Última atualização: 17/02/2023

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Capítulo 17

Perth, Austrália, 2004

- Eu tenho educação física agora. – Daniel perguntou. – Você vai?
- Não mesmo! – Jemma disse, rindo. – Hoje é treino extra, não vou me desgastar por isso. Está chovendo.
- Nos vemos depois, então? Eu preciso de presença pelo menos. – Ele disse, coçando a nuca.
- Claro! Vamos sair hoje à noite? – Ela perguntou.
- É, claro! Eu te encontro na sua casa depois do treino. – Ele disse.
- Combinado. – Ela sorriu e eles trocaram um rápido selinho antes de se afastarem.
- Tchau! – Ele acenou e saiu para a parte externa da escola.
A chuva fina caía frequente e, juntando com o nublado, deixava um frio péssimo no meio de junho. O garoto apertou o casaco contra o corpo e correu em direção à quadra poliesportiva do colégio, pulando as poças maiores. Seus cabelos abaixaram instantaneamente, cobrindo parte dos olhos. Ele chegou na quadra, vendo a professora dando atenção para quatro alunos de tênis e viu poucos alunos esperando nas arquibancadas.
Ele ouviu passos rápidos pelas pedras que cobriam as ruas e virou o rosto, identificando descendo correndo, com a mochila nas costas e o taco de cricket na mão. O garoto suspirou longamente, eles não se falavam há duas semanas e isso era uma eternidade para ambos. Eles se conheciam desde antes dos três anos, ele faria 15 em alguns dias e ela em outubro.
Ele ainda estava confuso pelos motivos que brigaram. Ele sabia que e Jemma nunca se deram, os gostos de ambas sempre foram muito diferentes, tanto que o garoto escondeu sua paixonite por Jemma por um tempo, mas ele não era ninguém sem , até o pessoal em casa falava como ele ficava chato sem ela.
Ele também sabia que, se quisesse manter a amizade com a amiga, precisava dar o braço a torcer. sempre foi mais cabeça quente entre os dois, já Daniel tentava não revidar algumas coisas para ela, pois sabia que ela não fazia por mal. Era quase como a amizade perfeita. Então, literalmente entre a cruz e a espada, ele respirou fundo e esperou que a voz saísse com firmeza.
- ... – Ele a chamou e o olhar da menina apareceu por baixo do capuz do casaco.
- Ah, o que você quer? – Ela disse, apoiando o taco no ombro e o garoto engoliu em seco. Talvez não fosse a melhor hora para falar com ela.
- Conversar com você. – Ele disse e ela suspirou.
- Não estou no clima, Daniel! Me erra, vai! – Ela disse, dando alguns passos, mas o garoto correu para ficar em sua frente, impedindo que ela passasse.
- Por favor. – Ele disse, desviando o rosto do taco. – Eu estou me sentindo mal, eu sinto sua falta. – Ele suspirou. – Não dá para gente se ajeitar?
- Bem, você fez sua escolha. Eu fiz a minha. – Ela deu de ombros, ameaçando andar e ele a segurou de novo. – Daniel. – Ela disse firme.
- Eu não vou sair daqui. – Ele disse firme. – Mesmo se você bater em mim. – Ele olhava para o taco. Se ela fizesse um movimento, talvez tirasse a orelha dele fora.
- Eu não vou te bater. – Ela desviou o taco do ombro, apoiando-o no chão e ele a olhou sugestivamente. – Ok, não vou te bater mais. – Ela suspirou. – Mas não vou mais falar disso. Você escolheu, então eu escolho.
- O que está dizendo? Que não podemos mais ser amigos porque estou a namorando?
- Ah, vocês estão namorando agora? Uau! – Ela disse sarcasticamente. – Essa foi rápida! – Ela tentou desviar os pés e ele fez o mesmo. – Manda um oi para senhora Godzilla e cuidado para não se tornar um babaca como ela. – Ela desviou de novo e ele fez o mesmo. – Eu juro, Daniel, se você não sair da minha frente, aí sim eu vou usar meu taco e esse é o velho, além da marca, você vai ficar três dias tirando farpa do seu rosto.
- Você pode fazer o que quiser, eu não vou sair daqui até você me dar uma nova chance. – Ele suspirou. – Eu sei que ela não era legal contigo quando a gente era mais novo, mas você também provocava.
- Como eu provocava? – Ela disse firme. – Eu tinha problemas de crescimento e gosto de esportes, que tipo de direito isso dava para ela? – Ele suspirou, sem resposta. – Você pode falar o que quiser, eu não gosto dela e nunca vou gostar. E eu não vou fingir ser amiguinha dela só porque você está a namorando. – Ela suspirou. – Ela é interesseira e cruel, não sei como alguém como você pode querer ser namorado dela. – Ele suspirou. – Mas agora eu cresci, em todo sentido da palavra, não vou ficar quieta enquanto ela fica provocando os mais novos ou achando que o mundo gira em torno do umbigo dela.
- Eu gosto dela, . – Ele suspirou. – E como minha amiga, você deveria me apoiar.
- É, eu gostava do Toby também. – Ela pressionou os lábios. – Ele realmente te fez chorar aquele dia e eu o afastei de mim, porque é isso o que amigos fazem. – Ela suspirou. – Mas pelo jeito só funciona de um lado, porque perdi as contas de quantas vezes aquela idiota me fez chorar. – Ela respirou fundo. – Muitas pessoas me fizeram chorar, Daniel, só não achava que você seria uma delas. – Isso tocou fundo no garoto, fazendo-o engolir em seco.
- Deixa eu mostrar para você que eu não mudei, . Eu ainda sou o Danny de sempre. – Ele suspirou. – Eu não vou deixá-la fazer mais essas brincadeiras contigo, mas eu estou feliz... – Ela pressionou os lábios. – Por favor, posso fazer essas duas coisas funcionar, vai. Eu não quero perder você. Você é minha amiga mais antiga. Minha melhor amiga. – Ela suspirou.
- ADDAMS! – Ambos viraram o rosto para a quadra onde a professora chamava o time feminino de cricket. – VEM!
- Por favor... – Danny pediu.
- JÁ VOU! – gritou de volta, voltando a olhar para ele. – Você tem uma chance, Daniel.
- Isso! – Ele movimentou o braço, animado.
- Não comemore ainda. Você está em condicional. – Ele riu fracamente. – Não sei se viu que saiu Shrek 2...
- É! Eu vi! – Ele disse, animado. – A gente pode ver hoje!
- É... – Ela suspirou. – Tem uma sessão as oito da noite no cinema perto de casa. Te encontro lá. – Ela disse.
- Combinado! – Ele disse, animado. – Eu vou compensar contigo, . Eu prometo. – Ela suspirou.
- Não fique tão feliz, você paga a pipoca. – Ela disse, desviando dele e dessa vez ele deixou. – E o refrigerante! – Ela disse firme, pisando na arquibancada e desceu os degraus um a um. Enquanto o garoto comemorava sozinho.

Mônaco, 2016


Quando Danny me chamou para dar uma escapada, parte de mim falou sim muito rápido, mas agora eu sentia meu estômago borbulhar, pois sabia exatamente qual motivo ele queria nos afastar de seus pais e seus amigos. Talvez nosso primeiro beijo saia hoje e pensar em beijar meu melhor amigo causava diversos pensamentos em mim, especialmente se seria bom.
Assim, Danny estava muito lindo, os anos fizeram muito bem a ele em todos os sentidos, estava sendo realmente a pessoa mais incrível por quem eu já tinha me apaixonado e, com certeza a mais gostosa, mas pensava se isso tudo não era empolgação. Ainda somos amigos de infância, convivemos quase todos os dias desde antes dos meus três anos e mesmo com nossas profissões e problemas nas nossas vidas, nada mudou entre nós.
Depois que sua família se conformou que não éramos namorados e meus pais faleceram, fazendo Joe e Grace se tornarem meus representantes legais e minha casa se tornar a casa dele, nos tornamos irmãos em quase tudo, menos no sangue. E se fosse ruim? Se fosse como beijar a parede? Eu sentia meu corpo arrepiar com seus abraços, seus lábios em meu pescoço e a mão incrivelmente baixa em minha lombar, mas e se...?
Eu sei que estou para descobrir, mas o medo de não dar certo e acabar a amizade parecia falar mais alto. Só espero que esteja errada.
- Vem! – Danny me puxou pela mão e ri com ele, andando pelo estacionamento. – A gente pega a Vespa e consegue fugir do movimento.
- E você vai com essa roupa? – Perguntei sobre a camiseta e boné da Red Bull. – Vai ser difícil sumir entre as pessoas.
- Eu devo ter alguma coisa na mochila. – Ele disse, apoiando a mochila no banco da Vespa e arregalei os olhos com a McLaren azul na vaga do lado.
- Uau! – Falei, rindo. – Isso é uma 675LT! – Disse, rindo. – De quem é?
- É minha! – Ele disse e arregalei os olhos.
- MENTIRA! – Gritei, colocando a mão na boca. – Você tem uma McLaren e nunca me disse? – Ele gargalhou.
- Eu comprei no meio do ano passado, devo ter esquecido de falar. – Ele abanou a mão como se tivesse me dito que comprou um colar.
- DANNY! ISSO É DEMAIS! – Falei, rindo, dando uma volta no carro. – Oh, meu Deus! Ela é linda! – Ele riu e toquei levemente a lataria.
- É, ela é incrível! – Ele riu.
- A gente vai dar uma volta com ela, né?! – Perguntei rápido, virando para ele, vendo-o tirar a camiseta da Red Bull e mordiquei o lábio inferior com seu abdome definido.
- Nem vem! – Ele disse, rindo, fazendo sua cabeça aparecer pela gola da camiseta preta.
- Por que não? – Fiz um pequeno bico, olhando para ele.
- Você não tem noção como foi difícil comprá-la e trazer para Mônaco sem ninguém saber. Se eu aparecer com uma McLaren, ainda mais em fim de semana de GP, vão logo começar a imaginar que eu vou para McLaren e isso vai fazer uma bagunça enorme! – Ele falou, dramático. – Ela fica escondidinha aqui até eu conversar com a Red Bull.
- Ah, mas ela é linda... – Suspirei, fazendo um pequeno bico e ele se aproximou. – Eu mereço, vai...
- Eu prometo te levar para dar uma volta, outro dia. – Ele falou ,sério e me estendeu um capacete. – Serve a Vespa hoje? – Mantive o bico.
- Serve, né?! – Dei de ombros, pegando o capacete e ele riu antes de guardar sua mochila no lugar do banco e colocar o outro capacete.
Coloquei o capacete e ele subiu na Vespa e ligou-a. Subi logo atrás e passei as mãos pela sua cintura. Ele apertou minhas mãos e apoiei a cabeça em seu ombro, sorrindo. Não demorou para ele colocá-la em movimento e ri fracamente com o pensamento de seus pais tentando entender nosso sumiço. Só esperava que Michael nos avisasse a desculpa que usou para usarmos a mesma.
Não sabia para onde Danny nos levaria, mas, quando percebi o caminho, notei que estávamos voltando para a área do GP. Achei que a ideia fosse fugir das pessoas, não ir de encontro a elas. Talvez as coisas já estivessem mais calmas, especialmente pelas arquibancadas não estarem cheias na classificatória, mas acho que ainda não.
- Aonde vamos? – Perguntei para Danny.
- Port Hercule! Mas eu vou por dentro. – Ele disse e, realmente, ao invés de ir beirando a água, fomos por dentro dos quarteirões, mas uma hora precisamos voltar para o litoral e ele parou na frente do Yacht Club. Não exatamente discreto.
- Vamos logo! – Ele disse, tirando o capacete da cabeça e fiz o mesmo. Ele guardou ambos no banco novamente e colocou a mochila das costas.
- Por aí? – Perguntei, confusa.
- Anda rápido! – Ele disse e rimos juntos.
Ele me puxou pela mão novamente, entrelaçando os dedos e acompanhei seus passos rápidos por dentro do clube. O lugar era lindíssimo, com uma decoração antiga e aqueles lustres que eu imaginava que custasse o valor do carro na garagem de Danny, mas não deu para eu prestar tanta atenção, só desviava das pessoas. Assim que uma porta se abriu para fora, seguimos para ela e parei ao ver vários píeres com diversos iates. Um maior do que o outro.
De perto eles eram mais incríveis ainda. A mão de Danny me puxou e apressei o passo para juntar nossos braços novamente, caminhando até o píer extremo do lado esquerdo. Alguns iates estavam cheios, outros espaços vazios, mas cada um era mais luxuoso que o outro.
- Esse é meu! – Ele indicou para um e vi a bandeira da Austrália, me fazendo sorrir. – Pode entrar, já volto! – Ele disse e ri fracamente, observando o iate, sentindo nossas mãos se afastarem.
Eu não entendo nada de barco ou iates, só tive algumas experiências em cruzeiros para avaliar alguns chefs. Apesar de tudo, podia ver de cara que o iate tinha três níveis. O primeiro foi o que pisei ao entrar. Era um pequeno deck, com cobertura e ali tinha uma porta fechada e uma escada para cima. Ela me levou para uma área com alguns sofás e espreguiçadeiras, uma mesa e subindo mais algumas escadas, tinha a área do piloto.
Andei pela lateral dela, encontrando aquela área frontal onde as pessoas costumavam aparecer em fotos de paparazzi tomando sol e foi como se me sentisse no topo do mundo. Pelo tamanho dos outros iates em volta, entendo o que Danny diz sobre pequeno, mas isso deveria caber umas 20 pessoas com folga para curtir um bom dia de sol.
- ? – Virei o rosto, vendo Danny voltar com outro homem e caminhei até o deck novamente. – Esse é Anton! Ele vai nos levar para dar uma volta. – Vi o homem com uniforme do Yacht Club. – Essa é .
- É um prazer te conhecer. – Estiquei minha mão para ele e trocamos um aperto. – Aonde vamos? – Virei para Danny.
- Plage Marquet, é aquela praia na frente do porto perto de casa, dá para nadar um pouco, se você quiser. – Ri fracamente.
- Você poderia ter dito para eu trazer biquini, pelo menos. – Falei e vi Anton seguir para dentro do iate.
- A gente dá um jeito. – Ele deu de ombros. – O que acha? – Ele entrou também e ri.
- É lindo, Danny. – Sorri.
- Viu lá dentro? – Ele perguntou.
- Não, ainda não. – Ele indicou com a cabeça.
- Vem cá. – Ele chamou e o vi com um molho de chaves na mão e ele selecionou a chave, abrindo o cômodo e sumiu dentro dele.
Suspirei ao encontrar um quarto ali e Danny foi ligando as luzes. O cômodo era pequeno, mas tinha uma cama de casal encostada na parede que entramos e um banheiro pequeno no canto esquerdo com chuveiro, pia e vaso sanitário. Danny abriu outra porta e dois degraus nos separavam de uma sala com cozinha. Um sofá de três lugares de couro branco e uma televisão de umas 40 polegadas de um lado, e uma pia, um pequeno cooktop, uma bancada e uma pequena mesa com quatro banquetas do outro, além de alguns armários na parte de cima.
- Você consegue sair pela frente ali. – Ele indicou uma escada do outro lado que dava para a porta e ri fracamente.
- Isso é demais! – Falei, rindo, andando pelo quarto, vendo a cama arrumada com a roupa de cama branquíssima. – Eu poderia dormir aqui fácil, fácil. – Ele riu fracamente, deixando a mochila no sofá.
- Talvez no próximo descanso. – Ele disse e senti um puxão, me forçando a apoiar na parede.
- Wow! – Falei. – Estamos andando?
- Sim! – Ele disse, rindo. – Não vai passar mal, por favor.
- Nunca passei mal em navio. – Ele se aproximou de mim. – Maiores do que esse, mas estou bem.
- Vem cá! – Ele segurou minha mão apoiada com firmeza na parede e a soltei devagar antes de ele me puxar para fora do quarto, no deck que tinha ali.
- Danny! – Falei, nervosa.
- Confia em mim! – Ele disse e apoiei a mão nas paredes e nos apoios até colocar um pé para fora, vendo o Yacht Club se afastar aos poucos. – Vem... – Ele esticou a mão e soltei da parede, segurando em seu braço. – Não sabia que era tão medrosa.
- Eu só não quero cair. – Ele me abraçou pela cintura e passei os braços pelos seus ombros, segurando-o com firmeza.
- Está tudo bem. – Ele disse e os cabelos soltos do rabo de cavalo voavam pelos ares devido a velocidade. – Estamos chegando. Mônaco é pequena. – Assenti com a cabeça.
- Eu poderia esperar lá dentro. – Falei fracamente e ele deu um beijo em meu rosto.
- Você precisa aproveitar as coisas boas da vida. – Ele disse.
- Eu estou tentando. – Ri fracamente e notei a velocidade do iate reduzindo e minha mão soltou Danny aos poucos, devolvendo meu equilíbrio.
- Eu pedi para ele parar virado para o mar, não para praia. – Ele disse. – Os fotógrafos são incrivelmente bons, mas eles não conseguem nos ver, só se vierem de barco. – Rimos juntos e apoiei o quadril na altura da janela de dentro, colocando as mãos para trás, me segurando com firmeza.
- Dá até para fingir que a cidade está vazia. – Comentei, olhando o horizonte e ele riu fracamente.
- É, até que dá. – Ele sorriu.
- Senhor Ricciardo, estamos atracados. – Anton apareceu. – O lugar é próprio para nado, estamos com quatro metros de profundidade e sem peixes.
- Obrigado. – Danny disse e o homem deu um aceno de cabeça antes de subir novamente.
- Hum, senhor Ricciardo. – Falei, rindo.
- Aqui é só assim. – Ele suspirou e franzi a testa.
- Ele trabalha para a clube? – Perguntei e ele tirou os tênis.
- Sim! Eu pago uma mensalidade para deixar o iate no clube e ganho alguns serviços como limpeza e um piloto para quando eu precisar. – Sorri.
- Isso é legal, prático, apesar de tudo. – Ele tirou as meias, enfiando-as dentro dos tênis. – Vai nadar? – Perguntei.
- Não, mas dá para gente aproveitar um pouco. Está na hora do pôr-do-sol! – Ele disse e me aproximei da beirada, fugindo da cobertura acima e pude ver melhor o horizonte. O sol baixava devagar, mas ele já estava na linha do horizonte, começando a tocar o mar.
- Eu pareço um disco quebrado, mas é lindo, Danny. – Suspirei, apoiando a mão no peito e ele me abraçou pela cintura, colando nossos corpos lado a lado.
- Você precisa vir mais, sabe? – Ele suspirou. – Eu mal uso isso daqui, sozinho não tem graça. – Ri fracamente.
- Eu sei, mas também não faz muito tempo que você comprou. – Virei para ele.
- Ah, um ano acho. – Ele ponderou com a cabeça. – Junto com a McLaren. – Gargalhei alto.
- Ah, Danny!
- O quê? – Ele perguntou, rindo.
- Você compra uma McLaren e um iate na mesma época! – Ele riu fracamente e gargalhei alto. – E ainda fica pagando de garoto da roça.
- Eu sou um garoto da roça! – Ele falou firme, dando de ombros. – Você também, só tentamos enganar os outros mostrando que não somos. – Sorri.
- É, talvez você esteja certo. – Ele riu fracamente. – Apesar disso aqui, eu gosto de ir na fazenda e trabalhar lá...
- Eu também. – Ele falou, se aproximando da beirada do deck. – A vantagem é que podemos fazer as duas coisas. – Ele olhou para água e pressionei os lábios ao ter uma ideia ridícula e infantil. – A gente curte aqui durante o ano e depois voltamos para casa e ficamos lá. – Ele se virou para mim e deu de ombros.
- Vamos aproveitar aqui antes disso. Ou antes que sua mãe ligue. – Me aproximei dele.
- Eu desliguei o telefone. – Ele disse e ri fracamente.
- O meu está no vibra, como sempre. – Falei.
- Estamos só nós dois aqui, . – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Ou só eu... – Dei de ombros.
- O que você qu... – Apoiei as mãos em seu peito, empurrando-o para trás e ouvi um grito dele antes de sentir alguns respingos de água e ele sumir por alguns segundos antes de aparecer novamente na superfície. – ! – Gargalhei alto, tombando o corpo para trás um pouco.
- Ah, você caiu direitinho! – Neguei com a cabeça.
- Não acredito que você fez isso. – Ele disse e ri fracamente.
- Não acredito que você não fez isso. – Neguei com a cabeça. – Está ficando mole, é?! – Ele fez uma careta, me mostrando a língua e sorri em meio a um riso.
- Qual é! Me ajuda a subir.
- Ah ! – Neguei com a cabeça. – Até parece que eu caio nessa. – Cruzei os braços. – Se vira! – Me afastei da borda e o vi revirar os olhos.
- Eu tentando ser romântico e você faz isso. – Ele nadou até um canto do deck e se impulsionou para cima.
- Ah, até parece que é um santo, né?! – Neguei com a cabeça e ele subiu de joelhos no deck antes de se colocar em pé e a água escorria de seu corpo, mantendo a camiseta e a bermuda coladas no corpo. – Precisa de uma toalha? – Dei um sorriso sarcástico e ele passou as mãos nos cabelos, jogando água em minha direção, me fazendo rir.
- Não... Acho que prefiro um abraço. – Ele disse, retribuindo o sorriso sarcástico.
- Nem vem! – Dei um passo para trás, virando meu corpo para porta e ele me puxou, me abraçando pela cintura. – NÃO! – Gritei, rindo, ouvindo-o rir comigo e me girar de frente para água. – NÃO! Não me joga! – Pedi entre risadas e ele levantou meu corpo, me tirando do chão. – Não, Daniel! Não faz isso. – Falei, rindo, sentindo seu corpo gelado. – Não!
- Nem pensou nisso na hora de me jogar, né?! – Gargalhei novamente, tombando minha cabeça para trás em seu ombro.
- Ah, eu preciso ganhar de vez em quando, né?! – Senti meus pés tocarem o chão e suas mãos afrouxaram um pouco de meu corpo e consegui me colocar em pé novamente.
- Eu vou deixar passar por hoje, plebeia. – Gargalhei, virando de frente para ele. – Não terei misericórdia da próxima vez. – Fiz uma careta.
- E o que vai fazer? Guilhotina? – Apoiei as mãos em seus ombros e ele negou com a cabeça, apertando as mãos em minha cintura.
- Não! Talvez escravidão eterna, mas eu penso nisso depois. – Rimos juntos e neguei com a cabeça.
- Quero ver quem vai me pegar... – Falei, observando seus olhos fixos nos meus e engoli em seco. – Digo... Quem vai...
- Eu... – Ele disse baixo. – Eu vou te pegar. – Suas mãos apertaram minha cintura e minha barriga colou na dele. – Eu cansei de esperar, . – Sua voz saiu em um suspiro.
- Eu também. – Minha voz saiu igual. – Mas e se for ruim? – Mordisquei meu lábio inferior, sentindo sua respiração tocar neles.
- Eu duvido muito disso. – Uma mão saiu de minha cintura e foi para meu pescoço. – Eu vou te beijar agora, Wandinha. – Assenti com a cabeça, sentindo nossos narizes roçarem por alguns segundos e fechei os olhos quando nossos lábios se tocaram.
O primeiro toque foi estranho. Podia ser o vento ou o corpo gelado de Danny, mas um arrepio forte passou pelo meu corpo. As mãos de Danny apertaram em minha cintura e meu pescoço e os lábios pressionaram nos meus por alguns segundos e tive a mesma sensação de nosso primeiro beijo em 2003: uma mistura confusa de sentimentos. O toque foi rápido e logo nossos lábios se separaram, mas estava receosa em abrir os olhos, especialmente por ainda sentir sua respiração em meu rosto.
Pressionei meus lábios um no outro, tentando sentir seu gosto em meus lábios, mas havia sido incrivelmente seco e uma pequena ponta de decepção começava a crescer em meu peito. Eu estava receosa, mas não era possível que era isso! Abri os olhos devagar, encontrando os olhos castanhos de Danny e sua feição parecia seca e confusa igual a mim.
- Ei... – Ele disse fracamente.
- Ei. – Falei no mesmo tom, lembrando de como esse beijo foi exatamente igual nosso primeiro, mas tinha uma diferença de 13 anos e muita coisa mudou desde então.
- Foi... Estranho... – Ele disse e ponderei com a cabeça, rindo com ele.
- É... – Suspirei, desviando meus olhos para seus lábios. – Não é possível, Danny! – Falei, ouvindo-o rir.
- Não é? – Ele disse no mesmo tom. – Você está me enlouquecendo, . Eu sei meus sentimentos, eu...
- Posso... – O interrompi, tendo outra ideia. – Eu quero tentar de novo... – Pressionei os lábios.
- É! Claro! – Ele disse rapidamente, me fazendo sorrir.
- Deixa comigo agora, ok?! – Ele riu fracamente.
- Sim, senhora. – Suspirei, olhando para seus lábios e depois seus olhos.
- Fecha os olhos. – Pedi e ele o fez, abaixando as mãos para minha cintura.
Dessa vez eu aproximei nossos rostos e rocei nossos narizes devagar, analisando as pintinhas do nariz dele, a barba e bigode ralo, a sobrancelha grossa e a feição séria. A diferença que um sorriso faz. Não é possível que tenha sido estranho. Passei as costas da mão em sua bochecha, sentindo a pele macia se misturar com a barba e seu rosto se inclinou em direção a mão e sorri. Simplesmente não tem como! Meu corpo arrepia só de olhar para ele.
Abaixei meus braços novamente para seus ombros e rocei nossos lábios devagar. Seu corpo pareceu contrair sobre o meu e dei um pequeno selinho entre eles, analisando sua reação antes de dar outro e outro, vendo-o sorrir com os lábios pressionados. Apertei meus braços com firmeza ao redor de seu pescoço, segurando firme em sua nuca e meu peito colou em seu corpo. Passei a língua de leve em seus lábios, sentindo-o entreabrir os lábios e pressionei nossos lábios.
Suas mãos apertaram minhas costas com mais firmeza e até me surpreendi quando sua língua encontrou a minha rapidamente. Subi uma mão para seu rosto, sentindo nossos lábios encaixarem de forma perfeita conforme o beijo ganhava mais velocidade e minha respiração pareceu falhar com muita rapidez. Danny me empurrou para trás, me colando na parede e suspirei enquanto sua língua brincava com a minha.
Foi como se uma chave tivesse virado e eu não queria mais tirar minhas mãos de seu corpo. Apertei minhas mãos em seu pescoço, segurando firme em sua nuca e suas mãos também me apertavam, fazendo minha blusa deslizar para cima e sua mão gelada tocar minhas costas e descer para minha bunda, apertando-a, o que fez meu corpo se afastar em um impulso.
- O quê? – Ele perguntou, olhando para mim. – Não pode? – Ele tinha um sorriso nos lábios.
- Foi automático. – Falei, rindo. – Isso é novo para mim.
- Um novo bom? – Ele perguntou, ponderando com a cabeça.
- Agora sim! – Falei, rindo.
- Acho que esqueci que não temos mais 13 anos. – Rimos juntos.
- É, estamos bem longe disso. – Sorri.
- Ainda bem! – Ele riu antes de colar nossos lábios novamente.

Daniel

- Eu cansei de esperar, . – Minha voz saiu fraca, denunciando o nervosismo.
- Eu também. – Disse, suspirando. – Mas e se for ruim? – Dei um curto sorriso quando ela mordiscou o lábio inferior.
- Eu duvido muito disso. – Tirei a mão direita de sua cintura e subi para seu rosto, acariciando sua bochecha. – Eu vou te beijar agora, Wandinha. – Ela assentiu com a cabeça e rocei meu nariz no seu antes de tocar nossos lábios lentamente.
Meu corpo se arrepiou com o toque, como uma descarga elétrica. Pressionei meus lábios nos dela por alguns segundos, como se fosse 2003 novamente. Meu corpo estava tensionado e o pressionar foi longo, mais firme. Talvez completamente diferente do que eu esperava. Levemente... Decepcionante.
Nossos lábios se separaram e abri os olhos quase instantaneamente, encarando o rosto sereno de ainda com os olhos fechados. Tinha algo de errado, não é possível que tinha sido estranho. Essa mulher está me enlouquecendo há um mês só com o sorriso, não é possível que seria isso.
Ela abriu os olhos devagar e encarei seus olhos e algo estava errado. Essa mulher é incrível e perfeita, não tem como o beijo ter sido estranho, a confusão em seu olhar dizia o mesmo.
- Ei... – Falei fracamente.
- Ei. – Ela disse igual.
- Foi... – Pensei em uma palavra melhor para falar, mas não tinha. – Estranho... – Ela concordou rindo e sorri.
- É... – Ela mordiscou seu lábio. – Não é possível, Danny! – Ri com ela, apertando minhas mãos em seu corpo.
- Não é? Você está me enlouquecendo, . Eu sei meus sentimentos, eu...
- Posso... – Ela me interrompeu. – Eu quero tentar de novo...
- É! Claro! – Falei rápido, qualquer coisa para tornar isso melhor.
- Deixa comigo agora, ok?! – Ri fracamente.
- Sim, senhora. – Encarei seus olhos.
- Fecha os olhos. – Ela pediu fracamente e o fiz, abaixando as mãos para sua cintura novamente. Só queria ficar perto dela, tenho certeza de que tinha algo de errado.
Sua respiração tocou meu rosto e demorou um pouco para ela fazer algo, o que acabou me obrigando a apertar as mãos em sua cintura com medo de ela se afastar. Senti um carinho leve em minha bochecha, me fazendo sorrir e inclinei o rosto para sua mão, suspirando quando ela abaixou a mão novamente para meus ombros.
Notei que sua respiração ficou mais perto e senti seus lábios nos meus, aquilo fez meu corpo travar por algum motivo. Talvez com medo de ser estranho de novo. Ela pressionou nossos lábios em um curto selinho, fazendo nossos narizes se roçarem, depois outro selinho, até o terceiro. Senti minhas mãos afrouxarem em seu corpo e seus seios colaram em meu peito pelo abraço mais apertado.
Me surpreendi quando ela passou a língua em meus lábios e os entreabri pouco antes de ela pressionar nossos lábios com mais firmeza dessa vez. Minhas mãos apertaram em seu corpo automaticamente, cruzando e espalmando suas costas e foi como se minha língua tivesse um ímã para a sua, tornando o beijo mais rápido do que o primeiro.
Sua mão voltou para o meu rosto, dando firmeza nos movimentos de nossos lábios e andei para frente devagar, procurando a parede da porta atrás de si para sair da beirada do deck. As mãos de me apertavam com mais força, descendo do meu rosto para o pescoço, depois atrás da nuca, voltando para meu rosto novamente.
Eu não estava diferente, minhas mãos apertavam suas costas, deslizando pela lateral de seu corpo até encontrar a base de suas costas. Era disso que eu estava falando! Meu corpo respondia à ela e fazia com que eu mantivesse os lábios colados independente dos movimentos. Apertei sua cintura e deixei a mão deslizar para sua bunda, apertando-a em sua base e se afastou em um impulso, me assustando.
- O quê? – Perguntei, focando em seus olhos. – Não pode?
- Foi automático. – Ela disse, rindo. – Isso é novo para mim. – Sorri, abraçando-a pela cintura.
- Um novo bom? – Ponderei com a cabeça.
- Agora sim! – Ela disse, rindo.
- Acho que esqueci que não temos mais 13 anos. – Falei, mencionando nosso primeiro beijo travado, fazendo uma careta.
- É, estamos bem longe disso. – Ela deu um sorriso e me aproximei dela novamente.
- Ainda bem! – Ri, colando nossos lábios novamente.
Dessa vez o beijo foi mais calmo e gentil. Minhas mãos subiram para sua nuca e foi sua vez de deslizar as mãos pelas minhas costas, me abraçando pela cintura e colei meu quadril no seu. Trocamos um curto riso com o movimento e nossos lábios se juntaram mais uma vez. Mordisquei seu lábio devagar, puxando-o levemente para mim e alguns beijos acabaram saindo de seus lábios quando deslizei os lábios pela sua bochecha.
- Eu estava louco para fazer isso toda vez que você morde esse lábio. – Ela riu fracamente e nossos olhos se encontraram mais uma vez.
- Nós estamos ferrados, certo? – Ela perguntou e segurei seu rosto com uma mão, acariciando-o devagar.
- Talvez. – Falei, rindo e ela me abraçou apertado, apoiando a cabeça em meu ombro.
- Ah, cara. – Ela disse, rindo e sorri, dando um beijo em sua cabeça. – Isso explica tanto... – Ri fracamente.
- Eu fiquei levemente decepcionado da primeira vez. – Falei, passando as mãos em suas costas.
- Você me beijou como se tivéssemos 13 anos. – Ela ergueu o rosto e rimos juntos.
- Acho que ainda te trato como se você fosse quebrar. – Falei, deslizando as mãos pelos seus braços.
- Nós crescemos, Danny! Em todo sentido da frase. – Ela afrouxou as mãos em meu rosto. – E estamos aqui agora, completamente perdidos sobre o que está acontecendo. – Ri fracamente.
- Eu estou apaixonado por você, . – Suspirei. – E eu estou tão feliz por esse beijo ser bom. – Rimos juntos e colei nossos lábios novamente por alguns segundos. – Ah, cara! Eu posso fazer isso o dia todo. – Ela riu fracamente.
- Desacelera, Danny boy! – Ela roçou nossos narizes. – Isso é um terreno completamente novo para nós dois.
- Por que você corta meu barato? – Ela riu fracamente, pressionando seus lábios nos meus.
- Não estou cortando seu barato, baby. Só pensando com a cabeça antes do meu coração. Porque eu acho que ele parou depois que você apertou minha bunda. – Gargalhei, jogando a cabeça para trás.
- Pane no sistema.
- Total! – Ela disse, rindo, mas colou nossos lábios de novo. – Mas é bom, sabe? – Ela passou a língua levemente por eles e suguei-a de leve para meus lábios antes de soltá-los. – É bom demais.
- Sim? – Ela assentiu com a cabeça e deslizei minhas mãos pelas suas costas novamente, encontrando a divisão da blusa e dos shorts antes de acariciar sua bunda. Fechei a mão, apertando-a e ela suspirou.
- Ah, cara... – Ela disse, rindo e dei um beijo em seu rosto, deslizando o nariz pela sua bochecha. – Estamos muito ferrados, Danny!
- Eu sei... – Falei em um suspiro. – E a culpa é toda sua.
- Ah, minha? – Ela perguntou, rindo. – E o que eu fiz para ser culpada nisso?
- Eu não sei. – Ri com ela. – Não é possível que seja algo só de hoje, nos conhecemos nossa vida inteira. – Ela afastou o rosto, me olhando melhor. – Você já sentiu alguma coisa por mim ou...
- Eu não sei identificar. – Ela suspirou. – Digo, no nosso primeiro beijo, as coisas ficaram bagunçadas, mas era meu primeiro beijo, acho que era algo normal. Seria assim com você ou qualquer outra pessoa. – Assenti com a cabeça.
- Sim, penso o mesmo. E com Jemma? Você ficou bem enciumada naquela época. – Ela riu fracamente.
- Honestamente? Eu não consigo identificar isso também. Que o ciúme era por gostar de você. Não queria que você terminasse com ela para ficar comigo, eu só não gostava dela mesmo. Tanto que depois que tudo voltou ao normal, não cogitamos nenhum sentimento. – Ela deu de ombros e dei um beijo em seu queixo, fazendo-a movimentá-lo em cócegas.
- Eu não consigo lembrar também... – Suspirei. – Talvez tenha sido a proximidade mesmo. Nossa cota sem sentimento era de dois meses, quatro ultrapassou demais. – Ela riu fracamente.
- E antes disso éramos muito novos para entender. – Assenti com a cabeça.
- Eu tenho 26 e acho que entendo menos ainda. – Ela abriu um largo sorriso.
- Vamos descobrir o que é isso com calma, que tal? – Ela passou a mão em meu rosto. – Sem alarde, só você e eu. – Assenti com a cabeça.
- É perfeito para mim. – Nossos lábios se colaram mais uma vez e ela apertou os braços em meus ombros mais uma vez.
- Ah, merda! Isso é bom demais, Daniel! – Ela falou e rimos juntos.
- Meus beijos são incríveis, querida! – Ela gargalhou.
- É, uhum. Planejou tanto o primeiro beijo e foi péssimo. – Fiz uma careta.
- É, eu falhei nessa. – Ela riu. – Mas só erro uma vez, nunca mais.
- Preliminares, Daniel! Uma mulher não vive sem. – Ela falou em um sussurro e roubei outro beijo dela.
- Minha mulher. – Apertei-a mais uma vez e ela sorriu. – Ainda é estranho, mas vamos mudar isso. – Ela riu fracamente.
- Falando em mudar, não quer trocar de roupa? Você está muito gelado. – Ela deslizou as mãos em meus braços.
- Não quer nadar um pouco? Não sei quando voltamos com tempo para cá. – Falei, observando seus olhos.
- Se a água estiver tão gelada quanto você, não sei se quero. – Rimos juntos.
- Vem... Eu te esquento depois. – Ela riu fracamente.
- Antigamente eu te chamaria de tonto e metido, mas agora parece uma ótima ideia. – Ela cochichou.
- Vem... – Indiquei com a cabeça e ela riu, deslizando as mãos pelo meu corpo.



- Para, Danny! – Falei, rindo, sentindo-o jogar água em mim e revidei, mantendo os pés em movimento na água para não afundar.
- Parei! Parei! – Ele disse, rindo e me puxou pelo braço. – Vem cá! – Apoiei meus braços em seus ombros, sentindo nossas pernas se enroscarem dentro de água. – Eu paro... – Ri fracamente.
- A gente não precisa subir de novo? Está escurecendo. – Perguntei e ele colou nossos lábios devagar, ignorando o que eu disse. – Daniel...
- Eu ouvi, eu só estou ocupado com outra coisa. – Ri fracamente, apertando minha mão em sua nuca.
- Podemos nos ocupar lá dentro, no quentinho. – Fiz um beicinho e ele deu um beijo em cima.
- Não faça isso enquanto meus pais estiverem aqui, eu não sei do que eu sou capaz. – Sorri.
- Não prometo nada. – Neguei com a cabeça e ele pressionou nossos lábios mais uma vez.
- Nem eu! – Ele disse, sério e foi minha vez de colar nossos lábios.
- Sabe... Você fica sexy sério. – Ele riu. – E fofo sorrindo.
- Amo como as palavras honestas saem com mais facilidade agora. – Sorri.
- Eu estava doida para te beijar, mas também estava com medo. – Afastei nossos corpos devagar, nadando para mais perto do deck.
- Com medo de ser ruim e destruir nossa amizade? – Ele veio logo atrás e assenti com a cabeça, me apoiando no deck.
- É. – Suspirei, apoiando as duas mãos no deck antes de subir e ajoelhar no local, me sentando ali. Ele apoiou as mãos em minhas pernas.
- Eu não sei o que vai acontecer conosco, , mas eu não vou te perder. – Ele olhou em meus olhos e dei um curto sorriso. – Já fazemos parte da vida um do outro desde sempre, sabemos tudo o que o outro está sentindo, passamos por problemas juntos, a única diferença agora é que podemos fazer tudo isso e nos divertir. – Ri com ele, vendo-o desviar para o lado e subir para o deck.
- Você sabe que na prática não é fácil assim, né?! – Ele se sentou ao meu lado.
- Eu sei... Talvez... Mas vamos pensando nas estratégias quando chegarmos nos circuitos, que tal? – Ri fracamente com a referência e inclinei meu rosto para o dele e ele fez o mesmo.
- Combinado. – Falei antes de trocarmos um curto beijo.
- É, mas vou ficar viciado em te beijar agora. – Rimos juntos e sua mão subiu para meu rosto, iniciando outro beijo.
- Com licença, senhor... Desculpe. – Ouvi a voz, lembrando do piloto e pressionei os lábios, vendo Danny desviar para Anton. – Precisamos desancorar e voltar para o clube.
- É, claro! – Danny disse, se levantando e pressionei os lábios, rindo de vergonha.
- Com licença. – Ele se retirou e ergui o rosto para Danny, rindo com ele.
- No flagra! – Ele disse e segurei sua mão para me levantar.
- Ao menos estamos comportados. – Ele deu de ombros, me abraçando pela cintura. – Vamos para dentro enquanto voltamos para lá, tem toalha no armário.
- Eu estou enxarcada. – Ergui um pouco da camiseta que eu usava e dei uma torcida na barra.
- Eu vou. – Ele disse, puxando a camiseta para cima e pressionei os lábios pelo seu corpo definido e ele deu uma torcida na blusa antes de deixá-la na beirada do deck.
Senti o iate voltar a se movimentar e me apoiei na porta enquanto via Danny entrar com pressa no quarto e voltar com duas toalhas logo em seguida. Ele começou a se secar com naturalidade, mas esperei atracarmos novamente no Yacht Club para começar a fazer o mesmo.
- Eu vou me trocar no banheiro e arranjar uma roupa para você. – Ele disse e assenti com a cabeça.
Enquanto ele sumiu no banheiro, eu comecei a me secar como possível. A camiseta e os shorts jeans estavam completamente enxarcados, precisava tirar essa roupa e de uma ducha, então foquei em tentar torcer algumas partes da roupa para ao menos parar de pingar.
Danny saiu após alguns minutos com uma bermuda de tactel, a toalha em seus ombros nus e um cheiro de sabonete me lembrava que ele tinha feito exatamente a minha ideia. Ele caminhou pela área da cama e reparei no pequeno armário do outro lado da cama com algumas roupas quando ele abriu.
- Tem algumas coisas da Jemma aqui ainda...
- Não mesmo! – Falei, rindo, entrando no quarto. – Não vou colocar roupa da sua ex e acho que deveríamos queimar, só por diversão. – Dei um sorriso sarcástico e ele gargalhou.
- Ah, cara, você é má! – Ele disse e sorri, entrando no banheiro e pisando no tapetinho.
- Eu não sou má, eu só não gosto dela. – Dei de ombros. – E gostaria de saber por que ainda tem roupas dela aqui. – Ele gargalhou, trazendo outras roupas para mim.
- Eu não vinha aqui desde Mônaco no ano passado e ainda estávamos juntos...
- Eca, você transou com ela nessa cama. – Fiz uma careta e ele riu, apoiando a roupa na pia, aproximando o rosto do meu.
- Eu esqueci que minha amiga é ciumenta. – Segurei em sua nuca, roçando meus lábios nos seus.
- Garanto que agora vai só piorar. – Ele colou nossos lábios, me puxando pela cintura e deixei meus braços caírem em seus ombros quando ele me apertou com mais firmeza.
- Agora é um bom momento para eu falar que ela morou comigo no apartamento daqui ou... – Neguei com a cabeça.
- Péssimo momento! – Mordiquei seu lábio inferior. – Se depender de mim, nunca mais falamos dela. – Ele sorriu.
- Combinado. – Ele colou nossos lábios em um curto selinho.
- Deixa eu me trocar, já volto. – Ele assentiu com a cabeça, roçando seu nariz no meu antes de me soltar, me fazendo rir.
Observei-o tirar a toalha das costas nuas e parei para pensar quantas vezes vi Danny assim. Tirando piscina ou praia, Danny sempre foi comportado perto de mim, apesar da amizade. Nunca nos trocamos na frente do outro e ele raramente ficava sem camisa, tia Grace era bem rígida quanto a isso, mas acho que essa era a vantagem de cruzar a linha da amizade e poderia olhar para seu corpo definido sempre.
Fechei a porta e tirei a roupa que eu usava o dia inteiro. Dei uma torcida na pia e pendurei ao lado das de Danny. Fui para debaixo do chuveiro e inicialmente seria só uma ducha, mas tinha todos os utensílios possíveis de banho ali dentro, então aproveitei. Lavei o cabelo, me lavei e deixei o corpo relaxar um pouco na água quente antes de sair.
Me sequei e observei o que Danny tinha me dado. Uma camiseta e uma bermuda de tactel clássica e suspirei. Eu não tinha calcinha e a minha estava impossível de usar agora, além do sutiã. Então coloquei as roupas sem mesmo, agradecendo por Danny sempre optar por roupas mais largas e não deixar marcar o corpo.
Penteei os cabelos, jogando-os para trás e arranjei um espacinho para a toalha ali antes de sair do pequeno cômodo. Tinha um cheiro de queijo no ar, me fazendo franzir a testa e precisei virar o corpo para encontrar Danny na pequena cozinha.
- O que está fazendo? – Ele desviou o rosto e andei até ele.
- Tinha uma lasanha congelada no freezer. – Ri fracamente. – Está dentro do prazo de validade, mas eu não tenho a mínima ideia de como isso está. – Ele me abraçou pela cintura.
- Um ano, Danny. Tem certeza de que está dentro do prazo de validade? – Brinquei e ele pegou a embalagem com a outra mão.
- Junho de 2016. – Ele me indicou e ri fracamente.
- Por três dias. – Deixei a embalagem na pia e virei o rosto para ele. – Não acho muito garantido você comer uma lasanha velha cheia de queijo antes da sua grande corrida amanhã. – Rimos juntos.
- É o que tem aqui.
- A gente não precisa ir embora? – Ele franziu a testa.
- Não, a gente só voltou por segurança mesmo. Agora à noite alguns navios e cruzeiros começam a chegar por causa do GP e pode atrapalhar o tráfico náutico.
- Ah, entendi! – Falei.
- Podemos ficar aqui para sempre. – Ele pressionou os lábios em minha bochecha, me fazendo rir. – O clube fica aberto 24 horas por dia, com todos os serviços disponíveis.
- E não tem um restaurante nesse lugar chique, não? – Ergui uma mão para seu rosto, acariciando seus cachos na linha do cabelo.
- Até tem, mas acho que gosto da ideia de ficar escondido aqui contigo. – Rimos juntos.
- Eles podem nos entregar por uma boa gorjeta? – Fiz uma careta e ele riu.
- Você acha que eu vou passar mal, não é? – Rimos e ouvi o barulho do micro-ondas.
- Eu entendo um pouco disso, baby. – Dei de ombros. – E você tem sua intolerância, vai ser uma bomba enorme amanhã. E não de um jeito bom! – Rimos juntos.
- Ok, eu vou ligar na recepção e ver o que tem para gente.
- O cheiro está bom, mas... – Dei de ombros.
- Já entendi. – Ri fracamente, dando um beijo em seu rosto e ele me apertou pela cintura.
Meus braços foram para suas costas, apertando-o na altura do peito e ele colou nossos lábios mais uma vez naquele dia. Entreabri meus lábios quando sua língua encontrou meus lábios e suas mãos deslizaram pelo meu corpo, apertando o excesso de pano da blusa e desceu para minha bunda, apertando-a e ri fracamente.
- Não faça isso! – Falei, roçando nossos lábios conforme falava.
- Por quê? – Ele perguntou, encarando meus olhos.
- Tem pouco tecido aí. – Falei, rindo.
- O que você quer dizer? – Ele deslizou a mão novamente, me fazendo contrair o bumbum em sua direção. – Oh!
- Xi! – Pedi, rindo.
- Você está sem calcinha. – Rimos juntos e ele deixou um beijo em minha bochecha. – Não sabia que era safada assim, . – Gargalhei alto.
- A minha está molhada, ok?! – Empurrei-o de leve, sentindo-o me apertar com mais força pela cintura. – E não, eu não quero uma da Jemma.
- Nem eu quero! – Ele disse, me fazendo rir. – Por que falar isso me parece estranho? – Ri com ele.
- Nosso corpo quer uma coisa, mas nossa cabeça não sabe ainda que as coisas mudaram. – Ele sorriu.
- Ah, é bom a cabeça aprender isso logo. – Sorri.
- Você surtou quando sua cabeça mudou? Digo... Quando sua visão mudou?! – Subi as mãos para seus ombros.
- Como assim? – Suspirei, mantendo meus braços esticados para poder vê-lo melhor.
- Eu nunca te achei lindo, Danny, você sempre foi engraçado. – Ele gargalhou. – Você começou a melhorar quando entrou na Red Bull, mas eu te via como melhor amigo, não com alguém que eu queria pegar. – Rimos juntos. – Teve momentos nesses meses que eu não me conformava em te achar lindo. – Ele sorriu. – Quando você cortou o cabelo na China. De repente você virou o homem mais lindo do mundo e minha cabeça achava que eu estava louca. – Rimos juntos.
- Primeiro de tudo: agradeço o elogio. – Ri fracamente.
- Desculpe, baby! Você era fofo. – Colei meu rosto no seu. – Mas você começou a melhorar quando nos afastamos, você começou a se dedicar melhor na sua carreira e o dinheiro veio, né?! – Ele riu fracamente.
- Bom, diferente de você, eu sempre te achei linda. – Fiz um pequeno bico, sentindo nossos lábios se tocarem. – Mas eu não via isso, pela nossa amizade, só em algumas situações que ficava mais em evidência, festas, formaturas... – Sorri. – Mas é, eu tive um surto também, quando estávamos aqui em Mônaco... – Ele riu sozinho.
- É? – O encorajei a falar.
- Se lembra quando eu disse que eu... – Ele ponderou com a cabeça. – Bem, eu tive uma ereção por sua causa? – Abri um largo sorriso.
- Sim, eu lembro. – Passei meus lábios em sua bochecha, dando curtos beijos.
- Eu precisava sair daquela situação... – Ri fracamente. – E eu tentava pensar em várias coisas, mas nada fazia aquilo baixar. – Neguei com a cabeça, ouvindo-o rir.
- E o que você fez? – Perguntei, já sabendo a resposta.
- Foi de forma manual. – Gargalhei mais alto, apoiando minha cabeça em seu ombro. – E eu só pensava se não ia para o inferno por me masturbar pensando na minha melhor amiga. – Joguei minha cabeça para trás, ouvindo minha risada alta. – Ou se seu pai jogaria um raio na minha cabeça.
- Ah, cara! – Minha gargalhada falhou quando puxei a respiração e suspirei, rindo.
- Você ri, mas não sabe o surto que eu estava. – Neguei com a cabeça. – Piorou tudo quando eu precisei falar que estava com dor de barriga. – Rimos juntos.
- Eu me preocupei com você. – Passei as mãos em sua nuca, olhando em seus olhos. – Pelo menos foi só isso. – Dei de ombros, vendo-o rir.
- Esse foi meu surto cabeça e coração, mas qualquer coisa que você fazia, seu sorriso, suas roupas, aquele almoço...
- Foi um encontro, certo? – Afastei meu rosto novamente.
- Foi! – Ele disse, rindo. – Não oficial, mas foi! – Rimos juntos. – Precisamos fazer um de verdade agora. – Assenti com a cabeça.
- A gente combina depois. – Colei nossos lábios rapidamente. – Me contento com um piquenique agora. – Ele sorriu.
- Eu vou ver o que eles têm. – Ele indicou com a cabeça e colamos nossos lábios novamente antes de eu abaixar as mãos de seu corpo.

Daniel

- É, isso é melhor do que uma lasanha congelada de um ano. – disse, lambendo o polegar, me fazendo sorrir.
- Não posso negar. – Coloquei o último pedaço de carne na boca. – Eu vou dormir como um bebê. – Ela riu fracamente.
- Falando nisso, você não precisa descansar? Não é melhor a gente voltar? – Ela cruzou os garfos no prato, colocando-o de volta na bandeja.
- Eu preciso descansar, mas não quero voltar. – Ela riu fracamente, deixando o corpo cair para trás, apoiando a cabeça no travesseiro e sorri quando seus cabelos abriram como um leque no lençol branco.
- O que vamos dizer para sua mãe? Ela vai perguntar, tenho certeza. – Coloquei meu prato junto do de e me levantei da cama.
- Deixa eu ver se alguém mandou mensagem. – Levei a bandeja para a pia antes de seguir até minha mochila e peguei o celular, ligando-o novamente. – Tem mensagem do Michael.
- Ah, lá vai. – Ela disse e ri fracamente, puxando a porta de correr que dava para a cozinha, abrindo a mensagem dele.
- “Imagino que você e tenham dado uma escapada, né?! Estranhamos sua demora e sua mãe insistiu para gente ir atrás de vocês. Como não te achamos, suspeitamos que estão juntos. Ao menos fala que vocês se beijaram...” gargalhou alto e me sentei ao seu lado. – “Falei que liguei para você e que precisou voltar para garagem porque Christian te ligou falando de um problema técnico no carro e foi contigo. Estúpido, eu sei, mas foi a primeira coisa que veio à minha cabeça. Espero que não precise explicar amanhã. Vamos atrasá-los, mas não demora!” – Estiquei o celular para e ela riu fracamente.
- “Sim, nos beijamos”. – Ela disse, escrevendo antes de me devolver o celular. – Acho que é a única coisa que importa.
- É, mas eu preciso alinhar essa desculpa, minha mãe não cai nessa. – Me ajoelhei na cama, engatinhando até ela.
- Não mesmo, mas não consigo arranjar uma desculpa plausível para termos saído sem o pessoal. – Apoiei uma mão em cada lado de seu rosto, vendo-a sorrir. – Tipo... Por que sairíamos para uma possível festa sem os caras?
- Porque eles são péssimos. – Falei, fazendo-a rir e deitei meu corpo sobre o seu, descendo as mãos para sua cintura.
- Seus amigos. – Ela disse, passando as mãos em meus ombros.
- Meus amigos? – Falei, rindo, colando minha testa na dela.
- Eles começaram como seus amigos, mas eu os roubei quando você ficou chato no ensino médio. – Ela deslizou as mãos em minha nuca. – Depois você ficou rico e famoso, então eles preferiram você. – Rimos juntos e deslizei meu nariz em seu rosto. – Eu só sou a que faz comida.
- Acho que se os fizermos escolher, eles te escolheriam pela comida. – Rimos juntos e me deitei ao seu lado.
- Você também. – Sorri e ela se inclinou para mim.
- Eu vou te escolher sempre antes dos outros. – Senti seu pé deslizar pela minha perna. – Especialmente agora. – Deixei um beijo em sua bochecha antes de roçar nossos narizes.
- Viciado, Daniel? – Seus olhos focaram nos meus e ri fracamente.
- Uhum... – Dei um curto selinho em seus lábios. – Isso é incrivelmente viciante. – Ela riu fracamente.
- Muita prática, sabe? – Ela gargalhou sozinha.
- Ah, é?! – Falei, rindo, virando o corpo e ela apoiou a mão em meu peito.
- É, sabe? Muitos caras. – Ela negou com a cabeça. – Três de uma vez, sabe?! – Gargalhei, tombando a cabeça para trás.
- Você não vai se esquecer disso, não é?! – Ela subiu uma perna para minha cintura e suspirei com o contato, levando a mão até sua coxa.
- É outra realidade para mim, Daniel. – Ela acariciou meu rosto. – Eu não enxergo o Daniel da história do México e esse agora na mesma situação. – Ri fracamente, roçando meu nariz em sua bochecha, deixando alguns beijos no caminho.
- Eu estou apaixonado, . – Ela sorriu. – Eu viro um homem de uma mulher só. – Ela riu fracamente.
- Mas mesmo antes dos sentimentos, tirando aquele mal-entendido da Espanha, eu não te vi com ninguém. Chances tiveram, mas não da sua parte. – Suspirei.
- Eu não sei, ter você aqui comigo é diferente, nos divertimos, dormimos juntos, saímos para jantar, eu não senti a necessidade. – Dei de ombros e ela deu um curto beijo em meus lábios.
- A necessidade veio de outra forma. – Ela disse, me fazendo rir.
- E é muito bom! – Apertei minhas mãos em sua cintura, roçando meu nariz no seu.
- Sabe o que é bom também? – Ela perguntou, acariciando meu rosto. – Esse carinho. – Ela mordiscou seu lábio. – Sempre me perguntei se o nariz atrapalhava, mas... – Gargalhei alto, tombando a cabeça para trás. – Mas é um carinho gostoso.
- Eu sou todo gostoso, baby! – Foi sua vez de gargalhar.
- Ah, cara, está ficando tarde, estamos falando besteiras. – Ela apoiou a cabeça em meu peito e fechei os braços em suas costas.
- Você quer ir embora? – Perguntei, dando um beijo em sua cabeça.
- Honestamente? Só estou pensando na cama... – Ela riu fracamente. – É uma afronta dormir no sofá com essa cama aqui.
- Podemos ficar aqui e voltar antes do pessoal acordar. – Sussurrei. – Posso sondar o tempo online da Michelle e do Jason e a gente fala que chegou pouco depois. – Ela riu fracamente.
- Nem detetive faz isso e faremos por uma pequena mentira. – Sorri.
- Já mentimos muito para nossos pais, mas acho que esse é o melhor motivo. – Ela ergueu o rosto.
- Não sei se Alexander Addams concordaria com isso, mas é... – Trocamos um rápido selinho.
- Seu pai gostava de mim! – Ela riu.
- Não sei se agora ele gostaria de você. – Ergui o olhar para o teto.
- Por favor, tio Alex, não me mata! Eu sou um cara legal. – Ela riu, colando a boca em minha bochecha.
- Seu passado te condena, Daniel. – Rimos juntos e virei meu rosto, roçando nossos lábios.
- Eu vou focar no meu futuro agora. – Ela riu.
- Sendo romântico, Daniel?
- Eu falei que era, quem sabe agora você não acredita em mim?! – Ela assentiu com a cabeça, fazendo nossos narizes roçarem.
- Quem sabe? – Ela riu, colando nossos lábios longamente e dessa vez subi minha mão para sua nuca, fechando os olhos e alongando o beijo.
Ela tombou o corpo para o lado, apoiando uma mão em meu peito e nossos lábios se descolaram por alguns segundos. Minha mão foi para sua nuca, puxando seu rosto para mim e sua língua encontrou a minha com rapidez. Ela subiu uma perna para meu corpo e segurei-a firme, deslizando a mão pela parte de trás dela até chegar em sua bunda.
Ela mordiscou meu lábio devagar, separando nossos lábios por alguns segundos e deu alguns curtos selinhos espaçados. Ri fracamente, acariciando seu rosto com o polegar e ela inclinou o rosto em minha direção, abrindo um sorriso e deitou a cabeça em meu braço. Apoiei a mão em suas costas e ela subiu a mão para minha nuca e me aproximei para colar nossos lábios novamente, ouvindo-a suspirar.
- Por que demoramos tanto para fazer isso? – Ela perguntou em um sussurro.
- Eu não tenho ideia. – Falei baixo, roçando nossos lábios. – Mas agradeço por ter podido descobrir. – Ela sorriu, rindo fracamente.
- Nós poderíamos ficar aqui para sempre e eu não ia reclamar...
- Essa é só a sexta corrida, . Temos outras 15... – Ela abriu os olhos.
- E eu vou ficar contigo até o fim? – Assenti com a cabeça. – É, estamos ferrados. – Rimos juntos.
- Eu estou amando isso. – Pressionei meus lábios em sua bochecha. – Vai ser divertido. – Ela riu fracamente.
- Eu tenho muitas perguntas, sabe? Como... Como vamos fazer isso? Para quem vamos contar? – Ela suspirou. – Mas estou com sono. – Chequei o horário no celular.
- São quase onze horas. O dia foi pesado. – Falei, deslizando minha mão sobre sua perna.
- Que horas vamos voltar para o apartamento? – Ela apoiou a cabeça em meu peito e fiz carinho em seus cabelos.
- Umas quatro? Minha mãe acorda as seis e eu preciso estar até as oito no paddock. – Falei.
- E eu vou contigo. – Ela ergueu os olhos para mim. – É um dia importante. – Assenti com a cabeça.
- Obrigado, baby. – Ela sorriu, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Eu deveria dormir... – Ela suspirou.
- Dorme, amor. Eu vou colocar o despertador. – Falei.
- Eu preciso escovar os dentes. – Ela falou, sonolenta. – Mas não quero levantar. – Ri fracamente. – Não quero dormir também. – Ela deslizou a mão pelo meu peito. – Acordar e perceber que foi só um sonho.
- Não foi, baby. – Dei um beijo em sua testa. – Eu estarei aqui quando acordar. – Deslizei os lábios pelo seu rosto. – E a primeira coisa que eu vou fazer é te beijar. – Ela riu fracamente.
- Ok, combinado. – Ela suspirou e sabia que ela não se levantaria mais dali hoje.

