Última atualização: 30/09/2017
Capítulo Único
Na vida poucas coisas são realmente fáceis, por exemplo, você pode nascer rico, então você acorda em uma casa maravilhosa, com pessoas prontas para lhe ajudarem, com um café digno de novela depois você vai tomar um banho e vestir belíssimas roupas e ter vários carros na sua garagem prontos para lhe levarem aos seus compromissos – Porque rico não trabalha, rico tem compromissos – porém você que está lendo pode ser como eu e a maioria da população, que acorda já atrasado para ir trabalhar, tem um café da manhã que realmente é só um café com pão – e isso nem é por falta de grana é só para não se atrasar mais ainda – pegar seu carro/moto que comprou com parcelas além da vista ou apenas seu ônibus mesmo e posso lhe dizer que em ambas as situações felicidade ou tristeza não são garantidas. Ok, você deve estar me perguntando o que isso ter a ver com facilidade, certo? Espero que sim, vamos lá.
Hoje quero contar uma história para vocês, que pode ser a realidade de muitas pessoas... Ah, só para avisar que em breve vocês vão me conhecer melhor, prometo; Agora vamos ao que importa ao longo da minha jornada eu encontrei muitas pessoas diferentes muitas Ana’s, Joãos, Pedros, Jorges, Josés, Karlas, Larrissas, Marias e as que mais me fascinaram, as Carolinas. Na verdade toda mulher tem uma Carolina dentro de si e toda mulher é uma Carolina, tudo isso porque uma em especial me fascinou e me fez entender que todas independente do nome, característica, personalidade, tinham algo em comum, todas me fascinavam, todas eram Carolinas.
O verdadeiro nome da nossa Carolina é ela tinha 24 nessa época e tinha um sorriso digno dos Deuses – não que isso influencie em nada – bom, a nossa tinha saído de casa aos 20 anos quando decidiu fazer faculdade, precisou crescer muito rápido porque para quem sempre viveu com os pais em uma cidade no interior ir para cidade grande era um choque de realidade, a nossa garota começou a trabalhar desde que se mudou, ela demorou a arranjar alguma coisa, mas felizmente conseguiu um trabalho de secretária em uma empresa até que legal porém eram dois ônibus de casa, mas pelo menos ficava perto da faculdade.
tinha ficado em dúvida em que curso escolher, mas ela se viu apaixonada pela área de serviços sociais, ela amaria ajudar quem precisasse. A escolha da faculdade pouco importou para os pais da garota – eles já carregavam consigo a imensa felicidade da filha ser a primeira da família que iria cursar o ensino superior – porém o que era motivo de imensa felicidade para os pais da garota era motivo de belas risadas e “chacotas” de pessoas da faculdade ou colegas de trabalho, os famosos riquinhos da faculdade diziam que ela no máximo entregaria algumas cestas básicas por ai, ou seria uma eterna secretária e seus colegas de trabalho, que estudavam administração, engenharia, advocacia apenas riam da escolha de curso da garota e lhe davam um olhar de superioridade, mas aquilo pouco afetava .
Ela era dona de um coração puro, mas infelizmente não mais ingênuo, nossa Carolina, ou melhor, já tinha tido alguns “namoradinhos”, que ela conhecia num barzinho sexta à noite ou na própria empresa, eles só a machucavam. Eu não entendia como eles podiam simplesmente dispensar um mulherão daqueles, ela era inteligente, amava conversar e tinha um sorriso, que era um senhor sorriso e o corpo dela que para muitos podiam passar como imperfeito, para mim era um complemento daquela mulher maravilhosa. Mas eles “Não queriam nada fixo naquele momento” tadinha de , mais uma vez tinha sido iludida e ficaria a noite pensando em um futuro relacionamento que nunca viria.
A facilidade da vida nunca tinha chegado até a pobre garota que não poderia renascer rica – e nem queria se tivesse que mudar de pai e mãe – e a vida se complicava a cada vez mais, mas a garota era feliz, com todos seus problemas ela ainda podia deitar a cabeça no travesseiro e agradecer seu dia.
Um tempo passou e a mesma rotina acompanhou a garota, a sua vida era acordar e pegar os dois ônibus que precisava, depois trabalhar até às seis da noite e correr até a faculdade no qual ficava até as onze e por fim pegava suas conduções de volta. Era exaustivo, mas a garota repetia para si mesma que era só durante um tempo. Porém, dias depois, foi surpreendida com um telefonema de sua mãe avisando que o pai da garota estava doente e ficaria impedido um tempo de enviar o dinheiro que ajudava a filha, a garota ficou preocupada com o pai, mas a mãe garantiu que estava tudo bem.
Fico feliz em contar que ficou bem e foi até promovida depois disso e ela começou a mandar dinheiro para casa dos pais para ajudá-los, tudo parecia lindo, inclusive um novo estagiário tinha sido contratado e trabalhava no mesmo departamento da garota, eles trocavam alguns olhares, mas não passou disso a garota então pensou que era mais um dos seus típicos “Não quero nada sério” já havia desistido de relacionamentos com esse seu dedo podre.
- , o senhor Jonas precisa da papelada do consórcio da empresa de advocacia – pediu encostando-se na mesa da secretária do seu chefe. nem imaginava, mas ele não era qualquer um, ele tinha origem humilde e batalhava para um lugar ao sol, porém diferente de todos os outros, ele achava que um relacionamento não atrapalharia isso, na verdade, se tratando da pessoa certa ela poderia até ajudar e ele havia reparado muito em nos últimos dias, mas preferiu manter a distância de sempre.
- Claro, senhor – disse abaixando a cabeça e procurando os papéis em sua mesa, mas na verdade, ela queria admirar o homem ali a sua frente e como ele poderia ser maravilhoso beijando.
- Isso está muito errado – A garota olhou apavorada para o homem como se ele tivesse algum poder de ler pensamentos e estivesse julgando-a – Só , por favor, nós devemos ter a mesma idade e eu sou apenas um estagiário.
riu e abaixou à cabeça reunindo todos os documentos em sua mão, ela soltou um leve suspiro de tranquilidade que não foi percebido pelo homem a sua frente, ele admirava o belo rosto da mulher emoldurados em uma maquiagem leve e um óculos que dava mais ênfase aos belos olhos dela. não queria se envolver, pois eles nem haviam trocado palavras até aquele momento, então provavelmente todo aquele calor que emanava em seus poros devia ser pura tensão sexual, ou talvez fosse destino, só talvez.
- Mesmo sendo só um estagiário você ainda é meu superior e senhor é uma forma de respeito à pessoa que lhe é dita e não um sinônimo de velhice, Senhor – então aquele sorriso apareceu novamente, o homem ficou desnorteado e quase derrubou todos os papéis que acabara de pegar com aquela mulher, mas se concentrou em um último resquício de lucidez que ainda tinha para responder a mulher.
- Vamos combinar então aqui dentro é Senhor e Senhorita , porém lá fora somos e , ok? – ele disse esticando a mão para fechar um acordo com a mulher sentada do outro lado da mesa que lhe olhava com uma careta estranha e engraçada.
- Lá fora, Senhor ? – a mulher apertou a mão do rapaz, e este segurou a mão dela e se aproximou um pouco do rosto da mulher, como se fosse lhe contar um segredo ou dar um beijo nela.
- Quem sabe, Senhorita – o cheiro inebriante um do outro entrou pelos pulmões deixando aquele momento tenso para quase um descobrimento, eles soltaram as mãos e o rapaz saiu andando, nem tanto por que precisava respirar e pensar de novo, mas porque seu chefe já havia pedido os papéis a algum tempo, então naquele momento talvez tivesse direito a um pouco de felicidade, mas só talvez mesmo.
