Capítulo Único
A noite parecia comum. O vento frio de Seul soprava suave, e as ruas do bairro estavam mais silenciosas que o habitual. null ajeitou a alça da bolsa no ombro, respirando fundo ao sair da estação de metrô. O dia tinha sido longo, como sempre, mas ela gostava daquela sensação de cansaço bom.
Ou pelo menos gostava, até sentir o primeiro toque gelado da realidade. Um braço puxou seu ombro de repente. Um sussurro rouco, em coreano:
— Passa a bolsa. Agora.
Ela congelou. O coração martelou forte no peito. Por um segundo, ficou sem reação. O medo travava sua voz, o corpo tremia, e tudo que conseguiu fazer foi tentar recuar, tropeçando na própria sombra.
E então, ele apareceu.
— Ei! — a voz masculina, firme, rasgou o silêncio.
null não pensou. O instinto veio primeiro. Viu a cena a poucos passos de casa e, antes que pudesse racionalizar, já corria na direção deles. Empurrou o homem com força, afastando-o de null. O assaltante caiu e saiu correndo, sem olhar para trás.
null olhou para ela. E parou.
null tremia. O rosto pálido, olhos marejados. Ele se aproximou devagar.
— Você está bem? — perguntou suavemente, embora seu peito estivesse acelerado.
Ela apenas assentiu, ainda em choque. Mas quando o encarou, algo nela desmoronou.
— V-você... — a voz saiu falha, surpresa, quase um sussurro. Ela o reconheceu.
Os olhos dele suavizaram. Ele sabia exatamente quem era ela? Não. Mas naquele momento, não importava.
— Vem — ele disse, oferecendo a mão. — Eu te levo até em casa.
Eles caminharam em silêncio. null ainda sentia o coração descompassado, mas, de alguma forma, a presença dele a fazia respirar melhor.
null olhava discretamente para o lado, estudando-a.
"Ela poderia ser minha irmã..." pensou. Mas havia algo mais. Algo estranho. O rosto dela, tão delicado, contrastava com o olhar assustado e perdido. Ele queria protegê-la. Queria que ela soubesse que não precisava mais ter medo.
Chegando à porta do prédio, ele parou e respirou fundo.
— Você mora aqui perto de mim — ele sorriu de leve. — Eu nunca te vi antes.
— Eu... eu também não... — ela gaguejou. Depois, num impulso: — Eu sou brasileira... trabalho muito... quase não paro em casa.
Ele assentiu, compreensivo.
— E hoje quase aconteceu algo terrível. — Ele encarou seus olhos por um segundo mais longo. — Poderia ter sido minha irmã naquela situação.
null passou a língua pelos lábios, nervoso.
— Eu vou te acompanhar até em casa, todos os dias, a partir de hoje.
Ela arregalou os olhos.
— Você não precisa, eu acho que nem pode, você é… famoso, não é?
— Preciso e posso, sim. — A voz saiu decidida, sem espaço para recusa. — Prometo.
null sentiu o peito apertar. Não sabia o que era mais surreal: ter sido atacada, ou estar ali, diante do próprio null, fazendo uma promessa para ela.
E, pela primeira vez naquela noite, ela sorriu de volta. Um sorriso pequeno, tímido, mas sincero.
null virou as costas para ir embora, mas sentiu o coração acelerar.
"O que foi isso?" perguntou-se.
E null encostou-se à porta, o coração ainda descompassado.
"Ele não é só o null. Ele é um homem que me fez sentir segura."
Naquela noite, nenhum dos dois dormiu cedo. Cada um, do seu lado da rua, sentia que algo havia mudado.
null ajustou o boné baixo na cabeça, enfiou as mãos nos bolsos e soltou um suspiro longo. O ponto de ônibus estava vazio naquela hora, iluminado apenas por uma luz amarela suave. Ele estava ali fazia quase quinze minutos. Poderia ter mandado um carro, poderia ter pedido para alguém acompanhá-la… mas não.
Ele queria vê-la de novo.
"Que loucura, null" — pensou consigo mesmo, encarando a calçada à sua frente. Não era só sobre proteger. Não era só sobre senso de responsabilidade. Era sobre ela.
Ele não conseguia tirar da cabeça o jeito como ela o olhou na noite anterior — assustada, vulnerável, mas com uma doçura que o desmontou. E aquele sorriso tímido, no final… Deus, aquilo ficou gravado na memória dele.
Um ônibus parou. Não era o dela. Outro minuto, outro ônibus. Nada.
Ele olhou o relógio. Ela deveria pegar o das 22h40, certo?
Seu coração disparou sem razão quando viu o próximo farol se aproximar. O ônibus freou. A porta se abriu. E lá estava ela.
null desceu devagar, o olhar distraído, provavelmente cansada. Mas logo seus olhos encontraram o dele, parado ali, encostado na estrutura de metal do ponto.
Ela parou por um segundo, surpresa. — Oppa...?
Ele sorriu.
— Eu disse que viria.
Ela mordeu o lábio inferior, sem saber como reagir.
— Você não precisava…
— Eu quis. — A resposta saiu mais rápida do que ele pretendia. Quente. Honesta.
null a observou. O cabelo dela preso de qualquer jeito, o rosto limpo, sem maquiagem… e ainda assim, linda. Ele tentou afastar esse pensamento, mas era impossível.
O jeito como ela caminhava até ele, a forma como o olhava, inocente e ao mesmo tempo desconcertada…
"Isso não é só preocupação, null."
Ele respirou fundo.
— Vamos? — perguntou, oferecendo o braço de forma brincalhona, tentando aliviar a tensão.
Ela riu baixinho e aceitou. Caminharam lado a lado pela rua silenciosa.
Ele sentia o calor do braço dela encostando de leve no dele, mesmo com a jaqueta entre eles. Sentia o perfume simples dela, quase imperceptível, mas que grudava na memória. E sentia, acima de tudo, vontade de conhecê-la melhor.
Cada passo era um desafio. Porque a vontade que tinha era de segurá-la pela cintura, puxá-la para mais perto, dizer que não sabia o motivo — mas que não queria deixá-la sozinha nunca mais.
— Como foi seu dia? — ele perguntou, num tom baixo, querendo puxar conversa, querendo ouvir a voz dela.