Domingo


Franzi os olhos ao ouvir o despertador tocar e precisei de um tempo para me localizar no espaço e tempo, mas senti algo se mexer entre meus braços, me forçando a abrir os olhos devagar e encontrei Danny em minha visão com um largo sorriso nos lábios.
- Bom dia. – Ele disse e fiz uma careta, coçando os olhos.
- Bom dia. – Falei, manhosa e ele colou seus lábios nos meus, me fazendo suspirar. – Não foi um sonho...
- Não. – Ele disse e senti sua mão deslizar pelo meu corpo e estava na mesma posição de ontem. – Mas precisamos voltar para o apartamento, . – Suspirei.
- Não quero... – Fiz um beicinho e ele deu um beijo neles, me fazendo rir.
- Vamos, baby! – Ri fracamente. – Eu tenho a corrida. – Abri os olhos, encarando os seus.
- Hoje é o dia que você vai vencer! – Falei firme. – Hoje é seu dia, Danny! – Ele sorriu.
- Que Deus te ouça, . – Ele deu um curto beijo em meus lábios. – Vamos? – Ele perguntou.
- Vamos, né?! – Falei, rindo e me espreguicei, esticando os braços e as pernas.
- Vai antes! Vou arrumar a cozinha. – Assenti com a cabeça e suspirei antes de me impulsionar para cima, me levantando.
Pela janela, era possível ver as luzes o Yacht Club e de outros iates a nossa volta, mas quando virei para o horizonte, só tinha o breu e alguns pontos de luz. Os iates e cruzeiros que Danny disse que chegariam. Me levantei ainda preguiçosa, passando a mão nos cabelos e fui até o banheiro, sendo levemente cegada pela iluminação antes de fechar a porta.
Chequei nossas roupas ali e fiquei feliz por estarem secas. A ventilação do iate ajudou com isso. Tirei a roupa de Danny e coloquei minha roupa de ontem. Ela estava completamente dura e estranha, mas espero que os pais de Danny não acordem quando chegarmos e que possamos trocar por um pijama e enfiar a roupa no fundo da mala antes de eles acordarem.
Prendi meus cabelos novamente em um rabo de cavalo e usei o dedo para dar uma rápida e má escovada nos dentes, depois usei o enxaguante bucal para despistar o cheiro que pudesse ter ficado do jantar de ontem. Deixei para fazer xixi por último, pois sei que não poderia ir com o pessoal lá no quarto de Danny.
- Pode ir! – Falei para Danny quando saí, encontrando o quarto arrumado e sua mochila ali, somente a camisa da Red Bull para fora.
- Já vamos. – Ele disse, se aproximando de mim e me segurou pela cintura. – Bom dia.
- Bom dia. – Falei, apoiando minhas mãos em seus braços e nossos lábios se tocaram em vários curtos selinhos.
- Isso é pouco. – Ri fracamente. – Eu não vou poder te beijar o dia inteiro. Preciso aproveitar. –Sorri.
- A gente dá um jeito, vamos focar na corrida antes. Se Deus quiser, até o fim do dia, todos estaremos bêbados e de volta aqui para comemorar! – Ele riu fracamente.
- Que Deus te ouça! – Rimos juntos e colei nossos lábios rapidamente.
- Agora vai! – Empurrei-o e ele riu fracamente antes de entrar no banheiro e fechar a porta.
Me sentei na cama novamente, suspirando e vi que Danny já tinha fechado tudo. Vi a caixa de comida ali junto de algumas coisas de lixo e suspirei. O sono estava começando a pegar, já sabia que seria um daqueles dias e mais uma vez estava preocupada com a disposição de Danny. Hoje é a corrida mais importante da carreira dele, ele precisa estar bem.
Vi a ponta do caderno de Danny saindo da mochila e abri o zíper, tirando-o dali e virei até a última folha, encontrando alguns rabiscos. Encostei as costas na cabeceira e comecei a desenhar literalmente a única coisa que eu sou boa. Ele não demorou para sair, com a mesma roupa de ontem, inclusive a camiseta da Red Bull e sorriu para mim indo, até a mochila.
- O que está fazendo? – Ele perguntou.
- Desenhando... – Comentei.
- Ah, eu gosto das suas rosas. – Ri fracamente, vendo o desenho quase completo e coloquei alguns sombreados antes de virar o caderno para ele.
- O que acha? – Ele pegou o caderno.
- Você deveria tatuar isso.
- Mas por que motivo? – Devolvi a caneta para ele.
- Porque é bonita para caralho. – Rimos juntos.
- Quem sabe um dia? – Dei de ombros, bocejando. – Quando eu não estiver com sono.
- Vamos lá, aproveitar que a cidade está vazia. – Ele disse e joguei as pernas para trás, me levantando.
- Eu estou me sentindo uma fugitiva. – Rimos juntos e ele colocou a mochila nas costas antes de se aproximar.
- Quase isso! – Ele me abraçou pela cintura. – Mas é por um bom motivo. Meus pais vão surtar, você sabe disso.
- É claro que sei! – Subi os braços para seus ombros. – Eu estou surtando um pouco. – Ele aproximou o rosto do meu.
- Relaxa, . Pensa com seu coração, não sua cabeça. – Ri fracamente e colamos nossos lábios.
Ele apertou as mãos em meu corpo, me trazendo para perto dele e minhas mãos apertaram em seus ombros. Nossos lábios se movimentaram lentamente, fazendo meu corpo arrepiar e logo nos afastamos com curtos selinhos e risos bobos.
- Nós terminamos isso depois. – Assenti com a cabeça, deslizando meus braços de seu corpo.
Ele deu uma última checada pela parte interna do iate e o ajudei com as coisas que utilizamos. Logo pisei no píer e foi estranho sentir os pés firmes no chão depois de uma noite incrível como essa. O píer estava vazio, alguns iates acesos, mas ninguém nos atrapalhou.
- Está chuviscando. – Comentei.
- A gente chega rápido. – Ele disse.
- Estou comentando pela corrida, a estratégia muda, não? – Virei para ele.
- Depende, vamos ver em seis horas. – Ele ponderou com a cabeça e confirmei com ele.
Devolvemos o que utilizamos ontem no restaurante e jogamos o lixo na primeira lixeira que vimos antes de sair. A Vespa ainda estava em seu lugar, colocamos os capacetes e guardamos a mochila no banco antes de subirmos nela. Abracei-o pela cintura e seguimos de volta para o apartamento. A cidade estava completamente vazia e escura, então conseguimos chegar bem mais rápido e nem precisamos fugir tanto mais, além das ruas fechadas para o GP.
Entramos no estacionamento e ele parou ao lado da McLaren novamente, me fazendo suspirar com o fim do dia. Lhe devolvi o capacete e trocamos um rápido selinho antes de nos aproximarmos da porta.
- Eu vou mandar mensagem para Maria. Pedir para ela compartilhar a mentira pela garagem. – Ri fracamente, chamando o elevador.
- Ela vai te matar por você estar acordado agora. – Falei.
- O que você prefere? Esporro da Maria ou da dona Grace? – Fiz uma careta.
- Oh, isso é difícil! – Ele riu fracamente.
- Maria está torcendo por nós, talvez ela entenda.
- Talvez. – Brinquei, ouvindo-o rir e o elevador se abriu. – Vem, vamos cuidar disso antes. – Falei e ele suspirou.
- Lá vai! – Ele disse, dramático e entramos, apertando o botão do décimo primeiro andar.
Ele me abraçou pela cintura, dando um beijo em minha têmpora, me fazendo sorrir e podia realmente ficar envolvida em seu abraço e dormir aqui de novo que eu não perceberia. Quando o elevador se abriu novamente, fizemos curtos sinais da cruz antes de ele abrir a porta do apartamento devagar.
Ele colocou a cabeça para dentro e me chamou com a mão. Entrei devagar e vi a porta de seu quarto fechada e isso parecia um bom sinal. Entrei na ponta dos pés e fui até a sala, encontrando-a vazia e com o sofá arrumado para nós, me fazendo suspirar.
- Eles preparam para nós. – Falei em um sussurro.
- Vamos nos trocar e fingir que estávamos realmente dormindo. Dá para eu tirar umas duas horas de sono. – Assenti com a cabeça e fui até minha mochila e peguei meu pijama. – Eu vou no quartinho. – Ele indicou com a cabeça.
- Você tem pijama? – Perguntei.
- Não, mas trouxe uma bermuda e uma camiseta do iate. – Ele disse e assenti com a cabeça.
Ele sumiu pela porta e aproveitei para trocar de roupa bem rápido antes que ele voltasse e enfiei as roupas de antes bem fundo na mochila. Me sentei no sofá tentando fazer o mínimo de barulho possível e me deitei, puxando a coberta para meus ombros. Danny apareceu logo em seguida, com uma roupa que enganava muito o pijama dele e se deitou ao meu lado.
- É até engraçado. – Ele sussurrou, me fazendo sorrir.
- Não me faça rir. – Pedi e ele ajeitou o lençol em cima de si.
- Meu despertador toca as seis. – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Não se preocupe. – Falei e ele se aproximou, tocando nossos lábios levemente. – Não podemos...
- Só unzinho. – Ele brincou, me fazendo rir.
- Precisamos ser discretos, Daniel. E sem showzinho. – Ele assentiu com a cabeça.
- Não se preocupe, eu vou ser. – Ele colou nossos lábios rapidamente. – Depois disso. – Ri fracamente.
- Dorme, baby. – Falei, apoiando a mão em seu peito. – Você precisa estar perfeito.
- Eu estou. – Ele sorriu. – Agora eu estou. – Sorri, apoiando a cabeça em seu braço e fechando os olhos.

Domingo
Daniel

Ouvi o despertador tocar e acordei em um pulo. Apalpei o sofá até encontrar o aparelho e o desliguei rapidamente, evitando fazer barulho em excesso. Suspirei, tombando a cabeça no travesseiro novamente e fiz sinal da cruz. Hoje o dia precisa ser perfeito. Nada pode dar errado.
- Não vai levantar? – Virei o rosto, encontrando com o rosto afundado no travesseiro.
- Não queria te acordar. – Falei, virando o rosto para ela.
- Eu não consegui pegar forte no sono de novo. – Assenti com a cabeça e ela apoiou a mão em meu peito. – Vamos fazer um bom espetáculo, ok?!
- Ok. – Falei, aproximando meu rosto do dela e deixei um rápido selinho.
- Não abusa, Daniel. – Ela riu fracamente e sorri.
- Difícil de resistir. – Falei.
- Ah, vocês estão aí! – Me assustei, virando para porta e me cegando por alguns segundos quando a luz acendeu. – Vocês não têm noção do quão preocupada me deixaram! Vocês poderiam ter avisado! – Senti alguns tapas em minha perna.
- Ai, mãe! – Falei, vendo minha mãe ainda de pijama.
- “Ai” nada! Vocês dois me deixaram muito preocupada! – Ela deu outros tapas e tentei desviar as pernas, quase subindo em .
- Ai, tia Grace, cedo! – disse, sonolenta.
- E que horas vocês chegaram, hein?! Onde vocês estavam? Ninguém atende ao telefone, não manda uma mensagem...
- Mãe! – Afundei o rosto no travesseiro. – São seis da manhã, pega leve! – Falei, tentando evitar responder sua pergunta.
- Por que não nos avisaram? Podíamos ter ido com vocês! – Ela disse firme.
- A gente recebeu uma ligação de última hora, tia. – disse, se sentando no sofá. – O Danny foi me mostrar a McLaren dele na garagem, que ele tinha esquecido, e a Maria ligou. Eles viram pelo radar que teria chuva hoje e aí acharam melhor chamar o Danny para conversar, e eu acabei indo junto, oficialmente eu estou trabalhando para Red Bull, né?! – Ela disse aleatoriamente e olhei surpreso para ela.
- Mas poderiam ter avisado. – Ela disse firme e vi meu pai entrar na sala.
- Desculpe, mãe, mas a gente está acostumado a fazer as coisas meio na pressa. – Falei e ela bufou.
- Querida, se acalme, eles estão bem. – Meu pai disse. – Bom dia, crianças.
- Bom dia, tio Joe! – sorriu. – Posso usar o banheiro?
- Claro! – Ele disse e deslizou para fora do sofá, sumindo pelo corredor.
- Ao menos podiam ter avisado quando chegaram. – Minha mãe continuou.
- A gente chegou de madrugada, mãe, quase ficamos lá na garagem. Tomamos banho lá, jantamos, ficamos por lá. Está tudo bem, relaxa. É só para estar tudo perfeito para hoje. – Ela bufou.
- Eu estou nervosa, tudo precisa estar perfeito. – Ela disse e me levantei do sofá.
- Não se preocupe, mãe. Estamos bem, o carro está bem, eu estou calmo, ligado, só preciso confirmar isso. – Apoiei as mãos em seus braços e ela me abraçou com firmeza.
- É seu momento, amor! – Sorri. – Boa sorte.
- Obrigado, mãe! – Ela beijou minha bochecha e depois meu pai me abraçou também.
- Quais são seus planos para hoje? – Ela perguntou.
- Eu preciso estar na garagem as oito, então vou tomar um banho, me arrumar e ir até a estação. A Maria deve ter disponibilizado um barco para me levar lá... – Peguei meu celular. – Eu tomo café na estação e vou para garagem. Vocês podem ir mais tarde, igual ontem. Queria que a descansasse um pouco também...
- Eu vou contigo, Daniel! – Ela apareceu. – Já falei. Eu durmo depois. – Ela andou até sua mochila, colocando-a na cama. – Está chovendo e está frio. – Ela disse. – Se aqueça. – Assenti com a cabeça.
- Quer tomar banho? Vou ver se tem alguma mensagem. – Ela assentiu com a cabeça.
- Claro, é rápido. – Ela disse, pegando suas coisas antes de seguir de volta para o quarto. Me sentei na beirada do sofá para ver as mensagens, encontrando algumas de Maria.
“O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO ACORDADO AS QUATRO DA MANHÃ, DANIEL?! E POR QUE EU PRECISO INVENTAR UMA MENTIRA ENORME PARA VOCÊ?!” – Suspirei.
“Porque eu passei a noite com no iate e não estou pronto para contar para os meus pais que nos beijamos e levar outro esporro como esse”. – Enviei. – “Já estou de pé, em 45 minutos estou pegando a lancha para estação”. – Saí da conversa dela e fui para Michael.
“Y-Y-Y-YHA-A-A-A-A-A! É ISSO QUE A GENTE ESTAVA ESPERANDO! AÍ, GAROTO! Estou feliz por vocês!” – Ri fracamente.
“Obrigado, cara! Eu vou direto para estação da Red Bull, te encontro lá?” – Saí da conversa dele, vendo algumas de minha mãe e Michelle, mas Maria já tinha respondido.
“OK, ISSO É UM BOM MOTIVO! Mas você não está cansado para hoje, está? Ai, Daniel! Estou feliz por vocês, mas tinha que ser ontem? E sua regra de não transar antes de corrida?” – Ri fracamente e parei para pensar por um segundo sobre isso.
Eu deveria achar estranho a vontade de transar com , mas por algum motivo eu estava empolgado demais com isso. Não sei se são duas partes do corpo pensando, mas acariciar seu corpo, sentir suas coxas, sua perna e seu quadril pressionando no meu, só me fazia pensar quando isso aconteceria.
Será que tem uma regra de melhor amigo? O beijo ontem e a transa vai ser daqui alguns dias? Não sei muito como se sente quanto a isso, ela não é do tipo que tem sexo casual, então antes de tudo acho que preciso garantir que nossos caminhos vão andar lado a lado. Na verdade, isso é outra coisa que ronda minha cabeça. Estamos apaixonados um pelo outro, nos beijamos e agora? O que somos? Namorados? Sacudi a cabeça e respondi Maria.
“Não se preocupe, não aconteceu nada demais. E eu estou bem, nasci pronto”. – Suspirei, vendo-a digitar.
“Bom, então! Te vejo daqui a pouco e estou feliz por vocês. Já avisei ao Christian aqui e ele gargalhou alto, mas dá para fingir se seus pais perguntarem algo. Vamos falar disso depois, ouviu?! Vocês dois!”. – Sorri.
“Ok”. – Respondi, vendo a resposta de Michael pela notificação.
“Já estou pronto, chego aí em 20 minutos”. – Suspirei, relaxando meu corpo no sofá.
- Você e a estão lidando bem com isso, não? – Ergui o rosto.
- Oi?! – Perguntei, confuso.
- Com ela te acompanhando, parece que está dando tudo certo! – Minha mãe disse.
- É a , mãe! – Dei de ombros. – Nos damos muito bem. – Sorri.
- Ah, mas vocês estão sempre juntos, poderia dar briga. – Ri fracamente, pensando em ontem.
- Está tudo bem, mãe! – Sorri e ela assentiu com a cabeça.
- Está livre, Danny! – apareceu novamente de jeans e a blusa da Red Bull.
- Eu vou tomar um banho rápido e logo volto. – Falei e assentiu com a cabeça. – Michael deve estar chegando.
- Eu o recebo. Não se preocupe! Vai se arrumar. – Ela disse, pressionando os lábios. – Você tem uma corrida para ganhar. – Sorri e ela deu de ombros, rindo em seguida.
Fui para o quarto, encontrando Jason, Michelle e Isaac dormindo e ri fracamente antes de sumir dentro do banheiro. Tomei um banho mais relaxante do que de ontem e fiz minhas necessidades, escovei o dente e coloquei a roupa da Red Bull antes de sair, sacudindo os cabelos. Minha irmã ainda estava do mesmo jeito e segui para a sala novamente, vendo Michael se juntar à e meus pais.
- Bom dia, cara! – Falei para Michael.
- E aí, cara? Deu tudo certo ontem? – Ele perguntou rindo fracamente e senti meu rosto esquentar.
- Sim, sim! Deu sim! – Falei, rindo. – Quer comer algo?
- Não, eu estou pronto para ir. – Ele disse e subi o zíper do casaco da Red Bull.
- Tem certeza de que não quer ficar, ? – Minha mãe perguntou.
- Eu estou bem, tia, não se preocupe. – Ela deu um curto sorriso.
- Ela gostou da coisa, mãe! – Falei, fazendo rir.
- Não fala isso, eu não me conformo por ter perdido cinco anos disso, Danny. – Ela fez um bico e olhei sugestivamente para ela e ela deu com os ombros, rindo em seguida.
- Aconteceu, querida, e tenho certeza de que seus pais estão felizes por você largar esse medo para trás. – Meu pai disse, fazendo dar um daqueles sorrisos se forçando a não deixar a emoção atingi-la.
- Além de que ele está novo ainda, tem muito tempo para você aproveitar, querida. – Minha mãe disse.
- É, olha o Kimi, por exemplo. – Falei, fazendo-a rir.
- Jenson, Felipe, Alonso... – Ela ponderou com a cabeça. – Se você envelhecer como eles, acho que estamos bem! – Ela deu dois tapinhas em meus ombros, me fazendo rir.
- Bom, vamos? - Michael disse.
- É, claro! – Falei, pegando minha mochila e conferindo rapidamente os itens dentro dela. – Nos vemos mais tarde.
- Pode deixar, filho! – Meu pai disse e dei um abraço em cada um, depois e Michael fizeram o mesmo.
- A gente se encontra depois. – disse, seguindo com Michael e sorri para meus pais antes de fazer o mesmo.
Fechei a porta de casa e esperei o elevador com eles, batendo levemente o pé no chão. Entramos quando ele chegou e bati a mão no térreo, vendo eles entrarem e logo depois a porta do elevador se fechar.
- Ok, estamos seguros agora. – Sorri, virando para .
- Daniel. – Ela disse, rindo e abracei-a pela cintura.
- O quê? – Michael perguntou e riu perto da minha orelha. – Ah, cara, não... – Ignorei-o e segurei pela nuca, colando nossos lábios por alguns segundos e ela passou as mãos em minha cintura.
- Bom dia. – Ela riu fracamente.
- Bom dia. – Dei outro selinho em seus lábios.
- Ok, ver isso é incrivelmente estranho. – Ele disse, nos fazendo rir.
- Não se preocupe, é estranho para nós também... – Sorri para . – Mas é bom para caralho! – Abracei-a e ela apoiou a cabeça em meu ombro.
- Eu preciso furar meus olhos agora. – Ele disse, dramático, me fazendo rir.
- Para, Michael! Você sempre torceu pela gente, vai.
- É, no ensino médio, mas depois de 10, 12 anos as coisas ficam estranhas. – Ele olhou para gente e neguei com a cabeça. – Mas é, vocês são fofos.
- Obrigada! – Ela disse, rindo e deixei um beijo em sua testa antes do elevador se abrir. – Mas agora somos só Daniel e , ok?! – Ela virou para mim.
- Podemos tentar, mas não garanto! – Dei de ombros.
- Ah, cara! Eu estou entre querer ou não saber o que aconteceu na noite passada. – Michael disse enquanto saíamos do elevador.
- Agora você não vai saber de nada, só amigos, ok?! – virou rapidamente para mim e ponderei com a cabeça, virando para Michael.
- Eu te conto no treino! – Falei e revirou os olhos, seguindo à nossa frente. – Não fica assim! – Abracei-a pela cintura, puxando-a para mim.
- Quero ver se você vai achar graça com seus pais descobrindo isso. – Ponderei com a cabeça.
- Eles adorariam, você sabe disso. – Virei para ela. – Na verdade, acho que você é a única mulher que eles não reclamariam. – Ela riu fracamente, soltando minhas mãos de seu corpo.
- Tudo no seu tempo, Daniel! Guarda essa energia para corrida, ok?! – Ri fracamente.
- Você está certa! Você está certa! Só está difícil manter as mãos longe de você. – Falei, ouvindo-a rir.
- Eu não preciso saber disso! – Michael disse, sério, me fazendo sorrir.
- Depois, Daniel! Depois. – Ela piscou para mim e estalei um beijo em sua bochecha antes seguir pelas escadas da entrada do apartamento.

Capítulo 18

Perth, Austrália, 2004

- Vai dar tudo certo, querida. – Helena disse.
- Não sei, mãe. Ele estranho. – disse.
- Isso é normal quando as pessoas começam a namorar, meu amor. – Helena virou rapidamente para a menina.
- A Déborah e o Michael não mudaram. – virou o rosto para mãe.
- Tem certeza de que é por que você não gosta da menina, filha? – Helena perguntou.
- Eu me afastei do garoto que ele não gostava, por que ele não pode fazer o mesmo por mim? – Helena suspirou, não sabendo responder. Na prática ela sabia como é difícil, mas também sabia como Toby estava mexendo com o coração dela e magicamente a paixonite acabou por uma briga que o garoto e Daniel tiveram.
- Mas vocês vão se ajeitar, querida. Tenho certeza. Vocês adoram Shrek. – suspirou.
- É, vamos ver... – Ela disse fracamente, pressionando os lábios.
Helena estacionou o carro em frente ao cinema que estava relativamente vazio por ser dia de semana, mas tinha uma pequena fila para compra de ingresso. A menina olhou rapidamente em volta, vendo que o amigo ainda não estava lá e checou o relógio, tinha uns 20 minutos para o filme começar ainda.
- Você quer que eu espere? – Helena perguntou.
- Não, tudo bem. – A menina disse, empurrando a porta do carro.
- Me liga, ? – Helena disse e a menina assentiu com a cabeça. – Amo você.
- Também te amo. – se debruçou sobre a mãe para dar um beijo em sua bochecha antes da menina sair do carro.
foi até a bilheteria, entrando na pequena fila. Helena estava receosa sobre esse encontro, Grace também tinha reclamado sobre o filho e esse namorinho com uma patricinha da escola. Até em treinos de kart ele tinha chegado atrasado, o que não era nada normal dele. estava bem chateada com esse afastamento e chorou bastante nos dias que seguiram uma briga de ambos, o qual Helena não soube detalhes.
Pensando nessa desconfiança, Helena deu a volta na avenida e estacionou do outro lado, observando a menina na fila enquanto segurava sua bolsa. Ela pediu dois ingressos para as oito da noite e guardou o troco na bolsa novamente quando a mulher lhe entregou. Ela se afastou um pouco e esperou na porta do cinema.
ao menos esperava que fossem dois ingressos, esperava que Daniel não aparecesse com aquela nojenta. Era o filme de ambos e uma noite só dos dois, ela ficaria muito mais irritada se o garoto aparecesse com a menina. O sangue dela fervia só de imaginar isso.
Quem dera Daniel aparecesse com Jemma, para isso ele precisaria ir ao cinema. Os minutos foram se passando, as pessoas entrando e a frente do cinema ficou vazia. sentia o peito doer, era uma mistura de tristeza, decepção e raiva. Raiva por ter acreditado que ele valorizava a amizade de ambos. Os olhos dela ardiam, mas ela estava fazendo de tudo para segurar o choro. Seu coração já estava em pedaços por perder seu amigo, não precisava fazer os outros sentir pena de si.
- O filme vai começar. A senhorita vai entrar? – O homem que recebia os ingressos se aproximou dela.
- Me dá só dois minutos. – Ela pediu. – Eu estou esperando alguém.
- Não tem como, senhorita. Desculpe. – Ele disse e ela assentiu com a cabeça.
- Eu consigo usar esse ingresso outro dia? – Ela perguntou.
- Precisa trocar na bilheteria. – Ele indicou e ela assentiu com a cabeça.
- Obrigada. – Ela disse e deu um aceno de cabeça para o homem antes de seguir para a bilheteria novamente, encontrando a mulher. – Meu amigo não veio, tem como trocar? – Ela perguntou para mulher do caixa.
- Claro...
- Pode deixar! – Uma terceira voz foi ouvida e se assustou com sua mãe atrás de si. – Cheguei!
- Mãe? – perguntou e Helena a abraçou pela cintura.
- Vamos! O filme vai começar! – Sua mãe lhe deu um sorriso de lado e a menina assentiu com a cabeça, sentindo o nariz coçar devido ao choro e deixou sua mãe guiá-la até a entrada do cinema.
- Vai entrar? – O homem falou sorridente e lhe entregou os ingressos. – Bom filme.
- Obrigada! – Helena disse e tentou dar um sorriso.
Ambas entraram na sala de cinema e se colocaram em uma das primeiras fileiras para não procurar um lugar no escuro. Helena apertou a mão da sua menina que estava com o coração partido em vários pedacinhos. Bem que dizem, dificilmente as amizades duram, né?! Ter durado 12 anos era um milagre.
O filme era bom e incrível, melhor do que o primeiro, segundo , mas Helena sentia pela filha manter essa lembrança ruim junto dele. A menina não sabia ainda, mas essa seria uma de suas principais e favoritas lembranças com sua mãe, por mais que doesse tanto agora.
Em meio às risadas, o rosto de brilhava à luz da tela com lágrimas deslizando pela sua bochecha. Independentemente do que aconteceu entre ambos, Helena mesma teria uma conversinha com Daniel. Ele não era esse tipo de garoto! Amigos sempre vem em primeiro lugar, todos sabem disso.
Enquanto isso, quando deveria estar chegando ao cinema, Joe estacionou o carro em frente à casa dos Boskovich, onde Danny desceu animado. Seu pai frisou ao menos cinco vezes sobre pegá-los em duas horas, mas ele não pareceu se importar muito com isso.
- Dez horas, Daniel! Ou eu apareço aqui! – Joe disse firme.
- bom, pai! legal! – Ele disse, emburrado. – Posso ir agora?
- Vai! – Ele disse e o garoto fechou a porta antes de seguir rapidamente até a porta da casa e tocou a campainha algumas vezes.
Antes de Jemma aparecer com um largo sorriso, Daniel teve a pequena impressão de que estivesse se esquecendo de algo e bateu as mãos nos bolsos da bermuda, encontrando o celular em um e a carteira no outro, com isso teve certeza de que não tinha esquecido de nada.
Seu pai bufou no automóvel. Sentia saudades do seu filho animado ao visitar e não emburrado e irritado com todos para visitar a namorada, a qual Grace, Joe e Michelle já tinham uma má impressão por causa . Essa impressão só viria a piorar quando Helena e Alexander aparecerem na casa deles no dia seguinte. Daniel levaria o xingo do ano de seus pais, perderia o celular por quatro meses e não poderia ver sua namorada.
Mas o pior não era isso, quando ele tentasse ir atrás de , teria todas as chamadas ignoradas, seja pelo telefone ou pela campainha de casa. E, para piorar, quando chegasse na escola na segunda-feira, a história já teria se espalhado entre seus amigos e, além de ignorá-lo em todas as aulas, Déborah, Michael, Blake e Tom fariam o mesmo.
Daniel ainda não sabia naquela noite, mas se esquecer do encontro com seria a pior coisa que aconteceria na sua vida. Mas com o tempo e maturidade, eles saberiam se encontrar novamente... Eventualmente.

Mônaco, 2016


Hoje finalmente entendi o que Danny diz sobre Mônaco ser diferente, a cidade estava um verdadeiro caos e, todo lugar que eu fosse, estava cheio. Seja na estação da Red Bull, no paddock ou na garagem. Se eu quisesse me esconder, precisava ficar dentro do vestiário de Danny, o que acabou não acontecendo porque ele precisava se concentrar e roubava um beijo sempre que tinha a oportunidade.
Não que eu não esteja gostando, era bom demais ter essa liberdade com ele, mas hoje é o dia mais importante do ano para ele e precisa ser perfeito. Tirando Maria, que ficou animada conosco, mas disse que queria conversar depois, ninguém comentou nada sobre nosso beijo, nem Christian, então imaginei que ainda era um segredo bem guardado entre nós.
O tempo tinha virado um pouco e estava realmente gelado, me mantendo com o moletom o dia inteiro, além da chuva fina que caía, mas é gelada e molhava bastante. Quando fomos nos aproximando da corrida, acabei conhecendo Louis Tomlinson do One Direction, o ator Patrick Dempsey, o jogador de futebol do Manchester United Michael Carrick, o cantor chinês G.E.M. e a atriz Li Yefeng. Preciso ser honesta em falar que depois do Louis, foi difícil focar em outra coisa.
Essa foi a hora que eu mais vi Danny, foi pouco antes da corrida, então ele ficou interagindo com os convidados da Red Bull por alguns minutos antes de finalizar os protocolos de início de corrida. Com a movimentação na garagem e a presença de seus familiares com Isaac, que voltou a me agarrar, só consegui dar um forte abraço nele e um beijo em sua bochecha antes de ele seguir para a formação do grid.
O GP de Mônaco era diferente demais dos outros em que eu estive, então não consegui seguir com ele até o grid, o que eu senti uma falta enorme, mas se ele estivesse bem, era o que importava para agora. No momento, eu estava abraçava a Isaac, tentando me aquecer pela temperatura de 17 graus. Saudades do calor de ontem.
Quando Danny apareceu em foco nas várias televisões, eu só consegui fazer um sinal da cruz, dando um beijo em Isaac. Vamos lá! Vamos lá!
Diferente das outras corridas, dessa vez a largada foi atrás do safety car, por causa da chuva e da pista molhada. Segundo os engenheiros, isso era bom para Danny, pois tinha que manter a velocidade e ninguém poderia ultrapassar ninguém, então era perfeito para ele. Perfeito até demais, na verdade, as voltas passavam e não tinha nenhuma alteração, o sol começava a sair, a pista parecia secar e nada de eles liberarem. Conheço a fama de Mônaco, mas eles precisavam correr para eu conhecer de verdade.
A corrida foi liberada somente no final da sétima volta e finalmente o barulho alto tomou conta das finas ruas de Mônaco. Pena que não deu tempo nem de ver o nome de Danny em primeiro lugar quando, na oitava volta, já tivemos uma bandeira amarela quando Jolyon Palmer atingiu a barreira. Pelo visto, parece que ele perdeu o controle sozinho, deslizando na área do grid.
A corrida foi liberada na décima volta e meus olhos focaram na televisão novamente. Demorei para perceber que Isaac dormiu em meu ombro, mas ainda estava calmo, ele podia folgar bastante. E esperava que folgasse pelo resto da corrida.
Danny fez sua primeira volta mais rápida na décima primeira volta com 1:44:658, mas isso foi melhorando com Button por um segundo, depois Nasr. Danny estava lento ainda. Sei que é difícil, mas adoraria vê-lo fazer o tempo de ontem.
Uma volta depois, ele conseguiu abaixar o valor para 1:38:140. Esse é meu amigo!
Felipe, Grosjean e Kimi acabaram tendo um pequeno problema após Kimi bater na barreira, mas os dois primeiros conseguiram continuar na corrida, enquanto o finlandês precisou abandonar.
Na décima terceira volta, Danny reduziu o valor para 1:37:896, depois 1:37:561, e Verstappen apareceu no pit stop para troca de pneus, saindo em vigésimo. Confesso que nem me lembrava de Max ou de sua família do outro lado, meu foco era Danny. Ele merece essa vitória, mas ainda tínhamos mais 65 voltas.
Na décima sexta volta, por alguma escolha de equipe ou lentidão de Rosberg, Hamilton o passou e agora era ele quem estava a 13 segundos de Danny. Enquanto isso, Danny melhorou a melhor volta da corrida com 1:35:783 e, na vigésima primeira volta, desceu para 1:34:360, além disso, Kvyat e Magnussen se esbarraram, um fechando o outro, o que causou outra bandeira amarela por duas voltas. Magnussen conseguiu sair dessa rapidamente, já Kvyat teve mais dificuldades e precisou abandonar a corrida logo em seguida.
Na vigésima quarta volta, Danny fez seu primeiro pit stop da corrida, a pista já tinha secado quase completamente. Ele saiu atrás de Hamilton e isso já me fez ficar nervosa novamente, soltando suspiros mais longos. A distância de ambos era de oito segundos, e eu só queria que Danny tomasse o primeiro lugar de novo.
Quando a volta mais rápida da corrida e de Danny desceu para 1:30:181, ele já estava colado em Hamilton de novo com uma distância de dois segundos. Mas Danny só voltou a ultrapassá-lo novamente na volta 32, quando Hamilton entrou foi para o pit lane. Max fez o mesmo e eu achei que essa era a oportunidade de Danny conseguir uma grande vantagem para um pit stop mais para o final, mas, de repente, o carro número três apareceu na garagem e, o pior, a equipe não estava pronta.
- OS PNEUS! – Nigel gritou e meu coração simplesmente parou.
- OS PNEUS! – Outros mecânicos correram com os pneus para fora e eu não conseguia desviar o olhar do caos que havia se formado.
- CADÊ OS PNEUS?! – As vozes se misturavam e eu estava completamente travada.
Meu rosto focou na cabeça negando de Danny dentro do carro e o barulho forte do carro que esperava só ser baixado novamente para voltar a correr. Danny ficou exatamente 13,9 segundos para fazer um pit stop que costuma durar três, mas esperar que ele conseguisse sair do pit lane a frente de Lewis durou muito mais. Quando Danny estava saindo, a câmera subiu e engoli em seco ao ver a Mercedes de Hamilton passar como um foguete ao lado dele e ficar em primeiro lugar novamente.
- PORRA! – Minha voz saiu alta.
- Titi? – Isaac perguntou e Michelle arregalou os olhos de mim.
- Desculpe, desculpe...
- O QUE ACONTECEU AQUI? – A voz de Adrian foi alta na garagem.
- Segura ele, por favor. – Entreguei Isaac a Michelle.
- ... – Grace me segurou.
- Eu não vou fazer nada, eu...
- MAX BATEU! – Virei meu rosto para o lado, vendo a imagem focar em Max e ele travou o pneu antes de bater na parede.
De repente tudo o que já estava mal, ficou ruim, e o pior foi quando Hamilton começou a bloquear todas as chances de ultrapassagens de Danny. Coisa que eu lembro que não é permitida, é preciso deixar o espaço se existe a oportunidade de ultrapassagem.
- QUE PORRA! – A voz de Danny explodiu nos fones e apertei as mãos na cabeça, bagunçando os cabelos.
- Eu preciso de dois minutos. – Falei baixo, desviando dos pais de Danny.
- ...
- Tente relaxar, você está mais rápido do que ele. – A voz do engenheiro de Danny saiu no fone e o abaixei com força, entrando no primeiro corredor que vi ali.
Minha respiração começou a ficar mais forte e o coração bater rápido. Eu sei que é a crise de ansiedade novamente, mas sentia que tinha alguma coisa diferente. Era quase como se eu estivesse vivenciando uma possível reação de Danny. Isso não pode definir essa corrida. Um erro desse não pode definir a maior chance de toda carreira de Danny.
- ! – Senti uma mão em meu ombro e vi Michael. – Respira! – Ele pediu e eu o fiz. – Respira!
- Isso não pode estar acontecendo... – Ele me abraçou fortemente.
- Ainda tem 30 voltas, ! Ele vai conseguir! – Ele falou contra meu ouvido. – Só aguenta...
- O que aconteceu aqui? Por que os caras demoraram com os pneus? – Perguntei, apertando meu rosto em seu ombro.
- Eu não sei... Eles começaram a brigar e Max chegou... – Ele falou. – Só foca em você agora. Você está bem, você está bem... – Apertei-o com mais força. – Estamos aqui por você. – Suspirei, apertando os olhos.
Os barulhos finos dos carros faziam minha cabeça pesar e todos os motivos iniciais de eu não querer estar aqui, vieram à tona. Talvez eu conseguisse lidar melhor com uma batida do Alonso, mas não ver isso acontecer com Danny diante dos meus olhos.
- ... – Ergui o rosto para tia Grace. – Ah, querida...
- Eu estou bem, eu estou bem... – Falei rapidamente e ela me abraçou antes da minha voz falhar.
- Você não precisa ser forte, querida. Está tudo bem. – Ela acariciou meus cabelos.
- O Danny, tia...
- Xi... Vamos cuidar de um problema de cada vez. – Ela disse, passando as mãos em meu rosto que estava úmido. – Estamos aqui contigo... – Assenti com a cabeça. – Respira... Respira... – Soltei a respiração devagar. – Você está gostando disso, você está aproveitando seu tempo, lembra? – Suspirei, assentindo com a cabeça. – Infelizmente, tem as partes ruins também. – Ela acariciou meu rosto.
- Não deveria ter...
- Eu sei, o que eu menos gosto é ver vocês chateados... – Ela acariciou o rosto de Mike também e suspirou. – Mas agora, talvez Daniel vá precisar de vocês. – Ela disse e suspirei. – E qual o primeiro passo para ajudar uma pessoa?
- Estar bem. – Michael disse e suspirei.
- Vamos, a esperança é a última que morre. – Ela disse e soltei a respiração fortemente. – Eu estarei contigo... – Assenti com a cabeça, deixando ela e Michael me puxarem de volta para a garagem.
Já estávamos na volta 66, não parecia que eu tinha demorado tanto, minha cabeça funcionava diferente quando estava nas minhas crises. A garagem estava em silêncio novamente, todos focados nas últimas 12 voltas da corrida. Aparentemente nesse tempo Ericsson e Nasr bateram e ambos abandonaram. Max estava de volta na garagem, apoiado em uma das paredes como todos nós.
- ... – Virei o rosto para Maria. – Você teve uma crise?
- Eu estou bem. – Suspirei, assentindo com a cabeça.
- Estamos aqui por você, ok?! – Ela disse, me abraçando de lado e dei um curto sorriso, passando o braço pelos seus ombros.
- Obrigada, Maria. – Falei em um suspiro.
Eu não consegui mais prestar atenção no que acontecia na corrida além de fixar o olhar no onboard de Danny e a diferença de tempo dele para Lewis. Ele estava ficando mais lento, deixando o espaço maior para Lewis e eu não aguentava mais essa pressão. Eu queria vê-lo, queria falar com ele, abraçá-lo, mas também não queria que as voltas passassem mais rápido para ele ter outras oportunidades de passar Lewis.
Quando a bandeira quadriculada sacudiu, foi diferente de outras corridas. Ninguém da equipe foi na grade comemorar com Danny, a animação de Danny não estourou em meu ouvido, tudo ficou em silêncio por alguns segundos.
- Sinto muito, Daniel! A equipe não poderia estar mais triste pelo que houve... – Simon disse.
- Nada que você possa dizer vai me deixar melhor, me poupe. – A voz de Danny parecia magoada e isso quebrou comigo.
- Vamos, caras, o Danny merece isso. – Brad disse, tirando o capacete e alguns mecânicos saíram pela porta.
- Vamos... – Michael disse, indicando com a cabeça e segurei em seu braço.
Desviamos de algumas pessoas e cadeiras dentro da garagem e seguidos com alguns mecânicos até a área do grid. Os caras da Mercedes já ocupavam o espaço, mas me enfiei no meio das pessoas, sem me importar muito com educação e vi o carro de Danny ali. Procurei-o por entre as pessoas, enquanto Lewis fazia uma festa com sua equipe, mas só o encontrei quando ele subiu no pódio para receber seu prêmio.
Existiam coisas que simplesmente não combinavam na vida, e Danny triste, decepcionado ou de cara fechada, não é uma delas. A decepção era óbvia em seu rosto, desde o momento em que ele pegou o prêmio, cumprimentou a realeza de Mônaco e, principalmente, quando o hino que tocou não era o nosso.
Acho que a última vez que o vi assim, pelo menos pessoalmente, foi quando brigamos no ensino médio, depois que ele não apareceu em um compromisso nosso. Naquele dia, para mim, pelo menos, nossa amizade tinha acabado, eu estava magoada e tudo doía, mas ver seu rosto exatamente como hoje, quase me fez mudar de ideia... Quase.
Quando Lewis, Danny e Checo, que acabou ficando com o terceiro lugar, se juntaram para a foto, ele até tentou sorrir, como ele tentou bastante durante os três anos em que não nos falamos, mas ele não sabia fingir.
Na hora do champanhe, eu acabei levando um banho sem querer, mas de Lewis, ele comemorava de verdade, agora era óbvio que Danny queria sair dali. Eu queria aproveitar a brecha na segurança quando Lewis invadiu o pessoal, mas não tive coragem. Em compensação, quando Danny nos viu, ele se aproximou.
- Danny... – Chamei-o baixo, tentando não chamar tanta atenção para mim e nem deixar a voz chorosa sair.
- Segura para mim, por favor... – Ele me entregou seu capacete e abracei o objeto com firmeza, quase como se fosse ele.
- Lewis, nos fale um pouco mais sobre essa corrida? – As entrevistas começaram, mas acabei me fechando em sua resposta, sei que ele só aproveitou a oportunidade, mas ele tentar ser animado e feliz não me deixava bem. – Daniel te perseguiu bastante, especialmente na relargada. – O entrevistador disse e foi como se minhas orelhas ligassem novamente.
- Primeiro de tudo precisamos parabenizar esse cara, ele foi incrível o fim de semana inteiro, acho que foi o melhor corredor com quem eu corri contra, ele fez uma corrida incrível hoje, foi azar dele, sorte minha, mas espero ansioso por mais batalhas como essa. Não é fácil sair de pole e chegar em segundo, mas ele pode sentir orgulhoso de tudo o que fez hoje... – Suspirei.
- Daniel, foi uma corrida que escapou... – A risada sarcástica de Danny saiu mais forte primeiro.
- Eu nem quero comentar sobre a corrida honestamente, quero agradecer aos fãs, obrigado por permanecerem nesse tempo, acho que, de fora, conseguimos fazer um ótimo espetáculo, não deveria ter sido empolgante como foi, mas são dois fins de semana que me ferram, é uma droga, dói, mas agradeço a todos por ficarem. – Engoli em seco, lembrando da corrida na Espanha.
Droga! Ele está certo.
- Você sabe nos dizer o que aconteceu com os pneus? Os pneus perdidos?
- Não... – Ele disse seco. – Nem ideia. Eu fui chamado nos boxes, não fiz a decisão. Então... Eles deveriam estar prontos. – Ele disse, visivelmente segurando falar algo que talvez não devesse. – É... Machuca, dói... Não tem mais o que dizer. – Suspirei.
- Você arrasou o fim de semana inteiro, sua vez vai chegar...
- Obrigado. – Ele disse, dando um curto sorriso e suspirei.
- Devemos esperar por ele na garagem. – Michael disse e neguei com a cabeça.
- Pode ir, só saio daqui quando ele sair. – Falei, suspirando.
- Temos a coletiva agora. – Maria falou ao meu lado. – Você provavelmente não vai querer ver isso. – Engoli em seco.
- Eu não sei de mais nada. – Suspirei.
- Vamos, ... – Michael me puxou. – Não faça isso consigo mesma. – Ele disse e vi Danny apoiado na bancada enquanto Checo era entrevistado. – Vamos... Falamos com ele depois, sem plateia... – Ele me puxou pela mão e pressionei os lábios antes de desviar o rosto da feição apática de Danny.

Daniel

- Posso ir? – Perguntei baixo.
- Desculpe, Daniel, ainda temos algumas entrevistas. – Maria passou a mão em minhas costas, fazendo um carinho e suspirei.
- Eu quero sumir daqui... – Bufei, coçando o olho.
- Só mais um pouco. – Ela deu um tapinha em minhas costas e suspirei forte, saindo da sala de coletiva de imprensa.
Era quase como se eu estivesse pintado de laranja neon, os olhares foram imediatamente para mim e eu sabia muito bem que tipo de olhar era: de pena. Eu não quero pensar nisso agora, eu não quero conversar com ninguém, eu não quero entender o problema de ninguém depois de dois fins de semana em que fui ferrado pela minha própria equipe, não tem mais nada do que eles podem fazer para eu me sentir melhor. A bola presa na garganta era enorme.
Hoje era meu dia! Era a porcaria do meu dia! E por coisa de 10 segundos, minhas vantagens foram literalmente jogadas no lixo. O carro estava perfeito, o dia estava perfeito, mas algum problema de comunicação ou de equipe fez tudo ir para a merda.
Tem muito de sabotagem em equipes e coisas assim aqui na Fórmula 1, mas não tinha motivo nenhum para eles sabotarem nossa melhor chance do campeonato. Especialmente depois de Max bater na classificatória e na corrida logo em seguida. Precisava falar com Christian, mas não agora. Não quando eu sei que talvez fale algo que me arrependa.
- Ei, Danny boy. – Suspirei ao encontrar Nando.
- Ei, Nando. – Falei.
- Desculpe, cara! – Ele me abraçou, dando alguns tapas em minhas costas. – Sinto muito mesmo. Você estava demais! Foi só azar.
- É... Espero que sim. – Assenti com a cabeça.
- Daniel... – Virei para Valtteri. – Desculpe, cara! – Ele deu dois tapinhas em meus ombros.
- Obrigado. – Assenti com a cabeça, dando um curto sorriso.
- Vem... – Maria me chamou e suspirei antes de entrar na área das entrevistas, parando na primeira que ela indicou.
- Daniel, você pode dizer o que aconteceu hoje? Como está se sentindo? – Suspirei.
- Parece duas semanas atrás de novo. Deveria ser meu dia e não foi, e eu não tenho o troféu. Se Barcelona não ficou claro, hoje ficou claro igual água. – Suspirei. – Eu aguentei bem em Barcelona, mantive a cabeça em pé, mas agora eu não sei como lidar com isso, eu não sei se consigo lidar bem como da outra vez. É uma corrida prestigiosa e, talvez eu ganhe no futuro, mas essa eu nunca vou ter de volta. Essa dói demais, mais do que qualquer coisa. – Suspirei.
- Obrigado, Daniel. Sinto muito. – O repórter disse e andei para o lado, encontrando outro repórter.
- Eu não sei o que te dizer, segunda corrida seguida em que sua vitória foi perdida, só me fala sobre isso, como está se sentindo agora, de preferência sem xingar. – Dei um curto sorriso.
- Sem xingar é difícil. – Ajeitei o boné na cabeça. – Como eu me sinto? Como se eu tivesse sido atropelado por um caminhão de 18 rodas, hum... Foi a segunda semana consecutiva, acho que lidei bem com Barcelona, mas, para mim, estar aqui e agir positivamente sobre isso, é impossível. Não consigo. – Suspirei. – Na verdade, eu odeio me sentir assim, eu odeio me sentir miserável. Digo, eu consegui um pódio em Mônaco, eu deveria estar extremamente feliz e grato, e parte de mim quer ficar bem com isso, mas duas semanas seguidas, especialmente aqui. – Suspirei. – Sabe, acordei essa manhã e tinha uma tempestade se formando, sabia que tinha uma bola curva vindo para me testar, outro desafio no fim de semana, outro motivo para eu me provar... – Cocei o rosto. – Eu estava rápido no começo, indo bem, é... Eu não tenho ideia do que dizer sobre isso. A estratégia, a espera pelos pneus, não foi minha decisão, a equipe me chamou, então eles deveriam ter se preparado. Eu não fiz uma chamada tardia... Eu não tenho o que dizer, para ser honesto.
- Você falou com a equipe? Christian falou com você?
- Eu só pedi para eles pouparem o fôlego. – Suspirei. – Não tinha nada que eles poderiam falar que fizesse eu me sentir melhor.
- Você vai sentar com a equipe e conversar? É algo que faz você querer quebrar o contrato? – Pressionei os lábios.
- Não vamos conseguir resolver nada hoje, eu só quero sair daqui, para ser honesto. – Suspirei.
- Obrigado, Daniel. – Ela disse e dei um aceno de cabeça, seguindo para outro grupo de repórteres.
- Daniel fala conosco como está se sentindo após esse desastre. – Puxei a respiração forte com o repórter italiano.
- Eu estou muito magoado agora, Barcelona me machucou muito, mas consegui superar, mas esse dói muito mais. Provavelmente porque são duas seguidas e com a pole, fiz tudo o que deveria ontem e hoje tivemos condições novas, mas conseguimos começar muito bem, e não é justo eu perder isso porque não tinham os pneus preparados para mim. Me chamaram para o pit stop, eles deveriam ter tudo pronto, então é bem frustrante. – Assenti com a cabeça.
- Grazie, Daniel. – Assenti com a cabeça.
- Último, prometo. – Maria sussurrou e segui para outro repórter.
- Daniel, imagino que não preciso perguntar como está se sentindo hoje, é difícil não ver um sorriso no seu rosto... – Assenti com a cabeça. – Você pode comentar sobre a corrida? Nos dizer o que aconteceu?
- Honestamente, nem tenho o que comentar, foram dois fins de semana péssimos, machuca demais. – Suspirei. – Ao menos fizemos um bom espetáculo para os fãs, pena que não era necessário. Nós começamos bem nos pneus de chuva, depois mudamos para os médios e caímos em uma corrida com Lewis que não precisávamos e aí teve o pit stop. Fomos superiores em todas as condições, mas acabamos com o segundo lugar por um erro amador. – Dei de ombros.
- Você vai falar com sua equipe?
- Hoje não. Não estou preparado para isso e eles provavelmente também não. Eu quero sair daqui e tentar esquecer que esse dia existiu. – Suspirei.
- Eu vou te deixar descansar. Obrigado. – Ele disse e assenti com a cabeça, seguindo com Maria para fora do cercado da imprensa, sentindo-a apoiar as mãos em minhas costas.
- Vamos para a garagem...
- Não! – Falei firme. – Eu não quero ver Christian ou os caras agora, eu não quero falar merda e perder a razão. – Suspirei. – Eu preciso de um tempo.
- Te espero na garagem mais tarde? – Ela perguntou.
- Sim... – Falei, tentando manter minha cabeça firme.
- Falo algo para sua família? ?
- Não, sério! Eu não preciso disso agora. – Suspirei. – Eu falo com eles daqui a pouco.
- Ok, não se perca e não sofra sozinho. Eu sei que gosta de fazer isso.
- Só preciso um tempo. Sério. – Suspirei e ela assentiu com a cabeça.
- Eu estarei lá, se precisar de algo.
- Obrigado. – Falei, suspirando, seguindo pelo paddock.



- Maria, o que o Danny disse exatamente? – Perguntei devagar.
- Ele disse que precisa de um tempo e falava com vocês daqui a pouco. – Chequei o horário, a coletiva tinha acabado há mais de uma hora, e virei para Michael.
- Ele deve estar no vestiário. Você o conhece. – Tia Grace disse e suspirei.
- Até demais... – Falei baixo, amarrando o casaco na cintura e segui pelos corredores da garagem com os meninos ao meu lado.
- O que está pensando? – Michael sussurrou para mim.
- Você o conhece melhor do que eu nessas situações. – Suspirei, vendo Blake, Alex, Tom e Jason andarem mais rápido à nossa frente.
- Ele não está no paddock. – Ele sussurrou.
- Eu sei. – Bufei baixo. – Ele gosta de sofrer sozinho. – Engoli em seco.
- Ah, Danny. – Vi os caras entrarem no prédio da Red Bull, se separando para os lados e entrei logo em seguida.
- Vocês viram o Daniel? – O pessoal perguntou e subi as escadas de dois em dois degraus com Michael e dei dois toques na porta antes de empurrá-la, vendo somente minha mochila e de Michael jogadas no sofá.
- Ótimo, ele sumiu. – Suspirei, batendo a mão na cabeça.
- Ah, caralho, Danny! – Mike disse e vi os pais dele subirem.
- Danny? Filho? – Tia Grace falou e suspirei.
- Eu vou matar seu filho, tia Grace! – Michael disse e suspirei.
- Onde ele se meteu? – A voz de tio Joe ficou um pouco mais alta.
- Ele não mandou mensagem para vocês? – Tia Grace perguntou.
- Liga no apartamento, ele pode ter chegado lá. – Mi falou.
- Não tem portaria! – Blake falou e peguei meu celular, puxando as notificações.
- Nada para mim. – Tom disse.
- Nada aqui. – Michael falou e vi uma mensagem de Danny, abrindo-a discretamente.
“Eu estou bem, estou no nosso lugar. Não conta para eles, não quero me preocupar com isso agora”. – Suspirei, bloqueando o celular rapidamente.
- ? – Grace perguntou.
- Ele mandou para mim, disse que está bem e volta amanhã. – Suspirei.
- Ele não disse onde estava? – Tia Grace perguntou rápido.
- Não, não disse. – Guardei o celular no bolso e coloquei a mochila nas costas.
- Algum de vocês deve saber onde ele foi, gente! – Tia Grace disse rápido.
- Eu não sei, eu... – Era tão difícil mentir para tantas pessoas olhando para mim. – Por que não vamos para o apartamento? Ele vai ter que aparecer lá uma hora ou outra. – Suspirei.
- As coisas do Isaac ficaram todas na garagem. – Mi disse.
- Vão pegar as coisas dele, eu e os caras arrumamos as coisas dele e nos encontramos na saída. – Falei.
- Eu vou perguntar para o pessoal lá embaixo novamente. – Tio Joe disse, saindo, e tia Grace foi logo atrás.
- Eu vou pegar as coisas de Isaac. – Mi disse.
- Eu te ajudo, amor! – Jason disse, pegando-o de seu colo e inclinei a cabeça para o lado junto de Michael até os cinco terem sumido do vestiário e descido as escadas.
- Desembucha, ! – Michael disse rapidamente. – Eu sei que ele te mandou mais coisa.
- O quê? Danny falou onde ele está? – Blake perguntou.
- Ele está bem e, se ele quisesse falar com vocês, ele teria mandado mensagem para vocês. – Dei um curto sorriso. – Despistem os pais dele, a gente volta pela manhã. – Falei, começando a andar, mas Michael me puxou.
- Ah, não! Vocês não vão ficar me usando de desculpa para namorar. – Ele disse.
- Não é namorar, Michael. Vamos ser honestos que para esses momentos eu sempre fui a melhor, vai... – Ele bufou. – Vocês todos sabem... – Virei para os outros três.
- Ela está certa, vocês sabem... – Alex disse e assenti com a cabeça.
- Eu vejo como ele está e juro que mando mensagem. Se tia Grace perguntar aonde eu fui, fala que eu fui checar no porto perto lá do apartamento. – Falei para Michael.
- Mas onde vocês vão estar? – Ele perguntou firme.
- Nem vem, você é péssimo para guardar segredos. – Dei dois passos, afastando sua mão. – Eu vou correr antes que eles voltem... – Parei rapidamente. – Na verdade, dá para emprestar o carro? – Virei para Blake.
- Ah, você só pode estar me zoando. – Ele suspirou. – Nunca na vida eu pensei que vocês ficariam juntos depois de velhos, agora, para ajudar, eu viro cúmplice. – Ele foi reclamando, mas tirou a chave do bolso. – Eu te odeio.
- Te amo também. – Falei, puxando a chave de sua mão.
- Quando vocês tiverem filhos, eu quero ser padrinho do primeiro! – Ele disse e franzi a testa. – Rápido demais?
- É! Bastante! – Falei, rindo fracamente e puxei a chave de sua mão antes de descer correndo pelo prédio da Red Bull, esbarrando em Maria.
- Achou ele? – Ela perguntou.
- Não! – Falei, saindo correndo para fora do prédio.
Olhei rapidamente em direção a garagem, vendo se o restante da família Ricciardo estava por lá, mas saí correndo em direção à saída, desviando das pessoas, equipes e carrinhos que passavam por ali. Passei meu crachá pela catraca para sair e desviei dos fãs que se acumulavam do outro lado da grade.
Não pensei em perguntar qual era o carro que a Red Bull emprestou para os caras, mas imaginei que fosse um Renault, estilo o que estamos usando o fim de semana inteiro, então precisei apertar algumas vezes o alarme até ver os faróis acenderem e entrei com pressa no carro. Mônaco era pequena, mas eu precisei colocar o GPS para me localizar e escolhi o Yacht Club. Só podia ser esse o lugar que ele estava falando, o Blue Bay deveria estar lotado agora.
Pelos efeitos da corrida, até a rua do clube estava lotada, mas deixei o carro nas mãos do valet, esperando que não perdesse o papel para pegar o carro da Red Bull de volta depois. Entrei no clube, esperando alguém me parar, mas acabou não acontecendo. O local estava bem mais lotado do que ontem, a música estava incrivelmente alta e as luzes de alguns iates eram bem fortes, quase fazendo o pôr-do-sol parecer dia novamente.
Ignorei o que estava me incomodando e caminhei até o píer onde estava o iate de Danny e encontrei a bandeira da Austrália primeiro. Pisei no deck, vendo a porta do quarto aberta e as luzes acesas, e entrei.
- Danny? – Perguntei baixo, deixando minha mochila na cama e fechei a porta. – Danny? – Procurei-o dentro do banheiro e desci as escadas para a cozinha. – Dan... – Minha voz parou quando o encontrei na frente do barco do lado de fora e suspirei.
Andei até a pequena escada que tinha do outro lado e subi no convés, sentindo o vento forte bater em meu corpo e bagunçar os cabelos. A roupa da Red Bull já tinha ido há muito tempo e a calça jeans e a camiseta branca talvez o fizessem passar por alguém normal. As grandes festas com os iates grandes estavam mais perto da costa, mas tinha algumas pequenas entre nós.
- Danny... – Ele virou o rosto e suspirei ao notar os olhos avermelhados. – Ah, Danny...
Me ajoelhei atrás dele e passei os braços em seus ombros, apoiando a cabeça na sua. Suas mãos apertaram as minhas com força e alguns suspiros mais fortes escaparam. Eu simplesmente não conseguia lembrar da última vez que o vi chorar. Talvez na morte dos meus pais. O pior é que isso parecia doer quase tanto quanto aqueles dias.
- Eu sinto muito, Danny. – Suspirei. – Sinto muito, sinto muito.
- Você não tem que se desculpar de nada. – Ele disse, fungando e deslizei a mão em seu corpo, me colocando na sua frente. – Você não fez nada.
- Eu sei, mas eu não tenho o que dizer e eu odeio te ver assim. – Ele me puxou pela cintura.
- Só fica comigo... – Ele suspirou e me sentei em sua frente, passando as pernas em cima das suas.
- Sua mãe está muito preocupada... – Falei e ele me apertou contra si.
- Eu falo com ela depois, eu não quero todo mundo aqui, eles vão querer tentar fazer eu me sentir melhor e... – Ele negou com a cabeça. – Eu só preciso de uma noite nisso. – Assenti com a cabeça.
- Mas eu também vou querer fazer você se sentir bem. – Passei a mão em seu rosto, limpando algumas lágrimas acumuladas ali e depois fiz um carinho em suas bochechas. – Você está até um pouco inchado. – Suspirei, deslizando as mãos para sua nuca.
- Raiva, choro... – Ele suspirou. – Agora só estou triste... – Assenti com a cabeça, apertando-o novamente em meus braços.
- E está tudo bem. – Dei um beijo em sua bochecha.
- Eu não acredito que isso aconteceu, . – Engoli em seco. – Eu corri sozinho por tanto tempo, e aí um erro tão... Idiota... – Suspirei. – Ninguém falou nada?
- Confesso que não estava prestando muita atenção no rádio essa hora. – Afastei nossos rostos e colei minha testa na dele. – Eu só sei que Hamilton fez o pit, depois o Max e, do nada, você apareceu lá. – Suspirei. – Não sei se foi confusão da saída do Max e sua chegada, ou se foi desatenção do Simon ou do Adrian... – Neguei com a cabeça. – Eu não posso dizer que sabia o que estava acontecendo. – Ele assentiu com a cabeça.
- Christian disse algo?
- Eu não sei o que aconteceu depois do final, os mecânicos foram te apoiar comigo e os caras, mas, quando voltei, Christian gritava, seu pai gritava, seus engenheiros gritavam... – Neguei com a cabeça. – Não adiantava eu me colocar na briga para ver quem gritava mais, não ia mudar o resultado. – Ele assentiu com a cabeça.
- Não... – Ele suspirou. – Mas foram dois fins de semana, . Precisa ter uma explicação.
- Eu sei, e você vai atrás disso. – Acariciei seu rosto, subindo para seus cabelos. – Mas depois. – Dei um beijo em sua bochecha. – Você precisa descansar agora...
- Eu sei, eu só... – Ele suspirou, me abraçando pela cintura. – Só quero ficar aqui contigo... Ao menos uma coisa boa nesse dia estranho. – Ele roçou seu nariz no meu e suspirei.
- Fico me perguntando quantos dias estranhos você não teve e não precisou disso. – Acariciei sua nuca devagar. – Você se esconde, Danny. Você sofre sozinho. Quando passou uma hora que a Maria disse que você ia dar um tempo, ficou óbvio que você tinha sumido. – Ele riu fracamente.
- Melhorou quando o Michael começou a me treinar, ao menos é um amigo no meio desse caos. – Assenti com a cabeça. – Mas Michael que me perdoe, seu colo é melhor. – Ri fracamente, sentindo nossos lábios roçarem levemente. – E aposto que os beijos também. – Sorri, segurando seu rosto e nossos lábios se tocaram em um curto selinho.
- Vamos lá dentro, alguém pode te reconhecer e deixar tudo pior. – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Eu acho que precisava de um pouco de ar...
- Eu sei, mas essa música alta, essas luzes...
- A festa do Lewis, a festa da Red Bull... – Suspirei.
- Festa da Red Bull? Mesmo assim? – Ele deu de ombros. – É, nada disso vai te deixar melhor. – Me levantei, segurando suas mãos. – Aqui dentro pelo menos tem cobertas e leite vencido. – Ele riu fracamente e sorri, já vendo um pequeno sorriso se formar em seus lábios.

