Última atualização: 13/02/2017
O estrelato: muitos não conseguem lidar com ele. Se pensam que a fama é tudo, na verdade posso dizer que é apenas o começo, que pode levar ao ápice do sucesso ou ao limite do fundo do poço. Mas posso dizer que em qualquer carreira, seja em uma destas situações, nós temos escolha. Aproveitar o sucesso para se consolidar ou desabar e o fundo do poço para aprender a se levantar ou se matar. Eu sei, a vida é dura, e se manter nos degraus mais altos é extremamente difícil, muitos optam por passar por cima uns dos outros para serem reconhecidos. Porém, há aqueles que trabalham duro e se esforçam ao seu limite para conquistar o respeito dos demais, e esse é o caso de Park .
Filha adotiva de um casal de velejadores, pais totalmente relapsos e ausentes na maior parte do tempo, em viagens ao redor do mundo, sempre foi uma garota muito independente e intuitiva. Desde seus 7 anos, ela já sabia o que queria ser quando crescesse, atriz de televisão e cinema, como sua atriz preferida Jeon Do-yeon. Os senhor e senhora Park nunca lhe deram muito incentivo, achavam que ser ator era o mesmo que ser um vagabundo, não dava futuro para ninguém, mas a menina não estava nem aí, queria seguir seu sonho e nada a pararia. Ela tinha apenas um irmão 3 anos mais novo que ela, Ji Sung, também adotado pelos Park. Naquela época, estava na moda adotar, e eles não fizeram isso por nenhum outro motivo além desse. Apesar dele ter medo dela, por ela ser uma pessoa muito determinada, era a única companhia de e confidente de seus planos.
Tanta era a sua vontade de ser atriz, que assim que completou 12 anos, fugiu escondida em um caminhão da casa dos Park na cidade de Goyang, parando em Oksu-dong, Seoul. Dessa vez ela não contou ao irmão, levou com ela um pouco de dinheiro e um dos cartões de débito da senhora Park, alugou um pequeno e desconfortável quartinho com banheiro e apenas um colchão nos fundos de uma loja, teve que pagar um pouquinho a mais para a dona do lugar não entregá-la. Ela só não contava que tivesse sido seguida. Estava sentada no colchão comendo um frango frito que comprou na rua, quando ouviu as batidas na porta, sentiu um frio na barriga, mas não se intimidou foi até a porta, a destrancou e a abriu. Ao olhar para o rosto do garoto fez sinal com a cabeça para que entrasse e ele o fez, fechando a porta logo em seguida se certificando de que não tinha mais ninguém.
— O que está fazendo aqui? — ela era mais alta e intimidadora.
— A senhora Park sentiu falta do cartão e me mandou buscar.
— Mentira! Eles nem sabem que eu fugi, e menos ainda que você veio atrás de mim. Então vá embora, não quero você aqui.
— Eu quero ficar com você.
— Você é surdo e cego, não vê que mal cabe a mim neste lugar?
— Por favor, eu vou ficar quieto, eu prometo. — ele fez cara de piedade tentando convencê-la.
— Se uma cachorro late quando não deve, jogam ele no rio, se você me incomodar, jogo você nos trilhos do metrô, entendeu? — ela disse e ele balançou a cabeça concordando — Senta! — ele obedeceu e ela se sentou a frente dele continuando a comer. Ji Sung estava com fome e não parava de olhar para o frango e mover a boca que salivava, o olhou e suspirou — Você veio para tirar a comida da minha boca, não foi? — o menino abaixou a cabeça sem falar nada, ela sentiu pena e grasnou — Aaaah, pode comer. — rapidamente ele pegou uma coxa do pacote de papel — Ai que vida, eu ainda nem fiquei famosa, nem mesmo me casei e já tenho um filho para me preocupar. Ei, não coma tudo de uma vez.
Se virar sozinha em uma cidade desconhecida já não seria fácil, com o irmão menor e dependente poderia ser ainda mais complicado, mas não iria se deixar vencer por isso. Logo pela manhã, no outro dia, pegou o jornal com a senhora Bang, da padaria, tomou café da manhã com Ji Sung e começou a procurar as agências da cidade onde poderia tentar uma oportunidade para mostrar seu talento. Andou por todos os lugares com o irmão, pedindo uma chance para se apresentar, em alguns até assistiram seu número de atuação por pena, mas não lhe deram nenhum retorno.
Em outras agencia os seguranças os expulsavam da porta, nem os deixava entrar ou falar com alguém que entendesse seu objetivo. E assim foram os dias ao longo de uma semana e meia. Quando saíram da última agência que tentaram no dia, Ji Sung reclamou de fome, então foi tentar comprar algo no supermercado, mas o cartão foi recusado. Como tinha só uns trocados, só conseguiu comprar um salgadinho e uma garrafa de suco e foram até um caixa 24h ver o que tinha acontecido com o cartão. Simplesmente, a senhora Park não encontrou o cartão quando chegou em casa e ligou desesperada para o banco, que o bloqueou remetendo outro a ela imediatamente. E com isso, o fato dos filhos não estarem em casa era totalmente irrelevante. Para piorar a situação, a senhora que lhes alugou o quartinho os expulsou de lá, ao ouvir atrás da porta Ji Sung dizer que não tinham mais dinheiro.
Já estavam a dois dias sem dinheiro, sem comida e dormindo escondidos entre papelões nos fundos da loja de conveniência de um posto de gasolina. parou por várias vezes em frente a vitrine da loja, pensando que se pegasse apenas uma daquelas coisas para matar a fome dela e do irmão não seria um crime, mas se negava a descer tão baixo, era uma criança, mas tinha princípios. No terceiro dia, dormiram a maior parte do tempo, acordou assustada com o grito de Ji Sung ao acordar de um sonho em que lhe apareciam batatas fritas caindo do céu. Mesmo cansada, ela decidiu sair para procurar algo, ainda que fosse do lixo. Mandou o irmão ficar escondido e andou pelos arredores do lugar e até deu uma olhada no lixo, viu um embrulho esperançosa, mas ao pegá-lo o soltou imediatamente pois estava já sendo degustado por baratas.
segurou o choro e bufou, ao se virar para o posto de gasolina avistou um carro muito bonito estacionar e um homem de terno, aparentando uns 50 anos, descer para abastecer. Ela foi se aproximando devagar e reparou em uma frase escrita no vidro traseiro do carro: “Arte não é o que você pode fazer, mas sim o que você é!” Aquelas palavras mexeram com ela de alguma forma, antes tinha pensado em pedir ao homem que comprasse algo para comer, mas mudou totalmente seus planos. Ficou agachada do outro lado do veículo e começou a recitar alguns versos de Sijô atraindo a atenção do homem, e então de repente parou.
— Não pare, por favor continue. — ele disse encantado com aquelas palavras, sem saber de onde vinham.
vendo que atraiu sua atenção, voltou a recitar e foi saindo de trás do carro indo para sua frente, devagar, e seu rosto interpretava o sentimento transmitido pela simples e expressiva poesia. Ao terminar fez reverência em agradecimento e ele a aplaudiu, fascinado com a desenvoltura e sutileza que uma criança passava, com ainda mais ferocidade que um adulto educado naquela arte. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, ou falar com o homem, a fraqueza tomou conta dela e acabou desmoronando diante dele. Ele se aproximou para tentar acordá-la, Ji Sung que observava de longe correu ao encontro da irmã para ajudar.
— , acorda. — o garoto disse assustado balançando o corpo dela.
— Ela é sua irmã. — o homem perguntou e ele sinalizou que sim — Vocês moram por aqui, por acaso tem família? — o menino sinalizou que não — Tudo bem, me ajude a colocá-la no carro, vamos para um lugar mais confortável.
Ji Sung o ajudou a colocá-la no carro, pegou suas coisas e foi com o homem para a casa dele. O lugar era bonito, aquecido e confortável, não demorou muito acordou. Assim que abriu os olhos avistou o irmão comendo um suculento sanduíche, estava sonolenta e cansada, não reparou onde estava e perguntou:
— Onde conseguiu comida? — o menino não pode responder, estava de boca cheia, então olhou na direção do homem que vinha da cozinha com uma bandeja e seguiu os olhos do irmão.
— Ah, você finalmente acordou, como está se sentindo? — colocou a bandeja na mesinha de centro e ela pode notar que estava deitada no sofá de uma grande sala.
— Bem, obrigada.
— Eu preparei isto, você deve estar com fome. Seu irmão disse que vocês estavam dormindo na rua e não comem a um tempo. Por favor não se acanhe, pode comer. — ele tinha um rosto bondoso, não teve condições de negar a fome então, pegou o sanduíche mesmo receosa e ao dar a primeira mordida já começou a sentir uma faísca de felicidade no seu coração e suspirou. — Eu gostei muito do que você fez lá no posto, eu já ouvi aquelas poesias muitas vezes antes, mas o jeito que você apresentou foi único, me deixou emocionado. A propósito meu nome é Dong Young-su, eu sou ator e produtor de teatro. — ao ouvi-lo os olhos das crianças brilharam ao se entre olharem tendo praticamente o mesmo pensamento — E vocês, como se chamam?
— Meu nome é Park e o dele é Park Ji Sung.
— Vocês tem alguém, para quem gostariam que eu ligasse?
— Não senhor, somos só nós dois. — ela respondeu sem dúvida alguma disso.
— Bom, eu não tenho como manter duas crianças aqui.
— Senhor, meu único desejo é poder me tornar uma atriz, e se puder me ajudar eu prometo que vou me esforçar para compensar a sua generosidade. — ela se levantou na frente dele e se curvou em reverência e seu irmão a imitou — Por favor senhor, nos ajude!
O senhor Dong ficou sem palavras e pegou na mão deles que o olharam confusos pelo sorriso que ele lhes deu, logo entenderam e sorriram um para o outro e também para o senhor Dong. No outro dia ele os levou para conhecer sua companhia de teatro.
18 anos depois.
A noite estava quente, mas os vestidos das mulheres eram longos e perfeitamente bem adornados, a elegância dos ternos deixavam os homens mais imponentes e sexys na visão das fãs que rodeavam o tapete vermelho de uma das premiações mais importantes sul coreanas, o Asia Artist Awards 2015. Assim que ela desceu do carro de luxo acenando, em seu longo vestido cor creme, de uma alça, bordado de pedra e um laço, os olhos do público dilataram com seu esplendor. As câmeras e repórteres focaram na estrela da noite e todos queriam um minuto com ela. A repórter do evento a recebeu perto da entrada do teatro onde celebrariam a entrega dos troféus.
— Recebemos agora no Red Carpet, a estrela mais aclamada do momento, a atriz Park . como está se sentindo nesta noite tão especial após a indicação como melhor atriz na categoria Artista do Ano, pela terceira vez seguida?
— É sempre uma grande emoção estar aqui e receber todo carinho, respeito, admiração e reconhecimento pelo bom trabalho que desenvolvemos ao longo do ano. Eu só tenho a agradecer por isso.
— Você já conquistou duas vezes a estatueta nas duas últimas edições, sem contar as premiações internacionais a que foi indicada e também levou para casa. Está ansiosa para saber o resultado desta noite?
— Não importa quantas vezes você vença algo, quando você se dedica, vai sempre parecer que é a primeira vez, então eu estou muito ansiosa sim.
— Sempre muito simpática. Obrigada pela participação , boa sorte e tenha uma ótima noite. — ela sorriu mais uma vez para a câmera e entrou, e a repórter completou — Está noite vai ser realmente quente, continue acompanhando o Red Carpet ao vivo, direto do Asia Artist Awards 2015.
O homem já enfadado, assistindo a gravação, deu pausa na tela da televisão de seu escritório e concluiu consigo mesmo.
— É uma pena, mas tudo na vida tem que ser substituído.
De repente a secretaria chama do ramal do telefone.
— Senhor Beom, a senhorita Park chegou, devo deixá-la entrar?
— Sim Hyemi, quanto antes acabarmos com isso melhor.
— Sim senhor. — no mesmo instante a mulher de boa postura e silhueta ajustada ao seu corpete, se levantou de sua mesa e deu 3 toques na porta a abrindo e dando espaço para entrar.
— , como vai indo? — com um sorriso falso.
— Eu vou bem, obrigada. Só um pouco surpresa com seu chamado. — disse não muito convencida com o ar amistoso dele, pois já o conhecia há alguns anos.
— Não tem com o que se preocupar, por favor sente se, deseja alguma coisa, água, café, um chá talvez?
— Não preciso de nada, obrigada. — ela disse passando os olhos pela sala e identificou a cena congelada na televisão.
— Está certo. Hyemi, providencie água e café para mim por favor.
