Última atualização: 25/12/2020

Severus’s Christmas

Noite de natal, para ele normal como todas as outras. Fechou a porta do quarto, colocou sua varinha ao lado da cabeceira e pegou um livro qualquer para ler e sentou na cadeira que ali tinha, espairecer a mente, ele desejava apenas isso.
A um bom tempo, as datas comemorativas, festeiras e marcantes passaram a ser apenas uma memória, e naquela noite, com o cansaço de todos falando do Natal, e desejando a cada segundo, ele queria que passasse rápido junto de sua raiva e rancor.
O livro não conseguia mais dar o sossego que procurava, fechou o mesmo depois de marcar a página com uma fita de cetim escura, a mesma que ficava presa no livro; Virou o livro alisando a capa lisa e bem cuidada, abriu e leu a dedicatória. Respirou fundo e se levantou, caminhou a passos lentos até sua cama, ajeitou os travesseiros na cabeceira e procurou o conforto de sua cama.
E mais uma vez releu, releu a pequena dedicatória que foi escrita em letras tão perfeitas que pareciam ser projetadas por uma pena enfeitiçada.

— Severus. – Uma voz feminina o chamava. – Severus acorda, agora não é hora de dormir.
O sorriu a sua frente, os fios meio mel e os olhos marcantes, ele estava ficando louco? Ou era real?
. – A sua voz saiu em um sussurro, quase imperceptível, misturado com ternura, loucura e preocupação.
— Oi? Você está se sentindo bem? – Se agachou para poder olhar bem nos olhos dele. Severus estava sentado debaixo de árvore, o cachecol da Sonserina o aconchegava e o aquecia.
— Sim estou, adormecer na neve lendo não deve ter feito muito bem. – Disse no sentido de noção de tempo.
— Concordo, vem vamos entrar para o castelo. – Se levantou, logo em seguida seu amigo também já estava ao seu lado. – Vou fazer uma pequena reunião de natal, já que é nosso último ano aqui, e você topou fazer isso comigo outra vez. – Ela sorriu.
— Sim, vamos ficar no grande salão?
— Não, pensei em uma salinha reservada, conversei com Minerva e ela deixou, depois te falo qual, ou melhor, te levo até lá. – Cruzou seu braço com o de Snape.
— Desta vez eu tenho presente para você.
— Que interessante eu também tenho, eles riram. Eu preciso ir, tenho que me despedir de meus amigos.
— Ok, essa semana vamos então comemorar, certo?
— Certíssimo. – Sorriu para ele.
— Espero você na frente do grande salão.
— Muito bem, até lá então e até daqui a pouco.
Ela deu um beijo na bochecha dele e saiu caminhando rapidamente, precisava se despedir das amigas, principalmente de Molly.
Severus caminhou com calma e firmeza para a sala comunal da Sonserina. Tudo estava estranho, era como se o passado fizesse parte do presente. Como se ele soubesse tudo o que estava acontecendo e ia acontecer, ele estava refazendo seus passos, os mesmos do natal com .
Mas será que era isso mesmo? Como ter certeza disso?
Ele tinha a sensação de que estava adulto mas com as roupas de adolescência, estava no futuro e no passado ao mesmo tempo, estava com outra vez.
Seguiu os mesmos passos que talvez fossem do passado, na semana de férias que não foi para sua casa, ele comprou um presente para e voltou para o castelo. Na volta lá estava ela, conversando com enquanto brincavam com a neve com os pés, estavam sentadas na beira da fonte congelada, sorrindo entre um diálogo e outro.
Agora era a certeza, ele não sabia mais se estava lúcido ou não.
— Ah, Severus. – disse ao vê-lo parado na sua frente. – Está procurando alguém?
— Não, eu voltei de uma caminhada. – Mentiu. Sabia que aquilo, aquele momento era novo para ele. Não havia feito em nenhum momento em sua vida.
— Tudo bem, vamos almoçar quer ir com a gente? – Lilian o convidou.
— Eu, eu vou depois.
— Não fique sem almoçar. – saiu de perto de Lily. – E, por favor, não fique magoado. – Se referiu a ruiva indo abraçá-lo. Ela falou as palavras tão silenciosamente que a amiga não ouviu. – Pare de ficar na sala comunal eu sinto saudades do meu melhor amigo.
fingiu estar falando de outro assunto, assim não ia expor Snape.
— Vejo que você não muda mais. – Lily disse indo na direção dos dois. Talvez uma pontada de ciúmes por ver que e Severus estavam mais próximos do que imaginava.
— Passei a aperfeiçoar meus conhecimentos em poções e defesa contra as artes das trevas. – Respondeu calmo, sem soar hostil.
— Isso é maravilhoso. – Estavam de frente para o grande salão. – Não vai mesmo almoçar conosco?
— Não agora, tenho algumas coisas para fazer.
— Tudo bem. – Lily sorriu para ele.
Severus não voltou para o almoço, e aquela uma semana passou voando para ele, não era magia, não tinha um objeto enfeitiçado nem mesmo um vira tempo em suas mãos. Se olhava no espelho e via o velho Severus Snape, mas se sentia novo igual ao antigo. Então, assim decidiu ignorar tudo, se tinha a pequena sorte, ia usar ao seu favor.


