IX – Desentendimentos

Grécia Antiga

Deuses eram muito conhecidos na época, mas anjos era quem estavam no lugar deles, quatro deles desceram para ser guardiões de chaves, as chaves do mundo, cada um em uma época diferente, mas agora eles haviam se encontrado na Grécia.
Marcus era o chefe deles, chefe de todos os anjos guardiões, sabendo do futuro dos quatro garotos Marcus levou quatro irmãs para passarem o tempo com eles e não os deixarem sozinhos, e funcionou como o esperado, depois de um tempo todos estavam juntos.
Um longo tempo se passou e as garotas ficaram sabendo de todo o plano para as chaves, em busca de fama escreveram um livro contando toda a história sobre elas. As chaves seriam criadas, mas um grande mal estaria sempre em busca delas. As garotas tiveram o que mereciam, foram expulsas do céu para sempre, mas o risco para a humanidade já estava declarado.

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- Ei, espera por mim – gritava Caspian rindo enquanto observava Louise correr montanha abaixo sem se preocupar com nada, nem mesmo com seus cabelos voando para todos os lados.
Caspian conseguiu alcançar Louise rapidamente, seu corpo forte e atlético bateu de encontro ao dela segurando na sua cintura e fazendo ela parar.
Louise riu, nem um pouco chateada de perder a corrida ou a brincadeira, o cheiro de Caspian fazia ela apenas querer ficar perto dele mais e mais.
- Você me pegou – cantarolou a morena.
- Adoro te pegar – disse Caspian maliciosamente, ele deu um beijo no ombro descoberto da garota por causa do vestido de um ombro só que ela usava – E te beijar.
- Senhor Ivashlov, está me cortejando? – brincou a garota.
Caspian riu, seus cabelos estavam um pouco compridos, batendo na altura do queixo e voavam para trás por causa do vento forte, ele pegou Louise no colo.
- Meu bem, já passamos da etapa de cortejar – ele disse deitando ela devagar e com delicadeza no gramado fofo do jardim onde estavam, ele deu um beijo no pescoço dela.
- Estamos em que etapa então, querido? – Louise perguntou, direta e rindo.
- Ah – a mão de Caspian desceu para a barra do vestido branco que batia no meio das coxas dela, ele foi subindo o vestido sua mão roçando nas coxas da morena enquanto ele fazia uma cara de pensativo – Estamos numa etapa muito – o vestido já estava na altura da barriga dela, ele deu um beijo no seu umbigo fazendo ela contrair a barriga e ofegar, ele riu – muito avançada – e terminou a frase jogando um vestido num canto mais distante enquanto eles começaram seus próprios movimentos no jardim, com o vento cada vez mais forte refrescando seus corpos quentes e suados.

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O vestido de Lana arrastava graciosamente no chão enquanto eles se mexiam numa dança graciosa, o salão de teto alto estava vazio exceto por eles e a banda do baile da noite anterior.
- Não vamos cansar nunca? – murmurou Lana deliciada com a delicadeza com a qual André a conduzia.
Ele riu fazendo um agradecimento propício da época e se afastando dela.
- Se assim deseja – ele disse, mas mal dera alguns passos para longe sentiu as mãos quentes de Lana segurarem seu braço.
- Eu estava brincando, André – ela disse cautelosa.
- Eu também – André riu puxando ela para a sua frente e capturando seus lábios num beijo doce e delicado.
- Não tem graça – riu-se a morena entrelaçando seus dedos com André para eles caminharem pelo castelo – O que vamos fazer hoje?
- O que você quiser – disse André sorrindo, fazia alguns meses que Lana e suas irmãs estavam com eles e tudo estava melhor.
- O que acha de você me contar o grande segredo que fazem você e seus amigos tão importantes? – questionou ela cruzando os braços.
- O que acha de me contar como você consegue ser tão linda mesmo depois de horas dançando?
E conseguindo como sempre conseguia tirou o bico dos lábios de Lana e puxou ela para mais um beijo.
- Podia passar horas te beijando – André disse voltando a caminhar com ela.
A garota riu, como se achasse isso um pedido muito fácil.
- Então, por não faz? – e encostando ele na parede dessa vez ela beijou seus lábios com paixão.

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- De quem é a vez? – perguntou Liam distraidamente, um sorriso brincando em seus lábios.
Ele estava deitado numa grande cama confortável, com um lençol de seda branco sendo a única coisa que lhe cobria da completa nudez, Lesley estava deitada sobre ele apoiando o rosto no seu peito para encará-lo, o lençol lhe cobrindo da cintura para baixo, as mãos de Liam subiam e desciam pelas costas nuas dela.
- Sua, talvez – ela disse distraidamente.
- Tudo bem – o moreno parou pensando – Dia do ano preferido?
Lesley fez uma careta pensando, e então sorriu para ele.
- O primeiro dia de inverno – murmurou, Liam levantou uma sobrancelha perfeita sem entender – Ninguém nunca percebe quando o frio se aproxima, ainda acostumados com o calor do verão, ou a temperatura agradável do outono, mas o inverno chegou e de mansinho e de forma cautelosa ele ocupa seu lugar.
Liam riu.
- Escolha interessante – disse.
- Eu sei outras coisas interessantes que podemos fazer – Lesley disse, suas unhas cravando no peito do garoto fazendo ele gemer involuntariamente, ela riu – adoro fazer isso com você.
- E eu adoro ter você – ele disse maliciosamente, ela riu enquanto Liam mudava as posições ficando em cima dela, as unhas dela agora foram para suas costas o arrepiando.
- Você é meu – Lesley disse puxando o rosto dele para um beijo.

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- Por favor, Daniel – pedia Lexy fazendo um bico adorável nos seus lábios rosados.
Daniel empurrava ela para frente e para trás no balanço que ela estava, mas apenas ria das tentavas falhas de conseguir alguma resposta.
- Desiste Lexy, não é algo que eu possa contar – ele falava calmamente.
- Eu gosto de segredos – ela disse levantando o rosto para encarar ele, seus sedosos cabelos encostaram na barriga de Daniel e suas mãos roçaram nas mãos dele, apenas esse toque fez ele se arrepiar – E você gosta de mim, todos saem ganhando.
Daniel riu se inclinando para lhe dar um rapidinho selinho nela.
- Porque não fazemos outros acordo?
Lexy soltou um muxoxo irritada, travou os pés no chão para ele parar de balançar ela e virou para encarar ele.
Daniel continuava sorrindo.
- Conte-me – Lexy insistiu saindo do balanço – Conte-me Daniel – ela pediu mais uma vez, empurrou o loiro para ele se sentar no balanço e sentou no seu colo, uma perna de cada lado do seu corpo, o corpo de Daniel ficou tenso – Conte-me, por favor – ela sussurrou no seu ouvido.
- Você sabe como conseguir as coisas de um cara – Daniel sussurrou beijando o pescoço dela.
- Então? – perguntou Lexy lhe dando um beijo para reforçar a pergunta.
- Então, que eu não sou um cara – ele disse, Lexy olhou para ele irritada, mas logo tudo foi esquecido quando os lábios de Daniel se encontraram mais uma vez com os dela.

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Todos olharam para André, entendendo aquilo como a punição deles pelo beijo do garoto.
- Poderiam nos ajudar, e dizer do por que de sermos perdoadas? - Lexy falou se aproximando deles junto as irmãs a passos lentos.
Eles se entreolharam, se elas não sabiam, por que eles iriam contar?
- Na verdade, não, depois do que fizeram, o certo seria isso nunca acontecer - Liam falou sem conseguir olhar para as garotas.
- Liam, anjos não mentem - Lesley falou se aproximando do garoto e sussurando no ouvido dele enquanto andava ao seu redor - Então por que agora resolveu começar a mentir? É pelas garotas? Aquelas que vocês protegem?!
Ele segurou no pulso dela não conseguindo se controlar, mas ao olhar nos olhos da mulher que um dia ele já amara foi afrouxando o aperto até solta-lá, a garota continuou no lugar onde estava, e o clima tenso no ar estava cada vez pior.
- Não queremos machucar ninguém, só queremos saber por que nos mandaram para esse lugar que é pior que o purgatório - Lana falou olhando ao redor com cara de nojo.
- É um ótimo lugar, o único problema nele foram vocês mesmas que causaram - defendeu Caspian - Não reclamem de algo que vocês já gostaram.
- Isso foi pessoal? - Louise perguntou arqueando uma sobrancelha.
- Chega de papo, vamos logo para nosso quarto meninas - mandou Lexy, que era a mais velha das irmãs.
- Não esquecemos do que fizeram, eles podem ter as perdoado, mas nós não - Daniel falou assim que elas se viraram para ir embora.

Quando e acordaram a primeira coisa de que se lembraram foi da conversa sobre o beijo de e André, sendo assim, resolveram acordar a amiga que sempre acordava antes delas. estava no banheiro pois já havia acordado fazia um tempo, quando voltou, e estavam em volta da cama de tentando acordar a amiga.
- , levanta dessa cama, queremos saber o que aconteceu! - falava chaqualhando a amiga que continuava dormindo.
- Não, me deixa em paz - falava se virando e cobrindo a cara.
- O que aconteceu? - perguntou assim que se aproximou delas.
- beijou Bryan, mas não quer levantar para nos contar como foi - falou fazendo bico.
- Então aconteceu mesmo? - que finalmente dava sinal de vida levantou num pulo - Estava com medo de acordar achando que não era real.
e riram, revirou os olhos, mas também riu com as outras duas.
- Ok, chega, conta logo - falou se sentando na cama de que começou a contar detalhe por detalhe do ocorrido.
- Queremos os detalhes dos detalhes, por favor – pediu .
As meninas estavam encolhidas na cama de , com copos de chocolate quentes na mão com preguiça demais para irem tomar café, o mar estava tão agitado que dava para ouvir as ondas baterem nas pedras do quarto delas e uma chuva fraca começava.
- Eu não sei o que deu em mim, ou nele. Nos deixamos levar – contava animadamente para as meninas, mal acreditando no que acontecera.
- Sua safada – brincou rindo, mas ela estava feliz pela amiga – Quem dera eu ter essa coragem.
- Está a fim do Alex? – perguntou , as meninas viraram sua atenção para mais nova, bebericou seu chocolate quente e levantou o rosto para as amigas sorrindo inocente.
- Como?
- Fala, – gritaram as outras três juntas.
Ela riu e balançou a cabeça negativamente.
- To confusa – falou .
- Ta lerda, viu amor? – brincou logo soltando um beijo para a amiga – É que o Alexander está sempre tão presente, tão amigável e ontem eu meio que fingi que estava dormindo...
- Safada! – gritou acusatoriamente rindo alto – Não acredito.
- Eu disse que meio que fingia, estava com preguiça de andar até o quarto – ela deu de ombros como se não fosse nada demais – Só que, diferente da nossa amiga aqui, eu me dei conta de uma coisa. Ele é um anjo.
As meninas se calaram no mesmo momento, as coisas estavam tão normal, tão perfeitamente adolescente e comum que elas haviam se esquecido do mundo sobrenatural que existia em volta delas.
suspirou.
- Eu não sei o que há de errado com a gente – ela começou, o tom deixando claro que ela havia parado de brincar e estava falando sério -, ou com eles, talvez. Mas eu gosto do que temos, seja lá o que seja. Eu nunca confiei em ninguém... Nenhum garoto – acrescentou ao olhar das amigas – como eu confio no Nate. Ele me faz sentir segura e ao mesmo tempo é o único garoto que não fala comigo com segundas intenções – ela brincou para relaxar o clima fazendo as amigas rirem.
- Comigo é um pouco mais confuso – se sentiu no dever de falar algo, já que parecia que era o momento de confissões – Vocês sabem como eu sou com relacionamentos. Eu fiquei quatro anos com o Harry e nunca me envolvi com nenhum outro garoto, a base para mim é a amizade e a confiança. Não estou dizendo que não confio no Andrew, eu confio muito nele e ele é meu... Bom, acho que ele é meu melhor amigo atualmente, só que mesmo ele sendo um puta de um gostoso – as meninas riram – eu não sei se ele quer ou se eu quero algo, além disso.
- Meninas – exclamou cortando todas elas – Eu sei que por causa do que aconteceu ontem todas vocês devem estar confusas e pensativas. Mas eu não estou ok? Eu realmente gosto do Bryan, provavelmente desde a primeira vez que vi ele. E não me arrependo de nada, não dessa vez. Fosse ele anjo, demônio ou qualquer outra coisa sobrenatural eu ainda teria beijado ele e ainda teria gostado disso.
As meninas se entreolharam, amigas desde a infância não precisavam ficar falando para se entenderem. Elas simplesmente se entendiam, com um simples olhar ou gesto, elas eram mais do que amigas, elas eram irmãs.
Uma batida na porta interrompeu o momento delas.
- Falando neles – comentou rindo ao se dar conta que estava quase no horário do almoço, ela levantou da cama de e foi até a porta, mas ao abrir no lugar de quatro lindos garotos, estavam quatro lindas meninas – Er, oi, algum problema? – perguntou sem jeito encarando as meninas.
- Quem é ? – perguntou se esticando na cama para ver quem estava na porta – Ah! Oi.
- Oi meninas – disse Lesley amigavelmente – Olha que coincidência, somos praticamente vizinhas de quarto.
- Legal – murmurou ainda segurando a porta sem entender o que elas estavam fazendo ali, ela olhou para as meninas – Querem alguma coisa?
- Ah sim, viemos chamar vocês para almoçarem – disse Louise revirando os olhos como se fosse idiotice só lembrar disso agora.
- Não íamos almoçar agora – murmurou saindo da cama.
- Ah, vamos meninas – pediu Lexy fazendo bico – Não conhecemos ninguém ainda.
As meninas se entreolharam.
- Deixa só a gente se arrumar – falou por fim tirando sorrisos das quatro meninas.

O tempo estava realmente frio, as meninas se apertavam nos seus casacos e alunos corriam para dentro do ginásio onde estava sendo servido o almoço, a chuva começava a ficar mais forte.
- O tempo mudou – comentou Lana distraidamente, algo no seu tom de voz dava a desejar que ela não falava só do tempo.
- É sim – concordou olhando de canto de olhos para as amigas, elas estavam achando tão estranho essa situação quanto ela?
- Olha, os meninos chamando a gente – a voz de quebrou o silêncio, aliviada por encontrar rostos tão amigáveis acenando para elas, ou estavam amigáveis até perceber quem estava ao lado delas.
- Amigos de vocês? – perguntou Lesley com um sorriso brincando nos lábios.
- É – murmurou apressando o passo para chegar logo até eles.
Os meninos estavam tensos, seus olhos passando de uma menina para a outra e as mãos fechadas em punhos, enquanto as meninas andavam apressadamente até eles, atrapalhada como sempre tropeçou em alguma coisa quase caindo no chão à mão de Lesley veio para lhe ajudar.
- Cuidado – ela alertou, sua voz se arrastando quase como de uma cobra.
E isso arrepiou , mas nada foi mais assustador do que Nathaniel aparecer de repente do seu lado puxando ela do aperto de Lesley.
- Eu cuido dela – ele disse entre dentes, sua mão apertando demais o pulso de e sua outra mão fechada em punhos, podia-se jurar que ele estava rugindo.
- Ei, venham comer – rapidamente a voz de Andrew chegou até eles para aliviar a tensão.
- Espero que não se importem com mais algumas convidadas – murmurou Lana alegremente indo se sentar ao lado de Bryan, foi mais rápida passando a sua frente e dando um selinho nele que apesar de ainda estar encarando Lana retribuiu a demonstração de afeto – Que lindo, esse beijo devia ser proibido.
Dessa vez Bryan que rugiu.
As meninas se sentaram entre os meninos e as novas garotas sentindo a tensão do lugar sem saber exatamente o porque, mas de repente elas não queriam mais ser tão amigas das novatas.
- Não acredito, o grupo está novamente reunido – a voz de Benjamin pegou eles de surpresa vindo exageradamente alta, eles se viraram vendo Ben se aproximar de braços abertos e com um sorriso malicioso nos lábios.
apertou o braço de que virou para ela sem entender, apenas movimentando os lábios disse:
- Eles se conhecem - e apontou discretamente com a cabeça para as novatas e seus amigos.
apertou o braço de querendo alertar ela, não tinham como fazer o mesmo com porque esta estava encolhida ao lado de Bryan.
- Que surpresa agradável – Chad também se aproximava, colocando as mãos nos ombros de , a garota se encolheu e e praticamente rugiram para ele, mas Alexander foi mais rápido ficando de pé e empurrando Chad para longe.
- Vá embora – mandou Alex.
- Ainda vivendo segredos? – perguntou Ben colocando as mãos no ombro de , ela tentou não se encolher ao toque, mas algo estranho estava acontecendo ali e ela não tinha certeza se queria saber o que era.
- Você está me tirando do sério – disse Nate, sua voz carregada de raiva ele também ficou de pé – E você sabe que quando eu fico fora de mim não é nada agradável.
- Quê isso amigo, pelos velhos tempos vamos conversar – disse Benjamin levantando as mãos em forma de paz, Nathaniel rugiu como resposta.
- Certas coisas não mudam – cantarolou Lesley que até então estava calada.
- Porque vocês estão aqui? – Bryan resolveu perguntar apertando ligeiramente contra ele.
- E porque agora? – completou Andrew cruzando os braços.
E então a conversa parecia ser algo de séculos atrás, algo que as meninas não deveriam estar envolvidas, de fato parecia que tinham esquecido que elas estavam ali e isso irritou elas. Todas elas. E muito.
Elas não gostavam de ser esquecidas, ignoradas ou rejeitas e as três coisas de uma vez não estavam ajudando.
As luzes do ginásio piscaram várias vezes, um trovão foi escutado fazendo várias alunas gritarem assustadas.
- Estamos indo comer no nosso quarto – falou por todas elas.
As meninas concordaram ficando de pé, todos haviam parado a briga olhando para elas como se não a reconhecessem. Elas acharam que eles olharam para elas como se só agora percebessem que elas estavam presentes e isso as irritou ainda mais.
- Não, esperem – pediu Andrew.
- Não – falou entre dentes, ela ofegou irritada.
A chuva ficou tão forte que dava para ouvir bater no teto do ginásio, outro trovão.
Algo... Algo não estava normal, algo estava fluindo por elas as deixando irritadas e raivosas, elas não gostavam desse sentimento, mas tão pouco podiam controlar.
- Está chovendo – falou Nathaniel, sua voz mansa como se quisesse acalmar elas.
- Foda-se – praticamente gritou, ou talvez tivesse gritado, outro trovão caiu nesse exato momento.
tremia de raiva, não estava entendo da onde viera isso, mas o que ela sentia não era normal, ela não conseguia falar porque sentia que poderia avançar em alguém se fizesse isso, então agarrando o braço de puxou ela para longe do ginásio.
Aquele pequeno grupo estava silencioso, mas assim que elas se afastaram escutaram a conversa e o murmurinho dos seus outros amigos por todo o ginásio.

foi a última a entrar no quarto e bateu a porta com força, as meninas estavam sentando no tapete fofo no chão respirando pesadamente.
A janela da varanda bateu com força.
- Que merda... – começou se jogando ao lado de .
- Eu sei lá – exclamou irritada, ela nunca ficara tão irritada assim.
As meninas respiravam aceleradamente, o peito subindo e descendo sem parar e as mãos apertando o tapete do chão tentando controlar a raiva que se espalhava rapidamente.
Não demorou muito e ouviram batidas na porta.
- Ah por favor! - reclamou revirando os olhos – NOS DEIXEM EM PAZ.
Esperaram poucos segundos antes de virarem a maçaneta e abrirem a porta. e também levantaram.
- O QUE FAZEM AQUI?! - gritou levantando num pulo trazendo consigo.
- Deve ser horrível ficar com essa sensação – Lesley começou entrando no quarto e parando de frente para as amigas, um sorriso debochado apareceu em seu rosto – Serem ignoradas e esquecidas. Bom, eu não tenho certeza já que isso nunca aconteceu comigo, mas tenho uma leve idéia.
- E deve ser muito pior quando quem te ignora é a pessoa que você gosta - Lana falou com o mesmo sorriso que a irmã.
- Sério? Vocês vieram mesmo aqui para isso? - perguntou cruzando os braços no peito e olhando para as meninas com raiva.
- Acho que vocês já perceberam que nós já conhecemos os meninos, certo? - Lexy falou ignorando o que fez a menina bufar mais irritada - Sabe, nós temos uma história e tanto com eles...
- Own que lindo – a interrompeu sorrindo falsamente – Fico feliz por vocês, mas... Quem é que está interessada em saber disso?
- Eu vou contar mesmo assim – Lexy disse dando de ombros – Eu presumo que vocês não sabem o que eles realmente são, sabem?
- Te importa? Na boa... - começou e suspirou – SAIAM DO NOSSO QUARTO. AGORA.
- Não! - Louise disse firme dando um passo a frente e olhando fixamente para , os rostos das duas estavam a poucos centímetros de distâncias - E eu quero ver quem é que vai nos obrigar.
Alguns minutos em silêncio e Louise sorriu satisfeita afastando-se de .
- Creio que saibam então - Lesley falou quebrando o silêncio – Eles eram realmente perfeitos. Perfeição, a única palavra que descreveria os quatro se não fosse por uma coisa que eles tem. Segredos - A morena levantou a sobrancelha vendo as meninas se entreolharem.
- Ah sim. E acredite em mim, eles têm muitos - Lana disse.
- Nós éramos os casais mais apaixonados que alguém já vira - Lexy disse sorrindo – Era como se fossemos feitos uns para os outros, mas quando...
- Eles descobriram que vocês eram vacas ordinárias, e as deixaram? - chutou que foi fuzilada pelos olhos das quatro - Aposto que foi isso.
- Quando descobrimos o maior segredo deles e resolvemos contá-lo para os outros, algumas coisas aconteceram e tivemos que nos separar - Lexy terminou sorrindo sem dentes.
- Como eu disse. Vacas ordinárias! - sorriu orgulhosa.
- E qual é esse segredo? - indagou cruzando os braços. As morenas riram.
- Vocês – o sorriso de Lexy escancarou-se em seu rosto assim que viu as expressões interrogativa e curiosa das meninas. Mas elas não ficaram por baixo.
- Quer saber? Isso já cansou - comentou bufando.
- É. FODA-SE OS SEGREDOS DELES. FODA-SE ELES. FODA-SE VOCÊS. ISSO ESTA ME PARECENDO CIÚMES. CIÚMES DE EX DISPENSADA - exclamou.
- Não fomos dispensadas queridas, nós fomos...
- Lana, Lesley, Lexy e Louise. Venham comigo, agora - Helena disse parada na porta do quarto das meninas que estava aberta. As morenas saíram dali quietas e foram até o corredor esperando pela diretora - Vocês precisam se acalmar. Não saíam mais do quarto hoje. É uma ordem - e então Helena saiu fechando a porta.
Assim que as quatro cobras saíram com Helena do quarto, adiantou-se para trancar a porta e elas se jogaram no sofá.
- Estamos de castigo? – perguntou , confusa, as amigas olharam para ela e então começaram a rir logo sendo acompanhada pela morena.
As meninas estavam rindo tanto que começaram a chorar lágrimas de risos, a barriga delas doíam, mas não conseguiam parar.
Até que bateram na porta mais uma vez.
- É sério, se for aquelas vacas eu vou arrancar aqueles cabelos pranchados dela – disse agressivamente fazendo as meninas rirem.
- Eu ajudo – empolgou-se enquanto levantava para abrir a porta.
abriu a porta ainda rindo, a risada foi parando aos poucos quando viu quem era, mas manteve o sorriso nos lábios.
- Bryan – exclamou alegre sendo recebida de braços abertas pelo garoto.
- Podemos entrar? – perguntou Alexander, mansamente.
riu.
- Não vamos arrancar seus cabelos também, não – brincou fazendo um gesto com a cabeça para eles entrarem.
- Estão chateadas? – perguntou Nate sorrindo culpado e sentando na cama de .
- Talvez – disse dando de ombros, agora que descontaram sua raiva nas peruas elas não estavam mais tão irritada assim.
- Sentimos muito por deixar vocês chateadas, só que... – começou Bryan sem saber se deveria dizer aquilo ou não, ele já fizera merda demais.
- Só que essa briga é mais do que antiga? – chutou .
Os meninos se entreolharam sentando nas cadeiras e no tapete fofo no chão.
- Se você vieram pedir desculpas que peçam nos contado a verdade – pediu sinceramente, ela encarou cada rosto angelical naquele quarto – Elas são anjos?
- São – Nate respondeu simplesmente.
- E vocês ficaram com elas por quanto tempo? - perguntou abraçando as pernas.
- Quase um milênio... - Andrew falou cruzando os braços no peito.
- O... Wow – falou indo um pouco para trás com choque.
- Nossa! - exclamou e respirou fundo – E se elas não tivessem feito o que fizeram vocês ainda... Estariam juntos? - As quatro encaram os meninos esperando a resposta para a pergunta de e eles se entreolharam nervosos.
- Meninas – Bryan chamou a atenção delas sorrindo torto – Querem mesmo passar o resto do dia falando sobre elas?
- Claro que não, mas queremos que vocês sejam sinceros conosco – falou deitando a cabeça no colo de e colocando as pernas em cima de Andrew.
- E nós estamos sendo – Alex disse saindo da cadeira e sentando ao lado de que sorriu e encostou a cabeça no ombro dele.
- Acho bom estarem mesmo – falou encarando ameaçadoramente os quatro.
- Então, o que vamos fazer? - perguntou enquanto brincava distraidamente com a barra da camisa de Bryan que a abraçava pelos ombros.
- O que querem fazer? - Nate perguntou ajeitando-se na cadeira, ele queria sentar ao lado de também mas o tapete já estava lotado.
- Sem clima para verdade ou consequência né? - perguntou de olhos fechados enquanto fazia cafuné nela.
- É! Filme? - sugeriu .
- Terror.
- Romance.
- Terror.
- Terror.
As quatro disseram juntas e riram quando bufou cruzando os braços.
- Não vale! - ela reclamou fazendo bico.
- Para de ser medrosa comentou levantando e indo até a prateleira de filmes.
- É amiga, é só você repetir mentalmente que isso não existe, que é apenas ficção – falou levantando e pegando seu travesseiro, voltou e se ajeitou no tapete.
- Isso ajuda muito, claro – revirou os olhos e sentou no sofá Nate se apressou e sentou ao seu lado.
- Comigo funciona – deu de ombros chamando Andrew com o dedo para ficar ao seu lado - E escolha um filme de terror que preste ou eu te bato.
- Nenhum presta para você – revirou os olhos puxando o DVD escolhido e ligando o aparelho - Atividade Paranormal 3?
- Ah não – gemeram e , ela e Bryan também estavam no sofá. Esse era o filme que elas mais tinham medo.
- YEAH! - gritou rindo – Esse é o melhor. Sem dúvidas.
- Você tem problema menina – comentou colocando o DVD e sentando ao lado de Alex no tapete. deu o dedo do meio para ela que riu.
- Por favor, escolham outro – implorou se encolhendo perto de Bryan quando viu dando Play.
- Nada disso, e fiquem quietas quero assistir – mandou e assim elas fizeram.
Os meninos não falavam nada, seguravam o riso quando elas gritavam de susto, mas adoravam quando elas os abraçavam de medo, até mesmo – que era a que menos tinha medo ali e já tinha assistido esse filme quatro ou mais vezes – passou o filme todo abraçada a Andrew fingindo estar assustada.
estava com o rosto enterrado no peito de Nathaniel que ria achando graça, porque os créditos finais já começaram.
- Já acabou o filme, – ele disse e a menina levantou o rosto para olhar para a tela, ela suspirou aliviada – Nem foi tão horrível assim quando...
- Não, para – pediu tremendo e tirando risada de todos.
- Medrosa – brincou .
- Você também estava agarrada a Drew – apontou dando língua para ela.
deu de ombros.
- Quem disse que estava agarrando ele porque estava com medo? – ela disse brincando, sabendo que ia deixar Andrew na duvida se ela falava a verdade ou não.
- Se me dão licença – ficou de pé puxando Bryan pela mão e arrastando ele até a varanda, a chuva tinha dado uma trégua e começava a escurecer então eles provavelmente queriam ver o por do sol juntos.
- Tô com fome – queixou-se fazendo bico.
- Somos duas – concordou prontamente – Quem vai fazer o jantar agora que está namorando?
Os meninos riram.
- Eu sei fazer um espaguete que é uma delicia – falou Nate com um sorriso brincando nos lábios – Mas só se eu tiver ajuda – ele disse levantando a mão para num convite.
- na cozinha? Você quer nos matar? – exasperou-se rindo alto.
deu língua para ela.
- Eu posso ajudar em alguma coisa – a morena deu de ombros.
- Eu ajudo também – disse rapidamente rindo, Alexander ficou de pé.
- Eba! Festa na cozinha – comemorou Andrew levando um tapa de brincadeira dado por .
- Eles querem ficar sozinhos, Drew. Dê espaço – ela disse gargalhando quando jogou um travesseiro nela.
- Não liga , eles querem ficar sozinhos. Dê espaço – zombou Nathaniel recebendo uma cara feia de , mas logo todos estavam rindo.
- Quer saber, vão fazer logo nosso jantar quando vocês terminarem eu faço um suco – disse se jogando no sofá, Alexander sentou ao seu lado colocando os pés dela no seu colo.
- E não demorem – acrescentou Alexander sugestivamente, Nathaniel bufou e riu indicando discretamente com a cabeça para Bryan na varanda aos beijos com como se dissesse que ele não era Bryan.
Andrew que percebeu a troca de olhares riu alto.
- Que ridículo – ele deixou escapar.
- O quê? – perguntou curiosa, sem entender.
Andrew foi incapaz de se controlar e desatou a falar:
- Eles acham inapropriado o que Bryan está fazendo com na varanda nesse momento, a propósito alguém deveria dizer a eles que está muito frio para quererem tirar a blusa um do outro – ele disse fazendo as meninas rirem, claro que ele estava editando algumas verdades – E Nate deve está pensando que não é tão... Descontrolado quanto Bryan, quando bem sabemos que ele é.
- Andrew! – exclamaram Alexander e Nathaniel, furiosos.
O mais novo riu dando de ombros.
- Eu gosto da verdade – ele disse enquanto Nathaniel bufava irritado e ia para a cozinha procurando os ingredientes para começar a fazer o espaguete.
- Que verdade? – perguntou também curiosa enquanto mudava de canal procurando algo que prestasse.
- Não liga para ele – sussurrou apenas para Nate tocando nas suas costas, Nathaniel tremeu os ombros porque tocou bem no ponto onde suas asas saiam, mas virou para ela sorrindo.
- Prefere molho branco ou molho de tomate? – ele disse sorrindo.
- Sabe, falando em verdades eu quero saber algumas – a voz de pegou os dois desprevenidos na cozinha fazendo ele se separarem rapidamente.
- Diga, loira – pediu Andrew pacientemente brincando com um cacho dela.
- Vocês amavam aquelas cobras? – ela perguntou direta como sempre e sem se importar com o ofego dos meninos. Oras, ela estava curiosa em saber que lugar no coração deles aquelas vacas ocupavam e em que lugar ela e suas amigas estavam.
- Vocês não deviam perguntar essas coisas – comentou Alexander, ouviram risadinhas vindo da varanda e perceberam que Bryan e nem sequer prestavam atenção neles – Não há porque perguntar, não vivemos do passado.
- Então isso significa que sim – comentou sentada na bancada que dividia a cozinha da sala, ela não estava chateada, só curiosa – E ainda amam?
- Não – respondeu Nathaniel rapidamente, talvez rápido demais para parecer verdade, ele virou e sorriu para tentando mostrar sinceridade – Passamos por muita coisa para só agora entender o verdadeiro significado do amor.
As meninas ficaram caladas.
- Uau – aplaudiu – Quem é a sortuda?
- Vocês têm cada pensamento – falou Alexander rindo e batendo delicadamente nos tornozelos de – Vamos ver outro filme.
- Mas eu to com fome – exclamou que estava com a cabeça no colo de Andrew, ela segurava a mão dele na frente do seu rosto observando ela – Sua mão é tão grande.
Andrew soltou uma tosse exagerada, talvez tivesse engasgado fazendo todos rirem alto.
- Meu Deus, – falou rindo alto e virando para a amiga – Assim você acaba com o menino.
- O que eu fiz? – ela perguntou sorrindo inocentemente ainda segurando a mão de Andrew – É ou não grande?
teve que se segurar na bancada para não cair de tanto que ria, e puxou uma mão de Alexander para tampar sua boca, todos rindo muito ainda.
- , coitado – disse ainda rindo e apontando para um Andrew constrangido.
- Ok, mas é grande – ela disse dando de ombros e soltando a mão dele.
- ! – exclamou Andrew envergonhado.
- Eu não entendo, qual o problema disso? – ela disse, estava achando tão engraçado provocar Andrew.
- Ah, você sabe muito bem mocinha – Andrew apontou um devo acusador para ela – E vai pagar por isso.
- É, como? – ela disse desafiadoramente.
Andrew levantou o rosto piscando para e que observavam a cena rindo.
- – chamou e virou para ela – Cosquinhas.
E quando a menina se virou para fugir, Andrew puxou ela pelo braço lhe enchendo de cócegas.
- Ok! Chega – a loira pediu já quase sem fôlego, os outros riram, mas se afastaram dela.
- Nate, vai demorar aí? Tô com fome – Andrew resmungou ajeitando-se no sofá e abraçando pelos ombros.
- Quase pronto - Nate falou revirando os olhos – Esfomeado.
- Qual é?! Estou em fase de crescimento – ele se justificou rindo.
- Me poupe – falou revirando os olhos – Só se for para os lados né meu filho? Ou você acha que cresce mais? - Andrew só deu língua para ela.
- Você que precisa crescer zinha – provocou jogando uma almofada na amiga e riu.
- Nossa como você é engraçada , estou morrendo de rir – ironizou fazendo careta para a amiga.
- Eu sei que sou – A loira jogou o cabelo para trás e fez cara de deboche – Caraca eles estão num Love que meu Deus - ela comentou olhando para a varanda onde e Bryan conversavam abraçados.
- Bom para eles né?! - disse – Venham o jantar está pronto, vou chamar o casal vinte - ela falou e todos riram levantando e indo até a cozinha.
- Estou me sentindo um pássaro enjaulado presa nesse quarto – resmungou sentando em sua cama com o prato em seu colo.
- Eu sei um lugar que podemos ir e ninguém vai nos achar – Andrew sugeriu animado.
- Tô dentro – ela pulou da cama – Mas vou levar meu prato, estou com muita fome – todos riram.
- Eu também. Vamos – Andrew abriu a porta e os dois saíram.
- Não vale! - cruzou os braços – eles podem sair e eu não.
- Claro que pode – Nate falou levantando-se e dando uma mão para a morena – Vamos, eu te levo.
- Só se for agora – ela levantou pegando seu prato e saindo quarto com o garoto.
- E você? Quer sair também? - perguntou Alex sorrindo para .
- Náh. Prefiro ficar no aconchego do meu quarto – ela falou e ele riu.
- Eu também – disse com seu prato na mão indo até a varanda – Vem amor - ela chamou por Bryan que a seguiu.
- Amor? Owwwn que lindo – sorriu com as mãos no rosto, pegou um travesseiro e jogou na amiga.

- Não acredito – exclamou agitada assim que eles chegaram ao telhado.
- Gostou? - ele perguntou enquanto sentavam num canto para comer.
- Adorei - ela sorriu para ele e então eles começaram a comer em silêncio. o cortou depois de poucos minutos - Lindo né? - a loira apontou com a cabeça para o céu que estava estrelado e a lua cheia mais brilhante que nunca por causa da chuva que tinha dado trela e limpado o céu.
- Não mais que você – Andrew falou e soltou uma gargalhada - O que?
- Fala sério, foi a melhor cantada que conseguiu? - indagou encarando ele e segurando a risada.
- Quem disse que eu quero te cantar? - ele retrucou rindo e colocando o prato já vazio ao seu lado.
- Mas é claro que quer. Todos querem – ela piscou e ele riu alto.
- Como é modesta – revirou os olhos e apertou a bochecha dela.
- Eu sei que sou linda, porque não falar? Papai sempre me disse que... – começou , mas sua voz foi murchando, Andrew suspirou.
- Ainda não falou com ele? – perguntou passando displicentemente um braço ao redor dos ombros da loira.
- Não, nem sei como falar para eles que eu sei toda a verdade – ela murmurou tristemente, então levantou o rosto sorrindo – Que tristeza, não gosto disso – ela comentou fazendo o garoto rir – Ei, se eu pulasse do telhado você me salvava?
Andrew olhou para ela como se ela fosse louca.
- Por que...
- Você tem asas né? Então, só queria saber – ela disse dando de ombros, ele riu dando um beijo estalado na bochecha dela.
- Sem pensar duas vezes.
- Então eu vou pular ta? Se me dá licença – ela começou a se levantar, o garoto ainda estava sem reação, mas quando ela estava na sua frente ele puxou ela com força pelo braço fazendo ela tropeçar no pé dele e cair em cima dele rindo – Drew, eu tava brincando.
- Quem me garante? – ele retrucou, e ao invés de tirar ela de cima dele para os dois sentarem direito ele passou os braços ao redor da cintura dela – Então, minha mão é grande mesmo?
riu alto encostando a cabeça no peito dele.
- E quente – falou sorrindo maliciosamente. Andrew encarou ela por longos segundos, mas logo os dois estavam rindo.
- Vem, vamos terminar esse espaguete antes que fique frio e vire papa – ele disse colocando ela sentada ao seu lado.
- Ainda queria testar a teoria de que se eu pulasse do telhado você me pegava – ela murmurou sozinha e Andrew olhou para ela erguendo uma sobrancelha – Ok, não vou fazer. Chato.
Andrew encarou a garota ao seu lado, provavelmente ele conhecia ela melhor do que ela mesma, mas mesmo assim conseguia se surpreender com as coisas que ela falava e fazia. Ele sorriu.
- Ok cinderela, como seu espaguete e aproveita minha adorável presença.

- Ta bom, hmm... Eu odeio que mexam com minhas amigas – contava , sua cabeça deitada no colo de Bryan enquanto os dois conversavam baixinho ouvindo as altas risadas vindo de dentro do quarto. Os dois estavam aproveitando o primeiro dia que estavam ficando oficialmente contado coisas sobre eles, não que Bryan não já soubesse metade dessas coisas, mesmo assim estava aproveitando o momento.
- Eu odeio que mexam com você – ele disse, sorriu achando que isso era apenas mais uma das suas muitas frases fofas e não uma indireta sobre quem ele realmente era. Ela puxou o rosto dele para um selinho.
- Como eu fui arranjar alguém como você? – ela riu incrédula – um anjo.
- Não vamos usar rótulos, eu sou Bryan e você . Só – ele disse fazendo carinho nos cabelos dela. sorriu.
- Por mim está mais do que bom – ela disse, então perguntou curiosa – Sobre aquela Lana vocês namoraram né...?
Bryan riu.
- Sim.
- E você amou ela né?
- Sim – ele falou sinceramente, se mexeu inquieta no seu colo, mas Bryan segurou seu rosto – , se você soubesse a profundidade do que eu sinto por você, do que eu faria por você não iria fazer essas perguntas. E além do mais isso foi num milênio passado. Eu vivo do presente.
riu lhe dando mais um selinho e outro, e outro e então seus lábios estavam numa pequena disputa particular, as mãos de foram para os cabelos de Bryan para mantê-lo no mesmo lugar e as mãos de Bryan foram para a cintura de fazendo ela ficar sentada, sem parar o beijo estava de repente no colo de Bryan, uma perna de cada lado sentindo um calor começar bem devagar chegando até sua alma. As mãos de Bryan foram sem sua permissão tocar na barriga quente de por debaixo da blusa, enquanto os dedos frios faziam uma trilha pelos braços dele.
A gargalhada de Alexander veio alta fazendo os dois se separarem. Eles tinham ido longe demais.
- Hmmm, acho melhor irmos comer. To morrendo de fome – disse envergonhada, Bryan concordou rapidamente.
- Er, vá na frente – ele fez um gesto para sair do seu colo, ele precisava se acalmar antes de entrar no quarto. Ela concordou e ainda envergonhada se afastou dele.

- Que sem graça, Nate – reclamou sentando nos degraus da escada do dormitório feminino virando para ele – E eu pensando que você fosse me levar para um jardim maravilhoso ou algo assim.
Nathaniel riu.
- Estamos num encontro? – ele perguntou brincando, mas percebeu virar o rosto envergonhada – Eu to brincando , se estivéssemos num encontro você com certeza iria saber.
revirou os olhos batendo de brincadeira no seu braço.
- Nossa, esse espaguete está muito bom – disse apontando o garfo para seu prato, Nathaniel fez uma reverencia.
- Obrigado, madame.
sorriu de canto de boca para ele encarando seus olhos, como aqueles olhos azuis divinos conseguiam prender ela tanto? Um pensamento nada puro passou por sua cabeça e um arrepio percorreu seu corpo.
- Com frio? – perguntou Nate inocentemente já indo tirar seu casaco, riu, não teve como se segurar – O quê?
- Como é que você é assim tão... – ela procurou uma palavra fazendo um gesto para ele – Puro?
Nathaniel riu, jogou sua cabeça para trás e riu com vontade. Se ela soubesse todos os pensamentos que ele já tivera. Tudo que ele já fizera em milênios e tudo que ele já pensou em fazer com a própria garota inocente ao seu lado ela com certeza não iria pensar isso dele.
- Eu não sou puro, você que acha tudo mundo bonzinho demais – ele disse sorrindo de lado e comendo um pouco mais do seu espaguete – Não é que isso aqui ta bom mesmo?
riu concordando com um aceno de cabeça, comeram em silêncio, um silêncio agradável um desfrutando da presença do outro, mas Nathaniel queria ouvir a voz da menina, ouvir sua risada e... Ele balançou a cabeça negativamente, não iria dar um de André Blackstone.
- Como você ta, com todas essas novidades? – ele perguntou a primeira coisa que lhe veio à mente, mas se repreendeu mentalmente a careta que a menina fez.
- Confusa, contos de fadas não deveriam ser mais perfeitos?
Nathaniel sorriu tocando na bochecha dela, ela estava quente e sua pele era macia... Qual era seu problema hoje?
- Os contos de fadas só têm finais felizes, o começo é sempre meio turbulento – ele disse se sentindo melhor ao ver o sorriso de , ele também sorriu – Quer entrar agora?
- Náh, vamos ficar mais um pouco aqui, não se importa né? – ela encarou ele meio na duvida. Nathaniel sorriu puxando ela para um abraço de lado.
- Não mesmo.

