Capítulo Único
A luz fraca e amarelada do abajur era a única iluminação que ainda permitia que os olhos de hyun) vislumbrassem o ambiente do próprio quarto.
Ao lado da peça de iluminação, também repousado sobre a madeira bem polida do criado-mudo, estava o porta retrato de moldura branca que ele tanto adorava. Tomou o objeto em mãos, analisando a imagem com um sorriso cheio de ternura. Enquanto seus dedos delineavam cuidadosamente os contornos da fotografia, as memórias afloravam como um jardim de primavera. Ele se lembrava perfeitamente daquele dia e de tudo o que ele representara.
***
Flashback
não se lembrava da última vez em que tinha se sentido tão ansiosa com algo. Provavelmente, havia sido há muito tempo e com certeza não daquela forma. Conhecia bem a expectativa amedrontadora de uma prova importante ou da entrevista para o primeiro emprego. Lembrava-se da sensação da véspera de uma viagem para a qual estava verdadeiramente animada. No fim das contas, contudo, nada a havia preparado para aquele momento.
Sorriu sozinha, sentando-se de forma a ajustar sua postura dentro do possível contra a cabeceira da cama. Seus pés balançavam insistentemente contra os finos lençóis brancos, formando leves ondulações e bagunçando a roupa de cama tanto quanto as batidas descompassadas de seu coração nervoso. Já tinha olhado o relógio inúmeras vezes e, mesmo assim, continuava contando cada segundo para o horário em que costumava chegar de seu serviço.
Quando finalmente ouviu o conhecido som da chave rodando a maçaneta, a mulher repassou tudo o que tinha planejado em sua mente. Já tinha imaginado várias hipóteses e desdobramentos para como o marido poderia reagir, mas tinha certeza de que nenhum exercício de criatividade de seu cérebro poderia tê-la preparado para a real vivência daquilo.
Podia ouvir hyun) assobiando docemente uma melodia qualquer enquanto caminhava de um lado para o outro no andar de baixo. Era incrível como ele era capaz de lhe arrancar suspiros com simples murmúrios.
Os passos se aproximaram do quarto e trouxeram junto deles um cheirinho delicioso e acolhedor de massa recém-retirada do forno. já sabia perfeitamente do que se tratava.
— Tenho certeza de que você já sentiu o cheiro - o rapaz brincou, enquanto mostrava o saco que trazia em mãos. — Decidi passar na padaria e eles tinham acabado de tirar essas belezinhas do forno.
— Os melhores croissants de quatro queijos do universo inteiro. - alisou a barriga, em um gesto que praticamente gritava o quanto seus salgados preferidos eram eficazes na fácil missão de abrir o seu apetite.
hyun) repousou a sacola sobre o criado-mudo do seu lado da cama e jogou o seu corpo sobre o colchão, deixando um beijo suave nos lábios da esposa.
— Como foi o seu dia, amor?
— Como todos os outros - respondeu. — Trabalhei pela manhã, organizei as coisas, fui ao médico…
— Médico?! - Ele a interrompeu, claramente assustado pela palavra.
— Não se preocupa - ela o cortou rapidamente. — Vai se trocar antes de a gente comer.
O rapaz se colocou de pé, batendo continência de uma forma brincalhona antes de se dirigir para o pequeno closet que dividiam em busca de seus trajes noturnos.
sentiu o coração acelerar no peito como se tivesse dado a largada em uma prova de cem metros no atletismo. Respirou fundo, tentando controlar aquela porcaria de ansiedade que não lhe deixava em paz.
— Que estranho - ele murmurou, antes de retornar ao quarto. — Amor, você sabe onde eu coloquei meu pijama? Acho que minha cabeça oca largou o coitado para trás e se esqueceu de onde.
— Peguei para lavar. Está no cesto de roupas limpas aqui do lado da cama.
Era esse o momento. Fora para esse instante que ela tinha preparado toda aquela brincadeira simples e até meio tonta, mas que construiria um momento que seria simplesmente impossível de esquecer dada a importância que teria em suas vidas. Agora, parecia muito mais real.
se abaixou e puxou a blusa azul clara dobrada com perfeição sobre a pilha. Quando a mesma se abriu e ele vislumbrou as palavras bordadas, seu queixo caiu e sua mente pareceu ter entrado em algum tipo de curto circuito, incapaz de juntar as informações e tirar delas a conclusão óbvia e coerente.