— Sim, senhor, com licença. — ela saiu fechando a porta.
— Vejo que estava assistindo a gravação do AAA do ano passado.
— Ah sim, foi um bom momento aquele, você estava muito bem, as pessoas amavam você.
— Não me lembro delas terem parado de me amar, ou ao meu trabalho.
— É claro, eu me expressei mal.
— Beom Joon-ho, vá direto ao ponto, por que me chamou aqui?
— Está certo. É melhor não perdermos mais tempo com isso. , a diretoria da Invictus Entertainment decidiu cancelar o seu contrato como apresentadora do programa Morning Star.
— O que? — surpresa e sem entender.
— E foram cancelados também as suas participações nos dois k-dramas do canal fechado e nos 3 próximos filmes patrocinados pela empresa. Mais especificamente falando, nós não achamos que você seja mais útil para a Invictus neste momento.
— Eles decidiram assim, sem mais nem menos. Sem nem ao menos conversar comigo, me dar uma chance... — estava decepcionada e ele a interrompeu.
— , veja bem, eles querem alguém mais novo e que tenha algo mais para oferecer.
— Eu dei tudo de mim por esta empresa, foi graças a mim que a Invictus cresceu e ficou reconhecida em todo o pais. E agora querem me descartar, como um trapo velho e surrado. — agora seu olhar deslumbrava ódio enquanto derramava lágrimas de raiva e absoluto desprezo.
— Nós somos muito gratos pelo seu trabalho aqui, mas nada é para sempre. Entenda, tudo na vida precisa ser reformado, alterado, substituído. Estamos apenas varrendo o que é velho e gasto para o passado e colocando algo novo e mais bonito no lugar.
— É. — ela sorriu com deboche — É justamente o que estão fazendo comigo, varrendo o que acham que não presta mais pra vocês.
— O mercado está cada dia mais exigente e a moda das garotas colegiais está a todo vapor e convenhamos que você não serve mais para este tipo de papel, não é mesmo?
— Chega! — ela gritou — Se o que queria era me humilhar, com tudo o que disse, está de parabéns. — ela se levantou — Espero nunca mais ter que olhar para essa sua cara de porco. — se virou para sair e quando abriu a porta ele a chamou mais uma vez.
— Park . — ela parou e ele continuou — Não tem com o que se preocupar, nos lhe pagaremos tudo a que tem direito e já temos alguém muito apropriada para ocupar o seu lugar.
— Eu desejo — apenas inclinou a cabeça para o lado sem se virar — que você queime no inferno. — e então saiu batendo a porta. Ao cruzar com Hyemi segurando a bandeja no corredor, à parou — Hyemi, está esquecendo algo. — cuspiu na xícara de café dele. Hyemi assentiu com a cabeça sorrindo e continuou levando a bandeja para a sala dele e assistiu com satisfação ele beber até o último gole, enquanto sozinha no elevador, dizia baixinho para se mesma — Beom Joon-ho, você pagará caro por isso. Veremos quem é o trapo velho e surrado aqui.
Ao sair do prédio, se encontrou com Ji Sung que a esperava escorado no carro.
— E então, como foi?
— Aquele porco, me dispensou. Me descartaram como um saco de lixo velho, depois de tudo que eu fiz. Eu emprestei meu nome quando eles ainda não eram nada e foi assim que me pagaram.
— Isso não é nada bom. Eu sinto muito.
— Pois não sinta. Eles é que vão sentir quando o novo e mais bonito começar a dar defeito, aí vão se arrepender de ter me substituído. Meu salto é de ferro, não será está pedra que vai me derrubar.
— Você está certa. Podemos ir comer agora? — passando a mão na barriga.
— Aish. Você só pensa em comer? — ele sorriu fofo fazendo ela sorrir também — Tudo bem, até que isto abriu meu apetite também.
— Vamos logo então. — disse dando a volta no carro sentando do lado do motorista e ela no lado do passageiro — Depois pensamos num jeito de fazer o senhor Beom provar do próprio veneno.
— Tintin. — ela disse e os dois fizeram um gesto como se estivessem brindando com taças invisíveis e então seguiram.
Um pouco longe dali, em uma modesta casa, em uma zona mais humilde de Seoul, dois amigos tinham uma questão a resolver.
— E então, o que vamos fazer, ? — se sentava no sofá com um copo de suco na mão e dando outro ao amigo.
— Eu não sei, o dinheiro do último roubo já era e logo o hospital vai voltar a cobrar a conta da avó. — deu um gole e colocou o copo na mesa pegando o jornal — Se não fizermos nada logo, ela ficará sem tratamento.
— Ah, e se roubássemos a loja de penhores?
— Não seja idiota , precisamos de algo maior, que nos garanta quem sabe uma aposentadoria, teríamos o suficiente para nunca mais ter que roubar. — começou a folhear o jornal.
— Isso não vai ser nada fácil, até os carros forte estão dando muito trabalho e dor de cabeça para quem tenta. Uns amigos foram em cana semana passada, não conseguiram nem esconder o dinheiro.
— Ei. — disse ao ler o título de uma matéria no jornal e esticou para olhar — Exposição dos Diamantes Nacionais em museu de Seoul promete impressionar admiradores.
— Você não está pensando realmente nisto, está?
— , quanto vale um diamante? — disse sorrindo com malícia para ele.
— Você é louco. Estou dentro. — eles apertaram as mãos e começaram a arquitetar um plano mirabolante.
Mais tarde, em sua belíssima casa, e Ji Sung conversavam.
— Todos esses prêmios, uma carreira impecável, um sucesso conseguido com muito esforço e dedicação. — ela dizia ao admirar a estante preenchida com seus troféus, fotos e recordações mais preciosas — Eu vejo tudo isso e só consigo pensar que nada disso teria se concretizado se não tivéssemos conhecido Dong Young-su.
— Ele realmente teve um coração muito bom, nos acolheu aqui na casa dele e nos tratou como seus filhos. Te ensinou a ser uma atriz de verdade e a mim um bom diretor. Com certeza devemos tudo isso a ele.
— Eu sinto muito a falta dele, se não fosse aquela doença maldita, ele ainda estaria conosco. Com certeza é por mim, mas também por ele, por todo esforço que fez por nós, que darei a volta por cima. É uma promessa.
— Estou com você, irmã. Sabe que pode contar comigo sempre.
— Eu conto com isso. Agora vamos ao que realmente importa, como vamos fazer para mostrar a Invictus o que ele perderam?
— E se fizéssemos um filme independente, temos muito dinheiro pra isso.
— Não, demoraria muito e precisamos de algo a curto prazo, com resultado imediato.
— Que tal um programa ao vivo pela internet, poderia ser semanal com convidados diferentes, algumas matérias embutidas com assuntos diversos.
— Não, essa não é nossa verdadeira essência, precisamos de uma coisa mais íntima, que o nosso público possa sentir a paixão no nosso trabalho. — olhava para uma fotografia emoldurada dela com o irmão ainda crianças e o senhor Dong, sorrindo no palco do teatro Aurora e teve uma ideia — Ji Sung, se lembra quando me ofereceram para atuar no meu primeiro papel em um k-drama na televisão. Eu tinha acabado de me apresentar com a peça que o senhor Dong havia escrito. Ji Sung, faremos uma peça de teatro.
— Uma peça? Bem, é um pouco arriscado, os críticos são sempre mais duros e se não formos bem na estreia estaremos acabados.
— Sim, é um alto risco, mas algo me diz que devemos seguir este caminho, acredito que é o que o senhor Dong faria. — ela disse se sentando no sofá a frente dele.
— Está certo. Então eu vou começar a procurar um roteiro adaptável e depois...
— Não. — ela o interrompeu — Eu quero uma peça com roteiro original, e quero que você o escreva.
— Ham? Mas eu não sei se eu seria a pessoa mais indicada.
— Ji Sung, você acabou de dizer que estava comigo, e agora está se negando a fazer o que eu peço? — o pressionou com um olhar de insanidade, por mais que já fossem adultos ele ainda tinha medo dela.
— Não, não é isso. Aish, tudo bem eu vou tentar. Por que você sempre agi assim?
— Sou a irmã mais velha, tenho que ter pulso firme para manter essa família.
— Até parece. — praticamente sussurrou.
— O que disse? — questionou com firmeza.
— Na...nada.
— Ah sim, já tem uma ideia do que vai escrever? Ham, ham? — para tortura-lo.
— Por favor, não me pressione, essas coisas não vem assim de repente. Eu preciso de mais tempo.
— Ok! — se fez convencida o enganando para que ele relaxasse e então — Você tem dois dias. — ele se assustou e ela se levantou do sofá se espreguiçando — Ah, que dia cansativo, vou tomar um banho relaxante agora. — ela saiu deixando o irmão com cara de bobo e desespero ao mesmo tempo.
— Dois dias? Ela acha que eu sou um escravo robô? — ele suspirou colocando as mãos na cabeça deslizando no sofá.
Naquele curto prazo seria bem complicado para desenvolver um roteiro decente para uma peça de teatro, mas Ji Sung iria dar tudo de si com certeza para ajudar a irmã, não por que tinha medo dela, mas por que era a única família que tinha e a amava muito. O mesmo estava acontecendo com , que apesar dos riscos, não mediria esforços pelo bem estar e saúde de sua avó, Soon-rye, internada já a quase um ano no hospital em um tratamento constante, esperando por um transplante de pulmão, o que não saia nada barato.
Ao fim do prazo, pela manhã, foi até o quarto de Ji Sung e começou a lhe fazer cócegas no nariz enquanto dormia. Quando ele finalmente abriu os olhos deu de cara com ela.
— Cadê o meu roteiro?
— Ah, me deixe em paz, eu não tomei nem o café ainda. — disse se virando para o outro lado cobrindo a cabeça.
— Ji Sung, você prefere água quente ou fria? Hum? — ela disse e foi saindo do quarto. Quando ele assimilou o que ela havia dito.
— Água? — disse e deu um pulo da cama gritando ao se lembrar do balde d’água que levou em outro momento similar — Eu já acordei, estou indo.
Ji Sung saiu correndo pelo corredor, mas sentindo que estava se esquecendo de algo voltou e pegou uns papéis sobre a escrivaninha de vidro e gavetas de madeira, voltando a correr para a sala. Não a encontrando, foi até a cozinha e se deparou com uma mesa farta de café da manhã no estilo americano, com tudo o que gostava de comer.
— Fiz tudo isso pra você, espero que tenha tido uma ideia muito boa, ou não vai comer. — ela disse séria e altiva.
— Você é uma pessoa terrível. — disse fazendo uma cara de fome e tristeza.
— Não importa quanto tempo passe, você sempre cai nessa — ela sorriu — Anda, sente se e coma logo, antes que eu me arrependa.
— Você é ridícula. — respirando aliviado e sorrindo também ao se sentar e começar a se servir.
— Eu sou linda, a irmã mais linda que você poderia ter. — se gabou.
— Claro, você é a única.
— Você poderia ter mais vinte, que eu ainda seria a melhor.
— Jal mug get sum ni da — ele disse levando um waffle com geleia a boca e suspirando com aquela delicia — Hum! Adoro quando me mima, pena que é uma vez a cada dez anos.
— Aproveite bastante, será sua última refeição se não me der o que eu quero. — disse com um sorriso irônico nos lábios.
— Estava demorando. Aqui, leia. — ele lhe entregou os papéis.
— O que é isso? — desdenhando as cinco páginas.
— Algo que eu pensei ontem, por enquanto é só uma base para o roteiro final.
— “O jardim da alma”, é o título? Que ridículo. — ela zuou rindo.
— Não ria, eu quase quebrei a cabeça para achar um título que combinasse com a história.
— Ah, estou com preguiça, não vou ler. Me diga você, afinal do que se trata a história?
— Me deixa terminar o café.
— Fala agora. — ela engrossou a voz sem paciência.
— Taaaaa. — bufou — Tudo bem, se trata de uma mulher muito rica e um jardineiro. Ela o contrata para cuidar do imenso jardim de sua mansão e conforme o tempo passa os dois se apaixonam, mas ele descobre que ela está doente e luta contra o tempo pela vida da amada. Toda a história tem muita poesia, romantismo e drama, misturando a alegria de um grande amor com a tristeza de uma possível separação, mas no fim, tudo ainda será um grande mistério. — disse como se fosse um narrador anunciando a estreia do filme mais aguardado do ano — E então, o que achou?
— Bonitinho. — disse com ar esnobe.
— Bonitinho? — repetiu indignado.
— É uma história simples, e é disso que precisamos. Ji Sung, não se preocupe, com a seu roteiro e o meu desempenho perfeito, eu vou ganhar muito dinheiro. — ela se levantou da cadeira.