- Não, assim não – disse rindo alto da tentativa de Alexander de imitar seu passo – Olha você tem que virar de lado subir a perna e quando descer empinar a bunda.
Foi à vez de Alexander rir.
- Você fala isso porque fica muito mais bonito quando você faz.
- Temos pensamentos diferentes sobre isso – a pequena disse olhando discretamente para a bunda dele – Ok, o que quer aprender então?
- A mexer no micro-ondas – ele falou prontamente a menina jogou a cabeça para trás rindo – Sério , eu não consigo. Ele não gosta de mim.
- Oh que lindo, o micro-ondas é malvado com você? – ela fez uma voz de bebê fazendo as bochechas do garoto ficarem imediatamente vermelhas – Ficou com vergonha.
- , você acaba comigo – ele disse bagunçando os cabelos dela – Vai me ensinar ou não?
- Claro que sim, vem – ela pegou na mão dele, sua mão quase desaparecendo de tão pequena que era e o arrastou até o micro-ondas do quarto delas – Muito bem, vamos fazer uma pipoca – Alex acenou com a cabeça comportado, riu e pegou uma pipoca de micro-ondas – Preste bem atenção.
- Estou prestando.
- Você pega a pipoca – mostrou a pipoca, claramente gozando com Alex sem ele nem perceber – Coloca no micro-ondas – ela mostrou o micro-ondas e colocou a pipoca dentro dele – Aperta o botão ligar – ela mostrou o botão “Ligar” – E pronto.
Alexander olhou para apertando os olhos, mas a loira começou a rir descontroladamente sendo acompanhada pelo loiro.
- Chega de rir, me diga. Como está? – ele perguntou parecendo realmente interessado em saber disso, sorriu para ele.
- Bem. Quer dizer foi estranho quando eu fiquei com raiva no ginásio... Não sei o que deu em mim – ela murmurou em tom de segredo, Alexander puxou uma mecha de seu cabelo para ela encarar ele.
- Eu estou aqui, .
sorriu para ele.
- Não é que é verdade? – ela disse fazendo ele rir enquanto ele puxava ela para um abraço desajeitado, nem tiveram tempo de aproveitar o calor um do outro porque apareceu ofegante na cozinha – ?
- Tem algo para comer? Quer dizer beber, e comer. Os dois é – ela disse confusa. Mais uma vez os dois loiros se entreolharam rindo.

- Estou cansada – murmurou terminando de colocar a meia e indo para debaixo das cobertas.
- Todas estamos – falou saindo do banheiro e correndo para sua cama já que ela estava com um short curto e fazia muito frio - Ah, por isso está tão frio, a porta da varanda ta aberta.
- Quem vai lá? Eu não! - exclamou puxando seu cobertor mais para cima.
- Nem eu – as outras disseram juntas, mas demorou mais por estar quase pegando no sono.
- Merda – ela resmungou levantando e fechando a porta da varanda.
- Agora sim. Boa noite meninas – falou virando para o outro lado e fechando os olhos.
- Boa noite – falou bocejando e fechando os olhos.
desligou a luz e deitou na cama também desejando boa noite as meninas e quase não consegue dizer, pois já estava quase dormindo.
Diferente das outras, o sono de foi um tanto quanto... Conturbado nessa noite. Um pesadelo começara em sua mente.

Ela estava no seu apartamento, sabia disso, olhou para seu corpo percebendo que estava de toalha e se sentia sendo observada.
Deu de ombros tirando distraidamente o vapor do espelho, mas soltou um grito quando viu o reflexo de uma sombra preta.
O terror dominou seu corpo, ela tentou correr, mas suas pernas não facilitavam seu trabalho.
A sombra começou a vim na sua direção.
- SOCORRO! – ela gritou jogando a escova na sombra, ela atravessou direto batendo na parede.
Algo dentro dela sabia que não passava um pesadelo, mas ela não conseguia acordar e o sonho parecia tão real.
E então Bryan apareceu, sabe se lá de onde, ele estava como sempre lindo falando algo numa língua estranha fazendo a sombra desaparecer.
Bryan se aproximava e antes que ela caísse no chão Bryan a pegou nos seus braços sussurrando que tudo ia ficar bem.


Ela levantou de súbito da cama, assustada e ofegante, olhou para o lado e viu que eram seis horas da manhã e suspirou. Levantou da cama, passou pelas amigas cobrindo elas e indo até o banheiro para tomar um banho.
Ela se lembrava de quando aquilo que tinha sonhado tinha acontecido, mas queria entender porque Bryan aparecia nele e a salvava, e a única conclusão que conseguiu chegar era que ela gosta tanto dele que seu subconsciente acabou criando essa ilusão de ele ser um herói. Saiu do banheiro, se arrumou rapidamente e pegou seus cadernos, arrancou uma folha deles e deixou um bilhete em cima da mesa avisando que estava na biblioteca terminando um trabalho.
Seguiu calmamente até a biblioteca que estava deserta, nem mesmo a bibliotecária estava ali já que ela só chegava meia hora antes de as aulas começarem. caminhou até a última prateleira, onde o livro que ela precisava estava e parou ao passar em frente à sessão reservada. Uma onda de curiosidade passou por ela ao lembrar-se de que o livro que ela e as amigas viram outro dia e que as revelou que anjos existiam e que ela sabia que poderia conter muito mais coisas, estava ali a poucos passos de distância. Sem conseguir conter-se ela abriu a porta usando um grampo de cabelo, coisa que ela aprendeu com o tio e entrou pegando o livro e sentando no chão.
Abriu o livro e começou a folheá-lo atentamente, e então um título chamou a atenção dela. Anjos Guardiões. Ela parou ali e começou a ler.
O começo explicava o surgimento dos anjos guardiões, e o propósito disso. A outra página tinha duas imagens, ao lado de um texto explicativo. ofegou ao ver a primeira imagem e pôs-se a ler atentamente o texto ao seu lado.
“Todos os anjos guardiões têm uma marca abaixo da nuca, perto de onde ficam suas asas. Essa marca aparece no momento em que são escolhidos por uma criança, basicamente todos eles são designados a alguém antes mesmo de nascerem, mas somente vira guardião se a criança mostrar algum afeto para com ele. A marca é como um “3” mas tem as pontas mais curvadas, esse é o símbolo da proteção.”
Ela olhou novamente para a imagem que mostrava a marca citada, ela lembrou-se imediatamente de quando viu essa marca em Bryan. Depois de alguns segundos tentando se acalmar ela leu o segundo texto e nem prestou atenção na imagem ao lado dele.
“Os anjos guardiões mais poderosos entre todos são os que protegem a balança, os poderes deles são dez vezes maiores que os dos outros. São Marcus, o chefe dos anjos, foi o responsável por criar os guardiões da balança e então com alguns intervalos de tempo ele criou quatro anjos poderosos para protegê-la. Daniel Hason, Liam Gray, André Blackstone e Caspian Ivashlov.”
olhou para foto ao lado, nela estavam quatro anjos com as asas abertas e olhando para frente sérios, a morena aproximou o livro para poder ver os rostos deles melhor e abafou o grito quando reconheceu aqueles rostos. Eram Alex, Nate, Bryan e Andrew.



X - Liar, Liar

correu afobada para longe da biblioteca, a bibliotecária ainda não tinha chegado então era provável que suas amigas ainda estivesse dormindo.
Mas ela precisava contar a elas.
A morena tropeçou no chão, sujou sua meia calça de lama porque a grama ainda não estava seca na chuva da noite anterior, mas nada disso impediu ela de continuar correndo.
Se ela estivesse numa corrida provavelmente teria ganho, a garota entrou no quarto batendo a porta e correndo até a varanda abrindo as cortinas para acordar suas amigas mais rápido.
- Que merda é essa? – exclamou se virando na cama para cobrir seu rosto.
- Acordem – pediu ofegante puxando a coberta de , a pequena se mexeu, mas não saiu da cama – Vamos, acordem.
- Cala a boca, – mandou se enrolando na sua cama tentando fugir dos fracos raios solares que entravam no seu quarto.
- Não, é sério – ela pediu pulando na cama de – Vocês precisam ver isso.
- , ainda falta para a aula começar – murmurou sonolenta enquanto batia na mão de para a garota parar de balançar ela.
- Quem liga para a aula?
Foram essas palavras que fizeram suas amigas acordar de vez e até sentar na cama.
- O que você disse? – perguntou de olhos arregalados.
- Eu acho que ela disse algo como “Quem liga para a aula?” – murmurou , estupefata.
- disse isso? O que aconteceu? – a voz de rapidamente mudou de ironia para preocupação.
olhou para suas amigas.
- Vocês não vão acreditar – ela disse sentindo um peso sair dos seus ombros agora que suas amigas estavam alertas, então ela choramingou baixinho – Mentirosos, todos eles.
- O que você está querendo dizer com isso? – se aproximou da amiga que estava na sua cama abraçando ela – O Bryan fez alguma coisa?
soltou uma risada nasalada e murmurou algo como “Bryan”.
- Vamos tomar banho, se acalme um pouco – pediu ficando de pé e olhando preocupada para a amiga ela correu para o banheiro.
- O que está acontecendo? – retornou a perguntar indo separar a roupa dela e das amigas – E porque sua meia está suja de lama?
- Temos que ser rápidas – não falava nada com nada – São sete horas, daqui a pouco eles estão acordados.
- , meu bem, você não está falando nada com nada – disse gentilmente.
As meninas não falaram mais nada enquanto se arrumavam, apesar de que segundo elas não iriam para a aula decidiram colocar as fardas por via das duvidas.
- Biblioteca – disse rapidamente antes que elas perguntassem já ficando nervosa, elas correram para a biblioteca já passava das setes e vários alunos estavam indo tomar café, então não podiam perder tempo andando devagar e encontrar com alguém conhecido.
A bibliotecária ainda não tinha chegado, o que para elas era ótimo.
- Sessão reservada? Não podemos entrar ai e eu não quero – gemeu cruzando os braços.
- Eu abri a porta e vocês precisam vim antes que alguém apareça – sem esperar resposta ela empurrou com demasiada força suas amigas para dentro do local reservado, para alguém do seu tamanho ela conseguia ser bem forte, em seguida fechou a porta.
passou a frente e pegou o livro que estava no chão aberto na página que ela deixará ele, não estava com paciência para explicar coisa alguma, ela precisava contar as amigas para depois prestar atenção nos seus próprios sentimentos.
- Anjos, legal – comentou olhando de para as amigas.
- Não, olhem mais perto – praticamente jogou o livro na cara das amigas.
- Espera – puxou o livro com brutalidade da mão de – Desculpa – acrescentou a careta da loira – Esses são... Os meninos?
suspirou se deixando escorregar para o chão, se sentira fraca de repente.
- Leiam – mandou.
começou:
- Todos os anjos guardiões têm uma marca abaixo da nuca, perto de onde ficam suas asas. Essa marca aparece no momento em que são escolhidos por uma criança, basicamente todos eles são designados a alguém antes mesmo de nascerem, mas somente vira guardião se a criança mostrar algum afeto para com ele. A marca é como um “3” mas tem as pontas mais curvadas, esse é o símbolo da proteção – ela parou de ler e olhou para – Não entendo.
- Bryan, ele tem essa marca. Agora não é só isso continuem.
- Os anjos guardiões mais poderosos entre todos são os que protegem a balança, os poderes deles são dez vezes maiores que os dos outros. São Marcus, o chefe dos anjos, foi o responsável por criar os guardiões da balança e então com alguns intervalos de tempo ele criou quatro anjos poderosos para protegê-la... – parou mais uma vez de ler – Não, não é possível.
- O quê? – perguntou curiosa puxando o livro da mão dela - Daniel Hason, Liam Gray, André Blackstone e Caspian Ivashlov – levantou o rosto para as meninas e olhou mais uma vez para a foto dos seus amigos, Alexander, Nate, Bryan e Andrew.
- Eles mentiram? – perguntou sentindo um aperto no peito.
puxou o livro para ela.
A pequena leu silenciosamente tudo o que suas amigas já tinham lido e encarou a foto.
A mesma raiva que ela sentira no ginásio estava vindo novamente, se apossando dela de um jeito que ela não conseguia se controlar e só voltou a realidade quando alguns livros caíram no chão.
As meninas deram um pulo de susto olhando para aquela área e em seguida para passos se aproximando.
- Temos que sair daqui e agora – sussurrou saindo na frente procurando uma saída alternativa, não muito longe tinha uma janela dando para a floresta, mas elas teriam que pular – Vamos ter que pular.
- Não, não mesmo – balançou a cabeça de um lado para o outro.
- Olá? – chamou uma voz no fim do corredor.
- Agora – mandou entre dentes se apoiando numa estante de livro e se pendurando na janela, não era alto, mas ela se segurou na janela para pular para o lado de fora – Vamos gente, rápido.
As meninas fizeram o mesmo, foi por último esperando as mais novas saírem, ela pegou o livro que tinha deixado na estante e foi logo em seguida as quatro já em disparada para dentro da floresta.
Assim que estavam no que elas acharam seguro sentaram cada uma num canto encostando-se em árvores tão altas que mal deixava os raios solares passarem.
- Ninguém vai falar nada? – perguntou depois de um tempo de silêncio.
- Gray – murmurou pensativa, porque esse nome era tão familiar?

- Garoto? – Ben jogou a cabeça para trás rindo ignorando completamente – Tem certeza Gray?


Então ela gritou:
- É claro. Benjamin ele também é um anjo, ou algo assim. Ele disse, ele tentou me avisar. Ele chamou o Nathan-Nathaniel de Gray – ela gaguejou sem saber como deveria chamar o garoto que ela mais confiava – Mentirosos – ela repetiu as mesmas palavras de – Todos eles.
- Eu não acredito – murmurou entrelaçando suas mãos em seus cabelos – Ele. Mentiu. Para. Mim – ela murmurou entre dentes.
O tempo começava a mudar, provavelmente iria chover de novo.
Elas não ligavam para isso.
- Eles mentiram – corrigiu virando para uma árvore e socando ela, no momento ela não importou com a dor na sua mão, de fato nem doera tanto assim e o vento forte que passou por elas parecia também furioso.
- O que somos para eles? Brinquedinhos? – parecia tão furiosa, seu pequeno corpo tremia assim como os galhos das árvores – Provavelmente estamos sendo usadas para camuflar as protegidas deles, talvez até mesmo Hannah.
- Hannah – grunhiram as outras três em uníssemos.
- Eu não quero voltar para lá, não quero encarar aqueles traidores – disse magoada, ela sentia sua garganta arder com o choro preso se jogou ao lado de segurando em sua mão – Vamos fugir, meninas.
- Não, vamos acabar com eles – continuava com raiva, ela não queria, mas era mais forte do que ela.
- Não, vamos pensar – cortou sensatamente – Temos tempo.
- Eles tiveram tempo para nos contar tudo e não contaram e devemos dar um tempo para a gente se acalmar e falar com eles mais calmas? – disse de uma vez fazendo suas amigas se calarem e pensarem.
Ninguém falou nada, mas o silêncio deixava claro que era melhor elas ficarem um tempo sozinhas.
Apenas elas.

- Ei! – Liam parou Chris que sorriu abertamente ao vê-lo – Você viu as meninas por aí? - ele indagou ignorando a felicidade do garoto a sua frente.
- Não – Chris franziu o cenho dando-se conta de que não vira as meninas ainda.
- Obrigado – Daniel sorriu agradecido para Chris depois de Liam sair sem nem agradecer o menino.
- Não há de quê, se encontrá-las peça para me procurarem? Quero conversar com elas – ele pediu e Dan assentiu saindo atrás de seu amigo.
- O que será que aconteceu? - Caspian perguntou assim que Liam e Daniel chegaram até ele e pelas expressões não conseguiram encontrar nenhuma informação sobre as meninas.
Tinham acordado fazia pouco tempo e não encontraram as amigas no quarto delas e desde então estão tentando encontrá-las.
Ficaram em silêncio tentando pensar em algum jeito de encontrá-las quando André sentiu sua marca arder.
- Minha marca... - quem disse isso foi Caspian fazendo uma expressão de dor. Não por ele, por sua protegida.
- Todas estão assim? - Daniel perguntou preocupado levando a mão à nuca e coçando a marca. Os amigos assentiram vendo o tempo fechar.
- Precisamos encontrá-las – exclamou André olhando para todos os lados desesperados - Eu não acho que o tempo esteja fechando por mera coincidência.
- Tem razão - Liam concordou prontamente com o amigo – Vamos procurar pela redondeza.
Os três assentiram e saíram voando cada um para um lado. Eles compartilhavam o mesmo pensamento enquanto procuravam suas protegidas “O que aconteceu para elas estarem com raiva?

As meninas estavam caladas fazia um tempo.
O vento ainda estava forte, assim como a raiva que elas sentiam.
Mas no lugar da raiva outros sentimentos foram aparecendo: Magoa, tristeza, dor, ódio, traídas e mais uma vez raiva. Elas estavam confusas e se perguntavam por que eles tinham mentido para elas?
O pior de tudo é que elas foram traídas pelos garotos que estavam começando a nutrir certos sentimentos.
E o orgulho falava mais alto, ao contrario de procurar respostas direto da fonte elas continuaram ali durante horas.
- Temos que voltar alguma hora – comentou sendo a primeira a falar alguma coisa quando as nuvens que cobriam o sol se afastaram mostrando que ele já estava no alto, avisando que era de tarde.
- Não agora – respondeu simplesmente e elas voltaram ao silêncio.
Ouviram um farfalhar de folhas e passos se aproximando, elas se levantaram num pulo, mas Benjamin passou por umas árvores levantando as mãos em forma de paz.
- Sou eu, calminha.
- O que você quer, Benjamin? – perguntou rudemente, ele também era um mentiroso.
- Está todo mundo procurando por vocês. Aqueles guardiões colocam tudo mundo para trabalhar quando querem algo – ele disse dando aquele sorriso zombateiro.
bufou irritada.
- Fora, agora – ela mandou e então foi até ele segurando na barra da sua blusa, Ben deu um passo para trás apesar do tamanho da garota – E não ouse contar onde estamos.
- Não, espere – disse rapidamente enxugando as lágrimas silenciosas que ela deixara escapar, ela correu até Benjamin meio cambaleante.
Ele ergueu uma sobrancelha.
- Vocês estão chapadas?
e reviraram os olhos.
- O que você sabe? – perguntou ignorando todos quando chegou perto o suficiente de Benjamin para livrar ele das mãos de .
Ele encarou ela tentando descobrir ao que ela se referia.
- Nós sabemos – respondeu fazendo ele olhar por cima do ombro de para ela – Sabemos que os garotos são anjos e que você é algo parecido.
- Apesar que um demônio é muito mais a sua cara – murmurou , mas Benjamin ouviu e riu.
- Quase isso, um anjo caído – ele disse com um sorriso divertido nos lábios – Até que enfim, o que descobriram?
- Não, nossa vez de perguntar – cortou .
- E eu não vou falar até vocês me responderem – ele disse calmo sentando na raiz de uma árvore que escapava da terra.
suspirou e olhou para as amigas, quando elas concordaram ela falou:
- Tem um livro na biblioteca – disse pausadamente vendo Ben erguer os olhos curioso – Na sessão restrita.
- Ah, aquele livro – ele disse rindo e concordando – Livro interessante, pena que não ficou mais famoso. Sabia que existem muitos poucos dele? Eu trouxe esse para cá.
- Você sabia de tudo. Todas suas indiretas, porque não contou? – acusou , das meninas ela era a mais próxima dele, então elas acharam certo começar as acusações.
- Porque eu não quero ser punido. Posso ser um anjo caído, mas ainda tenho que seguir algumas regras – ele disse então riu de alguma piada interna – A proibição de trazer um livro que conta tudo para o colégio não é uma regra.
- Quantos anos você tem? – perguntou .
- Alguns séculos, ta milênios, mas não me chamem de velho. Eu sou muito sexy para ser chamado de velho – ele disse relaxado e rindo, quando as meninas não riram de volta ele suspirou – Qual é, a piada foi legal.
- Você é mais velho do que os meninos?
- Apenas do Caspian, quer dizer Andrew. Como vocês preferem? - deu um tapa na cabeça dele – Certo, desculpa. Quero perguntar uma coisa, porque ainda estão aqui?
- Porque não queremos falar com aqueles mentirosos – respondeu – Seu nome é verdadeiro?
Ele riu.
- É, infelizmente não sou tão famoso quanto eles para esconder meu nome – ele parou pensando – Não vão sair daqui nunca?
- Vamos, mas porque eles têm que esconder o nome? – perguntou .
- Porque apesar da sorte de vocês de lerem aquele livro super legal, ele é um livro proibido, mas mesmo assim os descendentes de anjos e demônios sabem o nome dos grandes guardiões – ele falou cruzando os braços atrás da cabeça relaxado – Mais alguma pergunta?
- Espera, estamos num colégio com descendentes de anjos e demônios? – exasperou-se .
- Ah sim, tem muitos desses aqui. A Hannah é, Lindsay, aquele ruivo o Mason e até professores temos – ele disse contando nos dedos.
As meninas levaram alguns segundos para absorver a nova informação.
- Quem são as protegidas dos... Garotos? – perguntou .
Benjamin abriu um largo sorriso malicioso.
- Já isso é terminantemente proibido – ele disse ficando de pé e sacudindo a terra da sua calça – Apesar de amar a companhia de vocês tenho que voltar para o colégio e rir do desespero daqueles babacas.
- Só mais uma coisa – chamou fazendo o moreno encarar ela esperando – O que aconteceu com você e...
- Liam? – ele ajudou rindo da tentativa da menina de falar o nome dele, concordou – Longa história, ele se achava o máximo, eu me achava o máximo, garota nova na cidade, nos apaixonamos por ela. Ele ganha, eu fico furioso e viro um anjo caído – ele editou tudo com um sorriso nos lábios, olhou para o céu e então para as meninas – Não vai demorar a escurecer, torturem mais um pouco os meninos, mas lembrem que as sombras têm hora para sair.
E acenando para as meninas ele se virou para sair pelo mesmo caminho que tinha chegado.

- Vocês precisam se acalmar – Helena falou encarando os quatro garotos a sua frente que andavam de um lado para o outro inquietos.
- COMO VOCÊ PEDE CALMA NUMA SITUAÇÃO DESSAS? - Liam gritou olhando irritado para a loira que cruzou os braços e adquiriu uma expressão séria.
- Não grite comigo de novo Liam – ela o advertiu – Só acho que vocês precisam estar calmos, elas não saíram da escola então vamos encontrá-las logo, e vocês estando irritados não pensam claramente.
Caspian bufou, mas segurou a língua para não retrucar com a mulher.
- Ela está certa – Daniel falou encarando os amigos – Apesar da marca arder, sabemos que elas não estão em perigo e o tempo já esta abrindo novamente - eles olharam simultaneamente para cima onde o sol começava a brilhar de novo.
- Vocês sabem o que aconteceu para elas fugirem? - Helena perguntou tentando adquirir fatos que possam levá-los a elas.
- Não – suspirou André jogando-se no chão derrotado.
- Elas leram o livro – eles ouviram uma voz e encararam Benjamin que diminuiu a distância entre eles em segundos - Elas sabem.
- Que livro? - Helena perguntou confusa.
- O das irmãs Shaw - ele respondeu e desapareceu dali rapidamente.
Eles ficaram estáticos. Até Helena ficou sem reação com a informação dele.
- Elas sabem – Daniel ecoou as palavras do garoto e deu um passo para trás, ainda em choque.
Liam deu um passo à frente furioso, mas antes que pudesse continuar Caspian o segurou.
- Ele não vai dizer – falou o caçula sabiamente.
- Precisamos encontrá-las imediatamente! - Helena exclamou virando-se e indo até seu escritório – Tenho que avisar Marcus.

- Acho que está na hora de voltarmos né? - falou quando viu que o sol preparava-se para se por.
- Tem razão – suspirou levantando-se e limpando a terra de sua saia.
- Eu queria poder passar a noite aqui, longe de todos – falou segurando na mão de que sorriu triste para ela.
- Não podemos, corremos perigo se ficarmos aqui até escurecer – disse abraçando pelos ombros.
- Então vamos lá - a pequena suspirou novamente e elas começaram a andar.
Seguiram calmamente pela a floresta, sem nenhuma pressa de chegar à escola, foram em silêncio, pensando no que dizer e fazer quando encontrarem os meninos.
Assim que passaram pelas maiores árvores dali e tiveram uma visão ampla da escola, viram que estava uma correria.
- É, Ben não estava brincando, eles estão mesmo loucos atrás de nós - falou um pouco assustada com a atenção que todos deram a elas.
- Odeio ser o centro das atenções – resmungou .
Elas respiraram fundo e saíram totalmente da floresta, não passando despercebidas.
- SÃO ELAS! AQUI, ELAS ESTÃO AQUI! - uma garota loira que provavelmente era mais nova que elas gritou ao vê-las. Um bando de pessoas correu para ver se era verdade, entre elas Daniel, André, Liam e Caspian.
- MENINAS! - eles exclamaram juntas correndo até elas de braços abertos, prontos para um abraço de alívio. Abraço que não aconteceu. Elas foram para trás assim que eles chegaram muito perto e não olhavam nos olhos deles.
- Estamos bem – anunciou olhando para os outros alunos que se aproximavam do grupinho.
- Onde vocês estavam?
- O que aconteceu?
- Estão machucadas?
Todos falavam ao mesmo tempo deixando elas ainda mais confusas, estava ficando meio verde, toda essa atenção e ainda ter que lidar com o fato que seu namorado mentiroso estava na sua frente com um olhar de dor nos olhos não era fácil.
e se entreolharam pensando num meio de fugir dali, mas foi que teve a idéia.
- Eu não me sinto bem – dramatizou cambaleando.
apertou os lábios bem firme para não mostrar o sorriso, ela era péssima mentirosa.
- Se afastem – pediu rapidamente entrando no drama.
- Se afastem – outra voz mais autoritária disse se aproximando, era Helena – Meninas, que bom que estão bem, onde estavam?
- Helena, por favor, eu acho que a vai desmaiar – disse rapidamente – Ou a , pode nos tirar daqui?
- Oh Meu Deus – exclamou Helena preocupada – Claro que sim, vamos para a enfermaria – ela disse.
As meninas passaram de cabeça baixa entre os alunos, morrendo de vergonha de toda essa atenção voltada para elas, sorriram para alguns conhecidos, mas não encararam os meninos que vinham atrás delas também de cabeça baixa.
Entraram na enfermaria respirando aliviadas com o silêncio, foram se sentar na cama que tinha ali só agora percebendo como estavam cansadas, com sede e com fome.
- Vocês estão bem? – sussurrou Liam baixinho, com receio delas.
não teve com se controlar, para ela foi demais.
Ela ficou de pé e apontou o dedo para ele.
- Não fale como se importasse, não fale com a gente e não fale comigo – ela praticamente gritou.
- , se acalmem – pediu Helena.
- Não quero me acalmar, eu quero ir embora. Eu quero ir para minha casa – ela choramingou dando um passo para trás quando Liam levantou a mão para puxar ela para um abraço.
- Sim – se pronunciou rapidamente ficando de pé – Queremos ir para casa, Helena. Ligue para nossos pais, não queremos mais ficar aqui.
- Eu não posso fazer isso – Helena abaixou a cabeça – Sinto muito.
- Não vamos mais ficar aqui e a senhora não pode nos impedir – falou firme evitando o olhar de André.
- Helena, pode nos deixar sozinhos? – pediu Caspian.
Helena encarou eles em seguida as meninas.
- Por favor – acrescentou Daniel.
Ela suspirou.
- Eu estou na minha sala – disse e saiu da enfermaria sem dizer mais nada.
As meninas não falaram nada, se sentiam amuadas numa mesma sala com eles.
- O que aconteceu? – perguntou André, ele sabia o que tinha acontecido, mas queria apenas a confirmação.
estava encolhida na cama, então deu um passo a frente.
- Não fale como se já não soubesse – ela disse rindo sem humor nenhum, Daniel levantou o braço para encostar nela, mas ela deu um passo para trás com nojo – Não! – gritou, um pote caiu da estante espalhando vários pedaços de vidros.
- Por favor, nos escutem – pediu Liam encarando , então ele olhou sua mão esquerda – Você está machucada – exclamou indo até ela, ficou confusa por um momento e olhou para sua mão, estava com uns arranhões nos ossinhos dos dedos e vermelho por causa do soco que ela deu na árvore, mas não doía, então ela sentiu o toque da mão de Liam tocando no seu ombro.
- Não! – ela gritou estridentemente pulando para trás.
As luzes da sala apagaram por alguns segundos até acenderem de novo.
- Meninas, deixa a gente explicar – pediu Caspian, ele odiou ver o quanto estava machucada – Não queríamos...
- O quê? Mentir? – disse com um sorriso irônico nos lábios – Pois adivinha Andrew... Quer dizer, Caspian. Vocês mentiram – ela gritou a última frase fazendo mais alguns potes caírem no chão – Que merda ta acontecendo. Vocês estão fazendo isso?
Os meninos se entreolharam.
- – sussurrou André querendo que ela encarasse ele, mas a garota ainda estava encolhida na cama sem conseguir falar nada.
- Escutem bem, antes de ignorarmos vocês até podermos nos livrar desse colégio – começou , mas Daniel gemeu de dor cortando ela.
- Não, vocês não podem.
- Podemos e vamos – ela falou com raiva em cada palavra.
- O que ela quer dizer é que queremos a verdade. Toda e exclusivamente a verdade – disse .
- E depois disso nunca mais falem com a gente – completou cruzando os braços e fungando para segurar o choro.
- Não, por favor, não – Liam disse quase implorando.
- A verdade Nathan... Liam, a verdade é tudo que queremos agora – disse firme e tentando sustentar o olhar do garoto, foi demais para ela e ela virou para encarar os outros três meninos que pareciam estar realmente sofrendo com a dor delas.
Não, eles não estavam sofrendo.
Eles eram os mentirosos dessa história
. E agora elas só queriam a verdade.
Eles se entreolharam de novo e suspiraram.
- Não sei se temos permissão, mas vamos contar - Daniel disse e encostou-se na parede, sabia que a história era longa.
- Mas, primeiro vocês tem que prometer que não vão sair da escola - falou André passando a mão no cabelo nervoso.
- Não vamos prometer nada – bufou e revirou os olhos – Vocês vão contar a verdade e depois nós decidimos o que fazer.
- Prometam – Caspian disse cruzando os braços e as encarando sério – Ou não contamos.
As quatro bufaram simultaneamente.
- Prometemos – falou por todas.
- Certo. Antes de começar preciso dizer que espero que vocês entendam que tudo foi escondido de vocês para sua própria proteção - Liam disse, seu olhar estava preso em que olhava para todos os lados, menos para ele.
- Comecem, por favor, não temos a noite toda – falou ignorando totalmente o que Liam havia dito.
Eles olharam para Daniel que concordou e tomou fôlego antes de começar a história.
- No início da Macedônia Antiga, em meados de 700 a.C. Um anjo recebeu a notícia de que seria o responsável em criar os quatro pesos da balança.
- Que balança é essa? - perguntou curiosa.
- A balança entre o bem e o mal - Liam respondeu e ela assentiu concordando e mandou Daniel continuar.
- Ele tentou por anos seguidos criar os pesos, normalmente eles nem chegavam a nascer pois a trevas iam atrás das mães e as matavam, junto com o filho em sua barriga, e se nascessem não passavam dos cinco anos de idade. E então depois de muitos anos de tentativas frustadas, um oráculo preveu que um dia ele iria se apaixonar por quatro humanas diferentes e desse amor sairia os quatro pesos.
“Como o oráculo não pôde prever a data exata, esse anjo resolveu preparar-se para a proteção de suas filhas. Então criou quatro anjos guardiões, com intervalos de tempos e com poderes maiores que os outros guardiões.”
- Vocês – murmurou passando os olhos pelos quatro a sua frente.
- Eu estou confusa – comentou antes que eles continuassem a história – O que temos haver com essa história? Não somos irmãs, não de sangue.
Liam suspirou e esperou Daniel concordar para ele continuar.
- Daniel foi criado primeiro com o intuito de proteger a filha mais velha, no começo ninguém sabia quando a primeira filha iria nascer, então se previa que elas teriam algumas décadas de diferença, entretanto esse anjo depois de treinar Daniel por décadas decidiu criar mais um guardião, eu fui o próximo e quase um século depois André foi criado e por último Caspian.
- Se vocês não sabiam a data, porque não esperaram a primeira criança nascer? – questionou .
- Porque nosso chefe não queria dar bobeira com suas filhas, então quando ele terminava de treinar um, ele criava outro. Normalmente ele treina vários anjos da guarda ao mesmo tempo, mas não esses, quer dizer a gente – embolou-se Caspian e deu de ombros sorrindo meigo para , ela virou o rosto.
- Ok, entendemos a história – disse impaciente.
- Mas não entendemos aonde vocês querem chegar – completou .
- E porque mentiram para a gente – acrescentou apressadamente.
Caspian revirou os olhos e abriu a boca para soltar tudo de uma vez, André prevendo isso deu um beliscão em seu braço.
Se fosse em outro momento as meninas teriam rido do gemido de Caspian, mas não nesse momento, elas apenas encararam eles séria.
- Ainda estamos esperando, se não falarem agora arrumamos nossas coisas e vamos embora – anunciou já se levantando da maca que estava sentada.
As meninas se levantaram para seguir ela, mas André soltou rápido e desesperado:
- São vocês.
- Desculpa, o que disse? – perguntou se virando para ele.
Liam bufou fechando as mãos em punhos antes que desse um soco na cara de André.
- O que ele quis dizer é que são vocês. Vocês são a balança, são a nossa última esperança. Aquelas que irão decidir qual lado vai ganhar a batalha entre luz e trevas que existe há milênios.
As meninas encararam Daniel por longos segundos sem dizer nada.
foi a primeira a explodir numa alta gargalha.
- Que piada boa, vocês tentaram né? Pena – ela disse e já ia passar por eles, mas Daniel foi rápido segurando no seu braço – Me solta – ela falou entre dentes, o garoto rapidamente deu um passo para trás balançando a mão e encarando incrédulo.
- Ela me queimou – ele disse.
- Vocês são malucos – disse puxando para perto delas.
- E cansamos disso – disse passando a frente delas, Liam ficou de pé rapidamente na sua frente – Me deixe passar, Gray.
Ele não se deixou atingir e cruzou os braços.
- Se eu não fosse seu guardião como é que eu ia saber que você só aprendeu a andar de bicicleta sem rodinhas quando as rodinhas levantaram e você continuou na bicicleta? – ele disse com um sorriso nos lábios.
olhou para as meninas questionando se alguma delas tinha contando essa história a ele, mas elas estavam estupefatas.
- Ou você , lembra quando você tinha seus dois anos e pouco e sua mãe estava limpando o guarda-roupa e derrubou o ferro sem querer? Ele ia cair em cima de você com tudo, mas eu consegui segurar a tempo do estrago não ser grande – disse Caspian sorrindo para ela, os olhos de brilharam com as lágrimas que segurava, mas ela foi forte.
- Vocês podem ter... – tentou olhando ao redor como se procurando uma desculpa.
- Podemos o quê? – perguntou Liam percebendo que tinha vencido.
- Como íamos saber de tudo isso? Que deu seu primeiro beijo debaixo da escorregadeira enquanto brincava de casinha? Aposto que nem vocês sabem disso – disse Andre cruzando os braços.
arregalou os olhos deixando algumas lágrimas descerem, ela nem lembrava mais dessa história, foi um selinho inocente e ela nem considerou.
- E você , como eu sei que sua primeira palavra foi o nome do seu irmão porque você estava impaciente com a demora dele de chegar do colégio?
Ela não se lembrava disso, mas sabia qual foi a sua primeira palavra.
- Espera – mandou segurando firmemente o choro – Somos irmãs?
não segurou o alto soluço e até começou a chorar com um sorriso nos lábios.
- Somos irmãs – repetiu a morena sorrindo.
Os meninos se permitiram sorrir olhando a cena, as garotas olhavam uma para as outras com sorrisos nos lábios e ainda tentando processar a informação.
Então gritou:
- Meu pai está vivo? – ela perguntou, Daniel olhou para ela sem entender e concordou com um aceno de cabeça, deixou uma lágrima escapar – Ele está vivo e me deixou sozinha mesmo assim?
- , você não entende, ele não podia – tentou Daniel.
- Cala a boca – ela mandou raivosa, Daniel deu um passo para trás sua mão ainda estava ardendo – Eu precisei dele e ele não apareceu.
- Não é assim tudo que ele fez e nós fizemos foi para vocês ficarem seguras – murmurou André.
- Eu. Não. Quero. Saber – sua voz foi subindo a cada palavra e na última as lâmpadas da enfermaria explodiram juntamente com todos os outros vidros.
As meninas gritaram, mas sentiram braços seguraram elas e a abaixarem protegendo-as com seus próprios corpos.
- , se acalme, por favor – Daniel estava na frente de tentando fazer a menina se acalmar, ela parecia não escutar ele – Eu sinto muito, só queríamos proteger vocês, se você me escutar eu posso te explicar mais algumas coisas – ele deu um passo para a frente para tocar no ombro dela, mas ela deu um pulo para trás.
- Não me toque – e dizendo isso saiu correndo para fora da enfermaria.
Ninguém disse nada por alguns segundos, até que percebeu que estava quase deitada no chão com o corpo de Liam protetoramente em cima do dela.
- Sai de cima de mim – mandou tentando controlar sua raiva, porque agora que ela entendeu parecia que elas podiam fazer algumas coisas.
e também notaram agora e rapidamente empurraram eles.
- Foi a que fez aquilo tudo? – perguntou .
Caspian concordou com um aceno de cabeça.
- Eu vou atrás dela – avisou Daniel.
- Ah, não vai não – ia para cima dele, mas Liam impediu sua passagem deixando Daniel sair – Ah, ótimo. Mais alguma coisa?
- Sim. Aquilo que fez, todas vocês podem fazer. Podem fazer muito mais que aquilo, vocês tem poderes e não duvido que sejam mais fortes que os nossos, afinal vocês são o equilíbrio do mundo - André falou passando seu olhar pelas três e então seu olhar parou em - Mas eles só podem ser controlados quando fazem dezoito anos.
- É por isso que não havíamos contado ainda, o... pai – Liam falou a palavra com cuidado esperando alguma reação agressiva delas, mas não aconteceu – de vocês preferia esperar até que completasse 18 para contar toda a verdade. Tudo isso para manter a segurança de vocês.
- Então quer dizer que eu já posso usar meus poderes? - perguntou .
- Sim, mas sem saber usá-los seria um perigo, para os outros e para si mesma. E é por isso que agora que vocês sabem, precisam treinar e isso tem que acontecer o mais rápido possível – André respondeu olhando triste para sua protegida - Logo uma guerra entre os dois mundos terá início e é essencial que vocês saibam lutar e que saibam de qual lado estarão.
- Sério? Vocês acabam de dizer que somos irmãs, que somos a balança entre o bem e o mal e tudo o mais e querem que nós vamos para guerra amanhã? - dramatizou bufando – Faça-me o favor - empurrou Caspian – que tentou pará-la – para o lado e saiu a passos firmes por onde a amiga saíra a minutos atrás. É claro que Caspian foi atrás.
- Com licença – rugiu para Liam que ainda estava parado em sua frente, ele deu passagem e ela seguiu os passos de . Liam esperou alguns segundos e então tomou o mesmo rumo que os outros.
André e estavam sozinhos, eles se encararam.

Liar, Liar – Christina Grimmie


Can't see you anymore
(Não posso mais te ver)
You're in, and shut the door
(Suas medidas fora da porta)
Didn't know what I do know now
(Eu não sabia o que eu sei agora)
With words I've been betrayed
(Eu fui traída com palavras)
You respond and let them fade
(Você responde e as deixa enfraquecerem)
and I just won't let you bring me down
(E eu só não quero que você me deixe pra baixo)

You can see what I know and I know
(Você pode ver o que eu sei, e eu sei)
Somewhere there's a sorry heart
(Em algum lugar há um coração arrependido)



Daniel estava à procura de quando percebeu uma movimentação estranha no ginásio, ele foi lá para ver o que estava acontecendo e acabou encontrando a garota, não havia conseguido se acalmar, cada vez que pensava mais sobre o assunto, mais irritada ficava, e acabava descontando em qualquer coisa que estivesse em sua frente.
- ? - Daniel chamou pela garota que estava de costas para ele, ela não havia percebido sua presença até então.
- Por favor, eu quero ficar sozinha - estava virada para ele, mas de olhos e punhos fechados, ela tentava se controlar, mas estava ficando cada vez mais difícil.
- , nós fomos mandados para proteger vocês, você me escolheu, mas não podíamos contar, era uma ordem, por favor, entenda! - ele estava se aproximando mais da garota, o suficiente para ela abrir os olhos.
- Eu era apenas uma recém nascida, eu não sabia nem que estava viva, como poderia escolher você? - deu uma risada irônica, ela estava descontrola, muitos sentimentos estavam misturados, e ela não conseguia os separar.
- É uma regra, os pesos escolhem seu guardião, é uma ligação que eles criam você era apenas um bebê, mas sabia de suas obrigações - Daniel estava parado sem reação, não conseguia pedir desculpas, e dizer que estava errado, se ajoelhar aos pés da garota e contar toda a verdade, ele nasceu para protegê-la, e nada mais.
- Para você tudo se baseia nisso não é? Ordens, regras, obrigações... - a cada palavra, a voz de aumentava até uma lâmpada estourar.
- Foi para isso que fui criado, te proteger, e nada mais - ele poderia se arrepender pelo que dizia, mas era o certo a se fazer - Eu sinto muito pelo que lhe fiz passar, gostaria de ter contado, e espero que você entenda, eu entendo que nenhuma desculpa que der vai fazer você me perdoar.
- Na verdade, faria sim - ela estava cansada de tudo, principalmente de ficar com raiva, então tentou se acalmar um pouco - Só me explique porque isso acontece comigo. Eu não quero ser assim - uma lágrima escorria pelo rosto dela, e Daniel foi logo limpa-la, outras lágrimas começavam a cair, então ele logo puxou ela para um abraço.
- É simples, são seus poderes, eles ainda não podem ser controlados, e parecem que eles não gostam de ficar presos, então a qualquer momento que você abaixe a guarda, que deixe um sentimento entrar, ele tomam conta de você - ele mantinha em seus braços, só querendo protegê-la.
- De qualquer jeito, obrigada por sempre estar ao meu lado - deu um pequeno sorriso, não havia perdoado o garoto, mas os dois já haviam passado por muita coisa naquele dia.


