- Oi, . - disse assim que pulou da sacada do seu quarto para a sacada da vizinha.
- Oi, . - ela sorriu. - Você sabe que pode usar a porta ao invés de parecer um criminoso invadindo a minha casa, né?
- E qual seria a graça? Eu fiz isso a vida toda.
- Sim, mas agora eu tenho um namorado e não acho que ele vai gostar de ver outro cara entrando no meu quarto pela sacada. - ela explicou, sabendo que ele não aceitaria a mudança sem discutir.
- Então é isso... Você arrumou o seu tão sonhado namorado perfeito e já está me tirando da sua vida na primeira oportunidade. - ele concluiu dando de ombros como se não se importasse.
- , não é isso e você sabe.
- Pode não ser isso agora, . Mas quando você menos perceber vai ser exatamente isso que vai ter acontecido.
- Ah , qual é? Não precisa jogar isso em cima de mim. Nós sempre fomos muito diferentes e na verdade não sei como nossa amizade durou tanto.
- Eu entendi errado ou você realmente acabou de dizer que nossa amizade deveria ter acabado? - ele continha um sorriso enquanto ela se esforçava para não deixá-lo chateado.
- Não é isso, mas se formos parar pra pensar, você é o completo oposto do que eu procuro nas pessoas. - ele ergueu a sobrancelha, a desafiando a continuar. - Você não pensa no futuro, você deixa pra estudar meia hora antes da prova, você sai quase todo dia...
- Há quanto tempo você pensa isso de mim? - perguntou, agora sem o sorriso. - Eu sei a resposta. Foi quando você inventou de fazer aquela lista de "como ter a vida perfeita", não foi?
- Talvez...
- Desde que você começou a escrever nessa lista você deixou de viver o presente, . Você vive pensando na sua vida quando acabar a faculdade e você nem terminou o ensino médio! É por isso que você ficou uma chata.
- Há quanto tempo você pensa isso de mim? - ela repetiu as palavras dele.
- Você começou a mudar quando começou a pensar sobre a vida perfeita. - ela o encarava. - Mas só tive certeza quando você ignorou meus sentimentos e preferiu namorar com o Sr. Perfeitinho.
- O nome dele é e você sabe.
- E você não gosta dele e você sabe. - ele a acusou.
- Mas posso gostar. Eu vou gostar. - ela falou se convencendo. - Ele é a melhor opção pra mim. - riu descrente.
- Eu espero que seja mesmo. - ele deu as costas, pulando de volta para a sua sacada.
- , espera! Volta aqui! - ela correu até a sacada.
- Seu namorado pode chegar a qualquer momento, . Não vai ser bom ele me ver por aí. - ele sorriu, mas ela soube que não era um sorriso verdadeiro.
- Droga, você gosta mesmo de mim, não é ? - enfim percebeu.
- Eu me declarei em frente à escola toda na semana passada! Você tinha dúvida?
- Como eu ia imaginar? Nós sempre fomos amigos, e você sempre estava de rolo com alguém...
- Não era como se eu fosse te esperar pra sempre, né, . - ela ficou sem palavras e voltou à realidade quando ouviu a campainha tocar. - Vai lá, não deixa o esperando.
- ! - ela chamou quando ele já estava de costas. - Isso é um adeus? - perguntou com um aperto no peito.
- Você precisa saber o que você quer .
7 anos depois...
- Achei que o combinado era passar o dia com as suas amigas. - deu ênfase na última palavra enquanto apontava de si para .
- E o que é que nós estamos fazendo? - a encarou sem entender. - Tudo bem que estamos organizando as coisas para a minha festa, mas estou passando o dia com vocês. - ela repetiu.
- O que o está fazendo aqui então? - ela riu ao ver a confusão na cara da amiga.
- Não acredito que você chamou o , . - fez uma falsa cara ofendida.
- É sério? O está aqui? - caminhou até a janela, vendo-o caminhar em direção a casa.
Antes mesmo que ele tocasse a campainha, abriu a porta e ele se assustou.
- Não sei o que você veio fazer aqui, mas a é nossa, então você vai ter que esperar até mais tarde. - disse com um sorriso, mas ele permaneceu sério.