— Contanto que eu possa comer em paz.
— O que quiser e quando quiser, basta apenas que sua história bem interpretada prenda nosso público, e eu preciso que tenha pelo menos dois capítulos e uma relação de personagens pra semana que vem, ok?
— Para a protagonista já sabemos que será a maravilhosa senhorita Park , mas e nosso galã? Pensei em chamarmos Lee Min-ho ou talvez Seo In Guk.
— Não, não e não. Não quero ninguém que seja muito famoso ou conhecido. Farei uma seleção de atores nas agências da cidade e então faremos um teste, usaremos talentos brutos.
— Talvez seja melhor mesmo, teremos menos despesas com cache.
— Isso mesmo, então termine logo de comer e volte ao trabalho. — deu umas batidinhas no ombro dele e foi se afastando.
— Ei, onde você vai?
— Dar uma volta, esta casa está me sufocando. — gritou de longe e saiu batendo a porta.
— Ah, eu aqui trabalhando sob pressão e é ela que está se sentindo sufocada. Bom, pelo menos eu tenho panquecas. — disse um pouco conformado colocando os discos no prato os cobrindo com calda.
, na verdade saiu para visitar o teatro Aurora, que o senhor Dong deixou no testamento para ela e Ji Sung. O local estava fechado há dois anos, desde quando ele adoeceu, e precisava de umas reformas e uma boa limpeza geral. O sorriso vinha automático a boca dela ao se lembrar de tudo o que passaram ali, não tendo dúvidas que tudo daria certo naquele lugar que lhe deu tanta boa sorte. Sem perder tempo, ligou para um engenheiro e uma arquiteta, agendando uma visita para avaliarem a estrutura e o que poderia ser feito para as melhorias necessárias. E também contratou uma equipe de limpeza e um zelador, inicialmente era o que iriam precisar para colocar o teatro para funcionar.
Ao sair do prédio, se lembrou que há alguns quarteirões ficava o Bank of Korea Money Museum, um dos museus mais famosos da Coreia do Sul e de que senhor Dong falava muito, e decidiu passear um pouco por lá. Enquanto caminhava pelo saguão distraída admirando as moedas antigas, em sua direção vinha , disfarçado de casaco e boné, fazendo anotações em um bloquinho, estudando as possibilidades de fuga após pegar os diamantes. Acabaram trombando um no outro.
— Por favor, me desculpe, eu estava distraído. — ele a olhou com um certo fascínio por sua beleza e expressão despreocupada.
— Não tem problema, só preste atenção da próxima vez. — ela deu alguns passos.
— Ei, você é muita bonita. — ele disse e ela se virou.
— Obrigada, meu espelho costuma me dizer isso todos os dias. — ela sorriu e continuou se afastando e ele continuou olhando.
— Convencida. Gostei. — disse baixinho sorrindo e então sentiu uma mão em seu ombro e virou no susto, ao ver que era ficou mais aliviado — Nossa, você me assustou, achei que era um guarda.
— Me desculpe, mas eu tive que vir, o que eu tenho pra te contar não é nada bom.
— O que foi que aconteceu?
— Identificaram você nas câmeras da joalheria e colocaram sua foto nos anúncios de procura-se na página do jornal.
— Ah, droga. Logo agora?
— Tem mais uma coisa. Ligaram do hospital e disseram que se não pagar a conta até o fim do mês, vão ter que transferir a avó para um hospital público.
— O que? Está de brincadeira.
— Eu sinto muito. Agora com seu rosto no jornal, não tem como você roubar os diamantes.
— Nada disso. Eu vou continuar com o plano.
— Mas e se te pegarem?
— Você vende os diamantes e paga o hospital e tudo mais que ela precisar. Ela criou a gente, cuidou de mim quando meus pais morreram e de você quando seu pai foi preso, nós devemos isso a ela, temos que fazer o que for preciso. E nesse momento, precisamos roubar esses diamantes.
estava decidido e passou toda a semana fazendo contatos, providenciando as ferramentas e planejando como tirar o objeto de lá sem ser pego, o que seria quase impossível já que os diamantes só ficariam expostos um único dia e ao fim da exposição seriam levados de volta para o cofre do Banco Central. Sendo assim, o roubo seria durante o dia, com o museu cheio de seguranças, bem no meio da apresentação de exibição das pedras, que apesar de pequenas tinham um valor incalculável. Por outro lado, dava andamento ao seu novo projeto.
O engenheiro avaliou a estrutura do prédio e estava tudo em ordem só sendo necessário mesmo uma boa reforma e a troca da fiação elétrica. A arquiteta contratada e sua equipe iriam repaginar o auditório do teatro, o saguão de entrada e modernizar os banheiros e camarins, atendendo a urgência e excelência que estabeleceu. Tudo tinha que estar pronto para começarem os testes e o ensaio dos primeiros capítulos da peça.
Aquela semana passou voando. Ji Sung passou as noites em claro escrevendo o roteiro enquanto agilizava a obra no teatro, e já estava com todo o esquema pronto apenas esperando o dia da exposição, que coincidentemente seria no mesmo dia em que a arquiteta entregaria a conclusão da reforma e seria feito o teste com os atores da agência no teatro. O ritual foi praticamente o mesmo para os 3 aquela manhã, se levantaram, tomaram café, pegaram suas ferramentas e saíram para o desconhecido.
No teatro, quando e Ji Sung entraram acompanhados da arquiteta, ficaram deslumbrado e sorriam um para o outro incansavelmente, admirando cada detalhe que ela os mostrava por todo o prédio. Em cerca de um hora, os atores começaram a chegar para iniciarem os testes, naquele dia mesmo já definiriam os personagens dos escolhidos e seus papéis na peça. No museu, entrou muito bem vestido e com uma mochila, como sabia que haveriam detectores de metal, não levou nada que contivesse o material. O lugar estava cheio e contava com a presença do prefeito, do sargento de polícia e além de alguns policiais um investigador que ele já conhecia e poderia reconhecê-lo de outro “trabalho” que executou. Evitou ficar exposto na direção deles e se infiltrou na multidão aguardando a hora de agir.
Passadas meia hora, vários guardas vieram escoltando 3 pirâmides de vidro com uma almofada dentro de cada, a primeira delas contendo várias pedrinhas de diamantes, a segunda um colar cravejado de diamantes pesando cerca de 1 kg e a terceira um conjunto de pulseira, anel e brincos também cravejados dos cristais preciosos. O curador do museu começou a fazer o discurso de apresentação e a atenção de todos estava nas pirâmides, enquanto isso, discretamente ia colocando fitas de velcro costurada a uma pequena rodinha de plástico resistente em cada cotovelo e nos joelhos. Um guarda passou na frente dele, mas como estava todo de preto não seria muito fácil notar o equipamento e o homem realmente nem percebeu. Aguardou mais uns minutos até que o curador passou a palavra para o prefeito, era a hora de agir, o plano era fazê-los pensar que era um ataque ao prefeito.
colocou um óculos de natação e tirou quatro bombinhas caseiras da mochila e um dispositivo de áudio. Ele apertou um botão no dispositivo e o jogou como um disco fazendo deslizar no chão e de repente o aparelho começou a reproduzir com um volume altíssimo, o som de disparos de um revólver, e em seguida se abaixou jogando as bombinhas caseiras acionadas para os lados e na direção das pirâmides e instantaneamente soltaram uma fumaça branca e que ardia os olhos.
O caos estava instalado, ninguém conseguia enxergar nada e estavam apavorados com os falsos tiros. aproveitou e deslizou sobre as rodinhas até as pirâmides, seu alvo eram apenas as pedrinhas e sem muito trabalho conseguiu quebrar o vidro e as pegou em uma ação muito rápida e deslizou novamente para perto da porta do corredor da saída lateral, não haveria tempo de fechar todas as saídas. Assim que saiu da fumaça no corredor, para sua má sorte o investigador, alguns seguranças e policiais também foram para aquela direção. estava mais à frente, mas ao se virar e vê-los foi reconhecido pelo investigador e ali começaria uma perseguição, teve que pensar rápido e acabou jogando uma boa parte dos diamantes no chão e correu.
Os homens, vindo contra ele escorregaram nas pequenas pedras e foram ao chão, o investigador se levantou rapidamente seguido de dois policiais e foram atrás dele enquanto os outros se recompunham e juntavam as pedras. estava em um carro esperando do lado de fora na outra esquina, quando viu o amigo saindo correndo do museu, vindo em sua direção, sorriu e já foi ligando o carro, mas balançou a cabeça e passou direto. não entendeu e tentou chamá-lo, mas ao avistar os 3 homens atrás dele, disfarçou virando o rosto e assim que passaram por ele, arrancou saindo de lá.
não tinha para onde ir e acabou entrando no teatro, a portaria estava vazia então continuou seguindo adiante, passou escondido atrás das cadeiras no fim do auditório indo em direção aos camarins, no palco já se encontravam várias pessoas, mas não o viram. Os policiais tinham o perdido de vista e começaram a perguntar as pessoas ali se tinham visto alguma coisa. entrou em um dos camarins e trancou a porta, o cômodo estava todo iluminado com um grande espelho envolto de lâmpadas, poltronas, araras de roupas e suportes de cabeças com perucas diversas.
— Droga, droga, droga! — ele exclamou baixinho e abrindo o saquinho onde estavam os diamantes, os derrubou na palma da mão e os contou — Só cinco, ah, eu sou o pior ladrão de diamantes do mundo. E agora, como vou sair daqui se estão atrás de mim? Eles viram meu rosto, vão me perseguir até a morte e não poderei ajudar a avó desse jeito. O que eu faço? — ele batia a mão fechada na testa tentando pensar em algo e então, olhando em sua volta, para aquele ambiente cheio de possibilidades, teve uma ideia.
Do lado de fora, o investigador não se cansava de perguntar a quem passava se tinham alguma informação, quando chegou perto de um senhor que vendia talismãs na esquina e o perguntou, o mesmo disse ter visto um homem correndo e entrando no teatro. Imediatamente o investigador chamou os policiais, pediu reforços e foram para o teatro. saia discretamente do camarim quando Ji Sung o viu de costas no corredor.
— Ei, você. — ao ouvi-lo paralisou pensando ter sido descoberto — O que pensa que está fazendo aqui? — se aproximando — Os camarins são exclusivos, só poderá entrar se for contratada, você veio fazer o teste não foi? Moça? — aquela palavra soou como sino para e então ele se virou devagar e sorrindo com expressão tímida.
— Acho que eu me perdi, por favor me perdoe. — ele disse com a voz mais fina, bem feminina.
— Anda, vamos logo, os testes já vão começar, eu vou te mostrar onde é a saída para o palco.
— Obrigado, da, obrigada. — se corrigiu rapidamente.
não teve muita escolha e então o acompanhou até o palco saindo de trás da coxia e se juntando aos outros atores que estavam lá, a maioria eram mulheres. No mesmo momento o investigador e os policiais entraram no auditório e foram se separando para procurar o fugitivo. Ji Sung desceu do palco para saber o que acontecia e virou de costas tentando não ser descoberto respirando fundo.
— O que está acontecendo? — Ji Sung perguntou indo de encontro ao investigador.
— Eu sou o oficial Hwan, investigador de polícia. Um homem acabou de roubar o museu e fomos informados de que ele entrou aqui, precisamos vasculhar o lugar.
— Ah, sim, tudo bem, podem ficar à vontade. Nós vamos colaborar com o que precisarem.
— Por acaso há outra saída, além das portas laterais e a principal?
— Só mais uma porta que dá para os fundos, mas estão todas trancadas. Eu mesmo verifiquei hoje de manhã.
— Alguma câmera ou sistema de segurança?
— Ainda não, virão para instalar amanhã, por enquanto só o de incêndio mesmo, nós reformamos a pouco tempo.
Os policiais fizeram uma ronda por todo o lugar. estava no escritório quando um dos policiais entrou.
— Me desculpe. Por acaso a senhora está sozinha? — ele perguntou olhando para dentro da pequena sala, equipada de uma mesa e 3 cadeiras executivas, uma estante e um fichário no fundo da sala ao lado da janela com persianas.
— Como você pode ver não tem mais ninguém aqui. Eu posso ajudar? — o encarou se sentindo invadida.
— A senhora poderia me acompanhar até lá embaixo, por favor?
— Senhorita! Estou indo. — não respondeu com muita boa vontade, mas seguiu com o policial até o auditório, os outros policiais que se espalharam por lá também voltaram sem nenhum resultado — Eu posso saber o que está acontecendo aqui? — disse de cima do palco, como uma rainha em seu trono.
