MCFLY 1-2
Última atualização: 29/12/2017

Capítulo 1 - Noite de chuva

— Calem a boca! — gritou , atirando uma almofada em e , que riam no sofá do outro lado da sala. — Estou querendo ouvir a mulherzinha falar. É sobre o McFly! O caso é grave, gente!
— Credo, ! Exagerou um pouco, não? — disse, atirando a almofada de volta. — Grave? O que tem para ser grave?
— Se vocês fizerem silêncio e me deixarem ouvir, eu vou poder saber melhor a respeito! — foi o que respondeu rolando os olhos antes de concentrar total atenção ao aparelho de televisão próximo à ela.

Na entrevista de ontem, após um show dos garotos do McFly, finalizado um pouco antes do previsto, algo interessante aconteceu! — dizia a repórter com uma expressão de quem conta uma história de terror. — Reveja um pouco sobre a reportagem de ontem!

A tela da televisão mudou e logo apareceram todos os integrantes da banda visivelmente cansados e suados! Havia expressões de pavor misturadas com pura felicidade.

Contem então, rapazes, qual a razão do show ter acabado cerca de meia hora antes? — perguntava a repórter curiosa.
Por culpa de uma mald... — Danny começou a dizer com a cabeça baixa enquanto coçava sua cabeça, mas foi interrompido por uma mão de Harry cobrindo sua boca e impedindo-o de continuar sua fala.
Na verdade, ele quis dizer... por culpa de uma má, má condição do tempo! — Harry terminou a frase. Ele parecia ansioso e com uma tremenda dificuldade para terminar a frase de Danny.
Isso! — concordaram ao mesmo tempo Tom e Dougie.
Sabe como é, a chuva pode estragar os nossos instrumentos e, do jeito que a chuva está forte, mesmo aquele teto sendo metade coberto não seria o suficiente. — todos olhavam impressionados para Danny, que havia escapado da mão de Harry e completado o argumento dos meninos. Ele dava aquele sorriso de cara de pastel.
Pois é! — concordou a repórter sem entender muito bem a conversa. — Correm boatos pela mídia que McFly iria se aposentar antes do tempo, isso é verdade?

— SE APOSENTAR?! — berraram e ao mesmo tempo, quase estourando os tímpanos de ao lado das duas.
— CALADAS! Eu quero ouvir! — Ela respondeu distribuindo pedalas nas duas.

Ahhhn... — Danny começou a dizer.
Esperamos que não. — foi a vez de Dougie dizer algo.
Mas talvez... — Tom começou a falar sem certeza e olhou para Harry ao seu lado.
Seja... seja uma possibilidade. — ele terminou dizendo. — Bom! Acredito que nosso tempo tenha acabado! — ele começou a dizer todo alegre e com um bater de palmas solitário. — Isso é tudo por hoje, crianças! Eu sou Harry, ele é o Tom, aqui temos o Dougie, e por último... Danny! E nós somos o...! — disse agarrando os microfone da repórter e indicando com seu dedo os companheiros de banda antes de juntá-los todos num grande abraço e se prepararem para falarem todos juntos ao mesmo tempo.
MCFLY!

As três amigas encaravam boquiabertas a televisão e com os olhos muito arregalados. Elas não conseguiam acreditar no que tinham acabado de ouvir: McFly, a banda preferida delas, havia dito, de forma não muito direta, que pensavam em se aposentar da música. Era, como disse, um caso muito grave.

Mas não pensem que acaba por aí! — alertou a mesma repórter, mas agora com trajes diferentes. — Hoje fontes nos trouxeram preocupantes notícias! Os integrantes da banda McFly não foram mais vistos! — ela tentava inutilmente exibir uma cara de preocupação, mas o botox a impedia. Chegava a ser cômico para a situação. — A apresentação do McFly de hoje, marcada para as 21:30, foi cancelada agora a pouco pela ausência dos rapazes. Onde estarão eles agora?

A reportagem foi encerrada e as meninas ainda não acreditavam.
— Bem que me diziam que tudo que era bom durava pouco. — comentou com lágrimas nos olhos. — Wahhh! Não quero que eles se aposentem!
— Verdade, né? Hoje tinha show deles. — disse observando as horas no relógio. — Hmm, já são 22:55.
— Eita! Que diabos eles estão fazendo para não estarem no show deles? — perguntou .
— Pelo que a tiazinha disse, eles estão desaparecidos. Mas sei lá, se fosse um seqüestro já teriam entrado em contato para pedir o resgate. — disse.
— Bom... — comentou revirando os olhos. — Vai ver...
— Sim? — perguntaram as outras duas em coro.
— Pior que não sei. — ela recebeu das amigas dois pedalas. — Ai! Mas a tem razão; se fosse seqüestro, já teriam falado algo e acho que eles não são tão estúpidos assim para perderem o próprio show por culpa de uma noitada.
— Certo, certo. — foi se levantando. — Vamos dormir, então? Já tá ficando tarde e hoje eu acordei muito cedo.
— Não tenho sono nenhum. Vão vocês. — se manifestou.
— Eu vou aproveitar e ir junto, então. Boa noite! — disse .
As meninas deram boa noite e subiram as escadas para o quarto. ficou sozinha na sala zapeando pela televisão com o controle remoto. Levantou, olhou pela janela e viu a tempestade que caía lá fora. Havia sido uma semana muito chuvosa, ela adorava esse tipo de tempo, sempre é gostoso ficar debaixo das cobertas e dormir em dias de chuva. Ela podia ver um carro virar a esquina e entrar na rua onde ela e suas amigas moravam. Reconheceu na hora o carro, tivera um compromisso e provavelmente era ela voltando. Correu para abrir a porta para amiga quando o carro já estava mais perto. Ao abrir a porta, só ouviu o barulho de pneus de carro freando bruscamente e o veículo entrando um pouco no gramado da casa delas. Um ser saiu do carro enquanto continuava em estado de choque pela cena.
! — gritou para a amiga, fazendo um sinal com a mão para que a outra se aproximasse.
— O que aconteceu? — ela perguntou em desespero.
— Eu só vi bem em cima da hora! Acho que atropelei algo!
— Você o quê?!
— Achei! Essa não! Atropelei um gatinho, coitado! — dizia a menina enquanto segurava um gato em seus braços.
— Tá vivo ainda?
— Parece. Melhor levar para dentro!
— Eu ia sugerir uma veterinária.
— Se você conhecer uma 24horas, por mim tudo bem, porque eu não sei de nenhuma!
— Humm... Não conheço. Vamos pra casa!

Na casa, as duas analisavam o gatinho no chão da sala. Ele parecia respirar bem e não estava sangrando nem nada.
— Como isso aconteceu? — perguntou .
— Eu estava perto de casa quando vi algo passando perto do carro, eu tentei parar o mais rápido possível, mas pude sentir bater em alguma coisinha. Ahhhhhhh! Será que eu o matei? Sou uma assassina!
— Não, você não é uma assassina. — a amiga disse consolando a outra num abraço. — Assassino tem a intenção de matar, e eu sei que você não tinha.
... cala a boca! Não me ajuda em nada você dizer isso!
— Sorry! Mas é a verdade, ué.
— Quieta.
— Mas-
— QUIETA!

Do lado de fora de casa três amigos conversavam aflitos.
"Dudeeeee!", Danny começou a dizer, "Ela matou o Tom! E agora seqüestrou ele!"
"Primeiro você seqüestra e depois você mata, não o contrário.", Dougie comentou.
"Fala isso para aquela serial killer!", o menino se defendeu.
"Parem com a briga aí! Ela não matou o Tom, acho que ele tá bem. Só deve ter desmaiado.", Harry concluiu.
"WAAAAAAAAHHHHH! Eu não vou ficar aqui e deixar aquela assassina botar as mãos manchadas de sangue no Tom! Vou entrar lá!", Danny disse sem paciência. Olhava para a janela, que fora deixada aberta por minutos antes, com um olhar decidido.
"NÃOOOOOO!", praticamente berraram os dois rapazes juntos.

Dentro da casa, e seguiam concentradas no pequeno gatinho.
— Ahhnn... ? Por acaso você também tá ouvindo isso ou eu fiquei louca?
— Difícil responder. Desde que eu te conheço, eu já sei que você é louca. — recebeu um grande pedala de por isso. — Maaaaaaaaaas, se você estiver falando de uns sons meio estranhos, então eu também estou ouvindo.
— Agora, agora pareceu que eu ouvi um...
— Pato? — a amiga interrompeu.
Mas não houve momento para responder um sim ou um não. Uma cena estranha acontecia naquele momento e as duas garotas voltaram sua atenção para a janela aberta onde surgiam três seres: um macaco e um porquinho-da-índia estavam agarrados a um pato que entrava atrapalhado por ela. Os três faziam sons respectivos aos de sua espécie e caíram juntos no chão; o pato era o mais nervoso de todos e veio até perto das garotas, tentando afastá-las abrindo suas asas e bicando-as. Já o porquinho e o macaquinho corriam para tentar segurar o pato.
— A me fez vir até aqui pra dizer que você está fazendo muito barulho, ! — falou com voz embargada em sono enquanto descia as escadas com os olhos fechados.
— Então fala para ela que estamos tendo problemas com uma bicharada invadindo nossa casa. — comentou fugindo do pato trapalhão.
— Eita! ! ! Por acaso vocês resolveram abrir um zoológico? — a garota estava estranhando a cena que via, até esfregou com suas mãos os olhos para saber se não estava sonhando ainda.
— Não! Mas depois disso aqui, também não vou querer! — respondeu rápida e, junto com , subiram em cima do sofá. Ali pensaram estar a salvo do pato.
— Vou dar um jeito nisso antes que possam dizer supercalifragilisticexpialidocious! — disse convencida e seguiu correndo para a cozinha.
As meninas em cima do sofá apenas se entreolharam. Logo retornou com uma vassoura em mãos e segurando-a como uma arma; apontou para o pato e começou a acertá-lo até ele se afastar das meninas. O porquinho e o macaquinho, no momento em que viram a garota com uma vassoura, nada fizeram, a não ser ficarem paralisados onde estavam com medo de apanharem também.
"Antes de dizer o quê?", Harry perguntou sentadinho no canto.
"Super-blá-blá-blá-sei-lá-o-quê-cius.", Dougie respondeu perto do amigo, "E agora, o que vamos fazer? O Tom tá mesmo bem?"
"Wahhhhhhhhhhhhhhhhh! Menina loucaaaaaaa! Vocês dois aí não pretendem me ajudar, não?", Danny gritava pela sala.
"Não! Isso foi tudo culpa sua.", responderam ambos.
— Pára, mulher! Vai matar o animal! - desceu do sofá e pegou a vassoura das mãos da amiga. — Pronto, viu? Ele já tá mais calminho.
— Talvez ele seja amiguinho do gato. — comentou feliz, também descendo do sofá.
— Ah! Claro. E juntos eles estavam indo pra fazendinha feliz do Babe, o porquinho atrapalhado. — ironizou, fazendo rir.
— E quê? Um pato não pode ser amigo de um gato, não? Amizade inter... inter... inter-espécies. — concluiu com cara de sábia.
— Acho melhor pararmos de tentar descobrir quem é amigo de quem e botar essa bicharada pra fora. Se a acordar e vir eles aqui na casa dela, ela irá expulsar eles e NÓS também. — disse séria.
— Certo. Mas não podemos deixar o gatinho que a atropelou do lado de fora, coitado. — foi devolver a vassoura de volta para a cozinha.
— Você atropelou um gato? — perguntou perplexa.
— Foi sem querer! — tentou se defender a menina. — Ele apareceu do nada e não dava para ver muito bem nessa chuva que tá fazendo.
"Tommm! Dude, acorda! Tá vivo ainda?", Danny perguntava próximo ao amigo.
"Droga!", Tom disse abrindo um dos olhos, "Ainda estamos como animais! Pensei que tinha sido um pesadelo."
"Acho que o pesadelo só está pra começar.", Dougie se manifestou, "Olha só o que tem atrás de você."
— Ahnn... Gente, ele acordou. — apontou para o gatinho que ia se levantando sobre suas quatro patinhas.
— Jura? — perguntou enquanto vinha correndo da cozinha para poder ver.
— Aeeeeeeeeeeee! Eu não matei o gato! — começou a comemorar com uma dancinha e foi acompanhada por .
"Quem são elas?! Onde estamos?!", Tom perguntou assustado para os amigos.
"Aquela serial killer dançando ali te matou, dude! Aí eu tive a idéia de vir aqui salvar você das garras dela.", respondeu Danny abrindo e fechando suas asas para dar ênfase à sua história.
"Esse jumento entrou voando pela janela aberta da sala.", Harry intrometeu-se na conversa.
"Tô com um mau pressentimento.", comentou Dougie, encolhendo-se quando notou as meninas reunindo-se para discutir o que fariam com os animais.
"Seu gaaay! Pressentimento é aquela coisa que as mulheres vivem falando que têm e sempre erram!", caiu na gargalhada Danny com sua piada, enquanto os outros olhavam sérios para ele.
"Isso é intuição, seu animal!", explicou Tom, "E eu acho que o Dougie tem razão. Se chamarem o controle de animais ou coisa parecida, vai ser difícil de voltar pra casa."
"Já está difícil agora, imagina numa carrocinha.", Harry concluiu, "Seguinte, cambada, vamos aproveitar que elas estão distraídas falando sobre a gente e vamos sair pela janela. Beleza?"
"Beleza! Vamos indo rápido, então. Tom, tá em condições de pular pela janela e correr?", Dougie perguntou.
"Não temos muitas opções. Vamos de uma vez."
Enquanto os meninos decidiam fugir, as outras três meninas conversavam sobre o que fazer com eles. Chegaram ao acordo de deixarem eles na área de serviço da cozinha pela noite e de manhãzinha ligar para o controle de animais, eles saberiam melhor o que fazer com eles. Estavam tão concentradas na conversa que não notaram no primeiro momento o movimento de fuga deles até uma delas correr para fechar a janela.
— NÃO! Não, não, não! — gritou igual uma louca quando percebeu os fugitivos. — Onde pensam que vão?
— Sorte que a nossa é rápida nos reflexos. — falou orgulhosa.
— Verdade. Agora não tem como eles fugirem. Vamos colocar eles logo lá na área de serviço da cozinha e dormir. Estou super cansada. — comentou se aproximando dos bichinhos junto com numa tentativa de capturá-los.
— Pronto! Fiquem aí e comportem-se. — falou dando uma piscadela para eles antes de fechar a porta.
"Droga! Por que aquela menina tinha que ter visto a gente fugindo?", Dougie perguntava frustrado.
"Curti a mocinha do Super-blá-blá-blá-sei-lá-o-quê-cius!", Danny comentou depois de olhar de perto para , que o tinha trazido em seus braços.
"Você não está em condições de curtir ninguém, Daniel Jones.", concluiu Harry.
"E nem nunca vai estar se não descobrirmos uma maneira de voltar a ser pessoas outra vez!", Tom falou sério.




Capítulo 2 - Corrida animal

Harry acordou e estranhou o lugar onde se encontrava, não era seu quarto ou qualquer parte da casa que dividia com seus companheiros, muito menos o estúdio. Era um lugar completamente desconhecido. Não se levantou, sentou-se e observou suas mãos.
Mãos de macaco.
Suspirou decepcionado, isso significava que ele ainda era um macaco e com certeza Tom era um gato, assim como Dougie deveria ser um porco e Danny um pato. Olhou ao seu redor e viu os amigos ainda dormindo em suas formas animalescas. Aquele deveria ser o pior sonho de sua vida e, se fosse mesmo isso, ele não conseguia acordar dele de jeito nenhum.
"Dude! Tô um caco total!!", Danny começou a reclamar, "Quero minha cama!! Quero meu corpo!! Quero tudo que é meuu!!"
"Eu também, dude, mas tá complicado. Então pára de dar chilique de mulher, por favor.", Dougie reclamou acertando sua patinha no pato ao seu lado.
— O QUÊÊÊ?! — ouviram os quatro rapazes a voz de uma das meninas; pelo grito, parecia ter vindo da cozinha.
"Credo!!", Tom comentou, "Putz, depois desse grito eu fiquei surdo."
"Eu também, dude.", Dougie falou sacudindo-se todo, "É ruim ser um animal, eles têm uma audição melhor."
— Mas... mas... mas... — abria a porta da área da cozinha enquanto uma petrificada ficava para trás ainda gaguejando. — Como assim que eles vão parar?? Quando?? Como?? Onde??
— Ontem. Dizendo, oras! Num programa de entrevistas. — respondeu a menina que trazia algo de comida numa cestinha.
— McFly vai se separar? Dude!! Como foi que eu perdi uma entrevista dessas? Eles não podem!!
"Olha só! São fãs nossas.", Danny comentou animado, "Aposto que seremos muito bem tratados nesta casa."
"Mas elas não sabem que NÓS somos o McFly!", Harry deu um pedala em Danny da forma que pôde.
"Aii! Verdade.", o outro não conseguiu se proteger do pedala do amigo pela óbvia falta de reflexos com os braços, ou melhor, asas.
— Alguém aí com fominha?? — perguntou .
— Eu! — surgiram e atrás de .
— Não estava falando com vocês. Lesadas. — a menina apenas rolou seus olhos. — E, sim, com eles!
— Que grossa. — mostrou a língua para a amiga. — E aí, já ligaram pro controle de animais?? Eu não quero esse bando de bichos na minha casinha, não.
— Vou fazer isso agora. — respondeu indo para a sala onde se encontrava o telefone.
— Ótimo! Eu vou preparar algo para nós comermos, já que a não vai fazer esse favor. — disse rindo enquanto voltava para a cozinha para preparar o café da manhã.
— Então... eles vão se aposentar, sim ou não? — tanto quanto sentaram-se no chão da área e apoiaram suas costas na parede fria.
— Já disse que eles não disseram nem que sim, nem que não. Só a resposta deles que foi muito estranha. Certo! Vejamos o que temos aqui. Para o macaquinho, uma banana. Para o patinho, um pedaço de pão. — começou a distribuir para os dois animais próximos à ela a comida.
— Humm... Gatos bebem leite, eu posso preparar uma tigelinha. — correu para dentro da cozinha para pegar algo para o bichinho.
— Ah! Aproveita e traz uma tigelinha com um pouco da janta, por favor? Podemos dar pro porco!! — berrou a garota na área. — Apesar de eu não saber se porcos comem comida desse tipo.
— Táá!!
"Putz! Com uma bananinha dessas, eu vou é ficar subnutrido!", reclamou o macaquinho Harry comendo um pedaço.
"Eu até agora me dei bem. Vou comer comida de gente!", se gabou Dougie.
"Bom, acho que beber leite não está tão ruim também. Pessoas bebem.", comentou Tom.
"WAHHHHH!!", Danny berrou desesperado, "Será que alguém aqui pode me dar uma mãozinha, ou melhor, uma patinha?? Eu não consigo pegar isso para comer!! — todos os amigos olharam para ele rindo enquanto este se esforçava ao máximo para conseguir pegar o pedaço de pão com seu bico.
— A filha pródiga retorna! — cantarolou. Tinha duas tigelinhas em suas mãos. — Aqui temos leite instantâneo feito pela minha pessoa, e um delicioso jantar feito pela ontem!
— Digno dos deuses, hein? — comentou enquanto posicionava a tigela de comida próxima ao porquinho. — Se bem que eu só ficaria com medo das coisas que você prepara! Há-há-há!
— Hey! Ouvi isso, sabia? E... eu acho que acertei desta vez!! — mostrou a língua para a amiga que tentava em vão controlar o riso.
"Ihhhh, Tom! Tá mais ferrado do que eu!", Danny comentou rindo ainda sem sucesso em comer o pão, "Pelo visto a menina nem leite sabe fazer."
"Retiro o que disse. Não vou beber esse treco nem que me matem!"
"Não se preocupe, gatos têm sete vidas!", Harry zombou e todos os meninos começaram a rir, exceto Tom.
"Sem piadinhas infames, por favor."
— Meninas, já liguei para o controle e eles virão mais tarde pegar os animais. E a pediu para chamá-las para o café-da-manhã. — falava.
— Ok! Estamos indo.
"Bleggghh!! Credo! Esse leite está aguado!!!", Tom cuspia o leite que havia provado. "Coisa ruim!!"
"Hilário!", Danny comentava. Graças à ajuda de Harry, finalmente tinha conseguido comer e terminar seu pedaço de pão.
"Quer um teco de comida normal, dude?, Dougie ofereceu ao amigo, "Não está digno dos deuses, mas está comestível."
"Deixa isso prá lá. Vamos aproveitar que elas deixaram a porta aberta e fugir antes que venham nos pegar!", Tom avisou aos amigos.

— Odeio chuva! — resmungou consigo mesma.
— Que é isso, mulher! Chuva é tudo de bom! — defendeu.
— Não quando sua casa sofre de infiltração. — comentou servindo-se de um copo de leite instantâneo. — Bleggghh!! Que horror, tá aguada esta porcaria!!
— Então está como sempre. — concluiu com um gole do seu café.
— Hey! Ouvi isso, hein? Tá pedindo por um... A-a-acho que vi um gatinho.
— Como? Eu tô pedindo pra ver um gatinho?
— NÃO! Sua besta! A bicharada tá fugindo de novo! — berrou saindo da cadeira atrás dos animais junto das outras duas meninas.
— Poxa! Nem terminei meu café da manhã e já vou partir direto para os exercícios?
— Pára de drama, ! E vem ajudar!

Iniciou-se uma perseguição da cozinha até a sala, os meninos ainda não conheciam direito a casa e pensaram na possibilidade da janela por onde três deles entraram ontem a noite estar aberta hoje. Não estava. Teriam que planejar algo e rápido para escapar do agarre delas e, mesmo sem pensar muito, eles acabaram separando-se.
subiu as escadas para o segundo andar atrás do macaco Harry, o pato Danny dava voltas e mais voltas na mesa de centro da sala com tentando alcançá-lo e mais tonta a cada volta. O porco Dougie e o gato Tom rumaram juntos para uma porta entreaberta que dava acesso para escadas que os levariam até o porão, e e correram para apanhá-los.
— PEGUEI!! — gritou triunfante com o animal nos braços.
"Grande coisa!", o rapaz reclamava, "Com essa minhas perninhas não tinha como eu fugir. Tô em grande desvantagem aqui, poxa!"
— Ai, ai, ai. — continuava a correr atrás do pato, mas bem mais devagar e com alguns passos em falso. — Genteee, táá tuudoooo rodannndo.
"Verdaaaadeee. Façam isso paaaaraaaaar.", Danny também já não tinha mais uma visão clara do ambiente ao seu redor.
— WAAAHHH!! — ouviu-se em toda a casa o grito estridente de duas garotas e o barulho de coisas caindo no porão.
— Meninas! Tudo bem aí embaixo? — perguntou ao pé da escada.
! A porcaria da lâmpada desse lugar não acende, não?! — berrou irritada com caída sobre ela.
— Putzzz! — puxava a cordinha que acendia a lâmpada encontrada no começo da escada. — Pelo visto, não!!
— Eu não tô vendo eles, . — comentou enquanto levantava-se.
— Você não está nem me vendo, como iria vê-los? Visão de raio-laser??
— Aháá!!!
— Tá maluca, ?! Assim eu morro do coração!
— Peguei o porco! É o porco mesmo? Hummm... Pelo nariz, parece ser o porco.
"Assim eu não consigo respirarrrr!! Tira a mão!!", Dougie tentava fugir da mão curiosa da menina que o segurava firmemente na plena escuridão.
— Agora só nos falta encontrar o gato. — disse a menina com o porco.
sentiu a mão de bater de leve em seu ombro algumas vezes e aproximou-se dela. Viu então o que supostamente a amiga tentava lhe mostrar. No meio daquela penumbra, a única espécie de luz a entrar no recinto vinha de uma janela pequena de um canto do porão e mesmo sendo dia do lado de fora não era possível notar isso lá dentro. Aquela luz fraca foi capaz de revelar a posição de Tom que no momento encontrava-se parado em uma estante torcendo para não ser visto, mas seus olhos tinham um grande brilho amarelo que o delatava.
, diz que aquilo lá é o gatinho. — perguntou com visível medo na voz.
— Se não for, então é um dos Cullen! Aiii! Tomara que seja o Emmet! — ela dava pulinhos de emoção.
— Eu vou te bater, mulher. — a amiga rolou seus olhos e seguiu em direção àqueles olhos cintilantes com cautela. — Te peguei! WAHHHHH!!!
Um som metálico pôde ser ouvido seguido logo de um som líquido. Não se conseguia saber o que tinha acontecido, apenas sentir, e e Tom tinham certeza que o que sentiam não era um bom sinal.
"Tá tudo bem aí, dude?", Dougie perguntou.
"Acho que não. Se isso for o que eu estou pensando..."
"Isso o quê?"
— TTIIINNNTTAAAA!!! Wahhhh!! Esse gato dos infernos me sujou de tinta de parede!
— Tem certeza? — tentava em vão espremer os olhinhos e tentar enxergar algo. — Pega ele logo e vamos lá pra cima.
— Hunf! Primeiro eu fico preocupada por ter atropelado-o, depois o safado tenta fugir e agora ele joga tinta em mim! Tô de mal deste ser irracional.
"Ser irracional é você!!", Tom tentava fugir dos braços da menina enquanto era levado para cima.
"Há-há-há!! Tom é um ser irracional! Tom é um ser irracional! Tom é um ser irracional!", cantarolava Dougie entre gargalhadas.

As duas meninas que faltavam na sala chegaram com o porco e o gato, e toparam logo com e por lá. Tanto o pato quanto o macaco estavam presos a um tipo de coleira improvisada pelas meninas e não mexiam um músculo na tentativa de fugir. Já o tinham feito e foram praticamente mortos por asfixia pelas coleiras. chegava fazendo cafuné no porquinho, que estava todo relaxado em seus braços; já trazia com seus braços estendidos, a fim de não ter um contato direto, o gatinho parcialmente sujo de tinta branca enquanto ela tinha apenas parte da sua calça manchada.
"Quem é um ser irracional?", perguntou um Danny curioso e, se fosse humano, estaria com um sorriso pastel no rosto.
"Eu vou chutar que é o gato manchado de branco!", palpitou Harry começando a rir junto com os outros.
"Tom é um ser irracional!", continuava Dougie a cantarolar e logo Harry e Danny uniram-se, "Tom é um ser irracional!Tom é um ser irracional!"Tom é um ser irracional!"
"Nem falo nada, viu!"
"Nem poderia! Esqueceu que é um animal?", Harry comentou.

Capítulo 3 - O invasor do banheiro

— Foi uma boa caça, meninas! — comentou vitoriosa. — Bom, não foi muito boa para todo mundo. — tentava disfarçar uma risada da situação de .
— E agora? Será que o controle de animais se importará muito com o gatinho sujo de tinta? — perguntou curiosa.
— É só dar um banho nele. Os carinhas ainda não chegaram, então é melhor aproveitar.
— Boa! Vai que é tua, ! — dirigiu um jóinha para a amiga.
— Por que eu? Não quero saber desse gato estúpido! Deveria ter deixado ele lá morto na rua mesmo.
— Pára de drama, mulher! Leva ele logo pro banho!! — mandou.
— Hunf!
"Cuidado, Tom! Ouvi dizer que gatos têm medo de água fria!!", Dougie alertou em tom de deboche.
"Eu não disse que essa menina era uma serial killer?! Ela seria capaz de deixar o Tom pra morrer lá!", Danny manifestou sua opinião quanto à última fala da garota.

— Ok! Isso pode ser do jeito difícil ou do jeito fácil. Torço para que você seja comportadinho. — começou a dizer para o gato assim que entraram no banheiro.
"Eu posso estar na forma de um ser irracional, mas eu ainda sou humano e ainda penso, ok?", Tom falava com ela mesmo que esta não pudesse ouvi-lo, "Credo!! Isso aqui é o banheiro? Um tufão passou por aqui, só pode!"
O banheiro era cheio de azulejos azul-esverdeados e alguns deles tinham mofo, sem contar no teto cheio de infiltração e armários de madeira destruídos pelos cupins. Um banheiro velho, com coisas velhas.
— Vai ter que perdoar gatinho, mas água quente aqui é raridade. O chuveiro não funciona direito. Mas sei que você vai aguentar direitinho, não é mesmo? — ela perguntou sorridente para o gatinho.
"Sim.", ainda apegado aos costumes humanos, Tom respondeu confirmando, mas de sua boca veio apenas um miado fraco.
— Nyah! Que fofinho!! — a menina exclamou ao ouvir o miado. — Vamos ver.
Ela abriu o chuveiro com uma mão coberta na toalha, pois a chave do chuveiro há algum tempo dava um leve choque quando alguém a girava para ligar ou desligar a água do aparelho. Tom olhou estranhando para as paredes do banheiro que denunciavam a chegada da água e concluía a situação precária daquele ambiente, na verdade, toda a casa era velha e com vários sinais de desgaste. A menina segurava o gatinho com uma mão e com a outra segurava o chuveirinho.
— É...tá mesmo gelada, sorry, gatinho! — ela testou a água em sua própria mão.
"Hoje não é meu dia.", pensou Tom quando sentiu a água congelante atingir seu corpo de animal.
O chuveirinho começou a esguichar a água com certa violência e Tom percebeu logo a mudança brusca de temperatura de gélida para escaldante a ponto de sentir uma forte pontada de dor ao entrar em contato com sua pele.

PUF

— Hein? Que fumaça toda é essa? — perguntou perdida em meio à fumaça recém formada do nada tentando enxergar algo.
— WAAHHH!! Essa droga tá pelando!! — berrou Tom fugindo ao máximo da água.
— Quem disse isso?!
Quando a névoa dissipou-se, ambos puderam perceber o que acontecia, ou pelo menos um deles entendeu direito.
— Não creio!! Eu voltei!! — Tom comemorava felicíssimo em estar de volta à forma humana.
Observava suas mãos, pés, joelhos, pernas, até perceber que se encontrava pelado e lembrou na mesma hora que não era o único no banheiro. Olhou para a menina estática à sua frente e tratou logo de pegar alguma coisa, qualquer coisa, para se cobrir. A menina só mostrou alguma reação quando abriu sua boca para dizer algo.
— WAHH!! SOCORROOOO! TARADO INVASOR NO BANHEIROOO!!
— Pera! Eu posso explicar tudinho, só não grite. — ele disse para a menina, que levantava-se atrapalhada de onde estava e corria desesperada para a porta do banheiro.
A porta do banheiro abriu antes que a garota pudesse fazê-lo e, pela proximidade entre ambas, foi atingida na testa bem forte pela porta aberta repentinamente por uma munida de uma vassoura.
— AII!! — gritou de dor pelo golpe e caiu estatelada em uma canto da parede, deslizando devagar até o chão.
— Deixa comigo!!! Mato qualquer um antes que possa dizer supercalifragilisticexpialidocious!!
—PERAA!! — berrava Tom enquanto defendia-se sem muito sucesso das vassouradas de com uma mão e com a outra segurava a toalha que tinha encontrado para se cobrir.
— Pega ele, !! — dava apoio à amiga da entrada do banheiro junto à e com o porco em seus braços ainda.
— Vai ter o que merece por invadir nossa casa, tarado! Hum, esse invasor não é a cara do... do... do Tom do McFly? — perguntou .
"Aeeeewww!! Tom conseguiu voltar ao normal, dude!!", Dougie comemorou.
"Dude!! Conta pra gente como você conseguiu! Quero voltar a ser eu também!!", Danny disse ainda preso à sua coleira sendo segurado por ela junto com Harry por .
"Hum, mas se os humanos não conseguem entender o que dizemos... Isso quer dizer que o Tom não consegue mais nos entender!", Harry disse em desespero ao constatar tal fato.
— SOU EUU! TOM FLETCHER!! SOU EU!! — berrava o menino para tentar salvar sua vida.
— Tom Fletcher? — parou seu ataque ao rapaz e observou bem seu rosto. Não demorou para que ela percebesse que ele realmente era muito igual ao Tom do McFly.
— Ahã! E eu sou o Jack Sparrow!! — comentou ainda sentada no chão e com uma mão massageando a testa. — Não acredite nesse tarado, ! Mata ele!!
— Pera lá, gente! — manifestou-se. — Parece muito com o Tom mesmo.
— Irmãos gêmeos perdidos na maternidade? — indagou . — Droga! Ficamos justo com o gêmeo malvado, ou melhor, tarado!
— Eu sou ele! Acreditem!! Posso explicar tudo, só me dêem uma chance!
— Vou te dar é três segundos pra você, tarado, largar minha toalha de rosto! — berrou nervosa.
! — começou a dizer abaixando a vassoura. — Pegue algumas roupas antigas do seu irmão pra ele poder vestir... hum... algo.
— Certo! Cuida aqui, . — entregou a ponta das coleiras para a menina e saiu correndo em direção ao seu quarto. No armário, ela encontraria algumas mudas de roupas do seu irmão mais novo para emprestar ao rapaz do banheiro.
— Então...você é mesmo ele? — perguntou com os olhos brilhando com a possibilidade.
— Nem comece, ! É um tarado!! Eu vou chamar a polícia. — disse levantando-se do chão.
— Já disse que sou! — Tom começava a sentir a vergonha de estar apenas com uma pequena toalha para cobrir seu corpo na frente daquelas meninas, ainda mais com os olhares fixos de e sobre ele.
— Aqui! — voltou com roupas de menino nas mãos e jogou em direção ao rapaz. — Meninas vamos deixar ele se trocar e aí falamos com ele, ok?
— Certo! — responderam e ainda mergulhadas em pensamentos para descobrir se o rapaz dizia mesmo a verdade.
— Tanto faz! Eu vou chamar a polícia de qualquer jeito. — foi a última a sair e virou-se bruscamente quando lembrou de algo importante. — Espera! O gatinhoo!! — mas a porta foi fechada em sua cara.
, agüenta um pouco antes de ligar pra qualquer lugar, ok? — pediu calma.
— Por quê?
— Ele deve ser mesmo o Tom do McFly!! E, se for, temos que tratar ele bem, oras! — disse.
"Eu falei que seríamos bem tratados nesta casa!", Danny disse triunfante.
"Esquece isso!", Harry cortou o momento do amigo, "O Tom voltou ao normal não sei como. Temos que descobrir para voltarmos também!"
"Foi durante o banho, com certeza!", Dougie concluiu firme.
"Será que a água dessa maloca é mágica ou coisa assim?", Danny perguntou, mas não houve resposta, "Tomara que a serial killer não chame mesmo a polícia. Já devem estar atrás da gente por não termos ido ao show ontem."
"Sei lá. Estamos numa maré de azar, ultimamente.", Harry ponderou.
"Nosso ticket para Loserville!", Dougie comentou em tom de deboche.

Ele mal saiu do banheiro, e topou com as meninas esperando por ele junto de seus colegas de banda, todos estavam sentados no chão e apoiados na parede frente à porta de onde ele saía.
— Finalmente! — manifestou-se correndo em direção ao banheiro e escancarando a porta. — Gatinhoooo?! Cadê você?!
"Acho que ela não percebeu que o gato e o Tom eram a mesma pessoa, ou o mesmo animal, ou, ou, ou...", Danny tentava dizer, mas se atrapalhou.
"Nós sacamos a idéia, dude.", Dougie avisou.
— Annh...Tô bem aqui. — respondeu Tom com medo da reação da menina que virou-se para encará-lo.
— Como???
— Eu sou o gatinho que você procura.
— Huuuuummmm... Falou, então, gatão! — comentou bem baixinho com e que começaram a rir.
"Não acredito que ele tá se aproveitando de um momento desses pra fazer cantada! Ainda mais uma podre dessas!", Danny disse indignado. Tanto ele quanto Dougie e Harry ouviram perfeitamente bem o comentário de .
"E eu não acredito que ele possa ter soltado uma pérola dessas sem ter explicado pra elas que ele e o gato são a mesma pessoa! É lógico que iam pensar besteira!", Harry rolou os olhos.
— Hunf! Convencido!! — mostrou a língua para o menino. — E eu estou falando de gato no sentindo animal. Se enxerga!
— Então! Vai explicar logo a situação de uma vez ou não? — perguntou já impaciente sobre as chances do menino ser quem elas esperavam que fosse.
— Bom — Tom deu um longo suspiro antes de começar. Ele não queria contar, pois sabia que não seria levado a sério. Mas não havia outra forma de explicar sua aparição ali naquele momento, naquele lugar. —, eu já disse antes que sou o Tom do McFly e também sou o gatinho que a amiga de vocês está procurando. — ele indicou com a cabeça para a imagem de deitada de barriga para baixo no chão procurando por qualquer sinal do gato.
— Tem que concordar que está meio difícil de acreditar nisso, não? — tentou dizer simpática, mas já se arrependendo de ter deixado o rapaz se explicar ao invés de matá-lo a vassouradas. Teria sido mais simples.
— Eu sei! Eu sei! — ele estava desesperado, não sabia como faria elas acreditarem. — Mas é a verdade! Todos nós do McFly estamos com uma maldição que nos transforma em animais, e agora é a primeira vez que um de nós volta ao normal desde ontem à tarde.
— Maldição?! — estava cética.
— Eu disse que tínhamos ficado com o gêmeo tarado e problemático do verdadeiro Tom do McFly. — disse rolando os olhos.
— Sim, maldição! Eu virei um gato, esse porco nos seus braços é o Dougie, o pato pateta é o Danny e o macaco é o Harry!!
"Gêmeo tarado, problemático e amalucado do Tom!", Dougie balançou a cabeça negativamente, "Nunca que vão acreditar nele."
"Ainda mais que a verdade parece uma grande mentira.", Harry concluiu passando suas mãozinhas de macaco pelo rosto.
"Quack!"
"Que diabos foi isso?", perguntou Harry encarando o pato junto com Dougie.
"Bom... eu não sabia o que dizer, então pensei em dizer o mais óbvio! Afinal, eu sou um pato, não sou?"
"É... só que é um pato muuito pateta.", Dougie disse.
As meninas se entreolharam preocupadas em acreditar ou não no rapaz. tinha certa paz por saber que a vassoura estava ao seu lado caso precisasse dela, e seguiam com o olhar fixo nele para confirmar a semelhança e continuava sua busca pelo animal perdido.


Capítulo 4 - Agência de Controle de Animais (A.C.A.)

— Essa não! — praguejou de repente. Estava apoiada na ponta dos pés, observando pela janelinha do banheiro. — Acho que o gatinho fugiu pela janela e então o pegaram.
— Já disse que eu era o gato!
! Tira esse maluco da nossa casa de uma vez por todas, por favor? — perguntou sem paciência para a menina. — Além disso, o cara do controle de animais está lá fora, tenho certeza que ele deve ter pego o gatinho quando ele estava fugindo daqui.
— Humm, olha, eu vou admitir que está difícil de acreditar nessa história de maldição e tal, mas... — começou.
— Mas nada! — interrompeu. — Ele é louco! Manda embora! Adeus! Até nunca mais! Bye-bye! Addio! Au revoir! Dag! Auf wiedersehen!
— Ok! — entregou o porco nas mãos de e dirigiu-se para perto de Tom. — Ele vai embora assim que você mesma explicar como é possível que ele também esteja manchado de tinta branca. — ela passou a mão pelo cabelo do menino e levantou uma mecha de cabelo onde se escondia vestígios de tinta.
— Boa, ! — apoiou a amiga. — Um invasor tarado de verdade não estaria manchado de tinta porque ele não estava no porão na hora em que o gatinho e a se sujaram!
para detetive, para advogada! — comentou feliz sorrindo pastel com a cena.
"Melhor isso ser o suficiente, porque se o controle está mesmo lá fora, nós não temos muito tempo para convencer essas garotas!", Dougie comentou frustrado.
"Quack! É verdade! Quack!"
"Danny! É melhor você parar com essa nova mania, senão te acerto a pata nesse bico!", Harry ameaçou.
"Quack! Quack! Quack! Quack! Quack! Quack! Quack! Quack! Quack! Quack! Quack! Quack!"
— Eu... e-e-ee-euu... eu sei lá porque ele está sujo de tinta branca!
— Ahá! Consegui deixá-la sem palavras! — comemorou vitoriosa.
Nisso, a campainha pôde ser ouvida por todos que se encontravam no minúsculo banheiro do segundo andar.
— É o controle de animais. — avisou. — Vamos então entregar os bichos e esse cara doido!
— QUÊÊ?! — berrou Tom desesperado. — Não podem fazer isso! Eu juro, eles são os outros guys!! Não podem entregá-los!
— Não se preocupe, Tom! — disse dando leves tapinhas no ombro do rapaz. — Eu acredito em você.
— Ahh! Qual é? — resmungou. — Agora vocês todas acreditam no carinha doido?
! Calada! — ordenou impondo ordem. — Vamos fazer o seguinte: eu e a vamos descer, atender o cara e mandar ele embora enquanto vocês duas sobem para o sótão com o Tom mais os outros três animais, ok?

— Vamos dizer o quê, ? "Sorry, mas foi engano"?
— Não tinha pensado em nada ainda, mas também serve! — respondeu à amiga assim que chegaram ao primeiro andar.
Elas ouviram mais uma vez o tocar da campainha e apressaram o passo para a porta. abriu a porta bem devagar e logo a imagem de um homem baixinho, meio careca e com carinha de simpático apareceu.
— Olá! Sou do Controle de Animais! — ele começou animado. — Recebemos um telefonema daqui em nome da senhora .
— Senhorita! Senhorita . — a garota tratou logo de esclarecer ao senhor enquanto lhe estendia a mão.
— Ah! Muito prazer! E a senhorita seria? — perguntou ele dirigindo-se à outra menina com a mão estendida.
.
— Hilário!
— Como? — perguntou fechando um pouco a cara. Aquele homem tinha achado seu nome engraçado?
— Hilário! Meu nome é Hilário!
e tentaram conter uma risada nervosa, o nome do sujeito era engraçado demais para elas.

— Não vai dizer nada? — perguntou para a amiga. — Ah! Legal, achei uma lanterna. Até que ilumina bem, não acham?
— Mas não tinham me mandado ficar calada? Vocês têm que decidir se fico quieta ou não. — comentou insatisfeita.
— Ai! Quanto drama. Faça o que quiser, só ajude a encontrar mais lanternas.
— Não tem um interruptor por aqui? — perguntou Tom de algum lugar do sótão. Se o porão era escuro, esse lugar era mil vezes mais e com o dobro de coisas guardadas nele. Havia tropeçado inúmeras vezes em menos de um minuto.
"Essa maloca fica cada vez pior.", Danny comentou.
"Verdade. Quack!", Dougie comentou rindo um pouco.
"Você também não, porquinho da índia!", ameaçou Harry, áspero.
"Óinc!", Danny disse caindo na gargalhada, "Qual o som que um macaco faz?"
"Nunca parei pra prestar atenção, você sabe, Harry?"
"Pior que não. Óinc! Quack!"
— Hey! Tom, explica uma coisa...
— Sim!! — interrompeu . — O que você fazia no meio da rua ontem quando te atropelei, seu maluco?
— Aêê, mulher, fica quietinha aí! — a cortou. — Não era pra você ficar calada? Tom, quem foi mesmo que você disse que era o Dougie? O Pi-chan??
— Quemmm?! — perguntaram Tom e juntos.
"Pi-chan?", perguntaram os três animais juntos, embora não pudessem ser ouvidos pelos humanos.
— Annh... o Dougie é o porco.
— Quem é Pi-chan, ? — perguntou sentando-se no chão, próximo de e Tom em volta da lanterna virada para cima.
— Ah! Era um apelidinho que eu tinha pensado em botar no porco. Não é fofo?
— Suuuper fofo. — disse sarcástica. — ! Quando colocamos nome nos animais, nós começamos a nos apegar! Não vamos ficar com ele.
"Há-há-há-há-há! Pi-chan!! Fala sééééério, que ridículo!!", Danny matava-se de rir movimentando suas asas freneticamente.
"Ahhh! Eu até que curti.", Dougie deu sua opinião e aproximou-se do colo da menina.
— Nem dá pra ficar com ele, não é um bichinho de estimação de verdade. Ele é... — Tom começou a dizer antes de ser interrompido por .
— De comer.
"É o quê?", Harry perguntou surpreso.
"Aeeww! Menina mó tarada, Dougie!", Danny ria, "Vai te devorar todo!!"
— Como?! — perguntaram os outros dois humanos no recinto.
— Não é? Que eu saiba, porco da índia é para se comer.
— WAHHH! Sua maluca!! Não pode comer o Pi-chan! — escondia o porquinho em seus braços.
— Nunca ouvi falar que fossem de comer! ... E não tente comer meu amigo!! — comentou Tom.
"Eu não disse que aquela garota era uma serial killer? Primeiro ela tenta matar o Tom e agora quer matar o Dougie!"
"Dude!", Harry recriminou Danny por seu comentário, "Ela não matou ninguém ainda pra você ficar chamando-a de serial killer!"
"Falou bem. Ela não matou ninguém a-i-n-d-a!", completou o pato em defesa.
— Não disse que eu vou comer ele nem nada disso!! Só comentei. Não falo mais nada depois dessa, também! — ela disse levantando-se.
— Onde você vai? — perguntou .
— Vou sair daqui. — respondeu já baixando a escada móvel que dava acesso ao sótão. — Não vai acontecer nada.
— Volta aqui! A deu ordens, lembra? Não serei responsável! — ameaçou, mas a menina já havia descido. — Droga!
— Eu vou atrás dela. — Tom avisou e saiu.

— Tudo bem! Só vou perguntar mais uma vez, onde estão os animais? — o simpático senhor de antes tinha se transformado em um rabugento cuspidor de palavras e saliva.
— Hey! Sem chuva salivar para o meu lado, senhor! — respondeu rápida, passando uma mão no rosto.
— Já dissemos que foi um trote ou engano. — continuou. — Não há animal nenhum neste lugar. Pode fazer o favor de se retirar da minha casa?
— E não se preocupe que a porta da rua é serventia da casa! — completou vitoriosa.
— Olhem aqui, mocinhas. Um gato ou um porquinho da índia podem ter raiva ou alguma doença, mas são animais domésticos. Agora, um pato e um macaco não são. Isso é tráfico ilegal de animais silvestres. Se por acaso vocês têm um, então é melhor me entregarem já!
No meio daquela discussão, os três na sala puderam ouvir o som de um baque no andar de cima. e entreolharam-se preocupadas e o senhor olhou para a escada no fim da sala. Abriu caminho por entre as meninas e começou a correr o percurso para o andar de cima com as meninas atrás.
— Hey! Não pode invadir nossa casa assim, não!! Não te demos permissão para entrar!! — gritava .
— Ai! O que aconteceu? — perguntou para si mesma, mas pôde ser ouvida por .

