Capítulo Único
— A nerd chegou. — Ethan, um dos caras, comentou quando , a primeira das duas únicas meninas da turma, entrou na sala.
— Cheguei mesmo. — ela rebateu. — Desculpa, você estava entre os cinco primeiros no vestibular? Eu não lembro de você. — fez uma expressão de confusão.
— Deixa ele, . Ele não teve culpa de ser o décimo. — , a outra menina da turma, entrou atrás da amiga.
e entraram em primeiro e quinto lugar, respectivamente, para um curso que teoricamente era apenas para homens: engenharia de automação. Exigia muito de matemática, raciocínio rápido, criatividade e força para carregar peças, coisas que aquelas duas pareciam ter de sobra.
— Você está babando. — , meu amigo de turma, murmurou ao meu lado.
— Ela está especialmente bonita hoje.
— Você diz isso todos os dias. — ele riu.
— Ela é um colírio. O que eu posso fazer?
— Chega nela. , você já está há uns dois anos observando a . Se quer tanto ficar com ela, convide-a para sair. — bufou.
— Ela nem olha para mim, . — suspirei.
— É impossível não olhar para você. — bateu no meu ombro. — Vamos, faça alguma coisa.
Ele acenou para e . acenou de volta para nós e acenou para ele e me olhou por cima dos óculos escuros que ela ainda tinha no rosto. Apenas me lançou um sorriso e se sentou.
— Eu não sou o tipo dela, é isso. — suspirei.
— Você está parecendo um adolescente rejeitado. — riu. — Vocês seriam um casal e tanto. — ele refletiu.
— Pare de fazer beicinho, . — o professor entrou na sala. — , está bonita hoje.
— Eu estou bonita todos os dias, professor. — ela balançou o rabo-de-cavalo.
era uma mulher GG, como ela mesma gostava de se definir. Tinha um quadril largo e uma cintura marcada que lhe davam um corpo em ampulheta perfeito. Hoje ela vestia uma calça justa, uma blusa curta com um decote (a jaqueta estava pendurada em sua bolsa) e as botas marrom de sempre.
— Bom dia, . — o professor continuou com a falsa cordialidade.
— Só se for para o senhor. — suspirou.
— E por que estava chorando, ? — ele me perguntou. olhou para trás sorrindo. Me perdi nela por um momento até que me cutucou.
— Eu não estava. — respondi.
— Parecia. — ele desdenhou. — Vamos começar. Texto, página 127.
Aquela era a aula que teoricamente deveria nos ajudar com o TCC que seria produzido no semestre seguinte. e eu estávamos pensando no tema de automação de um sistema de compras e e fariam algo sobre automação residencial.
— Eu fiquei sabendo que esse final de semana tem festa. — o professor comentou perto das garotas. — Vocês vão?
— Provavelmente não. Temos que estudar. Os primeiros lugares não vão chegar sozinhos. — comentou sem tirar os olhos do texto.
— Essa semana eu não vou passar atividade. Eu só quero que vocês leiam o texto para a próxima aula. — ele sorriu. automaticamente fez uma careta. Vi quando bateu em seu braço. levantou os olhos e viu o professor bem perto.
— Pois não? — ela piscou os olhos devagar.
— Nada. — ele sorriu e saiu. Velho asqueroso. — Resumam o texto em tópicos e me entreguem.
— Quem terminou pode sair? — perguntou. O professor não respondeu. Então ela apenas levantou seguida de e as duas deixaram folhas na mesa dele, saindo da sala em seguida.
— Essa é a mulher da minha vida, . — comentei para meu amigo.
— Então trate de falar com ela na próxima festa ou ela não será sua nunca. — ele ralhou.
era presença registrada nas festas. E ela sempre estava com uma saia curta, um short colado ou outra peça de roupa que mostrava a grande coruja colorida tatuada em sua perna. Em toda festa havia um felizardo: tinha quem ela queria, como queria. Só bastava que o cara demonstrasse interesse e muito respeito, e lá estava beijando outra boca. As más línguas diziam que ela não repetia os parceiros, mas eu não podia comprovar aquilo.
— , pelo bem da nossa amizade, faça isso. — quase implorou.
— Algum motivo especial? — me virei para ele.
— Você ainda não percebeu? — ele rolou os olhos. Eu sabia: estava falando da .
— Você fala de mim...
— Já terminaram? — o professor perguntou. Nós apenas o encaramos em silêncio. — É por isso que e são minhas alunas favoritas.
— Só porque são garotas. — Ethan acusou. E não estava errado. Aquele professor era esquisito.
— São melhores que vocês, marmanjos. Isso aqui... — ele pegou as folhas que as meninas deixaram na mesa. — É um resumo que foi feito antes que eu pedisse.
— Ele sempre pede a mesma coisa. Eu devia ter feito em casa. — sussurrou.
— Não estamos aprendendo nada aqui. — sussurrei de volta.
— Algum problema aqui? — o professor se aproximou de nós.
— Nenhum. Precisamos realmente aprender com e . — sorriu falso.
— Pelo menos reconhecem. — o homem sorriu. — Terminem e se tiverem alguma dúvida, pesquisem no Google.
— E o que estamos fazendo aqui afinal? — Ethan fez a pergunta que todos nós queríamos fazer naquele momento.
— Viemos ganhar presença. — suspirei e levantei a folha. — Terminei. Se tiver alguma dúvida...
— . — chamou em tom de repreensão e levantou. — Terminei, vamos embora.
Ele jogou a bolsa no ombro e se adiantou até o professor, deixando a folha em cima da mesa. O segui e fiz o mesmo.
— Qual o plano? — ele perguntou assim que passamos pela porta.
— Para o quê?
— A festa, . Qual o plano? — ele rolou os olhos.
