Última atualização: 30/09/2017

Capítulo Único

Ela havia terminado de se arrumar, olhou-se no espelho e gostou da imagem que era refletida. Deu mais uma alisada na roupa, passou seu batom vermelho, deu uma arrumada no cabelo e sorriu confiante para espelho. Estava linda.
Seu celular vibrou, era Nina, sua amiga, lhe dizendo para que ela saísse, já que estava sem tempo para entrar. Ela trancou a casa e saiu do local em direção ao portão da residência. Cumprimentou seu Carlos, o seu vizinho da casa a direita, já vendo o carro de sua amiga estacionado do outro lado da calçada, atravessou a rua e entrou no veículo.

- Sis, parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades e muitos anos de vida! Que todos os seus sonhos se realizem e todo esse blá, blá, blá, aí. – parabenizou sua amiga. Naquela noite Nina completava 23 anos de idade. – Te amo muito! – Elas riram e abraçaram-se apertadamente. – Como a minha amiga tá gata. – Nina sorriu levemente pelo elogio, soltou-se rapidamente do abraço e fez uma reverência a amiga voltando abraçá-la de novo.
- Também te amo. – Elas se soltaram e ajeitaram-se no banco – Você também está linda, amiga! – elas colocaram o cinto de segurança, e Nina deu partida no carro.
- Você não vai beber, né? – questionou preocupada, direção e bebida não combinavam.
- Eu vou beber sim, mas eu não vou voltar dirigindo, fica tranquila. Sabe o Bruno? – a garota assentiu lembrando-se vagamente do rapaz – Ele não bebe e vai levar o carro.
- Ufa... menos mal. – suspirou aliviada.
- Eu não sou imprudente, cabeção! – Nina respondeu ofendida. riu da cara da amiga.
- Ei! Comprei seu presente, espero que goste. Ah, e abre agora, Nina, não quero saber de você abrindo depois! – chamou a atenção da melhor amiga, enquanto estavam paradas no semáforo.
- Chataaa! – Ela puxou o embrulho e o abriu com rapidez, era a saga De Repente da autora Susan Fox – Aeee, eu amei, , obrigada! Eu queria muito essa saga! – Apertou levemente a bochecha da melhor amiga como forma de agradecimento. Ouviram buzinas e logo a aniversariante jogou o box no colo de e voltou a dirigir.
- De nada, você havia mesmo dito que queria, não consegui pensar em um presente melhor. – Nina balançou a cabeça com um sorriso gigante enquanto olhava pra frente, já colocou o livro no banco de trás.
- Chegamos, sis! – Nina alertou alegremente estacionando o carro, sorriu de sua animação.

Passaram pela revista básica, o segurança conferiu os nomes e lhes deu a pulseira com passe vip para o camarote. Entraram, o lugar era simplesmente fantástico, tinha uma pista de dança enorme, o bar com muita variedade de bebidas, isso chamou a atenção de que assim que se acomodasse correria pra lá, já que o local era open bar. Ao fundo do lugar encontrava-se o DJ que tocava animadamente para as pessoas que se acabavam na pista.
sorriu largo olhando o local, fazia muito tempo que não vinha para baladas, para ser específica desde que começou a faculdade, não tinha mais disposição para virar a noite, o máximo que ela fazia era ir para algum barzinho, ficar algumas horas e logo voltar para casa.
Nina a puxava pela mão em direção ao camarote, no qual havia uma mesa reservada para ela e seus convidados. Elas cumprimentaram as pessoas que já estavam lá e Nina dividia sua atenção entre eles e que se sentia excluída, já que os amigos de sua amiga não eram seus amigos.
percebeu quando Maite chegou, uma amiga que tinha em comum com Nina, e sorriu feliz, finalmente não ficaria mais sozinha ali. Abraçaram-se apertadamente.

- Como você está linda! – a elogiou.
- Você também não está nada mal. – Maite piscou levemente.