Melhor pai do mundo . Quatro palavras pelas quais ele definitivamente não estava esperando. Mesmo que estivessem de fato começando a planejar a possibilidade, hyun) não tinha previsto a chegada desse momento nem em suas melhores expectativas.
— É sério? - Sua voz saiu embargada e foi só nesse momento que ele se deu conta de que tinha lágrimas alojadas no rosto sem aviso prévio. — Nós estamos grávidos?
sentiu a própria face se tornando úmida conforme a felicidade inenarrável que experimentava escorria pela pele na forma de pequenas gotas da emoção mais pura. Assentiu de forma quase desesperada, confirmando aquela que, para si, era a notícia mais incrível dos últimos dias.
Em questão de segundos, hyun) a tinha tirado da cama e a colocado em seus braços, girando-a em meio a suas exclamações incontidas. Não conseguia impedir suas cordas vocais ou seu coração de palpitar daquela forma. Já havia perdido as contas há muito tempo de quantas vezes tinham discutido sobre como queriam ter filhos e se casaram sabendo que aquele era um desejo mútuo na mesma intensa proporção. Tinham decidido que começariam a tentar, mas não estava pensando que aconteceria assim tão rápido.
— Meu Deus - disse, quando colocou a esposa no chão e começou a distribuir vários beijos por todo o seu rosto, enquanto repetia sem parar o quanto a amava. E aquela era, definitivamente, a mais pura verdade de todo o universo.
Ajoelhou-se e levou as mãos à cintura da mulher, arrancando uma risadinha dela pelas leves cócegas que o toque fazia em sua pele. Encostou a testa na barriga dela e respirou fundo, mantendo os olhos fechados para ter toda a sua atenção e estímulos concentrados apenas naquele instante.
— Oi, bebê.
— O que você está fazendo? - riu, afagando os cabelos do rapaz com a sua mão livre.
— Shiu. Eu estou falando com ela agora.
— E quem disse que é ela?
— Eu estou dizendo. É uma menina, eu tenho certeza disso.
Ela deu de ombros, decidindo que era melhor não discutir com as certezas pouco certas do marido. Não adiantava nada debater e ele tinha mesmo ao menos cinquenta por cento de chance de estar certo em seu palpite.
— Oi, bebê. Tudo bem aí dentro? Tenho certeza de que é bem mais quentinho do que aqui fora. Você não tem noção de como está ventando forte.
não conseguia parar de sorrir enquanto observava o que era, provavelmente, a cena mais amável de toda a sua vida.
— Quando estiver um tempo ruim assim lá fora e você tiver medo durante a noite, pode vir para a nossa cama, viu? Prometo tentar não chutar você se você não me chutar primeiro. Bem, o que eu quero dizer é que eu e a mamãe vamos sempre te proteger da forma que pudermos. Estaremos lá para te dar um abraço apertado de noite e te desejar um bom primeiro dia de aula na escola. “Você vai me prometer que vai seguir todos os seus sonhos e iremos te apoiar independentemente de qual ele for, ok? Temos um acordo, não ouse quebrá-lo. Meu Deus, você deve se parecer com um pequeno alienígena ainda e eu posso te jurar que você já é a coisa mais linda do mundo para mim. Mas não deixe a mamãe saber disso. Ela pode ficar com ciúmes.” revirou os olhos, contendo a risada.
— Você deve ser menor que o meu dedão e, mesmo assim, já é dona de todo o meu amor. O maior amor desse mundo inteiro é seu e eu nunca, nunca, nunca, vou te deixar, certo? Essa é a hora em que nós imaginamos ter jurado de dedinho ficar sempre ao lado um do outro. Custe o que custar.
— E eu também - a mulher acrescentou. — Não ousem me esquecer.
se colocou de pé, com um sorriso enorme nos lábios. Aquele sorriso maravilhoso que fazia sentir suas pernas prestes a derreter mesmo depois de tanto tempo tendo o prazer de vê-lo diariamente.
— Mas é claro que nunca vamos te esquecer. Seria impossível, considerando que você sempre foi e sempre será a dona dos meus momentos mais felizes e a causa de toda a alegria que eu posso ter nessa vida. Eu sempre disse que você era a melhor parte de mim e, agora, tem literalmente uma parte de mim em você. Droga, , acho que é completamente impossível te amar mais do que isso. Mas sei que amanhã vou descobrir um jeito. E no dia seguinte e no próximo também.