Tell me why these roads keep leading
(Me diga por que essas estradas continuam guiando)
Leading you right back to me
(Guiando você direto para mim)

Liar liar, don’t cry on my shoulder
(Mentiroso, mentiroso, não chore no meu ombro)
You played with fire
(Você brincou com fogo)
and smiled when you told her
(E sorriu quando contou á ela)
Oh, oh, thought you were someone
(Oh, oh, pensei que você fosse alguém)
oh, oh goodbye to no one
(oh, oh, adeus para ninguém)



entrou no quarto e fechou a porta com força. Tudo estava confuso, e ela estava muito magoada com os meninos – principalmente Andrew/Caspian -.
A loira foi em direção a varanda, o vento forte e gelado, que entrou no momento em que ela abriu a porta, bagunçou seus cabelos e a acalmou um pouco. Ela foi até a beira da varanda e pôs se a observar o mar. Uma batida na porta a fez voltar a realidade, ela sabia quem era e por isso não fez nada. “Quem sabe ele entenda e me deixe sozinha, pelo menos por hoje” ela pensou, suspirando logo em seguida ao perceber que estava se iludindo, pois ele não a deixaria em paz. A porta se abriu um pouco e apenas a cabeça de Andrew/Caspian adentrou o quarto.
- ? – era apenas um sussurro, mas com o silêncio mortal do quarto, o chamado ecoou alto por todo o cômodo, mesmo assim ele não obteve resposta por um tempo. Depois de longos minutos a resposta veio, fria e seca.
- Não me chame assim. Só meus amigos podem me chamar pelo apelido! – o resmungo veio da varanda e então ele – depois de entrar no quarto e fechar a porta – foi até lá, encontrando sentada no chão de pernas cruzadas, a cabeça encostada na grade e ela olhava fixamente para o mar.
- Podemos conversar? – ele indagou com a voz suave, sentando perto dela e a encarando.
- Não temos nada para conversar! – respondeu ríspida.
- Ah temos sim – Andrew/Caspian retrucou ainda com a voz suave – ... – ele tocou o braço descoberto da garota, mas ela repeliu o toque afastando-se um pouco dele. Com um suspiro ele continuou – , eu sei que esta sendo difícil, mas você tem que entender que tudo que nós fizemos foi para que vocês ficassem...
- SEGURAS! – ela gritou terminando a fala dele e ao mesmo tempo o interrompendo – É eu sei, acho que vocês repetiram isso umas cinqüenta vezes hoje.
- Porque precisamos que isso entre na cabeça de vocês – ele disse, o tom em nenhum momento mudando. bufou.
- Estou segura, satisfeito? Ninguém pode nem chegar perto de mim aqui nessa escola, então nada de mal vai me acontecer. Estou extremamente segura. Agora, se você puder me deixar sozinha... – ela deixou a frase no ar, e virou para encará-lo.
- Não! - ele respondeu, seu olhar estava firme – Eu não vou sair daqui até resolver isso com você.
- Por favor... - a loira implorou – foram muitas descobertas por hoje, eu estou confusa, magoada, minha cabeça esta doendo, eu só quero dormir e fingir que nada disso esta acontecendo.
- Mas está, você não vai poder fugir da realidade – Caspian repetiu o gesto de antes e dessa vez não se afastou, apenas fechou os olhos e suspirou.
- Eu sei. Amanhã, quando eu acordar eu encaro tudo isso, mas agora, eu quero fugir - disse em um tom cansado.
- Tudo bem, eu posso ficar aqui até você dormir? - ele pediu passando os dedos levemente pelo braço da loira.
- Tanto faz.
Os dois se levantaram e seguiram para dentro do quarto, Caspian fechou a porta da varanda para que o ar frio não fosse um incômodo para ; enquanto ela colocava o pijama e escovava os dentes ele arrumava sua cama.
seguiu até a cama e deitou-se no canto esquerdo, deixando um espaço na cama. Caspian sentou no espaço vazio e abaixou o rosto para encontrar o olhar de .
- Vai ficar tudo bem – ele disse fazendo um cafuné nos cachos loiros da garota – você vai ver.
- Promete? - ela pediu fechando os olhos e suspirando.
- Prometo.
- Fica comigo até de manhã? Por favor - ela pediu ainda de olhos fechados, e com a voz um pouco sonolenta.
- Claro – Caspian respondeu tirando os sapatos e deitando na cama. o abraçou e apoiou sua cabeça no ombro dele, ele passou o braço sobre o ombro dela e lhe deu um beijo na testa.
- Durma bem – ele sussurrou, mas sabia que ela já dormia, e então ele pensou em fazer o mesmo que ela, neste momento não existiria nada, nem ninguém, seriam apenas os dois. Juntos.


So break away the touch
(Então perca o contato)
Of bliss you miss so much
(Com a felicidade que você sente tanta falta)
But I won't tell you to come back home
(Mas eu não vou dizer-lhe para voltar para casa)
Emotions dissipate
(Emoções se dissipam)
Is love designed to hate?
(É o amor projetado para odiar?)
Keep on driving away from here
(Continue dirigindo para longe daqui)
Eye the rain as it falls in your hands
(Olho a chuva enquanto cai em suas mãos)
Will there be another storm?
(Haverá outra tempestade?)


estava irritada. Ela nunca estivera tão irritada, confusa, chateada e magoada ao mesmo tempo tão rápido e de uma única vez.
Ela seguiu a passos rápidos até a praia, descendo as escadas que dava para ela e dando a volta para ir para perto das rochas, ela virá ir para o quarto delas, mas não fazia ideia pra onde suas outras duas amigas, não irmãs, tinham fugido.
Só que agora ela não iria se preocupar com elas.
Não conseguia pensar nisso agora.
Ela ouviu barulho de asas e em seguida alguém parar na sua frente, depois de se acostumar com o brilho intenso piscando os olhos algumas vezes para se acostumar ela viu Nathaniel... Quer dizer, Liam, com suas grandiosas, magníficas puras e brancas asas abertas parecendo tão grandes e atrativas.
Ela nunca virá às asas de um anjo.
Mas ignorando isso, ela engoliu em seco segurando o elogio e querendo passar por ele.
- Me deixa em paz – ela pediu séria.
- Não posso fazer isso – respondeu Nathaniel, não, Liam numa voz séria.
- Por quê? É contra sua natureza? – ela zombou cansada de tentar passar por ele, porque sempre que tentava as enormes asas dele impedia, ela queria tocar, mas sabia que se fizesse isso ia se perder na maciez que elas deveriam ser. Então suspirando pesadamente sentou na areia virando para encarar o mar – Eu não quero falar com você agora Nathan... Ops, Liam – ela riu sarcasticamente – Nem o seu nome era verdadeiro.
- , eu sinto muito, mas preciso que você entenda – as asas de Nathaniel, quer dizer, Liam apontaram para cima e então foram se enrolando aos poucos, ficando pequenas e desaparecendo em suas costas.
- Eu não quero entender, eu não quero falar com você. Não quero ficar perto de você – ela disse firme pontuando cada palavra com raiva ainda sem encarar ele – Eu não sei mais em quem confiar.
- Se você não confia em mim, confie em você mesma. Você sempre está certa – ele disse, ela teve vontade de rir, ela nem sempre estava certa ainda mais se era uma discussão contra , se perguntou como a amiga estava – Só não... Não fique com raiva de mim por muito tempo, eu não quero me culpar pelo resto da minha eternidade.
olhou para Liam, seus olhos azuis a encaravam e pelo menos aqueles olhos sempre foram sinceros. Antes que ela desse o braço a torcer, ficou de pé.
- Eu não posso com isso agora. Não se preocupe, eu vou ficar bem indo até o meu quarto – então parando por um momento ela encarou ele e acrescentou – Sozinha.
Os ombros de Nathaniel, Liam, tremeram, mas ele concordou com um aceno de cabeça.
- Eu vou estar aqui, quando você precisar – ele falou quando já tinha virado de costas para poder ir para seu quarto.
Ela não respondeu, não tinha cabeça para isso agora e antes que ele falasse mais alguma coisa ela correu para longe dele.


Tell me why these roads keep leading
(Me diga porque essas estradas continuam guiando)
Leading you right back to me
(Guiando você direto para mim)

Liar liar, don’t cry on my shoulder
(Mentiroso, mentiroso, não chore no meu ombro)
You played with fire
(Você brincou com fogo)
and smiled when you told her
(E sorriu quando contou á ela)
Oh, oh, thought you were someone
(Oh, oh, pensei que você fosse alguém)
oh, oh goodbye to no one
(oh, oh, adeus para ninguém)



André e estavam sozinhos, eles se encararam.
suspirou cansada e sentou na cama pesadamente, sem conseguir encarar André novamente.
- ? – ele chamou baixo, ela se arrepiou inteira, pois sentiu ele perto, e isso não era certo. Ele tinha brincado com seus sentimentos e pior ainda mentido pra ela.
Ela odiava mentiras, principalmente de quem ela mais gostava.
- Vai me contar a verdade? – ela indagou ainda sem olhar pra ele.
- Já contamos – André disse baixo.
- Não, não contaram. Tem muitas lacunas – disse cansada.
O silêncio voltou a reinar entre eles, e André escutou um soluço baixo e em menos de meio segundo ele puxou pra ele.
- Por que você mentiu pra mim? – perguntou ainda abraçada a ele, ela queria se afastar, mas ao mesmo tempo queria continuar onde estava.
- Era preciso, pra segurança de... – ele começou, mas o empurrou com força.
- Que se dane a nossa segurança, nós queríamos a verdade desde o começo e só tivemos mentiras – falou irritada – VOCÊ MENTIU PRA MIM – ela acusou André com a voz cheia de dor e de mágoa.
- , desculpa – ele esticou a mão para tocar no rosto dela, mas ela se afastou – Por favor, não se afasta – ele pediu com dor na voz.
- Você me afastou quando mentiu pra mim sobre nós – ela disse chorando com lágrimas teimosas descendo pelo seu rosto e saiu da enfermaria correndo e deixando André para trás. André foi atrás dela e segurou no seu pulso, quando ela chegou perto da escada.
- Eu nunca menti sobre nós, tudo o que eu disse é verdade – ele falou olhando dentro dos olhos dela.
- Depois de tantas mentiras, não sei se consigo acreditar em você de novo – falou e subiu correndo as escadas para o dormitório.
André ficou ali, vendo sua protegida fugir magoada e isso não era fácil, mas ele torcia para que ela o perdoasse.


I don’t need to know you’ll be there
(Eu não preciso saber que você estará lá)
You’re not in my mind
(Você não está na minha mente)
I don’t need to know you care
(Eu não preciso saber que você se importa)
Please don’t wast my time
(Por favor não desperdice meu tempo)





XI - Not Safe

Já fazia um bom tempo que tinha escurecido, já tinha andando praticamente por todo o colégio e finalmente decidira ir para seu quarto.
Abriu a porta devagar com medo de acordar suas amigas, mas percebeu que elas estavam num sono ferrado. Pelo menos , que dormia encolhida na sua cama e que estava abraçada com...
- Andrew? – disse , acostumada a chamá-lo assim.
saiu do banheiro já pronta para dormir.
- É, ele está aqui desde que eu cheguei no quarto – respondeu a morena baixinho – E é Caspian.
deu de ombros.
- Ãhn, meninas? – sussurrou Caspian sonolento se mexendo na cama, ele encarou e – Ah, vocês chegaram.
- O que faz aqui? – perguntou .
- pediu para eu dormir com ela – ele sussurrou e já ia tirando o braço que estava envolto da cintura de -, mas se vocês quiserem, eu saio.
- Não, não precisa – disse rapidamente deitando na sua cama – Se ela pediu é melhor você ficar.
- É, ela realmente não vai gostar – concordou dando um sorriso amarelo para Caspian.
- Ok – ele concordou sonolento aninhando ao seu lado.
deitou na cama, ninguém disse nada por um longo tempo e quando finalmente suspirou num sono tranquilo, chamou:
- Er, Caspian?
- Pode me chamar de Cas, – ele sussurrou de volta.
- Por favor, não machuque a – ela pediu, Caspian ficou tão confuso que levantou o rosto para encará-la – Ela pode parecer forte e está sempre alegre, mas ela é tão frágil quanto qualquer uma de nós.
- , não se esqueça que eu conheço a mais do que ela mesma – ele disse com um tom brincalhão -, mas eu prometo.
- Obrigada – ela concordou e se virou para dormir, mas Caspian a chamou.
- Posso te pedir uma coisa também? – ele perguntou.
levantou o rosto para encarar ele.
- Pode – concordou.
- Liam pode ser meio nervosinho às vezes, mas tem um bom coração e um único ponto fraco – ele fez um gesto com a cabeça para ela – Não o machuque.
- Eu não pretendo machucá-lo – ela falou sincera, não queria falar com ele nunca mais, e talvez lhe dar uns socos e um chute no meio das pernas, mas não queria machucar ele – Mesmo ele tendo me machucado.
- Você sabe que não é assim...
- Boa noite, Cas – ela o cortou.
Caspian suspirou, mas afundou o rosto nos cabelos de que estava de costas para ele e dormiu.

- O que vamos fazer? - André indagou finalmente quebrando o silêncio que permaneceu no quarto deles desde o ocorrido ontem a noite.
- Devemos contar ao chefe – Liam respondeu sua pergunta depois de soltar um suspiro de alívio quando o silêncio fora cortado.
- Mas Helena disse a ele ontem, não disse?! - retornou a indagar.
- Ela só disse que elas estavam desaparecidas e leram o livro – quem respondeu dessa vez foi Daniel olhando pela janela onde o sol resolvera finalmente aparecer e os presenteava com uma linda paisagem.
- Marcus tem que saber os detalhes - Liam concluiu e Daniel lhe lançou um olhar triste e pidão - Eu vou – ele disse, sorrindo de lado para Dan que assentiu.
- Obrigado - falou simplesmente.
- Cuide de para mim ok? - Liam pediu para André que assentiu e murmurou um “Vai ficar tudo bem, não se preocupe com ela”. O moreno foi até a varanda, soltou suas asas e dando um impulso para cima pôs-se a voar para longe dali.

As meninas tinham acordado a um tempo e depois de fazerem suas higienes matinais sentaram na cama de ; Caspian dormia tranquilamente abraçado a um travesseiro na cama de .
- Como estão? - A mais nova foi a primeira a falar algo.
- Confusa – as três responderam em uníssono.
Silêncio. Cada uma olhava numa direção diferente, não queriam se encarar.
- Vocês se deram conta de uma coisa? - perguntou sorrindo sem dentes, as amigas viraram para ela a incentivando a continuar – Somos irmãs – seu sorriso expandiu-se pelo rosto mostrando todos os dentes branquinhos da morena.
- E? – perguntou e riu da cara das amigas – Meninas, eu sempre considerei vocês minhas irmãs, não é por causa de um cara tarado que transou com nossas mães que eu só percebi isso agora.
- Ew , você falando isso assim faz parecer tão nojento – disse rindo baixinho para não acordar Caspian – Então, quando vamos nos abraçar?
As meninas riram e se jogaram uma nos braços da outra segurando o grito animado para não acordar o garoto que dormia tranquilamente.
- Vocês querem conhecer nosso pai? – sussurrou quando se afastou.
As meninas se entreolharam.
- Eu sinceramente não sei, por tantos anos eu queria saber mais sobre ele, mas saber que ele sempre pôde conhecer a gente e não quis mesmo assim... – deixou a frase no ar e deu de ombros.
- Eu tenho um pai, apesar de tudo e sou idiota de não ter percebido isso antes, não ligo se ele não fosse nosso pai, eu ainda seria irmã de vocês – disse e sorriu abraçando ela de novo enquanto ria, ficou séria.
- Ele me deixou sozinha, quando eu mais precisei dele, ele me deixou sozinha. Vocês não têm noção de como é horrível saber que seu pai poderia ter te criado, te ajudado em momentos quando você precisava e mesmo assim ele não fez nada – ela apertava o travesseiro mais forte a cada palavra e então as portas da varanda começaram a bater.
- ! Não! – gritou Caspian levantando num pulo da cama, suas enormes asas se abriram derrubando vários objetos das meninas, ele não se importou e pulou na frente de , e embalando elas com suas asas no exato momento que um vento mais forte do que o comum entrou pela janela aberta – eu preciso que você se acalme, você vai machucar suas irmãs.
Ao dizer essas palavras a pequena garota foi se acalmando aos poucos até as portas da varanda pararem de bater e o vento parou, Caspian enrolou rapidamente suas asas que eram muito grandes para ficarem abertas naquele quarto sem derrubar nada e ficou de pé – Eu preciso falar com os meninos, vocês precisam treinar.
- Desculpa – murmurou enquanto ia abraçar ela.
- Porque agora? – perguntou a Caspian – Que acontecem essas coisas.
- Já aconteceu antes – ele disse as meninas olharam confusa para eles – Ninguém que chateou vocês nunca caiu sem motivo nenhum? Ou o tempo mudou de repente quando vocês estavam juntas? Não era para acontecer, mas quando vocês estão com raiva é muito mais fácil dos poderes serem liberados. Provavelmente se a não soubesse de tudo, o máximo que teria acontecido era a porta da varanda bater, mas ela sabe – ele ia dizer mais, mas encarando preferiu ficar calado – Temos que começar o treinamento de vocês logo. Tomem café.
- Espera, quem disse que queremos treinar com aqueles mentirosos? – falou rapidamente, olhou para ela de cara feia, mas deu de ombros.
- Vocês não têm escolha, se não querem acabar machucando alguém sem querer vão ter que treinar – ele disse, parecia mais sério do que o normal, então tentando relaxar o clima e mostrar que ainda era ele mesmo sorriu para as meninas – Estou indo gatinhas, fiquem bem – ele deu um beijo no topo da cabeça de e saiu apressadamente do quarto.
- Ainda nem acredito que tudo isso esta acontecendo – murmurou e as outras balançaram a cabeça concordando.
- Bom, minhas irmãs queridas – começou pulando da cama e indo até seu guarda-roupa – eu amo muito vocês, mas preciso me distrair – ela pegou seu maiô e uma toalha e mandou beijos para as meninas antes de sair do quarto.
- E eu vou ler um pouco – sorriu para as irmãs e foi escolher um entre os milhares de livros que ela tinha para ler.
e ficaram apenas deitadas conversando.
Elas tinham acordado muito cedo, ainda ia dar sete horas e não iriam para aula hoje, mandaram um recado para Helena avisando e a mesma respondeu que entendia e que as liberava por hoje.

foi calmamente até a área das piscinas. Trocou-se no vestiário e deixou sua toalha na beira da piscina, não demorou no alongamento pois queria matar a saudade da água logo e então pulou na piscina. Ficou embaixo d'água até seu pulmão implorar por ar e emergiu sorrindo e sentido-se mais aliviada. Assim que ficou quieta na água, ouviu um barulho estranho vindo do corredor dos vestiários, a princípio ela não ligou, mas depois que percebeu que o barulho continuava, resolveu ver o que era.
Saiu da piscina e jogou sua toalha sobre os ombros fechando-a em frente ao corpo com as mãos, seguiu até o corredor dos vestiários e ouviu o barulho vir de dentro do vestiário masculino. Ela hesitou antes de continuar, mas lembrou-se que estava em segurança dentro da escola, então entrou no vestiário e seguiu o barulho.
Assim que passou pelo terceiro corredor de armários ela se deparou com quem fazia o barulho.
- Ai meu Deus – ela exclamou e soltou sua toalha no chão quando correu.
A loira se apressou para chegar até onde Ian estava, algumas garrafas de whisky e vodka estavam em volta dele, a maioria vazia. Ele estava prestes a desmaiar e se caísse iria bater a cabeça num banco que tinha perto dele por isso a garota correu e graças a Deus chegou a tempo de segurá-lo.
- Ian?! O que você está fazendo, seu doido? - ela exclamou assim que Ian a encarou sorrindo como uma criancinha.
- ? - ele quase gritou.
- Sim, sou eu. Você quem bebeu tudo isso? - ela indagou e o moreno sorriu divertido balançando a cabeça afirmativamente - Você é louco? - exasperou-se.
- Só um pouquinho – Ian disse fazendo um gesto com as mãos mostrando o quão pouco ele era louco e depois gargalhou de si mesmo. revirou os olhos.
- Que ótimo. Só me faltava essa agora, ter que cuidar de um bêbado - ela bufou e então se levantou.
- Eu não estou bêbado – Ian resmungou se embolando nas palavras e quase caindo para trás de novo. Ele gargalhou novamente.
- O que eu fiz para merecer isso, senhor? - falou olhando para cima e suspirando. Segurou em Ian e começou a puxá-lo para cima - Vamos, ajuda. Você não é nada leve.
Ian nada respondeu, apenas continuou rindo de tudo. A loira bufou enquanto o arrastava até os chuveiros.
- Nós vamos tomar banho mamãe? - Ian perguntou sorrindo abertamente para que arregalou os olhos.
- Ai meu Deus, eu pareço tão velha assim para ser confundida com uma mãe? - perguntou a si mesma desesperada. Ian riu.
- Brincadeirinha – ele disse e quase caiu com ao gargalhar.
- Idiota - ela xingou e o colocou sentado no chão em baixo de um dos chuveiros - Vamos lá.
Ela mudou a temperatura para frio e ligou o chuveiro. Ian gritou ao sentir a água gelada em seu corpo.
- Ninguém mandou você tomar um porre – justificou-se rindo da cara de Ian.
Ele ficou alguns minutos em baixo d'água e já estava melhorando, a garota percebeu que se ele ficasse mais um pouco na água fria iria adoecer e então aproximou-se para desligar mas se assustou quando Ian ficou de pé.
- Olha só, ele pode ficar de pé. Que avanço – ela brincou rindo, mas Ian continuava sério – O que foi? - perguntou parando de rir.
- , eles... eles querem que eu.... eu não quero fazer isso, não posso – Ele titubeou parecendo aturdido - Eu não sou assim... me ajuda.... eu não quero...
- Hey Ian, calma – ela pediu e desligou o chuveiro - Espera aqui.
Ela foi até onde algumas toalhas estavam dobradas e pegou uma, voltando rapidamente para perto de Ian, que agora estava sentado num dos bancos do corredor. Ela sentou e colocou a toalha sobre os ombros do moreno que sorriu triste para ela.
- Agora me conta. O que houve? - ela pediu, pegou a mão de Ian e começou a fazer um carinho com o polegar nela.
- Eu não posso contar – Ian sussurrou triste. assentiu e achou melhor não insistir mais, eles ficaram em silêncio por alguns minutos e então Ian virou-se de frente para a loira, ela sorriu sem dentes - Preciso fazer uma coisa - ele pegou as duas mãos da garota e as apertou levemente, olhando nos olhos de - Desculpa - a loira fez uma careta confusa e mais que rapidamente as mãos de Ian soltaram as dela e foram para seu rosto puxando-a para um beijo. A princípio ela ficou sem reação nenhuma, mas quando recobrou os sentidos colocou as mãos no peito do garoto e o empurrou para trás.
- IAN! - ela exclamou incrédula. Ian a encarou com os olhos marejados e deitou sua cabeça no vão do pescoço dela e chorou, deixando a loira confusa - Calma, está tudo bem, eu não estou chateada com você – ela sussurrou fazendo carinho nos cabelos negros de Ian, ele passou os braços pela cintura da loira mas não disse nada e foi parando de chorar aos poucos.
- Desculpa – ele disse novamente afastando-se dela e passando a mão no rosto para limpar o rastro das lágrimas.
- Tudo bem – ela sorriu para ele e levantou sua mão pousando-a na bochecha do garoto e fez um carinho ali. Ele sorriu de lado e eles levantaram.

XxXx


Ele gostava da sensação do vento sobre suas asas, era relaxante e fazia todos os seus pensamentos irem embora.
Todos menos um único pensamento: .
Doía mais do que ele fora treinado para aguentar. Ver que tinha machucado a pessoa que ele mais se importava.
Ele suspirou pesadamente, o sol batia no seu rosto, mas ele não se importava, ainda era cedo e ele foi um pouco mais para baixo, passando por cima das árvores da floresta ao lado do colégio, ninguém sabia o quanto aquela floresta era extremamente grande e que quando acabava ela, seguindo mais um pouco a frente encontrava-se a mansão onde Marcus ficava.
Seu peito doía pelo que sabia que sua protegida estava sentindo agora, mas ele manteve-se firme, finalmente saiu da floresta e agora ia passar por uma cabana onde muitas vezes ele e seus irmãos de alma passavam dias quando as meninas ainda não tinham nascido, a cabana estava velha.
Uma idéia passou por sua cabeça, ele queria saber como a cabana estava.
Assim que pousou, com as asas ainda abertas, abriu a porta da cabana que rangeu e depois parou sendo o único barulho por alguns segundos.
Ele ia dar meia volta porque percebeu o quanto a cabana estava empoeirada, mas ele ouviu uma voz conhecida gritar por ele.
- ? – questionou aturdido dando um passo para dentro da varanda, então assim que ele pôs seus pés dentro da cabana a porta bateu e ele sentiu a presença das trevas – Ótimo – resmungou sentindo algo atrás de si, rapidamente suas asas ficaram tensas e ele deu um giro usando elas para bater nas três sombras atrás dele – Não sejam idiotas, vocês não podem me vencer.
- Não, mas nós sim – disse um garoto em pé numa mesa, ele pulou e partiu para cima de Liam. Um demônio.
Liam suspirou, se abaixando e tacando suas asas no garoto jogando ele para trás, mas sentiu alguém lhe dar um soco tão forte que ele caiu para trás.
Ouviu mais uma vez chamar por ele, e mesmo sabendo que os demônios que faziam, ele se desconcentrava enquanto brigava com cinco, seis de vez.
Arrancou um pedaço da madeira e usou como espada para bater nos demônios e não estava tendo muito problema, até que chamou de novo por ele e por instinto ele se virou e sentiu alguém pular nas costas machucando suas asas, o ponto mais fraco dele, e gemeu de dor caindo no chão, em seguida sentiu algo espetar seu pescoço.
- Bons sonhos, Gray – disse uma voz conhecida e então ele apagou.

XxXx


As meninas estavam no seu quarto, cada uma num canto fazendo algo para se distraírem, estava ouvindo música tranquilamente e cantarolava fazendo algo para tomar café, enquanto deitada na sua cama estava lendo um romance.
- Esse café fica pronto hoje não? – perguntou levantando o rosto para a loira. Ela bufou.
- Quer ajudar?
- Tô calada – murmurou cruzando os braços, então bateram na porta – Deve ser o Caspian, nossa é tão estranho falar isso – ela murmurou baixinho mais para ela do que para as outras meninas levantando da cama e abrindo a porta, de fato era Caspian, mas ele não estava sozinho – O quê querem?
- Epa , vai com calma – brincou Caspian levantando suas mãos em forma de paz – Trouxemos café.
- Café, hãn? – disse meio na duvida ainda segurando na porta.
- Comida – os olhos de brilharam – Deixa eles entrarem, .
abriu espaço para eles e André e Daniel entraram junto com Caspian com bandejas de café na mão.
- Onde está o Liam? – perguntou antes que falasse alguma coisa.
Os meninos se entreolharam.
- Já passamos da fase de segredos, não? – falou friamente, pegando a bandeja da mão de Daniel – Obrigada.
- Ele foi falar com o pai de vocês – respondeu Daniel sem saber onde se sentar.
fez um gesto para ele e André sentarem no sofá, apesar dela não encarar André.
mordeu a língua para não dizer que não tinha pai, Caspian sentou do lado de pegando um pedaço da sua torrada.
- E a ?
- Foi treinar, deixa ela um pouco sozinha – disse dando um tapa na mão dele quando ele ia pegar em seu suco.
- Acho melhor ninguém ficar sozinha – murmurou André – Liam está demorando.
se controlou para se manter na mesma posição, mas percebeu e foi até ela massageando seu ombro em sinal de conforto.
Os meninos se entreolharam mais uma vez, seus ombros tremeram, mas dessa vez as meninas não perceberam.
- É melhor alguém ir atrás dele – disse Daniel e parou pensando – Cas, vá atrás da , eu fico com as meninas e André vai atrás de Liam.
- Está acontecendo alguma coisa? – perguntou preocupada.
- Nada não, só queremos saber se o Liam não precisa de reforço, o pai de vocês é bem rigoroso quando quer – disse André casualmente dando de ombros.
- Ele pode ser castigado? – perguntou arregalando os olhos – Vocês podem? Porque descobrimos a verdade?
- Não, acho que não – disse Caspian pensativo – Vamos?
Daniel deu um tapa na cabeça dele ao olhar horrorizado das meninas.
- Vamos ficar bem, agora vão – ele mandou aos outros dois.
- Cuide delas – pediu André, ele se sentia responsável por dado ao pedido de Liam, mas ele tinha que ver se o amigo estava com problemas.
Caspian concordou e ficou de pé, André foi até a janela abrindo suas enormes asas brancas e tirando exclamações das três meninas.
As meninas se entreolharam, sem saber o que falar, então cada uma voltou a fazer o que faziam antes tentando ignorar o guarda-costas que sentou no tapete fofo no chão com as pernas dobradas feito Buda e parecendo bastante sereno e pensativo.

XxXx


Ele se sentia dopado e fraco, mal conseguia se mexer e suas asas estavam encolhidas e doloridas, mas o cheiro de madeira queimando fez ele despertar mais do que rapidamente.
Olhou ao redor percebendo que estava no porão da cabana, mas não era só isso. A cabana estava pegando fogo, ele se abaixou se protegendo com suas asas bem a tempo quando uma viga de madeira caiu ao seu lado.
Ele estava entorpecido, mal conseguia se mexer e voar para fora daquela cabana, tossia por causa da fumaça que enchia seus pulmões e seus olhos ardiam com o calor.
Ele estava cansado. Não queria desistir, queria poder ter nos seus braços e pedir desculpas até ela aceitar, dizer para ela que ela é a pessoa mais importante na vida dele e que ele sentia muito por machucá-la.
Ele não podia esconder mais seus sentimentos. Não quando estava na beira da morte.
Só havia uma maneira de matar um anjo guardião, só que com certeza ele não conseguiria sobreviver se seu corpo não passasse de poeira.
Riu de si mesmo se sentindo meio lerdo, tentou pensar em como sair dali, como um ser humano sairia daquela situação e olhando ao redor vendo todo aquele fogo em cada parte do porão e a cabana na sua cabeça se despedaçando aos poucos ele percebeu.
Ninguém sairia de uma situação daquela.
Tentou voar, mas suas asas estavam doloridas e pareciam pesadas, ele se sentia pesado.
O que tinham dado para ele?
Se lembrou de alguém espetar algo no seu pescoço. Uma voz conhecida. Ele havia sido envenenado.
Fechou os olhos e se concentrou no rosto de . Desde seu nascimento até quando ela esteve em seus braços logo depois da festa. Queria voltar para aquele momento e lhe contar toda a verdade, dane-se as consequências.
Então ouviu alguém lhe chamar.
- André? – ele sussurrou fraco e tossindo em seguida, no meio de todo aquele fogo um vento mais forte fez ele colocar a mão em frente ao rosto e percebeu que seu amigo balançava as asas tentando apagar um pouco do fogo para tirar ele dali.
André correu até Liam e apoiou o peso do seu corpo nele voando para fora da cabana, suas asas se fecharam sobre os dois quando eles atravessaram a madeira fazendo com o que sobrou da cabana desmoronar e em seguida sentiram seus pés pousaram na grama fresca perto da floresta.
Liam apoiou as mãos no chão virando o rosto de lado e tossindo com força procurando expulsar toda fumaça que havia engolido e respirar ar puro.
- Uma armadilha – André falou como se para ele mesmo esperando Liam ter forças para voltarem para o colégio – Temos que ir.
- – murmurou Liam ficando sentado e esticando suas asas o máximo que podia esperando elas se curarem sozinhas – Onde ela está?
- Ela está segura. Daniel está com elas – respondeu André, então olhou na direção do colégio – Porque armaram uma armadilha para você se não podem entrar no colégio?
Os dois se entreolharam quando compreenderam. A armadilha não fora só para Liam, mas sim para todos eles.
- Droga! – exclamaram os dois ao mesmo tempo se preparando para voltarem para o colégio.

XxXx


- Vamos, eu te acompanho até seu quarto. - disse
Ian deu de ombros e deu um sorriso torto para a loira.
Assim que começaram a andar, aproximou-se dele e o abraçou de lado, passando os braços por sua cintura, e Ian a abraçou pelos ombros.
No instante em que saíram da área das piscinas e viraram para o corredor que dava ao prédio dos dormitórios deram de cara com Caspian, quase esbarrando nele.
- Ah, oi – falou educada, apesar de ter “dormido” com ele na noite anterior, ainda não tinha o perdoado, não totalmente.
- Oi, estava te procurando. Vamos – ele pegou no braço livre dela – você precisa voltar para o quarto.
- Por quê? - a loira indagou soltando seu braço do aperto – que era suave – dele e deu uma rápida olhada em Ian que estava tranquilo.
Caspian revirou os olhos e só agora notara que Ian e estavam abraçados.
- Não posso dizer agora. Só vamos ok? - Cas falou estendendo a mão na direção dela.
- Acho melhor você ir - Ian disse afastando-se um pouco dela para que se separassem.
- Não estou a fim - disse segurando na mão do moreno, ela contornou Caspian rapidamente e puxou Ian consigo – Vamos Ian, ainda não chegamos em seu quarto.
Caspian interpretou mal a frase.
- Como é que é? O que você vai fazer no quarto dele? - indagou furioso andando a passos firmes atrás deles, andava rápido e Ian no mesmo ritmo ao seu lado.
- Não é da sua conta - ela disse alto, quase gritando.
- Mas é claro que é da minha conta! - gritou Caspian puxando pela mão para trás, eles estavam na entrada do prédio dos dormitórios - E você vai para seu quarto agora.
- Se não? - retrucou dando uma risada fria e irônica.
- Vai - Ian disse antes que Caspian tivesse a chance de responder a garota – Eu estou bem, não se preocupe - ela olhou para ele como se perguntasse se tinha certeza e ele assentiu, lhe dando um beijo na testa e sumindo rapidamente pelas escadas de dentro do prédio.
- Vá para o quarto - disse Caspian sério, ainda não totalmente calmo. virou o rosto para encará-lo e soltou as palavras seguintes com raiva.
- Você. Não. Manda. Em. Mim! - e correu em direção a floresta.
- O que você pensa que esta fazendo? Pra onde você vai? - exclamou Cas indo atrás dela.
- Pra longe de você! - ela gritou sem olhar para trás e entrou na floresta.
- Quer parar de fazer birra e me obedecer? O que custa ir para o quarto ficar com suas irmãs, num lugar onde estarão seguras? - ele gritou, pois estava um pouco longe dela, não corria como ela, mas andava a passos rápidos.
- Se não percebeu, eu não estou em perigo aq... AH! - ela gritou assustada, não conseguindo terminar sua frase.
Os sentidos de Caspian se alarmaram e sua marca ardeu, suas asas se abriram com rapidez rasgando a camisa que ele usava e em segundos estava perto de . Mas não pôde tocá-la, pois um homem encapuzado a segurava por trás com uma mão na boca dela e a outra prendendo fortemente os braços agitados de .
- Solte-a – rugiu Caspian dando um passo a frente. O cara que segurava deu um passo para trás e apertou mais a garota fazendo-a gemer de dor.
- Não faça nada ou eu a mato - ele disse com a voz firme. Cas se afastou um pouco deles, seus olhos estavam presos nos de Penny, ouviu passos atrás de si, mas não virou - feche suas asas. Nosso passeio vai ser terrestre.
Caspian hesitou, mas o obedeceu e assim que suas asas estavam no lugar, outro cara encapuzado deu um golpe em sua cabeça com uma madeira. Ele caiu descordado no chão e deu um grito, lágrimas começaram a descer pelo seu rosto.

O quarto estava silencioso, exceto pelo barulho das páginas do livro que lia sendo viradas, o barulho dos dedos de batendo no teclado enquanto ela escrevia um email para seu irmão e da TV ligada. estava deitada no sofá vendo TV e Daniel continuava na mesma posição, de olhos fechados, parecendo que estava dormindo.
- abaixa a TV, está me desconcentrando – pediu a amiga.
- Eu estou entediada – exclamou a morena.
- Eu também – concordou fechando o notebook e virando para ela – Vamos sair?
- Não – Daniel rapidamente abriu os olhos encarando as duas – Vocês ficam até os meninos chegarem.
- Você não manda na gente – disse ficando de pé.
Daniel imitou seu movimento parando na frente dela, levantou os olhos do livro e observou a cena achando graça como parecia uma criancinha perto dele. Ok, sua amiga parecia uma criancinha perto de quase todo mundo.
Daniel e se encararam por longos segundos, nenhum dos dois disse nada enquanto se enfrentavam com o olhar.
Por fim suspirou irritada e virou de costas para ele.
- Aonde você vai?
- Para a varanda, ou é proibido também? – ela perguntou, irritada, e sem esperar resposta bateu a porta da varanda na cara dele.
Daniel suspirou sentando novamente no chão.
- Eu só faço isso para o bem de vocês, será que ela não percebe?
- Querido, somos adolescentes. Não espera que obedeceremos quatro garotos só porque eles se dizem nossos anjos da guarda né? – perguntou se divertindo, sem desviar os olhos do seu livro.
Daniel olhou para ela e bufou.
- Será que eu não posso treinar mesmo? Prometo voltar antes do almoço – pediu fazendo bico, ela precisava clarear as ideias e só conseguiria fazer isso treinando.
- Não.
- Você é insuportável – a garota se jogou no sofá cruzando os braços, ao perceber os risinhos de Daniel e e viu como ela parecia uma criança suspirou voltando a ver TV.
levantou indo até a cozinha e abrindo a geladeira a procura de algo doce para comer, desligou a TV e deitou-se de bruços em sua cama pegando seu MP4 e procurando alguma música para ouvir.
- Não está quieto demais? - Daniel falou abrindo os olhos e depois de olhar ao redor do quarto, fitou a porta da varanda.
- Como assim? - perguntou, aparecendo na sala com um pote de doce de leite e abocanhando uma colher do doce, ela franziu o cenho confusa.
- estava irritada. Não devia estar acontecendo um tsunami lá fora? Ultimamente ela se estressa com tudo - adivinhou os pensamentos do garoto. Daniel levantou num pulo e adquiriu uma expressão séria.
- Exato! Ela esta muito calma... - ele disse desconfiado.
- Eu vou lá ver como ela está – sorriu amarelo para Dan que concordou, ela correu para pegar uma colher para dividir seu doce com a amiga e foi até a porta da varanda, abrindo-a. não estava lá, forçou suas pernas a irem até a beira da varanda e seus olhos a olharem para baixo, nada de . A morena saiu da varanda as pressas e ofegante, Daniel a olhou preocupado.
- O que foi? - ele perguntou olhando para a menina sem saber o que fazer.
- . ... sumiu – ela falou quando sua respiração estava menos acelerada.
Daniel correu até a varanda e segundos depois voltou, afobado.
- Preciso encontrá-la. Não saiam daqui ok? - ele mandou, as meninas acenaram com a cabeça e ele voltou para a varanda dando um pulo e sumindo no céu.
- Aonde vai? - perguntou à que estava colocando um tênis.
- Treinar. Agora não tem ninguém mais para me impedir - a morena respondeu terminando de colocar o sapato, amarrou o cabelo num rabo de cavalo e abriu a porta - Não demoro.
assentiu e pulou no sofá, ligando a TV e saboreando mais uma colherada de doce de leite.