— Ferrou total, !! — disse nervosa para a menina, que se assustou com a volta repentina da amiga e de Tom.
— Como assim?!
"Loserville, aqui vamos nós outra vez! Quando é que vamos dar sorte?", perguntou Dougie.
"Droga! Vamos ser levados para a carrocinha e virar sabão!", lamentou Danny.
"Pára de falar asneiras!", Harry acertou um pedala no pato.
— Esse cego caiu em cima de mim e o tiozinho ouviu! E ele suspeitou de algo, com certeza.
— Foi sem querer! Eu não tinha te visto, não sou cego. — Tom defendeu-se dos comentários.
— Hunf! — rolou os olhos. — Pode ter voltado a forma humana, mas, pelo visto, ainda está com o cérebro do mesmo tamanho que um animal.
— HEYYY! Eu ouvi isso!!
— Parem vocês dois!! — levantou-se também. — Dá para ouvir os gritos deles nos corredor. Que vamos fazer?
— Já sei! — disse rápido e tratou de empurrar Tom e para o outro extremo do sótão. — , você leva o porco e o macaco. — a menina apenas teve que se posicionar para que o macaco entrelaçasse seus braços ao redor da amiga que já tinha o porco nos braços. — Tom, você leva o pato. E subam rápido pela escada; se não me engano, ela dá lá no teto.
— Não estou entendendo nada! — Tom disse.
— Hum, lembrei! — falou séria. — No final da escada tem um tipo de escotilha e dá para o lado de fora. É o único jeito de chegar à antena da casa! Mas o que iremos fazer lá?
— Esconder! — respondeu enquanto empurrava os dois para que se apressassem. — Eu fico aqui e, sei lá, invento que fui eu que fiz o barulho enquanto arrumava aqui! Vão!! Vão!!

— Humm! Eu sei que o som veio daqui de algum lugar! — disse Hilário sério.
— Aê, tiozinho! Pode ir saindo da nossa casa, o senhor não é mais bem-vindo aqui! — dizia irritada com a invasão do senhor. — , amiga, pegue a vassoura!
— Vou antes que você possa dizer supercali...! — parou a piada no meio ao receber o olhar fuzilador da amiga. — Tá, tá. Eu vou!
— Não até eu conseguir salvar essas pobres espécies das mãos de cidadãs como vocês! Tráfico de animais é crime grave!!
— Não estamos traficando animal nenhum!
Os dois berravam alto e, por acaso, Hilário viu uma cordinha vinda do teto se mover como um pêndulo, o que chamou sua atenção. Ele logo entendeu do que se tratava e, com sua mão, deu um forte puxão na corda, que trouxe consigo uma escada velha e empoeirada. Ele sorriu vitorioso, olhando por cima do ombro para uma abobalhada e começou a subir a escada.
Quando saiu de seu transe, ela correu atrás do homem já temendo o pior, não saberia que desculpa inventar para a presença dos animais naquele lugar e com certeza a história de Tom não convenceria da mesma forma que havia convencido as meninas. Certo, talvez nem ela mesma acreditasse em tudo que o menino tinha dito, nenhuma delas acreditava, mas isso não as impedia de ajudá-lo. E quando finalmente chegou lá, ela sentiu um pouco mais de alívio.
? Quem é esse homem, afinal? — perguntava próxima à luz forte que vinha de uma lanterna virada para cima no meio do sótão onde ela, com um pano amarrado na cabeça e com outro na mão, parecia tirar o pó de um retrato tirado de uma caixa ao seu lado.
— Eu... sou... Hilário. — respondeu o homem claramente decepcionado.
— Legal! Eu também sou bem engraçada! — comentou alegre.
— Não, ! Hilário é o nome dele! — tratou de explicar.
— Jura? — e tanto o senhor quanto confirmaram com a cabeça. — E qual seria o nome tãão hilário?
— Ai! Que burra!! — bateu com a mão na testa.
— É só a senhorita que está aqui? — perguntou o homem olhando com dificuldade para o lugar. Tudo escuro e cheio de objetos, algumas caixas e muita, muita poeira.
— Sim. Vim pra cá agorinha pouco, estou atrás de umas fotos antigas da família.
— Vocês não têm nenhum animal nesta casa? Por exemplo, gatos, porcos, patos... macacos?
— Não. Talvez devesse tentar um zoológico.
— Chegueiii!! — berrou com sua fiel vassoura na mão. — Ou o senhor vaza agora, ou chamaremos a polícia e também ligaremos para o teu superior!!
— Ok! Eu vou, mas se recebermos outra chamada daqui por trote, as senhoritas terão de pagar uma multa severa. Entendido?
— SIM! — responderam as meninas juntas.
— Irei "escoltar" o senhor até a porta. — disse sorridente exibindo sua vassoura.
— Obrigado...?
— Hey... . — perguntou baixinho quando os outros dois já desciam as escadas para o segundo andar. — E a e o gêmeo do Tom?
— Lá em cima. — ela indicou com o dedo. — Estão com a antena. Ótimo plano, não?
— Não se eles estiverem por lá quando o tiozinho doido sair da casa! Ele pode vê-los!!
correu para a escada da parede, começou a subir rápida por ela até chegar a uma espécie de escotilha. Deu algumas pancadas como se batesse numa porta e ela se abriu, revelando o rosto de junto com uma leve corrente de ar frio.
— Todo mundo pra dentro, agora!!

— Bom, adeus! — disse ao homem, encostada ao batente da porta da entrada.
— Adeus! — disse o homem já um pouco mais simpático como no começo. Ele foi até seu carro onde tinha vindo e, com a chave, deu partida no carro. Já estava a alguns metros afastados da frente da casa quando pelo painel do retrovisor percebeu um vulto desaparecendo do telhado da cada daquelas meninas. — Verdade. Eu não chequei o telhado! Bom, talvez seja preciso mais uma visita na casa delas. Quando aquelas três não estiverem para me atrapalhar!

— Gente! Tá uma friaca lá fora!! — tremia um pouco de frio.
— Também, você só está de pijama. O que queria? — riu da amiga.
— Hey, ! Afinal, qual era o nome daquele tio?
— Há-há-há! , tu é muito burralda! — a menina começou a cair na gargalhada. — Hilário era o nome dele!
— Hilário? — perguntaram Tom e juntos.
— AHHHH!! Agora entendiiiii!
— Você sabe do que elas tanto riem? — perguntou Tom a .
— Nem idéia! Mas tem algo a ver com esse tal de Hilário.
"Alguém aqui pegou a graça?", perguntou Harry ainda segurando-se ao pescoço de .
"Nem.", responderam Dougie e Danny juntos.


Capítulo 5 - Pia mágica

— Sabem o que eu percebi? — perguntou assim que todos desceram para a sala. — Nós não terminamos nosso café da manhã!
— Verdade! Para a cozinha! — disse animada pensando em matar a fome que sentia.
— E como poderíamos comer se bem naquela hora a bicharada começou a fugir? ...O que me lembra... senhor Tom! O senhor tem contas a prestar conosco. — disse.
— Do tipo?
— Por que fugiram? — perguntou a dona da casa.
— Porque estávamos preocupados de vocês nos entregarem ao controle de animais. Aí sim ficaria distante a possibilidade de algum dia voltarmos a sermos humanos. — ele lamentou olhando seus amigos.
"Mas se um de nós voltou, quer dizer que nós também podemos!", Danny animou-se ao dizer isso.
"Quem diria que o cérebro de um pato te ajudaria a pensar em algo que tenha lógica!", Dougie ironizou.
"Talvez porque o cérebro dele é menor que o de um pato.", Harry concluiu e caiu na gargalhada junto com o porco.
"A primeira coisa que vou fazer quando voltar a ser humano será dar um belo chute na bunda de vocês dois!"
"Ai! Que meda!!", Dougie disse com voz afetada.
"Não se eu acertar primeiro na tua.", desafiou Harry.
— Tudo bem se enquanto vocês tomam o café da manhã direito eu tentar ver se consigo transformá-los de volta? — o rapaz loiro perguntou esperançoso por um sim.
— Claro! — foi a primeira a aceitar e entregou o porquinho nas mãos dele. — Cuide bem do Pi-chan!
— Ahn... — começou a dizer. — Tudo bem você se molhar? Digo, aquela água te fez virar humano, mas ela também pode fazer o contrário, não pode?
"Verdade! Putz!", Harry disse agoniado, "Qualquer agüinha faz a gente virar bicho!"
"Mas a água da casa delas faz a gente virar humano, então tá beleza!", Danny comemorou.
"Sempre que virarmos animais, podemos destrocar com a água daqui!", Dougie completou.
— Bom, a verdade é que nós só sabemos que sempre que entramos em contato com água nós nos transformamos em animais, mas não sabemos ainda o contrário.
— Sabem como? — perguntou curiosa.
— Já é a segunda vez que isso acontece. — o loiro explicou.
— E ainda não aprenderam como voltar para a forma humana? — estava surpresa.
— Água nos transforma e água nos destransforma. Como, eu já não sei.
— Pera aí. Foi por isso que o show de anteontem de vocês terminaram mais cedo? Pela chuva, não? — falou.
— Sim. Imagine se virássemos animais na frente dos nossos fãs. Seria chocante!
— O contrário também é, viu? — comentou meio séria e um pouco vermelha. As outras meninas e os animais riram do comentário da garota. Menos ela e Tom.
— Ai, essa foi boa! — ainda tentava conter o riso. — Certo, mas você disse que esta é a segunda vez, como voltaram na primeira? "Humm... Aquela vez não valeu... foi por acidente.", Danny mencionou.
"Um ótimo acidente!", Harry corrigiu o amigo.
"Lógico, senão estaríamos como animais até hoje.", Dougie terminou.
— Graças ao Fletch! Mas foi meio que um acidente e nós não chegamos a descobrir direito como tudo aconteceu. Só sabemos que foi água.
— Então, podemos decidir logo o que vamos fazer? Eu tenho fomeee! — queixou-se.
— Ok, ok! — disse batendo palminhas para chamar a atenção de todos. — Tom, você fica aqui, pra não se molhar de novo. , você fica com o Tom e toma seu bendito café. , você vem comigo e com os animais para ajudar no banheiro. ... você vai ser a garçonete e camareira!
— Como? Vou ser o quê?
— Vai pegar umas toalhas para os meninos e mais algumas roupas do meu irmão caso eles voltem ao normal, eee também vai levar pra gente algo de comer porque eu também tenho um pouco de fome!
"Pelo visto é ela quem manda nesta maloca.", Danny comentou ao ver todos obedecendo a garota.
"Alguém que bote ordem nesta muvuca!", Dougie riu.
"Se ela tem um irmão, cadê ele? Ele não vai ficar bravo de usarmos todas as roupas dele?", Harry perguntou confuso enquanto era levado para cima junto com os outros.

— Meu lanchinho, vou comer, vou comer, lã-lã-lã. — cantarolava feliz ao voltar para seu lugar na mesa ainda deixada da mesma forma antes da fuga dos animais.
— E depois eu que sou maluca, né? — perguntou enquanto procurava no balcão da cozinha por algumas torradas para levar para as meninas no andar de cima. — Será que elas se importam se for torrada com geléia de morango?
— Hey! Eu sou normal! Chata. — bebia seu café com leite já frio. — Aê, Tom, fique à vontade!
— Obrigado. — respondeu o rapaz ao sentar-se.
— O que vai querer de café da manhã? — a menina perguntou sorrindo. — Qualquer coisa que não seja leite instantâneo, eu suponho! — aproximou-se com um prato cheio de torradas e com uma faca mergulhada no copo de geléia. — Desculpe te fazer beber aquilo, estava horrível.
— Não estava ruim. — ele mentiu dando um sorrisinho.
— Não se preocupe, Tom. — avisou.— Ela não sabe mesmo fazer um leite decente! — Então dirigiu seu olhar na direção da amiga. — Primeiro você quase mata ele por atropelamento, depois quase dá uma séria intoxicação alimentar... , você está com intenções assassinas pra cima do Thomas?
— Ah! Isso me fez lembrar. — Tom disse de repente e as duas meninas o encararam. — O Danny acha que você é uma serial killer por isso.
— Hunf! — a menina tentou ignorar a risada dos dois. — Eu vou pra um lugar onde minha presença seja melhor apreciada.

— Assim tá bom? — perguntou , que improvisava uma cortina feita com a toalha.
— Acho que sim. — respondeu. — Agora... torrada!
, isso aqui não é sala de operações não, mulher. — respondeu à menina entregando-lhe uma torrada.
— Hum! Eu adoro E.R.!! — comentou feliz.
"Hellooooo! Dá pra irmos logo com isso?", Harry perguntou impaciente enquanto via as três meninas engatarem uma conversa sobre seriados médicos, "Eu quero voltar a ser gente, poxa!"
"Elas vêem T.V. o dia inteiro pra saber tanto assim sobre seriados?", perguntou Dougie sem muito interesse na conversa delas, "Danny! Bica elas aí, assim elas voltam a se concentrar no que importa!" — Dougie ordenou.
"'Xá comigo!"
— Ahhh! O House tem olhos azuis lindos!
— Ai, credo! Muito enrugado aquele tio. Tá é velho!
— É o charme dele, amiga!
— Pensei que o charme fosse a bengala-AII!
— AIII!! — as três berraram ao sentir Danny atacando-as.
— O que deu nesse doido? — perguntou tentando afastá-lo com a perna.
— Acho que eles estão meio impacientes. — comentou.
— Deve ser. Bom, vamos voltar ao que interessa. Vejamos... torrada! — começou a iniciar todo o processo de antes.
Ela ligou o chuveiro e dele começou a sair água gelada em grandes jorros, mas nada de Harry voltar a ser humano, ele começava a tremer de frio. Enquanto isso, Danny esperava do outro lado de , que ainda segurava a cortina improvisada por uma toalha e Dougie explorava o banheiro. Naquele momento o baixista havia acabado de escorregar para dentro da pia, e como era ele não era muito grande, aquela pia velha parecia mais uma banheira do ponto de vista dele. O porquinho observou a torneira diferente, era uma do tipo alavanca ao invés daquelas giratórias, ele levantou-se sobre suas duas patas traseiras e apoiou-se na alavanca para poder manter-se de pé. A torneira da pia abriu.

PUF

— Quê? — perguntou assustada pela neblina formada.
— Putz! Não tô vendo nada no meio desse nevoeiro! — resmungou .
— O macaco deve ter voltado ao normal!! Essa fumaceira acontece quando eles se transformam. — avisou as amigas mesmo sem poder vê-las.
"AÊÊ, Harry!!", Danny comemorou feliz, também sem poder ver o amigo., "Acho que você vai poder dar o chute na minha bunda primeiro. Droga!"
"Pera aí!!", Danny pôde ouvir a voz de Harry de algum lugar perto dele, "Se estão dizendo que eu voltei ao normal, por que eu consegui ouvir o que o Danny disse?"
"Dude!", Danny exclamou, "Tu ainda é animal? Mas então... quem?"
"Meio óbvio, né, seu jegue?", Harry debochou.
"Jegue não!! Pato! Quaaaaack!"
— AAAAÊÊÊÊ!! EU VOLTEIII!!
— Essa não é a voz do Dougie? — perguntou voltando a enxergar um pouco a sua volta.
— Mas não foi o Harry quem deveria ter voltado, ? — virou sua cabeça em direção à amiga atrás dela ao mesmo tempo que , e então elas viram.
— Estranho! — disse também confusa tentando ver algo de Harry, mas sendo atrapalhada pela cortina de . — Tinha que ser o Harry... meninas? — ela perguntou quando viu o olhar espantado das duas meninas em sua direção, mas não olhando exatamente para ela. E logo jogou a cortina-toalha para aquele lugar.
— Valeu! — Dougie agradeceu agarrando a toalha e cobrindo-se rápido. — Como é mesmo seu nome? , né? Valeu mesmo.
virou-se lentamente quando ouviu aquela voz tão perto dela e finalmente viu o que as outras duas olhavam espantadas. Dougie Poynter tinha sido o causador da névoa e estava ali sentado no chão. Podia-se ouvir o som da torneira aberta e a água correndo misturando-se ao som do chuveirinho na mão de .
— Como você...? — começou a perguntar, mas não acreditava no que via. Seu segundo McGuy favorito estava bem ali, próximo dela e apenas com uma toalha.
— A torneira da pia abriu e eu caí dela porque, óbviamente, não cabia lá.
— Oh! My! GOSH! — exclamou. Agora sim ela definitivamente acreditava em todas as palavras de Tom.
— OH! MY GOSHHH!! — exclamou mais alto ainda, levando suas mãos à cabeça em sinal de desespero. — O prato! As torradass! Estavam atrás de miiimmmmm!!
— ... — Dougie não disse nada, apenas passou uma mão perto da sua perna e viu sua mão suja de geléia vermelha. Seus olhos se espantaram quando ele percebeu onde estava sentado em cima.
"AAAHHHH! Dude! Isso é bom demais pra ser verdade.", Danny gargalhava alto pelo azar do amigo.
"Depois dessa, mesmo que ele não queira, ele terá que tomar um banho e aí bye-bye forma humana.", Harry também ria muito da cena.
"Acho que ele ficou com espírito de porco! Adora estar num chiqueiro!", Danny batia suas asas várias e várias vezes.
Mesmo com os barulhos vindo do pato e do macaco, todos conseguiram ouvir passos atrapalhados subindo as escadas e a porta abrindo subitamente com Tom e do outro lado dela.
— Conseguiram voltar?! — Tom perguntou sorridente e meio cansado pela corrida.
— Dougie! — exclamou ao ver o rapaz próximo à porta de volta à forma humana. — O que é isso na sua mão? — ela perguntou curiosa para a gosminha vermelho intenso na mão do baixista.
— Acho... — ele começou a responder movendo seus dedos sujos, sentindo a sensação da geléia escorrer pela sua mão, estava um tanto hipnotizado por isso. — Acho que estou naqueles dias!
— COMOOO?! — perguntaram juntos os recém-chegados ao banheiro.


Capítulo 6 - Plano para os meninos ficarem na casa

— Já disse que n-ã-o!! — insistiu Dougie mais uma vez.
— Você não pode ficar assim! É nojento! — Tom disse fazendo careta.
Os dois estavam no quarto de , onde Tom tentava convencer o amigo de tomar banho para limpar-se da geléia e Dougie se recusava e tentava vestir direto alguma roupa do irmão da dona do quarto.
— Eu não quero voltar a ser um porco!! E você também não estava sujo ainda de tinta branca? Não me lembro de ter te visto debaixo do chuveiro, gatinho! — zombou o menino.
— Muito menos sujo que você! Mas a me emprestou uns lenços umedecidos e deu certo. No teu caso é banho mesmo!
— Nunca!! — ele foi e abriu um pouco a porta do quarto. — !
— Oi? - a menina apareceu no corredor saindo do banheiro onde ainda estavam e tentado transformar em humanos os últimos rapazes, mas sem sucesso.
— Você é a ?
— Uhum! — ela estava nervosa demais para conversar normalmente com seu ídolo. Queria gritar de emoção e, talvez, até chorar, mas se controlava, pois não queria assustá-lo. Tinha que parecer ser uma menina normal.
— Poderia me emprestar uns lenços umedecidos? O Tom disse que você tem.
— Uhum! — ela respondeu com um sorriso e virou-se para ir até seu quarto pegar.

— Ai, ai, ai. Alguma coisa aí, ? — perguntou à amiga. Estava com o chuveirinho na mão e na outra uma toalha, no caso de Harry voltar a ser humano.
— Nada ainda! — respondeu . Ela estava com o pato Danny na pia tentando dar o mesmo golpe de sorte que Dougie.
— Gente, vocês vão acabar com a água do mundo com isso! — passou comentando. — Tentem mais tarde. Acho que por hoje só vamos ter dois ex-animais.
— Sorry, guys! Mas acho que é verdade. — concordou desligando o chuveirinho e então a chave geral do chuveiro. — A conta de água virá uma loucura este mês.
"Sorry o caramba!", Harry reclamou, "Não quero mais ser animal! Por que só o Tom e Dougie conseguiram?"
"Já vi que vamos ter que pagar o pato mais um dia, no meu caso, isso vai ser no sentido literal.", Danny começou a rir com a piadinha contida em seu comentário.
"Mais um dia como animal e o único ser com quem eu posso falar é o Jones. Dudeee, já vi que não dá pra ficar pior."
"Obrigado pela parte que me toca.", Danny respondeu fingindo-se sentido.

— Toc! Toc! Todo mundo vestido aí, né? — perguntou abrindo devagar a porta do quarto de para encontrar Dougie já com roupas e sentada na cama ao lado de Tom. — Trouxe algo para o Dougie comer!
— Bacana! O que trouxe? — o ex-porco perguntou simpático.
— Humm... — a menina tentava segurar um riso abafado. — Torradas com geléia de morango! Sorry, não tinha muita coisa na cozinha. — a menina tentou se desculpar enquanto e Tom começaram a rir da careta do garoto para a comida.
— Obrigado. — ele respondeu ao pegar o prato com todas as torradas e morder uma.
— E então, o que vocês pretendem fazer? — entrou no quarto com Danny nos braços enrolado em uma toalha.
— Voltar para casa? — Dougie arriscou com a boca cheia.
— Seria bom voltarmos, já abusamos demais de vocês. — Tom concordou com o amigo.
— Mas e quanto ao Danny e o Harry? — , também recém-chegada ao quarto, perguntou.
Os rapazes olharam para seus amigos ainda em forma de animais e a pergunta sobre o que fariam com eles não tinha resposta. Logo ligou a televisão e zapeou pelos canais até chegar no mesmo canal de ontem onde tinha visto a notícia do desaparecimento dos rapazes.
— Acho que se vocês voltarem pra casa, terão muito a explicar. — ela começou a dizer enquanto todos voltavam seus olhares para o aparelho.
— É mesmo, já estão falando de vocês como desaparecidos! — lembrou-se da reportagem da noite anterior.
"Desaparecidos?! Mas estamos bem aqui!"
"Danny... CALADO!", Harry acertou um pedala fraco na cabeça do amigo.
"AI! E agora, eles vão embora com a gente assim?"
"Nem pensar! Eu vou voltar a ser gente, nem que precise acabar com toda a água do planeta."
"Coisa feia, Harry! Todos nós temos que cooperar para conseguir um equilíbrio sustentável entre o homem e a natureza se quisermos viver mais e melhor!", Danny terminou dizendo triunfante.
"Onde foi que você...", Harry estava impressionado com as palavras do amigo lesado, "Ahhh! Bem que eu achei estranho! Você tava imitando o que aquela propaganda tava falando!!", e acertou mais um pedala, desta vez mais forte, na cabeça do pato, "Jegue!"
"Jegue nãoooo! Pato! Quack!"
"Pra mim chega desses quacks! Vou chutar essa tua bunda de ave!"
"WAHHHHHHHHH!", Danny correu pelo quarto fugindo de Harry e começou um vôo desastrado pelo quarto.
— Segurem esse pato! — gritou — Wahhhh! Meu porta-retrato! — a menina exclamou quando o pato atrapalhado jogou no chão o objeto ao esbarrar nele.
— PEGUEI!!
"WAAAAAAAAHHH!! DOUGIE POYNTER! Seu anão de jardim safado! Você me sujou de geleca vermelha!!"
"Nojento.", Harry opinou já sem correr atrás do pato.
— Ops! Foi mal, dude! Foi mal! — Dougie pedia desculpas ao amigo por tê-lo segurado com ambas as mãos sujas de geléia de morango.
— Esses dois perderam o juízo, foi? — perguntou colocando de volta o porta-retrato na cômoda.
— Nunca tiveram! — Tom comentou e por isso recebeu um puxão em seu cabelo de Harry.
— Deve ter sido por conta do "Quack!" - Dougie comentou, mas ninguém entendeu além dele e dos animais.
— Olha!! São vocês!! — anunciou apontando para a televisão e todos voltaram seus olhares para a imagem.

Pois é, minhas queridas fãs de McFly, os meninos continuam desaparecidos. Mas não só eles, como o empresário da banda também! Tentamos hoje, mais cedo, entrar em contato com Fletch e adivinhem? Nenhum sinal! — dizia eufórica a mesma repórter da noite passada com outra roupa chamativa. — Mera coincidência? Ou será que não?

— DUDE!! Esquecemos do Fletch! — Tom berrou assim que a rápida matéria terminou.
— Agora só falta o Fletch também estar preso no corpo de um animal. — SCRIPT>document.write(Bubu) sugeriu divertida.
— Aí sim nosso zoológico estaria completo! — completou.
— Se for assim, então vocês deram sorte, meninas. — Tom disse já temendo a reação delas.
— Como assim? — e perguntaram juntas.
— O Fletch... ele também está amaldiçoado, mas nós ainda não sabemos no que ele se transforma. — Dougie explicou.
— É. No dia que ele nos destransformou, ele já tinha voltado à forma humana. — Tom concordou.
— Então onde ele está agora? — perguntou curiosa.
— Provavelmente transformado. Depois que a chuva nos pegou na saída frustrada do show de dois dias atrás, acabamos nos separando dele. Se a chuva nos transformou em bichos, com certeza transformou-o da mesma forma. — Tom concluiu.
— Mesmo assim, tentem falar com ele, oras! — avisou.
— Mas como? Tom, será que ele tá com o celular dele na mão, ou na pata? — o baixista perguntou.
"Um gato, um porco, um macaco e um pato... hummm... não vejo lógica nenhuma nos bichos que nós nos transformamos. Então o Fletch deve ser um bicho sem lógica também.", Danny pensava.
"Danny, você é o ser mais sem lógica desse mundo e quer enxergar alguma lógica para os bichos que nós viramos? É mais fácil esperar pela colheita das árvores que dão dinheiro.", Harry rolou seus olhos.
"Heyyy!! Elas existem?! PUTZ!! Temos que conseguir uma árvores dessas, dude!"
"Eu vou chutar tanto a sua bunda quando voltarmos ao normal..."
"Quack!"

— O que vocês querem, meninas? — perguntou temerosa.
Tom e Dougie tinham acabado de descer junto com Danny e Harry nos braços para a sala enquanto as meninas puxaram para dentro do quarto da garota e fecharam a porta.
— Bom... você é a dona desta... liiiinda e humilde casa, . — começou a dizer com voz musical.
— Bota humilde nisso, hein? — comentou e recebeu um pisão no pé de . — Ai! Sorry!!
— Eeeee... você é uma menina muito legal, bacana, moderna, sabe se vestir como ninguém e, o mais importante de tudo, é alguém suuuper simpática. — dizia aproximando-se da mesma forma que e de .
— Ok! Brigada pelos elogios, mas e daí? — a menina perguntava com olhar preocupado para as três meninas que a tinham encurralado na parede de seu quarto.
— Pede pra eles ficarem aqui! — as três disseram ao mesmo tempo.
— COMO?!
! — começou. — São os McGuys!! Eles não podem ir embora ainda! E eu nem pude ver o meu Danny na forma de gente!
— Se eles voltarem pra casa deles, então eles nunca mais voltarão aqui! Se esquecerão da nossa ajuda e que a nossa água é milagrosa. — disse.
— Eeee você foi escolhida como a mais simpática em nossa democracia para convidá-los para uma estadia maior em nossa humiiiiilde morada! — terminou.
— Democracia o caramba!! — contrariou. — Eu não vou pedir nada pra eles!

— Hey! — Dougie apontou seu dedo para quando todas desceram as escadas e juntaram-se aos rapazes na sala. — Não sei seu nome, mas pode ver mais umas torradas?
. — a menina respondeu e olhou discreta para sua amiga sorrir boba ao encará-lo. — Sim, eu posso fazer, maaas sabe de uma coisa? A aqui faz torradas com geléia melhor do que eu! — ela disse e passou o braço por cima dos ombros da amiga, que a esta altura estava super vermelha.
— Pensei que eram torradas já prontas. — Tom comentou duvidando.
— E são! — empurrava em direção à cozinha. — Mas existe toda uma arte milenar ninja de passar geléia em torradas! Não acredito que não sabia de algo assim, senhor Fletcher.
"Bacana! Vou querer provar dessas torradas então!", Danny comentou animado.
"Eu nunca ouvi falar disso.", disse Harry duvidando.
— Então, rapazes... — começou a dizer em tom sério e ganhou a atenção deles. — A quer falar uma coisa pra vocês!
— EU?! — exclamou surpresa após ser empurrada para o meio da sala por . — Ahhn... Bom, caso vocês precisem, sei lá eu, um lugar pra ficar, então podem ficar aqui.
— Afinal, já vai ser suuuper estranho explicar o porquê de vocês faltarem ao show, mais o sumiço do Harry, do Danny e do Fletch. — completou a amiga rápido.
— Mas aí vão pensar que nos raptaram ou coisa do tipo, e talvez coloquem a polícia para nos procurar. — Dougie avisou.
— Além do mais, seria um abuso incomodar mais do que já incomodamos! — concluiu Tom.
— Eu tenho uma idéia! — anunciou assim que chegava à sala com e um prato de torradas com geléia de morango.
— Aêê! Vou provar dessa arte milenar ninja! — o baixista esfregava uma palma da mão na outra. As meninas apenas entreolharam-se antes de uma encabulada se aproximar dele com o lanche.
— Até eu fiquei curioso! — Tom comentou servindo-se de uma torrada. — E qual a idéia?
— Eu e pensamos lá na cozinha. — começou a contar.
— Você e o Dougie — corou um pouco ao dizer o nome do rapaz com o olhar dele sobre ela — aproveitam os repórteres que estão sempre de plantão na frente da casa de vocês e fazem um tipo de coletiva de imprensa.
"Coletiva de imprensa?", Harry prestava atenção a tudo que a garota dizia.
"Quack! Dougiiiieeee!! Eu quero essa torrada!!", Danny tentava em vão conseguir mordiscar um pedaço de torrada da mão do baixista, mas sem sucesso. Dougie se divertia trazendo a torrada para perto de Danny tempo suficiente de o amigo tentar abocanhar o alimento e a afastava quando o pato estava prestes a conseguir.
— Dizer o que na coletiva de imprensa? — Tom perguntou sem idéia nenhuma ainda sobre como explicar a situação em que se encontravam.
— Que vocês tiveram de cancelar o show porque o Harry e o Danny pegaram... — continuou a fala de e fez uma pausa para pensar no que dizer enquanto assistia o joguinho de Dougie e o pato. — a doença do pato! É isso!!
"Doença de quê?!", Harry entendia menos ainda o plano.
— Quê?! — Tom pensava se aquela menina batia bem da cabeça para surgir com uma doença completamente desconhecida.
— Essa nem eu peguei, . — avisou e teve o apoio de . — Que doença é essa?
— Sei lá! Inventei agora. — a menina sorriu. — Mesmo assim, isso não importa. Pode dar qualquer outro nome, tanto faz. O importante é dizer que eles estão sendo tratados em um hospital especial, meio afastado da cidade, e que só estão passando em casa para pegar algumas roupas para eles.
— Ah! Tendi! — sorriu. — Aí eles voltam discretamente para nossa casa e ficam aqui até o Harry e o Danny voltarem ao normal e acharmos o Fletch!
"Hey! Por que eu tenho que ser o doente?", Danny fingia-se ofendido.
"Porque você não pode dar uma coletiva de imprensa nesse estado, seu animal!", Harry explicou.
— Por mim tudo bem, mas só se o Tom falar tudo! — Dougie avisou com a boca cheia de torrada.
— Feche a boca pra comer, dude! Eu não sei. Não vão nos deixar ir embora sem descobrir onde é o tal do hospital, se eles estão bem e blá-blá-blá.
— Diz que eles estão bem, mas que o primeiro sintoma da doença do pato é a demência. — disse e, junto com os demais, direcionaram seus olhares para o pato Danny em sua luta pela torrada. — Todo mundo vai acreditar que o Danny sofre disso há algum tempo.
— Então vai ver que a doença existe mesmo. — cochichou ao pé do ouvido de e por isso recebeu um forte pedala.
— Não fala assim do Danny!! — defendeu seu preferido. Ela ficou vermelha quando todos dirigiam seus olhares curiosos para ela. — Ahhn... Ok! É uma boa desculpa! E se os seguirem, nós podemos enganá-los.
— Ah, é? Como? — perguntou curiosa.
— Vocês vão pra casa primeiro em um táxi; quando estiverem indo embora, o mesmo taxista leva os dois até uma rua não muito movimentada. Eu e estaremos nessa rua no nosso carro e, quando chegarem lá, nós trocamos de carros. Nós faremos o taxista andar pela cidade, enganando os repórteres, e vocês dois voltam pra casa!
— Hum, então pra isso temos que ir com o carro até o meio do caminho e esperar atentas. — concluiu .
"Se o carro for que nem esta casa, então eles nunca vão chegar aqui.", Danny começou a rir de seu comentário.
"Dude! Bom, não posso falar muita coisa, essa casa tá mesmo caindo ao pedaços e o carro não deve ser muito diferente.", Harry dizia.
— Legal! Parece até aquelas conspirações de assassinato ao presidente!! — Dougie havia se animado com o plano.
— Eu dirijo, então! — Tom levantou sua mão antes que Dougie pudesse fazê-lo.
— Droga! — lamentou o baixista.
— Pera aí! Como assim você e a entram no táxi? — perguntava em direção à . — Eu também quero ir!
— Eu também tava afim. Fora que fomos nós que demos a idéia. — apoiava .
— Não, não, não. Vocês duas tiveram a idéia da comitiva de imprensa. Eu e a que surgimos com o plano do carro. Então vocês ficam em casa tomando conta do Harry e do Danny. — ordenou. — Amanhã mesmo teremos uma comitiva de imprensa, rapazes!!


Capítulo 7 - Panda à porta

"Torradasss! Ebaaaaaaa!!!", Danny estava feliz com a farta coleção de torradas com geléia de morango que haviam preparado especialmente para ele.
"Burro!", reclamava Harry. Estavam na cozinha assistindo e em uma frustrada tentativa de fazer algo para o almoço. "Dude! Essas duas não sabem cozinha nada de nada!"
"Nem ligo! Contanto que eu tenha minhas torradinhas, eu estou feliz! Humm... Harry... tem como me dar uma mão, ou uma pata? — o pato pedia ajuda para conseguir abocanhar a torrada.
— E aí, quais são as instruções? — perguntava para , que segurava um pacote de sopa instantânea.
— Ok! Temos que pegar três quartos de água pra ferver primeiro.
— Ok! Hummmm, ? Quanto são três quartos?
— Hummm... pior que não sei.
— WAHHHHH!! — exclamaram juntas em voz de choro.
"No que depender dessas duas, elas vão morrer de fome!", Harry disse enquanto ajudava Danny com as torradas.
"Quack!"

Sentimos muito por termos decepcionado nossos fãs, mas assim que nossos amigos voltarem ao normal, prometemos uma grande turnê de shows! — Tom dizia para todas as câmeras e paparazzis em frente à casa dos McGuys. Todos os olhavam surpresos pela recente notícia de Danny e Harry sofrerem da doença do Pato.
Ah! Sim, essa doença é mesmo terrível quando não descoberta a tempo! Mas tenho certeza que este não é o caso, não é mesmo? — Tom e Dougie entreolharam-se quando ouviram o comentário da mesma repórter que os tinha dado como desaparecidos. — Super rara essa doença!
Nem imagina como! — Dougie respondeu, sua vontade era de rir de toda aquela mentira, mas conseguiu se segurar na frente das câmeras.
Bom, temos que ir! — Tom avisou e, junto com o amigo, tentaram abrir passagem pelo amontoado de repórteres até a porta do táxi onde tinham vindo.
E vocês puderam ouvir da boca dos próprios rapazes do McFly! — começava a narrar a repórter, voltada para seu câmera. — Nossos queridos Danny e Harry estão internados na UTI em estado grave pela Doença do Pato! Torceremos para que eles consigam superar esse difícil obstáculo para a felicidade de inúmeras fãs! Isso é tudo! — o câmera desligou o aparelho. — Vamos! Temos que segui-los e descobrir onde é esse tal hospital!! — exclamou a repórter.

Logo, todos os paparazzis e os câmeras começaram a recolher suas coisas e partir em carros ou motos atrás dos rapazes no táxi. Começava o que eles tinham previsto, porém já tinham combinado com e de driblá-los mais à frente.
— Ela falou como se existisse mesmo a doença do Pato! — Dougie ria do comentário da repórter no banco traseiro do táxi que ia a uma alta velocidade à pedido dos rapazes.
— E ainda disse que eles foram internados na UTI!! Quando foi que nós dissemos isso?! — Tom também ria ao lado do amigo.
— AÊÊÊ! Tiooo, corre porque temos que fugir desses caras atrás de nós! — Dougie avisou eufórico para o motorista à sua frente com leves palminhas na lateral do ombro dele.
— Será que elas estão prontas?
— Têm que estar! Qualquer um que faça parte de uma conspiração tem que estar preparado para tudo! — o baixista intensificava cada vez mais suas palavras. Estava adorando a idéia da fuga. — PREPARE-SE RAINHAA!!
— Há-há-há-há! — Tom riu nervoso enquanto tapava a boca do amigo para evitar um olhar pior do que o motorista já lhes dirigia. — Ele está só brincando! Pára de falar besteira, Dougie!!

Não muito longe dali, encontrava-se o, ainda misterioso, carro das meninas. Elas aguardavam ansiosas pelos rapazes enquanto discutiam se aquilo tudo era mesmo realidade.
— Mal posso esperar para o Danny virar humano! — exclamava feliz.
— Ah! O Harry fica tão fofo de macaquinho! Dá uma vontade de apertar! — dizia enquanto apertava as bochechas da amiga.
— O Danny quem deveria virar macaquinho fofo! Ele gosta de macacos! — protestava.
— Se fosse assim, então o Dougie deveria virar um lagarto! E olha só o que ele vira: um porco! Há-há-há!!
!! Eles chegaram, vamos logo!!
As meninas desceram do carro e acenaram da maneira mais discreta possível para os meninos, que logo correram com suas poucas malas de encontro a elas. Quando estavam perto o suficiente dos meninos, elas entregaram as chaves do carro e da entrada da casa e pularam dentro do táxi, que já partia após o comando de . Os meninos jogaram de qualquer maneira as malas dentro do carro na parte de trás e Tom deu partida no carro. Alguns carros e motos dos paparazzis começavam a surgir naquela rua e o desespero nos meninos cresceu quando perceberam que o carro não ligava. Para a sorte deles, em menos de cinco segundos, estavam sozinhos na rua, todos os carros tinham seguido o táxi exatamente como deveria ter sido. Eles suspiraram aliviados.
— PUTZ!! Dude!! Já estava pronto pra chorar!! — Dougie dizia ainda rindo junto com Tom da situação.
— A fuga perfeita! — debochou Tom. — Acho que não estávamos prontos para tudo! O carro não pega!
— Tom... esse momento sempre chega para nós um dia na vida. Mais cedo ou mais tarde. — Dougie dizia sério ao amigo que o encarava confuso. — Vai empurrar o carro lá atrás que eu dirijo!!
— Safado!! Vai você empurrar o carro!!!


— AÊÊ!! Dá-lhe, !! Eu disse que se não conseguisse isso, eu não me chamava Jack Sparrow!
"Harry, eu não entendi! Ela não se chama Jack Sparrow, ou se chama? Pensei que o nome dela era ."
"Ela disse só de zoeira. Não se preocupe. Milagre elas terem conseguido algo de comer.", Harry observava impressionado a sopa servida pelas meninas em pratos dispostos na mesa.
As meninas finalmente sentaram-se para comer, após vários problemas como em achar uma caneca de medida, ou a panela, ou fósforos não molhados. E logo provaram do fruto obtido depois de tanto trabalho.
"Eu não comeria isso, mas nem obrigado!", Danny começava a prestar atenção nas garotas.
— WAHHHHHHHH!! — as duas meninas começaram a engasgar com a sopa.
— Blerrgggh!! , isso tá horrível!
— Arrrgh! O gosto não quer sair da minha boca! Socorro!!
"Há-há-há!! Cara isso tá melhor que ver T.V.!", Harry ria delas com Danny.
"Você viu que hilário a cara delas?"
— Pra mim chega! — levantou-se da mesa e foi até a sala. — Vou pedir alguma comida em um restaurante perto!
— Acho que só temos a ganhar se conseguirmos descolar maridos cozinheiros. Que acha?
"Aff! Mas mulheres não sabem pensar em outra coisa que não seja casar?", Danny perguntava.
"E você consegue comer outra coisa que não seja torrada com geléia de morango?! Essa já é a 13º."
"Tava contando, é? E é mentira!! Calúnia!! Essa é minha 11º!! Quack!"
"Dá pra ser menos Jones?", Harry perguntou rolando os olhos.

A campainha foi ouvida na casa. E a pequena discussão entre os animais terminou, correram para debaixo da mesa se esconder enquanto as meninas ainda estavam na sala.
— Ok! É impossível que seja o carinha da entrega! Eu acabei de pedir. — encarava surpresa para o telefone ainda em sua mão.
— É, quando eles falam que entregam em menos de trinta minutos, eles não estão de brincadeira! — concluiu feliz enquanto ia até a porta da entrada e olhava pelo olho mágico.
— É mesmo o mocinho da entrega?
— Você pediu comida chinesa, né, ?
— Sim, por quê?
— Nada. É só porque daqui esse entregador parece mais um panda.
— Vai ver eles se fantasiam pra entrega dos pedidos. Abre logo!
abriu a porta e foi a primeira a perceber que seus comentários estavam mais do que certos a respeito de quem tinha tocado a campainha. Por debaixo de um chapéu-côco e um sobretudo cor caramelo, estava a figura de um ser extremamente gordo, mas não tinha esse porte físico por não ter cuidados com sua alimentação, na verdade se tratava realmente de um panda.
!! — tentou chamar pela amiga, mas sua voz saiu tão sufocada pelo medo do animal que pareceu mais um sussuro. — Danny!! Harryyy!! SOCOOOORROOO!!!
— ... Um...p-p-p-pan-da-da-da?! — se assustou deixando o telefone cair no chão assim que viu a razão do grito da amiga. Seu primeiro impulso foi dar meia volta e subir a escada correndo em direção ao seu quarto.
"Acho que ouvi uma delas gritar algo, dude!", Danny avisou Harry já saindo debaixo da mesa em direção onde as meninas estavam.
"Também ouvi. Será que estão com problemas?", Harry seguia seu amigo.
"Dude... acho que não vamos poder fazer muita coisa por elas não."
"Por que você fala i-i-i-isso-so?!", Harry não conseguiu terminar a frase direito ao ver o mesmo que Danny via.
"Porque só com uma patona dessas, esse animal já consegue nos mandar pro beleléu!"
— FUJAAAAAAMMMMM!! — gritou para os dois animais e também saiu correndo para o andar de cima.
"Cadê aquela nessas horas com aquela vassoura?!", Danny se perguntou, "Aposto que ela acabaria com ele antes que pudéssemos dizer... como era mesmo a palavra?"
"Supercalifragilisticexpialidocious, mas isso não é uma palavra! Vamos fugir! O bicho tá vindo na nossa direção!!"
"WAHHHH!! Salve-nos quem puderr!! Quack!!"

As duas meninas se encontravam trancadas no quarto que dividiam, dentro do closet, sem saber o que fazer.
? O que nós vamos fazer com o panda lá embaixo?
— Sei lá eu! Mas melhor pensarmos rápido em qualquer coisa. Chamar o controle de animais?
— De jeito nenhum!! Se ele vir um panda aqui, vai ficar nos perguntando de onde ele veio, e já estamos em uma situação ruim com o controle de animais por conta de hoje de manhã.
— Então o que você suger... — foi interrompida pelo som do telefone sem-fio no quarto e atendeu. — Alô? Ah! Sim, estamos bem. É um tanto difícil de explicar agora. Sim... COMO?! Ah, tá bom. Obrigada, senhora Wilkinson. Tchau-tchau.
— O que a senhora Wilkinson queria? — perguntou a respeito da vizinha da frente que acabara de ligar.
— Temos um grave problema!
— Qual? — perguntou já preocupada e imaginando uma teoria.
— A velha senhora Wilkinson disse que viu um animal entrando na casa e nossos gritos e... bom...
— E...? Diz logo, mulher!
— Ela ligou para o controle de animais!
— QUÊÊÊÊÊ? — levantou-se em um pulo do chão. — Mas esses vizinhos não têm mais nada o que fazer da vida além de olhar a vida dos outros pela janela? — reclamava andando em círculos no closet.
— Talvez seja bom. Assim ele leva o animal embora.
— Mas também leva o Harry e o Danny. E olha que eu não estou preocupada com a bronca que os outros dois McGuys nos dariam, estou preocupada com a que a gente levaria das meninas.
— Verdade! — concordou. — Elas são assustadoras quando estão nervosas!
"QUACK!! MENINAS!! VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR!!", entrou Danny no quarto das meninas escancarando a porta e os sons do pato fizeram as meninas saírem do closet.
— AI!! Que susto! Danny? — o olhou.
— Pera aí. Se só o Danny está aqui, quer dizer que o Harry... o Harry...
"Droga! Esqueci que nós não conseguimos nos falar!! Como vou levar elas lá pra baixo?"
— Vira essa boca pra lá, . — dirigiu-se até o pato e tentou agarrá-lo, mas o pato voou um pouco e saiu quarto afora. — Danny! Voltaaa!!
— Hey! Não me deixem sozinha aqui! — gritou para os dois antes de sair em busca deles no andar de baixo.

