espelho para tirar o vapor quente, viu de canto de olho algo se mexer no corredor a fazendo virar o corpo com tudo com um grito preso em sua garganta. Certo, não era ninguém, era? Mesmo assim, ela agarrou a escova como se fosse uma arma e se foi para o corredor, sua cabeça virou quando uma sombra veio até ela, seus pés se embolaram e ela cambaleou para trás batendo contra a parede, seu corpo caindo no chão enquanto a fumaça negra se sobressaia sobre seu corpo.
Sem saber o que fazer exatamente, agarrando a toalha com uma mão e a escova com a outra, se apertou contra a parede esperando que fosse um pesadelo e na verdade ela ainda estava na sua banheira dormindo. Um barulho real demais para ser de sonho a fez abrir os olhos, outra sombra, essa mais solida que a primeira e mais humana também, apareceu e com um gesto fez a fumaça negra desaparecer bem em frente aos seus olhos. Tonta, sem saber exatamente o porquê, o rosto nublado se aproximou do dela tocando em sua bochecha e a fazendo cair num sono profundo e esquecer-se do pesadelo real.

XxXx


It’s all about us (all about us)
(É tudo sobre nós (tudo sobre nós)
It’s all about
(É tudo sobre)
All about us (all about us)
(Tudo sobre nós (tudo sobre nós)
There’s a thing that they can’t touch
(É uma coisa que eles não podem tocar)
‘Cause you know (ah-ah)
(Porque você sabe (ah-ah)

If they hurt you
(Se eles machucarem você)
They hurt me too
(Eles machucarão eu também)
So we’ll rise up
(Então nós iremos nos levantar)
Won’t stop
(Não pararemos)
And it’s all about
(E é tudo sobre)
It’s all about
(É tudo sobre)


A garota fechou seu armário onde estavam suas coisas fazendo um barulho ecoar no vestiário vazio.
Colocando a bolsa sobre os ombros, vestiu seu casaco e saiu da sala.
A livraria na qual estava trabalhando em suas férias estava completamente vazia, passava das dez e em breve estaria fechada. Apenas a jovem e uma mulher com os óculos sendo segurados pelo nariz grande e fino enquanto ela lia um livro numa bancada ao fundo restavam lá.
- Não vai pegar no sono agora não Cande – anunciou ajeitando sua bolsa e desligando mais algumas luzes.
Cande ergueu seu rosto do livro e sorriu para a menina.
- Não quer uma carona hoje não, querida? – perguntou bondosamente.
- Hoje não, vou dormir na casa de uma amiga – respondeu a morena ajeitando seus longos cabelos e entregando a chave para a mulher. Não era seu último dia de trabalho antes das aulas, mas ela só vinha durante a tarde agora – É aqui perto, não se preocupe. Boa noite, Cande.
Os sininhos da loja avisaram que alguém estava saindo quando abriu a porta ouvindo Cande desejar boa noite e pedindo para ela ter cuidado.
Ela apenas acenou, puxando seus fones de ouvido e colocando alguma música para tocar tentando se distrair da rua vazia, não estava querendo ficar assustada, então apenas acelerou os passos já vendo a casa de sua amiga no final da rua.
Cantarolando baixinho a música para espantar os males, seus tênis faziam barulho contra a calçada solitária enquanto suas longas pernas estavam acelerando cada vez mais em busca do café quente do pai de sua amiga. Estava tão distraída com esse pensamento e a música que só se deu conta que não estava sozinha na rua quando passou por um beco e a sombra atrás dela se projetou na parede.
Virou com tudo, quase tropeçando na pressa de procurar algo em sua bolsa para se proteger, seu coração disparando, mas tudo que viu foi um poste de luz piscar querendo dizer que estava na hora de trocar sua lâmpada.
Arrancando os fones de ouvido e achando melhor prestar atenção ao seu redor, suspirou aliviada lembrando-se de Cande lhe avisando para ter cuidado.
- Ajuda.
Um arrepio subiu pelo seu corpo ao ouvir uma voz sinistra sussurrar naquele mesmo beco, apesar da enorme vontade de sair correndo pensou se alguém não estaria mesmo precisando de ajuda e como uma boa moça era o mínimo que ela poderia fazer.
- Olá? – sua voz ecoou naquele beco escuro onde aparentemente não havia ninguém – Olha, se for uma brincadeira vou logo avisando que meu namorado está me esperando no fim da rua e luta muito bem – uma mentira atrás da outra, nem sequer namorado tinha.
Novamente alguém chamou naquela mesma voz estranha, só que dessa vez estava chamando seu nome, a curiosidade a fez parar e se virar com tudo.
Quase caiu para trás ao ver uma enorme sombra na parede.
Um único problema.
Não tinha ninguém no beco a não ser ela.
Ela virou, sabendo que essa era a hora para correr, mas por alguma razão seus pés pareciam presos ao chão.
Ela tentou gritar, mas sua voz parecia perdida em algum lugar distante.
O que diabos estava acontecendo?
A sombra se mexeu, parecendo ficar ainda maior, como se saísse da parede vindo em sua direção. Mas espera. Ela estava saindo da parede. forçou suas pernas a se movimentarem, dando um passo para trás, tremendo da cabeça aos pés, esbarrou em algumas latas de lixos as derrubando e caindo juntamente com elas.
- Finalmente.
Quem estava sussurrando aquilo de um jeito diabólico e sombrio? Não podia ser a sombra, sombras não falam. E muito menos saem de paredes parecendo querer fazer mal a você. Muito mal.
Algo sinistro e aterrorizante acontecia à sua frente, não era uma pessoa, nem sequer parecia uma sombra. Não havia forma. Era apenas algo nojento, grande e amedrontador e parecia ondular enquanto andava esticando os braços – ou algo – parecendo querer puxar a garota para perto.
E como se fosse uma das cenas de seus livros se tornando real, algo veio do alto. Pulando graciosamente logo atrás da sombra sinistra, estava encapuzado e seu rosto escondido, uma voz suave sussurrou algo numa língua estranha e estalando os dedos a sombra sumiu.
Alivio?
Não exatamente.
Quem era a pessoa encapuzada?
- Q-quem é você? – gaguejou se encolhendo nas latas, suas mãos tateando o chão sem saber o que fazer ou como se defender – O que você quer? O que era aquilo? - as perguntas dispararam uma atrás da outra para seu suposto herói sem conseguir controlar.
- Me desculpa – a voz chegou até ela criando arrepios diferentes do arrepio de medo de antes, ele virou olhando para todos os cantos do beco como se procurasse mais sombras, seria possível que existisse mais daquilo? Na verdade, o que acontecia agora era possível? Ela achava que não.
- Eu estou sonhando? – a morena não estava mais com medo, o cara encapuzado não parecia lhe querer fazer mal e ela tinha quase certeza que tudo aquilo não passava de um sonho estranho.
Ele olhou diretamente para , sobre o capuz ela achou ter visto um brilho que deviam ser seus olhos, e numa voz de veludo que lhe dava ondas de calma e ela não achava que era possível existir ele disse:
- Não – ergueu a mão para ela que ainda na dúvida se devia aceitar ou não acabou por se colocar de pé sozinha, o cara pareceu um tanto ofendido ao dar um passo para trás, mas ainda assim ergueu uma das mãos apoiando no ombro dela que pareceu esquentar de um jeito estranho e confortador – Não, mas vai achar que sim.
E então ela desmaiou em seus braços.

XxXx


They don’t know
(Eles não sabem)
They can’t see
(Eles não veem)
Who we are
(Quem nós somos)
Fear is the enemy
(O medo é o inimigo)
Hold on tight
(Segure-se firme)
Hold on to me
(Segure-se em mim)
‘Cause tonight..
(Porque esta noite...)

It’s all about us
(É tudo sobre nós)
It’s all about, all about us
(É tudo sobre, é tudo sobre nós)
There’s a thing that they can’t touch
(É uma coisa que eles não podem tocar)
‘Cause you know (ah-ah)
(Porque você sabe (ah-ah)


A garota loira, também conhecida como entrou no clube na ponta dos pés, uma das cópias da chave da piscina que roubara mais cedo na recepção quando veio com seus pais no bolso de trás da sua calça foi bastante útil.
Trancando a porta por dentro, jogou a chave em cima da mesa da mesma recepção que ela estava mais cedo e seguiu para a área das piscinas sabendo que ninguém a atrapalharia tão cedo. Com um grande sorriso ao olhar para a água escura e cristalina, colocou sua bolsa em cima de um banco e antes de retirar suas roupas olhou ao redor por puro capricho já que sabia que não encontraria ninguém num local que deveria estar trancado.
Colocando as roupas em cima da bolsa, andou até a beirada da piscina fazendo uns breves alongamentos, seus cachos bem presos por baixo da touca e seus dedos tocando facilmente na ponta de seus pés, tomando um longo suspiro ela esticou o corpo e se jogou contra a água aquecida da piscina, a tão conhecida sensação de afundar e ainda assim ser preenchida com uma paz a tomou e seus braços se moveram automaticamente em sintonia com seus pés, sem parar para respirar ela nadou até o outro lado da piscina e quando seu braço tocou a beirada ela submergiu com um belo sorriso nos lábios, apesar de ofegante, e tirou os fios de cabelo que soltaram da touca e grudaram em seu rosto e então relaxada, começou a boiar na água.
Seus olhos se fecharam e seus braços se mexeram suavemente contra a pequena correnteza que ela mesma estava criando, desfrutando daquele momento de tranquilidade no qual apenas a água parecia criar para ela.
Ela achou que pegou no sono, não teve certeza, porque algum tempo depois ela ouviu um barulho vindo da piscina. Alguém havia entrado? Ela não achava que não, as portas estavam trancadas.
Achou melhor deixar de lado e continuar a relaxar, quem sabe dormir um pouco, seu celular tocaria em duas horas lhe avisando que em breve o sol nasceria. Sabendo que afundaria se pegasse mesmo no sono, achou melhor apenas relaxar um pouco e deixar seus pensamentos flutuarem juntamente com ela, estava entre uma cochilada e uma lembrança de quando era pequena nessa mesma piscina quando algo envolveu sua cintura e puxou seu corpo para o fundo da piscina.
Desesperada, abriu os olhos notando que não estava dormindo e tampouco sonhando, seus braços se ergueram para cima e ela tentou jogar o corpo na direção da superfície, sem muito sucesso, a pressão era enorme e só poderia ser de uma pessoa. Mas o que a fazia ficar apavorada era que ela não sentia as mãos, não havia como ser brincadeira. Apesar de ser bastante treinada o ar não duraria muito se ela continuasse a se debater, então relaxou tentando virar o corpo para ver o que a segurava o que não parecia uma tarefa fácil quando o que segurava ela não parecia existir.
Ela olhou para cima, para a água tão distante acima de sua cabeça, para as luzes da piscina ligadas, suas sandálias aparecendo à ponta num canto e então um par de sapatos e um corpo se aproximando.
Ela fechou os olhos novamente, sem mais nenhum suprimento de ar. Quando estava prestes a perder a consciência. A pressão parou e automaticamente ela jogou o corpo para cima, seus pulmões buscando ar desesperadamente, sua cabeça parecia dar várias piruetas, e quando seus braços agarraram a grade da piscina desesperadamente com medo que fosse afundar novamente, ela perdeu os sentidos pouco antes se sentir mãos fortes a segurando.

XxXx


It’s all about us (all about us)
(É tudo sobre nós (tudo sobre nós)
It’s all about
(É tudo sobre)
All about us (all about us)
(Tudo sobre nós (tudo sobre nós)
There’s a thing that they can’t touch
(É uma coisa que eles não podem tocar)
‘Cause you know (ah-ah)
(Porque você sabe (ah-ah)

It’s all about us (all about us)
(É tudo sobre nós (tudo sobre nós)
All about us
(Tudo sobre nós)
It’s all about us (all about us)
(É tudo sobre nós (tudo sobre nós)
We’ll run away If we must
(Nós vamos fugir se pudermos)
‘Cause you know (ah-ah)
(Porque você sabe (ah-ah)


Como sempre, naquela mesma hora da noite e naquela mesma rua, uma pequena garota de coturnos pretos e cachos dourados passava por lá a passos largos, com pressa para chegar em casa, afinal havia prometido a Jason que chegaria cedo.
Jason, o garoto que cria ela desde que ela era pequena demais para se lembrar, sua única família e a pessoa que ela mais admirava. Afinal, os caçulas não sempre admiram seus irmãos mais velhos?
Exceto hoje, hoje ela estava chateada com Jason porque ele a ligou avisando que não poderia lhe buscar no seu treino de ginástica e ela prometeu que chegaria cedo, mas ao acabar o treino percebeu que devia ser um pouco rebelde e castigar ele por fazê-la andar tanto.
A birra cessou no momento que ela ouviu passos próximos na calçada vazia e quando virou o rosto para ver quem era. Não havia ninguém.
Achando melhor deixar de lado sua mente fértil para filmes de terror, apressou o passo passando por prédios que eram quase os mesmos um do lado do outro, a cabeça abaixada se protegendo contra o vento frio de fim de tarde e seus ouvidos aguçados em busca de mais passos atrás dela.
E esses passos vieram.
Certo, ela que não ficaria dando bobeira. Apertando o passo, ela virou numa curva já conhecida por ela e correu até as escadas na lateral do prédio segurando na grade alta e num pulo girando o corpo e pisando contra a frágil escada, ela olhou para baixo, mas a única coisa que viu foi uma lata caindo sem ninguém empurrar, mente fértil ou não. Ela subiu as escadas correndo até o topo do prédio que era encostado no seu e dando um pulo caiu de joelhos no terraço do seu.
Ela não pode deixar de se gabar ao olhar para trás e ver todo o seu percurso. Ela era boa e sabia e com um sorriso nada humilde desceu as escadas de emergência até a janela da lavanderia, nem pensar que desceria tudo para entrar pela porta.
Abrindo a janela pequena para a maioria das pessoas, exceto para ela, jogou seu corpo para dentro, suas mãos agarrando a janela e suas pernas no ar, pronta para pousar quando sentiu uma ventania forte mais para ter vindo de dentro de sua casa, forte demais para ter feito ela cair no chão de bunda reclamando em voz alta.
Estava dentro de casa, mas foi nesse momento que o terror aumentou, quando a ventania que não podia ser real começou a fazer as roupas voarem e a porta bater a trancando lá dentro.
- JASON – ela gritou, automaticamente, pela única pessoa que sabia que lhe protegeria agora.
Um sussurro arrepiante chegou até ela contra seu pescoço a fazendo se encolher em busca de proteção.
- ? – Jason gritou do lado de fora da porta, sua voz desesperada com o grito da menina – . O que está acontecendo? – ele chamou novamente e perdendo a paciência jogou seu corpo forte contra a porta emperrada. Uma. Duas. Três vezes. Na quarta vez a porta se abriu e a ventania parou.
O moreno estava apenas de calça, o peito nu e descalço quando correu até a pequena a puxando do chão e lhe abraçando apertado.
- Você está bem? O que aconteceu? – sussurrou a puxando para seu colo, a garota não ligou, nunca ligaria de ficar sobre a proteção dele.
Quando ele sentou com ela no sofá, a menina ainda confusa com o que tinha acontecido, ela olhou para Jason em busca de uma resposta, mas tudo foi cortado quando uma garota apareceu na sala, um roupão em seu corpo e também estava descalça.
apertou os olhos, olhou de Jason para a desconhecida e apontou para ela com o queixo.
- Quem é ela?
Jason olhou para a morena de cachos cheios ao longe e então para a pequena e agarrou a mão dela.
- Lorely, é a minha... - ele parou, confuso e olhou de uma para a outra. Mas havia entendido.
- Como assim? - exclamou irritada. Ele não tinha ido buscá-la para ficar com uma namorada? Estava sendo trocada mesmo? - Só pode ser brincadeira...

XxXx


It’s all about us (It’s all about us)
(É tudo sobre nós (É tudo sobre nós)
It’s all about love (It’s all about us)
(É tudo sobre amor (É tudo sobre nós)
In you I can trust (It’s all about us)
(Em você eu posso confiar (É tudo sobre nós)
It’s all about us
(É tudo sobre nós)


Presente


O céu estava cinzento e a chuva estava forte, as arquibancadas do American High School que ficava ao lado da floresta estavam vazias.
Exceto por quatro garotos que estavam em pé no centro da quadra.
- A culpa foi sua, Caspian – disse um dos quatro para o loiro.
- Minha culpa? Como foi minha culpa, Liam? – o loiro perguntou sabiamente sem se deixar afetar pelo ataque vindo do amigo.
- Ele tem razão, sabe – comentou outro loiro distraidamente cruzando os braços.
- Ah gente qual é, como se não tivéssemos dado conta deles – Caspian falou jogando os braços para cima.
- Sim, mas com a eles quase nos venceram – retrucou Liam.
- Gente, não vai adiantar nada ficarmos discutindo de quem é a culpa – falou André sabiamente – temos que procurar um jeito de deixá-las mais seguras.
- Contamos para elas, e as levamos para o chefe? - sugeriu Caspian.
- Claro que não seu idiota – Daniel disse dando um tapa na cabeça do amigo.
- Podemos colocá-las no Saint Marcus, lá elas com certeza ficarão salvas – falou Liam passando a mão no cabelo distraidamente.
- Isso Liam, perfeito – Daniel falou sorrindo.
- E vamos simplesmente levá-las para lá? - indagou Caspian.
- Não tem como levá-las para lá sem que questionem – disse André pensativo. – Elas são muito espertas e muito teimosas quando querem.
- Então, como faremos? – Liam questionou – A cada segundo que passa as meninas ficam mais desprotegidas – ele disse e viu que seus amigos ficarem inquietos.
- Eu odeio ter que dizer isso, mas vamos ter usar hipnose com elas – Daniel falou baixo, mas todos escutaram.
- Nem pensar.
- Não mesmo.
- Não vou fazer isso com ela.
Todos falaram ao mesmo tempo, e Daniel se irritou com isso, também não gostava da ideia, mas era a única solução pra fazer as meninas irem para o colégio sem problemas e assim ficarem seguras.
- Eu não gosto da ideia tanto quanto vocês, mas será preciso. Vocês não as querem seguras? – Daniel questionou e todos ficaram quietos concordando.
- Ótimo – André resmungou.
- Então vamos. Temos que protegê-las – Liam disse e logo todos foram atrás de suas protegidas.

Elas estavam na calçada, correndo e rindo, com as blusas de frio cobrindo suas cabeças numa tentativa de impedir a chuva de atingi-las. Os quatro mantiveram uma boa distância delas, estavam no alto de um dos prédios que tinha ali.
- Eu não vou conseguir – resmungou Caspian afastando-se da beirada do prédio, depois que elas entraram no prédio em frente ao que estavam, onde morava.
- Eu também não – Daniel disse fitando a rua.
O silêncio os consumiu, só ouvia-se o barulho da chuva, que ficava cada vez mais forte.
- Já sei – falou Liam quebrando o silêncio – e se elas ganhassem uma suposta “bolsa” para a Saint Marcus?
- Falaríamos com o diretor delas, ou melhor iremos “convencer” ele de que elas ganharam, assim não teriam o que questionar – André desenvolveu a ideia de Liam.
- Isso! – Daniel concordou.
- Então vão logo, eu fico de olho nelas – Caspian disse sentando no chão e cruzando as pernas.
- Nada disso, para você nos colocar em mais uma encrenca? - André disse rindo - Eu fico!
- Caspian e eu vamos e vocês ficam – Daniel disse, puxando Caspian para cima.
Sem dar o direito de Caspian reclamar, Daniel o levou para longe do prédio, de volta ao colégio em que estavam há pouco.

Caspian e Daniel chegaram ao colégio e disseram que queriam falar com o diretor, mas a secretária disse que ele estava em reunião e poderia demorar um pouco.
- Nós vamos esperar – Daniel disse determinado. Esperaria o tempo que fosse necessário, qualquer coisa para proteger .
Ele se sentou e Caspian sentou no outro sofá, depois de mais de uma hora o diretor apareceu e estranhou ver dois estranhos esperando-o, a secretária disse que os dois queriam falar com ele e o diretor apenas concordou.
- Se vocês esperarem mais dez minutos, irei dar-lhes total atenção. Só preciso falar uma coisa com o conselheiro – o diretor disse e entrou na sala do conselheiro da escola.
- Isso vai demorar – Caspian disse.
- Nem me fale – Daniel cruzou as pernas impaciente olhando ao redor da sala, ele queria falar com o diretor e poder voltar a olhar , sabia que Liam e André não iam deixar nada acontecer com elas, porém não confiara sua protegida a ninguém.
Então ele sorriu misteriosamente.
- Porque está sorrindo? – Caspian, o mais novo de todos os quatros, olhou para o mais velho.
Mas como resposta Daniel apenas levantou e foi até a mesa da secretária.
A mulher levantou o rosto encarando ele sobre os óculos e numa voz entediada perguntou: - Pois não?
- Meu amigo e eu temos uma entrevista marcada para as três horas, queríamos falar sobre uma generosa doação a essa colégio, porém parece que vamos ter que ir para o próximo da lista.
- Se os senhores aguardarem um instante já resolverei isso - a secretária falou pegando o telefone e discando alguns números, logo começando a falar algumas coisas inaudíveis. - O diretor está à disposição dos senhores agora mesmo, acho que sabem onde a sala dele está localizada, não? - ela pôs-se a falar logo depois de ter colocado o telefone de volta ao seu lugar.
- Muito obrigado - Daniel disse dando um sorriso triunfante.
Os dois garotos não perderam tempo, já estavam se dirigindo a sala do diretor, que ficava ao lado da secretária.
O mesmo homem que passara correndo por eles já estava na sala sentado na cadeira atrás da sua mesa com os últimos botões da sua blusa soltando por causa da sua barriga.
- Somos Daniel Hason e Caspian Ivashlov – Daniel passou a frente se apresentando formalmente para o diretor.
- Oh sim, eu sou o diretor Walter Jonhson no que posso ajudar os senhores? – ele levantou a mão gorducha para cumprimentar os dois.
Caspian revirou os olhos, como se ele só não tivesse atendido os dois naquele momento porque eles ofereceram uma doação generosa.
- Trabalhamos no colégio Saint Marcus e queríamos falar sobre bolsas para alguns dos seus grandes alunos e claro, uma boa doação – falou Daniel sentando tranquilamente numa cadeira, Caspian já estava sentado desde que entraram na sala.
- Quem são os alunos? – perguntou o diretor, claramente tentando pensar se seria mesmo bom aceitar essa bolsa para alguns dos seus melhores alunos.
- São quatro alunas, , , e - disse Daniel, o diretor se remexeu na cadeira incomodado e logo disse:
- Desculpe, mas não há nenhuma possibilidade de essas quatro alunas saírem daqui.
- Esquece, não vai adiantar - falou Caspian se levantando da cadeira e se debruçando sobre a mesa, e ele estava com seus olhos verdes fixos aos olhos do diretor - Essas quatro alunas irão para o Saint Marcus na próxima segunda-feira de manhã, você dirá a elas que ganharam uma bolsa especial para lá e não irá questionar contra isso.
- Tão impaciente – disse Daniel revirando os olhos e voltando a se sentar.
- , , e ganharam bolsas para a escola Saint Marcus e estarão lá na segunda de manhã – o diretor repetiu o que Caspian falou fazendo o loiro sorrir e dar tapinhas na cabeça dele.
- Bom garoto – ele disse se afastando do diretor e virando para Daniel – Viu? Nem precisamos fazer uma doação.
Daniel apenas revirou os olhos mais uma vez e não disse nada porque o diretor piscou os olhos algumas vezes e sorriu para eles.
- Mais alguma coisa, garotos? – perguntou Walter.
- Dê parabéns a elas por serem ótimas alunas – falou Daniel ficando de pé – E não deixem seus pais saírem daqui até aceitaram a bolsa – os olhos verdes de Daniel penetraram o do diretor assim como os de Caspian há poucos minutos fazendo o diretor concordar – Tenha um bom dia.

XxXx


Finalmente um belo dia de sol.
O dia perfeito para levar seu irmão mais novo ao parquinho enquanto pensava numa forma de contar as amigas sobre a bolsa que ganhou. Não que estivesse empolgada com isso, porém ela não tivera escolha dado que o diretor conseguiu convencer sua mãe que era uma grande chance.
- Nicolas, não fique longe – pediu se sentando num banco enquanto via o irmão concordar e sair correndo para perto de outras crianças.
Não demorou muito e três garotas todas com caras de preocupação se aproximaram sentando ao lado da morena.
- Oi – cumprimentou ao sentar ao seu lado – Meninas, tenho uma coisa pra contar a vocês.
- Eu também – falaram as outras três em coro.
- Todas querendo falar alguma coisa? Não sei se isso é bom – brincou, o clima parecia meio tenso.
- Me deixa falar primeiro. O diretor chamou minha mãe outro dia e deu uma notícia pra gente. Ganhei uma bolsa de estudos no colégio Saint Marcus disse sorrindo.
Todas olharam pra a loira.
- Eu também ganhei – falou.
- E eu – disse.
- Eu também – falou.
Elas se entreolharam e ficaram mudas, não sabiam se gritavam ou sabe-se lá o que poderiam fazer.
- Nós vamos continuar estudando juntas? - animou-se – Eu estava tão mal por ter que me separar de vocês.
- E eu, fiz de tudo para minha mãe mudar de ideia, mas não consegui persuadí-la – falou sorrindo.
- Precisamos comemorar – anunciou – Festa do pijama no apartamento da ?
- Não dá, tenho que cuidar do Nicolas, vamos fazer lá em casa? - sugeriu .
- Tudo bem – as três concordaram em uníssono.
Elas se entreolharam e deram sorrisos maliciosos e então começaram a pular e gritar finalmente soltando tudo que precisavam.
- Porque vocês gritam tanto? – elas pararam no mesmo momento olhando para baixo e encarando um pequeno garotinho com os olhos castanhos confusos.
- Porque estamos felizes – explicou sua irmã com paciência enquanto pegava o garotinho no colo, ele não reclamou, ainda estava muito novo para sentir vergonha de afeto em público.
- E pessoas felizes gritam? – ele franziu a testinha e seus lábios rosadinhos se formaram num bico.
As meninas riram.
- Pessoas felizes fazem muito mais, como ir a bares e... – começou , mas o olhar que deu a ela deixou bem claro para não completar a frase – E beber leite para dormir no horário certo.
- Não está na hora de dormir ainda, eu quero blincar – o menino fez birrar se sacudindo nos braços de para ser colocado no chão.
- Brincar – corrigiu , mas Nicolas apenas abriu um grande sorriso infantil para ela e saiu correndo para voltar a brincar. revirou os olhos e voltou a encarar as amigas.
Então elas gritaram de novo.
Ficaram mais meia hora no parque e depois foram para a casa de , para fazerem a festa do pijama. Elas riram, conversaram, viram filme com o irmão da até que ele começou a pegar no sono, quando ela o pegou no colo para levá-lo ele reclamou dizendo que tinha um bicho malvado no seu quarto que não o deixava dormir, e ele queria ficar com as meninas e dormir com elas.
riu e disse que ela nunca ia deixar nenhum bicho machucá-lo, mas o irmão começou a chorar quando tentou levá-lo novamente para o quarto e com dó dele, o pegou no colo e começou a cantar uma musica qualquer, logo ele dormiu e ela o colocou na cama.
- Não se preocupe bebê, eu peço ao meu anjo da guarda para te proteger – sussurrou para o irmão.
Quando e voltaram à sala, e estavam sentadas no chão em cima de um tapete que mais parecia algodão, as duas estavam de frente para a mesinha de centro e encostadas no sofá de couro preto que havia lá, a janela da varanda estava aberta e por lá entrava um corrente de ar frio.
- Alguma de vocês abriu a janela? - perguntou às duas garotas que estavam sentadas no chão.
- Tá louca, está frio o suficiente para nem precisar pensar nisso - disse agarrando-se ao próprio corpo, estranhou, mas deu de ombros e foi fechar a janela.
- O que vamos fazer? - perguntou indo se sentar junto a elas.
- Jogar verdade ou desafio? - sugeriu , que acabara de se juntar a elas.
- Não, sem jogos - falou encostando a cabeça no sofá.
- Alguma outra sugestão? - perguntou .
- Se alguém quiser me despertar, então que comecem com histórias de terror - falou dando um grande bocejo.
- Eu não sei nenhuma - falou e concordou.
- Então eu conto - ofereceu-se - Melhor se prepararem - Ela falou se endireitando.
- Acho que não vou gostar disso - falou indo para o lado das meninas, do lado contrário em que estava.
- Em uma noite escura, uma garota andava apressada pelas calçadas de uma rua desconhecida, algo a seguia, e ela sentia isso, ela começou a correr, mas não sabia para onde estava indo. Ao longe ela viu sua casa, mas havia esquecido as chaves - estava contando a história de quando ela descobriu a namorada de seu irmão, apenas modificando algumas coisas - Ela subiu pelas escadas de emergência que dava para a janela de sua lavanderia, mas ao abrir a janela um vento forte saiu de dentro dela - nesse momento a janela da casa de se abriu com tanta força que as meninas deram um pulo para trás, deu um grito assustando ainda mais as meninas e escondeu a cabeça com uma almofada, apenas ficava olhando para esperando que ela continuasse - A garota caiu das escadas e por pouco não se espatifa no chão - faz gestos com as mãos como se estivesse se segurando em algo - Ela se segura nas grades da escada e por lá fica pendurada, ela grita por ajuda e então começa a ouvir sussurros a chamando, bater de asas muito fortes, ela está assustada, mas logo seu irmão aparece para salvá-la, eles vão para dentro de casa e... - deu uma pausa tentando assustar as meninas - Encontram a pior pessoa que podia imaginar. A namorada de seu irmão - ela começou a rir, e as meninas tacaram almofadas nela, não parava de rir até ouvir as portas se baterem, todas as portas da casa haviam se fechado sozinhas.
foi para o lado das meninas, e as quatro ficaram encolhidas em um canto agarradas. Algo vinha pelo corredor, uma fumaça negra, as meninas não sabiam o que fazer a fumaça se aproximava e elas estavam indefesas contra aquilo.
olhou para o lado, para o canto da parede onde suas espadas de esgrima estavam guardadas, e pensou em pegá-las, mas depois se desesperou, pois como iria atingir uma fumaça?
Por trás da fumaça, as quatro avistaram um pequeno menino, coçando os olhos e vindo à direção delas.
- Nicolas – sussurrou e todas entraram em pânico, não queriam gritar para ele sair, pois isso poderia atrair a atenção da fumaça para o garoto, e mesmo sabendo disso o grito já estava para sair de dentro de .
- Não sussurrou colocando a mão na boca da amiga.
A fumaça já estava bem perto das garotas, que foram indo para trás até se chocarem contra a parede, mas isso só piorou, pois agora não tinham mesmo para onde ir.
O garotinho olhava curioso para fumaça a sua frente, sua cabeça estava caída de lado e os olhos estavam atentos.
As meninas tiveram que segurar bem forte, pois ela queria ir para perto de seu irmão, mas seria muito arriscado passar pela fumaça. De repente, elas viram quatro garotos aparecerem do nada na sala.
viu um deles abaixando e ficando de joelhos, de frente para seu irmão, ele falou algumas coisas para o menino, que assentiu e correu pelo corredor. A menina suspirou de alívio, mas estava intrigada, pois tinha quase certeza que conhecia o garoto que falou com seu irmão.
- Quem são vocês? – perguntou em voz alta, mas como consequência as sombras voltaram a olhar para elas e com um grunhido estranho pressionou elas contra a parede as fazendo gritar.
- É sério, isso está ficando chato – disse Daniel vendo Liam ficar perto do corredor por onde Nicolas tinha ido depois de mandar ele se esconder no quarto.
A sombra parou de pressionar as garotas e virou para encarar os quatros garotos na sua frente.
- Diga ao seu chefe que eu não quero ter que chamar o meu chefe – disse André e num estalar de dedos a sombra sumiu. Então ele virou sorrindo para as meninas – Tudo bem?
- Que merda aconteceu aqui agora? – perguntou impaciente e cruzando os braços, braços estes que tremiam.
Elas levaram um susto quando André num piscar de olhos estava segurando que estava mole nos seus braços.
- Essa foi fácil, nem precisamos fazer nada – falou Caspian rindo, mas ao olhar das meninas ele acrescentou – Não se preocupem, segunda-feira isso acaba.
- O que está acontecendo aqui? Como vocês entraram aqui? O-O que... – gaguejou se afastando da parede – Cadê meu irmão?
- Ele está bem e vocês vão entender tudo um dia – disse Liam se aproximando devagar, assim como os outros.
- Se afastem ou eu chamo a polícia – avisou olhando preocupada para a amiga nos braços de André, Caspian riu e Daniel e Liam fuzilaram ele com o olhar – Eu conheço você?
- Eu conheço você – Caspian piscou para ela – Mas infelizmente você vai ter que se esquecer disso. De novo.
- De novo? – apertou o braço de puxando a pequena garota para perto dela.
- Desculpa – sussurrou Liam e tocando na testa de como os outros faziam com as meninas, elas apagaram.

Depois de colocar as meninas no enorme quarto com cores claras e cômodos de bom gosto de eles seguiram para o quarto de Nicolas entrando lá com cuidado.
O quarto do pequeno prevalecia à cor azul e decoração de espaço. O pequeno menininho não estava à vista, mas Caspian rindo foi até debaixo da cama em forma de nave espacial fazendo o menino gritar e sair correndo.
- Não tão rápido – André segurou nele fazendo o menino berrar e chorar.
- Ei, calma – Liam que estava escondido no hospital no dia que Nicolas nasceu o puxou para o seu colo sentando na cama com ele – Estamos aqui para proteger as meninas e você.
- E o monstro? – ele sussurrou fungando.
- Demos um jeito nele – Daniel sorriu para o garoto e se abaixando para ficar da altura dele – Não queremos apagar sua memória Nicolas, você quer?
Nicolas balançou rapidamente a cabeça de um lado para o outro negando.
- Não vamos? – perguntou Caspian sem entender, não só ele como todos os outros olharam para Daniel.
- Ele tem quatro anos – explicou Daniel fazendo todos soltarem sons compreensíveis.
- Vocês são os anjinhos que a disse que ia pedir para me proteger? – ele perguntou inocentemente enquanto Liam o colocava na cama.
- É, somos – concordou André dando uma rápida olhada para ver se estava tudo ok e fechando as cortinas do quarto do pequeno.
- E vocês vão embora? Eu não quero que o monstro pegue as meninas, elas são legais comigo e a me dá um monte de coisa – ele falou sorrindo e coçando os olhinhos de sono.
- Esse ai vai virar um Caspian de tão mimado – comentou Daniel sorrindo para o pequeno.
- Eu não sou mimado – retrucou Caspian piscando para Nicolas.
- Mas é sem noção – cortou Liam tirando risadas deliciosas e naturais dos presentes, inclusive a deliciosa risada infantil de Nicolas.
Antes que mais alguma coisa saísse da boca de Caspian, Liam virou para Nicolas e sorriu para ele.
- Vamos esperar você dormir e depois vamos embora ta? – ele falou calmamente.
- Eu não quero que vocês vão – choramingou o menininho quase dormindo.
- Não se preocupe Nicolas, vamos ficar de olho em você e sua família – disse André sorrindo para ele.
- e as meninas também? – ele sussurrou puxando o macaquinho de pelúcia dele.
- Nelas também – Daniel o cobriu e sorriu vendo o menininho fechar os olhinhos castanhos.
Assim que ele pegou no sono os garotos foram ver as meninas que dormiam tranquilamente não se lembrando de nada que tinha acontecido.



II - Até logo, saudades e culpa

Wherever You Will Go – The Calling


se jogou contra o sofá e seus pés se colocaram na velha mesinha da sua avó enquanto sua mãe se aproximava trazendo duas xícaras de chocolate quente para ambas.
Era o último dia dela na cidade sendo que na manhã seguinte teria uma escola que só dava passe para você sair em fins de semana.
Sua mãe ainda parecia em confronto sobre aceitar sua mudança para uma escola nova, mas como ela não estaria sozinha, estaria com suas melhores amigas, ambas sabiam que era para o melhor.
A morena nunca conheceu seu pai, pensou enquanto assistia o filme, mas se sentia muito bem em ter essa mulher em sua vida, porque toda a força que tinha vinha dela.
Ambas estavam sorrindo e conversando sobre os ex namorados da filha, sobre filmes e sobre as amigas dela e o que elas fariam durante as horas vagas na escola. Estavam apenas querendo aproveitar essa noite, porque mesmo tendo seu próprio apartamento, morar numa escola que era um tanto distante da cidade era como se mudar para outro país na mente da mulher.
Estavam ainda rindo quando seu tio chegou trazendo o jantar em pacotes do restaurante favorito dela, o homem barbudo beijou a cabeça da morena e foi até a cozinha trazendo pratos para todos eles sentando-se na poltrona em frente a elas. Passaram horas conversando e rindo sobre besteiras, compartilhando lembranças até que a mais nova pegou no sono no sofá e seu tio a carregou para o quarto como fazia quando ela era menor.
Nenhum dos presentes sem sequer perceber que tinham um anjo protetor observando e guardando aquela família.

XxXx


A garota suspirou irritada. Tinha acabado de pedir demissão do melhor emprego que já teve e também o primeiro, mas ela gostava muito de trabalhar naquela livraria.
Só que esse não era o único motivo para estar irritada, ela iria ficar um bom tempo longe de sua família: sua mãe, seu bebê – Nicolas que mal tinha completado seus quatro anos uns dias antes do aniversário de - e até mesmo seu padrasto Henry, talvez o único motivo que ela não estivesse fugindo era que suas melhores amigas iriam com ela.
Ela não queria ir para um colégio interno estúpido, ela gostava da sua vida do jeito que estava, mas alguns idiotas tinham que ver que ela era a melhor em esgrima e suas notas mais do que excelentes e convencido o diretor e sua mãe que era uma chance irrecusável. Babacas que não tem uma vida social.
Pegando o celular enquanto ia para seu ex colégio pegar Nicolas que estava num projeto, ela ligou para em busca de conforto.
- Eu não quero ir para esse colégio – ela foi logo dizendo antes mesmo de dizer “Oi, tudo bem?”.
- Nem eu, mas não temos escolha. Jason deixou bem claro que eu tenho que ir – e ela murmurou algo de como ele queria a casa só para ele.
- Como vai o gatinho? – brincou visualizando a barriga definida do irmão de , mas com um cala a boca da amiga ela continuou - E a e a ? – perguntou tentando se apegar ao fato de que alguma das suas amigas se revoltou contra a ordem da sua família.
- Não falei com elas desde que saímos da sua casa – falou , parecia entediada – Está a fim de sair?
- Não dá, vou buscar o Nicolas e passar o dia com mamãe e Henry – falou em tom de desculpas – Nos vemos na estação? – ela perguntou já que pelo que parecia um ônibus do colégio Saint Marcus iria pegar elas.
- Não tenho escolha mesmo, vou fazer alguma coisa. Se falar com as meninas diga pra não esquecerem de levar comida – ela falou tirando risadas de – Beijos, amo você.
- Também te amo – a morena jogou seus cabelos para trás desligando o celular e olhando o colégio no qual ela estudou durante anos. Era estranho pensar que no seu último ano ela teria que mudar de colégio, no começo do seu último ano. E ela nem tivera tempo para se despedir de alguns amigos.
tinha a sorte de fazer parte do grupo dos “melhores” do colégio, ela e suas amigas não eram só consideradas umas das meninas mais lindas do colégio como também as mais talentosas e não era para menos, cada uma com sua beleza diferente e seus talentos excepcionais, se orgulhava disso.
Passando por algumas crianças entre seus três e cinco anos, ela não demorou a avistar um pequeno menino com cabelos lisos castanhos caindo na frente dos seus olhos meigos e sentando num banquinho balançando seus pés no ar enquanto conversava animado com outro menininho. A morena se perguntou se um dia seu irmão seria mais alto do que ela. Não era baixinha, era alta para falar a verdade, maior do que sua mãe e quase do tamanho de seu padrasto.
- Oi bebê – falou parando na frente do irmão o vendo virar para ela e sorrir pulando para ficar de pé.
- – o jeito que ele falava seu apelido era muito fofo – Tchau Mike, minha maninha chegou. - E acenando para o amigo segurou na mão da irmã.
- Hoje vamos jantar com a mamãe e com o Henry – disse enquanto saia do colégio com o menino acenando para alguns conhecidos e pegando a bolsa de Nicolas com a mão que não segurava a dele.
- Eu queria comer pizza – ele disse fazendo bico.
- Comemos pizza outro dia – falou a mais velha rindo, o colégio deles ficava a alguns minutos do seu apartamento.
- Mas eu ouvi a mamãe falando com o papai que você vai dormir no seu novo colégio – o tom de voz do menininho saiu tão triste que parou de andar ficando de joelhos na frente dele para encarar seus olhos – Você não gosta mais da gente?
- Não bebê, eu amo vocês, mas a mamãe disse que o meu novo colégio é uma chance única, eu não posso desperdiçar essa chance – apesar de querer muito. Ela não falou isso em voz alta -, mas eu prometo que ligo todos os dias e venho visitar sempre que eu puder.
- Promete? – fungou Nicolas.
riu e levantou o dedinho para entrelaçar com o do menino.
- Juramento do dedinho.
- Juramento do dedinho – disse Nicolas rindo enquanto a irmã ficava de pé e o puxava para seu colo.

O jantar fora tranquilo, ninguém tocou no assunto do novo colégio de e ela não estava chateada com eles. Ela viu como sua mãe estava triste em ter que mandar sua única filha para um colégio interno e Henry que simplesmente agia como um pai para ela.
Ela nunca o chamava de pai, mesmo tendo ele na sua família desde os seus dez anos ela raramente o chamava assim, não porque não considerava, mas porque por mais que ela achasse que seu pai verdadeiro era um idiota que abandonou ela e sua mãe, já tinha um pai.
Sentada no sofá grande de couro da sua casa, com a cabeça no colo de sua mãe, Henry numa poltrona ao lado, Nicolas no chão com os pezinhos balançando no ar enquanto brincava com seus bonequinhos e vendo um filme achou que estava na hora de tocar no assunto.
- Gente – ela chamou a atenção – Eu não estou chateada com vocês, sei que fizeram isso para o meu próprio bem. E eu vou estar com as meninas.
- Minha filha – começou sua mãe toda emocionada a fazendo sentar para encarar ela, seus cabelos castanhos assim como os de brilhavam tanto quanto seus olhos também castanhos. Sua mãe era uma mulher bonita, ela sabia disso – Que bom que você está bem com isso, vamos sentir tanto a sua falta.
- Qual é mamãe, eu vou visitar sempre que puder e ligar todos os dias – ela disse tirando risadas dos presentes – Mas se eu não aguentar muito tempo quero que prometam me tirar de lá correndo.
- Prometemos – disse Henry ainda rindo. Henry também era um homem bonito com os cabelos lisos e castanhos claro curtos e grandes olhos castanhos, alto e bastante em forma para a idade dele.
A morena sorriu para ele e voltou a se aconchegar no colo da mãe.
Foi quando Henry se levantou para pegar Nicolas no colo que praticamente dormia no chão que ficou de pé.
- Deixa que eu levo ele hoje, não vou poder fazer isso todo dia – ela deu de ombros vendo seu padrasto concordar e passar um Nicolas sonolento para ela – Obrigada.
Ela seguiu até o quarto do seu irmãozinho e o colocou na cama lhe dando um beijo na testa.
- Boa noite bebê – ela disse e já ia saindo quando Nicolas abriu os olhos e segurou na mão dela – O que foi?
- O seu anjo da guarda já chegou? Não quero que o bicho malvado volte – ele choramingou.
achou graça e sorriu para ele.
- Eu acho que ele já chegou sim, mas qualquer coisa eu mesmo protejo você ta? – ela disse e o menino concordou sorrindo – Eu te amo Nicolas.
- Eu também te amo, maninha – ele falou meigo.
Sorriu boba enquanto fechava a porta, mas o que ela não viu foi um garoto observando a cena sorrindo.
Seguindo para o quarto da sua mãe ela constatou que Henry ainda estava no banho então se jogou na cama ao lado da mulher.
- Mamãe, como eu vou fazer um sacrifício muito grande e ir para o colégio interno – começou vendo sua mãe revirar os olhos – Eu quero saber do meu pai.
Sua mãe suspirou, ela raramente falava do pai de .
- Já conversamos sobre isso amor. Ficamos juntos pouco tempo e ele foi embora. Ele te ama e é isso que importa.
- Você sempre fala isso, mas se ele me ama onde ele está? – perguntou virando para encarar a mãe. Ela já tinha dezessete anos, aguentava ouvir seja lá o que sua mãe escondia sobre seu pai.
- Eu não sei , o que importa é que eu te amo e vou estar sempre aqui para você ta? – a menina suspirou, sua mãe sempre conseguia fazer ela se sentir culpada por perguntar essas coisas sendo que ela sempre teve tudo graças a ela.
- Eu também te amo mamãe – ela disse abraçando a mãe, o abraço foi retribuído calorosamente – Boa noite – ela falou mais alto para Henry no banheiro e pulou para sair do quarto de sua mãe.
Ela precisava treinar.
Pegando suas coisas, desceu até a academia do prédio que obviamente pelo horário estava vazia. Ficando num canto que dava vista para a piscina e perto dos sacos de boxes, segurou em sua espada com delicadeza e ao mesmo tempo firmeza e começou os movimentos imaginando que estava lutando não só com uma, mas sim com várias pessoas. E ela vencia, porque ela sabia que era a melhor nisso.
Ela ouviu um barulho vindo de um canto da academia e se virou com a espada em punho por puro reflexo.
- Tem alguém ai? – ela perguntou para o local escuro batendo palmas rapidamente para as luzes se acenderem. Não tinha ninguém – E se for um rato? Ew – ela murmurou consigo mesma, pegando suas coisas e saindo mais do que depressa dali, imaginando várias coisas que podiam estar escondidas no escuro da academia, mas nenhuma delas era certo garoto de olhos azuis muito brilhantes.
Quando chegou no seu apartamento o abajur ao lado da poltrona perto da janela foi ligado fazendo a menina dar um pulo de susto.
- Que susto mamãe – ela disse sorrindo para a mãe que ria dela.
- Desculpe meu amor, é que eu sabia que você ia treinar e quis te esperar – desculpou-se sua mãe sorrindo.
- Tudo bem – colocou sua espada de lado e foi até a mãe ainda sorrindo – Algum problema, mãe?
- Eu vou sentir sua falta – falou sua mãe dando espaço para se aconchegar ao seu lado.
- Eu também mãe, muita – ela falou sorrindo e abraçando a mãe.
Elas ficaram abraçadas por um tempo não dizendo nada deixando que o calor e o amor que uma passava para a outra fosse mais do que suficiente.