— , o policial disse que viram um bandido entrando no teatro.
— E acharam alguma coisa? — ela questionou.
— Ainda não, senhorita? — HWAN disse a encarando, de certo a achou muito bonita.
— Park. Já que não acharam nada, por favor nos deixem trabalhar em paz. Se há algum ladrão aqui, posso lhe garantir que é do tipo que rouba risos e lágrimas do público, e até onde eu sei, isso ainda não é um crime. — disse séria com um fundo de sarcasmo e do grupo atrás dela se ouviu risos discretos.
— Eu entendo, mas gostaria que entendesse que este também é um trabalho sério. Se trata de um bandido perigoso e eu preciso ter certeza que nem a senhorita nem os demais correm algum risco. Sendo assim podem me dizer se todas estas pessoas estavam aqui o tempo todo.
— Vieram fazer um teste, não tinham motivo para estar em outro lugar. — ela respondeu olhando nos olhos de HWAN, como se estivesse o desafiando.
— Ah, o que minha irmã quis dizer é que todas essas pessoas permaneceram aqui desde que chegaram. — Ji Sung disse tentando amenizar o clima entre o investigador e sua irmã e então se lembrou da garota que achou no camarim — Se bem que...
— O que? — HWAN perguntou e ficou apreensivo.
— Uma das moças estava lá dentro, próximo dos camarins, se esse bandido realmente entrou, ela pode ter visto algo sem querer.
— E qual delas foi?
— Aquela ali. — apontou para uma moça ruiva de cabelos longos e ondulados de franja, saia plissada na altura da canela e blusa de lã de gola alta — Ei você, ruiva. — sem poder mais se esconder ele se viu.
— Sim. — disse imitando uma mulher pegando uma mecha de cabelo com os dedos meio que cobrindo o rosto se mostrando envergonhada.
— Senhorita, por acaso viu alguém, um homem na verdade, entrar correndo ou tentar se esconder enquanto esteve no interior do teatro? — HWAN não estava muito longe do palco, no entanto o disfarce e a maquiagem de estavam tão perfeitos que ele não o reconheceu.
— Não. Eu sinto muito, mas não vi nada. — agora pode ter certeza que fazer um curso de maquiagem junto com a avó não foi total desperdício de tempo.
— Tem certeza? Não ouviu nem mesmo um barulho, algum movimento?
— Ela já disse que não viu nada, nenhum de nós vimos. Acho que o senhor está perdendo seu tempo e desperdiçando o nosso. — não regrava as palavras e de certa maneira não estava errada.
— Tudo bem. Homens, vamos continuar as buscas lá fora e soar o alarme para o foragido. Agradeço pela compreensão de todo. — disse a eles e então olhou para ela — E, peço desculpas pelo inconveniente.
— Não há de que, volte sempre! — disse, e no sorriso uma pitada de ironia.
— Pode ter certeza que sim. — olhando nos olhos dela, aceitando o desafio. Curvou se em reverência para eles e Ji Sung que estava ao seu lado o cumprimentou de volta, então foi embora com os outros policiais deixando respirando mais aliviado.
— Bem, já perdemos muito tempo, vamos ao que interessa. — foi dizendo se posicionando à frente do grupo no palco — Nós os convocamos aqui para fazer um teste, que garantirá a alguns de vocês um papel em nossa peça de reinauguração do Teatro Aurora. É importante ressaltar que aqueles que passarem não só participaram da peça como também passarão a fazer parte como integrantes permanentes da Companhia de Teatro Twister. Por isso quero que deem o melhor de vocês e nada menos, se eu sentir que não estão levando isso a sério ou que não estão realmente interessados, estarão fora. Acredito que a maioria de vocês já me conhece ou ouviu falar de mim, caso contrário, para aqueles que ainda moram em uma caverna, meu nome é Park , sou uma das melhores atrizes deste país e a número um em tudo o que faço. Então se organizem, quero ver o que vocês tem.
Sem mais, começaram os testes, avaliando a apresentação de cada uma das 28 pessoas presentes ali, contando com que não fazia ideia do que fazer, pois se saísse dali sem uma boa justificativa poderiam desconfiar e seria descoberto, principalmente por que Ji Sung estava gravando tudo. Ele recebeu um número como todos os outros candidatos e aguardou ser chamado pelo número 23.
A àquela altura do campeonato, os coisas não pareciam ir muito bem na visão de Ji Sung. Dos 21 que já haviam se apresentado, apenas 8 tinham ido realmente bem e eram todas mulheres. Cada um tinha apenas 5 minutos para se apresentar podendo ou não ir para a próxima fase. Enquanto a número 22 fazia sua apresentação, recitando um trecho de Romeu e Julieta de maneira muito enfadonha, os irmãos cochichavam nas cadeiras da plateia.
— Isso é terrível. — Ji Sung constatou já sem ânimo.
— Nem me diga, entediante. — ela sem muita expectativa com a concorrente.
— Não estou falando dela. Até agora só temos escolhas femininas e não podemos ter um grupo só de artistas femininas.
— Por que não? Você tem algum problema com isto? — insinuando machismo.
— É claro que não. — em tom de defesa — Mas é que temos uma peça em que precisamos de um galã, a presença dele é indispensável para a trama ser completa.
— É, tem razão, mas vamos ser confiantes, ainda temos o número 25 e 28, são bonitos, tem boa postura, podem ser bons.
— Tomara que sim. — Ji Sung respirou fundo não muito convencido. Por fim a número 22 terminou sua apresentação. — Muito obrigado, por favor aguarde com os outros. Próximo, número 23.
foi para o meio do palco sem saber o que faria.
— Por favor, diga seu nome. — sem paciência.
— .
— Que nome estranho para uma menina. — ela ficou confusa.
— Meu pai que escolheu, antes de saber que eu era menina. — disse no improviso.
— Se você diz. Vamos, pode começar.
— Ok. — até então nunca tinha feito nada parecido e ai ao lembrar da situação da avó, seu semblante mudou de perdido para triste chamando a atenção de , e ele começou a falar — Ela está tão fraca, que mal consegui abrir os olhos. Essa situação está a matando aos poucos e eu não posso fazer nada. Tudo que peço todos os dias é apenas um milagre, para vê-la sorrir de novo das minhas besteiras, cantar com os discos velhos e me olhar com aqueles olhos amendoados de ternura. Eu sinto tanta falta dos seus braços me abraçando quando chegava na noite fria e dos puxões de orelha quando entrava escondido pela manhã. — ele começou a chorar e comoveu também os outros candidatos, os olhos de estavam vidrados na expressão de dor da moça ruiva — Eu prometo, que não importa por quanto tempo ou quão longe eu tenha que ir, eu farei qualquer coisa para que o que você fez não fique perdido e sua vida não tenha sido em vão. Obrigada por estar comigo nos momentos difíceis, obrigada por me mostrar o caminho certo, obrigado por me ensinar a viver!
Ji Sung e os outros começaram a aplaudir enquanto estava estática. por um momento se esqueceu que estava no teatro e secou as lágrimas voltando a si, se curvou agradecendo indo em seguida se juntar aos outros.
Por fim, depois que todos se apresentaram, os irmão Park debateram por aproximadamente 2 minutos e com a opinião de prevalecendo, vieram até o palco para anunciar os escolhidos.
— Os números que eu disser devem permanecer no palco, aos demais, agradecemos por comparecerem e já podem ir, estão dispensados. Os números são: 3, 5, 6, 8, 11, 16, 19, 20, 23, 24 e 27. Teremos um intervalo de 15 minutos e depois devem estar aqui para a próxima fase do teste. — Ji Sung disse sério, para sua alegria todos os números selecionados eram mulheres lindas e talentosas, e para sua tristeza, o mesmo motivo e nada de galã.
Os que não passaram foram embora enquanto os selecionados comemoravam, exceto que se perguntava o que tinha feito para ser selecionado, queria dar o fora dali o mais rápido possível, então aproveitando a pausa foi para a portaria para fugir, mas ao ver um bando de policiais rondando do lado de fora, teve medo. Mesmo estando disfarçado preferiu não se arriscar e voltou para dentro, tentando se comportar ao máximo como uma mulher, o que não era nada fácil estando entre garotas tão belas e atraentes. Ao fim do intervalo, todas estavam no palco uma do lado da outra, voltou do escritório para falar com elas enquanto Ji Sung no lado de baixo fora do palco organizava algumas pastas com os textos.
— Apesar de não ter sido intencional, estou muito satisfeita em ver que apenas mulheres se saíram bem no teste. Isso nos leva a segunda fase do teste, que na verdade se baseia em uma única pergunta, e para respondê-la quero que levem em consideração o mesmo critério da primeira fase, se eu não ficar convencida da resposta, estão fora. Preparadas?
— Sim. — as moças responderam juntas.
— Pois bem, a pergunta é a seguinte: Vocês estão preparadas para fazer qualquer coisa pela companhia Twister, sendo fiéis a ela com seus talentos incondicionalmente, não se importando com que tipo de função, papel ou personagem irão ter que fazer, vivendo todos os dias o lema desta companhia que diz que Arte não é o que você pode fazer, mas sim o que você é? Estão preparadas para assumir está responsabilidade, carregar o fardo e se saciar do sucesso? — enquanto ela falava com uma entonação tão emotiva e heroica, ficou admirado e se sentindo inspirado, tanto que não conseguiu se segurar.
— Nossa, nunca tanta paixão havia entrado pelos meus ouvidos antes. Talvez se apenas tivesse perguntado se queremos trabalhar para você diríamos que sim, como algo banal, mas suas palavras me convenceram de que se eu não trabalhar para Comp. Twister significa que ser um artista é algo banal. — mais uma vez ele deixou estarrecida — E vocês, também pensam assim, não é? — se virou para as garotas ao seu lado também comovidas, elas concordaram com muita empolgação dizendo que realmente queriam trabalhar na companhia.
— Isso é assombroso. — Ji Sung dizia olhando para a irmã esperando sua reação.
— Tudo bem. Se pensam assim, quer dizer que fizemos uma boa escolha. Teremos muito trabalho de hoje em diante, e será proibido durante os ensaios trazer homens aqui.
— E ele? — número 16 apontou para Ji Sung— É um homem.
— Eu bem que queria poder mudar isso. — olhou para o irmão que engoliu seco — Mas não posso, ele é meu irmão. E além disso, é o diretor, escritor e roteirista da companhia, então, só vamos ignorá-lo as vezes. — ela sorriu e ele balançou a cabeça como se não se importasse — Bem, vamos lá.
pegou as pastas com Ji Sung com o nome de cada personagem e entregou especificamente para cada uma das garotas em que o perfil se encaixava. Como eles não tinham um galã, fabricariam um para ser o jardineiro, no caso a garota número 27, Na Young, era bem articulada, tinha a voz grossa e alta, até mais que que faria a secretária e melhor amiga da protagonista, interpretada por . Além deles também havia um mordomo irreverente, uma cozinheira encantadora, o médico, duas sócias invejosas da protagonista e um padre, o restante das garotas serviria de elenco de apoio. Ji Sung estava deprimido, por não ter um protagonista masculino para dar vida ao jardineiro como gostaria, mas conforme as meninas se organizaram, e começaram a entrar nos personagens naquele primeiro ensaio improvisado, ele pode ver que a ideia de não era tão insana e com um pouco mais de confiança, acreditou que poderia dar certo.
Como já era tarde, dispensou todas elas deixando claro de que deveriam estar lá as 7 da manhã do dia seguinte. Todas tomaram seus caminhos e se sentindo um pouco mais seguro ao sair, não vendo mais policiais nas ruas foi para sua casa. Ao virar a esquina voltou na mesma hora no susto, pois haviam policiais em sua porta e viu que eles também tinham invadido a casa à sua procura. Ele não tinha muita opção, pois até mesmo para ir à casa da namorada de , onde ele poderia estar escondido, teria que passar por ali, então respirou fundo e foi passando como uma frágil e indefesa senhorita pelos policiais, que sorriam para ele. Bem mais à frente tocou a campainha em uma casa já de luzes apagadas, mas ainda assim foi atendido por uma moça.
— Pois não, em que posso ajudar?
— Hyeon-sook, obrigada por abrir. está aqui?
— Quem é você e o que quer com meu namorado?
— Ei, sou eu, .
— Ah, fala sério, é você mesmo? — ele balançou a cabeça confirmando — Tudo bem, entre logo. — ela disse e ele entrou indo para a sala dela, mas não o viu — Cadê ele?
— , pode sair, é . — ela disse e saiu do quarto, mas ao ver o amigo vestido daquela forma, não o reconheceu.