Ele tinha ficado órfão em sua adolescência e foi acolhido por seus tios, eles eram um casal legal, porém com filhos demais, fora eles já tinham seis e ele tinha sido o sétimo, ele tentou ficar lá por seis meses, mas mesmo com a pouca idade que tinha já entendia que não tinha como ficar ali, deixou um bilhete para os tios agradecendo só que avisando que ele tentaria outra vida e não desejava atrapalhar seus tios e foi assim com doze anos de idade que ele saiu de casa. O garoto vagou por ruas, quase foi pego pela assistência social umas duas vezes, passou fome, frio e inúmeras vezes terminara suas noites chorando em um beco qualquer, mas ele precisava conseguir, ele precisava mostrar que mesmo sem seus pais ele poderia ser alguém, ele poderia dar orgulho a alguém, o problema que ele não pensava era dar orgulho a quem?
A vida começou a mudar quase dois anos depois, quando o garoto foi acolhido por um senhor que tinha uma loja de tecidos e precisava de alguém para trabalhar, ele ofereceu comida e abrigo ao menino e mais uma pequena quantia de dinheiro mensal e aquilo por menor que fosse era uma grande evolução; Durante um ano o menino ficou ali e aprendeu tudo sobre tecidos e alfaiate, no inicio ficou com medo do Senhor se tratar de algum pedófilo, ou sei lá uma pessoa tão ruim quanto, mas se surpreendeu quando encontrou no homem a figura paterna que ele tanto buscava desde a morte dos pais.
trabalhou ali até fazer 18 anos quando o Senhor que lhe acolheu enfartou, deixando o pobre garoto a deriva novamente, a diferença que agora era um homem formado e tinha conseguido juntar um bom dinheiro durante aqueles quatro anos, ele organizou o velório e no enterro a ex mulher deu as caras pegando todos os poucos bens que o ex marido tinha, mas já esperava por isso. partiu para outro estado onde procuraria outro trabalho e iniciaria a faculdade de Administração, ele conseguiria vencer na vida, não necessariamente ficar rico ou ter toda atenção do mundo e sim um porto seguro para chamar de seu, talvez alguém ou uma família inteira.
chegou e alugou logo um lugar para si, era insalubre, tinha muitos bichos e cheirava a mofo e poeira, mas era o que dinheiro dava para pagar, ele demorou uns dois meses, mas conseguiu um trabalho como garçom em um bar perto do seu apartamento, tinha um salário razoável e já estava bom demais. Ele decidiu economizar dinheiro nos próximos três anos e assim fazer faculdade tranquilamente, e assim fez.
Ele trocou de trabalho algumas vezes, mas continuava como garçom agora em um local um pouco melhor e mais apresentável. No fim como havia começado há ganhar um pouco mais, decidiu mudar para um apartamento um pouco melhor já que o antigo começava a afetar sua saúde, nada demais apenas um pouco mais limpo. As coisas estavam se encaixando e eu tentava ao máximo ajudar com o que ele precisasse, por mais que eu não deva intervir tanto assim, ele merecia.
Aos 21 anos, finalmente se matriculou na faculdade de Administração, ela já tinha dinheiro suficiente para a mensalidade não pesar e se alguma emergência acontecesse. Ele ainda lutou muito para uma bolsa de 30% que o aliviou mais ainda, foi uma grande coincidência conhecer a moça que ofertava as bolsas e ela por já conhecer um pouco de sua história lhe ofertou a maior bolsa possível, que coincidência maravilhosa, foi o pensamento de depois daquele dia. Os riquinhos da faculdade pouco lhe incomodavam, sabia que dinheiro não era sinônimo de caráter, mas também sabia que pelo bem da sua bolsa ele deveria ficar na sua e foi isso que fez durante os três anos de curso que percorreu, fez poucas amizades, mas umas bem valiosas, tentou alguns relacionamentos que não deram muito certo e acabou seguindo a vida assim, entre trabalho, faculdade e um pouco de vida social.
Quando no sexto período da faculdade eles foram instruídos a procurar um estágio e como diferente dos outros alunos de sua turma, ele não havia gastado seu tempo extra em bebidas e afins, ele tinha feito várias atividades extracurriculares e seu currículo já era bem avaliado por professores e por atuantes na área, então ele foi encaminhado para um dos grandes escritórios de serviços do seu país, eles trabalhavam com tudo, mas o sonho de qualquer administrador era virar CEO de uma empresa como aquela; conseguiu ser estagiário de um dos diretores da companhia o que fazia tudo ser maravilhoso, ele chegou e foi designado a coadministração do departamento que o diretor tomava conta, basicamente avaliava documentos e linhas de produção; Não preciso nem dizer que a inveja tomou conta de alguns colegas de classe de , mas felizmente eles não podiam fazer nada.
Assim que chegou, conheceu a secretária do seu chefe que auxiliaria no seu trabalho, mas nos primeiros dias ela estaria ocupada com alguns problemas do chefe por isso não auxiliaria no começo. Durante esses dias, se encaixou – ou tentou – naquele ambiente de trabalho, mas tinha a sensação que era cobra matando cobra, mas preferiu ignorar.
Vou dizer que durante todo esse tempo, desde que era um simples órfão eu o acompanhava e cuidava dele o máximo possível, mas às vezes simplesmente não podemos interceder, mas ele e precisavam de uma chance, foi assim que um sussurro para o chefe de fez com que ele o mandasse ir buscar alguns papéis com e finalmente se encontrassem e o resto desse pedaço da história vocês já conhecem.
Voltando a nossa Carolina, quer dizer me desculpe à confusão, ela ficou pensando na conversa com o estagiário charmoso e como ele era cheio de si, mas ela também era, pelo menos às vezes. Ela sabia que era bonita, mas não tinha o corpo de capa de revistas – que nem as próprias modelos tinham – mas alguns momentos de sua vida eram carregados de insegurança, seja quando ela se via desesperada para entrar em uma das suas saias ou quando tinha que se virar para pagar a energia e mandar dinheiro para os pais, insegurança não era uma opção de vida, era um estado que podia vir ou não.
Tenho que dizer que intervir novamente alguns dias depois, porque ambos só trocavam diálogos mínimos e sorrisos bobos para todos os lados, e eu sinceramente não era obrigado a ver isso sem interferir. Administrei tudo certinho, fiz deixar sobrar um dinheiro extra e sua amiga lhe chamar para sair um pouco, vi a mulher concordar dizendo que precisava se distrair um pouco e que tinha sobrado algum dinheiro, mais um empurrãozinho só que ela precisava, foi quando sua amiga sugeriu elas irem ao bar que ficava perto das redondezas e ele tinha um preço legal, concordou de prontidão e assim foram.
Quando as mulheres chegaram chamaram atenção de muitos que ali estavam, elas estavam bem vestidas e a maquiagem leve, porém seus corpos e brilhos chamavam atenção. Sentaram em uma mesa e começaram a rir quando o garçom veio lhes atender, ele chamou atenção com um pigarro e elas se viraram encontrando um homem com um sorriso lindo, que ainda não tinha visto, os olhares de ambos se encontraram e o brilho nos olhos da garota eram nítidos e os do rapaz também, eu fiquei observando a cena de longe era agora ou nunca.
- Boa noite, senhoritas, desejam alguma coisa? – perguntou com um sorriso contido, só a presença de já lhe trazia uma paz interior incrível (e eles quase não conversavam), mas preferiu se conter, às vezes a garota não queria ser vista como “amiga do garçom”; por outro lado, achou estranho o colega estagiário não lembrar dela ou talvez ele nunca tivesse realmente reparado nela deixando-a como mais uma na multidão.