— Eu não tenho um plano. — franzi as sobrancelhas.
— Pois devia. A ... — tapei sua boca com a mão.
— Fique quieto. Ela ainda pode estar por aí. — sussurrei.
— Seria bom. — ele afastou minha mão.
— E quanto a você? — o desafiei.
— Eu tenho um plano. E você deveria fazer o seu. — ele sorriu vitorioso.
— Eu vou. Eu acho.
— , você viu minha saia preta? — gritei para minha amiga que estava saindo do banho.
— Na primeira gaveta. — ela gritou de volta. — Você sempre perde as coisas, . — ela acusou. E era um fato.
— Você sempre sabe onde estão. — respondi assim que ela saiu do banheiro.
— E quando acabar a faculdade, eu não vou mais estar aqui. — ela suspirou.
— Não vamos pensar sobre isso. — suspirei também.
— Vai com a saia e o que mais? — ela mudou de assunto.
— Essa blusinha. E o coturno.
— E quem é o alvo da vez? — ela sorriu de lado.
— Por enquanto, ninguém. — confessei. Eu até tinha um alvo, mas não achava uma boa ideia. Não naquela festa.
— O ? — ela perguntou com um sorriso ladino.
— Você vai finalmente falar com o hoje? — retribuí seu sorriso.
— Eu já falo com ele todo dia. Se eu bem me lembro, é você que não fala com o . O pobre coitado fica te dando a patinha e você ignorando. — ela alfinetou.
— O é um predador, . Não nos daríamos bem.
— Vocês têm muito em comum, sabe? Se gostam e ficam aí beijando mil bocas para se evitar. — ela suspirou.
— Só concordo com a parte de beijar mil bocas. É uma boa meta. — refleti.
— Desde que você não repete bocas, é uma meta complicada. — ela me lembrou.
— Só torna o desafio melhor. — sorri.
— Devia beijar o . Adicionaria mais uma boca na lista. — ela me cutucou na costela.
— Vamos parar de falar. Temos uma festa para ir, . — fugi para o banheiro. Tomei um bom banho, vesti minha lingerie escura e arrumei os cabelos. Quando voltei para o quarto, encontrei já pronta.
— Essa calcinha mal cobre sua bunda. — ela comentou quando me livrei da toalha para vestir a saia.
— Ela não vai ficar a noite toda. Eu espero. — sorri para ela.
— Você disse que não tinha um alvo. — ela me lembrou.
— E não tenho. Só estou contando com a sorte. — dei de ombros. — Podemos ir?
— Eu queria não ir. — ela suspirou.
— Mas você já está pronta. Então vamos. — peguei meus pertences e a chave do carro e arrastei para fora do quarto. Fomos até o local da festa cantarolando as músicas da rádio, parecia nervosa.
— Você não vai sumir, né? — ela perguntou quando paramos na porta da casa onde estava acontecendo a festa.
— Eu só vou sondar o local e já volto. Pegue uma bebida para mim. — sorri para ela e dei a volta. Queria ver quem estava por ali antes de entrar. Não dei dois passos antes de ver e pisando no gramado. Os encarei até que eles notassem minha presença e o fez, acenando para mim. Acenei de volta e sorri para . Aquela não era minha ideia inicial, mas parece que alguma coisa no Cosmo tinha outros planos.
travou no lugar e o cutucou algumas vezes antes que ele finalmente olhasse para o amigo. Eles entraram no que pareceu ser uma breve discussão e saiu batendo os pés. Era minha deixa. Me aproximei devagar e sorrindo.
— Mal chegaram e já estão brigando? — comentei para um sem cor. Parecia que todo o sangue tinha fugido de seu rosto.
— É só... deixa pra lá. — ele sorriu sem graça.
— Você parece nervoso, .
— Eu só preciso de uma bebida. — ele respondeu. — Você sabe o meu nome?
— Estudamos juntos há alguns semestres, . — eu ri.
— Você... Eu vou buscar uma bebida. Você quer? — ele se embolou nas palavras.
— Eu não estou bebendo. Motorista da rodada. — balancei a chave do carro que deveria estar guardada no bolso da saia. — Eu vou dar uma volta. Te vejo por aí. — pisquei. Me afastei e voltei para perto da porta. Comecei a dar minha volta pelo gramado, vendo a galera do curso, e de outros cursos, bebendo e dançando animada. Entrei pela porta da cozinha e peguei um refri em um balde de gelo que achei largado. Fiquei bebendo e observando as pessoas, mas parecia sempre ver os olhos escuros de me encarando de algum lugar.
— . Eu preciso achar a . — me dei conta de que tinha largado minha amiga e prometido voltar logo. E não voltei. Andei pela casa procurando a coisa pequena, mas não a encontrei. Resolvi subir as escadas, ela devia estar no banheiro. Abri algumas portas, vendo mais do que devia em alguns cômodos e me preparei para descer, mas a sombra alta de me cercou. — Oi, .
— , você tá livre? — ele perguntou incerto.
— Social ou sexualmente falando? — eu ri.
— Isso foi uma ideia ruim. Eu precisava de mais álcool. — ele murmurou, mas eu ouvi.
— Quer me dizer alguma coisa, ? — arqueei as sobrancelhas para ele. — Eu estou livre. Pode falar.
— , eu... — ele suspirou.
— Você... — o incentivei a continuar. Ele fez menção de sair e se afastou um passo, então voltou o corpo e o olhar estava diferente. Eu já o tinha visto para outras garotas, mas nunca para mim. Para mim era apenas o meio perdido. Mas aquele era diferente, era o olhar de predador. Alguma coisa tinha virado a chave na cabeça de . — Fale de uma vez, .
Ele apenas se aproximou, me encurralou contra a parede e colocou uma mão bem ao lado da minha cabeça. Olhei para seu braço forte ali e segui o caminho até seu rosto, ele tinha um sorriso ladino que me fez sorrir.
