Última atualização: 23/07/2020

Capítulo Único

Louis

2019 - atualmente


As pessoas no bar pulavam animadas com a música que tocava e eu ria de Calvin que gritava pedaços da letra que com certeza ele não sabia qual era. Os shots de destilados e copos de cerveja começavam a fazer seu efeito e minha cabeça girava um pouco me obrigando a tomar um tempo para sentar.

E foi assim, sentado no banco de um bar com meus melhores amigos pulando ao ritmo de uma música desconhecida e com uma garota se aproximando de mim que eu percebi o quanto sentia falta dela.

2014

Eu caminhava em direção a entrada da festa aonde Calvin havia insistido que fossemos. A música alta já ecoava do lado de fora e a não havia fila para entrada, apenas uma garota que parecia discutir com o segurança da porta.

— Eu deixei minha bolsa lá dentro. Preciso pegar de volta. - ela apontava para a entrada e o homem apenas revirou os olhos. Duas outras garotas sorriram para o segurança e ele apenas sorriu as deixando passar - Elas sequer te mostraram pulseira e você as deixou entrar. - a garota revidou e o homem bufou.

— Garota, eu deixo entrar quem eu quiser. Agora dá o fora. - ela arqueou ambas as sobrancelhas e eu conhecia aquela expressão, ela estava prestes a iniciar uma briga.

— Oi, oi. - me aproximei de modo apressado tirando a atenção de ambos um do outro e a trazendo para mim - Ela está comigo e vai entrar. - informei ao segurança e ele me encarou com um pouco mais de atenção.

— E quem é você? - ele questionou e eu ri fraco negando com a cabeça.

— Louis Tomlinson. Pode procurar ai na sua lista ou quer que eu chame o dono para comprovar? - questionei e ele arregalou os olhos.

— Eu sint…

— É,eu sei. Você sente muito. - sorri forçado - Por aqui, vamos lá para dentro. - chamei a garota indicando a entrada e ela, mesmo que desconfiada passou fazendo uma careta para o segurança - E você.. - apontei o cara - Acho que seu chefe não vai gostar nada de saber que você anda deixando pessoas entrarem sem aquelas pulseiras. - ameacei e ele apenas assentiu contrariado. Calvin riu se juntando a mim e nós caminhamos com a garota a nossa frente.

— Sempre salvando as garotas bonitas, hum? - questionou e eu apenas revirei os olhos.

— Vá para o inferno, seu pervertido. - respondi o empurrando e ele riu.

— Ei. - a garota chamou se virando para nos encarar, enquanto a mulher no guarda volumes parecia procurar por algo. Então ela havia realmente esquecido a bolsa ali? - Fico muito agradecida por ter me ajudado, mas espero que esteja ciente de que não vai ganhar nada em troca desse favor. - ela informou e eu sabia sobre o que ela estava falando.

— Tudo bem. Eu não quero nada em troca de todo modo. - respondi e ela estreitou os olhos desconfiada. Lhe estendi a mão - Eu sou Louis, a propósito. - ela encarou minha mão e apertou em seguida.

). - foi sua resposta.

— Eu sou Calvin, mesmo que ninguém tenha perguntado. - meu amigo se apresentou e o encarou.

— Oi. - forçou um breve sorriso.

— Ei, mate. Os caras estão ali. - Calvin apontou um grupo de pessoas que logo reconheci como os amigos que havíamos ido encontrar.

— Foi um prazer, . - acenei me virando e seguindo meu amigo.

— Ei, Louis. - ouvi a garota me chamar depois de dar dois passos e me virei para encara-la - Eu já estava indo, mas… - ela torceu os lábios - o que acha de eu te pagar uma cerveja para agradecer? - ela questionou meio sem jeito.

— Achei que não fosse ganhar nada por ter te ajudado. - estreitei os olhos com um sorriso fraco nos lábios e a garota revirou os olhos.

— Eu não vou perguntar outra vez. - ela informou e Louis riu.

— Certo, vamos lá. - acenei com a cabeça e ela apenas devolveu a bolsa para a mulher do guarda volumes pegando uma ficha com um número e começando a caminhar ao meu lado — Ei, você realmente ia bater no segurança lá fora? - questionei virando a cabeça para encará-la e ela arqueou uma sobrancelha para mim.

— Você tem dúvidas? - sua pergunta fez parecer que duvidar daquilo era uma grande ofensa e aquilo me fez rir. Definitivamente ela era das minhas.

————— x —————


— Qual é Louis, são dez da manhã, cara. - a garota murmurou esfregando os olhos enquanto abria a porta da frente de sua casa. Eu ri bagunçando seus cabelos e ela me acertou um tapa de leve em meu braço.

— Você faz algo além de dormir? - questionei já me jogando no sofá da sua casa ela bocejou enquanto caminhava enrolando a manta ainda mais próxima do corpo.

— Antes do meio dia? Não. - ela se jogou ao meu lado pegando uma almofada e a jogando sob meu colo e se deitando ali.

— Você realmente vai dormir? - questionei e ela assentiu.

— Me avise quando o Rovers fizer um gol. - ela murmurou fechando os olhos e eu ri.

— Você é uma vergonha para o futebol, . - murmurei recebendo seu dedo do meio em resposta. Apenas me contive em rir e pegar o controle ligando a tv.

O jogo se passou e notou que não conseguiria dormir em meu colo por conta da partida, então ela apenas se rendeu a preparar café e se sentar ao meu lado enquanto assistia a partida.

Quando faltavam segundos para o fim do jogo e a partida se encontrava empatada, Rakish tomou a bola do time adversário e correu pelo campo me fazendo ficar de pé e eu notei que fez o mesmo. A encarei por um momento e ela encarava a tv apreensiva o que me fez rir fraco para voltar minha atenção para a tv em seguida. Quando a bola entrou no gol e segundos depois o jogo foi dado como finalizado ambos gritamos. Eu me virei para e ela fez o mesmo para mim. Sem dar muito tempo para que a garota pensasse eu a levantei pela cintura girando ela no meio da sala de estar, o que a fez gargalhar alto.

Quando a coloquei no chão ela riu e eu beijei sua cabeça.

— Você é definitivamente um amuleto da sorte. - a abracei e a ouvi rir novamente.

— Ótimo, então agora você vai levar o amuleto para almoçar por que estou com fome. - ela me cutucou na cintura e eu ri.

— Você fala como se fosse algum esforço. - revirei os olhos e ela riu começando a caminhar em direção as escadas para trocar o pijama de pikachu.

— E não é? - ela fingiu surpresa e eu ri.

— Se está esperando que eu diga que ficar com você é uma das melhores coisas que eu posso fazer, tire o cavalinho da chuva, por que eu não vou. - retruquei e ela riu.

— Já disse. - e dito isso ela sumiu escada acima.

— É, eu disse. - sussurrei para mim mesmo rindo fraco.

2015

Eu apertava a campainha de modo acelerado. Eu não tinha muito tempo em Londres, apenas mais algumas horas e eu precisava de um lugar onde pudesse chorar. Ir para Doncaster na casa da minha mãe não era uma opção, então aquele era o lugar mais próximo de um refúgio que eu tinha no momento.

O barulho da tranca da porta foi escutado e logo ela estava ali. Esfregando os olhos e franzindo o cenho para mim.

— Lou? O que…?

— Zayn saiu da banda. Ele não se despediu, não esperou para dizer adeus, apenas partiu deixando que o empresário dissesse os motivos dele. - soltei de uma vez enquanto sentia os olhos arderem - Meu melhor amigo saiu da banda, e eu nem pude me despedir - as lágrimas rolaram e parecia ter despertado repentinamente.