- Duas cervejas, por favor, quer mais alguma coisa, amiga? – amiga de disse perguntando a ela, só que ela apenas continuou olhando para o garçom e quando viu que aquilo não ia dar em nada, apenas abaixou a cabeça e negou, sorriu para a amiga da mulher e saiu indo pegar o pedido, desnorteado e confuso será que tinha se enganado tanto em relação a ela? O engraçado que ela se perguntava a mesma coisa sentada naquela mesa, nem toda ajuda do mundo seria suficiente para aqueles dois.
sentiu na mesma hora que a amiga tinha ficado estranha por causa do garçom e sentiu vontade de perguntar alguma coisa, mas foi mais rápida pedindo licença dizendo que ia ao banheiro o semblante da mulher não era o melhor, mas deixou a ir e conversariam quando ela voltasse.
já estava pegando as cervejas quando viu passar para o banheiro, mas nem ligou apenas foi até sua mesa e serviu o pedido a amiga que apenas sorriu e agradeceu; Ao longo daquela noite que deveria ser perfeita apenas os dois se ignoraram e fingiram que um não conhecia o outro, mágoas de corações partidos que imploravam para ficar juntos.
Passado aquela noite, o final de semana foi relativamente tranquilo para ambos, o problema vinha na segunda feira, quando ela chegou a sua mesa já foi arrumando suas coisas e levando o café e os papéis da primeira reunião para seu chefe, ela mantinha o mesmo sorriso de sempre e o olhar também, após tantas quebras talvez ela tivesse aprendido a se remendar sozinha.
Algumas horas depois, apareceu na sala da garota e na mesma hora que ele passou pela porta o sorriso se desfez, um ato involuntário dela que não passou nada despercebido para ele, ele deu um bom dia que foi respondido por pura educação, ela deu os papéis que ele pediu, começou a conferir a papelada e ela foi chamada pelo seu chefe e quando estava saindo da sala, sentiu o olhar do homem pesar em suas costas, mas talvez fosse só impressão.
Impressão para ela, uma certeza para . Ele precisava conversar com ela e entender o que aconteceu naquele dia no bar, mesmo que ela dissesse que não falou com ele porque ele era pobre, precisava de uma resposta, ouviu o barulho dos saltos ficarem cada vez mais perto e sentiu que aquela conversa precisava ser agora, ele fingiu conferir o resto dos papéis até ela se sentar em sua cadeira, dando uma ótima visão do decote dela, foco, foco, vamos lá, pelo menos aqui ninguém tem para onde correr.
- Então, , como foi sua sexta? – ele jogou verde tentando pegar algo no ar.
- Mais ou menos, descobri que sou apenas mais uma na multidão – o sorriso antes falso virou um sorriso menor e triste, não entendeu aquilo.
- Eu também acabei descobrindo a mesma coisa – Mas que merda, , você nem sabe o que ela quis dizer com isso.
- Aliás, adorei seu uniforme, você fica muito melhor despojado do que preso a esses ternos, mesmo que não tenha me visto lá – A mulher disse olhando em seus olhos e travando uma batalha mental consigo mesma, entre manter o olhar e se envergonhar pelo comentário bobo, mas felizmente a luta foi definida por que sorriu envergonhado e passou a mão nos cabelos quebrando o contato visual.
Foram segundos provavelmente, mas a mente da mulher se distanciou por horas, uma parte de sua mente focava no belo cabelo castanho do homem a sua frente ou em seu corpo que não o típico “sarado”, mas não deixava em nada a desejar ou seu belo sorriso tímido que não mostrava os dentes, porém destacava as madeixas de seu rosto. Em contrapartida a outra parte da mente a forçava observar a construção a sua volta, os móveis em tons cinza e branco que estavam distribuídos na sala, ou os quadros que sobrepunham perfeito a imensa parede de vidro que havia naquela sala, não pela secretária e sim por aquela ser a sala de espera dos que desejassem falar com o seu chefe e antes que sua mente ficasse mais desfocada do que já estava, chamou a atenção da mulher quando começou a falar.
- Pensei que você não quisesse ter falado com um singelo garçom, poderia estragar a visão da sua amiga de seus colegas de trabalho - também teve que ser rápido ao responder, porém foi cauteloso, ele já havia percebido que aquilo tudo foi um grande mal entendido.
abriu a boca algumas vezes antes de realmente responder alguma coisa, ele tinha essa impressão da garota ou talvez tivesse sido coisa de momento...
- Bom, Senhor , parece que ambos passamos um terrível engano, mas talvez possamos nos redimir no futuro – a sua insegurança gritava dentro de si tirando os cabelos e mandava a garota parar de ser atirada, mas estava feliz por ser apenas um engano tudo aquilo, então apenas balançou a cabeça sorrindo e concordando.
- Talvez em um futuro não tão distante – ele disse deixando seu número anotado em um papel, papel este que estava guardado há dias na carteira do rapaz esperando ser entregue a moça, ela apenas sorriu confusa – Caso queira conversar ou antecipar esse futuro basta mandar uma mensagem, Senhorita .
riu com a insinuação do garoto vendo sair porta a fora. Naquele momento, ela sabia que sentia algo por ele, pois até os móveis em tons em cinza pareciam sorrir para ela, mas seria ele a sua “pessoa”?
estava aliviado e se sentia estranho, como poderia uma mulher a qual teve pouco contato mexer tanto com ele? Ele apenas respirou fundo e entrou na sala do chefe, os móveis em tons branco e preto dominavam o local, a maior fonte de cor daquela sala eram dos poucos quadros que ali estavam, confessava que pouco sabia de arte, mas tinha certeza que qualquer uma daquelas peças valeria muito mais que um mês do seu salário, o chefe estava sentado em sua cadeira executiva atendendo algumas ligações o que faria esperar por alguns momentos, apenas se sentou na cadeira em frente ao chefe e colocou os papéis a mesa revisando o que precisava, mas ela lhe acompanhava em seus mínimos pensamentos e por um breve momento ele sorriu de leve lembrando da conversa que tiveram na sala.
- Eu sinceramente não aguento mais trabalhos, artigos e leituras – lamentava-se com que só ria da garota – Você também trabalha e estuda como consegue rir ainda?
- Porque você não está reclamando dos trabalhos, nem das leituras, nem de estar devendo artigos, está reclamando porque não pode sair com ele antes de sábado – disse a olhando com uma pose de “Estou totalmente certa” e a mulher apenas revirou os olhos saindo dos corredores da faculdade e indo para parada de ônibus.
- Talvez, mas eu e ele quase não conversamos mais desde aquele dia – A mulher disse olhando para a rua esperando que ou o ônibus dela ou da amiga aparecessem para que aquela conversa não durasse.
- , faça-me o favor! Vocês conversam pelo telefone todo dia e ele não pode ir sempre a sua sala, para de ser dramática.
- Mas já faz uma semana e só vou poder sair com ele no sábado como você mesma disse.
O ônibus da amiga estava chegando e ela já saiu apresada gritando.
- ELE GOSTA DE VOCÊ, PARA DE FAZER DRAMA E SE FOR VÊ-LO ANTES, COLOCA UMA CALCINHA BEM BONITA – a mulher corou na mesma hora olhando para amiga ainda não acreditando que ela tinha dito isso ali no meio de todo mundo, que menina louca.
ficou com vergonha, mas pensou nas palavras decentes da amiga, ele gostava dela, afinal, ele sempre tentava falar com ela sempre que podia e ficavam no telefone até tarde mesmo ambos estando exaustos; Ele já havia cantado para ela e dormindo uma vez no meio da ligação de tão cansado que estava até mesmo no trabalho – no qual ambos preferiam ser discretos – ele dava um jeito de vir falar com ela sobre qualquer coisa, as iniciativas também partiam dela, eram mensagens de bom dia ou “como foi sua faculdade?”, ela já se preocupava muito com ele, porém aquilo para ela não era só por gostar dele e sim porque assim como ela, era sozinho, ela ainda não sabia muito da vida do rapaz, mas sabia que ele merecia muito amor.
A semana passou mais rápido do que imaginará, pois o trabalho e a faculdade haviam sugado sua semana, quando vira já era sábado de manhã e ela finalizava o seu trabalho, arquivo, documentos e organizando algumas pastas. Estava arrumando tudo quando seu chefe entrou no local junto com , pensou em levantar para ouvir o Senhor Jonas, mas viu que ele ainda conversava com o rapaz então seguiu fazendo seu trabalho, eles terminaram de rever uns últimos papéis e finalmente Senhor Jonas virou-se para a mulher.