Daniel

- Esse é o dito cujo. – Indiquei o troféu dentro da caixa no sofá.
- A caixa é da Louis Vuitton? – perguntou, fechando a porta e ri fracamente.
- É... – Suspirei e ela se aproximou dela.
- Posso?
- Claro. – Falei, apoiando na bancada e cruzando os braços, e ela se ajoelhou na frente do sofá, abrindo a caixa e suspirei ao ver o prêmio.
- Uau. – Ela disse, passando a mão nele. – É lindo, Danny.
- É... – Falei aleatoriamente. – Mas é prata. – Ela virou o rosto para mim, se levantando novamente.
- Apesar de tudo o que aconteceu hoje, Danny... – Ela veio em minha direção. – Você deveria sentir orgulho disso. – Ela apoiou as mãos em meus braços. – Você foi incrível o fim de semana inteiro. Foi sua melhor corrida até agora... Das que eu vi, é claro. – Ri fracamente. – O que aconteceu hoje não foi sua culpa. Você é incrível e você mostrou para todo mundo hoje. – Ela subiu as mãos para meus braços.
- Eu sei tudo isso, . Eu só quero entender por que eu fui ferrado por dois finais de semana seguidos. – Soltei os braços, abraçando-a pela cintura e ela aproximou nossos corpos ao me segurar pela nuca. – O que está acontecendo com a equipe? Ano passado já foi uma merda, esse ano vai ser pior?
- Não pensa sobre isso, Danny. Teorias da conspiração e o que for. – Ela acariciou minha nuca. – Relaxa hoje, esquece sobre isso, amanhã é um novo dia. Achei que você e Michael tinham uma regra quando acontece algo assim.
- É, temos, eu tenho 12 horas para ficar mal, depois eu tenho que focar na próxima corrida...
- Então...
- Mas isso é diferente, . Me faz pensar em tudo. Inclusive um jornalista falou sobre troca de equipe e até isso eu estou pensando...
- Não, eu não vou deixar você pensar nisso agora. – Ela segurou firme em minha nuca, me forçando a olhar para ela. – Você está bravo, você não vai decidir nada assim. Ainda mais a Red Bull que está ao seu lado há oito anos. – Suspirei. – Se você quiser sair, você tem todo direito, mas vamos falar disso de novo no fim da temporada. – Ponderei com a cabeça. – Você me escuta, Daniel Ricciardo.
- Eu estou. – Abracei-a mais apertado. – Você está certa, só estou resmungando.
- Ainda bem que sabe. – Ela disse firme e ri fracamente.
- Obrigado por vir... – Ela negou com a cabeça, dando um curto beijo em meus lábios.
- Você não precisa agradecer por isso. – Ela colou nossas testas. – Achei que precisasse de um amigo agora.
- Acho que preciso mais do que isso agora. – Falei e ela riu fracamente antes de colar nossos lábios.
Apertei minhas mãos em seu corpo, entreabrindo os lábios para encontrar sua língua. Suas mãos deslizaram pelos meus ombros, colando seu peito no meu e minhas mãos deslizaram pelas suas costas. Mordisquei seu lábio inferior, deslizando nossos narizes, fazendo-a sorrir e deslizei meus lábios pelo seu rosto, deixando curtos beijos.
A mão de deslizou pelos meus braços e meus lábios delinearam seu queixo, deslizando os lábios para seu pescoço, sentindo o cheiro gostoso de seu perfume misturado com champanhe. Deixei um beijo em seu pescoço, sentindo-a apertar as mãos nas mangas de minha blusa e continuei dando mais alguns, deslizando pela região de sua garganta, até a base de seu pescoço, adentrando a gola da camisa da Red Bull que ela usava.
- Ah, Danny. – Ela suspirou e passei a língua pelo local, sugando um pouco sua pele. – Daniel... – Ri fracamente contra sua pele, erguendo meu rosto devagar, deslizando o nariz pelo seu pescoço antes de alinhar nosso rosto novamente. – Você não pode fazer isso...
- Por que não? – Sussurrei, deslizando o nariz pelo seu rosto, deixando alguns beijos em seu rosto.
- Porque você vai me excitar. – Ela suspirou, deslizando as mãos em meus braços.
- E isso é mal? – Perguntei, rindo fracamente e ela acariciou meus cabelos na nuca, focando os olhos nos meus.
- É, é sim. – Ela disse, rindo e dei curtos beijos em seus lábios.
- Muito estranho pensar em transar comigo? – Ela riu mais alto, dando uma distância maior entre nossos rostos e dei um sorriso de lado.
- É... Interessante, na verdade. – Ela ponderou com a cabeça. – Estranho, mas interessante. – Ela suspirou. – É uma linha perigosa.
- Eu adoro o perigoso. – Ela riu fracamente, segurando meu rosto e seus olhos encontraram os meus.
- Você quer isso? – Ela perguntou sério.
- É... – Falei, rindo fracamente. – Eu estou curioso. – Ela riu fracamente. – Mas quero você confortável com isso. – Ela mordiscou o lábio inferior.
- Eu estou curiosa também... – Ela deu seu sorriso safado e colei nossos lábios novamente. – Vai ser divertido...
- Engraçado. – Falei e ela negou com a cabeça.
- Ah, merda, estamos ferrados. – Ela disse, me abraçando apertado e sorri, deixando alguns beijos em seu pescoço.
- Você quer ir para o quarto? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça, deslizando seu nariz no meu.
Ela se afastou de mim, deslizando suas mãos pelos meus braços e mordiscou seu lábio inferior antes de se virar para o quarto, fazendo meu coração palpitar por vários motivos. Ela passou a mão em seus cabelos, puxando o laço de seus cabelos antes de sentar na cama. Ela se livrou dos tênis e das meias antes de eu conseguir respirar.
Meu corpo foi automático até ela, subindo os degraus da cozinha para o quarto e puxei a porta de correr que separava os cômodos. Ela mantinha os lábios mordiscados e as mãos apoiadas nas coxas e sentia que, pela primeira vez, desde que esses sentimentos começaram a aparecer, eu não tinha nenhum pensamento me mandando parar, estava limpo.
Dei a volta na cama, puxando a porta que dava para o deck, deixando o quarto ser iluminado somente pela luz do pôr-do-sol e pela luz amarelada do quarto. Me aproximei de , me colocando entre suas pernas e levei minha mão para seu rosto, acariciando-o devagar e ela sorriu. Inclinei meu rosto em sua direção e segurei seu rosto com as duas mãos antes de colar nossos lábios em um curto beijo.
Seus olhos me encararam por alguns segundos antes de dar um curto sorriso e afastar um pouco, deslizando o corpo mais para o meio da cama e se encostar nos travesseiros colados na cabeceira. Tirei os tênis com os pés e depois as meias antes de ajoelhar na cama. Me aproximei dela e puxei minha camiseta pela gola, tirando-a e riu fracamente.
- Isso é algo que você não vê todo dia. – Ela mordiscou seus lábios e joguei a blusa para trás.
- Eu sou gato. – Falei, apesar do nervosismo crescente em meu peito.
- Ao menos disso eu não tenho o que reclamar. – Ela comentou e passei uma perna entre as suas e inclinei meu corpo em sua direção. – Eu estou nervosa... – Ela disse, rindo fracamente e sorri.
- Eu também. – Assumi, segurando-a pela cintura. – Mas um nervoso bom.
- Uhum... – Ela concordou antes de colar nossos lábios.
Nossos lábios se moveram lentamente por alguns segundos, fazendo nossos narizes roçarem devagar. Deixei meu corpo cair ao seu lado na cama e puxei-a pela cintura, fazendo sua perna vir para minha cintura e a outra se enroscar entre as minhas. Sua mão apoiou em meu peito e sorri, observando-a com os olhos pressionados antes de colar nossos lábios novamente.
Entreabri meus lábios, levando minha língua até a sua, sentindo-as se enroscarem com rapidez e minhas mãos apertaram mais forte em sua cintura enquanto seu corpo pressionava com mais força no meu. Minhas mãos deslizaram pelo seu corpo, apertando suas coxas e puxei a respiração quando ela mordiscou meus lábios.
Antes de nossos lábios se colarem novamente, ela passou as pernas em volta de meu corpo, sentando em minha cintura, me fazendo suspirar. Ah, merda! Isso é incrível! Ela passou as mãos em seus cabelos, jogando-os para trás e eu não conseguia parar de sorrir. Ela segurou a barra de sua camiseta e puxou-a para cima, me fazendo suspirar ao ver seus seios dentro do sutiã preto e ela mordiscou o lábio.
- Merda, . – Falei, ouvindo-a rir e subi minhas mãos pela lateral de seu corpo, sentindo-a contrair a barriga.
- Respira, Danny boy. – Ela falou fracamente, inclinando o rosto até o meu e coloquei seu cabelo atrás da orelha antes de segurar seu queixo, colando nossos lábios.
Ela apoiou as mãos em meu peito e deslizei as mãos pelo seu corpo. Nossas pernas se enroscaram e o beijo começou a criar mais velocidade conforme nossas mãos deslizavam apressadamente no corpo do outro. Desci as mãos pelas suas costas, passando-as em sua bunda, apertando-a e pressionou seu corpo contra o meu, me fazendo suspirar novamente. Meu pênis estava respondendo a esses movimentos e começava a pressionar dentro da calça.
Pressionei minhas mãos em suas costas, inclinando meu corpo para frente e ela apertou as mãos em meus ombros. Sentei na cama, amparando-a pelas costas, apertando sua pele e ergui o pescoço para nossos lábios se tocarem novamente. Sua mão deslizou pelos meus cabelos, fazendo um carinho gostoso e a outra fez o mesmo em meu rosto.
Minhas mãos deslizaram pelas suas costas, descendo pela barra de sua calça e minhas mãos foram para o local, girando-a ao redor de seu corpo até encontrar o botão à frente, vendo parte de sua calcinha aparecer. Nossos lábios pararam automaticamente e ela mordiscou meu lábio inferior enquanto abria e descia o zíper, fazendo-a suspirar.
Seus olhos encontraram os meus e ela deslizou o polegar em minha bochecha antes de deixar um curto beijo em meus lábios. Ela desceu as mãos pelo meu peito, afastando nossos lábios e deu um beijo em minha bochecha antes de deslizar para fora da cama. Ela mordiscou seu lábio inferior, jogando os cabelos para trás e abaixou a calça devagar, fazendo a calcinha preta aparecer, depois as coxas, até que ela inclinou o corpo para baixo para tirar a peça de roupa.
Quando ela se ergueu novamente, com os cabelos jogados em seus ombros, eu sorri. Sempre espiei uma vez ou outra, mas tê-la completamente entregue para mim é completamente diferente. É perfeito! Deslizei de joelhos até a beirada da cama e abracei-a fortemente pela cintura antes de colar nossos lábios novamente. Suas mãos foram em meus ombros, me apertando mais perto de si e depois desceram pelo meu peito.
Deslizei meus lábios pelo seu rosto, fazendo o caminho novamente até seu pescoço e deslizei os lábios por cima da tatuagem de flor pouco abaixo de seu ombro, descendo para seus seios. Ela suspirou, afastando seu cabelo do local e deslizei a língua pela pele fora do sutiã, deixando alguns beijos. Minha mão apertou em sua cintura novamente, erguendo o rosto para ela, vendo-a sorrir.
- Isso é bom. – Ela sussurrou.
- É? – Ela assentiu com a cabeça, roçando nossos narizes. – Não estranho?
- Um pouco, sim. – Ela riu fracamente. – Mas estou tentando me manter concentrada. – Ri fracamente, sentindo-a deslizar a mão pelo meu peito.
- Relaxa, baby. – Falei, imitando-a, vendo-a sorrir. – Somos só nós, lembra? Danny e ? – Ela riu fracamente.
- Quando as pessoas dizem isso, elas queriam dizer outra coisa. – Sorri.
- Agora eles vão ter que dizer sobre outra coisa. – Ela assentiu com a cabeça, suspirando.
- Mas tem uma vantagem nisso tudo... – Ela disse, deslizando os lábios pelo meu rosto.
- Qual? – Fechei os olhos, sentindo seus lábios em minha orelha.
- Nossos corpos estão respondendo bem... – Ela deslizou a mão em minha barriga e abaixei o rosto para meu quadril, vendo a ereção marcando a calça e ri fracamente, vendo a mão de deslizar para perto de meu pênis, me fazendo suspirar. – Não tem como voltar depois disso... – Ri fracamente.
- Bom... – Ergui meu rosto para o seu. – Sem arrependimentos*, lembra? – Ela riu fracamente.
- Sim... Só memórias. – Sorrimos juntos e segurei-a pela nuca, colando nossos lábios novamente.
Desci as mãos pelo seu corpo, apertando sua bunda quando passei por ela, ouvindo sua risada e apertei as mãos em suas coxas, erguendo-a, ouvindo sua risada.
- Daniel! – Ela disse alto, me fazendo rir e tombei meu corpo para trás, caindo na cama e puxando-a comigo. – Ah, você é louco. – Ela riu ao meu lado e virei meu corpo para ela, deslizando a mão pela sua barriga.
- Você descobriu isso agora? – Falei, pressionando meu corpo no seu.
- Sempre me surpreendo contigo, Daniel. – Sorri, deslizando meus lábios em seu rosto.
- Espero te surpreender mais. – Ela riu fracamente.
- Tentando ser romântico, Danny? – Ponderei com a cabeça.
- Ou sexy. – Ela riu fracamente.
- Ok... – Ela assentiu com a cabeça. – Me mostre, então... – Ela mordiscou o lábio, erguendo os olhos para mim e, por algum motivo, aquilo fez minha ereção apertar mais forte.
- Ok... – Falei, sentindo minha risada sair nervosa. – Eu só preciso... – Falei, tirando meu braço de baixo de sua cabeça e abri o botão de minha calça, puxando-a para baixo, erguendo o quadril para tirá-la, ouvindo rir.
- Devagar... – Ela falou baixo, apoiando a mão em minha barriga. – Temos tempo...
- Não está fácil me segurar com você assim. – Beijei sua bochecha, deslizando os lábios pelo seu rosto. – Você é gostosa, ...
- Descobriu isso agora? – Ela brincou, me fazendo rir e deslizei a mão pela sua perna, puxando-a para cima de meu corpo.
- Você vai me enlouquecer. – Falei, ouvindo-a rir fracamente e deslizei os lábios em seus seios, enquanto a mão subia para sua coxa.
- Bom... – Ela sussurrou e subi a mão para atrás de sua bunda, apertando-a fortemente, ouvindo-a suspirar. – Ah... – Sorri, deslizando a mão para sua barriga, sentindo-a contraída e deslizei os dedos para barra de sua calcinha, sentindo o barrado de renda na ponta dos dedos.
- ... – Deslizei o nariz para seu pescoço novamente, deixando curtos beijos.
- Hum... – Ela disse fracamente.
- Se eu colocar a mão dentro da sua calcinha... – Sussurrei. – Ainda seremos amigos? – Ela riu fracamente.
- Depende... – Ela falou, abaixando o rosto para mim.
- Do quê? – Perguntei, encarando seus olhos.
- Se você me fizer gozar ou não. – Ela disse, séria, fazendo minha ereção pressionar dentro da boxer.
- Eu adoro um desafio, você sabe? – Falei fracamente, ouvindo-a rir.
- Cala a boca, Daniel. Só faça isso. – Ela sussurrou, deslizando os lábios pela minha cabeça e deslizei a mão para dentro de sua calcinha, pressionando os lábios ao sentir sua virilha e logo sua vagina, o que me fez suspirar.
Deslizei os dedos por entre seus lábios vaginais, ouvindo suspirar e desci os lábios pelo seu colo, mordiscando seu seio. já estava bem úmida, me fazendo sorrir e deslizar os dedos mais fundo, encontrando sua entrada.
- Ah, Dan... Daniel... – Ela suspirou e subi os dedos para seu clitóris, fazendo movimentos circulares pelo local.
soltou um suspiro alto e aquilo me fez sorrir. Observei seus lábios pressionados, as veias tensionadas em seu pescoço e sua mão pressionando seu seio, amassando o sutiã. Minhas mãos continuaram fazendo movimentos circulares em seu clitóris e seus suspiros altos faziam minha ereção apertar cada vez mais forte.
Minhas mãos desceram por entre seus lábios novamente, tocando sua entrada e ela arfou quando deslizei um dedo para dentro dela. Sua mão apertou minha nuca e até minha respiração estava forte. Deslizei meus lábios em seu pescoço, deslizando a palma da mão na extensão de sua vagina enquanto movimentava o dedo dentro de si.
Vi sua mão afastar o sutiã e apertar seu seio com mais força e aquilo me fez arfar. Deslizei meu dedo para fora de sua vagina e subi para seu clitóris novamente, continuando os movimentos circulares ali, sentindo meus dedos deslizarem pela lubrificação. Sua mão soltou seu seio, deixando-a cair no colo e meus lábios automaticamente tocaram seu mamilo.
- Ah, Dan... – Ela suspirou e passei a língua pelo seu mamilo antes de abocanhá-lo, sugando-o. –Porra, Dan... – Sorri com seu corpo tensionado.
Tentei manter o ritmo dos meus dedos em seu clitóris, mas meu foco estava em seus seios agora. Porra, . Passei a língua em seu mamilo, mordiscando levemente em seguida e a mão de foi para minha cabeça, puxando meus fios.
- Dan... Dan... – Ela suspirou, soltando um gemido mais alto e relaxei as mãos em seu clitóris, dando um último beijo em seu mamilo. – Porra... – Ela suspirou e deslizei meus lábios pelo seu pescoço, dando curtos beijos antes de deixar mais um em seu rosto.
- Você está bem? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Muito bem. – Ela suspirou, apertando a mão em cima da minha dentro de sua calcinha. – Bom saber que esses dedos longos sabem o que fazer. – Ri fracamente. – Porra, Daniel! – Sorri e ela abaixou o rosto para mim. – Isso foi incrível. – Ela suspirou forte.
- E agora? – Perguntei, deslizando meus lábios em seu pescoço.
- O quê? – Ela perguntou em um suspiro.
- Ainda podemos ser amigos? – Ela riu fracamente.
- Não mesmo! – Ela virou o rosto para mim. – Eu quero mais! – Sorri, dando um beijo em seus lábios.
- Eu vou pegar uma camisinha. – Falei e ela riu fracamente.
- Vai logo... – Ela disse em um suspiro e me deslizei para fora da cama, abrindo a porta da divisão com pressa.
Andei até minha mochila no sofá e procurei pela minha carteira, pegando uma camisinha e voltei para a cama, encontrando-a deitada da mesma forma, mas agora ela tinha se livrado do sutiã de vez e tive uma visão perfeita de seus seios empinados e, porra! Essa mulher é incrível! Deixei a camisinha na cama e me coloquei entre suas pernas, inclinando meu corpo para ela e dei um beijo em sua barriga, vendo-a erguer o rosto.
- Ah... – Ela suspirou e minhas mãos foram para o elástico de sua calcinha e abaixei-a devagar e ela ergueu um pouco do quadril para eu deslizar a peça para baixo.
Passei meu olhar pelo seu corpo, pelas três tatuagens visíveis e beijei sua coxa, encontrando a frase “no regrets, only memories” em uma caligrafia bem mais discreta do que a minha, depois subi os beijos para nossa tatuagem na lateral de seu corpo, na linha do sutiã e, por último, na flor em homenagem a seus pais perto do ombro.
Meus lábios subiram para seu rosto, pressionando-os. passou os braços em meu corpo, me apertando e nossos lábios deslizaram devagar, antes de afastar em seguida. Suas mãos deslizaram pelas laterais de meu corpo e pela minha boxer, puxando-a para baixo, fazendo nossos lábios afastarem em um sorriso. Ela deslizou as mãos pelo meu corpo e tombei meu corpo para o lado para conseguir terminar o serviço.
Joguei a boxer para o lado e procurei a camisinha pela cama, encontrando-a embaixo de minhas costas e estiquei para , vendo-a com os lábios pressionados e os olhos perdidos e dei um curto beijo entre eles, vendo-a erguer os olhos para mim.
- Você está ok?! – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Eu estou muito bem, eu só... – Ela suspirou, desviando o olhar para baixo. – Estamos pelados? – Ri fracamente.
- Sim. – Falei, rindo
- E esse é o pequeno Daniel? – Desci o olhar para meu pênis, sentindo minhas bochechas esquentarem e acabei rindo de nervoso.
- É... Uhum... – Ela riu comigo. – Mas, ei, não pequeno...
- É... – Ela ergueu os olhos para mim novamente. – Não pequeno... – Rimos juntos e trocamos um rápido selinho.
- Estamos fodidos, Daniel. – Ela disse e sorri.
- Literalmente? – Brinquei e ela assentiu com a cabeça.
- É, literalmente. – Ela sorriu e nossos lábios se colocaram por alguns segundos. – Posso colocar? – Ela segurou minha mão.
- É... – Falei, rindo fracamente e ela se sentou na cama novamente, cruzando uma perna e levou a embalagem à boca para abrir e jogou-a para fora da cama e ela ergueu o rosto para mim.
Ela inclinou seu rosto para o meu, colando nossos lábios por alguns segundos e acariciei sua nuca, sorrindo e ela fez o mesmo. Ela se afastou novamente e suspirei quando senti suas mãos em meu pênis, deslizando a camisinha para baixo e seu olhar se ergueu para o meu, fazendo seus cabelos caírem em seu rosto e minha mão foi para eles, jogando para trás.
Arfei quando ela deslizou as mãos devagar pelo meu membro e voltou a inclinar o rosto para o meu, me fazendo sorrir. Ela apoiou a mão em meu peito, me empurrando para trás e deitei o corpo no colchão, ajeitando a cabeça no travesseiro. Ela apoiou as mãos em meu peito antes de passar as pernas ao redor de meu corpo e apertei minhas mãos em sua coxa.
Ela jogou seus cabelos para trás e minhas mãos deslizaram devagar pelo seu corpo e deixei meus olhos passarem devagar por ele. Eu só quero guardar essa visão, essa emoção em meu peito, todos esses sentimentos malucos e, principalmente, esse sorriso mordiscando os lábios. Isso me deixa louco.
- Você está bem? – Ela perguntou baixo e assenti com a cabeça.
- Só não consigo tirar os olhos de você. – Ela sorriu, inclinando seu corpo e nossos lábios se colaram por alguns segundos.
- Eu estou pronta, Danny... – Ela sussurrou.
- Tem certeza? – Perguntei baixo.
- Já cruzamos todas as linhas, Daniel... Esse é o último fio... – Ela beijou meu rosto. – Acaba logo com isso. – Sorri.
- Ok... – Dei um curto beijo em seus lábios, vendo-a endireitar o corpo novamente e levei uma mão até meu pênis, deslizando a mão sobre ele algumas vezes, suspirando com isso e direcionei-o até sua entrada, ouvindo-a suspirar.
- Devagar... – Ela suspirou, apertando a mão em meu peito e se sentou devagar, fazendo meu pênis deslizar facilmente dentro dela e sua bunda colar em minha virilha. – Ah...
- Tudo bem? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Para de me perguntar isso. – Sorri. – Estou perfeita, Daniel. – Deslizei minhas mãos em suas pernas. – Estou muito bem... – Ela disse em um suspiro, inclinando o corpo em minha direção, suspirando quando começou a movimentar o corpo sobre o meu.
Minhas mãos foram para sua cintura, deslizando os dedos em sua bunda, sentindo-a se movimentar devagar em meu pênis. Suas mãos apertaram meu peito e nosso corpo começou a trabalhar em sintonia. Apoiei os pés na cama, começando a movimentar o quadril, fazendo meu pênis deslizar dentro dela com mais força.
deslizou o corpo sobre o meu, me deixando mais próximo de seu rosto e nossos lábios se tocaram em um rápido beijo antes de um gemido nosso sair sincronizado. Continuei impulsionando meu quadril cada vez mais rápido e forte e meus dedos pressionavam suas coxas com força.
- Dan... Ah! – suspirou.
- Porra... – Falei próximo ao seu ouvido, sentindo meu corpo se contraindo aos poucos e a mão de apertou meu ombro, soltando gemidos curtos.
Minha mão apertou a sua em meu peito, entrelaçando nossos dedos e nossos olhos se encontraram. Sua respiração saía falhada e tocava meus lábios. Seus olhos não conseguiam focar por muito tempo, pressionando-os com força, tentando focar logo em seguida. Continuei forçando meu quadril, mantendo meus olhos no seu, enquanto meu corpo pressionava cada vez mais forte e eu sabia que estava para gozar.
- Vai, Dan... – Ela suspirou, entreabrindo os lábios. – Dan... Ah! – Ela deu um gritinho, fazendo nossas mãos relaxarem e meu gozo saiu logo em seguida.
- Porra... – Suspirei.
- Porra... – Ela sussurrou e sabia que tinha um largo sorriso em meu rosto. – Danny... – Sentia a respiração de bater em meu peito.
- Sim... – Suspirei, deslizando minha mão pelas suas costas.
- Isso foi incrível... – Ri fracamente, suspirando.
- Sem amizade mais? – Brinquei e ela ergueu o rosto para mim, com o lábio mordiscado.
- Vai ser difícil esquecer isso. – Ela sussurrou e segurei seu queixo, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Eu não quero esquecer... Eu quero mais! – Falei, vendo-a sorrir.
- É... – Ela assentiu com a cabeça. – Eu só preciso de um minuto. – Ela suspirou, apoiando a cabeça em meu peito novamente.

*No regrets, only memories - Frase da primeira tatuagem que Daniel fez, em sua coxa, junto de um barco. Ele diz que fez quando foi tentar a carreira na Itália.



Apertei a descarga e abaixei a tampa antes de seguir para a pia. Lavei as mãos, secando-a na toalha e apoiei as mãos na pia, rindo com o largo sorriso em meu rosto. Os cabelos estavam mais armados do que antes, o suor deslizava pelo corpo e colo, mas eu me sentia a mulher mais linda do mundo.
Eu ainda estou um pouco perdida com o que é que aconteceu aqui hoje. Danny é um incrível amante e me surpreendi com seu pênis e o que ele consegue fazer com ele e seus dedos. Porra! Sempre achei que esse lado metido tivesse uma parte negativa. Mas por trás de toda essa fachada dele, ele conseguiu ser incrível, fofo, firme, mas romântico. Merda! Danny realmente é romântico e não era só brincadeira nossa.
Eu ainda sentia meu corpo formigar, especialmente entre as pernas, era como se seus lábios ainda tivessem em minha pele e, ao fechar os olhos, poderia voltar ao que é que aconteceu agora pouco. Merda, Daniel! Assim era mais fácil ainda eu me apaixonar por você.
Suspirei e juntei meu cabelo, formando um rabo de cavalo e girei-o algumas vezes antes de soltar em meu ombro. Passei a mão em minha barriga, mordiscando o lábio inferior e ergui o olhar para o reflexo do espelho, vendo o rosto de Danny aparecer na fresta da porta, me fazendo rir.
- O que está fazendo?
- Posso entrar? – Ele perguntou e ri fracamente.
- É claro que pode. – Ele empurrou a porta, se colocando atrás de mim.
- O que está pensando? – Ele me abraçou pela cintura, colando seu corpo no meu e apoiei meus braços em cima dos seus.
- Nada especial, só estou feliz. – Observei-o pelo reflexo. – Me sinto leve... – Suspirei. – Honestamente, não lembro a última vez que me senti assim depois de sexo. – Ele apoiou o queixo em meu ombro.
- É diferente, baby... – Ele me apertou mais forte, pressionando os lábios em meu rosto, me fazendo rir. – Primeiro: somos nós. Tudo o que fazemos é perfeito. – Ri fracamente. – Segundo: nós nos conhecemos a nossa vida toda, então é um pouco engraçado. – Sorri.
- É, é sim. – Rimos juntos.
- E terceiro... – Ele se apoiou na pia, se colocando em minha frente. – Nós nos amamos. – Me coloquei entre suas pernas. – Bem... Eu quero dizer... – Ri fracamente.
- São dois tipos de amor, Daniel. – Abracei-o pelos ombros. – Nossa amizade de 24 anos e o que está acontecendo aqui. – Colei nossos lábios levemente. – Eu sei... Eu sinto que isso vai se misturar, como já está acontecendo, mas vamos devagar com isso. – Colei minha testa na dele. – Se realmente formos entrar afundo nisso, eu quero tudo. Tudo mesmo. – Ele sorriu. – Mas ainda temos várias coisas para lidar, a começar com seus pais. – Ele fez uma careta.
- Eles vão amar...
- Mas... – Falei, ouvindo-o rir.
- Eles vão surtar também, é claro. – Assenti com a cabeça.
- Eu não sei como não estou surtando com o que acabou de acontecer, honestamente. – Ele riu fracamente.
- É o orgasmo falando ainda. – Ele disse, endireitando o corpo e ri fracamente. – Quantos foram? Três? Quatro? – Ri fracamente, negando com a cabeça.
- Dois! – Ele riu fracamente. – E você? Está bem? – Segurei sua nuca com ambas as mãos.
- Eu estou perfeito! – Ele disse, rindo. – A última vez que eu cansei assim em uma transa foi... – Apoiei a cabeça em seu ombro.
- Se você disser México ou Jemma, eu vou chutar seu saco...
- Uh, essa ia doer. – Ele disse e ri fracamente, erguendo o rosto para ele. – Mas eu não lembro. – Neguei com a cabeça. – Eu estava com camisinha no México, não me lembro do que aconteceu. – Rimos juntos. – E eu prometi para mim mesmo não falar sobre a outra e agora eu tenho um motivo muito melhor... – Ele pressionou os lábios nos meu rosto e sorri. – Por que nunca fizemos isso antes mesmo? A compatibilidade é incrível...
- Porque éramos só amigos... Amigos não fazem isso. – Ele fez uma careta.
- Pelo jeito fazem. – Ele deu de ombros e sorri. – E é incrível... Podemos fazer de novo?
- Ficando dependente? – Brinquei e ele segurou meu rosto, colando nossos lábios.
- Eu estou dependente de você desde 1992. – Gargalhei alto. – Agora eu estou fodido, porque caí dentro de um poço sem fundo mesmo. – Ri fracamente.
- Mas vemos que uns seis meses sem sexo deixa você bem necessitado. – Ele riu fracamente.
- Agora eu tenho você... E é incrível... – Ele suspirou, colando os lábios em meu ombro.
- Como está se sentindo sobre isso? – Acariciei seus cabelos. – Digo... Cruzamos toda linha possível... – Ele ergueu o rosto. – Isso é importante.
- Eu estou feliz, . – Ele olhou em meus olhos. – Eu estou apaixonado por você. – Ele deu um beijo em meus lábios. – De verdade... – Dei um curto sorriso. – Eu sei também que vamos passar por alguns desafios, mas estou contigo... – Ele sorriu. – Meus dias sempre foram melhores contigo...
- Então você é realmente romântico. – Dei um curto sorriso e ele riu fracamente.
- Eu te disse! E quando eu estou interessado, sou mais ainda. – Sorri, colando nossos lábios e ele apertou as mãos em minha cintura, deslizando pelas minhas costas.
- Vamos devagar, baby. – Ele sorriu. – Vamos resolver uma coisa de cada vez. – Acariciei seu rosto.
- O que temos para conversar além de por que você não volta para cama? – Ri fracamente.
- Por que não tomamos um banho, hum? – Passei a mão em seu rosto, tirando um cílio de sua bochecha.
- O que quer conversar? – Ele perguntou e fechei a porta atrás de mim.
- Sobre a corrida. – Ele suspirou.
- Tem certeza? – Ele fez uma careta.
- Sim, eu tenho. – Beijei sua bochecha. – Se não fosse o sexo, você estaria pensando nisso até agora. – Me afastei dele e abri o box, abrindo as manoplas.
- Talvez não... Você ainda estaria aqui e consegue fazer eu me sentir bem. – Ele cruzou os braços.
- E se eu não estivesse aqui? – Coloquei a mão embaixo da água, ajustando a temperatura.
- Aí talvez teríamos um problema. – Ele ponderou com a cabeça e deslizei o olhar pelo seu corpo.
- Vem... – Estiquei as mãos para ele. – Está morna... – Ele sorriu, segurando minhas mãos e se aproximando de mim e puxei-o para dentro do pequeno box, sentindo a água cair em minhas costas enquanto ele fechava a porta. – Vem cá...
Passei as mãos pela sua cintura, puxando-o para perto, sentindo-o fazer o mesmo e fui mais para trás, sentindo a água cair em meus cabelos e puxei-o para baixo do jato. A água abaixou os cachos de Danny e ele aproximou nosso rosto, colando nossos lábios. Trocamos curtos beijos, precisando desviar do jato de água quando sua língua encostou na minha. O beijo foi lento, mas me mostrou mais uma vez porque eu estava mole desse jeito.
- Não me lembro de você fofa assim. – Ele sussurrou e ri fracamente.
- Esse lado morreu em... 1999? – Brinquei, observando a água deslizando pelo seu rosto e as covinhas em sua bochecha quando ele sorria. – Depois eu comecei a usar só quando precisavam, e você nunca precisou...
- Eu precisei várias vezes. – Ele sussurrou, abaixando seu rosto e colando nossas testas. – Várias vezes no ano passado... Straya 2014 depois da desclassificação... Meus primeiros dois anos na Toro Rosso... – Acariciei seu rosto com as costas da mão. – Eu sei e entendo que era difícil para você, mas eu precisei de você. Os caras não conseguem me distrair como você, meus pais não conseguem, nem Jemma conseguia... – Assenti com a cabeça.
- Somos diferentes, baby. – Falei baixo. – Somos amigos, é diferente...
- Dois amigos pelados, mas ainda amigos... – Ri fracamente.
- Isso ainda é estranho. – Falei, rindo, sentindo meu rosto esquentar quando levei o olhar para seu pênis novamente.
- Ah, eu gostei disso. – Ele disse, rindo. – Poderíamos ter começado isso antes, sabe? Minha mãe sempre foi chata com isso de me trocar na sua frente, mas, nha, poderíamos ter tentado... – Ri fracamente.
- Temos a clássica foto da banheira. – Brinquei e ele riu.
- Ah, porque é igualzinho, te garanto. – Ele falou, irônico, me fazendo rir. – Você é linda, ... – Sorri, roçando meu nariz no dele.
- Você também, Danny. – Ele colou nossos lábios, acariciando meu queixo, me fazendo sorrir.
- Somos um casal gato! – Rimos juntos.
- Casal? – Brinquei e ele riu. – Indo um pouco rápido, não acha?
- É... Eu não sei, é tão gostoso que eu estou correndo com as coisas... – Ri fracamente.
- Desacelera, Danny. – Ele sorriu.
- Eu vou tentar. – Ele pressionou os lábios em minha bochecha e sorri, passando os braços em seus ombros.
- Mas é... – Suspirei. – Sinto muito por não estar contigo nesses anos. – Ele acariciou minhas costas. – Eu deixei um medo tonto tomar conta de mim e me afundei no trabalho, achando que ajudaria com alguma coisa... – Ele acariciou minha cintura. – Mas agora eu estou aqui... – Apertei meus braços em seu pescoço. – Somos jovens ainda, eu posso me dedicar em outra coisa e você tem muitos anos na sua carreira ainda. – Ele sorriu. – Podemos aproveitar juntos.
- Vamos aproveitar juntos. – Ele disse firme. – E nos divertir nesse meio tempo. – Sorri, sentindo-o me apertar em seus braços e colar os lábios em minha bochecha.
- E mesmo longe, você vai ter que prometer me ligar depois de todo treino, toda classificatória, toda corrida, para gente conversar.
- E por que você estaria longe? – Ele perguntou, afastando o rosto, me fazendo rir.
- Não dá para eu abrir um restaurante e te seguir sempre... – Falei, vendo-o abrir um largo sorriso.
- Gostei de ouvir isso... – Ri fracamente. – Mas será que não dá para ser um food truck e você me acompanhar? – Ri fracamente.
- Seria interessante trazer um food truck para Mônaco. – Rimos juntos.
- Seria, mas acho que você é metida demais para um food truck. – Neguei com a cabeça, entrando embaixo da água novamente.
- Talvez... – Ponderei com a cabeça. – Mas acho que prefiro o restaurante mesmo. Um lugar organizado, bonito... Onde eu posso tentar conseguir minha estrela. – Ele sorriu.
- Mas você vai ficar comigo até o fim da temporada? – Ele perguntou.
- É claro que eu vou. Foi nosso combinado, não? – Peguei o xampu, colocando um pouco na mão antes de levar à cabeça. – Eu não tenho ideia do que vai acontecer depois de hoje, podemos brigar... – Ponderei com a cabeça, esfregando os cabelos. – Coisas podem ficar sérias... Complicadas... – Ele riu fracamente. – Mas sim, eu vou ficar aqui.
- Eu estou pronto para o desafio, . – Sorri, passando os braços em seus ombros.
- Hum, Daniel Ricciardo falando sério? – Brinquei.
- Aproveita enquanto estou anestesiado pelo sexo ainda. – Rimos juntos. – Isso provavelmente vai passar em breve.
- Oh, ok, então, que tal eu tirar essa coisa da minha cabeça e continuarmos de novo? – Beijei seu rosto, ouvindo-o rir.
- Sim, sim... Você quer ajuda? Eu te ajudo! – Ele disse rapidamente, me fazendo rir e tombei a cabeça para trás, sentindo a água voltar a cair em minha cabeça enquanto os lábios de Danny procuravam pelo meu pescoço novamente.

Daniel

“MON, 30 de maio de 2016, manhã de segunda-feira.
Eu, honestamente, não tenho a mínima ideia de como começar isso. Faz muito tempo que eu não pego esse caderno, mas provavelmente é por causa de . O único motivo desse caderno existir era para contar para ela detalhes do que aconteceu comigo durante essas corridas, coisa que eu nunca tive tanta paciência, apesar de ela falar que é para extravasarmos nossos pensamentos nos momentos mais difíceis ou estranhos. Bom, aqui vai alguns pensamentos difíceis e estranhos.
Esse é, de longe, o fim de semana mais fodido de toda minha vida.
No sábado eu realizei um dos meus maiores sonhos como corredor, que era conseguir a pole position. Consegui de forma incrível e perfeita. Não tinha ninguém mais rápido do que eu aqui. Foi perfeito! Para deixar tudo melhor ainda, eu comemorei fazendo algo que eu nunca pensei em fazer na minha vida – ao menos não antes de dois meses atrás – eu beijei .
Merda!
É até estranho ver essas palavras escritas juntas, mas é. Depois de seguir com tudo devagar, aguentando fortemente suas mordidas de lábio e aquele sorriso fofo, consegui montar um cenário perfeito e aconteceu da melhor forma possível. Na verdade, o segundo foi perfeito, eu acho que pensei que ainda éramos crianças e deu um beijo bem estranho, mas depois ela pegou as rédeas da situação e foi o melhor beijo da minha vida.
No domingo, com a pole e com meu corpo ainda formigando pelos beijos e carinhos de , achei que selar a vitória seria algo simples, mas não... Um erro de pit stop da equipe me fez perder a corrida e eu não sei se algum dia vou ter cabeça para lidar com isso.
Mas, mais uma vez, veio ao resgate e fizemos algo que eu nem pensava que podia cogitar tão cedo, mas transamos. E não sei, talvez seja clichê ou ridículo, mas não foi sexo, não foi uma transa, foi amor.
Eu estou apaixonado por Addams. Minha melhor amiga. Que eu conheço desde meus dois anos e sete meses. Que temos a clássica foto dentro da banheira aos quatro. É, essa mesma.
Eu não tenho nem ideia do que vai acontecer aqui agora, é perfeito por si só, parece que algo combina, sabe? É diferente das outras, da Jemma, parece que a gente combina de uma forma até estranha. Seus lábios nos meus, sua mão em meu peito, porra! Essa mulher é incrível e gostosa. E eu fico pensando: como não vi isso antes?
Eu sei que o beijo e a transa são só o começo de algo gostoso, mas também estou receoso em descobrir. Assim, eu me atrevo a dizer que a conheço melhor do que ninguém, como sei que ela me conhece melhor do que ninguém, mas será que conseguimos separar isso para fazer isso dar certo? Meio cedo, eu sei, mas eu não quero me afastar dela...”

Ergui o rosto do caderno e virei para cama, vendo dormindo de bruços na cama, abraçada em um travesseiro, somente de calcinha e ela se mexeu devagar. A rosa dos ventos atrás da coxa era a única coisa diferente ali, outra tatuagem que dividíamos. Um sorriso apareceu em meu rosto, me fazendo rir fracamente. É, eu estava ferrado.

“Honestamente, espero ler isso no fim do ano e saber que minhas dúvidas e pensamentos idiotas não passam de um receio de um cara perdido por estar apaixonado pela sua amiga. Porque eu sei que não vou conseguir me afastar dela”.

Fechei o caderno, prendendo a caneta novamente nele antes de me levantar. Inclinei o corpo para ver pela janela e o dia começava a amanhecer. Ri fracamente, ajeitando a boxer e voltei para a área do quarto, sorrindo para . Apesar de tudo o que aconteceu, Mônaco conseguiu me surpreender mais uma vez.
Me sentei na cama, deslizando devagar até me colocar ao lado de novamente. Passei o braço pela sua cintura, colando meu corpo no seu e deslizei os lábios pelos seus, dando curtos beijos nele.
- Hum... – Ela resmungou e sorri, acariciando suas costas.
- Vamos acordar... – Falei, deslizando os lábios pelo seu rosto.
- Nã-ã-ão... – Ela resmungou, me fazendo sorrir.
- Vamos... Está amanhecendo, precisamos voltar.
- Não quero voltar... – Ela disse, apoiando a cabeça em meu peito e subi a outra mão para seus cabelos, jogando-o para trás.
- O pessoal vai embora amanhã, podemos aproveitar o dia com eles. – Dei um beijo em sua testa.
- Isaac... – Ela suspirou.
- É. Podemos aproveitar com ele mais um pouco, depois não sei quando vamos vê-los de novo. – Sorri, deslizando as mãos em suas costas.
- Eu estou com preguiça. – Ela suspirou.
- A gente cansou bastante ontem. – Ela deu um curto sorriso, virando o corpo para o lado, deitando na cama.
- Vamos ter que fingir que nada aconteceu? – Ela coçou os olhos antes de abri-los devagar.
- Só hoje. – Passei a mão em sua barriga, me inclinando para dar um beijo em seus lábios. – Amanhã eles vão embora e temos uma semana até a próxima corrida, podemos aproveitar o apartamento só para nós. – Ela riu fracamente.
- Tem o Michael. – Ela se espreguiçou, contraindo o corpo.
- A gente fica no iate. – Ela riu fracamente, passando as mãos em meus ombros e deslizei meus lábios pelo seu pescoço.
- Eu gostei muito disso daqui. – Ela suspirou. – E entendo por que você gosta dessa cidade.
- É? – Deixei alguns beijos em seu corpo.
- Uhum... – Ela suspirou e deslizei os lábios até seu seio.
- Agora gosto muito mais por sua causa. – Passei meus lábios em seu seio.
- Da-a-a-anny. – Ela gemeu, me fazendo rir. – Não faça isso agora. Eu estou sonolenta ainda. – Ri fracamente.
- Tudo bem, aproveitamos mais amanhã. – Beijei seu pescoço novamente, sentindo-a movimentá-lo em cócegas e depois dei um beijo em seus lábios. – Vamos?
- Sim... – Ela suspirou. – Me dá cinco minutos. – Ela disse e ri fracamente, pressionando nossos lábios por alguns segundos antes de me levantar.
Voltei para minha mochila, pegando uma troca de roupa limpa e coloquei a bermuda de ontem, depois uma camiseta limpa. Guardei o restante das coisas na mochila e vi se levantar. Os cabelos bagunçados, somente a calcinha cobrindo seu corpo... É, eu consigo me acostumar muito fácil com isso.
Ela foi para dentro do banheiro e terminei de arrumar minhas coisas antes de dar uma geral no quarto. Dessa vez não tínhamos nem lembrado de comer, então a cozinha estava intacta. Arrumei a cama, esticando o lençol e joguei os travesseiros no canto, deixando tudo pronto para próxima vez.
- Eu estou com fome. – disse ao sair do banheiro amarrando os cabelos.
- Posso passar em uma padaria antes de irmos para casa. – Falei e ela sorriu.
- Eu mataria por uma tartine beurre confiture agora. – Ri fracamente, me aproximando dela e apoiei as mãos em sua cintura.
- Não sei o que é isso, mas não precisa matar. – Dei um beijo em seu rosto. – Eu pago mesmo. – Ela riu fracamente antes de desviar o rosto.
- Falando nisso, como você veio para cá? – Ela perguntou e suspirei.
- Eu peguei um táxi. – Falei, ouvindo-a rir.
- Ah, cara! Você está brincando! – Ela colocou sua mochila na cama.
- Não... – Neguei com a cabeça. – O cara não falou nada, ele parecia que viu um fantasma. – Ela negou com a cabeça, pegando seu sutiã.
- Ah, Daniel! – Ela negou com a cabeça, me fazendo rir.
- E você?
- Peguei o carro que está com os meninos. – Ela disse, rindo. – Está com o valet aqui do clube, espero que eu não tenha perdido o papel. – Ela colocou o sutiã, me fazendo observar enquanto ela o subia pelos ombros.
- Pelo menos temos como ir embora. – Sorri, vendo-a pegar a calça jeans e mexer nos bolsos.
- Aqui! – Ela me entregou e guardei-o no bolso.
- Passamos lá e voltamos para casa, minha irmã mandou mensagem mais cedo. Ela espera que eu esteja bem e contigo, mas falou para eu voltar logo antes que minha mãe tenha um ataque cardíaco. – riu fracamente, vestindo a calça.
- Ah, não duvido nada. – Ela riu fracamente. – Se a gente ouviu ontem, hoje vamos ouvir mais. Se prepara! – Suspirei, fazendo uma careta.
- É errado eu já querer que anoiteça para gente dormir abraçadinho de novo? – Ela colocou uma camiseta branca, rindo fracamente.
- Não, mas acho que você já está dependente. – Ela fechou a mochila e me aproximei novamente.
- E você não? – Rocei nossos lábios.
- Sempre fui dependente de você, não acho que vá mudar. – Ela disse, me fazendo rir e trocamos um rápido beijo. – Tenho até medo, na verdade.
- Vamos devagar. – Imitei-a, fazendo-a rir. – Podemos ir?
- Sim, claro! – Ela suspirou. – Vamos sair desse buraco. – Sorri.
Peguei minha mochila, colocando-a nas costas, depois a caixa do prêmio. Seria difícil sair discreto daqui com isso, mas esperava que a ressaca do dia seguinte mantivesse o pessoal dormindo por mais algumas horas. pegou a caixa para mim enquanto eu desligava e fechava tudo dentro do iate. Pisamos no píer novamente e voltamos a andar lado a lado.
- Oh! É estranho andar em terra firme. – Ela comentou, rindo.
- Cambaleando aí? – Falei.
- Eu não tinha notado até agora, mesmo atracado tem uma maré, né?! – Ela disse e ri fracamente.
- Aposto que estávamos mexendo mais do que a maré. – Falei e ela riu, abrindo um largo sorriso.
Duas pessoas me pararam para tirar fotos e dar autógrafos, acabei recebendo algumas falas de “sinto muito”, mas não era culpa deles, só podia tentar ser simpático. Eu e entramos no carro da Red Bull e fui dirigindo até a padaria mais perto de casa. Peguei vários croissants e alguns tartine beu sei lá das quantas que havia dito e não era nada mais do que pão com manteiga e geleia.
Entrei na garagem do prédio, estacionando o carro em uma das vagas livres e seguimos juntos até o elevador. Ele chegou rápido até o décimo primeiro andar, mais rápido do que eu esperava, mas sabia que não dava para adiar mais.
- Pronto? – Ela perguntou e suspirei.
- Só mais uma coisa. – Aproximei meu rosto do dela, dando um curto selinho, vendo-a sorrir. – Agora estou. – Ela assentiu com a cabeça.
- Eu estarei logo atrás de você. – Assenti com a cabeça, suspirando antes de colocar a chave na porta e destravei-a antes de abrir a porta, entrando devagar.
- Grace, ele chegou! – Ouvi meu pai.
- Ah, finalmente! – Minha mãe saiu da cozinha, vindo correndo em minha direção. – Ah, eu fiquei tão preocupado contigo. – Ela segurou meu rosto. – Você não pode fazer isso. Estamos todos aqui por você! Você precisa parar de sumir assim quando as coisas não dão certo.
- Eu falei para ele... – sussurrou.
- Você fique quieta, , você sabia onde ele estava e não nos falou. – fez uma careta.
- Desculpe, ele queria estar sozinho, eu só fui uma boa amiga. – Ela deu de ombros, dando um sorriso sarcástico antes de passar por nós. – Trouxemos café da manhã!
- Ah, ao menos isso, eu estou faminta! – Michelle disse.
- TITI HARPER! – Ouvi o grito de Isaac.
- Vamos conversar mais tarde, senhor Daniel. – Minha mãe disse firme.
- Eu estou bem, mãe. Sério. – Suspirei. – Eu e a só ficamos papeando e falando besteiras. – Dei de ombros. – Eu precisava extravasar e, vocês gostem ou não, ela é a melhor nisso. – Ela suspirou.
- Você está bem mesmo?
- Eu estou! – Falei firme. – Eu preciso passar isso... – Andei com ela até a sala, vendo que os caras também estavam lá e camas foram improvisadas no chão. – Ei...
- EI?! – Michael falou alto. – Porra, cara! Achávamos que você tiraria umas horas para você, não a noite toda.
- Desculpe, acabamos dormindo. – Dei um sorriso sarcástico e ele revirou os olhos.
- Eu te odeio… – Seus lábios movimentaram devagar.
- Desculpe. – Fiz uma careta.
- Titi Daniel! – Vi aparecer com Isaac em seu colo.
- Ei, carinha! – Deixei a caixa do prêmio no sofá antes de pegá-lo no colo.
- Você bem, titi Daniel? – Sorri.
- Ah, carinha, eu bem sim. – Beijei sua cabeça. – Titi Daniel está muito bem. – sorriu e Isaac me abraçou fortemente.
- Por que eu não faço um café para vocês? – disse. – Para compensar o susto.
- Ah, mas você vai fazer muito mais do que só o café para gente! – Michael disse.
- Crepe? – Ela deu um sorriso.
- Agora estamos começando a falar minha língua. – riu e deixou sua mochila no sofá também antes de ir até a cozinha.
- Eu te ajudo, . – Falei. – Eu vou ajudar a titi, carinha, já volto! – Coloquei Isaac no sofá. – Todos querem crepe?
- Hum, ! – Blake disse, me fazendo rir e fui até a cozinha, vendo Michael com .
- Calma, calma! – dizia. – Está tudo bem!
- O que estão cochichando aí? – Perguntei, vendo ambos virarem o rosto na pressa.
- Não assusta a gente! – disse, suspirando. – Ele está surtando pela demora. – Ela sussurrou.
- Cara, são nove da manhã! Você sumiu por 16 horas. Sabe o quão difícil foi evitar que sua mãe chamasse a polícia? – Ele falou mais baixo. – Foi pior do que ontem.
- Desculpe, estávamos ocupados. – Falei, rindo e vi as bochechas de enrugarem enquanto ela pegava a farinha.
- Vocês dois... – Michael parou a frase no meio do caminho quando sorri. – Vocês dois?! – Ele arregalou os olhos. – Cara, isso é enorme! – Ele olhou para mim. – Isso é... – Ele virou para , parando a frase no meio do caminho. – Ok, isso acabou de ficar complicado para mim. A gente fofocava na frente dela e agora? – Rimos juntos.
- Vamos aprender isso com o tempo. – Falei.
- É, relaxa. – disse, rindo. – Não vão me expulsar do grupo por isso, porque sei que vocês são louquinhos para fazer isso desde que eu fui para faculdade. – Eu e Michael rimos.
- Ah, você sempre nos conteve de fazer várias merdas... – Ela sorriu. – Em compensação vocês dois fizeram a maior de todas. – Rimos juntos.
- Bem, não dá para acertar sempre. – Ela deu de ombros. – Agora querem sair da cozinha? – Seu tom de voz aumentou. – Não cabe três aqui, por favor! – Rimos juntos.
- É para já, chef! – Falei, vendo-a sorrir e dei uma piscadela para ela antes de esbarrar em Michael e sair gargalhando aos tropeços.

Capítulo 19

Perth, Austrália, 2005

se sentia cansada naquele dia. Na verdade, ela se sentia cansada havia muito tempo por causa do ensino médio. As tarefas, trabalhos e provas se acumulavam loucamente e ainda tinha que dar atenção aos treinos de cricket cinco vezes na semana se quisessem ter chances de ganhar da escola Morrison e ir para a final do campeonato municipal, além das aulas de francês para ter uma vantagem maior no vestibular.
Ela saiu do banho apressada, já que perdeu bons minutos deixando a água quente relaxar seu corpo após um treino pesado, e precisou compensar para se trocar e não chegar atrasada na eletiva do dia. Depois de um bimestre em economia doméstica e outro em debates – o que seria interessante se continuasse se importando com as provocações de Jemma, o que ela não estava nem aí depois do ocorrido no meio do ano anterior – hoje elas começariam com culinária e era algo que se sentia confortável.
Ela colocou uma roupa limpa, descartou o uniforme de cricket e a toalha molhada, antes de pegar sua mochila no armário novamente e sair do vestiário perto da quadra. Ela subiu a longa rampa até a escola, vendo algumas pessoas seguindo para as diversas salas e ela subiu para o segundo andar. Alguns alunos estavam acumulados nas mesas do lado de fora, inclusive Daniel e o grupo estranho de Jemma.
ignorou o grupo, como sempre fazia, e seguiu para dentro da sala, encontrando Déborah, Michael, Blake, Tom e Arya espalhados em três largas mesas, além de outros alunos.
- Oi, gente! – disse, entrando na sala e deixou sua mochila em um canto antes de se sentar ao lado de Blake.
- E aí? Demorou! Como foi o treino? – Ele perguntou e ela suspirou.
- Cansativo, demorei no banho. – Ela jogou os cabelos para trás. – Queria ir para casa.
- Depois daqui você vai. – Blake disse e a garota assentiu com a cabeça, suspirando.
- Você soube o boato que está rolando? – Michael perguntou.
- Tem a ver com o time de cricket? – Ela perguntou, apoiando o cotovelo na mesa, apoiando o rosto na mão.
- Não... Daniel. – Ele disse e ela suspirou.
- Não e não quero saber. – Ela abaixou a cabeça na mesa, fechando os olhos por alguns segundos.
- Ele vai correr na Fórmula Ford aqui do leste. – Michael disse e abriu os olhos novamente.
- Mesmo? – O interesse tomou conta dela.
- Sim... A senhora Godzilla contou para quem quisesse ouvir quando a gente chegou. – Blake disse.
- Hum... – puxou a respiração fundo. – Bom para ele. – Ela disse, ouvindo alguns burburinhos mais altos antes da senhora e do senhor Godzilla entrarem na sala com o grupinho estranho deles. – Falando no diabo... – Ela suspirou, abaixando a cabeça novamente na bancada.
- É bom, certo? – Michael cochichou ao seu lado. – Eu digo...
- É, é sim. – Ela disse, pressionando os lábios. – Ele merece. – Ela sentia uma bola enorme em sua garganta ao dizer isso, mas não deixava de ser verdade. – Quer dizer que ele está aparecendo...
- Bom dia, alunos! – A professora falou, entrando na sala.
- É, mas... Ele está estranho, sabe? – franziu a testa.
- Já faz quase um ano, Mike, eu estou pouco me lixando para o que está acontecendo com ele... – A voz sussurrada de saiu forte.
- Não parece. – Ele disse e ela suspirou.
- Você não tem que evitá-lo por causa de mim, sabe?! – A voz de saía magoada.
- Não vou falar com ele, ele foi um idiota conosco também. – Ele disse. – Só estou dizendo que ele deveria estar feliz e... – virou o rosto para onde Danny estava com Jemma e o rosto sério do garoto não era normal. – Ele está tendo uma chance incrível na Fórmula Ford e...
- Ele não sorri mais, Mike. – suspirou. – Já notei tem um tempo.
- Nem você... – Ele sussurrou e ela evitou uma resposta.
- ?
- Sim! – A garota ergueu o corpo, olhando para a professora, chamando atenção dos outros alunos.
- A aula é aqui na frente.
- Desculpe, só estou cansada. – Ela suspirou.
- As garotas estão prontas para ir para a final? – A professora perguntou.
- Sim! Com certeza! – falou, rindo. – Certo, garotas? – Ela virou para trás.
- É! – Outras quatro meninas do time gritaram empolgadas, fazendo rir.
- Vamos, garotas! – Ela disse, sorrindo, se virando novamente para frente, passando o olhar por Daniel rapidamente e ele tinha um sorrisinho nos lábios.
- Vamos sim, mas antes vamos focar aqui. – A garota assentiu com a cabeça. – Meu trabalho aqui esse bimestre é fazer vocês saírem daqui com uma base simples na cozinha, então nada como um clássico australiano, vamos fazer torta de carne hoje.
- Eu tenho uma dúvida. – Blake ergueu a mão.
- Sim...
- Podemos comer o que fazemos aqui? – Ele perguntou, fazendo o grupo deles rir.
- Se estiver comestível, sim. – Eles riram. – E vamos pensar que estamos trabalhando com comida de verdade, então vamos evitar desperdícios. – Os alunos confirmaram com a cabeça. – Vocês vão trabalhar em duplas, então eu vou deixar uma caixa com todos os ingredientes em cada bancada e vocês vão trabalhar juntos. Quando chegar a hora de assar, vocês trazem para mim.
Os alunos confirmaram, mas muitos não estavam nem aí com a eletiva, poucos davam valor às vantagens de uma eletiva para o vestibular e só estavam ali pela presença, mas se surpreendeu como gostou de fazer aquilo. Parece que enquanto ela apertava a massa, sua cabeça saiu dos problemas da escola, o campeonato de cricket, de seu afastamento com Daniel, entre outras dores de cabeça que o ensino médio trazia.
À partir desse dia, sabia que, quando estivesse estressada, era só se isolar um pouco na cozinha que o estresse ia embora. Além de ter uma comida razoável para aproveitar mais tarde com seus pais. Ela só não sabia ainda que a comida permaneceria em sua vida mesmo anos depois.