— Louis, eu sinto muito. - ela me puxou para um abraço no qual me escondi e chorei. Chorei por que doía. Doía não poder tê-lo abraçado antes que fosse embora. Doía pensar que eu havia fracassado como amigo para ele.

me colocou para dentro de sua casa, e ficamos em seu sofá por mais tempo do que aparentou. Eu havia chegado de madrugada e o dia começava a raiar lá fora. Em breve eu teria que ir, mas não queria. Eu queria continuar me sentindo seguro ali, com ela. A encarei deitada em meu colo e ela dormia, um sono tranquilo. Eu sorri pequeno, e no meio de todo o ocorrido das últimas horas consegui sentir certo conforto.

Um barulho veio da escada e eu me movi alerta a acordando. Ali eu vi um cara. Era alto, cabelos castanhos bagunçados, a cara amassada de sono, usava apenas uma bermuda. Era Christopher, o namorado de . Eles estavam juntos a cerca de dois meses talvez. Nunca havíamos nos visto pessoalmente. E naquela ocasião foi como se eu tivesse levado um soco no estômago.

— Hum… Oi. - ele se aproximou - Você deve ser o Louis. - afirmou estendendo a mão para mim, a qual apertei - A fala muito de você. - "preferia que ela não falasse de você" foi o que quis responder, mas apenas sorri fraco e me levantei.

— Eu preciso ir. Tenho um vôo para pegar. - anunciei e vi se levantar de uma vez.

— Mas já? - questionou.

— Sim, eu só tinha algumas horas na cidade. - ela assentiu - Bom, eu vou indo. Tchau Christian. - acenei e ele fez o mesmo sussurrando um "É Christopher". Segui até a porta e ela veio em meu encalço. Me virei para encará-la e assim que passou pela porta ela a fechou.

— Vai ficar bem? - ela questionou mordendo o lábio e eu assenti - Tá, qualquer coisa me liga. Facetime serve pra isso. Pode pedir pro Niall te ensinar a usar caso não saiba. - implicou e eu lhe mostrei o dedo do meio.

— Vai se foder, . - ela riu e eu a acompanhei. Me aproximei dela a abraçando e sentindo o coração apertado em pensar que assim que fosse embora ela entraria em casa e aquele cara a estaria esperando.

Me afastei dela e nossos rostos pararam próximos. Eu a encarei, revezando o olhar entre seus lábios e seus olhos. O coração e a respiração estavam descompassados. Suas mãos tocaram meu rosto e ela encarou minha boca e eu soube o que viria pela frente.

Mas o cara dentro da casa me fez recuar. Ela estava tendo algo com ele afinal.

— Preciso ir. - beijei sua testa e me afastei - Se cuida, . - acenei e sem dizer nada ela fez o mesmo.

————— x —————


Meu celular tocava e eu enrolei a toalha em minha cintura seguindo para a mesinha de cabeceira ao lado da cama do hotel. Olhei a tela e o nome de estava ali.

Meu coração ficou pequeno no peito. Eu estava sentindo falta dela. Falta de passar algum tempo com ela fazendo coisas aleatórias como assistir jogos dos Rovers, ou então assistindo os filmes franceses dela - que eu havia acabado por gostar no fim das contas.

— Louis William Tomlinson, eu não acredito que você concordou com isso. - ela esbravejou assim que atendi a chamada de vídeo me fazendo rir.

— Não sou eu quem decide isso. - me defendi e ela revirou os olhos.

— Você é um quinto dessa banda, é claro que você pode dar opinião e impedir o McBusted de fazer a droga da abertura do seu show. - eu gargalhei me deitando na cama e colocando uma mão atrás da cabeça - Poxa, ficar dando esse tipo de apoio só atrasa a volta do McFly. - ela fez manha e eu tornei a rir - Para de rir, eu nunca vou te perdoar. - ela me mostrou o dedo e eu neguei com a cabeça.

— Nem se eu prometer que consigo um exemplar do Motion in the ocean autografado? - ela arregalou os olhos.

— Louis, você não brinca comigo que eu não tenho emocional pra isso. - eu ri novamente.

— Eu tô falando sério. - murmurei e ela sorriu.

— Inferno garoto, você sabe todos os meus pontos fracos. - eu gargalhei alto a fazendo me acompanhar.

— Eu sabia que te ouvir falar horas sobre McFly ia ser útil em algum momento. - murmurei e ela estreitou os olhos.

— Alguém tinha que tentar te converter afinal. - ela revirou os olhos e eu ri.

— A sua insistência em me fazer desistir do Busted é admirável. - ela me mostrou o dedo e eu repeti seu ato. Ao fundo da ligação eu ouvi a voz dele chamar por .

Eles continuavam em um relacionamento. falava sobre ele as vezes, mas por eu sempre parecer desconfortável, ela parava. Se eu sentia ciúmes? Com toda certeza.

— Eu preciso ir. Eu e o Chris combinamos de ir ao cinema hoje. - eu mordi o lábio assentindo.

— Claro. Eu também estava me aprontando pra sair de todo modo. - eu não estava.

— É claro que sim, afinal você está em Amsterdã e todos os dias uma festa nova te espera. - ela brincou e eu ri.

— Isso não é verdade. - murmurei e ela negou com a cabeça.

— Não, claro que não. - ela soltou com ironia e eu franzi o cenho.

— O que foi? - questionei.

— Nada Lou, só espero que esteja se cuidando. - ela torceu os lábios.

— Eu estou. Sempre me cuido. - ela respirou fundo.

— Certo, eu vou indo. Até mais Louis. - ela acenou e desligou. Eu respirei fundo jogando o celular sob a cama e esfregando o rosto.

Encarei o teto por alguns segundos e me coloquei de pé. Eu e os caras havíamos participado de entrevistas em Los Angeles nas últimas semanas depois do fim da primeira parte da turnê, e eu não quis voltar a Londres, então eu e Calvin decidimos ir a Amsterdã, que era uma cidade que ambos queríamos conhecer.

Eu havia decidido ir até lá, por que dois dias antes da turnê se encerrar havia me contado sobre como as coisas estavam caminhando com Christopher. E apesar de estar sentindo falta dela, eu não estava preparado para aquele momento. O momento onde teria que vê-la com ele, fazendo brincadeiras de casais que estão no início, ou a beijando toda vez que chegasse a casa dela e eu estivesse lá.

Viajar para Amsterdã havia sido um modo de tentar tirar a minha cabeça disso de algum modo, mas aparentemente tudo que eu conseguia pensar era naquilo. Porém estar longe de Londres ainda me evitava as lembranças dolorosas da saída de Zayn, então essa era a desculpa que eu dava para não voltar ainda. O que não era 100% mentira.

Peguei o celular e enviei uma mensagem para Cal avisando que eu sairia com ele aquela noite e tudo que recebi em resposta foram comemorações.

(...)

Eu estava conversando com uma garota. Me lembro da cabeça estar girando muito e algo na forma como ela falava me fez lembrar . Provavelmente nem havia nada, eu só devia estar muito bêbado.

Meu celular tocou e eu o peguei no bolso vendo um número desconhecido me ligar. Pensei em ignorar, mas Simon tinha a péssima mania de me ligar de números desconhecidos, então apenas pedi licença para a moça e procurei por um lugar mais silencioso, que no caso, era a rua.

— Alô? - a voz embriagada era clara e eu me repreendi por aquilo.

— Louis? - eu conhecia aquela voz.

— Briana? Está tudo bem? - a voz da garota parecia chorosa. Briana era uma garota que eu havia conhecido em Los Angeles e com quem saí algumas vezes. Apesar de anunciarem um namoro entre nós, isso nunca aconteceu. Apenas saímos algumas vezes enquanto estive em Los Angeles para as entrevistas, nada realmente sério.

— Louis, eu… - ela respirou fundo em meio ao choro - Eu estou grávida. - aquela não era a primeira vez que alguém me dizia aquilo com a intenção de me avisar sobre estar grávida de mim, mas era a primeira vez que era possível daquilo ser verdade.

Eu e Briana havíamos saído uma noite, e não nos lembravamos se havíamos usado camisinha ou não porque estávamos muito bêbados. Por fim decidimos por comprar uma pílula para ela, já que ela não tomava nenhum remédio regularmente. Eu a acompanhei até a farmácia e comprei o remédio, e passei o resto daquele dia com ela para ter certeza que ela não teria nenhum tipo de efeito colateral, ou para se tivesse ela não estivesse sozinha.