- É importante e não vai levar muito tempo. - não parecia de bom humor, então ela saiu do caminho e o deixou passar.
- Oi, amor! Que surpresa boa. - ela deu um beijo e ele não retribuiu. - O que foi? - ela perguntou demonstrando preocupação.
- A gente precisa conversar. - olhou para as amigas dela ali, atentas. - Em particular. e trocaram olhares achando tudo aquilo estranho e logo o casal já tinha subido para o quarto de .
- Você está estranho, o que foi? - voltou a perguntar.
- ... Não tem jeito bom de falar isso e eu realmente sinto por estragar seu aniversário. - sentia seu coração bater rapidamente, o que viria a seguir com certeza não era nada bom. - Mas precisamos terminar.
- Precisamos? Como assim, ? - ela estava em choque e provavelmente foi o que impediu as lágrimas.
- Eu andei pensando e não quero passar a faculdade toda namorando. A gente entrou na faculdade namorando e agora só tenho mais um ano e quero passar solteiro.
- Esse é o seu motivo? - incredulidade a definia no momento.
- Sim. Não é nada com você, é comigo. - ela riu descrente. - A gente ainda pode ser...
- Não me venha com tantos clichês ao mesmo tempo, . - o cortou. - Já fez o que veio fazer agora, por favor, vai embora. - se virou para a janela e viu em sua cama olhando para ela.
Ficou na mesma posição até ouvir a porta do quarto fechar. Queria ter certeza que ele já teria ido embora quando ela descesse, não queria as amigas fazendo perguntas, porém as batidas na porta logo vieram e as duas entraram no quarto. deu as costas à janela e fitou as amigas em silêncio.
- O que foi que aconteceu? - foi a primeira a se manifestar, já que parecia buscar a melhor forma de tocar no assunto.
- terminou o nosso namoro. - respondeu sem emoção.
- É sério isso? - parecia mais incrédula que a própria havia ficado.
- Sim.
- Mas por quê? - insistiu. - , eu juro que vou lá e quebro a cara dele se ele tiver te traído!
-, você não vai quebrar a cara de ninguém. - disse no mesmo tom. - Agora vamos descer porque ele não vai estragar meu aniversário.
- Você ainda vai fazer sua festa? - estranhou.
- Claro que sim, . Não vou desconvidar as pessoas para uma festa que começa em 4 horas.
- , espera aí. - a impediu de sair do quarto.
- O que foi, ? - agora não parecia ter paciência.
- O seu namoro de sete anos acabou e você não vai nem... quebrar um vaso desses, chorar ou gritar? - riu do comentário exagerado da amiga.
- , ainda está pra nascer o homem que vai me fazer chorar. E gosto muito desses vasos. - ela deu um sorriso que não convenceu a ninguém, mas por hora todas voltaram ao andar de baixo para terminar de arrumar a festa.
Três horas depois os sofás tinham sido colocados nos cantos e a mesa da sala de estar tinha se transformado em bancada para as bebidas. Na outra sala seria a pista de dança e o DJ já tinha instalado todo o equipamento. e já tinham ido se arrumar e devia estar fazendo o mesmo, mas estava deitada em sua cama olhando pela sacada novamente. não estava mais lá e ela ainda podia escutar as palavras ditas por ele há tantos anos. "Essa vida perfeita não existe, ." Saiu de seus pensamentos ao receber uma mensagem de mostrando seu novo vestido vinho que deixava suas pernas à mostra, seguida de uma foto de com uma saia preta e uma blusa rendada azul marinho e correu para o banho, deixando o vestido preto brilhante com mangas em cima da cama.
Os convidados pareciam aproveitar muito a festa, a pista de dança estava lotada, além de pessoas no balcão ou nos sofás. se esforçou a noite toda para manter um sorriso no rosto, mas estava longe de estar se divertindo. Se sentiu aliviada quando o rolo de , Seb, apareceu com um amigo que achava um gato, com todas entretidas pode sair de cena e aproveitou para levar alguns presentes que havia ganhado para o quarto.