No dia vinte e cinto a mesma coisa aconteceu, ele ficou encostado na parede da porta do salão principal. Estava com o pequeno embrulho em suas mãos. Vestia a sua blusa branca social que usava quase todos os dias, uma jaqueta preta bem quentinha para tirar o frio que aquela noite fazia, mesmo com as tochas acesas elas não o esquentavam o bastante.
Alguns minutos esperando e entrou pela porta, batia as botas no cantinho para tirar o excesso de neve, os lábios corados pelo frio acompanhavam as bochechas no mesmo tom. Ela sorriu ao vê-lo.
— Pontual.
— Não sempre.
— Mas todas as vezes que vamos nos encontrar ou sair você é pontual.
— É. – Ele estava com poucas palavras. trazia uma das melhores e poucas sensações maravilhosas que já sentiu. – Tem razão.
— Vamos, é um banquete e tanto.
— Estava analisando as constelações? – Andavam lado a lado.
— Você sabe que eu gosto, astrologia é umas matérias que eu mais gosto, você sabe muito bem disso, então eu só estava dando uma olhadinha, e sem querer passei muito tempo fazendo isso.
— Pelo menos não é meia noite.
— Não mesmo, eu queria dizer que vamos tirar foto.
— Para colocar no seu álbum, eu sei.
— Que álbum?
Severus engoliu a seco, ele sabia antes dela que amava colocar todas as fotos que tirou no álbum, e... Olhou para sua mão, o pacote que estava ali era nada menos que o presente.
— O álbum de melhores alunos de Hogwarts.
— Ah, queria, eu não nego.
Ele riu e talvez aquele momento fosse a melhor coisa para confirmar suas suspeitas, entretanto se manteve em silêncio até a pequena sala que ela conseguiu.
— Aqui estamos. – Abriu a porta, era uma sala de aula não tão grande, tinha uma pequena árvore de natal decorada por ela, tudo e mais um pouco foi escolhido por Clarke.
— O que acha, está lindo? – Tirou o casaco revelando um vestido azul escuro por cima de uma blusa de manga comprida cinza, o cabelo estava curto e ele estranhou lembrava dela de cabelo comprido.
— Você cortou? – Ele questionou. – E está sim você fez uma ótima decoração, imagino quando você tiver sua casa.
— Vai ser decoração por todo o lugar. – Disse girando no próprio eixo e de braços abertos. – E não eu não cortei, só amarrei de forma diferente. – Sorriu. – Ficou bom? – Mexeu no cabelo.
— Ficou.
— O seu também, gostei que desta vez manteve eles para trás.
— Obrigado.
— Vamos ceiar, pode sentar e se sentir à vontade.
Havia uma pequena mesa para três pessoas e para toda a refeição natalina. Severus se sentou ao lado dela, sabendo o que já ia acontecer; Ela estendeu a mão para ele e fez uma oração, depois colocou o arroz no canto direito, um pedaço de frango no meio e ao lado, um pouco da salada natalina que ela havia pedido para ele passar.
Repetitivamente eram aqueles movimentos e falas.
Mas algo estava diferente do que ele se recordava, três cadeiras, antes eram apenas duas.
— Porque tem uma cadeira a mais? – Snape perguntou servindo o suco de uva.
— Ah, então eu tenho uma coisa para lhe dizer. – Bebeu um pouco. – Eu chamei a Lily, algum problema?
— Não.
E sua mente clareou, Lily estava no castelo então ela ia está lá com eles. E como num passe de mágica ela a porta vestida apenas com o suéter da Grifinória e uma calça escura. Linda!
— Lily ficou esse último ano aqui, então eu a convidei para passar o natal comigo.
— Oi. – Lily respondeu sentindo um nó na garganta. Antes de entrar sentiu que o clima entre Severus e estava mais natural, calmo, fluindo como uma pequena festa de natal. – Acho que cheguei atrasada.
— Tudo bem, ainda tem comida para você, eu fui legal e guardei um pouco.
Ela se sentou à mesa com eles, e não pode deixar de perceber que a um bom tempo havia perdido seu grande amigo, que sem querer, por sua culpa, o deixou sozinho e no escuro, mas de alguma forma conseguiu manter um pequeno brilho em Severus.
Não era para tanto, ambos compartilharam a mesma mesa de poções por sete anos, com todo carinho, atenção e persistência ela conseguiu a amizade verdadeira de Snape.