- desculpa te atrapalhar, esses papéis já estão todos arrumados só precisam ser arquivados - o chefe disse entregando a pasta nas mãos da garota e ela pode observar lhe olhando por trás do chefe – Eu desmarquei todas as reuniões de segunda, minha filha vai se apresentar na segunda e preferi pegar o dia livre então você ficará só com o trabalho do Senhor cuide bem dele – o chefe disse isso rindo com as mãos no ombro de , ele falou aquilo no sentido de futuramente ser um dos grandes naquela empresa e irá ter que se acostumar com secretárias, mas para os outros dois naquela sala aquilo soou como um convite secreto.
- Irei cuidar sim, senhor, não se preocupe, eu recebi os e-mails confirmando a remarcação das reuniões e já estão todas agendadas, também encomendei rosas para sua mulher e lírios para sua filha, estarão na sua casa depois da apresentação - a mulher disse olhando a agenda na sua frente para ver se não se esquecia de nada, olhou a folha e viu que não restava nada – Bom é isso, senhor, tenha um bom final de semana.
- Viu, ? Por isso que eu não vivo sem a – ele disse rindo – Bom final de semana para vocês, senhores – ele deu um aperto de mão em e ofereceu outro a ela – Aproveitem a vida, não é só trabalho.
Ao dizer isso ele já estava saindo da sala e se entreolharam e começaram a rir, era como se o Sr. Jones soubesse de algo.
- Te vejo às oito? – perguntou analisando os lábios da garota que brilhavam em um tom leve de rosa.
- Nos vemos às oito então – falou com uma tranquilidade imensa, mal sabia ele que ela estava gritando por dentro.
Os dois trocaram um último olhar e antes de qualquer coisa, outro estagiário entrou perguntando algumas coisas e mesmo contra sua vontade teve que sair da sala.
A tarde passou tranquilamente, ele combinou com seu chefe no bar que o ajudaria com estoque na parte da tarde e assim ele conseguiria a noite de folga. O chefe do era bem legal então ele tinha explicado que precisava de uma noite livre e o chefe de prontidão liberou ele com argumento que nunca se divertia e apesar de ser sábado, eles hoje iriam estar fechados para um evento exclusivo, agradeceu e as seis já estava em casa, ele tomou um banho e colocou uma calça jeans e uma blusa branca, nada de extravagante, afinal, eles iriam andar e passear um pouco e parariam para comer alguma coisa. Ele queria que a noite fosse perfeita para os dois e ambos concordaram que uma noite perfeita não seria com a bunda sentada em uma cadeira à noite inteira.
havia chegado em casa por volta das três da tarde e já havia almoçado, preferiu almoçar na rua mesmo quando chegou tomou um bom banho, se arrumou, se maquiou e as sete estava pronta, ela optou por um vestido leve, uma maquiagem mais escura nada tão demais, o que era um pouco mais extravagante era o conjunto de lingerie em tom vermelho vivo. Ela pegou um ônibus para o centro aonde se encontrariam. Eles conversaram em ir para um restaurante, mas preferiram ir para um parque jogar conversa fora e se conhecer um pouco mais.
chegou primeiro por sua casa ser mais perto, mas não demorou sentou ao seu lado no banco ele riu e a abraçou.
- Então estamos em um parque de diversão, que belo primeiro encontro – disse, porque, sinceramente, na parte dele aquilo era novidade, mas não deixava de ser interessante.
- Bom, é melhor do que ficar sentada a noite inteira olhando um para cara do outro, alternando entre comer e aquele silêncio constrangedor. Aqui pelo menos podemos nos divertir um pouco – ela disse puxando o garoto para ir ao carrinho bate bate.
- Ok, vamos lá – disse pegando as mãos da garota e entrelaçando, vamos investir um pouco, né? E para surpresa ela apertou um pouco a mão na dele demonstrando que gostou, sentiu um choque percorrer o corpo todo como a muito tempo não acontecia, ele se sentiu em paz o que na vida era a primeira vez. Era pra ser como era pra ser.
Eles conversaram e foram em quase todos os brinquedos. Às vezes o assunto era monótono como músicas, filmes e séries favoritos, outras contavam histórias da sua vida. Estavam na roda gigante quando contou sua história, chorou ouvindo, não por pena, mas por não conseguir se imaginar perdendo seus pais, abraçou contando o quanto amava seus pais e imaginava a dor que ele sentiu na época, ele também contou que teve alguns outros motivos que fizeram ele sair da casa dos tios, porém aquilo era muito doloroso para ser contado. tentou animá-lo com êxito contando histórias de quando conheceu sua amiga da faculdade e elas saiam e terminava bêbada, chorando e adorava ver a amiga entre a felicidade máxima e a tristeza da bebida, ou quando roubava doces do pote da avó e deixava a culpa cair em um outro primo e ela saia com doce e inocente.
riu e começou a contar histórias engraçadas suas e quando viram estavam sentados em uma área gramada, um pouco longe dos brinquedos, comendo uma pizza. Começaram a se olhar demais, alternando entre os olhos e os lábios até que finalmente se beijaram e para ambos foi como se tivessem voltado à adolescência, com aquelas borboletas no estômago, com os sorrisos entre os beijos, aquele arrepio na nuca, mas tinha seu lado adulto já como um leve gosto de luxúria, ambos ficaram ali desligados do mundo até perder o ar e se separarem.
Eles não quebraram o contato visual, mas um sorriso lindo aparecia no rosto de ambos, vários outros beijos foram dados, mas foi só no beijo que ficaram, eles sabiam que eles precisavam ir com calma como se aquilo tudo fosse um doce e precisasse ser aproveitado aos mínimos detalhes. Naquela noite, quando já estavam em casa e se ligaram dando boa noite, um sorriu pro outro mesmo que não pudessem ver.
Alguns dias se passaram e eles continuaram se encontrando, algumas noites na casa dele foram bem quentes, até que no meio do expediente recebeu as mensagens.
“, preciso te encontrar, pode ser hoje às oito na sua casa?”
“, eu vou amar você, hoje me sinto muito só, preciso de você para não me sentir assim, me diga que sim que posso lhe ver”
Ela respondeu que sim e que estaria esperando ele lá. Foi tudo normal o resto do dia e ele sabia que hoje a faculdade estaria suspensa, pois estava pintando a universidade ou algo assim. Ela chegou em casa e não demorou, ele chegou todo eufórico e feliz riu e foi arrumar os pratos para a lasanha que ele trouxe para jantarem, estava tudo normal, menos ele que estava todo estranho e ansioso.
- , conta logo o que você fez que esta me dando agonia – ela disse rindo, mas nervosa.
- Eu preciso te contar uma coisa, você foi uma das pessoas que mais me cativou na vida e mesmo que fosse só de passagem eu nunca esqueceria você, eu preciso te encontrar para ter minha alma de volta como se sem você algo em mim sumisse durante parte da minha vida eu fui muito só, mas hoje você é uma parte muito importante para mim, então, , me deixa amar só você? , aceita namorar comigo?
Nota do Narrador: Como assim eu não pude terminar de contar a história deles. Quando o destino conta uma história de amor, você deve parar para ler... Sim, eu “Destino”, narrei a história, mas confesso foi muito lindo ver a história desses dois se cruzarem sem – e com – minha interferência, às vezes algumas histórias de amor só precisam de um pequeno empurrão e essa história linda retrata muitas historias por ai mundo a fora, por mais que você não acredite na sua própria história, ou enfrente muitas dificuldades, não se preocupem essa “tal” felicidade não é mito, todos tem direito a luz e a sua uma hora irá chegar. Então é isso, obrigada por ler, quem sabe eu não termine essa história no futuro? Até qualquer hora e lhe vejo por ai...