— O que é isso? Alguma espécie de novela coreana? — perguntei.
— Não, é melhor. — ele se aproximou, o nariz roçando minha pele.
— Se não vai me beijar, se afaste, . — provoquei.
— Eu vou te beijar. Eu só queria sentir você primeiro. Eu esperei muito por isso.
usou a mão livre para segurar meu rosto no lugar e os lábios cheios brincaram com os meus. Ele testou um selar, e outro e outro até que finalmente o beijo veio, quente e sedento. Tinha o gosto de algo bom e amargo, provavelmente a cerveja que ele devia ter bebido na festa. Ele deve ter arrastado a mão mais para cima, porque o corpo muito maior me prensou contra a superfície firme atrás de mim e eu senti seu peito forte subir e descer como se estivesse em uma respiração acelerada. A mão que estava em meu queixo abandonou meu corpo por um momento para se colocar em minha cintura, os dígitos compridos apertando a carne como se eu fosse dele. Naquele momento, eu poderia deixar de ser quem eu era, a confiante e segura de si, para ser quem ele quisesse. É ridículo, eu sei, mas eu estava envolvida naquela pegada.
A mão de que estava na parede, escorregou atrás de mim, procurando a maçaneta da porta que estava ao meu lado, e só então eu parti o beijo.
— Nem pensar. — o afastei minimamente.
— Você... não quer, ? — ele me olhou decepcionado.
— Eu quero, mas não aqui. Nem sabemos onde estamos. Quero fazer isso num lugar limpo e confiável. — suspirei.
— Minha casa está disponível, se você não se importar. — ele segurou meu queixo com as pontas dos dedos e sorriu, a outra mão voltando para acima da minha cabeça.
— Eu estou de carro. — sorri de volta. — Só preciso achar a e avisar que estou saindo.
Corri de volta para a sala e procurei por minha amiga entre as muitas pessoas espalhadas. Não consegui encontrá-la. Então decidi procurar pelas costas largas de . Se estava comigo, deveria estar com ela. O encontrei sentado no braço de um dos sofás, com a sua frente, sorrindo como uma boba
— Estou saindo. — avisei quando me aproximei.
— Você sumiu e agora diz que está saindo? — ela brigou. — Vai dormir fora?
— E por acaso eu já dormi fora alguma vez? — coloquei as mãos na cintura.
— Você... — ela olhou ao redor, os olhos se demorando em atrás de mim, o que atraiu o olhar curioso de .
— Sim. — não a deixei concluir a frase. — Eu vou estar em casa logo. A não ser que...
— ! Vá embora, sim? Qualquer coisa, eu te ligo ou você me liga. Tchau. — ela me expulsou com as mãos.
— Você reclamou que eu estou saindo e agora está me expulsando? — perguntei e riu.
— Ela vai ficar bem, eu prometo. Pode ir, . — ele me garantiu.
— Eu confio em você, . — pousei a mão no ombro dele. — Vejo você mais tarde. — disse à minha amiga.
Saí da casa esperando que me seguisse. Eu não estava de fato apressada, só queria sair logo dali e provar de novo os lábios dele. Encontrei meu carro e destravei, assumindo meu lugar atrás do volante. , porém, ficou parado do lado de fora, a mão na maçaneta sem de fato abrir a porta. Baixei o vidro e o encarei.
— O que vai ser, ? — perguntei. Ele respirou fundo antes de finalmente entrar no carro. — Você estava desistindo?
— Eu não podia desistir agora. — ele riu. Ainda tinha uma pitada de nervosismo na voz.
— Ainda há tempo. — provoquei.
— Eu vou te dizer meu endereço. — ele puxou o cinto de segurança. abriu a boca apenas para me dizer as direções. Ele parecia nervoso, mas eu mesma estava. Parei em frente a uma casa ampla de paredes claras em um bairro que era considerado de classe média alta. Segui pelo caminho da entrada e ele tirou os sapatos antes de entrar. Eu o segui, devia ser costume. Então ele me beijou e me prensou contra a porta.
— Com pressa, garotão? — parti o beijo e ri.
— Eu não sei você, mas eu sempre fico um pouco ansioso. — ele confessou com um biquinho. Seria fofo se ele não fosse alto demais e os músculos dele não estivessem marcados na camiseta que ele estava usando.
— Fique calmo e aprecie. — sorri para ele. sorriu de volta e os lábios procuraram os meus. Ele me tomou em um beijo quente, cheio de mãos aqui e ali. A passos cegos, fui arrastada pelas mãos grandes de um cômodo ao outro. Assim que entrou no que pareceu ser o quarto, me prensou contra a porta (de novo) e sua mão saiu da minha cintura por um momento para acender a luz. Imediatamente levei a mão ao mesmo lugar e a apaguei.
— ... — ele choramingou. — Me deixe acender a luz. — e levou a mão ao interruptor novamente.
— Não posso. — o impedi.
— Aqui é um local seguro. — ele sorriu.
— Eu posso ver. — sorri junto. — Mas eu não posso.
— E o abajur? — ele tentou.
— É aceitável. — fingi pensar no assunto. Ele sorriu e, com uma força que eu sequer sabia que ele tinha, me tirou do chão. Eu imediatamente me agarrei a ele e só soltei quando ele venceu todo o caminho e me colocou sentada na cama, contra os travesseiros.
— Eu achei que... — ele tentou argumentar, mas o interrompi.
— Eu estou acostumada a fazer isso em lugares escuros, . Deixa um ar de mistério. — sorri.