No térreo, não viu o panda na sala e logo deixou de correr atrás do pato e foi até a porta da entrada, colocando todas as trancas disponíveis, acreditando que o animal tivesse saído por conta própria. Logo, Danny e Harry entraram na sala. Eles andavam devagar e o macaco parecia chamar a atenção de e com suas mãozinhas para algo na cozinha. Ambas meninas perceberam e tentaram entender o que ele queria mostrar, levaram um susto quando viram.
— WAHH! — exclamou. — O panda! O panda! — ela já se preparava para fugir quando impediu com um puxão da camisa.
— Calma, mulher! Olha só! — assinalava para o panda que segurava com suas grandes patas um papel com algumas palavras escritas.
"Bom trabalho, Danny!", Harry parabenizou o amigo. "Enquanto você chamava as meninas, eu procurei na sala por papel e caneta e ele escreveu, afinal, falar não é uma opção do jeito que estamos. Agora só falta elas entenderem."
"Boa!"
— Hum, estou vendo, mas não estou acreditando! "Meninas, não se assustem. Sou o Fletch!" leu o papel.
— Ah! Entendi! Os meninos tinham dito que não sabiam no que o Fletch se transformava, tá aí a resposta! Ele vira um panda. — concluiu .
— Isso é mesmo a verdade, guys? — perguntou dirigindo o olhar para o macaco e o pato próximos a ela.
"Sim!", ambos concordaram com a cabeça.
"Rapazes, onde estão os outros?", perguntou Fletch para os meninos.
"Saíram.", Harry respondeu.
"É! Foram pegar nossas coisas e as deles pra podermos ficar nesta casa. Ou melhor, nesta maloca.", Danny completou.
"Ficar aqui? Nem pensar! Não sabemos se podemos contar com a ajuda delas duas."
"Bom... na verdade... nós só decidimos ficar porque a água dessa casa é milagrosa! O Tom e o Dougie voltaram ao normal.", Harry tentou explicar.
"E não são duas, são quatro!"
"QUATRO!! Quer dizer que quatro garotas, e ainda por cima fãs, descobriram sobre essa catástrofe? Isso é terrível!! E se contarem para alguém?", Fletch perguntava preocupado.
"Estamos torcendo para que não contem.", Harry falou.
"AH! Aposto que elas não fariam a maldade de contar para outras pessoas."
"Não tenha tanta certeza, Daniel!", o panda reprimiu o pato. "Se isso vier a público, será muito ruim. Precisamos ter certeza!"
"Nisso ele tem razão.", Harry concordou.
"Acho que elas já provaram.", Danny as defendeu.
"Quando?", perguntou Fletch.
"Hoje mais cedo quando não deixaram o controle de animais pegarem eu, o Harry e o Dougie."
"Só porque o Tom explicou todo o rolo. E nem todas acreditaram!", Harry discordou. Aquelas meninas podiam ser pior que o controle de animais e eles não tinham como ter 100% de certeza.
"Mas acreditam agora!", Danny insistiu. "Sério! Acho que dá pra contar com elas."
"Veremos, mas talvez seja bom não ficarmos aqui por muito tempo. Quando voltarmos ao normal, é melhor irmos.", Fletch ponderou.
— DUDE! E agora? — comentou depois de algum tempo em silêncio. — O panda é o Fletch e o controle de animais tá vindo aqui agora pra ver de capturá-lo!
— Tamos perdidas! — disse. — Masss, talvez... se funcionasse...
— O quê?
— Temos que ligar pra rápido! — respondeu já indo para a sala pegar o telefone e começar a discar o número da amiga.
— Mas explica o plano! — pediu perdida.
— Simples! Vamos esconder o panda lá em cima no porão, igual hoje de manhã, junto com os outros dois.
— Um macaco e um pato tudo bem, mas você não acha que o panda vai ser mais fácil de achar? — perguntou.
— Acho! Mas quem disse que teremos um panda lá? Nós teremos uma assombração no porão! — disse e sorriu sapeca.



Capítulo 8 - Ghostbusters

— MENINOS! MENINOS!! — gritaram ambas eufóricas correndo pela rua de encontro a um belo carro Volvo com dois rapazes apoiados na lateral do mesmo.
— Hey! — Tom acenou assim que reconheceu e . — Sorry! Não deu pra voltar pra casa.
— O carro não pega. E o Tom não quer empurrar! — Dougie completou.
— Lógico que não! Vai você.
— Claro que o carro pega! — reclamou indignada. — É um Volvo novinho em folha!
— É que a aqui se esqueceu de avisar vocês que o carro só liga de um jeitinho especial.
— Especial? — os rapazes perguntaram em coro.
— Passem a chave! — vangloriou-se. — Irei mostrar como é que se faz.
— Sorte nossa que vocês voltaram! — Tom comentou entregando as chaves. — Seria complicado carregar todas as malas até a casa de vocês.
— Eu acredito na força do Tom pra carregar todas as malas!
— Dougie, se eu fosse você, não faria mais comentários. — manifestou-se ao notar a troca de olhares entre os integrantes de banda.
— Pronto! Liguei! Entrem. — uma vez todos dentro do carro, com no lado do carona e os rapazes atrás, começou a dirigir de volta para casa. — E, rapazes, a sorte de vocês foi que a ligou e, por acaso, eu perguntei se vocês tinham chegado lá.
— Quando ela disse que não, nós imaginamos que isso tivesse acontecido. — terminou a explicação. — Aliás, o que a queria?
— Hum... Bom, é meio estranho o que vou dizer, mas tentem entrar no clima. Ela tinha pressa e não deu muita informação; na verdade, perguntou se não preferíamos rodar por aí num passeio enquanto resolvia um problema com a ajuda da .
— Não tô entendendo nada. — disse e os rapazes concordaram com ela.
— Se preparem que lá vem uma curta história. Elas vão dar uma de Ghostbusters e... — foi interrompida.
— Ghostbusters?!

— Ghostbusters?!
— Sim, . Agora bota a máscara na cara e deixe-me ver se está convincente.
— Eu não creio que estou colaborando com isto. Além do mais, o que diabos é isso aqui nas minhas costas?
— Se você ajudasse mais nas tarefas domésticas, saberia muito bem que isso é aquele aparelho que a nos fez comprar pra aspirar folhas caídas das árvores.
— Aham! Como se tivéssemos uma selva pra ser aspirada no quintal. — ela rolou os olhos.
— Foi idéia da , reclame com ela. Agora, está pronta pra parte final do plano? — perguntou séria para a amiga à sua frente e ambas ouviram a campainha tocar.
— Já sei que boa coisa não deve ser. Manda.

— Boa tarde, senhor Hilário! — abriu a porta e deu um largo sorriso tentando esconder a graça que achava no nome do senhor à sua frente.
— Boa tarde. Recebi outro chamado. E desta vez só saio daqui depois de vasculhar tudo! — o senhor respondeu ríspido sem as simpatias do encontro de antes.
— Certo. Mas o senhor foi chamado à toa. Na verdade, não temos problemas com animais, trata-se de problemas com o mundo dos mortos.
— Como?
— Para o senhor ver, sabia que nós temos um fantasma nesta casa? Por isso mesmo, eu chamei uma empresa que captura fantasmas... a... a... Ghostbusters Inc., já ouviu falar?
— Não. Mas já ouvi falar que cereal com pinga no café da manhã faz mal, pelo visto estão certos.
— O que está insinuando? — ela semi-cerrou seus olhinhos.
— Olha, eu só vim porque me chamaram. Posso entrar?
— Já que perguntou, não, não pode. — ela respondeu rápida, mas mesmo assim o homem foi abrindo caminho na casa. — Hey! Eu disse que não podia.
— Bah! Chega de histórias, tenho uma missão aqui nesta casa. Você e aquelas suas amiguinhas não irão me levar a loucura. Eu sei que há animais nesta casa e vou encontrá-los!
— Eu já disse que o problema é um fantasma, mas se não quer acreditar em mim... — dizia em tom de ameaça enquanto apoiava-se no batente da porta da frente ainda aberta. Logo notou chegando com cara de poucos amigos.
Não acredito que tive que sair pela janela do meu próprio quarto só para fingir que estou chegando agora!!, pensou a menina suja em partes do rosto e do corpo pela sujeira da árvore próxima à janela de seu quarto, pela qual havia descido. Ela trajava um velho macacão jeans e luvas de jardinagem, mais o aparelho de aspirar folhas nas costas e uma máscara utilizada em hospitais de um velho brinquedo de operação de .
— Ah! Vejam só quem chegou! — fingiu animação ao ver a amiga.
— Recebemos uma ligação deste endereço. Procuro pela senhorita . — fazia o seu melhor no papel de prestadora de serviços.
— Sou eu! Então, senhor Hilário, agora que o verdadeiro profissional chegou creio que o senhor está dispensado.
— Imagine! — ele não sairia outra vez daquela casa tão fácil. — Vou ficar e ajudar no que as senhoritas precisarem. — ele sorriu triunfante, não acreditava em fantasmas, mas sim nas coisas muito estranhas que pareciam surgir naquela casa.
Ótimo!, pensaram ambas as garotas com ironia. Teriam que seguir em frente com a interpretação, mas acreditavam estarem bem preparadas para desmanchar qualquer dúvida sobre a existência de animais na casa.

— Por que é mesmo que estamos aqui? — perguntou para os dois rapazes animados na fila da loja.
— Porque... porque... na verdade, nem eu sei explicar! Por que mesmo? — disse.
— Dude! As amigas de vocês estão vivendo um dos melhores filmes já feitos e vocês querem ficar passeando até elas resolverem tudo sozinhas? — Dougie falou como se fosse algo óbvio.
— Então... Vocês querem viver o filme também ou querem ajudá-las? — perguntou .
— Os dois? — arriscou Tom. — Pronto! Já paguei, vamos voltar pra casa e capturar o fantasma!
— Não fica falando muito alto que podem reconhecer você, maluco! — deu-lhe um tapinha no braço.
Depois de ter contado o plano de e para os outros, tanto Tom quanto Dougie ficaram animados com a idéia de caçarem fantasmas. Eles a fizeram dirigir até uma loja onde vendessem aparelhos aspiradores de folhas de árvores, próxima à casa delas, para comprarem um também. O que conseguiram encontrar foi uma loja de jardinagem e aproveitaram para juntar às compras, luvas, para dar um toque a mais no figurino. Por sorte, a loja estava com poucas pessoas - em geral, velhos - então a possibilidade de serem reconhecidos era baixa.
— PARA O ECTO-1!! — Dougie berrou com animação.
— Olha lá como você chama nosso Volvo! — reprimiu o rapaz.
— Com nossos capturadores de ectoplasma e o ECTO-1, nós estamos prontos para cuidar dos fantasmas! Quem você irá chamar? Ghostbusters!! — Tom completou seguindo Dougie, ambos na mesma empolgação.
— Weirdo. — disse impressionada com a cena. — Esses dois são maluquinhos das idéias.
— Também, né, , o que podíamos esperar dos McGuys favoritos da e da ? Só louco entende outro louco.
— Verdade. E mais, o que diabos é um capturador de ectoplasma? ECTO-1 é um carro?!
— Ai, ai. É de um filme, . Ghostbusters. Vamos lá de uma vez que estão nos esperando.
— Mas, gente... não é melhor avisar ou coisa do tipo? Elas já tem um... caça-fantasmas lá, pra que mais dois? — perguntou quando chegaram todos ao carro, ou ECTO-1 na opinião dos rapazes.
— Porque nós somos o reforço! — Dougie estendeu a mão para esperando receber as chaves do carro e então teve sucesso ao tentar ligar o Volvo. — A-há! Já entendi o "jeitinho especial" de ligar este carro!
— E se um dos fantasmas for o Danny, então elas realmente vão precisar de reforços! — Tom explicou antes de entrar no carro no lugar do carona. — Acelera, pois temos que pegar alguns fantasmas!!

A chave girou a tranca da porta e abriu-a normalmente. Todos os quatro correram um rápido olhar pela sala em busca de alguém, mas não encontraram.
— Ô DE CASA! — gritou de repente assustando os outros.
— Sua besta! Não grita assim, vai matar todos nós do coração. — deu-lhe um pedala fraco na cabeça.
— Sorry.
— Meninas? — a voz de foi ouvida no segundo andar e logo ela apareceu. — Quem são esses? — ela não reconheceu os meninos disfarçados com apenas um olhar.
— Somos os Ghostbusters!! — responderam os meninos juntos enquanto faziam um aperto de mão que apenas os dois sabiam.
— Então, eles queriam vir aqui com a desculpa de serem os reforços. Mas tá tudo bem aqui em casa? — perguntou.
— O que vocês aprontaram com a minha casa na nossa ausência? — perguntou já nervosa.
— JÁ DISSE QUE HÁ ANIMAIS AQUI! — gritou uma voz do sótão.
— Ahhh, não! — cobriu os olhos com uma mão. — Não me diga que mandaram justo o senhor Hilário para cá outra vez.
— Pois é, mandaram-no. E tá meio difícil de nos livrarmos dele.
— WAAAHHH! — ouviu-se a voz de duas pessoas berrarem lá em cima, surpreendendo a todos.
— FANTASMA! — o velho senhor Hilário desceu as escadas em grande pânico com os braços erguidos.
Ele nem mesmo importou-se com a presença das meninas ou dos novos caçadores de fantasmas, seguiu reto em sua fuga desesperada para fora daquela casa que ele acreditava esconder animais e onde, tinha certeza disso agora, havia um fantasma no sótão. Todos assistiram a cena intrigados e todos foram o mais rápido possível para o sótão encontrar o dono da segunda voz que havia gritado e o responsável pelo medo do senhor fujão.
?! — gritou no escuro lugar. A lanterna que antes iluminava precariamente o sótão estava caída e bem próxima à escada, talvez o senhor tivesse derrubado durante a corrida.
"Danny? Tudo bem aí, dude?", perguntou o macaco sabendo que seria ouvido pelo amigo, mas sem conseguir vê-lo.
"Wah! Que foi aquilo?! Medo, medo, medo!!", ele dizia correndo em círculos de olhos fechados e abanando as asas.
"Eu sinto muito. Será que a garota está bem?", perguntou Flecth.
— A-a-a...-cho q-q-que o p-la-lano deu cerrrt-t-to.
? Isso foi você? — dirigia a luz da lanterna para onde tinha vindo a voz da amiga.
— O que aconteceu, afinal de contas?? — perguntava para o nada, pois não enxergava ninguém e aquilo a irritava. — Arhg! Será que agora podemos descer todos e conversarmos lá embaixo? A ameaça já foi embora.
— É melhor. — concordou com a amiga já empurrando os dois rapazes para descerem as escadas. — Vamos todos para a sala que é maior e explicar tudinho por lá.
— Quer dizer que não vamos poder bancar os ghostbusters? — perguntou Dougie frustrado.
— Parece que chegamos tarde demais. — lamentou Tom com uma mão no ombro do amigo.
"Fletch!! Você não pode fazer aquilo! Você quase me matou do coração! O que seria das minhas fiéis fãs sem o Danny aqui?! Nem deixei um descendente ainda!"
"Acredite, você estaria fazendo um bem a humanidade. O mundo não precisa dos teus descendentes, corremos o risco deles saírem iguais ao pai!", Harry comentou rindo.
"Nem vou comentar isso.", Fletch concluiu, "É melhor descermos também, mas não sei que cara os outros irão fazer quando me virem."

— Isso tudo aí é frio? — perguntou quando viu , que tremia da cabeça aos pés, descendo ao lado de .
— E-e-eu fico tremend-d-do quando m-m-me assusto! — a menina conseguiu dizer com muita dificuldade.
— Ah, o senhor Hilário também não é um monstro pra você ficar tão assustada assim, boba. — caçoou .
— Não m-m-me assus-t-t-tei por ele! E sim por e-e-ele! — apontou nessa hora para a escada que levava ao segundo andar, onde agora descia um robusto panda.
! Vassoura! Agora! — ordenou enquanto subia no sofá com se fugisse de uma barata no chão.
— Querida, , nenhuma vassoura no mundo vai espantar um panda! — dizia enquanto unia-se a amiga em cima do sofá.
— Essa casa tá virando um zoológico! — Tom comentou surpreso com o animal.
— Se ele não tiver raiva, eu posso ficar? — Dougie perguntou inocente.
— Ninguém pode ficar com ele, ou espantá-lo, porque ele é o Fletch! — explicou tentando conter o riso pelas reações das amigas e dos meninos.
"Pra que o Dougie iria querer ter um panda?", Harry perguntou confuso.
"Tanto faz. A gente vai ficar com o Fletch... seja ele um panda ou não.", Danny comentou meio decepcionado.
"Obrigado pela parte que me toca, Danny."
"PUTZ!! Verdade, você pode ouvir nossos pensamentos! Tinha esquecido total."
"Acho que qualquer outro pato tem um cérebro maior e mais inteligente que o seu.", Harry disse.
— FLETCH?! — todos os outros que não sabiam da forma animal dele berraram juntos.
— Que droga! Queria ficar com o panda. — Dougie reclamou. — Mas como achou a gente?
— Não foi você quem deu a idéia de tentar encontrá-lo pelo celular, Dougie? — perguntou olhando para o rapaz.
— Menos mal, eu não conseguiria expulsar um animal tão grandão assim de casa. — comentou aliviada já sentada outra vez no sofá.
— Aquele SMS que mandei para o celular do Fletch foi milagroso! — se gabou. — Imaginem se tivesse caído em mãos erradas? Eu coloquei nosso endereço lá para que ele pudesse nos encontrar. AIIII!
— Você tem cérebro de animal? — tinha lhe acertado um pedala. — Se tivesse mesmo caído nas mãos de quem não devia, nós iríamos fazer o quê? Já temos problemas suficientes com o senhor Hilário, não precisamos aumentar a lista.
— Ah, então foi pra isso que você me perguntou o número do telefone do Fletch! — Dougie concluiu.
— Um panda... quem diria! — Tom ainda estava impressionado com o animal à sua frente. — Não vejo uma lógica para os animais que nos transformamos.
"Aê! Viu, Harry? O Tom também não sabe explicar por que viramos o que viramos!"
"Mas pelo menos ele tem mais cérebro que você."
— Anh... senhor Fletch?— perguntou voltada para ele. — O celular ainda está com o senhor?
— E tem como ele responder isso? — perguntou curiosa com a possibilidade e logo viu entregando ao animal um papel e uma caneta.
"Não, mas não há perigo. Está destruído. E sinto muito pela cena do sótão!" — leu Dougie em voz alta. — Que cena??
"Assustador! Não é à toa que o senhor engraçado foi embora.", manifestou-se Danny.
"É senhor Hilário, não engraçado!", corrigiu Harry.
"Ah, são tudo sinônimos!"
"Surpreende-me que o Danny sequer saiba o que são palavras sinônimas", opinou Fletch e teve o apoio de Harry.
— Tudo culpa daquele senhor-medroso-Hilário! — reclamou. — Deu na cabeça de querer subir no telhado e foi com a lanterna pra onde estava escondido o Fletch e... bom... a iluminação não ajudou muito. Parecia mais o espírito de um pandamônio!
— E eu perdi?? Ah! Não creio!!
, por que sinto que você queria estar lá mais para rir das nossas caras do que nos ajudar a espantar o Hilário de casa? — perguntou.
— Eu?! Imagiiina! Sou uma santa!


Capítulo 9 - Inesperados passeios

"Harry? Tá acordado?"
"Não, Danny. Volte a dormir."
"Mas é importante!"
"O que é tão importante?", perguntou de olhos fechados para o amigo ainda preso na forma de um pato.
"Quero ir ao banheiro!"
"Me acordou pra isso? Vai logo, droga!"
"Mas eu não sei como patos fazem isso!"
"Bom... acho que você chega lá e..."

!CLICK!

"Chego lá e 'click'? Que é isso?", Danny perguntou sem notar que na verdade seu amigo tinha sido interrompido pelo som do aparelho de música posicionado na parte de baixo da estante da sala.
Como o quarto do irmão de estava lotado de tralhas dela e das outras meninas e mais algumas que ele havia deixado para trás, era impossível entrar no local, então elas optaram por acomodar os rapazes, pelo menos aquela noite, na sala. Fletch preferiu dormir no sótão, alegando ser mais fácil para dormir sem os barulhentos rapazes e por ser mais prático ele já estar lá, caso o senhor Hilário resolvesse fazer novamente uma visita. Danny tinha dormido na poltrona enquanto Harry ficou no grande sofá de três lugares. Já Dougie e Tom, muito a contragosto, dividiram um colchão de casal colocado no meio da sala. Eram por volta das seis e cinqüenta e cinco quando Danny acordou e sentiu vontade de ir ao banheiro e seriam sete horas em ponto na hora em que Harry começaria a ajudar o amigo até ser interrompido pela ação pré-programada do aparelho.
SO GOOD YOU'VE GOT TO ABUSE IT! SO FAST THAT SOMETIMES YOU LOSE IT! — começou a se ouvir saindo do aparelho em um volume tão alto capaz de fazer toda a estrutura da casa tremer.
"WAHH! TERREMOTO!"
"EU VOU FICAR SURDO!"
— WAHH! A CASA TÁ CAINDO!
— EU NÃO QUERO MORRER AINDA!
Danny abria suas asas de modo frenético, tentando proteger-se caso o teto da casa caísse sobre sua cabeça, Harry deitou o mais encolhido possível no sofá para que nada o atingisse e Dougie e Tom estavam sentados na cama abraçados e de olhos fechados esperando por algum milagre. Todos os quatro rapazes, ainda desorientados, começaram a ouvir um barulho parecido com o de uma manada de bois descerem a escada que dava ao segundo andar e logo as meninas, uma a uma, pularem os últimos degraus dela em grande empolgação.
— STILL WANNA BE, STILL WANNA BEE… CORRUPTEDD! YEAH! — praticamente berraram todas juntas com o refrão final da música de McFly, Corrupted.
— Aê! Bate aqui! — comemorou assim que a música acabou. — Cantamos todas juntas desta vez.
— Yay! Muito legal! — comemorou com a menina ao seu lado.
— Opa! Eu tinha esquecido! — disse rápida cobrindo a boca com a mão e adquirindo um rosto mais vermelho que o próprio tomate.
— Eu também tinha! AI! Que mico! — escondeu seu rosto em suas mãos.
— Do que vocês duas estão falando? — perguntou uma perdida na cena das amigas.
, dá uma olhada. — lhe avisou apontando na direção do centro da sala.
Tanto os dois animais quanto os dois rapazes olhavam assustados e boquiabertos para elas como se fossem seres de outro planeta e começavam a se perguntar se tinham feito a escolha certa ao decidir ficar naquela casa. Enquanto isso, as meninas não poderiam estar mais envergonhadas na frente de seus ídolos.
"Sabe, Harry, acho que não preciso mais ir ao banheiro."
"Como não?", ambos conversavam, mas não conseguiam prestar total atenção um ao outro, pois ainda estavam em estado de choque.
"Algo em mim arriou."

— Ok, o que foi aquilo lá? — Dougie perguntou servindo-se de uma das várias torradas com geléia feitas por .
— Hum... — como nenhuma parecia ter coragem de responder, começou a pensar na resposta que pudesse fazê-las não parecerem um bando de loucas. — Um jeito eficiente se acordar numa segunda-feira?
— Eficiente até demais! Quase morremos de susto!! — Tom opinou ao sentar-se na mesa da cozinha junto dos demais.
— Deu pra notar pelo jeito que você e o Dougie estavam abraçadinhos. — alfinetou o rapaz.
, calada! — ordenou antes que começasse ali uma discussão. — Liga não, Tom. Ela só tá implicando porque mais alguém não concorda com o sistema de despertador dela.
— Ah, eu até que gosto! — comentou feliz ao sentar-se na mesa.
, você não conta! — comentou tentando abafar umas risadas. E falhou. — É tão sem parafuso quanto a ! AI! — recebeu um forte pedala de pelo comentário.
— Sistema? — perguntou Dougie de boca cheia.
— De programar o aparelho de som no volume máximo no domingo pra na segunda ele tocar às sete da manhã. Mas nunca que colocam uma música calma. Aposto que na próxima segunda vai ser um rock pauleira! — explicou.
— Credo! Você faz todo mundo da casa passar por esse terror toda segunda-feira? — Tom perguntou em direção a .
— Faço sim... Bom! Tô dando o fora eee vou levar o Volvo comigo porque já estou atrasada! , chaves!
— Que história é essa de levar o Volvo? Vai de ônibus! — reclamou. — Sabia não? Mulher no volante, perigo constante!
— Eu dirijo o ECTO-01, então! — Dougie disse feliz só com a idéia de conseguir ligar o carro com o "jeitinho especial". — Para onde vai a madame?
— Pra faculdade. E eu posso muito bem dirigir eu mesma, que história é essa de madame?
— Aposto cinco libras que não consegue nem ligar o carro, Poynter! — desafiou-o animada.
— Uhul! Tô dentro!! E dobro a aposta, pago dez libras!! — entrou na brincadeira.
— Vou fazer vocês chorarem, meninas! , chaves! — disse Dougie confiante antes de receber em suas mãos as chaves do carro e ir em direção à garagem, sendo seguido por e , que arrastava pelas mãos.
— Aposto cinco libras que vai chegar atrasada na faculdade. — Tom falou servindo-se da última torrada com geléia do prato.
— Hunf! — respondeu antes de sair da cozinha em direção à sala para buscar sua mochila para poder ir para a faculdade.

— Muito bem, chegamos! — Dougie avisou enquanto reduzia a velocidade do carro em frente à rua de uma faculdade.
— Valeu mesmo! Até mais, Poynter, ! — disse e saiu correndo do carro direto para o prédio principal, atrasada para sua aula.
, graças a um plano rápido de , estava sentada no banco do carona e havia dito poucas palavras durante todo o trajeto até a faculdade. Não conseguia acreditar na sorte que tinha por estar mesmo ao lado de Dougie, uma parte dela queria matar por ter colocado-a nessa situação. Ela sentia-se envergonhada ao lado dele e sentia como se seu corpo inteiro coçasse de nervosismo, ainda mais com o olhar dele fixo sobre ela.
?
— S-si-sim? — ela tentou parecer normal, mas era difícil com apenas os dois sozinhos.
— Tudo bem se não voltarmos pra casa ainda?
— Hum... e para onde quer ir?
— Tanto faz. Faz tempo que o Fletch só nos deixa sair de casa para shows. Tudo por culpa do que nós viramos. E bom...
— E isso te dá agonia. — ela completou com um sorriso.
— É, eu acho que é exatamente isso. — ele estava aliviado por ela ter entendido.
— Ok, mas acho melhor passarmos em alguma loja e comprar algo que disfarce você. — ela riu um pouco. — Porque se te descobrirem, não vai ser muito bom, fora que as meninas iriam me matar.
— Beleza!

— Pronto, Tom. Essas devem ser as últimas caixas. — disse entusiasmada por finalmente ter liberado o quarto do irmão de todas as tralhas.
— Certo. Rapazes, este será o quarto de vocês por enquanto, espero que gostem! — disse para os dois animais parados no corredor. — Vamos deixar a limpando ali e descer para a cozinha, é hora do almoço.
— Dude, cadê o Dougie? — Tom reclamava por ter de ajudar sozinho as meninas a mover caixas a manhã inteira de um lado para o outro.
"Vai ver eles fugiram deste lugar, baby!", Danny comentou rindo do amigo loiro.
"Vem logo, Danny. Senão vai perder as torradas.", Harry brincou. Estava agarrado ao pescoço de .
— O Dougie e a ainda não voltaram? — perguntou . Ela tinha acabado de chegar à casa e foi até o segundo andar de onde vinham as vozes das amigas. — Mas faz tempo desde que eles me deixaram na faculdade e... aqueles safados nem foram me buscar.
— Hey, ! Não, pior que não voltaram.— respondeu. — Será que devemos começar a nos preocupar?
— Eu tentei ligar pra o celular dela, mas não atendeu. E ela o leva pra todo lado!— concluiu.
— Então, o que faremos?— Tom perguntou enquanto imaginava se algo de ruim poderia ter acontecido.
— ALMOÇAMOS!! — disseram as meninas em coro e saíram descendo as escadas.

— E aí? Tô parecido com o baixista do McFly? — Dougie perguntou com uma rodadinha de braços abertos na direção onde se encontrava .
— Tá parecendo um marginal! — ela riu da cara que o rapaz fez. — Ah! Mas isso é bom. Ninguém vai te reconhecer.— ela analisava o rapaz. Tinham acabado de comprar um boné, uma peruca e um par de óculos escuros. — Ok! E por onde você quer andar?
— Hum...
— Um shopping? — ele fez uma careta para a sugestão dela e negou com a cabeça. — Ver um filme no cinema? — negativo também. — Quer... andar pelas ruas daqui perto?
— Ótimo, vamos fazer isso. Talvez a gente encontre algo legal!
— Aquilo lá serve? — apontava em direção a um parque com uma grande concentração de pessoas com travesseiros em suas mãos.
— Você... quer... dormir?! — ele não entendeu a proposta dela, muito menos daquelas pessoas. Talvez fossem dormir no parque, por isso o travesseiro.
— Não, seu bobo! — ela riu antes de explicar. — Guerra de travesseiro!
— Isso não se faz dentro de casa?
— Também. Nunca ouviu falar disso? São guerras de travesseiros organizadas, você só tem que ir até lá, pegar um travesseiro e começar a guerrear.— ela explicava já arrastando-o, sem perceber, pela mão.
— Mas não temos travesseiros. E se me acertarem na cabeça, o disfarce pode cair!
— Eles sempre oferecem para os desprevenidos. Ah, não se preocupe, eu protejo você!
Chegaram lá e logo lhes ofereceram um par de travesseiros enquanto diziam o objetivo e as regras do jogo. O jogo finalmente começou e deixou seu espírito competitivo crescer dentro de si, atacando desde crianças, adultos e até idosos com a mesma energia. Dougie demorou para se entregar a brincadeira, mas quando foi atingido na cara por um ataque surpresa de , ele revidou da mesma maneira.
— Pensei que você ia me proteger, pilantra! — ele brincou depois de a atingir no rosto e ela perder seu equilíbrio até cair no chão.
— Pensei que homens não batessem em mulheres. — ela revidou mostrando a língua enquanto ele estendia a mão para ajudar a se levantar.
— No amor e na guerra vale tudo!

— Nem pensar! A vontade dos hóspedes ganha. Ponto final. — disse.
— Ah! Droga. Mas eu não consigo acordar se não for daquele jeito. — reclamou.
— Não quero acordar daquele jeito todos os dias! — Tom revidou.
— Não serão todos os dias! Só até minhas semanas de provas da faculdade terminarem, depois eu fico de férias. — ela explicou.
— Semanas?! — ele retrucou. — Vamos morrer de susto antes disso acontecer.
! Eu disse ponto final, então é ponto final. Não vamos mais programar o som da sala pra acordar daquele jeito. — já estava irritando-se com a discussão que os dois entraram.
— Gente! — chegou a cozinha. — Aviso aos seres humanos que coloquem seus casacos de sair e aos animais que fiquem quietinhos no sofá da sala me esperando! — e saiu outra vez.
— Eu, hein — comentou espantada. — Melhor obedecer, eu acho.
— Certo, tamos na sala, o que foi ? — perguntou para a menina que descia as escadas chegando até a sala.
— Eu disse para vocês três colocarem seus casacos! Danny, vem cá; Harry, você também. — ela apontava para o sofá e tinha uma bolsa nas mãos.
"Por que será que eu não tô com um bom pressentimento?"
"Gay!"
"Danny, a gente já te explicou que é intuição o que você está pensando."
"Quack!"
Eles sentaram bonitinhos no sofá, conforme pediu, e os outros foram pegar casacos, mesmo sem saber direito para quê. Quando voltaram, depararam-se com Harry macaco metido em um lindo enxoval amarelo de bebê e Danny dentro de uma bolsa, com o zíper fechado o suficiente para permitir apenas sua cabecinha para fora.
— Nós iremos sair para dar uma volta! — anunciou alegre, ela percebeu que se não explicasse naquele momento o que acontecia, eles ficariam sem paciência. — Quando fui ao sótão levar comida para o Fletch, eu comentei sobre o fato do Dougie e não terem voltado ainda. E ele me disse algo que pode ter acontecido.
— Então ele disse pra irmos procurar por eles? — Tom pensou ter sido essa a sugestão do panda sobre o que fazer.
— Não, não, não. Nós vamos evitar que você, o Harry e o Danny dêem na telha de fazer o mesmo! Já que vocês não estavam saindo muito pra rua por conta... bom... dessa história de maldição, eu resolvi que seria bom passear um teco. Qualquer coisa nós encobrimos vocês! Ah, é! Tó, Tom, bota isso aí. Não podem reconhecer você.
— O que exatamente é isso? Uma peruca?! — o rapaz perguntava enquanto colocava um objeto ainda não identificado, mas que parecia com uma peruca por sua elasticidade na abertura, na cabeça.
— Cruzes! — foi a única coisa que conseguiu dizer antes de rir da cara de Tom.
— Onde você arranjou isso, ? — perguntou encarando a peruca no rapaz com grande esforço para não rir.
"AH! Tá tão ridículo quanto o Harry vestidinho de bebê!", Danny ria de tanto chorar.
"Porcaria. Não consigo fechar mais o zíper.", Harry lamentava, apesar do seu esforço em fechar mais o zíper para fazer o pato parar de rir, ele não estava obtendo sucesso.
"Me matar não muda o fato que você tá vestido como um nenezinho!", ele alegou antes de voltar a rir.
— É de uma fantasia antiga da , quando ela foi disfarçada de Nega-Maluca pra festa de Halloween. — explicou. Segurou nos braços Harry e o entregou para . — Toma! Ele vai disfarçado de teu filho durante o caminho, lá no parque ele fica livre pra andar por aí.
— Eu não vou sair assim na rua!! — Tom advertiu assim que conseguiu achar algo que o refletisse.
— Lógico que não vai! — avisou. — Precisa de óculos pra combinar com essa peruca e esconder os olhos. E algo de maquiagem pra esconder sua tão famosa covinha. — ela explicou com um dedo em sua própria bochecha e subiu mais uma vez as escadas.
— Acho que é só colocar várias camadas de corretivo. — opinou, mas começou a rir assim que olhou de novo para o garoto e gargalhou mais ainda com Harry vestido daquele jeito em seus braços. — Se vocês não pararem de me fazer rir, eu vou morrer!
— Tem óculos que combine com isso?! — perguntou espantada apontando para a peruca e dando uma risada abafada.



Capítulo 10 - A volta da vovó

— Olha só, vou te deixar aqui. — dizia para o pato Danny.
Ela foi com ele em mãos até a beira da lagoa do parque, numa área sem muitas pessoas, e o colocou na margem. Deu um empurrãozinho nele para que criasse coragem e ele entrou na água como se fosse mais um entre os tantos patos que haviam por ali.
"Legal! Eu sei nadar como pato! Mas essa água está gelaaada. Brrr.", ele reclamava até sentir algo acertar sua cabecinha e os patos por perto começaram a se aproximar, "Wah! Que foi isso? Que foi?"
— Assim você se enturma com eles! — dizia feliz enquanto jogava alguns pedacinhos de pão na água. Ela sem querer tinha acertado um na cabeça de Danny.

Não longe deles, tinha terminado de tirar o enxoval de Harry e o deixava livre para subir nas árvores.
— Você pode ter forma de um macaquinho, mas ainda é um ser humano. — ela comentou mais para si mesma do que com ele quando o viu escorregar de um galho, mas ele ouviu.
"Não é tão fácil quanto fazem parecer no Animal Planet!", ele reclamou segurando-se mais forte.
— Ah! Você conseguiu. — comentou um pouco vermelha. Harry tinha terminado de subir no galho da árvore e estava na mesma altura que a menina e muito próximo. — Anh...quer uma bananinha?
"Será que macacos não comem mais nada de interessante?", ele se perguntou.

Observando a cena estavam Tom e , sentados em um banco por perto.
— Tive uma idéia pra uma música! — ele pensou em voz alta entusiasmado.
— Por ver um macaco comendo banana? — perguntou desconfiada. — Só se for pra servir de trilha sonora no filme George, o Rei da Floresta.
— Sem graça!
— Hunf! Bom, está tudo ótimo, mas eu não quero ficar aqui sentada o resto da tarde, não. — ela disse levantando-se. — Vou andar por aí.
— Me traz algo de comerr!! — berrou para a menina.
— E pra mim algo de beberr!! — pediu aos gritos .
— Que lindo, virei garçonete! — riu um pouco. — O senhor Fletcher gostaria de pedir algo também? — ela perguntou fazendo gestos com as mãos, como se segurasse uma caneta e um bloco de pedidos.
— Hum, que tal algo de comer eee de beber?
— Ótima escolha, senhor! — e foi indo pelo caminho do parque que levava até uma lanchonete, mas parou ao ouvir seu nome.
— Eu te ajudo. — Tom apareceu, acelerando o passo para alcançá-la.

— Certo, então, deixa eu ver. Vamos pedir duas cocas, uma pipoca pequena e dois algodões doces.
— Mais alguma coisa? — perguntou o atendente. — Onze libras.
— Pode deixar que eu pago. — Tom avisou procurando por sua carteira no bolso.
— Imagina. Eu mesma pago.
— Mas eu tenho aqui comigo.
— Eu também. Sério, não precisa se incomodar.
— Seria feio se eu deixasse você pagar tudo.
— Feio nada. Vou até fazer a felicidade do tiozinho do caixa, olha só quanta moedinha!
— Mas é feio deixar a mulher pagar.
— Pronto, aqui tem! — ambos disseram quando finalmente conseguiram achar a última moedinha que faltava.
— Anh... bom... — o atendente não sabia de quem receber o dinheiro.
— Hey! Fui eu quem pediu, logo, eu quem pago. — disse quando percebeu a mão do atendente indo em direção ao dinheiro na mão de Tom.
— Anh... desculpa...
— É melhor eu pagar mesmo assim! — Tom estendeu mais sua mão e fez a mesma coisa.
— EU PAGO! — disseram juntos.

— HARRY! Toma cuidado! — gritava para o macaco, já nem era mais possível ver ele, dada a altura em que se encontrava.
"Caraca! Que alto isso aqui. Mas tem uma bela vista.", Harry pensava sobre o topo de uma árvore super alta, "Hum, será que eu consigo pular até aquela outra?"
— WAH! HARRY! — quase teve um enfarte do coração quando viu uma manchinha marrom saltar lá do alto de uma árvore para outra.
"Afinal, que tanto escândalo ela faz lá embaixo?", o macaco se perguntava enquanto olhava para , pela altura, folhas e galhos era um pouco difícil vê-la.
— Desce! Você vai acabar morrendo, seu maluco!— ela sinalizava para baixo com o dedo e já falava um pouco mais baixo, pois as pessoas que passavam por perto a olhavam estranhados com ela, aparentemente, gritando com uma árvore.
"Estraga prazeres!"
Ele começou a descer devagar da árvore com metros e metros de altura, para tornar tudo mais divertido, ele descia imaginando ser mesmo um macaco. Pulava de um galho para outro com um balanço do corpo, como se estivesse num trapézio, agarrava firme suas mãozinhas no tronco e descia um trecho com a cabeça voltada para baixo. Se estivesse como ser humano, esta seria a última coisa que pensaria em fazer, a sensação de cair seria enorme.

!CRACK!

Um dos galhos pelo qual Harry passara se quebrou e ele começou a cair de uma altura considerável, mais um pouco poderia atingir o chão, por sorte viu um galho no meio do caminho e decidiu segurar-se quando passasse por ali. Quando estava próximo de chegar ao galho, ele percebeu que suas mãozinhas já tinham passado do ponto de agarrar, então sua salvação seria usar sua cauda, apesar dele não estar certo se conseguiria fazer aquilo. , quando viu o que acontecia, correu com seus braços abertos para poder salvar o macaco de se arrebentar no chão, quando chegou mais perto de onde ele cairia, viu apenas o vulto dele em um 360º rápido. Ele foi bem sucedido em agarrar com a cauda o galho, mas a velocidade com que caía o fez dar um looping.
"WAH!! Que muito loucooo!!", ele berrava durante o giro.
— Harryyy!! — estava desesperada enquanto terminava de correr até perto do galho.

!SMACK!

O macaco parou com um baque. E todo o desespero de fora trocado pela total falta de ação. Ao se postar logo abaixo o galho, e Harry chocaram-se, por ele estar de ponta cabeça ele atingiu , justo na altura dos lábios da garota.
"AI!", Harry reclamou. Pela surpresa do acontecido ele acabou caindo do galho e atingindo de cabeça o chão, "?! ?!"
— O Harry me... o Harry me... — a menina tinha um mão sobre seus lábios recém beijados pelo macaco Harry.
"Hey! Desculpa, não foi minha intenção.", ele tentava desculpar-se, tentando imaginar o quanto ela poderia estar irritada por tudo aquilo.
— Seu maluco! — ela berrou com ele quando voltou ao seu estado normal, mas ainda mais vermelha que um tomate. — Você poderia ter morrido!! Chega de subir em árvores por hoje, macaquinho.

— Pára! Pára! Pára! Ai, eu vou morrer! — contorcia-se caída no chão. — Chega! Eu odeio cócegas! Douugiee!!
— Então, renda-se! — o menino dizia sobre ela.
— Nunca! PÁRA!!
— Só quando eu for o ganhador!
— Ok! Você... ai, ai... ga-ga-ganhou. — dizia a menina sem fôlego, ainda rindo um pouco.
— Bom saber que você reconhece. — ele sentou-se ao lado dela.
A guerra de travesseiro já durava fazia um bom tempo e pouco a pouco as pessoas iam cansando-se e desistindo. Havia inúmeras penas de travesseiros que arrebentaram durante a batalha e tanto quanto Dougie estavam completamente suados, sujos de barro e cheios de penas pelo corpo todo. Por sorte ele conseguiu manter o disfarce o tempo todo.
— Acho que vamos ter de voltar a pé. — disse após estudar o seu e o estado de Dougie. — A vai ter um treco se sujarmos o Volvo dela.
!! — Dougie disse cantando enquanto ia correndo de braços abertos até ela.
— Quê? AHRG! Não! Dougieee!! — a menina fazia cara de nojo durante o abraço que recebia do rapaz. Em situações normais ela adoraria receber dele um abraço, mas esta era terrível. Ou, quem sabe, nem tanto.
— Isso foi legal. — ele disse ao soltá-la.
— Só legal? Bom, numa próxima tentamos algo melhor.
— Não! Não foi isso que eu quis dizer. Foi ótimo! Nunca fui numa guerra de travesseiros.
— Podemos ir a mais. Vira e mexe tem.
— Hum, quando todos voltarem ao normal então.
— Tá combinado. Bom vamos indo que já está quase de noite.
— A pé ou de Volvo?
que se exploda! Vamos de Volvo!! — ela disse animada, já indo para a saída do parque enquanto Dougie suspirava e espantava-se pela mudança tão rápida de idéia.
— Mulheres...

— Bem inteligente esse atendente, não? Dar a idéia de cada um pagar metade. — comentou.
— Pode ser. Mas na próxima eu pago tudo. — Tom falou.
— Não se eu pagar primeiro! — ela ameaçou.
— Eu pag... — mas foi interrompido por .
— Olha, faremos um trato, ok? Sempre que formos nós dois comprar algo, então nós dividimos a conta. Se um de nós estiver sozinho, aí banca tudo.
— Ok. Eee acho que erramos o caminho de novo.
— Quê?! Ah! Mas não é possível!
Desde que saíram da lanchonete não conseguiam mais encontrar o caminho de volta onde estavam os outros. O parque era cheio de opções de trilhas pelo campo e calçadas propriamente asfaltadas.
— Vamos combinar, também, de prestar mais atenção no caminho que fizermos da próxima vez. — Tom sugeriu.
— Como João e Maria?
— Se o Danny não comer todas as migalhas de pão, pode até ser que cheguemos de volta a casa. — e os dois começaram a rir imaginando a cena.