XxXx


estava sentada no muro da varanda observando o mar. O vento estava agitado e movia com brutalidade as folhas das árvores.
Ela não gostava de receber ordens.
Mas o que a deixava irritada mesmo, era toda essa raiva que parecia criar forças dentro dela, ela não gostava disso e ao mesmo tempo gostava do poder que tinha com isso.
Como para provar, o vento ficou ainda mais forte trazendo várias folhas para perto dela acariciando seu rosto como para mostrar que o que ela estava fazendo era certo.
, venha comigo.
Ela olhou ao redor assustada com essa voz e ficou de pé na varanda olhando para baixo.
Desça.
Ela revirou os olhos, sabia que não era coisa de sua cabeça, sabia que alguém queria falar com ela longe de Daniel, a questão era: ela queria também?
Eu posso te ajudar.
Ah! Agora sim isso era tentador. Olhou mais uma vez para o quarto e percebeu que todos estavam distraídos, então, porque não?
Ela olhou para baixo e então para cima procurando uma saída.
Ela tinha duas escolhas, ou ela pulava para a varanda do quarto ao lado e torcia para que a porta tivesse aberta ou tivesse alguém lá, ou então ela pulava para a varanda de baixo e pulava no galho de uma árvore mais baixa e descia o resto da árvore até o chão.
Optando pela segunda opção, se preparou para pular para a varanda de baixo, segurou na barra da sua varanda e agilmente pulou para a outra varanda. Não foi difícil, ela agora só teria que subir no muro da varanda e se equilibrar até seu braço encostar-se ao galho da árvore.
Seus dedos tocaram a ponta do galho e ela agarrou com firmeza, se esticando até seus pés saírem do muro que estava e sua outra mão poder fazer o mesmo, seu coração disparou quando ela escorregou e seus pés ficaram no ar por longos segundos até ela se balançar para frente e para trás e então rodopiar parando sentada em cima do galho.
Ela gostaria de uma plateia, alguém que aplaudisse pela belíssima performance que ela acabara de fazer, mas ao invés disso achou melhor se apressar e descer a árvores antes que Daniel notasse sua ausência.
Acabou de descer a árvore e sentiu uma força a puxar para a beira do penhasco, logo viu alguém em pé ali de costas para ela.
Ela parou a uma boa distancia quando reconheceu a pessoa.
- O que você quer?
- Que bom que veio querida - Lexy falou para .
- Você disse que poderia ajudar, então, ou você fala logo ou eu vou embora - não era certo estar ali, mas ela só foi perceber isso assim que viu a pessoa que estava fazendo a oferta.
- Bom, parece que você não leu meu livro inteiro, não é? - fez uma careta, não entendia o que Lexy queria dizer.
- Foi você quem escreveu o livro? - ela perguntou.
- Claro que sim, depois de muito tempo namorando aquele seu lindo guardião, descobri vários segredos úteis, é claro que nem todos na mesma época, ele só se importa com o que é certo não é mesmo? Ordens - estava interessada em saber o que Lexy sabia, pelo menos ela e Chad foram os únicos a não mentir.
- Dá para chegar logo no ponto? - - Ok, parece que você anda se estressando muito rápido... Mas acho melhor você sentar - vendo que continuava esperando por uma explicação, ela começou a falar - Sabe querida, sua mamãe não está totalmente morta.
- Como assim? - se exasperou.
- Quer dizer, ela está morta, mas ela é um anjo - Lexy deu uma pausa e percebendo que não seria interrompida continuou - Sua mãe descobriu toda a verdade, e ela queria contar para a mãe de suas amigas, mas era proibido, como a maioria das coisas daqueles anjos. Marcus percebendo que sua mãezinha querida abriria o bico, mandou um anjo matá-la, mas ele a amava e não queria ficar sem ela, então com o acidente de carro que ela sofreu e como o corpo não foi encontrado, Marcus viu uma ótima oportunidade para transformá-la em anjo e passar o resto de sua vida com ela.
- Marcus matou minha mãe, só por que ela sabia da verdade? - falou sem conseguir se controlar e já começando a chorar.
- O que você fez? - Daniel apareceu irritado indo para perto da pequena.
- Eu apenas contei a verdade, era a única coisa que ela pedia - Lexy deu um sorriso vitorioso e foi abraçar a garota que chorava sem parar - Não fique assim pequenina... Marcus te fez sofrer demais não foi? Tirou toda sua família, e ainda tem gente que acha que você deve chamá-lo de pai - Daniel estava sem reação alguma até então, mas logo voltou a raciocinar direito.
- Solte ela Lexy, ela é uma boa garota, e você não tem o direito de agir assim com ela - ele já estava irritado com tudo, cansado de ter que dar explicações e lidar com tantas pessoas ao mesmo tempo.
- Quer saber de uma coisa? - tomou uma atitude, limpou as lágrimas e saiu do abraço de Lexy - Ela até que tem razão, Marcus e vocês nos tratam como se fossemos objetos, estou cansada disso tudo, eu tento uma opção, eu tenho direito de escolher o que quero, e Lexy foi a única a me falar tudo o que precisava, foi a única a não mentir, e a única e me dar apoio. Você é quem não tem o direito de achar que pode mandar em mim.
- Quantas vezes vou ter que dizer, que tudo o que fazemos é para proteger vocês? - Daniel falou irritado - Eu abri mão de tudo para cuidar de você, e como cuidei, sempre estive lá por você, quantas vezes impedi acidentes para ninguém que você amasse se machucasse, quantas vezes te impedi de sofrer, tudo o que pude fazer para te ver sorrir eu fiz. E agora você vem me dizer que Lexy, que só passou alguns minutos com vocês foi a única a te dar apoio? Foi a única a dizer o que precisava? Eu morreria por você, será que você não percebe isso? - Daniel soltou as palavras sem nem pensar, ele só estava cansado demais para ficar se policiando no que dizia.
A frustração do guardião era tão grande que a Shaw se afastou alguns passos sabendo que nada do que ela falasse naquele momento adiantaria de algo, a semente ela já tinha plantado, esperava que funcionasse em algum momento e quando a pequena garota jogou seus braços ao redor da cintura de Daniel e abraçou ele apertado ela sabia que estava na hora de se retirar.

XxXx


Salvation - Scanners


O doce de leite estava quase no fim e não estava contente com isso.
Ela estava entediada, mas queria esperar Daniel chegar com e ver a bronca que ele ia dar na sua amiga e então nela por ter deixado sair do quarto.
Devia ser divertido.
Na TV estava passando um filme, mas ela estava a fim de voltar para seu livro e o mocinho lindo e perfeito, já que ela não podia ficar com o mocinho na vida real porque não recorrer ao do livro?
Deixou o pote quase vazio do doce de leite de lado e foi até a geladeira pegar algo para beber e em seguida pegar seu livro.
- Agora somos você e eu – disse rindo e sentando-se no sofá abaixando o volume da TV e abrindo seu livro.
Já se preparava para começar a vontade de chorar que tinha sempre que relia o começo daquele livro, quando bateram na porta do quarto.
- Um minuto – ela disse ficando de pé e deixando o livro de lado, abriu a porta e franziu a testa a dar de cara com Ben – O que faz aqui?
- Não posso voar, se não teria vindo pela varanda – ele disse casualmente colocando um braço no batente da porta se apoiando nela – Vamos dar uma volta.
o olhou de cima abaixo como se ele estivesse tirando uma com a cara dela.
- Qual a pegadinha?
Ele não respondeu, apenas deu um passo perigosamente para perto dela.
sentiu algo estranho nele, um arrepio percorreu seu corpo e ela teve vontade de correr para longe.
- Ben, você está me assustando.
- Não quero te assustar, querida – ele deu mais um passo para perto dela, estava tão perto que pôde sentir o cheiro de fumaça que vinha da sua blusa, ela deu um passo para trás e ele entrou no quarto – Agora só preciso de sua colaboração e saímos daqui sem nenhum problema.
deu mais alguns passos para trás querendo ficar o mais longe possível dele, olhou ao redor rapidamente querendo lembrar onde tinha deixado suas espadas de esgrima, mas estava tão nervosa que mal conseguia lembrar o nome do livro que estava lendo.
- O que você quer?
- Só quero pegar você emprestada, até conseguir matar o Liam. Depois te devolvo – ele disse ironicamente, mas falando cada palavra com veracidade.
- Você tem sérios problemas – ela disse dando mais uma passo para trás – E fique longe de mim.
- Qual é , eu pensei que seria fácil com você. Já que você está cheia de raivinha do Gray, mas vejo que tudo tem quer se complicado com as garotas – ele bufou teatralmente, um sorriso malicioso apareceu em seus lábios e em segundos ele estava parado na frente de segurando seus braços – Temos que ir.
- Foda-se – ela disse irritada e sem nem tocar nele conseguiu fazer ele se afastar, não teve tempo para se recuperar do choque e saiu correndo em busca das suas espadas ou do seu celular porque Benjamin estava bem em frente à única saída.
Antes de sequer encostar no seu celular, os braços de Ben seguraram sua cintura puxando ela para ele numa forma de prisão, ela se debateu e chutou sua perna pegando ele mais uma vez desprevenido e soltando ela que se arrastou para sua cama em busca do celular, mais uma vez sentiu Ben puxar ela dessa vez pelo braço.
- Você está me deixando impaciente . Não quero te machucar, mas se for preciso, eu vou.
- E eu não quero gritar, mas se for preciso, eu vou – ela retrucou esticando o braço para pegar o abajur de e tacar na cabeça de Ben, sua amiga provavelmente ficaria uma fera com ela e o abajur não teve nenhum efeito sobre Ben que apenas fechou os olhos por alguns segundos e quando abriu, tirando os cacos do resto do abajur do cabelo olhou furioso para .
- Já chega – ele disse furioso pegando pelos braços e colocando ela parada na frente dele, a menina esperneou, gritou e chutou, mas a força com que Benjamin segurava ela era sobrenatural – Estamos de saída.
- Eu vou gritar – ela disse irritada por não conseguir se soltar.
- Bem lembrado – Ben virou contra ele prendendo ela contra seu corpo com apenas um braço, chutou em vão derrubando algumas cadeiras que estavam na sua frente, mas Benjamin não se deixou atingir sabendo que ninguém iria ouvir, ele tirou um pano do bolso e então colocou na frente do rosto da morena.
Ela virou o rosto de um lado para o outro tentando em vão fugir dele, mas ele finalmente conseguiu segurar o pano contra sua boca e nariz.
- Bons sonhos, – foi à última coisa que ouviu antes de apagar nos seus braços.

XxXx


estava na floresta, ela achava que tinha ido fundo demais, mas não se importou com isso no momento.
Ela apenas queria clarear as ideias e se deixar pensar por momento em nada mais do que o alvo.
Ela disparava uma flecha atrás da outra só aproveitando o som que fazia quando sua flecha cortava o ar, a sensação de saber que sua flecha iria acertar exatamente onde ela queria não tinha explicação.
Estava tão concentrada apenas naquele som que de inicio não notou uma movimentação maior vindo das árvores, olhou para cima sentindo algumas folhas caírem sobre seu rosto, mas era apenas isso.
Dando de ombros imaginando que era apenas um pássaro e voltou a “brincar” com suas flechas, foi quando a última flecha na sua sacola tinha acabado que a movimentação nas árvores voltou.
Seu instinto dizia que era melhor ela sair correndo dali agora mesmo, sua alma dizia que o melhor a fazer era pegar as flechas e se preparar para algo. Decidida a seguir os dois correu para pegar suas flechas para logo depois sair correndo dali, quando os movimentos ficaram tão agitados que um galho caiu ao seu lado e três homens pularam das árvores circulando-a.
O grito agudo que soltou dispensou todos os pássaros que estavam em seus ninhos, ela olhou de um homem para o outro tentando de alguma forma achar um caminho entre eles.
Os homens eram musculosos e altos, todos estavam vestidos de preto da cabeça aos pés e tinham uma marca de um tridente no seu antebraço direito.
Ariane deu um passo para trás, mas o homem atrás dela a empurrou para frente fazendo-a tropeçar nos próprios pés e cair de joelhos no chão.
Quando os três homens se aproximaram dela, parecendo realmente ameaçadores e prontos para tudo, um vento extremamente forte passou por eles fazendo abaixar a cabeça para se proteger, tudo que ela ouviu em seguida fora o barulho de socos e ossos quebrando.
- Precisa de ajuda?
levantou o rosto, trêmula, e se permitiu sorrir para André que oferecia a mão para ela.
Ela olhou ao redor enquanto aceitava sua mão, mas não via nenhum dos três homens, então Liam apareceu na sua frente limpando a poeira das calças.
- Onde estão as meninas? – perguntou Liam enquanto André colocava protetoramente ao seu lado.
- Sinceramente? Não sei, até a hora que eu saí a ainda não tinha chegado, a tinha fugido, Daniel foi atrás dela e ficou sozinha no quarto... Elas estão em perigo?
Os dois se entreolharam.
- Temos que ir – falou Liam rapidamente já abrindo suas asas, André olhou para .
- Não podemos perder tempo – ele disse e sem esperar resposta pegou a menina no colo esperando ela se agarrar a ele e seguiu Liam bem no alto para poderem passar despercebidos pelos alunos.
Assim que chegaram em frente a porta do quarto das meninas, Liam – que durante o caminho sentiu sua marca arder - a abriu rapidamente esperando encontrar . Mas ao invés de encontrar sua protegida, eles encontraram cacos de vidro no chão, restos de um abajur ao lado das camas e cadeiras derrubadas.
- O-o que... Onde está ?... Ai meu Deus – titubeava enquanto procurava em todo canto do quarto, assim como Liam, por .
- Levaram ela - Liam soltou desesperado, andando de um lado para o outro - Levaram ela!
- Não só ela - Daniel falou entrando no quarto com em seu encalço – Procuramos por Caspian e por todo o colégio. Provavelmente os pegaram também.
- Ótima hora para dar uma de rebelde . quase morreu e suas duas outras irmãs foram sequestradas por conta do seu show de rebeldia - Liam falou olhando raivosamente para a menina - É TUDO CULPA SUA - lágrimas começaram a descer pelo rosto da pequena.
- LIAM! - Daniel exclamou empurrando o amigo pelo ombro para trás – Seu imbecil. Não é culpa dela, eles já tinham tudo planejado, foi uma armadilha. Lexy que a afastou de nós.
Liam nada respondeu, apenas deu um último olhar de fúria para todos presentes e foi até a varanda tomar ar puro e tentar se acalmar. correu até a abraçando e murmurando para a irmã que não era culpa dela e que tudo ia ficar bem. André aproximou-se de Daniel e perguntou baixinho.
- O que vamos fazer? - o loiro não respondeu apenas olhou para o céu azul ao lado de fora do quarto, pela varanda aberta e suspirou.
- Temos que procurar os outros – disse firme, André concordou com a cabeça – E para isso precisaremos de reforços.

XxXx


A van que eles estavam finalmente parou, de frente a um galpão de aparência velha e que provavelmente estava abandonado. não pôde ver isso, pois os vidros eram pretos, tanto por dentro quanto por fora, impedindo qualquer visão da parte exterior do automóvel. Caspian se mexeu no banco e abriu os olhos, finalmente recobrando a consciência.
- And... Cas! - exclamou um tanto quanto aliviada.
O cara encapuzado que tinha pegado antes, e ainda segurava os braços dela, fez um sinal para o que estava ao lado de Caspian, o mesmo que o acertara antes. Ele pegou um saco e de lá tirou duas vendas, jogando uma para o outro.
- Agora. Sem violência, deixem-nos colocar essa venda em vocês - ele disse já colocando em sua venda. Caspian olhou atento para a loira, vendo que na coxa do cara que estava com ela tinha presa uma faca, que apontava diretamente para a barriga dela, e por isso não fez nenhum movimento enquanto o outro tampava sua visão com a venda.
A porta foi aberta, e os dois foram conduzidos para fora da Van. O cara que segurava falou algo para o outro, mas a garota não entendeu, pois era em outra língua, apenas Caspian entendeu e fez uma careta com a ordem do homem. “Leve-os ao chefe”, foi o que ele disse.

Dark eyes become divine
(Os olhos escuros se tornaram divinos)
I need the love I crave
(Eu preciso do amor que eu imploro)
You're hands they burn like mine
(Suas mãos queimam como as minhas)
I'll take you to my grave
(Vou levá-lo para o meu túmulo)
I'll take you to my grave
(Vou levá-lo para o meu túmulo)




XII – Desperate Souls

Angels – Within Temptation


FlashBack


Eles eram todos tão pequeninos, rosadinhos e pareciam pedir por carinho e cuidado, não sabiam de nada. Era a forma mais pura que existia.
Aqueles pequenos bebês.
O loiro estava com os cabelos caindo na frente do rosto porque encostava a testa no vidro para não parar de olhar para um bebê em especial, ele acenou e a menininha recém nascida fez um gestinho com a mão como se quisesse pegar alguma coisa.
- Oi bebê – ele disse naquela voz que as pessoas usavam com os bebês.
- Menina, hein? – disse uma voz conhecida, ele virou-se num pulo olhando para o homem parado de pé ao seu lado com as mãos nos bolsos. Os cabelos loiros estavam compridos, presos num rabo de cavalo e os olhos eram de um azul acinzentado muito bonito.
- O que você faz aqui, Lucius? – perguntou o outro loiro se posicionando diretamente em frente ao bebê que antes ele olhava, mesmo com um vidro separando eles da sala.
- Você deveria reforçar sua guarda, Marcus – respondeu o loiro se deixando encostar-se à parede numa forma despojada, como se não se preocupasse com pelo menos dez anjos guerreiros rodando o hospital.
- Eles não precisam se preocupar com você porque sabem que eu mesmo cuido disso – disse Marcus ainda numa postura defensiva.
- Marcus, por quantos milênios mais vamos continuar nisso? Você tenta concertar minhas burradas e eu tento cometer mais burradas – disse Lucius, rindo sombriamente, ele esticou o pescoço tentando olhar o bebê – É a primeira?
Marcus tencionou o maxilar, estava ficando irritado.
- Sabe qual é o seu erro? – disse Lucius andando a passos lentos até ele, Marcus ficou mais alerta – É achar que pode acabar comigo, maninho. Sabemos que não é tão fácil – ele disse e então ergueu os braços como se tivesse respirando um ar puro, mas ao invés disso, sombras negras começaram a encher todo o corredor e as luzes se apagaram.
- Não! – o grito de Marcus foi tão potente que as portas começaram a bater e as luzes começaram a piscar tentando voltar a serem ligadas, mas era tarde demais, quando ele pulou de encontro ao irmão mais velho, encontrou fumaça negra no lugar e quando seus olhos, já lacrimejando, se voltaram na direção do berçario da maternidade, Lucius segurava um bebê nos braços pegando na pequena mãozinha do bebê fazendo-a acenar para Marcus.
- Diga adeus ao papai, bebê – disse Lucius ainda sorrindo para Marcus que foi em direção ao vidro tentando de alguma forma entrar, mas as forças das trevas o puxavam, ele não tinha força para chamar ajuda.
E dando um último beijo. Um beijo mortal na testa do bebê.
Tudo acabou.

This world may have failed you
(Esse mundo pode ter abandonado você)
It doesn’t give you reason why
(Isso não justifica o porque)
You could have chosen a different path in life...
(Você poderia ter escolhido um outro caminho em sua vida)...
The smile when you tore me apart
(O sorriso quando você me rasgou em pedaços)


/FlashBack



Eles foram conduzidos por vários corredores do galpão, mas mais uma vez tudo que viam era a escuridão das vendas. Depois dessa pequena caminhada eles finalmente pararam.
- Vocês chegaram – disse uma voz masculina com uma falsa felicidade no tom – E olha, trouxeram visitas. Ajeite-os em seus lugares, tirem as vendas deles e saiam.
Os outros obedeceram. – que começou a se debater - foi levada até uma cadeira onde prenderam os pulsos e os tornozelos dela, tiraram sua venda e ela continuava se debatendo mas parou ao ver Caspian.
Ele estava afastado da garota, uma corda que estava presa em um ferro no teto pendia Caspian pelos pulsos, estava apenas de calça e trocava irritantemente o olhar de para o homem a poucos metros dela. tentou imaginar o porquê Caspian não lutou contra os caras que o colocaram ali, mas não achou nenhuma teoria válida.
Ela só não sabia que assim que a venda de Caspian foi tirada ele viu onde a estavam colocando sentada, a cadeira em que estava tinha uma abertura grande nas costas e atrás dela, na mira do espaço aberto estava uma lâmina – bem afiada - presa a parede, e em baixo uma esteira, que no momento em que fosse ligada levaria a cadeira – e – para trás, fazendo-a atravessar a lâmina. Isso o fez ficar quieto, mas não menos atento.
- Caspian, – a mesma voz disse, atraindo a atenção de para ele - que sorria largamente - ela franziu o cenho confusa não reconhecendo aquele homem. Caspian reconhecia.
- Lucius – Cas disse com desdém o que só fez o sorriso dele aumentar.
- Não fomos apresentados ainda – ele caminhou até e abaixou para poder olhar diretamente para ela - Muito prazer, Lucius - ele sorriu alegremente para a loira que continuava com uma enorme interrogação na cara.
- , ele é irmão de Marcus, seu pai.
E então a confusão mudou-se para incredulidade, ela não estava acreditando nisso.
- Ah, falando nele, como está meu querido irmão? - perguntou Lucius levantando, virou o rosto para Caspian, mas continuou em frente a . Cas não respondeu.
Alguns segundos de silêncio e Lucius começou a andar de um lado para o outro, lentamente, sem sair de perto da loira.
- Creio que você já saiba então, sobre tudo - chutou olhando com uma sobrancelha arqueada na direção de , ela afirmou com a cabeça - Isso é bom. Me poupa de uma história muito longa - ele suspirou – Provavelmente eles omitiram a parte em que eu apareço na história, uh? Já que não temos mais nada pra fazer – ele sorriu parando – Vou lhe contar quem eu sou e porque estou aqui – fez um gesto com as mãos mostrando o lugar – ao invés de estar vivendo feliz para sempre ao lado de meu irmãozinho.
Com um gesto das mãos ele fez uma cadeira aparecer na sua frente e sentou, aconchegando-se nela. Poucos centímetros separavam ele de .
- Por alguns séculos eu e seu pai éramos muito unidos, o exemplo de irmãos companheiros. Isso só durou até o momento em que minha mãe e meu pai decidiram se aposentar e viver no paraíso. Como ele era o chefe dos anjos, tinha que passar o título adiante. Éramos quatro irmãos, duas mulheres e dois homens, como o título não podia ser passado para mulheres, só restaram Marcus e eu para a “disputa”. Não teríamos que brigar ou nada parecido, muito menos teríamos uma competição, a decisão era do meu pai e ele passaria o título a quem achasse que o merecia de verdade.
“E para a satisfação de todos o perfeito e indestrutível Marcus foi o escolhido para o trono. Eu havia ficado bravo com meu pai por tê-lo o escolhido, mas não deixei isso transparecer e fingi ficar feliz pelo meu irmão. Apesar de mudar meu jeito “meigo” para um mais agressivo, o que me tirou da linha mesmo foi saber que – de novo – Marcus foi escolhido para algo importante no mundo. Ele seria o responsável pela criação da balança e estava todo cheio de si, exibindo-se para todos os lados. Isso foi a gota d'água pra mim. Me rebelei contra Marcus e planejei um grande ataque à ele, mas não deu muito certo e no fim quem morreu foi uma de minhas irmãs, Ellen...”
- Porque ela morreu? - perguntou baixinho, o interrompendo.
- Eu a matei. Fiquei furioso quando não consegui matar Marcus e acabei descontando nela – ele deu de ombros como se fosse a coisa mais normal do mundo matar a irmã, tão normal quanto pisar numa formiga.
Os olhos de se arregalaram e ela passou a tremer de medo involuntariamente. Lucius não notou isso e continuou sua narrativa.
- Marcus não acreditou que eu pude ser capaz de tal maldade, mas mesmo assim me expulsou do Olímpio, não como anjo caído, apenas me proibiu de entrar lá. Encontrei um lugar para morar e comecei a recrutar aliados, qualquer tipo de criatura das trevas – e até algumas celestiais – aliaram-se a mim. No instante em que soube que Marcus tinha engravidado uma moça, fui atrás dela e a matei antes de mesmo de chegar aos quatro meses de gestação...
- Po-por... - gaguejou– Porque fez...isso?
Lucius olhou para a loira, os olhos acinzentados e frios fixados nos dela.
- Porque eu o odeio. E queria que ele sofresse com a perda. Matei todas as crianças que ele gerava. Mas um dia alguém previu que ele finalmente criaria a balança e que ninguém iria interferir nisso, pelo menos não quando ainda fossem bebês.
Ele acenou para que prendeu a respiração.
- E você vai... - engoliu seco – me ma-matar?
Um sorriso brincalhão apareceu no rosto do loiro a sua frente. Mas antes que ele respondesse, Caspian começou a debater-se.
- Não! Não vai, eu não vou deixar – ele rugia enfurecido balançando-se cada vez mais forte. Lucius riu e num segundo estava mexendo em algumas coisas numa mesa que estava ao lado do corpo de Caspian que havia parado os movimentos.
- Receio que você não possa fazer muita coisa preso aí... – virou-se sorrindo, tinha um pote médio, com algo verde dentro, em uma das mãos, a outra estava vestida com uma luva branca de látex - Sabe o que é isso Cas? - Apontou para o pote. A expressão no rosto de Caspian dizia que ele sabia - Sabe?
- Lighson – respondeu ele a contra gosto.
- Isso mesmo – mergulhou um dedo com a luva dentro do pote – Você deve saber muito bem o que ela faz não é mesmo?
Sem esperar resposta, Lucius emergiu o dedo do pote – que estava lotado com a gosma verde - e passou no peito nu de Caspian. O Guardião urrou de dor - sentido cada partícula do seu corpo queimar pelo contado da erva com seu corpo - e gritou apavorada. O rastro verde no peito dele foi desaparecendo e o que sobrou foi uma marca vermelha em sua pele, como uma queimadura.
Caspian abaixou a cabeça e estava ofegante. Lucius deixou o pote na mesa e apoiou-se nela, cruzando os braços.
- Não. Eu não vou matá-la - ele disse calmo olhando para a garota que tirou os olhos marejados de Caspian para olhá-lo – Muito menos suas irmãs. Seria burrice, vocês já estão velhas, conhecem a história. O que eu quero agora, é vocês ao meu lado.
Fitou intensamente, a garota levantou uma sobrancelha.
- Até parece que eu vou me aliar a você - ela debochou rindo – Desculpe, eu não sirvo para ser vilã.
O loiro a fuzilou com os olhos.

XxXx


Estava frio. Muito frio. tremia da cabeça aos pés quando acordou percebendo que estava presa a correntes.
Piscou os olhos tentando ver com clareza onde estava, mas a única coisa que notou era que parecia uma caverna, pingos caiam sobre sua cabeça e murmurinhos vinham mais da frente.
Ela puxou a corrente que prendia suas mãos tentando arrancar da parede, mas a corrente apenas feriu seus pulsos fazendo-a gemer de dor e cair derrotada no chão.
O que tinha acontecido?
Benjamin. Aquele cachorro desprezível tinha trazido ela até aqui para poder matar Liam.
- Não – ela gemeu, deixando lágrimas rolarem pelo seu rosto, por mais que ela estivesse com raiva do garoto não queria que ele morresse, começou a puxar as correntes com mais força tentando ignorar a dor quando o ferro apertava seus pulsos – Me solta! Benjamin! Me tira daqui! Socorro!
- Ótimo, a princesinha acordou – uma voz zombadora e desconhecida disse aparecendo na entrada da caverna com mais dois homens ao seu lado, eles todos usavam roupas pretas.
se encolheu no canto da caverna com medo. Quem eram eles?
- Não tenha medo, querida – disse outro garoto, ele chegou perto dela fazendo-a se encolher ainda mais – Eu vou te soltar.
O garoto passou a frente dos outros dois e tirando uma chave do bolso libertou as mãos de masageando elas numa forma íntima que a deixou ainda mais assustada.
- Está doendo?
não respondeu, pegou uma pedra que estava ao seu lado e acertou na cabeça do garoto fazendo ele cambalear para o lado, então ela ficou de pé num pulo pronta para sair correndo querendo passar pelo meio dos dois garotos, mas antes que chegasse no meio da caverna o mesmo garoto que ela tinha batido a puxou pelos cabelos a fazendo cair para trás no chão, ela rolou para o lado de dor, tossindo fraca e com frio.
Porque estavam fazendo isso com ela?
- Garotinha ousada – disse outra voz puxando ela novamente pelo cabelo bem no ponto onde ela tinha batido a cabeça, a obrigando a ficar de pé. gemeu de dor e irritada.
- O que estão fazendo? – finalmente uma voz conhecida no meio daquele local – Vocês estão machucando-a, isso não estava no acordo.
- Estamos só brincando, Benjamin – disse o garoto que segurava colocando ela na frente dele, ele levantou o queixo da menina para pode lhe dar um beijo na bochecha, ela se desviou com nojo encarando Benjamin no que só podia ser descrito como mágoa e traição.
- Parem com a brincadeira – ele mandou sério.
- Me soltem. Eu posso conseguir dinheiro para vocês, prometo não contar a ninguém. Só me deixem ir, esse garoto é louco. Ele quer matar meu amigo – ela disse rapidamente, se embolando nas palavras.
O garoto que se recuperava rapidamente da pedrada riu.
- Amorzinho, também queremos matar seu amigo -, mas o olhar que ele lançava a ela parecia que ele queria mais do que isso.
olhou de um para o outro, o coração disparando, então olhou novamente para o único rosto amigável ali, aquele que ela considerava seu amigo.
- Por favor – sussurrou quase inaudivelmente.
Benjamin sorriu e então se encostou na parede cruzando os braços.

Ela não foi criada para desistir tão fácil.
Mesmo todos os presentes tendo muito mais força do que ela e sendo necessário apenas um para segurá-la e a levar até sabe se lá onde, ela não parava de espernear e pedir para ser solta.
- O que vocês querem comigo? – ela perguntou finalmente quando percebeu que não conseguiria se soltar, sua cabeça doía onde ela tinha batido e estava meio tonta e alguns arranhões por causa da queda, mas fora isso estava bem.
Um dos garotos, o que segurava ela, a soltou bruscamente empurrando-a para frente fazendo a garota levantar as mãos para se apoiar na parede, reclamou baixinho quando suas mãos arranharam.
- Já falamos, queremos acabar com seu amigo.
- E porque estão fazendo isso comigo? – ela disse olhando de um lado para o outro – Não estou vendo meu amigo por aqui e não acho que ele vá aparecer – ela disse de nariz em pé, na verdade ela achava sim que Liam fosse aparecer, mas não queria que acontecesse alguma coisa com ele.
- Você sabe que isso é mentira – disse o garoto que estava mais atrás, de braços cruzados ao lado de Benjamin – E não precisamos dele aqui, nossos amigos já foram até lá.
- Não, vocês não podem pegar ele – ela disse balançando a cabeça de um lado para o outro. O garoto que ela tinha batido com uma pedra, levantou a mão para tocar no seu rosto, ela se desviou e uma das tochas que estava na parede iluminou uma tatuagem no seu antebraço.
- O que é isso? – quem perguntou foi Benjamin ajeitando sua postura e ficando alerta – Não, não é isso que combinamos. Vocês não são os caras certos.
- E não foi isso que planejamos – suspirou o garoto que ainda estava perto de , ele parecia ser o chefe e estalou os dedos para os outros dois garotos e mais três que saíram das sombras irem para cima dele – Segurem o caído.
olhou de um para o outro assustada, se encolhendo na parede enquanto cinco garotos iam para cima de Benjamin indo segurar ele.
Benjamin não parecia ter problemas com os dois primeiros, mas quando todos seguraram nele ao mesmo tempo ficou difícil para ele lutar.
estava tão concentrada naquela briga que soltou um grito quando sentiu braços segurando na sua cintura e a arrastando para fora dali, para longe de Benjamin que parecia arrependido do que tinha feito e lutava com os cinco garotos para poder ir até .
Os braços se tornaram mais firmes e colocou numa mesa fria de granito.
Ela tentou se concentrar, descobrir o que ele ia fazer o que ia acontecer com ela. Virou o rosto de um lado para o outro, seu corpo doía e aquela mesa não estava facilitando, ela só queria ir para casa. Ficar com suas irmãs.
Ela queria o Liam.
Pedir desculpas a ele e dizer tudo que sentia em relação a ele.
Ouviu um barulho de algo sendo afiado, olhou em direção ao garoto que tinha levado ela até ali e viu um punhal na sua mão.
Lágrimas começaram a correr pelo seu rosto.
Agora era tarde demais.
- Sinto muito, Liam – ela sussurrou fechando os olhos e ouvindo os passos do garoto se aproximar.
- Suas últimas palavras?
- Vá pro inferno -, mas não fora ela que dissera aquilo, abrindo os olhos com tudo ela viu bem a tempo de um borrão passar ao seu lado levando o garoto junto.
O garoto bateu com força na parede derrubando o punhal e olhando assustado para Benjamin, o anjo caído sorriu sinicamente para ele e lhe deu um soco no estômago que praticamente fez o garoto se juntar a parede rochosa e as pedras caírem abrindo um espaço atrás do garoto. Ben jogou o garoto nele batendo dessa vez na parede deixando algumas pedras caírem em cima do garoto que parecia tão forte e destemido segundos atrás.
Benjamin voltou em segundos para o lado de sem encarar ela, suas mãos foram rápidas desamarrando seus tornozelos e seus pulsos e então ele a pegou no colo deixando a garota chorar baixinho.
- Eu não queria isso, sinto muito – ele disse chutando com força outro ponto da caverna e revelando o brilho do sol de fim de tarde e então uma floresta, um riacho caia não muito longe.
Benjamin estava confuso. Porque apesar de tudo ele não queria que acontecesse algo com , ele já fora um anjo, ele protegia pessoas como .
Quando ele se tornara essa pessoa?
Ele sabia. E sabia que nunca iria desistir enquanto não tivesse sua vingança contra aquele que o transformara no que ele é agora.
- Me leve pra casa – pediu contra seu peito tentando controlar o choro, ele olhou para ela.
Ele não podia levá-la para casa, mas ia deixar ela fora de perigo e dar um jeito de concertar as coisas.
Ele teria outras chances para acabar com Liam Gray.

XxXx
Liam respirou fundo mais algumas vezes, onde quer que estivesse ela precisava dele. Assim como seu irmão e .
Ele se acalmou, seus ombros pararam de tremer tentando lutar com suas asas que queriam ser libertadas e ele voltou para o quarto tentando ser firme.
- Desculpa – ele disse para e então virou para os outros – O que faremos?
- Vamos para a mansão – disse Daniel apertando ligeiramente a mão de .
- Não – exclamou Liam – Vocês sabem o que isso significa, podemos perder nosso cargo, ser expulsos ou ainda pior, punidos – ele disse bagunçando os cabelos, nervoso – Ou vocês não acham que Marcus não vai saber logo de cara o que aconteceu? – e então ela acenou com a cabeça para e André.
- Por isso eu pedi ajuda – disse André dando um sorriso misterioso e nesse exato momento bateram na porta – E eles acabaram de chegar.
André se levantou para abrir a porta e sorriu para os dois garotos parados.
- O que vocês aprontaram dessa vez?
- Por favor, me digam que não quebraram a regra número um.
- James, Jaime – cumprimentou Liam sorrindo aliviado.
- Oh, não – exclamou James, seus dreadlocks presos num rabo de cavalo – Só tem duas meninas aqui, cadê as outras duas?
- O que Caspian aprontou? – perguntou o de olhos cor de mel cruzando seus enormes braços quando deu por falta do mais novo.
- Quem são eles? – exclamou meio nervosa.
- né? – perguntou James sorrindo – Nossa, você está muito gata.
- Não é mesmo, James? – concordou Jaime e olhou para – Olha se não é a pequena . Você não cresce não, menina?
olhou incrédula para ele e então para Daniel que balançou a cabeça negativamente.
- Eles são os guardas de sua mãe – explicou, a loira arregalou os olhos sem saber o que dizer. Com tudo que tinha acontecido não se lembrava desse detalhe.
- Não – exclamou James tirando o tom de brincadeira da sua voz.
- Vocês não fizeram isso – acrescentou Jaime no mesmo tom.
- Não fui eu. Foi a Lexy, ela contou tudo para ela – disse Daniel rapidamente – E elas sabem que somos seus guardiões...
- Vocês estão muito...
- ... Muito encrencados mesmo – completou Jaime a frase de James.
- Não é só isso – apressou-se Liam a dizer, impaciente por estarem parados enquanto , e Caspian corriam perigo – Cas e foram sequestrados, eu estava pensando que talvez fossem as mesmas pessoas que atacaram – ele suspirou e sentou na cama sobre os olhares atentos dos outros – Só não consigo pensar em quem tiraria do próprio quarto. Era para ser seguro dentro do colégio.
- Caro amigo, ainda bem que você chamou a gente – disse James tocando em seu ombro, Liam olhou para ele curioso. - Se você tivesse contado essa história para o chefão e ter feito essa mesma carinha de cachorro sem dono quando falou da sua protegida...
- Você estava ferrado – completou dessa vez James a frase de Jaime.
- Vocês vão ajudar ou não? – exclamou Liam na defensiva.
- Claro que vamos.
- Servimos para alguma outra coisa? – completou Jaime.
- Na verdade Jaime, servimos para muitas coisas – disse James olhando para ele.
- Ah sim, muitas coisas – o outro sorria maliciosamente.
- Estamos dependendo deles para salvar nossas irmãs? – exclamou .
- Que ótimo – completou numa imitação dos dois fazendo os meninos rirem baixinho.
- Fiquem sabendo, queridas.
- Que somos uns dos melhores – continuou James – E que se não tivéssemos nascido alguns séculos depois que seus guardiões.
- A gente que protegeria vocês – completou Jaime.
- Santo nascimento – sussurrou e André olhou para ela rindo.
- Já chega – Liam ficou de pé encarnado os dois sério, eles se encolheram teatralmente e o moreno revirou os olhos – O que faremos?
- Coitado, não vive sem a gente.
- Não Jaime, ele não vive sem a – sussurrou James em tom de segredo fazendo e rirem divertidas, elas estavam gostando deles.
- Garotos – alertou Daniel.
- Tudo bem Dan, é o seguinte, precisamos saber primeiro como tiraram a princesinha do seu quarto – disse James contando nos dedos.
- Então vamos na floresta procurar pista sobre Cas e .
- E perguntar aos seus amigos mais próximos.
- Então nos dividiremos e deixamos as meninas com a tia.
- Espera, tia? – cortou .
- Ops, isso elas não sabiam Jaime – falou James bufando.
- Ah! Os fofoqueiros contaram tudo mesmo. Que saco!
- Helena é tia de vocês – cortou André rapidamente antes que os dois continuassem, eles eram ótimos guerreiros e amigos, mas levavam tudo na comédia.
- Agora podemos? – perguntou Liam impaciente, fazendo os dois bufarem e concordarem.

Liam sentou desconfortável na cama de , ele não imaginava que a sua marca iria arder tanto a ponto dele sentir queimar a pele quando sua protegida estava em perigo e apesar de seu pensamento sempre voltar para ela nos seus braços, ele precisava se controlar.
- Devíamos perguntar aos alunos – ele disse enquanto James e Jaime discutiam se deviam ir direto para a floresta ou procurar pistas ao redor do colégio.
- Boa idéia, guardião – disse James.
- Guardião? – questionou Jaime.
- Ele não é um anjo guardião?
- Não chama ele de guardião, é gay, James.
- É único – retrucou James cruzando os braços e se jogando entre e – É fofo, não é?
- Amigos em perigo, lembram? – alertou Dan.
- Tudo bem, guardião dois você fica com as meninas, não vamos meter a Helena nisso – falou James.
- Porque ele é o guardião dois? Ele nasceu primeiro que o Liam.
- Mas eu chamei o Liam primeiro de guardião.
- MENINOS!
Os dois olharam para que estava de braços cruzados.
- Nossas irmãs estão em perigo.
- E vamos com vocês – completou batendo sua mão com a de .
- Como quiser – Jaime fez uma reverência exagerada.
Eles saíram do quarto indo direto para as redondezas da floresta, já passava do horário do almoço e os alunos caminhavam calmamente.
- Hey, Ian! – gritou André, Ian olhou para ele confuso por estarem o chamando e então olhou para os dois garotos novos e para seus braços. Engoliu em seco.
- Juro que não fiz nada.
- Ops, aí tem coisa, bro.
- Tem sim Jaime, as pessoas sempre falam isso quando são culpados de algo.
Ian encarou os dois confusos.
- Você viu a ?
- De manhã, mais cedo – ele disse abaixando seus óculos escuros para encarar os meninos – Estou de ressaca, fala mais baixo.
- E para onde ela foi, você sabe? – perguntou Liam.
- Ela está bem?
- Responde a pergunta – mandou James cruzando os braços, Ian olhou para ele e disse rapidamente:
- Estava com o Andrew, os dois discutiram e foram na direção da floresta. É tudo que eu sei, depois disso não vi mais nenhum dos dois.
- Obrigado – agradeceu Daniel segurando pela mão e seguindo para dentro da floresta.
- O que está acontecendo? – gritou Ian indo atrás deles – Merda! – ele reclamou levando as mãos a cabeça – Eu quero ajudar.
- Rapazinho, fica parado – mandou James parando ele.
- Você é confiável? – perguntou Jaime.
- Ele é confiável? – acrescentou James para e .
- Eu não sei, acho que sim – deu de ombros.
- confia nele – concordou .
- E está sempre certa – concordou Jaime abrindo espaço para Ian passar.
- O que eu falo? – questionou James enquanto corriam.
Jaime ia soltar uma piadinha, mas ele praticamente voou até e puxando as duas para trás dele, James ficou alerta com a atitude do garoto, e correu até as duas parando protetoramente ao lado delas.
Eles sabiam brincar, mas levavam a sério seu trabalho.
- O que aconteceu? – perguntou Daniel olhando de um lado para o outro e então parou sentindo o cheiro no ar – Droga.
- Esse cheiro – murmurou André.
- Trevas – completou Liam – Lucius está com e Cas.
- Espera, quem é Cas? E quem está com a ? – questionou Ian confuso.
- Não temos tempo para explicar – disse Daniel apressado puxando para perto dele, André fez o mesmo com e James ficou na frente do grupo com Jaime atrás protegendo a retaguarda.
- Eu quero ajudar, precisa da minha ajuda – disse Ian correndo para alcançar eles.
- Não Ian, precisa da nossa ajuda. Acho melhor você ficar fora disso – disse Liam sério, mas pensativo. Se as trevas estavam com e Caspian, quem estava com ? Então ele se tocou – Não! – soltou um grito de dor cambaleando para frente e para trás.
- Liam – gritaram todos ao mesmo tempo, mas André foi mais rápido apoiando ele antes que caísse no chão.
- Eles estão com ela – ele disse olhando para o chão, então levantou seus olhos para André – Shunters
- Não, não pode ser – André negou rapidamente.
- Do que ele está falando? – perguntou confusa, suas amigas estavam correndo tanto perigo assim?
- Liam, não pode ser. Você ainda a sente, ela está viva – disse Daniel tentando acalmar ele.
- Espera. Vocês estão dizendo que a deveria estar morta? – gritou , arregalou os olhos.
- Não – disse James rapidamente olhando de cara feia para os garotos.
- Ela está bem, eu vou com o Liam atrás dela assim que conseguirmos alguém para ficar com vocês – concordou Jaime.
- E o Dan e André?
- Eles têm que ir atrás da e do Cas comigo – falou James, meigo.
- Eu fico com elas – sussurrou Ian ainda confuso.
- Há! – soltou Daniel sem humor – Até parece que vou deixar elas com você. - Você não tem escolha – disse Ian de cara fechada – Eu não vou fazer mal a elas.
- Eu tenho que ir – falou Liam entre dentes, sentindo que a cada segundo o tempo estava acabando para e consequentemente para ele.
- Precisamos nos organizar, vamos para o quarto – mandou André segurando firme no braço de Liam, mas ele não era forte o suficiente para Liam que se esquivou dele em segundos – Liam!
- Você fica...
- Aqui, mocinho – completou Jaime, ele e James correndo até Liam e cada um segurando num braço dele – E vamos para o quarto.
Os dois não esperaram respostas e abriram no mesmo segundo suas enormes asas brancas, as asas deles se encostaram uma na outra e num impulso quase treinado os dois foram para o céu junto com Liam.
- Tente nos alcançar – zombou Daniel pegando no colo e seguindo os outros dois com André e atrás deles.
Assim que chegaram no quarto Liam empurrou eles para longe.
- Eu tenho que ir – ele disse irritado apontando para o relógio na mesa de cabeceira de uma das meninas – Não vai demorar a escurecer, eu preciso encontrar ela.
E eles teriam discutido mais se nesse momento um celular não começasse a tocar.
- É o meu – falou indo até sua cabeceira e olhando o visor do celular. Ela ofegou – É a !
- Atende logo – gritou correndo para o lado da amiga.
- Fiquem quietos – a morena mandou aos outros que andavam de um lado para o outro. atendeu e colocou no viva voz.
- . Amor, onde você está? - perguntou e um choro foi ouvido do outro lado.
- ... não po-posso dizer, Lucius... ele-eu – gaguejava a voz chorosa de . Os meninos ficaram cada vez mais angustiados, antes que Liam pudesse falar algo foi mais rápida.
- , onde está o Caspian? - perguntou.
- Ah ... – seu choro aumentou agora e o grupo entreolhou-se preocupados – E-eles o machucaram ... está desacordado ago-ora. Por favor, eu preci-so...
- Olá - uma voz masculina cortou a de , ela era fria.
- Quem está falando? Cadê a ? Não a machuquem – ela soltou tudo rápido. Ao ouvir a voz James e Jaime deram um passo para trás horrorizados.
- Não vou machucá-la. Essa ligação foi apenas para saberem que ela está bem. Precisam arrumar um jeito de tirá-la daqui antes do amanhecer. Ou ela vai sofrer. E muito. Adeus sobrinha - e o celular foi desligado.
- Aquele era Lucius, não era? - questionou Jaime encarando os meninos. Eles afirmaram com a cabeça - Merda. Eles estão mesmo ferrados.
- Precisamos de um plano - Daniel falou e eles juntaram-se para pensar em alguma coisa.
olhou para os lados e não viu outra alternativa, devagar, ela foi até seu celular e entrou na cozinha, digitou uma mensagem e a enviou para o número de . Ela só esperava que isso salvasse a irmã.
- Não tem como recuperá-los sem a ajuda de Marcus - disse Daniel jogando-se numa das camas derrotado. Os outros se entreolharam, sabiam que ele estava certo.
- Então podemos ir até ele agr... - o toque de um celular interrompeu André. Era o celular de Liam. Ele franziu o cenho quando viu “desconhecido” na tela e atendeu.