JUNHO
Londres, Inglaterra, 2016


- Eu não recebo nada seu há um mês, !
- Eu sei, senhor, Bernard! Sinto muito. Eu acabei tendo alguns problemas aqui, mas eu te garanto que já estou planejando minha lista novamente, vou para Nova York no fim da semana e tenho lista de sete restaurantes para visitar, todos novos, sem nenhuma ligação com o guia ainda...
- Essa vantagem que damos para nossos guias, é esperado que o trabalho seja aumentado, não diminuído...
- Eu sei, senhor Bernard, eu lhe garanto que isso vai melhorar agora. Minha família veio me visitar, então as coisas se bagunçaram um pouco. O senhor sabe que eu não gosto de trabalhar de qualquer jeito, minhas revisões sempre foram impecáveis.
- E espero que continue assim. – Ele disse e suspirei.
- Até o fim da semana eu já envio algumas novas revisões para vocês. – Falei.
- Fico no aguardo, senhorita Addams. – Ele disse, desligando o telefone logo em seguida.
- PORRA! – Reclamei, jogando o celular na cama, vendo-o quicar para o chão. – Ah, mais essa.
- Ei, o que foi? – Virei o rosto para Danny, vendo-o sair do banheiro com o terno do evento.
- Uau! Você está lindo. – Falei em um suspiro, vendo-o colocar a mão na cintura, fazendo um bico exagerado e deu uma volta ao redor do corpo. – Agora não parece mais. – Ele riu fracamente.
- O que seu chefe queria? – Suspirei.
- Eu levei o xingo do ano, eu não faço nenhuma avaliação desde a Rússia. – Fiz uma careta.
- Sério? – Assenti com a cabeça.
- Eu fiquei um pouco ocupada na Espanha e nem vamos falar sobre Mônaco, né?! – Ele fez uma careta.
- É, talvez tenha sido minha culpa. – Ele me segurou pela cintura.
- Eu tenho que compensar, mas eu não tenho mais vontade de fazer isso... – Suspirei, abraçando-o pelos ombros e apoiei a cabeça nos braços.
- Eu sei que você não tem vontade. – Senti suas mãos em minhas costas. – Você era muito mais animada com isso. – Suspirei.
- Eu era... – Pressionei os lábios.
- Você não quer ir comigo mesmo? Pode te distrair...
- Não acho que um leilão com comidas incríveis vai fazer eu me distrair. – Ergui os olhos para ele.
- Por que você não larga tudo, ? Falo sério. – Ele ergueu uma mão para meu rosto. – Sempre disse para os caras que se eles estivessem infelizes, largar tudo e procurar algo novo. Você já tem seu plano traçado, só vai...
- Já pensei nisso, mas eu tenho um contrato a cumprir, não é um emprego normal que eu posso sair quando quiser. Tem toda a questão do segredo, da incógnita. Não dá para eu falar tchau e sumir... – Suspirei.
- Parece uma seita. – Rimos juntos e suspirei em seguida.
- Talvez seja. – Apoiei minha cabeça em seu ombro novamente. – E, também, o que eu vou fazer o restante do ano? Temos seis meses ainda até voltar para casa de vez...
- Aposto que a Red Bull ia adorar uns pratos extras no paddock. – Dei um curto sorriso.
- Eu vou pensar direitinho, tentar achar meu contrato, ler com calma... Mas, por enquanto, vai para o seu evento, eu vou caçar algo aqui perto relativamente bom só para entregar algo para ele, talvez os meninos queiram ir, sei lá... – Neguei com a cabeça.
- Você ainda pode ir comigo... – Dei um curto sorriso.
- Eu sei, mas vamos devagar, ok?! Em Mônaco foi diferente, eu não estava oficialmente contigo, hoje estaria... E dessa vez a Maria nem estaria aqui para nos xingar. – Ele riu fracamente.
- Você ainda é minha amiga. – Ri fracamente.
- É, sua melhor amiga. – Frisei, rindo em seguida.
- E bota “melhor” nisso. – Neguei com a cabeça, erguendo meu rosto.
- Vai, você vai se atrasar. Quer ajuda com a gravata? – Passei as mãos nos cabelos, jogando-os para trás.
- Eu sempre quero! – Ele voltou até o protetor de paletó, pegando a gravata borboleta e me entregou. – Você me espera acordado?
- Depende... – Ergui a gola de sua blusa, passando a gravata por seu pescoço. – Quanto tempo demora lá?
- Eu não tenho ideia, primeira vez em um evento desses. – Ele riu fracamente. – Só estou indo porque o Jenson convidou.
- Espero que não tenha after-party. – Falei séria e ele abaixou os olhos para me olhar. – Falo sério, Daniel.
- Depois de todo rolo da Espanha e tudo o que passamos em Mônaco, você realmente acha que eu quero pensar em outra mulher agora? – Ele pressionou os lábios em meu rosto.
- Espera! – Pedi, vendo-o esticar o pescoço novamente e dei o nó na gravata, ajeitando as laterais dela. – Pronto, nem parece o mesmo piloto de macacão. – Ele sorriu, abaixando o rosto.
- Eu te aviso se for acabar rápido, ok?! – Assenti com a cabeça. – Ainda dá tempo de ir.
- Não, baby. Eu vou aproveitar para trabalhar, de verdade. – Ele confirmou em um aceno e colou nossos lábios por alguns segundos.
- Eu te aviso se for chegar cedo. – Assenti com a cabeça.
- Não se preocupe, divirta-se. – Ele confirmou com a cabeça e deu mais um curto beijo em meus lábios.
- Você também! – Assenti com a cabeça e ele foi até seu lado da cama, pegando a carteira e o celular, colocando-os no bolso interno do paletó preto.
Ele passou por mim novamente, segurando meus braços e colou nossos lábios por alguns segundos. Sorrimos e ele passou pela porta do quarto. Andei até a porta, vendo-o cumprimentar os caras antes de sair. Cruzei os braços por cima do decote do pijama e andei até a antessala dos quartos no hotel, encontrando Michael, Tom, Blake e Alex ali.
- Vocês querem jantar? Preciso trabalhar. – Falei e eles se entreolharam.
- É, claro! – Eles falaram quase juntos, se levantando em sincronia.
- Saímos em 30 minutos. – Ri fracamente antes de voltar para o quarto.

Daniel

- Obrigado, cara! – Falei, acenando para o motorista antes de fechar a porta do carro.
Entrei no hotel novamente, feliz por estar vazio e dei um aceno para os recepcionistas do hotel antes de seguir até o elevador. Apertei o botão da cobertura e soltei o botão do paletó antes de tirá-lo. Esperei o elevador chegar na cobertura e abri a porta logo em seguida. A antessala estava vazia, mas dava para ver luz na fresta de algumas portas.
Andei até meu quarto, vendo a luz sair por baixo da porta e empurrei-a devagar, encontrando na cama de moletom e o notebook em sua frente enquanto ela digitava nele. Seu olhar foi para mim e sorri, vendo-a com os óculos de grau.
- Ei! – Ela sorriu.
- Ei! – Sorri, me aproximando dela e deixei o paletó na ponta da cama.
- Como foi lá? – Ela tirou os óculos, colocando em cima do notebook. – Deu lance em alguma coisa?
- Eu comprei um cavalo. – Falei sarcasticamente.
- Ah, certo! – Ela disse rindo, virando as pernas para fora da cama. – E como você pretende levar esse cavalo para Austrália?
- Ah, a gente se vira! – Tirei a gravata, me colocando entre suas pernas. – E vocês? O que fizeram?
- A gente foi num restaurante bem caro em Covent Garden e acho que eu estava com sorte hoje, porque é bom o suficiente para uma revisão. – Sorri, acariciando seu rosto. – Estou finalizando agora.
- Vou me trocar enquanto você finaliza. – Falei.
- Hum... Tem certeza? – Ela se levantou e sorri. – É um tanto sexy, sabe?! – Ela deu um beijo em meu rosto.
- Ah, é?! Você quer que eu fique assim? – Ela ponderou com a cabeça.
- Estou pensando se vai dar certo depois de tudo o que eu comi... – Ri fracamente, segurando-a pela cintura.
- Levando em conta que você come igual um passarinho durante suas avaliações, não me preocuparia. – Ela sorriu. – Quanto o Blake comeu?
- Tudo que eu deixei! – Ela riu fracamente. – E foi refeição completa com cinco pratos.
- É... Talvez não seja uma boa ideia. – Ela riu fracamente, se sentando novamente na cama.
- Como ficamos tão dependentes, Daniel? Faz três dias. – Ela apoiou as mãos para trás e ri fracamente, abrindo os botões da camisa.
- Primeiro: sexo é bom! E fazia tempo que nenhum dos dois tinha. – Ela riu fracamente, ponderando com a cabeça. – Segundo: nosso sexo é bom! – Tirei a camisa, deixando-a em cima do paletó. – Terceiro: somos nós. – Dei de ombros, puxando a camiseta regata branca na calça.
- E o que isso quer dizer? – Ela riu fracamente.
- Não é dependência, é confortável, é bom... – Puxei a regata pelo pescoço, deixando-a do lado.
- É bom demais... – Ela fez um pequeno bico nos lábios. – Sabe o que eu estava pensando?
- O quê? – Perguntei, rindo.
- Os caras pareciam um grupo de mulheres comigo hoje, eles queriam saber de tudo. – Ela disse rindo e me afastei alguns passos, puxando o cinto da calça.
- E você contou? – Perguntei, ouvindo-a rir.
- Eu não, deixei para você! – Ela jogou a cabeça para trás rindo.
- Por quê? Eles são seus amigos também! – Ela riu fracamente.
- Ah, nem vem! Eu conto isso para Déborah e, provavelmente, quem vai ter que contar todos os detalhes para sua irmã, serei eu, então você que aguente eles. – Ri fracamente, me sentando ao seu lado para tirar os sapatos.
- Temos uma road trip de Nova York para Montréal, eu estou ferrado. Sete horas com eles. – Ri fracamente.
- E vai ter que enfrentar sozinho, eu não vou. – Virei o rosto para ela.
- Por que não? – Subi uma perna na cama.
- Ah, Danny. – Ela suspirou, se sentando novamente. – Tudo está muito recente, mas a gente vai ter que começar a dividir as coisas. – Ela apoiou as mãos em minha perna.
- Que coisas? – Franzi a testa.
- Você se lembra quando você namorava a senhora Godzilla. – Ri fracamente. – Ela nunca estava conosco nos papos de amigos. Nos comentários nada discretos sobre a relação de vocês, comentários sobre sexo, tudo... Somos amigos, sim, mas em alguns momentos não vamos ser mais. – Ela ergueu os olhos para mim. – Inclusive, em vários momentos lá na Austrália, eu me afastava um pouco, porque é papo de homem, não tem nada a ver. – Ela suspirou. – É bom a gente fazer essa divisão logo cedo. Suas saídas com eles, nossas saídas como amigos e nossas saídas como isso... – Ela deu um rápido beijo próximo de meus lábios.
- E vocês com eles? – Ela deu de ombros.
- Foi interessante ver como eles estão muito curiosos sobre isso. – Ela riu gostoso. – Mas somos amigos ainda, só precisamos aprender a lidar com isso...
- Parece tão fácil... – Acariciei sua bochecha com o polegar.
- É... Mas pode não ser também. – Ela suspirou.
- Eu gostei muito disso... – Sussurrei, roçando meu nariz no seu.
- Eu também, e as coisas estão bagunçadas ainda, mas como você mesmo disse, Mônaco foi só a sexta corrida do calendário, tem muita coisa para acontecer até o fim do ano... – Ela disse baixo.
- Você acha que podemos dar errado no meio do caminho? – Ela suspirou.
- Você diz em um relacionamento? – Assenti com a cabeça. – Eu não sei, honestamente. – Ela levou a mão até minha nuca. – Sempre nos demos muito bem, Danny, mas a gente não passa um ano inteiro juntos há uns 10 anos... – Suspirei. – Mas a gente se dá bem, sempre nos demos, mas lidar com um relacionamento é algo totalmente diferente, requer muito mais. – Assenti com a cabeça. – E você sabe que eu sou exigente. – Ri fracamente.
- Sei bem. – Dei um curto selinho em seus lábios, sorrindo em seguida. – E eu sempre soube lidar com você, seus estresses, seus pesadelos... O que mudaria agora? – Dei outro selinho, vendo-a sorrir.
- Agora você pode me ver nua. – Ela brincou e ri fracamente.
- E posso brincar com isso. – Ela assentiu com a cabeça.
- É... Você pode! – Nossos lábios se tocaram mais uma vez, mantendo-os pressionados por alguns segundos antes de nos afastar. – Vai terminar de se arrumar, vou enviar aqui e podemos namorar um pouco na cama antes de eu dormir.
- Já volto. – Falei, dando outro rápido beijo em seus lábios antes de me levantar.
Pisquei para ela, pegando minha roupa ao seu lado e ela sorriu antes de colocar os óculos novamente. Eu sei o quanto estou apaixonado por quando, ao vê-la de moletom largo, meia e os óculos de grau, continuavam deixando-a incrivelmente linda. Desviei o rosto quando ela voltou a digitar no notebook e ajeitei as roupas no protetor antes de ir para o banheiro.
Escovei os dentes, renovei o desodorante e o perfume antes de colocar um moletom e uma camiseta. Passei as mãos nos cabelos, bagunçando-os um pouco antes de sair do quarto. deixava seu notebook na escrivaninha e se virou para mim.
- Hum, está cheiroso. – Dei de ombros.
- Completamente sem intenções.
- Ah, é claro! – Ela riu fracamente. – Só vou ao banheiro. – Assenti com a cabeça e nossos lábios se tocaram mais uma vez.
É, acho que posso me acostumar muito rápido com isso, inclusive em um relacionamento. Não que estava nos meus planos me apegar em um relacionamento um ano depois de sair de um longo, mas tem coisas que não dá para controlar e agradeço muito por não dar.
Fui até a janela, olhando rapidamente lá embaixo, vendo o horizonte de Londres iluminado antes de fechar as cortinas. Tirei o edredom da cama e me sentei do lado contrário que estava. Fiz uma rápida reza e virei as pernas para dentro do edredom. saiu logo em seguida do banheiro e tirou o moletom de cima, revelando uma regata de alcinhas que realçava seus seios e isso me fez rir.
- O quê? – Ela perguntou, se sentando ao meu lado.
- Toda vez que eu olho para você, não importa sua roupa, eu te acho a mulher mais linda do mundo. – Ela riu fracamente. – Não me entenda mal, você sempre foi linda, mas...
- Quando as coisas mudaram, certo?! – Ela se deitou ao meu lado, puxando o edredom consigo.
- É... – Falei e ela me abraçou pela cintura, apoiando a cabeça em meu braço.
- Só tem uma palavra para isso, Daniel, e você sabe qual é... – Ri fracamente, dando um beijo em sua cabeça.
- E você disse para ir devagar. – Rimos juntos.
- Eu digo, não quer dizer que nosso cérebro vai obedecer. – Sorri, abraçando-a pela cintura com a mão livre.
- É, pelo visto não. – Suspirei.
- E você está ok com isso? – Ela perguntou baixo...
- Como assim? – Perguntei.
- Os sentimentos, o possível relacionamento, as responsabilidades com isso...
- Eu estou bem, de verdade. – Apertei-a com mais firmeza. – Meu coração está em paz, . De verdade, eu não me lembro de estar na cama com uma mulher com três dias de... Relacionamento, vamos dizer, e não estar pensando o que eu faria na manhã seguinte. Se eu estava interessado o suficiente, se ela estava interessada o suficiente, se eu deveria fugir de manhã, se ela fugiria de manhã... – Ela riu fracamente. – Eu estou em paz... E eu estarei aqui na manhã seguinte.
- Bom, porque você vai pagar a conta do hotel. – Ri fracamente.
- Ok, é justo. – Ela riu fracamente. – E eu estou interessado o suficiente, ... – Ela ergueu o olhar para mim.
- Eu sei, Danny. – Ela deu um sorriso com os lábios pressionados. – Eu consigo sentir. – Ela apoiou a mão em meu peito, próximo do coração e sorri. – Eu também... – Nossos lábios se tocaram por alguns segundos.
- Eu também. – Repeti e ela sorriu antes de apoiar a mão em meu rosto e entreabrir os lábios. Minhas mãos a apertaram pela cintura e logo nossos corpos estavam se virando juntos na cama.

Nova York, Estados Unidos


Suspirei, girando o corpo na cama e apoiei a mão no vazio. Entreabri um olho, vendo meu lado da cama vazio e ergui o rosto, procurando por Daniel, encontrando somente a janela entreaberta e uma fresta do sol de Manhattan entrando por ela. Sentei na cama, virando o rosto e encontrei-o do outro lado da cama, arrumando sua mala.
- E-e-ei... – Falei alongado, bocejando em seguida. – Já vai?
- Logo mais. – Ele sorriu, fechando a mala e veio até a beirada da cama, apoiando as mãos nela antes de se aproximar e aproximou nossos rostos. – Os caras estão enrolados ainda.
- É claro... – Ri fracamente, erguendo a mão para seu rosto e acariciei-o antes de colar nossos lábios.
- Bom dia, . – Sorri, me espreguiçando.
- Bom dia, Danny. – Suspirei, puxando o edredom mais para cima enquanto me esticava toda na cama. – Ai, estou acabada.
- Por quê? Nem fizemos nada ontem. – Ri fracamente, suspirando.
- Só cansada, talvez eu fique um pouco mais na cama depois que vocês saírem. – Ele assentiu com a cabeça, se sentando na beirada da cama.
- Descansa, baby. Para alguém que nunca acompanhou uma temporada, você está aguentado bem demais. – Suspirei.
- Logo tem as férias, dá para eu dormir um pouco... – Dei de ombros.
- Não se eu deixar... – Ele inclinou o corpo em minha direção e apertei seus braços descobertos por causa da blusa regata.
- Se voltarmos para casa, não vai dar para aproveitar tanto, querido. – Falei e ele fez uma careta.
- Já falei o tanto que eu amo seu apartamento? – Gargalhei.
- É, certo... – Neguei com a cabeça. – Sempre reclamou dele, aí mora em uma caixinha de leite em Mônaco...
- Bem... Mas é Mônaco! – Neguei com a cabeça. – Você vai ficar bem sem mim? – Ele perguntou, acariciando minha barriga.
- Baby... – Ri fracamente, me sentando na cama, deixando o edredom cair em meu colo. – Eu passava um ano inteiro sem você. – Passei a mão em seu rosto. – Eu pego o voo amanhã cedo, te encontro para o almoço.
- Você vai estar para a reunião?
- Você quer que eu esteja contigo na reunião? Não vai ser tão fácil... – Ele me abraçou pela cintura.
- Sim, quero. Michael também. Eles precisam me mostrar reais mudanças e quero que vocês sejam meus cúmplices, qualquer coisa. – Assenti com a cabeça, colando meus lábios em seu rosto por alguns segundos.
- Não se preocupe, eu acho que a Maria pegou o voo das sete para mim, até oito e meia eu estou em Montréal e dá uma meia hora até o circuito. – Ponderei com a cabeça.
- É por aí. – Ele disse.
- Minha primeira vez no Canadá, sabia?
- Sério? – Ele disse rindo. – Você nunca foi para Montréal?
- Nunca! – Neguei com a cabeça rindo.
- Minha primeira vitória foi lá... – Sorri, acariciando seus cabelos com uma mão.
- Eu sei. – Sorri. – Lembro quando sua mãe me ligou, eu estava na América do Sul, me preparando para jantar. – Ri fracamente. – Eu literalmente saí desesperada para a primeira televisão que eu vi, pedindo para colocar na corrida. – Suspirei. – Não acredito que eu perdi isso.
- Como você mesma diz: eu sou jovem e pretendo ganhar muito mais corridas. – Sorri, sentindo nossos lábios tocar por alguns segundos. – E você vai estar comigo. – Assenti com a cabeça.
- Sim, vou. Quem sabe não temos mais sorte nesse fim de semana? – Ele acariciou meu rosto.
- Tomara! – Rimos juntos. – Eu quero deixar algo contigo...
- É só uma noite, Daniel... – Falei rindo e ele virou o rosto para sua mala, pegando algo antes de me esticar sua pelúcia do honey badger e fiz um pequeno bico.
- Eu te dei isso. – Suspirei, erguendo o rosto para ele, que assentiu com a cabeça.
- E eu ainda levo em toda corrida. – Sorri. – Para não se esquecer de mim. – Aproximei a pelúcia perto do rosto e sorri ao sentir o cheiro de seu perfume.
- Tem seu cheiro...
- Eu espirrei um pouco de Baie 19 nele. – Ri fracamente.
- Ah, agora está explicado. – Sorri. – Isso é fofo, sabe?!
- Eu sou fofo. – Ele abriu um largo sorriso, me fazendo rir.
- É um novo Danny para mim. – Ele roçou nossos lábios.
- Tem mais de onde veio isso. – Ri fracamente.
- Eu esperarei ansiosamente. – Falei antes de colar nossos lábios em um pressionar mais longo. – Tomem cuidado, ok?! Não bebam, não dirige, vai devagar... – Ele riu fracamente.
- Ao menos isso eu sei que estou falando com minha amiga. – Sorri.
- Isso não vai mu...
- Vam’bora, Daniel! – Virei o rosto para a porta, vendo Blake abri-la com força. – Ai, o casalzinho. – Ri fracamente.
- O quê? – Danny perguntou, virando o rosto e apoiei meu rosto no dele.
- Vamos? – Ele perguntou. – Deve estar uma delícia aí, mas precisamos ir...
- Me dá dois minutos. – Danny disse.
- Cara, eu tenho que dizer, é estranho para caralho ver vocês assim. – Ele disse, me fazendo gargalhar.
- Cala a boca! – Danny disse.
- O que é estranho? – Ouvi a voz de Michael e ele apareceu na porta novamente. – Ah, com toda certeza. – Ri fracamente.
- Ei, vocês dizem que queriam a gente junto na época da escola, agora que aconteceu...
- Não, não, espera! – Michael disse. – Desde aquela esperança até hoje, passou uns 12, 13 anos. – Ri fracamente. – Foi naquele beijinho de vocês...
- Muita coisa aconteceu desde aquilo. – Falei.
- Pois é! Muita coisa que a gente achava que isso nunca ia acontecer. – Michael disse e Alex e Tom se juntaram aos dois na porta.
- Você tem muito para explicar, senhor Daniel! – Tom falou, me fazendo rir.
- Boa sorte com isso. – Sussurrei, ouvindo-o suspirar.
- Você deveria ter contado para eles no dia do evento. – Dei de ombros.
- Vocês têm sete horas de viagem, dá para contar todos os detalhes umas 200 vezes. – Ele riu fracamente.
- Garanto que eles vão querer saber de todos os detalhes. – Ele disse, focando em meus olhos. – Todos.
- Você pode esconder algumas coisas... – Sussurrei.
- Dá para ouvir vocês ainda. – Blake disse e estiquei o dedo do meio para eles. – Ah, ótimo, agora são dois. – Ri fracamente, vendo que Danny fez o mesmo.
- Divirtam-se, ok?! – Falei, virando o rosto para os meninos novamente. – E tomem cuidado.
- Pode deixar. – Michael disse sério e assenti com a cabeça, virando para Danny.
- A gente se vê amanhã. – Falei para ele.
- Combinado. – Ele roçou nossos lábios, mas parou, virando o rosto para porta. – Dá licença? – Ri fracamente, virando o rosto também e os quatro saíram da frente da porta. – Vai ser difícil.
- Eles não estarão conosco no Azerbaijão... – Dei de ombros e ele riu.
- Ainda bem! – Colamos nossos lábios e minhas mãos foram para sua nuca. Nossas línguas se encontraram com mais rapidez dessa vez e já sabia que sentiria saudades desse beijo hoje à noite.
E seria só uma noite.
Eu estou ferrada, eu sei!
- Me avisa quando chegar lá. – Pedi.
- Pode deixar. – Ele colou nossos lábios mais uma vez. – Descansa, nos falamos de noite.
- Combinado, eu vou sair para almoçar, provavelmente café e jantar também, tentar compensar bastante para aproveitarmos depois que esses chatos forem embora.
- EI! – Eles gritaram e neguei com a cabeça, vendo eles aparecerem pela porta.
- CAI FORA! – Danny gritou e ri fracamente.
- Vai! Eles não vão parar de encher o saco! – Ele riu fracamente.
- Te vejo amanhã. – Colei nossos lábios rapidamente.
- Até amanhã. – Sorri e ele se levantou novamente, terminando de fechar a mala e a colocou no chão.
- Se cuida. – Ele disse sério.
- Você também. – Sorri. – Boa viagem, caras! – Falei um pouco mais alto.
- Obrigado, ! – Eles responderam da porta novamente, me fazendo rir.
- Me deseje sorte. – Ele perguntou e ri fracamente.
- Nem vem! – Falei, ouvindo-o rir.
- Até amanhã. – Ele deu uma piscadela e acenei com a mão, vendo-o puxar a mala consigo.
Esperei Danny sair pela porta e suspirei, deitando meu corpo novamente. Senti o cheiro do perfume de Danny e abracei a pelúcia de honey badger que eu dei para ele há alguns anos e suspirei.
Ah, Daniel. O que você está fazendo comigo?

Em algum lugar na I-87 N, Estados Unidos
Daniel

- OH! OH! CALEM A BOCA! – Blake gritou, fazendo as cantorias exageradas dentro do carro reduzirem enquanto ele abaixava o volume.
- Pô, cara, não fode! – Michael disse.
- Eu não sei vocês, mas eu quero saber as fofocas agora! – Blake me olhou pelo espelho retrovisor.
- O quê?! – Olhei em volta.
- Tem que ser o fofoqueiro! – Tom disse, empurrando a cabeça do motorista, nos fazendo rir.
- Ah, nem finja que você não sabe do que estamos falando! – Blake disse, batendo na mão de Tom.
- Ah, porra, cara! – Suspirei, tombando a cabeça para trás. – Não vou falar disso.
- Ah, vai! – Alex gargalhou ao meu lado. – Até eu estou curioso com isso, fala sério! – Ele riu fracamente.
- Eu estou curioso, mas também estou achando muito estranho. – Michael falou rindo e neguei com a cabeça.
- Vamos, Danny boy! Desembucha vai! Alguns esperam por isso desde os 12 anos! – Blake disse, me fazendo rir.
- Cara, nem eu esperava tanto tempo por isso. – Falei rindo. – Não foi planejado, sei lá, só aconteceu.
- Quero detalhes, vai! A ficou quieta o jantar inteiro e ainda mandou a gente calar a boca...
- Calem a boca! – Falei.
- Não! – Blake continuou a frase e suspirei.
- Vamos, Daniel! Desembucha aí. – Ri fracamente.
- Cara, eu até falo, mas o Jason não pode saber disso, porque para ele contar para minha irmã é dois minutos e a gente não está pronto para lidar com isso ainda. – Ri fracamente.
- O que é isso? – Tom perguntou e suspirei, bufando fracamente.
- Cara, eu não sei, acho que é um relacionamento...
- UOU! – Eles gritaram e franzi o rosto.
- O quê?! – Perguntei, confuso.
- Relacionamento? – Michael falou rindo. – Achei que as coisas estavam indo mais devagar. – Ri fracamente.
- Eu não sei, mas é , cara. – Ri fracamente. – Além de ser bom para caralho, é a , se a gente parar de fazer isso, o que vai acontecer conosco? – Dei de ombros. – Nossa amizade sobrevive a isso? – Ri fracamente. – Passamos todos as linhas possíveis, não tem como voltar atrás.
- To-o-o-odas? – Blake perguntou rindo.
- Ah, porque tenho certeza de que eles ficaram só conversando no iate. – Michael zoou e revirei os olhos.
- Danny boy e , hein?! Quem diria! – Alex passou o braço em meus ombros e ri fracamente.
- Ah, cara, é bom para caralho. – Suspirei.
- HÁ, HÁ, HÁ, HÁ! – Eles gargalharam alto, me fazendo rir.
- Então a senhorita Elizabeth Addams é boa na cama, hum?! – Neguei com a cabeça, tentando conter a risada.
- Cala a boca... – Neguei com a cabeça.
- Vamos, Danny! Fala mais! – Blake disse rindo e suspirei. – Como essa porra começou?
- Eu não tenho certeza, mas na quarta corrida eu já estava caidaço por ela.
- “Apaixonado” foi a palavra que ele usou! – Michael disse e apertei as mãos no rosto.
- APAIXONADO?! – Eles gritaram novamente, e suspirei.
- É... – Suspirei. – Eu não consigo nem negar, estou de quatro por ela. – Ri fracamente.
- Literal ou...
- Cala a boca, cara! – Bati em Tom. – Estamos falando da , mesmo antes de tudo, não fala assim dela...
- Não estou falando dela, estou falando de você! – Eles riram. – Da última vez que eu te vi assim, foi no ensino médio com a Jemma.
- Eu nunca fiquei assim pela Jemma. – Ri fracamente. – É diferente, cara! – Suspirei. – Eu, honestamente, consigo ver um futuro com .
- UOU! – Eles gritaram e neguei com a cabeça.
- Não dizendo que vamos nos casar agora ou algo... Mas posso ver um casamento no futuro... – Ponderei com a cabeça. – É só bom... – Dei de ombros. – A gente se entende.
- Talvez seja por isso que é muito bom. – Blake falou sério. – Vocês se conhecem a vida inteira, vocês sabem tudo do outro.
- E mesmo assim sinto que não sei nada dela, é engraçado. – Suspirei. – Mas é... É, é bom. – Ri fracamente.
- Você sabe que a gente quer saber os detalhes, né?! – Michael falou e olhei-o pelo espelho.
- Até você? Fala sério!
- Ah, cara, eu não sei muito não, só sei que vocês foram para o iate no sábado, se beijaram lá e que transaram no domingo.
- E quer saber mais? – Falei rindo.
- Hum, dã! – Ele disse rindo e sorri com ele, dando um longo suspiro em seguida.
- Eu já estava olhando para ela de forma diferente, mas fomos para Mônaco antes da Rússia, só eu e ela, e tivemos tudo que um casal tem, saímos para almoçar juntos, depois fomos na casa do Massa e todos os pilotos perguntavam dela e isso acabou ficando na minha cabeça, acho que o sentimento surgiu dali. – Dei de ombros. – Mas é difícil nessa situação, estou gostando da minha melhor amiga, se eu beijar e não gostar ou ela achar estranho, a amizade acaba... – Suspirei. – E são 24 anos para simplesmente acabar assim, eu precisava ter certeza...
- E como foi até chegar lá no iate? – Blake perguntou e suspirei.
- É um pouco nublado para mim, mas nós conversamos, tiveram climas... – Ponderei com a cabeça. – Até chegar na Espanha, eu pensei ter visto ela beijando um cara, fiquei puto, levei uma mina para o hotel e tudo ficou claro...
- Tudo ficou claro e ela quase meteu um soco bem-merecido na tua cara. – Michael disse sério.
- O que aconteceu? – Suspirei.
- O cara beijando ela era um idiota interessado em outra coisa... – Sacudi a cabeça, tirando as memórias. – Ela chorou, me ignorou, eu fiquei mal para caralho, achei que as coisas tinham terminado ali, amizade ou o que é que estava acontecendo, a corrida foi uma bosta, Max venceu... – Suspirei. – Mas ela me deu uma nova chance e eu consegui usar Mônaco ao meu favor. – Dei de ombros. – A gente estava tentando escapar desde terça dos meus pais e de Mi, depois da classificatória deu certo, a levei para o iate e rolou...
- AI, DANNY! – Eles gritaram, me fazendo rir.
- E no domingo? Desembucha, vai. Seu sumiço não foi só-ó-ó da corrida. – Ri fracamente com Tom.
- Honestamente foi, mas vocês sabem que a é a única que me acalma, vai...
- Sabemos... E COMO! – Blake falou gargalhando e ri fracamente.
- Eu não planejei isso, mas aconteceu. – Dei de ombros. – Eu estava curioso, ela também... – Suspirei. – Não colocamos um nome na nossa relação, mas nos beijamos, transamos, é bom para caralho, tem a parte da amizade que tira toda aquela pressão de conhecer a pessoa... Eu estou em paz, caras. – Ri fracamente.
- Isso é louco para caralho, de verdade, mas é legal. – Blake disse rindo. – Eu honestamente achava que vocês ficariam juntos depois do rolo da Jemma no ensino médio, cara.
- Pior é que eu nunca pensei nisso e ela disse o mesmo, éramos realmente só amigos até uns dois meses atrás. – Dei de ombros. – A vida acontece de umas formas estranhas, mas estou feliz que aconteceu. – Dei um curto sorriso.
- Aí, Danny boy! Está amadurecendo enfim. – Tom disse e ri fracamente.
- Não sei se a palavra certa é amadurecer, eu sempre lidei bem em relacionamentos, vai. – Falei rindo.
- É, justo! Esperamos que você lide bem com isso, vocês parecem felizes e são incrivelmente bonitos juntos. – Alex disse, me fazendo rir.
- Sabe como é, né?! Eu, ela... Somos bonitos assim! – Dei de ombros, ouvindo eles rirem e senti uns tapinhas em minha cabeça.

Montréal, Canadá – Quinta-feira


- Mercí! – Acenei para o motorista do táxi antes de pegar a mala de rodinhas e arrastá-la pelo chão, olhando para o longo caminho até o paddock. – Hum... Droga!
Sair de Mônaco e chegar em Montréal não podia ter sido a pior escolha possível. O clima em Mônaco estava úmido, mas estava quente e ensolarado, mas aqui estava frio para caramba e chuviscando desde o momento em que o avião pisou no solo. E se eu não tivesse mais coisas para reclamar além de não sentir meus pés dentro da bota, mãos dentro das luvas, rosto escondido embaixo do cachecol e cabeça coberta pelo gorro, a entrada do circuito Gilles Villeneuve era bem mais longe do que eu estava acostumada.
Talvez por ser australiana, meus limites com o frio são quase inexistentes, mas esse vento vindo de todos os cantos e esses rios e lagos ou, sei lá o que é essa porção de água, não ajudavam em nada! Quando eu cheguei na entrada do paddock, eu já tinha virado um picolé e acho que a mala tinha colado na mão.
Bati o crachá no leitor e passei a catraca, feliz por não ter tantos fãs e nem fotógrafos ali. Eu só queria dormir depois de passar boa parte da madrugada papeando com Danny pelo FaceTime, além desse frio que só me dava mais vontade de trabalhar, pois podia me esconder em um restaurante quentinho com uma comida boa, morna e relaxar... Mas Danny precisava de mim agora.
- Ah, um rosto conhecido! – Suspirei ao encontrar Maria na frente do prédio da Red Bull.
- Chegou, hein?! – Suspirei.
- Ah, é muito longe! – Puxei a mala pela rampa ao me aproximar dela, sentindo o interior quente me acalmar um pouco. – Demorei?
- Um pouco, mas normal, Daniel está te esperando. – Ela me esticou um copo.
- Agora? O que é isso? – Falei rapidamente.
- Café quente para você aguentar a reunião e se esquentar... – Ela entregou uma embalagem de papel. – E um croissant, imagino que tenha dormido no voo.
- Como sempre! – Falei, tirando a mochila das costas e colocando na primeira mesa que vi. – Como está o clima lá?
- Hum... – Ela ponderou com a cabeça. – Christian e a equipe estão envergonhados, é mais uma questão geral... Vamos?
- É... Claro! – Peguei a embalagem de sua mão e dei um curto gole no café quente, sentindo meu corpo esquentar imediatamente e suspirei. – Ok, estou pronta...
- Eu não diria isso com tanta facilidade se fosse você... – Ela falou mais para si mesma e ponderei com a cabeça, apressando o passo para andar ao lado dela. – Essas reuniões não são nada fáceis.
- A equipe do Max vai participar?
- Não, eles estão bem longe daqui! – Ela abanou a mão e atravessamos a rua do paddock, chegando na casa da árvore – outro motorhome de apoio com foco em assuntos de corrida.
- Danny está sozinho? – Perguntei, entrando em sua frente quando ela abriu a porta.
- Não, Michael e Blake estão aqui... – Assenti com a cabeça, suspirando. – Você pode subir. – Ela indicou a escada.
- Não vai?
- Estou logo atrás de você. – Ela disse e suspirei antes de colocar as pernas para funcionar.
Eu já tinha participado de algumas reuniões pré e pós-corrida, mas não uma reunião de “eu tirei suas chances de ganhar”, mas sabia que Danny precisava desse tipo de ajuda. Comecei a ouvir algumas vozes baixas nos últimos degraus e empurrei a porta devagar, vendo uma equipe grande de homens aparecer em minha frente, inclusive Danny, Michael e Blake sentados nas poltronas fora da mesa de telemetria.
- ! – Danny sorriu.
- Desculpe o atraso... – Falei baixo quando ele se levantou. – Eu me distraí no aeroporto...
- Não se preocupe... – Ele sorriu, me abraçando pela cintura. – Está com frio? – Assenti com a cabeça.
- Muito! – Falei rindo e ele sorriu.
- Logo esquenta, fica perto do aquecedor... – Ele indicou com a cabeça. – Senti sua falta... – Ele falou em um sussurro.
- Eu também. – Repeti e ele segurou minha nuca antes de colar nossos lábios por alguns segundos.
- UH!
- YHA-A-A! – Ri fracamente com alguns gritos vindo do grupo de homens e meu rosto esquentou.
- Desculpe por isso... – Neguei com a cabeça.
- Está ok... – Falei, virando o rosto para os homens, percebendo os mecânicos ali.
- Achei que era sua melhor amiga, Danny boy! – Nigel disse, me fazendo rir.
- Só sua amiga! – Brad entrou na dele, nos fazendo rir.
- Hum... Então... – Danny disse rindo. – Algo mudou aqui! – Ri com ele, sentindo-o me abraçar pelos ombros.
- Podemos ver! – Christian disse rindo.
- Prometo que isso não vai afetá-lo. – Falei rapidamente.
- Não se preocupe com isso agora, . – Maria disse e assenti com a cabeça.
- Temos coisas mais sérias para lidar, não? – Christian disse e as risadas pareceram ficar presas na garganta.
- É, claro! – Danny disse e dei um olhar firme para ele.
- Se lembra do que conversamos... – Sussurrei, dando um curto beijo em sua bochecha com a barba bem-feita e ele confirmou com a cabeça.
Nos separamos e ele se aproximou da mesa. Michael e Blake vieram logo atrás e cada um me deu um abraço antes de seguirmos até a mesa também. Me sentei ao lado de Danny, deixando o café e embalagem com o croissant na mesa para colocar os fones. Tomei um gole do café quente e Danny procurou minha mão livre, entrelaçando os dedos e deixando-as em minha coxa, me fazendo sorrir para ele.
- Ok, eu preciso começar isso... – Christian disse e virei meu rosto para o chefe de equipe. – Não tem nada mais para dizer para você do que desculpas, Daniel. – Apertei as mãos dele. – O pit stop do Max não estava planejado, então acabamos correndo com os pneus dele, mas você precisava ser chamado e acabamos chamando, mas não tínhamos percepção de que você estava tão perto. – Ele suspirou. – A disposição da estufa de pneus e de toda garagem é diferente em Mônaco e ajudou com a confusão.
“Não tivemos intenção nenhuma, de nenhuma parte, que isso acontecesse, não foi algo proposital. Sua vitória é a vitória da equipe, sua derrota é a derrota da equipe, então não foi nada contigo. Na Espanha também. Sempre falamos que um lado da equipe tem a melhor estratégia do que a outra e isso acontece muito. Somos uma equipe, não tem por que pensar do contrário. É completamente irreal pensar que algo foi feito para prejudicá-lo.” – Virei o rosto lentamente para Danny, tentando analisar os lábios pressionados no semblante sério de Danny.
- Mas a bagunça na garagem, Christian, não é de hoje. – Danny disse. – Estamos falando sobre isso tem um bom tempo já...
- Nós conversamos sobre isso também, Daniel... – Simon falou. – Na verdade, conversamos muito durante seu descanso. Nós viemos com sugestões reais do que podemos mudar para que nada aconteça novamente. – Ele disse sério.
- Claro, podem me mostrar? – Danny perguntou sério.
- Com certeza. Tem um arquivo para abrir no computador... – Simon disse e minha mão e de Danny se afastaram quando focamos no computador. – Quero que todos abram o arquivo um... – Ele disse e abri, vendo uma planta 3D da garagem. – Esse é o layout da garagem em dias de corrida. Agora passem para o lado direito, por favor... – Ele disse e mudei, vendo o espaço bem mais vazio do que hoje. – O plano é deixar assim...
- Como? – A voz de Danny saiu antes da minha.
- A começar com visitantes, não que seja o problema inicial aqui, mas vamos restringir passagem de pessoas que não precisem trabalhar durante a corrida. Em caso de mais de três membros da família, vamos mudar para a sala do lado da telemetria. O espaço é maior, dá para colocarmos mesas e sofás para melhor conforto, além de livrar espaço dentro da garagem. – Assenti com a cabeça no automático.
“Com mais espaço livre, a equipe que não estiver no pit wall será colocada em volta da garagem e a equipe para os pit stops estará sozinha na parte da frente da garagem. Com base nas estratégias, cada chamada de pit stop terá um conjunto preparado e, a cada troca, outro já vai ser trazido imediatamente da estufa, mesmo que não seja usado. Além de outras partes que podem precisar ser trocadas”.
- Queremos tentar também a chamada para o pit stop com uma volta de antecedência, mas precisamos ver em que situação isso seria usado, já que dependemos de tantas variáveis... – Percebi que Danny assentiu com a cabeça.
- É... – Ele disse. – É um começo.
- Vamos continuar... – Simon falou e mudei a imagem.

Daniel

- O que acha sobre o que eles falaram? – Ouvi a voz de .
- Eu não sei... – Suspirei, me ajeitando na cama. – Eles pareciam honestamente preocupados em me fazer confiar neles de novo, mas...
- Eu achei o mesmo. – Ela disse e suspirei.
- Mas eu preciso ver isso em ações, não dá para eu fechar os olhos e ser simpático só porque eles mostraram meia dúzia de possíveis mudanças, preciso ver como vai ser durante a corrida. Eu subi para terceiro no campeonato de novo, é bom, mas ainda temos 14 corridas e...
- Eu sei que você quer ver coisas para amanhã e que uma corrida ruim pode alterar tudo... – A vi sair do banheiro, jogando os cabelos para trás. – Mas as mudanças acontecem devagar... – Sorri com a calça de moletom cinza e a camiseta de manga comprida da mesma cor.
- Eu sei, eu sei... – Falei rapidamente, suspirando. – Eu só preciso me preparar, estamos entrando em junho, o meio do ano logo está aí, as equipes começam a mudar os pilotos, preciso me preparar se algo ruim for acontecer.
- Não seja imediatista, baby... – Ela se ajoelhou na cama, engatinhando em minha direção. – Seu contrato atual com eles é até quando?
- 2018. – Suspirei.
- Respira, então... – Ela se sentou em minha frente. – Dê um voto de confiança... – Suspirei.
- Sim, sim, eu vou dar até as férias... São umas seis corridas... – Ela confirmou com a cabeça. – Eu só quero esquecer que aquilo aconteceu, honestamente. – Ela esticou uma perna ao meu lado.
- Sim, vamos seguir em frente... – Ela segurou minhas mãos. – Só não esquece o que aconteceu depois daquilo... – Rimos juntos e me aproximei dela, passando minhas pernas ao redor de seu corpo.
- Vai ser impossível esquecer aquilo. – Segurei seu rosto. – Na verdade, a melhor coisa que aconteceu naquele fim de semana foi isso aqui. – Ela sorriu e colei nossos lábios em um curto selinho. – Eu senti sua falta. – Colei minha testa na dela, ouvindo sua risada fraca.
- Como foi com os caras? – Ela passou as mãos em meus ombros, deslizando pelos braços.
- Sete horas preso com quatro deles em um carro já é difícil, mas metade foi dedicado a ouvir músicas estranhas e metade falando de você... – Ela negou com a cabeça.
- Senti minhas orelhas esquentando mesmo. – Ri fracamente, abraçando-a apertado.
- Eles já sabem tu-u-udo. – Sorri.
- E o que seria “tudo”? – Ela girou o corpo na cama e apoiou a cabeça em meu ombro.
- Como foi nosso beijo, que já tivemos nossa primeira vez e que, daqui em diante, vamos andar juntos, para o que der e vier. – Dei um beijo em sua bochecha.
- Gostei disso, sabe?! – Ela suspirou e passei minhas pernas pelas suas. – É simples... Fácil de guardar.
- Acho que é o mínimo... – Falei perto de seu ouvido. – Quero conhecer você de novo, . Saber em detalhes do que você gosta ou não. – Ela suspirou, fechando os olhos.
- Não muda muita coisa, Danny... – Ela se ajeitou, colando as costas em meu peito. – Eu não namoro desde a faculdade e não foi lá um grande relacionamento. – Ri fracamente. – É quase um novo terreno para mim...
- Você é muito diferente do que Jemma, então acho que é um terreno novo para mim também...
- Eu sou ciumenta! – Ela disse rapidamente, me fazendo rir. – Então, por favor, não fale nela. – Ela negou com a cabeça e sorri. – Mas aposto que vai ser interessante para você, sair de algo com ela e entrar comigo. Nunca fomos parecidas, nem a cor dos cabelos... – Sorri.
- É... Só me faz perceber que eu me interessei pela pessoa errada desde o começo.
- Somos amigos, Danny... Éramos amigos, eu não sei. – Deslizei o nariz pelo seu pescoço. – Como dissemos antes... Isso nunca foi sequer cogitado, nosso ciúme nunca foi com o interesse romântico... – Ela deu de ombros. – A vida é feita de formas engraçadas e precisamos só aceitar o que vem...
- Bem, fico feliz pelo destino ter esperado quase 27 anos para isso acontecer, algo que sabemos lidar muito melhor. – Falei baixo, ouvindo-a rir.
- Bem, não estamos gritando em desespero ainda, já é um começo. – Rimos juntos.
- Ainda! – Falei firme, abrindo um largo sorriso. – Mas tenho que corrigir algo que você disse, ... Somos amigos ainda. – Dei um beijo em seu rosto. – E creio que isso torna algo muito especial...
- Podemos prometer algo? – Ela ergueu o corpo, se virando para mim.
- O quê? – Segurei sua mão.
- Que vamos continuar nos tratando como amigos, independente do que acontecer. – Ela passou a mão livre em meu rosto.
- Não posso prometer isso, baby. – Falei. – Não quando meus pensamentos estão em você nua. – Ela abriu um largo sorriso. – Mas acho que posso agir como ambos. O amigo tonto. – Abri um largo sorriso. – E o namorado sério... – Fechei o sorriso, mantendo o rosto sério e ela negou com a cabeça.
- Eu estou ferrada, então. Porque ambos me excitam atualmente. – Ela colou nossos lábios e sorri.
- Ok, mas dá para fingir para as pessoas. – Ela assentiu com a cabeça e puxei-a para perto de mim pela cintura, colando nossos lábios, fazendo nossas línguas se encontrarem com mais rapidez.
- EI, CASAL! – Me assustei com duas batidas na porta e virei o rosto, vendo Tom aparecer com as mãos nos olhos. – Vamos assistir um filme e comer besteiras, vocês querem participar ou é hora de namorar? – Ri fracamente.
- Não estamos pelados, Tom, você pode... – disse e ele abaixou as mãos devagar.
- Ah, ok! – Ele disse, me fazendo rir. – E então? – Ela virou o rosto para mim.
- O que acha? – Ela perguntou para mim.
- Vamos aproveitar enquanto eles estão aqui... – Sussurrei e ela assentiu com a cabeça. – Depois continuamos aqui.
- Combinado. – Ela sorriu, jogando as pernas para fora antes de se levantar. – Se vocês fizerem pipoca com chocolate, eu nem palpito sobre o filme chato que vocês vão escolher.
- MIKE, TEM CHOCOLATE? – Tom gritou e me levantei, rindo com .
- UMA BARRA, POR QUÊ? – Michael respondeu.
- GUARDA PARA ! – Rimos juntos e dei as mãos para .
- Vamos lá... – Ela sussurrou e sua mão foi para meu rosto rapidamente antes de ela dar um beijo em minha bochecha.
Saímos do quarto e bati a mão na luz, seguindo pelo corredor até a antessala do quarto conjugado. Chegamos na sala e nossos quatro amigos estavam lá, jogados nos sofás e a televisão ligada. Os rostos viraram para gente e largos sorrisos se formaram, junto de algumas risadas. Desci os olhos para nossas mãos e fez o mesmo, fazendo nossos olhares se encontrarem quando erguemos o rosto novamente.
- Velhos hábitos nunca morrem. – Ela sussurrou, fazendo todo grupo rir.
- Não... – Sussurrei.
- É, mas criam significados novos com o tempo. – Blake disse sorrindo e assenti com a cabeça. - Guardamos o meio do sofá para vocês.
Indiquei o lugar com a cabeça para e segui à sua frente. Desviei das pernas dos caras antes de me sentar no espaço de antes e ao meu lado. Esticamos as pernas na mesa de sempre e ela me abraçou pela barriga, apoiando a cabeça em meu ombro.
Quem olhar de fora, veria seis melhores amigos de infância assistindo a algum filme e rindo das piadas mais idiotas e besteirentas possíveis, nada de novo, na verdade. Mas o que não conseguem ver é que as batidas do meu coração mudaram, e tudo por causa dela.

Capítulo 20

Perth, Austrália, 2005

- DANIEL! – O garoto desviou o rosto para a rua, encontrando o carro de sua mãe.
- Eu tenho que ir! Nos falamos amanhã? – Ele se levantou da mesa, colocando a mochila nas costas.
- Hoje não? – Jemma perguntou.
- Eu vou passar a tarde no kart, amanhã é melhor! – Ele se inclinou para colar seus lábios no de Jemma rapidamente.
- Tudo bem... – Ela abanou a mão visivelmente incomodada, mas o garoto não tinha o que fazer, seu pai estava investindo nele de verdade, precisava se comprometer. Então acenou para o restante do grupo da namorada antes de sair correndo até o carro da sua mãe. Enquanto isso, Grace desviava o rosto por todos os lados, procurando algo por entre os alunos.
- Oi, mãe! – O garoto disse, entrando no carro e jogando a mochila no banco de trás, mas sua mãe continuou impulsionando seu corpo para frente e para fora da janela. – Mãe! – Ele a chamou com firmeza.
- Oi! – Ela virou o rosto rapidamente. – Oi, querido! Me desculpe. – Ela afagou o cabelo do menino, dando um beijo em sua bochecha.
- Está tudo bem? – Ele perguntou, confuso.
- Eu só estou procurando por... – Ela abanou a cabeça. – Não é nada.
- ? – Ele falou fracamente e sua mãe ergueu o rosto.
- É. – Ela falou fracamente.
- Eu não a vi hoje. – Ele disse, dando de ombros. – Ela tem matemática comigo, mas não estava na sala, achei que fosse algo do cricket...
- Ah, droga! – Grace suspirou, apalpando o banco de trás e pegou sua bolsa.
- O que foi, mãe? – Ele perguntou, preocupado.
- Helena me ligou, não voltou para casa hoje e não tinha treino de cricket. – Grace suspirou.
- Eu tenho certeza, mãe. não apareceu na escola hoje.
- Ah, meu Deus! – A mulher disse apressada, discando o telefone de Helena Addams.
- O que está acontecendo, mãe? – Ele perguntou e sua mãe olhou para o menino, tentando manter o rosto sereno enquanto o telefone chamava. – MÃE! – Ele falou mais alto.
- Eles descobriram que a avó da tem Alzheimer, querido. Aquela de Sydney. – O garoto entreabriu os lábios em choque. – E a não está lidando bem com a notícia e... Helena?! – Grace falou rápido.
- Você a encontrou?
- Danny disse que ela não apareceu na escola, Helena!
- Mas eu a deixei aí hoje cedo! – A voz de Helena saiu pelo bocal sem dificuldades. – Ah, meu Deus! Onde ela foi parar?
- Eu não sei, Helena! Já tentou os lugares favoritos dela? As amigas?
- As mães disseram que as meninas não chegaram ainda também, mas que estão em outros tipos de eletiva. – Helena disse. – Ah, Senhor! Onde ela está?
O nervosismo em Danny cresceu da mesma forma que na mãe de e da sua. Eles estavam afastados há um ano sim e faziam questão de se ignorar quando se aproximavam, mas ele sentia o peito doer como se estivesse sentindo por . Ele tentou passar os lugares que estariam juntos e sua cabeça andou um tanto rápido, tentando lembrar os lugares fora da escola que tinha encontrado com a menina nesse último ano.
- City Beach... – Ele sussurrou.
- Não, Helena, calma! Eu vou te ajudar a procurá-la, vamos na polícia.
- MÃE! CITY BEACH! – O garoto falou alto demais.
- O quê? – Grace virou para ele.
- Me leva para City Beach, agora! – Ele disse firme.
- Helena, Danny acha que está em City Beach, vamos para lá agora e te ligo. – Grace disse.
- Eu te encontro lá! – Helena disse rapidamente antes de desligar o telefone.
- Você tem certeza, filho? – Grace perguntou.
- Confia em mim, mãe! – Ele disse sério. – Aposto que ela está lá. – Grace não respondeu nada, somente ligou o carro novamente e guiou para onde o garoto disse.
Eles foram o caminho em silêncio, nem a música animava Daniel mais. Sua cabeça foi imediatamente para o problema que sua melhor amiga estava sofrendo. Ele nem sabia se eram amigos mais, ele tinha mancado bastante e não tinha nem coragem de olhar para ela direito, mas não estava nem aí para isso agora. Ela precisava dele.
- Vai devagar, mãe! – Ele pediu quando Grace caiu na rua da praia e o garoto abaixou o vidro para tentar ver por entre os restaurantes do calçadão. – Mais devagar, mãe... – Ele pediu e Grace preferiu ligar o sinal de emergência no carro para evitar carros buzinando em sua orelha. – ALI! – Daniel disse, abrindo a porta do carro.
- FILHO! – Grace freou quando o garoto saiu do carro em movimento.
Daniel desviou das poucas pessoas ali em volta e desceu por uma das rampas que dava para a areia, vendo a larga extensão de areia de City Beach, a praia mais próxima de sua casa e da escola. Foi fácil identificar pela mochila vermelha e o taco de cricket enfiado dentro dela, mas, mais do que isso, o uniforme azul da escola e os cabelos em trança embutida a denunciavam com muita facilidade.
A garota estava com o corpo direto na areia e abraçava as pernas com força. As lágrimas já tinham parado de cair há algum tempo, mas ela não sentia vontade nenhuma de sair dali e voltar para realidade. Já tinha sido difícil ouvir de sua avó mais próxima um “quem é você?” durante as últimas férias, mas a confirmação das suspeitas de seus pais e tios não melhorava nada, só a afundava mais.
Daniel se aproximou dela, receoso de como se aproximar depois de mais de um ano do episódio do cinema, então optou por se sentar ao seu lado, cruzando as pernas e esperar. A menina estranhou a aproximação de alguém, mas preferiu não dar atenção, talvez o louco fosse embora. Ela apertou as mãos nas pernas e escondeu o rosto entre elas, olhando para o mar estranhamente calmo à sua frente.
- Sou eu, . – Daniel disse, notando o afastamento da garota. – Danny... – Ela desviou o rosto para o lado quando reconheceu a voz e notou os cabelos grandes e cacheados do menino encherem a cabeça dele. – Sua mãe ligou para minha... – Ele disse calmamente. – Imaginei que estivesse aqui... – Ela assentiu com a cabeça. – Mamãe me contou o que aconteceu... Me desculpe... – Ele disse fracamente e a menina automaticamente desviou o rosto para o ombro dele e o abraçou apertado.
Ele colocou os braços ao redor dos dela, apertando-a com o máximo de firmeza que a posição de ambos permitia e deixou-a pressionar o rosto em seu ombro. Daniel afagou os cabelos da menina com calma, fazendo um carinho devagar na cabeça dela enquanto as lágrimas voltavam aos olhos dela.
- Eu estou aqui, . Pelo tempo que você precisar. – Ele sussurrou, apoiando a cabeça na dela.
Enquanto isso, Grace ouviu um barulho de freio atrás dela e viu Helena saindo correndo do carro e correr até ela enquanto Alexander estacionava de qualquer jeito em cima do meio fio. Grace abraçou a amiga com força, se estava assim pela avó, imagina como Helena se sentia com a sua mãe.
- Está tudo bem... – Grace sussurrou. – Estamos aqui por vocês. – Helena assentiu com a cabeça e Grace deu um abraço mais rápido em Alexander.
- Daniel está com ela? – Helena perguntou e Grace indicou a areia da praia.
- Sim, eles estão ali! – Grace indicou, suspirando.
- Eles estão se abraçando... – Helena disse surpresa, já que não falava de Danny ou com Danny há um ano.
- Eles não se falam, mas nunca deixaram de se amar. – Grace suspirou. – E tenho certeza de que eles estarão lá pelo outro pelo tempo que precisar. – Helena suspirou.
- Obrigada... – Helena disse. – Por encontrá-la.
- Danny achava que ela estaria aqui. – Grace disse e Helena, mais alta entre as duas, apoiou sua cabeça na da amiga. – Quer ir lá com eles?
- Não... – Helena suspirou. – Deixa eles aproveitarem esse momento, pode demorar para vir de novo. – Ela suspirou e observou sua filha que se consolava no seu lugar favorito do mundo, nos braços de Daniel, mesmo que ela não achasse isso nesse momento.