Fechou a porta assim que entrou, colocou os presentes na cama e se sentou na beirada. Fechou os olhos e respirou fundo, não tinha vontade de voltar para a festa.
- Sabia que te encontraria aqui à meia noite. - levantou em um pulo de susto, mas não deixou de sorrir aliviada ao ver ali.
- Que susto, ! - ela não pode deixar de notar o quanto ele estava bonito, mesmo que vestisse jeans e camiseta.
- Feliz aniversário, . - ele deu alguns passos na direção dela, incerto do que poderia acontecer, e foi surpreendido por um abraço forte dela.
- Obrigada. - ela disse baixinho ainda no abraço. - Acho que esse abraço foi a coisa mais verdadeira no dia de hoje. - confessou se afastando dele.
- Achei que você precisava mesmo de um quando te vi encarando minha janela por tanto tempo mais cedo.
- Você me viu? - arregalou os olhos e ele assentiu. - Você sabe o que aconteceu?
- Tenho uma ideia a julgar por você sozinha na sua própria festa e nada feliz. - ele coçou a cabeça um pouco sem graça. - O carro dele também não está aí e eu estou aqui... - fez uma careta confusa e ambos riram.
- Você sempre soube, né? - ficou em silêncio ao notar um tom triste na voz dela. - Você me avisou que não daria certo. - As lágrimas haviam achado o caminho enfim e sem saber o que mais poderia fazer ele a confortou em outro abraço. Ali ela chorou tudo o que não tinha chorado durante o dia.
- Como você sabia que eu estaria aqui à meia noite? - perguntou com curiosidade, tentando limpar o rosto borrado.
- Lembrei de quando fingi que esqueci seu aniversário e fiquei aqui escondido para te dar parabéns às 23:59. Me pareceu uma boa ideia. - ele sorriu e ela teve vontade de sorrir junto.
- Eu fiquei com tanta raiva sua! Eu acreditei mesmo que você não havia lembrado do dia.
- , você tá aí? - perguntou batendo na porta.
- Vai lá, afinal você ainda tem uma festa. - sorriu e beijou-a na bochecha antes de pular de volta para a sua sacada.
se sentiu feliz com o gesto e ao mesmo tempo culpada por ter se afastado tanto tempo de alguém que só quis o bem dela. Ajeitou a maquiagem e olhando uma última vez no espelho deixou o quarto.
- E aí, meninas? Como está a viagem? - perguntou ouvindo as duas pelo viva voz do celular de .
- Está maravilhosa, ! - exclamou feliz. - Eu não tinha ideia de que o Caribe era tão perfeito.
- É mesmo, mas não é a mesma coisa sem você. - emendou.
- Aí nem me fale! Estar de férias da faculdade e do estágio foi a pior coisa, as horas não passam e não tenho vocês para sair.
- Bem que a gente insistiu pra você comprar o pacote quando compramos o nosso... - começou a falar, mas foi interrompida por .
- Eu tinha planos com o , né? Não dava pra saber que ele ia cagar em tudo.
- Realmente. - e falaram ao mesmo tempo.
- Ele não te procurou?
- Não e é melhor que nem procure mesmo.
- Credo, . Tira esse ódio do seu coração. - riu.
- Não estou com ódio, estou super entediada.
- Bom, eu sinto muito por você, mas precisamos ir porque nosso passeio de barco é daqui a vinte minutos.
- Está me despachando, ? É isso?
- Então... - as três riram.
- Aproveitem por mim.
- Pode deixar. E encontre alguma coisa pra fazer!
Assim que desligaram se virou na cama e viu segurando um papel pelo vidro da sacada.
"OCUPADA?"
negou com a cabeça e pegou um caderno para responder. Aquilo era ridículo, mas era válido para matar o tédio.
"NÃO. PQ?"
Ela podia ver ele escrevendo algo.
"TEM FESTA HOJE À NOITE. VAMOS?"
Ela negou com a cabeça novamente.
"POR QUE NÃO?"
Ela deu de ombros sem realmente ter um motivo. E voltou a escrever.
"PULA PRA CÁ."
Ele riu e virou outro papel.