Ela cumprimentou Nina com um abraço, lhe entregou seu presente de aniversário e falou com alguns amigos dela. Maite chamou para descer com ela para o bar, ela aceitou sem pestanejar já que queria uma companhia para acompanhá-la até lá. Avisaram a aniversariante que desceriam e ela meneou a cabeça em concordância.
Chegaram ao bar, se olharam e pediram tequila juntas, porque para elas tequila era vida, e não poderia faltar em nenhuma ocasião! O barman logo as atendeu e trouxe o shot com o líquido. Pegaram o sal, limão e finalmente abriram os trabalhos daquela noite. A tequila desceu queimando tudo, sensação que já era conhecida de ambas. Logo pediram mais uma, riram meio alegres e fizeram mais uma vez o ritual.

- Você ainda tá namorando, May? – perguntou de repente, enquanto pedia mais um shot de tequila, queria sair carregada dali.
- Estou sim, ! Pra falar a verdade, ele não quis vir, disse que está cansado, eu o entendo, seu trabalho é muito cansativo. – sorriu sem graça, enquanto olhava o cardápio do lugar.
- Do que ele trabalha mesmo? – a questionou, curiosa.
- Ele é enfermeiro e...
- Minhas meninas já começaram os trabalhos sem mim? – Nina as interrompeu. Estava com um biquinho que significava chateação – Eu quero tequila também. – Elas riram levemente. sentiu a cabeça um pouco pesada.
- Barmaaan, trás mais três tequilas, por favor. Hoje é o aniversário da nossa amiga aqui. – Maite apontou pra Nina, enquanto sorria alegremente. O barman assentiu, sorrindo.

Logo ele lhes trouxe os drinks e novamente fizeram o ritual rindo levemente da careta de Nina. Àquela noite seria muito louca.

***


já estava muito alterada, tinha bebido demais e o pior de tudo era que ela havia misturado às coisas: tequila, espanhola, caipirinha e Skol Beats. Com certeza amanhã estaria com uma ressaca daquelas, mas sinceramente, ela não se importava com isso, naquele momento tudo o que ela queria era se divertir muito.

- Gente, vamos dançar? – as chamou e logo elas assentiram lhe acompanhando.

puxou um espelhinho da bolsa para retocar seu batom vermelho enquanto caminhava para a pista. Lá tocava uma música eletrônica, quando começaram a dançar alegremente. Maite quase foi ao chão e as garotas riram demais da cena. Alguns caras chegaram em Maite e Nina, elas começaram a dançar com eles e percebeu que estava sobrando ali, então afastou-se levemente.
Ela continuou dançando quando se sentiu observada, procurou pelos lados e nada encontrou, resolveu ignorar aquela sensação e continuou a dançar como louca sentia-se feliz e livre. Alguns caras tentaram chegar nela, mas ela os ignorava, não queria ninguém ao seu lado aquela noite.
Novamente a sensação de ser observada veio, ela procurou entre a multidão até que o viu e arfou. Em sua concepção aquele cara era a coisa mais linda que ela já tinha visto em sua vida, mudou completamente o seu conceito, agora ela queria alguém aquela noite.
O olhar do rapaz tinha uma malícia que era como se estivesse nua em sua presença. Ele não parava de lhe encarar, ele piscou para ela, que sentiu-se estranha, mas retribuiu o gesto dele singelamente com um sorriso travesso.
Passaram-se minutos, e nada do rapaz misterioso tomar atitude de se aproximar dela, ela tomou coragem e fez sinal com uma das mãos para que ele se aproximasse, logo ele veio. Com toda a certeza a bebida tinha lhe deixado mais corajosa.
Ela o olhava em expectativa e com curiosidade, que coisa era aquela que ele tinha que o diferenciava dos outros?
Finalmente ele havia chegado até ela. Ela pegou em sua nuca e começaram a dançar de uma forma muito sensual, ele passou a mão em sua cintura, mas foi descendo até parar na bunda da garota e a apertou levemente, sorrindo de forma safada. arfou, surpresa, tudo o que pensava era em como aquele garoto era ousado, mas em seu íntimo havia gostado de sua atitude.
olhou para o rosto do rapaz, começando pelos olhos castanhos, descendo pelo seu nariz e parando em sua boca. Tudo o que pensava era que queria sentir aquela boca na sua. Quando percebeu estava se aproximando do rosto dele, ele também estava bem próximo e não tirava os olhos de sua boca.
Faltavam milímetros para que eles se beijassem, a respiração dela estava descompassada pela expectativa daquele momento. Enfim, ele tomou a iniciativa e acabou com o espaço que os separavam, encostando suas bocas.
A princípio fora um selinho, mas logo após pode o sentir contornar seus lábios com a língua, pedindo passagem, que ela logo deu. Começaram a movimentar suas bocas de forma sincronizada, ele explorava cada canto da boca dela de forma experiente, já correspondia com fervura. Ela pode sentir que as mãos dele apertarem levemente os seus seios, logo após ele desceu a mão para a bunda da garota novamente, mas dessa vez a apertando com certa força. só queria que o mundo girasse devagar para manter ampliadas as sensações que aquele estranho estava lhe proporcionando.
O choque inicial havia deixado paralisada, mas logo passou, pois ela começou a explorar o corpo do estranho, tentou se aproximar mais ainda dele, se é que isso era possível, passou a mão por dentro de sua blusa, arranhando levemente o local, fazendo o garoto suspirar no meio do beijo.
Encostaram-se a parede e o rapaz enlaçou as pernas da mulher em sua cintura e ela pode sentir o começo da ereção do rapaz cutucá-la na barriga. Beijaram-se como se precisassem muito daquilo, uma conexão que ambos não conseguiam entender, mas que estava mexendo com o psicológico deles.
O momento foi interrompido pelo segurança do local, pedindo para que eles se separassem, pois ali não era motel. Eles se separaram ofegantes, os cabelos completamente desgrenhados. O garoto puxou ela pela mão e a levou porta fora da balada. não pensou nas consequências, apenas seguiu o rapaz sem pestanejar, queria acabar com aquele desejo louco que estava lhe apossando, entrou no carro do rapaz e lá mesmo sentiu o rapaz da forma mais íntima que podia sequer imaginar.