Minhas pernas bambearam e eu me sentei na calçada, completamente incapaz de processar a informação com muita clareza.

— O que você quer fazer? - questionei e do outro lado ela continuava a chorar.

— Eu não sei Louis. Não sei o que fazer. - ela chorava e eu respirei fundo esfregando o rosto e tentando colocar a cabeça no lugar.

— Bri, no momento estou muito bêbado para fazer qualquer coisa, mas prometo que assim que estiver sóbrio o suficiente pego um vôo para Los Angeles, está bem? - ela não respondeu — Nós vamos fazer o que você quiser fazer. Sem pressão. É principalmente a sua decisão. Mas se você quiser ter o bebê espero que saiba que eu também quero e que vou estar aqui para ele, apesar de estar apavorado agora. - ela riu e eu acompanhei.

— Está bem. - ela fungou do outro lado.

— Eu vou para o meu hotel dormir, e entro no primeiro vôo que conseguir pela manhã. Nos falamos depois, mas fica tranquila, vamos resolver tudo. - e dizendo isso e me despedindo depois eu desliguei o telefone.

Sentado na calçada eu refleti sobre aquilo. Eu iria ter um filho. Eu tinha experiência em cuidar de crianças, afinal, era o mais velho, mas dessa vez ele era meu e eu não poderia simplesmente passá-lo para a minha mãe.

Minha mãe. Eu tinha que contar. Mas eu sabia que dona Johannah iria ficar toda animada com a ideia de um neto, e se Briana decidisse por abortar? Não, eu não podia criar esse tipo de expectativas nela.

Peguei o celular e digitei uma mensagem para .


Eu vou ser pai. Briana está grávida. Estou indo para LA pela manhã para resolvermos o que vai ser feito. Não conte para ninguém. Nem a minha mãe. 03:34 am

CARALHO , EU VOU SER PAI. 03:34 am


E com aquela mensagem eu me levantei voltando para dentro da balada em busca de Calvin, para avisá-lo que iria embora.

————— x —————


Eu olhava a tela do celular com expectativa, meio de longe. Assim que o rosto dela apareceu na tela eu sorri. Ela olhava para outro lado.

— O que o traz a me ligar a essa hora? - ela questionou ainda olhando para o lado e depois virou o rosto para a tela do celular arregalando os olhos.

— Ah, ele nos disse que tinha uma amiga que era uma grande fã e resolvemos checar. - Harry soltou e tapou a boca. Não, não era o Styles. Era o Harry Judd, do McFly.

— Oi . - Dougie acenou e seus olhos se arregalaram mais ainda.

— Louis, ela sabe falar? - Tom debochou e sequer se moveu. Se estivesse em seu normal, ela no mínimo mostraria o dedo do meio para ele, mas estava em choque.

— Sabe, mas não nesse momento. - brinquei e todos riram.

— Qual é, ? O Fletcher vai zombar desse jeito de você e você não vai dizer nada? - Danny questionou e ela pareceu voltar ao normal.

— Primeiro de tudo: Tom, vai se ferrar. - ela brincou e ele gargalhou alto - Segundo: CARALHO, É O MCFLY. PUTA QUE PARIU. EU TÔ EM UMA CHAMADA DE VÍDEO COM O MCFLY. - ela gritou e todos continuaram rindo.

Os minutos seguintes se passaram com conversando com os caras do McFly. Farpas eram trocadas entre ela e Tom vez ou outra, alguns olhares meio bobos eram entregues a Dougie, piadas eram feitas com Danny e Harry só podia dizer a ela o quanto ele adorava as fãs do Brasil, que aliás, era o país de onde havia vindo com a família.

Quando os chamaram informando que era hora de subirem ao palco para o show de abertura em Cardiff eles se despediram e passaram o telefone para mim.

— Tudo bem com o coração? - impliquei e ela riu.

— Agora sim. Talvez eu entre em colapso em breve. - eu neguei com a cabeça.

— Seu álbum autografado vai ser levado pela Lottie. Ela veio para o show e vai passar por Londres amanhã, então pedi para ela levar. - sorriu largo.

— Obrigada Louis. Não precisava de nada disso, mas estou muito feliz mesmo. - confessou e eu sorri - Como a Briana está? Tudo bem com o bebê? - meu sorriso aumentou.

— Tudo bem. Ela vai fazer um ultrassom amanhã e vamos ver se já conseguimos descobrir o sexo. - minha voz saiu animada e sorriu.

— Eu estou com Briana, Acho que vai ser uma menina. - garantiu e eu ri.

— Não viaja. Vai ser um garoto. - contestei e ela riu.

— Espero que esteja preparado para ficar me devendo cerveja e pizza. - eu neguei com a cabeça.

, pode se preparar, por que quando eu voltar pra casa eu vou te cobrar minha cerveja e pizza. - ela riu e atrás dela eu vi Christopher passar após a campainha tocar - Você e o Chris estão praticamente morando juntos, não? - soltei no tom mais descontraído que consegui e ela riu fraco.

— Mais ou menos. Não sei direito. - ela deu de ombros e me encarou mordendo o lábio - Você deveria parar de ser implicante com ele. Chris é um cara legal. - eu franzi o cenho.

— Eu não sou implicante. Eu nunca disse nada sobre ele. Você é uma dissimulada isso sim. - ela riu negando com a cabeça.

— Mas também nunca diz nada positivo. - ela olhou para o lado e em seguida foi em direção a escada.

, eu só disse que vocês estão praticamente morando juntos, só isso. - a vi fechar a porta atrás de si.

— A questão é que você sempre diz essas coisas como se eu estivesse fazendo algo de errado. - ela revirou os olhos e eu repeti o ato.

— Não é verdade. - neguei com a cabeça e ela tombou um pouco a dela para a direita - Só acho que talvez vocês devem estar indo rápido demais nisso tudo. - justifiquei e ela apertou as têmporas.

— Louis, nós só estamos passando tempo juntos. Como casais fazem. Isso é normal. - a palavra "casais" me atingiu em cheio e eu apertei os lábios desviando o olhar e pedindo para alguém surgir e me puxar para um camarim, mas aquilo não aconteceria. Eu estava pronto, e o show de abertura havia acabado de começar.

— Eu só acho estranho. Só isso. - dei de ombros e ela revirou os olhos.

— Anda Louis, me diz o seu real motivo para não gostar dele. Por que até onde me lembro vocês trocaram apenas um oi aqui e outro ali e só. Então me diga qual a verdadeira razão para não gostar dele ou de sermos um casal. - ela parecia saber de algo.

Como se olhasse as entrelinhas de tudo que eu dizia. Como se ela soubesse que meu coração palpitava toda vez que ela ligava, ou que ela me chamava de Lou. Como se ela soubesse de tudo e estivesse apenas esperando que eu dissesse algo. Mas não havia como ela saber, certo?

— Eu já disse que não tenho nenhum problema com ele. Agora preciso ir. A Lou está me chamando para dar um jeito no meu cabelo. - menti por que ninguém estava me chamando, mas eu não queria precisar encarar aquilo e arriscar dizer o que sentia e perde a amizade que tinha com -. A gente se fala. Se cuida por aí e faça o favor de me mandar notícias sobre o projeto do seu trabalho. Já sei o resultado, mas é sempre bom confirmar que estou certo. - ela me mostrou o dedo e eu ri.

— Se cuida também. E obrigada pela ligação dos meninos hoje. Foi muito especial. - ela agradeceu, por mais que fosse notável o quanto queria continuar o assunto.

— Não tem o que me agradecer, sabe que sempre vou fazer o possível pela sua felicidade, não sabe? - ela sorriu fraco.

— Você é tão boiola as vezes que nem parece o cara que eu conheci naquela balada. - ela brincou e eu ri.