"PULA PRA CÁ VOCÊ!"
" VOCÊ JÁ ESTÁ ACOSTUMADO."
"ANDA, LARI! DEIXE DE SER CERTINHA UMA VEZ NA VIDA."
Ela riu fraco pensando se faria aquilo ou não, mas não aceitava um não tão facilmente.
"VEM PRA CÁ."
Ela abriu a porta e caminhou até o peitoril, ele fez o mesmo.
- Eu não sei como você faz isso, olha essa distância. Não consigo pular não.
- É claro que consegue, . Eu estou aqui, te ajudo se precisar.
sabia que a distância não era tão grande, a adrenalina de fazer algo assim é o que estava fazendo ela tremer. Ela subiu e se equilibrou, em seguida pulou e foi segurada pelos braços de .
- Eu não sei como você faz isso. - ela ria ainda de nervoso.
- Do mesmo jeito que você acabou de fazer.
- Prefiro usar a porta do que tentar isso mais uma vez. - rolou os olhos diante do drama de .
- E então? Vamos à festa? - ele refez o convite e mordeu a própria bochecha tentando encontrar uma resposta.
- Acho melhor não.
- Tem outro compromisso? - insistiu e ela apenas negou com a cabeça. - Então qual o motivo?
- Ah... Acho que não estou em clima de festa.
- Você sabe que tem que voltar a viver, não sabe? - a encarou sério.
- Eu estou vivendo, espertinho.
- Chama ficar no seu quarto de viver? - retrucou irônico.
- Está me espionando de novo, ?
- Talvez... - ele brincou.
- Olha que vou achar que você quer outra coisa. - ele nada disse e a imaginação dela entrou em ação. Ele havia se declarado há muito tempo, será que ele ainda tinha sentimentos em relação a ela?
- Já tem duas semanas que vocês terminaram e suas amigas viajaram logo em seguida. Você realmente deveria aceitar meu convite para hoje.
imaginou o que as amigas diriam sobre esse convite, mas independente da opinião delas ela sabia o que queria fazer.
- E se você se interessar por alguém? Não quero empatar a noite de ninguém.
- , se eu estou te convidando é porque quero a sua companhia. Sei que meu charme é irresistível, mas um dia sem me interessar por alguém não vai me matar.
- Charme irresistível, ? Quem andou te iludindo? - ele parou com um sorriso. - O que foi?
- Tinha muito tempo que você não usava meu apelido. - sentiu as bochechas esquentarem. - Eu gosto.
- Eu também gosto.
- E ninguém me iludiu, queridinha. Tenho espelho. - ele piscou com um olho, fazendo charme. - Além disso, a e o vão. Você se lembra deles, né?
- Lembro, sempre achei que ele era uma má influência pra você. - gargalhou.
- Não sei de onde você insiste que fui influenciado para o mal.
- Ah, qual é ? Só de te olhar já dá pra saber que é encrenca. - ela o provocou.
- Que horas podemos ir? - ele não se daria por vencido e acabou se animando com a ideia.
- Às 22h está bom. - respondeu e pulou de volta para a sacada dela. - E nada de me espionar enquanto me arrumo. - ela gritou e entrou.
Pontualmente estava na entrada da casa vestindo um conjunto de saia alta e cropped com estampa em preto, branco e cinza, o carro de estava do outro lado da rua e caminhou até ela. Ele vestia uma camiseta azul marinho e um jeans claro e tinha arrumado o cabelo do jeito que ela mais gostava.
- Você está linda, . - ele a beijou na bochecha.
- Você não está mal... - ela brincou. - E está cheiroso. - aquilo ela não tinha planejado falar em voz alta e quando se deu conta começou a rir.
- Vamos? - ele estendeu o braço e ela entrelaçou o dela. Juntos caminharam até o carro, onde ele fez questão de abrir a porta para ela, o que não passou despercebido. Não lembrava da última vez que havia sido gentil como estava sendo.
A fila para entrar na boate onde era a festa estava grande, mas não pareceu se importar. Caminharam lado a lado até a entrada da boate parando a cada 4 ou 5 pessoas para cumprimentar alguém.
