Última atualização: 04/05/2018

Capítulo Único



Senti algo roçar no meu pé, deslizando e subindo pelas minhas pernas. Abri meus olhos, preguiçosamente, fitando a coberta se movimentando. Sorri, colocando a cabeça para dentro da coberta, observando John, meu gato, ronronar e vir até mim.
- Bom dia, filho! - sussurrei, passando a mão sobre o seu pelo. Ele miou ainda ronronando. - Veio acordar a mamãe? - ele miou de novo, dessa vez mais alto. Olhei para o meu lado, observando um corpo masculino, de costas, dormindo relaxado, respirando tranquilamente enquanto ressonava baixo. - Vamos acordar esse preguiçoso também? - falei, deixando John sobre a cama e me aproximando de . Sorri, passando a mão sobre o seu braço descoberto, descendo para o seu peito, nos colocando num abraço. Beijei seu pescoço e bochecha. Ele se remexeu, abrindo devagar os olhos, tentando focalizar a sua visão. - Bom dia, flor do dia! - sussurrei em seu ouvido. Ele sorriu, abrindo completamente os olhos e me fitando, segurando minha mão em seu peito.
- Bom dia, amor. - respondeu com a voz rouca de sono. se virou de frente pra mim, abraçando a minha cintura. Viu John entre nós e riu. - Bom dia, John. Veio acordá-la de novo, né?
- Ele é meu despertador! - ri, dando de ombros. Coloquei minha mão direita sobre a sua nuca, passando meus dedos sobre a mesma. - Quais os planos pra hoje?
- Hm… - fez, retirando o gato de perto de nós, colocando-o delicadamente do outro lado. Mordi o lábio, fitando-o. abraçou novamente a minha cintura, colocando o rosto entre meu pescoço e ombro, distribuindo beijos por toda essa extensão, fazendo-me arrepiar. - Eu queria passar o dia todo na cama com você.
- Eu também queria, você sabe. - falei, fechando os olhos e apreciando o carinho. - Mas meu irmão vem para Londres hoje, e nós prometemos sair com ele e a Cindy.
- Ele vai entender. - falou com a voz abafada, ainda beijando meu pescoço, descendo para o meu colo. Ri, porque eu sabia onde aquilo iria dar.
- Amor! - chamei, puxando seu rosto de volta, fazendo-o me fitar. Ele sorriu de lado, aquele sorrisinho fofo que ele sabia que eu não conseguia resistir. - É sério, a gente tem que decidir aonde vamos levá-los.
- Mas tá cedo! - choramingou, puxando a coberta para cima de nós, tampando nossas cabeças. - Se a gente se esconder, ele não vai nos achar.
- Como você é maduro. - ri, segurando seu rosto e aproximando o meu. - Anda logo! - pedi, dando um selinho demorado nele. Eu ia me afastar, mas ele me puxou de volta, grudando nossos lábios devagar, sugando meu lábio inferior. Fechei os olhos, correspondendo ao beijo. Sua boca era quente e seu toque era tão macio, impossível não corresponder. Sua mão apertou minha cintura, adentrando a camiseta dele que eu vestia, subindo delicadamente até minhas costas nuas, passeando os dedos sobre elas. Enfiei meus dedos em seus cabelos, puxando-os um pouco. num movimento rápido, puxou-me para cima de seu quadril, fazendo-me sentar ali, mas sem parar de me beijar. Ok, eu estava perdendo o controle de novo. Arght, te odeio, ! Desgrudei nossas bocas, que agora estavam bem vermelhas, ele me olhou esperando eu voltar a beijá-lo, mas apenas sorri. - Para de tentar me dissuadir.
- Eu não fiz nada. - se defendeu, sorrindo ladino, apertando as mãos na minha cintura. Cerrei os olhos, balançando a cabeça. - Qual é, , nem uma rapidinha?
- ! - ri, saindo de cima dele. - Larga de ser tarado!
- É crime querer dar uns pegas na minha namorada? - perguntou, defendendo-se. Ri, indo para o banheiro, achei um elástico de cabelo sobre a pia e peguei, prendendo meu cabelo num rabo de cavalo alto. Fitei meu rosto no espelho, sentindo-me feliz, eu estava realmente feliz. E isso, definitivamente, refletia na minha imagem. Abri o armário, pegando minha escova e pasta de dente, fazendo minha higiene, finalmente. Quando sai do banheiro, estava sentado na cama, o cabelo bagunçado, a cara amassada e fazendo carinho em John.
- Ô senhor dengoso?! - o chamei, fazendo-o me olhar. - Vai tomar um banho enquanto eu faço nosso café.
- Vai fazer panqueca? - pediu com os olhinhos brilhando, feito criança. Sorri, assentindo. - Ah, por isso que eu te amo! - sorriu, pulando da cama e vindo até mim, beijando meu rosto todo. Gargalhei alto, sendo levantada do chão.
- Nunca vi gostar tanto de panquecas! - falei rindo. Ele riu, colocando-me no chão.
- Isso não é pela panqueca… - beijou meus lábios rapidamente. - Isso é porque você é linda e eu te amo.
- Ah, seu lindo! - falei, apertando suas bochechas. - Te amo também.
- Vai lá fazer minha panqueca! - pediu, dando um tapinha no meu bumbum.
- Nossa panqueca, né? - corrigi, fitando-o. Ele riu, se direcionando para o banheiro.
- Se sobrar pra você! - riu mais uma vez, entrando no banheiro, enfim.
- Vai ficar gordo! - falei alto. Apenas ouvi sua risada lá dentro. Balancei a cabeça e fui para a cozinha. Depois de preparar a panqueca, estava cortando alguns morangos para colocar com a calda, porque sabia que aquele gordinho gostava disso. O telefone de casa tocou alto. Bufei, não querendo fazer duas coisas ao mesmo tempo. - ? - o chamei, mas não obtive resposta. - ? - tentei de novo e logo um ser muito cheiroso apareceu na porta da cozinha, segurando o telefone em mãos. Ele sorriu esperto, apertando o botão para atender.
- Alô? - atendeu enfim, caminhando até mim. - Fala, Zach! - cumprimentou meu irmão, roubando um morango que eu estava cortando. Dei um tapinha na sua mão, fazendo-o me olhar, levantando a sobrancelha. Mostrei língua, afastando os morangos de perto dele. Ele riu, balançando a cabeça e me dando um beijo na bochecha e roubando outro. - Que horas você vem, cara? - perguntou, encostando-se a bancada. - Ah, beleza, então. Vai querer ir à algum lugar específico? - perguntou, prestando atenção na resposta do meu irmão. Terminei de cortar os morangos os colocando na panela junto com o açúcar. - Ok, cara, estamos esperando vocês, então. Falou! - e desligou, deixando o telefone de lado.