***


sentiu o sol bater em seus olhos, e gemeu descontente, franzindo o cenho. Sentia uma dor de cabeça que não era de Deus. Arrependia-se amargamente de ter colocado cada gota de álcool em sua boca. Abriu os olhos levemente e estranhou o lugar em que estava, flashes vieram em sua cabeça, era tanta dor que ela tentava segurar a cabeça para tentar inutilmente aliviar.
Olhou em volta do local e viu que estava em um apartamento bem pequeno, já que do quarto ela conseguia visualizar a cozinha e a pequena sala do lugar. Fechou os olhos, tentando se lembrar de algo significativo, sentia tanta dor na cabeça que achou que iria explodir. Lembrou-se vagamente de um rapaz, e que rapaz... Uau! Como uma enxurrada ela foi lembrando-se de tudo o que havia acontecido, chocou-se! Escutou o barulho do chuveiro ligado, permaneceu deitada até que o estranho desligasse e saísse do banheiro. Assim que ele saiu com uma toalha na cintura, ela lhe olhou e arregalou os olhos, tudo o que passava em sua cabeça era que o rapaz era muito lindo e gostoso! Ele foi até o guarda roupa para escolher o que vestiria, sendo observado minuciosamente por .

- Bom dia – ele sorriu – Estávamos tão ocupados ontem que eu não perguntei seu nome... qual é?
- ... – ela sussurrou. Sentiu as bochechas queimarem de vergonha. Ela estava em choque, ela tinha transado com um cara no primeiro encontro, se é que aquilo poderia ser nominado assim, e nem o nome do homem ela sabia. Depois de um breve silêncio ela percebeu que seria rude não devolver a pergunta ao rapaz – E o seu?
- , prazer – ele riu de leve da careta que a garota fez.
- Eu... – ela tentou falar, mas foi inevitável não levar a mão a cabeça devido a dor – Tem dipirona? – ele foi até uma bolsinha e de lá tirou um remédio e passou para a garota, que sorriu agradecida, e sem água mesmo engoliu o comprimido. – Eu preciso ir embora. – ela se levantou da cama, o lençol caiu e a garota se viu nua na frente dele. Ele não pode deixar de encarar cada parte do corpo dela, tudo o que se passava na cabeça dele é que tinha tirado a sorte grande. Rapidamente ela puxou o lençol cobrindo-se, enquanto tentava achar suas roupas.
- Bah, não precisa se tampar assim, não é como se eu não tivesse visto tudo o que tem ai – o cara parecia ter o prazer em deixá-la sem graça.
- , eu só... preciso ir embora – achou a blusa jogada atrás da cama e a calça perto do banheiro.