- Caramba, . Não fazia ideia que você era famoso assim. - ele riu. - Além de cumprimentar metade das pessoas ainda nem precisa da fila?
- Olha só, a herói da noite chegou. - o segurança falou alto e abraçou , liberando a entrada para os dois em seguida.
- Theo, essa é a . , esse é o Theo. - os apresentou e a garota trocou um sorriso com o segurança.
- e já estão aí. - ele avisou e pegou na mão dela, a guiando pelo local.
- Herói da noite? - zoou.
- Eu não sou famoso, ok? Essa boate sempre foi muito boa, mas os donos não estavam conseguindo manter o local e a qualidade estava caindo então eu e o fizemos uma proposta e compramos 70% dela.
- Você é dono daqui e nunca me falou? - ela parecia indignada.
- Não é como se fossemos melhores amigos ultimamente, né, ? - ela se deu conta de que embora não parecesse, eles haviam ficado anos distantes.
- Adorei o ambiente. - deu um giro analisando toda a boate que ainda estava praticamente vazia. A grande pista de dança, o palco do DJ, as luzes, os dois bares. - Parabéns.
- O que você quer beber? Nesse bar aqui tem cervejas, bebidas de dose, refrigerante, suco e água. - apontou para o bar mais próximo. - Naquele lá os drinks. - apontou para o bar do lado do DJ.
- Acho que água... - deu de ombros e caiu na gargalhada.
- Você está brincando, certo? Ou vai me dizer que você nunca bebeu? - ela ficou sem graça e ele gargalhou.
- Cala a boca! - ela deu um tapa no braço dele, mas a risada dele provocou a dela própria. - Não me parece interessante beber algo que vai me deixar fora de mim.
- Não falei pra ficar bêbada, . Você pode experimentar alguma coisa, você pode gostar de alguma bebida e isso não vai transformar quem você é. - como não falou nada ele voltou a segurá-la pela mão e caminharam até o segundo bar.
- E aí, lenda! - voltou a rir.
- Oi, Brad. Faz dois especiais, favor. - o barman assentiu e começou a preparar os drinks.
- Lenda?! - A garota soltou, querendo a explicação daquele apelido tão ridículo quanto o primeiro.
O barman encarou como quem pede autorização para contar uma história, o que deixou mais curiosa ainda.
- Tem um cliente que vem bastante aqui e ele é meio louco, desenvolve teorias bizarras, fica bêbado e tenta convencer quem estiver por perto da veracidade das teorias. Um dia ele chegou dizendo que tinha uma teoria sobre o . - rolou os olhos. - Não sei quantas noites ele tinha analisado, mas o ponto era nas noites que estava aqui a festa nunca morria e nas noites em que ele não estava as festas acabavam rápido. Ele mesmo chamou o de lenda e aí não teve como não zoar. Acabou que a zoeira passou e o apelido ficou. - assentiu.
- Você é a alma das festas então. - ele deu de ombros.
As bebidas ficaram prontas e fez questão que experimentasse ali mesmo. Como ela já esperava, adorou o gosto e foi surpreendida quando não zoou com ela por isso. Estava curiosa e mesmo perguntando para o que tinha no drink ele só disse que era seu drink secreto.
Com uma mão nas costas de ele a guiou pelo corredor mínimo até as escadas e depois pelo andar de cima.
- Aqui são os camarotes. - ela observou os espaços com sofás e mesas no centro. - Diferente dos outros lugares eles não estão sempre disponíveis a quem quiser pagar. Só podem ser reservados para aniversários ou outras comemorações específicas e não cobramos por isso. E aquele último do canto é onde sempre fico com o quando não estamos lá embaixo.
cumprimentou e depois que o fez e logo ela não estava mais tensa. Pensou que talvez o casal pudesse a tratar de forma diferente pelo que ela havia feito com , ao contrário, eles fizeram questão de conversar sobre como os dois eram bagunceiros na escola e todas as aventuras que eles passaram naquela época.
Depois de mais ou menos uma hora a boate já estava com uma quantidade grande de pessoas e cedeu ao pedido de para irem dançar.