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- Onde estamos? – perguntou quando Benjamin parou o carro.
Eles saíram da floresta e um carro esperava por eles, Benjamin colocou ela no banco de passageiro e dormiu toda a viagem, já tinha escurecido quando ele parou em frente a um prédio grande e de aparência elegante.
- Num hospital – disse Benjamin ainda olhando para frente.
se mexeu sonolenta deixando o casaco que Ben tinha usado para cobrí-la cair no seu colo e ela gemeu de dor por causa da sua cabeça.
Ben rapidamente olhou para ela.
- Sinto muito por isso.
- Na hora você não parecia, porque me levou para aquele lugar? – perguntou magoada e cansada, ela só queria ir para casa – Eu sei que não somos exatamente grandes amigos, mas não somos inimigos.
- Na verdade somos.
- Na lei de quem?
- Daquela que diz que estamos em lados diferentes – ele disse e encarou ela sorrindo pela sua inocência – Você não sabe nem metade das coisas ainda, .
- Eu sei o suficiente para saber que você me salvou – ela disse tocando em seu braço, ele ia se afastar, mas suspirou e continuou no lugar apreciando o toque – Obrigada.
- Não faça isso – ele pediu fechando os olhos e balançando a cabeça negativamente, ela o encarou sem entender, ele olhou para ela e seus olhos azuis estavam intenso como nunca antes – Não me tire como um herói, porque eu não sou.
- Eu não entendo – ela disse, seus olhos começando a lacrimejar.
Ele olhou para ela. O que estava acontecendo com ele? Que merda, era para ele ser imune desses tipos de coisa. Desse olhar. De mulheres que ele não podia se apaixonar.
- – ele a chamou, ela encarou ele fungando e enxugando as lágrimas teimosas que escapavam.
- Sim? – ela perguntou meio nasalada por causa do choro preso.
- Eu não vou deixar ninguém te machucar mais – ele disse segurando em suas mãos, eram tão quentes e macias -, mas quando chegar o momento, para eu continuar a manter minha promessa, você vai ter que me machucar.
- Não, eu... – ela começou a negar, mas Benjamin suspirou e balançou a cabeça negativamente.
- Se você não fizer isso, seu guardião vai fazer. E eu prefiro que seja você – ele disse rindo, era tão irônico o que ele tava fazendo – Você vai ficar segura, Gray vai te encontrar. Ele sempre encontra, mas você não vai lembrar que eu estive com você hoje. Você não vai lembrar-se dessas palavras.
- O que você quer dizer, Benjamin? – ela perguntou assustada querendo se afastar dele, Ben segurou mais firme em suas mãos.
- Que você não vai conseguir se lembrar de como saiu de lá. Que você vai pensar que os garotos que estavam com você lá te deixaram no hospital e é isso que você vai contar ao Gray quando ele chegar.
- Eu não quero mentir – ela disse firme.
- Eu sei disso, mas não posso deixar que o Gray nem ninguém saiba o que aconteceu. Eu preciso ficar no colégio – ele disse então prendeu seu olhar no dela, ela não conseguiu desviar, seus olhos eram tão lindos e hipnotizantes – Tiraram você do seu quarto e levaram para uma caverna, mas era só uma brincadeira. Queriam dar um susto no Gray e em você, então deixaram você no hospital no fim da tarde.
- Você não esteve comigo hoje – ela disse, ele olhou para ela tristemente e concordou – Eu estou bem, ninguém me machucou realmente.
- E nem vai, você vai continuar bem – ele disse – E agora você precisa dormir.
E sem dizer mais nada caiu para frente, mole, em seus braços.

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O celular de apitou. Lucius franziu o cenho e olhou o visor. “uma nova mensagem: abriu a mensagem e sorriu ao ver seu conteúdo.
“Não faça nada com nenhum dos dois. Tenho uma proposta para você e tenho certeza que ela valerá a liberdade de e Caspian. Vinte minutos, na entrada da floresta.”

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- Alô?
- Alô. Liam Gray? - uma voz feminina perguntou.
- Sou eu, quem está falando?
- Aqui é do Hospital St. Judes queríamos avisar que chegou aqui a alguns minutos e..
- Já estou indo.
Ele desligou o celular e tirou a blusa amarrando-a no cós da calça, e correu para a varanda já abrindo suas enormes asas. Todos correram junto com ele e param na porta da varanda, isso deu a a chance de fugir, ela saiu sorrateiramente do quarto e pôs se a correr para fora do prédio.
- Ei, ei, o que aconteceu? - Daniel perguntou confuso segurando o braço de Liam que estava prestes a saltar.
- . Estou indo buscá-la - e se desvincilhando do amigo voou o mais rápido que pôde na direção do hospital.

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correu o mais rápido que pôde e parou de frente a uma das primeiras árvores. Dois minutos depois avistou um homem alto vindo até ela, sua respiração acelerou.
- . É um prazer conhecê-la pessoalmente – disse Lucius sorrindo quando parou a alguns metros de onde a pequena estava.
- E você é? - perguntou tentando parecer forte apesar de sua voz ter saído fraca. Ela estava com medo.
- Lucius.
- Irrelevante - respondeu e respirou fundo – Vamos aos negócios. Minha proposta é simples: Você liberta e Caspian e eu fico ao seu lado na batalha.
Lucius levantou uma sobrancelha e cruzou os braços.
- E como eu posso ter certeza disso? Você não está determinando o resto de sua vida só para salvar sua irmã.
- Sim, é para salvá-la. Mas não só por isso. Eu gosto - ela admitiu para si mesma – Gosto da sensação do poder em mim, gosto de saber o que posso fazer com ele. E também porque eu não vou ficar ao lado do homem que me deixou sozinha a vida inteira - a loira deu de ombros e levantou as mãos no ar – E então, aceita minha proposta ou não?
Ele continuou imóvel, com a exceção de um sorriso maquiavélico estar aparecendo em seu rosto.



XIII – Broken Pieces

A garota estava confusa, por que toda aquela correria?
Ela se mexeu inquieta na cadeira, as cordas estavam incomodando.
- Cas? – ela sussurrou bem baixinho com medo de alguém ouvir, seu anjo estava desacordado há um tempo e ela estava preocupada.
- Ele vai acordar.
deixou escapar um grito agudo quando alguém tocou seu ombro e sussurrou em seu ouvido, ela não virou para ver quem era porque essa mesma pessoa havia passado o dia inteiro (ou seria noite?) conversando com ela.
- Não vou machucar você, sobrinha – ele disse pegando o pote de Lighson fazendo os olhos de se arregalarem e começarem a lacrimejar.
- Não, não, não. Por favor, não.
- Calminha, querida – disse Lucius gentilmente afagando o rosto da loira – Não vou machucar ele mais, só estou pegando por garantia.
- G-garantia? – ela gaguejou.
- Meus capangas vão levar vocês para fora daqui, se o nosso querido Caspian acordar e ficar rebelde, eles sabem o que fazer – ele disse tocando na cabeça de Caspian que pendia para frente por ele estar desacordado.
- L-levar p-para ao-aonde? – ela gaguejou nervosa, tentando segurar o choro e as lágrimas que queriam cair com os pensamentos que ela estava tendo.
Lucius sorriu.
- Nos veremos em breve – ele disse fazendo um gesto com a mão para quatro homens se aproximarem – Eu espero.
olhou para o loiro confusa e então para os homens que se aproximavam, ela gritou quando dois deles tiraram Caspian das correntes que ficavam presas no teto deixando ele em pé e seguraram o corpo mole do garoto de forma bruta e gritou mais ainda quando tiraram ela da cadeira e lhe colocaram uma venda enquanto a levavam para fora da caverna, porão, ou seja lá onde ela estava.
Os jogaram no vagão de uma van e bateram a porta da parte de trás, ela tirou rapidamente a sua venda quando percebeu que não tinham a amarrado.
Olhou ao redor tentando se acostumar com a escuridão e então se arrastou até Caspian, colocando a cabeça do garoto no seu colo.
Cas estava suado e com o rosto parecendo cansado, a camisa rasgada e rastros vermelhos por todo o peito.
- Cas? – ela sussurrou tocando no rosto dele delicadamente – Acorda, Cas, eu preciso de você aqui.
Caspian se mexeu, dolorido e gemeu alguma coisa sem muita lógica, parecia ser em outra língua.
- Caspian?
- ? – ele sussurrou baixinho, então arregalou os olhos, e se não tivesse com suas mãos em seu peito, ele teria levantando com tudo – ! Você está bem? Onde estamos? O que aconteceu?
- Eu estou bem, calma – ela murmurou aliviada por ele estar acordado e parecendo bem – Estamos numa van, estão levando a gente para algum lugar.
- Que lugar? – ele perguntou segurando em suas mãos como se para ter certeza que ela estava ali mesmo – Você está bem mesmo?
- Estou e... – a frase de foi interrompida quando as portas da frente da van bateram e vozes altas começaram a discutir.
- Não, o chefe mandou levarmos eles direito para a ponte de saída da cidade.
- E?
- Temos que parar lá.
- O que vão fazer com a gente? – perguntou baixinho, tremendo e fazendo a marca de Caspian coçar com o medo e o iminente perigo que a menina corria.
Caspian sentou com um pouco de dificuldade e puxou a menina para seu colo aninhando ela protetoramente e afagando seus cachos dourados.
- Eles não vão fazer nada com você, eu não vou deixar – ele disse, protetoramente e esticando as pernas para poder ficar mais relaxado, então seus pés chutaram algo – O que é isso?
se afastou dele, relutante, e engatinhou devagar até a caixa que Caspian tinha chutado, quando ela pegou a caixa e sacudiu percebeu que tinha alguma coisa lá dentro. Se arrastando de volta para Caspian eles abriram a caixa e notaram não um, mas várias celulares.
- Celulares – quase gritou, mas Caspian foi rápido em tampar a boca dela e fazer sinal de silêncio.
- Temos que saber se estão funcionando – disse Caspian, cauteloso e eles começaram a ligar um por um os aparelhos.
O desespero foi aumentando quando eles tentavam ligar celular após celular, mas a maioria estava quebrado ou simplesmente sem bateria, claro que Lucius não daria uma bobeira dessas, mas quando faltavam apenas poucos celulares conseguiu ligar um que parecia novo.
- Está funcionando – ela comemorou sorrindo radiante para Caspian enquanto discava rapidamente o número de que tinha na cabeça, mas Caspian balançou a cabeça negativamente e pegou o celular da mão dela.
- O Liam não vai gostar disso, temos que ligar para um dos meninos – e sem pensar nem mais um momento ele discou o número de Daniel esperando ansiosamente ele atender – Alô?
- Ele atendeu? – perguntou .
Caspian virou para responder, mas a van começou a desacelerar.
A porta de trás da van abriu.
O céu do lado de fora estava estrelado e junto com a enorme lua cheia iluminavam a noite. Do lado de dentro, estava sentada ao lado de Caspian, eles estavam de mãos dadas. O interior da van estava escuro e os outros ligaram lanternas.
Um deles passou a lanterna pelos dois e sorriu ao ver o loiro o encarando.
- A bela adormecida acordou – os outros dois ao seu lado riram.
Caspian o ignorou continuando a encará-los sem expressão facial.
- Só espero que você colabore. Não queremos matar você, mas não significa que não mataremos se você der uma de super-herói - continuou o que parecia ser o chefe do grupo – Agora sem mais demoras, quero voltar logo para casa. Você primeiro, coisa linda.
Estendeu a mão para a loira. encarou a mão e continuou imóvel. O homem suspirou irritado e inclinou-se pegando na mão desocupada da garota e a puxando para fora. Caspian manteve seu aperto forte na outra mão de e a puxou de volta para o banco. Suspirando novamente ele jogou a lanterna no chão da van e pegou algo em sua calça mirando-a em . A loira sentiu uma lâmina gelada pressionar seu pulso, olhou assustada para Caspian.
- Pode me soltar – ela sussurrou apertando carinhosamente a mão dele, o guardião assentiu e soltou a garota que foi puxada com violência para fora da van. O homem prendeu suas mãos atrás do corpo com uma corda.
- Por que você tinha que ser sobrinha do chefe, amor? - ele sussurrou em seu ouvido - depois de tê-la vendado - e depois beijou o pescoço de . A loira grunhiu e se debateu fazendo ele se afastar rindo.
Seu riso parou quando Caspian voou para fora da van e foi para cima dele. Os outros que provavelmente já esperavam algo assim do garoto, tiraram seringas do bolso e injetaram nele o fazendo cair de joelhos fraco, antes que pudesse atingir o rosto do outro com o punho.
- Eu avisei – disse o homem esticando a mão para o amigo que lhe deu uma adaga. se mexia inquieta por não conseguir ver o que acontecia e então ouviu uma voz familiar.
- E eu tenho certeza que ele avisou para não mexer com sua protegida - André falou cruzando os braços - E eu estou te avisando para não mexer com meus amigos.
- Ora, ora, se não é André Blackstone – ele falou saindo de perto de Caspian e aproximando-se de André que estava a alguns metros dali, os outros dois seguiram ele.
Quando a atenção deles voltou-se para André, alguém puxou a venda de para cima e ela se deparou com um moreno de dreadlocks, ele colocou um dedo sobre seus lábios pedindo silêncio da outra e foi desamarrar as mãos dela, olhou para baixo e viu o mesmo garoto ajudar Caspian – que estava um pouco grogue ainda - a se levantar. Suas mãos ficaram livres em segundos e o garoto voltou para frente.
- Vamos Jaime, me ajude aqui – resmungou o outro com dificuldade de manter Caspian de pé, Jamie sorriu para e foi ajudar sua cópia. Eles se afastaram dali e os seguiu olhando para André de segundo em segundo.
- Vocês são burros mesmo, achando que pegariam eles e viveriam felizes para sempre – André provocou, eles já estavam bem perto dele.
- Você que é burro - retrucou o chefe rindo debochadamente – Vir aqui sozinho dar um de super-herói...
- Ele não veio sozinho, não – a voz de Jamie e James disseram juntas atrás dos três homens, antes mesmo que eles de eles virarem, uma adaga perfurara seus corações, os dois da ponta caíram no chão mortos. André numa velocidade incrível também já estava enterrando uma adaga no coração do terceiro e último homem ali.
Correram ao encontro de e Cas, os encontrando abraçados, a garota chorava baixinho com a cabeça enterrada ao pescoço dele.
- Vocês estão bem? - André perguntou.
- Vamos ficar – respondeu Caspian baixo. André assentiu e sorriu torto para o amigo, olhou para Jaime e James e acenou para o céu, eles entenderam e em segundos desapareceram dali deixando para trás o barulho que suas asas faziam.
- Nós vamos voar também, ok? - Caspian sussurrou afagando seus cabelos, ela balançou a cabeça afirmativamente e apertou os braços no pescoço dele, Cas segurou sua cintura e de repente eles já tinham deixado o solo para trás.

XxXx


Liam empurrou as portas do hospital passando por elas rapidamente e sendo recebido pelo ar gelado da sala de recepção, já tinha escurecido quando ele chegou no hospital e a sala estava vazia restando apenas algumas pessoas, ele passou direto indo até a recepcionista.
- Me ligaram avisando de uma paciente, – ele disse colocando as mãos sobre o balcão e olhando inquieto para a recepcionista, ele sabia que estava nesse hospital achava desnecessário ter que parar para pedir informação.
- Um minuto – a recepcionista olhou na tela do computador a sua frente e digitou algumas coisas – Sim, ela chegou não faz muito tempo, mas peço esperar até o médico atender outro paciente para conversar com...
- A senhora não está entendendo – disse Liam perdendo a paciência de vez, seus olhos se fixaram nos da recepcionista que não conseguiu mais desviar o olhar – Eu quero saber onde é o quarto de , agora.
- Quarto 384 último andar – ela informou quase que roboticamente.
Liam sorriu para ela e sem esperar mais nada, se virou correndo até as escadas, o elevador ia demorar muito e ele estava agitado demais para ficar parado.
Subiu as escadas numa velocidade sob-humana, e em segundos estava parando no corredor vazio do último andar e andando apressadamente olhando pelos vidros do quarto onde estava sua protegida.
Quando chegou num dos últimos quartos, não precisou nem conferir o número na porta, ainda pela janela ele conseguiu ver deitada numa maca de hospital, usando as mesmas roupas que ele a vira usar mais cedo e com uma agulha intravenosa no seu pulso ligado a um soro.
Ele abriu a porta do quarto e suspirou aliviado encarando ela.
- <– ele sussurrou como se querendo ter certeza que ela não fosse sumir com isso, ele sabia que só passara um dia sem ela, entretanto para ele não tinha nada pior do que não saber que ela estava segura.
Andou devagar até , agora não havia mais pressa, e tocou no seu rosto delicadamente e mesmo assim ela se mexeu e virou o rosto para ele, abrindo os olhos sonolenta.
- Liam – ela sussurrou.
E pronto, bastou isso e Liam não podia mais.
Não podia mais com todo esse fingimento, não podia mais esconder, ele a queria mais do que era permitido querer.
Ele sorriu para ela e tirou com cuidado a agulha intravenosa do seu pulso, jogou o lençol para longe do seu corpo e a puxou para perto, entendeu o que ele queria, mesmo sonolenta e dopada ela se apertou a ele do jeito que podia.
Liam subiu até a cobertura do prédio com segura nos seus braços, ela parecia que tinha voltado a dormir apesar de ainda ter os braços ao redor do seu pescoço.
Ele deu um beijo na testa dela enquanto deixava suas asas se libertarem e rasgarem a blusa que usava, suas asas se esticaram para os lados e automaticamente envolveram ele e num abraço delicado, então ordenando elas a se afastarem, deu um impulso para cima e foi de encontro aos céus, onde ele sabia que por alguns minutos ela ficaria mais segura do que nunca.

XxXx


Três dias haviam se passado, três dias desde que descobrira a verdade sobre seu namorado ou ex-namorado, nem ela sabia mais. A verdade é que ela estava muito chateada, pois ele tinha mentido. Tudo bem que ela teria feito à mesma coisa no lugar dele, mas teria comentado algumas coisas, e não deixar que descobrissem lendo um livro ou por terceiros.
Ela acordou cedo, tomou um banho e decidiu fazer a única coisa que a deixava calma e também a única maneira de pensar sem ninguém por perto para ficar dizendo mentiras. Ela colocou uma calça jeans e uma blusa leve, pegou um casaco, pois ainda era cedo e fazia um pouco de frio. Deixou um bilhete para quem aparecesse no quarto primeiro. Saiu do quarto e desceu as escadas indo para o ginásio, entrou no almoxarifado que por sorte estava aberto e pegou várias flechas e um arco. E foi para o campo bem ao lado do ginásio onde vários alvos estavam posicionados como se estivessem esperando alguém ir lá e usá-los.
jogou a bolsa e as flechas no chão, ficando com uma e o arco na mão. Ela se posicionou e atirou a primeira flecha, que acertou bem no meio do alvo. Ela fez a mesma coisa com mais dez flechas, antes de perceber que a cada flecha lançada, uma lágrima escorria pelo seu rosto. Ela chorava por ter acreditado que ele não mentiria para ela, chorava por ter sido enganada e chorava por amar ele.
Ela sentou no chão e cobriu o rosto com as mãos, chorando silenciosamente. Não percebeu quando alguém se aproximou dela.
- – ela escutou a voz dele e automaticamente prendeu a respiração – Olha pra mim, por favor – ele pediu com uma voz doce.
Ela levantou o rosto e quase perdeu o fôlego como toda vez que o olhava. Ele parecia tão abatido como se não dormisse há dias, seus olhos sempre tão doces agora estavam tristes.
- , não chora. Por favor, odeio ver você assim – André pediu segurando o rosto dela, quando tentou vira-lo.
- Você é o culpado por eu estar assim. Você mentiu pra mim – acusou olhando pra ele, deixando várias lagrimas correrem pelo rosto, ele limpou cada uma.
- Só menti para te proteger. Você á a única que me faz perder a cabeça, é a única que me faz querer sair voando por ai gritando aos sete vendo que estou louco por você. Você é a única por quem eu morreria – André falou olhando nos olhos dela e involuntariamente prendeu a respiração, quando ele disse que morreria por ela.
- Eu não quero que você morra por mim – ela sussurrou, só de imaginar sua vida sem ele, ela sentia uma dor imensa no peito.
- Mas ver essa dor nos olhos, acaba comigo – André suspirou ainda olhando para ela – Eu fico angustiado quando te vejo triste, sinto dor quando você sente.
- Eu só estou magoada, André – disse ainda segurando a mão dele, que ela nem percebeu que tinha pegado.
- Eu sei. E estou aqui para te pedir desculpas. Odeio mentir para quem eu amo – ele disse olhando pro rosto dela.
arregalou os olhos quando ele disse a última parte.
- O que você disse? – ela sussurrou.
- Odeio mentir para quem eu amo – André repetiu e percebeu o motivo do espanto da garota – Eu te amo .
automaticamente sorriu quando ele disse isso, e jogou seus braços ao redor no pescoço de André.
- Eu também te amo – disse olhando para ele e o beijou.
André segurou a cintura dela aprofundando o beijo, foi um beijo calmo, termo e cheio de amor. Depois do que pareceram horas, eles se separam e encostaram a testa uma na outra.
- Me promete que nunca mais vai mentir ou me esconder nada? – pediu.
- Nunca mais – André disse e beijou-a de novo.
- Eu te amo – disse sorrindo.
- Eu te amo – ele falou e a beijou de novo.

XxXx


abriu os olhos sonolenta, estava com frio e sentia que suas pernas estavam nuas, se embolou na cama e abriu os olhos de vez.
Quase gritou quando encarou um par de olhos castanhos.
- !
- Eu disse que ela ia gritar, devia ter apostado – disse rindo e se jogando na sua cama.
- Assim não teria graça, – falou uma voz masculina de algum canto do quarto, virou o rosto assustada, puxando o cobertor que provavelmente tinha tirado, cobrindo seu corpo e encarando dois garotos de dreadlocks, idênticos.
- Claro que teria, eu ia sair ganhado.
- , você acordou – comemorou correndo até a cama da irmã e pulando ao seu lado, olhou para ela sorrindo e apesar dos olhos da loira estarem cansados, ela sorria.
- O que aconteceu? – perguntou à morena e apontou para os dois garotos – Quem são eles?
- Não lembra? Você e foram sequestradas – disse vindo da cozinha tentando equilibrar quatro copos de algo quente em suas mãos – Jaime, James o de vocês está cozinha.
- Eu pego – gritaram os dois ao mesmo tempo correndo até a cozinha.
- Eu lembro – franziu a testa pegando o seu copo da mão de – Espera, foi sequestrada? – a morena virou para a amiga que colocava a língua para fora da boca abanando porque disse que o chocolate quente estava quente – Tem certeza?
riu.
- Absoluta. Salvamos ela e o Cas enquanto Liam ia buscar você, quer dizer os meninos salvaram, ficamos proibidas de sair daqui e o Ian serviu de babá – explicou apesar de não encarar .
- Wait – disse levantando a mão e encarando suas amigas – Porque a foi sequestrada com o Cas e eu fiquei sozinha? Isso não é justo.
olhou incrédula para ela.
- , não fale besteira – repreendeu – Ficamos todos tão preocupados, com vocês duas – ela disse dando um beijo na testa de que deu de ombros.
- Eu estava com o Cas – ela disse apenas para provocar que cruzou os braços fazendo beicinho.
- Mas foi o Liam que ficou a noite toda aqui com a – disse tentando alegrar a amiga, virou para ela tão rápido que quase derrubou seu chocolate quente.
- Quanto tempo eu fiquei desacordada? – ela perguntou, confusa. As lembranças vinham estranhas na sua mente e ela não conseguia entender direito o que tinha acontecido.
- Só uma noite. Liam foi embora porque precisava se reunir com os garotos...
- E controlar o Caspian, o garoto precisa se recuperar e fica querendo dormir com a . – James falou, voltando para o quarto com seu irmão.
- Safadinho – falaram, então, os dois juntos.
e soltaram altas risadas, enquanto balançava a cabeça negativamente.
- Alguém pode, por favor, me explicar quem são eles? – pediu .
- James e Jaime – explicou apontando para cada um deles – O de olhos verdes é James, o de cor de mel Jaime. São anjos da guarda, os meninos pediram reforços e eles vieram.
- Uau! Nosso pai nos ama mesmo – zombou baixinho fazendo suas amigas rirem.
- Somos bons ta? – falou o de olhos verdes, James.
- Os melhores.
- Por isso ainda estamos aqui.
- E vão ficar até quando? – perguntou enquanto empurrava para sentar ao lado de – Fomos as sequestradas, precisamos ficar unidas – ela acrescentou ao olhar da amiga.
- Mais um tempinho, os meninos precisam de reforços – começou James.
- E a mãe de certa senhorita nos liberou – continuou Jaime.
- Com a condição que ela vá lhe visitar logo – completou James.
Todos viraram para encarar que estava caminhando para a cozinha pegar mais chocolate quente e parou no mesmo momento.
- Espera, vocês são anjos da guarda da tia Jade? – exclamou .
- Somos – responderam juntos sorrindo debochadamente.
- Porque ela tem dois? - reclamou cruzando os braços, mas ninguém lhe deu atenção estavam esperando a reação de que continuava imóvel.
- Ela... Quer me ver? - sua voz saiu embolada por causa do choro que ela prendia.
- Claro. Ela sente sua falta – disse Jaime.
- Sempre sentiu, vive dizendo isso para nós – completou James.
Algumas lágrimas desceram pelo rosto da pequena e ela levantou a cabeça encarando os gêmeos séria.
- Pois diga para ela que vou declinar do convite.
As três irmãs abriram a boca e olharam para .
- ! É sua mãe - exclamou abrindo os braços incrédula e quase acertando a mão no rosto de que a xingou baixinho.
- Sei disso respondeu e virou o rosto para a varanda – E sei também que ela poderia muito bem ter vindo até mim, nem que fosse por um sonho, mas não, ela me deixou sozinha nesses oito anos e agora quer me ver? Não, muito obrigado.
- Mas ... - começou , mas a pequena levantou a mão e virou para as irmãs.
- Desculpe meninas, mas nada vai mudar minha opinião.
, e se entreolharam e decidiram tentar convencer a amiga num outro momento.
- Tudo bem então, agora alguém me responde por que ela tem dois guardiões? - tornou a perguntar, mas de novo ninguém lhe deu atenção, pois falou quase ao mesmo tempo em que ela e o que a morena dizia era mais interessante.
- Eu não consigo me lembrar... - ela comentou unindo as sobrancelhas e fechando os olhos para concentrar-se – não lembro quem me tirou daqui e nem quem me tirou de lá... Onde foi que Liam me encontrou mesmo?
- No hospital - respondeu .
- Pois é. Não acredito que aqueles seres tenham me levado até o hospital. Alguém me salvou, quem foi?
- Não importa! - exclamou andando até a cama e pulando em cima de e que gemeram e xingaram a pequena – O importante é que vocês duas estão bem e seguras no quentinho do nosso quarto.
- É sim – concordou e então olhou para os garotos – Vocês vão ficar o tempo todo aqui é? Eu preciso falar com minhas irmãs.
- Desculpa, ordens dos meninos.
- Ele quer dizer que não queremos apanhar. Apenas Daniel e Liam davam conta da gente – explicou o James tremendo teatralmente.
- Eles são velhos – completou Jaime.
- Saiam agora, por favor – pediu cruzando os braços, ela realmente precisava falar com as amigas.
- Não faça assim com eles – defendeu , olhou incrédula para ela – O quê? Eles são legais.
- Sempre gostei de você, – riu-se James.
- Teremos tempo , fomos liberadas para ir para casa hoje. Teremos um fim de semana prolongado – empolgou-se e só agora notou sua mala quase pronta na beira da cama.
- E vamos junto – riu-se James.
- E elas achando que iam se livrar da gente, Jay – completou Jaime rindo alto.
- Vocês são chatos – disse , mas ria da cara dos dois de ofendidos – Ta, tudo bem, podemos aguentar vocês.
- Somos demais, .
- Aprenda isso logo.
As meninas estavam rindo quando bateram na porta.
- Por favor, deixa eu apostar dessa vez – pediu ficando de joelhos na cama e encarando os dois garotos com os olhos pidões.
James riu.
- Essa qualquer um acerta, – disse Jaime abrindo a porta e dando de cara com quatro meninos parecendo cansados, mas sorridentes – Não disse?
- Bom saber que sentiu nossa falta, Jaime – brincou Liam entrando no quarto, seu olhar logo procurando sorrindo aliviado ao encontrar ela sorridente – Oi , como está?
- Bem – ela disse ainda sorrindo.
Caspian imitou o sorriso do amigo e olhou para , a loira entendeu e sentou na cama também sorrindo para ele.
- Oi , como está? - perguntou mudando a voz.
- Bem – a loira respondeu dando um sorriso idiota e piscando os olhos rapidamente. puxou um travesseiro e bateu ele com força da cabeça da irmã.
- Idiota - resmungou, mas – assim como os outros – ria dos dois palhaços.
- Onde estavam? - perguntou que tinha corrido até André assim que entraram e agora os dois estavam abraçados de lado. , Cas, Jaime e James colocaram o dedo na boca fingindo um vômito.
- Reunião de negócios – respondeu Daniel que tinha recebido um sorriso e um aceno de mão de .
- Ah ok, parem com essas coisas – desabafou cruzando os braços – já sabemos todas aqueles coisas secretas, então a partir de hoje queremos saber tudo que diz respeito a nós.
- Isso mesmo. Tudinho - concordou.
- Ok – Liam suspirou e sentou numa cadeira – estávamos decidindo o que fazer para deixá-las seguras.
- Com quem? - perguntou.
- O pai e a tia de vocês.
- Tia Helena! - Jaime e James gritaram juntos sorrindo. Os outros riram.
- E chegaram a que conclusão? - perguntou deitando a cabeça no colo de e empurrando mais para o lado – Tipo, vamos ser mandadas para uma SPA no Caribe?
- Não conta! – exclamou quase derrubando da cama e fazendo todos olharem para ela sem entender – Não quero saber nada que vá estragar o fim de semana.
- Não seja besta , deixa eles falarem – mandou puxando ela pelo braço para deitar a cabeça no colo dela de novo, empurrou mais uma vez a pequena que só não caiu no chão porque Daniel puxou ela para a outra cama.
Os meninos se entreolharam.
- Vocês vão começar a treinar e assistir as aulas especiais – explicou Daniel.
- Que aulas? Nosso horário está completo – falou confusa sentando no colo de André.
- Não a aula de artes, ela é apenas para os mortais – falou Liam sorrindo animado encarando – Vocês vão adorar as aulas especiais.
- Ah! Finalmente vamos saber onde vocês se metiam na aula de artes – gargalhou e bateu sua mão com a dela.
- E quando podemos ir? Estou com saudades do meu irmão – disse sorrindo e acrescentando ao olhar incrédulo das meninas – O quê? Ele é meu irmão mais velho e não preciso dividir com vocês e além do mais aposto que estão com saudades dele. Né ?
riu deixando Liam meio enciumado.
- Saudades do Jay. Ele vai fazer um almoço para a gente?
- Não!
Todos viraram para Liam, que mantinha os braços cruzados e os ombros tremiam.
- Acho que o Liam se esqueceu de um alerta que nosso chefe deu – começou Caspian pensativo, apesar de segurar na mão de já que ele estava sentado no chão na sua frente – Alias ele e o André.
- O que acontece se ele descobrir? – perguntou , curiosa.
- Ops.
- Eles estarão encrencados – cantarolou James completando o irmão.
- Terminem de arrumar suas coisas – falou André mais alto afastando delicadamente dele – James e Jaime ficam com vocês, vamos arrumar nossas coisas e encontramos vocês na saída da escola.
- E sejam bonzinhos e carreguem as coisas delas. e acabaram de passar por algo sério, namora o André e é muito pequena – disse Liam rindo da careta de .
- Não demorem – pediu Caspian rindo, dessa vez da cara de James e Jaime enquanto ficava de pé, ele sabia exatamente porque Liam queria um tempo com eles.
Em toda reunião com Marcus e Helena, eles só falaram da proteção das meninas, mas como iniciar um assunto no qual todos os guardiões delas estavam nutrindo sentimentos proibidos pelas meninas?
- Tudo sobra para a gente – gemeram James e Jaime ao mesmo tempo.
- Oh coitadinhos – disse rindo, e eles ainda ouviram as meninas rirem quando fecharam a porta do quarto atrás deles.

A porta do quarto se fechou e os quatro se encararam. Depois de alguns segundos Daniel respirou fundo e começou a falar.
- Olha, vocês sabem que não podemos...
- Ah, corta essa Dan! - exclamou Caspian cortando o amigo, sentou numa das camas. - Todos sabemos que não vai adiantar, e não tenho duvida de que Marcus também sabe.
- É inútil, já está aqui – completou Liam e apontou para seu peito esquerdo – e não vai sair.
- Eu sei disso, mas...
- Não tem mas, Daniel – mais uma vez o loiro fora cortado, mas dessa vez por André que olhou para baixo – Simplesmente aconteceu. E como Liam disse, não vai embora. Você sabe que não.
Daniel jogou-se de bruços na cama a sua frente, derrotado. Seus amigos tinham razão, não adiantava mais, nada iria mudar esse fato, nem os avisos de Marcus seriam capazes de erradicar o sentimento deles para com suas protegidas, era maior que eles, maior que qualquer pessoa, e não é controlável, eles não podem simplesmente jogar esse sentimento fora.
- Vocês sabem que estamos indo contra todas as regras, não sabem? - Daniel murmurou depois de algum tempo, levantando-se e encarando seus amigos.
- Sabemos – Caspian sorriu – Mas eu sei que vai valer a pena.
- Como tem tanta certeza? - indagou André arqueando uma sobrancelha.
- Eu apenas... sinto – o caçula respondeu e seu sorriso alargou-se mais quando viu nos olhos dos amigos que eles também sentiam que aquele amor que tinham por cada uma das meninas daria certo. Que no fim, todos seriam felizes.

- What the fuck? – exclamaram e em uníssemos enquanto deixava cair a única mala que segurava e o queixo de ia ao chão e voltava.
- Não... Isso é o que eu estou pensando? – perguntou virando para James e Jaime que andavam mais atrás por carregarem suas malas.
- Eu acho que é uma limusine, vocês têm duvidas?
Não fora nenhum dos gêmeos que respondeu, e sim uma voz irônica e cheia de sarcasmo que as meninas conheciam bem.
Elas se viraram e encararam Benjamin que aparecia sabe se lá de onde e parava em frente à enorme limusine preta que estava no portão da escola Saint Marcus.
encarou Benjamin por longos segundos, algo mandava ela ter medo dele, correr e ficar longe, só que outro algo só queria abraçá-lo e sorrir.
E foi o que ela fez.
Bom, pelo menos sorriu.
- O que faz aqui, Ben? – perguntou.
Benjamin tentou não sorrir para ela, mas ele deu um sorrisinho de canto fazendo e se entreolharem.
- Queria dizer tchau e meu amigo queria fazer o mesmo – ele apontou com o queixo para Ian aparecendo no meio da floresta sorrindo para elas envergonhado, ele olhou ao redor como se procurasse por algo e então correu até abraçando ela apertado.
- Eu fiquei tão preocupado com você.
- Eu estou bem, Ian – ela disse sorrindo e se afastando dele.
- Bom saber, – outra voz conhecida disse saindo também da floresta, Zack e Chad apareciam lado a lado com sorrisos maliciosos no rosto, Benjamin endireitou a postura e Ian se pôs na frente de .
Mas ninguém disse nada já que o barulho de malas caindo no chão foi ouvido e em segundos Jaime e James estavam protetoramente na frente das meninas.
- O que? – começou enquanto a puxava com força para trás.
- Vocês não são bem vindos – disse James sério, expondo suas enormes asas que se tocaram nas asas de Jaime protegendo totalmente as meninas.
- Só viemos saber se elas estão bem – disse Chad olhando exatamente no ponto onde estava apesar dela estar escondida atrás das asas dos gêmeos – E lembrar que estamos à disposição.
apertou os olhos tentando encará-lo, sentiu a força que ela guardava lá no fundo e essa força percorreu todo o seu corpo fazendo as árvores tremerem.
- Acho que já lembramos.
- Vão embora – mandou Benjamin virando para encarar os dois – Eu falo sério Chad, não procure briga comigo.
- Temos algumas pessoas preocupadas com você Ben – disse Chad sem se preocupar com o alerta dando um passo para a frente, Benjamin rugiu – Você anda mudado, já perdemos o Ian, não queremos perder você.
- Guardiões – disse Ben sem nem virar para encarar os dois anjos atrás dele – Acho melhor vocês as protegerem disso.
- Disso?
- Disso o quê? – completou James confuso.
E então tudo o que ouviram foi o barulho de algo cortando o vento e então Benjamin estava segurando Chad com força e numa velocidade sob-humana correndo com ele para a floresta batendo o loiro em cada árvore que ficava no seu caminho fazendo algumas árvores caírem e a poeira de terra subir assim como as flores restantes.
- Ben – gritou dando um passo para passar entre as asas dos gêmeos.
- Não mesmo, você fica – mandou James guardando as asas.
- E vocês entrem na limusine, acho que seus amigos já deram tchau – completou Jaime já com as asas guardas.
olhou para Ian um pouco assustada e ele sorriu para ela.
- Pode ir, nos falamos depois – e olhando sobre o seu ombro encarou Zack – Tenho coisas para resolver.
- Se cuida – abraçou ele mais uma vez, quando ouviram passos se aproximarem.
James e Jaime praticamente empurraram as meninas para dentro da limusine, elas ficaram bestas, pois dentro tinha TV, rádio, bar e um monte de botão que elas não tiveram tempo de descobrir para o que seria, pois logo a porta foi aberta novamente e por ela passaram Daniel, André, Caspian e Liam.
Os meninos se ajeitaram entre as meninas, deitou a cabeça no colo de André e logo o carro estava em movimento. O caminho foi feito em silêncio, exceto pelas risadas de vez em quando Jaime ou James soltavam uma piadinha, ou quando escutavam e André trocando um selinho.
- Ô casal, vocês estão em público – Caspian disse rindo, fazendo se sentar reta no banco com o rosto vermelho de vergonha.
- Tampa os olhos se não quiser ver ou então faz a mesma coisa – André retrucou deitando a cabeça de no seu peito novamente e fazendo um carinho nos cabelos dela.
Caspian que até então ria assim como todo mundo, parou de rir fazendo careta e olhando pra que apenas deu um riso torto.
passou por cima de Daniel e foi colocar uma música pra tocar, logo o som preencheu o carro e ela pulou batendo a cabeça no teto quando reconheceu a música.
- Autch, quem colocou esse teto aqui? – ela reclamou esfregando a mão na cabeça fazendo bico.
- Que eu saiba todos os carros tem teto, disse rindo da cara da irmã.
- Quando eu tiver o meu ele vai ser conversível sem teto – retrucou voltando pro lugar.
- Até parece que o Jason vai deixar você ter um carro sem teto – disse rindo.
- Até parece que ele vai me impedir – retrucou novamente.
- Até parece que o Daniel vai deixar você dirigir um carro sem teto – Jaime falou rindo da cara de ao perceber que Daniel a encarava.
- É bem capaz que ele compre um carro blindado pra ela – André falou.
- Não vamos...
- Não só sou capaz, como farei isso quando ela puder dirigir – Daniel disse interrompendo que ia retrucar de novo.
Depois dessa pequena “discussão” o silêncio voltou, e cada um começou a conversar em particular, exceto por que dava respostas evasivas. Logo o carro chegou na cidade e o motorista abaixou a janela de divisão perguntando qual o destino.
- Nos deixe perto do parque, vamos deixar as meninas em casa – André falou ao motorista que concordou dando a volta em um parque.
Os meninos desceram primeiro, para verificar se estava tudo certo. Quando viram que sim, eles ajudaram as meninas a descerem. Cada um pegou uma mala e as meninas se despediram, mas prometendo ligar de noite pra conversarem.
e André começaram a subir uma rua de mãos dadas e conversando, logo reconheceu seu prédio e a mulher que estava na porta do prédio.
- Mamãe! – ela gritou e soltou a mão no namorado correndo até a mãe e abraçando forte.
André terminou de subir a rua sorrindo ao ver a cena.
- Que saudades meu amor – dona Isabelli disse ainda abraçada a filha.
- Eu também mamãe – disse com a voz chorosa.
Logo as duas se separam ainda sorrindo uma pra outra, e olhou para e viu o namorado olhando sorrindo pra ela, seu rosto se tingiu de vermelho como acontecia quando ele olhava para ela.