Entrou no local, vestiu sua roupa, jogou uma água no rosto, viu o enxaguante bucal do rapaz, como estava sem escova utilizou, aquilo serviria até chegar em casa. Respirou fundo, contou até dez e saiu do banheiro. O encontrou já vestido para o seu alívio, preparando algo na cozinha.

- Eu tô indo – ela avisou enquanto se dirigia até a porta do lugar.
- Espera, não quer tomar café? – não mesmo, tudo o que ela mais desejava era sair dali. Nunca mais beberia tanto em sua vida.
- Não, obrigada – ela já segurava a maçaneta, quando ele correu em sua direção e segurou sua mão.
- Olha, pode parecer loucura o que vou te propor, mas – ele coçou a nuca, desconcertado – Eu gostei de você – ela lhe olhou surpresa, o que mais aquele homem queria dela? – Você é foda na cama, caralho! Uaau! – ela sentiu que explodiria de tão envergonhada que estava, o rapaz percebeu e achou gracioso o jeito dela – Topa sexo casual? – ela lhe olhou horrorizada, como ele conseguia ser direto daquele jeito?
- Mas é claro... que não! – ela se afastou o máximo que conseguia dele.
- Calma, docinho! Eu só perguntei...
- Você é completamente louco, isso sim! – ela balançava a cabeça descrente, cada coisa que aparecia em sua vida.
- Não, eu não sou louco, eu sou um cara sincero – ela quase se fundia a parede, de tanto que tentava se afastar dele – Olha, se você não quiser, tudo bem, mas pelo menos escuta a minha proposta enquanto toma café comigo, por favor. – sentiu a barriga roncar, estava morrendo de fome, de fato. Já tinha transado com o cara, dormido na casa dele, que mal faria tomar café da manhã também?
- Ok, eu tomo café contigo e escuto sua proposta. – ele sorriu empolgado, enquanto os dois caminhavam até a cozinha. Já ela continuava irredutível, não mudaria de ideia – E então? – ela o viu se virar de costas, enquanto pegava algumas coisas na geladeira.
- Eu procuro uma garota que queira sexo casual. Eu não quero e não preciso de um relacionamento sério na minha vida, porque eu não me vejo apegado a alguém a esse ponto, não mais. As pessoas dizem que eu não tenho mais um coração, mas tudo o que eu prezo é minha liberdade de ficar com quem eu quiser, na hora que eu quiser, sem dar satisfações a alguém, entende?
- Entendo seu ponto sim. Mas, quando você utiliza o termo “não mais”, o que quer dizer, senhor sincero? – ele sorriu do apelido e indicou que ela se servisse com as coisas que estavam em cima da mesa, ela sem pestanejar passou margarina na torrada.
- Quero dizer que eu já me apaixonei, mas que foi a pior coisa que aconteceu na minha vida! Não pretendo cometer esse erro novamente – ela concordou com ele, se apaixonar era uma merda mesmo.
- Certo, algo mais que queira acrescentar para me convencer? – ela o viu sentar-se com a garrafa de café, ele a colocou no centro da mesa.
- Não... só queria jogar limpo contigo, mas pela sua expressão facial você não mudou de opinião... o que é uma pena. – ele mastigava uma torrada.
- Sim, infelizmente você tem razão, eu não mudei de ideia – ela sorriu levemente pra ele, enquanto servia-se do café.
- Pensa com carinho, – ela fez uma leve careta para ele – Olha, salva meu número, caso você mude de ideia. Eu não vou anotar o teu para que você não se sinta pressionada, ou algo assim. – o rapaz sabia utilizar bem as palavras.
- Eu não vou mudar de ideia, mas posso anotar seu número se isso te deixa feliz – ela pegou sua bolsa que estava em cima de uma das cadeiras e pegou o celular para que ele pudesse salvar o número dele ali.
- Me deixa esperançoso, com certeza – ele sorriu abertamente. constatou naquele momento que poderia vê-lo sorrir a vida inteira.

TRÊS ANOS DEPOIS...


