Envio: Julho de 2021

WUNDERBAR

Para ela, sol e areia salgada.




Wunderbar, em alemão quer dizer maravilhoso, espetacular. Há quem diga que para pronunciá-la, acaba-se sorrindo automaticamente.

As portas eram brancas e com desenhos dourados que de tão dourados, era difícil aos olhos definir sua forma. Guardas vestidos elegantemente com seus trajes mais ricos e nobres abriam as portas para quem desejasse passar e assim fizeram quando se aproximou. Ela baixou o rosto sutilmente, segurando o vestido para que não tropeçasse no tecido que hora ou outra se embolava em suas pernas. Assim que pisou dentro do salão quente e bem iluminado, instantaneamente correu os olhos para as pessoas que dançavam no outro piso distraidamente, buscando o par de olhos brilhantes que ela mais ansiava encontrar. E então os viu, e ele sorria para ela, como se sua presença fosse algum sinal divino de que algo bom lhe ocorreria.
desceu as escadas sorrindo, tentando disfarçar a felicidade extasiante que a consumia e também se dirigiu a ela, desviando-se das pessoas, seus olhos estavam presos a um só olhar aquela noite.
- Você veio. – Saudou ele.
- É, mas eu quase achei que não. – respondeu tentando disfarçar o acanhamento.
- Sempre confiei que viria. – sorriu vitorioso e esticou-se para buscar duas taças com um garçom que passava. – A nós. – Propôs um brinde assim que entregou a ela uma taça.
sorriu e tocou com delicadeza sua taça na de e sentiu o corpo pegar fogo quando não desviou o olhar do seu enquanto tomava sua bebida.
- Já está aqui há muito tempo? – perguntou, ainda tentando lutar contra o impulso de correr.
- Tempo suficiente para perceber que só estava porque me prendi a ideia de que você viria. – Ele sorriu.
- Veio por minha causa? – quis saber, mais surpresa do que gostaria de transparecer.
- E por qual outra razão eu estaria aqui? – estendeu rapidamente uma mão em direção a mulher e assim que ela a segurou, conduziu ao centro do salão, onde antes um jovem casal havia dançado. – Uma festa assim...a única razão é você. Ver você. Dançar com você. Sorrir ao seu lado.
- Disponha. – Ela sorriu, sentindo um arrepio percorrer sua espinha quando ele tocou suas costas, conduzindo-a lentamente, ao ritmo da música. – É sempre um prazer tirar você de seu mundo.
- E é isso que me fascina. – piscou. – Um mundo de possibilidades, chances e outras pessoas...entre tantos mais parecidos...por que eu? Me faço essa pergunta antes de dormir. – Confessou.
- E?
- Esse não devia ser o momento que você me diz porque eu?
- Talvez. – sorriu, acompanhando . – Mas estou curiosa com sua linha de raciocínio.
- É só com isso que está curiosa?
- Tenho curiosidades demais sobre você, . – Admitiu e ele sorriu mais uma vez, vitorioso.
- Me diga. – Pediu, fingindo-se pensativo. – É meu rosto o primeiro que vem a sua mente pela manhã e antes de dormir?
- Se quer que eu confesse estar apaixonada por você, devia pedir.
- Sendo assim, peço. Diga, confesse, me conte. – pediu. – Quero saber se está apaixonada por mim, peço que diga.
- Não direi. – Sorriu esnobe e ele permitiu o queixo cair, surpreso.
- Você me tortura. – Disse sorrindo. – Isso te faz feliz? Meu sofrimento?
- E de que está sofrendo, ? – o provocou e o homem torceu os lábios numa careta divertida.

girou o corpo de repente e rapidamente, ainda dançando, conduzindo a mulher para fora do centro e do salão, passando por uma grande e apinhada mesa de iguarias de cada canto do mundo. sorriu. Mal pode ver o mundo a sua volta, apenas borrões de todas as mulheres e seus vestidos coloridos, homens e seus trajes elegantes, o mármore das paredes, as pinturas do teto. O mundo somente parou de flutuar quando o frescor de uma sutil rajada de vento tocou sua nuca, levantando seus cabelos e apertou os braços a seu redor, juntando seus corpos e também suas frontes.
- Me diga, diga agora que não está apaixonada por mim. – Ordenou e gargalhou negando com a cabeça. – Vamos, ande logo e me diga. Acabe com meu sofrimento. – Implorou ele, achava no final, tudo um jogo divertido, especial e excêntrico.
- Por que eu diria algo assim?

mordeu o lábio, queria ter uma boa resposta, mas sua irônica e espirituosa acompanhante sempre estava em posse das melhores contestações. apenas o deixava vencer quando queria, como um adulto que permite a uma criança empolgada ganhar um jogo apenas para faze-la feliz, sabia e aquilo era muitas vezes o detalhe mais sutil e a prova mais forte de seu amor.
- Não direi nunca, . – tornou a falar e ele sorriu de novo, juntando palavras para sua objeção. – Não direi que estou incontestável, incandescente, irrevogavelmente apaixonada por você. Nem direi que já não passa sequer um segundo de meus dias em que seus olhos não estejam em meus pensamentos. Tampouco admitiria que você assombra meu futuro e presente e que nada mais tem sentido na sua ausência, ou que até o chocolate mais doce perde seu sabor, ou limão mais azedo ou que o dia mais azul a mim parece cinza se não estou perto de você. Não direi e porque diria algo assim?
- Então rezo para que nunca diga que me ama assim como amo você. – Sorriu aberto, inclinando o rosto em direção aos lábios dela, sentindo o coração pegar fogo.




E então...



Nota da autora: Há algum tempo conheci três mulheres incríveis por intermédio do mundo das fanfics e da Fórmula Um. Nós dividimos felicidades, tristezas, brigas, risos e passamos por várias coisas juntas, cada uma a sua maneira, ensinando e aprendendo.
Percebi que desde então, quase tudo que faço e para elas, então aqui vai mais uma dessas coisas, que no final, acabam sendo também um presente para mim.
Minha Atena, essa é a sua.

São quatro textinhos pequenos, esse é o segundo, talvez te interesse ler o primeiro também, mas ele não termina aqui, você encontra mais detalhes nos próximos.

I.Tarab
II. Wunderbar
III. Yuan bei
IV. Sukha
Motive uma autora hoje, se quiser, deixe um comentário e me faça feliz. É só clicar aqui.







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