Hoje quero contar uma história para vocês, que pode ser a realidade de muitas pessoas... Ah, só para avisar que em breve vocês vão me conhecer melhor, prometo; Agora vamos ao que importa ao longo da minha jornada eu encontrei muitas pessoas diferentes muitas Ana’s, Joãos, Pedros, Jorges, Josés, Karlas, Larrissas, Marias e as que mais me fascinaram, as Carolinas. Na verdade toda mulher tem uma Carolina dentro de si e toda mulher é uma Carolina, tudo isso porque uma em especial me fascinou e me fez entender que todas independente do nome, característica, personalidade, tinham algo em comum, todas me fascinavam, todas eram Carolinas.
O verdadeiro nome da nossa Carolina é ela tinha 24 nessa época e tinha um sorriso digno dos Deuses – não que isso influencie em nada – bom, a nossa tinha saído de casa aos 20 anos quando decidiu fazer faculdade, precisou crescer muito rápido porque para quem sempre viveu com os pais em uma cidade no interior ir para cidade grande era um choque de realidade, a nossa garota começou a trabalhar desde que se mudou, ela demorou a arranjar alguma coisa, mas felizmente conseguiu um trabalho de secretária em uma empresa até que legal porém eram dois ônibus de casa, mas pelo menos ficava perto da faculdade.
tinha ficado em dúvida em que curso escolher, mas ela se viu apaixonada pela área de serviços sociais, ela amaria ajudar quem precisasse. A escolha da faculdade pouco importou para os pais da garota – eles já carregavam consigo a imensa felicidade da filha ser a primeira da família que iria cursar o ensino superior – porém o que era motivo de imensa felicidade para os pais da garota era motivo de belas risadas e “chacotas” de pessoas da faculdade ou colegas de trabalho, os famosos riquinhos da faculdade diziam que ela no máximo entregaria algumas cestas básicas por ai, ou seria uma eterna secretária e seus colegas de trabalho, que estudavam administração, engenharia, advocacia apenas riam da escolha de curso da garota e lhe davam um olhar de superioridade, mas aquilo pouco afetava .
Ela era dona de um coração puro, mas infelizmente não mais ingênuo, nossa Carolina, ou melhor, já tinha tido alguns “namoradinhos”, que ela conhecia num barzinho sexta à noite ou na própria empresa, eles só a machucavam. Eu não entendia como eles podiam simplesmente dispensar um mulherão daqueles, ela era inteligente, amava conversar e tinha um sorriso, que era um senhor sorriso e o corpo dela que para muitos podiam passar como imperfeito, para mim era um complemento daquela mulher maravilhosa. Mas eles “Não queriam nada fixo naquele momento” tadinha de , mais uma vez tinha sido iludida e ficaria a noite pensando em um futuro relacionamento que nunca viria.
A facilidade da vida nunca tinha chegado até a pobre garota que não poderia renascer rica – e nem queria se tivesse que mudar de pai e mãe – e a vida se complicava a cada vez mais, mas a garota era feliz, com todos seus problemas ela ainda podia deitar a cabeça no travesseiro e agradecer seu dia.
Um tempo passou e a mesma rotina acompanhou a garota, a sua vida era acordar e pegar os dois ônibus que precisava, depois trabalhar até às seis da noite e correr até a faculdade no qual ficava até as onze e por fim pegava suas conduções de volta. Era exaustivo, mas a garota repetia para si mesma que era só durante um tempo. Porém, dias depois, foi surpreendida com um telefonema de sua mãe avisando que o pai da garota estava doente e ficaria impedido um tempo de enviar o dinheiro que ajudava a filha, a garota ficou preocupada com o pai, mas a mãe garantiu que estava tudo bem.
Fico feliz em contar que ficou bem e foi até promovida depois disso e ela começou a mandar dinheiro para casa dos pais para ajudá-los, tudo parecia lindo, inclusive um novo estagiário tinha sido contratado e trabalhava no mesmo departamento da garota, eles trocavam alguns olhares, mas não passou disso a garota então pensou que era mais um dos seus típicos “Não quero nada sério” já havia desistido de relacionamentos com esse seu dedo podre.
- , o senhor Jonas precisa da papelada do consórcio da empresa de advocacia – pediu encostando-se na mesa da secretária do seu chefe. nem imaginava, mas ele não era qualquer um, ele tinha origem humilde e batalhava para um lugar ao sol, porém diferente de todos os outros, ele achava que um relacionamento não atrapalharia isso, na verdade, se tratando da pessoa certa ela poderia até ajudar e ele havia reparado muito em nos últimos dias, mas preferiu manter a distância de sempre.
- Claro, senhor – disse abaixando a cabeça e procurando os papéis em sua mesa, mas na verdade, ela queria admirar o homem ali a sua frente e como ele poderia ser maravilhoso beijando.
- Isso está muito errado – A garota olhou apavorada para o homem como se ele tivesse algum poder de ler pensamentos e estivesse julgando-a – Só , por favor, nós devemos ter a mesma idade e eu sou apenas um estagiário.
riu e abaixou à cabeça reunindo todos os documentos em sua mão, ela soltou um leve suspiro de tranquilidade que não foi percebido pelo homem a sua frente, ele admirava o belo rosto da mulher emoldurados em uma maquiagem leve e um óculos que dava mais ênfase aos belos olhos dela. não queria se envolver, pois eles nem haviam trocado palavras até aquele momento, então provavelmente todo aquele calor que emanava em seus poros devia ser pura tensão sexual, ou talvez fosse destino, só talvez.
- Mesmo sendo só um estagiário você ainda é meu superior e senhor é uma forma de respeito à pessoa que lhe é dita e não um sinônimo de velhice, Senhor – então aquele sorriso apareceu novamente, o homem ficou desnorteado e quase derrubou todos os papéis que acabara de pegar com aquela mulher, mas se concentrou em um último resquício de lucidez que ainda tinha para responder a mulher.
- Vamos combinar então aqui dentro é Senhor e Senhorita , porém lá fora somos e , ok? – ele disse esticando a mão para fechar um acordo com a mulher sentada do outro lado da mesa que lhe olhava com uma careta estranha e engraçada.
- Lá fora, Senhor ? – a mulher apertou a mão do rapaz, e este segurou a mão dela e se aproximou um pouco do rosto da mulher, como se fosse lhe contar um segredo ou dar um beijo nela.
- Quem sabe, Senhorita – o cheiro inebriante um do outro entrou pelos pulmões deixando aquele momento tenso para quase um descobrimento, eles soltaram as mãos e o rapaz saiu andando, nem tanto por que precisava respirar e pensar de novo, mas porque seu chefe já havia pedido os papéis a algum tempo, então naquele momento talvez tivesse direito a um pouco de felicidade, mas só talvez mesmo.
Ele tinha ficado órfão em sua adolescência e foi acolhido por seus tios, eles eram um casal legal, porém com filhos demais, fora eles já tinham seis e ele tinha sido o sétimo, ele tentou ficar lá por seis meses, mas mesmo com a pouca idade que tinha já entendia que não tinha como ficar ali, deixou um bilhete para os tios agradecendo só que avisando que ele tentaria outra vida e não desejava atrapalhar seus tios e foi assim com doze anos de idade que ele saiu de casa. O garoto vagou por ruas, quase foi pego pela assistência social umas duas vezes, passou fome, frio e inúmeras vezes terminara suas noites chorando em um beco qualquer, mas ele precisava conseguir, ele precisava mostrar que mesmo sem seus pais ele poderia ser alguém, ele poderia dar orgulho a alguém, o problema que ele não pensava era dar orgulho a quem?