Daniel e seguiram a rua que tinha bem na frente do parque, ambos em silêncio.
sorriu ao reconhecer o garoto que andava de um lado para o outro na calçada, mas seu sorriso murchou quando viu uma garota tentando acalmá-lo.
- Jason – ela gritou e o irmão olhou pra trás correndo até ela levantando ela do chão e a girando no ar.
- Saudades de você pequena – Jason falou assim que colocou a irmã no chão, mas sem soltar ela do abraço.
- Eu também – sussurrou contra o peito do irmão se sentindo em casa e ao mesmo tempo querendo sair dali.

e Caspian riam de alguma piada que Cas tinha contado enquanto seguiam em direção a casa de . Quem olhasse agora, diria que eles eram namorados, isso até bater nele.
- Você é tão bobo – falou olhando a rua e reconhecendo sua sorveteria preferida.
- Eu sei – Caspian concordou e ia dizer mais alguma coisa mas uma vozinha de criança o interrompeu.
- ! reconheceu a voz da prima e olhou pra frente vendo uma criaturinha pular no seu colo beijando seu rosto todo.
- Becky que saudades – disse apertando a prima.
- Eu também – Becky respondeu – Vem logo, a tia e o tio estão esperando você.
a colocou no chão e logo foi puxada com uma força tremenda por uma criança muito pequena.

hora ou outra trocava um olhar com Liam antes de voltar a olhar pra frente. Estava morrendo de saudades do irmão, do padrasto, mas principalmente da mãe dela.
Quando viraram a esquina do prédio onde morava, ela sorriu ao reconhecer um garotinho pedindo colo e fazendo bico pra mãe que ria enquanto falava alguma coisa que fez o pequeno rir.
- Corre até eles – Liam disse e concordou de pronto.
- MAMÃE! NICOLAS! – ela gritou enquanto corria na direção deles rindo.
Nicolas esperneou para ser colocado no chão e correu pra irmã, o agarrou no ar fazendo o menino rir. Ela colocou o menino no chão e se jogou nos braços da mãe que ria para a filha.
Liam chegou perto a tempo de escutar ela falando pra mãe.
- Estava morrendo de saudades do seu colo mãe.
- E eu do seu abraço, filha – a mãe disse.
- E eu de beijar a – Nicolas disse pedindo o colo da irmã.
beijou o irmão e a mãe rindo e se sentindo em casa.



XIV – We're Still Teenagers

O apartamento era bastante organizado e limpo para um apartamento de supostos adolescentes, o sofá de couro preto e o tapete felpudo branco estavam perfeitamente limpos, apesar de os meninos o terem desde o exato dia de nascimento da mais velha das irmãs ele nunca ficara um dia sequer desorganizado.
Ok, grande parte era porque alguém ia limpar ele uma vez por semana.
Caspian tirou os tênis enquanto seguia pelo corredor direto para o seu quarto, Liam se jogou no sofá exausto com um copo de água na mão e os gêmeos se jogaram no tapete ligando a TV de plasma.
- Não podemos demorar – lembrou Liam quando viu André seguir para o seu quarto já tirando a blusa e Daniel abrir as janelas da varanda.
- Não vamos, só preciso tomar um bom banho, sinto que não tomo há dias – gritou Caspian do seu quarto – Agora, James e Jaime podiam começar a patrulhar.
- Porque sempre a gente?
- Não somos seus empregados – James completou a reclamação do irmão.
- Marcus mandou vocês aqui para ajudar a gente – disse Daniel batendo a porta da geladeira com duas garrafas de energético na mão, ele jogou uma para Liam que pegou sem nem olhar para trás – E precisamos de cinco minutos de descanso.
- Então comecem agora, eu realmente iria ficar irritado se algo acontecesse com a por preguiça de vocês.
- E vocês não sabem como é quando ele fica irritado.
James e Jaime se entreolharam colocando coisas numa balança: ficar na casa dos garotos e beber alguma coisa sem saber se algo aconteceria com as meninas e correr o risco de levar uma surra de não um, mas quatro meninos x ir patrulhar e livrar eles de qualquer coisa?
- Estamos indo.
- Guardem comida para nós – completou Jaime, ficando de pé e sem esperarem mais nada pularam pela janela já abrindo as asas.
Daniel e Liam sorriram batendo suas garrafas uma na outra.
- Como vão ser as aulas? – perguntou Daniel sentando ao lado de Liam no sofá.
- Helena disse que podemos treiná-las – disse Liam enquanto via André voltar para a sala já de roupa trocada – Algumas aulas elas deveriam assistir para entender mais sobre o que estão se metendo, porém no geral ficaremos encarregados.
- Marcus concorda? – questionou André sentando no banco alto que tinha em frente à bancada que dividia a cozinha da sala.
- Concorda – falou Liam e riu ao olhar de duvida dos dois – Não sei se ele sabe o que estamos sentindo.
- Quem não sabe? – perguntou Caspian entrando na sala com a toalha nos ombros enquanto bagunçava os cabelos molhados e fechava a calça, André suspirou.
- não está aqui Cas, se vista.
- Como eu dizia – continuou, ignorando ele – Todo mundo sabe, se Marcus deixou é porque alguma coisa ele está querendo com isso. Com todo o respeito, nosso chefe não é idiota.
- Nunca pensei que diria isso – Liam ficou de pé bebendo o resto do energético num gole só – Mas o Cas está certo, temos que tomar cuidado. Sinto que nosso chefe está de olho na gente.
- Ele não pode fazer nada conosco – comentou André o obvio parando Liam que já estava indo para o seu quarto tomar um banho.
- Como? – quem perguntou foi Daniel olhando para o amigo como se ele não batesse bem da cabeça.
- As meninas são ligadas à nós e, apesar de tudo, acho que ainda confiam na gente, ele não pode nos tirar delas. Não contra a vontade delas, ele ainda é pai.
Os outros três anjos se entreolharam e riram numa sincronia perfeita, quase como se tivessem ensaiado.
- Fale por você, acho que ainda não está exatamente de bem comigo – disse Liam ainda rindo, apesar de não ter muita graça o que ele disse.
- E Marcus ainda é o chefe e acima de tudo presa pela proteção da sua balança – lembrou Caspian finalmente colocando uma camisa.
- Não seja inocente só porque você está numa bolha de amor com a – Daniel balançou a cabeça negativamente – Você ainda é um anjo guardião e segue ordens.
- A não ser que queira perder suas asas – disse Liam e antes de seguir para o seu quarto, sorriu de canto, mas sem nenhum humor para André – Ou coisa pior.

entrou no seu tão conhecido apartamento e viu o tio sentado no sofá, que se levantou quando viu as duas chegando.
- Tio Franco – ela exclamou pulando pra abraçar o tio.
- Hey princesa. Como tá? – Franco perguntou dando um beijo na testa da sobrinha.
- Feliz por estar em casa – ela respondeu sorrindo e virou pra mãe dando outro abraço nela.
- Nossa filha, quanto abraço – Isabelli disse retribuindo o abraço da filha.
se soltou da mãe ainda sorrindo e correu pro quarto dizendo que ia colocar uma roupa mais fresca, quando voltou pra sala vestida com um shorts curto, uma regata roxa e um chinelo de mesma cor cheio de pedrinhas de strass sentiu um cheiro muito bom vindo da cozinha.
- Mãe, você está fazendo macarrão? – ela perguntou em voz alta.
- Com o molho que você gosta – a mãe respondeu da cozinha.
- Ebaaa – comemorou sentando no sofá com as pernas cruzadas igual buda.
Não demorou muito e a mãe dela saiu da cozinha com um prato em cada mão e o tio veio com outro logo atrás. Eles comeram conversando sobre a escola, as aulas. respondia tudo, lógico que escondendo que tinha descoberto que suas melhores amigas eram na verdade suas irmãs, que o pai era o chefe dos anjos, que o tio era um anjo do mal, que seu namorado era seu guardião. Quando pensou em André sorriu automaticamente e isso não passou despercebido pelos olhos da mãe.
- Filha, quem era aquele garoto que trouxe as suas malas? – dona Isabelli indagou e riu quando o rosto da filha adquiriu um tom leve de vermelho.
- Ele...
- Ele é o que? – o tio perguntou achando graça de a sobrinha ter ficado sem palavras. – Me deixa adivinhar, seu namorado? – ele brincou e nesse momento o rosto da garota pegou fogo.
- Dio Mio – a mãe exclamou colocando a mão na boca – Você ta namorando filha?
apenas concordou, não ia valer a pena esconder da mãe que estava namorando. Afinal não estavam fazendo nada de errado. Ela contou como tinham começado a namorar, dizendo que tinha sido durante uma das festas da escola e aproveitou e contou que a sala dela tinha ganho o prêmio de arrecadação. Falou o quanto ele era carinhoso e fofo.
- Que bom que você está feliz, minha linda – o tio falou sorrindo pra ela.
- Estou muito. Mãe, tio, ele quer conhecer vocês – disse distraidamente lavando a louça.
- Quer? – o tio exclamou secando a louça lavada.
- Sim, ele disse que não quer namorar sem conhecer a mamãe e você tio, porque ele disse que parece que está fazendo alguma coisa escondida – disse relembrando as palavras do André.
- Que fofo. Chama ele pra almoçar aqui amanhã – a mãe disse terminando de guardar a louça.
- Ta bom. Vou ligar pra ele e ir dormir. Boa noite – deu um beijo na mãe e no tio e foi pro quarto. Chegando lá discou o numero do namorado.
Eles conversaram um tempão e então foi dormir, mas mal sabia ela que o namorado olhava pela janela.

XxXx


entrou em casa ainda com Becky no colo, brincando com a pequena, ela seguiu até o sofá, sentando e colocando a prima de frente para ela.
- Amorzinho, eu tenho que falar umas coisas com mamãe e... - hesitou – papai, que tal você ficar lá em cima brincando até terminarmos?
- Não posso ficar? - a loirinha pediu fazendo bico.
- Não. – disse suavemente mas com a voz firme, para mostrar que não voltaria atrás
- Tudo bem, não demorem – ela sorriu e correu escada a cima.
suspirou e olhou para a porta, onde estavam sua mãe e seu pai com expressões que mostravam confusão. Ela respirou fundo e apontou para as poltronas em frente ao sofá onde estava sentada, seus pais foram até lá e sentaram.
- Eu sei que você não é meu pai biológico – ninguém conseguia ser mais direta que . Seus pais arregalaram os olhos simultaneamente, Pérola olhou da filha para o marido sem saber o que fazer.
- , eu... - Beto começou mas o interrompeu levantando a mão.
- Eu ouvi quando vocês conversavam sobre isso na porta do meu quarto, no final de semana passado - Pérola abriu a boca para dizer algo mas novamente interrompeu – E eu queria que soubessem... que eu não me importo. Não estou nem aí se meu sangue não é o mesmo que o seu. Você me criou, você me educou, me ensinou as coisas, esteve ao meu lado sempre e isso que é ser pai para mim.
Nesse momento Pérola soltava soluços em meio às lágrimas, e deixara algumas lágrimas caírem, assim como Beto.
- Eu sempre te amei como pai. Sempre – ele disse sorrindo.
- Eu sei – ela também sorriu e pulou do sofá para o colo do pai, sufocando-o num abraço. Logo sentiram os braços de Pérola os envolverem também.
- Porque todo mundo tá chorando? - perguntou uma vozinha triste atrás deles. Eles se separaram e viram Becky parada no último degrau, agarrando uma boneca com uma mão e apertando a outra ao corrimão - Vocês estão tristes? - perguntou de novo e parecia que ela choraria a qualquer minuto.
riu e correu até a pequena, pegando-a no colo e lhe dando um beijo.
- Claro que não minha linda. Estamos chorando porque estamos felizes.
- Pessoas felizes não choram, pessoas felizes ficam sorrindo – ela retrucou cruzando os braços. Beto balançou a cabeça e riu bagunçando os cabelos de Rebecka com as mãos, e Pérola o abraçou de lado, sorrindo para as duas na sua frente.
- É, você tem razão. Então, que tal rirmos um pouco? - sugeriu já começando a fazer cócegas na garotinha.

XxXx


ria sentada na cama do quarto da mãe e Henry com Nicolas no seu colo, sua mãe de um lado e Henry do outro.
- Hmm... E o baile, a roupa foi tão linda – ela disse respondendo a mais uma pergunta que eles faziam.
- E o garoto? – perguntou sua mãe.
- Que garoto? – questionou Henry erguendo a sobrancelha.
olhou da mãe para o padrasto e riu pelo ciúme dele.
- Que garoto, Cole?
- Até você, Nicolas? – repreendeu apertando a barriga dele fazendo o garotinho rir – E não tem garoto nenhum.
- Ops, acho que é hora do papo de mulher, Nicolas – disse Henry rindo e puxando o filho para o seu colo ao mesmo tempo em que ficava de pé, ele deu um beijo na testa de – Sentimos sua falta, garotinha.
sorriu para ele, lembrando de tudo que descobriu esses dias, das coisas que ela agora faz parte e nem queria fazer, e mais do que tudo, lembrou o significado de ter uma família.
- Obrigada papai.
Henry parou na porta do quarto encarando , se ela soubesse como esses momentos faziam ele se sentir o cara mais sortudo do mundo com certeza iria repetir mais vezes.
Assim que ele saiu virou para a mãe de repente empolga.
- Agora o papo de verdade – disse rindo, sua mãe ergueu a sobrancelha rindo depois – Eu preciso saber de umas coisinhas, mamãe.
- Ah não, mocinha. Primeiro me fale do gato de olhos azuis que acompanhou você até a porta de casa – mandou Stephanie rindo tão empolgada quanto a filha.
- O nome dele é... – parou pensando, o que ele ia dizer? O nome verdadeiro dele ou o falso? Ela suspirou frustrada e nem percebeu quando seus lábios começaram a tremer e ela choramingou deitando a cabeça no colo de mãe segurando o choro – É tão complicado, mamãe.
- O que é complicado, querida? – perguntou sua mãe alisando seus cabelos.
- Eu não sei, tudo e nada ao mesmo tempo – choramingou .
- Ele tem namorada? Ele só quer sua amizade? Não gosta de você? – sua mãe foi perguntando e enquanto balançava a cabeça negando, ela continuou – Então não tem nada que possa impedir vocês dois de ficarem juntos.
suspirou e olhou para a mãe, como ela podia explicar o que estava acontecendo sem dizer a palavra “anjo”?
- Não importa mãe, eu quero saber sobre o meu pai.
Stephanie encarou a filha e suspirou.
- Como passamos de um simples romance adolescente para isso?
riu pelo nariz, saindo uma risada meio nasalada o que fez ela rir um pouco mais.
- Eu só estou curiosa.
Sua mãe encarou ela por longos segundos e então suspirou novamente.
- Você já está bem grandinha para entender algumas coisas – começou sua mãe e sentou sabendo que agora ia saber um pouco mais sobre seu pai biológico.
- Pode dizer, eu aguento – falou firme.
- Não durou mais de um mês, nos conhecemos na livraria onde eu ficava as vezes depois do trabalho, ele passava lá todos os dias, trocávamos olhares só que ele nunca fazia nada – sua mãe começou sorrindo viajando no tempo – Então certo dia quando eu estava saindo da livraria apressada porque tinham me ligado da clinica onde eu trabalhava na época, nos esbarramos e ele me ajudou com os livros que eu segurava e me convidou para o café com um pedido de desculpas.
- Como ele era? No que ele trabalhava? Ele foi embora logo quando descobriu que você estava grávida?
- Já chega – cortou sua mãe rapidamente – Agora me fale mais sobre o gostosinho.
- Mãe! – repreendeu e se espreguiçou bocejando – To cansada, boa noite – ela deu um beijo no rosto da mãe e ficou de pé rapidamente rindo, mas parou na porta e virou para a mãe que ainda ria olhando para ela – O nome dele é Liam.

XxXx


O fim de semana estava sendo maravilhoso, passar o dia com a família era a melhor coisa do mundo, pelo menos na opinião das meninas, depois de tantos acontecimentos em suas vidas.
saiu em disparada do sofá assim que escutou o celular tocar em seu quarto, ela pulou na cama, pegou o celular e atendeu sem nem olhar no visor enquanto se sentava com as pernas cruzadas igual Buda.
- Hello! - as vozes animadas de , e soaram do outro lado da linha tão alto que afastou o aparelho do ouvido.
- Oi meninas – falou rindo – Já estão com saudades? – ela brincou.
- Morrendo dramatizou – Eu tô com saudades do André – ela disse.
- Nossa, obrigada pela parte que me toca, falou brava.
- To brincando, mas to com saudades dele mesmo disse.
- Ta bom. Meninas vamos ao parquinho amanhã? perguntou – Precisamos conversar só nós, sem os meninos por perto.
- Não sei, acho uma má ideia eles não estarem com a gente, e se alguma coisa acontecer? perguntou baixo e com medo na voz.
- Vamos estar perto de casa, e se alguma coisa acontecer, eles vão aparecer na hora justificou.
- Acho que não tem problema, é bom que eu levo o Nicolas pra brincar um pouco – disse sorrindo.
- E eu levo Rebecka falou também sorrindo.
- Então, até amanhã meninas disse – Beijos, amo vocês.
- Beijos. Love You disse.
- Beijos murmurou.
- Até amanhã, amo vocês – finalizou a ligação.
voltou pra sala, pra terminar de ver televisão com a mãe e com Henry, Nicolas já estava dormindo.
- Mãe, amanhã eu vou levar o Nicolas no parquinho depois do almoço, tá? – ela perguntou.
- Tudo bem, só não volte tarde, porque vamos jantar na casa do Jason e da – Stephanie disse.
- Ok. Vou dormir. Beijos mãe, te amo – disse dando um beijo no rosto da mãe e um em Henry, que ficou surpreso.


No dia seguinte, todas acordaram quase na hora do almoço. Elas não podiam negar, a comida de casa era a melhor de todas. Almoçaram tranquilamente conversando banalidades com os pais, quando terminaram de comer e lavar a louça, elas saíram para o parque, encontraram-se na entrada dele, Nicolas e Becky saíram correndo pros balanços assim que entraram.
- Oi maninhas – disse sorrindo.
- Heeeey! – disse prolongando as palavras pulando e rindo alto.
- Você tomou coca-cola no almoço? – perguntou rindo da alegria da amiga.
- Uns dois ou três copos, eu acho – riu.
As meninas riram e foram se sentar em um banco pra conversarem sobre os últimos acontecimentos, elas perceberam que estava meio estranha, sendo evasiva, mas não comentaram nada.
- Vamos para a balada hoje? sem os meninos – disse de repente, como se estivesse tendo alguma ideia.
Quando ia responder, ela sentiu alguém atrás ela, olhou para trás e deu um pulo de susto caindo do banco, quando viu James e Jaime olhando feio pra elas.
- Vai matar outra do coração – bufou se levantando.
- Desculpa. Mas ouvimos a conversa de vocês, e vocês nem sonhando vão pra balada – Jaime falou sério.
- E quem vai nos impedir? – desafiou brava.
- Nós, com certeza, e os garotos também – James respondeu de volta olhando para , e por um instante notou um brilho diferente nos olhos da garota.
- Quero ver eles tentarem – tornou a desafiar.
- Eles vão tentar – Jaime começou.
- E vão conseguir – James finalizou a frase do irmão.
- Eu não vou, se eles acharem perigoso eu vou ficar – se pronunciou.
- Valeu, traidora – resmungou.
- ! – repreendeu que apenas deu de ombros.
- Vocês não vão e ponto – James e Jaime falaram juntos e muito sérios, e as meninas apenas concordaram com a cabeça.
- Qual é gente! - exclamou virando para as amigas – Desde quando nós somos comandadas por garotos?
As três se entreolharam, levantou
. - Ela tem razão, sabe. E nós estamos mesmo precisando de diversão - a morena deu de ombros.
- Também acho – concordou, e então mordeu o lábio inferior hesitando – mas não queria ir sem os meninos – ela falou baixinho com medo da reação de .
- Eu também não - concordou balançando a cabeça.
- A eu até entendo, porque afinal ela está namorando, mas você ? Cadê aquela minha amiga louca que pega geral? Acha que Caspian vai deixar você chegar perto de alguém se estiver lá? - a pequena argumentou.
- Eu só não vou me sentir bem sem eles - a loira falou sorrindo torto e dando de ombros. bufou.
- Acho que se pudermos ir junto está tudo bem – Jaime falou e James concordou.
- Sim, quem disse que estamos falando de vocês? - brincou levantando as sobrancelhas, os gêmeos abriram a boca indignados.
- Não importa. Nós vamos de qualquer jeito – disse James dando língua para a loira que só ria.
- Porque não podemos sair só nós quatro como adolescentes normais? - indagou frustrada.
- Não somos normais - respondeu sensatamente, a loira revirou os olhos.
- Mas meninas...
- Está decidido ou vamos com os meninos, ou não vamos - decretou encerrando o assunto e fazendo descruzar os braços e jogá-los para cima.
- Tudo bem então - ela resmungou a contra gosto e tirando ela, todos sorriam animados com a ideia do programa da noite.


- Gatinho – disse animada assim que Jason abriu a porta para ela e sua família.
Jason limpou as mãos no avental branco que usava e sorriu abrindo os braços para ela.
- Oi garota – ele deu um beijo na testa dela e sorriu para Nicolas, Stephanie e Henry – Boa noite. Oi garotão – Jason puxou Nicolas para seus braços bagunçando os cabelos dele – Entrem, está com sua mãe e na sala, ainda não chegou com sua família.
O apartamento era pequeno, mas aconchegante. A sala e a cozinha era dividida por uma bancada e o corredor só tinham três portas dando para um banheiro e dois quartos.
Sentadas num sofá marrom estavam , sua mãe, de braços cruzados fazendo bico e o motivo do seu bico estava na sua frente, uma loira de cabelos tão cacheados e cheios que fazia parecer que ela era selvagem, mas o rosto era bondoso, lábios rosados e olhos castanhos claros carinhosos.
- Ah! Olá – a loira virou para os novos convidados e se aproximou de Jason indo falar com Nicolas, foi a vez de fazer bico e puxar Nicolas para seus braços rapidamente.
- Oi, sou e esse é Nicolas – ela disse educada, mas observando a mulher de cima abaixo, ela não era o bastante para Jason.
ficou de pé pegando Nicolas do colo de , começando a irritar o menino, e sorriu para .
- É Lorely, namorada do meu irmão, namorada essa que ele nunca fez questão de me falar sobre – disse fazendo birra e puxando pela mão livre até o sofá.
- Meninas – repreendeu Jason.
- Não fizemos nada – deu de ombros.
- Sejam educadas – pediu Stephanie, mas ria da cara das meninas enquanto puxava Henry até Isabelli para falar com ela, então a campainha tocou.
- É , alguém atende? Preciso terminar o jantar – pediu Jason já seguindo para a cozinha.
- Eu atendo – empolgou-se ficando de pé num pulo e correndo até a porta abrindo ela e rindo ao ver nas costas do pai e Pérola segurando a mão de Becky – Oi tio, tia – ela sorriu para os dois e então deu um beijo na bochecha de Becky – E você , porque essa mordomia?
- Ele que ofereceu – disse e piscou para , ela riu entendendo que seu pai apenas queria mostrar que nada tinha mudado e quem sabe assim ter sua menininha nos seus braços para sempre? – Esse cheiro bom é a comida do Jay?
- De quem mais? – gritou Jason da cozinha tirando risada de todos – Olá gente.
- Hey JayJay – disse enquanto pulava para o chão e corria até a bancada se pendurado para ver o que ele fazia – JayJay dava até para ser nome de cantor de Hip Hop, não de cozinheiro chef.
Jason apenas revirou os olhos e bateu de leve com a colher na mão dela pedindo para ela ir para a sala.
- , me ajuda aqui na cozinha.
- Porque não pede a sua namorada? – zombou , apesar de ter ficado de pé indo até o irmão.
- Essa é a namorada dele? – murmurou para quando foi até ela que estava na pequena varanda sentada nas escadas junto com .
- Sem graça né? – falou e todas olharam para Lorely.
Lorely estava sentada na única poltrona observando Nicolas e Becky no chão disputarem pelo controle remoto enquanto respondia algumas perguntas que suas mães faziam para ela, Beto e Henry estavam sentados na mesa conversando animados sobre futebol.
- Dou um mês para o JayJay terminar com ela – disse levantando a mão para .
- Eu dou duas semanas – falou apertando a mão de .
bufou.
- Não sejam más, ele gosta dela – lembrou a morena.
- Ele não pode gostar dela, ele disse que ia se casar comigo – disse fazendo bico, elas riram.
- Ela não o merece – concordou observando Lorely ficar de pé e quase desfilando ir até a bancada se inclinando sobre ela para tirar o molho que restou na boca de Jason com sua própria boca, bufou fazendo a cadeira que estava ao lado da loira arrastar e bater na sua perna, a loira se desequilibrou e quase caiu no chão – fez aquilo?
- Fez o quê? – perguntou , curiosa esticando o rosto para olhar para dentro da sala.
- O jantar está pronto – gritou Jason para elas ouvirem.
ficou de pé da escada que estava ajeitando sua saia.
- Vamos, temos uma balada para ir depois.

- Não sejam idiotas – pedia rindo enquanto dava mais uma colherada na sobremesa, mousse de chocolate.
- Mas é verdade, querida – disse Pérola rindo.
- Não é – disse balançando a cabeça negativamente, Nicolas ao seu lado lhe imitou rindo – Até o Nicolas concorda.
- Não era a cama dele que tinha um monte de pôsteres – disse Stephanie rindo.
- Aposto que até hoje elas ainda querem o "príncipe encantado".
- Ou o anjo – completou a fala do irmão fazendo todos rirem.
- Ok, já chega – disse rindo e deixando de lado a vasilha vazia de mousse – Temos que nos arrumar, já são nove horas – ela lembrou apontando para o relógio de parede ao lado da cozinha.
- Vocês vão dormir aonde? – perguntou Isabelli encarado as meninas.
- Aqui.
- Na casa da .
- Na casa da .
- Na casa da .
Cada menina falou uma coisa e ao mesmo tempo fazendo seus pais se entreolharem confusos.
- Meninas.. – alertou Beto cruzando os braços.
A verdade era que elas não sabiam que horas iam sair da boate, então não se importavam de irem dormir no apartamento dos meninos, o que afinal era uma boa desculpa.
- Ok – levantou as mãos para suas amigas se calarem, e eram péssimas mentirosas e ia acabar zombando – Vamos dormir na casa de Kristen, é mais perto da balada.
- Não se preocupem, vai estar todo mundo lá e vamos com nossos amigos – disse tentando amenizar a cara de desconfiança dos seus pais.
- Tudo bem, mas eu quero que vocês liguem para qualquer um se nós se algo acontecer – pediu Stephanie, as meninas concordaram com um aceno de cabeça.
- E deixem algum de nós levá-las – falou Pérola.
- Ah não mãe, vamos pegar um táxi aqui na porta. E isso se os meninos não fizerem questão de buscar a gente – acrescentou firme e sem dar espaço para mais perguntas ficou de pé – Vamos nos arrumar, meninas.

- Já entendemos – resmungou rolando os olhos e deu um beijo no rosto do irmão. Elas já estavam no hall do prédio e esperavam os meninos que haviam avisado que as pegariam ali.
Jason riu e olhou mais uma vez para a irmã mais nova com uma careta, isso porque usava um vestido azul petroleo curto, com a manga direita caída nos ombros e um cinto dourado marcando sua cintura fina, ela parecia mais velha, a altura proporcionada pelos saltos gladiadora contribuía nisso. - Tem certeza que não querem trocar de roupa? - ele sugeriu medindo as outras. Elas riram.
- Deixe-as em paz Jay – Lorely falou dando-lhe uma cotovelada na barriga. bufou e saiu batendo seus saltos para fora do prédio. acenou para Jason e a namorada e saiu colocando sua jaqueta jeans sobre os ombros, puxando o vestido preto com detalhes brilhantes para baixo, já que ele era colado ao corpo e subia conforme ela andava, do lado de fora cutucou com seu salto laranja.
- Não vão ficar até muito tarde ok? - Jason falou mais uma vez fazendo e rirem.
- Pode deixar – bateu continência e antes de sair ajeitou seu tomara que caia preto e branco bem leve e justo apenas na cintura com uma meia calça preta por baixo combinando com as suas sapatilhas da mesma cor.
- Até depois Jay – falou sorrindo e lhe deu um beijo no rosto, acenou para Lorely e se afastou passando a mão sobre seu vestido de couro preto, o vestido era curto, parando na metade das suas coxas, sem mangas e com a parte de cima mais justa do que a parte de baixo que era meio frisada, uma meia calça preta estava por baixo e um salto preto combinava com o look, e para completar um colocar de prata e uma bolsa de mão também prata.
- Qual é , podia ser mais educada - ouviu dizer quando se aproximou das irmãs - O que ela te fez?
não respondeu, virou o rosto para o outro lado e cruzou os braços. suspirou e balançou a cabeça negativamente para .
- O que foi? - a morena perguntou, mas não teve chance de responder, pois naquele momento duas Mercedes pretas idênticas pararam ao lado da calçada, uma atrás da outra. Do primeiro carro saíram Liam que usava uma calça jeans preta e uma camisa vermelha de mangas curtas e com um decote em “V”, Daniel com uma camisa preta de mangas longas e calça jeans, Jaime de calça jeans e uma camisa azul, James igual com a diferença de sua camisa ser preta com uma estampa abstrata no centro e calça num tom mais escuro, e do outro carro, Caspian de calça jeans e uma camisa branca com um colete preto por cima e André com uma camisa branca e uma camiseta de manga por cima com apenas alguns botões fechados, e calça jeans.
- Wow meninas... - Caspian falou impressionado – estão lindas!
- Sabemos – elas disseram em uníssono e todos riram.
- Vocês estão... - mediu os garotos –... Bonitinhos – ela concluiu fingindo pouco caso, as outras concordaram com a brincadeira da amiga.
- Bonitinhos? - exclamaram Jaime e James juntos com expressões de indignação. Elas riram.
- Ok, é mentira. Vocês estão gatos – soltou e foi saltitando para André lhe dando um selinho demorado.
- Podemos ir? - indagou impaciente, os outros concordaram. André puxou para o banco de trás do carro, sentou na frente com Caspian e Jaime ocupou o espaço ao lado do casal atrás. No outro carro, e Liam iam na frente, , Daniel e James atrás.
Caspian ligou o carro e saiu de trás do outro, parando ao seu lado. abaixou o vidro e sorriu para as pessoas que estavam lá, reclamava que não queria ir no meio e sim na janela e Daniel dizia que era perigoso, por isso Liam não havia nem ligado o carro ainda.
- Nos vemos na boate – sorriu sacana para Liam e que estavam se irritando com a discussão dos loiros os fazendo ficar ainda mais bravos, ela acenou e fechou a janela quando Cas acelerou.

Dangerous – Cascada


Já dava para ouvir do estacionamento, a música agitada que tocava na boate. A entrada estava lotada e a fila para entrar estava enorme, mas como elas eram amigas dos seguranças – fato que não agradou nenhum dos meninos – entraram sem nenhum problema. Assim que entraram e encontraram uma mesa onde todos cabiam, jogou sua jaqueta em Caspian e arrastou pela mão até a pista de dança, Daniel e Liam foram buscar algumas bebidas já que , Caspian, James e Jaime reclamaram de sede e e André se engoliam sentados no canto da mesa.
- Cadê o pessoal? – perguntou dançando tranquila a batida da música.
olhou ao redor, mas tinha muita gente para achar alguém, então seus olhos pararam na mesa do DJ.
- Eu tive uma ideia – ela cantarolou puxando pela mão e arrastando a morena entre as pessoas, até parar na escada que levava a mesa do DJ – Lee!
O cabelo ruivo do garoto caíram em frente aos seus olhos negros quando ele abaixou a cabeça para encarar as meninas, então um sorriso largo se abriu em seus lábios e suas sardas pareceram acentuar.
- Quem é vivo sempre aparece – ele disse rindo e fazendo sinal para elas se aproximarem, as meninas subiram a escada rindo ao pararem na frente de Lee que ficou de pé revelando um corpo esguio, alto e com braços fortes e puxou as duas para um abraço – Cadê as outras gatas?
- Estão aqui com uns amigos – respondeu empolgada porque da onde estava dava para ver toda a balada, sorriu para e e viu Liam e Caspian olhando questionadores para elas – Estamos procurando uns amigos.
- E vieram pedir ajuda ao ruivo aqui, né? – ele disse rindo, elas concordaram não parecendo nem um pouco sem graça e Lee suspirou dramaticamente pegando o microfone e parando a musica – Vocês me devem uma dança – ele murmurou – Boa noite queridos festeiros – ele disse ouvindo gritos em resposta – Essa noite é muito especial, porque velhas amigas minhas resolveram dar o ar da sua graça – ele disse e acenou animada, enquanto revirava os olhos envergonhada – Agora vamos, sei que todos estão apreciando a beleza delas então sejam educados e deem as boas vindas – mais gritos e gritos de boas vindas – E quem conhece as meninas, elas estarão no bar esperando por vocês. Por favor garotos, vão com calma – disse Lee rindo e então deixou a musica voltar a rolar.
- Você é o melhor, Lee – disse abraçando ele apertado – Sua dança te espera.
- Bom saber – ele disse piscando o olho – Agora vão logo antes que eu deixe a festa de lado e leve vocês para meu apartamento.
- Vai ter que entrar na fila, baby – falou mais animada com a musica enquanto desciam as escadas, mas se desanimaram quando não encontraram ninguém no caminho para o bar.
Liam e Caspian que estavam sentados esperando por elas com bebidas na mão, sorriram compreensivos e um tanto quanto aliviados, mas gritou chamando a atenção delas e quando se viraram viram um grupo consideravelmente grande de adolescentes.
- Dougie! – gritou assim que viu seu amigo de anos, o garoto de cabelos pretos na altura do queixo, olhos castanhos, alto e um corpo um tanto quanto definido, abriu um sorriso perfeito e passou a frente dos amigos abrindo os braços para que correu até ele sendo pega no ar e rodopiada.
- ! – gritaram três vozes em conjunto e sorriu para as três amigas: Kate – a loira, pequena e de lábios rosados como uma bonequinha – Kristen – a morena, de estatura mediana e olhos verdes bondosos - e Gisele – que tinha os cabelos pretos e uma única mexa loura na frente, usava roupas pretas e os olhos estavam com uma lente de contato dourada, porque seus olhos mesmo eram castanhos - que estavam saltitando e saíram de perto de e indo até .
- Oh Meu Deus! – as quatro gritaram juntas quando se abraçaram ainda rindo.
- Meninas – chamou quando Dougie colocou ela no chão e correu até as três garotas.
- Opa, deixa espaço para mim também – falou uma voz um tanto quanto rouca e e abriram espaço para o garoto aparecer, alto e um corpo esguio com músculos proporcionais, ele bagunçava os cabelos pretos curtos e seus olhos castanhos sorriam maliciosos, apesar da beleza comum ele era realmente bonito.
- Harry?
- Harry? O ex dela? – murmurou Caspian para Liam que concordou fazendo uma careta apesar de ainda encarar a mão de Dougie na cintura de .
- Cadê meu abraço, ? – perguntou Harry sorrindo e finalmente sorriu saindo de perto das amigas e correndo até ele se jogando nos braços, braços estes que ela já estava acostumada a sentir ao seu redor, Harry sorriu abraçando ela apertado pela cintura e tirando ela levemente do chão logo subindo as mãos para seus cabelos dourados numa forma carinhosa de abraço e um tanto intima também.
- Sou Caspian, prazer – Caspian de repente estava ao lado dos dois puxando para o seu lado.
Harry olhou para ele de cima a baixo, confuso e aceitou sua mão.
- Quantos gatinhos – disse Gisele empolgada olhando ao redor, rapidamente agarrou o braço de André – Namorado?
- É – concordou , apesar de nunca ter sido pedida oficialmente em namoro.
- Esses são Daniel, Caspian, Liam e André – apresentou rapidamente acenando para Lee que soltou um beijo para ela, Daniel fechou a cara – Aqueles são os gêmeos, James e Jaime e meninos, esses são nossos amigos, Kristen, Gisele, Kate, Dougie e Harry, o DJ é Lee e ele está me chamando. Beijos – disse e saltitou da cadeira já indo até o ruivo.
- Aonde você pensa que vai, mocinha? – perguntou Daniel indo atrás dela.

Last Night – P. Diddy ft. Keyshia Cole


- Olá – disse James animado parando na frente de Kate – Você lembra um anjo, alguém já disse isso?
- Er, não? – ela perguntou meio na duvida olhando para que deu de ombros.
- Bela dama, me daria a honra dessa dança? – perguntou Jaime galanteador para Kristen que olhou para ele confuso.
Ela e Kate se entreolharam e sorriram para os dois.
- Vamos dançar.
Gisele suspirou.
- É, parece que eu sobrei de novo – e então olhou para Liam – Ou não, quer dançar?
Liam olhou para rapidamente esperando alguma reação, mas a morena cruzou os braços esperando que ele dissesse alguma coisa.
Então Liam sorriu sem muito humor.
- Porque não?
- Dougie, vamos dançar – disse pegando a mão do amigo e batendo no ombro de Liam ao passar por ele, Liam puxou Gisele pela mão e foi atrás da protegida.
- É, essa noite vai ser longa – murmurou que estava entre Harry e Caspian que se encaravam como se estivessem prontos para tudo.

A loira ergueu uma sobrancelha e virou para encarar Cas que tinha uma expressão calma no rosto e sorriu amarelo quando ela o fuzilou. Estavam sentados na mesa conversando e Caspian acabara de dar – mais um – corte em Harry e não estava gostando nada disso e estava tensa, pois Harry não era nem um pouco calmo e já estava perdendo a paciência.
Ela levantou.
- Já voltamos, Harry – ela sorriu para o moreno e puxou Caspian pelo braço para um canto longe da mesa. - Qual seu problema? - exclamou assim que estavam “a sós”.
- O que? - o loiro se fez de inocente, lhe deu um soco no braço.
- Pode parar de ser tão mal educado? O garoto não está fazendo nada! - ela exclamou lhe dando um tapa.
- Não fui com a cara dele – Caspian deu de ombros e colocou as mãos no bolso da calça.
- Sério? - ele assentiu – E você quer mesmo que eu acredite que essa grosseria toda não é porque ele é meu ex?
Caspian engasgou e olhou surpreso para a loira.
- Há! Eu não sou idiota ok? Agora presta a atenção - pegou o rosto dele com a mãos e o aproximou – Ou você para com essa infantilidade ou eu vou dar motivo para você tê-la.
- Tudo bem – ele revirou os olhos, e depois a fitou com intensidade – Vou tentar - ele sorriu de lado e foi aproximar mais o rosto, mas se afastou e o soltou.
- Ótimo! – a loira exclamou e voltou para a mesa conversando empolgada com Harry, deixando Caspian desorientado.

- Fala sério! - resmungou quando viu Daniel encostado na parede em frente a escada de braços cruzados enquanto descia. Tinha despistado dele quando fora até Lee, mas ele a esperara e agora não tinha como fugir.
Ela rolou os olhos e não parou quando passou por Dan, mas sentiu que ele a seguiu.
- Vai me seguir pra todo canto agora é? - perguntou parando num canto perto do bar que estava menos movimentado. Virou para ele de braços cruzados.
Daniel fez uma expressão de cansaço e se jogou num banco que tinha em frente a bancada do bar.
- Porque você está tão agressiva ultimamente, ? - ele perguntou e jurou ter percebido dor em sua voz.
A pequena baixou os braços. Não, ela não gostava dessa atitude rebelde, mas era o meio dela de se proteger. Ela não queria que nenhum sentimento crescesse em seu peito, não quando sabia que não estava do lado certo.
Mas ela já estava passando dos limites, Daniel não estava fazendo nada de ruim para ela, pelo contrario, tem aguentado muito suas rebeldias, então, resolveu baixar um pouco as armas.
Ela suspirou e andou até ele.
- Desculpa - falou sorrindo torto, e desejou que Daniel pudesse ler seus pensamentos, para que visse que não era apenas por isso que ela estava desculpando-se. A loira pegou na mão dele e o pôs de pé - Vem, vamos dançar.
Uma música um pouco lenta tocava e ela os conduziu até a pista de dança. Pegou as mãos dele colocando-as em volta de si, e levou suas próprias mãos para o pescoço dele. Daniel começou a se mover no ritmo da música, e o acompanhou, e depois de alguns segundos se olhando profundamente, a pequena cortou o contato visual, deitado sua cabeça um pouco a baixo do ombro dele – já que mesmo de salto era muito baixa – e fechou os olhos, sentindo os toques da música, e o mais importante, o toque de Daniel.

