Última atualização: 01/06/2018

Capítulo Único

null desligou a chamada e jogou o celular no sofá roxo na sua frente. Ela simplesmente não conseguia acreditar na atitude dele! Claro, ela entendia que tanto tempo separados poderia causar estresse tanto em null, quanto nela, mas ele decidiu a irritar logo no dia de um dos shows mais importantes de sua carreira. Idiota, babaca, filho da...

Ela respirou fundo. Não deveria se estressar por isso. Não iria se estressar por isso. Tudo que faria era tomar uma boa água com pepino, botar seu figurino, rezar e ir para o palco e fazer seus fãs felizes, já que isso a faria feliz.

Entretanto, ela não conseguiu.

O motivo da briga deles foi tão estúpida. null e null eram duas pessoas completamente diferentes, mas que, de alguma maneira, se apaixonaram. Quer dizer, eles sabiam exatamente o porquê de terem se apaixonado; eles se conectavam. A ligação entre eles era magnética e intensa, mas isso nunca os impediu de terem desentendimentos. A discussão deles começou porque a mãe de null estava querendo se meter na decoração do apartamento que o casal estava comprando. null reclamou que ela comprou uma enorme de quantidade de pisos sem avisar, null a defendeu e tudo virou o caos.

Ele era sempre tão... relaxado sobre tudo. Nada era capaz de irritá-lo; mas isso a irritava. Claro, muitas coisas eram capaz de fazê-la ficar irritada, mas nada mais do que a tranquilidade de null sobre tudo. Às vezes, isso fazia com que null achasse que ele simplesmente não se importava com o que ela falava e, portanto, com ela.

Contudo, null deu todo seu corpo e alma naquele show. Seu sonho sempre foi tocar no Staples Center, então não deixaria que null, os pisos feios e sua sogra metida interferissem naquele momento. Ela cantou com todo seu coração e realizou o sonho de muitos fãs e o seu próprio. O palco era seu refúgio e o público seu consolo e nada mais a alegrava e relaxava na vida do que sua carreira, algo irônico, já que ser uma cantora exige muito esforço e agitação.

Ela saiu dali e voltou para o seu hotel satisfeita muito com o show e completamente realizada depois de se apresentar em um lugar enorme com todos os ingressos vendidos, mas ainda com um nó em seu coração por causa da briga com null ― principalmente depois de cantar várias e várias canções de amor que tinha escrito para o próprio. Entretanto, orgulhosa que era, null apenas tomou um banho relaxante e dormiu uma bela noite de sono antes de ter que partir para outra cidade na manhã seguinte.

(...)


null acordou com o corpo mole e a cabeça com uma sensação de esmagamento, como se estivesse de ressaca, quando na verdade aquilo era um resultado de uma “soneca de consolação”, como ele mesmo chamava, depois de uma grande briga com sua namorada.

Ele simplesmente não conseguia acreditar na atitude dela! null era tão mandona, tudo e todos deveriam agir da maneira que ela queria. Todas as suas brigas começavam com ela, como se ela agisse daquela maneira por simples e puro desejo de atenção, afinal a maioria delas aconteciam quando eles estavam longe um do outro e não conseguiam olhar olho no olho. Ela nunca conseguia relaxar, fazia sempre um tempestade num copo d’água, e dessa vez foi por um mero piso que poderia muito bem ser trocado ou devolvido se ela não gostasse. Mas não, tudo tinha que ir de acordo com o que a madame null null queria. Patético.

De qualquer maneira, null tentou deixar isso de lado. Levantou de sua cama e calmamente fez seu caminho até o banheiro para tomar um belo banho morno, tentar domar seus cabelos castanhos selvagens e escovar seu dente para se preparar para o dia. Vestiu sua camisa azul marinho, sua jaqueta de couro, seus jeans pretos e seus tênis e estava pronto para ir ao estúdio.

Cumprimentou seu agente e seus colegas de banda, começando a discutir que música que gravariam dessa vez. Cada membro mostrou as músicas compostas e suas ideias de melodia, até que a de null foi escolhida. E, ironicamente, era uma canção sobre o quanto ele amava uma garota mesmo ela sendo incrivelmente teimosa e mandona, que ele obviamente havia escrito para null. Então nem naquele momento null teve paz em seus pensamentos, pensando a cada segundo que cantava um verso da música o quanto queria pegar o telefone e ligar para ela.

À medida que o tempo passou, ele ficou mais e mais arrependido. Quer dizer, null tinha todo o direito de ficar irritada com a compra absurda que sua mãe fez sem contar para eles, já que aquele seria o apartamento deles e de mais ninguém. Assim que percebeu tudo isso, foi pensando mais e mais nela, nos seus cabelos sedosos e brilhosos, na sua boca deliciosa, seus olhos honestos e penetrantes, seu espírito enérgico e personalidade divertida. Céus, até quando ele estava bravo com ela, não conseguia ficar bravo com ela. Era como se seus sentimentos por ela nunca mudassem, não importasse o que acontecesse.