Ela sorriu de lado, tímida.
— Cansativo… mas agora parece mais leve.
Ele a olhou de relance.
— Fico feliz por isso.
O caminho até o prédio foi rápido demais para o gosto dele. Quando chegaram na porta, null virou-se devagar.
— Obrigada por isso… de verdade.
— Não precisa agradecer — respondeu, com um sorriso suave. Mas, por dentro, o coração estava um caos.
Ela hesitou.
— Boa noite, null-oppa.
O som do nome dele, na voz dela… Ele não conseguia explicar o porquê, mas fez sua pele arrepiar.
Ela entrou no prédio.
E ele ficou ali parado, sozinho na calçada, olhando a porta fechar devagar.
null passou a mão no rosto, soltando um suspiro frustrado.
"Você tá ferrado, null."
E sabia disso.
Naquela noite, ele não dormiu.
Os dias foram passando, e a cena se repetia.
Toda noite, lá estava ele.
No começo, null não sabia como reagir. Sentia-se nervosa, ansiosa, e um pouco envergonhada. Não era só por ser fã. Era a presença dele. Era o jeito protetor, o sorriso fácil, a gentileza que não parecia obrigação.
Na terceira noite em que null apareceu no ponto de ônibus, ela já não ficava mais tão surpresa.
Na quinta, passou o dia todo esperando ansiosa para vê-lo de novo.
Ele sempre estava lá, com um sorriso discreto e um "Vamos?" suave, estendendo o braço.
E aquilo foi, aos poucos, aquecendo algo dentro dela.
Caminhar com ele até em casa virou o momento favorito do dia. Eles conversavam pouco no início — sobre o trabalho dela, sobre a correria da vida dele, sobre o clima… coisas simples. Mas cada palavra vinha carregada de um carinho sutil.
Na sétima noite, quando ela desceu do ônibus e viu que ele já a esperava encostado no mesmo ponto, com as mãos nos bolsos e o olhar tranquilo, o coração dela disparou.
Ele sorriu ao vê-la.
— Achei que hoje você ia me dar um bolo.
Ela riu, sentindo as bochechas corarem. — Nunca.
Ele ofereceu o braço, como sempre. Mas, dessa vez, quando ela aceitou, seus dedos roçaram levemente na pele dele. null respirou fundo, fechando os olhos por um segundo.
Ela sentiu.
— Você deve estar cansado — ela comentou, observando as olheiras leves no rosto dele.
— Tô… mas quando te vejo, parece que o peso some.
Ela parou de andar, surpresa. Olhou para ele.
Ele percebeu o que disse e riu, envergonhado.
— Desculpa… foi brega, né?
— Um pouco — ela sussurrou, sorrindo. Mas o coração dela estava derretendo.
Chegaram em frente ao prédio dela e, dessa vez, ela não teve pressa em se despedir.
— Quer subir pra um café? — perguntou, com a voz baixinha, surpresa por ter coragem.
Ele a olhou.
Por um segundo longo demais, o olhar dele ficou preso ao dela.
Mas ele negou com um sorriso doce.
— Não hoje… você precisa descansar. Eu também.
Ela assentiu, mas por dentro sentia um nó apertado.
Quando entrou em casa, jogou a bolsa no sofá e encostou-se à porta.
Fechou os olhos.
"O que está acontecendo comigo?"
Não era mais só admiração. Não era só gratidão.
Era sentir saudade antes mesmo dele ir embora.
Era pensar nele no meio do expediente.
Era imaginar se o cabelo dele estava bagunçado, se ele estava bem alimentado, se tinha dormido direito.
Era se perguntar como seria sentir o cheiro do pescoço dele de perto.
Naquela noite, null demorou para dormir. E quando finalmente pegou no sono, sonhou com ele.
Do lado de fora, na rua, null ainda olhava para a porta fechada, lutando com o mesmo pensamento:
"O que eu vou fazer com esse sentimento que só cresce?"
Na décima noite em que ele apareceu no ponto, null sentiu o coração bater descompassado só de ver a silhueta dele encostada no poste.
Era automático já. Natural. Como se ele fizesse parte da rotina dela desde sempre.
Quando desceu do ônibus e seus olhos encontraram os dele, percebeu algo diferente no olhar de null.
Era mais intenso.
Mais atento.
Quase faminto.
Caminharam lado a lado, conversando sobre banalidades, mas o silêncio entre frases era carregado.
Ele parecia distraído, e ela também.
Chegaram na porta do prédio e, dessa vez, null não pensou duas vezes. — null… você quer subir pra jantar comigo?
A voz dela saiu mais baixa do que pretendia. Ela prendeu a respiração, esperando a resposta.
null parou. Olhou para ela, sério. Como se considerasse o risco daquilo. Como se soubesse que, depois desse passo, não teria mais volta.
— Quero. — respondeu, sem hesitar.
Subiram juntos. O elevador parecia pequeno demais, o silêncio parecia alto demais, e o ar… quente demais.
Assim que entraram no apartamento, ela tirou o casaco, tentando agir natural.
— Eu ia fazer algo simples… macarrão com molho branco.
— Parece perfeito — ele disse, sorrindo, sentando-se no balcão da cozinha, os cotovelos apoiados, o olhar fixo nela.
Ela tentava ignorar o fato de que ele a observava o tempo todo, mas era impossível.
O olhar de null queimava.
Ela sentia as bochechas corarem enquanto picava o alho.
— Você sempre cozinha sozinha? — ele perguntou, quebrando o silêncio.
— Quase sempre. Gosto de cozinhar… me acalma.
— Deve cozinhar muito bem.
Ela riu, sem olhar pra ele.
— Você nem provou ainda.
— Não preciso. Só de ver a dedicação já sei.
A voz dele soava mais grave, mais baixa. Quando se virou para pegar o parmesão na geladeira, deu de cara com ele… muito mais perto do que antes.
null estava a centímetros dela.
Os olhos nos olhos dela.
O cheiro dele, quente e confortável, invadindo o espaço pequeno.
— null… — ele sussurrou.
Ela sentiu o coração saltar.
— O-oi…
Ele sorriu de leve.
— Eu não sei o que você tem… mas eu não consigo mais ficar longe.