A mulher chorou abertamente, usando os hormônios como desculpa para uma hipersensibilidade em resposta àquele discurso emocionado.
a guiou de volta até a cama e a abraçou firmemente, envolvendo-a naquele casulo; aquela bolha perfeita que era só deles e que nada em todo o universo seria capaz de destruir. Puxou os lençóis para cima, a fim de cobrir seus pés gelados naquele tempo tão louco.
— Amor? - chamou. — A bebê me contou que quer um croissant.
O rapaz riu, virando-se para pegar os salgados.
— Então, você finalmente concorda que é ela?
deu de ombros, antes de levar o alimento à boca e se derreter com o sabor dos queijos que ela tanto adorava.
— Veremos - disse simplesmente.
Voltaram a comer e, depois que terminaram, hyun) puxou a mulher novamente para perto de si e repousou um beijo carinhoso em sua testa. Puxou o celular e tirou uma foto dos dois ali, enrolados nas cobertas, vivendo o auge de todos aqueles sentimentos incríveis que pareciam uma exclusividade universal deles.
— Vou mandar revelar amanhã mesmo - avisou. — Vamos comprar um porta retrato bonito e deixá-la ao lado da nossa cama para sempre nos lembrarmos do melhor dia de todos.
Levou a ponta dos dedos até o queixo de sua esposa, erguendo-o a fim de beijar-lhe calmamente, alongando aquele momento pelo máximo de tempo possível. Era como se estivesse sonhando acordado o sonho mais lindo de todos e não queria despertar dele.
***
Retornou o porta retrato ao seu local de origem, soltando um suspiro saudoso. A palavra ‘saudade’ tinha sido criada para expressar um sentimento do tipo, mas parecia pequena e superficial demais para explicar exatamente como ele se sentia diariamente nos últimos quatro anos.
hyun) não estava pronto para perder para uma complicação no parto de uma gestação de risco. Não estava pronto há quatro anos e sabia que, honestamente, jamais estaria. Perder o amor de sua vida fora, sem sombra de dúvidas, a pior dor de toda a sua existência. Seria mais simples ter o seu coração diretamente arrancado de seu peito. Teria machucado menos. Quando aconteceu, tudo o que ele conseguira pensar era em como desejava poder voltar para aquele momento mágico em que tudo parecia apenas um sonho e não aquele pesadelo.
O luto tinha começado insuportável e se sustentado assim por muito tempo. Até que se tornou difícil demais, depois complicado e, então, passível de sobreviver a ele. Ainda sentia a sua falta como o inferno, mas o tempo havia lhe ensinado a ser forte. Não por ele.
— Papai? Posso dormir aqui hoje?
O rapaz olhou para a porta, sorrindo ao ver a garotinha responsável por fazê-lo segurar as pontas todos os dias. A pessoa que o fazia se esforçar ao máximo para ser uma pessoa cada vez melhor. Um pai cada vez melhor.
— Claro, . Vem cá.
A pequena escalou a cama, deitando ao lado do pai e se aconchegando em seus braços. Amava seu quarto lilás e todos os ursinhos dele, mas, em algumas noites, só precisava do abraço dele para conseguir dormir.
— Papai? Eu vi uma estrela.
— Ah, é? - adorava como ele sempre se interessava por tudo o que ela dizia.
sorriu, meneando a cabeça em concordância. Lembrava-se claramente da promessa que fizeram: estariam sempre juntos em todos os momentos e este era um dos mais importantes na curta vida de uma menina de quatro anos. É claro que não perderia aquilo por nada.
— Tenho certeza de que sim. Agora, precisamos dar boa noite para a mamãe e ir dormir, ok?
assentiu animadamente e se aninhou melhor, fechando os olhos e juntando as pequenas mãos em um sinal de prece. Era essa a maneira que havia encontrado para se comunicar com a mãe que ela tanto amava, apesar de nunca tê-la visto fora das fotografias que o pai guardava.
O homem sorriu e fez o mesmo, fechando os olhos para encontrar a esposa no lugar de onde ela jamais poderia sair: seu coração.
Ao lado da peça de iluminação, também repousado sobre a madeira bem polida do criado-mudo, estava o porta retrato de moldura branca que ele tanto adorava. Tomou o objeto em mãos, analisando a imagem com um sorriso cheio de ternura. Enquanto seus dedos delineavam cuidadosamente os contornos da fotografia, as memórias afloravam como um jardim de primavera. Ele se lembrava perfeitamente daquele dia e de tudo o que ele representara.