- Que horas eles vêm? - perguntei, levando a panela para o fogão, ligando o fogo e começando a mexer.
- Após o almoço. - informou, fitando-me. - A mãe da Cindy fez um almoço para eles ou algo assim. - deu de ombros, cruzando os braços. - Ele disse que ela nunca veio à Londres, por isso quer mostrar alguns lugares a ela.
- Certo, então. - concordei, voltando a prestar atenção no que estava fazendo. foi até a cafeteira, terminar de fazer o café. Suspirei, sorrindo e o fitando. Desde que ele entrou novamente na minha vida, há um ano, ela nunca mais foi a mesma. Ele saiu de Oxford para trabalhar aqui, largou a família, os amigos e a banda. Eu conhecia bem esse sentimento: uma mistura de medo de tudo dar errado e uma coragem enorme para que tudo dê certo. Nos primeiros meses ele alugou um flat pequeno para ele, ficava perto do trabalho e era confortável pra uma pessoa. Nosso relacionamento foi crescendo e ficando cada vez mais intenso. Não tinha como explicar o que acontecia quando estávamos juntos. Tudo parecia tão certo, eu podia ser cem por cento eu mesma e o mesmo dele. Ele passava dias na minha casa, todo final de semana estávamos juntos. Até que ele, num belo dia, virou-se para mim e disse: “Por que não moramos juntos?”, e, bom, aqui estamos alguns meses depois disso.
- Aqui, toma um pouco. - pediu, entregando-me uma caneca com café dentro. Sorri agradecida, aceitando. Desliguei o fogo da calda e levei a panela até a mesa, sentando-me em frente as panquecas. fez o mesmo. Beberiquei o café, sentindo-me aquecida por dentro. - A gente tem que ir à Oxford em breve. Minha mãe está cobrando visitas.
- Então são duas mães. - avisei, lembrando que minha mãe estava reclamando de que eu havia esquecido dela desde que comecei a namorar. Era mentira, é claro. - O Natal está próximo, devíamos preparar algo e juntar nossas famílias, né?
- Acho uma ótima ideia! - sorriu, depois comeu um pedaço da sua panqueca. O fitei, sorrindo. - O quê?
- Você parece uma criança comendo, . - falei, observando-o fazer uma careta e voltar a comer. - Mas uma criança linda!
- Eu sou lindo, né? Eu sei. - piscou todo convencido. Revirei os olhos, voltando a tomar meu café. Ele era lindo, mas eu não ia alimentar o ego dele. Claro que não iria dizer que ele era um dos caras mais lindos que eu já vi na vida, óbvio que não. Nem que o sorriso dele mexia tanto comigo que eu tinha vontade de fazê-lo sorrir o tempo todo só pra vê-lo naqueles lindos lábios. Sem chance de eu dizer isso. Tá doido que eu iria dizer que o beijo dele me fazia arrepiar o corpo todo, que cada toque na minha pele me fazia suspirar? Ah, tá, vai nessa. Ri com os meus próprios pensamentos, fazendo-o me fitar com a sobrancelha levantada. - Que foi agora?
- Te amo. - falei apenas. Ele sorriu, sim, aquele sorriso.
- Te amo também. - e voltou a comer. - E amo essas panquecas.
- Eu sei. - ri, pegando um garfo e pegando um pouco do prato dele.
- Ei! - reclamou, fingindo indignação. - Só vou deixar porque você é bem gostosa.
- Muito obrigada! - agradeci rindo, roubando mais. Hm, eu era boa mesmo nisso!

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- Zachary, me ajuda aqui, né? - pedi, segurando dois sacos de pipocas. Ele riu, soltando-se da namorada e vindo até mim. - Eu já estava pronta para alertar Cindy sobre como você é mal educado.
- Eu? E por que o não veio te ajudar? - rebateu, levantando a sobrancelha.
- Porque eu que ofereci as pipocas e você que falou que queria também. - mostrei a língua. - Larga de ser chato, anda! - mandei, voltando para o lado de e Cindy. Ofereci pipoca para e ele pegou algumas, colocando-as na boca. Olhei a enorme roda gigante ao nosso lado, decidindo se iria mesmo ou se deixava meu medo de altura vencer. Suspirei baixo, enfiando pipoca na boca.
- Eu deixo você apertar a minha mão. - sussurrou ao meu ouvido, depositando um beijo na minha bochecha logo após. Sorri, colando minhas costas em seu peito. - Zach, vamos lá na bilheteria comprar os ingressos.
- Beleza! - meu irmão concordou, entregando a pipoca para a namorada. se soltou de mim, indo ele e Zach para a fila dos ingressos, deixando apenas eu e Cindy.
- Primeira vez em Londres, né? - perguntei, tentando puxar papo. Eu não conhecia muito bem essa namorada de Zach. Qual é, meu irmão é bem “namorador”, como diria dona Lydia.
- Na verdade, eu já vim aqui quando era mais nova, mas não me lembro direito e também não visitei nenhum ponto turístico. - falou, dando de ombros. Balanço a cabeça, entendendo.
- Londres no inverno é muito bonita! - falei, observando algumas decorações natalinas já expostas na cidade. - No Natal também, é claro. Infelizmente, você não vai conseguir ver neve por enquanto, mas volte no final do mês, a gente pode patinar.
- Eu não sou muito boa nisso. - riu, sem jeito.
- Nem eu. - rimos. - Mas é legal a sensação, de qualquer jeito. - dei de ombros, observando os garotos na fila, conversando e rindo animadamente. com certeza sentia falta do melhor amigo. Lembro-me perfeitamente dos dois brincando na sala quando éramos crianças, fazendo bagunça no chão enquanto eu tentava conversar na cozinha com as minhas amigas. Era impossível, porque eles sempre viam nos atormentar. Eu sempre quis ser muito adulta e Zach odiava isso, então, ele fazia de tudo para me implicar. E claro, o ajudava sempre. Observei os dois se aproximarem, novamente.
- Prontas? - Zach perguntou, levantando os ingressos e balançando-os. Fiz uma careta.
- Não tenho certeza! - suspirei de novo, comendo rapidamente as pipocas. riu, tirando o saco de pipocas da minha mão. - Ei!