"De onde tá vindo isso? Ah, .", Danny começou a ouvir alguém murmurar uma melodia de uma música que ele desconhecia e quando se virou para saber de onde vinha descobriu .
— Cinco patinhos foram passear, além das montanhas para brincar. A mamãe gritou: Qua-qua-qua-qua, mas só quatro patinhos voltaram de lá. — ela estava distraída, olhando os patos mais ao longe que não ousaram se aproximar e logo essa música lhe veio a cabeça. E assim, também sem notar, ela estava cantando enquanto Danny chegava mais perto dela, curioso por nunca ter ouvido aquela música. — Um patinho foi passear, além das montanhas para brincar. A mamãe gritou: Qua-qua-qua-qua, mas nenhum patinho voltou de lá.
"Wah!! Como assim?! Como assim?! Todos os patinhos sumiram?! Chamem a polícia! E que droga de mãe é essa pra deixar os filhos brincarem além das montanhas?!", Danny pensava desesperado.
— Poxa, a mamãe patinho ficou tão triste!
"Eu também ficaria se perdesse meus filhinhos patinhos", Danny dizia com o que ele acreditava serem lágrimas nos olhos.
— Onde será que foram parar seus filhotinhos?
"No bebeléu! Onde mais podia ser?!"
— Mas essa história vai ter um final feliz... sabe por quê? A mamãe patinho foi procurar, além das montanhas, na beira do mar. A mamãe gritou: Qua-qua-qua-qua, e os cinco patinhos voltaram de lá.
"WAH! Que bom!! Amei essa música, dude! Por um minuto, pensei que já era! Depois tenho que falar dessa música pros outros."
— Wah! Danny, não me diz que você estava me ouvindo! — só agora tinha visto o pato perto dela e que estava cantando em um tom de voz alto suficiente para alguém ouvir.
"Anh... não tem como eu dizer, mesmo se quisesse.", ele pensou e viu o rosto da menina ficar vermelho.
— Ain, que mico! — ela escondeu o rosto nas mãos. Com um olho ela espiou por entre os dedos se Danny ainda a encarava e quando viu que sim ela se levantou num pulo só.
— WAHH!!
— Essa não! Me desculpa, . Me desculpa! — nem imaginava que e Tom já haviam retornado e que estava indo na direção dela entregar o que havia pedido, quando levantou e a fez derrubar a bebida de coca-cola sobre ela mesma.
— Haja gorjeta depois dessa, ! — Tom caía na gargalhada com a cena.
"Será que consegue ficar mais vermelha?", se perguntava Danny analisando o rosto de .
— Só te desculpo porque sei que você está sendo sincera. — respondeu tentando afastar alguns fios de cabelo molhados e a camiseta do corpo. Virou-se e começou a andar na direção do loiro que ainda ria. — Mas quanto a você, se não parar de rir da minha desgraça, jogo o resto que sobrou em cima de você.
"JOGA!! Joga sim!! Joga! Joga! Joga!", dizia Danny animado, embora ninguém pudesse ouví-lo, e começou a andar junto com durante a ameaça dela. Infelizmente ela não o viu e na hora em que tropeçou no pato, sua falta de equilíbrio também não colaborou.
— WAHH!! — gritaram Tom e juntos.
— Estranho... o Tom ainda é um ser humano. — disse espantada. Estava esperando pela transformação do rapaz quando viu o a bebida voar sobre ele.
— Eu ainda sou humano?! — ele estava de olhos fechados ainda, mas quando abriu, viu que era verdade o que dizia . — AÊÊ! EU AINDA SOU HUMANO!
— Desculpa, Tom! — disse levantando-se devagar do chão. — Eu não... não ia jogar de verdade. Eu tropecei no Danny e... AI-AI-AI! — ela sentiu uma dor na mão esquerda e viu um machucado pelo fato de ter caído.
— Gente! — chegava com as bochechas um pouco vermelhas e Harry em seu pescoço. — Você parecem malucos. Dá pra ouvir as vozes de vocês a quilômetros de distância!
— EU SOU HUMANO!
"Dude! Coca-cola é mágica!", Danny dizia maravilhado.
"Tudo bem com o Tom, ou ele sempre foi assim e eu nunca notei?", perguntou Harry, ainda incomodado por ter de estar com aquele enxoval.
"Sempre foi assim."
— É melhor voltarmos pra casa e lavar isso, . — avisou quando viu o machucado da menina.
— EU SOU HUMANO!!
— Espero que essa seja a prova que você está curado, Tom. Porque você também vai ter que se lavar, não pode ficar sujo de coca-cola pro resto da vida. — disse para o rapaz enquanto tapava um ouvido para não ficar surda pelos gritos de comemoração dele.
— Ele tinha dúvidas sobre se era ou não humano? — perguntou discretamente para enquanto todos se dirigiam para fora. Harry e Danny riram ao ouvir a pergunta da menina.
— Não. Quando chegarmos a casa eu te explico melhor.
— Ok. Esperem! Meu celular está tocando, deve ser a ! — pegou o aparelho do bolso da blusa sem nem mesmo olhar o visor e atendeu. — ?! Ah, desculpe. Sim, aqui quem fala é a .
— EU SOU HUM-
— Pára com isso! Tem gente no telefone, escandaloso. — tapou a boca de Tom com a mão, pois mais uma vez ele começava a gritar.
? Que cara é essa, mulher? — perguntou quando viu o rosto da amiga empalidecer e a expressão de medo tomar conta de sua face.
— Vovó... a vovó...
— Ah, . Sentimos muito... acontece, é a lei da vida. — ia até a amiga com os braços abertos para um abraço de consolo.
— Não é isso! A vovó não morreu, ela vai voltar pra casa!!
"Vovó?!", perguntaram os dois animais juntos.
— VOLTARRR?! — exclamaram juntas e .




Capítulo 11 - A vovó toca o terror

— Duuude! Tô moidinho! — Dougie reclamou com suas mãos massageando sua coluna.
— Eu não tenho certeza se consigo voltar ao normal. — Tom dizia com o pescoço levemente inclinado para a direita. — Câimbra!! Câimbra!! Câimbra!!
"OUTCH!!!", Danny foi acordado por um chute sem querer de Tom, quem esperneava pela dor no músculo do pescoço.
"GOLL!!", Harry levantou os bracinhos e comemorou quando viu Danny ser chutado e deslizar até dentro de uma caixa.
"Eu preferia quando tinha o sótão só para mim.", Fletch concluiu ainda de olhos fechados.
"Vai ter que se acostumar até a velha delas ir embora. Por falar nisso, a velha já chegou?"
"Danny, olha o respeito com os mais velhos.", Harry disse.
— Será que a velha já chegou? — perguntou Dougie.
— Não sei, mas é melhor ter mais respeito. Aonde você vai?
— Tomar um café da manhã.
Com a inesperada volta da Vovó , todas as meninas ficaram com a mesma cara de , puro medo. Elas explicaram que a vovó ficaria apenas por um ou dois dias e, enquanto isso, todos eles teriam de dormir e permanecer boa parte do tempo no sótão, pois elas não saberiam explicar a presença deles para a senhora.
— Elas não acordavam às sete da manhã em ponto? — perguntou Tom olhando para o relógio da cozinha que marcava sete e dez.
— Tanto faz. Vamos pegar algumas torradas, geléia e algo de beber antes da velha chegar. — Dougie dizia enquanto abria os armários e pegava tudo que via pela frente considerado útil.
O som de um baque na porta fechada na cozinha assustou os rapazes e eles a encararam, esperando pela temida Vovó ou algum ladrão. Nos dois casos, eles teriam problemas.
— Vai lá, Tom. Quebra a cara dele, se for um ladrão. — Dougie sussurrou e empurrou o amigo para frente. — Você tem que parar de me usar assim. — ele sussurou de volta.
— Ai, ai, ai. Minha cabeça. — disse, massageando a testa enquanto entrava na cozinha.
— Bom dia, . Hey! Não faz mais uma entrada dessas, você quase matou o Tom de medo. — Dougie disse, já voltando para suas ações.
— EU, né?!
— Bom dia, meninos. Hmmm, mal aí, Tom. Eu fico meio distraída de manhã. — ela seguiu até a geladeira e pegou um suco.
— Deu pra notar. — Tom falou quando viu a menina, de olhos fechados, colocando açúcar na bebida e mexendo para misturar com uma faca. — Aqui, é melhor usar uma colher.
— Então, quando chega a velhota? — perguntou Dougie já com um sanduíche de vários andares feito.
— Vamos ver. São sete e quinze, eu acho que lá pelas dez da manhã. Pera aí. Pera aí. Sete e quinze? SETE E QUINZEEE?! QUINZEEEEE?! ATRASADA!!
— EU DIRIJO!! — foi o que Dougie gritou, mas pouco se entendeu por ter a boca cheia de sanduíche.
— Não fala de boca cheia! — Tom deu um pedala no amigo. — E você já dirigiu ontem, desta vez sou eu.

TOC! TOC! TOC!

— Sim? — abria a porta do seu quarto e perguntava com uma voz cheia de sono.
— Bom dia. — disse Dougie e os olhos de espantaram-se com a presença dele ali.
— B-b-bom dia, Dougie. — por um momento ela sentia vergonha de seu pijama do Bananas de Pijama.
— Duuuude... o Tom vai ficar bolado se vir isso. — ele começou a rir. — Tem como você usar suas técnicas ninjas pra preparar umas torradas com geléia? O Danny disse que só assim ele come.
— Ele disse?!
— Ahhn... não ele, o Fletch escreveu.
— Ah! Bom. — ela riu um pouco. — Preparo sim. O Tom não tá por aí, né? Não quero assustá-lo . — ela apontou para si mesma.
— Saiu com o ECTO-01 pra faculdade da .
— Então vamos preparar torradas!

— Dava pra ter passado!
— Tava no amarelo já.
— Amarelo não é vermelho, no amarelo ainda pode passar!
— Pelo menos você não está indo com pantufas. — Tom comentou, mudando de assunto.
— Hey! Eu não tive tempo de me trocar. Ahh, não dá pra acreditar que é apenas um conjuntinho?
— Do Bob Esponja? — ele começou a rir do pijama da garota.
— Fica rindo da minha cara não. — ela deu um soco no ombro dele. — Finalmente!! Valeu pela carona! — saiu correndo do carro em direção ao prédio principal.
— Boa prova!

"Pior que eu acho que ele está sendo sério quanto a isso.", Fletch disse boquiaberto.
"Eu também.", concordou Harry.
"Ah, qual é? Vão dizer que essa não é uma música boa demais?!", perguntou Danny parcialmente emocionado depois de ter cantado para os dois a música que ouviu de no dia anterior.
"Isso é música para bebês, Danny. Apesar de que vocês devem ter a mesma idade mental.", Harry brincou e arrancou risadas de Fletch.
"Eu gostei, tá?"
— HEY! Olha só o que eu trouxe. — Dougie surgiu no pé da escada acompanhado de e com uma travessa cheia de sanduíches e torradas.
— Quem quer café da manhã? — perguntou carregando duas jarras de suco.
"EU!!", disseram juntos Harry e Danny animados, estavam morrendo de fome.

— Bom dia, . Nervosa? — perguntou enquanto entrava pela cozinha.
— Ai, não me lembre. Os meninos estão bem escondidos, não? Minha avó vai me matar se vir que moramos com homens.
— Imagino que estão. E eu não acho que ela conseguiria ver mesmo se quisesse. — tentou abafar uma risada.
— Ela já chegou? — surgiu o rosto de Tom na entrada da cozinha.
— Tom?! O que você está fazendo aqui embaixo?
— Relaxe, ! Não, ela ainda não chegou. — respondeu .
— Sem problemas, vou voltar lá pra cima. Só vim pegar algo pra comer.
— Na verdade, eu estava pensando... — dizia antes de ser interrompida por .
— Noooosssa! Milagres podem acontecer!!
— Calada! Olha só, você quer deixar sua avó no quarto do seu irmão e ele fica lááá no segundo andar. Seria bom termos uma ajudinha masculina, não acha?
— Mas não é que sua avó não pode ver que estamos aqui? — Tom perguntou diretamente para .
— Ela é cega! — começou a rir.
! — a amiga lhe atirou um pedaço de pão na cabeça. — É... se você e o Dougie nos ajudassem a levá-la lá para cima seria muito bom.

~DIM-DOM~

— Salvem-se quem puder que a Vovó chegou!! — gritava com os braços levantados para o alto.
— Devemos ter medo dela? — perguntou baixinho Tom assim que saiu para atender a porta.
— Bom...

entrou em casa e subiu os poucos degraus que levavam do hall até a sala e encontrou as malas da Vovó no meio do caminho, e estranhou quando viu e no pé do segundo andar enquanto Dougie e Tom, com certa dificuldade, ajudavam subir a velha com a cadeira de rodas os últimos degraus.
— Mas o que é isso? — ela começou a falar sem perceber. — Por que Tom...
! — berrou, cortando a fala da menina e indicando com o dedo para que ela parasse de falar. — A e eu estamos subindo a vovó pro segundo andar.
? de ? O que é isso o quê? — começou a perguntar a vovó.— Quem é Tom?
— Anhhh... Olá, vovó. Não, não, a senhora entendeu tudo errado. — a menina procurava por uma saída. — Eu não quis dizer Tom de gente, e sim de tom...tom-ADA!! Isso! A bateria do meu celular acabou e eu preciso de uma tomada urgente.
— Velhota pesada, eu não agüento mais. — Dougie dizia para Tom sem emitir nenhum som, apenas mexendo os lábios.
— Mato você se a soltar. — ele respondeu o amigo da mesma forma.
— Meninas, vocês estão muito fortes! — elogiou a velha.
— Obrigadinha, vovó. — disse próxima de Dougie, assim a velha pensaria ser ela quem puxava a cadeira de rodas.
— Mas... eu quero chegar lá ainda hoje! Pretendem me matar da bexiga?! VAMOS! VAMOS! VAMOS! — berrava a velha distribuindo surras com uma bengala que ela fazia questão de carregar para todos os lados.
— Dude! Se largarmos ela dessa altura, será que ela morre? — Dougie perguntou mexendo os lábios.
— Outch! Pára de dizer besteiras.
— VOVÓ! Pára de bater na gente, poxa. Aiiii! AI! AI! AI! — fingia receber as bengaladas e cutucou para que a menina fizesse o mesmo.
— Ufa. Sorte a minha que não tenho que participar dessa furada. — comentou observando a cena.
O brilhante pensamento de - brilhante segundo ela - era que os meninos as ajudassem a levar a vovó para o segundo andar. Como a senhora era cega, não veria os rapazes e, como não era dada a afeto público, também não correriam o risco de serem abraçados e a velha descobrir a farsa. Quando começaram a subir as escadas, os meninos estavam um de cada lado e com as meninas alguns degraus acima deles, assim, sempre que a vovó perguntava ou falava algo, elas respondiam normalmente e vovó acreditava estar falando com as meninas enquanto elas faziam o esforço de puxá-la escada acima.

— Como?! — perguntou perplexa.
— Sua amiguinha é surda ou alguma coisa, ?
— Não, vovó. Mas não prefere... — foi interrompida por sua avó com uma tentativa de acertá-la com sua bengala, por sorte a menina conseguiu desviar.
— PARA BAIXO! EU QUERO QUE ME DESÇAM!
— Mas para quê?
, minha neta, eu não quero ficar trancada em um quarto. Isso é a mesma coisa que ficar num quarto de hospício!
— Então é melhor ir se acostumando o mais rápido possível. — comentou baixo e recebeu o olhar bravo de .
— Disse algo, ?
— Imagina, vó! Eu só preciso ter uma palavrinha rápida com a , digo, . — e foi puxando a amiga pelo braço até o corredor. — Miga? Como vai ser?
— Ah, sem dúvida que vamos mandá-la para um hospício, não precisava nem perguntar.
— Não isso! Quer dizer, isso também, mas não agora. Quero saber como vamos descê-la!
— Vamos pedir pros meninos descerem do sótão rapidinho e nos ajudarem. Simples assim. — e deu uma piscadela.
— MENINAS! — surgiu a avó de no corredor tateando tudo a sua volta com sua bengala e surpreendendo as meninas. — Tive uma ótima idéia! Vamos fazer o que eu mais amo fazer na minha vida.
— Nem imaginava que a palavra amar fizesse parte do vocabulário da sua avó, . — mais uma vez, comentou baixinho, pois a vovó fora abençoada com uma audição perfeita para alguém na idade dela.
— E o que seria, vovó? — perguntou , acertando uma cotovelada na barrigada de pelo que tinha dito antes.
— BINGO!


Capítulo 12 - Game over

— Querem que a gente o quê?! — perguntou Tom confuso, pegando o celular das mãos de para ler melhor a mensagem enviada há menos de um minuto atrás por , que pedia que ela fizesse Tom e Dougie saírem da casa pela janela do quarto dela e tocassem a campainha. — Por que ela quer isso?
"Eu disse que essa é uma serial killer, mas ninguém quer me escutar.", Danny disse indignado,"Deve ser mais um plano pra matar o Tom."
"Bom, não é como se eles pudessem ouvir. Somos animais. PORCARIA, QUERO VIRAR HUMANOO!!"
"Sossega aí a franga, Harry. Vai acordar o Fletch. Não vê que ele está com olheiras terríveis?"
"Ahnn, Danny? Isso é porque ele é um panda. São manchas, não olheiras.", explicava Harry com gestos exagerados com as mãos.
"Mas mesmo sem ser um panda, vocês já tiravam o meu sono.", Fletch intrometeu-se na conversa.
"Mal, Fletch. Dude! Como que o Tom ainda é humano? Caiu coca nele ontem e nada, nem um puf! — Harry disse transtornado por ainda ser um macaco.
"Hum, ele chegou a tomar banho ontem?", perguntou Fletch espreguiçando-se um pouco. "De noite o ouvi discutir com uma das meninas, pois não queria tomar banho."
"Lógico que não! E arriscar voltar a ser bicho? Nem pensar!", Danny dizia, batendo suas asinhas.
"Acho que ele se virou com uns lenços umedecidos da igual o Dougie fez pra não ter de tomar banho.", Harry disse com uma mãozinha sobre o queixo.
"Eu pensava que lenços umedecidos fossem pra nenês.", Danny comentou sem pensar muito.
"Também pensava, mas vai entender. Essas garotas não podem ser normais, elas moram nessa maloca e têm um volvo na garagem! Nem Freud explica isso."
"Queemmm?!"
"Elas têm um volvo?!", perguntou Fletch claramente surpreso com a informação.
— Melhor irmos logo, então. — Dougie disse, tentando dar fim a discussão sobre ir ou não ir. — Deve ser algo sobre a véi-... vovó! — ele corrigiu-se bem a tempo, não queria ser mal-educado com a avó das meninas na frente de nenhuma delas e estava bem ao seu lado.
— Eu me recuso a fazer isso sem saber o motivo! — Tom reclamou, decidido a não se mover dali e sentou-se com braços e pernas cruzados.
— É melhor eu descer e perguntar. — ofereceu-se já de pé.
— Aposto que é algo relacionado à vovó. Melhor fazer antes que algo de ruim aconteça. Vamos logo, Tom! — o baixista insistiu.
— Pronto! Mandei uma mensagem perguntando por quê. — o loiro sorriu triunfante com sua idéia.
— AAAAHHH!!! — puderam ser ouvidos três gritos femininos em toda a casa, até mesmo no sótão.
"Que foi isso?", Danny perguntou com medo.
"Vai ver a velha matou as meninas.", Harry tentou.
— Meleca! Algo aconteceu. — reclamou e dirigiu um olhar rápido para os rapazes. — Dougie, Tom, por favor, façam o que a pediu. Eu vou ver o que aconteceu.
Os meninos não disseram nada, apenas concordaram com a cabeça. desceu a escada do sótão e deu sinal para que os dois fizessem silêncio, assim que passou pela porta do quarto dela, abriu a porta e deixou-os passarem enquanto seguia caminho para a escada que levava para o térreo. Começava a ouvir a voz de vovó e quando finalmente chegou para ver, encontrou a velha senhora já na sala, com um ser deitado no chão atrás de sua cadeira e e paradas, sem reação, nos últimos degraus da escada, quase no térreo.
— Meninas? — perguntou com receio e, por isso, sua voz soou tão fraca.
! — virou surpresa com a presença da menina e colocou uma mão sobre sua própria boca, na tentativa de abafar uma risada, ela tinha até mesmo riso nos olhos.
!! — gritou ao descer os poucos degraus e começou a chacoalhar a amiga estirada no chão. — Que houve? — perguntou já impaciente.
— A vovó atropelou a . — dizia entre risadas, ela sempre ria quando alguém caía ou tropeçava. Na verdade, todas elas riam, mas, neste caso, só ela estava.
, tudo bem contigo? — perguntou a vovó, cutucando com a bengala onde ela acreditava estar a menina.
— AI! Estaria melhor se não me cutucassem como um cadáver. — a menina respondeu fugindo da velha com a ajuda de .
— Como que você conseguiu ser atropelada, praga? — perguntou começando a imaginar mil e uma situações e rindo de todas elas.
— Obrigada pela sua preocupação, peste. — respondeu de volta. — Eu estava ajudando a e a a descer a vovó, quando senti algo vibrar, me assustei, soltei a vovó e aí a cadeira de rodas veio pra cima de mim.
— Vibrar? Não terá sido o teu celular? — perguntou .

~DIM-DOM~

Soou a porta e as meninas já imaginavam quem poderia ser do outro lado. Exceto a Vovó . passou um olhar rápido pelas amigas com um sorrisinho sapeca no rosto e foi em direção à porta atender.
— Sim, deve ter sido, mas estava tão distraída em ajudar que me assustei do mesmo jeito. Dude! Quando eu vir o nome do ser que me aprontou essa, eu irei matá-lo... — retirou do bolso o celular e selecionou para ver a mensagem recém-recebida do celular de , dizendo que não desceria ninguém até que dissesse um bom motivo e ao invés de vir assinado em nome da amiga, veio em outro. — Tom Fletcher?!
— Opa! — lembrou-se que logo após o envio da mensagem, eles ouviram os gritos.
— Quem é Tom Fletcher?! — perguntou vovó em um tom de voz sério por se tratar do nome de um homem.
— VOVÓ!! — gritou desesperada com a situação que se instaurava. — Ahnn... Lembra que nós dissemos que temos vizinhos contemporâneos seus que iriam topar jogar Bingo com a senhora? — dizia a menina jogando as palavras assim que lhe vinha a cabeça alguma desculpa. — Bom, eles chegaram, e um deles se chama Tom Fletcher! E ele trouxe o amigo dele, Dougie Poynter!
— Somos mais velhos que elas, mas não chegamos a ser contemporâneos da velha, né, Dougie? — perguntou Tom ao amigo, aturdidos com o que dizia .
— Eu me garanto, quanto a você... não tenho certeza. Só sei que a tá com cara que vai te matar, dude.

— Por que nós temos de fingir ser velhos? — perguntou Dougie em voz baixa.
Enquanto e estavam na sala preparando as coisas para jogarem o bingo com a companhia da vovó, e explicavam direito toda a história de antes.
— Porque minha avó não tem amigos e como ela adora jogar bingo, seria legal ter mais gente pra jogar. Não é nada de mais, o jogo é simples e só precisam fazer voz de vovozinhos sempre que forem abrir a boca! — concluiu entusiasmada. — E então, podemos ir?
— Ho-ho-ho! Vamos começar o jogo, minha jovem! — Dougie começou a entrar no personagem pedido e ria com as mãos apoiadas sobre uma barriga de chope imaginária.
— Eu disse voz de vovô, não do Papai Noel! — tratou logo de avisar ao rapaz, que agora fingia ter dor nas juntas, enquanto andavam para a sala.
— Quer dizer que... — começou a falar pela primeira vez desde que entraram na cozinha, assim que os outros dois saíram. — Pelo fato do Danny achar que eu sou uma serial killer querendo te matar, você decidiu tomar a decisão de me matar antes que eu mate você?
— Juro que eu não sabia que aquilo ia acontecer. — Tom tentou explicar.
— Olha, que tal combinarmos que eu não tentarei matar você e nem você vai tentar me matar? Porque eu não tenho certeza se sobreviverei a outro atropelamento de uma cadeira de rodas. — ela riu com um pouco de dificuldade e estendeu a mão ao loiro para selar o trato.
— Mas eu não estou tentando te matar!
— Eu sei, nem eu estou. É só uma outra maneira de propor que nós tratemos melhor um ao outro. — ela deu uma piscadela. — Assim, numa próxima, você topa sem desconfiança o que eu pedir pra fazer.
— Chega de ficar implicando um com o outro, então? — ele finalmente estendeu a mão e trocaram um aperto de mãos.
— Eu?! Quando que eu já impliquei com você?! — ela perguntou se fazendo de inocente, mas parou logo com a expressão nada feliz dele. — Ok, ok. Sem implicância.
— Heyyy! Tom, meu compadre!! Venha logo jogar, daqui a pouco é o horário da sua soneca e eu quero jogar antes disso, meu velho! — veio a voz de Dougie da sala, berrando.
— O Dougie está levando o papel bem a sério, não? — perguntou, abafando uma risada. — Não quero nem ver você imitando a voz de um velho.
— Eu não posso ser um velho... sei lá... mudo?
— Não, não pode. Como que um mudo jogaria esse jogo se o mais importante é gritar "Bingo"?!
— Ok, você disse que vamos nos tratar melhor, isso também quer dizer que um tem que ajudar o outro sempre que precisar. Então, trate de me ajudar aqui!
— Eu não combinei isso. HEY! — ela reclamou quando Tom puxou sua mão para outro aperto de mãos, assim, validando o novo combinado. — Pra que eu fui inventar a história de selar acordos desse jeito? Ok, ok. Eu ajudo, mas pára de ficar sorrindo convencido!

Eles entraram na sala juntos e viram vovó de frente para a mesinha de café onde estava pronta para anunciar os números e Dougie, e logo atrás da senhora, com lápis e cartelas em mãos, sentados nas cadeiras que tinham levado da cozinha para a sala. Havia mais duas cadeiras vazias. — Calma, gente. — anunciou quando chegaram. — É que o vovozinho... pediu por um copo de leite! Sabem como é, sem isso ele não consegue tirar a soneca dele das seis da tarde.
— Soneca? Hu-hu-hu. Pois, eu consigo me manter acordada até as nove da noite se eu quiser! — gabou-se a vovó e virou para trás, atuando como se não fosse cega e pudesse mesmo encarar os olhos de algum dos outros presentes na sala.
— Aposto que não consegue! — Dougie desafiou a vovó.
— Dougie! — reprimiu o rapaz. Sabia que sua avó não era uma santa, mas a defendia o suficiente para garantir algum presente no fim do ano. — Digo, vovô Dougie! É melhor não abusarem.
— Fique fora disso, pequena. Eu topo, meu velho. O que me diz, Fletcher, ou está com medinho de não agüentar ficar sem sua sonequinha? — provocou a velha.
— Ho-ho-ho! Eu... ho-ho-ho... topo. — Tom tentou imitar da melhor forma que pôde um velho e depois sentiu a mão de sobre sua cabeça.
— Papai Noel, saia deste corpo que não te pertence!
— Vamos selar a aposta! — a vovó deu uma cuspida em sua própria mão e estendeu em direção a Dougie, enquanto as meninas e Tom faziam cara de nojo, o baixista fez o mesmo que ela e deram um firme aperto de mãos. Vovó deu mais uma cuspida na mão e estendeu para a direção de Tom.
— Se você fizer essa nojeira, nunca mais selo acordo nenhum com você e sua mãozinha contaminada pelo cuspe da vovó. — sussurrou rápido perto do ouvido dele.
— ECA!! Sem esse tipo de coisa vovó! Por favor, e não vai acontecer essa aposta. — ralhou mais uma vez.
— Hunf! Velho medroso. — vovó disse amargurada quando desistiu de esperar pela mão do loiro. — Senhor Poynter, temos um desafio marcado!
— Podemos brincar de bingo de uma vez? — perguntou com o rosto de tédio descansando apoiado sobre sua mão embaixo do queixo. — Caso contrário, quem vai tirar uma soneca aqui serei eu.
— Vamos! — disseram todos juntos.
— Certo, então os números são: 6, 66, 11, 69... — ia sorteando os números.
— Eu, hein? Números de duplo sentido esses, não? — comentou e arrancou risadinhas abafadas de alguns.




Capítulo 13 - Façam suas apostas


“Então vocês nunca reparam nessas coisas?!”
“Por que iríamos reparar?”
“Danny, olha aqui, eu tenho três bons motivos pra essa pergunta. Primeiro, eu sou homem! Segundo, eu não sou doente pra ficar olhando essas coisas; e terceiro, eu sou homem!"
“Falou ser homem duas vezes, Harry.”, avisou Fletch.
“Eu sei...”, o macaco disse ainda encarando o amigo pato que se encontrava na frente do espelho. “Mas era pra reforçar.”
“Além do mais, o que ser homem tem a ver?”
“Ora, Fletch, homens... homens não ficam olhando isso... não em animais.”
“Ahh, é?!?!”
“Parem de tagarelar você dois aí! O caso é mais grave do que eu pensei.”, Danny disse desesperado e virou-se cabisbaixo para o panda e para o macaco. “EU SOU UMA MULHERRR!!!!!”
“Que diabos você está dizendo, Danny?!?!”, Harry dizia em meio a gargalhadas, junto com o panda.
“Olha pra mim!!!”, Danny dava voltas em frente ao espelho do tamanho de uma pessoa, que estava guardado no sótão e que ele tinha encontrado há pouco tempo. “WAHHHHHHHHH! CADÊ?! CADÊ?!”
“JÁ SEI!! Ele deve estar procurando pelos peitos! E o porquê dele ser uma mulher tão feia!!”, Harry já quase não conseguia respirar.
“Feio é você e seu pé também, Judd! E não ri não, Fletch, seu pandamônio que só quer saber de hibernar aqui no sótão!”
“HEY!!”, os dois reclamaram quando insultados.
“WAHHHHHHHHH!! EU SOU UMA MULHEERR!! NÃÃÃÃÃOOO!! QUEROOOO SER HOMEMMM!!!”
“DANNY! Cala a boca e explica por que você acha que é uma mulher.”, Harry pediu.
“Eu não acho, eu tenho certeza. DUDE!! EU NÃO TENHO MENININHO!!!!”
“Não tem o quê?!?!”, perguntaram Harry e Fletch juntos, sem a menor idéia do que o pato poderia querer dizer.
“Menininho! Menino! Júnior! Dannyzinho! Danny-boy!”, Danny explicava, tentando se olhar no espelho de todos os ângulos possíveis a fim de poder ver melhor cada canto de seu corpo.
“Ah!! Por isso você perguntou se já tínhamos reparado no aparelho reprodutor de um pato.”, Fletch tentou ser mais científico. “Bom, confesso que, em toda minha vida, nunca me ensinaram isso na escola ou na faculdade.”
“Vira essa bunda branca de pato pra lá que eu não quero ter pesadelos hoje!”
“Agh! Não consigo!! ‘Tô enroscado. Socorrooooooo!!!”
“Vai você ajudar, Fletch. Não quero correr o risco de achar o menininho do Jones.”

— Tom, dude, você deveria ter apostado. Foi moleza ganhar! — Dougie disse, esparramado no sofá, com a cabeça apoiada nos braços.
— Acredite, eu não deixei de apostar porque parecia difícil. — o loiro respondeu, carregando a última cadeira de volta para a cozinha.
— Olha só! Nove e um da noite e a velha apagou total. — Dougie arriscava fazer sinais com as mãos e algumas caretas na frente da vovó adormecida.
— É, mas o aperto de mão foi nojento. Eca! — Tom disse, retornando e sentando próximo ao baixista.
— Ah, é nada. Olha só! — Dougie cuspiu na própria mão e alcançou a de Tom para um aperto de mãos molhado. — Dude! Tenho fome, vou ver algo de comer lá na cozinha. Quer algo?
— Arrgghhhhh!!!
— Não sei se tem isso, mas vou procurar.
— Que cara é essa, Tom? — perguntou assim que terminou de descer as escadas. Ela acabava de voltar do seu quarto com um livro nas mãos.
— Dougie, mão, saliva, nojo. Argggggghhhhhhhhhhhh!!
— Ah, é nada. Você tem na mão a babinha do Dougie!
— Janta pronta! Quem tem o quê? — entrou na sala, vinda da cozinha, junto com .
— Baba do Dougie na minha mão. É nojento.
— Ah, é nada! — as meninas responderam em coro. — É a babinha do Dougie!
— Eu estou no "Além da Imaginação"?! — ele revirou os olhos.
— Bom, eu vou levar essa janta pros meninos lá em cima, eles devem estar com fome. — disse . — Vem, .
— Vai querer subir sua avó mais uma vez lá pra cima? — Tom perguntou para , que lia seu livro concentrada.
— Hummm, não. Ela tem sono pesado e quando dorme é melhor deixar ela quieta. Eu vou ficar aqui com ela um pouco. Tenho prova amanhã e preciso estudar. — ela indicou, levantando o livro.
, tudo bem se formos lá jantar com o resto do pessoal? — saiu da cozinha. — Pelo menos assim ninguém vai fazer barulho e te atrapalhar. Ou se você quiser, dou um toque e falo pro Harry vir te fazer companhia, ele é quietinho e não vai te atrapalhar.
— NÃÃÃO!! Quero dizer, não precisa não. Obrigadinha! — respondeu rápido e logo o seu rosto tomou a mesma coloração de um tomate.
— Weiiirdoo. — comentou baixinho. — Ok! Então, cambada, subindo todo mundo!

— Tédioooo! — Dougie anunciou, deitando-se no chão do sótão.
— Eu tive uma idéia! Fiquem bem aí! — disse entusiasmada, correndo para fora do sótão.
— Que bom que o Fletch conseguiu alcançar e colocar uma lâmpada aqui, tava mesmo fazendo falta. — disse, encarando a lâmpada no teto.
— Annh, gente? O que acontece com o Jones? — perguntou sobre o pato que o tempo todo se encarava no espelho.
“Dude! Esquece essa história, vai. Tu é macho, pronto.”, Harry tentava convencer o amigo.
“Espera só até eu virar ser humano! Aposto que vou vir no corpo errado, cheio de... peito e com falta de... algo... lá embaixo.”
“Ah! Pense no lado bom.”, Fletch aconselhou o jovem.
“E qual é o lado bom?”, Danny juntou-se ao grupo, que estava sentado em volta de uma mesa improvisada com um conjunto de caixas de papelão.
“Eu disse para você pensar, não que eu ia te dizer.”
“Diz aí, você não tem a menor idéia de qual possa ser o lado bom, não é?”, Harry perguntou, abafando o riso.
“Não mesmo.”
— Voltei!! — anunciou com algo em uma das mãos e um sorriso sapeca no rosto. — O que vocês acham de jogarmos cartas?!
— Eu topo! — Tom respondeu animado.
— Hummm, e que jogo vamos jogar? — perguntou, preocupada com a resposta.
— He-he-he. TROCOOOO!!!!!!!!!!
— Ah, não, !!
— Ah, sim, !!
— Jogar Troco? Nunca ouvi falar desse jogo. — Dougie coçou a nuca, tentado lembrar se conhecia o jogo.
— Na verdade o nome é Truco, que gosta de zoar com o nome. Coisa de mineira, não tentem entender. — explicou e deu um pedala leve na amiga.
— TRUCOOO!!! — Dougie e Tom gritaram ao mesmo tempo, com os braços para cima.
“TRUCOOOO!!”, Harry e Danny também gritaram, mesmo não podendo ser ouvidos pelos humanos presentes. Harry tinha seus bracinhos de macaco erguidos, mas o pato não conseguiu fazer a mesma coisa.
“Porcaria de asas!”
— Então vocês conhecem o jogo? — perguntou enquanto sorria para a tentativa de Danny levantar suas asinhas como os outros.
— Sim! O Jimmy nos ensinou numa festa. — Dougie explicou.
— Quando você diz Jimmy, você está se referindo ao... ao... — tentou falar, apesar de estar surpresa.
— Ao James. — Dougie disse, fazendo uma careta de quem estranha algo para a garota.
— E quando você diz James, você está se referindo ao... — disse com os olhos brilhando iguais aos de .
— James Bourne. — Tom completou, também um pouco estranhado com as duas.
— Ihhh! Lá vem. — comentou baixinho, já imaginando o que viria.
— AHHHHHHHHHHHHHHHHH!! JAAAMMEESSSS BOOOOUURRRRNNEE!!!!!!!!!!! — as duas gritaram juntas, no volume mais alto possível, quase deixando todos que estavam no sótão surdos - menos , que já tinha se preparado, cobrindo os ouvidos com suas mãos.
— Que foi isso?!?! — Dougie perguntou espantado e com um pouco de inveja, pois nenhuma das meninas daquela maloca maluca tinha feito um escândalo daqueles por ele. Ok! Houve gritos quando ele voltou a ser humano, mas não foi nada tão coisa de fã quanto naquele momento.
— Elas vivem suspirando pelo Bourne. — respondeu indiferente, estava acostumada com elas fazendo isso.
— AHHHHH! O James Bourne sabe jogar trucooooo!!!!! — e diziam praticamente gritando, apertando cada uma as mãos da outra, freneticamente, balançando-as no ar enquanto pulavam sentadas no mesmo lugar.
“Nós também sabemos e nem por isso fizeram esse show todo.”, Harry reclamou, cruzando os bracinhos.
“Hey!!! Você são nossas fãs, comecem a dar chilique pela gente também!!!”, Danny bicou as duas meninas, acertando-as bem na barriga.
— Viram só? Nem o Jones aqui agüenta essa ceninha de você duas. Comportem-se!
“Comportem-se nada! Eu quero ceninha pra nós também, nós sabemos jogar!! Que espécie de fãs de McFly são vocês que não fazem ceninha pra nós?”, Danny batia suas asas freneticamente.
— Ok! Ignorem essas duas, vamos jogar. — desistiu quando percebeu que as duas ainda vibravam e pegou o pacote com as cartas do colo da .
— Não sei como você não ficou surda ainda, . — Tom comentou brincando. Ele também comparava a reação delas ao ouvir o nome de Jimmy e o tratamento que ele recebeu no dia que voltou a ser humano. Estava com certa inveja do amigo naquele momento.
— Espera! — gritou, deixando sozinha na animação. — Eu não quero jogar truco, não jogo nada bem.
— Demorou muito pra reclamar, agora já era. — deu língua para a amiga.
— Como vamos decidir as duplas? — perguntou; já tinha voltado ao normal.
— Todos jogam? Quer dizer, até os bichanos? — apontou para Fletch e os outros dois.
“Quê? Algum preconceito contra a gente?”, o pato reclamou.
“Nós somos animais. Não sei se dá pra jogar.”, Harry tentou esclarecer ao amigo.
— O Harry deve conseguir e o Fletch também. Já o Danny... acho que a falta de dedos é um problema. — Dougie disse enquanto fazia gestos com uma das mãos, sinalizando a falta de dedos do amigo.
— Certo, então jogamos eu, , Tom, Dougie, Harry e Fletch, já que a não quer.
“Não posso apenas observar? Não sou muito bom nesse jogo." leu a placa de Fletch. — Ah, , joga! O Fletch não tá afim. Nós podemos fazer um sorteio de quem vai jogar com quem, assim ninguém reclama.
— Não reclama até perder o jogo por me ter como dupla! — reclamou, mas desistiu logo. — Tá bom, eu jogo.
desceu mais uma vez para seu quarto para pegar um lápis, papel e tesoura. Quando voltou, ela escreveu os nomes dos que jogariam. Eles dobraram os papeizinhos e pegaram emprestada a touca que Tom tinha na cabeça para jogá-los lá dentro. Assim, todos tiraram um, leram em voz alta e organizaram-se na mesa, cada dupla sentando-se um de frente para o outro. As duplas eram Tom e Harry, Dougie e , e .
— Todo mundo ainda lembra os sinais pra indicar o tipo de carta? — perguntou com um sorriso vitorioso no rosto; para ela o jogo já estava ganho.
— Eu lembro. — Tom comentou.
— Eu não lembro, e acho que ou minha dupla tá tentando se lembrar, ou tá levando um choque elétrico! — disse um tanto espantada com as caras e bocas que Dougie fazia olhando pra ela.
! Pára de piscar pra mim, mulher. Já te disse várias vezes que você não faz meu tipo.
— Get’cha head in the game, mulher. — respondeu dando língua para enquanto todos terminavam de receber suas cartas.
— Dedo do meio também é sinal? — Dougie perguntou ainda concentrado em ver suas cartas.
— Só se for sinal obsceno. E não vale no jogo! — Tom respondeu rápido.
“Eeeuuuu também quero jogarrr!!!!”, Danny reclamava, batendo asas para chamar a atenção dos outros.
— Own! O Danny também quer jogar, gente, tadinho. — Danny sorriu quando viu sorrir carinhosa para ele.
— Mas ele não tem como jogar, . — explicou.
— Ah, vamos deixá-lo vigiando pra que ninguém roube no jogo. Pronto! Gostou, Danny?
“Deixa comigo, ! Comigo como xerife do jogo, ninguém vai roubar!”
“Não precisa levar tão a sério. E é só vigiar, não bancar o policial.”, Harry avisou.
“Melhor deixá-lo se divertir. Ele realmente queria jogar.”, Fletch comentou enquanto ele e o macaco assistiam o amigo rodar em torno dos jogadores, olhando bem as cartas nas mãos de todos.
— Quem começa? — Dougie perguntou.
— O mais velho! — Tom respondeu animado, já começando.
— Ihhh, então pega sua carta de volta, Tom, que o mais velho é a vovó da ! — comentou, arrancando risadas de todos.
— Vai, . — Tom incentivou.
— Vou nada! Vai você, . — tentou se livrar da hora de jogar.
— Ok! Preparem-se para perder! — jogou e deu um sorriso cúmplice para .
Eles começaram a jogar com Tom sendo o primeiro, depois vinha , Dougie, Harry, e por último, e mais perdida ainda no jogo, vinha . era a única que se lembrava realmente dos sinais. Todos os demais não faziam nenhum, ou apenas inventavam na hora. Tom e Harry, por exemplo, tiveram de inventar toda uma série de sinais com os dedos, pois o macaco tinha certas dificuldades, sendo um animal. Já tinha desistido totalmente de aprender qualquer sinal, ela nem entendia a base do jogo e menos ainda os sinais; sem contar que sua dupla fazia caretas estranhas apenas para fazê-la rir como uma louca durante a partida. não se lembrava tão bem assim do jogo, mas tendo como parceira ela não se preocupava tanto, pois sabia que sua dupla era, além de muito competitiva, a melhor jogadora de truco entre todos ali.
— TROOOOCOOOOOO!!!! — berrou , já cantando vitória.
— Desce seis!!!! — Dougie também berrou. Estava sentindo-se competitivo também. — , tem que me ajudar aqui.
— Eu nem sei o que está acontecendo e você ainda quer que eu te ajude?!?! — a menina disse desesperada, olhando de Dougie para suas cartas na mão e vice-versa.
— Uma rodada vale um ponto para a dupla. Quando gritou “Truco”, passou a valer três pontos, e agora o Dougie acabou de aceitar a aposta e a aumentou para valer seis pontos. — Tom explicou para a menina ao seu lado, calmamente.
— Hein?! Que pontos? Tem pontos?! Ai! Socorro!!
— Nem tente explicar, Tom. Perda de tempo total. — riu da cara de desesperada da amiga.
— Doze! — gritou. Ela e Dougie encaravam-se desafiadoramente. — Você e sua dupla vão perder bonito.
— Nunca se sabe. ! Tem uma mão boa aí?
— Estamos falando do mesmo tipo de mão?
— Mão de cartas, tapada! — acertou um pedala na garota.
— AII!! Ah! Sei lá, acho que sim. Gosto das minhas cartinhas. — ela sorriu pastel.
“Típica resposta de Jones.”, Harry comentou rindo.
“HEY!! O que você quer dizer com isso?!?!”, Danny correu até o amigo para tentar bicá-lo.
“Eu lembro que da última vez que jogamos isso, o Danny ficou confiante porque também achava bonitinhas as cartas que tinha em mãos.”, Fletch comentou, recordando-se.
“E no final perdeu feio porque tava com a carta mais fraca!”, Harry matava-se de rir junto com Fletch enquanto era bicado pelo pato nervosinho.
— Ah! Deixa eu ver de uma vez. Já estamos de fora mesmo. — Tom olhou as cartas de e deu um leve aceno com a cabeça para Dougie.
— Mostra logo! — ameaçou e a obedeceu.
— FILHAAA DE UMA MÃÃÃEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!! — berraram Dougie e , espantados.
— Que foi?! Que foi?! Que foi?! — estava espantada com a reação deles, então olhou para Tom.
— Não sei como, mas você ganhou com a carta mais forte. — Tom explicou sem entender direito ainda.
— FILHAAA DE UMA MÃÃÃEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!! — berraram Dougie, e .




Capítulo 14 - Operação des-cupidos


! — ela ouviu alguém chamar pelo seu nome, mas não viu quem era nem reconheceu a voz. — , acorda!
— Hummm... Tom? — ela perguntou confusa e tentou cobrir os olhos contra a luz que entrava na sala com uma das mãos.
— Sim. Bom dia! Você dormiu aqui na sala mesmo? — ele perguntou, passando o olhar pela idosa, que ainda dormia e tinha um filete de baba de um lado do rosto.
— Devo ter caído no sono enquanto estudava. — ela respondeu, espreguiçando-se. — Que horas são?
— Não vi as horas ainda... mas devem ser por volta...
— São sete horas e alguma coisa. — completou a frase. Quando viu o olhar de Tom, como se perguntasse como ela podia ter tanta certeza, a garota apontou em alguma direção atrás dele.
— AII!! — acabava de bater com tudo na porta fechada da cozinha. — Isso dóóói.
— Por que não faz um favor a si mesma e pára de andar por aí de olhos fechados? — perguntou ao correr para socorrer a amiga.
— Bom dia, . Ai, ai! Bom dia, Tom. Ah, precisa não. A culpa não é minha se deixam a porta da cozinha fechada. Eu posso muito bem andar em casa de olhos fechados, a conheço como a palma da minha mão.
— Legal. — Tom comentou e juntou-se às meninas dentro da cozinha.
— Não acredite nela. — advertiu. — Na manhã do dia que atropelou você, ela caiu da escada.
— Credo! Do jeito que você fala parece que eu caí dela toda. E não foi assim, eu só caí os últimos quatro degraus. Tinha contado errado, oras!
— Só quatro degraus? Podia ter se machucado. — Tom disse, aceitando o copo de suco oferecido por .
— Que nada! Hey, , vai pra faculdade hoje, não? Me dá uma carona?
— Vou sim. Mas por quê? Você tem prova hoje também? — ela comia um biscoito.
— Tenho que devolver uns livros na biblioteca e depois quero passar na vídeo-locadora. Esquecemos completamente das nossas Terças do Filmeca, e hoje é Sexta do Filmão!
— E o que seria isso? — perguntou Tom, confuso.
— Uma tradição que aprendemos vendo Drake&Josh. Nas terças nós alugamos o pior filme que exista e nas sextas alugamos um sucesso de bilheteria. — explicou animada.
— Sucessos de bilheteria não. Filme bom! Porque às vezes os sucessos de bilheteria são filmes chatos, tipo Senhor dos Anéis. Eu odiei aquele filme, muito longo.
— Mas não é uma regra. Filmes do Harry Potter são sucessos de bilheteria e são ótimos. — Tom opinou.
— De qualquer forma... pode me levar, please?
— Não sei, . Pretendo dar entrada no hospício para a vovó. Ela não pode ficar com os meninos morando aqui também. Fora que, quanto mais rápido ela se for, menos a gente ganha bronca. — explicou, dando goles na bebida.
— Please, ! Minha amiga querida, amada e idolatrada mais que tudo nesta minha vida. — dizia enquanto dava um abraço na amiga.
— Interesseira! Tá bem, mas só de ida. Vai ter de ir à locadora e voltar pra casa a pé.
— Bom dia. — apareceu na cozinha bocejando. — O que faremos hoje?
vai me dar uma carona e depois dar entrada no hospício! — respondeu alegre e saiu correndo para seu quarto para se arrumar.
— Hospício? Já não era sem tempo, hein, ? — começou a rir.
— Besta! A sempre fala errado. Vou fazer minha avó dar entrada no hospício, não vou me internar lá. — esclareceu antes de sair da cozinha também.
— Dormiram bem, Tom? — perguntou, servindo-se de suco.
— Pelo menos nunca mais fomos acordados com aquele sistema de despertador de vocês. — ele riu um pouco, junto com a menina.