— Vai se foder, . - lhe mostrei o dedo do meio e ela gargalhou.

— Tchau Louis. - e dizendo aquilo ela desligou.

Eu encarei a tela do celular por um momento, sozinho no backstage. Respirei fundo passando a mão pelos cabelos frustrado. Eu precisava tirar ela da cabeça.

————— x —————


Meus olhos focavam o chão como se buscassem ali algum tipo de amparo para aquele momento. Não havia. A decisão estava tomado e o silêncio naquele quarto de hotel era pesado como chumbo. Havia algo a dizer? Provavelmente não.

— Então é isso? Quando a turnê acabar vamos entrar em pausa? - Niall foi quem quebrou o silêncio. O irlandês parecia tão perdido quanto eu e os outros dois na sala se mantinham com o olhar vazio.

— É. - foi o que Harry respondeu. Eu ri fraco e me coloquei de pé.

— Eu vou dar uma volta. - avisei quando já estava a porta ouvindo alguns deles me chamarem, porém a fechei sem dar maiores explicações.

Segui pelo corredor até o elevador e apertei o botão para que ele viesse, e logo as portas estavam se abrindo a minha frente.

Peguei o celular no bolso e corri a lista de contatos parando no nome dela. Antes de iniciar a chamada eu parei por um momento e no instante seguinte estava desistindo. Eu precisava aprender a lidar com meus problemas sem ela e era o que faria.

Sai do elevador seguindo para a área da piscina e acendendo um cigarro quando já estava do lado de fora.

Pois é One Direction, how fast the night changes.

2016

A campainha tocava freneticamente e eu desci as escadas correndo para atender na certeza que quem eu encontraria ali seria minha mãe, porém assim que abri a porta a expressão nervosa de me fez engolir em seco. Recebi tapas em meus braços e peito e não tentei contê-la, eu sabia por que estava apanhando e não podia dizer que ela estava errada.

— Seu grande idiota. - ela soltou de maneira nervosa assim que desferiu outro tapa em minha direção — Primeiro você some, depois eu fico sabendo por uma revista que a banda vai acabar e agora fico sabendo por um programa medíocre de fofocas que seu filho nasceu? Qual a droga do seu problema, Tomlinson? - ela questionou parando e respirando fundo.

— Desculpa. - soltei simples e ela me estreitou os olhos.

— É só isso que vai dizer? Desculpa? - fechou as mãos em punhos — Louis William Tomlinson, você é tão irritante. Tão babaca que eu te daria um soco agora mesmo se pudesse. - ela estava claramente se segurando e eu apenas respirei fundo.

— Por que está tão brava assim? - questionei e ela pareceu indignada.

— Você é a porra do meu melhor amigo! - ela soltou alto — E está fazendo um péssimo trabalho se quer saber. - ela cruzou os braços e fechou a cara em uma clara tentativa de prender o choro.

, o que tá rolando? - a segurei pelos ombros e uma lágrima escorreu de seus olhos.

— Vai acreditar se eu disser que é a tpm? - ela secou a lágrima fazendo um bico e eu ri.

— Vou, por que você é doida. - e dizendo isso ela me acertou um soco fraco no peito — Não pode me bater. Sabe que é verdade. - ri e ela fez o mesmo prendendo a risada em seguida — Vem cá. - a puxei para perto e meu coração errou algumas batidas ao sentir suas mãos me envolverem — Eu sinto muito ter sumido e não ter te contado sobre o nascimento do Freddie, nem sobre a banda. - sussurrei e ela suspirou.

— O que houve Louis? Fazem meses desde a última vez que nos falamos e você não responde minhas mensagens, e nas raras vezes que respondeu foi para dizer que estava ocupado. - ela se afastou me encarando e eu mordi a parte interna da bochecha.

— Não foi nada. Apenas estava realmente ocupado - não era uma completa mentira, mas também não era verdade.

A verdade era que eu estava a evitando. Por que? Porque eu era um tipo ridículo que tinha sentimentos pela melhor amiga e não conseguia assumir. Eu era o tipo que vivia por aí sofrendo por ela estar com alguém, mas não fazia nada para ser esse alguém. Por que? Eu não sei.

Eu nunca havia me sentido assim por ninguém antes. Óbvio, já havia gostado de outras pessoas. Mas não daquele modo. Com o estômago todo estranho e com aquela vontade de estar perto a todo momento. Na verdade, eu nunca havia gostado da minha melhor amiga e era o que estava acontecendo ali. Mas eu não queria perder a amizade dela. Porque a amizade dela era importante demais pra mim.

— Certo. Vem, vamos pedir algo para comer e daí você vai me contar como o Freddie é e vamos combinar um dia para eu conhecê-lo. - ela me puxou para o sofá, onde nos sentamos.

— Eu quero hambúrguer e batata frita. - anunciei e ela riu.

— Grande novidade. - ela pegou o celular e mexendo um pouco o passou para mim — Toma, escolhe o seu, o meu é mais rápido. - um aplicativo de delivery estava aberto e eu mexi nele por alguns minutos até achar o meu e o selecionar. Assim que terminei de selecionar uma mensagem desceu nas notificações. O contato tinha o nome de Chris e um coração junto.


Eu já fiz as compras. Não se acostuma não, folgada haha 03:32 pm


Era o que dizia a mensagem que eu preferia não ter lido.

— Uma mensagem do Chris. Eu já escolhi o meu. - informei meio sem jeito e ela pegou o celular rindo após ler a mensagem. Ela me encarou e torceu brevemente os lábios.

— Nós, hm… Nós estamos morando juntos. - ela informou e eu assenti, já imaginando que era aquilo que ela diria. Uma mensagem que eu havia recebido dois meses atrás deixava a entender que ela estava indo para o apartamento dele. “Estou meio ocupada porque estou levando umas coisas para a casa de Chris, mas se precisar pode me ligar.” era o que dizia a tal mensagem.

— Isso é bom. - informei sorrindo — Quero dizer, vocês se gostam e tudo o mais. Então… É, legal. Estou feliz por você, . - baguncei um pouco os cabelos dela a fazendo rir meio sem jeito.

— Uau, evoluímos nesse grau? Sem implicância? - ela provocou e eu ri negando com a cabeça.

— Não, hoje não. Hoje quero aproveitar o dia. Sem brigas e sem implicância com o Christian. - ela riu.

— Tava demorando. - ela me deu um soquinho de leve e voltou a atenção pro celular.

— Cerveja? - questionei e ela assentiu colocando o polegar entre os dentes o que era o sinal de que pensava no que escolher para comer.

Me levantei e segui para a minha cozinha, parando à porta da minha geladeira por um momento e respirando fundo. Pouco a pouco eu a perdia para Chris e tinha a sensação de que deveria fazer algo, mas eu estava apenas a deixando ir. E será que devia fazer algo?

Peguei as cervejas e segui para a sala, a vendo sorrir para a tela do celular. Ali estava minha resposta. Não. Eu não devia fazer nada, ela estava feliz e isso era o que importava.

————— x —————


Eu peguei o copo que foi colocado à minha frente e comecei a bebê-lo. Deveria ser o quarto ou quinto drink que eu pedia. Não se deixe enganar pela cara gentil dos barmans de Tóquio, os caras sabem derrubar qualquer um com um pouco de saquê. Minha cabeça já girava horrores e acho que não seria capaz de dizer qual era o meu nome de maneira decente se alguém perguntasse.

O bar estava cheio e uma música que eu não conhecia tocava alta por todo o local. Me virei encarando a multidão de pessoas que se mexiam e riam como se nada importasse. Em meio a multidão eu a vi e meu coração acelerou. Não era possível que ela estivesse ali, mas ao mesmo tempo não era possível que eu estivesse apenas imaginando.

Me levantei e abrindo caminho em meio a multidão até o outro lado eu cheguei a poucos passos dela e não precise de mais nenhum passo para entender que sim, eu havia a imaginado. Só podia estar maluco. Não havia outra explicação para aquilo. Não era possível.