Ele acendeu o abajur e rapidamente se livrou da camisa. As mãos grandes deslizaram pelas minhas pernas e acharam as laterais da minha calcinha embaixo da saia que eu ainda usava. Levantei o quadril apenas para que ele tirasse a peça e me olhou com um sorriso safado. Ele passou o dedo na minha fenda e o levou à boca, sugando devagar.
— É assim que você gosta, ? — ele colocou o corpo acima do meu e perguntou com a voz grave, e eu tive que segurar o gemido que se formou no fundo da minha garganta.
— Eu gostei disso aqui. — balancei a corrente que pendia no pescoço de . — É quase hipnótico. Não tire.
— Tirar? Tá brincando? Isso aqui é meu novo amuleto da sorte. — ele sorriu de lado.
— , que tal irmos direto ao ponto? — perguntei e deslizei as mãos por seu peito desnudo, parando no cinto que segurava a calça.
— , eu quero você toda. Estamos em casa, confortáveis. Eu quero devagar. Quero seu cheiro, seu gosto... — ele baixou o tronco e deixou um selar no meu pescoço. — Nós temos a noite toda.
Eu não tinha tanta certeza. Achava que iria entrar em combustão a qualquer momento.
Comecei a beijar o pescoço de aqui e ali, a ouvindo gemer baixo em resposta. Com a mão livre, encontrei a barra de sua blusa curta e me afastei minimamente para tirá-la. me olhou de olhos estreitos, mas levantou os braços para que o tecido saísse. Ela estava usando um sutiã de renda escura e minha boca salivou com a visão.
— Não olhe muito. — ela resmungou e eu tive que rir. parecia levemente desconfortável ali.
— , você...
— Sim. — ela me interrompeu. — É só... Só vá em frente.
Seguindo seu pedido, fui em frente. se afastou dos travesseiros apenas para que eu encontrasse o fecho do sutiã e pudesse ter seus seios em minha mãos. Ela mesma levantou o quadril e se livrou da saia, a jogando para algum lugar do chão do quarto. Ali, nua na minha frente, era a mulher mais bonita que eu já tinha visto. Apertei a carne macia dos seus peitos sem força e a ouvi respirar fundo; então levei a boca até um deles, e assim que minha língua circulou seu mamilo, ela gemeu arrastado. Sorri contra sua pele e procurei por sua fenda. Ela estava ainda mais molhada e eu deslizei dois dedos para dentro com facilidade. Comecei a movimentar os dedos enquanto sugava e mordia seus seios sensíveis, e só parei quando meu pau reclamou por atenção dentro das minhas calças.
— ! — ela reclamou quando eu parei o movimento dos meus dedos em seu íntimo e usou o pé para empurrar meu ombro. — Por que parou?
— É mais gostoso quando retoma depois de parar. — eu ri.
— Eu devia te jogar na cama e sentar na sua... — ela interrompeu a frase e mordeu o lábio.
— Isso foi uma ameaça ou uma promessa? — perguntei e ela sorriu de lado. — Se for isso mesmo que você quer, eu adoraria sentir você na minha boca. — ela olhou direto para o meu pau. — Ah, não. Isso aqui você vai ter depois.
sorriu de lado. Tendo seu sorriso como confirmação, baixei o tronco, separei levemente seus joelhos e me coloquei entre suas pernas. Circulei a língua em seu ponto de prazer e ela gemeu arrastado, levantando o quadril em direção ao meu rosto.
— , eu sei que você quer isso, mas precisa ficar parada. — murmurei e pressionei seu quadril contra a cama. Voltei ao meu trabalho com a língua contra sua carne quente e não foram precisas mais que quatro investidas para que viesse. A deixei limpa como se estivesse bebendo o mais doce mel e, quando olhei seu rosto, ela tinha um sorriso de satisfação estampado ali.
— , agora. Vem agora. — ela pediu manhosa. Meu pau fisgou de novo, implorando pelo contato. Rapidamente desci da cama e me livrei da calça e da boxer que usava, vesti um preservativo e voltei à cama. Segurei uma coxa de na altura do meu quadril e com a mão livre, guiei meu pau para onde ele queria ir desde o começo. me recebeu com um gemido longo e separou mais as pernas para me acomodar bem. Comecei a me mexer, entrando e saindo devagar, vendo sorrir a cada investida.
— É assim que você gosta, ? — ela perguntou ainda sorrindo.
— Eu gosto de ver você sorrir. — investi mais forte e rolou os olhos. Acelerei os movimentos e mantive o ritmo até que me puxou pela corrente e me beijou forte, gozando em seguida. O gemido dela se perdeu na minha boca e eu cheguei ao meu limite. Meu corpo tremeu com o prazer e eu sorri contra os lábios dela. Então me beijou calma, o corpo quente contra o meu ainda me abrigando enquanto se recuperava. Levantei da cama quando ela partiu o beijo e fui me livrar do preservativo. veio atrás de mim e praticamente me expulsou do banheiro. Deixei um tapa em sua bunda nua antes de sair e fui me deitar de novo, ainda incrédulo de que aquilo realmente tinha acontecido. veio logo depois, correndo em passos curtos, e se jogou na cama ao meu lado, puxando as cobertas para si. Ela encarou o teto e não me olhou por longos minutos. Já que eu estava arriscando muito naquela noite, coloquei o corpo acima do dela e ela separou as pernas para que eu me acomodasse melhor, imediatamente levando a mão aos meus cabelos.
— Por que você nunca me deu uma chance antes? — perguntei para quebrar o silêncio que havia se estabelecido. parecia não estar com pressa para ir embora e eu muito menos queria que ela fosse.
— Seu olhar era diferente, . Ele me dizia que uma rapidinha não seria o suficiente. Não pense que eu não estou vendo você me encarando há uns três semestres. — ela fez um carinho no meu cabelo.
— Então eu fui penalizado por querer te tratar direito?