- Chega de pipoca pra você! - falou, entregando o saco para Zach. - Você está descontando o nervosismo na comida, amor.
- Eu não tô nervosa! - rebati, cruzando os braços e puxando meu casaco para me cobrir do vento frio. Ele levantou a sobrancelha, sorrindo de lado. - Ah, cala a boca!
- Essa mulher é um doce, né? - falou, olhando para Zach e Cindy, que riram. - , vem, não vai acontecer nada.
- Eu posso morrer, ! - falei mais alto. Ele suspirou, cansado.
- Zach, vai indo na frente. Encontramos vocês na fila de entrada! - avisou, fitando meu irmão. Ele assentiu, entrelaçando os dedos nos da namorada e seguiu para a fila. se virou pra mim, aproximando-se devagar. Desviei o olhar, olhando para a London Eye, começava a escurecer e nem eram quatro horas da tarde direito. O problema dessa época era só essa: dias curtos. - Linda, olha aqui! - pediu, colocando as mãos frias sobre o meu rosto, fazendo-me olhá-lo. O fitei a contragosto, fazendo minha melhor cara de “eu não vou me desculpar por isso.” - Você precisa superar esse seu medo. Não vai acontecer nada, eu prometo! - pediu, deslizando o polegar pela minha bochecha. Olha, aí, esse olhar dele me mata!
- Mas… - respirei alto, sem saber direito o que dizer.
- Amor, eu tô prometendo, ok? Eu já prometi algo e não cumpri? - perguntou ainda me fitando. Eu neguei com a cabeça. - Então, só confia em mim, tá?
- Arght! - fiz, dando-me por vencida. - Ok, seu chato! - falei, abraçando sua cintura. - Mas eu não vou me desculpar! - ele riu.
- Não seria a mulher teimosa que eu sou apaixonado, se fizesse isso. - concluiu, beijando o topo da minha cabeça. - Vamos lá! - pediu. Entrelacei meu braço ao dele e deixei que ele nos guiasse até onde meu irmão e a namorada estavam.
- Convenceu a chatinha? - Zach perguntou, rindo da minha cara. Típico dele.
- Vai se danar, Zachary! - mandei, encostando a cabeça no peito de , que me abraçou de lado, aquecendo-me do frio.
- Cara, eu não sei como você aguenta ela, sério! - Zach falou, fitando .
- Vocês dois são irmãos, tá nos genes serem teimosos assim! - falou dando de ombros.
- Ei! - Zach e eu falamos ao mesmo tempo. Cindy e riram.
- Eu disse! - ele falou. - A diferença é que se você fizer o que ela fez, cara, no máximo eu vou te mandar virar homem… - deu de ombros. - Ela, eu já posso resolver de outra forma. - sorriu, roubando-me um selinho.
- Eca, cara! - Zach falou, fazendo uma careta. Rimos. Ficamos alguns bons minutos na fila, esperando as pessoas entrarem. Quando chegou a nossa vez, minhas mãos já estavam mais geladas do que o habitual. entrelaçou nossos dedos, beijando o dorso da minha mão rapidamente, apertou-as e nos guiou para dentro da cabine oval. Algumas pessoas já estavam lá quando entramos, algumas sentadas, mas a maioria em pé com câmeras a postos.
- Você quer se sentar? - perguntou baixo, apontando um lugar vago. Mordi o lábio, negando. - Tem certeza?
- Se eu vou fazer isso, vamos fazer direito. - avisei, puxando-o para perto da vista. Ele parou atrás de mim enquanto eu segurava na barra de ferro a minha frente. Alguns minutos depois, senti um solavanco, fazendo-me fechar os olhos. abraçou-me por trás, colocando a cabeça no espaço entre meu pescoço e ombro, encostando os lábios no mesmo local. Meu olhos fechados fortemente durante a subida, sentindo apenas o balanço da cabine. Apertei minhas mãos com força na barra, arrependendo-me rapidamente de ter aceitado subir. Burrice, , grande burrice!
- , abre os olhos! - sussurrou no meu ouvido. Neguei com a cabeça. - Confia em mim, abre os olhos. - pediu mais uma vez. Vagarosamente eu abri os olhos, focalizando a visão na vista a minha frente. O sol já estava se pondo, a maioria das luzes de Londres já estavam acesas. Minha visão do Big Ben era bem nítida. Soltei um “uau” baixo, fazendo sorrir.
- É lindo! - falei baixo, fitando a cidade inteira dali. Olhei para o lado, onde Zach e Cindy estavam, do mesmo modo que eu, contemplando a vista. Zach falava algo na ouvido dela e Cindy sorria, concordando. Sorri, achando-os fofos. Senti a mão de apertar a minha cintura, fazendo-me sorrir também. É, eu tinha sorte.


- Hm, o cheiro tá bom! - ouvi a voz de Zach entrar na cozinha. Sorri, virando-me para ele. - Desde quando você cozinha?
- Eu sou uma verdadeira chefe, meu caro irmão! - falei, fazendo uma cara convencida.
-MENTIRA! - ouvi a voz de negar da sala. Revirei os olhos.
- Tá, o me ensinou algumas coisas, é quase sempre ele que cozinha aqui em casa. - falei, a contragosto. - Satisfeito, ? - falei alto, ouvindo sua risada e um sonoro “muito” vindo dele. Íamos jantar fora, mas o tempo esfriara consideravelmente, então decidimos preparar algo em casa mesmo. Cindy estava tomando banho, e Zach iam jogar alguma coisa no videogame e eu estava preparando algo para comermos.
- Estou pensando em mudar para Londres. - Zach falou.
- Sério? Que maravilha! - sorri, tampando a panela e ficando de frente para ele. - O que mamãe acha sobre isso?
- Ela ainda não sabe, mas tenho que certeza que ela vai gostar. Ela já deve tá me querendo fora da casa dela há um tempo! - fez uma careta, bagunçando o cabelo. Balancei a cabeça, negando.
- Dúvido! - rebati. - Ela sempre te mimou. Fazia tudo o que você queria. - revirei os olhos, cruzando os braços. - Mas é bom mudar um pouco, tentar coisas novas, mudar os ares. Acho que você se daria bem aqui.
- Eu concordo com você! - sorriu, satisfeito.
- Mas, e Cindy? - perguntei, lembrando-me da garota que também morava em Oxford com os pais.
- Ah, a gente dá um jeito! - deu de ombros. - Namoro a distância não deve ser tão difícil, certo? Você e já fizeram isso.