A vida começou a mudar quase dois anos depois, quando o garoto foi acolhido por um senhor que tinha uma loja de tecidos e precisava de alguém para trabalhar, ele ofereceu comida e abrigo ao menino e mais uma pequena quantia de dinheiro mensal e aquilo por menor que fosse era uma grande evolução; Durante um ano o menino ficou ali e aprendeu tudo sobre tecidos e alfaiate, no inicio ficou com medo do Senhor se tratar de algum pedófilo, ou sei lá uma pessoa tão ruim quanto, mas se surpreendeu quando encontrou no homem a figura paterna que ele tanto buscava desde a morte dos pais.
trabalhou ali até fazer 18 anos quando o Senhor que lhe acolheu enfartou, deixando o pobre garoto a deriva novamente, a diferença que agora era um homem formado e tinha conseguido juntar um bom dinheiro durante aqueles quatro anos, ele organizou o velório e no enterro a ex mulher deu as caras pegando todos os poucos bens que o ex marido tinha, mas já esperava por isso. partiu para outro estado onde procuraria outro trabalho e iniciaria a faculdade de Administração, ele conseguiria vencer na vida, não necessariamente ficar rico ou ter toda atenção do mundo e sim um porto seguro para chamar de seu, talvez alguém ou uma família inteira.
chegou e alugou logo um lugar para si, era insalubre, tinha muitos bichos e cheirava a mofo e poeira, mas era o que dinheiro dava para pagar, ele demorou uns dois meses, mas conseguiu um trabalho como garçom em um bar perto do seu apartamento, tinha um salário razoável e já estava bom demais. Ele decidiu economizar dinheiro nos próximos três anos e assim fazer faculdade tranquilamente, e assim fez.
Ele trocou de trabalho algumas vezes, mas continuava como garçom agora em um local um pouco melhor e mais apresentável. No fim como havia começado há ganhar um pouco mais, decidiu mudar para um apartamento um pouco melhor já que o antigo começava a afetar sua saúde, nada demais apenas um pouco mais limpo. As coisas estavam se encaixando e eu tentava ao máximo ajudar com o que ele precisasse, por mais que eu não deva intervir tanto assim, ele merecia.
Aos 21 anos, finalmente se matriculou na faculdade de Administração, ela já tinha dinheiro suficiente para a mensalidade não pesar e se alguma emergência acontecesse. Ele ainda lutou muito para uma bolsa de 30% que o aliviou mais ainda, foi uma grande coincidência conhecer a moça que ofertava as bolsas e ela por já conhecer um pouco de sua história lhe ofertou a maior bolsa possível, que coincidência maravilhosa, foi o pensamento de depois daquele dia. Os riquinhos da faculdade pouco lhe incomodavam, sabia que dinheiro não era sinônimo de caráter, mas também sabia que pelo bem da sua bolsa ele deveria ficar na sua e foi isso que fez durante os três anos de curso que percorreu, fez poucas amizades, mas umas bem valiosas, tentou alguns relacionamentos que não deram muito certo e acabou seguindo a vida assim, entre trabalho, faculdade e um pouco de vida social.
Quando no sexto período da faculdade eles foram instruídos a procurar um estágio e como diferente dos outros alunos de sua turma, ele não havia gastado seu tempo extra em bebidas e afins, ele tinha feito várias atividades extracurriculares e seu currículo já era bem avaliado por professores e por atuantes na área, então ele foi encaminhado para um dos grandes escritórios de serviços do seu país, eles trabalhavam com tudo, mas o sonho de qualquer administrador era virar CEO de uma empresa como aquela; conseguiu ser estagiário de um dos diretores da companhia o que fazia tudo ser maravilhoso, ele chegou e foi designado a coadministração do departamento que o diretor tomava conta, basicamente avaliava documentos e linhas de produção; Não preciso nem dizer que a inveja tomou conta de alguns colegas de classe de , mas felizmente eles não podiam fazer nada.
Assim que chegou, conheceu a secretária do seu chefe que auxiliaria no seu trabalho, mas nos primeiros dias ela estaria ocupada com alguns problemas do chefe por isso não auxiliaria no começo. Durante esses dias, se encaixou – ou tentou – naquele ambiente de trabalho, mas tinha a sensação que era cobra matando cobra, mas preferiu ignorar.
Vou dizer que durante todo esse tempo, desde que era um simples órfão eu o acompanhava e cuidava dele o máximo possível, mas às vezes simplesmente não podemos interceder, mas ele e precisavam de uma chance, foi assim que um sussurro para o chefe de fez com que ele o mandasse ir buscar alguns papéis com e finalmente se encontrassem e o resto desse pedaço da história vocês já conhecem.
Voltando a nossa Carolina, quer dizer me desculpe à confusão, ela ficou pensando na conversa com o estagiário charmoso e como ele era cheio de si, mas ela também era, pelo menos às vezes. Ela sabia que era bonita, mas não tinha o corpo de capa de revistas – que nem as próprias modelos tinham – mas alguns momentos de sua vida eram carregados de insegurança, seja quando ela se via desesperada para entrar em uma das suas saias ou quando tinha que se virar para pagar a energia e mandar dinheiro para os pais, insegurança não era uma opção de vida, era um estado que podia vir ou não.
Tenho que dizer que intervir novamente alguns dias depois, porque ambos só trocavam diálogos mínimos e sorrisos bobos para todos os lados, e eu sinceramente não era obrigado a ver isso sem interferir. Administrei tudo certinho, fiz deixar sobrar um dinheiro extra e sua amiga lhe chamar para sair um pouco, vi a mulher concordar dizendo que precisava se distrair um pouco e que tinha sobrado algum dinheiro, mais um empurrãozinho só que ela precisava, foi quando sua amiga sugeriu elas irem ao bar que ficava perto das redondezas e ele tinha um preço legal, concordou de prontidão e assim foram.
Quando as mulheres chegaram chamaram atenção de muitos que ali estavam, elas estavam bem vestidas e a maquiagem leve, porém seus corpos e brilhos chamavam atenção. Sentaram em uma mesa e começaram a rir quando o garçom veio lhes atender, ele chamou atenção com um pigarro e elas se viraram encontrando um homem com um sorriso lindo, que ainda não tinha visto, os olhares de ambos se encontraram e o brilho nos olhos da garota eram nítidos e os do rapaz também, eu fiquei observando a cena de longe era agora ou nunca.
- Boa noite, senhoritas, desejam alguma coisa? – perguntou com um sorriso contido, só a presença de já lhe trazia uma paz interior incrível (e eles quase não conversavam), mas preferiu se conter, às vezes a garota não queria ser vista como “amiga do garçom”; por outro lado, achou estranho o colega estagiário não lembrar dela ou talvez ele nunca tivesse realmente reparado nela deixando-a como mais uma na multidão.
- Duas cervejas, por favor, quer mais alguma coisa, amiga? – amiga de disse perguntando a ela, só que ela apenas continuou olhando para o garçom e quando viu que aquilo não ia dar em nada, apenas abaixou a cabeça e negou, sorriu para a amiga da mulher e saiu indo pegar o pedido, desnorteado e confuso será que tinha se enganado tanto em relação a ela? O engraçado que ela se perguntava a mesma coisa sentada naquela mesa, nem toda ajuda do mundo seria suficiente para aqueles dois.
sentiu na mesma hora que a amiga tinha ficado estranha por causa do garçom e sentiu vontade de perguntar alguma coisa, mas foi mais rápida pedindo licença dizendo que ia ao banheiro o semblante da mulher não era o melhor, mas deixou a ir e conversariam quando ela voltasse.
já estava pegando as cervejas quando viu passar para o banheiro, mas nem ligou apenas foi até sua mesa e serviu o pedido a amiga que apenas sorriu e agradeceu; Ao longo daquela noite que deveria ser perfeita apenas os dois se ignoraram e fingiram que um não conhecia o outro, mágoas de corações partidos que imploravam para ficar juntos.
Passado aquela noite, o final de semana foi relativamente tranquilo para ambos, o problema vinha na segunda feira, quando ela chegou a sua mesa já foi arrumando suas coisas e levando o café e os papéis da primeira reunião para seu chefe, ela mantinha o mesmo sorriso de sempre e o olhar também, após tantas quebras talvez ela tivesse aprendido a se remendar sozinha.