Montréal, Canadá, 2016 – Sábado


- Só tenta, pelo amor de Deus, não tocar na barreira de novo!* – Falei firme, subindo o zíper do seu macacão.
- Ah, baby, foi só uma encostadinha... – Ele disse, rindo.
- Meu coração chegou na boca, Daniel! Não vem de brincadeira com isso. – Fechei o velcro, batendo com firmeza.
- Só uma lambidinha, baby! – Ele passou a língua em minha bochecha, me fazendo rir.
- Daniel! – Desviei o rosto, rindo.
- Ah, só um pouco. – Ele me segurou pela cintura, tentando me atingir com sua língua, me fazendo rir.
- DANIEL! – Falei, rindo, sentindo sua língua em meu rosto se transformar em um beijo.
- Hum, já está gritando meu nome de novo, é?!
- Ah, Daniel! – Michael disse atrás dele, nos fazendo rir.
- Não dá nem para xingar dessa vez, Mike. Ele usa essa piada há anos. – Empurrei o rosto de Danny, fazendo-o rir e finalmente me soltar.
- Justo... – Michael disse fazendo uma careta e eu me sentei no sofá novamente.
- Por que você não fala com a Déborah? – Soltei aleatoriamente.
- Oi? Que papo é esse agora? – Ele ergueu o outro.
- Ah, Michael, você está olhando para gente e está sentindo falta dela que eu sei. – Passei a mão nos cabelos antes de afundar a touca novamente neles.
- Nós terminamos tem quase 10 anos, qual é... – Ele disse, rindo.
- E você ainda pensa nela. – Dei de ombros. – Vocês terminaram pela distância só, fala sério. Sydney nem era tão longe assim... – Ele suspirou.
- Éramos novos e imaturos...
- Ainda somos imaturos, cara. – Danny disse, nos fazendo rir. – Mas somos mais velhos agora, dá para fazer algo funcionar... – Ele ponderou com a cabeça.
- Vocês acham? – Eu e Danny rimos juntos.
- Para de ser assim! Fala com ela! – Dei um chutinho em sua perna, ouvindo-o rir.
- Eu vou! Eu vou! Ela falou sobre mim? – Ele perguntou, interessado.
- Não! – Falei firme. – Ela está mais interessada nisso aqui... – Apontei para mim e Danny.
- E é o que importa! – Danny se levantou após calçar seus sapatos. – Eu estou pronto.
- Vamos, então! – Me levantei apressada. – Se você tocar a barreira...
- Se eu só tocar, está tudo bem, baby. – Ele deu de ombros, me fazendo rir. – Não vou bater, prometo.
- Espero que não. Está tudo indo muito bem. – Ergui as mãos.
- E vai continuar indo muito bem. – Ele me abraçou pela cintura e colou os lábios em minha têmpora. – Vamos arrasar.
- Você arrasa.
Saímos da sala de Danny, dentro do motorhome de apoio da Red Bull e caminhamos logo atrás dele para a garagem. Outros pilotos passaram por nós, mas Danny só deu rápidos cumprimentos antes de correr para dentro da garagem. De cara notei as tais mudanças que eles falaram, tinha muito mais espaço vazio do que antes, o que era incrível.
Danny seguiu perto para o seu engenheiro e fui até Maria checar o que essa ordenação nova da garagem alteraria para mim e a resposta foi nada. Eu era considerada membro importante da equipe, assim como Michael, então ela me colocou na frente de uma das últimas telas, no fundo da garagem. A vantagem é que eu sentei dessa vez. Não sei se ajudaria no nervosismo.
- Lesgo, baby-y-y-y-y! – Danny disse, animado, me fazendo sorrir e esperava que ele não estivesse falando isso só para aparecer, mas que ele realmente estivesse bem.
- Arrasa, tigrão! – Sussurrei para mim e vi o sorriso de Danny olhando para mim. Ele deu uma piscada, fazendo meu rosto esquentar, e sumiu dentro do cockpit.
Danny se preparou dentro do carro com Michael e Simon ao lado dele. Ele demorou alguns minutos para sair da garagem e participar da Q1. Não demorou para que ele conseguisse fazer o que viria a ser o terceiro melhor tempo da Q1 com 1:14:030, mas demorou bastante para a sessão terminar.
Jolyon Palmer tocou exatamente na mesma barreira da primeira curva que Danny tocou no primeiro treino na sexta-feira. Depois Haryanto teve uma batida um pouco mais preocupante quando ele bateu a asa traseira e o carro acabou virando e batendo a asa dianteira. Além deles três, Nasr, Ericsson, Wehrlein e Magnussen – que não conseguiu fazer um tempo – ficaram de fora para a próxima sessão.
Na segunda parte, Danny optou por sair mais rápido dessa vez e seu primeiro tempo foi o melhor, mas logo os outros pilotos foram completando voltas, inclusive seu companheiro de equipe, e ele acabou caindo para quinto. Alguns minutos depois, Sainz bateu novamente na mesma barreira que Danny e Palmer, mas não teve tanta sorte, perdendo partes do carro e precisando abandonar a classificação, além de Grosjean, Gutierrez, Kvyat, Button e Pérez.
Danny acabou ficando em terceiro lugar na segunda sessão e se garantiu para a última parte da classificatória. Logo no começo dela, Vettel acabou batendo da mesma forma, na mesma barreira, também perdendo pedaços do carro e entendi que se Danny só lambesse ali, não seria preocupante, contanto que não tirasse partes do carro.
Talvez eu precisasse tomar cuidado com meus pensamentos, pois quando tentava melhorar o tempo para passar Vettel e ficar entre os três primeiros, Danny acabou fazendo muito mais do que só lamber aquela maldita curva, causando receio na equipe.
- Encostou! Encostou! – Os mecânicos falaram e apertei as mãos na boca.
- Ai, Daniel! – Reclamei, vendo o replay algumas vezes, mas pelo jeito não teve tanta perda no carro.
Fiquei mais aliviada quando o tempo acabou, mas Danny acabou caindo uma posição, ficando em quarto lugar. Hamilton, Rosberg e Vettel ficaram na sua frente e Verstappen, Kimi, Bottas, Massa, Hulkenberg e Alonso fecharam o top 10.
Foi por pouco, mas ao menos Danny conseguiu um bom tempo de 1:13:166 e largaria na segunda fileira. A equipe aplaudiu pois, além de Danny, Max largaria em quinto, então seria batalha quase direta de Red Bull e já prepararia minha cabeça para doer amanhã com isso.
Saí da garagem, deixando os fones na parede perto da sala de telemetria e segui para fora da garagem. Caminhei pelo paddock, vendo alguns pilotos dando entrevistas, outros saindo após a finalização da Q3 e até encontrei Alonso e Massa por aí, cumprimentando-os rapidamente antes de me aproximar da garagem da FIA.
Sorri quando Danny saiu da garagem, colocando a balaclava e os fones para dentro do capacete e suspirei. Como é possível ter visto essa cena por vários dias durante seu começo de carreira e só me apaixonar por ele agora? Era insano!
- Danny! – Chamei-o um pouco mais alto e ele me encontrou, desviando o olhar para mim.
- Ei! Você está aqui! – Ele disse.
- Vim atrás de você! – Falei e ele riu antes de me abraçar com o braço livre.
- Foi quase. – Ele suspirou.
- Qua-a-a-ase! – Brinquei como quando éramos crianças e ele riu fracamente. – E você bateu na barreira.
- É, eu bati, desculpe por isso. – Ele fez uma careta e ri fracamente.
- Tiveram vários outros também, acho que é algo normal. – Suspirei.
- Aquela área do circuito é salgadinha, a gente quer lamber... – Revirei os olhos.
- Não acredito que disse isso! – Rimos juntos. – Mas agora pensa em cinco homens lambendo a mesma mulher... – Fiz uma careta.
- Isso foi estranho. – Rimos juntos.
- O bromance tem que estar forte para isso funcionar. – Brinquei, ouvindo-o rir.
- Me tira disso, só preciso de uma. – Ele me abraçou pelos ombros, me fazendo rir e neguei com a cabeça.
- Agora, né?! – Empurrei-o com o quadril, fazendo-o rir.
- Ok, agora! – Falei firme, fazendo-a gargalhar.
- Ah, cara, nem a pau que você ano passado e a daquela história são a mesma pessoa. – Ela disse, rindo. – Se fosse esse ano, talvez eu até acreditasse, mas você era muito bobo ano passado. – Ri fracamente.
- Acho que sou mais agora. – Virei o rosto para ele, vendo-o sorrir e apoiei minha cabeça em seu ombro, evitando beijá-lo na frente de todo mundo.

*No circuito do Canadá existe a saída de uma curva que chama Muro dos Campeões que os pilotos sempre raspam ali.

Daniel

- , você está pronta? – Coloquei o casaco da Red Bull, puxando o zíper até o pescoço.
- Eu não sei se eu vou. – Ergui o rosto para porta, vendo sair do banheiro com uma calça preta justa, um suéter largo marrom de gola alta, meias brancas nos pés e uma maquiagem leve no rosto.
- Por que não? – Franzi a testa.
- Está frio para caralho, Danny. – Rimos juntos e puxei-a pela cintura. – Eu não sei lidar com o frio... Podemos ficar aqui... Embaixo das cobertas... – Ela apoiou as mãos em meus ombros. – Namorando um pouco... – Ela colou seus lábios levemente nos meus.
- Você não me tenta assim, . – Ela riu fracamente. – Eu preciso ir por causa da equipe. – Entrelacei meus dedos. – Mas esses eventos não são demorados, é só para firmar parceria...
- O Max não quer ir, não?! – Ela falou manhosa, apoiando o rosto em meu ombro e ri fracamente, acariciando suas costas.
- Ele não sou eu, baby! – Ela gargalhou alto, erguendo o rosto.
- Ah, Danny. – Ela suspirou.
- Podemos ir, depois voltamos, ficamos na cama, namorando um pouco... – Ela se afastou de mim, se sentando na beirada da cama.
- Você tem que ficar descansado para amanhã. – Ela começou a colocar os coturnos.
- Eu vou, não se preocupe. – Falei, rindo e ela ergueu o olhar para mim. – Garanto. – Ela negou com a cabeça, amarrando os cadarços.
- Se eu virar uma pedra de gelo, a culpa é sua... – Ela disse, colocando o outro coturno e fazendo o mesmo.
- Eu te enrolo em vários cobertores, faço um sushi e te coloco na frente da lareira. – Falei rindo.
- Espero que tenha comida. – Ela disse antes de se levantar.
- Também espero! – Ri com ela e ela se virou para pegar o casaco pesado. – Você vai suar, baby.
- Se tiver comida e álcool, sim. – Ri fracamente, vendo-a colocar o casaco. – E espero realmente... Isso não é fino, não?
- Coloquei uma manga comprida por baixo... – Mexi na manga do casaco, mostrando a segunda pele.
- Ainda é fino. – Ela passou a mão em meus ombros.
- Eu estou bem, você me aquece se eu precisar. – Ela passou a mão em meus cabelos.
- Tem bastantes camadas aqui, garanto. – Ri fracamente. – Nunca mais deixe o Blake cortar seu cabelo, ok?! – Sorri, sentindo sua mão deslizar pelo meu rosto.
- Eu vou te ouvir da próxima vez. – Falei, sentindo seu carinho em meu rosto. – Apesar que você gostou...
- Depois! – Ela disse, rindo. – Foi como isso começou... – Ela colou nossos lábios e trocamos um rápido beijo.
- DANIEL! – Franzi o rosto ao ouvir a voz de Maria.
- Precisamos ir. – Ela sussurrou.
- Vamos tentar chegar cedo. – Falei, firmando minha mão em sua cintura por baixo do casaco e pressionei meus lábios, ouvindo-a suspirar em seguida.
- Baby... – Ela sussurrou, acariciando meu rosto.
- Baby. – Falei e rimos juntos.
Ela se afastou um pouco, pegando suas luvas para completar sua roupa e segui com ela. Maria nos esperava e nos despedimos dos caras antes de sair. Para um amante de futebol e futebol americano, poder encontrar Tom Brady e Didier Drogba em um mesmo evento foi realmente incrível, mesmo com toda ação da Tag Heuer.
Sentar na frente da imprensa, conversar com o CEO da marca e dar entrevistas era algo que eu estava acostumado e era bom. Mas quando eu só queria voltar para o hotel e ficar agarrado em , parecia que as horas passavam bem mais devagar.
Acabamos nem conseguindo aproveitar juntos, não teve um minuto em que eu não ficasse com a imprensa, CEO, Brady ou Drogba, então fiquei só observando-a de longe enquanto ela comia alguns canapés e bebia algumas taças de vinho. Acabamos saindo de lá depois da meia-noite, então o “dormir agarrados” se transformou em algo mais “deitar e capotar”. Não perfeito, mas ao menos estava com ela.

Domingo


- Boa sorte, ok?! – Falei fracamente e ele assentiu com a cabeça.
- Vem cá... – Danny sussurrou e franzi a testa quando ele me puxou para o corredor da garagem e dei uma olhada para trás rapidamente, vendo alguns sorrisos em nossa direção.
- O que... O que foi, Danny? – Perguntei e o senti me empurrar para a parede e pressionar os lábios nos meus. – Danny! – Falei, rindo.
- Não mereço um beijo de boa sorte? – Ele apoiou a testa na minha.
- Merece, mas achei que eu já tinha dado lá no vestiário...
- Ah, nunca é demais. – Ele disse, me fazendo rir e seus lábios tocaram nos meus mais uma vez.
Levei minhas mãos para sua nuca, apertando parte da segunda pele do macacão e nossas línguas foram rápidas até a do outro. Suas mãos apertaram meu corpo, puxando o casaco da Red Bull e pressionando seu peito mais firme contra o meu.
- Caham... – Pressionei os lábios, virando o rosto para o lado, vendo Maria e ri fracamente, virando para Danny que passava as mãos nos lábios.
- É melhor eu... – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Arrasa. – Sussurrei para ele, que assentiu com a cabeça antes de atravessar para a parte da frente novamente.
- VAI, DANNY BOY! – Ouvi parte dos mecânicos brincarem com ele e ri fracamente antes de voltar.
Passei as mãos nos lábios, vendo vários mecânicos rirem para mim e sentei no meu lugar, ajeitando os headphones na orelha. Senti um cutucão em meu braço e virei para o lado, vendo Michael, Blake, Tom e Alex com sorrisos sacanas para mim e só me dei ao trabalho de mostrar o dedo do meio para eles, ouvindo suas gargalhadas.
Dessa vez não fui com Danny até o grid, deixei com que somente a “equipe necessária”, estivesse com ele para não causar problemas. Christian e o restante da equipe pareciam estar literalmente levando a sério as mudanças e eu não queria estar no meio de uma possível nova cagada.
Apesar de que hoje eu gostaria de caçar a Penélope Cruz no paddock e tirar uma foto com ela, mas depois de conhecer Tom Brady ontem e tê-lo dentro da área do bar agora acompanhando a corrida com Michael Douglas, acho que está bom para um dia.
Dessa vez achei que a largada foi bagunçada e parei para pensar por um momento se realmente fazia só duas semanas de Mônaco, já que tanto aconteceu nos últimos dias que parece muito mais.
Vettel aproveitou o atraso de Hamilton e Rosberg para sair e cortou ambos por fora, pegando o primeiro lugar logo na largada. Rosberg foi apertado por isso e por Danny, precisando fazer um desvio maior e acabou caindo para nono. Já Danny foi passado por Max, mas continuou mantendo sua posição.
Eu bem que falei que teríamos dor de cabeça logo cedo e ela estava chegando.
Demorou 11 voltas com Max à frente de Danny, mas a diferença de ambos era muito curta e parecia que o ritmo de Danny era bem superior ao de Max, mas só percebi isso quando o áudio do engenheiro de Max, Jean-Pierre, vazou no meu fone.
- Max, não segure o Danny. Aumente o ritmo ou abra espaço para ele.
Imediatamente não aconteceu nada, tivemos uma pequena bandeira amarela por Jenson Button abandonar a corrida por fogo no motor e Vettel acabou indo para o pit stop, deixando Danny em terceiro, mas foi só o alemão e ex-companheiro da equipe dele sair do pit stop que logo estava colado em Danny novamente, passando-o na décima oitava volta.
Não dá para negar que temos um motivo para ele ter quatro títulos consecutivos, não é?!
Max saiu da frente de Danny somente na vigésima primeira volta quando veio para o pit stop, Danny não tinha parado ainda e eu não me lembrava nada do que eles falaram na reunião de estratégia mais cedo. Só espero que não tenha mais nenhuma péssima surpresa como aconteceu em Barcelona.
Uma volta depois, Danny apareceu no pit stop, colocando pneus macios e suspirei aliviada quando o pit stop foi rápido, diferente do trágico lá em Mônaco. Ele saiu em sétimo lugar e Max já tinha se recuperado para quinto depois de sair em oitavo do pit stop.
Após outros pilotos saírem também para o pit stop, ele acabou atrás de Kimi e me lembrava da pequena rixa com Kimi que Danny tinha logo no seu primeiro ano. Ele disse que precisou usar o banheiro feminino antes de uma classificatória e Kimi o viu sair, chamando-o de mulher, deixando isso na cabeça do Daniel de 20 anos a ponto de ele falar que ainda mostraria o homem que ele é.
Eu não sei se Kimi teve o prazer, mas eu estava empolgada em experimentar novamente e esperava que fosse mais tarde. Esse é só mais um motivo de eu querer que essa corrida fosse perfeita para Danny.
Na volta 37, Massa precisou abandonar a corrida também por superaquecimento, além de Palmer que havia abandonado na décima sexta volta.
Danny fez seu segundo pit stop na trigésima nona volta e o pit stop acabou sendo um pouco mais demorado, 4,1 segundos, por um atraso ao encaixar a roda dianteira direita, mas Danny conseguiu sair ainda em sétimo. Isso causou um receio entre os mecânicos. Não havia sido 13 segundos como em Mônaco, mas era uma pequena falha.
Na quadragésima sétima volta, Max precisou fazer outro pit stop, mas acabou conseguindo sair novamente em quarto lugar e tinha pouco mais de 20 voltas para o final e parecia que tudo estava na mesma. Na quinquagésima volta, Danny conseguiu passar Rosberg e cair para sexto, mas ainda estava caçando Kimi à sua frente.
A corrida seguiu sem muitas alterações. Max acabou trocando de posições com Rosberg algumas vezes, mas conseguiu se manter em quarto, já Danny não avançou da sétima posição, me deixando frustrada. Ouvi muitos falarem que ele era ingrato por reclamar de um segundo lugar em Mônaco e, sim, havia sido um feito incrível, mas sentimos como se fosse uma derrota e outra estava acontecendo novamente. Com esse pódio de Vettel em segundo lugar, o alemão com certeza passaria Danny no campeonato e precisávamos correr atrás logo.
Hamilton, Vettel e Bottas ficaram no pódio e as emoções na garagem da RBR eram divididas. Max ficou em quarto lugar e Danny em sétimo. A equipe comemorava, mas a feição minha, de Mike e dos caras era de uma pequena desconfiança. Que merda está rolando aqui?!
- Merda... – Sussurrei.
- Respira, respira... – Maria falou no mesmo tom para mim. – Eu vou atrás dele, vocês o esperam no vestiário. – Ela disse, saindo e empurrei o fone para o pescoço, me aproximando dos caras na área do bar.
- Alguém com a pulga atrás da orelha? – Cochichei.
- Não foi uma boa corrida. – Mike disse.
- Por que agora? – Perguntei e nos entreolhamos, suspirando.
Desviei o rosto para a garagem, vendo Christian se encontrar com o engenheiro de Simon e suspirei. Que seja só desconfiança da minha cabeça, por favor.

Daniel

Saí do carro, cumprimentando rapidamente o valet e vi e Michael saindo do outro lado. Os cabelos ondulados de sacudiram com o vento forte, me fazendo sorrir e ela seguiu para a calçada ao meu lado. Contive uma piscadela, deixando-a andar à minha frente e dei um rápido aceno para os fotógrafos na porta antes de entrar no restaurante.
tirava o casaco e entregava para o maitre e vi Blake, Tom e Alex acenando para nós da parte de dentro. deu um rápido aceno e seguiu para dentro. Enquanto isso, eu e Michael nos livramos de nossos casacos pesados também e fomos atrás dela. Era bom tirar aquela roupa da Red Bull de vez em quando.
- Oi, gente! – falou um pouco mais alto.
- Quer sentar no sofá? – Blake perguntou.
- Eu sempre quero! – Ela disse, rindo e ele se levantou para deslizar pelo sofá e Blake indicou para mim.
- Vai, senta, senta! – Ele disse, rindo e entrei no pequeno sofá circular com , Alex e Tom. Michael e Blake ficaram nas cadeiras nas pontas.
- Ah, quanto tempo faz que não sai todo mundo para jantar? – comentou e levei minha mão até a sua, entrelaçando nossos dedos e apoiando em sua perna.
- Olha, você é novata aqui, a gente faz isso sempre! – Alex disse e revirou os olhos, lhe mostrando a ponta da língua. – O quê? É verdade!
- É, mas nunca estiveram comigo. Então não conta. – Ela abanou a mão, nos fazendo rir.
- Bom, mas agora você está como nossa amiga ou como namoradinha do Danny...?
- Não somos... – Eu e falamos juntos, virando um para o outro e rimos juntos.
- Ainda não. – Falei e ela riu fracamente, apertando nossas mãos uma com a outra.
- É... – Ela riu.
- Ok, ela está como namoradinha. – Blake disse, me fazendo rir.
- Garanto que vai ser mais tarde... – Cantarolei, fazendo a gargalhada de ficar mais alta.
- Ah, cara... – Michael bateu a mão no rosto e ri,
- É uma imagem estranha, cara. – Tom disse, apoiando a cabeça na mesa.
- Desculpe, desculpe! – Falei, rindo.
- Ah, como é bom não ser mais a solitária do grupo. – disse, rindo.
- Eu não sei como vou me acostumar com isso, mas funciona, caras. – Tom sorriu. – É um casal bonito.
- Obrigado. – Falei sorrindo.
- É, mas não por você! Por ela! – Pressionei os lábios, ouvindo as risadas dos caras.
- Valeu, cara. Valeu! – Empurrei-o, fazendo-o rir.
- Boa noite, senhores. – Uma mulher apareceu a meu lado. – Eu vou servi-los essa noite, aqui estão os cardápios... – Ela distribuiu alguns pela mesa e entreguei um para ao meu lado. – Gostariam de beber alguma coisa?
- Vinho? – Virei para .
- Hum... – Ela pensou por um momento. – Vocês não preferem uma cerveja?
- Está frio para isso... – Michael falou mais rápido do que eu, me fazendo rir.
- Um bom tinto? – Sugeri para ela, vendo-a ponderar com a cabeça.
- Sim, claro... – Ela ergueu o rosto para a garçonete. – Duas garrafas do seu melhor tinto seco nacional, por favor. – Ela pediu e a garçonete assentiu com a cabeça. – E uma garrafa de água para mim.
- Duas! – Alex pediu também.
- Mais algo por enquanto?
- Não, está tudo bem. – Falei e ela se retirou.
- Você está trabalhando? – Tom sussurrou para ela.
- Não. – Ela disse, rindo. – Mas é bom conhecer os rótulos nacionais. – Ela deu de ombros.
- É nesses momentos que eu me pergunto se vocês combinam... – Tom disse e ergui meu rosto.
- Por quê? – Perguntei, rindo.
- Ah, qual é! Ela é totalmente culta e você é um Zé Mané! – A mesa explodiu em gargalhadas, inclusive de ao meu lado.
- Ah, gente, para! – Ela disse, rindo. – Conversamos sobre isso há um tempo e chegamos à conclusão de que somos farinha do mesmo saco na Austrália. Dois caipiras e roceiros mas, fora dela, nós temos duas profissões consideradas esnobes. – deu de ombros.
- E aí fica a dúvida: quem é mais metido? – Michael perguntou, nos fazendo rir.
- Ele é mais aparecido e eu sou mais sofisticada. – Ela disse, abrindo o cardápio.
- Eu concordo! – Blake disse, nos fazendo rir.
- Ok, o que querem comer? – Alex perguntou e olhei para o cardápio junto de .
- Lanche ou steak? – Ela perguntou e suspirei.
- Não quero ficar muito pesado. – Cochichei para ela, ouvindo-a rir.
- Eu não sei o que é pior... – Rimos juntos. – Eu quero risoto com mignon. – Ela disse, deslizando o cardápio para minha frente.
- Eu vou na da porque ela sempre escolhe as coisas boas. – Blake disse, fechando o cardápio.
- Com licença. – A garçonete voltou com as bebidas. – O que acha? – Ela ofereceu para que passou as unhas curtas no rótulo.
- Parece perfeito. – Ela disse e a mulher acabou com a primeira garrafa nas primeiras quatro taças e deixou o restante da segunda garrafa na mesa.
- Já sabem os pedidos? – Ela perguntou.
- Eu quero o risoto do dia com escalope de mignon, por favor. – foi a primeira a falar.
- Dois! – Blake disse com ela.
- Três... – Michael disse, rindo.
- Acho que vai ser para todo mundo. – Falei, rindo. – Tem pistache?
- Não, hoje é alho poro com bacon. – Ela disse.
- Quatro, então.
- Cinco! – Tom disse.
- Seis! – Alex foi o último, fazendo rir.
- Aqui um aperitivo para vocês... – Ela deixou uma tábua com uma variedade de pães, embutidos e patês antes de se retirar.
- É disso que a gente gosta. – disse rindo, pegando um pedaço de pão e colocando na boca, me fazendo sorrir.
- Por que não fazemos um brinde? – Michael sugeriu. – Faz tempo que não estamos juntos fora da Austrália.
- À nós e nossa amizade? – Blake disse.
- Sim, o que acham? – Michael pegou sua taça e e Blake fizeram o mesmo.
- À nós e novos começos. – Ergui a minha, virando para que riu fracamente.
- A nós e ao casalzinho ternura aí do lado. – Tom disse, nos fazendo rir e ouvimos o tilintar de nossas taças e logo bebi um gole, feliz pelo gosto.
- Hum, isso é bom! – disse, mexendo na garrafa.
- Eu disse que dá para confiar na . – Blake disse, nos fazendo rir.
- Anos e anos de prática. – Ela suspirou.
- Falando nisso... Danny disse que você vai sair da... Você sabe... – Alex disse.
- É... Acho que está na hora de eu finalmente abrir o meu restaurante. – Ela disse e aquilo me fez sorrir.
- Você sabe que vai ser um sucesso, né?! A gente vai levar todo mundo para lá. – Tom disse, nos fazendo rir.
- Eu sei, gente! E agradeço o apoio, mas vamos desacelerar um pouco. – Ela suspirou. – Eu tenho até o fim do ano com eles, depois preciso voltar a estudar um pouco.
- Já falei que quero entrar de sócio. – Falei, ouvindo-a rir.
- As coisas mudaram agora, Danny... – Ela abaixou o tom para falar comigo.
- Por quê? – Peguei um pedaço de salame da tábua.
- Você quer entrar de sócio de um empreendimento da sua peguete? Sério? – Ela perguntou, rindo.
- Não, quero entrar de sócia no empreendimento da minha melhor amiga. – Falei e ela riu fracamente.
- As coisas mudam, Danny...
- Não isso. – Falei sério, dando um beijo em seus lábios.
- Danny... – Ela falou, rindo, desviando o olhar.
- O quê? Eu não estou escondendo... – Dei de ombros.
- Dos seus pais sim. – Ela disse, rindo.
- É, mas eles estão bem longes daqui... – Falei, rindo.
- Não gostaria que eles soubessem da gente por uma foto. – Ela disse, rindo.
- Ok... Justo! Mas é difícil me conter... – Ela riu fracamente.
- Continuando! – Virei o rosto para a mesa. – Vocês gostariam de ficar sozinhos? – Alex perguntou, me fazendo rir.
- Até gostaria, mas não aqui. – Falei, ouvindo rir.
- Ah, já vi que eu devo pegar um protetor de ouvido se eu quiser dormir. – Michael sussurrou, me fazendo rir.
- É... Talvez todos vocês devam. – Dei um sorriso, ouvindo gargalhar alto.
- Ah, eu vou para o inferno. – Ela disse rindo antes de colocar outro pedaço de pão na boca.



- Boa noite, meninos! – Falei, dando um rápido aceno com a mão.
- VÊ SE NÃO FAZ ESCÂNDALO, HEIN?! – Michael gritou, me fazendo rir.
- Meu nome não é Jemma! – Falei, ouvindo as gargalhadas deles e Danny revirava os olhos ao meu lado. – Vamos, dramático! – Dei um beijo em sua bochecha, vendo um sorriso se formar em seu rosto. – Vamos para cama... – Sussurrei, mordiscando o lábio inferior, ouvindo-o rir.
- Você é perfeita, sabia? – Ri fracamente, seguindo pelo corredor, tirando o pesado casaco pelo meio do caminho.
Entrei no quarto que oficialmente dividíamos e joguei o casaco na poltrona no canto dela e puxei o suéter, ficando com a cacharrel fina preta por baixo. Fui até o banheiro e fechei a porta para poder fazer minhas necessidades, escovar os dentes e soltar os cabelos do rabo de cavalo que fiz para jantar.
Saí do banheiro, encontrando Danny sentado na cama só com a calça jeans e as meias e ri fracamente. Ele se levantou e estalou um beijo em minha bochecha antes de seguir para dentro do banheiro. Aproveitei para tirar os coturnos dos pés e suspirei, sentindo o mesmo nervosismo da primeira vez me atingir.
Eu não sei como consegui fazer qualquer coisa naquele dia, parece que eu simplesmente fui puxada por um ímã. Danny sabe o que fazer e faz muito bem, além de que me mostrou que sim, ele é romântico e eu estava vendo isso em suas ações nesses últimos dias em Londres e aqui em Montréal.
Só não tínhamos transado novamente pela presença dos meninos e pela correria, mas eu estava desesperada para fazer isso novamente. Dessa vez com calma e sem aquele clima dramático da perda da corrida e as curiosidades da primeira vez com meu melhor amigo. Mas acho que já estava ficando nervosa novamente só de olhar para aquele corpo perfeito de Danny.
Me levantei rapidamente, ligando o aquecedor do quarto e me aproximei da janela do último andar do hotel e observei Montréal por uns minutos ali. Era loucura pensar que era considerado um circuito urbano quando o circuito ficava praticamente em uma ilha no meio da cidade. Fechei o blecaute da cortina e virei o rosto quando ouvi o barulho da porta.
- Oi... – Falei, vendo Danny passando as mãos na calça.
- Oi... – Ele sorriu, andando em minha direção. – Aproveitando a vista?
- É minha primeira vez aqui, preciso aproveitar. – Dei de ombros.
- Dá para gente aproveitar um pouco ainda, falei com Felipe, ele e outros corredores vão pegar um jatinho para Baku, falei que aceitava a carona se pudesse te levar. – Ele me abraçou pela cintura e senti como seu peito estava quente.
- Tem certeza? – Passei meus braços em seus ombros. – Digo... Pilotos e eu?
- E as esposas ou namoradas deles. – Ele disse, rindo.
- Ok, agora melhorou. – Ri fracamente. – E os caras?
- Os caras vão para Londres antes e o Michael vai com eles... – Assenti com a cabeça.
- Tudo para nos deixar sozinhos? – Acariciei sua nuca, vendo-o inclinar o rosto para trás em cócegas.
- Você é minha prioridade agora, ... Já passei muito tempo com eles. – Rimos juntos.
- E comigo não?! – Apertei meus braços em sua nuca, aproximando mais nossos rostos.
- Não desse jeito. – Suas mãos subiram pelas minhas costas por dentro da blusa.
- E o que você quer, hum?! – Rocei nossos lábios devagar.
- Eu quero repetir o que aconteceu naquele 29 de maio. – Ele deu um curto beijo em meus lábios, me fazendo rir fracamente.
- Agora vai ficar fixo de transar em dias de corrida? – Brinquei, fazendo-o rir.
- Não só em dias de corrida... – Ele deu um beijo em minha bochecha, deslizando os lábios e a barba pelo meu rosto. – A gente logo chega na Áustria e teremos o motorhome de novo... – Ri fracamente.
- E você me quer no motorhome? Depois de tudo? – Ergui o olhar para ele.
- Eu quero que você esqueça aquele dia... – Ele falou sério. – Eu fui um idiota... – Ele levou a mão para meu rosto, acariciando-o devagar. – Eu estou apaixonado por você, ... – Abri um largo sorriso. – Me desculpe...
- Eu não quero ver aquele Daniel nunca mais. – Falei séria.
- Eu estou contigo agora, . Você nunca mais vai ver aquele cara...
- Mesmo se um dia não estivermos mais juntos... Você não é assim.
- Eu vou me garantir que a gente não precise dessa parte, pois eu quero ficar contigo para o resto da vida. – Ri fracamente.
- Eu gosto do Danny romântico. – Falei sorrindo.
- Eu não menti, . Eu topo se você topar. – Ri fracamente antes de apertar meus braços em seu corpo e colei nossos lábios por alguns segundos.
- Eu topo... – Falei fracamente, colando nossos lábios novamente.
Suas mãos deslizarem pelo meu corpo, me puxando para mais perto de si e meus braços foram para seus ombros. Nossos narizes roçaram algumas vezes antes de ele sugar minha língua para sua boca e nossos lábios começarem a se chocar de forma bagunçada, nos fazendo rir. Ele acariciou meu rosto, adentrando a mão nos cabelos e mordiscou meu lábio inferior, focando seus olhos nos meus.
Sua outra mão subiu para minhas costas, fazendo meu corpo relaxar com o choque da sua mão quente em meu corpo frio. Deslizei minhas mãos pela sua nuca, subindo para seus cachos e logo deslizei-a novamente pelo seu corpo, sentindo os músculos torneados. Ele deslizou a mão de meus cabelos para minha nuca e delineou meu corpo devagar até deslizar pelo meu corpo novamente.
Suas mãos foram para as laterais do meu corpo e ele deu um curto beijo em meus lábios antes de colocar uma distância segura entre eles. Nunca defini muito bem a cor de seus olhos, às vezes eles se tornavam cor de mel, às vezes quase esverdeados, mas hoje haviam se tornado castanhos e me encaravam de forma que fazia meu corpo se arrepiar.
Suas mãos subiram pelo meu corpo, puxando a blusa consigo e só consegui acompanhar seus movimentos quando suas mãos chegaram à altura dos meus seios. Meus braços foram automaticamente para cima e peguei o acúmulo de tecido e puxei-o para cima, sentindo suas mãos em minha barriga antes de eu tirar a peça completamente. Seus olhos me encaravam da mesma forma, mas agora ele tinha um sorrisinho de canto e esse eu definia muito bem depois dos últimos acontecimentos.
Ele aproveitou a mão próxima ao meu peito e tocou por cima do sutiã, colando os lábios em minha bochecha mais uma vez antes de deslizar devagar para baixo. Seus lábios encontraram meu pescoço, distribuindo beijos espaçados pelo local, encontrando minha omoplata com a tatuagem para meus pais e depois desceu para meus seios.
Ele passou a língua entre eles, me fazendo contrair o corpo e passei uma mão na linha dos cabelos, jogando-os para trás. A mão de Danny apertou minha cintura, deslizando o polegar em minha barriga e ele desceu a língua para a parte que escapava do sutiã. Apoiei minha mão em sua nuca, acariciando os cachos.
Apoiei meu queixo em sua cabeça e suspirei quando ele puxou meu sutiã para baixo e seus lábios tocaram meu mamilo. Um gemido escapou de meus lábios, como se fogo e gelo se tocassem e a alça de meu sutiã caiu de meu ombro. A mão livre de Danny deslizou pelas minhas costas e mordisquei meu lábio inferior quando ele soltou a peça de roupa.
Seu rosto se ergueu para o meu, seus lábios sorriram e ri fracamente. Puxei o sutiã pelo centro, jogando-o para o lado e Daniel apertou as mãos em minha cintura, colando seu peito no meu. Ri fracamente, sentindo sua língua em meus lábios e suguei-a para minha boca. Nossas línguas procuravam espaço na boca do outro e nossos narizes roçavam diversas vezes.
Apertei sua nuca novamente, puxando levemente seus cabelos vez ou outra. Suas mãos desceram pelo meu corpo junto de seus lábios e apertei minhas mãos em seus ombros quando ele apertou atrás de minha coxa e me ergueu.
- Danny... – Falei, rindo, colando minha testa na dele.
- Eu tenho algumas coisas guardadas na manga. – Ele andou para perto da cama, me sentando nela e tombei meu corpo para trás, apoiando os antebraços na superfície.
- Quais coisas? – Perguntei, rindo e ele se colocou entre minhas pernas.
- Você sabe o honey badger? – Ele se inclinou em minha direção, levando as mãos até minha calça.
- Yeah... Vagamente. – Falei, rindo e ele soltou o botão e o zíper.
- Eles possuem um jeito diferente de defesa quando são atacados. – Ele puxou o jeans em minhas coxas, puxando a calça para baixo, me fazendo rir quando parte da calcinha desceu também.
- Sim, eu sei... A criatura fofa se transforma em uma das mais temidas do reino animal. – Ele puxou a parte de baixo da calça, tirando-a de meus pés...
- Mas você sabe que parte eles atacam? – Ouvi minha calça cair no chão e ele se colocou entre minhas pernas novamente.
- Não... – Falei, rindo, já sabendo onde exatamente ele queria chegar e não era na história. – Onde?
- Na região íntima. – Rimos juntos e deixei meu corpo cair para trás.
- Não acredito que você disse isso agora! – Joguei a cabeça para trás rindo.
- Você riu. – Senti suas mãos em minhas coxas.
- Eu rio de tudo o que você diz desde 92, Daniel. Agora só tem a piorar, porque agora vou rir até com seu sorriso. – Ele puxou minha calcinha e ergui o quadril rapidamente para ajudá-lo a tirar.
- Quero ver se você vai rir disso... – Suspirei quando ele deu um beijo em minha virilha.
- Daniel... – Ergui o rosto um pouco e suspirei quando ele lambeu a extensão de minha vagina, fazendo meu corpo tremer. – Merda... – Suspirei.
Meu corpo se contraiu automaticamente e minha cabeça foi para trás. Danny deu curtos beijos em minha vagina, passando a língua em meu clitóris. Uma de suas mãos apertou minha coxa e a outra foi para minha vagina, entreabrindo os lábios para sua língua entrar com mais facilidade. Aquilo fazia meu corpo e pernas tremerem.
- Merda... Dan... – Minha voz saiu em um sussurro.
Danny apertou os dois braços em volta de minhas pernas, me fazendo deslizar mais para baixo e seus lábios começaram a sugar com mais força meu clitóris e a língua deslizar pela minha entrada, adentrando-a aos poucos. Levei minha mão para sua cabeça, fechando os dedos entre os cachos e a outra apertou meu seio.
- Dan... Dan... – Meu corpo começou a se contrair e minhas mãos apertarem em seus cabelos. – Devagar... Devagar... – Soltei em um suspiro, mas já era tarde. – Ah!
Meu corpo se contraiu com uma sugada de Dan em meu clitóris e um gemido falho escapou de meus lábios, fazendo meu corpo se relaxar aos poucos e minhas mãos soltarem seus cabelos e meu seio, deixando minha respiração acelerada mais evidente.
- Como você está? – Ele perguntou e senti suas pernas deslizarem pelas minhas quando ele subiu para cima de mim.
- Porra, Dan... – Suspirei, sentindo sua ereção deslizar em meu corpo. – Isso foi incrível... – Soltei um suspiro, sentindo-o beijar meu rosto e fechei meus olhos por alguns segundos, passando a mão em seu corpo.
- Eu te disse que o honey badger ataca... – Gargalhei, abrindo os olhos e pressionei nossos lábios por alguns segundos.
- Eu gostei dessa tática. – Ergui a outra mão para seu rosto, acariciando sua barba. – Homens não vão direito para...
- Tem homens que são idiotas. – Ele disse sério. – Não sabem o que é bom... – Ri fracamente, pressionando meus lábios nos seus novamente.
- Eu adorei... – Ele sorriu, mordiscando meu lábio. – Quero mais...
- Vou pegar uma camisinha. – Ele disse, rindo e assenti com a cabeça.
Deixei meu corpo relaxar um pouco enquanto ouvia Danny mexer na sua mochila ou na minha e meu peito subia e descia com a respiração acelerada. Ergui o rosto, encontrando Danny ao meu lado terminando de abaixar sua boxer e suspirei com sua ereção. O pacote completo era muito bom. Ele colocou a camisinha, jogando a embalagem fora e seu olhar se encontrou com o meu.
- Eu adoro seu sorriso. – Ele disse, me fazendo rir.
- Esse é o sorriso bêbado. – Suspirei e ele se colocou entre minhas pernas novamente. – Sorriso de sexo...
- Já é meu favorito. – Ri fracamente e suas mãos deslizaram pelas minhas pernas. – Quer ficar em cima de novo? – Sorri.
- Não... Você tem que fazer um pouco do trabalho também. – Ri fracamente e ele apoiou o joelho na cama, afundando-a e ele se colocou em cima de mim.
- Eu tenho que fazer todo trabalho hoje, é?! – Ele falou, rindo e sorri, acariciando seu rosto.
- Eu gosto dessa intimidade. – Suspirei. – É da amizade? – Franzi a testa e ele negou com a cabeça, roçando nossos lábios.
- Não, somos nós. – Ele disse, me fazendo sorrir e seus lábios tocaram os meus novamente.
Minhas mãos subiram para seu rosto, adentrando seus cabelos e suas mãos apertaram com firmeza minha cintura enquanto ele se ajeitava em cima de mim, deixando o corpo um pouco mais alto. Nossos lábios se separaram por um momento, mas nossas respirações continuaram próximas.
- Devagar, baby... – Ele sussurrou e soltei um suspiro quando ele deslizou o pênis para dentro de mim, entrando devagar.
- Ah, porra... – Suspirei, sentindo-o entrar apertado e fechei os olhos. – Porra, Dan...
Senti seus lábios em meu rosto, dando curtos beijos e abracei-o pela cintura quando ele chegou até o fim. Apertei meus braços em seu corpo, deslizando as mãos pelas suas costas e apertando sua bunda, ouvindo-o rir perto do meu ouvido.
Danny apoiou as mãos na cama, erguendo o corpo um pouco e ele começou a deslizar para dentro de mim em um vai e vem contínuo, fazendo meu corpo responder aos seus estímulos. Os gemidos começaram a escapar de meus lábios naturalmente, me fazendo apertar os músculos de suas costas com força e deixar meu corpo ser inebriado por tudo. Seus lábios afundaram em meu pescoço e sua respiração forte e suspiros faziam meu corpo se arrepiar.
- Porra, ... – Ele suspirou.
- Vai, baby... – Falei no mesmo tom de voz.
Nossas respirações abafadas se misturaram, o suor já deslizava pelo meu corpo e rosto, e meu corpo começava a se contrair com o orgasmo iminente. Meu gemido saiu um pouco mais alto em uma estocada, me fazendo gozar. Um suspiro forte saiu de meus lábios e deixei minha cabeça tombar para trás enquanto os braços relaxavam em seu corpo. Danny deu mais duas estocadas antes de também soltar um gemido mais forte.
- Porra... – Ele suspirou. – Merda, ... – Ri com ele, abrindo um largo sorriso.
- Merda... – Suspirei e ele saiu de dentro de mim, me fazendo gemer mais uma vez. – Merda, Dan... – Ele se jogou ao meu lado, passando um braço em minha barriga.
- Quem é esse Dan, hein?! – Ri fracamente, sentindo-o me puxar para perto de si e apoiei minha mão em cima da dele antes de sentir um beijo em minha bochecha.
- Seu apelido no sexo. – Falei, rindo em seguida. – Veio natural, baby... Assim como esse baby também! – Rimos juntos.
- Hum, acho que esse é meu favorito. – Virei o rosto para ele, vendo-o perto.
- Dan é no sexo, Danny é meu melhor amigo e baby é romântico... – Ele riu fracamente.
- Baby... – Ele beijou meu rosto. – é minha amiga, Wandinha é quando você está triste... – Ri fracamente. – E baby pode ser romântico e no sexo. Tem baby... – Ele falou suave. – E baby! – Ele falou firme, me fazendo rir. – Você escolhe.
- Você escolhe, baby. – Suspirei. – Não consigo pensar agora... Em nada...
- Você quer dormir? – Ele acariciou minha barriga.
- Acho que não é para tanto. – Acariciei seu rosto. – Só preciso de cinco minutos, depois estou pronta para a próxima. – Ele abriu um sorriso sacana.
- Hum, gostei de ouvir isso. – Ele riu fracamente. – Mas acho que preciso de mais do que cinco minutos. – Sorri.
- Eu posso te ajudar nisso. – Falei, mas o sono bateu antes disso.

Daniel

- Quem vai estar lá? – perguntou e virei nossas mãos entrelaçadas, apoiando-as em sua coxa.
- Felipe, Max, Jenson, David, Esteban e Britney…
- Nico? – Ela perguntou, rindo.
- É! – Ri com ela. – É força do hábito. – Ela negou com a cabeça.
- Ah, Dan, chamar o cara de Britney, fala sério... – Ela negou com a cabeça e virei o rosto, dando um beijo em sua cabeça, fazendo-a sorrir.
- Achei que Dan fosse só quando estamos sozinhos... – Sussurrei.
- Talvez... – Ela disse sorrindo e apertei meu braço em seu ombro.
- Será que tem mais de um banheiro nesse jatinho? – Sussurrei, ouvindo-a rir.
- Você vai se comportar, Daniel! – Ela virou o rosto para mim e colei nossos lábios rapidamente.
- Não prometo nada. – Ela negou com a cabeça, voltando a apoiar a cabeça em meu ombro.
- Como você vai me apresentar? Melhor amiga? – Ri fracamente.
- Não mesmo! Você é minha garota. – Dei um sorriso ao falar isso. – Além de que o Felipe sabe um pouco do nosso rolo, eu só não cheguei a atualizar os fatos depois disso. E o Nico era um dos me julgando naquele dia no restaurante em Xangai quando eu falei que você era só minha amiga. – Ela riu fracamente.
- Por que julgando?
- Eles acharam ser impossível você ser só minha amiga. – Ela riu fracamente.
- Bem... Naquela época era impossível, mas eu já estava gostando de você...
- Eu também. – Deixei mais um beijo em sua cabeça. – Acho que aconteceu como devia, baby. Só a Espanha que eu me perdi um pouco, mas...
- Mas conseguimos nos encontrar. – Sua voz se sobressaiu a minha. – Não quero ouvir mais sobre Espanha. – Ela disse firme. – Para garantia, nunca mais vou para Espanha... – Ri fracamente.
- Não... Você precisa ir novamente comigo para gente limpar esse trauma. – Ela suspirou.
- Você está acabando com todos meus traumas, Danny. Preciso definir se isso é bom ou ruim... – Ri fracamente.
- Bom, sempre bom! Como amigo ou namorado, o que tivermos, eu vou sempre garantir que você seja feliz. – Ela riu fracamente.
- Você que batalhe para isso, Daniel. Se eu não me engano, no domingo você disse que topava tudo comigo... – Suspirei.
- Hum... Eu disse isso, não é mesmo? – Rimos juntos e sorri com seu sorriso.
- Senhor, onde posso deixá-los? – O motorista perguntou.
- Terminal privativo, por favor. – Falei.
Não demorou para que ele nos deixasse na entrada do aeroporto privativo de Montréal. desceu à minha frente e o motorista nos ajudou a tirar as grandes malas do porta-malas. Agradeci ao motorista e seguimos para dentro do aeroporto, cada um com uma grande mochila e grande mala conosco. Ao menos Baku estará com uma temperatura parecida com Mônaco e poderia deixar de lado os casacos pesados... E ver as pernas de novamente.
Me informei com alguns funcionários sobre o embarque que Nico reservou e ela nos guiou até a área de embarque. Eu e fizemos nossa emigração, nossos passaportes foram carimbados mais uma vez e despachamos nossas malas. Outro funcionário nos indicou para a pista e segurei a mão de por esse caminho, podendo fazer isso sem a preocupação de fotógrafos.
- Boa viagem, senhor. – Ele disse e agradecemos com um aceno de cabeça e um sorriso.
- Pronta? – Perguntei para , avistando o jatinho e ela suspirou.
- Vamos lá...
Puxei-a comigo e caminhamos pela pista até o jatinho branco ali no meio. Tinha alguns funcionários em volta que nos receberam no avião. Ouvi algumas vozes e subi as escadas antes, soltando a mão de ao fazê-lo e encontrei Max, Jenson, David e Nico já lá dentro, junto de suas namoradas, com exceção de Max que era solteiro, até onde eu me lembrava.
- Howdy, mates! – Falei.
- Ei, Danny boy! – Jenson foi o primeiro a se levantar e trocamos um rápido abraço e depois abracei David, Max e Nico foi o último.
- Obrigado pelo convite! – Falei para Rosberg.
- Ah, que isso, fazer algo diferente para variar. – Ele disse, rindo. – Vejo que trouxe companhia... – Virei para trás, vendo ainda na porta.
- Sim... – Ri fracamente, sentindo meu rosto esquentar. – Essa é ...
- Sua amiga? – Nico me provocou, me fazendo rir.
- Não só amiga. – Ela riu, negando com a cabeça. – Ela é minha garota.
- AH, GAROTO! EU FALEI QUE ERA IMPOSSÍVEL ELA SER SÓ SUA AMIGA! – O alemão me sacudiu, me fazendo rir com eles e até gargalhou da reação exagerada dele. – Prazer em te conhecer, eu sou Nico. – Ele se aproximou de e ela riu fracamente.
- É um prazer te conhecer. – Eles trocaram um aperto de mão. – Eu sou ...
- Essa é a sua “amiga” que estava te acompanhando? – David Coulthard perguntou, rindo.
- É... – Ponderei com a cabeça. – Agora é muito mais. – Eles riram.
- Café dos campeões? – Ele perguntou, rindo.
- Primeira coisa pela manhã. – Falei, rindo, confirmando com a sua expressão de que o café da manhã dos campeões é o sexo matinal.
- Oi, Daniel! – Vivian, esposa de Nico me cumprimentou.
- Oi, senhoras! – Falei, abraçando-a e acenei para Brittny e Karen.
- Como você está, querido? – Karen perguntou.
- Tudo bem. – Sorri e vi finalmente terminar de cumprimentar os caras e se aproximar de mim.
- Oi, Max! – Ela cumprimentou meu companheiro de equipe.
- Oi, . Entrou oficialmente para o grupo de WAGs*? – Ela riu fracamente.
- Vamos devagar... – Ela disse sorrindo para mim.
- , essas são Vivian, esposa de Nico, Brittny, namorado do Jenson, e Karen, esposa do David. – Apresentei-as, vendo também receber um abraço de Vivian.
- Oi, prazer em conhecê-las. Eu sou . – Ela acenou tímida e sorri.
- Senta aqui com a gente! Eles só fazem bagunça lá na frente! – Karen disse e ri fracamente.
- Fala aí, galera! Estou muito atrasado? – Virei para a porta, vendo Felipe entrar com Raffaela.
- Falta o Esteban ainda. – Jenson disse, rindo, cumprimentando meu amigo brasileiro e demorou um pouco para que meu amigo brasileiro se aproximasse.
- Ei, Danny boy! – O mais baixo me cumprimentou e trocamos um rápido abraço.
- Fala aí, cara! – Dei alguns tapinhas em suas costas. – Bom te ver!
- Você também! Veio solo ou acompanhando?
- Acompanhado... – Indiquei o fundo do avião com a cabeça.
- Mentira! – Ele disse, rindo, abaixando o tom de voz. – Oficializaram?
- Não completamente, mas somos um casal agora. – Falei, rindo fracamente.
- Parabéns, cara! Eu estou feliz por você. – Sorri.
- Obrigado. – Assenti com a cabeça.
- , que surpresa te ver aqui! – Ele falou mais alto, me fazendo rir.
- Para mim não é surpresa nenhuma! – Raffa disse abraçando . – Tinha certeza de que era só questão de tempo para eles ficarem juntos. – riu. – Eu estou feliz por vocês.
- Obrigado... – Vi os lábios de se mexer e sorri.
- Cheguei! Cheguei! – Viramos para a porta novamente, vento Esteban Gutierrez entrar com Mónica, se eu não me engano, sua namorada.
Não demorou para que a devidas apresentações e risadas acontecessem mais uma vez, mas estávamos prontos para ir embora, tínhamos umas seis horas até Baku no Azerbaijão, lugar do novo circuito de F1.
- Baby... – Apoiei no teto do avião ao me aproximar de . – Você vai ficar bem aí?
- Sim, é claro! – Ela disse, rindo. – Vá se divertir. – Assenti com a cabeça e dei um beijo em sua testa.
- Eu estarei... – Indiquei a frente do avião, fazendo-a rir.
- Vai ser fácil te encontrar. – Rimos juntos e me afastei pelo corredor.
- É, vocês são fofos. – Ouvi Raffa falar, me fazendo rir.
Me sentei em uma poltrona, preparando com o cinto de segurança e afins para o avião partir e ficou um silêncio caricato durante a decolagem. Observei de longe, mas ela estava bem ali. O tempo chuvoso em Montréal fez o jatinho sacudir um pouco, mas não teve nenhum desespero maior ali. Quando o avião nivelou, as conversas voltaram a ficar um pouco mais altas.
- Eu vou ser o fofoqueiro da vez. – Nico falou, se ajeitando na poltrona à minha frente. – O que aconteceu entre aquele jantar na China que vocês só eram amigos para você trazê-la aqui? – Ri fracamente, negando com a cabeça.
- Mônaco aconteceu. – Felipe falou antes, me fazendo rir.
- Aconteceu muita coisa. – Falei. – Sendo bem honesto, não sei colocar em uma linha do tempo. Fomos para Mônaco visitar o Felipe, depois teve algumas brigas entre a gente, mas oficialmente, oficialmente, aconteceu tudo em Mônaco agora. – Falei, rindo. – Mas eu estou feliz. – Virei para que também falava com as mulheres, imaginando que o papo seria o mesmo.
- Eu e a Raffa bem que conversamos... – Felipe disse, rindo. – Ela disse exatamente a mesma coisa que conversamos para a Raffa. – Ele disse, rindo.
- E você não podia me avisar, não?! – Falei, ouvindo-o gargalhar.
- Ah, não mesmo, vocês precisavam acertar isso sozinhos. E deu certo. – Ele riu e neguei com a cabeça.
- É... – Ri fracamente. – Só nossos amigos sabem por enquanto, estamos aproveitando antes de contar para meus pais que depois de 24 anos de amizade, somos mais do que amigos. – Eles gargalharam.
- Essa até eu quero ver! – David disse, me fazendo rir.
- Não estou com pressa para isso agora. – Neguei com a cabeça. – Só quero aproveitar. – Suspirei.
- Aproveite, cara! Ela parece legal... – David disse, rindo e a risada das mulheres fez nossa risada se desviar para elas e um sorriso mais largo apareceu em meu rosto com rindo.
- Ela é... – Sorri. – Ela é demais!

*WAGs: expressão para designar namoradas ou esposas de famosos no mundo do esporte.

Capítulo 21

Perth, Austrália, 2006

A chegada de 2006 veio com muita excitação para os alunos da escola. Com a chegada do último ano, eles tinham menos aulas dentro da sala de aula e bastantes janelas livres. Além disso, o prédio da escola havia mudado e agora ficava há um quarteirão de City Beach, a praia que eles mais gostavam de frequentar, então qualquer tempo livre, os diversos grupos de amigos estavam na praia aproveitando o começo de um ano pesado e confuso para muitas pessoas.
Daniel tinha uma ideia fixa na cabeça, investiria em corrida até chegar à Fórmula Um, mas sabia o valor para chegar lá e essa parte era mais complicada, já que sua família não era rica. tinha algumas opções convencionais na mesa como relações internacionais e até direito, mas o que ela gostava mesmo era de cozinhar, uma surpresa no meio de sua confusão.
Entre seus amigos, as escolhas estavam mais certas do que a dela. Michael queria fazer educação física e ficaria em Perth mesmo, Blake queria focar em administração, Déborah em biologia marinha, fazendo todos pensar o que aconteceria com o casal, já que a faculdade dos sonhos dela era em Sydney, já Tom e Alex lutavam para se formar na escola antes de pensar em uma carreira. Jemma falava em seguir a carreira da família e ser design de joias, mas ela nem sabia a faculdade necessária para fazer isso.
Independente da decisão que todos fariam até o final do ano, a única certeza é que a maioria dos alunos se encontrariam na praia no final do dia. Um luau não declarado acontecia no centro de City Beach, em um lugar sem muitos restaurantes em volta. Alguém sempre tinha um rádio com músicas antigas e alguns irmãos mais velhos sempre apareciam com pranchas de surfe, um violão e uma bola de futebol... Isso se não escondessem dentro da mochila mesmo.
E era isso que acontecia na última sexta-feira de março, 54 dos 60 alunos estavam na praia naquela sexta-feira no fim do dia quando Michelle parou o carro para Daniel descer. Ele havia ido no treino, mas saiu mais cedo e aproveitaria com sua turma e sua namorada.
- Você me liga se quiser que eu te busque? – Michelle falou.
- Eu vou a pé, relaxa. – Ele disse, jogando a mochila nas costas.
- Ok, divirta-se! – Ela disse e o garoto acenou com a mão antes de sua irmã se afastar com o carro.
Ele se aproximou do degrau mais perto que dava para a areia e tirou os tênis, colocando-os na mala e trocou pelos chinelos. Ele desceu a escada até a areia e caminhou para perto dos grupos espalhados na areia. Na água tinha algumas pranchas de surfe e na areia algumas rodas aproveitando o som, outra de meninas jogando cricket e outra com meninos jogando futebol.
Ele olhou pelas meninas, tentando encontrar , mas ela não estava ali. Ele viu Michael, Blake e Alex jogando bola e repensou sobre juntar-se a eles, então foi até a roda de sua namorada.
- Ei, gente! – Ele disse, jogando sua mochila na areia.
- Amorzinho! – Jemma disse sorridente. – Como foi no treino? – Ela estalou um beijo em sua bochecha.
- Tudo certo. Ficando mais rápido a cada dia. – Ele abriu um sorriso.
- Que bom. – Ela disse genuinamente feliz.
- Sobre o que estão conversando? – Ele disse, segurando um pouco dos cachos que iam para seu rosto por causa do vento.
- Nada demais, só decidindo o que vamos jantar. – Toby disse.
- Pizza, não? Como toda sexta? – Ele disse, fazendo a turminha de Jemma rir.
- É, ele não está errado. – Addison disse.
- O problema é esse, pizza de novo? Eu vou virar um balão! – Jemma disse, fazendo Danny soltar uma risada automática.
- Quem sabe assim eu não tenha algo para apertar? – Ele brincou, apertando a barriga da namorada, fazendo-a rir.
- Para! Para! – Ela disse, sentindo cócegas.
- Eu como o que vocês quiserem. – Ele deu de ombros. – Afinal... – Ele puxou a mochila, procurando sua barra proteica em um dos milhares bolsos. – Eu preciso comer algo. – Ele riu.
- Você passou em casa? – Jemma perguntou.
- Não, vim direto. – Ela fez uma careta.
- Você está muito suado. – Ela falou.
- Ah, nada de novo. – Ele falou, rindo e um respingo forte de água os atingiu.
- Ei, cuidado! – Jemma disse e o grupo se virou e Danny se surpreendeu ao ver com a parte de baixo do biquini, uma blusa de surfe de manga comprida que deixava os seios dela em evidência e segurando uma prancha de surfe.
- É água... – disse com tom de obviedade, sacudindo a mão em direção à Jemma.
- Ah, para! – Jemma disse e revirou os olhos.
- Você surfa agora? – Daniel perguntou e se virou para ele.
- É... Tom está me ensinando. – Ela disse. – Você deveria tentar, não tem tubarões na água... Ao menos não hoje! – Ele riu, feliz por ela se lembrar desse detalhe sobre ele e ela deu um aceno de cabeça um tanto automático antes de seguir pela areia.
Daniel a acompanhou com o olhar, vendo-a parar com Déborah, Arya e Tom que vinha logo atrás dela. Ele ouviu a risada de Blake mesmo com a distância e Blake e se cumprimentaram aos risos, e ela fincou a prancha na areia. Michael e Alex se aproximaram e ela falava algo engraçado pela movimentação exagerada das mãos.
Enquanto isso, o grupo em que Daniel estava falava sobre o que iam jantar e sua namorada reclamava de alguns respingos de água que caíram nela por um mero acidente. Ele sentia falta daquele grupo. As coisas deram uma melhorada após ele ajudar com sua avó, mas só havia melhorado o fato de eles pararem de fingir que não existiam, ao menos um cumprimento e respostas a simples “bom dia” saía agora.
- Ei, Danny! – Jemma o chamou e ele virou o rosto. – O jantar.
- Hum, claro. Eu voto em pizza. – Ele deu de ombros, respirando fundo ao olhar para o grupo estranho de Gemma, Addison, Toby, Charlie, Luka e Peyton.