- Foram apenas três semanas, Zach. Foi diferente! - avisei, aproximando-me dele. - Ele já tinha algo certo aqui, só foi o tempo para ele organizar tudo. - suspirei. - Eu quero o melhor pra você. Você tem tanto futuro, maninho. - me fitou, prestando atenção. - Espero que dê tudo certo e você tome a decisão que achar mais sensata, tá? Não quero meu bebê sofrendo! - apertei suas bochechas.
- Ah, não, ! - riu, tirando minhas mãos de lá. - Vem cá, sua chata! - me puxou, abraçando-me forte. - Te amo, sis.
- Também, seu bolinha! - sorri, apertando a barriga dele.
- Que cena bonita! - ouvi a voz de adentrar a cozinha. Soltei-me de Zach, fitando-o e mostrando língua para ele. - Agora ficou feia.
- Eu sou maravilhosa! - sorri, jogando o cabelo. Ele riu, aproximando-se de mim.
- Infelizmente, eu vou ter que concordar! - falou, abraçando-me pela cintura. O fitei, sorrindo e colocando meus braços em volta do seu pescoço.
- Cara, eu ainda não me acostumei a isso. - Zach falou, apontando para nós. - Você pegou meu melhor amigo, !
- Ele que me pegou, Zachary! - avisei, rindo. Virei-me de volta para a panela, mexendo um refogado que minha mãe havia me ensinado. continuava a segurar minha cintura.
- E banda, cara? Vocês ainda tem tocado alguma coisa? - ouvi a voz de perguntar interessado. Após a vinda dele para Londres, obviamente, a banda não poderia continuar como antes. Os amigos o apoiaram na sua decisão, mas é claro que ele sentia falta de tocar.
- A gente toca de vez em quando, mas nada como antes. - ouvi Zach responder, sem muita animação. - Você faz falta lá, .
- É, eu sei. - respondeu baixo. Suspirei, tentando manter meu foco na panela a minha frente. Forcei um sorriso e me virei para eles.
- Por que vocês não vão jogar e eu termino isso, uh? - falei, soltando-me de . - Daqui a pouco eu chamo vocês.
- Eu te ajudo, . - Cindy apareceu na cozinha, se oferecendo. Assenti, aceitando. Ela passou por Zach e beijou levemente seus lábios, ele sorriu, segurando-a pela cintura e beijando sua bochecha. Saiu, logo após sendo seguido por . - O que você quer que eu faça?
- Pode cortar aquelas verduras pra mim, por favor? - pedi, apontando para algumas batatas e cenouras sobre o balcão. Ela concordou indo até lá. - Então, gostando de Londres?
- Sim, é tudo muito lindo aqui! - sorriu, lavando as verduras. - Acho que quero estudar aqui, venho pensando a respeito há um tempo.
- Ah, é? O que pensa em estudar? - perguntei, pensando que talvez Zach não precisasse namorar a distância, afinal de contas.
- Eu sempre gostei de arte! - respondeu com os olhinhos brilhando. - Já pensei em história da arte, porque sempre me fascinou.
- Sério? Nossa, que maravilha! - sorri, achando realmente fascinante. - É ótimo curso, Cindy.
- É, mas não é nada certo. - deu de ombros, começando a cortar a batata. - Eu tenho que pensar em muita coisa, sabe? Eu não posso deixar tudo pra trás.
- Sei. - falei, entendendo onde ela queria chegar. - Sabe, você e meu irmão deveriam conversar sobre isso. Acho que tenham mais coisas em comum do que pensam.
- Você acha, ? - sorri, concordando. - Ah, isso é ótimo! - sorriu, animada. Cindy era uma garota bonita, era fácil se encantar com ela, porque ela era realmente meiga. Seus cabelos eram médios e escuros, seus olhos pareciam duas esmeraldas e tinha uma pele de porcelana. Se Zach largasse essa menina, eu o mataria. - Acho você e um casal adorável. Ele te olha de uma forma tão apaixonada.
- É, ele é um fofo. - mordi o lábio, segurando um sorriso besta. - Você e Zachary também ficam lindos juntos.
- Sim, seu irmão é um lindo! - sorriu. É, eu não conseguia imaginar meu irmão sendo “um lindo” com ninguém, mas, convenhamos, ele é meu irmão, é normal. - Sei que estamos há pouco tempo juntos, mas eu realmente sinto que temos um futuro.
- Torço por vocês! - fui sincera. Terminamos de preparar o jantar e, logo em seguida, estávamos à mesa comendo. Modéstia a parte, eu arrasei. Todo mundo elogiou e eu inflei meu ego com isso, muito obrigada. Mais tarde, após toda a comilança, nos sentamos no sofá e tomamos um pouco de vinho para esquentar o sangue.
- Nossa, está esfriando cada vez mais! - Cindy falou, encolhendo-se. Zach riu e a abraçou de lado. Ela sorriu, agradecida.
- Você quer ir se deitar, linda? - ele perguntou baixo para ela. Ela assentiu, beijando-o rapidamente. - Certo, então vamos nos recolher, pessoal. - avisou, colocando a taça de vinho sobre a mesa a sua frente.
- Ok, durmam bem, crianças! - falei, acenando e me encolhendo nos braços de .
- Falou, cara! - falou, fazendo um toque de mãos estranho com meu irmão. - Se faltar algo no quarto, nos avisem!
- Pode deixar! - ele falou, puxando a namorada com ele. - Boa noite!
- Boa noite. - respondemos uníssonos. Logo eles sumiram corredor adentro. pegou nossas taças e colocou sobre a mesa também e me abraçou.
- Você tá tão quentinho. - falei, fechando os olhos. Ele riu,
- E você tá com as mãos geladas. - falou, pegando-as e beijando as pontinhas dos meus dedos. Abri os olhos, sorrindo. - Quer ir se deitar também?
- Se a gente for deitar, a gente tem que ir dormir? - perguntei, fazendo uma carinha de criança sapeca.
- Não necessariamente. - sorriu, levantando a sobrancelha. Levantou-se e me puxou consigo, guiando-nos até o nosso quarto. Fechou a porta e me colocou encostada nela. Mordi meu lábio, fitando seu rosto sereno e que me olhava de cima a baixo, e eu sabia o aquilo queria dizer. segurou firmemente minha cintura, encostando os lábios quentes no meu pescoço, fazendo-me fechar os olhos. Agarrei a sua camisa, deixando-me sentir o efeito que aquele homem causava em mim. E, meus amigos, eram muitos. beijou meu queixo e, finalmente, a minha boca. Enfiei meus dedos por debaixo da sua camisa, fazendo-o se encolher ao sentir minhas mãos frias. Ri, durante o beijo. - É, quer se esquentar, né? - perguntou sem se desgrudar de mim.