Algumas horas depois, apareceu na sala da garota e na mesma hora que ele passou pela porta o sorriso se desfez, um ato involuntário dela que não passou nada despercebido para ele, ele deu um bom dia que foi respondido por pura educação, ela deu os papéis que ele pediu, começou a conferir a papelada e ela foi chamada pelo seu chefe e quando estava saindo da sala, sentiu o olhar do homem pesar em suas costas, mas talvez fosse só impressão.
Impressão para ela, uma certeza para . Ele precisava conversar com ela e entender o que aconteceu naquele dia no bar, mesmo que ela dissesse que não falou com ele porque ele era pobre, precisava de uma resposta, ouviu o barulho dos saltos ficarem cada vez mais perto e sentiu que aquela conversa precisava ser agora, ele fingiu conferir o resto dos papéis até ela se sentar em sua cadeira, dando uma ótima visão do decote dela, foco, foco, vamos lá, pelo menos aqui ninguém tem para onde correr.
- Então, , como foi sua sexta? – ele jogou verde tentando pegar algo no ar.
- Mais ou menos, descobri que sou apenas mais uma na multidão – o sorriso antes falso virou um sorriso menor e triste, não entendeu aquilo.
- Eu também acabei descobrindo a mesma coisa – Mas que merda, , você nem sabe o que ela quis dizer com isso.
- Aliás, adorei seu uniforme, você fica muito melhor despojado do que preso a esses ternos, mesmo que não tenha me visto lá – A mulher disse olhando em seus olhos e travando uma batalha mental consigo mesma, entre manter o olhar e se envergonhar pelo comentário bobo, mas felizmente a luta foi definida por que sorriu envergonhado e passou a mão nos cabelos quebrando o contato visual.
Foram segundos provavelmente, mas a mente da mulher se distanciou por horas, uma parte de sua mente focava no belo cabelo castanho do homem a sua frente ou em seu corpo que não o típico “sarado”, mas não deixava em nada a desejar ou seu belo sorriso tímido que não mostrava os dentes, porém destacava as madeixas de seu rosto. Em contrapartida a outra parte da mente a forçava observar a construção a sua volta, os móveis em tons cinza e branco que estavam distribuídos na sala, ou os quadros que sobrepunham perfeito a imensa parede de vidro que havia naquela sala, não pela secretária e sim por aquela ser a sala de espera dos que desejassem falar com o seu chefe e antes que sua mente ficasse mais desfocada do que já estava, chamou a atenção da mulher quando começou a falar.
- Pensei que você não quisesse ter falado com um singelo garçom, poderia estragar a visão da sua amiga de seus colegas de trabalho - também teve que ser rápido ao responder, porém foi cauteloso, ele já havia percebido que aquilo tudo foi um grande mal entendido.
abriu a boca algumas vezes antes de realmente responder alguma coisa, ele tinha essa impressão da garota ou talvez tivesse sido coisa de momento...
- Bom, Senhor , parece que ambos passamos um terrível engano, mas talvez possamos nos redimir no futuro – a sua insegurança gritava dentro de si tirando os cabelos e mandava a garota parar de ser atirada, mas estava feliz por ser apenas um engano tudo aquilo, então apenas balançou a cabeça sorrindo e concordando.
- Talvez em um futuro não tão distante – ele disse deixando seu número anotado em um papel, papel este que estava guardado há dias na carteira do rapaz esperando ser entregue a moça, ela apenas sorriu confusa – Caso queira conversar ou antecipar esse futuro basta mandar uma mensagem, Senhorita .
riu com a insinuação do garoto vendo sair porta a fora. Naquele momento, ela sabia que sentia algo por ele, pois até os móveis em tons em cinza pareciam sorrir para ela, mas seria ele a sua “pessoa”?
estava aliviado e se sentia estranho, como poderia uma mulher a qual teve pouco contato mexer tanto com ele? Ele apenas respirou fundo e entrou na sala do chefe, os móveis em tons branco e preto dominavam o local, a maior fonte de cor daquela sala eram dos poucos quadros que ali estavam, confessava que pouco sabia de arte, mas tinha certeza que qualquer uma daquelas peças valeria muito mais que um mês do seu salário, o chefe estava sentado em sua cadeira executiva atendendo algumas ligações o que faria esperar por alguns momentos, apenas se sentou na cadeira em frente ao chefe e colocou os papéis a mesa revisando o que precisava, mas ela lhe acompanhava em seus mínimos pensamentos e por um breve momento ele sorriu de leve lembrando da conversa que tiveram na sala.
- Eu sinceramente não aguento mais trabalhos, artigos e leituras – lamentava-se com que só ria da garota – Você também trabalha e estuda como consegue rir ainda?
- Porque você não está reclamando dos trabalhos, nem das leituras, nem de estar devendo artigos, está reclamando porque não pode sair com ele antes de sábado – disse a olhando com uma pose de “Estou totalmente certa” e a mulher apenas revirou os olhos saindo dos corredores da faculdade e indo para parada de ônibus.
- Talvez, mas eu e ele quase não conversamos mais desde aquele dia – A mulher disse olhando para a rua esperando que ou o ônibus dela ou da amiga aparecessem para que aquela conversa não durasse.
- , faça-me o favor! Vocês conversam pelo telefone todo dia e ele não pode ir sempre a sua sala, para de ser dramática.
- Mas já faz uma semana e só vou poder sair com ele no sábado como você mesma disse.
O ônibus da amiga estava chegando e ela já saiu apresada gritando.
- ELE GOSTA DE VOCÊ, PARA DE FAZER DRAMA E SE FOR VÊ-LO ANTES, COLOCA UMA CALCINHA BEM BONITA – a mulher corou na mesma hora olhando para amiga ainda não acreditando que ela tinha dito isso ali no meio de todo mundo, que menina louca.
ficou com vergonha, mas pensou nas palavras decentes da amiga, ele gostava dela, afinal, ele sempre tentava falar com ela sempre que podia e ficavam no telefone até tarde mesmo ambos estando exaustos; Ele já havia cantado para ela e dormindo uma vez no meio da ligação de tão cansado que estava até mesmo no trabalho – no qual ambos preferiam ser discretos – ele dava um jeito de vir falar com ela sobre qualquer coisa, as iniciativas também partiam dela, eram mensagens de bom dia ou “como foi sua faculdade?”, ela já se preocupava muito com ele, porém aquilo para ela não era só por gostar dele e sim porque assim como ela, era sozinho, ela ainda não sabia muito da vida do rapaz, mas sabia que ele merecia muito amor.
A semana passou mais rápido do que imaginará, pois o trabalho e a faculdade haviam sugado sua semana, quando vira já era sábado de manhã e ela finalizava o seu trabalho, arquivo, documentos e organizando algumas pastas. Estava arrumando tudo quando seu chefe entrou no local junto com , pensou em levantar para ouvir o Senhor Jonas, mas viu que ele ainda conversava com o rapaz então seguiu fazendo seu trabalho, eles terminaram de rever uns últimos papéis e finalmente Senhor Jonas virou-se para a mulher.
- desculpa te atrapalhar, esses papéis já estão todos arrumados só precisam ser arquivados - o chefe disse entregando a pasta nas mãos da garota e ela pode observar lhe olhando por trás do chefe – Eu desmarquei todas as reuniões de segunda, minha filha vai se apresentar na segunda e preferi pegar o dia livre então você ficará só com o trabalho do Senhor cuide bem dele – o chefe disse isso rindo com as mãos no ombro de , ele falou aquilo no sentido de futuramente ser um dos grandes naquela empresa e irá ter que se acostumar com secretárias, mas para os outros dois naquela sala aquilo soou como um convite secreto.
- Irei cuidar sim, senhor, não se preocupe, eu recebi os e-mails confirmando a remarcação das reuniões e já estão todas agendadas, também encomendei rosas para sua mulher e lírios para sua filha, estarão na sua casa depois da apresentação - a mulher disse olhando a agenda na sua frente para ver se não se esquecia de nada, olhou a folha e viu que não restava nada – Bom é isso, senhor, tenha um bom final de semana.