Baku, Azerbaijão, 2016


- Ah, Danny boy! Onde você a escondeu? – David Coulthard me abraçou pelos ombros, me fazendo rir e Danny não parava de sorrir.
- Preciso dar uma folga para ele dessa vez, meu trabalho que me impossibilitava de vir. – Falei rindo, pegando minha mochila.
- E o que aconteceu para decidir vir? Pediu demissão? – Nico perguntou.
- É, foi algo assim. – Falei, rindo, ouvindo mais risadas altas.
- É um prazer te ter conosco. – Vivian, esposa de Nico, disse e sorri.
- Obrigado, vocês são muito gentis. – Falei e peguei minha mala com Danny.
- Nos vemos amanhã na pista, então! – Felipe disse.
- É, vamos sair daqui, caras, dia corrido amanhã. – Jenson falou, batendo as mãos. Depois de seis horas de voo, descobri que o britânico era tão piadista quanto Danny.
- Prazer em te conhecer, . – Vivian apertou meu braço.
- O prazer foi meu. – Sorri, abraçando-a rapidamente, depois fiz o mesmo com as outras cinco esposas.
- Estou feliz por vocês, . – Raffa disse.
- Obrigada. – Ri fracamente, sentindo minhas bochechas esquentarem.
- Cuida da nossa criança. – David disse, me abraçando rapidamente e sorri.
- Acho que ele já está grandinho para se cuidar sozinho. – Falei e Danny me abraçou pelos ombros.
- Ela cuida de mim há 24 anos, a vantagem é que agora a gente se diverte. – Danny disse, me fazendo rir.
- Idiota. – Falei e ele pressionou um beijo em minha bochecha, me fazendo rir.
- Bom, gente, vocês têm que acordar cedo amanhã. – David falou.
- Você não? – Danny disse, rindo.
- Ele só precisa estar pronto para a entrevista de domingo. – Max disse, nos fazendo rir.
- Engraçadinho! – David disse e ri fracamente.
- Bom, gente! Vamos! – Nico disse. – Nos vemos amanhã.
- Boa noite, gente! – Eles começaram a falar.
- Obrigado pela carona! – Danny disse e mais alguns cumprimentos depois, os casais se separaram. – Max, quer carona? – Danny ofereceu para o solteiro do grupo.
- É, obrigado! – Ele disse e seguiu conosco.
Danny entrelaçou nossas mãos livres e seguimos pela pista do aeroporto até a área de desembarque privativa com alguns casais à nossa frente. Nos separamos para fazer a imigração e guardei o passaporte dentro da mochila logo depois. Encontrei Danny e Max do outro lado e andamos pelo aeroporto até a área de desembarque.
Alguns fãs estavam acumulados na porta e muitas pessoas com roupas culturais, imagino. Estive ocupada nos últimos dias para pesquisar sobre a cultura daqui, mas a empolgação de um país novo era a mesma.
- Eu te espero na porta. – Cochichei para Danny, soltando nossas mãos e ele riu fracamente antes de seguir para perto dos fãs com Max.
Tinha cerca de umas 20 pessoas acumuladas ali, mas não demorou para que ele e Max voltassem. Entramos no primeiro táxi privativo livre e Max foi na frente, mas isso não foi motivo para Danny se afastar de mim. Ele colou o corpo no meu novamente e apertou minha mão. Eu poderia ter aproveitado o passeio e descansado um pouco, já que fiquei o voo inteiro acordada, mas a cidade era linda demais para eu simplesmente deixar para lá.
- Olha, Danny... – Indiquei os prédios tradicionais.
- Você pode dar uma volta conosco para reconhecimento da pista amanhã. – Ele disse e assenti com a cabeça.
Demoramos uns 25 minutos para chegar ao Marriott. A área do circuito já estava fechada para o começo do fim de semana, então deu para perceber que o motorista deu algumas voltas a mais até chegar no destino. Tiramos as malas do carro e agradecemos. Alguns fãs estavam acumulados na porta, então aproveitei meu anonimato para entrar rapidamente, encontrando Maria no saguão.
- Boa noite. – Ela disse, sorrindo.
- Marriott, hum?! – Falei, rindo.
- Não fique muito empolgada, teremos a volta dos motorhomes em Spielberg! – Rimos juntas e trocamos um rápido abraço. – Como foi a viagem?
- Tudo certo.
- Como foi a introdução nos pilotos? – Ri fracamente.
- Foi... Pressão. – Ela riu fracamente. – Eles são legais, mas me pergunto se as coisas não estão indo rápidos demais. Não oficializamos nada ainda, mas parece que sim... – Ela riu fracamente.
- Acho que depois de 24 anos de amizade, um pouco de pressa não é nada mal. – Ela disse e ponderei com a cabeça, suspirando.
- É... Vamos ver! – Mordisquei o lábio inferior ao ver Danny e Max entrando no hotel. O jeans claro e a camiseta preta larga ficavam muito bem nele. Mas talvez ficassem melhor no canto do chão do quarto.
- Boa noite, senhores. – Maria disse quando eles se aproximaram.
- Ei, Maria! Bom te ver! – Danny a abraçou e Max foi logo em seguida.
- Aproveitando a cidade? – Ela perguntou.
- Ah, é linda! – Falei, empolgada, vendo-a sorrir.
- Bons restaurantes também. – Ela disse, me fazendo sorrir.
- É... Ouvi falar. – Rimos juntos.
- Bom, senhores, amanhã começamos cedo. – Ela esticou uma chave para Max e outra para Danny. – Me agradeça depois, ok?! – Ela disse antes de se virar e Danny me olhou confuso.
- Ok... – Danny disse e seguimos logo atrás de Maria. Entramos com todas as malas e ela apertou o último botão do elevador e chegamos rapidamente.
- Daniel à direita, Max à esquerda. – Ela disse, apontando para duas portas. – Boa noite para vocês. – E ela sumiu dentro de outro quarto.
- Boa noite para vocês também. – Max disse.
- Boa noite, Max. – Falamos e Danny abriu a porta do quarto e segui logo com ele.
- Ah, eu amo essa mulher! – Danny falou um pouco mais alto e ri fracamente, entrando com ele e encontrando literalmente um quarto.
Ele era pequeno, comparado com os outros quartos que ficamos, mas era somente um quarto, sem outras suítes ligadas a ele. Uma pequena bancada com uma televisão e uma escrivaninha na ponta. O banheiro ficara à esquerda e à frente tinha uma linda vista da cidade e do litoral.
- Essa cidade é linda... – Falei, deixando a mala na porta e minha mochila foi para o chão logo em seguida.
- Você está vendo aqueles prédios ali na frente? – Danny indicou logo à frente e me aproximei dele.
- Sim... – Abracei-o pela cintura, apoiando meu rosto em seu queixo.
- Acho que daqui onde estamos, até lá, é o circuito. – Ele disse, passando o braço em meus ombros.
- Estamos bem perto. – Comentei.
- É... Olha! – Ele indicou um canto do lado esquerdo e vi o teto do paddock com o escrito “Azerbaijão”.
- É, dá para ir a pé. – Falei, rindo e ele beijou minha cabeça antes de eu me afastar.
- Pelo menos está mais quente aqui. – Ri fracamente.
- Ainda bem! – Tirei o moletom da cintura, deixando-o na escrivaninha. – Odeio frio, baby...
- Eu odeio também, mas agora tenho você... – Ele me abraçou pela cintura, me fazendo rir. – Você me mantém quente de noite... – Ele deu um beijo em meu pescoço. – Aquece meu corpo de todas as formas possíveis. – Neguei com a cabeça.
- Ah, cara, você é muito brega. – Ele riu fracamente, sua respiração me fazendo arrepiar.
- E você ainda gosta de mim. – Ri fracamente, virando meu corpo para ele e passei os braços em seus ombros.
- Gosto... – Toquei nossos lábios rapidamente. – E é por gostar de você que te falo para tomar um banho e descansar. – Ele assentiu com a cabeça.
- E você vem comigo. – Ri fracamente.
- Não é a definição de descanso... – Ele riu.
- Ah, a gente dá um jeito depois. – Ele deu de ombros. – O que achou do pessoal?
- Eles são ótimos. As mulheres são muito simpáticas e me recepcionaram muito bem. – Sorri. – Jenson e David são parecidos contigo, mas Nico parece um paizão. – Ele riu fracamente. – E ele não é tão mais velho do que você.
- Não, mas é... Ele é legal. – Ri fracamente.
- Eu mal ouvi a voz do Esteban; Felipe e Raffa são ótimos e é incrível ver o Max em outro ambiente que não seja o paddock. – Ele riu fracamente.
- É, Max é gente fina, meio bicho do mato, mas ele vai se soltando devagar. – Ri fracamente, passando a mãos em seu cabelo. – Agora, banho? – Suspirei.
- Vai ser só um banho, Daniel. – Falei firme.
- Ah, não, Daniel não. Cadê o Dan? – Ri fracamente.
- Está cansado. – Desviei o rosto, colando meus lábios em sua bochecha. – E baby também.
- Hum... – Ele franziu os lábios. – Mas podemos tomar banho juntos? – Ri fracamente.
- É, podemos... – Dei de ombros, vendo um largo sorriso safado aparecer em seu rosto e tive certeza de que perderia essa briga.

Quinta-feira
Daniel

Ouvi o toque do despertador e entreabri os olhos, vendo uma fresta de luz entrar por parte do blecaute aberto. Virei meu rosto para o lado e tateei a mesa de cabeceira até encontrar o celular e fiquei cego por alguns segundos com a claridade e desliguei o barulho incômodo. Suspirei e virei meu corpo para o lado novamente, encontrando se espreguiçando.
- Ei, baby... – Falei, passando o braço em sua barriga novamente.
- Ei... – Ela suspirou, virando o corpo em minha direção e nossas pernas se entrelaçaram novamente.
- Dormiu bem? – Ela assentiu com a cabeça e passou os braços em meus ombros.
- E você? – Ela falou em um suspiro e pressionei meus lábios em seu pescoço, ouvindo-a rir.
- Sempre bem. – Ela suspirou, passando a mão em meus cabelos.
- Ainda estou com sono... – Ri fracamente, dando mais alguns beijos em seu pescoço.
- Vamos, baby... Hora de acordar. – Falei e ela suspirou.
- Ai, Danny... – Ela disse e ergui o rosto, dando um beijo em sua bochecha. – Você vai me deixar mole logo cedo.
- Hum... Isso é interessante! – Ela riu, empurrando meu rosto para o lado e me sentei na cama.
- Não desse jeito. – Ela disse sorrindo e seu corpo rolou na cama, se espreguiçando. Levei a mão até sua barriga quando apareceu por baixo da blusa.
- Dia cheio hoje. – Ela assentiu com a cabeça, se sentando na cama e arrumando as alças da blusa. – Nova cidade, novo circuito, você comigo... – Passei as mãos em sua cintura e ela se inclinou para nossos lábios se tocarem por alguns segundos.
- Só faça um bom fim de semana, ok?! – Ela passou a mão em meu rosto.
- Sempre. – Colei nossos lábios mais uma vez e ela riu antes de nos afastar.
Ela saiu da cama e foi para o banheiro. Ri fracamente, suspirando e deixei meu corpo cair na cama por mais alguns segundos antes de me levantar. Peguei o celular e procurei pela conversa de Michael no meio de várias.
“Ei, cara, vamos treinar direto no paddock hoje. Café da manhã na cobertura, sobe aqui quando terminar!” – Acenei com a cabeça, enviando um ok e fui para mensagem de Maria.
“Acorda, princesa! Café da manhã na cobertura, venha de uniforme, fotógrafos presentes.” – Ri fracamente, enviando outro ok antes de ver a porta se abrir e sair com a escova de dentes na boca.
- Maria disse para ir uniformizado, tem fotógrafos. – Falei, me levantando. – Café na cobertura.
- Uhum... – Ela disse afirmando com a cabeça.
Fui até o banheiro, dando um beijo em sua cabeça antes de passar por ela e fechei a porta rapidamente para mijar. Abri novamente depois de lavar as mãos e entrou logo em seguida. Peguei minha escova, colocando na boca antes de ir para o quarto e, enquanto escovava os dentes, separei uma calça jeans, uma blusa da Red Bull, meias e o boné.
Voltei para o banheiro, encontrando de bruços na pia e dei um tapinha em sua bunda, ouvindo-a rir e me apoiei ao seu lado, esperando-a terminar. Ela se levantou rindo e puxou a toalha de rosto, ela limpou o rosto antes de me bater com a toalha e rimos juntos. Ela pressionou os lábios em meu rosto antes de sair do banheiro.
Terminei de escovar os dentes, lavei o rosto e passei protetor solar antes de sair do quarto. andava só de calça jeans e sutiã enquanto fazia sua maquiagem, me fazendo sorrir. Peguei a calça jeans, vestindo-a e coloquei a blusa por cima, ajeitando os botões da camiseta polo.
Me aproximei de , vendo-a passar batom nos lábios e abracei-a pela cintura, vendo seu olhar focar no meu pelo espelho e deixei um beijo em seu pescoço, ouvindo-a suspirar. Suas mãos foram para cima das minhas e empurrei seus cabelos para frente, distribuindo beijos pelo seu pescoço.
- Achei que estávamos com pressa... – Ela suspirou e ri fracamente.
- Ah, só aproveitando um pouco antes da bagunça. – Ela riu fracamente e desci para seu ombro, apertando meus braços em sua barriga.
- Daniel... Joseph... Ricciardo. – Ela disse, me fazendo rir.
- Presente. – Ergui meu rosto para ela, rindo com sua revirada de olhos e ela guardou as coisas em sua necessaire antes de se virar para mim.
- Precisamos ir... – Apertei as mãos em sua cintura, apertando sua bunda.
- Não vou deixar você ir assim! – Falei, levando meus lábios para seu pescoço novamente.
- Eu pretendo colocar uma blusa, sabe? – Ela disse rindo e deslizei o nariz pelo seu pescoço, até erguer o rosto para o dela.
- Podemos ficar um pouco e... – Dei um selinho em seus lábios avermelhados.
- Se você me beijar agora, além de tirar minha maquiagem, vai manchar meu rosto e ficar com os lábios vermelhos. – Ela disse, afastando o rosto e usei a desculpa para distribuir mais beijos pelo seu pescoço. – Daniel... – Ela gemeu.
- Eu não me importo com o risco. – Ela riu fracamente.
- É, mas eu me importo em refazer minha maquiagem. – Ela me empurrou pela barriga, me fazendo rir. – E me importo de ter várias fotos suas com os lábios vermelhos. – Ri fracamente. – A gente aproveita depois... – Ela deu um beijo leve em meu rosto. – Viu?! Já marcou. – Ela passou o polegar em minha bochecha e ri fracamente.
- Eu só não consigo me conter com você assim... – Deslizei as mãos pela lateral de seu corpo, ouvindo-a rir.
- Ultimamente você não tem se contido comigo assim ou de burca. – Ela brincou, se virando e ri fracamente, vendo-a pegar sua camiseta igual a minha e vesti-la, escondendo minha visão.
- É... – Dei de ombros. – O que você fez comigo, hein?!
- O quê? – Ela gargalhou alto e ri com ela. – Você se apaixona por mim e eu fiz algo contigo? – Ela passou os braços em meus ombros e ri fracamente.
- Ah, verdade, apaixonado. Esqueci desse detalhe. – Falei, abrindo um sorriso e ela colou nossos lábios rapidamente.
- Vamos, bobão. Estou com fome. – Ela se afastou e sorri, vendo-a seguir para sua mochila preparada, assim como a minha e colocar nas costas.
- Lesgo, baby! – Falei, sorrindo e peguei minha mochila também, colocando nas costas.
Peguei o celular, colocando no bolso da frente e abriu a porta do quarto. Fui logo atrás dela, puxando a porta logo em seguida e ela apertou o botão do elevador. Fui até ela, segurando sua mão e nossos dedos se entrelaçaram antes de entrarmos no elevador. Ela apertou o botão de cima e ficamos lado a lado pelos poucos segundos que levou para subir.
- Pronta para mais um dia nessa bagunça? – Perguntei, ouvindo-a rir.
- É... – Ela sorriu. – Quantos você quiser, honestamente. – Ela piscou antes de sair do elevador, fazendo nossas mãos soltarem e suspirei antes de seguir logo atrás dela.
Quando Maria falou que teriam fotógrafos, pensei numa coletiva pronta para eu ser bombardeado de perguntas, mas não. Era só o nosso fotógrafo e um da FIA. Nada demais. Boa parte da equipe estava lá, inclusive Christian e Max, então dei rápidos cumprimentos, seguindo para a mesa onde abraçava Michael e Maria.
- Bom dia, galera! – Falei, abraçando Michael e Maria logo em seguida.
- Bom dia, Danny! – Michael disse e deixei minha mochila na cadeira.
- Como foi em Londres? – Perguntei.
- De boa, cara! Nada de novo. – Ele disse, rindo. – E vocês? Aproveitaram?
- O suficiente. – Falei, sentindo me empurrar pelo ombro, me fazendo rir.
- Oh, espera! – Ela disse aleatoriamente e virei o rosto para ela, vendo-a atravessar o salão e ela foi direto para a sacada.
- Ah, uma vista! – Falei, rindo. – Ela adora vistas.
- Dá para ver o circuito inteiro. – Maria disse.
- Dá para ver do nosso quarto também. – Falei. – Obrigado, falando nisso.
- Não há de quê! – Ela abanou a mão e desviei da mesa, caminhando pelo salão até passar pela sacada e encontrei apoiada na beirada.
A vista era a mesma do nosso quarto, mas agora com o sol e com as laterais abertas, era possível ter uma visão melhor e geral de tudo. Estamos há literalmente um quarteirão do circuito e é possível ver a entrada daqui. Realmente dava para ir a pé.
- Hey, baby! – Falei, vendo-a virar o rosto.
- Hey, baby! – Ela disse, rindo.
- Gostando da vista? – Ela riu fracamente.
- Aqui é incrível, Danny. – Ela suspirou e abracei-a pelos ombros, sentindo-a colar sua cabeça na minha.
- Mônaco é mais especial. – Falei, ouvindo-a rir.
- Bem... Tem um motivo para Mônaco ser mais especial. – Ela disse.
- Será que rola trazer o iate para cá? – Ela riu fracamente.
- Talvez... – Ela beijou meu rosto. – Vamos comer... Depois você tira umas fotos minhas aqui! – Sorri.
- Nossa! E vamos mandar para minha mãe “ei, mãe, estamos bem”. – Brinquei, fazendo-a rir.
- Coloca junto “ei, mãe, estamos transando, achei que deveria saber”. – Ela sussurrou, me fazendo rir.
- É, e ela aparece aqui em dois minutos. – Falei, vendo-a sorrir. – Ela surge aqui, do nada!
- Ela está atrás de você... – Virei apressado, fazendo-a gargalhar e me abraçar. – Ah, cara! O medo é genuíno!
- Porra, ! – Ela gargalhou perto do meu ouvido e neguei com a cabeça.
- Ah, cara! Isso foi ótimo! – Ela se afastou e bufei.
- Não faz isso, cara! Não estou pronto para isso! – Ela riu.
- Você sabe que teremos que enfrentar isso um dia, né?!
- Eu sei, mas deixa eu aproveitar você um pouco só para mim antes de ela surtar. – Ela riu fracamente.
- Você nunca pode me aproveitar sozinho com sua mãe perto. – Ela disse.
- Ela vai ter que aprender a ter um pouco de espaço pessoal! – Rimos juntos e ela passou o polegar em meu rosto novamente.
- Vai demorar para ela vir em uma próxima corrida, não? – Ela perguntou.
- Depende dos compromissos dele, Singapura e Malásia talvez. Na Itália meu pai gosta de ir também... Depende. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Temos tempo, então. Dá para você esconder seu novo brinquedinho brilhante por bastante tempo. – Sorri.
- Dá para eu brincar com meu novo brinquedo brilhante por bastante tempo. – Ela riu fracamente.
- Já disse um milhão de vezes, mas vou dizer só mais uma...
- Estamos ferrados? – Falei.
- Exatamente. – Ela sorriu e puxei-a pelo pescoço, estralando um beijo em sua bochecha, ouvindo-a rir.



- Sabe onde é a próxima corrida? – Ri fracamente.
- Áustria, não? – Apoiei o corpo na pilha de pneus.
- Sim! É nossa home race, temos espaços melhores lá... Você poderia cozinhar para gente. – Gargalhei com Nigel, negando com a cabeça.
- Eu apoio isso! – Christian passou ao meu lado, dando um tapinha em meu ombro e neguei com a cabeça.
- Devemos fazer um acordo... – Falei, rindo.
- Ah, você é exatamente como Daniel. – Christian disse, rindo.
- Na primeira vitória, eu trago algo para vocês, mesmo que pequeno. – Falei, vendo Christian rir.
- Combinado! Mal vejo a hora disso. – Ele esticou a mão para mim e apertei, rindo juntos.
- Espero que comecemos por essa. – Nigel disse e sorri.
- Fazendo acordo comigo, é?! – Vi Danny entrar pela frente da garagem.
- Quem sabe não te dá um pouco de ânimo? – Dei de ombros, ouvindo-o rir.
- Garanto que eu tenho ânimo de sobra. – Ele me puxou pela cintura.
- Não aqui... – Apoiei minha mão em seu peito, afastando-o.
- Alguém é discreta, pelo menos. – Christian disse, seguindo pela garagem, me fazendo rir.
- É, você não está sendo muito. – Falei para Daniel. – E se sua mãe...
- Não tem fotógrafos aqui e o Mark não vai enviar uma foto nossa para minha mãe! – Ele indicou para o fotógrafo da Red Bull, me fazendo rir.
- “Ei, senhora Ricciardo, achei que gostaria de ver isso”. – Mark brincou, me fazendo gargalhar.
- Não brinca com isso, ele está desesperado só de pensar na possibilidade... – Falei, rindo, sentindo Danny me abraçar, colando os lábios em minha bochecha.
- Ah, qual é, cara! Vocês são ótimos! – Nigel disse, me fazendo sorrir.
- Eu sei... Mas tem toda questão de “somos amigos de infância” e tudo mais. Ela vai surtar. – Danny disse e assenti com a cabeça.
- É... Com certeza. – Falei, vendo Nigel rir.
- Bom, deixa eu trabalhar! – Ele disse, empurrando a pilha de pneus e acenei com a mão.
- E você? Não tem que trabalhar também? – Virei para Danny, apoiando a mão em seu ombro.
- Vamos dar uma volta pelo circuito, quer vir? É sua oportunidade de conhecer a cidade... – Assenti com a cabeça.
- Claro! Quero sim! – Sorri.
- Vem, eles estão nos esperando! – Ele indicou com a cabeça, me puxando pela mão, soltando-a logo em seguida e fui com ele, encontrando Max, Simon e Jean, engenheiro de Max andando em círculos de bicicletas.
- Ah, chegaram! Estava ficando tonto já, cara! – Max disse.
- Bicicletas? – Perguntei confusa e Danny trouxe uma para perto de mim.
- É! – Ele me esticou um capacete branco. – Ainda sabe andar, né?!
- É, é claro! – Falei rindo e coloquei o capacete, ajustando-o no queixo. – Faz tempo, mas talvez eu não caia. – Apoiei as mãos na bicicleta, permitindo-o soltá-la.
- Vou colocar para gravar o percurso, vai que... – Ri fracamente.
- Esse é meu amigo. – O vi se aproximar de outra bicicleta, colocando o capacete e ajustei a altura do banco antes de me sentar nela.
- Vamos? – Simon se aproximou.
- Podem ir, eu estarei logo atrás! – Falei, indicando com a mão, tirando os óculos escuros da gola e colocando nos olhos.
Danny fez o mesmo com o seu, dando um de seus sorrisos safados antes de subir na bicicleta e pedalar algumas vezes para se equilibrar nela. Ri fracamente, colocando o celular no bolso da frente e impulsionei a bicicleta da mesma forma.
Seguimos exatamente pelo circuito. Passamos pela área do grid e fomos em direção ao hotel, passando na frente dele à esquerda, andamos três quarteirões e seguimos à esquerda novamente. Algumas ruas já estavam fechadas, outras estavam sendo fechadas, mas eu estava mais preocupada em ver a cidade. Tem o mesmo estilo antigo de Mônaco, mas muitos mais detalhes, devido a sua influência da União Soviética e Ásia.
Danny e Simon conversavam sobre as curvas de 90 graus do percurso e, apesar de ser um pouco mais larga do que Mônaco, especialmente nos retos contínuos, eu já sabia que não seria fácil. Só esperava que Danny estivesse be-e-e-em atento para a corrida do domingo.
Na primeira parte da volta, eu só andei atrás deles, ouvindo a conversa e recebendo algumas piscadas de Danny, mas quando chegamos na grande curva, eu comecei a ver os pontos turísticos interessantes, como as Flame Towers ao longe e a Fortaleza de Baku, que era uma pequena curva muito rente e que eu me perguntei como se passava ali de bicicleta, imagina com um carro a 350 quilômetros por hora.
- Aqui é muito apertado, alguém vai bater, tenho certeza! – Danny disse.
- Ai, Danny, que horror! – Falei, andando um pouco à frente para tirar algumas fotos do local.
- Espero que não seja eu! – Ele falou rapidamente.
- Não tem graça! – Falei, ouvindo Max rir.
- Ah, só dizendo... – Danny deu de ombros e revirei os olhos, subindo na bicicleta de novo.
Andamos um pouco mais à frente, dando na grande curva do circuito e encontrei outro prédio bonito, o Salão Filarmônico da Academia Estadual Muçulmana Magomayev Azerbaijão que ficava pouco ao final da grande curva.
Danny e Simon falavam muito sobre o asfalto ter certas ondulações e dava para perceber pequenas subidas e descidas na bicicleta, então imaginei que os carros pudessem voar um pouco, dependendo da velocidade.
Outro ponto turístico que passamos foi a Torre da Donzela, tradicional da cidade antiga de Baku e depois caímos no enorme reto até chegar ao grid novamente. Não que eu fosse uma pessoa fora de forma, fazia algumas coisas com Michael meio que por obrigação, mas seis quilômetros era realmente para matar. Eu, com certeza, não sentiria minhas pernas amanhã.
- Nos encontramos mais tarde! – Simon disse e suspirei, descendo da bicicleta.
- Você está bem?! – Danny perguntou e ri fracamente.
- Eu estou... – Fiz uma careta ao colocar os pés no chão novamente. – Eu não devo sentir minhas pernas mais tarde, mas estou bem. – Ele riu fracamente.
- Talvez deva pegar mais pesado na academia. – Rimos juntos.
- Achei que gostasse das minhas dobrinhas. – Pisquei para ele, empurrando a bicicleta em direção a garagem.
- Eu amo... – Ele disse e foi minha vez de piscar para ele. – Bastante até... – Rimos juntos.
- Eu vou encontrar algo para comer, te encontro na casa da árvore. – Falei e ele assentiu com a cabeça, rindo sozinho.
- Ah, ele é um idiota! – Max disse, me fazendo rir.
- Ele fica assim às vezes. – Falei, dando de ombros e virei o rosto para Danny, vendo-o parado no mesmo lugar, com um sorriso tonto no rosto.

Daniel

- Christian disse que eles fizeram modificações com as nossas observações. Na curva seis e na 12, os meio-fio vão ser substituídos por marcas pintadas. – Falei.
- E vocês notaram isso de bicicleta, imagina com o carro. – Michael disse, me fazendo rir.
- Essa pista é rápida, estou empolgado. – Falei, rindo.
- Eu dei uma espiada na área do pit stop, Bottas e Hamilton estavam discutindo com o Charlie sobre alguma coisa também... – Michael disse.
- É, Simon disse algo assim na reunião mais cedo. Que a entrada é muito curta. – Falei.
- Circuito novo tem esses problemas...
- Se forem só esses problemas, está muito bom! – Falei, rindo e peguei a long neck, dando um gole nela. – Saberemos melhor amanhã quando pegar o carro.
- Toma cuidado, Danny... – Virei o rosto para , vendo-a com os olhos abaixados em sua caderneta e segurei sua mão em cima da mesa.
- Relaxa, baby... – Falei sério. – Amanhã é só o primeiro treino.
- Eu sei, eu só... – Ela suspirou, erguendo o rosto para mim.
- Você não precisa ficar nervosa. É só outro fim de semana. – Ela assentiu com a cabeça e quis beijar seus lábios mais uma vez. – Como está aqui? Boa escolha vir aqui?
- Sim! – Ela sorriu, rindo em seguida. – Faz muito tempo que eu não termino com algo e eu vou terminar com tudo... – Rimos juntos.
- Droga, perdi meu segundo prato. – Ela sorriu.
- Essa sopa aqui, se chama piti, é um caldo espesso, parece minestrone, mas ele também é mais espesso do que um minestrone. Quase uma refeição completa. – Ela indicou uma das tigelas em sua frente. – O dolma é similar ao charuto, mas eles usam muita carne de cordeiro...
- Eu gostei desse também. – Michael disse.
- E eu nunca fui muito fã de caviar... – Ela disse. – Mas os camarões que o acompanham estão divinos. – Ela suspirou, colocando outro pedaço do camarão em sua boca, me fazendo sorrir.
era exatamente como eu, tinha dois lados. O lado caipira de Perth, pés no chão, comer grandes hamburgueres com as mãos e cuidar da fazenda, e o lado chef de cozinha onde ela segurava os talheres de forma correta, com delicadeza e cada mordida era do tamanho de um amendoim.
- Vale uma estrela? – Sussurrei e ela assentiu com a cabeça.
- Não que eu tivesse alguma dúvida, esse canto do mundo é conhecido por ser diferenciado, mas parece que escolhi a dedo. É perfeito. Desde a comida até o serviço – Ela suspirou. – Preciso só da sobremesa para completar os requisitos. – Sorri.
- Está cedo ainda, pode comer com calma. – Ela assentiu com a cabeça.
- Eu sei. – Ela sorriu. – Mas me avisa se precisar ir, não quero você indo dormir tarde. – Ela disse, séria. – Por nenhum motivo. – Ri fracamente.
- Sem se divertir mais tarde? – Pisquei para ela.
- Depois de tudo o que eu comi? Você realmente acha que eu aguento? – Rimos juntos e vi Michael revirar os olhos.
Vi meu celular acender em cima da mesa e puxei-o em minha direção, vendo uma mensagem de Jenson:
“Conseguimos o espaço em Nice! E aí? Hora de falarmos sério?” – Ri fracamente, desbloqueando o celular e digitando algumas palavras.
“Eu estou completamente dentro! Me mande os papéis”. – Enviei, vendo que a mensagem foi lida e logo o britânico respondeu novamente.
“Conversamos melhor amanhã, talvez precisemos dar um pulo em Nice para resolver, mas vou dar o aval e pedir para preparar os documentos”.
“Fechou! Bebidas por minha conta amanhã”.
– Falei, rindo, antes de bloquear o celular de novo.
- Eu tenho que ficar enciumada por alguma coisa? – Virei o rosto para .
- O quê? Ah, o telefone? – Ela assentiu com a cabeça. – Era o Jenson. – Ri fracamente. – Ele disse que conseguiu o prédio em Nice, vai rolar.
- Mesmo? – Michael perguntou empolgado, rindo em seguida! – Isso é ótimo, cara! – Nossas mãos se estalaram e ele deu uns tapinhas em minhas costas.
- Obrigado! – Falei, rindo. – Tem muita coisa para acontecer ainda, mas tendo o prédio já é o começo. – Ri fracamente.
- Eu deveria saber do que você está falando? – perguntou e franzi a testa.
- Você não sabe da Blue Coast? – Comentei e ela negou com a cabeça lentamente.
- Ela não estava aqui ano passado! – Michael me empurrou levemente.
- Ah, não acredito que eu não te contei. – Virei meu corpo na cadeira. – Eu, Jenson e outros dois conhecidos vamos abrir uma cervejaria em Nice.
- Sério? – Ela perguntou surpresa.
- É! – Ri fracamente. – Foi uma ideia que eu tive ano passado, acabei fazendo um curso e a ideia cresceu. Jenson topou, me apresentou alguns entusiastas da área e a ideia foi crescendo. A gente queria um espaço em Nice, por ser perto de Mônaco e achamos um no final do ano, mas estava ocupado, agora liberou! – Falei, vendo-a rir.
- Isso é ótimo, Daniel! – Ela esticou a mão em cima da minha. – Não acredito! – Ela riu fracamente e sorri.
- Desculpa não ter te contado, eu esqueci total...
- Não, Danny! Que isso! Vivemos quase 10 anos separados um do outro, tem muita coisa que a gente não sabe... – Ela deu de ombros. – Mas vamos aprender... – Ela sorriu e ergui sua mão, dando um beijo, vendo-a sorrir.
- Talvez você pode colocar nossa cerveja no seu restaurante... – Falei, ouvindo-a rir.
- É claro! – Ela deu de ombros. – Mas vou precisar experimentar antes. – Sorri.
- Combinado! – Falei, rindo. – Já temos uma prévia, mas ainda precisamos trabalhar um pouco.
- Do jeito que você gosta de cerveja boa, aposto que vai ficar incrível. – Sorri.
- Você vai ser nossa testadora. – Falei, ouvindo-a rir.
- Não é minha melhor área, mas posso ajudar no que precisar...
- Combinado. – Falei, rindo.
- Ai, vocês dois... – Michael disse.
- Não se acostumou ainda? – perguntou.
- Já, mas estou chocado como vocês combinam...
- Somos amigos há 24 anos, Mike... – disse.
- Digo assim, de mãos dadas, amorzinho e tudo mais. – Ri fracamente, virando para .
- Talvez seja pelos anos de amizade. – Ela deu de ombros.
- Eu não sei, mas funciona, gente... – Michael disse. – Me pergunto se não deveria ter acontecido antes...
- Tudo acontece por uma razão, Mike. – Ela disse. – Tudo tem seu tempo... – Ela deu de ombros. – O nosso é esse. – Abracei-a pelos ombros, puxando-a para mim e dei um beijo em sua cabeça. – Vamos ver como nos saímos, ok?! – Ela riu fracamente.
- Vamos sair ótimos. – Falei. – Você vai ver. – Sorri e ela fez o mesmo.

Sexta-feira


- Vamos, Daniel! – Simon gritou.
- É, Daniel, vamos! – Falei, provocando-o, ouvindo a risada de alguns de seus mecânicos.
- Até você? – Ele perguntou, rindo, subindo o macacão pelos ombros.
- É claro! Quanto mais rápido você terminar, mais rápido eu posso almoçar. – Dei de ombros, ouvindo a risada alta de Christian.
- Ah, eu gosto de você! – O chefe de equipe falou, me fazendo sorrir.
- Eu vou fazer uma fastest lap por você! – Danny disse, colocando a balaclava na cabeça, me fazendo rir.
- Faça por você! – Respondi, vendo-o piscar por baixo do tecido branco antes de ele virar o rosto para o carro.
Me sentei no banco, ajeitando os fones nas duas orelhas e subi o microfone. Michael se desencostou do meu lado e foi até Danny para ajudá-lo a se ajeitar dentro do carro, passando o protetor bucal, headrest, luvas, até finalizar com o capacete.
- Você é a primeira namorada que eu não preciso me preocupar. – Maria se apoiou ao meu lado.
- Não somos namorados, Maria... – Virei para ela.
- Não oficialmente, talvez. – Ela deu de ombros. – Mas você é a mais fácil que eu já tive que lidar em um bom tempo. – Ri fracamente. – A última namorada dele era...
- Uma filha da puta. – Fui honesta e Maria se surpreendeu.
- Uau! – Maria disse surpresa, me fazendo rir.
- Estudávamos juntas na escola, ela fez muito bullying comigo quando eu era mais nova porque tinha problemas de crescimento. – Expliquei. – Danny começou a namorá-la e nós ficamos separados por três anos. Só voltamos a nos falar porque ela quase o matou. – Falei, negando com a cabeça. – Mas eles se encontraram alguns anos depois e namoraram por um tempo...
- Espera! O quê? – Ela perguntou e abanei a mão.
- Os problemas de alergia dele. – Falei em um suspiro.
- E como você reagiu? – Ela perguntou. – Com eles namorando de novo, quero dizer!
- Eu passava 10 meses fora de casa, Maria. Eu deixei claro que nunca seria amiga dela e que estava lá pelo Danny e sua família... – Virei para ela.
- Era ciúmes ou...?
- Olha, eu nunca gostei de Danny dessa forma. Não que eu tivesse a consciência pelo jeito. – Dei de ombros. – Eu só não tenho facilidade em perdoar, sabe? Eu tinha 10, 12 anos, eu era mais moleca na escola, ela era a tradicional patricinha, nunca demos certo. Quando eu cresci um pouco mais, começamos a bater de frente e foi onde as coisas ficaram mais sérias...
- Entendi... – Ela disse, rindo em seguida. – E hoje vocês estão juntos... – Abri um sorriso.
- Para você ver... – Suspirei. – Acho que nem em sonhos pensei sobre isso. E aposto que ela também não...
- Bom, mulheres costumam ter ciúmes de melhores amigas de homem. – Ri fracamente.
- Se ela tinha motivo, depois de dois relacionamentos deles, cinco anos, demos motivo para ela. – Ela riu fracamente e franzi o rosto quando o som do carro de Danny ecoou na garagem e apertei as mãos no fone, vendo Danny sair com o carro.
- Você é mais legal do que ela. – Ela falou mais perto de meu ouvido.
- Como ela era? – Perguntei, mordiscando meu lábio inferior.
- Como você disse: uma patricinha. – Ela deu de ombros. – Nunca que as mãos dela estariam sujas de graxa por checar, por vontade própria, os pneus... – Olhei as pontas dos meus dedos sujos de graxa e ri fracamente. – Ela gostava do evento em si, se vestia como um desfile de modas, falava com todos os famosos que encontrava, mas ficava entediada na corrida. – Ela deu de ombros. – Se eu vejo diferenças claras entre vocês duas hoje, entendo um pouco da briga de vocês na época da escola. – Assenti com a cabeça.
- Faltou pouco para eu meter a mão na cara dela. – Dei um sorriso, virando para Maria, vendo-a rir. – Mas bati muito no Danny quando descobri que eles estavam juntos. – Falei, rindo, vendo seus olhos se arregalarem.
- Sério?
- Bem... Não foi uma batida assim, eu o empurrei com força e ele caiu no chão, mas estava na grama... – Ela gargalhou alto.
- Me lembra de nunca se meter contigo. – Ri fracamente.
- Eu não gosto das pessoas de cara, então, se tivesse algum problema contigo, já teria tido. – Ela ponderou com a cabeça.
- Bom saber! – Sorri.
Não sei se foi minha distração com a conversa com Maria, mas Max apareceu na garagem poucos minutos após ele ter saído – e foi pouco antes de Danny. O neerlandês abandonou o treino após sete voltas e somente três tempos computados. Michael cochichou que parecia ser algum tipo de vazamento de óleo.
O neerlandês entrou direto com seu engenheiro, seu pai e sua equipe. Eu fiquei vendo os tempos começarem a subir na tela, me fazendo mordiscar a ponta do dedo. Danny não tinha experiência nenhuma com essa pista, ninguém, na verdade, mas esperava que algo bom saísse desse treino.
Seu melhor tempo foi na décima quinta volta com 1:49:778, mas enquanto os números mudavam, esse era só o décimo terceiro melhor tempo. Estávamos no primeiro treino ainda, mas ele precisava pegar mais confiança nessas curvas apertadas e arrasar.
Foram duas voltas, somente duas voltas para ele arrasar de um jeito que eu realmente não estava esperando. Meus olhos estavam fixos nos tempos de Lewis e Nico que subiam, quando ele virou na chicane da orquestra filarmônica e só vi a câmera se mexer com o choque contra a barreira e a borracha inteira do pneu dianteiro sair.
- Ele bateu! – Levantei apressada, sentindo minha garganta se fechar. – Danny! – Minha voz saiu mais alta do que o esperado e senti uma mão em meus ombros.
- Está tudo bem! Está tudo bem! – Ouvi a voz de Michael, mas aquele sentimento ruim começou a crescer em meu peito, a saliva começou a se acumular na boca e já estava cega pelas lágrimas.
- Por favor, Dan... – Minha voz sumiu e puxei a respiração diversas vezes.
- Respira! – Michael disse e eles mudaram a câmera, mas ainda não conseguia vê-lo.
- Por favor... Por favor... – Minha voz saía em gemidos fracos.
- Daniel? Daniel? Você está bem? – A voz de Christian foi forte e pareceu uma eternidade até ouvir a voz de Danny.
- Sim, eu estou bem... – Sua voz saiu falhada e a respiração saiu forte de meu peito, como se eu tivesse corrido uma maratona. – Eu bati na curva 15...
- Ah, meu Deus! – Apertei as mãos nos olhos.
- Respira! Respira... – Michael me abraçou.
- Eu acho que perdi uma roda traseira. – Danny disse.
- Entendido, cara. Sugiro ficar no carro até... Aí a bandeira vermelha, espere pelos marshalls. – Simon disse e soltei a respiração devagar.
- Respira! Estamos aqui por você. – Maria segurou meu rosto, me obrigando a olhar para ela. – Não foi nada, ele só bateu de traseira. Está tudo bem. – Soltei a respiração devagar.
- Com licença, Maria... – Ouvi outra voz e notei Christian em minha direção. – Respira, , não foi nada. – Ele disse, apoiando as mãos em meus ombros. – Ele só quis fazer uma graça e forçar os pneus. – Ri fracamente no automático. – Está tudo bem! Ela está voltando para cá, ele não se machucou, o carro a gente conserta... – Soltei a respiração pela boca. – Está tudo bem... Respira... – Assenti com a cabeça e vi um copo em minha direção.
- Toma isso... – Brad me esticou um copo e dei um pequeno gole, sentindo o gosto de açúcar na água e agradeci com um aceno.
- Me coloca offline. – Ouvi a voz de Danny falhada.
- Ativo. – Simon respondeu.
- ? ? Você me ouve? – Ergui o rosto, abaixando o microfone.
- Danny? Danny? Como você está?
- Respira, . Respira... – Suspirei, ouvindo sua voz risonha. – Eu estou bem, não se preocupe. Acha que vai se livrar fácil assim de mim? – Ri fracamente junto de outros membros da equipe.
- Como você está? – Perguntei fracamente, dando mais um gole na água.
- Da mesma forma que você me deixou há uns 30 minutos... Sinto lhe informar. – Ri fracamente. – Eu estou a caminho, respira, ok?! Estamos aqui por você...
- Já estamos cuidando dela, Daniel. – Christian disse e assenti com a cabeça.
- Obrigado, Christian. Estou com os marshalls, chego em 10 minutos. – Ele disse e um estalo como ligação sendo desligada foi ouvido.
- Melhor? – Christian perguntou e assenti com a cabeça.
- Obrigada, caras... – Suspirei. – Vocês não precisam se preocupar comigo...
- Você é da família, precisamos. – Brad disse, dando um sorriso e retribuí, deixando meu corpo apoiar na bancada.
- Estamos aqui, ... – Michael me abraçou pelos ombros e apoiou sua cabeça na minha.
- Sinto muito, mas eu estou mais sentimental essa semana... – Suspirei.
- Eu sei, você não precisa se explicar. – Ele deu um beijo em minha cabeça e suspirei, virando o restante da água, deixando os grãos acumulados de açúcar caíssem fortemente em minha língua.
A sessão teve bandeira vermelha e a batida de Danny começou a passar em reprise diversas vezes. A batida em si não havia sido forte, ao menos era o que aparecia no onboard, agora quando mostravam o resultado do carro, eu fiquei um pouco mais preocupada que Danny não estivesse ao menos com os joelhos doendo pela sacudida que o carro deu. O lado direito traseiro do carro estava perdido, ele literalmente saiu de bunda e bateu.
Ainda bem que o foco estava na câmera da frente.
Os carros começaram a passar pelo pit lane devido a bandeira vermelha e o barulho cessou por um momento. Um barulho mais fraco de motor de moto fez eu erguer meu rosto novamente e uma moto parou em frente a garagem e Danny desceu dela, me fazendo suspirar.
- Vai... – Michael disse e apoiei o copo na bancada antes de atravessar o centro da garagem.
Danny não tinha dado três passos para dentro da garagem quando o abracei. Minhas mãos apertaram seus ombros com força, amassando seu macacão e ele fechou os braços em minha cintura, colando a cabeça na minha. Seu rosto estava molhado e os cabelos amassados.
- Eu estou bem, . Eu estou bem... – Ele sussurrou, dando um beijo em meu rosto e soltei a respiração devagar.
- Nunca mais faça isso, está me ouvindo? – Falei fracamente, sentindo a voz sumir.
- Tento ao máximo. – Ele suspirou. – Eu estou aqui, ok?! Eu estou bem... – Assenti minha cabeça freneticamente, mas não tirei meus braços de seu corpo.

Daniel

Virei o restante do vinho, apoiando a taça na mesa novamente e ergui os olhos para frente. estava quieta desde que chegamos do paddock. Pedimos comida, sentamos na escrivaninha e, tirando algumas conversas rápidas com Michael, só dava para ouvir os talheres na mesa.
Suspirei e dei um toque com o cotovelo em Michael. Ele ergueu o olhar para mim e indiquei . Ele assentiu com a cabeça e virou o restante do seu vinho. Ele deu um aceno com a cabeça antes de se levantar.
- Vou pegar meu remédio... – Ele comentou aleatoriamente e o vi seguir para fora de meu quarto com .
Estiquei minha mão até , segurando-a e ela finalmente se distraiu do seu prato onde ela só movimentava os pedaços de carne de um lado para outro. Dei um curto sorriso e ela retribuiu, apertando minha mão.
- Hey, baby... – Falei.
- Ei, baby. – Ela respondeu, abaixando o garfo.
- Você está distraída a noite toda...
- Só não estou com fome... – Ela distraiu o rosto e apertei sua mão.
- Eu sei que não é isso, baby... – Pressionei os lábios. – Fala comigo...
- Não tem o que falar, Danny... – Ela deu de ombros. – Só estou cansada...
- ... Não me faça usar a carta na manga que eu te conheço há 24 anos... – Ela riu fracamente.
- Como a que você acabou de usar? – Ela riu fracamente.
- Só ameacei por enquanto. – Ela sorriu.
- Eu estou bem... – Ela suspirou, negando com a cabeça. – Eu...
- Fala, baby. – A incentivei, ouvindo seu longo suspiro. – É sobre a batida que eu sei...
- É, é sim, mas... – Ela suspirou, soltando minha mão e ambas foram para seu rosto. – Eu sei que existe uma possibilidade enorme de isso acontecer e que você está bem, mas... – Ela pressionou as mãos em seu rosto, soltando um gritinho alto e suspirei.
- ... – Me levantei, andando em sua direção e passei meus braços ao redor de seu corpo, apertando-a contra mim.
Suas mãos apertaram minhas costas e logo seu gritinho fino se transformou em um choro contínuo. Pressionei meus lábios em sua cabeça, distribuindo diversos beijos, sentindo suas mãos apertaram minha camiseta. Esperei mais do que alguns minutos até seu choro cessar. Não era a primeira vez que isso acontecia e sabia que não seria a última.
Ela foi afrouxando as mãos devagar até que eu fizesse o mesmo. Passei as mãos em seu rosto, empurrando seus cabelos para trás, vendo seus olhos avermelhados. Deslizei os polegares em suas bochechas, secando as lágrimas restantes e seus olhos até brilhavam.
- Está melhor, baby? – Perguntei, colocando seus cabelos atrás das orelhas.
- Uhum... – Ela suspirou e pressionei meus lábios em sua testa.
- Você está pensando neles, não? – Perguntei, me ajoelhando a seus pés.
- O timing, Danny... – Abracei-a, me apoiando na beirada da mesa.
- Foi horrível, eu sei... – Beijei seu rosto. – Mas não foi intencional, baby. Eu perdi o controle na chicane, tanto que achava que tinha sido só um puncture no pneu. – Acariciei seu rosto. – Não foi minha intenção bater, baby... E nem destruir o carro daquele jeito também, odeio dar trabalho aos mecânicos. – Ela suspirou. – Mas pensa bem, se essa for a pior batida que eu for ter, está ótimo...
- Não quero que você bata, baby... – Ela suspirou.
- Olha para mim, ... – Falei e ela ergueu seu rosto para mim. – Quando foi a última vez que eu tive uma batida feia? – Ela sacudiu a cabeça. – Quando eu precisei de atendimento médico? Quando eu...
- Para! Eu não quero pensar nisso! – Ela disse mais alto. – A resposta é nunca, você nunca teve um acidente sério. Bom, mais ou menos... – Ela bufou. – Aquele seu primeiro acidente ainda me dá pesadelos.
- E eu saí muito bem daquilo, sem nenhuma dor...
- Os dois joelhos ralados e uma possível fratura nas costas... – Ela me interrompeu.
- Que nunca se confirmou. – Falei rapidamente.
- Ah, Danny! Para! – Ela suspirou e passei uma perna em cada lado do seu corpo e me sentei em seu colo.
- Só estou dizendo que está tudo bem, baby. – Segurei seu rosto, sentindo suas mãos em minhas costas. – Me desculpe pelo que aconteceu hoje, mas nesse mundo às vezes não posso evitar. Especialmente se vier dos outros... – Acariciei sua bochecha. – Eu quero ficar contigo pelo resto da minha vida, para isso, você precisa se acostumar com isso... – Ela suspirou. – E eu quero você ao meu lado. – Pressionei meus lábios em seu rosto. – Não estou dizendo que é para você parar de se preocupar, mas não quero que esse monstrinho dentro de você ataque toda vez. Estamos indo bem...
- Esse monstrinho está bem, baby. – Ela disse. – Só que esse fim de semana...
- Está tudo bem. – Segurei seu rosto. – Não tem problemas você se lembrar deles, mas de uma forma boa. – Dei um curto sorriso. – Eles não querem te ver triste depois de todo esse tempo... Seu pai deve querer me matar depois de transar contigo, mas ok... – Ela riu fracamente. – Lembre-se deles com carinho, ok?! Mas não deixe isso controlar sua vida mais, ok?! – Ela assentiu com a cabeça e abracei-a fortemente, apoiando minha cabeça na sua.
- Eu não sei o que eu faria sem você... – Ela cochichou e sorri.
- Você provavelmente não teria ataques de ansiedade... – Ela riu fracamente.
- É, talvez... – Ela afastou nossos rostos. – Mas também não teria o melhor amigo de todos e nem a melhor transa de todas.
- Yea-a-a-ah! – Falei, ouvindo-a rir.
- Não seja tão metido... – Ela disse e ri, pressionando meus lábios em seu rosto. – Agora sai de cima de mim, você é pesado.
- Hum, patricinha! – Colei meus lábios aos dela algumas vezes, ouvindo-a rir. – Você bem gosta quando é o contrário, né?! – Ela riu.
- Eu gosto... – Ela fez um biquinho e pressionei nossos lábios novamente.
- Só saiba que eu estarei contigo para sempre, ok?!
- Obrigada, baby. – Ela assentiu com a cabeça. – Agora toma cuidado com o resto da temporada, ok?! Meu coração está bom...
- E vai continuar assim até o momento que não vai nem sentir algo se eu tiver uma batida igual do Alonso em casa.
- Nem brinca com isso. – Ela me empurrou, me fazendo rir e levantei de seu colo. – Agora vai chamar o Michael de volta, eu sei que ele saiu para nos dar privacidade, mas ele não terminou de comer! – Ela disse brava, me fazendo rir.
- Sim, mamãe! Eu vou! – Falei, vendo-a sorrir.

Capítulo 22

Perth, Austrália, 2006

- NÃO ACREDITO! – Déborah falou alto demais, pulando nos braços de , fazendo a menina gargalhar. – PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
- Fala baixo... – pediu, mas seu corpo pulava junto da amiga.
- FALO NADA! – Ela gritou novamente. – Amiga! Você entrou na Le Cordon Bleu, até eu sei a importância dessa escola! – riu. – AH! Você vai ser a chef mais incrível da Austrália... Não, não, DO MUNDO! – Ela falou alto, fazendo rir.
- Para! – riu.
- Ah, amiga! Parabéns! Que todos seus sonhos se realizem, ok?! – Ela a abraçou fortemente, sacudindo-a de um lado para o outro.
- A gente vai poder se encontrar em Sydney e em Auckland! – disse, rindo.
- Ei! Espera a minha carta chegar também antes! – Déborah disse, rindo.
- Você vai passar, tenho certeza. Se eu passei naquele teste super tenso da Le Cordon Bleu, imagina você com esse seu cérebro gigante? – Ela riu alto, apertando a cabeça da amiga.
- Deus te ouça, amiga! 2007 vai ser nosso ano! Tenho certeza! – Déborah abraçou a amiga dramatizando.
- Oi, meninas! – Michael se aproximou e pressionou os lábios. Desde que Déborah havia prestado vestibular em Auckland, ela e Michael estavam com discussões do que fazer sobre a faculdade, já que o menino passou em contabilidade* e ficaria em Perth.
- Oi, Mike! – sorriu.
- Oi, Debbie.
- Oi, amor. – Déborah sorriu.
- Com licença, Blake está me chamando... – disse, se afastando um pouco e deslizou os pés descalços pela areia da praia, procurando seus outros amigos.
- ... – A menina se virou, encontrando Jemma e suspirou antes de cruzar os braços.
- Jemma. – disse.
- Não vim brigar, só vim te dar um pedaço de bolo. Sobrou bastante. – Ela disse, esticando um prato de plástico para a menina.
- Ah, obrigada! – disse, pegando o prato do bolo que parecia uma delícia. – Feliz aniversário.
- Obrigada. – Ela disse. – Ouvi sua conversa com Déborah, parabéns! Isso é importante. – Ela assentiu com a cabeça, cortando um pedaço de bolo e colocando na boca.
- É, obrigada... – suspirou com o gosto delicioso de nozes no bolo.
- Bem... Eu vou... – Jemma disse e assentiu com a cabeça.
- Obrigada pelo bolo. – disse, comendo outro pedaço.
- Não há de quê! – Jemma deu de ombros e espiou no recheio do bolo, estranhando os pontos verdes.
- Ei, Jemma! – virou para ela. – Do que é o recheio?
- Pistache, meu favorito. – arregalou os olhos.
- PISTACHE? – A garota se virou rapidamente. – Cadê o Danny? Ele comeu?
- Sim, ele comeu, ele...
não ouviu mais uma palavra do que Jemma disse e largou seu prato de qualquer jeito na mão da namorada de Danny. Ela correu por entre as pessoas no tradicional luau improvisado em City Beach, procurando por Danny, mas ela não o encontrou, até que uma tosse forte a fez encontrar os cabelos cacheados dele.
- Ah, merda! DANNY! – Ela gritou, se aproximando dele, virando seus ombros.
- ... – A voz dele sumiu no meio do caminho.
- DANNY, PELO AMOR DE DEUS! VOCÊ COMEU O BOLO? VOCÊ COM... – Ela abriu a boca do garoto na força e os olhos dele se reviraram antes de seu corpo cair no chão. – AH, MERDA! ALGUÉM LIGA PARA A AMBULÂNCIA! – Ela gritou, vendo algumas pessoas se aproximarem. – Merda, Danny, me ajuda, me ajuda! – Ela suspirou. – O que sua mãe disse? O que ela disse?
resmungava sozinha, tentando lembrar do curso intensivo que tia Grace deu para ela quando ela tinha somente oito anos, a primeira excursão de e Danny sozinhos. Pensa, ! Pensa!
“- A alergia dele é muito forte, , então você precisa evitar que ele coma pistache. Qualquer micropedaço faz com que a garganta dele feche e ele não pode respirar. – Grace falava com a maior delicadeza do mundo.
- E se ele comer por acidente, tia? – A pequena perguntou.
- Ele vai ficar sem respirar e desmaiar, mas você não pode surtar, ok?! Você precisa manter a cabeça fria e pegar isso. – Grace lhe esticou algo que parecia uma caneta.
- O que é isso? – pegou delicadamente o objeto.
- É uma EpiPen, ou uma caneta de adrenalina. Se ele desmaiar, você vai precisar espetá-lo com isso, ok?!
- E como eu faço isso? – perguntou, preocupada.
- Você precisa encontrar a caneta dele, ele sempre vai ter um estojo verde limão na bolsa, é onde você vai encontrar. – Grace lhe explicou. – Você vai ter que abrir o objeto com muita rapidez e segurá-lo assim. – Grace lhe mostrou. – A ponta laranja vai ser encostada nele, a azul você vai apertar. – A menina fez como Grace lhe mostrava. – O mais rápido que você conseguir, você encosta com força a ponta laranja na perna dele e aperta o lado azul, o efeito é imediato. – assentiu com a cabeça.
- Posso apertar? – perguntou e Grace assentiu com a cabeça. A menina precisou das duas mãozinhas para apertar o botão e se assustou quando a agulha apareceu na ponta laranja.
- É isso que vai acontecer. – Grace disse.
- Se eu fizer isso, o Danny vai ficar bem? – perguntou.
- Vai sim. Ele vai acordar e você pode pedir ajuda para alguém para levá-lo para o hospital. – assentiu com a cabeça. – Depois que você tirar a caneta, não se esqueça de massagear o lugar, ok?! Ele vai ficar dolorido.
- Tudo bem... – disse.
- Posso contar com você? – Grace acariciou o rosto da menina.
- Pode sim! Eu não vou deixar que nada faça mal ao Danny. – A menina sorriu e tanto Danny quanto Helena, Alex e Joe sorriram com ele.
- Espero não precisar, isso dói. – Danny disse, fazendo-as rirem”.
A lembrança da conversa de com Grace veio à tona e se levantou rapidamente, empurrando algumas pessoas para o canto, procurando o canto onde Danny estava com Jemma e o restante do pessoal.
- Encontrar a bolsa! – olhou em volta, encontrando a bolsa cheio de patchs de corrida, abrindo-a na pressa e jogou tudo na toalha, encontrando o estojo verde limão de sempre. Ela o abriu, encontrando várias canetas e pegou uma, correndo de volta até o garoto, se ajoelhando ao seu lado. – Fica comigo, Danny!
As mãos da menina trabalharam com pressa, como se ela não estivesse nervosa ou se tivesse feito isso antes, isso nunca aconteceu, mas ela estava com a mesma confiança de jogar uma bola no campo. Ela só tentava não olhar para Danny, pensar que sua garganta estava fechada e que isso logo faria seu coração parar não era a melhor coisa no momento.
Quando a caneta estava pronta em sua mão, a menina deu uma olhada para Danny. Os olhos pareciam estar entreabertos ainda e as veias do pescoço do garoto completamente estendidas. Ela segurou com força a coxa esquerda de Danny, prendendo a calça jeans em seu corpo e sua mão direita foi quase como um golpe para o local e seu polegar apertou o lacre azul. Ela esperou alguns segundos, vendo o frasco esvaziar e virou o rosto para ele.
- Vamos, Danny! Vamos... – Ela disse, se aproximando da cabeça de Danny após largar a caneta e apoiou a cabeça dele em seu colo. – Vamos, Danny, va...
- AH... – A respiração de Danny voltou com força, fazendo o coração de se acalmar e as lágrimas do nervosismo finalmente saírem pelos seus olhos.
- Ah, graças a Deus! – A menina suspirou, apertando-o fortemente. – Graças a Deus... – Ela o apertou fortemente.
- ? – Ele perguntou, confuso e a menina o soltou um pouco.
- Fica quieto, ok?! A ajuda está a caminho... – Ela passou a mão na testa molhada do garoto.
- O que aconteceu? – Ele perguntou com a respiração pesada.
- Eu tive que usar a caneta... – Ela disse suspirando. – Você comeu o bolo da Jemma, tem pistache... – Ela suspirou forte.
- Tem? – Ele perguntou, confuso e ela assentiu com a cabeça.
- ABRAM CAMINHO! – virou o rosto para trás, vendo dois paramédicos se aproximarem.
- Eles vão cuidar de você agora... – disse, apoiando a cabeça de Danny na areia antes de se levantar.
- , eu... – Danny perguntou, mas os paramédicos já se aproximavam dele.
- Você está ok?! – Michael perguntou para quando ela se aproximou deles.
- Só nervosa... Mas eu estou bem. – Ela suspirou e Michael a abraçou.
- Namorando há três anos e não sabe que o namorado tem alergia severa a pistache? – Michael suspirou e não queria pensar nisso agora, mas era só isso que estava na cabeça de Danny enquanto ele era levado de maca para a ambulância.
- Ligue para tia Grace. – disse. – E vai com ele! – Ela falou para Michael, empurrando-o para perto. – Me ligue depois! – Michael ignorou todo tipo de briga que existia há três anos e saiu correndo pela praia até alcançar os paramédicos.