— Achei que tinha dito que estava aqui? Quem é essa, outra amiga sua?
— , sou eu, tive que me vestir assim para fugir da polícia. — disse tirando a peruca.
— Nossa, se não tivesse tirado o cabelo eu nunca iria acreditar, mas então, você conseguiu, nós estamos ricos?
— Ainda não.
— Como assim, você não está com os diamantes? — ele disse então pegou um estojo de blush do bolso da saia e o abrindo revirou as pedras sobre a mesa — Uau! — ele e a namorada disseram com os olhos brilhando — Mas espera, você só conseguiu pegar isso, 4 pedrinhas?
— Na fuga tive que deixar as outras pra trás para conseguir escapar e se não fosse esse disfarce não teríamos nem mesmo estas. O problema agora será vendê-las, com certeza a polícia já deve estar revirando Seoul inteira atrás delas. — queria se garantir caso fosse pego pela polícia e então deixou uma das pedras escondida no camarim do teatro, preferindo não revelar também ao amigo caso acontecesse algo.
— Ah, não se preocupe com isso, eu posso achar compradores para elas, mas e você? Suas fotos estão passando até na televisão, para onde for eles te acharam assim que virem seu rosto.
— Bem, então terei que evitar que vejam meu rosto. Será melhor que por enquanto eu continue sendo uma ruiva de cabelos longos, atriz da Comp. de teatro Twister. — ele disse olhando para a peruca pensando no tamanho do sacrifício.
Na manhã seguinte, enquanto tomavam café, ao ligar a tv viu a apresentação de seu antigo programa e a nova apresentadora, aquela que até então era a substituta perfeita na visão dos diretores da Invictus. Ji Sung reparando nos olhos de ódio da irmã desligou o aparelho atraindo sua atenção e disse: “Fighting!” Ela assentiu e logo depois eles foram para o teatro. Chegando lá se deparam com uma cena muito estranha. estava chorando horrores enquanto as outras garotas tentavam acalmá-lo, ele não sabia ainda, mas era um ótimo ator, pois logo se preocupou.
— O que é que está acontecendo aqui? — ela perguntou, então as meninas abriram espaço para que ela visse — Por que ela está chorando desse jeito?
— Nós não sabemos, ela já estava assim quando chegamos. — disse Eun-ji, que faria o mordomo.
— É mesmo, ela só chorou até agora, mas não disse uma palavra. — dizia Naeun, que faria uma das sócias, trazendo um copo de água entregando a .
— Ah, já chega. Você? — disse diretamente para — Venha comigo. — disse e se virou, a seguiu até o escritório e ela fechou a porta — Pronto, pode parar de chorar, só estamos nós duas aqui, diga logo o que fez você chorar até quase secar.
— Ah, estou tão envergonhada. — ele foi segurando o choro fazendo cena — Acontece que o senhor que me alugava o quarto, deu em cima de mim, e como eu o recusei, ele me despejou, jogou todas as minhas coisas na rua, eu perdi tudo. — voltou a fingir choro intenso.
— Tudo bem, se acalme. Me diga, você tinha pago aluguel, tinha direito de ficar lá, não é?
— Na verdade, eu estava devendo o mês, por isso ele quis que eu saísse com ele. Agora não tenho pra onde ir.
— Ah, porco desprezível. — disse com nojo e também se lembrou do que lhe fizeram na Invictus ao colocá-la para fora daquele jeito, e pela situação que passou quando chegou em Seoul com o irmão— Você realmente não tem quem possa lhe dar abrigo?
— Não, eu não tenho amigos ou parentes aqui. — ele sem saber havia pegado na ferida.
— Isso é triste. — ficou com pena — Olhe, se quiser pode ficar um tempo na minha casa, pelo menos até ter condições de arrumar outro lugar para morar.
— Ham? Está falando sério?
— Sim, não brincaria com uma coisa dessas.
— Ah, senhorita Park, nem sei o que dizer. Definitivamente é uma pessoa muito boa. Muito obrigada.
— Se quer mesmo me agradecer, enxugue o rosto, se arrume e trabalhe duro em seu personagem, temos uma peça para concluir. — disse e saiu do escritório, sorriu satisfeito por ter um lugar onde poderia se esconder sem medo de ser encontrado — Muito bem, vamos trabalhar, temos menos de um mês até a estreia. — ela disse chegando no palco.
— E , está bem? — Dahae, que faria o médico, perguntou em nome de todas.
— Sim, ela teve um problema, mas já resolvemos, logo estará aqui. Agora vamos ensaiar.
— ? — Ji Sung a chamou e perguntou baixinho — O que houve?
— vai passar um tempo conosco, na nossa casa, ela não tem pra onde ir então, eu ofereci.
— Que situação difícil. — ele entendeu bem o sentimento da irmã, se lembrando também do que lhes aconteceu no passado.
O dia passou tranquilo e elas ensaiaram bastante, Ji Sung foi até uma serralheria para encomendar as peças que precisaria para o cenário, contratou um técnico de iluminação e duas assistentes de palco para dar suporte. Quando foram para casa, ficou admirado com o lugar, pois sua casa se resumia a basicamente o tamanho da cozinha e a sala da casa dos Park, sem contar o banheiro. o levou para o quarto de hóspedes e lhe deu algumas roupas que havia ganhado fazendo propaganda para as marcas. nunca dormiu tão bem quanto naquela noite numa cama tão boa. A semana passou bem rápido e com o cenário inicial já montado era possível ter uma visão mais completa da peça enquanto eles ensaiavam.
Apesar de terem dinheiro, muitas coisas como a montagem, colagem e pintura dos cenários, Ji Sung mesmo quis fazer com a ajuda de e as assistentes, Yumi e So-yeon, passando praticamente todo o tempo no teatro só indo em casa para tomar banho e dormir. Em certos momentos ficava nervosa quando as meninas tinham certa dificuldade para desenvolver a cena. Em uma especialmente, o mordomo, Eun-ji, tinha que demonstrar seus sentimentos a secretaria, , mas Eun-ji não estava sabendo bem como seria o tipo de sentimento que deveria mostrar na cena, então perdeu a paciência.
— Ah por favor, Eun-ji já é a décima vez, isso não pode ser tão complicado. — repreendendo a garota.
— Eu estou me esforçando , mas por favor entenda eu sou uma mulher e ela também, não é fácil. — Eun-ji fazia voz de choro e ria por dentro, por ser um homem e não poder dizer nada.
— Quase vinte anos de carreira e eu vou ter que ouvir isso? Aish! Tudo bem, eu vou te mostrar como se faz. — com um rompante subiu no palco, respirou fundo e foi até , que começou a ficar assustado com o jeito dela — Prestem atenção, eu farei isso só uma vez. Nesta cena o mordomo deve se declarar a secretária, mas ela é um tipo de mulher que não entende os seus sinais e por isso ele precisará ser mais direto e ousado, então ele a pegará pelos braços desta forma. — ela segurou firme e ao mesmo tempo com gentileza nos braços de aproximando seu corpo do dela — Então olhando bem fundo nos olhos dela mostrando todo seu desejo reprimido dirá que não pode mais esconder seus sentimentos. — ela realmente interpretava divinamente, pois não conseguiu desviar seus olhos do dela e correspondia como se fosse real — Então ele a vira e a beija com toda intensidade de seu coração — ela o virou de costas para a plateia, passou o braço pelo pescoço dele escondendo seu rosto e se inclinou encostando os lábios no queixo de que daria qualquer coisa para que fosse na boca, depois ela o soltou. As garotas e Ji Sung ficaram admirados com a performance dela e a aplaudiram — Vocês entenderam?
— Ela a beijou de verdade. — Sodam, que fazia a outra sócia, comentou com as outras, achando super corajosa.
— Ah, vocês não são nada profissionais. Todo mundo sabe que se coloca o braço na frente para fazer as pessoas pensarem que o beijo aconteceu, mas não houve nada. — irritada pelas garotas ainda a olharem com dúvida, se virou para — ?
— Ham? — ele disse ainda se recuperando do efeito que ela provocou.
— Diga a essas tontas que eu não te beijei de verdade, foi pura encenação.
— Ah, é, é verdade, ela só encostou no meu queixo, uma técnica muito boa. — ele dizia apontando para o queixo e ela fez cara de satisfação para as meninas.
— Aaaah! — as garotas fizeram juntas ao entender finalmente o que ela fez.
— Agora vão e façam direito. — ela disse e ia se afastando, mas as garotas com saliência se aproximaram dela, inclusive as copiando — Ei, o que vocês querem, por que estão me olhando assim?
— , no filme Lições de Esperança, você tem uma cena de beijo com Gong Yoo, e a câmera estava focada em vocês, aquele beijo não foi de mentira, foi? — Hyewon, que fazia a cozinheira, perguntou atiçando a curiosidade das outras.
— Ei, o que você acha que eu sou? É claro que foi de verdade, não se rejeita um beijo de Gong Yoo. — ela disse sorrindo com malícia e então novamente ficou séria e gritou — Agora, voltem para o ensaio, ou só o que irão beijar serão as vassouras! — as garotas se espalharam no palco rindo e ela desceu para junto de Ji Sung sentado no auditório.
— Eu tenho que admitir, você é maravilhosa! — ele disse, mesmo sabendo que iria se arrepender.
— Obrigada, você deve se sentir muito bem.
— Pelo o que? — ele perguntou confuso.
— Por ser irmão de uma pessoa maravilhosa. — Ela sorriu para ele e se voltando para o palco gritou. — Sodam você é uma vilã, por favor, aja como uma. — suspirou cruzando os braços e Ji Sung riu contido para não chamar a atenção dela.
Eles terminaram os ensaios na sexta e Ji Sung deu folga para todos aquele fim de semana, pois estavam esgotados com todo aquele trabalho exaustivo ao longo da semana. No sábado, mesmo cansada, queria sair para fazer compras, mas Ji Sung não estava nada animado e ainda tinha que terminar de escrever o roteiro.
— Vamos lá, é divertido. — ela dizia.
— Divertido só se for pra você, sou eu quem carrega as sacolas e tenho que ficar plantado esperando você experimentar tudo em cada loja que entra.
— Até parece que você realmente não gosta de fazer isso para sua irmã amada.
— Hum, me deixe pensar. — ao olhar para a cara dela desistiu do que ia dizer e aproveitou que entrava na sala — Ah, , você não gostaria de sair com a para fazer compras, é um programa de garotas, não é?
— Fazer compras? — ele olhou confuso, tinha horas que esquecia que o disfarce era de menina.
— É mesmo, eu tinha até me esquecido que tinha mais uma garota em casa, então, você me acompanha, ?
— Sim, claro, será divertido. — ele disse sorrindo e Ji Sung sorriu por se livrar daquela tarefa, ou melhor, castigo.
e saíram e deram várias voltas na cidade a pé, pois ela não gostava de dirigir. Em dado momento apareceram policiais a frente e assustado pegou no braço de e a puxou para dentro da loja que passavam em frente, se escondendo esperando que eles fossem embora. Assim que foram, ele respirou mais aliviado e ao se virar para o interior da loja engoliu seco, era uma loja de lingerie e já estava escolhendo peças.
— Ei, eu vou experimentar essas. — mostrou as peças a ele sorrindo e foi para o provador. Ele sorriu fraco concordando e menos de 5 minutos depois ela o chamou — ?
— Pode falar eu estou aqui. — respirando fundo observando se não tinha nenhum policial rondando do lado de fora.
— Veja isso. — ela abriu a cortina do provador e assim que ele a viu caiu sentado no Puff que estava bem atrás dele — Então, eu estou sexy? — disse se exibindo com uma camisola preta de renda bem curta e sensual.
— Muito sexy. — gaguejou, quase babando.
— Então vou levar. — ela fechou novamente a cortina e enquanto se trocava, estava com o coração acelerado e tentava se controlar respirando fundo, aquela imagem não sairia tão fácil de sua cabeça.
Mais tarde, depois de passarem em mais 3 lojas e experimentar quase tudo, finalmente voltaram para casa. Ji Sung havia pedido comida japonesa para o jantar e o pedido chegou enquanto guardava as coisas que comprou e tomava banho. também tomou banho e foi para a cozinha e atendendo ao pedido de Ji Sung, pôs a mesa do jantar. chegou bem na hora que eles iam se sentar arrasando em um vestido xadrez rosa que comprou, tentava evitar olhar muito para ela, mas estava cada vez mais difícil ficar só no personagem. Eles jantaram tranquilamente e logo após, cismou que queria ver o filme As Panteras, pela centésima vez.
— Ah, você não se cansa, já é a quarta vez esse mês. — Ji Sung discordando.