XxXx


Rebecka sentou na cama de sua prima, pegando um dos ursinhos de pelúcia e brincando com ele.
- Você vai me deixar – ela disse fazendo bico.
- Ah, amor – , que estava guardando suas coisas na mala, contornou a cama e sentou, puxando a prima pro seu colo – é uma grande oportunidade para mim, e ainda eu não pude recusar...
- Eu sei , estou brincando – Rebecka sorriu apertando as bochechas de – mas eu vou sentir sua falta.
- Também vou sentir sua falta, irmãzinha – disse a abraçando.
- Com quem eu vou brincar a noite agora? Quem vai me contar histórias para dormir? - Becky indagou refazendo seu bico.
- Não fica assim bebê – falou colocando a prima de oito anos na cama e levantando para terminar de arrumar suas coisas.
- Ok, mas só se você fizer brigadeiro hoje – a pequena sorriu e riu.
- Pode deixar, vou terminar de arrumar aqui e já desço para fazer, que tal você convencer mamãe a pedir pizza, e assistirmos um filme? - Rebecka empolgou-se e pulou da cama.
- Vou lá falar com ela, arrume logo suas coisas, quero meu brigadeiro – e então correu para fora do quarto, chamando sua tia.
riu e foi atender seu celular que tocava.
- Hello – ouviu a voz de fingindo animação.
- Oi .
- Ta a fim de sair? - perguntou sem enrolação.
- Não posso, acabei de prometer á Becky que passaria a noite com ela – ouviu a amiga bufar e riu.
- Ninguém quer sair, que coisa – reclamou – Vou falar com a , se ela também não quiser eu vou morrer de tédio aqui em casa - riu ainda mais.
- Já arrumou suas coisas? - indagou colocando no viva-voz e deixando o celular na cabeceira da cama.
- Nops.
- Então, já tem algo para fazer para sair do tédio – disse colocando um par de botas na mala - Sabe se lá é muito frio ou muito calor?
- Arrumar malas não é legal, mas é, vai me tirar do tédio. Não sei, e nem quero saber, por mim essa escola poderia nem existir.
- Penso o mesmo – Rebecka entrou no quarto sorrindo, mas antes de ela falar apontou para o celular, querendo dizer que estava no telefone e a pequena não podia falar agora - Vou ter que ir.
- Ok – suspirou – Nos vemos na estação. E traga comida - as duas riram.
- Ok vou levar, nos vemos lá então. Beijos, te amo - foi até o celular e o pegou na mão.
- Também te amo – disse e desligou.
- Tia Per deixou – Becky disse dando pulinhos.
- Sério? – a pequena assentiu e começou a pular com ela.
- Depois você termina isso, vamos lá escolher o filme, e fazer brigadeiro - mandou à pequena.
- Vamos!
- Macaquinho? - sugeriu esticando os braços e mexendo os dedinhos, riu, mas se abaixou para que a prima subisse em suas costas.
Elas foram para a sala, deixou Becky escolhendo o filme, e foi para a cozinha.
- Hey mãe – disse beijando o rosto de sua mãe e indo pegar uma panela para fazer o brigadeiro.
Pérola sorriu e ficou observando a filha pegar as coisas e começar a fazer a sobremesa delas, enquanto mexia o brigadeiro esperando ficar no ponto certo, ela resolveu falar.
- ... Tudo bem pra você né? - olhou a mãe de cenho franzido, confusa – Aquele negócio da escola nova e tal.
- Ah, bom você sabe que eu não gostei muito disso – disse sincera, ela nunca mentiu para a mãe, por menor que fosse a mentira, ela odiava fazer isso com a mãe – mas pelo menos as meninas vão também – a loira deu um sorriso torto.
- Você não esta chateada comigo por praticamente te obrigar a ir pra lá né? - perguntou a mãe receosa.
- Claro que não mãe - ela desligou o fogo e colocou a panela num canto mais fresco, virou-se para a mãe e apoiou uma mão na mesa - Sei que só pensou no meu melhor.
- Que bom que sabe disso filha – elas sorriram uma para outra.
- Vocês têm três opções – Becky entrou na cozinha com três DVDs na mão –Encantada, Alvin e Os Esquilos 2 ou A Era do Gelo.
- ERA DO GELO – gritou levantando o braço.
- Tia? - Becky olhou para Pérola, que fingia pensar.
- Era do gelo também – falou, e gritou pulando na mãe.
A campainha tocou e as duas meninas sorriram marotas.
- Eu pego a pizza e o refrigerante, e vocês arrumam as coisas na sala – Pérola disse indo para a porta.
As meninas correram para sala, e abriram o sofá, fazendo-o ficar como poltrona, colocaram o filme e Pérola chegou com a comida.
No meio do filme, o pai de chegou e juntou-se as meninas, que já comiam o brigadeiro. Quando o filme já estava quase no fim, Becky adormeceu no colo do tio, eles resolveram levá-la para o quarto e depois irem dormir também.
- Boa noite pequena – disse dando um beijo na testa da prima, apagando a luz e saindo do quarto rosa.
- Boa noite mãe, boa noite pai, amo vocês – colocou a cara na porta e espiou o quarto, sua mãe estava desamarrando os cabelos já de camisola, e seu pai saiu do banheiro de pijama.
- Boa noite querida – Pérola falou sorrindo, já o pai deu um beijo na testa dela e falou que também a amava.
- Não estou com sono, posso nadar um pouco? - pediu a eles, com os olhos brilhando.
- Pode, mas não fique até tarde lá ok? - sua mãe disse deitando na cama.
- Prometo – ela falou saindo e fechando a porta deles, foi no seu quarto, colocou seu maiô e desceu.
Passou pela sala, que estava toda escura, fazendo ela se arrepiar e apertar o passo abriu e porta de vidro e ligou a luz da grande varanda. Como sempre, fez um breve alongamento, e depois pulou para dentro da água.

XxXx


O irmão de havia ido buscá-la, junto com a namorada, o que não deixou a pequena garota muito feliz, o caminho inteiro ela ficou com cara de emburrada, e sempre que seu irmão lhe perguntava alguma coisa ela fingia que não ouvia.
- , chega de frescura - ele falou, mas novamente ele a ignorou - Lo, posso te deixar na sua casa? Amanhã venho te pegar, preciso ter um conversa com a hoje.
- Claro, desde que não fure comigo - Lorely falou dando um beijo em Jason.
Ao chegarem à casa de Lorely, ela se despediu das duas pessoas dentro do carro, e foi em direção a sua casa.
- Agora você pode me escutar? - Jason perguntou a sua irmã, mas ela nada respondeu - Pensei que você não quisesse falar comigo por causa de Lorely, mas parece que me enganei.
- Não estou chateada com ela e sim com você. Na verdade, eu nem a conheço - resolveu falar algo, e isso já era um bom sinal.
- E o que eu lhe fiz? Sempre estive ao seu lado, esqueceu? Ou quando caiu da escada bateu sua cabeça também?! - ele perguntou olhando pelo retrovisor e viu revirar os olhos.
- Isso mesmo, você sempre esteve ao meu lado, ou sempre até aparecer uma mulher em sua vida - a garota cruzou seus pequenos braços, mas logo os dois já estavam em frente em sua casa e não perdeu tempo em abrir a porta correndo para poder entrar no prédio.
Como era dia a porta estava aberta, entrou e subiu as escadas depressa, já que o elevador parecia demorar. Ela chegou ao andar de seu apartamento e começou a procurar as chaves, mas antes de abri-lo seu irmão já havia a alcançado. Ele a abraçou e ela começou a chorar em seus braços.
- Você sabe que eu sempre vou estar com você e ninguém pode nos separar, você é minha irmãzinha e tenho o dever de sempre cuidar de você.
- Não quero ir para aquela escola - falou olhando para ele.
- É uma boa oportunidade, você vai ver - ele falou depositando um beijo no topo da cabeça de e abrindo a porta do apartamento - Está com fome?
- Um pouco - ela disse se sentando no banco em frente à bancada que dividia a sala da cozinha - O que tem para comer?
- O que quer? Macarrão? Sopa? Lanche?
- Quero sair amanhã - falou mudando de assunto - Passar o dia com você, para me despedir.
- Não sei se isso está no cardápio - ele falou se apoiando na porta da geladeira que estava aberta.
- Se não estiver, nada mais está - levantou do banco pronta para sair.
- Espera - Jason falou fechando a porta da geladeira e parou sorrindo sem ele perceber - Podemos fazer uma macarronada agora, e amanhã bem cedo irei te acordar para passarmos o dia fora, apenas eu e você. Tudo bem assim?
- Não sei, tem que ser bem cedo mesmo? - falou fazendo manha.
- Sim, e eu não aceito não como resposta.

No dia seguinte, como prometido, Jason acordou a garota bem cedo, ela tomou um banho rápido e logo os dois foram para um parque.
- Eu lhe trazia aqui quando mamãe ainda era viva - ele falou lembrando momentos em que ainda pequena e tinha medo de descer sozinha no escorregador mais alto do parque, ele tinha apenas 3 metros de altura, mas para o tamanho da pequena, aquilo era gigante.
- Ela também vinha aqui? - perguntou - Eu não me lembro.
- Você tinha apenas 5 anos, eu lhe trouxe apenas até os 7, pois depois disso você só queria saber de andar de bicicleta e tomar sorvete.
- Que tal tomarmos um agora? - a garota ofereceu.
- Depois do almoço apenas.
- E aonde vamos almoçar?
- Em seu lugar favorito, espero que não tenha mudado de opinião desde que tinha 13 anos - Jason falou e logo pulou em cima dele o abraçando.
- Você é o melhor irmão do mundo, sabia? - ela falou lhe dando um beijo estalado na bochecha.
- Eu tinha uma leve ideia - ele falou colocando os braços nos ombros da pequena.



III - Vida Nova

As quatro garotas estavam agarradas uma as outras, a mais alta delas – – segurava firme no braço da mais baixa – – como se precisasse se manter firme. se mantinha forte segurando na mão da prima e tinha lágrimas nos olhos.
- Amamos vocês – disse olhando para sua família tocando na bochecha do irmão no colo de sua mãe que sorria tentando ser firme para ela.
- Liguem todos os dias – disse Pérola, mãe de , sorrindo para todas.
- Prometemos tia – falou sorrindo olhando para o irmão – Sua namorada não veio? – falou claramente zombando, deu um beslicão nela.
- Agora não – pediu a morena sorrindo para Jason, ele era um gato mesmo, pena que tinha visto ela crescer e pra ele, beijar ela era igual beijar sua irmã.
- Temos que ir – lembrou abraçando a mãe.
- É, vão logo antes que eu mude de ideia – falou Stephanie, mãe de sorrindo para ela e tirando risada de todos.
- Meninas – chamou Nicolas antes que elas se virassem porque um homem de roupas comuns e um rosto muito bonito chamava os alunos do Saint Marcus para entrarem no ônibus – Podem ficar com seus anjinhos, eu protejo todo mundo aqui ta?
As meninas riram e deu um beijo no rosto do irmão.
- Obrigada – ela falou sorrindo para ele.
Cada menina abraçou mais uma vez seus pais, irmãos e primos e então começou a arrastar elas para o ônibus.
- Não posso desistir e voltar para minha família? – indagou fazendo bico olhando tristemente para trás.
- Não! Vamos entrar logo – disse subindo no ônibus.
As meninas suspiraram tristes, mas seguiram a amiga.
- Vamos para o fundo ok? – falou depois de cutucar , todas concordaram e enquanto seguiam para o fundo, viram algumas poucas pessoas de cara fechadas, e pensaram que podiam ser infelizes que também foram obrigados a mudar de escola, por ser uma “boa oportunidade”.
Antes de chegarem no fundo, viram quatro meninos nos últimos bancos conversando, todos sentados no banco do corredor, deixando apenas o acento ao seu lado vago. As meninas se entreolharam.
Três loiros e um moreno, os dois loiros que estavam atrás eram o sinônimo da perfeição.
Um deles tinha o cabelo loiro caindo sobre sua testa com leves cachinhos, os seus grandes olhos verdes estavam concentrados nas meninas fazendo perder o fôlego, a boca num formato perfeito rosado e parecia ter braços fortes e firmes por baixo da blusa de manga comprida cinza.
O outro loiro na sua frente na verdade se parecia muito com ele, os cabelos loiros eram mais curtos e o maxilar mais quadrado e firme, seus lábios finos e rosados estavam numa linha reta e seus olhos verdes pareciam ainda menores e mais misteriosos sobre as grossas sobrancelhas.
O próximo loiro que estava na cadeira da frente na opinião de era o mais perfeito. Ela não sabia dizer se eram seus cabelos loiros arrepiados do lado e na frente alguns fios caiam de tão lisos que eram, ou talvez os olhos verdes com um brilho misterioso e brincalhão, seu nariz fino e boca perfeita o corpo que ele escondia por baixo de tanta roupa com certeza era tão perfeito quanto seu rosto. Mas a barba por fazer foi demais para ela.
Talvez por conta disso ela virou o rosto para o único moreno do grupo.
O cabelo negro do moreno era liso e curto e ele parecia tentar deixar longe dos seus grandes olhos azuis - perdeu o fôlego encarando aqueles olhos que pareciam ler sua alma – sua boca era tão perfeita e rosada como os dos outros, a barba bem feita e o maxilar quadrado o deixava ainda mais sexy, mais nada era mais sexy do que o seu corpo e seus braços fortes que apareciam por causa da blusa de manga curta.
Todos os quatro eram altos e exalavam uma espécie de aura protetora e calma.
- Ok, eles são gatos, mas quero sentar com vocês – disse fazendo manha.
- Eu também! – falou cruzando os braços.
- Acho que eles são amigos, estão conversando – falou.
- Você acha? – brincou , recebendo uma careta da pequena.
- Deixa que eu falo com eles – – que era a última – passou pelas meninas e seguiu rápido ate lá. Foi em direção ao moreno.
Os quatro olhavam para a loira apreensivos.
- Oi, qual seu nome? – a loira perguntou educadamente.
- Nathaniel – ele respondeu depois de limpar a garganta, erguendo uma sobrancelha.
- Nate, você podia sentar com um dos seus amigos ali, para que eu e minha amigas fiquemos juntas? – ela pediu sorrindo.
- Claro – ele sorriu de volta e levantou, passou na frente de que prendeu a respiração e desviou o olhar quando encontrou o dele a observando, ela e foram quase correndo sentar nos dois bancos vagos. virou para a esquerda, e foi recebida por um grande sorriso.
- Deixe-me adivinhar, você quer que eu saia também. Acertei?
- Sim, se não for incomodar... – desviou o olhar, já que o garoto a olhava intensamente. Ele murmurou algumas palavras inaudíveis, e por fim falou com a menina.
- Ok, mas só porque você esta pedindo – ele sorriu novamente e se levantou – a propósito, sou Andrew.
- – ela estendeu a mão para cumprimentá-lo, mas ele a segurou e pousou um leve beijo ali, em um daqueles cumprimentos antigos. As duas que ainda estavam de pé, deram passagem para ele – que não tirou os olhos de a deixando muito envergonhada – e depois foram se sentar.
- Meu, você é tão cara de pau – comentou que estava no assento da janela já que ela ás vezes ficava enjoada em viagens demoradas de ônibus.
- Sou mesmo – riu-se ficando de joelhos no banco em frente ao de e se virando para elas segurando no encosto do banco, mais comportada apenas ficou de lado e colocou as pernas em cima das pernas dobradas sobre o banco de . se inclinou ainda mais para frente para sussurrar – Eles são tão gatos.
- Sem dúvidas, se eu não fosse tão tímida não me incomodaria de sentar ao lado daquele Nathaniel – sussurrou rindo.
- Tímida? Você? – gargalhou em alto e bom som fazendo os meninos virarem para ela, ela sorriu envergonhada e foi à vez das meninas rirem da cara dela – Quem trouxe a comida? – mudou de assunto quando o ônibus entrou em movimento.
- Mal o ônibus começou a andar – lembrou achando graça.
- Eu olhei para o carinha aqui do nosso lado e meu deu fome – zombou indicando discretamente com a cabeça para os quatro meninos do outro lado do corredor, as meninas riram alto, mas se calaram ao ouvir uma tosse vindo do loiro que apontou, ele parecia ter engasgado – Será que ele ouviu?
- Ele é o superman? – zombou e ela e bateram as mãos uma na outra.
- Eu não sei como sou amiga de vocês – riu-se pegando um saco de salgadinho na sua bolsa e entregando para que sorriu como uma criança ganhando doce.
- Você nos ama – gabou-se , ela e correram para pegar um pouco do salgadinho antes que acabasse.
- Pior que é verdade – comentou fazendo as meninas soltarem sons de “owwn”.
- Ei, esse salgadinho está com um cheiro muito bom – comentou o tal de Andrew sorrindo para elas e se inclinando para o lado delas.
- Por favor, ignorem ele – pediu um loiro revirando os olhos – Sou Bryan.
- Sem problemas, Bryan – falou esticando o salgadinho para Andrew pegar – Estamos devendo uma a vocês.
- E a trouxe mais comida – completou sorrindo.
- Tudo sobra pra mim – reclamou e as meninas reviraram os olhos.
- Eu trouxe minha bolacha – se defendeu cruzando os braços.
- E eu meu suco de maracujá – disse dando língua para a amiga.
As meninas olharam sugestivamente para .
- O que? - indagou confusa.
- Você não trouxe nada? - perguntou arqueando a sobrancelha.
- Claro que não. Se pedi para vocês trazerem é porque eu não ia trazer – falou como se fosse óbvio, e levou um leve tapa de todas as meninas.
- Folgada – elas falaram em uníssono. Todos riram, inclusive os meninos.
- Aqui – Andrew falou estendendo o salgadinho para a pequena, que pegou rapidamente e encheu a mão antes de roubar o saco da mão dela.
- E então meninos, porque eu nunca os vi por aqui? - perguntou pegando um pouco de salgadinho e entregando o saco para , que teve de ser rápida, pois avançou nele. Os meninos engoliram seco.
- É que, nós meio que somos novos na cidade – Bryan disse sorrindo fraco.
- Mas, essa cidade é pequena. Nós saberíamos se alguém estivesse vindo morar aqui – disse desconfiada.
- Nós temos um apartamento na cidade – o loiro que elas ainda não sabiam o nome disse – E viajamos muito, por isso o “meio que novos na cidade”. E somos bem discretos quando passamos por aqui, não gostamos da atenção de toda a cidade virada para nós.
- Entendi – falou sorrindo - Você ainda não disse seu nome – falou olhando intensamente para o loiro, e acabou levando um beliscão de – AI! - exclamou passando a mão no braço tentando amenizar a dor olhou para a amiga como se dissesse “porque fez isso?”, mas só revirou os olhos.
- Oh, é mesmo, me desculpem. Sou Alexander – ele sorriu e todas sorriram de volta.
- Acho esse nome tão bonito – comentou, e Alex se segurou para não dizer “eu sei, por isso estou usando ele”, mas não ousou se arriscar.
Ainda mais que Nathaniel e Bryan, olharam para ele sugestivamente o mandando calar os pensamentos.
O ônibus fez uma curva e entrou numa floresta.
Para qualquer lado que você olhasse só tinha árvores, árvores e mais árvores, o que deixava o local um tanto quanto assustador enquanto elas imaginavam como era o colégio. Talvez um castelo daqueles filmes de terror onde sempre tinha fantasmas ou vampiros como Drácula.
- Esse colégio não é mal assombrado não, né? – comentou em voz alta.
Os meninos riram, as meninas pareciam pensar na possibilidade.
- Na verdade é um lugar muito agradável – falou Alexander tomando a atenção das meninas para ele.
- E você já esteve lá? – perguntou sem entender, ele riu.
- Demos uma olhada antes de aceitarmos estudar num colégio desses. Ou talvez podiam ter olhado na internet mesmo, o colégio tem um site – ele falou fazendo as meninas rirem sem graça por não terem pensado nisso antes.
O ônibus continuou seu caminho até que parou aos poucos, as meninas se empertigaram contra a janela para poderem olhar o colégio.
E como Alexander disse, era agradável.
Na verdade era muito bonito. Antes dos enormes portões de ferro tinha um jardim bem cuidado com flores de tons violetas, dentro dos portões dava para ver mais alguns desses jardins com flores de outras cores e mesas distribuídas, mais a frente se podia ver pelo menos três prédios. Na sua frente tinham dois prédios, de cores não muito claras e nem muito escuras com uma placa na frente de cada. Talvez fosse os dormitórios, num outro canto não muito longe das mesas tinha um prédio maior e parecendo mais formal, talvez fosse ali que fossem as aulas.
E aquele cheiro que elas sentiam era de praia?
Em frente ao portão uma mulher realmente muito bonita e parecendo tremendamente confiável com aquele corpinho de bailarina sobre um vestido azul claro, cabelos loiros presos num coque firme e grandes olhos azuis esperavam por eles.
Todos desceram do ônibus e se dirigiram a mulher que estava logo à frente.
- Boa tarde, estudantes do Saint Marcus, queiro me apresentar, sou Helena Wells e trabalho na escola desde que a mesma foi inaugurada. Irei levar todas as garotas para seus devidos quartos, e o senhor Jackson levará os meninos. Mas, antes disso vou lhes mostrar cada prédio - Helena começou a apontar para cada prédio dizendo para que serviam, mas as meninas aproveitavam aquele meio tempo para se despedirem dos garotos que haviam conhecido no ônibus.
- Bom, foi um prazer conhecer vocês - foi a primeira a dizer alguma coisa.
- Podemos nos encontrar na hora do jantar - Andrew sugeriu.
- Seis horas ta bom pra vocês? - perguntou .
- Perfeito - Nathaniel respondeu por todos.
- Vamos garotos! - o tal do Sr. Jackson os chamou, e logo os meninos se afastaram.
As garotas ficaram olhando a linda paisagem que havia naquele lugar, a praia que havia a alguns metros de distância da escola, as árvores, a linda estrutura daquele lugar e todo o resto. Tudo ali as deixavam confortáveis, até mesmo o cheiro.
- Prontas? - perguntou para as meninas que não saiam do lugar.
Sem nada falar elas apenas começaram a andar, seguindo o grupo de estudantes na sua frente.
O grupo foi diminuindo conforme elas passavam por corredores e portas, com a curiosidade de conhecer o lugar e com as conversas elas nem perceberam quando chegaram em um dos últimos andares do prédio.
- Nós vamos ficar aqui? - perguntou em desespero.
- Bom, foi o último quarto que tínhamos a disposição quando vocês foram matriculadas aqui - explicou Helena, que acompanhava elas desde então - Além do mais, ele é o melhor quarto que temos em toda a escola, tenho certeza que vocês irão amar.
- tem medo de altura - explicou , e sem elas saberem o porquê Helena deu uma risada irônica.
- Você não tem medo de alguma coisa também? - defendeu que percebeu o motivo de sua risada.
- É irônico, apenas isso - falou Helena voltando à postura ideal - Não foi por mal, você ainda vai entender o que quero dizer, na hora certa.
- O que quer dizer? - perguntou curiosa.
- Não querem entrar no quarto para conhecer? - Helena perguntou mudando de assunto.
Elas concordaram e Helena tirou uma chave que estava pendurada num cordão no seu pescoço e abriu a porta do quarto em seguida.
O quarto sem dúvidas deveria ser mesmo o melhor quarto de toda a escola, e elas sabiam dizer isso simplesmente pela vista perfeita da praia a frente delas.
As paredes do quarto eram de tons brancos o que fazia parecer o quarto ainda maior, de um lado do quarto quatro camas de solteiro, uma do lado da outra separadas apenas por criados mudos com abajures, em cima estavam com cobertas de cores diferentes.
Do outro lado do quarto, perto da porta que devia dar para o banheiro, tinha uma geladeira num canto com um fogão do lado, um sofá de couro branco com um tapete - parecendo tão confortável quanto o sofá – vermelho no chão ficavam em frente a uma televisão de plasma. No meio do quarto tinha uma mesa redonda grande suficiente para as quatro garotas com exatamente quatro cadeiras, tinha quatro papeis em cima da mesa sendo segurados por algumas conchas coloridas porque a varanda estava aberta fazendo o vento forte de fim de tarde vindo diretamente do oceano preencher todo o quarto.
- Preciso alertar vocês sobre umas coisas - Helena falou indo para perto do sofá e apontando para as meninas sentarem - Nossas regras são rígidas, mas é apenas pela proteção de vocês.
- Pode dizer - se pronunciou.
- Vocês não podem de maneira alguma ficarem sozinhas, em nenhum momento. Por favor, qualquer dúvida só depois que eu acabar de falar - Helena pediu percebendo que iria questionar - Vocês devem estar no quarto às 20h e meninos aqui apenas enquanto todas estiverem acordadas, eles já estão informados de suas ordens e não irão quebrá-las, mesmo vocês insistindo. Ir a praia é permitido apenas até às 18h, sendo que não poderão ir até lá em horário de aula e em festas, sociais ou algum luau. E meninas, por favor, não quebrem nenhuma regra - Ela terminou de falar e se encaminhou para a porta.
Elas reviraram os olhos.
- Não garanto nada – disse sorrindo sapeca, mas Helena lhe lançou um olhar sério e a loira fechou a cara.
- Esses papéis que estão em cima da mesa, são os horários de vocês. Sei que vai demorar, mas terão de se acostumar com os horários, pois são poucos os professores que não exige pontualidade. Vocês começam amanhã. Boa sorte - saiu do quarto, fechando a porta.

Helena entrou na sua sala que tinha uma vista privilegiada para o mar e encarou os quatro meninos espalhados pela sala.
- Alexander Davis, Bryan Mackenzie, Nathaniel Barker e Andrew O’Brien? – a mulher parou sentando sobre a sua mesa e cruzando elegantemente as pernas vendo os quatro rapazes olharem para ela e darem de ombros.
- Não queria que nos apresentássemos com nossos nomes né? Eu já vi uns quatro descendentes de anjos e pelo menos três demônios – falou Liam se desencostando da janela para se aproximar da mulher.
- Então isso não tem nada haver com as meninas gostarem desses nomes? – ela perguntou olhando para cada um – Eu conheci elas. Adoráveis meninas.
- São sim – concordou Caspian sorrindo e então ao olhar de Helena acrescentou – E não tem nada haver com elas.
- Não tem mesmo perigo elas ficarem aqui né? Elas não vão saber a diferença de humanos, anjos ou demônios – lembrou Daniel parecendo preocupado e querendo voltar o assunto ao que interessa.
- Não. Os meios demônios sabem que não podem fazer nada aqui, assim como os meios anjos. Todos têm que agir como humanos – falou Helena – E isso inclui vocês – ela pegou quatro papéis aos seu lado e os soprou. Os papéis voaram até pararem nas mãos de cada menino – Seus horários. Todos com as meninas.
- Obrigado, Helena – agradeceu André.
- Não ultrapassem o limite. Vocês são guardiões delas – Helena ficou de pé e apesar de ser muito menor do que os quatro eles se encolheram com as seguintes palavras – Elas são só crianças. E vocês sabem disso.

- Eu to morrendo de fome – comentou com as amigas apertando o casaco contra o corpo porque já tinha escurecido e estava ainda mais frio do que o normal por estarem perto da praia.
- De comida ou de garotos? – perguntou rindo tirando risada das meninas.
O jardim do colégio estava cheio, alunos estavam espalhados por todos os lados e funcionários traziam comida e serviam em cada mesa.
Os meninos estavam sentados numa mesa mais ao canto e sorriram acenando para elas irem até eles.
- Demoramos? – perguntou sorrindo, os meninos levantaram e só se sentaram novamente quando as meninas estavam sentadas. Elas se entreolharam na dúvida se o gesto era romântico ou antiquado.
- Não, acabamos de chegar – respondeu Alexander sorrindo lindamente, os meninos pareciam ainda mais bonitos sobre o luar – Estão com fome?
- Morrendo – responderam ao mesmo tempo os fazendo rir.
Bryan estalou os dedos e um funcionário se aproximou lhe entregando cardápios.
- Espera, aqui tem cardápio? – espantou-se .
- Só da comida do dia – explicou Nathaniel entregando os cardápios para todos, que escolheram e fizeram seu pedido. - Então meninas, o que estão achando do colégio? – perguntou Bryan tentando começar um papo.
- Até que não é tão ruim – respondeu educadamente.
- Nosso quarto é enorme. Nem ligo por ser no alto, é lindo – falou e riu.
- Claro, por isso que você pediu para deixar a varanda fechada – ela retrucou fazendo infantilmente lhe dar língua.
Os meninos riram por alguma piada interna, Andrew mesmo com sua risada graciosa como os dos outros começou a rir mais alto e Nathaniel cutucou ele fazendo todos se calarem.
Por sorte as meninas estavam mais concentradas na “briga”.
- Fala a pessoa que tem medo do mar – retrucou .
- Ei! – exclamou .
- Calem a boca – mandou séria, apenas ria alto.
- Desculpa meninos, elas se amam apesar de tudo – explicou .
- Sabemos – concordou Nathaniel rindo, olhou para ele franzindo a testa confusa. Nathaniel gaguejou – Quer dizer... Parece que vocês são muito amigas.
- E somos – disse mandando um beijo para que riu e lhe mandou outro beijo – Nos conhecemos desde pequena, a só tinha três anos.
- E você quatro, grande diferença – revirou os olhos.
- Ela é adiantada – explicou para os meninos – E eu sou confusa – ela disse tirando risada de todos – Por isso sempre estudamos juntas.
franziu a testa.
- Não lembro como nos conhecemos – ela murmurou e as meninas olharam para ela sem entender – Vocês lembram?
- Éramos pequenas – falou como uma explicação, os garotos engoliram em seco.
- Ninguém se lembra dessas coisas – falou Bryan rapidamente.
- É! – elas concordaram juntas dando de ombros e rindo.
O garçom voltou com as comidas.
- Ei, vamos trocar os horários – falou Andrew animado se inclinando sobre o seu prato.
- É, para ver se temos aula juntos – concordou Nathaniel.
- Claro – concordou ainda animada pegando o horário dela e das amigas colocando sobre a mesa, Bryan fez o mesmo e as meninas se inclinaram para olhar o horário – WOW! Temos todas as aulas juntos.
- Menos os esportes – falou Alexander apontando para o horário vago – Cada um escolhe um esporte, creio que o de vocês é diferente.
Elas deram de ombros rindo.
- E essa educação física? – perguntou apontando para o horário – O que fazemos?
- Todos os esportes juntos. Somos obrigados a praticar todos mesmo que só estejamos na equipe de alguns – explicou Nathaniel calmamente.
- Parece que vocês sabem muito desse colégio – comentou – Para quem nunca estudou aqui, vocês sabem demais.
- Como eu disse no ônibus. Pesquisamos sobre a escola – Alexander disse sorrindo para as meninas que sorriram de volta.
- Chega de papo, vamos comer – disse e todos riram, mas concordaram.
Eles comeram em silêncio, apesar de hora ou outra falarem sobre coisas banais.
- Nossa – suspirou quando terminou de comer, e pegou seu suco de goiaba, bebendo todo o resto do líquido que havia ali num só gole – estou satisfeita.
- Ainda bem! - disse olhando para a amiga – depois de tanta comida, eu estranharia se não estivesse – brincou fazendo todos rirem, e dar língua para ela.
- Eu também estou – disse colocando os cotovelos na mesa e apoiando sua cabeça nas mãos – a comida daqui é muito boa.
- Verdade! - disse encostando a cabeça no ombro de - Vamos para o quarto? Estou exausta - ela sugeriu olhando para as meninas, que assentiram.
- Todas estamos – disse – Bom meninos, tenham uma boa noite – ela falou sorrindo para eles e levantando, sendo seguida pelas outras, que também desejaram boa noite aos meninos e foram juntas para o quarto.
- Espero que amanhã seja um dia legal, estou pressentindo que vou acordar de mau humor – disse arrumando sua cama, já de pijama.
- Vamos pensar positivo – disse deitando na cama e cobrindo-se até o pescoço com seu cobertor vermelho – Já estamos presas aqui, temos que aproveitar as coisas boas que nos é dado.
- Tipo, quatro gatos fofos, educados, que jantaram conosco? - brincou colocando suas meias – já que não conseguia dormir sem meias, mesmo no calor – e pulando para sua cama. As meninas riram.
- Sim, eles são tudo que uma garota pode querer. Mas gente, não vamos nos envolver com ninguém ainda, por favor – disse deitando na cama e afofando o travesseiro.
- PORQUE? - indagou incrédula.
- Porque, eu acho que temos que nos acostumar com tudo isso primeiro – ela respondeu deitando e procurando uma posição confortável para dormir. bufou.
- Tudo bem, tenho que concordar com você – ela falou com uma voz de derrotada - Posso pelo menos só paquerar? Flertar?
- Pode falou revirando os olhos. - Vamos dormir agora. Estamos cansadas, e amanhã acordamos cedo.
Elas bufaram em uníssono. Desejaram boa noite umas pras outras e adormeceram rapidamente.
Todas sabiam que estava certa e certos garotos também sabiam disso perfeitamente. Pena que é mais fácil escutar e dar conselhos do que realmente seguir.