- Me esquenta de outra forma, então. - pedi, mordendo seu lábio. Ele sorriu malicioso, desencostando-me da porta e me puxando para deitar na cama. tirou a própria camisa, jogando-a para o lado e se encaixou entre minhas pernas. Agarrei-me a sua cintura, juntando nossos corpos, voltando a beijá-lo com certa urgência. desceu os beijos para o meu pescoço, colo e seios. Ele puxou minha blusa sem parar de beijar meu corpo, subiu até tirá-la por completo. Afaguei seus cabelos, incentivando-o a continuar. Senti seus dedos hábeis abri o botão da minha calça, puxando-a e fazendo a mesma deslizar pelas minhas pernas. Beijou a parte interna das minhas coxas, minha virilha, minha intimidade e deixou uma mordida na minha barriga. Cruzei minhas pernas ao redor da sua cintura, puxando-o para voltar a beijá-lo. Beijei-o lentamente, sugando seus lábios e sentindo seu gosto delicioso. Passei as unhas pelo seu peito e abdômen, deixando minhas mãos descansarem sobre o botão da sua calça, abrindo-a e abaixando-a com os meus pés, deixando que ele retirasse por completo sozinho. colocou os dedos por dentro das alças do meu sutiã, descendo até meus ombros. Suas mãos deslizaram até minhas costas, abrindo o fecho do mesmo, retirando-o rapidamente e fazendo se juntar ao restante das nossas roupas. fitou meus seios e mordeu o lábio. O frio de antes se esvaiu completamente, um pingo de suor já era visível na testa de . Passei o indicador lá, limpando-o. - Ei! - o chamei baixo. Ele me olhou. - Te amo. - ele sorriu, beijando-me.
- Mais uma vez? - pediu.
- Te amo. - repeti.
- Também te amo, meu amor. - e voltou a me beijar. Eu não sabia explicar e nem queria, mas todo o amor que eu achei que seria impossível sentir por alguém, eu acabei sentindo por ele. E ele sempre esteve ali do lado. Na porta ao lado. O tempo todo.


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- Jenny, pelo amor de Deus, você me enviou o documento sobre a separação dos Lee? - perguntei, vasculhando pela vigésima vez meus e-mails. Jenny levantou da sua mesa e caminhou até mim. Parou ao meu lado, tirando minha mão do mouse e foi até uma pasta, abrindo-a - Ah, ok. - disse, após ver o documento em questão lá.
- O que houve com você? - ela perguntou, cruzando os braços. - Você hoje está meio ansiosa, sei lá.
- Arght! - falei, dando-me por vencida. - Ok, eu tenho que contar isso pra alguém, se não eu vou explodir.
- Ah, meu Deus, você tá grávida?! - ela falou animada.
- O quê? Não, não é nada isso! - falei, revirando os olhos. - Eu estava pegando a minha maleta com as coisas para trazer pra cá hoje de manhã, dentro do armário e, bom, quando fui pegar eu vi uma caixinha azul da Tiffany lá dentro.
- Um anel de noivado? - ela perguntou em dúvida.
- Eu acho que sim, não sei. Eu não peguei, claro. - dei de ombros. - Mas é o que tudo indica.
- vai te pedir em casamento? - perguntou sorrindo. - Ahh, eu quero ser a madrinha!
- Eu não sei, Jenny, vamos esperar pra ver. - ri, nervosa.
- Você vai aceitar, certo? - desfez o sorriso, fitando-me.
- É claro, né! - ri. - Mas, ok, esquece isso, vamos focar no trabalho. Pode não ser nada demais, certo?
- Se você quer acreditar nisso. - ela deu de ombros. - Reunião às duas.
- Ok. - assenti. - Quinta-feira eu estou indo para Oxford, ok? Vou passar o natal e o ano novo lá.
- Certo, chefinha! - falou, assentindo e voltando para a sua mesa. Fitei meu computador e respirei fundo. É, não era nada demais, certo? Certo. Final de expediente, segui para a casa, estava morta de cansada, louca para cair no sofá e descansar. já havia me mandado mensagem avisando que iria enrolar no trabalho. Cheguei em casa, joguei a bolsa para um lado e cai no sofá, suspirando. Fitei o teto, mordendo os lábios. Eu estava sozinha em casa.
- Não, , você não vai mexer nas coisas do seu namorado. - falei para mim mesma, convencendo-me a não fazer merda. - Droga! Mas eu vou ficar com essa dúvida na cabeça? Eu odeio ficar em dúvida. - pensei alto. Mordi a unha do dedão e balancei os pés, nervosa. Sentei-me rapidamente e fitei o corredor que dava para o meu quarto, depois fitei a porta e depois o corredor de novo. Respirei fundo e me levantei. - Só uma olhadinha rápida! - e corri até o quarto, abrindo o armário, buscando pela caixinha que eu havia visto de manhã, mas não estava no mesmo lugar. - Arght! - bufei impaciente. Coloquei as mãos na cintura, fitando o armário, pensando onde ele teria colocado. Abri sua gaveta de cuecas e também não estava lá. Abri a gaveta de meias, nada. - Qual é, , me ajuda, né? - falei alto. Olhei para cima e me lembrei de uma caixa que ele tinha. Sorri, subindo na cama e me esticando para abrir a parte de cima, me equilibrei até alcançar a tal caixa, mas ela estava um pouco longe do meu alcance. Fiquei nas pontas dos pés para pegá-la, mas assim que encostei nela, escorreguei. O barulho foi alto e a bagunça foi grande. Soltei um grito quando senti meu corpo ir de encontro com o chão, levando comigo a caixa e outros pertences, espalhando tudo no chão. - Droga! - vi a tal caixinha logo a minha frente. Agora que eu já tinha derrubado tudo, tinha que ir em frente. Segurei-a em minhas mãos e a fitei, apenas a fitei intensamente.
- ? - ouvi a voz de se aproximar. Oh, não! O que ele está fazendo em casa agora? - Eu ouvi um barulho! Você está… - ele deixou a frase morrer ao entrar no quarto, me encontrando no chão ao lado de vários papéis e objetos, segurando a caixinha. - Eu não acredito!