*Contabilidade: Michael disse em uma entrevista que antes de se tornar treinador, ele trabalhava em algo relacionado a finanças, não necessariamente prestou contabilidade para isso.

Baku, Azerbaijão, 2016 - Sábado


- ISSO! – A equipe comemorou e aplaudi com eles, sentindo Michael me abraçar de lado.
- Boa, Danny! – Abaixei as mãos, virando o rosto para a tela e vi Danny como o terceiro melhor tempo da classificatória.
Hoje havia sido relativamente fácil, comparado com as últimas corridas. Danny conseguiu o terceiro melhor tempo na Q1, depois na Q2 e agora na Q3. Parecia que era uma pista que ele conhecia de cor, porque seu tempo simplesmente foi abaixando e ele cravava cada vez mais rápido.
No começo da Q3, ele foi o primeiro a sair, cravando já o tempo de 1:43:966 de cara. Vettel conseguiu fazer o mesmo tempo, mas por Danny ter cravado o tempo primeiro, ficou à frente de seu antigo companheiro de equipe. A sessão foi parada quando Hamilton bateu ao quebrar sua suspensão dianteira. Durante a sessão também, Bottas atingiu a velocidade mais alta registrada em uma sessão de Fórmula Um com 378 km/h. Loucura!
E eu surtada com Danny ontem e sua batida a 367 km/h.
- Como está? – Michael me empurrou com o ombro e suspirei.
- Eu estou bem... Eu estou bem! Se ele continuar se comportando assim, está tudo bem. Eu não quero surtar... – Movimentei as mãos exageradamente, vendo-o rir.
- Está tudo bem surtar um pouco, ... – Ele segurou minhas mãos, abaixando-as devagar e suspirei.
- Não agora. – Suspirei.
- Vem! Vamos encontrar o Daniel para você relaxar. – Ele me puxou, me fazendo rir.
Tropecei nos pés, rindo com ele e passei perto da sala de telemetria para deixar meus fones. Segui com Michael e soltei o boné do passador de cinto da calça jeans antes de colocá-lo na cabeça. O paddock já estava mais movimentado pelo final da classificatória, algumas equipes andavam pelo espaço e os pilotos que terminavam as entrevistas, saíam pelo mesmo caminho.
- Ei, se não é a Danny girl. – Ouvi a voz de Alonso, me fazendo rir e abracei-o quando nos encontramos no meio do caminho.
- Bom te ver, Fernando! – Falei, rindo. – Mas nada de Danny girl, por favor. – Ele riu.
- Ah, qual é! Vocês são fofos juntos! – Ele disse rindo, cumprimentando Michael.
- Não posso negar isso. – Dei de ombros. – Como estão as coisas?
- Na corrida? Vou largar em décimo quarto. – Ele disse despreocupadamente, nos fazendo rir. – Na vida? As coisas estão indo bem.
- Te vi com uma garota esses dias. – Falei e ele riu.
- É, não são só vocês que estão de amor aí! – Sorri.
- Bom ouvir isso, Fernando!
- Fer, Nando ou Alonso. Fernando é minha mãe. – Ele disse, me fazendo rir.
- Eu vou como Danny e te chamar de Nando! – Sorri.
- Combinado! – Ele disse, rindo. – Nos vemos depois?
- É, claro! Até mais! – Falei, vendo-o seguir pelo paddock e fui para outro lado com Michael.
- Quando você e Danny se casarem, Alonso vai ser o padrinho de vocês! – Michael disse e arregalei os olhos, virando para ele. – Ok, rápido demais? – Ri fracamente.
- Um pouco, mas... – Sorri. – Quando meus avós, os de Danny, nossos pais e amigos brincavam que nos casaríamos um dia, sempre negávamos rápido e eu achava a maior loucura de todas...
- E agora? – Ele riu comigo.
- Eu sei que é rápido e não tenho intenção nenhuma de me casar pelos próximos anos... – Suspirei. – Mas uma porta se abriu...
- Eba! Casamento! – Michael disse animado, me fazendo rir.
- É, devagar. – Ri com ele.
- O que minhas pessoas favoritas do mundo estão fazendo aqui? – Virei o rosto, vendo Danny se aproximar com macacão da classificatória e o boné de aba reta da Red Bull.
- Ah, só te esperando. – Falei, ainda rindo do assunto e Michael riu comigo.
- Do que estão rindo? – Danny perguntou e minha risada ficou mais alta, passei os braços pelos seus ombros, abraçando-o.
- Nada, Danny. Nada! Parabéns pela qualificação. – Ele me abraçou pela cintura e ri fracamente.
Entrando nessa relação com Danny, eu sabia que tinha só duas opções: perder nossa amizade no meio do caminho ou que passaríamos o resto de nossas vidas juntos. E levando em conta que estávamos oficialmente em um relacionamento há mais ou menos 20 dias, talvez eu estivesse animada demais com a segunda opção.

Domingo
Daniel

Ouvi o despertador tocar e suspirei. Virei o corpo para o lado, tateando a mesa de cabeceira e desativei o celular, ouvindo o silêncio novamente. Passei as mãos no rosto, jogando os cabelos para trás e virei o rosto para o lado, procurando por . O espaço ao seu lado estava vazio, mas ela estava sentada na beirada da cama, observando a vista lá de baixo pela fresta do blecaute.
19 de junho de 2016. Sete anos que tio Alex e tia Helena faleceram.
Todos esses anos pensei em como ela passava esse dia, mas eu e somos mais semelhantes do que diferentes. E apesar de ela me criticar por sofrer sozinho, ela sofre da mesma forma. Ela não atende minhas ligações nesse dia, não sei se vai para casa visitar o túmulo de seus pais sem contar para ninguém ou o que faz, só sei que ela some por uma semana, tempo o suficiente para nos fazer esquecer e não comentar sobre isso quando ela aparece. Mas agora está aqui...
Ela está aqui...
Deslizei meu corpo na cama, passando os braços ao redor de seu corpo e deixei-a entre minhas pernas, apoiando a cabeça em seu ombro. Suas mãos apertaram as minhas com firmeza e sua cabeça tombou para trás em meu ombro. Ela fungou mais alto e percebi seu rosto avermelhado pelas lágrimas.
- Baby... – Suspirei, dando um beijo em seu rosto.
- Eu estou bem... – Ela suspirou forte.
- Xi... Você não precisa ficar bem. Eu estou aqui pelo tempo que precisar... – Ela apertou as mãos em cima de meus braços.
Ela virou o corpo para mim e seus braços apertaram em meus ombros, fazendo-a erguer o corpo. Fechei meus braços em volta de seu corpo, amparando-a pelas costas e seu choro ficou mais alto, fazendo os soluços ecoarem pelo quarto silencioso. Meus braços apertaram-na com mais força e deslizei a mão pelas suas costas até subir para seus cabelos.
Já fazia sete anos, mas a forma que tudo aconteceu tornava tudo pior para todos nós. Eu estava na Fórmula 3, uma das minhas primeiras oportunidades. Estranhei a ligação da minha mãe fora de hora, ela pediu para eu ir para casa, tentou desconversar, pedindo para eu não perguntar nada, mas seu choro ficou alto e Michelle tirou o telefone de sua mão e contou sem muito cuidado. Eu peguei o primeiro voo para casa e não gosto de lembrar da cena que encontrei quando cheguei. Acho que tirando tombos quando criança e choro de raiva, foi literalmente a única vez que eu vi chorar.
Pena que depois desse dia isso virou uma constância.
- Baby... – Ela me chamou e afastou o rosto devagar. Os olhos e bochechas vermelhas estavam em evidência, além das lágrimas acumuladas em seu rosto.
- Eu estou aqui, baby... – Acariciei seu rosto, limpando as lágrimas acumuladas ali.
- Obrigada... – Ela cochichou.
- Você não tem que agradecer, baby. – Falei, dando curtos beijos em seu rosto. – Eu estou aqui por você para sempre. – Ela assentiu com a cabeça e deslizou o corpo para baixo, se sentando entre minhas pernas.
- Eu não gosto desse dia... – Ela suspirou e neguei com a cabeça.
- Eu sei, eu também não. – Coloquei seus cabelos atrás da orelha. – Mas é só uma memória, baby... E agora estou aqui contigo e eu vou garantir que nada te faça mal, nem essas lembranças... – Ela suspirou, soltando a respiração pela boca. – Eu sei que não posso evitar tudo, mas vou me certificar de tentar ao máximo. – Acariciei seu rosto.
- Eu te amo, Danny... – Ela suspirou, me pegando desprevenido. – E sim, eu sei como é fodido falar isso com tudo o que aconteceu conosco no último mês, mas...
- Eu te amo, . – Falei antes dela, vendo-a erguer o olhar para mim. – Com todas as implicações dessas palavras. – Ela riu fracamente. – Como amigo... Como namorado... Como seu amante... – Ela negou com a cabeça e colei meus lábios nos seus em um curto selinho. – E vamos descobrir isso juntos, ok?! – Ela assentiu com a cabeça, apertando os braços em volta de meu pescoço e me abraçou apertado.
- Ok... – Ela riu fracamente. – Talvez seja hora de você saber do que eu estava rindo ontem... – Ela afastou o rosto, esticando as pernas para o lado e apoiei minha mão em sua perna.
- O quê? – Perguntei e ela riu fracamente, apoiando a mão em meu peito.
- Michael disse sobre um possível casamento Addams-Ricciardo. – Ri com ela.
- É? – Falei e ela riu, jogando a cabeça para trás.
- É. – Ela suspirou. – Eu sei que está cedo, mas... – Ela riu enquanto negava com a cabeça. – Parece uma possibilidade agora. – Subi a mão pela sua perna. – É louco, eu sei, eu só...
- É louco sim. – Falei, rindo com ela. – Mas se isso acontecer um dia... Eu vou ser o cara mais feliz do mundo por casar com minha melhor amiga. – Ela sorriu. – E sim, eu vejo uma possibilidade também. – Ela riu fracamente.
- Você se lembra a última vez que falamos desse assunto? – Ela subiu a mão para meu rosto, acariciando minha bochecha.
- Sim, eu lembro... – Falei, suspirando. – No começo do ano... – Ri fracamente. – E pelo que eu me lembre, eu precisaria aprovar seu namorado e a minha não poderia cozinhar melhor do que você. – Rimos juntos.
- Ela não vai. – Ela negou com a cabeça.
- E eu me aprovo, completamente! – Ela riu fracamente, pressionando nossos lábios.
- Você é ridículo, Daniel! Mas eu te amo. – Sorri, apertando minhas mãos em seu corpo.
- Eu te amo também, ... Wandinha. – Rimos juntos e ela deslizou a mão pelo meu rosto.
- Wandinha... – Ela disse fracamente. – É loucura pensar nessas coisas e lembrar que te conheço há 24 anos...
- A cada 10 anos nós conhecemos uma parte nova da nossa amizade. Dos três aos 13, amizade. Dos 13 aos 23, tivemos nosso primeiro beijo, brigas de outros relacionamentos... – Ela riu fracamente. – E agora viver um relacionamento.
- Uhum... – Ela deslizou o nariz no meu. – E aposto que não vai ser nada parecido com o nosso ensino médio. – Ri com ela.
- Ah, não mesmo! Não consigo ficar longe de você igual àquela época. Especialmente depois de conhecer seu outro lado. – Ela negou com a cabeça, rindo. – E que lado.
- Bobo. – Ela falou e colei nossos lábios em um curto selinho.
- Você está bem? – Perguntei, voltando ao assunto, abaixando as mãos em seu corpo.
- Sim. – Ela assentiu com a cabeça. – Me lembra de nunca esconder coisas de você...
- Você não vai conseguir. – Ela assentiu com a cabeça, acariciando minha barba.
- Você também não, então estamos quites. – Rimos juntos.
- Agora vamos, você precisa reduzir essa barba. – Ela pressionou meus lábios antes de se levantar.
- Agora está explicado! – Ela riu fracamente.
- Está ficando grande demais. Acho que agora posso palpitar sobre seus looks. – Ela foi até o banheiro.
- Ah, e antes você não palpitava? – Comentei, ouvindo-a rir antes de fechar a porta.
Me levantei da cama, esticando o lençol e o edredom antes de jogar os travesseiros na cama novamente. Abri minha mala, pegando uma calça jeans, camisa limpa da Red Bull e uma cueca. Fui até o banheiro, dando dois toques antes de abrir a porta e vi embaixo do chuveiro, deixando a água cair pelo seu corpo, me fazendo sorrir.
- Tem espaço para mais um? – Brinquei, vendo-a rir.
- Talvez... – Ela sorriu e ouvi dois toques na porta.
- Daniel! – Ouvi me chamarem.
- Já volto. – Pisquei e ela deu um aceno de cabeça. Puxei a porta e fui até a do quarto, abrindo-a, encontrando Maria com um buquê de flores na mão. – Ei, bom dia.
- Bom dia para quem vai largar em segundo! – Ela disse, animada.
- Eu? – Falei, rindo.
- Sim, Perez foi penalizado por troca da caixa de câmbio e você larga em segundo! – Ela disse animada, me fazendo rir.
- E em comemoração, você me comprou flores? – Ela riu fracamente.
- Não, isso foi entregue no quarto, é para ... – Ela me esticou o buquê e franzi a testa. – Da sua mãe.
- Minha mãe? – Estranhei, procurando o cartão e o abri, encontrando algumas palavras em uma letra que não é da minha mãe.
“Lembre-se que eles estão observando cada conquista sua e estão orgulhosos da mulher que se tornou. Amamos você, Grace, Joe, Michelle e Daniel”. – Ri fracamente, vendo meu nome ali.
- Danny? Você não vem? – Ouvi a voz de e virei para Maria, sentindo meu rosto esquentar.
- Nos falamos depois? – Sorri para minha assessora.
- Você não tem uma regra sobre não transar antes de corrida? – Pressionei os lábios em um sorriso. – Ah, quer saber? Aproveita! Pelo menos relaxa! – Ela abanou a mão, me fazendo rir enquanto ela puxava a porta. Voltei até o banheiro, abrindo a porta novamente.
- Ei, não vai entrar? – Agora ela tinha espuma nos cabelos e passou a mão no vidro para desembaçar.
- Chegou isso para você... – Mostrei o buquê e ela abriu uma fresta do box.
- Sua mãe... – Ela disse em um suspiro.
- Sim... Já viu isso antes? – Perguntei, apoiando na pia e me aproximei dela.
- Duas vezes ao ano. – Ela deu um curto sorriso. – Você não sabia disso?
- Não e, aparentemente, eu assino esse cartão. – Falei, rindo.
- Sua família sempre foi incrível, não é agora que vai mudar. – Ela disse e apertei meu rosto pela fresta do box e colei nossos lábios rapidamente.
- Sua família também. – Ela sorriu.
- Entra aqui... – Ela sussurrou.
- Acho que posso fazer a barba depois... – Ela assentiu com a cabeça, roçando nossos lábios.
- A água está uma delícia...
- Ah, ... – Falei, puxando a boxer para baixo, ouvindo-a rir e se afastar da porta para eu poder entrar. Minhas mãos foram para sua cintura e meus lábios colaram nos seus antes mesmo de eu sentir o jato de água quente em meu corpo.



- Só faça uma boa corrida, ok?! – Falei baixo e Danny assentiu com a cabeça.
- Não se preocupe, baby. Eu vou tomar cuidado. – Ele me abraçou e apertei as mãos em suas costas. – Aposto que seus pais estão felizes em você estar aqui comigo passando pelos seus medos.
- Fique feliz pelo meu pai não jogar um raio na sua cabeça. – Falei, me afastando e apoiei a mão em seu peito, colando os velcros.
- Espero que ele não invente de fazer isso agora. – Rimos juntos e dei um beijo em sua bochecha.
- Ele não vai. – Me afastei um passo. – Vai lá!
Ele assentiu a cabeça antes de colocar o protetor bucal. Dei um aceno de cabeça para um de seus engenheiros e observei Danny fazer sua tradicional preparação até que o capacete estivesse em sua cabeça e as luvas em suas mãos. Após os carros prontos, ouve aquele caricato silêncio para a volta de apresentação.
Voltei para a garagem junto dos mecânicos, engenheiros e Michael e me sentei no meu lugar registrado, com Michael se apoiando com os cotovelos na bancada ao meu lado. Não demorou para as cinco luzes se acenderem uma a uma e fiz um rápido sinal da cruz quando elas se apagaram. Hoje eu não queria nada grandioso, só que ele não batesse. Não queria duas lembranças ruins no mesmo dia. Sexta-feira já havia acabado com as minhas estruturas.
Danny não largou muito bem, ele tinha a vantagem do lado esquerdo da pista na primeira curva, mas Nico foi mais rápido, permanecendo em primeiro lugar, mas ao menos Danny conseguiu se manter em segundo, mas são 51 voltas, tinha muito que acontecer.
Danny conseguiu manter sua posição bem por seis voltas, até que Vettel o passou. Seu ex-companheiro de equipe estava fervendo atrás dele e era só questão de tempo de isso acontecer. Na mesma volta, Max fez seu primeiro pit stop depois de largar em nono.
Na sétima volta, foi a vez de Danny vir para os pits, trocando por pneus ultra macios. Isso fez com que ele saísse em décimo terceiro lugar, entre Ericsson e Gutierrez. Na mesma volta, Kvyat, ex-companheiro de Danny, precisou abandonar a corrida por problemas na suspensão.
Na décima volta, Danny já tinha caído para oitavo lugar, entre Grosjean e Wehrlein, ultrapassando o suíço na mesma volta. Na décima terceira, ele passou Hulkenberg e foi para sexto. Na décima sexta, já havia subido para quinto e na décima oitava passou Kimi e subiu para quarto, mas deixou o finlandês passá-lo uma volta depois.
Na vigésima primeira volta, Max fez seu segundo pit stop. Não sei o que aconteceu na vigésima segunda volta que Perez e Hamilton passaram Danny, jogando-o para sexto lugar e parecia que ele estava perdendo velocidade, isso fez com que os engenheiros o chamassem para um pit stop na vigésima terceira volta e, mais uma vez, ele saiu em décimo terceiro lugar. Duas voltas depois ele já subiu para décimo, entre Hulkenberg e Jenson.
O rádio de Danny estava razoavelmente quieto, mas tinha um agito grande no pit wall. Algo sobre pouca potência e Simon, com o restante dos engenheiros, tentava solucionar. Enquanto isso, Danny passou Sainz e caiu para nono.
Na trigésima volta, Danny passou Felipe e caiu para oitavo. Na trigésima segunda volta, foi a vez de Carlos Sainz abandonar a corrida pelo mesmo problema de suspensão de Kvyat. Não chegou a bater, mas passou reto a primeira curva.
Se aproximando do fim da corrida, dava para notar que Rosberg estava sozinho à frente, com uma distância de 15 segundos de Vettel que mantinha o segundo lugar. Não tinha mais chances de alguém passá-lo, faltando 15 voltas para o final. Enquanto isso, Danny conseguia se manter em oitavo, já Max mantinha a décima posição.
Na quadragésima primeira volta, Danny e Hulkenberg começaram uma corrida entre si um pouco mais ferrenha. Danny estava a um segundo e meio dele e parecia querer melhorar sua posição até o fim da corrida. Nessa mesma volta, foi a vez de Wehrlein abandonar a corrida por problemas nos freios. Na mesma curva que Sainz não parou, ele também passou direto sem chegar a bater.
Na quadragésima quarta volta, foi a vez de Nando abandonar a corrida por problemas na caixa de câmbio. Se aproximando do final da corrida, Danny continuou sua caçada para pegar Hulkenberg e conseguiu fazer isso somente na quadragésima sétima volta, fazendo a equipe comemorar e meu cotovelo esbarrou em Michael, fazendo-o derrubar seu Red Bull, me fazendo rir.
Quando Danny passou a linha de chegada, apesar do fraco resultado, só fiz um sinal da cruz. Hoje podia ser o dia que Danny chegasse a um pódio novamente depois de Mônaco, mas estava feliz pela corrida ter acabado sem grandes problemas. Hoje só passaria de uma lembrança triste para mim. Poderíamos sair para jantar mais tarde e só aproveitar, sem grandes problemas. Nico ficou no primeiro lugar, mantendo sua posição no campeonato, depois veio Vettel e Perez no pódio. Parece que a penalidade não o afetou. Em seguida vieram Kimi, Hamilton, Bottas, Danny, Max, Hulkenberg e Massa fechando a zona de pontuação.
O pós-corrida se seguiu como sempre. Maria foi atrás de Danny, a equipe começou a se organizar para finalizar tudo e eu e Michael, seguimos a família e o treinador de Max para o paddock. O local estava cheio, como sempre, e vi Danny já parado com alguns repórteres, sobrando que eu desse somente um aceno discreto para ele quando passamos.
Enquanto esperava, aproveitei para finalmente comer alguma coisa. Esse dia inteiro embrulhava meu estômago, e acho que piorou depois de dizer a Danny que o amava. É loucura pensar nisso! Saiu com tanta naturalidade que eu também fiquei meio perdida em como reagir. Assim... Eu o amo desde que eu entendi o que é amor. Temos uma conexão incrível desde meus dois anos e quatro meses. Não tinha outra pessoa que eu pensava na minha vida mais do que ele, mas o que eu disse hoje era diferente. Eu não falei que amava aquele garotinho de dois anos e sete meses, eu falei que amo o homem de quase 27 anos. E a sensação é muito boa.
Na verdade, melhor sensação do que essa é ouvi-lo repetir que me ama. Daniel Joseph Ricciardo me ama! Também vê um futuro comigo e eu me sentia como uma garotinha no seu primeiro beijo. Bem, o meu não vem ao caso, já que também foi com Danny, mas depois de tudo o que passamos, acaba sendo irônico como as coisas acontecem.
Eu só tive um namorado antes de Danny, por dois anos na faculdade, mas não importante o suficiente para eu optar por passar o fim de ano com ele ao invés de com a família de Danny. Esse distanciamento foi o motivo principal de eu levar um pé na bunda, mas não me importei muito na época, acho que não tinha tanta maturidade para ter alguém preso em mim, qualquer oportunidade eu queria voltar para Perth.
Mas agora com Danny... Eu não sei, é diferente! Eu me sinto confortável! Não é aquela brincadeirinha de criança, parece que estamos prontos para enfrentar algo grande assim, mesmo com a insistência de Danny em não amadurecer. Parece que a vida preparou nosso terreno durante todos esses anos para finalmente conseguirmos enfrentar isso sem atrapalhar nossa amizade.
- Ei, galera! – Sorri ao ver Danny e Max aos risos ao entrar no motorhome e me levantei rapidamente, deixando meu garfo de lado.
- Ah, minha garota aí! – Danny disse, me fazendo rir e fui até ele, vendo-o abrir os braços e pulei em seus ombros, erguendo os pés e ele me girou pelo local, me fazendo bater as pernas.
- Opa, desculpe, Max! – Falei, vendo-o rir.
- Está tudo bem! – Ele disse, rindo.
- Parabéns pela corrida. – Falei para Danny e ele colou nossos lábios, me fazendo sorrir e voltar os pés no chão.
- Eu me comportei por você. – Ele sussurrou, me fazendo rir e colei nossas testas.
- Não faz mais do que a sua obrigação. – Falei, afastando as mãos e apoiando em seus ombros.
- Sabe o que eu estava pensando...? – Ele me segurou pela cintura.
- Quando? Durante a corrida? – Perguntei, rindo.
- É, eu tive tempo... – Rimos juntos.
- O que estava pensando? – Perguntei, passando as mãos em seus cabelos úmidos e amassados pelo capacete.
- Temos 10 dias até Áustria... – Ele me puxou para si pelo passador do cinto. – Podemos ir para Mônaco e ficar lá... Relaxar um pouco. Vai ser bom para você... – Ri fracamente.
- Aproveitar seus quase 27 anos? – Brinquei, vendo-o rir.
- Você vai ficar com alguém mais velho...
- Uau, hein?! – Brinquei, ouvindo-o rir e ele segurou meu rosto antes de colar nossos lábios novamente.
- Uh, casal apaixonado! – Desviei o rosto, vendo Christian Horner e Helmut Marko entrando no motorhome e meu rosto esquentou.
- Não parem por nós. – Helmut disse, me fazendo rir fracamente, mas a risada de Danny ficou mais alta.
- Ah, vamos aproveitar. – Danny beijou meu rosto e ri fracamente, sentindo meu rosto ainda quente.

Mônaco, 2016
Daniel

- Aqui! – Entreguei a chave para e ela colocou na porta antes de empurrá-la.
- Hum, está cheirando limpeza. – Ela disse, puxando a mala de rodinhas para dentro.
- Eu pedi para a diarista vir. – Comentei e ela riu fracamente.
- Querendo deixar as coisinhas bonitinhas para mim? – Ela piscou para mim antes de sumir pelo meu quarto, me fazendo rir.
- É... – Falei sozinho antes de fechar a porta do apartamento rindo.
Dei uma rápida olhada na sala e tudo estava arrumado e o cheiro de limpeza estava bem presente. Voltei para o quarto e encontrei se desfazendo da mochila e colocando-a no chão junto da mala grande que havia chego e da outra que ficou aqui.
- Ah, eu estou cansada. – Ela suspirou, se sentando na beirada da cama.
- Quer descansar? – Perguntei, deixando minha mochila ao lado da sua.
- Depende... – Ela tombou o corpo para trás, ficando no meio da cama. – Você tem outra ideia? – Ri fracamente, me aproximando da cama.
- Eu tenho muitas ideias, mas você parece cansada, baby... – Ela riu fracamente.
- Esse fim de semana foi muito bagunçado. – Ela suspirou. – Eu tive emoções demais. – Sorri e me deitei ao seu lado, apoiando uma mão em sua barriga.
- Nem fala, baby! – Sorri, aproximando meu rosto do dela e ela segurou meu rosto, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Falando sobre emoções... – Ela falou baixo, erguendo o rosto para mim.
- Ah, emoções... – Ri com ela. – How much longer will it take to cure this? – Ela riu fracamente.
- Just to cure it ‘cause I can’t ignore it if it is… - Ela cantarolou fracamente comigo.
- Já percebeu que cantamos essa música um para o outro há 10 anos e só agora tem o real significado? – Falei e ela riu fracamente.
- É... Já. – Ela sorriu, mordiscando seu lábio inferior. – Danny, eu... – Ela suspirou alto, se sentando na cama rapidamente e fiz o mesmo movimento mais devagar. – Eu preciso tocar na ferida...
- Você está pensando sobre o que dissemos no domingo... – Ela assentiu com a cabeça e segurei suas mãos. – Qual o problema, baby? – Entrelacei nossos dedos.
- O que aconteceu não foi coisa da minha cabeça, foi? Digo... – Ela suspirou. – Eu disse, eu sei, e eu sinto isso. – Ela suspirou. – Mas pensando quando as coisas começaram e hoje... Estou com medo de que eu tenha estourado algo cedo demais. – Sorri.
- 24 anos é cedo demais? – Brinquei, vendo-a rir.
- Não nos amamos por 24 anos, Danny. – Falei.
- Não desse jeito, não. Mas nosso amor cresceu durante esses anos. – Estiquei minha perna na cama, colocando-a entre as minhas. – Eu te amei por muito tempo como minha irmã. – Ela riu fracamente. – Mas nós mudamos isso, . De uma forma boa. – Ergui uma mão para seu rosto. – Isso é confuso sim, quando eu penso que te amo, eu só sei meus sentimentos por você, mas não sei separar nossa amizade do que está acontecendo aqui hoje...
- Isso que eu tenho medo... – Ela suspirou. – De estarmos apressando as coisas porque nossos corações estão falando alto demais... – Ri fracamente.
- O que a música diz? – Acariciei sua nuca.
- Nossa música? – Assenti com a cabeça e ela suspirou. – Qual parte?
- Depois do que a gente cantou.
- Hum... Just to cure it ‘cause I can’t ignore it if it is love, love… Me dá vontade de dar a volta e encarar que eu não sei nada sobre amor... – Ela riu antes de terminar e assenti com a cabeça.
- Venha, venha! Gire mais rápido. – Cantei. – Venha, venha! O mundo vai nos seguir depois. – Ela sorriu. – Venha, venha! Porque todo mundo está atrás de amor... Estamos acidentalmente apaixonados. – Ela riu, abaixando o rosto. – É nossa música, baby. É nossa vida. – Ela ergueu o rosto novamente. – Não sabemos nada sobre amor, porque nos conhecemos há tanto tempo e só nos descobrirmos nesse departamento agora. – Apoiei minha testa na sua. – E vamos aproveitar isso aqui. A gente vai lidando com os problemas quando eles aparecerem.
- Mas e...
- Isso não é um problema, ! – A cortei, fazendo-a rir. – Eu te amo! – Falei firme. – Eu te amo como minha Wandinha ou como aquela gostosa na cama. – Ela gargalhou, apoiando os braços em meus ombros. – É cedo? Sei lá! – Falei, rindo. – Mas eu me sinto tão bem contigo... Tão confortável que eu não tenho receio nenhum em falar. – Ela falou. – Minha mãe vai surtar? Vai! Minha irmã? Mais ainda, mas eu te amo. – Ela sorriu. – EU AMO...
- Daniel! – Ela me repreendeu.
- O quê? Não gosta de grandes declarações? – Ela riu.
- Não gritando na minha orelha.
- Ok, deixa comigo... – Me afastei, me levantando da cama.
- Ah, meu Deus! Aonde você vai? – Ela perguntou, rindo.
- Não gritar na sua orelha... – Dei de ombros, andando até a sacada e abri a porta, sentindo o vento entrar.
- Daniel...
- O quê? – Falei, rindo.
- Daniel! – Ela se levantou e saí pela sacada, apoiando as mãos na marquise.
- EU AMO ADDAMS! – Gritei, ouvindo sua gargalhada alta. – EU AMO MINHA MELHOR AMIGA! – Ela apertou as mãos no rosto. – EU TRANSEI COM MINHA MELHOR AMIGA!
- DANIEL! – Ela gritou junto e alguns gritos vieram das outras janelas, me fazendo rir.
- Viu?! Eles gostaram! – Virei para ela.
- Você é louco! – Ela me puxou pela camiseta, me fazendo rir.
- Eu amo você, Addams. – Apoiei as mãos em seus ombros, segurando seu rosto e ela me apertou pela cintura. – E agora, para mim, é o suficiente. – Ela sorriu.
- É mais do que suficiente, Daniel Ricciardo. – Sorri com ela.
- Com o tempo, os problemas vão vir, eu sei. Mas vamos lidar da mesma forma que lidamos todos esses anos, juntos. – Ela assentiu com a cabeça.
- É perfeito. – Ela sorriu. – Eu te amo, Daniel. – Sorri.
- Eu te amo, . – Falei, ouvindo-a rir e eliminei a distância, colando nossos lábios.



Tirei os ovos da panela com a ajuda de uma pseudo-escumadeira que Danny tinha na cozinha e coloquei em cima das duas torradas. Voltei para o molho hollandaise, batendo com o garfo com força, já que Daniel não tem um fouet também. Quando o molho finalmente deu ponto, meu braço doía com o movimento constante. Fazia tempos que eu não fazia isso.
Peguei uma colher limpa, experimentando um pouco do molho e despejei uma colher em cada prato de croque madame, vendo-o escorrer pelo ovo poché, sem estourar a gema. Deixei a panela perto da pia e destaquei alguns papéis toalha, dobrando-o de forma que ficasse uma abertura e limpei os dois pratos, tirando a sujeira da borda. Joguei o papel no lixo e virei o rosto para a porta.
- Ah, merda! Daniel! – Me assustei com ele apoiado no batente da porta. – Há quanto tempo você está aí?
- Desde que você começou a fazer os ovos. – Ele disse e ri fracamente.
- Merda! Você me assustou. – Falei rindo e ele entrou na pequena cozinha de seu apartamento, me puxando pela cintura.
- Você fica no seu mundo enquanto está cozinhando, baby. – Ri fracamente, passando as mãos em seus ombros.
- Eu gosto disso. – Falei, colando minha barriga na dele.
- Eu sei. – Ele deu um beijo em minha bochecha. – Por isso eu quero que você abra seu restaurante. – Sorri.
- Eu vou! – Falei firme. – Só mais meio ano, baby. – Apertei meus braços em seu corpo, colando minha testa na dele. – Depois prometo que vou atrás disso.
- Nós vamos atrás disso, eu vou te ajudar... – Ele afundou o rosto em meu pescoço.
- Eu tenho uma longa lista de coisas para fazer antes do lugar em si. – Ele deu um beijo no local.
- Muito grande? – Ele perguntou, me fazendo rir.
- Eu já te falei sobre isso. Eu me especializar antes... – Suspirei quando senti sua língua deslizando pelo local. – É o principal.
- E agora? – Sua voz saiu abafada, suas mãos subiram pelas minhas costas.
- Agora? – Ri fracamente, sentindo a blusa enrolar na barriga.
- É... Agora... – Sua respiração saiu forte em meu pescoço e sua mão desceu pela minha bunda.
- Eu gostaria de comer o café da manhã que eu fiz com tanto amor e carinho para nós... – Sussurrei, mas sabia que ele não estava ouvindo. – Daniel...
- Eu estou ocupado agora. – Ri fracamente, sentindo seus lábios em minha orelha, depois em minha bochecha.
- Ah, estou vendo... – Virei o rosto, deslizando meu nariz no dele e ri quando ele colou nossos lábios. – Daniel!
- O quê? – Ele afastou o rosto rapidamente. – O lanche pode esperar, meu sexo matinal não... – Ri com ele.
- Ah, seu sexo matinal? – Subi as mãos para seus cabelos. – Não na minha cozinha, baby.
- Sua cozinha? – Ele ergueu o rosto, me fazendo rir.
- Já tomei posse. Por sinal, precisamos comprar algumas coisas para cá, bater molho hollandaise no garfo não é fácil. – Ele riu fracamente. – Não espere que eu tenha muita participação na diversão. – Ele abriu um largo sorriso.
- Hum... Então você está liberando meu sexo matinal? – Ele puxou a regata do meu pijama para cima, me fazendo rir.
- Daniel! – O repreendi, vendo-o rir.
- O quê? Você liberou! – Ele ergueu as mãos em redenção.
- Não na cozinha! – Falei firme. – É um lugar sagrado para mim.
- Sagradamente delicioso! – Ele falou, me puxando pela cintura.
- Fora da minha cozinha. – Falei séria, puxando-o pelo elástico da calça, fazendo-o rir.
- Ah, como você é chata! – Ele disse dramático, me pegando no colo, me fazendo gritar quando ele me jogou em seu ombro.
- DANIEL! – Gritei, rindo com ele, sentindo uma mão me segurar pela dobra do joelho e a outra dava tapinhas em minha bunda. – Daniel Joseph Ricciardo! – Falei, rindo. – Se você não me colocar no chão, eu vou abaixar suas calças e morder sua bunda! – Ele gargalhou alto.
- Eu vou tirar as calças logo, mas estou pensando do que eu acho dessa mordida aí. – Ri fracamente. – Eu quero morder sua bunda, mas...
- Ah... DANIEL! – Gritei quando ele me jogou para frente novamente e caí com força na cama, vendo-o se colocar em cima de mim.
- Acho que podemos testar a mordida na bunda. Nunca tentei antes. – Ele apoiou os braços na cama, enroscando as pernas na minha.
- Já falei o quão ridículo você é? – Apoiei a mão em seu rosto, acariciando sua barba.
- Umas 200 mil vezes, mas nunca é o suficiente! – Ele disse, rindo.
- Então vou dizer mais uma vez...
- Não vai! – Ele me cortou, colando nossos lábios novamente.
Suas mãos foram para minhas costas, me apertando com firmeza, fazendo seu peito colar no meu e fechei meus braços em seu pescoço antes de nossas línguas se encostarem. Nossas bocas se chocavam diversas vezes de forma desajeitada. Minhas mãos desceram pelas suas costas antes de subir para sua nuca novamente, enrolando os dedos em seus cabelos.
Ele subiu as mãos pelo meu corpo, deslizando até a lateral do meu corpo e subiu pelos meus braços. Ele ergueu meus braços acima da cabeça e nossas mãos se entrelaçaram. Ele colou nossos lábios mais algumas vezes, me fazendo rir.
- O que está planejando, Daniel? – Ele riu, roçando seu nariz no meu.
- Eu quero fazer esse Daniel sumir e trazer o Dan para a conversa... – Ri fracamente, fazendo um bico, colando nossos lábios rapidamente.
- É melhor você começar a fazer algo, então, porque eu realmente estou com fome. – Ele riu fracamente.
- Sabe de uma coisa? Eu também. – Ele disse com seu sorriso sacana. – E não é comida. – Ri alto, jogando a cabeça para trás.
- Ah, Daniel... – Falei, rindo, parando quase imediatamente quando seus lábios foram para meu pescoço. – Ah, merda, eu te odeio...
- É... Eu sei. – Ele pressionou os lábios em meu pescoço, dando fortes sugadas e fechei minhas mãos, sentindo-o colocar uma força a mais para me manter parada. – Não tente...
- Ah! – Bufei em um suspiro.
Seus lábios desceram para meu peito, dando curtos beijos, até lamber entre meus seios. Fechei os olhos, soltando um longo suspiro. Ele se movimentou, se sentando em cima de mim e segurou meus pulsos com uma mão só. Seus olhos acompanharam os meus e eu queria tirar esse sorriso sacana no soco.
Sua mão livre deslizou pela lateral do meu corpo, desde a linha do umbigo, até meus seios e, quando tentei forçar as mãos, ele segurou com a outra, dando um riso sarcástico. Ele deslizou o corpo em direção ao meu rosto e deslizou seu nariz e lábios pela minha bochecha, fazendo minha respiração sair fraca. Ele deslizou uma mão pela lateral de meu braço, o que eu senti cócegas na parte interna do braço, até ele parar na lateral de meus seios.
Ele fechou a mão em meus seios, me fazendo suspirar quando ele tocou o mamilo já sensível e meus olhos se fecharam quase no automático. O dedo de Danny começou a brincar com meu mamilo, fazendo minha barriga se contrair. Um gemido escapou de meus lábios quando senti seus lábios tomarem conta e impulsionei as mãos novamente, a qual ele apertou com firmeza.
- Relaxa, baby... – Ele sussurrou e mordiscou meu mamilo, fazendo uma arfada escapar de meus lábios.
Os beijos e mordidas dele começaram a ficar constantes e foi a vez das minhas pernas ficarem nervosas, fazendo meus dedos dos pés se mexerem conforme a excitação aumentava. Sua mão livre apertava minha cintura e tinha certeza de que meus seios teriam uma marca roxa amanhã com a força que ele usava para sugá-los.
- Merda, Dan... – Soltei um suspiro, sentindo os movimentos pararem e abri os olhos. – Por que parou? – Perguntei, vendo o sorriso em seu rosto.
- O Dan veio para conversa. – Ele disse rindo, soltando minhas mãos e neguei com a cabeça.
- Você é ridículo! – Falei, apoiando os antebraços na cama.
- E você me ama! – Ele disse rindo e ergui uma mão para seu rosto, colando nossos lábios por curtos segundos.
- Não deixe um homem fazer o trabalho de uma mulher. – Mordisquei seu lábio inferior. – Agora deita!
- Ah, eu gosto da mandona. – Ele riu, se deitando de barriga para cima e passei as pernas em volta de seu corpo. – Vai morder minha bunda? – Sorri.
- Se você gosta desse tipo de coisa... – Dei de ombros.
- Eu gosto de morder sua bunda... – Sorri.
- Vai... Vamos ser um casal que sabe do que o outro gosta... O que você quer que eu faça contigo? – Inclinei meu rosto para frente e ele suspirou.
- Ah... Essa pergunta é perigosa. – Rocei meus lábios nos dele, dando curtos beijos em seus lábios entreabertos.
- Vai... Fala comigo! – Dei um beijo nele. – Creio que essa é a única coisa que eu ainda não sei sobre você. – Ele riu fracamente. – Diga-me o que você sempre quis que a Jemma fizesse contigo e ela nunca teve coragem... – Sussurrei, observando seus olhos se revirarem com a possibilidade.
- Você é má... – Ele disse, me fazendo rir.
- Só tentando te fazer feliz... – Deslizei os lábios pelo seu rosto, deixando curtos beijos.
- Ela era meio careta...
- Hum... Em que sentido? – Beijei seu pescoço, ouvindo-o suspirar.
- Ela nunca passava... – Ele suspirou. – Da cintura para baixo. – Ergui o rosto para o dele.
- Você quer dizer... – Franzi a testa. – Nunca? – Ergui o corpo.
- Nunca. – Ele disse rindo e meu olhar não poderia estar mais confuso.
- Ok, agora eu fiquei confusa! Como vocês dois namoraram duas vezes? – Ele suspirou.
- Bem... Eu estava...
- A pergunta foi retórica! Eu realmente não quero saber! – Falei rindo e ele me acompanhou. – E nem quero perder o clima. – Beijei seu rosto. – Acho que agora entendo por que você fica tão tenso durante o sexo. – Deslizei a mão pela sua barriga.
- Eu não fico. – Ele disse rapidamente. – Fico?
- Uhum... – Beijei seu pescoço e minha mão encontrou o elástico de seu moletom. – Relaxa, ok?! – Minha mão entrou em sua calça e logo em sua cueca, fazendo-o soltar um suspiro talvez alto demais e abri um largo sorriso.
Encontrei seu pênis, sentindo-o firme dentro da cueca e acariciei-o devagar, sentindo a respiração de Danny escapar de meu rosto e fiquei imaginando se Dan tinha tido um blowjob alguma vez em sua vida. Imagina um adolescente sem um blowjob ou até um handjob, fala sério! Não sei se as duas italianas que ele namorou brevemente chegaram nesse ponto, mas pensando que ele ficou mais dois anos com Jemma e fazia mais um que ele estava solteiro, ele deveria estar surtando.
- Respira, Dan, respira... – Falei baixo, sentindo que estava sem movimento dentro da boxer. – Me dá cinco segundos...
- O que você vai fazer? – Ele perguntou, erguendo o rosto e colei meus lábios nos dele rapidamente antes de me afastar. – ?
Levantei de cima dele e saí da cama. Fui até a frente da cama novamente e puxei suas calças pela barra, vendo-o me ajudar na cintura antes de eu puxar o resto para baixo. Sua ereção estava mais visível pela boxer e foi até ela que fui em seguida. Puxei no elástico, puxando mais devagar para baixo, vendo seu pênis e ri fracamente. Eu não era a maior expert no assunto, mas já tinha dado um ou dois blowjobs na minha vida.
- Relaxa, Dan... – Falei baixo, subindo na cama novamente e ele jogou a cabeça para trás, suspirando.
- Já falei que te amo? – Ri fracamente, levando a mão para seu pênis.
- Já... Já sim! – Sorri, acariciando a base de seu pênis, ouvindo-o suspirar. – Relaxa, baby... Pensa em coisas boas.
- Melhores do que isso? – Ele disse, me fazendo sorrir e abaixei o rosto até seu pênis.
Minha mão subiu até sua glande, descendo novamente e mantive o movimento algumas vezes antes de levar meus lábios até seu pênis, dando um curto beijo na cabecinha. O suspiro de Dan foi alto, me fazendo sorrir e abocanhei mais fundo, sentindo o corpo dele se contrair abaixo de mim.
- Porra, ! – Ele suspirou e toquei seu pênis com a língua, começando a sugá-lo devagar.
Minha mão direita segurou seu pênis enquanto a outra mantinha a mão firme em sua coxa. Os lábios deslizaram devagar pela extensão do seu pênis, tentando ir o mais fundo possível, mas eu não tinha tanta prática e Danny tem um bom tamanho.
Meus lábios deslizavam pelo seu pênis, fazendo os suspiros de Danny se misturarem com alguns dos meus gemidos. Senti sua mão em minha cabeça, puxando parte dos meus cabelos, formando um rabo de cavalo fraco em meus cabelos e consegui ter mais agilidade nos movimentos, fazendo o suspiro de Danny ficar mais alto.
- Porra, ... Oh, ! – Ele suspirou alto.
Notei que sua mão foi apertando em meus cabelos e sua barriga se contraiu quase a zero. Sabia que o orgasmo estava perto, então movimentei meus lábios mais rápido, deslizando a língua pela extensão de seu pênis.
- AH! – Danny soltou um longo suspiro, soltando meus cabelos e senti seu gosto em minha boca.
Afastei minha boca de seu pênis em um estalo, mas continuei movimentando a mão em seu pênis, vendo o gozo sair em grossas gotas. Danny suspirava ainda, com as mãos acima de sua cabeça e soltei seu pênis segundos depois. Subi meu corpo para o seu, sentando em seu quadril e suas mãos subiram pelas minhas coxas.
- Eu te amo... – Ele disse em um sussurro e ri fracamente.
- Ainda bem que dizemos antes, imagina dizer no calor do momento? – Coloquei meu cabelo atrás da orelha e inclinei meu corpo no seu.
- Seria honesto do mesmo jeito. – Ele disse e segurei sua nuca, colando os lábios nos dele.
- Você está feliz? – Perguntei, ouvindo-o rir.
- Eu sou o homem mais feliz do mundo, ! – Rimos juntos.
- Podemos tentar o que você quiser, Daniel. Acho que temos intimidade o suficiente para isso. – Ele riu.
- Acho que sim. – Ele riu fracamente. – Ah, cara! Isso foi bom. – Sorri. – Acho que precisamos de uma camisinha agora, não?! – Ri fracamente.
- Talvez você queira descansar um pouco. – Falei, apoiado a cabeça em seu peito, deslizando-o devagar. – E provavelmente vou ter que trabalhar mais um pouco em você para continuarmos isso... – Vi seu pênis murcho, me fazendo rir fracamente.
- Ah, merda... – Ele suspirou e dava para ouvir seu coração batendo forte.
- Relaxa, baby. – Ri fracamente. – Acho que nunca te vi agitado assim...
- Porque eu acho que nunca estive. – Ergui meu rosto.
- Você é um corredor de Fórmula Um, Daniel! – Falei, vendo-o rir.
- Para você ver. – Ele disse em um suspiro e ri fracamente.
- Descansa, baby, temos alguns dias para brincar ainda. – Falei antes de deitar a cabeça em seu peito novamente.
- Você já pensou que isso aconteceria um dia? – Ele perguntou, fazendo carinho em minha cabeça.
- O quê? – Perguntei, rindo. – Chupar seu pênis?
- É... – Ele disse rindo e sorri.
- Nunca! – Falei, rindo com ele.

Spielberg, Austria
Daniel

- Ah, terra firme! – Ri quando saiu do avião.
- Ah, dramática! – Disse, colocando minha mochila nas costas.
- Dramática? DRAMÁTICA? – Ela tirou os cabelos do rosto após pegar sua mochila. – Isso sacode mais do que pipoca! – Ri alto.
- Adoro suas metáforas. – Falei e ela revirou os olhos.
- Por que você faz isso? – Ela socou meu ombro, me fazendo reclamar e ouvi a risada de Christian e Max logo atrás.
- Eu não fiz nada! – Falei, rindo!
- Nem sacudiu tanto assim, ! – Christian disse, colocando sua mochila nas costas.
- Sacudiu sim. – Maria sussurrou ao passar por mim.
- Ah, mas pelo menos a exposição foi legal, vai! – Falei, passando o braço pelos seus ombros.
- Sim, estava muito legal, até você me colocar em um avião velho para andar 250 quilômetros! Dava para ter ido de carro! – Puxei-a para perto, dando um beijo em sua cabeça. – Desgruda! – Ela tirou meu braço, me fazendo rir.
- Ah, parece que alguém está irritada! – Abracei-a pela cintura, colando os lábios em seu pescoço, andando com ela pela pista do aeroclube de Spielberg.
- Me solta! – Ela pediu, rindo. – Daniel, me solta!
- Não solto! – Falei, dando vários beijos e ela passou a mão em meus cabelos.
- Danny! – Ela disse em um gemido, puxando os fios, me fazendo rir.
- Ok, parei! – Dei um último beijo em seu pescoço antes de tirar os braços de seu corpo.
- O que você tem agora? – Ela perguntou e me coloquei ao seu lado.
- Agora? Vamos para o hotel. – Falei.
- Hotel? – Ela virou para mim. – Pensava que ficaríamos no motorhome na Áustria. – Ela disse, procurando pela minha mão e ri fracamente.
- Ah, o hotel é o motorhome, não se preocupe! – Falei, entrelaçando os dedos e ela riu fracamente.
- Acho que vou aceitar o convite da Maria e ficar no hotel junto do pessoal. – Ela disse, rindo.
- E perder a chance de dormir comigo em um lugar bem pequeno e apertado? – Abracei-a com o outro braço, dando um beijo em sua cabeça e ela riu fracamente.
- Mesmo com os maiores espaços, a gente consegue ficar juntinhos... – Ela disse, virando o rosto para mim.
- Eca! Eu vou vomitar. – Ergui o rosto, vendo Max do outro lado, me fazendo rir.
- Não se preocupe, um dia você vai encontrar alguém. – Falei. – Talvez não tão bonita, gata e talentosa... – riu, me empurrando pelo peito e minha risada ficou alta. – Mas você encontra alguém.
- Ah, obrigado, cara! Muito generoso da sua parte. – Max disse rindo e virou para . – O que você fez com ele? Ele já era feliz, mas agora...
- Ah, cara, você não tem ideia! – Falei dramático, vendo apertar as mãos no rosto e ri alto.
- Eu prefiro não saber. – Max disse, rindo.
- EI, VOCÊ TRÊS! EU QUERO DESCANSAR! – Christian gritou da van e estiquei a mão para para andarmos a passos rápidos até a van.
Fui o último a entrar, puxando a porta e toda a equipe presente em uma ação da Red Bull em Salzburg, onde tem o Museu da Aviação, conhecido como Hangar 7, estava lá dentro. Lá fizemos todo o tour e demos entrevistas para falar da próxima corrida que é conhecida como a “home race” da Red Bull.
Eu estava empolgado! Meu aniversário é no sábado e queria finalmente sair desse meio da tabela e estourar, talvez a agitação da home race e do meu aniversário sejam os estímulos necessários para voltar a entrar nos eixos. Bom, isso e talvez um estímulo de .
Ah, cara! Eu sou oficialmente o homem mais feliz do mundo. Como é bom não precisar trabalhar sozinho para se satisfazer, cara!
é perfeita!
Eu já achava isso antes quando éramos amigos, mas agora? Oh, merda! Eu amo ela.
Sempre achei que e Jemma diferentes em vários sentidos, mas agora? Ah, cara! consegue deixar Jemma no chão até no sexo. Agora posso dizer que estou em um lugar onde me sinto completo em todas as áreas.
Chegamos no Red Bull Ring e as folhagens de sempre ocupavam boa parte do espaço, forma ideal de esconder os motorhomes das equipes. Entramos na área deles até parar na destinada para Red Bull. Descemos todos juntos, pegando as bagagens e Maria me passou o tradicional briefing antes de liberar as chaves do motorhome.
- Tem certeza de que não quer ir para o hotel? – Maria perguntou para .
- Eu estou bem. – Ela disse e virei para ela.
- Você pode ir, Michael está lá. – Falei e ela riu fracamente.
- Eu estou bem, Danny! – Ela disse, rindo. – Você disse que a cama é de casal e que o sofá-cama é ótimo. – Ela deu de ombros.
- Se comportem, hein?! – Maria disse. – Não quero ninguém cansado e, muito menos, outras pessoas reclamando do barulho.
- Não se preocupe, sabemos ser discretos! – Dei um largo sorriso e Maria olhou fixo em meus olhos, indicando seus olhos com os dedos e virou para os meus, me fazendo rir.
- Nos comportaremos, Maria. Não se preocupe. – disse, me beliscando, me fazendo rir.
- Boa noite, senhores. Aproveite. – Ela disse, virando de costas.
- Você é casada, certo? – Falei mais alto.
- Daniel! – me repreendeu.
- Eu não sei, ela pode se divertir também! – Falei, sentindo me bater e Maria somente revirou os olhos antes de se virar com um sorriso no rosto.
- Vai, abre aí! – Ela disse e fui até a porta do motorhome, abrindo-a e indiquei para entrar antes, vendo as luzes se acenderem aos poucos.
- Eu não sei por que você reclama, isso é maior do que o apartamento de Mônaco. – disse, me fazendo rir e entrei logo atrás dela, fechando a porta e trancando.
- É bom, a gente só fala na piada. – Dei de ombros.
- É o mesmo motorhome da Espanha? – Ela perguntou, andando pelo local.
- Eu acho que sim... – Falei, estranhando a pergunta.
- Onde você ficou com aquela mulher? – Ela cruzou os braços.
- Ah, agora, entendi! – Ri fracamente, deixando minha mochila no sofá-cama.
- Eu falo sério, Daniel! – Me aproximei dela, puxando-a pela cintura.
- Não foi nada, baby. – Dei um beijo em sua bochecha. – Eu fui um idiota, eu não deveria ter feito aquilo...
- Eu não estou falando disso, só estou perguntando onde vocês ficaram... – Ela disse, mantendo a feição séria.
- No sofá. – Indiquei. – Mas eu nem tirei minha roupa.
- Fez muito bem! – Ela me empurrou pelo ombro. – Eu vou ficar no quarto. – Ela disse, me fazendo sorrir.
- E você acha que ficaria onde? – Apertei minhas mãos novamente, dando outro beijo em seu rosto. – Vai... Me dá um sorriso. – Dei um beijo em seus lábios. – Hum... Podemos nos divertir... – Ela se desmanchou ao sorrir e a acompanhei. – Hein?!
- Você é idiota. – Ela disse, subindo as mãos para meus ombros.
- Eu sei, um idiota que te ama! – Ela sorriu e pressionamos nossos lábios em um longo tocar.
- Eu tenho que ir ao banheiro. – Ela disse, me fazendo rir e soltei-a antes de ela entrar no espaço.
Voltei para a sala, me sentando no sofá e me livrei dos sapatos e das meias, e liguei a televisão. Zapeei os canais até encontrar um de esportes e encontrei o Sky Sports da Austrália, vendo um pódio acontecendo e demorou alguns segundos para eu perceber que era o MotoGP.
- Ei, Jack venceu! – Falei mais alto para que ouvisse.
- Quem? – Ela perguntou, saindo secando as mãos com uma toalha.
- Jack, de casa! – Falei, indicando a TV e Jack Miller, australiano de Townsville, ganhou no circuito holandês.
- Ah, isso é legal! – se aproximou e puxei-a para meu colo, abraçando-a pela barriga quando ela sentou em minha perna.
A cerimônia havia acabado de começar, então o inglês Scott Redding subiu, depois o espanhol Marc Márquez e por último Jack. Os prêmios foram entregues e logo o champanhe foi jogado para os ares, me fazendo rir.
- Ah, cara! Saudade de fazer isso. – Falei e virou o rosto para mim, dando um beijo em minha bochecha.
- Em breve, baby! – Ela disse, rindo. – E ele vai fazer o shoey!* – Ela disse rindo e vi Jack tirar sua sapatilha e colocar champanhe nela antes de beber. – Ah, eca! – Ela disse, me fazendo rir.
- Ah, cara, eles são loucos. – esticou as pernas, me abraçando pelos ombros e amparei-a com a mão nas suas costas.
- Você deveria fazer isso, sabe? – Ela disse, e ergui o olhar para ela. – É, quando você vencer de novo.
- Ah, qual é, ! Fórmula Um é esporte para rico, nunca que eles aceitariam isso. – Ela riu fracamente.
- Talvez seja por isso que você deva fazer. – Ela disse, séria. – Quebrar o sistema. – Ela disse dramática, me fazendo rir.
- Ah, cara. Nem vem... – Ri com ela. – Será? – Virei para ela.
- Ninguém vai falar que você não pode fazer. O que te impede? – Ela deu de ombros.
- Você beberia do seu sapato? – Perguntei e ela ponderou com a cabeça.
- Bem, acho que o problema não é beber do seu sapato, é beber do seu sapato depois de duas horas de prova no calor. Vocês suam demais. – Ri fracamente. – Apesar que não deve dar tempo de a bebida pegar o gosto, talvez o cheiro...
- Você acha que daria certo? – Perguntei, vendo-a rir e ela beijou meu rosto antes de se levantar.
- Por que não? – Ela disse rindo, pegando a toalha de mão novamente. – Posso tomar banho antes? Eu estou cansada.
- Claro, baby. Vai lá! – Falei e ela deu uma piscadela antes de ir até sua mala.
- O que vamos jantar? Você quer sair? – Ela perguntou e ri fracamente.
- Estamos na Áustria, baby! Eu quero schnitzel. – Ela riu fracamente.
- Podemos ir. Mas você sabe que schnitzel, nada mais é, do que bife à milanesa, né?! E dá para você comer em qualquer lugar. – Ela deu de ombros e lhe mostrei a língua.
- Nerd! – Falei, ouvindo-a rir antes de mexer em sua mala.
Ri fracamente, olhando para a TV novamente, vendo a entrevista de Jack com o sapato em mãos e ri fracamente. Será? O shoey é uma ação comum entre australianos em qualquer tipo de esportes, mas nunca pensei em fazer isso na Fórmula Um, especialmente pelo tipo de esporte que é, mas talvez esteja na hora de reduzir um pouco os protocolos engessados do esporte. Mas para isso eu preciso voltar a vencer.


*O Shoey é uma tradição australiana, Daniel diz que teve a ideia com esse pódio do Jack na MotoGP.