— Você não foi penalizado. Olha só onde estamos. Você é o primeiro que me vê sem roupa. O primeiro que me levou para a cama, a sua cama. O primeiro que colocou a boquinha lá. — ouvi sua risada baixa.
— Eu não vejo a hora de fazermos de novo. Quero sentir sua boquinha no meu p... — ela bateu três dedos na minha boca em repreensão. Então puxou levemente meus cabelos para que eu pudesse lhe encarar.
— Você sabe que isso não vai acontecer, não é? — ela perguntou séria. — Ninguém nunca teve um replay, . É a regra.
— É uma pena. Eu tenho certeza de que muitos caras queriam estar aí. — apontei para seu coração, bem no meio dos seios bonitos.
— No meu coração ou no meu peito? — ela perguntou confusa.
— Nos dois, . Você só precisa dar espaço a eles. — sorri.
— Não, obrigada. — ela suspirou. — Vamos, levante. Eu preciso ir embora.
— Dorme aqui. — ofereci incerto.
— E depois o quê? Acordar com minha calcinha e sua camisa que mal desce na minha bunda? Eu faço minha higiene no banheiro do seu quarto e você me traz café na cama e...
— A gente transa de novo, agora com a luz do Sol, onde eu possa te ver com os olhos e não com as mãos. — a interrompi. Levantei de onde estava confortavelmente deitado (entre suas pernas e com a cabeça descansando em seu estômago), e sentei de frente para ela. sentou também, puxando um travesseiro para tapar os seios descobertos.
— Não vai acontecer. Não me entenda mal, . Você foi incrível, posso dizer que foi o melhor que eu tive, mas...
— A garota mais inteligente da sala não repete parceiros. — completei. — Nem se eu disser que estou me apaixonando por você?
— Você não está, . — ela riu. — Só está dizendo isso porque o sexo foi bom.
se aproximou e selou meus lábios de forma demorada, segurando meu rosto com as duas mãos.
— Eu espero que fique tudo bem. — ela sorriu olhando em meus olhos. — Agora eu preciso ir. A só dorme se eu chegar.
Ela levantou da cama e começou a juntar as roupas espalhadas no chão. Vesti as calças e fiquei observando passear pelo meu quarto. Quando estava devidamente vestida, ela virou para me olhar.
— Vamos, . Me leve até a porta. — ela estendeu a mão.
— Para garantir que você volte?
— Para garantir que eu não me perca. — ela riu. Saímos do quarto de mãos dadas e, ainda no escuro da sala, abri a porta para ela.
— Queria poder dizer "até a próxima". — sorri e baixei a cabeça. segurou meu rosto com as duas mãos e selou meus lábios de novo. E só me soltou para pegar os coturnos.
— Mas só pode dizer "até segunda". Então até segunda, . — ela me olhou com os olhos brilhando, sorriu e me deu as costas. E antes que ela se afastasse, eu ouvi um fungar de choro baixo.
— . — corri atrás dela e segurei seu braço. — Eu fiz alguma coisa? Te machuquei de alguma forma?
— Tá tudo bem, . Eu juro. — ela sorriu, mas uma lágrima teimosa escorreu no seu rosto. — Até segunda.
Ela entrou no carro e se foi, deixando para trás uma noite escura e uma confusão na minha cabeça.
Entrei no quarto chorando e , que estava deitada, prontamente sentou na cama.
— Aquele projeto de manhwa te machucou, ? Eu juro por Deus que eu vou matar ele. — ela esbravejou. Sentei ao seu lado e deitei a cabeça em seu colo.
— Não, . Tá tudo bem. — garanti. — Ele foi incrível. O melhor que eu tive. Foi atencioso, cuidadoso. — suspirei.
— Com que tipo de caras você andou, né? — ela resmungou. — Então o quê?
— Ele queria de novo.
— Então vá. — ela rebateu.
— , você sabe...
— Por Deus, ! — ela me interrompeu. — Acabe com essa regra ridícula. Você não gostava dele?
— Gosto.
— Então. — ela bagunçou meus cabelos.
— Você acha mesmo que ele quer alguma coisa séria, ? — sentei. — Fala sério, depois de mim, é quem mais pega gente na faculdade.
— O que ele disse quando falou que queria de novo? — ela me encarou.
— Que queria sentir minha boca...
— Ah! — ela gritou. — Depois disso.
— Ele me disse para dormir lá, eu continuei negando e ele perguntou se teria outra chance caso estivesse se apaixonando por mim. — dei de ombros.
— , esse é o ponto! — ela gritou de novo. — Convide-o para sair. Vão ao cinema. Tente. Você nunca vai saber se ele gosta de você a não ser que tente.
— Ele não está se apaixonando, . — suspirei. — Ele só quer isso porque o sexo foi bom. Nós somos bons juntos.
— E por que não ficam juntos? — ela rolou os olhos. — Como vocês são difíceis.
— Eu...
— Eu não estou mais ouvindo, . — reclamou.
— Grande amiga. — rebati.
— Estou te dando dicas úteis, mas você não me ouve. — ela levantou da cama. — Vamos, vá se aprontar para dormir, temos que estudar amanhã.
Levantei a contragosto. Eu só esperava que a confusão na minha cabeça me deixasse dormir.
Na segunda, me acordou cedo e praticamente me arrastou para o campus. Assim que passamos pela porta, uma das secretárias a arrastou, alegando que ela tinha que ver alguma coisa na diretoria. Sem escolha, fui para a sala. Entrei como de costume: ainda de óculos escuros e sem desejar bom dia. Eu desprezava quase todos aqueles babacas.
— E aí, nerd? — Ethan implicou. Apenas o ignorei e sentei na minha cadeira de sempre, abrindo meu Kindle.
— Pare de implicar, Ethan. — ouvi a voz de e levantei o olhar para encontrá-lo em sua cadeira lendo um livro qualquer.