O mundo pareceu parar.
Ela encarou aqueles olhos castanhos, sinceros, e sentiu a pele arrepiar.
— Eu também não… — ela confessou, num fio de voz.
O silêncio pesou entre eles. Ele se inclinou um pouco mais… e ela podia sentir a respiração dele batendo no rosto dela.
Mas null fechou os olhos, respirou fundo e deu um passo pra trás, sorrindo sem graça.
— Vamos jantar primeiro, antes que eu faça besteira.
Ela riu, nervosa, o coração aos pulos. Voltaram para o jantar, mas as mãos tremiam enquanto mexia o molho.
Sentaram-se à mesa, e a conversa voltou a fluir, mais leve, mas o olhar dele seguia atento, quase faminto.
Durante a refeição, as mãos se tocaram sem querer.
Nenhum dos dois se afastou.
Quando terminaram de comer, ele ajudou a lavar a louça.
E, depois, ficaram sentados no sofá, lado a lado, sem coragem de dizer o que queriam de verdade.
Até que ela soltou, num sussurro: — Eu não quero que você vá embora hoje.
null a olhou.
A respiração dele falhou por um segundo. — Eu também não quero ir.
O resto… foi silêncio.
Olhares.
E a certeza de que, dali pra frente, nenhum dos dois dormiria sozinho de novo.
A tensão entre eles era palpável.
null ficou ali, parado no meio da sala, enquanto null fechava a porta atrás deles.
Por um segundo, eles apenas se olharam.
— Eu... — ela começou, sem saber o que dizer.
Ele sorriu, suave.
— Só quero ficar aqui. Perto de você.
Ela assentiu, o coração disparado.
— Vem… — disse, pegando na mão dele e puxando-o até o quarto.
Ele olhou o ambiente simples, acolhedor.
Ela se sentou na beirada da cama, insegura.
— Você pode dormir aqui… eu durmo no sofá, se quiser.
null soltou uma risada baixa.
— Não. Não quero distância.
Ela olhou pra ele, surpresa.
— Você tem certeza?
— Tenho.
Ele tirou os sapatos e deitou-se ao lado dela, por cima da colcha, ainda todo vestido.
Ela ficou um segundo imóvel… até sentir a mão dele alcançar a dela.
Entrelaçou seus dedos nos dela, apertando de leve.
— Está tudo bem agora — ele sussurrou.
— Obrigada por ficar — ela respondeu, a voz trêmula.
Os dois ficaram ali, lado a lado, olhando para o teto.
Lentamente, null virou de lado, puxou-a suavemente para junto de si e a envolveu num abraço quente e protetor.
O coração dela batia forte.
Ele beijou de leve o topo da cabeça dela.
— Dorme… eu tô aqui.
Ela fechou os olhos e, pela primeira vez desde o incidente, dormiu em paz.
Ele, por sua vez, não dormiu logo.
Ficou um tempo apenas sentindo o cheiro dela, o corpo pequeno encaixado no dele.
E pensando que não queria mais sair dali.
Na manhã seguinte, ela acordou primeiro e sorriu ao ver que ele ainda estava ali, respirando tranquilo, a testa colada ao cabelo dela.
Ele parecia… em paz.
Quando ele abriu os olhos e a viu olhando para ele, sorriu.
— Bom dia.
— Bom dia.
Ele esticou o braço, fazendo carinho na bochecha dela.
— Obrigado por me deixar ficar.
— Eu que agradeço… você não faz ideia do quanto me fez bem.
Ele a beijou de leve na testa e se levantou.
As noites foram passando, e ele estava lá. Sempre.
No ponto de ônibus, com aquele sorriso discreto e olhar atento.
Ela descia e o encontrava, e o mundo parecia desacelerar.
Caminhavam juntos, às vezes em silêncio, outras vezes rindo como velhos amigos.
Mas, em todas as vezes, havia aquele fio invisível puxando um para o outro.
null passou a entrar com ela, sem cerimônias.
Jantavam juntos, conversavam sobre tudo:
Música, sonhos, família, medo.
Ela contava sobre o susto que ainda sentia nas madrugadas.
Ele confessava o cansaço, a cobrança constante, a pressão que às vezes tirava o sono.
E, pouco a pouco, dormiam juntos.
Primeiro, deitados lado a lado, sem se tocarem muito.
Depois, com ela deitada no peito dele, sentindo o coração dele bater calmo.
E ele dormindo melhor do que dormia há meses.
Eles se tornaram refúgio um do outro.
Em uma dessas noites, depois de um filme e um prato de macarrão improvisado, ele olhou pra ela, sério:
— Você sabe que eu não venho aqui só por preocupação, né?
Ela arregalou os olhos.
— Não?
— Eu venho porque eu quero te ver. Porque você me faz bem. Porque eu durmo em paz do seu lado.
Ela sorriu, tímida, o rosto corando.
— Eu também me sinto assim…
Ele a puxou suavemente para um abraço e sussurrou:
— Quero você perto sempre, null.
Ela não respondeu. Só deitou o rosto na curva do pescoço dele, sentindo o cheiro confortável e se perguntando quando aquele homem tinha se tornado tão importante.
Em uma manhã, enquanto ele saía apressado para a agenda do dia, virou-se para ela na porta do apartamento e disse:
— Amanhã… não precisa cozinhar. Janta comigo lá em casa?
Ela sorriu.
— Você vai cozinhar?
Ele riu alto.
— Não! Mas eu comprei comida boa. E… queria te receber lá.
Ela sentiu o estômago apertar, animada e nervosa.
— Tá bom. Eu adoraria.
null chegou no apartamento de null com um frio na barriga. Mesmo ele segurando a mão dela ainda era irreal aquilo.
Ele abriu a porta com aquele sorriso que já a desarmava por completo.
— Entra… fica à vontade.
O apartamento dele era aconchegante, elegante e ao mesmo tempo simples.
O perfume dele parecia impregnado nas paredes.
Na mesa, caixas de comida tailandesa cuidadosamente dispostas, taças já servidas de vinho.
— Eu avisei que não sabia cozinhar, mas sei pedir bem — ele brincou, puxando a cadeira pra ela sentar.