Em passos errantes eu voltei ao bar me sentando em frente ao copo que a pouco havia abandonado.

— Outro drink, amigo? - o barman perguntou e eu o encarei.

— Melhor eu ir embora. - informei pegando a carteira e tirando de lá uma nota que cobria o que havia consumido e depois apenas caminhando para fora do local.

Pedi por um carro em um aplicativo no celular e o guardei no bolso enquanto esperava. Notei uma pessoa parar ao meu lado e me virei brevemente para encará-la.

Era uma garota, não era a mesma que estava dentro do bar, mas era muito parecida com também. Tinha cabelos muito parecidos com os dela, usava uma camiseta do Led Zeppelin que era igual a uma que eu havia dado de presente no aniversário dela do ano anterior e tinha um cigarro preso entre os dedos de modo que me fazia lembrar dela sempre que fumavamos juntos em minha casa.

— Posso ajudar? - a mulher perguntou rindo fraco e eu saí do transe.

— Desculpa, é só que… - parei por um momento tentando colocar a cabeça no lugar — Você me lembra muito alguém. - soltei baixo e a moça sorriu de canto.

2017

— Louis. - a voz dela me chamava e eu me virei a encontrando.

! - gritei mais animado que o esperado por conta do álcool que já havia ingerido — Você tá aqui. Vem, vem, pega uma cerveja e vamos comemorar! - gritei pegando uma garrafa e acenando para ela.

— Comemorar, Louis? - ela não parecia feliz.

— Comemorar a vida, . Ela é muito curta e temos que comemorar. - lhe entreguei a garrafa e ela a puxou colocando sob a mesa com certa brutalidade.

— Desse jeito vai acabar é fazendo ela ficar mais curta ainda. - o tom dela me entregava que eu estava prestes a levar uma bronca. E estava certo — Todos os dias, Louis? Todos os dias na mesma semana? - questionou e eu dei de ombros fazendo um bico.

— Eu sou um cara festeiro. - ri assim como as pessoas ao meu redor. Quem eram aquelas pessoas?

— Louis, vem vou te levar para casa agora. - ela respirou fundo e eu neguei com a cabeça.

— Não, não quero ir para casa. Quero me divertir. - as pessoas ao meu redor gritaram animadas.

— Lou, meu solzinho. - eu sorri largo mesmo sabendo que ela me chamava assim apenas quando estava tentando não perder a paciência comigo e me mandar a merda — Eu estou te pedindo pra irmos pra casa, por favor. - neguei com a cabeça.

— Eu quero ficar. - fechei a cara.

— Ótimo Louis, então fica aí. Eu vou embora. Desisto. - ela se virou para sair e eu apenas dei de ombros, porém, conforme notei que ela não voltaria apenas revirei os olhos me levantando e seguindo até ela. Era difícil andar em uma mísera linha reta, mas com algum esforço eu a alcancei segurando sua mão.

— Eu preciso pagar a conta. - minha voz enrolada era mais clara sempre que tentava falar sério — E preciso de ajuda para achar onde eu pago. - reprimiu um riso e passou a mão ao redor da minha cintura.

— Eu te socaria bem aqui se não estivesse tão bêbado assim. - ela informou e eu apenas ri.

Ela me levou até o lugar onde pagaria e eu consegui ver a decepção na cara dela ao notar o valor absurdo que eu havia gasto apenas em uma noite. Depois de pagar, me guiou para fora do clube e pegou as chaves do meu carro, me colocando no banco do passageiro e seguindo para o do motorista.

Apoiei a cabeça no banco e a encarei. Enquanto passávamos pelas ruas escuras de Londres, o rosto dela era iluminado pelas luzes de postes que passavam.

— Porque está fazendo isso Louis? - ela questionou.

— O que? - achei que ela pudesse estar falando sobre encará-la, mas não tinha certeza.

— Você vive enchendo a cara desde dezembro. E eu entendo em partes, mas… - ela respirou fundo — Acho que está passando dos limites e olha que sou eu falando de limites. - eu ri fraco respirando fundo em seguida.

— É mais fácil assim. - dei de ombros — Bebendo o tempo todo eu consigo me divertir e bem… Não preciso encarar o que aconteceu. - ela parou em um sinal vermelho e me encarou.

— Lou, eu entendo como estava lidando com isso no começo. Realmente entendo, e não julgo. Mas acho que agora você está apenas fugindo do luto, só que não dá pra fugir o tempo todo, nem pra sempre. - respirei fundo fechando os olhos e me sentindo ligeiramente mais sóbrio.

— Eu acho que sei disso, mas estou tentando ver até onde posso ir. - ela riu fraco e eu senti sua mão apertar a minha.

— Acho que está na hora de encarar isso de frente. - ela sussurrou — E você não está sozinho de todo modo. - eu abri os olhos e a encarei — Você tem a mim, e a suas irmãs e o Mark. - ela sorriu e eu a acompanhei.

— Eu sei que tenho. - sussurrei apertando sua mão de volta — Obrigado . - ela sorriu e encarou a rua, vendo que o sinal estava aberto e seguiu em frente.

Chegamos a minha casa e me ajudou a subir até o quarto e entrar no banheiro. Eu tomei um banho frio enquanto ela me esperava do lado de fora. Me vesti apenas com uma calça e moletom e sai do banheiro a encontrando parada a porta.

— Menos tonto? - questionou me dando apoio para seguir para a cama.

— Menos tonto, mais bêbado, não sei dizer ao certo. - ela riu e eu a acompanhei. Me sentei na cama e ela pegou a toalha molhada de mim se sentando ao meu lado.

— Promete pra mim que não vai mais beber pra fugir disso? - ela pediu e eu a encarei. Os olhos brilhantes aos quais eu sentia que nunca conseguiria dizer não na vida.

— O que você não me pede sóbria que eu não faço bêbado? - ela gargalhou alto.

— Eu tenho certeza que esse não é o ditado. - garantiu e eu ri junto a ela.

— Eu por acaso tenho cara de quem sabe de ditados? - ela continuou a rir e eu apenas a encarei.

Ela era o tipo de garota por quem você se apaixona gradativamente. Não porque é difícil, mas porque sempre há algo novo pelo que se apaixonar. Primeiro vem a risada escandalosa e sempre sincera, depois a forma como ela sempre diz o que está pensando sem nem pensar se deve ou não, depois como ela sempre está cuidando das pessoas que amava ou apoiando para que fizessem o seu melhor em tudo. Ela era o tipo de pessoa que olhava a vida pelo lado bom, ao mesmo tempo que tinha piadas sarcásticas a fazer a todo momento. Eu não sabia dizer o momento exato no qual havia me apaixonado, e acho que não havia um momento exato.

— Eu te amo, . - sussurrei parecendo extremamente sóbrio e ela me encarou parando de rir aos poucos. Parecia nervosa e meio apavorada, os olhos meio arregalados me diziam que ela poderia correr a qualquer momento, então, no meu momento de coragem, eu fiz a coisa mais covarde que poderia ter feito. Voltei atrás — Como amo as minhas irmãs. Sabe? - e naquele momento eu não sabia ao certo ler o que se passava em seus olhos, mas era algo próximo ao alívio, eu acho. Houve um momento de silêncio e ela sorriu em seguida.

— Eu também te amo assim, Louis. - eu sorri fraco e ela retribuiu o ato — Eu vou ficar aqui apenas para garantir que você fique bem, caso precise vou estar no quarto ao lado, ok? - eu apenas assenti e ela se levantou deixando o quarto depressa e fechando a porta atrás de si.

Me deitei na cama e por horas eu apenas encarei o teto pensando se não devia ir até o quarto ao lado dizer tudo a ela. Mas antes que pudesse terminar de ponderar o que fazer, o sono me levou. E sabemos que eu não o faria. Amor era apenas para os corajosos, e naquele momento eu era o maior covarde da face da terra.

————— x —————


Lottie estava sentada ao meu lado enquanto Ernest e Doris estavam no tapete encarando a tv concentrados no desenho que passava.