— Qual é, ? Tá defendendo por quê? Pegou? — Ethan riu. levantou o rosto e me encarou.
— Pegou. — respondi e vi seu sorriso crescer lentamente. — Diferente de você, Ethan. Que nunca vai pegar.
— Você é uma pu...
— É melhor você se calar. — levantou da cadeira e se aproximou de mim, colocando as mãos enormes nos meus ombros.
— Estão namorando? — Ethan quis saber.
— Definitivamente não é da sua conta. — respondeu. — O sorvete está de pé? — ele me perguntou e eu levantei o rosto para lhe olhar. sorria contido para mim. Eu nem sabia que sorvete era aquele, mas balancei a cabeça de forma afirmativa. Ethan apenas observava de boca aberta.
— Notícia extraoficial, amigos. — entrou na sala vermelha e esbaforida, como se tivesse corrido.
— Além de nerd é fofoqueira. — Ethan comentou.
— Pelo amor de Deus, cale a boca, Ethan. — reclamou.
— Obrigada. — sorriu para o mais alto. — Se não quiser ouvir, tape os ouvidos, Ethan. Para os demais, o professor não vem. Foi suspenso e está sendo investigado por assediar duas alunas de outro curso. — ela fez uma careta e veio se sentar ao meu lado. — Obrigada pela atenção. Vamos esperar o pronunciamento oficial do diretor.
— Poderíamos ser nós duas. — suspirei. — Óbvio que eu também estaria suspensa.
— Por descer a mão nele. — riu. Então reparou nas mãos de que ainda esquentavam meus ombros, como se quisesse me dar apoio. — Pois não?
— Vamos tomar um sorvete quando o diretor nos liberar. — ele sugeriu à minha amiga. — Nós quatro. — ele encarou , que arregalou os olhos.
— Mas não íamos ao cinema depois da aula? — ela me perguntou. Nota: não íamos. Não tínhamos combinado nada. Eu nem podia acreditar que estava se aproveitando de mim para sair em um encontro com .
— Então vamos ao cinema e depois tomamos sorvete. — resolveu o problema.
— Por que me olhou de repente? — se aproximou de nós, as sobrancelhas franzidas em confusão.
— Estamos combinando de ir ao cinema, depois vamos tomar sorvete. O que me diz? — vi levantar as sobrancelhas para ele. Um claro sinal de "por favor, concorde comigo". Eu mesma fazia aquilo com às vezes.
— Eu não tenho segunda aula. — deu de ombros.
— Combinado. — apertou meu ombro. Até ia virar para sorrir para ele (eu estava fazendo isso com muita frequência), mas o diretor entrou na sala acompanhando de uma moça asiática.
— Bom dia, senhoritas e senhores. — ele desejou. — O senhor Schutz está temporariamente afastado...
— Por ser um grande babaca. — Ethan comentou.
— Então essa será sua nova professora, Yuri. — a moça deu um passo à frente, sorrindo. — Ela vai ministrar as mesmas duas aulas que vocês tinham com ele durante a semana. Boa sorte. — ele desejou e saiu.
— Bom dia! — Yuri desejou. Então seus olhos caíram sobre nós, e o sorriso se alargou. — Meninas na turma. — ela pareceu animada, e até ignorou a presença dos únicos dois asiáticos da turma que estavam ao nosso redor. — Na minha época, só tinha eu.
— Elas se acham. — Ethan comentou. Ele estava comentando demais naquele dia.
— Então eu vou ter muito trabalho. — Yuri suspirou. E durante as horas de aula, ela nos exauriu completamente. Ela era totalmente compromissada com o conteúdo, diferente do senhor Schutz.
— Vamos? — se aproximou quando Yuri finalmente nos liberou.
— Vão vocês. Eu estou exausta. sugou minha energia no final de semana. — suspirei.
— Eu posso ficar com você, se você quiser. — ele ofereceu e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
— Eu vou ficar bem sozinha. — sorri para ele. encarou meus lábios por longos segundos e eu decidi me afastar antes que ele fizesse uma besteira. — Bom filme. — dei as costas e fui para o dormitório. Aquela era a decisão mais sábia no momento.
Fugi de tanto quanto foi possível. estava mais uma vez cansando meu ouvido sobre dar a ele outra chance, então eu simplesmente saí do quarto. Não queria ouvir mais, estava tentando não dar ouvidos à razão. Fui ao cinema, passar um tempo, mas me arrependi no momento em que vi entrando na sala. Ele estreitou os olhos para mim e eu fiz questão de sumir entre as pessoas que entravam. Ele passou o filme todo olhando para trás, sua cabeça acima de todas as outras era visível mesmo no escuro. Mas não consegui fugir por muito tempo. Assim que saí da sala, estava me esperando escorado em uma coluna do cinema. Parecia realmente coisa de filme.
— Você está fugindo de mim, . — ele acusou com a voz grave.
— Não estou. — menti.
— Você é inteligente, mas não sabe mentir, . — ele riu e se aproximou.
— Não estou...
— Está sim. — ele me interrompeu. — Quer ir comer alguma coisa? A gente pode ir para a minha casa e pedir pizza. — ele sugeriu com um sorriso. Com um suspiro de derrota, aceitei.
— Tá, eu só preciso ligar para a .
— Leve o tempo que precisar. — ele beijou meu rosto e se afastou alguns passos. Peguei o celular e liguei para minha amiga. atendeu no segundo toque.
— , Talvez eu não durma em casa hoje. — sussurrei.
— E onde você vai, ? — ela perguntou preocupada.
— Encontrei no cinema e ele me chamou para a casa dele.
— E você vai? — ela gritou do outro lado. — Finalmente vem aí o primeiro replay?