!!!!
— Vovó! Vovó, acalme-se! — dizia, tentando acalmar a velha que tinha acabado de acordar, e ao mesmo tempo fugindo da bengala dela. — A , digo, saiu para a faculdade para fazer um prova e só volta mais tarde.
— Como ela pôde abandonar sua pobre vovózinha aqui? — a velha fez uma voz de choro e sentiu pena da senhora. — NETA INGRATAA!! VOU DESERDÁ-LA!!!!
— Velha pirada. — disse baixinho.
— Diga-me, . Será que aqueles vizinhos que vocês chamaram ontem não estão acordados a esta hora?
— Hummmm... talvez, posso tentar saber. Mas por quê?
— E eu lá tenho de dar satisfações a uma fedelha?! Tente ver se estão acordados e os convide para uma visita!
— Claro, vovó, só um minuto. — tentou soar simpática, mesmo quando sua vontade era de matar a velha à sua frente. Ela correu para o sótão em busca dos meninos.

Dougie foi acordado de um pesadelo em que um cozinheiro maluco queria cozinhá-lo. Ele tentava convencer o chef de que era um ser humano e que ele não podia fazer isso, mas de repente tornava-se um porquinho-da-índia e logo uma perseguição com um machado começava.
— WAHH! ?! — ele perguntou surpreso quando viu quem tinha o acordado.
— Desculpa! — ela pediu com um sorrisinho fraco. — Preciso da tua ajuda e do Tom, mas não o acho em lugar nenhum.
— Faz tempo que ele acordou e desceu pra tomar café da manhã. — Dougie lembrou-se e também lembrou que o amigo não tinha lhe trazido nada para comer como havia prometido. Safado, pensou o baixista.
— Até a e a sumiram. E agora a vovó quer que eu convide o vovô Dougie e o vovô Tom, o que eu faço?
— Me mostra onde é a janela que eu tenho que sair e aí eu invento uma desculpa qualquer.
— Brigada, Dougie. Vamos rápido, então.
— E pra que a visita?
— Ela disse que não dá satisfações para pirralhas como eu.
— Faz bem... AIII!! Tava brincando! — ele disse depois de receber um pedala pelo seu comentário. — Ok! Nos vemos lá embaixo. Bye-bye.
— Já liguei, vovó!!! — gritou da porta do seu quarto enquanto via o aceno de Dougie ao sair pela janela.
— ÓTIMO! VENHA AQUI! — berrou a velha, do andar debaixo.
— Sim, vovó? — estava um pouco cansada por ter corrido.
— Aqui tem. — a velha entregou para a menina uma nécessaire preta.
— Anhhhh... obrigada?
— Não é presente, panaca! É pra você me maquiar.
— Mas a vovó não odeia esse tipo de coisa? — perguntou a jovem, confusa.
— Não quando estou em tempo de caça! — a velha deu uma risada, assustando a menina.
— Caça ao quê?!
— Menina! Ainda não entendeu?! Temporada de caça ao seu vizinho, vovô Dougie Poynter!

— Que tal Tomates Assassinos? Que foi? É um ótimo filme, quer dizer, um ótimo filmeca. — tentou explicar.
— Fazemos assim, então: eu e o Tom procuramos pelo filme da Sexta do Filmão e você fica encarregada do filme da Terça do Filmeca. — propôs, dando seu melhor sorrisinho de propaganda de pasta de dente.
— Por mim tudo bem. — concordou depois de olhar a amiga com certa desconfiança.
— E aí, alguma sugestão de filme bom? — perguntou Tom com as mãos no bolso.
— Shhiiiu. — disse baixo e indicou com o dedo para que ele não fizesse barulho. — Tenho um ótimo filme em mente, mas não podemos deixar a descobrir.
— Por que não? — ele perguntou também em voz baixa.
— Ela e a morrem de medo de filmes de terror e nunca nos deixam alugar um pra Sextas do Filmão, mas talvez agora a gente consiga! Temos que arranjar o filme mais assustador já feito.
— O exorcista? Tem também O bebê de Rosemary, ou O iluminado.
— Ahh, O iluminado e O bebê de Rosemary nem são tão assustadores assim. O exorcista é bom. Mas eu tava pensando em algo como O massacre da serra elétrica, ou O chamado.
— Tem um que um dos guys tava querendo ver já faz um tempo... Como era o nome? Acho que era O Albergue.
— Perfeito! Vamos buscar esse mesmo, também tava afim de assistir.
— Não seria melhor levar um outro filme? Caso elas não topem ver o de terror?
— Nem! Vai ser legal vê-las gritando de medo; o filme vai virar comédia.
— Muito amiga você, hein?
— Ah, Tom! Só pra zoar um pouco com elas. Agora rápido porque temos que achar antes dela!
— Hey!! Já acharam? — gritou pra eles; ela já estava no caixa.
— Tarde demais. — Tom comentou.
— Ahá! — agarrou um dos dvd’s na prateleira de cima, próxima a ela. — Aqui está.
— Mas ela ainda vai ver quando formos até o balcão... ué... cadê ela?
— Vamos aproveitar! Tiooo!! Vamos levar esse aqui. — correu rápida até o atendente, já com o dinheiro da locação em mãos para não haver perda de tempo.
— Voltei! — disse bem atrás deles dois, os assustando. — O que pegaram de bom?
— Um filme digno de uma Sexta do Filmão! E você, onde estava? Já não tinha escolhido?
— Tinha, mas aí o moço disse que tinha o filme que eu quis alugar da outra vez. Resolvi aproveitar!
— Qual filme? — perguntou Tom curioso.
— Um filme com meu amado McFly!! — respondeu, abraçando o dvd e sorrindo pastel.
— Sorte no Amor?!
— Ihh, Tom! Chamou o filme de vocês de filmeca!! — ria.
— Oi? Quê?! — perguntou após sair de seu transe com o dvd. — Nããão!! Não é o filme de vocês. E não chamei Sorte no Amor de filmeca, ! Olhem só, eu vou alugar Marte Ataca! — ela exibia feliz para os outros dois a capa do dvd.
— Mas o McFly não está nesse filme! — avisou.
— Eu estava me referindo ao ator, o Michael J. Fox!
— Então chame ele pelo nome e não pelo nome de uma personagem famosa que ele interpretou, lesada! — atingiu um leve pedala na amiga.
— Certo! Só vou mostrar pro moço que eu troquei de filme e pagar. — avisou, entregando o dvd para o atendente.
— Não precisa pagar. — Tom disse. — Quando eu e a viemos pagar eu aproveitei e paguei a sua parte.
— Você o quê?! Verdade isso? — perguntou para Tom e depois para o atendente, que fez um aceno positivo.
— Ok... vocês não devem ser muito normais. — disse, estranhando o fato que sua amiga tinha saído da loja bufando, sem agradecer a Tom por ele ter pagado, e também pelo loiro estar rindo das atitudes dela.
— Não se preocupe. Eu já estava prevendo algo assim. — ele comentou, abafando uma risada.

~DIM-DOM~

Tocou a campainha e correu para atender. Ela aproveitou-se da pequena escada que existia entre o hall de entrada e a sala de estar para tentar avisar Dougie, mas lembrou-se que a vovó tinha uma audição excelente. Talvez, se ela fosse genérica, poderia ter sucesso.
— Fique atento. — foi o que ela conseguiu pensar de melhor para dizer.
— Quê? — perguntou ele sem entender direito, mas quando chegaram à sala, pôde imaginar.
Vovó estaria radiante se fosse uma moça mais jovem, e ajudaria muito também se não tivesse sido maquiada pelas mãos vacilantes de . Na mesma hora Dougie pensou que a própria velha tinha se maquiado por conta do blush em tom errado e passado de um jeito estranho, pelo lápis do olho ter sido desenhado torto e estendido um pouco além da pálpebra, a sombra que variava de tonalidade diferente para cada olho e, por fim, o rímel borrado. Afinal, era cega.
— Ho-ho-ho! Bom dia, vovó ! Nossa jovem zinha ofereceu um convite, mas infelizmente vovô Tom não pôde vir. Ele... tinha de ir ao médico para um check-up!
— Melhor ainda! — a velha comentou consigo mesma. — Venha, meu velho, vamos fazer algo que velhos sabem apreciar mais do que os jovens.
— Tipo o quê? — e Dougie perguntaram juntos.
— Falar mal da juventude!!! — a velha parecia animada pela sugestão que havia dado.
— Eu gosto da juventude de agora. — Dougie comentou, sentando-se no sofá, e viu a velha aproximar-se dele com a cadeira de rodas.
— Arrghh! Nada! Bando de tatuados pelo corpo todo; sem falar nos brincos. — ela disse, franzindo a testa.
— Eu tenho. É legal!
— Tem?!?! — vovó estava espantada e agradecia aos céus por ser cega para não ter de ver um velho pelanquento com uma tatuagem e brincos.
— Na verdade, é um alargador. — comentou inocente, também sentada no mesmo sofá.
— Coisa de selvagens! Bom, mudemos de assunto... o que acha de música? Minha neta tem um péssimo gosto musical.
— Hummm, acho que devemos gostar das mesmas músicas. — ele respondeu, referindo-se a , mas a vovó entendeu que ele falava pensando nela.
— Ah! Sim, eu e o senhor devemos gostar. Nada de músicas das bandas da minha neta, a que ela mais me enche é o tal do McDonald's.
— Nunca ouvi falar. — e sentiu uma leve cotovelada de . Ele a encarou confuso e entendeu logo pelo olhar dela que a velha tinha dito o nome da banda errado. — Hummm, não seria McFly?
— AH! Exatamente essa. O senhor não odeia essa banda? Sinceramente, não sei como ela pôde ir num show deles, grande perda de dinheiro.
— Vovó! Não diga uma coisa dessas. — tentou amenizar a situação.
— Eu também não os suporto. Muito mocinhos. Sinceramente? Eu sou fã de bandas com apologia ao anticristo, com letras capazes de invocar o próprio Satanás! Onde os vocalistas jorram sangue pela boca e tudo mais em shows.
— JURA?!?! — vovó e perguntaram espantadas.
— Mas... Dougie... — estava até certo ponto assustada com tudo o que ele dizia, pois não parecia ser mentira pela cara que ele fazia; estava normal.
— EU TAMBÉM!!!!
— QUÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ?!?!?!?!?!?!?! — Dougie e berraram juntos.
— Pensei que jamais encontraria alguém que compartilhasse do mesmo gosto musical que eu! — a vovó estava emocionada e aproximava-se de vovô Dougie na direção que acreditava que ele estava.
— E-e-eu vou pegar algo para beber. Vovô, pode me ajudar? — levantou-se rápida e começou a puxar Dougie pela mão para segui-la.
— De onde veio essa avó?! — Dougie estava chocado.
— Pior é que eu acho que ela está apaixonada por você! — disse o mais baixo possível.
— He-he-he. Faz bem. — ele riu convencido. — AII!! Tava só brincando.
— Burro! Se ela gostar de você, ela não vai mais topar ir pro manicômio porque vai querer ficar junto de você.
— Não era hospício?
— Não faz diferença, é tudo louco mesmo! Vai lá e invente qualquer coisa pra que ela queira ir embora dessa casa o mais rápido possível.
— Tipo o quê?!?! Eu não sei... Espera... Já sei, já sei! Eu vou ir lá fazer sala pra ela e você faz o seguinte... — Dougie fez sinal para que ficasse mais perto para ouvir o plano.

~DIM-DOM~

— Devem ser os paramédicos! Corre lá, ! Vai, vai, vai! — ordenou vovó com lágrimas nos olhos, dando tapas no ombro da garota.
— Já vou, já vou. — ela correu para abrir a porta e deixou os médicos entrarem. — Por aqui!
— Não temais! Nós, os médicos, chegamos e estamos aqui para salvar a todos! — disse , rindo-se por dentro com suas próprias palavras.
— Não exagera, lesada. — disse para a amiga apenas movendo os lábios, sem emitir qualquer som.
— Não há batimento cardíaco! — informou com voz de aflição e desapontamento. — Doutor, o senhor terá de dizer.
— Pois bem! — Tom interpretava o que ele entendia como voz de um médico galã de televisão. — Hora da morte: onze e cinqüenta e nove. Sentimos muito, não havia nada a ser feito.
— Ohh! Doutor!! — suspiraram e ao mesmo tempo.
— Vovô Poynter se foi. — completou e começou a fingir um soluço. — Ele estava tão bem, e de repente... se foi.


Capítulo 15 - Hora do chá

— Vovó?! — tinha chegado em casa e encontrou sua avó na sala chorando com um lenço na mão e uma mortalha lhe cobrindo o rosto. — O quê? Ou, melhor, quem?!
— Dougie Poynter morreu, querida. Jus-jus-justo quando tinha encontrado alguém com tantos gostos quanto os meus. As mesmas músicas, as mesmas paixões, os mesmos ódios.
— O Dougie morreu?!
— Senhor Dougie, ! Mais respeito, ainda mais com um defunto.
— Mas quando? Onde? E principalmente...como?!
— Hoje, no finalzinho da manhã. Aqui mesmo, nesta sala, neste chão, entre essas paredes que ainda têm o cheiro dele. Ataque fulminante.
— Cheiro dele? — estranhava cada palavra e como não havia mais ninguém por perto, ela não tinha como entender o que poderia ter realmente acontecido. Mas nem que o garoto estivesse fedendo pra minha salinha ainda ter o cheiro dele, ela pensou.
...,digo, ! Você chegou, mulher! — dizia surpresa, descendo saltitante a escada.
— Hey...,. Annnhh, tem como você me explicar o que aconteceu por aqui, afinal? — se aproximou da amiga e foram juntas para a cozinha.
— Tua avó não disse? Vovô Poynter morreu, coitado.
— Annhh, tinha como ele...morrer? Ok! Eu acho que estou ficando doida por aqui ou eu sou a única sã. — sentou-se na cadeira mais próxima e começou a se abanar com a própria mão.
— Calma. Foi o jeito que o Dougie encontrou para sua avó não se apaixonar por completo por ele. Sabia que ela gosta de música satânica?! — disse a última frase num sussurro desesperado.
— Tinham me dito que gostava... Mas, minha avó... apaixonada pelo Po-Poynter? Credo! Então resolveram matá-lo?
— Sim, ele mesmo. Ah! Ele bolou um plano.
— Tenho medo do que ele tenha planejado.
— Magina. Foi simples até. Eu liguei pro celular da , pedi pra eles voltarem o mais rápido possível pra casa, mas que tocasse a campainha ao invés de entrarem com a chave. Nisso, o Dougie começou a fingir um ataque cardíaco e eu fingi ligar para o número de emergência, assim, quando a , o Tom e a chegaram, eles fingiram ser os paramédicos.
— E você ainda diz que foi simples?! Bom, e onde está o corpo do defunto?
— Demos a desculpa de que os paramédicos iam levar para o IML e avisar a família.
— E a vovó acreditou mesmo em tudo isso?!
— Mulher! Não a viu chorando lá na sala? — perguntou indignada. — Agora temos que fazê-la querer sair daqui.
— Hummm, e como pretende fazer isso?
— Oras! O mais novo amor da vida dela acabou de morrer na sala, acha mesmo que ela vai querer continuar na mesma casa onde ele morreu? No caso mais drástico, podemos fazê-la achar que ouve a voz do vovô Poynter. — tentou abafar uma risada.
— Nada de assombrar minha avó! Vai lá consolar a vovó, que eu vou preparar um chá para acalmá-la. Ah! , onde estão nossos paramédicos?— perguntou já acendendo o fogão.

— Vamos lá, molengas! Nem é tão difícil assim. — debochava sentada confortável no galho da árvore.
— Verdade. Fala sério, até a conseguiu. — comentou sentada bem ao lado da amiga, rindo.
— HEY! O que você quis dizer?! — ela acertou um pedala em , quem perdeu o equilíbrio.
— AIII!!! — via tudo de ponta cabeça e só não caiu, pois estava com os joelhos bem flexionados sobre o galho. — Mulher! Vou te matar!!
— Não temais, zinha! Eu, , estou aqui para salvar a todos!!
— Por que vocês não compram uma escada? É bem mais seguro do que se arriscar a entrar em casa escalando uma árvore. — Tom reclamou ainda no chão.
— Vamos lá, Tom! Cadê o seu instinto animal? — Dougie perguntou dando um pulo para se agarrar ao galho mais próximo.
— É, Tom! Você é um gatinh-, digo, um felino, então sobe logo. — incentivou e passou para dentro da casa pela janela do quarto de .
— Não há lugar como o nosso lar! — comemorou quando também passou pela janela. — Diz aí, você ia dizer “gatinho”, não ia?
— É, tava falando sem perceber. Podia soar meio no duplo sentido, não?
— Sim, podia. Maaaas acho que não faz muita diferença quando você realmente pensa que ele é um gatinho no outro sentido. — deu um olhar sugestivo para a amiga e saiu do quarto, deixando uma bem envergonhada para trás.
— AHÁ! Consegui!! — Dougie comemorou quando conseguiu chegar ao quarto.
— Pronto! Espero não ter de fazer isso muitas vezes. — Tom foi o último a passar pela janela.
— Eu tô com fome. — Dougie passava uma mão pela barriga. — Hey, . Tem como trazer pra nós algo de almoço? Não dá pra descer com a véia lá.
— Anh, claro! — ela respondeu ainda vermelha. Mas antes vou dar um pedala naquela por dizer coisas como aquela, pensou . — Eu peço para a levar pra vocês.
— Va...-leu. Nossa que rápida! — Tom disse quando viu a menina sair correndo do quarto.
— Será que o Fletch, Danny e o Harry ainda estão dormindo? — Dougie perguntou mudando completamente de assunto.
— Só vendo para saber.

— Ela está mais calma? — perguntou chegando com uma travessa com um bule de chá, quatro copos e umas bolachas.
— Humm...depende de como você vê a situação. — respondeu pensativa.
— Por que diz isso? — tinha medo da resposta.
— Bom, ela está ouvindo músicas satânicas.
— Como?! — quase derramou todo o conteúdo do bule quando ouviu.
— Ela me perguntou se eu tinha um discman, eu disse que sim e emprestei pra ela. E a capa do cd que ela está ouvindo , eu disse , pode ser de música satânica.
— Melhor a deixar ouvindo então. Quer chá?
— Vou aceitar...? ?? — estranhou a expressão de medo na cara da amiga e resolveu seguir o olhar da amiga que estava sobre dois seres, um na forma de pato sendo perseguido por um macaco.
— Atrás deles! Já! — sussurrou em desespero, deixando o chá para trás e seguindo os animais que entraram na cozinha.
— Por que será que essa bicharada adora correr na hora que eu vou comer ou beber alguma coisa?

“DaAAannyYYYyyyyYYYY!”, Harry corria atrás do pato atrapalhado.
“Arrrhg! Eu tô morrendo de fome, eu não tenho culpa se essas desnaturadas não se lembram de nos alimentar.”, Danny tentava voar para conseguir chegar à bancada e procurar por algo comestível.
“Mas a velha tá aqui na sala e as meninas irão nos matar se ela descobrir sobre nossa existência!”
— H-H-Har-Har! — entrou na cozinha com o rosto vermelho e com a voz aflita.
— Har-Har?! Quê isso, mulher? Resolveu dar apelido também? — perguntou logo atrás dela, com sorriso feliz no rosto.
“Meleca melequenta!”, Danny praguejou.
“COORRREEEE!!!!!!”
— Eu vou matar vocês dois! Danny, eu vou fazer sopa de marreco com você e Harry, eu vou te passar um shampoo anti-piolho!
“WAHHHHH!! Sopa de marreco? NããããããõooOOOOOOOO!!!!!!!!!”, Danny voava desesperado pela cozinha para não ser pego.
“Hein? Por que você passaria shampoo anti-piolho em mim?! AÊ, Danny, quero uma carronaa!”, Harry segurou suas mãozinhas firmes nas patas de Danny, mas este não conseguia agüentar direito o peso do baterista.
— CUIDADO!!! — e gritaram juntas quando viram Danny colidir com o batente da porta da cozinha e Harry soltar-se das patas do amigo, sendo lançando com certa velocidade para a sala.

Vovó estava na sala e tinha sentido o doce cheiro do chá, pensou que sua neta deveria ter feito especialmente para ela. Sem muitas dificuldades girou a cadeira de rodas e com o olfato bem aguçado seguiu para onde deveria se encontrar a mesa de centro para servir-se do chá. Tateou a mesa e quando finalmente encontrou o bule e um copo, segurou firme ambos para servir com maestria a quantidade certa sem transbordar.
“AAAAHHHHHHH!”, gritava Harry enquanto era lançado. Sua mão tinha se soltado da pata de Danny e agora ele já começava a perder velocidade e conseguia ver que iria cair justo sobre a pobre vovó, que no exato momento segurava um copo de chá.
— AAAIII!!!
— VOVÓ!!!! — gritaram e ao mesmo tempo quando viram e ouviram Harry cair e parte do seu corpo bater nos joelhos da vovó, a velha se assustou, soltou o copo de chá e todo o seu conteúdo caiu sobre seu joelho e sobre o macaco.

PUF

Uma densa fumaça branca envolveu a região onde estavam os dois e por alguns segundos não foi possível vê-los, mas na mente das meninas e de Danny, já se imaginava o que poderia ser aquilo.
Uma transformação. A transformação de Harry.
— HEY!! — as meninas protestaram quando sentiram penas entrarem em seus olhos quando Danny começou a voar de novo e tapar-lhes a visão do amigo pelado.
“Vocês são muito novas pra verem esse tipo de coisa.”, Danny argumentava.
— Maldição!! Derrubei água quente em minha perna. ! Pegue uma toalha para mim, AGORA!! — a velha dizia amargurada e alienada ao que ocorria a sua volta, pois estava mais preocupada com a sensação de quente que sentia em sua perna.
— SIM, Vovó! — respondeu e puxou para dentro da cozinha.
— Que faremos?! Temos um Judd pelado na sala!! — sussurrou desesperada.
— Você e o Danny ficam aqui, eu vou pegar um pano pra minha avó e outro pro Harry poder se cobrir. Quando a barra tiver limpa, subam, mas fala que você vai subir pra ela pensar que é mesmo você. Ok?
— Ok. Vai logo. — empurrou a amiga porta afora.
— Aqui tem um pano, vovó! — vinha de olhos fechados e jogou um pano na direção da avó e com a outra mão estendeu outro pano para um Harry ainda imóvel. Sentiu o pano ser retirado de sua mão e ela indicou com o dedo para que ele fosse para a cozinha.
— Não sei o que aconteceu. — dizia a velha passando o pano sobre sua perna no local molhando. — Senti algo bater no meu joelho e me assustei. Quando dei por mim só senti o quente da água queimando minha perna.
— Sinto muito, vovó. Nem imagino o que possa ter acontecido. Não tem ninguém aqui e a e eu estávamos na cozinha. — estava ajoelhada no chão, próxima a sua avó. Ela olhou muito rápido para a porta da cozinha para tentar ver algo.
“HARRY!! Você voltou!!! Ainda há esperanças para nós!”, Danny comemorava.
— Harry! — vibrou de felicidade pelo rapaz ter conseguido voltar ao normal e ao mesmo tempo de vergonha por tê-lo a sua frente apenas com um pano de cozinha. — Humm... a disse pra subirmos o mais rápido possível pra cima. Mas a vovó tem bom ouvido, então tente subir fazendo o mínimo de barulho possível, não se preocupe que eu subirei também e vou ser o mais barulhenta que puder. Ela nem vai desconfiar.
— Ok! Mas lá no sótão, se eu gritar, ela vai poder ouvir? — ele perguntou.
— Imagino que não. Por quê?
— Meu maior desejo agora é poder gritar que eu voltei ao normal. — ele dizia tentando segurar sua emoção por ter voltado ao normal. Sentia-se extremamente feliz por poder falar e ser entendido pelos humanos.
— Anhh... , amiga? Eu vou subir lá em cima, tá? — disse com a voz meio insegura para enquanto segurava Danny nos braços e indicava para Harry que já estivesse pronto para subir.
— Não é possível subir para baixo, ! — a vovó intrometeu-se rindo com ironia do comentário da menina.
— O-o-ok.... — disse com certa dificuldade por ver seu mcguy favorito, com quem já tinha trocado um selinho quando ele ainda era um macaco, praticamente nu no pé da escada de sua casa.

— Onde pensam que vão?! — perguntou quando viu Dougie e Tom perto da escada que levava a sala.
— Não era que você ia ver nosso almoço?! — Dougie perguntou quando topou com e no corredor do andar de cima.
— Eu tava discutindo algo com a primeiro. — se explicou.
— E nós estávamos querendo resgatar o Danny e o Harry que desceram até a cozinha. — Tom explicou. Todos estavam a um passo da escada.
— Dudes. Meninas. — surgiu primeiro a voz de Harry e então sua imagem sem muita roupa, coberto apenas por um pano de cozinha amarrado na cintura.
— Por favor, não gritem. Meninos, subam pro sótão e, Harry, coloque uma roupa. — fazia sinal de silêncio para as meninas completamente estáticas a sua frente.
— Harry...você...voltou! — os rapazes disseram felizes e sem ação nenhuma também.
— Pro sótão de uma vez. — empurrava os três, que continuavam parados e começavam uma conversa sobre como tudo tinha acontecido.
“Hellooo! E eu aqui? Estão se esquecendo de mim, droga!”, Danny reclamava ainda nos braços de .
— Ownnn... — disse com voz de choro. — Agora o Danny perdeu mais um amiguinho, coitado.
“Alguém pensa em mim pelo menos.”, Danny olhava para , que estendia as mãos para pegá-lo em seus braços.
, explica como isso aconteceu! — disse.
— Foi tudo muito rápido. Eu e quase surtamos lá embaixo, sem contar que não podíamos gritar com a vovó por perto. Sorte que ele também não gritou nem nada, mas tá louco pra comemorar que voltou a ser humano.
— Ah! Ele vai poder comemorar de um jeito bem legal com os filmes que alugamos. — disse contente. — Agora me ajuda a levar algo de comida pra eles, que o Poynter já estava pra pegar no meu pé.
— Hummm... E alguma idéia de como pode ser que eles voltem ao normal? — arriscou enquanto fazia cafuné em Danny.
— Pior que não. — respondeu antes de começar a descer as escadas. — Mas assim que a vovó for embora, vamos procurar descobrir.




Capítulo 16 - Tentativas de sessão de filme

— UHUUUUUUUUUULLLLLLLLLLLLL!!!! — Harry dançava de um lado pro outro agora que tinha voltado ao normal.
— Não entendi até agora como a vovó não desconfiou de nada. — Tom dizia pensativo.
“Agora só faltam dois. Danny e eu.”, Fletch pensava consigo mesmo, já que o único com quem podia se comunicar, não estava no sótão no momento.
— Ok, ok! Muito legal, estamos todos felizes por você. Mas pára de dançar feito macaco por aí porque ninguém aqui quer ver teus documentos!!! — Dougie dizia de olhos fechados. — Vou ter pesadelos.
— Uma vez macaco, sempre macaco. — Tom tentava abafar uma risadinha.
— Olha o respeito! Até porque agora eu posso me defender. Certo. Onde, nessa maloca que nós chamamos de quarto, está minha mala com roupas? — Harry perguntou, passando o olho por todo o local.
— Ali, debaixo da minha. — Dougie indicou. — Tô com fomeee! Acho que vou ir roubar algo da cozinha igual ao Danny.
— Nem pense nisso! — Tom e Harry disseram ao mesmo tempo.
Você e o Tom quase tiveram um ataque quando contei onde o Harry e o Danny tinham ido, não cometa o mesmo erro deles. — Dougie leu a plaquinha de Fletch.
— Annnhh...rapazes? — veio uma voz do andar debaixo.
— Trouxemos comida. — disse outra voz.
— UEBAAAA!!! — Dougie saiu correndo para descer a escada móvel para as meninas. — Finalmente! O Tom já tava abrindo um berreiro aqui de tanta fome.
— Calúniaaa!! — Tom se defendeu.
— Estranho. Eu jurava que o esfomeado era o Dougie. — cochichou no ouvido de .
— Não se pode acreditar em tudo que aquelas revistas dizem. — disse sábia e começou a subir a escada.
— Péra!! O Harry já está vestido?! — perguntou, parando imediatamente.
— Annhhh...Pronto! Tá todo mundo vestido. Agora, passem a comida que eu tô morrendo de fome. — Dougie avisou.
— Pensei que era o Tom que estava. — disse desconfiada, entregando um prato de comida para o rapaz.
— Calúniaaaaa!! AIII!!
— Ahá! Eu tava louco pra fazer isso desde o dia do parque. — Harry comentou feliz após dar um pedala na cabeça de Tom.
— E tinha que ser justo em mim?!
— Que bom que você voltou, Harry! — comentou feliz, interrompendo a discussão e terminou de colocar os pratos na mesinha improvisada em que haviam jogado cartas na noite anterior.
— Bom apetite! — disse antes de eles começarem a se servir.

— Ligue para o vovô Tom, minha querida! — a velha ordenou entregando sua nécessaire preta a .
— Vovó...o que a senhora está pensando? — desconfiou da atitude da avó.
— Minha querida, na minha idade não é permitido chorar por muito tempo pelo homem enterrado! Vamos tratar de fisgar o amigo dele de uma vez, antes que ele morra também.
— VOVÓ!! Não vou deixar a senhora fazer isso. Nada de homens, agora é hora da senhora descansar em um lugar calmo e seguro que com certeza, acredite, não é aqui.
— Eu sabia! Você não espera a chance de me largar num asilo, não é, neta ingrata?!
— Vovó. — tinha entrado na sala, vinda da cozinha, com Danny ainda em seus braços. — Pense bem, realmente vai querer estar aqui, nesta casa? Aqui onde o seu querido e tão amado vovô Dougie partiu?
— Oh! Não me lembre! Não me lembre! A dor ainda está muito presente em mim. — dizia a velha tentando conter lágrimas.
— Não é à toa...ele morreu hoje! AII! — ela reclamou assim que recebeu um pedala de . — Mesmo assim...
— Mesmo assim, a vovô já deveria considerar a idéia de ir morar numa casa de repouso! — disse entusiasmada, interrompendo .
— Ai, minha querida . Talvez eu devesse mesmo. — vovó suspirou cansada.
— Jura?!?! — perguntaram as duas garotas em coro.
— As mudanças de decisão de uma senhora de idade não devem ser questionadas. — disse a vovó com desgosto. — Mas bem, vamos hoje mesmo!
— Hoje mesmo?!?!?!
— Afinal, as duas resolveram formar um coro? Já disse o que iremos fazer. Desçam minhas malas e vamos logo para aquela casa de repouso que minha neta tanto me indicou.
— Certo, vovó. Nós vamos para uma casa de repouso, mas não hoje. Fique em casa mais esta noite e amanhã de manhã mudamos a senhora, ok? — disse ainda incrédula.
— Tudo bem. — suspirou a velha cansada. — Acho que vou aproveitar e descansar, foi um dia cheio de emoções.
— Viu só, ? — cochichou no ouvido de . — Eu disse que insistir naquele lugar pra sua avó em algum momento ia fazer efeito.
— Tire esse sorrisinho convencido da cara. — deu língua para a amiga.
— Ah, sim! — a vovó começou a dizer. — Já que vou ficar por aqui mais esta noite, então quero que me levem lá para cima para eu poder lamentar a morte do vovô Dougie em paz.
— Lá pra cima?!?!?!?! — gritaram as duas em desespero com a idéia de levar mais uma vez a vovó pela escada.
— Tem tempo de a gente chamar ajuda masculina? — cochichou rápida no ouvido de .
— Sem corpo mole, garotas! Já fizeram isso várias vezes, podem fazer mais uma!
— Eu...acho...que...não. — cochichou de volta, já exausta só com a idéia do esforço que seria gasto.

— Alugaram filmes? — Harry perguntou dando uma abocanhada na comida. Era bom poder voltar a comer comida humana.
— Ah!! Por isso que você foi pra pegar algo de comer pra mim e não voltou mais, né, safado? — Dougie alcançou um pedala em Tom.
— Simmm! Temos dois filmes. — avisou.
— Verdade...acabei esquecendo de perguntar o que é que vocês acabaram alugando. — comentou distraída.
— Uhull!! Teremos a Terças do Filmeca e a Sextas do Filmão tudo no mesmo dia? — perguntou com os olhos brilhando com a possibilidade.
— Como vamos ver os filmes se temos que ficar aqui? — perguntou o Dougie coçando a cabeça.
“É, isso é um problema...e eu quero ver filmee!!”, Danny opinou, acomodado no colo de .
— Mulher, tudo bem com você? — cochichou bem baixo no ouvido de .
— Hum! — estava distraída, olhando discretamente para Harry e se assustou quando veio lhe falar. — Sim, tô bem. ! Eu posso falar com você?!
— Anhh...claro. Fala.
— Não aqui. Lá embaixo e em particular.
— Ok. — concordou e passou seu olhar estranhado por todos os outros presentes no sótão.
— A tá estranha. — Dougie arriscou.
— Deixa ela. — Harry tentou mudar de assunto, pois tinha percebido o olhar de sobre ele e já imaginava que ela podia estar pensando na cena que aconteceu no parque dias atrás. — E então, como vamos fazer?
— Bom, a vovó vai passar a noite no quarto dela pelo visto, então vocês podem descer e ver com a gente na sala. — avisou.
— Pode ter pipoca? — pediu como uma criança feliz.
— E que filme vocês pegaram? — Dougie perguntou, dando um leve cutucão em Tom.
— Segredo.
— Devemos ter medo do possível filme que eles pegaram? — cochichou no ouvido de .
— É melhor termos. — ela respondeu discretamente.
— Então, é melhor levarmos alguns colchões lá pra baixo e já nos acomodarmos, cambada! — Harry disse animado. Tão bom ser humano de volta.

! — dizia repetidas vezes, acenando sua mão na frente do rosto da amiga. — Responde, amiga!
— Inspira...expira...inspira...expira. — tentava acalmar-se. — Calma, que eu acho que não ouvi direito. Você e o Harry trocaram um selinho? QUANDO? ONDE?! COMO?!?!
— Respira, mulher! Sim, nós nos beijamos. No dia que saímos com eles para o parque. Perto das árvores que ele estava escalando. Não sei explicar direito, só sei que aconteceu porque ele caiu e eu saí correndo pra pegar ele e aí...aconteceu.
— Pera aí, pera aí. Mas naquele dia o Harry ainda era um macaco, não era? — estava completamente incrédula.
— Era, era sim.
— QUE NOJO, VOCÊ BEIJOU UM MACACO?!?!?!
— Não se esqueça que o macaco é o Harry Judd!!! — rolou os olhos. — E aposto que se você e o pato tivessem se beijado, você não reclamaria nem um pouco.
— Lógico que não reclamaria! Mas eu esperaria ele voltar a forma humana primeiro. — deu uma piscadela.
— Você entendeu o que eu quis dizer, tapada. E agora, o que eu faço?
— Joga ele na parede e o chama de lagartixa! AIIIIIII!!!! — tinha recebido um pedala de .
, se eu quisesse respostas toscas assim, eu teria conversado ou com a ou com a .
— É bom saber que você tem tanta consideração pelas suas melhores amigas. Certo, vamos ver. Qual é mesmo sua dúvida?
— O que eu faço? — perguntou já sem muita paciência. Ai, que amiga Jones eu fui arrumar, pensou tentando segurar o riso.
— Você pode conversar com ele ou não fazer absolutamente nada.
— Muito esclarecedor, hein, ?
— É sério. Foi um selinho e ainda por cima acidental! Sinto muito, mas duvido que ele esteja encucado com essa história como você.
— Por que ele é um pegador de mulheres desde muito antes e um selinho não quer dizer lá muita coisa ou por que ele está amaldiçoado e dar um selinho num macaco não quer dizer que é um selinho?!
— Anhhhh...as duas coisas? — respondeu confusa. — Já sei. Faz assim ó: se ele comentar algo, você fala também; se ele não comentar nada, então você fica quieta e trata de esquecer essa história. Ok?
— Então quer dizer que vou voltar a fazer parte daquele time. — disse fingindo uma voz dramática.
— Qual time?
— Daquelas que ainda não beijaram o famoso Harry Judd, mas também não perderam a esperança de que isso vá acontecer. E eu espero, srta. , que tanto você com a e a , permaneçam no grupo de vocês.
— Daquelas que ainda não beijaram seus respectivos mcguys, mas também não perderam a esperança de que isso vá acontecer?
— É, é, pode ser...eu só tinha pensado no time daquelas que nunca beijarão o Judd.
— Bom saber que você torce tanto pela gente com os nossos guys, . — ela fez um joinha com a mão.
— Meninas? — surgiu a cabeça de na entrada da porta da cozinha onde se encontravam as duas amigas.
— Fala, . — disse.
— Nada de mais. Eu e os outros estamos descendo agora pra arrumar tudo...aí quis avisar vocês. Vai que alguém entra na cozinha e ouve algo que não é pra ouvir, sei lá.
— Não se preocupe a conversinha particular já acabou. Vão lá arrumar as coisas, que eu vou ver de preparar alguns lanchinhos pra comermos durante os filmes, tá legal? — disse já indo em direção aos armários em busca de comida.
— Ok! — responderam as outras duas meninas em coro.

!CABRUM!

Soou mais um trovão na chuva que tinha começado havia meia hora. Já era quase meia-noite e todos resolveram tirar uns quinze minutos de intervalo para começar a ver o outro filme. Eles viram primeiro Marte Ataca e agora veriam O Albergue, apesar de que ninguém, tirando e Tom, sabia. Ambos estiveram fazendo suspense sobre qual seria o filme a noite inteira.
— Eu já disse que nós consertamos as goteiras que tínhamos na casa, Dougie! — insistia pela décima vez enquanto olhava para a chuva que caía desde a janela.
— Já ouvi, mas qual o problema de eu querer ser precavido? — o rapaz respondeu acomodando-se melhor sentado sozinho no sofá de três lugares que havia sido movido para ficar frente a frente com a televisão.
— Não dá pra dividir o sofá com você e esse guarda-chuva aberto, seu lesado! — Harry disse. Se não fosse pelo guarda-chuva, ele daria um pedala em Dougie.
— Mentira! Vocês que estão com inveja porque só tem um guarda-chuva bom nesta casa e ele está comigo. — o baixista deu língua para todos.
— Hummm, tá meio frio...que acham de algo quentinho pra acompanhar o filme? — perguntou.
“Bebida?”, perguntou Danny aliviado por saber que se fosse uma ideia idiota, ninguém diria nada, pois Fletch estava hibernando no sótão e os outros companheiros não podiam mais ouvi-lo.
— Mais pipoca? — perguntou esperançosa.
— Mingau? — sugeriu .
— Ótima idéia, ! — foi-se dirigindo novamente para a cozinha. — Gente, eu vou fazer um mingau delicioso. É perfeito pro frio que tá fazendo.
— Quer dizer que não vai ter pipoca? — perguntou preocupada, servindo-se da tigelinha com pipoca colocada no chão.
— Na próxima Terças do Filmeca eu preparo mais. Agora eu vou ir lá fazer o mingau.
— Que triste. — suspirou e deu um olhar assassino para Harry, que acabava de pegar um monte de pipocas com sua mão.
— Já vamos colocando o filme. — disse ao retirar do aparelho do DVD Marte Ataca.
— Annnhh...Bom, na verdade não dá pra esperar até a voltar? — disse Tom, o menino coçava a nuca e estava sentado no chão, perto de Dougie.
— Hein? Vocês alugaram O Albergue? — perguntou surpresa com o tipo de filme em mãos.
— AHÁÁÁÁÁ!! Eu sabia que eles tinham aprontado alguma! — deixou de olhar a chuva e sorria triunfante em direção a e Tom.
— Isso não é um filme de terror? — perguntou .
— Qual o problema? Deve ser legal, coloca aí e vamos ver logo. — Harry opinou.
— Você quer? Você quer? Você quer? — Dougie dizia repetidas vezes isso com a última torrada com geléia em sua mão, balançando na frente do pato Danny, que tentava em vão abocanhá-la.
“DougiIIiiiiIIIEEeeee!!!”, Danny estava já ofegante de tanto pular para tentar conseguir sua torrada. Até que ele finalmente conseguiu roubá-la. “OPA!”
— Oh-oh!! — disse Dougie quando viu a torrada ser roubada de sua mão, escapar do bico de Danny e cair com o lado da geléia para baixo no sofá onde estava sentado. Havia ali, agora, uma grande mancha roxa sabor uva.
— “Oh-oh”? Isso nunca significa coisa boa. — e todos os demais olharam na direção deles. — Ihhh, a vai ficar irada.
— Por que eu vou ficar irada, ? — entrou na sala ainda alheia aos acontecimentos, mas não demorou muito para notar.
— Foi sem querer, ! — Dougie tentou se defender, erguendo ambos os braços como se estivesse sendo preso.
“Foi mal, !”, Danny disse paralisado para a menina que continuava estática.
— Você não vai ficar brava também, ? — Tom perguntou.
— Eu poderia, mas eu sei que a já vai ficar por ela e por mim. Assim, prefiro não gastar minha beleza. — ela disse mostrando a língua.
— DANIEL ALAN DAVID JONES!!!!!! VOCÊ É UM HOMEM E PATO MORTO!!!!
“SOCORROOOOOOOOOOOOOOO!!!!”, Danny saiu correndo a dar voltas no sofá com uma nervosa atrás dele.
— Esqueçam o mingau!!!! Eu vou fazer sopa de marreco com o Danny!!!! VOLTE AQUI, DANIEL!!!



Capítulo 17 - O último mcguy amaldiçoado


— MUÁ-HÁ-HÁ-HÁ-HÁ-HÁ!!! Agora você é meu prisioneiro, Jones. E o seu castigo é: VIRAR SOPA DE MARRECOO!!!!!
“NÃÃÃÃOOO!!!!!!!!”, Danny gritava de horror. Por um momento pensou que a garota só estava brincando, mas passou a duvidar disso quando ela o capturou em suas mãos e o levava para perto da panela com água começando a ferver, na qual ela prepararia o mingau.
— Alguma última palavra? Ou melhor, algum último quack ? — perguntou , tentando ao máximo mostrar-se séria. Era maldade, mas estava gostando de assustar o pato.
“Tenho! E ele é: coma poeira!”, Danny gritou antes de fazer seu esforço final para escapar e mesmo com as mãos dela o segurando firmemente, ele conseguiu se livrar de seu agarre e começar a voar. Infelizmente, ainda não sabia voar bem e acabou chocando-se com o cabo da panela, que acabou por virar seu conteúdo sobre ele.

PUF

— AHHHHHHH!!!!!! QUENTEEEEEEEEE!!!!!!!
— DANNYYY?!?!?! — gritou preocupada com o grito dele e com uma densa fumaça em toda parte impedindo sua visão. Ela, mesmo sem poder ver direito, deu passos vacilantes em busca do garoto até tropeçar feio em algo e cair com tudo no chão.
— Danny, !!!!! — chegaram todos na cozinha, preocupados com os gritos e de primeiro momento não conseguiam ver nada. Até dois corpos tomarem forma.
— Eu vou pegar roupas!! — Harry se prontificou, já subindo em alta velocidade para o sótão pegar roupas para o Danny.
— DANNY!! — estava surpresa por conseguir ver a forma humana de seu mcguy favorito logo abaixo dela. Bem que eu reparei que tropecei e caí em algo macio e quentinho demais pra ser o chão frio dessa cozinha, pensou ela.
?! — ele não conseguia acreditar que agora o que ele falava podia ser compreendido por qualquer outra pessoa. Agora ele também era um ser humano. Sem bico, sem penas, sem patas e sem asas. Apenas ele... completamente... humano... completamente...
— PELADO!! Danny você tá pelado!!! — Dougie gritou e com rapidez colocou sua mão sobre os olhos de , mesmo com a boa intenção, a velocidade fez mais parecer um tapa na cara da menina.
— AAII!!
— Ah! Que demais!! Todos os guys voltaram. — comemorava feliz, dando pulinhos no mesmo lugar, com os olhos também tapados pelas mãos de Tom.
! Você por acaso prestou atenção em como trazê-los de volta? — perguntava esperançosa de que pudessem resolver o mistério. Estava com os olhos fechados e às vezes espiava para fora da porta da cozinha para garantir se Harry já estaria chegando com as roupas.
— Heyy!! Você tentou me matar, sua maluca!! — Danny finalmente lembrou-se de como tinham chegado àquela situação.
— Eu juro que estava só brincando, não ia te jogar de verdade na panela! — dizia ainda deitada sobre ele e estava muito vermelha.
— Cheguei!! — Harry anunciou e jogou algumas mudas de roupa na direção de Danny, que as capturou com uma mão só. — Todo mundo saindo, por favor? Vamos deixar o Danny se vestir. — ele disse encaminhando os outros curiosos com as mãos para fora da cozinha e depois foi até para ajudá-la a se levantar.

— E aí, como foi que ele voltou? — Dougie perguntou enquanto puxava o capuz da capa de chuva e abria novamente seu guarda-chuva.
— Dougie, eu vou arrancar isso de você. — disse com um olhar ameaçador.
— Não comecem vocês dois. — recriminou.
— Ele bateu na panela quando saiu voando e a água da panela virou nele. — explicou. Em sua cabeça ela tentava perceber a possível ou a mínima lógica no acontecimento.
— Ou seja, a água desta maloca maluca é mesmo mágica! — Harry disse espontâneo.
— Maloca maluca?! — repetiu indignada. — Minha casinha não é uma maloca maluca!!
— É nossa maneira carinhosa de chamá-la. — Harry tentou enganar.
— Sei, sei. — tentou continuar com sua cara de indignada, mas não conseguiu, tudo por culpa do sorriso dele para ela.

!CABRUM!