— Então… - Lottie comentou deixando o celular de lado e me encarando — Como a está? - ela questionou com uma cara que eu já conhecia.

— Não começa. - pedi e ela revirou os olhos.

— Eu nem disse nada ainda. - contestou.

— Mas já está planejando dizer.

— Porque alguém precisa dizer, ao invés de ficar fingindo que não vê isso que está acontecendo aqui.

— Lottie…

— Não Louis, eu estou vendo para onde você está caminhando com isso. Está só deixando de lado quando deveria estar fazendo algo. - respirei fundo — Lou, realmente vai deixar a garota escapar assim? Pelo amor de deus, é praticamente você porém em uma versão melhor porque é mulher. - eu ri fraco negando com a cabeça.

— E quem disse que quero alguém tão parecida comigo assim? Eu sou um saco Lottie. - ela me acertou um soco no ombro. Vi Ernest rir da cena — Ai! o que foi? - questionei massageando o local.

— “Quem disse que quero alguém tão parecida comigo?” Ah, pelo amor de deus, se quer mentir pra você ótimo, mas pra mim não. - soltou indignada — Louis não adianta mentir pra mim, porque eu te conheço melhor que ninguém. - passei as mãos pelo rosto respirando alto — Só acho que devo te avisar, se você não fizer nada, aquele namorado dela vai fazer algo, porque ele não é nenhum idiota e dai você vai perder a garota. Ouça o que estou dizendo. - ela avisou e eu me encostei no sofá encarando o teto. Senti mãos tocarem meu joelho e quando abaixei a cabeça encontrei Doris com um bico me encarando.

. - foi tudo que ela disse e eu ri fraco a pegando no colo.

— Até ela sabe. — Lottie avisou e eu me inclinei pegando minha irmã no colo.

— Você é uma pequena traidora. Todos vocês são. - Doris riu e eu apenas fiz o mesmo.

2018

Ele estava ajoelhado e ela estava a sua frente o encarando perplexa. O mundo girava mais devagar para mim enquanto o ar parecia ter dificuldade de chegar aos meus pulmões. Ela havia acabado de ser pedida em casamento em frente a toda a família e amigos. Havia sido pedida em casamento e meu coração estava pequeno no peito.

Minha melhor amiga havia sido pedida em casamento e eu sei que deveria estar feliz, mas não estava. Eu apenas sentia o desespero crescer em meu peito conforme aquela cena se desenrolava e ela respondia um alto e sorridente “sim”.

Por que eu não estava feliz por ela? Por que sentia raiva daquele pedido idiota? Eu sabia a resposta para aquelas perguntas, porém não queria encará-las.

Eu não queria olhar aquelas respostas de frente, eu apenas queria continuar a ignorá-las como fazia a anos. Mas o que eu não havia percebido nesses tempos era que aquele momento chegaria. O momento em que outro cara decidiria que queria passar uma vida inteira com ela. E afinal quem seria idiota o suficiente para não querer? Ela era incrível e apenas sendo muito burro para deixá-la ir.

E eu havia sido burro. Com toda certeza havia.

— Lou? - sua voz me tirou de meus pensamentos e eu a encarei ainda confuso, torcendo para que aquilo não tivesse passado de um delírio, mas não havia sido. Ali estava ela, com um anel em seu dedo indicando que agora era noiva.

— Sim? - soltei tentando conter qualquer emoção adversa a felicidade e pareceu funcionar por que ela sorriu.

— Eu fui pedida em casamento. - ela comemorou e eu sorri um pouco, não pela informação, mas pelo sorriso em seu rosto. Burro, Louis. Você é burro.

— Eu notei. - comentei em fingida animação e ela pareceu notar, mas antes que pudesse dizer algo seu agora noivo Christopher se aproximou a abraçando pela cintura e beijando seu rosto. A cena me fez virar o copo de whiskey de uma vez e sentir o líquido queimando minha garganta — Eu preciso ir, tenho algumas coisas para resolver. Parabéns pelo noivado. - declarei colocando o copo sobre uma mesa qualquer e acenando, sem lhes dar a chance de se despedir. Caminhei para a saída da casa da família de preparado para pedir por um carro quando senti uma mão tocar meu braço e me virei a encontrando aflita.

— O que houve? - ela questionou e eu apenas respirei fundo.

— Nada, só preciso ir. - apontei preparado para me virar de novo, mas ela me puxou.

— Para de mentir pra mim, Tomlinson. Eu te conheço. O que aconteceu? - ela tornou a questionar.

— Não é nada, . Já disse. - sorri e toquei seu rosto de modo carinhoso — Só preciso realmente resolver algumas coisas. - tornei a sorrir e ela suspirou soltando meu braço e em liberando para ir — A gente se vê. - me aproximei beijando sua testa e me virando para ir em seguida.

— Se você parasse de fugir, talvez a pessoa a estar fazendo aquele pedido hoje fosse outra. - ela disse em um tom que apenas eu, que estava a alguns passos dela ouvi e eu me virei a encarando — Mas você nunca para de fugir de mim, não é? - ela abraçava a si mesma enquanto os olhos estavam fixos nos meus.

Eu queria negar, mas aquilo não era mentira. Eu a conhecia a quatro anos e a quatro anos eu fugia do que sentia por ela, sempre dizendo que todo o carinho e cuidado que eu tinha com ela era porque éramos amigos. Não era apenas por isso.

— Aparentemente não. - sussurrei engolindo em seco.

— E o que vai fazer agora? - ela questionou e eu apenas pensei por um momento.

A passos lentos eu me aproximei dela e a vi parar estática em seu lugar. Segurei seu rosto entre minhas mãos assim que estava próximo o suficiente e a ouvindo suspirar eu beijei sua testa de maneira prolongada.

— Seja muito feliz, Lê. - sussurrei assim que tirei meus lábios de sua testa e a vi me encarar confusa.

— É isso, então? - seu tom me perguntava se eu tinha certeza do que fazia, mas eu claramente não tinha.

Sem coragem de responder a aquilo eu apenas tornei a caminhar para fora do jardim da frente da casa.

Christopher cuidaria dela. Christopher era um cara bom e com certeza um exemplo. Ele era o melhor para ela. E era aquilo que eu repetia para mim todos os dias desde então.

————— x —————


Desci do táxi com minha mala e encarei a casa respirando fundo. Eu estava voltando de Los Angeles naquele momento depois de algum tempo longe de Londres e só queria me deitar em minha cama e me sentir em casa de novo.

Abri a porta e encarei o local vazio. Os cachorros estavam com Lottie e os buscaria no dia seguinte. Deixei a mala perto da porta e apenas segui para dentro da casa encontrando meu sofá e me deitando nele encarei o teto.

Depois de algum tempo me sentindo incomodado me sentei e encarei a mesinha de centro onde um envelope repousava. Era branco e em letras douradas se lia “ e Christopher convidam para a celebração de sua união”. Respirei fundo pegando o envelope e o abrindo. A data que constava ali era daquele dia e eu sabia, porque Lottie havia me ligado perguntando se eu iria e eu disse que não.

Desde o noivado eu e não havíamos nos falado e eu nem sabia se ela me convidaria, por isso saber por minha irmã que eu havia recebido um convite foi surpreendente.

Li todo o convite e eu só podia pensar que papel branco e letras douradas era a coisa menos na qual eu podia pensar. Uma garrafa de vinho barato e um convite onde se lia “Vou casar, vem aí pra gente comemorar” era muito mais a cara dela. O pensamento me fez rir e em seguida fui levado a imaginar como ela estaria naquele dia.

Joguei o envelope sob a mesa de volta, pegando o controle da tv e a ligando. Passei os canais me sentindo entediado e parei assim que notei que no canal de esportes passava um jogo do Rovers. Me inclinei no sofá dando toda a minha atenção para os minutos finais do jogo.