No dia seguinte parece que o pensamento positivo de funcionou para todos, como sempre foi a primeira a acordar e a última.
Quatro uniformes estavam em cima da cama de cada uma.
Uma saia de pregas preta que devia ser poucos centímetros acima do joelho era rodada, a blusa branca cashmere era simples com gola em “V” e no peito um pequeno emblema em vermelho. Um desenho de asas e “SM” escrito em baixo, a meia 3/8 era branca e os sapatos estilo boneca pretos eram um graça com seus pequenos saltos.
- Olha essa roupa – falou depois de vestida dando uma voltinha, seus cabelos estavam soltos naturalmente – Eu sempre quis um uniforme assim.
- Eu acho sem graça – comentou coçando a perna – Essa meia coça.
- Mas a saia é linda – disse rindo da careta de .
- Eu odeio saia – a menina murmurou insatisfeita.
- Deixa de reclamar, olha que sapato lindo – disse rindo.
- É tudo perfeito – concordou indo até que estava de bico – Vamos, animação.
- Eu to animada, mas eu tive um sonho tão bom – ela disse sonhadora as meninas olharam para ela como se esperando que ela fosse contar – Eu não vou contar.
Elas saíram do quarto rindo e tentando convencer a contar.
- Deixa de ser má – mandou .
- É, seja uma boa pessoa – deu uns pulinhos mais acostumada com a roupa e riu, mas as quatro pararam quando esbarraram com algumas meninas – Oh! Desculpa.
- Não tem problema – respondeu a garota da frente, ela não era alta e nem baixa, tinha os cabelos loiros presos num alto rabo de cavalo deixando seus olhos azuis bem em evidencia – Vocês são as novatas?
- Somos – respondeu apertando os olhos e olhando para ela séria – E você é?
- Ah! Claro – a loira revirou os olhos e sorriu – Eu sou Hannah, essas são Sophie e Lindsay – ela apontou para as outras duas garotas, Lindsay era uma ruiva de cabelos bem cacheados e cheios a deixando com uma beleza incomum e mesmo assim incrível e grandes olhos azuis, já Sophie parecia ser mais tímida era um pouco maior do que e tinha longos cabelos castanhos, olhos pequeninos e verdes e lábios rosadinhos – Já conhecem o colégio?
- Mais ou menos, mas fora os garotos que conhecemos ontem vocês são as primeiras pessoas que falamos – disse sorrindo educadamente, ela não fora exatamente com a cara da tal de Hannah, mas não vira problema nas outras duas – Eu sou , essas são , e – ela apontou para as amigas que sorriram e acenaram.
- Podemos mostrar para vocês – falou Lindsay e apesar da aparência selvagem ela deu um sorriso deslumbrante fazendo as meninas rapidamente se sentirem confortáveis – Estamos indo para a aula de Biologia e vocês?
olhou no horário delas.
- Biologia também – ela disse sorrindo.
- Ótimo, podemos ir juntas – continuou Lindsay animada – Ah! Podem me chamar de Lindy. Todo mundo me chama assim.
- Ok Lindy e adoraríamos ir com vocês, íamos acabar nos perdendo mesmo – disse tirando risada de todos, inclusive da tímida Sophie.
- Pra começar vocês tem que saber as regras – começou Hannah numa voz autoritária andando na frente do grupo, olhou para e as duas reviraram os olhos – Nunca se juntem aos sem graças – ela apontou para um grupo de cinco pessoas, três meninos e duas meninas parecendo deslocados no local e andando de jeito estranhos – Eles são estranhos.
- Porque? – perguntou curiosa.
- Nerd? – chutou , Hannah concordou dando uma risada sombria – E nossa classe?
- Fica no prédio do lado do ginásio, o ginásio é perto das escadas para a praia. Não tentem fugir, Helena sempre nos pega – quem respondeu foi Lindy sorrindo para elas.
- E o almoço? – perguntou .
- Tem lugar também? – questionou claramente zombando, deu um tapa no braço dela.
- Seja educada – disse e virou para as meninas – Mais alguma regrinha? – ela mesma não conseguiu deixar de zombar fazendo suas amigas rirem.
- Não tentem conquistar os quatros garotos mais lindos daqui, vocês não vão conseguir – respondeu Hannah claramente irritada e se achando superior a elas.
Na cabeça das meninas vieram os garotos com quem jantaram ontem, mas eles eram novos ali. Então quem eram?
- De quem vocês estão falando? – perguntou sem entender.
Antes que a loira respondesse, elas pararam em frente a um grande prédio com janelas grandes e perto da onde devia ser o ginásio, mas o que calou a boca de Hannah foram quatro garotos vindo até elas.
- Bom dia gatas – Andrew olhou para as quatro meninas sorrindo. Hannah arregalou os olhos, pois estava esperando ele falar com ela, não com as novatas.
- Bom dia – respondeu colocando o cabelo atrás da orelha.
- Dormiram bem? - Bryan perguntou colocando as mãos no bolso da calça.
- Muito. As camas são tão confortáveis – falou passando por Hannah para ficar mais perto dos meninos.
- O que estragou foi ter de acordar cedo – resmungou cruzando os braços e encostando-se à parede, depois de passar por Hannah também. Hannah pigarreou forte e alto, para atrair a atenção para si e de repente os meninos perceberam as três meninas ali.
- Ah! Meninos, essas são Sophie, Lindsay e Hannah – as apresentou, elas acenaram quando ouviram seus nomes, os sorrisos e os olhos cheios cobiça não saiam de seus rostos - Meninas, esses são Andrew, Bryan, Nathaniel e Alexander – os meninos só acenaram sem dar muita atenção à elas, o que deixou Hannah furiosa.
- Foi um prazer conhecê-los – ela disse ríspida - Vamos meninas? - olhou sugestivamente para as quatro garotas que agora estavam na sua frente.
- Vamos sim – respondeu e olhou para os meninos – vocês vêm?
- Claro – Alexander sorriu e então todos começaram a andar.
- Então Hannah, quem eram mesmo os meninos que não podíamos tentar conquistar? - indagou.
Os quatro meninos ficaram tensos enquanto andavam, eles se entreolharam, mas não disseram nada.
- É, vocês estavam falando... – fez um gesto com a mão para elas continuarem, olhou para os meninos mais atrás vendo como eles ficaram calados de repente.
- São Ian, Benjamin, Chad e Zack – Lindy disse mais a frente enquanto entravam no prédio e subiam as escadas para sua sala, vários alunos olhavam para eles, mas não falaram nada – Eles são campeões de natação, basquete, vôlei, luta livre, arco e flecha e até esgrima – ela foi citando fazendo as meninas arregalarem os olhos cada vez mais – Todos conhecem eles.
- Mas vocês não vão querer conhecê-los – Alexander deixou escapar incapaz de se controlar.
- Como é? – perguntou virando para eles, eles pararam em frente a uma sala.
- Ele falou por falar – Nathaniel defendeu o amigo dando um sorrisinho torto, mas que tirou suspiro até de Sophie – A aula vai começar.
- Ainda temos alguns minutos – pela primeira vez Sophie estava falando, bem baixinho e timidamente, mas falando.
- Podemos entrar? Eu quero sentar – falou sorrindo e apontando para os sapatos.
- Não sei se comentamos – falou Nathaniel sorrindo para ela – Mas vocês estão lindas nesse uniforme.
- Falam isso porque são muito educados – falou cruzando os braços enquanto entravam na sala.
A sala era grande e estava fresca por conta do ar-condicionado, o quadro enorme branco ocupava uma parede inteira e as cadeiras estavam em degraus uma acima da outra.
As meninas rapidamente foram para o fundo, Hannah, Lindy e Sophie acompanharam elas sentando mais a frente e os meninos sentaram com elas.
- Não, porque vocês estão mesmo lindas – discordou Bryan virando na cadeira para encarar , então ele se inclinou sussurrando – E vocês são muito legais para serem amigas dessa tal de Hannah.
- Percebeu? Mulherzinha chata – falou fazendo eles rirem.
- Não gosto dela – concordou Alexander olhando para cada uma sério – Não sei se vocês deveriam andar com ela.
- Não é para tanto, Alex. Ela não é o bicho papão – brincou rindo.
- Não, é coisa pior – falou Andrew, mas as meninas riram achando que ele estava brincando.
Os alunos começaram a entrar na sala seguidos por um homem alto, de cabelos pretos presos num rabo de cavalo e olhos num tom negro profundo.
- Bom dia pessoal – ele disse despojadamente, parecia tão incrível a forma como ele andava e falava – Vejo rostinhos novos aqui hoje – ele disse piscando para as meninas e sorrindo para outros alunos – E para esses rostinhos novos, eu me chamo Tristan e serei seu professor de biologia – ele disse ainda animado indo se sentar em cima da mesa de professor cruzando seus braços fortes e revelando uma tatuagem não identificada escondida pela blusa no seu braço direito.
- Ele parece legal – disse para suas amigas sorrindo, o professor se mexia animado enquanto escrevia várias coisas no quadro.
- E gato – murmurou fazendo as meninas rirem e Andrew tossir indiscretamente – Calado.
As meninas riram e até os garotos se permitiram rir.
As garotas estavam sentadas ao fundo da sala, o professor explicava algumas regras e às vezes algum aluno perguntava alguma coisa, um menino de cabelo castanho claro quase loiro levantou a mão e Hannah se inclinou para falar algo para as garotas.
- Aquele é Benjamin - ela disse se referindo ao garoto.
- O senhor vai continuar nos dando aula de história esse ano? - Benjamin perguntou com uma voz rouca que achou sexy.
- Mas é claro Benjamin, lembra de alguma vez que não dei as duas aulas? - alguns alunos riram, mas as garotas não entenderam a piada - Acho que eles não vão me tirar desse cargo assim tão cedo.
Eles ficaram conversando sobre mais algumas coisas, o professor explicava o que iria dar de matéria esse ano e o que deveria de ser feito, os trabalhos que seriam aplicados e as notas, nada mais além disso, assim que a aula acabou todos recolheram suas coisas e se dirigiram para fora da sala.
- É bom ter vocês aqui, espero que se divirtam - o professor disse se referindo a , , e que olharam para ele com uma cara estranha, mas sorriram.
- Essa escola é estranha demais, cruzes - disse assim que saíram de lá.
- Concordo, parece que eles sempre falam em enigmas, ou pra mim aquilo é outra língua, não entendo nada - reclamou .
- Nossa próxima aula é Educação Física - falou com o papel dos horários na mão.
- E onde fica? - perguntou .
- Nós as levamos até lá, nossas aulas são todas juntas, esqueceram? - falou Alexander olhando para as garotas e esperando que elas os seguissem.
Chegando a aula eles encontram uma mulher alta e magra, um corpo impecável, seus cabelos batiam nos seus ombros, eram pretos, os olhos da mesma cor.
- Bom dia alunos e alunas, sou a professora de Educação Física, mas acho que isso vocês já perceberam, me chamo Lea e uma coisa que devem saber sobre mim é que eu não dou mole em minhas aulas - ela falou dando uma piscada - Hoje vocês vão se inscrever no esporte que desejam fazer e iremos fazer alguns alongamentos continuando com um pouco de Yoga, mas não se deixem enganar, pois pode parecer fácil, apenas para quem nunca fez. A lista está aqui, façam uma fila para cada esporte, por favor. Temos vôlei, arco e flecha, natação, tênis, futebol, ginástica, esgrima, basquete e handbool. Em ginástica também temos o atletismo, para quem quiser.
Depois de se trocarem, um horrível short cor preto folgadão com uma blusa regata justa branca e tênis comuns elas voltaram para assinarem seus nomes na lista.
- Eu não quero ficar sozinha – disse enquanto ia assinar para entrar na equipe de esgrima. As meninas riram.
- É só uma aula, – brincou dando um beijo na bochecha dela.
- E eu vou fazer essa aula com você – Nathaniel deu aquele seu sorriso sedutor e piscou assinando seu nome logo depois do dela. Ele deu uma olhada na lista e rugiu virando para os amigos – Benjamin está na equipe de esgrima.
- Algum problema com isso? – perguntou uma voz rouca fazendo os oito se virarem.
Parado atrás deles estavam quatro meninos.
Três morenos e um loiro.
O loiro tinha um jeito angelical e rosto infantil. Era alto e musculoso, seus cabelos loiros arrepiados e grandes olhos azuis, um sorriso meigo brincava nos seus lábios rosados, e ele parou cruzando seus braços fortes, apesar de que algo nele era um tanto quanto misterioso.
O moreno mais atrás tinha um estilo de super man, ele tinha o rosto numa expressão séria e seus cabelos eram bem negros, tão negros quanto à noite mais escura e seus olhos bem azuis, mas um azul diferente dos brilhantes olhos azuis de Nathaniel.
O outro moreno parecia um tanto quanto cafajeste, na melhor descrição, com seus cabelos pretos curtos e olhos castanhos. Ele andava quase como desfilando e o nariz em pé, mas o sorriso nos lábios era de derreter qualquer uma.
O moreno da frente foi o que havia feito a pergunta. Tão alto quanto os amigos, tinha os cabelos castanhos claro lisos e os olhos azuis brilhantes. Seu sorriso era inocente, mas algo no seu jeito de andar e falar era sexy e perigoso.
Por algum motivo os meninos mais do que rapidamente passaram a frente das garotas, a forma como eles andaram e se posicionaram parecia que eles queriam protegê-las.
e se entreolharam sem entender, e bufou cruzando os braços enquanto olhava para elas e em seguida para os garotos.
- Com licença, alguém pode me dizer quem são eles? – perguntou finalmente depois de alguns minutos dos meninos se encarando, alguns alunos passaram por elas para assinar a lista e outros conversavam com a professora, ninguém parecia notar aquele grupinho.
- Que falta de educação – disse o loiro angelical andando até elas, Alexander deu um passo para perto de – Eu sou Chad Sollis e esses são meus amigos, Ian Scofield, Zack Manning e Benjamin Briel – ele disse esticando a mão esperando pelo cumprimento da garota.
passou por baixo do braço de Alexander irritada por ele estar na frente dela e colocou a mão sobre a mão do garoto. Um arrepio percorreu seu corpo.
- Eu sou , essas são , e – ela apontou para cada uma – Então vocês... Ãhn são campeões por aqui né?
- Somos sim – falou Ian num tom grave andando calmamente até elas, os meninos foram obrigados a saírem do caminho lembrando a si mesmo que eram só crianças – E vocês são os novatos – ele olhou das meninas para os meninos – Sejam bem vindos.
- Obrigada – disse sorrindo educadamente e um tanto quanto envergonhada.
- Temos que voltar para a aula – lembrou racionalmente fazendo os garotos relaxarem.
- Porque não vemos vocês no almoço? – sugeriu Benjamin sorrindo lindamente para elas – Ai podemos nos conhecer melhor.
- Eu não sei... Talvez – olhou para as amigas que assentiram – É, pode ser.
Os garotos acenaram para ela e para os meninos e saíram.
- Qual o problema de vocês? – disparou assim que eles saíram de perto.
- Porque foram tão rudes? – concordou .
- E agiram estranhos... – fez uma careta lembrando do jeito protetor deles.
- Sabemos nos cuidar – acrescentou percebendo o que todas pensavam.
- Só... – gaguejou Bryan – Conhecemos esse tipo de garotos.
- E pensávamos que vocês eram esse tipo de garotos e mesmo assim demos uma chance – falou cruzando os braços, foi fofo o jeito deles. Claro. Mas elas conheciam eles há pouco mais de um dia – Não conhecemos vocês – ela sussurrou muito baixo, mas os garotos ouviram e abaixaram a cabeça.
- Desculpa – falou Nathaniel vendo que tinha exagerado – Não vai mais se repetir – ele disse virando para sair, olhou feio para a amiga e segurou no braço dele.
- Não vão. Só que estamos cansadas com tudo de novo que está acontecendo – explicou a mais nova.
- É – concordou e olhou para a morena – sente muito.
- É verdade – disse dando um sorriso culpado.
Os meninos abriram sorrisos deslumbrantes.
- Vamos voltar para a aula antes que Lea puxe a gente pela orelha – disse Andrew rindo fazendo elas rirem, mas as meninas não viram o olhar preocupado que os meninos deram.
- Muito bem todos aqui, por favor – chamou Lea em voz alta fazendo seus alunos ficarem um ao lado do outro – Vamos começar com um alongamento básico – ela abriu um pouco as pernas e se dobrou, suas mãos facilmente tocando o chão - Repitam.
Todo mundo repetiu sem muita dificuldade, era algo fácil de se fazer, depois ela se abaixou abrindo uma perna totalmente e a outra manteve dobrada, alguns meninos sem descrição nenhuma ficaram olhando para a bunda dela os outros tentavam fazer isso sem cair no chão.
As meninas riram quando quase caiu, mas se manteve equilibrada, para zombar das amigas e outras pessoas que não conseguiam se manter equilibrados esticou as duas pernas totalmente e levantou os braços como se dizendo “Tchandã”.
- WOW! – sussurrou um garoto não muito longe dela, as meninas riram.
A professora fez mais alguns alongamentos começando a ir para os mais difíceis ajudando quem não conseguia fazer direito, muitos meninos estavam tendo mais dificuldade do que as meninas. Exceto os quatro perto delas que conseguiam fazer tudo sem nem suarem. Por fim ela parou e sorriu.
- Muito bem podemos agora começar algumas posições de Yoga – a professora sorriu sentando no chão e todos acompanhando ela.
Ela ficou de joelhos em seguida deitando no chão e se esticando toda.
- A sempre foi melhor nisso. Odeio educação física – murmurou entre dentes falando com os meninos. - E vocês não cansam? – sussurrou enquanto eles mudavam de posição deitando e esticando o tronco.
- Fazíamos isso no nosso outro colégio – explicou Bryan rapidamente.
Mais algumas posições depois a professora bateu palmas e liberou eles.
- Na próxima aula iremos para a piscina – ela disse e vibrou animada – Podem ir se trocar.
- Até que enfim, não aguento mais usar essa roupa horrível – disse mostrando o short feio.
chegou perto para sussurrar no seu ouvido.
- Se suássemos mais um pouco íamos ficar tão sexy quanto eles – ela disse apontando para os quatro meninos perto delas e outros quatro mais longe. Todos com as camisetas brancas colocada ao corpo.
- Eu preciso de um banho – abanou-se .
- Frio – acrescentou rindo.
- Então, gostaram da aula? - perguntou Alexander se aproximando das garotas.
- Está um pouco calor, não acha? - perguntou se abanando mudando de assunto fazendo Alexander e as meninas rirem.
- Já vamos tomar banho - falou se aproximando da mais nova.
- Nos encontramos nas próximas aulas então - falou Nathaniel com aquele seu sorriso enorme estampado no rosto.
- Perfeito, já estamos indo - falou puxando as garotas dali.
Assim como as garotas disseram elas foram tomar banho e encontraram os meninos nas próximas aulas, exatamente três aulas depois estava na hora de almoçar, hora de encontrar seus novos conhecidos, Benjamin, Chad, Ian e Zack, ao chegarem ao refeitório os garotos já estavam lá esperando com espaço contado para quatro pessoas, elas puderam ver Hannah e suas duas amigas saindo de lá.
segurou um sorriso quando Hannah passou bufando a passos rápidos por elas.
- Porque ela saiu assim daqui? - perguntou no momento em que elas chegaram na mesa dos meninos.
- Porque, nós falamos que ela estava ocupando os lugares que eram para vocês – Chad disse apontando os quatro lugares vazios para as meninas sentarem. E assim elas fizeram.
- E ela aceitou isso, e saiu? Fácil assim? - indagou de cenho franzido.
- É, ela não parece ser daquelas que desiste rápido – falou antes dos meninos responderem, concordou e apoiou os braços na mesa, enquanto as outras estavam de braços cruzados encarando os meninos.
- Ela não aceitou fácil – Ian disse – nós simplesmente falamos que não queríamos a companhia chata dela – ele deu de ombros e as meninas riram.
- Como vocês são maus – falou arrumando o cabelo e rindo.
- Não somos maus, somos sinceros - Zack falou dando uma piscadela para as meninas. O garçom chegou acabando com a conversa deles, os fazendo pedir o almoço.
- O que vocês vão fazer de tarde? – perguntou querendo iniciar uma conversa.
Benjamin sorriu para ela.
- Temos treino de basquete hoje – falou em tom de desculpa, então se inclinou para perto dela – Se quiser podemos passar um tempo juntos, outro dia.
Ela engasgou envergonhada e se afastou dele.
- Vocês são novas aqui, mas teremos um luau no sábado – disse Ian sorrindo debochadamente para elas, elas não ligaram porque era o jeito dele – Venham com a gente.
olhou para os meninos do outro lado do jardim e Zack acompanhou seu olhar.
- Há quanto tempo vocês conhecem eles? – perguntou Zack mexendo nos cabelos.
- Há pouco tempo – respondeu – Por quê?
- Porque eles parecem que conhecem vocês – Chad se inclinou até estar perto o suficiente para sussurrar no ouvido dela – Há muito tempo.
olhou para ele apertando os olhos, ele sorriu inocentemente e se afastou.
- Então, encontramos vocês na praia ou pegamos vocês? – perguntou Chad como se nada estivesse acontecido.
- Desculpa, como? – perguntou cruzando os braços – Falamos que íamos com vocês no luau?
As meninas riram.
- Não acho que queiram ir com outras pessoas – falou Benjamin piscando.
- Pois você pode estar enganado – zombou .
- Eu acho que não – ele olhou para ela firme com aqueles seus olhos azuis – Eu acho que vocês vão ficar conosco.
- Hora de almoçar – a voz de subiu algumas oitavas quando ela não aguentou mais as indiretas deles.

- Relaxa gente – Caspian disse colocando as mãos atrás da cabeça. Os três rolaram os olhos para ele.
- Só para refrescar sua memória, têm um demônio com as meninas. E ele está bem interessado na sua - André falou impaciente voltando a olhar as meninas que pareciam se divertir com os outros garotos.
- Eu sei disso. Mas também sei que ela não vai se envolver com ele – Caspian disse ainda despreocupado, olhando de canto de olho para a loira que arrumava o cabelo.
- Como você tem certeza? – Liam indagou levantando uma sobrancelha – Que eu saiba não é a mais “comportada” das quatro.
- Quer parar? - Caspian falou entre dentes.
- Ele está certo Caspian – Daniel falou encarando o amigo, que cerrou os punhos e o olhou com raiva – Sobre o... Interesse dos garotos nelas, temos que ficar de olho. Porque creio que nenhum de nós quer que elas se envolvam com eles.
- Mas elas estão felizes, estão se divertindo – Caspian falou depois de concordar com Daniel - Eu creio que, o que nós queremos é que elas fiquem felizes.
- Sim. Mas como elas ficaram felizes com “demônios”? – Liam retrucou cruzando os braços satisfeito com o que disse.
- Elas não sabem o que eles são e nem todos são demônios – André falou – Elas não sabem nem o que são!
- Algo neles... – murmurou Liam olhando para Benjamin sussurrar algo para – Me é familiar.
- Vamos tomar cuidado – falou Daniel cautelosamente olhando Chad com – Eu não gosto deles, sinto que eles são perigosos.
- Você quer dizer que Chad é perigoso para você né? – Caspian brincou levando um tapa de André – Desculpa.
- Vamos ficar de olho. Não acho que vá demorar muito para sermos autorizados a contar a verdade a elas – comentou André mexendo na sua comida sem realmente comer.
- Elas não vão nos perdoar, vocês sabem né? – falou Caspian tranquilo, talvez desculpasse ele afinal.
- Não, não sabemos – falou Liam entre dentes, porque Caspian tinha que ser tão irritante as vezes?
- Já chega – mandou Daniel numa voz autoritária – Terminem de comer, temos à tarde para passar com elas ainda.

O resto da semana passou sem nenhuma novidade. Elas tiveram aula de história com Tristan e sem dúvidas ele era o melhor professor daquele colégio, sua aula era divertida e ele não parava de se mexer nem um segundo sequer e as meninas estavam se dando muito bem com ele, então nem se falava a paixão por ela com história dava altos papos dela com o professor.
Helena também estava sempre presente, era uma diretora incrível e estava ali para qualquer coisa que os alunos precisassem.
Alexander, Andrew, Bryan e Nathaniel eram ótimos amigos, o único problema é que eles eram extremamente gatos e dificultava o “não se apaixonar” por eles.
Benjamin, Chad, Ian e Zack eram tão agradáveis quanto os outros e tiravam boa risada das meninas apesar das constantes cantadas.
Hannah, Lindsay e Sophie andavam muito com elas, apesar de ainda não gostarem muito de Hannah, as outras duas eram muito simpáticas e além delas elas fizeram amizades com muitos outros alunos também, inclusive Christian um gay extremamente alegre e engraçado que rapidamente fizera amizade com elas.
Na sexta feira na aula de educação física com Lea, a professora, como havia dito todos foram para a piscina numa pequena competição. , e sabiam nadar o básico, mas não chegavam nem tão perto de que conseguiu vencer de todos sem nenhum problema, assim como Andrew na outra piscina venceu de todos os meninos, a professora tinha separado meninos e meninas, mas deixou bem claro que na equipe de natação não tinha essa separação e avisou que na próxima aula eles iam treinar arco e flecha o que fez vibrar.
As meninas mantinham contato com a família ligando todos os dias de noite e falavam com os amigos sempre pela internet. Até que se irritou quando seu ex-namorado pediu para encontrar com ela no seu primeiro fim de semana fora do colégio.
O que não seria nesse fim de semana, porque era a primeira festa no colégio Saint Marcus e como Benjamin havia dito, elas concordaram em ir com eles.

Era sábado, por volta das cinco da tarde e as meninas se encontravam no seu quarto se arrumando para o luau, apesar de irem com Benjamin, Chad, Ian e Zack, elas tinham concordando em encontrar com Alexander, Andrew, Bryan e Nathaniel.
- Não vejo a hora de começar logo as aulas das equipes de esportes – falou, mexendo-se inquieta no banquinho, enquanto modelava mais seus cachos com o babyliz.
- Quer ficar parada? Vou acabar te queimando – resmungou dando um leve tapa no braço da loira.
- Eu também. Quero tanto voltar a treinar – falou fazendo bico e voltando a passar o rímel.
- Nossa, é mesmo , você não treina desde que chegamos aqui – falou, enquanto vestia sua blusa - Pra quem treinava todo santo dia, deve estar sendo horrível - as meninas riram e o bico de aumentou enquanto ela concordava com a amiga.
Apesar de o dia ter sido quente e ensolarado, já estava começando a ficar mais frio, e o fato de estarem perto do mar ajudava nisso, então as meninas escolheram roupas médias, já que não estava tão frio para usarem casacos de pele, e nem tão calor para usarem mini-saias. usava uma calça legging preta e botas também pretas de couro, um tomara que caia preto com um casaco verde por cima com alguns detalhes em branco, uma proteção básica para o frio, os cabelos estavam soltos com algumas mechas soltas, ela usava uma maquiagem leve, mas que marcava bem seus olhos azuis, deixando eles mais expressivos.
usava um short jeans com os bolsos para fora, a regata azul escura era justa e leve e para se prevenir do frio colocar uma camisa xadrez branca e azul por cima, a blusa ia até a barra do short e para completar sapatilhas também azuis. A maquiagem era leve e o cabelo estava solto e natural.
usava um short curto jeans que deixava suas coxas a mostra, a blusa branca era soltinha e de mangas com babadinhos do lado e o decote em “V” decorado com miçangas, a bota de couro marrom era sem salto dando um visual chique despojado ? garota. A pulseira Louis Vuitton que sua mãe lhe dera de presente no seu último aniversário estava no seu pulso, seus cabelos estavam soltos naturalmente, sem muita maquiagem por conta do horário, mas se maquiou suficiente para realçar sua beleza.
- Não vai levar um casaco? - indagou levantando uma sobrancelha.
- Não, prefiro me esquentar com calor humano – as meninas gritaram “Wow” juntas e riram quando piscou para elas.
- Prontinho – falou afagando os cachos de uma última vez e a deixando ir se olhar no espelho. Ela usava uma blusa branca estampada, um bolero preto com as mangas médias que era sua proteção contra o frio, uma calça jeans escura bem colada, e uma bota de couro sem salto. Seus cachos loiros estavam soltos e ela prendeu para trás apenas um pouco da parte da frente esquerda, não usava muita maquiagem, apenas rímel e um gloss que deixou sua boca num tom de rosa bebê.
- Eu sou muito gata! – exclamou piscando para seu reflexo no espelho e fazendo uma cara sexy. As meninas riram.
- E muito modesta também, não se esqueça – gritou do banheiro.
- Como eu sempre digo...
- Se eu não me valorizar, quem vai? - , e falaram juntas interrompendo , que riu e bateu palmas para as meninas.
- Vamos logo – falou deitada de bruços na cama e balançando os pés no alto.
- Vamos! - falou olhando-se mais uma vez no espelho e indo para a porta, sendo seguida pelas outras.
Fecharam a porta e se depararam com quatro meninos.
O garoto de sorriso cafajeste usava uma blusa xadrez de manga e calças prestas combinando com o tênis. Seus braços estavam cruzados e ele estava encostado na parede ao lado do quarto das meninas esperando pelo seu “encontro” da noite, ele sorriu torto para quando ela saiu do quarto.
Zack usava uma calça jeans e tênis pretos, a camiseta vermelha destacava muito bem cada músculo seu deixando seus braços amostra.
Chad por outro lado usava uma blusa de manga branca, que parecia querer rasgar sempre que ele dobrava os braços, uma bermuda jeans preta e sapatos azul marinho.
Benjamin estava deslumbrante na sua calça preta, seu all star preto e sua blusa preta com os botões no peito abertos revelando um pedaço do que sua blusa escondia, ele vestia um casaco marrom quando viu sair do quarto. O sorriso que ele deu para ela podia ser considerado um pecado, mas claro que ele não tinha consciência disso. Ou tinha, até demais.
- Uau! - Ian falou com um sorriso malicioso enquanto media as meninas de cima a baixo.
- Você podia ser mais discreto – brincou fazendo todos rirem.
- Não acha melhor eu mostrar que estou gostando do que vejo, do que não fazer nada e você achar que não gostei? - ele falou levantando uma sobrancelha.
- Quem te disse que eu me importo se você gosta ou não da minha roupa? - a loira retrucou, mas ainda em tom de brincadeira.
- Vamos indo – Chad falou e eles começaram a andar.
- Eu sei que você se arrumou só para mim – Ian disse passando o braço pelo ombro de .
- HÁHÁ. Sonha Ian, sonha – ela debochou, tirando a mão dele de seu ombro. Os meninos riram.
- Coitado do Ian, primeiro fora que leva na vida – Ben falou rindo.
- O coração dele deve estar partido – Zack entrou na brincadeira, e bagunçou o cabelo do amigo.
- Isso não foi um fora – ele retrucou convencido – foi ?
- Claro que não – disse piscando para os meninos e apressando o passo para chegar junto com as meninas.
- sua tarada – brincou fazendo as meninas rirem.
- Controle-se viu? - disse a olhando séria.
- Tudo bem mamãe - respondeu revirando os olhos.
Ainda rindo as meninas seguiram para a praia conversando animadamente com seus pares para o luau, as cantadas eram constantes, mas quando elas aprenderam a ignorar se tornava divertido passar um tempo com eles.

Chasing The Sun – The Wanted


Descendo por uma escada de madeira que dava para a praia já se podia ver muitos alunos por lá. Uma grande fogueira no centro onde alguns alunos dançavam e tochas em postes espalhados por toda a praia, fora uma mesa com comidas e bebida e um equipamento de som completo onde elas viram Kellan – um garoto bonito com seus cabelos encaracolados dourados e seus olhos castanhos claros, seu rosto de bebê, elas conheceram ele na aula de Artes – como DJ.
Os oito pararam observando toda a festa e encontrando alguns conhecidos no caminho, entre eles quatro garotos muito especiais.
Bryan estava sentado numa pedra perto da água virado para elas então foi o primeiro dos meninos que elas viram, ele usava uma calça jeans preta assim como seus tênis e seu casaco, a blusa era de um preto mais claro e para deixar o visual um pouco mais descontraído estava com um lenço xadrez preto e cinza.
Já Alexander estava indo até Kellan provavelmente pedir alguma música e parou como se sentisse que as meninas tinham chegado, ele se virou para sorrir para elas usando uma calça jeans com lavagem escura, sapatennis pretos, uma camisa cinza escura, um casaco de couro preto e um lenço xadrez no pescoço com os cabelos totalmente arrepiados, simplesmente lindo.
O olhar de vagou pela festa procurando certo alguém e finalmente o encontrando.
Andrew estava simplesmente perfeito segurando um copo de uma bebida desconhecida perto da fogueira. Ele usava uma calça jeans clara e tênis pretos, uma blusa verde por baixo de uma blusa xadrez que marcava seus braços.
Por um momento se esqueceu do garoto ao seu lado quando Andrew sorriu para ela e levantou o copo de bebida como se a cumprimentando.
Não muito longe dele, constatou sorrindo, estava certo moreno.
Nathaniel chutava distraído a areia com suas botas estilo soldado pretas, sua calça jeans escura dava um contraste perfeito na sua blusa de manga branca com uma gola em “V”, seus olhos azuis brilhavam ainda mais enquanto ele olhava para a fogueira e em suas mãos estava um casaco preto. Enquanto pensava em como gostaria de esquentar naquele casaco ou nos braços dele, Nate virou para ela e lhe deu um sorriso angelical a deixando de pernas bambas.
- Ficou incrível, quem arrumou tudo isso? – perguntou numa desculpa para se desviar do olhar de Nathaniel.
- Hannah e seus patinhos são encarregadas disso – falou Chad tirando uma risada das meninas.
- Lindy não gostaria de ser chamada assim – falou sorrindo.
- E ela também não gostaria de ver que estamos parados em vez de estarmos dançando – falou Ian levantando a mão para ela, sorriu animada e aceitou sua mão enquanto ele puxava ela para perto de onde as pessoas dançavam.
viu as amigas indo até a pista de dança, mas por algum motivo, pela primeira vez, ela não estava a fim de dançar, então foi até o bar pegar alguma coisa pra beber, só não percebeu que Zack a seguia e Bryan os seguia com o olhar.
- Por que essa carinha, gatinha? – Zack indagou chegando perto do rosto dela, deu um passo pra trás, Zack podia ser lindo, mas ela já estava começando a se irritar com essa mania dele de aproximar o rosto do dela.
- Nada, apenas pensando – ela respondeu tomando um gole do seu copo de refrigerante.
- Não está a fim de dançar? – ele indagou e estendendo a mão pra ela – E não aceito um “não” como resposta – ele disse dando um sorriso de lado.
- Está bem – respondeu e deu a mão pra ele, uma onda de choque percorreu o corpo dela, quando sentiu a mão dele encostar-se à sua. Zack a conduziu para a pista e começou a dançar com ela, hora abraçando ela, hora dando espaço.
André assistia tudo de longe, e seu sangue fervia cada vez que Zack chegava perto do rosto de .
You – The Pretty Reckless


e suas amigas estavam dançando juntas, rindo e flertando com seus movimentos sem nem perceber, quando a musica foi trocada quase que propositalmente por uma romântica.
Se entreolhando e preparadas para sair da pista, deram risadas quando Nate apareceu e segurou na mão de a rodopiando até ele, fazendo ela rir e aceitar dançar. Andrew também não perguntou, ao agarrar a cintura de a jogando para o lado numa brincadeira, os cabelos da loira bateram contra o rosto dele quando a puxou para perto novamente.
Alex e se afastaram animadamente, ele puxou a pequena para um abraço de lado quando ela negou a dança, mas chamou ele para uma bebida e carinhosamente ele a protegeu do vento frio da noite.
se afastou daquele ar de casal e se sentou num tronco observando as ondas indo e vindo, quando sentiu um corpo quente sentar ao seu lado.
Ela virou o rosto e sorriu para Bryan quando este bateu seu ombro com o dela.
- Porque não está dançando? – perguntou meigamente fazendo ela rir e dar de ombros.
- Estou cansada – mentiu descaradamente quando na verdade não tinha com quem dançar.
Bryan não respondeu, mas ela sentiu quando ele ficou de pé, achando que a deixaria em paz agora levou um pequeno susto quando ele se ajoelhou em sua frente.
Seus rostos estavam da mesma altura e ele sorriu para ela ao apoiar uma mão de cada lado do seu corpo no troco.
- E se eu te chamar para dançar? – ele sussurrou.
- Vou continuar cansada – respondeu com um sorriso brincando nos lábios.
Ele riu e concordou, mas não se afastou.
- E se eu negar sair daqui até você aceitar?
Ela gargalhou balançando a cabeça negativamente.
- Vai ter que passar a noite na lavanderia para limpar a areia de sua calça – ela apontou para a calça dele que estava afundando na areia, mas a pegando de surpresa mais uma vez ele segurou o pulso dela subindo seus longos dedos até entrelaçarem suas mãos – Bryan – sussurrou, confusa.
- – ele repetiu seu tom, ainda sorrindo ao se aproximar.
Suas bocas estavam tão próximas e parecia um grande sacrifício para ele se afastar, queria sentir o gosto dela mais do que qualquer coisa. Ele não devia sentir um desejo assim, mas sempre fora fraco contra seus desejos mais puros.
E esse. Esse era estrondosamente urgente.
Ela também não parecia querer se afastar, sua mão livre tocando delicadamente no seu peito e seus cabelos caindo para frente quando ela aproximou o rosto deles.
Uma gargalhada soou muito próxima deles, quebrando o clima de feitiço eles se afastaram num pulo, com bochechas quentes de vergonha e mãos longes um do outro.
- Aquilo não parece certo – comentou Nate baixinho, estava andando lado a lado com as meninas e com seus amigos quando viram de longe o quase casal.
- Porque, você queria estar no lugar dele? – zombou dançando ao seu redor e rindo.
- Ou com alguém mais especifico? – completou com um sorriso brincalhão, com a mão que não segurava a de Alex bateu com enquanto revirava os olhos abaixando a cabeça.
Andrew piscou para Nate, pedindo para ele relaxar em silêncio e dando uma risada maliciosa que contagiou as meninas fazendo elas rirem, ele se aproximou do casal soltando uma estrondosa gargalhada os fazendo pular e se afastarem envergonhados.
- Desculpa, atrapalhamos? – Andrew zombou, enquanto e se jogavam ao lado da amiga e bagunçava os cabelos de Bryan.
Enquanto Bryan se punha de pé, ainda envergonhado e Andrew e zombavam dele, as gargalhadas deles pareciam estar todas conectadas e o brilho em seus olhos não poderiam ser outra coisa além da mais pura felicidade.
The Way I Are – Timbaland


Uma música agitada começou a tocar e quase pulou ao reconhecê-la.
- Você vai ter que dançar essa comigo – ela falou puxando Andrew pela mão até a pista de dança, que foi sem reclamar. e foram ao banheiro e foi convidada para ir conversar em outro lugar com Chad.
- Conte-me tudo – disse assim que estava a sós com – Você ia beijar ele?
- Não, íamos nos beijar – brincou rindo – Não sei o que deu em mim, eu fui atraída por ele...
- É eu sei, ele é bem gato – falou levando um tapa da amiga – Eu já tenho outro gato em mente.
- Benjamin ou Nathaniel? – perguntou retocando a maquiagem.
- Vai ter que descobrir – e piscando para a amiga puxou ela para voltar para a festa.

- Você e suas amigas não desgrudam daqueles novatos – comentou Chad no ouvido de fazendo ela se afastar.
- Também somos novatas – sussurrou a loira.
- E estão com a gente, pensei que gostassem do perigo – brincou Chad fazendo a garota rir.
- Um pouco – ela disse enquanto Chad rodava ela no ritmo da música e puxava ela para perto dele de novo -, mas somos só amigos.
- Eles parecem mais do que isso – ele falou sugestivamente – Eles agem como protetores. deu de ombros, já havia percebido isso.
- Eles gostam da gente – ela disse inocentemente.
- E vocês deles – o tom de voz de Chad deixava claro que ele falava com segundas intenções.
olhou para ele irritada.
- Eu vou pegar algo para beber – e sem esperar resposta saiu de perto dele.
e voltaram para a festa e logo Benjamin e Zack se aproximavam delas com sorrisos no rosto.
- Vocês sumiram – comentou Zack rodando até ele e tirando uma risada sem graça da garota.
- Estávamos retocando a maquiagem – falou sorrindo para Benjamin quando este apenas deu a mão para ajudar ela quando ela quase caiu – Obrigada.
- Sempre que quiser – ele disse sugestivamente e então para completar deu um sorriso inocente.
- tem um pessoal ali jogando vôlei quer ir comigo? – perguntou Zack encarando ela com aqueles seus grandes olhos azuis, não teve como recusar.
- Por que não? – ela sorriu para ele e ele riu comemorando conduzindo ela até o pessoal que jogava vôlei animados.
virou para Ben.
- Então... – ela disse, ele riu.
- Eu vou pegar algo para beber, quer alguma coisa? – ele perguntou educadamente, abriu um sorriso mais confortável e verdadeiro para ele.
- Quero o mesmo que você – disse sorrindo para Benjamin agradecida.
- Não demoro – ele sussurrou no ouvido dela logo se afastando.
se abraçou olhando as pessoas ao redor da festa, quando sentiu alguém atrás dela e antes que virasse esse alguém sussurrou:
- Se divertindo? – sussurrou Nathaniel roucamente fazendo a garota se arrepiar da cabeça aos pés – Frio? – apenas assentiu com a cabeça, o arrepio foi por outro motivo, mas realmente estava fazendo frio.
- Então? Trouxe o casaco esperando que moças indefesas precisassem dele? – ela perguntou enquanto Nathaniel colocava seu casaco nela, depois de vestida o casaco cobriu quase todo seu short.
- Não, só essa moça indefesa – ele disse tocando na bochecha dela por alguns segundos e logo se afastando como se percebesse que fez algo errado – Se divertindo com o Benjamin?
- Estou sim, ele é legal – ela disse procurando rapidamente por ele, mas não o encontrou. Não se importava de ficar mais um tempo com Nathaniel – E você, veio sozinho?
Nathaniel fez uma careta e concordou fazendo a menina rir.
- Aposto que um monte de garotas já te chamou para dançar – ela apontou.
- Não um monte – ele deu de ombros não parecendo se importar com isso, fez bico apertando suas bochechas.
- Nem se acha, que coisa linda – ela falou brincando.
- Acho que eu posso assumir daqui, Nathaniel. Os dois se viraram ao mesmo tempo quando ouviram Benjamin falar secamente, ele olhou para Nathaniel seus olhares se encontrando e travando uma pequena batalha com os olhares.
Então Nathaniel engasgou agarrando automaticamente o braço de pronta para puxar ela dali.
Benjamin agarrou o outro braço.
- Solte. Ela – falou Nathaniel entre dentes, sua voz nunca ficou tão fria, firme e forte como agora.
- Solte você – Benjamin continuava com o sorriso zombateiro nos lábios.
- Me soltem os dois – mandou sacudindo os braços, Benjamin soltou, mas o aperto de Nathaniel continuava tão firme quanto antes – Nate...
Ele olhou para ela algo no seu olhar que ela não soube identificar o que era, então lhe soltou.
- Vamos dançar, – falou Benjamin apesar de ainda encarar Nathaniel ele segurou na mão de .
Enquanto Benjamin puxava para perto das pessoas que dançavam o olhar dela continuava grudado em Nathaniel que também a encarava, ela queria saber qual era o problema dele, mas quando piscou os olhos um segundo depois Nathaniel não estava mais onde estava.

Assim que chegaram na pista de dança, Andrew girou com uma mão e ela riu começando a dançar no ritmo da música. Como era sua música preferida, não se controlou e começou a cantar junto com a cantora, enquanto dançava com Andrew, ele riu porque se lembrou de todas as vezes que a viu cantando e dançando essa música, em seu quarto. Ela não ficou com vergonha quando Andrew riu dela, e continuou cantando e dançando.
- Nossa – falou abanando o rosto com a mão enquanto eles iam pegar uma bebida, depois que a música acabou – Você dança bem – ela elogiou mordendo o lábio inferior e pegando o copo que Andrew ofereceu á ela.
- Você também – ele piscou para a loira e tomou um gole de seu refrigerante – Mas acho que só fomos melhores porque estávamos juntos, temos uma sincronia perfeita.
- Ah, claro – rolou os olhos e eles riram.
- Hey, – Ian disse quando já chegava perto deles.
- Ian – ela sorriu – Vai um refrigerante aí? - perguntou levantando o copo oferecendo ao garoto.
- Não, obrigado – ele deu um sorriso de lado para – Quer dançar? - ele perguntou estendendo a mão na direção da garota.
- Ah, agora não, dancei com Andrew e estou morta – ela falou e então se lembrou que era para mais alguém estar ali – Cadê ele? - ela olhou a sua volta, mas não viu ele em lugar algum.
- Não sei. Não presto atenção em nada além de você – Ian disse levantando um pouco uma sobrancelha, o deixando sexy.
- Vou procurá-lo, depois nos falamos Ian – deu um beijo rápido na bochecha de Ian – que ficou estático - e saiu à procura do outro amigo.
andou pela praia e não encontrava Andrew em lugar algum, quando ela desistiu e estava voltando para onde as amigas estavam ela o viu sentado na beira do mar, foi até ele e se sentou ao lado dele.
- Porque foi embora? – ela perguntou encarando Andrew, mas ele brincava com a areia e evitou olhá-la.
- Não estava a fim de me irritar com aquele Ian – Andrew disse, e soltou o nome do garoto com desdém. revirou os olhos e riu pelo nariz.
- Se quer saber deu um lindo fora nele – ela disse e ele deu uma gargalhada.
- Sério? - assentiu e ele riu um pouco mais – Bom, ele tem que parar de ser tão convencido.
- Também acho!
O silencio tomou conta dos dois. A loira deitou a cabeça no ombro de Andrew e eles continuaram apenas observando a paisagem. Ninguém soube ao certo quanto tempo eles ficaram assim, mas só foram retirados de seus transes quando e chamaram para voltar para o quarto.
- Nos vemos amanhã – ela falou sorrindo, enquanto levantava e tirava à areia da roupa.
- Boa noite – Andrew disse dando um beijo na bochecha da garota, o que causou vários arrepios, nos dois.
- Boa noite – deu um ultimo sorriso para Andrew e foi correndo para perto das amigas.

- Isso está errado – André disse aparecendo de repente ao lado de Caspian o assustando um pouco.
- Dá pra avisar quando for aparecer? – Caspian falou chutando um pouco de areia.
- É sério Caspian! – André rugiu – Será que você nunca vai amadurecer?
- EI! Não fui eu quem quase beijou sua protegida – Caspian disse com raiva, ele estava cansado de ser sempre tratado como um irresponsável, apesar de ele ter culpa por ser considerado assim.
- Isso foi um deslize, não pode acontecer de novo! Nem comigo, nem com vocês.
- Por quê? Eu não vejo problema algum em ficar com as meninas – Caspian disse dando de ombros.
- Você não vê, mas nosso chefe vê! Acho que ele não quer que seus guardiões fiquem com suas...
- OK! – Caspian o cortou, fechando a cara e cruzando os braços – Mas não vou abrir mão de pelo menos ser amigo delas.
- Nem eu. Mas não pode passar disso – André colocou mão no ombro de Caspian o que fez o mesmo encará-lo – entendeu?
Caspian nada respondeu, livrou-se da mão do amigo e desapareceu dali num piscar de olhos, deixando para trás apenas um barulho de asas. André suspirou e passou a mão no cabelo, antes de tomar o mesmo rumo que o amigo.

subiu nas pedras procurando por Alexander, Chad estava enchendo o ouvido dela de coisas e ela não aguentava mais falar com ele, Alexander ia acalmá-la.
- Ele é perigoso, Daniel – disse uma voz conhecida não muito longe.
- Eu sei disso Liam, precisamos avisar aos outros – disse outra voz.
se aproximou, as vozes vinham atrás das pedras. Mas as vozes tinham parado e num lugar delas vieram sons de asas.
Sons de asas que ela já escutara antes.



IV - Festa, Brigas e Sumida

No dia seguinte as meninas dormiram até mais tarde, só acordando quando o cheiro de café fresco invadiu o quarto delas pela varanda que esqueceu aberta.
- Sou só eu ou mais alguém está com fome? – murmurou sonolenta se sentando na cama.
riu.
- Eu estou morrendo de fome, mas a preguiça fala mais alto – ela concordou.
- Falando em preguiça – começou que já estava sentada na sua cama com o notebook aberto no seu colo – Onde está ?
- Não precisam sentir minha falta – falou no exato momento que perguntou, ela entrou no quarto usando roupas de ginástica – Estava no ginásio treinando.
- O que te incomoda? – perguntou finalmente sentando na cama, para sua amiga ter acordado cedo e ainda ir treinar é porque algo a incomodava.
- Ontem eu estava na praia... – começou falando mais alto enquanto ia para o banheiro tomar banho – ...Quando eu ouvi um barulho estranho de asas...
- , essa história de terror já perdeu a graça – falou sonolenta sentando na sua cama.
- Não é história de terror, por isso está me incomodando – disse e logo elas ouviram o barulho do chuveiro sendo aberto – Porque eu já ouvi aquele som de asas antes de virmos para esse colégio.
- Deve ser impressão... – começou , mas cortou ela.
- Não, não é – começava a ficar irritada, ela sabia quando as coisas eram reais e quando não eram – Tem algo de muito estranho acontecendo. E sinto que alguém pode me explicar isso.
- De quem você está falando? – perguntou ficando de pé para ser a próxima a ir para o banheiro, percebendo o que a amiga ia fazer correu para a beira da cama puxando pelo tornozelo antes que ela saísse da cama fazendo a amiga cair no chão rindo, ela passou por cima de quase caindo também porque a puxou pela perna, mas repreendeu as duas passando a frente para ser a próxima.
- Chad, claro – disse saindo do banheiro enrolada numa toalha, passou por ela.
- Você não disse que ele começava a ficar chato? – perguntou sem entender.
- Sim, mas ele sabe de alguma coisa – murmurou para ela mesma jogando uma calça sua na cama – E já que vocês não me escutam.
- Não é bem assim, pequena – disse indo até ela.
- Só achamos que você anda vendo filme de terror de mais – brincou .
- Eu vou provar – falou ignorando ela e jogando uma bata vermelha em cima da calça.
As quatro não tocaram mais no assunto enquanto terminavam de se arrumar.

- Hey meninas – chamou Chris todo alegre usando hoje uma blusa amarela e calças jeans, seus grandes olhos azuis alegres e seus cabelos loiros davam a ele uma carinha de bebê – Sentem comigo.
- Oi Chris – sorriu para ele olhando ao redor procurando por Nathaniel, mas o que encontrou foi Benjamin num canto observando ela – Curtiu a festa?
- Você não tem ideia – ele disse alegre enquanto as meninas sentavam com ele – Sabe Tobby? – ele perguntou vendo as meninas concordarem com ele, Tobby era um ano mais velho do que elas e só viam ele pelo corredor – Ficamos ontem.
- Não brinca – falou rindo – E vão namorar?
- Não sei, Tobby não... Assumiu sabe? – os lábios de Chris formaram um biquinho.
- Ele ficou com você, tem que assumir – disse como se fosse obvio, mas antes que ele falasse algo Hannah se aproximou com Lindsay e Sophie.
- Oi gay, meninas – falou Hannah claramente zombando.
- Não seja má, Hannah – mandou fechando a cara assim como as amigas – Ele está com a gente.
- Que seja – ela disse dando de ombros.
- O que ela quer saber é se gostaram da festa? – perguntou Lindsay revirando os olhos e sentando na frente delas.
- Adoramos – falou animada.
- Está tudo bem com a ? – perguntou Sophie timidamente apontando para a loirinha que estava calada.
Ao ouvir seu nome olhou para ela e se levantou.
- Não demoro – disse e sem mais explicações foi atrás do loiro na outra ponta do refeitório.
- O que deu nela? – perguntou sem entender.

- Estava imaginando quando você ia vir falar comigo – disse Chad abrindo um grande sorriso para quando ela se aproximou.
A menina colocou as mãos na mesa se inclinando para ele.
- Quero falar com você – ela disse e então olhou para os meninos – A sós.
- Já estávamos saindo – riu-se Benjamin levantando as mãos em forma de paz – ...?
- Está ali, tchau – mandou impaciente.
- WOW! – provocou Ian rindo, mas ele, Zack e Ben saíram sem dizer mais nada.
- O que você sabe que eu não sei, Chad? – perguntou direta sentando em frente a ele – Eu sei que tem algo errado acontecendo e você vem me dizendo umas coisas...
- Já vi que quando você coloca uma coisa na cabeça não tem quem tire – falou Chad cruzando os braços calmamente – Mas eu acho que posso te dar uma ajudinha.