- Eu não abri, eu juro! - falei, levantando-me e estendendo a caixinha pra ele. - Desculpa!
- Você é muito teimosa! - ele balançou a cabeça, pegando a caixinha.
- Me desculpa, amor. - pedi, fazendo a minha melhor cara de cachorro que caiu da mudança. - Eu vi hoje de manhã e fiquei curiosa.
- Além de teimosa é intrometida! - falou, fitando a caixinha na sua mão. - Você não sabe esperar, né? - me fitou. - Você é a mulher mais teimosa, marrenta e arrogante que eu já conheci…
- O quê? - falei alto. - Não fala isso, eu…
- E também é a mulher mais linda, sexy e doce que eu poderia sonhar em ter. - sorriu, balançando a cabeça. Fechei a boca, fitando-o confusa. - E se você tivesse esperado até o natal… - ele abriu a caixa, tirando de lá uma caixinha vermelha aveludada. Sorri largamente. - Eu teria preparado um discurso super romântico. - abriu a caixinha, revelando um anel maravilhoso lá dentro. - Se tivesse esperado também, não seria a que eu conheço.
- Ah, meu Deus! - dei pulinhos, animada. - Você vai me pedir em casamento mesmo?
- Se você deixar eu terminar. - me olhou, suspirando. Fechei a boca, assentindo. - , eu te amo, acho que sempre te amei. - sorriu, se aproximando de mim. - Mesmo quando eu puxava seu cabelo quando éramos pequenos. - rimos. - Era pra ser uma surpresa, mas tudo bem, desde que você aceite passar o resto da sua vida ao meu lado, eu te perdoo. - estendeu a caixinha para mim. - Você aceita se casar comigo?
- Ahhhh, você pediu mesmo! - dei pulinhos. - É sério, né? Você não tá pedindo só porque eu achei a caixinha e tudo mais? Porque, olha, a gente pode esperar e…
- , cala a boca! - riu. - Sim ou não?
- SIM! - gritei, pulando no seu pescoço, abraçando-o. - É claro que sim, meu amor! - beijei todo o seu rosto. - Ahhh! Não acredito!
- Me dá sua mão! - pediu, tirando o anel da caixinha e colocando no meu dedo. Fitei o anel em minha mão, sorrindo bestamente.
- Eu te amo, seu lindo! - o beijei.
- Pronta para ser a senhora ? - perguntou, abraçando minha cintura. Sorri, enlaçando seu pescoço com as minhas mãos.
- Senhora . - corrigi. - Não abro mão do meu sobrenome.
- Eu não pediria que o fizesse. - assenti, beijando-o novamente.
- Eu preciso contar pra Jenny! - lembrei-me rapidamente.
- Eu sei que você não aguenta muito, mas eu queria que a gente contasse para os nossos pais no natal, como era o planejado, sabe? - avisou, levantando uma sobrancelha. Sorri, sem graça.
- Ok, vou deixar você vencer dessa vez! - ri. Ah, eu estava noiva! Ai, Jesus, eu iria casar!


e eu conversamos com os nossos pais e resolvemos fazer uma festa de Natal na casa dos meus. Ficamos indecisos onde ficaríamos hospedados, então, ele ficou na casa dos pais e eu na dos meus. Se eu vou conseguir ficar longe dele por muito tempo? Não garanto nada.
- Mãe, onde estão aqueles enfeites que o papai comprou quando eu era criança? - perguntei, colocando uma bola natalina na árvore, terminando de enfeitá-la. Sorri, gostando do resultado. Minha mãe saiu da cozinha e veio até mim, segurando uma caixa.
- Eu sabia que você ia perguntar por eles. - sorriu, entregando-me a caixa. - Eu sempre guardo com muito carinho, pois esses enfeites me lembram a infância de você e seu irmão.
- É, eu sei. - abri a caixa, observando os enfeites gastos, mas, ainda sim, lindos. Era uma menininha e um menininho segurando as mãos; um casal com os dois filhos e um cachorro. Nunca entendi o porquê do cachorro, nunca tivemos um, mas mesmo assim eu os achava lindos. Coloquei-os pendurados na árvore, enfim, terminando a decoração. - Cara, eu sou boa nisso!
- Achei mais ou menos, hein! - Zach entrou na sala, falando. Mostrei língua pra ele, que riu se aproximando de mim e beijando minha bochecha. - Vocês querem ajuda?
- Desde quando você é prestativo? - perguntei, levantando a sobrancelha.
- Desde que as pessoas amadurecem, sua chata! - rebateu, revirando os olhos.
- Se não tivesse me chamado de chata eu tinha acreditado. - pisquei pra ele, que apenas deu de ombros. - Eu tô brincando, meu amorzinho! - apertei as suas bochechas. - A Cindy vai vir?
- Vai, mas só mais tarde. - avisou, chegando perto da árvore. - Eu adoro esses enfeites. - sorri, assentindo. - Ei, cadê o ? O pessoal da banda estava querendo encontrar com ele.
- Não sei, deve estar na casa da Miranda. - dei de ombros, falando da casa da mãe dele.
- Beleza, vou lá! - avisou e saiu rapidamente de casa. Virei-me para a minha mãe.
- Quer ajuda na cozinha? - perguntei, parando à sua frente e segurando suas mãos.
- Por enquanto não, filha. - sorriu, soltando uma mão e passando os dedos pelo meu cabelo. - Você está tão grande, querida. - suspirou. - Você se tornou a mulher que eu sonhei que um dia se tornaria. - sorri.
- Aw, obrigada, mami. - abracei-a, beijando sua testa após. - A senhora fica muito emotiva nessas épocas, né?
- Ah, só um pouco! - riu, soltando-se de mim. - Agora ande, vá se preparar para mais tarde.
- Eu vou, eu vou! - avisei, rindo. - Mas antes eu vou ver se acho o . - falei, acenando e saindo de casa, rumando para a casa vizinha a minha. Bati na porta e aguardei. Qual é, eu sou educada, não vou chegar entrando. Logo a porta foi aberta pelo meu irmão. - Ué, tá abrindo a porta alheia agora?
- Engraçadinha, foi o que pediu. - avisou e logo em seguida apareceu na porta, segurando uma case de violão.
- Ei! - ele sorriu ao me ver. - Estamos indo para a casa da Jackie, vamos tocar um pouco. - falou animado. - Vamos com a gente?