Capítulo 23

Perth, Austrália, 2006

- Filha, você vai querer que eu te leve? Ou combinou com alguém? – Helena parou na porta do quarto de , vendo-a distraída com um papel.
- Sim, vou! Vou encontrar a Déborah e o pessoal lá. – disse.
- Ok, não demore! Eu e seu pai vamos aproveitar e sair para jantar.
- Tudo bem! – disse, virando para o papel em sua frente, onde ela formava uma de suas milhares rosas vermelhas. Um talento descoberto há pouco tempo. Uma forma de matar a ansiedade.
- Já decidiu qual vestido vai? – Sua mãe perguntou e suspirou, virando para os dois vestidos em cabides.
- O azul, talvez. – disse, pensativa. – É mais discreto.
- Por isso mesmo acho que deveria ir com o vermelho. É o último dia, está na hora de minha menina se destacar, não? – riu.
- É, talvez. – riu, ouvindo a campainha.
- HELENA, A CAMPAINHA! – Alex gritou.
- Ah, um segundo! Tira esses bobs do cabelo. – Helena disse antes de sair do quarto de e a menina se distraiu, finalizando a pintura do desenho com o lápis de cor vermelho.
Helena passou pelo corredor de casa, vendo Alex ocupado com a louça do lanche da tarde que ele e fizeram e foi até a porta. Ela checou pelo olho mágico, se surpreendendo com quem encontrou.
- Alex! – Helena o chamou. – Olha isso! – Ela disse e o marido estranhou a ação da esposa, antes de ela abrir a porta. – Surpresa te ver aqui, Daniel. – Ela falou, vendo o menino com um terno claramente maior do que seu corpo, os cachos grandes em sua cabeça e as mãos em frente ao corpo.
- Talvez eu esteja um pouco atrasado. – Ele disse, pressionando os lábios.
- É... Um pouco. – Helena deu um sorriso. – Soube da sua experiência de quase morte. – Ela deu espaço para o menino entrar.
- É... Se não fosse a lá, eu não estaria aqui hoje... – Ele deu um sorriso.
- Veio falar com ela?
- Se vocês deixarem. – Helena riu, abraçando o garoto.
- Isso já demorou muito mais do que devia. – Helena disse baixo e ele sentiu seu corpo relaxar com o abraço da melhor amiga de sua mãe.
- Bom te ver aqui, garoto. – Alex disse da área da cozinha, fazendo-o sorrir.
- É bom voltar. – Ele sorriu.
- Você sabe o caminho. – Helena disse e o garoto assentiu com a cabeça.
Ele entrou devagar, apesar do local não ter mudado nada, se sentiu incomodado em estar ali. Parecia calçar um sapato antigo que não usava faz tempo. Era confortável, mas não pertencia mais à ali. Ele passou pelo corredor e parou em frente à pequena porta.
Apesar de a casa não ter mudado, o quarto de tinha mudado completamente. Vários pôsteres de bandas e artistas adolescentes bonitos ocupavam as paredes, dividindo o espaço com medalhas e troféus de cricket, além de bonitas fotos de comida. A cama agora estava encostada na parede, a escrivaninha em frente à porta, onde estava, e a parte do lado direito tinha o grande armário embutido, com dois vestidos pendurados.
- Eu gosto do vermelho. – Daniel disse, tentando tornar esse momento menos incômodo do que praticou em casa com seus pais e sua irmã.
achou que seus ouvidos tivessem lhe enganado, mas quando virou o rosto para a porta, realmente não esperava o ex-melhor amigo ali. Ele usava a roupa para formatura, o que a achou engraçado a mistura do paletó grande, cachos quase formando um black power em sua cabeça, além do recém-colocado brinco na orelha que era maior e mais brilhante do que todos os que usava.
- Você colocou um brinco? – comentou e ele riu fracamente. Claro que seguiria dali. – O que está fazendo aqui? – Ela perguntou sem rodeios, fechando o roupão que usava.
- Vim te levar para a formatura. – Ele disse e virou as pernas para o lado, franzindo a testa.
- Achei que fosse com a Jemma. – Ela disse.
- Ela vai ter que encontrar outra pessoa, agora que eu terminei com ela. – Ela assentiu com a cabeça e o garoto entrou no quarto devagar, observando as conquistas de no cricket. Eram mais do que ele esperava.
- Hum... – Ela disse, perdida de como agir.
- Você salvou minha vida, . – Ele disse e ela suspirou.
- Você faria o mesmo. – Ela disse, apoiando o novo desenho no quadro imantado e colocou alguns imãs para mantê-lo preso.
- Não aja como se não fosse grande coisa, . – Ele disse, fazendo-a suspirar.
- Eu não fiz nada mais do que a minha obrigação, Daniel. – Ela suspirou alto.
- Não era sua obrigação, . Não é sua obrigação há mais de três anos e ainda assim você se lembrou da minha alergia, se lembrou do que minha mãe te ensinou e me salvou. – Ela se levantou.
- Eu estou feliz que você está bem. – Ela pressionou os lábios. – De verdade. – Ele assentiu com a cabeça.
- Belo desenho. – Ele indicou a rosa vermelha.
- É... – Ela suspirou. – A única coisa que eu sei desenhar. – Ela pressionou os lábios, cruzando os braços em frente ao corpo. – Sabe... Eu só não entendo uma coisa. – Ela disse e Daniel já esperava por isso. – Por que eu tive que salvar sua vida? Por que eu tive que lembrar de algo de 10 anos para usar? – A raiva foi aparecendo na voz de .
- Ela não sabia. – Daniel disse.
- Vocês namoraram por três anos e você nunca achou que fosse importante falar isso para ela? – Ela franziu o rosto em desgosto. – Uau! Ela deveria ser boa mesmo no que fazia. – Ela falou irritada, pegando o vestido azul só de birra antes de seguir para o banheiro ao lado.
- ! – Ele suspirou, seguindo-a e deu de cara na porta fechada e a travou, respirando fundo. – ...
Ela tentou fazer com que as lágrimas não manchassem a maquiagem que ela usava. Não era uma grande maquiagem, mas ela não queria ter que fazer de novo, não era muito boa nisso. Ela tirou os bobs do cabelo, vendo seus cachos se transformarem em ondas mais bonitas, antes de vestir o vestido azul. Enquanto isso Daniel pensava no que queria falar.
- Eu sei que eu errei, . Muito, na verdade. – Ele suspirou. – Eu não sei exatamente o que eu deveria me desculpar, eu estava apaixonado por ela, de verdade. – ouvia tudo com calma. – Mas a gente não deveria ter se afastado ou parado de se falar. – Ela suspirou, apoiando as mãos na pia. – Eu sinto sua falta. Sinto ter minha amiga por perto... – Ele suspirou. – Eu tenho tanto para te contar... Eu ouvi algumas coisas de você e nem sabia...
- Muita coisa muda em três anos, Daniel. – disse, engolindo em seco.
- Eu sei, mas queria estar ao seu lado nessas mudanças. Queria que tivesse ao meu lado e... – Ela abriu a porta, fazendo o garoto quase cair dentro do banheiro.
- Você que me afastou. – Ela disse.
- Eu não quero brigar, não, mas sabemos que isso não é verdade. – Ele disse e a menina desviou dele e ele se surpreendeu ao ver diferente do uniforme da escola ou do cricket, tinha crescido e virado uma linda mulher. De verdade agora. – Você me afastou! E me derrubou, de verdade.
- E você não veio atrás de mim! – Ela falou, irritada. – Para ajudar me deixou plantada no cinema! – Ela disse, suspirando.
- Eu sei, eu senti muito! – Ele suspirou. – Eu fiquei irritado com nosso distanciamento, mas depois eu só senti sua falta.
- Você não ligou! – Ela disse mais alto! – Ou mandou mensagem!
- Eu sei! Eu sei! – Ele suspirou.
- E você sabe que eu não iria atrás de você. Você sabe que eu...
- É orgulhosa para caramba! – Ele a cortou, fazendo-a dar um curto sorriso. – Eu sei que eu deveria ter vindo antes. Eu errei! – Ele suspirou. – Ver você e o pessoal nas sextas, ver você seguindo na sua vida, suas conquistas... Gostos que eu nem sabia que tinha... Me dava sempre muita saudade de me aproximar de novo.
- E ainda assim não fez... – Ela suspirou. – O que você está fazendo aqui, Danny? De verdade. – Ela cruzou os braços.
- Eu quero pedir desculpas. – Ele suspirou. – Dizer que sinto sua falta, voltar à fazer parte da sua vida e, se você quiser, te levar para formatura. – Ela pressionou os lábios. – Eu sinto falta da minha melhor amiga. – puxou a respiração fundo, olhando para Daniel.
Muito mudou em três anos. Apesar do terno e da gravata, coisa que era difícil ver em Daniel, percebeu pelo passar dos anos que ele estava maior. A carreira dele estava indo devagar, mas constante, então ele havia focado mais no treino físico, deixando-o mais magro e mais forte. poderia dizer quase bonito, mas os cabelos e o brinco a faziam mudar de ideia.
- Você... – suspirou. – A gente não vai mais poder fugir das coisas... – Ela se incluiu na culpa. – Se algo acontecer de novo...
- Vamos lidar com isso juntos. Como amigos fazem. – Ele segurou as mãos dela. – Eu não consigo viver sem você, . – Ele suspirou e ela deu um curto sorriso. – Você não é só minha amiga, você é minha irmã. – Ela pressionou os lábios. – E irmãos, mesmo bravos com o outro, não se afastam. – Ela assentiu com a cabeça. – Amigos para sempre, . – Ela pressionou os lábios.
- Amigos para sempre, Danny. – Ela suspirou, puxando a respiração. – Eu não deveria chorar. – Ela disse com a voz baixa, passando a mão delicadamente onde as lágrimas caíram.
- Não chore! Eu odeio te ver chorar! – Ele a abraçou apertado pela cintura, também sentindo os olhos cheios de lágrimas com o alívio em seu corpo, e ela apoiou a cabeça em seu ombro.
- Eu senti falta disso. – Ela fungou forte.
- Eu também. – Ele disse, suspirando com o cheiro de baunilha em seu nariz.
Lembranças vieram à tona em sua cabeça e só agora ele percebeu o cheiro do perfume de . Sempre gostou, mas nunca realmente se importou, agora que sentia falta dela, o cheiro se tornou sua melhor memória dela.
- Ok, chega! Chega! – Ela disse, se afastando e passou as mãos no rosto, secando as lágrimas. – Eu vou colocar meus sapatos. – Ela disse e foi até a cama, pegando seu All-Star preto surrado.
- Vai de tênis? – Ele perguntou.
- Não posso ficar mais alta que você nas fotos, né?! – Ela disse, fazendo-o rir.
- Agradeço isso. – Ele disse, se aproximando da parede de , vendo-as diversas rosas espalhadas pelas paredes. – Pelo menos teve algo positivo nesses anos...
- Qual? – Ela perguntou, franzindo os olhos enquanto amarrava os tênis.
- Eu não sou mais virgem. – Ela revirou os olhos, abaixando o rosto novamente. – Muito cedo para piadas? – Ele perguntou e ela suspirou.
- Não, mas acho que chegou um momento das nossas vidas que não precisamos saber tudo sobre o outro. – Ela disse, se levantando e ajeitando a saia do vestido.
- Mas contávamos tudo para o outro. – Ele disse e ela se olhou no espelho.
- Quando tínhamos 13 anos. Isso faz quase quatro anos, Danny. – Ela disse, ajeitando as alças do vestido. – Muito mudou desde lá. – Ela disse e ele se colocou atrás dela, olhando-a pelo espelho. Talvez fosse pelo cricket e treino constante, mas tinha um corpo bonito e o decote do vestido mostrava que os seios haviam crescido desde a última vez que trocaram um abraço de verdade.
- É, eu consigo ver. – Ele disse, fazendo-a sorrir. – Você está bonita, . – Ele disse.
- Obrigada. – Ela suspirou.
- Merda! Eu deveria ter comprado uma flor... – Ele disse.
- Não se preocupe. – foi até a mesa, pegando uma caixa transparente com um bracelete em forma de flor. – Minha mãe comprou... Você pode colocar.
- Vai ser um prazer. – Ele disse, pegando a caixa e abriu-a, pegando o bracelete e lhe esticou o braço esquerdo para ele deslizar o elástico. – Está perfeito.
- Sim... – Ela sorriu. – Agora sim.
- Pronta? – Ele perguntou, esticando a mão para ela.
- Sim. – Ela a segurou e ambos sorriram.
Eles chegaram juntos à sala, fazendo os pais de sorrirem e abraçarem eles com animação. Helena logo aproveitou o momento para tirar a maior quantidade de fotos que a câmera digital permitia. O sorriso no rosto de ambos podia ser da felicidade de terem conseguido se formar na escola, mas eles sabiam que tinham muito mais. Eram amigos de novo e, apesar de tantos anos, eles conseguiram agir como se nada tivesse mudado.
Daniel os levou até a formatura, sob protestos de Alex, já que ainda não tinha carta de motorista, mas pensando nas licenças que ele tinha para as diversas competições, talvez fosse o suficiente, menos se a polícia os parasse, mas não foi necessário.
Quando ambos entraram no salão de festas, eles viraram o assunto da festa. Tanto para os amigos, quanto para Jemma que não se conformava pelo término do relacionamento. Quem saberia que ele tinha alergia severa a pistache? Ele nunca comentou nada! As opiniões ficaram divididas do que é que estava acontecendo entre eles, mas isso não tirou a diversão de ambos. Além disso, algo que todos sabiam é que quando Daniel e se juntavam, nada os separaria e, dessa vez, eles sabiam que ficariam juntos para sempre.
Só não sabiam ainda das condições desse “para sempre”.

Spielberg, Áustria, 2016 – Sexta-feira


- Ei, esperou demais? – Danny apareceu.
- Não, eu acompanhei um pouco. – Me desencostei da parede.
- Estava falando com o Dani! – Ele disse e vi Kvyat saindo da sala de coletiva junto de outros pilotos e ele deu um rápido aceno de mão e retribuí.
- Ele está bem? – Perguntei, andando ao seu lado e Maria estava um pouco atrás de nós.
- Sim, sim... Dani é bom, só foi rebaixado e isso não é nada legal. – Ele disse, rindo, passando o braço em meus ombros e abracei-o pela cintura.
- E como você está? Ouvi o que você disse. – Virei o rosto para ele.
- Sobre o quê? – Ele franziu a testa e toquei seu boné, virando-o para o lado.
- Tudo, na verdade. – Ri fracamente. – Sobre o contrato, expectativa de carreira, sobre assistir pornografia com a internet lenta do camping. – Ele riu, me fazendo sorrir.
- É, está tudo bem, baby! – Ele disse e segurei sua mão caída em meus ombros.
- Vai, me fala! Que papo é esse de pergunta de contrato? – Virei o rosto para ele. – Você não me falou nada disso. Achei que os boatos tinham acabado depois de Mônaco.
- É... É só... – Ele negou com a cabeça e parei de andar, me colocando em sua frente.
- Daniel...
- Não é nada, ! Relaxa. – Apoiei as mãos em sua cintura.
- O que é? – Perguntei e ele suspirou.
- Depois de Mônaco, o Glenn acabou dando uma sondada em outras equipes e pode ser que eu tenha algumas ofertas. – Ele deu de ombros.
- Daniel! – Falei firme. – Isso é importante.
- Não é importante, porque eu não estou interessado nisso para agora. – Ele falou firme. – Tenho mais dois anos no meu contrato e vou cumprir. Depois eu penso. – Ele suspirou. – Podemos ir agora?
- Não acredito que não me contou. – Neguei com a cabeça.
- Não é nada, baby! Se a ideia fosse real, eu já teria falado contigo. Logo tem as férias de meio de ano e eu precisaria decidir agora. Eu não estou pensando sobre isso. – Mordisquei os lábios. – E você não faça isso, ou vou denunciar nosso relacionamento aqui, na porta da coletiva de imprensa. – Ele falou mais baixo e ri fracamente.
- Só me fala, ok?! Não quero saber que não seja para agora, mas pode ser para daqui dois anos. – Falei firme. – E chega de resolvermos essas coisas sozinhos.
- Entendido, baby! – Ele disse, pressionando os lábios rapidamente em minha testa, me fazendo bufar. – Agora vamos? – Suspirei, virando para o caminho novamente, seguindo ao seu lado e ele passou os braços em meus ombros e me empurrou com o quadril para andarmos.
- Precisamos subir ladeira ainda, galera! – Maria disse e segui com Daniel.
- Estamos indo! – Danny disse e ela foi um pouco mais à frente.
- A pergunta sobre seu aniversário me fez pensar um pouco do nosso ensino médio. Antes de você se mudar para Itália... – Comentei, abraçando-o pela cintura. – Em todos os seus sonhos, você realmente acreditou que estaria aqui hoje? – Perguntei.
- Olha, eu lutei muito para estar aqui, então posso ser um idiota e dizer que sim. – Ri fracamente. – Mas tem uma coisa que eu nunca pensei que aconteceria nesses 10 anos. – Ele disse.
- O quê? – Franzi a testa.
- Nós. – Ele sorriu para mim e ri fracamente. – Depois que nos ajeitamos, sabia que ficaríamos juntos para sempre. – Ele me apertou perto de si. – Mas a gente nunca sabe como a vida vai seguir, né?! Sabemos que quando envelhecemos as coisas mudam. – Entramos no motorhome da Red Bull.
- Sim, claro. – Falei, soltando-o devagar para subir as escadas à minha frente e ele só parou quando chegou à porta de seu vestiário.
- Mas agora, eu consigo ver que estamos bastante perto de isso realmente acontecer. – Dei um curto sorriso. – E acho que é a única coisa que eu nunca planejei para mim, mas a que está me deixando mais feliz. – Ri fracamente, abraçando-o pela cintura.
- Eu gosto do Danny romântico. – Ele segurou meu rosto.
- E eu amo você! – Ele falou antes de colar nossos lábios, me fazendo rir.
- Eu amo você. – Falei, sorrindo.
- Daniel! – Maria o chamou, me fazendo suspirar.
- Vai! Aproveitamos esse amor todo depois! – Falei, ouvindo-o rir e entramos em seu vestiário e vi a pilha de macacões e fechei a porta para ele começar a se trocar.
- Por que um novo macacão? – Perguntei, vendo-o puxar a camiseta pela gola, jogando-a para o lado.
- Aqui é a home race da Red Bull, eles sempre inventam algo. Toma cuidado que capaz de você inventar também. – Ele disse rindo e tirou as calças, jogando em minha direção e ri fracamente antes de dobrá-la, vendo-o colocar a segunda pele.
- Espero que não, está quente para caramba.
- Bom para uma coisa. – Ele disse safado e neguei com a cabeça. Ele subiu o macacão pelo corpo e comecei a rir antes mesmo de ele ser fechado.
- Oh, meu Deus! – Falei, rindo. – Ah, Daniel!
- Ah, é legal! – Ele disse, rindo, se olhando no espelho.
- É... Não! – Neguei com a cabeça. A roupa tinha uma estampa de uma tradicional roupa austríaca. – Ah, baby!
- Estou gato, vai! – Fiz uma careta.
- É... Eu prefiro sem! – Falei me levantando e beijei sua bochecha. – Vamos!
Ele finalizou de calçar seus sapatos e logo saímos, ouvindo a risada de alguns funcionários do motorhome, já que Max também já estava lá com seu novo macacão temático. A risada aumentou quando Danny apareceu, fazendo-os pressionarem os lábios incrivelmente encabulados pelas risadas, mas Danny sempre saía bem nessas coisas.
Quem parou de rir quando chegamos no topo do Red Bull Ring e encontramos o restante da produção, fui eu. Quatro grid girls estavam lá com a tradicional roupa austríaca também. Mark, um dos fotógrafos da equipe, os organizou junto delas e minha cara de desgosto ficou muito na cara quando elas apoiaram as mãos neles. Elas podiam fazer o que quisessem com o Max, mas não precisavam ficar tocando no Daniel.
- Elas precisam ficar tocando? – Sussurrei para Maria, ouvindo-a rir.
- É só o ombro! – Maria disse, rindo.
- Estão tocando! – Falei, revirando os olhos.
- Por que você não aproveita a vista, enquanto isso? – Ela disse e bufei, desviando o rosto da cena, ouvindo as direções dos fotógrafos e algumas risadinhas, inclusive de Daniel.
Estávamos literalmente no lugar mais alto em volta do circuito. Dava para vê-lo lá de baixo pequeno, como se fosse uma rua de brinquedo. Aqui em cima o clima estava um pouco mais frio, mas calmo. Uma boa forma de fugir da bagunça e correria lá de baixo. Um acampamento aqui longe de todo mundo me parecia uma ótima ideia.
- Ei, gatinha! – Virei o rosto para trás, vendo que eles haviam terminado e Danny se aproximava.
- Ei. – Falei.
- Vem sempre aqui? – Ri fracamente.
- Na verdade não. – Falei, apertando os braços cruzados.
- Que cara é essa, hein?! – Ele me abraçou pela cintura.
- Precisa dessa colação aí? – Falei e ele riu fracamente.
- Hum, alguém está com ciúmes... – Ele aproximou o rosto do meu e desviei, sentindo seus lábios em minha bochecha. – Eu gosto da ciumenta.
- Nem vem com essa. – Falei.
- Ah, qual é, baby. São só algumas fotos. – Ele continuou dando beijos em meu rosto.
- Não precisava ficar tocando. – Falei firme. – E não faça isso, alguém pode ver. – Falei, ouvindo-o rir.
- Estamos literalmente no meio do nada. – Ele disse, rindo. – E se elas virem, vão saber que meu coração já está tomado. – Ele disse e suspirei. – Vamos, baby... – Ele deslizou os beijos para meu pescoço, me fazendo rir. – Hein? – Suspirei.
- Daniel... – Segurei seu rosto, ouvindo-o rir e ergui o olhar para ele.
- Mostre a elas que eu sou seu. – Ele sussurrou, me fazendo rir.
- Você é metido demais, sabia? – Falei.
- Sabia e você me ama desse jeito. – Ele sorriu convencido e ri fracamente. – Vai, um beijo... É meu aniversário amanhã. – Neguei com a cabeça.
- Comemoraremos amanhã. – Falei, dando um curto beijo em seus lábios, mas suas mãos apertaram em minha cintura, me puxando para si e, quando percebi, meus braços já tinham subido para meus ombros e ele me puxava para si, fazendo isso ser muito mais do que só um selinho.

JULHO
Sábado
Daniel

- Parabéns para você... – Ouvi um sussurro em meu ouvido. – Parabéns para você... – Suspirei ao sentir o beijo em minha orelha. – Parabéns, baby. – Sorri, sentindo o carinho em meu peito. – Parabéns para você. – Senti um beijo próximo a minha boca, me fazendo rir.
- Eu ainda não abri meus olhos, mas já sei que é o melhor aniversário de todos. – Ouvi sua risada baixa e seus lábios deslizaram pela minha bochecha.
- Feliz aniversário, baby. – Senti suas pernas passarem pelo meu corpo e abri os olhos devagar. Ela ainda estava pelada pela noite passada, inclinada em minha direção e me fez suspirar ao sentar em meu quadril.
- Ah, baby... – Suspirei, subindo minhas mãos pelas suas pernas.
- Ainda temos alguns minutos para o despertador, mas achei que você poderia aproveitar seu presente um pouco. – Ela falou próximo ao meu ouvido e ri fracamente.
- O que comprou para mim? – Perguntei baixo, sentindo seus lábios descerem pelo meu pescoço.
- É difícil comprar algo para quem tem tudo. – Ela deslizou os lábios pelo meu peito, me fazendo suspirar. – Então eu me mantive no básico. – Ela disse, deslizando os lábios pelo meu peito e as mãos pelos meus braços, fazendo meu corpo se arrepiar só na expectativa.
- Ah é?! – Suspirei quando seus lábios desceram pela minha barriga.
- Uhum... – Ela suspirou, passando a língua em minha barriga, se aproximando da minha virilha e contive um gemido. – Relaxa, baby. – Ela disse baixo antes de sentir sua respiração em meu pênis.
- Ah, merda... – Soltei em um suspiro, apertando as mãos no lençol de baixo do colchão.
Ela deslizou o corpo pelas minhas pernas antes de começar a distribuir curtos beijos na extensão de meu pênis e acariciar minhas bolas, me fazendo suspirar. Suas mãos me tocavam delicadamente, mas o corpo ainda tensionado do sono fazia com que tudo fosse mais forte do que era.
deslizou a mão em meu pênis, acariciando-o devagar e soltei um suspiro alto quando ela colocou sua boca e meus olhos se reviraram com os movimentos. Sua outra mão me acariciou na coxa e minha cabeça foi para trás automaticamente.
- Ah, merda... – Suspirei, apertando uma mão em seus cabelos, sentindo seus lábios deslizarem devagar com mais agilidade em meu pênis. – Ah, cara, eu te amo! – Falei em um suspiro. – Eu estou quase lá... – Sussurrei, sentindo-a deslizar mais devagar e dar curtos beijos na cabecinha. – Não para, baby...
- Eu quero me divertir também. – Ela sussurrou, me fazendo abrir os olhos. – Onde você deixou as camisinhas?
- Eu não estou conseguindo processar agora. – Falei, ouvindo-a rir e ela deslizou o corpo do meu, fazendo o colchão afundar ao meu lado e a vi se esticar até a prateleira do lado e mexer em algo antes de se colocar em cima de mim novamente. – Rápido, baby... – Suspirei.
Fechei os olhos por alguns segundos e logo senti as mãos de em meu pênis novamente, deslizando a camisinha e reabri os olhos quando suas mãos apertaram meu peito. Seu rosto estava perto do meu e uma mão foi para sua nuca e outra para a base de suas costas, colando seu corpo no meu e nossos lábios se colaram com urgência.
Nossas línguas se encontraram com pressa e suas mãos foram para as laterais do meu corpo, deslizando-as devagar. Nossos narizes tocaram algumas vezes e minha respiração falhou quando ela tocou meu pênis novamente. Meus olhos focaram nos seus e percebi o sorriso em seus lábios. Ela guiou o pênis até sua entrada e apertei minhas mãos em sua cintura.
Ela mordiscou o lábio quando meu pênis deslizou com facilidade dentro dela e soltei um suspiro. Ela inclinou o corpo em minha direção e nossos lábios se tocaram por rápidos segundos. Desci minhas mãos para suas pernas e firmei os pés na cama para começar a fazer movimentos de vai e vem.
Eu já estava perto do orgasmo quando ela parou os movimentos, então não foi difícil voltar para lá novamente, ainda mais com seus lábios deslizando pelo meu rosto e seus seios pressionados em meu peito.
- ... – Sussurrei. – Eu estou quase lá. – Minha voz saiu falha.
- Tente aguentar um pouco mais, baby. – Ela sussurrou, erguendo o corpo e ela se apoiou no teto próximo de sua cabeça. – Devagar, baby...
Suspirei quando ela começou a movimentar seu quadril comigo. Foi como se o que ela tivesse falado teve efeito rebote, e a vista de seus seios se movimentando comigo só fez meu pênis apertar cada vez mais forte e minha respiração saiu pesada. Meus olhos se fecharam por alguns segundos, me fazendo abri-los novamente quando um toque alto começou.
- Porra! – Suspirei. – Meu despertador.
- Merda. – Ela passou as mãos nos cabelos e inclinou seu corpo no meu também, se esticando para pegar meu celular. – É seu chefe. – Ela me indicou a tela e vi o nome de Helmut Marko.
- Porra! Ele é inconveniente para um caralho. – Falei em um suspiro. – Bloqueia e joga longe.
Ela fez o que eu pedi, fazendo o som cessar e meus braços a apertaram com força, deslizando pela sua bunda, apertando seus glúteos com força. Não consegui aguentar mais do que três estocadas até aquela descarga elétrica gostosa passar pelo meu corpo, me fazendo suspirar. apoiou as mãos em meu peito, rebolando devagar em meu pênis antes de ela suspirar alto.
- Merda. – Ela suspirou, erguendo os olhos para mim.
- Eu te amo. – Falei e ela sorriu, colando nossos lábios rapidamente.
- Eu também te amo, baby. – Ela acariciou meu rosto. – Feliz aniversário.
- Melhor aniversário de todos. – Falei, ouvindo-a rir. Ela acariciou meus cabelos, colando nossos lábios e minhas mãos apertaram sua cintura para um beijo longo, mas calmo.
- Ah, eu estou cansada. – Ela saiu de cima de mim, soltando um suspiro e se deitou ao meu lado novamente. – Eu estou pronta para dormir de novo. – Ela colocou as mãos embaixo do seu travesseiro e passei o braço em sua cintura, colando meu corpo no seu.
- Dia corrido, baby. – Falei, dando curtos beijos em seu rosto e ela sorriu.
- Ah, eu sei. – Ela suspirou. – Você vai querer jantar fora para comemorar? – Ela apoiou a mão em minha nuca e dei curtos beijos em seu rosto.
- Hum, acho que eu prefiro jantar aqui dentro mesmo. – Falei, passando a mão em sua cintura.
- Ah, é? O quê? Schnitzel? – Ela disse sonolenta e ri fracamente.
- Você de novo. – Ela riu. – Acabei de ter meu café da manhã dos campeões, posso ter meu jantar dos campeões também.
- Acho que eu não posso fazer uma revisão sobre isso. – Sorri.
- Melhor não. – Colei meus lábios nos seus e fui interrompido pelo telefone de novo. – Ah, caralho! – Procurei o celular e vi o nome de Helmut de novo. – Ah, que mala! – Falei, suspirando, mas coloquei o celular na orelha. – Ei, Helmut.
- Ei, Daniel! Feliz aniversário. – Ele disse e revirei os olhos.
- Obrigado, obrigado. – Cocei a cabeça, virando o corpo para a beirada da cama.
- Te acordei? – Ele perguntou.
- Não, estava me exercitando. – Falei e riu fracamente, afundando o rosto no travesseiro.
- Bom, bom! Vamos fazer um bom fim de semana para nossos torcedores, sim?!
- Sim, claro! Pode deixar! – Falei.
- Te vejo no paddock daqui a pouco.
- Claro! – Falei, desligando o telefone e bufei. – Eu podia denunciar ele sobre relacionamento invasivo entre chefe e empregado. – riu e virei o rosto para ela, vendo-a de bruços na cama.
- Se exercitando, hum?! – Ela perguntou e ri fracamente.
- Não deixa de ser verdade. – Dei de ombros e inclinei meu corpo perto do seu, colando nossos lábios e deslizei a mão para sua bunda, apertando-a fortemente, deslizando a mão entre as nádegas e ela suspirou. – Eu estou pronto para a próxima, falando nisso.
- Temos tempo? – Ela perguntou e ri fracamente.
- Eu faço termos. – Falei e ela riu.
- Se livra dessa camisinha e pega outra, aniversariante. – Ri fracamente e não pensei duas vezes antes de seguir até o banheiro.



- Ah, lá vai de novo. – Bufei ao ver as grid girls com roupa de austríacas se aproximarem novamente.
- Hum, alguém está enciumada! – Michael falou ao meu lado e só me contive em revirar os olhos.
- Ela é tonta! – Maria disse, rindo. – Daniel está praticamente de quatro por ela e ela fica com ciúmes de grid girls, fala sério! – Ela falou mais baixo, se afastando de nós e meus olhos se reviraram novamente.
- Ela não mentiu, sabe? – Michael disse e bufei baixo.
- Eu sei, mas elas não precisam ficar colando neles, tocando e... Argh! – Bufei, cruzando os braços.
Danny estava conversando com Christian e Helmut quando as grid girls apareceram e percebi que elas carregavam um bolo com algumas velas e algumas decorações que não dava para ver no fundo da garagem.
- Zum Geburtstag viel Glück! Zum Geburtstag viel Glück! – Eles começaram a cantar parabéns em alemão, fazendo a garagem começar a aplaudir e me obriguei a fazer isso de forma bem desanimada. – Zum Geburtstag liebe Daniel! Zum Geburtstag viel Glück!
- Espero que não tenha pistache nesse bolo. – Bufei.
- Ah, por favor. Tenho trauma da última vez até hoje. – Ele disse e não contive em rir fracamente. Não tinha graça nenhuma, mas tive meu momento de surto logo que voltamos a nos falar, perguntando um milhão de vezes se as coisas tinham pistache quando saíamos para jantar. Quem me vê calma hoje, não tem ideia.
- Faça um discurso, Daniel! – Christian disse e Daniel roubou um pedaço de chocolate do bolo.
- Ah, cara! Só quero agradecer a toda a equipe por tudo, por isso. Fico muito feliz! – Ele disse e nos aplaudimos.
- A família dele ligou? – Michael perguntou e assenti com a cabeça.
- Sim, eles nos atrapalharam. – Falei, rindo e Michael riu mais alto, me fazendo sorrir. – Da segunda vez... Na primeira foi o Marko...
- Um pouco inconveniente. – Michael disse.
- Um pouco? Não era nem oito da manhã. – Falei, ouvindo-o rir e pressionei os lábios ao ver as duas grid girls, além de Christian e Marko, se juntarem para uma foto e fiquei feliz das mãos de Daniel não estarem abraçando-as. Só faltava essa.
- Obrigada, meninas! Obrigada! – Maria disse e suspirei, desviando meu rosto.
- Quer bolo? – Michael perguntou.
- Um pedaço bem grande. – Falei, ouvindo-o rir e ele foi em direção ao bolo que tinha sido colocado em uma mesa e o vi comentar algo com Daniel antes de ir para o bolo.
Daniel virou para mim e dei um curto sorriso que deve ter só deixado óbvio o desgosto em meu rosto e ele veio em minha direção, tentando desviar de algumas pessoas para chegar mais rápido em mim.
- Ei, gatinha. Vem sempre aqui? – Ele brincou e respirei fundo.
- Venho! – Falei e ele riu fracamente.
- Eu amo a ciumenta, mas você sabe que não tem motivo, né?! – Suspirei.
- Parece que eles fazem de propósito. – Sussurrei, ouvindo-o rir.
- Não é. – Ele disse, me puxando pela cintura e o segui para dentro do corredor da garagem, saindo das possíveis câmeras que já estavam em volta para a classificatória em alguns minutos. – Mulheres, carros, home race, é sempre assim. Não tem nada a ver com você, baby. – Ele me colou na parede quando ficamos escondidos.
- Vai ser sempre assim? – Bufei.
- Na Áustria é sempre assim, e acaba batendo com meu aniversário. – Ele segurou meu rosto e desviei-o, mantendo virado para outro lado. – Vamos... Olha para mim, baby! – Ele apoiou os braços ao lado de meu corpo e colou os lábios em meu rosto. – Vamos... Quem me deu o melhor presente de todos? – Suspirei. – Quem vai passar a noite comigo de novo? – Ele desceu os lábios pelo meu pescoço. – Quem é que está me fazendo o homem mais feliz do mundo? – Suas mãos me apertaram pela cintura, me fazendo suspirar. – Hein?!
- Eu te odeio. – Falei, virando o rosto para ele.
- E eu te amo para caramba. – Ele disse, puxando minha cintura para ele, fazendo meu corpo dar um tranco.
Observei seus olhos mais escuros dessa vez e ele deu um sorriso antes de eu colar nossos lábios. Suas mãos me apertaram com força, escorando meu corpo na parede e minha mão foi para sua nuca. Nossas línguas se encontraram com pressa e suas mãos deslizaram pelo meu corpo, apertando minha bunda com força. Subi minha mão para seus cabelos, puxando-os com força e ele suspirou.
Minhas mãos deslizaram pelo seu corpo, procurando por alguma abertura, mas a textura fina me lembrava que ele estava de macacão, me fazendo suspirar frustrada. Ele deslizou os lábios pela minha bochecha, dando beijos em meu rosto e me fazendo suspirar.
- Procurando por algo? – Ele sussurrou em meu ouvido e ri fracamente.
- Sim. – Suspirei, olhando em seus olhos. – Uma abertura. – Ele sorriu, mordiscando meu lábio inferior, puxando-o para si e colou nossos lábios novamente em alguns selinhos.
- Mais tarde. – Ele sorriu. – Adoraria transar com você agora, mas melhor não. – Rimos juntos e passei a mão em seu rosto.
- Depois? – Sugeri e ele ponderou com a cabeça.
- Podemos tentar. – Ele disse, me fazendo rir. – Eu gosto da ciumenta, mas não tem motivo, ok?! – Ele acariciou meu rosto. – Eu gosto do que temos. – Assenti com a cabeça e ele colou nossos lábios e segurei seu rosto, acariciando-o.
- Vai. Você tem a classificatória ainda. – Falei e ele me beijou rapidamente mais uma vez antes de se afastar.
- Terminamos isso mais tarde. – Ele disse, dando uma piscadela e assenti com a cabeça, vendo-o ir para a parte da frente da garagem.
Mordisquei, meu lábio inferior e passei as mãos nos cabelos. Precisei refazer o rabo de cavalo para abaixar os fios e voltei logo em seguida para a garagem, vendo Danny já se arrumando para entrar no carro e percebi alguns olhares sobre mim.
- Até esquentou, viu?! – Maria sussurrou ao meu lado e senti meu rosto esquentar. – Espero que tenha deixado ele mais calmo. – Ela disse e pressionei os lábios, erguendo o rosto para Michael e ele ria de mim.
- Quem diria, hein?! – Ele comentou e dei uma cotovelada nele. – Ai! – Ele reclamou, me fazendo sorrir e ele esticou o prato com um pedaço generoso de bolo.
- Alguém viu? – Perguntei.
- A TV? Não. Só o pessoal do lado de cá inteiro. – Ele indicou o lado direito da garagem e ergui o rosto para alguns mecânicos que já tinham desviado os olhos.
Enquanto eu comia, Danny finalizou as preparações e logo a classificatória começou. Danny conseguiu o décimo melhor tempo na Q1 com 1:07:500, nada do que esperávamos para o fim de semana de seu aniversário. Nasr, Ericsson, Kvyat, Haryanto, Palmer e Magnussen foram os primeiros eliminados.
Depois Danny seguiu para a Q2 e conseguiu abaixar seu tempo para 1:06:840, ficando em quinto lugar, me deixando um pouco mais feliz. A segunda parte eliminou Perez, Sainz, Alonso, Grosjean, Wehrlein e Gutiérrez. Na terceira parte, Danny acabou cravando só o sétimo melhor tempo, largando atrás de Hamilton, Rosberg, Hulkenberg, Vettel, Button e Kimi, e na frente de Bottas, Verstappen e Massa.
É, provavelmente não vai ser o fim de semana que esperávamos.

Domingo
Daniel

Passei meus braços pelos de , colando meus lábios em seu pescoço e ela deu um gemido, me fazendo sorrir. Desci os beijos pelos seus ombros enquanto levava uma mão para sua cintura e outra para seus cabelos.
- Bom dia, baby. – Falei, ouvindo-a suspirar.
- Já? – Ela gemeu e ri fracamente.
- Já sim. É dia de corrida. – Falei e ela virou o corpo na cama, ajeitando o edredom em cima de seu corpo e meus dedos deslizaram pela sua cintura, colando seu corpo no meu.
- Hum... – Ela suspirou e deixei um beijo em sua bochecha e um selinho em seus lábios. – É sua culpa, Daniel. – Ri fracamente.
- O que eu fiz agora? – Perguntei, sentindo suas pernas se enroscarem nas minhas.
- Você me deixou preguiçosa. – Sorri, dando outro beijo em seu rosto.
- Não me importo em ser culpado nisso. – Falei e ela passou a mão em minha barriga, inclinando sobre meu corpo e passei as mãos em seus cabelos, jogando-os para trás.
- O que aconteceu conosco, hum? – Ri fracamente. – Seis meses atrás isso nunca aconteceria. Provavelmente estaríamos dormindo juntos, mas devidamente vestidos. – Sorri, colando nossos lábios.
- Nos apaixonamos, baby. – Falei. – E eu acho que nos prefiro agora do que antes. – Ela sorriu, finalmente abrindo os olhos sonolentos.
- Nada realmente mudou da nossa antiga versão, Danny. – Ela disse, subindo a mão para meu peito. – Agora a gente só tem outros tipos de brincadeiras. – Rimos juntos e ela apoiou a cabeça em meu ombro.
- Ah, eu amo essas brincadeiras. – Ela riu e deu um beijo em meu pescoço.
- Só faz um mês, mas acho que estamos conseguindo lidar com os dois... – Ela me abraçou. – Esse relacionamento e nossa amizade... – Ela deu outro beijo, me fazendo sorrir.
- Fico feliz em saber que você não era ciumenta só na amizade. – Ela riu e virei o rosto para ela, vendo-a me observar.
- Culpada! – Ela disse, rindo. – Me desculpa, ok?! Mas me irrita eles colocando mulheres com você só para promoção. É ridículo.
- Eu adoro você ciumenta, mas não vai ser nenhuma grid girl que vai me tirar de você, ok?! Acredite quando eu digo que nunca me envolvi com grid girls. – Falei e ela franziu os olhos. – É sério! Elas não falam, não riem, não respondem, é difícil...
- Então você já tentou... – Ela se debruçou sobre mim, me fazendo rir.
- Eu já tive meus momentos, baby. – Ela riu. – Mas agora eu estou apaixonado... Pela mulher que fez parte da minha vida por 24 dos meus 27 anos, mas ok! – Ela sorriu.
- E agora estou com um homem mais velho, é sexy. – Ela beijou meu pescoço e ergui o rosto, rindo fracamente.
- Por três meses, baby. – Ela riu, fazendo sua risada bater em meu pescoço.
- Ainda assim. – Ela ergueu o rosto, dando um curto selinho em meus lábios. – Você vai ter um ano a mais do que eu pelos próximos três meses e eu vou tirar onda sempre que possível. – Sorri, acariciando seu rosto.
- Contando que eu possa ficar com essa novinha aqui, então. – Ela riu e nossos lábios se tocaram mais uma vez, terminando em um sorriso.
- Eu vou ao banheiro. – Assenti com a cabeça e ela pulou meu corpo para sair da cama e observei-a pegar as roupas jogadas pelo chão antes de sumir pelas escadas do motorhome.
Ri fracamente, abrindo um sorriso e peguei meu celular. Desbloqueei-o, limpei as notificações e dei aquelas respostas genéricas para minha mãe e Michael. Ergui meu corpo na cama, coçando a cabeça e tirei o edredom de meu colo. Desci pelas escadas, apoiando as mãos na parede e encontrei minhas roupas e de jogadas no sofá. Peguei minha mochila, pegando uma boxer limpa e a vesti. Peguei outra camiseta e coloquei pela cabeça.
Fui até a máquina de café e fiz primeiro o café com leite e canela de , depois troquei as cápsulas e fiz o meu descafeinado, apoiando ambas as xícaras na bancada. O banheiro se abriu novamente e saía do mesmo só de calcinha enquanto amarrava os cabelos.
- Viu?! Eu consigo me acostumar a isso. – Falei e ela riu fracamente.
- Acho que já me acostumei. – Ela passou os braços pela minha cintura e acariciei seu rosto. – Bastante. – Sorri.
- Baby. – Falei e nossos lábios se tocaram rapidamente. – Deixa eu escovar dentes. – Ela assentiu com a cabeça e nos afastamos. – Fiz seu café!
- Obrigada... – Ela disse antes de eu entrar no banheiro.
Fui direto para o vaso sanitário e mijei. Depois me apoiei na pia para escovar os dentes, fazer gargarejo e ficar pronto para dar mais alguns beijos na minha gata. Ri com esse pensamento, mas nada tiraria minha felicidade. Quando finalizava de escovar, ouvi algumas batidas no motorhome.
- Daniel! – Ouvi a voz de Maria e abri a porta, vendo colocar uma blusa rapidamente.
- É Maria! – Comentei e ela assentiu a cabeça antes de se esconder atrás da porta e abri-la devagar.
- Bom dia, casal! – Maria disse e, também, me escondi atrás da porta para observá-la. – Vim trazer a roupa do dia. Para vocês dois! Nos vemos no paddock. – Ela disse, entregando dois protetores de vestido para e depois duas caixas de sapato.
- Bom dia. – disse e Maria puxou a porta. – Obrigada... – disse aleatoriamente, me fazendo rir e seguei a escova antes de deixar em cima na pia. – O que é isso?
- Roupas comemorativa. Home race. – Suspirei. – Tenha medo! – Falei e ela riu. Ela apoiou os dois protetores nos armários da área da cozinha e abriu o primeiro, revelando uma camisa social branca, bermudas de couro estilo alemão e meias verdes combinando. – Viu?! Tenha medo.
- Oh, meu Deus! – Ela disse, rindo e peguei-o.
- Eu vou vestir isso no banheiro. – Falei e ela riu.
Voltei para o banheiro e ri com a roupa. Ela não era tão desconfortável, mas o tecido da bermuda era pesado. Ao menos era só para fazer uma firula com a imprensa, até meio-dia eu me livraria disso e trocaria pelo macacão. Coloquei as meias verdes, subindo-as até o joelho e abri a porta do banheiro novamente.
- Eu vou matar a Maria! – disse, se virando para mim e gargalhei ao vê-la com a roupa típica alemã, igualzinho as roupas das grid girls nesse fim de semana.
Um vestido azul escuro com uma camiseta de mangas bufantes branca por baixo, além do avental branco na frente. Em sua mão ainda tinha uma tiara de flores que não combinavam com a cara que ela fazia.
- Tá uma gracinha, ! – Ela revirou os olhos.
- Não! Eu estou igual a elas! – Ela disse, me fazendo rir.
- Mais bonita. – Me aproximei dela, pegando a tiara de sua mão e coloquei em sua cabeça.
- Eu pareço uma criança de 12 anos. Na verdade, não. Com 12 anos eu já tinha crescido, com oito. – Rimos juntos e ela segurou seus cabelos para eu amarrar a tiara.
- Quer fazer suas tranças? – Ela riu fracamente, virando o rosto para mim.
- Não exagera. – Ela disse e passei meus braços pela sua cintura.
- Você está linda, baby. – Rocei meus lábios nos seus e ela riu fracamente. – Minha boneca alemã.
- Não começa. – Ela disse, rindo. – Ou vamos começar a falar de você e não está legal. – Ri fracamente.
- É, eu pareço aqueles velhos, falta só a caneca de cerveja e a barriga. – Ela riu fracamente, apoiando a mão em minha barriga.
- Sem barriga. – Ela disse e nossos lábios se tocaram levemente. – Continue sexy para mim, ok?! – Sorri.
- Pode deixar! – Ela riu, se afastando, seguindo até o sofá.
- Tem seu sapato também! – Ela me estendeu uma caixa e se sentou no sofá, pegando a outra. – Como eles sabem meu número? – Ela checou a sola do sapato e ri fracamente.
- Aquele contrato que você assinou no começo do ano para me acompanhar. – Falei. – Eu dei todas as informações para eles. – Ela riu.
- Eu vou matar Maria. – Ela disse, rindo, colocando os sapatos estilo de boneca e me sentei ao seu lado.
- Fica feliz que é só isso, poderia ser pior. – Ela riu. – Pensa bem, dá para gente se divertir e tirar umas fotos.
- Aposto que mais do que só algumas. – Ela virou o rosto para mim. – Só espero que não esfrie. – Ri fracamente.
- Eu te esquento. – Ela riu.
- Durante a corrida? – Dei de ombros.
- Te levo dentro do cockpit. – Falei e ela riu.
- É, claro! – Ela sorriu e pressionei meus lábios em sua bochecha antes de abrir a caixa de sapatos, encontrando o típico sapato preto.



Ah, se arrependimento matasse!
Sabe o que é ter todas as pessoas do paddock olhando para você? É exatamente o que aconteceu hoje!
Tudo bem que isso acontecia um pouco por eu andar ao lado do Danny, mas agora elas estavam olhando diretamente para mim! Tudo por causa dessa roupa idiota. Para ajudar minha felicidade, a temperatura tinha caído e eu estou tremendo de frio dentro da garagem. Se eu estivesse de calça jeans e o casaco da Red Bull, isso não estaria acontecendo.
A minha felicidade é que todo mundo da Red Bull, com exceção dos mecânicos que já estão prontos para o pit stop, estão com essa roupinha ridícula. Os homens com a roupa igual de Danny e Max, o que me fez gargalhar muito quando Christian e Helmut apareceram na garagem assim, e as meninas igual a mim como Maria, algumas meninas da engenharia e do marketing.
Na verdade, a única pessoa que não estava com essas roupas, era o chefão da Red Bull. Hoje tive o prazer de conhecê-lo. Prazer de verdade! O Dietrich Mateschitz*, que Danny havia me contado que estava na corrida de Barcelona – é, aquela mesma –, é uma pessoa muito simpática e divertida. Danny me apresentou para ele como sua amiga, tivemos aquele básico “amigos mesmo?” e Danny acabou dando de ombros, dando um beijo em minha bochecha, fazendo-o rir. Trocamos algumas palavras sobre os motivos de eu não ter aparecido antes e nos separamos. Mas já são muito mais palavras do que eu troquei com Helmut desde que cheguei aqui.
Por causa do frio, me despedi de Danny na garagem hoje. O grid estava aquela loucura e eu sentia falta do sol que estava ontem. Eu estava quase arranjando uma dessas meias verdes iguais dos meninos para mim. Não combinaria com o look, mas eu ainda estou preferindo meu conforto.
- Checagem de rádio, Daniel! – Simon disse e pressionei as mãos uma na outra.
- Tu-u-u-udo certo. – Danny respondeu e suspirei.
- 30 segundos para as luzes. – Simon disse e suspirei.
Fiz um sinal da cruz discreto e apertei as mãos próximo à boca. As luzes se acenderam, liberando a volta de apresentação, mas depois de toda reorganização do grid, as luzes foram se acendendo uma por uma até apagarem.
Os carros se espalharam pela pista e tive a impressão de ver Danny ganhando uma ou duas posições, mas algumas curvas depois, ele continuava em quinto lugar, o que ele reduziu duas posições por penalidades de Nico e Seb. Ao final da primeira volta, ele já estava em sexto e os carros o deixavam para trás. Inicialmente pensei que podia ser alguma impressão, mas ele continuou caindo até estar em oitavo na sétima volta.
- Galera... – Ouvi sua voz. – Eu estou lento nas retas...
- Um momento, cara, vamos checar! – Simon disse e suspirei, mordiscando a ponta do dedo.
- Meu ritmo está lento. – Danny disse.
A movimentação começou na garagem e no pit wall e as vozes tanto de Simon como de Christian vazavam para mim, mas não sabia se Danny ouvia da mesma forma. Só na décima segunda volta que Simon falou novamente.
- O problema parece ter sido resolvido, pressione agora! – Ele disse firme.
- Entendido.
E Danny realmente tinha entendido.
A recuperação dele foi quase imediata, ele passou Bottas e foi subindo de posições até chegar em quinto. Na décima quinta volta, ele veio para o pit stop, trocando os pneus médios por macios. Logo em seguida veio Max e fez o mesmo. Max saiu em quinto e Danny se estagnou em sexto.
Na vigésima terceira volta, ele apareceu novamente após passar Kimi e sabia como ele estava feliz por isso. Ao menos ele voltou para quinto lugar e era quase o começo da prova novamente.
Tudo estava indo bem, até Vettel bater sozinho na vigésima sétima volta. Vettel, que era o líder da corrida. De repente, tudo mudou. O safety car foi para a pista e os pilotos vieram em debandada para os pits. No replay deu para ver um estouro em seu pneu traseiro direito fez o carro girar e bater de frente na barreira.
O safety car ficou na pista até a trigésima primeira volta, liberando a volta logo em seguida. Após a saída de Vettel, Danny conseguiu uma posição e a manteve quando foi dado a largada novamente.
As duas Mercedes e as duas Red Bulls lideravam a corrida, mas Danny claramente tinha dificuldades para se afastar de Kimi que vinha logo atrás. Passou 20 voltas depois da saída do safety car da pista e parecia que o finlandês só ficava mais perto dele, enquanto Danny não conseguia se aproximar de Max que se mantinha em terceiro lugar.
Na quinquagésima quinta volta, Hamilton saiu para fazer pit stop e acabou caindo para terceira posição. Rosberg e Max ficaram à sua frente, mas ele saiu antes de Danny e Kimi, deixando-os bem próximos. Na volta seguinte, foi a vez de Rosberg fazer seu pit stop e ele saiu atrás de Max que agora ficou na liderança.
- Merda... – Sussurrei, pressionando os lábios.
Max é um cara legal, a questão não é essa, mas vê-lo se dando bem nessas corridas estava me irritando. Por que Danny não estava tendo essa mesma sorte? O que estava faltando para isso dar certo?
Ainda bem que eu não falei em voz alta, mas na quinquagésima oitava volta, Kimi conseguiu acabar com a distância para Danny e o passou, deixando-o em quinto agora. Isso basicamente acabou com o clima do lado de cá da garagem, enquanto o lado do Max parecia bem empolgado, mas tinha 12 voltas para o fim.
Na sexagésima primeira volta, foi a vez de Danny vir para o pit stop e ele acabou perdendo a quinta posição para Button ao sair. Durante a corrida, Nico conseguiu passar Max, mas parecia que Max estava tentado a conseguir seu espaço de volta, mas o alemão não daria com tanta facilidade.
As duas Mercedes e Max corriam pelas três primeiras posições, agora Kimi havia ficado um pouco para trás, Button mais e Danny pior ainda. Na sexagésima terceira volta, Hamilton também passou Max, deixando-o em terceiro e as duas Mercedes lideraram novamente. A vantagem é que Danny parecia caçar Jenson agora e esperava que conseguisse.
Faltando seis voltas para o fim, Massa, Hulkenberg e Alonso precisaram abandonar a corrida. Os dois primeiros por problemas nos freios, já Alonso foi por bateria. Foi aí também que Danny conseguiu voltar para quinto lugar, me fazendo aplaudir por isso junto dos mecânicos. Não era perfeito, mas era alguns pontos a mais.
Faltando duas voltas para o final, Perez acabou rodando, aparentemente sozinho, dando bandeira amarela. Na volta final, algo louco aconteceu e Hamilton acabou batendo em Rosberg, fazendo-o perder sua asa dianteira e isso fez com que Max ficasse em segundo e Kimi em terceiro. Nico veio em quarto e Danny em quinto.
Enquanto eu tentava entender o que aconteceu nesse final, os mecânicos dos dois lados saíram correndo para as grades e eu suspirei. Travada no meu lugar. Senti uma mão em meu ombro e ergui o rosto para Michael.
- Você está bem? – Suspirei.
- Eu não sei. – Dei de ombros. – Max mereceu, aparentemente. Não foi decisão de equipe. – Tirei os fones da orelha, colocando-o na bancada.
- Aonde vai? – Michael perguntou.
- Até ele. – Falei, dando a volta pela garagem e suspirei quando o vento bateu em meu corpo e senti falta de um casaco agora.
Corri em direção a garagem da FIA, vendo o paddock começar a encher novamente com equipes, mecânicos e até alguns pilotos que já saíam da garagem. Suspirei quando Danny saiu da garagem e vi que ele não estava chateado. O som dos meus sapatos boneca ficou mais alto e vi um sorriso aparecer em seu rosto quando ele me viu.
- Baby... – Ele falou fracamente e abracei-o, passando os braços em seus ombros.
- Oi, baby. – Falei fracamente. – Como você está? – Acariciei os cabelos de sua nuca.
- Eu estou bem, prometo. – Ele disse com um sorriso no rosto. – O carro não estava respondendo, ficar em quinto foi sorte. – Suspirei.
- Tem certeza?
- Sim, eu tenho. Não se preocupe, baby. Hoje eu estou bem. – Ele pressionou os lábios em minha testa e sorri. – Eu tenho algumas entrevistas para fazer, depois podemos voltar para o motorhome e ficar lá antes de ir para Londres.
- Vamos amanhã? – Perguntei, passando as costas das mãos em sua testa, secando um pouco do suor.
- Sim, a corrida já é no próximo domingo. – Assenti com a cabeça. – Tenho uns eventos lá, dá para você ir comigo...
- Posso trabalhar. – Falei, ouvindo-o rir.
- É... Isso também. – Rimos juntos.
- Vamos continuar nossos planos, ok?!
- Não dizendo para não continuar seus planos, só dizendo que você pode ir comigo. – Ele deu de ombros e ri fracamente.
- Eu preciso realmente trabalhar, baby. – Ri fracamente. – Apesar de querer muito ficar presa no motorhome com você novamente.
- Muito melhor que trabalhos e eventos. – Neguei com a cabeça e dei um beijo em sua bochecha.
- Você está ficando mal-acostumado e me deixando mal-acostumada. – Ele riu fracamente.
- Culpado! – Ele disse, beijando minha cabeça, me fazendo sorrir. – Agora vamos, Maria está me dando o olhar.
- Olhar de tia Grace? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Esse mesmo. – Ele riu.
- Vamos sair daqui antes que achem que você está ficando com uma grid girl. – Falei, ouvindo-o gargalhar ao meu lado.
- Já falei como você está lindinha assim? – Ri fracamente.
- Já. – Revirei os olhos. – Mas estou com frio também. – Ele riu.
- Vou terminar isso daqui e a gente logo volta para o motorhome e eu te aqueço de novo. – Ri fracamente, empurrando-o em direção à Maria, ouvindo-o rir. – Você quer, vai! – Ele falou mais alto, me fazendo rir.
- Cala a boca, Daniel! – Falei, rindo.


*Dietrich Mateschitz: fundador da Red Bull e criador das áreas esportivas da empresa. Faleceu em 2022.

Silverstone, Inglaterra
Daniel

- Mentira! – Falei, rindo. – Quando vai ser isso?
- A gravação vai ser na semana depois do GP. Tem um intervalo entre Inglaterra e Hungria, eles vão fazer a gravação aí. – Maria disse, me fazendo rir.
- Cara, um programa com o James Corden. Isso é demais! – Falei, rindo.
- Achamos que seria sua cara. – Ela disse, rindo. – É gravado como programa de auditório, então pode levar a e seus amigos, se quiser. – Ri fracamente.
- Eles vão adorar tirar uma com a minha cara! – Falei.
- Até eu. – Ela sorriu e ri fracamente.
- Tem algo mais que eu precise fazer agora? – Perguntei.
- Não, vai descansar. Aproveita com sua garota. – Ela disse e sorri. – Você está feliz, certo?
- Muito! – Falei, rindo. – Nunca pensei que minha felicidade estava literalmente comigo esse tempo todo. – Ela sorriu.
- Você sabia sim, só não sabia que podia se divertir com ela. – Ri fracamente.
- É, isso também. – Sorri. – Sei lá, eu nunca me senti assim antes. – Suspirei. – E eu namorei a Jemma duas vezes...
- A Jemma não era a garota para você. Ela gostava de você sim, mas gostava mais ainda da atenção que isso dá... – Ela indicou o acampamento de motorhomes. – A já não se importa com isso. Ela quer ficar contigo e é o suficiente. – Assenti com a cabeça. – Ela já queria ficar só contigo antes, agora mais ainda.
- Obrigado por dar uma folga nisso...
- Como eu falei desde o começo, Daniel, não é folga, ela só não fez nada para eu encher o saco. Eu ou o restante da equipe... – Assenti com a cabeça. – Aproveita, ok?!
- Valeu. Eu vou... – Indiquei a porta e ela assentiu com a cabeça.
- Nos vemos amanhã.
- Até! – Acenei antes de empurrar a porta do motorhome.
Vi Maria seguir até o seu antes de encostar a porta e senti a temperatura de dentro bem mais quente que a de fora. Percebi uma pequena caixa perto da pia e vi um bilhete colado na tampa: “Achei que sentiria fome. ❣️”. Sorri e abri, vendo um tipo de torta britânica, mas feita com linguiça. Peguei um pedaço, colocando na boca e me sentei no sofá para me livrar do relógio e das sapatilhas.
Me levantei novamente e fui mordendo pedaços da torta enquanto me livrava do macacão e depois da segunda pele de calça e blusa. Fui até minha mochila, peguei a calça de moletom e a camiseta de pijama, vestindo-as e parei perto da pia para terminar a torta em mais algumas mordidas.
Perdi mais alguns minutos no banheiro antes de estar pronto para realmente dormir. Desliguei as luzes da entrada do motorhome e subi as escadas até o quarto. dormia no lado extremo da cama e seu notebook e óculos estavam colocados no que seria o meu lado. Peguei-os com cuidado e deixei na outra sala. Puxei um pouco da coberta para me deitar ao seu lado.
Ela usava um pijama de mangas compridas e tinha os cabelos bagunçados no travesseiro. Passei a mão neles, jogando-os para trás e ajeitei a coberta em meu corpo antes de abraçar e deixar um beijo em sua bochecha.
- Hum... – Ela resmungou e sorri, dando outro beijo. – Baby? – Sorri.
- Sim, sou eu. Acabei de chegar. – Dei outro beijo em sua bochecha, deslizando meu nariz pelo local e ela virou o rosto devagar para mim.
- Como foi lá? – Ela falou sonolenta, se espreguiçando e virando o corpo de frente para mim e apertei minha mão em suas costas e outra embaixo do travesseiro.
- Tudo certo, chato e entediante. – Ela riu fracamente. – E você?
- Tudo bem... – Ela suspirou, aproximando o rosto do meu e nossas pernas se entrelaçaram. – Eu tirei a estrela de um restaurante. – Ri fracamente.
- Uh, malvada. – Deslizei meus lábios nos seus, ouvindo-a rir em slow motion.
- É... – Ela suspirou, se aninhando em meu peito e abracei-a perto de mim. – Não gostei muito de fazer isso, mas é...
- Volta a dormir, baby. – Dei um beijo em sua cabeça, suspirando com o cheiro de seus cabelos.
- Uhum... – Ela suspirou e senti sua mão em minha barriga. – Como vai ser amanhã?
- Eu tenho algumas entrevistas de manhã, aquecimento, mas nada no circuito.
- Uhum... – Ela resmungou e ri fracamente, reconhecendo a amiga nessa preguiça. – Janta comigo?
- É claro que sim, baby. Almoço também. – Ela ergueu o rosto para mim, com os olhos entreabertos.
- É? – Assenti com a cabeça.
- É! – Sorri, acariciando seu rosto. – Sou seu amanhã. – Ela sorriu, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Já disse que te amo? – Ela falou e assenti com a cabeça.
- Já, mas sempre gosto de ouvir. – Nossos lábios se pressionaram por alguns segundos e ela abaixou o rosto novamente, se aninhando em meu peito. Fechei os braços em volta de seu corpo, acariciando suas costas e sabia que logo teria uma das melhores noites da minha vida.



Continua...



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