- Viu, ? Por isso que eu não vivo sem a – ele disse rindo – Bom final de semana para vocês, senhores – ele deu um aperto de mão em e ofereceu outro a ela – Aproveitem a vida, não é só trabalho.
Ao dizer isso ele já estava saindo da sala e se entreolharam e começaram a rir, era como se o Sr. Jones soubesse de algo.
- Te vejo às oito? – perguntou analisando os lábios da garota que brilhavam em um tom leve de rosa.
- Nos vemos às oito então – falou com uma tranquilidade imensa, mal sabia ele que ela estava gritando por dentro.
Os dois trocaram um último olhar e antes de qualquer coisa, outro estagiário entrou perguntando algumas coisas e mesmo contra sua vontade teve que sair da sala.
A tarde passou tranquilamente, ele combinou com seu chefe no bar que o ajudaria com estoque na parte da tarde e assim ele conseguiria a noite de folga. O chefe do era bem legal então ele tinha explicado que precisava de uma noite livre e o chefe de prontidão liberou ele com argumento que nunca se divertia e apesar de ser sábado, eles hoje iriam estar fechados para um evento exclusivo, agradeceu e as seis já estava em casa, ele tomou um banho e colocou uma calça jeans e uma blusa branca, nada de extravagante, afinal, eles iriam andar e passear um pouco e parariam para comer alguma coisa. Ele queria que a noite fosse perfeita para os dois e ambos concordaram que uma noite perfeita não seria com a bunda sentada em uma cadeira à noite inteira.
havia chegado em casa por volta das três da tarde e já havia almoçado, preferiu almoçar na rua mesmo quando chegou tomou um bom banho, se arrumou, se maquiou e as sete estava pronta, ela optou por um vestido leve, uma maquiagem mais escura nada tão demais, o que era um pouco mais extravagante era o conjunto de lingerie em tom vermelho vivo. Ela pegou um ônibus para o centro aonde se encontrariam. Eles conversaram em ir para um restaurante, mas preferiram ir para um parque jogar conversa fora e se conhecer um pouco mais.
chegou primeiro por sua casa ser mais perto, mas não demorou sentou ao seu lado no banco ele riu e a abraçou.
- Então estamos em um parque de diversão, que belo primeiro encontro – disse, porque, sinceramente, na parte dele aquilo era novidade, mas não deixava de ser interessante.
- Bom, é melhor do que ficar sentada a noite inteira olhando um para cara do outro, alternando entre comer e aquele silêncio constrangedor. Aqui pelo menos podemos nos divertir um pouco – ela disse puxando o garoto para ir ao carrinho bate bate.
- Ok, vamos lá – disse pegando as mãos da garota e entrelaçando, vamos investir um pouco, né? E para surpresa ela apertou um pouco a mão na dele demonstrando que gostou, sentiu um choque percorrer o corpo todo como a muito tempo não acontecia, ele se sentiu em paz o que na vida era a primeira vez. Era pra ser como era pra ser.
Eles conversaram e foram em quase todos os brinquedos. Às vezes o assunto era monótono como músicas, filmes e séries favoritos, outras contavam histórias da sua vida. Estavam na roda gigante quando contou sua história, chorou ouvindo, não por pena, mas por não conseguir se imaginar perdendo seus pais, abraçou contando o quanto amava seus pais e imaginava a dor que ele sentiu na época, ele também contou que teve alguns outros motivos que fizeram ele sair da casa dos tios, porém aquilo era muito doloroso para ser contado. tentou animá-lo com êxito contando histórias de quando conheceu sua amiga da faculdade e elas saiam e terminava bêbada, chorando e adorava ver a amiga entre a felicidade máxima e a tristeza da bebida, ou quando roubava doces do pote da avó e deixava a culpa cair em um outro primo e ela saia com doce e inocente.
riu e começou a contar histórias engraçadas suas e quando viram estavam sentados em uma área gramada, um pouco longe dos brinquedos, comendo uma pizza. Começaram a se olhar demais, alternando entre os olhos e os lábios até que finalmente se beijaram e para ambos foi como se tivessem voltado à adolescência, com aquelas borboletas no estômago, com os sorrisos entre os beijos, aquele arrepio na nuca, mas tinha seu lado adulto já como um leve gosto de luxúria, ambos ficaram ali desligados do mundo até perder o ar e se separarem.
Eles não quebraram o contato visual, mas um sorriso lindo aparecia no rosto de ambos, vários outros beijos foram dados, mas foi só no beijo que ficaram, eles sabiam que eles precisavam ir com calma como se aquilo tudo fosse um doce e precisasse ser aproveitado aos mínimos detalhes. Naquela noite, quando já estavam em casa e se ligaram dando boa noite, um sorriu pro outro mesmo que não pudessem ver.
Alguns dias se passaram e eles continuaram se encontrando, algumas noites na casa dele foram bem quentes, até que no meio do expediente recebeu as mensagens.
“, preciso te encontrar, pode ser hoje às oito na sua casa?”
“, eu vou amar você, hoje me sinto muito só, preciso de você para não me sentir assim, me diga que sim que posso lhe ver”
Ela respondeu que sim e que estaria esperando ele lá. Foi tudo normal o resto do dia e ele sabia que hoje a faculdade estaria suspensa, pois estava pintando a universidade ou algo assim. Ela chegou em casa e não demorou, ele chegou todo eufórico e feliz riu e foi arrumar os pratos para a lasanha que ele trouxe para jantarem, estava tudo normal, menos ele que estava todo estranho e ansioso.
- , conta logo o que você fez que esta me dando agonia – ela disse rindo, mas nervosa.
- Eu preciso te contar uma coisa, você foi uma das pessoas que mais me cativou na vida e mesmo que fosse só de passagem eu nunca esqueceria você, eu preciso te encontrar para ter minha alma de volta como se sem você algo em mim sumisse durante parte da minha vida eu fui muito só, mas hoje você é uma parte muito importante para mim, então, , me deixa amar só você? , aceita namorar comigo?
Nota do Narrador: Como assim eu não pude terminar de contar a história deles. Quando o destino conta uma história de amor, você deve parar para ler... Sim, eu “Destino”, narrei a história, mas confesso foi muito lindo ver a história desses dois se cruzarem sem – e com – minha interferência, às vezes algumas histórias de amor só precisam de um pequeno empurrão e essa história linda retrata muitas historias por ai mundo a fora, por mais que você não acredite na sua própria história, ou enfrente muitas dificuldades, não se preocupem essa “tal” felicidade não é mito, todos tem direito a luz e a sua uma hora irá chegar. Então é isso, obrigada por ler, quem sabe eu não termine essa história no futuro? Até qualquer hora e lhe vejo por ai...
Fim?
Nota da autora: Olá pessoas lindas, como vocês estão? Então primeiro que eu vou responder se você está lendo até aqui deve está meio xoxo com o final, bom Carolina assim como outras historias minhas tem um foco, uma moral, vamos dizer assim e a moral dessa é que a felicidade é um direito de todos, isso não quer dizer que a história deles não vá continuar, porque provavelmente vai afinal muitos pontos não foram explorados, como por exemplo o que o sofreu na casa dos tios? Será que ele realmente com 12 anos de idade simplesmente resolveu sair? E a nossa Carolina/ será que não esconde nada? Mas isso só o futuro reserva. Eu tenho uma pessoa em especial para agradecer, Karla mozza eu te perturbei com esse mixtape, mas foi por um bom motivo. Beijos a todos que leram e até qualquer hora.
Nota da beta: Arrasou com a história, muito bem construída, os personagens bem desenvolvidos, a moral da históra me assemelhou a leitura de fábulas, enfim, eu amei muito! Parabéns, gatona, foi linda!
Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.
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