Flashback
não se lembrava da última vez em que tinha se sentido tão ansiosa com algo. Provavelmente, havia sido há muito tempo e com certeza não daquela forma. Conhecia bem a expectativa amedrontadora de uma prova importante ou da entrevista para o primeiro emprego. Lembrava-se da sensação da véspera de uma viagem para a qual estava verdadeiramente animada. No fim das contas, contudo, nada a havia preparado para aquele momento.
Sorriu sozinha, sentando-se de forma a ajustar sua postura dentro do possível contra a cabeceira da cama. Seus pés balançavam insistentemente contra os finos lençóis brancos, formando leves ondulações e bagunçando a roupa de cama tanto quanto as batidas descompassadas de seu coração nervoso. Já tinha olhado o relógio inúmeras vezes e, mesmo assim, continuava contando cada segundo para o horário em que costumava chegar de seu serviço.
Quando finalmente ouviu o conhecido som da chave rodando a maçaneta, a mulher repassou tudo o que tinha planejado em sua mente. Já tinha imaginado várias hipóteses e desdobramentos para como o marido poderia reagir, mas tinha certeza de que nenhum exercício de criatividade de seu cérebro poderia tê-la preparado para a real vivência daquilo.
Podia ouvir hyun) assobiando docemente uma melodia qualquer enquanto caminhava de um lado para o outro no andar de baixo. Era incrível como ele era capaz de lhe arrancar suspiros com simples murmúrios.
Os passos se aproximaram do quarto e trouxeram junto deles um cheirinho delicioso e acolhedor de massa recém-retirada do forno. já sabia perfeitamente do que se tratava.
— Tenho certeza de que você já sentiu o cheiro - o rapaz brincou, enquanto mostrava o saco que trazia em mãos. — Decidi passar na padaria e eles tinham acabado de tirar essas belezinhas do forno.
— Os melhores croissants de quatro queijos do universo inteiro. - alisou a barriga, em um gesto que praticamente gritava o quanto seus salgados preferidos eram eficazes na fácil missão de abrir o seu apetite.
hyun) repousou a sacola sobre o criado-mudo do seu lado da cama e jogou o seu corpo sobre o colchão, deixando um beijo suave nos lábios da esposa.
— Como foi o seu dia, amor?
— Como todos os outros - respondeu. — Trabalhei pela manhã, organizei as coisas, fui ao médico…
— Médico?! - Ele a interrompeu, claramente assustado pela palavra.
— Não se preocupa - ela o cortou rapidamente. — Vai se trocar antes de a gente comer.
O rapaz se colocou de pé, batendo continência de uma forma brincalhona antes de se dirigir para o pequeno closet que dividiam em busca de seus trajes noturnos.
sentiu o coração acelerar no peito como se tivesse dado a largada em uma prova de cem metros no atletismo. Respirou fundo, tentando controlar aquela porcaria de ansiedade que não lhe deixava em paz.
— Que estranho - ele murmurou, antes de retornar ao quarto. — Amor, você sabe onde eu coloquei meu pijama? Acho que minha cabeça oca largou o coitado para trás e se esqueceu de onde.
— Peguei para lavar. Está no cesto de roupas limpas aqui do lado da cama.
Era esse o momento. Fora para esse instante que ela tinha preparado toda aquela brincadeira simples e até meio tonta, mas que construiria um momento que seria simplesmente impossível de esquecer dada a importância que teria em suas vidas. Agora, parecia muito mais real.
se abaixou e puxou a blusa azul clara dobrada com perfeição sobre a pilha. Quando a mesma se abriu e ele vislumbrou as palavras bordadas, seu queixo caiu e sua mente pareceu ter entrado em algum tipo de curto circuito, incapaz de juntar as informações e tirar delas a conclusão óbvia e coerente.
Melhor pai do mundo . Quatro palavras pelas quais ele definitivamente não estava esperando. Mesmo que estivessem de fato começando a planejar a possibilidade, hyun) não tinha previsto a chegada desse momento nem em suas melhores expectativas.
— É sério? - Sua voz saiu embargada e foi só nesse momento que ele se deu conta de que tinha lágrimas alojadas no rosto sem aviso prévio. — Nós estamos grávidos?
sentiu a própria face se tornando úmida conforme a felicidade inenarrável que experimentava escorria pela pele na forma de pequenas gotas da emoção mais pura. Assentiu de forma quase desesperada, confirmando aquela que, para si, era a notícia mais incrível dos últimos dias.