Durante o jantar, eles riram, conversaram sobre as semanas que passaram juntos, como aquilo tinha virado algo que nenhum dos dois esperava.
Em certo momento, null parou de falar e apenas olhou para ela.
Longo, silencioso, intenso.
— O que foi? — ela sussurrou, mexendo na taça.
— Eu estou completamente apaixonado por você, null. Desde o primeiro momento em que te vi naquele ponto… eu só não tinha coragem de admitir.
O coração dela quase parou.
— Eu… — ela respirou fundo, a voz falhando — eu também estou, null.
Ele se levantou, contornou a mesa e parou na frente dela.
Ajoelhou-se, segurando o rosto dela entre as mãos, os olhos fixos nos dela.
— Me diz que eu posso te beijar.
Ela sorriu, emocionada.
— Você já pode tudo.
O beijo veio suave no começo.
Calmo, respeitoso, mas carregado de desejo contido.
Logo, as mãos dele deslizaram pelos cabelos dela, e o beijo se aprofundou, quente, lento, faminto.
null a ergueu pela cintura, e ela entrelaçou as pernas ao redor dele, rindo entre beijos.
Foram até o quarto dele, tropeçando em risos e suspiros.
Ali, ele a deitou com cuidado, como se ela fosse algo precioso.
Primeiro retirou as próprias roupas, enquanto null o admirava. Depois foi a vez dela, olhou profundamente nos olhos dele, enquanto deslizava as calças para fora do corpo, bem como a camisa e as roupas íntimas. null olhava para ela com um olhar carregado de desejo e admiração, como se ter aquela mulher em sua cama, daquela forma fosse o melhor sonho de todos.
Foi se aproximando e começou a beijar o corpo dela pelos pés, foi subindo com a boca pelos tornozelos, canelas, joelhos e coxas, ali ele percorreu uma área maior, indo com a boca desde as laterais externas quanto as internas, null sentia seu corpo todo aquecer e formigar, aquela boca macia e quente era uma das coisas mais gostosas que já tinham tocado seu corpo. Subiu mais a boca para a virilha e logo alcançou sua intimidade, antes de começar os trabalhos ali, olhou para o rosto dela, como se pedisse algum tipo de permissão, e em resposta ela enfiou os dedos no emaranhado dos cabelos dele e o direcionou para o local. o primeiro toque foi com a lingua quente, null sentiu a eletricidade mais forte dessa vez, conforme a lingua dele passeava por toda a sua intimidade, seus mamilos ficaram enrijecidos, o corpo arrepiava de prazer e o gemido contido saia de seus lábios. A mão continuava enfiada nos cabelos dele e ela dava pequenos puxões quando o prazer aumentava. null dava pequenos sorrisos enquanto trabalhava ali. Mas null começou a gemer mais alto quando ele começou a chupar ela, a boca dele trabalhava extremamente bem em todos os sentidos, no profissional, no pessoal e no sexual, a cada nova chupada, um gemido mais alto, um corpo mais quente e um prazer inenarrável. .
Ele explorava cada pedacinho dela com calma, como se tivesse todo o tempo do mundo, querendo decorar cada reação, cada suspiro.
E ela se entregava, confiante, segura, sabendo que estava exatamente onde deveria estar.
O primeiro orgasmo da noite veio quando a língua dele tinha escorregado para dentro dela, uma de suas mãos usava os dedos para estimular o clitóris e a outra mão livre brincava com um de seus mamilos. A onda de calor, e o auge do prazer fizeram com que a mulher tivesse breves espasmos, contorcendo um pouco o corpo e o gemido saísse mais alto do que ela gostaria, não por não ter sido gostoso, mas porque odiava ser escandalosa e os vizinhos dele não precisavam saber o que ele estava fazendo. null mesmo parecia não se importar, lambeu os lábios depois de experimentar o gosto do prazer dela e subiu a boca diretamente para a de null, começando outro beijo, dessa vez mais selvagem e avassalador.
Quando finalmente os corpos se uniram foi um encaixe perfeito. Corpos e almas em sintonia, como se fossem feitos um para o outro. null encaixado no meio das pernas dela, null com as penas ao redor da cintura dele e ele a preenchendo lenta e calmamente, como se aquilo fosse a única coisa que faltava para que se sentissem completos. Como a peça de quebra cabeça que faltava para completar a imagem. As estocadas foram alternando entre rápidas e fortes e lentas e precisas, as unhas de null se enfiaram nas costas dele, sem que nenhum dos dois se preocupassem se ficariam marcadas ou não e a boca no pescoço dela que recebia beijos e leves mordidinhas.
A posição foi trocada, dessa vez null estava deitado e null estava por cima, uma perna do lado a outra de seu corpo e a banda que batia com força nas coxas dele, conforme ela subia e descia, ele a admirava enquanto ela gemia baixo seu nome, subindo e descendo. Era como uma joia aos olhos dele. Quando finalmente null deu sinais de que estava chegando em seu ápice, com a respiração entrecortada, os sussurros roucos, null começou a intensificar as sentadas, se estimulando junto, queria ter mais um orgasmo aquela noite, queria que ele a fizesse gozar tão gostoso daquela forma, como fez com a boca e conseguiu, primeiro ele se desfez em prazer, atingindo o auge da noite, corpo tremendo brevemente com os espasmos e as mãos segurando firme a cintura de null, que continuava investido mais rápido e mais fundo, até perder as forças das pernas que tremiam também de prazer, seu corpo curvando para trás e suas mãos apoiadas no corpo de null, anunciavam que ela também estava gozando o que o deixou aquele momento de prazer ainda mais gostoso para ele, tinha conseguido fazer a mulher gozar duas vezes, ele gostava de sentir prazer, mas gostava ainda mais de dar.
Depois, ficaram abraçados, ele passando os dedos devagar nas costas dela, e ela com o rosto escondido no pescoço dele.
— Eu prometo — ele disse, baixinho.
— Promete o quê? — ela perguntou, sonolenta.
— Que eu nunca mais deixo você dormir sozinha.
Ela sorriu contra a pele dele.
— Eu também prometo.
Dormiram juntos.
Paz.
Cumplicidade.
E um sentimento que só crescia.
Não sabiam até quando conseguiram cumprir aquela promessa, mas estavam satisfeitos com o que tinham e teriam no futuro.