- Ele acha mesmo que consegue provocar ? – murmurou raivosa pegando o copo de bebida de Dougie da sua mão e bebendo num único gole, o dela já tinha acabado há alguns minutos e o que ele deu para ela de novo logo em seguida, só restou tomar a do amigo.
Dougie que segurava na cintura dela riu baixinho.
- Ele está conseguindo.
que tinha virado de costas para ele dançando no ritmo da música, se virou com tudo encarando ele com raiva.
- Você é meu amigo ou dele?
Dougie levantou as mãos em forma de paz.
- Seu, claro – ele disse rindo, os dois olharam para Liam e Gisele não muito distantes que dançavam mais colados do que a primeira lei de Newton permitia.
- Ele quer brincar? Vamos brincar – disse abrindo um sorriso malicioso nos lábios.
Dougie jogou os cabelos para trás e riu.
- Que saudade desse sorriso, o que vamos fazer?
sorriu para ele e agarrou sua mão o puxando até a mesa do DJ, não sem antes olhar para Liam que dançava automaticamente com Gisele e tinha os olhos presos nela como se perguntando o que estava fazendo.
Mas ele pediu, ele queria provocar? Tudo bem, ela iria entrar no jogo.
- Lee? – chamou fazendo o ruivo se inclinar na mesa e sorrir para ela.
- O que manda, senhorita ?
- Preciso de uma música que faça todos pararem para me ver dançar – ela disse jogando os cabelos sobre os ombros mostrando para ele o que queria.
Lee sorriu animado.
Stripper – The Soho Dolls


- Já disse que senti sua falta? – ele falou parando a música que tocava, só para em seguida colocar outra que começou já com uma batida bem sensual.
Dougie e trocaram um olhar compreensivo, o moreno dando um sorriso um tanto quanto safado enquanto puxando mais uma vez pela mão andou entre as pessoas e parou bem perto de Liam, ela olhou para Liam, os dois se encararam por longos segundos – o garoto tinha parado de dançar com Gisele apesar dela ainda se mexer dançando a batida da música que tocava – e então sorriu sapeca para ele, levou uma mão aos cabelos mexendo os quadris no ritmo da música e se virou para Dougie começando a exagerar na dança, descendo vagarosamente até o chão e subindo rapidamente fazendo Dougie rir e puxar ela para perto dele consequentemente batendo as costas da menina contra seu corpo e as mãos do moreno foram para a cintura dela.
Os olhos de estavam presos em Liam que estava com a boca levemente aberta, mas quando Gisele chamou sua atenção, ele olhou desafiador para sua protegida e puxou a garota para sua frente levando as mãos para os braços dela, descendo perigosamente sexy até parar na cintura e puxar ela com tanta força que parecia que queria fundir seus corpos.
não se deixou abalar, levou uma mão para a nuca de Dougie descendo dessa vez devagar até o chão e subiu se esfregando propositalmente nele, não se importando com futuras consequências.
A morena olhou para Liam como se dissesse “sua vez”, ele ergueu as sobrancelhas e espalmou as mãos nos quadris de Gisele colocando sua perna entre as dela fazendo com que eles dançassem ainda mais colados, suas mãos se esfregando ousadamente nos quadris dela, para um anjo, ele realmente sabia como passar dos limites.
virou de costas para Liam e ficou de frente para Dougie puxando ele pelo cinto e colocando seus corpos, Dougie encarou os olhos de sua amiga sorrindo malicioso e dando tudo para não passar dos limites com ela, os dois começaram a dançar lento e provocante, as mãos do moreno desciam pelas costas da garota e tinha as mãos na nuca do garoto deixando seu rosto bem próximo do dele, ela girou seus corpos assim fazendo com que seus olhos mais uma vez encontrassem os olhos de Liam.
O anjo guardião estava impaciente, irritado e começando a ficar com raiva, ele virou Gisele de forma bruta contra ele descendo uma de suas mãos até a coxa dela e a outra subiu para sua barriga, os dois desceram até o chão juntos e quando subiram Liam deu um beijo no ombro nu da garota.
encarou ele por longos segundos como se disse que quem pediu foi ele e antes que ele tivesse tempo de se quer pensar no que aquele olhar significava, agarrou o casaco de Dougie puxando ele para ainda mais perto e então lhe beijou.

A música rolava alta, estava nos braços de André rebolando loucamente. Em um dado momento da música, virou de costas para ele e desceu até o chão subindo devagar, quando ela virou para ele novamente, ele a beijou.
- Não provoca, meu amor – ele disse se afastando dela.
riu e puxou ele pra fora da pista de dança, e voltou pra mesa onde estava com as amigas, pediu uma bebida e André foi pegar, dizendo que voltava logo. concordou, na mesa tinha uns amigos, eles ficaram conversando. De repente, alguém chamou por ela, a voz era bem conhecida. Ela virou pra pessoa e deu um grito quando reconheceu a pessoa.
- Ryan? – correu abraçando o ex-namorado.
- Hey garota, como ta? – Ryan retribuiu o abraço.
- Bem e você? Você sumiu. O que aconteceu? Como vão seus pais? Sua irmã? – disparou uma pergunta atrás da outra, enquanto puxava Ryan pra sentar junto com ela.
- Calma, uma pergunta de cada vez – Ryan disse rindo – Eu to bem. Estou trabalhando, fazendo faculdade. Meus pais estão ótimos, minha irmã se casou e está esperando gêmeos – ele respondeu as perguntas dela.
- Nossa que legal – disse rindo.
- E você gatinha, como ta? – Ryan perguntou sentando mais perto dela.
- Bem, estou estudando num colégio novo. Minhas amigas estão por ai dançando – respondeu.
- Namorando? – Ryan indagou chegando perto dela devagar.
- Eu... er... – gaguejou para responder, estava namorando? André não havia feito o pedido oficialmente. Então, não – Não, só ficando.
- Só ficando? – André apareceu de repente colocando as bebidas que tinha ido pegar na mesa, os olhos pareciam magoados. André, saiu andando.
O rosto de ficou vermelho e ela se sentiu mal por ver que parecia ter magoado André.
- A gente se fala depois Ryan – ela gritou e saiu atrás do amado.
Encontrou ele encostado na parede do lado de fora da balada com a cabeça baixa. observou novamente e parecia que tinha uma trilha molhada no rosto dele, isso fez ela se sentir pior ainda.
- André? – ela chamou por ele. O garoto levantou o rosto e viu que ele realmente estava chorando – Desculpa.
- Por que você disse pro seu ex que só estávamos ficando? – ele perguntou com a voz magoada.
- Porque você nunca pediu. E apesar de parecer que é antiquado, eu quero poder contar para minhas irmãs e pra todo mundo, como você me pediu em namoro, e quero me lembrar desse dia para sempre – disse baixo, poderia parecer romantismo, mas ela era romântica e queria se sentir especial.
De repente, sentiu os braços fortes de André a sua volta e sentiu também que não tocava mais o chão. Poucos segundos depois, sentiu seus pés no chão novamente e olhou pra frente e deu vários passos para trás encontrando o peito de André atrás de si. A sua frente estava a vista da cidade inteira, as luzes brilhavam e bem longe no horizonte ela podia ver o brilho do mar iluminado pela lua.
- Que lindo – ela sussurrou.
- Desculpa não ter feito nada especial, no dia em que voltamos. Mas eu por um momento esqueci como você é romântica – André pediu fazendo ela se virar de frente para ele.
Ele ajoelhou no chão, segurando as mãos dela.
- André, não precisa disso – pediu tentando fazer ele se levantar.
- Precisa sim. , você aceita namorar comigo? – André pediu.
- Com certeza – disse rindo.
André levantou a abraçando e tirando ela do chão, rodopiando. Depois de alguns minutos ela a colocou no chão novamente.
- Vamos voltar pra festa, antes que deem por nossa falta – André disse colocando a namorada no colo e descendo de volta para a festa.

Antes que o beijo pudesse se aprofundar, sentiu Dougie ser afastado com força para longe dela e quando abriu os olhos encarou assustada o amigo caído no chão perto da mesa do DJ e Liam na frente dele ofegando de raiva.
- Qual o seu problema? – perguntou correndo até os dois e parando na frente de Liam empurrando seu peito com força – Porque você fez isso?
- Porque você beijou ele? – retrucou Liam sabiamente encarando a morena com raiva, suas mãos seguraram os pulsos dela – Porque me provocou?
- Eu te provoquei? Eu faço o que eu bem quero da minha vida – ela disse irritada olhando para Dougie que ficava de pé com um pouco de dificuldade – Você está bem?
Ele assentiu meio tonto.
- Não por muito tempo – começou Liam já indo para cima dele de novo, mas colocou as mãos sobre seu peito impedindo.
- Ele não me beijou. Eu beijei ele – ela disse firme encarando aqueles olhos azuis tão brilhantes – Vai me bater também?
Liam se afastou dela assustado com suas palavras.
- Você não está falando sério, né?
- Hey você, ruivo – chamou Daniel que se aproximava apressadamente com ao seu lado, James vinha logo atrás e se perguntou onde estava Jaime – Coloque uma música. Agora!
Lee concordou assustado.

Rain Over Me – Pitbull ft. Marc Anthony


- A festa acabou, podem sair rodando – mandou o loiro e então olhou para Liam e sussurrou baixinho somente para ele e as meninas ouvirem – Se acalme, está chamando a atenção para a gente.
- Eu perguntei se você estava falando sério, – continuou Liam ignorando todos os presentes quando se virou para ajudar Dougie até algum lugar para se sentar.
virou para ele deixando Dougie perto de seus amigos, Kate e Gisele agarram o braço do moreno para puxar ele dali.
- Não, vou esperar a – ele disse firme.
Liam olhou para ele com raiva, mas logo estava na sua frente, tão perto que ele só precisava inclinar a cabeça e...
E o quê?
- Você que começou Liam, se você não queria ser provocado não deveria ter me provocado – a morena disse firme.
- E eu te provoquei ? No que eu te provoquei?
Ela jogou as mãos para cima frustrada e se afastou dele indo para um canto da boate, longe de tantas pessoas observando, Liam foi logo atrás seguido pelos seus amigos e Dougie, Daniel pediu para levar Gisele e Kate para a mesa.
- Você aceitou dançar com minha amiga, por que outro motivo faria isso se não fosse para me provocar?
- Você não sabe mesmo? – sua voz se tornou baixa e calma, como se a um segundo atrás ele não estivesse com raiva. arregalou os olhos com isso e deu um passo para trás – E você ? Quais foram seus motivos para fazer o que fez na pista de dança?
ficou calada por longos segundos, ela olhou ao redor procurando por algum tipo de ajuda e então encarou Liam de novo que dessa vez tinha um sorriso querendo brotar nos seus lábios porque sabia que ela não tinha saída, tinha que responder.
Só que ela não ia fazer isso, não ia lidar com seus sentimentos agora.
- Vamos Mills, vamos pegar algo para beber – ela disse e sem nem encarar Liam puxou o amigo pela mão sabendo que dessa vez seu anjo não viria atrás dela.

- Eu tô com sono, vamos embora? – pediu sonolenta, já aconchegada nos braços de André.
- É, essa noite já deu o que tinha que dar – Caspian comentou levantando.
- chame e para podermos ir? – pediu Dan sorrindo para a pequena que concordou e foi atrás das amigas.
Não demorou e viu sair do banheiro e ser barrada por seu ex a fazendo bufar, se aproximou.
- Olha Harry, vou repetir pela última vez, foi apenas um beijo e isso não significa absolutamente nada, entendeu? Porque não faz um favor a si mesmo e siga em frente? Aceite que entre você e eu não haverá mais nada, prometo que sua vida vai melhorar se fizer isso – ela sorriu gentilmente e desviou do corpo dele dando de cara com .
- Fala sério. Você beijou seu ex? – ela exclamou erguendo as sobrancelhas. fez um gesto com as mãos como se dizendo que aquilo não era nada.
- Foi. Mas só porque não aguentava mais Caspian implicando com ele – a loira revirou os olhos e elas riram.
- Ok né? – deu de ombros – Me ajude a achar e para irmos embora.
- Claro, vamos lá – elas deram as mãos e foram andando pela boate, e acabaram encontrando e Dougie conversando animadamente com uma galera.
- Hey , nós já estamos indo – falou assim que chegaram perto da mesa. levantou e puxou as amigas para um canto.
- Ta certo, e vamos para o apartamento deles? – ela perguntou mordendo o lábio.
- Sim – as loiras responderam juntas.
- Não quero ir para lá – cruzou os braços sobre o peito e fez bico.
- E vai ir pra onde? Para de manha , você vai e pronto, não vou deixar você dormir longe de mim – disse firme e encarou a irmã. A morena revirou os olhos, mas deu de ombros.
- Só vou me despedir de Dougie e encontro vocês no carro ok? – pediu, as irmãs concordaram e voltaram para a mesa. James e Jaime já estavam lá com os outros.
- Estamos aqui – disse sorrindo – Vamos? Meus pés estão doendo.
- Onde está ? – perguntou Liam que brincava com uma latinha de coca-cola.
- Vai nos encontrar no carro – tranquilizou . Os outros concordaram e então saíram da boate.
A viajem de volta fora silenciosa, havia virado de lado no banco dando as costas para Caspian, trocou de lugar com James preferindo ir no banco de trás, e e dormiam nos braços de seus guardiões.

- Ok, como vamos fazer? – Liam perguntou fechando a porta do apartamento. André deu de ombros e seguiu com em seus braços para seu quarto. Jaime, James se entreolharam.
- Rápidos, não? – disseram juntos fazendo todos rirem. Daniel, que também tinha nos braços estava caminhando na mesma direção que o amigo, mas iria é claro, para seu quarto.
- Ei! Pra onde é que você acha que vai levar minha irmãzinha? – indagou cruzando os braços.
- Só vou colocá-la na cama, calma – respondeu Dan revirando os olhos e entrando na porta ao lado da de André.
- Acho bom ser só isso mesmo! – gritou segundos antes da porta bater, ela bufou – E e eu? – perguntou encarando os quatro restantes.
- Podem dormir no meu quarto. Eu fico com Liam – Caspian disse dando de ombros – É a última porta.
- Tudo bem – sorriu agradecida e puxou que desejou boa noite a todos e entrou no quarto com a irmã.
- E nós? – exclamaram Jaime e James. Liam riu.
- Vocês aqui na sala é claro. Boa noite meninos – falou e saiu com Caspian em direção ao seu quarto.
Os gêmeos reclamaram um pouco mas logo foram dormir, deixando o apartamento em total silêncio.


se espreguiçou rolando na cama de casal de Caspian e acabou batendo seu braço no rosto de que resmungou empurrando ela para o lado.
- Desculpa – murmurou bocejando e olhando para a varanda do quarto onde as cortinas brancas estavam fechadas, mas o sol fraco da manhã passava pelas frestas.
Ela estava com sede.
Ficou de pé, dessa vez devagar para não acordar , e pegou o roupão de Caspian que estava pendurado atrás da porta para se vestir e cobrir a camisola curta que usava, suas amigas e ela tinham levado apenas o básico para passar a noite.
Abriu a porta devagar, o roupão grande demais arrastava no chão e ela olhou ao redor percebendo aliviada que todas as outras portas estavam fechadas, estava chegando na sala já vendo James e Jaime um dormindo no chão e outro no sofá, ela não sabia dizer quem era quem porque de olhos fechados eles eram idênticos, mas antes que colocasse os pés na sala ouviu uma voz vindo da varanda.
- É, eu mandei cancelar – era ?
Espiando para dentro da sala, viu uma sombra na varanda, as portas estavam entreabertas e as cortinas fechadas, ela estranhou e já ia dar um passo para falar com a irmã, mas seu instinto mandou ela ficar no mesmo lugar.
E quem era ela para ir contra seu instinto?
- Não, você não manda. Eu mando. Quero deixar isso bem claro – ela disse raivosa, as cortinas se mexeram com o vento forte, mas ela logo se acalmou antes que os gêmeos acordassem – É um fim de semana, precisávamos curtir – ela começou a andar de um lado para o outro fazendo ficar cada vez mais confusa, ela ainda estava dormindo? – Amanhã eu falo com você ok? O pessoal já vai acordar, acho bom você não desobedecer minhas ordens. Eu sou muito mais forte do que você, lembre disso.
Que conversa estranha era aquela? estava para ir finalmente falar com e pedir explicações, mas alguém segurou no seu braço ela estava pronta para dar um grito quando tampou sua boca.
- Você quer acordar todo mundo?
olhou rapidamente em direção a sala onde estava agora silenciosa e então puxou pelo braço arrastando ela até o quarto de Caspian antes que as pegasse ali e soubesse que estava escutando sua conversa.
- O que é , teve algum pesadelo? – perguntou preguiçosamente se jogando de volta na cama – A cama do Cas é tão macia.
- , você usou seus poderes sem ser aquela vez com a gente quando descobrimos a verdade dos meninos? – perguntou , então balançou a cabeça negativamente sentando na cama ao lado de , seu sono tinha ido totalmente embora – Ou quando não estava com raiva?
- Que perguntas idiotas são essas? Claro que não, não sabemos como usar, lembra? – falou a loira confusa e então encostou as costas da mão na testa de – Você está doente?
empurrou a mão dela para o lado, ainda confusa e tentando entender o que aquela conversa sinistra significou e o que estava acontecendo realmente.
- É só que... ouvi falando no telefone com alguém, ela estava um pouco irritada e ameaçou a pessoa, dizendo que era mais forte...
- Mais forte? - a interrompeu juntando as sobrancelhas.
- Sim, e ela parecia bem certa disso – se jogando de costas na cama.
- Não se preocupe falou dando um beijo no rosto da irmã e pulando para fora da cama – sabe usar seus poderes tanto quanto nós – e sorrindo gentilmente pegou sua escova de dentes da bolsa e entrou no banheiro.

As duas saíram do quarto depois de tomarem banho e trocarem de roupa e encontraram todos, com exceção de e André, espalhados pela sala e cozinha.
- Bom dia – disse animada pulando num espaço entre James e Jaime que estavam no sofá, passou a mão sobre o ombro deles num abraço - Dormiram bem, meninos?
- Claro, muito bem – revirando seus olhos cor de mel Jaime respondeu.
- Que ótimo, porque eu dormi como um bebê. Sua cama é tão confortável Cas – ela sorriu para o guardião que estava sentando na bancada da cozinha, ele deu um sorriso torto para ela, os outros riram.
- Ela tem razão Cas – disse dando um tapinha na perna de Caspian ao passar por ele para ir pegar água – Sua cama é óti...
- Estão com fome? - perguntou alto Liam aparecendo com uma bandeja com pães.
- Morrendo! - exclamou chamando Liam para a mesa.
Todos se encaminharam para lá e tomaram café da manhã, conversando sobre coisas idiotas e rindo das palhaçadas de Jaime e James.
- Temos que ir mesmo? - gemeram e quando disse que estava na hora de voltar para casa.
- Temos... Quero passar mais um tempinho com minha família antes de voltarmos para a escola - disse cruzando os braços.
- Vocês podem ir mais tarde agora, já que não vão mais de ônibus - comentou André dando de ombros.
- Vamos de limusine de novo? - perguntou espantada. Os seis assentiram.
- Ok, mesmo assim, vamos para casa – falou decidida.
- Tudo bem – fez bico, mas levantou e pegou a bolsa onde as roupas dela e de estavam.
- Nós levamos vocês – Dan sorriu e jogou as chaves dos carros para Liam e Caspian.
- E nós vamos para nossa casa – James falou levantando e tirando a camisa.
- Sério? - perguntou e os dois afirmaram com a cabeça – Ok né? Boa viagem – ela abraçou eles apertado – voltem de vez em quando.
- Pode ter certeza que voltaremos – Jaime disse e piscou para a loira, as outras meninas se despediram também e eles foram para a varanda, abriram suas asas e voaram para longe.
- Vamos? - perguntou e eles desceram até o carro.
Cada uma foi deixada em sua casa para desfrutar o resto do tempo que tinham com a família e quando estava anoitecendo pegaram o caminho de volta a escola. E elas estavam animadas. Porque finalmente iriam aprender a usarem seus poderes e a lutar. Na cabeça delas, a diversão iria começar, mas só mais tarde descobriram que não é nada divertido lutar em uma guerra.



XV – Amor Proibido

Era hoje, finalmente o treinamento tão especial iria começar.
As meninas estavam excitadas com isso, poderiam aprender a usar 100% dos seus poderes e entender um pouco mais sobre o mundo que agora elas fazem parte.
Saíram direto da ultima aula correndo para encontrar os meninos atrás do ginásio onde eles esperavam despojadamente, André estava sentado em frente a uma árvore na qual Daniel estava sentado num galho, Caspian e Liam estavam um de frente para o outro de pernas cruzadas e olhos fechados parecendo que estavam meditando até Liam reclamar com Caspian quando este abriu os olhos.
- Sem querer interromper – começou .
- Mas já interrompendo – completou e então riu – Estou com saudades dos gêmeos.
- Eu não – riu-se Liam ficando de pé.
- Você disse que não podíamos nos desconcentrar – reclamou Caspian sem receber resposta do moreno – Oi meninas, prontas?
- Sim, estamos – concordou sorrindo – E os outros alunos?
- Hoje seremos só a gente – falou André ficando de pé enquanto Daniel pulava para o chão sem nem tropeçar – Na verdade cada guardião vai ficar com sua protegida.
- Sério?
- Sério?
Os “sérios” de e foram bem diferentes um do outro.
- Sim, não conseguimos chegar num acordo em por onde começar o treinamento – explicou Liam enfiando as mãos no bolso da sua calça – Então achamos melhor cada um começar por onde preferir.
- Ok, e por onde começamos? – perguntou virando para Daniel, ele sorriu para ela.
- Espero que goste de treinar na praia – ele disse animado e então virou para os amigos que concordaram com um aceno de cabeça e então para as meninas – Antes precisamos explicar uma coisa a vocês, esses treinamentos são algo muito sério e quando começar é bem capaz que alguns poderes se desenvolvam, principalmente o de .
- Não devíamos começar a treinar vocês antes da completar dezoito anos, é arriscado – explicou André ao olhar confuso das meninas.
- Por quê? – incentivou eles a continuarem.
- Não importa – Liam aumentou a voz olhando feio para André, ele queria pressionar as meninas ainda mais?
- É, vocês vão saber disso mais pra frente – concordou Caspian e então sorriu para – Podemos ir? Tenho um lugar especial para você – ele disse apontando para o ginásio.
- A piscina? – ela se empolgou correndo até ele, Caspian riu e não respondeu enquanto levava ela para onde eles iriam treinar.
- Você fica aqui comigo, linda – disse André sorrindo bobo para .
- É para treinar – lembrou Liam e sorriu para – Vamos?
- Seja o que Deus quiser – ela disse dando de ombros e sorriu para e André os únicos que ficaram no campo – Boa sorte.


- O que vamos fazer? - a pequena pulou empolgada quando pararam na beira do mar e Daniel virou para ela.
- Você decide, quer levitar as pedras ou mover as ondas? - perguntou sentando na areia igual buda.
- Ondas! - exclamou sorrindo. Dan sorriu também e a chamou com o dedo para sentar-se ao seu lado. E assim ela fez, então eles ficaram de frente para o mar.
- Certo, primeiro para qualquer momento em que você precise usar a mente ela precisa estar vazia, então esvazie a mente - assentiu e fechou os olhos concentrando-se em fazer o que Dan havia mandado - Agora, abra os olhos e concentre-se nas ondas.
Ela o obedeceu.
- Imagine o que gostaria que elas fizessem e concentre-se nessa ideia, agora coloque todas suas forças para fazerem o que quer.
A princípio nada aconteceu, então de repente uma pequena onda se formou mas logo caiu e juntou-se ao mar novamente. Daniel bateu palmas.
- Isso mesmo. Use mais poder e tente fazer uma maior.
Novamente subiu uma onda, essa um pouco maior que a anterior, mas caiu rapidamente.
- Não consigo deixá-las no ar – a loira bufou cruzando os braços. Dan riu.
- Tenta assim. Feche os olhos e se concentre no som das ondas, imagine como gostaria que elas se levantassem e então eu digo quando for a hora de ver o resultado.

Starlight - Muse


A pequena concordou e fechou os olhos, deixou que o som do mar preenchesse seus ouvidos e imaginou as ondas subindo mais e mais alto. Daniel não dizia nada e ela já estava perdendo as forças, queria ver no que dera seu esforço, então abriu os olhos.
Mas deixou a água – que estava a uns cinco metros de altura – cair num baque ensurdecedor quando encontrou os olhos verdes de Dan a sua frente. Ele estava sentado na frente dela ainda como buda e sorria de lado.
- Daniel? - ela o chamou juntando as sobrancelhas, pois ele parecia não se mexer. Ele não respondeu, ao invés disso levou a mão até os fios loiros de que caíam sobre os olhos da garota e os colocou atrás da orelha dela – Dan...
- Seu aniversário está chegando não é? - ele perguntou suavemente ainda passando os dedos sobre os cabelos de , mas o assunto fez a garota esquecer da mão dele.
- É, daqui uma semana – ela sorriu mostrando todos os dentes.
- Devíamos fazer algo especial...
- Jason disse que vai nos levar a um lugar, mas é surpresa – ela disse animada e ao mesmo tempo chateada, pois não gostava de surpresas.
- Ah, mas vocês vão só no sábado não é? - ela assentiu – então, nós dois podíamos fazer alguma coisa no dia do seu aniversário...
A voz de Daniel morreu e ficou quieta, os pensamentos estavam bagunçados, não devia se aproximar tanto do loiro, pois estaria não só machucando a si mesma como machucando Dan também, e ela sabia que quanto mais íntimos ficarem, pior seria quando ele descobrisse a verdade.
- Vamos voltar? Estou um pouco cansada – ela pediu levantando e limpando a areia da roupa. Daniel fechou os olhos e respirou fundo, então levantou e seguiu a protegida até seu quarto, em silêncio.


Eles entraram na sala e Caspian fechou a porta. - Como é que vamos lutar aqui? Não tem espaço – falou fazendo uma careta enquanto olhava a sala. Era uma sala grande, mas por conta dos inúmeros objetos espalhados ela parecia pequena.
- Não vamos lutar – respondeu o garoto sorrindo para ela – Vamos exercitar seus poderes mentais.
- Ah... OK – a loira disse levantando uma sobrancelha encarando Cas. Ele bufou.
- É sério! Eu não te trouxe aqui para te agarrar ou algo do tipo.
- Mesmo? - perguntou ela com a voz triste e fazendo bico. Ele rolou os olhos rindo e balançando a cabeça negativamente.
- Mesmo, agora senta aí – apontou para o chão e os dois sentaram como buda um de frente para o outro - Feche os olhos e esvazie sua mente.
fechou os olhos, mas esvaziar a mente não era algo fácil para ela, então não fez questão de executar essa parte.
- Agora que sua mente está vazia, concentre-se em algum objeto que você viu aqui dentro quando entrou - pediu Cas e respirou fundo.
Ela realmente tentou, mas a idéia de estar naquela sala sozinha com Caspian não a deixava concentrar-se. Eles ficaram em silêncio. abriu um olho e encontrou Caspian a encarando com olhar de censura, ela rapidamente fechou o olho, ele riu.
- Não consigo – resmungou depois de mais alguns segundos de tentativa.
- Consegue sim, está em você.
- Não consigo.
- Resgate o poder de dentro de você.
- Não consigo.
- Ele ficou muito tempo preso, mas se você se esforçar ele virá a tona.
- Não consigo.
- Respira fundo e tenta.
- Não consigo.
- Concentre-se.
- Com você aqui não dá! - ela exclamou abrindo os olhos e jogando os braços para cima indignada. Cas a encarou sorrindo sacana, ela revirou os olhos e os fechou logo depois.
Eles ficaram no exercício por bastante tempo, até dizer que sua mente estava doendo. Ela havia conseguido levitar um livro em 2 centímetros, estava cheia de si por isso e satisfeita com o resultado da aula de hoje.
- , por favor, foram míseros dois centímetros, até um bebê levita mais que isso – provocou Caspian enquanto eles voltavam da sala. Ela ficava na área das piscinas, perto dos vestiários, lá tinham várias salas como aquela, a maioria trancada, algumas foram arrombadas por alunos a procura de lugares escondidos para namorarem.
- Para de ser estraga prazeres Caspian! - a loira exclamou dando língua para ele – Já foi um grande avanço ok?
- Claro, grande avanço – ironizou rindo e ela avançou para lhe dar um tapa mas ele desviou rindo ainda mais. Eles continuaram nesse pega-pega até chegarem nas piscinas. Cansado da brincadeira, Caspian os conduziu até uma delas e assim que chegaram na beira da piscina, agarrou a loira pela cintura e a puxou consigo, fazendo assim com que os dois caíssem dentro da água gelada.

Paradise - Coldplay


Assim que emergiram, começou a jogar água e bater no peito do rapaz.
- Qual seu problema? Está frio! - exclamou irritada, ela adorava nadar, mas se recusava a fazer isso no frio, apenas quando a piscina estava quente, o que não era o caso hoje.
Cas ria dela o que a irritava mais.
- Idiota – resmungou nadando até a borda da piscina. Antes que pudesse subir sentiu mãos grandes envolvendo sua cintura. Elas a viraram e antes mesmo que pudesse pensar os lábios de Caspian já estavam nos seus.
Foi um beijo demorado. Começou com o simples toque dos lábios, irritou-se com a demora e pediu passagem com a língua que Caspian não hesitou em ceder, ele foi lento e bem apaixonado, nada de voracidade como todos esperam que seja um beijo -Cas, eles estavam apenas sentindo o gosto um do outro.
partiu o beijo puxando com os dentes o lábio inferior de Caspian e sorriu ao soltá-lo. Eles se encararam e sorriram, Cas a puxou para um abraço e daí veio mais um longo beijo. Ficaram mais algum tempo assim até os dedos enrugarem e o frio apertar, obrigando-os a voltar para a escola.


- Eu ainda não entendo, porque eu não posso simplesmente usar uma espada? – perguntou enfiando seus dedos na grama e puxando algumas folhas, ela estava sentada em frente a Liam que andava de um lado para o outro lhe explicando sobre como se defender na hora do perigo.
Ele olhou para ela e suspirou.
- Você ouviu o que eu disse?
concordou com um aceno de cabeça, Liam suspirou mais uma vez, era exatamente por isso que ele não gostava de ensinar ninguém, sempre que seus irmãos ou algum outro anjo vinha pedir sua ajuda ele passava rapidamente para André ou Daniel, se quiser treinar na pratica era com ele mesmo, mas ensinar era irritante e cansativo.
Mas não com , com ela ele iria tirar paciência de qualquer lugar.
- Vamos lá preste atenção, espadas e flechas apenas machucam o que precisamos é mais do que isso, está entendendo?
olhou para ele cruzando os braços e concordando, ela entendia, mas quando ele chamou ela para treinar estava pensando que ia ser algo mais como... Ação e menos conversa, ela não queria parar para conversar com ele porque poderia pensar em coisas que não queria.
Liam olhou para ela firme, quando viu que ela estava realmente atenta ele puxou algo da parte de trás da sua calça, ergueu uma sobrancelha tentada a perguntar por que ele tinha uma adaga com ele, entretanto preferiu ficar calada.
- É com isso que você precisa lutar – ele disse e ofereceu a mão livre para segurar – Vamos, de pé.
Ação! Finalmente.
sorriu animada e segurou em sua mão sendo puxada rapidamente para ele, assim que ela ficou de pé ela soltou sua mão da dele e se afastou o suficiente para ficar fora da área de perigo.
- Adagas são a única coisa capaz de matar os anjos, qualquer tipo – ele disse e virou a adaga para si próprio apontando para seu peito, do lado do seu coração – Você tem que chegar perto o suficiente para acertar no coração.
- Qualquer tipo de anjo?
Liam riu da curiosidade dela, apesar de parecer boba ele sabia que no fundo ela estava preocupada se era o mesmo com ele.
- Comigo é um pouco diferente – ele sorriu para ela e antes que ela perguntasse acrescentou – Porque você é diferente.
Ela concordou com um aceno de cabeça desviando o olhar.
- E agora?
- Agora você me ataca – ele disse como se fosse obvio oferecendo a adaga para ela, olhou para aquela coisa afiada e então para ele.
- Está brincando né? – quando Liam apenas negou com a cabeça arregalou os olhos – Não mesmo, Liam eu sou super desastrada. Pergunte para as meninas, sempre derrubo as coisas, não vou atacar você com uma coisa... Pontuda dessa.
Liam riu, achando graça da garota se embolando toda, mas ele apenas guardou a adaga novamente e abriu suas mãos com as palmas viradas para cima, fechou os olhos e se concentrou por alguns segundos, logo depois quando abriu tinha uma copia exata da adaga que ele acabou de guardar só que de madeira.
- Nossa!
Ele sorriu para ela e lhe entregou a adaga de madeira, dessa vez ela pegou de bom grado.
- Você precisa me ensinar isso, porque não começamos com as coisas divertidas?
- Porque eu não sou Caspian – ele disse dando de ombros – Vamos , eu prometo que um dia vou te ensinar tudo, mas eu preciso que agora você consiga se defender – ele se afastou a abriu os braços – Eu estou pronto.
apertou os olhos, encarando ele por longos segundos e então virou a adaga de madeira para ele e praticamente correu até ele aproveitando que ele estava exposto, Liam suspirou e andou para o lado no exato momento que ia acertar ele.
- Não vá muito rápida – ele disse, virou para ele irritada e atacou mais uma vez, ele apenas deu um passo para o lado – E nem deixe sua raiva te controlar – suspirou fundo algumas vezes e então atacou de novo, dessa vez Liam abaixou a adaga com a mão quase derrubando no chão – Eu preciso que você pense como eu, qual seria meu próximo passo? Então você fica um passo a frente.
- Você está começando a me irritar, Liam – ela murmurou raivosa se virando para atacar ele de novo, dessa vez Liam segurou na estaca virando contra ele e apontando a estaca nas mãos dela contra seu peito. prendeu a respiração com o susto.
- Não deixa a raiva de levar – ele sussurrou no seu ouvido fazendo soltar o ar de vez, ela tentou se livrar do aperto dele, mas Liam ainda segurava ela firme.
- Você está me machucando, me solta – ela mandou, mentindo porque a única coisa que ele machucou foi o ego dela, mas Liam soltou ela rapidamente.
- Eu não queria...
- Me machucar? – ela virou para ele com raiva jogando a adaga de madeira no chão – Pois parece que você nunca tem a intenção, mas anda fazendo muito isso. Acho que o treinamento acabou.
- É isso, já chega.
se virou para ter uma saída dramática, mas no instante que ela começou a andar sentiu braços envolverem sua cintura e seus pés se afastarem do chão.

Say All I Need – One Republic


Ela estava voando.
Quando finalmente percebeu isso, soltou um grito tão alto, tão agudo e tão forte que ela achou que toda a escola deve ter ouvido.
Os braços que a seguravam a embalaram contra seu peito como se fosse um bebê, ela jogou os braços ao redor do pescoço de Liam pedindo para ser colocada no chão.
- Por favor – choramingou.
- Eu não vou deixar você cair , nunca – ele disse sério suas asas batendo eram os únicos sons ouvidos enquanto eles pairavam no céu, suas asas e as batidas dos seus corações.
- Eu quero descer Liam – ela pediu se apertando contra ele.
- Não até resolvermos as coisas, desculpa, mas a única forma que eu achei para você me escutar foi essa – ele disse, a menina levantou o rosto para seus olhares se encontrarem, mas não disse nada – Confie em mim.
Ela concordou com um aceno quase imperceptível de cabeça.
- Desculpa, desculpa por ter mentido para você, por ter deixado você confiar em mim e depois destruir essa confiança com todas as mentiras – ele começou muito sério – Desculpa pelo que fiz na festa, desculpa por machucar você, desculpa por não pedir desculpas antes e acima de tudo desculpa por sentir o que sinto por você.
encarou seus olhos azuis tão sinceros por longos segundos, as batidas do seu coração se acalmaram até estarem quase no mesmo ritmo que o dele, suas respirações estavam tão perto, o calor do corpo de Liam emanava diretamente para o dela e seu hálito quente e delicioso estava mais perto do que nunca.
- Eu também peço desculpas – ela sussurrou baixinho, não querendo cortar o que estava acontecendo agora – Desculpa por ser tão teimosa, desculpa por não ter escutado você antes e acima de tudo desculpa por fazer o que vou fazer agora – ela disse e antes que perdesse a coragem levantou o rosto o suficiente para seus lábios encostarem nos de Liam.
E foi só isso, um toque de lábios e seus corações chegaram ao mesmo ritmo apaixonado, gentilmente a língua de Liam pediu permissão que não demorou a ser a concedida por , suas bocas, suas línguas se enroscando de um jeito como se a muito esperassem por isso e como se estivessem muito felizes por finalmente terem seu desejo realizado.
O beijo foi apaixonante, viciante e desejado, era tudo que eles queriam no momento.


Quando ficaram a sós, sorriu e pulou em cima do namorado, agora oficialmente.
André deu um selinho bem demorado na namorada e logo a colocou no chão.
- O que vamos fazer? – perguntou assim que percebeu que teria que deixar pra depois o momento romance.
- Pensei em te ensinar a levitar ou mexer com o vento – André disse sentando no chão.
- Eu posso fazer isso? – indagou sentando também de frente ao namorado/guardião.
- Pode fazer um monte de coisas – ele respondeu – Agora, o que você prefere: levitar ou mexer com o vento?
- Mexer com o vento – ela disse de pronto e com os olhos brilhando.
- Certo. Então, faça exatamente o que eu mandar, ok? – André pediu.
concordou com a cabeça e esperou enquanto André se levantava e juntava algumas folhas, pedras e umas duas flechas. Assim que ele fez um montinho em frente a sua protegida, ele sentou novamente de frente ao monte.
- Antes que você faça qualquer coisa, sua mente tem que estar limpa. Sem nenhum pensamento, você precisa se concentrar – André disse.
- Com você aqui? Acho meio difícil, mas vamos lá – disse rindo, mas fechou os olhos e esvaziou a mente.
- Concentrada? – André perguntou e ela apenas concordou com um meneio da cabeça – Certo, agora pense na sensação que você sente quando o vento bate em seu rosto e depois imagine que pode fazer o mesmo nesse momento.
começou a pensar e logo sentiu uma brisa em seu rosto.
- abra os olhos – André sussurrou e abriu os olhos devagar e viu que o monte de folhas e pedras estava em cima da sua cabeça balançando com o vento.
- Consegui – ela comemorou fazendo as folhas começarem a girar em volta deles.
- Perfeito. Agora volte as folhas pro lugar e tente fazer isso com as flechas, é um pouco mais difícil – André instruiu.
As folhas logo retornaram ao monte. fechou os olhos e se concentrou novamente, mas dessa vez algo diferente aconteceu.

Ela estava em cima de uma rocha, olhando tudo. Olhou para baixo e viu que estava na praia. Olhou novamente e viu uma coisa estranha, o vento estava diferente, as ondas estavam ferozes e três pessoas corriam em direção a uma montanha. Mas antes que pudessem chegar lá, algo as atacou, fazendo as três pessoas caírem. Uma alta nuvem de poeira se ergueu e uma sombra apareceu atacando as três novamente.
Uma delas se levantou. Mas logo caiu novamente.
Uma nova sombra surgiu e pareceu tentar ajudar as três pessoas, mas quando chegou perto, o tempo mudou.
Uma das três pessoas gritou muito alto e logo veio o breu.


- . Meu amor abre os olhos, por favor – André pedia.
abriu os olhos e encontrou os olhos verdes de André preocupados olhando pra ela. tremia e estava suada, percebeu que estava com a cabeça no colo de André.
- O que aconteceu? – ela sussurrou.
- Acho que você teve uma visão – André disse sua voz tremia, no momento que começou a ter uma visão sua marca começou a arder, pois sentiu que ela estava assustada.
começou a tremer tentando lembrar-se do que tinha visto, as lágrimas começaram a escorrer.
- Shhh, calma. Já passou – André a puxou pro seu colo fazendo ela se acalmar aos poucos – Acho que por hoje, já treinamos demais. Quer me contar o que você viu?
contou devagar o que tinha visto, tentando lembrar tudo. André escutou, sem falar nada. Quando terminou de contar André apenas falou que ela era uma Profetisa, explicou brevemente que ela só podia ter essas visões quando o Oráculo libera-se.
- Quero ir pro meu quarto – pediu, estava cansada.
André concordou e levantou levando ela junto. Só que antes de irem ele a beijou, um beijo profundo. Depois de um tempo, eles voltaram pro quarto das meninas.


- Argh, odeio isso – comentou Louise batendo a porta ao entrar no quarto que dividia com as irmãs.
- Porque elas tinham que existir? - questionou Lesley jogando-se na cama irritada.
As quatro tinham passado o dia espionando o treinamento de cada uma das meninas, e as duas morenas estavam espumando de raiva por terem visto os beijos.
- Não vamos nos estressar com isso – Lana sorriu gentilmente jogando seus cabelos para trás indo até a janela e olhando para o lado de fora - lembrem-se, são apenas crianças.
- Exato! Não tem como elas competirem conosco - Lexy disse sentando na cama e cruzando as pernas.
- Sim, crianças que estão com nossos anjos. E é exatamente por isso que estou irritada – Louise exclamou jogando os braços para o ar – porque simplesmente não as matamos?
- Por favor, Louise - Lesley desdenhou e rolou os olhos – Eu posso estar com raiva, mas não a ponto de ter uma idéia estúpida como essa.
- Como se você tivesse uma melhor - a morena retrucou fuzilando a irmã com o olhar.
- Les pode não ter. Mas eu tenho – Lexy deu um sorriso maldoso e passou o olhar pelas três que a encararam interessadas - Os garotos estão destinados a ficarem conosco, e nós não vamos deixar essas quatro coisinhas atrapalharem isso.
- E o que você sugere que façamos? - Lana indagou voltando a olhar as irmãs - porque não podemos matá-las...
- Mas podemos feri-las... - Lesley disse entendendo o que Lexy queria, e então as quatro trocaram olhares, demonstrando que compartilhavam o mesmo pensamento. Já sabiam o que fariam com as meninas.