Em questão de segundos, hyun) a tinha tirado da cama e a colocado em seus braços, girando-a em meio a suas exclamações incontidas. Não conseguia impedir suas cordas vocais ou seu coração de palpitar daquela forma. Já havia perdido as contas há muito tempo de quantas vezes tinham discutido sobre como queriam ter filhos e se casaram sabendo que aquele era um desejo mútuo na mesma intensa proporção. Tinham decidido que começariam a tentar, mas não estava pensando que aconteceria assim tão rápido.
— Meu Deus - disse, quando colocou a esposa no chão e começou a distribuir vários beijos por todo o seu rosto, enquanto repetia sem parar o quanto a amava. E aquela era, definitivamente, a mais pura verdade de todo o universo.
Ajoelhou-se e levou as mãos à cintura da mulher, arrancando uma risadinha dela pelas leves cócegas que o toque fazia em sua pele. Encostou a testa na barriga dela e respirou fundo, mantendo os olhos fechados para ter toda a sua atenção e estímulos concentrados apenas naquele instante.
— Oi, bebê.
— O que você está fazendo? - riu, afagando os cabelos do rapaz com a sua mão livre.
— Shiu. Eu estou falando com ela agora.
— E quem disse que é ela?
— Eu estou dizendo. É uma menina, eu tenho certeza disso.
Ela deu de ombros, decidindo que era melhor não discutir com as certezas pouco certas do marido. Não adiantava nada debater e ele tinha mesmo ao menos cinquenta por cento de chance de estar certo em seu palpite.
— Oi, bebê. Tudo bem aí dentro? Tenho certeza de que é bem mais quentinho do que aqui fora. Você não tem noção de como está ventando forte.
não conseguia parar de sorrir enquanto observava o que era, provavelmente, a cena mais amável de toda a sua vida.
— Quando estiver um tempo ruim assim lá fora e você tiver medo durante a noite, pode vir para a nossa cama, viu? Prometo tentar não chutar você se você não me chutar primeiro. Bem, o que eu quero dizer é que eu e a mamãe vamos sempre te proteger da forma que pudermos. Estaremos lá para te dar um abraço apertado de noite e te desejar um bom primeiro dia de aula na escola. “Você vai me prometer que vai seguir todos os seus sonhos e iremos te apoiar independentemente de qual ele for, ok? Temos um acordo, não ouse quebrá-lo. Meu Deus, você deve se parecer com um pequeno alienígena ainda e eu posso te jurar que você já é a coisa mais linda do mundo para mim. Mas não deixe a mamãe saber disso. Ela pode ficar com ciúmes.” revirou os olhos, contendo a risada.
— Você deve ser menor que o meu dedão e, mesmo assim, já é dona de todo o meu amor. O maior amor desse mundo inteiro é seu e eu nunca, nunca, nunca, vou te deixar, certo? Essa é a hora em que nós imaginamos ter jurado de dedinho ficar sempre ao lado um do outro. Custe o que custar.
— E eu também - a mulher acrescentou. — Não ousem me esquecer.
se colocou de pé, com um sorriso enorme nos lábios. Aquele sorriso maravilhoso que fazia sentir suas pernas prestes a derreter mesmo depois de tanto tempo tendo o prazer de vê-lo diariamente.
— Mas é claro que nunca vamos te esquecer. Seria impossível, considerando que você sempre foi e sempre será a dona dos meus momentos mais felizes e a causa de toda a alegria que eu posso ter nessa vida. Eu sempre disse que você era a melhor parte de mim e, agora, tem literalmente uma parte de mim em você. Droga, , acho que é completamente impossível te amar mais do que isso. Mas sei que amanhã vou descobrir um jeito. E no dia seguinte e no próximo também.
A mulher chorou abertamente, usando os hormônios como desculpa para uma hipersensibilidade em resposta àquele discurso emocionado.
a guiou de volta até a cama e a abraçou firmemente, envolvendo-a naquele casulo; aquela bolha perfeita que era só deles e que nada em todo o universo seria capaz de destruir. Puxou os lençóis para cima, a fim de cobrir seus pés gelados naquele tempo tão louco.
— Amor? - chamou. — A bebê me contou que quer um croissant.
O rapaz riu, virando-se para pegar os salgados.
— Então, você finalmente concorda que é ela?
deu de ombros, antes de levar o alimento à boca e se derreter com o sabor dos queijos que ela tanto adorava.
— Veremos - disse simplesmente.
Voltaram a comer e, depois que terminaram, hyun) puxou a mulher novamente para perto de si e repousou um beijo carinhoso em sua testa. Puxou o celular e tirou uma foto dos dois ali, enrolados nas cobertas, vivendo o auge de todos aqueles sentimentos incríveis que pareciam uma exclusividade universal deles.