— Você sabe que eu gosto e eu sei que você também gosta.
— Acontece que depois da terceira vez seguida, perde a graça. Prefiro lavar a louça. — ele se levantou indo para a cozinha.
— Ji Sung é um chatooooo. — disse para provocá-lo — , venha, se sente do meu lado e assista comigo. — deu umas batidinhas no sofá sorrindo, ele não teve como negar e se sentou. Enquanto assistia o filme, ele ficava a olhando discretamente, mas não tão discreto e ela o notou — Ei, o que foi, você está bem?
— Sim. É que eu não estou acostumada a fazer isso, com uma mulher.
— Sabe é estranho para mim também, morar com outra mulher. Por um bom tempo fomos só eu e o Ji Sung. Se bem que estou tão acostumada em conversar com ele, e fazer tudo juntos que as vezes finjo que ele é uma garota.
— Ei, eu ouvi isso. — ele gritou da cozinha perplexo e ela riu acompanhada por que a observou encantado pelo seu sorriso, mas sempre se lembrando que tinha que manter a pose, pois ali não podia ser o de sempre, mas a atriz ruiva.
Aquela semana estava mais tranquila, os ensaios estavam em um bom ritmo, as garotas todas focadas e entusiasmadas levando muito a sério o trabalho e Ji Sung já pode marcar a data da estreia e dar sinal para a equipe de marketing começar a divulgação, pois a pré-estreia seria em 3 semanas. Era quinta feira e tudo estava indo bem, até receberem uma visita surpresa bastante indesejável.
— Vamos fazer isso de novo, desta vez Dahae quero que use um tom mais dramático, ok? — era boa até mesmo dirigindo a peça, passava confiança e credibilidade para suas atrizes e todos os demais envolvidos no projeto.
— ? — uma moça muito bonita veio praticamente desfilando pelo corredor lateral esquerdo do auditório a chamando, e todos pararam para olhá-la.
— Gwon Yunah — se controlou ao ver a garota que ajudou a alguns anos e agora a substituía na Invictus. — O que quer?
— Quando vi o cartaz não pude acreditar, então, vim ver com meus próprios olhos.
— Se está satisfeita, já pode ir. — disse mantendo a pose.
— Sabe, quando Beom Joon-ho me disse que eu iria substituir você, eu pensei: Nossa, ela deve estar muito por baixo para fazerem isso. Mas vendo você agora, posso ter certeza do seu fracasso. — ela disse com desdém.
— Ei, com que direito você acha que pode entrar aqui e dizer estas coisas? — Ji Sung revoltado não se aguentou ao ouvir aqueles absurdos.
— Ji Sung, cale se! Eu não preciso que me defendam. Yunah, quando fizemos aquele filme em que você fez a irmã mais nova, eu pensei: Essa garota é boa, tem potencial. Mas vendo você agora, posso ter certeza que sua queda será inevitável. — as garotas atrás de deram risinhos maldosos.
— Você continua a mesma. — Yunah riu — Mesmo depois de perder tudo para alguém mais jovem e melhor não consegui admitir.
— Perder? Você acha que eu perdi? — riu e continuou dizendo convicta de cada palavra — Yunah, eu poderia não ter os braços, as pernas, ser cega, surda e muda que ainda assim seria melhor que você. Agora nós temos muito trabalho aqui, então me faça um favor se souber ler e siga as placas escrito EXIT. — ela apontou sinalizando onde as placas estavam, mostrando seu desprezo e lhe deu as costas sorrindo para as garotas em êxtase diante dela. Não tendo outra alternativa e sem condições de responder à altura, Yunah se virou e foi embora. — Ei, o que vocês estão pensando? Voltem ao ensaio. — disse descontraída.
se virou novamente vendo que ela havia ido embora e olhou para o irmão. Ji Sung assentiu com a cabeça para ela mostrando que não estava chateado e sorriram um para o outro, por mais que ela tenha falado com ele daquela forma, ele sabia que ela mesma devia dar a resposta a Yunah e tinha orgulho dela por isso. A presença de Yunah só aumentou a perseverança de em concluir com êxito seu projeto com Ji Sung e iriam trabalhar ainda mais duro para alcançar seus objetivos. Enquanto isso, aguardava o contato de , que finalmente ligou na sexta de manhã.
— Cara, eu já estava ficando preocupado, por que demorou tanto a ligar? — falava escondido no banheiro.
— Me desculpe, eu não tive como ligar antes, estava tentando achar alguém para comprar os diamantes primeiro.
— Está tudo bem. E então, conseguiu?
— Ah, sim, eu vou me encontrar com um cara na semana que vem e trataremos disso.
— Bom, bom. Você tem ido ver a avó? Eu ainda não pude ir.
— E é melhor que não vá mesmo, nem eu consegui entrar para vê-la, colocaram policiais vigiando no hospital, e tem cartazes com sua foto pra todos os lados. Tive medo que viessem atrás de mim, procurando você.
— Entendo, de qualquer forma não deixe de me avisar caso algo aconteça.
— Pode deixar, nos falamos depois.
— Ok. — ele desligou o telefone, mas ainda não estava tranquilo, queria poder ir ao hospital para saber como avó estava.
A semana seguinte estava sendo bem exaustiva, principalmente pelo fato de terem emendado uma semana a outra trabalhado no fim de semana. O cansaço era tanto que não se sentia bem desde que se levantou pela manhã na quarta-feira, mas teimosa como era mesmo assim preferiu ir para o teatro ensaiar. Não se aguentando, por pouco ela teria caído se não fosse a ampará-la, pois já havia notado que ela estava meio lenta. Ji Sung ao se aproximar, verificou seu pulso e sua testa, a pressão estava baixa e apresentava sinais de febre.
— É melhor levar você para o hospital. — Ji Sung concluiu.
— Não precisa, eu estou bem, só me desequilibrei. — ela continuou com a teimosia.
— Por favor não discuta, se quiser brigue comigo depois, mas eu vou levá-la.
— Ji Sung, deixe que eu vá com ela, eu ensaiei muito, já sei todas as minhas falas e além do mais as garotas podem precisar de algo. Você é um dos diretores, é melhor que fique e cuide para que tudo ocorra bem. — disse disposto, pois seria uma boa oportunidade de ir até o hospital sem levantar suspeitas.
— É mesmo você está certa. Tudo bem, leve-a então.
— Aish , por que você tem essa mania de falar tão bem? — bufou e ele a segurou pela cintura passando o braço dela pelo seu pescoço.
— Não seja assim, precisamos cuidar bem da nossa estrela. — ele disse e ela sorriu convencida — Subin, por favor me ajude a chamar um táxi. — a garota que faria o padre assentiu indo com eles para fora e os dois seguiram para o hospital minutos depois.
Como o trânsito estava um pouco congestionado, acabou dormindo no colo de dentro do taxi. O motorista achou estranho a forma com que ele a olhava e afagava o cabelo dela, ao perceber que estava sendo observado se retraiu até chegarem ao hospital quando ela acordou. Depois de ser examinada pelo médico, doutor Nam, teve que ficar ali por um tempo, tomando a medicação via soro e descansando, pois seu diagnóstico era apenas um, exaustão. A soneca no táxi e aquele tempinho ali parada foram suficientes para que a temperatura de seu corpo estabilizasse cessando a febre e sua pressão voltasse ao normal. Quando a enfermeira veio até o quarto checar se ela estava bem para que o médico a liberasse, aproveitou a oportunidade para saber sobre sua avó.
— Com licença, por acaso a senhorita poderia me dizer como está uma paciente da ala de Necessidades Especiais? — ele perguntou a ela na porta, se esquecendo completamente que estava ouvindo.
— Sim, qual o nome da paciente? — ela respondeu se mostrando prestativa.
— Soon-rye, é uma senhora bem idosa.
— Eu vou verificar e lhe digo quando retornar com o doutor Nam.
— Obrigada. — ele sorriu e ela saiu.
— Quem é Soon-rye? — perguntou curiosa.
— É — vendo que ela já tinha ouvido preferiu dizer a verdade — Minha avó, ela está internada aqui há um tempo.
— Avó? Ah, então sua apresentação no teste era sobre ela. — ela concluiu e ele assentiu concordando — Mas se você tem uma avó, por que mentiu?
— Por que se eu não puder pagar o hospital e a cirurgia de transplante de pulmão que ela precisa, possivelmente eu irei perdê-la, para sempre. — disse com um tom de melancolia e se aproximou olhando a chuva que começava a cair pela janela.
— Eu sinto muito por isso. — ela disse enternecida com a situação e ele assentiu dando um sorriso rabiscado de canto — Eu posso entender como se sente. Eu e Ji Sung perdemos uma pessoa muito especial, ele foi como um pai para nós. — ela vendo que ele estava triste, quis levantar seu ânimo — Fique firme, não deve se abater com as circunstâncias, apenas acredite que tudo dará certo e ela ficará bem.
— Obrigada! — ele sorriu mais confiante com o apoio dela e então pouco depois a enfermeira e o médico retornaram.
— Senhorita Park, seus exames não deram nenhuma alteração e como já aparenta melhora, não vejo motivos para mantê-la aqui, só recomendo que não trabalhe mais até seu limite, pois não lhe fará bem. Agora, por favor assine aqui para confirmar que eu a liberei e já pode ir para casa. — assinou um papel na prancheta do médico e se atentou quando o doutor foi falar com . — É você quem quer saber sobre a senhora ?
— Sim, doutor, eu estou muito preocupada com ela, por favor me diga como ela está.
— Bem, ela ainda está respirando pelos aparelhos, não teve nenhuma alteração ou complicação no quadro de saúde dela e também não há sinais de infecções. Estamos esperançosos com duas possibilidades que surgiram para o transplante, inclusive já começamos a fazer os testes para saber se um dos dois será compatível com ela para realizar o procedimento.
— Ah, essas são boas notícias, me sinto mais aliviada, muito obrigada doutor.
— Não há de que. Eu preciso ir agora, com licença e tenham uma boa tarde. — e fizeram reverência ao doutor e a enfermeira, e foram embora assim que eles saíram do quarto.
avisou Ji Sung que já estava bem e que iria com para casa, deixando o irmão mais tranquilo. Ele por sua vez, querendo evitar que acontecesse o mesmo as garotas e sua equipe técnica, dispensou todos mais cedo e permitiu que fossem ao ensaio somente na parte da tarde do dia seguinte, aconselhando que descansassem bem. Em casa, preparou um chá para ela, que dormiu assim que o tomou e só acordou na manhã seguinte, se sentindo nova em folha.
Era domingo à noite e faltavam 9 dias para a estreia. preparava um lanche na cozinha quando seu telefone tocou. Vendo no visor que era atendeu imediatamente indo para o quarto sem ser visto pelos irmãos que jogavam dominó na sala.
— , que bom ouvir sua voz. — disse contente.
— É bom ouvir a sua também e eu tenho boas notícias. Sabe o cara que eu te falei, eu o mostrei só uma das pedras e ele disse que estava disposto a pagar pelas quatro 200 milhões em dólares americanos.
— Nossa, é muito dinheiro.
— É sim, eu pesquisei e dá mais ou menos 230 bilhões de wons. Nos fecharemos o negócio amanhã à noite e assim que eu estiver com o dinheiro nós pagamos o hospital, o transplante da avó e vamos embora para outro pais, certo?
— Sim, claro.
pela lógica concordou, mas não estava muito animado em deixar o pais, pois apesar de tudo, a avó no hospital, fugir da polícia e se vestir de mulher, não se comparavam em nada com o que aquela temporada com , o irmão e a companhia de teatro tinha lhe proporcionado, abrindo os seus olhos e seu coração para um mundo totalmente diferente e novo. Aquilo o deixou meio aéreo no ensaio na segunda-feira, e a indecisão se tornava ainda mais difícil quando olhava para com seu sorriso brilhante e seus olhos de diva. Mas uma notícia iria deixá-lo ainda mais desorientado. Na hora do intervalo, se sentou ao lado dele, ela estava radiante e entusiasmada com a proximidade da pré-estreia.
— Isto é tão empolgante, não acha? — ela perguntou observando a animação das meninas sentadas num canto do palco.
— Ah, é sim, estamos fazendo um bom trabalho. — ele disse, mas não conseguiu disfarçar a expressão de preocupação.
— Você ainda está preocupada com sua avó, não é?
— Um pouco, é uma situação delicada. — no fundo, além da avó, a questão dos diamantes também o preocupava, principalmente por não saber com que tipo de pessoa estava lidando, e temia por ele.