Em dado momento encarei o lugar vazio ao meu lugar e só conseguia me lembrar dela e de como sempre assistiamos o jogo juntos. Como no primeiro dia sempre que eu voltava de viagem, nós passávamos o dia juntos jogados no sofá ou no quintal de casa apenas falando coisas sem sentido ou brincando com Clifford e Bruce que ficavam com ela enquanto eu não estava. Como ela adorava dar sorvete para eles apenas para depois roubar o meu. Como nós buscavamos receitas na internet e tentavamos fazê-las mesmo sabendo que não daria certo. Como minha casa sempre parecia mais com um lar quando ela estava lá.

Pensei nela entrando naquela igreja e aceitando se casar com Christopher. Não deveria ser ele a estar esperando ela no altar. Não devia.

Me coloquei de pé e segui apressado para a porta, pegando a chave do meu carro no chaveiro. Deveria ser eu naquele altar. Claro que deveria.

Quando toquei a maçaneta eu encarei a madeira da porta.

Seria justo com ela? Aparecer agora? Depois de tanto tempo de incertezas aparecer e pedir que ela desistisse de um relacionamento de anos para que tentássemos ser felizes juntos? Ele era uma certeza para ela, eu era apenas uma possibilidade. Eu não tinha como garantir que funcionariamos juntos como um casal. E eu pediria a ela que desistisse de tudo por uma possibilidade?

Apoiei a cabeça na madeira da porta e soltei a maçaneta.

— Porra, Louis.

2019 - atualmente

Me levantei antes que a mulher pudesse chegar a mim e segui na direção de Calvin notando a decepção no olhar dela. Toquei o ombro do meu amigo o fazendo me encarar.

— Eu vou pra casa, ok? - falei perto de sua orelha e ele franziu o cenho.

— Já? - questionou e eu apenas assenti — Tudo bem, a gente se fala amanhã. Se cuida. - nos abraçamos por um tempo até nos afastamos e eu tomar meu caminho em direção ao lado de fora do bar.

Pedi por um carro no aplicativo do celular e ele logo chegou. Cumprimentei brevemente o motorista que seguiu para minha casa. Encarei o celular e pensei em mandar uma mensagem para ela, mas apenas deixei para lá e guardei o aparelho em meu bolso, olhando o caminho que o carro tomava.

Assim que o veículo parou eu agradeci ao motorista e desci do carro seguindo para a frente da casa e destrancando a porta. Clifford e Bruce pularam em mim assim que fechei a porta e eu apenas fiz carinho neles tirando meus sapatos e seguindo para a cozinha em busca de um copo de água. O silêncio reinava na casa a não ser pelo som das patas dos cachorros no assoalho.

Depois de tomar minha água segui para o andar de cima e abri a porta do quarto tirando o casaco e seguindo para a cama, me enfiando debaixo das cobertas para em seguida a abraçar pela cintura a ouvindo respirar fundo.

— Que horas são? - questionou com voz de sono, eu sorri beijando seu ombro e colocando meu queixo na curva de seu pescoço.

— Não muito tarde, eu acho. - sussurrei de volta.

— Porque voltou cedo? - ela questionou segurando minha mão.

— Porque estava com saudade. - a vi sorrir e abrir minimamente os olhos para me encarar.

— Louis, não deve ter nem quatro horas desde que você saiu. - ela murmurou e eu ri.

— Eu sei, mas eu passei um mês na Jamaica fazendo o álbum novo e voltei hoje e o Calvin já me carregou para comemorar o aniversário dele, não tive tanto tempo com você quanto estou acostumado e você também não quis ir com a gente. - ela tornou a fechar os olhos.

— Ele não levou a namorada dele, então sei que queria comemorar com os amigos. - se defendeu.

— Você é amiga dele. - ela riu fraco.

— Eu sei, mas você me entendeu. - eu sorri. Eu havia entendido, ela estava apenas respeitando o espaço da minha amizade com Calvin e eu adorava aquilo nela.

— Eu entendi. - sussurrei beijando seu rosto e ela se aconchegou mais a mim — Sabe aquela música que disse que escrevi sobre a gente? - ela assentiu — Eu a coloquei no álbum. - ela se virou de uma vez agora com os olhos bem abertos.

— Tá brincando? - neguei com a cabeça — Você quase não me mostrou ela e agora vai deixar o mundo ouvir? - ela questionou animada e eu ri.

— É pessoal demais e esse tipo de coisa me deixa sem jeito. - fiz uma careta e ela riu — Mas eu achei que ela deveria ir para o meu primeiro álbum. Sei lá, contar nossa história em música assim e deixar que as pessoas a conheçam me pareceu certo, sabe? - ela sorriu franzindo o nariz brevemente.

— Eu sei que todo mundo vai amar. - eu a abracei de novo, dessa vez com nossos rostos próximos.

— Todo mundo exceto o Christopher. - comentei e ela riu.

— É, ele talvez não. - ambos rimos e eu a beijei brevemente.

— A melhor coisa que fiz foi invadir aquele casamento. - ela sorriu como se estivesse se lembrando do momento.

— Eu tenho que concordar. - ambos rimos fraco.

Depois de mais algum tempo de conversa ela tornou a dormir e eu a observei por algum tempo, me levantando em seguida para tomar um banho. Acendi a luz do banheiro do quarto e parado a porta eu a encarei. Apenas a penumbra fazia seu rosto visível. Ela tinha um leve sorriso nos lábios enquanto abraçava o travesseiro. Eu apenas consegui sorrir antes de lutar contra a minha vontade de ficar ali a encarando e finalmente fechar a porta do banheiro atrás de mim.

2018

— Porra, Louis. - acertei um soco na porta de madeira maciça — Para de ser um covarde, droga. - abri a porta e a tranquei correndo para a garagem em seguida, pegando o carro e saindo dali rápido.

Coloquei o endereço da igreja no gps e acelerei para o local. O trânsito em Londres claramente não me ajudava e fiquei parado alguns minutos até conseguir andar. Eu não tinha nada preparado para dizer, não tinha um discurso bem pensado e naquele momento também não conseguia bolar nada, apenas me concentrar em chegar ao lugar do casamento, então tudo seria meio improvisado e eu só podia torcer para dar certo.

Quando cheguei à igreja eu podia ouvir a marcha nupcial sendo tocada enquanto as portas estavam fechadas. Saltei do carro e corri escadas acima o mai rápido que podia e assim que alcancei as portas as empurrei com mais força que o necessário quase caindo no meio de um tapete vermelho ao mesmo tempo que ouvia os barulhos surpresos das pessoas ali. Olhei para frente e lá estava ela, parada a metade do tapete, em seu caminho para o altar. Em um vestido simples branco, sem saia enorme, apenas algo fluido e pouca maquiagem no rosto, enquanto o cabelo estava em um penteado lateral bonito. As flores nas mãos eram brancas e ao lado dela, estava o pai dela, ambos surpresos.

— Louis? - ela questionou confusa e eu me ajeitei.

— Hm… Oi. - acenei brevemente e acima do ombro de eu vi minhas irmãs e meu pai me encarando. Lottie e Fizzy prendiam a risada enquanto a indicavam com a cabeça.

— O que você está fazendo aqui? - ela questionou e eu respirei fundo.

— Sendo sincero? Uma loucura. - respirei fundo colocando as mãos no moletom.

— Louis, eu acho que… - o noivo começou a falar do altar.

— Baixa a bola ai Christovão, eu preciso falar uma coisa aqui. - acenei para ele e vi minhas irmãs prenderem a risada, assim como o pai de .

— É Christopher. - ele corrigiu.