A falta de luz pelo fato da lâmpada da sala estar desligada e as luzes dos trovões só faziam a imagem de uma pessoa, que não era nenhuma das meninas ou guys, parecer ainda mais assombradora.
— AAAAAAAHHHHHH!!!!!!!! — gritaram e juntas.
— Ai, meu ouvido, suas malucas! — recriminou. — Não me digam que vocês têm medo de trovões.
— Eu tenh... — Dougie começou a dizer, mas a mão de tapou logo sua boca enquanto ela ainda olhava assustada para as escadas.
— Vo-vo-vo-vó! — gaguejava e apontava para o pé da escada. Por mais de um segundo, todos ficaram estáticos. Olhos passavam uns sobre os outros em dúvida sobre o que dizer e o que fazer. deu sinal para que nenhum dos três guys ali presentes falassem e para que entrasse na cozinha e avisasse Danny da presença inesperada da avó por ali.
— Vovó! A senhora está acordada? — perguntou para quebrar o gelo.
— Não. Sou uma sonâmbula, ! — respondeu lá de cima a velha, rindo sozinha da sua resposta.
— Por que todo mundo gosta de me zoar pelas minhas perguntas? — perguntou quase para si mesma, num cochicho.
— Liga não, . — reconfortou a amiga aos cochichos.
— Eu ouvi gritos. Vários deles, na verdade. Como se pode dormir nesta minha casa, se não há silêncio nela?
— Desculpe, vovó! — tratou logo de responder. — É que...nós...estamos...
— Com garotos na minha casa!!
— O quê?!?! Há-há-há!! Magina, vovó! — ficava ainda mais preocupada, principalmente com os meninos por ali.
— Eu ouvi vozes mais grossas, lógico que há homens na casa. E a senhorita sabe da minha política sobre homens nesta casa.
— Não chorar por muito tempo pelo homem enterrado? — arriscou.
— Também! Mas não é sobre essa política a que me referia.
— Não se preocupe, vovó! Nós só estamos... — começou a dizer e olhou para , pedindo ajuda.
— Entre amigas, tendo... — completou e olhou para .
— Uma festa do pijama!
— Ah, é? — perguntou com espontaneidade e levou um forte pedala de ao seu lado. — AII!! Sorry.
— Eu adoro festas do pijama! — a vovó exclamou feliz. — Então vocês não se importariam se me juntasse a festa, é claro.
— Annnnnhhhh...não prefere ir dormir vovó? Nós só vamos ver um filme de terror e depois ir dormir. — sugeriu.
— Maior caô essa festa, hein? Não se dorme em festas do pijama. — vovó opinou. — Eu vou participar e mostrar para vocês, garotas, como se dá uma festa.
— Pera, vovó! Nós vamos te ajudar a descer. — se prontificou.
— Ah, é? — perguntou espantada e desta vez conseguiu fugir do pedala da .
— Não será preciso. É só sair da minha frente.
— Salve-me quem puder! — gritou e pulou no sofá para se prevenir de ser atropelada novamente pela velha, Tom riu da ação da garota.
A velha teve rapidez em virar a cadeira de rodas e se impulsionar para trás. Desceu rápido a escada de costas.
— Então...quem são nossas convidadas? Não são garotos, são?? — perguntou a vovó quando chegou ao primeiro andar.
— Annhhh...bom...não, não, são meninas. E algumas delas estão gripadas, por isso a voz meio grossa. — estava sem idéias.
— Estamos entre nós e mais quatro amigas da faculdade. — tentou .
— Temos aqui nossas amigas: Doralina, Tominaga, Harriet e lá na cozinha, com a , temos a Dane! — comentou alegremente, escondida no sofá.
— Muito prazer, meninas! Prontas pra uma festa de verdade?
— Muito p-p-prazer. — responderam os meninos, fingindo uma voz mais fina que o normal.
— Vamos reunir logo todos! — exclamou a velha.

— Danny? Desculpa, mas eu vou ter de entrar. — avisou num sussurro ao entrar na cozinha. — E, por favor, não grite. A vovó está aqui ao lado.
— Como?? — ele perguntou surpreso. Tinha acabado de vestir sua calça e tentava equilibrar-se ainda num pé só.
— A acordamos com nossos gritos.
— Pronto! Agora sim. E qual o plano? — agora sim ele tinha terminado de se vestir e perguntou, olhando diretamente para ela, que já tinha seus olhos abertos.
— Danny...
— Oi.
— Ah! Nada, nada. É só que...que...
— O gato comeu sua língua? — ele perguntou, rindo um pouco.
— Não. — estava envergonhada. — É que... você voltou a ser humano e agora está aqui, na minha frente. Eu só não... consigo acreditar. — disse nervosa. Era mais fácil estar perto dele quando ele era um pato, pensou.
— Se vocês conseguiram acreditar que nós nos transformamos em animais, então o resto é fichinha. — deu seu melhor sorriso pastel.
Ele conhecia aquele olhar de fã emocionada que tinha naquele momento. O mesmo olhar que ele queria ganhar das meninas quando houve aquela ceninha por James Bourne.
— Pode acreditar que não foi fácil. — ela riu, um pouco nervosa ainda. — Mesmo assim, fico feliz que tenham voltado.
— Eu também, mas ainda podemos voltar a ser animais, não é?
— Sim. — ela percebeu o olhar frustrado dele com essa possibilidade. — Ei... não se preocupe. Eu e as meninas vamos encontrar um remédio ou coisa assim pra vocês ficarem o tempo todo como humanos. Beleza?
— Beleza. — ele sorriu genuinamente.

— Que mané ver “O Albergue”! Eu tenho medo de filmes de terror! — argumentou.
— Ai! Que nada, fofa. — Dane disse na sua melhor voz feminina.
... — cochichou no ouvido da amiga. — Eu vou acertar a mão na cara “da Dane”, se ela me chamar de “fofa” de novo.
— Vá em frente. Tô gostando nem um pouco desse jeito afeminado dele, tá encarnando bem demais a personagem pro meu gosto.
— Não só ele. O Dougie, ou melhor, Doralina é uma moçoila completa. — observava o rapaz.
— Menina, sua voz me lembra a de seu avô. — dizia a vovó para a neta do vovô Poynter. Tinha acabado de conhecê-la, Doralina Poynter.
— Ai, você acha mesmo? Sempre me disseram isso, mas eu não acho. — Doralina ria alegremente.
— E aí, o mingau vai sair ou não vai? — perguntou ansiosa.
— Sim, vai sair. Já deve estar pronto, vou ir lá ver. Quem me ajuda? — falou , já indo em direção à cozinha e só se deteve quando ouviu um baque na entrada da porta da cozinha atrás de si.
— Annnhhh... Dane, amiga... assim não dá pra passar. — dizia impedida de passar pela porta, presa junta com Danny.
— Ai, amiga! Acho que é você quem deveria dar uma licençinha para eu passar. — Dane respondeu, brigando por um espaço para passar pela porta.
— Jones! — comentou, revirando os olhos e abafando uma risadinha antes de se voltar para o fogão e retirar o mingau já pronto do fogo.
— Que tem eu? — perguntaram Danny e ao mesmo tempo.
— Teu sobrenome também é Jones? — perguntou Danny surpreso.
— Annnnnh... não exatamente.
— Você não sabia, Danny? Ela é a tua irmã gêmea perdida na maternidade! — disse rindo.
— Minha o quê?!?! — Danny perguntou espantado e tanto ele quanto , finalmente conseguiram passar pela porta, mas acabaram caindo ambos atrapalhados no chão. — Sério mesmo!?
— Lógico que não, né, Danny. — começou a responder. — Não temos nem a mesma idade para ser gêmeos e ainda por cima, não temos os mesmos pais.
— Mas ambos são Jones: são as únicas pessoas com apenas 5 células cerebrais que eu conheço! — comentou gargalhando.
— EI! — reclamaram ambos.

— Dá pra parar? — perguntou já nervosa.
— Ai, mas tá saindo alguma coisa, não tá vendo? — Doralina perguntou alegremente, indicando a mecha de cabelo dela na qual ele tentava fazer uma trança. Tentava...
— Tô é vendo o embaraço que está se formando no meu liso cabelinho, Doug-Do... Doralina!! — ela e Dougie trocaram olhares nervosos por ela quase revelar o verdadeiro nome dele.
— Hummm, então você é a netinha do vovô Tom? — perguntou vovó visivelmente interessada.
— Sim. — Tominaga respondeu depois de fazer afirmativo com a cabeça, para então lembrar-se que a velha era cega.
— Diga-me uma coisa, querida. Sua avó ainda vive?
— Vovóóó!!! — a recriminou. — Não pode perguntar coisas assim!
— Ok! Não perguntarei mais isso. Mas agora que já fiz a pergunta... quero uma resposta!
— Sim, ela vive. — ele respondeu num quase sussurro. Depois do mico de ficar fingindo ser um velho, agora tenho que fingir ser uma garota?!?! Pensou ele aflito.
— Vovó, não se atreva. — alertou sua avó mais uma vez, pois sabia que ela iria continuar com o interrogatório. — Tominaga, por que você não vai ajudar aqueles três que foram buscar mingau e nunca mais voltaram?
— Sim.
— Minha neta, tem que deixar de ser uma estraga-prazeres. Venha, Harriet, vou deixar que faça algumas tranças em meu cabelo. É por isso que não tem ninguém, zinha. Por falar nisso, já “fisgou” alguém? — perguntou a velha enquanto Harry ouvia tudo em silêncio e tentava imaginar como se fazia uma trança.
— Vo-vo-vovó!!! — estava envergonhada e de vez em quando olhava para Harry, um olhar que pedia por qualquer tipo de ajuda.
— Ai, iremos ver esse filme de uma vez ou não? — Harriet perguntou e foi até a televisão. — Ai, eu vou colocar o filme, beleza?! — ela gritou para os quatro que ainda estavam na cozinha e deu uma piscadela confidente para , quem agradeceu com um sorriso tímido por tirá-la daquela situação.
— Prontinhooooo!!! — disse feliz, aparecendo na sala com uma tigela de mingau em cada mão.
— Ai, fofa. Não precisava gritar, estávamos só preparando as coisas. — Dane disse indignada, vindo logo atrás de .
— Ai, miga. Eu e as outras meninas queremos ver logo o filme e vocês decidem ficar aí enrolando? — perguntou Harriet já dando 'play' no DVD e sentando-se no sofá de três lugares.
— Por que ficam toda hora falando “ai” no começo das frases? — perguntou bem baixinho para Tom ao seu lado.
— Annhhh...
— Os senhores pensam que nós falamos assim o tempo todo, não é? — ela insistiu, ainda em voz baixa, e riu da cara que o loiro fez.
— DORALINAA!!!!! Que droga é essa que você fez no meu cabelinhooo?! — gritou frustrada quando passou a mão por seu cabelo.
— Ai, tá super, miga! — Doralina incentivou a amiga.
— Ai, tá parecendo um ‘dread’, chuchu! — Dane comentou, sentando-se ao lado de Harriet e entregando uma das tigelas com mingau para a amiga.
— É... um ‘dread’... mas um ‘dread’ super frustrado... — opinou.
— Em que um furacão passou. — disse, tomando lugar no chão, perto do sofá de três lugares.
— E que não é lavado há mais de um ano. — completou ao se sentar ao lado de Danny.
— Que horror!!! Ficou tão ruim assim?! — ela olhou ameaçadora para Dougie. — Doralina! Corre, porque vou te matar, mulherrr!!!!




Capítulo 18 - Adeus, vovó

— AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!!!!!!
— Aiii, meu ouvido! — reclamou e jogou uma almofada na direção dos gritos.
— Malz, . — , sentada no chão, se desculpou. — Me assustei, poxa vida.
— E eu m-m-me as-as-assustei porque a gri-gritou! — argumentou ao lado de e em frente ao sofá de três lugares.
— Eu só gritei porque algo agarrou minha perna. — Tom disse sentado no sofá de três, junto de Danny e Harry.
— Malz, Tom. Foi reflexo, juro! — disse soltando-se rápido da perna do rapaz.
— Já pode abrir os olhos, Dougs. — Harry comentou.
— Eu não estava de olhos fechados! — protestou o rapaz.
— Ahã, confesse logo que você teve medo do filme. — Danny comentou concentrado no fim do filme.
— Tive nada!
— Antes que comecem uma discussão, é melhor irmos dormir. — falou com voz embargada em sono. — A vovó já dormiu faz séculos e quando ela dorme, não acorda mais.
— Que som foi esse!?!? — perguntou assutada. — Eu sempre soube que essa casa era mal assombrada.
— Mal assombrada nada! É só a vovó roncando. — falou.
— É mal assombrada sim! Tem sempre barulhos estranhos acontecendo. — insistiu.
— Você é louca, mulher. — disse para a amiga enquanto revirava os olhos. — Bora dormir que amanhã vamos levar a vovó pro asilo.
— EU DIRIJO!!! — gritou Dougie erguendo o braço como se respondesse a uma chamada.
— Vai dirigir nada. — disse séria. — Nós levamos a vovó e vocês ficam aqui em casa se comportando e pensando em como voltaram a ser humanos.
— Eu dirijo e eles ficam em casa. — Dougie sugeriu. — É só dizer pra vovó que a Doralina tá dirigindo e fica tudo bem.
— Se você vai como Doralina então é mais um motivo pra não te deixar dirigir. Nunca ouviu dizer que mulher no volante é um perigo constante? — tentou fazer Dougie desistir.
— Iiiiéééé!! — apoiou com um soquinho no ar.
— Então não há com o que se preocupar...eu sou homem. — Dougie se gabou.
— Iiiiiééééé!!!
— Um homem que prefere se passar por mulher só para dirigir um carro! E, , se você disser “Ié” de novo, eu te dou uma voadora no baço, sua pamonha!
— Mas eu ainda nem fiz nada, poxa. Sua mofada agressiva! — fez muxoxo.
— Calma, . Dougie, você vai ficar em casa sim. Temos de descobrir logo como a água afeta vocês, já que vai fazer uma semana que você e o Tom não tomam banho e isso é nojento! — disse bocejando. — Ponto final. Agora todo mundo indo dormir, isto é uma ordem.


Deixaram a vovó coberta com uma manta na sala, e estavam dividindo um quarto, e dividindo outro e aos guys estavam no sótão mais uma vez. Torcendo para ser a última.
— Pára de fazer cara de emburrado. É só um carro. — Harry disse ao se jogar no que seria sua cama. — Eu...definitivamente...não caibo nessa cama.
— Hunf! Quem elas pensam que são? Rainhas da Inglaterra?!
— Se faz quase uma semana que vocês dois não tomam banho, então isso quer dizer que faz quase uma semana que ninguém vê o Harry e eu. — Danny disse, pensando em voz alta.
— Bom, agora que vocês voltaram ao normal, podemos dar um jeito de avisar que sobreviveram a Doença do Pato e que estão bem.— Tom sugeriu.
— Podemos até ter sobrevivido, mas é visível que o Danny ficou com sérias seqüelas. — Harry disse em um bocejo.
— Sequelado é a tua vó, palhaço!!
— Na verdade é a avó delas que deve ser sequelada. Quantos anos será que tem a véia? — Dougie disse.
— Hummm, todos? — Harry debochou.
— Eu acho que sei a idade dela. Lembro de uma das meninas dizer que ela, quando nova, foi garçonete de um jantar muito importante que aconteceu há muito tempo atrás...hummm...qual jantar foi mesmo? — Danny coçava a cabeça enquanto forçava a memória.
— A Santa Ceia? — perguntaram os outros três meninos em coro.
— Ééééé!!! Isso ai. AI!! AI!! AI!! AIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!
Danny começou a levar uma série de pedalas dos rapazes. Foi Fletch quem socorreu o rapaz quando, com suas enormes patas de urso panda, separou os rapazes e entregou uma folha de papel para o sardento.
— Hummmm. Ei, o Fletch escreveu aqui sobre uma idéia que ele teve. HEY!! — Danny reclamou quando Harry arrancou a folha de suas mãos.
— Ele diz para subornarmos um médico. Um já aposentado, que minta sobre os sintomas da doença que supostamente tínhamos.
— Já vi que isso não vai sair barato pra gente. — Dougie opinou, coçando a nuca.
— É uma opção. Acho que a única. — Tom comentou.
— Eu tinha uma idéia diferente. — Danny disse com um pouco de receio, mas quando viu que todos o encaravam esperando que dissesse sua idéia, resolveu arriscar. — Vai que esse médico nos dá uma rasteira e depois sai espalhando pra todos os repórteres a verdade? Por isso eu pensei: as meninas, dia desses, se disfarçaram para espantar o cara do controle de animais, então por que elas não se disfarçam e nos ajudam?
— Quer que elas se disfarcem de médicas? — Harry perguntou com uma sobrancelha levantada.
— Ah! Duas delas podem ser médicas e as outras duas, sei lá, nossas enfermeiras. — Danny explicou.
“Quem nos garante que elas não irão dar com a língua nos dentes com alguém? Tanto o médico quanto elas são arriscados.” — Tom leu o que Fletch tinha acabado de escrever em sua plaquinha. — Ele tem razão.
— Ué! Já que os dois são arriscados, então eu prefiro as meninas. Afinal, para elas não teremos que dar dinheiro, são nossas fãs, vão fazer de graça! — Dougie disse contente.
— Então o que vai ser: médico ou fãs? — Tom perguntou.
— Fãs!! — responderam ao mesmo tempo Dougie e Danny entusiasmados.
— Por mim tanto faz. — Harry declarou. — O Flecth pelo visto prefere o médico. Temos dois contra um até o momento.
— É lógico que o Tom vai ficar do nosso lado. Ele é mó Loiro-vai-com-todas.
— É MARIA-vai-com-AS-OUTRAS!! — Tom aplicou pedalas em Danny pelo o que disse.
— Está decidido então. Três contra um. E acho que vou ir com a idéia das fãs também. — Harry concluiu.


A vovó ia no meio do banco traseiro, ao lado de e , enquanto na frente iam Dougie e Harry disfarçados com óculos escuros e perucas para não correrem o risco de serem reconhecidos.
— Rapazes, quero agradecê-los por nos acompanharem até minha nova morada. — começou vovó a dizer. — Lembrem-me de agradecer a Harriet e Dolarina por pedirem para que seus irmãos nos ajudassem nessa mudança.
— Não se preocupe, vovó. Nós faremos questão de mostrar sua gratidão. — dizia com um olhar assassino para Dougie, que sorria vitorioso para ela.
— Qual é mesmo o nome do lugar? — Harry perguntou sentado no banco do carona, observava o cenário pelo qual passava o carro.
— Humm...aqui diz: Asilo Pen’Acova, é na próxima rua. — leu o endereço anotado no papelzinho.


, quais foram mesmo as primeiras palavras do Tom? — perguntou dando um gole no seu suco.
— E eu sei lá. ‘Mamãe’ ou ‘Papai’, talvez. Como eu vou saber? Nem era viva quando isso aconteceu. — disse confusa com a pergunta.
— Vou perguntar melhor: quais foram as primeiras palavras do Tom quando ele voltou a ser humano? — perguntou rolando os olhos.
— Ai, , nem faço idéia. Pra que você quer saber disso?
— Hummmm, é que eu tava com uma teoria aqui.
— Que seria?
— Bom...eu lembro que a primeira coisa que o Danny disse foi que a água tava pelando. — ia explicando até ser interrompida pela amiga.
— Até eu gritaria isso se uma panela de água fervente virasse sobre mim!
— Como eu ia dizendo...a água quente do chá virou sobre o Harry e ele só não gritou porque a vovó poderia ouvi-lo. E o Dougie também reclamou da água quente queimá-lo quando voltou. O que podemos concluir com isso?
— Que...água quente queima e dói?
— Não, sua Jones! Acho que é assim que os meninos voltam. Mas é só uma teoria, não tenho certeza de nada.
— Quer dizer que água quente faz eles voltarem ao normal e água não quente faz eles virarem bichos?
— Eu penso que sim. Pena que não dá pra ter certeza. Os meninos não nos deixariam fazer um teste porque se não for isso, eles vão nos odiar por fazermos eles voltarem a ser animais.
— Ah, eles são mais ameaçadores quando são seres humanos, pois são mais altos e mais fortes. , vamos aproveitar tua teoria! Siga-me! — disse já se direcionando para o porão.


— Hasta la vista, vovó!!! — despedia-se animada.
— Tchau, vovó!! — dizia com lágrimas nos olhos.
Os dois rapazes, apoiados no carro em que tinham vindo, observavam de longe a despedida das meninas. Alguns velhinhos os cumprimentavam com o sinal de ‘paz e amor’, pois as perucas e os óculos que usavam os deixavam com cara de hippies.
— Harry, que tal se na volta nós pedíssemos para elas fazerem aquele favorzinho?
— Qual? Ah, o do caso médico? — ele perguntou e viu Dougie concordar com a cabeça. — É, seria uma boa. Melhor aproveitar.
— Que carango! — um velho senhor aproximou-se dos dois rapazes. Um velho hippie.
— É duca! — Dougie sorriu para o velho fazendo um ‘jóia’ com uma mão.
— Pá legal! — Harry concordou fazendo o mesmo sinal que seu amigo.
— Seguinte, vocês acham que se eu tacar ficha com aquela vovó tetéia que vocês trouxeram, eu consigo algo?
— Talvez, chega nela pra aplicar a milonga e ver no que dá. — Dougie sugeriu.
— Valeu, bicho! Paz e amor!
— E aí, o que vocês estavam falando com o senhor velhinho? — perguntou para os rapazes quando voltaram para perto do carro.
— Bichogrilês. — responderam ambos, deixando as duas meninas confusas.


— Me diz mais uma vez por que é mesmo que nós vamos primeiro transformar os meninos em animais pra depois tentar fazê-los voltarem a ser humanos, ao invés de tentar transformar em humano o Fletch primeiro? — perguntou ao pé da escada do segundo andar.
— Elementar, minha cara zinha! Sempre que eles voltam, eles voltam pelados e eu não sei quanto a você, mas eu não estou a fim de correr o risco de ver o Fletch “como veio ao mundo”.
— É, tenho que concordar que seria um trauma difícil de se recuperar. Então vamos nessa!
e puxaram a corda que descia a escada para o sótão com cuidado. Sabiam que Fletch, Danny e Tom decidiram dormir um pouco mais enquanto Harry, Dougie, e levavam a vovó para o asilo. Subiram sem fazer nenhum barulho, cada uma tinha em mãos uma toalha e duas pistolinhas de brinquedo. Uma contendo água fria e outra água quente. Por que diabos temos pistolinhas d’água em casa?, pensou tentando abafar uma risada. Todos ainda dormiam.
— Nos três. — cochichou para a amiga ao lado. — Um...dois...TRÊS!!!!!!!!!

PUF

PUF

“Três o quê?”, perguntou um pato Danny sonolento.
“Vai ver o Harry e o Dougie chegaram.”, Tom comentou sem abrir os olhos.
“Lá se vai o sossego do meu sono de beleza.”, Fletch comentou, revirando-se na cama e deparando-se com a imagem de um gato e um pato deitados nas camas em meio a roupas grandes demais para eles.
“Por que eu consegui ouvir o que o Fletch falou?!?!”, Danny perguntou desesperando-se com a idéia e deu um pulo sobre sua cama.
“Mas o que aconteceu?!?!”, Tom finalmente tinha aberto os olhos e não gostava nem um pouco de estar de volta como animal.
“Desta vez a culpa NÃO é minha, que isso fique BEM claro.”, Danny se apressou em dizer.
— Ééé, o plano funcionou! — comemorou com pulinhos.
— Sua Jones! Que eles viravam animais com água isso nós já sabíamos. — aplicou um pedala na amiga. — Bom dia, rapazes! Sim, vocês são animais agora, mas nós sabemos como trazer vocês ao normal!
— Sabemos não, nós supomos. AIII! — recebeu outro pedala. — Mas é quase certeza, ok?
“Ah, isso é uma boa notícia, não acham?”, perguntou Fletch interessado.
“Elas nem têm certeza!! AHHHH!!”, Danny reclamou e foi correndo para tentar bicar as meninas na altura da perna. “Como puderam fazer isso?!?!?!?!”
— E você dizendo que eles eram inofensivos, não? — perguntou irônica enquanto tentava com o pé afastar de si o pato nervoso.
— Ah, mas são. Quem poderia ser problemático é o Tom porque gatinhos têm dentes e garras afiadas.
“Bem lembrado!”, Tom comentou ainda irritado.
“Calma, Tom. Homens não batem em mulheres. Danny, pare com isso.”, Fletch tentava botar ordem no sótão.
“Neste momento não sou sequer humano. Então, essa regra não se aplica!”, disse o gato e avançou sobre as meninas.
— AHHHH!!!! Salve-me quem puder!! — gritou , levantando os braços e começando a correr.
— Mulher! Pára de gritar e atire!! — gritou, também fugia dos animais.
fez o seu melhor para conseguir uma distância boa de Danny, mirar a pistolinha de água quente sobre ele, e atirou. correu e aproveitou para usar Fletch como barreira, mirou no felino, que corria em sua direção pronto para pular sobre o panda, e atirou.

PUF

PUF

— Deu certo!! — gritou ao mesmo tempo em que jogou uma tolha para Danny poder se cobrir.
— Não...acredito. Eu...voltei... — Danny observava sua própria mão, maravilhado por ser humano outra vez.
— Vocês...descobriram! — Tom comemorou também.
— Hunf! Falaram os dois que há poucos segundos atrás queriam nos matar. — comentou irônica.
— AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!! — gritou Danny.
Ele fazia uma dançinha feliz de comemoração, pois agora sabiam como voltar ao normal. Sem perceber, aproximou-se demais do primeiro degrau da escada do sótão e caiu com tudo, parando só no segundo andar, estatelado no chão.
— Danny?! — procuraram Tom e com o olhar pelo guitarrista, mas só havia sinal da sua toalha no chão e uma sentada no chão, gargalhando e extremamente vermelha.

Vocabulário do Bicho-Grilês:

Aplicar a milonga = Bater um papo
Bicho-grilês = Idioma dos Hippies
Carango = Carro
Duca = Legal
Pá Legal = Ótimo, legal
Tacar ficha = Dedicar-se com ardor a qualquer coisa
Tetéia = Chuchu


Capítulo 19 - Planejar, conversar, espiar

— Annhh...meninas, podemos pedir uma coisa? — Dougie começou a dizer no caminho de volta para casa.
— O que seria? — perguntou sem prestar muita atenção enquanto observava a paisagem.
— Agora que o Danny e eu viramos humanos...nós pensamos... — Harry não sabia bem em que palavras usar e agora tinha a atenção de ambas meninas voltada para ele.
As meninas lançavam olhares cúmplices, a mesma idéia lhes passava pela cabeça: agora que todos eram humanos, poderiam querer sair da casa delas. Elas não queriam isso, mas preferiram esperar pelas palavras deles.
— Pensaram...? — disse para que Harry continuasse.
— Uma segunda coletiva de imprensa falsa. — Dougie falou ainda concentrado no volante.
Harry concordou com a cabeça a fala do amigo e olhou para as meninas no banco de trás. Elas olhavam para eles e uma para a outra, de certa forma queriam comemorar o fato de não ser a ida embora da casa delas, mas não fariam isso.
— Espera, uma coletiva de imprensa? Igual àquela que Tom e você fizeram? — perguntou dirigindo-se a Dougie e este a olhou pelo retrovisor, acenando com a cabeça.
— Querem outra vez o carro emprestado para fugir, seria isso? — perguntou lembrando-se de como foi a primeira coletiva.
— Não exatamente. — Harry começou, evitando um pouco olhá-las. — Queremos sim o carro, mas não só isso. Queríamos que vocês participassem da coletiva.
— Nós participarmos? — tanto quanto disseram juntas com alto grau de confusão na voz.
— Sim, estávamos pensando em todo um esquema, já que não temos certeza em contratar um médico para dar credibilidade a “Doença do Pato”, pensamos em fazer uma de vocês se fantasiar de médica. — Dougie disse.
— E outra ser uma enfermeira nossa. — Harry completou.
— Annnh...não sei não. — falou incerta. — Afinal, não é crime se passar por médico? Não gostaria de ir para a cadeia ou coisa parecida.
— Vamos chegar em casa primeiro e falar com todos sobre isso. Acho que fica melhor. — comentou já distraída com a paisagem outra vez enquanto mexia em uma mecha de cabelo.
— Beleza. — Harry respondeu, mas algo lhe dizia que o plano seria aceito.


A porta da casa foi aberta e quando finalmente terminaram de subir as poucas escadas que separavam a entradinha e a sala, os quatro se deparam com uma imagem nem um pouco comum. Na verdade, não seria incomum se não fosse pelo fato dos mcguys e de Fletch transformarem-se em animais com água fria.
— FLE-FLE-FLETCH?!?!?! — Dougie, Harry, e gritaram surpresos ao vê-lo.
— Por que está vestido assim? — Harry perguntou estranhado com o homem vestindo roupas que mais o faziam parecer um senhor que não sabia que tinha virado um adulto.
— Tá parecendo um skaetista idoso. — Dougie tentou abafar uma risada.
— Ah, é! — parecia ter se lembrado de algo. — O maninho teve uma fase skatista.
, não corremos o risco de o teu irmão aparecer por aqui, não? — perguntou Dougie.
— Não, não. Ele mora na república da facul dele, sem chances dele surgir aqui do nada.
— Mas não é impossível. — cochichou no ouvido da amiga.
— É bom poder ser humano outra vez! — Fletch comentou tentando trazer a atenção para si outra vez. — Voltamos graças as meninas.
— “Voltamos”?! — perguntou um Harry surpreso. — Mas quando saímos só você era um panda ainda.
— Pois é, elas descobriram como funciona a maldição. — ele sorriu colgate e quatro pares de queixos caíram.
— HEYYYYYY!!! — apareceu no começo da escada do segundo andar para descer quando avistou os recém-chegados em casa.
— I’m looking up for my starrr girl!! — e responderam cantando juntas.
— Pelo visto vocês já notaram a novidade. — comentou olhando para Fletch.
— E como vocês descobriram?? — perguntou curiosa.
— Umas teorias doidas da e uns planos malucos meus. — a menina respondeu com as duas mãos formando joinhas.
— Falaê, cambada! — chegou ao primeiro andar sorridente. — Vocês perderam! O Jones rolou escada abaixo feito uma jaca podre!!
— Eu não sei o que é uma jaca, mas já aviso que não é verdade!!!!! — Danny reclamou, fingindo estar profundamente ofendido.
— Pior! Saiu rolando completamente pelado. — Tom chegou e começou a rir do amigo, junto com os outros.
— Pura inveja. — Danny retrucou. — Só porque até rolando escada a baixo peladão, eu fico lindão! — ele finalizou com seu sorriso pastel clássico.
— Que humilde, hein? — Harry brincou.
— Fletch, bom ter você de volta. — Dougie deu um par de tapinhas no ombro do homem. — Significa que você vai parar de tentar hibernar.
— Nunca se sabe. — Fletch tentou brincar também.
— Gente! Quem tá com fome? — perguntou batendo palminhas. Ela esperou por uma série de mãos erguerem-se antes de voltar a falar. — Não se preocupem, esperem um pouco e já iremos almoçar.
— Vai conseguir antes que nós possamos falar Super-blá-blá-blá-sei-lá-o-quê-cius? — Danny perguntou animado por ouvir a palavra grande e estranha.
— Supercalifragilisticexpialidocious. — disseram todas as meninas em coro, como se fosse uma palavra normal, enquanto todos os meninos olharam surpresos para elas.
— Dude! De onde vocês tiraram essa palavra? — Danny perguntou frustrado.
— Mary Poppins! — respondeu, rindo um pouco antes de ir para a cozinha.
— Uéé!! — começou. — Vocês deveriam conhecer essa palavra, até onde eu me lembre, a história de Mary Poppins se passa em Londres!
— Não é uma palavra linda? — perguntou com os olhos brilhando.
foi a primeira a vir falando isso. — começou a rir. — Só um ser doido para falar uma palavra dessas. Essa palavra e aquela outra que eu não consigo aprender de jeito nenhum! Supercalifragilisticexpialidocious é um caso extraordinário.
— Qual outra palavra? Ah! Você está falando da “Parangaricotirimirruaru”? — disse .
— AHHH!! Chega! Vocês vão dar um nó na minha língua com essas palavras confusas. — Danny pedia com as mãos na cabeça.


— Jura?! Meu, eu não acredito que vocês fizeram mesmo isso, suas loucas. — disse rindo, após ouvir como e tinham testaram a teoria de como funcionaria a maldição dos guys.
— Sorte a nossa ter as ferramentas necessárias para o sucesso da operação! Oh, yeah! — disse e trocou um hi-five com .
— Ah, é! — Dougie se lembrou de repente. — A vovó já está arrasando corações, um vovôzinho estava afim dela.
— Dá-lhe, vovó!! — comentou rindo.
— Meninas? E o nosso plano? — Dougie perguntou quando terminou de comer o almoço.
— Qual plano? — perguntou antes de tomar um gole de suco.
— Uma comitiva de imprensa, mas desta vez com direito a médico e enfermeira. — respondeu Harry.
— Eles perguntaram no carro, mas achamos melhor voltar primeiro para casa e ver direito essa história. Podemos ser presas por nos passarmos por médicas. — comentou, também terminando seu almoço.
— Hoje vai chover... — começou a dizer impressionada. — com medo de entrar em algum plano mirabolante!
— Boaaa!!! — e concordaram rindo.
— EIIIII!!! — a menina tentou defender-se. — Só pras palhaças saberem, esse comentário de que poderíamos ser presas foi a quem disse, eu só repeti.
— Verdade, né? Não tínhamos lembrado esse detalhe. — Tom comentou.

!PÁ!

— Aii!! Que susto, garota! — Danny reclamou depois do som forte que houve por bater sua mão na mesa ao levantar-se.
— Sorry. Mesmo assim...VAMOS LÁ!!!
— Lá onde? — perguntou Fletch.
— Fazer a comitiva de imprensa! Se há um plano maluco na área, eu estarei nele...
— Ok, ok. Entendemos, não precisa começar um discurso entre você, planos e maluquices. — a cortou, voltando a comer seu almoço.
— Precisaremos de roupas de médico! De conhecimento da Doença do Pato. Do texto que iremos falar. Etc, etc,etc. — começava a enumerar os itens.
— Péra! — Tom interrompeu. — Todas vão ser médicas? Seria melhor só uma.
. — as amigas apontaram para a garota, que surpreendeu-se com a eleição.
— Por que eu?!
— Dra. Flamingo. Fantasia. Halloween. Não te lembra a nada? — perguntou rindo um pouco. — Bom, a aqui pode ser a enfermeira do Danny e nossa , a enfermeira do Harry. Que tal?
— E você vai ser quem, querida? — perguntou, ironizando no fim da frase.
— Hummm, a segurança deles. — deu um sorriso colgate. — Mas beleza, vamos logo com o plano. Rapazes se encarreguem de chamar a imprensa e tentaremos ver o resto.
— A imprensa deixe por minha conta, eu lido com isso. — Fletch pronunciou-se prestativo.
— Eu sei onde vende roupa de enfermeiras!!! E de médicas e seguranças também!! — Danny comentou com um sorriso pastel no rosto, erguendo a mão no ar para chamar a atenção.
— Legal, onde é? — perguntou retirando os pratos da mesa.
— Annnnnnhhh...passem os números que vocês usam e o Dougie e eu nos encarregamos de comprar. Assim vocês treinam pra comitiva de imprensa enquanto compramos. — Danny sugeriu.
, você tem que criar uma boa idéia pra explicar a Doença do Pato. — lembrou a amiga.
— A Doença do Pato é causada por um vírus chamado Panaka Situ Creditarnissu, endêmica em alguns países pequenos. Transmitidas em situações bem definidas. Seu tratamento é simples, mas de longa duração. Assim tá mais ou menos bom? — perguntou após fazer uma voz e cara sérias.
— Muito! — elogiou com um joinha. — Não precisamos dar muitos detalhes, do jeito que aqueles repórteres são, é possível que eles já aumentem com o pouco de informação que vão receber.


— QUARTOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!! — Dougie jogou-se numa cama de solteiro jogada no chão.
— Finalmente deixamos o sótão. — Harry imitou o baixista e jogou-se em outro colchão.
— Menos o Fletch, que preferiu continuar no sótão para dormir, ele ainda deve querer hibernar. — Danny comentou rindo.
— Finalmente humanos. — Tom comentou contente.
— Por falar nisso! — Dougie levantou-se rápido. — Como faremos pra tomar banho? Se eu bem me lembro, elas não tem água quente no chuveiro o tempo todo e eu não consigo me dar banho com patas de porco-da-índia.
— Você já ganhou o prêmio de mais fedorento da banda e tá preocupado com banho? — Danny disse brincando enquanto passava a mão no queixo como um sábio divagando. — TEM mulher no meio!!!
— Olha só! — Harry comentou animado. — E podemos saber quem é a sortuda, senhor-limpinho-Poynter?
— Meio óbvio, não? — Tom opinou.
— A Frankienstein? — Danny arriscou pensando na namorada do baixista.
— Ixi, nem me lembre dela. — Dougie comentou coçando a nuca. — Acho que nós já éramos mesmo.
— Por culpa da maldição, não é? — Tom comentou sério.
— Sim, ela achou que eu a estava traindo, já que eu a estava evitando ultimamente. Mas não tinha como sair com ela por medo de virar animal, nós ainda não sabíamos quando nos transformávamos! E aquela rotina casa-show e show-casa, por conta dos shows da nossa nova turnê que não pudemos cancelar, só piorou.
— Sorry, dude. — Danny cedeu um ombro amigo para o baixista. — Eu até te diria que estamos livres daquela rotina hiper chata, já que cancelaram tudo com nosso desaparecimento, mas acho que a Frankie não ia gostar de saber que, atualmente, estamos morando com quatro garotas, então é melhor correr atrás dela depois.
— Eu não vou correr atrás dela! Nem pensar! — Dougie cruzou os braços.
— É definitivamente o fim pra vocês dois? — Harry perguntou com uma sobrancelha levantada.
— Tanto quanto o Tom e a Gio. — Dougie respondeu rápido sem prestar muita atenção no que dizia.
— Tom?!?! — Danny perguntou surpreso. — Você e a Gio...não mais?!?!?!
— Pior que não. — o loiro respondeu infeliz. — Fletch nos advertiu para não contar a ninguém sobre nossa situação e também... E também eu não consegui contar a ela sobre essa maldição, coisa que a Giovanna não aceitou muito bem. Ela veio dizendo que, depois de tantos anos, eu não deveria começar a ter segredos ou esconder coisas dela. E acredito que ela está certa...
— Ahh! Podia ter feito igual com as meninas. — Danny sugeriu. — Vomitasse tudo e esperasse ela assimilar.
— Mas eu só contei porque não tinha escolha nenhuma! Elas estavam chamando a polícia para me prender e o controle de animais para vocês três!!
— Pensa assim, talvez o Dougie não, mas você ainda pode ir tentar voltar com ela depois que tudo isso se resolver.
— Eu não sei... Ainda não me imagino contando tudo isso a ela.
— Se ela não quiser....tem quem queira! Pra isso temos fãs!! — Danny concluiu feliz. — E modelos, bargirls, enfermeiras, cantoras...
— Já entendemos...existe um planeta cheio de garotas. — Harry interrompeu logo a enumeração de Danny. — Vamos mudar de assunto antes que vocês dois fiquem cavando a própria fossa. Parecemos até um bando de mulheres discutindo problemas amorosos.
— EEEEeee temos quatro meninas nesta casa! — Danny disse estalando os dedos quando notou.
— Falei pra parar de enumerar todas as garotas existentes na face da Terra. Além disso, é melhor não nos envolvermos com elas. — Harry disse um tanto rude, ainda mais ao lembrar-se e ele trocaram um selinho e que isso poderia se tornar um problema grave se ele não tomasse uma atitude logo de conversar com ela.
— Ok, ok. Mas eu não as enumerei... eu só estava dizendo que você falou que parecemos meninas por termos uma conversa dessas eee que nós temos meninas em casa, ou seja?
— Cerveja? — Dougie perguntou ainda perdido quanto aonde Danny queria chegar.
— Que seria legal espiar uma verdadeira conversa de meninas e seus problemas amorosos!! — o sardento respondeu com certo convencimento por ninguém ter entendido antes o que ele queria dizer. — Aposto que, como nossas fãs, elas devem estar falando sobre nós! Mas uma cerveja também cairia bem.
— Ou estão suspirando pelo James. — Tom debochou.
— Olha, se elas fossem normais, eu até diria que sim. Mas como já deu pra ver que elas são loucas, eu aposto que estão fazendo algo completamente diferente do que vocês dois disseram. — Harry comentou.
— Talvez sim, talvez não. Só há um jeito de descobrir, não é mesmo? — Dougie disse com um sorrisinho sapeca no rosto.


As meninas ainda estavam reunidas no quarto de e tinham decidido dormir: e no mesmo quarto e e no quarto de . Já estavam todas de pijama e sem muito sono, elas não sentiram a presença de quatro jovens rapazes do lado de fora do quarto da dona da casa, muito menos quando a porta entreabriu-se muito pouco.
— Nãoo! Nãoooo!! Nãoooooooooo!!!! — dizia desesperada, praticamente caída no chão.
— Sim, Luke. Eu sou seu pai. EII!! — gritou e caiu sentada no chão quando uma almofada a atingiu de surpresa no rosto.
— Rá-rá-rá!! JABBA-JABBA!! — ria maldosa por ter acertado seu alvo: Darth Vader.
— Aê, Luke...para de lutar com o tio Dark e vem logo me salvar dessa cabecinha oca no meio de travesseiros. — dizia , como princesa Léia, enquanto era mantida refém por . Ela já estava um pouco sem paciência com a brincadeira, até porque ela não era muito fã da série de filmes Star Wars. Ambas representavam uma cena memorável do filme.
, sua Jabba, the Hut, de araque!!! — reclamou assim que levantou-se. — Não podia ter me acertado com uma parte do “corpo” do Jabba. Sem contar que gritar “Jabba-Jabba” faz ele parecer aquele Pokémon, o Wabafet.
— Mulher, já te expliquei que você não aparece ainda na história. Estávamos numa cena dramática em que Luke descobre que Darth Vader é seu pai. HEYY!! — explicava para a amiga até que foi acertada por no rosto pela almofada de antes.
— GUERRAAAAAAAAAA NAS ESTRELASSSSS!! — incentivou a guerra de travesseiros que começava.




Capítulo 20 - Água quente pode faltar, mas não pode falhar

— Hummm.... Você ouviu algo? — perguntou pra amiga que dormia no mesmo quarto que ela.
— Foi uma ilusão, . Volte a dormir.
— É, deve ter sido isso mesmo. — ela concordou com a amiga, mas assustou-se quando sentiu um certo peso sobre sua barriga. — QUÊ?!
— Dormir, ! — disse mais uma vez, em um bocejo.
— Droga, não vejo nada. — reclamava enquanto tateava pela cama atrás de seus óculos.
“Acordaaaa, !”, Dougie incentivava animado. Ele tinha o corpo meio chamuscadinho e sentia-se um tanto...“elétrico”. “Eita! Não sabia que ela ficava tão diferente sem óculos.”
“BOMMMM DIAAA, !!!”, Danny gritou, entrando no quarto das duas meninas completamente eufórico.
— HEYY!! O que é isso? — acordou rápido quando sentiu algo a pisando. — Danny! Por que você é um patinho?
— O Dougie também está como Pi-chan! — comentou feliz ao ver o mcguy outra vez na forma de um adorável porquinho-da-índia.
, amiga, ele não é bichinho de estimação pra você apelidar. — avisou dando uma leve risada. — Agora, o que aconteceu pra vocês estarem como bichinhos? — E ainda fala de mim, né? — debochou. — É lógico que ele não vai responder.


“Preparado?”, perguntou Harry para o gato que se encontrava do outro lado do quarto.
“Sim!”, Tom respondeu animado. Se ambos estivessem na forma humana, seria visível um sorriso sapeca.
— WAH!! Que diabos foi isso?!?! Harry? — despertou assustada com o pulo que o macaco deu sobre sua barriga.
— Own! Meu sonho se realizou! Um gatinhooo!! Posso ficar com ele pra mim, ? — também foi acordada com o pulo do gato sobre ela, mas como ainda estava sonolenta, não processou o susto.
— Sua Jones! Não é um gato, é o Tom! — alertou, acertando a mão em sua própria testa.
— Quer dizer que não posso ficar? — perguntou enquanto erguia o felino na altura do seus olhos com ambas as mãos, ainda tentando ver direito o animal com seus olhos sonolentos.
— O que será que aconteceu pra voltarem a ser animais? — perguntava-se ignorando a amiga. — Ai, céus! Será que a teoria de que água quente faz eles voltarem ao normal é só temporária?
“Calma, aí.”, Harry tentou acalmar a garota. “Sem piripaques logo de manhã.”
“...eu não tô me sentindo muiiito beeem...”, Tom disse enquanto lhe dava um super abraço e o balançava como um bebê.
— MENINASS!! — entrou com um porco nos braços.
— Meninas, o Danny e o Dougie voltaram a ser animais-is-is. AH! Vocês já sabiam? — e ficaram paradas perto da porta do quarto de , vendo as outras duas garotas e os animais.
— Foi agora, agora que soubemos. Será que o efeito da água quente se foi? — perguntou.
— Vamos descer e preparar água quente, se eles voltarem, poderão nos contar o que aconteceu. — disse já descendo.


Na cozinha, todos — tanto humanos quanto animais —, esperavam silenciosos e atentos para que a água finalmente fervesse.
“AHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!”, Dougie gritou quando lembrou-se de algo. “Rápido! Que dia da semana é hoje?”
“AI! Não precisava gritar. Vou ficar surdo assim...”, Danny reclamou enquanto observava junto com a água no fogão.
“Domingo, eu acho.”, Tom disse pensativo, não tinha muita certeza. “Por quê?”
“Tive uma idéia!”, Dougie respondeu misterioso.
— AHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!! — voz animada de , a única que faltava do grupo, gritou do andar de cima. — Acheiiii!
— Prontinho a água já está começando a ferver. — desligou o fogo.
— Tem que ser mesmo água fervente? Assim eles vão acabar saindo com queimaduras. — disse preocupada enquanto fazia carinho no porquinho em seus braços.
— Não saberia dizer. Mas é algo que deveríamos mesmo descobrir. — agora tinha medo de jogar a água nos mcguys, pensando no quanto poderia ser doloroso.
— Thomaaaaasssss, cadê você? — disse entrando na cozinha com um sorriso sapeca. — Eu trouxe algo pra vocêêê.
“Ahhhh! Por que o Tom ganha algo e eu não?”, Danny reclamou.
“Algo pra mim?! O que é?”, Tom perguntou.
Todos os presentes na cozinha olhavam para , ajoelhada em frente ao gato, segurando um rolo de barbante e balançando um pedaço do fio, esperando algo.
— Annnh, ? O que você tá fazendo? — perguntou estranhada.
— Oras! Ele é um felino, não é? Todo felino adora brincar com barbantes!
“Essa garota realmente deve ter algum parentesco contigo, Danny.”, Tom disse para o amigo, não mostrando interesse algum no suposto “brinquedo”.
“Se você não quer brincar, eu brinco!”, Danny ignorou o comentário do amigo e voou para perto da menina, tentando, com seu bico, agarrar o fio do barbante.
— Parentes. — responderam as outras três meninas, debochando.
! Dá pra ser rápida aqui no processo?! Eu preciso falar algo!”, Dougie já estava frustrado por ainda ser animal.
— Calminha, Pi-chan. — tentava controlar o porquinho em seu colo. — , acho melhor destransformar ele primeiro.
— Beleza! Preparar roupas e olhos! — a garota disse antes de jogar a água sobre o animal colocado antes no chão.