- Meu Deus Ben que susto – exclamou quando ele segurou na sua cintura soltando um “Buu” rindo.
- Medo de monstros, ? – ele falou sugestivamente, assim que os garotos se aproximaram Christian havia simplesmente desaparecido dali e Sophie saiu com Lindsay. Hannah continuava no mesmo lugar, mas com um simples estalar de dedos de Benjamin ela saiu dali xingando a todos.
- Uhuuul – provocou Ian rindo e sorrindo cafajeste para , ele ainda não entendera o fora da noite anterior dela, mas ele gostava da loira.
- Engraçadinhos vocês – falou revirando os olhos, mas sorriu para eles.
- Porque não se sentam e comem conosco? – ofereceu olhando mais uma vez ao redor para ver se Nathaniel tinha chegado, ela bufou ao notar que não e então sorriu para Benjamin – Estamos com fome.
- Com certeza – Benjamin disse sentando, assim como os meninos.
Eles fizeram seus pedidos, e ficaram jogando conversa fora. Depois de comer, eles se levantaram e foram juntos para a aula de Física.
- Ninguém merece física a essa hora da manhã – , que tinha se juntado ao grupo quando estavam terminando de comer, disse bufando.
- Eu que o diga. Meu cérebro não acordou ainda – falou e todos riram – é sério!
- Física é legal gente – disse e todos a encararam – o que?
- Quem é você e o que fizeram com a minha amiga? – disse de olhos arregalados.
- falando que física é legal – balançou a cabeça negativamente – nunca pensei que viveria para isso – cruzou os braços e fez uma careta, todos riram.
- Eu acho que ela só disse isso por causa dele – apontou para o professor.
- Oh não – colocou a mão na testa e fez uma cena de drama – vocês me descobriram – as meninas riram, mas os meninos tinham fechado a cara.
- O que foi? – perguntou de sobrancelha arqueada.
- Não sei o que vocês viram nesse cara – Zack falou e entrou na sala, seguido pelos meninos, deixando para trás quatro garotas confusas.
- E você só vai entender se mudar sua opção sexual – brincou rindo, sua risada sendo seguida pela das amigas, antes de irem para o seu lugar de sempre viraram para dar bom dia ao professor.
Adrian Mason era o professor mais gato delas sem duvida, perdendo até para o professor Tristan e seus longos cabelos, Adrian não devia ter mais de trinta anos, os cabelos pretos lisos e grandes olhos azuis profundos. A barba para fazer o deixava ainda mais sexy.
- Bom dia meninas – ele respondeu naquela sua voz rouca e sexy sorrindo para elas – Como foi o fim de semana?
- Foi ótimo Adrian – falou sorrindo, o professor já tinha deixado bem claro para elas não chamar ele de professor e sim pelo primeiro nome – Porque o se... Você não veio? – ela se corrigiu rapidamente ao olhar dele.
- Ah, minha namorada ficou doente e eu tive que ir vê-la – ele disse enquanto acenava com a cabeça para alguns outros alunos que passavam.
- Oh sim, e ela esta bem? - indagou vendo que a expressão do professor era um pouco triste. Sim, elas sabiam que ele tinha uma namorada, mas isso não as impediam de admirá-lo.
- Não muito. Nada grave, mas ainda fico mal por não poder cuidar dela durante a semana – ele deu um fraco sorriso e depois pediu às meninas que se sentassem para que a aula começasse.
- Que lindo – falou enquanto elas sentavam nas cadeiras reservadas perto dos meninos – Quero um namorado.
- Eu também! - imitou o bico que tinha feito e afundou-se na cadeira.
- Namorado? – Andrew intrometeu-se na conversa, e indagou de sobrancelha arqueada – Quem esta namorando?
- Ninguém! - disse rolando os olhos.
- E é por isso mesmo que elas estão com essas caras – disse rindo um pouco quando e lhe deram língua simultaneamente.
- Mas vocês são muito novas para namorar! - Alexander disse sério e as quatro olharam para ele com o cenho franzido.
- Sério Alex? Ok! Eu entendo quando o Jason diz isso, apesar de ser um tanto quanto humilhante dado que o irmão da é... - a frase de parou enquanto ela olhava de Nathaniel para – Então, o que eu quero dizer é que temos idade suficiente para namorar.
- Claro que tem – concordou Nathaniel rapidamente olhando de cara feia para Alexander e em seguida virou para sorrindo, Adrian ainda arrumava as coisas para as aulas enquanto esperava o resto dos alunos – Ele quis dizer que vocês são muito inocentes e deviam esperar alguém certo.
- Claro, o príncipe no cavalo branco – zombou e ela bateram as mãos uma na outra rindo – A e a esperam.
- Mentirosa – disse dando língua para ela.
- E todas não deviam esperar? – falou Bryan meigamente fazendo as quatro olharem para ele incrédulas.
- Ok né? – disse virando para suas amigas, ela riu baixinho do pensamento que teve e se inclinou para sussurrar no ouvido de – Só falta ele dizer que é virgem.
Alexander, Andrew e Nathaniel tossiram para esconder a risada enquanto Bryan se encolhia na carteira.
- Ei, meninas.
Elas levantaram o rosto sorrindo para Benjamin e Chad parado em frente a elas, poderiam ter jurado ouvir um rugido vindo dos meninos ao seu lado.
- Oi meninos. O que foi? – perguntou educadamente.
- Vamos fazer uma social sábado no nosso quarto, porque não passam lá? – falou Ben piscando sedutoramente para elas.
- Já chega – Nathaniel ficou de pé parando em segundos entre as meninas e os dois garotos, ele pareceu se mover mais rápido do que um humano normal, mas apenas encarou Benjamin – Fora daqui, Briel.
Ben riu descaradamente.
- Se não?
- O que...? – começou a falar sem entender, aqueles dois estavam brigando por ela? Porque se sim, aquilo era muito sexy, mas lhe deu um tapa na perna mandando ela ficar calada. Se ia rolar briga, ela adoraria ver.
Nate encarou Ben furiosamente, mas não disse nem fez nada. Ben olhava para ele divertido o que o irritava ainda mais.
- Eu já tenho aquilo que te prometi, venha para a social – Chad disse não se importando com quase acontecendo uma briga ao seu lado. Olhando sério para , a loira concordou com a cabeça e ele sorriu de lado. Alex ia se levantar, mas Chad deu um tapinha em Ben mandando-o sair. Quando Alex abriu a boca para falar, o professor começou a aula e ele não quis atrapalhar.
- O que ele te prometeu? - sussurrou para . Os meninos ficaram atentos na conversa, mas não deixaram ninguém perceber isso.
- Nada demais – disse e – assim como os meninos – pareceu desapontada, mas não insistiu e focou-se em prestar atenção na aula.
A aula se passou rápido, como sempre passava com as aulas dos professores mais queridos. Adrian sabia dar uma boa aula e tirava todas as duvidas existentes.
Ao terminar a aula elas teriam uma aula com Tristan antes da aula com Lea, hoje estava mais do que animada porque iriam treinar arco e flecha na aula.
Encontraram Hannah, Lindsay e Sophie no caminho, como era costume Alexander, Bryan, Andrew e Nathaniel estavam por perto então nenhuma das três tinha uma reação extravagante sempre que viam eles.
Diferente de Christian, que ao se aproximar ofegou olhando para eles e soltando “Santo Deus”.
As meninas riram se afastando dos seus quatro presentes amigos e foram para perto das três meninas e Christian perguntando sobre suas aulas.
- Tudo bem? – perguntou para , ela andava estranha desde do dia anterior.
A pequena olhou para ela dando de ombros e apressou o passo para ir na frente, suspirou.
- Ela está bem? – perguntou se aproximando dela, logo veio atrás deixando Chris conversando com Andrew e Bryan, Nathaniel e Alexander que andavam mais atrás atentos.
- Eu acho que sim – disse sorrindo para a amiga, mas ao olhar para frente ela franziu a testa pensativa, algo estava errado.
- O que será hoje? – perguntou as amigas logo depois de colocarem a horrível roupa de educação física.
- Arco e flecha – disse animada cruzando os braços com e seguindo na frente para irem para a quadra, fez o mesmo com que parecia mais normal do que no dia anterior.
- Vejo que temos rostinhos animados hoje – disse Lea animadamente fazendo um gesto para os alunos se aproximarem – Por favor, se separem em grupos peguem o arco e as flechas e acertem no alvo – disse a professora apontando para o alvo – O grupo que acertar mais flechas no alvo, ganha.
- O que? – perguntou Kellan divertido perto de seus amigos, a professora riu.
- Ainda não sei, mas vou pensar – ela disse tirando risada dos alunos.
- Já ganhamos – gabou-se abrindo as mãos para colocar o arco e flecha na mão dela.
- Não sei não, viu meninas? – brincou Andrew ao lado delas batendo no ombro de Bryan – Meu amigo aqui é ótimo nisso.
- Veremos – deu língua para ele.
O grupo de Chad, Ian, Zack e Benjamin estava ao lado delas e sorriram animados.
- Boa sorte – disse Chad piscando para , ela sorriu e concordou virando para sua equipe.
- Comecem – mandou a professora e barulho de flechas cortando o vento foram ouvidos.
Zack, e Bryan acertaram exatamente no meio do alvo.
apertou os olhos olhando para cada um e sem esperar resposta disparou a próxima flecha, que cortou a flecha antiga no meio ao acertar no mesmo ponto.
- WOW! – os alunos soltaram exclamações.
- Essa foi boa – disse Zack do lado dela arremessando sua flecha e acertando do lado da sua antiga flecha – Mas ainda posso ganhar.
parecia concentrada enquanto pegava uma flecha após a outra e acertava todas no centro do alvo, foi quando uma flecha sua acertou mais para a ponta do alvo que ela ficou irritada.
- ? – pediu à amiga que já sabendo o que ela queria andou calmamente até o alvo delas para pegar a flecha.
O olhar de Alexander seguiu os passos da garota quando ele a viu andar calmamente entre vários alunos disparando flechas, Nathaniel colocou a mão no seu ombro para impedir que ele fosse até ela e então eles não perceberam algo estranho ao seu lado.
que até então se preparava para lançar outra flecha, apenas esperando sua amiga voltar, sentiu como se não tivesse controle sobre seu arco que começou a levantar e mirar diretamente em .
- , que brincadeira sem graça – sussurrou para a amiga.
- Eu não sei... Eu não sei o que está acontecendo – sussurrou de volta, virou para olhar para ela sem entender.
- ! – alertou quando os dedos da morena começaram a se soltar da flecha – Droga!
- ! – gritou mais alto que os sons das flechas assim que a flecha de voou parecendo mais veloz e mais disposta a acertar seu alvo.
.
Alexander se virou assustado se soltando do braço de Nathaniel pronto para voar em direção à . Literalmente. Seu coração dói frágil por aquela menina, mas o aperto de Nathaniel dobrou e Andrew ajudou, eles iam chamar a atenção demais, então Bryan sussurrou para Alexander:
- Exploda a flecha – mandou tão baixo que quase os meninos não escutaram.
A pequena garota parecia tão indefesa ao se virar e ver aquela flecha pronta para acertar ela, mas num movimento rápido e habilidoso ela deu um pulo dando uma estrela no ar, a flecha passou exatamente por entre suas pernas e um segundo depois tinha virado pó.
Quando a menina parou no chão graciosamente seus olhos estavam arregalados olhando para as amigas.
Tinha algo definitivamente errado naquele colégio.

No quarto, enquanto as meninas se arrumavam para dormir, começaram a conversar sobre o que acontecera hoje.
- Aquilo foi muito estranho – disse enquanto arrumava o cobertor para se deitar.
- Total. O que é que moveu a flecha? - indagou já deitada e coberta.
- Queria muito saber – suspirou e deu um sorriso triste, ela sentia-se mal por não ter conseguido fazer nada para impedir que a flecha quase atingisse , e mesmo depois de todas alegarem que ela não podia fazer nada, a culpa não a deixava.
- Ainda bem que me avisou e meu reflexo é bom – disse saindo do banheiro e correndo até a cama para fugir do vento forte que atingiu suas pernas nuas.
- Você esta bem mesmo? - As três meninas perguntaram em uníssono.
- Estou gente, relaxa – disse sorrindo amarelo - Foi apenas um acidente, um que eu consegui desviar – Um acidente muito, muito estranho ela acrescentou mentalmente.
- Tudo bem então, vamos dormir – disse depois de bocejar. As meninas concordaram desejaram boa noite a cada uma e poucos minutos depois a exaustão tomou conta delas, as fazendo adormecer.

- Foi Benjamin, só pode ter sido ele. Ele sempre esteve ali para contrariar tudo que eu fazia – disse Liam irritado andando de um lado para o outro no espaçoso quarto dele e dos amigos, assim como as meninas, eles tinham vista para o mar.
- Liam, querido, você sabe que não é permitido essas coisas aqui. Eles nem sabem quem é e quem não é – disse Helena racionalmente sentada numa cadeira com as pernas cruzadas elegantemente.
- Helena, Benjamin é um anjo caído. Completo – disse Daniel sugestivamente vendo se ela entendia.
O rosto angelical de Helena não teve nenhuma mudança.
- Mesmo que ele seja, Daniel. Ele não pode fazer isso aqui, sabe que está sendo vigiado o tempo todo – ela disse firme.
- Mesmo que ele seja? – disse André apertando os olhos para ela – Duvida na nossa palavra, Helena?
Pela primeira vez o rosto angelical de Helena ganhou uma expressão furiosa.
- André, eu vi o que aconteceu no luau. O que está acontecendo com todos vocês. E isso não é permitido – ela disse ficando de pé – Vocês viram o que aconteceu hoje. quase foi atingida por uma flecha e qual foi a primeira coisa que você pensou Daniel? – ela se virou para o loiro, apesar de ser bem menor do que ele o garoto se recuou com suas palavras – Você queria voar até ela. Sabendo que tinha outras formas mais inteligentes de fazer isso.
- Helena, sejamos racionais. Somos amigos delas, nada mais – disse Caspian racionalmente sentado displicente na sua cama – Não pense injurias.
Helena olhou de Caspian para os meninos.
- O aviso está dado, não quero chamar meu irmão aqui. Boa noite – e sem mais nenhuma palavra ela se virou saindo pela porta a passos delicados, mas firmes.
Liam olhou para os amigos.
- Vocês sabem do que Benjamin é capaz não sabem? – ele disse sério preferindo ignorar a sugestão de Helena sobre eles estarem apaixonados.
- Não se preocupe, meu amigo. Elas estão seguras – disse Daniel tocando no ombro de Liam.
- Estão? – André indagou sugestivamente virando para olhar o mar, como era de noite ele parecia extremamente perigoso e um ótimo esconderijo para sombras misteriosas.

- Bom dia meninas – Hannah cumprimentou as meninas com um grande sorriso nos lábios assim que as mesmas saíram do quarto para irem tomar café.
- Bom dia – deu um sorriso falso e foi na frente, imitou e correu para o lado da amiga que já estava um pouco á frente, elas entrelaçaram os braços e conversavam calmas.
- Bom dia meninas – disse e segurou na mão de .
- É, bom dia – sorriu falsamente apenas para Hannah, as outras duas – Lindsay e Sophie – receberam um sorriso verdadeiro. puxou e elas começaram a andar rápido para alcançar e .
Hannah não entendeu o jeito como foi tratada, e tomou isso como sendo a TPM das garotas.
- Eu queria entender porque Lindy e Sophie andam com a Hannah – disse fazendo uma careta. Elas sentaram em uma mesa e fizeram seus pedidos.
- Não fala assim , talvez ela seja legal com as meninas ué – disse dando de ombros.
- Pode ser isso mes...
- SOPHIE! - o rugido de Hannah interrompeu que ia concordar, as meninas viraram e viram um copo com refrigerante derramado tanto no chão quanto no pé de Hannah, sua meia ficou com uma enorme mancha - Olha o que você fez! Sua imbecil.
- Retiro o que eu disse – falou depois que elas pararam de olhar a cena do ataque de Hannah.
- Eu acho que ela fez lavagem cerebral nas meninas, por isso elas a amam - brincou e as meninas gargalharam alto.
O café foi calmo e silencioso, todos ainda estavam meio que dormindo, as meninas decidiram caminhar em direção ao ginásio e conversavam baixinho. Ainda não haviam falado com sobre o quase beijo dela com Bryan.
e as meninas queriam saber tudo sobre o quase beijo deles, mas se recusava a falar, dizendo que era bom não ter acontecido, pois poderia estragar a amizade que ela estava criando com Bryan.
- Mas , vocês se beijarem não vai interferir na amizade de vocês. Ao contrario, só vai aumentá-la – dizia enquanto elas se trocavam.
- Não , eu quero só a amizade dele – disse decidida e as meninas deram de ombros, sabendo que ia ser uma discussão em vão, já que era bem teimosa quando queria.
Mas todas sabiam, pelo olhar que dava para Bryan que algo mais era sentido ali. Elas só não esperavam que justo a amiga, aquela que sempre gostava de lembrar-se dos bons momentos, iria ignorar totalmente a tentativa de Bryan de falar sobre o assunto.
- Não quero falar sobre isso, Bryan, esquece – falou enquanto andavam pelo corredor.
- Mas eu quero – Bryan falou segurando no braço dela, tentou se soltar, mas não conseguiu, por fim baixou a cabeça para não ter que olhar nos olhos dele – Olhe para mim – ele pediu suavemente.
Ela balançou a cabeça negativamente e ele suspirou, com dois dedos tocou no queixo dela, a fazendo olhar para ele. Eles achavam que estavam sozinhos no corredor, mas não estavam, já que tinha seis pessoas curiosas observando eles.
- Por que ela está tentando ignorar o que aconteceu ou quase aconteceu na festa? Ela não é assim – disse tentando escutar a conversa.
- Acho que ela está assustada – disse olhando para a amiga que parecia estar a ponto de correr dali.
- Mas pelo que vocês disseram, a não é de correr das coisas – Alex comentou.
- Quando ela está muito assustada, ela se isola ou como parece o caso, tenta fingir que não está acontecendo e nem que aconteceu – falou e olhou para Bryan que parecia bem angustiado.
Ele disse algo que fez olhar para ele e dar um sorriso fraco, antes de virar e praticamente sair correndo pelo corredor. As meninas foram atrás dela, exceto que ficou, os meninos acharam estranho, mas ela disse que queria conversar com Bryan. Os meninos apenas concordaram com a cabeça e saíram.
- Bryan – chamou por ele que continuava parado no mesmo lugar, desde que tinha saído.
- Ah?! Oi – ele disse virando pra ela.
- Vi você conversando com a – ela comentou e Bryan deu um sorriso tímido.
- É parece que ela está tentando esquecer o nosso quase beijo no Luau – Bryan disse.
- Ela não vai esquecer, pode ter certeza. Mas será que posso perguntar uma coisa? – indagou e Bryan concordou curioso.
- O que você está sentindo pela ?
foi direta na pergunta, o que deixou Bryan espantado e sem saber o que responder, pois nem ele sabia explicar o que estava sentindo em relação a sua protegida, sabia que não podia criar sentimentos, mas era algo difícil de explicar. Ele pensou bem antes de responder.
- Se eu disser que apenas gosto muito dela, serve de resposta? – ele indagou dando um sorriso de lado.
- Por enquanto? Serve – riu – Vamos, temos que ir para a aula – ela disse e começou a andar pelo corredor sendo acompanhada por Bryan.
Alguma coisa dizia que essa história de /Bryan ia dar muito o que falar.

Chegaram no ginásio e ficaram todos perto uns dos outros, estava decidida a ignorar o quase beijo e Bryan estava decidido a fazer sua vontade.
- Finalmente – disse jogando a cabeça para trás numa gargalhada logo depois que Lea disse que era para eles se trocarem e colocarem a roupa de esgrima para praticarem.
Não que os esportes individuais não tivessem começado ainda, pelo menos uma vez na semana as meninas tinham aula com seu esporte, mas era mais divertido quando estavam todas juntas.
- Ah! Ótimo – disse revirando os olhos.
- Qual o problema? – perguntou Andrew sorrindo de lado mesmo sabendo qual era o problema.
- Espere e verá – quem respondeu foi rindo enquanto se separavam para colocar as roupas.
Depois de todos prontos, voltaram para a quadra e esperaram pelas ordens da professora, ela chamou Benjamin e pediu para ele duelar contra Hannah num canto, ela pediu para Chad fazer a mesma coisa com Lindsay e Kellan contra um garoto tímido de grandes olhos castanhos que se chamava Miles, depois de separar eles ela chamou mais um casal para ficar num outro canto da quadra, e Zack e Ian, e então sorrindo Lea virou para que sem mais nenhuma palavra ficou de pé animadamente.
- Alguém tem pipoca? – perguntou virando para os meninos que estavam sentados atrás dela na arquibancada.
- Sophie, porque não vem aqui e duela contra a ? – sugeriu Lea sorrindo para a menina, riu alto sem se controlar – Algum problema, ?
- Não professora – disse olhando para a tímida Sophie que ainda não havia criado coragem para levantar – Mas a senhora sabe que é campeã de esgrima por cinco anos consecutivos, né?
A boca da professora se abriu ligeiramente num “O” perfeito.
- Eu vou – disse Nathaniel com um sorriso brincando nos lábios, ele sempre quis duelar contra . Claro que ele não ia machucá-la, apenas seria divertido.
Andrew riu alto apoiando, Alexander olhou de cara feia para ele.
- Nathaniel, eu não quero te machucar – disse segurando a espada numa mão e o capacete na outra.
Nathaniel ficou de pé rindo claramente apreciando isso e pulou os últimos degraus da arquibancada, dado que ele estava um pouco mais no alto e ele nem sequer perdeu o equilíbrio caindo perfeitamente de pé em frente a , tanto ela quanto as meninas arregalaram os olhos.
- Babaca – murmurou Alexander apenas para ele e os amigos ouvirem.
Nathaniel riu levantando a espada.
- Pronta? – perguntou a .
Ela riu adorando o desafio e jogou o capacete de lado, Nathaniel levantou uma sobrancelha perfeita e fez a mesma coisa com seu capacete.
- Pronta – e sem esperar resposta sua espada foi na direção de Nathaniel que num movimento delicado defendeu o ataque dela logo partindo para outro.
pulou para trás e atacou Nathaniel numa sequencia seguida enquanto ele andava para trás apenas se defendendo dos ataques, foi quando ele chegou perto da arquibancada onde estavam às pessoas que saíram correndo que ele contra-atacou, abaixou se defendendo e pulou no mesmo degrau da arquibancada que ele estava, ele pulou para fora dela graciosamente quando a espada de acertou o espaço que um segundo atrás ele estava. Ele lhe deu um sorriso convencido voltando a atacar, pulou fazendo a espada passar por baixo dela e quando parou na sua frente suas espadas travaram sem nenhum dos dois conseguir tirar a espada do lugar, dando um largo sorriso brilhante e perfeito para a fazendo se desconcentrar por alguns segundos ele conseguiu fazer a espada de voar para longe.
- Touché – ele gritou apontando a espada para ela, mas foi mais rápida se abaixando e indo para trás dele segurando a espada com agilidade quando ela caiu em suas mãos.
- Não querido – ela disse apontando a espada contra seu peito quando ele virou para ela surpreso - Touché
Ao redor deles todos explodiram em aplausos, até mesmo aqueles que antes duelavam e pararam para ver o duelo entre eles.
- Eu acho que te subestimei, não é senhorita ? – falou Nathaniel galanteador jogando sua espada no chão e levantando as mãos em forma de paz já que a espada de ainda estava contra ele.
Ela sorriu docemente para ele.
- Eu nunca perdi uma luta, não seria agora que eu iria perder – ela disse ainda sorrindo e afastando a espada dele. Ela levantou a mão para ele apertar – Mas foi um bom duelo.
Ele sorriu daquele jeito que apenas ele sabia fazer, e pegou a mão dela depositando um leve beijo ali e então num gesto que a deixou de boca aberta entrelaçou seus dedos para acompanhá-la até de volta a arquibancada.
Por um segundo o mesmo pensamento passou pelos dois.
Que gostariam que estivessem sem aquelas luvas protegendo suas mãos do contato direto uma da outra.
E por um segundo eles queriam mais do que tudo saber qual seria a sensação.

- Vocês têm certeza que querem ir? – perguntou sentada na cama fechando seu salto, ela olhou para as amigas. Desde que chegaram ao colégio Saint Marcus tiveram como proteção e guia aqueles quatro meninos e tinha certeza que não era a única que se sentia desconfortável em ir numa festa, num quarto de um garoto. Sem nenhum dos outros garotos que confiavam por perto.
- É ridículo isso , temos que nos virar sozinhas – lembrou como se fosse obvio se virando para fechar o zíper do seu vestido – Eu só tenho que ligar para casa, estou com saudades.
- Somos duas – concordou colocando seu casaco de lado – Podem ir na frente.
- Eu vou mesmo, quero... Ãhn, ver como está à festa – gaguejou sem jeito por ter que mentir para as amigas, ela pegou seu casaco e soltou um beijo para as meninas saindo do quarto.
- Eu vou também, vou passar no quarto da Lindy, Sophie e Hannah primeiro para saber se estão prontas – disse correndo para fora do quarto.

saiu do quarto andando um pouco apressada pelos corredores indo à “social” de Chad e seus amigos, mas ao virar um corredor esbarrou com outro loiro.
- Ops, desculpa - falou já começando a andar novamente, mas antes de fazê-lo, ele segurou em seu braço.
- Acho que precisamos conversar - Alex falou um pouco tímido, suspirou e ficou parada.
- Eu preciso encontrar com Chad - ela falou mesmo sabendo que não iria adiantar.
- Bom, talvez eu possa te ajudar - ele se ofereceu, apenas baixou a cabeça olhando para seus próprios pés incerta do que iria fazer.
- Não sei - ela voltou a olhar para ele, se arrependendo, pois agora não tinha como esconder nada - Essa escola, não sei, há algo nela.
- Era sobre isso que queria saber, tem algo de estranho na escola? - ele perguntou.
- Mais ou menos - disse sincera.
- Simples, você entrou nela esse ano, claro que vai achá-la estranha, você ainda está se acostumando a ela, é normal - Alex tentou ser o mais convincente possível, mas algo declarava tudo mentira.
- Hmmmmm, obrigada, mas acho que ainda vou falar com Chad, aliás, eu estava indo pra lá de qualquer jeito - e rapidamente voltou a andar, sem olhar para trás.

Charles e Eric dois amigos da aula de Francês chamaram e para dançar, elas foram, mas praticamente não dançaram nem trinta segundos pois Benjamin e Zack os espantaram de lá e puxaram as meninas para conversar, isso não agradou nem um pouco as duas.
- Porque fizeram isso? - perguntou cruzando os braços e os encarando.
- O que? Salvá-las de ter que dançar com aqueles lá? – Ben falou com desdém.
- Não me lembro de ter pedido ajuda – falou e eles reviraram os olhos - Se eu não quisesse dançar com ele, eu não aceitaria.
- Tudo bem, desculpa – Zack falou levantando as mãos em forma de paz – Prometo não fazer mais isso.
- Acho bom – falou e eles olharam sugestivamente para Ben, ele bufou.
- Prometo também. Agora, quer dançar? - ele deu um sorriso galanteador para , mas ela ficou séria.
- Claro que quero... - o sorriso de Ben aumentou – com o Charles! - dizendo isso ela se afastou e foi até o garoto o chamando para dançar. e Zack riam da cara que Ben fez ao ser rejeitado.
- Como? – Benjamin se recuperou do choque e foi até puxando ela pelo braço – Eu te chamei para dançar.
- E eu disse não. Supere Benjamin – disse séria se virando para sair da festa, ela tinha perdido a graça, Ben foi atrás – Me deixe só.
- desculpa, eu não quis agir daquele jeito – ele continuava a ir atrás dela enquanto andava cada vez mais rápido pelos corredores vazios do dormitório masculino, ela só queria voltar para seu quarto e poder ligar para sua mãe e falar com ela, seu irmão e seu padrasto, sentia uma falta de casa como nunca.
- Me deixa sozinha Benjamin – ela disse séria, queria ter sua espada de esgrima agora para dar um fora bem especial nele.

Harder To Breathe – Marron 5


- Qual o problema? Não gosta de mim? – ele perguntou e num segundo estava na frente dela, eles estavam nos jardins do colégio que pareciam estranhamente vazios e assustadores aquela hora da noite – Não gosta de mim ? Diga que não e eu deixo você em paz.
virou para ele furiosa.
- Não, eu não gosto de você Benjamin. Pensei que você poderia ser meu amigo, mas parece que não – ela falou firme cruzando os braços.
Um vento frio passou por aquele local, uma nuvem cobriu a lua deixando o local ainda mais escuro e se abraçou verdadeiramente assustada.
- É por causa dele?

How dare you say that my behavior is unacceptable?
(Como você ousa dizer que meu comportamento é inaceitável?)
So condescending, unnecessarily critical
(Tão condescendente, desnecessariamente crítica)
I have the tendency of getting very physical
(Eu tenho a tendência de ficar bem agressivo)
So watch your step cause If I do you’ll need a miracle
(Então tome cuidade, pois se acontecer você vai precisar de um milagre)


Ela apenas balançou a cabeça negativamente se virando para ir para seu dormitório, se ela sabia de quem ele estava falando? Sabia, mas não ia dar esse gostinho a ele.
Mas no segundo seguinte as mãos de Benjamin se fecharam nos braços de e a virando com tudo, ele apertou seus lábios contra os dela.
E antes que ela lhe desse um tapa ou um chute no meio das pernas Benjamin não estava mais perto dela.
- Não toque nela – a voz sempre angelical de Nathaniel estava furiosa.
- E o anjo da guarda aparece – disse Benjamin jogando as mãos para cima, sua voz cheia de ironia.
olhou de um para o outro sem saber o que estava acontecendo.
- Nate – ela chamou, sua voz tremia pelo que estava acontecendo e pelo que ia acontecer.

What you are doing is screawing things up inside my head
(O que você está fazendo é gritando as coisas em minha cabeça)
You should know better, you never listened to a world I said
(Você já devia saber, você nunca ouviu uma palavra que eu disse)


Nathaniel virou para ela rapidamente sorrindo, mas essa sua atenção para ela lhe custou o começo de uma briga por que Benjamin se jogou contra ele com força e num segundo os dois batiam com força numa mesa a deixando em pedaços.
levou a mão à boca para conter o grito, sem saber o que fazer olhou de um lado para o outro pelo jardim vazio procurando ajuda, sentiu um vento frio passar por ela e quando virou notou que Benjamin e Nathaniel agora estavam batendo de encontro ao prédio, a cabeça de Benjamin pareceu virar com o soco de Nathaniel e ele cuspiu sangue pela boca, o joelho de Benjamin subiu dando um golpe na barriga de Nate fazendo um som alto e doloroso Nathaniel voou pelo jardim parando perto de .
Ela olhou para ele de olhos arregalados sem saber o que fazer, se abaixou para lhe ajudar, mas ele levantou a mão mandando ela ficar no mesmo lugar.
Tudo que acontecia parecia muito surreal.

And like a girl cries in the face of a monster that lives in her dreams
(E como uma garotinha chora na frente do monstro que vive em seus sonhos)
Is there anyone out there? ‘Cause it’s getting harder and harder to breathe
(tem alguém aí? Porque está ficando difícil e difícil respirar)
Is there anyone out there? ‘Cause it’s getting harder and harder to breathe
(tem alguém aí? Porque está ficando difícil e difícil respirar)


- Não chegue perto dela novamente, Benjamin – disse Nathaniel ficando num pulo de pé, a forma como ele ficou de pé foi quase gracioso demais. Leve demais.
- Nate, para – pediu um tanto quanto assustada.
- E o que você vai fazer guardião? – zombou Benjamin e no segundo seguinte Nathaniel estava atrás dele, às mãos de Nathaniel seguraram os braços de Ben contra suas costas e ele rodou Benjamin arremessando ele contra a floresta bem perto de que soltou um grito.
Nathaniel correu até ela a puxando para trás dele e antes que ele fizesse mais alguma coisa, três pessoas se aproximaram duas correram até onde Benjamin estava e o outro veio até Nate e daqui.
Nathaniel tirou os olhos de Benjamin e virou para Alexander e concordando com um aceno de cabeça.
- Onde estão as meninas? – perguntou Alex antes que Nathaniel puxasse para a segurança do dormitório feminino.
- Na festa – respondeu , sua voz tremeu um pouco ainda assustada com o que tinha acontecido.
Alexander concordou e olhou para a floresta e em seguida para Nathaniel acenando para ele rapidamente. Estava na hora de tirar dali, antes que Benjamin aparecesse.
Nathaniel colocou uma mão nas costas de conduzindo ela para longe dali, um movimento na floresta deixava bem claro que Benjamin estava brigando com Bryan e Andrew.
- O que aconteceu? – foi à primeira coisa que conseguiu dizer quando Nate parou com ela na frente do dormitório feminino.
- Ele te machucou? – retrucou Nathaniel com outra pergunta.
soltou um risinho achando graça.
- Da última vez que eu chequei Nate, beijar não machucava – ela disse sorrindo.
- Então... Você queria? – ele pareceu realmente magoado, ela riu.
- Eu não disse que queria. Só que saberia dar um chute no meio das pernas dele – ela disse e Nathaniel riu aliviado – Então, o que aconteceu?
- Brigamos – falou o moreno como se fosse obvio.
- Aquilo foi mais do que uma briga... Foi estranho – ela disse balançando a cabeça negativamente, seus pensamentos mais do que confusos.
Nathaniel suspirou algumas vezes e bagunçou os cabelos, logo depois olhando para - Eu conheço o Benjamin... De outra escola – gaguejou Nathaniel esfregando suas mãos nas dela para aquecer, - Nate – começou suspirando, não era isso que ela queria dizer ao perguntar o que aconteceu, mas ao olhar nos olhos de Nathaniel viu que ele parecia um tanto quanto assustado e que não iria contar mais do que isso para ela agora – Tudo bem, eu vou dormir. Estou cansada. - Quer que eu fique no seu quarto até as meninas chegarem? – ele se ofereceu docemente, sem nenhuma segunda intenção.
Ela sorriu para ele.
- Não, eu sei me virar sozinha. E ao que parece meu anjo da guarda vai me proteger – ela disse empurrando de leve o ombro dele.
O rosto de Nathaniel adquiriu diversas cores antes dele voltar a respirar normalmente e encarar ela mais assustado do que nunca.
- O que você disse? – ele soltou, quase gritando naquele corredor escuro.
Ela olhou para ele sem entender.
- Não foi assim que o Benjamin te chamou? De anjo da guarda? – ela perguntou ainda sem entender – Até que tem lógica. Você apareceu para me salvar, não é?
Ele olhou para ela rindo sem graça.
- Pode se dizer que sim – e então se inclinou para frente até seus lábios encostarem na testa de – Boa noite, garotinha.
olhou para ela achando graça, ninguém chamava ela de garotinha há anos, ela não tinha tamanho de uma e nem idade de uma, mas o jeito que ele disse isso foi meigo.
- Boa noite, Nate – ela sorriu para ele e se virou para subir as escadas até seu quarto.
Nathaniel olhou para ela subindo as escadas suspirando, sua cabeça a mil. Ele achava melhor ficar de olho nela essa noite e quando se virou saindo do prédio enormes asas se abriram e num pulo gracioso ele já não tocava mais no chão.

- Eu estou cansada – reclamou depois de dançar com Ian por longas horas.
Ele riu.
- Eu vou pegar uma bebida, quer? – ele questionou, mas o olhar desesperado da garota deixou bem claro.
Ele riu e concordou saindo de perto dela, então sentou ao seu lado.
- Onde está a ? – perguntou a mais velha.
- Saiu com o Benjamin e a ? – questionou a loira olhando ao redor.
- Saiu com o Chad – respondeu e suspirou – Eu sabia que essa festa fora uma má ideia.
- Social – corrigiu uma voz rouca atrás delas fazendo as meninas darem um pulo de susto e se virarem, dando de cara com um Andrew sorridente – Desculpa se assustei vocês.
- Sem problemas – disse sorrindo para o garoto – Entrando de penetra, uh?
- Na verdade já estou de saída, não faço questão de invadir esse quarto – ele disse sério – Só vim aqui porque tenho que falar com vocês, podemos ir lá pra fora?
- Nós duas? – perguntou de cenho franzido – sério? – lançou um olhar desaprovador para e a loira revirou os olhos passando por Andrew para sair do quarto.
- Então, o que aconteceu? - indagou assim que saíram do quarto e viraram o corredor onde o som alto não os atrapalhava.
- Nate e Benjamin brigaram lá fora, acho que ele tentou beijar a força e Nate foi defendê-la – Andrew disse com as mãos nos bolsos.
- Meu Deus! Não acredito que Ben fez isso, não acredito – falou e balançou a cabeça concordando com a amiga.
- E como esta? – perguntou olhando nos olhos de Andrew.
- Não sei. E foi esse o motivo de eu ter vindo, chamar vocês para ficar com ela lá no quarto, ela precisa de vocês.
- Claro. Vamos chamou indo na frente.
- Uhn... Obrigada por nos avisar – falou, deu um beijo estalado no rosto de Andrew e correu atrás de .
Andrew parou olhando elas se afastarem e então franziu a testa pensando.
- Droga! – ele murmurou – Alex vai me matar – disse sem saber o que fazer, tinha esquecido de perguntar as meninas onde estava .

- Aonde estamos indo? – perguntou para Chad que levava ela pelos corredores vazios do colégio.
- Biblioteca – ele respondeu simplesmente – Seção restrita.
- Como? – ela perguntou confusa – Você disse que tinha umas coisas para me explicar.
- , você sabe sobre mitologia grega? – ele perguntou abrindo as portas de madeira que dava para a enorme biblioteca. O cheiro de livros atingiu os dois.
- Mais ou menos – ela respondeu ainda mais confusa, entendia mais sobre isso do que ela – O que isso tem haver...?
- Você sabia que há uma lenda sobre os Deuses Gregos na verdade terem sido anjos? – ele perguntou subindo as escadas que davam para o andar de cima da biblioteca, na última estante ao fundo estava escrito “Seção Restrita” e em baixo “Precisa-se de autorização” e do lado “Procurar a bibliotecária”, mas ignorando todos os avisos, Chad foi direto num ponto procurando por algo que ele sabia que ia encontrar ali.
- Que merda você está falando, Chad?
O loiro, ignorando ela, pegou um pesado livro sacudindo poeira para tudo que é lado. Ele sentou no chão e meio tímida sentou ao seu lado, ele abriu o grosso livro que foi escrito pelas “As quatro irmãs Shaw” apenas isso, nenhuma bibliografia delas e nem foto.
Ele folheou o livro algumas vezes e por fim parou numa página.
- “Esses anjos são os chamados anjos guardiões, ou anjos da guarda, mas diferentemente dos anjos que todos conhecemos, eles têm liberdade para andar entre os seres mortais e ter relações com eles. Esses anjos existem há séculos e já levaram vários nomes, o mais conhecido por entre os seres humanos eram os Deuses Gregos” – citou Chad em seguida apontando para uma foto.
Era o Olimpo, uma foto já conhecida por dos Deuses Gregos, mas nessa foto todos tinham asas magníficas.
- Ok Chad, a história é muito legal. Mas o que isso tem haver com o que está acontecendo nesse colégio? – questionou achando cada vez mais que foi uma péssima ideia ter vindo aqui com Chad.
O loiro suspirou frustrado e folheou mais algumas vezes o livro.
- “Trevas e luz sempre irão lutar e lutam há centenas de anos. Os mortais não sabem, mas estão o tempo todo rodeado por coisas que vão além da sua compreensão” – ele citou mais uma vez apontando para uma foto, na verdade um desenho, de uma enorme sombra preta.
tremeu sem entender.
- Eu...
- Não entende – suspirou Chad folheando o livro mais uma vez – “E um dia tudo isso poderá acabar. O grande guerreiro, o maior de todos os anjos sabe como acabar com essa luta e a luz vencer. Anjos caídos, demônios e seres das trevas serão castigados e irão pagar com seus pecados...”
- Anjos – finalmente começara a entender, Chad soltou um suspiro contente – Aquele barulho de asas, sussurros para mim, a flecha... Eles não deveriam me proteger?
- Os anjos sim – concordou Chad olhando sugestivamente para – Mas as trevas não.
A loira fez uma careta.
- Mas o que eu tenho haver com isso?
Ele sorriu para ela.
- Eu esperava que você perguntasse isso – ele disse deixando o livro no chão e ficando de pé dando a mão para ela segurar, aceitou a mão dele ficando de pé num pulo – , seu papel nessa história é mais importante do que muitos. E você tem que saber quais são suas alternativas.
- Eu? O que eu tenho haver com isso? Alternativas? – a pequena estava mais uma vez confusa.
- Tem um lugar que eu posso te levar. Mas lá dentro, é com você – ele olhou para ela, seus olhos azuis parecendo um tanto quando sombrios – Topa?

No momento que deitou na cama e se cobriu a porta foi aberta e e entraram correndo e jogando-se em cima da amiga.
- O que aconteceu? – preocupou-se enquanto tentava abraçar as duas de volta, elas riram e soltaram-se da morena sentando na cama.
- Nós que temos de perguntar o que aconteceu mocinha – disse pegando a mão de e a apertando de leve.
- Do que estão falando? – perguntou fazendo cara de desentendida.
- Andrew nos contou – falou – O super-herói salvou a mocinha indefesa do vilão – ela brincou fazendo todas rirem.
- AH! É disso...
- É, é disso. Conte o que aconteceu – falou e fez careta negando com a cabeça.
- Se você não falar eu vou te atacar – ameaçou fazendo uma expressão sapeca e mexendo as mãos.
- Fique longe de mim! – disse levantando da cama e indo para longe de , rindo.
- Então conta! – exclamou deitando na cama.
- Tudo bem. Eu conto. – falou e as duas meninas que estavam na cama soltaram gritinhos animados – Então, basicamente eu sai da festa e Benjamin veio atrás, ele começou a falar umas coisas sem lógica e irritantes e então me agarrou e tentou me beijar. E meu lindo anjo apareceu bem na hora e me salvou.
- Lindo? – questionou .
- Anjo? – completou soltando risinhos – Detalhes.
- Eu estou com sono. Podemos fazer isso amanhã? E onde está a ? – perguntou a morena olhando ao redor.
- Sabe que eu não sei, estou começando a ficar preocupada – murmurou .
- Relaxem, ela deve está se divertindo com o Chad – disse a loira dando de ombros – Daqui a pouco deve está aqui.
- Tudo bem – disse sorrindo e se ajeitando na sua cama, mas olhos olhares pidões de suas amigas fizeram ela rir – Comecem as perguntas.
E as meninas fizeram perguntas e eram respondidas, exceto quando era evasiva.
- Vamos dormir, estou cansada. – pediu fazendo bico, e riram e concordaram.
Não demorou muito e elas logo adormeceram, nem perceberam que não voltou pro quarto.

Na manhã seguinte, elas só acordaram porque o sol começava a penetrar pela cortina da janela.
- Alguém fecha a cortina. – reclamou colocando a cabeça embaixo do travesseiro.
- Ela está fechada. – exclamou se levantado e esfregando os olhos, tentando espantar o sono. Ela olhou para os lados e deu um grito.
- O que foi? – perguntou dando um pulo da cama.
- Cadê a ? – indagou olhando pra cama da amiga, que continuava do mesmo jeito da noite anterior.
- ? – chamou indo no banheiro, que também parecia não ter sinais de uso recente. – Ela não voltou ontem. – disse voltando pro quarto.
- Onde ela se meteu? – quase gritou, ela conhecia bem a amiga e sabia que ela não iria sumir sem avisar nada.
- Eu to preocupada. – disse sentando na cama. – Temos que procurar o... – ela ia falar mais foi interrompida por batidas na porta.
- Meninas? – elas escutaram a voz do Nate do outro lado da porta.
- E agora? – sussurrou.
- Vamos dizer que ela saiu pra treinar mais cedo – disse decidida, não ia preocupar os meninos, com uma brincadeira sem graça, por parte da .
- Já vamos, estamos terminando de nos trocar – gritou e foi trocar de roupa, assim como as meninas fizeram, elas se arrumaram em tempo recorde, cinco minutos elas estavam trocadas.
foi abrir a porta e encontrou quatro garotos sorridentes do lado de fora.
- Bom dia – ela disse sorrindo e os convidando pra entrar.
- Bom dia – eles responderam de volta.
- O que fazem aqui? – indagou enquanto dobrava o lençol e depois guardava no armário.
- Não vimos vocês no café, então decidimos ver se vocês estavam bem. – Bryan respondeu olhando em volta.
- Cadê a ? – Alex indagou dando por falta da garota.
- Ela saiu pra treinar bem cedo, deve estar no ginásio. – respondeu tão segura que ela mesma estranhou sua voz.
- Então ta. Querem dar uma volta na praia? – Nate indagou olhando pras meninas.
- Claro – respondeu e saiu do quarto acompanhada das amigas e dos meninos.
Durante todo o caminho, ela e as meninas iam olhando disfarçadamente para os lados, tentando achar a , mas não havia sinal dela e nem do Chad.
A pergunta que corria pela mente de todas as meninas era Onde diabos a amiga tinha ido?



V - Encontrando

Tá legal, onde ela se meteu?
Era o pensamento em conjunto que , e tinham.
Era bom que tivesse uma boa desculpa para o que está fazendo elas passarem, a loira não havia ido tomar café e nem almoçar e já passava das quatro da tarde e as meninas estavam trancafiadas no seu quarto roendo as unhas das mãos sem saber o que fazer.
- Ela não faria isso de propósito – disse saindo da varanda e fechando as cortinas, o sol começava a descer e logo iria virar noite.
- E porque simplesmente não pedimos ajuda aos meninos? – perguntou jogando seu celular na cama depois de tentar ligar mais uma vez para a amiga.
- Porque seja lá o que esteja acontecendo, não vamos meter eles nisso – falou sensatamente - como sempre – se pondo de pé.
Antes que ela falasse mais alguma coisa, bateram na porta.
- De novo? – murmurou para as amigas.
- Meninas? – a voz de Bryan foi ouvida – Por favor, nos deixem entrar. Está acontecendo alguma coisa?
Elas se entreolharam sem saber o que responder.
- Não queremos sair hoje – respondeu dando de ombros em seguida olhou para as amigas como se desculpando pela péssima mentira.
- O que está acontecendo? – perguntou Alexander do outro lado da porta, ele sacudiu a maçaneta algumas vezes, parecia realmente aterrorizado com algo que elas nem sabiam – Onde está a ? Porque não comeu conosco hoje?
- A está... – começou olhando ao redor sem saber o que fazer – Está com cólica, agora mesmo ela está no banheiro.
Se a amiga ouvisse isso, com certeza teria matado pela desculpa estúpida e constrangedora.
- Tem certeza? – quem perguntou foi Nate, porque eles não podiam simplesmente ir embora?
- Absoluta – disse séria – E não queremos deixá-la sozinha.
- E não podemos entrar e passar o resto do dia com vocês? – perguntou Andrew.
suspirou começando a ficar irritada e a qualquer momento ela iria soltar alguma para cima deles, e com certeza nada educado, mas mais rápido do que a paciência da morena indo embora foi com a resposta na ponta da língua.
A loira foi a passos firmes até a porta abrindo-a e não dando espaço para eles entrarem, apenas colocando o rosto para fora.
- Porque vocês não vão fazer algo que homens fazem, tipo se barbear ou discutir o tamanho do equipamento de vocês? Porque agora, queremos fazer o que mulheres fazem, tipo depilar as pernas ou discutir o tamanho do equipamento de vocês – e dando o melhor sorriso inocente que podia, deixando quatro meninos de boca aberta e sem reação, ela bateu a porta na cara deles olhando inocentemente para as amigas dando de ombros e sorrindo.
- O que...? – começou sem reação, mas explodiu numa gargalhada.
- Essa foi ótima – disse a morena ainda rindo.
- Eu sou demais – disse jogando-se na cama. já estava chorando de rir assim como . Quando se acalmaram sentaram ao lado de .
- Brincadeiras a parte...
- Não é brincadeira. É a mais pura verdade - interrompeu sorrindo – Nós fazemos isso, e tenho certeza que eles também.
- Ok rolou os olhos e riu – Temos que encontrar .
No momento em que disse isso, as duas pararam de sorrir e ficaram sérias.
- Podíamos perguntar ao Chad... ele foi o último a estar com ela – sugeriu mas as amigas negaram com a cabeça.
- Não. Não vamos envolver ninguém – falou.
- Ainda – completou – Vamos procura-lá, se a coisa ficar mais séria falamos com a diretora - As três assentiram e levantaram.
- Eu vejo se a barra esta limpa – disse indo até a porta e saindo rapidamente do quarto. O corredor estava vazio. Ela foi até o fim dele e nada encontrou, voltou ao quarto e abriu a porta.
- Nada. Vamos – ela chamou e e saíram as pressas do quarto, olhando atentamente para todos os lados.