Terminada a manhã exaustiva de gravações, ele teve que voltar para sua casa grande, vazia e triste. Parecia que tudo ficava quieto quando null não estava lá, o que fazia tudo piorar. Sentou na beira da cama sem saber o que fazer além assistir um desses programas de construções que passavam em canais sobre estilo de vida, até que seu rosto encarou um calendário pendurado na parede.

Era uma tradição do casal ter um calendário físico, para que eles marcassem as datas importantes um do outro e não perdessem seus itinerários para que um soubesse onde o outro estava. No dia atual, o número estava marcado por várias circunferências e os dizeres “Show da null em Santa Barbara!!! :-)”. Repentinamente, foi como se uma lâmpada se acendesse em cima da cabeça de null.

(...)


Mais uma noite, mais um show finalizado, mais um dia sem falar com null. Deus, aquilo parecia tortura! Dias não eram dias para null null sem que ela ouvisse a voz doce e gentil de null null. Mas o que ela podia fazer se dessa vez ela realmente achava que a culpa não era sua? Tudo que restava era se lamentar e esperar uma ligação dele.

null deixou o palco, devolveu seu microfone para a equipe e foi direto para o seu camarim, desejando uma água com pelo menos cinco pedras de gelo de tanta sede e calor que estava, além de um ótimo banho e algumas roupas confortáveis que não envolvessem lantejoulas ou franjinhas. Quando abriu a porta com seu nome na frente, a maior surpresa lhe atingiu.

Ali estava null, com toda sua graça e todo seu amor, acompanhado de um buquê de tulipas roxas, as favoritas de null.

― Oi. ― ele disse, rindo acanhadamente e lhe entregando as flores.

― Oi! ― null parecia completamente chocada, mas feliz em vê-lo ali. ― O que você está fazendo aqui?

― Vim porque estou extremamente arrependido e com muita saudade sua. ― null a encarou com um olhar de filhotinho perdido que sabia que ela não resistiria. E, de fato, ela não resistiu, e ainda por cima abriu um enorme sorriso. ― Nunca deveria ter deixado minha mãe tomar controle do nosso próprio apartamento e muito menos ter discutido com você sobre isso. Quero que saiba que você é muito mais importante para mim do que uns pisos estúpidos, mas se os pisos estúpidos são importantes para você, eles passam a virar importantes para mim, também.

― Bem, estou com saudade sua, também. Não nos vemos há um mês e eu também estou bem arrependida. ― ela expressou. ― E eu dei uma bela de uma exagerada, admito, mas também perdoo você.

― Tudo bem. Afinal, o que seria de nós sem nossas brigas bobinhas que não duram nem dois dias? ― null riu, aproximando-se mais dela.

― Céus, eu ficaria louca e aí brigaria com você por não termos brigas bobas. ― null brincou, observando-o se aproximar com um olhar apaixonado. null riu novamente, dessa vez sobre o que ela disse e deixou um beijo na testa dela.

― Ei, quer dar uma escapada para a praia? ― ele sugeriu.

― Claro, só vou tomar um banho rápido, ok? ― ela avisou, e ele assentiu, depositando um selinho em seus lábios antes que ela fosse.

E então, assim que null saiu do banho com um vestidinho tão leve quanto seu coração por ter o namorado ao seu lado novamente, eles não perderam tempo e foram imediatamente para a praia.

Aproveitaram ela, que estava quieta e era ainda mais linda durante a noite. Fizeram desenhos na areia, compraram sorvetes, sujaram um ao outro e null a carregou pelos ombros até a água, fazendo-a se molhar ainda de roupa e a irritando muito. Porém a irritação dela não durou meros cinco minutos; ter ele ali, junto a ela, se divertindo, rindo, a beijando, abraçando e mimando superava qualquer discussão e qualquer briga.

As suas vidas poderiam ser agitadas, suas personalidades poderiam ser quase que opostas, mas eles não mudariam nada. Tudo era perfeito do jeito que era e eles não conseguiam imaginar ter aquilo de outro jeito.





Fim



Nota da autora: Oi, amores! Aqui estou eu, de novo, com mais uma fic pra vocês OSAKFJHSFJKA. Ela é bem curtinha, eu sei, mas quando as chamadas para esse mixtape aconteceram, eu simplesmente PRECISEI escrever uma fic com essa música que marcou tanto minha infância e a minha pré-adolescência, que fazia eu sofrer por amor mesmo tendo só nove anos de idade e 100% BV HAHAHAHA. Eu acho que consegui captar pelo menos um pouco da essência da música, pelo menos um pouquinho, e fiquei bem feliz com o resultado, mesmo não sendo um plot ó tão desenvolvido e complicado, achei fofinho ASOFSAKFJHKAJ. Enfim, se gostaram, não esqueçam de mandar um feedback aí nos comentários e eu vejo vocês na próxima, ok? <3





Outras Fanfics:
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07. Gonna Get Caught - Ficstape #99: Don't Forget, Demi Lovato/Finalizada


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