PUF

— Ainda sobrou água, então o próximo, por favor. — ela disse de olhos fechados, esperando que os outros parassem frente a ela para que despejasse o conteúdo da jarra.

PUF

PUF

— Pronto! — Dougie comemorou quando finalmente vestiu-se todo e correu para sentar-se ao lado de na mesa da cozinha. — !! Você e as outras meninas têm coisas para fazer hoje?
— Dougie! — a menina tentou responder na mesma animação que o baixista. Ela ainda estava de olhos fechados para não correr o risco de ver algum dos outros meninos vestindo-se. — Hummm, não que eu me lembre. Por quê? — e sentiu uma mão puxá-la para fora da cozinha.
— Meninos, vocês sabem como voltaram a ser animais? — lançou a pergunta.
— Fomos ajudar o Dougie e o Tom a tomar banho, mas a besta do Jones acabou molhando ele próprio e a mim também. — Harry explicou enquanto vestia-se.
— E ainda levamos um choque quando fomos desligá-lo. Aquilo é um perigo, hein? — Tom comentou enquanto terminava de se vestir.


“MAS É UM JONES MESMO!!!!!!”
“DUDEEEEE!!!!!! EU VOU TE MATAR!!!!!!!”
“TINHA QUE SER O JONES!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
“Sempre eu, sempre eu, sempre eu!”, Danny reclamou.
Os meninos voltaram todos a sua forma animal.
Quando Dougie despertou pela manhã, pensou em como conseguiria tomar um banho — já que sua situação estava ficando um tanto gritante —, e levando em conta que assim que a água fria enconstasse em seu corpo, ele voltaria a ser animal e só voltaria ao normal com água morna. Resolveu acordar um dos guys para pedir uma ajuda. No final, decidiu-se que Harry e Danny ajudariam a dar banho no porquinho-da-índia e no gato. Infelizmente, Danny Jones atrapalhou-se com o chuveirinho e assim, além do porco e do gato, havia um pato e um macaco, todos molhados.
“Mas é sempre você! Panaca!!”, Tom reclamava com o amigo pato. “Ok, ok. Vamos tentar desligar o chuveiro, senão a conta da água virá uma loucura.”, Harry aconselhou.
“Hummm, mas nenhum de nós alcança sozinho o registro.”, Dougie disse olhando para cima.
“Sorte que somos em quatro!”, Danny estava feliz.
“Lá vem besteira!”, Tom comentou, já temendo a idéia que poderia vir do amigo.
“Vem nada!”, Danny fingiu estar ofendido. “É uma ótima idéia. Nós fazemos “escadinha” e o Harry fecha o registro.”
“E não é que ele pensa, às vezes?!”, Dougie estava impressionado com o fato do amigo ter pensado em algo plausível.
“Beleza. Vamos botar em prática. Eu fico no topo por uma questão meio óbvia: só eu tenho mãos. Eu quero é saber quem vai topar ser a base dessa escada.”, Harry disse em tom de deboche.
“Nem ouse, Poynter!”, Tom advertiu o porco quando viu o baixista olhando para ele.
“Não disse nada. Mããããs porque o brilhante ser que originou a idéia não fica na base?”, Dougie sugeriu e todos os olhares voltaram-se para o pato.
“ÔÔÔ, meleca, viu?”, Danny reclamou, rolando os olhos, mas conformou-se logo.
Danny era a base da “escadinha”, depois vinha Tom, Dougie e o macaquinho Harry. Tinham certa dificuldade de manter-se um sobre o outro, além de estarem molhados e por isso mais escorregadios, estavam também em forma de animais. Com muito custo, Harry conseguiu alcançar o registro e estava prestes a fechar, quando Danny deu mais uma prova de brilhantismo. Não cedo o bastante para impedir que todos eles fossem poupados do que estava por vir.
“Espera. O registro não dá choque quando tocamos nele?!”
“AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!"


— Ah, sim. Temos que chamar um técnico pra arrumar esse chuveiro. — disse pensativa, tentando conter a risada sobre a cena dos garotos levando choque. — Bom, pelo menos foi por isso que vocês voltaram. Imagina se fosse porque a água morna não fosse uma real cura pra maldição de vocês?
— Bom, ela não é exatamente uma cura, nós ainda voltamos com água fria. Precisamos de algo mais permanente. — Tom disse.
— Isso, é óbvio. Mas, infelizmente, não sabemos como. — argumentou desanimada por saber que não conseguiram ajudar a encontrar o fim da maldição. Ela sentiu uma mão em seu ombro e abriu seus olhos quando ouviu chamarem-na pelo nome.
— Não se sinta mal. — Harry lhe disse com um pequeno sorriso. — Vocês nos ajudaram mais do que podíamos sequer imaginar, dias atrás. — ele viu a garota lhe sorrir. — Nós vamos ajudar vocês a darem um fim nisso! — disse confiante, finalmente abrindo os olhos.


— Dougie? — perguntou, arriscando abrir os olhos e viu que estavam na sala.
— Eu estava pensando em algo que combinamos quando só eu e o Tom estávamos como ser humanos. — Dougie disse ainda meio misterioso. — Você se lembra do que estou falando?
— Hummm...acho que sei. Pena que acho que não tem nenhum acontecendo hoje, Dougie. Sorry.
— Jura?! Droga...fiquei tão animado com a idéia de poder aproveitar hoje com os caras. — o baixista respondeu meio desapontado.
— Annnh...por que não fazemos um nós mesmos? — sugeriu apressada, ver a carinha de triste dele era de partir o coração de qualquer fã.
— Podemos fazer isso? — ele perguntou duvidoso.
— Se formos num parque e pegarmos alguma coisa pra disfarçar um pouco vocês, eu acho que sim! Não fica animado a tentar?
— SIM!! Vamos logo, então!!
— AHÁÁÁ!! Aí está você, Danny!! — disse ao entrar na sala e encontrar que no meio dela, e Danny ainda brincavam com o barbante, muito entretidos.
— “Sim” o quê, anão? — Harry apareceu na sala e perguntou curioso com o grito que ouviu o baixistar dar desde a cozinha.
— MCGAYS! Preparem-se, pois estamos de saída! Todos para o ECTO-01!! — Dougie gritou animado antes de puxar outra vez pela mão, mas desta vez para o segundo andar.
— Aí vem coisa. — disse, tentando imaginar o que poderia ser.
— ECTO-01?? — Harry desconhecia esse apelido para o carro das meninas dado por Tom e Dougie.
— Suponho que é melhor obeceder e irmos logo pro carro. — Tom disse.
— Não sem antes destransformar esse pato pateta. — disse, chegando perto dele. — Sinto muito acabar com a brincadeira, mas vocês ouviram, teremos que sair.
“Ahh, que pena!”, lamentou Danny antes de sentir a água quente, já não tão fervente, atingir seu corpo.
— Pra onde será que vamos? — perguntou, fechando os olhos para não ver o Danny como veio ao mundo.
— Fechem os olhos! — avisou para as garotas na sala.

PUF

— Como faremos isso? — perguntou quando já estava dentro do carro, no lugar do motorista, vendo os outros sete que ainda entrariam. — Não cabem oito pessoas no carro, gente.
— Acho que alguns vão ter que ir no colo. — Harry comentou e tratou logo de entrar no carro no banco do carona e colocar o cinto de segurança para não correr o risco de levar um dos colegas de banda em seu colo.
— Eu sei que você é anão de jardim, mas eu não quero marmanjo no meu colo, não. — Danny comentou meio baixo, caçoando com o amigo ao seu lado.
— Eu digo o mesmo, sardento. Prefiro levar uma das meninas. — Dougie respondeu no mesmo tom.
, de boa, tem como você ir no meu colo? Você é a mais magrelinha de todas nós e eu não quero ir no colo de ninguém sabendo que estou um pouco acima do peso. — disse baixo para a amiga.
— Ahh, não vale. Eu também estou acima do peso, não quero ir no colo de ninguém. — reclamou quando ouviu o comentário da amiga.
— Vocês duas alucinam. — rolou os olhos. — Vocês estão ótimas e... — ela foi interrompida com uma mão a puxando.
, tudo bem se você for comigo? — Dougie perguntou.
A garota ficou muda, era um mero convite para ir juntos no carro, mas vindo de Dougie Poynter, transformava o pedido para algo muito mais...impressionante. Ela queria responder e não parecer tão tola quanta estava sentindo-se, só faltavam as palavras colaborarem em sair de sua boca.
OWN!! Um convite do Dougie Poynter, pensaram e , com os olhos brilhando como se assistissem a uma novela.
— Ei. — Danny bateu de leve algumas vezes no braço de Tom, quando percebeu os olhos brilhantes das duas meninas que sobraram. — Não podemos deixar aquele anão de jardim conquistar todas elas. Elas também são “nossas” fãs.
— Aê, people! Vamos logo! — gritou, ela via toda a cena de dentro do carro e queria ver se podia ajudar as amigas.
— Va-vamos! — respondeu com um sorriso fraco.
!! — Danny disse animado, indo até a garota. — Tudo bem se você vir comigo e a com o Tom?
— Annh... — hesitou um pouco. Quando ouviu seu nome, pensou que Danny a chamaria para ir com ele do mesmo modo que Dougie fez. Mas ela jamais ficaria desapontanda com qualquer que fosse o convide de Danny ou a forma com que ele o fizesse. Assim, ela respondeu sorrindo. — Vamos, lógico, Danny.
— Demos sorte, vamos ficar na janela. — Tom disse para antes de entrarem.
— Pois é. — ela concordou sorrindo sem jeito e dando uma risadinha amigável.


— Acho que aqui está ótimo, o que você acha, ? — Dougie perguntou, jogando as coisas que carregava embrulhadas numa caixa de papelão, no chão.
— Sim, está perfeito. — ela concordou.
— Ei, será que dá pra explicar o que vamos fazer? Vocês já estão fazendo segredo por muito tempo. — Harry reclamou.
— GUERRA DE TRAVESSEIROSSS!! — Dougie respondeu hiper animado.
Eles foram até um grande parque perto da casa das meninas e procuraram por uma parte sem muitas pessoas. Os meninos estavam devidamente disfarçados com perucas e ou toucas, e roupas que não chamassem nada a atenção.
— E aí? Preparados para guerrear? — Dougie sorriu desafiador para os outros.


Capítulo 21 - Star (Pillow) Wars

*Galeria de Personagens:

C-3PO

R2-D2 — Dougie

Princesa Léia

Luke Skywalker — Danny

Darth Vader — Tom

Padmé Amidala

Han Solo — Harry

Obi-Wan Kenobi

Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante...

— Desde quando o R2-D2 fala? Ele adquiriu uma espécie de força Jedi? — perguntou visivelmente impressionado Harry Solo.
— Que mané força Jedi! Isso aqui é um upgrade que eu ganhei. — R2-D2 Poynter respondeu feliz. — Agora posso tagarelar e todo mundo vai me entender. Maneiro!
— O C-3PO também descolou um upgrade, mas de “mudança de gênero”. Sempre soube, com esse teu jeitinho, que você tava mais pra RobôticA do que pra RobôticO. — Danny Skywalker comentou rindo enquanto fazia alguns movimentos com seu travesseiro/sabre de luz.
— Senhor Skywalker, eu decidi ignorar o seu comentário. — C-3PO- disse, mostrando-se indiferente ao comentário.
— Tá muito interessante a conversinha de vocês, mas não estão esquecendo nada, não? — Obi-Wan- perguntou surgindo na base secreta que tinham.
— Que a minha nave Millennium Falcon ainda está quebrada? — Harry Solo arriscou enquanto polia sua arma/travesseiro preferida.
— Hummm, isso também. Mas não era disso que eu estava falando. A princessa -Léia ainda está nas mãos de Darth Tom Vader! Temos de resgatá-la. — dizia Obi-Wan-.
— OK, vamos botar minha belezinha de nave pra funcionar. — Harry Solo animou-se. — R2-D2 Poynter e C-3PO-, chega de moleza e venham me ajudar!
— Que moleza?!?! O único folgado aqui é você! — R2-D2 Poynter reclamou.
— Ótimo, enquanto eles consertam, você e eu treinaremos mais, Danny Skywalker. — Obi-Wan- disse erguendo seu travesseiro/sabre de luz e pondo-se em posição de luta. — Ataque-me!


Numa outra galáxia...

— Você é ridículo! — a princesa -Léia manifestou-se dentro da cela da prisão. — Não vou contar nada! Pare de perder seu tempo e vá usar esse penico na cabeça em outro lugar!!
— AÊÊ!! Meu capacete não é penico, sua princesinha de araque! Mostre respeito aqui pro Darth Tom Vader, senão sofrerá grandes conseqüências.
— “Grandes”? Não deveriam ser “graves”? — opinou -Amidala, chegando de intrometida na área de carceragem.
— Certo, serão grandes e graves consequências! Agora, será que dá pra parar de pegar no meu pé, mulher? — Darth Tom Vader esbravejou, olhando para a recém-chegada.
— Não, não dá! Você foi pro outro lado da força, acreditou que eu estava te traindo com o Obi-Wan- e ainda quase me matou por asfixia!! Esperava o quê?!?! Darth Tom Vader descobrira alguns anos antes como clonar sua falecida esposa, entretanto, a pequena falha em seu plano era de que o clone mantinha todas as lembranças da verdadeira Amidala. Isso resultava em muitos conflitos e dores de cabeça para ele.
— Eu já pedi desculpas! ÔÔ, mulher rancorosa, viu? — Darth Tom Vader bufava.
— E se eu não aceitar suas desculpas, vai fazer o quê? Vir pra cima de mim com o travesseiro/sabre de luz?
— HEY! Será que dá pra terem chilique de casal noutra freguesia da galáxia? Meu ouvido não é penico, não! O único com penico aqui é esse Darth-Bobão-Vader! — -Léia manifestou-se.
— Calaaaaada! — Darth Tom Vader a repreendeu. — Já falei que não é penico, é estilo!
— Apooosto que está ficando careca e aí pensou que iria conseguir disfarçar com esse penicão gigante. — -Amidala comentou, sentando-se ao lado da princesa -Léia e as duas começaram a rir do homem.
— Espero que gostem da prisão, pois é onde eu vou deixá-la por algum tempo até se acalmar, querida. — Tom Vader falou com certa ironia na voz no fim da frase.
— Nem ligo! Eu não gosto do que você se tornou, quero o meu doce e sensível Tom Anakin Skywalker de antigamente de volta, querido!! — -Amidala respondeu no mesmo tom que ele.
— Hunf!!
— Hunf!!
— Hunf!!!!
— Hunf!!!!
— Ai, ai. Briga de marido-que-era-do-bem-e-agora-é-do-mal e mulher-falecida-e-depois-clonada é dose. — -Léia rolou os olhos.


— OPS!! Olha a cabeça!!! — gritou Danny Skywalker após, pela quinta vez, deixar seu travesseiro/sabre escorregar de sua mão.
— HEY!! Nada de me atacar por trás! — Harry Solo reclamou depois de ser atingido acidentalmente pelo jedi em treinamento, Danny.
— Tem certeza mesmo que ele é o escolhido? — perguntou R2-D2 com desconfiança na voz.
— Eu também tenho lá minhas dúvidas, mas é o que o meu falecido mestre me disse. Como ele já morreu, só me resta acreditar nele, porque acreditar que esse desastrado possa ser o salvador é difícil. — Obi-Wan- respondeu enquanto observava Skywalker.
— AÊÊ! Eu ouvi isso, hein?! — Danny Skywalker disse, mostrando-se ofendido. — Se não me querem, eu vou pra outra galáxia onde eu seja mais bem apreciado!
— Ahh, sem drama aí, Jedi de meia tigela. Sossega o facho e vamos logo com o treino, porque temos que resgatar a princesa. Eu quero o fim dessa história. — Harry Solo orientou, com seu famoso sorriso convencido.
— Quer nada! Você quer é dar uns “pega” na minha irmã, -Léia. Safado!! — Skywalker reclamou cruzando os braços. — Deveria ter a consideração de me pedir primeiro! Olha, se a fizer chorar, eu te divido ao meio com o meu travesseiro/sabre de luz!
— Ai, que meda!! — Harry Solo caçoou e começou a fugir correndo de um nervosinho Skywalker. — Não me pegaaa! Não me pegaaaa! Nã-nã-nã-nã!!
— AAAIIIÊÊÊ!!!! Dannyyyyyyyy!! — gritou C-3P0- após Danny chocar-se com ela e caírem juntos no chão.
— OPS!! Mal aí.
— Skywalker! Obi-Wan- já te disse que o amor não é permitido para os Jedi. Nada de se engraçar com C-3PO-!! — Harry zombou de Danny.
— Danny, eu sei que sou uma robô, mas você também não é lá muito levinho. — C-3PO- reclamou um pouco sem ar por conta do rapaz ainda estar em cima dela.
— Sorry! — ele levantou-se rápido e estendeu uma mão para ajudá-la a se levantar também. — Não liga pra o que Harry está falando, eu não estou me engraçando com você. — ele disse coçando a nuca e com o rosto um pouco vermelho.
— Não se preocupe. Eu sei. — respondeu C-3PO-. — Melhor voltar ao trabalho de consertar a nave e você ao seu treinamento. — ela lhe entregou seu travesseiro/sabre de luz.
— Sim! Bom...eu...vou lá, então. — ele respondeu e depois a observou levar Harry Solo para a nave pela orelha.
— Ai, que fome. — Obi-Wan- reclamou. — Danny, vamos fazer uma pausa pra um lanche! Se é que temos algo para comer...
— Beleza! — Skywalker comemorou. — Ah, não se preocupe com isso. Deixei uns comes e bebes no compartimento traseiro do R2-D2. — disse ele e todos seguiram os olhares para o nanico robô.
— Tô lascado!


— Que tal agora? — a princesa -Leia perguntou enquanto erguia um espelhinho. — Não ficou o máximo?
— Eu amei, menina! — Amidala comemorou batendo algumas palminhas. — Agora, sim, está estiloso!
— Cadê aqueles panacas pra virem me enfrentar? — Darth Tom Vader se perguntava olhando o relógio. Ele estava sendo repaginado em questão de roupas pelas duas garotas e aquilo já tinha estrapolado a paciência dele há muito tempo.
— Precisamos fazer algo quanto a esse capacete-penico! — -Leia soou determinada.
— Concordo. — Amidala disse e ambas ficaram o encarando.
— NEM PENSAR!!! As roupas, beleza, mas nada de mexer na minha marca principal!! — Tom Vader reclamou nervoso.
— Tá a fim de ir dormir na casinha do Wookiee de novo, querido? — -Amidala perguntou ameaçadora.
— O que eu não faço por você, querida? — Tom Vader respondeu conformado.
— Por mim ou pelo medo que você tem de pegar piolhos do Wookie? — Amidala alfinetou.
— Hunf!!
— Hunf!!
— Hunf!!!!
— Hunf!!!!
— Alguém já disse que vocês dois se merecem? — a princesa -Léia perguntou para ambos, tentado abafar uma risada.
— Somos o casal mais perfeito da galáxia! — Tom Vader disse convencido. — AIÊ!!
— Coitada da mulher que aceitou casar com você, seu tosco!! — gritou Danny Skywalker após arremessar uma pequena rocha intergaláctica.
— SKYWALKER!! Seu boçal! Vou matar você! — Tom Vader esbravejou, levantando-se nervoso e erguendo seu travesseiro/sabre de luz para o combate.
— Vou te fazer engolir poeira cósmica, seu cabeça de penico gigante!! — Danny Skywalker também erguendo sua arma.
— EI!!! — -Léia gritou assustada, próxima de Darth Tom Vader, quando sentiu ser suspendida no ar.
— Hey, pricesa! Viemos salvá-la. — disse Harry Solo, carregando-a como um saco de batatas-alienígenas no ombro.
— Ela é uma princesa! Você poderia ser mais gentil. — C-3PO- o repreendeu.
— Vader não irá gostar disso. — -Amidala pensou alto ao ver a princesa sendo levada embora.
— UPA!!! — R2-D2 Poynter disse quando fez com -Amidala a mesma coisa que Harry Solo fez com -Léia. — Vamos levar essa também.
— Aiii! Me ponha no chão!! — reclamou a garota-clone. — Vadeeeeeeeeeerrrrrrrrr!!
— Estou meio ocupado aqui, querida!! — respondeu Tom Vader em uma luta acirrada com Danny Skywalker.
— Vadeeeeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrr!!!!!!!!!! — disse -Amidala antes de já ser levada para longe por R2-D2 Poynter.
— Vamos para o Falcon! — Harry Solo instruiu. Eles correram em direção à nave.
— Eu não tenho a estrutura necessária para correeeerrrr, me espereeeemmmm!!! — reclamava C-3PO-.


— Somos apenas e você e eu, Skywalker. — notificou Tom Vader. — Medo?
— Você é quem deveria estar com medo! Pois, medo é o meu nome do meio!! — Danny Skywalker disse muito seguro de si.
— Medo é seu nome do meio? Não deveria ser coragem o que você estava querendo dizer? — Tom Vader tentou consertar a frase, apesar do estrago já ter sido feito.
— Ahhhhhhh! Você entendeu, poxa! Lutemos!! — empunhou sua arma para o confronto final.
Ambos começaram a andar em meio círculo para lados opostos, os olhos não desviavam e havia um grande anseio para ver quem daria a primeira insinuação de ataque.
Danny Skywalker foi quem tomou iniciativa, ao que Vader respondeu com vigor. Mas o primeiro atrapalhou-se em seus próprios pés, caindo.
— OPAAA!! — gritou o Jedi quando atingiu o solo, fazendo Tom Vader tropeçar nele.
— Seu Jedi burro!!! — reclamou Vader irritado por estar estirado no chão.
— É preciso ser um para reconhecer o outro!!
— AHHH!! Então admite que é burro!! BURRO!!!
— E você admite que também é, seu palhaço. — Danny Skywalker deu língua para seu inimigo.
— Oras, filho de peixe, peixinho é. Não me surpreende. — Vader disse convencido, levantando-se.
— O que você quer dizer com isso? — Skywalker disse com certa confusão na voz. Sabia o significado daquele ditado popular.
— Sim, Danny. Eu...sou...seu pai.
— Não, não, não...NNÃÃÃOOOOOOOOOO!!!!
— SIM! MUÁ-HÁ-HÁ-HÁ!! AII!! Que diabos foi isso?! — Vader perguntou enquanto massageava a nuca recentemente atingida por um pacote de salgadinho alienígena.
— VADEERR!! Você estava tentando matar nosso próprio filho?!?!?! — esbravejava -Amidala, ainda carregada por R2-D2 Poynter. — É melhor correr, senhor-do-mal de araque, pois eu te darei um tapa que vai te virar do avesso!
— Mamãe?! — Danny virou-se para olhar para a mulher que seria sua mãe.
— Espera! — gritou -Léia. — Se eu sou irmã gêmea do Danny e você é mãe do Danny, isto significa...significa...
— Que você também é minha filha! — -Amidala completou, felicíssima por encontrar seus dois filhos. — Pode me colocar no chão para eu abraçar minha filha?
R2-D2 Poynter obedeceu e colocou a mulher-clone no chão, Harry Solo fez o mesmo com a princesa e as duas mulheres começaram a correr de braços abertos em câmera lenta para um lindo momento de reencontro entre mãe e filha. Até mesmo Danny Skywalker correu em direção as duas para abraçá-las. Todos assistiram sem palavras a cena da família reunida em meio à guerra, até que -Amidala lembrou-se de algo.
— Pera lá!!! — ela voltou-se para onde estava seu marido, meio afastado da multidão. — Você tentou matar nosso filho e ainda por cima fez de prisioneira nossa filha?! Você tem problemas?!?!
— Eu sou do mal, lembra? — Tom Vader respondeu dando alguns passos para trás. Sentia que algo ali daria errado.
— Danny, querido, dê o travesseiro/sabre de luz para a mamãe, por favor. — -Amidala pediu com um olhar assassino para cima de Vader.
— Não posso acreditar que seu pai seja esse tipo de crápula, capaz de prender a própria filha.—Harry Solo comentou empunhando sua arma/travesseiro em direção ao homem malvado.
— Tom Vader, desta vez não há escapatória! — Obi-Wan- ameaçou também, unindo-se aos outros dois.
— Papai tá encrencado! Papai tá encrencado! Papai tá encrencado! — Danny cantarolava divertido.
— AAHH!!! — saiu Vader gritando como um verdadeiro mestre do mal.
— SEU PAI DESNATURADOO!! — gritaram -Amidala, Obi-Wan- e até Harry Solo com armas em punho.
— Porradaaa!! Porradaaa!! Porradaaaa!! — incentivavam Danny e -Léia.
— Vai um salgado aí? — perguntou R2-D2 Poynter, retirando um aperitivo de seu compartimento traseiro para assitir a luta.
— Bem feito. — -Amidala disse dando um leve pedala em Tom Vader.
— Quê? Não vai me matar?!
— Deveria. Mas antes de tudo, quero a família unida. — suspirou o clone.
— Como assim, não vai rolar porrada?! — Obi-Wan- perguntou decepcionada.
— Não! Vamos ser todos uma família intergaláctica feliz! — concluiu feliz -Amídala.
— Pow! Esse vai ser o final da história? — Harry Solo reclamou. — Sem sangue, sem luta?!
— Não seja por isso. — disse -Amidala.
Ela terminou de dizer e acertou Harry Solo com o travesseiro/sabre de luz. Harry Solo sacou sua arma/travesseiro e acertou-a.
Assim, os dois começaram uma luta e os outros ao redor foram tomando partidos, alguns ajudavam Harry Solo e outros -Amidala.
Foi assim até que ninguém mais sabia de que lado estava e todos atacavam todos, às vezes fazendo parceria com uns ou traindo outros.
Eles continuaram nessa luta por certo tempo até um por um cair deitado ou sentado no chão, cansados de tanto guerrear.




Capítulo 22 - Contando os dias até lá

Chegaram à casa das meninas e subiram as escadas da garagem que permitiam acesso à sala. Muitos se jogaram no sofá para descansar até ouvirem alguém descer as escadas: Fletch.
— Divertiram-se? — ele perguntou quando viu todos exaustos.
— E como!!! — respondeu Dougie vibrante. Sentia-se satisfeito por ter tido um dia tão “normal”, fazia muito tempo que eles não podiam fazer algo assim. A fama por ter uma banda já os impossibilitava de saírem para lugares comuns, pois havia o risco de serem reconhecidos e uma legião de fãs os perseguirem, mas a maldição só piorara tudo isso. Estiveram reclusos por muito tempo e isso os frustrava.
— Realmente, foi muito divertido. — comentou tão cansada, que seus olhos estavam difíceis de manterem-se abertos.
— Temos que preparar a janta, né, gente? — perguntou , sabia que era ela quem normalmente cozinhava, mas considerou se teria a sorte de outra pessoa se oferecesse para preparar em seu lugar.
— Verdade, vai lá, . — disse, fazendo joinha para a amiga.
— Se quiserem, eu posso fazer... — Fletch disse e ganhou a aprovação de todos.
— Dude! No fim das contas, quem ganhou a luta? Qual lado da força? — perguntou Tom.
— Acho que foi mais um empate. — opinou .
— Não seja por isso! — Dougie disse, já com idéias novas em sua cabeça. — Vamos repetir a dose outro dia e aí tiramos o desempate.
— Curti a idéia! — Danny comentou animado.
— Hoje foi um dia bem legal mesmo. — Harry começou a falar. Ele queria agradecer as meninas, mas estava um pouco envergonhado. — Obrigado.
— Obrigado mesmo, meninas. — Danny agradeceu também e foi seguido pelo outros dois flyers. — Pareceu um dia normal, fazia muito tempo que não era assim nossa “rotina”.
— Ah!! — finalmente manifestou-se e olhou rápido para . — Lembrei de uma coisa: CUPIM!!
— Hein? — todos os demais disseram, até mesmo .
— Vocês têm cupim nesta casa? — arriscou Dougie, apesar de que ele não ficaria muito impressionado, tudo que uma casa poderia, aquela de tinha.
— Ahhhh, já sei. Nossa, verdade, nos esquecemos completamente do Cupim. E acho que o Washinton também está lá! — disse, pondo-se de pé e, junto com , saíram correndo escada acima.
— Alguém entendeu? — Harry perguntou confuso, arqueando uma sobrancelha. E todos responderam negativamente com a cabeça.
Todos tiveram preguiça demais de ir atrás das duas para entender aquilo que eles julgaram ser uma conversa em código, já que não tinha sentido nenhum para eles. Fletch apareceu na sala um tempo depois os chamando para jantar, ele tinha preparado algo muito familiar para todos:
— Miojo?! — Dougie comentou surpreso. — E eu que pensava que você sabia cozinhar mais que a gente.
— Eu também pensava isso. — Danny comentou, encarando seu prato de comida e assoprando a sopa.
— Quem não quiser, não coma. — Fletch respondeu um pouco ofendido.
— Não se preocupe, Fletch, aposto que está uma delícia. — disse sorrindo para o empresário. — Meninos, parem de reclamar e comam, poxa, o Fletch teve todo o trabalho de fazer.
— Fazer miojo não dá trabalho... — Tom respondeu debochando.
— HEY!! Venham ver issoo!! — e gritaram desde a sala.
Todos se encaram, imaginando o que poderia ser, largaram seus talheres e guardanapos e foram para a sala ver o que a duas garotas queriam mostrar. Um sorriso enorme instalou-se nos rostos de Danny e Tom quando viram dois violões, cada garota segurando um.
— Permitam-me apresentar, este é o meu violão, o Cupim. Ele tem esse nome porque cupins o invadiram e ele também faz o som de um chocalho por culpa deles. — disse, dando a demonstração do que dissera ao chacoalhá-lo um pouco.
— E este é o meu violão, Washinton e o apelido dele é Ton, porque a disse que o nome dele era grande demais. — disse rolando os olhos.
Elas entregaram nas mãos de Danny e Tom, que estavam maravilhados com a possibilidade de poderem tocar suas músicas neles. Fazia um bom tempo que não tocavam em algum instrumento e quando foram para casa buscar seus objetos pessoais, não tiveram tempo ou espaço nas malas para resgatar um deles. Harry e Dougie olharam felizes para os dois amigos, mas também se sentiram um pouco chateados por lembrarem que fazia tempo que não tocavam sua bateria e baixo, respectivamente.
— Hey, animem-se. — deu um soquinho de leve no ombro de Dougie. — A vai dar um jeito de arranjar uma bateria e um baixo pra vocês.
— Eu vou? — perguntou a garota. deu um olhar significativo para a amiga, que logo entendeu o que a outra queria dizer. — AHH!! Verdadeee... o maninho teve uma fase musical.
— Esse teu irmão já fez de tudo nesta vida? — perguntou Dougie incrédulo. — Eu sempre ouço você dizendo que seu irmão teve fase disso e daquilo.
— Verdade, qual é a fase atual do seu irmão, ? — perguntou Harry curioso. Do jeito que o irmão da garota parecia ser ele, poderia estar em uma fase completamente absurda agora.
— Ah, é porque ele queria se encontrar, pelo menos era isso o que ele dizia. — ela respondeu, tentando lembrar-se de todas as fases do irmão. — Bom, agora ele deu uma sossegada, está concentrado na faculdade e na irmandade na qual entrou.
— Se você considerar as festas intermináveis da irmandade um sossego... — falou, tentando abafar uma risada.
— Aeww! Vamos poder tocar à beça! — Danny comemorou contente e ansioso, seus dedos pareciam pegar fogo de tanta ansiedade.
— Vamos terminar de jantar primeiro! Senão pode esfriar. — Fletch recomendou. Tinha ficado feliz também por ver que seus rapazes tiveram um dia tão bom. Mas ele ainda tinha certa dificuldade de acreditar na solidariedade das garotas, ele não conseguia ser como o Danny ou o Dougie nessa questão.


— Boa noite, guys!! Boa noite, Fletch!! — disseram as meninas quase que em coro antes de irem para seus quartos dormirem.
Todos eles acenaram para elas e Fletch ficou um pouco preocupado quando a porta foi fechada e viu os rapazes dando um leve suspiro enquanto ainda encaravam onde as garotas estavam antes.
— O que foi isso? — ele perguntou. — Vocês sabem que elas estão fora de cogitação.
— Calma, Fletch. — disse Tom. — Não estamos apaixonados por elas.
— É verdade. — Dougie concordou.
— É só que elas foram... muito... — Danny olhou para Harry, acreditando que ele pudesse completar melhor a frase.
— Maravilhosas. — Harry disse. — Fala sério, quanto tempo fazia que não tínhamos um dia assim?
— Pela primeira vez, eu estou vendo o lado bom de estar amaldiçoado. — Dougie comentou, deitando-se no colchão e cruzando os braços atrás de sua cabeça.
— Qual o lado bom? — perguntou Fletch.
— Ahh, Fletch, pensa comigo. Estivemos vivendo como prisioneiros desde que este pesadelo começou e agora estamos quase que tendo uma vida normal.
— Nossa vida está longe do normal, Dougs. — Tom tentou corrigir o amigo.
— Eu sei! Mas pelo menos hoje chegamos bem perto.
— Se pensarmos bem, fazia muito tempo que não conseguíamos nos divertir como hoje. — Harry completou a fala de Dougie.
— Eu tô muidinho, mas tô satisfeito com o dia que tivemos. Nós saímos de casa, passeamos de carro, brincamos de guerra de travesseiro num parque, falamos baboseiras entre nós e com as meninas e ainda conseguimos tocar um pouco de música depois de séculos. Não era assim que eram para ser nossos dias? — Danny disse, lembrando-se de todos os bons momentos. E queria repeti-los muitas vezes mais.
— Eu sei que fui muito chato em relação a vocês saírem por aí nos últimos tempos, mas o que iríamos fazer se descobrissem? Tudo pode dar muito errado. — Fletch disse preocupado, encarando-os.
— Hey, Fletch. Não precisa se preocupar. — Tom disse. — Nós entendemos.
— Obrigado por tomar conta de nós, como sempre. — Harry disse, debochando um pouco no final.
— Valeu mesmo. Você só tem que aprender a confiar mais nas meninas. Elas só querem ajudar. — disse Danny. E teve o apoio de Dougie.


A segunda-feira chegou e com ela grande, correria na casa.
As garotas tinham finalmente terminado suas provas, mas todas precisavam ir para a faculdade ver a correção de suas provas e, talvez, chorar um pouco por nota. Eram boas alunas, mas chorar um pouco para conseguir uma nota melhor não fazia mal a ninguém.
Já Fletch traçava os planos de como seria a comitiva de imprensa que aconteceria na sexta-feira daquela semana, ele precisava encontrar um jeito dos meninos não serem perseguidos até a casa das garotas, do contrário, eles poderiam ser descobertos.
Quando chegava da faculdade, Fletch e ela treinavam juntos o que a garota iria dizer, para garantir que fosse o melhor encenado possível.
— Aff!! Eu não sei mais se consigo... — disse com medo na voz para Fletch. Já era quinta-feira e faltava pouco.
— Por quê? — perguntou Fletch surpreso, sentando-se no sofá da sala.
— Eu... eu não sou boa para falar em público! E eu vou aparecer falando em público na TV!! É pior ainda! — ela respondeu aflita. Começou a andar de um lado para o outro, coisa que fazia quando estava ansiosa, enquanto roia as unhas.
— Vai dar tudo certo. Na hora você vai estar disfarçada, ninguém irá reconhecê-la e vai ser rápido. — ele tentou confortar a garota.
— Chegamoooosss!! — gritou desde a garagem. Ela, , Danny, Tom e Harry tinham ido ao supermercado. Obviamente, com os garotos disfarçados.
— MA-OEEH!! — disse , imitando o Silvio Santos, ao chegar à sala com duas sacolas em mãos. — Como vão vocês, gente bonita?
— Pensei que tinham se perdido do jeito que demoraram. — Fletch disse debochando. — , vamos dar uma pausa, eu vou preparar um jantar que desta vez ninguém irá reclamar.
— Ai, Deus. — fez muxoxo, largando-se de qualquer jeito no sofá, ainda roendo o pouco que lhe sobrara das unhas.
— E... como está indo a nossa médica? — perguntou Tom de forma amistosa, sentando-se ao seu lado.
— Esta médica está querendo pedir demissão antes que acabe roendo o dedo inteiro de tanta ansiedade. — a garota respondeu, fazendo-o rir. — Aff... eu vou lá em cima treinar mais. — e foi subindo as escadas.
— Agora lembrei: Danny, você e o Harry já compraram as roupas? — perguntou , lembrando-se do comentário do garoto de que eles as comprariam.
— Putz!! É mesmo, eu falei que sabia onde comprar. — respondeu Danny, dando um tapinha na própria testa ao lembrar-se.
— Vamos lá hoje mesmo, Danny. — Harry disse. — , chaves? — ele estendeu a mão para a garota, que demorou um pouco a ceder e entregar-lhe as chaves.
— Cuidado com o meu bebê! — ela o advertiu.
— Bora lá! Dougie, Tom querem vir? — perguntou Danny antes de voltar à garagem.
— Na próxima. — Dougie respondeu e Tom disse o mesmo. — E a , sumiu?
— Deve estar lá em cima tomando banho. — disse enquanto zapeava com o controle remoto pelos canais da televisão.
— Eu vou dar uma mãozinha pro Fletch na comida, alguém mais quer se voluntariar? — perguntou antes de entrar na cozinha e recebendo três nãos.


A sexta-feira chegou mais rápido do que imaginaram. As garotas estavam em seus quartos trocando de roupa. e , que seriam as enfermeiras em um; e , que seriam a segurança e a médica, em outro. Elas estavam quase prontas quando notaram algo muito peculiar nas roupas que trajavam.
— JJJOOOOOOOOONNNNNNNNNNEEEEEEEEESSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!!!
— Eita!! O que foi isso?!?! — perguntou Dougie assustado. Todos os rapazes, incluindo Fletch, esperavam prontos pelas garotas na sala.
— O que você aprontou, Danny?! — Tom perguntou rápido para o amigo.
— É... eu acho que elas notaram. — Harry cruzou os braços e balançou negativamente a cabeça.
— Poxa!! Sempre eu! — Danny reclamou.
— O que você aprontou, Danny?!?! — perguntou Tom mais uma vez.
— Nada que você não vá gostar de olhar! — Danny respondeu. — Será uma visão interessante, digamos.
— Onde você o Harry compraram os disfarces? — perguntou Fletch, tendo uma idéia do que podia ter acontecido.
— Ahhhnnnnnn... numa... loja... de muito bom gosto... ? — respondeu Danny, escondendo-se atrás de Harry, com medo dos olhares dos outros três sobre ele.
— JOOOOOOOOOOOOONEEEEEEEEEEEEESSSSSSS!!! — gritaram e assim que chegaram à sala e todos os meninos olharam-nas de queixos caídos.
— Admita!! Vocês compraram essas roupas numa:... Sex Shop!!!! — apontava acusadoramente para o rapaz que ainda escondia-se atrás do baterista.
— Eu vou matar você e o Harry por comprarem isso pra gente!! — ameaçou assassina.
Elas eram duas lindas enfermeiras com perucas loiras bem colocadas e com uma maquiagem média e roupas bem... curtas. Vindas de uma verdadeira fantasia com enfermeiras, elas trajavam algo parecido com um vestido da cor rosa claro, havia certo decote na área do busto e a partir da cintura, o vestido era meio rodado e não chegava nem até a metade da coxa, mais as meias 7/8 da mesma cor rosada. Mesmo sabendo que se supunha que elas vestiriam um disfarce bom para enganar a todos, nenhum dos homens ali presentes mostravam-se muito bravos com as compras feitas por Harry e Danny.
— Com enfermeiras eu já tinha ouvido falar, mas vocês são tão doentes assim para terem fantasias com seguranças? — perguntou , descendo os últimos degraus da escada e causando o mesmo efeito nos rapazes que as outras duas garotas.
Ela estava de segurança, mas teria que evitar qualquer movimento muito brusco com a super-ultra-micro-saia preta que trajava e que fazia conjuntinho com um blazer preto extremamente justo ao seu corpo e por debaixo dele, uma regata branca.
— Estou pronta! — chegou à sala calmamente e surpreendeu os rapazes e as outras garotas. Trajava um jaleco branco com todos os botões fechados, era um tanto largo para a menina e terminava próximo de sua batata da perna.
— Eu pensei que vocês tivessem comprado todas as roupas numa Sex Shop. — disse enquanto tentava imaginar o porquê da roupa da amiga não revelar nada como fazia a sua.
— E ele comprou. — disse antes que Danny pudesse responder. — A minha sorte é que a faz faculdade de Farmácia e tem que usar avental. Aí eu peguei o dela, porque o avental desse conjunto é minúsculo. — a menina completou sorridente por ter tido uma idéia brilhante.
— ...no três? — perguntou com um sorriso de fuinha no rosto e tanto quanto sorriram para a amiga. — TRÊÊSS!!
Elas avançaram para cima de e conseguiram arrancar fora o avental da faculdade de . Assim, a médica trajava uma camisa social branca com os três primeiros botões falsos, o que criava um grande decote, sobre a camisa vinha um colete de cor escura, e uma ultra-mini-saia branca, mais um o curtíssimo avental que acabava um pouco antes da saia.
— Suas megerasss!!! — reclamou, ainda tentando se agarrar ao avental que lhe fora retirado.
— Quietinha aêê, mulher! Se nós temos que pagar esse mico, nós pagaremos juntas. — sentenciou, dando língua para a amiga.
— E vocês TODOS: parem de ficar babando, isso só torna as coisas piores, seu tarados!! — reclamou para que os homens parassem, finalmente, de encará-las como se assistissem a um filme pornográfico.
— Vou aplicar uma injeção letal no meu querido paciente. — disse olhando assassina para Danny.
— Bom... no paraíso eu já tô. Posso morrer feliz. — ele sorriu pastel, ainda encarando as meninas em seus micro-disfarces.
— Sorte a nossa que iremos em dois carros, porque nem sendo paga eu iria apertada no colo de marmanjo em um carro só e com uma roupa desta. — disse preocupada só de imaginar.
— Bo-bo-bom! — disse Fletch tentando voltar ao normal. — Danny e Harry: vocês virão comigo, e também. Consegui duas cadeiras de rodas para levar nossos doentes em tratamento. Já Tom e Dougie: vocês vão com e .