Ou pelo menos gostava, até sentir o primeiro toque gelado da realidade. Um braço puxou seu ombro de repente. Um sussurro rouco, em coreano:
— Passa a bolsa. Agora.
Ela congelou. O coração martelou forte no peito. Por um segundo, ficou sem reação. O medo travava sua voz, o corpo tremia, e tudo que conseguiu fazer foi tentar recuar, tropeçando na própria sombra.
E então, ele apareceu.
— Ei! — a voz masculina, firme, rasgou o silêncio.
null não pensou. O instinto veio primeiro. Viu a cena a poucos passos de casa e, antes que pudesse racionalizar, já corria na direção deles. Empurrou o homem com força, afastando-o de null. O assaltante caiu e saiu correndo, sem olhar para trás.
null olhou para ela. E parou.
null tremia. O rosto pálido, olhos marejados. Ele se aproximou devagar.
— Você está bem? — perguntou suavemente, embora seu peito estivesse acelerado.
Ela apenas assentiu, ainda em choque. Mas quando o encarou, algo nela desmoronou.
— V-você... — a voz saiu falha, surpresa, quase um sussurro. Ela o reconheceu.
Os olhos dele suavizaram. Ele sabia exatamente quem era ela? Não. Mas naquele momento, não importava.
— Vem — ele disse, oferecendo a mão. — Eu te levo até em casa.
Eles caminharam em silêncio. null ainda sentia o coração descompassado, mas, de alguma forma, a presença dele a fazia respirar melhor.
null olhava discretamente para o lado, estudando-a.
"Ela poderia ser minha irmã..." pensou. Mas havia algo mais. Algo estranho. O rosto dela, tão delicado, contrastava com o olhar assustado e perdido. Ele queria protegê-la. Queria que ela soubesse que não precisava mais ter medo.
Chegando à porta do prédio, ele parou e respirou fundo.
— Você mora aqui perto de mim — ele sorriu de leve. — Eu nunca te vi antes.
— Eu... eu também não... — ela gaguejou. Depois, num impulso: — Eu sou brasileira... trabalho muito... quase não paro em casa.
Ele assentiu, compreensivo.
— E hoje quase aconteceu algo terrível. — Ele encarou seus olhos por um segundo mais longo. — Poderia ter sido minha irmã naquela situação.
null passou a língua pelos lábios, nervoso.
— Eu vou te acompanhar até em casa, todos os dias, a partir de hoje.
Ela arregalou os olhos.
— Você não precisa, eu acho que nem pode, você é… famoso, não é?
— Preciso e posso, sim. — A voz saiu decidida, sem espaço para recusa. — Prometo.
null sentiu o peito apertar. Não sabia o que era mais surreal: ter sido atacada, ou estar ali, diante do próprio null, fazendo uma promessa para ela.
E, pela primeira vez naquela noite, ela sorriu de volta. Um sorriso pequeno, tímido, mas sincero.
null virou as costas para ir embora, mas sentiu o coração acelerar.
"O que foi isso?" perguntou-se.
E null encostou-se à porta, o coração ainda descompassado.
"Ele não é só o null. Ele é um homem que me fez sentir segura."
Naquela noite, nenhum dos dois dormiu cedo. Cada um, do seu lado da rua, sentia que algo havia mudado.
null ajustou o boné baixo na cabeça, enfiou as mãos nos bolsos e soltou um suspiro longo. O ponto de ônibus estava vazio naquela hora, iluminado apenas por uma luz amarela suave. Ele estava ali fazia quase quinze minutos. Poderia ter mandado um carro, poderia ter pedido para alguém acompanhá-la… mas não.
Ele queria vê-la de novo.
"Que loucura, null" — pensou consigo mesmo, encarando a calçada à sua frente. Não era só sobre proteger. Não era só sobre senso de responsabilidade. Era sobre ela.
Ele não conseguia tirar da cabeça o jeito como ela o olhou na noite anterior — assustada, vulnerável, mas com uma doçura que o desmontou. E aquele sorriso tímido, no final… Deus, aquilo ficou gravado na memória dele.
Um ônibus parou. Não era o dela. Outro minuto, outro ônibus. Nada.
Ele olhou o relógio. Ela deveria pegar o das 22h40, certo?
Seu coração disparou sem razão quando viu o próximo farol se aproximar. O ônibus freou. A porta se abriu. E lá estava ela.
null desceu devagar, o olhar distraído, provavelmente cansada. Mas logo seus olhos encontraram o dele, parado ali, encostado na estrutura de metal do ponto.
Ela parou por um segundo, surpresa. — Oppa...?
Ele sorriu.
— Eu disse que viria.
Ela mordeu o lábio inferior, sem saber como reagir.
— Você não precisava…
— Eu quis. — A resposta saiu mais rápida do que ele pretendia. Quente. Honesta.
null a observou. O cabelo dela preso de qualquer jeito, o rosto limpo, sem maquiagem… e ainda assim, linda. Ele tentou afastar esse pensamento, mas era impossível.
O jeito como ela caminhava até ele, a forma como o olhava, inocente e ao mesmo tempo desconcertada…
"Isso não é só preocupação, null."
Ele respirou fundo.
— Vamos? — perguntou, oferecendo o braço de forma brincalhona, tentando aliviar a tensão.
Ela riu baixinho e aceitou. Caminharam lado a lado pela rua silenciosa.
Ele sentia o calor do braço dela encostando de leve no dele, mesmo com a jaqueta entre eles. Sentia o perfume simples dela, quase imperceptível, mas que grudava na memória. E sentia, acima de tudo, vontade de conhecê-la melhor.
Cada passo era um desafio. Porque a vontade que tinha era de segurá-la pela cintura, puxá-la para mais perto, dizer que não sabia o motivo — mas que não queria deixá-la sozinha nunca mais.
— Como foi seu dia? — ele perguntou, num tom baixo, querendo puxar conversa, querendo ouvir a voz dela.
Ela sorriu de lado, tímida.
— Cansativo… mas agora parece mais leve.
Ele a olhou de relance.
— Fico feliz por isso.
O caminho até o prédio foi rápido demais para o gosto dele. Quando chegaram na porta, null virou-se devagar.