— Vou mandar revelar amanhã mesmo - avisou. — Vamos comprar um porta retrato bonito e deixá-la ao lado da nossa cama para sempre nos lembrarmos do melhor dia de todos.
Levou a ponta dos dedos até o queixo de sua esposa, erguendo-o a fim de beijar-lhe calmamente, alongando aquele momento pelo máximo de tempo possível. Era como se estivesse sonhando acordado o sonho mais lindo de todos e não queria despertar dele.
Retornou o porta retrato ao seu local de origem, soltando um suspiro saudoso. A palavra ‘saudade’ tinha sido criada para expressar um sentimento do tipo, mas parecia pequena e superficial demais para explicar exatamente como ele se sentia diariamente nos últimos quatro anos.
hyun) não estava pronto para perder para uma complicação no parto de uma gestação de risco. Não estava pronto há quatro anos e sabia que, honestamente, jamais estaria. Perder o amor de sua vida fora, sem sombra de dúvidas, a pior dor de toda a sua existência. Seria mais simples ter o seu coração diretamente arrancado de seu peito. Teria machucado menos. Quando aconteceu, tudo o que ele conseguira pensar era em como desejava poder voltar para aquele momento mágico em que tudo parecia apenas um sonho e não aquele pesadelo.
O luto tinha começado insuportável e se sustentado assim por muito tempo. Até que se tornou difícil demais, depois complicado e, então, passível de sobreviver a ele. Ainda sentia a sua falta como o inferno, mas o tempo havia lhe ensinado a ser forte. Não por ele.
— Papai? Posso dormir aqui hoje?
O rapaz olhou para a porta, sorrindo ao ver a garotinha responsável por fazê-lo segurar as pontas todos os dias. A pessoa que o fazia se esforçar ao máximo para ser uma pessoa cada vez melhor. Um pai cada vez melhor.
— Claro, . Vem cá.
A pequena escalou a cama, deitando ao lado do pai e se aconchegando em seus braços. Amava seu quarto lilás e todos os ursinhos dele, mas, em algumas noites, só precisava do abraço dele para conseguir dormir.
— Papai? Eu vi uma estrela.
— Ah, é? - adorava como ele sempre se interessava por tudo o que ela dizia.
— Tenho certeza de que sim. Agora, precisamos dar boa noite para a mamãe e ir dormir, ok?
assentiu animadamente e se aninhou melhor, fechando os olhos e juntando as pequenas mãos em um sinal de prece. Era essa a maneira que havia encontrado para se comunicar com a mãe que ela tanto amava, apesar de nunca tê-la visto fora das fotografias que o pai guardava.
O homem sorriu e fez o mesmo, fechando os olhos para encontrar a esposa no lugar de onde ela jamais poderia sair: seu coração.
FIM
Nota da autora: Se você sentiu ódio pelo fim da história, culpe a Larys (dona dessa capa perfeita), que disse que duvidou que eu pudesse fazer algo triste de uma capa tão fofa.
Para saber mais sobre as minhas histórias, basta entrar no grupo: https://www.facebook.com/groups/233136907024701/
Outras Fanfics:
01. Middle of the Night
02. Blow Me (One Last Kiss)
02. Stitches
03. I Did Something Bad
03. Take A Chance On Me
03. Without You
04. Someone New
04. Warning
05. You In Me
06. Consequences
06. If I Could Fly
06. Love Maze
08. No Goodbyes
10. Is it Me
10. Simple Song
11. Nós
11. Robot
11. Under Pressure
12. Be Alright
12. Wild Hearts Can't Be Broken
13. Kiss The Girl
13. Part of Me
13. See Me Now
15. Overboard
A Million Dreams
MV: Miracle
Not Over
Señorita
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Outras Fanfics:
01. Middle of the Night
02. Blow Me (One Last Kiss)
02. Stitches
03. I Did Something Bad
03. Take A Chance On Me
03. Without You
04. Someone New
04. Warning
05. You In Me
06. Consequences
06. If I Could Fly
06. Love Maze
08. No Goodbyes
10. Is it Me
10. Simple Song
11. Nós
11. Robot
11. Under Pressure
12. Be Alright
12. Wild Hearts Can't Be Broken
13. Kiss The Girl
13. Part of Me
13. See Me Now
15. Overboard
A Million Dreams
MV: Miracle
Not Over
Señorita