— Família, sempre nos dando dor de cabeça. — ela disse e olhou para o irmão que conversava entre sorrisos tímidos com Subin, apesar de Ji Sung ser bem discreto, ela já havia percebido os olhares entre eles.
— Mas também são aqueles que nos apoia e nos faz sentir parte de algo importante, como minha avó e seu irmão.
— Sabe, Ji Sung é do tipo romântico, ele sempre quis se casar, mas eu acabo tomando todo o tempo dele, fazendo com que ele anule sua própria vida para seguir as minhas vontades.
— Eu não acho que ele faça isso por obrigação, mas porque ama você que é a única família dele.
— Às vezes queria que ele me odiasse, assim me sentiria menos culpada por atrasar os planos dele, mas ele sempre parece estar contente e satisfeito. Eu pareço egoísta por querer ter sempre meu irmão ao meu lado?
— Eu acho que não, é muito bom termos quem amamos ao nosso lado todo tempo, acredito que todos querem isso.
— , a garota das boas palavras. Quer saber de uma coisa? Eu gosto muito de você. — ela sorriu.
— Ham, gosta de mim? — se arrepiou e seu coração acelerou.
— Ei, acho que você deveria ligar para o hospital, para ter mais notícias da sua avó, faça isso, ok? — ela se levantou e foi até o irmão para atentá-lo um pouco.
ficou olhando ela de longe com carinho, se sentindo aquecido por dentro, e aproveitando o tempo que ainda restava do intervalo, seguiu seu conselho e ligou para o hospital.
— Alô, eu queria saber sobre a paciente Soon-rye, por favor.
Não demorou muito até a atendente do outro lado lhe passar a informação de que: a avó havia conseguido um doador compatível e que a cirurgia para o transplante seria na quarta-feira. Ele mal pode acreditar e a questionou sobre as contas do hospital e os custos da cirurgia, como poderiam fazê-la sem o pagamento. O surpreendendo, a atendente lhe confirmou que já haviam feito os pagamentos das contas em atraso e de todo o procedimento a que sua avó seria submetida, da cirurgia a recuperação completa até que pudesse voltar para a casa em perfeito estado de saúde.
Ainda assim, a questionou como aquilo era possível, pois ele sabia que ainda não tinha o dinheiro dos diamantes, quem mais poderia ter pago aquela quantia tão generosa? A atendente lhe informou o nome da pessoa que fez os pagamentos por depósito, ao ouvi-la ficou mudo e não conseguiu nem mesmo agradecê-la. Ele realmente não esperava, não sabia nem que sentimento expressar e quando olhou para , ela sorriu para ele confirmando o que ele acabara de saber. Naquele instante ficou claro, se faltava algo para que ficasse definitivamente apaixonado por ela, aquela ação foi decisiva.
Pelo restante do dia, no teatro, ficou quieto pensando e repensando naquelas coisas, no que estava sentindo e no que iria fazer. Não estava tendo coragem de olhar para ela sem que um desejo enorme de abraçá-la e beijá-la se manifestasse, tentou evitar pois sabia das sérias consequências com as quais arcaria. Mais tarde na volta para casa, ficou remoendo no caminho que teria realmente que ir embora, mas não poderia fazê-lo antes da pré-estreia, sentia que precisaria dele e não conseguiria simplesmente fugir e deixá-los na mão. Já em casa.
— Nossa, estou morto, preciso de um banho relaxante. , escolha algo e peça para nós hoje. — Ji Sung pediu fazendo exercícios com o pescoço.
— Sim, deixa comigo.
— Obrigado, lá vou eu. — ele disse e correu para o quarto.
— Acho que devo fazer o mesmo, não peça nada apimentado desta vez, ok? — ela disse sorrindo e se virando.
— ? — ele chamou e ela se virou novamente.
— Hum, o que foi? — observando que ele estava estranho.
— Eu gostaria de dizer uma coisa, mas nem mesmo sei por onde começar.
— Experimente ir do começo. — disse com simplicidade.
— Eu soube do que você fez, pela minha avó e queria agradecer por isso e por todas as outras coisas que fez até agora. Eu nunca poderia imaginar que conheceria alguém como você algum dia. — ele foi se aproximando dela — E sobre o que você disse mais cedo, que gostava de mim, eu sinto o mesmo por você.
— Ah, que sentimental. Eu fico feliz por poder ajudar, afinal é pra isso que serve o dinheiro, não se preocupe.
— Não estou dizendo pelo dinheiro, eu realmente estou grato por conhecer você, por estar ao seu lado e me sinto muito bem quando estamos juntos. — naquele momento se esqueceu de que estava vestido de mulher e tentava demonstrar seus sentimentos.
— A minha presença é realmente significativa, costumo causar esse efeito nas pessoas ao meu redor. — ela nem mesmo reparou no que ele estava tentando dizer e nos sinais que dava.
— . — ele segurou firme e ao mesmo tempo com gentileza nos braços dela aproximando seus corpos e a olhou no fundo dos seus olhos que se arregalaram com a atitude dele — Definitivamente, não posso mais esconder meus sentimentos! — ele a beijou com toda intensidade de seu coração e ficou paralisada o olhando sem reação e então ele a soltou.
— . Por que fez isso? — ela estava assustada, aquilo não era uma cena da peça, sem deixá-lo dizer mais nada saiu correndo para seu quarto.
— . — ele chamou inutilmente sem entender por que da reação dela, e então ao se virar para um espelho perto da porta e ver seu reflexo levou a mão a cabeça — Ah, como eu sou burro, , ela acha que você é uma mulher. Aish, o que eu fui fazer. — suspirou — Ela tem lábios tão doces. Ah, estou perdido.
Se trancando no quarto, estava transtornada e pensou: “Não é possível, eu sou tão maravilhosa que até uma mulher se apaixonou por mim. Acho que estou ficando louca.” Ao concluir, ela não saiu mais do quarto pelo resto da noite, não poderia olhar para depois daquilo, pelo menos não naquele momento. Ji Sung de banho tomado apareceu na sala e vendo sentado catatônico no sofá estranhou.
— Ei, está tudo bem? Já pediu a comida?
— Ah, não? Me desculpe, eu me distraí e acabei me esquecendo.
— Tudo bem, não tem problema, eu posso fazer alguma coisa. — ele sorriu e foi para a cozinha, sentiu que o clima estava meio pesado e preferiu não incomodá-lo mais.
Mais tarde, aquela noite, Ji Sung já tinha se recolhido e estava sozinho na sala quando seu telefone tocou.
— , sou eu , você pode falar agora?
— Sim, estava mesmo esperando você ligar, tem novidades?
— Sim, nós conseguimos, eu já estou com o dinheiro, amanhã mesmo eu vou pagar o hospital e cuidar da situação da avó.
— , não precisa mais se preocupar com isso. Tudo já está resolvido e ela ficará bem. Mas me diga, tudo ocorreu bem na venda das pedras?
— Sim, sim. Foi uma transação séria, nós temos que nos encontrar agora, para acertar a nossa fuga. Podemos nos ver amanhã?
— , eu ainda não poderei ir, preciso fazer algo primeiro, então espere até semana que vem.
— Como assim, o que pode ser mais importante agora?
— Semana que vem é a pré-estreia da peça, e eu não posso decepcionar a .
— Quem é ?
— Uma mulher muito especial que eu nunca vou merecer. , apenas aguarde essa semana, depois da apresentação nós iremos embora, ok?
— Está bem, se é o que quer, eu posso esperar.
Na manhã seguinte, tentou agir com naturalidade ao ver na mesa do café, não diria que foi difícil, sendo ela a atriz que era, mas por dentro sentia algo diferente, como se aquele beijo tivesse algo mais escondido. E foi basicamente só se falando profissionalmente, que ela e se comportaram por toda a semana até a noite anterior a pré-estreia. Todos estavam bem nervosos, otimistas e empolgados com o que fariam no noite seguinte e só reforçava contagiando as meninas com sua confiança inabalável.
Naquele lugar não tinha espaço para negativismo, era estritamente proibido usar a palavra se. Fizeram uma pequena comemoração em agradecimento antes do grande dia para descontrair um pouco. Ji Sung queria todos relaxados sem o estresse de ensaios em cima da hora, pois ele tinha certeza que todos estavam prontos e fariam um bom trabalho.
O grande dia chegou e o auditório do teatro já ia ficando sem lugares vagos. Muitos ali eram críticos, jornalistas, colegas do meio artístico e até mesmo representantes de empresas de entretenimento que foram convidados entre outros apreciadores do teatro que garantiram seus ingressos anteriormente. Atrás das cortinas, eles faziam os últimos reparos com a equipe de iluminação e som, a equipe do cenário e as assistentes de palco.
queria dar uma espiada na plateia, a casa estava cheia como ela havia planejado, só uma coisa tirou seu sorriso, avistou Beom Joon-ho acompanhado de Gwon Yunah, provavelmente estavam ali pensando que iriam assistir o seu fracasso. Ela retornou para dentro se sentando em uma das caixas que estavam perto, respirando fundo com o rosto sério. Ji Sung passando ali dando orientações a Sodam, reparou no rosto abatido da irmã e dispensando Sodam se sentou ao lado dela.
— Será uma noite incrível, não acha? — disse esperando uma resposta ousada da irmã.
— Eu espero que sim. Joon-ho e Yunah estão aqui, eu os vi chegando.
— Isso é bom, assim eles podem ver com os próprios olhos o sucesso do nosso espetáculo.
— Ji Sung, eu tenho que admitir, neste momento eu consegui sentir medo, estou preocupada. — em tom de tristeza.
— O que, medo? Espere um pouco. — ele ergueu a cabeça olhando para os lados como se falasse a alguém — Alguém viu minha irmã, eu estou precisando dela aqui, tem uma garota dizendo que está com medo. Por favor, ela precisa vir rápido mostrar o quanto ela é maravilhosa.
— Ei, pare com isso, eu estou bem aqui. — disse voltando a si pegando no braço dele.
— Ah, me desculpe, achei que era outra pessoa. — se fez de desentendido.
— Isso nunca seria possível, só existe uma Park capaz de arrasar está noite.
— Agora sim estou ouvindo minha irmã falando, felicidade dura pouco. — brincou.
— Como se você não gostasse, ham? — ela fez cócegas nele, brincando.
— Ei, pare com isso, eu posso passar mal.
— Ji Sung, obrigada! Uma pessoa tão legal como eu, realmente merece um irmão dedicado como você.
— Hum, estou emocionado! — ele fingiu mostrar sentimentos — Antes que eu chore, podemos voltar ao trabalho e apresentar a peça?
— Que desagradável, só estava tentando ser amável. — fingiu estar chateada e ele caiu.
— Me desculpa, eu não queria dizer isso, sinto muito. — se sentindo culpado.
— Ji Sung? — ela o chamou e ele ao olhá-la recebeu um largo sorriso travesso — Te en-ga-nei!
— Aish. — vendo que caiu novamente no truque da irmã — Você não presta. — ele disse balançando a cabeça enquanto ela ria e então a assistentes Yumi se aproximou.
— Diretor Park, está tudo pronto, entraremos em 3 minutos.
— Ok, obrigado.
— Bem, está na hora. Vamos lá, temos um público para impressionar. — disse e dois fizeram o gesto de brinde — Tintin!
A espera finalmente tinha acabado, eles estavam posicionados e prontos. respirava fundo, tinha em mente que depois dali, poderia nunca mais ver e nenhuma aquelas pessoas tão incríveis que conheceu, decidiu aproveitar ao máximo cada segundo naquele palco. As cortinas se abriram e o silêncio respeitoso da plateia deu início a apresentação, elas estavam à vontade e se divertindo com o que estavam fazendo. As falas em cada uma das cenas era cuidadosamente expressada na intenção de envolver o público. Dá coxia, Ji Sung acompanhava atento e dava as coordenadas as equipes e a cada uma das garotas que entravam em cena, sempre com o roteiro na mão se certificando que estavam seguindo minuciosamente o script. Tudo estava correndo bem e a atenção do público estava mergulhada neles.
Em certo momento, na cena em que contava a secretaria, , sobre sua doença, uma das partes mais tristes da peça, ele se distraiu ao ver alguns policiais andando pelos corredores laterais do auditório, e com o susto travou em sua deixa. Ji Sung rapidamente junto com a assistente So-yeon, o chamaram pelo ponto lembrando sua fala, então ele voltou a si continuando a cena como se nada tivesse acontecido, a pausa não intencional foi imperceptível para o público e Ji Sung respirou aliviado com os outros lá atrás. Depois daquilo, dali até o fim da apresentação tudo ocorreu como programado, todos deram o seu melhor e foram impecáveis.