— Obrigada por isso… de verdade.
— Não precisa agradecer — respondeu, com um sorriso suave. Mas, por dentro, o coração estava um caos.
Ela hesitou.
— Boa noite, null-oppa.
O som do nome dele, na voz dela… Ele não conseguia explicar o porquê, mas fez sua pele arrepiar.
Ela entrou no prédio.
E ele ficou ali parado, sozinho na calçada, olhando a porta fechar devagar.
null passou a mão no rosto, soltando um suspiro frustrado.
"Você tá ferrado, null."
E sabia disso.
Naquela noite, ele não dormiu.
Os dias foram passando, e a cena se repetia.
Toda noite, lá estava ele.
No começo, null não sabia como reagir. Sentia-se nervosa, ansiosa, e um pouco envergonhada. Não era só por ser fã. Era a presença dele. Era o jeito protetor, o sorriso fácil, a gentileza que não parecia obrigação.
Na terceira noite em que null apareceu no ponto de ônibus, ela já não ficava mais tão surpresa.
Na quinta, passou o dia todo esperando ansiosa para vê-lo de novo.
Ele sempre estava lá, com um sorriso discreto e um "Vamos?" suave, estendendo o braço.
E aquilo foi, aos poucos, aquecendo algo dentro dela.
Caminhar com ele até em casa virou o momento favorito do dia. Eles conversavam pouco no início — sobre o trabalho dela, sobre a correria da vida dele, sobre o clima… coisas simples. Mas cada palavra vinha carregada de um carinho sutil.
Na sétima noite, quando ela desceu do ônibus e viu que ele já a esperava encostado no mesmo ponto, com as mãos nos bolsos e o olhar tranquilo, o coração dela disparou.
Ele sorriu ao vê-la.
— Achei que hoje você ia me dar um bolo.
Ela riu, sentindo as bochechas corarem. — Nunca.
Ele ofereceu o braço, como sempre. Mas, dessa vez, quando ela aceitou, seus dedos roçaram levemente na pele dele. null respirou fundo, fechando os olhos por um segundo.
Ela sentiu.
— Você deve estar cansado — ela comentou, observando as olheiras leves no rosto dele.
— Tô… mas quando te vejo, parece que o peso some.
Ela parou de andar, surpresa. Olhou para ele.
Ele percebeu o que disse e riu, envergonhado.
— Desculpa… foi brega, né?
— Um pouco — ela sussurrou, sorrindo. Mas o coração dela estava derretendo.
Chegaram em frente ao prédio dela e, dessa vez, ela não teve pressa em se despedir.
— Quer subir pra um café? — perguntou, com a voz baixinha, surpresa por ter coragem.
Ele a olhou.
Por um segundo longo demais, o olhar dele ficou preso ao dela.
Mas ele negou com um sorriso doce.
— Não hoje… você precisa descansar. Eu também.
Ela assentiu, mas por dentro sentia um nó apertado.
Quando entrou em casa, jogou a bolsa no sofá e encostou-se à porta.
Fechou os olhos.
"O que está acontecendo comigo?"
Não era mais só admiração. Não era só gratidão.
Era sentir saudade antes mesmo dele ir embora.
Era pensar nele no meio do expediente.
Era imaginar se o cabelo dele estava bagunçado, se ele estava bem alimentado, se tinha dormido direito.
Era se perguntar como seria sentir o cheiro do pescoço dele de perto.
Naquela noite, null demorou para dormir. E quando finalmente pegou no sono, sonhou com ele.
Do lado de fora, na rua, null ainda olhava para a porta fechada, lutando com o mesmo pensamento:
"O que eu vou fazer com esse sentimento que só cresce?"
Na décima noite em que ele apareceu no ponto, null sentiu o coração bater descompassado só de ver a silhueta dele encostada no poste.
Era automático já. Natural. Como se ele fizesse parte da rotina dela desde sempre.
Quando desceu do ônibus e seus olhos encontraram os dele, percebeu algo diferente no olhar de null.
Era mais intenso.
Mais atento.
Quase faminto.
Caminharam lado a lado, conversando sobre banalidades, mas o silêncio entre frases era carregado.
Ele parecia distraído, e ela também.
Chegaram na porta do prédio e, dessa vez, null não pensou duas vezes. — null… você quer subir pra jantar comigo?
A voz dela saiu mais baixa do que pretendia. Ela prendeu a respiração, esperando a resposta.
null parou. Olhou para ela, sério. Como se considerasse o risco daquilo. Como se soubesse que, depois desse passo, não teria mais volta.
— Quero. — respondeu, sem hesitar.
Subiram juntos. O elevador parecia pequeno demais, o silêncio parecia alto demais, e o ar… quente demais.
Assim que entraram no apartamento, ela tirou o casaco, tentando agir natural.
— Eu ia fazer algo simples… macarrão com molho branco.
— Parece perfeito — ele disse, sorrindo, sentando-se no balcão da cozinha, os cotovelos apoiados, o olhar fixo nela.
Ela tentava ignorar o fato de que ele a observava o tempo todo, mas era impossível.
O olhar de null queimava.
Ela sentia as bochechas corarem enquanto picava o alho.
— Você sempre cozinha sozinha? — ele perguntou, quebrando o silêncio.
— Quase sempre. Gosto de cozinhar… me acalma.
— Deve cozinhar muito bem.
Ela riu, sem olhar pra ele.
— Você nem provou ainda.
— Não preciso. Só de ver a dedicação já sei.
A voz dele soava mais grave, mais baixa. Quando se virou para pegar o parmesão na geladeira, deu de cara com ele… muito mais perto do que antes.
null estava a centímetros dela.
Os olhos nos olhos dela.
O cheiro dele, quente e confortável, invadindo o espaço pequeno.
— null… — ele sussurrou.
Ela sentiu o coração saltar.
— O-oi…
Ele sorriu de leve.
— Eu não sei o que você tem… mas eu não consigo mais ficar longe.
O mundo pareceu parar.
Ela encarou aqueles olhos castanhos, sinceros, e sentiu a pele arrepiar.
— Eu também não… — ela confessou, num fio de voz.
O silêncio pesou entre eles. Ele se inclinou um pouco mais… e ela podia sentir a respiração dele batendo no rosto dela.