Porque diabos ela havia aceitado isso?
Ela não gostava de Chad, nem sequer confiava nele, aqueles olhos azuis sombrios não eram confiáveis.
Mas aqui estava ela, numa espécie de túnel, desagradável, úmido e escuro e sabe-se lá indo para aonde.
Chad havia deixado ela numa passagem secreta falando que não poderia entrar com ela, que ela teria que descobrir o que tinha no fim do túnel sozinha.
Mas ela estava exausta, com sono e com fome andando há horas e sem saber para onde ir.
Ela só queria suas amigas.
Ela só queria sua cama quentinha.
Ela só queria Alexander.
Balançando a cabeça negativamente ela ouviu um barulho não muito distante e virou com tudo quase batendo a lanterna na parede daquela caverna.
Então o barulho se repetiu, não parecia longe e pensou seriamente em sair correndo pelo mesmo caminho que chegou ali, só que ela pensou: já tinha entrado demais nessa história, não ia desistir quando estava tão perto de descobrir a verdade.
O barulho se repetiu e sons grotescos foram ouvidos e quando ela deu mais uma um passo naquela direção algo tocou no seu tornozelo e soltando um alto grito algo frio puxou ela para baixo.

Sorrateira e silenciosamente as meninas andavam pelos corredores do prédio. O céu já estava cinza e em pouco tempo estaria negro, e era por isso que tinham de tomar cuidado, mesmo sendo domingo e tendo aula no dia seguinte, a maioria dos estudantes passeavam a noite, aproveitando ao máximo o tempo livre que tinham. Não seria bom encontrar nenhum deles.
Finalmente saíram do prédio, depois de suspirarei de alívio por saírem “ilesas” se entreolharam a fim de saber qual seria o próximo passo.
- Vamos procurar nas salas de aula – disse, as meninas concordaram e seguiram para o outro prédio.
- Se isso for uma brincadeira, eu juro que bato nela, porque não tem a menor graça – resmungou quando elas entraram no prédio. Ele estava escuro e silencioso, nenhum sinal de alguém e nem de , estava... deserto.
- Que medo – murmurou assim que entraram na primeira sala.
As três procuraram em todas as salas do segundo andar. Nada. No terceiro andar a mesma coisa. Também não encontraram nada além de carteiras vazias nas salas do quarto andar, então voltaram para o térreo.
- Onde ela está?! - uma frustrada indagou, mais para si mesma do que para as outras.
- Vamos ver as salas daqui, se não a encontrarmos comunicamos a diretora – disse e elas se encaminharam para a biblioteca.
Passaram por todas as sessões do local, mas só o que viam era o normal de uma biblioteca, livros. Quando passaram pela porta da sessão restrita a viram entreaberta e uma luz de lanterna acesa, as meninas ficaram esperançosas. Finalmente encontraram !
empurrou a porta com a mão e os rostos das três ficaram confusos. Não era que estava ali, e sim um livro aberto no chão, a lanterna ao lado. Apenas isso. passou por e agachou em frente ao livro.

O corpo da pequena garota bateu direto no chão frio enquanto algo continuava a arrastar ela.
A menina gritou, se contorceu e esperneou tentando fugir de todas as maneiras, mas nada conseguiu.
A lanterna se perdeu no meio do caminho e a caverna parecia mais escura.
Suas mãos doíam tentando se segurar no chão de pedra e ela tentou se concentrar para saber o que tinha pegado ela.
Uma enorme sombra – ela não conseguia nem pensar em outro modo de descrever – sem forma exatamente, mas com algo comprido como braços segurando em seus tornozelos arrastava ela para um grande centro mais aberto da caverna.
tentou chutar a sombra, mas foi como se estivesse chutando uma fumaça e seu pé passou direto logo sendo apertado mais forte pela coisa.
Ela tentou se livrar, mas ao fazer isso a sombra jogou ela de um lado para o outro e gritou ainda mais alto quando sua cabeça bateu numa pedra deixando ela fraca o suficiente para a sombra fazer seja lá o que pretendia com ela.

- Um livro?! - disse e sentou-se ao lado de no chão.
- Não , uma mesa – revirou os olhos e sentou, deu um tapa fraco em seu braço e fez cara feia para a loira que deu outro tapa.
- Vocês duas. Prestem atenção – disse fazendo-as parar – Esse livro é muito interessante.
- Fala sobre...? - incentivou e tentou ler algo, mas a escuridão não ajudava, e era quem estava com a lanterna.
- Sobre... - ia começar a explicar quando leu uma parte muito interessante – Ai não. Ela estava certa.
- Quem? Quem estava certa? - indagou curiosa.
- . Ouçam - limpou a garganta e começou a ler o trecho para as amigas. - “Trevas e Luz sempre irão lutar e lutam há centenas de anos. Os mortais não sabem, mas estão o tempo todo rodeado por coisas que vão além da sua compreensão. E um dia tudo isso poderá acabar. O grande guerreiro, o maior de todos os anjos sabe como acabar com essa luta e a luz vencer. Anjos caídos, demônios e seres das trevas serão castigados e irão pagar com seus pecados...”
- Ok, legal essa história de “anjos, demônios e seres das trevas” - brincou mudando a voz quando falou dos seres místicos – mas o que tem haver com ?
- Não lembra? Ela disse que ouvia bater de asas...
- Anjos! - completou a frase de antes que a mesma o fizesse.

Sua cabeça doía e ela estava deitada, mas parecia presa no chão.
Sombras ao seu redor, e ela sabia que essas sombras não eram de nenhuma pessoa.
Ao menos nenhuma pessoa mortal.
- Quem está ai?
A voz da pequena garota fez eco por toda a caverna.
- Junte-se a nós – uma voz grotesca sussurrou perto dela.
A menina deu um grito tremendo da cabeça aos pés.
- E se eu não quiser...? – ela sussurrou quase chorando.
Ela sabia a resposta, só não sabia por que perguntou.
Talvez para ganhar tempo, alguém tinha que encontrá-la.
Ela precisava ser encontrada.
- Morte – sussurrou a voz sinistra como resposta.

- Anjos? – perguntou incrédula jogado a cabeça para trás e rindo alto, ela teve que se controlar e lembrar que elas estavam numa missão e ninguém podia saber que estavam lá – Porque não fada dos dentes?
- , é sério – disse olhando irritada para a amiga – Deixa de ser idiota.
- Eu estou sendo idiota? – retrucou à loira – Você está me dizendo que anjos existem e andam com a gente e eu sou idiota?
- Quieta – mandou séria tomando o livro das mãos de – Estamos procurando pela .
- Eu não acho que ela esteja no colégio – comentou mais calma olhando para as amigas.
- Talvez não esteja – disse e um sorriso sapeca se abriu nos seus lábios.
- Eu conheço esse sorriso, o que você sabe? – perguntou animada segurando nas mãos de , nem parecia que elas tinham brigado segundos atrás.
- O outro dia eu estava lendo um livro sobre a história do colégio – começou a morena, mas cortou ela.
- Porque você estava lendo um livro sobre a história do colégio?
- Porque é o livro da nossa aula? Eu gosto de história, agora cala a boca – mandou revirado os olhos – Como eu dizia, o colégio já foi um castelo para cavalheiros de armadura e essas coisas, se refugiarem. Acontece, que quando o rei se mudou para cá com a mulher e filhos tiveram que criar passagens secretas para o caso de os inimigos invadirem o castelo...
- Será que você pode resumir? – pediu impaciente.
- Ah, claro – murmurou constrangida por ter se deixado empolgar – Acontece que quando construíram o colégio as passagens secretas foram deixadas.
- E...? - incentivou ainda não entendendo onde a amiga queria chegar. e bufaram.
- E, que ela pode estar numa dessas passagens – disse enquanto batia em sua própria testa e xingava a amiga de lenta em voz baixa.
- EI! Eu só estou cansada ok? E se disser algo sobre meu cabelo eu te mato – A loira ameaçou com o olhar e a mesma riu.
- Não ia falar - falou e as três se levantaram, olhou sugestivamente pra amiga – Sério.
- cortou que ia retrucar com – No livro dizia onde eram as passagens?
- Não. Só que o lugar mais antigo do colégio é o ginásio.
- Então é lá que devemos ir, certo? - indagou e as duas morenas assentiram - Então vamos.
- Espera. Vamos guardar o livro – disse, pegando o livro e o colocando no único espaço vazio que tinha na prateleira - Vamos.
Elas saíram da sala e fecharam a porta. segurou a lanterna e elas caminharam para o corredor principal. Uma sombra projetou na parede e a porta da biblioteca foi aberta e fechada com cuidado. As três já estavam escondidas entre as prateleiras e viram quem entrara ali. Chad.
O loiro foi até onde antes elas estavam olhando de um lado para o outro sem entender. Quem colocara o livro na prateleira?
Mas antes que ele percebesse as meninas já estavam saindo dali o mais rápido possível dando a volta no prédio para irem para o ginásio sem ninguém perceber.
- O ginásio está ali, vamos entrar pelos fundos – disse e as outras duas concordaram prontamente.
e fizeram força para empurrar as portas de ferro do fundo do ginásio, sabiam que não estava trancado, porém por conta de quase ninguém usar essas portas era um pouco difícil abrir. Não acharam necessário pedir ajuda a , além do fato que mais uma pessoa ali iria atrapalhar o modo como elas tentavam abrir a porta, parecia muito frágil e pequena para ter força suficiente para conseguir isso.
Finalmente conseguiram abrir, deixando para fechar as portas, o ginásio parecia escuro e sombrio sem ninguém dentro dele e as arquibancadas pareciam ser um lugar perfeito para alguém se esconder, apressando os passos foram em direção ao vestiário.
- Eu sei que aqui é o lugar mais antigo do colégio, deve ter alguma passagem em algum lugar – murmurou e com as amigas ao entrarem no vestiário feminino.
- E como vamos fazer para achar? – perguntou olhando ao redor.
exausta encostou-se a um dos armários presos a parede ao fazer isso ela perdeu o equilíbrio quase caindo no chão quando o armário se moveu sozinho.
- Que merda... – ela deixou a frase no ar quando passou a sua frente observando o armário e sem dizer nada começou a puxar ele.
- Me ajudem – murmurou a morena.
e correram até ela e juntas conseguiram mover o armário do lugar revelando um túnel úmido e escuro levando sabe-se lá para onde.
- Será que está ai? - indagou observando cuidadosamente cada milímetro da entrada do túnel.
- Temos que entrar para descobrir... - murmurou baixo e entrou no túnel ouvindo sussurrar seu nome e percebeu medo em seu tom de voz então voltou - ...
- É muito arriscado. Se demônios e anjos existem mesmo, ratos e outros bichos nojentos não serão as únicas coisas com que se preocupar aí dentro - começou os contras para entrar, mas antes que falasse mais alguma coisa e deram um único argumento que superou os da morena:
- É A ! - as duas disseram em uníssono, abaixou a cabeça.
- Desculpa. Eu só estou com... medo - disse e as meninas sorriram torto.
- Entendemos, estamos do mesmo jeito que você - falou – Agora vamos, não podemos perder mais tempo.
As três entraram no túnel. ligou a lanterna que já estava ficando fraca e elas se abraçaram para ficarem mais juntas, começaram a andar, mas a escuridão e o silêncio estavam fazendo a imaginação das meninas serem uma inimiga.
Andaram por muito tempo, distanciando-se mais e mais da entrada. O relógio de apitou. Eram oito horas da noite.
- Devíamos voltar e comunicar Helena – disse quando a luz da lanterna piscou várias vezes indicando que logo apagaria.
- Vamos ficar só mais um pouco - disse e as outras não discutiram. Mesmo estando com muito medo, as três não iam conseguir sair dali sem . Não iam conseguir dormir mais uma noite sem . Elas precisavam achar a amiga.
Oito e meia. suspirou triste e e entenderam o recado.
- Helena cuidará melhor dis...
- SOCORRO! - elas ouviram a voz de gritar. O grito veio de um lugar bem próximo delas.
que estava entre as amigas disparou a frente logo sendo seguida por as outras duas, elas não estavam pensando, não ligavam para as consequências e nem sabiam o que iam fazer quando chegassem até onde estava.
Mas sabiam que ela não estava sozinha.
Tinha uma luz não muito longe delas, mas ao chegarem mais perto perceberam que era uma lanterna.
parou olhando para as amigas enquanto pegava a lanterna no exato momento que a delas se apagava.
- Onde ela está? – sussurrou olhando ao redor.
- ! – gritou como se respondendo à amiga.
- MENINAS! – gritou como resposta, sua voz um pouco fraca.
e dessa vez saíram na frente, achou um pedaço de madeira comprido no chão e pegou correndo atrás das amigas.
Ao chegar aonde suas amigas tinham parado – numa entrada -, parou atrás delas perguntando por que elas pararam, mas ao chegar mais perto percebeu.
Sombras. Várias coisas fantasmagóricas se mexendo de um lado para o outro praticamente em cima do pequeno corpo indefeso de uma garota estava no chão.
As meninas tremeram, o medo dominando elas sem saber o que fazerem, elas queriam ter pedido ajuda. Sabiam que os garotos ajudariam sem pensar duas vezes, elas queriam ter acreditado em antes e não ter deixado a amiga vir para um lugar desses sozinha. Elas queriam qualquer coisa, contanto que estivessem longe dessas coisas nojentas que pareciam sugar toda a coragem delas, olhou ao redor tentando pensar rápido enquanto as outras duas ainda pareciam congeladas de medo.
- Temos que tirar a do chão – ela sussurrou para as amigas – Eu faço isso, só não sei como...
- Eu faço – a voz de tremeu olhando para as amigas e em seguida mostrando o pedaço madeira – Quando eu falar já.
engoliu em seco, mas concordou, mas antes que falasse já, as sombras viraram para elas.
- Finalmente – uma voz ecoou por toda a caverna e ainda pior. Não vinha de nenhuma daquelas sombras.
Mas as sombras entenderam isso como uma ordem para ir atrás das meninas, suspirou, ficou em forma e passou a frente gritando “Já” e usando o pedaço de madeira como se fosse uma espada enquanto tentava de alguma forma afastar aquelas sombras.
As sombras sumiam sempre que a madeira tocavam nela, mas logo tomavam forma novamente, gritou quando sentiu algo frio tocar no seu ombro e se virou espantando outra sombra, mas as coisas pareciam não serem atingidas e continuavam, então sentiu uma mão quente e úmida em seu pulso e estava arrastando ela dali enquanto estava mais a frente ajudando a correr para fora da caverna.
- Elas já estão vindo – gritou ao olhar pra trás e ver as sombras seguindo as meninas.
- Não conseguimos ir mais rápido. esta fraca - No momento que disse isso tropeçou em seus próprios pés e só não caiu porque a amiga segurou-a fortemente.
- Ok. Qualquer coisa e eu daremos cobertura a vocês - disse e apertou forte a mão da loira que devolveu o aperto.
As sombras agora iam mais devagar o que deu as meninas uma vantajosa distancia delas, isso não tirou o desespero de nenhuma das quatro, só as deixaram mais esperançosas.
Quando a entrada do túnel apareceu elas suspiraram aliviadas, correram até ela e saíram, entrando no vestiário do ginásio.
- Fechem, rápido – disse enquanto colocava delicadamente no chão. e apressaram-se em colocar o armário na frente do buraco e quando terminaram, foram até .
- ? - indagou passando a mão no rosto da loira que soltou um gemido de dor.
- Vamos levá-la para a enfermaria – disse levantando e ajudando a levantar .
- Não. Se a levarmos lá, vão pedir explicações, farão perguntas. Vamos para nosso quarto, não parece que ela quebrou nada, podemos cuidar se forem leves ferimentos – disse.
- Ok. Vamos logo, ela precisa descansar - decretou e as quatro rumaram para fora do ginásio.
Já eram quase dez horas da noite, ninguém estaria nos corredores tão tarde assim no domingo, e isso foi uma vantagem para as meninas. Conseguiram passar por todos os corredores e chegar em seu quarto sem encontrar nenhuma pessoa.
- Certo. Primeiro... um banho? - sugeriu assim que fechou a porta e a trancou, as amigas assentiram e levaram até o banheiro, ficou com ela enquanto pegava roupas limpas e a caixa de primeiros socorros.
sentou na cama ao lado de e suspirou, a amiga a abraçou e elas ficaram assim enquanto esperavam sair do banho. Quando a porta do banheiro foi aberta e pularam da cama e correram até lá.
já parecia bem melhor, já estava com o pijama que tinha pego, e sorria triste para as amigas, conseguiu ir sozinha até sua cama, deitou e cobriu-se até o peito.
- Posso? - perguntou mostrando a caixa de primeiros socorros e apontando para o rosto da amiga, assentiu e fechou os olhos - Vai arder um pouco.
A loira reclamou alto quando começou a passar algo no seu rosto, mas apenas apertou a mão de e ficou calada, quando terminou de limpar todas as feridas colocou um curativo na sua testa acima da sobrancelha direita onde tinha um corte não muito grande.
- O que aconteceu? – perguntou finalmente, não sabendo se referindo-se ao porque sumiu ou o que acontecera há poucos minutos.
- Eu precisava de respostas – murmurou sonolenta encarando as amigas, parecia que ela não dormia a dias – Chad me mandou para aquele lugar...
- Eu vou matar ele – rugiu , concordou.
- Como ele ousa?
- Vocês não entendem – cortou – Tudo que a disse. O que lemos, é verdade. Estamos envolvidas em algo que nem sabemos o que é, e nem sabemos o porquê.
- Não, não estamos – falou balançando a cabeça negativamente – Não temos nada haver com o que aconteceu, seja lá o que aconteceu. Não vai se repetir.
- E você pode ter certeza? – indagou cansada. Ela prendeu os cabelos loiros num coque – Não, você não pode. E vai se repetir, você sabe disso . Tudo que aconteceu desde que chegamos aqui, todo esse mistério, não só a estava certa como todo o nosso mundo é simplesmente uma mentira – a garota parecia realmente irritada.
- Não pode ser – ficou de pé – É simplesmente muito confuso. Porque alguém faria isso com a ? Com a gente? Não somos nada, meninas. Nada – a morena sentou novamente na cama – Eu sinto que não podemos confiar em ninguém.
- Nem nos meninos? – sussurrou .
- Quem são eles afinal? – retrucou lembrando-se da briga de Nate com Benjamin – Não sabemos de nada sobre eles.
- Mas eles estão sempre com a gente – murmurou .
- É, só que...
- Será que podemos só dormir agora? Amanhã... – estava tão cansada que nem terminou a frase.
As meninas se entreolharam.
- Vamos dormir – encerrou .
- Essa conversa não acabou – disse , teimosa – Eu preciso saber de tudo.
E as amigas concordavam, e sabiam, que ninguém iria desistir enquanto não soubesse no que estavam se metendo.

No dia seguinte, foi a primeira a acordar, na verdade ela não tinha dormido muito, mesmo cansada. Não precisou acordar as amigas porque elas já estavam acordando ainda parecendo cansadas, decidiram se arrumar e deixar dormir mais um pouco.
Assim que estavam prontas acordaram para ela se arrumar, sabiam que não ia demorar muito os meninos iam estar batendo na porta.
- Tudo bem? – perguntou para depois de substituir o curativo acima da sobrancelha por um band-aid.
- Está sim – respondeu a garota parecendo realmente melhor, então sorriu para as amigas – O que vamos fazer?
- O que mais? Investigar – disse sorrindo animada, ela parecia estar levando na brincadeira. Afinal, seria divertido.
- Podemos começar hoje, quando termina as aulas voltamos para a sessão proibida – concordou , ela também estava animada para descobrir toda a verdade.
- Só uma coisa, eu não quero saber de ninguém correndo riscos de novo – disse seu olhar em – Entenderam?
- Claro – foi a primeira a concordar e então sorriu – Agora vamos comer, estou morrendo de fome.

O problema era, que enquanto andava para os jardins e vários alunos falavam com elas, elas perceberam uma coisa.
Que estavam assustadas.
Pela primeira vez duvidavam de quem eles realmente eram, e se eles quisessem o mal delas como aquelas sombras?
Então quando alguém tocou no ombro de não foi de se espantar que ela desse um pequeno pulo de susto, quase que gritando se não tivesse se virado e encontrado com olhos azuis divinos.
- Desculpe, não queria te assustar – Nate disse sorrindo de lado. As meninas se viraram também e deram de cara com quatro sorrisos sinceros.
- Não, está tudo bem, eu que estava meio distraída – falou – Bom dia meninos.
Todos responderam, menos Alex que observava preocupado os machucados do rosto de .
- O que aconteceu? - ele perguntou á loira e as meninas param para ver a conversa deles. gaguejou quando ia responder e Alex levantou uma sobrancelha quando percebeu a dificuldade da pequena.
- Foi eu – disse, salvando a amiga – errei um golpe e acabei acertando ela com a espada de esgrima sem querer ontem á noite - a morena deu de ombros.
- Você? Errando um golpe? - Andrew disse não acreditando em .
- Eu me ofereci para treinar com ela, mas quando tentei desviar de um golpe, deu errado e me acertou. Não foi nada demais, nem está doendo – disse sorrindo para Alex.
- Ah, ok – Alex disse, mas ainda não acreditava naquela história mal contada – melhorou da cólica? - ele perguntou inocente.
espantou-se e juntou as sobrancelhas, confusa. , e riram baixinho.
- Ah, sim. Por isso ela treinou com disse e soltou uma risada alta.
- É, a cólica dela passou – completou segurando a risada e olhando para se lembrando da “bronca” que ela deu nos meninos, riu alto e continuava sem entender.
- Porque não vamos sentar? – sugeriu Bryan, porque Alex continuava quieto olhando para , tinha algo errado, ele sentira ontem.
Eles se sentaram juntos como de costume, comendo silenciosamente, mas tinha algo de estranho, sempre que alguém passava por perto das meninas elas davam um pulinho de susto e sorriam amarelo.
- O que está acontecendo? – perguntou Andrew finalmente impaciente porque não sabia de algo que acontecera com elas.
- Nada – falou rapidamente eles franziram a testa estranhando – Não é nada é porque vimos um filme de terror ontem.
Um terror mais do que real, na verdade, mas não acharam necessário acrescentar isso.
- Então, finalmente podemos ir para casa esse fim de semana – disse repentinamente animada – Podemos fazer algo fora desse colégio, o que acham meninos?
olhou para a amiga como se ela fosse louca. E o papo de “não sabemos quem eles são?”, mas não demorou muito a entender que era uma forma de conhecê-los.
- É, queremos passar um tempo com a nossa família, mas de noite podemos sair – concordou .
Os meninos se entreolharam e deram de ombros, não era como se eles fossem deixar elas sozinhas de qualquer jeito, mas seria ainda mais fácil se pudessem ficar sabendo todos os passos delas.
Mas antes que eles falassem alguma coisa, mais quatro meninos se aproximavam e dessa vez foi real demais se encolhendo na cadeira para ter sido apenas por causa de um filme de terror.
E ficou ainda mais estranho quando as três mais velhas levantaram e olharam ameaçadoramente para eles.
- Bom dia meninas – Ben as cumprimentou, mas ninguém respondeu – O que houve?
- Nada - respondeu bruscamente – todos terminaram de comer? - ela indagou olhando para os pratos, todos vazios.
- Ótimo. Vamos sair daqui – disse, segurou na mão de quando ela levantou e foi puxando a amiga para longe dali a passos firmes.
- Meninos? - chamou a atenção dos quatro que ainda estavam sentados – Vocês vem?
- É... Claro – Bryan respondeu e os quatro levantaram juntos, eles foram na frente.
- ? Porque vocês estão assim conosco? O que fizemos? - Ian indagou, ele tocou no braço da loira, mas ela afastou-se rapidamente dele.
- Pergunte ao seu amiguinho respondeu olhando com raiva para Chad que estava quieto e de com cara de deboche. Isso fez a raiva das meninas aumentar. Lançando um último olhar fulminante para Chad, elas saíram e andaram rapidamente até onde as amigas e os meninos as esperavam.
- Tudo bem? - sussurrou no ouvido de quando os meninos não olhavam, a pequena assentiu e deu um abraço forte na amiga.
- Isso foi muito, muito divertido – Andrew comentou do que aconteceu quase agora – Mas porque trataram eles assim? Não eram melhores amigos a dois dias?
- Não éramos melhores amigos – respondeu rolando os olhos – Só achamos melhor nos afastar depois do que aconteceu com Ben - ela olhou sugestivamente para Nate.
Nathaniel sorriu largamente para ela, a garota pareceu ficar bamba por alguns segundos apertando mais o braço de .
- Sendo assim, eu acho ótimo – disse o moreno.
- É – concordou ainda meio bamba fazendo rir – Calada.
Eles seguiram para a aula rindo e brincando, no meio do caminho encontraram com Hannah, Lindy e Sophie.
Os meninos se afastaram dando espaço para as garotas conversarem.
- Por onde vocês andaram no fim de semana? Ontem teve uma festa na praia – comentou Lindy que hoje estava com os cabelos ruivos bem presos num coque.
Então isso explicava porque o colégio estava vazio.
- Desculpa, estávamos cansadas – desculpou-se dando de ombros.
- Mas não cansadas para perder uma aula de Adrian né? – riu-se Hannah, e algo na risada dela fez as meninas se arrepiarem.
- Nunca – piscou e em seguida entraram na sala.
Adrian, mais lindo do que nunca usando uma blusa social com as mangas dobradas até os cotovelos sorriu para as meninas quando elas entraram na sala.
- Agora que todos estão aqui, por favor, sentem-se em seus devidos lugares. Como estão vendo hoje a aula será prática – ele apontou para os equipamentos para experiências químicas – Quero que abram o livro...
Enquanto ele falava as meninas sentaram em seus devidos lugares, ao lado dos meninos com as mesas em duplas, e ficaram na frente de e .
- Eu preciso falar com Chad – sussurrou para as meninas fazendo derrubar um pouco do liquido que colocava num recipiente na mesa.
- Ficou louca? – quase gritou à morena.
- Você não vai – disse atrás delas.
- Eu preciso saber o que ele sabe. Porque ele me mandou para lá – ela olhou para os rostos ansiosos e preocupado de suas amigas – De um jeito ou de outro, ele que me contou toda a verdade. Ele que me ajudou quando ninguém quis acreditar em mim.
Elas suspiraram, ela estava certa, mas Chad não era confiável e bastava olhar em seus olhos sombrios que qualquer pessoa perceberia isso.
- Eu sei que você quer falar com ele, mas fale em publico – pediu .
- É, mesmo ele sendo gostoso. Não é confiável – acrescentou relaxando o clima e fazendo as meninas rirem baixinho.

Daniel viu derrubar o líquido na mesa, assustada com algo que disse, ele parou de fazer o que o professor estava pedindo e prestou atenção na conversa.
- Você não vai – ele ouviu dizer. Estava preocupado com e por isso não se repreendeu por invadir a privacidade das meninas. Caspian – que era o parceiro de Daniel – cutucou o loiro quando percebeu que ele estava imóvel.
- O que foi? - Caspian indagou, mas Daniel continuou ouvindo as meninas, quando a conversa delas terminou ele suspirou e encarou Caspian que o olhava preocupado.
- Você percebeu como elas estão... Desconfiadas? Com receio de ficar perto de qualquer pessoa?
- Percebi - André disse fazendo os dois loiros virarem para trás a fim de encará-lo – E tenho certeza que aqueles idiotas estão envolvidos – apontou com a cabeça para o grupo de Benjamin lá na frente.
- É isso que eu imagino também, temos que fazer alguma coisa para que elas relaxem – Liam disse cruzando os braços e olhando para e as amigas que riram da experiência que faziam, então ele sorriu – Temos um fim de semana inteiro para isso.
- Estamos indo longe demais – murmurou André.
- Sim senhor quase beijo – retrucou Caspian sabiamente – Não estamos indo longe demais, elas são incríveis e gostamos de ficar com elas, só.
- Continua repetindo isso e tente acreditar – disse Liam voltando a se concentrar na sua atividade.

A aula acabou, e saltaram da mesa para poderem falar com Kellan que comentava sobre alguma futura festa, se levantou e foi até Ian que chamava ela com aquele sorriso cafajeste mas meio receoso, e continuou sentada na mesa falando com Chris, Tobby – um garoto bonito, de pele bronzeada e grandes olhos azuis – e com Scarlet – uma garota com cabelos negros e mexas rosas e de olhos castanhos escuros – os quatro falavam sobre o baile anual de arrecadação, era um baile que arrecadava dinheiro para doar, as várias séries meio que competiam uma com a outra para verem qual conseguia mais dinheiro e Scarlet estava organizando isso e queria a ajuda de e suas amigas.
- Acho que sim, Scarlet, não vejo problema nisso – disse sorrindo observando Nathaniel encostado na mesa ao lado deles olhando para com um sorriso nos lábios até que Andrew bateu no braço dele e rindo passou em direção à dando um susto na garota que conversava com Ian.
- Estamos conversando – disse Ian fazendo um gesto mostrando ele e a loira.
- É, mas eu não estou na conversa, então aposto que ela está sem graça – retrucou o garoto piscando para que não conseguiu controlar a risada.
- E eu aposto que não, já que eu estou aqui – Ian disse e olhou com raiva para Andrew, que sorriu.
- E eu aposto que ela vai dar um tapa nos dois se não pararem de brigar agora – falou com um enorme sorriso falso no rosto. Os dois riram.
- Então , quer conversar comigo ou com ele? - Ian indagou sorrindo, mas não era seu sorriso malicioso de sempre, era um sorriso... Triste. percebeu isso.
- Desculpa Drew, mas tenho que conversar com Ian – A loira disse sorrindo fraco para Andrew.
- Sem problemas, contanto que volte pra mim – Andrew brincou e depois de dar um beijo na bochecha da amiga, se afastou.
- E-eu não esperava isso – Ian falou assim que estavam “sozinhos”.
- Isso o quê? - indagou cruzando os braços.
- Você escolher conversar comigo e não com o Andrew – o nome do outro garoto saiu com desdém da boca de Ian.
- Só porque queria saber o que você quer. Falou que queria perguntar algo, antes de Andrew chegar – deu de ombros – Diga.
- Nós falamos com Chad e...
- Espera - levantou o dedo indicador interrompendo Ian – Se for para falar qualquer coisa que tenha haver com aquele ser, eu não vou ficar para ouvir.
- Você tem que ouvir , é sério...
- Não Ian, eu não tenho que fazer nada – a loira retrucou bruscamente – Com licença - Ela passou por ele e foi até as amigas. Ian passou a mão no cabelo com raiva e soltou um “merda” enquanto ia para perto dos amigos.

Nate ainda esperava pacientemente pelo fim da conversa de com os outros três alunos – ou mais do que isso – quando Benjamin com seu jeito de sempre chegou empurrando Chris do caminho e colocando os braços na mesa de para se inclinar para ela.
- Podemos conversar? – ele perguntou.
- Não temos nada para conversar – ela cortou, não estava irritada com ele por causa de Chad e sim pelo que ele fez com ela no dia da festa.
- Claro que temos – ele disse sério e encarou os outros três – O que estão esperando? Com licença.
- Não seja grosseiro – disse ficando de pé vendo seus colegas se afastarem – Falo com vocês depois – ela disse para eles.
- Não – a voz de Nathaniel era firme enquanto ele se aproximava – Pode falar com eles, porque com esse garoto você não vai falar.
- Ok, eu decido com quem eu falo – disse a morena encarando Nathaniel sua rebeldia falando mais alto, ela já ia se virar para cortar Ben só que ele foi mais rápido.
- Garoto? – Ben jogou a cabeça para trás rindo ignorando completamente – Tem certeza Gray?
Nathaniel rugiu alto dando um passo para frente, as mãos de foram imediatamente para seu braço segurando-o.
- Vocês não vão brigar – ela disse firme e então olhou para Benjamin – E não temos nada para conversar.
- Quando seu guardião não estiver por perto, eu apareço – e sorrindo sinicamente Benjamin se virou para sair da sala.
olhou para Nate confusa, mas já tinha problemas demais, e se preocupar com uma velha rivalidade entre aqueles dois já era demais para ela.
- Obrigada, mas não precisa falar como se mandasse em mim – ela disse séria, Nate abriu a boca para falar, mas ela sorriu para ele – Não estou chateada. Nos falamos mais tarde ta?
E antes que ficasse ainda mais confusa, foi de encontro a suas amigas.
encontrou com no meio do caminho e as duas cruzaram os braços uma na outra.
- Então? – perguntaram as duas ao mesmo tempo e riram indo de encontro a , e Kellan.
- Nada demais, não quero papo com o Benjamin – disse dando de ombros.
- E eu não quero conversar com o Ian sobre o Chad – disse rindo.
- Sobre o que estão falando? – perguntou ao se aproximar dos três vendo Lindy e Scarlet se aproximarem também.
- Uma festa – respondeu Kellan.
- Mais uma? Esse colégio não tem outra coisa a não ser festa – riu-se .
- Não temos nada para fazer durantes as noites de sexta feira – gargalhou Scarlet fazendo as meninas rirem juntas – E Helena é bem liberal quanto a isso.
- Não se preocupem, as festas vão diminuindo – comentou Lindsay e piscou para elas – Porque nos fins de semanas quando não estamos no colégio, nos reunimos em bares e boates.
- É, vida boa a de vocês – brincou , riu.
- Só porque todo mundo aqui tem dinheiro – disse a pequena balançando a cabeça de um lado para o outro – Não sei o que eu faço aqui no meio.
- Não todo mundo aqui é rico – comentou Alexander entrando na conversa, ele se apoiou na mesa do professor ao lado de , todos esperando o sinal tocar para a aula do esporte de cada um.
Kellan riu.
- É verdade, temos alguns bolsistas – concordou o garoto – Que nos servem toda manhã e tarde.
- Ei, Kellan – exclamou indignada – Somos bolsistas – ela apontou para ela e suas amigas, na verdade das três a única que precisava realmente da bolsa era , mas não era motivo para a garota deixar ele desmerecer alguém.
- E devemos ficar bestificados com isso? – exclamou Hannah se aproximando delas, podia-se jurar que rugiu.
- Não seja estúpida, Hannah – falou Benjamin calmamente se aproximando do pequeno grupo – As princesas não são qualquer uma.
- E isso quer dizer o quê? – perguntou levantando o queixo e olhando séria para ele.
- Quer dizer que elas mereceram essa bolsa, ao contrario de algumas pessoas que só estão aqui por que o papai doou uma quantia significativa de dinheiro – respondeu Nathaniel cortando Benjamin antes que ele falasse algo. Ben cruzou os braços sorrindo cinicamente, mas não falou nada.
Hannah abriu a boca para contestar, mas Andrew apareceu do lado dela sorrindo sacana.
- Faz algo de útil e começa a andar para fora daqui, loira – zombou mexendo os dedos indicador e médio num gesto para ela começar a andar.
riu junto com e acabou que todos começaram a rir.
- Essa foi demais – disse .
- Depois dessa, eu caso – brincou , mas ao olhar feio de ela calou a boca.
- A aula vai começar – lembrou Bryan se aproximando delas e sorrindo para os presentes que decidiram deixar de lado o papo “bolsistas” depois do fora dos garotos.
- Esgrima – cantarolou e olhou para Nate – Me acompanha?

Todos saíram da sala e foram para as aulas, hoje ia ser aula separada para todos. Então, , Bryan e para o desgosto dele, Zack também se dirigiu para o lado externo do ginásio. Chegando lá, um outro professor se apresentou como Jasper Macllan, e iria ensinar algumas técnicas básicas de concentração e mira, Zack riu, pois achava que o novo professor não sabia que tinha uma campeã de arco e flecha no grupo.
- Algum problema, senhor Manning? – o professor perguntou olhando diretamente para Zack – Acha que não sei que a senhorita é campeã de Arco e Flecha? – ele indagou.
Zack parou de rir na hora, e olhou para o professor com raiva.
- Não só sei, como irei pedir pra senhorita e para o senhor Mackenzie, que pelo que soube também foi campeão na sua antiga escola, demonstrarem algumas técnicas e modo de posicionamento – o professor pediu e e Bryan deram um passo a frente pegando um arco e algumas flechas.
- Senhorita , eu quero que você demonstre uma posição que seria perfeita para acertar mas que a pessoa erraria o alvo – Jasper pediu e concordou se posicionando, sem soltar a flecha – Senhor Mackenzie, você quero que demonstre uma técnica para pegar o vento certo para acertar o alvo – Bryan concordou e ficou ao lado de sentindo a brisa.
e Bryan ficaram lá esperando o professor dar o ok para soltarem as flechas, ele explicava algumas coisas básicas, nada que fosse preciso anotar, mas seria bom de lembrar.
- Então, você também foi campeão na escola? – indagou e Bryan deu um sorriso constrangido.
- É, fui sim. No primeiro ano, teve uma competição com algumas escolas vizinhas, nada demais. Participei por pura brincadeira, fazia anos que não praticava. Mas passei na primeira rodada
- Eu também entrei em uma competição por brincadeira, quando conheci a paixão pelo arco e flecha – disse quando o professor pediu pra ela e Bryan relaxarem que ele ia mostrar para os alunos novos como fazer para segurar corretamente o arco e flecha – Eu era muito pequena quando meu tio me levou pra acampar num campo aberto, pegou um arco e flecha e me ensinou, depois disso veio a paixão pelo esporte.
Bryan riu e riu junto, era tão fácil conversar com ela. Eles estavam esperando o professor posicionar os alunos para suas primeiras tentativas.
- Senhorita e Senhor Mackenzie, podem ir praticando naqueles alvos ali – o professor Jasper disse apontando para alguns alvos um pouco mais a frente.
e Bryan concordaram e foram para lá. Nem perceberam que Zack foi junto, já que contou para o professor que também já tinha experiência com arco e flecha. se preparou e lançou à flecha, que acertou o alvo, ela riu e pegou outra flecha, quando ouviu o ar sendo cortado por outra flecha ao seu lado e viu que Bryan acabara de lançar sua flecha acertando o alvo. Duraram segundos as dez flechas que cada um tinha.
estava se virando para pedir mais flechas para o professor, quando uma passou raspando pelo seu rosto, demorou meio segundo pra ela se virar completamente e ver mais três ou quatro flechas na sua direção, ela paralisou, quando percebeu estava no chão, e as flechas tinham acertado o mesmo, bem perto de onde ela estava. Olhou para o lado e viu que Bryan estava junto com ela.
- Você está bem? – ele perguntou assustado.
Ela não respondeu, apenas concordou com a cabeça e escondeu o rosto no peito dele pensando: Que diabos estava acontecendo nessa escola?

- Bom dia. Sou a professora de natação e me chamo Lucie – uma ruiva disse entrando na área da piscina, ela era alta e magra, seu cabelo ia até o ombro e estava com um maiô preto, igual ao de todas as alunas ali presentes - Então, vamos começar com o alongamento?
Todos levantaram do banco onde estavam sentados e começaram a copiar os movimentos da professora. era a única que fazia alongamentos diferentes dos outros, e isso indignou Lucie.
- Srt. poderia me explicar porque não esta fazendo os mesmos alongamentos que seus colegas? - Lucie indagou, parando de alongar e fitando , todos os alunos viraram para olhar a loira.
- Claro que sim professora. Não estou fazendo os mesmos alongamentos que meus colegas, porque desde que comecei a nadar, esse – ela apontou para o alongamento que fazia – é o meu alongamento, e se eu fizer outro não consigo nadar bem, seria como se não tivesse me alongado - deu um sorriso falso para a professora e essa cruzou os braços e adquiriu uma expressão irônica.
- Muito bem então Srt. , porque não mostra para a turma todos seus alongamentos perfeitos? - pingava ironia em cada palavra que a professora soltou, sem se deixar abalar foi até onde a professora estava, ficou de frente para seus colegas e começou a instruí-los para fazerem seus alongamentos.
Depois de alongarem, fizeram grupos de quatro pessoas como a professora pediu.
- Cada um do grupo terá de ir e voltar duas vezes, quando o primeiro encostar na borda depois de voltar da segunda volta, o segundo entra na piscina e assim sucessivamente, o grupo que vencer vai escolher um castigo para os outros e será o grupo chefe da próxima aula. Dois minutos para decidirem a ordem.
Assim que a professora terminou virou para trás e fitou os membros de seu grupo. Andrew, Anna – uma morena, baixa de olhos negros assustadores, mas com um sorriso simpático no rosto - e Mason – um ruivo, alto e musculoso de olhos castanhos claros, um brincalhão, fazendo piada de tudo, adorou ele.
- Certo. Quem quer ir primeiro? - A loira perguntou enquanto ajeitava seus cabelos dentro da touca.
- Eu vou. Sou pequena mas rápida - Anna brincou fazendo todos rirem.
- Ok. Mase, eu e por último Drew, pode ser? - indagou olhando para os meninos.
- Sem problemas – os dois responderam juntos tirando um sorriso da loira.
- Tempo esgotado. Os primeiros podem se posicionar - A professora gritou e alguns alunos subiram nas bordas. Anna colocou os óculos de natação e se preparou. , Mason e Andrew estavam atrás dela torcendo.
- VAI ANNA! - gritou levantando os braços. Ela viu Ian, ele estava no grupo ao lado dela e deu um sorriso torto para a garota.
- Preparados? JÁ! - o som do apito da professora fora agudo. Todos pularam na piscina.
Mason e alguns alunos dos outros times subiram na borda e se prepararam. Anna deu sua primeira volta e começou a alongar de novo.
- Mais alongamentos? - Andrew perguntou. Mason pulou na piscina e Anna saiu rapidamente de lá.
- Claro. Quanto mais relaxado o meu corpo fica, mais rápido eu nado – A loira piscou para o amigo e subiu na borda assim que a mão de Mason a tocou, concluindo assim sua primeira volta.
y colocou os óculos de natação e se posicionou. Olhou para o lado e viu Ian na mesma posição que ela, então sorriu, pois sua parceira de grupo só dera a primeira volta agora. Quando o ruivo tocou a borda, mergulhou. Ela nadava graciosamente, e era muito rápida. Já estava voltando para concluir sua primeira volta quando foi puxada para baixo com força.
Ela se debateu mas não conseguia voltar a superfície, a pessoa que a segurava era muito forte, e começou a apertar a garganta da garota para que ela não respirasse.
Percebendo que tinha algo estranho acontecendo ao seu lado, Ian mergulhou e viu mãos puxando , ele foi até lá e deu um chute no rosto da pessoa que apertava a loira e ela desapareceu no instante que sentiu o golpe.
foi até a superfície e respirou fundo. Ouviu alguém entrando na água e logo Andrew estava na sua frente.
- O que aconteceu? Você esta bem? - quase não ouviu Andrew pois o grupo que vencera estava gritando de alegria.
- E-eu estou bem – A loira respondeu ainda assustada – Alguém... Alguém estava me puxando para baixo.
- Era um homem – Ian disse tirando os óculos e se aproximando – Eu o chutei e ele simplesmente desapareceu. Juro.
- Parecia ser um homem. Era forte, muito forte. - olhou para Andrew e o abraçou.
- Tudo bem. Está tudo bem, ele já foi isso que é importante, não sei como, mas foi – Andrew afagou gentilmente os cabelos de e ela conseguiu se acalmar.
- Mas como uma pessoa normal pode desaparecer do nada? - indagou se afastando de Andrew e tirando os óculos e a touca.
- É uma ótima pergunta – Ian disse indo até a borda da piscina e deitando sua cabeça nela. se aproximou e deu um beijo na bochecha dele.
- Obrigada – ela sorriu e depois se levantou saindo da piscina.
Tinha que saber o que diabos estava acontecendo naquela escola. E isso tinha de ser o mais rápido possível.