A platéia chorou, riu e sentiu cada emoção que aquelas belas atrizes e demonstraram intensamente, como algo que se podia tocar de tão real. E ao fechar das cortinas, declarando o fim do espetáculo, a multidão aplaudiu de pé, ovacionando aquela expressão humilde e ao mesmo tempo tão rica da verdadeira arte. As cortinas se abriram novamente e eles de mãos dadas se curvaram reverenciando seu público em agradecimento, os aplausos não paravam e houveram até mesmo aqueles que jogaram rosas no palco. Eles estavam muito felizes por aquele reconhecimento, principalmente que fez questão de olhar na direção de Beom Joon-ho e Yunah sorrindo incansavelmente com seu êxito.
Apesar das resenhas dos críticos e a opinião dos jornalistas só saírem no dia seguinte, ela e Ji Sung já podiam ver aquela vibração nos corações deles através de seus rostos totalmente deslumbrados e satisfeitos com o que acabaram de assistir, o que gerava nos irmãos a sensação do doce gosto da vitória. Após a apresentação, eles deram entrevistas, tiraram fotos e receberam cumprimentos e flores, aquele momento foi único para todos eles e cada um tinha seus sentimentos. Para foi como no começo de tudo quando tinha seus 12 anos, para Ji Sung a noite de sua estreia verdadeira como diretor e roteirista, para as garotas a maior e melhor oportunidade de suas carreiras e para , simplesmente a noite mais incrível de sua vida.
Quando finalmente todas aquelas pessoas foram embora, o teatro ficou vazio e mais silencioso, e só a Companhia Twister permaneceu, ainda ali no palco comemorando seu feito. Mas a noite não terminaria daquela forma, principalmente para . Eles estavam distraídos e não viram os policiais acompanhados do investigador Hwan até que chegassem perto do palco atraindo sua atenção.
— Com licença, desculpe atrapalhar a comemoração de vocês, mas estou aqui apenas para cumprir meu dever. — Hwan disse e eles se assustaram pensando qual seria o motivo.
— Oficial Hwan, nós acabamos de apresentar uma peça, houve algum problema envolvendo nosso público? — Ji Sung perguntou preocupado que tivesse dado algo errado.
— Não senhor, nós estamos aqui por causa de uma única pessoa, . — todos olharam para ele — Você quer se despedir?
— , o que eles querem com você? — perguntou sem entender nada e ele não conseguia falar nada devido a vergonha que estava sentindo deles.
— Se preferir, posso levar todos com você para a delegacia. — Hwan estava com raiva por ter sido enganado, então não tinha nenhum problema em o expor para todos.
— Não! — ele finalmente falou, com sua voz normal — Eles não tem nada a ver com isso, não sabem de nada — todos se espantaram ao ouvir aquela voz grossa e masculina.
— Do que vocês estão falando? — não querendo pensar no que já estava pensando.
— Você conta ou prefere que eu conte? — Hwan se aproveitando da situação.
— Contar o que? — Ji Sung questionou.
— Pessoal, Ji Sung, , eu... — ele olhou para o rosto de cada um, mas antes de ter coragem para falar Hwan foi mais rápido.
— O que ele está tentando dizer é que a pessoa que está diante de vocês na verdade é um homem, mais precisamente um bandido procurado pelo roubo dos Diamantes Nacionais que estavam em exposição no museu, um foragido da justiça.
— O que? — as garotas disseram juntas, chocadas ao ouvir as declarações de Hwan.
— , isso é verdade? — perguntou totalmente pasma e decepcionada, desejando que fosse uma brincadeira de mau gosto.
— Eu fiz isso apenas para tentar ajudar minha avó, por favor me perdoem. — ele disse com a voz embargada se curvando em reverência e então desceu ficando à frente de Hwan — Eu estou aqui, apenas me leve rapidamente e deixe-os aproveitar a noite.
— Não tenho nenhuma objeção. — ele tirou a peruca de provando o que havia dito, causando mais espanto nos demais — Algemem ele. — Hwan deu a ordem e um dos policiais veio colocando as algemas em , enquanto todos assistiam indignados com a revelação — Peço desculpas mais uma vez pelo inconveniente, por favor continuem o que estavam fazendo e tenham uma boa noite. — Hwan estava satisfeito, pois não ouviu nenhum comentário de deboche de , sem mais seguiram o levando para fora.
estava estarrecida e sem reação, a princípio ficou furiosa por ter sido enganada daquela forma e depois decepcionada, mas ao pensar nas palavras de desculpa dele se lembrou do dia em que estiveram no hospital e do teste, e por fim concluiu que sentimentos reais são quase impossíveis de serem encenados e naquela ocasião, ele estava falando a verdade com seu coração. Eles estiveram muito tempo juntos, e ela teve vários momentos para que pudesse distinguir quando era encenação e quando não era, como além das outras duas situações, no caso do beijo também. respirou fundo e saiu correndo com Ji Sung gritando por ela inutilmente. Foram apenas alguns segundos que levou para tomar aquela atitude e quando chegou até o lado de fora do prédio ainda estavam levando para o carro e ela gritou.
— Esperem! — eles pararam e ela vinha na direção de quando Hwan parou na frente tentando intimidá-la.
— Senhorita Park, eu acredito ter esclarecido tudo que precisavam saber, não há mais nada o que possa fazer aqui.
— Não me lembro de ter perguntado se há ou não algo que eu possa fazer, e como a enganada aqui fui eu, tenho todo direito de ter umas palavras com seu prisioneiro. Então por favor, saia da frente.
Ela olhava nos olhos de Hwan com altivez e totalmente destemida. Ele por sua vez, se sentindo intimidado com a força dela, preferiu não discutir e acatou se afastando para que ela passasse indo até seu alvo escoltado por dois guardas. Ela também lhes deu o mesmo olhar, e eles engoliram seco e se afastaram um pouco de .
— ... — antes que ele pudesse dizer algo ela lhe deu um tapa na cara que pelo barulho até Hwan e os guardas conseguiram assimilar a dor.
— Isso foi por ter me enganado, ao meu irmão e as garotas. — ao dizer, com a outra mão lhe deu um segundo tapa na outra face que os oficiais também puderam sentir — Isso foi por entrar na companhia fazendo todos acreditarem que era uma mulher e se aproveitar da nossa generosidade. — disse e pegou no colarinho da camisa dele o chegando para perto dela — E isso é por ter se arriscado quase revelando seu disfarce, só para me mostrar seus sentimentos. — ela sem nenhuma vergonha o puxou mais e o beijou, correspondeu calorosamente ao beijo e já nem sentia a dor que queimava dos dois tapas que ela lhe deu, no fundo foi merecido, mas o beijo foi compensador — Por favor, não demore muito para sair, está companhia precisa de todos os integrantes. Agora já podem levá-lo — ela dizia séria enquanto sorria se sentindo realizado sendo colocado dentro da viatura, então ela se virou para Hwan que estava morrendo de raiva — Se encostar um dedo nele, pode estar ciente que eu terei uma longa conversa com o Sargento de Polícia Maeng — então ela chegou mais perto e disse baixinho só para ele — que cá entre nós, para sua desgraça, é membro assíduo do meu fã clube, ok? Está avisado, bye bye! — enquanto ela se afastava, ele bufou contrariado e entrou na viatura indo embora. de costas sorriu e voltou para dentro do teatro.
Na cadeia, encontrou e a explicação de como a polícia o tinham descoberto. Simplesmente, no grupo de seguranças do tal homem com quem fez o negócio, havia um agente federal infiltrado que o entregou junto com os outros. segurou o quanto pode para lhe dar o tempo que pediu, mas já sem escolha ao ser bastante pressionado, teve que entregar sua localização a polícia, e assim chegaram até ele, aguardando o momento certo para agir, após a apresentação da peça enquanto estava distraído e despreocupado.
Se passaram dois meses desde a estreia da peça e a prisão de . Os críticos, mesmo depois de todo aquele tempo, não paravam de semear elogios a interpretação daquelas atrizes fantásticas, a aquela história magnificamente bem contada, ao roteiro escrito com uma riqueza de detalhes e a todo o trabalho muito bem executado sobre aquela obra em si. A casa ficava cheia em todas as apresentações. Com a ausência de , precisaram substituí-lo temporariamente e colocaram Hyemi em seu lugar. Ela deixou de ser secretária para seguir seu sonho de ser atriz, depois que a diretoria mandou Beom Joon-ho embora.
Constataram a sua incompetência em ter dispensado , quando a assistiram e comprovaram seu sucesso com a peça. E não foi muito diferente com Yunah, ela começou a dar chiliques se tornando uma pessoa insuportável para se trabalhar e a imprensa acabou descobrindo e divulgando que ela estava grávida de Joon-ho. Sendo assim não demoraram a substituí-la. O julgamento de e também não demorou a acontecer. Contra , só tinham a acusação de participação como cúmplice no roubo dos diamantes e ele pegou uma pena leve, apenas 2 anos de reclusão. Já , além da acusação pelo roubo dos diamantes, teve também outra acusação por furto a uma joalheria onde as câmeras o identificaram.
Contudo, levaram em consideração o fato de que a maioria dos diamantes tinham sido devolvidos, 20 dos 21 mais precisamente, e também a situação que o levou a praticar tais crimes, o estado de saúde delicado de sua avó, Soon-rye que pode estar presente no tribunal já recuperada. O advogado que contratou para defendê-los, aproveitando que Soon-rye estava lá, foi bem convincente ao mencionar em sua defesa, a probabilidade que aquela senhora tinha de ainda estar internada ou até mesmo morta, se não tivesse se arriscado tomando aquela atitude desesperada, agindo motivado apenas pelo amor que sentia pela avó, lutando para que ela vivesse.
Com esses argumentos, o júri e o Juiz presente, não tiveram como não considerar dando também a uma pena leve de 3 anos de reclusão, com possibilidade de recorrerem da sentença para diminuição da pena, visto que era réu primário, tinha endereço fixo e também um emprego, ator permanente da Companhia de Teatro Twister. É necessário ressaltar, que a sua prisão não foi relacionada em momento algum com o teatro e não houve nenhum escândalo que pudesse prejudicá-los ou as apresentações.
Após um ano, foi pedido um novo julgamento para e por bom comportamento reduziram um ano de sua pena e poderia sair depois de mais 6 meses de reclusão, cumprindo mais 6 em serviços comunitários. A vida do lado de fora continuava sem pausas para um intervalo. As garotas da companhia já eram reconhecidas pelas grandes marcas e além do teatro faziam outros trabalhos de repercussão internacional. Ji Sung escreveu outros roteiros de sucesso inclusive para o cinema, finalmente se declarou para Subin e estão namorando com a constante vigilância da irmã, é claro. E era cada vez mais solicitada para participar de filmes, K-dramas, comerciais e entrevistas para alguns programas de televisão. Em um desses programas que foi, gostou muito de uma das perguntas da entrevistadora.
— , nós andamos contabilizando e em quase 20 anos de carreira, você fez 12 filmes, 8 peças de teatro, 7 K-dramas e 2 J-dramas, gravou mais de 50 comerciais e propagandas para tv e ainda foi apresentadora de um programa de entrevistas. Recentemente foi adicionado a este longo currículo a função de diretora de peças teatrais. Olhando todo esse histórico de carreira, você pensa em deixar de atuar como atriz algum dia, e talvez se dedicar a alguma outra especialidade, como a direção por exemplo?
— É um pouco difícil responder a essa pergunta, mas vamos lá. — ela suspirou e nem pensou, já tinha o texto na ponta da língua — Praticamente toda minha vida eu sonhei em ser uma atriz famosa, e hoje eu mal posso acreditar que além de concretizar meu sonho, eu posso me sentir realmente feliz e realizada também em estar fora do palco ou atrás das câmeras dirigindo e não somente atuando. Eu nunca deixarei de ser uma atriz, isso faz parte de mim, do que eu sou, e como descobri que posso ser ainda melhor trabalhando também como diretora, mesmo que eu não esteja sendo filmada e meu nome só apareça no fim do letreiro, estou certa de que continuarei sendo maravilhosa. E tudo isso por que eu aprendi, acreditei e coloquei em prática um antigo lema do meu falecido mentor, Dong Young-su, que diz: “A arte não é o que você pode fazer, mas sim o que você é.” — ela sorriu ao final sendo muito aplaudida pela plateia e também pela apresentadora.
assistindo a entrevista pela televisão, ficou emocionado e empolgado com as palavras dela e se virando para o guarda, gritou no meio do refeitório da penitenciária:
— Senhor, quanto tempo falta para eu sair daqui? — e se voltando para a televisão concluiu sorrindo — Eu pretendo me casar e ter filhos com está mulher!