Mas null fechou os olhos, respirou fundo e deu um passo pra trás, sorrindo sem graça.
— Vamos jantar primeiro, antes que eu faça besteira.
Ela riu, nervosa, o coração aos pulos. Voltaram para o jantar, mas as mãos tremiam enquanto mexia o molho.
Sentaram-se à mesa, e a conversa voltou a fluir, mais leve, mas o olhar dele seguia atento, quase faminto.
Durante a refeição, as mãos se tocaram sem querer.
Nenhum dos dois se afastou.
Quando terminaram de comer, ele ajudou a lavar a louça.
E, depois, ficaram sentados no sofá, lado a lado, sem coragem de dizer o que queriam de verdade.
Até que ela soltou, num sussurro: — Eu não quero que você vá embora hoje.
null a olhou.
A respiração dele falhou por um segundo. — Eu também não quero ir.
O resto… foi silêncio.
Olhares.
E a certeza de que, dali pra frente, nenhum dos dois dormiria sozinho de novo.
A tensão entre eles era palpável.
null ficou ali, parado no meio da sala, enquanto null fechava a porta atrás deles.
Por um segundo, eles apenas se olharam.
— Eu... — ela começou, sem saber o que dizer.
Ele sorriu, suave.
— Só quero ficar aqui. Perto de você.
Ela assentiu, o coração disparado.
— Vem… — disse, pegando na mão dele e puxando-o até o quarto.
Ele olhou o ambiente simples, acolhedor.
Ela se sentou na beirada da cama, insegura.
— Você pode dormir aqui… eu durmo no sofá, se quiser.
null soltou uma risada baixa.
— Não. Não quero distância.
Ela olhou pra ele, surpresa.
— Você tem certeza?
— Tenho.
Ele tirou os sapatos e deitou-se ao lado dela, por cima da colcha, ainda todo vestido.
Ela ficou um segundo imóvel… até sentir a mão dele alcançar a dela.
Entrelaçou seus dedos nos dela, apertando de leve.
— Está tudo bem agora — ele sussurrou.
— Obrigada por ficar — ela respondeu, a voz trêmula.
Os dois ficaram ali, lado a lado, olhando para o teto.
Lentamente, null virou de lado, puxou-a suavemente para junto de si e a envolveu num abraço quente e protetor.
O coração dela batia forte.
Ele beijou de leve o topo da cabeça dela.
— Dorme… eu tô aqui.
Ela fechou os olhos e, pela primeira vez desde o incidente, dormiu em paz.
Ele, por sua vez, não dormiu logo.
Ficou um tempo apenas sentindo o cheiro dela, o corpo pequeno encaixado no dele.
E pensando que não queria mais sair dali.
Na manhã seguinte, ela acordou primeiro e sorriu ao ver que ele ainda estava ali, respirando tranquilo, a testa colada ao cabelo dela.
Ele parecia… em paz.
Quando ele abriu os olhos e a viu olhando para ele, sorriu.
— Bom dia.
— Bom dia.
Ele esticou o braço, fazendo carinho na bochecha dela.
— Obrigado por me deixar ficar.
— Eu que agradeço… você não faz ideia do quanto me fez bem.
Ele a beijou de leve na testa e se levantou.
As noites foram passando, e ele estava lá. Sempre.
No ponto de ônibus, com aquele sorriso discreto e olhar atento.
Ela descia e o encontrava, e o mundo parecia desacelerar.
Caminhavam juntos, às vezes em silêncio, outras vezes rindo como velhos amigos.
Mas, em todas as vezes, havia aquele fio invisível puxando um para o outro.
null passou a entrar com ela, sem cerimônias.
Jantavam juntos, conversavam sobre tudo:
Música, sonhos, família, medo.
Ela contava sobre o susto que ainda sentia nas madrugadas.
Ele confessava o cansaço, a cobrança constante, a pressão que às vezes tirava o sono.
E, pouco a pouco, dormiam juntos.
Primeiro, deitados lado a lado, sem se tocarem muito.
Depois, com ela deitada no peito dele, sentindo o coração dele bater calmo.
E ele dormindo melhor do que dormia há meses.
Eles se tornaram refúgio um do outro.
Em uma dessas noites, depois de um filme e um prato de macarrão improvisado, ele olhou pra ela, sério:
— Você sabe que eu não venho aqui só por preocupação, né?
Ela arregalou os olhos.
— Não?
— Eu venho porque eu quero te ver. Porque você me faz bem. Porque eu durmo em paz do seu lado.
Ela sorriu, tímida, o rosto corando.
— Eu também me sinto assim…
Ele a puxou suavemente para um abraço e sussurrou:
— Quero você perto sempre, null.
Ela não respondeu. Só deitou o rosto na curva do pescoço dele, sentindo o cheiro confortável e se perguntando quando aquele homem tinha se tornado tão importante.
Em uma manhã, enquanto ele saía apressado para a agenda do dia, virou-se para ela na porta do apartamento e disse:
— Amanhã… não precisa cozinhar. Janta comigo lá em casa?
Ela sorriu.
— Você vai cozinhar?
Ele riu alto.
— Não! Mas eu comprei comida boa. E… queria te receber lá.
Ela sentiu o estômago apertar, animada e nervosa.
— Tá bom. Eu adoraria.
null chegou no apartamento de null com um frio na barriga. Mesmo ele segurando a mão dela ainda era irreal aquilo.
Ele abriu a porta com aquele sorriso que já a desarmava por completo.
— Entra… fica à vontade.
O apartamento dele era aconchegante, elegante e ao mesmo tempo simples.
O perfume dele parecia impregnado nas paredes.
Na mesa, caixas de comida tailandesa cuidadosamente dispostas, taças já servidas de vinho.
— Eu avisei que não sabia cozinhar, mas sei pedir bem — ele brincou, puxando a cadeira pra ela sentar.
Durante o jantar, eles riram, conversaram sobre as semanas que passaram juntos, como aquilo tinha virado algo que nenhum dos dois esperava.
Em certo momento, null parou de falar e apenas olhou para ela.
Longo, silencioso, intenso.
— O que foi? — ela sussurrou, mexendo na taça.