— Parece que sim. Não foi você que me disse para acabar com a minha regra? — bufei.
— Fui eu sim. Agora vai lá e aproveita. Deve ter muita coisa pra descobrir no . — ela riu. — Boa noite.
E desligou o telefone. Encarei a tela acesa e suspirei, mas não tive tempo de ponderar sobre minha decisão, pois as mãos grandes de acharam caminho na minha cintura exposta por mais uma das minhas croppeds.
— Pronta? — ele sorriu largo.
— Eu já nem sei. — suspirei.
— Só vamos pedir uma pizza e conversar, . — ele me lembrou.
— Da última vez que me disseram isso, a pizza era eu, gostosa e redonda.
soltou uma gargalhada gostosa que me fez rir junto.
— Nada mal. Se você quiser, saiba que eu quero. E muito. — ele continuou sorrindo. E o problema estava ali: eu queria. Queria mais das mãos firmes e delicadas, da boca dedicada, da devoção que ele parecia nutrir pelo meu corpo. Com um suspiro, relaxei.
— Vamos embora antes que eu desista.
Comecei a andar, me livrando daquele abraço. me seguiu até o carro e foi até a casa dele no mais completo silêncio. Assim que entramos, ele fez questão de acender todas as luzes.
— Pode ficar à vontade. Eu vou pedir a pizza. — ele caminhou para o que eu achei ser a cozinha. Fui atrás dele.
— Por que sua casa parece sempre tão vazia? Você não morava com seus pais? — perguntei.
— Eles estão sempre viajando para conferências e cursos. Eu passo a maior parte do tempo só. — ele respondeu enquanto discava para pizzaria. — Alguma preferência?
— Para a pizza? Não.
sorriu atravessado e eu neguei com a cabeça, voltando para a sala. Ele veio logo depois e se jogou ao meu lado no sofá.
— Quer assistir alguma coisa? — ele quis saber.
— Você está com uma expressão que me diz que não vai me deixar acabar o filme de qualquer maneira, .
— Você pensa muito mal de mim, . — ele riu e mexeu em uma mecha do meu cabelo. — Mas se você quiser... — seus olhos se focaram nos meus lábios e eu não pude evitar o sorriso.
— No momento, eu só quero comer. — confessei.
— A gente pode ir esquentando enquanto a pizza chega. — ele sussurrou no meu ouvido e deixou uma mordida fraca ali. Engoli o gemido fraco e o vi sorrir.
E, no final, eu estava certa: a pizza naquela noite era eu.
Abri os olhos devagar, me acostumando com a claridade no quarto. Olhei para o lado e vi de boxer dormindo pesado. Levantei devagar e fui para o banheiro. Usei o enxaguante bucal dele, arrumei meus cabelos, tentei me limpar o máximo que deu e voltei para o quarto. Ele nem sequer tinha notado que eu levantara.
Peguei a camisa que ele vestia na noite anterior, vesti por cima da calcinha e desci para a cozinha, não sabia onde estava meu sutiã. Mas não estava me importando, estava realmente com fome.
Comecei a buscar as coisas pelos armários fazendo o mínimo de barulho, mas, pelo visto, não foi suficiente, já que senti mãos grandes na minha cintura.
— Oi. — soprou no meu ouvido, as mãos subindo para os meus seios por cima da blusa. Inclinei a cabeça para o lado e ele prontamente beijou meu pescoço.
— Oi. — segurei suas mãos e sorri sem que ele pudesse ver.
— Bom dia! — uma voz grave desejou, espalhando um eco pela casa. Senti o sangue gelar. Eu não podia acreditar que os pais de estavam em casa.
— Droga, eu não devia ter dormido aqui. — resmunguei de costas para ele.
— Eu achei.. , me desculpa. — ele sussurrou e apertou mais o abraço ao meu redor. Levei as mãos às suas coxas para constatar o que eu já esperava: estava vestindo apenas a maldita cueca boxer. Me virei no abraço e bati com o punho fechado em seu peito nu.
— Você disse que eles só viriam à tarde. — ralhei. — , eu não estou vestindo calças.
— Nem eu! — ele rebateu.
— Filho, você tá acordado? — uma mulher que eu julguei ser a mãe dele gritou na casa.
— Confie em mim. — ele sorriu e selou meus lábios. — Só fica atrás de mim. — ele rodou no abraço, ficando de frente para a porta da cozinha. — Oi, mãe. Eu... Nós... eu achei que vocês só chegavam à tarde.
— Nós quem, ? — ela perguntou risonha. Era impossível não ver minhas mãos agarrando a cintura nua de .
— Essa é a , minha namorada. — ele respondeu.
— Sua o quê? — perguntei e me afastei minimamente, querendo ver seu rosto, o que era impossível, já que continuava de costas para mim.
— Eu ia pedir hoje à tarde. — ele colocou as mãos sobre as minhas e me olhou por cima do ombro.
— E você supôs que eu diria sim?
— Você vai dizer sim, . — ele riu. — Mãe, será que vocês podem...
— Wow. Subir para não ver mais do que deveríamos? Sim. — a voz do pai de comentou. — Estamos indo. É um prazer, querida. — ele cumprimentou e eu apenas acenei atrás de .
— Nós vamos nos aprontar e encontramos vocês aqui embaixo logo. — acenou para eles e ouvi os passos saindo da cozinha.
— Eu não vou dizer sim. — decretei assim que achei que estávamos sozinhos.
— , eu gosto de você. — ele virou de frente para mim, me encarando com olhos tristes. — De verdade. Funcionamos bem juntos. Minha mãe estava sorrindo o tempo todo.
— Não é todo dia que se encontra o filho marmanjo de cueca na cozinha. — apontei.
— Se ela não tivesse gostado, você estaria na rua agora. — ele riu. Eu, por outro lado, não achei graça.