Capítulo 23 - Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série

— Mas eu realmente preciso falar com eles!! — gritava a garota que insistia em cruzar o espaço designado para as fãs. — Eles me conhecem!! POR FAVORRR!!!
A garota gritava e esperneava, sua ousadia era grande, tentara furar o bloqueio de segurança feito e também pular as grades colocadas. Mesmo sem perceber, ela estava começando a deixar outras fãs do McFly muito agitadas e já havia certa dificuldade em contê-las naquele lugar. Os integrantes da banda já tinham chegado fazia um pouco mais de meia hora para a coletiva de imprensa e eles, mais seu empresário e toda uma equipe de fotógrafos e repórteres de rádio, televisão e jornal, estavam todos juntos debaixo de um toldo. Em volta do toldo havia a equipe de seguranças e depois deles, as grades de ferro para conter os milhares de fãs que cercavam o lugar.
— Mas, Doutora Flamingo, como explica Danny e Harry terem adquirido essa doença? — perguntou uma das tantas repórteres.
— Viagens. Eles estavam em turnê quando começaram a sentir os primeiros sintomas da Doença do Pato. — dizia , como parte do disfarce, até sua voz estava um pouco diferente, fazia uma voz enjoativa e meio fanha.
— Mas graças a nossa querida doutora, nós já estamos muito bem! — Danny disse contente, sentado em sua cadeira de rodas e com uma roupa comum de paciente de hospital, Harry estava igual.
— Sim! — concordou Harry. — Em breve voltaremos à ativa e continuaremos com nossa primeira turnê mundial de onde paramos.
— Acho que todos os fãs de McFly ficam felizes em saber disso! — disse empolgada outra repórter.
— Um momento! Senhor Fletch, o senhor também esteve sumido esses dias, por onde andava? — perguntou um repórter do jornal.
— Bem, eu estava muito ocupado cuidando e me certificando que Harry e Danny teriam privacidade durante boa parte do quadro clínico deles. Nos dias que estive ausente, eu permaneci 100% do meu tempo ao lado deles. Por isso estive “desaparecido”, como quiseram noticiar na mída, mesmo isso não sendo a verdade.
— E como estão seus familiares? Já sabem que vocês estão se recuperando? Eles puderam visitá-los? — perguntou uma jovem repórter da televisão.
— Visitas foram estritamente proibidas nos primeiros dias de diagnóstico. Pois a Doença do Pato, em seus primeiros estágios, pode ser muito contagiosa. Assim, não permiti visita alguma, exceto dos senhores Fletch, Fletcher e Poynter, e mesmo assim, sob restrita segurança para não se contaminarem. — explicou , sua voz era tão entediante que cansava aos demais.
— Isso mesmo. — Tom comentou. — Mas durante esta semana, quando Danny e Harry saíram do isolamento, nós nos comunicamos com nossos parentes. — o loiro disse, lembrando-se do escândalo que tinha sido quando eles ligaram cada um para sua família na véspera da coletiva. Mães, pais, irmãs, irmãos nervosos por estarem tanto tempo incomunicáveis. Os jornais não paravam de noticiar que os integrantes do McFly poderiam estar desaparecidos e isso não ajudava muito a grande preocupação que acumulavam desde o sumiço dos garotos.
— Certo, infelizmente, teremos que encerrar agora. — Fletch disse. — Nossos baterista e baixista ainda têm que permanecer boa parte do tempo em repouso e cuidados médicos para não terem complicações ou recaídas. Obrigado.
foi rápida em postar-se logo atrás de Danny para poder encaminhá-lo, em sua cadeira de rodas, para a saída daquele lugar. fez a mesma coisa que a amiga, mas estava muito mais vermelha só de saber que um monte de fotógrafos tiravam fotos sem parar e ela estava com roupas muito curtas.
— Logo estaremos de voltaaa!! OH, YEAHHH!! — Danny disse antes de ser levado por .
— Um beijo e um queijoooo!!! — Harry despediu-se animado fazendo um sinal “V” com os dedos ao posar para uma foto.
— Bom, isso é mesmo tudo. — Tom disse posando para algumas fotos junto de Dougie, que quase não disse nada durante toda a coletiva.
— Não se preocupem! — disse acenando para alguns dos fãs ensandecidos atrás das grades. — Cuidaremos bem dos queridinhos da Inglaterra.
Algumas fotos mais e , como segurança particular dos McGuys, os escoltou pela difícil saída entre tantas pessoas.
A mesma menina que antes tentara pular a grande estava completamente louca no momento, dizendo que precisava falar com os integrantes da banda, a mesma fala de muitas outras fãs ao seu lado. Tal menina conseguiu incentivar um rebuliço ainda maior entre os fãs e logo um empurra-empurra começou, até mesmo os fortes seguranças que guardavam o local tinham dificuldade em controlar tanta gente. Assim, a saída dos rapazes tornou-se muito complicada de realizar-se até o final. Algumas barras de ferro foram derrubadas, guardas aglomeraram-se em torno dos rapazes atacados pelas fãs numa tentativa de conseguir algo deles.
— Vaii! Vaiii!! Vaaaaii!!! — gritava Fletch, ainda tentando chegar até aos dois carros contratados por ele.
Ele deu espaço para Danny, , logo seguidos por Harry e . Depois fechou a porta do primeiro carro e deu ordens para que o motorista desse a partida. O carro se foi. Então, ele seguiu para o segundo carro. Entrou no carro no lugar do carona e via Tom e Dougie já prestes a entrar também, atrás vinham e por último, . Fletch disse para o carro seguir ao ver as meninas subindo. E foram também.
— NÃÃOO!! — gritou quando fecharam a porta do carro. — Pare o carro!!! Ainda falta a !!
— O quêê?!?! — perguntaram os rapazes ao lado dela, assustados.
— Puxaram-na e ela não conseguiu entrar no carro. Moço! Pare e volte, por favor. — a menina explicou.
— Não há como voltar! — disse o motorista aflito só com a idéia. — Está muito cheio. CAOS!
— Mas...! Mas...! Não podemos deixá-la lá! — a menina olhou desesperada para Dougie e Tom, que não sabiam o que fazer naquela situação. — Então, pare que eu vou descer!
— Tá maluca, é?! Você não viu como está lá, não? — perguntou o motorista.
— Vamos ir para casa. — Fletch disse sério. — Sem discussão. Depois pegamos o carro de vocês e a buscamos. Ela vai ficar bem.
— Não podemos deixá-la! A menina pode ser pisoteada por aquelas cavalas, vulgo fãs! — tentava argumentar. — Me deixe sair desse carro! Eu não vou abandonar minha amiga!
, calma... — Tom a segurou pelos ombros calmamente. — Vamos fazer como o Fletch disse, voltar para casa e aí a gente procura por ela. Vão reconhecer este carro se dermos meia volta.
— A vai ficar bem, . — Dougie disse, também tentando confortar a garota que tinha algumas lágrimas nos olhos pensando aflita na amiga deixada para trás.


— AAAHHH!!! — gritou quando sentiu um forte puxão e a mão que tinha dada com soltou-se. Ela perdeu o equilíbrio e viu a porta do carro fechar-se bem em frente ao seu rosto e o carro sair do acostamento em uma velocidade alta atrás do outro carro. — DIACHO! Quando eu descobrir a bruxa que me fez isso! — praguejou a menina.
O desespero das fãs ainda seguia e o empurra-empurra também, estava difícil até mesmo de manter-se de pé e isso se mostrou mais ainda complicado quando sentiu o peso de uma pessoa caindo sobre ela. Uma mão tentou se apoiar em seu corpo e sentiu um puxão em sua cabeça, não tinha doído, mas ela já imaginava que a peruca ruiva que usava não estava mais cobrindo suas verdadeiras madeixas. Não seria um verdadeiro problema esse fato, mas a garota que tinha puxado sua peruca encarava-a muito surpresa.
— Diacho! — disse outra vez. Estava na cara que a outra garota achara muito estranho uma segurança utilizar peruca, a não ser que tivesse algum motivo escondido.
— I-i-isso é seu? — perguntou a garota com a cara estranhada. Seguranças particulares precisam de perucas?, pensou a garota, dando um sorriso para quando esta pegou de volta sua peruca. Elas voltaram a ficar de pé quando boa parte da massa apaixonada por McFly tinha corrido na mesma direção dos carros, acreditando mesmo que poderiam alcançá-los. Alguns repórteres desmontavam toda a aparelhagem utilizada para conseguir as melhores imagens, outros finalizavam suas matérias dando um breve resumo de como fora desastrosa a saída da banda após a coletiva e outros tentaram a sorte em ir atrás dos dois carros numa tentativa de descobrir onde era o hospital.
— Você trabalha para eles, não é mesmo? — perguntou a garota, aproximando-se muito rápido. — Eu tenho muito que falar com eles, não sou uma fã como essas outras. Você precisa me ajudar a chegar e falar com eles!
— Ahnnnn... — estava preocupada com a forma que a garota segurava fortemente seu punho. Sabia que não podia fazer isso que pedia a menina. Ela dizia tudo com um tom meio misterioso e parecia bastante nervosa e isso só fazia ter mais medo dela. — Desculpe! Mas eu tenho que ir.
conseguiu se livrar do agarre da menina e saiu correndo no sentido oposto aos que os carros seguiram. Ela achou melhor se aproveitar de seu bom desempenho físico e correr por um caminho maior, mas que, caso fosse seguida pela menina maluca, poderia despistá-la antes de realmente chegar à casa. Sua sorte era que tinha um bom equilíbrio para correr com saltos altos, agora, quando se tratava de ficar parada em um lugar só ou estar com calçados de salto baixo, ela conseguia sempre desequilibrar-se e cair.
A menina, a considerada maluca, correu em disparada atrás de . Ela corria alguns passos atrás da falsa segurança particular e tratava de fazer tudo o mais discretamente possível, sendo que não obteve muito sucesso nas primeiras quadras. Correndo um pouco mais, chegou a umas quadras paralelas e perdeu a segurança de vista. Isso fez acreditar que já não era mais seguida. Porém, a jovem maluca reencontrou-a em outro ponto da rua, quando já estava prestes a desistir.
Ela parou perto de uma árvore bem grande que ficava do outro lado da rua onde estava , parando bem em frente a uma casa um tanto antiga, em um pequeno elevado de terra. Viu a segurança apoiada sobre seus joelhos para tomar ar. A porta da tal casa abriu-se rápida e três garotas escandalosas saíram pelas escadas na entrada de fora da casa e, então, pelo caminho de pedra que ia desde as escadas até a calçada da rua. A menina estranhou um pouco, e sentiu já ter visto duas das garotas que vestiam dois casacões bem largos, mas que permitiam ver suas meias compridas na cor rosa claro.
— Da mesma cor que a das enfermeiras de Danny e Harry. — pensou alto a menina que assistia tudo a distância. — O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI AFINALLLL?!?!
Gritou a menina e logo se jogou atrás da árvore, pois as quatro garotas olharam em sua direção. Em razão disso, a jovem não viu a saída da casa de quatro rapazes e um senhor mais velho que cumprimentaram a .


— COMO ASSIM?!?! — gritou quando lhe contaram a notícia.
— É o que eu te disse. — Fletch disse, tentando manter a calma das garotas.
— Já estamos em casa, os garotos estão entregues são e salvos, podemos ir resgatar nossa amiga agora?! — perguntou nervosa após ouvir que mesmo sabendo que tinha ficado para trás, Fletch deu ordens para que seguissem até em casa.
— Eu sinto muito, garotas, mas não seria fácil de encontrá-la no meio de tantas pessoas. Aquilo virou uma zona na hora da saída. — Fletch tentou desculpar-se, mas não pareceu ser ouvido por alguma das garotas.
— Toma! — entregou dois casacos para e e vestiu o jaleco da faculdade de . — Não vamos sair assim para procurá-la, né?
— Nós vamos com vocês!! — Dougie disse antes que elas pudessem sair de casa.
— IDEM!! — Danny disse, erguendo o braço como se respondesse a uma chamada. — Depois teremos uma conversa séria com o senhor, senhor Fletch. Nunca se deixa um companheiro para trás.
— O resgate da soldada . — disse Harry brincando. — Vamos lá resgatar a moça!
— E vão sair assim? — perguntou Tom ao notar que todos eles não estavam disfarçados como pessoas normais para sair na rua e não serem reconhecidos. Ainda mais Danny e Harry, que pareciam pacientes de hospital.
— Vocês ficam e nós vamos. Manteremos vocês informados. — advertiu .
— HEYY!! Ela está ali em frente de casa!! — gritou Dougie após ir para perto da janela olhar as meninas saírem.
— COMO?! — gritaram as meninas, que já estavam prestes a descer as escadas para a garagem e mudaram seu rumo para porta da entrada. Foi quem abriu de supetão a porta.


As meninas deparam-se com parada em frente à casa, cansada, respirando pesado e apoiada sobre os próprios joelhos.
!!!! — gritaram as meninas quando a viram. E saíram correndo em sua direção para abraçá-la. Ficaram preocupadas com a ideia da amiga sofrendo horrores, deixada para trás nas mãos das fãs malucas.
— Tá tudo bem contigo, miga? — perguntou segurando seu rosto com ambas as mãos e garantindo-se de que a amiga não tinha nenhum machucado.
— Eu estou legal! Não se preocupem. — ela respondeu rindo de todo aquele “auê” por ela. — Estou legal, sério.
— Sorry, ! Eu juro que tentei fazer o carro voltar, mas não deixaram!! — disse preocupada e com certo peso na consciência.
— Não tem porque, mulher. Não ia ter como me salvar naquele monte de gente, iam acabar cercando o carro e os guys não chegariam em casa sem que os repórteres descobrissem onde eles realmente estão.
Todas pararam de conversar e olharam para o outro lado da rua quando ouviram algo que parecia um grito vindo do outro lado da rua, mas parecia não haver ninguém lá. Elas deixaram de olhar quando escutaram outra coisa: vozes, e muito perto delas.
— Aeew! !! Você voltou, então você conseguiu voltar são e salva também! — Danny exclamou, saindo de casa com a peruca colocada de qualquer jeito.
, peço desculpas sinceras por não termos resgatado você. — Fletch disse, estava sentindo-se culpado com os olhares assassinos que as outras três amigas da menina lhe lançavam.
— Não se preocupe, Fletch. Águas passadas. — disse simplesmente sorrindo.
— UHULLL!!! Temos agora que comemorar que a coletiva deu certo, todo mundo acreditou, e que nossa voltou para casa!! — gritava Danny animado. — Isso pede um banquete!! — ele pegou pela mão e a levou para a cozinha, aonde iriam juntos preparar bebidas e comidinhas para celebrar o trabalho bem feito.
— EBA!! , já que vamos comemorar, por que você não prepara aquelas batidas da receita da tua mãe? — perguntou animada para a amiga.
— Hummm, eu faço! Faz tempo que não bebemos aquilo. Quem se habilita? — perguntou e Dougie levantou seu braço. Foram juntos para a cozinha, onde já estavam Danny e , para preparar batidas.
— Nada contra a batida da mãe da , mas eu acho que vou preferir mais as bebidas que a e o Danny irão preparar, sabe, ? — disse rindo e fazendo sinal com a mão dela bebendo algo de uma garrafa.
— Hey, hoje é sexta, não é? — perguntou Harry. — É o dia daquela Sextas do Filmão, né? Que tal se nós aproveitarmos e formos alugar algo?
— Boa, Judd! — Tom o elogiou, dando um soco fraco no ombro do amigo.
— Vamos! — e disseram em coro. Logo, eles quatro foram até o outro lado da casa onde estava a entrada da garagem para irem de carro até a vídeo locadora.
— Tomem cuidado! — aconselhou Fletch antes de acenar para os quatro e entrar de novo em casa.
— EU DIRIJO!! — Harry gritou.
— Droga! — Tom praguejou.
— CARONAAA!! — também gritou, adiantando-se para conseguir o lugar que queria.
— Quem gosta de ir no carona é a , mulher. Eu prefiro ir lá atrás, mesmo. — respondeu rolando os olhos.


— Ok, tem algo muuuuuuuiiiiiiiiiito estranho acontecendo por aqui. — disse a menina vendo dois casais irem para um lado da casa e alguns minutos depois, saírem com um carro. O estado do carro não condizia em nada com o estado da casa, ela notou. — Esses retardados contaram para quatro garotas sobre a maldição?!
A menina esperou até o carro sair da rua e já não estar mais a vista. Então, com cuidado, correu até perto da casa. Tentou ver se alguém estava na sala através da janela, mas a cortina clara que tampava a visão não dava nenhum indício de sombra de pessoas. Ela seguiu até perto da cerca que dividia a casa com a do vizinho e notou algo interessante, chegou até mais os fundos da casa, sem fazer qualquer barulho, e viu a robusta árvore e que um de seus galhos ia até perto da janela de um dos quartos do segundo andar da casa. Um plano se formou em sua mente. Quando a noite chegar e elas estiverem dormindo, eu irei ter um papo sério com esses dudes!, pensou a menina.




Capítulo 24 - Tudo é possível, apenas não muito provável

...ahnnn...QUE ACHA DESTE AQUI?! — Harry pegou o primeiro DVD que achou em uma pilha perto do balcão.
A menina olhou um tanto assustada para o jeito estranho do baterista e fechou a cara ao ver o DVD que ele lhe indicava. chegou por trás de e olhava para Harry com olhos de estranhamento.
— Estou vendo que nossas roupas te deixaram “animadinho”, senhor Harry. Tsc, Tsc, que feio. — disse a menina recém-chegada.
— “A colegial que levou pa-HAAARRRYYYYY”!!! — Tom repreendeu o amigo quando chegou perto dos três e começou a ler em voz alta o título da fita pornô.—O que você está mostrando para as garotas?!?!
— OPS!! NÃO!! Não era isso, não!! Peguei sem querer. — ele respondeu nervoso quando viu a capa do DVD e o jogou para longe de si. Na verdade, ele queria ter uma conversa particular com . Queria ter falado antes, mas nunca achava o momento certo, por isso mesmo decidiu parar de esperar e criar o momento. E mesmo assim, não estava tendo sorte.
Ele aproveitou que Tom ia para um lado e para outro, e puxou para a parte da locadora onde havia um espaço para sentar e tomar um café. Como um cavalheiro, ele ofereceu-se para comprar algo para beberem.
— Aqui está. — disse Harry, colocando as duas xícaras sobre a mesa. O dele um cappuccino gelado, o dela um café mocha. — , eu estava querendo falar com você.
— Sobre...?—ela pensou que seria sobre o selinho deles no parque, mas queria ter certeza primeiro.
Aquilo do parque, o que aconteceu... foi... — ele deu um gole no café. Como completar?, pensou ele.
— Um acidente? — completou sem muita firmeza em suas palavras.
— Algo não planejado, eu diria. Enfim, desculpa qualquer coisa, aí. — ele disse, coçando a nuca. Não sabia direito como falar, não era bem por esse caminho que ele queria que a conversa fosse, mas não tinha dado sorte. percebeu o desconforto do rapaz. Talvez aquela situação fosse para ele muito mais constrangedora do que ela pensava. Certo, eles trocaram um selinho quando ele estava na forma de um macaco, mas nem por isso sua mente deixava de bombardeá-la com a ideia: Eu beijei Harry Judd!
E por mais que a ideia lhe deixasse contente, ela julgou ser melhor deixarem aquele assunto no passado e seguirem em frente, como duas pessoas que nunca trocaram um selinho em um parque:
— Sempre que me dizem isso eu fico meio encucada. — disse sorrindo, e com esse comentário captou a atenção do baterista. — Como assim “Desculpe qualquer coisa”? Será que tem mais de uma coisa para desculpar e eu não estou sabendo?? Tipo, se nem ela sabe pelo quê ela está se desculpando, imagine eu!
Harry viu graça na paranoia da garota e percebeu naquele instante como a risada dela era contagiante. Ambos riram do comentário e seguiram tomando o cafezinho, esperando pelos outros dois amigos encontrarem um bom filme.



— Acoooooooooooooooordem! — tentava acordar os dorminhocos.
O filme já tinha acabado, “Senhor dos Anéis 3”, e todos estavam dispostos da melhor forma que conseguiram encontrar. No sofá de três lugares, estava deitada até metade do sofá com os joelhos flexionados e na outra metade estava Dougie, babando. No sofá de dois lugares, reclinável, estavam e confortavelmente deitadas. Antes do filme começar, os rapazes tinham trazido para a sala os colchões nos quais dormiam, quatro camas de solteiro, que eles colocaram colados um ao outro. tentou acordar todos por algum tempo, mas nem ela mesma tinha energia para insistir por muito tempo, voltando a dormir após desligar a televisão e o aparelho de DVD, tudo via controle remoto.
Depois de um bom tempo, quando todos já estavam dormindo profundamente, algo despertou Danny.
— Harryy... — ele disse baixo, com a voz bastante sonolenta, para o amigo ao seu lado. — Tá acordado? Eu tô ouvindo sons meio estranhos.
— Hummmm... — Harry custou a se virar para poder encarar o amigo. — Agora que você falou... também estou ouvindo coisas. Mas deve ser o alguém daqui da sala que foi ao banheiro ou o Fletch.
— Não. Todo mundo aqui está dormindo, quer dizer, menos nós dois. E o Fletch, normalmente, dorme a noite inteira como uma pedra.
— Está achando que alguém pode ter... — Harry começou a dizer e o amigo o interrompeu.
— Um invasor!! — o guitarrista levantou-se em um pulo na cama e o outro amigo também ao deduzirem a possível situação. — Tooom, acoooorda. — ele insistia em chacoalhar o ombro do amigo ao seu lado.
— Oooiiiioooiiiooooooiiooi... — disse o menino sonolento, não compreendendo nada.
— Acho que temos um invasor na casa! — Danny conseguiu sussurrar desesperado. — Vamos lá ver.
— E o Dougie? — perguntou o loiro quando viu que o baixista ainda dormia alheio aos fatos.
— Até parece que ele iria topar subir conosco. — Harry brincou e eles riram em silêncio. O fato de saberem que não podiam rir só fazia a vontade aumentar.
Os meninos levantaram-se e Tom aproveitou para recolar , que ficou ao seu lado durante o filme, de volta no colchão de solteiro da ponta — a menina estava quase toda deitada no chão. Eles três foram subindo silenciosamente pelas escadas que levavam ao segundo andar, olharam para o corredor com os três quartos e um banheiro. De um deles vinham certos sons de alguém andando, os três rapazes deduziram que vinha do quarto de e então lembraram-se da árvore no quintal que dava acesso à janela do quarto da moça.
— Vai que é tua, Tom. — Danny incentivou.
— Ôôô, mania dos infernos! — reclamou o loiro, estavam logo em frente à porta do quarto da garota.
— Não se preocupe, nem temos certeza mesmo que é um invasor... pode ser só o Fletch. — disse Harry bocejando e de braços cruzados.
— E o que ele estaria fazendo no quarto da ? Roubando calcinhas?! — Danny perguntou confuso com a probabilidade. Não, o empresário deles não podia ser tão tarado assim, podia?
Tom criou coragem e abriu devagar a porta, a luz estava acesa e eles não tiveram muito tempo para analisar o que acontecia dentro do quarto, pois um vulgo veio para cima deles três.


— AAAAAHHHHH!!!! — gritava e pulava a menina de emoção, trazendo os meninos consigo para dentro do quarto, em um forte abraço.
— Invasoraaaa!! — Danny gritava, ele chocava sua cabeça com a dos os outros dois amigos e aquilo era incômodo.
— Seus desgraçados!! Como conseguiram?! — perguntou a menina finalmente soltando-os um pouco para olhá-los de cima abaixo.
— Conseguimos o quê? — perguntaram todos em coro, ainda quebrando a cabeça para assimilar o que estava acontecendo e quem era aquela garota.
— Sair da maldição!
Os três rapazes estavam petrificados, eles trocaram olhares cúmplices entre si pensando no que dizer. Nunca tinham visto aquela garota e, tirando as quatro meninas adormecidas no andar de baixo, ninguém mais sabia da maldição. A tal intrusa foi andando até a cômoda onde várias peças de roupa estavam reviradas nas gavetas e de lá tirou um mini-shortinho, vestiu a peça de roupa, depois jogou longe a camisa branca gigante que usava. Detalhe: ela não usava nada por debaixo da camisa.
— E aí, não vão me responder? Por que ficaram mudos? — ela perguntou com ambas as mãos na cintura e percebeu os olhares impressionados dos garotos para a região de seu busto.
— Enormes, não são? — ela comentou e com um dedo cutucava um de seus seios.
— Annnnhhhh...isso não dói, não? — perguntou Danny meio incerto. Aquela garota não podia ser normal.
— Na verdade, não. Quer tocar? — a menina perguntou sorrindo pastel.
— GAROTA!! Pegue suas roupas de volta e dê o fora desta casa!! — Tom começou a advertir a garota. Que menina perguntava para um cara se ele queria tocá-la na região dos seios? — Você deve estar muito bêbada ou cheirou muitos gatinhos para estar dizendo essas coisas.
— Annhhh, acho que o Tom tem razão. — Harry pensou bem. Como ter certeza se a menina não era menor de idade ou se aquilo era o Punk’d da vida? — Você deve estar bem doidona.
— Duuudees! — a menina caiu no chão de tanto rir com a reação dos garotos. — Não conseguem me reconhecer?
— Não é possível...é?!?! — Danny foi o primeiro a dizer após olhar bem de perto para a garota.
— Ahhh, eu não acredito!! — Harry ficou pasmo.
— Com tanta coisa pra você virar!...Você foi logo virar... isso?! — Tom disse, tampando a boca.
— Pois é. Poxa! Demoraram um pouco, mas finalmente conseguiram. — a menina, que ainda não vestia nada na parte de cima, comemorou.
— Uma mulher... — Danny disse impressionado.
— Você se transforma... — Harry tentou completar em sua cabeça a lógica, mas isso era impossível.
— Em uma...mulher... — Tom, agora mais branco do que já era, disse antes de todos os três gritarem em coro o que eles já tinham constatado.
— JAMES BOURNE VIRA UMA MULHERRRRRRRRRRR?!?!?!?!


acordou cedo, ela acreditava ser cedo, pois era sábado e qualquer horário para se acordar nesse dia é cedo. Ainda sentia sono e pensou em dormir mais um pouco, até o momento em que ouviu risadas escandalosas vindas do andar de cima. Ela olhou bem pela sala e viu que , , ainda dormiam por ali, então, de quem era a risada de mulher que ela escutara? Antes de se preocupar em reunir várias possibilidades do que poderia estar acontecendo, ela decidiu acordar a todos.
— Cinco minutinhos, mãe! — reclamou, virando-se para o outro lado.
— ACOOORRRDEEEMMMMMMMMM!!! — ela gritou quando viu que nenhum mexia um músculo.
— Ainnn, o que aconteceu? — perguntou Dougie, meio mal-humorado por terem interrompido seu sono.
— Dougie, os rapazes convidaram alguma mulher para vir aqui em casa depois que caímos no sono? — perguntou direta.
— Não, todo mundo caiu no sono junto. — ele respondeu, tendo vagas lembranças da noite passada.
— Eu acho que os ouvi falando que tinham de ver algo lá em cima, mas não ouvi direito o quê. — comentou bocejando.
— Ao invés de ficarmos aqui nos perguntando, não é melhor subirmos e ver com nossos próprios olhos? — perguntou.
— É uma boa idéia. — concordou e todos foram seguindo juntos para o andar de cima. — É do seu quarto que vem a zona, .
— Por que justo o meu? — perguntou a menina frustrada só de imaginar o que poderiam estar aprontando.
— Aposto que a culpa é do Danny. — Dougie comentou.


suspirou séria, não queria garotas desconhecidas em sua casa, ainda mais uma escandalosa. Abriu por completo a porta do quarto de — que já se encontrava entreaberta. Dentro do quarto, estavam Danny, Harry e Tom, mais uma menina loira de cabelos curtos vestindo apenas um short e sem nada na parte de cima. Todos estavam sentados em uma rodinha no chão e cada um segurava um copinho da bebida preparada no dia anterior, bêbados e rindo sem parar.
— Vocês estão encrencados! — Dougie caçoou dos amigos quando percebeu a cara de brava das garotas.
— DOUGIE!!! — disse a menina muito sorridente, caindo no chão de tanto rir e derrubando sobre si mesma um pouco da bebida.
— Vocês se conhecem? — perguntou com cara de poucos amigos para o baixista, que foi rápido em negar com a cabeça.
— Ok, vocês têm dois minutos para me explicarem quem é essa garota, por que ela está parcialmente pelada e por que vocês estão bêbados a esta hora da manhã! — disse batendo forte o pé no chão e esperando pelos rapazes começarem a dizer algo.
Não foram esperados nem 30 segundos, pelo tanto que riam, não conseguiram formar uma frase sequer. foi a primeira a perder a paciência e sentenciou o veredito final para acabar com aquela situação: chuveiro!


— Ah, isto está impagável. — disse Dougie rindo, na entrada da porta do banheiro.
Ele tinha ajudado e a levarem os rapazes até o banheiro, depois elas os colocavam debaixo do chuveiro. Eles voltavam a ser animais: um pato, um macaco e um gato. Todos os animais andavam em zigue-zague. Enquanto isso, no quarto de , e tentavam descobrir quem era a garota, e também colocar uma camisa nela.
— Depois dessa é que eu não acredito mesmo em tudo o que as revistas dizem. — suspirou cansada. — Cara!! Sempre falaram que este daqui nunca ficava bebia!! — disse a garota apontando para o gato largado no chão, deitado de qualquer jeito.
— Ahhh, pelo menos nos outros as revistas acertaram. — comentou.
— Outros?! Como assim?! Eu nunca fico bêbado. — Dougie disse, fingindo-se ofendido e cruzando seus braços.
— Nunca confie num homem que bebe. — disse como se recitasse um provérbio.
— Pois pode me chamar de bêbado, vou negar até a última dose! — o baixista respondeu triunfante, fazendo as meninas rirem.
— Esses dudes não aguentaram 5 rodadas de vira-vira, não creio. — disse a garota rindo. — Estão muito fracos para a bebida. Apesar que o Tom nunca foi de beber muito mesmo... — disse a menina já recuperada do riso.


Depois de algum tempo — e insistência beirando a violência —, e convenceram-na a colocar uma camita para ficar mais apresentável. Não estavam mais no quarto — com exceção dos três em formas animalescas. Acabaram por decidir que o melhor seria ter uma conversa com a misteriosa garota na sala. Todos a espera de saber quem seria aquela garota.
— Enfim, creio que a pergunta que não quer calar no momento é: — disse , sem muita paciência, não tinha ido com a cara daquela moça. — Quem é você?
— EEIIII!! — interrompeu a pergunta de efeito da amiga. — Você não é a menina que ficou me perseguindo depois da comitiva do guys?!?! — ela finalmente se lembrara de onde parecia conhecer aquela garota.
— Uhum. Sim, era eu. Eu te disse que tinha algo sério para falar com eles. E para responder a sua pergunta, mocinha, — ela voltou a encarar . — prepare-me um pouco de água quente que eu poderei mostrar, o que é muito melhor.
— Água quente...? — todos disseram em coro, sem entender direito.
— Você também está amaldiçoado? — perguntou .
— NÃO!!!!!!!!!! — Dougie gritou surpreso quando entendeu tudo e todos o olharam.
— Agora você já me reconheceu, não é, Poynter? — perguntou a garota, piscando em sua direção.
— Ferve logo essa água, mulher, que eu não estou entendendo mais nada! — disse nervosa para , que saiu em disparada para a cozinha.
— Então... você conhece os guys, também está amaldiçoado e... — tentava completa seu pensamento.
— E finalmente os encontrei. Eu nunca imaginaria que eles estariam na casa de simples fãs.
— Cuidado, JB, estas “simples fãs”, são as que descobriram como reverter o nosso estado de transformação. — Dougie disse sorrindo e fazendo , , e sorrirem automaticamente pelo comentário.


“Onde estamos?”, perguntou Danny.
Os rapazes, que não estavam tão bêbados quanto imaginaram as meninas, começaram a recobrar a consciência depois de certo tempo. E de bônus, ganharam uma dor de cabeça.
“Na maloca maluca da .”, respondeu Harry, rindo leve ao lembrar como a garota não gostava de ter sua casa chamada assim.
“Annhhh... Danny? Harry? Vocês estão como animais!”, Tom falou quanto percebeu que estava perto de um pato e um macaco. “DROGA!! E eu também!!”
“Alguém lembra como viramos animais?”, perguntou Harry.
“Tudo começou com uma maldição qu-AAIII!!”, Danny começou a explicar ingenuamente antes de levar um tapa do macaco na cabeça.
“Estou me referindo a agora! Como viramos animais e onde estamos?!”, o baterista disse.
Eles estavam todos juntos na cama de , forrados com três toalhas e debaixo de várias cobertas — uma garantia das meninas de que eles ficariam sequinhos e quentinhos. Quando finamente conseguiram sair das cobertas, viram a luz e sentiram o frio baterem em seus corpinhos, não havia sinal das meninas por perto.
“Dudeee! E o James?”, perguntou Danny. “Será que ele ainda está vivo?”
“E por que não estaria?”, perguntou Tom.
“Annnh...talvez porque ele é um homem num corpo de mulher com os peitões de fora que ninguém conhece?”, disse Harry. “Vamos, temos que encontrá-lo. É bem capaz que as meninas não se deem bem com ele.”
“Por quê?”, Danny perguntou enquanto eles começavam a sair em busca de James.
“Aposto que é porque ele é uma mulher com os peitões de fora! Mulheres não simpatizam com mulheres mostrando tudo.”, Tom explicou.
“Ahhhh!! Eu simpatizaria!”, Danny comentou sorrindo, mas não era possível perceber isso em sua forma de pato.
“Isso é porque você é um tarado!”, o gato repreendeu.


Capítulo 25 - Você sempre encontra aquilo que não está procurando

A respiração de e parou. , e Dougie taparam os ouvidos, já preparados para o que viria. E a garota que surgia pela densa nuvem de fumaça começava a mostrar suas feições de garoto. Um garoto muito conhecido.
— OH! MY GOOD!!! JJJAAAMMMMEEESSS BBBOOOUUURRRNNNEEEEEEEE!!!!!! — gritaram a dupla em coro, assustando o pobre rapaz com o volume do grito.
— Um dia você se acostuma. — disse como se aquilo não fosse nada demais. — Então... você também está amaldiçoado.
— Hunf! — passou um tanto despercebido para as garotas, mas James notou a certa pontada de inveja que Dougie tinha na cara por conta da cena que as duas meninas fizeram. E ele logo entendeu que aquelas duas deveriam ser suas fãs.
— Bom... bem-vindo. — disse desconcertada. — Desculpe se nós fomos grossas com você no começo, mas é que...
— Ah! Sem problemas. — disse o rapaz, sorrindo-lhe. — Deve ser difícil de tudo isso entrar na cabeça.
“DUUDDEESS!!!”, Danny chegou na sala com os outros amigos. “AHHH! Tá de sacanagem comigo que as duas deram showzinho pelo Bourne de novo!!!”
“Desencana logo de uma vez, Danny.”, Harry disse conformado, na realidade ele estava aliviado de saber que pelo menos duas das garotas – , principalmente — não ficavam pagando pau para James.
“E pára de gritar, Danny.”, disse Tom. “Só piora minha dor de cabeça os teus gritos. O das duas também foi algo: pensei que minha cabeça ia explodir.”
— Hey! Olha quem temos aqui! — disse sorrindo e alcançando Danny com suas mãos para colocá-lo em seu colo. — Os bêbados finalmente acordaram.
— Como podem ficar assim a essa hora? É de manhã ainda. — disse indignada, mas deu um sorrisinho leve para o macaquinho que a encarava.
— Foi sem querer. Eu entrei aqui, ou melhor, eu invadi pela madrugada e aí fiquei procurando por uma roupa limpa. Eles entraram no quarto pensando que eu era um assaltante, quando finalmente me reconheceram, eles desceram e pegaram umas bebidas que vocês fizeram noite passada.
— E começaram a brincar de vira-vira. — concluiu a explicação de James enquanto dava um leve cascudo em Danny. — Só aprontam vocês, não é mesmo?
— JAMES?!?!
Todos voltaram seus olhares para Fletch, que estava parado nos últimos degraus da escada, olhando surpreso para Bourne. O loiro levantou-se do sofá e foi feliz até o outro homem cumprimentá-lo com um grande abraço — fazia muito tempo que não se viam.
“Ah!! Esse colinho está tãããão quentinho.”, Danny falou em sua língua animal, aconchegando-se mais ainda nos braços de , que lhe fazia um cafuné.
“Será que a me cede o colo dela também?”— questionou Harry em dúvida, olhando para a garota sentada no sofá ao lado de e , as duas ainda sem palavras.
“Tenta, ué.”, disse Danny.
Harry subiu com um pulo no braço do sofá e foi andando com hesitação até o colo da garota, que ao vê-lo, sorriu e lhe fez um carinho na cabeça. Logo, ele também estava aproveitando do calor emanado pela menina para se esquentar daquela manhã gelada.
...? ? !! — gritou Dougie com a cara um pouco fechada, pois a menina demorou a atendê-lo. — Tudo bem se formos tomar o café da manhã? Eu estou com fome. — disse o baixista fazendo bico e sua melhor cara possível de garoto morto de fome para comover as meninas. Todas suspiraram com a cara fofa feita por ele.
— Ah! Vamos, claro. Ja-Ja-James, você gostaria de tomar café da manhã? — a menina perguntou incrivelmente vermelha e com a voz falha.
— Uhull! Eu topo! — respondeu o loiro.
— Rapazes, — começou a dizer, recém saída de seu surto pelo Bourne. Ela pegou o gatinho solitário que se encontrava no chão e o trouxe até a altura de sua vista. — vão querer tomar café da manhã como humanos ou como animais?
“Eu acho que vou voltar para a cama. Tô morrendo de friooo!!!” — Tom reclamou e seu corpo pequeno de gato tremia.
— Hummm, talvez um leite quentinho pra você, Tom. Assim você se esquenta e pára de tremer, que acha? — perguntou , carregando-o com carinho em um abraço para deixá-lo mais quente.


— Mulher... uma mulher... mulher. — dizia Fletch entre risadas de James.
— Sim, uma mulher, mas uma mulher muito gostosa, viu? — o loiro deu língua para Fletch e Dougie, ambos riam ainda do fato.
“Torradass!!”, Danny abria e fechava suas asinhas feliz enquanto lhe dava em seu bico pedaços médios de torrada.
— Como foi que descobriram como funciona a maldição? — perguntou James dirigindo-se às meninas.
— Uma longa história. — respondeu sem encará-lo, decidiu se concentrar no seu copo de leite enquanto suas bochechas avermelhavam-se mais uma vez. — Mas ainda bem que descobrimos!
— E você, James, como foi que lidou com a maldição todo esse tempo? — perguntou , dando mais um pedaço de banana com tempero de canela para Harry-macaco.
James começou a explicar de que por um bom tempo manteve-se escondido de todos, não queria que ninguém descobrisse sobre o seu estado. Alguma coisa dera muito errado na festa que ele organizou para comemorar a primeira turnê mundial da banda McFly e que se realizou logo após o primeiro show dos rapazes, na China. Tentou desesperadamente encontrar alguma resposta para o fim da maldição na Internet e livros, mas nunca encontrou nada que servisse de ajuda. Sua única pista era de que a solução tinha de estar no lugar onde a festa ocorrera. Quando ouviu notícias de que os mcguys estavam desaparecidos havia dias e que dariam uma comitiva de imprensa com Danny e Harry saindo de um caso médico de saúde grave, ele decidiu arriscar a pedir ajuda.
—Esse é o nosso maior empecilho, — suspirou Fletch — retornar ao lugar da festa e refazer nossos passos.
— Por quê? — perguntou .
— Bom, no dia da festa nós bebemos e... acabamos experimentando bebidas novas que nos foram oferecidas e aí... ficamos todos bêbados. — explicou James.
— Assim que nós não temos lembranças muito claras do que rolou mesmo durante a festa. — completou Dougie com um sorrisinho amarelo.
— Vocês estão falando sério?? — questionou , incrédula. Ela obteve como resposta acenos positivos dos três seres humanos do gênero masculino. — Não há nem flashes do que aconteceu naquele dia?
— Eu até tenho alguns, mas parecem tão estranhos que eu não tenho se são realmente flashes ou partes de um sonho.
— Acho que se estivéssemos na China e voltássemos ao mesmo local, conseguiríamos reavivar melhor nossas lembranças e saber melhor o que aconteceu conosco para termos ficado amaldiçoados. — Fletch ponderou seriamente.
Era possível sentir que o clima na cozinha havia ficado mais pesado, o silêncio fez-se presente e a frustração era perceptível nos rostos de Fletch, Dougie e James. Os animais amaldiçoados sofriam calados no conforto do colo das meninas.
— Animem-se! — disse por fim, forçando um sorriso. — Nós iremos acabar com essa maldição, já dissemos isso uma vez e vamos cumprir. Não se preocupem!
— Eu sinto muito por vocês terem se envolvido nisso, meninas. — disse James, sentindo-se realmente culpado. Conhecia mal as garotas ainda e não sabia dizer quais problemas a presença dele e dos outros amigos podiam acarretar na vida delas.
— Não precisa se desculpar, não, James! Além do mais... até que é divertido!
— Você bebeu, mulher? — perguntou incrédula para a . — Fala sério! Os guys e o Fletch viram animais e o James sofre mudança de sexo, como isso pode ser divertido?!?!
— Ahhh, não essa parte! — entrou em defesa da amiga. — Mas... pense em todas as maluquices que já passamos em tão pouco tempo por eles. Não é todo dia que teus ídolos entram pela janela da tua casa em forma de animais.
— Nem que um panda toca a campainha da tua casa. — complementou, lembrando-se do dia que isso aconteceu e rindo de leve com Tom em seu colo.
— Pelo visto vocês se divertiram muito sem mim, senhores. — disse James com certa inveja, ele ficou boa parte do tempo sozinho.
— Bom, rapazes, — iniciou . — acho que não há muito segredo sobre qual deverá ser o próximo passo de vocês.
— Ir para a China. — responderam praticamente em coro os três homens.
— Por sorte, — James riu-se um pouco. — eu ainda tenho o panfleto do lugar onde a festa aconteceu!!
— Dada a nossa situação, isso é realmente uma sorte. — disse Dougie debochando um pouco. — Um luxo!
“Espera!”, disse Danny de repente, finalmente demonstrando que prestava real atenção ao que era dito pelos humanos. “Se nós viajarmos, isso significa... que vamos ter que sair...daqui?”
“Momento Brilha o Pensamento com Danny Jones!”, debochou Harry e arrancou risadas do felino.
“Não é isso, seus bestas!”, Danny invocou-se. “Se formos para a China, não veremos mais as meninas!! Não perceberam isso ainda??”
Tanto o macaco quanto o gato entreolharam-se por debaixo da mesa, ainda bem acomodados nos colos de e , respectivamente. Danny decidiu que era o momento de voltar a ser humano agitando suas asas e grasnando para que prestassem atenção nele.
— Ai, Danny!! — reclamou. Tentando conter o pato e, ao mesmo tempo, proteger-se de ser acertada por uma das asas do animal. — Qual o seu problema?
— Deve nos estar dizendo que quer ser transformado. — arriscou dizer quando viu o animal voar para perto do termo, no meio da bancada.
— Nós ainda temos água quente guardada, só precisamos de roupas, afinal eles vão voltar como... vieram ao mundo. — relembrou , tentando fazer aquilo soar como algo corriqueiro.
— Vamos lá em cima pegar algumas roupas, Dougie? — propôs para o baixista, que sorriu animado para ela, e subiram correndo.
— Quê?! Eles voltam peladões?! — James caía na gargalhada.
“Pelo menos eu não faço uma mudança de sexo toda vez que água fria encosta em mim, palhaço!”, Danny debochou, fazendo os outros amigos animais rirem.
“Apesar que eu não sei o que é pior: virar mulher ou virar animal.”, disse Tom. “Espera, eu sei sim: é virar mulher!!”
“Quaaaaaaack!!”, disse Harry.


— É... acho que vai ser assim mesmo, Danny. — suspirou com pesar, forçando um sorriso para o rapaz sardento. Seria uma pena não ter mais os rapazes em casa.
O olhar do guys voltou-se para as meninas e elas se entreolharam. Danny, agora em sua forma humana — assim como Harry e Tom —, expôs algo que os demais ainda não tinham percebido direito: eles viajariam para a China e elas ficariam em Londres. Muito provavelmente, voltariam a viver suas vidas como alunas de intercâmbio da principal universidade de Londres. era a única das universitárias já vivia por lá em definitivo havia dois anos graças a parente que tinha: a vovó . , a mais velha de todas, já tinha dado entrada por um pedido de naturalização, mas isso ainda levaria tempo. e teriam de regressar para suas verdadeiras casas no Brasil após o término dos estudos, pois ainda não tinham convencido seus pais sobre morar na Inglaterra.
— Mas não tem problema! — disse tentando parecer animada. — Vão para China, descubram como tudo isso começou e daí tentem se curar!!
— Sim. O mundo lá fora está esperando vocês retomarem o primeiro tour mundial do McFly! — deu um soquinho no ar para fingir animação.
— Contanto que vocês prometam não se esquecerem completamente de nós quatro, que ajudamos vocês até aqui, fica tudo beleza na represa. — deu uma piscadela.
— Obrigado pelo apoio, garotas. — decidiu responder Fletch ao ver que os rapazes não diziam nada. — Ah, não se preocupem. O que fizeram por nós é algo impossível de esquecer. — ele sorria calmamente para as meninas e, de certa forma, sentia um alívio. Era visível que os meninos tinham criado certa amizade com elas e ele tinha medo que algum deles pudesse chegar a ultrapassar esse campo.
— Credo! — James disse ao perceber o clima de despedida ali formado. — Talvez não precisemos nos separar agora. Meninas, o que vocês fazem da vida?
— Annh, estudamos e trabalhamos. — disse incerta, pois não sabia se a pergunta tinha algum outro fim além da curiosidade.
— Estudamos em teoria você quer dizer, né, mau elemento? — abraçou a amiga, rindo de leve.
— Trabalham onde? — James continuou.
— Fazemos estágio dentro da faculdade. Pelo menos, agora, é remunerado. — explicou e ao mesmo tempo alfinetou onde estudavam.
— Ainda bem que é. Senão seria difícil pagar as contas da casa e afins. — completou .
— Eu não me lembro de ter visto vocês trabalhando, meninas. — comentou Dougie coçando a nuca.
— Provas finais do semestre. — esclareceu. — Durante elas o setor do estágio nos dá três semanas de férias para estudarmos para as provas. Uma vez que elas acabam, nós voltamos ao batente.
— O que vai ser esta segunda-feira já. — contabilizava os dias nos dedos.
— Então as aulas e as provas já acabaram? Vocês estão livres da faculdade? — perguntou Danny. Ele não sabia se James iria propor o que ele estava pensando, mas não se importava se tinha o aval dos demais, ele arriscaria.
— Em partes, né? — respondeu sorrindo para Danny. — Das aulas e provas estamos. Agora nossas aulas só começam lááá em setembro, mas ainda estamos presas ao estágio. Dele não teremos férias.
— BELEZA!!! — Danny comemorou com os braços para o alto.
— Acho que o Danny captou a minha idéia. — disse James sorrindo vitorioso.
— O que você está comemorando, seu pato pateta? — perguntou Harry. — Que idéia?
— Meninas... — Danny pôs-se de pé, todo animado e confiante de que as meninas diriam sim. — Querem vir conosco para a China?
— OO QQUUÊÊ?!?! — gritaram em coro todos, exceto Danny e James.
— Explique-se, Danny. — disse Fletch de queixo caído, já imaginando onde Danny queria chegar com aquele pedido.
— Ué! Simples: vocês estão de férias da faculdade, tem até setembro pra curtir a vida. Não podem ficar presas no trabalho todo esse tempo pra depois voltarem às aulas! Larguem o estágio e venham conosco.
— Danny!! — estava perplexa e tinha dificuldade em processar tudo. — Não podemos simplesmente chegar para os nossos chefes e dizer que estamos largando o estágio! Como ficaríamos depois que voltássemos? Chegou a pensar nisso? Estaríamos em época de aulas, desempregadas e com um monte de contas pra pagar!!
— Danny, não dê idéia de coisas impossíveis. — Tom disse batendo a mão na própria testa.
— Ok, ok. — o sardento resignou-se, voltando a se sentar no chão outra vez, desanimado.
— E se contratarmos vocês? — Dougie perguntou calmo, ainda formulando a idéia em sua cabeça.
— É um mais doido que o outro. — Harry disse.
— Falo sério! — Dougie rebateu. — Elas largam o estágio e nós as contratamos. Quando voltarmos, elas tentam retomam o estágio e terão no bolso dinheiro para pagar as contas.
— E vocês nos contratariam para trabalharmos como o quê? — perguntou ainda mais confusa.
— Seguranças particulares! — Dougie respondeu rápido, dando uma piscadela para , deixando-a vermelha.




Continua na Parte 2!



Nota da autora: Sem nota.





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