— Eu estou completamente apaixonado por você, null. Desde o primeiro momento em que te vi naquele ponto… eu só não tinha coragem de admitir.
O coração dela quase parou.
— Eu… — ela respirou fundo, a voz falhando — eu também estou, null.
Ele se levantou, contornou a mesa e parou na frente dela.
Ajoelhou-se, segurando o rosto dela entre as mãos, os olhos fixos nos dela.
— Me diz que eu posso te beijar.
Ela sorriu, emocionada.
— Você já pode tudo.
O beijo veio suave no começo.
Calmo, respeitoso, mas carregado de desejo contido.
Logo, as mãos dele deslizaram pelos cabelos dela, e o beijo se aprofundou, quente, lento, faminto.
null a ergueu pela cintura, e ela entrelaçou as pernas ao redor dele, rindo entre beijos.
Foram até o quarto dele, tropeçando em risos e suspiros.
Ali, ele a deitou com cuidado, como se ela fosse algo precioso.
Primeiro retirou as próprias roupas, enquanto null o admirava. Depois foi a vez dela, olhou profundamente nos olhos dele, enquanto deslizava as calças para fora do corpo, bem como a camisa e as roupas íntimas. null olhava para ela com um olhar carregado de desejo e admiração, como se ter aquela mulher em sua cama, daquela forma fosse o melhor sonho de todos.
Foi se aproximando e começou a beijar o corpo dela pelos pés, foi subindo com a boca pelos tornozelos, canelas, joelhos e coxas, ali ele percorreu uma área maior, indo com a boca desde as laterais externas quanto as internas, null sentia seu corpo todo aquecer e formigar, aquela boca macia e quente era uma das coisas mais gostosas que já tinham tocado seu corpo. Subiu mais a boca para a virilha e logo alcançou sua intimidade, antes de começar os trabalhos ali, olhou para o rosto dela, como se pedisse algum tipo de permissão, e em resposta ela enfiou os dedos no emaranhado dos cabelos dele e o direcionou para o local. o primeiro toque foi com a lingua quente, null sentiu a eletricidade mais forte dessa vez, conforme a lingua dele passeava por toda a sua intimidade, seus mamilos ficaram enrijecidos, o corpo arrepiava de prazer e o gemido contido saia de seus lábios. A mão continuava enfiada nos cabelos dele e ela dava pequenos puxões quando o prazer aumentava. null dava pequenos sorrisos enquanto trabalhava ali. Mas null começou a gemer mais alto quando ele começou a chupar ela, a boca dele trabalhava extremamente bem em todos os sentidos, no profissional, no pessoal e no sexual, a cada nova chupada, um gemido mais alto, um corpo mais quente e um prazer inenarrável. .
Ele explorava cada pedacinho dela com calma, como se tivesse todo o tempo do mundo, querendo decorar cada reação, cada suspiro.
E ela se entregava, confiante, segura, sabendo que estava exatamente onde deveria estar.
O primeiro orgasmo da noite veio quando a língua dele tinha escorregado para dentro dela, uma de suas mãos usava os dedos para estimular o clitóris e a outra mão livre brincava com um de seus mamilos. A onda de calor, e o auge do prazer fizeram com que a mulher tivesse breves espasmos, contorcendo um pouco o corpo e o gemido saísse mais alto do que ela gostaria, não por não ter sido gostoso, mas porque odiava ser escandalosa e os vizinhos dele não precisavam saber o que ele estava fazendo. null mesmo parecia não se importar, lambeu os lábios depois de experimentar o gosto do prazer dela e subiu a boca diretamente para a de null, começando outro beijo, dessa vez mais selvagem e avassalador.
Quando finalmente os corpos se uniram foi um encaixe perfeito. Corpos e almas em sintonia, como se fossem feitos um para o outro. null encaixado no meio das pernas dela, null com as penas ao redor da cintura dele e ele a preenchendo lenta e calmamente, como se aquilo fosse a única coisa que faltava para que se sentissem completos. Como a peça de quebra cabeça que faltava para completar a imagem. As estocadas foram alternando entre rápidas e fortes e lentas e precisas, as unhas de null se enfiaram nas costas dele, sem que nenhum dos dois se preocupassem se ficariam marcadas ou não e a boca no pescoço dela que recebia beijos e leves mordidinhas.
A posição foi trocada, dessa vez null estava deitado e null estava por cima, uma perna do lado a outra de seu corpo e a banda que batia com força nas coxas dele, conforme ela subia e descia, ele a admirava enquanto ela gemia baixo seu nome, subindo e descendo. Era como uma joia aos olhos dele. Quando finalmente null deu sinais de que estava chegando em seu ápice, com a respiração entrecortada, os sussurros roucos, null começou a intensificar as sentadas, se estimulando junto, queria ter mais um orgasmo aquela noite, queria que ele a fizesse gozar tão gostoso daquela forma, como fez com a boca e conseguiu, primeiro ele se desfez em prazer, atingindo o auge da noite, corpo tremendo brevemente com os espasmos e as mãos segurando firme a cintura de null, que continuava investido mais rápido e mais fundo, até perder as forças das pernas que tremiam também de prazer, seu corpo curvando para trás e suas mãos apoiadas no corpo de null, anunciavam que ela também estava gozando o que o deixou aquele momento de prazer ainda mais gostoso para ele, tinha conseguido fazer a mulher gozar duas vezes, ele gostava de sentir prazer, mas gostava ainda mais de dar.
Depois, ficaram abraçados, ele passando os dedos devagar nas costas dela, e ela com o rosto escondido no pescoço dele.
— Eu prometo — ele disse, baixinho.
— Promete o quê? — ela perguntou, sonolenta.
— Que eu nunca mais deixo você dormir sozinha.
Ela sorriu contra a pele dele.
— Eu também prometo.
Dormiram juntos.
Paz.
Cumplicidade.
E um sentimento que só crescia.
Não sabiam até quando conseguiram cumprir aquela promessa, mas estavam satisfeitos com o que tinham e teriam no futuro.
Fim
Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Sim, Nao achei justo dar palco somente para monalisa e então essa veio inspirada em Sweet Dreams (Não consegui colocar o nome da fic igual ao da musica :()kkkkkkk.Espero que goste e não esquece de comentar, ok?
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.
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