- ! – chamou acenando para a irmã que saia do ginásio com Caspian ao seu lado, os dois com sorrisos bobos no rosto.
e André que estavam encostados numa árvore esperando por eles se afastaram para começarem a andar e Liam soltou a mão de quando ela se preparou para correr até .
- Eu vou chamar o Dan e a – ele avisou com um sorriso nos lábios desde que pousara no penhasco com ainda nos seus braços.
deu meia volta andando até Liam e lhe deu um demorado beijo na bochecha como se estivesse concordando, o moreno apenas sorriu para ela e foi em direção a praia.
e Caspian estavam muito perto, apesar de não se tocarem, quando chegou perto dos dois Caspian a segurou pela cintura antes que acabasse derrubando e sorriu para as duas meninas indo até André enquanto se aproximava delas.
- Eu preciso contar uma coisa urgente – sussurram e simultaneamente fazendo colocar as mãos nos quadris.
- O que vocês aprontaram?
e se entreolharam e riram ao mesmo tempo como se já soubessem o que cada uma tinha aprontando fazendo olhar confusa para elas, mas não pôde dizer nada porque havia chegado e se jogado contra as irmãs.
- Como foi o treino de vocês? – perguntou o que só fez aumentar as risadas de e – O que deu em vocês?
- Fome – falou tentando parar de rir – Muita fome.
- Então porque não vamos comer? – sugeriu Liam se aproximando calmamente com os amigos ao seu lado, ele sorriu para – Vocês precisam descansar um pouco antes do jantar?
- Com certeza, não somos de ferro senhor Gray – zombou , mas sorria para ele.
- Não se importam de comer no jardim não né? Vocês estão ficando muito mal acostumadas a comerem no quarto – disse Daniel rindo tocando no ombro de delicadamente fazendo sinal para elas começarem a andar.
- Mimadas, isso sim – brincou Caspian recebendo um leve tapa no braço dado por .
Eles começaram a conversar sobre o que as meninas ainda precisavam aprender e que na próxima aula, elas teriam aula junto com todos os outros, acenaram para alguns alunos conhecidos quando chegaram aos jardins e então finalmente chegaram na entrada do dormitório feminino.
- Vocês vão subir com a gente? – perguntou quando os meninos pararam de andar.
- Não, vamos tomar um banho – respondeu André indo dar um selinho em – Anjos também tomam banho.
sorriu para Liam meio envergonhada. E agora o que fazia?
Mas como se lesse a sua mente, acenou para eles e puxou a irmã pela mão já entrando no dormitório.
Elas começaram a subir as escadas e viraram no andar do seu quarto quando pararam com tudo, os sapatos fazendo barulho no chão quando quatro irmãs barraram o seu caminho uma ao lado da outra.
- O que vocês querem? – suspirou .
Lana olhou para ela irritada, será mesmo que teria que suportar a voz dessa garota? Mas com um aperto no braço de Louise ao seu lado ela achou melhor se calar.
- Bandeira branca – respondeu Louise calmamente olhando com aqueles grandes olhos para cada menina – Estamos do mesmo lado do jogo e vocês são muito importantes não só para a gente, mas como para toda a humanidade.
- Como se vocês ligassem para isso – zombou recebendo um aperto do braço de .
- Sabemos que pode parecer difícil de acreditar – Lexy deu um passo a frente molhando os lábios para começar o discurso – Vocês gostam dos garotos que um dia ficamos, mas isso é passado e tudo que passamos foi por nossa culpa se recebemos uma outra chance queremos gozar dela.
- Ah, com certeza vocês querem gozar, mas não é... – começou , mas empurrou ela para trás enquanto começava a rir e levantava a mão para bater com a de .
- Tudo bem – disse Lesley sorrindo docemente, seus olhos tão sedutores sorriam junto – Podemos esperar vocês acreditarem na gente, sexta vai ter uma reunião na praia, sabe? Fogueira, marshmallow, violão e histórias de terror – o sorriso aumentou na última frase – Vão poucos alunos, só alguns sabem. Porque vocês não vão? E levam os meninos, claro.
As meninas se entreolharam na duvida.
- Levar os meninos? – falou olhando para suas amigas, elas deram de ombros.
- Vamos pensar – falou firme.
- E falar com nossos anjos, não queremos que nada de ruim aconteça nessa festa né? – falou sorrindo meiga e empurrando elas do seu caminho para ir para o quarto com as irmãs.

As quatro caminhavam em direção ao refeitório conversando animadamente quando foram surpreendidas por um loiro com um sorriso sacana nos lábios e pararam imediatamente de conversar.
- Pois não? - indagou cruzando os braços e o encarando.
- Boa noite para você também, querida – ele deu um sorriso sínico para a morena e virou para as outras três – Boa noite meninas.
Elas não responderam.
- Ok, fala logo o que você quer garoto! - exclamou jogando os cabelos para trás.
- Só saber como vocês estão, amores – deu de ombros como se fosse algo comum e deu um sorriso fingindo inocência – como está minha parceira preferida? - questionou fitando que apertou os lábios e fechou os punhos, fazendo as irmãs estranharem.
- Estou ótima, obrigada por perguntar – respondeu fria, sua voz tinha um tom que deixava claro que se ele continuasse ia sobrar pra ele.
- Que bom, acho que hoje a noite vai ser bem mais animada comparada as outras, uh? - alfinetou fazendo rugir de raiva. As outras três olhavam de um lado para o outro perdidas - No mesmo horário?
- Ok, já chega. Vamos! - a pequena resmungou empurrando Chad para o lado e arrastando pelo braço que puxou que por conseqüência também trouxe consigo. Elas chegaram ao refeitório rapidamente e sentaram numa mesa para oito pessoas.
- Tudo bem, o que foi aquilo? - as três perguntaram juntas.
- Aquilo o quê? - Daniel perguntou chegando com os outros e sentando.
- Nada – sorriu amarelo e lançou um olhar as irmãs para que elas ficassem quietas - Tô com fome. Aqui, por favor – pediu balançando as pequenas mãos no ar chamando um dos garotos que estava vestido de garçom.
Fizeram os pedidos e enquanto os esperavam chegar conversaram sobre coisas banais para passar o tempo.
- Ah! Fomos convidados para uma festa na fogueira – contou com um pouco de empolgação na voz.
- Sério? - Caspian perguntou juntando as sobrancelhas – não ouvi sobre nenhuma festa. Quem convidou?
- As Shaw - respondeu encolhendo os ombros já se preparando para a reação dos meninos.
- Não vamos – os quatro disseram juntos com a voz firme.
- Nossa, vocês são chatos quando querem viu...
- Qual é gente, é uma festa...
- Sério que vai ter isso de novo? Precisamos mesmo de permissão?
, e reclamavam ao mesmo tempo tornando aquilo uma bagunça, mas um baque na ponta da mesa as fez se calarem imediatamente quando viram no chão.

Ela via tudo de fora, como se fosse uma narradora observadora.
O local estava escuro, barulho de luta ocorria não muito longe, mas ela não conseguia ir para longe porque o foco eram três pessoas correndo pulando alguns entulhos ao mesmo tempo em que olhavam para trás, ela não soube dizer quem eram as pessoas e nem porque elas corriam, mas elas pareciam procurar por alguém.
Ela estava na escola.
Ela finalmente identificou o local quando as pessoas viraram um corredor, a que estava mais atrás derrubou uns armários sem nem tocar para atrasar quem quer que esteja mais atrás, correndo para alcançar as três pessoas.
Outra sombra mais a frente, parada, esperando por elas, mas elas não estavam com medo daquela sombra era ela que elas procuravam.
A pessoa da frente tropeçou e a de trás foi ajudar ela, se perguntando porque a quarta sombra não ajudava.
Porque ela não fazia nada?
Então um grito agonizante preencheu todo o corredor e a terceira sombra caiu no chão frio.


E seu próprio grito ecoou o dela quando abriu os olhos ofegante e encontrou os olhos verdes e preocupados de André.
- Você está bem? – ele perguntou.
- Podem ir gente, ela só passou mal – falou Liam sorrindo para os alunos que se aproximavam.
- O que diabos foi isso? – perguntou confusa enquanto André puxava para o seu colo e saiu com ela do jardim achando melhor eles estarem num lugar particular, todos foram atrás.
- Porque ela ficou daquele jeito? – questionou agarrando o braço de Liam quando chegaram ao hall de entrado do dormitório feminino e André colocou num sofá.
- Não tivemos tempo de falar isso para vocês. é uma profetisa – disse Caspian rapidamente fazendo as garotas olharem para ele confusa.
- Uma o quê? – disse confusa.
- Profetisa, são humanos, na maior parte do tempo meio humanos como vocês que recebem o dom da visão, prever o futuro – explicou Daniel enquanto André voltava com um copo d’água para dar para que tremia sem parar.
- Como Alice Cullen? – perguntou com um sorriso brotando nos lábios, riu e revirou os olhos.
- Não exatamente, ela só pode receber visões do futuro que o Oráculo liberar para ela – falou Liam e então virou para – O que você viu? Pode falar?
- Eu... – olhou ao redor confusa e assustada.
- O que é Oráculo? – interrompeu confusa.
- Vocês realmente precisam assistir a aula de história dos anjos – brincou Caspian e então riu – Deixem falar primeiro.
olhou de um para o outro, ainda assustada, mas André puxou ela para seus braços sussurrando palavras reconfortantes.
- Eu não sei exatamente – ela suspirou se deixando encostar em André, parecia exausta – Eu estava observando três pessoas correndo...
- Pode dizer quem eram?
Ela olhou para Liam e negou.
- Estava escuro... Eu estava no colégio – ela apertou os olhos tentando se lembrar dos detalhes – Estava tudo tão estranho, como...
- Se ele tivesse sido atacado? – sugeriu Caspian sombriamente.
Ela concordou.
- E então... – ela começou a choramingar – As três pessoas acharam quem queriam... Mas ela... Ela não queria ser achada e quem seguia elas... – lágrimas começaram a escorrer do rosto branco de – Atacou uma das três pessoas, ela gritou e... Caiu.
- Como assim caiu? – perguntou assustada, Liam automaticamente chegou mais perto dela – Ela estava...
deu de ombros fungando.
- Ok, por hoje basta – disse André firme – Quer que eu leve você para seu quarto?
choramingou e concordou com um aceno de cabeça enquanto André puxava ela para o seu colo, fugindo todas as regras da situação riu.
- Eu sei muito bem o que vocês querem fazer no quarto – brincou, mas foi a única que riu baixinho – ?
olhou para assustada, ela sentia que algo nessa visão de tinha haver com ela, então olhou para a irmã e sorriu.
- Eu vou dormir, será que eles estão fazendo algo que eu não quero ver?
riu.
- Vamos com você – disse sorrindo e ficando de pé, ela virou para os meninos que estavam tensos e sorriu – Relaxem não tem como ser com a gente, foram três pessoas correndo. Lembrem-se.
- Nos falamos amanhã cedo – disse Liam sorrindo e dando um beijo na testa dela, ele realmente queria tocar seus lábios nos dela, mas preferia saber se ela não tinha mudado de idéia.
- Eu posso dormir com a ? – perguntou Caspian piscando para a loira.
- Não! – falaram Daniel e Liam juntos puxando Caspian pelo braço tirando risadas das meninas.
- Então? Vamos para o nosso quarto, precisamos conversar – disse sorrindo animada para as irmãs.
As três amigas subiram para seu quarto e apesar de não parecerem ligar muito para o que aconteceu com , no fundo elas estavam preocupadas do que estava por vim porque só tinha começado.

O dia amanheceu quente. O sol estava no pique e não se encontrava uma nuvem no céu, era um perfeito dia de verão e tudo que qualquer aluno naquele colégio queria era passar o dia na praia.
Grande maioria dos alunos tinha deixado parte do uniforme de lado, os garotos usavam bermudas e as meninas pareciam estar com a saia muito curta.
Quatro irmãs andavam lado a lado caminhando para a próxima aula já não agüentando o calor.
- Eu preciso ir para a praia, agora – disse ajeitando o coque do seu cabelo e se abanando.
- Esse sol não podia esperar o fim de semana? – resmungou abrindo mais um botão da sua camisa, nenhuma das meninas estava de meia e sem colete apenas com a blusa e a saia.
- Concordo plenamente e ainda tenho aula de ginástica hoje – bufou cruzando os braços.
- Eu tenho aula de natação, pelo menos vou poder ficar na piscina – disse alegremente pulando e balançando seu rabo de cavalo – Pena que vocês vão ter que ficar embaixo desse sol quente ou numa sala abafada... Ai, que merda – reclamou a loira quando deu um tapa no seu braço.
- Eu estou ficando tentada a filar aula, querendo filar aula, para de falar – a morena suspirou e de longe viu certo garoto de olhos verdes encostado numa árvore – Pensando bem, acho que vou filar a aula com o André. Nos falamos mais tarde.
As três amigas que ficaram se entreolharam e suspiraram.
- E vocês? Quando vão ficar com seus namorados? – perguntou ajeitando a mochila nos ombros, os meninos tinham assistido às primeiras aulas com elas só que pareciam um tanto aéreos, talvez pelo que aconteceu ontem e quando terminou a última aula eles avisaram que encontravam cada protegida na sua devida aula.
- Liam não é meu namorado – falou cruzando os braços.
- Ainda – provocou recebendo um tapa da amiga – Qual é, todo mundo vai me bater hoje?
- Por favor, e você e Cas? Soltam faíscas quando vocês estão pertos – disse balançando a cabeça negativamente e batendo de leve no ombro de – E você parece uma boba com o Liam e ele então nem se fala é um pouco chato sabia? Eu estou solteira ainda.
- Cala a boca – mandaram e ao mesmo tempo tirando risadas da pequena.
- Até mais tarde, não agarrem muito eles – e antes que as duas falassem mais alguma coisa ela saiu correndo na direção do ginásio.
e riram da garota que parecia uma criancinha correndo e se entreolharam.
- Nem comece, minha piscina me espera – falou sorrindo de canto.
- Só a piscina? – perguntou a morena rindo e logo levantando suas mãos em forma de paz – Nos falamos no almoço. Boa aula.
acenou para a irmã que foi em direção ao penhasco e seguiu para a piscina.

estava em cima de uma trave de equilíbrio, andava para frente e para trás e então dava saltos no ar se equilibrando em seguida.
Estava tão concentrada em seus movimentos que quando ouviu alguém lhe chamar perdeu o equilíbrio e iria cair no chão se não fosse pela agilidade de seu protetor.
- Qual o seu problema, Sollis? – rugiu Daniel colocando de pé na sua frente – Você realmente gosta de procurar problemas ou eles vem até você?
- As duas opções – disse o outro loiro sorrindo maliciosamente.
- Fora.
Um braço de Daniel foi silenciosamente até a cintura de pronta para puxar ela para trás dele, ele não confiava em Chad e muito menos em como ficava perto dele. Ele não gostava da raiva que a pequena irradiava, era como se deixasse seu lado negro predominar.
- E quem vai me botar para fora? Você? O anjo que está sempre falhando? – Chad riu de um jeito horripilante e sombrio.
E bastou isso para Daniel colocar atrás dele e praticamente saltar para cima de Chad acertando um soco em cheio no rosto do loiro.
Chad colocou a mão no nariz virando o rosto para encarar Daniel, ele tirou a mão do nariz e quando sentiu algo molhado nela levou a mão até seus olhos.
Sangue.
- Aprendeu a dar socos, Hason? – zombou Chad, parecia que ninguém estava prestando atenção neles ou talvez os dois professores apenas não queriam que ninguém focasse neles por muito tempo.
Chad deu um passo para a frente e então depositou um soco no rosto de Daniel, que olhou para ele com raiva e dobrou os joelhos acertando seu estômago em cheio e antes que Chad se recuperasse acertou outro soco nele segurando em seu cabelo com a maior calma possível.
- Deixa a em paz – Daniel sussurrou no ouvido de Chad que riu cuspindo sangue.
- Ela não quer ser deixada em paz.
Daniel ia dar outro soco nele, só que foi mais rápida segurando em seu braço.
- Para, Dan – pediu fazendo o loiro olhar para ela incrédulo, porque ela estava defendendo ele? – Você precisa colocar gelo antes que fique roxo, vem comigo – ela segurou firme em sua mão onde o punho foi desfeito e puxou ele para longe de Chad olhando com raiva para ele.
- Desculpa – murmurou Daniel sentando num banco, tinha arrastado ele até o vestiário masculino não ligando se alguém pegasse ela lá e foi atrás de uma bolsa de gelo.
- Pelo o quê? – ela perguntou calma ficando entre as pernas de Daniel e aplicando a bolsa de gelo um pouco acima da sua bochecha o fazendo soltar um gemido de dor baixo, apesar de logo não parecer que ele teve qualquer ferimento o soco ainda doía.
- Eu perdi a calma, eu não devia perder a calma eu sou o anjo guardião mais velho da balança. Devia manter a calma em todas as situações, eu fui treinando para isso – ele suspirou, não gostou muito de ser chamada de “balança”, mas tentou manter a calma deixando a bolsa de gelo de lado e levantando o rosto dele para encarar ela – , eu...
- Está tudo bem – ela sorriu para ele, um sorriso verdadeiramente natural e puro, sorriso esse que raramente estava presente no rosto dela há algum tempo.
- Quer assistir a aula ainda? – ele perguntou sorrindo com a sua calma renovada.
- Não – ela riu – Porque não vamos almoçar e encontrar com o pessoal?
Ele concordou ficando de pé e segurando na mão dela, pelo menos era uma coisa que eles se permitiam fazer.

A professora hoje não estava para brincadeiras, e havia pegado pesado nos exercícios, tanto fora como dentro d'água.
- Acostumem-se com isso, ninguém está aqui para ficar brincando na água! - ela exclamou ao dar fim a aula e os alunos começarem a agradecer, eles murmuraram xingamentos baixos quando ela disse aquilo a fazendo bufar e ir em direção ao seu banheiro.
- Fala sério, como ela consegue ser tão chata? - Naya – uma garota morena de olhos cor de mel, alta e magra com os cabelos tão lisos que dava inveja - reclamou com enquanto elas tiravam o maiô, já dentro do vestiário feminino, para tomarem banho.
- Total, e ela ainda sorria quando via que estávamos exaustos. Vadia! - Dianna – uma loira baixinha com os olhos castanhos e peitos grandes – disse, entrando num dos boxes e ligando o chuveiro.
As reclamações continuaram durante todo o banho e só ria, concordando com as colegas quando preciso, e até fazendo comentários maldosos da professora.
- Nos vemos na próxima aula meninas – acenou para as colegas que deram tchau e saiu. Sempre era a primeira a ficar pronta, então sempre deixava o vestiário sozinha.

Por Besarte - Lu


Saiu do mesmo e caminhou calmamente pelo corredor, antes que pudesse fazer a curva para ir na direção a saída, alguém a puxou pelo braço para dentro de uma das inúmeras salas abandonadas que tinha ali. Não teve tempo de esboçar reação alguma, pois lábios firmes pressionaram-se sobre os seus, ela não esquecera como era o toque desses lábios, por isso cedeu quando a língua de Caspian pediu passagem. Um braço envolvia a cintura da loira enquanto o outro passeava por suas costas, as mãos dela estavam enterradas nos fios de cabelo dele, Cas grudou as duas mãos na cintura de e a impulsionou para cima e ela imediatamente cruzou as pernas em sua volta, ele os guiou até uma mesa e a colocou sentada ali, em nenhum momento os lábios deles se desgrudavam.
Quando as mãos quentes de Caspian adentraram a camisa da loira, sua mente estalou. E ela lembrou que eles haviam dado um beijo antes, as coisas estavam indo rápido demais. Então, devagar e delicadamente ela parou o beijo e afastou-se um pouco ofegante dele.
- D-desculpa... - ele murmurou também ofegante.
apenas acenou querendo dizer que estava tudo bem.
Depois que as respirações dos dois se regularizaram, Caspian se aproximou novamente de e passou às mãos em volta dela, mas não fez nada além disso já que percebeu o motivo de ela ter parado o beijo.
Ela encostou a cabeça em seu ombro e respirou fundo, embriagando-se com seu perfume.
- Olha , eu não sei o que deu em mim. Acho que depois que provei do seu beijo, fiquei dependente dele, não dormi direito revendo cada segundo do nosso momento na piscina de novo e de novo e pensando quando eu poderia ter essa sensação tão extasiante novamente e você estava tão irresistível hoje na aula que eu me descontrolei e fiquei te esperando passar no corredor...
Sua voz sumiu, suspirou.
- Eu só gostaria de entender o que está acontecendo aqui – disse com a voz baixa, mas não se importou porque sabia que Cas a ouvia – porque eu senti e estou sentindo exatamente as coisas que você disse.
- Eu acho... Que talvez seja o amor – ele disse puxando o rosto de para cima. Os cantos dos lábios da loira se ergueram num sorriso sem dentes.
- Talvez – ela concordou e passou os braços pelo pescoço dele o trazendo mais para perto – que tal descobrirmos?
- Eu adoraria – e então se beijaram.

se jogou no chão exausta, o professor Steven pareceu perceber que ninguém era bom o bastante para competir com ela e então ele mesmo ficou como sua dupla no treinamento de hoje.
Liam que estava treinando com Kellan não muito longe olhou para ela achando graça da atitude da garota.
- Por favor senhor Baltimore, por hoje já chega – ela disse cruzando as pernas, não que ela estivesse perdendo de fato estava indo muito bem só que até agora nenhum do dos dois havia acertado o outro e com aquele calor ela só queria ir para a praia.
Steve riu graciosamente.
- Tudo bem senhorita, vou liberar você por hoje. De fato – ele aumentou o tom de voz para todos escutarem – Vou liberar todos, está quente. Vão beber um refresco e passar o resto do dia na praia.
Os alunos soltaram gritos animados e se apressaram para tirar a roupa quente de esgrima que usavam e colocar na única mesa de madeira comprida que tinha junto com as outras roupas e saírem dali o mais rápido possível, tirou a sua não se dando muito o trabalho de ficar de pé já que por baixo da roupa de esgrima usava um short justo de malhar preto e uma blusa branca os dois com o emblema do colégio.
- Deixa que eu levo a sua – disse uma voz conhecida e ela levantou o rosto colocando a mão na testa querendo se proteger do sol e encarando um par de olhos azuis.
- Oi Ben – ela sorriu para ele lhe entregando a roupa e aceitando a mão que ele estendia para ajudar ela a ficar de pé, ela não sabia mais o porquê de ter ficado chateada com ele.
- Está quente hoje, porque não vamos para a praia? Tenho certeza que todo mundo vai para lá – ele disse animado jogando o cabelo para trás, assim como todos os garotos usava apenas uma bermuda preta leve e uma camiseta branca que estava molhada de suor marcando bem seu peitoral – Vem comigo.


Fallin’ – Alicia Keys


- Eu acho que ela vai com seu namorado – falou Liam aparecendo atrás dele com a blusa tão molhada quanto do outro.
Estava ficando cada vez mais quente.
teria passado mais tempo observando o peitoral do seu guardião se não tivesse se tocado das palavras que ele falou.
- É? E quem é meu namorado? – ela cruzou os braços desafiando ele.
Liam sorriu de canto de lábios.
- Eu.
Ela ergueu a sobrancelha, Benjamin parecia que não estava presente, na verdade parecia que Steven pegando as roupas da mesa e dando tchau para alguns alunos também não estava presente. Ninguém além dela e Liam.
- Eu não me lembro de ter aceitado namorar com você – ela disse, Liam riu e passou na frente de Benjamin que olhava a cena como se não conseguisse se mexer – Na verdade nem me lembro de você pedir.
- Você vai me fazer dizer não é?
- Com certeza.
Liam riu achando graça da marra da garota e suspirou chegando mais perto dela, segurou suas duas mãos e encarou seus olhos. Os olhos tão azuis de Liam pareciam hipnotizar , sempre fora assim desde o primeiro dia que ela se lembra de encontrar com ele. Tão puro, tão lindo, tão perfeito.
- , você me daria a honra de ser minha namorada? – ele perguntou sem desviar um minuto sequer os olhos e com um sorriso tímido nos lábios.
- Talvez – ela disse se balançando de um lado para o outro brincando com o nervosismo dele e riu ao olhar incrédulo de Liam – Claro que sim.
Liam sorriu mais abertamente e como resposta enlaçou sua cintura puxando ela para o mais perto possível e lhe beijou de um jeito ávido e apaixonado, suas línguas se entrelaçando com calma e suas mãos procurando sentir um ao outro.
Se separaram quando a falta de ar falou mais alto e se encararam soltando risinhos. Os dois namorados estavam sozinhos no local.

Estava fazendo muito calor, e apesar de só usar a saia e a camisa do uniforme, e estar como cabelo preso em um rabo-de-cavalo, suava, assim como suas irmãs.
Elas estavam saindo de mais uma aula e se encaminhando para outra, dizia alegremente que ia pra piscina, deu um tapa no braço da irmã, fazendo a loira reclamar alto.
- Eu estou ficando tentada a filar aula, querendo filar aula, não acredito que estou falando isso. – a morena suspirou e de longe viu certo garoto de olhos verdes encostado numa árvore – Pensando bem, acho que vou filar a aula com o André. Nos falamos mais tarde. – ela gritou e correu na direção do namorado.
André desencostou da árvore, assim que viu correndo na sua direção e pegou no colo no exato momento que ela pulou em cima dele.
- Oi gatinho – disse dando um selinho em André.
- Oi gatinha – André respondeu – Não vai pra aula não?
- Não, ta muito calor pra ficar nesse sol. Vou acabar derretendo. – ela disse encostando-se à árvore em busca de sombra.
- Hum, então quer fazer o que? – André indagou chegando perto dela.
- Queria ir na praia, mas acho que a Tia Helena não vai gostar disso – respondeu fazendo bico.
- Acho que posso fazer alguma coisa quanto a isso. A janela do quarto de vocês está aberta? – André indagou e concordou confusa e não teve de perguntar o que ele tinha em mente, pois logo eles estavam voando e chegando ao quarto das meninas.
- Pega um biquíni e o que mais você precisar para um dia na praia, que eu volto daqui a pouco – ele disse e saiu de novo.
deu de ombros e foi atrás de algumas coisas, colocou um biquíni roxo tomara-que-caia, uma sandália rasteira, um vestido soltinho branco, óculos de sol e um chapéu. Jogou protetor, uma toalha, uma canga, o celular e as chaves do quarto em uma bolsa pequena e foi para a varanda esperar o namorado voltar pra pegar ela. Alguns segundos depois ele apareceu exibindo as asas muito brancas e brilhantes, a fazendo suspirar.
- Aonde vamos? – perguntou, quando estavam no ar novamente dando um beijo no pescoço dele, fazendo André se arrepiar todo.
- Você já vai ver – André respondeu – E não faz isso de novo, se quiser chegar inteira.
riu e esperou, alguns minutos depois eles desceram em cima de um penhasco, olhou para baixo e viu uma cachoeira saindo da pedra onde estavam, lá embaixo tinha um pequeno lago particular.
- Nossa, que lindo.
- Vamos descer – André disse puxando por uma trilha e logo eles estavam bem embaixo da cachoeira.
deixou as coisas em uma pedra mais afastada para não molhar nada, tirou o vestido, os óculos e a sandália e procurou por André, e não achou ele.
- André? – ela chamou procurando por ele.
- Aqui – ele chamou e o localizou atrás da cachoeira. Ela seguiu até onde ele estava e riu quando ele a puxou lhe dando um grande beijo.
Eles ficaram assim um tempão, até que André segurou e pulou com ela no lago, fazendo gritar, pois a água estava gelada. Eles voltaram para cima, André rindo e brava jogando água nele, mas mesmo assim rindo. Eles saíram da água e foram deitar na canga que tinha levado, ficaram lá conversando e se beijando, em um dado momento o clima começou a esquentar demais.
André deitou e ficou em cima dela, as mãos passeando pelo corpo dela e a boca indo até o pescoço dela e voltando para a boca, cravou as unhas nas costas de André se deliciando com a sensação que sentia enquanto as mãos dele acariciando seu corpo, porém por mais que estivesse gostando, sabia que não estava pronta.
- André, eu não posso – ela sussurrou fraca por causa do desejo.
O pedido dela foi o suficiente para ele parar.
- Desculpe. Me excedi – ele pediu.
- Não tem problema, eu também me excedi – disse tranqüilizando o namorado abraçando ele.
No final da tarde, eles voltaram pro colégio. O dia tinha sido maravilhoso.

A semana sem passou sem mais problemas.
Os novos casais eram a sensação do momento, todos queriam saber deles e sobre o namoro. Os descendentes de anjos e demônios eram os que mais assediavam os casais, até porque onde na história da humanidade meio anjo e um anjo guardião ficaram juntos?
O calor não foi embora, o que era ótimo porque todos os dias eles desciam para a praia e ficavam lá até escurecer e a água começar a ficar fria.
Como eles estavam livres de provas e testes, logo depois de deixar os deveres em dia passavam o tempo livre treinando e se divertindo.
No meio da semana Caspian teve uma idéia de um encontro triplo, como não queria deixar Daniel e desconfortáveis deixaram eles no quarto das meninas e foram ao cinema entretanto quando voltaram encontraram os dois deitados no sofá, dormindo, com uma panela de brigadeiro no chão e os créditos finais de um filme passando.
Fora sem duvidas uma semana digna de filme de comédia romântica.
Então a sexta chegou e as meninas, principalmente os meninos, estavam uma pilha de nervos com a festa das irmãs Shaw.
- E então ele me disse que era melhor não irmos, ele é meu namorado ou meu dono? – comentou enchendo uma colher de sorvete e fazendo suas amigas rirem.
- Não é só ele, o Cas até me propôs ficarmos no quarto – disse e riu – Tentador.
- Eu acho que deveríamos ir, sinceramente – disse dando de ombros – temos de mostrar para aquelas vacas que não temos medo. E com quem os meninos estão agora.
- Concordo – as outras três disseram juntas – Podemos persuadir os meninos – completou firme.
- Sempre conseguimos mesmo – disse e elas riram.
- Conseguem o quê? – elas viraram o rosto para a varanda assustadas, de onde a voz de Liam viera. Estavam tão entretidas na conversa que nem perceberam os meninos que voaram até a varanda delas, Caspian, André e Daniel entraram no quarto.
- Persuadi-los para irmos à festa de hoje – disse pulando da cama e dando um selinho em Liam que sorriu com o gesto, mas depois ficou tenso.
- Meninas... – Daniel começou cauteloso.
- Não adianta Dan – disse balançando a cabeça negativamente e sorrindo – Quantas vezes tivemos essas discussões sobre ir ou não em algum lugar, e quantas vezes vocês venceram? – eles se entreolharam encurralados – exato, então vamos economizar saliva.
Os quatro respiram fundo e depois de um tempo assentiram e murmuraram “tudo bem”. , e gritaram animadas e pularam em seus namorados os agradecendo com beijos, apenas sorriu para Dan e voltou a tomar o sorvete antes que alguém se lembrasse dele.

- Ainda podemos voltar e assistir um filme – Liam comentou. Tinham acabado de passar pelo hall do prédio dos dormitórios e seguiram pela estrada que dava para a praia. lhe deu uma cotovelada, pois estavam com os braços entrelaçados e olhou feio para o moreno, que levantou a mão livre em rendição – Só sugeri.
- Fiquem a vontade – disse dando de ombros e se apertando mais no abraço de lado que dava em Caspian que apertou o braço em volta de seu ombro.
- É, nós podemos ir sozinhas – disse, ela estava mais a frente com Daniel, conversando, mas ainda assim os ouviu.
Os guardiões reviraram os olhos.
- Não vamos deixá-las sozinhas, principalmente numa festa das Shaw – André disse apertando carinhosamente a mão de que estava entrelaçada a sua.
- Então parem de birra e vamos aproveitar – e disseram juntas fazendo os outros rirem. Eles desceram os pequenos degraus e tiraram os sapatos antes de pisarem na areia fofinha, a uma distância pequena a festa já estava acontecendo. Por mais que não quisessem, tinham que admitir que as Shaw sabiam organizar uma festa.
Postes com tochas decorados com fitas brancas faziam um caminho até uma parte mais ampla onde as tochas formavam um circulo fazendo uma espécie de pista de dança na praia, não muito longe uma enorme fogueira estava acesa e madeiras formando bancos estava ao redor já tinha vários alunos sentados ali saboreando de algum salgado ou bebida, a festa não estava cheia como as donas da festa disseram era só para algumas pessoas, entretanto eram pessoas suficientes para uma festa.
Uma tenda branca não muito grande nem muito pequena estava perto de umas rochas onde alguns alunos estavam em cima, dentro da tenda estava um DJ com seus equipamentos de som, uma mesa comprida com comidas e uma mesa com vários tipos de garrafas e um garoto um pouco mais velho que a maioria dos presentes – pelo menos na aparência – preparando bebidas na hora.
- Elas sabem dar uma festa – falou o que todos pensavam em voz alta.
- Ainda damos uma melhor – retrucou gabando-se fazendo seus amigos e namorado rirem.
- Eu quero comer – murmurou fazendo bico e virando o corpo para ficar de frente para Daniel – Dan...
Ele riu balançando a cabeça de um lado para o outro.
- Já vou pegar.
- Vocês se lembram da primeira vez que ficamos na praia até tarde? – perguntou enquanto eles caminhavam em direção a fogueira ainda observando a festa.
- Tínhamos viajado juntas, nossas famílias estavam na cabana em frente a praia e deixaram a gente ficar na praia até mais tarde – concordou se lembrando e rindo – me fez correr pela praia com ela nas minhas costas e nós duas acabamos caindo no chão – todos riram e ela virou para Liam batendo no seu braço – Onde você estava que não me segurou?
- Para ser mais exato estávamos sentados numas rochas não muito distante – ele falou pensativo olhando para Caspian que ainda abraçava pelos ombros – Não foi na noite que você puxou mais para o raso?
- Como alguém com doze anos pode se achar tanto? – disse o loiro meio que concordando e recebendo um tapa dado pela namorada.

ET – Katy Perry


Uma música agitada e ao mesmo tempo com uma batida um pouco sombria começou a tocar quando Daniel se aproximou de seus amigos com a bebida de em mãos, logo atrás dele quatro irmãs vinham praticamente desfilando, todas vestidas de branco com saia ou vestidos longos.
- Lá vem problema – murmurou André colocando discretamente mais atrás dele, Liam apertou a cintura de puxando ela para perto prendendo ela no abraço e Caspian intensificou o abraço em para deixar claro que não queria que ela saísse de perto dele.
- Olha quem decidiu aparecer – falou Louise sorrindo docemente.
- Vocês nos chamaram não? – contra atacou sorrindo do mesmo jeito, o abraço de Liam aumentou dessa vez num alerta e Daniel se pos na frente de todos.
- Sim, chamamos – riu-se Lesley olhando para a mão de Liam na cintura dela – Assumiram mesmo né?
- E teríamos motivos para não? – disse quase distraidamente. Quase.
As quatro riram em conjunto.
- Se vocês chamaram a gente para suas babaquices, por favor, avisem que não queremos perder tempo – soltou que quase sumiu atrás de Daniel.
- Claro que não querida, ficamos felizes por vocês terem aparecido – Lexi arrumou seus cabelos lambendo os lábios e sorrindo para Daniel – O único solteiro, não?
- Acho que a festa acabou – falou apertando o braço de Liam quando sua irmã mais nova fez a temperatura baixar de um jeito que o fogo da fogueira tremeu tanto que quase apagou, as ondas começaram a bater forte na rocha fazendo os alunos que estavam perto gritarem e rirem saindo do local.
- Sim. Mas quem disse que isso te importa? – disse saindo de trás de Dan e cruzando os braços. Lexi sorriu debochada, mas a resposta que deu não foi a que todos esperavam.
- Hoje é um dia para nos divertimos. Nada de brigas, vamos começar de novo – e então as quatro sorriam e foram falar com outro grupo de amigos.
- É para isso que vocês queriam vir? – André questionou levantando uma sobrancelha – para ficarem trocando insultos a noite toda?
- Claro que não – disse – mas é inevitável, com elas por perto nós simplesmente deixamos escapar...
- Se sabem disso porque queriam tanto vir? – Caspian questionou franzindo o cenho – Vocês são confusas.
- E somos insubstituíveis, vem vamos dançar – falou, puxando o namorado para a pista de dança.
- Insubstituíveis? Quem disse? – Liam brincou, mas lhe lançou um olhar incrédulo e antes que ele pudesse se explicar virou o rosto fingindo estar com raiva. e André foram para perto da fogueira com os outros e e Dan sentaram nuns bancos perto de onde as bebidas ficavam e continuaram conversando.
E a festa se passou animadamente, - depois de se divertir fazendo Liam implorar por desculpas – seguiu o exemplo de e Cas que não paravam de dançar e puxou o namorado para a pista de dança. e André como sempre estavam se pegando num dos cantos afastados da festa e ninguém sabia de onde e Dan arrumavam tanto assunto.
As irmãs ora ou outra iam até eles e trocavam poucas palavras, mas não discutiam nem nada desse gênero aconteceu.
- E vocês não queriam vir, ein? - falou quando Liam, Caspian, e chegaram neles ofegando e rindo. Cas abriu a boca para responder, mas um barulho de vidro chamou a atenção e eles de viraram para trás, as anfitriãs estavam no meio da festa, perto da fogueira e Lesley havia batido uma colher num copo.
- Gostaríamos de agradecer a todos por terem vindo, e esperamos que estejam se divertindo – Louise falou, fitando as pessoas com seus olhos grandes.
- E antes que a diversão continue, queríamos propor um brinde – Lexi levantou o copo que estava na mão e as irmãs a imitaram. Todos já tinham recebido um copo com alguma bebida, parecia champanhe e também os levantaram – A juventude. A época em que podemos fazer as coisas sem compromisso, sem responsabilidade. Que nós possamos usufruir o máximo das coisas boas dessa fase, e aprender com as ruins.
- A juventude – todos disseram juntos e beberam o líquido que era mesmo champanhe.
- Agora, vamos dançar! – Lana exclamou e uma música animada começou a tocar fazendo muitas pessoas levantarem para dançar, inclusive as quatro irmãs e seus guardiões.

Drunk – Ed Sheeran


As meninas dançavam animadas na pista de dança se esquecendo meninos que observavam de longe rindo.
e seguravam suas mãos enquanto se balançavam de um lado para o outro e foram até o chão, girou se divertindo observando seus cabelos baterem em seu rosto e riu rebolando e soltando um beijo para o namorado.
Já fazia algumas boas horas que elas estavam na festa e estavam se sentindo cansadas, foi a primeira a parar de dançar e andar dengosa até Liam que riu abraçando ela e colocando seu casaco de couro sobre os ombros da namorada.
- Estou cansada – ela murmurou.
- Ela não é a única – sussurrou se sentindo meio tonta – Acho que bebi demais.
se aproximou deles se jogando no chão em frente a Daniel encostando a cabeça nos joelhos dele que começou a fazer cafuné no cabelo dela.
- Está na hora de irem para o quarto né? – ele perguntou.
- Se minha namorada parar de dançar – brincou Caspian sem tirar o sorriso dos lábios observando se aproximar dele ainda dançando a garota sentiu o chão parecer se movimentar e quase caiu sendo pega pelos braços fortes de Cas – Opa, está bêbada?
- Com sono, me carrega? – ela falou levantando o rosto para encarar ele.
- Se ela for carregada eu também quero – murmurou se sentindo enjoada, ela deveria ter comido demais.
Os garotos riram achando graça da manha de suas namoradas e pegando elas no colo saíram sem se despedir de ninguém até porque todos os amigos que eles tinham no colégio não foram convidados para essa festa. Quando chegaram no quarto das meninas que pareciam que se encostassem no travesseiro iriam dormir no mesmo minuto levou a mão a cabeça e agarrou a blusa de Daniel murmurando coisas sem lógica.
- ? – ele sussurrou preocupado deitando ela na cama.
- Está doendo – ela murmurou agarrando ele com mais força.
O problema é que em seguida já deitada na sua cama começou a murmurar queixando sentir dores por todo o corpo.
- Loira? – perguntou Caspian rapidamente alerta sentando ao lado dela e levando a mão a sua testa tirando rapidamente quando percebeu como ela estava quente – Você está queimando.
que era embalada levemente por Liam sentiu seu estômago embrulhar e empurrou o namorado pelo peito saindo do seu colo e quase caindo no chão enquanto a passos trôpegos corria para o banheiro.
- ? – perguntou Liam confuso se assustando quando se apoiou na privada e colocou tudo para fora – , meu Deus, o que está sentindo? – ele correu até ela querendo lhe ajudar de alguma forma, mas o mais estranho foi que parecia que todas estavam com a mesma espécie de dor pelo corpo.
- O que está acontecendo? – murmurou André sentando ao lado de que estava deitada na sua cama, ele rapidamente olhou para ela procurando algum sintoma das outras três meninas e recebeu como resposta um gemido de dor ela se virou para ele apertando seu braço e começou a tossir como se quisesse colocar alguma coisa para fora – O que elas comeram?
Liam que puxava uma já sem forças para seu braço voltou com ela para o quarto e olhou para seus amigos.
- Ou beberam – ele sussurrou deitando a menina na cama que gemeu apertando o lençol como se para mandar a dor embora – Shhh, você precisa dormir.
- Não é possível, Liam. Bebemos a mesma coisa – lembrou Daniel cobrindo e ficando de pé – Vou preparar um chá para elas.
- Um chá? Elas estão com dores e nem sabemos o porquê e você quer preparar um chá? – exclamou Caspian olhando para ele incrédulo, apertou sua mão como se pedisse para ele se controlar e ele suspirou sentando ao lado dela novamente.
- Precisamos nos acalmar – declarou André – Elas devem ter comido algo estragado, vamos esperar ok? – ele tocou na testa de que tinha parado de gemer e agora parecia mais fraca.
- Tudo bem, mas vamos passar a noite com elas – anunciou Liam sentando no chão ao lado de não querendo incomodar ela na cama, a morena virou o corpo para ele esticando a mão para ele segurar – Já vai passar, garotinha.
Daniel decidiu deixar o chá de lado e sentar na beira da cama vendo os olhos azuis de se fecharem e ela adquirir uma expressão mais calma enquanto o sono tomava conta dela, aos poucos os gemidos foram parando.
- Elas vão ficar bem – murmurou Daniel.
- Não vão embora – sussurrou agarrando a mão de Liam.
- Ninguém vai vomitar – soltou uma das suas quase não conseguindo falar, parecia muito fraca o que era estranho mesmo para um infecção intestinal Caspian tocou no seu rosto que estava frio – mais não.
Os meninos deixaram uma risada cheia de preocupação escapar e fecharam as cortinas deixando as suas protegidas com o máximo de conforto possível enquanto zelavam por elas durante toda a noite não conseguindo parar de se preocupar e imaginar se na manhã seguinte elas ficariam bem.





Continua...







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