- Vamos também, ? - convidou.
- Vamos. - levantou de uma vez e ele fez uma cara assustada. - O que foi?
- Você aceitou muito fácil, já estava me preparando para insistir.
- Achou que eu nunca tinha dançado também?
- Não, já te vi dançar muitas vezes.
- Então para de falar e anda logo que já perdi e de vista. - ela o puxou pela mão fazendo o caminho oposto que tinham feito antes.
Uma música eletrônica tocava e os quatro dançavam juntos, ou era o que achava. Logo e começaram a se beijar e quando ela se virou percebeu que não estava ali. Não se importou, fechou os olhos e dançou como há muito tempo não fazia.
Abriu os olhos assim que sentiu alguém a abraçando por trás e sorriu ao ver ali. Ele entregou outro copo para ela, mas continuou atrás.
- , como está o seu copo? - ele falou próximo ao ouvido dela por causa do volume da música. Não era um sussurro e nem tinha outras intenções, mesmo assim ela sentiu um arrepio.
- Já está bêbado, ? Que pergunta é essa?
- Não estou bêbado, ridícula. - ele mostrou a linha para ela. - Como está o seu copo?
- Cheio? - ela respondeu em dúvida.
- Exatamente. - ele sorriu. - E é exatamente assim que seu coração deve estar hoje. Você deve se sentir completa e aproveitar a sua vida. - ela concordou com a cabeça e deu um gole na bebida.
- E agora? - ela perguntou ainda próximo ao ouvido dele, mostrando um copo um pouco menos cheio.
- Engraçadinha! Acaba esse que te trago outro. - negou com a cabeça, não pretendia beber mais.
A música eletrônica tinha acabado e agora Single Ladies da Beyoncé tocava, fazendo todos dançarem. dançava como a cantora no clipe e cantava também, o que instigou a fazer o mesmo. No refrão ambos já cantavam e dançavam numa performance engraçada.
Excluídos por e que não se soltavam um minuto, e dançavam cada vez mais próximos e a garota sabia que não se divertia assim há muito tempo, sem se preocupar com nada que não fosse aquele momento.
- Obrigada, . - ela disse novamente ao ouvido dele.
- De nada, qual o motivo? - ele fez graça, como sempre.
- Ter me tirado de casa hoje. Foi a melhor coisa que você podia fazer.
- Não sei não... Já me disseram que faço outras coisas maravilhosas.
- Ah, é? O quê? - se fez de inocente e até podia colocar a culpa no álcool, mas ela sabia o que queria. Queria aquilo desde que aceitou sair naquela noite, queria aquilo desde que deu o fora nele há sete anos.
- Isso. - sem demora ele a envolveu com um braço, a trazendo para mais perto de seu corpo, os dois sorriam e no instante seguinte colou os lábios aos dela. No início o beijo foi bastante intenso, as mãos de passeavam pelas costas de enquanto as dela brincavam com a nuca e cabelo dele. Aos poucos o ar foi faltando e o beijo foi se tornando mais romântico, de qualquer forma a química entre eles era inegável.
- Eu juro que não queria atrapalhar o casal, mas vocês não se desgrudam um minuto. - falou chamando atenção dos dois.
- Sabe como é, são sete anos de atraso. - fez uma cara safada e negou com a cabeça.
- Nós já vamos, vocês vão ficar? - perguntou já com as chaves na mão.
- Já quer ir, ?
- Você quem sabe, .
- Nós vamos ficar, . - pegou na mão de e ela o encarou. - Hoje nós somos os donos da noite.
FIM
Nota da autora: Olá! Como estão? Bom, não sou fã de The Wanted para falar a verdade, mas sempre gostei dessa música e quando surgiu a oportunidade achei que daria uma boa fic. Quem nunca sonhou com uma vida perfeita? Eu já, muitas vezes, e a vida fez questão de mostrar que o perfeito pode estar em coisas minúsculas do nosso dia a dia. Sem mais delongas, comentem aqui e me digam o que acharam!
Se quiserem conhecer outras fics minhas, é só dar uma passadinha no grupo do Facebook.
Beijos e até mais!