- Uaaaau! – a garota sorria debilmente, enquanto saia de cima do rapaz e se jogava ao seu lado - Estava com saudades disso tudo – ela o olhou, ofegante, tentando regular a respiração.
- Eu também estava! – ele lhe deu um selinho. Esperou a respiração se acalmar, e levantou-se da cama procurando suas roupas.
- Nossa, já vai? – ele estava colocando a cueca, e logo após colocou a calça. fez um biquinho, chateada.
- Sim, docinho, tenho algumas coisas para resolver... – a garota suspirou profundamente. Primeiro: Ela sabia que ele mentia, mas nada podia fazer, pois eles nada eram um do outro. Segundo: Ela odiava que ele lhe chamasse assim, sentia que aquele apelido ele usava com as outras.
- ! – ela rosnou, ele sorriu de forma engraçada. Ele chamava-a assim para irritá-la mesmo – Hum... ok – foi inevitável não fechar a cara quando viu que ele estava devidamente pronto, e agora procurava sua carteira e chaves do carro.
- Sinto muito – mandou um beijo pra ela e saiu rapidamente da casa.

jogou a cabeça no travesseiro e abafou um grito. Estava cansada de sempre transarem e o vê-lo ir embora como se ela fosse descartável. Aquela atitude lhe incomodava tanto, já eram três anos levando aquele relacionamento assim. Ela não podia culpá-lo, afinal, ele havia dito a ela que não conseguia ter um relacionamento sério com ninguém, e ela topou entrar naquilo por sua conta e risco. Não contava que fosse se apaixonar perdidamente por ele.
Olhou para o celular e viu que já eram 20h17min, resolveu levantar e tomar um banho, ficar deitada naquela cama de nada adiantaria. Hoje era a noite das garotas, ela não podia perder.

***


- E ele foi tão romântico fazendo aquela serenata... Nunca pensei que em pleno século XXI alguém faria aquilo pra mim – Nina terminou seu relato, Maite suspirou extremamente feliz com tudo o que acontecia com a amiga. sorriu, estava feliz por ela finalmente ter encontrado uma pessoa tão bacana.
- Ele foi um fofo, amiga. – Maite entrelaçou seu braço no de Nina. – E você, ? Como está? – respirou fundo, sabia que assim que abrisse a boca às amigas lhe criticariam, era sempre assim.
- OTiagofoiláemcasaeagentetransou – ela falou rapidamente para que as amigas não entendessem.
- O que tem o ? – Maite rolou os olhos, já Nina fechou a cara. – Fala devagar!
- O foi lá em casa e a gente transou – fechou os olhos preparada para a chuva de palavras que viria.
- Você prometeu que não ia mais ficar com ele. Que saco, ! – Nina encarava a amiga indignada, não conseguia entender como ela era boba.
- Esse cara é tóxico pra você, ! – a garota sentiu um nó em sua garganta, sabia que aquela relação não era saudável, mas ela simplesmente não conseguia se afastar.
- Eu juro que eu tentei me afastar, ignorei todas as ligações dele e vocês sabem disso, mas ele simplesmente apareceu lá em casa e eu não consegui resistir àquele sorriso. Eu não consigo evitar, eu o amo. – nessa hora seus olhos estavam marejados, o que sentia por ele era algo inexplicável, ela não conseguia ter controle daquilo. Ambas as meninas apertaram sua mão em forma de conforto.
- Quanto tempo faz que ele não te procurava? – Maite questionou.
- Dois meses, eu até achei que ele nunca mais me procuraria já que quando eu tentava falar com ele, eu não conseguia. – soltou uma de suas mãos para limpar seu rosto.
- , você acabou de dizer que estava evitando as ligações dele e agora você me solta que não conseguia falar com ele... – Nina lhe olhava desconfiada.
- Culpada! – ela sorriu amargamente.
- Vai se fuder, ! Você é um estepe, ele só te utiliza quando não tem “carne” nova no pedaço! – Nina jogou as palavras temidas ao vento. lhe olhou chocada, sabia que ela estava certa, mas escutar aquilo doía demais.
- Nina! – Maite a repreendeu. Nina deu de ombros, era péssima para consolar – , por que você não cria coragem e se declara? – arregalou os olhos, surpresa. - Você não tem nada a perder, eu vivo te dizendo isso, impossível ficar pior do que está.
- Ai, Maite, será que ele largaria essa vida de piranhagem por ela? – Nina a alfinetou, mais uma vez.
- Eu não sei, mas é válido, sabe? Seria como um choque pra ele, já que ele sempre acha que ela tá numa boa com essa situação – Maite pausou a fala, e limpou o resquício de lágrima que estava no rosto dela, enquanto ouvia calada as declarações das amigas – Cria coragem, ! Três anos é muito tempo!
- Eu tenho medo de perder o que a gente tem e... – Nina a interrompeu.
- O que vocês têm? – não obteve resposta dele - De boa? Eu lavo as minhas mãos – Nina levantou-se da mesa, aquilo estava lhe cansando, era sempre a mesma coisa – Se você quer continuar nessa situação é problema seu, mas eu não quero mais escutar um “a” sobre , pois você não escuta ninguém – pegou sua bolsa e saiu da mesa.
- Nina, espera! – Maite lhe gritou, mas já era tarde, a garota já saia do barzinho. chorava novamente – Hum, não a leve a mal, . – Maite suspirou - Ela foi dura nas palavras, mas você sabe que ela te razão.
- Eu sei que tem, mas eu não consigo! O amor que eu sinto por ele não deixa que eu me afaste dele.
- Esse amor só te faz mal, só te faz chorar e sofrer – beijou a testa da amiga e levantou-se, arregalou os olhos achando que Maite também fosse embora – Se valoriza, ! Calma, eu vou ao banheiro, já venho – retirou-se da mesa, deixando uma pensativa. Era só tocar no assunto que o clima leve acabava.