— Tá, tá. - acenei com a mão encarando em seguida — Olha, eu não sou bom com essas coisas, só quando é em música, mas vou tentar meu melhor aqui. - respirei fundo — Eu fui a muitos lugares, conheci muita gente, mas no meio de tanta gente eu notei que de algum modo eu estava sempre procurando por você. Pela sua risada escandalosa, pelos seus olhos, ou pelos seus comentários que nem sempre podem ser muito bem interpretados porque você faz piada de tudo. - ela riu fraco — E eu juro que tentei me manter o mais longe que podia, mas no fim das contas era com você que eu queria compartilhar as coisas que aconteciam ou até uma partida de futebol do Rovers, porque sejamos honestos aqui, eu amo aquele time, mas ele só ganha com você assistindo. - as pessoas no local riram — Você é minha melhor amiga e por isso eu tive tanto medo de chegar a esse momento, porque eu sempre faço merda e tive medo de fazer merda com você e perder a amizade que nós tínhamos e eu me convenci que o bonitão ali era o melhor pra você. - apontei Christopher com a cabeça — Mas vamos ser honestos que isso é mentira. Porque se ele fosse o melhor para você ele saberia o quanto você é surtada pelo McFly e o quanto você odeia o McBusted com todo o seu ser. - ela tornou a rir — E se ele fosse realmente o melhor pra você, quando você estivesse nervosa, procuraria ele para fumar com você ao invés de mim. Se ele fosse o melhor para você, não existiriam aspectos sobre você que sentiria a necessidade de esconder dele, porque ele te deixaria confortável para mostrar cada parte de você. - eu a vi desviar o olhar por um momento — Eu sei que mereço um chute na bunda por ter demorado tanto para criar coragem para vir até aqui, sei disso, mas queria pedir que por favor não chute a minha bunda, eu não tenho garantias de um final feliz pra gente e tudo pode dar errado, mas eu gostaria de tentar fazer dar certo, porque eu te amo. - ela me encarou.

— Como ama suas irmãs? - ela debochou e eu ri.

— Não, isso é a porra de um papo furado. Eu te amo como amo você e essa é a melhor definição que posso dar porque nunca amei ninguém assim pra comparar. - eu vi o pai de sorrir — Eu sou apaixonado por você e sinceramente acho que sou desde o dia que te vi querendo descer o braço naquele segurança babaca. - ela riu — Sempre foi você, . Eu sei que fugi disso e procurei outros caminhos e te deixei ir aos poucos conforme seu relacionamento com Chris andava, mas eu não deveria, por que sempre foi e sempre vai ser você. Minha casa precisa de você para ser um lar e eu acho que agora disse tudo que precisava dizer. - estendi a mão para ela — Se você decidir que quer se casar com ele eu vou entender, mas eu espero que não se case. Espero que pegue a minha mão e que a gente saia correndo daqui que nem dois malucos. - ela tornou a rir.

Por algum tempo ela se manteve em silêncio, depois se virou encarando Chris que a olhou como se perguntasse o que ela estava fazendo. Depois notei que ela encarou minhas irmãs, porque elas apenas sorriram e acenaram para , em seguida ela encarou o pai que sorriu.

, você sabe que eu sempre te disse que te apoiaria no que quisesse fazer e te apoiei, mas acho que agora devo dar minha opinião aqui. - ela assentiu e o pai dela me encarou brevemente — Sabemos que você sempre foi apaixonada por ele também e que nunca fez nada porque ele sempre fugiu e você achava que ele não gostava de você, mas só sendo cego para não ver o quanto esse garoto sempre foi apaixonado por você. - eu sorri — Acho que mesmo não sendo uma certeza, você merece tentar ser feliz por inteiro. - ela sorriu para o pai e tornou a encarar Chris.

— Eu não posso. - ela disse o encarando — Não vou me desculpar por ir atrás da minha felicidade de verdade, só vou desejar que um dia você encontre alguém que te ame assim. Que te ame tanto que invadiria um casamento apenas para não te deixar ir. Que te ame por completo, mesmo com as partes não agradáveis. - vi Chris sorrir e negar com a cabeça.

— Eu sabia que estava certo em não gostar dele. - Chris informou e eu ri.

— É recíproco. - informei e ele riu negando com a cabeça. me encarou sorrindo.

— Então, sair correndo aqui como malucos, hum? - ela segurou minha mão e eu sorri.

— Você conhece um jeito que seja mais nós que esse? - ela gargalhou e encarou o buquê em sua mão o jogando para trás. Ele caiu na mão de uma senhora que devia ter seus sessenta anos — Nunca é tarde demais. - dei de ombros e entrelaçando meus dedos aos de , nós corremos para fora da igreja rindo.

Descemos a escadaria depressa e atravessamos a rua chegando ao meu carro e entramos nele o mais rápido possível. Eu liguei o carro e comecei a dirigir sem saber ao certo para onde ir.

De repente começou a rir e eu a encarei brevemente.

— O que foi? - perguntei rindo junto com ela.

— Os pais do Christopher com certeza querem me matar agora. - ela comentou rindo.

— Eles vão superar. - ela respirou fundo.

— Louis eles encomendaram uma estátua de gelo nossa e um bolo de oito andares. - eu a encarei com uma sobrancelha erguida.

— Eu sabia que devia ter esperado a festa para fazer isso. - ela tornou a rir — Porque gente rica gasta dinheiro com essas coisas? Gente, era só comprar cerveja e hamburguer. - soltei indignado e ela tornou a rir — Olha aqui, você não espere uma estátua de gelo no nosso casamento. O bolo de oito andares pode até rolar, mas a estátua não. Não é de comer, nem de beber, essa porcaria.- ela continuou rindo.

— Pra onde você tá indo? - ela questionou alto.

— Eu não sei! Eu não li o manual do sequestro da noiva. Não sei pra onde eu devo te levar. - ambos gargalhamos e eu apenas estacionei o carro no acostamento, desligando o veículo e a encarando.

Por algum tempo apenas ficamos em silêncio nos encarando e soltando sorrisos meio aleatórios enquanto olhávamos os detalhes um do outro.

— Você tem certeza que era isso que queria ter feito? - ela questionou e eu sorri tocando seu rosto.

— Era isso que eu devia ter feito desde o primeiro dia que o vi na sua casa. Na verdade, eu devia ter feito isso desde antes de ele aparecer. - ela sorriu. E eu me aproximei devagar dela sentindo algo no meu estômago. Então era assim? As borboletas?

Nossos lábios se encostaram tímidos em um primeiro momento, e aos poucos se acostumaram um com o outro. Existe algo que minha mãe me dizia, que quando você beija alguém que gosta é mágico e tudo, mas quando beija a pessoa certa não é tão mágico assim. Não tem um mundo girando mais devagar e essas coisas, mas tem algo que é muito melhor: o prazer de uma coisa cotidiana e simples. A alegria que preenche o coração numa coisa tão simples, mas que você sabe que é verdadeira. Porque a mágica vai diminuindo com a convivência e acabando, mas aquela sensação de quando se beija a pessoa certa, era como ser tocado pelo calor do sol. Estava sempre ali, mas você nunca se cansava dela. E é assim que era beijar ela. Simples e algo que eu poderia muito bem me ver fazendo por uma vida inteira. Um prazer cotidiano que eu não conseguia explicar, mas que queria sempre sentir.

Quando nos afastamos brevemente e a vi sorrir para mim e seus olhos se abriram encarando os meus.

— Então… Sempre fui eu? - ela questionou com os olhos estreitos e eu ri fraco a beijando brevemente.

Sempre foi você. - respondi e ela sorriu largo — Tá afim de ir pra casa e pedir comida pra ficar jogada no sofá? - questionei e ela assentiu.

— O carro do sorvete ainda não passou eu acho, podíamos pegar sorvete. - ela soltou animada e eu revirei os olhos.

— Tô vendo que vou ter meu sorvete roubado de novo. - murmurei me virando e ligando o carro.

— Não reclama, você sabe que adora. - ela se inclinou encostando a cabeça em meu ombro e eu sorri a encarando e beijando sua cabeça.

— É, eu amo sim. - e dizendo aquilo dei a partida no carro.




FIM.



Nota da autora: Mais uma fic pra esse especial porque não podia faltar uma fic com meu pitico <3
Louis é tudo pra mim e eu espero que tenham gostado dessa história aqui, porque eu amo ela do fundo do meu coração.
A gente se vê em breve.





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