- Claro! - sorri, concordando. Minutos mais tarde chegamos à casa de Jackie. O pessoal da banda já estava lá, conheci a namorada de Jackie e fiquei ao lado dela, no lugar onde supostamente deveríamos ficar. A animação de ao fazer parte desse mundo de novo não tinha como descrever. Ele era isso. Ele era feito de música. Me apertava o peito em saber que ele não tinha isso em Londres. Mordi o lábio o fitando enquanto eles terminavam mais uma música.
- Pausa para a água! - Zach avisou, largando a guitarra e indo até uma mesa que havia algumas coisas como água e biscoitos sobre ela. Caminhei até , parando ao seu lado, sorrindo.
- Acho que nunca te disse isso, mas… - cheguei mais perto dele, sussurrando. - Eu tenho uma queda por músicos.
- Tem? - ele riu, levantando a sobrancelha. - Espero que seja por um específico.
- É claro! - sorri. - Ele se chama John Mayer.
- ! - riu, balançando a cabeça.
- Tá, vai, por você também. - ri, dando-lhe um selinho demorado. - Você sente falta disso, né?
- Do beijo? Bastante. - sorriu, dando-me outro.
- Não, eu quis dizer da banda, de tocar e tudo mais. - falei, gesticulando com as mãos. Ele suspirou e sorriu.
- Um pouco, sim. - concordou, colocando o violão de volta à case. - Mas foi uma fase da minha vida, . - deu de ombros. - Eles são meus amigos, vão estar comigo sempre, não precisamos de banda. - sorriu, jogando a case nas costas e me abraçou de lado. - E eu estou muito feliz onde eu estou agora. - encostou a testa na minha. - Eu não mudaria nada. - sorri boba, assentindo. - Quer dar o fora?
- Mas vocês não vão tocar mais? - perguntei, confusa.
- Eu já encerrei, agora eu quero passar um tempo com a minha… - aproximou a boca da minha e sussurrou. - noiva.
- Certo, ela concorda. - sorri, beijando-o rapidamente. Ele concordou e foi se despedir dos amigos, deixou a case no carro e deixou a chave com o meu irmão, seguimos andando a pé. Entrelaçamos os dedos e voltamos para a casa conversando, rindo e brincando pela rua. Talvez iguais dois adolescentes, mas não ligavamos. Quando chegamos à porta das casas de nossos pais, ele sorriu e beijou a minha mão.
- Mais tarde aquele anel vai voltar para essa mãozinha. - avisou, piscando pra mim. Sorri, assentindo.
- Inclusive, já estou sentindo falta de usá-lo. - falei, envolvendo seu pescoço com as minhas mãos. segurou minha cintura, fitando-me intensamente. Mordi o lábio, retribuindo o olhar. - O que está pensando?
- Que eu te amo. - falou sério. Sorri, fechando os olhos e encostando nossas testas. Meu coração se aquecia e batia loucamente toda vez eu ouvia essa frase. Era algo difícil de se explicar. Vi um flash rápido e girei a cabeça, encontrando meu pai segurando uma polaroid antiga dele.
- Meu casal favorito! - ele sorriu, tirando a fotografia e me entregando. - Guarde bem esses momentos, meus filhos.
- Pode deixar, Carl. - falou, assentindo. Meu pai deu um tapinha nas costas dele e se virou para entrar em casa. - É melhor entrarmos e nos arrumar.
- Ok, eu preciso ajudar minha mãe também. - falei, nos soltando. Olhei para a foto em minhas mãos e vi a imagem se formar como mágica. e eu abraçados, as casas que passamos a infância atrás de nós. Sorri, mostrando a foto para ele. - Onde tudo começou.
- Onde tudo começou! - ele concordou, sorrindo. - Até daqui a pouco, linda.
- Até. - ele beijou minha testa e, finalmente, voltamos para dentro das casas. Antes de ir para o quarto, passei pela árvore de Natal e pendurei a foto que papai havia acabado de tirar. Ele também fazia parte da minha família.


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Parada na escada, olhando para as pessoas rindo e conversando, bebendo e comendo felizes. Sorri, observando a minha família se confraternizando. Passei a mão pelo meu vestido vermelho justo que ia até abaixo do joelho.
- Amor? - chamou a minha atenção, estendendo uma taça de vinho. Sorri agradecida, aceitando-a. - Você está linda!
- Obrigada! - sorri, descendo o restante das escadas e parando a sua frente. Passei a mão pela sua camisa azul clara, fitando-o em seguida. - Você também.
- Vem, minha mãe já estava perguntando por você. - avisou, entrelaçando a mão livre a minha e me puxando para perto de Miranda.
- Oh, puxa! - ela sorriu ao me ver. - Como você está linda, !
- Obrigada, Miranda! - agradeci, sem jeito. - Você está maravilhosa! - falei sendo sincera.
- Obrigada, querida. - sorriu, piscando pra mim. - A árvore está linda, sua mãe me disse que você decorou.
- Ah, sim, decorei. - sorri, observando a mesma. - Eu gosto de fazer essa parte.
- Não vejo a hora de ter netos correndo em volta dela. - brincou, fitando-nos. Rimos, sem graça.
- Mãe, não começa! - riu, revirando os olhos.
- Ora, só foi um comentário! - riu, dando de ombros.
- Um dia a gente chega lá, sogrinha! - ri, piscando pra ela. Ela sorriu animada. - Com licença, eu vou ver se minha mãe precisa de ajuda. - pedi, deixando-os para trás e indo até a mesa repleta de comida, parando ao lado de mamãe, que colocava um prato de legumes sobre a mesa. - Precisa de ajuda, mãe?
- Ah, oi, querida! - sorriu. - Sim, você pode trazer os pratos em cima do armário, por favor? - assenti. - Mas não os quebre, ok?
- Ah, mãe! - revirei os olhos, colocando a taça sobre a mesa e indo para a cozinha. Avistei os pratos sobre o armário e me aproximei para pegá-los, mas antes fui surpreendida por um par de braços apertando a minha cintura e um beijo no meu pescoço. Sorri.
- Quer ajuda, minha linda? - perguntou, soltando-me.
- Me ajuda a levar os pratos lá pra mesa, por favor. - pedi, alcançando os pratos e entregando metade para ele e peguei a outra metade. Fitei-o. - Vai ser na hora do brinde mesmo?
- Sim, antes de começarmos a comer. - concordou. Sorri nervosa.
- Ok, que assim seja! - mordi o lábio.
- Não morde o lábio assim. - ele pediu baixo. - Dá vontade de te beijar.