***


havia mandado mensagem dizendo para que fosse ao seu encontro. Já fazia três semanas que eles não se viam, ela desmarcou tudo o que tinha naquele dia para encontrá-lo.
Tiveram uma tarde agradável, no qual mataram as saudades um do outro e passaram um tempo assistindo algo na netflix. quebrou o silêncio:

- , o que você sente por mim? - o garoto suspirou fundo.
- Eu gosto de você! - sorriu nervoso.
- Ah... - engasgou desconcertada - É que, aí ! - ela deu um empurrãozinho nele de leve.
- Começou termina! – ele lhe incentivou a continuar – Já é a terceira vez hoje que você inicia uma conversa, e depois para. Eu não mordo, , ah não ser que você me peça – ele sorriu maliciosamente para ela. Ela abaixou a cabeça e a balançou negativamente, respirou fundo, tinha que seguir o conselho de Maite.
- Ai, , é que... como eu posso dizer... – ele revirou os olhos – Eu estou completamente e irrevogavelmente apaixonada por você! – ela sorriu como se estivesse tirado um peso das costas - É isso, ! Eu amo cada partezinha sua, é um sentimento tão puro e muito sincero. – O rapaz estava petrificado, nunca achou que ela diria algo assim, pensou em qualquer coisa, menos naquilo. – ? Fala alguma coisa.

Ele nada disse, levantou-se abruptamente do sofá, passou a mão pelos cabelos, nervoso. lhe olhava assustada, esperava qualquer reação, menos aquele silêncio esmagador. Sem pensar muito o rapaz, vestiu-se rapidamente e procurou suas chaves, tinha que sair dali o mais depressa possível, aquele ambiente estava o sufocando.

- , por favor... diga algo – ela se levantou correndo para tentar pará-lo, as únicas palavras que ele conseguiu proferir foram:
- Eu não posso... – bateu a porta e saiu.

sentiu que o mundo desabaria em sua cabeça tamanha era a dor que sentia, a rejeição doía de uma forma inexplicável, ela imaginava que ele não a corresponderia, mas tinha um fio de esperança e era nele que se agarrava. Agora ela não tinha mais nada em sua vida, somente a dor. O que seria deles agora? Como seria sua vida sem os chamados de emergência de ?! De uma coisa ela tinha certeza, nada seria igual.