Nathaniel e andavam lado a lado para a aula de esgrima que seria ao ar livre perto do penhasco que dava para a praia, alguns outros alunos estavam com eles, mas o olhar de Nathaniel estava focado em Benjamin andando mais a frente conversando Hannah que ria mais alto do que o normal, hora ou outra olhando para Nate e .
- Que garota insuportável – comentou baixinho com Nathaniel que riu.
- É só ignorar que ela deixa você em paz – ele disse sorrindo e piscando para ela, os dois pararam de andar quando chegaram no espaço aberto no penhasco onde o professor branco, alto, de cabelos loiros até os ombros estava na beira do penhasco sorrindo para eles. observou bem o professor, ele não parecia com medo de cair e uma espécie de luz parecia emanar ao seu redor.
- Sejam bem vindos – o professor sorriu – Me chamo Steven Baltimore e vou ajudar vocês a se especializarem em esgrima – ele sorriu dando um passo para frente – Se bem que temos alguns alunos aqui que não precisam disso. Temos alguns campeões aqui, a senhorita e o senhor Nathaniel Baker – então sorrindo para eles virou para Benjamin – E alguns que por pouco ganharam – o professor parecia ter feito isso de propósito, mas Benjamin continuou com o sorriso no rosto – Garotos, não querem uma demonstração?
- Já tivemos uma dessa professor e venceu de Nate – riu-se Tobby perto de três garotos.
- É verdade – disse Nate fazendo um careta e balançando a cabeça de um lado para o outro, então ele olhou para e sorriu – Ela é a melhor.
A garota sorriu para ele e sem conseguir desviar o olhar o professor teve que chamar a atenção de volta para ele.
- Sim, eu sou – disse finalmente se gabando.
Steven riu assim como os outros alunos.
- Então, por favor. Vamos começar com o básico. Quem eu chamar vá se espalhando por aqui, eu quero apenas ataque e defesa. Quando um ataca o outro defende. Três toques e a pessoa vence. Entenderam? – ele sorriu fazendo todos sorrirem apenas por verem o sorriso brilhante do professor – , porque não fica aqui com a Hannah? Só pegue leve.
Hannah sorriu cinicamente para o professor e fez um gesto para se aproximar.
sorriu confiante e foi até ela, o professor formou mais três duplas.
- Não se preocupe, eu não vou te machucar – disse sorrindo para Hannah e erguendo a espada.
- Se preocupe com você – falou Hannah sorrindo diabolicamente.
E então o barulho de lâminas se tocando foram ouvidas, mais uma vez e de novo. Nenhuma das duas estava exatamente esperando a outra atacar para defender, elas lutavam. E em alguns momentos parecia que saia faísca das espadas.
deu um passo para trás só para depois voltar para frente. E tocar na lateral da barriga de Hannah.
- Um já foi, tem certeza que quer continuar? – perguntou sorrindo.
- Cala a boca – murmurou Hannah atacando , ela se defendeu.
A pouca amizade que elas tinham, acabou.
- Dois – sorriu ao tocar no braço de Hannah com a espada, rindo deu um elegante rodopio quando Hannah grunhiu raivosa dando três ataques seguidos, pegando um por raspão no braço de , mas isso não foi suficiente para ela que continuou atacando agora sem parar.
se defendia gostando da sensação de saber que iria ganhar e estava apenas irritando ela, deu passo para trás, três para frente, um para trás e atacou por cima, Hannah se defendeu, então ela atacou por baixo, e conseguiu acertar ela a terceira vez – Touché.
Hannah se afastou bufando frustrada, se virou sorrindo para o pessoal e Nate acenou para ela.
Então alguma coisa agarrou seu pescoço, alguma coisa como um vento só que frio e nojento e puxou ela para trás em direção ao penhasco.
Ela gritou quando seus pés não tocavam mais o chão.
Só que no segundo seguinte alguém segurava em seu pulso e olhando para cima encontrou os olhos azuis assustados de Nate, metade do seu corpo estava para fora do penhasco, mas ele não parecia que ia se desequilibrar, seus ombros tremiam e uma luz que ela achava estar imaginando emanava ao seu redor.
E no próximo segundo os dois estavam em terra firme com o professor correndo até eles e querendo levar até a enfermaria, mas enquanto todos rodeavam ela, seu olhar ficou preso em Nathaniel que estava em pé na sua frente não parecendo exatamente ofegante e com os ombros ainda tremendo, seus olhos pareciam ainda mais azuis e a aura ainda estava presente.
E a pergunta era: Como ele chegara tão rápido até ela?

se preparava para começar sua primeira aula de ginástica, ela estaria quase sozinha, Alexander e Chad haviam se inscrito para a mesma aula, mas na modalidade de atletismo. Ela estava fazendo alguns alongamentos pouco antes dos professores chegarem, havia um homem que se chamava Harry Stuart ele não era muito alto, mas também não era baixo, tinha pernas musculosas, cabelos pretos, grandes olhos verdes e um sorriso de matar, também havia uma mulher que se chamava Caroline Michels, ela era baixa, magra e tinha costas largas, seu cabelo era na altura dos ombros pretos e seus olhos verdes, ela e Harry Stuart eram irmãos, e cada um dava aula em uma modalidade, ele de atletismo, e ela de ginástica.
Eles haviam deixado os alunos se preparando para poderem ajeitar os equipamentos para as aulas, Alex se aproximou de para poderem conversar um pouco.
- Pequena, magra, elástica, mais alguma vantagem para a aula? - Alex perguntou.
- Sou forte, e faço isso há doze anos - ela falou fazendo ele soltar uma alta gargalhada.
- Uau! Me diz por que ainda não foi para as olimpíadas? - dessa vez quem riu foi , e Alex a acompanhou, mas os dois pararam assim que Chad se aproximou.
- Olá - ele falou olhando para a garota, que olhava séria para ele - Achou o que procurava?
- Não estou a fim de falar sobre isso, então se você não se importa, pode dar meia volta e fazer seu trabalho? - Alex olhou estranho para ela, não sabia o que estava acontecendo ali, mas pretendia descobrir.
- O que você estava procurando, ? - Alex perguntou se intrometendo antes que Chad falasse alguma coisa.
- Não importa - ela respondeu, sem querer realmente fazê-lo.
- Ela não te contou? estava procurando por res... - a frase de Chad for cortada por um apito, tentava pisar no pé dele, mas descalça e ele usando tênis, era como se estivesse batendo o pé no chão.
- Alunos, por favor, separem os grupos de ginástica e atletismo, rápido - disse Caroline, e logo todos estavam separados, e por sorte, nem Alex nem Chad ficaram perto um do outro.
- Tudo bem garotas - a professora disse olhando para o grupo que pertencia só a meninas - Não forçaremos nada hoje, mas espero que vocês já saibam alguma coisa, pois não sou de pegar leve - ela olhava atentamente para cada rosto daquele grupo, algumas poucas meninas faziam caretas, já outras continuavam com os mesmos sorrisos que haviam se formado quando a professora as chamou - Alguém aqui já tem experiência com fitas? - algumas garotas levantaram as mãos, já outras não esboçaram nenhuma reação - Ótimo, quem já sabe, por favor, fique em um canto treinando, enquanto eu ajudo quem precisa, ficarei de olho em todas, então não fiquem paradas olhando para o teto.
pegou uma fita vermelha e começou a fazer alguns redemoinhos com ela, a pequena se mexia graciosamente, na mesma leveza e delicadeza que a fita, estava livre, ela havia fechado os olhos e deixado a fita a conduzir, só não percebeu quando ela se enrolou em seu pescoço a deixando sufocada, rapidamente abriu os olhos, não conseguia gritar pois estava sem fôlego, colocou as mãos em seu pescoço tentando desenrolar aquilo, e sentiu algo frio em sua nuca, como se algo puxasse a fita para não se soltar, ficou com aquilo por segundos até que as fitas afrouxaram e alguém a segurava para ela não cair. se ajeitou e olhou para ver quem era seu milagre, não se surpreendeu como deveria ao ver Alex lá, se ajeitou e ficou novamente em pé.
- O que foi isso? - ela perguntou olhando para ele.
- Você acabou se enrolando na fita, acho que não é tão boa ginasta quanto imaginei - ele respondeu tentando arranjar alguma desculpa.
- Então quer dizer que você realmente acha que eu vou acreditar, que não havia nada apertando meu pescoço com aquilo? - estava irritada, cruzou os braços e ficou o encarando.
- Bom, eu não vi nada - ele falou olhando para os lados, evitando olhá-la.
- Tudo bem, mesmo assim, obrigada por salvar minha vida - ela falou dando um sorriso falso, virou as costas e saiu andando ainda de braços cruzados.

- Fuck you – falou prendendo os cabelos num coque e sentando na sua cama – Que merda está acontecendo nesse colégio?
- Nem me fale, é como se depois de termos entrando naquele mundo sobrenatural – fez uma careta - Tudo acontece com a gente.
- Quer saber? Eu quero ir para casa. Pra mim já chega – se jogou na sua cama, seus cabelos loiros se espalhando para tudo que é lado.
- Não seja idiota, vamos sair do colégio com que desculpa? “Ah, sabe o que é? Tem umas sombras me perseguindo” fez uma péssima imitação da voz da amiga – E no segundo seguinte estamos num manicômio.
- Ou numa camisa de força – acrescentou sorrindo de lado.
- Eu não me importo. É demais para mim, tipo assim, tinha um fantasma na piscina – exasperou-se ficando sentada – Quer dizer, não sei se era um fantasma, mas alguma coisa era.
- Tudo bem, porque não começa a se despedir do Andrew? – falou sugestivamente fazendo olhar para ela e corar – Há! corou. Sabia.
- Não temos nada, ele só é carinhoso comigo. Não tanto quanto o Bryan com a ... – deixou a mensagem no ar e corou ainda mais que a amiga.
- Não temos nada – falou apressadamente.
- Nada a não ser um belo romance – a voz de ficou melosa na última frase fazendo as meninas rirem.
- Cala a boca – disse ainda vermelha jogando um travesseiro em .
- Não foi legal – jogou o travesseiro de volta em só que errou a mira e pegou em – Ops.
- Guerra de travesseiro – gritou ficando de pé na cama já com seu travesseiro na mão.
As meninas riram e fizeram o mesmo, praticamente se esquecendo de todos os problemas que tinham. E que mal tinham começado.

- MERDA! - Liam exclamou socando a parede – Tudo. Tudo dando errado.
- Ei Liam, calma cara - Caspian tentou acalmar o amigo dando leves tapinhas em seu ombro, mas o que recebeu foi um rugido dele.
- O rosto dela. Por um momento achei que não conseguiria segurá-la. Foi horrível Cas – Liam desabafou, e se jogou na cama.
- Eu sei, mas ficar furioso assim não resolve nada – André disse, ele estava encostado na porta de braços cruzados e olhava para os amigos sentados na cama de Caspian.
- Porque isso está acontecendo? Elas tinham de estar seguras aqui! Não foi esse o motivo de tê-las trazido para cá? Segurança? - Daniel explodiu levantando da cama e passando a mão no cabelo, o sinal universal de nervosismo.
- Estou começando a questionar se foi uma boa idéia trazê-las para essa escola - Liam murmurou e colocou o travesseiro no rosto para abafar o grito de raiva que deu.
- Não temos opção. Enquanto o chefe disser que elas têm que ficar aqui, elas vão ficar aqui. Ponto final – André disse sabiamente.
- Sabe. Eu acho que elas estão desconfiando de alguma coisa – Cas disse depois que eles ficaram um tempo em silêncio – Elas estão...
- Estranhas. É, todos perceberam - Daniel completou a frase de Caspian quando o mesmo hesitou em terminar.
- O que me dá mais medo é elas descobrirem tudo - Liam disse sentando na cama - Vai ser horrível quando isso acontecer.
- E é por isso que devemos fazer o que for preciso para adiar essa descoberta - André retrucou indo se deitar.
- O que for preciso! - Liam, André e Caspian repetiram juntos.

O resto da semana se passou sem mais nenhum evento... estranho, quer dizer, de estranho só tinha os meninos: Alexander, Bryan, Caspian, Nathaniel, Chad, Benjamin, Ian e Zack, outros alunos como Hannah e até mesmo o engraçado Mason e claro, alguns professores.
Ok, nada era exatamente normal naquele colégio.
Mas as meninas tentavam não se deixar afetar, entraram na organização para a festa de arrecadação e tiraram “A+” na prova de Adrian.
Sempre que podiam iam para a biblioteca atrás de mais livros, mas misteriosamente o livro que antes descobriram algumas coisas tinha simplesmente sumido e com a prova de Adrian e a organização da festa elas não tiveram mais tempo para pensar nesse tipo de coisa.
Talvez não fosse tão ruim fingir que nada aconteceu, talvez elas pudessem esquecer e ter uma vida normal, talvez elas não estivessem tão envolvidas nessa história.
Talvez.
O pior da palavra “talvez” é não ter certeza de nada. E como se podia ter certeza quando quatro elegantes, atenciosos e lindos garotos faziam de tudo para elas se sentirem felizes, confortáveis e queridas a todo o momento?

Era sexta feira, a última aula do dia fora com o divertido Tristan que contou histórias realmente engraçadas sobre os homens da caverna numa revisão sobre o que eles já aprenderam e depois elas passaram a tarde inteira no quarto com os quatro garotos numa sessão de jogos de tabuleiro e filmes.
Nesse exato momento eles as ajudavam a arrumarem as malas para o fim de semana fora do colégio. Em casa.
- Não vejo à hora de vocês conhecerem minha família. Ah, meu bebê que saudade dele – disse rindo e jogando uma blusa para Nathaniel colocar na sua mala, ele riu guardando a blusa.
- Mentira , você tem um filho? – brincou Caspian tentando fechar a mala de – E pra que tanta roupa?
- Você nunca entenderia – disse rindo e dando uma blusa para – Peguei emprestada.
- Por isso não conseguia encontrar minha blusa – murmurou revirando os olhos – E falando nisso onde está meu brinco...
- Ops, essa fui eu – disse rindo e devolvendo os brincos de – E ...
- Já sei, você pegou minhas sapatilhas – disse a loira rindo, apesar da diferença de altura das duas tiveram a sorte de calçar o mesmo numero.
- Exato, ela é tão linda – disse fazendo os meninos rirem.
- Vocês vivem pegando as roupas umas das outras? – Bryan indagou ainda rindo, ele estavam sentado na cama de tentando entender como ela usava uma blusa preta que não tinha nenhum lugar pra colocar botão ou zíper.
- Sempre. Na maioria das vezes pegamos sem que a outra saiba, só quando ela da por falta lembramos de devolver – respondeu rindo e pegando a blusa da mão de Bryan e mostrando como ela usava, era uma frente única, Bryan ficou apenas olhando, tentando não imaginar naquela blusa.
- Verdade – as outras concordaram.
Elas terminaram de arrumar as malas e perguntaram para os meninos se eles queriam ajuda pra arrumar as deles, mas eles disseram que já tinha arrumado, que era só um final de semana, não uma semana inteira, as meninas apenas riram e deram boa noite. Pois no dia seguinte, estariam indo para casa.

No dia seguinte, as meninas acordaram cedo, se arrumaram e deram uma última revisada na mala pra ver se não faltava nada. No horário se sempre, elas escutaram uma batida na porta.
- Meninas? Estão prontas? O ônibus sai em 20 minutos – Alex disse do outro lado da porta.
- Estamos indo – respondeu pegando a mala e abrindo a porta – Bom dia – ela disse e cumprimentou Alex com um beijo no rosto.
- Bom dia – todos falaram juntos.
- Querem ajuda com isso? – Bryan indagou pegando a mala de .
- Obrigada – respondeu corando.
Os meninos fizeram o mesmo com o restante das malas. Desceram as escadas conversando e deixaram as malas num monte dos outros alunos, depois seguiram para o ônibus.
Sentaram novamente no fundo do ônibus, ocupando exatamente os mesmos lugares de quando se conheceram, só que dessa vez, elas não pediram pros meninos se deslocarem de lugar.
Cerca de cinco minutos depois, o ônibus ganhou movimento, as meninas riram de expectativa e não paravam de falar sobre o que iam fazer assim que chegassem em casa.
- Eu vou abraçar meu bebê bem forte, depois vou esmagar minha mãe e vou... – foi falando com a voz sonhadora.
- Eu vou abraçar minha mãe e vou... – disse rindo.
- Eu vou pular em cima do meu irmão e abraçá-lo forte – disse rindo e imaginando a cena.
- Eu vou... Chorar quando ver a minha mãe, estou com tanta saudade – disse se emocionando.
Os meninos olharam para elas e ficaram constrangidos, mas não deixaram elas perceberem.
- Então, depois de quase sufocarem suas famílias, o que vocês vão fazer? – Bryan indagou olhando pra elas.
- O combinado era, no sábado cada uma almoça em casa com a família, jantar na casa da , já que a mãe dela esta indo lá só pra fazer o famoso macarrão com molho branco e filé mignon – disse com os brilhando e com a água na boca.
- Hum, o macarrão da tia Isabelli – falou fingindo que limpava a boca, todos riram.
- E depois? – Andrew quis saber.
- O almoço no domingo, vai ser na casa da : macarronada – disse – Lanche da tarde na casa da e jantar na casa da – ela completou.
- E vocês conseguem comer tanto? – Alex indagou rindo.
- São nossos pratos preferidos – exclamou encarando os meninos que riram da cara de rendição de Alex.
Eles conversaram mais um tempinho, convidaram os meninos pra almoçarem e jantarem com elas, só que eles disseram que iam ficar com suas famílias, mas que as encontravam na segunda pela manhã na hora de voltar pro colégio. As horas passaram rápido e a sensação de se aproximar de casa, fazia as meninas ficarem mais nervosas e felizes, pois nada superava essa sensação. Os sorrisos se ampliaram quando desceram no ônibus e viram suas famílias, um único pensamento passou por todas: Como é bom estar em casa.



VI - Anjos e demônios

As meninas sorriam empolgadas, esqueceram até de pegarem suas malas enquanto corriam até suas famílias.
- Mãe! – gritaram , e ao mesmo tempo se jogando nos braços de suas mães.
veio mais atrás quieta e olhando para todos os presentes a procura da única pessoa que lhe faria se sentir completamente em casa. Ele não estava presente.
- Que saudades – disse animada se afastando da mãe e sorrindo para Henry segurando um garoto agitado nos braços – Cadê meu garotinho preferido de todo o mundo?
- e – gritou o menino e Henry finalmente o colocou no chão que correu até os braços abertos da irmã que se abaixou para abraçar ele apertado.
- Papai, Becky – disse praticamente saltitando correndo para os braços do pai que abraçou ela rindo e lhe tirando do chão.
- Meu bebê – disse seu pai lhe enchendo de beijos e fazendo ela rir, continuava agarrada a mãe, mas sorria para o tio.
- – chamou Pérola sorrindo para a menina e esperando seu abraço, meio sem jeito foi até ela sorrindo mais confortável nos braços da tia.
- Bebê, você está ficando grande – disse rindo e sacudindo o pequeno irmão nos braços.
- , querida – disse Stephanie sorrindo para a menina e indo abraçar ela – Seu irmão não pode vim, ele trocou o horário no restaurante com um amigo para passar o dia com você amanhã. Você vem pra casa com a gente, mais tarde ele te busca.
- Ah, tudo bem – sorriu um pouco desapontada, mas logo Isabelli puxava ela para um abraço. Jason era um grande cozinheiro, ou seria assim que ele tivesse dinheiro suficiente para abrir seu próprio restaurante.
- Coisa fofa – foi até Nicolas que estava grudado na irmã para lhe dar um beijo no rosto, tinha Becky presa nos seus braços.
- Onde estão suas malas? – perguntou Henry dando um beijo na testa de que lhe deu um beijo estalado na bochecha.
- Malas chegando – eles ouviram uma voz rouca dizer e se viraram vendo quatro charmosos garotos segurando as malas das meninas.
Nicolas se sacudiu no colo de sorrindo para os meninos e querendo ir até eles, mas Nathaniel piscou para ele e o menino sorriu ficando quieto. O senhor , apertou mais a filha com ciúme daqueles garotos e saiu do aperto do abraço de Isabelli para ir até sua mala.
- Oi meninos – disse sorrindo colocando Nicolas no chão para ir até sua mãe e virando novamente para os garotos – Que bom que apareceram.
- Quem são os gatinhos? - Pérola perguntou para que passava por ela.
- Nossos amigos, conhecemos eles no ônibus - falando isso, ela foi direto pegar sua mala.
As quatro meninas estavam junto dos quatro meninos pegando suas malas, até que se virou para a família os apresentando:
- Esses são: Andrew, Bryan, Nathaniel e Alexander - ela falou apontando para cada um deles.
Os meninos foram cumprimentar as quatro familias, e cada um foi se apresentando, mas acrescentou:
- E essa é nossa familia - ela falou sorrindo.
Eles ficaram conversando por lá mais algum tempo, até que todos resolveram ir embora, iria com a família de e e iriam com suas próprias famílias, as meninas não encontraram nem pai nem mãe de nenhum dos meninos, estranharam, mas não falaram nada.
- Tchau meninos, nos falamos depois – disse sorrindo para eles e pegando Nicolas no colo de novo.
Quando todos se despediram dos meninos e já tinham se virado para irem embora, Nicolas virou no colo de para acenar para eles.
- Tchau, anjinhos.

foi pra casa junto com o tio e com a mãe, durante o caminho eles foram conversando, e lógico que o tio e a mãe queriam saber tudo do colégio, como era, como eram os professores, as aulas, os alunos, tudo.
foi falando tudo, omitindo as partes estranhas, quando chegaram a casa da mãe, se emocionou, o tio veio abraçá-la e ela pensou, que realmente tinha sentido saudades de casa, do abraço do tio, do colo de sua mãe.
Durante o almoço, contou sobre as aulas de Educação Física, juntas e separadas; a mãe e o tio pareciam bem interessados em tudo que ela contava. - E assim, quando fazemos aulas separadas, cada um em sua modalidade, ficamos em locais separados, mas sempre perto do ginásio. O professor é super legal e já sabia que eu tinha algumas medalhas no arco e flecha – disse colocando mais carne no prato – Mãe, você não sabe como senti falta da sua comida – ela disse e a mãe e o tio riram.
- Não servem comida, lá não? – o tio perguntou colocando suco no copo pra elas.
- Servem, mas nada se compara a comida da minha mãe – retrucou e todos riram.
Depois do almoço, ajudou a mãe a lavar a louça, enquanto ela secava o tio guardava. Quando terminaram, foi para o quarto tomar um banho e se preparar para ir para a o seu apartamento, já que o combinado era o almoço cada um em sua casa e o jantar ia ser na casa da sua mãe para caber todo mundo.
estava se trocando quando a mãe apareceu no seu quarto, querendo saber de outra coisa que não tinha nem falado: garotos.
- Pode ir falando, quero saber de tudo – ela disse sentando na cama da filha, riu olhando a mãe pelo espelho.
- Não tem nada demais, mãe. É só um garoto, lindo, educado, cavalheiro, amigo e nos somos só amigos – falou e se lembrou do quase beijo entre ela e Bryan.
- Pelo seu olhar, são mais do que isso – a mãe falou ficando de pé – Seja lá o que vocês forem, tome cuidado.
- Vou tomar – disse abraçando a mãe.
- E liga pra ele, sei que ele vai gostar – sua mãe falou e riu ficando vermelha.

- Só vamos colocar as minhas coisas no meu quarto – falou avisando a sua família e puxando pela mão pelo longo corredor até seu enorme quarto.
jogou sua bolsa em cima da sua cama de casal com cobertores rosa claro e se sentou na cadeira giratória em frente a uma mesinha branca onde o computador da menina estava.
- Está tudo bem? – perguntou a que sorriu para a amiga dando de ombros.
- Eu acho bom o Jay não se atrasar – a loira falou sorrindo enquanto tirava seus sapatos, ficou de pé indo até a estante de madeira onde tinha vários livros e ficou olhando por ali distraidamente até que sua mão parou num livro mais antigo – Não sabia que você gostava de livros tão antigos.
ficou de joelhos na cama engatinhando até a beirada e depois pulando para o chão indo até e pegando o livro da mão dela.
Contos mitológicos.
Estava escrito simplesmente.
- Esse livro não é meu – comentou sem entender colocando o livro no topo da estante – Alguém deve ter esquecido aqui, vamos comer e depois revolvermos isso.
- Por mim está ótimo, estou sentindo o cheiro da lasanha daqui, não escuta? Minha barriga roncando? – brincou puxando pela mão as duas rindo enquanto iam até a sala de jantar.
- A comida já está pronta? - perguntou para sua mãe assim que ela e entraram na cozinha.
- Quase querida, cinco minuto no máximo - Stephanie respondeu dando uma olhada no forno - Vocês podem colocar a mesa para mim?
- Claro - falou rapidamente já indo pegar as coisas, riu achando ela apressada para comer.
- Aqueles meninos, eu tenho a impressão de já tê-los visto antes - Stephanie falou encostada a pia.
- Talvez quando fomos pela primeira vez na escola?! - falou revirando os olhos e colocando os pratos na mesa.
- Não, há muito tempo atrás, quando vocês se conheceram - ela falou pensativa - Não sei, posso estar enganada, faz tanto tempo... - Stephanie desencostou da pia e foi ver se a lasanha já estava pronta, confirmando isso a tirou anunciado que o jantar estava servido.
As duas meninas se olharam esperando o assunto sobre os garotos começar de novo, até que mais curiosa resolveu voltar ao assunto.
- Mãe?! Como foi que nos conhecemos, adoro ouvir a história - revirou os olhos achando a amiga uma péssima mentirosa, mas não falou nada, pois a mãe pareceu acreditar no que a filha disse.
- Você insistiu para ir no parquinho, e no outro dia eu te levei, lá encontramos a , e , e claro as mães delas - falando isso baixou o olhar, lembrando da mãe - Sinto muito, eu não queria...
- Tudo bem, eu só sinto falta dela, cada dia que passa eu lembro menos dela, me sinto uma péssima filha por isso - ela ainda continuava com o olhar baixo, mas só por alguns instantes, logo já voltou a comer.
- Você era pequena - Henry falou colocando a mão no ombro da garota.
- O que aconteceu com sua mamãe, ? - perguntou Nicolas olhando para a menina.
- Ela morreu - ela respondeu dando um sorriso triste para Nicolas.
- Como? - ele perguntou fazendo uma careta.
- Nicolas, isso é indecente - que estava do lado dele o chamou a atenção.
- Não, tudo bem - falou olhando para a amiga - Ela estava voltando do trabalho, quando o carro perdeu o controle e caiu no rio, mas nunca acharam o corpo.
- Então ela pode estar viva - ele falou tentando animar a menina.
- Não tenho tanta certeza - ela falou simplesmente.
- Não se preocupe, seu anjinho está com você – falou Nicolas meigamente sujando sua boquinha ao comer a lasanha.
O almoço continuou sem muita conversa, as duas meninas ficaram para ajudar Stephanie com as coisas, já no quarto e continuaram o assunto sobre os garotos.
- Você não acha estranho que desde que nos conhecemos tenhamos feito tudo juntas? - perguntou para .
- Pode ser o destino - falou dando de ombros.
- Destino que fala que somos parte de uma coisa maior? - ela perguntou parando de arrumar sua cama e olhando para .
- Eu não sei, ok? Por isso fui atrás de respostas e acabou onde acabou - queria de todo jeito fugir da conversa, mas parecia impossível.
- E que anjinho é esse que toda hora Nicolas fala? - perguntou, não desistiria fácil de descobrir a verdade.
sentou na cama e logo sua amiga sentou ao seu lado ainda calada.
- ? – chamou à morena.
- Eu não sei , eu não sei toda a história. E não quero mais saber – disse a pequena irritada, levantou as mãos em forma de paz.
- Relaxa, não está mais aqui quem falou – ela disse fazendo rir.
- Meninas? – a porta do quarto foi aberta e Stephanie apareceu sorrindo para elas – O Henry vai comprar sorvete para mim e para o Nicolas, vocês querem?
- Napolitano – respondeu prontamente.
- Sonho de valsa – disse .
- E mãe, tem um livro aqui sobre mitologia é seu? – perguntou apontando para sua estante de livros.
- Não filha, meus livros estão no meu quarto. Eu vou perguntar ao Henry, tá? – disse a mãe de sorrindo e acenando para as meninas saiu do quarto fechando a porta.
- Então... – se virou para sorrindo marota, fazendo a meninas revirar os olhos e rir.
- Vamos pro computador – disse a menina ficando de pé rapidamente.
- Cara, e eu sou a teimosa – murmurou .

- Como é bom estar em casa – disse sorrindo assim que passou pela porta de sua casa. Pérola riu e Becky pulou do colo do tio e correu escada acima alegando que iria pegar sua boneca nova para ver.
- Vou preparar o almoço – Pérola disse sorrindo e indo para a cozinha.
- E eu vou matar a saudade do meu quartinho lindo – A loira brincou dando um beijo no rosto de seu pai e correndo para seu quarto.
Jogou-se na cama e abraçou seu ursinho de pelúcia. Poucos segundos depois Becky entrou saltitando no quarto com uma boneca na mão, ela pulou para a cama de e esticou a mãozinha dando a boneca para a prima.
- Que linda Becky – sorriu passando a mão nos cabelos da boneca e a observando.
- Ganhei do tio Beto – a pequena sorriu e ficou em pé na cama.
- Sério? Ah, também quero – fez bico e Becky riu.
- Você não pode. Já é grande, e gente grande não brinca de boneca – Becky começou a pular na cama.
- Quem disse isso? - ficou de pé na cama e começou a pular também – Viu? Gente grande também pode brincar.
As duas brincaram de boneca até a hora do almoço. Desceram para a cozinha planejando nadar na piscina depois de comerem.
- Senti falta desse cheiro maravilhoso – disse entrando na cozinha para ajudar a mãe a por a mesa.
- Eles não servem comida boa lá na escola? - riu-se Pérola passando os pratos e os talheres para a filha.
- Até servem. Mas todo mundo dessa casa sabe que sua comida é a melhor – A loira disse dando um beijo na bochecha da mãe e colocando os pratos na mesa.
- Yeah! A melhor – Becky disse sentando em seu lugar na mesa.
- Se vocês dizem – disse Pérola rindo. Depois de servidos, eles comeram, contou tudo que aconteceu com ela e as amigas enquanto estavam na escola – ocultando as partes dos acidentes graves -.
- Vamos assistir desenho até podermos entrar na piscina? - Becky perguntou quando ela e saíram da cozinha.
- Eu acho melhor nós irmos escolher nossos biquínis - disse sorrindo para a prima, mas a pequena fez bico e balançou a cabeça negativamente – Que tal então ver fotos antigas? - a sugestão de alegrou Rebecka que correu até as prateleiras onde ficavam os álbuns de fotos.
As várias fotos de todas as épocas de e Becky estavam espalhadas pela cama, mas começou a perceber uma seqüência, antes dos seus dois anos todas as fotos eram com sua mãe e a família materna, mas não tinha nenhuma foto com seu pai, franzindo a testa deixou a prima sozinha no quarto e seguiu para o quarto dos pais.
- Mãe? – chamou na porta do quarto fazendo sua mãe levantar o rosto do livro que lia e sorrir para ela – Porque não tem fotos minha com o papai antes dos meus dois anos?
- E-eu... Ér... - Pérola gaguejou com a resposta o que fez ficar mais desconfiada.
- Nós tínhamos fotos juntos, mas o álbum que elas ficavam foi perdido quando nos mudamos para cá – o pai de disse entrando no quarto passando a toalha no cabelo para secá-lo.
- Ah, é mesmo? - o olhar de estava fixo na mãe, que sorriu amarelo e assentiu.
- É sim. Fiquei muito triste com essa perda - ela disse com um olhar triste.
- É, é muito triste mesmo perder fotos da infância - levantou e foi até a porta – obrigado por tirarem minha dúvida – ela sorriu para os pais e saiu do quarto, indo colocar seu biquíni.
Ela estava magoada. Pois sabia que estavam mentido para ela.
Passou o resto da tarde brincando com a prima, depois se arrumou e ficou no computador até dar a hora de ir para a casa de .

- , eu pedi para você deixar eu tomar banho primeiro – disse batendo com os punhos a porta do banheiro do seu quarto, mas como resposta apenas ouviu a risada da sua amiga. Ela bufou e ouviu seu celular tocando em cima da sua cama, correu até lá sorrindo ao ver a foto de Nathaniel aparecer na tela com seu nome embaixo – Já está com saudades Nate?
Ele riu do outro lado da linha.
- Não sou só eu, o Alex está aqui também – disse ainda rindo – O que vão fazer agora?
- Estamos nos arrumando para jantar na casa da – respondeu e viu sair do banheiro enrolada numa toalha – Finalmente.
- Falando comigo?
- Não Nate, a que saiu do banho – ela disse sorrindo para a amiga.
- Manda um oi para eles – pediu vestindo suas roupas intimas.
- Manda outro para ela – respondeu Nathaniel rapidamente.
- Nossa, você escutou? – perguntou surpresa e ele riu sem graça – Porque não vem jantar com a gente?
- Não dá, os meninos e eu vamos jantar com a nossa família – ele desculpou-se – Mas diga para as meninas que estamos mandando um oi e nos vemos na segunda?!
- Claro, beijos – disse ainda animada e quando ouviu Nate dizer “Tchau” ela desligou o celular.
- O que ele queria? – perguntou colocando seus shorts jeans.
- Não consegue ficar muito tempo longe de mim e já estava ligando – gabou-se jogando os cabelos para trás, revirou os olhos rindo – Agora se a senhorita não se importa, eu vou tomar meu banho.
- Eu não demorei tanto assim – gritou para ouvir porque ela já tinha fechado a porta do banheiro.
- Não, imagina – zombou – Agora faz algo de útil e avisa a minha mãe que estamos quase prontas.
- Seu amor por mim me toca – falou , mas sem realmente ficar chateada.
- Você sabe que eu te amo, baby – falou , rindo e finalmente entrando no chuveiro.
Quando terminou o banho, , já estava no seu quarto esperando por ela.
- Então? – perguntou a menina pedindo para ela começar a falar.
- Henry, sua mãe e Nicolas estão esperando a gente na sala – ela respondeu.
- E seu irmão? Já ligou? – perguntou indo colocar suas roupas intimas e procurando seu vestido de alças curto no armário.
- Disse que encontrava comigo na casa da – respondeu , fazendo bico.
- Relaxa, ele vai ta lá – falou dando um beijo na bochecha dela e depois se afastando para colocar seu vestido.

- Oi tia – falaram , e ao mesmo tempo sorrindo para a mãe de , Isabelli quando ela abriu porta.
- Olá meninas – a mulher falou bondosamente sorrindo para Pérola, Stephanie, Henry e Roberto e bagunçando os cabelos de Becky e soltando um beijo para Nicolas – Não fiquem parados ai, entrem.
Todos entraram deixando seus casacos na cabideiro ao lado da porta, passaram pelo Hall de entrada bem iluminado e logo estavam na grande sala de jantar com uma mesa posta para muitas pessoas.
- Meninas – sorriu quando viu elas correndo até as amigas e logo depois cumprimentando os outros convidados – Com fome?
- Eu to – falaram Becky e Nicolas ao mesmo tempo tirando risadas de todos.
- Nem pensem nisso, vamos esperar o irmão da ele ligou e disse que só ia deixar as coisas arrumadas no restaurante e estava vindo – bronqueou a mãe de – Per, Steph não querem me ajudar aqui na cozinha? Aproveitamos e colocamos o papo em dia.
- Claro – falou Stephanie sorrindo para ela.
- Henry, Beto eu sei que vocês sabem onde pegar as bebidas – ela apontou para um mini bar no canto e seguiu para a cozinha com as outras duas mães.
Becky e Nicolas correram até o sofá para ligarem a televisão e as meninas se sentaram a mesa.
- Ah! Os meninos mandaram um oi para vocês – disse apressadamente antes que se esquecesse.
- E como você sabe disso? – questionou batendo na mão de porque esta foi pegar um pãozinho na cesta no centro da mesa – Só quando todo mundo comer.
- Nate não agüentou de saudades e ligou para ela – zombou logo soltando um beijo para .
- Queria que o Andrew me ligasse – fez bico e então piscou sapeca para as meninas.
- Devíamos parar com isso – falou e então sussurrou para ninguém além das amigas escutarem as próximas palavras: - Temos coisas mais importantes para nos preocuparmos do que garotos.
- Encontrei uma coisa estranha hoje - disse se lembrando das fotos, ela falava baixo apenas para as meninas escutarem - Quer dizer, não encontrei.
- Como assim? - perguntou interessada.
- Fotos minha de quando era criança, não tenho fotos com meu pai antes dos meus dois anos de idade - ela falou olhando para o nada.
- Existia máquina fotográfica na época? - falou tirando uma com a amiga e levando um tapa da mesma.
- É sério - ela falou olhando para .
- Falou com alguém sobre isso? - perguntou tentando entender a amiga.
- Falei, com meus pais, mas estou com a impressão de que eles estão escondendo algo - ela falou triste.
- Tem certeza disso? - falou duvidosa.
- Claro, eu conheço meus pais desde sempre - ela falou um pouco irritada.
Ninguém pode falar mais nada nesse momento, pois o celular de começou a tocar.
- Quem é? - perguntou tentando ver o visor do celular da amiga.
- Não sei, aqui diz que é um número desconhecido – respondeu estranhando, mas atendeu – Alô.
- Alô. Senhorita ? - uma mulher estava do outro lado da linha.
- Sou eu. Quem é? - a loira indagou e deu de ombros para as amigas quando viu que elas olhavam questionando.
- Aqui é do hospital St. Judes. Estou ligando para avisar que seu irmão Jason sofreu um acidente e... - O celular escorregou da mão de e caiu na mesa fazendo um barulho alto.
- ? O que foi? - foi para perto da amiga e pegou o celular para ver se ainda estavam na linha.
- Senhorita ? - a mulher chamava.
- Alô? O que aconteceu? - perguntou e a mulher falou a mesma coisa que disse para , mas dessa vez terminou dizendo que ele não corria risco de vida, mas que para saberem mais teriam de ir ao hospital.
- Tudo bem, estamos indo. Obrigada – e então a morena desligou o celular.
olhava para esperando uma explicação, enquanto Pérola e tentavam acalmar que murmurava “Jason” sem parar e estava tremendo.
- Jason sofreu um acidente. Temos que ir para o hospital – disse olhando de para as outras pessoas no cômodo.
- Vamos logo então – falou levantando e puxando consigo.
- Eu levo elas, vocês fiquem aqui. Eu ligo para dar notícia – Stephanie disse pegando as chaves do carro e seu casaco, e saiu com as meninas.
Chegaram rápido no hospital, pois a mãe de e dirigiu rápido. já tinha se recuperado do choque e agora estava morrendo de preocupação.
- Pois não? - A recepcionista sorriu, reconheceu sua voz, como sendo a mulher que tinha ligado há pouco.
- A senhora ligou há pouco para a gente, somos amigos de Jason ... – começou , mas a mulher sorriu concordando.
- Claro, ele está bem. Acordou agora há pouco e não para de perguntar pela irmã – a mulher disse saindo de trás do balcão para acompanhar elas até o quarto de Jason.
- O que aconteceu? – perguntou Stephanie passando a frente segurando tanto na mão de quanto de .
- O restaurante no qual ele trabalha sofreu um incêndio, os bombeiros conseguiram apagar o fogo a tempo, mas o senhor Jason foi encontrado desmaiado nos fundos do restaurante – explicou a mulher abrindo uma porta branca e fazendo um gesto para elas entrarem – Vou deixar vocês a sós.
- Jason! – gritou soltando a mão de Stephanie e correndo até o irmão já chorando compulsivamente.
Jason que parecia estar dormindo antes delas chegarem, abriu os olhos e sorriu meigamente para passando os braços ao redor dela. A aparência dele estava em perfeito estado.
As meninas ficaram afastadas junto com a mãe de que tinha a filha nos braços com encostada nelas, estava mais a frente.
- Minha pequena – sussurrou Jason abraçando ela – Não chore, eu estou bem.
- Você... Você quer me matar do coração? – a menina gaguejou a voz abafada porque o rosto estava enterrado no peito dele.
- Eu sinto muito, não lembro o que aconteceu. Eu apaguei na cozinha... – ele falou, mas ao perceber que a irmã ainda chorava, suspirou – Eu não vou deixar você, .
- Promete? – levantou o rosto olhando para ele, seus olhos azuis estavam tristes e cheios de lagrimas.
- Para todo o sempre – ele disse e quando conseguiu finalmente tirar um sorriso do rosto da irmã, levantou o rosto para as outras pessoas na sala – Meninas!
- Jason – exclamaram juntas, e saíram de perto de Stephanie correndo para a cama dele as duas tentando alguma forma de abraçar ele.
Jason era um gato, e sim achava ele o maior gostoso, mas ele sempre fora como um irmão para elas afinal elas praticamente cresceram com ele.
- Gatinho, como está? – perguntou sorrindo, claramente brincando.
- Eu estou bem – ele disse sorrindo para e para e – Olá dona Stephanie.
- Querido, se sente bem? – perguntou a mãe de se aproximando da cama.
- Em perfeito estado – ele falou socando o peito e fazendo os presentes rirem – Sabe o que eu queria agora?
- O quê? – perguntou curiosa.
- A macarronada da mãe da – ele disse fazendo todos gargalharem alto.
O médico apareceu e disse que Jason já estava de alta, mas era para voltar ali caso se sentisse mal. Eles voltaram para a casa da mãe de , e jantaram normalmente.
As meninas estavam na cozinha. lavava a louça, enquanto secava e guardava, e tinham tirado a mesa e arrumado a sala de estar, e agora estavam sentadas no balcão conversando com as amigas.
- Sabem o que acabei de perceber? - disse pulando do balcão e colocando as mãos na cintura.
- O que? - As três disseram em uníssono.
- Jason disse que desmaiou na cozinha, mas ele foi encontrado nos fundos do restaurante – a morena disse e as meninas pararam de limpar para encará-la.
- Podem ter se enganado – deu de ombros voltando a lavar a louça.
- Ou, alguém pode tê-lo tirado de lá – disse fechando o armário de pratos quando guardou o último.
- Sim, mas quem? Porque fala sério, quem iria entrar num prédio que estava pegando fogo, e ia tirá-lo de lá? Sem contar que teriam de andar muito até encontrá-lo - disse cruzando os braços fortemente.
- Exato! - falou – Por isso estou achando que tem algo além do normal nisso.
- Merda! Será que até aqui, com nossas famílias essas coisas vão acontecer? - indagou secando as mãos molhadas num pano.
- Eu acho que sim – sussurrou e então Nicolas e Rebecka entraram na cozinha chamando as meninas para irem embora.

- Que sono – disse soltando um grande bocejo.
- Acho que esta na hora de dormir mesmo – Pérola disse afagando os cabelos de Becky que dormia no colo do tio.
- Vou tomar um banho e deitar. Boa noite, amo vocês – a loira deu um beijo em cada um de seus pais e em sua prima, correndo para o banheiro de seu quarto.
Tomou um banho quente para relaxar e trocou-se rapidamente, pulando para debaixo do cobertor e desligando as luzes.
Ouviu os pais fechando a porta do quarto de Becky e depois abrindo a sua. Ela fingiu já estar dormindo para ouvi-los.
- Estava mesmo com sono – Pérola falou e podia jurar que ela sorria.
- Você não acha que devíamos contar á ela? - O pai de indagou e agora a loira começou a prestar mais atenção na conversa.
- Contar o que? - Pérola indagou.
- Você sabe o que – ele respondeu e depois suspirou – Que eu não sou o pai dela - os olhos de se arregalaram.
- Claro que não! - Pérola se controlou para não gritar e começou a fechar a porta – Ela não precisa saber que foi abandonada pelo pai biológico - foi tudo o que escutou antes da porta ser fechada e o silêncio de seu quarto a assustar.
O cara que ela sempre considerou como pai, não era seu pai de verdade.
E seu pai de verdade tinha a abandonado, provavelmente antes mesmo de nascer.
E sua mãe, a única pessoa que ela confiava totalmente, mentia para ela sobre isso.
A loira enterrou a cabeça no travesseiro e começou a chorar.

Os créditos finais do filme tocava uma música animada e e sua mãe estavam dançando no meio da sala com Nicolas pulando no colo de Henry animadamente rindo e batendo palminhas.
e sua mãe riram sentando no sofá e puxou Nicolas para seu colo, Henry passou os braços ao redor do ombro de e Stephanie todos rindo.
- Nossa – falou rindo.
- Então, as minhas garotas já cansaram de dançar? – perguntou Henry rindo.
- Claro né, pai, não sou de ferro – falou animada tirando um enorme sorriso de Henry por chamar ele de pai, ela raramente fazia isso.
- Sim mocinha, já entendi, relaxa – brincou Henry.
- É, cansamos. Por isso que você vai lavar os pratos da pizza – disse Stephanie rindo e gargalhou logo sendo acompanhada por Nicolas.
- Só se esse garotão me ajudar – falou Henry pegando Nicolas no colo que riu pedindo ajuda.
- Não papai, quero ficar aqui com a mamãe a – ele resmungou.
- Nem pensar, conversa de garotas – disse Henry se inclinando para dar um selinho em Stephanie e em seguida um beijo na testa de .
- Pergunta, mãe – disse rindo indo para perto de sua mãe para se aninhar ao seu lado.
- Gatinhos, quero saber tudo – falou a mulher animadamente.
- Ah mãe, eu não sei, estou confusa – admitiu .
- Porque, meu amor? – perguntou sua mãe carinhosamente.
- Eu to gostando de um garoto – começou rindo quando sua mãe exclamou um “Eu sabia”, ela continuou – Só que não sei exatamente quem ele é. E se podemos ficar juntos, se ele só quer amizade, se...
- Para de tanto se, e pergunte a ele – falou sua mãe como se fosse obvio.
- Não é tão simples – suspirou .
- Você sabe que é – falou sua mãe sorrindo para ela.
riu, mas antes que falasse mais alguma coisa ouviram um barulho na cozinha e Nicolas rir gritando:
- Mamãe, !
- Eu vou ver as crianças – brincou Stephanie dando um beijo carinhoso na filha – Agora vá ligar para seu amado.
- Ele não é meu amado, mamãe – murmurou envergonhada, sua mãe riu seguindo para a cozinha e ela suspirou indo para o quarto.
seguiu para o seu quarto querendo pegar algum livro para ler, sua cabeça rodando em vários pensamentos entre: Nathaniel, anjos, sombras e tudo mais que descobriu e tudo que ainda não sabia.
foi até a sua mesa em busca de uma das suas séries prediletas para ler, um livro lhe chamou a atenção.
Contos mitológicos.
Hmmm... Talvez ela pudesse ler um pouco dele e depois perguntar a Henry se o livro era dele.
Abriu o livro no índice a procura de um assunto que lhe interessasse.
Anjos mitológicos.
Curiosa, ela abriu o livro na página do assunto. Não tinha muita coisa, além de uma foto de um cara num trono com enormes asas brancas abertas e vários anjos ao seu redor, com espadas, flechas e escudos.
No texto dizia:
“Há diversos tipos de culturas. E diversos tipos de mitologia e religião. Um dos tópicos mais interessantes é sobre os anjos.
Quem são eles?
O que eles fazem?
Como eles vivem?
Todos os anjos nascem da pureza e tem a alma mais puro o possível, durante milênios filhos e filhas de anjos andam por esse mundo sem saber disso.
Mas há uma coisa em comum com todos os anjos.
Sua força. Habilidade. Bondade. Beleza e alma pura como suas imaculadas asas brancas.”