- Para de taradice, anda logo! - ri, andando a sua frente. - E para de encarar a minha bunda!
- Não posso prometer isso! - ouvi sua voz atrás de mim. Apenas ri e segui de volta para a sala de jantar, colocando os pratos sobre a mesa. fez o mesmo. Peguei a taça que tinha deixado sobre a mesa e me virei para ele.
- Cadê a sua? - apontei para a taça.
- Meu pai pegou. - fez uma careta. Virei-me para a mesa e peguei outra taça, entregando a ele.
- A gente precisa de uma taça com vinho no Natal. - falei. - Enche lá!
- Ok! - riu, atravessando a sala até onde a garrafa de vinho estava. Fiquei o fitando. Nossa, como ele era lindo. Ele foi parado no meio do caminho de volta pela minha mãe, que falou algo que o fez rir. Era ótimo saber que antes mesmo de estarmos juntos ele já havia conquistado toda a minha família. Sorri com o pensamento. Seu olhar encontrou com o meu e ele sorriu, falando algo para minha mãe e apontando para mim, caminhando de volta até mim. - Estava rindo de quê?
- Das coincidências da vida. - dei de ombros, tomando um gole do vinho. - E como eu tenho sorte.
- Acho que você tem! - riu, tomando também o seu vinho. - Mas não mais que eu.
- Quer apostar? - levantei a sobrancelha, desafiando-o.
- Para de ser competitiva! - riu, balançando a cabeça. Ouvimos um barulho de algo batendo em vidro e logo avistamos meu pai, batendo a aliança na taça, chamando a nossa atenção.
- Meu filhão aqui, Zachary… - abraçou de lado meu irmão. - Disse que estava com fome e que era pra eu fazer logo o discurso, porque ele quer comer. - rimos e ele deu de ombros. - Bom, eu tenho que dizer que estou muito feliz de mais uma vez reunirmos a nossas famílias. - ele sorriu, fitando nossos rostos. - A família está em nossas vidas há muitos anos, então são como família também. Obrigado pela amizade de sempre. - ele sorriu, levantando a taça. Miranda e William sorriram. - Ainda mais que agora temos um casal entre essas famílias. - meu pai falou, fitando a mim e . Nos entreolhamos e rimos. - E sim, , eu ainda sei parecer que foi um acidente. - levantou a sobrancelha, fitando-o. Fiz uma careta, sem entender. riu, assentindo.
- Entendido, senhor. - ele olhou pra mim, balançando a cabeça. Era agora. - Bom, já que a atenção está voltada para mim mesmo. - rimos. - Eu quero aproveitar para falar algumas palavras também, se não se importa, Carl. - meu pai sorriu, negando. - Eu sempre me senti parte da família de vocês, claro, a Lydia sempre foi como uma segunda mãe para mim. - minha mãe sorriu, colocando a mão no coração. - Carl também sempre foi um pai. E bom, Zach, sempre será o meu irmão!
-É nós, cara! - Zach falou, levantando a taça, nos fazendo rir.
- Mas sempre teve essa garota, sabe? Eu queria muito perturbá-la quando era criança, eu queria que ela me notasse de alguma forma. - ele me fitou, sorrindo. - Eu só não imaginava que essa minha vontade por atenção era outra coisa. - mordi os lábios sem parar de fitá-lo. - Era amor. - ouvimos vários “aww” vindo dos nossos pais. - E que após um ano, eu finalmente coloquei em prática o que eu sempre quis. - ele enfiou a mão dentro do bolso, tirando o meu anel de noivado de lá. Ele levantou, mostrando para todos, que soltaram exclamações surpresos. - Estamos noivos, pessoal!
- Ah, meu Deus! - minha mãe faltou alto, sorrindo.
- Coloque isso de volta e nunca mais tire. - ele soprou pra mim, colocando de volta o anel no meu dedo.
- Bobo! - sorri, beijando-o rapidamente. - Prepara o vestido, dona Lydia!
- Eu estou tão feliz! - ela sorriu, saltitante se aproximando de nós. - Eu desejo que vocês sejam muito felizes, meus amores.
- Se formos a metade do que vocês são pra gente, seremos, com certeza. - sorri, abraçando-a.
- Ah, meu filhão vai casar! - William falou vindo abraçar o filho, que riu. Miranda me abraçou também, desejando felicidades para nós. É, felicidade não iria faltar.
- Você vai casar mesmo com a minha irmã, né? - Zach perguntou, parando em frente ao amigo. Ele assentiu. - Eu deveria ter criado uma regra de amizade prevendo isso.
- Pensa pelo lado positivo! - ele falou, colocando a mão no ombro dele. - Seremos irmãos pela lei.
- O lado positivo é que vocês se merecem! - ele riu. - Sejam felizes, maninho! - e abraçou o amigo. Sorri, juntando as mãos e colocando sobre o peito. Zach virou-se para mim. - Eu ainda quebro a cara dele se ele te magoar, tá?
- Tá bom! - ri, abraçando-o. Depois de vários abraços, pra felicidade de Zach, finalmente fomos comer. Cindy chegou mais tarde, trazendo a irmãzinha consigo. Meus pais pareciam adorá-la também. Zach tinha feito uma ótima escolha. Mais tarde, sentados do lado de fora de casa, no degrau da entrada, me abraçou de lado, fazendo-me aconchegar em seu peito. Fechei os olhos, sentindo-me protegida e aquecida. Tem um momento na vida em que alguém entra e faz o seu mundo virar; te colocar pra cima quando você estiver pra baixo, te abraçar quando você estiver confuso, te beijar quando você precisar se sentir amado, porque tem dias que a gente precisa amar mais alto para que o outro saiba. Um mero sorriso pode fazer um dia mudar completamente. Sorri, virando o meu rosto para fitar , ele fez o mesmo. - Nunca me senti tão feliz.
- Bem-vinda ao paraíso! - beijou meus lábios devagar. É, eu sentia que estava lá.





FIM



Nota da autora: Quem vê pensa que a autora é fofa assim, né? HAHAHA Bom, espero que tenham gostado dessa continuação que eu resolvi escrever ouvindo o clássico Heaven do Bryan Adams <3, recomendo pra quem nunca ouviu, é maravilhosa.
Espero que tenham curtido, mis amores. Deixem comentários, porque isso ajuda a autora a se animar a escrever. Beijos!





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Short: Lovin' Arms
Long: HER
Long: Johnny
Short Especial Behind The Scenes: The One About 2006


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