***


Já se passaram três meses depois do dia que havia se levantado daquele sofá e saído da casa da garota sem olhar para trás. Ela estava sofrendo muito com a ausência dele, ela não havia planejado se apaixonar as coisas simplesmente aconteceram. As amigas tentavam animá-la, chamá-la para sair, mas tudo o que queria era ficar enfurnada dentro de casa para curtir sua bad.
Estava deitada em sua cama naquele friozinho, quando escutou a campainha tocar, pensou ser sua comida que havia pedido pelo aplicativo fazia alguns minutos. Arrastou-se até a porta, e tomou um susto com a figura parada do lado de fora.
Foi tudo muito rápido, quando percebeu estava com as pernas envolta do quadril do rapaz, enquanto os dois se beijavam de uma forma fervorosa e sedenta. empurrou a porta com o pé enquanto carregava a garota para a cama. Como ela havia sentido saudades de estar dentro daqueles braços... Aquilo era tão errado, ela queria ter forças para afastá-lo de si, mas não conseguia, o queria perto, muito perto.
tirou a própria camiseta, enquanto se livrava da blusa dela, tinha transado com outras garotas, mas só tinha aquilo, ele não sabia explicar, chegava a ser doentio. Beijava o pescoço da garota, enquanto habilmente se livrava do sutiã dela. Pressionou seu corpo o máximo que pode para sentir a garota para si.
Livraram-se das demais roupas que os atrapalhavam e viraram um só corpo e uma só alma. Do lado de fora da casa um entregador chamava desesperadamente que havia chegado à comida, mas os dois estavam muito ocupados para notar a presença do rapaz.

*

Depois que transaram, a ficha de havia caído, tinha mais uma vez caído em tentação, não podia mais se deixar levar por ele, tinha que ser forte e recusá-lo. sabia de suas fraquezas. Virou de costas para o rapaz e segurou as lágrimas que queriam descer.

- Vai embora! – ela respondeu sem olhá-lo, estava tão cansada de ser o estepe dele, nunca as palavras de Nina fizeram tanto sentido em sua vida como agora. Ele deu beijo nas costas dela e ela se retesou. – Só vai, ! Por favor!
- Ok, eu vou embora. – ele respirou fundo, nem ele sabia como havia parado ali. Ele não deveria ter procurado a garota, aquilo era cruel, ela tinha dito que estava apaixonada por ele, e ele estava lá pisando no pobre coração dela.
- Eu não sou um brinquedo que você brinca, se cansa, no outro dia quando sente vontade pega de novo. Eu tenho sentimentos, ! – ela lutava contra as lágrimas, mas elas já escorriam por sua face.
- Você tem toda a razão, eu não sei como eu vim parar aqui, parecia tão certo...
- Mas não é, porra! – ela explodiu – , ou vai ou racha! Eu amo você, e não vou suportar ter que te dividir então se decidir ficar será só eu. Se você for embora some da minha vida e nunca mais me procure. A decisão é sua!
- Eu... gosto de você, mas eu... é tão difícil, ! – ele deu um soco na cama.
- Eu não vou facilitar... – ela virou-se pra ele e viu a confusão que se passava em seus olhos, apegou-se a um fio de esperança de que poderia finalmente chamá-lo de seu.
- Posso pensar? – ele lhe olhou suplicante.
- Ok, , mas não me procure enquanto não tiver uma resposta definitiva. Eu não vou parar minha vida em função de sua decisão, tenha isso em mente.
- Tudo bem – coçou a nuca, desconcertado. Ele vestiu-se rapidamente, deu um beijo na testa dela. - , eu... – ela lhe olhou esperançosa, o coração dela estava descompassado – Eu prometo que eu volto para te falar o que eu decidi, isso é uma promessa. – ela assentiu, enquanto o via se direcionar para a porta relutante.

Escutou o baque do objeto e suspirou. sabia dentro de si que ele não voltaria para aquela casa mais, sabia que era a última vez que o teria em seus braços, era muito escorregadio, seria muita pretensão sua achar que o teria pra si. Fechou os olhos e mais lágrimas desciam, enquanto sentia o perfume dele que estava impregnado no local. Será que ela poderia estar enganada? Será que ele a surpreenderia dizendo que era recíproco? Só o tempo poderia responder a esses questionamentos... Só o tempo...





Fim?




Nota da autora: Primeiro mixtape, eu tive sérios problemas de bloqueio criativo nessa história, mas saiu, ufaa...Se você leu até aqui, não esquece de deixar um comentário ali embaixo, pra eu saber se alguém acompanhou, ou não!
Beijos e obrigada!


Outras fanfics:
Ficstape RBD – 09. Qué fue del amor
Ficstape Ariana Grande – 01. Moonlight


Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.




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