— Romances assim me machucam, . — suspirei, expondo o principal ponto que me impedia de mergulhar naquela loucura. — Romances entre caras como você e garotas como eu sempre deixam marcas negativas nas garotas. E isso machuca. Eu não estou disposta a isso, sabe?
— , eu...
— Ah, ele não faria isso, querida. Antes de ele te machucar, eu mesma o machucaria. — a mãe de voltou à cozinha e estendeu uma toalha para ele e um roupão para mim. — não teve esse tipo de criação. Ele foi criado para respeitar.
— Sob ameaça de morte. — ele riu e se afastou para enrolar a toalha na cintura. Vesti o roupão sob os olhos atentos da senhora .
— Você é linda, . — ela sorriu para mim.
— Ela é a primeira da turma, mãe. — disse orgulhoso.
— Linda e inteligente. — ela segurou meus ombros. — Se é o medo que te impede, eu te digo: vá. — ela me lançou um sorriso acolhedor e se afastou. — Agora vão vestir uma roupa. Eu faço o café.
pegou minha mão e me arrastou escada acima. Assim que entramos no quarto, ele me soltou.
— Está vendo? Minha mãe gosta de você. — ele começou a catar as roupas pelo local. Comecei a fazer o mesmo, procurando logo pelo meu sutiã. Achei primeiro a saia que vestia e como já tinha feito minha higiene, a vesti. — Minha camisa ficou ótima em você. — ele se aproximou e me abraçou por trás; suas mãos escorregaram por baixo da blusa, indo direto para seu alvo principal: meus seios.
— Vá tomar um banho e apague esse fogo. Seus pais estão em casa. — me desvencilhei do aperto. — Eu bem disse que não ia dormir aqui. Isso nunca dá certo.
— . — ele me virou de frente para si. — Relaxa. Tá tudo bem.
— Eu não consigo relaxar, . Você está me fazendo quebrar muitas das minhas próprias regras e eu não estou gostando disso. — suspirei.
— Eu não desisti de te namorar. — ele selou meus lábios.
— Você está com fome. — dei um passo para trás. soltou uma gargalhada sincera e foi tomar banho. À mesa do café, a senhora investigou toda a minha vida (ela precisava saber quem o filho estava querendo namorar). Eu me despedi dela prometendo voltar para um almoço, mas sem muita confiança de que isso realmente fosse acontecer.
— Eu te levo até o carro. — se ofereceu e me acompanhou para fora da casa. Assim que parei ao lado do meu carro, ele me prensou contra a lataria e os lábios procuraram os meus. E eu cedi a mais um beijo. — Pense com carinho. Eu não vou desistir, .
— Você é tão insistente que chega a ser chato, . — sorri.
— Eu não costumo desistir fácil. — ele selou meus lábios. Eu já estava me acostumando com os beijinhos inesperados. — Até amanhã. Espero poder te chamar de namorada amanhã.
— Vai sonhando. — entrei no carro.
— Avisa quando chegar. — ele pediu pendurado na porta. E ficou me encarando por longos segundos.
— O que foi? — eu quis saber. Então ele me roubou outro selar. — Beijoqueiro. — reclamei.
— Você gosta. — ele piscou. — Até amanhã.
Não respondi. Apenas arranquei com o carro e dirigi no automático até o dormitório.
— . — chamei assim que entrei pela porta. — Eu tenho uma coisa pra te contar. — dissemos juntas.
— Você primeiro. — ela sorriu.
— Você primeiro. Por que está tão sorridente? — perguntei.
— me pediu em namoro e eu disse que sim. — ela deu pulinhos no lugar.
— E o "Books Before Boys, Because Boys Bring Babies"? — sempre repetia aquilo.
— é um boy inteligente que não vai me dar um baby. — ela sorriu. — Mas o que você tinha que me contar?
— meio que me pediu em namoro...
— E você disse sim? — ela me interrompeu.
— Eu não disse nada. — confessei. — Disse que ele estava louco.
— Sim. Por você. — ela completou. — Vamos, . Mande uma mensagem. Diga sim, vai ser legal.
Suspirei olhando o sorriso largo e encorajador da minha amiga. Peguei o celular, digitei e enviei sem pensar muito. Em seguida, desliguei o aparelho.
— Pronto. Agora vamos estudar. Amanhã será um longo dia.
Acordei pensando em todas as caras feias que seriam dirigidas a mim naquele dia. Tomei um bom café, esperei por que não parava de digitar no celular e saímos para a aula. Antes mesmo de eu entrar no campus, surgiu ao meu lado com um sorriso largo no rosto.
— Bom dia, namorada. — ele me roubou um selar. O encarei em silêncio por alguns segundos. — Não está pronta?
— Eu nunca vou estar pronta, . — suspirei.
— Você sumiu ontem. — ele fez bico.
— Eu não estava confiante da minha decisão. — tentei sorrir. apenas me roubou outro selar.
— Vamos, . A aula vai começar. — ele sorriu encorajador e tomou minha mão na dele. Juntos e de mãos dadas entramos no prédio e na sala.
— Estão namorando? — Ethan foi o primeiro a se pronunciar.
— Definitivamente não é da sua conta. — respondi.
— Ei, . — ele chamou e meu namorado o olhou com cara de poucos amigos. — Pegou?
me olhou e a expressão carrancuda se transformou em um sorriso. Retribuí o sorriso e ele apertou minha mão que ainda segurava.
— Peguei.
FIM.
Nota da autora: E é isso, né? Eu tava sentindo falta de uma personagem GG (a última foi em “A garota do Campus”), e essa chegou com tudo.
Obrigada a quem leu e vejo vocês na próxima.
Beijinhos!
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Obrigada a quem leu e vejo vocês na próxima.
Beijinhos!