O texto era enorme e dizia muito mais coisas, mas era parou de ler quando lembranças vieram a sua mente.

"Todos os quatro eram altos e exalavam uma espécie de aura protetora e calma."

"- Não toque nela – a voz sempre angelical de Nathaniel estava furiosa."

"- E o anjo da guarda aparece – disse Benjamin jogando as mãos para cima, sua voz cheia de ironia."

"- Não chegue perto dela novamente, Benjamin – disse Nathaniel ficando num pulo de pé, a forma como ele ficou de pé foi quase gracioso demais. Leve demais."

"- E o que você vai fazer guardião? – zombou Benjamin e no segundo seguinte Nathaniel estava atrás dele às mãos de Nathaniel seguraram os braços de Ben contra suas costas e ele rodou Benjamin arremessando ele contra a floresta bem perto de que soltou um grito."

"- Não, eu sei me virar sozinha. E ao que parece meu anjo da guarda vai me proteger – ela disse empurrando de leve o ombro dele.
O rosto de Nathaniel adquiriu diversas cores antes dele voltar a respirar normalmente e encarar ela mais assustado do que nunca.
- O que você disse? – ele soltou, quase gritando naquele corredor escuro.
Ela olhou para ele sem entender.
- Não foi assim que o Benjamin te chamou? De anjo da guarda? – ela perguntou ainda sem entender – Até que tem lógica.
Você apareceu para me salvar, não é?


Então finalmente entendeu e algo no meio de todas essas duvidas, finalmente fez sentido.
Por isso que o próximo passo de foi pegar seu celular e ligar para Nathaniel.
- Nate? – chamou assim que ouviu sua voz rouca atender o celular.
- ! – ele exclamou – Está tudo bem?
- Aham, está sim – ela murmurou meio aérea – Nate, podemos nos ver amanhã?
- Amanhã? – ele perguntou sem entender.
- É, no parquinho perto da minha casa. Na rua... – ela falou rapidamente e passou o endereço.
- Eu sei onde é. Estarei lá, está tudo bem mesmo? – ele perguntou mais uma vez parecendo realmente preocupado.
- Está tudo ótimo. Nos vemos amanhã umas dez horas, obrigada Nate – e desejando boa noite desligou o celular e sorriu para si mesma.



VII - Family Wings

A enorme mansão parecia ser a única no topo daquela montanha.
O sol estava brilhando naquele céu azul claro sem nenhuma nuvem, o jardim mais lindo que qualquer pessoa possa imaginar ocupava todo o local rodeando a mansão de três andares tão comprida que parecia não ter fim.
Algumas pessoas corriam com seus cavalos rindo graciosamente numa brincadeira inocente, outros estavam no topo das árvores lendo um livro e aproveitando o dia ensolarado, já outras estavam no topo da montanha observando a vista de árvores, jardins, rios e uma praia não muito longe.
Se alguém se aproximasse o suficiente daquele lugar logo ia perceber que não era um lugar qualquer, que aquelas pessoas não eram pessoas qualquer.
Anjos.
Quatro garotos observavam tudo isso, suas imaculadas, grandiosas e belas asas brancas abertas sem se importar que alguém notasse.
Eles estavam em casa.
- Meninos! – uma mulher ruiva de olhos negros os chamou, parando com seu cavalo na frente deles.
- Emmy! – os quatro exclamaram juntos.
- Saudades – ela desceu do cavalo rapidamente e sorriu dando um abraço em cada um – Querem jogar uma partida?
- Quere...
- Desculpe Em – uma voz grossa disse, e um loiro de olhos verdes apareceu na porta da casa - Mas vou ter que roubá-los por um instante.
- Tudo bem – Emmy sorriu para o loiro e voltou aos meninos – Venham jogar quando estiverem livres – e depois de dar uma piscadela, a garota subiu no cavalo e desapareceu.
- Que bom que estão de volta – o loiro disse sorrindo – Podemos ir até meu escritório? – ele questionou, mas antes mesmo que os meninos respondessem, ele virou e começou a entrar na casa. Os quatro se entreolharam e depois seguiram o chefe.
Depois de subirem até o último andar – e terem passado por os milhares quartos da casa – eles finalmente chegaram ao escritório de Marcus.
O escritório era grande e amplo, uma grande mesa de madeira com uma poltrona confortável atrás dela estava de costas para uma enorme parede de vidro dando vista para mais um jardim.
As outras paredes eram revestidas com estantes cobertas de livros e mais livros, sofás de couro marrom estavam em frente à mesa que basicamente só tinha alguns porta retratos e eles bem sabiam de quem eram.
Eles sentaram nos sofás e Marcus foi para perto de uma das paredes de vidro. O loiro era alto, seus ombros largos e a pela clara, ele usava apenas uma calça branca solta e sandálias rasteiras o peitoral nu para quando ele quisesse libertar suas asas sem nenhuma roupa interferindo. Seus cabelos loiros curtos eram lisos e seus olhos verdes eram bondosos, cuidadosos e alertas.
- Minha querida irmã veio aqui alguns dias atrás me alertar sobre como vocês estão próximos de minhas filhas – ele disse calmamente ainda olhando para a vista lá fora. Daniel limpou a garganta e se ajeitou no sofá.
- Nós somos amigos dela, senhor – ele disse firme.
- Apenas amigos? – ele perguntou virando finalmente para encará-los – Eu sei o quão encantadoras elas podem ser.
Caspian segurou a língua para não acabar dizendo que na verdade ele não sabia, mas ficou calado, quem se pronunciou foi Liam.
- São sim – concordou o garoto – E espertas, mas respeitamos elas como fomos criados para respeitar.
Marcus sorriu sentando na poltrona.
- Sendo assim ótimo – ele disse ainda sorrindo – Me contem mais sobre elas.
- Elas estão desconfiadas – começou André – E andaram estranhas essa semana.
- Estranhas? – repetiu ele curioso.
- Sim, aconteceram coisas estranhas com elas também. Mas não acho que suspeitam de algo – disse Daniel para amenizar a situação.
- Deveríamos esperar até a minha filha mais nova completar dezoito anos para contar tudo – falou Marcus pensativo, não parecendo falar com nenhum deles realmente – Acho que vou reunir o conselho, temos que conversar sobre isso...
- Não! – exclamou Caspian rapidamente se arrependendo logo depois, Marcus olhou para ele sem entender – Elas são muito novas.
- É senhor – concordou Liam tentando ajudar o amigo – Elas são inocentes ainda, não merecem enfrentar tudo isso só por que...
Daniel tossiu para calar o amigo ele ia realmente dizer que a culpa era de Marcus? Marcus pareceu perceber, mas continuava com o sorriso nos lábios e sorriu bondosamente para eles.
- Nos falamos depois, porque não vão passar o dia com a família? – sugeriu Marcus ficando de pé – Minha mulher me espera.
- Obrigado senhor – agradeceu Daniel puxando Caspian pelo braço, Liam e André também ficaram de pé.

- Seu louco – disse Liam rindo subindo no seu cavalo branco, todos no celeiro.
- Você que é, tenta me ajudar, mas quase estraga tudo – Caspian retrucou alisando a crina de seu cavalo.
- Não, você que começou todo revoltado – retrucou Liam pulando graciosamente em cima do seu cavalo.
- E você... – começou Caspian, mas Daniel deu um tapa na cabeça dele.
- Já chega – mandou o loiro montando no seu cavalo.
Enquanto os quatro cavalgavam pelos campos ensolarados e passavam entre flores e árvores encontravam com alguns conhecidos que paravam para cumprimentar eles, entre eles dois garotos com a aparência de mais ou menos a idade deles. Os dois eram gêmeos, morenos, os cabelos em Dreadlocks e os braços enormes pareciam dois grandes guarda-costas, o rosto era bondoso e o sorriso era lindo os olhos dos dois variavam entre cor de mel e verde.
- Hey, Jaime, James – cumprimentou Liam animadamente.
- Oi garotos – falou o de olhos cor de mel sorrindo para eles – Como estão?
- Muito bem e vocês? – perguntou André sorrindo.
- Estamos bem – respondeu o de olhos verdes – Agora que acabamos o papo chato nos conte as novidades.
- Você é tão engraçado, James – zombou Caspian, mas sorria – Não temos novidades.
- Sério? Os guardiões das filhas do chefe não têm novidades? – questionou Jaime.
- Não tem um filme com esse nome? – falou James pensativo.
- Eu acho que sim – concordou Jaime e então encarou os meninos – Ainda esperamos uma resposta.
- Nada demais, elas são incríveis – respondeu Liam sorrindo ao lembrar-se de , mas tirou o sorriso do rosto quando percebeu que os outros encaravam ele – Acho que vou ligar para ela, só para saber se está tudo bem.
- Aham, só para saber se está tudo bem – riu-se James.
- Vem cá, vocês não deviam está de olho na mulher do chefe? – cortou Liam cruzando os braços, os outros riram.
- Ela está com Helena, não mude de assunto Liam Gray ou devo dizer Nathaniel Baker? Escolha interessante de nome – Jaime continuava a provocar.
- Tchau James, Jaime – e sem esperar resposta Liam partiu para longe tirando gargalhadas dos seus amigos.
- E vocês? – questionou James virando para os que sobraram.
- Olha só, hora do almoço – falou Caspian virando para seguir Liam.
- To morrendo de fome – concordou Daniel.
- Nos falamos mais tarde – disse André acenando para os outros dois e correndo atrás dos amigos.
Liam já estava muito mais a frente, mas não foi difícil para os amigos alcançarem ele e nem para ouvir as altas risadas de Jaime e James.

- Isso não é mais tão confortável quanto era antes – Caspian comentou. Ele e os amigos estavam indo para a sala de jantar de Marcus, ele tinha convidado eles para jantar com os outros anjos. Os mais importantes.
- Claro que não é, ficamos um tempinho longe da família – André retrucou e Liam revirou os olhos abrindo a porta da sala.
A sala de jantar. Uma das. Era enorme e tinha um teto alto com um lustre no topo, a mesa comprida ficava de frente para o jardim agora iluminado pela luz e estrelas por conta do horário.
Quase todos os anjos dos cargos mais altos estavam presentes ao redor da mesa, as mulheres usavam longos vestidos brancos soltos que as deixavam com um ar ainda mais angelical e os homens, inclusive os garotos, usavam calça brancas folgadas e regatas brancas leves. Todos usavam sandálias rasteiras e alguns estavam descalços.
- Garotos! - Marcus exclamou assim que os meninos entraram na sala – Que bom que vieram – o loiro sorria de um jeito que contagiava a todos, e foi por isso que os meninos sorriram abertamente de volta.
- Achou que não vínhamos? - Liam questionou sentando-se ao lado de Daniel, Caspian e André sentaram de frente para eles, os quatro estavam nas cadeiras mais próximas a Marcus.
- De maneira alguma, só achei que talvez quisessem curtir o dia com seus irmãos mais novos – Marcus respondeu, o sorriso não desmanchava nenhum minuto sequer.
- Estar com os mais velhos e adquirir conhecimento é muito bom - Daniel disse e sorriu para a loira ao lado de Marcus – Boa noite Jade, você está radiante hoje.
- Obrigada Daniel - Jade disse dando um sorriso sem dentes para o garoto.
- Bom, vamos comer? - Caspian falou olhando com cobiça para o banquete, todos riram, mas começaram a se servir.
- Tenham uma boa noite meninos - Jade falou quando eles disseram que já iam voltar aos seus quartos.
- Vocês também – eles responderam em uníssono e saíram da sala.
- Checar as meninas? - Liam sugeriu assim que viraram o primeiro corredor. André, Daniel e Caspian balançaram a cabeça positivamente e quase que ao mesmo tempo os quatro desapareceram.
Mas do que rápido, eles desceram para ver as meninas e deram risadas pra eles mesmos quando perceberam o quão rápido eles estavam indo. Eles tinham certeza que elas estavam bem, mas não confiavam em ninguém a não ser neles pra vigiar elas.
Por algum motivo, Daniel fez outro caminho pra ir até e passou pelo restaurante onde o irmão dela trabalhava, e viu o que tinha certeza que iria deixar à pequena traumatizada, o restaurante estava em chamas. Ele desceu rapidamente até a porta dos fundos do restaurante e começou a procurar por Jason, e sentiu a presença do rapaz no fundo da cozinha, ele andou até lá e achou o garoto caído perto da porta, desacordado.
Com facilidade colocou Jason nos ombros e saiu da cozinha, antes que ela desabasse em cima da sua cabeça.
Ele colocou o rapaz no chão e saiu dali quando viu que alguns bombeiros estavam entrando pelo beco, ficou ali num telhado próximo vendo a movimentação e só pensando em como sua pequena protegida iria reagir quando soubesse, ele ia querer estar com ela, mas sabia que não poderia.
Daniel sentiu que alguém se aproximava e não precisava olhar pra saber que André, Liam e Caspian estavam ao seu lado.
- A vai ter um ataque quando ligarem pra ela – Dan disse ainda olhando para as chamas – E não vou poder estar com ela.
- Calma Dan, ela vai ficar bem. As meninas vão estar com ela e nós também de algum jeito - André disse colocando a mão no ombro do amigo.
O loiro olhou para ele e concordou se sentindo meio agitado, então Liam sorriu entendendo e propôs:
- Porque não vamos ficar de olho nelas por mais um tempo?
Daniel suspirou aliviado e concordou.
Eles seguiram para a casa da mãe de vendo as meninas sentadas na mesa de jantar conversando, eles se acomodaram na varanda da sala que por sorte estava com as cortinhas fechadas e dava para ver as meninas dali, forçando a audição o máximo que conseguiam.
- Falou com alguém sobre isso? – eles ouviram falar, parecia preocupada.
- Falei, com meus pais, mas estou com a impressão de que eles estão escondendo algo – disse , Caspian ficou inquieto queria saber o que a chateava.
- Tem certeza disso? – perguntou em seguida.
- Claro, eu conheço meus pais desde sempre – disse irritada, dessa vez Liam teve que segurar em Caspian para ele continuar no seu lugar.
Em seguida o celular de tocou.
Eles já sabiam o que era, então esperaram pelo momento que iria se desesperar.
Não demorou muito, a menina quase que desmaiou, mas rapidamente a mãe de estava levando elas para o hospital. Eles ficaram do lado de fora, no telhado do hospital sabendo que quando as meninas saíssem iriam saber.
Daniel estava agitado, mas por saber que deveria está agitada, ele não parava de andar de um lado para o outro, até que André se levantou.
- Já chega, isso está errado – ele disse.
- Como? – questionou Liam que estava sentando no muro do terraço, suas pernas balançavam soltas no ar, ele pensou em como estaria com medo se estivesse no lugar dele.
- Está tudo errado. Estamos esquecendo para o quê fomos criados – repetiu André sensatamente.
- Sabemos para o que fomos criados – cortou Daniel parando de andar de um lado para o outro – Não estamos fazendo nada de errado.
- Estamos – gritou André sua voz ecoou com o vento frio que passou por eles – E todos percebem isso menos a gente.
- Não – falou Caspian irritado ficando de pé, André e Daniel já estavam inclinados um para o outro – Por favor, irmãos, não vamos brigar.
Liam se levantou indo até eles.
- Caspian está certo, não devemos brigar – ele disse olhando de Daniel para André, seu olhar ficou preso no último – Não estamos fazendo nada de errado.
- Continue enganando a si mesmo – bufou André se afastando deles.
- Porque você está agindo assim? – perguntou Caspian sem entender indo até ele e tocando no seu ombro, André suspirou pesadamente parecendo cansado, mas nada respondeu até porque as meninas já saiam do hospital com a mãe de e Jason com elas.

Depois de cada menina estarem em suas devidas casas e prontas para dormir os meninos voltaram para a casa deles, não falaram com ninguém ainda estavam meio tensos com o que André disse então decidiram calvagar um pouco.
Como era noite havia muito menos anjos do que durante o dia, mas ainda sim um ou outro anjo andava pelos campos o voavam em direção a praia.
Foi quando Caspian sentiu, uma dor estranha abaixo da sua nuca, uma cicatriz que anjos guardiões importantes como eles tinham, a cicatriz não ficava exatamente na nuca e nem no pescoço, um pouco atrás do seu ombro acima do local onde suas asas abriam. E de uma coisa Caspian sabia.
precisava dele.
Ele se preparou para abrir suas asas e voar atrás dela, mas Daniel foi mais rápido segurando no braço dele.
- Acho melhor você ficar – Daniel disse olhando pra ele e os outros se aproximaram.
- Se vai vir com o papo de estarmos saindo do rumo de novo, acho melhor ficar quieto – Caspian disse irritado.
- Só acho que você precisa se acalmar – André disse – E estamos saindo do rumo, estamos esquecendo para o que fomos escolhidos. Estamos nos envolvendo demais – ele falou baixo.
Todos olharam para ele como se ele fosse louco, mas sabiam que de certa forma era verdade, só não queriam admitir.
- Eu só preciso ver se ela está bem – Caspian disse sentindo a marca arder.
- Não, você vai querer falar com ela. E ai como vai explicar a sua presença lá? – Liam questionou.
- Eu só preciso ver ela. Ela é minha protegida – exclamou Caspian começando a se irritar.
- Você sabe que não é só isso – disse André – Ou não se lembra de como você age quando ela está com Ian?
- Desculpa, mas de vocês eu sou o único que pelo menos tenta seguir as regras – falou Caspian finalmente soltando tudo – O Liam procura briga sempre que pode com o Benjamin, o Daniel não suporta vê a perto do Chad e nem preciso falar de você André, que está louco de vontade de provar os doces lábios da senhorita – ele quase gritou, mas se controlou lembrando que qualquer um podia ouvir a briga.
André foi para cima de Caspian, mas Liam e Daniel seguraram nele enquanto Caspian se virava para ir embora, logo os outros três fizeram o mesmo.
Eles nunca discutiam e nem falavam assim um com o outro, mas essas verdades de certa maneira faziam sentido. Se irritaram tanto com isso, que cada um foi para seu quarto, sem desejar nenhum boa-noite, estavam nervosos demais. Cada vez mais, suas protegidas estavam desconfiadas, mas tinham que protegê-las e sabiam que não podiam se envolver, mas não estava sendo fácil. E de uma coisa tinham certeza, elas iam precisar deles.



VIII - My Angel

Todo mundo tem um anjo. Um guardião que zela por nós.
O tempo todo estamos sendo protegidos, mesmo não sabendo como e nem por quem. Ele nunca nos deixa sozinhos.
sorria delicadamente vendo as crianças brincarem no mesmo parque onde conhecera suas melhores amigas, seu irmão sorriu animadamente para ela correndo para perto de um grupo de crianças animado demais para ficar parado.
Enquanto estava ali observando as crianças brincarem, pensando calmamente no que achara que descobrira ela não se deu conta que um elegante, charmoso e lindo garoto se aproximava dela e sentava do seu lado.
Então era de se esperar que quando ele sussurrou chamando por ela, ela tivesse dado um pulo de susto.
- Que susto, Nate – ela disse sorrindo para ele, o garoto sorriu de volta.
- Você que me chamou. Não conseguiu esperar até segunda? – ele perguntou sorrindo sincero para ela. Ele estava feliz por ela ter ligado para ele e marcado esse encontro.
- Eu preciso falar com você – tirou o sorriso do rosto encarando ele séria, o sorriso no rosto de Nathaniel também sumiu.
- Tudo bem. Pode falar – ele falou calmo e pausadamente.
- Eu sei o que você é – ela disse tentando passar toda a intensidade das seguintes palavras com o olhar. Nathaniel ficou tenso – Um anjo.
E foi assim.
Simples, rápido e sem nenhuma enrolação. Não havia motivo para toda uma cena, ela levar ele para jantar ou falar num cenário mais bonito. Mais romântico.
Ele era um anjo.
Nathaniel engasgou se afastando dela como se não a reconhecesse.
Seu olhar não demonstrava nada além de medo.
- ... – ele começou, mas ela sorriu balançando a cabeça negativamente.
- Não negue – ela pediu sorrindo para ele – Não estou chateada, estou... Deslumbrada.
- Deslumbrada? – ele repetiu sem entender. Ela não poderia está falando sério.
Então ao encarar seus olhos, ainda puros e inocentes ele percebeu.
Ela não sabia de toda a verdade.
Ele abriu a boca para falar com ela, o quê, ele ainda não sabia, só sabia que não conseguiria desmentir. Ele não gosta de mentir para ela, ele omite muita coisa, mas mentir já é mais difícil.
- – chamou Nicolas correndo até eles e sorrindo para Nate – Oi anjinho - Nathaniel continuava imóvel, sorriu – Podemos ir tomar sorvete?
- Claro – ela disse sorrindo para o irmão e então se virou para Nate segurando em suas mãos. Elas eram quentes, macias e reconfortantes. Ele focou seu olhar nela – Ainda preciso falar com você, pode agüentar até amanhã? – ele se forçou a concordar com um aceno de cabeça. abriu um grande sorriso – Obrigada – ela disse rindo e ficando de pé pegando Nicolas pela mão e saindo do parquinho.
Nathaniel ainda olhando para onde ela tinha ido suspirou.
O que ele iria fazer?

seguiu direto para o apartamento de , no caminho ligou para as outras duas amigas e mandou-as ir para lá também.
- ? - indagou confusa assim que abriu a porta, a morena estava com os cabelos bagunçados e de pijama, não teve tempo de se trocar pois estava tocando a campainha desesperadamente.
- Já são quase onze horas e você ainda estava dormindo? Que feio brincou entrando no apartamento, ela foi para a cozinha e abriu a geladeira para ver o que tinha. revirou os olhos e fechou a porta, passando por e indo até seu quarto.
- O que veio fazer aqui tão cedo? Espero que seja algo realmente interessante ou vou te matar por ter me acordado - resmungou enquanto entrava no banheiro e tirava as roupas para tomar banho.
- Espera as meninas e eu conto - disse entrando no quarto da amiga e deitando na cama - Ah, eu ainda nem acredito – ela sussurrou com a voz sonhadora e com um sorriso nos lábios.
- Estou com medo – comentou saindo do banheiro com uma toalha enrolada ao corpo e foi até o guarda-roupa abrindo-o e escolhendo um vestido curto azul com babados na barra dele.
A campainha tocou e foi correndo abrir a porta.
- Meninas! - ela exclamou sorrindo feliz.
- Oi disse um pouco triste e entrou no apartamento seguindo direto para o quarto de .
- Ok, o que aconteceu com ela? - perguntou á assim que fechou a porta.
- Não sei, ela disse que contaria quando todas estivéssemos juntas – respondeu dando de ombros, ela e entraram no quarto e sentaram na cama perto das outras duas.
- Começa logo reclamou quando o silêncio preencheu o quarto por alguns instantes.
- quer falar primeiro? - indagou afagando os cabelos loiros da amiga que era a única deitada, ela apoiava a cabeça num travesseiro que estava no colo de .
- Não. Pode falar, aposto que a sua notícia é melhor que a minha - disse sorrindo fraco. As amigas estavam preocupadas, não era assim, o motivo pelo qual ela estava tão baixo astral assim devia ser mesmo muito sério, e ruim.
- Nada disso mocinha. Pode começar a falar - disse com a voz autoritária. A loira suspirou e então começou a falar.
- Lembram quando eu disse que estava desconfiando que meu pais estavam mentindo para mim? - As três assentiram e continuou – Então. Ontem à noite eles tinham entrado em meu quarto depois de saírem do de Becky, e pensando que eu estava dormindo, eles conversaram sobre o que escondiam de mim.
- E o que é? - indagou com o cenho franzido. , que até agora se controlava para não chorar, não conseguiu mais segurar e começou a chorar. As amigas chegaram mais perto e tentavam entender por que ela chorava.
- Aquele homem que esta na minha casa, e que eu cresci chamando de pai, não é meu pai biológico – conseguiu dizer entre o choro e os soluços - Eu...
- Shhh... - As meninas disseram em uníssono, não era preciso mais nenhuma palavra, elas entendiam como esse assunto é difícil e não queriam que a amiga ficasse mais triste, então apenas ficaram ali, abraçando a amiga até que ela se acalmasse.
havia puxado para seu colo numa forma de ninar ela, apesar da loira ser quase do seu tamanho nenhuma das duas se incomodou com isso.
As outras duas meninas se ajoelharam em frente a ela tocando em seus cabelos, mãos e joelhos numa forma de demonstrar carinho.
- Estamos com você, . Sempre estaremos – disse , não havia maneira nenhuma de num momento como esse ela contar a sua descoberta.
- Eu sei que estarão – a loira fungou sorrindo para elas – Eu preciso me distrair, o que tinha para falar?
Todos olharam para a menina, mordeu o lábio inferior dando de ombros.
- Nada demais, eu conto depois – ela disse.
- Não mesmo, você estava toda feliz. Não quer que eu fique feliz? – aos poucos a que todas conheciam estava voltando ao normal.
- Claro que sim – deu de ombros e ao ver que as amigas não iam desistir tão rápido ela riu – Ok, agora saia do meu colo que você não é levinha – ela disse empurrando a loira de brincadeira do seu colo, riu e saiu do colo da amiga sentando no chão como as outras.
riu se ajeitando no sofá, deu mais uma olhada em , mas esta apenas revirou os olhos.
- Não me faça arrancar a verdade de você – ela disse tirando risada de todas.
- Ok – suspirou e virou para – Pequena, pode pegar minha bolsa, por favor? – ela pediu apontando para sua bolsa na mesa.
suspirou e correu pegando a bolsa de trazendo para ela.
- Está pesada, o que é? – perguntou à loira.
- Preciso que acreditem em mim – ela pediu retirando da bolsa um livro grosso.
- Depois do que passamos? Eu acredito até em Drácula – brincou bagunçando os cabelos de .
- Não estamos muito longe disso – concordou .
Elas riram.
- Então se preparem para acreditar em anjos – falou de uma vez virando o livro sobre Contos mitológicos e abrindo na página sobre Anjos mitológicos, a foto de um cara sentado num trono com enormes asas brancas abertas e vários anjos ao seu redor, com espadas, flechas e escudos chamou a atenção das meninas.
- Eu vou ser rápida. Agora escutem bem – ela disse – Nenhuma dessas características lembram alguém a vocês? Força, habilidade, bondade e beleza.
As meninas franziram a testa sem entender onde estava querendo chegar, bufou se jogando no sofá, as meninas vieram sentar ao seu redor e ela revirou os olhos ficando novamente sentada.
- Pensem – pediu.
- Bom, o Andrew é lindo – riu-se tentando pensar em alguém com aquelas características.
- E o Bryan é realmente bondoso – ajudou.
- Alexander é bastante habilidoso – falou se lembrando dele das aulas de ginástica.
- E o Nate tem uma força sobre humana – falou e então riu acrescentando: - E é bondoso, lindo e habilidoso.
As meninas riram.
- Espera – parou de rir finalmente entendendo – Você está querendo dizer que eles são tipo... Anjos?
- , meu bem, não tem lógica – falou achando que sua amiga teria pirado de vez.
- Como não tem lógica aquelas sombras? Ou uma flecha atrás de mim? Ou da ? Ou alguém querendo afogar a ? Ou a quase ser jogada de um penhasco? Sinceramente, é o que faz mais lógica nisso tudo – disse séria olhando para – Não acredito que vou dizer isso, mas eu acredito em você.
- Sério? – disse com os olhos brilhando.
- Eu também – sorriu – Eu acho que algo precisa fazer sentindo nessa minha vida maluca.
Todas olharam para .
- Precisamos ter uma conversa com os meninos.
comemorou logo sendo seguida pelas outras e rindo ela disse:
- Já temos um encontro marcado, amanhã – ela disse ainda animada logo contagiando todas.
Quem não estaria animada com amigos anjos? Ou talvez mais do que amigos?
Quem não estaria animada com um mundo totalmente diferente, mas ao tempo lindo e magnífico? Elas queriam conhecer esse mundo.
Ou achavam que queriam.

Mais uma vez eles estavam naquela estação de ônibus. Apesar do dia está lindo o humor das meninas não estavam dos melhores.
Não porque iriam voltar para o colégio, mas sim porque iam ficar mais uma vez separadas da família.
tinha Nicolas num abraço bem apertado enquanto olhava para sua mãe e seu padrasto com lágrimas nos olhos, estava agarrada ao irmão sem ter certeza se devia deixar ele depois do acidente, estava agarrada a mãe o tio teve que ir trabalhar e .
não encarava os pais, não tinha coragem suficiente para isso, mas também não confrontara eles. Não pedira a verdade, ela simplesmente preferiu fingir que nada aconteceu enquanto agarrava Becky numa desculpa de não ter que abraçar aquelas pessoas que um dia ela confiara.
Os garotos não estavam na estação, o que era estranho já que eles estavam sempre por perto. E não estavam em nenhum lugar por perto.
sorriu para Nicolas.
- Tome conta deles, bebê – ela falou para o irmão sorrindo para a mãe e Henry – Eu volto logo.
- Eu sei disso, Cole – falou o menininho.
- Mamãe, me larga. Vamos nos ver logo – resmungava , mas sorria para a mãe que agarrava ela.
- Qualquer coisa, me ligue ta? – falou segurando na barra da blusa de Jason, ele riu e deu um beijo na testa dela.
- Me ligue você pequena, eu estou bem – ele falou sorrindo.
não tinha coragem de falar nada para os pais, porque se fizesse isso iria chorar, então olhou para ao seu lado que ainda agarrava o irmão quase como se implorando.
- Temos que ir – lembrou passando Nicolas para a mãe dando um beijo nela e em Henry – Ligamos quando chegar lá, acho que nossas amigas estão nos chamando.
- Tomem cuidado – pediu Stephanie para elas.
- E estudem – acrescentou Isabelli.
- Está tudo bem? – perguntou Pérola a filha, sem entender o que acontecia.
acenou e quase chorando arrastou e pelos braços esperando entender o recado e vim atrás.

- Não acham isso estranho demais? - comentou quando – que era a última - desceu do ônibus.
- Eles sempre, sempre estão por perto – disse abraçando pela cintura quando elas começaram a andar.
- Verdade. Mas devem ter um bom motivo para isso – disse ainda meio cabisbaixa.
Elas seguiram o caminho até o quarto tentando descobrir o porquê dos meninos não terem aparecido ainda. Assim que chegaram no quarto, foi direto para sua cama, deitando e abraçando o travesseiro, foi tomar banho e foi separar os uniformes para as meninas, e checando o material. Depois que as três tomaram banho foram tentar convencer de ir tomar também.
- Não posso faltar hoje? - indagou com a voz chorosa.
- Não. Vamos, já pro banheiro - mandou puxando a amiga da cama e a arrastando até o banheiro. Depois que a loira se arrumou, elas desceram para sua primeira aula do dia.
Ao entrarem na sala, avistaram quatro garotos no fundo dela, sentados nos lugares de sempre, perto dos lugares delas, ficaram aliviadas, pois estavam um pouco preocupadas com eles e seguiram rapidamente para seus lugares.
- Bom dia meninas – Andrew disse sorrindo para as garotas, que sorriam de volta.
Ele percebeu que deu um sorriso torto e foi logo se sentar.
- Bom dia. Achei que tinham morrido ou sido seqüestrados – brincou fazendo os meninos rirem. sorriu para eles, o sorriso aumentou quando seu olhar parou em Nathaniel, que deu um sorriso sem dentes para a morena. sentou ao lado de depois de cumprimentar a todos.
- Coisas de família - Bryan disse sorrindo amarelo – sabem como é...
- E como sei... - comentou baixinho se afundando um pouco na cadeira. Os meninos ouviram o resmungo e se entreolharam, mas antes que qualquer um pudesse falar algo o professor entrou na sala.
- Bom dia turma - Adrian os cumprimentou sorrindo E mais do que rápido a aula dele passou.
As aulas nunca passaram tão devagar e quando finalmente terminou rapidamente ficou de pé.
- Por favor, no nosso quarto – ela pediu.
Os meninos se entreolharam.
- , temos que... – começou André sem jeito, revirou os olhos.
- Não demorem – mandou.
As meninas andaram apressadamente para seu quarto, não parando para falar com ninguém e assim que chegaram no quarto deixaram a porta aberta esperando por eles.
se jogou na sua cama, estava animada com essa coisa de anjo, mas muito triste com o fato de seu pai não ser realmente seu pai.
Não demorou muito os meninos chegaram, rapidamente fechou a porta encostando-se a ela e e encararam eles.
- Vocês são ou não anjos? – perguntou firme e direta, olhou para ela de cara feia como se dizendo com o olhar se ela ainda duvida disso, mas deu de ombros.
- Somos – respondeu Andrew firme surpreendendo a todas.
- Nossa – comentou – Fica ainda mais estranho quando vocês confirmam.
Nathaniel sorriu sem jeito.
- É segredo – ele começou e então suspirou profundamente parecendo triste – Não era para vocês...
- Eu sei, desculpa – falou rapidamente – Não queria... Quer dizer, eu queria, mas...
- O que ela quer dizer é que ela não queria parecer intrometida. Foi sem querer – disse tentando ajudar à amiga, suspirou aliviada.
- Exato.
- Não estamos chateados – disse Alexander, ele precisava sair dali rapidamente.
Eles precisavam. Eles estavam mentindo e não sabiam por quanto tempo iriam continuar nesse joguinho – Só não queremos magoar vocês.
- E porque fariam isso? – finalmente se pronunciou.
Andrew olhou para ela e em seguida para os amigos.
- precisa de vocês agora, teremos tempo para conversar sobre isso – ele disse firme.
- Não – falou sorrindo fraca para ele – Quero saber de tudo.
Andrew deu um lindo sorriso torto.
- E vocês vão, mas não agora – ele disse.
suspirou mordendo o lábio inferior e encarando Nathaniel. Ele estava tão calado.
Ele sorriu para ela.
- Prometemos, contaremos tudo em breve – ele disse.
Ela sorriu aliviada.
- Há mais alguma coisa que precisamos saber? – perguntou encarando cada um, eles estavam estranhos e ela parecia ser a única um pouco fora dessa bolha de contos de fadas – Tipo agora? Por favor, contem logo. Há mais segredos ou não?
, e encararam os meninos nervosas. Descobrir que eles eram anjos era uma coisa. Mais segredos, era outra coisa totalmente diferente.
- Não – responderam Andrew, Alexander, Bryan e Nathaniel ao mesmo tempo.
Eles não tinham escolha. Elas ainda não estavam prontas.
- Certeza? - insistiu percebendo que eles estavam um pouco tensos.
- Arrãm – Andrew disse sorrindo sem dentes.
- Então... - começou, mas foi interrompida.
- Nós já vamos - Bryan disse e olhou para os meninos que assentiram.
- Por quê? - indagou de sobrancelha arqueada.
- Vocês não querem ficar sozinhas? Fazer as... Coisas que mulheres fazem? - Bryan falou corando um pouco ao lembrar-se da resposta da loira uns dias atrás. riu.
- Não. Queremos conversar com vocês, saber como é...
- Ser um anjo – a interrompeu quase pulando de tão agitada que estava.
Anjos sempre foi um dos assuntos que ela mais amava. olhou para ela revirando os olhos.
- Isso não é proibido né? Falar sobre como é e tal – perguntou deitando com em sua cama.
- Não. Não é proibido – Alex respondeu e suspirou se rendendo. Achou melhor falar sobre isso com elas agora e puxou uma cadeira sentando perto das duas loiras que estavam na cama. Os outros fizeram o mesmo que ele. E então as perguntas vieram:
- Eu começo – disse ainda empolgada, a puxou para se sentar na cama – Vocês tem asas? – as meninas olharam para ela como se ela fosse idiota, revirando os olhos acrescentou – Anjos caídos não têm asas, é o que dizem os livros, tudo bem que tem uns que tem, mas são livros de romances e...
- Cala a boca – mandaram as meninas juntas cortando .
fez bico, mas ainda sorria esperando a resposta dos meninos.
- Temos asas – respondeu Nathaniel pausadamente controlando suas palavras – Porque não somos anjos caídos.
- E os anjos caídos? Eles andam sabe... Entre a gente? – perguntou .
Os meninos se entreolharam. Era permitido falar sobre isso?
- Sim, e vocês provavelmente já encontraram com alguns – respondeu Andrew antes que alguém cortasse ele – Mas não podemos dizer se vocês conhecem algum.
- Porque? – perguntou confusa – Porque tem coisas que não podemos saber?
- Mais perguntas? – Alexander mudou de assunto, desconfortável, elas estavam chegando perigosamente perto da verdade.
- Se vocês não são anjos caídos, que tipo de anjos são? – perguntou .
Nathaniel ficou de pé.
- Temos que ir – ele disse firme.
- Não, desculpa – rapidamente ficou de pé indo até ele e parando na sua frente – Eu só fiquei curiosa, porque vocês andam por aqui, são nossos amigos e Bryan quase beijou – ela disse e olhou para dando de ombros como se pedisse desculpas.
- Ela está certa, qualquer anjo não faria isso – concordou curiosa.
- Meninas, não podemos falar sobre isso – disse Alexander, quase implorando para que elas mudassem de assunto ou perguntassem outra coisa.
- Parece que tudo que perguntamos vocês não podem responder – comentou desconfiada – Então me respondam essa. Porque vocês estão aqui?
Foi à vez de Bryan ficar em pé, engasgado com a pergunta direta.
Eles não podiam, haviam passado de todos os limites e deveriam ter previsto que as respostas para essas perguntas não seriam fáceis.
- Vocês têm que entender, são perguntas que não podemos responder. Não porque não queremos, mas porque não... Podemos – explicou Bryan quase como se estivesse fazendo muito esforço para dizer essas palavras.
- Vocês estão nos confundindo – admitiu , frustrada. Eles estavam estragando o momento conto de fadas dela – Só me respondam uma coisa, os anjos vivem como humanos? Por quê? Eles podem? Vocês podem?
- Não vivemos com humanos – suspirou Nathaniel, parecia tão frustrada, ele não queria chatear nenhuma delas. Ao menos não tanto – Alguns de nós podem realmente viver como humanos, mas há todo um processo. A gente é meio que... Diferente. Podemos estar aqui com vocês, mas... – ele olhou para cada uma, seu olhar parando em e balançou a cabeça negativamente – Realmente temos que ir.
- Não vão, queremos saber tanta coisa – pediu ficando de joelhos na cama.
- Temos que ir. Falamos demais, podemos ser punidos – falou Bryan, apelando – Outros já foram punidos antes.
- Como? – perguntou , sua voz tremeu preocupada com aqueles anjos.
- Como uma forma nada agradável de castigo – Alex respondeu indo até a porta.
- Eu... É... Desculpa - i gaguejou um pouco, chocada com o que Alex tinha dito – Não queríamos prejudicá-los.
- Nós sabemos – Andrew sorriu triste para as meninas – Não se preocupem.
Os outros três deram o mesmo sorriso que Andrew para as meninas e depois eles saíram do quarto.
- Ai meu Deus – sussurrou baixo um pouco assustada – Nós ferramos com a vida deles.
- Calma , acho que eles não estão tão ferrados - disse e voltou a deitar – Cara, que histórias sinistras.
- Não é? Eu nunca imaginei que veria anjos, ou seria amiga deles - murmurou indo tomar um banho. deu um riso irônico.
- Eu nem acreditava em anjos – a loira riu de novo.
- Acho que só encontrei um, antes, em meus sonhos – disse sorrindo sonhadora.
Elas continuaram conversando sobre o assunto enquanto se arrumavam para jantar. Não viram os meninos no refeitório, e nem depois do jantar. Achando que tinham prejudicado eles, e que eles estavam irritados com elas, as quatro foram dormir com a consciência pesada.