Dois minutos antes do relógio bater meia noite badalando seus sinos, Lily havia se retirado de mansinho da sala, e a suposta memória única de Snape passou a dar início ali. Eles estavam sentados no chão, sobre um tapete fofo e quente, estava com o presente dele ao seu lado, e um pouco mais a distante o de Lily que não apareceu para receber, Severus estava com o embrulho em seu colo e esperou que desse início a troca de presentes.
— É seu, eu realmente não sabia o que comprar, mas aí pensei, vai se um dia ele precisa de um kit de poções... Para uma ocasião única.
— Você me disse o que é o meu presente. – Abria depois de receber.
— Caramba. – Ela riu. – Eu estraguei a surpresa.
A porta abriu um pouco.
— Um kit de poções portátil, isso é muito bom. – Ele fingiu estar surpreso.
Umas das poucas emoções que ele demonstrava ao lado de alguém, e aquilo foi tudo para não voltar para a sala.
— E o seu. – Ele entregou.
Como sempre animada para abrir presentes, ela simplesmente abriu rapidamente e se deparou com um álbum vazio sem nenhuma foto.
— Para guardar os melhores momentos. – Ela leu. – É lindo Severus, muito obrigada.
Deu um abraço apertado no amigo e o agradeceu tanto.
— Por nada, pode fazer como quiser.
— E eu vou começar com as fotos do meu primeiro ano aqui, mas antes o álbum tem que começar uma foto nossa.
Ele sorriu concordando para a amiga, não ia fazer desfeita daquele momento.

O sino badalou pela segunda vez e Severus Snape respirou fundo. Estava agora em sua cama, sentindo a dor e a saudade apertar mais em seu coração, mas tudo aquilo que ele reviveu foi para trazer um sorriso e junto um aconchego em seu coração foi como tirado por instantes toda dor e saudades, como se estivesse ali com ele apenas para fazer companhia em mero silêncio.
Ele havia adormecido.
Ele fechou o livro e colocou na cabeceira da cama, ajeitou o lençol e saiu de seu quarto. Caminhando pelos corredores da masmorra onde o mesmo tinha uma decoração natalina, ele subiu as escadas indo em direção ao grande salão; Entretanto, no meio do caminho duas alunas passaram correndo, outra apenas andava depressa. As duas primeiras não viram o professor pela tamanha animação mas a terceira...
— Desculpe. – Disse parando.
— Tudo bem, Rose. – A voz saiu suave e tranquila. Diferente de todos os dias, de todos os natais.
E ela apenas sorriu.
— Professor Snape?
Ele apenas omitiu um som dando permissão para que ela continuasse.
— Feliz natal. – E ela sorriu para ele, e em questão de segundos pode ver em .
— Feliz natal, Rose.
Um milimétrico sorriso foi esboçado e logo o diretor da Sonserina saiu caminhando ao seu destino.
O presente de a Snape naquele natal, eram os melhores momentos com sua amiga.




Fim!



Nota da autora: Oie favos de mel! Feliz natal, espero que tenha gostado, toda informação aqui vai ser usada em Of Love and War.
Bom amores, eu realmente espero que tenham gostado da fanfic ❤

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“Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo” – Alanzoka.


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