No dia seguinte as meninas levantaram cedo, se arrumaram e desceram pra tomar café, ficaram com a expectativa de encontrar os meninos mas eles não apareceram, nas aulas também não. Isso realmente começou a deixá-las preocupadas que eles pudessem ter sido punidos por contar a verdade sobre eles.
Elas estavam indo pra aula do Tristan quando encontraram com Hanna que disse a elas que Scarlet estava procurando por elas, era algum assunto relacionado ao Baile Anual de Arrecadação.
- Vamos falar com a Scarlet, depois procuramos pelos meninos – disse fechando o celular era a décima vez que tentava ligar para Nate e só dava caixa postal.
Elas foram encontrar Scarlet perto da biblioteca falando com mais duas meninas.
Quando as viu Scarlet sorriu.
- Meninas, eu estava mesmo procurando por vocês – Scarlet disse chamando elas.
- Oi Scar, estávamos fazendo alguns deveres. No que podemos ajudar? – perguntou vendo que a garota tinha uma prancheta com vários itens a serem feitos.
- Deixa eu ver – Scarlet olhou a lista e riu – Se importam de cuidar da decoração?
- Claro que não, vamos adorar – riu, uma risada de verdade desde que tinha descoberto a verdade sobre seus pais.
- Tem algum tema especifico? – indagou.
- Pensamos em Tempos Vitorianos, vestidos de época e tudo o mais – Scarlet disse feliz.
- Sem problemas, adoro esse tema – os olhos de brilharam e as meninas riram.
- Então, vocês têm... Quatro dias e meio pra organizar a decoração, acham que conseguem? – Scarlet indagou preocupada.
- Claro que sim – respondeu segura – Confie em nós, vai dar tudo certo.
- Então, tudo certo. Eu vou passando pelo Ginásio pra ver a decoração nos próximos dias – Scar falou sorrindo – Até mais meninas e obrigada.
As meninas deram tchau e saíram atrás dos meninos de novo, eles não estavam na aula do Tristan e nem na aula seguinte.
tentou ligar no celular de Bryan, mas deu caixa postal também. No começo da tarde, elas foram pra a biblioteca pegar um livro pro trabalho que Tristan tinha passado, quando estavam voltando um pouco distraídas, nem perceberam que tinha quatro garotos esperando por elas na porta do dormitório delas.
- Olá meninas – Alex falou e as quatro olharam assustadas pra eles, sem saber o que fazer.
- Oh Meu Deus! – exclamou sendo a primeira a conseguir dizer alguma coisa, num impulso ela correu até Nathaniel se jogando nos braços dele, o garoto foi pego desprevenido, mas aceitou o abraço relaxando a morena – Vocês estão bem? – ela perguntou olhando para todos, mas ainda abraçando Nate.
- O que diabos aconteceu com vocês? – perguntou colocando as mãos na cintura – Querem saber? Não importa, vocês estão bem – ela sorriu correndo até os garotos, pegou Bryan num abraço e em seguida Alexander, até tentou abraçar Nate, mas ainda estava grudada nele então ela abraçou Andrew se derretendo nos seus braços.
não sabia o que dizer e o que fazer, continuou parando olhando para cada presente louca para abraçar um certo alguém.
sorriu dando um pulinho.
- Vocês estão inteiros – ela disse tocando no braço de Alexander para ter certeza que ele estava ali mesmo, Alex riu.
- Estamos – concordou.
- , tudo bem? – perguntou Bryan vendo que a menina ainda não tinha se mexido um centímetro se quer, concordou e sorriu indo até ele o abraçando apertado – Porque estão tão assustadas?
- Vocês falaram que podiam ser castigos – murmurou ainda agarrada a Nathaniel, Andrew estava ao seu lado abraçando pelos ombros, então ela levantou a barra da camisa dele para ver suas costas – Vocês não levaram chicotadas nem nada não né?
- Estamos no século XXl, – disse Alexander achando graça.
- Mas vocês falaram que a punição não era agradável. E então sumiram. Puf! – fez um gesto com a mão como se algo sumisse no ar.
- Estávamos numa reunião. Puf! – brincou Andrew imitando o gesto de fazendo a menina bater seu quadril no dele, eles riram – Eu to com uma fome.
- Vamos entrar, acho que tem macarrão lá dentro – sugeriu animada por saber que eles estavam bem.
- Vocês não podem nos falar mais nada né? – perguntou assim que fecharam a porta.
Os meninos se entreolharam.
- Você não quer que levemos chicotadas, quer? – brincou Nate tentando relaxar o clima e puxandouma mecha do cabelo de fazendo ela rir.
e sentaram na cama da mais velha enquanto e Alexander foram para a cozinha preparar o macarrão, Nathaniel sentou numa cadeira colocando em frente a cama de e Andrew e sentaram na cama dela.
- O almoço sai daqui a pouco – lembrou depois de um tempo de silêncio.
- Preferimos ficar aqui mesmo – respondeu Bryan que estava na cama de – Tem comida para todos?
- Se alguém vim ajudar – brincou e Bryan riu indo até a cozinha.
- Eu não quero que vocês... – começou sem jeito, curiosa, revirou os olhos prevendo o que a amiga ia dizer – Sejam castigados nem nada, mas...
- Não podemos, – cortou Nathaniel firme e um tanto quanto frio, fez bico – Desculpa, eu...
- Tudo bem – ela concordou desviando o olhar dele e encarando suas mãos ou qualquer outro ponto que não fosse Nathaniel, e olharam de cara feia para Nathaniel, a amiga que havia descoberto sobre o fato deles serem anjos. Ela não queria prejudicar, só queria entender o que estava acontecendo.
- Chega desse papo de anjo – falou pulando da cama, seu humor quase como era antes – Temos que decorar um ginásio!
- É mesmo! - as outras três gritaram juntas, também empolgadas.
- O que fazemos primeiro? - questionou olhando para as amigas, pegou seu notebook e correu até a mesa.
- Pesquisar coisas dos tempos vitorianos? - a morena falou como se fosse óbvio e as amigas reviraram os olhos. Drew e Nate se entreolharam, foram totalmente excluídos.
- Não. Vamos comer primeiro – disse usando sua voz autoritária – e ponham a mesa. guarda esse notebook.
As duas loiras seguiram para a cozinha obedecendo a mais velha, a morena sentada a mesa fez bico, mas fechou o notebook e o colocou em sua cama.
Durante o almoço conversaram sobre coisas banais, e brincavam uns com os outros, quando terminaram colocou os meninos para arrumar tudo enquanto elas iam pesquisar sobre o tema do baile.
- Espartilho. Espartilho. Espartilho... – e cantarolavam pulando em volta da mesa onde e pesquisavam. As quatro estavam animadas com o tema, por terem que usar aqueles vestidos antigos e muito glamourosos.
- Meninas! Parem de pular e ajudem aqui – pediu – vai pegar seu not para você e pesquisarem - as duas loiras reviraram os olhos mais obedeceram à amiga.
- Sabe, nós podemos ajudar – Alex disse indo até elas, os outros estavam atrás dele e procuravam lugares para se sentar – Vivemos nessa época – ele terminou meio receoso, não sabia qual seria a reação das meninas ao saberem que eles eram tão... Velhos.
- SÉRIO? - gritaram as quatro sorrindo empolgadas.
- Conte-nos tudo – pediu praticamente quicando na cadeira que sentava.
- Foi uma época maravilhosa – começou Nate achando que assim se sentira melhor por ter sido grosseiro mais cedo – Os homens eram homens e as mulheres eram mulheres.
- Machismo, Nate? – brincou , ele riu.
- Não é machismo é só como era na época. As mulheres eram as mais prendadas que se possa imaginar, sabiam cozinhar, costurar, tocar piano, pintar e as mais ricas até falavam outras línguas – começou Nathaniel sorrindo para o olhar empolgado de cada menina.
- Os homens eram cavalheiros. Levantavam quando uma mulher se levantava e só se sentavam depois delas, nenhum homem ousava desrespeitar alguma mulher...
- Mesmo num prostíbulo – brincou Andrew cortando Bryan.
- E o romance? – perguntou rindo.
- Um homem só podia cortejar uma mulher depois da autorização do pai e mesmo assim era apenas acompanhar elas em caminhadas, oferecer seu braço quando necessário e hora ou outra numa dança conseguir tocar em alguma parte que não fosse sua mão – explicou Alexander sorrindo – As mulheres usavam longos vestidos belíssimos e os homens estavam sempre bem apresentáveis. Uma mulher nunca poderia ficar com um homem sozinha sem a permissão dos pais, ou beijá-lo mesmo que na bochecha. Não gostariam de ser chamadas de damas da noite.
- Tudo muito chato – encerrou Andrew fazendo um gesto displicente com a mão.
- Nem tudo as roupas eram lindas – comentou .
- Vocês nunca conseguiriam viver lá – falou Nate sorrindo para elas – São muito indomáveis para uma época tão rígida.
- Por acaso você acabou de nos insultar, Nathaniel? – perguntou cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha.
- Na verdade foi um elogio. A mulheres do século XXl sempre foram as minhas preferidas – ele disse piscando para e recebendo um tapa no braço dado por Andrew.
- Ok, acho que já temos bastante – falou ficando de pé, então parou colocando as mãos na cintura – Na verdade não temos nada para a decoração.
Todos riram.
- Podemos ajudar com isso, mas os bailes dessa época sempre foram meio lentos – disse Bryan dando de ombros.
- E chatos – murmurou Andrew – Pensei que tinha me livrado dessa época.
- Podemos misturar um pouco as coisas. Uma dança dessa época seria suficiente, não to a fim de passar todo o baile num canto comportada para fingir que estamos naquela época – murmurou contrariada, ela realmente preferia uma festa que não tivesse música lenta o tempo todo e que além do mais não pudesse dançar livremente com as amigas.
- Como eu disse, indomáveis – disse Nathaniel fazendo um gesto com a mão para ela.
riu.
- Se tiver uma música agitada, bebida e garotas bonitas eu estou dentro – empolgou-se Andrew levantando os braços.
- Garotas bonitas, pode ter certeza que vai ter – disse piscando para ele.

Os próximos dias foram totalmente... Divertidos, todas as turmas estavam atrás de dinheiro, comida e roupas para poderem doar e vencer a competição, as meninas arrumavam todo o cenário o máximo possível parecido com a época vitoriana e ao mesmo tempo deixando um pouco mais moderno fora do ginásio para não ficar chato.
Elas ainda tinham muitas curiosidades sobre os meninos, mas seguravam a língua com medo que eles pudessem se machucar.
Elas não falavam com Chad e Hannah andava afastada, mas sinceramente não se preocupavam com isso.
Zack, Ian e Benjamin também ajudavam na decoração sempre que podiam, mas a relação deles com as meninas ainda estava estranha desde o ocorrido com por culpa de Chad que sempre que podia soltava alguma gracinha.
Na quinta feira quando o sol começava a se por e foi para a área das piscinas onde Scarlet tinha dito que tinha mais tecido para a decoração, Andrew que estava segurando uma escada para Kellan pendurar um tecido no teto, pediu para Nate segurar e saiu de fininho atrás da loira.
A loira entrou numa das salas que tinha perto dos vestiários e encontrou o tecido que Scarlet havia falado, assim que se abaixou para pegar o tecido viu a sombra de alguém aparecer na porta e virou-se rapidamente.
- Que susto Drew! - ela exclamou arfando e colocando a mão no peito, o loiro riu baixinho.
- Desculpa, não queria te assustar - ele disse sorrindo.
- Faz o que aqui? - ela questionou virando para o tecido e o enrolando em uma bola para ficar mais fácil de carregá-lo.
- Queria conversar com você, e com esse baile só conseguimos ficar a sós agora...
- Ai, o que foi que eu fiz? - indagou voltando a encará-lo.
- Nada - ele balançou a cabeça negativamente, rindo – Só queria saber porque você estava tão deprê quando voltou pra escola.
suspirou. Ela não queria pensar nesse assunto, e tinha conseguido fazer isso nesses dias atarefados que ela e as amigas estavam tendo.
- É complicado. Não quero falar sobre isso... - ela murmurou olhando para baixo.
Andrew foi até ela e colocou a mão em seu queixo, puxando-o para cima.
- Sabe que se você ficar guardando vai ser pior. Converse comigo, conte o que houve, não pode ter sido uma coisa tão ruim...
- Meus pais mentiram para mim – ela soltou, o interrompendo – Roberto não é meu pai biológico - Andrew paralisou e deixou a mão que estava no queixo de cair.
- É... É uma coisa bem ruim - ele disse fingindo estar chocado, ele já sabia disso, sem conseguir controlar mais, lágrimas começaram a descer pelo rosto da loira. Ele puxou a garota pelos ombros e a abraçou forte. Eles não falaram mais nada só ficaram ali, abraçados, ela chorava em seu peito e ele a consolava. Ficaram quase meia hora assim, até que uma Scarlet preocupada apareceu na porta.
- Opa – ela disse vendo os dois se afastarem um pouco quando ela falou – E-Eu... Não queria incomodar, é só que você estava demorando e nós ficamos preocupados - ela disse olhando para ela como se pedisse desculpas, sorriu limpando o rastro de lágrimas com os dedos.
- Quê isso Scar, não tem problema – a loira disse abaixando e pegando o tecido nos braços e sorrindo para a garota – não estávamos fazendo nada de mais, só conversando.
- Bom então... Vamos? - ela perguntou ainda desconfortável por ter interrompido eles. Andrew assentiu e foi acompanhou as meninas de volta ao ginásio.

ria sentada numa poltrona de veludo vermelha enquanto perdia a paciência de ter que colocar as velas no lugar certo de cada candelabro em cima das mesas e chamava Mason para fazer o trabalho no lugar dela.
- Hey – uma voz sussurrou no seu ouvido fazendo ela dar um pulinho de susto e levantar o rosto só para encarar Benjamin atrás dela segurando na cadeira, ele riu – Calma, sou só eu.
- O que não me deixa nada aliviada – ela disse ficando de pé e cruzando os braços – Eu já não deixei bem claro que não quero falar com você?
- Desculpa , eu agi por impulso. Não vamos deixar de ser amigos por causa disso – ele pediu, parecia sincero e parou pensando por alguns segundos – Por favor – acrescentou.
- Tudo bem, mais um erro e não ouse nem sequer chegar perto de mim – ela disse, mas acabou rindo com o sorriso brincalhão que Ben deu.
- Algum problema? – perguntou Nathaniel se aproximando e parando ao lado de .
- Nenhum, só Ben dizendo como é um babaca – falou sorrindo para Ben, essa era sua pequena vingança.
- Sou mesmo, gosto da verdade – ele disse sugestivamente encarando Nate. olhou de um para o outro, antes achara estranho a briga deles e todas aquelas alfinetadas de Ben, mas agora já sabendo quem era Nathaniel ela se perguntou.
Quem era Benjamin?
Ouviu lhe chamando para ajudar em alguma coisa.
- Não briguem, venha me ajudar Nate – falou puxando Nathaniel pelo braço para longe de Ben.
- Nos falamos depois, – disse Ben ironicamente acenando.
O resto do dia passou-se normalmente, os professores não estavam passando atividade por causa do baile que seria sábado, então as meninas estavam tranqüilas quando se reuniram no sofá do quarto e ligaram a TV colocando um filme para ver.
- Eu vou chorar – falou olhando para as amigas. O filme mal tinha começado e já chorava que nem louca, poucas lágrimas desciam pelo rosto de e estava com uma expressão triste mais ainda não chorava.
- Porque esse filme tem que ser tão triste? Merda, ele não podia morrer, é um desperdício - falou entre soluços, elas queriam assistir um filme romântico e acabou que escolheram Ps. Eu Te Amo. As quatro adoravam o filme, e o assistiam sempre que estavam na TPM, como era o caso de e .
- Não é?! Odeio, Odeio quando alguém do casal morre – murmurou abraçando uma almofada e enterrando sua cabeça nela começando a chorar.
- Cara, vocês estão na TPM só pode – resmungou, ela ficou triste e até chorou um pouquinho, mas não estava quase morrendo como suas amigas.
- Shiu. Vamos assistir – brigou e assim elas assistiram ao filme quietinhas, quer dizer, e choraram o tempo todo, mas ninguém falou nada.

Sexta-feira foi o dia mais agitado das meninas, tinham poucas coisas para arrumar na decoração e por isso terminaram logo, mas em compensação muitas coisas estavam faltando e elas perceberam que Scarlet e os poucos alunos que a ajudava não estavam dando conta e então se ofereceram para ajudar nas outras coisas e passaram o dia trabalhando. Como era de se esperar, quando a noite chegou as quatro estavam exaustas, mas isso não tirou a empolgação delas, queriam que o próximo dia chegasse logo e elas pudessem comprar seus vestidos e desfrutar do baile que elas tanto suaram para ajudar a organizá-lo.
Como os finais de semana eram livres, todas as meninas do 3º ano combinaram de ir comprar os vestidos juntas, iam na parte da manhã para terem o resto do dia para se arrumarem, por isso as meninas acordaram cedo.
- Isso é um sacrifício pelo vestido perfeito – murmurou enquanto andava sonolenta até o banheiro, passava rímel nos cílios ela foi a primeira a acordar e já estava pronta, terminava de se trocar e acabara de sair do banheiro. Uma batida na porta fez parar o que estava fazendo e correr para atendê-la.
- Hey, bom dia – Sophie disse assim que abriu a porta - Só queria saber se estavam acordadas, saímos daqui uns vinte minutos ok?
- Ah, claro, estamos quase prontas só falta respondeu sorrindo – Quer entrar?
- Não obrigada, tenho que ficar com Hannah, mas até daqui a pouco – a morena falou e saiu as pressas dali.
- Coitada. Aposto que fizeram ela sair de quarto em quarto acordando as outras – disse sentando no sofá.
- Não duvido que isso aconteceu falou fechando o zíper de sua bota.
- Eu quero minha cama – fez birra enquanto penteava os cabelos.
- Fica dormindo e não participe do baile – deu de ombros – Vai deixar Andrew sozinho? Que pecado .
- Besta. Ok, eu vou, só porque não quero perder esse baile – a loira disse abrindo a porta e saindo, ela esperou as amigas saírem e então fechou a porta – e porque eu não quero cometer um pecado desses - ela soltou e as outras três riram.
Encontraram-se com suas colegas de turma no térreo e quando não faltava nenhuma menina elas partiram para o ônibus que as levariam para a cidade. O caminho foi bem divertido, nenhuma das meninas que estavam no ônibus calou a boca um minuto sequer, todas empolgadas com o baile e principalmente com a compra dos vestidos.
- Eu quero taaaaaaaaaaaaaaaaanto ver Nate naquelas roupas antigas – comentou com as amigas, dando ênfase no tanto para ver se as amigas compreendiam o quanto ela queria mesmo aquilo.
- Só você? Acho que Drew vai ficar mais sexy com essas roupas – soltou piscando para as amigas.
- Foi bem legal esse negocio de termos que ser convidadas por eles. Entra mais no clima do tema do baile – falou sorrindo.
- Se Alex ficar melhor naquelas roupas eu vou querer uma maquina do tempo e vou ir viver com ele lá – disse e as amigas riram.
O ônibus chegou na rodoviária e todas as meninas desceram dele, e foram todas para a maior loja de vestidos daquela cidade, a UK Dress.
Talvez não fosse possível uma loja ficar tão cheia de gente como aquela loja estava por sorte à loja era realmente grande e atendia a todos os gostos e modas diferentes, então era de se esperar que ela tivesse alguns vestidos da era vitoriana no andar de cima da loja.
Como eram muitas garotas tiveram que se separar em grupos para não atrapalharem umas as outras, então enquanto algumas escolhiam, outras já experimentavam os vestidos e outras já estavam comprando.
, , e e estavam num canto conversando com Danielle – uma loira de cabelos curtos e repicados e olhos cor de mel, ela era a melhor pianista do colégio e provavelmente da cidade –, Jennifer – uma garota de estatura mediana, cabelos quase até a cintura castanhos claros e olhos pretos, tinham aula de Biologia com ela – e Helena que fora com as meninas comprar os vestidos.
- Não faço a mínima idéia de que vestido escolher. Eu amo os vestidos dessa época – comentava olhando um vestido preto.
- São mesmo lindos – concordou Helena entregando um vestido cinza para Jennifer – Esse é a sua cara.
- Obrigada Helena – falou Jennifer sorrindo e correndo para o provador.
- Com quem vocês vão meninas? – perguntou Helena se sentando num confortável pufe.
- Eu vou com o Kellan – empolgou-se Danielle pegando um vestido dourado – Aposto que ele vai adorar esse vestido.
- Com certeza, mas aposto que o Andrew vai adorar esse – riu-se pegando um vestido preto e cinza – Não, não vai não.
- Você vai com Andrew? – perguntou Helena sugestivamente.
- É – quem respondeu foi colocando o dedo indicador na boca e olhando para dois vestidos – Ela vai com o Andrew, com o Bryan, com o Nate e eu com o Alexander e eu odiei esse vestido amarelo – ela fez uma cara de nojo.
- Acho que eu vi um vermelho a sua cara mais na frente – disse sorrindo para e apontando na direção de um vestido vermelho.
- Porque a pergunta, Helena? – perguntou encarando a diretora sem entender.
- Por nada querida, mas pensei que vocês fosse só amigos – ela respondeu cautelosamente entregando um vestido de cor roxo para – Vai ficar linda.
- Nossa, obrigada – exclamou sorrindo de orelha a orelha.
- E somos só amigos, mas não estávamos a fim de ir com nenhum outro garoto chato metido a galanteador – disse e riu lembrando de Ben – E achamos uma boa idéia.
- Vocês acharam? – ela continuava o interrogatório enquanto via Danielle e se afastarem para experimentarem os vestidos.
virou para ela com um vestido na mão, não entendia porque a diretora do nada estava puxando tanto papo com elas, mas não precisavam entrar em detalhes sobre sua vida.
- Achamos – mentiu por algum motivo que ainda não entendia – E eles concordaram.
- É somos amigos, e Nate vai ficar uma graça com aquelas roupas antiga – comentou rindo, gargalhou.
- Já disse que não mais do que o Andrew – a loira retrucou rindo.
passou um vestido preto e roxo para dizendo que era a cara dela.
Espontâneo, feminino e charmoso e convencida correu para o vestiário enquanto voltava dizendo que ia levar o vestido.
estava mais a frente procurando entre os cabides distraidamente e hora ou outra tirando algum vestido do cabide para olhar melhor, parou dando um pulinho ao seu lado tirando risada das duas.
- Porque mentiu para Helena? – perguntou .
- Não sei, instinto. Depois do que descobrirmos acho melhor sermos cautelosas – disse sincera virando para e cutucou seu ombro – E não agir como se todos fossem boas pessoas.
- Eu não ajo assim, só acho que Helena é uma boa pessoa – retrucou dando de ombros e olhando para um vestido lilás.
- Só muito fofoqueira – brincou – Devia pegar esse vestido.
- Boa idéia, vou experimentar – disse dando um beijo na bochecha da amiga – E tem um vestido dourado lindo na sua frente – ela avisou enquanto corria para o provador.

- Fica quieta – pedia apertando o espartilho de .
A loira gemeu.
- Ta apertando.
- E segundo a história do espartilho ele serve para apertar mesmo, pensei que estava ansiosa com isso – disse rindo e apertando mais uma vez fazendo os seios de praticamente saltarem para cima e a menina procurar por ar – E ninguém mandou escolher um modelo mais antigo.
- Essa roupa me deixa tão sexy – comentou saindo do banheiro apenas com o espartilho, calcinha e uma meia calça, seus cabelos arrumados em elegantes cachos em caracóis e presos atrás por um enfeite de perolas deixando escapar alguns cachos dando um estilo mais despojado.
- Você sabe que não era só isso que as mulheres usavam por baixo da roupa antigamente né? – perguntou rindo enquanto passava para que terminava sua maquiagem.
- Sei, mas a roupa já é quente, você quer mais?
- , termina de maquiar a , vou colocar meu vestido – disse que era a única que já estava tomada banho, maquiada e com o cabelo arrumado.
concordou indo sentar onde antes estava enquanto entrava no banheiro.
Quando saiu do banheiro usando apenas calcinha e o espartilho encarou que ajeitava seu vestido.
O vestido da garota era roxo com as mangas estufadas e um decote reto, fazendo uma cortina na parte da frente num “V” de cabeça para baixo a parte roxa se abria revelando um roxo quase azul, cheio de babados e fitas o vestido era gracioso.
Os cabelos da morena estavam presos num coque com vários cachinhos soltos e uma tiara fina meio lilás terminando o penteado.
- Nossa, você está linda – exclamou dando pulinhos.
que já tinha terminado de maquiar e se levantava para pegar seu vestido virou para a amiga.
- Tão meiga – comentou alegremente.
- Está mesmo, o Bryan vai amar – provocou levando uma travesseirada de .
- Ok, minha vez de ser maquiada – pediu empolgada indo se sentar e esperando começar sua maquiagem.
revirou os olhos e com cuidado para não amassar o vestido sentou na cama para maquiar
- Agora mesmo que eu quero voltar no tempo e viver naquela época – alegou olhando-se no espelho assim que terminou de amarrar o espartilho nela.
O vestido de era realmente a cara dela, lindo, charmoso, espontâneo e feminino com seus babados e deixando seu colo nu ele era simplesmente perfeito.
O vestido era de tons azuis, um azul mais clarinho na saia e os lados mais escuros.
Cada manga tinha uma fita de cetim azul mais claro e nas costas num zigue zague a fita apertava ainda mais sua cintura e caia elegantemente quase até a calda cheia de babados do vestido.
- É mesmo? Por quê? - A pequena indagou sentando numa cadeira, olhou para e apontou para se cabelo.
- Porque as mulheres sofriam tanto e ainda assim ficavam tão divas – A loira falou já começando a trabalhar no cabelo da amiga.
- Total – falou dando um pulo da cadeira assim que disse que a maquiagem estava pronta e correu até seu vestido, ela colocou o vestido cor de vinho, que em uma única palavra para descrever ele seria, sem pensar duas vezes, sexy.
O vestido era sem mangas com a alça bordada delicadamente, o mesmo bordado tinha na saia balão que até mesmo quando andava a forma como a saia arrastava só deixava o vestido ainda mais sexy, o vestido apertava bem a cintura deixando ainda mais em evidencia sua cintura fina e as luvas de seda preta dava um toque ainda mais sexy. Um colar decorava seu pescoço e seus cabelos estavam com ondas grossas jogado para o lado com uma flor preta dando o toque final.
- Mas também, quem não ia ficar diva nesses vestidos?
- É. Eles são o toque final de elegância e glamour dos tempos vitorianos. - falou começando a amarrar o espartilho de .
- Viva os tempos vitorianos – disse alto e rindo, as amigas olharam para ela como se perguntassem “você tem problema?” e depois não conseguiram não rir da cara de santa que a loira fez.
- Estamos gatas – comentou olhando para as meninas com um olhar sexy.
O vestido dourado da mais nova lembrava um vestido de princesa. A saia balão com detalhes de flores douradas e na barra a cor mais cinza, na sua cintura um cinto ainda mais dourado que o vestido e as mangas compridas com a barra da mesma cor que o cinto da sua cintura. O decote era reto, mas não deixava ela menos bonita ou não parecer um anjo. Os cabelos dourados com ondas graciosas e luvas brancas nas mãos.
- Quero só ver os meninos morrendo do coração – falou e elas riram.
- Eu quero é morrer do coração quando ver eles – disse se abanando com a mão.
- Eu também, então senhoritas disse brincando – Vamos ao encontro de nossos cavalheiros.
As quatro saíram do quarto rindo e brincando umas com as outras. Desceram até o térreo onde algumas meninas saíam com seus acompanhantes em direção ao ginásio. Não precisaram esperar, pois assim que desceram o último degrau e olharam para o lado, os quatro garotos estavam parados ali sorrindo lindamente.
Andrew estava simplesmente muito charmoso usando uma calça, meio justa, que ia até seus joelhos que era cobertor por meias brancas até os sapatos clássicos de pontas e com fivelas, a calça e a blusa de botões elegantes eram cinza assim como o paletó parecido com um sobretudo que ficava por cima. Usava um lenço que lembrava a cor do vestido de na gola da blusa.
O mais velho dos guardiões usava uma roupa extremamente parecida, exceto que as cores eram de um marrom escuro e a blusa era branca com o paletó marrom.
Nate estava tão elegante quanto eles, usando a mesma roupa que os, por assim dizer, irmãos num azul escuro o paletó fechado não revelava a cor da sua blusa e só deixava aparecer uma elegante gravata marrom.
E por último estava Bryan com toda sua fofura usando uma roupa como a de Andrew só que da cor roxa, o que fez sua protegida soltar gritinhos empolgados por eles estarem usando as mesmas cores.
- Nossa – murmurou baixinho – Alguém me belisque, por favor, acho que estou sonhando – ela disse e em seguida sentiu alguém beliscar seu braço – Hey .
- Você pediu – a loira deu de ombros.
- Vocês estão muito gatos – começou segurando no seu vestido para não arrastar no chão como as outras faziam – Não que não estejam sempre, por que...
- Eles entenderam – cortou sorrindo para eles antes que sua amiga se enrolasse demais.
- Nem a estrela mais brilhante pode com o brilho de vocês essa noite – começou Nathaniel fazendo as meninas rirem.
- Da onde você tirou isso? – perguntou porque as outras três não conseguiam parar de gargalhar.
- Ele quis dizer que vocês estão lindas – falou Alexander também rindo.
- Ele fica tão fofo sem palavras – comentou Andrew fazendo uma voz de bebê – Não fala nada com nada, né bebê?
- Cala a boca, Andrew – mandou Nathaniel entre dentes então se virou para – Me dá a honra, senhorita?
- Com todo o prazer, monsieur – disse aceitando o braço dele.
- Estamos na França agora? – questionou aceitando o braço de Andrew.
- Estamos aonde você quiser – ele disse piscando para ela.
- Andando – mandou Bryan firme fazendo eles rirem enquanto ele conduzia .
Antes mesmo de entrarem no ginásio elas perceberam como fizeram bem o trabalho de decoradoras.
O jardim estava com vários postes de luzes fazendo um caminho como se fosse uma rua, alguns bancos bem trabalhados e parecendo antigos e caros estavam espalhados pelos jardins onde algumas pessoas segurando copos e taças de alguma bebida estavam reunidas.
A primeira parte da festa havia começado, uma música ao som de violinos e piano tocava ao fundo, o ginásio estava todo decorado como se estivessem em outra época, o teto elegantemente coberto em algumas partes com cortinas de veludo vermelhas, as mesas com candelabro em cada uma e tochas no canto das paredes era praticamente a única iluminação da festa, barman’s vestidos de acordo com a época andavam entre os convidados servindo bebidas e aperitivos e tudo isso apenas para a primeira parte, que era até o momento que desse meia noite e as luzes seriam ligadas e músicas atuais começaram a tocar.
- Quem não falar que somos fodas, vai levar um murro – disse rindo.
- Entra no clima , nenhuma dama nessa época fala assim – pediu .
- Ok! – parou pensando – Quem tiver o desacato de comentar que a decoração não está estupenda, ai de ter a cabeça cortada. Melhor?
As amigas e os garotos riram.
- Se for a rainha má de Alice no país das maravilhas – brincou .
- Rainha má ou não, eu quero dançar – falou dando língua para e olhando sugestivamente para Nate que sorriu e a conduziu ao meio do ginásio.
Nate começou devagar para que a morena conseguisse acompanhá-lo, não demorou muito e os dois já estavam no ritmo da música, rodando graciosamente pelo salão. As meninas se animaram vendo a amiga e logo os quatro casais estavam dançando.
Os quatro casais estavam sentados numa mesa conversa animadamente sobre assuntos que qualquer adolescente normal fala: música, livros, falar mal daquele professor chato ou até mesmo de qual show teria na cidade.
- Essa roupa é realmente quente – comentou bebericando seu copo de refrigerante.
- E a minha então? – resmungou sacudindo suas mangas, as meninas riram.
- Estão dizendo que não querem dançar mais? – brincou Bryan.
- Nããão – gritaram quase todas juntas.
- É divertido dançar com vocês – explicou , as meninas concordaram e a loira continuou – Vocês fazem parecer tão fácil.
- É, eu tava me sentindo uma dançarina profissional dançando com o Nate – falou fazendo Nate rir envergonhado.
- Quê isso, vocês dançam bem – ele disse.
- Aham, está no sangue – brincou Andrew.
- Alunos do colégio Saint Marcus – todos os alunos se viraram para o centro do ginásio onde estava Scarlet num vestido muito elegante preto com a saia balão e mangas estufantes, Mason estava ao seu lado muito elegante – Chegou a hora de anunciar qual a turma que mais arrecadou e que vai ganhar uma viagem com tudo pago no lugar de preferência é... – a garota olhou num papel – Turma do terceiro ano C.
- É a nossa turma – comemorou rindo e ficando de pé, pulou em cima dela gritando.
Não só elas, como vários alunos gritavam animados correndo para o centro do ginásio.
Kellan abraçou e ao mesmo tempo rindo enquanto, Scarlet dava um troféu para Hannah segurar.
- Temos que ir para Nova York – disse Danielle em algum canto.
- Não, temos que ir para algum lugar com praia – falou Mason, que assim como Scarlet era da turma ganhadora.
- Eu concordo com o ruivo – brincou e então olhou ao redor – Onde está Ian?
- Nossa, bem lembrado – exclamou Scarlet fazendo um gesto para seus amigos voltarem aos seus lugares, ela pegou o microfone mais uma vez – E agora alguns dos nossos colegas ensaiou uma dança baseada nos tempos vitorianos.

Fantasias for Violin Solo – Telemann


As luzes abaixaram e se concentraram no centro do ginásio onde quatro casais estavam posicionados a certa distancia.
Os meninos estavam todos com roupas a caráter da época e iguais, com máscaras pretas com brilho dourados, as quatro garotas todas muito elegantes de vestido branco de alça e saia um pouco menos cheia do que as da maioria das meninas se pareciam bastante, altas e de cabelos pretos lisos presos num elegante coque deixando a mostra seu pescoço delgado e se não fosse a máscara branca com detalhes dourados que todas usavam elas podiam se passar por gêmeas.
Quando a dança terminou os aplausos foram gerais, os garotos tiraram as máscaras se revelando Chad, Zack, Ian e Benjamin que agradeciam, mas as meninas apenas agradeceram e simplesmente saíram sem dizer mais nada.
- Estranho – comentou .
- É, quem são elas? – questionou – Não reconheci nenhuma delas.
- Claro, elas estavam usando máscaras – zombou e riu batendo sua mão com a dela.
- Porque em vez de ficarem fofocando sobre elas, não vamos dançar? – sugeriu Andrew animadamente.
- Não estávamos fofocando – exclamou fingindo indignação, mas riu quando Nathaniel ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços – Só um pouco, ah cala a boca Nate e vamos dançar.
Todos riram e seguiram para a pista de dança.

Passava da meia noite e uma música agitada da Beyoncé tocava, a maioria das garotas seguravam seus vestidos acima do joelho para terem liberdade para dançar e vários ternos e gravatas já estavam jogados sobre as mesas assim como alguns saltos desconfortável para dançar.
- Tempo – falou quando a música mudou para outra, a loira fez um “T” com as mãos – preciso ir ao banheiro.
- Eu também – as outras três falaram juntas.
- Tudo bem, nós esperamos – Alex disse sorrindo e sentando numa das cadeiras da mesa deles.
- Não demoramos – sorriu e saiu com as amigas em direção ao banheiro feminino.
- Essa festa está... DEMAIS! - disse entrando dançando no banheiro.
- Pois é, a mais divertida até agora. - disse sorrindo enquanto retocava o brilho labial.
- Eu quero bei... - não conseguiu terminar a frase, pois a porta foi aberta brutalmente.
- … isso é humilhante! - a morena que abriu a porta falava, outras três morenas vieram atrás dela e só ouviam.
Essa morena era sem duvidas a mais simpática das quatro, os grandes olhos verdes eram expressivos e o sorriso era simplesmente lindo e contagiante, os cabelos lisos escapavam dos coques e caiam por sua bochecha rosada.
- Calma Lou - a última disse encostando na porta e revirando os olhos. A morena se parecia muito com as outras, mas com algumas claras diferenças, esta, por exemplo, tinha um quê de sexy gritando em cada expressão do seu rosto, lábios grossos e rosados, olhos claros e sobrancelhas perfeitas, o rosto como de uma boneca bem feita – Devia agradecer por nos tirarem daquele lugar.
- me passa o lápis? O meu está saindo. De novo - pediu fazendo bico.
Só então que as quatro morenas perceberam que não estavam sozinhas.
- Claro – respondeu entregando seu lápis de olho para a amiga.
- Ei, não eram vocês que dançaram mascaradas? - indagou olhando para as meninas.
- Sim, éramos nós mesmo – uma delas respondeu sorrindo sem dentes. Ela tinha o mesmo tipo das outras, cabelos lisos variando entre castanhos e pretos, olhos claros e rosto quase perfeito. A diferença eram seus olhos expressivos e marcantes como uma gata manhosa e sexy, o queixo era firme e o sorriso discreto quase como se ela observasse cada uma e tirasse suas próprias conclusões.
- Wow, parabéns vocês estavam... magníficas – elogiou sorrindo sem olhar para elas.
- Obrigada - a única que não havia falado ainda falou.
Essa garota estava com os grossos cabelos lisos e castanhos soltos do coque que ela usou quando dançou, a sobrancelha fina e os olhos verdes pequenos, ela tinha uma cara que ao mesmo tempo parecia inocente e poderosa.
As meninas sorriram para elas e voltaram ao que estavam fazendo.
- São lindos os vestidos de vocês. Apropósito sou Lesley - a morena sorriu – Essas são, Louise, Lexy e Lana.
- Oh, claro - sorriu e apresentou as meninas.
- Vamos voltar para a festa? - perguntou impaciente – Quero dançar.
- É mesmo, a festa - Louise disse e riu - Vamos juntas.
- Claro, porque não? - sorriu e as oito saíram do banheiro e voltaram conversando para o ginásio.
- Eles continuam ali – comentou sorrindo.
- Quem? - Lexy perguntou e olhou na direção que olhava.
- Nossos acompanhantes - falou.
- E-Eles são seus acompanhantes? - Lesley gaguejou assim que viu de quem elas falavam.
- São nossos amigos também. Cara, como eles conseguem ser tão gatos? - falou suspirando.
- Quando descobrir me avisa – empurrou a amiga pelo ombro rindo. - Vamos lá, meninas querem vir conosco? Podemos apresen... - virou para trás, mas não tinha ninguém ali, elas olharam para os lados e não viram nenhuma das meninas por perto.
- Estranho – falou e elas começaram a andar até a mesa onde os meninos estavam.
- Que nada, elas devem ter ido respirar um pouco depois de sofrerem um mini-ataque do coração ao ver essas beldades – brincou e bateu sua mão na de .
- Que beldades? - Andrew – que já estava de pé - perguntou sorrindo maroto e passando o braço pelo ombro de .
- Adoro o jeito de vocês – disse rindo percebendo que eles realmente não notarem que era deles que elas falavam, a morena nem se deu ao trabalho de sentar por uma música animada começou a tocar e ela deu um gritinho.
- Precisamos dançar – gritou rindo e puxando pelo braço, fez o mesmo com e as quatros correram para a pista olhando sugestivamente para os meninos esperando eles virem atrás, elas não queriam ficar longe das beldades.
e as meninas estavam dançando no meio da pista, quando a música acabou elas foram pegar alguma coisa pra beber, elas sentaram nos banquinhos que tinha no bar e pediram quatro sucos bem gelados.
- Gente, eu amo aquela musica – comentou virando pra ver a pista.
- Sem contar que nós arrasamos dançando ela – disse virando também.
- E as mocinhas dançam muito bem – Bryan disse surgindo do meio da pista e indo em direção a elas.
- Valeu – as quatro falaram juntas.
- Ainda estão muito cansadas ou dá pra dançar mais um pouco? – Nate indagou estendendo a mão para que aceitou de bom grado e foi pra pista de dança.
- Também vou – disse e Liam foi junto.
- Eu também – riu quando Alex colocou a mão no seu ombro, como se pedisse pra ela esperar que ele também ia.
- Eu vou ficar – disse e Bryan sentou do seu lado.
A festa estava animada, todos estavam dançando, riam e se divertiam. Mas, alguma coisa não estava deixando curtir de verdade aquela festa, na verdade, era alguém. Ele sentou do lado dela, sem dizer nenhuma palavra, e isso era uma tortura. Ela sabia que tinha prometido pras amigas que não iria se envolver, mas algo em seu coração falava mais alto e algo em sua mente gritava ainda mais, a fazendo ficar com medo dos próprios sentimentos. Sua pele sentia que ele estava olhando para ela, era aquele arrepio que sempre sentia quando ele estava por perto, ela estava começando a ficar sem ar.
- Com licença – pediu e se levantou mais do que depressa da cadeira e praticamente saiu correndo da festa.
Já do lado de fora se sentiu muito melhor, quando sentiu a brisa do mar, mas junto com a brisa, veio o perfume dele. Sua pele se arrepiou ao sentir ele mais perto dela.
- – ele a chamou com aquela voz baixa, calma e rouca que a fazia de derreter inteira – Você está bem? – ele perguntou e sentiu que ele estava atrás dela.
Ela se virou e o encarou, ficou sem fôlego novamente. Sentiu os olhos pinicarem com lágrimas, porque sabia de alguma maneira que não poderia ficar com ele.
- Oi Bryan, estou sim. Só que lá dentro estava muito quente e resolvi tomar um pouco de ar – respondeu tentando dar o seu melhor sorriso.
- Tem certeza?
- Absoluta – ela respondeu baixo – Vou andar mais um pouco – ela falou e se virou para o caminho de pedras que lavava a praia.
Ela mal deu dois passos quando sentiu alguém segurando a sua mão. Ela não precisava olhar pra saber que era Bryan, ela conhecia aquele toque, só pela poucas vezes que se encostaram sem querer. As lágrimas que ela não queria que ele visse já escorriam pelo seu rosto, era difícil se apaixonar e saber que nunca seria correspondida.
- Por que está chorando? – Bryan perguntou limpando as lágrimas do rosto dela.
- Por nada, besteira minha. Saudades de casa, eu acho – respondeu olhando pra ela e mais lágrimas escorreram.
- Não chora assim você acaba comigo. Odeio te ver assim – Bryan pediu chegando mais perto.
- Desculpa, eu estou confusa quanto... – ela se calou.
- Quanto? – ele incentivou.
- A nada – ela suspirou derrotada e olhou pra ele.
Ela se perdeu naquele olhar intenso, o rosto dele. Suspirou de novo fechando os olhos e sentiu uma nova brisa batendo e abriu os olhos e viu que Bryan tinha se aproximado.
- Bryan?!!....
- Shhhhh - Ele pediu e encostou os lábios nos dela.
a principio se assustou, mas quando percebeu que não era ilusão, ela se entregou, enlaçou os braços no pescoço dele fazendo os dois ficarem mais perto um do outro, Bryan percebendo que ela estava se entregando, apertou a cintura dela aprofundando o beijo. Aos poucos se separaram ofegantes e olharam-se nos olhos, vendo apenas o brilho de desejo e alguma outra coisa. não conseguiu voltar a pensar, pois outro beijo recomeçou, agora com carinho, apenas como se existissem os dois ali.
Quando se separam de novo, apenas sorriram um para o outro se abraçando e curtindo o momento, se embriagou com o perfume dele, e não pode deixar de reparar em uma marca que ele tinha um pouco abaixo do pescoço, parecia um “3” só que com as laterais mais abertas, era linda, mas aquele momento, de estar abraçada com ele era mais ainda.

Era de madrugada, talvez três da manhã e as meninas estavam quase caindo de tanto sono, estava sem o pesado vestido usando apenas uma calça de pano largo que se usava por debaixo das roupas naquela época, o espartilho e o casaco de Alexander que carregava ela como se ela fosse um bebê, a menina dormia no mais profundo sono, obrigara Andrew a levar ela de macaquinho, se apoiava em Nathaniel que a abraçava pela cintura e Bryan e andavam de mãos dadas, eles haviam sido bem discretos o resto da noite e nem sequer contaram aos amigos sobre o beijo.
e ainda se apoiando em Nathaniel virou para eles.
- Obrigada... Por nos... Acompanhar – sussurrou a frase sendo interrompida pelo bocejo.
- Deixa eu colocar ela no quarto – murmurou Alex e as meninas concordaram abrindo a porta do quarto para ele entrar, desceu das costas de Andrew dando um beijo na bochecha dele.
- Até amanhã – ela disse sonolenta.
- Vocês conseguem chegar até o quarto sem cair? – brincou Andrew segurando em quando ela tropeçou nos próprios pés.
- Talvez – murmurou encostando o rosto no peito de Nathaniel -, mas aqui está tão quietinho.
- É o sono – desculpou-se pela a amiga, então se virou para Bryan sorrindo para ele – Boa noite – e surpreendendo todos ela se esticou puxando o rosto dele para lhe dar um selinho.
Silêncio.
Mais silêncio.
E o silencio continuou.
- Meu Deus! – exclamou parecendo de repente acordada – Quando isso aconteceu?
- Como aconteceu? – gritou rindo.
- Quer mesmo que eu explique, ? – riu-se abraçada a Bryan, ele aceitava o abraço, mas não dizia nada tentando decifrar os olhares acusatórios dos amigos.
Alexander que estava de volta olhou para ele quase que com raiva.
- Pro quarto. Agora!
As meninas olharam para o loiro sem entender sua reação, mas ele continuava encarando Bryan.
- Nos falamos amanhã – Bryan disse e sem se incomodar com o tom de Alexander deu um selinho em .
- Vão dormir – Nate deu um beijo na testa de e empurrou ela para o quarto, antes que ela falasse algo, Andrew fez o mesmo sorrindo brincalhão para .
As meninas foram para o quarto e assim que a porta se fechou os meninos ouviram gritinhos e risos delas provavelmente iriam fazer várias perguntas para , mas eles não ficaram para ouvir, na verdade nem conseguiriam, pois mesmo sem precisar abrir suas asas Liam praticamente voou até André arremessando ele para fora do corredor.
André bateu com um estrondo na parede, mas antes que se defendesse Liam arremessou ele escada abaixo sabendo que isso não o machucaria.
Caspian e Daniel ficaram alertas indo atrás deles, desceram as escadas em segundos e logo estavam fora do dormitório feminino.
- Como. Você. Ousa? – cada palavra de Liam era pontuada com um soco, um chute ou um empurrão em André, André era mais novo do que Liam quase um século e essa diferença era clara quando lutavam – Tem noção de como é difícil para a gente – Liam segurou André pela blusa e jogou ele contra a parede do dormitório feminino, André não seu defendeu – mentir para elas? – ele socou a parede com força ao lado do rosto de André, deixando uma marca na parede – não se envolver com elas? – o garoto deu um chute em André, ele estava completamente dominado pela raiva – não se apaixonar por elas? – sua voz subiu algumas oitavas e antes que seu punho acertasse o rosto de André, Daniel segurava nele e o puxava para trás.
Caspian levantou André – que tinha caído, fraco, derrotado e culpado por deixar os amigos enraivados, quando Liam fora obrigado a soltar ele - ficando na frente dele, o mais novo também tremia de raiva, mas estava cansado dessa briga.
- Me solta – rugiu Liam se debatendo, mas assim como ele era mais forte do que André, Daniel era mais forte do que ele.
- Já chega – mandou Daniel em tom baixo e calmo.
- Como você está tão calmo? Ele... – Liam soltou sons incompreensíveis e quando se acalmou, Daniel soltou ele. Todos agora se viraram para André que continuava parado no mesmo lugar que Liam deixara ele.
- Você tem idéia do perigo em que nos colocou? - Daniel falou sem saber o que fazer - O que irá acontecer se Marcus ou qualquer outra pessoa descobrir?!
- Se é que já não descobriram - Caspian estava andando de um lado para o outro, raciocinando tudo que acabara de acontecer.
- Se isso nos prejudicar, eu juro que te mato - Liam já havia se acalmado, mas não se esqueceu do assunto - Isso vai ter conseqüências, e se todos formos punidos... - Liam deixou a frase no ar, não queria se irritar novamente.
- Eu sei que o que fiz foi errado... - André não conseguiu terminar, pois foi interrompido.
- Não só errado, como imprudente! - Daniel falou o cortando.
- Posso terminar? - André falou revirando os olhos, e assim que todos concordaram ele continuou:
- Eu sabia o que estava fazendo, mas não pude parar, quando percebi já não tinha mais volta, não me arrependo tanto assim, pois a sensação que tive não se iguala a qualquer outra coisa.
- Fico feliz por você, mas acha que alguém vai escutar sua explicação? E se escutar, vão ao menos ligar?! - Caspian que sempre parecia o mais irresponsável agora mostrava outra imagem de si.
- Ele está certo, não tem desculpas para o que fez - Daniel falou suspirando - Só podemos esperar pelo pior.
Eles ouviram o barulho de salto e viraram o rosto dando de cara com quatro morenas.
- O... o que...? - Caspian não conseguiu terminar, dando um passo para trás ao reconhecê-las. Daniel arregalou os olhos chocado. Liam piscava os olhos sem parar ainda não acreditando no que via e André franziu as sobrancelhas confuso.
- Olá meninos – as quatro disseram em uníssono dando um sorriso gigante e malicioso.





Continua...







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